Bibliographico Portuguez: Dicciünariü

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DICCIÜNARIü

BIBLIOGRAPHICO PORTUGUEZ
DICCIüNARIÜ

BIBLIOGRAPHICO PORTUGUEZ
ESTUDOS
DE

INNOCENCIO FRANCISCO DA SILVA

APPUCAYEIS

A PORTUGAL E AO BRAZIL
CO~TI~CADOS E AlII'WDOS

POR

BRITO ARANHA
EM VIRTUDE DO CONTRATO CELEBRADO cml O GOVERNO PORTUGUEZ

TOMO DECIMO QUARTO


(Se timo do supplemento)

LISBOA
NA IMPRENSA NACIONAL
MDCCC LXL"l YI
ÁACADE~lIA REAL DAS SClENCIAS DE LISBOA

-
AO IN~TITUTO HI~TORILOJ GEOGRAPBILO EETHNOGRAPHILO DO BRAlfL

Em teslemunho da mais elevada consideração por seus serviços ás sciencias eás letras

O. D. C.

BRITO ARANHA.

Junho, 1886.
......

DICCIONARIO· BIBLIOGRAPIDCO PORTUGUEZ

L
LUIZ DE CAllIÕES (v. Dicc., tomo Y, de pago 239 a 277).
É necessario modificar este artigo e deixar aqui os esclarecimentos, que tenho
.colligido durante alguns annos, e que foram sucr.essivamente ampliados, não s6
antes das grandes festas commemorativas do lri-celltenario do nosso epico immor-
tal, mas durante essa notavel e brilhantissima comlUelllorayão, e depois até o pre-
sente, periodos em que, com etreito, appareceram maior numero de collecciona-
dores e foram dados ao grande poeta as mais levantadas homenagens.
Alem d'isso, desejo registar documenlos e factos, que se ligam á biographia
do poeta, que tem sido e continuará a ser, ao que me parece, assumplo para
commentarios cliversissimo , para hypotheses mais ou menos dignas de apreço, e
para analyses, nem sempre guiadas por luz serena e clara.
A vida de Luiz de Camões tem muitos passos escuros. O primeiro, que se
nos oITerece, é o da sua naturalidade. Kasceu em Alemquer, como alguns preten-
·cliam pela analyse de um soneto? Em Santarem, porque jull(am d'ahi oriunda ua
mãe? Em Coimbra, anele viviam seu pae e parentes d'eJle? Ou em Lisboa, onde
'0 poeta permaneceu longos annos e aqui veiu a fmar-se?

Não é facil, apesar dos modernos estudos e investigações, encontrar a soIu-


·ção d'este ponlo. Com relação á primeira hypothese, bom é destruir, pela base,
toda a argumentação que tem apparecitlo; e para esse fim basta-me colligir a con-
troversia mui sensata que se deu por occasião da inauguração do monumento
a Camões, em Lisboa, entre o esclarecido poeta sr. Eduardo Augusto Vidal e o
sr. D. Miguel oe Sotto Maior; e cinco annos depois, entre o beuemerito auctor
d'este Dicc., e o reverendo padre Moura, de Setubal.
. O sr. E. A. Vidal fõra, para a mencionada soIemnidade, encarregado pela
direcção do A1'Chivo pittOl'OSCO de escrever UllJa Vida de Camões, e n'este sema-
nario saiu com elfeito inserto de sua penna uma serie de artigo, ácerca do as-
-sumpto determinado, no volume x, de pago 220 a 223, 239 e 2(J,0, 251. e 25~, 269
8 LUlZ

e 270, 306 a 308 e 324 a 326. 'l'ratando da naturalidade de Luiz de Camões o


sr. Vidal escreveu:
• Sem remontarmos ao tronco g-enealogico do nosso poeta, basta sabermos
ter sido elle filho de Simão Vaz de Camões e de D. Anna de Sá Macedo, pessoa
muito iliustre da villa de Santarem. O anno de seu nascimento andou por largo
tempo envolvido em duvidas, até que a final parece terem-se ellas removido com
o assentamento que Manuel de Faria e Sousa descobriu no registo da casa da·ln·
dia de Lisboa. Abi se diz que, em 1550, Luiz de Camões, escudeiro de vinte e
cinco annos, se alistára para ir na nau de S. Pedl'o dos BUI-galezes. O anno de
1525 é, portanto, o que f6ra de duvida se deve marcar como sendo o do nasci-
mento do poeta. Quanto á terra da sua naturalidade, ainda ao presente continuam
as incertezas, eu, porém, com os editores da Bibliotlteca portugueza, estou que
o mais claro e irre'fl;<t.gavel documento sobre qual a terra que lhe deu o berço, e
o que elle proprio nos deixou no soneto C:
Creou-me Portugal na verde e chara
PalI'ia minha Alemquer ...
ce A declaração não soffre duvida. Creio que o poeta, embora na sua vida não
tirasse nunca certidão de baptismo, havia de saber de scienr,ia certa a terra em que
fÔra nascido. N'isto fico mais .por elle do que pelo biogl'apho.»
No mesmo volume, pag, 3H e 3!t2, o sr, D. Miguel de Solto Maior, refutando
a opinüio do sr. E. A, Vidal, expressa-se cl'este modo:
ce A declaração, com eJIeito, não soITreria a minima duvida, se n'este soneto
Co po~ta fallasse da sua propria pessoa.
ce E exactamente, porem, isto o que não acontece. O sonetoem questão não
é mais do que uma espeeie de prosopopéa, em que Camões apresentou o soldado
de Alemguel- (provavelmente algum seu amigo e companheiro de armas), narrando
a sua curta e desditosa vida.
"O soneto, na sua integra, claramente mostra que n'elie o poeta não fallava
de si mesmo.»
Mais adiante escreve:
ce Se querem pedir ao poeta que lhes diga o logar do seu nascimento, eHe
lbes responderá na elegia J, em fJue se compara ao
Sulmonense Ovidio desterrado,
Da sua patria os olhos ap-artando.
"Os biographos de Camões são concordes em que esta elegia foi composta
andando o poeta desterrado de Lisboa ...
"Se portanto o poeta, que, r.omo Ovídio, se vê dos seus penates aJJal'tado, é
para Lisboa. que dirige todos os seus anceios, pOl'que nos não será licito inferir
d'ahi o ser Lisboa a sua terra nalal'l " .
. "Acresce mais que nenhuma das outras tel'l'as c~ue ~isputam ~ Lisboa esta
glona tem a seu favor tão bons fundamentos. O sablO bISpO de Vlzeu D. Fran·
cisr.o Alexandre Lobo, na sua. bem trabalhada Memoria historica c critica áCel'ca ele
Luiz ele Camões depo.is de expender os motivos em que se funda para suppor o
poeta filho de.Lisboa, acresceu ta: " Nem sei na verdade que haja melhor fundamento
para dizer que Camões era natUl'at de Santarem ou de Coimbra, do que uma con-
jectura assentada na noticia d'elle residir algum tempo em Coimbra, e ser ali mo·
rador e sepultado seu bisavô: e de ser Anna de Sá e Macedo (sua mãe) de hon-
DE CAMÕES 9

radas familias de Santarem: fundamento evidentemente tão fragi], que só poderá


receber alguma consislencia da grande escul'Ídade da historia do poet~.
« Eis o que nos occorre dizer sobre o assumplo do presente arLJgo. Que as
tres rivaes - Lisboa, Coimbra e Santarell1 - continuam embora a disputar entre
si o berço do grande poela; a quarta - Alemquer -, não tem de certo direito
nem fundamento algum para entrar na liça."
Replicando ao sr. Sotlo Maior (pag. 374 e 375), o sr. Vidal. insistiu na sua
anterior apreciação por se lhe ter atigu"ado não fóra de proposllo; mas decla·
rando que « estava prompto a rejeilar como falsa as sua pro habilidades ", porque
o que lhe importava era que o poeta fosse portuguez.
O sr. D. Miguel de Solto Maior (a paa. 400) agradeceu as explic,'çóes, aillrmando,
sem olTensa do seu esclarecido contendor, o que de ejava averiguar e lhe parecêra
acertado, « para que alguem não inferis e que o satisfizera a interpretação dada
pelo.sr. Vidal ao oneto C de Camões ". E acrescenta:
« Declarilmos ingenuamente, que essa interpreta~o nos parece demasiada-
mente arbitraria para. que haj:imos de conformar-nos com ella. Continuámos, por-
tanto, a vr.r u'aquelle oneto o epitaphio dorido e lri te (como devia er) e criplo
pela mão de uma amisade sincera sobre a campa immensa do amigo infeliz . .. "
Em 1872 surgiu novamente á téla da discussão este assumplo. O reverendo
padre Caetano de Mama Palha Salgado perguntou á redacção da Gazeta setuba-
lense, s , fundado no soneto C, podia considerar-se Alemqur.r a palria de Ca-
mões.
Re pondeu a redacção (repre entava-a então na parte historica e lilteraria o
sr. Manuel Maria PortelJa) d'este modo em o n.· 162 de 30 de junho:
« O soneto, a que allude o sr. padre Moura, parece em verdade llar motivo
á supposiÇãO referida, e tem sido as ás commentado no sentido em que s. s." o
tomou, e aif\da o tem. ido tambelTI a estancin LXI do canlo lU do Lttsiadas, em
que o famoso epico falia com nolavel dislinr.ção da vil1a de Alemquer; ma Fa-
ria e Sousa, Domiugo Fernandes, 1anuel Correia e outros biographos de Camões
asseveram que este nasceu em Lisboa, e da mesma opiniãO partilha o r. vi con-
de de Juromenha, se bem que tal opiniãO nos não pareça de todo irrefulavel,pe-
los fundamentos em que assenta."
Em o n.· 167 da mencionada Gazeta (de 4 de agosto) o reverendo parIre
Moura affirma e amplia a sua opinião, e escreve que, (( no locante a materias,
que admittem livre di cussão, jamais adoplaria o mC/Diste/' dixit;" e em defen a
da sua critica acrescenta:
. « A base do meu argumento é o soneto centesimo (da edição de 1772 olTe-
reclda ao ex. mo marquez de Pombal), em que o poeta falia de si; e fallasse de
outrem, de certo o manu cripta d'onde elle pa sou para a imprensa, havia de ter
forçosamente alguma 110ta, o contrario não é verosimil. Como póde admillir-se
que um p~eta que faz um saneIo, em que seguindo, como era tanto do eu co lu-
me, o sentido figurado, e ás vezes H'um estylo ba tante escuro, quer dize -;que
pouco antes de faz~r ,:in.te e eínco annos deixou as consolações do lar, da patria,
e seus amores, e pnnclplal'am os seus trahalhos e desgraças, solfrendo um grande
co~lralempo n?s mares ela Abassia, onde esteve a ponto de servir de pasto aos
peIxes; e os cInco lu tros que elle não viu acabados e tão em harmonia com o
q~e s~ diZ no documento, por Faria e Sousa, que é a lista dos individuo, que em
fn50 Iam embarcar para a India, em que se lê o seguinte: Luiz de Camúes, filho
LUrz

de Simão Vaz, e Anna de Sá, moradOl'es, em Lisboa, á 1I101tl"aria, eSC'udeÍ1'o de


vinte e cinco annas, de barba ndva: trouxe por fiador' a seu pae; vae na nau de
S. Pedj'o dos BW'gale::es: e note-se bem que não se diz ahi que era filho de Lis-
boa. As audades que pelo seu puro, suave e rico Tejo, elle deixa transpirar, em
todas as suas obras, formam um argumento muito fraco, a que e acolhem o pa-
trocinadore da opinião contraria; preferia, sem duvida Lisboa a Alemquer, já
pelas bellezas do loeal, já pelo tão nalUl'nl sentimento da educação' assim como
eu prefiro Setubal, para onde im da idade de cinco annos, á minha terra natal,
e tanto isto é verdade, que pos o affirmar que em qualquer parte do orbe que eu
estivesse, sempre havia de ter mais audosa rellordação da linda terra de Bocage,
que da encumeada Palmella; e alem das saudades do seu 'rejo, saudades que o
poeta desafo"a com tanlo sentimenlalismo, que mais poderão os adversarias a]]e-
gar a favor da naturalidade de Lisboa'l Julgo que não erão capazes de me citar
expressões do poeta pelas quaes elle dê a entender ler na cido na capital; ao me·
no , ainda não encontrei nas suas obras, que tenho folheado; se m'as mostrarem,
dar-me-hei logo por convencido.
"Na can 'ão IX (da edição já j'erel'üla), tomando a fallar do mar de Abassia,
parece referir·se ao mesmo conlratempo, de que fez menç;io no soneto alludido;
e o que lambem é fóra de duvida é que elle falia de si proprio, não se podendo
allribuir a dita canção a outro sujeito, pela circumstancia de se fazer n'ella men-
ção do ~fonte Feliz na Al'abia, para onde elle tinha ido desterrado em 1556, e
n'esta canção, queixando-se do grandes trnbalhos com que o per eguia a sua e -
trelJa adversa, apresenta-se oulTa vez a f~lJar de si como já morto .. ,»
O sr. padre Moura transcreve parte da canção citada, e termina:
" Fico por aqui: nem julgo que mais eja neces ario para fundnmentar a mi-
nha primeirn asserção, que v, já fez o especinl ob equio de illSerir nas columnas
do seu muito lido e acreditado jornal. Se a. rasões em que me fumlo não forem
acceita pelos homens competentes, paciencia, unusquisque in suo SellSlt abundet,
nem POI- i. so me de go tarei á vista da contradicçãO, porque para mim a verdade
está aeima do amor proprio, e de bom grado me sujeitarei a eUa, luando se me
faça ver o contrnrio do que defendo, com rasões mais solidas do que aqueHas,
que até aqui se têem apresentado, reslando-me a con olação ele que não ob tante
a diversidade de pareceres ácel'l:a do berço do nosso divino epil:o, o que não ad-
Jlj ilte controversia é o ter elle nascido porluguez, e isso basta para lodos ficar-
mos contentes.»
Enlão o sr. Portella, em nome da redacção da Gazeta setubalense, pedira ao
henemerito auctor do Dicc, bibliogl'aphir.o, que intervie se n'esta interes ante con-
troversia, e em ittisse o seu muito considerado parecer ácerca da patria de Camões.
Innocencio accluie ceu ao pedido, e escl'eveu dua extensas carlas para serem pu-
blicadas na Gazeta. A primeira appareceu no dia 22 de setembro do me mo anno,
e tem a dnla de 15; e a segunda no dia 1i de janeiro de 1873, e lem a data de
2 (n. o, 1.7(1, e 1.90 da Gazeta).
Da primeira carta copio o seguinte:
"Referindo-se i opinião que pretende revocar para Alemqller a gloria de
haVei' dadu o berço a Luiz de Camões (opinião já manifestada em diversos tem-
pos, e a"ora novamente e com maior insi lenc;ia trazidas á discussão n'essa cidade
pelo.re.vl'lerendo. padre Caetano de Moura Palha Salgado, E\xpo~tas aprineipio em
brevlsslmo arligo no n. O -162 da. Gazeta setnbalClise, e depOIS sustentada e des·
envolvida em carta publicada no n. O 167 do me mo jornal) deseja. v. s." que se
lhe forneçam argumentos solidas e ra ües convincentes gue, dissipando de uma
vez todas as duvidas, o habilitem para as ental' segura e rrrefragavelmente o seu
DE CAMÕES ii

juizo controvertido: isto é, _ácerca da disputada nat11l"alidade do nosso grande


epico.
"Nem é só esse (iufeli7.menle para os que ainda n'estas cou as tomam calor
ou interesse) o unico ponlo que até agol'a pende indeciso e cada vez mais ques-
tionavel na ,'ida d'aqueJle que a deixára, como de si proprio nos diz :
Por o mundo em pedaço repartida
mUItos outros ba igualmente problematico , cuja solução, em falta de documen-
tos coevos e aulhenticos, tem escapado e conlinuará a escapar ainda aos biogra-
phos que mai pre umem de atiJados e per pica7.e . De alguns poderei talvez, em
occa ião de mal folga, entreter-me com v. S." Ficaram sendo para nós como ou-
tros tantos enygmas, que só o poeta poderia decifl'ar-nos, se volta e!le novo ao
mundo, ou se evocado por algum espiritista (no ca o de acbar- e em disponibili-
dade) quize se dar-se ao trabalbo de nol-os pôr patentes I
« 10 assumpto sujeito, pois que deseja sabeI-o, direi a Y. s.· a minha opinião,
embora de pouco ou nenhum peso, n'isto como em tudo. .
{( Para mim a paU'ia de Camões é indubitavelmente Lisboa. Entre as muitas
rasões de congruencia que a sim m'o per uadem, não é das menos attendiveis,
ou t.llvez pr pondera sobre toda, equivalendo q1.lasi a prova te temunhaJ, a au-
ctoridade de .Manuel Correia, contemporaneo e ami~o do poeta. ao qual tratára de
perto, e de quem positivamente affirllla ser eJle aqUI nascido 1 . Para invalidar um
le lemunho ifio valioso quanto insu peito, haver-se·íam mi ter (ao menos as im o
creio) argumento mais concludentes que os até agora adduzidos pelos que se de-
clal'aram a favor de outras naturalidades.
"Com respeito especialmente ao que pugnam pOl' Alemquer, e sa preten fio,
como digo, não é nova, ainda que com pouca fortuna data de tempos longinquos,
pouco arredado do obito do poeta. fio sei, nem nomeadamente me con la do
ujeito que então a ustenla se por e cripto; mas de certo ji existia, quando 1\1a-
nuel de 1"aria e Sousa, escrevendo passado de cinco nta a es enta annos depois
d'aql1elle fallecimento, a ell' se refere e escarnece do que lhe queriam dar voga.
. « Haja vista o seu commenlario ao celebre soneto C que apparecêra pela
pnmeíra vez impre so na dição da Rimas de '.lMJ8 e no qual os sequazes de
lal opiniãO julgavam, como ainda agora julf(am, acbar o fundamento inconcu so
da sua affirUlaliva.
• I( amo, por ser a obra pouco vulgar, v. s.· não a leri talvez ü vi la, per-
mllla·me que tran creva aqui textualmente ao meno os primeiros periodos:
« E tal la ignorallcia y ceguitlad de muchos pre$umido de letra, y de' en-
« lendimiento, que no fallaron algunos que dixeron bablava el poeta de si en e te
« soneto; glJbernando-se (a lo que parece) por lo de que padecio el semejalltes
te malas fortll1laS en u vida a las que reOere aqui; como i el Inundo las tuvies e
te guardadas talps para el 010. De tes (c{Ue no de arri~ros, l'gadore sa lre , Ó
« I(an:lpane ) es que Chl'i to, unica ciencl3 dixo StUlt07'lI-ln infinitus est nUl1Un'/IS.
« Y e-pol'lilleros he visto yo con mas entendimienlo que algunos que lienen mu-
I( CI.10S libras, y que los hazen. Entre estas classes de tontos, pues, eslan los que
« clIxeron lo referido; pues estando en e te anelo una gigirandula ó mil aran-
«delas de luzes, que bien moslram lo contrario ninguna los alumbró. Mostraré
.Ias que fueron baslantes, etc., elc.1I
te Não eja para v. s.· causa de espanto ou maravilha o de abrimento em que
o ~0!ll de Faria chacoleia esses, quem quer que elles fo sem, que aventavam urna
opnll<ío nu eu entender erronea. Teri visto e admirado por cerlo em nossos dias,
n'esta epocha de verdadeiro lJ1'og"esso e civilisaçii/l o primor e cortezia que cos-
tumam empregar, quer na ímpugnação quer na defensa, o nossos enfatuados

, Commental'io aos Lusíadas no canto I, cslancia I.


12 LUIZ

sabios de mez e meio, que assumiram a gloriosa tarefa de alumiar o mundo alé
agora ás escuras!
" Não acho memoria ou vestigio de que desde o anno de 1685, em que sai-
ram á luz posthumo. os Commental'ios de Faria, até o seculo presente, se reno-
vasse, ao menos pela imprensa, a pretensão alludida. Parece que deixaram jazer
em boa paz o soneto C, e não mais se fallou para tal em Alemquer durante esse
inlervallo.
" Foi por fins de 1827 ou principio de 1828, epocha em que me habituára
a ~requenta.r mais assiduamente a bibliotheca publica d'IJst~ cidade, que trayando
ahl r.onheelITlenlo com o finado D. Gastão da Camara Coulinho a elle OUVI pela
primeira vez na conversação que tivemos (com o respeito que pOI' aquelles tem-
po os rapazes de dezoito annos costumavam consagrar aos homens encanecidos
no esludo e que logravam dos contemporaneos fama de doutos e letrados) dm' co-
mo cerlo e indubitave! que Camões naSCêl'3 em Alemquer, estribado, já se en-
tende, nas preconisadas clausulas do soneto C :
Creou-me Porlugal na verde e chara
Patria minha Alemquer ...
"E cumpre-me não deixar em silencio que D. Gaslão apresenlava isto como
descoberta pi'opria, e com ares de extranheza de que até enlão ninguem aLlen·
lasse em tal I Eu, que n'aquelle tempo, e annos depois, jurava ainda nas palavras
do padre Thomás José de Aquino, para quem o soneto C era tido de plano como
allusivo á morte tra~ica do soldado Huy Dias (logo veremos isso), mandado en-
forcaI' a hordo por AITonso de Albuquerque, não me dei por convencido. Certo
porém de que seria trabalho inutil o ue contrariai-o, evitei qualquer conttlstação,
e ficámos cada qual na sua crença.
"Bons quarenta annos se volveram depois do facto alludido. Eis que no de
1867, ao inaugurar-se em Lisboa a estatua ,;om que Portugal, resarcidos antigos
esquecimentos, pagava ao cantor predilecto de suas glorias uma divida de honra,
entre outras com memorações a que déra occasião e e acto solemne, appareceu no
jlnhivo pittol'esco (tomo x, pago 220 e eguinte) um estudo biographico-critico
ácerca do poeta, traçado pela penna elegante e (\oIlceitno a do sI'. E. A. Vidal.
N'esse estudo vi que o illustre escriotol', a proposilo da naturalidade, se declarava
por Alemquer, fundado sempre nas -citadas clausulas do soneto C, a que cbama
documento úTe{ragavel e que Lira (diz) todas a duvidas, "pois que Camões cm-
"hora não tivera nunca certidão de baptismo, havia de saber de sciencia certa a
"terra onde fÔra na~cidol>.
"Recordo-me de que ao ler isto live idéa de trazer a publico os meus hu-
mildds reparos. concernentes a mostrar, se é po sivel de uma vez e:i luz da ver-
dade, o que seja e o que valha para o caso o celeberrimo soneto C, de truindo
pela raiz a hypothese insustentavel dos que desattentadamente pretendem ver
n'elJe o poeta falIando de si proprio.
I( Porém andava eu ll'aquelle tempo tão farto e aborricl0 de polemicas in-
fruetifera , que tive por melhor calar-me, e guardar para mais opportuno ensejo
o desenlace da que tão.
"Enlrarei n'ella agora para satisfazer a v. s.·, porém vejo que diffusamente
me tenho alongado por modo que j;í não é possivel concluir n'esta carta o que
ha para dizer. Para poupar-lhe, e aos que porventura houverem de lei-a, maior
enfadamento, porei hoje ponto, e ,;ontinuarei ámanhã com a analyse do sempre
invocado soneto.•
Da segunda carta de Innocencio transcrevo o seguinte:
" Pa·ra bem fixarmos as idéa , convem trasladar para aqui na sua integra o
soneto, que nas edições camonianas figura sob o numero C, e em cujo contexto
DE CAMÕES i3

se pretende achar a prova demonstrativa de que fMa o poeta nascido em Alem·


<j1.Jer. Diz assim:
No mundo poucos annos, e cançados,
Vivi, cheios de vil miseria e dura;
Foi-me tão cedo a luz do dia pscura,
Que não vi cinquo histros acabados.
Corri terras, e mares apartados,
Buscando á vida algum remedia ou cura;
Mas aqui 110 que em fim não dá ventura,
Não o dão os trabalhos arriscados.
Creou-me Portugal na vel'de e chara
Patria minha Alemquer, mas ar cormto,
Que n'este meu terreno vaso tinha
Me fez manjar de peixes, em ti bruto
Mar, que bates a Abassia fera, e avara,
Tam longe da ditosa patria minha,
"Sob dois aspectos ditferentes póde e ta peça ser tomada ti primeira vista,
na fórma subjectiva em que se nos apre,rnta. Ou o auctor quiz n'ella referir-se
a si, e a successos seus, ou não fez mais do que uma prosopopéa posta como que
para servir de epitapbio, na Mca de um terceiro, que conforme as clausula lia
texto, acabou a vida no ma?' de Abassia, e ahi ficou sepultado para ser comido
dos peixe.
,,[ enhuma duvida ou repugnancia ofTerece e te segundo pre upposto, ado-
ptando·o como verdadeiro; mórmente aos que, pai' terem sufliciente lição das ri-
thmas do poeta, sabem ser elle avezado a e ta e pecie de composições, em que
até por mais de uma vez empregou o modo dialogLstico. Haja vista, por exemplo,
aos sonetos XXXVII" Nüo lJasses caminhante, etc, - e LXXXIU "Que levas, cruel
morte't etc., etc." E em nenhum d'estes veiu jamais á cabeça de alguem dizer
que o Camões trata e de alludir á ua pl'Opria pessoa, comquanto (note-se) se-
jam ainda a"ora, e ficarão talvez para sempre que tionaveis á luz da critica os in-
dividuas, que erviram ele thema a esses canto deploratorios 1.
"Eis o que, similhantemente, na hypothese que adoptámos, acontece com o
soneto C. Ignora-se, nem será talvez po sivel liescobrir de futuro, quem fosse o
sujeito, morto no mal' de Abassia, cujo fim desvellturado lhe serviu de assumpto.
Provavelmente, algum desconhecido, amigo ou camarada do poeta, que com elIe
militou. Os que suppozerem o soneto allusivo ao tragico fim do 01dado Buy Dias,
mandado enforcar por AITon o de Albuquerque, caíram ( eja dito de passagem)
em redondo engano; porque e se faclo occorreu a grande di tancia do ?na?' de
Abassia" i to é, no r~o de Goa, onde a armada tivera de inver.nar, e fez I.arga de-
tença, como é notol'1o em João de Barros, que na decada II, livro v, capItulo VU,
relata miudamente o ca '0 com todas as circumslancias concomitante. Nem mesmo
sei como racionalmente podes e dizer-se que morrêra ele aJ' C01TlIpto um homem
que foi enforcado I
«Vamos porém, ti primeira hypothese, e vejamos se longe de ser igualmente
admissivel, não ha, pelo contrario, argumento cleci ivo, que nos force a rejeilal-a
in limine, por absurda e de todo inconcilia-;el com a verdade de factos sa-
hidos.
I Vej~m-se na edição do sr. risconde de Juromenba as respectil'as annotações a esles sonet~s, no
10010 u. png. 3 5 e 42L Com iSlo respondo lambem, inciucnlemenle, :í prol'a negalim que o rel'errndo
C. de iIloura Palha Salg~do aduuz para su tenl<lr a sua opinião. Camões foi sempre eS.:<lssissimo em pôr
algumas rubricas nos seus l'eI'SOS, legando esso cnidado aos commenladores.
LUIZ

«Conceda-se, de barato e por um momento, que Luiz de Camões, por um


ra go de inspiração prophetica, que todavia falhou, e crevéra aqueJle sonelo,
achando-se, como e diz, ce ã beira do sepulchro ", nos accessos de enfermidade
"I'ave, ou julgada mOl·tal, e que ainda assim lhe dava azo pam compor "er50S I
Sendo tal, é evidente pelo teor do proprio sane lo, que e le só poderia ser e cripta
no tempo em que o poeta fazia pade da expedição mandada CI'UZllr no estreito
do mar Roxo, e partida de Goa sob o commandu de D. Fernando de Menezes em
fevereiro de 15M.,; isto conforme a opinião mais auctorisada dos moderno bio-
graphos, preferivel sem duvida á dos que o suppunham com o mesmo destino
embarcado na outra armada, que partiu em fevereiro do anno seguinte, comman-
dada por Manuel de Vasconcellos. Como, pois, diz eUe de si no preconisado so-
neto:
Foi·me lfio cedo a luz do dia escura,
Que não vi cinquu lustros acabados?
ce Todo o mundo sabe que, na locução puetica, cinco lu'stros rquivalem nem
mais nem meno que a vinte e cincu anno . E contava efIectivamenle Luiz M
Camões vinle e cineo annos de idade no de 1.55(.,? Certo que llinguem o allirmará
em verdade. Se eJle nasceu no de 152!l" como é hoje tido por inconlrover o em
vista do primeiro as ento do regi to da ca a da Inclia, de coberto e trazido á luz
por Faria e Sousa, contava neces ariamente na epocha alludida trinla anno (isto
é, seis lustros) e não os vinte e cinco do soneto 1. Se houvessemos, porélll, de en-
coslar-nos n'esta pade a Manuel Sev rim de Faria, e aos que com elle suppõem
o poeta. nascido em 1.517, lal1to peiol'; porque en tão teria elle no de 1.554. trinta
e sete al1nos.
Que não vi cinquo lustros acabados I
ce Em defeza da hypothese contral'iada, diz o sr. E. A, Vidal que ce Camões
havia sabe!' de sciencia certa a terra onde {óm nascido 2." Assim, digo eu: ce.que
elle não podia de Cel'to ignorar o anno em que nascem ", e affirmar de si que linha
vinte e cinco annos incompletos, quando em realidade contava ao menos trinta.
Vejo n'isto um desconchavo de tal ordem, que me parece impossivel como haja
escapado á penetração e agudeza de tão bons engenhos, quaes são os que, moder-
namente empenhados na lucta, vieram renovar tão esquecida quanto in u tenla-
,'el hypolhese.
ce Julgo o dito sufficiente, e insistencia superfIua a de reproduzir aqui os ou-
lros argumentos cIue occorreram a Manuel de F31'ia para a refutar no seu tempo;
escapando-lhe aliás este, que é, quanto a mim, o mais coneludentc e tel'l1JÍnante.
Se, p0rém, aos adversarias parecer outra cousa, poderemos dar maior amplidão ao
expendido, com a mira unicamente em apurai' a verdade e desterrar precon-
ceitos.»
Alguns annos antes, em 1860, o sr. visconde de Juromenha tinha pelo a im
dizer, previsto a renovação d'esta conlroversia, pois no lama I das Obras de Lu i;:;
de Camões, pago 9, 1.0 e 487, escreveu:
« Qual fosse a terra que lhe deu o nascimento, esleve lambem por algum
tempo indetermi!1ado, posto. q~e sem moliYo: entre Coirn~ra, Lisboa, Santa rem
e Alemquer, varIavam as opmlões, O sonelo C, mal entendido por alguns; o ter
sido seu. terceiro avó, Vasco Pires de Camões, alcaide mór de Alemquer; o nome
de uma quinta nas immeJiações d'esta villa, que ainda no seculo passado con-

t O sr, Moura Salgado, na sua corrospondencia insorla na Gazeta setubalense, n.· W7 de 4 do


agosto, confunde, ao quo parece, a dala do primeiro assento da casa da Inclia (1550) com a de 1.553, em
qne o poeta embarcou. Em na primeira que alie se declara ler rinlo o cinco 3nnos.
• AI'chivo piltoJ'csco, rol. L
DE CA.\lÕES i5

servava o nome de quinta de Camões; e a maneira com que o poela e deleita em


descrever a mesma villa 1, como quem n'ella residiu por algum lempo na eslan-
cia LXJ do canlo 1JI do seus Lu. iadas, foram talvez a cau a de a jul 3rem patria lr

de Camõe : a naturalidade ou procedencia da mãe a de antarem. Faria e ou a


presume ser natural de Lisboa fundando·se em serem seus paes moradores d'esta
cidade, no dialecto propl'jo da côrte ue que u a, e em cbamar repelidas vezes ao
Tejo patrio. Oulros o fizeram nalural de Coimbra, fundando- e na residencia de
seu pae n'aquella cidade d'onde era oriundo João Vaz de Camões, eu bi avO. Do-
mingos Fernandes, na dedicaloria da rimas:i universidade de Coimbra, que pu-
blicou no anno de i607, o assevera. As rasões, que se apresentaram dos dOls lados
poriam a balança em perfeito eqltilibrio, e Manuel Correia tão po itivamente não
declara e ser nascido em Lisboa. O auclor d'e te livro - diz eJle no principio
dos eus commentario - é Luiz de Camões, portu5uez de nação, na cido e creado
na cidade de Lisboa, de paes nobres e conbecido . E note-se que Pedro de Mariz,
que foi o euitor d'estes commenlarios e ra nalllJ'al de Coimbra, não emendou o
commentador, reivindicando esta honra para a sua patria. A sim, podemos dizer
crue era oriundo de. Coimbra pelos ascendenles, mas nascido na cidade de Lisboa,
ii qual cabe não menos gloria que a Mantua, por ler dado nascimento ao Virgilio
portuguez. Jl
Pondo Alemquer fóra de todas as probabilidades de ser a lerra natal do su-
blime poeta, ficam-nos Sanlarem, Coimbra e Lisboa.
De de o mais antigo dos biographos e cOlDmentadores, incluindo Manuel Cor-
reia, alé o sr. vi conde de Juromenha; e depois ela publicação dos e tudos d'esle
auclor até o presente, todos os que lêem seguido, copiado ou plaoiado o sr. vis-
conde, nenhum, confes o-o inceramente me ati faz com Te peilo á naturalidade
de Camões. A argumentação, que ó se funda, mai ou menos plau ivelrnenle, na
deducção ou corollario dos versos, é, no m u entender, fraca e não con litne o
que, eql lÍllguagem jUl'idica, se con idera como prova legal, que não admitle re-
plica. E grande e variada a imaginaç<'io do poeta, pl"Odigioso o eu engenho, pam
que e possa formar um jnizo egul'o, claro incontestavel, a e te re ·peito.
. Appareceram acaso até hoje documenlos, r.uja authenticidade não seja pos-
slvel negar? Não me con ta.
É Li boa a lerra natal de Camões? Por que rasãb? Porque Manuel Correia
o dis e positivamente, e Pedro de Mariz, o eclitor, que era de Coimbra, não o con·
LI'aditou? Quem nos as egm'a que os dois, auctor e editor, não tratassem e di cu-
tissem este ponto, que o segundo se deixasse convencer com as bypolheses e a
argumentação do primeiro'? Ma e ta UPIJO ição não a enta em soLida base, em-
quanto a mim, e tambem necessita de prova.
Os que argumentam melhor são, comtudo, os que não se clecidem nem por
Santarem: nem por Coimbra, nem por Lisboa.
Diga-se, no entrelanlo, que as minhas du idas ácerca do credito que devam
ter as noticias e hypolheses dos biograpbos de Camões, nasceram desde o mo-
I .Camões, desarevendo nos Lusíadas, no canlo JJI, esla yi1Ia, parece fazeI-o com certa predilecção
e conhecimenlo do local :
Obidos, Alemquer, por onde soa
O lom das fre;cas agua. ontro as pedras,
Que murmuraudo lal'a, o Torrcs Vedras.
Quem esleve já cm Alemqner não pódo deixar de reconbecer a exactidão da descripção ~ no seu
termo existia uma quinla, propriedado dos marquezes de Sabugosa, conbecida com o nome de Quinta
de Camões.>
i6 LUIZ

mento, em que estive de posse de uns documentos, iuteiramente authenticos, que


vieram lançar nova luz sobre a ascendencia e filiação de Camões.
Souberam os biographos isto? Não,
Esta e pecie não vem, sequer levemente, mencionada em nenhum d'elles.
Pelo contrario, os que fizeram mais longo e detido exame e analyse, confirmaram
o que já outros tinbam posto, e prenderam mais os laços do poeta ao seu sup-
posto progenitor;
Simão Vaz de Camões, de quem se trata, e a qnem se referem os biograpbos'
é homem nobre, abastado, vivendo com abunduncia em CoimLJra, e exercendo
funcções municipaes n'aquella cidade. E o mesmo, Não ha duvida.
É o almotacé eleito como um dos hOllrados da teI'7'u; celebrado pela gran-
deza do seu viver; e por sens desatinos, em que era ..Iseil'o e vezeil'o. Mas este
Simão Vaz, com todas as circumstancia que o recommendam nas biographias,
legitimo representante de uma antiga familia, nobilitada por muitas acções, que
dão lustre, ca ára novamente em 1562, e ainda vivia na abastança desatinada-
U1ente ou doudamente, como hoje se diria, em i576.
Por consequencia, este Simão Vaz não era, com certeza, o marido de Anna
de Sá, que existia em Lisboa, vivendo pobre e miseravelmente; nem era o pae
de Luiz de Camões, pois não é crivei, a não'o julgar ainda de peior indole e de
peiores habitos que elle, na melhor posiÇão para viver na boa sociedade e com a
gr'andeza correspondente a es a posiÇãO e aos seus haveres, deixas e tambem o
filho faminto e desamparado, como o retratam, ao lado de sua mãe, anciã, an-
gustiada e na maior penuria.
Anna de Sá, se era vinva de um Simão Vaz, como não ha direito a pÔr 'em
duvida em vista do assento da casa da Inciia, não o era d'aquelle de quem
trato.

Que resolvam, se podérem, este ponto os futuros biographos.

Manuel Severim de Faria, copiando Pedro de Mariz, na vida de Camões, que


faz parte dos Discursos vados JJol'iticos, e cujo primeiro retrato do poeta eu re-
produzo aqui, escreveu o seguinte:

(( Casou João Vaz de Camões com Ignez Gomes da Silva, filha bastarda de
Jorge da Silva, o qual era filho de Gonçalo Gomes da Silva, e neto de Diogo Go-
mes da Silva, irmão de João Gomes da Silva, alferes mór de el-rei D. João I, e
senhor ele muitas terras. D'ella teve a Antão Vaz de Camões, o qual casou com
Guiomar Vaz da Gama (dos Gamas do Algarve, que trazem sua origem dos do
Alemlejo), e d'ella houve Simão Vaz de Camões, que indo por capitão de uma
nau á India, segundo Pel'o de Mariz, se perdeu na co ta da ternL firme de Goa,
e e capando do naufragio morreu pouco depois na mesma cidade. Foi casado
Simão Vaz com Anna de Macedo (dos Macedos de Santarem) e d'ella teve o nosso
poeta Luiz de Camões. Estes foram seus progenitores, pelos quaes se mo tra que
não foi menos illustre no sangue, que no engenho; e ainda que a falta dos bens
da fortuna em que se creou (como quem perdeu o pae de tão pouca idade) lhe
tirasse em parle os omamentos exteriores, com que se faz estimar a nobreza não
lhe pMe nunca tirar a grandeza de pensamentos que de seus antepas ados herdára.»

o sr. visconde de Jllromenha, pretendendo destruir o que linham asseverado


DE CAMÕES 17

alguns escriptore , e, entre elles, Faria e Sousa e Severim de Faria, póz no tomo I
das Obras, já citadas, pago flj, e 15, o seguinte:
I( O que se lem referido de eu pae, Simão Vaz de Camões, é pouco, ou, para
melhor dizer, quasi nada. Sabemos ollicialmenle que Linha o fóro ele caral1eiro fi-
dalgo, e que parle da vida a viveu em Coimbra, d'onde parece que era natural,
e a oulra parle em Lisboa no silio da Mouraria. Pedro de Mariz cOllla que indo
por capitão de uma nau para a Illclia, naufragára á visla de Goa, salvando- e em
uma lábua, e que por fim por Já morrêra; porém, o seu nome não se enconlrou
com lal emprego nos hi toriadores da Inelia, nem em uma relação que percorre-
mos de todas a. armadas e seus re peclivos capilães que saíram para a Imlia
desde o principio da descoberta. .
I( Manuel de Faria e Sousa, seguindo o primeiro biographo do poela, allirmou
o me mo erro na sua primeira biographia; o assenlo, porém, que dapois encon-
trou da casa da Indja o fez emendar aquelle eno, em o qual lem laborado a
maior parle dos biographo., alguns me.mo ainda depois da ele coberla do regi to
ollicial enconlrado por Faria e ou a. )11'. de Ma~nin membro do instituto de
França, em uma biographia ua que precede a traClucção dos Lusiadas de J\Iillié,
ultimamenle relocada e emendada por mI'. DU'beux, querendo conservar a tradi-
ção, C'onciliando-a com a probabilidade a evera ter acontecido ao avó do nos o
poeta o naul'ragio de que e dizia ler sido victima o pae. É vel'(jade que um cerlo
Antão Yaz a .i liu com AlJon o de Albuquerque á lomada de Goa, porém se perten-
cia á família dos Camões, é o que absolulamente ignorâmos. O que de Simão Vaz de
CalMe abcrnos, é que el1e era morador na Mouraria, onde residiu no al1l10 de
'1550, qne e pa sou depoi a viver em Coimbra, e que em 15 de junho de 1553
o enviava preso para Li boa o corregedor de Coimbra com uma deva sa por ter
entrado no convento uas religio as de S[:nl'Anna d'aqueJla cidade· e que a 10 de
dezembro de 1563 ainda era vivo e morador na me ma cidade, pois d'esla data
achámo um al\-ará pa ado a. pedido de fI'. Marlinho de Ledesma. reitor do col-
legi/) de S. Thomá du Coimbl'a, da ordem de ::l. Domingos pelo qual cl-rei faz
mercê ao !lila collegio de S. Thomá de Coimbra, para que imão Vaz de Camões,
cavalleil'O da ua casa, e morador na cidade de Coimbra, eja isenlo de servir o
cargo de aimolacé ou outro oficio publico por espaço ue de~ anilas cO'ntados da
feilura do dilo, ervindo a esse tempo de procurador e recebedor do dito con-
vento como dizia que o fazia.
" Longe poi de deixar seu filho orphão como errauamente se tem dito, se
achava Simlio Vaz de Camõe , po to que de elenta al1l10S de idaue, pelo menos.
aillda com ba tante vigor de aude para e -el'cer um cargo para o qual era neces-
sario aclivid,l(] , e prornetlendo ainda annos de vida' e a sim poderia talvez a -
si IiI' ti publicação do L1lsiadas de seu fdllo pai ere anno antes ainda era vivo.
I( Como nas obra de Cícero, debalde na do nosso poeta procurámos noti-
cias ou referencias á ca a palema, ou porque e perderam aqu Jlas onde poderia-
mos beber e sas notiCias, ou porque a sua musa recuas e limida peranle a au le-
ridade do paes, que julgam sempI'e ü exercicio da poe ia pas alempo ocioso
que afa la os filbos da vida real e acliva, procurando quasi empre cortar as aza
ao ~ tro poetico que os faz divagar pai' uma região esleril e em fruelo. A pri-
mell'a e ullima vez que Simão Vaz apparece conjunclameule com o filho é no
anno de 1550, servinuo-Ibe de fiador para o embarque para. a Ind ia: nada mais
sabemos da muluas relações do pae e do filho, só podemo a everar que e a'
educação é o mais caro e cerlo penhor de ami ade, o mais rico regado com que
um pae p6de dolar a u filho, foi sem duvida Simão Vaz de Camões pae o mais
amante, pois não Ih'a podia dar mais esmerada.))
Em conelu ão:
Com os quatro documentos, qua vão ler-se, prova-se:
TOMO XIV (Supp.) 2
18 LUIZ

Que Simão Vaz de Camõe o supposto pae de Luiz de Camões, casára no-
vamente em Coimbra e ficára em casa de seu sogro;
Que foi escolhido e votado para almolacé e enlrou no exercicio d'estas
funcções;
Que era dado a abusos e dislurbios, ou incilava a i so eus serviçaes ou es-
cravos;
Que a vereação de Coimbra leve por e se faclo ue se queixar d'elle ao sobe-
rano;
Que emfim o soberano altendeu a representação dos vereadore e mandou pro-
eeder a devas a.
Note-se, poréin, que nos dois ultimas documentos terceiro e quarlo, não e
allude por fórma alguma, senão pelas phrases, usei1'O e vezeiro, a alll riores pro-
cessos, devassas ou perseguições das auctoridades, pelos aclos escandalosos de qur
Simão "\ az fóra accusado em 1553, como con la de ouh'os papeis da eI acha,
Sáiam creste lahyrinlho, os que. podérem, e nos lancem inteira e brilhante
luz sobre o que ainda nos appareee lão nublado e complicado.

PRIMEmO DOCu:lIENTO
VereaçlÍo da camara de Coimbra, de 31 de julho de 1563, em que Simüo Vaz
de Camões roi eleito almotace em logar de Joüo Gonçalves de Sequeira ...Vas Vel'ea-
ções da dita camam do anno de 1563, a {l. 61.
1563.- ce Aos trymla e huum dias do mes de julho do aíio pl'esrmle de mill
quinhentos sessenta e tres annos em o ta cidade de coimbra e tore da I'ereaçaam
del!a omde eslaYão em vereaçõ anriCJue de magalhães, vereador e juiz polia orde-
nação, e marçaJl de macedo, e Ierollirno bmnd:ío, vereadore , e sill/ão da costa,
procurador ela cidade, estamdo presente gaspar [ernandez e manoell pires pro-
curadores dos mesteres, e estanelo asi todos jUll1tos na camara abrirão o cofre do
pelouros dos almotaceis, do qual! lirürãO huum pelouro de sem vermelha e'() des-
emburilhárão e lirárãO huum papel! em que eslávão escripto lohão gllz de Se-
queira e Rui Dias pera seruirem de allmolaceis este pre emte mos de aguoslo que
vem: e por o dito y.o gl!z de sequeira foi dilo que elle não podia eruir de
allmotacé por quamlo era screpuão da me a da santa mi ericordia esle presente
afio, e que tinha privilegio pera ser escu o de não servir alem de ser muilo ocu-
pado esle mês no recolher das suas novidades por que auia de amdar comtinua-
clamente fÓl'a da cidade, e ser almoxarife do me trado de xfio ela ordem de no a
Sr.'" da Comceicão, per a quall razão lambem tem priuilegio de não ervir o dito
carguo de allmolacé: e por todas e tas resões que elle asi linha, que erão justas,
e o excusauão de não ervÚ' de allmotacé, não podia servir, e pedia elegesem ou-
trem. O que yislo per os dilos officiaes e as dilas causas por erem juslas e elle
não querer seruir, dissérão os ditos juiz e vereadores que Simão I'aaz de "amões
era ca ado novamenle, e que confOTme a ordenação, por ser dos honrados da tera
emlegerão ao dilo simão vaaz pera seruil' de allmotacé com o dilO Hui dia, que
saía scrilo com joão gllz de sequeira que não quiz seruir esle me de aguoslo
que vem, e declarArão que posto que o dito imão vaaz casase ho aúo pasado:
diserão que fóra doente e não podéra até o presente seruir o dito ameio de allmo-
tacé nem ter casa apartada sOQre si e e lar com seu sogro, e por quamlo agora
estaua são e bem desposlo e comesaua de sair por fora e amdar polia cidade e ter
DE CA~rÕES i9

<lasa apartada sobre si, o elerrerão conforme a ordenação por seI' casado nouamente
dos honrados da lera, o quall mandárão chamar pera lhe ser dado juramento con-
forme a dita ordenação sobre o lall caso feita, do que tudo os ditos juiz e verea-
dores mandárão fazer e te aula que asinarão com o dilo jobão glli de como dise
que era comtemte de não el'llir por as rezões acima dilas, p.o caúrall o screpui
com o risqu:.ulo que disia asi e paI' e mallscriplo o qtte visto. p,o cabraU o
sCl'epui,
y" gl::: de seq" - maoalhties - llwl'!,al-leronimo bmndiío - Symiio da costa-
gaspa1' fi'z de macedo - Jllanoel p12.
"E logo os dilo juiz e vereadore mandar chamar a esta camara ao dito
simão vaaz de camões per malias alluéz, porleiro da camera, e elle malias alluéz
deu f e que ho fOra chamar e o achám em sua casa janlando, e que elle simão
vaaz lhe dicéra que não podia agora sobir as escada da CHmara, que viria des-
pois pela cidade e faria ludo o que lhe mandasem, p" caúl'aU o crepui com a
anll'etinba cliz malias alluez,o
EGUNDO DOCmlENTO

T'el'eaçeio da camara. de Coimbl'a, de 1 de otttlzbro de 1567, em qtte Si711úO


Va;:; de Camões {ai eleito alll/olacê d'este ?lle;:; com Alltonio de Alpoim, nas verea-
ções da dita camara de 1567 a 156 , a /l, 57 v.
1:567.- « Âo primeiro dia do me de oulubro de mill quinhenlo a enla e sele
anno em e la cidade de Cojrnbra (' lore da vel'eaç,Lo delia omde e lavão em ve-
rearão g." Leilaom, vereallor, e juiz polia ordenação, ayres rrllz de: macedo, Ye-
readores, e o l.~o I!,o vaaz campo', procurador da cidade. emdo pr emle imão
Hoiz e j,O frz, procuradore do yimle c qualro do mesterl'. e I' tanuo a i todo
jumlo lil'ál'ão huum p louro do allmolac i , o quall desemhurilh<ÍI'ão e acharão
que airão por allmolaceis pera servirem e le mes de ouluhro ÂIILO Dallpoi e i-
mão "aaz dl' camões, o qllae logo pllhliqulÍrão e mandánto ehamar per ma tias
alluez pOl'leiro da call1:lI'a pera lhe ser llado o eu juram nlo em forma e u re-
gimenlo lido comfurm a ordenação, d que mandarão fazer e tr' lermo que a Í-
nárão.
'(1)'" caúmll o screpuí.>
l'EIlCElHO DOCU~fEr;l'O

Vereaçiio da camara de CoÍlnú,'a rir S de maio de 1576, em que se accol'-


dou l'equerer a e/-rei qur 1,nandasse lil'm' c/eva sa c/as illjll1'ias e espancamentos
praticados pelos cl'earlos rle SimlÍo ra.: c/e Camões na pessoa do almotacé em ex.",
Joiio Ayres, Nas vereações ela dita CG1ltal'a de 1576 a 1577, a {l. 30,
. 1576 - "Aos ojto dias 0.0 me de majo de quinhenlo e setenta e eis anos em
e la cidade de Cojmbra e camara deJla omde e lauão jumlo o lecenceado p,o barba
de campo, juiz de fóra, anl nio Leilam, o lecenceado J,o homem, yereadore ,
e 1.0 fernalldez e pO aO, procuradores dos "imle e qualro dos me,lere, emdo cha-
mados o lidalrros cavaleil'os cidadão e pe oa da governança, 10Jos ao adiamle
a inados e chamado por porleiro e sino tangido como hee de seu cu tume anli-
guo, e e lando a'i jumto e a i 1.0 are cidadão desla cidacte e a)lmotacé em elia
ho pre nle me , por o quail foi dílo e s aqueixon ao sobredilo que elle saíra
per pelomo na dila camara pera el'llir o lall car/(o e em elle lomára juramento
pera o ervil' como eslava ervindo, e que e le sabado pasado, que forão inqno
dias de le n1<' , elle com eu parceiro esli verão exercitando e sflrvlndo seu o.fficio,
e reparlirão a carne que auia com lodas a pessoa e povo de ta cidade o milhar
que elle poderão fazer, e que por er pouqua emlão abr:lmjerão e fizerão na re- .
pal'tição e allmotaçaria quielamente de maneira que lodos fiqual'ãO atisITeilos, e
20 LUIZ

amtrD as pe soas, á. quai elle J.o ares elera carne, fora a huua escl'::lva ele Simão
vaaz camões :i. quall elle elera tres vnys ue vaqua elamelo a outras p soas de sua
qualidade mai pouqua, e que aeabamdo de ler sati sfei lo eom seu oilici!l e repar-
tÍl'a a dila carne elle almoLacé se fora pera sua casa, e estaudo em ella quieto
ceando cnlrára pela ua casa hum CJ'eado do dito Simão Vaz, o quall lhe di séra
palavras jnjuriosa e lhe lançâra a carne ao roslo, e a Iamsâra tambern búa sua
filha, que com lia estava ceando, dizemdo-Ihe ela parle elo dito eu senhor t[ue
elle tal carne como aquella não avia de comer, e que symlymdo-se di o agravado
viera pela escada abaixo após elo dito cr'auo do elilo Sinlão Vaz, onde lambem
estava huft e cravo delle em 8Ua companhia, e al'l'anquarão e~paelas nuas contra
elle, e se se não lornâra a recolher o matal'ão, e que lhe derão muilo golpes na
esquaela, e por quanlo era a elle feilo muita afronta e asi á dita cidaele por res-
peito de seu alicio que servya ela mão della, por o que lodos os nobres elella li-
quarão el iso mui escandalisados pai' e Jrazer lão granele ele orbi lancia, e que o
dito simãO vaz era useiro e veseiro em fazer semelhantes cousas e de atino, e
que por lanto elle vinlla tuelo repres'3ntar a suas merces pera. ni o fazerem o que
fo se mais seruiço dei rei noso ellhor e bem de uas ju liças e honra da dila cj-
dade. Sobre o CJuall caso toelos pratiquarão e somados os valas ~lIe acenl:i.rão e
acoruârão (nemine di crepante) que, por o negocio er muilo elino de ca ligo, se
ele se elelle conta a elRej JlO~O Senhor, e se lhe peeli-se manda e lirar dy o de-
vasa per bUli desembargador à cu ta uo dilo SimãO vaz ou per quem seu serui o
fosse, e que fo se á corte a este requerimento húm me ter pera que andase no re-.
querimento de te negocio com Gomez el Ogueredo vereador', que laa andaya, por
quanto tanbem importava á honra da cydade ser castigado o diLo simão vaaz e
a mais pessoa que ni o fo sem t'.ulpada , e que no requerimenlo'de. te negocio
se gaslase niso o que fos e nccesario, de que mandárão fazer e le auto que asi-
nárão. p. Cabm/l screpvão da camara o ser pvi com as amlfelinhas que dizem
noite, cousa e asi e nos risCjuados lodos veo, a ella - p.o cabmll o screpvi e com
a outra vaa::: 1J." cabmll o escrepvi.
l< Campos - Leitam - 1. homem- eto aranha Chaves - fl'.co de maaalluíes-
Gaspal' (oguaça - Resende - mon'íz - Teronimo de castilho - pamela - Hiel'oni-
mo giz - ant." .. , - manoell
cot?'ym
lel'onimo bmnfWo - Ruy gll::: dalmezda - voam UI'es - gabl:jel- a'" , .. -loam
leittzo
Fernandes -leronimo (I'co -11eel?'0 aO - aff01llsso aomez - m. cll - pO dias - [otio
!lea 1' üo .
Arai::: - AmtO da costa - pO a1n?'iqlle - Fc. zusarte - manoel joam - amal'o
de ... - gaspal' da bUl'qua - Sinuío a" - belchyol' pi:::.
~(E declar~ que a este. tempo que se fez este acordo alras não farão presem-
tes tllgo não emo na dila ~,daue gomez de fig. do vereador por Ser emlão absente
della e anelar m Llx." e SImão trauaços procurador lambem er fóra ela dita ci-
dade - pO cabral o screpui.l)
QUARTO Docv~mNTo
p'ro~isúo do desemb!!l'go do 'paço de 16 d~ maio de 1576 sobl'e a injw'ia (e'ita
por Sl1IWO Va;; de Camoes, de Cozmbm, a Joao AYl'as almotacá na mesma cidade,
Nos documentos al;ulsos elo al'chivo da camara de Coimbra,
1576.- a Dom Sehastüio por graça ele cleos Rey cle portugall e elos Ali "arves
el'aquem e d'alem mal' em africa s~nhor de guynee, etc. faço aber a vós ~erea­
dores e procurador ela Cidade ele COJmhra e pro~Ul'aelores dos mesteres della que "Y
a ~arla que me e c:euesles sobre o ca o da InJurya ~ ofensa que foy feito por Sl/-
lnuo Yaa;; de Camoes e seus cryaelos a Ioham ares cldaelam desa cidade eruinc'io
tl'almolaeee per elleição e obre seu' omcio. E avenelo respeito aa eallidade do
,caso e aas causas que em vasa carla aponlaes, ouve por bem ele mandar p'rouer
DE CAMÕES 21.

nelle da maneira que vereis pella p rmi ão que com esta vos eraa dada, tanto
que se fizer o que per ella mando e os autos forem em minba côrte se daraa
nel1a o despacbo que for justiça.
I( EIRey noso senhor o mandou por os (loutores pero barbosa e gaspar de
figueireclo ambos do seu conselho e eus desembari{adores do paço. pero de seixas
o fez em Lisboa aos xvj de mayo, de quinhentos e lxxvj -lohão de seíxas a fez
escreuer.
Caspa?' de fi[Jueiredo p" bcwbosa
por ellHey
I( Aos vereadore e procurador da cidade de coimbra e procll1'adores dos
mesteres della.))

Este documentos compl tam a serie dos qu o sr. vi conde de Juromellha


deixou no tomo I (pag. 1,65 a 1.73) e v (pag. 311. a ::li9) da sua edição das
Obras de Camões.

Enlrei nas partillularidad ii, que ficam indicadas, para não deixar de regi tal'
papei, a que ligo importancia; ma não entro em outro pormenore da vida do
poeta, por me falLarem elementos de igual valor e fe.

Não contestando, em absoluto, algumas das passagens que me parecem mais


explicilas e menlOr averiguadas da biographia de Camões, nos mais modernos e
amplos estudos, eja-m ainda a im licito expres ar o meu sincerissimo voto de
que venham a descobrir-se novos documentos, que esclareçam outros pontos que
têem ficado envolvidos em e pessas sombras.

Penso que o poeta nem foi Ião per eguido, nem viveu tão pobremente, como
tem corrido nas escriptura impre a, e na tradição, e como póde inferir-se das
propria lamentações expre sa em versos ou cartas.-d'elle. r umerosa- pessoas
de alLa po iç';ío o cercaram em muito periodo da sua vida agitada; e não me
convenci ainda de que o deixas em na miseria extrema depois que elle deu ao
prélo, ob a sua direcção, o livro que denominou Os Lusíadas, frullto de um as-
sombroso engenho, que impressionou espanto amente o contemporaneos, e cau-
sou a admiração das gerações vindouras, dentro e fóra do reino.

o poeta não precisa d'esses queixumes nem cl'esses lamentos, nem de frau-
des biographica , para ser grande, para ser o primeiro dos nossos engenhos, e
quiçá um tios maiores da hi toria littel':lria dos povos!

Escrevi intencionalmente sob a ua direcçãO)), porque, qualquer que fosse


I(

o contrato que Luiz de Gamõas fize se com o livr iro ou impre 01' para a im-
pressão do seu monumental livro, é certo que foi elle quem requereu o privilegio
para a ediçãO, que foi a favor cl'elle que e pas ou o primeiro alyurá, que e lê,
e em eu Jogar transcreverei á frente da primeira edição, e com a data de mui-
tos Illezes antes da sua publicação.

Se fizeram, no seu tempo, de de. i572 até i580, mais alguma ediçãO, como
pamce provavel, seria elle inteiramente alheio a esse lrabalho? Não reviu a
pyimeira edição, nem a seguinte? São ela na l'e pon ahiJidade os erros e as va-
I'lantes, que se notam nas primeiras edições 'I

E tas interrogações não significam que me levante para lançar os iundamen-


los cle uma sentença que poderá pa ar em julgado; ma , simples e genuinamente,
accusam as miniJas indecisões em tão difficil critica.
22 LUIZ

Vejo tão enleiados e em tal rede de divagações e contradicções os bíogra-


phos e os criticas, e tão romanticos, sem que nenhum tenha em certas passagens,
a probahiJida~e de acerlar, que não é po siveJ decidir-me por um d'elles, seguil-o,
e assegUl'ar :-Confiemos, Essa é a yereda clara e recta I
Vou dividir a hibliographia cao,oniana que segue, em duas partes distinctas:
a primeira refere- e ás ediçõe de Camõe ,por ua ordem chronologica; ás tra-
ducções, etc, dadas ao prélo até o tri-centenario (10 de junho de 1880); e a e-
gunda, r.espeita a todas a obras, ql1e eu possuo, ou de que possa obter informa-
çáo fidedigna, que appareceram n'e a epocha, e d'ahi em diante.
A propo ito das edições antigas, pareceu-me util indicar o~ caracteres typo-
grap11icos, em que ellas foram compostas' comttldo, 11a cufTerença não s6 em os
nome- que os antigos impre sares davam aos typos, de que usavam, mas tambem
nos desenho e no corpos, por modo que citando os caracteres empregados nos-
seculos XVI ii XVlil, mignon, bl'evial"io, pandeeta, interduo, leit1b1'a, etc., não me fa-
rei comprehender pela pessoa: que não tenham es a edições, ou que, po suindo-as,
não con11eçam perJeitamente a tecbnologia typographica, Tornarei mais faci! o co-
nhecimento dos caracteres, que cito, dando em seguida a amostra dos typos moder-
nos, que mais se approximam, no corpo e no -desenho, dos empregados pelos an-
tigos, de menor para maior em redondo e em ilalico :

iI1ignon antigo, modemamente corpo 6 n,O 5 :


Ertavas linda Ignez porta cm socego,
Ej/avas iiI/da [gne, poj/a em socego,

Brevial-io antigo, modemamente corpo 8 n,O i:


Estavns linda Igntlz posta em soc:go,
Estavas linda Ig7lcz posta em socego,

Pancleeta antiga, modernamente corpo 9 n.O i:


E tavas linda 19nez posta em soccgo.
Estavas l-inda 19nez posta em soeego,
Interduo antigo, modernamente corpo 10 n,O 6 :
Efiavas linda Ignez pofia em socego,
Efiavas linda Igne1. pofia em socego,
Leitura antiga, modernamente corpo ii n.O 2:
Estavas linda Ignez po ta ~m ocego,
Estavas l~nda I,qnez posta em soce,qo,
Texto antigo, modernamente corpo 16 n.O 1 :

Estavas linda Ignez posta em socego,.


Estavas linda Ignez posta ern socego,
LUIZ 23

Par-angona antiga, modernamente corpo 20 n,O i :

Estavas linda Ignez posta em ...


Estavas línda Igllez posta em socego,
Os mais primorosos e desvelados camonianistas lêem poslo [Í. frente das suas
coJlecçõés a obra de Garcia. d'Oda, por ser n'ella que pela primeira vez foram
vistos, á luz radiante da invenção de Gutlemberg, uns ver os de Camões. Será esta
pois, o numero
1. 10 conde do Redondo, visá Rey dalndia, Luis de Camões. (Goa, 1563).

Começa:
Aquelle vnico exemplo
De fortaleza eroyca. e de ou adia,
Que mereceo, no templo
Da eternidade. ter p rpetuo dia:
Ho grão filho de theli , que dez annos
llageJlo foi dos mi 'eras troianos,
E acaba;
Assi que não podeis
eguar (como vos pede) benina aura:
Que se muyto valeis .
'a polvorosa guerra Indica e laura
Ajuday, quem aiuda contra ha morte
E eTeis semalhante ao Gteguo fort .
Esta poe ia eslá nas primeiras pa~ina innumeradas do livro ColOqllios dos
simples, e drogas !te cousas lIledicinaes da lndia, elc., uo eh'. Garcia d'Orta, de quem
já se tralou no Dicc., lomo m, pago ii 6. Tem sido impre sa di \'er a vezes. Ulti·
mamente o r. conde de Ficalho repl'Oduziu-a no seu opu culo Flora dos Lu-
siadas; e em 'urna nola, a p~g. 213, de ouh'a obra sua, Garcia da Orta e o seu
tempo., escreveu que o sr. Xavier da Cunha publicál'a um e tuuo relativo a esta
ode, dando uma reconstituição do texto, que a elle (sr. conde de Ficalho) se lhe
afigurava perfeitamente justa,
Vem tambem mencionada no interessante livro, a que me tenho Já por vezes
referido, A imp"ensa de Goa, pelo sr. I 'mael Gracias, que na pago 9 poz a seguinte
nota quando trata de Garcia d'Orla:
.Parece averiguado que esta seja a primeira poe ia impres a de Camões que,
ao tempo da publicação do livro do doutor Garcia d'Orta, se achava em Goa para
onde veiu no govemo do vice-rei D. AlTon o de Noronha. É mai um facto de
q.ue se devem gloriar as imprensa de Goa, porque deram antes de todos publi-
Cidade aos inspirados versos do principe dos poetas portuguezes.»
No Porto foi reproduzida' em 1883, por diligencia do sr. Joaquim de Araujo,
em um opusculo de 8 paginas, sob o titulo Prúnei,'os versos ele Camões.
. A respeito da differ~nça que se nota entre a primitiva ode e a reproducção
feila eI!! 1598, em uma nova edição da Rimas á custa do livreiro Esterão Lo-
pes, '"0Ja-se o artigo A primeira p"oducçúo poetica de Camões pelo sr. 'rito de 0-
L 1Z

ronha, no Annual'io da sociedade nacional camoniana (:1881) de pago i33 a U2.


Ahi tambem se encontra uma copia phototypica da me ma ode.
Nas suas opulentas collecções camonianas, possuem exemplares lJl'inceps dos
Co/loquios, de Garcia d'Orta, que são de primeira raridade, como se sahe, os srs.
dr. José Carlos Lopes, no Porto; a bibJiotheca nacional, Fernando Palha e João
Antonio Marques em Lisboa.

2. Os Lusiadas de Luis de Camões. Com lJrivilegio l·eal. lmpl'essos em Lis-


boa, com licença da santa inquisição, & do Ordinal'io; em casa de Antonio Gon-
çalves, ilnp,·esso'l'. '1572.8.° de 186 folhas (ou 272 pag.), numeradas pela frenle,
alem das 2 primeiras; contendo o rosto, privilegio e informação do qualificador.
- O 1'0 lo (~ ornado com uma gravura, c.onforme o {ac-simile que dou em frente.
Toda a composiçãO em caracteres aldinos, ou italicos, iguaes aos empregados
em mui las edit:ões do seculo XVI.
O alvará datado de setembro de i571, que concedeu licença e privilegio a
Luiz de Camões para poder imprimir os Lusíadas e gosar os direitos da edição
por dez annos, é do teor seguinte:
cc Ev elney faço sabei' aos que esle Aluará viré que eu ey por bem & me pl'az
dar licença a Luis de Camões pera que possa fazer imprimir nesta cidade de
Lisboa, húa obra em Octava rima chamada Os Lusiadas, que cólem dez cãtos
perfeitos, na qual por ordem poetica em versos se declarão os principaes feitos
L10s Porluguezes nas partes da India depois q se desco.brio a nauegação pera ellas
per mãdado deI Rey dom ?llanoel meu visauo q sancta glol'ia aja, & j to com pri-
uilegio pera que em lépo de dez annos que se começarão do dia q se a dita obra
acauar de imprimir ém diãte, e não pos a imprimir né vender em meus reinos
& senhorios nem trazer a elles de fora, ne leuar aas ditas partes da Inclia pera se
vedeI' sem licéça do dito Lui de Camões ou da pessoa que pera isso seu poder
tiuer, sob pena de qUé o contrario fizer pagar cincoéta cruzados & perder os vo-
lumes que imprimir, ou vender ametade pera o dito Luis de Camões, & a outra
metade pera quem os accusar. E antes de se a dita obra venderlhe' sera posto o
preço na mesa do despacho dos meus Desembargadores do paço, o qual se decla·
rara & porá impresso na primeira folha da dita oura pera ser a todos notorio,
&: antes de se imprimir será vista & examinada na mesa do conselho geral do
sancto olicio da Inquisiçarn, pera com sua licença se auer de imprimir, & se o
dito Luis de Camões liuer acrecentados mais algiis Cantos, tambem se imprimi-
rão ;lUendo pera j so licença do sanclo olllcio, como 2.cima he dito. E este meu
Aluara se imprimira outrosi no principio da dita obra, o qual ey por bem que
valha & tenha força &: vigor, como se fosse carla feyta em meu nom , pelo mim
assinada, & passada por minha ChancellaI'Ía, sem embargo da Ordenaçam do e-
gundo liUl'o, titulo xx, que diz que as cousas cujo c/:Teito ouuel' de durar mais
que bum anno passem per cartas, & passando per aluaras não valham. Gaspar de
Seixas o fiz em Lisboa, a vinte & quatro dias do mes de se tembro de M.D.LXXI,
lorge da Costa o fiz escreuer.u
O parecer, que segue a este alvará, assignado por fI'. BarU{oJomell Fer-
reira, não tem data, e resa o seguinte:
• Vi por mandado da Sancta & geral inquisição estes dez Cantos dos Lusia·
das de Luis de Camões, dos valerosos feitos em armas que os Portugueses fize-
r,lm em Asia, & Europa, & não achei nelles cousa algúa escandalosa, nem con-
• I
LUIZ 25

traria á fee &. hõs costumes, somente me' pareceo que era necessario auvertir os
Leitóres que o AuLhor pera encarecer a dilJicl1ldade da nauegaçam &. entrada dos
PorLuguezes na 1noia, vsa de hua Dção dos Deoses dos Gentios. E ainda que
sancto Auou tinho nas sua Retractações se retracte de ter chamado nos ]juros
que compos de Ordine, aas Musas Deosas. Todavia como isLo be Poe ia &. fingi-
mento, &. o Autor como poeta não pretenda mai que ornar o estillo Poetico, não
tiuemos por inconveniente yr esta fabula dos Deo e na obl"a, conhecendo-a por
tal, &. ficando empre salua a verdade de no a sanla fee, que todos os Deoses
dos Gentios am Demonio . E por isso me pareceo o Liuro digno de se imprimir,
&. o Autor mostra nelle muito engenho, &. muita erudição nas Sciencias huma-
nas. Em fe do qual assiney aqui.
« Frey Bertholameu
Ferreira.»
E ta edição é rari sima. Conhecem-se mui poucos exemplares. Possuem-nos
presentemente: a hibliotheca nacional de Lisboa; os srs. Fernando Palha (que a
comprou ao' herdeiros do hiblioplJilo Fernandes, do Porlo), Hemique da Gama
Barros, João Henrique U1rieh, Antonio Augu tll de Carvalho Monteiro (que a ad-
quiriu no leilão da bibliotheca do finado con ell1eiro João FeJix Alves de li-
nhava), conselheiro Venancio De landes (illcompleto), em Lisboa.
O finado livreiro edilor Bertrand referiu, e creio que tinha isso registado em
suas nota bibliograplJica, interessantes e aprovei taveis, q le, nos primeiro annos
em que tomara conta do estabell.:cimento vend 'ra um ou dois exemplares da pri-
meira edição por 6~(j,00 réis,
Nos ullimos vinte e cinco annos os preço têem suLido sempre desde 30~000
réis até 90~OOO réis, e tendem a elevar-se, por ter augmenlado o nUlIlero dos ver-
dadeiros camoniani tas, e o de ejo de completarem as suas collecçõe de de a
primeira edição, () que é cada vez mais difficil, e difrlcilimo adqJúril-a em perfeito
estado de conservaç,10.
No leilão' dos livros do con elheiro Minbava, a que me referi subiu ao ele-
vadi,simo lanço de 250$000 réis, oITerecido pelo 1'. Carvalho Monteiro, que ainda
lançaria maior quantia se os seus competidores in istis em na licitação.

3. Os Lusiaell1s de Luis ele Camões. Com lJl'ivilegio "eal. Impl'essos em Lis-


boa, com licença ela santa inquisição cC; elo ol'elinal'io: em casa de Antonio Gonçal-
ves impl·cssOI'. 1572. 8.° de 186 follJa numeradas, alem das 2 primeiras, contendo
o rosto, privilegio e informação lle qualifi.::ador. Edição igualmente mui rara. Na
gravlll'a do. ro~lo, como se vê do specimen pboto-litl1ograpl1ico que reproduzo,
nota· c maior JI1col'l'ecção nos traços do desenho e no lrabalho do gravador, e
a dill'erença na po iç:10 do pelicano, que e tá voltado para a direita do leitor,
quando o da anterior está para' a esquerda,
A diITerença da gravura den-se, ernql.lanto a mim, por uma simples rasão
artística e typogl'aphica: isto é, ao pas arem o de enho da primeira para a nova
cbapa, a gravura, como é naLnl'al, saiu ao contrario, ou ás vessas, e assim o gra-
vador a reproduziu e !(aí~ impressa.
Não é, porém, só estadiITerença, nem a da orthooraphia, nem a de um ou outro
"eI'SO, que caractel'isa a nova ediçãO. Manuseando o livro, e evidente que os caracte-
26 LUIZ

res aldinos empregados não são perfeitamente iguaes, sendo mais sensivcl a mu-
dança do desenho nas letras capi taes, ou ver ae , do começo de cada verso, pois
na denominada primeira cdição estão em correcta harmonia com os caracteres
miuusculos; ao passo que na segunda o versaes têem inclinação diversa dos mi-
nusculo , tornando a edição, na parte artística, ainda menos bella.
o sr. visconde de Juromenha, no tomo r das Obras de Camões, ciladas, pago
4A6, paz o seguinte:
(( Sobre estas duas edições tem-se u citado uma que tão, isto é, se a segunda,
foi realmente uma nova edição que saiu no mesmo auno, ou contrafacção da pri-
meira. Eu estou per uadido que foi uma contrafacção d'csta, porém ordenada
pelo mesmo auelor ou cditor, retratada quanlo foi po ivel da edição pl'inceps,
com os mesmos typos para se não di linguirem tl'aquella, que saiu no mesmo
anno de 1,572; podia -tambem sail' em epol:ha ditferente á da data marcada no
frontispicio. O que deu lagar a esta ubtileza foi porventura a necessidade de
evitar as delongas das licenças e cenSlll'as, ou alguma caballa que se levanta se
contra li integralreimpres :10 do Poema sem as amputações que som'eu na edição
seguinte (i51liJ,). Exemplos d'estas edições do mesmo anno, parecendo identicas
no typo, mas com variante no texto, se encontram de outros anctores, e os mo-
tivos podiam ser os mesmos.»
AfigUl'a-se-me não ser facil demonstrar se a segunda edição saiu do prélo
em iti72, ou durante a vida do poeta ou depois da sua mode; e não julgo dil:Ti-
cil provar que não foi o impressor Antonio Gonçalves quem a fez.

Em primeiro lagar, não me parece que elle necessita se de fazer uma con-
trafeição. Devia de con el'l'al' a mesma gravura do rosto; ainda podia empregar
os mesmos typos e não precisar certamente de reconer a caracteres diver os. IIIu-
diria a auctoridade e os censores com o proprio material de casa. i'\em n'aquella
epocha era natw'al que um impressor, e tabelecido em o nos o paiz, podesse mu-
dar de typo de um anno para o outro. Devia de contentar-se talvez por um pe-
riodo de muitos annos, com as pequena pOIT.ões de typo, que .Ih'l fosse passi-
veI reunir pal'a a ua industria, que então não era muito procurada, nem muito
lucrativa. E é pronvel que o typo, no eculo XVI, tivesse fundição mais con is-
tente e duradoura, do que a que sáe pela combinação do metal, modernam nte,
da maior parLe das fundições eUl'op~as; e como as tiragens eram mui limiladas,
a conservação era muito maior.

Se houvesse pessoa que tivesse a possibil idade de reunir, não ó das biblio-
thecas publicas e particulares do reino, ma das do estrangeiro, o maior numero
de exemplares da duas edições indicadas, a confrontação podia reali ar-se por-
ventura com bom exito, embora esteja persuadido de que, apesar d'i so, não se
alcançaria uma certeza mathematica. _

Seja qual for a hypothese, que se e labeleça para acertar com a pes;:oa. que
mandou imprimir ele 1101"0 os Lusiadas com a data. de 1,572, o poeta enlrou para
esta nova edição com alguma porção de lrabalho? Reviu-a? Alterou-a? Introdu-
ziu-lhe variantes no Laveis na ocea ião da impressão ou no exemplar de seu II o,
que pa 'sou a estranhos e serviu para nova ediçãO? Sendo publicada depois da morte
do poeta, quem a emendou? Quem se atreveu a tocar na maravilhosa obra ele Ca-
mões? Não me considero habilitado para enlrar n'essa averiguação.

Thomás Norton apreciava as dnas primeiras edições de diverso modo, e


n'nma interessante collecção de notas mss. camonianas, paz a seguinte:
DE CA~ÕES 27

"Em '1572 publicaram- e dua edições dos Lusiadas_ E ta é a 2,', e dilTere


da L' em lUC n'e ta o pelicano ollla para a no sa esquerdfJ, e na La para a di-
reita, O alvará n'esta tem 33 linhas, e na L' 3ft" A dala na La é por extenso, e
, n'e la numerica, Em geral, a ICJ'minaçõe do preteritos na i,' são em am,
e o'esla em iío, E no canlo li, st. 96, na 'L- lê-se, liberdade, e n'esla liberali·
dade."
A e ta no la segue no m . cilada, a copia de uma carta de Rodrigo da Fan-
eca [agalhãe que mantinha amai cordiaes ~ intima relações com Thomás
•'orlon, e n' lia lhe escreve, ob data de 28 de fevereiro de 18ft,6:

"O Castilho (José Feliciano) remetteu-me tres exemplares do Lusiadas to·


do de '1572. Dois com frontispicios iguaes, um com sua. difTerença. Entre os
dois primeiro ha breves dirreren as. que lhe fazem crer signif]cnrem ella duas
edições, O Lerceiro tem como uigo, o me mo fronli picio e varianles com os dois
]lriOleiros, d'ahi resulla a opiniãO de quc foram lres a~ edirões d'aquelle anno.
Kão acho que ejam ar"ument os que se enlpregam para se darem o dois pri-
meiros volume como r presentanl s d duas ediçõe., porque é mai que pos il'el,
é provavel que na conlinuar,io da tiral:pm .e fo.sem achando falta, que e jam
corrigindo em de prezo da primeirn folhas, o que 'ncoJ1tec com a do Morgado
Mathells, onde em uma da' oitavas m )(lgnr de um D e lá FT, Considerando a imo
perfeição do prélos, da composir[jo, do ~orreelore, dc ludo, quem não vê que
1 Lo devia as im aconLec l" Pai. é cm umma n'islo que se fundam os argumen-
tos, = (A) Roeb'igo da Fonseca i11agallu'ies.»

Em 1 50, o conselheiro José relicinoo de Castilhd já Linha entregue a Me-


?IIOI'ia, que adeante meol'iono. a ua mage lad o imperador do Brazil, porém
aiuda eslava convenr:ido da exi lelll:ia, até o pre nle não averiguada de varia
primeira edições. .:'\'uma carLa a NOlton e creve do Rio de Janeiro o eguiute:

" ua ma estade o imperador do Bra7.il, um dos mancebo dc mai va ta in-


telligen ia c mais universal leitura quc lenho conhecido, enunciou-me o desejo
de lhe examinar um exemplar do Lnsiaclns, que elie guarda como lhe ouro, e
que era fama I I' pertencitlo ao proprio Camüe , e e tal' lodo por elle annolado,
Faz a honl'a d' Le monarcha o dlzcr·s que a quem lhe deu esl livro velho, eu-
ch u elle, por i o, de honra e nlercês: ouço que o condecorou qu lhe deu uma
cai.x:a calo brilhantes e fiualmenl lima das m Ihoro abbadia d'e le imperio. Fiz
um profundo c tudo sobre e le livro e achei po ilivamenle er o famoso exemplar
da livraria de ,Benlo, de que f;\lIa o Trigo o, n'llma nola da sua memoria, o
qual cxemplar tcve a orle de 10110 o bon livro dos no os eonvcnLos, foi rou·
bado por um frade do mesmo mosl iro,
"Fiz anUio ullla memoria de Inai. ue cem paginas in·folio demonslI'ando até
a evidencia que não havia uln vi IUll1bre de fundamento na opiniãO que, desde o
meado do s culo passado, aLtribue o commenLario manuscriplos d'e te livro á.
penna de Cam6e . Ora al(ora, o qu n1\o é para uma cousa averiguada, é e e te
yol~me não foi do uso de Camões, o que me deixa su pilar uma quasi illegivel
m~lCação do rl'outi picio. O examc d'e te novo exemplar da t:hamada egunda
edição ue -1572, conlirma a desconf]ança que a conrl'OoLaçiiO de val'io livros d'es a
data em mim uscilal'am, a aber: primeiro, que não foram só duas, mas LTe ou
q~all'O as edições datadas de 1572, Seoundo, que apena uma foi realmente pu-
bhcada n'esse anno, e Lodas as outra o fora,m subrepLiciamente no intervallo que
(lecorreu até i584.=(A) José Felioiano de Castilho,» .

Anoos depois, José Castilho não mudára de opinião, V. a ob ervação de ln·


noceooio, no Diee., tomo v, pago 251 n,' 1.
28 LUIZ

o padre Tbomás José cle Aquino no fim da edição, que dirigiu, e não é
de certo das peiores que possuimos, poz a seguinte nota copiada textualmente:
"Ao tempo que estavam debaixo do Prélo as ultimas folhas d'e te IV tomo,
nos foi dito, que o Reverendi simo 'Padre Mestre, o Senbor FI'. Franci co dI!
. Bento Borba, Monge l3enediclino, Doutor pela Universidade de Coimbra di·
gnis imo Deputado da Real Mesa Cen oria, e bem conhecido pela vasLidão da
sua Ii:Lleratura, pos uia um exemplar da primeira Edição dos Lusiadas, com al-
gumas notas marginaes, cJue se dizia serem do proprio punbo do Aucto/'. Sem
perJa de Lempo pl'Ocur:imos a este DouLissimo Religioso, o qual empenhado
tanto na gloria do Poela, como em Ludo o que pólle uLilisar a Républica LiLLera-
ria, com a maior bonevolencia e generosidade, nos facilitou o examinarmos o
referido Livro em que não aclümos outra cou a que algumas nota bastante-
mente superficiaes, e pertencentes :i Mythologia, de sorte que, po to que a !eh'a
de que e Lavam e cripLas inculcasse !la tanLe antiguidade, poi que já algumas se
não liam, o juizo que fizemos foi, que a taes nota não haviam ido e cripta
por Luiz de Camõe ; por quanto e lião faz criveI, que hum tal homem e occu-
pa se em explicar humas cou a facilimas de comprehender, ainda por aquel-
les que são menos instruidos em similhantes e tudos, e deixa e outra que no
mesmo Poema ha d\l summa clifficuldade, e que mai neces itaYam de declara-
ção. Observámos, alem d'isLo, que as me mas notas e criptas em hum dos Exem-
plares da primeira Edição; os quaes por terem sahiuo con ideravelm nle errados
em muitos lugares, foram logo emendados pelo Poeta em outra, que, e fez en1
'Lisboa no meslno anno de 1572, em que havia sahido e sa pl"imeira. E não nos
devemos convence.r, de que tendo Luis de Camões Exemplares certos no Llei-
xa~se notas em hum dos que o não eram, principalmente não fazendo neHas
menção (como não fazia) d'esses me mos erros.
" Por lorlas e ta. razõe , e porque os no os Leitores tem no Index de João
Franco Barreto, que lhes damos depoi da Lusiada, huma noticia muito mais
copio a da NJyllwlorria que o Poeta toca, julgámo' estas notas menos digna de
attenção, e que se deviam omiltir. Deixamos, porém, aqui esta adver~encia, para
que 110 caso ejue para o futuro appareçam se não enLenda que escaparam :i'no sa
diligencia.
I) •

Ia sua interessante memoria ácere.a da Primeira edicúo dos Lusiadas diz-


nos o (', Tito de Noronha (pag. 19 e 20) : •
cc E e Lão perfeitamente caL'acterisadas as duas edições pelo rosto; conhece-se
que são di tinctas; mas não é só por isto; pela analyse typographica dos exem-
plares chega-se á convicção que são edições disLinctissimas.
cc Sei\uindo a orden~ numeral do morgado de latheus vê-se que na pri11leú'a
o alvará rle privilerrio contém trinta e quatro linbas e a data e tá escripta por ex-
ten o - 71inle e quatro dias do mez de setembro - e na outra trinta e Lres linhas
~ a data em caractere romanos - xxurr de setembro - rrs linhas deixam de
ser identicas na partição desde a vige ima segunda em diante.
cc A paginação é igual, mas não é igualo olho do Lypo; n'uma o t ligado
r
o s não excede o olho· da letra; na outra, o s tem a fórma do sem travessão;
n'uma os CC versaes descem abaixo do olho da letra, contornando interiormente
a letra qn se lhe segue; na outra o CC terminam na linha inferior do olho da
letra; alem d'isso, os reclames não esLão .iu tamente em pontos iguae" nas duas
ediçõe, bem COlpO ambas são dill'erentemente espacejadas em mais de um
ponLo.
cc A orthograpl1ia, com quanto pouco uniforme em al)1bas, é tambem diversa
entre aS'duas edi~,ões; na lJrimeim, as terminações dos versos acabam em am,
na outra em úo.
cc Alem d'isso, ha dill'flrenças que bem caracterisam as dnas eelições, como
DE CA,'rÕES 29

por exemplo o segundo verso da estancia 56 do canto IX, que na primeira


se lê:
« Filho de 1I1m'ia :i. terra, porque tenho»

"E na segunda:
rc Filho de Moya, etc.))
"Nas dua ediçõe existem igualmente diITarenças de palavras que as fazem
distinguir, e erros que não são communs a ambas. A lUa 1'e tas differença se-
ria lon"a. Quem mai por miudo quizer r.ertificar-se do caso, pMe consultar a
edição do morgado de Matheu e o Excune de Trigo o, que ambos larga e copio-
samente tractam do a umpto, e mais amplamente, as C/ifl'erenças orlhogl"Ophicas,
na edição Jw·omenha. vaI. VI (Li boa, { 70), pa". 483 a 5i9.))
o conhecido e benemerito livreiro editor portuen.e, Antoni Rodrigues da
Cruz Coutinho (já fallecido), no estudo de propria lavra, que inseriu no seu ]n)"-
nul do Porto, e depois paz á fI'ente da ediçúo do Lmiadas, em 188:1, inclina-se
ao p:1recer do sr. 'fito de Noronha, acerca das. duas primeiras ediçõe . Veja-se a
edição citada (de :1881), pago Lxm a LXIX. E trabalho digno de se ler detida-
mente.
o e tudo mais recente, que eu conheço, a respeito das duas primeiras edi-
çõe . é o que e comprehende n'ulll importante lil'l"o publicado ob a direcçi\O do
.1'. Saldanha da Gama, como digno, zelo o e erudito bibliothecaJ'io da bibliotheca
nacional do Rio de Janeiro, com a coJlabol'ação ue diversos empregados: Catalogo
c/a exposirúo permanente dos cimetios da bibliotheca nacional. (Hio de Janeiro, na
Iyp. de G. Leuzinger & Filhos, :18 5. 8.0 gr. de x1-J059 pau. e mais 11 innume-
radas e 5 estampas photo-lithographicas). \ em n'e ta obra de pago 300 a 306.
De\'o um exemplar á benevolcncia do illu Ire auctor. que m'o ofl'ereceu por in-
lermedio do meu dedicado carl' pondcnte, amigo e favorecedor, sr. Joaquim da
Silva ~lello Guimarães. O auctor, citando e tran crevendo pade do arligo do
sr. Tilo de Nor nha, ao qual me referi acima, refuta algumas de suas ass rções.
Darei a amo tra da critica, que me parece estar denlro do limite. das by-
polhe e e apreciações, que lenho feilo na erie de longa anal~' es a que sou
obrigado em tão difficil a umpto. Bom é conhecer tocla as opiniõe , e le temu-
nhar o intere e com que escriplores competente e de levantado merito se en-
tregam, com entranhado amor, a exame, que desanimam e enfadam pela aridez.
De pag, 30lj, a 305, da obra cilada, lê-se:
,
"As a.serções - cc que e não deve presumir que um impl'e 01' orthorrraphe
a me ma obra por doi modos difIerentes no me mo a11l10, e que se esquecesse
de dizer que a egunua era uma nova ediç;io, visto que para i so tinha privilegio
por dez annos)) - não ão tambem praceei nte .
"Porque 11m impressor, no mesmo anno, não póde orthographal' a me ma
obra por duas fórmas diJlerenles? Qual o obstaculo? Nas ·eeliçõ í\nti"as, e ainda
nas modernas. não se vêem as mesmas palavras orlhographadas de moelas clilfe-
renle até na mesllla linha?
"O privilegio concedido por dez anno para a imprtl ·são da obra, não isen-
lan o aur.tor e o impres 01' da difficuldades e delonga de no\'o exame ou cen-
sura, caso quizessem reimprimir a obra. Esta, como pen am mujlos, pMe ter sido
a cau a Lle haver o impressor 000 illido a declaração de . egl1nda á nova ed içITo.
. "Não nos parece provavel que Camões [jyes e cOl'I'igiLlo e dirigido pessoalmente
almpl'es ão da chamada egunda dição; mas, a imilhança que exí te entre a luas
faz-no crel' que aíram ambas da officina ele Antonio Gonçalve no allno de 1572.
A hypothe e aventada pelo sr. 'aranha de haver sido reimpl'e sa a obra em :15 5,
3D LUlZ

com os me mos typos compl'ados a Antonio Gonçalve , não tem a menor proba·
bilidade. No largo e paço de tempo de treze annos, p tes typos, ou estariam com·
plp,tamente iuulilisado , ou já muilo ga to ; e, quando não e tives em, não é de
presumir que, em mãos de outra pessoa, tivessem produzido urna obra irnilhante
á primeira.
fi, , , a 1'a ão de estar no Summal'io ele Lisboa o pelicano com o collo voltado

para a esquerda, e dever e tal' assim na prillleira edição do Lu illdllS, não é va·
liosa. Não !la duvida que se fizeram duas portada ; uma tem o pelicano com o
1:0StO vollado para a esquerda, oulra o tem com o 1'0 lo voltado para a direi la,
E certo tambem, como diz o sr. r oronha, qu a que foi empregada no Swmnario
é a que tmz o pelicano com o col1o voltado pal'a a p querda, Qual d'ella , porém,
foi empregada na primeira edição e qual na egunda't É esle exactamente o ponto
da duvida, que o r. Noronha não re o\l"e. A razão qu dá n:l0 é ba lantr. para
affirmar-se que a chamada segwula edição é que é a primeira, por i o que lem o
pelicano com o 1'0 lo voltado para a e quertla.
fi Em um ponlo estamos de perfeito acconlo com o sr. Tito de ~aronha: é

quando combale a opinião do conselheiro Jo é Feliciano de Ca tilho, que enlende


que, com a dala de 1572, houve tail'ez quatro, e pelo menos tres eJições. Em
verdade, a explicação que dá o I'. ~ol'onha das variante enconb'adas pelo con·
elheiro Castilho é muito plau ivel: q A dilferença que porventura se pos am
fi encontrar em exemplares similhantes provém de s terem bal'lll!lado cadernos
cc ou m('slllo folhas dos dois exemplar·e., ou me mil de e haver enlrrsachado em
cc exemplares incompletos quae quer folhas de ediç:ões p sterior s e parecidas.
fi Por esta fórma, dua edições podem parecer tres ou quatro, e mai até, por não
cc conferirem l'el:lissimamente em todas as uas folhas, com quanto apparenlem
cc lll11 todo commum."

Todos os eseriptOl'es e bibliographos lêem dado, até o pre enle, :is primeira:
edj~üe o formalo em 4.' Tenho duvida a respeilo d'essa cJassillcação, e porei
aqui as rasões em que me fundo.
O formato de um lino, cuja verificaçã é uma das primeira difficuldades da
bibliographia nã é o que se repre enta. á ,isla' ma é delerminado peja sua
composiçãO ou feitura, nas relações :lrlislicas l'ntre o impressor propriamente
dito, o encadernador. Por es-e motivo, cada folha que sáe das mão do lypo-
gmpho para as do impre SOl' tem, para guia e certeza t.la tiragem e da encader·
nação, uns signa s, que na lechnol'lgia lypographica ão denominado TlLbl'icas ou
assignatw'as, Com eJla , o illlpre '01' abe como ha de til'llT e retirar a folha,
i to é, o que é a pl'Ímeil'a lira\rem ou bmnco e segunda tiragem ou l'ptiraçLÍo; e
o elfcadel'l1ador sabe como ha de dobrar a folha e dar a (órma ou o (ormato ao li 1'\'0,
Para delerminal' poi , ao livro o formato em 4.', ba lavam antigamente duas as-
sianct/ums na folha, uma na primeira patlina e outra na lerceira; u o que os mo-
dernos processos typographico , e a. melhor educação dos artistas, tem modifi-
cado.
Ao examinar mais altentamenle pela primeira vez e com o alvoroço de ama-
dor um exemplar da edição pl'ince]Js do Lusíadas, e tranhei que cada folha li·
ve e quatro assignatums A, .ti 2, .ti 3, A 4, COl'l'Pspondendo á primeira., lerceira,
quinta e elima paginas; e conhecendo a cla sifil'ação dada pelos bibliographos
repetida de uns para oult'o , naturalmente sem poderem fazer previa e directo
exame, pensei, de mim para mim, que (J sa CI:lOsillcação podia ser errada,
Depois, proporcionou- e-me vei' um exemplar desmanchado, que e lava para
lavar, completar com reproducções photo·lilhographicas onde havia faltas, e en-
cadernar de novo; e vi que as assignatttras linham determinado desde logo uma
tiragem em 8,' e não em 4.', porque o branco e a l'etimçúo ca avam perfeita·
DE CAMÕES 3!

mente e não davam outro formato senão o 8.°, e esse fôra o proposito do ~ditor
ou impressor.
Objectar- e-ha que a linbas de agua do papel testemunham ([Ue ali está um
g,.o e não um 8.° Acceitando a objec ão responderei que não entro n'e sa aprecia-
ção, porque não po~ o indicar qual era a fór,?a lotai do papel empregad~ para ~
impressão dos LImadas, nem de qual locahdade, nem em quaes condições fOI
fornecido ao impre ar.
Ácerca do exemplal' que pertence ao imperador do Brazil, o sr. D. Pedro II,
e da Memoria que e cre'-eu o conselheiro Jo é Feliciano de Castilho, citados no
Dicc., lomo v, pago 251 devo acrescentar o eguinte:
(o Catalogo da exposição camoniana reali ado pela bibliotheca nacional do
Rio de Janeiro a 10 de junho de 1880 (lri-cenlenario de Camões), em o n.O 1.,
de cripção do exemplar perlencenle a sua mage tade o imperador, leio e ta nota:
«Precio o exemplar com as aracleri ·ticas da chamada segundn edição. Traz
nn folha do privilegio em uma linha e por latra do lempo c Iti. curio,is ima indi-
cação meio apagada: Luiz de Camões. srll do/ia 576.
"Foi no cculo pas ado propriedade do monge lhealioo fr. João Bapli ta,
pa sou ao podor do benedictino fr. Alexaudre da Paixão, e por morte d'este á
livr:lria do convenlo de . l3enlo da alllle em Li uoo.. Já n'esle eculo veiu ter
á mãos d fr. João de S. noavenlura Cardo o, o qual d Sanla Catharina, por in-
termedio uo fallecido senador Jo é dn ilva Mafra, o ofTereceu em 18~5 a ua
mage.tllde o imperador actual po uidor do livro. (Vide Memol'ia do consellleiro
Jo é Feli 'iano de Ca lilho, 1. 80.))
A 11/emoria a que se referiu Innoconcio e é citada pelo auclor do Catalogo,
estava inedila á pulJlicação do tomo v do Dicc.~ e fÔra eseripta em 1.8g,8 6 para
sua magr tad o imperador. Por occa ião da fe la do tri-centenario camoniano,
o r. D. Pedro li deu licença ao então bibliolhecario da bibliothp.ca nacional do Rio
de Janeiro, 1'. Bamiz GaIvão, pal'3 que a manda -e copiar, e fize e imprimir no
tomo Ylll do Annaes da me ma bibtiolheca, e d'ahi foi impressa em separado,
como nova homenagem cm lão grandiosa olemnidade.
Ahi se lê (pag. 10) :
IIE te ex mplar da (chamada) egunda cdirão dos Lu -iadas, de 1.572, era mui
conhecido em Portugal onde occupou frequenlemente a atlenção do bibliogra-
pho e dos admiradores de Camõe . A tradirão allribuia a e te livro a inapre-
c!avel honra de ter pertencido ao proprio aUl:tor dos Lusiadas (o que é mui po -
Ivel, talvez provavel) 'dizia-se er lelra do poeta o muito que em tão curioso livl'o
apparece manu criplo; o que tudo o lornava objecto de particular culto e vene-
ração.. -
E na pago 24, para 25 :
" ... decididamente jul"o não poder-ser objecto de questão:
"que mmca rOl'am de Camões as notas qite se escreveram no exempla1' de .~lla
magestnele imperial.
. IIÉ, por m, mui pos ivel, provav I me mo, que este volume pertencHsse ao
prll.lcipe dos poetas porluguey.es, pai por baixo do alvará se lêem as palavras--
ÜtlZ de Camões sett dono - as quaes são de um caracter mui conforme com o do
secl110 VJ, - de letra, de que não torna a apparecel' uma palavra em todo o de-
curso do volume, - e phl'ase emfim escripla sem aJTectação, correntemente, e com
32 LUlZ

tal negligencia ql1e até as palavras, ainda frescas, foram roçada, a ponto de quasi
se tornarem inintelligivei , o que tira a idéa de um calculo L1oloso. Cumpre en-
tretanto notar que n'essa linha o appelliL10 está escripto Camoens, isto é, dilTe-
rentemente do modo como o poeta o imprimiu.
"A serem pois fundamentadas as minhas ob ervações:
"este exemplar pertcncen na. primitiva a tuiz de Camões, o qual todavia n'e/le
mio escreveu 1t1JUt só l.inha de conceitos."
Ao que o sr. dr. Ramiz Galv~o põe esta nota:
.Aqui parece ter-se enganado o con elheiro Castitho. O auxilio da lenle deixa
percebeI' distinclamenle Camões, ainda que á primeira vista sc possa crer na in-
tercalação de um n pelo já mencionado elfeito do roçado da tinta.
"E alguma cousa mais. Adiante da plll'a e Luiz de Camões seu dono, com o
auxilio da mesma lenl se di. tingue, posto que apagadissima, a data 576. Este
facto corrobora a h)'pothe e de haver pertencido ao poeta este precio o volume,
e traz para a di cussão do as umpto mais um argumento de peso, que é pena ti-
vesse e capado ao sagacissimo auctor da Memoria."

D'esta segunda edição, são conbecidos os seguintes exemplares em Lisboa:


da academia das sciencias, da bibtiotheca nacional (dois, um em melhor eslado
de conservação, que o outro); dos rs. Fernando Palha, COIl elbeiro Gama Bar-
ros (quc pertenceu ao fallecielo José Maria da Fon eca); bacharcl Antonio Au-
gusto de Carvalho Monteiro (que o adquiriu no leilão do livros do conselheiro
Minbava), e João Henriquc Ulrich; no Porto: o sr. dr. Jo é Carlos Lopes; no Era-
zil : sua ma{;(e tade o imperador, o gabinete portuguez de leitura do Rio de Ja-
neiro, e a bibliotlleca nacional ela mesma cidade; e em Paris: a bibliotheca na-
cional. O excmplar da segunda edição, que possue a bibliotheca nacional do Rio
ele Janeiro, foi comprado em 1880 ao livreiro cditor, r. E. L. Gal'llier por
405~OOO réis (moeda fraca). PertenCêra a D. Diogo de Rocaberti y de Pau, cuja
a signatura aulogmpha vem na folba do rosto. Eslá em perfeito estado de con-
servação.

Os preços têem sido de de 30$000 até 90$000 réis, com tendencia para
alta. O sr. Carvalho Monteiro adquiriu o scu exemplar, no leitão de Minhava, por
250~000 réis. Veja-se o que escrevi a este respeito, quando tratei da primeira
edição.

No leilão de livros do fallecido Jo é Gomes Monteiro um exemplar, fallo de


1'0 to, mas no restante em soITrivel estado de conservação, foi arrematado para o
SI'. dr. Jose Carlos Lopes por 14~200 reis.

Quando falleceu o con elheiro Jo é da Silva Mendes Leal (em Cintra, 22 de


agosto de 1886) apparlJceu dois dias depoi publicado o seu testamento, e um
dos lei!ados a eu cunhado o sr. Frederico Biester, negociante e vereador da mu-
nicipalidade dc Lisboa, foi o exemplar la mui mm edição dos Lusíadas de
1579. Como não vi nunca e e livro, e por me lembrar que o Onado escriptor
o tinba em grande <lpreço, empreguei 11S passivei e conYenientes diligencias para
que a vi,lva, ou o legatario, me favoreces em permittindo que eu o 'xaminasse.
ão o con egui, porém, até a bora de elltrar no prélo esta folha, por me re pon-
derem que o livro ficára em MadriL1; CGJJltudo Jogo que ries e com o c,polio,
que f6ra mandado vil' para Lisboa, me seria mostrado. Passado um mez, tive,
por parte da ex. m • viuva, nova informação: nem em Li boa, nem em Madrid fOra
encontrado o exemplar citado. Se o acharem tralarei opportunamente, d'eJle,
pois a data de 1579 desperta-me a mais vi va curiosidade.
os LVSIADAS
...
DE L II 15 D E CAM O.E S.
4 .;fgor.s ~e n8U9 impTf~o • 'OIlJ .lgúlfA J1n7lotO·
!ões,de diue/{os ,lfutores.

V Com ltcenfit do Sllpremo únfil[,o 44 SlJnFU


. ($' GemI!lnqui/i{ão,por M.nOfi de LJ7a.

I.m Lisboa. AÚno de ag4-'


Canto terceiro. . 76"
re&rlúo CJrnÕeS,pOT'lUe tOnjlUou 'Õl'4 II ptlt,;a,
($O /eu4ntanJofe eom 1& CiJ4JÚ tÚ Eua,a. f!J'jU<f6
lo",,,c,",maIJU em blltalb. , "'pifáo JiI'lueJJ4
p,oUlnúa. (9' fezftu '!fjento na t iJ aele. .
• (111114 OS árUS por ona't 'l1~ ti agoa d, tUatk. 'bit"
ffU/b: ttrgene". por1 fi t b~'n4 agoa ati p'afll.
t FDJ ,,,mtUiIl401M,,*,os por Gira/do fim pauo1.
I .. na cidade Beja var tomar, 46
Viug.lup, de Tranco[o ddlruid.a,
.Affonfo que nio fabe fOlfegar.
Por eftcllder co a rama a curta vida:
Ni.o fclhe pode muito [oO:entu
A Cidade: mas fendo ja rendida.
E~ toda a coura viua,a gente yrada.
~ro\lando os fios var da dura efpada.

C.om dhs Coj ugada foy Palml!lb, 47


.E a t pifcofa Cizimhr.l,& Junta.mente
Sendo ajudado mau de f\laefrrcHa.
Desbarata hUlh exercito potente:
Sentio o a Villa.& via o a ferra d~,
Q!lC: a Cocorrdla vmba dlhgellte.
ua
Pella fralda Cerra defcuidado.
Do temcro[o encontro inopinado.
" l-hM4 pifcO{.t.pOTq em certo tepo (c '&Jfint4 iÚi
&!~d, fiil/d"a, 4e fift~s,peTa fi p'l/!aié á .Jfffric.:
li 1: O R.t:l
DE CAMÕES 33

*
* *
4,. Os Lvsiadas de L1'is de Camões. Agom de nouo impresso com algüas Anno-
taçoens de dtlterslJs Autores. Com licença do Supremo Conselho da ancta §f geral
I'f/quisiçiío por l1Ianoel de L1/m. Em Lisboa. Anno de 1584.8.° de xll-(innumera-
da )·-2~O 1'01. - Tem portada gravada' e depois da lic n{;a da l:Luaada outra
gravura, que anlecede o poema. Pa.ra vital' a descripções do desenhos, que nem
sempre saem perfeitamenle correclas, reproduzi não só a mencionada, estampas,
mas a pagina onde o annotador poz a celebre nota dos 11iscos, que deu o nome a
esla edição. Ficam assim b m vi iveis os eu caracleri 'Líco.; isto é, alem das
duas gravuras vê-se que a impres ão do poema foi feita em lypo redondo (es-
pecie de inlerduo, ou corpo :\O moderno), e em ilalico a annolaçôes, que se re-
ferem ás estan ias. Os cantos lêem argumenlos.
Note-se que o censor d'esta edição foi o mesmo da primeira edição, e que
deu o seu parecer da seguinle fórma, aliás mui imple embora hOll1'osa pam o
poela, estranhando-se por isso que elle consenlisse que o livro ai se tão nota-
v~lnleole deturpado.

II Vi por mandado do IIlustri imo & Reverendi imo Senhor Arcebispo de


Lisboa, Inqui idor Geral de tes n yno~, os Lusiadas de Lui' cle Canlões, com al-
gúas glosas, o qual liuro asi emmendado como agora vay, não lem cou a. contra
a fec & bõ "'CO lumes, & póde e imprimir. E o autor mostrou nelle muito enge-
nho, & erudição. FI'. Bertholallle1t Ferreim.ll .
A licença para a impressão, clalada de Lisboa a 15 de maio de 1584" é assi-
gnada por ítfanoel de Coadros, Pmtlo A(o!tso e IOl'ge Sarráo.
Como se sabe, e la é a ediç,ão revista e deturpada pelosjesuita . Veja-se a obser-
vação, que acompanha a de cripção feila no Diec., lomo v, pacr. 251, de lin. tÍO."
a 50·; e o qne e creveu (l r. vi conde d JllJ'omenha, na ObJ'Cls ciladas lomo r,
pago IJA7 a M19, e e pecialmenle a pago M8, do penullimo paragrapho em diante.
Po, uem exemplares: em Li,boa, a bibliolheca nacional (dois, defeiluosos);
e os srs. Fernando Palha (que era o da copiosa bibliolheca de Fernandes, do Por-
to), conselheiro Henrique da Gama Barros João Henrique Olriclt, João Antonio
Mal'ques (incomplelo), e Antonio Augu lo de Carvalho Monteiro (que era o da
collcCÇão do conselheiro Minhava); om Villa Real, ca a ele Malteus, o sr. conde
de Villa H aI (que era o da collecção de Jo é Gonles fonleiro): no Porto, os
51'S. Antoni ~IOI'eira Cabral, visconde ela Ermida e João Vieira Pinto (fallecido);
ll~ ilha de S. Migu I, o SI'. Jo é do Canto; e no Rio de Janeiro possuiu um Fran-
c~sco Maria Cordeiro, ja f..lIecielo (esle exemplar passou para o ~eu irmão, sr. Lu-
ciano Cord iro, ele quem já lralei no tomo antecedente).
Os preços dos exemplares d'esta edição lêem variado ele ele 30,.')000 a 90~000
J'éis, por sorem considerados lã raros como os das primeiras ediçõ~s. Os collec-
clOnadore', ainda quando os exemplares apparecerll d feiluoso , fazem subir muito
o seu valor. No leilão do lilTos do fallecido Gome 10nteiro do Porto. subiu a
iOfi,ilOOO réi ,para o r. conde de Villa Real; e no do fallecido conselheiro Mi-
Ilhava, o SI'. Cal'valho Monleiro aclquiriu o exemplar que possue por 180~000 réis.
Um cios velho BertranL\ mais daelo a as umptos bibliographico , que to-
mava de vez em quando nola' inleres anles acerca de edições mais raras, ou me-
nos conhecirlas, que lhe passavam pelas mãos nos vastos armazens da sua antiga
TOMO XIV (SI/PP!.) 3
34 LUlZ

livraria, no antigo Chiado (hoje, rua Garrett), asseverava que a edição dos pis..
cos, que possuia Minhava, 1h'a venclêra elle por - sete cruzados novos (3~360
réis) !

*
* *
5. P?'imeim lJa?'te dos Avtos e Comedias 1Jortvgvesas, (eitas por Antonio Prestes
§f por Luis de Camões, §f por outros Autores POl'tugueses, cujos nomes vão nos
principias de suas Obl'OS. Agom nouamente Jllntas . emendadas ne ta pl'úneim im· '
p?'essüo, por Affonso Lopez, moço da Capella de sua Magestaele, §f á sua c'l/sta. Im-
pressas com licença §f priuilegio Real. Por Anclrés Lobato Impressor de tÚtl·OS. Anno
M.D.L i.X.xnJ. 8.° gl'. de 179 fi. numeradas pela fl'ente.- Tem portada formada de
·vinhetas, mas de de primorosa composição typograpbica.
A censura é de FI'. BertolmnelL FelTCym. A licença para a impressão tem a
data de Lisboa ele 2 de setembro de 158ti, e a assignatura ele 101'ge Serrão e AlI-
tania de Mendoça.

N'este livro é que appareceram pela primeira vez os dois autos de Camões:
Auto dos Ell(atriões, que corre do fim de folho 86 a folho 1.01, e o Auto de Filo·
demo, que vae de fi. :1.43 V. a fi. 163.

V. o Dicc., tl)mo I, pago 24i e 242: e tomo VIII, pago 288; e o tomo I das Obras,
pelo sr. vi conde ele Juromenha, pago 449.

A bibliotheca nacional de Lisboa possue um exemplar, posto que incompleto,


d'este rarissimo livro. o Porto fez-se ulUa reimpressão d'este modo:

Autos de Antonio Prestes. 2.° ediçlÍo, ext1'01lida da de 1587. Revistos 1Jor Tito
de Noronha. Porto, imp. Portugueza, 1871. 8.° de xI-503 pag.-N'esta reproduc·
ção s6 entraram os sete autos ele Antol}io Prestes. Não for3m, portanto, incluidos
os restantes trabalhos de outros auctores, que figuravam na edição de 1587, acima
notada. .

6. Os Lvsiadas de Lvis de Camões. Agora de no~tO impresso, com algüas ano-


tações de diuersos Autores. Com licença do Supl'ellw Conselho da Sancta, e geral
Inquisição, por alant(e~ de Lyra. Em Lisboa. Anno de 1591. 8.° de q, in-186 fL
numeradas só pela frente, e mais 34 fi. innumeradas com as annotações. A nume-
ração do poema chega só até a fi. 184, e a' dua se7,'uinles não têem numero.-
O fronLispicio tem gravura igual á da edição de 158!j,. A impressão é em caracle-
res redondos communs.
A cen ma e a licença téem as assignaluras e a data da edi\.ão dos piscas. Por
esta ciJ'cumslancia se julgou que era l'eproelucção fiel da de 158(j,; engano. Não só
o editor fez c6rtes em as notas, incluindo a celebre dos 7Jiscos, mas reuniu as notas
no fim do poema. Tambem não ajuntou a taboada.
Não sei como poderá explicar-se porque, sendo notavelmente modiücada esla
edição, e appal'ecendo sete annos depois da de 158(j" não foi necessario tirar nOl'a
licença, e veiu á luz com a que já tinha sido concedida n'aql1elle anno, quando ti
certo que para cada edição corria no\'o processo nos tribunaes competen Les, Os
DE CAMÕES 35

que pretendiam melhorar, de certo modo, a edição de i584-, consentiriam n'isso,


com li idéa de a inuWisar?
Em alguns exemplares, como o da bililiotheca nacional de Lisboa, nas duas
ultimas folhas faltam os n,·s 185 e :1.86.
Possuem exemplares: em Lisboa, sua mage tade el-rei o sr. D. Luiz I, a bi-
bliotheca nacional (defeituoso), os srs. Fernando Palha (que era o da collecção
Fernandes, do Porlo), e Antonio AUl{uslo de Carvalho Monteiro (que perlencêra ii
coJlecção Minhava) ; na ilba ele S. :Miguel, o sr. José do Canto.
O da collecção Fernandes fôra comprado por e te pelo prcço de 90~000 réis.
O do sr, Carvalho Monteiro foi adquirido, no leilão Min'hava, por 15i~000
réis,
Por um exemplar da edição de 1591 o illustre e benemerito bibliopbilo conde
de Azevedo, já fallecido, oíferecia em t mpo 80.;5000 réis. Li i to n'uma nota
autographa em um livro que pertencêra ao sr. Camillo Castello Branco (boje
visconde de C9ITeia Botelho),
O exemplal' de el-rei o SI', D. Luiz pertenceu ao sr. José Homem de Sousa
Pizarro, que o o[ereceu a ua magestade, l'íão está perfeito.

7. Rhy/hmas ele Lvis de Camoes, Diuielidas m'n cinco pal'tes, Dij'igidas ao muito
lllllstre senhor D. Gonçalo Coutinho, IIlI7Jl'eSSas com licença do supremo Conselho
c/li geral Inquis(çiío,« Ordinal'io, Em Lisboa, PaI' Manoel de Lyl'ft, Anno de
N. U. Lxx;" X\'. li custa de Esteuúo Lopez mercudol' de libras. K> de 8 in-166 fi.
numeradas ó pela frenle e mais I} innuOlcradas com a laboada, - Tem no rosto
uma I'inheta, po to que cm maiore dimen õe , igual ~\ que se ê na edição (le
:1.621, que l' produzo no 'Iogar competente.
É a edição princeps das Rimas, e muito rara. A licenças ão datadas de Lis-
boa a i 7 de novembro e a 3 de dezembro de 1591}, O privilegio é eoncedido por
Filippe Ir, pelo tempo d'l dez annos, a E le,r;10 Lopes, para imprimir llvm'ias Ri-
mas poeticas de Luis de Camões, que 'inda núb (orilo impl·essas.' {j pam se torna!'
a impl'hllir o liuro dos seus Lu::;iadas ii já (oy impresso, por agom auer poucos,
§{ porque til!cra trabalho em ajuntar as ditas obl'as, «gastara muito na impres-
sambo
Seguem a dedicatoria; os dois epigrammas de Manuel de Sou a Coutinho
a Camões e a D. Gonçalo Coutinho; e os sonetos de Luiz Franco, em itaJiano;
de Diogo Bernardes, e de Diego Tabol'da Leiláo.
Na dedicatoria (le Estevão Lopes a D. Gonçalo Coutinho, datada de Lisboa
a 27 de fevereiro de 1595, allude- e ao allo serviço feito a Luiz de Camões por
as e fidalgo: ""lJas como núo ell de exalçar até o ceo a l1ULgnifica «l1nti iteroica
obra que v, m. (ez em daj' sepult1tl,(t honmda aos ossos deste admimuel VQ1'ilo, que
pobl'e «plebeia11lente jaziilo no .11fosteil·0 de santa Anna", etc. A composição é aI·
ternadamente em caracteres alelinos e redondos. .
o prolol(o é do licenciado Fernão Rodrigues Lobo Suropita, o qual, depoi
de varias definições, dd. a rasão da divisão da obra, (l'este modo:
36 LUIZ

«Segue e a diuisão da obra, que vai reparlida em einco parles porque o


numero quinquenario perlence particularmente a obras de poe ia e eloquencia ...
Seguindo J?ois esta. diui ão se deu a primeira parte aos sonetos, por ser~(~ompo~i­
Ção de mais merecImento, por cau a da' dlfficuldades della, a I em nao admlt-
tir nellhüa palaura ociosa, né de pouca efficacia, como em auer de cerrar toda
a maleria delle dentro no limite de qualorze versos, fechando o vllimo tercello de
maneira, que naõ fique ao entendimento desejo de passar áuanle, cousa em que
ll1uitos poetas, que andaõ nas asas da fama, leveraõ pouca felicidade. A segunda
parle se deu ás Canções e Ode, que respondem aos versos L)'I·ieos ... A terceira,
a Elegias & Oitavas ... A quarta, a Eglogas ... A quinla, & vitima parle se deu
as grosas & voltas, & outras composiçõ s de v rso pequeno ..• "
Effectivamente, as Rimas são divididas em cinco partes:
Prhneim: cios sonetos.
Segunda: canções, sextinas e aeles.
Tel'ceim: elas elegias e algumas oitavas.
Quarta: elos eglagas.
Quinta: elas nc/andilhas, motes, esparsas e glosas.
O livro acaba com dezenove quadras intituladas Sentenças cio autor por fim
do livro.
A primeira é :
Vay o bem fugindo
cresce o mal cos annos
van e descnI.Jrindo
co tempo os enganos
A ultima é:
No meu mal esquiuo
Sey wmo amor trata
& poi nelle viuo
nenhü amor mata.
l'iote-se que existe ('1'1'0 em a numeração da n. 167, que deve ser 169; e na
n. 1(56, que deve ser i 70. A elegia terceim tem repelida a designaçãO de se-
gunda.
•J'esta edição colligiram·se as seguintes composições de Camões: 66sonelos
(fol. 1 a 21 ".); '10 cançõe (foI. 22 a 4,2); 6 sexti'las e i terceto (foI. 4,2 a 4,3);
5 odes (foI. 4,3 a 50 v.); 3 elegias (foI. 51 a 59 1'.); um capitulo em tercetos
(foI. 59 v. a 60 v.); oitavas (foI. 60 Y. a 70 v.); 8 eglogas (foI. 71 a 13l~ v.); e
redondilhas, motes, esparsas e glosas (foI. 135 a 170 v.).
São conhecidos exemplare'i: em Li boa, da bibliotheca nacional, dos srs. Fer-
nando Palha, e Antonio Augu to de Carvalho Monteiro; no Parlo, do sr. dr. José
Carlos Lopes; em Ponta Delgada, do SI'. 10 é 00 Canto; e no Rio de Janeiro, da
bibliotheca nacional.
TO leilão dos livl'OS de Jo é Gomes Monteiro foi arrematado um exemplar,
para o conselheiro Minhal'a, por 36~500 réis.
Quando ia a entl'ar no prelo esta folha, recebi do iIlu Ire camonianisla e meu
desvelado favorecedor sr, dr, .lo é Carla Lopes, uma carla, em que me partici·
pava ter arrematado por 95~000 réis um magnifico exemplar das Rimas, edição
de 1595; e acrescentava:
DE CAMÕES 37

"A descripção, que v. dá, concorda plenamente, com a que eu poderia dar,
em face do exemplar, lue acabo de adquirir, salvando a omi ão de uma folha, a
que nem v. se refere, nem o sr. aldanha da Gama. E a folha traz na frente
um Saneio de F/'ancisco Lopes ás obras de Luis de Camões, e no ver o As e/Talas
(ás Rimas) e que é o mesmo que se encontra na eJição de 1598."

*
* *
8. Os Lvsiadas de Lvis de Camões. Palo ol'iginal antigo agora nouamenle im-
lJ1'essos. Em Lisboa, Com licença do Sanclo O/Iisio II Prittilegio Real PaI' Manoel de
Lym. 1597. Á custa de EstCl!cío Lope:; mercad%~~ de liuros. 8.° de 2 (innumera-
das)-186 n. numerauas ó pelo 1'0 to. - Em caraclere aldinos. O froutispil~io,
gravado, é conforme a fiel reproducção que dou na frente.
A cen ura que não tem data, é de fI'. Manuel Coelh€l, que escreveu :
.Vi ~stas obl·as de Lui de Camões, as quaes foram já muitas vezes impres-
sas & emendada ; mas a i como vão não tem cousa contra a nos a Sancta Fé &
hõs co lume. N,io lhe borreyalgü vaca bulo de que o autor muita vezes vsa,
que já algüs lhe notar,io, como he fallar em Deo e ,em Fado, "sal' de te vocabulo
Diuino, &c. Porque primeiramente e te vocabulo deo es he vsado na agrada I!:s-
critura a cada pa so, entendendo por deoses, os Deoses falsos dos Gentios, & que
o antor a si o entende eslá claro por que o dis", etc.
A licença, para a impressão, que segue á cen ura, tem a data de :l5 de no-
vembro de 159fl..
No alvará ue licença e privilegio de dez annos, com data de 30 de dezembro
de Ui95, concedidos a Estevam Lopes, livreiro em Lisboa, lê- e o seguinte:
." ... que eu ouvem por bem de lhe dar licença por elle ter já a da Sanola
InqUIsição & do Ordinario, para se poderem imprimir varias Rimas poelicas de
Luis de Camõe , que inda não foram impressa; e pam e tornar a imprimir o li-
vro do eus Lusiada que já foi impresso, por agom haver pouco, e porque ti-
vera trabalho ln ajuntar as dilas olJra , e ga tara tnuito na illlpre são, me pedia
ouve e por bem de lhe conceder privilegio, para ninguem poder imprimir, nem
vender os dito livro sem ua licença, e receberia mercê. E visto eu requeri-
mento, & por lha fazer: ey por bem & Ine praz que por teJl1pO de dez annos ne-
nhumi01prirnidor, nem liureyro algum nelll outra. pe~soa ue qualquer qualidade
que seja, .não po a imprimir, nem vender em lodos e tes Beinos & Senhorio de
Portugal, nem trazer de fóra deJle os ditos liuro, enão aquelles liureiro ,e pes-
s.oas que para i o tiral'em licença do dilo E tevão Lopez. E qualquer imprimidor,
l!ureyro, ·ou pe soa que durando o dito dez anno , imprimir, ou "ender o ditos
huros ue Varia Himas, & o dos lusiadas de Lui de Camáe ,no dilaS Reyno., &
Senhorio, ou os trouxer de fór:t delles sem licença do dito E teuão Lopez, per-
derá para elle touos os volumes que assim imprimir, vender, ou de fóra trouxer»,
etc.

Note-se que a foI. 152 é H1-8. O titulas das folhas lêem á dimita: Os Lvsia-
das de L. de Ca., abreviatura. usada em outras edições subsequentes.
Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliotheca nacional (dois, encader-
na~os, sendo 11m em melhor estado que o outro), os ~r . Fernando Palha, e An-
tomo Augu to de Carvalho Monteiro; no Porto, a bihliotheca publica os srs. conde
de Samodães, dr. José Carlos Lopes, Antonio Moreira Cabral e \'isconde da Ermida'
38 LUIZ

em Vianna do Castello, o sr. João Luiz Monteverde da Cunha Lobo; em Coimbra,


a bibJiotheca da universidade; na ilha de S. Miguel, o sr, José de Canto; e no Rio
de Janeiro, a bibliotheca nacional.
Os preços d'esta edição têem variado em diversos leilões desde 9$600 até
:1.8$000 réis. UlLimamente, no leilão Minhava subiu a 80~000 réi , e foi adqui-
rido pelo sr. Albino Lei le de Campos, segundo disseram, para o sr. Francisco Go-
mes de Amorim.

'' *
9. Rimas ele Lvis de Camões, accresaniadas nesta segunda impl·essüo. Di"igi-
das a D. Gonçalo Coutinho. Imp,-essas com licença da santa Inquisiçüo, Em Lis-
boa. POl' Pedro C,·aesbeeck. Anno 1\1. D. XCVllI. Á custa de Esteuão Lopez mena-
dOlo de libras. Com Priuilegio, (j,.o de 8 in-202 11. numerada pela frente e mais 5
inllumeradas com a taboada, começando esta no verso da fi. 202.
Com excepção das paginas preliminares, incluindo os sonetos de homenagem
a Camões, menos um, todo o livro é impresso em caracteres italicos. Reproduz,
com algumas emenda, a edição de 15Y5; e tem mais que esta 39 sonetos, 5 odes,
:I. terceto (Despois que lIfagalhaes teue tecida), e 3 cartas.
O prologo começa: «Depois de ga Lada a primeira impressão das Rimas deste
excellente poeta, determinancl0 dallo seguuda vez :i. estampa, procurei que os er-
ros, q na outra por cnlpa dos originaes se cometerão, n'esta se emmenrlassem
de sorte, que Qca se merecendo conbecer se de todos por digno parto do grande
engenho de sen autur ... " Depois de notar os erros, que se tinham reconhecido
na diversidade das copias, e o trabalho a que se dera o editor de re tabelecer a
belleza e a graça da composição de Camões, conclue: «acrescentando a esta se-
gunda illlpressão quasi outros tantos soneto, cillco odes, alguns tercetos e tres
cartas em prosa, que bem mostrão não desmerecem o tiLulo de seu dono. Na von-
tade com que se aceite só quero, .. "
Nas paginas preliminares vem: a licença datada de 8 de maio de :1.597; o
privilegio; a dedic'ltoria a D. Gonçalo Coutinho por E tevão Lopes, datada de
:1.6 de janeiro de 1.598; os dois epigral1lll1as de Manuel de Sousa Coutinho
(fI'. Luiz d Sousa); o soneto italiano de D. Leonardo Turricano a Camôe ; do Tasso;
do licenciado Ga par Gomes PonLino; de Diogo Bernardes; de Franci co Lo·
pes; de Diogo Taborda Leitão; e de um ami"o (anollymo). Nas duas ultimas pa-
gina~ vem o prologo ao leitor, sem assignatura. O soneto de Torqualo Tasso é o
segumte:
Vasco, le cui felici, ardite antenne
Incontro ai Sol, che ne I'iporla ii giOl'no
Spiegar le vele, e fel' colà ri torno
Ne egli par, che di cadel'e accenne ;
Non piu di te per aspro mal' sostenne
Quel, cbe fece ai Ciclope oltraggio, et SCOl'no:
Ne chi turbo l'Arpie nel suo soggiol'no,
Ne diê piü bel subieLLo iI colLe penne.
Et hor quella dei colLo, e buon Luigi
Tant'olLre slende ii glorioso volo,
Che i tuoi spalmati legni andar men lunge.
Ond'à queJli, a cui s'alza ii nostI'O Polo,
E achi fer'ma incontra i suoi vestigi,
Per lui dei corso tuo la fama aggiunge.
R I MAS

DE LVIS DE
·CAMOES·
ACRESCE NT AD AS NESTA
- Terceyra impreffaó~
1)jrigidal a lnc/ytlJ I'niuer[tdaáe
de Coimbra.

ImpreJSas com licença da[anEJa 11l'1Uifiçaô.


EM LISBOA.
PorPe-dro Crasbeeck. Anno J (} o 7.
A. cufta de Domingos Fernandez ·mcrcaJot·4c libr~
Com Priuikgio., .
DE CAMÕES 39

Esle soneto foi traduzido pelo sr. José Ramos Coelho (v. Dicc., tomo XIII,
pago 375) . reproduzido no tomo I das Obras, pelo SI'. visconde de Juromenha,
pago :1.79 e iSD; e posteriormente, em preito ao cenlenario camoniano, pelo
sr. Pereira Caldas, de Braga, como adiante mencionarei.
Possuem exemplares d'e ta edição de i598: em Lisboa, a bibliolhe a nacio-
nal, os rs. Femando Palha, Antonio Augu to de Carvalho Monteiro e João An-
tonio Marques; no Pürto, o srs. dr. José Carlos Lopes e Moreira Cabral; e em
Coimbra, a bibliotheca da nniversidade.
Os preços lêem ultimamenle variado entre 12s'>OOO e 1::1$500 I'éis.

*
* *
1.0. Rimas de Lui:; de Camões. 1601.-Edição duvidosa. V. o que ficou
posto no Dicc., tomo v, pago 252, n." 9; e no tomo I das Obras, pelo SI'. vi conde
de Juromenha, palt. 453. V. tambem o que tran crevo a propo ito de uma sup-
posta edição de 160S, existente na bibliotl1eca nacional do Rio de Janeiro.

I i. Rimas de Lvis de Camoes. ACI'escentndas nesta terceyra impress.úo. Di-


"igie/as li inclyta Vniuersidade de Coimbra. Impressas com licença da Sancta In-
quisição. Em Lisboa. PaI' Ped'ro Ct'Osbeeck. Anno 1607. A custa ele Domingos Fel'-
nandez mel'cado/' de libras. COln Priuilegio. 4,.0 de 8 (ilulUmeradas)-2D2 folhas
numerad.as .pela frel~le, no verso da. ultima das quae começ~ a .taboa~a que oc-
cupa mais Q folhas IIlnumeradas. A Impre ITo em caracteres Itaitco , dlrersos da
edição anterior. - O rosto é ornado com a esphera armilJar, como e vê da perfeita
reprouucção pholo-lilhographica, que dou em frente.
O RII'Rrá de privilegio, com data de 7 de oulubro de 1605, pas ado a favor de
Vicencia Lopes concedendo a e~ta mais dez annos do que fóra concedido a seu
fallecido marido E tevão Lopf:s, contém o eguinte:
" que Eu (el-rei) fizera mercê a E teuão Lopes seu marido de lhe conceder
priuilegio para que POI' lépo de dez anno' n nhum Impre 01' nem liureiro pu-
de se imprimir nem vender o 1i11ros d08 Lu iada , & varias rima de Lui de Ca-
moés & porque o dito seu marido era faIJecic1o, & ella ficara pobre & com c,inco Jilhos
sem oulro remedio mai que o meneo de seus liul'Os, me pedia olluesse por bem
de lhe conceder previlegio para ninguem poder il11prjmir nem vender os ditos li-
oras sem sua IÍI.:ença & receberia mercC. E visto eu reqnerimento", etc.
Na censura, assignada por Anlonio Freire, e datada de 15 de junho de 1606
lê-se:
« Vi este Euro que se intitula Rimas de Luis de Camões, o qual já (oy mui-
tas vezes impresso e emendado."
N'esle li \TO, os sonetos, exceptuando o primeiro, são em ~al'actere redon-
dos;. as canções odes, eglogas, em italico; as redondilhas, em duas coll1mnas,
em ltalico; e no final as cartas, parte elll redondo e parte em italico.
40 Lm2

P05suem exemplares: em Li boa, a bibliotheca nacional os srs. Fernando


Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro e João Antonio Marque ; em Ponta
Delgada, o SI'. JO'é do Canto; no Porto, a bibliotheca publica e dr. José Carlos
Lopes; em Coimbra, a bibliotheca da unível' idade; e no Rio de Janeiro, a IJiblio-
theca nacional.
Os preços têem regulado entre 9;$000 e 18~000 réis. No leilão Minhav;l su-
biu um exemplar a 36~OOO réis. Ma , para notar os capricho do mercado, regis-
tarei que, (lias depois, n'um leilão realisado no Porto, dos livros que pertence·
ram ao fallecido \I ieira Pinto, não passou de 13:$000 réis.

* *
12. Rimas de Luis de Camões. AC1-escentadas nesta tel'ceyra impressão. Di·
"igidas a la inclytct Vnivel'sidade de Coimbm. lmpl'essas com licençct da Sancla
Inquisição. Em Lisboa. Por Ped,'o Crasbeeck. Anno 1607. 4.° de 8 ill-202 fi. nu-
meradas pela frente, e no verso da ultima começa a taboada, que occupa mais 5
folhas innumerada .-0 rosto em vez da esphera armillar, tem as armas de Por·
tugal. Encontram-se-lhe, porém, outras diITerenças comparada com a edição an-
terior.
No catalogo resumido da coller.ção camoniana do sr. José do Canto, pulJli-
cado em i880, apparece esta nota: "O papel e o typo são inteiramente differen-
tes, e até o pl'Ologo deixa de ser as ignado pelo editor Domingos Fernandes, co°
mo na antecedente ediçáo».
O prologo ao leitor começa:
"Depois de ga tados a primeira & segunda impressão das Rimas deste excel-
lente Poeta", etc. E conclue:
"E nesta terceyra impressáo não acrescento, as muitas obras suas que minha
diligencia tem alcançado, & junto, dos mais certos originae , nunca impressos:
porque em a segunda parle destas !limas, que fico preparando, sairão todas a luz,
em breve tempo. Na vontade com que ce aceite este meu seruiço so quero ... -
etc.
N'este final, foram acrescentadas as palavras "este meu serviço", que não es-
tavam no fecho do anterior prologo de 1598.
Na dedicatoria á universitlade, que é todavia a.ssignada por Domingos Fer-
nandes, que foi livreiro d'aquelle e labelecimento cientifico, são elogiatlos a uni-
versidade e o poeta, o qual elle põe acima dos reis, imperadores e conquislado-
res, pois rl'e tes lêem havido muitos, mas collocados no mais alto logar da poesia,
só Homero, Virgílio, Tasso e Camões.
Domincros Fernandes faz o poeta nalural de Coimbra: " ... o no so grande
Luiz de Camões: pois nascendo elle nessa vo sa cidade Coimbra, a vo so peyto,
como mãy natural o criasles tanlos anno': cü vossa doutrina, como Mestra, o en-
sinastes algús: & cõ \'ossos loullores, como fiel amiga, o homasles tanlas vezes".
Esla dedicatoria não figura na etlição acima.
o sr. Tilo de Noronha, que é bibliophilo distincto e se tem dado a estudos
DE CA..\lÕES

minuciosos sobre as preciosidades bibliographicas portuguezas, n'uma breve me-


moria qUcl saiu de sua p nna nas Amwes da sociedade nacional camoniana, de
pago 22 a 2!J" comparando as duas edições citadas, escreve:
"Os dois exemplares são diver os nos typos, de de as folhas preliminares,
tendo n'Ull1a edição o prologo a a ignalura do livreiro, assi~natllra que se não
encontra impre~sa na outra edição. Na edirão que tem a espbera, o primeiro sa-
neIo ê em caractere aluinos (italicos), os outros em redondo uniforme, e as ri-
mas em italico; na oulra o primeiro sonelo é em lypo redondo grand , os se-
guinles em redondo de dua qualidade, e as rimas em itaJico e redolll]o, espe-
ciali ando a duas primeira cançõe, que ão irnpre a em caracteres redondos:
o italico é diverso em ambas as edições, que se dizem ambas imprp,ôsas por Pe-
dro Craesbeeck.
" Da analyse dos dois exemplare , re uHa que elles não são impressos no
mesmo anilO, e muito menos pelo me mo impre SOl'. PeclJ'o Crae beeck foi um
impres ar notavel, e tabelecido em Li boa de de 1597, cujas edições ão rela-
tivamente nitidas, como o é a edição da e phera, o que se não dá com a outra
edição da mesma data. A edição da Rimas com o escudo real no fronlispicio
é tuua falsilicação.»
E mais adiante:
"Domingos Femandes etlitava lambem os Lusiadas Ilão comJlJentados ('1609)
e com comlDenlos (1613). Em 1616 é provavel que estive sem esgotadas as an-
teriores edições da Rimas (primeira parte), e como e lara findo o privilel;io con-
cedido a Vicencia Lopes, fez ulna edição obreplicia para e di pen ar do lraba-
lho de obter novo pri viJegio e e capar· se á een ura.. Se a edição fosse anterior a
1616, e cu ava justificar-lhe a data.
"A edição fez· se, mas não aiu dos prelos de Craesbeeck; o typo redondo
não corre ponde ao do das suas ediçõo, mas é o mesmo empregado' na impres-
são dos En{at,.iúes e do Fi/odemo; a côr e di tribuição da tinta são tambem
iguaes á da edição d'aquellas comedias, impre a em '1615 á custa de Domingos
Fernande' em casa de \ icent Alvare. Da·se ainua a eircwnslancia de encontrar
no papel do En{atl'iúes c Filodemo a marca ue agua que se encontra no da edi-
ção falsificada das Rimas. Tudo pol'lanlo nos leva a crer que a edição das Rimas
datada d '1607, que tem no 1'0 lo o escuuo, foi irnpres a em 1616, para alimen-
tar o negocio du Ilvreil'O Domingos Fernancle , que ainda n'es e anno annunciava
a venda das Rimas, primeira e segunda parte, e o Lusiadas, isto é, as obl'as de
Camõe ."
Esta segunda. edição de 1()07 parece que foi feita conforme a de '1598, e
exarnlllando a ultima folha numeraua \'(J·se ,llé o engano do numero '102 em vez
de 202. Podia por is o julgar-se que para unia aproveitaram a composiçãO da ou-
tra. Manuseando cuidadosamente o uoi exemplare, chega-se ao resullullo de
que. um serviria para copiar o outro, reproduzindo-lhe tambem os erro da com·
paginação, mas a compo ição lypographica de. ambas leiO nolavei' c1il1crenças, e
os caracteres, apparentemellle similhanles para os que não estejam habilitados a
conhecel·os, são tambem di versos.
Erros de Ilumeração. Começarei pola tle 1598:
FI. 54 em vez de 6!J,.
FI. 78 em vez tle 87.
FI. 1.30 em vez de 136.
FI. 155 em vez de 161-
FI. 160 em ve7. ue 166.
FI. 165 em vez de 167.
42 LUIZ

FI. 198 em vez de :186.


FJ. 1.02 em vez de 202.
Na de :1607 (primeira):
FI. 43 em vez de 47.
FI. 48 em vez de 84.
FI. 78 em vez de 87.
Fi. 130 em vez de 1.36.
FI. 1.60 em vez de 1.66.
Na de 1.607 (segunda) :
FI. 66 em vez de 69.
FI. 78 em yez de 87.
FI. 9 em vez de 9i.
FI. i44 em vez de :124.
FJ. 155 em vez de 165.
FI. 1.60 em vez de :166.
FI. 165 em vez de 1.67.
FI. 1.98 em vez de 1.86:
FI. L,8i em vez de :187.
FI. 189 em vez de :190.
FI. i62 em vez de 192.
FI. 102 em vez de 202.
DifIerenças na composição. Tomarei a fi. 78 em vez de 87, cUJa numeração,
como se viu, está errada nas tres edições. .
Edição de 1.598. O terceiro e o quarto verso (la primeira oitava:
Amol' a lmm vão desejo m'obrigott,
Só para qu'a (ortuna mo negasse,
EdiçãO de :1607 (primeira) :
AmaI' a hwn vão desejo m'ob,.igott,
Só lJara qu'a (ortuna mo negasse,
Edição de :1607 (segunda) :
Amol' a hum vam desejo me Obl'igou
Só pa'ra que a (ol·tuna mo negasse,
N'esta, o titulo da pago 78 (87) é: «De Luis de Camõs». E a primeira oilava
é separada do titulo das que seguem, dedicadas "A Dom Constantino», por uma
linha, ou traço, impres o, o que não tem as dllas acima notadas. Veja Iam uem °
titulo da fI. 83 e a separação das oitavas na 11. 82.
Edição de Hi98. Titulo da pago 1.63: "De Luis de Camões». Fim da redon·
<lilha, na primeira cal. :
Pois sabei que a Poesia
Vos dá aqm tinta P01' vinho,
E papeis pOl' igual·ia.
Começo da segunda cal., primeiro titulo, na mesma pago : "Aquarta foi posla
a foãolJ, etc. Segundo titulo: "Finge que responde 1oã", etc.
DE CAMÕES 43

Edição de :1.607 (primeira). Titulo da pago :1.63: "De Luis de Camõesll. Fim
da redondillla, na primeira cal. :
Pois sabei que a Poesia
Vos dà aqui tinta por vinho,
E papeis por iglla1·ia.
Começo da segunda caL, primeiro litulo na mesm~ pago : «Aquarta"foy posta
a 10áll, etc. Segundo.titulo: ,,(?inge que responde loá», etc..
Edição de :1.607 (se"unda). Tilulo da pago :1.63: "De Luys de Camõesll. Fim
da redondilha, na primeira cal: :
Pois sobei que a Poesia
Vos dli aqlti tinta paI' vinho,
E papeis POJ' iguQ1·ia.
Começo da egunda cal. primeiro titulo, na mesma pa~. : "A quarta foi posta
a loãoo, etc. Segundo titulo: "Finge que re pMe 10ãO», ele. A quinlilha que se-
gue para o verso da pago está assim:
Pesa?' om não de saõ,
En .iw·o 1JeUO céo bento
Se dll comer me não dlÍo
Que ett não san CamalelÍo
Que m' ey de manter do virto
Na edição de :1.598 encontram-se doi ver os assim:
Et~juro pello céo bento
Que m'ei de mantel' do vêto
Na edição de :1.607 (primeira) os versos:
Pesar orct não de são
Se de comer me não dão
As letras P e S, e ii ii, são em redondo, irregularidade que se encontra em
grande numero de paginas; bem como se vêem ti fordJados com a lelra J, de ver-
saletes.
Possuem exemplares: em Li boa, a bibliotheca nacional, os rs. Fernando
Palha, Antonio Augu to d Carvalho Monteiro, João Antonio Marques e João
Henrique Ulrich; em Po.nta Delgada, o sr. José do Canto; no Porto, dr. José Car-
los Lopes. Tito de Joronha e Antonio Moreira Cabral.

*
:1.3. Rimas de Luis de Camões, etc. :1608.-· Com respeito a esta edição dâ·se
a mesma duvida, que existe para a de i60i. Existem aca '0 ambas as edições?
O SI'. vi conde de Juromenha (tomo r das Obras, citadas, pago 455), mencio-
na·a com uma interrogaç'lo. Innocencio no Dicc., tomo v, pago 252, n.O 12, fez
outro tauto. O sr. dr. Theophiio Braga, na sua Bibliographia, segue os dois, e am-
LUIZ
.
plia-os, referindo-se as investigações do SI'. dr. João dfl Saldanha da Gama n'um
exemplar, de duvidosa data, existente na bibliolheca nacional do Rio de Janeiro.
Até o presente, segundo me parece, nada mais se adiantou. Tenho, portanto,
que deixar a primeira nola que o sr. Saldanha da Gama poz no An1wp.s da biblio-
theca naáollal, do Rio de Janei?'o, vaI. I, fasc. n.O 1, pago 83 eSq" ollde leio:
"Possuimos na collecçã.o um exemplar curiosissimo, talvez unico, pois d'eJle
nos não dão noticia os mais auctorisados bibliographos. O exemplar pertence a
uma das edições das obras complelas, talvez de ha muilo exhausta. Tem o formato
in-q,.o e n;1o traz folha de roslo.
"A despeito das lUfliculdades a vencer em similhantes casos, podemos for-
mar, se não uma convicç;1o inabalavel acerca do valor bibliographico d'este exem-
plar, ao menos uma conjectura muito racional, fundada em grande numero de pro-
babilidades.
"O exemplar ou volume conlém : em primeiro lagar, u:n exemplar das rimas,
sem folha de rosto; em segundo logar, um exemplar dos Lusíadas de 1609.
"A que ediç;1o perlencera aquella? :)erà {l primeira de 1595 por Manuel de
Lyra, a segunda de 1598 por Pedro Craesbeed<, á t rceira de 1607 pejo mesmo
typographo,:is de 1608 e 16'11 classificadas por Faria e Sousa, ou á quinta de
:l.6ilk por Vicente Alvares, assim classincada pelo seu editor Domingos Fernan-
des?
"Parece-no que não póde ser posterior a :l.609,-porquanto o exemplar dos
Lusiadas, que traz o meSlfiO volume, é de 1609. Não pôde pertencer as duas pri-
meiras edições, porquanto difl'erem profundamente entre si. Approxima-se mais da
terceira, de :1.607; mas o estudo acurado e o confronto millucioso que fizemos
de ambos, nos não deixa duvida nenhuma de que este exemplar das obras não
pertence aquella das rima de 1607, como parece ao sr. visconde de Juromenha.
"Á vista d'isso, f()rmulflmos a seguinte conjectlll'a: O nosso exemplar talvez
pertença á quarta ediç;io, cuja data se não póde pl'eci ar, mas que neee ariamente
foi dada á luz, on no anno de :l.60S, ou no de 1609, por diligencia de Domingos
Fernandes; talvez seja a pl'opria de 1608, citada por Faria e Sousa, e de cuja
existencia todos até aqlli têem duviJado.
"O exemplar dos Lusiadas d'e te nosso cUl'ioso exemplar das obras apresenta
tambem muitas parlicularidades intel'essantes dignas de menção; mas, no catalogo
especial, que já organisámos, e, em seguida, será publicado, o faremos detida·
men te.»
No fasciculo n.O 2, dos Annaes r.itados, com elTeito, o sr. Saldanha da Gama,
cumpre a sua promessa. Em o n.O 5 do catalogo camoniano, que corre de pago 206
a 2:1.2, dá uma analyse do mesmo exemplar, conrrontando-o com outros exem-
plares das edições de '1607, :1.609 e :1.612, e com a nota que o sr. visconde de Ju-
romenba inseriu na pag, lj,69 do tomo 'V, das Obras> escreve (pag. 210):
" ... não podemos deixar de conressar que ba muita símilhança entre o exem-
plar dos Lusiadas tl'este nos o curiosissimo exemplar das cobras, e aqueJle que lhe
foi franqueado por Innocencio Francisco da Silva. Entretanto, se lJôde tambem
ver da descripção que ... fizemos, que ha entre os dois mui notaveis difl'eren·
ças.
"O que concluir-se d'aqui ? A conclusão não parece facil, emquanto os pos-
suidores d'esta edição de 16U9 não descreverem' mais miudamente os seus exem-
plares do que o fizeram até aqui os bibliographos cita,los.»
E acrescenta (pag. 212) :
" .... tomando em conta pura e simplesmente estes argumentos, nosso exem-
OS LV,SIADAS
D-E L VIS D E C A M O ES
PRINCIPE DA POESIA
HER OICA,

D,d;c4tIos 110 D.D,. Rodrigo dll Cu"bit;DI,.,t~do do S.Offirlc..

1m,,,,,,(Dflllic'''f"lil S4fflN I1Ul";Piáo,fi O,J;".rio ~


E.M LISBOA, PorPedroCrasbeeck:, Annó'I609'
'run, d, Domingos lm,4IIMz li",,,r,,.
CotJt pri,,;hgift) à
DE CAMÕES

piar não é da edição de :1.609, nem é igual ao exemplar Innocencio, nem ao exem-
plar Berlrand (conforme a nota cilada do r. vi conde de Juromenha). Ora, lambem
não é da edições de :1.597 e 16:1.2, porc[ue diverge Illuilo d'ellas.
"Qual é pois sua verdadeira dala? crá algum composlo de fragmentos, mas
fragmenlos diversos dos do exemplar de Inlloccncio? Olhemos para o reverso da
medalha, e vejamos se d'ahi nos vem alguma luz.
" a collecção camoniana comprada em Londre ao I'. TrUbner existe ...
um exemplar da edição de 1609 que traz o ex·lib)·is do amador João Evangelisla
Guerra Rebello da FOlltoura, - volume em excellenle e lado ue conservação, en-
cademaclo com o luxo que e l'e erva para. a~ preciosidaues bibliographicas, com
lodos os viso emfill1 de exemplar perfeilo e de e lima.
(,Ora, e isto é a. :is nolavel, o referido exemplar não dífTere d'esle que é
objecto de tania dUl'ida e de qlJe ora lralâmo, enão em ter impressas em cara-
cter ilalico as esl. 18-6,[ do calllo nu, e as e.t. 50-Gi e 86-9i do canlo x, qu.e
na edição mystel'iosa se acham illlpre sa em caracter redondo.
"Em ludo mai , nos erro lypographicos do lexto e da paginação, na mescla
de typos, 110 papel - são perfeitamente jdenlico .
"A vista d'i to ha, poi , algnma rasão para crer- e que pertençam ambos á
edição de lG09, e que um não seja senão varianle do oulro.
"O facto da mescla de lypos lião tcm grande valor em cOlltrario, porque am-
bos os exemplares nol-o ofl'('recem de modo a se não poder dizer que ,10 fragmen-
tos de edições diver a . Veja-se, por exemplo, a n. 79 de UI1I e outro' no recto
acaba o canlo IV em lypo ilalico, e no ver o começa o canto vem typo reuondo,
Logo e sa rlle cla til' caracleres se deu em alguma etliçflo, e não pre uppõe forço-
samente uma reunião de fragmentos.
"Em umma, apesar de que C) exemplar alludido traz na folha do 1'0 to a data
de j 609, não é po ivel a segurai' que o eja, emquanto e não confrontarem ou-
Iro exemplar s. Se alguns argnmentos o fazem duvidar, oulro o confirmam;
para solr r a questão fnz-se mi ter a inlervenção de outros elementos, que não
esliveram á. nos a dispo ição,.

*
*- *
H, Os Lvsiadas de Lvis de CamoEs pl'inci7Je da poesia /I/~roica. Dedicados ao
D, Dom Rodrigo da Cunha, Depu/ado do '. 0flieio. illlJiresso com licença da San-
c/a ]Jlquisiçiio, ~. Ordil/ario. Em Lisboa, POI' Pedro Cmsbel'ck: Anno 160.9. Com
pl'iuilegio, ri cus/a de Domingos Fernandez litl7'e1Jro. 8.° de ~ (innnmeradas)-:l.86
folh. num radas só de um lado.-Impresso em c~racterr ilalicos. No 1'0. to vê-se
o brazão de arma do Cunha, conforme o pecimen que d.ou em frenle,
. A licença ele fI'. Antonio Freire é a mp., ma qu se le na edição de 1607. Na
dedlcnloria de Domingos Fernnndes a D. Boclrigo ch Cnllha, allude- e a diversas
ver. ões, que tinham apparecido no e trangeiro. O poi de eX(1res ar o seu agra-
decnnento a D. nodri~o pelo muitos farore, clu lhe levia, alé em occasião de
ler perigado a vida de Fel'l1andes, acre centa e las palayras :
. "E como este pensamento me procedia ele Iam nobm causa, não se descudou
mmha ventura em me ofTerecer sta occasião, lão proxima e Ião conforme com
este meu intento: ne la illlpre são dos famo. o Ln:iarla do nos o Granue Luis
de Camoé , Príncipe da Poesia Heroica : tam decantado' pelo mundo, q as mais
llluslres Prouincias d'elle, não se cõtenlilrão com menos, quo approprialo a sy, o
melhor que a variedade de suas linguas lhe uaua faculdad . Como se té vislo
em três lraduções, fi d'eJle e fezeram ca telhanas, em hüa Pranceza, e em ou-
tra Italiana: e em outra que na lingua lalilla ficou imperfeita, pola morte de
que o seu Autor se \'io salteado ao melhor tempo.•
46 LUIZ

Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliolheca nacional, os srs. Fernando


Palha, Anlonio Auguslo de Carvalho Monteiro, João Antonio Marques, João Hen·
rique Ulrich e Francisco Gomes de Amorim; no Porlo, a bibliolheca munit:ipa~
os srs. dr. José Ca1'los Lopes e visconde da Ermida; em Coimbra, a bibliolheca
da universidade; em Ponla Delgada, o sr. José do Canlo; e no Rio de Janeiro, a
bibJiotheca nacional.
Os preços regulavam alé :1.0$000 réis. No leilão Minhava subiu a :1.7$000
réis um exemplar, que foi adquirido pelo sr. Albino Leite de Campos, creio que
para o SI'• .Francisco Gomes de Amorim.

M. 03 Lvsiadas de Lvis de Camões pl'incipe da poesia lle1'Oica. Dedicados, etc.


Em Lisboa, Por Pedro Cmsbeeck: Anno 1609. Com pl'iuilegio, á custa dé Domin·
gos Fernandez liul'ffyro. 8. de 2 (innumeradas)-:l.86 folh. numeradas de um só
0

lado.-O rosto em tudo igual ao da edição anterior, com a mesma data.


Nenhum bibliographo, até o presente, que eu saiba, fez registo especial de
uma reproducção da etlição de i609, naluralinente por desconhecer a sua exis·
tencia, ou por não ter vagar ou opportunidade de examinar diversos exemplares.
A bibliotbeca nacional de 'Lisboa possue nem menos de cinco, posto que nem
todos em perfeito estado. Examinei-os, e por esse exame inferi que foram real·
mente feitas duas edições mui diversas com a mesma data, e com igunes licenças.
Deu·se talvez para esta contrafeição, se o foi, a me ma ra ão que imperou para a
reproducção das duas primeiras edições.l\Jais uma ra ão mercantil, que lilleraria.
Em todo o caso, deve ter menção em separado. Apontarei as diIIerenças.
Nota-se, desde logo, que o typo aldino é menor e de desenho diverso nas
maiusculas; que as lelTas capitaes de ornamento no começo dos cantos são mui
diversas; e que, ab~'indo o livro na estancia LXXII do c~to I (foI. :1.6, aliás 13),
temos na eclição aCliua (n. o 1A) esle verso:
Partio e nisto emfim co a companhia
N'esta edição, mesma fi. :
Prrtiose nisto emfim, etc.
Começo da terceira oitava, mesma n., na edição (n. o :1.4) :
Estâ do fado, etc.
N'esta edição:
EsLà do fado, etc.
O final do canto I na edição n. O :1.4 tem só a palavra Fin, simplesmente; e
na outra edição tem Fim e depois urna vinheta ornamental, fragmenlo de uma
portada.
Agora, as diIIerenças caracteristicas da impressão, que denotam que a imo
prensa não estava fornecida para fazer uma l'eprOducção fiel, e que loi mister
aproveitar o material, embora tornasse ü liHO uma deformidade. typographica.
DE CAMÕES

De fi. i a fi. ~2, são empregados os caracteres aldinos, ora de menor, ora
~~~oo~ .
De fi. 48 (que deve ser (3) a fi. ~8, a impressão é em caracteres redondos.
De fi. 4!J a fi. 79, italico menor.
De fl. 79 v. a fi. 88, redondo. A fi. com a numeraçfío de 76 é 80.
De fi. 89 a fi. 96, ilalico. O primeiro verso da fi. 96 v. é porém em redondo.
D~ fi. 97 a fi. 98 v., redondo.
De fi. 99 a fi. i02 V., ilalico.
De fi. iO:~ a fi. 112 ., redondo.
De fi. H3 a fi. 120 V., italico.
De fi. till a fi. 136 V., redondo.
De fi. 137 a fi. 138 V., italico.
De fi. 139 a fi. 142 V., redondo.
De fi. 1.~3 a fi. 144 v. italieo. A fl. 1~3 não tem numel·ação.
De fl. 1lj,ci a fi. 15li, V., redondo.
De fi. 155 a :11. 158 v., italico.
De fl. 1.59 a fi. 163 v., red.ondo.
FI. 16'l, recto e verso, italico.
De fl. 1M a fi. 1.70 V., redonllo.
De fi. 1.71 a fi. 1.74 V., italico.
FI. 171), recto e verso, redondo.
De fi. 1.76 a fi. 178 V., italico.
De fi. i 79 a fi. 180 v., redondo.
De fi. 181 a fi. 1.82 v. ilaJico maior.
De fi. 1.83 a fi. 1.8'1 V., redondo.
De fi. 1.85 a fi. 186 V., italico.
Note-se que ha mais erros em a numeração das folhas; e que o titulo da
,folha 97 tem canto q1tilltO, em vez de sexto.
Parece, ao primeiro relancear, (rne se f z um livro com fragmentos de outros.
Tambem o pensei. Ma , ob ervando que existem paginas de typo redondo impres-
sas no anverso ou no ver o de parrinas compo tas de caracteres aldinos acredi·
ta·se sem dilJiculdade qne esta edição foi, elfectivamente, nova e obrigada á es-
cassez do material typographico.
Pelas circumstancias indicadas deve, emquanto a mim, ser pois esta edição
mencionada separadamente na bibliographia camoniana.
O sr. Moreira Cabral, distincto camoniani ta portuense pos ue UIlJ exemplar
que julga ser ele 1607, mas que eu upponho cp.lasi igual águe fica L1es.:ripta, e
na qual de cobriu umas dilferenças nas n. ilJ,6., 156, '153 e 1:>8 mas considero·as
tão simples, que não me parece que, sem exame directo e m.inucioso, possa julgar-
se como de edição diYersa.
No leilão Gomes Monteiro (Porto, 1880), foi vendido um exemplar igual a
este (n. o 15), por 7111000 réis, e no leilão Vieira Pinto outro por !J~700 réis.

'*'
* *
16. Rimas de Luiz de Camões ... 1611.
Com re pito a esla ediçãO, até o pre ente nada existe averiguado. Por con·
seguinle, mencional-a-bei com a referencia, que paz Innocencio, tomo v, pago 253;
4.8 LUlZ

e o SI'. visconde de Juromenha, tomo I elas Obms, pago 1155. Conlinuará, portanto,
a ser duvido a, apesar da afirmatiya de Faria e Sousa.

*
"" *
17. Os Lvsiadas de Lvis de Camoiis pnncipe da poesia lteroyca. Dedicados ao
D. Dom Rodrigo da Cunha, Deputado do S. Oflicio. bnp"essos com licença da Sanela
lnqwsiçiio, Ordinal'io, §f Paço. Em Li boa. por Vicente Alual'ez. AlIlIO 1612. Com
priuilegio, à custa de Domingos Femanrle::: lillreyro. 8." de 2 innumeradas-186
folhas numeradas pela frente. - O 1'0 to é igual ao da edição de 16U9, com as
armas dos Cunhas.
Esta apparencia, e a data igual das licenças, fizeram suppor a Innocencio e
.ao SI'. visconde de Juromenha, que a edição de 1612 era apenas uma contrafeição
da de 160\:1, mudada 6 a data no fronti picio. Pelo confronto minucioso das dua
edições, "eriam.. porém, que eram diver a , embora no exemplar exi t~nte na bi-
bliotheca nacional do Rio de Janeiro se verilicasse que as oito primeiras folha
do poema eram perfeitamente iguaes, nos seus caracteristicos typographico , á
da mencionada edição feita por Craesbeeck.
O 1'. Saldanha da Gama accentua mais as diITerenças, escrevendo o seguinte
(pag. 2i3 dos Annaes citados):
"Esta edição oITcrece ü. primeira vista alguma similhança com a de Hi09,
mas ha enlre as duas notaveis difl'erenças, a comrçal' pela propria folha do rosto:
n'aquell,\ a palavra heToica é escripla com i, n'esla com y; n'aqueJla a dedicalo,
ria precede ás licenças, n'esta se dá o inverso; na Lle i(j09 us Lu iadas ão imo
pre '05, ora em caracteres italicos, ora em caracteres romanos, e a e tancias não
trazenl numeração; n'esta o poema é todo impresso em caracleres italicos, e as es·
tancias são numeradas.
"Acre cente-se agora a isto que no texto di/lerem uma da oulra, como se
deprehende do mais ligeiro confroIllo, ex. :
Est. lj,8 do canto I

"Edição de 1609:
Cos panos, & cos braços açanauão,
Aa gentes Lusitana', que espel'~ssem :
lIIas ja as proas ligeiras, se inelinauão,
Pera que junto á Ilhas amainassem.
A genle, & marinheiro trabalhauão.
Como e aqui o trabalhos sacabassem :
Tomão veltas, amainase ii. verga alla,
Da aocora o mar ferido, encima salta.
"Edição de 16i2 :
Cos panos, &. cos braços acenauão,
Aa gentes Lu ilanas que espenlssem:
]\fas j:l as proas ligeira se illclinau[o,
Para que junto:l ilha amainassem.
A gente, C' Inarinl1riros tr~lballlaurro,
COlno ,e aqui os Irab, Ibos sacabassem:
Tomão vellas, amaina- e a verga alla,
Da ancora o mar ferido, encima salta.
DE CAMÕES 49

Esl. 24 do can lo III

.Edição de 1609 :
E com hum amor inlrinseco acendidos,
Da Fé, mais que da honras populares,
Erão de varias terras conduzidos,
Deixando a patria amada, & proprios lares.
"Edição de HH2 :
E c'hú amor intrinseco acen didos
Da fé, mais que das honra populares,
Erão de varias terras conduzidos,
Deixãodo a paU'ia amada, & propios lares.
A bibliotheca nacional de Lishoa tem, na sua numerosa camoniana, dois
exemplares da edição d13 1.612. Alem do que ficou mencionado, conforme a nota
do sr. Saldanha da Gama, abrindo ca ualmenle um dos exemplares, deparou-se-me
no canlo TI, e l. 81. esle verso:
Que geração tão dum ahi de gente
E no correspondenle das edições de 1.609 :
Que gel'ação tam dura ahi de gente?
PoJia p<lr aqui mais algum exemplo, porém não é agora necessario. Bastam
os que ficam.
Esta edição é bastante rara. Falta na maior parte das camoniana conheci-
das.
Po suem exemplares d'esta edição: em Li boa, a bibliólheca nacional, os
srs. Fernando Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João Antonio Mar-
ques e João Henrique Dlricll; no Porto, o sr. dr. José Carlos Lopes; e no Hio de
Janeiro, a bilJliotbeca nacional.
opreços regulavam entre ti 000 e 20;$000 réis. No leilão Minhava subiu a
31j,~OOO reis um exemplar, que foi adquirido pelo sr. João Antonio Marques.
Este exemplar fóra comprado no leilão de Gome Monteiro no dia 4 d junho de
iSSO, por 36$000 réis. No leilão Vieil'a Pinto, realisado no Porto, foi vendido
outro exemplal' lambem por 3UOOO réis para o sr. dr. Jo é Carlos Lopes.

*
* *
iS. Os Lusiadas do grande Luiz de Camoens. Pl'incipe da poesia heroica, Com-
m~ntados 1Jelo licenciado ~1all!tel COl'l'éa, ExaminadO/' synodal do Al'cebi pado de
LIsboa, {{ CW'a da IgnJja de S. Sebastião da l1!ou7'al'ia, natul'al da cidade de El-
uas, Dedicados ao Doctor D, Rodrigo cl'Acunha, Inquisidol' Apostolico do Sancto
O/liClO de: Lisboa, Pel' Domingos Fel'nande::: sel! liul'eyl'o, Com licença do S. O/ficio,
Ol'dmano, '1J Paco, Em Lisboa. POI' Ped1'o Cmsbeeck, 1613. 8,0 de 16 (innumera-
das)-~08 foihas ;lUmeradas só pela frente. No fim do rosto a taxa: Estct taxado
este IIW'O em 320 l'éis em papel.
TO~O XlI' (SI/Pp/.) 4
50 LUIZ

N'esta edição, a approvação e as licenças são daladas ele 11 vereiro e abril de


:1611. 'rem del1icatoria a D. Rodrigo da Cunha por Domingos F mandes; intro-
duCÇão pelo commenlador ~anuel Correia; e ollh'a introdllcção, ou prologo, por Pe·
dro de Mariz.
A approvação, as ignaela por fI'. Antonio de Saldanha, e dalada ele :lO de
fevereiro de :16B, é do leor seguinte:
"Vi este livro do Poela Lnis de Camões, com razão tido em muyla conta dos
que enlendem poesia: & o cõrnento que obre elle fez o Padre 1anuel Correa, em
o qual alem de se ueclal'al' o enlido verdadeyro do Poeta, se expoem tam! em
algús termos poelicos de que "suu o Camoós para mais el gancia dos Yersos, como
ê Fortuna, Fado, Deoses, & oulras semelhantes, o que o commenlador explica com
muyla· doclJ'i/la, erutlição & varia. lição que leue: sem auer n lIe cousa contra
nossa sanela Fee, & bons eo tumes. Pelo que me parece digno d~ e imprimir.»
Em diversos leilões, esta edição por nito ser mui vulgar, lem andado entre
5$000 e 7.&000 réi . No I ilITo Minhal'a subiu a 8$100 réis. No I ilITo Gomes
Monteiro, a -10;'3700 réis, No do dr. Vieira Pinlo, a 3p700 réis porém exemplar
em mau e tado, No catalogo da casaAillaud,de Paris, leve a cotaçITo d~ i~;'l400 réis.
A bihliolheca nacional possu quab'o exemplares da edição de i61.3, lendo
Ires ao cenlro o bruzão das arma porluguezas; e llm com uma cspecie de em-
blema, ou marca do livreiro Domingos Fernandes, composla de vinhelas, pouco
mais ou menos como repl'oduzo em seguida.

No pé do fronlispicio, cl'este exemplar, a designação da taxa rê-se em bran-


co : Estci taxado este liw'o em j-éis em papp.l.
As licenças, em toelos os exemplare , que correm na 11. 2 innumeracla são
de :1.0 de fevereiro, 1.5, 20 e 23 ele abril de 1611.. No ver o da licenças eslão as
armas dos Cunhas, como se vê na edição de :1.609, lendo na parte superior, ou á
cabeça da pagina, o seguinte tilulo :
A DOjl RODRIGO
DA .CVl'\HA,
DOCTOR EM CANONJ, , E INQVI-
SlDOR DO SA.NCTO OE'nCIO Df; LISBOA.
D. F. D.F.
Na parle inferior elas armas, começa a dedieatoria.
DE CAMÕES 5i

Por (111e é que o impressor fez dois rostos na mesma edição? Mudou o typo
<10 fronlispicio por gosto ou por nece.sidade? Quereria elle deslinar os exempla-
res com o brazão de armas porluguezas para determinados personagens; e os ou-
tros exemplares para a ,renda cOlllmum? 1'\,10 me parece crivei que o fizesse para
jlJudir os compradores, ou para fugir á acçãá da censura, pois faltam elll todo o
livro os característicos de uma cOlllrafeição, que apparecem em oulros.
Ha all!umas difTerenças entre a diver as edições parecendo qu houve o ma·
ximo cnidado na imitação ou então coolplelaram-se exemplares da ediçãCl, inter-
calando-lbe folhas novas.
Note-se que, na ultima licença, se decla)'a que o livro devia intitular-se Can-
to'\ de Luis ele CamoPs. o que combina com a declaração feila pelo commellda-
dor, o licenciado l\1anuel Correia, ao leilor:
"Fiz ha muytos annos e las annolaçoês sobre os Cantos de Lztis de Camoês,
a petição de hUIIl amigo, sem inlenlo de os imprimir; porque se o prelendéra,
com l1Iuyto mais razão o fizera em vida de Luis de Camoés, que mo pedio com
muyla instancia. Vi tas d'all(uns foy imrortunado as imprimis e. Mas assi, como
auia muylo que mo aconsellmuão assi auia oulros, que Ino 'storLl,Iu;10, dizenclo,
que começas. e per outra cousa. Com esle cOIrelho, que enlilo me não de~conten­
tau, & com eu er pout:o indinado a illlpl'essõ s (como btl a mayor parle desta
nação Porlllgueza) me entrotill tê gOI'a, mio deixallllo de me combatere muy-
tos acerca desta ill1pres ão. Hoje o faço, ó por sayr pela honra de Luis de Ca-
moês, que por esla sua obra não ser (,lllendida de lodos, 11e calumniada de muy-
los, & declarada de algú . Os quaes sem lume das Ictras humanas, lhe poem
anpolaçoes, quP. semem mais rle o escurecer, & deshonrar, pois são conlra o sril-
tido do Poela, & verdade das hislorias, & poesias .. ,»
No canlo II, faltam os ultimos quatro "ersos ti. estancia 12 (fi. q,1) :
Os cheirl)s excelenles produzidos
Na Panchaia odorifera queilllaua
O 'fhyon fi; e a si por c1errad iro
O faJso Deos adora o verdad iro
dando-se a singularidade de que os commental"Íos se referem n'esb oitava ape-
nas a versos omis os: :ra Panchaia ol!ol"Í{era - Queimava o Thyoneo - O falso
~~ ,

N'oulro exemplar, pertcncente ao sr. Moreira Cabral, eslá complela esta es-
laneia 1.2, mas a oitava ii, verso da fi. q,O, niio lem se não os quatro primeiros
versos, J'allallllo-Ihe os quatro ui limos, de quo aliüs se encontra na 0.. M o com-
menlario ao sexto verso: Dos elo:::e tiío torvados na figU1"a.
No verso da fi. 5, a estallcia q" E vós, Tagicles minhas, eslá numerada 5.
Em de,is do exemplares çla bibliolheca nacional notam-se ambas as oitavas
{lllze çJoze (11. /10 v. e fI. M) completas, e variantes na composig,IO typogra-
pllJCa. E certo onu mero da estancia 11.
. Po suem excmplares, alcm dos mencionados, da bibliolheca nacional, em
LIsboa, a bibliolheca da Ajuda, os srs. Femando Palha, Carlos Cyrillo da Silva
VieIra, Joiio Antonio Marques, Antonio Allgll to de Carvalho MonteiJ'O, e João
Henrique U1rieh; no Porlo, a. bibliolheca puulit:a, os S1'S. dr. José Carlos Lopes e
Antonio Moreira Cabral; em Vianna do Casl.ello, o sr. João Luiz .1Ilonteverde da
Cunha Lobo; em Ponta Delgada, o SI'. José do Canto,
52 LUlZ

Os preços têem variado entre 2$4,00 réis (leilão Fel'l'ão, em 1883) e 8$iOO
réjs (leilão Minhava, em 1885).

*
'*' *
19. Rimas cle Lvis de Camões. Primeim parte. Jlcl'escentadas nestct quinta
imp,-ess1ío. Dirigidas a D. Gonc,alo Covtinho. Em Lisboa. Com todas as licenças
necessw-ias. Por Vicente Ahtal·ez. Annu 1614. A custa de Domingos Fernandez
mel'caelol' ele liuros. Com pl·Útilegio Real. TQ,yx((clas (( 160 l'éis em papel. - 8.° de
16 (innumeradas)-202 folhas numeradas de um só lado, e mais 10 innumeradas de
taboada, ou indice. O rostu tem uma gl'avura tosca com duas figuras, e no centro
uma oliveira com a divisa: 1l1ihi taxvs.
É a mesma gravUI'a, que se empregou na edição de 1595, e que em meno-
res dimensões foi empregada na edição ue 1621, como se verá na reproducção
que vem adiante.
As licenças são datadas de 11 e 18 ele julbo, 29 de agosto, :I. de setembro e
20 de dezembro de 161 [1. Na informação, assignada por 1'1'. Antonio Freyre, leio:
«Vi estas Rimas de Luis ue Camões impressas no anno de 1598,.& assi como
vão emmédadas em quatro, ou cinco lagares, que julguey por indecentes, me pa-
rece que se podem imprimir. Em nossa Senhora da Gt'aça de Lisboa, a onze de
Iulho de 16:1.4.»
Seguem: a dedicatoria de Domingos Fernandes a D. Gonçalo Coutinbo, com
data de :1.8 de dezembro ue :1.61.4 (4, pag.), em redondo; as poesias em homa de
Camões (7 pag.), parte em caracteres italicos, parte em redondo.
D'ahi em diante as rimas:
105 sonetos, numerados (de fi. 1 a 11 27), em redondo;
:l.O canções, llumeradas (de fi. 27 v. a fi. 50 v.), em itaiico, de dois corpos,
como, por exemplo, são presentemente o corpo 10 e 12.
:l.O odes, numeradas (de fI. 50 v. a fi. 68), em italico, idem.
Sextinas (de fl. 68 v. a fi. 69), em italico.
3 elegias, numeradas (de fi. 69 Y. a fi. 78 v.), em italico. Na elegia primeira,
começa o primeiro verso: OPeta Simonides, etc., deve ser: OPoeta, etc.
Tercetos (de fi. 78 v. a fi. 80 v.), em ilalico.
Capitulo (de fi. 81 a fi. 82), elll italir:o.
58 oulavas, numeradas (de fi. 82 a fi. 92), em ilalico.
8 eelogas, numeradas (de fl. \:12 v. a fi. 153 v.), em italico de dois corpos.
Redondilhas, motes, sparsas e glosas (de 11. 154 a fi. 190 v.), a duas colum-
nas, em italico, mas COII) os titulas em redondo. Parte das colulllnas
tem linha de separação elll filele simples; paI-te a separação é em
branco.
O livro fecha com as duas carlas de Camões, mandadas da.India a dois ami·
gos (de fi. 19:1. a fi. 202), em italico de duas qualidades, e em redondo. Estas duas
ultimas peças não vem mencionadas no indice.
Os caracteres empregados n'esta edição são, em parte, iguaes aos que se em·
pregaram em a nova edi~ão de 1609, que descrevi acima.
I

..
~~.~~:~t§~t~~~tt~~
~ ij
~COMEDIA~
~ DE FILODEM~<4
~ C01\lPOSTAPORLVISDECAMuES....~
m
?tJ Em a qual emrão as figurJ.s f;:-g,uinres. r;(
~ ~
~ r;§ Filodcmo. amigo fie fjloderro. ~
~ f:ij Vilardo feu D10ç-0. HUIH Bobo .61ho dó paítor. ~~;
ltJ G* Dionylà. Gr l-lonn:ena Patlora,
ar Salina lua moça.. (fi Dom Lu fi dar lo pay Ge .
í?2
I
. D3r Van:ldor0. Vanadore.
a~ Mon:eyro. G" Tc:, par~ar~s baylãdo. ~
.
~ ror
.
Hum p.flor Donano Doloro!o .migo de V ibrdO'1

I~ S
~
~ ~
~~m Em Lisboa. Imprrft":a com tod.. as lic<nç.. nc:<:clfa-
~~~
ttl
~.<'"
rias.'PorVicenre Aluarez. 161 5.
t
~~ ,
lrJ;m~~~~~~~
DE CAMÕES 53

A bibliotheca nacional de Lisboa possue um bello exemplar da edição de


1614, muito bem conservado; e OUII'O, Iruncado.
. Igualmente possuem exeml~lares, em Lisb~a, os SI·S. Fernando Palha, Anlo-
mo Augusto de Carvalho MonleJro e JoáO Henl'lque U1nch.
No leihío Gomes Monteiro vendeu-se um exemplar por 22$500 réis.

'lf.
* *
20. Comedia dos Enfatl·iões. C071t1JOsta paI' Lvis de Camões. Em a qual entrão
as fioul'as seguintes . .. Em Lisboa. 17n]Jl'essa com todas as licenças nece.sscwias. P01'
Vicente Aluarez. l6i5. 8.° i in-17 foI. llumeradas pela fl'enle.- O roslo eslá met-
lido dentro de uma larja de vinbeta , como a que mandei reproduzir da seguinte
comedia. A composição é em caÍ'acte!'es redondos, a uuas columnas.

*
* *
21. Comedia de Filodemo. Composta P01' Lvis de Camões. Em a qual ent1'M
as fimLras seOlt!lltes .... Em Li~boa. Impressa com todas as licenças 1LeCeSSal'ias.
Por Vicente JlluQ1·ez. 1615. 8.0 de :1 in-22 fi. sendo a numeração só no recto,
se"uida da anlerior comedia, de 18 a 40. - O 1'0 lo como o ua l'eprodlH'ção em
frtllle. A compo ição lambem é em caracteres redondos, a dua' colulTIna .
E las peças que alguns camonianista lêem em separado, andam quasi sem-
pre reunidas com a edição das Rimas de :1616, segunda parte de que trato em
seguida, e com a Cre/Wão e com1l0siçL!O do I/Ornem, que o editor entendeu que de-
via imprimir sob o nome de Camões, abendo, e confessando, que náo era rl'('11 .'
No fim da laboada vem mencionadas a Comedias Enrat?'iõe,~, Filoclemo e
os Tres cantos da cl'eação do homem. Vê-se pois, que o livreiro editor Domingo
Fel'l1ande do tres folheto fez um livro para o com~ercio.
. A biiJliotheca nacional de Lisboa lambem possue, na na opulenta camo-
mana, duis exemplares, encadernados separadamente, das duas comedias e da
Crel/ção do homem.
Possuem lamhem exemplares: em Lisboa os 1'S. João Antonio Marques,
Antonio Angusto de Carvalho Monteiro Fernando Palha e João Jienrique Ulricb'
no Porlo, o 1'. dr. Jo é Carlo Lope . em Coimbra, a bibliotheca da universi-
dade; e na ilha de S. Miguel, o sr. José do Canto.
A biiJLiolheca nacional do Rio de Janeiro tem igualmente encadernadas, em
separado, estas comedias, e a C,·eaçL!o.

'if
* *
22. Rimas de Lvis de Camoês. Seo nda pal'te. Agom llOtWmellte impl'essas,
com_duas Comedias elo Autol'. Com dou Epitofios feito a sua sepultura, que man-
darao fazeI' Dom Gonçalo Coutinho, §f .Martim Gonçalue::: c/a Camam. E Imm P1'O-
LUIZ

logo mIL quc conta a vida do Az:th01', Dedicado ao fllust1'issimo, g' Rcvel'endissi1ll~
Senhor D. Rodrigo cl'Actmha, bispo de Porlalegre, ~ do Conselho de sua lJlagl'stade,
Com todas as licenras necessarias. Em Lisboa, l\a oflicina de Ped1'0 Cl'asbeeck,
1616. A custa de Domingos Fernandez mcrcad01' de liw·os. Está taixado em
lesliio em JJapel. Com Priuileuio Real. 8.° de 12 (innumeradas)-q0-40-35 fo·
lha, contellllo a primeira l10 folhas as Rimas, as egllndas as duas Comedias,
e as restantes 35 o canto da Cl'eu.çiio, 9' Composiriio do /lOmem.-O rosto, com as
armas do bispo D. Rodrigo da Cun1Ja, é corno e 'li reproduzido na estampa {ae.
simile.
As licen.as são daladas de 160ã, iGDS e 16:1.5, devendo natal' qne duas
d'ellas se l'tlfcr m á duas comedias :l ima e á Cl'carcío elo homcm. Na dedicatoria
de Domingo Fernandes, com dala de 19 de março de HH6, lê-se:
« .•• niio se descuydou minlla ventura em me offerecel' e ta occasião de
andar juntando esta rimas, & V. S. me fez merce de auer a maior parte cerlili-
cada serem do Aulbor, oulTas me derilo varias pe 'oa~, & na mão de muito se·
hores illn II' sachei tres Canlo da Crea lia do homem em oilana rima que I'ão
no fim desle lilll'o, e tendo-os illlpre soo V. S. me aflirmou mio serem seus: mas
como os linha irnpre sos paI' er obra muylo boa, e com o nome do Authol' a
deixei bir estando e ta obra começada enl que me fez merce Utl uar ajuda d cuslo
pera fazer e ta impl'essão de mil & quinhelltns e lando V. S, mai de. cuidado pos
os olhos a Sacra Cesarea, & Catholica sempre Augll la & Real Magp,-Iade delRey Fi·
lippe II, ... fez hüa eleição tão iJenel1leri la do Bispo lle Portalegre, a qual foy
muilo bem recebida em todo esle Heyno, Wo prOXilrl~, & Ião conforme com este
meu inlento: nesta impressão dos L10 no~ o grande Luis de Cam és, Principe da
Poesia H ro)'ca: cõ muita eJ'llL1içiio e variedade de cousa curiosi~ imas. Artificio
grande. que a verdadeira fama ino nlou. para ClJlll mais fadlidade diuulgar pelo
mund,. a honra & nome desle illusll'e enteudimento Portuguez. Por acliar nelle
bum (. s mais podero os sogeilos, com que ella podia mais longe dilalar pejo
mUltdo ·)S e:tenuidos limites do seu Imperio, etc."
Nc prologo do mesmo Fernandes paz. o trecho seguinte:
rcClJari simo Leitor na Primeira Parte das rimas de' Lili de Camoés pro-
meti sahir á luz cõ esta Segunda parte, que ofl'e!'l!ço, em que lTaslei selte annos
em ajútar estas rimas por estarem eS[lalhadas p,m maôs de diuers~ pessoa, & ainda
agora prometo pera a segLiua impressa,õ, porque lla ln lia me tem escrito que
me mandamõ IIlUitas coriosidades, & nesle Reyno ei de auel' oulras mai , & I

desta fúaneira se ajuotou a primeira parle, fazendo "ir da lndia, e pedindo ne te


Reyno a .enhore illustres e outras varias pe oas curio as: tenho cumprido
minha palavra mas fi o empenhado, h neces ario que os coriosos da Jiçaõ Poe-
tict e estlldio. os cortesãos e senhores il:Jstres comprem este jiuo, a quem eu
peço por mercê ... "
" .. , & tiriído os olbos de mim ponhãno no qofTereço. A que me pareceo ajun·
tal' dou Prologas já impres os m louuor de le Poela, hú do Licenciado Fernão
Rodriguez Lobo C,urrujlila professor pre tanli imo de Lei, & illsigne Aduogado
nellas, que se imprimia com a Primeira Parte das Rimas a primeira vez o anno
de 15\J5. E porque .por descuido meu. e não tOI'l)/1U a imprimir as mais qne as
Rimas se estamparaõ se hia já perdendo o heneficio que de sua liçam el'udilissima
re ulta aos curio os & 'pode ser que seja tambem necessaria a authoridade de
seu Author, que não hé menol' nesta proussam êi na outra de seu instituto pro'
prio para defender a Luis de Camoés se para qu lhe não falte nada de ngenho
granue vierem a leuantarse algü dia conlra e1le, agora que he mario, nau os Cor·
billos, & Cesares Caligulas, como cOlllra Vergilio não fallaraõ; o outro be do Licen·
ciado Pedro de Maris, que anda impresso com o comento que o Licenceado ~Ia'
R I MAS
DELVISDE CAMOES
SEGVNDA PARTE.

_ C~mtoJi# tr licenç Ar vece!ltTillf. t

E·).f LISB O A. Na OfJicinade Pedro Crasbeeck. 16(6.


 'tlflit de I>t1mingos Fernanáp:. t1Ilrç,-dor de lturDt. .
EAà taiudo Acofiáo cm papel. Qm l'riuilegw Rtll.t
(
DE CAlIlÕES 55

nuel Correa fez dos Lusiadas deste PoeLa, & todauia polia noticia. que dá nelle
de sua vida, & cuslulIJes, & porque nem lodos lel'aõ andJos os limos em que o
vejão não tiue por de convelllencia ll'esladallo nesle. Folgara eu que fora viuo o
mesmo Pedro de Maris, para que com seu eloquente estilo podera acrecenlar a es-
timaçaõ que fez do nosso Poeta .•. "
Segue o epiLaphio a Camões; a taboada das Rimas; e o prologo de Fernão
Rodrigues LolJo SmopiLa, que figurou na edição de 1595, e de que já fiz extracto.
Do segundo prologo de Pedro de Mariz Lranscl'evê o eguinLe:
"... foy t<io esLimada esta sua 'excellecia Púelica, q tendo ouLro Poeta
Porluguez (talllbe f:lIlJoso) composlo em vcrso a me~ma empresa; quando viu
e Le 1'0 ma de Camões, & que lodo o conhecião por tão heroico, não qlliz mos-
traI' o seu, po. lo que esLaua com elle Illuylo yJl'dno. E de todos os mai POl'tugue-
zes foy tão venerado este Poema, que contra a natural propriedade Porlugueza
(de estimarem mais a coy as de estrangeyros, que as suas) se tem impres o neste
reyno mais de doze mil volumes.
'"Pois, dos estrangeyl'os (a que as uas cousas parecem melhor que as das ou-
tras naçõe ) fo)' lanto e limado, que não se cõLétou cada Mia dellas com me-
nos, que com :Ippropriarem a sy, no modo que podia ser traduzido em suas linguas
cõ lanLa curio-Idade, quê em Ca Lella S6 fezel'am Ires traducço-s, em !lalia büa,
em França oulra: poslo que eu a 11;10 Yi :. & aLê em LaLim se com çou a fazer
neste re)'no per lllU dos maiores Poelas LaLinos, que Portugal teue qu a morte
alalhou, priuandonos de Lall1~nho hemo Porque como o Carnoé- foy tão gra.nde
imitador da mais heroica Poesia Latina: & s6 a humiluade da nossa lingua. Porlu-
gueza lhe podia humilhar o seu granu espiritn poeLico; em que n nbllm dos mais
famoso lhe leuou vantagem. Tornado elle n fermusura da Lingua Latina, auia de
ficar hum muylo heroico PO~llJa.
"Porquo tambem o Camoê excedeo a todos os Latinos, Gregos & 1'0 canos,
nas comparações, com fj descreue, pinta, e descobre o inlimo dos conceitos poe-
ticos, com arteficio aclinirauel, & muy proprio. Alem de outras mu)'la figuras &
tropas ele Rhetori('a, de que em nlUytas parles vsa, CÕ lanla energia, e elIicacia,
que nenhul1l dos antigos lhe leuarão vantagc: como s vê na otava 41 do canto 2,
\\: em outros UlU)'toS lllgares, que no comento se apontão e explicão.
"Em filO, he tam estimado no mundo, que ciJegC'u em nos os dia hü Alemão
fiJalgo escrellel' a e ta cidade a um seu r ~ponelenle, ainda hoje viuo, que lhe sou-
besse que sepnltura linha o Call1oes: e quanuo a rITo teue se umptuo a, lralasse
cô a Cidade lhe de se licença para tra ladal' seus ossos para Alemanha, cô
agllella veneração ii Ião insigne hOllJé Illerecia. Onde lh faria Iru Lurnlllo super-
hlsslmo, igoal aos t.los mais fama o dos antigo. E coneluindo, digo, lí. Iodos os
P?~las fama os do seu tõpo reconhecerão & confessar:io por superior: ate ai
dllllno Berrera, q se imaginaua o mais leuãlado de todos o do mundo, dezia
que em Espanha 6 Luis de Camoés róra verdadeiro Poeta Heroico. E o grande
~'OJ'cato Tasso UI. no verso heroico excedeu todos os rros~anos) dizia em Roma
q a nellhum poeta temia nesta vida, se não a Luis de Camoes."
. É ll'este prologo que Pedro de Mariz refere uma anecdota, que já tem ser-
Vido aos biogl'aphos ; \
. ~( ... logo no anilo setenla & dous os imprimia (os cantos do poema), & ficou
resldmdo elll Corte, por obrigaçãO da lensinha que elHey lhe dera. Mas lão pobre
s~mpl'e que pedindolhe Ruy Diaz da Camara, fidalgo bem conl,ecido; lhe tradu-
Zisse em verso os Psalmos Penitencia s, & 'não acabando de o fazer, por mais
que para isso o eSlimulava, se fo)' a elle o Hdalgo, & pergulllandolhe queyxoso,
porque lhe não acabaua de fazer o que lhe prollJetêra auia lanto tempo, sendo
56 LUIZ

tam grande Poeta, & que tinha compo to b10 famoso Poema: elle lhe respondeu
que quando fezera aqueJles Cantos, era mancebo, farto, & namorado, querido, e
e limado, & cheo de muytos fauores, & merces de amigo, & de damas com o que o
calor Poelico se augmentaua. E que agora não tinha espirito, nem contentamento
para nada ... »
Esta edição contém:
36 sonetos.
2 elegias.
2 odes.
2 canções.
2 sextiuas.
5 redondilhas.
cantigas, e mote.
ii vilancetes.
Soneto r, em italico.
Sonetos li a X:X:Xll, em redondo.
Sonetos x..1L'l1ll a x..uvr, em italico:
D'ahi em deante, elegias, odes, e outras composições poelicas, em caracleres
aldinos, com os titulos ou referencias em redondo. .
Eis corno terminam as rimas (11. (j,O v.):
Dom Antonio senhor de Casquais, prom teo a Luis de Camoês seis (.1;alinhas re·
cheadas. por hüa copia que .lhe fizera, & mandandolhe in prinl:ipio de pagua
mea galtnha recheada.
Volta.
Cinco galinhas &; mea,
Deue o senhor de Casquais
E a mea vinho ( ic) chea
De apetites lJem as mais.
Andam adjunctas, de edição diversa (de i6i5), e de numeração separada, coo
mo acima ficou registado, as duas comedias, e os Ires cantos da e"eaçúo do ho-
mem, que não são de Camões.
No leilão Gomes Monteiro vendeu-se um exemplar s6 das Rimas, segunda
parte, por iO~OOO réis.

*
* *
23. Rimas de Lvis de Camões. Segunda parte. Agora nouumente im.pressas
com duas Comedias do Aut01·. i6i6. Com dous Epitafios, elc. (O mais como na
edição anterior.) Lisboa, la oilicina de Pedro Craesheeck. i6i6. Elc.
Existem na bibliotheca nacional de Lishoa dois exemplares, nos CJuaes, porélD,
notei algumas diJIerenças, que devo mencionar.
Confrontando o prologo, que fica trallscripto acima com o que acompanha
esta edição, vejo que o primeiro anlerior tem 62 linhas e o segundo 2!:l linhas
apenas; e que a redacção dos dois é tão diversa, que não p6de existir duvida de
que foi escriplo de novo para uma nova impressão. Leia-se o trecho seguinte,
e compare-se com o seu equivalente na edição anterior:
RIMAS

DE LV'IS
... DE
CAMOES
PRIMEIRA PARTE..
NOVAMEN.T E ACRESC'ENTA~
d.4s,& emendadas neIla Imprdfão. .
01 R lG10 AS A D. GONÇAL o COVTINHÓ.
(;orn da"l Eptt hd fiO) ~ {utf S (pui lirA 9'" ,n;, IW'- SlIntA Ali". '"'
md1fdllram [A:t.!'r DorP# Gon~'4/o (outtnho)(Y Mllnl11l
Gonfaiflt:t. d" CílTl1Ar.L

Ann()

E M L I S ~ O A. Com 1#1/1111.' t;çe1lf41 nueJJariAf.


Por Antonio Aluarcz.
r •
 ç"JI4 de Domillgw FeNlA"J,~ ""retlder de liNr,s.
. Com Priuilegio Real. .
T. )'xad4u a J '0.
rcium p~pd.
DE CAMÕÉS 57

" ..• &. se neste liuro se acharem algúa cou. as q não sejaõ de Camões naõ
me ponham culp~, q~e com boa fé a dei a imp~'e são com louita diligencia, &
gastando o meu dlOhelro pera saLJsfazer, parque mlllha tençaõ naõ be outra cousa,
que de ejar de acertar & tirando o~ olho de mim púnhall1 no q olfereço. Aqui
vaõ dous Prologas, hum que fez o Llcenceado Fernão RodrJgues Lobo urruplta
em que declara que. cousa. seja Poe ia em Jouuor de te Author. E outro do Licen-
ceado Pedro de ~lal'lS ESCrJuão, &. reformador da Tone do Tombo, em que conta a
vida de Luis de Gamoés.ll

N'uma o epitaphio

Nasa elegis Flacc'lls IY"icis Epigrammate l!farclls

está no fim do prologo de Domingos Fernandes (fi. 3 innumerada v.); e re-


petido adiante, intercalado qua i no fim do prologo de Pedro de Mariz (fi. 12 innu-
merada). Na outra o epitaphio 6 entrou na n. 12 innumerada.

N'uma, no fim da dedicatori~ repete-se a indicação da taxa com as assi~na­


turas dos funccionarios que taxaram o livro Francisco Vaz Pinco ( ic.) e Preto;
e na outra essa indicação está no fim das licenças (verso do rosto), e lê-se Pinto
e não Pinco.
N'uma, as licenças seguem no verso do roslo; na outra, são impressas na fo-
lha seguinte, ficando cm bt'anco o ver o do frontispicio. •
Veja- e que nas duas ultimas linhas do pé da pagina do rosto existe dilfe-
rença no lypo, e que n'uma e lé: "E tá taixado a lo tão cm papelll. E na oulra:
"Está laixado a lestão (sic) em papel".
E la difTerenças são tão notaveis e es enciaes no caracleristico de uma edi-
ção, que poslo e veja que o im~res 01' Ol~ editOl' aproveitou no re to do ,livro,
a folha I que eram saldo da edição antenal', que upponho que se deve Igual-
menle marcar lia bibliographia camoniana como livro, não mencionado até hoje,
~ que faltará de certo á maior parte dos camoniani las, por mais complelas que
Julguem ler as suas collecções.
Advirta-se que, depois da fi, 38, está repetido o numero da fi. 37, que deve
ser emendado para 39 erro que náo apparece na de cripla anteriormente,
'rem um exemplar d'estes a biblioUleca nacional de Lisboa, e sei que os pos-
suem tambem, no Porto, os srs. Antonio Moreira Cabral e 'fito de Noronha.

*
* *
26,. Rimas de Lvis de Camões. PrimeÍl-a parte. Novamente acrescentadas, «
em~nd~das nesta Impressão. Dirigidas a D. Gonçalo Covtinho. Corn dous EIJita-
p/lIos.a sua sepultura que está. em Santa Anna que mandaram fazer Dom Gonçalo
COllt~n/lO, f! lIfal,tim Gonçaluez da Camam. Anno 1621. Em Lisboa. Com todas
as ltcenças necessa,·ias. POI' Antonio AluaI·e;:;. A custa de Domin!10s Fernandez
m~l'caelor ele litt1'os. Com Priuile!1io Real. Tayxadas a 160 "éis em papel. 8.° de
8 111-202 n. numeradas de um só lado, e mnis 5 inllumeradns com a taboada.-
No I'oslo, que se reproduz no fac-simile em frenle, figura reduzido o emblema, que
se y~ na edição de 1616,.
58 LUIZ

Na approvação ou censura, datada de 1:1. de julho de 1614" e a signada por


1'1'. Antonio Freire (gmciano), leio:
« Vi estas Rimas de Luis de Camões impres as no anno de Ui98. & as i como
"am eumedada cm quatro, ou cinco lugare., que julguei por indecente, me pa·
rece que se podem imprimir.»
Na dedicatoria de Domingos Fernandes a D. Gonçalo Coutinho está o para·
grapho seguinte:
« .•. Quam alta & quam excellente obl'a seja esla, bé posso es'cusar de oen·
carecer, pois a ponho no thealro do mundo, na mais pura, & emendada impre ão,
que pude auer. Nella e tã retratado, antes viuo aquelle admiravel engenho, de
quem aillrmo q e l'iUBra, pudera fazer imlllortal o nome Portuguez, & ainda
das feridas de nossas calamidades, em que tantos fal'os eSl:ritores t~m pesada.
mete nos magoarão, soubera tirar louuores & tropheos. l'\ão pos o d clarar como
espanta a auud za de seu cõceitos, como obriua a propriedade das palaara,
corno enleua o encarecimento das razõe . Que alteza lem de sentença, que meta·
phoras, que biperboles. que (j"uras lã poelicas? Admirauel "e a grauillade dos
Sonetos, a graça das Ode, & Canções, a malencoiia tam mu ic.il das Elegia, a bran·
dura tam namorada das Eglo l1 as. Qu' direy da polil:ia & facilidade do verso, da ele·
ga,ncia dos termo? da riqueza tia lillgoa? Por hüa-parte me par ce que lira a
todo homen) a esperança de ser Poeta: por outra toda: a desl:ulpa aos que vão
mendigando Iillgoajes e trallgeiros para cõpôr nellas, & tachão a nossa de es·
teril, defeito seu, mais ê[ culpa della.»
Descrevendo o emblema, ou alluJindo :i empl'eza que empregou n'esta edi·
ção, escreve: .
"Quãto as partes do aJlimo de que Deo dotou, o bom indicio no deu v. m.
deli as na sua emprez:J. da Oliueira, que tanto tempo ha que na em suas arma.
Porque esta he aquella q engeitou o Reinado das outras aruores, que diunamente
lhe offerecião. E e ta he aq uella que é Symbolo da paz, & brandura corte aã de que
Y. m, he dotado. E ta be a amore de Palia, que me tura com as armas todas as
boas sciecias, e disciplinas, com tal cõcel'to, cru reciprocamente se cõlllunicá
admirauel lu Ir , como os vemos ell1 Y. m. na letra, I1HH[ TAXVS. Eslou con·
templando o queixume geral dos grandes entendimentos, que sentanciosulI1ete e
descobre nel!:J.: o. quaes hüa vez por não serti conhecitlos daquelles a quem
elles fallam, e outra pOI' sel'em dos me mo invejadó nunca. alcançam o que me·
rece. De maneira, que o saber p la Oliueyra significado, que lhes oUl'era de ~er
occasião de sobirelll a grandes estudo, Ibe cau a ell'eito tle contradição, & Odl~,
entelldicIos no veneno do texo. Outras muitas apl)!icações se pode descubnr
nesta empreza, assi no sentido moral, como ao namorado, que me dam cerlos
penhores do profundo juyzo ~e Y._m. das quais não trato, polias ná danar cõ a po·
breza de meu eslllo, e por deixaI' q especular ao. bõs engenhos ... "
Comquanto a licenças sejam de 1614" no fim da dedicaloria. e lá a data de
1621 (18 de dezembro) igual á do rosto.
Note-se mai que da fi. 3 Y. innllmerada a rubrica tJ'pographica traz "muy'
e a.primeira, linha da folha seguinte "mui".
Contém esta edição:
i05 sonetos (d fi. i a Jl. 27).
10 canções (de fi. 27 Y. a fi. 50 v.).
DE CAMÕES

1.0 odes (de fl. 50 Y. a fl. 68).


6 exlinas e :1 terceto (de fl. 68 v. a 11. 69).
4. elegia de fi. 69 v. a fi. 78 v.).
54, terceto, incluindo um capitulo (de fI. 78 v. a fl. 82).
58 oilava (de fl. 8:2 a fi. 92).
8 eglogas (de fi. 92 v. a iI. 153 v.).
redondilhas (de 11. 1M a fi. :19Ú v.).
2 cartas.
São empregados n'e ta edição os caracteres romanos, de dois corpos, um
maior e outro menor. De 11. 91 a 11. 9~ V., a com1Josição é, porém, em italico.
Note-se que no titulo da fi. ~9 v. está Odes, quando d ria de ser Canções. A
primeira ode só cOl1Je~a a meio da fi. 50 v. O capItulo termina ao terço da fi. 82
com a seguinte quadra:
A c~u a em 11m m'sforça· o sofrimento,
Porque'a pe ar do mal qne me resiste
De lodos o trabalho me contento,
Qu'1I razão faz a pena alegre ou tri (e
N'esta edição notem-se os seguintes erros, em a numeração das folhas.
FJ. .39 em vez de 151-
FI. 78 em vez de 87.
FJ. 119 em vez de fi5.
FI. 155 em vez de 161-
FI. 168 em vez de 166.
FI. 16;; em vez de 167.
FI. 1'17 em vez de 17~.
FJ. 157 em vez de i 75.
FI. 182 em vez de 185.
FI. 17 em vez de i87.
FI. 20'1 em vez de 102.
A fi. 81. em alguns exemplare , não tem nnmeração.

. Esta edição, ao que me parece,.é uma reproducção com outros caracteres da


edição de i6i~.
Possu m exemplare : em Lisboa, a bibliotheca nacional (uoi ,sendo um em
perfeito e tado de con ervação e p oulro sem rosto e com ouli'os defeilos, e este-
é o qne pertenceu a Norton) os rs. F mando Palha. Jo;ío J] l1I'ique Dlrich, João
Antonio Marques e Antonio Augnsto de Carvalho Monteiro; e no Parlo, o sr.
Antonio Moreira Cabral.
'a leilão :à inhava foi arrematado o que lá existia, em perfeito estado, por
~7~OOO réis para o SI'. Carvalho Monteiro.

25. Os Lvsiadas de Lvys de Camoes. Cõ todas as licêças necessa?·ias. Em Lis-


boa. POjO Pedro Lj·fJsbeeck. bn]Jl'eSsol' clelRpy. An. 1626. 2.° de ~ in-'14,1 fi. nu-
m~radas p la frente. - O rosto um tanto similhanle, pela sua implicidade, ao da·
edição de 1631, que adiante reproduzo; com a dijJerença de que, em 'vez da vi-
60 LUIZ

nheta emblell1atica, traz uma simples vinheta cJe combinação e ol'l1alo. O typo, é
o que uenominavam antigamente mignon, e que o editor Lourenço Crae beeck
mandou vil' de proposilo para esla primeira edição de algibeira.
As licenças são de f5 e f9 de dezembro ue 1625,20 e 21 de ahril de i626.
A taxa é de sessenta réis em papel. Na licença do bi po inquisidor lê-se:
"Visto como esta obra foy já vista, & impressa, damos licença pera que de
nouo se imprima, & torne conferida com seu original pera se dar licença pera
correr," etc.
Ás licenças segue o prologo, ou dedicatoria, de Lourenço Craesbeeck a D. João
de Almeida; e a este os sonetos de Tasso e de D. João de Almeida em louvor a
Camões. É mui interessante o seguinte trecho do prologo:
.Reduzido a taõ pequeno corpo, ofereç.o a v. m. o mór gigãle do Parnazo,&
assi como em hü pequeno fappa se cõpréde toda a maquina do lI1üdo, a i ne te
abreuiado volume se incluye toda a perfeição da poezia, a qual verdade não o·
mente a conhecem os melhores ingenhos deste tempo, mas lambem a não igno-
rarão os que mais ílorecerão no passado, pois dizédosse diante de D. Frácisco
de Portugal terceiro Conde do Vimioso que este liUl'o era o pl'imeiro que em oi-
laua rima se imprimira em fIespanba, re pondeo & sera o derradeiro: lambem
foy muy abonado testemunho o do Conde da Idanha ~ quem preguntando o Au-
tor se achara muitas faltas no seu liUl'o, respõueo hüa achei, muy notavel, que foy
não no fazerdes tão pequeno que o pudessemos decorar logo, ou tão grande que
os não pudessemos acabar de ler nunca: so elRei Dom Sebastião mostrou e.sli-
maIo pouco porque trazia mais occupado o pen amento em uar materias a escri-
tores, & poetas, que em darJhes premios: & daqui naceo fazerlhe tão e treila
merce, & tão trabalhosa na arrecadação, q dezia muilas uezes o Autor hauia de
pedir a elRey Jhe mãdasse r.omutar aqueles dez mil reis de lêça, em dez mil açou-
tes nos Almoxarifes, poré logrou a pouco tempo, q perdeo logo a vida, não só
com geral sentimento da no sa naçã, mas de todas as estrangeiras, onde lhe não
faltarão afeiçoados cÍ desejarãO ped Ir os seus os os para em sua terra lhe fazerem
magnifico sepulcro, de q elle lé bé pouca neces idade, porq em toda a parte lhe
serue de Mausseolo (sic) a sua fama, & de epitafio este seu Iiuro, o qual por meyo
desta impressam resumi a tão pequeno espaço, porq não he justo q os curio os se
cõtenté sà ue o lerê, mas ue o trazeré sempre cõ igo: Dialllãte he, &: por esta causa
dioo mais de engaste êj ue encadel'l1ação; & se a ordinaria valia,' & estimação dos
uiamanles he regulada .pelas mãos êj os trazé, ninguem duuielarn. vêuo este nas
de v. m. de q eril. o seu preço ineslimauel ... I)

No exemplar, que tenho á vista, e é o da collecção ela bibliotheca nacional,


o numero Ui da ultima folha tem o f quebrado, por modo ql1e ti primeira vista
parece U.
Possuem exemplaresl: em Li boa, a bibliotheca nacional citada; os srs. Fer-
nando Palha e Antonio Augusto de Carvalho M:onteiro; e no Porlo, o sr. visconde
da Ermida.
É mui rara esta edição, como todas a que se fizerall1 no typo e 110 formato
indicado e por isso apparecem poucas vezes no mercado. E difficil, porlanto, dar-
lhes colação.
*
26. R-imas de Lvis de Camões. Emendadas nesta d1todecima impl'essiío ele
muitos en'os das passaelas. Offl'ecidas ao Excellentiss. S. Dõ 1I[anoel de lI-fow'a Cor-
D8 CA:\IÕES

te/nalMarques de CastelRodl'igo, {{c. 1629. Em Lisboa Cõ todas as licenças ne-


cessarias. POI' Ped'ro Cl'aesbeeck i?npl'eSsol' delRey. 12. 0 de 4-175 fi., numeradas
pela fren Le.
A informação e as licenças ão daLada de 12 de agosLo, 1 e 10 de setembro,
e 9. de outubro de 1626,7 e 11 de julho de 1629. D'e tas daLas infiro que, quando
PedJ'O Craesbeeck tralou da edirão dos L11siadas anLerior (1621), cuidou desde logo
de uma nova impres ão das Rimas, mas que não a pôde vencer senão qua i lres
annos depoi . A dala da dedicatoria da impressão a D. Manuel de Moura é de 3
de julho de 162!:J. A taxa é de sessenta réis.
1 a informação, assignada por fI'. Tbomaz de S. Domingo, magister, lê-se:
"Vi e·te lim'o impresso j:i outra vezes & em ndado de algús erros, & de nauo
não ha cousa que encontra no a. ancLa fé ou bõ co lumes, merece o nome do
anLhor er celebrado por eu engenho, & galantaria, & a im sou de parecer que
se lhe dé a licença que pede para e Lornar a imprimir."
A primeira parLe conlém o me 'mo numero de sonelos e outras composições
poelica , e a duas carta, que e comprehendem na ediçõe anleriores de maior
formaLo. Percorrendo o lil'ro encontrei uma dilferença no tilulo das "Endechaso,
que são a ui Lima serie das "Hedondilha 'I.

Na edição de 1621 :
.Endechas, a hüa C:lltiua com quê anclaua d'amores na India, chamada Bar.
bora.lI
Na edição de 1629:
•EndecIJas a Barbara escraua.»
E ambo$ começam:
ACJnella calina,
Que me tem catino.
Na segunda oitava notei e ta variante. Na etlição de 1629:

N- no cãpo 110res
Né no ceo eslrellas,
Me parecõ bella ,
Como os mens amores
la de 1621:
N m 110 Cêo Estrellas,
Nem 110 Campo Flores
Me parecem bel las,
Como os meus amores

lO exemplar, que lenho presente, e era da collecção Norlon, desde alguns


anno na posse da bibliotheca nacional lle Lisboa, foi encadernado conjuncta=
mcnl , sem folba de rosto:
Rimas de Lvis c/e Camões. Segunda parte. 12. 0 de 58 fi. numeradas só pela.
frenle, e 1 innumerada.
LillZ

Ao ver as duas parles reunidas, com cara.ctl:1res typographicos e papel iguaes,


revelando uniformitJatJe na impressão, poderia formal' idéa de que todo o livro
fôm impI'e so na mesma epocha. Porém, examinando oulras ediçües ubsequentes,
convenci-me de que Norlon, ou a pessoa de quem elle recebeu o livro, adjunlou
aquella parle, falla da folha do 1'0 to e das folhas preliminares, que era tTuncada
da edição de 1.632.
Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliotheca nacional citada, os SI'S. Fel"
nando Palha, Joao Henrique Ulrich e Anlonio Augusto de Carvalho Monteiro; no
Porto, os srs. visconde da Ermida e Moreira Cabral.
No leilão Gomes Mont iro foi vendido um exemplar por 1.5$200 réis, É O
que pertence aa SI'. Fernando PallJa..

27. Lvsiadas de Lvys de Camões. Cõ toclas as liceras necessal'ias. Em Lisboa.


POl' Cl'asbeeck.lm1J1'eSSOr delRey. An. 1631. 1.2.0 4, innumeradas-140 fi. numera·
das pela 1'rel1te.-O rosto é como o ('ac-simile, fielmente reproduzido, que acom·
panha este artigo. A composição, em lypo mignon, qua i igual ao moderno
corpo G, de que lilmbem deixo aqui um specimell. Advida-se que a fi. 48 tem a
numeração errada. Esta 10 em vez de 48.
A informação e as licenças são de f5 de fevereiro de f630, 23 c 28 de fm·
reiro, 4 e 6 de março, 28 e ;31 de abril de 1.631.. A informação de fI'. Thomás de
S. Domingos, magister, é e ta:
"EsLe Camoes foi reuislo por mim, & approuado. na forma em que está, &
se lhe pode conceder a mesma licença para a lomar a impriIlJil'."
Nole-se mais, que esta é a ediçãO pela primeira vez revisLa por João Franco
Barreto. Na advel'tencia, a.o leitor, que e le pÕe) á frente do poema, lê-se o se·
guinte:
"Sabendo eu fi os Lusiadas do no,so foela, & mayor dos de Espanha (se·
~undo bõ juizos) na poesia heroip, esLaua para se dar a illlpres 'aó, segunda vel
na. ta letra pequena, que com razão se d 'ue chamar sua, pois ó para elle se mano
dou vil' de fóra a esLe Reino: mouido da ccriosidade & arei~rro, que empre a seus
versos tiue, tOllley por empresa (vendo os vic.ios, com C]ue laã corruplo andaua,
que ainda. !Jomes pralicos linbaõ, & sustentauaõ por de seu Aulor, hem contra
o que <I seu credilo, & nome se deu ia) ássi~lir â emenda cõ mayor cuidado do
que minha occl1paçães o permiLtiaã: pelo que me parelle que sairà mais ap~'
rado, do que aLegara: &: porque nam fosse sem 10uHor, d quem he Laõ seu apal'
xonado, lhe [jz por no principio esta empresa, tirada do discur o de sua vida, que
foy como elle mesmo diz: Nüa mão sempre a espada, & noutra a pena: Aceila
minha vonlade, & I(osa de melhor Poeta de nossos lempo , de maneira, que se
nelle se vio ouLro IJomero, em ti se veja ouLI'o Alexandre. Vale."
No verso d'esta dedicatoria estão os sonetos de Tasso e de D. João de AI·
meida, a Camões.
As estancias do p'0em[L são numeradas, e não têem argumentos. V. o que a
este respeito escreveu Illliocencio, tomo v, pago 255, n. O 25.
Possuem exemplares: em Lisboa, a biblioLheca nacional, em perfeito estad~1
os srs, Fernando Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monleiro, João AntolllO
C A. N"T O
Pocl!r"l'br eD\ loogo e{qu~IMll~()
As CI1l~ morrais, qll'e'~oma vio,
Feitas do rrto'Z M.no, 1lI do crutnrO
LVSIADAS SyJla, quando o contrario Ihr rugi'O:
P« ilfo Llanor,que j)or~limrnc&
!>o mono COlldnp mlleto defcobrlo,
DE " ~az contra Llllicaltla";" <llOrlJa,
Dirmdo frr rua lilh lIudei.. della.
LVYS DE 1
:B9tri'z. b'2.a liJlia,'11le cor. da
CA MóE S. Co caíltlhano dil, '1u.oRe)'llo ~d~
Po~ /ilha de Fernando repllr•.h,
Se a corrompida fama lho concede ~
Com elta "01. canell. s1ellalluda,
Diundo, que e/h> /ilha·ao pa, rucedlt.
Su:rs fo~n ajunta pan ., g..rrras,
lIe varlas "'Ii"b, 8t nrias rrrras.
8
V_ dr toda aProajncia,ljole búBrip
(se foy) ja «ue o '1ome dinuádos
1'>.. tet'Tu.fi renlando,&qae Rodrilo
c:;abhàra6 do tirano, ~ MouroclbA1o'
N~o eftimlo d.., arrau o pttigo,
O. '1ue conando nó co duro arlUlo
Os ~os Leonefrs, cuja genrt
Cos1douros for nas anuas ucellenre.
-9 .
()s~o.,na amlia nJelttJa
Àiocb cOh6ados,ft aJunuuaâ
EM LISBOA. l>a<abeSa de todo Andaltn~
~ do Goadalquibir a. :a&oaf,laua6t
~t Pcdn> Cr..he.ck Iml'T"''' to nobco ilha ~mbem r. apellt'lbia,
Ú)l oleJR~1' "".16p. ~e &nrig.monte o'Tyrio.s lIlIbitllU6..
""~endo por Infigoias Y.rdik1.i~~.
AtlIcicllleas ~Q!Ilnnil:l Bill \:illu!erra ••

"
DE CA~IÕES 63

Marques João Henrique Ulricb, reverendo padre Antonio Coelho Leandres de


Sousa. e' Carlos Cyrillo da Silva Vieira; no Porto, os srs. dr. lo é Carlos Lopes,
Antouio Moreira Cabral, Joaquim de VasconcelIos; e na ilha de S. Miguel, o
SI'. José do Canto.

No leilão i'lIinbava foi vendido um exemplar por q,;'5700 réis.

*
28. Rimas de Lvis de Camões. Pl'úneira lJa1·le. Agora ilOumnenle emendadas
nesta vitima ímpl'essaõ. Com todas as liccnras necessQ1'ias. Em Lisboa. Por Lou-
renço Craesbeeck. 12.· de fi (innumeradas)-i75 fi. num radas só pela frente.-O
rosto é similhaute ao da edição de 1631 vendo-se tambem n'elle o mesmo em-
blema. A data posta 16 23, aos lados do emblema, é errada; tem os dois ultimas
algarismo tmeados. O \'e r 1632. Os caracteres typogl'aphicos iguaes aos em-
pregados em :1626 1629 e 1631.
A informações licença :Ia de 13 e 27 de julho, 2:> e 31 de agosto, 8, 9 e
iO de novembro de 1ü32. A taxa é de sessenta réis em papel.

A primeira licença, ou informação, é de fI'. Sebastião do Santos, que escre-


veu:
"Vi estas Rimas varia- do in igne Poeta Luis de Camãc por serem muitas
vezes impres as. & aprouadas por tam docto Padre : & por não ter cousa con-
tra nossa an ta Pé, ou bã cu tumes, se pôde dar a licença que se pede para se
tornar a imprimi!'.u
A segunda é de fI'. Ayres Coneia, domicicano, que informou assim:

.. "Imprimem e as obras de Camoc Poela in igne húa, &: l1luitas vezes, he


dllllda, que como agradeci rIo e deulJ ao lustre, que com ella deu ao nome Por-
tuguez: &. e ta Rimas por suas não de merecem de que a aã outra vez a luz,
p~ra luzero dos Poetas, que agora lhe querem succedel'. E a i me parecem que
dignamente se podem imprimir... .
Esta informação do frade dominicano não podia er, na ua sobriedade, mais
levantada e honrosa para a memoria do egregio poeta.
Alom da data nada no rosto, como acima notei, encontra- e igualmente er-
rada a numeração das foUlas : .
FI. 331 em vez' de 133.
FI. 1:36 em vez de 139.
FI. 129 em vez de 144.
o mai : a numeração d fi. 134 e 137 tem o algari mos 4 e 7 fóra dos seus 10-
~ares, e o titulo das «Redondilhas.. da fi. 1,4,3 v. tem o ~ voltado.

Ab A Jisposição de toda a edição é ql1asi igual ás edições congelleres anteriores.


,ii ndo, c?mtudo, ao ac~-o .0 livro, por exemplo a 11. 2G, leio na edição de
16.9 os dOIS versos do pl'lmelro terceto elo soneto C d'c te modo: .
Patria minha Alãquer, mas ar COl'l'Up
(to
q neste men terreno vaso tinha,
LUlZ
Na edição de i632 :
Patria miuha Alanquer, mas ar corrup
(te
Que neste meu terreno vaso linha,
Na fi. 27, seguinte, da edição de 1620, o ultimo verso do soneto CIV esll
assim:
Na lingoa o nome, n'alma a vista pu-
(ra.
Na edição de 1632:
Na lingoa o nome, nalma fi vi ta pura.
Para os que entendam alguma cousa da ade de imprimir e da sua technolo·
gia, observarei que, apesar de parecer que foram empregados os mesmo t1'POS,
a composiçãO foi eviuentemcnte nova, lião s6 pelas dilrerenças que apontei c por
outras, que por brevidade deixo ue mencionar, mas pela espacejação de cada li·
'nha, que é diversa, comparando a edição das Rimas de i 52\) com a de 1G32.
Por ultimo: é n'esla edição que apparece, pela primcira vez em obras de
Camões, em plena actividade industrial e arlislica o nome do impressor 10l1l'r.nço
Craesbeeck, filho e successor de Pedro Craesbeeck. No entretanto, eJlcjá e lava aso·
ciado a.seu pae alguns annos antes do seu fallecimcnto, visto como foi o encaro
regado de dedicar a D. João de Almeida a edição dos Lusiadas ue 1626.
Possuem exemplares: em 1isboa, a bibJiotheca nacional, o srs. Fcrnando
Palha, ,João Antonio Marques, João Henrique Ulrich, Antonio Augusto de Carva·
lho Monteiro, e reverendo paure Antonio Coelho Leandres de Sousa. '

29. Rimas de Lvis dp. Camões. Seuvnda lJarta. .tlgora nOllamente emendadm
nesta vitima impl'esstío. Com todas as licenças necessaJ'ias. Em Lisboa. Por Lall'
J'enço Cmesbeeck. 12. 0 de 6 (innumeradas)-58 fI. numerada s6 pela frente, e mais
1 innurneraua.-O rosto igual ao da primeira parte, com o mesmo emblema ea
data errada 1628 em yez de 1632. Caracteres lypographicos iguaes.
As informações e licenças perfei tamente iguae6 ás que foram impressas na
primeira parle variando apenas na taxa, quP. é de qUal'enta 1'éis em papel. Seguem
ás licenças uma apologia de Camões por Diogo Henriques de Vilhel{as, e a dedi·
catoria a fI'. 1uiz de Sousa, prégador augustiniana, por Paulo CraesbeeclL
Na apologia lê- e:
«o • , não ha que admirar, se di el', que desdo principio do mundo al~ o
tempo do nosso 1uiz de Camoés não houve mai que quatro que merece se o !fi'
signe nome de Poetas Heroicos; porque só estes l~om perreiç.iio guardariío todos
os precei los (que são sem cõto) da arte: os ql1aes foraõ dos Gregos Homero, dos
Latinos Virgilio, do Italianos 'forqualo Ta so, & dos He paniloes o nosso Poela.
CÇ/ill tudo entre estes (di se um Dado) 1 Merece mais Ll1is ele Camões particular
louuor, porque ainda que não cxcedeo em tudo a todos, ao menos se auenl3Jou a

1 O chanlre Manuel Sel'erim de Fada nos seus discul'sos politicos, "ida de Camões.
DE CAM8ES 65

cada hum em sua parte. E outro galhardo engenho 1 affirma que em o que se
não auenlajou, que ficou igual, mas nunca infel'lor. Isto he no que loca ao heroico.
E não foy menos nos versos pequenos, & de mais melros, a que se dà o nome de
Rimas .... »
E mais o seguinte:
«... sahendo C(Ue nesta impressão. se deixauão de' pór?s prologos dos licen·
seados Fernão Bodngues Lobo Surruplla, & Pedro de Mam, a affeyção q tenbo
às obras do nosso Poela, me obrigou a não querer sahisse esta segunda parte de
suas Rimas sem esta coroa ...
«Aduirto, que nem Ioda as que vão neste volume são de Luis de Camoês,
q a suã forluna atê depois de morto o não liurou de lestemunhos. Não se separão,
porque como o Sol enlre as demais estrellas resplandece.»
Na dedicatoria de Paulo Crasbeeck lê-se:
« ••• & se como em mim eslá certo o querer podendo, esliuera o poder que-
rendo, luzira mais meu animo agl'adecido: em tanto aceite v. m. esta offerta que
a grandeza das obras de Luis de Camoes, tem seruido de desempenho a grandes
deuedores. E pois o eu sou de v. ·m. & esta impressão minba, q a dedique ao il-
lustre nome de v. m. he razão de mais de me prometter no illustre, amparo, & no
docto defensa.»
Esta segunda parte conlém 3~ sonetos, 2 elegias, 2 odes (que nunca tinham
sido im~ressasJ; e outras composições varias até fi. 32. Da fi. 32 v. até fi. 58 está
o primeIro canlo da Cl'eaçan ~ cOlnposiçúo do !lo/nem, que não é de Camões. Na
fi. 58 v. lê·se o epitaphio de 1). Gonçalo Coutinho; e na fi. innumerada, o outro
epilbaphio, tambem coullecido:
Nasa elegis Flacctts lyricis Epigramate Man~us

com o que remata o livro.

*
* *
30. Lusiadas de Lvys de Camões. Cõ todas as licéças necessa1"Ía. Em Lisboa.
POI' LOlwenço Cl'asbeeck bnpl'essol' deLRey. An.1688. 12.· de q, (innumeradas)-1q,O
n. numeradas pela frente. - O rosto inteiramente igual ao da edição de 1631-
'l'ypo redondo, tambem igual ao empregado na mesma tldiçao.
As licenças e infOl'mações lêem as datas de 23, 29 e 30 de outubro, e q, de
no~emLro de 11\32, 13, 1l~ e 15 de julho de 1633. Na informação, em caracteres
aldmos, de frei Thomás de S. Domingos, lê-se:
..«Ia vi este liuro outras vezes, & o approvei, & de nouo não achei cousa que
seja Impedimento para tornar a eslamparse.lJ .
Ade frei Ayres Correia é assim (caracteres redondos):
«V.i est!ls Lusiadas muitas vezes impressas, & se lhe pode dar licença para
que se lmpl'lmão outra vez.»

I o condo do ViIla Modiana em rosposta do uns versos do Tasso.


TOMO XIV (Supp.) 5
~U1Z

Tem·se escriplo que esta edição ~ repl'oducÇão da de :1.631.. Assim me pare·


ceu tambem, confrontando as duas. Não é, porém, contrafeição. Alem das novas
licençl\s, que Lourenço Craesbeeck fez correr para a impressão d'este livro, e cujo
processo durou desde a segunda quinzena de outubro de 1.632 até o fim da pri·
meira quinzena de julho de 1.633, pouco mais ou menos nove mezes completos,
temos que o impressor, na sua dedicatoria a D. João da Silva, capellão·mór d'eI·
rei, escreveu:

aOJfereço a vossa Senhoria Illustrissima terceira vez já impressos nesta le·


trinba os Lusíadas de Luis de Camoés, Príncipe dos Poeta Porluguezes: & como
vossa Senhoria lllustrissima o seja assi no sangue, como nas mais acções suas,
diuida forçosa he que se Ibe desse, pois a atreuimentos mayores me dão confian·
ça a marces com que vossa Senhoria lllustrissima de ordinario me honra», elc.

A esta dedicatoria, impressa em caracteres aldinos, excepto o titulo, que é


em redondo, e tem a data de 4, de julho de 1.633, seguem os sonetos de Tasso e de
D. João de Almeida, com o que rematam as folhas preliminares; e depois corre
o poema de fi. :1 a UO, em caracteres redondos, miglwn, como os da edição de
:1.631., com as estancias numeradas.

A respeito de formatos tenho·me afastado, sem nenhuma especie de preten·


são ou jactancia, do estabelecido nas passadas bibliograpbias camonianas; per·
suado·me, porém, de que a indicação tem passado de uns para outros, por simples
copias ou reproducções, sem q;úe os bibliographos vissem em suas mãos minu·
ciosanJente os exemplares. D'ahl, como já escrevi acima, lêem nascido confusões,
indecisões e erros.

As edições em mignon, de 1.626 a :1.633 (sendo esta ultima para alguns alé
duvidosa), acham·se n'este caso Tem-se posto que são em :1.2.°, 24.°, e em 32.'
O formato ele todas, comtudo, segundo o exame que fiz em cada um dos exem·
pIares existentes na bibliotheca nacional de Lisboa, é em :1.2.° Vejam·se as rubri·
cas de cada' folba, e encontrar·se-ha a prova d'isto. Com a edição, que seguiu á
de :1.633, succedeu outro tanto. Todos a lêem mencionado, ou descriplo, como em
folio; e é, no meu entender, como adiante registarei.

A composição typographica, po to que guarde alguma fidelidade com a edi·


ção, que serviu de copia, tem díJferenças sensiveis na espacejação e variantes no
modo de compor as palavras. Exemplos:

Edição de :1.63:1, canto I, na estancia 2, terceiro verso:

A Fê, o Imperio, & as terras viciosas

Edição de :1.633:

 Fe, o Imperio, & as terras viciosas


EdiçãO de :163:1., mesmo canto e estancia, ultimo verso:

Se a tãto me ajudar o engenho, & arte.

Rubrica d'esta folha:


cessem
DE CAMÕES 67

Edição de i633:
Se a tanto me ajudar oengenho, &arte
Rubrica d'esta folha:
Cessem
Edição de i63i, canto IV, estancia 67:
Não deixasse de ser hum só momento
Conquistado no têpo, quea luz clara
Foge, & as estrellas nitidas, que saem,
A repouso conuidão, quando caem.
Rubrica d'esta folha:
Aues
Edição de i633:
Não deixasse de ser hum sÓ momento
Conquistado no tempo, flue a luz clara
Foge, & as estrellas ni lidas, que saem,
A repouso conuidaõ, quando caem.
Rubrica d'esta folha.
Aue
Edição de i63:1, canto x, estancia 45:
Mais estanças cantàra esta Syrena
Em louuor doillustrissimoAlbuquerq,
Mas alêbroulhehüa ira, que o cõdena,
Posto que a fama sua o müdo cerque:
Edição de i633:
Mais estanças cantAra esta Syrena
Em louuor do i1lustl'issimo Albuquerq,
l\1as alêbl'oulhe húa ira, que o eMena,
Posto que a fama sua o mundo cerque:
Uma nota final: esta edição, alem do seu alto valor para a camoniana, po-
deria ser collocada entre os livros que se considerarem percursores do esforços
para a restauração do reino. As phrases da dedicatoria, que deixei transcriptas !l
repelirei: "Principe dos Poetas Portuguezes: §f como vossa SenhOl'ia nlustnssima
o seja a<isi no sangue, como nas mais acções suas", podem, emquanto a mim, jul-
g.ar·se,. sete annos antp-s da gloriosa data de i640, como significativamente patrio·
bcas, lIgadas á idéa de uma reproducção da obra de Camões.
Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliotheea nacional, e oS' srs. Fernando
Palha, João Henrique Ulrich e Antonio Augusto de Carvalho Monteiro.

*
* *
31.. Lvsiadas de Lvis de Camoens, Príncipe de los poetas de Espa7ía. Al Rey
N. SCliol' Felipe Qvarto el Grande. Comentadas por Manvel de Faria i Soma,. Ca·
68 LUIZ

vallero de la 01'den de Christo, i de la Casa Real, Contitllen lo mas de lo lJ1'inci·


pai de la historia, i Geograpitia dei mundo; i singulannen te de Espaiia: 'muclla
politica excelente, i Catolica: Vat'ia mOI'alidad, i dotl'ina; Ajuda, i entretemda
satim en comun à los vicios: 1 de pro{ession los lances de la Poesia vel'dadera i
grave: 1 su mas alto, i solido pensm'. Todo sin sa!il' dela idea dei Poeta. Tomo pri-
mero i segvndo. Alio 1639 (tendo ao centro as arma reaes portuguezas). COII
P·riuilegio. En illadrid, PaI' Ivan Sanchez. A costa de Pedl'o Coel/o. Mel'cador
de libros. - No frontispicio, como notei, v~em -se as armas portuguezas, sobre·
postas a duas trombetas cruzadas, symbolo da fama, com a seguinte legenda:
"ln Omnem Terra'm Exivit Sonvs EorV'llt".
Lvsiada<! de Lvis de Camoens, principe de los poetas de Espatia: AI Rey N.
S. Felippe IV. El gmnde. Comentados paI' Manuel de Fm'ia i Sousa, etc. (Repro·
dUCÇão do rosto anterior com a" s6 diJferença d'esta ultima indicação: Todo Si!l
salir un solo punto de la iclea dei altíssimo Poeta.) Tomos tercero i qvarto. Alio
1.639. Con Priuilegio. Em Madl·icl. POI' luan Sanchez. Impressor. A casta de Pedro
Coello, mel'cadol' de libt·os. "
Os tomos TI e rv não têem rostos especiaes. 4, tomos em 2 volumes. 4,. o ou
8. 0 maior.
Tomo I de i2-il76 fi. innumeradas, com 55:2 columnas numeradas,
comprehendendo os cantos I e n. -
Tomo II de 326 fi. innumeradas, com 652 columnas numeradas, com·
prebendendo os cantos m, IV e v.
Tomo lU de 2-264, fi. innumeradas, com 528 colulJlnas numeradas,
comprehendendo os cantos vr, VII e vm.
Tomo IV de 335 fi. innumeradas, com 670 columnas numeradas, com·
prehendendo os cantos IX e x; e mais 1.7 fi. innumerada8 COlrJ a Ta·
bla general em columnas. Em alguns .exemplares anda adjunta a
In{ormacion em {aval- de Manuel FaTia i Sousa, ett:. 6 fi. innume·
radas.
No começo de cada canto, e de a sumpto allusivo a elle, vêem-se gravuras
ornamenlaes abertas em cobre, que fazem notavel contraste com os retratos de
Vasco da Gama, Affonso de Alhuquerque, e outros personagens, que figuram no
poem:t, pois são gravados em madeira e mui toscos. Os retrato de Luiz de Ca·
mões e do seu commentador Manuel de Faria (que vem depois do elogio do com·
mentador), são abertos em cobre, e trazem a assignatura do artista: p.o de villa
(mnro. Madl'id 1639, conforme o especimen que repl'Oduzo em frente. Estas gra-
vura foram depois mandadas reproduzir com fidelidade por Adamson, em uma
das obras relativas a Camões, ou commemorativas do egregio poeta, como oppor-
tunamente mencionarei. Manuel de Faria não s6 indica a origem de cada retrato,
mas descreve-o plJr menor, dando até idéa do trajo do personagem.
Alguns bibliographos têem notado que Manuel de Faria paz o reh'ato de Ca-
mões com o olho esquerdo fechado, ao contrario do que fôra reproduzido até ali, e
constava da tradição. Parece-me que o defeito deve ser altribuido ao artista gra·
vador, que passou o desenho ao contrario saindo-lhe na impressão para a es·
querda o que era para a direita. Na reproducçãO mandada fazer d'este retraIo
por Adamson, como ja mencionei, vê-se bem esse engano do artista, porque a
copia saiu fiel e o rosto do poeta, como devêra ter sido primitivamente Impresso.
O retrato de Vasco da Gama está na pagina do tomo I (que devia ter as coo
lumna 533 e 534,; o de Alfonso de Albuquerque, parte IV, por baixo das colum·
nas 381. e 382; os de outros vice-reis nas folhas seguintes, columnas 385, 386,
OE CAMÕES 69

387, 39:1, 399, 401, 402, '1,03, 408, 416. Nas columnas 495 a 498 um mappa·
mundi. N'este tomo a columna segunda tem a numeração errada, em vez de 402,
tem 204.
No verso do rosto lêem·se varias epigraphes em latim, extrahidas do livro
dos Machabeus, Sidonio, ApoUinario, Erasmo e Marcial. Na folha seguinte vem a
advertencia de Manuel de Faria aos impressores e mercadores rIe livros, aos quaes
lembra que se algum quizer fazer nova impressão:
"liberalmente le darà nuevo Original, no solo reparado de lo que arriba se
advierte, sino ilustrado; porque eu lugar de algunas cosas que convino dezirse
agora eo este libra, por ser la pl'imera vez que se imprimià, i que no san menes·
ter en la segunda, iràu otras de mayor utilidad, i no designai gusto, que se dexa·
rou por lo mucbo que .crecia el volumen.»
Depois correm as licenças e informações, as dedicatorias, um elogio ao com-
menlador (5 fi.), a que seguem os retratos de Camões e de Manuel de Faria, e
varias poesias encounasticas; o prologo (pag. 2 a :14); a vida do poeta (pag. i5 a
58); o juizo do poema (pag. 51:1 a 99); e no fim começam os Lusiadas, sendu cada
estancia copiada em verso, depois vertida em prosa castelhana e seguida do com-
mentario no mesmo idioma.
Na licença de D. Tomas Tamaya de Vargas, datada de Madrid a i8 de julho
de :1637, lê·se :
"A este verdaderamente Poema, por ser igual a los mejores de los antiguos,
i superior a todos los de los modernos, faltava ilustracion llarticuJar para su in-
telligencia, como ha sucedido a los de Homero, i Virgilio (exemplares primeros
d'esta rdea) e11 que han puesto su cuydado, i diligencia, muchos ingelJ.ios de to-
dos siglas, aunque con desiguales sucessos.
"EI espiritu deI gran L~tis de Camoes, es mayor que la materia que tratà,
con ser de las ma gloriosas que ha tenido el mundo: porque aquel ilustre Re-
me Vasco de Gama, intentó cosas que la imaginacion tuvo por impossibles, i las
conseguià con felicidad, hollando mares nunca sUl'cados,. descubriendo Reynos no
conocidos, i enriqueciendo con tesoros incomparables a sus Reys, cujas acciones
con tanto artificio, i decencm, se entretexen en los adornos desta labor, que ni
sa magestad, ni el valor de los invencibles guerrero , que con generosa emula·
cion seguieron aqueUos primeros hueHas, pudieram desear más, ni alcançar tanto.•
No prologo (cal. 8." divisão VJ) faz Manuel de Faria esta brilhante apreciação
do poema:
"Lvis de Camoés ep esta grãde obra, aun quãdo yo ~siese, no me dá lu~ar
a.divertirme en ociosidades trabajosas, porque liene infifildad de lugares, que dan
blen en que entender á quien los conoce, y ha visto los Autores de que salio Iq
erudito, o lo imitado. Assi, pues, si buviessemos de comenta.r este Poema con ajus-
tado estudio, i sin lascivia de oslentacioll de erudiciones, seria menester, .en lo
que toca a 'Ilistõria, lmsladar aqui, a lo menos abreviados, todos los Annales de
~uropa, Asia, i Africa: i en lo que to(;a a juizios, selltencias, moralid11.des, all3go·
nas, I otra val'iedad, seria. necessario traer pai' tcstigos muchos Filosofos, muchos
Politicas, muchos Filologicos, i muchos Santos, con que sin caer en eI vicio de
os~entaciolles vanas, nunca pudieramos acabar. Tal es la vega, qu~ para. toda fero
lIhdad semejante abrio este ingenio COIl esta labor...
O papel geralmente empregaclo n'esta. edição é fraco, amarellado, quasi ama-
relia·torrado, do de peol' qualidade que produziriam as fabricas n'11.quella ~poc4a.
70 LUIZ

Apparecem, comtudo, rarissimas vezes, alguns exemplares em papel melhor, mais


claro e encoryado, como o que pertenceu à bibliotheca de D. Franci co Manuel
de Mello, hOJe encorporada na bibliotheca nacional de Lisboa; e como o que me
informam possuir tambem o sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro. Estes
exemplares especiaes não trazem, porém, adjuncta a In(ormacion, 1m (avo!' de .Ma·
nuel de FaI'ia i Sousa, impressa em 164:0, que anda com muitos exemplares da
edição co~um,
Com respeito ao formato, não me conformo com a classificação dada até hoje.
Não me parece em folio. A impressão ou foi feita logo em 8." maximo, ou em
~.o casando·se as folhas para darem o 8." maximo, como é facil ver examinando
attentamente a fórma da encadernação de cada tomo.
Possuem exemplares (ediçãocommum) : em Lisboa, a bibliotheca da Ajuda,
a bibliotheca nacional (tres, sendo um especial, como ficou já notado); e os
srs. Fernando Palha, João Antonio Marques, Antonio Augusto de Carvalho Mon·
teiro, João Henrique Dlrich, Francisco Gomes de Amorim, Antonio Maria dos
Santos Agard, e outros; no Porto, a bibliotheca publica, e os srs. conde de Sa·
modães, visconde da Ermida, dr. José Carlos Lopes, Moreira Cabral, Cerquinho, e
outros; na Louzã, o sr. Fernandes Thomaz; em Vianna do Castello, o sr. João
Luiz Monteverde da Cunha Lobo (exemplar que pertencêra a Norton); em Coim-
bra, a bibliotheca da universidade; na ilha de S. Miguel,' o sr. José do Canto;
e no Rio de Janeiro, a bibliotheca nacional (dois).
Os preços têem ultimamente variado no mercado, entre 6~000, 8~000 6
1.0$000 réis. No leilão Gomes Monteiro chegou um exemplar a 20~200 réis.
No de Sousa Guimarães (em 1870) foi arrematado por 10~080 réis. No leilão Mi-
nhava subiu um exemplar a 15$Úoo réis, para o sr. Francisco Gomes de Amorim.

*
* *
32. Os Lvsiadas de Lvis de Camões. Cõ todas as licenças necessm'las. Em Lis,
boa, Por Paulo C!'rlesbeeck, Impressor !f Liureiro das tres Ordens militares, !f á sua
custa, Amw 1644. 12. 0 de 2 innumeradas 20g, fi. numeradas pela frente.-O rosto é
guarnecido de linhas simples, e lem no centro uma ~ cercada de vinhelas. Se-
gue a: dedicatoria (em italico) do impressor Paulo Craesbeeck a D. João Rodri·
gues de Sá Menezes, conde de Penaguião, filho primogenito do conde D. Fran-
cisco, elc. Depois corre o poema em redondo (typo quas"í nada maior que o mi-
gnon, como o da edição de 1631), com as estancias numeradas (foI. i a 160); e
~ indice dos nomes p'roprios (foI. i60.v. a foI. 2~g,): No,fim (fi. 20{~ v.) está€) as
licenças datadas de 1.0, ii e 13 de maIO, com a mdicaç.ão da taxa em branco, se·
gundo o exemplar que examinei na bibliotheca nacional.
N'esta edição deixou de compor-se a estancia 125 do canto TIl, o que se julga
omissão do impressor. Na seguinte edição (Rimas, lJ1"i7neim pal·te), fi. ~ inoume·
rada vem declarada a falia e transcripta a e Iancia 125. Os cantos têem argu-
mento em verso.
Na dedicatoria acima lê-se:
ceOffereço a V. S. novamente impressos os Lusiadas de Luis de Camoes; não
por lhe buscar Mecenas (porque sem elles soube viver pobre, & pOde morrer
lllsigne), mas porque havendo V. S. na campanha do anno passado, obrigado á
DE CAMÕES

patria, com empenho de sua propria pessoa, tantas vezes repeti:do; e sendo a di-
vida universal em todos os Porluguezes, não lenho eu com que manifestar mell:!or
a V. S. o agradecimento, que me toca, que com lhe dedicar as obras de um varão
que tambem foy grande pellas armas ... u

É mister notar, como ja o fiz anteriormente, éj1.1e n'estas dedicatorias procu-


ravam os editores ou impressores avivar, ao par da grande oora de Camões, o no-
bre sentimento de amor á patria e á sua independencia.

No exemplar que estou examinando e que pertence á collecção Norton, a


licença a que se refere o sr. visconde de Juromenha, e que o illustre auctor do
calalogo camoniano da bibliolbeca nacional do Ri.o de 1aneiro declara que não vê
no exemplar, que possue a mesma bibliotheêa, é do teor seguinte:

"Está oonforme este liuro as Lusiadas & notaçoens com seu original neste
Conuento do Carmo de Lisboa em lO de Mayo de 6Mi,.Jl .

É assignada por D. fI'. Gaspar dos Reys.

As notações não são outras, certamente, senão as que se comprehendem no


indice dos nomes proprios, porque forma uma serie de breves notas.'

Em a numeração das fi. tem repetidos os numeros 20, 22 e i7g,. As fi. ig,5
e lA6 devem de ser i85 e t86.

Possuem exemplares d'esta edição: em Lisboa, a bibliotheca nacional, e os


srs. Fernando Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João Hem'ique 01-
ricb, e João Antonio Marques; no Porto, a bibliotheca publica, e os sÍ's. dr. José
Carlos Lopes e Antunio Moreira Cabral; na ilha de S. Miguel, o sr. José do
Canto; e no Rio de Janeiro, a bibliotheca nacional.

Quando apparecem no mercado, ou em leilão, os preços são de 2$000 a


3$000 reis.

No leilão de Gomes Monteiro foi arrematado um exemplar por 2$300 reis.

*.
'*' *
33. Rimas ele Lvis de Camões. Primeira pm·te. Agol'a nouamente emendadas
llf!Sta vitima imp"esSe!õ, fi acrecentada hüa Comedia mmca alegam impressa. Em
Lls~oa. Com todas as licenças. Na oflicina ele Paulo CI'aesbeecK lmp"essol', fi Li-
lWell'o das tI'es Ordês Militares, fi a sua Cl!sta. An.1645. t2. o de 6 (innumeradas)-
203 fi. numeradas só pela frente. No fl:ontispicio tem a cruz e!l viuhetas a guar-
necel·a, como na anterior edição; mas não tem as linhas em volta da pagina. Typo
redondo, maior que o mignon, como a antecedente.

. .As licenças são datadas de 11, 16 e 19 de dezembro de i64,3, 26 e 27 de


lanelfo de 164,11, o que prova que a publicação esteve demorada mais de um
anno, e. que o processo respectivo fÓl'a solicitado antes da impressão dos Lt!sia-
~~s, cUjas licenças l~em a data de 1~~4,. Depois das ji~enças, vem ás sonélos de
lOgo Bernardes, DIOgo Tabol'da Leilão, e de um amigo, em louvor do poetá, ii
72 LUIZ

que este responde no sonet.o !32: o sone~o ~e I~ão ?omez do pl'go (sic); e a es·
tancia 125 do canto m, omlttlda, como mdlquel aCima.
o soneto do amigo começa:
Qvem he este, q na barpa Lusitana
Abale as Musas Gregas, & Latinas?
O soneta 62 começa:
De tão diuino aceto & voz humana,
De tam doces paIauras peregrinas,
Bem sei iI minhas obras não são dinas
Que o rudo egenho meu me desegana.
Na dedicatoria do impressor a D. João Rodrigues de Sá de Menezes, conde
de Penaguião, põe elle que imprimira os Lusiadas no anno de 16M!', e dá a rasão
por que ajuntou a nova comedia de Camões, n'estas palavras:
.Sahe de nouo a luz húa Comedia sua nunca alegora impressa, por beneficio
do Cõde D. Francisco de Sá pay de V. S. E assi em lba restituir a V. S. com a
perfeição q posso, & em publicar a obrigaçaõ procuro por mi, & pelos estudiosos
mostrarme agradecido."
Esta dedicatoria é impressa em caracteres aldinos, corpo maior que o empre·
gado nas Rimas, e tem a data de 2i de janeiro de i645.
Depois do soneto i04 segue o soneto 36, que é o 1.05. A comedia Delt'ey Se·
levco está no fim do livro, de fi. i85 a 203 v.
A fi. 25 tem só o algarismo 5 intelligivel, e a fi. i45 não tem numeração.
O exemplar da bibliotheca nacional de Lisboa, que examinei, anda encader,
nado com os Lusiadas de i644. Pertencia á collecção Norton.
Alem d'este, sei da exislencia de exemplares nas bibliolhecas particulares
dos srs. Fernando Palba, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João AntoDlo
Marques e João Henrique Ulrich, de Lisboa; dos SI"S. dr. Jo é Carll.ls Lope .e
Antonio Moreira Cabral, do Porto; e do sr. José do Canto, na ilha de S. ~h·
guel.
No leilão de Minhava foi arrematado um exemplar para o sr. Carvalho Monteiro
por 3~500 réis.

*
* *
34. Os Lusiadas de Lvis de Camoês. Cã todas as licenças necessarias. Em Lis·
boa. Por Paulo Cmesbeeck. Impressor das Ordens Militm'es, f asua custa. Ali/lO
111. D. LI. Com ~I·i~ti.legio Real. i2.· de 4 Jinnumeradas)-i62 fi. numeradas só pela
frente.-O frontJsplclO conforme o antenor, com vinheta ou filete em volta, e no
centro a cruz cercada de vinhetas. Typo redondo, corpo miudo como o n.· fi mo·
derno.
As licenças são de 3i de janeiro, 6 e 10 de julho de i65i. A dedicatorin é
a D, João Rodrigues de Sá de Menezes, conde de Penaguião. Depois de quatro soo
DE CAMÕES 73

netos em louvor de Camões, sendo o ultimo centonico por Jolto Gomes P~lI'o, se-
guem-se os Lusiadas, com os argumentos em verso. Não tem no fim o indice de
nomes proprios.
A impressão d'esta edição foi muito descurada, e os erros da numeração das
folhas são repetidos e lastimaveis. VejAmos:
FI. 23 a 70 em vez de 25 a 72.
FI. iDO a Bi em vez de 97 a i08.
FI. ii 7 a i28 em vez de 1.09 a i20.
FI. 12i não tem numeração.
FI. 120 em vez de 122.
FI. lU em vez de 123.
FI. 122 a 14,0 em vez de 123 a 14,2.
FI. 4,11 em vez de 143.
FI. i4,2 a 154 em vez de 154 a 154.
FI. 136 a lH em vez de 157 a i62.
A fi. i44 tem o segundo 4 inulili ado, e representa só o' numero i4.
Possuem exemplare : em Lisboa, a !Jibliotheca nacional (que era o da col-
lecção ~orton), e os srs. Fernando Palha, Anlonio Augusto de Carvalho Monteiro e
João Henrique Olrich; no Porto, o sr. visconde da Ermida e dr. José Carlos Lo·
pe ; na ilha de S. Miguel, o sr. José do Canto; e no Hio de Janeiro, a bibliotheca
nacional.

*
"* "*
• 35. Rimas de Lvis de Camões. P.,imeim parte. A Dom Ioam Rodriguez de Sá
de ilJeneses, conde de Penoguiiio, g'c. Em Lisboa. Com todas as Licenças Na Oflicina
de Paulo Craesbeck Imp/'esso/' das Ordens iJlilita1'es, {f a sua cuast (sic) Anno.
1651. 12.· de 2 (inuumeradas)-J81 11. numerada pela frente.-O rosto não tem fi·
/eles, nem vinhelas, senão no centro, mas de ornamento muito simples. Typo re-
dondo, como o dos Lusiadas acima. .
a dedicatoria do imp~essor ao conde camareiro-mór (duas pago em ilaUco),
datada de 1.0 de elembro de i65i, lê- e:
• ão he pouco rica esta (obra) que agora offereço a V. S. nas Rimas do
~rande Camoes, as quaes como verdadeiras pedras preciosas, quãlo mais se traze
etre as mãos melhor se pulem & resplandecem que POI' venlura será a causa de
que se esforce a enueja dos emulos durando igual mete, que a fama do nosso Poeta
para a fazer sem igual.»

A impressão d'esta parte das obras de Camões ainda é peor que a antecedente
epor igual deseurada.

Na numeração dos sonetos encontram-se os n.·' 7:1 (a. 19), e 10 (fi. 27), em
vez de 73 e 105. Na compaginação vejo mais os seguintes erros: .

FI. 34, não tem numero.


FI. 80, não tem numero.
F!. ii, em vez de :113.
F!. 13, em vez de 130.
F!. 19!J" em vez de 164.
74 LUIZ

Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliotheca nacional, 13 os srs. Fernando


Palha, Antonio Augusto de Carvalho bionteiro e João Henrique Ulrich; no Porto,
os srs. dr. Jo é Carlos Lopes e visconde da Ermida; e na Ilha de S. Miguel, o
sr. José do Canto.
Em geral, quando apparecem exemplares das Rimas são encadernados como
poema da mesma data, formando um corpo das obras .do poeta: Assim exi tia o
da coUecção Norton, e o da collecção MIUh'lva, vendido no leilão da sua cama·
niana por 9~100 réis para o sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro.

*
* *
36. Os Lvsiadas de Luiz de Camoens, com os A"gtttnentos do L.do João 1i7'allco
Bm'reto. Com hum Epitome de sua vida. Dedicadas ao illustrissimo senhor Andre
FU1'tado de ilJendoc,a Deão, g Conego Dignissirno ela S. Se de Lisboa, Doutor em a
Sagmela Theologia, Deptttado da Junta dos Tres Estados do Reyno, gc. Impressas
em Lisboa. Com as licenças necessa1'ias. A .custa de Antonio Cmesbeeck de Mel/o.
Impre.osor de Sva Alteza. Anno 1663. :1.2.• de 3 in-U2 fi. numeradas só pela
frente e mais 2 fi. innumeradas. - O rosto é simples, sem ornamentação cenLJ'al,
nem tarja, composto de letras versaes, versalete , italico e rfldondo, e occupando
toda a pagina. O typo usado em todo o livro é o que se parece com o corpo 6
actual, Já emprega~o em anteriores edições.
As licenças são datadas de 6 de julho de 1656,21 de julho de 1658 e 8 de
agosto de i659. Correu o re pectivo processo, tanto para o poema, como para as
rimas, que saíram no mesmo anno i663, de que em seguida faço menção. Na pr!'
meu'a licença (a de 1656) lê·se:
"Pódese tornar a imprimir as Obras de Luis de Camoês, e depois de impre .
sas, tornarâm ao Conselho para se cõferirem com o original, e se dar licença para
correrem, e sem isso nam correràm."
Tem as assignaturas de Francisco Cardoso de Torneo, Pantaleão Rodrigues
Pacheco, Diogo de Sousa, fI'. Peclro de Magalhães e Luiz Alvares da Rocha.
A dedicatoria do impressor, Antonio Craesbeeck de Mello, é em oitavas nu·
meradas. Tem dezeseis em quatro paginas, antes do poema. Começa:
Revolvendo, senhor na fantasia,
A que varam iIIustre assinalado,
Dedicar e tas obras poderia
Do Portuguez Homero sublimado:
O coraçam parece me dizia,
Adonde, adonde vàs desatinado?
Esse Varam, que buscas excellente,
Ante olhos teus nam o tens presente?
E acaba:
A vàs pois quero só por meu Mecenas,
Em quem tantas virtudes resplandecem,
E â vossa sombra as Tagicas Camenas,
Respeitados serâm, como merecem.
Porque se as cousas baxas, e pequenas,
Nas mãos dos grandes tantos se ennobrecê
As que por si sam grandes, cos favores
Dos Principes se estimam por mayores.
DE CAMÕES 75

o poema tem os argumentos em verso, que vinham na edição acima (n. o 3lJ,),
mas sem a declaração de serem de Franco Darreto.
A impressão parece· me muito mais cuidada, que a anterior; e julgo lambem
que foram empregado caracteres novos. O papel do exemplar, que tenho presente,
o da collecção Norton da bibliotheca nacional de Li-ho~, onde estou tomando
notas para este trabalho, é escuro e de intima qualidadtl. E papel pardo com me-
nos corpo que o de embrulho. Na compaginação ha os seguintes erros:
FI. 96 em vez de 69.
FI. i02, repetida, em vez de i03.
FI. BD, repetida, em vez de iii.
FI. 1.2lJ, com o algarismo 2 voltado.
FI. ilJ,2 com o algari mo 2 voltado.
No verso da fi. H2, spgue sem numeração, e em caracteres aldinos, uma resu-
mida Vida do grande Luis de Call1oês, que termina com o epitaphio que D. Gon-
çalo Coutinho mandou collocar na igreja de Sant'Anna.
Possuem exemplares: em LisboaJ a bibliotheca nacional, e os srs. Fernando
Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João Henrique UJrich e João An-
tonio Marques; no Porto, a bibliotheca municipal e o r. dr. José Carlos Lopes;
na ilha de S. Miguel, o sr. José do Canto; e no Rio de Janeiro, a bibliotheca na-
cional.
No leilão de Minhava, o sr. U1rich arrematou um exemplar por 3$5UO reis.

*
* *
37. Rimas de Lzds de Camoens, Principe dos Poetas de seu tempo. Dedicadas
ao il/ustl'issi?lw senhor André FUl,tado de 31endoc,a Deão, f Conego dignissimo da
S. Se de Li$boa, Doutor em a Sagrada Theologia, Defutado da Junta dos Tres Es-
tados do Reyno, fc. Em Lisboa impressas. Com as ltcenças necessarias. Na officina
:le Antonio Ct'Uesbeeck de !lEel/o. Impresso!' de va Alteza, e ri sua custa. Anno
1663. i2. 0 de 2 (innumeradas) 1.80 fi. llumerada pela frente, - O 1'0 tú é simples
co~o o dos Lustada$ (n. o 36), e foram empregados os mesmos caracteres em todo
oImo. Papel igual.
Adedicatoria do impressor é em prosa. N'ella se lê :
~ .Nem faltam razões a estas Obras, para terem as assistencias de favor de V. S.
poreI tratam da proezas, que os Portugueze ol.rá,ram no Oriynte, aonde os pre-
daI'! Imos a cendéles de V. S. foram sempre mUI celebrados, enb'e o quaes Vl-
vlrà eternamente gravada nos bronze inrnortais da memoria das gentes, a lIlui ex-
c~lle~te Fama d'aquell~ de quem V. S. tem ~ nome Andl'e Fm'tado de ilIencloça
(Lrmao d!gnISSIlTIO do seuor roão Furtado de 1edoça pay de V. 5.) o qual entre suas
mUi glol'losas vitoria, de truindo o Mouro Cunhale, defendendo Malaca e qupi-
mandu as Naos de Mecco ... "
No fir? las rimas, é reproduzida a Comedia del'l'ey Selellco, que apparecêra
por primeIra vez na edição de 1.6lJ,5 (n. o 33). .
Na compaginação encontro os segu.intes erros:
FI. i U em vez de i28.
FI. 15i lem só representado 1.5.
FI. i38 em vez de 1.58.
7fi LUIZ

Aqui se vê, por primeira yez impresso, o soneto CVI, que entrou d'ahi em
diante nas edições das Rimas. Começa:
Dor,e contentamento já passado,
Em que toçlo meu bem só consistia.
E termina:
Nem se engane nenhúa creatura,
Que nam pOde nenhum impedimento,
Fugir do que ordena sua estrella.
Na subsequente edição de f666 pozeram no ultimo verso esta variante:
Fugir do que lhe ordena Sua estrella.
A bibliotheca nacional de Lisboa conserva encadernado, como os possuil
Norton, os Lusiadas e as Rimas; porém, em mãos de alguns colleccionadores es·
tão separadas. Parec.e·me, com tudo, ser preferivel andarem juntos pela circumstan·
cia do impressor correr um unico processo de licença para os dois livros.
Possuem exemplares: em Li boa, a bibliotheca nacional, e os srs. Fel'Dando
Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João Henrique U1rich e João An·
tonio Marques; no Porto, a bibliotheca muuicipal e o SI'. dr. José Car'los Lopí'$;
na ilha de S. Miguel, o sr. José do Canto; e no Rio de Janeiro, a bibliotheca na·
cional. ,
No leilão de Minhava, o sr. U1rich arrematou o exemplar que possue na SUl
vasta collecção, por 3~500 réis.

* * ~

38. Rimas ele Lvis de Camoês princepe dos poetas pol'tvgvezes. P1'imeira, se·
«
!]vnda, e te'l'ceira pa,·te, nesta nova impressam emmendadas, acrescentadas, pello
lecenciado ruam Fmnco Ba1Teto. Lisboa. Com as licença.s necessU1·ias. Na Oflicilla
de Antonio Craesbeeck de Mel/o. lmp,'essor de Casa Real. Anno 1666. 8.0 gr. de
4 innurneradas-368 pago - O rosto é guarnecido com simples vinbetas Je phan·
tasia. Os caracteres empregados são redondos, como a antiga leitura e mais mo·
dernamente o corpo f2.
Depois do frontispicio, em pal(ina diversa vem o soneto de um amigo, a que
já me referi acima (edição de i6~5) e que reproduzo agora na integra:
Quem he este, que na harpa Lusitana
Abate as Musas Gregas, & Latinas?
li; faz que ao mundo esquevão as plantinas
Graças, com graça alegre, Iyra ufana?
Luis de Camoens he, que a soberana
Potencia lbe influio partes divinas,
Por quem espirão as flores, & boninas
Da ffomerica Musa, & Mantuana.
Se tu (triumphante Roma) esle alcançaras
No leu theatro, & Scena luminosa,
Nunca do graõ Terencio te admiràras
Mas antes sem contrastes, curiosa
Estatua d'ouro alli lhe levantaras,
Contente de Ventura tã ditosa.
DE CA.MÕES 77

e o soneto de João Gomes Pego. Não traz licenças. Seguem as Rimas, mas só a
primeira parle, como em anteriores ediçõe . A segunda e a tercpira parte, indica-
das no 1'0 to, foram impres as epaJõadamente com fronlispicio e numeraçáo se-
paradas, e lres anno depois, d'este modo;
Hil1las de Lvis de Camoes Princi11e dos poetas PUl'tvgveses. Segunda pQ1'te
Emendadas, &; aCTesceluadas pello Ler.enceado João Fmnco Ban-eto. Lisboa. Com
as licenças necessarias. Pa)" Antonio Craesbeeck de Mello. bnpressol' da Casa Real
anno de 1669. 8.0 gr. de 4 innumeradas-207 pag.-O roslo com vinl1etas iguaes às
da primeira parte. Caracteres redondos tal1lbeUl iguaes (leitura antiga), excepto
na comedia do Anfitriões (pag. i81 a 207), que são menores e em duas columnas,
sem linha ou filete ao centro.

Depois do fronlispicio tem em pagina separada e innumerada, o soneto de Diogo


Taborda Leitáo, e no fim do livro (fi. 207) uma protestação da fé, n'uma oitava,
que começa;
A AquelJa sancta barca, que se emprega
E acaba:
Quanto digo & disser, sujeito seJa.
LAVS DEO.

N'esta segunda parte encontra-se o poema alheio Da creação do homem, pago


75 a 14ft"

, Terceim pm'te elas Rimas do pl'incepe dos poetas portvgveses Lvis de Camoens,
tIradas de VQ1'ios manvscrilJtos muitos da let1'a do mesmo Aut01', por D. Antonio
Alvarez da Cu.nha ofTerecidas a soberana alteza do príncipe Dom Ped1·0. P01- Anto-
mo Craesbeeck de M"ello, Imp1'essor de S. Alteza, {f a sua. custa impressas. Anno
d~ 1668.-0 roslo I)ão tem vinl1etas a enquadrai-o; e sendo composlo de lelras ca-
pllaes, versaes e versaletes, redondo antigo, tem só duas palavras em caraderes al-
dmos; o appellido do editor da Cunha, ao meio da pagina, e a indicação Anno.
no fim.

Comprehende esta parle 8 (innumeradas)-i08 pago numeradas, e mais 22 não


numeradas, de que alguns bibliographos não sabem dar a explicação, C:xaminan-
d~, porém, esla parLe vê-se que os onetos comprel1endidos de pago 105 a i08 não
sa.o numerados; e que o ultimo d'esles no extremo da pagina tem a palavra Fi-
ms; e que os que se seguem não ó são numerados de 1 a tí,3, mas tem reclamo
diverso no pé da pagina, pois devendo seguir ao 1 U1aiusculo, foi rubricado com
a,.a 2, a 3, a 5, em redondo, minusculo, D'ahi infiro eu que as 22 pago se impri-
~ll1ra~l luuilo depois, por se .haverem enco!,!lrado as 'peras 'poelicas que n'ellas e
mchllJ'am, quando talvez o hvro corresse Já com as prllTJelras 108 pag., não ad-
verlmdo o impressor que tornava defeiluo a a edição.

D'esla serie, o soneto 1 começa:

Vós, que escut~is em Rimas derramado


Dos suspiros o som, que me alentava
E acaba:
Sirva de exemplo claro meu tormento,
Com que todos conheção claramenle,
Que quanto ao müdo apraz he breve sonho.
78 LUIZ

o soneto 43 (ultimo) começa:


Orphêo enamorado, que taíúa
Por la perdida Ninfa, que Duscava,
E acaba:
Le mandaron bolver su compaüera,
Y bolviàla a perder el desdichado,
Con que fueron entrambos los perdidos.
Depois do rosto, vem as licenças com data de 2i de janeiro, 3 de fevereiro e
i. de março de i667; e a estas seguem a dedicatoria ao principe D. Pedro e uml
especie de advertencia ao leitor. Na dedicatoria escreveu D. Antonio Alvares di
Cunba:
" .. , não ha hoje lingua na Europa, em que se não vejão traduzidaS as suas
Lusiadas, que o mesmo Poeta deli á estampa pellos annos de 1.572, na menoridade
do senhor Rey D. Sebastião, cuja desgl'3ciada perda depois acabou de tirar de todo
.o credito a este admiravel poema, porq os animos esta1'ão então mais para lamen·
tal' desgraças, q para aplaudir descripções. Com este receo, 'os que depois mani·
festárão as suas Rimas, imprimirão so aquellas que mais facilmente puderão ai·
cançar; & eu me persuado, que a alta Providencia deixou estas para satisfazer o
merecido a este tão insigne Autor, encobrindo-as com as h'evas do esquecimento
mais de cem annos, para que sahissem á luz entregues á protecção de V. A. cujos
rasgos lhe darão aquelle resplandor, que lhe havião tirado as sombras, ou da en·
veja, ou da ignorancia.
"Não lhe pareça V. A. infructuoso aplicarse tambe a estl;llição .. "
Ao leitor (caracteres italicos) Alvares da Cunha diz:
"Convidovo neste volume com os versos, que ainda não vistes do nosso grande
Poeta Luis de Camoés, que os trabalhos dos estudos me trouxerão á mão, de va·
rios manuscriptos, muitos da letra pl'Opria do Autor; pouco hey mister para vo
fazer crer esta verdade, porque elles mesmos testemunhão quem os fe?, & se COl~o
Porthogenes conheceis a linha de Apelles, esta oifeda que vos faço, sirva de pella
fi vossa benignidade, para outras que vos hei de fazer. VALE.•

Advirta-se que as tres partes das Rimas, n'esta edição (i666-i669-i668)!


têem rostos e numeração separadas, que andam geralmente encademadas em um so
volume, porém que da primeira parte podia fazer-se um arrazoado tomo, e da se·
gunda e terceira outro tomo.
Não eneontrei erros em a numeração das paginas da primeira e segunda parle,
mas na terceira de pago 98 e 99 tem os n.O' 58 e 59.
Advirta-se que, alem das tres partes acima indicadas, o impressor Antonio
Crae beeck de Mello imprimiu em 1.669 o complemento das obras de Camões, em
que incluiu Os Lusiadas sob o titulo:

'!<'
* *
39. Obl'a~ ele Lvis de Camoês P?'incepe dos poetas pO?'tugueses Com os al'QII'
mentos do Lecenceado João Fmnco Ban-eto ; &; P01' elle emêeladas em esta nova '!11'
pressaã, que comprehende todas as Obms, qne deste insigne auto?' se ac/ui?'ão 1111'
DE CAMÕES 79,

pressas, &; malmscf'itas, com o Index dos nomes proprios. Offerecidas a D. Fmn-
cisco de Sovsa Capitão da guarda do P"incepe N. S. por Antonio Cmesbeeck d'Mello
Impresso/' da Casa Real Amw 1669. Lisboa. Com as licenças necessal'ias E Pre-
vi/egio Real.-8.0 de vlll-(innumerada )-376-78 pag.-O 1'0 to é imple, campo to
de ver aes, versaletes de diversos corpos j e redondo, antiga leitura, exce-
ptuando as.duas linhas finae ,que são em caracteres aldinos de dois corpos (maior
e menor). E guarnecido com vmhetas iguaes ás dos frontispicio das Rimas (pri-
meira parte).
Na folha seguinte á do rosto está a dedicatoria; no verso d'esta vem as lieen-
ças de 23 de março, 6 e 7 de julho de 1668 e 30 de outubro de 1.669. Segue· se
uma resumida vida do poeta, em cujo feeho pozeram o epitaphio de D. Gonçalo
Coutinho, que tcdos conhecem, e que deu origem á divulgação da dala el'l'ada da
morle de Camões; e acaba com o soneto
Qvem Jouvarà Camoes, que elle não seja'?
No reclamo d'e la folha está drivilegio".
Corre depois este privilegio datado de 23 de outubro de 1669, e na pago 1, em
frente, começa o poema, em redondo, interduo, ou modernamente corpo iD.
O privilegio é por dez annos, 9 leio n'elle:
cc. " q Antonio Cracsbeeck de Melto, mell impressor me inviose dizer por
sua petição impl'imira à sua custa as Obras de Luis de Camoes, Lusiadas, & Ri-
mas com seus acrescentamentos. Pedindome lhe concedesse Privilegio para senão
poderem imprimir; nem vender", etc.
A taxa da obra era de cedois cruzados".
Olbando para es as datas, e comparando-a com as da terceira parte da Ri-
mas, vê·se que a impres ão do úvsiada$, que aliás é geralmente considerado
~omo o primeiro tomo da obras ele Camõe , ficou demorada tl'inta e um mezes,
Isto é, o re tante anno 1667 (abril a dezembro), todo o anno 1.6G8 e dez mezes
do anno 1669.
,Note-se CJue a pa~. 191 existe uma lacuna grave: a falta nO canto v das es-
l~ncIas 91 a 98 inclUSive, que não sei POl' que rasão foram supprimidas. A estan-
Cla 91 começa:
Vai recontando o povo que se admira,
Aestancia 98 acaba:
Que a muitos lbe dá pouco ou nada d'isso.
Aestancia que tem, pois, o n.O 91 é 99. Lá está :l seguinte, na pago 192, com
onumero cerlo, iOO.
~ primeira vez que se me deparou mencionada tal omissão, foi no catalogo
dos !lvros que pertenceram ao finado escriptor e academico Antonio da Silva
Tulha, e que foram vendidos sob a direcção do SI'. Luiz Carlos Rebello Trindade,
Conservador da bibliotheca nacional de Lisboa.
Possuem exemplares (das Rimas, tres partes, e ~os Lu-siadas): em Lisboa, a
80 LUIZ

bibliolhec'l real da Ajuda, a bibliotheca nacional (tres, um que pertenceu á casa


dos condes da Ega, e outro da collecção Norton, o d'esta mais bem conservado
que o outro, onde se vêem folhas muito aparadas prejudicando os titulos e a nu·
meração das paginas; o terceiro tem falta de dois roslos); a bibliotheca da imo
prensa nacional, e os sr~. Fernando Palha, Antonio Augu to de Carvalho Mon·
teiro, João Henrique Ulrich, João Antonio Marque Antonio e Maria dos Santos
Agard; no Porto, a bibliolheca publica. e os srs. Antonio Moreira Cabral e dr,
José Carlos Lopes; em Vianna do CasteJlo, o SI'. João Vieira Monteverde da Cu-
nha Lobo (s6 as Rimas); na ilha de S. Miguel, o r. José do Canto; e no Rio de
Janeiro, a hihliotheca nacional.
Os preços têem variado' entre 6$000 e 8$000 réis. N'um leilão do Porto (em
i88q,) não passou de U800 réis. No leilão de Gomes Monteiro foi arrematado um
exemplar por q,$600 réis. No de Iunocencio subiu outro exemplar a 6$~OO réis,
É interessante, e util, fazer ainda uma advertencia final: é que o impressor
Antonio Craesbeeck de MeUo, attendendo naturalmente ao consumo d'e ta ediçãO,
passado um anno dava ao prélo nova edição dos Lusiadas e das Rimas,
n'outro formato, e empregando outros caracteres, conforme os dois numeras se·
guintes:
*
*, *
40. Os Lvsiadas do grande Luis de Ca'moens, P1"incepe dos Poetas de Hespa·
nha. Com os (tt'gvmentos do Licencüido loaõ Fmnco Barretto, cê index de todos os
Nomes proprios. O{ferecidas ao illust1-issi11l0 Senhor And1'e FUl,tado de Mendoc,a,
Por Antonio Craesbeeck de Mello bnpl'essor da Caza Real. Lisbúa. Com as licen·
ças necessa,rias. Anno 1670.-12° ele 8 (innumeradas)-4ô9 pago e mais 7 pago innu·
meradas, que contém a vida elo poeta.-Hosto simples, sem ornamentação. A de·
dicatoria e a vida de Camõe~ em italico; o restante em redondo, anliga pandecta
ou corpo 9, moderno. O poema corre de pago f a 371, e o index de pago 373 a
q,69.
André Furlado de Mendoça era reitor da universidade de Coimbra. Na de·
dicatoria, o impressor escreve:
"E ainda, que o Grãde Andre Furtado ue Mendoça, tio paterno de V. S. Va:
rão em todas a edades'memoravel por suas inclytas Proesas, & Vi.rtudes não fOI
antes que o Allthor escreves e; com tudo havendo sido posterior aos valeros.o,
que narra em seu Poema, cõsideradas suas acçoés, fica em egual paralela, & maIOr
aos q se siogulal'lzárão no serviço da Patria. E sirva e ta DedICatoria como de
Appendice aos Lusiadas, para que jR que não alcançou este Varão Grande o tempo
de Luis de Camoés, reviva sua memoria em V. S. pois que com a repetição de
seu proprio nome se repetem as memorias de suas heroicidade. He V. S. Grande
em o illu tre do Ascendétes, & quando n~õ houvera nascido tam grande, se fizera
V. S. maximo entre os Grãdes, pelas ingulares Virtudes, & Letras, ~ todos [lia
notOl'ias, com que seguramente se lhe entregou o governo da insigne Universidade
Conimbricense ... »
Parece-me que esta eclição deve ser collocada antes das Rimas do mesmo
anno, porque assim o infiro da dedicatoria, que adiante mencionarei, e que me
da idéa de que foi essa a ordem da impressão; e porque assim figura encadernada
nas bibliothecas dos melhores camonianistas.
Dá-se n'esta edição a mesma grave omissão. que notei na anterior. Porque
natw'almente serviu ella para a copia, o typographo pensou que a estancia 100
DE CAMÕES 8i

do canto v eslava errada, e emendou para 92, sem advertit' todavia que, depois
da estancia 90, fallavam as estancia 9i a 98, circumslaneia que ainda não encon-
trei mencionada em nenhuma bibIio~,raphia camoniana. Por consequencia, substi-
tuam-se os n.O' 9i e 92 por 99 e iOu.
Nole-se mais que, n'e la edição, está repetido no canto Il o numero da es-
tancia 54., devendo ser o segundo 55; e falta a eslancia 56, que começa:
Como isto disse, manda o consagrado
e em lagar d'ella foi repetida com o 0.° 58 a estancia 57, que começa:
Jã pello ar o Cyleneo voava,
Está errada a numeração da pago 424, que deve ser 442; e da pago lj,98, que
deve er 468.
o exemplar, que possue o meu amigo e bibliophilo sr. João Antonio Mar-
que, tem ainda mais um notavel erro de impre são. Na folha L (canl. "Il, de
pag.2ljj a 264) estão voltadas as pago 2~6 e 24.7, e 258 e 259' isto é, na occa-
ião de deitar as paaina no cofre do prélo, o compo itor inadvertidamente collo-
cou a fôrma li \'e as, e o impre SOl' começou a tiragem sem dar pelo engano.
Juntando-se llsle erro, aos que ficam apontado, ver-se-ha que n'essa epocha havia
muito de cuido nas ediçõe . Deve ser, pai, no meu entender extremamente raro,
um exemplar como o que examinei na opuletlta bibliolheca do sr. larques.
Possuem exemplares: em Li boa, a bibliolheca nacional, e os srs. Fernando
Palha, Antonio Augusto de Carv3lho Monleiro, João Antonio 'larques e João Hell-
l'ique U1rich; no Porto, o srs. vi conde da Ermida, Moreira Cabral e dr. José
Carias Lapa ; em Vi3nna do Castello, o SI'. João Luiz Monteverde da Cunha Lobo;
e na ilha de . Miguel, o r. José do Canto.
Os pl'eços têem variadontre 2~OOO e lj,~OOO réis. No leilão de Minhava, foi
arl'emalado pelo representante da livraria Ferin um exempl3r por 5~9UO réis; no
de Gomes l\1ontei.ro subiu um a 9~OOO réi , conjuncl3mente com as Rimas.

*
* *
. 4i. Rimas elo grande Luis de Camoens, P1'incepe dos Poeta,s de Hespanha. Offe-
"ccldas lia Senha!' A(onso Furtado Castro do ]lia & Mendoça, paI' Antonio Cl'aes-
bccck lIe Mel/o, lmpl'essol' da Casa Real, Li boa. Com as licenças necessal'ias. Anno
1~70, i2.0 de 8 (innwnerada )-372 pag.-Rosto simples, sem ornamentação. A de-
d!catol'ia em italico. O texto em redondo, typo igual ao da anterior edição dos Lu-
sladas.

~ processo das licença, tanto n'esta, como na antecedente, é o que serviu


na edição de 1669. A designação da taxa é que tem a data de 30 de .outubro de
i670.

Na dedicatoria encontro este paragrapho, que registo:


.•Admilla V, S. por demõstraçaõ de meu all'ecto a direeçaô .das Rimas. das
PoesIaS Lyricas de Luis de Camoes, que imprimi, deixando impres o na mmha
veneração o favor, que espero de V. :;. em receber esta oITerta com o agrado, q
TOMO XIV (Suppl.) 6
82 LUlZ

pertendo: prometendome não menor do Senhor Andre Furtado de Mendoça, a


quem dedico os Lusiadas."
Este livro contém ~ó a primeira parte das Rimas, guardada a disposição da
edição de 1666, terminando, como esta, com o epitaphio de Martim Gonçalves da
Camara:
Naso elegis: Flaccus Lyricis: epygra1n11!ate Mal'cus:
Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliotheca nacional, e os srs. Fernando
Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João Antonio Marques e João
Henrique U1rich; no Porlo, os srs. dr. José Carlos Lope , visconde da Ermida
e Antonio Moreira Cabral; e na ilha de S. Miguel, o sr..José do Canto.

*
* *
42. Rimas varias de Luis de Camoens, Pj'incipe de los Poetas hero!/cos, y L1/'
j'icos de Espm1a. a{recid4s ai muy ilust"'e SelÍor D. Ivan da Sylv(t Mm'que::: de
Gouvea, pj'esidente dei dezembal'go dei Pac,o, y mayordomo mayor de la casa real,
etc. Comnentadas POl' lI1anuel de Fan'a, y Sousa, Caval/ero de la orden de Chj·isto.
Tomo r. y TI. Qtte. contienen la p1'il1wm, segunda, y tercem Centuria de los o·
netos. Lisboa. Con privilegio l·eal. En la ImJJ1'cnta de Tileotonio Damaso de JI1el/o
Impressor de la Casa Real. Con todas las licencias necessQ1·ias. bío de 1685, 4.'
maior de 38 (innumeradas)-356 pag.-O rosto, sem ornatos, é compo [o de letra
capitaes, versaes, italico e redondo, como o commum dos livros d'aquella epocha.
A dcdicatoria em parangona; as licenças, advertencias e prologo em redondo,
n'um corpo menor como o 14 moderno. Os sonetos, em typo menor, tambem )·e·
dando, e a duas columnas, sem filete ao cenlro.
Os dois primeiros lamas saíram de numeração seguida e só com o rosto prin·
cipal, posto que do primeiro para o segundo se encontre a pago 193 a natural di-
visão d'elJe com vinl1eta ornamental no coml'ço, e a designação do tomo.
Os tres seguintes tomos (segunda pal'te) Lêem igualmente numeração seguida
e um só rosto, vendo-se porém de um para outro tomo feita a divisão pelo modo
do anteriores: tomo m (pag. 1 a 207); tomo IV (pag. 1 a 158), e tomo V (pag.
159 a 339), crue termina com a E{Jloga vrn.
Eis o rosto d'esta segunda parte:
Rimas va1'Ías de Lvis de Camoens, p1'incipe de los poetas heroycos, JI Lyricos
de Espalia. afrevidas almuy ilustl'e se110r Garcia de Melo, J1101ltero-m01' dell'eyne,
pl'esidente del dezembargo del paço, etc. COlnmentadas por Manuel de Faria, 11
Sousa, cavallero de la ol-den de Christo. Tomo m. IV. y v. Segvnda pal'te, El tom. III.
Contiene las cantiones, las adas, y las Sextinas. El tom. IV. Las elegias, y las ola·
vaso El tom. Y. Las primeras acho eglogas. Lisboa. Con todas las Licencias llece~'
Sà1'ias. En la bnp1'enta Cmesbeeckiana. Alio ill. D. C. LXXXIX. Con PrivilegIO
Real. 4.° maior de 4 (innumeradas)-207-339 pag.-Composição e impressão iguues
em tudo á primeira parte.
As licenças da primeira parte são datadas de 2 de junho, 28 de julho e 7de
agosto cle'1679 25 e 28, de maio de 1.685, sendo a laxa de "nove tostões". Na e·
gnnda parte repetem-se esta licenças e acrescentam-se as datadas de 16 e 2/! de
maio, 2 de junho e 5 de julho de 1689, sendo a taxa de "doze tostões".
DE CAMÕES 83

Vê·se, portanto, que decorreu o longo espaço de qua i dez annos entre os
corl'espondentes processos, e de quatro entre o appal'ecimento de uma e outra
parle.
Na primeira da licenças citadas, declara-se que os commentarios compre-
hentliam oilo tomos, porém o facto é que s6 viram a luz os cinco pl'imei1'os como
vão de cripto e que e perderam t1-es, sem que apparecesse até o presente noti-
cia segura e fidedigna a respeito de tão importante e lastimavel perda.
A letra da licença, a que IDe referi, é esta:
•Vistas as informações, que se ouveraõ podemse imprimir os oito Tomos dos
Commenlarios de Manoel de Faria & Sousa sobre as Obra de Luis de Camões,
na forma que vã/) emmendados», etc.
'fraz a assignatura de Manuel Pimentel de Sousa, Manuel de Moma Manuel
c 1'1'. Valerio de S. Baymundo.
A primeira parle, alem das licença, tem approvação datada de 13 de março
de i685 e as ignada por fI'. Ianuel de Sanlo Alauasio (capuchinho), relativa uni-
camente :i dedicatoria do impl'e 01' ao marquez ele Gouveia, e é datada de i7 do
/Desmo mez e anno, o que quer dizer que ainda se impetrou esta licença ou cen-
sura final, ou pela t1emora.que tiveram as outras ou pelas difficuldades superve-
nientes no orrer do proce 50. FI'. fanuel apresenta·se muito amavel para o im-
pressor, pois e creveu na approvação:
"..• vi a Dedicaloria inclu a que Theotonio DalDaso de Mello quer por na
frente do Livro impresso no seu prelo, que vem a er: Rima do Principe dos
Poetas o grande Luis de Camõe , illu tradas pelo eruditissimo Manuel de Faria &
Sou a: ambos ornamenlo grandes da ação Lu ilana. Pois ao primei!'o cbamou
hum grande engenho Castelhano: Apolo POl'11tgues, honl'a de EspCl1ia. Do egundo
confessaõ (,s da mesma nação, que s6 souberão fallar a ua língua com proprie-
dade, depois que elle lha limou com suas palavras, & escriptos. A dedicaloria não
tem cousa contra no sa Sanla Fê, ou bons coo lumes. ella parecr., que o suppli-
cante de enlranhou o affeclos de cada bum dos Autores; porque tambem me
per uado, que se qualquer delles fora vivo, buscara para seu patrocinio, & lustre,
o amparo de lal Mecenas, alavis edite Regibus . •. "
I

Na segunda parle, a dedicatoria a Garcia de Mello, tem a data ele i de ou-


tubro de io88 e a a ignatlU'a de 19nacio Maria de Carvalbo, que então represen-
tava a ofIicina Craesbeeckiana. Não figura no livro com approvação e pecial, por-
quanto o capuchinho fT. Manuel de Santo Atanasio, a quem fôra submellida a
obra elepois de impressa, e conci o na. sua licença, para abreviar o processo e para
não alongar mais o apparecimento d'esla parte. Escreveu apenas:
"Este Livro que he a Segunda. Pade das Rimas varia de Lui de Camoens,
cumelllaelas por Manuel de Faria, & Sousa, & Comprebéde o Terceiro, Quarto &
Quinto Volumes, concorria com seu original. Santo Antonio dos Capucho de Lis-
boa :1.6. de Mayo de i689. Fny 1I1anoel de Santo Alllalla~·io."
Ácerca dos embaraços, que e deram durante a impressão dos Commenla1'ios
de que se trata, é bom ler o tomo I elas Ob1'OS ele Camões, pelo r. vi conde de
.Iuromenha (pag. 33lj, a 338); e o Dicc. de Innocencio, tom/) v, pago 2iJ8, n.O 3\:1.
Note-se que não deve restar duvida de que Manuel de Faria se porventura
uão linha em ord8lu lodos os commentarios, ql1e pretendia fazer ás obras de Ca~
84, LUIZ

mões, e que foram negociados com o impressor ou edital', vinte oito ou vinte nove
annos depois da sua morte, deixou mais algum trabalho. Não era necessal'ia a de·
claração da licença, como se leu; elle propriamente o menciona, quando na inll'o-
ducção ás Eglogas (tomo Y, pago i60, cal. 2. escreve o seguinte:
3
)

"Fue su contenpor~neo Diego Bernardez, que publico muchas Eglogas ra·


zonables en lo rustico las que pueden ser suyas: porque las más dellas usurpo êl
á Luis de Camoens, como lo mostmnl lal'gam.ente en un discurso que precederá á
la nona. Mejores san las de Frny Bernardo de Brito, que se ven en el librilJo in·
titulado Silvia de Lisardo, sin nombre de Autor; porque siendo Reli~ioso, no
quiso 'que auduviesse S\l nombre en assuntos tan improprias da la ReligIOsa pro·
fession. Tambien á esle tiempoempeçó a flOl'eCflr Francisllo Rodriguez Lobo, que
flscrivió muchas Eglogas en sus lres Partes de la Primavera, Peregrino, y Desen·
gaiiado. Pera el tomo que singularmente consta delJas, y san diez, y la mas Re·
dondilhas, e ventajo o i1 quanto escrivio; y en aquel modo rustico el mejor de
Espaiía. Yo llamo rustico (aunq parezca san asi lodas las Eglogas) á las q bablon
en las entrafias de la rustiquez. Y haziendo exemplo delio, digo que Garcilasso, y
Luis de Camoés, no escrivieron alguna Egloga rustica."
o P. Tbomás José de Aquino, no prologo do lomo m da edição das Obra de
Camões (i782-i783), pago 7, cita igualmente esta passa~em dos Com.menlal·ios, e
dá noticia do achado de originaes ineditos com que pOLI ia ampliar e completar a
obra de Manuel de Faria. Leia-se (pag. li, e 5):
" ... parando pela desordem dos tempós (assim costumam chamar á negli·
gencia e inlluria dos bomens) a impressão dos Comentarios de Faria na oitava
Egloga de Luis de Camúes; chegando aqui, nos achamos embaraçados, e suspen·
sos, sem ter um exemplar (tendo muitos e de dirferente Edições) livre de erros,
de que nos pudessemos valer, e que nos servisse de norte na conferencia dos ver·
sos a que chamam menores; das Cartas, Comedias, etc. do Poeta, que ainda nos
restavam. Nesta consternação, e perplexidade, lembrando-nos de que na Livraria
do Real Convento de Nossa Senhora da Graça de Lisboa, se con ervavam os Orj·
ginaes dos Cumentnrios do mesmo Manuel de Faria e Sousa, que em outro tempo,
não sem um consideravel emolumento nosso, haviamos tido por diversas vezes
nas nossas mãos, procurámos ao Reverendissimo Senhor FI'. Vicente Barbosa, be·
nemerito filbo de Santo Agostinho, e da e'Umação dos Sabios, e ao presente di·
gnissimo Bibliothecario d'aquella insigne Bibliotheca; o qual certificado do que
pertendiamos, ponderando as cousas á luz de uma recta razão, convencido de que
o bem commum se deve sempre preferir ao particular; com uma benignidade
propria da sua pessoa, e do seu caracter, e tendo um claro conhecimento do muilo
que o Publir.o, e a Nação interessa em semelhantes descobrimentos, condes~en·
dendo com os nossos rogos, nos facilitou o exh'ahirrnos nma copia do que ali se
achas e de mais, e podia contribuir para o complemento desta nos a EdiçãO; tanto
de Obras pertencentes a Luis de Camões, como ao mesmo Mannel de Faria e Súusa
Seu Comentadorll.
O P. Thõmás Jo é de Aquino aproveitou, portanto, o que lhe conveio pai?
a sua edição, como se verá adiante; porém, nada mais acrescenla ácerr.a dos or~'
ginaes de Manuel de Faria, por onde po sa inferir-se que destino tiveram depOl
os que lhe passaram para as mãos. A este re peito, as phrnses de Innocencio (Dicc"
logar citado) são estas:
ceComo, ou quando desappareceram e ses commentarios originaes do convento
da Graça, é o que não saberei dizer ... Il
Para.demonsLrar mais uma vez quão diffici I é compor uma bibliographia oa-
DE CAlIlÔES 85

moniana, como guia, seguro para os camonianistas, e que não dê logar a equivo·
cos, adverlirei que das Rimas cOl1lmentadas por Manuel de Faria apparecem duas
edições diversas, as quaes, se denotam aproveitamento na parte impressa do texto,
apresentam dil1'ereuças, que se me afiguram notaveis c dignas de menção especial.
D'ellas ainda não encontrei noticia em nenhum catalogo, nem na obra do sr. vis-
conde de Juromenha, apesar d'este benemerilo escriplor dedical' ao illustre c.nm-
mentador, como se sabe, extensa referencia no lomo I (de pago 329 a 3(&'i).
Para descrever mais minuciosamente as Rimas, c avaliar bem as dilferenças
dos exemplares (quando menos, dos quatro exislentes na bibliotheca nacional de
Lisboa), é preciso notar qua, nos exemplares mais communs, a disposiçãO das
parles prelíminare da obra é assim:
Vol. I (tomo I e n) :
Rosto (pagina composla com a do verso em branco).
Dedicaloria (duas pag.).
Approvação da dedicaloria (uma pag.).
Licenças (uma pag., no verso da antecedente).
Epigraphes, conforme à que se lêem no começo dos commentarios aos
Lusiadas, do JUesmo Manuel de Fa&ia (uma pago com a do verso em
branco).
Adverlencias para que se leiam com Ioda a luz estes commentarios (qua-
tro pag.).
Prologo, que começa: "En el Prologo que escriyj à los comentarios so-
bre a Lusiada", etc. (oito pag.).
Vida dei poeta, tendo no alto da primeira pago uma vinheta al1usiva a
Camões (doz~ pag.).
Juizio destas rimas. Começa: "Eotrarse en este juizio con un reparo no-
table ... » (dez pag.)
Di curso ácerca de los versos de que constan los poemas contenidos en
los Ires Tomos primeiros de eslas Binlas, etc. (oito pag., sendo a ul-
tima branca).
Seguem as Rilr.as.
. !"- vinbeta, que figura à frente da "Vida deI poeta", é repelida na cabeça da
pl'lmelJ'ft pagi\la da canção I do tomo III (pag. (&,).
VaI. II (tomo llI, 11' e v) :
Rosto (uma pago e a do verso em branco).
Dedicatoria a Garcia de Mello (uma pag.).
Licenças (no verso da antecedente), sendo as ultimas, como já. indiquei
de 16 e 2(&, de maio, 5 de julho e 2 de junho de 1689); e seguem as
Rima~.

Em outro exemplar:
O rosto do 1'01. I, dedicatoria, approl'ação á dedicatoria, licenças (tudo
igual ao anterior).
Epigraphes, tambem iguaes; porém, no fim d'esla paginá vêem·se uma
licença datada de 25 de maio ele 1685, isto é, quasi seis ao nos depois
da concessão elas primeiras, e a designação da t~.xa de «nove tostões",
com data el"e 28 dos mesmos mclZ e armo.
Prologo (como no anterior); e a este seguem as Rimas.
Vê-se, pois, que este exemplar tem a mais uma licença e a taxa, que não
vem no oulro; e a menos a "Viria do poeta", o "Juizo" e Q "Discurso".
86 LUIZ

Em outro exemplar:
VaI. r:
Rosto, dedicaloria, approvação, elc. (tudo igual aos exemplare' aciIua).
VaI. II:
Rosto (igual ao auterior, com a difl'erença na data, em vez de
M.D.C.LXX.XIX., tem M.D.C.LXXXVIIT).
Dedicatoria a Garcia de Mello; e no verso d'esta pago só as primeiras li·
cenças datadas de 2 de junho, 28 de julho e 7 de agosto de 679. Se·
guem as Rima,s.
Não se me representou nenhuma outra difJerença d'ali em diante, nem em·
quanto ao papel, nem emquanto á disposição typographica (caracteres, impres·
são, etc),
Tambem uns exemplares lêem o segundo rosto á frente do tomo m, e outros
não,
No exemplar, que pertenceu á collecção Norton, com 'que ficou enriquecida ii
bibliotbeca nacional de Lisboa, e é de 1.685-1.688, ainda notei outra dilJerença,
mas que só posso attribuir a equivoco do encadernador, em que 01'100 não at·
tenlou ou que não quiz depois remediar. As peças preliminares (AdverLencias,
Prologo, Vida do poeta, Juizo das rimas, Discurso), em vez de estarem no seu logal'
no tomo r depois das epigraphes, foram cal locadas depois do rosto do tomo UI.
Repito: engano patente de quem encadernou o livro, pois não se comprebende
qne puzessem o prologo, e outras peças pr,eliminares em meio ua obra.
O auctor do catalogo da camoniana da bibliotbeca municipal do Porto, a pro·
posito dos exemplares dos commentarios das Rimas ali existentes, notou alguma
diJl'erença o'elles e paz a seguinte nota:
"Destas Rimas conservava já esta Bihliotheca um 2.° ex.", antes de adqui·
rir um 3.° pela compra que fez ao SI'. A. J. de Oliveira Nascimento, porque além
d'este 2.° exemplar ter uma 2." vida de Camões, por Faria e Sousa, tem no fron·
tispicio dos tomos 3.·, q,.• e 5.· a data de impressão 1.688, em vez de 1.689, como
ordinariamente se enconh'a em todos os qne temos visto,"
Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliolheca nacional (conforme vão men·
cionados); os srs. Fernando Palha, Antonio Augusto de Carvalho Monleiro, João
Antonio Marques (dois, sendo um com a data de 1.688), Anlonio Maria do San·
tas Agal'd e João Henrique U1rich; no Porto, a hibliotheca municipal (lres exelll'
:r.lares), os s!·s. dr. José Car:los Lopes e Anl0!1io Morei."a Cab.ral. (complelo); na
lIha de S. MIguel, o sr. Jose do Canto; e no RIO de JaneIro, a hlbllOtheca n;,cJOnal.
Os preços têem regulado enlre q,~OOO e 6~OOO róis. No leilão de Gomes Mon-
teiro foi vendido nm exemplar por q,~600 réis.

q,;l. Os Lusiadas do omnele Ltús de Camoens, P?'incipe dos Poetas dI:leSlJa·


nha. Com os a?'{IVlIwntos do Licencictclo Joaá Franco BaTI'elo, &: Index de todos
os nomes pTo]J?·ios. Emendaelo~ nesta ultima úJ!Jll'e~saõ. Lisboa: flTet O/{ici?Ul de
Manoel Lopes FeI'I'e?J?'a, «à sua /Justa. M.D.C.C.ll. Com lodas as licenças ne·
DE CAMÕES 87

cessal'ias.12.0 de:12 (innumeradas)-479 pag.-Rosto ue composiçãO commum com


lelras capilaes, "er ae , redondo e ilalico, lendo apena ao centro uma vinhe
ornamenlal (um pequeno vaso ou fru 'leira com fiares e fructos). cgue a vida
do poela em camcteres aldinos (7 pag.) e ,a licen as em redondo datadas de ~.lj"
16 e :17 de etembro de 1.700, iS e 20 de Junho de 1702, senç!o a taxa de lj,0 reIS.
Opoema é campo to em redondo (e pecie de corpo iO ou 11) com os argumen-
lo em ilalico (pag. i a 3ílj,). De pago 375 a lj,79 corre o indice dos nomes pro-
prios, em redondo.
Em vi la da data das licenças, a impre são d'e ta edição levou mais de
vinle e dois meze ; e nole- e que tem adjunta a primeira partI} das Rimas, sem
1'0 lo especial mas de numeração seguida, iSlo é, de pago lj,81 a 896, finali8audo
com o epilaphio (em ilalico) :
Naso Elegis: ele.
a volume completo tem, pois, 896 pa:;:. Alguns camonianistas, como o
sr. Jo é do Canto, possuem tambem d'esta edição as primeiras lj,79 pag., a parle
em que sõmenle se comprebende os Lus'iadas, porém isto não se pMe conside·
rar senão como obra lruncada.
Em geral, a impressão é má, e om papel inferior, amarellado. Em alglllnas
paginas vêem-se falha de linla. Na pago 73 (no exemplar, que lenho presente)
falta o algarismo 3. Notam-so igualmente muitas incorrecções no poema. No
canlo x a. estancia 80 tem o n.O 89.
N~io é úada vulgar esla edição, completa. Falta na maior parte dos collec·
cionadores.
Pos uem exemplares: em Lisboa, a bibliolheca nacional (dois exemplares
compiela e a egunda parte do livro ou as Rimas, de pago lj,81 a 896) os
rs. FernandQ. Palha, Antonio Augusto de Carvalho 10nteiro e João Antonio
A1arques' no Porto, a bibliotheca munieipal, o sr. vi conue da Ermida e dr.
Jo ti Carlos Lopes; na ilha de S. Miguel, o I'. Jo é do Canto; e no Rio de Ja·
neiro, a bibliotheca nacional. ,
'o leilão de Iinhava, em Lisboa, foi arrematado um exempla.r por 8$iOO réis
pam o 1'. Carvalho Ionteiro; no de Gomes Monteiro, no Porto, produziu apenas
~MOU reis.

*
* *
. M,. Obras do gmnde Luis de Camões, 7Jrincipe dos poetas heroycos, & LlI-
mos de Hespanha, novamente dadas a luz com os seus Lusiadas commenta-
dos lJelo lecenciado Manoel C01TCa examinadol' sinodal do. Anebíspado de LisllOa,
d'; Cum da Igreja ele S.Sebastüío dct 1I10w'a"ia, & natuml da cidade de Elvas,
COIll os argumentos elo lecenceado Joam Franco Barreto, E agom nesta ult·i11la
111lpressaõ correcta, (C; accrescentada com a sua Vida escrita por 1Ilanoel de Faria
Severún, offerecído ao senhor Antonio de Basto Pereym, elo concelho de El·Rey Nosso
Senhor, e do de Sua Real Fa~enda, sel! Secreta.?'Ío, (C; Juiz ela Jonconfidencia" & elas
Jllst'l~caçües, & Secretario dct A?tgustissima Rallnha Nossa Senhol'a, Vedor de sua
Fazenda, & Estàdo, Cha.nceler mor da sua. Caza, d!; da dct SupplicaçLío, P"e::,i-
den.te do Concelho dct dita SenJl.Om & dignissimo Regcdol' das Justiças, &c. Lisboa
occLdental. Na olTicina de Joseph Lopes FOl"reym, ImlJ1'essol' ~da erenissima
Raynha Nossa Senhom §f à SUCt Cl/sta. M.ncc.xx. Com todas as licenças necesSQ-
88 LUIZ

"ias. Folio de 30 (innumeradas)-3i2-i5:l pag.- O rosto não tem ornamentaçãe,


mas é impresso a preto e encarnado. Toda a obra corre em redondo, caractel'es
communs, interduo e leitura, similhantes aos que hoje conhecemos como corpo
iO e H. Os argumentos são em parangona. Nos Lusiadas as estancias são em
italico e o commentario em redondo.
As licenças são datadas de 2i de maio e 21 de agosto de i7i5 (foi quando
começou a impressão d'esta edição); 30 de julbo, i9, 27 e 29 de agosto de :1.720.
A taxa é de "dezoyto tostoens".
Depois do rosto seguem-se a dedicatoria do editor Manuel Lopes Ferreyraa
Antonio de Ba to Pereyra (2 pag.); o prologo (i pag.), no verso d'esta as licen·
ças; a viela do poeta (23 pag.); e o elogio (:I. pag.) Entre as licenças e a vida,
vê·se um retrato de .Camões, gravura de pagina aberla em cobre, com desenho
pouco aprimorado. E um quadro, em cujo llrímeiro plano está o poeta, de corpo
inteiro e sentado, apoiando o braço direito no braço da poltrona e a mão es·
querda sobre o livro dos Lusiadas, aberto em cima da mesa. No fundo eslão dois
quadros alIegoricos de campanhas. Por baixo, ao centro, o brazão dos Camões so°
bre a penna e a espada, cruzadas, tendo aos lados estes versos
L'o!'po"e quis (uel'it Camões tibi pnEbet Imago,
Mente etiam qualis, nobile monst,'at opus.
Ense velut Mavol's, Calamo seu Phwbus'1 utmusque
Hwc pl"io!' ad "eliqttas pagina juncta dabit.
Esta gravura vaI' reproduzida em fl'ente.
No prologo, alludiudo ao desejo que teriam os curiosos ele ver a reproduc·
ção da vida de Camões por Manuel Severim de Fal'ia, acrescenta- e:
" ... achey ser de mais agrado para os cmiozo , como o de fazer aos mes·
mos, o gosto de que estas Obl;~S se imprimissem de folio, não reparando no custo
da Imprensa, só para que eIJes como me diziaõ acreditarr.m as suas Livrarias pon·
do nellas este tam superior volume, o qual leva no principio deste livro o seu RI"
trato verdadeyro, feyto ao natural, & de corpo inteyro atê agora não visto em
Livro algum ... "
Na primeira parte do livro estão os Lusiadas (3i2 pag.) j e na segunda as
Rimas (25i pag.). N'estas, foram acrescentados trinta e'oito .soneto , que não e
encontram na edição commentada por Manuel de Faria e Sousa (i685), que ó
coIligiu duzentos e sessenta e quatro. Deu isto logar á seguinte observaçãO de
Innocencio no D·icc., tomo v, pago 258, n.O 4i :
" 'esta edição se ajuntaram ... sonetos, .que não andavam nas anleriore~,
sem que o editor comtudo quizesse declarar·nos d'onde os houvera, ou que se·
gurança lhe afiançava a authenticidade d'eIlE's.lJ
Parece-me que não só por isto, mas por outros defeilos, e por ter introdu-
2ido nas Rimas, como de Camões os cantos da C"eação 'do homem, que bem era
sabido não pertenciam ao egre'gio poela não merece grande conceito esta edi~,âo.
Possuem exemplares: em Lisboa, a bibliolbeca nacional (Ires, sendo um o que
perlenceu a Norton e no qual 1'111' poz a nola de ter-lhe c.uslado 7@060 réis sem
a e lampa) a bibliotbeca da imprensa nacional, e os srs. Fernapdü Palha, João
Antonio Marques, Carlos Cyrillo da Silva Vieira, Antonio Augu lo de Carvalho
Monteiro e Joi'Lo Henrique Ulrich; 110 Porto, a bibliotheca municipal, e os srs.
DE CAMÕES 89

drs. José Carlos Lopes, Fau tino de Andrade, Narciso José de Mames e Antonio
Moreira Cabral; em Coimbra, a bibliotheca da uni versidade; em Evora, a biblio-
Iheca publica; em Braga a biblioU1eca bracarense; na ilba de S. Migu I, o sr.
José do Canto' e no lIio de Janeiro, a bibliotheca nacional (dois exemplares, sendo
UlII em papel de grande formato e outro em papel ordinario).

No leilão de Gubian foi vendido um exemplar por 2lil650 l'éis; no de Gomes


Monteiro outro por U600 l'éis, e no de Inllocencio outro por Hi660 réis. Tem,
comtuclo, subido no mercado a 4~000 e 5.$000 réis.
'uma nota manu cripta pertencente ao afamado camonianista T. Norton,
em livro quasi todo da ua letra, leio que o exemplar da bibliotheca do Porto fóra
em 186,4 avaliado em 6@000 réis.

!ln. Os Lusiadas do .QI'ande L!tis de Gamoen principe dos poetas de BeS1Ja-


IIlia, com os Al'gl/.mento do Lecenciado Joam Fmnco BalTeto, ti; Index de todos
os lIontes proprios, agora nesta ultima impresaõ novamente con'ecta. OI{el'ecido ao
selllior lIIanoel Galvam de Castello Bmnco fidalgo da caza de Sua Magestade,
Col/egial em o Pontificio Gollegio de S. Pedl'o ela Universidade de Coimbra, SecI'e-
tario das Justiças ti; da ilfeza do Dezembargo do Paço. Lisboa Occiclental. Na Oni-
cilla FelTeYl'ianct. M.DCCXXJ, Gom todas as licenças necessal·ias. i2. o de i2 innu-
meradas-895 pago e mais i innumerada com licença e a taxa de lJ,00 réis. Com o
retrato, aberto em cobre, mas muito gro eira. Está n'um medalbão ou oval, tendo
em volla: "Lvi::: de Gamais. Pl'incepe dos Poeta elas Espanhas. Por baixo o bra-
zão do poeta, entre dua penna e espada , cruzad~ . O rosto a duas cores, preto
eenc.11'nado. Os typos empregados iguaes aos da edjção de 1631 r. 1632. Serviu,
porém, para modelo, emquanto á composiçãO e di posição do livro, a edição de
i702; isto é, comprehende corno esta o L1lSiadas (pag. 1 a 1),79) . e a Rimas,
pnmeira parle (pag. 491 a g6); e mais a pagina final, innumerada, com as ulti·
ma licenças, que falta em alguns exemplares.
As primeiras licenças são datadas de 8, 15 e' 23 de novembro de 1720
(quando começou a impressão) . e a ultimas têem a data de 23 e 26, de dezem-
bro de. i721 e 8 de janeiro de 1722. Quando pois terminou a impres ão, e se deu
a publico este livl'o, já corria o anno de 1.722.
Foi tão singula.rmente copiada da edição de 1702, que nos titulas imitaram
a ~ua fórma desgraciosa e na palavras até imitaram os breves e a ol'tbogra-
phla.

a edição de 1702, canto D', estant:ia 79:


, Que em quãto desejey me vay seguindo '1
Na edição de 1721 :
Que em quãto desejey me vay seguindo '1
la edições de 1702 e 1721, os titulas Canções estão assim: « Ganc'am».
Po lIem exemplare : em Li boa a bibliothet:a nacional (dois), e o srs. Fel'-
n~lI~o Palba, Antonio Augu to de Carvalho Monteil'o, Carlos CYl'illo da Silva
\lell'3, João Henrique Uil'ich e João Antonio Marques; no Porto, a bibliotheca
90 LUIZ

IllUllicipaJ, os srs. visconde d,L Ermida, Antonio Moreira Cabral e dr. Jose Cal"
Jos Lopes; e na ilha de S. Miguel, o sr. José do Canlo.
Os preços lem regulado enlre 5$000 e 7$000 réis, No leilão ue Gomes!lioll'
Leiro (Parlo) foi arremalado um exemplar por 3illOOO reis.

*
* *
(J,6. Ltlsiada Poema epico de Luís' de Gamwcs Principe c/os Poetas c/e Espanha"
com os A?'gumentos de Joaõ F?'ànco Bm-reto, lllustmdo com Vm'ias e B?'eves No·
tas, e CO?ll htlm lJ?'ecedente Appamto do qtle lhe pertence, P01' Ignacio Garcez Fcr·
?'eim enM'e os A?'cades Gil1nedo A EI,·Rei D. Joaa V. Nosso Senha?'. 'ramo J. E?1l
Napoles Na O(ficina PCI?T'iana, MoccxxXl. Gom as licenças necessu?-ias. 4,.0 dc
12-in-lJ,88 pago e mais 2 innumeradas com as erratas. Com o retrato de Camões, com
allegorias, gravura em cobre, colJocado enLre as pago 8 e 9; e um mappa tambem
gravado em cobre, da navegação da Inclia, com o titulo: «Gan-eim da India no
seo c/escob?'imento P01- Vasco c/a Gama no anno de 1497».
Torno n, Em Roma na Officina de Antonio Rossi MDCCXXXU. li. o de 4 in-
328 pag.- O roslo d'este Lama igual ao do primeiro, debaixo do nome de Garccz
Ferreira tem mais a designação de: «Conego Pwilencial'in da Se de Lamego •.
Os caracteres typograpbicos empregados ão: o interduo ou corpo 10 para
as adverlencias e apparato preliminar; a Jeitma, italico, para o poema; e a pano
decla, ou corpo 9, para os commenlarios e no Las.
Depois do rosto do tomo I vem a dedicatoria a el-rei (15 pag.); o calalogo
dos auctores citados na obra (4, pag.); a censura e licença (1 pag.); e o appa-
rato preliminar á Lusiada de Luiz de Camões, em que se expõem, quanlo per·
tence á condição do poeta, e á calidade (sic), e particularidades do poema
(135 pag.) Este apparato é dividido' em IV liwos com XX"I capitulas. A pago 137
começa o poema com os commenlarios. O tomo I comprehendo os cinco primei·
ros cantos, e o tomo II os restantes cantos.
As enatas, adjuntas no fim do tomo' I, faltam em alguns ex.emplares. Nor·
lon linba:as copiado, por sua letra, no exemplar da sua opulenta coll cção. Nos
Lilülos do canlo II, a pago 2Hí está Rop, em vez de Por, erro que não vem indi-
cado na respectiva tabella.
Na censura datada de 1728, lê-se:
" l.ibrurn, cui titulus est: Lusiacla de Luis de Gamoes, a D.. IgnaliÜ' Garcez
Ferreira Variis, & Brevibus Notis illustl':lta Lusitano Idiomate avido, atlenleque
Jegi mandante Hevel'endissimo Patre Joaone J3enediclo Zuaoell Sacri Palatii
Apostolici MagisLTo, & cum nibll io jJlo offenderim, a Catbolica Fide, bonigquc
morihus alienum, imo maximam erudiliooem, per picuitatern, ?r- novarum rerulll
copiam, quibus nobilissimum,elegaotissimumque illud Poema, elcgantius, nobilius·
que l'eddit, publica Juce dignum judico ROOlre. i:l0. Junij i728.-Prancisc!!s de
Fonseca S. I.»
Garcez Fe1'l'eira, l)ara se desculpar da demora da impressão, da mudança da
lerra, onde ia imprimir o lomo H, e do grande numero de erros· e oulras impcr·
feições, que se nos deparam em loda a obra, poz á frenle do tomo e~la
"ADVEll'l'ENClA. Se o leitor renecLir que o primeiro Tomo desla Obra Joi
'impresso em Napoles, e o segundo em 1toma, conhecera que, o 1I10li\'0 de algUlua
DE CAMÕES 9i

imperfeiçãO na descgunldade do Caraller procedeo de não ser po si vel acharse em


ludo parecido, Tambem a involuntar ia mudança, de domicilio do Aulol' occasi~­
nau a falta de sossego de animo, que he precIso pal'a a correcção de hum LI-
vro; e por esta causa se acharà nestes maior numero de errala , do que se espe-
rava; e ainda serão mais, das que vão noladas; porque faltou lempo para se ob-
servarem com loda a allençaõ. JJ
No exemplar, que perlenceu a Norton, eslá sublinhada á mão a phrase "in-
vollllltlll'ia mudança ", e á margem, por letra do seculo XVJH, de conlempo-
raneo e amigo de Garcez, se nüo é apropria leU'a d'tlste, a seguinle nola :
" ão pareça que o Auclor da nota foy deslerra lo de Roma, porll a cau a
de sabir de Boma procedeu de hü Decrelo que o nosso Rey D. João o 5." bay-
xou, no qual mandou ahi em de ROllln os porlugueze , e prohibio commercio
enlre nos, e os Romanos. ii pa sado alguns revogou, tornando os Porluguezes p"
Roma, renovandose a correspondencia corno d'anles."
Possuem exemplares: em Lisboa, a real bibliolbeca da Ajuda, a bibliotheca
nacional (tres), e os SI' . Fernando Palha, João Anlonio Marque, Anlonio Au-
guslo de Carvalho Monteiro, João Helll'ique U1J'ich e Cada Cyrillo da Silva Vieil'a
(só o lomo I); no Parlo, a bibliolheca municipal, e os sr . vi conde da Ermida,
dr. José Carlos Laves, Antonio Maria Cabral, Pinlo ue Aguiar, Conue de amo-
dães e sociedade nova Euterpe ; em Eram, a bibliolheca publica; em Coimbra a
bibliotheca da universidade; em Braga, a bibliotheca bracarense; na ilha de S. Mi-
gue' o sr, .José do Canlo; e no Rio de Janeiro, a bilJliolheca nacional (dois exem-
plares).
Os preço obtido foram: no leihio de Sou a Guimarãe , 5$800 réis ' no
de Gubian, 5$500 réis' no de Innocencio, 6$300 réi ; em um real i ado no
Porlo em i880, leilão de Gomes Monteiro, 4$600, e no de Pinlo Aguiar (1883),
8~OOO réis. I~m oull'O leilão, elre luado em i884 por um livreiro do Porto, subiu
um exemplar a 9~000 réis.

*
* *
/17. Os Lusiadas do gmnde Luis de çanwiJs P1'incipe dos Poetas de Hespanlta,
com os A1'gumentos do Licenciado Joam Pranco Barreto e lndex de todos os nomes
pl'opl'ios, agom nesta 1~ltima impressaõ novamente correctos, On'erecidos ao Senh01'
Jo;;e, Eugenio fTergo/ino Caval/eú'o professo na Ordem de C/H'isto. &c. Lisboa: Na
Dr· de Ma~!oel Coelho Amaelo, e li, sua clIsta illtp,'esso. Anno ele M.nCC,XLlX. Com
todas as ltcenças necessal'ias. 12." de 12 (innumeradas)-457 pago e mais 10 innu-
meradas, que conlém ullla re umida vida do poeta (ig.ual á da edição de ii21, e
a de oulras do mesmo formalo) quatro saneIas a Camões, e as licenças datadas
d.e 10 de selembl'O e 5 de oulubro de 1748, e 29 de abril de 17lJ,9. - O roslo
~11lJ[lI~s, composiçã? comffium egundo.o goslo da epocha; a dedicaloria em italico
e lexto; o poema em pander.ta, especlO da corpo 9 moderno, rellondo, exceplo
os ~rgumento ,que ão em ilalico do me mo corpo. A impre são é em papel mui lo
°d~~al'LO, aruarellado, sem corpo, ao que me parece, igual ao que empregaram na
e lçao de 1639 de Manuel de Faria.
Na decl!catoria escreveu ou mandou escrever, o impl' 5sor Coelho Amado:
" "'" sen,do o Pocma Epico o ullimo esforço do engenho humano, c os Lu-
~J.ldas,.s.em dJspUl~ a Obra Poelica em que m no defeilos de cobre o lhelescopio
dos CnlICOs, depOIS de lão apurado, e huma das que ensinaõ o doculllclllo mai
92 . LUIZ

S<:lguros para os que naõ querem perder-se nas yeredas do Pal'l1aso, donde be tão
difficil a sahida.ll
o poema corre de pago 1 a 371.. De pago 373 a lJ,57 segue o "Index de lodos
os nomes propriosll.
É rara esta edição. Falta na maior parle das collecções.
Possuem exemplares: em Lisboa? a bibliotbel:a nacional (dois, não perfe!l?s),
e os srs. Fernando Palha, João Antomo '\larques, Carlos Cynllo da SIlva Vieira,
Antonio Augusto de Carvalho Mont~iro, padre Antonio Coelho Leanures de Sousa
e João Henrique UlJ"Ícb; no Porlo, Jose Carlos Lopes e Anlonio "loreira Cabral;
e na 'ilba de S. Miguel, o SI'. Jo e do Canto.
Exi tia tambem na co\lecção Minhava, e no respectivo leilão foi arremalado
um exemplar pelo SI'. Trindade por 2:$250 reis. No leilãO de Gomes Monteiro subíra
a 3:$200 reis.

* * oX'

lJ,8. Obras de Luis de Gamoens. Nova edição. Pal'is, a custa de Pedl'o Gell'
«
dron, Vendese em Lisboa, Em casa ele Bonardel Dubeux. Jlel'cadores de Livros.
M:OCC.LIX.. i2. o Tomo I de x:x-xxxvI-~30 pag., com estampa a\legorica em frente
do rosto e outra no principio de cada canlo, os retratos de Camões e Va co da
Gama (em frente da pago I da vida, e da pago XVII do argumento hi torico); e o
mappa da carreira da lndia, no seu de cobrimento por Vasco da Gama (no fim
do poema). No pe da pago xx e tá a indicação: Na oflicincL de Franc. Ambros. Di·
doto Tomo li de "2 (innnmerada )-396 pag., e tomo lU de 2 innumeradas-6AO pago
Tem dedicatoria a Pedro da Cosla de Almeida Salema, prp.lado da santa
igreja de Lisboa, do conselho de sua magestade fideli ima, fidalgo da ca a do dito
senhor e seu ministro na côrte de Paris, a quem Gendron escreve que lhe cansa·
grou esla edição porque sabe que elle "preferiu, sem paixam, Luis de Camoens aos
mais celebres Autores, que instruíram e dei itaram, porque compl'ehendia tambem
a doub'ina destes, como conservava na memoria as obras, que imprimira daquelle
Poeta".
a adverlencia ao Jeitor fa~ Gendroll o mais l!1l0 elo~io do eJ,tregio poela B
da nação portugueza, e dá perfeita idéa do plano ela obra. _Pesta parte e mui apre·
ciavel. Ahi se lê o que textualmente copio (pag. VIII e IX) :
" ... nem Manuel Con-eia, nem 111anuel de Faria e Sot~sa, ou Ignacio Garoez
Ferreú'a, observaram no Poema de Camoens mais do que, as partes essenciais
que con liluem hum Poema Epico : consideraram a unidade da acçam, a {abula,
os cal'acteres, e aquella inimitavel amenidade e elegancia da narraçam, que ada·
pta as palanas e as sentenças ás cousas e aos pensamentos com tanta doçura e
vivacidade, que se transporta na admiraçam o Leitor mais versado na sua leitura.
"Mui poucos demonstl'Uram que Camoens fez da J açam Portugueza o Heroe
do seu Poema Epico, e que o propõe por modelo :i mesma naçam para animarse
a obrar aquellas acçoens de valol', constancia, integl'idade, justiça, e utilidade ]lll'
Mica, que conduzem a abraçar a virtude heroica: nam ensinando a Filosophla
Moral e a Politica como os Pilosofos, ou lratando a I:Iistoria como os Hislol'lado-
res' mas com enlendimento soberano pelo ministerio dos Deo es da Fabula, pelos
inimitavei Episodios, pella armonia e magestade da locuçam, ensinando e deleI-
tando, ma.is parece er inspirado por alguma divinidade, do que in truido naquoll as
artes e ciencias que os homens empre re peilàram.
/

.I
CAMÕES 93

"... be certo que o Poêma de Camoens deve ser preferido a Homero, e


a Virgilio, e a todos os Poemas Epicos, que ~e publicaram nos. ~ossos tempos
pepois de duzentos annos; porq~e al.em da Filosofia Moral, PolItica, Geog~a~a
antiaa e moderna, Astronomia, Hlstofla natural, Grega Homana, & com espeCIal 1-
dad~ a de Portugal; pelas viva imagens em que estam repre entadas esta scien-
cia, e imprimem mai facilmente na memoria, e ficam, por dizel-o assim, esculpi-
dos no coraçam pelos affeclos que sabe movera Poela ao mesmo tempo que ensina".
Oplano da edição é assim descripto:
".. ' esta Ediçam he a mais augmentada e a mais complela de todas aquel-
las que se publicaram alégora. Na Ediçam de 1663 ... por Antonio Crae beck
de Mello, s acham somente 106 onetos. No Comento da Obras Jyricas por Ma-
noel de Faria e Sousa ... tomo I no ano de 1685, ... se lem somente 264, sonetos
divididos em tre- centurias. E na Ediçam de todas as Obras de Camoens com o
commenlo de M.anoel Correa no anno 1720 ... se lem somente 302 sonetos. Mas
nesta presente verá. o Leitor 236 anelos que se achavam na Ediçam que sigo,
onde se lem ia que nam se viram em Ediçam allluma que refiro, corno sam o sa-
neio l.i9, 12i, 128, e os mais que o Leitor podera cotejar. E por que na Ediçam
de Correa referida se acham 7Y sonelo que não se encontravam em Ediçam al-
guma, 0- imprimi no fim do ::I.' Tomo, e chega deste modo o numero do 'anelos
nesla Ediçam a 315.
"Tamb 111 ne ta Ediçam vam impres as no fim do 3.' Tomo, quatro Elegias
que e lem na Edição do Com menta de Manoel Correa, como tambem a Elegia de
Santa UI' ula, que se acha na mesma Ediçam ...
"Para intelligencia do Poema Epico. imprimi o Index Hislorico, composto por
Joüo Franco Barreto que se acha na Ediçam que segui; como Lambem a Vida de
Camoens, que tirei do commento do Poema Epico por Ignacio Gane:::: Fel'l'eim, e
o Argumento IIislorico do seu primeiro Tomo, pago 97.
"Nam poupei de peza al rr uma para omar esta Ediçam com hum Mappa ~eo­
grapiJico da Navegaçoens e (fescobertas dos Portuguezes nas Ire. parte do M.undo,
e com Eslampa que representam a materia de cada Canto do Poema Epico : como
lambem na perfeiçan e elegancia do cl1aractere novo que sum jactancia compe-
lem com o de Elzevir ou da impre am de Gla co: e tau certo que todo oh 1'-
Yararn nesta Ediçam muito m nores eITos de impre am, do que nHS precedentes:
por~ue evitar alguns levissimo que ainda se acham, eria moralmente impo si-
vel. rambem estou certo que lodos louvarâ.m o papel da impressam ... "
Com relação as estampas, excluindo o retratos, é neces ario dt::ixar aqui
uma not~, e v m a ser: o artista incumbido pelo edilor Genw'on da campo ição
das gral'uras, ou por in piração L1'e te ou por idéa propria, serviu-se, reduzindo-
as, das estampas que Bonnart desenhara e Scopin grayara para a edição que ap-
parecéra em Paris vinle e quatro annos antes, i to é, a versfio de DupeITon de Ca -
lera (1.735). Comparando, pai, a gravuras vê-se que a primeira lêem 0"',120
de altura por 0",80 de largura, e as segundas 0",110 de altura por 0",00 de largu-
ra;.e que a copia. feita a direito para a edição de Gendron fez com que ficassem
na Impre são ás ve as toda as estampas, pas ando á 'direita na edição de 1759
o .pl~nos e a figuras que e tavam á. e querda na. de i 735; e faltam na lJa e da
Pll'!lell'a estampa. os ver os latinos, que e tão n'esta ultima. Já. tinba obtido o es-
peclmcn, que (Iou em frente, quando entrei no exaure que menciono. .
Na Gazeta littera1'ia, n.O 9 do vaI. I (agosto de i 761), de pago 131 a 135
vem uma apreciação critica. d'csta. edição. Al1i leio:
": .. os e criplores de verdadeiro merecimento, que nunca mendigam os
SuITraglOs do publi '0, tem o desgosto de ver muitas vezes desprezadas a suas
94 LUIZ

obras, d'elles Illesmos per eguidos pela inveja; mas a posteridade não larda
em reparar esta injuria .. ' O famoso Camões foi um d'aqueJles, a quem a poste·
ridade vingou mai dos ultrages da fortuna. A nação portugueza ha perto de dois
eculo faz das suas poesias as suas mais exqui ilas delicias. O numero das im·
pressões d'eIJas se multiplicou, e são já tantas, que seria enfadonho mencional·a"
« E ta, de que agora dâmos noticia, deve er recebida, como um eslimavel
dom dado á no sa nação; porque o editor tere o trabalho de confrontai' as edi·
ções antigas para n'esta não faltar tudo, o que se inlprimiu em nome do poeta,
«O papel, o caracter da letra, em fim tudo é belJi imo, e admira-nos, que
uma obra impressa em um paiz estranho, tenha tão POUl:OS erros de lypogra·
phia... 11 '

« Poderão alguns culpar o edital' em não supprimir algumas poesias ou lal·


amenle altribuidas a Camões, como a cl'eaçiio do homem, ou fLxada em fUllda·
menta a outros auctores pelo commentador Manuel de Faria e Sousa. Mas prova·
velmente o edilor não se quiz expor ao risco, de ([ue esta edição fosse menos
estimada qlle as antecedentes por. diminuta.•
O auctor d'este artigo, censurando, com pezar, a fórma injusta e incorrecla
como Vel'l1ey apreciára Camões, acrescenta:
« Esta veneração, que temos para Camões, não é cegueira, e bem fóra de
ser reprehel1 ivel deve ser 10U\'ada, por ser uma voluntaria reverencia que faze·
mos ás bellas-artes. Infelizes os portuguezes, se fossem insensiv.Jis á graças tle
Camões, cujo poema, como diz o famosis imo Montesquieu, faz sentir alguma
cousa dos encantos da adi sea, e da magniHcencia da Eneida.1I
Possuem exemplares: em Lisboa, a real bibliotheca da Ajuda, a bibliothrea
nacional (dois), e os srs. Fernando PaIJ13, João Antonio lIfarques, Antonio Augu to
de Carvalho lI1onteiro João HenriCJue UJrich, Carlos CyriJlo dR Silva Vieira, An·
tania Maria des Santos Agard e Brilo Aranha; no Parlo, a bibliotheca municipal,
e os srs. dr. José Carlos Lopes e Antonio Moreira CaQral; em Evol'a, ri. ])ibliolheca
publica; na ilba de S. Miguel"o sr, José do Canto; e no Rio de Jàgeil'0, a biblio·
theca nacional.
Tbomaz Norton mandou encadernar o seu exemplar em cinco tomos, divi·
dindo os Lusiadas em dois e as Rimas em tres.
Brunet menciona a exi teacia de um exemplar em pergaminho.
No leilão de Minha a foi vendido um exemplar pOI' (jJllOOO reis; no ~r
Sousa. Guimarãe passou de 2~q,OU; e no de Gomes Monteiro chegou a 3$2~O rél!,
Na livraria Kübl, de Berlim, foi annunciado um por iO$OOO réis. A casa Adlaud,
de Paris, tinha só o tomo 1 annunciado por i,llfOO róis.

*
* *
lk9. Obms de Luiz de Cu.1noens P?'incipe dos poetas p01·tuguezes. Novamenl'
"ei11!lJ1'essas, e de(licadas ao illust. 11lO, e excel.'"O Senho/' Mw'quez de Pombal COlidi
de Oe!Jl'as, Minist,/,o &c. P01· Miguel Rodrigues, etr.. Lisboa. Na Offici?w «e il11n lll
Rodrigues, lmp'/'esso?' do Eminent. Canl. Pal?·im·ca. )I'.OCC.LXXJI'. Com hcellsa da
Real Mesa Censol'ict. Vendem-se em casa do meS71W il'Jiguel Rod?·igues. 12. 0 'l'OillO I
de tO innumerada -XJ.-q,8~ pag., com est. allegC'ricas, os relralos de Camões}
V3SCO da Gama, e o m3ppR da derrota da IlIClia, Tomo n de 4 (innumeradas)-41
pago Tomo UI de 4 (innumeradas)_l185 pago
CAMÕES 95

No rosto do tomo I lê-se:


"Ajuntarão-se quantas compozirõe e julgaraõ pertencer n. este grande Poela;
ese procurou quc sn.hi e a ob.ra mais correcta, que fosse po sivel; e qu os vo-
lumes fica sem taó comódos (SIC), que com menor despezn. se podessem aproveI-
tar lodos da sua Iiçaõ. lI
Na dedicatoria ao marquez de Pombal encontra-se um treeho interessante da
vida do impre~sor Miguel Rodrigues c. das suas relações com o grande ministro
de D. Jose 1. E o seguinte: -
"Acho-me no ultimo quartel da vida, e conheço que não póde scr de muita
duração ajuntando-se a mais de oitenta annos ele eeladc as mole tias continuadas
e frequcntes affiicçoens de animo, que'ainda acabam mais qne as mesmas moles-
tias. Entre estas circunstancias, que dezenganão, e fazem lembrar, o que hc me-
lhor, me tem lembrado muitas vezes quanto devo a V. Excellencia, quanto V.
Excellencia me tem favorecido sempre, e me tem dado a mão, não sómente para
eu poder pas ar a vida com comodo, ma lambem para deixar os meus filho em
melhor fortuna. Conheço que tudo islo merece o fiel agradecimento, que ale anora
mo trei para com V. Excellencia. e a ua i/lu ·tris ima Caza, ou para o dizer me-
lhor, merece hum te teOlunho publico do mesmo agradecimento, que dure depois
da minha morle, pal"a empre enLrc os homens. im, Senhor, devem elle todos,
para rlezobl'igação minha, o para honra di~na de V. E~cellencia, saber que V. Ex·
cellcncia unicamente por bondade, c gl"anneza do seu coração, me acudiu sempre
com todos os meiu uteis para eu acliantar a minha cáza, e melhorar a minha con-
dição, e fortuna, occupando quasi continuamente a minha Ollicina no serviço de
S. Mage tade, passando-me pal"a mim, e para meu Filho aquelles emprego, a que
eu pela minha condiçãO, e elle pela sua, devíamo aspirar; honrando-no com
palavras mui di tincLas'e com obras elfectivas.
"Como elles pois o devem saber a im, e con eguintemente eu tenho obriga-
ção de .lho dalllarar, e pal"a i o he occasião amai opportuna e la, em que para
benefiCIO commUIn reimprimo novamentc todas as Obras do nosso grande Poetn.
Camoens; aproveito-me della, dedicando-as ao respeitavel nome de V. Excel-
lencia, e ajuntando-lhe estas poucas palavra, que tenho dito ... lI
Esta edição foi feita conforme a anterior de Gendron, do qual, ou de quem
~ reprc entas e, obtiveram exemplares dos retratos e das estampas, porque são
I·uaes, i to e, da mesma chapa, ao que e puzeram na edição de 1.759. Esta es-
tampas faltam, porém, em alguns exemplares da de 1772. Norton, que não
tr~h~ a allegoria ao primeiro canto, sub tituill-a por uma e tampa de outra
edlçao.

O tomo r contém os Lusíadas; o lomo li, os sonetos (cr.CXJl), canções (n);


odes (XII), eglogas (YIII), elegias (XVTll), elc.; e o tomo III as epislolas, as cartas
lem pr'o a), varias rimas (de pago 75 a 209), a Creaçiío do homem (que não é de
CaIMes); e as comedias (de pago 281 a 4,SI,), Ell'ei Seleuco, Os anfitl'iões, e De Fi·
1odemo.

. É edição mui incorrecta e impre a em papel arnarellado e de inferior qua~


lrdade. Appal'ecem, ás vezes, exemplares em papel mais 'branco o mai cnllorpado.
VI um na hibliotheca nacional de Li boa.

oPossuem exemplares: em Lisboa, a real bibliotheca da Ajuda, a bibliotheca


naclOn.al (2 exemplares) e os srs. Fernando Palha, Antonio Augusto de Cv.rvalho
~Onl€lrO, João Antonio Marques, João Henrique UJl'ich e Antonio Maria dos Santos
gard; no Porto, a bibliothecn. municipal e os srs. vi conde da Ermida Antonio
96 LUIZ

Moreira Cabral e dr. José Carlos Lopes; na ilha de S. Miguel, o sr. José do Canto;
e no Rio de Janeiro, a bibli otheca nacional (2 exemplares).
Um d'estes exemplares tem differenças, que o auctor do catalogo .da camo-
niana do Rio de Janeiro (Annaes da bibliotheca, vaI. II, fasc. J, pago 1!7), nota d'e te
modo:
«L Não ha no primeiro vaI. d'este a palavras; «Ajuntaram-se quantas com·
posições e julgarão pertencer a este grande Poeta, etc. II. Depois da data eslão
no outro as seguinte palavras: Com licença da Real Meza Censoria. Vendem·
em casa do mesmo Migu~1 Rodrigues. IIr. No outro a palavra Mesa está e cripta
com z; n'este está escripto com S. Em tudo o mais são iguaes os dois exempla.
res."
No leilão de Gubian arremataram um exemplar por 2~400 réi ; no de Sousa
Guimarães, por 1.$000 réis; no de Gomes Monteiro, por 3~200 réi ; e no de
Minhava, por 1~300 réis.

*
* *
50. Obras de Lttis de Camões, Principe dos Poetas de Hespanha. Nova edição,
A mais completa e emendadct de quantos se tem feito até o pl'esente. Tudo por dili·
gencia e industria de Lttis Fmncisco Xaviel' Coelho. Lisboa. Na. Oflicina. Lnisiana.
Anno c/'J/'JCCLXxrx. Com Licença da Rea.l Mesa Censol'ia. Tomo J. !:lo de Ixxix-4
pago e i de erratas. Com o retrato de Camões, gravado por Antonio Fernandes
Rodrigues. Tomo JI de x.'üi-490 pago e 1 de erratas. Tomo IIT de xlviii-226 pago
e 1 de en·atas. Tomo IV (que tem a data de C/'JCCLX."\.'X) de xxi-338 pago e mais
7 innumeradas com index e ·erratas. São simples e iguaes os rostos dos tomo
com uma vinheta (um navio) ao centro.
O tomo I contém: o discurso preliminar, apologetico e critico (pag. iii a hi);
hreve noticia da vida de Camões (pag. !vii a lxx), e elogio em verso (pag.lxxl
a Ixxix) em honra do poeta. Segue a Lusiada da pago 1 a 378; o indice dos lJom~
proprios por Franco Barreto, de pago 379 a 1136; e as estancias omittidas por LUIS
de Camões na primeira edição do seu poema (pag. 437 a 1!61) ; e as variantes (de
pago 462 a 488).
O tomo Il contém a advertencia do editor (reproducção da que anda á frente
da edição de 1595 por Fernão Rodrigues Surrupita); e as Rimas primeira parle:
sonetos (CCCI), canções (XVII), odes (xn), 'extinas (IV), elegias (XXT), oitavas (VII),
e eclogas (vm).' .
O tomo li! contém: o prologo, a restantes peças da primeira parte das Ri·
mas, eclogas (IX a :>"'V); e a segunda parte das Rimas: reclondilhas, vilhancelcs,
vai tas, etc., e as cartas.
O tomo IV comprehende, alem da prefação, as tres comedias de Camões (de
pago 1 a 188); os fragmentos de algumas obras de Camões achados por Mdnuel(~e
Faria em diversos manuscripto (de pago 1.89 a '194); obras suppostas ou ailrJ'
buida a Camões (de pag.. -195 a 279); ecloga intitulada Cintm, no qual Manuel
de Faria descreve a vida de Camões (servindo-se para isso dos propl'ios verso do
poeta); o indice do que mais notavel conlém os quatro tomos; e uma adverlencl3
final.
Esla ediçãO é a que foi dirigida pelo afamado padre Thomás José" de Aquino! e
que deu origem á celebrada contToversia, de que se faz menção no Dlcc. blbl.
DE CAMÕES \17

lomo vn, pago 350 - Pertencem-lhe, portanto, o discur o preliminar e as demais


adverlencia' e annotações, que abrem a' dil'ersas partes elas varia obras de Ca-
mões. Todas e sa nola., com referencias valiosa ás edições anteriores, têem im-
porlancia, no meu entender, nITo ob tante o parecer dos que pretenderam ames-
quinhar o trabalho do anuotador.
Po uem eXf)mplares: em Li boa a bibliotheca nacional (dois), e os sr . Fer-
nando Palha, João Anlollio larques, Antonio Augusto de Can'alho jIonteiro. João
Henrique Ulricll, padr Antonio Coelho Leandr d Sou a e Carlos Cyrillo da
Sill'a Vieira; no Porto, os rs. ,'isconde da Ermida. Antonio Moreim Cabral e
dr. Jo é Cado Lope . em Coimbra, a bibliotlleca da universidade' na ilha de
. jligueJ, o r. Jo do Canto; e no Bio de Janeiro, a bibliotheca nacional.
Os pi'eços têem regulado cnlre 2~000 e 3~000 reis. No leilão de Sousa Gui-
marãe foi vendido um exemplar por 3 100 reis, no de Gome Monteiro por
j~550 rei, e no de Adam on por Ui hilIings.

*
*
51. Obras ele Luis ele Cl!IllúeS, Principe elos Jloetas ele Bespanha. Segunela edi-
rüo, da que, na Oflir.ina Lttisiana, se fe::; em Lisboa nos QI!!lOS de 1779 e 1780. Lis-
boa. ~'a Olfic. ele Simão Thudcleo Fe!Teira. Anno ~1.))CC.LXXXJf. Com licença da
Real Mesa Cellsoria. S.u q, tomo, sendo o 8rimeil'0 dividido em duas partes, e
lormauclo tCldo , portanto, ;) ,olume de 20 , 320-1, q,4S, 382-2, e 37-í-7 pago
Tomo I, parte I, contem: o prologo de Thomá Jo é de Aquiuo (de pago 3 a
66); o discnrso preliminar apologetico (de pag.'67 a i24); a vLda de Camões (de
pau. !25 a UI); poe ias em honra e 10uvol" de Camóe (de pago i42 a ifi1:); e a
LlIsiada com os argumento (de pago i5ti a 200), os cinco primeiros canto.
Tomo u (parte Jl do tomo I) contém a Lusiaela (de pago q, a '195), os cinco
re lante canto; o index dos nome proprios. ordenados por Franco Barreto (pag.
19i a 266); a e taneias de prezadas e omiltidas (pag. 267 a 294); a yariautes,
(pag.295 a 320); e as en'alas (pag. innumerada).
Tomo III contém: a advertencia do edilor, por Lobo ulTupila (pa". a 24);
e as rimas, primeira parte ( onetos, cecI; cançõc , X\"II; odes, x.n; sextina , 11';
elegia XXI' estancias numeraria de ete grupos, ou series, de I a x.."1X de I a xx,
de I a IX, de 1 a XIV, de I a YII, de I a YIJ: e de I a LXX); e do indice (pag. q,09
aH8).
, Depois do soneto ceCI, 'L'uoma de Aquino põe esta advertencia (pag. '177) :
".Na edição das obras de Luiz de Camões, que em tres .omo de doze se fez
cm Lisboa no anno de '1772 na oficina de Miguel Rodriguc ,onde ão tanlos os
drro , como as palavras, e acham :H4 anelos, fazendo conta a e acharem erra-
o o numero' dos ulLimo doi sonelo; pai devendo er 313 e 3'14-, s vê o
mesmo numero 3i2 dua vezes repelido. De nenhuma maneira del'emo~ estar por
esle numero de 3'1q, sonetos, que e acha n'e ta Edição, e na Pari ien e de f.759
(~nde ~o segundo Tomo se acham 23ti, e no terceiro 78) ; porque lia verdade não
Mo mais que 301 o que exislem do nosso Poeta (po to que desconfiemos que
alguns o não sejão, .como já adverlimos na pago ,!(i7); e se estes dois Editores au-
gmenlaram a sim o numero, foi porque, não ei e malicio a s negligentemente
n~.lmpre ões repeliram alguns dos me mos sonetos; como se poderá ver n sta
u Ima de Miguol Hodrignes, na qual o oneto 6 he o mesmo que o H9, o lj,6 Q
10NO m (8"/11'1.) . 7
98 LUIZ

mesmo que o 186, o tOl o mesmo que o 27 l, o 103 o mesmo. que o 26í. aJO!
o mesmo que o 265, o 105 o Illesmo que o 278, o 106 o mesmo que o 185, 0109
o mesmo que o 1:34., o 121 o mesmo que o 221 o 128 o mesmo que o 220, 0136
o me mo ~ue o 222, e o 156 o mesmo que o 3U. Ad\'irla-se lambem que na Edi·
ção de t7 "O feita por Josepli Lopes Ferreira, a qual-nos aprcsenta 202 sonetos,
se acham lamuem repelidos li,; a saber, o 101 que Iie o mesmo qlle o 226. e o
103 que he o mesmo que o 217, o 104 que lIe o mesmo que o 218, e o 105 que
he o mesmo que o 234 •.
Tomo IV contem: o prologo (de pago 3 a 47); e as rimas, continuação ou
parte segunda (entrando aqui as eclogas, que na edição anterior completaram o
tomo' 11); e as carta .
Tomo v contém: a prefação (de pago 3 a 21); a advertencia ácerca das come·
dias (de pago 22 a 27); as comedias E/l'ei Se/euco, Os ampilit?'iões, c Filodemo
(de pago ao a 221,); fragmcntos de algulllas obras de Camões, ele. (Segundo a ar·
dem da edição auterior.)
Do tomo m, em diante, a dat \ da impressão é: MilCCLX:\..\:IIf.

Thon"iás Norton coIlou na pago 155 (em branco) do tomo I, parle I do eu


exemplar, uma estampa da chamada medalha de Thom;is Jo é de Aquino, que,
dedil;ada por elle ;1 Camões cm 1793, foi copiada da que CUI 1782 mand:ira fundir
em Jllglalerra o barão do Dillon, enthusia. ta sin el'o do no o gl'ande epieo. E la
medalha é a que o gravador 1ucius rcproduziu em 1795 polo iJuril em chapa de
coure como se Yê do fac-simile fielmente phoLolJraphado do exemplar de Norlon,
e tambem serviu para a que foi empregada na obra Retratos ee/agias de 1:al'ões edollllJ.
Observe-se que entre a medalha de Dillon e a do gravador Lucius, em honra
do padre Aquino, ha diJ]"elcnça' cm o nome ele Camões, que na primeira está
Camoells, e na segunua Camolis; no de eniJo, que c mais franco o de Luciu que
o de Dilloll; e na disposiçãO do (itulos ou legenda no rever o, que na primeira
eslão assim:
APPOLLO
POllTUGUEZ
rrOXRA
DE
E8PAl'IIIA
e lJ a segunda:
APOLLO
POllTUGUEZ
., HONRA
DE E PANHA
como se verá.melhor na estampa em frente.
As differenças enlre as edições de i 779 e a de 178~ consislem, alem de mui-
tas variantes e modificações em as notas e adverlencias: nos formatos, porque o
8.° da primeira é maior que o da segunda; nos retratos, que andam á frenle do
tomo I, um é devido, como já indiquei, a Antonio Fel'l1anues Rodrigues, sem da~;
e outro pertence a Hieronymo Barr. (Barl'Os), sendo gravador Lucius em 178 ~
no prologo de Thomás José de Aquino ao leilor (as primeiras 66 pago do tomo I),
e no additamento á advertencia final com que fecha o lomo IV. .
", ,
"'~
".,
DE C~IÔES 99

Pos uem exemplares: em Li. boa, a bibliotheca 1'13<'11 da Ajuda, a biblioUleca


nacional (doi. sendo um em nlPlhor papel que o outro). e os rs. Fel'llando Pa-
lha, Anlonio Augu to de CalTalho ~Ionteiro, João Antonio ~Iarqups, Cario' Cy-
rillo da Silva Vieira e João Henrique Ulrich; 110 POI'lo, a bibliolheca publil:a, e os
sr. Dr. José Carla Lop!', conue de SamolLie , vi conde da Ermida, Antonio Mo-
reira Cahral, ociedaue 1 Jol'a Eul'rpe; em COillllJra, a bibliotheca da unil'cr.ida-
de; em Vianna do Ca lello, o r. João Luiz Monteverde da Cunha Lobo; no Rio
'de Janeiro, a biLliotheca nacional.
Os prcços ICIll sido: no leihio Sou a Guimarãe , 2~4,00 réis; no de Inno-
cencio, 1p1900 róis; no de Gomes Monteiro, 2"i100 róis; e no de Auamson, {q,
scbilling .
Por cau a d'csta edição houvc uma controver.ía nol:1\'el, em que entraram o
padre colleccionador e annotau r e outro. i'i Dicc. vcm DlcJlciQnada sob o nome
dc TllO/IIás José de Aquino, lomo YIl, paI(. 34,(i, n.O' 180 a 181; porém eu jnl"o
que dCl"o mencionaI-a agora ue nOI"O, e pecialmente, por er aqui o lagar pruprio
nas col\ccçõe camonianas. Pcn arão al"lIl11a pc. oa ,que ão papei ~e pouco
ou nenhum "alor. Tudo o tcm relatil"o. E aqui não proGUro senão colligir o do-
cumcntos do granue proccs o camoniano, para instruir" qual nada e me afi-
gura in ignificanl , nem inutil.
Cariarei, portanto, ou extractarei alguns trechos d'csles folhelos.
r. Cm-til d~ Imm amigo a OUll'O, na qual se (ól'lna ju'i:;o da Edií'úO novissima
do Poemo da Lusiada do Gnllll/e Lui:, de Camões, qlll' saldo á Ilt~ 110 a1l11O de
1779. Lisboa, lia Df.. Pall·. de Francisco Luir. Ameno. Anno MDCc.~x..'(xnr. Com li-
cença da R,'al JlIe:,a Censo1'ia j 8.° di' 80 pago e 1 de erralas.- E do padre Jose
Clemente, da congregação do Oralario.
!'ia paf'. 3 lê-se:
« ..• que juizo formo ela nOI'i irna Edição elo Poema do nosso incornpara-
vel Camãc', que ahio á luz no 'anno de 1779. Se a esta pergunta hourc 'e de
re pOllder o novo Editor, crião tantos os elogio que lhe tecerA, qUAnto o im-
~ropcl"los com ql.e Imla a outra Ediçõt's uo PocLa, a cxceiçfto da de Petlro
era beeck de 1600, e da d' ~lanoel d Faria, que só lhe cAhirão em graça. Tudo
se acha no Prologo elo novo Editor, em que 11fto cessa de dizer mal das outras
Edições."
Na pago .5 :
R Quem com os olhos aberlos examinar a nova Edição, achará que não res-

ponde a execuçiio á prome sa; porque promellendo muito, no dá mui pouco,


prolllp.ll.endo cerLeza, acM.mos muito e indesculpavei eITO. Confesso que nas ou-
ka E~lçõc e acllão ba.tant~s erros' porém jl~lgo que a de nosso Ed!tor ainda
e ma~ erra~a: por que segUindo elle a de Far13, tão pouco correcLa, alllda a sua
hemal defelluosa."

Na pag.. 6 diz que compara as edições ele Craesbeecl< ele 1631, de Manuel
~opcs Ferreira de 1702, de Manuel Correia de 1720 e de Ignacio Garcez Ferreira
e i73I, e um manuscl'ipto cor1'ectissirno (sic) que lbe fiou um amigo, dizendo
que Ih'a fizera em segredo.' •

De pago 7 a 78 enlra em analyse de varios versos de cada canto, e nota os


erros em que, segundo elle, incorrêra o padre.
iOO LUI2

Na pago 79 conclue:
"De tudo se infere o juizo ql1e se deve formar da novissima Edição, convem
a saber, que nada lem de correcla, nem de accurada, pai que nella se achão lao·
los erro e defeilos indesculpaveis e ainda muitos ver os errado por exce 'ode
syllabas, e oulro em que ha falta de rigoroso con oanle . Tudo o que digo podeis
vós examinar cotejando a nova EdiçãO com as outras que allego. e conhecerei a
sobrada razão, corn que censuro os erro e defeitos do no o Editor. Pelo que
preci o he, que o al'iseis, por caridade, para que na futura imprcs ão, que me se·
g11l'ão intenta publicar, emende os lurrare 'que aqui vão censurados; e de cami·
nho o. avisareis que não profira tantas barbatas c011tra as outras Ediçõe ; porque
se ellas em muitos lu~ares se achão fracas, enferma e eslropeadas, muito mais
fraca, enferma e eslropiada se acha a sua ... "
rI. Discurso c)'itico, em que se de{emle a nova edição do L11siada do Grandl
Luiz de Camões, feita no anno de 1779, das accllsações que contl'a ella publicOll o
Author da Cal·ta de Imm Amigo a outl'O, elc. Lisboa, na oflicina de Simüo Thaddlo
Fel"l"eim. Anno M.DCC.~>"-XXIV. Com licença da Real Meza Censona. 8.· de i05 pago
e i de adverlencia.- E do padre Thomas José de Aquino.
Nas pago 3 a 9 lê-se:
"Vemos buma Carta Anonyma na qual pela sem razão, e pela injusliça he acou·
sado o novo Editor. das Obra de Luiz de' Camões, e devemos acudir por elle ini·
quamenle acomeltido. Levanlou- e certo censurador, lalvez mOl'ido pela imperti·
nencia, e pela melancolia, o qual com rephros fantaslicos, e sem oulra alguma
raz~o que a de elle ter servido a BepulJlica Lilleraria, e a Pall'ia, perlende esCu-
recer, e denegrir o seu merecimenlo. Mas con o a verdade não he passiveI que es·
teja por muito tempo occulta, com muila brevidade, e facilidade veremos des·
feila a serie de sophisnJas com que pertende coni'undir as cou as. Di e, sem ou-
tra alguma razão, que a de elle ler servido a Hepublica Litteraria, e a Palria,
e n'i to estamos: o mesmo ·novo Edital' o não eslranha, porque empre viveo
certificado de que esta era a gratidão com que enlre nós se costuma correspon·
der, a quem faz algum erviço relevanle, e p'cialmenle Jilterario. E la he ames·
ma que se pralicou, e ainda boje s esla pralicando (sem que vamos mais longe)
com o mesmo Luiz de Camões, com o mesmo [faria e Sousa seu cOOlmenlador;
e com outros muitos de que podia fazer largo calalogo. De sorle que huma longa
experiencia nos tem i li. ensinado, (J11e lanlo mais relevanle he o serviço, lanlo
maior be a ingralidão com que se corre pOl1lle. Não ignoramos a razão, e a causa,
mas faz-se necessario passai-a em silencio. Não se persuada tambem o senhor
Allon -mo, que esta reflexão e'icapou ao novo Edilor antes de enlrar na empre-
za; porque par algumas vezes nos dis e, que hia despertar a illl-eja, ou a impa·
ciencia de alg uns dos seus compatriolas, ma que nada o di suadiria de levar
adeante o seu t projecto, sem outro algum interes e, que o de tirar o Poeta d'aquell e
estado corrup o, e depravado em que o havião po lo, e de servir a Patria.
" Ora sendo isto certo como na verdade, e sem alfectaç[o he; e sendo eslas
as rectas inlenções do novo Editor, como a cada pa so consta das suas Prefaçõ.es,
que mai hou\-e aqui YDiga o I)nbor Anonymo, qUI) culpas teve, e em que delin-
quio o novo Edital' para enlrar lanto no SI)U desagrado, e para ser desaLlendidol
Cançou-se: buscou tudo quanto podia conduzir, para lhe dar hUr'Da E lição ~om­
pleta de tudo o que existia de Luiz de Camões, como com eiJeito lhe deo: e en·
lão ? Ba la isto para ser tratado com am'ontas e com eprobrios? Os erros e
defeito'a pontadas, de hlun s de mais, de hum cl por um t, da palavl'a mais ac~'
bada em es, com tudo o mais de que faz menção no seu Carlapacinho são casqUl'
lhas, são futilidades. Não senhor, vai dahi; vai do que ja acima fica apontadO,
e todos sabem. Nem aqui nos diga que o seu zelo (nem ao menos soube diseul·
DE CAMÕES iOl

par-se com isto) o obrigou, e o fez entrar n'esta fadiga liLteraria; poJ'que o zelo
ql1anuo he santo, quando he verdadeiro, plil'~ e s)'ncero costuma obrar de outra
orle, e não costuma apparecer em publico com o semblante, com que o senhor
Anollymo o rtlpresenLa.
I: Ma deixadas e la ponderações, que de nada aprovei Ião, e de nada srr-
vem, entremos j:i nos taes reparo, em que elle (para o fazer anltar) põe os
ullimos esforços da: sua locl/ção. Depois de hum brtlvissimo preambulo, entra logo
notando dizer o novo Edi tal' na sua Prefação, que desprezadas todas a outras
Edições, ,eguiria óOlenle a de Manuel de Faria e Sousa, e a de Crasbeeck do
anno de 1609 (coincide em tudo, e por ludo com a de Faria) como mais certas,
e mais corredas; () que para o fuluro se não faria edição mai completa elo que
asua, em quanto ao que o Poeta havia escriplo. E li 'se por venlura O novo Edi-
lor lIistú alguma mentiras? Em quanto se ler a Edição de Faria mais cCl·ta, que
nenhuma elas oulra , cou a he que ningu m com raz,lo poder:i ncgar, ou encon-
trar, por ser feita sem discrepancia algoma sobre a segunda qUtl se fez no anno
de 1572, :i qual o mesmo Poela a i lia, e a qual o mesmo Poela emendou cios
muitos erra, que ou por malevolencia, ou ignorancia Ibe.haviam iutl'ocluziLl0 na
prirnoira. Em quanlo li pouca cerleza, e aos erros oa ouli'as Ediçõ ,o Olesmo
Author do Cart:tpacinho os confessa; pois que a cada passo lemos neHe; que
errOll o COl'l'ea, que el'J'O!t o Ga'J'Ce~, que en'oll o Lopes, e que elTá7'{ío todos. E
pelo que pertence a fazerem-se Edições mais completas, e amplas, e com maior
numero de Obras a sim do Poeta, como do seu Erudito, e I1lustre CommentadOl',
ainda hoje o ulIvidamos com os melhores fundamentos; pois que não seri facil
descobl'irem-se Manuscriptos, C0ll10 o novo Euilor descobrio, OlllJI) ellas exi tião.
Osenhor Cf'n urador faz toda a diligencia que póde por escorecer ú que a nova
E~iç,io no olrerece de mai , e que não trazem a oulras que até aqui se lJavião
I~llo; porém não tem que se cançar porque o novo Editor antevendo, qiJb poderia
1'11' al(;lIl11 Censurador lInpertinente, que pert'ndes e con.fundir as cousas, teve o
acôrL!o de lançar o <Il:cl'escentado em um Index, no fim do IV tOlDO, on.de de huma
Vlsk1 de olhos se póde ver tuclo .•
O padre Tbomás de Aquino escreve que ás duas e(lições de Faria e Craes-
beeck de 1609 juntou uma terceira, de que não tinha conhecimento ao lempo
em que saiu a edição ele 1779, qual era a d Manuel de Lyra de 158!l; que d'elJa
se ervira nas occasiões para confirmar o que diziam as duas, com as quaes em
ludo conc~rda va.
p'ahi em diante, o padre vae respondendo ás 01 jec~ões do seu censor, indi-
cando-lhe, lambem cm cada canto:as especies Gom que não lodia concordar, e
que Cl'alll, no llontradiClOI', excessos de orthographia e lacunas de crilico sem ar-
gumentação olida, pois que \'ê que muilos dos deftlilos orthog-raphicos notauos fo-
ram empregados por outro e rriptol'c de Ill lhor nola, antes d'elle. E dá innumeros
D

exemplos para c01'l'0borar e t:t assf\l'ção e contraplll' :1s aJli.rmativas do adversario.


m. qamúes defendido; e o edito), da e(liçiio de 1779, e o censor deste jn/gados
seJI! Pa.lXtLO em uma ca'rta dada á luz pO)' Pat?-icio illethophilo llJisalazãu. Lisboa,
ir Regw amcina T!J]Jogmphica. A.nno. M.DCC.LXXXIV. Com licença da Bealll1eza
ens01 ·w. 8." de 118 pag.- É de D. José Valerio cla Cl'Ul, oraloriano, depois bispo de
Pol·lalegre.
E te 0puscLllo tem segrJl1do titulo (pag. 3) ; Repam~ Ott dúvidas sobre as cen-
sillras, que na cUJ·ta de wn amigo a ontro se fazem á edíciio dos Lusíadas de Luis
(e Camões, publicada no anno de 1779. •
De pago 4, a 7 lê-se;
II As difficuldades, qne vó mio tocaste, perlencenl'parlicularmenle ás Rimas
do Poeta, a que se não estendeo a vossa censura; talvez uOI'que me não expliquei
:102 LUlZ

bem na minha pelição: posto que o meu intento sempre foi pellir o vosso pare·
ceI' sobre toda a Edição. A princip't1, e que eu des java Ia se copio a, e olida.
mente di cu tida por vós, be: se erão bastantes a prova, que Faria produzia, para
que o Etlitor da novissima Edição lira sc a Berna/'(Je~,. e adjutlicasse a Camde as
cinco Egloga , que nella lhe attribue, com grave injuria, não tanto do engenho,
como da sinceridade, e honra de Bernardes; e seln nenhum prowilo de CalJlÓel,
a quem não são n ce sarios mendigados a'domos, ou violento de pojas, para se
ostentar Pl'incilJe dos Poetas do seu tempo.
"De'ejava que examina sei o pezo, que se de\'e dar á conformidade de es·
tilo, prova ambigua, e que lem enganado tanlos criticas da primeira classe, com
quem Faria não pót.le hombre1l'·.
"Que authoridade devia fazer o clizer l~aria, cm mais prova. que no Lima
ha muitas obras conhecidamente de Camões, sent.lo eHe tão mal alIedo a Bcmar·
des, e juiz suspei lo?
"Se o ter Camões dito em huma r.ada, que a Egloga que fizera á morte do
Principe D. Jo,10. era a melhor de quantas tinha feito, era sinal certo de que es,
creveo mais de oito? I
"Se bastava ter concluido com tão ruinosos fundamento, que escre\'éra mais
de oilo, para logo lhe allribuir cinco que havia longo tempo corrião pulJlicadas
como proprias, por quem não era tão incapaz de as ler feito que nll0 tivesse
campo lo outras muita, alem de Cançõe , Carta. Sonetos, Elegias, Canligas, ele.
" Se o estarem as dit1ls Eglogas no mesmo ~f . com algumas de Calnde , ha,
vendo no mesmo (que constava de pouco mais de cem folha) obras cerlamente
de Bel'l1al'lles, de Luiz de Castro, de Luiz Franco, do Garcila so ( elll fallar dos
Sonetos, que ahi se attribuião ao Duque de Aveiro, a Simão da Veiga, e.a
D. Luiz d~ Ataide) e não tenllo alli nomtJ de Aulhor, dava direilo para a allrl'
buir a Camõe, ó por e te ler no ~ls. mais obras; ao me lUa tempo que e não
querião reconhecer por de te P. outras obra, que se achal'ão na me lUa cal·
lec~ão sem nome de A., e sem que nunca fos5em publicadas por outro?
. "Se q ser a nona Eglorra do Tejo, e dizer nella seu A., que irá a praia re·
molas pp.scar pemlas para Galalea (pensamento obvio a qualquor Poeta, Visto que
ellas só nos mares arra tado dos nossos se pescilo) era razão para allegar' E se
o argumenlo da inferioridade da Deuicaloria eb mp ma' ao rpsto da obra, sendo
Faria tão iniquo 'Juiz, e o ser ella, e a s~guinle escritas á imitação ua de Sanna·
zaro, que Camõe (tliz o mesmo Faria) se prezava de imitar, erão ba 'tantes pro·
,as para inquietar a :nemoria de Bel'llarcle ?
" Ultimamenle: Se não haver o nome de Delio nas outra Errlogas d~ Bel"
nardes, e achar- e na Eglo"a terceira do nles010, que na EdiçãO novi ima benu·
merada XIl. de Camiies, e f'!ll outra, que de novo se attribue a e~le Principe. dos
poetas, com outras razões de igual ponderarão, que não me canso em repetir, e
vós podei5 ver no Prolo~o cio 3.° lama da nova EdiçãO: erão poderosas a e bulhar
Bernardes da ma antiga, e paciOca po. se, e condemllallo abcrlalnenle de Pla"lanol
"Estimaria tambem que me desseis algnmas luzes sohre varias lagares da
comedia rilodemo, en.inando-me se esli.io corruplos, como de muitos suspeilo,ou
se não atino na sua verdadeira intelligencia ... estando elles sãos."
Seguem as reflexões de contradicta ao censor a cada canto, com o que OCCU'
pa !lO pag., e conclue as 'im: ' :
"Eis-aqui a duvida que por ora se me olTcrecem, para nlIo admillir as
vossas decisões. Se vo parecer que él'l'o, desenganai· me .que
cc Eu não me queixarei que me r prentla
O abio, o "irtuo o, o amigo puro:
E sendo mi ter mais, que a mais se estenda. "
Bern., c. x.
DE CAMÕES 1.03

IV, Jui:m do j!~i;:;o impal'cial do model'lw anonimo o qual em vão perlendeo


defender os el'l'os da Ediçiío nOIJissilllrt do Poema [LJ~ Lusiada do grande Luiz de
Camões, Lisboa, na Df. Patl', de Francisco Lui::: Ameno ll,OCC,LXXXIV. Com licen·
ça ela Reat.l1rza Censol'ia, 8,0 de 83 pag,- É do padre José Clemente, auctor do
primeiro folhe lo.
Na pag, 3 diz que o :mctor do papel anlerior mudâra o tilulo Juizo impar-
cial par:! Camões defendido; que e te novo litulo era de supposiÇãO ral a, porque
se em nenhum senliuo olrendêra ao poela, antes o seu inlenlo era defendei-o em
tudo, a que rinba o titulo de Camões dr{cndido 9 que isto lbe lembrara o dlctado
•.llal "ae ao doenle quando muda a cab .:eiJ'a" . que psta e outras con iderações
olevaram a adar a impres ão do eu folheto; que lendo-o em m ,e presuppon-
do que poucas llterat~ões eriam feitas pelo padre, e "e ol\'êra a dar esla resposta
á e tampa, para não ser de novo accusado ue que levava annos a I'e pondel', e
acre cenla (pag, 5) :
«Não ha no: a mai falsa: porque bem sabeis que eu recebi a vos~a Carta
em 28 de Oulubl") de 1783, e que já anles do Nalal d'esle mesmo anno estava
impressa a UJinh~ Carla,"
Nas pag, 6 e7 diz:
«, , . faz carga de eu n<'[o di culir, se erão ba tanles as provas que Faria deu
para que o Edilor lirasse a Bernarde-, e adjudica e a Cflmões a3 cinco Eglogas,
que na novissima li.diç:io lhe atlribue; e oulras imperlinencia ~íusdem /itl'/i~­
I'is sobre as mesml Egtogas, Enl fim até me cri mina por não dar algumas tu-
zes sobre vario tugu'es da Comedia Filoclen!O. Qu vos parecem estas cen uras?
Eu pOl' venlul'U ou 'llgllll1 Procurador de cau 'a , que haja de patrocinar as de
lodo o I1lUndo? Qu obrigação linha eu de me intrometer na embrulhada de de-
cidir se Bel'l1al'\les furlou Egloga a Camijes, ou se algun lugares da Comedia Fi-
lodem.o pai' enfermo J1eCe silão de ?!Iedico? Eu creio que esle seria mais neces-
sario a~ nosso A.Ilonillo, porque o veJo com bastanles queixas, e complicadas, , "

Na pag, 8 e 9 e!r-reve :

«Li o vos o Papel me consolei algum tanlo, pai' ver que náo obstanle que
fize les quarlo valo de 116 cOlltradizer em lmlo, la concordais comigo em onze
lu"al'e, cOllfessandt' qm nelle a EdiÇlto noví5sima e tá errada., , ~luito abri·
gado vo fico p r e 'les une favores, e e tou e.perando que ainda 1'0 hei de de-
ver muilos mais dppoi ~ue lerdes e le Papel. Confes'ais logo que a EJição COI'-
rect.lssilll~, a mais COln7Ie/a, e emendada lem ba 'lanle eno, , E ainda assim
apatxllnalS lanlo por liu11a lal EdiçãO? ~lullas graç~s a Deo', que nos deo este
famoso redemplor da EGiçõe corruplas, Porém já he lempo de examinar a vos-
sas censuI'as conlra mim, o que farei pelo mesmo melhodo, discolTendo pelos
<Janlos e eslancias do Poema,,, '

D'ahi em diante, segue a analy e, vollando a repetir argumenlos que já es·


lavam po tos no primeiro folheto. do impugnador da obra do padre (pag, 1.0 a
79); e termina (pag, 80 a 32) :

II . . , porque esle critico lem um pes imo gosto em lo lo o genero; e para

p!ova cabal n'e la maleria La la consicleral' os desmarcauos elogios que dá a Fa·


ria, e ao seu COlll'nlo, c[uan~o esla Obra he de bem pouco merecimenlo na e ti·
ll!ação dos sabias, Façamos cxceição em ler lido Paria innuméraveis !'oplas, priu·
dlpalmenle Italianos, e em d:,r intelligencia com acerlo a alguns lugares e euros
oPoela, no que lem algum merecimenlo; no mais não sei que haja Miscellanea
104: LUlZ

tão confusa, indigesta e inutil como o seu Comento; pois que está cheio de hls.
torinhas pastoris, de contos de velbas, de digressões dilatada e impertinenli j.
ma , de prol'as insubsistentes, e de outras infinitas coisas totalmente alheia di
gravidade de hum Comento. E a'sim ó homens de pe,simo go to poder<lo lou·
vaI' semelhante Comentador.
« Vistos pois estes Autos, e que a paixão da nosso critico he tão desordenad~
que não admite razão, antes á carga cerrada impugna o primeiro; principio, e
as regras da Poe ia vulgar; dizei-lhe que Eu com os meus Adjuntos acordamo;
em Relação que não ba que deferir, e julgamos que a sua Miscellanea (lU I'á ao
cUl'ral, ou passe pelo rio Lethe com um Alvará de esqueeiment~ lotai e perpe.
luo: e que a sim temos pelo maior acerto não lhe responder, porque eria cla·
mal' em de erlo, e sem fruto. E na verdade o :.Uedico, que receitou, e applicou
todos os remedi os da Arte, se vê que com elles não ha proveilo, ante a enfer·
mida.de vai de mal em peior, deixa o enfermo, porCJue he incaplz de cmar. ,\ .
sim me uccede a mim; appliquei os remedios e lelJitivos para que u Etiitol' na
se~unda EdiçãO do Poeta emenda e o muito que errara na pl:ineira. Porém coo
mo o doentes (que são o Editor e o critico) e oh tinão com o remedio, e a
tudo resi tem; não me resta mais que dizer-lhe () que dis e Oros por Jeremias:
Curámos a Babilonia, niio Sal'OU, pOl'que niio quiz saraI', deixO/lO' la. Entretanlo
seguirei as veredas que até aqui em temor de Bmelhailtes A:istarcos, imitando
nisto a ,Lua que vai andando seu caminho sem aLlender a qJ.e os l'ães lhe la·
drem."
V. Cart'a em resposta ct /mm amigo, na qual se mostl'a" que, pela figll,1'a Si/lia'
lepha, assim como na lcrtina, se pac/em elidi!' o c/ithongos lut vel'sificaçüo vlllgar,
Lisboa: na ofTicina de SioHio 1'hac1deo Ferreira. 11l1no ~r.DCC1~XKXV. Com licença da
Real Mesa CensoTia. 8.° de 90 pago e mais 1 de enatas.
Este pertence ao padre Tbomás de Aquino, e é o ulLin:o folheto d'e ta con·
troversia, o mais interessante e o menos vulgar de todos. Falta a muitos colleccio·
nadores. Não existia na collecção Norton. 1'enllo ~penas nO~1 de tre xemplare:
um na bibliotbeca nacional; outro adquirido no Porto ;)[1I'a a hibliotheca do
sr. conde de Villa Real; e outro nas pret.:iosas collecções d,) I', conselheiro Jorge
Cesar de E'iganiêl'e. Do exemplar cl"esttl meu pre tante al"ligo me sino para os
trechos, que deixo aqui.
Das pago 4, a 8 :
vejo me pedi "OS djg~, se na ver ificação vuJ~ar. assim como na latina
l( • • •

se podem ejidir o dithongos, quando a diCÇãO que se 'he segue principia por
letra "ogal. Entendia eu, 'lue vó pelos abalisado estuéos que noutro tentpo fi·
zestes na poesia, me pude ses ensinar não só esla senão ainda outras delicadezas
meno triviaes, menos vulgare , e mai reconditas; mal como JIlostraes e tal' e-
quecido (elreito talvez dos anno e dos encontrados O!:ludos, em que depois I'OS
mettp. les), verei se tenho na minha pobreza com que ;>0 sa SOCCOlTer·vo ,com o
gue vou cumprir. E sem por u"ora fazer menção, por no não er necp.s ario, da
origem, e progres o da poesia em geral nem tão pouco d'uquelle auge a que eJle
chegou entre gregos, e latinos, o que era. mais pl'Oprio de uma di sertação, que
de uma carla; haveis de saber: qlle, depois que a baroaridade das nações septen·
trionae á maneira de enxul'l'O, inundon a Europa, foi consideravel o estrago gue
padeceram a boa ades. Ainda hoje se chora (nãrj cabalmente) o trugico flln,
que leve a magnil1cencia romana, e a mageslade do idioma latino. Perdido este ou
pelo meno , adulterado elll uma grande parte, por tão diversas gentes, quantasfo'
ram as que invadiram, e devastaram as lLalias e os demais reinos da Europa, Ó
indi ivel a confu lio, e a desordem em que por muitos annos permaneceram e .e
COnSel'1'3ram as cou as. Consta que os provençaes f~ram os primeiros que abn'
DE CA~[ÔES 105

ram o olhos para a poe ia. É d'e ·te parecer o cardeal Pedro Bembo; ainda (11le
outro com relevante fundamentos e lhe oppuzeram, preteudendo que aos bes-
panhoes e sicilianos raia em primeiro esla luzes. Seja como for: e ou fos em
uns, ou 1'0 em oulros, vemlu elle que na lingua lalina não pudiam fazer um pro-
gres o con ideravel, e valeram da propria, e n'ella compuzeram verso. Adver-
lindo porém, e lembrando- e que Ibes não era pos ivel dar a este nma cerla or-
dem de pé, com a .ua .yllabas breves e longas á imilação do latinos vi lo
que a propriedade, e genio do me. mos idioma' lhes não dava lagar a i so; se
resolreralll a fazei-o com um cerlo numero das mesmas syllabas, valendo- e tam-
bem dos accenlos das palavra, o qual' po lo, e collocado em taes, ou laes la-
gares, lhes deixa. em o me nlo ver o harmonia os, suave e cadente.
II E la é a poesia melhor direi n'e le lagar ver ificacão. a que o au 101:es,
pela elevação, ou depre ão da voz, que dos me mo accenlos é formada, e pelo
certo e determinado numero de syllabas, collocadas com justa e numerosa pro-
porç,io, clwlIlam comrflummente harmonica. I!.m quanlo á ua anti<>uidade po so
di7.or-vo , que os mais antiaos verso italiano, que alé aqui puderam de cubrir
os mais diligente inve ligadore das antigualha' da lIalia, são o que e eguem,
e existem no arco dn capella mór da cathedral de Fenara. "elles, aindn que
tosC<1mente, e inclllem os nomes a sim do Fundador como do arlifice ou archi-
tecto d'aquelle lemplo ... "
Seguem-se muitos e variado exemplos, e na paa. 21J, acrescenta:
"Aqlli ',Ia. adviria comtudo que o dar-vos tantos exemplos cresta e das
mais figura, é para que fiqueis ntellLlendo e ab ndo que seu u o não é raro en-
Ire os poetas, mas ante l/luito freqllenle. e que n'elle 'e acha a cada pa o. Pa -
ando agora, porélJ1 ao \"er O' vulgares, corno vos promelli, epl'incipiundo pelo
poeta italianos, elles tratando da collisão, e explicando a synalepha que cos-
luma haver ntre cerla s lIaha , dizem as ilTl : « La colli-ione, si (a allo1'acl/l) ~tna
-rocale, o un dilhongo, in cui termina ln precedente 11m-ola ii in()ojala dalia vo~ale,
-o dai dithollgo ini:.iale della seguente.., E~la de crip ão (deixae-m por ora dar-
lhe e le nome) é do que melhor ouberaill. e enten~leram da poesia vulgar ita-
hana, nssim como Ludovicu Dolce, Pedro Bembo, João George Trissillo, ele. Aqui
verei corno em ludo concorda, e a mo ma com que o auctores explicaram a
s)'naleplw, ou colli ão nos versos latinos, a qual vos dei acima ... "
O padrp, Tholllá. Jo é de Aquino põe novos exemplo, revelando mui nota-
ve1 orudição (de pago 26 a 54); e escreve mais (pag. 54 a 56) :
":'-Ião poria termo a e la carta e c nlinua. e em fazei- menção, e em tran-
sei-oveI' lodo os dilhongos qu , pela figura synalepha, e a 'ham elidido no poe
la vl1lgnres; e a sim entendo que hasla o que lica dilO, e o que f1ca apontado
para lore certeza, para creres que ha las elisãe-, e que ão pralicada pelos
bon. poeta ; no que me parece Jti não ler is duvida e concordareis commiao.
AqUI. porém, no lagar de varia reflexõe. que podia fazer. e supposlo ludo o
quo fIca dilo, ó quizera pondera es de camlllho quanta ju liçn tem e quanlo
e~lendelTJ d'c las cou a os que (assilll como o Gnreez, o Barbadinho, e ou Iras si-
ml/hanlo ) obstinadamenle defendem, que -e acliam eill Luiz de Camões ver os
errados, por liaver elidido dilhongos '3m algull logare do eu poema, e rhy-
th, ma ; fundando- e em .~e1' lei (como affirmam) da poesia não se elidi1'em os di-
1I0llgos na ve1'sificaçüo vulgar . ..
-Portanlo, ainda qu' vós na vossn carta me não fallais mais do que na eli-
são dos dilhongos pela figura synalepha, comtudo por vil' muito a proposilo, e
por cumpl'lr com o que ao principio ,o promelli. a senlo que lambem e faz
mUito nec ario, e será muito do no o agrado o dizer-vo., e mo Irar-VI) , que
por esta mesma f1gura se costumam elidir nos ,ersos vulgares aCJuellas vogaes
i06 LUl2

longas (ou já sejam agudas, ou accentuaelas) em que lerminam aJgumas clieções,


ou parLiculas, quando as enuiJlles principiam lambem, pai' vogal. N'e le parti.
cular paret:e que fica o uso á vonlade elo poeta, Observa· e que eill Danle ão
raras estas eli õe ; e que Petrarca multo a eu arbiLrio, em uns Jogare- d'esLes
fez a synalepha, e. em oulro não; o mesmo que depois praticaram os poetas
italianos, hespanboes e porluguezes , .. »
Na pa~, 61:
« Nos poetas portuguezes acha-se que tambem praticaram estas elisõe com
muila frequencia, Galhego , no Tel1~plo da l1emoria, livro 3,·, esLancia /.1,5, ainda
sendo escrupuloso e impertinente:
Assi allouilo pára: e de repenle
« Macedo no poema missipo, canto 8.°, estancia 11:
A Aurora iá o mostrava, que no Oriente
« Gabriel Pereira de Castro na Lisboa edificada, canto VI, eslancia 4,8 :
O gregos até as náos se recolherão
« No mesmo canlo \'l, estancia 7J,
Assi os Troyanos por fugir nadando
« No fim do cauto vn, e taneia :1.2;
Se vê abrazar já de sua dor contente

« N'este ver o ha a figura ynaleplia e syneresis, ,


« Francisco de Sá de Menezes na lllalaca conquistada, livro IX, estancia l~:

Os mais delles moverão já as bandeiras

« E no livro li, eslancia 68 :


Invocando com fé o faval' dirino

«E ainda no mesmo livro lU, eslancia 95 :


Que só avisar-nos para ser ba lava

Na pag, 7/j,:
« • , . 1'1[10 me faltava vontade de conlinuar, e de vos dar exemplos de todas
as outras, a im como, da apocope, prothesis, ]Ja1'agoge, dieresis, aphel'esis, syllClJ'
pe, e oulras; mas ponderei que em adeantar-me, e dar· vos o que a vossa Carla
me não pedia. . ,
« Agora me pergunlará talvez: e que n,ecessidade tinham os lalinos, e tem
os poela vulgares de usar d'c a figlu'as? E mui facil a respo ta: a nece sldade
nem foi, nem é outra senão a harmonia, a melodia o concen o, e o numero me'
trico. Sem essas figuras nada cristo havcria na ver ificação, e seriam os I'er os
tão in ipidos, frouxos, languidos, e (deixae·me explicai' a sim) ue~consolado ; ou
DE CA~lÕES 107

ao contrario Ião duros e a,pero', que nem as orelhas rudes, grosseiras e agre tes
os poderiam tragar ou tolerar.""
Na pago 76:
• Os italianos eruditos e intelligenles, as im anligos como modernos, ~ão de
parecer, que os ver o onde alguma q'essas figuras não entra, tcm de ordinario
esses vicio, e defeitos ahi apontados.•
Xa pago 77:
«, .. E ta materia do numero melrico em que já. toquei nas Prefaç6es, ou
Prologo da minha dua edições das obras de Luiz de Camões, merecia um tra-
tado particular e não póde circum.crever·se no e lreitos e apertados limites
da I' po ta a uma carta. Por ora Ó vos d;rei (con luindo) lIue o melhores poe-
la fOl'am, e proc l1pram sempre com loda a allenção com esta harmonia, e com
este numefO melrico, procurando .1Iue os seus versos fo em barmonio os .. , "

*
* *
5'2. Lusiadas de Luis de Camoens. Coimbl'a. i\a Imprensa da Unive,'sidade.
1800. Cal! [icençc! da Mesa do Desembar{]o do Paço. 8.° pequeno. 2 tomo ,le q,
innumeradas-:xxXYiij-22 paginas e 2U9 pagina. - Esta edição ujo lama I
tem o retrato do poela e o tomo II uma gra\'llra allusi ía ao u naufragio canlo x,
e tancia 128, foi jlllpre sa com (,Vpo 1Ilial!on, faiado; e cOlll m o argumentos
e IIldice de Pranco Barreto, o comprndi da vida de Camõe e o argum nlo his-
torlco da Lusiacla, repr rluzido da edição de Carcez Perreira; a e lancias e lições,
segundo Manuel Faria de Sonsa; e oulra liçõp, ou rariante , encontradas em
d!l'ersas ediçõ ,qu o professor JoafJuim Ignacio de FI' ilas, in umbido de diri·
gl~' a impressão,.consullou para esle fim, conforme declara na ad verlencia preli-
mmar.
O lomo T comprebenLle, pois, a vi,la, o argumento e o seis primeiros can-
los. O tomo rr os quatro reslantes canlos, a lições varias, as eslancias e o indice
dos nomes proprios.
Pos uem exemplai·es:. em Lisboa, :t bibli?tlJeca nacional (doi l, e os 1'. ~er­
n~ndo Palha, JO:lo Anlol1lo Marques AntoniO ,\ugu lo de Carvalho Monteiro,
João Henrique Ulrich, Carlos Cyrillo da Silva Vi ira e Antonio Maria dos San·
to? Agard; no Porto os sr . dr. José Carla' Lope, vi conde da Ermida, ~Io­
r~lra Cabral, ~1. AJ'cher; na ilha de S. Migu I, o SI'. Jo:é'do Canto; em Braga, a
hihholheca publica; no Bio de Janeiro, a l.JilJliolheca nacional.
. Os ullimo preços tem ido enlre 1$200 e 1$500 réi. o leilão de Iinbava
subiU um exemplar a. 2~250 réis. Na ca a. 'Aillaud, de Paris, exislia um exemplar
annunclado 1101' 1$;]00 róis.

*
* *'
C 5~. Lusioclas de Luis elp Camoens. Usboa : Na Typogl"OJlhia Lacerdina: 1805•
.orn .l~cfl1ça ela ,11e=a do Desembargo do Poro. 8.° 2 lama de.lJ: (inntlmeradas)-
XldX"XiIJ-228 paginas e 2nO paginas. Com o retrato do poeta e estampas á frente
e calla can to..
108 LUlZ

o typo e o formato são um pouco maiores que os da. anteceLlent eui ão; po·
rém a. disposiç~o da obra, é identica.. O retrato é tambem igual e parece-me até
o aproveitamento da mesma chapa. Na. talllpa do canto x vê·se reproduzida a
allegoria do naufraoio, como a que figura á frente do tomo 11 da edição ue 1800,
mas ampliada em harmonia caIU as dimensões da pagina.
A respeito da contrafeição d'e ta edição, veja-so o que escreveu Innocencio,
Dicc., tania v, pago 261 II.· 5U. .
Po,suem exemplar s: em Li boa, a bibliotheca nacional (doi , o os srS.
Femando Palha Anlollio Augu to de Carvalho Monteiro, João Antonio Marque,
João Henrique Ulrich e Antonio 'Maria do Santos Agan]; no Porto, a bilJliotheca
nacional e os rs. 1OJ'eira Cabl'al, visconde d:l Ermida, UI', José Carlos Lope,
a Sociedade Nova Euterpe e ~al'ci o José foraes' em Ponta D Igada, o SI'. José
do Canto; no Hio do Janeiro, a bilJliotheca nacional.
Os preços, em geral, têem variado entre 1~000 e 1$200 réis.

",
* '!\,

5lJ" Lusíada de Luis de Cmnoens. Accrescelltmn-se as estancias clesJ11'esadas


por o poeta, as l'içües t'a1'ias, e bl'eves notas pam a illustmçüo do poema. Ediçlio
ele J. E. Hitzig. Sem lagar, nem data. 8.° de XLVI-1 (innurneraua)-46 1J, paginas.
No ante-rosto lê- e: Obras, de Camües. Tomo I; porém, ao que se julga, os
editore só publicaram e te tomo da Lüsirtda. A d dicat()j'ia é: Ao senho1' 11'.
ele Humbolclt dedicam esta obra em testúllúnio ele obsequio e1-everencia os Editores.•
Por esta docucatoria. formou-se a conjectura de que fosse jmpre a em Ber·
limo Em que dala'?
i'lo livro de papeis camoniano, m ., da letra. d Norton, datado de 184i,
paz elle a seguinto nota: (,Entro em duvida se e ta edição é de 1808".
Tem julgado un , que fosse r.om elfeito de -1808, e oub'os de 1810. Segundo
o testemunho escripto do fallecido e,criptor Val'l1hagem (vi conde de Porto Segu-
ro), esta edição é. eYidentemente ue l1erlim, f.cita por Winter1'eld e outro, em 1810.
O tomo comprehende: a advertencia "aos leitoresll, assignada por C. de
,Vinterfeld; o compentlio da vida de Camúe ,030 aI'gumento hislorico, r pl·odu·
zido da edição de Garcez !"erreira; a que se seguelíl : a. Lusiadn (paI(, -l a 377); a
estancias e Iições desprezadas e ollliltida , e li variantes, egundo Manu 1de Fa-
ria (pag. 379 a 46{~).
Na ad vertencia preliminar deWintcrfeld lê- ooseguinte, copiado tcxtualmente:
"Presentamos os nossos leitores esta edição do poema ill1lllortal-de Camfoes,
não sem ju to receo de serem julgados por mais atrev idos quc sabios, comlDel·
tendo huma lal empre. a em lena. estrangeira, onde por fa.lla de slIfficientes me·
dias, por valientes que sejam os editores, cujo vanto arrogar-DOS não pretendell1os,
não be po sible de alcançar o grado de perfccção queju tamente poele desejar-se.
Porem COIll ludo, não ignorantes desta, estimulados de amor- da lingua PortU'
gucza, e do desejo de obJigar-nos os esludio'os della, meno escrupulosamenle
hemos disllurrido nos ohstaculos, que na nece idade d'huma tal obra, e sahuDOS
DE CAMÕES
. f09

em campo com apre enle edição, dando conla aos erudilfls de nossos medios, e
de nos os inlenlos. '
.Hemo adoplado com pouca alteração no lexlo da edi\.ão de Thomas Jo eph
de Aquino, Li boa na om ina de imão 'rhaddeo ferreira, 1782. combinando·a
co'as seguinle : a de Jgnacio Garcez Ferreira, ledicada ao Hei João V. a primeira
parle illlpre sa em Napoles na olficina Parriniana 1731, a segunda em Roma, na
ollicina de Anlonio 110 i 1732: a de Pedro Gendron em Paris 1759 que iguio
o lexlo da de João franco Barrelo, Li boa por Anlonio Cr3e beck de Mello 1666 :
e em fim a edição nOl"i' ima que ronl1ecrlllo , de Coimbra na il1lprrn a da uni·
versidade 1.800. A Iiçõe val'Ía que damos, ão as pOI' ~lalluel de Faria e Sousa .....
o exemplar que perlenceu a Thomas i'iorlon. foi paI' e1le mandi.do encader-
nar em carneira e uourar por folha. Anles do anl '1'0 lo lê·se, por lelra do po -
uidor, esta nola: .Or1'erecido pelo meu amigo o Barão de Rendufe, nlini Iro de
S. ~Iag.c F. jnnlo a corte de Berlim e recebido em Ponle de Lima a 4 de 7DI'0 de
18~:l.-1'. N01·ton...

A bibliolheca nacional po ue outro exemplar. em que entra a pago 228


(fim do canlo n) e a pa". 229 (começo do canto vn) e vê uma folha com a de·
dicaloria d'esle modo: .Ao nhol' W. de HUl1lbolrll dedicam esta obra em testi·
munho d ob equio e reverencia os Editores·,. Quer dizer, que em algun exem-
piare foi Dludada a palavra testimollio para testilllll/lho.
No Lomo I das Obras, pelo 5r. vi conde de Juromenha, pag, 47ó" saiu errada
a descrip\ão d'e le lomo. 'a illdir.ação dos tilulos em "licenças vm·ias .., em vez
de .lições vm·ias.. ; o nome do dilor (.l. E. Het::,ig .. em vez (le ,,1. E. liit::;ig.. ; e
oformaLo em 16.0, em vez de 8." Este erro pa ou para o Dicc. biblio.QTapilico, tomo v,
pago 4ciJ, n. 61; e foi d poi reproduzido no li/anual biúliogl'ap!lico pOl'tllgllez, do
O

faUecido 1\lallo . a Pil". 100' na Bihliogt'aphia camoniana do 1'. dr. Theophilo


Braga, a pago 62; e em parle no Catalogo da camoniana da bibliolheca nacional
do Hio de Janeiro, etc. No catalogo da co/lel:ção do sr. Jo~e do CanLo apparece,
a pago 1.0, já noLada. a diJ1'erença com que e via impres o o nome de Hilzig.
Pos uem exemplare~: 6m Li boa, a bibJiolh ca nacional Ilre ); e os srs
Fel'l1ando Palha, Anlonio Augu lo de Carvalho l\'Ion1 iro, João Henrique UJriclh
C:tl'lo Cyrillo da ill'a Vieira. João Antonio Marque e Antonio Maria do San-
\0 Agard; no Parlo, os srs. dr. Jo é Carla Lope. Jlol'eil':l Cabral e Joaquim de
'asconcellos; na ilha (l'e . Miguel o SI'. José do Canlo; no Bio de Janeiro, a bi-
bhoLheca nacional.
. N'um leilão reali ado no Parlo (em 1.881],) foi vendido um exemplar por 620 .
rélS. la casa Ailland, de Paris, estava anllunciado por hHOO reis.

*
'" *
, ií.1>' Obras do grande Luis de Camões, lJ1-incipe dos poetas de I1espanha.
Tercel1'a edir-üo da que, na o:Oicina Luisiana, se (ez em Lisboa nos an1lOS de 1779
re.n O. PaI'is, na olJicina de P. Didnt Seniol·. E acha· e el1~ Lisboa, em casa de
lllva Bet'tm1lll e Filho. )rDCCCX,Y. 8.° 5 lamas de 4 (innumeradas)-cll'-200l pago e
- de el'l'atas; Ó, (innumeradas)-335 pal!o e 2 de en'atas: xxviij-H>4 pago e 2 de
erratas; lij-377 pago e 1. de el'1'ata ; e xXlx-430 pago e i de en'aLas.
A. edição é nitida, impre-sa em bom papel, e em typo novo. Tem o cunho
das edIções da celebrada casa Didol. Ornam-a os retratos de Camões (gravura de
BD LUIZ

Blanchard fils, com de enhos allegoricos), no lomo I' e de Va co da Gam~, no


lomo II; e Lampas aHu ivas á fl"l'nle de cada canlo, e a carla colorida da der·
rola da India, gravura de E. Collin. Esla carla falta em a~uns exemplares.
As eslampas, ele, composição nova são pela maior parle desenhadas e gra·
vadas por Amuroise Tardieu, que dil"idiu esle lrabalho com Blanchard fils, na
epocha tia impre ~ão. A do canto \ n é qua,i igual á que se I"e no me mo canto,
nas edições de 1759 e i8D5. lIepl'oduzo, em frenle, a eslampa do canlo' r.
Na pago 262 elo lomo y do Dicc. bibliographico, lin. 8, saíu por equivoco Lis·
boa, em vez de Pa)·ís. .
. Na maior parte das bihliographias lê·se o nome do impressor F. Dülol, mas
na o.bra e lá P. Didot Seniol', 'e clTeclivarnenle n'aqnella epocha ainda a offi~jna
girava sob a firma de Pedro Didot pae e as edições aiam com o nome que indi·
quei. Esle engano na ceu, elllql1an o a mim de se lerem tornado mais yulgares
as conlrafeicões d'esta etlição, que em seguida meneiono.
Pos uem exemplare : em Lisboa, a bibliolhl'ca nacional (lre exemplares,
sendo UII1 d'elles sem a carla da derrola de V?s o da Gama), e os srs. Fernando
Palha, João Anlonio !\larques, Antonio AUl!u lo de Can'alho ~Ionleiro. João nen·
rique UIrich, Carlos Cyrillo da Silva Vi~ira e Anlonio Maria dos Santos Agard;
no Parlo, a bilJliolheca municipal, e os 51'S. dr. José Carlos topes, Moreira Ca·
bral, visconde da Ermida e a Soei dade Nova EuL"erpc; na ilha de S. Miguel, o
SI'. José do Canlo; no Rio de Janeiro, a bibliolueca nacional.

* ;~

56. L,usiadas do g1'Onde Luis de Camões, com estampas. Paris, ?la officin4
de P.' Didot SeniOl·, e acha·se em Lisboa, em casa da vizlt'a Btrlmnd e fil/lOS.
MDCCCXV. 8.° 5 tornos.

Ad,irln·se que esla edição é simplesmenle o aproveitamento da anterior, ou


por indu Iria do impressor edHor p~ri ien e, ou por conselho do gerelllc da casa
Berlrand, de Li. bo~. O cerlo é qUlJ, exanlinando os doi tomos com o litulo acima
indicado e os re tanles Lres, I"ê -se claramente a contrafeição.
O tomos I e II l~em, portanto: o roslo con10 se fOra nova edição dos Lusía·
das; e os lomos m, fi" e v lêem o fronlispicios iguaes aos da edição anterior, i lo
. é: Obl'Os do gmnde Luis de Camões, elc.
Note-se mais, que na mesma casa DidoL foi imprcsso outro fronli picio para
os Lusiadas, sob. dala dill'erente, assim:
Lusiadas do grande Lui::; de Camúes, Paris, na oflicina de F. Didol mais ve·
lho, e acha·se em Lisboa em casa da viuva Bertrand e filhos. MDCCCXlV.
Registando estas differenças, não supponho que ellas tenham o valor de no·
vas edições, pam se lhes dar lagar especial na bibliographia camoniana.

*
* *
Depois das edições, que tenho descripto, como me tem sido passiveI fazeI·o,
existem no presente seculo duas, que merecem logar mais dislincto, pOFque po,
ventos os leyaYl\lJl.
Como quem o Ceo linha l,or "-mi~o
l:1nlt, J'- Ãrt. ~.'l
.


DE CA~IÕES Ui

dem considerar-se monumentos bibliograpbicos e lilterarios erigiuos em bonra


e gloria de CalT~ões_ Unla é a f.eit~ a .expensas do Morgado de Malleus ~ por e le
iIIuslre cavalheiro e fidalgo dI tnbultla entre os eu amigos e oITer clda a per·
sonngel1 , e a corporaçõ~s litlerarias e religio a ; a outra, é a mandada imprimir
por industria do e timado r. Biel, e labeleciuo na cidade do Porto, em comme-
moração do lricentenario 'do egregio poeta. Agora, tratarei da

Edição do Morgado de Matteus

57. Os Lusiadas, ]Joema epico de Luis de Camúes. l\-Ol:a ediçúo eon'ceta e


dada á lll:;, pOI' Dom luze Mal'ia de SOl/za- Botelho, MOI'gado de 111allel/s, Sacio da
Academia Real das Sriellrias de Li boa. PlIl'is; na o/lieina lypogl'Clphiea de Fel'-
min Viclol, impresso/' do Rei e do ln"lillltO. MDCCC,VJl. Folio peguello, de 8 (in·
nnmeradas)-cXJ(x-ldi) pa". e I1lais lU pago de sllpp\emento da nola prillleira da
adverlencia numerado de 41.'> a 424. lendo na ullima o numero errado 10 -em
vez de 1!24, e no fim a data de "Paris, Junho·de 181 II. Este supplemenlo po-
rém, n:l0 apparece em grande nUlllero de exemplarcs, e a ra ão é 4ue foi e criplo
e maJ1llauo imprimir c1cpoi do Alorf[ado de Malleus ler concluido a impressão
dn sua mnnulllenlal edlçao e on~recido algun exemplar~s a péS oas que, porven-
lura, rcceberam depoi o supplelUento e n:[o o puzcralll em seu logar,
A impressao luxuosa e exll'aol'(linariamente nilirla, com caracteres inteira-
mcn[e novos, é UIII p~\urao da perfeiç:lo typograpllica usada na opulenta casa
Didol, de que ella já dera a prova em honra do no o egregio porla na ediçao
anlel'Íor, de menor formalo. Esle livro COIllI)l'ehende: DeLiil:aloria a EI- Rei (3 pago
1I1l1umeradas) cm cur ivo; adverlencia (pag. [ a JiLVIIl); viua de ('amões
(pag. XLIX a cxxx); o poema (pag. l a 375); notas da arh'erlencia (plg, 3n a 397);
nola da vida de Camões (pag. 398 a U:3); e UpplcOlcnlo (pag. 415 a 4~4). O
numero f.O po lo na ultima pagina, como já indiquei, faz· me suppor que o edilor
leve pl'iOleiro a idéa de dar e la parte em eparado, depoi mal1dou encorporal-a
na obra, e na occas.ião de rubricarem as paginas, ou mudareln os aJgari mo , es-
quecemm-se dos ultimos, e lá ficaram para affirmarem, em quanto a mim, e la
suppo iÇão. '
Assim como nao concorrlo com alguns bibliographos no modo de designarem
o formalo de cerlas edições, por se me figurar que não acertaram, ou nao se .
deram ao trabalho de examinar b m os livro . a sim lambem nao eslou de
accdrdo com o que se lem dado á edição do Morgado de Malleus. Per uado-me
que é em folio menor e não em 11.· Examinando o primeiro lrabalho do encader-
nadOl', vejo que a dobragem e o co ido foram feilos em folio; e combinanuo este
proces o com as rubricas do impre 01', l'esulla que as 1040 rubricas, uma para
cada quatro paginas, são o equivalenle ás M3 paginas do texlo, nao contando
com as de numeração romana, em que a divisão das rubricas, ou assignaturas,
de .cada folha, é exactamenle igual, isto é, de a a z, e de aa a ii, ou 32 folhas e
mela com 1.30 pago .
É preciso lambem atlender a uma circumslancia, emquanto não podér pro-
var-se o conlrario. Os' que conhecem algum tanto das cousas da typographia,
sabem que, n'uma impressão perfeilamente nitida, quanto menor for a chapa no
cofre de um prélo manual, tanto maior é a nitidez da impressão, porque os pre-
112 LUIZ

liminares (mise-en.tj·ai'll) do trabalho do impressor podem ser mais correctos ea


pressão do aperto rnais adequada ao resultado que e de eja aI ter. Ora, Didnl, a
quem devemos impor a rêsponsabilidade da impressão, não consentiria Uê cerlo
que saisse de seus prélos uma edição, como a que apresentou na oura monu·
mental do Morgado de Matteus, senão obedecendo a lodos o requisitos exigidos
peja arte, de que elle era me tre. \
Ainda ha que 110tar outra circumstancia: é que examinando a folha, que o
l\'loq;;ado mandou reimprimir para tirar os erro que elle notou de pago 333 a 336,
e (lue em grande numero de exemplares. não poderan ser sub li lu ido , vc-se bem
que a tiragem foi em folio menor, como indiquei. A folha tem ahi a compelente
rubrica.
Os erros, que emendou, são:
Pago 333, canto x, eslancia xxx, pc/oel' - poder.
Pago 333, canto x, estancia xx..". , apj'ende -- apprende.
Pago 336, canto x, eslancia XLI, ele sal- elo sal.
Pago 336, canlo X, estancia XLI, aprendem - appTendem.
. Antes de passar adiante, notarei aos camonianistas' que apparecem quatro
especies de exemplares:
Errados, isto é, com o erro pdoel' da pago 333, e sem a cOlTespondenle
emenda; e com a falla c!o «suppJemenlo»
Emendados só na palavra pelOel', para llOde1', o que parece que foi feito no
correr da impressão; e com o «supplemento»;
Emendados nas quatro palavras, comõ indiquei acima, e sem o «supple·
menta,,;
Perfeitos e completos, emendados, ou antes com a folha 84, reimpressa, eo
«supplemento" .
. Esta edição tem dois retratos, o pri meiro em busto em frente elo 1'0 lo, que
pMe -considerar- e I:omo outro 1'0 to amamenta!; e o segundo, em corpo inteiro,
Jigurando Camões lia, gruta de Macau, posto antes da vida do pop,ta ou enll'e as
pago XLVITI e XJX(; e' mais dez estampas, uma em J'ren[(' de cada cardo, sendo a
composição alJu iva a passagens dos mesmos cantos. A direcção artistica foi dada
ao pinlor F. Gérard, então mui afamado em Pari ; e a execução da gravura das
chapas conuada, escrupulosan~ente, aos que formavam n'aquella epocha o grupO
mais distincto dos gravadores em cobre, taes como r. Lignon, Forsell, Mas ard,
Oort01all, Henri Lament, Rovinet, Pigeot, Toschi, Forster, Richomme. Os grava·
dores Lirrnon e' Oortman tiveram, á sua conta, duas chapas; os demais artistas,
uma cada um. To chi, como artista de primeira ordem, teve por um, segundo
con tou, o encargo 1e examinar e retocar as ehapa5 dos seus collegas, e dar con'
sequentemente a auctorisação para correr a tingem.
O pintor Gérard, alem da direcção, desenhou o busto de Camões para apri·
meira estampa, cuja amamentação é do desenhador L. Visconli. Os auclores das
outras composições, t,odas de feliz concepção, mui adequadas á magnitude dos
assumptos, e de grandes bellezas no conjuncto, foram De enne, para o segundo
rell'ato e para os can tos T, UI e IX; e Fragonard para os canlos IT, IV, v, vr, VII,.
vrn e X. O estampador de todas as chapas fOl Durand, conforme vem expresso
na parte inferior da primeira estampa (o primeiro retrato).
DE CA11ÕES '113

Na obra Le classiehe estampe dai doetore Gil/lia Fel'1'a1'Ío, pago 310ft, leio o
seguinte:
« ollo la direzione di Berl'ic fece Paolo To chi la belli ima tampa po la ai
principio ,dei canto YII. tlella uberba edizione dei poema di Camócn , delineala
da Fl'arronal'lJ oUo la direzione ui Gérard .
•Quc·to illu trc pillore incaricalo della direzione delle slampe per la ud-
della edizion , conc pi tanta stima per To chi che .. Ii allido la dilTicile impre a
di ripas 'are ed aJ'lnollizzare le lampe dc"li allri arli ti che le avevano con egnat
come c già fo. 1'0 portate'al 101'0 perfello termine. e ne lirarono poche prove
nello slalo l'rimiero per le prime copie della d lta edizione, po cia e rami pas-
mono alie mani di To.chi che le ripa só segnandole con un T ed anche cal P. T.
BP. T, R,; Paolo To.~ehi riloce6, Ola in UII angolo d lia slalllpa 'he appena i
puo di tillgllere da 'hi ha I uoni occhi o erl'ando con omlna allenzione. ~on
rilocco la tampa di Ortnl3n perche abba tansa termillata. Chi preferi se le
tampe rare alIc belle scegli rellbe le prime prove il\vece di queIJe ripa satt da
Toschi."
Toschi foi um dos mais nolaveis gravadores do seu lempo.
Exalllinando a estalllpas mais vallaro am·nte, e com o de ejo de ellcontral'
as irrlas, ou monogramma' do afamado artista que retocou as eha pas Yi com
Bifeilo, "T, (no braço direito do bu to de amõe-. priml:lira estampa); 1'oschifini

~
la segunda e tanll)a, Camões na gru ta de l\Iacau); P. 1'. (na do canto 1Il); T.
na do canlo VI); P. 1'. R. (na do canto VIlI). QlIe trabalho exlraordillario o
'e la ediçi\o!
A e tampa s[in, portanlo, uma obl a de al'te considerada por prori sionaes
e am~(rore . alguns do t[uae po 'uem eoUecções, pela maior parte compradas
em Pari, onde por veze lem apparecido no mercado ahi levada' de cerlo depois
do obito dos arti tas, que trabalharam na obra, e que con 6rl'aram a provas ou
excmplares perfeito, que (Joderam adquirir ao tempo da e.'tampagem. Em Lis-
boa, ei que xistem qualro d'e as collecçõ , endo uma comprada pelo SI'. An-
101110 José Nunes ,fllnior, um dos mais clar cido profe ore da cola de bellas
arle" que eslud u nlll:tos anno em Pari. O r. Antoni Augu to de Carvalho
Monteiro, rgundo me inl'ornlalll, possue aclua!lIlente tuna. c lIecç~lo de provas
de de as primeira que o "l'<lvadore co lllmam lirar para poder III I'er o es-
lado da chapa e examinar O" r ·toque que é po ivel ir fazendo anle do aca-
bamento. O I'. con,le de Villa Beal • lá de pos e como repre ntanto e herdeiro
d~ mOl'rrado ,de l\lallclIs, da collecr,lo, que anda junta ao exemplar em perga-
ffimlio, como adiante mencionarei.
o 1'. Jo, é Gregorio da ilva Barbo a, um elistincto apreciador do ])ello, pos-
SU~ duas collec(:ücs de provas elas eslampa , uma c[1m 30 peciUlens, que lhe fôra
OIlBl'eclda em tempo, e outra com 35 pc()imens, qu adquiriu em Paris em mar-
çode 188'1, Contém pr va do al1 uas-forll la Quércrdo e l~OI' 'II, que rl'produ-
Zlram CII1 i81" e 1816 a a~ua·f rlc o desenho uc Gérard; e prova do (1Il'ersos
estado, ou avant lonte /eUre, do "raradore que entraram com a ua pericia
para a obl'3 monumental do Morgado.
. Amba as eoUecções são apreciaveis. A segunda: porém, adquirida pelo ",
lira Barbosa lem uma. cil'cumsla.ncia mui nolavel. mquanlo a IlJim, lue a 1'e·
cOllunenda e lhe dá maior valor. E a declaração do nome do primeiro possui-
dOI'c.,dcvendo um (['elles estar vanlajo amente collocac10 na sociedade pamiense.
~anler relações com o impres 01' Didot e talvez com o proprio Morgado (le
JlaUeu .
TOllO XIV (SI/PP/.) 8
LUIZ

E-ses possuidores foram: Emmanuel Martin, que usava da divisa: Absqut


labore nillil; e Amedée I3LU'at. O pl'imeiro e Cl'eveu, segundo me parece, do pro·
prio punho, na sua preciosa eollecção de e5tampas, o seguinte, que transcrevo
textualloente:
"NOTE. Animé du juste désir ll'élevel' un Monument à la mémoire de Ca.
moens, Monsieul' de Souza, ancien ambassadeur' de Portugal; eonsacl'a lous ses
soins & se eITol'ts à publier une Edilion du Poeme des Lusiades, digne en toul
du génie de cet ilJuslre Poéle,
"ri s'adressa à ~'le sieurs Didol Freres, que fil'Mt fabl'iquer un papier spé·
cial à Annonay, & fondre expres des caracleres paul' celle edllion.
"Pour compléter on reuvl'e Mon ieur de Souza, qui n'a reculé devanl au·
cun sacrifice, fit exécutel', sous la dir'ection de Gérard, par M. M. Desenne & Fra·
gonard, douze de sin , dont ii confia la gravure à nos plus habiles gral'eurs, qui
ont fait de cetle collection un chef d'reune.
"L'Edilion de ~Ir. de Souza, par convenlion expre s , n'a jamai été mise
dans le commel'ce. II en devait Nre de Illême des {lI'aV1lres: des al'l'angeOlens
avaient élé pds en con équenee; mais ce fIll un atlrait de plu., ans uOllle, &
pour s'en procureI', les gravul'es ont pu faire enlr'eux quelque érhange de
leurs épreuves, de sorte que l'on pal'vinl à en I'éunir quclquc suiles complêles ,
& uniformes, qui, vu leur rareté, ne se vcndaient pas moins de 600 francs. Au·
jourd'hui on en renconlre bien rarement, & seulement dans le vente des Iil'r'
de quelques amateurs.
"Celte suite réunie ici, épreuves d'arlistes, llapier de Chine, est uniqlle, par
]e grand nombre de pieces avant toute lettre & eaux-fortes, qu'on a pu, 11 force
de lemps & de recherches,, parvenir à y jlJindre.Jl .
Pelo processo auoptauo para os fac-si miles, com que tenho enriquecido esla
obra, reproduzo as es lampas do rosto ornamentado e de Camõe na gl'Uta de Macau.
Cada estampa é acompanhada ue uma folha de resguardo que só tem no alio
o titulo e no extremo os versos do poema, que serviram para a composiçãO do
artisla. D'esle modo:

I. CON ELBO DOS DEosES.

SU.tentava, contra elle Venus bella


AlTeiçoada á gente Lusitana
Por quantas qualidades via nella
Da antiga tão amada sua Romana.
Canto r. EsC 33.
II. VI ITA DO REI DE MELU'iDE A GA~lA.

Já no batel entrou do Capitão


O Rei, que nos seus braços o levava
CaDLo II. Est, fOI.
III. ASSASfINIO DE IGNEZ DE CASTRO.

Tu só, tu puro AmOl', com força' crua


Que os corações hUl9anos tanto obriga
Dei te cau 'a á mole ta morle sua
Como se fora pedida inimiga.
Caolo m. Esl. 119.
/
BD

IV. SONHO n'ELREI D. ~IANOEL, NO Q .H LHE APPARECEM OS lIIOS Irmo E


GMiGES.
Ó lu, a cujos Reinos e Coroa
Grande parle do mundo esta guardada,
6 outro. cnja fallla lanlo voa,
Te avi amo que he lempo que ja mandes
A receber de nós lribulos grande.
Caoto IV. Est. 73.

V. ApPARIÇXo DO GIGANTE AD.A..'l.-\ TOR, NA PASSAGK\I DO CABO DE B. ESPE-


RANÇA.
Mais hia por dianLe o mon lro horrendo
Dizendo nossos faJos, f]nando alçado
Lhe di se eu; Quem es lu? ..
Canto V. Est. 49.
VI. VENUS APLACA o VENTO E A TORMENTA.
Abrandar determina por amore
DO I' I1lo a nojo :l t.:ompanhia,
Mostrando-lhe as amada nimphas bellas,
Que ul3is formosa vinham que a estrella.
Canto VI. Est. 87.
VIL DESE~BARQ E DE GA~IA EM CALECUT.
Na praia hum rl'aedor do Reino e lava,
Que na ua lillgoa Galual se chama,
Rll'~eado de i'\,lire , que esperava
Cem desusada fe 'la o nobre Gama.
Canto VII. Est. 44.
VIII. SEGUNDA AUDlE 'ClA. DO SAMORIàl AO GAMA.
O arande Capilão chamar mandava;
A quem ht:gado di' e; Se quizeres
COllfl' sar'llle a verdade limpa e nua,
Perd,Lo alcançar-ás da culpa tua.
Canto vm. E.t. (j0.
IX. lL1IA DE VENUS.
De la arle em 11m conforme ja as formosas
Nilllpha ,co'o cus amado naveganles,
O. orna'11 de cap \Ias dl'leilosas,
De louro, e de ouro, e fiare abundanles.
Canlo IX. Est. 84.
X. AUDlEi'\CIA D'EtREI O. ~JANOEL A GAMA.
E a ua Palria, e Rci Lemido e amado,
O premio. e gloria dão, porque mandou,
E r,om tilulos novos so illusll'Ou.
Canto X. Esl. 141••
osuppl~menl(l (de pago Id5 a q,2'I.) começa:
.Oepoi de ler puhlicado a minha dição, a BibliOlbcca Real de Paris fez
le~ Alemanha) a acqui iÇão de hum eXl'mplar de 1572, e com generosidade me
01 fa.culLado immedialam nle. O Ill·U prazer foi exlrl'mo, vendo que esla edição
era dlve!sa das que po.suo, e em ludo conforme ri da Bibliolheca de Li boa.
'(Nolei porém que nella se achavam as (L 75, 76, 77 e 78 entresachadas, e
~er 1encenles a preced nle edição.)
LUIZ

"Passando com escrupulo a aLlenção a confrontaI-as, po so hoje publiCll


pela primeira vez o resultado de 'hum trabalho, que fará distinguIr exactamen~
as duas edições, conhecer as uas diver idades, e deeidir a ua prioridade.
"Declaro que a confrontação foi feita. entre o meu exemplar, e o da nibli~
theca de Paris. O meu, o da livraria elo Sr. Antonio Ribeiro, e o de Lord 1101.
lanel (á excepção de quatro folbas entresachadas) .flo conformes e ele huma edi.
ção: os das Bibliothecas de Li boa, a Beal, e a do PP. l3enedictino (seoun~o
noticia) e a de Paris são, em conformidade, da outra edi fio. Para melhor clal'&!
designarei aquelles com o nome de pl'úncira, e estes com o de segundll ediçáü.
"Na: primeira, a Twja he bum tanlo mais larga, e qua i naela meno al~
ql1e a da segunda: o Pelicano que tem elO 'ima vê- e na pri1l1eim com ocoUo
,'oHado á nossa direita, eOI quanto na scgunda he voltado á e querela: os liIel~
das columnas descem na primeira ela elireita para a esquerda, e vicc·versa Ilas~
gunda: os typos deste fronlispicio são naqu lia maiores uo que ne ta.
"Na. primcim o Alvará conta 3lJ, regras com a. data impressa em lelrar~
donda, a "inte e quatro dias do mez de etembro. Na segunda tem 33 regras,!
na 22 principia a. mudar a parti~ão, e acaba com a data as imo a xXJlj de .eleOJo
bro. Naquella os caractere ilalicos ela censura ão menores que ne ta, e pelo CO~
trario o da a ignatura elo Censor.
,,\. paginação só no l'cctO; o numero.das oitavas, que em ambos não'o
numeradas, concorda. a sim como a ju lificação, em cada pagina.
"A maioI' dilTerença entre ellas consiste, i o na orthographia, 2 nos erro Ir·
0

pographicos, e 3u flnalmente em hum muito pequeno llumerO de palavras muda·


das no texto: de tuelo o que proseguiri a dar exemplos e annota~ões."
Segue a relação elas differenças typographicas e das variantes, [rUe encon·
trou 110S dez cantos, e com o que oceupou sei paginas e meia (de U6 a ~~2),/
conclue d'este modo:
"Tendo mostrado pois todas' as diver iuade . que se encontram na dunsedi·
çóe , importa agora recordar que nenhum aulllor, até a obm posthuma de Ma·
nuel de Faria, fez menção de terém sido feitas duas impre sões do Poema em
1572; que este editor roi o primeiro que deo noticia dellas no § 27 da egllnds
vida, em os caraclerisar com exacção bibliographica; que el~pois delle ninguem
mo Irou te-las collacionado, nem houve quem publicasse as suas diversidades (POI!
as afirmações do Padre Thomás e do seu apologista são falta ele rundamenloede
verdade); que ignoramo ainda hoje se Luis de Camõe fez imprimir ou vendeu
o eu Is., se corrigi o eUe mesmo as prova, ou e outrem foi encarregado de;l/
trabalbo. ~aquella epoca os il1lpre sores não notavam as impressões e reimp~'
sõe feitas no llIesmo anno, como primeiras e segundas edições. O titulo da pn·
meira que se acha manu cripto em todas, por isso mesmo nada significa.
"São pa sados dois seculos e meio, e depois de tão grande lapso de tCl~I(lO!
e de homa tal incutia, não me fOI po sil'el fazer mais do que dar eslas nollCla,
po itiva sobre as duas edirões, depois de as ter confronlado cuidado amenle.
Jol"o porém, se não me engano, que eles conbecimentos, publicados agora pcll
pruneira vez, servirão a distinguir perfeitamellte as dua edições, e a assenlar
com a maior probabilidade, qual della eleve cbamar- e a primeira.
"Manuet tle Faria ainda que o não decidio explicitamente, com tud~ ~Ia sUl
nota, Esl. 21 do C. IX, onde marca algun erros typogmphicos da edlç.ao ljU1
tinha (que chama ali, e em di,rersos logares el ol'ioinal) indica as az que Julaa~
aquella a pr-ime-I'a, e faz entender mai claramente no cilado § 27 da seg un .
viela que considerava a outm edição, que despois vira, como a seounda. EslaW
nião ele um author, que vivia entre os annos de 1590 a ilh9, fortifica as oultl,
jJrobaLJilidades, que o leilor intelJigente poderá descobrir nas precedentes nolasl
llldices, para concordar cOl!1.ella ~ com a minha, com? as el.e ignei de pl'lIIct1;
"Se destas mesmas not~clas nao se pode conclUIr Il1dulJJtavelmente que u·
DE CAMÕES 11.7

de Camões vencleo o seu Ms. e privilegio a algum IJvreiro, como he nalural sup-
pOr, conhecida ~ sua .i~ldigencia a? l1I.eno quem r parar na mudança de orlho-
graphia, e na ln Ignlflcante , ou Indl crelas correcçãe, que e encontram na
egunda, e nos erro Iypogmpllicos Cfue deixou Jl lia, poderá facilmente conje-
clurar que o me mo Poeta entregando para a primeira o eu manuscripto, . não
corrigio a suas prova, e obretudo não teve parte nas mudança orlhoaraphlCa
da segunda (poi não h' provavel que elle quize e patentear. sua incerteza e
ignorancia elll orlbograpllia), nem foi o que dictou as palavras mudadas na e-
gunda edição.
•Por toda esla razões confe so, dar maior credilo, e preferir o texto da
primeira (que julgo impres a obre o M. S. de Camõe ) ao da egunda feita lalvez
por cOlweniencia do livreil'O; porém conhecidas hoje as ua, le\'i- imas, ou muito
pequena dilrerença, oncluo que amba ella [O:lS unica ,que e podem e li·
mar e eguir como oriainae , e sobretudo antepor a toda a outras, publicadas
depois com os vicio alrevido dos seu edilores." ,
.Paris, Junho de 1818."

II

Pos uem ex.emplares, em Li boa: a biblioth ca real da Ajuda (doi ), a bi-


bliolheca particular de el-rei D. Femando, a bibliolheca nacional (lres exem-
plares, ondo dois completos e um em o supplemenlo); a lJibliotlleca (la imprensa
nacional, por cone ssao do governo; a bibliolheca da academia real das sciencias;
e os sr , Fernando Palha, Antonio Augu lo d Carvalho Monteiro, Henrique da
Gal~a Barro (lem O exemplar que pe;'tencêra a seu ~ogro, o viticullor José
)[ana da roo eca), .Ioão Anlonio larques Vicenle 10nleil'O (que era o da r,ol-
I~cç;io Minlluva e foi an'emiltado por 60:$;)00 rói ), João [lenrique Ulrich Lu-
ciano Cordeiro, visconrlfl d .Iuromenha, Mncedo Braga e José Grcgorio da iil'a
Barbo a; no Porlo a bibliotheca municipal (dois); e os rs. dr. José Carlos Lo-
pes e visconde da Ermida; em Coimbra, a bibliolh ca da univer idade (doi)
°
e r. Anlonio José Alves Borges; em Evora, a bibliotheca publica; em \ illa
Real, o sr. conde d Villa Real (Ire); na Louzã. o sr. Fernandes Thomas; em
Ponla Delgada o sr. .lo é do Canto; no Hio de Janeiro, a bibliolheca nacional
(Ire, sendo doi em os retratos), e o gabinete portllguez de leilma,
A maior parle d'e ses exemplare apparece em o upplemento, ou comple-
menlo da primeira nola da adverten(;ia (png, 4,15 a <12'1,); e em a folha guarda
do ~nle-roslo, onde o Morgado de Malleus lan~'ava por eu punho a mui imples
dedlcalom com que on'erecia o seu precioso lirro : •
A F. ... (ou .ti bibliotheca de ... )
D. José 1I1m'ia de SOIl::a.

POI' exemplo; o que foi encontrado na bibliotheca de eI-rei D. Fernando e


°que po sue a imprensa nacional de Lisboa, tem es n folha brancns arrancadas,
e por I so não se sabe a quae [ soa, ou corpol'ações, os mandaria o J\Jorrrado,
Oda mencionada imprensa tem o carimlJo "Livraria de D. Franc. ~bllllel .. a
tmta azul. •

Um (los ilxemplares eh bibliotheca nncional de Lisboa era. o da ordem de


S, Bernardo, e oulro perlencêra a Norton. O do sr. João Antonio Marque (COl~l­
rrado em Londres p.or. 50$000 ou ?O$OOO réi), pertencêra. ~ duqueza. Bamil-
on , Um dos da blbltollJeca do RIO de Janeu'o era do Bel de Portugal (O.
JOão \ I).
li8 LUIZ

o de Norton tem esta lembrança de sua letra, na primeira folha guarda d6


encadernador:
Offel'ecido pelo meu particular Amigo o Ex. mo Sn: Rodrigo daFon.
seca Magalhães.
Porto 31 Janeil'o 1845.
Thomas Norton.
E abaixo a marca, que elle punha em todo os li\'l'os:

Ir. NORTON·I
o que pertence ao SI'. João Antonio Marques tem, igualmente na pl'imeira
folba·guarda do encadernador, a seguinte dedjcatoria com perfeita e bella letra,
exceptuando a assignatura do oJTerente, que é au tographa. rae fieltnente copiada:
Paris le 12 Aout 1819.
L' Editeu1' de ce Noble ouvl'age gI01'ieusemen~ entnpl'is et exéclI/i,
D. José 1I1m'ia de Sou fL Botelho, connoissant par la ren01l!11lée las qllo·
fites Bl'ilLantes qui eLevent J1Jadame la Duchesse de Ham.liton au deslUJ
de toutes les Pe/'so1l1/es de san sexe, a'de suite consenti a la Pl'o/)O i/io!
qui lui a été (aite dp pLacel' Madollle La Duchcsse au !lombre des Per·
sonnages lLLttstl'es, awr.quels ce Magnifique Pl'ésenl est pm' lui des/illi,
et ii a chargé Le soltssigné de l'offl'ir li sa GI'ace.
Conde do FUllchal.
Holel d'A/·tois. Rue d'Arlois.
Na folha guarda do ante-rosto, a duqueza de Hamilton paz esta dedicatoria
a seu filbo:
To my belo.ved son {or lhe llamilton Lib1"ary.
Susan Euphemia Hamilton & Bl'andon.
E te volume, que muilos annos depois veiu para '0 mercado bibliographico,
de Londres, ti pelo e lado de con er"ação, I;l]'gura das mal'l!ens e clareza do papel,
um dos mai Jormosos exemplares que lenho vi to el1l Inãos de parLicular. Pa·
I'ece que' saiu recentemente do prélo. \:Jem e vê que foi e colhido pelo Morgado
de ~Jalleu para seI' dado a mm dama da lIlai alia ocieclade ingleza. actual
possuidor consel'va-o dentro de ull1a caixa, forrada de «chagrin)), em fôrma de
livro, mandada fazer ele proposito para este fim. ,
O tlxemplar tio sr. ilva Barbosa ú dos errado e incOlnliletos, e rOl' isso
mais commlln , pprérn mui apreciado por se julgarem do da primeira tiragem.
Tem esta dedicatoria :
A 11l0nsiew' Lemercier, Membl'e de L' Institut
D. Joseph Maria de S01/::;a
O actual sr. conde d Villn fleal, alem do exemplar em pergaminho, que
existe na sua casa pai' obrigação testa menlaria de eu nobre a celltfente. o ~Idor:
gado de Mattcus, linha mai' eis aLI . eLe exenlplares da ediçflo Ill0Llulllenlal o,
Lusiadas, mas já os tem tfislribuido entre os seus par ales mais proximo '
O exemplar em pergaminho, em folio menor, é mui precio o, como e abe,
e de altíssimo "alar, não s6 por seI' unico, se não lambelll por ser completo, elll'
DE CA IÔES H9

quanlo ao lexlo por ler maior numero de e tampas e a collocação ser diver a;
e pela igualdade \'erdadeiramenle excepcional do pergalninho, o que dr. lumbra
um amador de livros.
Com relação:\ e lampa : tem o relralo do Morg:tdo, desenho de Gérard e
gravura de Lera, que não ar:ompan!la nenhum exemplar e que foi dado em
muilo limilado numero; e lre e lampa do rei ralos de Camões e de cada canto,
i lo é, o de enho a"uarellado para a gravura, uma prova do e lado da gravura
ou ovant tOllte leUre, e um exemplar da grarura na sua maior perfeição de
e lampagem. Comparando o desenho orialllae com a eXI)curão dus gravadore ,
parece-file que I.l póde a egw'ar qne o lrabalho d'elle foi diriaido pom lal pri-
mor e correcção, que se con'p/tuiu amai nolavcl realce no acabamenlo das es-
tampas, acima do primor do de enho primitivos. Esla a erção, que se me afio
gUI'a inconleslarel, corrobora o que escrevi anleriormenle soure a imporlancia e
o merilo arlislico da obra do Morgado.
A collocação da e lampas do canlos é diversa da dos outros exemplares,
porque n'e les foram po las ;\ frenle de cada canlo; e no de pergaminho col-
locada junlo da eslancia, que en'iram de orienlação ao de enllador para a sua
compo.ição
° exemplar unico é dividido cm rloi yolume., repelindu·se no segundo o rosto
do primeiro. Comprebende e le a ad"erlencia, a vida e qualro. cal~lo (alé pago
i57); e o segundo, o I' staules s is canlos, as notas e o supplemenlo (ele pago
i58 a lJ,24), mas a ultima pagina não lem o numero !~2f~ porque o lypographo
tirou o nun era 10, que se vê na lirag Jll comlllUIll do supplcmenlo, como já in-
diquei, e deixou em branco a linha da cabeça da pagina.
A encadernação luxuo a e rica (resle xeOlplar fOI mandada fazer, depois
da OJOI:le do ~lorgado, pelo conde de Yilla Real, D. Jose (já fallecido), em Ingla-
terra. E em marroquim roxo e.Clll'O, lendo nas pa la :I arrlla do condl' e fLlele
dourados. );as lombadas do I'olume. lê-se o seguinte rolulo: Os Lusiadas de
L de Camões lllustmdos por D. 1. 111. de Sou;:;a, Com os desenhos ol'i!Jinae. (VaI. I
e\ 01. u).
° SI'. conde de Villa R aI, a quem devo o ]Joder ver e examinar o exen1plar
em pergaminho, que lem na sua bihliclheca da ca'a de Malleu (Yilla Real), e
quP lrouxe :I Li uoa para c le fim, I'vou a sua ben volencia e amabilidade ao
pOI~tO de lrazer lalllbcm ~ mo Irar-me oulro xelllplar, por igual inlcre sanle e
de IInporlancia lilleraria. E do commun, em eslampas. manchado nos xlremos
d~ paginas, denolando qlle o seu po'suidor frequenlemenle o manuseaI-a. [<,~i
n. elle que o "Morgado de !lhllell lançou as ua el'l'alas, as uas obs J'\'ações cn-
h,c.1 os spu desabafos inlilnos, conlra' o que o CenSlll'aram p 'Ia edição dos Ltl-
I

sladas, e lhe nolaram o defeilos de I'cproducção.

. Eslas annolaçóe como é de pre umil', são manuscripla , auLogra]J!las, e


fella .evldentemenle em doi ou Ire periodos diver'o , a Japis, a linta ,el'melha
e a linta prela. Enlre a dua qllaliLlade de linla, pE\Ia diITerença da cM e do
Iraço meio apagado de uma, parece que passaram allno . Ora. as annolaçóes ão
de dua ordens: a primeira, comprehenrle as emendas com que o Morgado pre-
parou após a edição monllmpnlal a nova e(liçãO, formato em 8,·, que appareceu
em '1819 por conta do Iypoarapho e edilor eu amigo, Didol; a segllnua encerra
os elementos com que, depois (13 primeIra epocila, o Morgado se ia preparando
para re ponder aos seus advCl'sarios.
Enlre os adversarias mai lemil'ei, qlle mai o rscalldali 'avaro e conlra os
qUae o )Iorgado de Malleus uesabafa, escrevendo alé tJhra es mai que chãs,
120 LUIZ

picantes e uuras, cila pelos seu nome Franci co Satan o Con lancio e o coro·
nel Candido)o é Xavier, redaclores do Amwes das sciencias, das artes e da le·
tr'as; Verdier e José Agostinho de lI'Jac do. TambeOl cita com amargura o rela·
torio Ja academia real das ciencias de Lisboa, etc.
D Vcrdier, em uma das nolas affirma que elle, entre os portuguezes ingralo
que 'não linham em nenhuma conta o extraot"àinario acrificios que o Mor.ado
üzera para realisar a impre ão da edição grande dos Lusiadas, tal t.:omo a apre·
sentára e déra, -11 maior da homenagens que podiam er prestadas a Camões-,
entrára em explicações que o convenceram que não era ainda assim dos eus
mais injustos ad,'ersario. Adiante ficarão patenteadas as rasões d'e·tas notas'
, lllanuscriptas.' .
A tiragem da edição monumental roi de 210 exemplare , e imporlou em
52:000 rrancos approximadamente, ou mai de 9:000pOOO réi . O :tI'JOI'gado offe·
receu, em sua vida, 182 exemplares. Dos restantes ~8: o eu immediato succe ar
e herdeiro deu tambem alguns.

III

A noticia de. que o Morgado de Malleus, residente em Pal'Í , e tava fazendo


uma edi 'ão luxuosa dos Lusiadas, cau ára em Li boa amai agradavel sen ação,
porque e jnlgava antecipadamente nm succe o litterario da m:lior importan ia"
Assim, qnando a academia real das ciencias recebeu o exemplar cru lhe desti·
nou o nobre editor tratou logo de eleerel' uma commi são de Ires ron pi 'uo mem·
bros erredivos, Antonio Caetano do Amaral, da classe de litteralul'a ~Iallen \a·
lente do Couto, da cla e de ciencias exacla e Seba tião Franci co de Mpndo
Trigoso, da classe de sciencias naluraes todo então directores elas re pectivas
clas e ,. e o ultimo vice·secretario da academia, para dar parecer ácerca d'e ta
edição. A commi ão não quiz d~moral' o seu trabalho, e em bl'eve tempo foi apre·
sentado á academia, lido e mandado imprimir.
Como deve ,haver superior interesse em ajuntar uma parte valio a d'e te
parecer, ou relatorio, empre que se escreva da etlição do Morgado de ~ialleus,
deixarei aqui os seguinte- paragrapho :
"Não é necessario um prorundo exame d'esta obra para se conhecer que toda
a perfeição e luxo, mode\'llamenle introduzido mi typographia; tudo quanlo as
artes do de enho e da gravura podem produzir com mais gra~a e elegancih; ludo
em fim quanlo se deve esperar da exactidão e pel'spicacia de um editor sablO e
zeloso pela I(loria nacional: tuelo se poz em u o para levantar um monumenl,o
digno de Camõe , dierno da paU'ia que e te i1lustre poeta tanto engrandeceu, e di'
gno d'aquelle que tomou a eu ca.rgo e la nobre empreza, ..
"E las qualidades, que saltam aos olhos, tornam- e aintla mais sensi,rels a
proporção qn o tl'abalho do r. D, José Maria se examina cUm mais miudeza;
vê-se enlão que se os melhore artistas se esmeraram elll preencher os seus de e·
jos, a larera que elle re en'ou para si é a mai importante, e a que mais merece
o no o reconhecimento, por no dar em lim os Lusíadas taes como seu auctOl' ~
escreveu, limpo do erro, e alterações com que a irrnorancia e a malic:ia os ti·
nham'até aqui' manchado, qua i lodas as veze que de nol'o se davaln ao prélo,
"Tendo poi de dar conla á academia dos doles ( e nos é licito explicar a lID)
externos e intel'llos d'esta ediçito, nós faremos isto mui leI' mente em qnan~o aoS
primeiro ; não só porque já elles estão examinados, e clevidarnente elogiados pOI'
pennas mais habeis do que a no S3, mas porque a academia teve logo occaslão de
lhe dar o merecido louvor na nlesma essão em que a ohra lhe foi apresentada:
DE CA~lÕES i2i

seremos porém mais extensos no que re peita aos seguMos, por isso mesmo que
requerem um exame mais prolixo e circumStanciac1o.
«O poema do Lu,siadas impre' o em Paris no anno proximo passado na oili-
cina de Fil'min Didot, é em 4.° allantico, e occupa com as notas 4i3 pago além da
dedicalOl'ia a ua magestade, que não é numerada e de uma advertencia, que
juntamente com a vida do poela enchem i30. O papel é o velino mai beJlo e
mais igual, os typo fundido de proposito são o mais nilidãs e perfeHos que se
podem ver, e mostram que n'este ponto, e genero de impre são tem a arte che-
gado ao maior auge a que po~ia a~pirar: a tinta é de uma optima CÔl': a tiragem
lanto das folhas, corno das e tampa' é a mai limpa pos ivel : n'uma palavra esta
edição iguala n stcs difl'erentes artigos ás que se tem feito de maior luxo, e ainda
me 1110 excede a maior parte d'eltas. .
«A estampas que a acompanham posto que não tenham todas o m\lsmo
grau de perfeição, ão executadas em geral sobre um desenho, e por um buril que
faz honra aos mestres que a desempenharam, e ao grande pintor mI'. Gérard, que.
as dirigiu. O llllStO de Camões, que se póde olhal' como uma obra prima d'este
celebre e iJlustre artista, é cheio de xpressão e de "ida, e dá bem a conhecer a
grande alma do poeta; não é só no emblante que elte está vivo, é tambem no
resto do corpo, e o eu braço direito sobre tudo chega a iltudir os sentidos, e pa-
rece animado. O ornato d'e ta e tampa, de uma extraordinaria riqueza, que
contrastam com a nobre simplicidáde das outras, são como um tributo po1"o ao
gosto do seculo; e :linda que variados, e optimament.e des mpenbados, não dis-
trahem :l attenção do objecto principal. A este retrato segue-se outro de vu\lo in-
teiro, em que o mesmo Camõe apparece na gruta de Macau em um momento de
extasi e de contempla ão, animado pejo eslro e trasbordando-lhe no semblante o
divino rogo da poe-ia. As outras estampas em nUlnero de dez cal'!' pondem aos
dez cantos da epopéa, e apresentaLlI os pas os mais Dotaveis de cada um d'elles.ll
.Muitos escriptores nacipnaes, e estrangeiros lêem escripto a vida de Lui7. de
CªOlões: Manuel de Faria e ou a fê-lo duas vezes, emendando na segunda os
elTO em que tinha caído na pl'imeirn; mas assim IllCSlnO deixou pas ar a el'\~ões
pouco exacta, e algumas (l'eJlas at~ of1'ensiva da dignidade do po ta, ou i to
[o e procedido da pouca critica, ou elo seu caracter adulador: o sr. D. Jo é Ma-
na.lemcl1idado ele rectificar, e de truir e tas accusações arbitraria. e ele pintar
os JnJl1l1gos de Camões com as cores que elles merecem: na falta de outros do·
cumentos eHe comprova a maior parte dos factos que refere com pas os das obras
do poeta, mas o que sobre tudo tOI'l1:l e-ta peça recommendavel é a. sensibilidade
c0ll19ue é e cripta: assim o maloi(raelos amores de Camões com D..Catharina de
Athalde; o seu desterro, e partida para a 1nl1ia, deixando na paU'ia ludo quanto
lhe era caro; a grandeza el'alma com que som'eu a vexações do governador Fran-
Cl co Barretq; a baldada prote~ ão, que encontrou no seu RUcceSSor D. Constan-
Imo de Bragança; o sordido interesse de outro l3:lrreto, de que foi vict.ima por
algl1n tempos; em filn a ua chegada a Lisboa, e o resto de uma vida combatida
pelo desamparo e miseria; todos estes acontecimentos são referidos com um es-
tylo tno natura.l e energico, que é impo si vel a quem os lê não se COII'IITlO er, o-
bl'e tudo compamndo as cirCUlllslllncias lamentav is do poeta em quanto viyo, com
oseu IlIustre merecilnenlo, e a magnjf]cencia com que agora é honrado pela pri-
men'a vez depois da sua morte.
« tão se podendo conhccer bem a vi la de um homem de letlras, sem tambem
se conheccrem as obra que eHe escreveu, jul~ou o SI'. D. Jos~ iVIaria de Sousa
devei' aJuntaI' á biographia de CamGes urna noticia de torlas as que nos I'e tam da , .
ua penna. Principiando pois pelos Lllsiadas analysa este poema segundo a re-
gl'Us gemes da arte, que são ell1pre as mesmas, e as particulares, que variam com
o tempo e modo de pen ar dos homens. Não é este o lugar para di cUlir o me-
reCimento de (~all1ões, nem para tecer o seu elogio; e por isso não seguiremos o
no 80 con ocio no judicioso exame que faz daqueHa epopéa, já expondo o plano
1.22 LUIZ

com que foi delineada., já dando a razão do maravilho o allegOl'ico que Ibe erve
de ornato, já mostrando a inju tiça com que tem ido á "ezes censurada já fa·
zendo uma enumeração rapida, Illas exacta das suas bellezas, que só ullJa depra·
vaç,io total de go to poderá de conhecer.
•0 exame das oulras poesias não é Ião circumslanciado : sendo impl'essas
poslbumas, não som'eram eHas menos do que os Lmiallas pela ignorancia dos
edilores; e necessitam talvez IJlais de uma mão habil, que as expurgue uos erros,
e separe <IS que são de Camões de butras que o não são, e que em difTerenles
epocas gratuitamente se lhe tem altribuido. Quanto seria para de ejar que quem
tão dignamente executou e te lrabalho, lhe quize e dar o ullimo complemento,
pondo asslm o remale na coroa ]itteraria, com que ha ele ser uislinguiuo na poso
. teridade I
"Na advertencia preliminar, e nas notas que lhe dizem respeito, e velll no fim
dos Lusiadas, mo tra e cal'aderisa o sr. D. José Maria de Sousa o texto que se·
guiu na sua edição, e dá os motivos que teve para assim o fazer: e tes motivos
ainda que da maior ponderaçiio, não forão até agora allendidos de nenhum oulro
editor, e por isso me filO devem er patenteados á academia, para ella podei' ava·
liar d~yidaOlente o seu merecimenlo,
"E fóra de duviua, que ob~endo Camões em setembro de 1571 o pril'ilegio
para clle 6 imprimir o eu poema, aiu á luz em o anilo eguinte, no qual foi
impresso duas veze . como. porém no fronlispitió, nem em parle alguma e de·
clara se nada a este respeilo, não sõmenle se ficou ignorando qual era a edição
mai antiga, mas até grande parte do nossos bibliographos persistiram na intel·
)jgencia de C]ue realmenle não tinlla haviuo senão Ullla n'aquelle anno. De deeu·
tão até 1579 nm que o poela falleceu, não lornou, que e saiba, a imprimir·se
este poema, nem uunca constou onue tinha ido parar o seu autoí(rapho.
"Em circunslantia taes é evidenle serem e ta as unica edições aurlori a·
das: por uma parte foram ella feitas em I'ida do auttor, a i tindo elle em Li·
boa, e com o seu consentimenlo, visto o privilegio que e lhe tinha dado, e isto
ba ta para no provar a sua autlienticidaue; por outra parte os editore que de·
pois vieram, não tendo oulros originaes em que se funda em para as Sllas emen·
das, fizeram·as arbilrarialllCnte; e por conseguinle devem ser de.prezadas por
quem se propuzer a dar uma edição genuina.
"Por mais natural que s ja este raciocinio, foi elle de prezado por todos o que
precederam (como já di' emos) ao 1'. Moraado de lIIalleus na IlIe ma empreza,
Logo em 1584, se principiou a corromper, e alterar por uln modó de qur ha pau·
cos exemplo, o lexto de CalJlões. O editore que dppois vienll1J, pela maiO!' parle
ou ignorantes, ou sup rsticiosos, seguiram e'ta Illema e trada; o cantor do Lll'
siadas cc"sou de fallar a ua divina linguagem, s tonlou oulra menos energica,
servil e totalmente impropria. ' ' e
"JIanuel de Faria e Sou a atalhou 111 parte esta desordem; procurou, e não
lhe fui diJIicil ellcontl'ar, uma das r~dj~ões orirrinaes (a llJ sm:l de que agora se ser·
viu o SI'. D. José Maria de Sousa); e não 5alJendo ainda naquelle tempo que hou·
ve~se outra do mesmo auno, contentou·se tom seguir a primeira: mas como a se·
gU1l1 elle? allerando·a e emendando·a em 10000s os lugares, que o seu pouco dls,
cernimento lhe fez parecer villiado : as im lirou grande parle dos erros que bavia,
para substitwr-lhrs em menor IlllrnerO outros novos, e privativamente seus: os
grandes credito de que este estriptor gosou por muito tempo foram cau a de que
os que vieram depois jurassem todos na uas palavra.
"Partindo o J)osso consocio de principio lotalmeule diITerenles sabendo que
L
existiam duas edições amba daladas de 1572, apezar de a sistir em Pari. aonde
estes SOCCOITOS são muito mais difficulto os de alcançai' do qu o tcriam sido cm
Lisboa, procurou elle obte-Ias ambas para as com parar, Q ver se entre uma e ou-
tra havia alguma diver idade; não lhe foi porém po.sivel conseguir o seu inlento,
pois que doi exemplares que obleve foram achados identicú .
"Destes mesmos tirou todo o partido possivel. Cal'acterisou a edição quell 1e
DE CAMÕES 123-

devia servil' de original; emendou-a de muitos cnos typograplJicos com que es-
tava manchada; fez lirar UIl1 (ac simile do fJ'Ontispicio, e copias de alguns passos,
que remetleu ao eus amigo' em Li boa, a fim' de serem comparados com a e'di-
Çlio da real bibliotheca puulica, para Stl notarem as dilTerença, e acaso algumas
se encontra sem.
"Sali feitos em parte os seus desejos, conheceu que a duas edições, ainda
que parecidas se podiam J'<lcilmente dislinguir, pois só nas primeiras vinte e qua-
Iro oilavris do primeiro canLo e notaram uma quantidade grande de varianLes;
ma exceplo u/lla insignificante, todas as outras versavam obre a orlhográpbia;
e como lJari:l prouabilidade que no')'e to da oura uccedesse o mcsmo, e elle não
parles e akançar uma confrlJnt"ção mais e~tensa, apezar das sua repetiuas instan-
cias, deliberou-se a não demorar mais a impressão, certo de que o texto, que elle
publicava era o me mo que o grande Camões linlta e.cripto, limpo uas allerações
e emendas, que depoi: e lhe inlrouuziralll.
"Ainda que aquelle argumento pareça cOl1yincente, devemos confessar,' que
conLra a exp cLação do sr. Morgado de ~lalteu', e alé mesmo contra a nossa, achá-
mos bastante l11utlanças n'esLa outra edi ão de 1.572; é certo que a maior parte
dellas podem d prezar- e pelo pouco que influem no ellticIo,on na cadencia dos
versos; e que outras sendo emendas a erros manifestos ue impressão, foram já
adoplatla-, e com toda a I'az:'io pelo nOl'o edi lar; mas ainda a im re tam a nosso
ver alguns lugares, em que esta edição (que se pMe repular segunda) d veria ser
pI'eferitla á primeira, e tanto' mai , que não havendo moli 'o olillo para pensar
que Camões n:io a istio tiquella com o mc~mo csnlero, com que assistiu a esla,
algun ver o se acham Yi ivelnlellte melhorado, mais cadentes, e com melhor
sentido.
"Por e le motivo, e por pensarmos qu e tas variantes ão da me ma penna
do poeta, sendo muito ,"ulgar n'uma rcinlpressão, que se faz em vida do auctor,
relocar e'Le algun~ /ugare que mai' lhe li agradam, julgámo conveniente ajun-
taI' no fim deste relaLorio a variantl::s que par'cel'alJJ mais es enciaes: assim com-
plel:tIIlO o trabalho qu tanto de cjou concluir o sr. D. José ~laria de Sou a, e
que não poderá tleixaJ' tle ser agratlarel tanto a elle, como a esla academia.
"EIII qua!llo ao mais, a edição que lemos anal)' atia, e que cumo vinlos éim-
p1'e 5a sobre o que se /'eputa primeiro original de 1::>72, é baslanlrLUenl~ correcla,
e expurgatla dos multiplicados erros que nelle a desfi~ural'aJl1: ó quem lem
pll.bhcado ol,l'as peio prélo conhece quanlo i Lo é diai(:iI'de conseguir, e lJJuito
p.nllcipalmeule qO:lndo a lingua em que se escreve e estrangeira para os conlpo-
SltOl'C e irnpr'es ores; assim o in. ignificantes de coidos q06 se enc(,nlram n'esta
não serão taxados por afJuelles leitores, Clu conhecerem'que é moralmenLe impas-
SIVO/ fazer melhor em circull'tancias illlilhanles.»

. O relataria da academia real d" scicncias, cuja parle principal lran crevi
aClina, foi polilicado nas Uelllorias tia mesma corporação scicnLilica, torno \', parterr,
de pago xc a XCIX, e tlepois tel'e olUa tiragem em separado, sentia limilatlissimo
onumero de exemplares, sob o lillllo:

Rp/alorio da commissi'io nomeada 7Jela acacle~nia l'eal das sciencias de Lisboa


para lhe da?' conla da nova ediçi'io dos Lusiadas impl'e.sa em Pa1'Ís no anno de 1817.
/••0 tle 1.4 pago '

E le relalorio, datado de 12 tle abril d 1818, saio á loz, como se vê, antes
do upplemenl"'O, que o Murgad lere occa ião de e Cl'evel' d'pois, e maJldou
acres~enlar a algons exemplares da Slla monumental ediç:lo.

O Morgado de Matteus respondeu ao re/atorio acima n'uma Carla á acad~mil1J


L lZ

?'eal das sciencias de bisboa, publicada em J 19 no tomo n, parte r, da Hislol'la


e memol-ias ue pago evU! a exx. N'ella e 'crel'eu, narrando o trabalho tia im-
pressão e revisão:
"Quando emprendi levantar e [a specie de mOllumento a Camões e li
patria, não ignora,'a as di1Uculdades da sua execução, fJ a de poder conlenlar a
todo ; porém, eguro de empregar toda as força qu cabiam elll mim, n:,o pnu-
pando nem as dili"encia e estudo, nem o lIleios para concluir o Illeu trabalho,
tinha lomado a re 'oluÇiiO de não re ponder á critica que pudes em fazer, e de
d ixar e ta elliç,io "es71ondel' por si e por mim á po teridade.
,,~ão me permitte o re peito que tribulo á academia de sustentar esta reso-
lUÇãO, quando este abio corpo autliori a de certo modo com a ua ancç:io ore-
latorio do eus commissarios: e pel'o poi que ella iguairnente nle cOllceda aO-e·
recer-Ihe algumas ex.plicaçõe, que sen-irão de ju 'tilicação, ou de culpa das
parles cen 'ul'adas do meu trabalho; no qual puz certamente toda a seria allenç;io
e exame que elle pedia, (: para o qual mio deixei ue consultar livros e sabias
da no a e de la nação.
"Um dos essenciaes merecimentos de 'em lhantes ediçúes é a correcção typo-
grapirica, a qual presumia ler allingido tanto quanto se pótle e peral'; para o
que, alem de ter COl'l'irrido eu me mo a prol'a, lendo-a qualro e mai veze, e
tiraudo até nove folhas d'ella , e doze da que chamam aqui mi 'es en lmin, fiz
imprimir de novo, com despeza cLlnsid ravel, no,'e f lhas, depoi de concluida
toda a impressão, unicamente em razão de I l'issiUlos e inevitaveis descuidos.
i'\ão satisf'ito ainrla, li com vagar e allenção POI' duas ezes toda a oiJra, e con-
servei-a largo tempo sobre a me a para ex.amina-la ao aca '0, e salteando-a' e só
enlão comecei a seHtir algum conlenlarnenlo, por _não iraver nolado oulros erro.
Informado porém que em alguns exemplares linha eSC<1pado ao impr s 01' a ll'ans-
posição de uma letra, 1.l nl insignificante, imprillJi uma nova rolha, que di tribui
ao que m'a pediram, Pol'lanto, depois de lal desvelo, foi extrema a minha UI"
preza, quaudo li no relalorio a vaga expre sões, de que e la edição era ba lan-
temenle cOl'recla, ainda que se encontraram n'ella descuidos insignificanles, que eu
teria evit~do se tivesse feito a impres ;io em Portuga~, e que devem er cle cul-
paveis atlendidas a circum tancia : phrases eslas que dão uma injusta e [ri te
idéa da sua correcção. '
"Eu não allegarei quanlo é difficil evilar err05 lypograpltrco , difficuldade
e ta tão grande, que não ha UIlJa edição do. Aldos, Jo E1zevir, do Etiennes
dos Ba kervilies, dos llodoni ,do lbarra, dos me mos Oidol , isenta de 1'1'0, de
typographia: não direi que comparem e ta a quae quer oulra do poema. ou a
toda, as obras impressa em Lisboa; mas desejarei· e pedirei ao enhores rela·
tores, qlle me aponlen o erro, que encontraram, soiJre tudo no texlo do poema;
porque declaro que os ignoro, assim como sl3i que al"nlls se acharão nas cllilçóe
de uuthores que allegu i nos meus escriptos, os quae fiz imprimir, por ex.actiiJão
escrupulo a, COlO os erl'Os exiSlentes no' logare originaes.
"Não se limilou a censura a este ponlo; mas accmou-me d ler indevida-
mente preferido a primeira edição a egunda de i572, não julgando importanles
algumas varianto d ,ta, contra a opiniãO dos senhores cOl11l11is arios. De mais,.e
sobreludo e les senhores desappJ;ovam a orlhographia que adoplei, ))01' leI' quasl
semp,-e deixado a antiga, por ler em)Jregado a escusada muUiplicação das lell'as,
em particular aquella que influe sensivelmenle na pr01l1tl!ciariío dos vocablllos, por
tel' em fim cOlnmeUúlo llln anacI'onismo, niio escI'evendo mosto, avol'recido, a)Jou-
senlo, polo,pem, doens, se!Jlwelo o co lume ela ednde de Camões. [gualmenle sou
CellSlll'aUO de tel" escl"ipto Calicul, pl'eeminencia subjugado; em lopal' de CaIIClt,
preminencia, su,jugado, sem l'eflecli,' que o poela evülenlemenle aUendera á 'eupilO'
nia de tuna semelhante pronuncia. (Leia-se o § do Uelalorio, que começa: Não
concordamo, etc., até o fim d'elle.)
"Esta accusações são de tal gravidade que, no caso de erem justificadas e
DE CA~IÕ(;;S 125

fundadas, mostrariam a minha temeridade em ter commellido uma tal empreza,


e provariam quão pouco cra digno de ser socio da acad mia.
"S'ja-Ille pois li 'ilo enlrar na explicação apologclica do meu trabalho, e de
pedir alguma aLlenção.
"S a duas edições de Hi72 (pela prjm ira vcz caraclerisadas) li,e sem
,siilo impre a com uma ó e uniforme orlhographia, se em lodos os e 'criplores
ela ieo daquelte culo, a vi semos adoplada " ralmenle, e com uniformidade,
poderia um aclual edilor de Call1õe , mio ob lante que elta fo se hoje anliquada,
aGhar lalvez motivos que o induzis em a eguir aquelta Yelha orlhograpbja, que
nenhum dos subsequenl s edilor ,depois das prinlf'ira ,linll'uTI guido, e re -
lilui-Ia a ~im como o texlo ao seu primilivo e lado. Com ludo deve-se adverlir
que, fazendo-se a im, obraria o contrario do que o italianos, o fran ezes, e o
ingleze pralicam a respeilo do 'us ela siGo. que elt imprimem com a orlho-
graphia modprna, ainda que bem difTerenle daquella com Jue foram dadas :i luz
a uas primeira edições. As im lorlos authore ilalianos do XVI eculo, lodos
o francezes do eculo de Luiz XIV. to~o o ingleze da idade de CarIo H e da
rainha Anna, <lo impre os hoje com a mod ma ol'tho"raphia. Tenho dianle dos
meu olho o exemplo na uiveI' a ediçõe d'esles paizes; e lodo o cm'io o de
biblio"raphia póde vcrificar o faclo. razão desle arbilrio e uso parece-me
concludenle. A ol'lhographia anliga dizem o fl'ancezes, conserva- e nos au-
Ibore e timavei vomo Monl:oigne, Charron, Amyol, [araI, cuja linguagem é an-
tiquaua, dos quaes não se podem lirar exemplo como de lexlo de lin"ua, e que
porlanto 11ao ão reputado cla sicos' ma o' cla, ico que c e tuuanle . os
e criplorc 1I10d 1'I10S, os sabios nacionaes e eslran"eil'o devem trazer sempre nas
mão, e con 'ullar a 'ada in lanle, seria muilo improprio dá-los em uma ortho-
graphia de u ada e ue conheciua. O mp,mo me dizia o celebre Vi canIL
"Por e la razõe e com laes xemplos eria uo par'ecer que enJbora Fernão
Lopes, Gome Eannps d'Azurara, Franci '0 de Morae , Bel'llardim II ibeiro, etc.,
continua em a imprimir- e na ua disconfol'lue e anliquada orlhographia: ainda
clil'ia João de Barro Sá d iIliranda ambo . riadores da linllua allibos escl'i-
pIore nunca a az louvado, ma do quae al"uma palawa e phra e não podem
er empregada sem di crição. querendo evitar o defeIto de aO'ectação. Ma Ltüz
de C:lmõ s (sup rior a lodo, do qual nao ha qlla i vo 'abulo, e locll lio, que lenha
envelhecido), ma o correclo e apurado Antonio l~el'reil'a, Dioflo Bel'llarde , Fran-
CI. co Rodrigu Lobo elc., este cla sico d vem, egundo julgo e e"undo a opi-
l1I:io do sablO .trangeiro, ser impres o com a orlhographia mouerna, quando
.a uas regra forem lixada.
"Se a academia llve e complf7lado o eu diccionario, Oll publicaclo uma
orlhographia, se houves e pelo meno ,eguido um systema orlholTrapbico uni-
fOI'me lias ua memorias, se cm fim n na :10 egui e uniform mente um melhouú
ne ta parle, 'reio que um editor poderia, com superabundante razões, imprimi"
o Lu iatla com a nlod rna orlhographia :i excepção da que exigi s a concor-
dancia das rimas, p rque assim mo~traria llIn dos tilulos glorio os de Camões,
que sendo como di se um uos fundadore da no a lingua não lenl qua i voca-
liuio, ou locuÇão fóra de Il O. E la eru a opinião qu doi erudilos con ocio da
no 'a academia me manife taram, queixanc,lo-se de quc eu lião egui e a mo-
derna orlhographia: 'opinião diamelralmente opposla :i dos enbor s commis-
sarlOS; o que mostra a impossibilidade de conciliai-a, e de coutentar amba as
partes
"Aqui, e ante de !llrar mai na discussão seja-me pcrmillido notar uma
contradi 'ção entre o cnhore relatore, e a me ma a 'ademja. Aquelles enhores
chal1lam escusada :t multiplicação de I Iras cmquarilo no uiccionario daacademia
Jetra A, esta mulliplicaçao é enlpl'egada con tantemcnte, segundo o eXIge a ety-
molooia o que me pal'N:e muito ulil. em duvida opini,io ue todo o pezo.
"Para obrar nesla parle da 11 aneÍl'a que e ye na minha edição linha c ta
authorida le, e tiuha 111na que lem pezo na republica lilteraria, a do cavalheiro
126 LUIZ

'E. Q. Visconti, archeologo e philologo bem conhecido, que deix:ou nella vago o
seu lugar.
"Na idade do nosso poeta, não. havia uma orthographia determinada, como
todo sabem, e como era evidente ao que examinarem e colleccionarem a duas
ediçõe de i572, poi~ nem concordam enlre si, n m uma com outra nesta parte.
A mesma discordancia exi,te no authores daquella epocha; e exi te em todas
as edirões do Lusiadas, desde a primeiras até as ulliflla do nos os dia.
"Ter-me-hia sitio impossiyel assim comprehend r o senhores commi ario I
e o que pretendiam, se eJles me não de em os exemplo do mouo por qu mais
gostariam eu tivesse escripto ;llguns termo, para me accusar ue uma e;;pecie de
anacronismo e de falta de attenção :i .euphonia.•
D. Jo é Maria de Sousa entra na comparação de alguns vocabulo que em-
pregou de modo -diverso do que se enconb'a na edirão primitiva dos LlIsiadas,
e acrescen ta :
"Confesso que me não occorreu jamais • ao pensamento que podia hesitar-se
entre uma orthographia barbara, com toelas as ua anomalia, para con 'ervar a
physionomia do seculo, e aquella que já adoptada e u ada na mesma idade con·
vinha ri nobreza e elevaçáo ele um poema epico, cujo author c!assico é o unico
nosso, que tem uma reputação europea. SurpI'Cndeu-lTIe tauto mais a cen ma
que me foi feita, pois tinha conservado em_ muitos termos a ortbographia que
indica sullicientemente aquella época, sem desfigurar' o poema o que não me
evitou.e ta critica, e deu motivo ao mesmo tempo a outros consocios iIIn Ires de
m'e culparem de affectação quinhentista: dOtlde conéluo fJue em vão .poderia ten·
tal' a empreza de conciliar tão diversas opiniões, ainua quando como o padr~
Thomás tle Aquino confundisse todas as orthographias de todos os tempos.
"Quanto ás variantes da segunda ediçãO, eu tinha obtiuo, pelos meus amigos
de Li boa, . todas .as que. o~ se!1bOl'es. relatore~ ajuntaram ~o ~eu./:elatorio. e as
não adoptei na mmha ed/çao fOI por Julga-Ia lnfenore oUlllslgnlfteantes, e alln-
bui-Ias ao impres 01' e não a Camões_ Não as publiquei então, por e tal' em du-
vida se as linha colligido todas, e por não querer dar em meu nome o que não
tinba eu mesmo verificado.
"Prrrloem-me os senhores commi sarios, JIlas enaanam-se quando adiantam
que, contra a minha expectação, esta lições varia ão bastantes (o que enlendo
por numel'O as e importante, e não me engano) e mais do que eu uppunha;
pois conservo a mesma opinião que ão mui poucas aquellas de algum valor, e
as outras insignificantes, ou emenrlas ue erro typographicos, ou correcções ab:
surdas, feita por oUlrerp que o no o poeta. ãD me tlesdigo pois do que adiantei
na nota :1." tia adl'ertencia, antes presentemente o affirl110 com mai fUlldamento,
_, por ter em fim obtido e colleccionado com severa attenção as duas edições. Ajunto
aqui o resultado de te trabalho, que fiz imprimil' como supplemento á 1." nota
da minha edição. Nesta dou as razões por que prefiro a primeira a egunda, elido
provavel que a primeira fo se impressa sobre o manuscripto dado por Camões,
e sendo evidente que todas as mudança e alteraçõe , que se vêem na l'gunda,
não podiam ser obra delle. Não exi tindo o seu l11anuscripto, nem fazendo aulhor
algum menção tle o ter vi to, como se ignora aliás se elle o fez imprimir por sua
conta, ou se o vendeu, tudo que se póde discorrer sobre esta materia reduz-se a. me-
ras e vagas conjecturas, tanto mais que s6 muito tarde, depois da sua morte,
Manuel de Faria soube e fallou das duas edições, s6mente agora caracterisacla .•
Segue·se a indicação das variantes (pag. CXVIl a r.xx), em numero de dpze·
nove, exceptuando a do canto IV, estancia 71, pois ambas as edições tI:ío o verso
de igual modo, e termina assim:
·"Dei á academia as minhas razões pam rejeitar e tas lições varias da segunda
i~7
DE CAi\IÕES

edição, parecendo-me todas ellas prova evidenle de que Luiz de Camãe' não fez
eslas lIludanças, indignas d'elle, pela sua trivialidade, quancJo se não acbem oulras
razões ainda llIai pondero as
.Por ultima e cu a, o que po so segurar á academia, é que -e tudei com
omaiorde vclo e as iduidaJe os Lusiadas duranle qualro anno ,examinando todas
as edições que vude ajuntar, procurando na dillculdade a as i lencia e cou e-
lho de liUeratos de maior di tincrãO, e sobre tudo do cavalheiro E. Q. Visconti,
que me honrava com a ua anJÍ ade, c flue approvou o lIleu trabalbo, e o ys-
lema orthographico que lll1ha adoplndo. Con ervo religio amente e tas sua cartas.
(A duas acaJI mia quando perderam tão illu Ire ocio exprimiram a magua e
enlimenlo de la perda nu lermos seguintes. VEm-ope savanle tOlde enlíere pOl'-
tagera 1I0S "egrcls et répélant nos plainles j'cdira avce naus .,. quando ullwn in-
venient parem.)
.Oesejarei por honra do poeta e da nação, que oulro façam mais e melhor,
e/empenharei mesmo o enbore' relalore a dan"m es a collecção e colhida das
poesia' d Camõ ,onde po lem e-tabelecer a orthograpbia coru que de futuro
devem er impres a a obras d'esle insigne poeta.
•Rogo re'peiLo am/:'nle á acad mia de dignar-se conceder-me o favor de re-
unir e.ta apologia ao rrlalorio que inlenta imprimir. Julgo não possa recusai-o ao
que lem a honra de ser reverenle seu llonsocio, D. José .Mm·ia de Sousa."
Não tem data a carla apologelica, de que d ixei lranscriplo o principaes
trecho. Snpponho, por m, que seria escripla no segundo semeslre de 1818, visto
a referencia que o morgacJo faz em llppl mt'ii.lo á primeira nota da ediçao mo-
numental, c ali ·está a dala Lle Paris, junho de 1 18.
erá mui dillcil reunir hoje as apreciações que, no e trangeiro, I1zeram ao
trabalho do Morgado de Ialteus. Parece-m lodavia, inlere sanle para os leilores
lI'e le Dieeiono1'Ío, e ulil para o que e têem dado aos estudos da grande obra
de Camõe~, com o auxilio dos documenlos que vou rncorporando n'este processo,
deixar aqui mais algumas peça. No fragnlenlo de uma puulicação feita em Ge-
nebra, cUJa bibliolhr~'a fOra enriqurllicJa com um ex mplar ofl"erccido por O. Jo é
Maria de Sou a, depara- e-me exlen a no.li 'ia da monumental edição. Este fra-
gmenlo, JlJélanges, foi guardado por Norlon n3 ua mi c.ellaneas camoneanas,
re'umidas em numero; porém valiosis imas na qU3lidade. Abi leio:
"Peul·êlre ne devroil-on dire qu'une nalion exi le, que 10rsqu'el1e est ani-
mce par UII enliment nalional, que 101' que lou e membres s'a socienl dans
nn nu!mc amOllJ', lIn même enlhou ia me, de mêmes souvenirs; que .Iorsqu'un
mém nom un III me ymbole une même image font batlre le creu r à lou les
compatriole . Le3 pellles pa sion de la vip les pelils intél êls de l'egoi rue Ira-
v31llent sallS ces e à d truire cei inlérêt nalional; J'anéanlis ement des nations
es~ anil é, \orsque chaque indi I'idu ne voil plus que oi, ne s'émeut plu que pouI'
SOl, ne acril1e plus qU'à oi.
.Oescarle a di!: je pense.. done je suis, et SUl' ce premieI' fait reconnu ii
a.cherché à éle"er l ut on sy teme mélaphysique. De même en polilique on peut
lIlre, IltnlS seI/tons en eommWI, done nous P.vlstons; cal' toule nalion qui reconnait
en elle cc sentilllens sympathique , p ut regarcJer I'avenil' ayec confiance; elle
n'esl pa morte, rlle n'a poinl bri é le lien de on a sociation, el ses ciloyens ne
onl point incapables de faire de grandes choses en acrifianl lem intér'l per-
sonnel à celui de leur palrie. Beaucoup de nalions enticremenl dPgcnérees ne
connai sent plns ce sentimenl, bcaucoup d'empires, formés par une a sociation
maladl"Oile de province san rapport les unes avec los aulres, ne I'onl jamais
epl"OUl'c. Mai lorsqu'il exi le que1que pari, peu imporln à quoi ii se ratlache, J'é-
Imcelle esl loujoms égalem nt précieuse, i1 raul égalemenL la preserveI', puisque
c'esl à elle que I'on pourra rallumer un jour le flambeall de la gloire.
12 L lZ

.11 ya quelque chose de singulicremenllouchanl dans ce enlimenl nalional


lorsqu'il a pOUl' olJjet la poésie; aprês qu'une nalion a penlu loule xi tencepo.
liLique, ii ne lui resle plus en quelque sorle en propriélé com mune que les che~·
d'ceuvre de ses grand bOlllll1es; aus i plus elle s'allache à I urs nOllls plu elle
gra,e leurs vers dans sa memoire el plus elle e. t digne de voir un jOllr leU/'s pa·
reils rllnailre chez elle. Tel eslle seulimenl avec lequel les P~rlugai porleut le
Call10eu dans leU!' cceU!" ii est acré iL leur yeux COlllllle un pocte ulllillle, pI
plu encore comme un grand patriote; tou lc litre de gloirtl de Portugai se
trouvenl réunis dans ses Lusiades; c'est à la Illemoire de se compatl'ioles llu'il
a coo acré son genie, pour leur ériger le p/us adlllirable 1l10nUlllent; aus i Ieu·
lhou iasme des Portugais pour le {'allloens, réunil loul ce qui peut loucher IPl
cceurs généreux, toul ce qui peul exciler une noble sYlIlpathie. Cc n'e'l pa eu·
lemenl une haute admiralion pOU!' rle grandes btlaulés poétiqu s c'e t encore lIne
profonde reconnais ance de 13 nalion cnvers eelui dont la vie euli 're fut consa·
crée IJ. sa gloire, c'est uo souvenir rélilTieux de ces jours de trionlphe ,dan Ir·
quel le Call10ens non moins guerrier que poete avail comballu avant de chanler
la'victoire; c'esl un douloureux regrel pour une puis ance, pour une grnudeur
qlli ne sont plus; ce out enOn lanl de senlimenls saCl'és, que la critique redoule,
pre que COlUlIle une profanation, d'examiner celui qui en e l I'objel.
"L'éililion du Camoen qui vient de parallre ou les pres e de MI'. Firmin
Didot, et par les soin de Dom Joseph Maria de ,ouza Bolelho, e t en mGme
telllps un éclalant lémoigna~e ue cel enthousiasme nalional, et un noble homo
mage rendu par un homme di lingué aux entimenls de sa palrie.
"L'arl lypographique depuis son invenlion n'avait probablement ri n prolluil
d'au si parfalt que cellemailnifiqueélliliondesLusiades.Mr. Firmin Oidot, déjà
si connu par les progl'és qu'i1 a fait faire à on art, s'est urpas é lui-lllêlJledans
ce superbe ouvrage: l'adUlirable beauté, la nellelé, la pW'elé des caraclcre Ile
gooOt dans la dislrilJUlion de leUres el des espaces la llJagnificence du papier,
I'égalilé parfaile dans la leinle de I'encre, font de chaque palTe el surloul de cha·
que litre un beau de sin qui charme les )'eux, avant qu'on .onge à y chercher
des pensée .
"Un gl'and peilltre, MI'. Gérard, a en!l'epris la direclion de dome gl'avlIl'es
qui ornell! le fronli pice, la vie et le cOlllm ncement de chaQue chanl. Ille a
fai! exécuter sous s.es yeux par le plus habiles arliste , el iI a i h lIreu erneol
choi i les sujels, ii les a si bien enchalné les uns aux aulre , qu'ils pré enleol
aux regard I'en emble de celle Epopée. Jamai de si belles gral'ure n'al'nieol
élé allacbées it un poeme, jamais lou le al'ls réunis n'avaient coocorl'll it elever
un i beau monument au polite favori de tonlun peuple. .
"L'édilion des Lusiadas a elé le résu\lal d'un grand dévouemen.l pnll'lo,
lierue. Elle ne cra point mise en venle; le noble \dileul' la de line loul enllcre
aux grandes bibliotheque de sa palrie soit en Europe sail dans le deux Iude,
aux auh' s bibliotbéques célêbres, et à quelqu s amis. Mai ii n'a pas eulerneul
con acré unil somme três-considérable à élever ce rnonullJent au Camoens &l il a
patne, ii a donné qualre ans de sa vie au travail le plus fa lidieux, le plus faL[o
gant, pour révoir les 'pl'euves avec une allenlion inconcevable, ,
"Le lrava.il ordinaire de la correclion ne peut doonet' qu'une lrês-faiblc Idée
de celui qu'cxige un livre imprimé dans une langue étrangcrc el que n'enlenllent,
ni le campo ileurs ni le prote. )11'. de Souza devait suppléer IJ. touL par a pa·
tience, et seul iI a pu y réu ir ... u
O artigo, que é a silTnado com a iniciaes S. S. 1., occupa dez pagina (I a
W). A parte, que transcrevi acima, corre de pag, :1 a 4. As reslanles 6 conll!~111
um exlraclo da adverlencia do Morgado de l\1alleus, e um trecbo da vida de Ca·
mões lraduziuú do lt'abalbo d'esse illu tre edilor.
Pela mesma epocha saia da oficina lypographica de Vincenzo Ferrario, de
DE CA~IÕES i29

Milão uma folha impre a em papel nuladoJ sob o titulo 11 conciliaIOl·e. Foglio
scíenti(tco-letterm'io, e datado Giovedi 3 scttembre 1 18. Num. 1. O primeiro ar-
tigo é dedicado á. edição do Morgado de MaUeus: Os Lusíadas. Poenw epico de
Lllis de Camoens, nova edirão, con-ecla e dada a lu;:; por DOln Joze 1Il(wia de
Sal/:a Botelho.-(ln vol. in foglio, Parigi, dai tipi di Firmin Didot i8t 7.)
D'e te artigo copio os dois se"uintes paragraphos:
"Un ignore portoghese, distinto non meno p~r la vastit,\ delle sue cogm-
zioni e I'altezza dei suo carallere, cile per la na cIla, ·dopo áver corso con onore
I'ariogo diplomatico e rappresentato iI uo sovrano pres'o le corti di Copenhagen,
di Lonllra e di Parigi, ha ora consacralo pareccbi anni d'occupazione e una parte
ragguarclevole delie ue ricchezze ad innalzare un monumento aI poela, a cui i
suai compatrioti riferi cono tulla la 101'0 gloria nazionale. Dopo aver terminato,
mediante a siduc cure, un'edizione delJ"epopea dei Camoen , la quale si puó con-
iderare come la piü magnifica opera ch J'arte tipografica abbia mai prodotta,
ei I'!la inviata in dono a tulle le pubbliche LJiblioteche d'Europa, a tulte qllelle
deI BrasiJe e dell'America e sino alie e tremilà delle Indie e della China. Ea vo-
lula ch in cia8cuno di qnegli empori dolle arti e delle leUere, iI poema con er-
I'atore della gloria. porloghe e fosse rirrual"l.lato quasi un te oro che tanto piü gelo-
sarnente i custodirebb , non potendo'i urrorrargliene un simile; perció non 1Ia
coo eotilo che pur uno e emplare di quesla edizione venisse posto in comercio.
i puó oUenere dalla sua genero itit, ma non si puo comprare.
"II Camoen, ... no con 'una pietra fu segnato, nel pnbblico cimitero, illnogo
della slla sepollura; e ii i iü granel'uomo clJe abhia prodollo ii Portogallo non
ricel'ette nna te timonianza eli gl'alitudine da quella palria che egli avea copel'ta
di gloria. II i~. di ouza volle riparare quella grande ingillstizia. nazionaIe con
uo alto elel piu pio entu iasmo; in nome elella sua patria, CJlIaotunque coi suo
danaro pal'ticolare egli ha ereUo un monumento ai Camoens, e nulla ha rispar-
miato onde quell'esilllio lal"ol'o fosse degno e di e sa e di lui .
••••••••• "" '" '" 10' '.' '" •• ,. -o •• lo' •••• lO -o ••• 'o' •• _ .... lO ••••••••

. .Dopo quei lavori preparalorj, ii ig. di Souza si rival e a Finnin Didot, il


P!Ü distinlo dc'tipogl'afi france i . e que li, come iI no tI'O Boeloni, ha sapnlo con-
glllgoere alia parte meccanica dei suo Jal"oro tuUo ii gu to deJl'HI'lista e tutte le
cognizioni dei letlernlo. I1a fn o peri Lusiadi uo IlUOVO camUere, il piu perfetlo
cbe ia uscito uelle ue officioe; Ja magoificenza elella carta, l'eguaglianza dell'
IIlchio l1'O, la nilidezza. ammirahile della tampa, sono late proporzionate alia
bellezza deI soggello, o I'opera o stala riveduta snlle prove con ulla diligenza si
~crupnlo ache Unora. non vi i e potnlo scoprire mI fallo .
. . "Gérard ii primo pitlore della cnola .france e, ha assunto di dil'igere le
IIlCI ioni che in numero di dodoici ornano qn lia edizione; sono degne per la loro
bellezza deI nome celebre che portano. Slaccate incioione po sono venir loro pa-
ra~ooale, ma niun libra ancora era slalo adorno di quadl'i i egregi ... u

.o primeiro artigo qne aiu nos Annaes das Sciclllcias, das m'tes e das letras,
p~bhcados em Paris, sob a direcção ue José Diogo de Ma carenhas Nello, foi no
lorno II (ontubro de 1818), ao appar ceI' a di <"lO monumental ]0 Morgado de
~~aleus. Na parte egnnda cl'esse lomo, de pag.·''J, a 86, sob o titulo Noticia da
I,Uel'atum pol'tu!Jue;;a em 1Jai;:;cS estl'angei1'o , I l·se.
"Em um seeulo em que a razãu e a pililo ophia tem feito tão gl"and s pro-
gres os, não podia a littenll.llra ueixar de as acompanhar, e era qua i impo 'sil"el
(Iue os bons talentos qne n'este s culo a cullivam deixassem ele levantar novos
paul'ões ao merecimellto do nosso primeiro Epico.
"O.mais . ublime de toelos os que SI) lhe tem consagrado é ppr certo a l'ica e
bella edição dos seus Lusiadas, que publicou o anno pa ado em París um porlu-
TOMO u (SIlPP.) 9
i3D LUIZ

guez di linclo pelo amor da letras e da gloria nacional. Era derida a Camões urna
edição que, peja beJleza das eslampas, e pela da execu~ão lypograpbica 1'0' e di·
gna da mageslacle da acção do poema, e tia riqueza do lalenlo do auelor, e na
qual o buril ligeiro do arlisla rivalisasse (se lanto é possivel) com o pincel rico
e varia.do elo poeta.
"E para senlir que o philologo portuguez, que não se poupou generosamenle
n'este lrabalho 11em a fadigas, nem 11 elespezas, não podesse conseguir ler pre en·
tes Iodas a edições inleressanle , a fim de consagrar nos mais nilidos e helio!
typos, o mais genuino lexto c1'aquelle ]Joema.
"N'uma obra de lal natlll'eza a orUlOgraphia é uma parte essencial, a varie·
dade e incerteza em que a no sa tem empre llucluallo, é uma con equencia, e
uma prova de que a nossa lingua ainda não e lá fixada. A orlhographia que se
adoptou n'aquelJa edição não nos parece conforme em alguns ponlos com os prin.
cipios mais analogos ao genio e origem lia lingua, maleria que nos propomos des·
envolvoc em um elos seguintes lomos do nossos Annaes; ma deixando ao be·
nemerito edilor a sua opiniãO, o que é mais para sentir é que, independentemenle
d'elJa, ainda alguns erros lypographico escapas em ao seu elesl·elo. Infeliz con·
solação, e tri le desengano para todos os que são forçauos a imprimir I
"Sobre o lexto d'esla bella edição está o celebre impre SOl' Didol preparando
oulra: e alem da que se publieou em Paris de loda as obras de Camões em iSJ ,
acaba de apparecer já e te anno uma nova impres a em AI'inhão; o que ludo
prova a devida admiração e e tima que os verdadeiros ,abios continuam jusla·
mente a ter por este di tinclo poeta.
"Depois do mais bello monumenlo. erigido á gloria de Luiz de Camõe por
um digno nacional, devemos annunciar, como não menos gloriosos para elle, os
que lhe consagram aclualmenle os estrangeiros ... ))
Segue·se e1fectivamente (de pago 86 a 87) uma indicação da versões da obra
de Camões, que tinham aido do prelo, ou estavam prestes a sair, em Londres e
París. E te artigo finda com outras informa~ões litterarias a pago 89 com a as i·
gnatura C. X. (Canclido Xavier).
]'\0 anno seguinte, abril de 1819, appareceu na parle primeira Resenha ano·
lytica do tomo IV dos mesmos Annaes aas sciencias, das artes e das letras, um
extenso artigo critico a proposito da nova edição dos Lusiadas, em 8.°, segundo
constou dirigida e ampliada nas notas pelo Morgado de ~Iatleus, poslo que alguns
attribuis em e sa direcção a Verdier. Corre de pago 3 a.37, e tem as iniciaes F.
S. C., que são de Francisco Solano Con lancio.
O fim principal do auctOl' foi analysar a nova edição que vira a luz em p~.
ris e que o àlorgado "olferecia ao publico reyjst~ correcta e até acrescentada, 111'
tida mas de preço accessivel", porém, antes de enlrar na critica, que prometleu
ser desenyolvida (e é com elfcito) Con tancio louva D. José Maria de Sou a pelo
seu nobre emprehendill1ento, reconhecendo e aponlando os erros da sua ediç~o
grande; cOllfessa, todavia, que ella é mui supel'iol' em merecimento litlerQ1'io, assI111
como sem contmdicçiio o é em luxo e cOl"1'ecçiio lypographica, a quanlas lêem 0PIlo,
recido. E escreve mais:
"Muito bem merece da patria o cidadão que, zeloso da gloria nacional, e in·
dignado da inju liça dos antepãssados, procura de algum modo apagar a l11a~ula
indelevel da ingratidão com o que os maiores lanta~ "ezes acolheram o gemo o
mais sublime, o talento o mais prestanle. Poucas nações foram mais ingralas que
a nossa, para com os varões iII Listres que a servil'am, hOl1J'ara 111, e alé ingr~la a
amaram; e entre todos elles nenhum roi tão maltratado dos eus compatnol as
como Luiz de Camões. Triste condiçãO humana I...
. " .•. Taes monum~nlos, poslo que de nada sirvam aos mortos, podem tall'cz
DE CAMÕES 131

aproveitar aos \'ivo , se, envcrgonhando as nações da ingratidão dos maiores, as


ensinam a não commelter para com os contemporaneos o que tão a. peramente
censuram nos antepassados. Se d'elles não tran luz e ta liÇãO, então nada mais
são que vãos padrõe" de vaidade com que debalde procuram os seus auctores
palliar o meno cabo que fazem do merito desvalido dos vivos, aITeclando tanto
maior veneração para o engenbo dos mortos.
"Nilo faliam por cerlo exemplos de insignes varões portuguezes ainda-exi ten-
tes ou ha poucos annos fallecidos, que viveram vida pobre e angustiada: talvez
que a alguns d'e tes na idadtl fulu~a. se erijam ainda maú olem quando em
I'ida se lh s recu ou até o que por d II'C1[0 Ibes pertenela I
.De culpe·me o edilor de Camões eslas doloro.as e palrioticas reflexõe ,que
nem eu lhe applico, nen.' lhe são ue maneira alguma applicaveis. O sr. D. J. ~t
de Souza é láo conhecido pela nobreza de sentimentos, como pelo seu profundo
saber; é do pequeno numero d'aquelJes homen , de quem se p6de afoulamente
affirmar que, e fdra coero de Camõe , nunca a no sa nação carec\1ra ue quem se-
culos depoi expia se a culpa do portugu zes contemporaneo d'aquelle egregio
vate. Além da rica e explendida edição dos Lusíadas ornada de primorosas es-
lampas, deblL"\aLlas e abertas por insi~nes pinlores e gravadores de Paris, creio
que ao r. D. J. M. de Souza se deve tambem a primeira idéa do monumento e-
pulchral que se projecta erigir em Lisboa em memoria de Camões, no mosteiro
de Belem.
•Só um pezar me fica, e é que, em tão sumptuo a e magnifica obra, de li-
nada pelo seu edilor a ser dada de mimo á universidades e principae billliolbe-
cas, não s6 de Portugal mas de toda a Europa, e a er ofl'erecida ás pessoas da
mai alta con ideração com o intuito de perpetuar e ampliar a gloria da nossa
patria, não haja, além do texto do porta e do trabalho lillerario do editor, uma
só cou a que portugueza eja. Ora, sem meno.prezar o arli las que contribuiram
aaformosear a obra, creio que tanto nacionaes como eslrangeiros teriam vi to
com .ati fação, ql1B na palJ'ia de Camões ainda hoje não e tavam inteiramente ex-
linelas a artes. Creio, pelo mcnos,que um ou dois debuxos do sr. SeC[\leira, e
de alguns do artistas seus collegas, bem poderiam ter OgLU'ado a par dos de e-
nhos que -adornam aquella bella edição.•
D'ahi em diante, Conslancio expõe o plano do Morgado de Matlells na direc-
ção da sua obra em boma de Camões, e, como e diria em pbrase moderna, analysa
os seus processo, e nota as contradic~õcs e os erros em que, segundo o seu modo
de 1'Cf, ineorreu o illo Ire editor, .compa~·alldo al~umas affirmaLiva e pa sagens
da edição monumental com a egmnte edição em lS.O
No Lomo v dos Allnaes citados, de pago 4,7 a 102, ConsLancio publica o se-
gundo artigo d'elle ácerca dos Lusiadas. Não é mcnos inleressante que o primeiro,
e lambem o julgo digno de menção esptlcial. N'elle declara que, tendo examinauo
a. nOl'a edição dos Lusiadas pelo que rcsp ilaya á pureza do Lexto e e caiba das
lições, agora passava a con iderilr o ystema de orthograpbia que o editor ado-
plára emquanto ao poema de Camôe ; posto não fosse inlenção sua discutir a
fundo a queslão da ol'lhographia porLugueza. .
Eis algun dos argumentos de Constancio (pag. 4,9) :
.A (orlhograpbia) de Camões, apesar da suas anomalias, pouco diITere da
actual; não havendo talvez um unico som ll'ado n'aqu lia epoca que não se.en-
conlre no dia de hoje na capilal ou nas proviJlcias, nas classes inslruic!as ou na
plebe.
"Parece pois, á primeira vi la, natural e mui simples reimprimir Camões
c?m a sua ortbographia, como lem feito Lodas as naçõe a respeito dos seus clas-
SICOS antigos. E:u geral todos os editores se lem esmerado em conservar a o1'lbo-
132 LUIZ

graphia dos auctores, lanlo em'razão da pronuncia antiga, como por não desfigu.
rarem estes monumentos das modificaçúes que cada lingua lem som'ido succes i·
vamente. E com eJTeito, mudar a ortbographia de um poeta antigo, e por canse·
guinte al1erar a maneira com que elle recitava os seus versos, é transtornal'·lhea
harmonia, o rbylbmo, e tanto monta a meu ver, como se um habitante da Galliza
imprimisse Lopes de Vega com orlho~raphia gallega.
"Porém isto que eu proponho, e de que podéra citar exemplo$ patrios e es·
tranhos, não concorda com a opinião do sr. D. J. J\I. de Souza, nem tambem com
a do maior numero dos editores modernos de Camões .. oJl
Pago 58:
"A meu ver, importa pois muito conservar em uma ediçn:o classica de Ca·
mões a ortbographia que lhe é propria, como se tem praticado com as nossas
antigas ordenações, como .se acaba de fazer com as cartas de Jeronymo O orio,e
como fazemo com o manuscripto de Fernão de Oliveira. As obras dos antigos
classicos não só se recommendam pelo merecimento inlrinseco, mas são tambem
monumento da lingua que servem a marcar as suas epocas de infancia, de auge
e·de decadencia, e a origem d'onde procede a maior ou menor bastardia, que de
oulros idiomas lhe foi enxertada. Se o systema do sr. D. J. Mo de Souza tive se
prevalecido ha meio seculo, não taria a mocidade de nossos dias lido nos clas ico'
antigos, pera, Pel'o, al'imaL nem teria sabido que o antigos escreveram,.iaa, dao,
mel'cee, reo, l'einha, ho, bõo, escuita?'; e d'aqui resultaria, que não reconheceria a
lingua que fali aram os antepassados na epoca aurea das lelras cm Portugal, que
tão pouco durou, e que foi seguida por uma tão prolongada e deploravol deca-
dencia.Jl -
Pago 60 para 61:
". oo Não obstante ludo o que acabo de expor, ail'outo-me a affirmar que a
lingua portugueza, qual hoje vulgarmente se escreve e falia, onda mui inferior em
valenl'ia á dos nossos antepassados, apenas lhe lel'a vantagem em orthouraphia ou
em pronuncia. Os vicias d'esta sao innumeral'ci na .capital, até entre as pessoas
as mais cullas; não faltam nas provincias, e no Brazil não tem conto. Em ar·
lhographia não é menor a confusão, e cada dia vue crescenuo por tal maneira que
creio poder sustentar que nãu era maior em vida ue Camões, nem nos tempos illl-
mediatos. Quem deitar os olbos sobre as edições de P. Crasbeeck, que foi o lI1e·
lbor impressor d'aquelles tempos, em Portugal, verá que ha menos di crepancla
na sua orlbographia do que se crê, e que o modo de escrever, então mais geral-
mente em uso tanto pelo que toc:a a letras como a accentos, não era mais inca·
herente 'que o de militas escriptores hoje cm dia. .
"Por todas estas razões concluo.. que devem os classicos antigos, e peclal·
mente os poetas, e d'elles mui que todos Camões, reimprimir-se com a sua pro'
. pria orthographia, emendando n'ella só o que manifesta e incontestavelmente for
erro typographico."
Na pago 90 para 9i:
"A vida que o SI'. D. J. M. de Souza nos dá do nosso maior poeta, é muita
interessante, se bem que mui poncos factos novos ajunte aos já conhecidos. pela
falta quasi total de documentos relativos a Camões. O .abio editor se valeu do
pouco que nos transmittiram os contemporaneos do poeta; Diogo de. Couto, e
Manuel COl'l'eia, c do mais que Pedro do Mariz, Manuel Severim de Faria, o Ma·
nuel d'e Faria e Souza trinta ou quarenta annos depois nos deram por averiguado,
como mui bem diz o editor. Pela critica, porém, com que aproveitou estes mes-
mos materiaes, aclarou alguns pontos importantes da vida do poeta.
DE CAMÕES 1.33

.0 que faz . ta vida verdadeiramente digna de elogio, é a patriotica, honrada


e energica indignação com que o illustre e ·sabio editor invectiva alguns contem-
poraneos de Camões, indiano do nome portnguez, e das honras e titulos que avós
benemerilos lhes haviam grangeado, e que não só desdenharam a sublimes pro-
du~ções do vate egregio ma que até insensiveis ao seu exaltado patriotismo,
singular esforço, e ao sangue em tantos combatês derramado pela patria, o mal-
tralaram e perseguiram emquanto vivo ... »
i\a pago 98:
.Pelo que toca a correcção typographica, já dis e que e ta edição é a mais
bem impre a e a mais correcta que até ao dia de hoje se tem feito dos Lu iadas;
tem com tudo, alem das conlradicções t:m orlhographia ja apontada, e outras im-
perfeições systematicas, erros typographicos indisputaveis, dos quaes tenho já
marcado perto de 70, que communicarei a M. F. Didot para que, na edição este-
reotypada que projecta imprimir, os faça desapparec:er.
"Em umma, merece grande louvor o sr. D. J. 1\1. de Souza pelo seu patrio-
tico trabalho, o qual erá de grande ulilidade aos iuluros editores dos Lusiadas,
ainda que não haja delle re ultado uma edição tão cla si a elllquanto ao tedo e
á orlhographia como era de esperar de edital' tão douto, Ião laborioso, e que se
não forrou nem a despeza, nem a trabalho para ericrir um digno monumento do
I'nle nacional que elle tanto admira, e que lanto m rece ser admiradl).»
Em resposta ao que Francisco Solano Con tancio e crevêra no .Annaes, o
amigo do Morgado de Matteu , Bento Luiz Vianna, lançou ·â publicidade a ua
Breve "es]Josta á c/-itica da nova ediçiío dos L SIAD.'lS publicada em 8.° n'este
a1l1l0, pOI" Firmino Didot, etc. Paris, na ollicina de P. N. 1I0ug-erolJ, i '19. 8.° de
36 pag.-Tem no fim a data de 26 de junho de 1819 e no P. S. a de 1.2 de julho
do me mo anno.
Em primeiro lagar, defende o editor da monumental obra do proposito, que
lhe atlribuíra, de que a edição em 8.°, então posta á venda, erviria de certo modo
para compensar as de pezas da primeira, e as im e esbulharia o Morgado de Mat-
teus "da gloria, qUtl lhe proviera de levantai' á naç.ão portugueza.lão perdurave1
monumento». E pro.egue (de pago 2 a 5):
. •De de a ua mocidade, o Seohol' D. J. .M. amante e enthusiasla de Camõe :
la limava tão gral1lle homem, que raro em virtude e merecimento, ó dos seus
contemporaneos obteve despresos, ingratidõe, inju (iças, crueldades, ex-ilio , to-
das as desgraça emfim, todos os tormentos, com os guae lultando paciente o
Yal:ilo~irtlloso, olTerece aos Deozes o digno espectaculo qllC os contcnta.! Mas no
meIO dessas. pezarosas renexões, o apaixonaLlo do Lu o Homero, projectou pa-
gar-lhe o tributo da sua admiração, e reconhecimento, ofTertando aos seus com-
palnotas, e me mo ao diversos monarchas, e livrarias estrangeiras, o (exto do
eu magnifico po~ma magnificamente impre soo Por varias occupaçi'ies a que longo
tempo se entregou no erviço do Soberallo, ó na sua vida retirada poude o e-
nhol' D. .J. 1\1. realisar os scus bons de ejo : e como reside em Pariz, escolheo
e la .capltal, onde lanlo florecem II artes, afim de crue se dessem as mãos a su-
blunrdade do poema, a belJeza typürrraphica, a perfêição do desenbo, e a delica-
deza do bmil. Mas o deparar-lhe a venlura um Firmino Didot, um Gerard, artis-
las tão babeis, tão distinctamente conhecidos, clá azo ao critico de blazonár de
patrioli~o, desejando que lJelo menos um O!t dous desenhos elo Senho?- Sequeira

• I SEN. Lagar mui conhecido.


13q, LUIZ

adornassem aqnella bella edição. Longe de nós deseonhecer o merito do Senhor Se·
queira; mas estando o nobre editor em Pariz n'um tempo, em que a guerra tantos
paizes a solava, havia grandes meios de obter de Li boa es e desenho? E dado
que os houvesse, onde iria parar a unidade de concepção, a identidade de e lilo,
absolutamente necessarias nas artes de bom gosto? A Academia Beal daR Scien·
cias de Lisbua não foi tão patriotica no seú relataria: 1 não se lembrou de que po·
dera reinar uma grande harmonia, e unidade, entre de enho executados, un em
Pal'iz, outros em Li boa, e outro talvez no Pará, ou na China. Quanto mai que
o affago, o excessivo disvello com que o Senhor D. 1. I. trabalhava a'esta edi·
ção, carecia ter presentes os artislas, para de toda a sorte os animar, er-Ihes
guia nos seus planos inventivas, e por si mesmo observar os progressos, que cada
um fa7.ia na parte que lhe locava.
"UIT,a da grandes objecções 00 critico (chamamo ·Ihe grande, porque a re-
pete nJUi tas veze ) é que o enhor D. 1. M. não vio a segunda edição de 1572, nem
as duas de Lyra de 1584 e 1595. Sobre e ta objecção diremos, que o maior defeito
da critica do Senhor F. S. C., é ser inteiramente feita sem o cabal conhecimento
da materia, e só pelo que apprendeu da advertencia e notas do Senhor D. J. M.
A não confe sal' esle ingenuamente desconhecer as sobreditas edições, nunca o
critico o advinhára, pois nem conhece as primeiras de 1572, riem alguma das de
Manoel de Lyra, o que se conclue evidentemente, quanto ás de Lyra, de ta pas·
sagem: He verdade q1le o Senhor D. J. nL tem em sel~ poder mn exemplar da 3.-
edição ~e Manoel de LY1'a com os commentos de Jlla1loel CO/na, amigo de Ca·
mões, a cujo l'OgO as compóz, publicado á custa de Estevão Lopes em 1597. O cri·
tico engana-se: a edição de 1597 não contém os commentos de Manoel COITea,
só impres os em 1613. A duas de 158~ e 159'1 não declárão 110 fronti picio te·
rem sido feitas pelo original antigo; nenhuma lem privilegio, o qual e acha ó
na 15\:17, etc., elc. A de ordem que reina em Ioda a critica, e a qual não quizé·
ramos imitar, nos forra a r sponde!' de uma vez ao que nos resta ainda das pri·
meu'as 18 paginas do q,.O volume dos Annaes.
"Estava o Senhol' D: J. 1\1. persuadido que, ao menos, a primeira ediçllo de·
via ser feita pelo M. S. de Camões, e vi lo não con tal' que o poeta désse apre·
ferencia á 2.", que em muitoR IUl(al'es emenda a primeira, resolveu·se a seguir o
texto da edição princeps, conservando, escl'Upuloso, tudo o que lhe não pareoia
ser erros manif slos de impl'es ão, os quaes prudente corrigio com os mais edito-
res. Ora se o Diccionario da Academia (e n;lo d um critico) dá a preferencia ás
v
primeiras ed. de 1. 72, ·podia o Scnlnr D. J. M. escolher um m'Jlhor modnlo do
que a e(1. pl'inceps, a qllal deve infallivelmente ser a mais conforme ao M. . do
nosso poeta? Era absoll~tamente necessal'io coteja-las, a '1" e 2." (diz o crilico);
sim, conferio-a ; uma vin corresponden_ia co:n o Visconde da Lapa, e com.o
Coronel Anastacio Joaquim Rodriguez e Antonio Ribeiro dos Santos, o in lrUJo
das lições iliver as da 2.", que existe na Bihliotheca Real de Li hoa. Donde vem
que os vptos do critico, n'esta parle, farão sati feitos ... "
D'ahi em diante Bento Luiz Vianna analysa, mai vil-lorosarnente, e não sem
alguma phrase mais aspera para CO:Jstancio, o artigo dos Annaes, a que re"ponde,
defendendo o modo couro, sob o aspeclo lilterario, o Morgado de l\lalteus fizera
a sua edição.
Ainda com referencia ás edições do Morgado de Malteus foi, em 1826, pu'
blicada uma
Lettl'e à l'Académie Royale eles Sciences de [,isbonne,. sw' le texte des Ll/~ia'
des, A París, chez Treultel et Wurlz, libraires, rue de Bou1'bon, n° 17; à Stras·

I São executadas (as estampas) em ~eral sobre um deseubo, e por um buril que faz bonra aos M!;'
Ires quu as desempenhárão.
DE CAlIlÕES 1.35

hourg et à Londres, même mai'on de commercc. 1.826. 8.° de 4 jn-77 pago - O


lilulo do ante·rosto é: Lett?'e SUl' le texte des Lusiades. o verso d'e te: lmp"imé
cliez Paul Renolta?'d, Rue Garal1ciére, nn 5. No fim do opusculo vem a assigoatura:
Mablin, sous-bibliothécaú'e de l' Unive?'Sité de Fmnce, e a dala: "Paris, le 1.5 mars
1.826.lI
No estudo de Mablin não só é analysada a nova edição em 8.° publicada em
i8J9 sob a direcção do Morgado, mas tambem o auctor se demora em responder
a Vianna em a sua conlroversia com os redactores dos Annaes.
A esla serie de lestemunhos junlarei os que se me depararam no tomo 11 da
Historia dos estabelecimentos scientificos, littemrios e artisticos de Portugal, pelo
sr. cunselheiro José Si Iveslre Rii.Jei 1'0, o qual lralando de pago 324 a 334, da obra
monumenlal do Morgado de Malleus, copiou, lraduzida ,as tres carlas em que
Mad. de Sousa, esposa d'aquelle nobre portuguez, communicava â sua intima
amiga, a condes. a Albany, viuva de Carlos Stuart, alguma observaçõf~s âcerca
do giganleo e despendioso emprehendimento, e da distribui ão da nOI'a edição dos
LtlslQ,das. Com a devi lIa venia Iranscrevo em seguida da obra cilada as tres car-
las:
PIUlIlEmA CARTA DE ~'4\O. DE SOUSA Á CONDESSA ALDA.1'1Y

"Paris. Oulubro de 1817.-Minha querida amiga. p"ço·vos que deis c:Lbida


na vo sa bibliolh ca ao livro que o sr. de Souza imprimiu ha pouco, e ml0 ha de
ser po lo ti venda. É puramenle uma homenagem que elle rende ao eu paiz, ao
qual faltava ainda uma formosa edi <10 de poeta que tão brilhanl mente cantou
odescobri meh to LIa Inr.l ia e o tempos das glorias porLul.luezas. Se podes ei ler o
ultimo. da Advertençio, facilmente formarieis conceito elos sentimentos que in pi·
raram meu marido. E (I'elle a oO'erta..
,,0 /lOSSO Call1õe só t~râ duzenlo exemplares, que hão de ser enviados a to·
da as bibliothecas da Em'opa, e olferecidos a um pequt1llo numero de amigos,
capazes de apreciar e la nobre e p'llriotica empreza. Emfim, havia cenlo e cin-
coenla annos que nin f1 llem a tomava sob si; e não creio que haja t1xemplo de um
parlicular, não muilo rico, C]ue l nha feilo uma tão bella eeliçáo, prohibindo aliás
a ,'enda de um exemplar sequ!'r. En~ho-mn de orgulho; julgo-me feliz; e lodos
os.elogios que m u marido aqui rl'celJe, a tal ponto lI1e exaltam, que não tarda-
re! a ler uma cabe a altiva, e UI11 talbe de menina ele quinze annos. Toda vossa
querida amiga."
SECUNDA CAllTA

"Paris. 23 de Novembro de 1817. -Estou furiosa, minha querida amiga.


Ib mais de ei semana qu-' vos escrevi, remetlendo-vos um exemplar da nossa
e~lção de Camõ s. O . r. de Souza metleu a minha carta e um exemplar dos Lu-
slndas n'uma caixa, com direcção ao conde do Fun hal, e a entregou ao encarre-
gado dos negocios de Portugal, qu promelteu fazel·a expedir. Julgava eu que
ludo linha che~ado já ao eu deslll1o; mas soube hontem que aquelle senbor en·
cal'l'egado linha ainda a caixa em sua ca a, aguardando, com uma lJaciencia toda
pOl·tllgueza, a occasião de mandar algum correio á Italia.
"Acreditae, querida amiga, que lerieis sirlo uma das primeiras pessàas, em
quem eu e o meu marido pensassemos para \'os enviar uma obra, que em verdade
lel'e o melhor exilo, e por c~rto a mais bella que jamais saiu das imprensas de
Frallça. Nem um só exemplar lia de vender-se. E uma especie de mllnumento
que meu marido quiz erguer â sua patria, e ao poeta que lão altamente cpl brou
a época da gloria portugueza. Sómenle fez tirar 200 exemplares; e seja dito en-
Ire 06, cu lou-lhe is lo mais de sessenta mil franco. Tenciona daI-os a todas as
bibliothecas e academias de arllbos os mundos, e ofrereceI-as aos seus mais illti·
mos amigos, ou a parliculares que tiverem bellas livraria. Por lodos estes titulos
136 LUIZ

devieis ter o primeiro exemplar; graças, porém, áquelle senhor, está ainda em
Paris a caixa, e quem sabe quando será remellida ...
,,0 sr. ue Souza mandou um exemplar a el-rei (Luiz XVlI1), e ás principaes
bibliothecas dF3 Paris. S. M. acceitou o que lhe foi olferecil1o, e muito o admirou,
mostrando-o por e paço de tres dias a toda as pessoas da côrte, e confe ando
que ainda não tinha saído da impren a frnncezas COlI' ii tão formo a. Eis aqui
um verdadeiro triumpho, e tanto mais lisongeiro, quanto os enhores corlezão
não o esperavam!"
TEIlCElHA. E ULTDIA CARTA

"París, 21 de Dezembro de 181 i.-Agora mesmo recebemo, minha querida


amiga, a vo sa. carta de 5 do corrente. Grande sati facão tenho em que e.tejae
content~ com o nosso Camões. No meu conceito, e sob o ponto de vista arti.tico,
a mais bella gravura é a de To chi, ele Parma.
"Se pude seís imaginar quantas liela e despezas custou a meu marido, vae
em cinco. annos, esta empresa, haverieis por certo de lhe elar ainda maior estima·
ção. Quan:as vezes não e demorou elle na olIicina do sr. Didot cinco, seis esele
horas! Nem o campo itor, nem o revisor sabiam a lingua portugueza' de sorte
que a obra era impressa como se fos e um quaelro de mosaico. Emnm, cheguei
muitas "ezes a receiar que a saude de mcu rnarielo corre e perigo. N:1o queremos
galJàr-nos elo que se despendeu; seria este capitulo uma IOll~1!1'a seria, aos oUJO
dos homens frios, incapazes de sentir o extremo goso ele uma alma noiJre'e ge·
nerosa, ao alevantar um monumento ao cantor sublime das glorias da sua pa-
tria .. _ No que me diz respeito, nenhum merecimento me cabe, senão o de haver
promellido a meu marido diminuir, quanto po sivel fú e, todas rrs dcspezas da
casa, aHm de que seu filho não ache ele menos - na '\la fortuna- aquella omma,
e fosse resgatada pelas nossa cconomias, se vive semos ai nela alguns anno !.
Entre a eelição gl'antle e a pequena, para a qual trabalhou tambem, comojá
mencionei o Morgado de Malleus, e que adiante vae descripta, apparcccu a se-
guinte:

58. Os Lusíada, Poema do arande LtbÍs de Camúes, seguindo o legitimo texto.


Avinhão, na onicina de Fntncísco Segu'in. 1818. 8.° 2 tomos, com Ij-202 e 270
pago -Parece-me que o editor foi l'heophilo Barrais; pelo menos a declaraç:io da
venda, que vem no verso do aute-ro to só respeita a e se livreil'O parisiense.
_-o aviso previo (pag. v) lemos a menção do proce o seguido para esta edi-
ção:
('o discurso preliminar, e a vida de Luis de Camões, ão extmhidos das edi-
ções das Obras cl'este insigne Poeta, recentemente publicadas em Lisboa pelo se·
nhor Thomas Joseph de Aquino. .
"As Estancias que servem de eleclarar o ar~ull1ento ele cada um dos dez Can-
tos elo Poema, são de João Franco Barreto, philoJogo nolavel do XYJI seculo, au,
thor tambem elo indice elos nomes proprios, ajuntado no fim da obra, no -qual
acha-se copiosa noticia rIa mythologia e historia que o Poeta toca.
"Emquanlo ao Texto tio Poema, temos seguido a famosa edição de l\Ianuel
ele Faria e Sousa ... "
A declaração do livreiro Barrais, qua ~oelavia se vê liem expresga na ediçãO
de 1820, acima notaela, não aiu em alguns exemplares. A bibliolbeca nacional de
DE CAMÕES i37

Li boa po sue dois, n'ulU vem, em outro não, no ver o do ante-rosto do tomo 1
(Iomo primo, sic.).
Pos uem tambem exemplares, em Lisboa: os srs. fo'eÍ"nando Palha, João Anto-
nio Marques, Antonio Augu lo de Cal'valho Monteiro, João Henrique UJrich, An-
tonio Maria do Santos Aglml e a bibliotheca da imprensa nacional; no Porto,
os srs. José Cario . Lope ,Antonio Moreira. Cabral, Narciso José de Moraes, e Tito
de ~oronha; e no Hio (le Janeiro, a hibliotheca nacioual.
.1 0 leilão de Sousa Guimarães, um exemplar foi vendido por HOOO réis' e no
de Gomes Monteiro, por 4,$800 réis.
':<-
''-' '"
59. Os Lusiodos, poe.ma e]Jico de Luis de Camúes. Novn ediçiio c01Tecla, e
dada á luz, conforme â de 1817, in-4.", POI' Dom José 1101'ia de Sou::;o Bolelho,
Jlomodo de Alol/eus, Socio da .Acad~mia Real das $ciellcias de Lisboa. Paris, na
officina lypo"raphiea de l~irmino Didot, impre pr do rei, e do in tituto. MDf-cG.ux.
8.' gr. de vlll-cx-4,20 pago Com o retrato de Camõe gravado em aço. E copia
do que foi originalmente feito pelo pintor Geral' l para a edição grande, conhe-
cendo· e apena , com allenta confrontação, algumas pequenas e1iO'erenças no tra-
ço, porque ete é obra só do grava(lor Hoger, e o outro é dl::senhado e gravado
pelo proprio G'rard com retoques ele To chi, como já indiquei.
Tem aviso ao leitor (pag. v c 1'1); dedicatoria a el-rei (pag. YIl e VIll innu-
merada); aelvertencia (pag. I a. XLV); viela de Luiz de Camões (pag. XI,YIl a XC).
e'uem-se o Lu iadas (pag. '1 a 375); nota da advertencia (pag. 377 a 1j,0y,); e
nola da vida de Camões (pag. 405 a 420).
No aviso preliminar' ao leitor, Didot declara que pediu e alcançou licença de
Morgado de Malleu para fazer em 8.° uma reimpressão fiel ela edição grande, o
acrcscen I a :
"... julguei fazer um ervitlo agradavel á nação portugueza, e á sua Jittera-
lura, e, alcançando licença cIo dito Senhor, reimprimisse em 8.", e copiasse fiel-
mente o te'(to do poema, com n advcrtencia, n vida do poeta, a lJota, e o mai
lrabalhos Iitlerarios que o enhor ollsa tem fp.ito a esta epopéa. O nobre e sabio
editor não sómente me COIl 'edeo a faculdade por mim pedida; Olas quiz lambem
que ao seu precedente Iraballio juntasse eu, n'esta ediç.ão, o que novamente fez
e te anno, depois de conferida por elle a duas primeira, e originae edições de
1572, cuja variantes ficam endo mai dislinclamellle conheciclas; bem como a
certeza da primazia, enlre uma e outra, pócle ser agora mais exactamente deter-
minada; reluzindo outro sim. com a maior evidencia, a supel'iorid~lde de ambas
sobre todas as que depois d'ellas se lem em diversas epoca , publicado até os
no so dias. Para e1ar maior realce à minha emprez,t, permilliu-me finalmente o
me mo Senhor de hril)dar o publico com a copia do retrato de Camões: assim
os que amam Carnõe , e que e deleitam de lilteratura portugueza, encontrarão
n.'e ~a minlia ediç;lo o mais COlTecto texto, e ii fllai ampla prova do de velo e co-
nOS1(lade com que o incansavel editor se esmerou em e1ar ao poema dos Lusia-
das todo o esplendor qu lhe é devido; honrando por este modo, e quanto lhe
fOI.pos il'el, o glorioso nome de seu auclor: pois alé quiz ajuuar.me a rever e cor-
n'lr as provas typographicas d'este livro, em que puzemo ambos o nlaior cuidado
com o tim de obtermo que a sua publicação in-c.' ... possa (nn falta da edição
grande) supprir pela correcção e nitidez do seu texlo as outras duas, hoje tão ra-
ra , dp, 1572 ... "
138 LUlZ

EmquanLo a correcção, esta edição é superior á de 1817, porque o Morgado,


como se infere de suas nolas autogra phas, já ciladas, preparou novos elementos
para a corrigir.
No fim da adverLencia (pag. XLIV e XLV) foram cortado os doi paragraphos
que se referem ao impressor Didot, na edição de 1817. O primeiro começa: "Para
que esLa edição emlim fosse (ligna do nosso poeta e da na 'ão, empeniJei M. [lir·
mino Vidol», etc. O egundo começa: "Convidei M. Gerard, membro do ln tilulo,
famoso pintor de que a França se honra ... para dirigir os desenhadore e gra·
vadores» etc.
A nota I da aell'el'lencia da edição de 1817 começa (pag. 377):
•CertifJcado da existencia de e terem feito duas impre sões dos Lu iadas
em i572, e de enganado de obter um exemplar da que me faltara, para poder
confrontai-as, recorri aos meu amigos em Li boa ... "
Termina esLe paragl'apho a pago 378 as im:
"Suspendi em cOllsequencia a minha impres ão durante cinco mezes; mas
'vendo que me não chegava cousa algnma, que se malograram a minha e pe·
ranças em termo, achei-me na pl'eei ão d continuai-a, sem ajuntar mai do que
as notas das primeiras 2:1: esLancias, de que o publico fará o eu jui20.»
"Na edição de 1819, o paragrapho primeiro da noLa I da adl'erLencia (pag.
378) é assim:
"Cm'Lo de e terem publicado duas edições dos Lusiadas em i572, ambas por
Antonio Gouçalvez, fiz inutilmenle as maiores diligencias para obter um exem·
piaI' da que me faltava, por todo o tempo que empreguei na minha eelição. Sa·
bendo porém que a H. bibliotheca u.e Lisboa po' uia um diverso uüs doi, que
eu tinha. remelli aos meu amirro ali o (uc-simile elo fronti picio, e ele outras
folha afim de fazerem a confrontação, e wdi-Jhes copia exactas dos lagares nota·
veis em que podia, haver control'er ia. POL' esle meio alcan~ei a notieias lJibli~·
graphicas que dei na minha ediçãO, e pude verificar o modo por que a duas on-
ginaes davam as lições cOlllrol'erlidas. Srntia com ludo não ter podido eu mesmo
collecional-a , e publicar todas a variantes d'ella . Ninguem conhecidamenle o
tiliha lei lo. O Senhor A. H. dos Santos, sabio indarradur das nos as anlirruidades,
conres ou ,,:'Ião ter confrontado a duas ediçõe , mas presumir que os editor~
,,1'tIanuc,1 de Faria e o P. Thomás tinham lomado por duas e diver as, o que fOi
"realmente uma só, na qual toda a differença se reduzia á mudança de algumas
"Ielras, ou cau a levi~ ima, ell'eilos de mendas e retoques nas folhas de impr~~'
" ão", ('lc. Cm dos sub·])ibliolhecarios dis e im ter feito e le Lrabalho, mas Ja·
mais communicou senão a confrontação (las primeiras 2'"
oitavas, l1pesar de re·
petidas iJlstancia ."
Segue-se a esle pararrl'apho (de pago 378 a 386), o supplemento, fielmente re·
produzido, que o Morgado de Matleus escreveu e mandou illlprimir para comple·
tal' a edição monumental, e de que já fiz acima a devida menção. . .
O supplementó começa: "Depois de ter publicado a minha eJi ão ... » e ter·
mina em meio da pago 386: "Por todas e las razões, confesso dar maior credllo
.e preferir o texlo da primeira ... "
O Morgado de latleu acre centou, porém, esta nota para responder a al~uOs
reparos criticos que Ille hariam ido dirigido a proposiLo da edição granae, e
DE CAMÕES :1.39

reiterai' argumenlo que pozera na sua carla á academia real das sciencias de
Lisboa, E tas reflexões vão do fim da pago 386 até qua.i o fim da pag, 388.
Transcreverei os primeiro paragraphos:
,Parecia-me ter dado na ad,rertencia as suJIicientes clareza, para que os bo-
mens doutos e curiosos, conferindo as dlla edições originaes e a minha, ficassem
satisfeitos de eu ter seguido a melhor e mais conecla lição, e de ter adoptado a
orlhograpbia mais conveniente a um poema classico e conhecido em Ioda a Eu-
ropa,"Alguns reparos CI'ltlCOS
,, porém, que me foram d'JrIgl
. 'd os, obI'Igam-me
. .
a aJun-
taI' aqJi algumas explicaçõe mais ampla.
"E tas criticas reduzelll-se a dois pontos: L° Sobre a preferellcia que dei,
indevidamente na opinião de altrun , á primeira edição de 1572; 2." Sobre a 01'-
lhographia, que uns de ejavam toda modema, ao me mo lempo que outros me
arguiam de não ter eguido empre a mai antiga, e de commeller assim um ana-
chroni mo, e mo traI' faHa de attenção á euphonia. ,
,Pelo que diz r peito ao 1.0 julgo ter a saz fundamentado a minha opinião,
de que a edição primeira foi por certo feita obre o manuscripto de Camõe , o
que deve fazel·a preferivel á outra, cujas variante não e sabe quem as ordenou.
Tendo publicada e ta , cada um póde e colher a eu gosto as que mai lhe atrra-
darem, porque julgaria improprio e oITensivo dar as rasúes por que rejeitei argu-
mas da segunda ediçãO, convencido por ella de não Eerem de Canlões.
"Em quanlo ao 2.° talvez fo se sufficient.e deixar ao eclarios da moderna,
ou da antiga orthographia, acordarem-se enlre si, quando nem hoje temo, nem
na antiguidade tivemos, uma orlhogrnphia, e que nos mesmos livro e acham di-
versas .. ,"
oMorgado apre enta exemplos da orlhographia que adoptou, afirmando que
ofizera por lhe parecer evidente que não otrendia a memoria do egregio Camões,
etermina:
. '~,io teria re~pondido a e ta crili a, não fosse proveito o evitar a futuros
editores o defeilo de. publicarem livros cla icos com plehea e m~ clauas orthu-
gr~phia lem _'IJJo erem accu,aclo da culpa de anaclJroni m por fanalicos de
I

semelhante anligualhas.
. •Outra singularidado me deixou alloniLo, qual a de aber, que entre alguns
proJeclo dlJ e dar ullla nova edição do poema se conceb I'a a idéa de ajuntar
como lições varias, as alteraçõe de tOU<lS IIS oulras, i to e, a ignorancias e faltas
de gosto com que Lem rarios editores enxovalharam, drpoi da morte de Camões,
a ua obra immortal."
La- e no fim d'e ta edição (pago 4,20) uma nola ácerca da falsiflr,ação pre-
parada para dar ao preloluma reproducção do Lusiadas, com exlraordinario nu-
mero de variantes. E a p ça de um proce o, em que entra Filinto Ely io como
figur,a principal. Para re peitar a ord '111 chronolotrica dos ucce os, abrirei em
, uJda um parenthesis para dar idila de tal incidente. Não m'o l~varão em mal.
Po u.rn ex em pi, res: em Lisboa, a bibliotheca nacional (doi ), e o rs. Fer-
nando Palha, João Antonio ~l<u·ques. João Henrique Uirich, Antonio AlJlfUStO de
~arvalho Monteiro, Antonio Maria dos Santos A"ard, Carlos Cydllo áa Silva
IClra e Bl'ito Manha.; no Porto, a bibliotheca publica, e os srs. dr. Jo é Carlos
~ope , Anlonio Moreira ('abral, Joaquim P dro cIlJ ü\-iveira Marlins, e visconde
aj.EI'ITIlda; na ilha. de S. Miguel, o sr. José do Canlo; no Rio de Janeiro, a bi-
hlotheca nacional.

o preços lêem ido mui diverso': no leilão de Ferrão (em :1.883) foi yendido
iflO LUlZ

um exemplar por 2~000 réis para o SI': U1l'ich; no de l\'1inbav~ (i885) outro não
passou de i,ll750 réls; no de Sousa GUImarães, por h'l350 réls, e no de Gomes
Múnteiro, por 2.~300 réis. No ultimo (Jatalogo camoniano da casa Aillaud, de
Paris, vem annunciado por 1.0 franco. No da casa Kiihl, de Berlim, tem o preço
de :12 marcos e 50 com a nota: "EeUe eclition et tTes j·echel·clu!e."

Esta edição eITectivamente não é rara, mas não apparcce mui las vezes no
mercado, e, como é estimada, tem empre compradores até por preço mais ubido
que os dos leilões men~íonados.

A nota final posta pelo largado de Malleus na pago {120 da edição de 1819,
cilada, é do' teor seguinte:

"o annuncio de um manuscripto do poema de Camõe , com muitas varion·


tes, que pretende o seu autor ter descoberto em Paris, e dar ao publico, obri~a'l1Ie
a preveni-lo contra a fraude lilleraria de um segundo Montenegro, e perando que
este avi o (fundado no meu conhecimcnto ha muito annos d'aquelle fingido m.)
seja sufficiente para evitar o escandalo que occasionaria a sua publicação, com
tanto desdouro do ~ra.~de poet~, ~omo da nação port.ugueza. O .ma~u cripta de
que e te se diZ (Jopla Jamais eXlsllu; as suppo tas vanantes são lIldlgnas de Ca·
mões; de tudo o que teDho exuber:\Jlles provas. Leio, e apenas acho estancia que
as sacrílegas mãos não profanassem. A nação deve pór debaixo da sua salvaguarda
esle monumento nacional, para defendeI-o de similhantcs allentado ."

Um aviso d'esta ordem, escripto e' mandado e tampar em livro por homem
tão delicado, Ião Lisarro e tão conspicuo, como D. José Maria de Sou a, nascéra
de um alLo sentimento patriotico e só podia levar sobrcscripto para pessoa que
tivesse talou qual considcração na republica lilleraria. Ma5 occultou-lbe o nome.
Alguem, mais perspicaz, é que podia suppór que as palavras "as saerilegasmúoslIúO
JJ1"O{anassem" eram de molde a denul1l~iar o caracter sacerdotal a quem se endere·
çavam.

De que, e [le quem, se tralava, pois? O Morgado sabia as minucias da fraude.


O publico ignorava-o.

O aviso, ou a denuncia, do Morgado póde agora dizcr-se que não foi espon'
taneo. Foi incitado pelo proprio Filinto. Elle foi (ruem se denunciou e reinCidIU.
Em uma nota ao poema Obel'on, no tomo II da segunda cdiçãO das obras, fmlo
em Paris em i8i7, sob as suas vistas e direcção, de pago ii para i2, escrel'eu
Franci co Manuela seguinte:

"N'um poema como este, que não desponta de sublime, não é lermo haixoe
vil a voz a/1Jana. Não o leve por lal Camões nos heroicos Lusiadas, quando can-
tou no canto rr; est. 95 :

"Cobre ouro, cobrem grãos de aljofar tudo,


"E cobre ouro as alparcas de veludo.

"Cito um manu cripta rarissimo, que se diz emendado por Camões meslllo;
e cuja copia tambem rarissima, eu possuo, porque ainda não acertou com curiOSO
comprador."
DE CAMÕES 14:1.

Heincicliu na ode a Houliez, no lama !li, ela mesma edição, onde leio:
lIÉ a copia de Camões, limpa uas nodoas
liDos ignoranles prélos.!
Os redaclores dos .Anllaes elas sciencias, das al·tes e das letms não quizeram
comludo guardar o segredo, e, com a censura do. nela praticado pelo Morgado,
expliearam o enygma. Islo explica um lanlo o azedume com que Conslancio se
DCCUPOU da edição dirirrida pelo noure porluguez. Vimos a amoslra da critica. Ve-
jamos n.replica de Conslnncio ao avi o no tomo v, cilada, de pago 99 a 102:
"Anles de concluir e.te artigo não me é possivel pa sal' em silencio a ultima
das noln d'esla nova edição, nola crue muito me peza que o edilor puulicas e.))
Transcreve a nola acima, e continúa:
.Quem crerá que e le Segundo .Montenegro, obscuro e inepto viciador dos
Lo iada , que 'esla muo ]Jl'O(ana que mUlilou os versos de Camõc:s, dos quaes mui-
to" alé qualquer alumno do Parnaso poderia emendar ou melhorar; quem crerá
digo, que o culpado do maior delicto litterario auaixo do de calumniar. eja. o
honrado l'rancisco Manuel? O grande vate Filinlo, que tanto admirou a Camões,
e. que do r. O. J. M. de ouza, por occa ião da sua ediç,lo dos Lusiadas, diz
... oh ouza
Vivirá ,quanto vi I'am o Lusiadas,
A Pnlr'ia, dos Lusos caro
não merecia por cerlo lnnlo de preso, nem tallingungem ainda qnando o sr. D.
J. ~l:lrin de ouza tivesse prova exuberanles da fraude. Porém, eu duvido muilo
que elle l nha e sn prova, e e n lem, cumpre que ns (1 ' ao publico, agora prin-
cipalmente que é morlo Filinlo, e que .como morto Ó se lhe deve justiça e er-
lIade. Eu lnmbem lenho examinndo o lnl mnnuscJ'ipto, e declaro que muitns das
correcções são en ntas, e que outra não ão nem mai nem meno. dignns de
Camãe, que Ulll grande numero de expressões e de vel' os, que desreiam o seu
poema. Querei' pelo merecimento intrinseco de variantes ajuiznr se ellns são do
proprio nutor ou de mão e tranha, é a meu vêr imprnticavel quando se considera
que os maiores ngenilos fizeram emendns e mudnnçn ás sun obras, das quaes
muitas fOl'nm com razão julgadas indignas tI'elles; e é bem sabido que os maio-
~es poeta preferiram qunsi empre entre ;IS suas obra ns mnis' amenos. Tudo
Isto depende da idade, da di posiÇão dos auclores, e de mil circun tancias que
lornam em dilTerentes tempo o mesmo homem tão de semelhante de si me mo.
·'e o honrado e grnncle Filinto forjou este manu cripta de Cnmões, deve
co~re sar-se que uem rrrnluitamente commelleu este deliclo lilleral'io, primeiro e
unlCO em tão dilatada e hOlll'ada vida: c1'el/e nunca tirou proveito, e por certo
nenhuma gloria d'ali podia resultar-lhe. As variantes ão muitas, mas qunsi to-
das. consistem em leve mudanças de palavras' e parece incrivel, não digo que
Fllmto mas que o mais lri le poeta querendo !l'lpl'ehen] r 3. emenda dos "er'o
dos Lusiaclns fosse lão parco nns sua correcçõe, e deixas e subsistir tantos maus
eprosnicos verso que a cnda pnsso se encontrnm em Cnmões.»
Apontn ell1 eguida as varianles que Francisco Mnnuel pozm;a no cnnto J,
de qu~ Conslancio declnr3. que teve copia; e compara· as com passagens iguaes
da ecliç;10 do Morgado de Matteus, e termina: .
"Examinem-se nos eus lognres, e ver-se-l1a, se não me engano, que loclns
I .Manuscriplo rarissimo de Camões, copiado na llaj'a (lor inteiro.'
!q,2 LUlZ

estas, e outras muitas mudanças do manuscriplo são boas e não indignas de Ca.
mões. O leitor comparará e decidirá.»

Não sei se o Morgado de Matl~us replicou a es a re posta ou se se conten.


tau com o seu avi o, a que julgou conveniente dar permanente publicidade dei.
xando-o n'um livro immorredouro. Parer.e-me que se elle qui7.esse apresenlar
provas, não lhe faltariam.

Muitos annos depois, segundo posso inferir de I1ma nota ua, o sr. vi conde
de Juromenha, an colligir os trabalhos para a apreciavel edição das Obras de Lllil
de Camões, quiz levantar mais uma ponla do véu que escondia o trama lillerario
de Filinto, e no tomo j (de pago 386 a 389) inseriu dois documentos mui inte·
ressantes.

O primeiro, é a carta em que Franci co Manuel olIerecia o manuscriplo, de


que se trata, ao conde de Villa Verde, para que este Ih'o comprasse.

_ O segundo é uma noLa, em que Manuel de Araujo Porto AIE'gre (barão de


Santo Angelo e consul geral do Brazil E'm Li hoa por mui los annos), Íllformm
como todos os manuscriptos ineditos de Francisco :Manuel, incluindo os ralos
Lusíadas, tinham passado para a mãos do C"onselbeiro Sergio Teixeir,\ de Macedo.

l'ia carta ao cOl)(~e de Vifla Verde, que póde ler-se na integra no lagar da
obra do sr. visconde de Juromenha, e crevia FilinLo que Lirára a copia de sua
letra de um traslado dos Lusiadas E'menuados pelo auctor, e com 2:0UO vari:,n·
tes I qUI> es e Lraslado perlenc~ra á livraria de uma dUl]upza; que tenuo fallecido
ella, e a pe soa que a represelltal<a, os livros, que lhe pertenciam foram naLural·
mente desba.ratados, e os manuscri ptos extraviados ou ra gados; que por conse·
quencia, a copia d'elle [<'iiinto valeria tanto corno o pl'oprio manuscripLo. Para
animar o amigo á compra, [<'ilinto acrescentava:
"Esta copia .. , quiz eu imprimir em Paris para sali fazer o desejo da alguns
amigos que sabiam que- eu a possuia, e a quem era mais facil contentar com exem-
plares impi'essos, que com mulLiplicadas copias de amanuenses muiLo dispemho-
sas, e provavelmente não isentas de erros. Mas a mesquinhez da minba posses
me atalhou pcir por obra os Illeu desejos.
"Soube um homem de bastantes cabedae , que eu por falla d'estcs o não
imprimia, e mandou-me l:ommelter por uma terceira pc soa, que no caso que eu
me resolve l:l a vendei-o, nenhuma duvida teria de m'o comprar. Mas eu que
amo a palrja, apesar tlo uescuido que ella. de mim tE'm, não qujzcra qne o ma·
nuscri pto correcto do poeLa (que tanIa homa nos dá entre os homens lilLeralos)
parasse em mãos estrangeira ."
A carta de Filinto acaba com eslas palavras:
" ... V. ex." me Dará a saber a sua vontade e o preço que lhe parecer mais
proporcionado, não digo á raridade, e inlrin.'eca valia do manuscriplo, mas só-
mente a desgraçada circunstancia que me obriga. a desfazer-me tl'eJle.u
Araujo Porto Alegre, embora interviesse na compra do manu cripta de F!·
linto para o conselheiro Sergio, como não examinou talvez bem todos os papeiS
d'elle, nfio dá, em a nota escripta para a edição do sr. visconde de Juromenha,
perfeita informação nem dos Lusiadas falsificados, nem dos documentos, que per- .
tenciam ao espolio de Francisco Manuel, e passaram das mãos das senhoras, ~m
casa das quaes vivia, e onde veiu a finar-se, para as do mencionado conselheIro
DE CAMÕES

Sergio por lJ,OO francos. No enlretanto, registarei as seguintes palavras do ~alle­


cido e illu tre barão de Santo Angelo:
oOuri dizer, e não me recordo se por Silvestre PinheiJ'o Ferreira, ou pelG
visconde de antarem, porque isto pa sou-se em 183q., que aquelle manu cripta
era suspeito; e que Franci 1:0 ~Ianuel não enconb'ára o original na Haya, mas
sim um exemplar da prim ira ediç<1o. Que a copia em que tão era de mão albeia,
é certo, porque a, tive em mão, e lembrei-me bem de. que as emendas de Fran-
cisco Manuel deferiam salientemente no caracter e linla. O editor SI'. Sergío tinha
tenção de mandar imprimir fi obra, e creill que o não fez por lhe conslar o mesmo
que a mim posteriormenl. Ião sei da sorte d'e le manu criptos.»
Pouco depois de apparecer o tomo I das Obms, pelo sr. visconde da Juro-
menba, um e cl'iptor, que a igna com as suppostas inicia~s de seu nome C. !Ii.
(mas que eu julgo occultarem o de pessoa vanlajo amente conhecida na republica
da letra, hoje fallecida), tomou em. tres 3rti a o", ou em um mui longo arli~o,
dividido em lres fragmenlo (n.·· 178, 18'J, e i85 do Jornal do Porto, de ,16 e
17 de ago to de (861), a defeza de Franci co Manuel, colJocando-se ao lado de
Diana Conslancio contra a accusação do Morgado de Malleu , e censurando o
novissimo editor das obras de Camões por vir, sem que nenhullJa nece idade
imperio.a o compeli is e, a augmentar a gravidade do caso em menoscabo da fama
do eximia poeta Filinto.
E le articulisla suppõe que o Morgado ue Malleu , vibrando aquelle golpe
aFranci co Manuel, deu-lhe como um COU1J de grace, premeditado muito antes e
com paix~o; e por con equencia, era e cusado trazer pam a tela de discussões
acrimoiliosas factos sem as comp tente provas, que não via exl1ibir.
Entra depois n'uma erie de con iderações para levanlar o nOOJe de Francisco
Manuel, de quem exisliam "iIT~cu al'ei- testemunhos Jo acro amor paLJ'io que
lhe aquecéra con tantemente o peito lu itanoJl; (;ita a famosa ode que elle consa-
gJ\ju ao immortal cantor Jas glorias nacionaes,
Estro, filho d'Apollo, quando desces,
P?ndo em duvida a carta do conde de Villa Verde publicada no tomo I das Obras,
Cilada, e parecendo-lhe haver contradicção nas alIirmalivas de Parlo Alegre, re-
sume a sua argumentaçlIo a estes pontos:
.Em yresença cl'estes daJos fica evidente:
ol.0 (iue a celebre carta se refere a um manuscripto div.ersG do que rliz ler
comprado o r. Porto Ale~re; 2.· Que este (achado ou deixado no espolio de
Francl co Manuel) só continha variantes ou emendas do punho de Filiuto como
allirmára Solano Conslancio (1819); 3.· Que portanto e se me mo manuscriplo ...
(.6 com emendas do punho de Filinto, ou, como provou Conslaucio, con i tinJo
em leves 'Illudanças de palavrasL era o me mo que pos uia Francisco Manuel
quando o Morgado de Malleus fazia a sua denuncia; lJ,.• Que dizendo o r. Parlo
Al~gre l~r ouvido «que FI'anrisco Manuel achára na Haya um exemplar da pri-
mCl~a edição, e não o ori~inal ", e dizendo-se na carla - que o original fôra acbado
n~ livraria da duqueza B... (Paris) - sobre ae outra muito notavel illcongruen-
CI~_ ln ongruencia, que talyez nos encaminhe para descobrir ainda o verda-
dtelro- fio do trama - (para me servil' da locução adoplada pelo novissimo edi-
,Df,)'" o fio do trama u?'dido na Haya e Paris contra o ilistinclo poéta e patriota
ffiuependente Filinto Elysio I .. ,»
Oconselheiro Castilho escreveu em 1866, cluas extensas memorias para de-
IV-,: LUIZ

fender Francisco M3nuel, e queria alé fazer per lwdir que a letra da copia ma.
nuscripta vendida ao con elheiro Sergio Teixeira de 1>Iacedo não era letra de
Filinlo. Mas o conselheiro Sergio deixou que o conselheiro Castillro fir.esse oexame
direclo ria papelada do padre, e eJle teve que esr,rever uma especie de auditamenlo
ás memorias anteriores, não para allirnwr abertamente que e tava convencido dI
falsificação, mas para deixar ver a suas duvirla .a e e re peito, e allirmal' (dando,
como se diz vulgarmente, as mãos á palmatoria) que tinha ante i a letra de Fi·
lint.o.
Pos o apresentar aqui as palavras de Castilho:
" ... agora leio (le cadeira, quanto ao conhecimento da letra do 110SS0 poem;
e retirando as duvidas das minhas anteriores Memoria ... allirmo que e sacon·
fronta ão entre o dito livro ms., e quaesquer dos oulro papei inconlesl:lI'elmenle
de Filinto, feita por vario amigos e por mim, nos deu a absoluta certeza de que
o livro todo c do punho do padre.
"Tambem observo que, apesar de se ler este conformado, na edição de Pa·
ris, com o uso COlTlll1um, começando os versos por maiusculas, lodos o seus e·
criptos ... encelam os versos por minusculas, como tambem succetJe COIU ovo·
IUlIJe dos Lusíadas. .
"Do exa::le de loda aqueJla papelada intima de Filinlo, coJlijo que elle ma·
nusea\'a muito o francez, o italiano e o latim ... "
O conselheiro Caslilho, que era argumenlador e sophisla, C0ll10 ainda não
conheci outro, queria fazer prevalecer a sua dereza em Leneficio de Filinto, di·
zendo que lhe parecia que eJle não sabia hespanhol, e portanto apparecendo no
manuscriplo alguma nolas n'esse idioma, não eram de certo d'elle. Porém, de·
pois de ler escripto que eJle 'I1lanuseat;a muito o {muce::" o italiano c o latim,lal
aq!l1menlo pouco YHlor tem. Duas ou tres nota em ca telha no, podia escrevei·
o Filinto sem a menor dilliculdHde. e sem recorrer a eslrHnhos. Enlão, o talento
e a erudição de Francis~o Manuel não chegariam para isso?·
Innocencio referiu-se a este incidente Jillerario, porém não enlrou em pro·
menores.
Rematarei este parenthesis com o seguinle:
De tudo o que extraclei e do mais, que omilli, por brevidHde, concluo,
salvo melhor juizo:
Que a frHude de que se lrHla, nada tem com o alto valor litlera;·jo da obra
de Filinlo, nem é depl'1menle do seu brilhante engenho;
Que na apr~ciação de um aclo, é pl'eci o avaliar todas as circumstancias em
que elle foi pratica 10; .
Que separando a obras lj[terarias, das acções do homem que as produziu,
vê-se e é incontestavel, que n'umas existe Jl1uiti. imo que elogiar, e n'outra
Ilmilissiruo que cen urH; e por conseguinte se dü grande desequilibrio entre a5
diver HS qualidades e virlude do mesmo individuo;
Que a denuncia, feila aliás com certa reserva com respeilo á pe soa a quem
era endereçada, pejo Morgado de Matteus, só podia vil' á larga publi<;idade aquO
foi deslinada, não por um entimento vil, como quizeram fazer acreditar os que
o cen Ul'aram, mas por uma expan ,lO muito natural em quem e apaixonara na
grande obra de Camões;
,.
DE CA~IÕES

Que esle proceder parece tanlo mais claro e correcto, quanto do silencio do
Morgado de Malteus á~ inve ti\"a que lhe dirigiram, pod 'rá inferir-se que elle
fugiu a controver ia para não entrar em explicaçõe acaso olrensivas da memoria
de Filinlo, citando pelo eu nome, o que não fizera, mas /izeram os seus adver arios;
Que, nem podia er de outl'a fórma, sabendo e, e podendo proval'-se, que o
Morgado de Malteu fóra um do amigo inlimos e pl'Oteclore de Filinlo Elysio;
Que não dev haver duvida de que todo o rnanuscripto é do proprio punho
de Filinto, confúrme o e pecimen que t10u em frente;
I
Ou , po:' ultimo emquanlo não poder provar-se o contrario, isto é, emquanto
não appareça CJuem de.cubra o original que erviu para a copia de Filinto, se-
gundo a conll ão d'elle, o que não ti te lemunho 1ldedigno, a fraude existiu com
lodas a, cil'Cum tancia denunciadas;
por que sobejava talento a Filinto para a inventar e executar;
porque eram, n aquella epocha, mui escas os os seu meios de existencia, e
palente a sua mi eria·
porque rlle contava com a amisade e a hisarria do conde de Villa Verde,
com'([uem vivêra elll intimidade quando elle estivera em Paris;
porque d'ahi podia re ultar livrar- e do aillicLivo apuros em que então
vivia; e para acudir:i ua Illiseria Ilão teria escl'llpulo em lançar mão d'c se Ineio
corno lançara d outros, embora deixa e á re pon abilidade de Camões a idéa
de um novo poema.
PublicOll·SC que os papeis do espolio de Franci co Manuel do Nascimenlo
cm poder do on elheiro Diogo Teixeirá de Mac do, como acima fica referido
se haviam extraviado após o pa amento d'e e illu tre brazileiro. Procedi a in-
dagações, e oube do Bio de Janeiro que quem podia informar-me cabalmente
era eu filho, o r. di'. AI rredo ergio Teixeira de Macedo digno representante
110 Byazil na côrte de . Petersburgo. E erevi eguidamente para a capilal da
Ru Ia, e obtive sem demora a de,cjada respo la. S. ex." allirmou-me que ·-lIO
III,a~l1 p,riplo, a CJlle me referira, as inl como os que compunham o espolio de
Filinto Elysio, estavam em eu poder, lendo-os herdado de eu pae com todo
o e~s livro e JIlai papeis". Ao mesmo tempo, o meu uevolado amigo e es-
clarecido corre pondente no Rio de Janeiro, o r. Joaquim da ilva l\lelto Gui-
mal'aes, fazia igllaes dili"cncias para S.. Pelersburgo e lembrava, com incem
dcvoçao palriotica, na suppo iÇão de um la limav I, embora involuntario, exlra·
1'10, a convenicncia de se entregarem lae • papei ao cuiuado de um e labeleci-
m~n,lo de in.lrucção, hiblioth ca publica, ou do Brazil o·u de Portugal. O sr.
mlOl ll'O !Jrazileiro em S. Peter burgo (anlbem immediatamente re pondeu. De-
clarou ao H. Joaquim de ~lello que com r lação ao que elte lembrava, lISÓ podia
dlzer·lbe que não ignomva o valor dos papei de Filinlo, e por isso mesmo pre-
lendla conservaI-os com o mais apurado lllillloo, .

* * of.:

• 60. Q. Lusiadas, poema epico de [,nis de Camües, Nova edição con(ol'me á de


lo7? publicada pelo cmlol". POI·ís, vende-se em casa de 1'heophilo Ban'ois ,filho,
qlla! Voltail'e, nO 11. 1 21. IS.o 2 lomo de I}, in-xIV-22S pag., e q,-in-235
TOMO XIV (SI/pP.) lO
H6 LUlZ

pago Com retrato grnvado por Michord, sendo' copiado e' reduzido do de Gérard,
Ao centro da p~gil1a uma Jyra, como vae I'epresentado em seguida;

Não tem introducção, nem avi o preliminar do editor. Transcreve a rI! umida
vida de Camões, que vem em edições anteriores. Os argumentos, em pro a, estão
reunidos (de pago xr a xrv) antes do poema. No fim do tomo TI (pag. 15-1 a 235)
corre o indice dos nom~s proprios de João Franco Barreto. No verso do anle-ro lo
lê-se a designação: " "a typographia de J. Smith."
E ta edição poucas veze apparece no mercado, e faHa a muitos collecciona·
dores. Foi por esta rasão, que o auctor (]'este Dicc., no tomo v, pago 263, n.' 56,
declarou que não a vira nunca. Outro tanto succedeu ao sr. viscol1l1e de Jurome·
nha.
Pos uem exemplares: em Li boa, a bibliotheca nacional, o rs. Fernando
P,dha, Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, João Henrique Ulrich, João A~·
tonio Marques e Brito Aranha; no Porto, os srs. dr. José Carlos Lope e AntOniO
Moreira Cabral; na ilha de S. ligueI, o sr. José do Canto; e no Rio de JaneIro,
a bibliotheca nacional.
No leilão de Gomes Monteiro subiu um exemplar a 2~000 réis.

*
'." *
61. Os Lusiadas, poema epico ele Luis ele Camões. Nova ediçúo conforme á de
1572 publicada pelo aulor. Rio ele Janeiro. Vende·se em casa de P. C. Dalbill,e C.~
1821, 'IS,o 2 tomos com 4: (innumeraclas)-XIv-225 pago e 4, (innumeradas)-23D
pago Com o retrato do poeta.
E ta edição não é reproduzida da anterior. É a mesma com as seguinte dif·
ferenças: tiraram do verso do ante·ro to a de ignação da tYP0j:(raphia, e rubnca-
ram no rosto as linhas finaes, isto é, em vez de Paris e a indicação da ca ~ de
Barrais, pozeram Rio de Janeiro e a casa de Dalbin, que parece ter·se as oClado
com o editor pari iense para esta i mulada nova ediçúo, fraude que não é rara no
commercio da livraria. E mudaram a data 1820 paI-a 1821.
Para se verificar i lo melhor, note-se que no fim do tomo I vem dnas pa~i.
nas do annuncio da livraria Dalbin, e entre as ohras mencionadas está a novae l '
ção dos Lusiadas, mas em ambas com a data de 1S20. Na simulada eclIção de
:182:1 e queceram-sp., pois, de rubricar esse mille imo.
E ta variante da edirão anterior, creio que por [er de maior tiragem, por se
destinar ao Brazil, apparece mais vezes.
DE CA~lÕES 147

Possuem exemplare : em Li boa à bibliolbeca nacional, o srs. remando


Palha. Antonio Augu to de Carvalho }fontciro, João Antonio Marque, João Hen-
rique U1rich; no Porto, o r. dr. Jo e CarIo Lopes; e no Rio de Janeiro, a biblio-
lheca nacional.
No calalogo da livraria KUlI, de Berlim, foi cotada por 2;5000 rei. 'o leilão
de ~Iinhava arremataram um exemplar por 6.;S100 I' i ; e no de Gome Monteiro
por 1~950 réis.
~o leilão de ou a Guimal'ãe' foi vendido um exemplar por 800 reis, e no
de Gomes Jlonteiro, por' 1;)600 rei.

*'
* *
62. Os Lusiadas. PoelM epico de Luis de Camões. Nova ediçúo correcta e dada
á lu;;, conforme a de 1 17, etc. Poris: J. P. Aillaud qltai Voltaire, nO 21. 1 23 .
.' peq. de 3li pago e 1 de errata. - rosto gravado cm cobre, tem no centro
uma pequena vinheta allegorica, reprl'seutando o naufragio do poeta ai vando o
poema immorta!. É acompanhado do retrato de Camõe , conforme o de8cnho re-
duzido de Gérard copiado C/l1 anterior diçãO cilada. Tanto n'e la gra\'Ul'a, como
na do frontispicio. vê-se a a i"natura do gravatlor W. T. rry. A tiragem de am-
bas é em papel igual, e parece ler ido feila ao mcsmo tempo.
E-la edição conlém ó o poema, m os argumento. A impre ão, com Iypo
miflllon, é d nolavel p rfeição.. aiu dos prelos da typographia de Firmin Di-
dot, como está designado no ver o do ante-l'o lo.
No leilão de Sousa Guimarãe foi \'endido um exemplar por 800 reis, e no
de Gomes Monteiro por 1:$600 réis.

*
'*' *'
. 63. Os Lusiadas, poema epico de Luis de Camões. Nova ediçúo mais correcta.
[,lsboa: 1Ut ill1]Jl'essúo l·egia. 1827. Com licença, Vende· se na Loja dos Pob"es,
8.' paq. de 39i pag, - Contém só o poema, sem argumenlos, A impres ão com
I)'Jlo chamatlo " br viario" (corpo approxilllmlamente) é pouco aprimorada e
em papel ordinario. Apparecem li veze exemplares em papel o,elhor, mais claro
e encorpaclo. A bibliotheca nacional tle Li boa, por exemplo, possue dois exem-
pIare d'esta etlição, endo um yulgar e os dois da tiragem uperior,
No leilão de ou"a Guimarães vl'uderam um exemplar por 690 réis, no de
Gomes Mont iro por 400 rei.

*
* *
,6'1. Os Lusiadas, poema epíco de Luis de Camões. Nova ediçúo con{Ol"me á de
~al'ts, de 1817. Lisboa, na typo9'l'a11hicL Rollancliana, 1827. Com licel1çcL da mesa
o desembat'go do paço. 8.° peq. de 3!-)7 pago - Conlém o poema com os argu-
mento , em pro a e ver O. Da impres ão, com typo igual ti da anterior, póde- e
dizeI' o mesmo que tia anterior. TaOlbrm teve tiragem em papel melhor, mas de
~erto muito limitada. A bibliotheca nacional arres nta na sua precio a collecção
01S exemplares, um melhor que o outro.
i48 LUIZ

Esta ediç.ão, a primeira saida dos prélos da typographia HolJandiana, éa


denominada "das escola primariasll. Tanto para esta, co/uo para a que e e·
guiram uc igual fannalo e com igual destino, serviu de norma a ediç,lo de Paris
de :1823.

o seu preço primitivo, nos catalogo, foi de 240 réi encadernado ou 160
em brochura..

TO leilão de Gomes Monteiro (Porto) foi vendido um exemplar por 2/10réis.


Em Lisboa estão vendendo os exemplares da ediçõe antigas para a e cola,
quando apparccelll, porque ão pouco vulgares, por 500 e 1~000 réis.

*"
65. O Adamastor. Episodio extr'aMdo do V. canto de Camões. Lisboa: 1835.
Na irnp. de J. N. Esteves> e Pilho. Rua dos Capellistas n.o 31 C. 8.' peq. de 17
pago
No leilão de Gomes Monteiro foi yendido um e~emplar por 420 réis.

*
.66. A Ilha de Vellus. Extmhido do nono canto de Camões. Lisboa: 1 35. Na
irnp. de .l. N. Esteves> e Filho. Rua dos Capellistas n." 31 C. 8." peq. de 42 pago
e mai 2 innumeradas com o annuncio, ou lista dos livros á venua na loja do
editor.

*
67. Os Lusiadas> poema epico de Luis de Camões. Nova ediç'ío correcta, e
dadct á luz> Cal/forme á ele 1817> in 4." pOl' Dom Jaze 1l1m'ict Sousa Botelho, clc.
Paris> na liv-raria portu!J'ltezct de J. P. Aillaud> Quai Voltail'e n" 11.l\1Occc Xx;l.11.
8.", sr. de 8 (innumeradas)-cx-420 pag., com retrato do poeta. No verso tio roslo
a designação: « Na typ0!Jraphia de Fe1'1nino Didot, impl'essol' do instituto.lI
Nas lJibliographias mais auctorisadas, ou apparece esta edição como mui 11;'
tida e e'timada, ou como copia fiel da de 1819. Confrontando e ta ediç<1o com a
que d(!screvo agora, vejo que é mais que uma copia fiel, pois não pa sa de um
arJ':lnjo uo commercio ele livraria, como oulrds que se têem ~ ilo com as obras de
Camões, e de outros escriptores afamados. A edição li a mesma; li, no meu en·
tender, o pl'oduclb ele um accordo entre a casa Vidot, que possuía um grande
saldo em. er, não facil d.e exhaurir-se da .ediçiio de 18:19, e o livreiro AII!audd,
que desejava lançar no mercado uma edIção dos Luswdas com apparenclu e
nova.
SãO novas as quatro primeiras paginas: duas do 1'0 to e duas do Avis? ao
leitor. No rosto da de i81\:) pozeram a sigla do editor F. lJ.; no de 1830.ye.;,
em ,'ez d'essas iniciaes, uma Iyra amamentada. No alto da primeira pagiDU o
Aviso tem a mais o sub-lilulo: que acorn.pal1hava a edição ele 1819.
CAMÕES

Para provar, tambem, o aproveitamento da edição de 181P, ba tará notar que


os principaes erros typographicos esliio em ambas. Por exemplo:

Na edição de :1819, canto VlII, est. 65, v. 6 (pag. 278):

Na geração de Adão, co'a falsidade;

Na. edição de 1836 (idem):

~a geração· de Adão co'a falsidade;

a edição de 1819, canto IX, e t. 16, v. 8 (pag. 296):

Do mal' incerto, temidos e ledos.

Na edição de 1836 (idem):.

Do mal' incerto, temidos e ledo .

la edição de :18·[9, canto x, est. 13, v. 1.0 (pag. ;~27j:

Qne verá tanto obrar tão pouca gente.

Na edição de 1 ::16 (idem):

Qne yerá tanlo obrar tão pouca gente.

Agora as emenda

No canto YIll :

Na geração de Adão co'a falsidade


No canto IX:

Do mar incerto, timidos e ledo .

No canto X é só o erro perfeitamente typographico: a letra u vollada no qne


d? começo do ultimo verso da estancia. E não é acredjtavel que o compo itor,
~uma reproducção, volta se a mesma letra, e o noro revisor deixasse pa sa.r igual
mcorrecção.

Examinando o papel, não exi te duvida de que saiu da me ma fahrica e na


me.1ma epocha; e de que a tinta da ill1pre são adquiriu por igualo me mo tom
amarellado, que approxirna e caracterisa as dua ediçõe como uma unica_ Po-
nha: e comtudo uma excepção: o papel em que imprimiram as quatro primeira
pagmas não é igual; tem em Jelra de agua MD, que não encontrei em nenhuma
oUli-a folba ue ambas as edições_

No fim do volume, pali:- 4,20, e tá o aviso do Morgado de ~Ialteu contra o


m, - de Filinto EJysio. N'uma reproducção verdacleira da edição, deze ete annos
150 LUIZ

depoi , haveria necessidade de reproduzir tal aviso'? Ba ta I'a-me e la r.ircumstancia


para denunciar o arranjo do' doi editore para o seu cOl1lOlercio.
No leilão de Gomes Monteiro ubiu um exemplar a 1~l.t:OO réis.

68. Obras completas de Luis de Camões, COlTectas c emendadas pelo cuidado


e diligencia de J. F. BalTeto Feio e J. G. Monteiro (lo é Victorino BaITelo Feio
e José Gomes Monteiro). Hambw-go, na oflLcina /ypographica de Langhoff. 1834.
8.° gr. 3 tomos de XL1l-2-396-1 pag., LXIX-2-4,2U pag" e 516 pago
Cada tomo tem dois antc-rostos: No primeiro lê·s Classicos POl-tu9uezes, e
no segundo Camões.
O tomo I comprehende: o proloj!o (pu". YTI a XLII), no qual vem reproduzido
o soneto de Tas o e a ode de Filinto Ely io a Call1lJe ; o Lu iadas (pag.1 a 374);
as nota ao poema (pag. 377 a 396); e a adverlencia (1 pago innulllerada).
O lomo II r.omprehende: a prefação (pag. YJIJ a XXXI); a vida de Camões
(pag. XXXII a LXIX); as Rimas (cc LXXXVI soneto, XV eclogas, XVI! cançõ s e XII
odes), de pago 1 a 391; as notas, de pago 395 a 4,08' e o index, de pago 4,09 a 1120.
O Lomo III comprehende: as nilna. (segunda parLe), de pago 9 a 252 (I'edon·
dilbas, IV exLinas, XII clegias, IV epi Lolas, e oiLava ); a comedias Eil'ei Selellco,
os A111]Jhill'iões, e Fi/odemo (pag. 25;1 a 1}78); duas cartas (pag. iJ,79 a 500); a
notas (pag. 501 a 510); e o index (pag. 511 a 516).
TO leilão de Gubial1 foi vendido um exemplar por l.t:~liOO réis; no de Go,
mes ~Ionteiro, por l.t:~30U réis' e no dc ~Iinhava por i!p200 réi

*
69. Lusiadas de Luis de Camoens: a que se ajuntam a vida do poeta, lima
O1'gwnento hislol'ico dos Lusiadas, as estancias omitlidus po'· Camocns, liçoms ra·
1'il1s, e hum inde:c O/t clir.cion01'io cios nomes pl'o]Jl'ios usados no poema. Com 10
estampas, e o 1'etl'ato (l~ poeta. Lisboa, tYP0{Jl'O]1hia de Eugenio Augusto, 1'110 do
C?'!IZ de Pau, n.o 12. 1836. Vende-se na. loja de BO"el, Borel e C: aos lIJal'lyre.
n.o 14. 8.° peq. 2 Lornos COlO Ij, in-xx.xxiij-228 pago c 2!J0 pago
Dá se a coincidencia dr. que ao tempo cm que e lelldJl'avam de aproveitar
em Paris o resto da edição de '1819, como acima nolei em Lisboa.pensul·am u'.um
imilhanLe arranjo indu trial. E La edição é O aprol'ditamellto da Lacerchna.un'
pre a m '1805, l:om a difi'crença do rosto, que foi mudado e ali rado no tllulos;
e em algumas das e tampas, quc foram tirada de nOl'o em papel menos enco r·
pado, e com mai tinia. Quando menos. fni a impress,io qne mc lil:oU ao confron'
tal' dois exemplares da camoniana da bibliothecu nacional.
No leilão de Gomes Monteiro, foi arrematado um exemplar por 1~750 réis.

;};:

:;.(: '*
70, Os Lusiadas, poema e]1ico de Luis de Camões, Nova edirão con{01'1/1e á dr
DE CA~ÕES toi

Paris, de 1817. Lisboa. MDcccxxxvr. !Ia typographia Rollandiana. i6. 0 de 397


pago
o lypo empregado foi o corpo 8. Contém só o poema com os dois argu-
mentos a frenle de cada canto. Esta edição é a segunda da casa Holland.
o leilão de Gome Ionleiro não pa sou um exemplar de 280 réis.

71. Os Ltlsiadas, poema epiro de Luis de Camões, con"ecto e emendado pelo


cuidado e diligencia de J. V. BCl7'l'eto Feio e J. G, Monteil·o. Com estampas. Rio de
Jaueiro, Eduanlo e Hem'iqtle Lacml!lert, m<"l'cadol'es de livros. 1841. 8. 0 2 lomos
de xxxvl-219 pago e 282 pago
Xo rosto vê-se uma pequena Iyra ornamenlada, diITerenle de oulra empre-
gada na ediçãe camoniana. Tem ante-1'O to com frente e ver o: na frenle
lê· e: Bibliotheca dos 'poetas classicos da linfTua portugueza. Ko verso: Bib:iolheca
dos poelas classicos da lingua pOl·tugueza, T. 1. (ou T. II). L. ( igla do editor).
Rio de Janeiro, typogl'aphia de Laemmel't, !'lia dos Ourives. 18-1.1.
. A e tampa são lilhographada , imitando gravura em cobre, coloridas e co-
placla , para o formato do li vro, das da edi fio grande do i\Iorgado de Malteu .
Po.rem o de nho, apesar dos ornatos do cmllJoldurado que não yem n'aquella
edição, é mui imperfeito e o colorido ainda peor que o de enho. A impre ~ão da
ohra é, em geral, nililJa.
, No fim do prologo apparecem os nomes de Barrelo Feio e i\lonleiro, que
aliá~ e n}io vêem na edição de HamullI'go, de que e la se diz copia fiel' e esla
anle·po la a ode de Filinlo ao sonelo de Ta~so.

Para esse fim, o edilor fpz uma pequena alleração. Na edição de IJamburgo,
a,pag. xx,xv, lin. fi a 8, 11\, c: ... (,Iimilaremos sómenle a o/Terecer a nossos
ICllores o juizo do dois lllai principaes; e esle sejall1, cio ~slranhos Torquato
~a .0. do lIalllrae, o mai in igne do 110. o poetas Iyricos, o bom Filinlo Ely-
510" 1'\a ediç.l0 JJrazileira, a pago XXX\'Ill, Iin. 15 a 18, puzeram: «, •• limitaremos
~ólJlenle a ofTerecer a no sos leilore o juizo do doi mais principaes: e este se-
~alll, do lIalllJ'aes. o mais in igne dos no ,o poela Iyricos, o bom Fililll~ Elysio;
05 e Ir~nhos, Torqualo Tasso,,, Ora. lendo FeiO e 1\Jonlelro dado, na edição que
elles d.lI'Igil'3m, o primeiro logar a Tas o, pela imporlancia do poela e por er es-
trangeu'o' não é Illuilo cordalo acredilar-se qu' clle depoi as~ignassem o pro-
I~go, ó para confirmar c la alleração, desprimoro a, quando n nhullla oulra eu
Ou ena no eu lrabalho pr~liminar. I 'lo pl'Ova lI'e.la parle, a conlrafeiçrro.

, O tomo I conlém: o prologo (pag. va xxx,')' a adl'ertencia (pag. x.uv· e


rOX;"I); e os cinco primeiro canlo do Lusiadas (pag. 3 e 202); c nola (pag.
u a 210).

lomo contém: os cinco reslanles canlos (pag, 7 a HJ7); e nolas (pag'


maaO20~) li
e dicci.onal'io de loelos o nomes pr~pri.os d Jorro Franco Bal:l'elo (pag.
282), que nao vem no lomo na obra dlJ'lglda por FeIO e àlontelro.
I

, ,N<1o é vulgar esla edição cm Porlu"al. O ~xemplal' exj lenle na bibliolheca


nacional C da impressão commulll. TenlJo, porém, visto exemplares em papel me-
1.52 LUIZ

lhor. Innocencio possuia um d'essa qualidade, que foi arremalado no leilão da ,na
bibliolbeca por Ik~500 réis.

o exemplar existente na hibtiolheca nacional [em repelida a pago 197 do


lomo II.

Em Lisboa, possuem lambem exemplare os sr . Fel'nando Palha, João An·


tonio Marques, e Antonio Augu to dp. Carvalbo MoO lei 1'0 ; no Porlo o 1'. dr. José
Carlos Lopes; e no'Rio de Janeiro a bibliolheca nacional e o gabinete porluguez
de lei t11l'a.

No leilão de Gomes Monteil!o, foi vendido um exemplar por 2~750 réis.

:;{: * :;{:

72. Os Lusiadas, poema epico de L1tis de Camúes. Nova ediC(Ío. LisblJG'


MDCCCXLJI. Na typogl'aphia Rollandiana. 16. 0 de 397 pago

Contém só o p.oema com os argumentos, como a eJições anteriores da mesma


eas~. Typo igual. E a terceira do impressores Rollands.

No leilão de Gomes Monleiro foi vendido um exenõplar por 550 réis.

73. Os Lusíadas de üúz de Camões. Nova ediçLío {Aita debaixo das vistas ~a
mais aCltr/tda critica em 1JI'esença das ediçúes 1Jl'úno1'diaes e das postl/!l.mas .de IIllllDr
credito e l'epltlaç(Ío: seguida de annotações criticas, histol'icas e myUlOlo[J!cas: Por
Fl'ancisco Fl'eil'e de Cal'l'alhn, Conego da Sé aTChiepiscOljal metropolitana da 1)1'0'
?lincia da Extl'emadum, etc. elc. Lisboa, na typOgl apllia Rollandiana. 1 43. "
de xxvI-1-367 pago e mais i de errata.

Conllm: dedicatoria ao "M'uito illustl'e escripto1' MI'. Ferdinand Denis, entre


os sabios estl'an[Jeú'os mn dos mais distinctos culto1'es e apl'eciadol'es da littera/,urG
POl'tuflUeza,l) etc.; testemunhos de Inodemos escriplorcs estrangeiros a fal'or do
poema Os Lusiadas; adyerlencia (pag. LX a x..XVI); nola,bene (na pago inol1urnel'ada);
o poema, sem argumentos (de -pago i 11.2\12); annotações criLica , hisloricas elll)"
thologicas (de pago 293 a 357); e [abellas de al'iantes (de pago 359 a 367).

No ver o do rosto poz FreIre de Can'alho a seguinte epigraphe, copiada de


Filinto: .
Assim Camõc , por li enfurecido,
Ao cume do Pamaso e avisinba;
E os Delphic.os loureiros,
Quando elle sobe, curvam
Ao novo Homero os orgulhosos Lopes,
E arredam larga estrada ao "' ate egl'el(io.
(FrLINTO, Ode ao Estro.)
CAMÕES 153

~a atlvertencia preliminar Freire de Carvalho paz esta observação:


nA presente edição do Lusiada que, de todas quantas tem apparecido alé
hoje, será porventura a que reproduz o texto do poema o mais conforme á pu-
reza primitiva, em que saiu da penna do seu immortal auctor, leva Cento e oito
,erso corrigidos mais ou menos es encialmente, compara la com as anteriores
proximamente dadas á luz em Lisboa pela typographia fiollandiana em um vo-
lume de i6.0, as quae ão copias quasi fieis da do Morgado de MalteuR, impressa
em Pari no anno de i8l7, e por consequencia da havida por primeira do anno
de i572. Das cento e oito correcções, que I va a pre ente edição, cincoellta e tres
.:10 lições com todo (\ escrupulo c,opiadas das duas edições, feitas em vida do
poeta, amha , conforlJle a opinião geral, do anno de i572, , , a saber, trinta e cinco
lições da contada por sef,(unda, e por mais correcta, do que a primeira; e de::oito
dila, em que ão conformes ambas esta edições, ..

Note·se, e i ·to é e, encial para os que tenham de fazer eX:lIne do texto do


poema, que Freire de Carvalho fez o eu c tudo minul;io o, e e crev"u a ua cri-
tica, aliá interessante, em longas e el'lldita annotaçõe persuadido de que o
poeta, ape-ar de viver ao tempo das chamadas duas primeiras edições nem re-
vira o odginal d'ella , nem dirigira a respectiva impre fio. É o que eu infiro das
palavra com que terminou a sua advertencia (pag. ",,,(v), e que extracto d'este
modo;

« " , que era muito provavel não fossem feitas sobre o auto!!rapho de Camões
asdu3 primeiras ediçõe dos Lusiada ; nem fos e elle quem dirigiu a sua impres-
ão, e lhe reviu e corri):(iu a prova; por ser constante o estado de deslJo tos e
de mi eda, em que vivia; e que era de igual probahilidad por identidade de ra-
zão, que Camões vende se o eu manu cripto e o pdvilcgio para a impre são do
poema a algum e peculador ... "

Ácerca do trahalho de Freire de Carvalho encontra-se no Dite., tomo Y, pago


266, sob o n,o 68, a seguinte nota de fnnocencio :

.Esla edição é recomlUendavel pelas correcções criticas propostas pelo edi·


tori, e mais ainda pelas eruditas annota ões que elle ajuntou, em que e expõem
e discutem alguns pontos ainda não tocado, ou que'o foram meno destramente
pelo editores precedentes,))

'o leiláo de Sousa Guimarães uhiu nm exemplar a 730 róis,. e no de Go"


mes Monteiro, a 2!il500 rei .

. ?I)" Obras completas de Luis de Camões, correctas e emendadas lJelo cuida lo


edlhyencia de'J, V. B(l,lTeto Feio e J, G, MOllteiro. Pcwis, na onicilla typogl'apitica
de ~ain e Thllnot, l'ua Racine, 28, junto ao Odéon, Lisboa. Acha·se tambem em
Pum na livl'w'ia e1ll'OlJéct de Bimdl'Y, 3 quais lI1alaquias, lJI-es le pont eles Arts.
1843, 8,0 3 tomos. Com o retrato de Camões,

.. É a edição de Hamburgo, com a diíl'erença apenas da mudança do frontis-


plCIO e o acrescentamento do retrato, igual ao que anda nas edições de i8i 9 e
i 36. Vl· se CJue foi resultado de um accordo com os editores de HambUl'go, para
um aldo de papel em seI',
LUIZ

*
'*' *
75. Os Lusiadas, poema epico de ú!iz de Camões. Nova ediçiío correcta. Per·
nambuco. Typ. de Santos & Companhia. 1843. 16.' de 379 pago
É pouco ,;ulgar esla edição cm Portugal. Enlre o col\eccionadore de Lis·
boa tem um exemplar o sr. Antonio Augll lo de Carvalho l\Ionteiro c João An·
lonio Marque ; e no Porto só a po suem o SI'. dI'. lo é Cados Lopes e Antonio
Moreira CabraL

76. Os Lu iadas, poema epico de Luis de Camões, restituido á ma prilll'itiva


linguagem, auctol'isada com ea;emplos extl'ailidos dos escriptol'es con/emporaneos a
Camões; augmentado com a vida d'este poeta, tlIna noticia áurca de Vasco da Gama,
go estancias e lições achadas por lJJamwt de Furia e S01/sa, as vC/1'iantes colMdas
nas melhO/'es edições, e mui/as notas philologicas, histol'icas, .qeographicas e mylllo·
logicas; 1)01' José da Fonseca. Pal'is.l\(t livl'CI1'ia europea de Bau rl1'y, 3, Quai Ma·
laquias perto da ponte das Al'tes. Na livl'CIJ'ia 1JOl'tugueza de J. P. Aillaud,ll,
Quai Voitail'e e em casa ele Stassin e Xavier, 9, l'!te Du Coq. 1846. 8,' gr. de XXXIV-
585 pago emai1 innUlllBl'ada. C6m o relrato do poeta á frenlc do roslo, e o
buslo do Vasco da Gama, no fim da noticia que lhe re pila (pag. XXXIV).

Ko roslo Yêem- e ligadas as iniciaes do edilor L. P. B, O relralo de Camões,


de enho de Géral'd e gravura em cobre dr B. [lo~er, foi eslampado com a l11~sma
chapa que erviu pal'.l as edições de 1819 e 18'36. O Lu lo de Va co da Gama
meltido no texlo, roi gravado em madeil'a POI' Gclfro)', com desenho de Laisne, e
Rans. 'o verso do anle-roslo tem a designar,50: « Paris. Na lypographia de l~a1D
e Thllnot, rua Racine, 28". Esla designação do impressor esla j'cp lida lia ullllna
pagina innumerada do li vro.

o volume conlém: prologo (pag. y e YI); vilia de Camões, quc lermina com
os conhecidos sonelo ue Tasso e DIOgo Bernard s, e varias e lrophe da ode de
Filinto Elysio ao l,E lro» (pag. VIL a XXlI); noticia de Vasco da Gama e da ua
viagem á India, exlrahida da, chrollica d'e~-rei D. Manucl por Damião de Goe
(pag. XXIU e XXIV); o poema (pag. 1 a 375); e lallcia de presada, e ommillida
per (sic) Camões (pag. 377 a 3\J~); lições varias (pag. 3~3 a il~)9); "difTprenças
orlhograpllicas (pag. 4,00 a 4,01); eITos que se ellr.onlram lias dua. edições de
1572 (pag. (!02 e 4,03); CQmparação das duas edições (pa", (lO!! e 4,00); nolas aos
canlos (pag. 4,06 a 569); indice de algumas palavras que não eslão ao ai·
cance de lodos (pag. 570 a 57~); e diccionario de alguns nomes pl'Oprio (pag.
583 a 585). Na ulLima pa"ina innumerada, o calalogo d;IS obras que auclol'l am
a pl'Onuncia ele Camõe , clc.

No prologo escreveu Fon eca:

,,0 principal motivo, que me decidiu a emprchen ler esle lrabalho, foi o que·
rer eu ofrerecer, lanto aos meus conlelTaneos, como aos eslrangeiro esludiosos,
e amanles de Camõe uma edição limpa de alguns erl'O , que areiam as rre~e'
denles; ajudando-me, para is o, das nola e ob eryarões dos eJilores, que as
preparavam, e da liçam dos classicos pol'lugueze coevos do' nos:;o epico, em cu-
DE CMIÕI': ~55

jas ouras se acha eslab lecitla a verdadeira pronuncia do mesmo epico; pronun-
cia que lão viciada Corre na edições que de seu immol'lal poema sairam á luz ...
,Puz particular desvelo em 6 me servir, para esle Irabalbo, de edições pu-
blicada p r homen de nolClJ'io saber e aUloridade, dando de lMio ás que li ve-
ram.por alvo o inlere e; vi lo que similbanles edições, sobre eslarenl erradis-
simas, não apresenlam uma 6 liçãO digna de aprov ilar-se ...
•Quanlo á nolas, escr vi s611lenle aquellas que julguei indjspen aveis á ia-
leliigencia tle algun logare duvidosos ou Llilliceis. A pe soas, que desejar<:m ex-
plicação mais ampla, poderão recorrer ao index do nome proprio, que João
Franco Barrelo annexou ao Lusiadas, ou ao Diccionario da Fabula, campo lo
em francez por Chompré, e lraduzido em porluguez por Pedro Jo é tia Fon-
seca."
D'esla edição de Jo é da Fonseca apparecem exemplarc em tudo iguaes,
meno na capa, que lem a dala de 18;)5, ao pa o que no ro lo não foi alterado
o miliesimo 18'J,6.
No leilãã de Sousa Guimariies foi vendido um exemplar por ~$2tiO réis,
eno de Gome Monleiro por 1$tiUO réi .

77. Os LlIsiadas Jloema epico de Luis de Camões. Nom ediçüo. Lisboa, na


typographia Bollcl/ldiana. 18-16. 16. 0 de 397 pago
. Cqnlém s6 o poema com os doi argumenlo, como as anteriores edições. Typo
Igual. E a quarta da. casa Balland.

*
* *
78. Os Lusiaelas de Lui:: ele Camões, nova eeliçüo segundo a do Morgado h[at-
teus, com as notas e vida do autor 7Jc1o mcsmo, corrigida segundo as edições de
llmnburgo e dc Lisboa, e enrequecida (sic) de novas no/as e d'wna pl-e{açüo, pelo
1'" Caetano Lopes dc Moura. Pari::, na oflicina typographica de Finnin Didot,
Impressor do Rei, c do Jnsti/uto; Rio de Janciro, ma da Qllitanda, 97. 1847.8.'
d~ /1 innumeraua -11-415 pal(_ - No ver CJ do anle-roslo lem a designação: "Pa-
Ti, lypographie Lle [firmin Didol Frrres, rue Jacob, 56,•. A introducçãO e nolas
em COl'PO 10 e o texto en~ corpo 8.
Contém: preraç,ío (pag. I e n)' a(h-ertencia (pag. I a 29); "ida de Camões
(pago :H a 82); o poema (pa.g. 83 a 363); nctas- (pag. 365 a Mo).

Na preração fez o dr. Lopes de Moura esla cbservaç.ilO :


• liA edição, que presentemente damos dos Lusiada ,d primeiro poema epico,
que appareceu no orbe lillerario impres o e e cripta n'uma das linguas moder-
na da Europa meridional, e que, segundo o dilo do celebre ~Ionlcsquieu, cor-
rendo parelhas em sublimidade com o poemas de lIom 1'0, tem a magnilicencia
~a EneHla dl1 Virgilio, é a. mai' corr(>cla de ({uanla hão até a:;ora apparecido em
'rdall;:a. O t.exto do poema acha-se reslituldo á na primitiva pureza explU'-
ga o e COlTIO'ido o erro em que havia incorrido o Morgado Ualll'u . _.
•A nolas poi qu ajuntamos, servirão unicamente le ju liticar as difTeren-
te correcções feita no lexto das precedenles etlições do Morgado l\lalleus, o qual,
iD6 LUlZ

se fÔra vivo em t826, não teria occasião pal'a queixar-se, como o fez no principio
de sua Aclverlellcia, de que nenhum editor houve e mo trado a diO'erença deli·
ções que se observava nas duas edições originae , caracterisando a JJrimeira ese·
gunda, e cedendo ás razões convincentes allegadas pelo erudito M.l\lablin na carla
á Academia das scieilcia de Li boa acerca do texto do Lu iada , teria preferido
o texto da edição reputada segunda ao da primeira ... "

Ao ler os titulos do rosto, e a preração, que não vae além de duas paginas,
mas que é promettedora; julgal··se-lIa que o dr. Lopes de !l'Joura.colligiu novos
elementos para a historia de Camõe e da sua monumcntal obra; no cntrctanto,
Yê-se que a advertencia, que segue :i prefação, é a que o Morgado de l\Ialleus poz
á frente' da edição de i819; que a vida do poeta (de pago 3·1 a 92), e as nolá,
que correm de pago 36l; a 406, são tambem do me mo auctor; e que o dr. Lop
de Moura, em a notas de sua lavra, de pago 407 a 415, apenas copiou, )Iagiou ou
alterou e resumiu, com pallido reflexo, as avantajadas e eruditis imas notas de
Freire de Carvalho.

ElIe, porém, para se salvar um lanto da responsabilidade do plagiato, e cre·


"eu o seguinte na primcira. nota ao canto I :

"Assim o observou já mui judiciosamente o erUllitissimo sr. Francisco Freire


de Car"alho j a quem tomamos emprestadas estas e outras notas, na optima edição
que d'este exünio poeta publicou em Lisboa no anno de iS4:.l.u

Ko fim das notas copiadas da rdiç;lo de 1819 deixou lambell1 Moura que re·
produzissem o N. B. acerca do manuscripto de Filinto, que era 'desnece sario; e,
apesar do cuidado .que dizia ter na. revisão, apparecem muitos erros elD lodo o
livro, e no canto IX, est. 16, saiu:

Do mar incerto, temidos e ledos :


quando devia ser
.•.... timidos e ledos :

el'l'o que se nota na edição de 1819.

No leilão ele Sousa Guimarãcs foi vendido um excmplar por 630 réis, e no
de Gomes Monteiro por 520 réis.
:J.

79, Os Lusiadas, Poema epico de Luiz de Camões. Nova ediçüo con'ecta. RIO
de Janeiro na livraria de Agostinho de F"eitas Guil1la1'ües e C. Rua do SaMo n.o 26.
1849. 1.6. 0 de 397 pago - No verso do 1'0 to e no pé da ullima pagina do
livro tem a designação: « Typ. de A. de F. Guimarães e C. Hua cio SabãO
n. O i35".

Contém só o poema, com os dois argumcntos, antes de cada canto. Compo-


siçãO typographica em corpo 8 ou 9.

NãO é nada vul1rar esta ediçiio em Portugal, não obstante constar que o edi-
tor fez d'ella uma tira.gem de 3:000 excmplare .
DE CA~[ÕES 157

o leilão de ou a Guimarãe arremataram um exemplar por 720 réis, e no


de Gomes Monteiro por 1~250 rúis.

* :i(:

80. Os Lusiadas, poema, epico de Luis de Camões. Nova ediçüo. Lisboa, na


t!JpDgraphia Boliandiana, 1850. 16. de 397 pago
0

Contém .6 o poema com os dois argumento, como as anteriores edições.


Typo igual. E a quinta publicada pelo livreiros editores Holland.
No leilão de Gomes Monteiro foi vendido UI~ exemplar por 700 réi .

*
"* *
81.. Obl'Os de L1ti:: de Camões. Lisboa. Escl'i7Jtol'io da Bíbliotheca. POl'tu{Jue::a,
fila Augusta n. o 110. 1852. iS. o 3 tomo, de xXl-574 pag., 685 pag., e 453 pago
No prologo lê-se (pag. IX):
"Tivemo á vista exemplares de muita edições pozelllc,s porém particular
de velo em 6 no servirlllos da publicadas por bomens de notaria saber e au-
claridade. As ieléa. e, qua i sempre a propria palavras do sabias edilores das
ediçõe de Hamburgo de 1 3'1,- de Lisboa de i843 - e de Paris de 1846 - fo-
ram a de que, com prefcrencia, nos servimos para enriquecer apre enle ecli-
ÇãD.. .

o lama J conlém: prologo (pag. YI[ a x); calalogo das edições do Lu iadas,
extrahido tia Carla sobre a iluaçllo la ilhá de Venu (pag. Xl a XVI); ca.lalogo das
lrat!ucçoe dos Lu iadas exlrabido do poema Camões de GarretL (pag. XVII a XXI)'
opoema (pag. 1 a 374); e lancia despresallas e ommiLLida por Camões (pag. 375
a 399/; liçõe "Varias (pag. 400 a M9); dilrrrenças orLbograpbicas das dua edi-
çtJes (e Hí72 (pag. lâO a 422)' êrro~ das dua dições ciladas (pag. 423 a 426);
~Oll1paraçfio das me mas ediçõe (pag. 427 a 43~); nolas ao poema (pag. 433 a
029); di cionario dos nomes propl'ios (pag. 530 a 574).
°
lama n conlém : os saneIo, as egloga" as redondiIba ,e outras composi-
ções, pela ordem por que as collocaram o ediLores de Hamburgo, com as mes-
IDa nolas que escreveram Feio e Monteiro' i to é, a rima que estes illu Lres an-
notadores pozeram na sua ediç:lo no Lama ([ e parte do lonlo 111 (pag. 9 a 252),
Iem na edição da biblioLbeca porlugueza. (1 52) 6 no lama II.
uo tomo II( conlém : as tre cOl1ledia (pag. 5 a 227); a duas carLas (pa". 2~
a 202); a obras allrilJUidas a Camõe • ete. (pag. 253 a 377); a vida de Ca-
mõe (pag. 37!l a MI); nola (pag. 44,3 a 447)' adl'erlencia e index (pag. 449
a q,53).

. Comparando novamente a edição de Hamburgo com a de José da Fonseca,


\'1que us editores da "BiblioLheca PorLugueza", servindo- e, como já mencionei, da
ordem dos lrabalhos ele Feio e l\'JonL 'iro para o lama II, e para a vida do poeta.
no lomo lll,. copiaram Fonseca nas peças que vão no 10moI em eguida ao
poema.
:1.58 LOIZ

No leilão de Sousa Guirr.arães foi vendido um exemplar por 1~OOO réis; e


no de Gomes Monteiro por :I.~300 réi .

*
* *
82. Os Lusiadas, poema epico de Luis de Camões. Nova edição. Lisboa, na Iy.
lJographia Rollandiana. 1854. :1.6.° de.397 pago
Como as edições anleriores. É a exta da casa Rolland.

*' * :j(:

83. Os Lusiadas, poema epico ele Luis de Camões. Edição publicada por Do·
mingos José Gomes Bmndão. Rio de Janeil·o. Em casa de D. J. G. Bmndão. Rua
da Quitanda, n.O 70; B1'andão §f ll'nuío, mesma l"Ita, n." 124. 1855. :1.6.° de 3~7
pag'-'l\o verso da folha de rosto, e no pé da ultima pagina, a indicação: "Typo·
graphia Brasiliense de M. G. Ribeiro. Rua do Sabão n.O :l.l4.»
Contém 6 o poema com dois argumentos. Edição similhante às da casa Rol,
land, de Lisboa. Parece que a tiragem f(li de 2:000 exemplares destinados às es·
colas primarias.
No leilão de Sou a Guimarães foi vendido um exemplar por 2$050 reis.

*
'" *
84. Os Lusiadas, poema epico ele Luis de Camões. Edição publicada por Agro
§f Irmão. Rio de Janeil'O. Vende-se em casa de Agra §f [I'mão. Rua do Ouvidor 11..·85.
1855. :1.6.° de 397. - No verso da folha do 1'0 tn, e no pé da ultima pagina aIO'
dicação: "Typographia Brasiliense de M. G. Ribeil'O. Rua do ::lwão n.O Hi!.»
Esta edição é o aproveitamento da anlerior, publicada ob o nome da casa
Brandão & Irmão, s6 com a diITerença do fronli picio.
No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um eXemlJlar por 2~050 réis.

*
* *
85. Os Lusiadas, poema epico de Luiz de Camões. Nova edição feita debai!to
das vistas da mais accUl'ada critica em p7'esellça das duas edições pl'imonliaes eda.s
posteriores de ~aiol' credito e reJnll(~çiio: Segl~ida de all1lOtações .criticas lustorl'
cas e mytllOloglcas. Com estampas. RlO de Janell'o em casa dos ed7tol'es Eduardo ~
Hem'ique Laemmel't, Rua da Quitanda, 77. 1856. 8.° 2 Lomos de xv-23 11 png. e
287 pago
Tem os ante-ro tos como o da edição de :1.841, mencionada sob o n. 71. A
indicação da impren a no verso. do allle·rosto e no fim d~ livro, é: "Typogra·
phia de Laemmert, rua dos Invahdos. 61 B. 'J A. p tampas sao das mesmas pedras
lithographica com pequenas val'lantes no colondo losco.
DE CAMOES 159

A adl'erlencia. meno o X R, e a annolaçóes crilica , são copiada da edi·


ção de Freire de Cal' alho. Omilliram porém a labellas, que correm n'aguella de
pago 359 a 367: e puzemm a mai o diccionario dos nome proprios de João
Franco Barreto, com o que fevha o volume.
ri. esla euição ob o n.O 78 paz lnnocencio no Dicc., lama v, pago 266, a se·
guinte nota:
li . . • (1 me mos edilore fizeram no p"oprio anno de 1856 outra edição dos
Lllsiadas em 8.° pequeno, de 395 pag., com um retralo colorido. No fronli picio
diz: Nova ediçiio ]Jam lISO das escolas, e pro egue como na oulra, npra de cripla
tom as palavras: feita dehai.ro das vistas, ele.: porém é nolavel que, promellen-
do· e ahi annolaçóe , e la não apparecem no livro, e ó sim o lexlo simples, em
advertencia preliminar, e em argump.nlos, etc.»
~o c;ltalogo d:t camoniana da blbliolheca nacional do Rio Janeiro publicado
no Annaes da me ma bibliolheca. vaI. TI, fa c. n.O 1, pago 70, o sr. dr. Saldanha
da Gama, notando que houvera equivoco ua parte do sr. visconde de Juromenba
e Innocencio da ilva, uppondo que os editores Laemmert publicaram no indi·
ca"o anno outra edição em n1l:'nor formato, acrescenta em resposta ao que acima
copiei:
«Cremos que os dois dislinctos escriplorc se enganam. Q' edilores Laem-
merL publicaram, é cerlo, uma edição com e le tilulo in-8.0 pequeno ue 395
~ag., ma muito mai tarJe' ella é de 18ti8. e não de '1856, e não prometle no
lllulo, como dizem aquelles escriptores, annolaçóe que não apparecem ... "
No leilão de Sou a Guimarães foi venJido um exelllplar por 2~100 réi , e
no de Gomes Monteiro por 2~OOO réis.

86. Os Lusiadas, poema epico de Lui~ de Camões. Nova ediçiio. Lisboa, na


typogmphia Rollandiana, 1857. 16.° de 397 pag,
Como a anteriores. É a etima da livraria editora Rollandiana.
No leilão de ou a Guimarães foi vendido nm exemplar por '14,0 réi , e no
de Gomes ~lonleiro por 320 réis.

* *
87. Os Lusiadas, poema epico de Luis ele Camões. Pm·is. Typ. ele Vanduil,I'ue
de aint Bonol'é, n.o 1490. 1857. .
. Como não tenho presenle nenhum exemplar, reproduzirei a nota cp.le por
Igual I'em Ilas Obl'Cls pelo SI'. visconde Je Jl1romenba, lama r, de pago 6,81 :t 1182,
eem Jnnocencio, Dirc., lama v, pago 267, sob o 11." 80 :
',É ele formalo inqllalificavel, pois lem a altura cio antigo qltal'lo p01·tuguez,
elarglll'a igual :i do oItavo assim cbamado: Je moJo que em cada p:tgina com-
pl'ebende cinco eslancias I Contém ao lodo 252 pago Esla edição traz o argumen-
lo~ em prosa e yeJ:so no começo dos canlos, sem mai nota, aclvertencia, ou ex-
plicaÇão alguma. E feita sem esmero lypograplJico, e abunda em erros, como tive
160 LUIZ

occasião Lle observar em um exemplar que .• ' me enviou do Rio de Janeiro o


sr. M. de Mello. - A indicação elo lagar da impre são é uppositicia, como para
logo conhece qualquer mediocremente ver aelo nas cousas da typographia. Consla
que f6ra impressa em Niclberoy, na typ. ele Quirino & Irm50, por indu Iria do
editor Antonio José Ferreira da Silva, portuguez, então estabelecido no Rio de
Janeiro com lojn de livros, eslampa e bijout rias."
Segundo [ne informou o 1'. Tito ele Noronha, é eJl'ectiyamente uma edição
muit,o ordinaria, em mau papel e mal impressa.
No verso elo rosto, lê-se: A venda no Rio de Janeiro em casa de Antollio
FelTeim da Silva, ?'UC! ,dc! Quitanda n." 19. No fim repete: TY1J. de Vanc!ltil, 1'111
Saint lJ01Wl'é, n." 490. E ediç50 mui incol'l'eta, c até na ullima estancia do ultimo
canto, primeiro verso:
ou lrazenclo que ...
em lagar de
ou fazendo que ...

Tem um exemplar Q SI'. Antonio Moreira Cabral, do Porto, adquirido no es·


polia do fallecido Antonio Martins Leol'l1e.. '

88. Os Lusiadas de Luis de Camões. Nova edição segu.ndo a do MOl'gado .~fal·


teus com as notas e vida do auto?' pelo mesmo cOlTigida se9lmdo as edições de Ham,
bu.?'go e de Lisboa e· em'equecida (sic) de novas notas e d'u?lla p?'e(açLio pelo Dr. Coe·
tano Lopes de .Moura. Pm'iz na ofTlci?1cL typo{)mphica ele Fil'lnin Didot 'ÍllllJl'essor tio
lnstituto. Rio de Janeil'o, ?'!La dc! Quitanda, D7. 18õ9. 8.° de 4, (iL1l1umeradas)-n-~l5,
pag.-No verso elo ante-rosto vem a designaç5Q do impressor: "Typographie de
H. Firmin Didot. Mesnil (Eure)."
Confrontando esta edição com a de i 84,7, mencionada acima sob Qn.O 78, pa·
rece·me que é a mesma só com a dillerença do 1'0 to. Em algumas folhas a cór
do papel é mais clara, mas esta alteração dá-se muitas vezes até na mesma resma.
Os typos e a espacejllç50 são iguaes em ambas as edições, e os el'ros repelem·se
nas mesmas linhas.
. Por exemplo em ambas:
o titulo da prefação (pag.1): PREFAÇAO.
Na mesma pag., lin. 16: foráo
Na mesma pag., lin. 25: serviraõ
Na pago TI, lin. 4,: erudito. 11'1.
Na pago 14" lin. 2!:i: lem
Na .pag. 109, ultimo verso do canto I: tão (está ferido o til do ú)
Na pago HO, primeiro verso do canto n,: Já (o accento agudo está ao lado
do a, devendo estar superior á. letra)
DE CAMÕES 161

Na pago 30y-, no ultimo verso da est. :1.6, lê-se temidos, em vez de tímidos.
Nota o sr. dr. Saldanha da Gama, nos Annaes citados, que na edição de 1.847
esl~o a pago 3i, lin. 30, e a pago 32, lin. ii, as palavras: ingratidõo e algums;
que na ue 1.859 foram emendadas para: ingmtlClúo e alguns. D'abi infere que,
n'esta ullima edição, era passiveI que, alem das pagina do ante-rosto e rosto,
manda sem compor de novo uma ou outra folha. SãO, porém, de tão insignificante
valor esses erros, que o que me parece provavel é que tivessem sido reparados no
correr da impressão.
Osr. dr. José Carlos Lopes escreve-me que, da edição de Moura, possue um
exemplar sem data no rosto, mas ~ evidentemente igual em tudo o mais á de
{847.
O exemplar existente na bibliotheca nacional de Lisboa foi olferecido em
março de 1.880 a este estabelecimento pelo hoje illu Ire terceiro conservador,
epresentemente consul geral de Portugal em Zanzibar, sr. visconde de Castilho
(Julio), e pertencêra a seu tio o conselheiro José Feliciano de CasWho. É unico
e notavel. Está alterado e annotado, em todas as paginas, do proprio punho do
erudito investigador e polemista. Reproduziu ahi as variante e annotaçlles fei-
tas por Filinto no celebre O1anuscripto de que já tratei. Isto mesmo declara o oJIe·
rente n'uma nota autographa.
No leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por 560 réis, e no
de Gomes Monteiro por 1.';500 réis.

*
* *
89. Os Lusiadas, poema epico de L1âs de Camões. Nova edição. Lisboa, na ty-
pogrophia Rollandiana, 1860. 1.6. 0 de 397 pago
. Contém só o poema com os dois argumentos, como nas anteriores edições.
E a oitava da casa Rolland. .
No leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por 340 réis, e no
de Gomes Monteiro por 200 réis.

*
* *
90. Os Lusíadas, poema ejJico de Luis de Camões. Nova edição. Lisboa, typ.
de L. C. da Cunha. Entulhos da Rua de S. Mamede, 5, 1860. 1.6. 0 de 397 pago

Edição feita conforme as dos lineiros editores Bolland, posto que com uma
pequena dilferença no llapel, que é um quasi nada maior. Parece-me que é a pri~
melra do impressor LUlz Correia da Cuuba.
No leilão de Gomes Monteiro o exemplar da sua collecção foi arrematado
por 300 réis.

*
* *
. 9i. Os Lusiadas, poema epico de Luiz de Camões. Edição publicada POl' Do-
mmgos José Gomes Bmndão. Rio de Janeiro, em casa de D. J. G. Bmndão, 1'!la da
TOMO 1lV (Supp.) ti
LUIZ

QU'itanda, n.o 70; B1"Ct1ldílo ~'lrl1lílo, mesma ?"tia, n.o 124. 1861. i6.· de 3971l3g.-
No verso da folha do roslo, e no fim da ultima pagina a indicação: ceRio de Ja·
neiro, typograpbia de Quirino & Irmão, Rua da Assembléa, n.· 54•.
Contém só o poema com dois argumen los. É a considerada seglmda dos mes·
mos editores. A primeira é a que ficou mencionada sob o n.· 83.
No leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por 6iO réis, e no
de Gomes Monleiro por h~300 réis.
'*
'* *
92. Selecta Camoniana ou excel'ptos dos Lusiadas com, sU71l11la?'ios enotas CJ)·
pllCativa.s p01' Antonio José Via/e, pro!,esso!' de 1:itteratum {fflJ{)a e latina, no curso
superiol' de letms, e socio efTectivo da acadelnia das sciencias. Lisboa, livrm'ia da
«
V. Bert1'and Filhos, aos Mm'ty,'es, 73.1863.12.· gr. de 8 innumeradas-314pag.
e mais :I. de errata .
No verso do 1'0 lo lê-se a nola do editor: ceDepositada na bibliolbeca nacio·
nal de Lisboa para os effeilos da "lei de 8 de jl11ho de 1851». E a desj~nação do
impressor: ceTypog1'apbia Universal. Rua dos Calafales (Laje, rua do Diario de
Nolicias), 1:1.0". No rosto, por cima da sigla do editor A. S., a seguinte epigraphe:
Selige de libl'is optirna quaeque bonis.
L.
A sigla A. S. era a de que usava Albano Antbero da Silveira Pinlo (bOJe
falleci!lo), que se entregava á publicação de livros para a escolas primarias, com
o intuito de augmentar o trabalho na typographia Universal, e u'aqueJla epocha um
dos proprietarios d'ella.
A impressão da Selecta é commum, em papel inferior, como em geral as edi·
ções feilas para as esc.olas, e por preço baixo. Custava 320 réi . No prologo de:
clara o erudito auclor que com paz esle livro: "Suppriloindo os logares perigosos 3
infaucia dos primeiros anuas; fazendo preceder de um summario cada um dos
excerptos, indicando n'eJle o a sumpto de que trala; acrescentando aos descl'lplo.
no fim do livro, breves nolas, nas quaes dá resumida nolicia dos personagen luso
toricos ou mylhologicos; elucidando nas mesmas nola os passos e cab1'osos, o~
que encerram alguma difficuldade; alguns desprimores metricos e oulros descUl'
dos incolTidos pelo poeta", ele.

No exemplar existente na bibliolheca nacional, em ampliação ao que se lê 3


pago 3H, lin. 27: "Herolls. Os commentadol'es de Camões confessam a sua igno-
rancia sobre os Heroas de que o poeta entende aqui de fallar ,,- puzeram á mar·
gem em manuscriplo o seguinte:

"Camões quiz recordar o nome antigo de Sués, que era Heroépolis, isto é, a
cidade dos Héroas. - 7 Novembro 79. J. C.l>

O prologo occupa quatro paginas, incompletas; seguem-se os excel'plos por


cantos (pag. :I. a ~72), e as notas (pag. 273 a 3U).

No leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por 220 réis, eno
de Gomes Monteiro por 400 réis. . ,
DE CAMÕES 163

*
* *
93. Os Lttsiadas, poema epico de Luis de Camões. Nova ediçtío. Lisboa, na ty-
pographict Rollandiana, 1863. 16:° de 397 pago
Exactamente como as anteriores. É a nona edição da casa Bolland.

*
* *
9f.1,. Os Lusíadas, poema epíco de Lttiz de Camões. Lisboa, typ. de L. C. da
Clttl/Ia, 1866,. 1.6.° de 397 pago

Não vi esla edição. Vem, porém, cilada no 1I1amlal bibliogmphico, de Ri·


cardo Pinto de Mattos, do ParLo; e nos catalogas das bibliotbecas tlos fallecidos
Domingos Jo é de Castro e do visconde de Macedo Pinto. O exemplar de Castro
foi vendido por 6,20 réis.

*
* *
95. Os Lusiadas, poema epíco de Luis de Camões. Nova edíção. Lisboa, na
typogmphia Rollancliana, 1865. 16.° de 397 pago
Como as anteriores edi~ões. É a decima elos livreiros editores Rolland.

*
* *
96. Os Lusíadas, poema epíco de Luis de Camões. Nova edição confOl'me á de
1817, in-4.0, de Dom José 1I1aria de Sousa Botelho, MOl'gado de lIJatteus, COlTecta
edada á luz por Paulino de Sousa, bachcwel em sciencias. Pm'Ís em casa de ft J.
P. Aillaud, Guillat'd e C.' 47, rua Saint Andl'é-des-Al'ts, 47. 1865. i2.0 de 12-
536 pago Com retraIo.
o fronlispicio é impresso a prelo e encarnado, e tem ao centro as armas de
Portugal e do Brazil, ligadas e ornadas com palmas, rematadas com a sigla dos
edItores A. G. (Aillaud, Gnillard). O retrato de Camões é gravado em cobre, em
pequeno formalo, podendo servir tanto para os livros em 8.° como em 1.6.°; o de·
senha é de Scbneider e a gravlU'a de Fournier, com a data de 1.866,. No começo
de cada canto, <llto da pagina, vê-se uma vinbeta allegorica, aberta em madeira,
sendo os desenhos das primeiras seis de L. Penet e as gravUJ'as de Sargent; e os da.
quatro restantes, ele Lix e L huger. O trabalho do retrato é fino, mas no das gra-
Vuras em madeira não se enconlr~m primores. No fim do livro tem a indicaçãu
lypographica: "Poissy. Typographia de A. Bouret".
Este livro contém: ao leitor pOJ'tu~uez (preambulo, em duas pag, innumera·
das); prologo (5 paI;' innumeraclas); aviso da edição de 18i8 (pag. 1 a 3); discurso
prellmmar apologetJco e critico (pag. 6, a 27); breve aualyse do poema de Ca-
mões (pag. 28 a 33); breye noticia da vida de Camões (pag. 3(j, a M); o poema,
tom os dois argumentos (6,3 a 6,(j,3); e o indice dos nomes proprios que se con-
LUIZ

tém nos Lusiadas por Franco Barreto, augmentados e corrigidos por Paulino de
Sousa.
o discurso preliminar, a analyse do poema e a vida de Camões, são copia-
lias da edição de Thomás de Aquino. No prologo, Sousa escreveu:
"O retrato com que vae ornada esta edição é talvez o unico que representa
a verdadeira physionomia, e as nobres feições do poeta guerreiro; aquelle que se
conbece geralmente foi delineado por Gérard, e quasi nada tem do typo porlu·
guez: o que será faci! verifkar por urna simples comparação.
"Trabalbámos sem poupar-nos, e quanto julgámos preciso para que esta nossa
edição se apresentasse limpa de erros, e sem as imperfeições que se notavam em
muitas das que vieram á luz anteriormente.))
Apesar d'isso, noto que a pago 36,i deixou sair na est. 65 do canto VIII este
verso:
Na geração de AdãO, co'a falsidade;
quando devia ler-se, como já notei acima, a proposito da edição de i8i9:
Na geração de Adão co'a falsidade
e na pago 360, não corrigiu o ultimo verso da est. i6 do canto IX :

Do mar incerto, temidos e ledos


que devia corrigir:
Do mar incerto,.tímidos e ledos :
No leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por i$500 réis, e
no de Gomes Monteiro por i$OOO réis.

*
* '*'
97. Os Lusíadas, poema epíco de Luis de Camões. Nova ediçeio (eita debailto
elas vistas da mais aC1tracZa CI'itica em p"esença das duas edições prirnordiaes edas
posteriores de maio,' credito e ,'eputaçúo: Seguida de annotações c1"iticas, histon'
cas, e rnythologicas. Com estampas. Rio de Janei1'o em casa dos editO?'es Edual'do ~
Hem'ique Laemmel't. 77, rua da Quitanda, 77. 1866.8.° 2 tornos de xv1-234 pago
e 287 pago
O retrato e as estampas são lithographadas e coloridas, ditTerentes no des~'
nho das que empregaram na edição de i84J, e posto que os traços sejam mais
correctos, o colorido é por igual mau.
D'esta e de outras edições camonianas, feitas no Brazil, não são vulgares os
exemplares em Portugal.

*
* *
98. Os Lusíadas, poema epico de Luiz de Camões. Nova edição. Lisboa, typ.
de F. X. de Sousa· &; Filho. 26, rua do Ferregial de Baixo, 26. 1867. i5.' de
397 pago
DE CAMÕES i65

*
* *
99. Os Lw;iadas, poema epico de Luiz de Camões. Nova ediçúo. Lisboa, typ.
4íeL. C. da Cunha. 5, calçada do Conde de Pmafiel, 5.1868. 16.· de 397 pago
-Tem mais a indicação: (IA venda na livraria de J. J. Bordallo. 2lJ" rua Augusta,
26 •.
A proposito das edir-ões feitas por este impressor (o já fallecido, Luiz Cor-
reia da Cunha, da Costa do Castello) e com a iudicação do livreiro onde e tavam
á venda, convem lembrar uma circumstancia, que me foi rememorada por um
antigo livreiro editor.
O Correia da Cunha costumava fazer as edições de 2:000 ou 4:000 exem-
plares, em papel muito ordinario e impressão mui tosca, por sua conta. Depoi.,
ajustava a venda com os livreiros aos centos com grande abatimento, e fazia pal'no
cada um frontispicio especial, em qlle declarava o nome d'elles, como editores.
D'este modo, era possivel apparecer no me 'mo anno a me ma edição com dois
ou tres nomes, o que igniftcava que cada um d'elles ficãra com sua parte. A
edição tinha comtudo esta dilferença para o mercado, e é passiveI que a im
alguma figure em camonianas como de diversa procedencia; mas, confesso que
tambem não posso averiguai-o.

*
* *
iOO. Os Lttsiadas, poema epir.o de L,liz de Camões. Nova ediçiio pam uso das
escolas {cita debaixo das vistas da mais ucm'ada critica em presença das duas edi·
ções primordiaes e das posteri01'es de maior credito e l'erutaçúo. Rio de Janeil·o.
Em casa dos editare Edu01'do f Henrique Luemmert. 68, l·tla do Ouvidol', 68.
1868. 16.· pago de 39.5 pago Com o retrato do poeta colorido.
E te retrato d o mesmo que serviu para a edição de 1866 (n.· 97). O livri-
nho. contém só o texto do poema, e era o destinado ás escolas, mencionado por
eqUIvoco, como já indiquei sob o n.· 85.

*
* *
!DI. Obms de Luiz de Camões, precedidas de wn ensaio biographico 110 qual
se I'ela!mn alguns factos não conhecidos da sua vida augmentados com algumas
Cl!mposlções ineditas do poeta pelo visconde de Juromenha. Lisboa.. Imprensa Na-
CIOnal. 1860-1869. 8.• gr. 6 tomos.

A edição é mui nitida, impressa com caracteres modernos e inteiramente


novo, e homa o estabelecimento typograpbico d'onde saíu. Teve tiragem espe-
CIal, em papel superior, para brindes.

O retrato foi desenhado e gravado em cobre por Sousa (Joaquim Pedro d~


~o~sa, professor da antiga academia de br.llas artes de Lisboa, hoje fallecido). E
Imitado do de Gérard, porém com tl'3ÇO mais franco. Foi estampado na olficina,
~e.en..tão possuia a mesma academia, pelo babil estampador Silencio (Silencio
nslao de Barros, tambem já fallecido).
i66 LUlZ

Na dedicatoria á nação, o iIlustre editor paz estas formosas phrases ,


ce •• '. separado inteiramente da vida publica, mas devorando-me ao mesmo
tempo o desejo de me não tornar inteiramente um cidadão inulil e esteril na soo
ciedacle onde nasci, procurei corno allivio, ou antes emprego muito agr'adavel,
fazer a autopsia cl'esse coração tão portuguez, que abi exponho ao publico tão paI.
pitante ainda de patriotismo. Pos a sempre aquelle fogo agl'ado do amor da pa·
tria que o abrasou em vida, intlammar os meus prezados conterraneos a acções
tão nobres e generosas como aquellas das quaes p.lle foi tão elevado pre·
goeiro.1>
o tomo I (impresso em 1860), de x,'{l-51.6 pag., com o retrato de Camões,
contém: á nação portugueza (dedicatoria, pago v e VI); advcrtencia preliminar
(pag. VfI a XXI); vida de Camões (pag. 1. a i75)' elogios dedicados a Camõe por
alguns escriptores, em verso (pag. 1.76 a 208); traducçõe dos Lusiadas e outras
obras de Camões e relação elo auctores e tl'angeiros que escreveram sobre o
poeta (pag. 209 ao 302); escriptoues portuguezes, que cital'am ou e crevCJ'~m ácerca
de Camões, ou lhe dedicaram escriptos em prosa ou ver o (pag. 303 a 1.1:15); nota
dos artistas, que de enbaram, gravaram ou pintaram retrato, ou quadros relati·
vos a Camões (p~. 41.7 3,/.1:51.); notá das medalhas gravadas e cunhadas em honra
de Camões (pag, 453 a 455); nota dos projecto dos monumentos que deviam ser
erigidos ao egregio poeta (pag. 457 a 4tj~); relação das ediçõe camonianas (pag,
445 a 484); e notas, em numero de 96, á biographia (pag. 485 a 516).
O tomo II ('1861) de 2 innumeradas-xxIv-572 pago e mais 1 de el'l'ata ,con·
tém: advertencia preliminar (pag. v ao xxw); rimas ( onetos, CCCLII; cançõe ,:>.'Xl;
sextinas, V; odes, XlV: oitavas, IX), de pago 1. a 362; notas à' rimas (pag, 363 a
5ô5), e indice (pag. 567 a 572).
'e te tomo, entre o ante-rosto e o rosto, vem cinco especimens de manuscri·
ptos, em duas paginas lithographadas, d'este modo: ·1 {ac-simile úa assignatura de
D. Catharina de Athaide; 2 mss. pertencentes ao editor; 3 ,m S. autogn:phos de
Manuel de Faria e Sou a; 4 mss. de L. Franco; 5 mss. Triumpbo úe Pell'3[C<1.
O tomo III (-1861), de 520 pag., conté'm a continuação das rimas: eglogas,
XVI (pag. 5 a 162), elegias, xxv (pag. 163 a 265); Da cl'eaçiio e composição (WllO'
?nem, que não é de Ca:nóe , tres cantos (pag. 267 a 32!l,); uotas explicativa, per·
tencentes aos tre canLos Da cl'eaçúo do homem (pag. 325 e 326); peça relallvas
aos indicados tres canLos (pag. 327 a 357); notas ás rimas (pag. 359 a 518); e
indice (pag. 51.9 e 520).
O tomo IV (1.863), de 492 pag., conLém a continuação das rimas: redondilhas
(pag. 5 a 191); a comedias Eh'ei Seleuco (pag. 195 a 2(8)' Os amphitl'iães (pag.
259 a 325); e Filodemo (pag. 325 a 417); notas ás redondilhas (pag. 419 a 480);
e nota ás comedias (pag. 480 a 488); e indice (pag. 489 a 492).
O tomo V (1864), de 451. pag., contém: Triumphos de Francisco PeLra~ca
traducção: TI'iu1Il7Jho do Anta/', da Castidade, da Morte, e da Fama, e respecLlvO
commentario (pag. 5 a 2-15); prosa, contendo seLe cartas e a SatY"a do TOl'nér
(pag. 219 a 248); appendi03e primeiro, contendo: poesias referidas a Camõe ~or
alguns escriptore (pag. 249 a 309); documentos, que ampliam as informaço
biographicas, já c1'ulas em outros incluidos no tomo I (pag. 3B a 3(9); nota de
traducções dos Lusiadas e outras obras de C:unões e noticia de alguns auclo res
estrangeiros e porLuguezes que escreveram sobre o poeta (pag. 321 a 348); nola
dos artistas que executaram obms em honra do poeta (pag. 350 a 358); nota de
medalhas em honra de Camões (pag. 359 a 361); projectos dos mOllnmenlos a Ca·
DE CAMÕES {67

mões (pag. 3M a 387); noticia das edições das obras do poeta (para acre centar
á que vem no tomo I) (pag. 389 a 4,11); indice cbrollologico da edições das ri·
mas dp Camõp.s que demonslra como succe sivamenle se foram acrescentando as
collecções de poesias que se imprimiram poslbumas (pag. 4i5 a [~35); considera-
çõe ácerca da lraducção dos Trimnp/ws de Petral'ca (pag. 4,3i a 4,51); e rectifica-
ções (pag. innumerada).
osr. visconde explica os motivos que o levaram a dar este appendice, es·'
crevendo o seguin te :
.Julgámos dever dar em additamento n'esle appendice ás obras e noticias
que já publicámos e dizem respeito a Camões e ao seu poema alguma que es-
queceram, e outras que 'fieram ao nos o conhecimento 0\1 e publiearam de novo,
depoi que saiu á luz o primeiro volume d'e la edição até ao quinto, que agora
sáe do p,'elo, bem como algumas addições aos artigos já publicado no cilado vo-
lume ...
•Fica pois guardado para o eguado appendice dar noticia da obras das
quaes, alem das que agora se publicam, houver conhecimento ou s:lÍrem no in-
temllo que decorrer alé o final complemenlo d'esla edição, para cujo fim e pro-
cede desde já a novas indagações f6ra do reino, no qne diz respeito a anclores
estrangeiros."

Tomo 1'1 (i869) de xx.x:r-542 pago e iinnumerada de erratas,com o retraio


de Va co da Gama e oulras estampa, contém: dedicatol'ia á memoria de Vasco
da Gama c Camões (pag. vu e vm innurncrarlas); prologo (pa~. IX a XXIV)' argu-
m~nto do poema (pag. xxv a XXXI); o Lusladas (pag. i a 395); e tancia des-
pl'tZadas e omittidas por Luiz de Camões na primeira impres ão do u poema
~nrorme o doi m . de cobedos por Manuel de Faria e ou.a (pag. 397 a 4,19);
hçõe varias (pag. 4,21 a Mi8); apothegma (pag. 4,59 a 4,6í); tabella da edições
da ob"a de Camõe , em numero de 97 (pa". 4,65 a 4,70)' 'abella da traducções
(pag. \.7\ a 475); dilferença orlbo"raphiea, confrcnlação feita ntre a duas edi-
ções do Lu iadas de Hí72 (pag. 473 a 519); e laucia exlrahida da Ulis ea de
~ab~lel Pmira de Castro (pag.521 a 52i)' nolas (pag. 529 a 542); e errata (pag.
mnumerada).

E le tomo, alem do relrato de Vasco da Gama, tambem gravado a cobre por


ou a, I m mais em Jithographia: as naus que foram á India em ,\4,97 r(ac-simile
de uma agual'el1a), estampa desdobravel, enlre as pago X~"I e a pago i, â. frente
do pOema; o bu to de Vasco da Gama e Paulo da Gama, seu irmão, copias dos
roe exi. lcm no claustro de Belem, enlre a pago i30 e i i, em frente tio começo
°canlo IV, e o de Nicolau Coelho e de Pedro AII'ares Cabral, entre as pago 34,2
e343, em frenlH do começo do canlo x; serie de (IlC- imiles de as. i"natura de
rBl e lI1embros da familia real, tle de l-rei D. Diniz alé el-rei D. Seba lião, e car-
de~1 D. Henrique; vice·reis e go\'ernadores da Iudia desde D. Franci co de AI-
~rld~ alé D. Luir. de A lhayde; e hom ns nolavei da India, desde Antonio da
111'e1ra alé D. Alvaro de Caslro, i8 estampas eguidas, em pagina, collocada en-.
re a pago 528 e 529.

d' _Os factos ignorados relativos a Camões, e os inedito ,introduzido n'esta.


e lçao do sr. visconde de Juromenha, são: .

No lomo I: factos prineipaes: a data do obilo do poeta. em i580 (pag. i29),


;1
c,om documenlo incontesla el (pag. i 72), e a sobrevivencia da mãe Anna tle Sá,
J
!:em provada com documenlo (pag. i 72 e 173). Inedilos: a. satyra de André
a cao de Re7.ende (pag. i94, a 205).
i68 LUIZ

No tomo TI : as odes xm e XIV (pag. 289 a 293); e a oitava IX. (pag. 3~3).

No tomo m: a egloga XVI (pag. i58) e as elegias XXV, XXVI, XXVTI, XXVlll e
XXIX (pag. 2q,7 a 265).
No tomo v: as cartas VI e VII (pag. 239 a 2M); e a elegia a Luiz de Ca·
mões sobre os amores da escrava (pag. 307).
Alem de outras, as peças mais duvidosas e contestaveis, que occupam mais
de 300 paginas, e que podiam deixar de ser incluidas n'esta collecção, aliás digna
de apreço por muitas circumstancias, são: a Creação e composição do homem, no
tomo m, de pago 267 a 357, com uma nota de pago 516 a 5:18; e os TrilnlllJhos
de Pet1'a1'ea, traducção, no tomo V, de pago 5 a 21.5, com umas observações criti-
cas e transcripção, de pago q,62 a q,{)7.
Em as notas do tomo li, vem de pago 516 a 51.8 uma relativa á Creaçâo do
homem, em que o proprio sr. visconde confessa que esta composiçãO não é de Ca·
mões. Ahi leio O. seguinte:
.. Este poema imprimiu-se pela primeira vez em nome de Camões, no anilo
de :16-15 ... Não são de Camões estas oitavas, e não é preciso ser muito alilado
para o conhecer ... Boje não só posso aflirmar com plena certeza que não ão de
Camões, mas, graças ao ex. mo sr. Vicente FerreI' Netto Paiva ... indicar afouta-
mente o verdadeiro auctor, que foi, sim, um amigo de Camões (porém não o
poeta), isto é, André Falcão ~e Rezende, sobrinho do nosso archeologo An~ré.d1
Rezende. De um exemplar amda não completo das obras d'este auctor, ailas lll'
teressanles a mais de um respeito, que na imprensa da universidade se impri~e
debaixo da inspecção de s. ex." ... e d'onde pude já extl':\r.tar uma carta inedlta
dirigida ao seu amigo Camões, tirei não s6 as dedicatorias de André Falcão ao
duque de Aveiro, que junto, mas os versos latinos do medico Pedro GomE':l em
elogio do auctor, a quem pela sua profissão devia extremamente agradar o poema,
e o qual, na fórma usada d'estes encomios, não deixa de comparar o no~sO An-
dré Falcão a Homero e Virgilio ... "
o fim do tomo v, pago M2, escreveu o iIlustre editor esta nota relativa-
mente á versão dos Trittmphos de Pet'l'Qj'ca:
..Estava já escl'ipta esta nossa exposição, quando mostrámos as folhasjti
impl'essas da traducção desconbecida a pessoa que reputâmos de maxima .co~pe·
tencia em a sumptos de litteratura. As suas opiniões a este respeito são mtelra·
mente oppostas ao nosso parecer, fundando-se nas muitas imperfeições que n'ella
encontra. O nosso acatamento pela sua auctoridade, e não menos a nossa leal-
dade, reclamam que aqui deixemos consignada esta sua convicçãO, que apesar de
tudo não abalou a nossa.
« Acrescentámos porém que, bem ou mal altribuida, o publico illustrado po·
derá ler pela primeira vez vertido em linguagem nacional o poema do vate lia·
liano, sendo assim mesmo para lastimar que esta versão Hão se ache completa ... -
No exemplar (l'este tomo, da coJlecção lia hibliotheca nacional de Lisbeoa,
estão annotadas á margem as pago q,q,q, a lj,q,7, em que o sr. visconde poz um tre·
cbo do rriumpho da Morte com a versão em frente. A ultima d'essas nolas é a
seguinte (pag. q,;I,7):
c Em 70 versos, 25, pelo men(i)S, errados. Quasi nunca exprimidos os 1JeUo~
pensamentos do original. Apenas meia duzia de versos bons. E o traductor fOI
athleta a luctar contra outro athlela."
DE CAMÕES 169

Allusão ás phrases finaes do editor, que rematou o tomo d'este modo:


.Quem ao ler esta parte traduzida, comparando-a com o original, deixará
de reconhecer que houve lucta de athleta contra athleta., etc.
Note·se mais que ao tomo 1 fez Innocencio no Diee., tomo v de pago 240
a 2~9, algumas oh ervações e correcções, ao que o sr. visconde re pondeu no tomou,
pago XXIV, addiciollando no fim do mesmo tomo, em pago innumerada, uma tabella
de erratas ao tomo I.
o sr. visconde de Juromenha, no prologo do tomo VI, prometteu. dar mais
um tomo, em que se occnparia do episodio de Ignez de Castro e dos homens mais
notaveis, que floresceram nas epochas brilhantes a que se referem os Lusiadas;
mas, por circumstancias que ignoro, não concluiu esse trabalho, o que é para seno
til', porque de certo o nobre editor teria occa ião de modificar algumas de suas
opiniõe , ampliamlo ou reclificando faclos e documento .

A sua morte, o~corrida em maio do anno correnle, i887, veiu, talvez, us-
pender de todo a de ejada puhlicação final se o seu herdeiros não podérem
C?lIigir os importantes apontamentos que o benemerito escriptor deixou ine·
dllos.

No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 9~500 réis, no


de Inuocencio por 9~360 réis e no de Pinlo de Aguiar por 1O~OOO réis. Existem,
porém, ainda exemplares á venda na imprensa nacional por !l,}3200 réis.

*
* *
i02. Os Lusíadas. Epopéa de Luiz de Camões. Ediçúo popular, eon{o1'1ne a 2. 4
de 1572, com um ptospeeto eh?'onologieo da vida do poeta, e um ?·etrato. POI·tO. 1m-
prellsa Pottugueza, ma do Almada, 161. MDCCCLXIX. 1.6.· de xXlv-4A!:J pago Com
retrato gravado por l\'lolarinho.
Conlém: advertcncia do edilor (pag. v a VlI); Camões historico (ephemerides
camonianas, pago IX a XXIV); o poema, r,om dois argumentos (pag. i a 4q,9), lendo
1\0 fim de cada canto a variantes, segundo Faria e Sousa.

. O editor declara, lia adverlencia, que eguiu para esta reproducção dos Lu-
SlQdas a. chamada segunda eLlição de i572. Em alguns exemplares apparecem erra·
ddoS o tItulas das pago q,9, 51, 53, 55,57, 59, 61 e 63, que tem Canto I, em vez
e Canto li.

No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por q,00 réis.

*
* *
103. Lusiadas. Epopea de Luiz de Camões. Ediçüo pupulat, eon{ol'1ne a 2. 4 de
1572,. com mn pl'ospeeto elwollologieo ela vida do poeta, as vm'iantes e estaneias
Olllltttdas. POtta. Imp,-ensa P01·tugueza, ?'ua do Almada, 161. MDCCCLXX. i6.· de
x.uv-449 pago
170 LULZ

Não vi esta edição, mas parece-me que não deve fazer grande differel1ça da
anterior.

'*
* *
10~. Os Lusiaelas, poema epico de Lui:: de Camões. Nova edição popular, con·
forme ás edições classicas ele 1572, au.?mentada com a vida do poeta e com mn glOI'
sário elos nomes proprios. Lisboa, typogl'aphia Sousa {f Filho. 145, ?'lea do Norte,
145. 1871, :L6. 0 de X.XIII 395-Ià'YT1I pago Com retrato,

Contém: bl'el'e biographifl; de Camões; glossario dos nomes proprios; e o


poema com dois argumentos. E edição feita para as escolas, por conla da casa
Holtand & Semiond, rua Nova dos Martyres, 3, Póde cuntar-se como a undecima
dos editores Rolland, pois a casa era a meSllla só com a mudança de firma.

PareM que, pela mesma epocha, se fez d'esta. edição uma liragem sem a indi·
cação da firma dos editores, como acima.

'*
* *
:L05. Os Lusiadas. Poemaepico de Luiz de Camões. Nova edição contendo: BI'cce
noticia da vida do auctor, noticia áccrca de Vasco ela Gama e da sua viagem á
lne/,ia e o Diccional'io dos nomes 1Jroprios usados no mpsmo 7JOWW. Porto, elll cala
de Cruz Coutinho, editor, rua dos Caldeil·eiro.~, 18 e 20. 1871. :L2. 0 de JU:11'-360
pago

No verso do fl'Ontispicio tem: ceTypographia do Jornal do Porto. Rua Fel"


reira Borges, 310. A vida de Camões é do padre Thomás José de Aquino; e a ~o·
ticia de <.lasco da Gama P, extrahida da cl1ronica de el-rei D. Matluel, de Damião
de Goes. .
.:;{::

'* *
i06. Os Lusiadas, poema epico de Luis ele Camões. Nova ediçiío conforme á de
1817, in-4.o de Dom José lIJal'ia de Sousa Botelho, MOI'gado de Matteus, correcta e
dada á luz pnr Patllino ele Sousa, brtcharel el1~ sciencias. Pm'is em casa da V." J.
P. Aillaud, Guillard e c.a47, l'lta de. Sail.t dnd,'r)-des-AI'ts, 47. 1873. i2. 0 de 8
(innumeradas)-536 pago Com retrato e vinhetas no com ço dos cantos. O relralo
é desenhado por F. Schneider e gravado por F. Foul'llier.

O frontispicio a duas cal' s. 'o verso da folha do anle·rosto, e no fecho do


volume; "Pari. Imp. Simon Ravoll e Comp. Rua de Erfourlh, :Lo. E ta ediçãO.é
a mesma de i865, de ca a. Aillaud, com a difIerença do 1'0 to e do "Aviso da.edl-
ção de 1818 u , que foi suprrimido; e das duas ullimas paginas, que reprodnz 1ram
oara pÔr a designação do impressor.

Appareceu annullciado um exemplar' por :L;$800 réis na livraria de Kübl,


de Berlim. No catalogo da casa. AiJlaud tem o preço de 7 francos e 50 cen·
times,
DE CAMÕES l7i

*
* *
i07. Os Lusiadas de Luis de Camões. Nova ediçúo segundo a do visconde de
Jllromenha f,()n{orlne á segunda publicada em vida do poeta j com as estancias des-
presadas eomittidas na primein! impressiio do poema e com lições va?'ias e notas.
Leipzig. F. A. B?'Ockhaus.1873. 8° de xvr-266 pag.- Na ultima pagina tem: "Im-
presso por F. A. Brockhaus, Lei pzig» .
.Contém: pr?logo do erlitor, em que declara que se~ui~ com o maior cuidado
aediçãO do sr. I'lsconde de Juromenha (pag. v a VIr); lnclice (pag. Vill a x,); ar-
gumenlo do poema (pag. XL a XVI); os Lusiadas (pag. :I. a 204,)' estancias despre·
zad.1s e omittidas (pag. 205 a 221); lições varias (pag. 222 a 251); apothegmas
(pag. 252 a 25~); notas (pag. 255 a 266)
Edição vulgar, e não é apreciada. por ser das mais erradas, que tem vindo
do estrangeiro. E o tomo y da Collecção de authol'es portuguezes, de Brock-
haus.
No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 600 réis, no de
Luiz Antonio Pinto de Aguiar (:1.883) por :1.$200 réis, e no de Minhava por
320 ou 4,00 ré.is.

*
* *
i08. Obras completas de L?tis de Camões. Ecliç[io critica com as mais notaveis
variantes. Porto. imprensa P01·tltgue;:;a, editom. 1873-1874. 8.° peq.
Esta edição constitue os n.O' .[ a 7 da Bibliotheca da "Actualidade", fundad&
pelo typographo edilor Anselmo de Moraes. Comprebende lres lamas, divididos
em sele parles, que o edital' denominou volumes, d'este modo:
Tomo T (Panwso de Luiz de Camões): VaI. L° Sonetos de vll-220
pago e :I. de indicc.-Vol. 2.° Cauçõe Se,xtinas e Orles, de vlT-:l.90
pago e 2 de indice.-Vol. 3.° Elegias, de vfll-:l.2:1. pag,-Vol. 4.°
Eglogas, de 2m] pago e :I. de indice.

'romo II (Cancioneil'o de todas as l'edonrlillws e autos): Vol. 5.° Redon·


dilhas, de VIr-243 pago e :I. de indice.- Vol. 6.° Autos e cal·tas, de
228 pago

Tomo fi: VaI 7.° Os Lusiadas, de Y!I-4'l.5 pago e i de índice.

o lomo I tem a data de 1873; e os tomos II e III a de i874.

Cada tomo, como se viu, contém uma inll'oducção, que encerra as fasões que
oedllor teve para preferir esla alI aquella lição, e formal' a ua obra; porém, não
Na parece que traga para a bibliographia camoniana alguma novidade apreciavel.
o v.olume 2.° declara que a lição do texlo camoniano deve ser a que ndoptou o
sr. Vlsconue de Jurofnenha, combinando as edições de Faria e Sou a com as do
padre Aquino e Barreto Feio. Com l'elnção ao poema, no vaI. 7.°, parece·lhe que
se toma ob?Oigatol"io o segui!' sempre l! edirão de j 572 que se ,'eputa segwu/.'!-, na
qual °poeta ('ez alguns ?Oet'oq~!8s.
i72 LUIZ

Os volumes eram otferecidos aos assignantes da Actualidade, um por mez.


No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 600 réis.

*
* *
t09. Os Lusictdas de Luiz de Camões. UnteI' vergleichung der besten texte, mil
angabe der bedeutendsten va7'ianten ~md einer lwitischen einleitlmg herausgegebell
von Dr. Ca,rl Reinhal'dstoettner, privatdor.enten der Romanischen sprachen ~tnd lil·
teratUl'en an der K. Pol. Hochschule zu Miinchen. Strassburg. Kal'l .T. Trübner.
London. Tl'übner ?f Comp. 1874. 8.° gr. de l~ innumerada-xLI-3i8 pago e mais I
de errata.- No verso da folha do rosto: Buchdruckerei von G. Olto in Darmstadl.
Contém: prologo (vorwort) do dr. Reinhardstoellner, com data de Mun·
chen, abril 1874, (2 pago innumeradas); nota das mais notaveis edições citadasno
livro (pag. I a Luvm); argumento em verso dos Lusiadas (de Franco Barreto),
(pag. XLUX a XLI); o poema, tenuo no fim de cada pagina as variantes (pag. 3 a
~97); e indice dos nomes proprios (pag. 299 a 31.8).

Esta edição é estimada, porém não rara. Não tenho visto senão exemplare~
em papel r.om largas margens, de inferior qualidade e impressão CQI1101Um, a que
não posso dar a qualilicação de nitida por me parecer fraca e desigual, o que tira
a belleza a qualquer trabalho typographico. Todavia, não a julgo má. Foi publt·
cada em dois folhetos, tendo o primeiro a data de 1.874 e o segundo a de i87ã.
No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 21fl350 réis, e
no de Pinto de Aguiar por 1.~500 réis.

*
* *
BO. Os Lusiadas de Luis de Camões. Lisboa, Antonio 1I1m'ia Pereira, edit~r.
Typographia de 1. C. de Sousa Neves, 1874. 1.6.°
É a primeira ediçã'o que o editor Antonio Maria Pereira mandou imprimir
de conta propria para uso das escolas.

*
* *
1.H. Os Lusiadas, poema epico de Luiz de Camõp.s. Nova ed'ição popu/aJ>
conforme á seg~tnda de 1572, augmentada com a vida do lJoeta e com um glossarlO
dos nomes proprios. Lisboa. Editores Rol/and d'; Semiond. 3, 1'!ta Nova dos bJar·
tyres, 3. 1875. i 6.° de XJx-46D pago com o retrato de Camões.- Tem a designaçãO
«Imprensa de J. G. de Sousa Neves. Bua da Atalaya, 65".
É a duodecima da casa Rolland. T~m dilTerença das anteriores. Foi revis~1
pelo bem conceituado coJ1eccionador conselheiro Minhava Uá fallecido).

*
* *
H2. Os Lusiadas de Luiz de Camões. Edição ,'epl'oduzida da 2." de 1572, I
DE CAMÕES i73

revista por Theophilo Bmga. Porto. Impl'ensa Pm·tugueza, 1875. i2.· de vrr-445
pago e mais i de indice.
Edição especial, de que se tiraram apenas i6 exemplares, conforme a de
1874 da mesma ca a, e aproveitado o mesmo texto, segundo a nota da pago i9
do .Catalogo da exposiçãO camoniana do centenario no palacio de crystal do
Parlo». A tiragem foi em papel de linho.
*
* *
li3. Os Lusiadas'17oema epico de Luiz de Camões. Nova ediçúo, cuidadosamente
revista e conforme ás ce 1572, precedida da biog1'Ophia do poeta e seguida de um
diccionario dos nomes pl·oprios. Lisboa, liv1'a7'ia de Antonio llfm'ia Pereira, editm·.
5O,!'lIa Augu-sta, 52. 1875. 16.· de xvlJI-457 pago Com o retrato do poeta, desenho
de AlmeiJa e gravura em madeira do professor João Pedroso. (Impressa na ty-
pographia de Christovão Augusto Rodrigues, rua do Norte, U5.)
Contém: noticia biographica de Camões, a qual, posto não a assignasse, fo
escripla por Illllocencio Francisco da Si! va (que dirigiu e reviu esta edição, sob
data de i2 de abril de i874 (pag. fi! a XVDI); o poema com os dois argumentos
(pago 1a 395); e o diccionario abreviado de nomes proprios (pag. 397 a 4(7). Como
edição para as escolas, é das melhores que conheço.
Encolltro na biographia citada dois paragraphos, que devo transcrever para
acrescentar as informações, que deixo aqui, com o parecer de um escriptor, cuja
erudição todos respeilavam :
.Sobre a data do seu fallecimento vogou por muito tempo uma opinião er-
ro~ea. Todos os biographos, copiando-se uns aos outros, e seguindo n'esta parte
a ln cripção sepulchral, lhe assignavam o anno de i579. O erro acba-se porém
desfeilo; á vista do documento irrecusavel, e graças á investi~ação do SI'. visconde
de Juromenha, uão mais é licito duvidar de que Camões falleceu a iO de junho
d~ 1580, i to é, precisamente quando Filippe II, para apo sar-se de Portugal á
viva força, fazia marchar para as fronteiras, sob as ordens do terrivel duque de
Alba, um exercito de 80:000 homens I
-Quanto ao local da morte houve sempre n'esse ponto notavel discordancia ...
. -... n'este embate de enconlrados pareceres não nos julgámos em nosso hu-
milde entender habilitado para tomar por qualquer d'elles partido decisivo.
•0 que não padece duvida é que, após o fallecimento, fóra o cadaver do
poc~ conduzido á egreja das religiosas de Santa Anna (que então servia de pa-
rochla) e ahi sepultado sem alguma distiocção ou epitaphio. Assim permaneceu,
até que passados annos (diz-se que no de Hi95) D. Gonçalo Coutinho o fez h'asla-
dar para diverso jazigo, mandando cobrir este com uma campa (em cuja inscripção
f Ora posta a data de i(79) ...
d "Observando de passagem como já n'este tempo se havia perdido a memoria
a verdadeira data do obito, cabe tambem notar que ao singelo epilaphio ... ap-
p~receram depois acrescentadas em diversas biographias do poeta as clausulas:

r
VIVeu pobre e miseravelmente e assim m01Tetl- que nunca eXIstiram lavradas na
dra tumular, segundo a affirmação expressa e testemunhal do chronista da or-
em seraphica FI'. Fernando da Soledade."

*
* *
H4. Poesias lyricas selectas de L1tiZ de Camões. P1,blicadas pela V. de V. M.
LUIZ

(viscondessa de Villa Maior). Coimbra, imprensa ela unive:rsidade, 1876. 8.' peq.
de 1 (innumerada)-XL-225 pago e mais 2. de nota e de indice. A pagina de ante.
rosto e a da nota e indice não têem numeração.
Contém: dedicatoria ao sr. visconde de Jerumenha (todas as veze , que cita
o SI'. visconde, poz Jer'l!menha, em vez de JU1'omenha) (pag. III a v); epigrapbede
E. Quinet e preambulo ao leilor, tendo no fim a a signatura por exten da sr.' °
viscondessa de Villa Maior e a dala de Coimbra, 24 de julho de 1875 (pag. "il a
XI); introducçãO (pag. XIII a :XL); sonetos, escoJhidos (pag. :I. a 31); canções, e·
colhidas (pag. 33 a 54); odes, escolhidas (pag. 55 a 75); elegias, escolhidas (pag.
77 a 12.2); eglogas, escolhidas (pag. 123 a :1.69); redondilhas, escolhidas (pag. J7l
a :1.9:1.); estancias, escolbidas (pag. 193 a 2:1.8); endeixas (pag. 2:1.9 a 223); o addi·
tamento, com dois sonetos (pag. 224 e 225); e ·indice. Cada peça poetica conser·
va a numeração da collecção d'onde foi copiada. A nobre editora desculpa·se de
um ou outro desprimor na escolha, na seguinte nola final :
"Apesar de todo o cuidado que puzemos em mais apurar e ta selecção, ainda
assim foram impressas algumas poesias, que, tendo o seu merecimenlo relalifO,
não nos parecem. corntudo das mais primorosas, e que teriamos eliminado, se li·
vessemos podido rever mais pausadamente e la publicação. Mas bem pouco seria
o que teriamos a omíLtir.»
Na introducção dá a sr.' viscondessa uma breve noticia de Camões, conforme
os eselarecimentos coJligidos e publicados pelo sr. visconde de Juromenba; ena
dedicaloria a s. ex.' escreve:
"Se ousámos escrever uma noticia, e fazer uma apreciação livre da vida e
caracter de Luiz de Camões, esperâmos que a mais profunda admiração sirva de
salvaguarda a lamanha ou adia, e nus resgale do alJ·eYimento. Depois lenlámOS
ainda mais: fizemos seJeeção do mai apu1'3do das poesias lyricas do nosso immor·
tal poeta, formando d'eDas um s6 volume, por julgar que assim ficam mais ao ai·
canee de muitas intelligencias, que lêem em duvida a capacidac1e d a entender,
mas não a paciencia necessaria para indagar, por entre milhares de versos, quaei
os eduzem e lbes agradam mais."

*
* '*'
H5. Os Lusiadas, poema Ifpico de Luiz de Camões. Nova ediçiio, cuidadosamente
1'evista con{o1"Tne ás de 1572, precedida ela biorrraphia do poeta e seg!lid~ de 1Jl~
diccionario dos nomes Pl·OP1·ios. Li boa, livl'aria de Antonio .Mm·ia Pereira, tril·
toro 50, rua Augusta, 52. 1877. :1.6. 0 de Hlll-457 pago Com retrato.
É a terceira edição da antecedente, perfeitamente igual. Impressa na imprensa
nacional.

Para não deixar de re~istar, pela ordem chronologica, as dições dos Lll~a'
das e outras compo ições do egregio poeta, até onde seja possivel durante aJlD'
pressão do tomo xrv, incluo aqui na respectiva altura as que vieram á luz da p~'
blicidade no periodo do tricenlenario (1880), e depois d"essa data. As demaIS
]Jublicações, feitas em virtude d'essa gloriosa com memoração e em homenagem a
Camões, irão em logar dislincto e apropriado, ou ainda n'este tomo ou.~o tolDO
subsequente.. Para ahi igualmente re 'ervo quaesqner ampliações, ou l'ect'ÍlCfiCões,
que tenha que fazer ao trabalbo publicado, que por f6rma alguma se me a gura
que sairá perfeito e completo.
r-

CJ\.1v10E (2

N1D -:::CCLXX\TIl
DE CAMÕES i75

"" *
!16. Os Lusiadas de Luiz de Camões. Edição consagmda ao tercei,'o centena·
rio do poeta. Porto. Impnmsa Portugueza, MDCCCLXXX. 8.° gr. de L,-MíO pago e
mais j de Índice.
o rosto a duas cores, guarnecido, bem como toda as paginas, com filetes,
lambem a duas cores, encarnado e verde. As letras capitaes do começo dos capi·
lulas ou dos cantos, a encarnado. Caracteres empregados na introducção e bio-
graphia, corpo 6; e no poema aldinos, imitantes aos do seculo XVI, comprados
expressamente para esla ediçãO. Impres ão mui nitida em papel de linho italiano.
E la edição é denominada dos Iypographos do Porto, e dedicada ao sr. con-
selheiro Anlonio Maria de Fontes Pereira d~ Mello peJo editor sr. João Eduardo
Alve , typographo, e Manuel de Matto Azevedo Leal, impre Sal', os quaes decla·
ram na inlroducção terem recebido a mais eilicaz coadjuvação do dono da im-
prensa Portugueza, o 1'. Anselmo de Moraes.
Gonlém : introducção dos editores (pag. YTI e VIJI); biographia do poeta pelo
sr. Theophilo Braga (pag. lX a w); alvará de licença e censura da primeira edi-
ção dos Lusiadas (pag. LlIl a LIV); poema, (pag. :l a 395); e lancias omillit!as
(pag. 397 a 415); estancias additadas (pag. 4:l6 a (25); variantes Úlag. 427 a 4(6);
eindice (pag. innumerada).
A tiragem foi de duzentos e cincoenla exemplares, numerados todos, e com
onome do possuidor impresso.

*
* *
117. Os Lusiadas. Poema epico em dez cantos por Luiz de Camões. Acampa·
n/loBo da ven{io (ranceza do mesmo poema por Fernando de k:evedo. Precedido
d~ 11m prologo por M. Pinhei,'o Chagas, sacio etrectivo da academia "eal das scien·
c~as. Desenhos de Soares dos Reis. GmV1t1'aS de J. Ped,'oso. Lisboa. Imp,'ensa Na-
Clolla/. 1878. FoI. de xXXI"m-337 pago Com ante·roslo e dois rostos, sendo um
gravado (composição de Soares dos Reis e gravura de João Pedroso); e mais dez
estampas, uma á frente de cada canto.
. Advirta,se, porém, que, sendo parte da edição (até a pago :l66) composta e
!mpr~ssa em Portugal (nos prélos da impren a nacional) foi d'ahi em diante a
ImprlmlJ' a Paris, por conta do edHor Duarle Joaquim dos Santos, na imprensa
A.. La!1l1re, 9, rue de Fleurus, e só veiu a apparecer dois annos depois da data do
primeiro fasciculo, i to é, em 1880, por occasião das festas do Iricenlenario. Por
essa ra ão, as gravuras dos artistas portuguezes não pas aram do canto v. A do
fDtO \'1 pertence ao gravador hespanbol Paslor e as dos cantos VIl a x a arti tas
raDce~e . Na do canto VIl eslá a sigla E. D.; e nas do cantos VIII, ]X e ?f--, .estão
IS a 19naturas de Mas e E. Deschamps; e, em preito á verdade, dlrel que
nem o desenho, nem a gravura, são de merilo superior ao trabalho feilo em o
noSSO paiz.

. A edição foi dedicada a Sua Magestade El-Rei D. Luiz 1. A dedicatoria é as-


sl~nadn por Duarte Joaquim dos Santos e Aristides Abranches; mas esle segun~o
~lor, que aliás leve a iniciativa n'esla empreza, não acompanhou o seu saCIo
aeo fim da publicação.
:i76 LUIZ

o prologo do sr. Pinheiro Chagas começa com estas formosas phrases em


louvor de egregio poeta:
.Têem todos os povos o seu escriptor eminentemente nacional, que de todos
os outros se distingue, porque mais intimas al:linidades ligam o seu espirita ao
-espirito do seu paiz. Nenhum, porém, se consubstanciou tão completamente com
a alma da patria como Camões. As ~uas duas glorias eslão indissoluvelmente li·
gadas; no estrangeiro não as distinguem uma da outra.
• Victor Hugo, n'uma das suas mais esplendidas poesias, phantasia Paris des·
truido, e o arco da Estrella sobrevivendo quasi só para altestar ao mundo a grano
deza epica d'esse povo francez, que deu na Europa, em pleno seculo XIX, um
passeio triumphal de dez annos. A visão do grande poeta realisa·se em Portugal;
a sua gloria caiu em ruinas como Hugo suppõe que ha de cair no fuluro a gloria
da grande cidade; e o arto da EstreHa, que sobrevive para attestar ao mundo o
-que fomos e o que valemos, é o poema de Camões."

*
* '*'
U8. Os Lusiadas, poema epico de Luis de Camões. EdiçeÍQ publicada pelo dr.
Abilio Cesa?' Borges, pam uso das escolas bmzileims ; na qual se não acham impres·
sas todas as estancias que não devem set· lidas pelos meninos. Bl1.tXellas, typogm·
phia e lithographia, t'ua Pacheco, 12. E. Guyot, 1879. 8.' ~e Lw-33tj, pago
Não vi ainda exemplares d'esta edição. Sei, porém, que em Portugal ha ai·
{luns. O sr. dr. José Carlos Lopes, do Porto, tem um na sua importanle cama·
niana. No catalogo da exposição camoniana realisada pela bibliotheca nacional do
Rio de Janeiro (i880), vem a seguinte nota: «Edição mutilada., O editor, por ser
livro para as escolas primarias, cortou as passagens que se lhe atiguraram não
convenientes á leilura infantil, imitando o SI'. Viale na Selecta. camoniana (citada
acima n.O 92).
O prologo é datado de Paris em 4, de setembro de i879. Segundo me informa
o sr. Tito de Noronha, as eslancias omittidas são: canto II, 35, 36, 37 e 42;
canto m, f02 (I); canto v, 52, 53, 5l~, 55, 56 e 57 (amores de Adamastor);
canto VI, 2i e 22; canto m, tj,0, /d e 53; canto IX, /d, 65, e quatorze estancias
do episodio da ilba de Venus, desde 7i a 8tj, inclusive; canto x, U e i22.

*
* *
f i9. Luiz de Camões. Os Lusiadas. Edição consagrada a commenwrar o ter'
ceú'o centenario do poeta da nacionalidade portugueza lJelo Gabinete POl'tuglCez de
Leitum no Rio de Janei'I'o. Revisão do texto do Poema e obsm'vações philologicas
P?t" Adolpho Coelha; pl:efacio critic?, de Ramalho Ortigão; noticia histm"ica do G~"
btnete Portugltez de Leaw'a, de Remaldo Cados 1I1ontól'o. Anno MDCCCLL'{X. Lts,
boa, na oflicina ele Castro Irmão impl'essm'. Rua da Cr~tz de Pau n." 31, a Santa
Catharina, 8.° grande de xcm-422 pago e mais 4, innumeradas com a relação dos
vogaes perpetuas do conselbu deliberativo da directoria em i880 e do conselho
deliberativo em i880 e i88i, elo gabinete Rortuguez de leitura, e a das pessoas
ás quaes foi concedido exemplar especial d esla edição, com retrato do poeta gra-
vado em madeira, segundo desenho de Columbano Bordallo Pinheiro, e vinbetas
ornamentaes no começo e fim dos cantos, desenhos originaes de JoãO PedrosO
e Manuel de Macedo, e gravuras de Pedroso e Alberto. Entre as paginas xcnr
DE CAMÕES ~77

(fim das peças preliminares) e a pago 1. (principio do poema) o {ac·simile do rosto


da primeira edição de 1572. O frontispicio a duas cores (preto e encarnado) ;
bem como a encarnado as letras capilaes dos começos de cada parle em que
se di vide este li VTO.
Allcndendo aos motivos altamente patrioticos e ás condiçõe litlerarias e ly-
pographicas que recommendam e la edição, pena foi que, na reproducçãO do
rosto da primeira edição dos Lusíadas, não seguis em oulro proces o com o au-
xilio da pholographia, porque a gravura em madeira, por mais esmerada que seja,
não represenlará nunca a imagem perfeita e correcta de um fronli picio, ao
pas o que com os modernos proces os pboto·lithographicos, o {ac·simile sairia
claro e fideli simo.
A liragem foi de 5:000 exemplares, sendo 60 em papel commum superior,
2 em pergaminho, 2 em papel do Japão, 2 em papel da China, 50 em papel
Whalman.
Para esla edição fez a directoria do gabinete portuguez de leilura uma subo
scripÇão enlre os seus membros e socios, na qual e apuraram Mí3 in cripções
de 20$000 réi e 3:5~2 de 10$000 réis, na importancia lolal de 44:q,80~OOO
réis, moeda brazileira.
o trabalho lypographico, encadernações, lransporle, direitos e mais despezas
ascendeu a 27 :q,85~81.9 réis.
Com esta somma foram pagas Iodas as despezas e ainda houve saldo a fa-
vor. Tuclo está bem explicado e documentado nos respectivos relalorios do gabi·
nete.
A di tribuiç.ão dos exemplares especiaes foi feita d'e te modo;
Em pergaminho: para a hibliolbeca nacional de Lisboa e para o gabinele
p0rluguez de leilura ;
Em papel do Japão: para Sua Magcstade El-Rei D. Luiz I e para Sua Ma-
geslade o imperador D. Pedro n.
Em papel da China: para a bibliolheca publica do Porto e para a biblio-
theca nacional do Rio de Janeiro.
Em papel Whatman, para as seguintes pes oa e corporações: 1, Sua Ma-
gesladé El·Rei O. Fernando; 2, academia real das sciencia de Lisboa; 3, biblio-
theca da univer'idade de Coimbra; q" iu tilulo historico e geographico do Brazil;
5, visconde de Juromenha; 6, J. J. Aubertin; 7, Emile Lilt.ré; 8, Jo:é da Silva
Mende Leal; 9, Antonio Maria de Fontes Pereira de Mello' 10, Jo é Duarte Ra-
malho Ortigão; 11, Adolpho Coelho; 1.2, o editor Antonio Maria Pereira (corres.
pondenle em Lisboa do gabinete portuguez); 1.3, Reinaldo Carlos Montó.ro; 14,
Manuel de Mello; 1.5, Henrique Pereira Leite Ba lo; 16, Mau~el AntoJ1l.o GOIl-
çalves Roque; 17, José Joaquim Ferreira .'fargarido; f8, FrancI .co Joal{ul.mBet-
tencourt da Silva' 19 Karl vou Heinharclstoettuer; 20, JoaqUim AurelIo a·
buco de Araujo; ~li, Éduardo Lemos; 22, José Joaquim Go~nho; 23, Joaq~im
da Costa Ramalho Orli"ão' 24 Joaquim José Cerqueira; 25, AlblOO de FreJlas
Cas!l·o.; 26, Francisco Fen:eira'Vaz; 27, Alipio Thomaz da Silv.a Barbo a; 28,
AnlonlO Felisberto de Barros Jordão' 29 Antonio Ferreira da SIlva; 30, Anto-
nio Francisco Monteiro Junior; 31., Ant~nio Joaquim de Carvalho Lima; .32,
AntolllO Joaquim Xavier de Faria; 33, Arlhur NapoleãO dos Santos; 34, EmJ110
TOllO IlT (s..pp.) . i2
i78 LUIZ

Paulo de Lima Barbosa; 35, Francisco José Fernande ; 36, Francisco de Sousa
Barroso; 37, João Pereira da Silva Cunha; 38, .Toão àa Silva S. Mignel Junior;
'39 José da Cunha \ asco; 40, Jo é Ferreira Alegria' 4,1, José ,João Martins de
Pinho; 42, JO'é Joaquim Brandão dos antos; 4,3, José Luiz Fernandes Villela;
4,4" Manuel Antonio da. Costa Pereira.; 4,5, Manuel Guilherme da Si/veil'a; 16, Ma-
nuel José da «onseca; 47, Manuel Pinbeiro da Fon eca' 4B, Manuel Pires Sam-
paio Guimarães; 49, Manuel Rodrigues de Oliveira Real; 50, Paulino José Bro-
chado.
Foram (li lribuidos 200 exemplares a diver as camaras municipaes do Bra·
zil e de Portugal, a homen de letras, a sociedades scientificas, lillerarias, de be·
neficencia, á imprensa, elc.
Alem d'is o, a direcloria orrereceu 200 exemplares ao minislerio do imperio
do Brazil '3 200 exemplares ao mini lerio do reino de Portugal, para erem dis·
tribuidos como premio especial aos alumnos que mais se distinguissem no anno
lecliYo de i!l80 nos lyceus e escolas das duas nações; 100 exemplare (orferlado
sacio benemerilo) para a hibliothecas, escolas, camaras municipaes e imprensa
de Portugal e ilhas adjacentes, incumbindo-se obsequiosamente d'esta distribuirão
o SI'. conselheiro José Silvestre Ribeiro; e iDO exemplares (oilerla do direclor
tbesoUl'eiro o sr. Alvim de Freitas Castro) para as e colas de vinle concelhos do
norte de Portugal, tendo para este 11m enviado 5 exemplarrs a cada uma da
municipalidades ue Braga, Barcellos, Guimarães, Valença, Vizeu, Bmgança La·
mego, Guarda, Caminha, Chaves, Amarante, Fafe, Penafiel, Regua, Vizella,
Villa Nova de FamaliCão, Povoa de Varzim, MirandelJa, VilIa Real e Villa do
Conde.

Da edição commum, o gabinele fez larga distribuição, como consla do rela·


torio da directoria, em i880, publicado em 1881.

Qnando apparece no mercado algum exemplar', os preços variam enlre i;3500


e 3:$000 réis, .

*
* *
1.20. Os Lusiadas por Luiz de Camões. Edição populGl' gratuita da empl'~za
do "Dia)'io de f\oticias .. Commemomndo o tl'icentena1'io da morte do poeta, especlU/-
mente dedicada aos assignantes e leitores habituaes do mencionado "Dial'io•.
30:000 exemplm'es, Repl'oducção critica sob a diJ'ecçüo de F. Adolpho Coelho, da
segunda ediçi'io de 1572, {eita dtlrante a vida do lJoeta, 1880. (No fim; Typogra·
phia Universal de Thomás Q/tintino Antunes, impresso)' ela Casa Real, "lta do
Calafates, 110). FoI. oblongo. i8 pag., sendo a ultima inllumerada.

Fez-se uma tu'agem especial para as escolas. No frontispieio tem a mais a


seguinle linha:

«2." ediçlío, 4:000 exemplat'es destinados ás bibliol/wcas, escolas, etc, ..

A empreza remelleu esta segunda edição para o minislerio elo reino, a fim
de que pela respectiva repartição se fizesse a entrega ás escolas nacionaes,

Isto consta dos papeis da epoeba e de um olJicio ele agradecimento expedido


pela direcção geral de instrucçãO publica á direcção do Diario de Noticias,
DE CAMÕES 179

'!<'

* *
Edição de Biel, do Porto

i2i. Os Lusiadas de Lui::: de Camões. Ediriio critica-commemomtiva do terceiro


cenlenal'lO da 1/101'le do grandc poela. Publicada no Porto por Emitia Biol. Typo-
Ql'aphia de Giesecke, §{ Dcvl'icnt, estabelecimento gmphico, Leip:::i{f, MDCCCLxx....... 1"01.
de 8 (innumerada )-Ln-375-xx.."'\.lII-.·CU pago Com os retratos de Camões e do Im-
perador do Bl'azil, e e Lampas aIlegoricas.
A dedicaLoria ao Imperador do Brazil e a sim: .ti Sua Magestade o Senhol'
D. Pedro n Imperador de Bra::;il, Homenagem do mais profundo t'Cspeito, offel'ece
ededica o edital' Emílio Biel".
Depoi do retralo tio Imperador (feito por urna pholographia de Filiou), vem
uma pagina com estas indicações:
lnll'oducçiio, nolas, tabellas de va:l'iantes e revisão do texto baseada na 2." edi-
ção de 157~, e na cle 1834 (de flambur.qo), ,'evistlt e I'etocada pelo ex. mo 51'. José
Gomes Jllontei7'o, socio c07'l'espondenle da academia ,'eal das sciencias e memb,'o de
varias academias eslranlleiras.- Poemeto c01n11lemol'alivo Camões c os Lusiadas
(ostndo sobre a vida e obms do poeta) 1Jelo ex."lO sr. Jo é da Silva lIfendes Leal,
do cOl/selho de Sua .lIageslade 11G1' do reino, minist·,.o e secretario d'estado hono1'U-
rio, socio da academia J'eal das sciencias de Lisboa, enviado extrao1'Clitwl'io c mi-
ni~ll'O plenipotenciario de Sua lliagestade Fidelíssima em Paris, etc. etc.).

Seguem-se a lista dos artistas que com o seus trabalhos enriqueceram esta
obra; o poema commemoraLivo f isão I (pag. III a Xl,"); e na pagina seguinLe vem
os litulos :
Os Lusíadas dr Lui: de Camões, edirlío critica com wn estudo sobre a vida e
obras do ]Joeta pelo ex."'o Sl'. José da Sil/;a Mendes Leal. . . baseada sobre a 2.· edi·
çiio de 1572, emendada pela de 1834 (de Hambw'go), "evista e retocada pelo ex. mo
sr. José Gomes Monteiro . .. enriquecida com 12 gravllJ'a ol'igínaes cm aço, Imba-
lho dos mais notaveis m·tislas da Europa, asslt11lplos e desenhos approvados pOJo
Sua Magestade El-Rci o 8enl1Ol' D. Fernando. Publicada 1J07' Emilio Biel, POl'lo.

. \Tem depoi a inlroduCção-pro pecto (pag. XVII a x.."{), assignada pelo edilor
Dlel: a inLrotlucção (pag. XXI a LXXI) a signada por José Gomes Monteiro; o poema
com 1'0 los chromo-typographicos innumerado , para cada canlo (pag. i a 375) ;
as nota jl1 [ificativas (pag. I a x.."'\.lY); appendice á. inlroclucção e tabollas de varian·
te : tabella Ln, pago xxv a xxx, assignada pelo sr. TiLo de oronha; tabelIa 2.",
(pag: xx.\.J e x.......xn); Camões e os Lusiadas (pag. I a xc), esludo datado de i879-1880
e assl~nado por José da Si!va Mendes Leal; e nota da distribuição dos exemplares
especlaes (pag. XCI e XCII).
O texto do po~ma foi. primeiramente impr~sso no ~orto, tyPogl'aphia ~e
A. J. (la. Sl\va Teixeira, revisto por Gomes MonteIro. E ta Illlpressao prepara Lona
serviu de original para a composiçãO na imprensa de Leipzig.
. As estampas, excluindo o retrato de Sua MagesLade o Imperador, no princi.
pIO, são vinte e uma, onze reproduzidas das da edição do Morgado de Malteus e dez
de composição nova, desenhadas e gravadas em Leipzig.
180 LUlZ

As gravura reproduzidas (reducção pela photographia) são Camões na grula


de Macau, e as dos cantos J, II, 1JI, IV, V, VI, VII, VlJI IX e x; e as novas são: a
do rosto com o novo busto de Camões, e as dos cantos I, lf, IV, V, VI, VII, VIII,
IX e x.

Para se avaliar a reproducção photogl'apbica, que alias alterou, na minha


opinião, a extraIJrdinaria belJeza de algumas das gravuras da edição monumenlal
do morgado de Matteus, observarei que as e tampas mandadas fazer por este têem
Om,195 de altura e Om,158 de largura; e as da edição de Biel tem 0111,190 de altu·
ra e 0'",150 de largura. Foi esta uill'erença bastante para diminuir, no contOl'llD
e no claro escuro, o tom e vigor das gravuras citadas, que os mestres e entendi·
dos consideram como primores e modelos no genero.

Eis os artistas que lTabalbaram na edição ue Biel, conforme os encontro cila·


dos na propria obra (pag. rr): os quad1'os a oleo, que erviram de base ás gra·
vuras em aço, foram executados por Bega ,professor da escola arti tica de Berlim;
Liezen-Mayer, director da academia de bellas artes de Stullgart; Koslka, pino
tal' hislorico de Berlim; as grav!was e.m aço, pelos arlislas Deininger, Goldberg,
Krau se, LincLner, Martin, Ntisser, Pickel, SchulLbciss, IVagenmalln; os desenhos
para as iniciaes e vinhetas finaes, por Ludwig Burger, membro da acauemia de
beBa artes de Berlim, desenhados na madeira por Martin Laemmel e P. Grotjohann,
e gravados por R. Brand'amoU\' & C.o e {{ae eberg & Oertel; as photog1'alDu'os
por Emilio Biel & C.n, do Porto; as composições elas paginas·titulos (rostos dos
cantos), chromo-typo por A. Gnautb, director da escola academica de tirnberg,
e a composíçLÍO e impressLÍo typographica sob a direcção de Giesecke & Devrienl,
inslituto typographico de Leipzig, O pOlJel para o texto foi f01'l1ecido por
Bohnenberger & C.n, de Pforzheim; e para as gravuras por B. Siegismund, de
Leipzig.

Como fiz com a edição do morgado de Matteus, indicarei os versos que ser·
viram para inspirar e guiar os artistas em suas composições;

No canto J;

Fugindo, a setta o mouro vai tirando


Sem força, de coval'lle e de apressado,
~á a ilha e todo o mais desamparando
A terra firme foge amedrontado.

Uns vão nas almadías carregadas;


Um corta o mar a nado diligente:
D'esta arte o portuguez emiim castiga
A vil malicia, pedida, inimiga.
Est. 9i e9l.
No canlo II;

Co'o "ullo alegre, o qual do ceu subido


Torna sereno e claro o ar escuro,
As lagrimas lhe alimpa, e accendido
Na face a beija, e abraça o coJlo puro.
Est. 43.
DE CAMÕES iBi

No canto IV:

Oh gloria de mandar I Oh vã cubiça


D'esta vaidade, a quem chamamos fáma I
Oh fraudulento g05to, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama I
Est. 95.
No canto V:

Emfim que o'e ta incognita e pessura


Deixamos para empre os companheiros,
Que em tal caminho, e em tanta desventura,
Foram sempre comno co aventureiros.
Est.83.

No canto VI:

Que de cuido foi este em que viveis?


Quem póde ser que tanto vos abrande
O peitos, com razão endurecidos
Conlra os humanos, fracos e atrevidos?
Est. 2 •
. No canto VII:
Pelo que vê pergunta; ma o Gama
Lhe pedia priLOeiro, que se assente,
E que aquelle deleite, que tanlo ama
A seita epicurêa, experimenle.
Esl. 75.
No canto VIII :

Do Douro e Guadiana o campo ufano,


Já dito Ely io, tanto o contentou,
Que alli quiz dar aos já cansados os os
Eterna sepullura e 110me aos nossos.
No canlo IX:
Já lodo o bello côro se apparelha
Da Nereidas; e junto caminhava
Em'cboreias gentis, usança velha,
Para a ilha, a que Venus as guiaya.
Esl.50.
No canto x;
Cantava a bella nympha, e co'os accentos
Que pelos altos paços vão oando,
Em consonancia igual os instrumentos
Suaves vem a um tempo conformando:
Esl.. 6.

No estudo ácerca de Camões e os Lusíadas declara Mendes Leal (pag. r) que


tendo promettido Alexandre Herculallo e crever um trabalho relativo ao egregio
poela, a morte que roubou o grande historiador á patria e ás letras, não dei-
xou que elle cumprisse a sua promessa, cujo desempenho devia de corresponder,
sem duvida, á auctoridade e á fama do seu nome. N'estas circumstancia , Men-
i82 LillZ

des Leal foi convidado. e inslado para substituir Alexandre Herculano, e nos pri·
meiros Lr chos honra·lhe a memoria e lran creve d 11m artigo que elle e crerêra
para o Repositol'io iillel'a?'io, do Porto, em 183!J,-t835, uma formosissima passagem
em louvor de Camões (pag. IV e v,).
O esLudo de Mendes Leal conclue assim:
" ... Camõ s sJ'mboli a. " a paIria, que, longe de o seguir na mortp, de suas
estrophe Lirou for\a para sair do lelhargo; e a imagem da palria persisle inal-
terayel no fundo dos corações, por mais que lenlem sepultai-a desnalurado lheo·
rismo .
"Que o poela glorioso levanlasse nas mãos a lyra de Pelrareha ou puzesse
nos labias a tuba de Homero e de Virgilio, que imporIa? O que n'elle perpelua·
menle nos enamora e nos enleva é que foi - é - ficará portuguez d'alma, porlu·
guez de lei, porLuguez pm tmI0, para tudo, e acima de ludo. E e era o eu 01"
gulho : será es e o nosso I"
O exemplares especiae numerados foram di b'ibuidos conforme a seguinle
nola, que acompanha a edição (pag. xcr XCII do fim) :
Em pergaminho (12 exemplares): 1, Sua Mageslade Imperial o Senhor D.
Pedro Il; 2, Sua Mageslade El-Hei o S·nhor D. Fernando II; :.:I, Sua Ma~eJade
El·Hei o Senhor d D. Luiz 1; q.. Fernando Pereira Palha, de Lisboa; 5 Cnmnra
Municipal de Lisboa; 6, Antonio Augu lo de Carvalho tonleira. de Li.boa; 7,
Erneslo Chardron; 8, Livraria Ferin, d Li -boa; 9, Visconde da Silva Monleiro,
do Parlo; 10, Visconde da Ermida, do Parlo; Li, Camara Municipal do Porto;
i2, Emilio Rie!.
EdirtlO numerada (iDO rxemplare ): 1, Gabinete porluguez de leilura no Rio
de Janriro; 2, hiblioLheca puIJlica do Hio de Janeiro' 3. Jo é da Silva Monde
Leal, de Li boa' f~, D. Julia Gome ~Ionlpiro, do Parlo; 5. José Pereira da Cu·
nha e Silva, do Parlo; 6, Manuel José da Fonseca. do Rio d Janeiro; 7 Alberlo
da Cunha LeITo, cio Rio ele Janejro; 8, Pompeo da Cunha Leão, do Hio LI .ln·
\leiro; H, José AllLonio ele Azevedo e CasLro. cio Hio de Jan iro; 10, José Joa·
quim da CoJa Ferreira, do Hio de, Janeiro: 11, Fran isco ele Sampaio Coelho, do
Rio rl Janl'iro; 1~, barão de Tatuliy. de S. Paulo; l3, Abilio A. S. ~Iar'
ques. ue . Paulo; llJ,. Luiz A. A. de Carvalho Junior. do Rio de' Janeiro; l;j. JoãO
Bapli'la Ferreira de Azevedo. do Hio de Janeil'O' 16. Leopoldo A111 rico ~Jiguez.
do Rio ue Janeiro; 17, Minllel de :'\ova('-s. do Rio de Janeiro; i8, Arlllllr j'apoleão
do SanLo, do Rio elo JanClro; I H, Antonio Zeferino Candido, do Rio de Janeiro;
20, Anlonio ue Almeida Campos e Silva, elo ParLo; 21, Manup] Lopes Marlins,
do POTlo; 22, Annibal Fernalllles Thomaz, daLouzã; 23, Antonio Rourjgu s da Cruz
Coutinho, do ParLo' 2t~, duque de Palmei la, de Lisboa; 25, Adriano Dias, de Lls,
boa; 26. José Benlo Pe Lana da Silva, do Parlo; 27, Lopo Vaz de San.palo e
Mello, de Li boa; 28, Fernauelo Pereira Palha, de Lisboa; 29, lIIagalhãe l\: ~[o·
niz, do POI·tO; 30, visconde de Figueiredo, do lHo Janeiro; 31, Eduardo ua SI.I,a
Machado. do Parlo; ::12, Eleulerio ua Fonseca, do Parlo' 33, João CanIoso JUIllO r,
do Porto; :J4-, Jo é da Silva Santos, do ParLo; 35, Ga par Leile Ferreira Lel10, do
Parlo; 36, ErnesLo Chardron, do Porto; 37, Albino Pinto LeiLe, do Parlo; 38,
Anlonio Ignacio de Faria, do Porto; 39, Arminio von Dmllinger, tio Parlo.; !lO,
José AnLonio de Lemos, do Porto; 4-1, Hir,ardo de I"reila Ribeiro, das T1npa ;
42, Manuel Augusto Peneira de Almeida; 43, Manuel Malheiro; 4'1, D. Maria ~!nr'
garida fi'elicidade Peixolo Guimaráes e Silva, do Parlo; 1~5, A. J. da Silva JUlllor;
46, Jo é Navarro Pereira de Andrade, do Fundão; 47, camara municipal de B~r'
cellos: 4-8. J. H. Andresen, do ParLo; 49, dr. Joaquim Jo é Ferreira, do PorIa; ~O.
conde de \Tilla Real; 51, Antonio Auguslo ele Carvalho Monteiro, de Li boa; ;)2,
DE CAMÕES i83

José do Canto, da ilha de S. ~Iiguel; 53, João Henrique Ulricb Jllnior, de Lisboa;
5~, Antonio 1I1011linho ue Sousa, do Porlo; 55, Delphim Deodato Guedes (4Ollue de
.Almedina), de Lisboa; 56, Luiz José Fernandes, de Lisboa; 57, Aluerlo de Cam-
pos \'a\'3rro, do Porto; 58 D. Elvil"a de Matos Ferreira Carmo, do Porto; 59,
dr. Antonio Riheiro Femanrlc Forbes, do Porlo ; 60, José Teixeira da Silva Braga
Junior. do Port ; 61. Manuel Pereira Fernande Bra,o, lle Lisboa: 62, D. Maria Au-
,usta Ferreira Pinto Ba to lartins, uo Porto; 63 e 6'1" Eruilio Biel; 65, João da
Silra 1I1ello Guimarães, deA\'eiro; 66, João Anlonio Marque, de Li boa; 67, João
Felix Alves de I\Jinhara, de Li boa; 68, D. Edith Biel, do Porto; 69, visconde
de Loureiro, de Vizeu; 70, Jo é Felix. da Costa, de Lisboa; il, bibliotheca lIa es-
cola pol)'lerhnica ue Li boa' 7'2, Bento Gomes de Macedo Braga, de Lisboa; 73,
Anlonio Joaquim Piuto Junior, de Lisboa; 74" bibliotheca nacional de Li uoa;
75, Eduardo de Lemo (boje de cus herdeiros), do Rio de Janeiro; 76, Carlos
Relr3., da Gollegã: 77, Yi conde da Praia, de Li hoa; 78. Frederico Bie ter, de
Li boa; 79, vi conde de Moreira de Re)', de Fafe: 80, Sua ~Iagestade EI-Hei o
Senhor D. Fernando 11; 81, Antonio Jo ti de Scixa , de Lisboa; 2,Barlholo-
meu dos Marlyrcs Dias e Sousa (hoje de cus herdeiros), de Lisboa; 83, associa-
çâo cOlomerciaJ de Lisboa; 84" Anlonio Bel'Oardo de Figueiredo, de Santarem;
85. Julio Fir01ino Judice Bikcr, de Lisboa; 86, dr. Jose Pereira da Co.ta Cardoso,
do Parlo: 87, dr. Luiz Jardim (conde de Yalenças), de Li boa: 88, Eduanlo Ferreira
Pinlo Baslo, de Lisboa; 89, José Joaquim Guimarães Pestana da 'i\va, do Parlo;
90 vi conde de Sislcllo, do Rio de Janeiro; 91, Bel'llardino de Ayila e Sousa, do Rio
de .Janeiro· 92. Antonio Ferreira lluller, do Hio de JaJleiro; 93, Manuel ~loreira da
Fon cca, uo Rio de J(lJlI'ü'o; 9/1" .losé Mendes de Oliveira Caslro, do Rio ue Ja-
neiro: 95, Anlonio Gregorio Gomes Ferreira do Hio de Janeiro; 96, Antonio [fer-
reira da ilv3, do Rio de J;l11eiro; 97, Francisco Moreira da Fon eca, do Hio de
Janeiro; Uí:! Pedro Gracie, do Hio d Janeiro; 99. Alberlo Courrege, do Rio de Ja-
neiro; 100, Albino de Oli,eira Guimarães, do Rio de Janeiro.
° ex.emplar perlencent á bibliotheca de Sua Mageslade El-Rei D. Fernando
lem encadernação muito esp cial f ila de pl'OpO ito e de grande custo. Ouvi que
se fizeram só dua iguae : uma para EI·Hei D. Fernando, e outra para o Impera-
dor do Brazil, SI'. D. Pedro II a quem a edição é dedil~ada .
. Esla encadernação é em madeira (ebano e pau san lo) com ornalo na pro-
prm mau 'ira e em melai, formando mo aico, que emmoldura a pa ta e a lombada.
Aparle up rior lem um baixo relevo em que e.tü repre entado o as a inio de Jgl1~z
de Caslro. O quadro é I' Jllal~do pelos e cndos de Portugal e de Coburgo enc~­
modos pela corúa real, e guardados pelos dragõe bragantinos. Tem 110 .fim a aSSl-
gnatul'a: Bauel', Leipzig.
No Conimbricense n.O 3:555 de 1881, vem uma exlensa noticia relativa á
edição de Biel.

1.22. Pa.nwso de Lui:: de Camões. Ediçao das poesias /yricas consafJrac~a á com-
memoraçtlo do centenario de Camúes. Com lima intl'odlWçiio sobre a IlIstorla da re-
~ellsiio cio texto lyrico paI' 7'heophilo Braga. Porto. Imprensa lntemacional, Bom-
JGI'dim, 489. 1880. 8.° 3 tomos, de x:xxlx-1 (innumerada)-191-1 (innumerada)
pag., 6 (innumeradas)-i 75 pag., e 6 (innumerada )-268-2 (innumeradas) pago
O lOI11O I contém os sonetos;
O lama II conlém as canções, sexlinas, odes e oilavas
i8q, LUIZ

o tomo III contém as elegias e eclogas.


Na ultima pagina do tomo II tem estas indicações: P.reço de cada volume
4$500 l'éis. bnp. internacional de Ferl'eim de Brito §f J11onteil'o, Bomjal'Clim, 489.

Fizeram-se duas tiragens: uma para bibliographos, de q,5 exemplares, e ou·


tra para colleccionildores, de 25 exemplares, todos numerados. Tiveram a primeira
os srs. duque de Palmella; conde de Ficalho' Anselmo Braamcamp; bibliotheca
nacional de Lisboa; Rodrigo Velloso, de Barcellos; Annibal Fernandes Thomaz,da
Louzã; JoJo Antonio Marques, Fernando Palha, Antonio Augusto de Carvalho
Monteiro, livreiro Augu to Ferin, de Lisboa.; Antonio Ribeiro de Azevedo Basto,
de Santa Marinha de Zezere; Antonio Pinto da Costa Carneiro, do Porto; livrei·
ros Carvalho LX C.a sücces ores da viuva Bertl'3l1d LX C.', conselheiro Minha·
va, de Lisboa; Antonio de Magalhães Barros Araujo Queiroz, de Ponte do Lima;
padre Manuel de Azevedo, de VilIa Real; camara municipal de Bm'cellos; dr. Jose
Carlos Lopes, do Porto; Lniz Cardoso Pereira; Joaquim dos Reis; bibliolheca da
imprensa nacional de Lisboa; Paulo Plantier; Henrique Campeão dos Santos e
Aloysio Guilherme de Amorim Pinheiro, de Villa Verde. Tiveram a segunda: o
gabinete portuguez de leitura, do Rio' de Janeiro; e os rs. Ferin, J. W. Medei·
ros (dois), M. J. Rodrigues, de Lisboa; Luiz Maria. de Azevedo Alves, Antonio de
Almeida Campos e Silva, do Porto; conselheiro Jorge Cesar de Figaniere, Carva·
lho LX C.a, D. Maria Margarida Peixoto Guimarães e Silva, Eduardo Hofaker Ma-
ser, do Porto, Francisco José Claro da Fonseca, Joaquim da Costa Ramalbo Orli:
gão, do Rio de Janeiro; F. Ramos Paz, e o livreiro editor Antonio Maria Pereira,
de Lisboa.

Os editores, alem d'isso, oJTerecera.m exemplares aos srs. dr. Theophilo Braga,
Joaquim Prdro de Oliveira Martins, Francisco José Monteiro, ElIlygdio de Oli·
veira, Ildefonso Correia, Francisco Teix:eira de Ara.ujo e E. Charclron; á aula do
Carmo, e aos fundadores da associação dos jornalistas, no Porto.

O tomo I é dedicado pelo editor Ferreira de Brito aos fundadores da asso·


ciação dos jornalistas, do Porto; o tomo II ao sr. Joaquim Pedro de Oliveira ~lar'
tins; e o tomo III ao pae do editor, o sr. Francisco José Monteiro.

'ii'
'." 'Xi

123. Comedias de Ltáz de Camões. EditOl' A. L. Leitiio. Lisboa. Typographia


Luso·hespanhola, 33, tm-vessa do Cabral, 33. (Sem data.) 8.° de 99 pago -: No
ante-rosto lê·se: "Ediçiio populm' para commemoret1' o tl'icentenal'io de L1UZ de
Camões, pl'incipe elos poetas peninsulal·es». Na capa, que em geral é conservada
para a encadernação, tem: "Ediçiio populm·. Comed'ias de Ltt'iz de Camões.l. El·
l'ei Seleuco. 11. Os amphitl'iões. lI!. Fi/oelemo. Editol' A. L. Leitiio. 76, 2.·, rua
Augusta, 76, 2,0 Lisboa, 1880".

:,'{: * :)i:

12[1. Luiz ele Camões. Sonetos. Ediçtto especial do Gabinete P01'tuguez d.e Lei·
tura ele Penwmbuco para commemomi- o tel'ceil'o centenar'io do gmnde eptcO em
10 ele .iunho de 1880. POTtO. bnlJl'ensa P01·tugueza, ~IDCCCLXXX. 8.° gr. XLvlI!-286
pago Com uma estampa "Camões e o Jau», l'eproclUcção em photolypia de ulll
DE CAMÕES i85

quadro do fallecido professor da academia de bellas artes de Lisboa, Francisco


Augusto Metra s. (E le quadro exisle na opulenta galeI'ia do fallecido rei D. Fer-
nando, no paço das Necessidades.) Todas as paginas guarnecidas com linhas. O
1'0 lo a duas eore . I01pres ão nilida.

A introducçãO é datada de Pernambuco, HI, de abril de i 880, e assignada:


A. de Sousa Pinto.
Depois da pagina em bl'aIlcO de tinada ás dedicalorias, pelo Gabinele Porm-
"uez de Leitura de Pernambuco, segue-se outra em que e declara:
"Tendo consultado previamente o sr. Camillo Ca tello Branco, a directoria
do Gabinele Portuguez de Leitura re olveu eguil' o parecer d'aquelle di tincto
lillerato, oplando para a edição do sonetos de Camões pela eclição de Hamburgo
de B. Feio e G. Monteiro."

12il. Os Lusiadas. Poema epieo de L1âz de Camões com um Juizo cl'itico 1)01'
José Maria Latino Coelho. Ediç(Ío c01nmemomtivct do terceÍl'o centenario do poeta.
Constando de cincoenta e dois exem.plares numerados. ~roCCCLXXX. David Corazzi,
editor, Lisboa. FoI. de xxv- 1101 pago email de en·atas. Com o retrato do poeta,
desenhado por Viclor Bastos, e gravado em madei ra por João Pedroso. As
paginas lluarnecidas com linhas encarnadas; I) rosto a preto e encarnado; os titu-
las dos Lusiadas, em cada canto e a numeração das estancias, tambem a encar-
nado, Nos começos dos cantos, gravuras c letras capitae de ornamentação, es-
pecimens de estylo manuelino, inventadas e de~enLJadas pelo sr. João Dantas,
No juizo crilico deixou o sr, Latino Coelho este opulentissimo h'ccbo, com
que remala a sua anaJy e :
"I'udo é grande e mage to o na epopea: a inspiraçãO, o lbema, os epi odios,
a~ descripções, os similes, a lingua"em. A in pil'ação, a palria; - singulal' e pl'e·
CIO o privilegio de que entre o mais poema epico só no deparam exemplo
nobili imo o Lusíadas. O thema, d'enlre os feilo a ombrosos da idade mo-
derna, o mais ousado e o mai fecundo em proveito de eommuOl civili ação. Os
episodios, tão palhelicos e formoso como o de Ignez, ou tão heroico e originaes
como o do fero Adama lor. A poe ia opulenta de matizes desde o auslero e
grave ele epopea até o g nlil e g'racio o do idyllios. As llescripçõe . til'ada ao
1'11'0 do natural e verdadeiro e ao mesmo passo arListi amenle icleali ada pelo
eslro do cantor. 03 similes qua i sempre modelados pela fórmas homericas tão
correcto e tão hauridos na propria natureza, que ,10 de si pequenos quadros,
que vem outro achar- e e dar I' levo ao rcconto e á descripçáo. A linguagem
nova, polida, opu I ntada, como de quem fôra bebd-a em nasMntes puris imas de
Roma, e lão expres iva, tão aecommodada, lão culla c copiosa, que ainda I~oje,
volVIdos já tres seculos, é intelli~iv 'I e correcta. Como se o Camões, de plndo
uma certa incultul'a e barbarismo do fallal' nativo noseu tempo, tive se inventado
n?VO illioma para que as futuras gerações o podes em entender sem com menta-
no, nem interprcte. . '
"A estas qualidades eminentes, que tornam os Lusiadas uma creaçál) origi-
!lal e inimilal'cl, deveu a magnifica epopea o culto patriolico .e littel'3rio com '{ue
Po~tugal a tem sp./l'lpre ven rado, como se f 1'3 o Iflagico tallsOlau da sua nacIO-
nalIdade e a arca santa das uas "Iorias. D'ahi vem o apreço com que os eslranhos
a tem honrado 'si"nificando em "versões innumeravei em toda a linguagens eu-
ropeas, que se ,o "ütsiadas estão escriptos em versos portuguezes, o Gama como
186 LUIZ

o Colombo, como "VaU, como Slephenson, perlence ã hisloria commum da civi·


Iisação, e o Camões, como o Dante, Homero, Cervantes, ou Sbakspeare á üttera·
tura da humanidade."
Segundo a nota do editor Corazzi, possuem exemplares d'esta edição o srs.:
1. José l\Iaria Latino Coelho; 2, João Felix Alves Minhava; 3, João Carlos
de l\linhava Sou a dt3 Menezes; 4" marqueI. da l\linas; 5, academia real da bel-
las arles de Lisboa; 6, arcebi po de Evora.; 7, Julio Cesar de ousa Lima, do
Porto; 8, João Baplista. de Castro Junior, do Porto; 9, Etluardo Baplista de Caso
Iro Junior,- do Poria; H, Eduardo BapLista de Castro; 10, Antonio de Almeida
Campos e Silva, do Porto; 11, .fose de Azevedo e M .nel.es, üe Villa Nova de
FamaJic;ío; 12. .10 ti da Silva Brayo, do Porlo' 13, Anllibal Femand s 'l'bomaz,
da Louzã; 14" Mariano Machado de Faria e Maia, de Palita Delgada; 10, Jo édo
Canlo, de Ponla Delgada; '16, Ago li Ilho :lIacbado de Faria e Maia de Ponla
Delgada; 17, Theolonio Flayio da Silveira, de Mafra; 18, José Anlonio tia Silra
Junior do Parlo; 19, visconde de Macedo Pinlo, do Porlo; 20, Feliciano da Silva
Feneira, do Parlo; 21, Augu'lo dos Santos Cordeiro, ue Serpa' 22, Joaquim
Guilllar;les, de Caminha; ~3, Anlonio Ribeiro da Azevedo Baslos, de lesão Frio;
24" Rourigo Velloso, de Barcellos; 25. Luca Fernandes da' _-cy s, tia Figueira
da Foz; 26, duque de Palmella; 27, Luiz da Cunha Carvalho; :28, Carlos Pe·
reira Lopes; 29, D. Perpelua Moreira Marques; 30, Rosemlo A.Yelino Rodrigues;
31, Anlonio dp Lemos, do Parlo; 32, l1aOlil'O :'ílcpomuceno de Seixas; 3:J, João
Danlas' 31" José M. de i\Iello; 3D, Guilhprme Hobin de Noronha Gorj,lo; 36.
Erneslo Clwl'llron, LI Porlo; 37, O. Maria Sancha de Je u Barbosa; :J8, JoaqUIm
Xavier de PigueiredC1 e :Mello ue Oriel Pena, d,' Coimbra: 39 Anlonio Pelrollillo
La111al'ão; 40, Francisco Jose de Sousa, da COI'ilhã; 4,1, Marcellino Alfredo Car-
neiro, de ~Iirande!la : 4,2, Anlonio Auguslo de Carvalho ~lonteiro' q,3, José 111'
tonio Rodrigues; 4q" Antonio José Pereira Junior; q,5, João !\larques da Costa;
4,6, José Maria AlI' s da Cunha; /17, I"l'ancisco da. Costa Guilherl1l' Junior, da
Calda ue jloledo ; 4,8, Bernardo da Co la Godinho de Sampaio e "lello, de ~el­
las; 4,9, David Corazzi; 50, Vicente lzidoro Coneia ua Silva, 51 e 52 a dila
bibliolheca publicas de Lisboa e do Porlo.
No leilão de i\Iillhara foi arrematado o exemplar que lhe perfencêra (n.' 2)
por 30$500 róis. Parece que era o segundo d'e ta edição. que apparecia it venda.

A re peito d' la edição convem deixar aqu i a eguinle nota, que me foi
communicaua por um dos cavalheiros interes adas:

o sr. Jo é de Mello. emprf'gado na casa do editor David Co nlZZi , e o


sr. João Danla , empregado na ociedade geral agricola e habilissimo de enbador,
resolvt3ram pai' 1877 as ociar-se para emprehenelerem, como homenagem a Ca·
mões uo seu lricenlenario, que aliás não sabiam se viria ou não a com memorar·
se com grande soleOlnidade, uma nova edição luxuosa dos Lusiadas.

Communicaram a sua illéa ao sr. David Corazzi, e pediram-lhe que honras. e


a publicação com o seu nome edilorial, (Iorque elles correriam com a. gerencla
e as de.pezas ela edição. O nome do edilor era um penhor para os a ignantes.
Elle anouiu de boa. vontade, e prestou igualmenle o seu escriplorio para o lraba-
lho, que, para o bom exito d'esse louvavel elllprehenelimenlo, ali quizessem rea·
lislu:.

Então os dois associados dividiram entre si o trabalho. O SI'. Mello incum-


biu-se da composiçãO e impressão do poema, compondo elle propriamenle a
DE CAMÕES i87

maior parte das paginas; e o SI'. Dantas encarregou-se do desenho tlas vinhetas
eJelr3s ol'l1amentaes para o cautos. O retrato do poeta, como disse, foi desenhado
pelo sr. Victor Baslos, e o trabalho de todas as gravuras execulado pelo sr. João Pe-
01'080. ;\ impres ão correu por conta da typographia Corazzi & C.", sendo feita
uma notavel reducção nos preços d'aquelIa casa.
Ape ar d'esta excepciouaes condições de economia, as despezas da edição
subiram a 1:300;)000 réis.
Dos cincoenla e dois exemplares da tiragem, foram distribuidos por brinde
oilo: UIl1 ti bibliotheca nacional de Lisboa, um ü bibliotheca do Porto, um
a Latino Coelho (auetor do prologo), um á lypographia David Cor:lzzi, um
ao editor Coraz7.i, um a Ramiro Seixas, um a José de jlello, e um a João Danla-.
A di tribuição por assignaluras foi só de q'~.

:.~:

* *
126. Poesias ly,'i~as de LlIi:s de Camões. Ediçiío bra:;ileira commemorativa
do terceiro centcnario. 10 de }/ll1ho dr 1880. Rio do Janeiro, Lombacrts. 8.° de
i59 pago (Sem designação de lypographia.)
É publicação da cecommi iio bl'azil('ira» cJue dirigiu no Rio de Janeiro as
fe la do tricentcnario. A hibliotlJeca nacional d'aquella cidade possue um exem-
plar em papel da China.

*
i27. Lvsiatlas de L!tis de Camõcs. Canto Tcrceiro.
O 1'. Julio Ce ar CoslJ1plli, t!islineto :lrli ta gra,ador e photograpbo, na im-
pren a nacional. reproduziu por occa ião do tric IItenario de Camões pejo pro-
ce o photo-lilho!!raphico, epi adio de D. fnnez de Castro, acompanhado do
ro to e das licença da primeira edição de 1.572.
. E ta edição commemoraLiva foi feita por ordem t1.a administração da mesma
Imprensa.

'*
128. Os Lusiadas do Luiz ele Camões. Nova ediçiío. Porto, em casa de A. R.
da Cruz COUti71ho, 1881. 8.° de cxr-q77 pag., com o retrato do poeta. -A intro-
dUCÇão foi cscripla })clo ediLor, e já a cilei em outro lagar d'este tomo.

*
* *
129. Os Lusiada . Ediriío da bibliolheca nacional, 1'evista e p,'ol'aciada JJ0l'
Theophilo Braga. Lisboa, Pel'cira §f Amol'ÍJn, editol·cS. 1881. 16. 0 2 tomos de 9-155
o
pa . e mai 2 innumerada e 4-1qO pa lr., e mais 2 innumeradas. Com os re-
tratos de Camões e Va co da Gama. D
188 LUIZ

*
* *
:130. Os Lusiadas de Lt!Ís de Camões. Coimbj'ao Imp1'ensa Academica,
1881. :16. 0
Esta edição foi feita conforme a que publicára em :1880 a empreza do Dia·
rio de Noticias, e destinada a brinde pelos estudantes ela universidade de Coim·
bra que tomaram a iniciativa nas festas da inauguração do monumento a Camões
erigido n'aquella cidade em :1881.

*
* *
131. Os Lusiadas. Edição j'evista e prefaciada pOl' Theophilo Braga, etll.
Lisboa, nova liv1'Qj'ia inte1'1wcional, 1882. :16. 0 2 tomos de xx-:l55 pago e lV-UO
pago Com os retratos de Camões e Vasco da Gama.
É o aproveitamento ela edição àcima (n. o :130), quanto ao texto' mas a adver·
tencia e os retratos são diversos. .

:~
* *
:1.32. Homenagem a Camões. Grande edição manuscripta dos Lusiadas pelos
contemporaneos illustres de Portugal e Brazil, dirigida pelo dr. 'fheophilo Braga,
Santos Valente, Jayme Victor, Francisco de Almeida. IlIustrada com o retrato do
grande epico, vinhetas e desenhos á penna de artistas notaveis elos dois paizes e
prefaciada por Manuel Pinheiro Chagas. Lisboa. 'l'ypogmphia ~lI1inel'va central,
14, lal'go do Pelourinho, 17. 4. 0 maximo.
As paginas gnarnecidas com filetes a tinta enl:arnada, tendo em baixo os
nomes e as qualificações das pessoas de Portugal e do BJ'azil que por convite da
empreza copiaram e assignaram as estancias elo sublime poema. Esta impres~ão.é
typographica. Dentro de cada pagina as estancias, reproduziela.s e;n (a,c'SÍllllle h·
thographico do autographo, e com a assiguatura da pessoa que copiou.
Em via de publicação, mas iDterrompida ultimamente. Vi já até o fasciculo
n. 35.
O

:133. Estancias e lições despj'ezadas e omittidas pOl' Camões na p,'imeil'a edi·


ção do Seti poema. Extmhidas da edição dos Lusiadas, publicada em 1800 pOl' Jo~'
quÍln Ignacio de F1'eitas, na imprensa da univej·sidaele. Coimb1'CL, na casa, _~1t.
nel'va, 1882. 8.0
Foi emprehendida esta edição pelo camonianista José Augusto Nazareth,
mas ficou incompleta ao tempo do seu fal1ecimento em fevereiro de :1882. 'fendo
o sr. Alltonio Augusto de Carvalho Monteiro comprado os livros e papeis que
pertenciam ao finado, mandou em seguida completar a impressão, cuja tiragem
foi apenas de trinta exemplares para serem oJferecidos ás pessoas, que o :ne!lclO'
nado Nazal'eth indicára em uma Jembl'au~,a de sua leb:a.-Veja o Conitnbj"lcense
n. O 3: 70:1, de 3 de fevereiro de 1883.
DE CAMÕES i89

*
* *
:136,. Os Lttsiadas. Poema epico de Luiz de Camões. Nova edição, cuidadosa-
mente revista e con(ol'me ás de 1572, pl'ecedida de uma biog7"aphia do poeta, es-
cripta pelo 51'. Innocencio Prancisco da Silva, seguida de um diccional"Ío dos no-
mes propl'ios, historicos, geo.graphicos e mythologicos, que se encontmm no poema,
adornada com o l'etl'ato de Camões, e com uma estamIJa do padTão levantado poo'
Vasco da Gama el1~ 1I'1elinde. Lisboa. Livmria de Antonio 1I101'ia Pereim, editol',
50 Rua Augusta, 52. 1882, 1.6.· de xVIlI-M>7 pago Com o retrato de Camões no
começo do livro e a gravura do padrão de Melinde na frente do principio do
canto m.
Esta é a qliarta edição do livreiro editor Antonio Maria Pereira, igual ás
duas ullimas anteriores, s6 com a diITerença da gravurinha do padrão, e ter ex-
presso no rosto e no prologo o nome de Jnnocencio,

1.35. Edição das escolas. Os Lusiadas de Luiz de Camões, com diccional'io de


todos os 110mes Pl'OP1'ios contidos na poema e uma critica li Iteraria 1J01' Paulino
de Sousa. P01'is. (htiUaJ'd, AiUauel lf ca 47, Rlte de Saint·André-des-Al,ts, 47. Á
vellda nas pl'incipaes livl'Q.1·ias de Portu.Qctl e da Brazil. 1.2.• de 8 (inllumeradas)-
536 pag.- Não tem data, No fim a indicaçlio. Paris, typographia PiUet lf Du-
mOlllin, l'ua eles {}rands Altgustins, 5.
É preciso advertir que das oito paginas impressas devem-se descontar qua-
tro, que entram para a numeração do discurso preliminar, que começa na pago õ.
Esta edição appareceu em 1883, mas é o apro,'eitamento da edição de 1873, da
mesma ca a editora, com a differença apenas de não ter as gravlU'as do começo
de cada canto, que se vêem na mencionada edição, Por esta circumstancia sup-
pomos que os editores em :1.865 fizeram a tiragem com fôrmas stereotypadas,

*
* *
1.36. E1Jisodio de D, Ignez de Cast·ro.-Foi novamente reproduzido no fo·
Iheto: Histol'ia de D. 19nez de Castl'o, contendo o episodio dos Lusiadas. Lisboa,
typogmphia Minerva occidental, 132, l'M dos CaI'daes ele Jesus, 142. 1885, 8,·
de ~7-1. pago
Saíu anonymo este folheto, mas sei que é do sr. Artiaga, antigo typographo
eempregado no commercio,
Oepisodio corre de pag, 30 a 39,-Veja tambem as pago 6" i7 e i8,

*
* *
. 1.37. Os Lusiadas.-- Reproducção do poema, sem argumentos, na folha A jus-
tlçapol'tuglleza, do Porto; começou nos folhetins, compaginada para se poder cortar
!90 LUIZ

e formar li\7ro, em 1886, e é possivel que termine durante o anno de i887 a pu·
blicação. Cada folhetim eomprehencle fi paginas; mas sendo a tiragem de (IUal.
quer periodico, em geral, rapida e imperfeita, o livro formauo com esles frag-
mentos não tem condições typographicas e de encadernação que o recommendem.

*
* *
138. 4- primeira ediçiio dos Lusiaclas i1llJl1'Cssa em vida de Luiz de Camõel
(1572).-E reproducção (ac-simile pholo-lilhographico por Joaquim Euzebio dos
Sanlos (lithographo na imprensa nacional) Lisboa, 1886. q,.o
O primeiro fasciculo d'esta reproducçãO appareceu em dezembro de i886,
cumprindo assim o edilor o que prollletlêra no seu programma; e a edição deve
ficar prompla no corrente allJl0 de 1.887. A til'agem foi regulada d'esle modo: 3H
exenJplares cm papel imitando o da edição de 1572; tO em etilll, tO em perga-
minho, 20 em papel Japão, 6 em madeira, 20 elll papel Whalman, tO em papel
velil1o, tO em papel de linho, e 6 em eslanho. Estes ullimos, porem, são desti·
nauos a brindes ás pessoas que assignaram a collecção, ou um exemplar de cada
qualiJade, e terão as letras A, B, C, D, E, F.
O preço de cada exemplar commum, em publicação, e de iq,fillOO reis; ode
primeira qualidade (selim e pergaminho), 94$000 reis; o de segunda (Japão 6
madeira), l~7$000 reis; o de terceira (Whatman), 37~000 reis; o de quarta (ve·
lino), 28~200 reis; e de quinta (linho), 23s'l500 reis,

*
* *
i39. Episodio de D. lane:; de Castro, ea:cel'pto do tercei7'0 canto dos Lusíadas dl
Luiz de Camões 1572. Anno 363 do nascwwnto de Luiz de Camões auctor dos Lu·
siadas. Lisboa, q,.o de 8-tO pag,- No verso do rosto: « Trabalho typo{]raphico lias
officinas de A.dolpllO, jJlodesto &: c.a Photo-litho{]/'aphico na imprensa nacional por
J. E. elos Santos."

E ta edição é quasi similhante á que em 1880 mandou fazer a adminislração


da imprensa nacional e que mencionei sob o n.O i27.
As primeiras oito paginas são em impressão typographica; as dez restantes
photo-lilbographica , reproilucção fidelissima. da denominada segunda edição de
1572, cujo rosto com as licenças tamhem é reproduzido pelo mesmo proces o.
No verso do ante·rosto declara· se que a tiragem conslou de 363 exemplares a~­
signa.r\os c numerados. Hecebi o n.O iii por mercê do editor, SI', Joaquim EllseblO
dos Santos, o dedicado artista litbograpbico ela imprensa nacional, que lomou SO'
bre seus hombros o fazer complela uma reprodução (ac-simile da indicada se'
gunda edição de H:í72, de que já fiz menção acima.

i4,O. Luiz de Camões, Os Lusiadas, edição illustl'ada com vinte e cinco helio-
hors lexte, desenhadas po/' Al{red BI'C/1Iltot gl'and pI-ia: de Rome, seguJlda
{]I'aVUl'US
medalha da exposiçi'io de pin/w'a de Pal'ís de 1885 (salon annuel de 1885) e qU(l'
DE CAMÕES i9i

renta quadl'os especiaes a cada canto pOl' Palllin Bord, Impl'essão typogl'aphica,
Mottcl'o~ j impressão heliogl'aphica Cha1'don cê SOl'1llani, Paris, Ai/laud cf; Gie edi-
tores, 47, l'ue de Sctint-Andt'é des Arts, 47-1888-1889, FoI. menor.
E tas iJldicaçôes são extrahidas de um specimen, que os editores mandaram
aos cus corre pondentes em Lisboa em abril do anno de i887; por isso consi-
dero já esta nova edição em via de publicação,
A tiragem annunciada é de 550 exemplares, 25 em papel Japão numerados,
e500 em papel vetino, 25 em papel ti Hollanda Ilumerado , sendo o preço dos
primeiros :f, 12, o dos egundo 8 e do terceiro 4" Depois de completa esta
ediçãO, os preços serão, respectivamente a cada classe de tiragem, :f, iti, i2 e 6,
A estampa, que acompanha o especimen, é impressa a linla. azul. A pagi-
nas são guarnecidas com gra\'Ul'a alle"oricas, de compo iÇão e desenho delica-
dos, e nitidamente impres as em linta roxo lerl'a ou acastanhada.
E ta edição é dividida em dez fascículo, cone pondendo cada fa ciculo a
um canto do poema, A data. de 1888-1889 posla no especimen parece indicar
que os eililOl'es contam com a conclusão do volume dentro de dois annos.

* * 'll<

1M, Os Lllsiadas de Llliz de Camões, l\ova edição, Lisboa.


:'ia occa ião de entrar no prélo e la folha, junho de i887, vejo anllunciada
em al~ulls jornae uma nova edição do immorlal poema, feita com IllXO, íllu trada
com ue enhos originaes para cada estancia, mas para er vendida por preço ba-
rato por conta do sr, conselheiro Mendonça Cortez, dono da antiga livraria Cal"
valho & C,·, succes ores da viuva Bertrand & C.· Parece que o poema terá uma
revisão especial, c será acompanhado de notas e commentarios, '

*
* *
Versões latinas
U2-i.· Lvsiadvm i'ibri dccem. AVtllOl'C Domino Fl'at1'e Thoma de FaI'ia Epis-
copo Tal'llensi, Rcgioqlte consilim'io, Ortlini Vil'gillis 1I1a1'im de lIIonte Ca1'1neli,
~octOI'C Theolo,qo, Vlyssiponensi. Cwn {acllllatc Supcriontrn. Vlyssiponc. Ex offi-
clna GCl'al'di elc Vinca, Anno 1622. !l,o de 8 innumeradas-179 folho numeradas
pela frente, No fronlispicio, a armas do bispo, lraductor.

As licenças são de 6, ii e 14, de janeiro, 20 de a~osto e 24, de setembro de


1622, A iJlformação do jesuila D, Jorge Cabral reza as im : .

•Vi esta lústol'ia do descobrimélo da Indja em verso, não tem cousa que
rnconlt:e nossa. santa fé ou, bon.s c,uslllmes; antes he poesia que pode ajudar aos
JUmanlstas, pelo que póde lmprlmll'se,,,

A traducção do poema vae de fi, i a i4,5 v,; e de fi. i4,6 alé o fim correm
!92 LUlZ

as notas. Tem errada a numeração seguinte: fi. i5! em vez de !lJ,2; i53 e 15i,
em vez de ilJ,lJ, e ilJ,5.

Nem o traductor, nem Das licenças sq menciona o nome de Camões. Quem


ignorasse que os Lusiadas er.am de Camõe ,.por esta traducção. julgal-os·ia es·
cripto, por fr. Thomé de Fana, AUlh01'e se diz elle no rosto do livro,

Na traducção, ou na impres ão, foram omitIidas as ullimas doze estancias


relativas á peroração a el-rei D. Sebastião.

o exemplar d'esta rara edição, que possue a bibliotheca nacional de Li boa,


era da collecção de Thomás Norlon. Parece que anles perlencêra a José Ma ca·
renhas Pacheco P reira Coelho de Mello, E lá mui aparado, poslo que sem inte·
ressar essenllialmenle o texlo. la bibiiolheca real da Ajuda lambem exisle um
exemplar.

Possuem exemplares: em Li boa, a bibliolbeca nacional, e o sr. Antonio Au·


gusto de Carvallio Monteiro; no Porlo, a bibliolheca municipal e o sr. dr. Jo é
Carlos Lopes, conde de Sao.odães, e Tito de Noronha; em Ponta Delgada, o r. José
do Canlo; e no Rio de Janeiro, a bibliolheca nacional (dois).

No leilão de Innocencio foi vendido um exemplar por i5$500 réis.

*
"" *
ilJ,3-2.· C01'[JUS 111ust1'ium Poeta1'ltm Lusitanor!tm qui latine scripSel'lIIlt
(i7lJ,5).

o padre Antonio dos Reis incloiu o lrabalbo do bispo de Tal'ga, D. fr.1'homé


de Faria n'esla coll cção, tomo v, dando abi tambem uma biographia d'esse sablO
prelado, um calalogo das suas obras e a menção do que alguns auclores escreveram
para elogiar esta versão.

*
* *
ilj,lJ,-3.- Cast1'o Lopes. Musa Latina·. Amat'yllidos Dircrei aliguot selecta Iy-
1'ica in latinmn sennonem translata ad usmn schola1'um bl'asiliensium accom11l0'
data. Editio con'ectissima mendisque purgatissima, notis O]Jpo1'tune adhibilis,
Potomopoli Ex typis Quirini «Ji'rat1'is. Via Quitanda 27. MDCCCLXVill. lJ,.o pequeno
de lJ, (inoumeradas)-I\'-68 pago

Este volume, devido ao trabalho do dr. Antonio de Caslro Lopes, conlém:


dedicaloria em verso á memoria da esposa do lI'aduclor, D. Rita Barbara P~res
Lopes; prologo; algumas noções sobre o verso latino e sua medição; Amaryl/ldos
Di'rcrei IY1'ica selecta; e appendice, no qual, de pago 59 á 6i, incluiu a versão de
19nez de Cast1'o, episodio dos Lusiadas.

O sr. visconde de JUl'omenha já linha apresentado a amostra da versão do


dr. Caslro Lopes nas Obras, lomo v, de pago 323 a 327.
DE CAMÕES 193

'!l'
* *
H5-4." O episodlO de D. Inez de Castro. Excerpto do canto nr dos Lusíadas.
Pamph.mseado el1~ VIiI'SOS latiTlOs por A. J. Viale. 1875. Lallemant F1"iJ/'es, TlJp.
Lisboa. Fomeced01'es da casa de B1"agança. 6, 1"1La do ThesoU1'o Velho, 6. Lisboa.
8.' de i3 pago - Tem no rosto a seguinte epigraphe :
••. Vestigia semper ad01·0.

*
i46-5." Tl'es exceJ'ptos dos Lusiadas. Trasladados em versos latinos pai' An-
tonio José Viale. 1875. Lallemant Fl'erés, ti/P. Lisboa. Fomecedores da casa de
Bragança. 6, l'ua elo Thesolwo Velho, 6. 8. 0 de xYI-i9 pago - Tem no rosto
a seguinte epigraphe :
Eu não me queixarei que me reprenda
O sabio, o VIrtuoso, o amigo puro,
E, sendo mister mais, que a mais se estenda.
Diogo Bernardes, carla x.

*
* *
U7-fi.· Episoelio do gigante Adamastor. Excerpto do canto V dos Lusiadas
Trasladado em versos latinos pai' Antonio José Viole. 1876. Lallemant Flreres. Typ.
Lisboa. Fornecedores da casa de Bmgança. 6, l'ua do Thesoul'o Velho, 6. ·S.o de
27 pago e mais 2 innumeradas de notas e el'l'ata, alem de uma errata addicional
em quarto de pagina.-Tem no roslo a. seguinte epigraphe:
Pel'mulcet mentes: idem terl'oribus implet.
. As lres obras numeradas sob os n. OS 4, 5 e 9, foram vendidas em 'um lote no
leIlão de llinhava por Ufi50 réis para o SI'. Ulrich·Jl1nior.

*
* *
i~S-7.· Imitação do E]Jisodio do canto tel'ceil'o dos Lusiadas, immortal poema
de Lmz de Camões, em versos latinos, por F1'Oncisco de Paula Santa Clam, pro..
(essOl' da linglta latina, na cidade ele Coimbm. Coimbra. Imprensa Lilleral'ia,
1875. S.o grande de 64, pago
*
* *
i49-S.· lmitacão das estancias 118 e 119 do L'ivro terceil'o dos Lusiadas, im-
mOl'tal poema de Luiz de Camões, em VIiI'SOS latinos, paI' Fnlncisco de Paula
Santa
0
Clam, pl'ofessor ela lingua latina. Coi11lbm. I11lp1'lmsa Lillera1'ia, 1876.
4. pequeno de S pago
Foi depois reproduzido no Instituto, de Coimbra, vol. XXVI, iS79, pago 3~S
a 33~.
TOMO llY (Supp.)
LUlZ

150-9.' Alguns ea:cel'ptos dos Lusíadas do g1'andc Llliz de Camões, com uma
traslaçiio em versos lal.í1l0s pOl' Antonio José 1 iale, do conselho de Sua Mages/ade,
Lisboa. Imp,'ensa l\acional, 1878. 8.° de 78 pago - Cada excel'pto tem na frenle
a re pectiva Iraducção latina, e por is o egundo 1'0 to: Ea:cel'pta ex epico
Poemate a Ludovico Camonio composito quod Ltlsiadre inscl'ibitw' in La/inam li1l'
gtlam tl'allslata ab Antonio Josepho Viale Regis Fidelissimi a Consiliis. O/isipo1le,
ex tY1JOgl'alJhía Ncaionali 1878.
Na adverLencia ao leiLor declara o sr. Viale:
"Publicam-se agora, reunidos em pequeno volume, cinco exceJ'pLo dos 111·
siadas, lrasladados para latim, que sail'am successiyamente nos annos de 1875 e
1876, impressos na typograpbia LaJlemanl. Na l'eimpre ão cl'estes no o tenlame
litterarios, achando-se esgotada a sua primeira edição, tHe· e principalmente
em mira subminislrar aos e trangeiros eSludioso um pecimen da poe ia do
principe dos vates portuguezes, acompanhado de uma trasladação em verso la·
iIlOS, tão fiel quanto foi possivel ao parapl1l'<ISLa ... "
A lmslação recaiu sobre cincoenta e sete oitavas, creste modo:
Poematis p,'opositio (Ex Libro r), strophe 1, 2 e 3,
Invocatio (Ex Libro r), slrophe 4 e 5.
Episodiwn Agnetis a Castl'o (Excerptum ex Libro m) lrophe 118, H9, 120,
121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131,132, 133, 134 e 135,
Adamastor G'igas (Ex Libro v), sLrophes 37, 38, 39,40,41,42, li3, !J,~, 45,
46, 47, li8, 49, 50,51,52, 53, 511, 55, 56, 57, 58, 59 e 60,
Insula e Amorllm descriptio (Ex Libro IX), trophes 54 55, 56, 57, D8, 59,
60, 61, 62 e 63.
Ko appendice (de pag, 67 a 75), em que o Lraductor dá conta das dimeul·
clades que vencem os que se uedicam a esles lrabalhos, nota: o O tra ladado!" do
episodio camoniano de D. 19nez de Ca tI'O não ousou chamar trauucção áquella
,ua tentativa lilteral'ia: aspirou apenas ao litulo de paraphrasta". E acre eenta:
"Relevarilo ... algumas raras omissõe , e lambem algumas breves addiçõc que
notarem na ver ão d'estes excerplos, conferida com o texto: omissõe e addições
tomacla nece saria por motivos que não escaparão i sua sagaci.dade, Versões
lilterarias só podem fazer·se cm prosa, . ,"
A capa d'este volume foi tirada a preLo e encal'J1ado. Nolo esla circull1 lan·
cia, para qne as pessoa, que venham a adquirir algum exemplar em brochw'a,
Inandem conservar a capa na encadernação de amador.

:){: '* *
151-10.' A Lusiada de Luiz de Camões, tmcluzicla em ve1'SOS latinos po~' Fre~
F1'ancisco de Santo Agoslinho lIIacedo, primeira ediçiio, l'evista 1)01' Alltoll1O Jose
DE: CA~lÕES i95

liale, do conselho de Sua ilfogestade, publicada POI' Venancio Deslandes. Lisboa.


Imprensa Nacional, 1880. 8.· grande de xm-2 (innumerada. )-478 pago e mais 1
de errata. Com o retraio do padre Macedo, traductor. - E dedicada a ua ma-
geslade el-rei o enbor D. Luiz I.
Contém; adl'erlencia do edilor (pag. Vil); anleloquio do 1'. ViaJe (pag. IX
a XVJI): ocla licho latino, pelo me mo (pag. innumerada); o poema (pag. 1 a
Hu); nolulae (pag. M 7 a 47f±); descripção da ilha dos Amare, segundo a co-
pia fiel da ver lia do padre Macedo (pag. 475 a f±78).
No anteloquio faz 'o sr. ViaJe as seguinles declarações:
«1\OS cinco primeiro canlo limitámo-nos a emendar palavras e pOl'ases
(em grande numero) que lias pareceram menos propria , ou menos claras, e a
corrigir algun erros de versificação, devidos talvez á impericia do copi ta, re er-
vando para a nota lalina, que nos propozemos acre cenlar ao lexto da vel' ão,
ocuidado de ill(lical' algun do eu lap o , e outras veze o de sub tituir ver os
inteiro do t:raductol' por outros da no a lana que se nos figuraram menos imo
perfeito. Nos cinco ultimo canto fomos meno indulgente e mais atreyidos.
Fizemo muitas e muilas uezenas de estancias em sul) tituiçao das do lraductoT,
por as im o julgarlllo ab olulamenle n ce ario ... No canto IX a desc-ripção da
Ilha do Amores, de de a eslancia LI\' até :i e tancia l,X.lI[, é copiada do nossos
EXCel]ltos dos Lusiadas, tmdu::,idos em versos latinos, publicados em 1878 ... J)

O acta ticho lalino, poslo antes do poema, é o seguinte;


Lysiadum cecinit magni Camoniu oris
Vat s (Quis ne-rit ) maxima facta \'irum,
Donavil Latia Macedus nobile carmen
Quo nullllm Lu i gratill ex.stat opus.
Sed nimiull1 properans quandoque e l lapsu in illc>,
Quo tuduiL metam tallgere cU!Ticulo.
Non tllIDen e t au u mendosos edere ver u
Emendaturum mal" cita corripuit.
,I. J. v.

. O original que er"iu para esta ecliçã.O, é o que possuia o conselbeiro An-
10nJO Correia Caldeira.

'lí'
* i"~

{52-H.a O episodio de Igne:= de Castro com a v~I'Scío latina de (1'. Francisro


de a/lto Agostinho de It1acedo, assombro encyclop'ecllco. e com um premnblllo do
professor Pereira Caldas. Porto, 18 O. Typograp/aa Umversal. 8.·
Teve Liragem especial de 50 exemplares.

i53-i2.' A ilha dos Amores, elegantissimas estancias do canto IX dos Lusiadas,


pGl'ap/t1'aseadas em versos latinos por Fmncisco de p'aula.Santa Clam, etc. Evora,
typogmphia, 1l1illerva, 1882. 8.· de xil-f±6 pago e mais 1 wllumerada.
196 LUlZ

Esta publicação foi editorada pelo sr. Antonio Francisco Barata, de Evora, a
quem se devem outros escriptos em honra de Camões que em seulogar terão men..
ção especial.

Versões hespanholas
15~-La Los Lvsiadas de Lvys de Camües, Traduzidos en octaua j'ú/Ut Ca te·
llana por Benito Caldera, j'esiclente en Corte. Ui"igidos ai Illustj·iss. Selim' HeI"
nando de Vega de Fonseca, Presidente deI consejo de la {azienda de Su M. y de la
Santa y general Inqttisicion. Con P1'ivilegio. Impresso en Alcala de Henares por
lttú Gracian. Alío de ~r.D.LXXX. 8.° grande de420 pago innumeradas.- O rosto tem
uma gravura tosca, repre entando um cavalleiro em acção de montar no seu
corcel. A impressão é commum, em papel pouco encorpado e amarellado. Algu-
mas pessoas têem supposto que essa gravurinha sY01bolisa uma passagem da vida
de Camões, e o proprio sr. visconde de Juromenha conjectura·o no tomo I das
Obras, citadas (pag. 2:l3); mas não é assim, vi to que apparece como ornamen-
tação de obras anteriores á impressão da de Bento Caldeira.
A data da approvação é de 17 de março, e a do privilegio por dez annos
de 26 do mesmo Il1ez de 1580. Na primeira lê·se :
"Ee visto este libra intitulado los Lu iadas de Camoes, traduzidos en octa-
ua rima Castellana por Benito CaIdera y pareceme que la poesia dellos os alta y
esla hecha a imitacion de la Eneida de Virgilio, y la traducion tan propria, polida,
sonora, y numerosa, que conesponde en todo a la j;(randeza deI subiecto. Por
tanto el .publicarse ste susodicho libra puede ser ue mucho prouecho a la re·
publica, y di ningun inconueniete dar licencia para que se imprima...
Este livro contém: approvação, privilegio real, dedicatoria do traduclor a
Vega de Fonseca, epi~tola aos leitores por Pera Laynez (5 pag.); seis sonetos em
honra do tI'aductor (6 pag.); e o poema.
No alvará de privilegio se puzeram estas palavras hOlll'osas para o poeta: •...
Vós (Benito Caldera) auiades traduzido de lingua Portugueza en Ea tellana .an
octaua rima ua libra que avia compuesto Luys de Camoes, intitulado los Lusla·
das, que tratava el descubrimiento y navegacion que los portuguezes avian he·
cho a la India Oriental, en la qual dicha Lraducion auiades tenido mucho lr~ba'
jo, estudio y costas. Suplicandonos atento lo susodicho, y a que era el dlcbo
Jiuro prouechoso para los professores de historia y navegacion ... "
Bento Caldem pedira privilegio por vinte annos; mas só lhe foi concedido
por dez. O alvará é datado de Guadalupe a 26 de março de lo80.
O poema é traduzido em verso, com argumentos em prosa, não tendo nume·
raçlío as estancias. No fim: « Lavs Deo. Alcala. En casa de Ittan Gracian, 1580•.
É n'esta h'aducção que apparece por primeira vez emendado o sexto verso
da estancia XXI do can to IX
De la primera madre con el .seno
emenda que foi depois introduzida em uma das edições portuguezas dos Lusiadas
DE CAMÕES f97

rle 1597, e em g-eral nas seguintes, Como se sabe, este verso, nas duas edições
sob a data de 1.572 e nas de 1.581j, e 1.591, encor.tra-se escriplo:
Da primeira co lerreno seio
É edição bastante rara; e quando apparece em algum leilão, sobe muito de
preço.
No leilão de Gubian foi vendido um exemplar por .9~500 réis ; no de In-
nocencio oulro para o fallecido Minhava por 21~580 réis; e no de Gomes lon·
leiro oulro para o sr. conde de Villa Real por 50~000 réis.

"*
*' *
Hi1í-2." La Lvsiada de el famoso poela Luys de Camões. Tmdvzidct en verso
c4slel/ano de POl'lugues, pOl' el lI-faesll'o Luys Gomez de Ta1Jia, vezino de Seuilla.
Dirigida aI illvsl1'Íssimo seliol' Ascanio Colona, Abbacl de Sa.ncla Sophia. Con pl'i-
uilegio. En Salamanca, En casa de loan Periel' Impl'essol' de Libl'OS, Alio de
ll.O.LX~"'\, 8.° pequeno de 1.6 (innumeradas)-307 folhas numeradas só pela frenle,
- A impre são é má e o papel de inferior qualidad . No verso da ultima folha:
,.En Salamanca, En casa de Ioan Periel', bnpl'eS$Or de Libl'OS, Alio de Mil y qui·
111m/os y ochenla.lI
Conlém: dedicaloria ao abbade Ascanio; prologo ao leitor de Mestre Fran-
cisco Sanchez; varias peças poelicas em louvor ele Tapia; catalogo do reis de
Portugal alé Filippe II (primeiro da dominação hespanhola, 1580); e o poema
(Iradu~ção em ver o, com argumentos em prosa, mais desem'olvidos que o de Cal-
dera). As eslancias lambem nãu Lêem numeração. No fim de cada canlo, vem as
correspondentes annolações.
AYersão de Caldera começa (canLo I estancia I):
Las armas, los varones seJiaJado
que dela OceidenLal y Lusitana
playa, por mares antes no sulcados
passai'on lias alia Trapobana.

E acaba (canto x, estancia 1.56) :


La mia ya estimada alegre mu a,
prometo que enel mundo de vos canle,
de suerle que Alexandro en vo se vea,
sin que embidiado el gran Acbiles sea.

A versão de Tapia começa (canto I, estancia J) :

Las armas y Varones seiíahldos


Que dela playa occidua Lusitana
Passarõ por caminos nunca vsados
El no surcado mar de Taprobana

No leilão Gomes Monteiro foi vendido um exemplar ao SI', conde de Villa


Real por 27~500 réis.
198 LUIZ

*
* *
156-3." Los Lvsiadas de Luys de Camoes. Tradtddos de pOI·tugues en Caso
tel/ano por Bem'ique GaI'ces. Dit'igidos a Philippo Monanha pl'illW'O de las Es·
palias y de las Indias. En Mael/'id. Impresso con licencia en casa de Guilel'mo
D'rouy impressor de libros. Afio 1591. ll.o grande de II innumeradas-185 folha I
e mais 2 de errala e a designação typographica: cc En llfael,'id. En casa ele Gui·
l/crmo Druy Impressor ele libros. Aiio 1591 ll. A versão é em oitava rimada,
A ultima folha tem o numero 851 em vez de 185.
É tão rara esta edição, como as duas anteriores. Falta á maior parte dos cal·
leccionadores.
Possue um exemplar no Porto o sr. Antonio Moreira Cabral. O sr. Carrilho
Videira proprietario da livraria internacional, comprou em 1.883 ao livreiro ma·
drileno D. Antonio Rego o exemplar que elle possuia, e vendeu·o em erruida,
por inlermedio da. livraria Ferin, ao sr. Antonio AUlTu to de Carvalho Monteiro,
por 90~000 réis. E um bom exemplar e está bem conservado.
No leilão de Gomes Monteiro foi vendido ao sr. conde de Vilta Real um exem·
piar por 37~000 réis, e no de Vieira Pinto outro por 56~000 réi

*
1.57-4." Poesias ele Luis ele Camoens. (8. 0 3 lamas de 383-1 pag., 285-i pag.,
e 335 pag.) Os tomos I e II têem o roslo eguinte:
Los Lusiadas> poema epico de Luis ele Camoens, g,ue tmdujo ai ca tellano Don
Lamberto Gil, Penitenr:ial'io en elnal Oratorio dei Cabal/m'o de G1'Clcia de esta
Corte. Maeb'id, 1818, Impl'enta de D. llfiguel de Burgos.
O lomo fi o eguinte:
Poesias varias, Ó Rimas ele Luis de Camoens, que tradujo al castel/ano DalI
Lamberto Gil, Penitenciario en el j'eal Oratol'io dei Cabal/ero ele G1'Ucia de esta
COI· te. Mael,'id, 1~18. lmp,'enta de D. ll1igttel de Burgos.

O ton~o I co.n~ém: ProJog~ do lraduclor (pa". 5 a 1~); viela de Camõe (~ag.l~


a 36); JUIZO Cl'ltlCO dos Lustaelas (pag, 37 a O); vIagem de Vasco ela Gama a
fndia (pag. 81 a 104); o poema (tr[lducção em verso, com al'~umen lo ell1 prosa),
canto I a v (pag. 1.05 a 297); e notas d'esll's cantos (pag. 299 a 383).
O tomo II contém: os canto VI a x (pag. 5 a 189); e notas (pag. 191 a
285).
O tomo li[ conlém: prologo elo lradllctor (pag. 5 a i5); as rimas (pag, 17 a
32ll) ; lJotas (pag. 325 a 329) ; e indice (pag. 3;-1'1 a 335).
Lamberlo Gil, logo no com ço do prologo, escreveu o seguinte:
"Enlre los poemas epicos de los, escritores modernos, Lusiadas de Luis de
DE CAMÕES i99

Camoens fné el primiero que recibió el aplauso de todos los literatos. Apenas vió
la luz pública, todas las naciones procuráran trasladarIo á sus re pectivos idio-
mas ... u
No leilão de Innocencio foi vendido um exemplar por 2$iOO réis; no de
Gomes Monteiro outro por 800 réis; e no de Minhava por 2$050 réis.

*
* *
158-5.- Episodio de 19ne::; ele Ca;;tr'o, POI' D. Nicolás Diaz ele BelljU11lea. Bm'-
celolla, 1866. FoI. Com estampas gravadas em aço.
Veja o artigo Portugal no tomo II da obra: Costumbr'es elel univer'so ó eles-
cripcioll y pint1l1'a de la fisionomia peculiar' de las mas impor'tantes naciones dei
globo, tales como san en S1l viela intima, carateres, ingenio, tipos populares,
etc.
De pago 8 a 10, o auctor faz referencias a Camões. No fim d'esta ultima pa·
gina para a seguinte allude ao epi odio de Ignez de Castro tirado dos Lusiadas,
e lraduz alguns versos.

* * '!.'

159-6.- Los Lusiaelas, poema épico ele Luis ele Camóes, tl'aducielo en verso cos-
tel1allo por el Conele de Gheste, ele la Real Academia Espaliola, Mad1'l'd: 1 72.
Impl'ollta de D. Antonio Perez Dubrull Jesus dei Valle, ntím. 15. 8.° de 396 pago
e mai 5 innumeradas de indi e e enalas. - A impre ão é em papel commum,
ordinario; e não se recommenda pelo primor lypograpbico. A versão é em oitavas
rimada, tendo cada canto o argumentos em prosa, imitados do da edição Lam·
berto' Gil.
No leilão de Innocencio foi arrematado um exemplar por i$370 réis.

160-7." Os Lttsiaelas (Los Portuguezes) Poema de Luis de Camoens tmducido


POI' Don Gár'los SoleI' Y 1Irqnes,' cntetll'álico ti inclivicltto c01Tesponcliente ele la Real
Ac~delllia de la Historia. EcliciOlI acompa/iada dei legitimo texto porlugues 1/ de
Cl!pl?SaS notas y noticias biograficas sob"e el in 19ne 1Joeta iber·o. Badajoz. Estable-
CIl1!tellto tipofll'cífico ele José Sanla11l1tl'ia. Plazuela ele la Soleelad. 1873. Fol. pe-
~l1eno de 263-1 pag., tendo a do pl'Ologo numeração romana. Com o retrato de
Camõe, Iithograpbado na ollicina de Pfei[ter, em Madrid.

Co~tém: introducção (pag. nr e IV); o poema traduzido em prosa, tendo


nas paginas á direita a e lancias de Camõe (pag. 6 a 239); nolas do cantos
(pag. 241 a 258)' apontamentos bio~raphicos do poeta (pag. 259 a 262); varian·
te (pag. 262 e 26:1); c indice (pag. innumerada).

. Na introducçlio, lranscripta de um juizo critico de D. Franci co de P. Cana-


leJas, em que este illustre profe SOl' confuõlc!e as glorias portugnezas cantadas pelo
200 LUIZ

egregio poeta com as glorias hespanholas, de que não se tra ta nos Lusiadas,
lê-se:
"Es de todo punto impossible establecer un paralelo entre os poemas épicos
que con orgullo guardan las literaturas modernas y el poema de Camoens ...
el poeta portugués comprendió cuál era el destino que cumplian nuestros pueblo,
é iluminado con tan ,'asta concepcion escribió ese poema, orgullo no de un pue·
blo, no de una nacion, sino de una raza entera ...
« .•• Luis de Camoens canta las armas y los varones que por mares nunca
navegados extendieron la fé; llanta los hecbos nunca imaginados, 'que no cabian
en el arte de las antiguas ciyilizaciones; canta una gloria que no soiiaron los bê·
roes de las leyendas mitologicas; canta una edad nueva. No lo ignorava el gran
poeta:
"Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
"que outro yalor mais alto se alevanta.
«. " la literatura moderna sentia UJI poema en sus entraüas, y nació Camoens
para cantarlo ... JI

*
* *
i 6i-S." Los Lusiaclas de Luis de Camoens segun la ú/lima edidon çorrecla
publicada P01' el Dr. Caetano Lopes de 1I10ul'a. Tl'aduccion de D. 1I1anuel Aranda
y Sanjuan. Barcelona" Empl'esa eclitol'ial La llustraci07l. Co./le de 1I1endizcíbal" nu·
m81'O 4. 1874. 4.° de 4 (innumeradas)-296-LXI pago e mais i da indicação das gra·
vUI·as.-A impressão é cuidadosa e em bom papel. As gravUl'as, desenhada c
gravadas por Planas, Mm'acho e Gomez, são de composição nova e apropriadas
aos trechos dos cantos, servindo com tudo de guia aos artistas as estampas da
edição do Morgado de Matteus. A gravura da portada represel1ta Camões salvantlo
os Lusiadas. A ultima pagina do indice tem o numero 266 em vez de 296.
No verso do rosto vem a seguinte declaração: "Es pl'oJJ1'iedad de los eclitor~s.
Bm'celona. Establecimiento tipogl'áfico de Jaime Jepús Rovi1'Cllta. Calle de Petn!·
xol, número 10, bajos.1874 J1 •
Contém este livro: o poema, versão em prosa, com annotações no fim das
paginas (pag. i a 2!H) ; e a biographia de Camões, traduzida de Ferdinand De·
nis (pag. I a LXI).

*
* *
162-9." Estud-io cl"itico-analítico sob1'e las vel'siones espU1íolas de Los Lusíada,1
P01'D. Nicolas de GOYl'i. (Canto primero). Lisboa. Typo(}mpltia de J. 11. Verde.
17, R. N. ela Trindade, 19. 1880. 4.° de vm-i06 pago innumeradas.
Esta obra contém: introducção (pag. v a vm); e o pr,imeiro canto em con'
frontação o texto portuguez com as versões de Tapia, D. Lamberto Gil, Benl~
Caldera, Henrique Garcez e conde de Cheste, com annotações criticas do sr. GO)'f1
no fim de cada pagina.
Na introducção, referindo:se :i edição de D. Lamberlo Gil, escreve: «No tra·
dujo tan mal como los que le habian precedido, porque la obra ele Faria y.Sou a,
que consultó, le ayudó á modificar la tradlll:cion ele Tapia de la cual COpIÓ ver·
sos enteros".
DE CAMÕES 20i

*
* *
163-10." Seis est,'ophes do Episodio de Adamastor, extrahidos dos Lusiadas
de Camões, com a versão hespanhola de D. Patricio de la Escosul'a, inedita ainda;
antecedidas de um preambulo do P'ro{ess01' Brac01'ense Pel'eim Caldas. B,'aga. Ty-
pagraphia Lealdade. 1, ,'ua de Jano, 1. 1881. 8. de 3J pago
0

*
* *
Versões francezas
16!l-t,· La, Lusiade du Camoens. Poeme heroique, SUl' la decouverte des Indes
Orientalas. T"aduit du Pm·tunais, Pa?' ,M. Duperl'on de Castem. A Pm1s Chez
HUOI't, "uii . Jacques, li la Justice. David, quay des Augustins, li la Providence.
Bl'iassoll, n/ii S. Jacques, à leI Science. Clousier, nlii S. Jacques, à l'Ecll de Fmnce.
lIDCCXXXV. Avee ApP"obation 'f P"ivilege du Roi. 12. 0 ::I lamas de q, (innumera-
das)-LxIX-3 (innumeradas)-319 pag., q, (innulTJeradas)-36!J, pago e!l (innumerada )-
33!l-i (innumeratla) pago Com e lampas. - O roslo e a duas c6res, prelo e en-
carnado. A lraducção é em prosa, com annolações.
O lomo I comprehende a dedicaloria em verso ao príncipe de Conty, o pre-
facio, a vida do poeta, e os lres primeiros cantos. O tomo II o canto quarto alé
o serimo. O tomo III o c~lI1lo oitavo ale o decimo. Cada canto é acompanhado
de uma estampa, e alem d'e ta" gravura tem uma outra de fronlispicio, assignada
por Bonnart, desenhador, e J. B. Scoliu, gravador.
A dedicatoria ao principe de Conly, começa:

Daignez soufTrir, Seigneur,


que les Muses du Tage
Vaus oLTl'ent par ma main leur
plus celebre Ouvrage;

No prefacio affirma 'O traductor Castera :

.Persuade d'une maxime si juste &: si noble, j'ai cru que je ferois un vrai
pr~sent à ma Patrie, en Jui donnant dans nolre langue la Lusiade du Camoens,
qUi peut passeI' pour .l'un des plus bealL,( Poemes, qu'on ait jamais lOs depuis
Homere &: Viraile.
•Le sujet"en est grand, & leI qu'il le faul paul' I'Epopée; c'est la decouverte
des Indes par les Portugais. L'unite de la principale aclion & celIe dn Heros s'y
lrouvent observées parraiteruent; on y voil une conduite ménagee avec art, une
allegorie sublime, plu ieurs episodes bien amen s, des passions exprimees avec
force tI<.. delicalesse, des peinlures vives; enfin. un slyl~ varie suivan~ l'exigen~e
des mallêl'es; tanl6t dOllX & simple, lanlõt raplde & maJeslueux; touJours adml-
rabl~, & jamais défigure par ces jeux de 11101.s, dont les fausses Illeurs gtitenl
quelquefois les meil1eurs ecrits des Italiens & des Espagnols ... "

, Em alguns exemplares vê-se que a ultima pagina do lomo I tem o numero


31 em vez de 3HI.
202 LUIZ

Mais adiante censura a aprel:iação de Voltaire n'estas palavras (pag. xiij


e xiv) :
«:.\L de Voilail'e dans san Essai SUl' le Poeme Epique a critiqué plusieurs
endroits llu Camoens; j'ai tacbé de lui montl'er dan mes Notes, que sa censure
tomboit à fau.."{; c'e t une dispute lilleraire, ou je n'apporte ni parlialité pour
mon Auteur, ui l1el contre celui dont je combats le opinions: j'esLime ses ta·
Iens, je I'end justice aux beaulés de ses ouvrage ,mai cependant iI me permet·
tra de !ui dire, ce que disoit auLrefoi Ari tote en pareille conjoncture: A11IiclII
P/ato sed magis amica veritas.))
Note-se que, com a me ma data, porém com indica ão diversa do lagar da imo
pre [o é que vem registada esta edição de Ca Lera no tomo v do Dicc. de lnno·
cencio, sob o n. lj,1i8-2, e na obra do r. visconde de Juromenha. upponho,
O

comtudo, que, sendo no nlai em Ludo igual, a mudan a (lo 1'0 to seria conre·
niencia industrial, como já fica apontado em outras edições. No 1'0 lo (l'esta con·
trafeiçiio lê·se: "Le Lusiade clu Camoens ... .A Amsterdum, cllez François I'Honol'é
:\l.D.CC.XXxv.))

No leiliio de Gomes :.\lonteiro foi vendido um exemplar por 2SilOO réis, e


no de Pinto de Aguiar (1883) ouLro por i5~300 l'éis.

':í'
'x' 'ii'

i65-2." Lo, Lusiacle du Cam.oons, poemo heroique, SUl' la Décollvert6 eles Jn-
des Orientales. Tl'aduit C/U Portugais, Par 111. Duperron cle Castera. A. Paris, che;
Briasson, LibraÍ1'e, n/e Saint-Jacques, ri la Science. M.Dcc.LXVlll. Avac Appro·
bation {f Privi/ego clu RoL (No 11m: [)e l'Imprimerie de Quillau. 1768.) 12. 0 3 to·
mos de 4, (innumeradas)-Lxrx-2 (innumeradas)-319 pago 4, (innumeradas)-36~
pag., e 4 (innumeradas)-33 l1 pago
É a eglmda ediçiio da anterior, com algun dos erros emendado. Não tem
o rosto a duas cÔl'e , nem a eslampas.
Para accentual' os característicos d'esta ediçãO, que é eITectivamenle se·
gunda noLe-se mais que no verso da pago lxix vem a ~pprov"ção c1alada de ide
março de 1. 76!J" na qual se lê: "J'ai lu par ordl'e de Mail eigneur le Vice-chance·
lier, La LlIsiade dn Camoens, Poema /lél'oique. Je croi qu'ont peut permellre
d'en raíre une nouvelle édiLionll.
A pago 457, ],2i, 42~, 423 e 424 do Lama II devem elllendar-se para 357,
361, 362, 3133 e 364.
No leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por 700 l'éis.

*
i66-:.l." Essai d'imitation libl'O ele l'Episode cl'lnes de Ca tl'O, dans lo ]Joime
des Ll/siadas de Cam.oens par Mllc M. 111. La Ha1Je. M.DCC.LXXIT. 8. o de 1(j pag:- No
rosto uma bella vínhela, gravada ell1 cobre, apl'Opriada ao a sumpto do epl odlO,
como se verá da fiel I'eproducção que dou em seguida. Figura- e-me represen·
tal' o genio dos Lusiadas sobl'e o formoso quadro do amor de D. Ignez. As eslro,
piles não lêem numeração.
.E s s A I
D'I MI TA T I O N LI B R E
D E

L' E P I S O D E

D I N E S D E C A S T R 0,
DANS LE POEME DES

LUZ I A DAS D E C A M O E N S,
PAR

M. M.

L A H A Y ~
M.. De C. L.x.x 11.
DE CAMÕES 205

Parece-me que, com a data de i 772, é a primeira vez que se faz menção
d'esle folhelo, e por isso o considero ainda mais raro que o de i7i3, 'que aliás
tem sido julgado rarissimo, e poucos camonianislas o pos uem. Encontrei o exem-
plar, de que me servi, entre o papeis impressos camonianos do beoemerilo vis-
conde de Juromenha (hoje fallecido). Comprehende de pago 3 a !O a versão livre;
e de pag, ii a i6 o episodio em porluguez, com a declaração de que se junta
•para que o recordem os que o tenham lido no proprio idioma ",
Começa:
O toi, que fais aimer, loi qui regis la lerre,
Dieu cruel & charmant, qui plns que le Tonerre,
Fais redouter les trails, dont tu perces les coeurs,
Tu fis couler d'lues & le sang & les pleurs;
Acaba:
El ce lieu consaCl'é par les malhem' d'lnes
Ce lieu que vit fraper lanl d'amour, lanl de charmes,
Des Nymphes, de Berl(er alte laot les regrels,
Est encore appe\lé la Fonlaine des larmes.

*
* *
i67-4,.' La A1ol't d'Ines de Castro; et Adamastol' j mOI'Cea1!X til'és et tmduits
de La Lusiade de Camoens; pUW' servi'r d'Essai à 1me Traduction Fmnçaise en
ver~ et complette de ce (amell:JJ poifme lJOrtugois, ouvmge dédié, §f présenté alI
ROlle VI de Juin MDCCIA."XJI, jow' annivel'sail'e de la naissance de Sa Alojeslé paI'
Sulpice Gaubier de Ba1Tault majol' de place de Lisbol1ne. A Lisbonne de l'lmpri-
merie Royale, Avec appI·ovation. 8.° de 32 pago
No Panorama Photographico de Portugal, do meu erudito amigo, sr. bacha-
rel Augu lo Mendes Simões de Castro, volume III (Coimbra i873~, pago i3, pôde
ver·se reproduzida a lraducção do episodio de O, Ignez de Caslro por Bar-
raull.
. Os exemplares não são vulgares, porém não de extrema raridade. Tenho
Vlslo muiLQs em mãos de diversos camonianistas. Possuo um que adquiri por
300 reis no leilão dos livros do fallecido conselheiro Nogueira.
No leilão de II111ocencio foi vendido um exemplar por i~iOO réis.

*
* *
i6B-5.' Essai d'imitation libre de l'episode d'lnes de Castl'o, dans le Poifme
des Lusiades de Camoens plil' Mil. M. iII. A. la Haye, §f le vend à Bnlxelles, chez
J. Vanden Berghen, Impt'únem'-Librai1'e 1'ue de la 1I1agdelaine. M,DCC,LXXllI. 8.° de
i6 pag.- Tem 110 roslo uma pequena vinheta, symbolisando, ao que se me fi-
gura, o genio da poesia.
Deve ser de certo a segunda ed'iç!Ío, feita pouco depois da antecedente.
'fambem é bastante raro este folheto. A divisão da parte franceza e da parte
portugueza é igual. Examinando porém as duas edições nolei: diJferenças no
rosto, nas vinhetas (no desenho e na execução diversissimas, e a de i772 maior
206 LOIZ

que a de 1,773) ; na composição e no caracleres Lypographicos; na revisão, que


me parece mais cuidada a segunda que a primeira; e alé na declaração po la no
fim da versão, que u'uma eslá cc para que o recordem os que o lenham lido •. e
na oulra cc que se junla para os que enlendam o iúioma".
Sou, portanto, leyado a acreditar que a dala de 1733, que yem no tomo I
das Obl'as, pelo nobre visconde de Juromenha, pago 255, á vi ta do exemplar
da bibliolheca nacional, que leniJo presente, e do exemplar que possuia lnno·
cencio, está evidentemenle errada; e por i so, sllbsi le a primeira observação
posta no Dicc., tomo v, pago 269 e 270. A versão franceza mais antiga, conheciila,
não é poi 'e la, mas a úe Castera. A de Barraull tem de ficar agora registada en·
tre uma e a outra.
No catalogo do sr. Jo é do Canlo, da ilha de S. Miguel, vejo a menção ile
um exemplar sob dala de 1.763, mas não pos o saber e haveria eqtúvoco do iUu .
tre colJeccionador. ,

*
* *
1,69-6." La Lusiade de Louis Camoens; Poeme hero'ique, en dia: chanls, i\'ou·
vellement tmcluit du POl'tugais, Avec des Notes ~'la Vie ele l'Auteul'. Em'ichi de Fiou'
Tes ri chaque chcmt. A PaI'is, chez Nyon al11é, Libmil'e, l'ue Saint Jean de Beollvois.
M.Dee.LXXVI. 8.° 2 lomo de x..'(jx-2 (innumeraua )-320 pago e 4, (illnulllerada )-
291.-3 (innumera las)-pag.- As estampa ão gravadas em cobre, e na maior
parle inspiradas das do Morgado de Matlell·. Não trazem o nome, nem o
simples monogrammas dos artislas.
O lomo I contém: advertencia do li\Tciro; vida de Camões; os canlos I a
v do poema, lraduúdo em prosa, com argumenlos; e notas.
O tomo rr conlém : os cantos n a x; notas e eITatas.
Na advertencia lê·se :
"Cetle nouvelle 'fradllclion cle Camoens, dont on peul en général garantir
la fidélilé, est l'ouvrage d'un Ecrivain três-connu: elle a élé faile SUl' une version
littérale du texte POl'lugais; versiOll cOlllposée, avec loul Je soin & loule l'exactl'
tude possible, par un homme três-versé dan la langue ue Camoens ... "
Na appl'ovação, datada de 3 de maio {le 1776, declara o censor: (feeLLe Tru·
duction m'a pam mériler à doublo lill'C l'empressemenl & les souO'rage ilu
Public, & pai' sa propre élégance & par la célébrité de I'origina"'-
N'esta versão entraram cl'HermiUy e La IJarpe, mas só com o nome d'este
il1ustre escriplor é que figurou depois nas subsequentes edições.
La Harpe não conhecia a lingua porlugueza, ]101' isso não eslava no caso. de
ser interprete fiel da obra famosa de Camõe . D'ahi na ceram o graves defellos
da sua lranslação e adulteração que alguns criticos lhe eslygmatisaram. Enlreos
porlugueze , o que veiu a acudir com mai vehemencia pelo nome uo gran.ile
epico foi o academico Antonio de Araujo de Azevedo, que submelleu á apreciU'
ção da Academia Real das Sciencias úllla memoria a este respeilo que se encontra
no tomo VII das 1l1elJiol'ías ele lilteratnra pOl·tugue::;c! (1.806), de pago 6 a !6.
N'esta critica, que Araujo de Azevedo intilulou lI.femo1'Ía em defeza de Co'
DE CAMÕES 207

mões cont1'a 1Jlonsielw de La Ha1'pe, trata com aspereza, embora justamente, o


h'aductor fraucez, .comparando a sua versão com as versões mais apreciavei que
já tinham appareeldo em castelbano, inglez e francez. Dirige·se a La Harpe d'este
modo:
"Mou ieur de La Harpe, que adquiriu umil, grande reputação pelas suàs obras
em litleralura, teve o valor de confessar que, ignorando a jingua portugueza,
compozel'a sobre uma yersão interlinear, e Iillel'al aquilJd, a que elle quiz cha-
maI' lraducçiio de Camões. Desejo que esta conf13são lhe sirva ue apologia no
Iribunal dos litteratos. erei talvez evel'O em deOlazia, mas declaro, que me
será sempre e Iranho que se eOlprehenda, que se publique e assigne a wrsão
de um auetor, que se não enlende, e que se ouse chamar a isto ll'aducção.
"Porém, M. de La I-Iarpe n;10 se limila a traduzir; depois de annunciar,
que a versão sobre que trabalha é escrupulosamente fiel, e que sómente quizera
animal-a com o l'ogo da poesia, adv 1'( , que ajunlara notas crilir.as á sua traduc-
ção, nas quaes com e1feilo se abalançou a fazer juizo obre o origiual.
"Para lraduzir e enlenciar um poela é preciso enlendeI·o, e ninguem póde
enlir por interprete. e touos concordam em que as bellezas da poesia LIe appa·
recem, ou se enfraquecem com a lraducção em pro a, como queria M. de La
Harpe julgar Camões por uma lraducção intel'lincal e proYllve\menl , apesar da
sua as erção, Ião pouco liel, que Ibe Hão foi pos ivel execular o seu louvavel pro-
jecto de a animal' com o fogo de poesia aliás Camões não cleye ser repulado poela."
Em seguida, Araujo de Azevedo analy a as passagens que La Harpe não
camprehendeu ou que adulterou, e lermina a sua memoria:
"Deixo sem refulação muitas oull'3S cenSUl'as de M. de La Harpe, porque
ba la, segundo me parece, o que lenho dito para provar a sua inju liça, a ua
ligeireza, r. a falia de conhecimento do nos o poeta.
"Camõe não foi isenlo de defeilos, assim como o não foram os outros poe-
las epicos; mas, se os limiles de la memoria m'o pcr:l1ill.i em, creio que poderia
a~nda provar conlra M. de La Harpe, e conlra outros crilicos, o seu talento supe-
rIOr , .. »
Em 'i82G escrevia Ferdilland Dcnis, no seu mui inleressante livro Resllmée
de /'histoi1'e littemi1'e dtl P01·tllgal et d1t Brésil (pag. 134 e 135) :
-J'ignore si La Harpe avait jamais essayé de Jire le poésies divers~s de Ca-
moens. On a la preuve qu'il élait 1101'S d'étal de las comprendre, elle Jugement
rl~oureux qu'il en a porlé om'e une pl'euve bien clll'ieuse de la maniêre dont on sa-
l'all apprécier alor:; la lilléralure élrangere. Je me trompe en qualinant ce Juge-
ment de rigoureux; ii est riclicule, el. des écrivains d'un vrai mél'ite en ont déjà
falt JU lice. D'ailleul's Camoens se venge lui-mêllJe quand on peut le lire ... »
No leilão de Pinlo de Aguiar foi vendido um exemplar por 1;S550 réis
...,

, 170-7.- La L1lsiacle de Camoe?1s. Traduction lJoétíqlle, avec des notes his-


tanques et c/'itiques, nécessai1'es poU?· l'intelligence Wlt poerne. Pal' j}jj'. de La Bm·pe.
Lond!'es. M.DGG,LXXVI. 8.0 de xl'j-2!:J!:J pag.-A impressão é ordinaria e em papel
lllferlOr. Não tem gravuras.
O rOslo da edição de Paris tem uma Jyra enlre folhas de louro; e no da de
208 LUlZ

Londres vê-se um pequeno trophéu bellico. 'esta igualmente as cabeças das pa.
ginas da advertencia e do primeiro canto têem gravurinhas em madeira.
Pela confrontação das duas edições, que fiz na bibliotheca do sr. João
Antonio Marques, formei a convicção ele que eram diver as, e por fórma alguma,
corno súppuz antes d'esse exame, fraude industrial. Os caracteres typographioos,
a impressão e o papel são mui difl'erentes. A ad \'erlencia na edição de Pari tem
o titulo Avel·t'issement du libmú'e e é em typo redondo; na de LOlldres tem
apenas Avel'lúsement e é em italico, bem como a noticia de Camões, que se segue
de pago lU a xvj.

'ii'
* *
1.H-8." La Lusiade de Louis Camoens; Poeme hero'ique, en dix chanls,
«
nouvellement tmdu'it du Portugais, Avec des Notes la Vie de l'Autel!!', A Paris,
chez Nyon aíné, Libmit'e, l'ue Saint-Jean de Beauvais. M.DCC.LXXVl. 8. 0 2 tomos
de 1.60 e 1.32 pago
O sr. dr. José Carlos Lopes, que possue um exemplar d'esta terceira edição
da traducção d'Hermi!ly et La Harpe, escreve-me, asseverando" que o frontispicio
é igual á. da primeira de Paris, com a simple omissão das palavras: Enl'ichi de
Figures ci chague chant, por isso que esta edição não tem estampas. A vinhetado
rosto é tambem um simples ornato de phanlasia', sem significação alguma. O pa-
pel, a impressão e os caracteres são igualmente diJTerentes »,
Não é facil encontrar reunidas as tres edições de 1.776 na maior parte das
collecções camonianas,

*
* *
1.72-9." L'Isle enchantée, episode de La Lusíada, tmduit du Camoells,-
V. de pago 1. a 2lJ. do tomo XXVlU das Voyages imaginait-es, songes, visiollS, el1'O'
mans cabalistiques, impresso em Amsterdam, 1.788,8. 0

1.73-iQ." E]Jisode de Inez de Castl·o. 'l'raducção em verso com o texto


porluguez em frcnte.-Veja a pago 9:1 do livro Mélanges de poésie et de litteru·
ttwe, par Florian. Pal'is, chez Ant. Aug. Renouanl, :1.812. 1.2. 0
Em outra edição d'este livro (De I' bnpl'imel'ie de Gtdlleminet, A Paris, elt,
r~. IX, i2. de 243 pag.), o episodio, com o texlo portuguez em frente, occupa
0

de pago 1.60 a 1.73.

*
* *
1.7/~-H." La Lttsiaele ele Louis Camoens, poeme lIél'o'ique en dix chants, tradl~il
du pOl·tugais, avec des Notes et de la Vie de l'Auteul·. Pat' J. F. de La 1la'rpe, Pans,
Laurent. Beaupl'é, L-ibmÍl-e, au Palais Royal, Galeries de bois, nO 218. 18!3. !2.·
2 tomos de lJ. (innumeradas)-350 pago e á, (innumel'adas)-294, pag.- Tem a llldlC3'
ç.l'io typographica: « Imprimerie de D' Hautel, Rue de la Hm'pe, n° 80•.
DE CAMÕES ~ü9

i75-i2.' Lct Lusiade de Louis Camoens, Poeme hél'olgue en dia; chants,


tralltâl du JJol·tugais, avec des notes et la vie de l'mtteur, PCl!' La HCl1'pe, de l'Aca·
demie F1'ançaise, A PaI'is, chez Vm'cli(ll"e, librait'e, Quai des Augltstms, nO 25.
1820.8.° de 3:16 pag, Com o relrato do poeta.-No verso do ante-rosto: oDe
l'illl/Il'imlwie de Pi1'1nin Didot, pere et fils, irnpritlww's d1t Roi, de l'Institut et de
la llfarine, Rue Jacob, nO 240,
Esta edição é a reproducção da ele 1.776, ele que se trata acima, e que saiu
sem o nome de La Harpe, Os typos e o papel são iguaes aos que o impressor
Didot empregára na edição portugueza, segunda do Morgado ele Malleus, em 1.819..
E tá aprovei lado n'elln tambem o retrato de Camões, desenho de Gérard e gra-
yura de Roger.
:]::

* *
176-1.3.· Les Lusiades, on les POl"tugais, Poeme de Carnoens, en dix chal1ts.
TralltlCl'ion nouvelle, avec des notes, pa7' J. Btc Jh l11illié, Pm'is, Finnin Didot,
Fere et Fils, Libmil'es, nue Jacob, nO 24. De l'impl'irne7'ie de J:il'min Didot.
llDCCCXXV. 8.° 2 tomos de 397 pago e 1 de en'atas, e (j,13 pag, E dedicada ao
Morgado rle Matteus.
O roslo ~ simples e tem, em typo miudo, ~orpo 6, a seguinte epigrapbe:
oLa découverte de Mozambique, de Mélinele et de Calicut, a étê chan·
tê!: par le Camoens, dont le poeme fait sentir quelque chose des char·
mes de 1'0C!yssée, et de la magnificence de l'Eneide.lJ MO'TESQUlEO.

Otomo I conlém : a deelicatoria, o prefacio, a breve noticia de Camões, e os


cantos I a VI, traeluzidos em p.(osa, tendo cada canto as respectiras notas. Os ar·
gumentos, ou summarios, estitõ.no fim elo tomo .
. . O lama II contém: os canlos VII a x, com as notas e summarios, o juizos
clllicos de eliversos auclores ácerca do poema (png. 235 a 298); e a historia
de Luiz de Camões e das suas obras (pag. 299 a lJ,09).
Essas apreciações são de Rapin (pag. 237 e 238), exh·ahi.das das Réflexions SU7'
la pOl!tique, pago 69, 1.21, i50 e 166; de Aelrien Baillet (pa~. 239 a 24,3), extra-
hldo dos Jugeuwnts eles savants, tomo IV; de Vollaire (pa~. 2M a 252), exlrahido
d.oBssai SUl' la Poésie épique; de La Harpe (pag. 253 a 258), exlrahido da No-
liCla ele Camões e das nota dos canlos I, VIU '3 IX, ela sua versão dos Lusiada:;,
e do Cow·s de littéra.tzt7·e; de L'Abbé Delille (pag. 259), exlrahido das nolas :!;
canto IV ela Eneida; de William Mickle Ipag. 260), extrahido da Dissm·tation on
t/i.e Lusiad' de Chatenubriand (pag. 261 e 262), exlrahido do Génie riu c!lI"istia-
ntsme; de 'Mltdame de Slael (pag. 263 a 2(9), extrahido da Biogl'aphie de 1I1i-
c~a!ld; ele Lemercier (pau. 270 e 282), extrabido da Intl'oduction au CotWS de
/iltel'utul'e e do COU/'S de'" littél'atul'e; ele Giliberl de Merlbiac (pag. 283 a 29lJ,) ,
exlJ'uhido do Discow's lJl'éliminctÍl'e ele la tmduction de l'Amucana; de Pal'seval-
Grandmaison (pag. 295 e 296), extrahido dos Amoztl'S épigues, eslrophe do
ca~to I e nota ao canto IV; e Monte quieu (pag. 297), extrahido do Esprit des.
LOIS, . livro XXI, capitulo 17 (reproducção da. epigraphe, que fõra posla no fron-
hSPICIO). Estes juizos criticas lêem numerosas e interessantes nota.s do traduclor.
TOMO m. (Suppl.) t4
210 LUlZ

Segue·se (de pago 299 a q,09) a Notice SUl' Camoens et SUl' ses 01W1'Qges, pUlo
D. José Jlaria de Sousa Botelho . .. lIlise m li'ançais, pow' la premiére lois, par le
traductelw eles Lusiades.
A versão de Millié é estimada e passa por ser das melhores que se fizeram
no idioma francez, O traduclor, por ter e tado algum tempo em Lisboa, familia·
risára-se com os bons livros porlugueL.es e com os escriptores mais bem conceitua·
dos do seu tempo; ma , não só pela dedicaloria, como por militas passagens das no·
las, pela e colha dos trecho apontado, com que enriqueceu a sua lraducção)lillié,
ao que supponho, viveu na inlilnidade do Morgado de Malleus, e d'elle recebeu
muitos elemenlos para aperfeiçoar o seu b'abalbo. A cada passo, pelo a im dizer,
se nos deparam referencias honrosissimas para D. Jo é Maria de Sousa. Na dedi·
catoria lraz Millié estas phrases :
«, " la magnifique édition dont vaus avez elll'ichi la Bibliolhéque des Rois
& toutes Jes Sociélés savanles de l'EllJ'ope, eslle plus beau monnment que I'en·
thousiasme ait élévé au génie. Vous avez fait, à vous seul, paUl' le chanlre de
Gama, ce que Lord SomeI' , le docteur Allrebury & le sal'ant Addis on lirenl
aulrefois paul' l'Auteur du Paradis Perdl~, Jouissez de la gloire de Camoens,
Monsieur: elle est devenue la vôtre,))
No leilão de Pinto de Aguiar foi vendido um exemplaJ.: por 2$600 réis.

*
* *
i 77-lA." Poésies de Louis de Camoens, t1'aduites cZu POl'tugais en vers an·
glais, pUl· Lord Stranglol'd, ancien ambassadeUl' de S. jJf B. li la cow· de Lis·
bonne, à Constantinople, à Rio Janpil'o; t'/'acZllÍtes de I'anglais al~ fl'ançais pm' B.
Basere, membre de plusiel~rs académies. Bl'uxelles, de l'impl'imerie de Vandooren
Jilréres, n/e des Fabriques, N° 3, n.o 1012. M.Occcxxvrn. !2. 0 de XLv-229 pag.-
o fronlispicio tem a seguinte epigraphe :
Accipies meros amores, CATOLL.

*
* *
1.78-15." Épisode cZ'lnez de Castl'o, tl'adl~it de la Lusiade de Camões. Challl
JJJ, oito 118 (Por Florian).
'eja OElwl'es de Florian, de I' Académie Française. NOlbvelle édition, etc, i838
8. grande, lomo IV, de pago :29! a 297. Começa a primeira estancia trasladada:
0

Vainqueul' dl1 Maure, au combIe de la gloire


J.:heurellx Alphonse aprês lant de combats,
E acaba:
Et ce beau lieu que des myrles couronnant,
S'appelle encore la Fontaine d'ãmour,

Os quatro primeiros versos da eslancia i20:

Estavas linda Ignez, posta em socego,


DE CAMÕES 2B

Foram assim vertidos por Florian :


Le front paré des roses lu bel ~ge,
Charmante ln z, dans une douce erreur
Tu jouys ai de ce calme trompem,
Toujours, héla ! si voisin de tou ardeur.
N'uma nota final, o traductor pede desculpa da ver ão, posto a tentas e com
ecrupulo a fiuelidade.

'!<'
* *
179-1.6." Lusiades de L. de CltmOens, Trarluction nouvelle, pm' MM. Ortaú'e
Fournier et Desaules, 1'eUlte, annotée et sllivie de la tmduction d'un choi.'E des poé-
!ies diverses avec 1tne notice biog1'a1Jl1ique et critique sw· Camoel1s, par Ferdinand
Denis. Paris, libmirie de Charles Gosselin, édite!l1" de la bibliothéqtte d'élite. 9,
l'ue aint-Gennain-des-Prés, llDCCCXLl. .0 de 4, (inoumerada )-LXVIl-37ri-l pago
-No ver o do ante 1'0 to: lm]Jl"imé par Béthune et Plon, li Paris.
E ta edição comprehende: o avi o do editor (pag. I a. 1IT); artigo Camões e
os seus contempOl'al1eOS, por [i'erdinand Denis (pag. v a LXVII) ; o poema, traduzido.
em prosa, com argumentos tambem em prosa (pag. 1. a 2(0) ; poesias diversas (se-
lecç,io de sonfltos, canções, eglogas, etc" colligidas das Rimas do poeta e po tas
pelos traductores, segundo elles por ua ordem chronolog:ca, para e apreciar
melhor a vida agitada do poeta (de pag, 253 a 335); noticia l' laliva a V<l co da
Gama (pau. 337 a 340); notas ao Lu iadas e á Rimas (pag. 341 a 375) ; e indice
(pag. innumerada).
. m exemplar d'esta. edição foi vendido no leilão de Innocencio por 4~:I00
ré! ; no de Gomes Monteiro não passou de 700 réi ; e no de Pinto de Aguiar
chegou a 900 réis.

*
* *
180-17." Les Lusiades ou les POI'tugais, poeme el! dix chants, pm" Camoens;
()',aduction de J. B. J. 1lJillié, 1'eVlIe, r.orrigée et amwtée paI' M. Dubeux, de la bi-
bllOlheque 1·o)/ale.,Pl'écédées d'une Notice SW' la vie et les otlvm,qes de Camoens, par
M, Chal'les 11Iagnin, membl'e de l'institttt. Pm'is. Chal']Jentíel', libmil'ie·éditelw, 29,
rlle dtt Seine, 1841. 8,° pequeno de 4-L1X.-363-1 pag.- O verso do ante-ro lo,
no fim de um catalo/lo da publicações do edilor Cburpentier, tem a indicação:
Paris, Typogmphie de Lacl'ampe et comp., ,'tte DamieUe, 2.

. Contém: a vida de Camões (pag. a


assignada Charles lIIagnin» ; a
I LIV), l(

li la do principae historiadores de Camoens (pag LV a LU), assignada Cl eh.M.»


(Magnin) ; o poema, traduzido em prosa (pag. i a 363), com as notas no fim de
cada canto.

Os titulos do rosto fazem suppor que Dubeux melhorou e ampliou a tr<lduc-


Ç,io de Millié; mas, confrontando a edição de 1825 com esta de 18H, parece-me
que a revisão na segunda, quando menos na maior parte do poema e das notas,
~ão pa sou de technica ou typographica; a não ser que Dubeux auxilia se Mil-
hé na primeira ediçãO.
21.2 , LUIZ

*" *
fSI-iS." Las Lusiades, poeme de Camoens, traduit en vel's par F, Ragoll'
A Pal'is, che::: Ch. GosselilJ, libmiJ'e, l'ue Saint Gel'lJla'iJl-des-P'l'es, 9. L. Hachetle,
libl'Clil'e, n!c PiClTC-Sa1'1'azin, 1'2, 1842. 8.° de vUl-280 pag,- No verso uo ante·
rosto: Avallon, impl'imene de Herlobig,
Contém: advertencia (pag, y a vm); o poema, traduzido em verso (pag,
i a 2(2); e notas (pag. 253 a 280). Na ad\'erLencia refere o traducLor que peno
sára em pOr a vida de Camões e de Vasco da Gama, porém que depoi reconheceu
que taes biographias, em vi ta da importancia do poema, pouco interesse teriam
para as pessoas cultas; e acrescenta com respeito á versão (pag. VII) :
« J'ai donc traduitles Lusiades avec la même fidéliLé dont je m'étais déjà
fait une loi dans mes tradllctions précédente . Cependant, mon travailterminé, ii
m'a semblé que le poeme gagnerait aJI retranchement de certains passages évi·
demment dérecLueux que j'ai renvoyées dans le notes. J'espére que je n'en se·
rait point blfLmé, .Ie n'ai introduit dans le poiime aucun éJément étranger; j'en
ai seulement effacé quelques tl'ails qui çà et lil pOllvaient nuire à son illLéréL et
diminuer !'elIet de ses beauLés . , . II

::)0(: "" ::J(:

fS2-19,a Truductwn des Lusiades de CCt1noens, pa'l' M. M, Ch. A1tbel't, Paris,


chez G, .ti. Delltu, i11lp. libl'aira, l'lW de Bl!Ssi, 17 ; et Palais-Royal, Galerie vitl'ée,
13. 1844. f2,o de 6 (innumeradas)-xxlv-2Y8 pago e mais 4, de indice e enaLas.

Contém: c1edicatoria a Villemain e á escola normal; o prologo, dividido em


tres partes (resumo !la expedição de Gama, resumo da vida de Camões, e resumo
dos successos da hisLoria de Portugal referidos no Lusiadas); o poema, tradu-
zido em verso, com os argumentos em prosa; e a notas, na ullima das quae o
traductor agradece a Dllb<3UX os seus cOllselhos, e ao visconde de Santarem ,o
seu incitamento, tanto mais valioso quanto vinha de um erudito de alta po ,.
ção social.
..
* *
i83-20." Les L1tôiades ou les POl't1![Jaís, lJOeme en dia: chants, lJQ.1' CanlOens,;
tj'aduction ele J. B. J. Mülie, j'evue, cOlTigée at annotér. pco' M. Dubaltx, de le! b/,
bliotilequr. 1'01lale. Précédées d'une Notice S1/1' la vie et las oltvrages de Camoens,
par M. Charles Magnin, membre de l'institut. Paris. Charpentier, libraiJ'e·éditellr,
29, 1'ue (lI! Seine. 1844. 8.° pequeno de 4,-J,lx-363-i pag.-Tem a indicação:
Irnpj'irne'l'ie de Beau, à Sctint Gennain, en Laye ",
O sr. dr. Jo é Carlos Lopes, que possue esla ediçãO e a de iS!J,i, informa,me:
« Embora a versão de Millié seja a mesma, as duas edições são realmente mUIto
diJJerell t es".
*
* *
f8!l,-2i.a Les Lusiades, poeme de Camoens, tratl1tit en vel's par F. Ragou. Delt-
DE CAMÕES 213

,.ieme édition !"evlte et corrigée. Pm'is, Chez L, Bachette> libl'aire> nw Pierre SU?'-
razill> 12. Ganziel' Fl"i~res> libmú'es> cm Palais national. Dauvin et Fontaine, librai-
res, Passage des Panommas. 1850. 8.° grande de vDI-307 pag.- No ante-rosto e
no fim do livro a seguinte indicação: « Impl'i11lerie de Rennuyer et Cc> rue Lemel'-
cier, 24. BatignoUes.»
o formato é maior que o da anterior ediç~lo de Ragon o papel melhor e a
impressão mais cuidado a, podendo considerar-se nilida. Na advertencia, mais
desem'olvida, o lraducto!' escreve (pag. vm) :
«A mon grand élonnement, celle (a traducção) quej'ai donnee du poeme des
LI/siades arrive à une seconde edilion que je publie 1'evtte et corl'igé> selon la for-
mule, et qui, je le sens est lain encare, malgrc celte revi ion coosciencieuse,
d'avoir reçu lous les amendemenls dont elle serait susceplible. La faute en est
principalement it mon insulfisance, mais aussi q uelque peu ii. l'indi[erence de la
critique ... »
Um exemplar d'e ta edição foi vendido no leilão de Innocencio por 64,0
reis, e no de Pinlo de Aguiar por 2~200 reis.

*
* *
185-22." Les Lusiades de Camões; tl'aduction de M. Emile Albert. Pm'is>
imprimerie et libmirie géll :rale de jUl'ispl'udence> Cosse et Marchal> impl'imezws-
editellrs, libmin'es de la com' de cassation, Place Dauphine 27. 1859. 1.2.° "rande
de 371 pag.-Tem no verso do anle-ro lo: (( Pm·is.lmp. de Cosse et J. DU11laine,
rlle Christine, 2 lI.

A versão é em oilava rimadas, com os argumentos em prosa.

Foi vendido um exemplar no leilão de Gomes Monleiro por 1.~iOO reis.

:~

* *
{ 6-23.- Épi ode d'AdamastOl' ( Des Ltlsiades tlu Ca?nões) pU?' J. R. Jaufl;·et.
- Saiu no Pa1'l1Oso lIla1'01lhense. Collecçiio de lJOesias. li venda: na typographia
Pl-ogI'esso, 1'110 de Sant'Anna, 49. Pl'eço 2MOO l·éis. (Sem dala.. O prologo é da-
lad? de i de julho de i861.) 8.° grande de 6 (innumeradas)-~85 pago e mais VI de
IIldlCe e i de errata.

E 'la versão occupa de pago iq,8 a iMo

, i87-24." Les Lusiades ou les POl'tugais. Poeme en dix cilants 7J(/1' Camoens:
'1l:alll~ction de J. B, llJil/ié> l'cvue, cOI'1'Ígée et anl10tée1Jal' M. Dubenx, de la bi-
bltotheque impériale. Pl'écédées cl'wle Notice SUl' la via et les oltvrages de Call1oens
PQQJ' ~1. Chq1"les llfagnin, melllbl'e de I' Institut. P01'is, Chal]Jentier, libraÍ1'e·éditem·>
~at de l'Ecole, 28. 1862. 8.° de Lx-367-'1 pag.-No verso do ante-rosto: COl·-
bell, typ. et stél·. de Cl'élé.
2i4. LUIZ

E ta é a seJ,(unda edição com o nome de Dubeux e a terceira de Millié. A


pago L.\: do estudo preliminar não tem numeração.

'i'.'
* '1(,

:1.88-25." Luiz de Camões. Episodios de Jgnez de Castro e AdamastDl', extra.


!!idos dos cantos ln e v dos Lusiadas com a t7'ad7lcçiio e11l versos (mncezes, por
J. A. el'Escodeca de Boisse. Lisboa, im7J1'ensa nacional. 1865. /;,,0 de 35 pago II1ntUl1e·
rada com. o retrato de Camões, gmvado peJo professor Joaquim Pedro de Sousa,
imitação do de Gerard.
A impressão é nitida e luxuosa, com as paginas guarnecida .de vinhelas sim·
pIes e gr3cio as, A apa a c6res, com fundo rosa, a meia linla. E mui apreciado
e te livrinho, não só pela lraducção em ver o, mas lambem pelo lado arlislico,
que bonra a imprensa nacional, a Couja administração o sr. E codeca dll Boi
oJfereceu o autograpbo. O lraduclor era empregaJo superior da imprensa do go·
verno em Paris Jenliio imprensa in\perial).
O lexto portugllez, que acompanha e la versão, é extralüdo da edição de
Freire de Canalho.

:1.89-26." Camoens. Les Lusiacles O!t les POl'tugais. Poeme en dia; eltants. Pa·
7'is. BU1'8aux de la Publication 44, nw ele la Babylone, 44. 1867. 8. de 192 pago
0

-Foi impressa em Abbeville: « bn]Jl'imel'ie P. BI'ie:: •.


Pertpnce á collecção inti tulada « Bibliolheq71e du Foyel'. Colleetion des lIIeil·
leurs G71tml7" {rançais et étrangers. DÚ'ecteu1" G. Guenotll. Foi publicada sem o
nome do tradL:clor.

*
**
:1.90-27." Call10ens. Les Lusiades, ou les POl'tugais. Poeme en dix elionls,
dewxieme édition. Pal·is. BUl'eau de la ]Jublication. 61, l'!te La{ayette, 61. 1869,8.'
Pertence, como a antecedente á collecção inlitularla « J3ibliolhcque tlufoycro.
Foi lambem publicada sem o nome do lraductor.
O sr. dr. lo é Carlos Lope , que pos ue exemplares das duas ediçãe, es·
creve,me: « que esla. segundo ediçiio só dilfeJ'e da primeira em se dizer no fro~'
tispicio : 61, nw La{ayette, 61; e não nw ele Babylone, elc.; e em se ler na ulll'
ma pagina: Abbevitle, Impl'imel'ie Bl'iez, C. Paillal't et Reta,ux».
No leilão de Pinto de Pinto de Aguiar foi vendido um exemplar por 3~JOO
róis.

'1('
* *
191-28." Les pOl·turJais. Poe11le en dia; chemts pm' Camoells. Li11l0ges, j\}art
Barbou ~' C,, nnp1"imeun-libmi'res, 1"1te Puy- Vieil1e·1Ifonllaie. Sem dala. :1.2. 0 de
DE CAMÕES 215

192 pago Com uma gravura allu iva á visila de' a co da Gama ao rei de )Ie-
linde.-No fim do volume: "Limoges, Imp . .illnre Barbou <3 C'u.
E ta edição pertence á serie n Bibliotheque mm'ale et littél'ltil'e u dos mesmos
editore . A gravura tem a a ignatura de Bou sem.

*
* *
192-29." Les Lusiades ou les Portugais. Póiime en dix ehanl.s pa1' Camoiins.
Limoges, BW'boll F1'el'es, imp,·úneurs·libmires. Sem lIata. 12. 0 de i92 pago Com
urna gravura.- No fim: "Limoges. ]lIIprú!terie de Bal'bou·frél'es u.
E ta edição é como a anterior, mas rlão po . o registar se saiu antes ou (le-
pois. Tem cOlutudo difTerenças: no titulo, na firma dos editores (que pas ou de
Barbou Frêres para Marc Barbou & CC), nos dizer s da gravura, que ó têem
uma Les POl'tugai§, e n'outra no aHo: Les Lusiades, e em baixo Venez vous
reposel' dans mes Elals.
. Em ambas, o fronlispicio tem o e cudo com a uivisa e o Illonogramma dos,
edJlore. 'ão vem declarado o nome lIo traduclor, mas é a yorsão de.l\Ji!lié, ao
que me pareceu, pelo confronto de muita estancias. Em tac circurnstancia, e las
devem ser a quarta e a quinta edições de Millié.

193-30." Les Lusiades de Camões. '1'l'adllclion nouvelle annotée el accompagnée


dll texte 7J01·tugais et précédée d'une esquisse biog?'aphique sw· Camoens,pal' Fel'di-
nancZ d'Azevedo, Pm'is. /Jibmi?'Íe de PJ. P. Aillaud, Guilla?'d el comp. 47, ?'ue
~ai~II·Alldl'é-des·A1'ls, 47. 1870. 8.° grande de xVI-589 pag, c mai 2 de crrata e
IOdlce.- No verso do ante-rosto: "Paris, 1111p. Simon Raçon et comp., ?'ue d'EI'-
{urlh, 1 u, iudicação que é repetida no fim do volume.
Contém: prologo; re umo da villa de Camôe . o poema traduzido em prosa
com o original portuguez em frente; argumentos (pag. i a 575) e notas.

No anteloquio declara o tradur.lor que, pondo de parte a ver ão de La Harpe


por ser detestavel, nenhuma das outras traducçôes em francez lhe agrad:1l'alll, ex-
cepluando um tanto a de FOUl'llier e Desaules, porque tem boas qualidade e se-
gue o texto. Não lhe de~aO'l'adou igualmente a versão de àJillié, ma ape ar
do e tylo correcto, julga-a em demasia paraphra tica. Por is o tentou reunir em
u~la lraducção 1101':1 a maior simplicidade de estylo á maior fidelidade do OJ'i-
gUiaI.

No leilão de Pinto dc Aguiar foi vendido um exemplar por i~800 réis.

'ii,
* *
R' 19~-3L· Les Lusiades de Camões. '1'raduclion en vel'S (i-ançais de A. de Cool.
!O de Janeú'o, typ. de G. Eeuzinge1' ~' Filhos, 1'ua do Ouvidol', 31. 1876. TOllS
216 LUIZ

ell'oits l'ésel'vés an Bl'ésil, en Fm'llce ct à l'étl·angel'. 8.° de xVI-308 pago e mais 3


de inrlice e erralas.
É dedicada a D. Pedro II, imperador do Brazil, cujo mordomo mór, enlão
barão de Nogueira da Gama, communicou ao tI'aductor que sua mageslade sedio
gnára de acceitar a dedicaloria.
Contém: a carla acilm. indicada do mordomo mór, o prefacio, a vida de
Camões, e o poema, lrasladado em oitavas rimadas, com os argumentos em
pn1sa.
No prefacio escreveu o sr. Coo!: "Une tradllclion en vers, strophe par
strophe, de Camões, en notre langlle, n'a pa été faite, que je sache, etj'ai essayé
de suppléer iL cette lacune de nolre litlerature. Ai·je réussi à rendre les nOll1breux
et inconlestables be'autés de L1tsiaelcs? .. J'ai fait de mon mieux, et si on neles
retrouvait pas dans"la tradllction, ce serait assurément ma f:lule ... "
Foi venclido um exemplar no leilão de Pinto ue Aguiar por i~800 reis.

195-32." Les Lusíades ele Camoens. Tmeluction nouvclle, annotée et accompa·


gnée elu tcxte portngais et pl'écédée el'une esquisse bíographique SUl' Camoens, par
Fernallel el'Azcvcdo, Scconde édition l'evue ct cOl'rigéc. Pm'is. LibrcLÍ'rie dc V' J.
P. Aillaud, Guíl/anl et C,, 47. 1'!te Saint-Anelré-des-Al'ts, 47. 1877.8.° grande de
xvr-589 pago e mais 2 de ena tas e indice.- No anle-rosto : « Paris, Typographie
Lahu1'e (1'!te ele FllJlt1"!ts, 9)".
Apesar da declaração de « sp.gunda edição ", pelo exame a que procedi, con'
venci-me de que era o aproveitamento da anterior, com o rosto e en'alas novas,
emendadas no verso da pago 58~. Nem se explica de Ollll'O modo o apparecer no
começo do volume a indicação da typo~raphia Lahure e no fim a de Simon Ra-
çon et comp., que é o que se lê em aOlDaS as partes da edição de 1870; e ainda
mais reproduzirem-se algumas das en'atas, que já figuravam anles.

196-33." Camoens et Les Lusiades. Étude biogl'aphique, histol'ique et lil/é·


mil'e slt'Ívi (11t poeme annoté par Clovis Lama1Te, doctclt!' el! lettl'es, a(lminist'l'ateul'
de Sainte-Ba1·be. Pm'is. übrail'ie académique Didier et C,, libmi1'cs édite!/I'S.35,
quai des Augustins, 35. 1878. Tous dl'oits 1'ésCl'vés. 8.° grande de 4 (inn ull1eradas)-
vn-614 pag.- No verso do ante-rosto e no fim do volume: (( Pal'is. bnpl', E.
Cap1'imoll t et V. Renaltlt, l'ue (les Poitevins, 6 ".
Contém: a introducção (pag. I a VII) ; Camões, estudo biographico e liUe!'a·
rario (pag. 1 a 106); resumo da historia de Portugal até á morte de Call1~es,
para a melhor comprehensão dos Lusíadas (pag. 107 a 303); o poema,.lraduZlClo
em prosa, com annotações, que acompanham a versão ao fim das paginas (pag.
305 a 609).
Na primeira nota declara o sr. Clovis Lamarre, que (( la traduction que n?~s
olTrons ici au lecteur est celle de J. B. Jh MiUié, publiée en i825 à la libraIria
DE CAMÕES 217

Dido!. Nous naus sommes contenté d'y opél'er, en divers endl'oits, guelques lé-
. gêres moclificatioos, C'est, d'ailleul's, de toutes les traductions françalses, la plus
complete et la plus fidele",

Esta edição vem a ser, pois, a sexta de Millié, salvo erro,

'*'
* *
197-34,- Sonnets choisis de CW/loens, Tl'adttits POU'l' la lJ1'emiel'e (ois dtt POI'-
tugais en Français pai' Léollce Cazaubin, Paris, E. Plon et C,, impl'imetws-éditeul's.
10, rlle Garanciél'e, 1879, Tous dl'oits l'ésel'vés, 4,,0 pequeno de fl-vm-4,0-2
pag,

Tem no verso do ante-rosto uma declaração relativa ao deposito dos exem-


plares preceituado na lei para I'esalvar os direitos da edição, Na ultima pagina
repete a designa~ão da typogl'aphia, A impressão é nitida e em bom papel. No
frontispicio, a duas cdres, preto e encarnado, lê-se a epigl'aphe ;

Vertere fas, aequare nefas,


D. MARTiM GONÇALVES DA C,\).JARA.

Compl'ehende: prefacio (pag. I a VII); e os sonetos (pag, :I. a 40), n,O' J a x 4,


com algumas notas, Ao ver e te livrinho, acabado com tanto esmero e aido em
1879, forma-se para logo a convicção de que foi Llado á luz com a idéa da
commemoração do tl'icentenal'io do egl'egio poeta. O tl'aductor. SI'. Cazaubin, pa-
rece confirmal-o nas seguintes palavras do prefacio (pag, vn) ;
." La traduction d'un choix de ses sonnets, que naus 011'1'0ns aujourd'hui an
p'ubhc, est un bien faible bommage à la mémoil'e du prince des poetes portugais.
felle qu'elle est et i illlpal'faite qu'elle soil, naus osons réclamer boa accueil
pour elle en faveul' de la pensée qui I'a conseillée et dont voici le but: a.tti'l'el'
s'll/Jeue, l'attention SUl' la pal,tie que l'on considél'e Ú tOl't comme secondai1'e dans
le bagCl,ge litlémi1'e du grande épique, et 'rappelel' que Camoens attend enCOl'e en
France un biogmplte cligne ele l!ti et un tradlwteul' de ses aJltv'l'es completes, , ,»

198-35.- Vel'são Francesa dos Lusiadas de Camões lJe10 duque de Palmella.,


D, Pedil'o de Sousa Holstein, C01n o texlo ol'i,ginal, A:ntecedida de um pl'eambttlo do
pro(essol' Pel'eil'a Caldas, do lycelt nacional de Braga, contel'mneo Vi'1llaml1ense.
~O)'l?, typo{wa,phia cent'ral (Avelino Antonio Mendes Cenleim), 313, l'ua do Bom-
Jal'~t1n, 317. UO~CCLXXX. f~.o de 8 (innumeradas):-x.,~l-i79 pago e mais :I. de decla-
raçao typograpluca,- As pago do ante-rosto, da dedwl~ol'la.' do rosto e do con~eço
dos can~os, são a duas cdl'es, preto e encal'llado, mela tmta, Todas as pagll1as
guarnecidas de linhas simples. A edição é nítida e em bom papel.
. No ante-I'osle lê-se: "Vel'stío fi'anceza dos Lusiadas de Camões lJe10 duque
de Palnnella com o texto original", No verso tem; Publ'icaç<io vimamnense em
II

solemnisaç<io litteral'ia do tl'icentenat'io de Luiz de Camões el1t 10 de junho de


1880",
2i8 LUIZ

No verso do frontispicio tem a seguinte epigrapbe :


« Das letras mais in ignes gran thesomo
« II1ustrando com homa os bagos d'ouro

«E gravado por uma e outra edade,


"No templo insigne da immol'talillade'
~J"~UEL Tllo""z - Phcllix da Lusilallia.
Lil'l'o II, csl:U1eias SO c 91. l
I
'a pagina seguinte (innumerada) a dedil~atoria: ".Á memol'ia venel'anda de
Luiz de Camões no seu t'1'icenlenal'io em 10 de junho de 1880. Guimarães•. No
verso a epigraphe :
«Todos vêm a fazer preito, homenagem,
« De vos render eterna va sallagem.
M""WEL TOOMAZ - Pltenix da LllsiulIlia.
Li> ro v, e laneia '9.

Segue-se o preambulo do professor Pereira Caldas (pag. I a XXI) ; e os cano


tos 1 a III versão em vel"o, com o texto portuguez â direita (pag. :I. a 179).. A
declaração da ultima pagina (innllmerada) é esta: « Composi ão typographica fel~a
sob a direcção de J. A. da Gloria e Silva VildemoinlJos. Impressa por Antolllo
Coelho FerreiJ'a. Junho de 1880•.
A tiragem foi de 208 exemplal'e , numerados a tinta encarnada, e rubricado
pelo dono da lypographia, sr. Avelino Anlonio Mendes Cerdeira. Houve, por~m,
uma tingem especial em pa.pel cartão, Existe um d'e te na bibl iolheca pal'l~eu·
lar de eI-rei o senhor D. Luiz. O da bibliotheca nacional de Lisboa é da CdlÇ~O
commum, e tem o n.O 207.

O duque de Palmella não chegou a concluir a sua versão, que aliás tCI? bel·
lezas, Quando estava em principio d'ella olIereceu alguns exceI'plos ao Investlgador
pOl'luguez, puhlicado em Londres, e alli sairam aos la ciculos nos anno de !813
e 18t ll, sen lo reproduzidos depois no Insl'iluto de Coimbra, em 1850, :l.8b7 e
1858. O sr. Pereira Caldas declara, porém, no preambulo citado (pag. ve VI),
que n'essas publicações se lêem COIl1 menos primor n'uma ou n'outra. parte, que
na copia manuscripta que po sue, e que deveu á valiosa intervenção do finado
visconde de Almeida Garrett, com a indicaçãO d conter correcçõe de Jllad. de
Stael, o que lhe dá, sem duvida, maior va.lor litterario.

Creio que não foi posto â venda nenhum exemplar. Por isso os que appare·
cem nos leilões qu no mercado da livraria lêem cotação alta.

199-36.' Episoclio d{~ illw de Venus, ext1'ahiclo dos Lusiadas de Cal~IÕes colll
a vel'são r"anceza de Cou1"lland; e com um preambulo do pl'Oresso!' Pel-el'ra C~·
das, do lyceu de Braga. B?'aga, typoglYlphia Lealdade, 1'ua de Jano, 1880. 1),.', ~
23-2 pag.- A capa, o ante-l'o to, verso d'este, rosto, a dedicatoria e a pagma
de verso, e o verso da pagina 23 a dua côres,
DE CA~IÕES 219

A dedicaloria tem: "Á memo7'ia augusta de Luiz de Camões no t,-icentenal'io


solemlle de 10 de junho c/e 1880", A penullima pagina numerada: « Acabou ,se a
impressão aos 31 de maio de 1880. Compositor e impresso7', Manuel Jos'é Antunes
de Carvalho., o ver o do ante-rosto declara-se que esta publicação é da socie-
dade democratica recreativa de Bmga,
Este epi adio foi reproduzido do n.O xm do Jornal de bel/as a,'tes ou Mne-
!/losine Lusitana (l817), de pago 202 a 205, rna em o texto porluguez, que foi
po LO na reprod ucção, de que e tra ta, conforme vem declarado no prologo do
sr. Pereira Caldas, que nota vil' en'ado o nome do traductor, talvez 'por erro de
copia COll1'1laud m vez de Counwnd, no tra!Jalho do sr. visconde de JUl'Ome-
nha (Obras, citadas, tomo I), e transcripto inadvertidam nte a im no Dicc, bi-
bliographico de lunocencio o no 111an'llal bibliogmlJhico de Matos.

200-37." Pampll7'ase da terceim est'rophe de Camões, Em Fmncez por A.-


Vem na Publicarão a favor da santa casa da misel'ico7-di.a da ilha de S. Tho771é
pela commissão adminisl1'ativa cl'e te pio e tabeleaimento. Setembro de 18 4. (Fo-
lha arul a, para -er vendida em bene(kio dos pobres da ilha. (Collaboração de di-
ver os.) 4.° maior de oilo pagina a quatro columna .

*
'." *
201.-3!l.. Les Lusiacles de Louis de Camões. Edition cOJnmemomtive di, se-
ptieme anniver aÍl'e du t'ricentenail'e de Cal71õrs. Tradlwtion en VCl·S {rançais Pal'
le dr. nenri de Cow,toi', Lisboa, Imprensa ~Tacional, 1887. 8.. grande.- O roslo
a dua c6r s prolo e encarnaelo; o primeiro titulo e a letra capital do começo
dos canto tamb m a encarnado. No alto da primeira pa"ina do canlo vinheta or-
namentai com o busto do poeta entre duas figuras da Fama. Impr são mui ní-
lida.
A traducção é em ver o, com o original em fronte. O primeiro fa cic.ulo, con-
lendo o prologo e o primeiro canlo (79 pa".) foi publicado no dia 1.0 de junho
do anno indicado. Os re 'lallte~ ficavam em via de ultima revi ão para a impre -
:10, ao entrar e la folha elo Dicc. no prélo,

Segundo declara o Lradl1clor no prolo~o, trc amigos o incitaram a dar:i luz


Oseu trabalho, e foram o r. dr. Francisco Ferraz do Macedo, Antonio Augusto de
Carvalho Monteiro e Francisco ele Alm ida. O primeiro, porém, respousabilisou-
'e para aplanar as difIjcll~dade materiae da publicação.

'ii'

* *
Versões italianas

. 202-\.· Lvsiada italiana c/i Cm'lo Antonio Paggi nobile gcnovese, Poema
el'olC.O del gl'ande Lvigi de Camões Portoghe e P,'encipe dp.' Poeta deile Spagn,:, alia
salltlta di Nost,·,) Signore Papa . . .ilessaneb'o Settimo. Lisbona, con tutte le hcenze.
220 LUIZ

Pel' Hem'ico Valenle de Olit/.eim 1658. i2. o de 24, (innumeradas)-1.92 fI. numeradas
pela frente.-A impressão é má e em papel D,rdinario.
As dedicatorias lêem a data de 1. de abril de i65S, e as cemUl'as e licenças
as de '15, i6, 20, 26 e 29 de julho do mesmo anno. a approvação do qualifica·
dor do santo omcio, fI'. Gabriel da Sill'a, louvou elle a tradllcção : " ... enlendo,
que sobre exceder a quantas se hãO escrito em varias linguas, será de grande cre-
dito da nação Porluglleza, por dar a conhecer em llalia quão grande spirito pro·
duziu Portugal em Luis de Camoés...
A segunda approvação, ou censura, é do dr. Antonio llarbosa Bacellar, que
se expressa d'esle modo: "será conveniente, que se imprima não só para bonra
do tl'aductol', & gloria. do traduzido, senão lambem para credito de Porlugal, &
inueja da Italia; logre pois as Academias daquelle Heynos, Principados, 6.: Res·
publicas em o proprio idioma, o que por vezes terão admirado no nosso, no La·
tino, no Francês, & no Hespanhol; & seja o Poema de Luis de Camões Ião geral,
6.: commurn em todas as Iinguas, como ba de ser vnico, 6.: singular em todas as
idades.. , '
Na dedicatol'ia ao pontifice, CarIo Pa~gi escreveu: ii c che nessun Poela
l( • • •

occidenlale di tal lingua orti poi la da Virgílio lJl'al1lata felicità di cantare spe·
ditione piü confucente alli secondi Argonauli, che la de Portoghese alt'Oriéle
Luigi de Camoés Poeta Lusitano, e con l'applauso di tulle le nationi ... "
Na c,1I'ta a Givsliniano, o lraductor acrescenla: "lo presento alt'Ilalia la fa·
mosa, & arnmirabile Lu iada di Luigi de Camões ... nell' assonto digni sima, e
curiosa, facilissima nelto stile, neJla frase elegante, nelle allegorie profonda, nelle
moralità soda, nell' e1'lldilione esquisita, negl'all'etli propria ... & in sornma vna
iuea stessa di tult·~ le perfellione .....
Este volume contém: a dedicatoria ao papa, as licenças, outra derlicaloria ao
mon enhor Giacomo Fransone; uma carta preambnlar a Geor~io Giv tiniano ácerca
da traducção, da vida do poeta e do valor do seu. poema (9 n. ou iS pag, irlOu,
meradas) . varias poesias e prosas commemorativa~ e laudatorias, elll homenagem
a Paggi (7 II. ou 13 pag.) ; e o poema com os argumentos, versão em versos ri·
mados.
. Não é vulgar esta edição. Um exemplar foi vendido no leilão de Innocencio
por 3$070 réis, e no de Gomes Monteiro por U350,

*
* *
203-2." Lvsiada Ilaliana di Cario ...lnlonio Paggi nobile Genovese Poema
Heroico det gmnde Lvigi dp. Camões POl'loghese Pl'encipe de Poele delle pagll~,
Alia Sanlila di NOSt1'O Signore Papa e jllessand1'O Selti'l1w. Lisbona. COIl lutte !t·
cenze. Seconda impressione emelldala da.IJI' el'l'ol'i 11'asco1'si nella prima. POI' HellrlCO
Valente de Oliueim.1659. '12,° de 24, (innumeradas)-192 fi. numeradas pela frente.
As appl'ovações, ou censuras, de fI'. Gabriel da Silva e do dr, Antonio Bar·
bosa Bacellilr, lem as mesmas datas; porém, as novas licenças têem lIS ele 22 de
abril,7 e ia de maio de 1659, Estas Jicenças podiam ser tiradas. como uccedeu
com oulrils edições, vara aproveitamento de folhas da tiragem anterior; ma~,
examinando as duas, vê·se que a composição da de i6õ9 tem cilracterisLicos eVI'
dentes que foi feita. inteiramente de no\'o, Na ordem das peças preJiminare , as
DE CAMÕES 221

licenças rematam as folhas não numeradas antes do poema. E effectivamente,


Paggi corrigiu e modificou algumas passagens.
Tambem não é vulgar. Existem de ambas exemplares na bibliotheca nacio-
nal.
Foi vendido um exemplar no leilão de Gomes Monteiro por 2;5200 réis.

'*.
* *
206,-3.' La Luziade o sia La scoperta delle lndic Oríentali (atta da' P01'to-
ghesi di Luigi Camoens chiamalo p~r la sua e/:cellen::;a ii Vil'gilio di POl'togallo
Scritta da esso celebre autore nella sua lingua natul'llle in ottava ?'ima, Ed ora nello
stcsso melro trlle/oUc! in itahano ela 1\. N. Piemontese Insieme con ttn ?'istl'Ctto della
~ita dei mcdesimo autore, e con gli (l1'gomenti ai poema da (rian Jilrancesco Em'relo.
Torino. MOCCLX.:-';U. P?'eSSCl l'i JilJ'atelli Reycends Librai in pl'incipio di Coutme/a
filiava. i2. o de xXVT-2-'{0(j, pago Com uma estampa, gravada por Villorio Boasso,
repre eolando as nau de Vasco da Gama em demanda do Oriente,
A impre ão é igual, em papel mais encorpado que a das anteriores, e flgura
no poema o typo rnignon.
Contém: a dedicatoria ao marquez D. Salvatore Pez di Villamarina, o pro-
10·0 (10 h'aductor ao leitor, um re umo da vida de Camões; as licença, sendo
uma datada de 15 de dezembl'O de 1770; e o poema traduzido em ver o, com os
argumentos de Franco Barreto. a dedicatoria escreveu o traduclor: "." Luigi
Camoens poeta Portoghese, celebre Ilon meno por la chiarezza de' suoi nata/i, che
por !'eccellenza de' suoi componimenli fecondi piü va te, e suLlimi idee compare
ora ln Italia ve Lito in allra foggia nella parte, che concerne la sua Lu iade: poe-
ma, che Ilel uo naturale idioma si c meritali gli applausi di tutte le academie
deli' Europa, . ,»
Apparecem algun exemplares sem a estampa. Em oub'o , a gravura está na
frente do começo do poema, depois das peça preliminares, em vez de estar an-
les do roslo. a bibliolheca nacionnl de Lisboa exislem dois exemplares, tendo
aeslampa collocação di ver a da indicada.
No fim do volume tem esta declaração: "fi tradultore disapprova general-
me.nte tulle le e pre ioni US3re dall' autore troppo libere, s! politic~le, c~e mo-
rali; non ostanle che senza oITendere la fedeJtá delIa lraduzlOne egli abbl<i. pro-
curalo di modificarle.l> E c nome ~ "Per Carlo Giuseppe Riccao.
O piemontez N. N. trad9ctol', não foi'o Conde LaUl'eani como pretendi'a o
padre Tbomás José (le Aquino' mas, selfundo corre como averiguado, o advogado
\hguel Antonio Gazzano, natural de Alba.
, Um exemplar c1'esta edição foi vendido no leilão de Innocencio por 1~í70.
reiS, para o sr. Fernando Palha; no de Gomes Mon teiro oulro por 1;$350 réis,

*
* *
200-4.' La Lusíae/e di Lttigi Camoens. Poema el'oico i'll dieci Canti Trae/u-
222 LUIZ

zione libra dai Portoghese con note e la Vita deU'.tlutore. Roma, dalle stampe eda
spese di V. Poggiol, 1 04-1805. 12.· 3 tomo de 167, 167 e 1.36 pago
Correspondem estes tomos aos XIX, xx e xxr, de "Biblioteca piacevole", des.
tinada á reprouucção de obra pocticas. Em alguns exemplares, seguudo me in·
formam, apparece o retralo de Camões.
A lraducção é em prosa. Nunca vi nenhum exemplar. É rara em Lisboa. O
esclarecido rev. PeragalJo, es riptor, arti ta c bibliophilo, me informou qu~ tivera
um, que pa ára para as mão de Vaz de Abreu (hoje falJecido), e da d'este
para a importante collecção do sr. Antonio Augu to de Carvalho Monteiro.

*
* *
. 206-1>." Lusiada cli Camoens. Tmnsportata in vel'si italian'i Da Antonio Nel"
vi. Genova, Slamperia della lIfal'ina e della Gazzetta. Anno 1814. 8.· de 4 (innu·
meradas)-270 pago e mais i de errata.
Jo breve prologo ao leitor, Jervi e creveu: "lo ti presento, amico Lellore,
la celebre Lusiada di Camoens ve tita aI!' italiana. Nou e qupsla la prima Tradu·
zione, ed altra m'ha prececluto di piü d'un secolo, ma secondo gl' inlelligenti,
poco felice ... »
A tradncção do poema é em verso. ão lem no las.
i'ío leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 7$200 reis, e
no de Sousa Guimarães por 4$iOO réis.

'li"
* *
207-6." I Lusíadi di Luigi Camoens Tradw:ione cli Antonio Nel'vi Edizwn,e
illuFtTata com note di D. B. si aggiungono le notize biografiche deU'autore, eldIt·
lalw daUa Società tipo!]. dei classici Italian. M.D.CCC.XXI. 8.· de xxxx-1>17 pago e
mais 2 de indice e errata. Com estampas.

208-7.- I Lusiadi di Luigi Camoens Tl'aduzione di Antonio Nervi Seconda


edizione illustl'ata con note di D. B. si aggiungollo le notiu biogl'afiche dell' alltore
val'ii cenni e giudizi intomo ai poema c gli al'yomenli dei canti. 1I1i/ano daUa
Sociclà lipog. dei classici Italiani M.O.CCC.XXI 8.· P q. de xxxx-1>i7 pago e mai ~ ~e
indice e errata. Com tres estampas, gral'uras de Gallo Gallina, representando a pn-
meira Camões entado u'um rOl:hedo, contemplando os Lusiadas, que egura
no joelho com a mão esquerda, tendo na direita a penna; no primeiro plano á es·
querda no solo, a espada, o elmo, e outras peças da armadnra de cavalleiro.
Contém esta nova edição: advel'tencia do editor milanez, compeudio da vida,de
Cam~e pela baro~lcza de. Stael, aclllitamento a este resnmo por Villeoave, arllgo
de Slsmond de Slsmondl ácerca dos Luslaclas e da nova edição do morgado de
Malteus; o juizo critico de Andres ácerca do poema; o prefacio do traduclor
DE CAMÕES 223

(copiado da anterior edição); e o Lusiadas> antecedidos do a umpto historico


do poema. A collocação da e tampas é assim: o relralo de Camõe antes do rosto,
eas duas re tanles á frenle do canto I e do canto VIl, repre entando a visita do
rei de Melinde a Gama e o desembarque de Gama em Calecul.

o annotador D. B. foi David Berloloti .


.:'\a introducção, o ditor milanez e-creve: L'Iliade e I'üdissea di Omero,
I'Eneide di Virgilio, l'Orlando Furioso deli' Arioslo la Gerusalemme Jiberata deI
Ta. o i Lu iadi dei Camoes, il Paradiso perdulo dei Milloll, ]'Enricheide deI
Voltaire, la Mes iade deI Klop tock, ono i poemi a cui la Musa delI' Epopeia ha,
per uniyersale a sentimento, concedula la trionfale corona ... »

Não vi a anterior edição por consequencia não pude fazer exame directo,
como em muita da Tue ficam mencionadas no tomo presente. Informei-me, po-
rém, que entre as duas de Milão de 1821 existem differenças typographicas apre-
ciavei .

Um exemplar d'esta edição foi vendido no leilão de lnnocencio por :U770


reis, e no de Sousa Glúmarães por 2*hOO réis.

*
* *
209-8.' I Lu~iadi dei Camoens Recati in ottava rima da A. Briccolani. Pa-
"igi co' tipi di FÚ-Illin Didot via Giacobbe> n° 24. 1826. 16. 0 de ~ innumeradas
377 pago e mais i de errata.-A impre. são é nitida em typo mignon.

. Briccolani dedicou a sua ver ão á então princeza imperial do Brazil, D.Ma-


m da Gloria (depois rainha D. faria II). A carta dedicatoria é datada de Paris
a31 de maio de 1.826. A versão é em verso, e não lem notas.

Abibliotheca uacional de Lisboa possue dois exemplares, um melhor que o


outro.

. Um exemplar d'esta edição foi vendido no leilão de Innocendo por 3:$300


reIs; e no de Pinto de Aguiar foram arrematados dois, um por 550 e outro por
900 réis.

*
* *
.210-9.' I Lusiadi d'i Luigi Camoens. 'JImduzione di A. Nel'vi> Genovese con
brern note. lIfilano. POI' Nicolo Battoni. MDcccn..-vm. 8. 0 2 tomos de 1.45 pago e
173-1 pago

Pertence á "Biblioteca Universal (Ii Letteratura antica e moderna, classe set-


lima pOl'toghese espagnola".

Sei CP.1c possue um exemplar d'esta edição, que não é V1Jlg~r em Po!tug~l,
o r. Annlbal Fernandes Thomaz, da Louzã, que o comprou em Lisboa na 11V1'ana
Berlrand por 2:$000 réis.
224 LUIZ

*
* *
2H-'1O.' I Lusiadi de Luigi Camoens Tl'adw:;ione di Antonio Nel'v'i. Seconda
edizione illusl'l-ata con note di D. B. Napoli, deZ/a Stampel-ia Fmncese. 1828.8.'
de 351 pago No rosto tem a seguinte epigraphe:
Cosi di naviganti audace stuolo
Che mova a ricert:ar estranio lido
E in mar dubbioso, e solto ignoto polo.
Provi l'onde fallaci él vento infido.
TASSO - Gerlts., canto m.

As notas são de David Bertoloti. E ta edição vem ser a quinta da verslio de


Nervi. Como não tenho presente nenhum exemplar, não po so averiguar porque
o editor napolitano a indicou como segunda; porém, incliuo-me :i opinião dos
que julgam que semlo esta copiada da de 1821, ele Milão, foi por inadvertencia
typographica, ou do editor, reproduzida essa indicação.

212-H.." 1 Lusiadi di Luigi Camoens. Tmduzione di Antonio Nel'vi. Nllova


edizione COlTella eel accl'escinta degli al'!Jomenti ad ogni canto. Genova. Tipogl'a·
fUb de Agostinho Pendola. M.OCCCXxx. 16. 0 2 tomos de xx-282 pago e mai 6 innu·
meradas de indit:e e licença; e 264 pago e mais 6 innnmeradas de intlice, va·
riantes postei'iores á impressão, errata e licença.

*
* *
213-12." I Lusiadi d·i Luigi Camoens. Tl'adu:::ione di Antonio Nel'vi. Vene~io.
J. R. PI'. Stabilimento Naz. di G. Antonelli Ed. M.llCCCXLvrr. l~.o de 103 pago a
du&s co1l1mmls numeradas (I a 206), e mais 1 de indice.
As duas ultimas edições podem considerar-se, emquanto a mim, a sexta de
Nervi.

*
* *
211-13." 1 Lusiadi di Luigi Camoens. Tl'aduzione di Antonio Nel'vi. Edizione
illustrata con note di D. B. Ú aggiungono te notizie biografiche deli'Autol'e, VO!'!e
cernni e giudizi intomo ai Poema, e gti al'iJomenti dei canli. TOl'ino 1847 Stabtli·
mento typ. Fontana. Con pel'lnissione. 8. paO'. de xxm-30i pago e mais 5 innume-
0

radas contendo o catalogo das obras classicas publicadas p~lo mesmo typographo-
editor. A impressão é commum, e a composição a corpo 7, apertada, isto é, sem
paginas brancas nem claros excessivos. As proprias estancias não têem linhas em
branco, e a respectiva llumeração'é marginal, para se aproveitar bem o espaçO
do papel.
N'este volume está reproduzida a edição de Milão, de 182:1, com excepção
DE CAMÕES 225

de duas peças preliminares, ou juizo critico de Andres e a prefação de Nervi,


que o novo euitor eliminou. Fica, portanlo, bem c~rliíicada a exislencia da edição
de Tormo, que para alguns blbllOgraphos era uU\'ldosa. Esta vem a ser a oitava
edição de Nervi.

:-~
* ~:

215-Jll." AlbtlJln ilalo-p01·tuguez paI' A. Galleano-Ravam. Lisboa. Imprensa


Naciollall853. 8.° de x"-228 pag., e mais (j, de indice e errata.
É uma collecção de poesias vertidas de diversos auclores notaveis. De pago
12 a 2:3 vem uma versão italiana do episodio de Ignez de Castro.

':.
* *
216-1.5." 1 Lllsiacli.- Ga'i1eano Ravara, que publicou em Lisboa o Album
ilalo·portugttez, de que faço menção acima, começou a inserir em uma revista
semanal L'b'ide ital'ana, impressa no Rio de Janeiro em 185(j,-1855, uns lrechos
da ua versão do sublime poema.-Veja o Diee. bibliogmphico, lama v, pago
273, n.· 8.

* * '/:'
217-'16." 1 Lus'iadi Poema di Luigi di Camoens c/alia Li11.g1W POl,toghese da
~clice Bel/otei Si ]J7'emettoni le 71wl1101'ie della vita e degli scritti del tmdutlore, oel
Iil {rue si ag17útngono la vila di Lltigi di Camoens, e la dechia'-a,zione di alC1mi
pu si dei Lusiadi di Gio. Antonio .MogOi. Milano Pressa Ca7'!o Bt'ànca ~IDCCCLxrr.
8.' gr. de 11 (innumeradas)-xxxIX.- 1171 pago e i innul1lerada de errala. Com o re-
tralo de Bellolli, desenhado em 1822 por G. Longhi e gravado em 1858 por C.
RaHnondi. No verso do ante-ro to «TilJO[}rafiaBeI'l!Qo1'CloniJl.
Este volume contém: prologo de Maggi ao leitor; memoria relativa á vida e
e~criptos de Bellolli (pag. 1 a XXXIX) ; a versão uQ poema, por BelIotti (f a 377 ;
"Ida de Camóes, notas, etc. (pag 378 a (j,70).
No leilão de Pinto de Aguiar foi vendido um exemplar por 6$500 réis.

~.'t"
**
218-17." 1 Lusiadi di Luigi Call10ens. Colta vila dell'Autol'e. Traducioll~
con ?lole di Adl'iano Bona1'ettz. Livorno coi l'ipi di P. Vannini e F. eelito'l'i. Pia
casa del Re.fúgio. 1880, 8.° de 327 pago
Contém: prologo do tl'3ductor ao leilor; vidrr de Camóes, reproduzida da do
11ol'gaclo de Matheus; o poema, em verso; e breves notas no fim de cada canto.

::i:
* ;.x~

2'19-18." I Lusiael'i. Tl'Od. de A. Ne'l'vi. Milano, Ed. Son:::O[}llO, cd. 1882. 8.·
de 196 pago
TO>lO XIV (S"ppl.) 15
226 LUrz

Comprehende esta versão os n. O' f f e f 2 da Biblioteca Universale.

* :-t':-

220-f9." O soneto ele ütiz de Camões-Alma minha gentil- traduzido em


verso italiano por PI'ospeTo Pel'agallo. Lisboa, typog'l'Ophia Casa pOl·tugueza. (Sem
data.) g,.o de g, pago innumeradas.-A tiragem foi de 200 exemplares numerados,

'i<' * '/:'

22i-20." Li rnemOl-ia. saudosa de ldalina Augusta Pe.reim Caldas endereca


n'este dia o pae desolaelo, assimilando-as como suas, estas lJlwases Ilffectuosas de
Camões com a ve1'SúO italiana inediLa ao t1'iste pae ofl'e1'ecida agom pelo conselheil'o
Antonio José Viale. Bmga, 1882. Folha avulsa. Contém a versão do soneto
Alma minha gentil

222-2f." Fiori d'OltTalpe. Saggio di tr-ad!uzioni poetiche pe7'I'autore deiYersi


tnsolitudine. Messina, Tipografia via RoveTe, n° 58. 1882. 8. 0 de vlll-3g,7 pag, e
mais 4 innumeradas de indice e errata.-A pago 3f7 lê'se a versão da esb'ophe
cxxxm do canto m dos ülsiadas.

* * :,~

223-22." Urna estropf!e dos ülsiadas de Camões, dada a lume na Siciha. em


Messi?w, em 1882, como espedmen da veTslÍo portugueza: com anteloquio do pro-
(essor decano do Iyceu Bmc01'ense Pel'eir-cl Caldas. Bmga typog1'Clphia. de Bel"
nm'do A. de Sá Pe1'eiTa. 7, 1'ua do Forno, 7. 1884. 8. 0 de f6 jl:lg. e mais 4 IOnu·
mera da S.- A tiragem d'este folheto foi de 60 exemplares, não postos á venda,

* * '/:'
224-23,· Versão italiana do soneto de Camões - Em uma lapa toda Iene·
brasa - P01' Giacomo Zanel/a: com. duas linhas lJI'eambllla1-es do professor broca:
1'ense Pel'eim Calelas, decano do lyceu. B1'agcl. 1'ypogmphia ele Bern01ylo A. de Sa
Penim, 7, nla elo FOI'no, 7, 1884. 8,0 de 8 pago e mais 4 ionumeradas.-A lira'
gem d'esta publicação foi de g,(í exemplares, não postos á venda.

225-24." Lui% de Camões. Uma est1'ophe dos Lusiadas com a versão sicilia·
DE CAMÕES 227

lia.Porto, typogr-aphia Elzeveriana. 1884. (1,.0 de ii pag.- Edição especial nume·


rada. Possuo os n.o' 12 e 13. Este ultimo tpm o fl'ontispicio a vermelho.

*
* *
226-25.' Pm'allelli letlerari. Studi de Giacomo Zane/la. Verona Libreria H. F.
Miillster G. Gold$chagg. Succ. 1885. 8.° de (I, (innumeradas)-316 pago e mais 1. de
indice.- Foi impressa em Livorno, typographia e li vraria RaJfaelo Giusti. A pago
43 e M, vem a versão do soneto CCLlV de Camões, que começa:
Em uma lapa tenebrosa

*
* *
227-26.° Sonetos escolhidos de Luiz de Camões, tmduzidos em sonetos italia-
nos com val'iantes por Prospel'o Peragallo. Lisboa. Emp"ezu editora de F!'allcisco
Arthur da Silva. 1885. 4.° de 80 pag.- Foi impresso na typographia Elzevel'iana.
Teve tiragem de 170 exemplares numerados.

*
* *
228-27.° lllibro deU'amore. Poesie italiane raccolte e st7'aniere !'accolte e tra-
dOUe da Mal'co Antonio Canini. Vene;:;ia. Libreria Colombo Coen e Figlio. Gio-
vanni Debon, succe$SOl'e. 1885. 8.0 de L1I-7i1i pag.
A pago 26 vem a traducção elo soneto: "Amol' é um (ogo que al'de sem se
ver ll. A pago 163 a do soneto: "Ondados fios de ow'o reluzente ". A pago 265 e
366 a da voltas: "Amol' loco, amor loco ", e "De dentl'o tengo mi mal •. A pago
396 a do sonelo: "Aqlle/le mover d'olhos exceUente ll. E das yoltas: "Catel'ina é
mais {IWIlIOSa II •

*
* *
Versões inglezas

229-1.' The Lusiacl, 01', POl'tuga/s JiistOl'icall Poem: written ln the Portin-
gaU Language by Lviz de Camoens; and No/V newly put into English by Richard
Fanshaw Esq. . London, P7'inted (01' HwnlJ/irey llJosel/!y, at the pj'ince's Arms in
St. Pauis Chlt1'ch,ym·cl"M.DC.LV. Folio de 22 (innllmeracla )-22'~ pago Com o retrato
de Camões (collocado ante do rosto), e o do infante D. Henrique e Va co da Ga-
ma (collocados anles da ll'3ducção do poema), tendo esta ultima estampa a assi·
gnalul'a do al'ti ta T. Cross. O fronlispicio tem esta epjgraphe : .
IJOIlAT.
Dignum laude vil-um Musa, vetat mOl'i;
Cal'mM arnat qlÚSqltiS, CaT71line digna {acit.
O retrato de Camões, evidentemenle ampliado do que se vê na edição de
228 LUIZ

.Manuel de Faria e Sousa, e com o me mo defeito, islo é o olho esquerdo fe,


chado, lem por haixo os seguintes versos:
SPAINE gaue me noblp, Bil'th: Coimbra, Al'ts
L1SBON, a high,plac't loue, and Courlly pal'ts:
AI'RlCK, a /ler/tge when the Court did t'rowne:
\VAHRE, at an Eye's expence, a rail'e l'enowne.
TllAVAYl.E, expel'ience, u'ith noe hort sight
Or India, alld the World; both which 1 ~V1'ite
]NOlA a Iife, wich 1 galle lhere for Lost
On Mecons waues (a wl'eek and Exile) tost
1'0 boot, this POEM, hehl tlp in one hand
Whilst with the olheI' I swann sa{e to land.
TASSO, a sonet; and (what's [fl'catel' 1/it)
The honour to giue Hinl to such a wilt
Pilll.lP a Cordiall, (the iII Forlune see!)
To cUl'e 111Y Wants when those had new kill'd mee
lJly Counll'y (Nothillg-yes) hmnol·tal Pmyse
(so did 1, HeI') Beasts cannot bl'ow:=e on Bayes.
E le volume conlém : a epislola dedicatoria a lord lraft'ord, datada de 1 de
maio de Hi55; satira de Pell'onii Al'bill'ii, com a versão em frenle; o sonelo de
'fa so a Camões, com a versão por baixo; e o poema, Iraduzido em oitavas ri-
madas.
Não é vul~ar. Póde considerar, e mui ram o exemplar perfeilo. Em alguo
falta um ou outro dos Ires retratos. Tambem apparecem exemplares sem estam-
pas, o que é mais vulgar. Reproduzo em frenle o relralo do infanle D. Henrique.
No leilão de Gomes Monleim foi arremalado um exemplar por 50.~000 réi .
Um ui limo exemplar vindo de Londre , com alguns defeitos, foi vendido em Li·
boa para o sr. Marques por 27~OOO réis.

*
* *
230-2." Episodio elo Adamastor, t/:aelllzido pOI' W. J. 111ickle.- Na revisla Gen·
tle'1llan's Magazine, de 1.77'1.
Não vi nunca esla Gazeta de 1771.; todavia, o livreiro Kühl, de Berlim, no
seu calalogo camoniano publicado em 188q, menciona como a primeira amoslTa da
versão de ,Mickle o seguinte folheIo, a que allribue a data indicada, e marca o
preço de 32 ruark.
'If

* *
231.-3. n The fil'st Bool. or the Lllsiad, publishecl as a speci11len of a Tl'alls/alioll
of that celebrated epir, poem. By lV. J. l1fickle, atlthol' o{' lhe conwb'ine. Oxford,
pl'inted by JacksOlt. (Sem dala.) 8.° de 6tl pago
Em uma nota o livreiro Klihl acrescenta: cc Excessivemellt l'm'C et inc01l111l·
Paj;!;. 1 a 6. Progl'al1!JRê l}fJl!1' la publication de l'édition eompléte. Pago 7 a 19.
Advel"tissemellt: lVdíces Sltl' la vie de Camoens et Résumé des Lusiades. Pago 21 a
63. 'l'he Lusiacl: Bool.. I".
,
DE CAMÕES 229

Foram essas, pois, as primeiras amostras da versão de Mickle, as quaes elle


completou e deu ao prelo annos depois, como se verá em o numero seguinte.

*
* *
, 232-4. 3 The Lu iad; 01', the discovel'Y 01' lndia. An Epic Poem. Tra.nslated
f"om lhe Original Port1tguese 01' Luis de Camoens. By William Ju/ius Mickle. Ox-
ford, Pl'inteel by Jackson anel ListeI'; And Sold by Caclell, in the Stmnd; Dillll-
in lhe Poultl'lI; Bew, Patel'·noster ROlO; F/exne?l, fIolbom; Evans, neaT 1'01'1.',
Bllildings; Richal'dson and Ul'qllha,rt, under the Royal·Exchange; anel Goodsman,
neal' Cltal'ing,C7'oSS, Lonclon. M,DCC:,LXX\'I. lJ.. de 12 (innumeradas)-clxvü-l~84
O

pag.- o 1'0 to lê-se a seguinte epigraphe :

Nec vel'bwn vel'bo, cumbis ndcle7'e, ficlus


Intel']J7'es. Bon., AI'I. poeto

Esta contém: dedicn.toria de Mickle ao uuque de Buccleugh, lista dos as~i·


gnantes; errata; intl'oducÇão aos Lusiaclas (pag. i a clviii).; dis erlação ácerca
do poemas Jeru~alem, do Tasso, e Hem'ia4a, de Voltaire (pag. clix a clxvii) ;
eo poema, traduzido em ver o, e anuotado no fim de cada pagina (pag. i a (84).
A introducção de Mickle começa:

"Jf a concatr.nalion of events centered in one great aclion, events which gave
birlh to the present Commercial Sy.lem of lhe Worlel, ii' these be of the fir t im-
pOI'lance in the civil hi lory of mankinel, the ütsiad., of ali other poems, chal·
lenges lhe attention of the Philosopher, the PoJitician, and the GenLleman ... "

o SI'. visconde de Juromenha, no lomo I das Obms, pago 273, citando uma
c~rla de Quillinan ácerca do merecimento de Mickle, transcreve a seguinte apre-
Ciação :

"Mickle, escocez pelo nascimento, homem não falto rfe talento poetico, nos
deu uma paraphrase infiel em vez de uma lraducção, e tomou todas as vezes que
lhe pareceu a mais lata e inloleravel liberdade para com o seu auctor. É obvio
que era bem pouco conhecedor da língua de Camões, auxiliando· se nos seus em-
baraços pelo constante recurso ela traducção de Caslera. Não poucas vezes se
DeCorreu tambem da traducção de Fanshaw, e igvalmenle em algumas occasiões
posto que com negligencia e ignorancia, dos commentarios de Faria e Sousa. O
seu lJ'llbalho comtudo escripto em verso heroico é o unico alé hoje recebido en-
Ire nós, como uma bella lraducção dos Lus'iadas, e mereceu o elogio dos escriptores
que esla.vam no r,aso de fazerem um juizo mais exacto, c.omo o meu sempre cl!o·
rado allJlgo mI'. Southey. Qualquer porluguer. que não cJa hospede da nossa IIn·
~ua,e que comparar a traducção de Mickle com o original de Camões, verá logo
aprimeira vi la o erro de se poder reputar Mickle como um bom traductor do
nosso poeta nacionaL"

No fim do canto IX traz uma dissertação ácerca da ficção da « Ilha de


Venus". (Pag. Mi a 4:14,.)
, • Foi vendido um exemplar no leilão de Sousa Guimarães por !~400 réis, no
le.'.luo de Gomes Monteiro por 3,llfQO réis, e no de PIlHO de AgUiar por 6,ll200
reiS.
230 LUlZ

:.X:

* *
233-5.' Tlle Lusiad; 01', the discovery of India. An Epic Poem. Tl'anslated
(l'om the Original pOl·tughese of Luis de Camoens. By William Jul'ius Mickle. The
second edition. Oxford, Printed by Jackson and ListeI'; For J. BelO, Paler-nostel"
RolO; T. Payne, NelOs·Gale; J. Dodsley, Pall-1Wall; J. Robson, New Bond-SI1'eet;
J. Almon. Piccadilly; T, Cadell, Slrand; W. Flexney, Bolbom; and J. Sawell,
Cm"nhill, London. M.DCG.LXXIlI. q,.' a.e q, (innumeradas)-ccxXXVI-q,96 pago Com uma
estampa allegorica antes do rosto, exellutada por J. Mortimer; e um mappa des"
dobravel da derrota de Vasco da Gama (entre as pago ln: e bar), gravario por
J. Lodge. .
Pela di posiçãO das materias e augmento d~s paginas se verá que esta nova
edição tem notaveis modificações.
O volume contém: introducção (pag. i a xxiii); da descoberta· da India
(pag. xxiv a lxviii); os portuguezes na Asia (lxix a clíxxvi); vida de Camões
(pag. clxxxvii a cxci..-..::); dissertação sobre os Lusiadas comparados com a Hen·
?'iada e com outros poemas (pag. cc a ccxxix); apt-lendice, com documentos relati,
vos ao de cobrimento da lndia e ás regalias de que gosavam os vice-reis o'aquelle
estado (pag. ccxxx a ccxxxvi); e o poema (pag. i a 4Y6). No fim do canto VII
tem um extenso artigo ácerca da religião dos l:Irahmaues (de pago 305 a 332),
que lião vem na anterior edi~.ão.
No fim do canto IX tem a dissertação ácerca da ficção da «Ilha de Venus».
No titulo da pago q,25 tem Boole x, em vez de Book IX.
Na bibliolheca nacional de Lisboa existem dois exemplares, um em melhor
estado que o outro.
No leilão de Pinto de Aguiar vendeu-se um exemplar d'esta edição por
9~700 réis.

'* '"' *
834-6.' An essay on Epic poet'ry; in five epistles to the ?"ev. d ,~l'r. 1I10s07l..
With notes. By William Hayley, Esq. London, Prinled fOI" J. Dodsley, 1782. 4.'
q,.' de 298 pago
De pago 27q, a 277 contém a versão de alguns sonetos de Camões.
É obra hoje rara, que poucas vezes tenho visto.
Na camoniana de Minhava exi tia um belli simo exemplar, em perfeito es·
tado de conserva{"-ão, que foi arrematado pelo sr. Antonio Augusto de Carvalho
Monteiro para a sua opulenta biblioLheca por 10MOO réis.

*
* *
235-7.' TheLusiad; 01' The Discnvery of Inrlia, An eJ1Íc poem. Tl"anslated f"qm
the ol'iginal P01'lugltese of Luis de Camoens. By Willia.m htlius Mickle. Tlte tlnrà
DE CAMÕES 231

edition. Dublin; pl-inted by G-misbelTY anel Campbell, (01' John AI'cher, N. 80,
Dame·Street. MOGCXCI. S.O ~ tomos de 10 (innump.radas)-cccxci-S3 pag., e 4 innu-
merada -507 pa CT , Com o retrato de Mickle (Engraved by .1. Manuiro), from a
Drawing by MI'. Humphry, antes do tomo I; P. um mappa da derrota de Vasco
da Gama (copiado do da edição anterior) em frente da pago xxxvii, começo da
historia do descobrimento da India, no mesmo tomo.-O frontispicio tem, como
nas anteriores r. posteriores edições, a epigl·aphe. extrahida de fIoracio.
A impre ão é nitida e em bom papel. A numeração depois da pago
ccclx."{xviii está ccclxvii, ccclxvii e eccvlxii, devendo ser ccclxxx.L"(, ccclxxxx e
cccxci.
Nesta edição está reproduzida a de 1.77S. No tomo I encerram-se os trechos
preliminares, histOl'icos e criticas, e os dois primeiros cantos; e no tomo II os
restantes cantos.

;K:
**
236-S." The Lusiad: 01', The Discovel'Y of India. An epic poem. Tmnslated
{rom the original Portuguese or Luis de Camoens. By William Julius 1't1ickle. ln
tIDO volumes. The third edition. London; lJl-inted rOl' T. Cadell Jw~. and W. Da·
vies, in the Stmnd. 1798, S.o 2 lomos de 4-cccli-'L46-i pago e 4-444 pago
E ta edição, apesar da indicação de terceira de Mickle, deve (incluindo as
doas primeiras amo tras n. OS 2 e 3) con idel'ar-se a sexta das conhecidas do fim
do seculo pa sado. Repl'oduz a anterior, sem o retrato. O mappa da viagem do
Gama, que vem depois do 1'0 to do tomo I é reduzido do de 1791, por Neele e
estampado pelos me mos editores Cadell & Davies.
Foi vendido um exemplar no leilão de Pinto de Aguiar por 2~300 réis.

.* * :;.t:.

. 237-9.· Poems {rom lhe Portuguese o{ Luis de Camoens: toith ?'emarks on


hls lire and toritings. Notes, ~c. ~c. By Lord ViscOlmt Strangforel. London: Prin-
ted {ar J. Carpenter. Old Bonel tl-eet 1803. S.o pequeno de 4 (innumerada )-160
pa~. Com o retrato do. poeta, an les do rosto; e o brazão da. ~rma de Denham
Jeph ou, a quem é dedicaria e te volume.- A Impressão é nltlda e em bom pa-
peI. o fim do livro: «Whittinghanfand Rotoland, Pl'intel' , Goswell SlJl'eet, Lon-
do!!". No rosto lê·se a seguinte epigraphe :
Accipies meros amores CATOLL.

o poeta eslá representado em bu to, coroado de louros, mas com o dois


olhos abertos.' o pé da gravura lê-se: ce Published 11fay 26. 1803, by James Cal'-
pentel'. Old Bond St?-eet." ,
E le volume contém: nola obre a vida e obras de Camões (pag. 1. a 33) ;
e os poemas, canções, sonelos, elc. (pag. 35 a H5); e.notas (pag. ~ 17 a i 60).
De pago 10S a H5 traz um trecho do canto VI dos Litswdas, estantaa L"{Xvrn a
XtOI, com o texto portuguez á direita.

É a primeira edição de Strangford.


232 LUIZ

Foi vendido um exemplar no leilão de Gomes Monteiro por 650 réis.

,
238-,10.' The Lt!siacl; 01' The discovel'11 of bulia: an epic poem. Tmnslated
{mJn lhe Porluguese o{ Llâs ele Camoens. With an histol'ical intl'oduction anci no·
teso Ey William Juli1!s Mickle. A new eelition. ln lhl'ee volumes. Lonelon: pl'inted
fOI' Joseph Hm'ding. 1807. 12.0 :3 tomos de 8-clxiii-94, pag., 4,-220 pago e 4-21í5
pago Com o retrato de Camões, um mappa da viagem do Gama, gravul'as allusi·
vas ás passagens do poema, por W. Edward, Anker-Smith, C. \Vanen e fiaI"
ding, nos cantos 1lI, 11', V, VIU, IX e x.- J o fim do verso do al1te,rosto d cada
tomo e no fim do tomo m lê-se a indicação typographica : « C. Whittingham, hin·
tel', No. 103, Goswell st1'eet ".
o retrato do poeta é em busto, tendo á direita a Iyra e á. esquerda o e cudo
e a espada; e no pedestal figura o poeta salvando os Lusiadas, tendo ti. direita
Born 1524 e á. esquerda Died 1579. .
Esta é a setima edição de Mickle.

239-11..' The Lusiad; 01' The Discovel'y o{ lndia; an epic poem. 'li'anslated
(I'om lhe POl'tuguese 01' L1/ÍS ele Camoel/s. With an histo1'ical introduction and naUs,
By Willia·m Julius .Mickle. A new edition. ln thl'ec volumes. Lonclon: JJ1'inted {ar
Lackington, Allen, and Co. Templc of the Muses; Finsbw·y·squa1'e. 1809. i2.'
maior. 3 tomos de 8 clxiii-94, pag., 4,-226 pag., e 4,-255 pago Com estampas.
Parece que esta edição, que deverá. ser a oitava, não passa do aproveitamento
da tiragem da anterior com a folha do rosto ITJUdada. No exemplar, que tenho â
vista, da importante collecção da ]Jibliotheca nacional de Li 1;oa, é certo que se
me, afigura talou qual dilferença na CÓr do papel dos fronLispicios, e noto a falta.
dos ante-rostos; porém, examinando e comparando a tiragem das estampas, veJo
que se fez para esta edição nova eslampal(em, com a indicação seguinte, no pé de
cada gl'avl1ra: « Lonclon, Published by I. HCl1'd'ing 1I'lal'ch 1807" e posta na cabeça
a de ignação da collecção, como na elo canto III: « To {ace JJ. 62. 1'01. 2." E IstO
não tem nenhuma elas estampas da edição de 1807, sendo aliás a tiragem (I'estas
mais nitida. A das de 1809 é mais cansada.

2!!0-12." 1.'he Lusiacl; 01' the discove'ry of lllclia: An Epic Poem, T1'anslaled
{J'om Call1oens. By William Ju.lius 1I1ickle. London. Publisheel by TI'. Suttaby; #.
Ol'osby g C.o anel Scatdwl'cl §f Lettel'lnan. Stat'ionel's Court. 1809. C. x R. Bal~llV11I,
Pl·intCl·s. 16. 0 de xcvDl-277 pago e mais 8 innumeradas com um catalogo de livros.
Com duas eslampas.-No rosto, que é gl'al'ado em cobre, vê-se uma estampa re-
presentando o sonho de D. Manuel, canto IV. A outra estampa representa Ignez
de Castro com seus filhos, perante el-rei D. Alfonso IV e os seus assassinos, canto
m. Ambas as gl'avuras são do desenhador R. WestaJ! e do gl'avador A. Haimbach.
'rem a declaração: London: Publishecl biJ W. Suttaby. Sept: 20,h 1809.
DE CA.,\IÕES 233

Esta edição foi impressa nitidamente com typo mignon, No fim do volume
Iê·se a indicação do impressor: C, Whittingham, ·Pr'inter, Goswell str'eet, Lon-
don,"
TO leilão de Sousa Guimarães foi vendido um exemplar por t$250 réi .

*
2~1-13.· The 1Oor/;5 o( lhe English Poets (I'om Chancel' to Cowper; -illeludirlg
lhe series edited wilh lJre(aces, bioomphieal and el'itieal, by llr, Samuel Jahnson: and
lhe 11Iost appr'oved tmnslaliolls. The additionalUves by Alexander Chalmel's, F. S, A.
Lolldon. 1 10. 8,° grande. 21 lamas.
No ullimo tomo vem: de pa~, i a 516 as ver úe do Orlando Furioso e da
Jumsalem libertada; e de pa". 517 a 783 a dos Lusiadas, por Mickle, cujo nome
npparecia pela decin:a vez em seguida ao de Camões.
O sr. dr. Jo é Carlos Lopes po ue um exemplar d'e la collecção, qua i des-
conhecida aqui, e da qual, egundo parece, se fez lima reimpres ão em Philadel-
phia por 1822. A yersITo de Mickle deve ser considerada como a decima pri-
meira
>Ir'
.;:, ~.'

· 2!j,2-i~,'
Poe11ls (rom the Portugue. e of Luis de Call10ells: lVith r'e11larks on
IIIS li{e and lVritings, Notes, &c. ·c., By Lord Fiscoullt tmng{Ol·d., The second
ediUol!. LO/Ii/on: Prinlecl {Ol' J, Carpentel', etc. 1804. 8.° pequeno de 4-i6U pago
Um exemplar d'esla edição foi vendido no leilão de Innocencio da Silva
por 1~580 réi ,

· 2~3-i5,' Poe11ls, (rom lhe Portn91teSe o( Luis lle Camoens: lVith r'e11larks on
/115li{e and lVr'itings. Notes S'c., ?{c. By lord Viscount Stmng{ord, The third edilion.
llJ1ulon: Pl'inted {()1' J, Cm'pentel', ele. 1804, 8.° pequeno de 4·160 pag, e I)"
pag, innumerada , com um catalogo de livros á venda na casa do editor.

:!':: *
· 21~-f(j.· Poems, {rom the Portu.quese of Lnis de Camoens: lVith r'emm'ks on
h~s lire and lVl'itings. Notes, §fc., §fc. By Lor'd J iscount Stmng/'ol'd. The {'olwth edi·
llO!', London: Pl'ínted (01' J. Cm'pentel', etc, 1 OD. 8.° pequeno de 4.-i60 pago e
í-lIlnumeraúas com um catalogo de livros.

, .2!J,5-'l7,' Poems (,'om the POI'lur/uese or Luis de Camões; with r'emar'ks 011
hls h{e and writings, Notes, etc., etc, Ey Lol'd Viscount St?'Orlg(onl. Boston. 1807,
23g, LUIZ

Não vi nunca esta edição. Vem meneionada no catalogo de Ticknor.

*
* *
2g,6-i 8." Poem.s, {rom the POI'tuguese 01' L1tis ele Camoens: with 'relllarks ÓII
his lire anel wl'itings, notes, etc" etc. By LOl'd Viscount Stra.ngrorel, Firtlt edition.
London: Pl'inteel {Ol' J. Cm'penter, etc. 1808, 8.° pequeno de 158 pago e mais
g, innumeradas com o catalogo,
o exemplar existente na bibliotheca da imprensa nacional de Lisboa tem a
retrato de Camões, gravura em cobre, represeotando o poeta com os olhos aber-
tos; e uma poesia autographa, assignaua por Watter Paterson, e datada de Kani,
gsberg a 30 de novembro de 1819. .

*
* *
2g,7-19.' Poems, from. the Portuguese of Luis ele Camoens; with j'emaj'ks 011
his lire anel writings. Notes, etc. etc., By Lord Viscount Stmngf01'd. Baltimore, 1808,
Não vi esta edição. Vem mencionada no catalogo Ficknor.

:;~

.:;\~ ~f:

2i8-20." Poems, (rom. the Portug!tese or Luis de Camoens; with j'em.al'ks on


his lire anel writings. Notes, etc" etc. By LOj'd Viscount Strang{orel. The sáth edt·
tion. Londoll: Printed for J. Carpenter, etc. 1810. 8.° pequeno de 4,-160 pago

* * :.'i:

2g,9-2i.' Poems, fl'om the PortuglteSe of útis de Camoens : with l'elllarl~s. 011
his li{e and wl'itinqs. Nútes, etc., etc. l3y Lor'd Visco'!tnt Strangf'ord. Sixth edl/tOn.
London. pj'inted ror the bookselLers. 1824. 12. de 91 pag.- No ver o tIa páglO a
0

do rosto tem a seguinte iudicação typographica: ((Sudbltry,pj'inter, 152. High Hol·


born ".
Esta edição repete a de ignação de sexta, quando é a nona, a contai' pela
ordem por que fical'am registadas. Segundo, porém, o parecer do sr. dr. Saldan.ha
da Gama (Annaes, vol. II, fase. 2.°, pago 3g,8), é necessario descontar a terceira
edição (i80g,) ;. por isso que só differe da anterior, datada do llleSmO anno, na
mudança do frontispicio, Não vi ainda nenhum exemplar.
Foi vendido um exemplar no leilão de Gomes Monteiro por 650 réis,

*
* *
250-22." Poems, fl'om. the Portuguese of Luis ele Camoens: with remal'kS 011
his lire and tvl'itings, Notes, etc., etc. .11 new edition, Lonelon: Pl'inted rol' 1. Cal'"
DE CaMÕES 235

penter, etc. 1824. 8.° pequeno de 157 pago Com o retrato de Camões, graV'lU'a de
John BulI.-Não tem dedicaloria.
'!f

* *
25t-23.- Classical descriptions or love, f1'om the most celebmted epic poets :
8011lBI', Ariosto, Tasso, Milton, Virgil, and Camoens. By M. P. (J,'andmaison.
Tl"allslated f1'om the f".encl~. London: pl'inted fOl' J. /3lacklock, Royal-Exchange,
oy J. Swan and Son, 70, Fleet Street. 180.9. 8.° de rv-2-22fJ, pago e 6 gravuras,
sendo uma assignada por Allis e cinco por Williams.
De pago 19fJ, em diante comprehende-se o canto VI, que é dedicado a Ca-
mões.

*
* *
21i2-9li,.- Translations from Camoens, and othel' poets, with O1-iginal poetl'y,
oy lhe outhol' of 1I10derlle Grece)) and the
li li Restomtion of the worlcs of art to

Italy". Ox{ord pl'interl by S. and J. CoUingwood; (Ol' J. Mtl1'ray, London; and


1. Parkel', OX{01'd. 1818. 8,0 de 95 pago
Esta edição é de Felicia Heman . Contém: de pago 3 a 25, a versão de di·
versas poesias de Camões, sendo antecedida, como epigraphe, do primeiro verso
em portuguez da poesi a.

*
* *
253-25." llfemoirs of the fi{e and zV"itings of Luis de Ca';noens. By John
Adamson, F. S. A. Lonclon, Edinbw'gh, and Newcastle upon TlJne. London, P1'Ín-
ted fOI' Longman, liurst, Rees, Orme, anel Brown. MDCCC)G"{. S.O 2 tomos de XIV-
2-3:10 pago e 2 inllumerat1as 392 pago Com algumas gral'uJ'illbas no texlo.- O
roslo do tomo 1 tem reproduzido o verso da medalha de DilIon, que ja citei e re-
produzi, quando tratei da. edição do padre Thomas José de Aquino, a pago 96,
do presente volume: llApollo portuguez hom'a de Espanha. Nasceu 1524 Mon'eu
1579 Dptimo poetce it B1I1'O de Dillon dedicavit 1782". No rosto do tomo TI vê-se o
reverso d'esta medalba commemol'ativa : o bu lo de Camões. No verso do rosto,
eno fim de cada tomo lê-se a designação typographica: cc Newcastle : pl'int~d by
Edw. Walkm')).
As gravul'inha , alem das duas indicada, são no tomo I: o brazão de armas
de l'homas Davidson, a quem a ohra é dedicada (pag. m innumerada); e outro
busto de Camõe , no começo e fim do prefacio (pag, v e xrv); no começo das
Memorias (pag. I); a meio do volume « Gruta de Caloões" (pag. 14.9). E no to-
mo n o bustos de D.. Francisco de Almeida e D. Garcia de NOJ'onha (pag. 318
e 319).
o tomo I contém; dedicatoria a Thomas Davidson, Esquire; prefacio (pag. v
aXJ~) ; memorias de Luiz ele Camões (pag. 1 a 236); noticia acerca das rimas
de Camões (pag. 237 a 31.0).
O tomo II contém: ensaio sobre os Lusíadas, traduzido do estudo do mar·
gado de Mattens, desde a pago LXXV a CX1V da edição de i817 (pag. 3 a 58) ; tias
Iraducções dos Lusiadas e noticias relativas aos traductores (pag. 59 a 252) ;
236 LUIZ

das diver as el!ições lIas obras de Camões (pag. 25') a 379); dos eommentadores
e apologistas de Camões (pag. 380 a 392).
O'esta edição fizeram- e dua tiragen : ambas em bom papel, mas uma com
maiores margens que a outra. A especial é rara e a commum não é vulgar. D'esta
existe na bibliolheca nacional de Li boa um exemplar que perteneêra a 'fhomás
Norton e que esle enlhusiasta das glorias de Camões annotou. As nola ,eomtudo,
respeitam ao confronto que elle ia fazendo das edições, que já tinha na na bi·
bliotheca, com as que se lhe deparavam descriplas por Adamsoo, e as omissões
e enganos em que este incorrêra.
A bibliotbeca nacional possue lambem outro exemplar, ao qual pozeram á
frente do rosto do tomo I um retrato de Camões, gravl1l'a de 'Vill. SkeJlon, que
figura na seguinte edição de Musgrave (1826). Em frente do roslo do lama II
o retrato de O. Ignez de Ca tro, tambem de \\ iII. Skelton; entre as pago 312
e 3i3 o retrato de Manuel de Faria e Sousa; eotra a pago 3i6 e 317 o retrato de
Camões, ambos copiados de Faria e Sousa; e entre 350 e 351 outro retrato do
poeta, copia du que acompanha a ediç,10 portugueza de 172i, e que eu reproduzi
no lagar competente. Estas ultimas gravuras têem no pé a seguinte indicação:
"Published JlIne 1819, by Longman, RUl'st, Rees. O/'lIw« Ca. Londan •.

254-26. a The Lusiad, an epie poem, by Luis de Camaens. Translatecl fl'ollllhe


Partuglle:::e by Thamás AtaOJ'e, Musg/'ave. Landan: Jahn jJl1wra.1I, Albemal'le street.
MDCCCX xv!. !:i.' grande de xX1-2-585 pago Com o retrato de Camões, gravura de
Will. Skellon, igual ao que entron na edição de Adamson, acima citada eco·
piado do de Gérard. - No verso do anle·ro to e da pa~. 585 a indicação: ,,1011'
don: p1"inted by C. Rowol'th, Bell YOI'd, Temple Bal'''. Impre são nítida em bom
papel. No roslo a seguinte epigraphe :
Primum ego me illorum, dederim quibus esse poetas,
Excerpam numero. eque enim coneludere versum
Dixeris esse salis; negue, si quis scribat, uti nos,
ermoni propiora, putes hunc esse poetam.
lngenium rui sit, cui mens divinior, atque o
Magna onaLurum, l1es nominis hujus honorem.
tio•. , 5"1 .. Jib. 1,6.

No leilão de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 3~OOO reis, c


no de Pinto de Aguiar outro por 2$100 réis.

255-27." The seeptie. li Tale of the Seel'et Tribunal. The siege af Valencia.
Anel othel' Paems. By Felieia Remans. William Blackwood «
Sons, Eclinbul'gll;
and Thomas Cadell, Londol!. M.DCCC.n. 8.' de !J, (innumeradas)-n-390 pago

Conlém de pago i23 a 126: lr Appeamnee af lhe spú'it af lhe Cape to Ji~sco
da Gama. ('11ranslated (I'am the fi/~h book of lhe Lusiad of Camoens.)" Este.lmo
não é vulgar em Portugal. Deve faltar na maior parte das collecções camonianas.
DE CAMÕES ~37

osr. dr. José Carlos Lopes possue um exemplar na sua valiosi5sima biblio-
lheca.
Este volume contém: a dedicatoria ao conde de Chichester (pag. v e VI); o
prefacio (pag. YT! a XXI); en'atas (pag. innumerada); o poema, traducção em
verso (pag. 1 a ((,16); e nolas .(pag. M7 a 585).

256-28.' Lllsitania lllustmta: notices on the history, antiqlbities,littel'atlwe,


etc. of Portugal. Litteral'y depa,,'tment. PaI·t. I. Selection 01' Sonnets, tvith biogra-
phical sketches 01' the anthol"s. By John Adamson. Newcastle 1bpOlb Tyne, Jlrinted
by 7'. anel J. Hodgson, Unio Stl'eet. ~mcccxr.tl. 8.° de xH-fOO pag., com uma tira
addicional de erratas. Com o sretrato de Camões e de Manuel de Faria e Sousa,
ignaes aos que se vêem no tomo T! das Memoi1'S.
Esta parte I é dedicada ao duque de Palmella, e contém poesias de varias
anetores portugueze', anti"os e modernos, acompanhada de notas biographicas.
N'ella vem (pag. ~ a 1.9) a traducção de alguns sonetos de Cam ões, que tinham já
saído Ilas Memoi1'S. A parte I (I'linistl'e[sy), de v-5q, pago (que só appareceu em
1846), é dedicada ao viscúnde de Almeida Garrett. .
Alguns exemplare , como um que eu vi na bibliotheca de el-rei D. Fernando,
lêem, alem dos dois retratos men 'ionados, mais outro de Camões, antes do
rosto.

257-29." The LIIsitanian. Porto, tYJlograpll'ia da Revista, "lUb dos Ferrado-


res, 11..0 31, POl·to (1844-1845).- Foram publicadas n'esta revista as seguintes
versões de Camões.
N.o 3 (de pago Ml a 63) : Episode 01' Ignez de Castro. Lusiad. Canto m, es-
laneia 120 a 135, antecedido das P"epamtol'y "ema7'ies, com a as ignatul'a A.
N.o ((, (pag, '119) : Versão do soneto: "Suspil'os inflal1l11!ados que cantaes,,;
ede pago 1.20 a 125: Lusiac/. Canto I, estancia 1 a 8.
. N.o 5 (p~g. 23q,) : 11 biographical slcetch 01' Camões, com a assignatura A11le-
/ia. Na p~g. 2((,1., a I:raducção do oneto: cc Alma minha gentil ".
N.o 6 (pag. 38 e 39): Versão do sonetos: cc Quem jaz no griio sepulch'ro que
descreves . .." e " Que me quel'eis perpetuas saudades?"
Estes trechos foram reproduzidos este anno (i887), como menciono adiante,
sob o titulo Flol'ilegio camoniano.
Ojornal l.'he Lllsitmúan é mui raro. Em Lisboa tem um exemplar o sr. Car-
valho Monteiro; e no Porto o sr. dr. José Cados Lopes.

. 258-30.' 11 tmns/ation of the Episode af 19nez de Cast.'·o From ~he Lusiad of


LIus ele Camões. With pl'efatory l·ellU!I'f.'s. Porto. 'lYIJograph1a da ReVIsta, nta dos
Ferl'ac/Ol'es, n! 31, 1844. 8.° de f7 pago
238 LUIZ

É bastante raro este folheto. A tiragem feita á parte, do b'echo que saira no
jornal The [,usita.nian, parece que foi mui limitada; e es a é a rasão de não o poso
suirem os mais primoro os camonianj tas. Existe um exemplar na bibliotheca
nacional de Li boa. Pertencêra li collecção de 'orton.
A tl'aduCÇão h'az o original do episodio (canto li) em confronto. Tanto no
fim do prologo, corno no da versão, traz a sigla A. Esta traducção é, porém, de
MI'. Harris, que então residia e commerciava na cidade do Porto.

259-3i." Rl!ply of Camoens. BU 1. Adamson, K. T. S., K C., etc. NlJlvcast11


7~pon Tyne: imprinted by lII. A. Richm·dson. MUCCCXLV. 8.· de 4. pag.-É imo
presso a duas côres, e tem no rosto urna vinheta.
"este folheto, Adamson reproduz a SUPPI) ta resposta que o poeta deu a
Martim Gonçalves, quando lhe foi pedir que lhe traduzi se un psalmos.

*
* *
260-32." The Poetical wOl'lcs of M" Felicia Bemans: Complete. Philadelplda.
Grigg lf Elliot. No. 9. North Pourth Stl'eet, 1845. 8.· grande de 559 pago com
gravuras.
As poesias traduzidas de Camões vão de pago 253 a 257.

*
*
261-33." Anonymous Poems. London; Richard BentllnJ. Publisher in Ol'dillal'Y
to Bel' 111ajesty. 1850. 4,.• de lv-60 pag.- o ver o do rosto e no fim do folheto:
« Lone/on: printed by Sclmlze and CO., 13, Polancl Streelu.

O prefacio é firmado com as iniciaes F. C.


De pago 18 a 26 contém uma traducção de varias estancias de Carnõe , V. o
Catalogo da camoniana da bibliotheca nacional do Rio de Janeil'o, no vol. m dos
Annaes, pago 50, n.· 2H.
*
* *
262-31.' The Poetical works of 1I1!' Felicia Remans: complete. Publislled by
Gl'igg anel Eli'iot j Philadelphia. 1851. 8.·
De pago 79 a 82 contém 16 sonetos e 4, outras poesias de Camões.

*
* *
263-35." Tlle Poetical w01·ks of Mr' Felicia Hemans: complete. Londoll. Jo/l!I
Dwks, Stmnd •.. (Sem data.) 8.· de xn-340 pago
A versão dos sonetos e das outras poesias corre de pago 33 a 36.
DE CAMÕES 239

*
* *
26~-36.n Poerns. By Edwal'd Q~tillinon. With a Mmnoi?' bll WilliarnJohnston.
London; Edwanl Moscon, Dow&l" Stl'eet. 1853. S.o de xlvi-26S pago
Na pago 60 a 62 vem a versão de dois sonetos de Camões.

265-37." The Lusiad of ü!is de Camoens. Boolrs l, to v. Tt'anslatecl by Edward


Quillinan. lVith notes by John Adamson, K. T. S. anel K. C. of Portu!Jal; C01'1·esp.
Memb. Roy. Acad. of Scíences of Lisbon; F. L. S., F. R. G. S., goc., goc., rc. Lon-
dOI!: Edward Afo!1Jon, Dover Stl·eet. 1853. S.o de XII-207 pago Com o retraIo de
Camõe, gravado por Will. SkeILol1.- A impressão é niLida e em papel superior.
arelralo é reproduzido do das antigas edições, po lo que pareça aberlo de novo,
porque em baIxo do brazão da família Camões tem mais a dala 1572, que não se
vê nos oulros.
Conlém este volume: carla de Adamson a José Gomes MonLeiro, datada de
Newcastle, !J de março de :l.S53 (pag. v a viii), ta0ella das edições das obras de
Camões (pag. ix a xii); soneto de Tasso traduzido por Mickle, encimado pel.o
buslo de Camões, gl'avurinba que figurou nas J)lemoirs de Adamson: e os can-
tos dos ülsiadas traduziuos em verso (pa/!. '1 a .1911); e Dotas (pag. :1.93 a 207).
N? verso da ultima pago lem: "London: Bmdbu1'y and Evans, pl-intel·s. White-
f1'lars ...
Na carta a Gomes 1ilanteiro explica Adam.gon as motivos d'esla edição e
por que a annolou. Eis 0S tI'echos principaes:
"During the last yea)'s of t11e Iife of our mutual and lamented friencl MI'.
Quillinan, I was in communicHtiolJ witb bim, both personnaIly and by corres-
p.ondence, wiLh respect to the publiMtion of hi lranslation 01' part of lhe Lu·
SIad of Camoens; in wbich part are comprisecl the two finest pa~sages in lbe
poem - the story of the unfortunale Dona Ignez de Castro, and lhe visiou at
lhe Cape of Good Hope.
l! 'fhis work he expl'essed his intenlion of deelicating jointly to you anel to

me. To you he considered bimself gl'eaLly obligeel by various explanations as


to particular passages: to me, for Lhe use of my alma I unJ'ivalled colleclion of
cditions, Iranslalions, and booles, relaling lo our favorite aulhor; anel to bolh, as
bemg the only lwo persoos from whom he hatl sought for aid: aml also from our
appcaring befol'e the public in immediate conoeclion with Lhe poet; alluellog to
YOUl' having been the editor, along with Lhe Senhor Banelo FelO, of the best, 01'
ai ali events the besl, ar at ali eventes lhe besl puncluated, edition of tbe worles
of Camoens; anel to my being his biogl'aphel'.
. "The manuscript having been enlrusled to me, I thjnk I sball besl fulm the
mlention of lhe tl'anslator by placing YOLlr name ai the cOIDmencemenl, anel my
OWn at the end of lhis bl'ief notice ...
. l! It was the inlenlion of mI'. Quillinan to have accompanied bis tral1slatioll
\VJth noles, which, from bis known zeal, and the access he had had to lhe most
ample stores of infol'malion, would doubLless have been a valuable appendage.
ln Some measure to meet the loss occa ioned by lheir absence, I bal'e bos-
hly prepared some annotations, which I.llOpe may be found useful to the general
rbcader; as explaining lhe modem names of the places mentioned, and some of
I c classical pel'sonages who appear in the poem. .
LUlZ

" [ know lhat I shall be cal'J'ying out part of lIIr. Quillinan's plan by uh.
joininí( as accurale a li t as I am able of lhe variolls edilions of lhe works 01
Camoen , and of the translalion of lhem, nearly lhe whole of which are in
1I1Y oIVn colleclion. I do RO more particulary, as it afl'ords me the opportunily or
expres ing my readiness to allow of lheir inspection lJy any future authors, ~'ho
may employ themselves in illuslrat-íng lhe works, 01' eulogizing the genills 01 lhe
Porluguese bard.» .
E la cart,l é datada de Newcaslle-upon-Tyne, a 9 de março de 1853.
Depois da tahella das edições das obras de Camões (pag. IX a xrr), segue- e
a pagina innumerada, onde Adamson reproduz a gravura da medalha camo·
niana, que em pr gára nas lI1eJ1wil's (1820) e na Bibliotheca lusitana (1.836), e o
soneto ele Tasso ,'erlido por Mickle. Tambem reprodu;l,o aq ui a medalha e o soo
neto, alterando a dala de 1579 para 1580.

SONNET, ADRESSED TO VASCO DA GAMA BY TASSO.


TUAN LATED BY \~VILLIAM JUI,IUS MICKLE.

Vasco, whose bold and happy bowsprit bore


Af(ainst lhe rising mom : al1l1 homewarel fraught,
Who e sails came westward wilh lhe day, ano brought
Tbe wealth of Inoia to lhy nalive shore;
Ne'er did lhe Greek such length f)f seas explore,
The Greek who SOITOW to lhe Cydops wrought;
And he \Vlio, viciar, wilh the harpies fought,
Never such pomp of nayal honours wore.
Great as lhou art, aJ1(] peerless in renown,
Yet lhou lo Camoens ow'st lby nobJesl fame;
F'arther lhan t1lOu didsl sail, his deathless song
Shall !leal' lhe dazzling splendour of thy name;
And under many a slcy lhy aclions crown,
While lime and fame togelhel' glide alongo
No leil<io de Gomes Monteiro foi vendido um exemplar por 1$600 i'éis, o
no ele Pinto de Aguiar por 3$000 réis
DE CA~IÕES 24{

266-38." Tlle Lusiad of Luis de Camoens, closelJl lranslalcd. Wilh a pOI'll"Oit


o{ lhe Poet, a C011l1Jellcliwn of lIis life, on Index lo lhe lwillcipal passages af his
poem, o vicIO of IlIe "Fountain of l'ean", n1ld mm'gillo1 ancZ anllexcel noles, ol'i-
ginal oml selecl. By L' col ' sir T. Livillgslon Milcllell, K' D. C. L. . . London.
Til" W. Boolle, f'úw Boml Sll·eel. 1854. 8.° ue xX1x-3iO pago

267-:l9.· Tlle Poels anel Poetry of Em'ope, tVilll inlrocZlIclions anel biogl'aplli-
rol llOlices. BJI Hem'Y lVoclslG01"lh Longfcl/ow, elc. Plti/ade/pma: Porler, and
Coales, 822 Cheslmll trecl. 1871. 8.° gr.

268-40." Tltc Lllsiad; 01', Tlte discovery of India. An epic Poem. Tmnslated
{rom llie POI'lu!Juese of Luis de Comoens. li ilh a /ife of Ilte Poeto By William Jl/-
/jus M'ck/e. Fifth cdition l'cvised, by RlClt17lond Hodges, M. C. P., 11011. libml'ian
lo lhe sociely of 8ib/ical A1"Cltae/ogy, Edital' of "Cory's Ancient fill'agmenls ",
• The Prillcipia He1Jmica», ele., ele. London: George Rell anel Sons, York treet,
Covent Gan/m. 1877. 8.° de xcii-3m:! pago N'1 fim: "Londol!: printecl by ~I il-
flUlIl CIOlces and Sons, Stmm/onl stl'eet anel Cltal"ing Cross ". Antes e depois, em
papel amarello, um catalogo dos livros á venda em casa do euitor George Reli
and Sons.

Este volume contém: a dedicatoria feita em 1i76 por Mickle ao duque de


~ucclellgh (pa 17 • v); o prefacio, em que os editores d;10 as rasões por que prefe-
TIram re~roduzir ,a anterior edição; r~vendo-~ e annotando-~ (pag. m a XIY); a
l'lda lIe Camões (pag. xv a XXIX); dlssel'taçao sobre os LlIswdas, elc. (pag. xxv
a.xxxiii); introducçl'iO ao Lusíadas (paI!. xxxiv a li); do descobriLllento da fn-
dia (pag. Iii a lXXXlr); o indice (pag. Ixxxvii a xcii) . e o poema (paV. i a 35 ),
com as nota acom[lanhalldo as re pectiva pas agen . Entre estas lêem- e mui-
13s com a assignatura Ed., que ão nOI'a n'esta ediçãO. Os trechos preliminares,
ou são transcri ptos ou exlractados de Mickle.
No leilão de Pinto de Aguiar foi yendido um exen,plar por 3;5200 réi .

* * 'ii'

.269-4,1.- Poems of places. Edited by He1l1'!1 W. Longfellow. P. F. Spail!. T.lI.


Spam, POI'tUgO/, Belgiwn, Bol/and. Boston. James R. Osgol'Cl and COl1lpany ...
1877. 8.° 2 tomos de Ix-256 pago e 1'1Il-27[~ pag:
No tomo Jl lle pago 57 a 60, 89 a 101, 10:1 e i04:, 109, Ui, H4: a '120, en-
Conlt'alll-se poesia de Camões vertid~s por Mickle, Loru lrangrord, William
Herbert, Cockle e Felicia Helllans; e duas poesias do suulime poela intitulada
Camoens e TILe last sOltg of Camoens, pOl' ·William Lisle Bowles.
TOOO 111" (SUl'pl.) tú
2lJ,2 LUlZ

~70-~2.· Os ülsia'das de Luiz de Camões. ln ltco volumes. Londol! C. Kegan


Paul ({ Co., I Patel'TlOS/M' Square, 1878.-Se~nndo 1'0 to: The Lusiads o{ Ca·
moens TI'ans/atrd inlo ElIg/'sh t'el'se by J. J. Aubertin Knight oflice/' o{ the impe,
rial Bmsilian onZm' o{ the Rose ln tu'o tlo/umes. London C. Kegan Poul ({ Co., I
Patel'1lostt>1' sql1Gl'e, 1878. 8.° grnnde. 2 tomos de xxxv-298 pago e 6 innulllera·
das 283 pago Com o retrato de Camões e lima carta chrolllo-lithogr'aphica da
viagem de. Gama á Jndia (no tomo I) e o retlato de Vasco da Gama (no tomo II).
- A inlprf'SsãO é nitida e luxuosa, em papel em cordão. No fim de cada Lama tem a
seguinte indi('ação typographica : "London: l11'inted by SpoUistcood~ and Co., Nero
Stl'eet sqUGl'e and Pat'/ament street ll. Ambos os 1'0 tos têem no centro as armas
reaes portuguezas.
Os retraIas são assignados pelo gravador G. Cook. O dp. Camões é copia fi·
deli 'ima do de Gérard, e á primeira vista parece a mesma t:hapa com a signa-
tum diversa; porque a imitação é mui perfeita e illude. E,te retrato tem por
baixo, alem da indicação do editor, estes versos:

« On him, for whom his loved harmonious Jyre


Shall more 01' fanle Lhan hap-piness acquire II
Canlo x, sI. CXXI'IIl.

O de Vasco da Gama tem os seguinles:

" I own the Law of Rim, Whose high eommand


Visible and invisible are beneatb.. Canto I, sl. LXV.

No ver o do ante-rosto dos dois tomos lê-se a seguinte epigraphe, em fran·


cez:
" La découverle de Mozambique, de Mélinde et de Calecut a élé chanlé par
le Camoens, dontle poême fait sentir queJque chose des charmes de l'Odysséeet
de la magnificence de J'Enéide.ll MONTBSQDIBD.

O tomo I contém: dedicaloria a sua magestade el-rei D. Luiz I (pag. "II


innumerada) ; prefacio (pag. là innumprada); inlroducção (pag. XI a xxx,,); o
poema, traduzido em verso, com o original portuguez á direiLa, ern paginas de
confronto o cantos I a v (pag. i a 29'1); e notas (pag. 293 a 298).
O (orno 11 conlém : os canlos VI a x (Jl~g. 3 a 273); e nolas aos canlos "li
a x (pag. 275 a 283). O canto VI não tem nolas.
No começo da introducção escreveu AuberLin:
"The grand Portul!uese Epic Poem of Luis àe Camoens - Os Ltlsía~a's, or
lhe Lusiad's - which Hallam descr:bes as 'lhe first succe. sful all"llIpt til mo·
dem Europe lo construd an epic poem 011 the ant:ip-lIt 1ll0dl'l' - lJUs for ii hera
(as lI1ay be more 01' les Imow) lhe celebrated Porluguese navig~lor, VascO da
Gama; and for ils lel1ding suLJjecL, lhe famolls voyage, acconlplished lJy Ihal
great man, wbicb, by general coment, is ranked as Iraving LI,'eu by far Lhe mos!
important in ils consequences, 01' tire three greaL voyages of lhe world."
No leilão de Pinto de Aguiar foi vendido um extlr.plar por 6~600 réis.
DE CAMÕES 24,3

"'
* *
27i-(/-1." Episode o{ Dona T9ne; de Castm (The Lusiades o{ Camoens.)
Callto 111. Slanzas 118-135. By RU'han/ F. Btil'ton. P7'inled rOI' privale ci,'cula.
li071. LOI/don. HOI"ri.'son and sons, S' 1I1m'tin's Lane, pl'inte.I's in OrdinQ1'V to Bel'
Mujesty. 1879, 8.· de 7 pago

~
* *
272-4,2." The Lu iacl ar Cmnoens Translaled inlo Eng/ish Spensel'ian vel'se
611 Robel't Fr1'PI1ch Duff ](l1ighl Cammandel' ar lhe POI'lugue,le Boyal Or'de'r of
Christ Lisbon ~1ess. Cflatto {f Windtls, London, lIIess. J. B. L'ppincott {f Co., Phi,
ladp/phia, 111". J1atthew Lewtas, Llsbon. 1880. 8.· granrle de XLVlll-2-506 paI.( e
mais:J de illrlice e errala . Com o retrato de Camões que acowpanba a edi\'fio do
Epi OC//O publicado pela inlprensa lIacional) ; e outra estampas !!ravadas m co-
brr e em JIlaueira.- o ver'o do anle,rostC' «Nalional p,'inting Olfice n. Tem de,
dicaloria a el-rei D, Fel' nando TI de Portugal.
Esle volume contém: o prefacio, datado de Li boa, novembro de 1879 (pag.
111 a x), tendo á frenle o retrato do infante D. Henrique; noli~ia biograpliica ele
Camõp~ (pag. Xl a xxx): a elegia II! de que apparecl'u um fragmento nos Poe-
mas publicados por lord tran~ford (pag. XXXI a XXXVII); introducção (pag. XX;<IX
a XI.VIlI); o poema, traduzido em verso (pag. 3 a q,13), tendo no canto la retrato
de Vasco da Gama' 110 1Il, os rell'atos de D. Pedro I, o de o, Ignez de Castro
no COUIP o do epi adio e o tUOlulo de D. TlTnez de Castro no fim; no I\T, os re-
Iralos dei-rei n. João I e o de D. Nuno Alvares Pereira; no v, o retrato de
rl·rei D, Manuel; no VI, o retrato de l-rei D. João II; no VIl, o retrato de
D. !"ranci co de AIIl1tüda ; no "lll, o retrato de Alfonso de Albuquerque; no IX,
o retrato de D. João de C,lstro; e no x, o retrato de el·rei D. Seba tião. e-
gupm, e ao poema: appelldice a G (pag. 4,15 a 506), em que se cornprellen-
dem varias n La bi0l!raphica das pas, agens que figuram no poema, nola ao
popma, elc., lenrlo na frente da pago 4,4,\:1 urna gravura em madeira do claustro do
mostei ro de l3elem.
O relralo de Camõe , gl'avado pOI' Joaquim Pedro de Sousa, é imitado do de
Gérnrcl; o do infante D IIpnriqlle .erl'iu Tias Decodas, de Bal'ros; os dos reis
de Portugal no Dialogas, de Pedro de Mariz; o de D. João' ele Castro na Vida
do 1'1 o-rei, por J, Freire de Andrade; o de A/Tanso de Albuquerqul', nos Com-
melllm'ios; ma a tiragem para esla edição foi lithogl'aphica, por decalque das
te pecLiva chapa. A impres ão é Loa, como deve. suppor· e; mas a d.iv~rsidade
da e talllpa e cio genel'o da gravura dá a e te hno UIll aspeclo artlsLICO des-
harmonioso que não me agrada. l'alnbeOl nos trabalhos typographicos são indis·
pensaveis a graça e a unidade arLisLicas.
Na ultima pagina da nota biocrraphica o tl'aduclol' menciona a erecção da
estallla de Camões, c.uja illaui/uraçãO e reali ára em 1867; e tel'mina com uma
commemoração do ll'icenlenario: .
«It is intended to cl'll'bl'ate a solemn national fesliyal in bonour of the illus-
IriOllS barJ on lhe tenth July (sic) :1880, the thil'd centenary annivel'sary of his
dealh; bul his I'eal rommelllOI'at ion and highest honoul' exist in lbe universallove
and admira lion of his countrymen."
Quando apparecen esta edição, o periodico que então saiu em Lisboa Finan·
LUlZ

cial and Mercantile Go:;elle, de j~np.iro de 1879, publicou um ~rligo de elogio,


transcl'cvendo ~ll1umas e lancia da versão rIo sr. DufT, cantos I e Itl (Episodiode
D. J{/71ez de (,'ast,·o). D'es~e artigo fez·se tiragem em separado. como prospecto
da obra, soh o ti tulo S]Jecimens of a new /'I'Clnslation 01' the Lusiad by Robert
F(nnch Duff.- 2 pago de folio pequeno.
1'\0 leiliio ue Pinto de Aguiar foi venuido um exemplar por 6~OOO réis.

:}(:. :.,";:

273-Mí.· Os LlIsiados (The Lusiads): En(tlished b!l Richard H'ancis Burtoll:


(Edited by /tis ,eire, lsahel BUl'ton). ln t,co volumes. London: Bernol'd Qllorilcli,
15 PiccodL!ly, TI'. 18 O. All rigltts ,·esel·ved. 8.° 2 10nlO de xlx-2-25U pago e
2-251. a 4,71 pag.- .o ver o dos roslos e no fim: ,,11 yman and Sons, pl'in/eI'S,
Gnat Queen Stl'eet, Lincoln's-inn-fields, London, TIf. C.o - A nUlneração é e·
guida do tomo I para o li. A impressão li cuid~dosa e em bom papel.
O torno I contém: a dedicaloria do IraducloI' a sua rnageslade o imperador
do Brazil; uma poesia uo Iraductor a Camões; prefacio as. ignado pela edilora
J abel Burlon, e uatado de Trie te, 19 de julho de1880 (pag. VII a x); prefacio a·
signado pelo traductor e datado do C~irú, i de maio de 1880 (pag. XI a XVI); nola
ácel'ca dos commenlarios (pag. XVI! a XIX); errata (i p~g. innumel'ada); e os
canlos I a VI do poema, traduzido em verso, com os aJ'gumento~ em prosa e verso,
,endo um em portllgllez com a lraducção el11 seguida (pag. 3 a 25U).
O tomo II conlém: os cantos Vil a x (pHg. 25i a 4i5); e as e lancia de·
pr~zndas (pag. 4,17 a 1~7f).
Depois da dedicatoria, paz Burlon as seguinles epigraphcs :
11 far un libra e meno chc nienle,
Se iI libra falto non rifà la gente. GIl:STI.

Place, riches, farour,


Prizes of aCt;iuellt as oft as merit. SUAKSPEAIIE.

Ora lama a espada. agora a penna


(Now wiLh lhe sword hilt, theu with pen in hand.)
CAM., SOIl1l. i92.

Bramo assai, - poco sperG, - nulla chiedo. TASSO.

"Toul cela prome enfin que I'ouvrage est plein de grandes beaulés. pui que
depu is deux cent ans ii fait les délices d'une naLioo spirituelle qui doit en con'
noilre les faules.. VOLT.'lnE, Essai, elc.

'x'
* *
274,--46." CCl1nO~lls: bis lire anel his Lusiads. li cormnental'Y b!J Richard
F. Bu,l'ton (Tmnslalol' ar the Lusiocls). ln tn'o volnmes. London: Bel'lIorc!
Qual'itch, 15 Piccadilly, W. 1881. Alll'ights "esen'ed, 8.° 2 tomos de vlI:-738- ü
pago A numeração é sef[lIIda de um torno para o oulro, mas com ro tos diversoS.
No verso do frontespicio do lama r tem: ,,2 vols. Fcap. Svo. Tile Lusiads. En-
g/ishecl By Richard F. Burton. LOlldon: Bel'llal'cl QUal'ilch, 15, Piccadil/y, IV.'
DE CAMÕES 245

1\0 verso rio fronli picio do tomo II e no fim de cada tomo esla indicação:
• lVyman alld Sons, Printers, (}reat Queen Stnet, London..'
E ta obra é dividida em cinco exten os trer.hos ou capitulas, d'este modo:
no tomo I verso encolllia licos de Geralú Massey a Burlon; prefacio dalado de
Triesle, dezenlbro de 18 O (pag. v a "li); capilulos I a fi: Liographia, bibliogra-
phia, hisloria e chronologia (pag. 1 a 366),
No lama II, capitulos IV e v: geograpilia, viagem do Gama, campanhas de Ca·
mões, ele.; nolas explicativas e philologicas aos Lusiadas (pag. 369 a 678); appen-
dice (edi~.ões das obra de CHmJes, traducção e indice dos Lusiadas (pag. 679 a
708); The "eviewer "eviewed: a postscript. Ey Isahel Bm·ton (pag. 7U9 a 727) ; glos·
ario (pag. 72Y a 738) ; e opiniões da impren'a ácerca dos Lusiadas traduzidos
pelo capitão Burlon (pag. i a 6).
E les dois lomos rem a formar o terceiro e o quarto dos estudos de Bur·
lon ácerca dos Lu~iadas.

275-47.' Seventy onllets of Callwens. Portnguese texte and translation. lVith


original Poenls. Ey J. J. Allúertin, commendador or the noúle pOl·tuguese order of
S. Tinga; Knigth officer or the imperial Brazilian DI'del' of,the Rose; cOlTesponding
mcmber of the Royal lcademy of Scienccs in Usúon. London: C. Kegan Paul g-
Co.. I Paternoster SqulLl·e. 1881. 8.° de xxiii-253-2 pag.- No fim: (( Pl'inted by
Ballantyne Hanson and Co. London and Edinbul'gh•. No verso do ante·rosto
êcm- e as seguintes epigraphes :
com not the sonnet; .. ,
'Vilh it Camoiins soolhed an exile's gries. \Vono wonTII.

Poetas por poetas sejam lidos;


. ejam só por poeta~ explicadas
Suas obras di I'inas. MANOBL ConnE'-I.

Let Poels be b.v Poels read;


By Poels be interpreled
'J'heit' works divine,
"Est quadam prorlire tenus, si Hon dalur u\ll'a." Hon., Epi,t. I, lib. t.

. . E te volume cont~m: carla dedicatoria de Auberlin a BUl'ton (pag. xv a XVI) ;


IOdlce (pag. XVII a xxm); slanzas, figul'ando o e pirito de Camões de eendo aos
porluguezes por occasião do eu tricentenario (pag. i e 2); sonetos de Camões,
com o original em frente (pag. 3 a 143); onptos originaes (pHg. 145 a 1(8);
poemas, from Rome (pa". 169 a 183); miscdlanea poelica, original e trauucção
(pag. i85 a 253); juizo da imprensa ácerca da publicação dos Lusiadas (pag.
[ e ~).

276--48." The Poetç and Poetl'Y ar EUl'ope, with intl'oductiOll and biogmphi-
call1otices. Ey Henry lVadswOl'th Longfellow, etc. A new edition, l'evised and en-
2~6 LUIZ

larged. Boston. Houghton, Mifllin and Company, The Riverside ]Jreas, Cambndge
1882. 8.° gl', de xXI-921 pago

277-4,9.· Reco1'Clação do tl'icentena1'Ío de Camões. Primei1'o (O) canto dos Lu·


siadas el1~ inglez por James Edwin HelOitt. Lisboa, Imprensa nacional, 1881. 8 (innu-
meradas)-40 pago
EdiçãO mui nitida, com paginas guamecidas de filetes a vermelho; com capa
de phalltasia simples e elegante. Tem det!il:;,toria do editor ao benemelilo e
erudito portnguez sr, Joaquim da Silva Mello Guimarães. Foi editor o enthnsiasla
caulOllianista, sr. José do Canto, que mandou fazer tiragem limilada só para
brindes.

278-50." Lusiad (Tlte) The fij'st cnnto. Tl'anslated into english verse by
James J].ewill, etc. Rio de Janei,'o, 1883, 8.0 de 77 pago com retrato.

'ii'
* 'X,

279-5i.· Lusiad (The) The second canto. Translated into engl'ish verse by
James Hewill, etc. 1883. 8.° de 79 pago

'li<
* 'ii'

280-52.· The Lusiad of Camoens. Tmnslated into english verse by J. J. AI!'


bertin. Second eelition. ln two vol. London, Kega.n Paul, Trench §f Co., I Paternos-
ter Square. 1884. 8.0 2 tomos de XLVIIl-298 pago e 288 pago

281.-53.· Camoens. The LlIricks. PQ1't. r. (Sonnets, canzons, odes and sexli·
nes.) Enç,lished bll Richard F. Burton, and impril1terl f'or the T,'nns(alor at LOI/-
elan in Octnbe,', 1884. London. Bernarel QUal'ilch, 15 Piccaclit/y. Wimans a:nelsons,
Pl'inlers. 1884. 8.° de 2 tomos d~ 8 (illllumerac!as)-265 pago e 266-5!!'0 pago
A parte I comprehende sómente os sonetos. A parte li,. com rosto e indica·
ções typogl'aphicas e editoraes iguaes, e numeração seguida, contém as canções,
odes e sextinas.

'l!'
* *
282-54." John Aclamson. Seis sonelos camonianos. Reimp"essüo ]J"ecedida de
uma noticia e l'elrato do auct01". Em Li.~boa. Armo de MDCCCLXXXVI. 8.0 de 29 fo·
lb:.s innumel'adas.- Tiragem 20 exemplares numerados, alem de 2 em papel do
DE CAMÕES

lapão. Um d'est~s foi olferecido ao SI'. visconde de Juromenha, a quem esla re-
p'roducção é deul~da p~lo editor, SI'. Manuel Gomes, gerente da livraria Ferin.
E o n.· 3 das brochuras camonianas do mesmo editor.
Contém: uma noticia de Adamson com o retrato e {ac-simile d'este; e os
sonetos que o benemerito camonianista inglez publicou em i845>.

'!:'
* *
283-55.· Fra.qmentos dos Lusiada.s e sonetos vel'tidos em inglez. POI'tO, livra-
ria Cll1nões, de Femandes Possas, 47, travessa de Cedofeita, 47. 1887. 4.· de
de x-9-51-(innumeradas)-lv pag.- Anltl-rosto, ro lo e pago da dedicatoria a duas
cOres, vermelho e preto; e letra iniclaes do começo do prologo e dos trechos de
piJanta ia, tambem a encarnauo. Capa de phanta ia a oiro, vermelho e verde,
com uma folha e'tampada do natural em photolypia. A impressão é em caracteres
gothico·elzevirianos. No 1'0 to foi reproduzida, ampliada, a portada do frontispicio
da primeira edição dos b!siadas, tenuo lia base as datas 1.580-1.880.
O ante-rosto lem o titulo Flol'ilegio Camoniano T. A deLlicatol'ia é ao dis-
tinclo amador e colleccion'ldor camonianista SI'. dr. Jo é Carlos Lopes. A intro-
ducç:lo não é assignada, mas é devirIa ao sr. Tito de Noronha, aucto!' de escri·
pIos relativos ás edições de Camões,
A lirarrem foi de 85 exemplares numerados Il divididos em cinco classes
d'e-te modo: 5 elll papel pergall1Ínbo, 5 em cartiio Whatman, 5 em cartolina
allemã, 30 em cartão marfim de (IivRrsas cOres, 35 em paptll almasso nadonal do
Prado, e ti em pa pel seda amarello. Por benevolencia Llo SI', dr, Lopes possuo o
n.' 26 da penullima tiragem.

'esle fa ciculo, O· primpirl) da collecção enviado pelo edital' por tuense Pos-
sas, foram reproduzi.las as lraducçoe que tinham appal'ecido em i8'l4-1.845 no
Lllsitnnia,n, revi. la publicada no Porto, d~ que já fiz m~nção acima sob o
n.' 257-29. n, e que é bastante rara.

Em o n.· ia, primeiro anno, do periodico O Ca.mões, publicado no Porto, o


sr. Tito tiP. Norollha illserin um arLigo ue Annotações ao prolvlIo e nota final do
n,' 1 do Flol'ilegio camoniano, em qne o auctol' protesta contra o que se e crevéra
em a nota e que contradiz o prologo acerca da traducção do Episodio de Ignez
de Castro, aproveitado do L1tsitllnian, com rosto esp~cial. D'este artigo promet-
leu-se fazer tiragem em separado de 50 exemplares numerados.

*
* *
Versões allemã$

2811-1.. n Episodios de 19nez de Castro e do Adamastor. Traducção em ve:so,


que sain, segundo cOllsla, no p"riodico Gelelwte Beitrage z!! den bralmsc/twelgel'
Anze;gell (supplemento !Ilterario-scientifico ás "Noticias de BrUl~swick,,) em 1.782_
Deve ser esta, pois, a primeira versão de um trecho dos Luswda.s publicada na
Allemanha.
LUIZ

'.'!'
::f. *
285-2." O pl'itneit'o canto dos Lusiadas, vel'stio publicada 710/' lÚtQ1' '! IVin-
ckiel'. Leip~ig, 1802. 8.°-1 áo vi nunca esle fragmento. Se não falha, porém, a
nola que tenho J'elle, vem a ser a segunda manire lação camoniana na AlJema-
nha.

286-3.· Blwnenstl'ausse italienischel', spanischel' mui pOl'tugiesischel'. (Ra.


mOQ dtl flore italianas, "espanholas e porlugllezas.) Poesie von August lVillielm
Schlegel. Bedin, ln deI' Realschulbuchhandlung. 1804. 24,.° de 2-2:i8 pago COlO
gravuras.- A impressão é hoa, em papel claro e acartonado.
Contém este livro os seguintes trechos vertidos de Camões: episodio dos
..Doze pares» (pag. 20'1 a 218); dois sonetos (pag. 219 e 220); Ires edogas (pag,
22'1 a 225) ; e notas (no fim).

_ 287-4." 1I'Jayazin deI' Spanischen ~t11cl POl'tugiesischen Littemtu'l'; hel'allsge-


gelJen von F. 1. Bel'tw:h. Zweitel' Band, mit Camoens POI·tmit und einel' Cha'l'te. (Ar-
chivo de liltel'atura Irespanhola e portugueza, edilorado por F. J. Bertllch. Se·
gundo volume com o retrato de Camões e um mappa.) Preis 1 thl,·. Weimar.
1780. ln der HolTmannischen Buchhandlullg. H.o de l~ illllumeradas-4 1.2 pa~. Com
o retrato de Camõe (cego do olho esquenlo), antes do rosto; e um Illappa da
viagem da índia depois Lia pago 256,
E_te volume é dividido em duas pal'les, ou trechos, de numeração seguida:
a primeira contem: Leben eles Gmn Zaca-i'io, von Quevedo (vida do Grão Zac3lío,
de Quevetlo), de pago 1 a 246; a segunda de pago 247 ate pa". 412. E,·stel' Ge-
sang deI' Lusinde (primeiro canto) von Camoens, Oll Die Lusiade aus dem Por/n·
giesischen eles üús ele Camoens. Von Siegm. Fn3'Jhern von Seckendol'lT (Segismundo,
barão de SeckendorJT).
o relt'ato de Camões lem em baixo: Nach Severino de l;a"ia von Geysel'/l
ges/ochen (gravura de Geysern, segulIllo Se,erim de Faria).
Com se vê é o'primeiro canlo do poema com as nolas criticas correspondentes.
Não sei porque apparece em algumas bibliographias a data de 082. Se não
houve segunda edição, que não conheço, de \lerIa é engano typographico.

288-5." Die Lusiade Heldengedicht von Camoens, aus dem PO'I'tugiesische71


1ibel'setzt von DI'. C. C. Heise. 80lb Rome'I', sta'l1lmt el' dennoch von Gennanen (Os
Lusiadas, poema heroico de Camões, traduzido do portuguez pelo dr. C. C. Heise,
qua i latino, porém de origem germanica). EI'ste Abtheilung. 8ambu1'g uncl JUo-
na, bei Gotlf"iecl Vollmel'. 8.° 4 lamas de 8 (innumeradas)-H 9 pag., 2-i88 pago
DE CAMÕES 2/j,9

i6D pago e 1.64-302 pap;o e mais 6 innumeradas de nolas. A impressão é ordina-


ria em papel de duas côres azulado e amarellado. Cada lorno tero rosto especial.
Anumeração do lerceil'O para o quarto é seguida. A traducção é em verso. Não
tem data; porém, segundo a infol'mação reJ!istada pelo sr. visconde de JUl·Olne·
nha, devia ter apparecido enlre iS06 e 1.S07, na epocha em que tambem era im
pressa a seguinte edição, publicada por Ruim e WinckJer.
O lomo [ contém: dedicatoria a Camões, em verso, e os cantos J e II; o
lomo II os cantos UI a v; o tomo III os cantos VI a V!lI; e o lomo IV o canlo
l'\ e X.

o exemplar da bibliolheca nacional de Lisboa tem os quatl'O tomos ~l1cader­


nados em u:n volume.

289-6.· Die Lusiade des Camoens. Aus dem POI'tu{jiesisehen in deutsehe Oetav-
!lel"se iibersetzt. Lpipzi{J, in de?' Weülmannisehen Buehha-ncl/ung. 1807. S.o de XXXII
398 pago e mais 1. de errata. O rosto tl'm as armas reaes portuguezas. A impres-
sâo é nitida. O papel amarellarlo, mas encorpado, como o que geralmente usam
nas edições allemás.
Este volume contém: a dedicatoria ao l:onde Carl Bose pelos trad uctores
Frederico Carlos Kulm e Carlos Theodoro Winkler; introdul:\i,to (pag. va XVI) ;
hreve noticia da vida e obras de Camões (p,1g XVI! a XXXI}); o poema, lraducção
em verso (pau, i a :376) ; e nolas (pag. 377 a 39S).

.~
* *
290-7." PI'iilleÍl'O canto dos Lusiadas. Com uma verS,tO allemã de R. Ham-
burgo. Na livl:m'ia de Ji'1"edel'ico Pel'lhes. 1.6.° de 2-73-i pago 'rem outro fronlis-
pieio em allemão: P?'obe einel' nenen Ucberzctwng deI' Lnsiade des Camões (A mos-
lI'a de uma traducção nova dos Lusiadas de Camões), HambUl'g bei Priedel'ich Per-
lhes, No verso do rosto em Pol'tuguez : ImlJl'esso 110)' F. H. Nestter.
A tl'adllCcão é em verso. Tem de um lado o texto portugllez e de Olltl'O a tra-
dueção allemã. Creio que não veill por muilo tempo a saber·se quem era o Ira-
duelor, mas suppõe·se que foi Beinilold, e que appareceu pOI' i8US.

2~1.-S.· Die Lusiarle des Camoens. Aus dem Portl/.{Jiesischen in deutsehe


Dctavverse iibersetzt. 1Vie.n, bei Anto/! Pie/der, 1816. S.o de xxvrrr-299 pago Com
ol'etrato do poela,- Saiu sem o nome do l!'aductor.

* * ':i'

292-9.· Die Lusiade des Luis de Ca:nocns, von J. J. C. Donner. Zweitel'


Gesallg (canto II). V. 18 e 82. St1!ttgal't und 1'iibingen. 1827. 40.°
250 LUlZ

Saiu no periodico 1lforgenbla.tt {ür gebilrlete Stande. Einundzwanzigstel' lalU'·


gang.1827. Veja o n.O '165 (pag. 657 e 6(8); n.O '160 (pag. 603) ; n.· 172 (pag.
685 e 686); e n." 1.75 (pag. 6\19.) É o primeiro ensaio da traàucção dos Lusiadas
por Donl1t'1'.

*
* *
293-iO.' Die LlIsiade des Camoens. Aus dem Portu,qiesiscllenin Deutsehe Oetav o

verse übel' etzt. Wien, 1828, Ged1'lwkt und ver/egt bei Ed. FI'. Sehade. i6.· 2 to·
mos, de x.ul-l7i pago e i5S pago

Contando como primeira a ed1ção do fragmento em iS02, deve ser e ta a


terceira da versão de Kubn e Winckler, em a dedicatoria ao conde Base, nem a
errata. Reproduz a edição (le iS07, com as correcções aos erros typograpbico
que n'aqueJla foram notados.

o tomo I comprehende: introducçãO assignada pelos traductores; a noticia


da vida e obras de Camões; e os cantos I a v do poema e notas. O tomo rr com·
prebende os caulos VI a x, e notas.

*
* *
29{~-11.· Die Lusiade des Llús de Camoens. Zweiter 1Mld d'l'itter Gesan!l. von
Dr. I. J. C. Donner, Prores~or. Einladung zu den O/Tentliehen Hel'bst'lJriifullgen
am Kõniglichen Gumnasiwn zu Ellwan.'Jen. Etlwangen, Dl'uck und Verlag dpr Jo1l.
Evang. Schonbl'Od'sehen Buehhandhmg. 1830. lJ,.0 de lJ,0 pago a uuas colulJlnas nu·
meradas de i aSO.

295-1.2.' Die Lusiaden dgs Luis de Camoens. Verdeutseht (Os Lusiadas de


Camões, germanisados por ... ) von I. I. C. Donner. Stutlgal'l, bei Chl'istian
Wilhelm Lõflund. 1833. 8.° de xVI-2-4{ü pago O rosto é simples. A illlpressã.o
nilida e em caracteres romanos. No ver o uo roslo: "Druck von W. Haspel' tn
Ca1'lsntll e» .

Este volume contém: dedicatoria ao rei Guilherme de W ultemberg; intro-


ducção, assignada pelo professor Donner e d:üada de Ellwangen em agosto 1.833
(pag. v a XVI); en'atas (2 pa~. innumeradas); o poema, trauuzido em versO
(pag. i a 376); e notas (pag. 377 a lJ,i6).

*
* *
296-f3.' Sonette von Luis Camoens. Aus dem Portugiesischen von Louis vali
ikent.\sehildt. Leipzig: F. A. Bl'dekhaus, 1852. 8.· xx-28S pago Tem no fim: "Dl'lICk
von F. A. Bl'oeldwus Leipzig IJ.

Contém; indice, vida de Camões, a [raducção de 2S~ sonetos; e nolas.


DE CAMÕES 25i

* '" ;1(,

297 -'14." Die Lllsiaden. Epische Dichtung von Luiz de Camões. Nach José da
Fonseca's PO'l't?tgi"sische/' Allsgnbe im Vel'smasse eles Ori,qinals übert·ragen von F.
Booch·A'l'kossi, Mit den Hiogl'aphen unrl POl'tl'aits von Camões und Vasco da Ga-
ma. Leipúg, Al'l1oldische Buchhandltt1!fJ 1854.8.· pego ou '16.· de 4-LXXXvlJl-532
pago Com o relrato de Call1ões gravado em cobre por M, Lammel, de Leipzig,
e o de Vasco ela Gama, gravado em madeira (antes de pago LXX e LXXl),
Esle volume conl~m: dec1icaloria ao rei da Saxonia Frederico Auguslo; intro-
duCÇão datada de Leif1zi~ pm fevereiro dp 18M, as ignada pelo lraduclor (pag. IX
a XVIIl); crilil:a dos Lu~iadas por Harrelo Feio e Gomes MOllleiro (pag xrv a XLV);
vida de Camões, cItre lermina com a nolas do Ta so e DIogo Bernardes, e a ode
de Filinlo (pag. XLVI a LXX); Vasco da Gama no descobrimento da India (pag. LXX]
a LXXXVIII); o poema lraduzicJo em verso (pag, 1 a 395); e nota e indice de
nomes proprio (pag. 397 a (32).

*
* *
298-'15," Die Lusiaden des Luis de Camoens. Vel'deutscht von J. J. C. DOn1w/'.
Zweile Ausgabe. Stutt,qal't §f Si!llllal'ingen. Verlag von H, W. Beck. 1854. 8.° de
XVI--4i6 pago e mais 2 com erratas.

Ape,;ar de e tal' declarada "segllnda edição», parece que esla é a mesma


edição de 183:J, s6 com a lIludança do fro II Ii picio. Em um dos exemplares que
examinei na indicada edição não vi as duas pagina das errala , que andam com
a de Hl5'l; Dias is o deve consideral'- e COLIJO falta.
No calalol(o da. exposição camoniana do cenlenario (no palacio de cryslal do
POI'lo, era... '18~O) vem uma noLa a respeito de Donner (pag. 36), que é COllYe-
nienle deixar aqui:
"Quando o auelor saiu com versão completa em '1833 já ha.via dado á luz
o seguinle e llldos preparalol'io para ella :
"l.0 FragJl1enlo~ publicado no M01'genblatl de Tiibingen (acima indicado).
,,2. 0 iJie Lusiade .. , Enter Gesallg (canlo I). Slullgart, :1.827. Franck. Em
8.· de 56 pago
"a. o ld m. Canlo II, fragm nlos, no jornal supracitado,
.lt,.o Idem. Canlo m. E'inleitullg (inlroducção), etll. Pl'ogralmn de Gymnasio,
i829. S1l11iinbrod. Em 1],.0 de 79 pago
"A lrauurção de Donner ainda hoje não tem rival na lingua allemã, contra
ludo o que se disse no Pano/'ama".

*
* *
299-'16.' CanlOens' Die Lusiadell. Reroisr.h-episches Gedicht. Aus dem'POI·tu-
giesischen von Km'l E?·tne/'. Leipzig. Ver/o!l des .Bibliog1'aphiscltel~ Instituts. Sem
data, 8. de 26 l-i pali(. e mai 8 innu'l1enldas e um catalogo de I~vros, em pa.pel
0

alllarello. No (jm: "Dl'uck von blblio[)l'a:phischen institu,t in Leipztg.


Conlém: prnlogo (pag. õ a 12); o poema, lraduzido em verso (pag. :1.3 a
~61). Não tem argumenlos, nem nolas.
252 LUIZ

300-17." Die Llbsiaden. Epische Dichlung VOI! Luiz de Camões. Nach José tia
Fonseca's pOI·tugiesischer Ausgabe im Vel's/)l(tsse rles Originais übel·tmgen von F.
Booch-AI'!.ossi. Mit den Biograp/wn ttlut Portl'Uils von Camões ltnd Vasco da
Gama. Zweite Au/lage. Leipzig, Al'Iloldische Buchhandlung 1857. 8.· pequeno de
g,-LXXXYUf-5a2 pago Com os retratos de Camões e de Vasco da Gama.

l!; edição em tudo igual á de i85'~ com a só dilferença das palavras ZlOeile
Auflage no rosto, o que me faz acreditar que seja a mesma, com a mudança de
fronlispicio.

*
* *
301-18." Episodio de Tgne: de Castl'o, t1'Oducçiio de J. ilfans(eld.-Veja de
pago 233 a 238 no periodico Arehú> (ÜI' elas Sludiwn deI' neueen Spl'Ochen ltm!
Litterat'w·en. Bemusgegehen von Ludwig Het'/'ig. Volume XXXVI. B1'Uunschweig.
Druck tLlld Vedag von Geol'ge Westel'lnann. 1864. 8.° grande.

':f
:x: :}::

302-19." Sechs Sonette des Camoens. Traclucçiío de J. Mans(eld.-Veja de


pago 970 a 972 no pcriodico Tntemationale Revue Monatschr'il't Iii.?' das gesallllllte
{leistige Leben und Streben der Indodeutschen Cultw'welt. N° 6. Dezember 1866.
JVien, A-rnold Hiberg's Verlag.

,;;.
* '"
301-2(1." Die Lusiaden. Hel'oisch-episclws Gedicht von Luis de Camoens. Aus
dem Portugiesischen in Jamhen ü'/Ierset:t von Itll1'/ Ritner. Hildburghausen. Verlag
eles bibliographischen Instituts. 1869. 8. de 261 pago e lI1ais i de indice.
0

Parece que é uma edição feita para as escolas. Não vi ainda nenhum exem-
plar.

Possuem-a no Parlo o SI'. Joaquim de Vasconcellos, e na ilha de S. Miguel o


sr. José do Canto.

30~-21.· Siimmtliche lely/len des Luis de Camoens. Z.um ersten Male deutscll
von C. Schliite/' und W. S/oreI.. Münster. Adolph Russel's Verlag. 1869. 16.' de
xXJIl-253 pago e mais i de indice.

Contém, segundo o catalogo da exposição camoniana. do paJacio de Cl')/stal


do Poflo, ,citado (pag. 38), xv eglogas e duas elegias, com a vida do poeta, 110-
DE CAMÕES 253

las c indice onomastico. 'a parle rilica e tão incluidos muitos sonetos e ontra
poesias de Camões em traducção allemã, assigmdos W. Slorck. Na folha portuense
Aclualidade, de 20 e 21 de outubro de 1876, appareceu um artigo a respeito
d'esta e da seguinte edição.
'1;,

'x' '1:'

. 305-22." Die Lusiaden clps Luis ele Camoens. Delllsch inelel' Versa1'1 del'pol'tu-
giesisclten UI·sr.!l1·i{t von J. J. C. Donner. Dritte viellach verbesserte Auflage. (Os Lu-
siadas de Luis (Ie Camões. Traduzidos do onginal porlllgllez em vprso al-
lelJ1:io por ... Terceira edição muito melhorada.) Leip::.ig. Fues' Ver/ag (R. Reis-
lalld). 1869. 8.° de XVI-2-4iO pago e mais i de errata.
o prologo tem a data de Ellwangen, agosto 1833, a que se segue o Naclt-
sc/iri{t (poslscriptl!1n) datado de Stllltgart, mar~o 1869.
EdiçãO nitida e em bom papel. E ta é, contando com os fragmentos citados,
asexta da ver ão do proCe sor Donner.

'ir
* *
306-23." Beitl'iige zw' Textkritik der Lusíadas eles Camões. Haúililations·
scll!'i{t von Dr. Carl von Reinlta'rdstoettller. Miinc/ien. ;1/;ademisclte Buchell'uckerei
tOIl F. Stramú, 1872. (Supplementos fi critica do texto dos Lusiaelas de Camões.
Memoria de habilitação do dr. Carlos de l1einhard toellner. Munich, Imprensa aca-
demica de F. Stramb. 8." grande de 1],6 pago

*
* *
307-2[~." Siimmtlírhe Canzonen eles Luis de Call/oens. ZUlll e1'sten Mole
deu/sch von TVilltelm Storck. Pade7·b01·n. Druck ~m(l Verlag von Ferdinand cho·
nillg/i. 1874. 16. 0 de xXJfr-156 pago

Contém: prologo, XVIIl canções e notas. Como se declara no rosto, esta foi
a primeira versão das cançõe que appareceu em idioma germanico.

* 'ií'

308-25." ll'ilhelm Storelc. Glosas 1lllcl voltas eles Luis de Camoells. (Sonde-r·
Abdl'llCk a1tS den B1'Ossai·1lJellzl' chen: "Osszehasonlito Il'oelalomtol'lénelmi La-
pok." (Zeitscll1'i/~ (ÜI' vergleic/ienele Littel'Otllr.) Banel. lVI'. xx. 1877. Klausellbm:g.
Zellschl'i{t {ÜI' vcrgleichenele Litteratur. niversitiits buchdnce1.-erei Johann Stem.
1877. 8.° de 14 pago
Como se vê linha saído antes na revista: Osszehasonlito lJ'odalomtorténehni
Lapo1.-, vaI. ll, n.o xx, de 1877. Segundo o catal?go da eX]JosiçáO do palacio de
cl'yslal do Parlo, citado (PlJ,g. 38), o SI'. JoaquJlTI de Vascollcl'l1os Julg~ que .
e~luuo intere anle soule e tas i'órmas poelicas, de. que apresentou val'los spe-
Cllnens vertidos em allemão. Foi publicado na Actualidade, do Porto, de 2 de abJ'lI
de 187\), um artigo a esle respeito.
254, LUIZ

309-26." Luis ele Camoens SO'18tle. I-XXVII. Probe emel' l'el'deutschllng von
Wilhelm Storelc. Miinstel' E. C. BI'unn's Vedag. 1877. 8.° de 32 pago innume·
radas.

~ 10-27." L1ti.. Camopns POI'tugals groster Dichtel' gest, 1579. Eine Fest$c1il'i(t
ZUI' Gediichnilc(eier eler 300"ell Wiederte/w seines 1'oc/e~i(llwes. Von DI'. Robert Avé·
Lallernant, Leipzig. Vel'lag von Hermann Soltz. 1879. 8,0 gr. de 55 pago
É um estudo relaliro a Camões e ás suas obras e especialmente ao immor,
tal poema. O capitulo III inlitula-se os Lusiadas (pag. 24, a 55),

'1:'
,., *
3H-28." Die Lusiaden. Epos in 'telm gesàngen von Luis de Camões. Aus
dem Portugiesischen, mit /witischell, historisehen, geographischen vn~t mytll%gi-
se/um Noten von DI'; A. E. Wollheim da Fonseea. (Os Ltlsiadas. Epopeia em dez
cantos, de Luiz de Camões. Vertido do por'lugupz rom annolaçõts crilicas, hi lari·
L:as, geographicas e myLhologicas, por ... ) Leipzig, 'Dl'uck ltnd Verlag von Philipp
Beelam jttn. 8. 0 peq. de 300 pago
Não lem data. No fim do prologo, que é um resunlo da vida de Camões,
com a assignalura de W. de F., lê-oe a dala de Berlim, oulubro 1.879. A lra-
dUL:ção e em verso, sem argumentos, e acompanhada de nolas.

*
* *
312-29." Luis de Camoens. Sammtliche GecUchte. Zum el'sten Male deu/5ch
von Wilhelm Storclr. (Obras completas de Luiz de Camões pela primeiI'U vez 1)li-
bl'ieadas cm altemúo pOI' . ..)
Este é olilulo geral que acompanba em rosto dislinclo cada um dos cinco
tomos em que se divide a collecção do sr, Guilherme Slol'ck, um dos nlaior~~en­
thusiaslas das glorias do ellregio poela. A publicaçã(l, 1'/11 q(le o labllriMo Lrllllu·
clor colligiu retocados alguns dos seus anlcl'iol'~s tr;lbalhos, fez-se pela ordem
que ,'ae mehcionada, sendo a impressão nilida e em 10m papel;
Tomo I:

Luis' de Camoens. B~!ch der LiedpI' und Bde(e zum prsten Male c/eutsrh von
Vi'ilhelm Stm'c/•. Padl'1'bol'n. Dnlc/r und Vedag 'Von FpI'dinond Schonniyh. 1880,
8,0 de XX1X 4,08 pago Tem dedicaloria 110 1'. JOllquilll de VasconceJlos e á sr." D. Ca-
rolina ,Vlichaelis de Vasconcellos.
Contém; inll'oducÇão com a data de Münster, 9 outuhro. 1874, (pag, VII a XI);
índice (pag. XII a XVII); relação dos livros consulLados (pag. HIll a XXIlI); va·
rias cartas (pag. 1. a 34,2) ; notas (pag. 34,3 a 4,Otl).
DE CAMÕES 255

No prologo c1'este primeiro tomo, o sr. Storck expõe o plano e n'eJle es-
creve o seguinte (pag. VI) :
"Aus den Lu iaden gewinnen wir von Camoens kein allseitiges BiJd; lernen
dor LvorZ1lgswei P. den pa triol ischen anger. Knnnen unrl bewundern; den ~len chen
Camoen~, wie er leiute und- lebte, in Lu~t und Liehe oder in Gram und Groll;
das I\illd seiner Zr.il in GlanlJPn und Wi sen, in Wiil.nen unu ,Vollen, uen
gewandlen Cavalier in den Abendge ellschaflen hei Hofe; rlen verwel!"enen Hau·
dPgen im Iirei e der Allersgeno, en; den lapferen Krjeger zu Land und ee;
deli uner. chi okellPn Abenleurer, in dessen L~brn Europa, Africa uni! Asien ich
thpilen; den frinfühligen Beouachter der Natur und des Leben ; den selb Ihewus-
sten und bl'ri.ihnllen, aber díirfti~en ulid unj.(llicklichen Jüngling lllld Mann; Kurz
deu ganzen Mensrhen, wie Schicksal und Verschuldung sein Gemülh bewegen
und erregen den wir in seinen Gedichlen ... lJ
A tradução liberrima do bello trecho, que transcrevi acima, é esta:
"Nos Lusíadas não eslá o quaríro completo de Camões. N'e se poema apren·
demo a conhecer e a admirar de preferencia o canlor palrioliro; porém Camões co-
mo homem com a sua' alegrias e com o seus aJleclos ou paixõe , com a slla Iri·
teza e com o seus odio~,o filho da ua epocha, na crença e no aber, no pell anlento
e na vonlade o mais delicado cortezão nas reuniões da r.ôl·te, a espada temera-
ria entre o' seus conlpanheiros, o guerr iro valoroso em [erra e no mar, o aven·
tureiro audaz, cuja vida se dividiu pela Europa, pela Africa e peja Asia; o ob·
mador per pic:1z da natureza e da vida; o galã e homem conhecedor do que
valia e da sua elebridade, ma ambicioso e infeliz; emfim, o homem na pujança
da virilidade, cujo erro e faltas commoviam e excitavam o seu animo, - tal
como era, só e unicamente o podemos ver nas sua rima.lJ
Tomo II:

Luis' de Camoens Btteh deI" SOl!e/te. Deutsch von Wilhelm lOl"ck. Paderbor1!.
Drllck lmd Ver/ng von Fel'dinand Schóningh. 1880. b.o de xXXI-439 pago É dedi-
cado a licolau Delius.

Contém: prologo (pag. VIl a IX); indice (pag. vm a XXVI); sonetos (pag. i
a 358); e notas (pag. 359 a 1~39)

Tomo m:
Luis' de Camoens Buch del- Elegíen, Seslinen, Oden tlnd Oclaven. Zum et·slen
Mole deulsch von Wilhelm Slorck. Nebst einel· Bei/age: Camoens in Deut chland.
Podel'bom. Druck und Verlag t'on Fet-dinand chõningh. 1881. 8.° de xVI-4:J6 pago
É dedicado aos srs. Theophilo Braga e Francisco Adolpbo Coelbo.

Contém: prologo (pag. VII a IX); indice (pag-. XI a XVI); livro das elej.!ias
(pag. l. a il17); livro nas sextinas (l.49 a l.62) ; li\'l"o da odes (pag. l.63 a 20~);
das oitava (pag. 211 a 256); nota (pag 257 a 434). N'e le tomo vem reprodUZido
com modi(jlla~lão o folbeto com memorativo publicado em 1879.

Tomo IV.

Luís' de Camoens. Buch der Canzonen und Idy/len. Deutsch lJOn Wílhelm
tore/c. Zweite Venl!ehrle Âtlflage. Padel·bom. Dt"lICk llnd Vedag von Ferdinand
Schõningh. 1882. 8,° de xm-442 pago É dedicado ao sr. vi conde de Juromenba.
256 LUlZ

Contém: prologo (pag. Vil a ]X); indices (paA'. x a XIIJ); livro das cançóe
(pag. 1 a i03); livro dos idyllias (pag. i05 a 305); notas (pag. 307 a M2).
Tomo v:
Luis de Cmnoens. Die Lusiaden. Deutsch von Wilhelm Sto,.c/;. D1'111:k tmd
Verlag von Ferdhwnd Schõningh. .1883. 8.' de vllI-526 pago p. mais 2 innunmadas
do catalogo dos livros do edilor. E dedicarlo pelo sr. Storck a seus fallecidos paes.
Frunz Storrk e Maria Catharina geb. Hi:iynck, como testemunho de profundo
amor.
Conteril: prologo, datado de Münsler, a. 5 de julho 1883 (pag. 1 a 376); e
notas (pag. 377 a 526).
No prologo do tomo v dá o sr. Storck a. eguinle expljcação (pag. vn):
"Manches Buch wi\l eine empfindliche ,",ück.e au fUllen oder einem dringen-
den Bedlirfnisse abhelfen. Mil so verlockcnrlen Reden arlen knnn ich der deul-
5chen Le. ewelt meine Arbeit nicht I'orlegen. Von einer Lücke wird der Nichtken·
!ler der Lusiaden wahrRcheinlich nicbt ver pürl haben, unel dem Beuürfnisse
kam bi5her ein halbes Dllt;!erul Verdeutschungen enlgef(en. Mein Be lreben war
einzig daranfgerichtel, ai Ubersetzer dcn Renoem der Camoens' schen Muse zu
genügen und ihre Liehhaber zu befriedigen. Jl
Traduzirei, tambem com liberdade, esle periodo do modo eguinte:
"Muitos livros vem preencher uma lacuna en iveJ Oll ati fazer uma nece -
sidade imperiosa. Com phra es insinuantes não pos o sllbmeller o meu trabalhO
ao commum dos leilores allemães. As pessoas, que não conhecem os Ltlsirlllol,
mio têem cp,l'lamenle reconhecido tal iacllna; e, pelo que respeita á necessidade
imperiosa, ou urgenle, mllilo menos, pois que exisleJll meia dllzia de ver óe
a\lemãs. Os meus esforços, pai, corno traduclor (oram dirigido .ob o ponlo
de vista de satisfazer os conhecedore da mU'a de Camõe II contentar os que
a amam.»
o tomo II[ tem um supplemenlo. N'elle declara o sr. Storck que e te lraha·
lho o colleccionoll no discorrer de muitos annos e primitivamenle deslinado:l
annolaçôes da elegia VIII de Call1ÕeR; que ;IS compozera em primeiro lo"ar para
serem utili adas nas Ob"as de Camões, cuja edição e lava a cargo do sr. ri. conde
de Jllromenha; qllB d pois, sendo alteradas e allgll1entadas, resolvêra publical-a
como hOlJ1enagenl á memoria do egregio poeta no seu lricentenaáo, na "Lillerallll'n
comparatiya» de Brassai e Melizl.
'o Anntlario da sociedade nacional camoniana ('1881), de pago 221 a 305 pu'
blicou o sr. conde de Samodães um extenso e notavel esludo crilico ácerca da
,'ersiio do sr. profe SOl' Storck, especialmente referida ao primeiro lomo. Ahi
se lê:
"A maior novidade que nos trouxe o lrabalho da SI'. Storck foi uma traduc·
ção completa em allemão dc toelas as obras conhecida' de Luiz de Camões ...
Não havia cornpilaçiío d'esta natureza em lingua algllfua eslrangeira á nossa, Coubro
ao sr. Slorck a honra de ler emprehendido, Icvado a cablJ e publicado lrabalho
ele tão gl'ill1de tomo, altamente difficil e conscienciosanlenle desempenbado, Para se
con eguir este quasi lemerario intento, misler foi que o emprehendedor conhecesse
complelamente os e panloso recursos da lingua da versão, aquelJa d'onde.s.e fez
o lraslado, e livesse á mão uma collecção valiosa de commentac\ores para auxillal· o.
DE CAMÕES 257

.Ainda isto n~o bastava; podia o traductor manejar magistralmente a lingua


materna, conhecer perfeitamente a estrangeira, que lhe era original, dominar su-
periormente todos ús commentadores, e não poder todavia desempenhar-se con-
yenientemente do seu proposito.
«Para interpretar um poeta dos quilates de Camões, e trasladar pua uma
lingua tão dissimilhante do original, como é a allemã, tantas e tão variadas pro-
ducções poeticas, como as d'elle, não em prosa corrente, dando apenas idéa do
pen amento, mas sim em verso correcto com a mesma metrificação e rima, sem
addições nem reducções, é indispp.nsavel ser um poeta, quasi igual ao interpreta-
do ...
•. .. Se as obras d'este nosso glorioso compatriota nos excitam o mais pro-
fundo entimento de admiração pelo genio, fieando inebriados pela magnificencia
das descripções, pela elevação dos conceitos e pela seductora eadencia e harmo-
nia da linguagem; a traducção do sr. Storck nos guinda ao respeito pelo talento,
ao espanto pela erudiç.ãO, :i. veneração pela probidade litteraria e á admiraç~o pela
ua paciencia e firmeza de vontade ...
« ••• O Camõe portuguez é aqui a personificação nacional; o Camões alle-
máo, o r. Storck camonisado é uma producção Iitteraria da mai alta importan-
tia, A'lui, em Portugal, a arte esvae· e ante a patria; acolá, na Allemanha, a arte
impera absoluta sem que o coração venha desculpar as imperfeições. . . .
O sr. Storck fez pa sal' o nosso Camões por uma prova real.
II • • •

.Foram necessarios tres seculos pas ados sobre o tumulo do poeta, para que
essa prova decisiva se verificasse. E onde foi elle sujeitar-s~ a exame tão serio?
Foi pr&ci amente no paiz, que mais apto era para presidir-lhe, aquelle que pelo
temperamento de eu habitadores menos se impressiona, que julga por i, sem
lhe importar com juizos alheios, e nunca julga sem exame previo, consciencioso
erigoro amente fundamentado .•• »
*-
* *-

313-30.' Collection Spemann. Die Lttsiadcn von Luis de Camoens. Uebel'setzt


VOII J. J. C. Donnel'. Mit einel' Einleitung von alto von Lcixnel'. Stuttoarl. Vm'lag
ValI P. Spcmann. 8.· de 252 pa~. No ante-rosto lê· e: Deutsche Hand und Haus-
bibliotheh. No ver o do frontisplcio tem: "Alle Recht v01·behalten". Dl'llck deI' HofT-
mallll'shen Buchdruckel'ci iI! St1tttgal't •.
Esta edição não tem data; na vinlJeta, qne foi posta no rosto, está a de
1873; mas informam-me que saiu por !H83.
Vem a ser, salvo erro, a 7." cdiç~o dn.traducç;lo de Donner com um prefacio
de Otlo de Leixner.

*
* *
Versões hollandezas

3i1l<-1.' De Lusiade van Louis Ca,moens; Heldend'icht in x zang1ln. Nael'


het /l-cl1!sch dOaI' Lambm·tus Stoppendaal Pietel'szoon. Te Middelbttrg. Willem Abra-
ha~ls. En te Am.stel'dam, G. Warnan. 1777. 8.· grande de 4, (mnumeradas)-xxIV-
40a pago e :1 innumerada de erratas, Com dez estampas abertas em cobre. O rosto
tem igualmente uma gravura ornamental, de allegoria á fama e ao genio, aberta
em cobre, de enho de C. Kay er e gravura de L. Bras er.
TOMO XIV (S"ppl.) t7
258 LUlZ

Deve ter ante-rosto com o titulo: "De Lusíade van Louis Camoens; Helden.
dicht in x zangen; bevattende de ontdekking deI' Indien dool' de POl"tugeezen. Mel
aentekeningen en het leven des dichten.1J
Este volume contém: dedicaloria em verso a Johan Adriaan van de Perre;
prologo (pag. IV a VII) ; vida de Camões (pag. vrl1 a xvn); idéa dos Lu iada (pag.
XVIII a XXIV) ; o poema traduzido em pro a, com os argumento, e notas de cada
canto.
o exemplar existente na bibliotheca da imprensa nacional, que pMe dizer·se
que possue opulenta camoniana não tem e tampas. O do sr. LlJo. José CarIo Lopes,
do Porto, tambem não a tem.

'1<'
* *
315-2." Nengelingen, dool' 1II.r Willem lJildel'dijk. Te Amstel'dam, By Joilall'
nes Allm·t. ~mCCC[V-~IOCCCVlJI. 8.° gr. lJ, tomos. Eel'st deel de 2 (innumcradas)-
xv[-158 pago e 2 de in(lice; Tweecle deel, de lJ, (innumeradas)-1. 7lJ, pago e 2 de
indice; DCl'Cle c/eel, ele 4 (innumeradas)-1.7lJ, pago e 2 de indice; e Viel'de deel, de
6 (innumeradas)-167 pago
No tomo IV (Vicrde (leel) vem de pago 39 a lJ,8 o episodio de. Tgnez de Caslro
(Ines de Castl'o. Vel'haal.), traduzido em oitavas rimadas, tendo no 11m a data
1808, que corresponde ao anno em que foi impresso o ultimo tomo tl'esta cal·
lecção.
Ha um exemplar na bibliolheca da imprensa nacional de Lisboa.

* * 'li'

Versões polacas

316-'1." Lu~yad(t Kamoensa czyli od1.T!/cie lndyy Wschodnich. Poema 1(' Piés·
niach Dziesieciu Przoklodania. lt' J(I'ol;ovie 1790. 10 Dnl1.·a1'lli Antoniego are-
bla. 8.° de 8 (innumeradas)-351. pau. A impre ão é orriinaria, c.om caraclere roo
mano, corpo 7 redondo, e em papel de inferior qualidade, amarellado. O rosto é
simples e tem no centro uma vinheta allegorica.
Este volume contém: dedicatoria, m ver o, de Jacok de Przybyl ko a Adama
Stanislawa Noruszewicza Biskupa Luckiego (iJ, pago innumeradas) ; o poema, tra·
duzido em verso, com os argumentos em prosa (pag. :l a 328) ; e notas historicas
(pag. 329 a 351). No verso, innumerado, d'esla ultima tem en·atas.
Possuem exemplares, a bibliotheca nacional, a bibliolheca da imprensa na·
cional, e o sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, de Lisboa; e o sr. Joséde
Canto, na ilha de S. Miguel.
"

31.7-2." LlIsiacly albo Portuoal czycy. Epopea L. Canwensa. Tlenvacz cllie


Wiel'szem Dyonizego Piotl·owskiego. AlItog. H. Delahodcle, Bou.logne s/mel'. lJ,.o2 lo-
DE CAMÕES 259

mos de 209 pago e 2-U7 2 pago Nas primeims 29 pago do tomo I encontra-se um
resumo da vida de Camões e analyse de suas obras. Sem data (mas é de i880).
'0 exemplar, existente na bibliotheca nacional de Lisboa, é fac-simile do au-
tographo por meio da Iilhographia. Tem um retrato do traductor, em photoara-
pbia; um retrato de Camões, de enhado á penna, com e ta indicação: "C~pie
dll pOl'tl'ait de Camões du. Britisch l11useUln à London. n'ai~s séveres, la bm'be
blonde couleur dll SI:L{mn». Ora este desenho é uma imitação incorrecta do de
Geral·d.
° traductor justificou o seu brinde á bibliotheca lisbonense com a seguinte
carta, que se vê addicionada ao exemplar:
"Le 2 Janvier 1880.
« t Paul's road ." .). Cumden·town London.
(( MonsieUl' le Directeur de la BiblioLeque nationale de Li bonne.
"Depu i longuetemp j'ai désiré d'envoyer à la Biblioleque de Lisbonne les
Luzyade de Camoen cn ver Polonais de ma trauucLion, mais je n'osais pas
n'ayant per onne de connais ance ou d'introduction -aujourd'hui j'ai lu dans le
G/obe (journal anglais) qu'on propo e de célébrer le centenaire de la mort de Ca-
moiin , le grand Poete porlugais auteur d'ill1ll'1ortelIes Luzyades par une grande
fille nalionale - alor l'occa ion e pl'ésente cYo1frir à la Biblioleque de Lisbou-
ne un cxemplaire auLographié pour aUl{lIlenter la gloire de Camoens -
,de n pellx pas me eontenir de joie en lisanL celte nouvelle, cal' je ne uis
pas seulemnnt le traducLeUl', mai' je uis son admirateur le plus exalté-
. "Vellillez donc mon iellr le DirecLeur accepter de bon creur I'exemplaire cio
joint dans la langue d'un pay le plu óloiané de Li bonne, hélas élfacé de la
Carte Geogl'aphiql1e, mais tOlljoms e perant dan sa nationalité et sa litléra-
tUre-
"Aaréez, ;\lonsieur le Direcleur, I'a mance de me sentiments les plus em-
pressé - Diollisi PiotI'O!l'ski.»
(Accu ez la récéption -v-p)
No verso do rosto elo tomo I tem:
. "orrel't à la biblioteque nationale de Lisbonne par traducteur en Polonais
DLOlli ~ Piolrowski, le 2 Janl'ier i880-
"LabOl' labori labol'em addit.•
No 1'0 lo do tomo li leio por baixo do nome do traductor o seguinte: "SYlIa
01la{rego."
A respeito d'esta I'ersiío veja-se o Bulletin de l'association littémil'e, de se-
lembro de i880.
No exemplar exi tenle na bibliolheca ela impl'en a nacional de Lisboa não
foram collocadas as e tampas, que se vêem na acima indicada. Tem na folha guarda
aseguinte dedic:llol'ia: "fila bibliotlleque de l'imprimerie nationale de Lisbonne. En
SOllveni,' ele l'hospitalité portugaise. Lad1:slas MickiewieIVich. PaI'is, 29 Janviel'
1881."

No cataloao manuscripto da camoniana da me ma imprensa, leio a seguinte


nota: "Consta"que da edição d'este livro se tiraram só 30 ou 40 exemplares.
260 LUIZ

o nosso exemplar tem o orrerecimento autographo, assignado pelo traductor, ao


cavalheiro que o dedicou á imprensa nacionaJ."

* * ..
Versões suecas
3:1.8-:1.' LusiadéÍ'ne. Hjeltedikt ar Luís de Camoens. Orvel'saettmng /i'ün
O"iginalet pa dess versslag ar Carl Julius Lenstt·oem. Foersta Sangen. 8.° gr, de
2 innumeradas-22 pago Tem no fim: "Upsala, Letrle,' Sebell, 1838».
É a traducção em verso do primeiro canto dos 'Lusíadas.

Existe um exemplar, incompleto, na bibliotheca nacional de Lisboa.

*
.. If

3:l9-2." Lusíademe Hjeltedikt ar Luis de Camoens. orversatt fi'iin POl'tugisis·


kan, I originalets Vet'sronn ar Nils Lovén. Stoekolm, t1'yekt hos L. J. Hjerta 1839.
n.o de 6 innumeradas-22i-xVI pago
O poema, traduzido em verso, corre de pago i a 224. As outras i6 pago (I a
XVI) contêem as notas.
*
'*' '*'
320-3.- Lusiaderne. Hjeltedikt ar Luis de Camoens. O{vel'satt rt·an PortllQis.
kan, I Ol'i,qinalets Vel'SrOnn, ar Nils Lovén. Andm omarbetade oeh nled de f.!jl'a mia
s'àngerna t'Íllõkta upplagan.- Lund, !l'yekt plL C. W. K. Gleel'ups Fot'lag, uti Ber·
lingska Boktt·yekel·iet. 1852. 1.2.0 de 2-1V-406 pago
Esta é' a segunda edição da versão de Nils Lovén. Impressão niLida e em bom
papel.
O poema vae até pago 374. De pago 375 até o fim correm as notas.
El-Rei D. Fernando possuía, lia sua bibliotheca, um exemplar ricamenteen·
cadernado em velllldo, com dourados.
Na bibliotheca da imprensa nacional de Lisboa existem dois exemplares.

*
* *
Versão dinamarqueza

32i. Luis de Camoens's Lusiade, ovel'sat ar det Portugisiske ved H. V.


Lundbye, rorlumvaJl'ende Consnlatsecretai'l' og Chargé d' Atraires i Ttmis. Kjobenhavell
DE CAMÕES 26i

Trykt hos N. G. F. Clwistensens Enke.1828-1830. 8.· 2 tomos de xx-21':2 pago


e2-2i4 pago A impre ão é má, e em papel amarellado de iuferior qualidade.:No
rosto do tomo I e tá a data de i828, e no do tomo li a de 1830.
O tomo I contém: o prologo (pag. l i a VI); a biographia de Camões (pag.
a xx) ; e os cantos r a v do poema, traduzidos em verso, sendo cada canto
1'1I
acompanhado de notas. O tomo II eomprehende os cantos VI a x, com as"notas,
Pos uem exemplares, em Lisboa, os srs. Fernando Palha e Antonio Augusto
de Carvalho Monteiro; e na ilha de S. Miguel o sr. José do Canto. -

*
* *
322-2.' Episodio de Ignez de Castro por Guldberg.- A respeito d'esta versão
veja·se Juromenha, tomo r, pago 299; e Innocencio, tomo v, pago 276.

*
* *
Versões hungaras

323-L" A ümáda Camoenstõl. FOI'ditotta Gl-eguss Gyula Kiadta a Kisfala-


dytársaság. Pest. Nyomatott Emich (}usztav magy, Akad NlJomdasznál. WlCCCLXV.
8.' de xXXl-44!J pago e no verso da ultimo as notas.
Contém: a introducção e breve noticia do poeta e dos Lusiadas (pag. -m a
UXI); o poema, traduziJo em verso (pag. i a 376); e notas (pag. 'J77 a 41.l.9).
O exemplar existente na bibliotheca nacional de Lisboa foi olferecido em
l.872 pelo sr. Aogu te Gregus , irmão do traduclor, a Francisco Adolpho de Var-
nha~en (depois visconde de Porto Se~uro, já falleeidoj, então ministro plenipo-
lellcl3l'io do Brazil lia Auslria-HungrIa; e por elle oíferecido á mesma bibliolhe-
ca, junlando-lhe uma prova da segunda ediçãO, que se estava imprimindo, e que
em seguida menciono. O tI'aductor tinha morrido em 1869.
A bibliolheca da impren a nacional tem um exemplar offerecido pejo sr. con-
~elheiroFirmo Augusto Pereira Marécos, que foi administrador geral da mesma
Imprensa, que o recebêra em brinde do sr. Gerschey.

*
* *
. 324-2." Camoens Lusiádája. FOI'dittota S berezetéssel és jegyzetekkel fólvilá.
gontotla G1'eguss Giula. lJlá$odikt kiadás, Budapest: Az AthenalJU1I! Tulajdolla.
1.874. 8.· pequeno de 4 (inuumeradas)-378 pago e mais i de errata. Impressão ni-
lida e em papel claro e assetinado. No verso do rosto: cc Budapesth, 1874, Nyo-
matott az Athenaewln nyomdájában.»
. ~ a segunda edição da antecedente (n.· 3:l2-L"). Contém: introducção e
nalicla de Camões e dos Lusiadas (pag. i a 36) ; o poema, traduzido em verso
(pag. 37 a 3i9) ; e notas (pag. 32i a 378).
262 LUlZ

*
* *
Versões russas
325-1." Da primeira versão no idioma moscovita, dou em seguida a amos-
tra do rosto: .

. JIY3rn,n;A,
IIPOJ2flIECRAB:

II09MA

JIY,II;OBl2lliA KAMOEHCA.

gacm'b I.

IIepeBe.n;erra C'I> Wpa.BIJ;y3CKal'O .n;e


JIa-rapnoBa nepeBo;n;y

MO CKBA,

B1> TlllIorpacPÍlI KOMITaHÍ.E: TlllIOrpa4J>H'leCKOíf


C1> YKaBHaro ,u;OBBOJIeIllir.

17 8 8
A versão d'este rosto é: Lusíada, poema hel'oico de L~!iz de Camões, tl'adl~­
zida da versão {mnceza de La Harpe POl- Alexandre Dmitrief. Tomo r. Mascava,
imprensa da sociedade typographica, Com a licença legal. 1788.
É extraordinariamente rara esta edição, suppõe-se que por ter sido ince~'
diad'o o deposito em que existiam os exemplares em Moscova. A adminjsll'açaO
da imprensa nacional rle Lisboa, quando fez a sua segunda edição polyglotta ~111
1873, serviu-se de um exemplar que o ministerio dos negocios estrallgeiros man-
dou pedir emprestado á bibliotbeca imperial de S. Peterburgo.
O sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, ao cabo de constantes dili~eu·
cias, alcançou um, e d'este, por benevolencia do possuidor, me servi para a HI1I-
ação do rosto, que dou acima.
DE CAMÕES ~63

*
* *
326-2." Episodio de D. Jgnez de Castro. Moscova. 1833.- É a versão de
Thrzlia~olf: que, segundo é. notaria, tinha preparado uma traducção completa
dcs LztSladas, da qual todaVIa não deu á luz senão alguns fragmentos.

'ir
* *
~27-3.· Episod'ios da 1Jal·tida dç Vasco da Gama e de D: Igne:; de Casl?'o'
Foram publicados na Cl'estomatia de Filonof, de S. Peter burgo, em i86~.

*
* *
Versão bohemia
328 Episodio de 'Qnez de Castl'o, traduzido do canto III dos Lusiadas. Vem
esta verlão no livro Casopís Ceského lI1uscltln. Desáty' Rocnjk. Swazék pnvnj.
W Praz6 Nakladem Ceského Museum 1836. 8.° de tU pago
. Cont~m cste volumc dez peças ou capitulas de diversos assumptos, alem do
addltamelto de numeração separada. A segunda peça é o episodio sob o titulo:
Ignacia d6 Castl'o. Episoda :; Camoensowy Lusiady. Dd Bog. Pichla, Zpêw III lO.
118-136.• Vae de pago 6 a :1.2.

A bibliotheca da imprensa nacional possue um exemplar.

*
* *
Versão arabe

329. Alg).lIlas estrophes dos Lusiadas. POI· J. Pel'eil'a Leite Netto.

Vem esta versão no Annuw'io da sociedade nacional camoniana, do Porto,


de pago 25 a 39. Comprehende duas oitavas do canto I, uma do canto n, uma do
canto Ill, uma do canto IV, uma do canto v duas do canto VI, duas do canto vrr.
uma do canto vm, duas do canto IX, e uma do canto X, tendo de um lado o texlo
original e do outro a traducção com os caracteres proprios.

A composiçio d'este trecho (lA, folhas em lJ,.0), foi feita na imprensa nacional
pelo typographo José Antonio Dias Coelho, habilitado desde muito annos para
esta especialidade de trabalhos em linguas orienlaes.

. O original d'esta versão de Leite Nelto, já fallecido, pertence hoje ao sr. AD-
tOOlO Augusto de CarvallJO Monteiro.
LUIZ

,.
*" *
Edições polyglottas

330-L' Ignez de Castt·o. Episoclio extl'aMdo do cauto tel'ceiro do poema epco


Os Lusíadas de Luiz de Camões. Ediçiio em pol'tngue:::, hes]JlInhol, italiano, {t·m·
cez, inglez e allemiio. Lisboa, bnpl'ensa nacional. 1862. Folio pequeno de ;j6 plg.
innumeradas. Com o retraIo de Camões (imitado do de Gérard), gravura em crore
de Joaquim Pellro de Sousa; e o retrato de Ignez de Castro (em madeira),de·
senho de Fonseca e gravura de Coelho Junior; e umá vista da quinta JasLa·
grimas e Fonte dos Amores, em Coimbra (tambem em madeira), desenho deNo·
gueira da Silva, gravura de João Pedrozo.

A edição é mui nitida, luxuosa e em papel superior. Todas as paginas gtarne·


cidas com filetes a duas eôres, azul e oiro; e as capas com fundo de phantruia Iy.
pographica e guarnição de vinhetas de combinação impressas a quatro côre;. Este
livrinho está exhausto desde muito, difIicilmente se encontra no merGldo, e
quando apparece em algum leilão tem numerosas aprecia~ões por preço alo.

A versão hespanhola é de D. Lamberto Gil; a italiana, de A. Bric.lani; a


franceza, de Florian; a ingleza, de Ed. Quillinan, e a allemã de Donner.

No leilão de Minllava um exemplar foi vendido por 7~:lOO réis pra o sr.
José do Canto.

*
* *
33i-2.· I,qnez de Cast1'o, episodio ext1'llhido do canto tel'Ceil'o do Joema, epico
Os Lusíadas de Luiz de Camões. Ediçúo em quatorze linguas. Lisboc, Impl'C1lsa
nacional. 1873. FoI. peq. de 88 pago innumeradas com o retrato de Glmõe , gra-
vado por Joaquim Pedro de Sousa, conforme serviu na edição de f8'2.

EdiçãO mui ni tida em papel superior. Todas as paginas guarne~idas com fi·
leles simples; e a capa, com fundo de phantasia typographica, a c1uls cOres. Fez·
se com tal primor, para. ser apresentado, com outros especímens da.imprensa na:
cional de Lisboa, na exposiçãO universal de Vienna de Austria, em i873, e la
mereceu a attenç:io e o elogio dos entendidos.

Em alguns exemplares, que foram orrerecidos no mesmo anno e no seguint~


pela administração superior de tão importante estabeleeimento typographico, fOI
mandado imprimir, em folha separada e a tinIa azul, o nome da pessolt ou do es·
tabelecimento de instrucção, ou industrial, a que eram destinados, com a corres-
pondente data.

As versões aproveitadas foram: latina, de D. fl'. Thomé de Faria; hespa·


nhola, de D. Lamberia Gil; ilalialla, de Felice Belloti; franceza, cio duque de Pai-
mella; ingleza, de Ed. Quillinan; allemã, de Donner; hollandeza, de W. Bilder-
djik; sueca, de Nils Lovén; dinamarqueza, de W. V. Lundbye; hungara, de ~re'
guss Gyula; bohemia, incompleta, de Bog. Pichla; polaca, de J. Przybylskl; e
russa, de Alexandre Dmilrief.
DE CAMÕES 265

*"
*" *
332-3.' Jgnez de Castro. Episodio extrahido do canto terceiro do poema
epico Os Lusiadas de Luiz de Camões. EdiçtÍo em quinze linguas. Lisboa. lmpren-
la llQciollal1880. FoI. peq. de 92 pago innurneradas.

EdiçãO tão nitida e luxuosa, como as anteriores. As paginas guarnecidas com


filetes simples, a encarnado. As capas, com fundo de phantasia, e guaTllição de
filetes dupla, a tres cores. N'esse fundo, simulando letras de agua, I'-se" Tricen-
tellm-io de Camões 10 junho 1880.))
As versões aproveitadas para esta nova ediç.ão foram: a latina, de.fr. Fran-
ci co de Santo Agoslinho Macedo; a Iie panhola, do conde de Chesle; a italia-
na, de Felice BelloU; a franceza do duque de Palmella; a ingleza, de Ed. Quilli-
nan; a allemã de Donner; a hollandeza, de W. Bilderdjik, a sueca, de ils Lo-
véo; a dinamarqueza, de " . V. Lundbye; a hungara, de Greguss Gyula; a bo-
hemia, de B. Pichla: a polaca, de J. Przybylski; a rus a, de Alex. Omitrief;
ea romaica, de Jon Dánu.
No fim da labella que indica as lraducções, lê-se a seguinle nota:
"Não consla que exista em algum outro idioma lraducção, malluscripta ou
impressa, d'esle famoso episodio do immorlal poema do canlor do Gama .•

*
* *
333-~.· Jgne;; de Castro. Epísodio, ex/mhído do canto terce;,'o do poema
rpico Os Lttsiadas de Ltti;; de Camúes. Edirün em sete lil1guas. Lisboa, lmp"ensa
lIaciolla/. 1880. 51 pago
O formato é, no papel de 7i millimelros de altura por 5q, de largura; e na
composição figurada de q,8 Olillimelros de altura por 30 de largura. O rosto é a
côres, preto e encarnado. Todas as pagiuas guarnecidas com filetes simples, im-
pres os a encarnado. Nas duas ultimas pal(inas vêem-se duas graciosas reproduc-
çôes do frontispicio e da licença da primeira edição dos Lusiadas, 1572.
E, portanto, uma Hei e inlel'essante reproducção microscopica, feita pelos
proce sos photo-lilhographicos na mesma imprensa pelo habil gravallor e pho-
tographo, sr. Cosmr.lIi; e da qual se tiraram poucos exemplares, inutilisando-se
em seguida as chapas. Alguns d'esses exemplares foram oll"erecidos a Sua Mages-
lade EI·Rei o Sr. D. Luiz, e a Sua Magestade a Rainha, Senhora D. Maria Pia,
que os dl'u de sua mão a diversas pessoas da cOrte.
As versões, que figuram n'este livrinho, são: a Jalin!! de /r.. Francisco ~e
Sanlo Agostinho Macedo; a hespanhola, de D. La!'l1berto GIl; a llalia~a! de Feli-
ce Belloti; a franceza, do duque de Palmella; a wgleza, de Ed. QUlllwan; e a
allemã, de Donner.

* * '1('

33~-5.· 'l'he Financial and 1IIel'ca71l'i/e Gazette. Lisbon 1880.


266 LUIZ

Em o numero d'este periodico, que saiu em i de junho, encontra-se o Epi.


sadio de 19nez de Castro, em portllguez, hespanhol, italiano, franoez, inglez e
latim.
*
* *
335-6." Florilegio de bibliophilos. Alma litinha gentil. Lisboa, typogl'aphia
Elzeveriana. An1w Cr.:J.I:JXXX.LXXXVI. 4:.° de 50 pago e mais i innumerada com.a
declaração do impressor.
A edição foi apenas de 200 exemplares numerados e rubricaclos pelo editor
sr. Alfredo de Carvalbo (typographo), e pelo auctor da carta preambular o r. Xavier
da Cunha (medico, escriptor, e ao presente con ervador na bibliotheca nacional
de Lisboa). A tiragem é nitida e luxuosa, sendo as paginas guarnecidas de vinhelas
de phantasia, impressas a duas cOre, azul e hi tre.
Esta publicaçãO, mui intere sante pela idéa e pela execução, contém trinlA
e nove vezes o soneto completo
Alma minha gentil, que te partiste

e Ires vezes (pag. 25, 26 e 27) as variantes dos tercetos das versões italianas do
reverendo Prospero Peragallo.
Abre o livro com uma carla do sr. Xavier da Cunha ao edilor (pag. 5 a 7)'
com a letra capital a vermelho; segue· se o soneto de Camões e o mesmo saneIo'
segundo a copia do manuscripto de Luiz Franco; e depois as versões pela se·
guinte ordem: em mirandez, castelhano (duas), gallego (duas), italiano (nove,
alem de tres variantes dos tercetos); reggilano, siciliano, bolonhez, veneziano,
milanez, genovez, catalão, francez (h'es), joglez (cinco), allemáes (cinco), vaso
cooço e gheez. a ultima pagina innumerada vem a declaração do impressor e
editor, de que esta edição entrára no prélo no dia 8 de junho de :1.886 em c0!Il'
memuração da entrada, seis antes antes, dos o sos do egTegio poeta no mosteiro
de Belem.
Cheguei a uma das partes igualmente difficeis de se vencerem
na bibliographia camoniana: é a que trata das obras referentes a Ca-
mõe . Existem obras, como a essencialmente biograpbicas e criti-
cas, que hão de entrar sem contestal,;ão n'e ta monograpbias: exis-
tem outras, porém a respeito das quaes se levantam duvidas, que
muitas pessoa illustradas e eruditas julgam bem fundadas.
Formei esta parte não me enco tando inteiramente á opinião dos
que as limitam, restringindo-as em demasia; nem afastando-me sys-
tematicamente do que encontram nas maisimples e insignificantes
referencias manifestações camoniana apreciavei .
Abibliographia feita para uso particular de qualquer, pMe obe-
decer a e es caprichos e phantasia. ão haverá n'is o que estra-
nhar. Ma a que se destina ao uso dos estudiosos, tem outras nor-
mas e respon abilidades.
Con ervei-me por i' o aqui em meio termo. Nem fui avaro nem
prodigo. Colligi dezenas de obra que se me representam umas in-
dispensaveis, outra insubstituiveis, e outras necessaria , para o
apparato de que deve cercar- e 'a nbm monumental de Camões, em
harmonia com a sua importancia e com a sua sublimidade. Será tam-
bem mais um te temunho, aos olhos dos estranhos, do valor e da
fama do egregio poeta. Creei uma especie de barreira, e n'ella me
parece que devo ficar. Corrijam-me os que julgarem que ainda assim
me excedi. Façam os a re centamentos que entenderem convenien-
tes, os que sllpponham que não alcancei os seus ideaes. Como todas
as obras dos homens têem defeitos, sati fazer-me-ha que apraza á
critica jlllgar que este é o menor.
Dividi esta parte em sei ecções :
J. Obras relativas a Camões, biographicas, criticas e de simples
analyses e referencias; ,
II. Tbeatro, manifestações dramaticas em que haja figurado o
poeta, ou em cuja contex tura seja evidente a influencia dos Lusiadas,
ou dos seus mais divulgados epi odios;
m. Parodias, impre sas; .
IV. Musica;
V. Manuscriptos; ,_
VI. Bibliographia (indicação de fontes para o estudo elas ediçoes,
eque me serviram de guia).
1

Obras relativas a Camões

Biographicas, criticas e ele sixnples analyses e referencias

De auctores portuguezes

336-{.a Historia da p'I'ovincia Súcta C?'!~z a 'lue vulgm'mente chamamos Bra-


il feita paI' Pera dp. il1agalhües de Gandauo, di1'igida ao muito IUs." Slíl·. Dom
Leonis. P." governado'l' que (ai de Malaca ~ das ma'is partes do sul na India. li,.o
de ~8 folhas numeradas só pela frenle, com unJa estampa separada, e uma gra-
vurmha no texto á cabeça do capitulo XII, verso da folha 37.-Tem no fim:
.11Ilpresso em Lisboa, na oflicina de Antonio GOllsal'/tez. AnilO de 1576».
Contem de folhas 2 a li, verso: Tercetos de Luiz de Camões e um Soneto do
mesmo auctor.
Os tercetos começam:
Depois que Magalhaes teue tecida
A breve historia sua que illustrassp.,
A terra Sancta Cruz pouco sabida.
E acabam:
Porque so de nam ser fal1orecido
Um claro espirito, fica baixo &. escuro,
E eja elle com vosco defendido,
Cumo o foy de Malaca o fraco muro,
U soneto começa:
Vos Nimpbas da Gangetica espessura,
Cantay suavemente em voz sonora.
E acaba:
Pois ô Nimphas cantay que claramente
:Mais do que fez Leonidas em Grecia
O nobre Leonis fez em Malaca.
Na bibliolheca do Escurial existe uma copia manuscripta d'esta Descripção.
A bibliotheca nacional possue um exemplar bem conservado.
DE CAMÕES 270

'*
'* '*
337-2." Lusitania tmns{OI"mada composta paI" Ferl1LÍo Alv01'es do Ori~nte,
dirigida ao i/lllst1'issimo e 71Iui e.'J:ce/lente senhol' D. Migllel de i1fene:;:;es, marquez
de Vil/a Real. conde de Alcot~tim e de Valença> senhol" de Almeida, capitão e90'
venuzelor de Cento., Com licença do supremo conselho. da Santa Inquisição e do 01"
dinal'io. Impl'essa em Lisboa P01" L1â;; Estu1Jinam, Anno 1607.

Tem referencias a Camões, e pecialmente na prosa x do livro J.

'*'
'* *
338-3," Disc1I1'sos v(wios politicas 1J01" ilIanuel Sevel'im de Fm"ia. Em Evoru,
lmpl"eSSOS 1101' Jl'Ja,nuel de Cal'valho, 11npl'e Sal' da Vniversidade, 1624. 8.° de U
innumeradas-'18õ folhas com o j'etrato de Camões,

Contém a vida de Camões, de folhas 87 a '137, É a mais antiga, e a mais


desenvolvida, depo'is da de Pedro de Mariz, Do retrato, o primeiro que se CO,
nhece, é o que mandei reproduzir, e vae em frente,

*
'* '*
339-4,· Val'ias antigvidades de Portvgal, Avtol' Gaspar Estaço, Com licença
da S. InqltisiçLÍo, Grdmario, & Paço. Em Lisboa. PaI' Pedro Cl'asbeel'k Impressor'
del Rey. bt/lO Viii. M,OC.XXI', 4.° de 12 (innumerada )-332 pago e mai 21j, innu·
meradas de indice,

.1.0 capitulo xxm, n,· 7, refere- e a ,camões, louvando o seu poema n'e la
palavra :

( A façanha de dom Egas Moniz feita nam com a lança, mas com a pru~en­
cia, gouernadora das mais virtudes, n'este lieu eclyp e fora entida, e de eJada
dos curio os, senam fora o -poeta Luis de Camoês, que com seu bO juizo, e. cu-
riosa eJeioam recolheo de no sas historias as pedras preciosas de mais estuua,
pera cõ elIas honrar a obra do seus Lu iadas ' , .•

'*
* '*
34:0-5.· Gigantomachia de Manvel ele Gallegos a don Antonio ele 1I1ellezes ell
Lisboa paI' Pedl'o Cmsbeeck. an, 1626. /*,0 .

No fim do preludio (folha 9 verso) escreve o aucto!':

« Yo reparto el exerci lo de los gigantes en lres esquadrones, vno, que con'


DE CAMÔI1S

~l1ista el cielo, otro el mar, oIro el inflemo, y la razon es porque siao a Luis de
Gamoes, el qual, quando habla Dama tor dize: "
Chameyme D:llnastor, & fui na guerra
Contra o que vibra o rayos de Vulcano:
Naõ pu e e serra obre SI!I'I'a,
Mas conqui tando a ondas do Oceano
Fuy Capitão do mar adonde andaua
A armada de Jeptuno que eu bu caua.

*
* *
3lJ,1-6." Os Campos Elysios da 10am N1}/les P"eira. 0lTerecidos ao senhol' Luis
Correa, AMaela da 19l'eja ~ Mostai,'o de Lonlallo, Doutor eln os sagmdos Canones,
r Mestre em ATtes pela Vnivarsidade de Coimbra. Com todas os licenças necessa-
rias. lIlI1JraSSOs no Porto. Por loaõ Rodl'igue:::;. Anno 1626.8.° grande de i2 (innu-
merada )-32lJ, pago
! o Ial'dim teJ'ceú'o, (le pago 82 a 85 vem glosada de duas fórmas o pri-
meiro quarteto do oneto ele Camões:
Lembranças audo as se cuydais
A que se segue (de pago 85 para 86) um elogio ao egregio poeta:
" ... & começou FJoricio a queixal' e do tempo dizédo, quanto mal Ias a
muitos a ,eJocidade dos annos, que tirou do mundo hUIll engenho tam sublime,
padecêdo todos agora a falta que a lodos 'hega chora esla perda o Tejo, o Gan-
ges e ajunta com elIe no sentimento da perda vniversal que a todos alcança,
pois lambem hOllrrou suas ribeira com sua musica, & a naçam' Portugueza com
ofamoso tylo dos seus Lusiadas. a que ficou alras Bom ro nos Illiado , & Odis-
sea, &: Virgilio na obra heroica dos seus 'Eneidos."
No Ia?'dim octavo, pago 2'17, compara Pelrarcha a Camões, e nota que ambos
erraram em uppor que o grande carlhaginez Annibal tive se amores no jardim
de Cupido, quando parece que fõra elle sempre homem mui morigerado e muito
oecupado nas cousas da guerra.

*
*' *
3lJ,2-7.· Panca"pia, p"osas historicas e titulm'es, e varsos dilTerantes ele va·
rõ~s cal/ocados e iIIustTes da 0l'elell~ da Santissima Trindade e Redempção de ca-
ptlVos, com algumas excel/encias d'alia antes. Lisboa, por Pedro Cmesbeck.
1628. 8.0

i;a pag, :122 traz uma oitava imitativa da primeira dos Lusiadas.

'!(,

* *
3lJ,3-8." Flores da Espaiía excellencias de POI'tvgal. En que bl'euemente se
frala /o mejor ele sus historitls, y de todas las elelmundo desde su principio hasta
!72 LUlZ

nuestros t'iempos, y se destltbl'en muchas cosas nueuas de pl'OVeC11O y ctwiosidad


etc. Por Antonio de Sousa de Macedo, etc. En Lisboa. Con todas las l'icencias lle~
cessarias. Jmp'ressas por Jorge Rodl'iguez. Aiio 1631. ~.o de :l6 (innumeràdas)-~õ2
pag, numeradas só pela frente.
O auclor, corno se sabe, na dedicatoria ao « Reyno de Porlvgal » desculpa.se
de ter escripto esta obra em castelhano d'esle modo.:
« •.• perdonad si dexada la excelente lengua Porluguesa escriuo en la Caso
telhana, ponjue como rny intento es pregonaros por el mundo lodo, he vsado
desla por mas vniuersal, y porque tambien los Porlugueses saben estas excelen·
cias, y assi para ellos no es menesler escriuirlas,» .
Trata de Camões em duas partes do capitulo VIU, DeZ Ingenio, onde na Ex·
celencia. VllI, folhas 6lJ, verso, se lê :
" " . el famoso poeta Luis de Camoés fue siempre en su vida muy estimado
de lodos los caualleros, y ahora lo .es tanIa su fama, que vnos le cantan ~on epi·
gramas, oiros escriuen su vida, algullos le leuantan eslatuas, y todos le reue·
rencian, y si rnientras viuio no fue lan honrado por los Heyes como merecia y
murio pobre, essa no deue imputarse ai Reyno, sino a la Jesgl'acia dei merecer
en lelras, mayormente en poesia, con quien siempre se most.ra la fortuna rigu·
rosa, y auarienta.,. de modo que es tan ordinario ser·los poetas, y mas hombres
de lelras pobres, y poco eslimados, que lo que no es esta, se !.iene pai' marauilla.
Y assi tanto mayor alabança merece Portugal en hazer vna pequelÍa estimacion
de Camoés en su vida, quanto menos le cabia a. el, segun la costurnbre, y mala
fortuna dei arte ser estimado ... "

Na folha 65, lralando da sepultura do poeta:

« , •• si no supieramos de la sepullura de Camoés, todo el müdo fuera suse·


pultura (pues en qualquiera parte dei pensavamos que podia estar) y esta era la
sepultura, que le conuenia, porque no se puede dezir, que cosa tan grande queba
en vn lugar, a lomenos si no su cuerpo, todo el mundo inche su fama.>!

Na Excelencin Xl do mesmo capitulo, folha 68 vel'SO, louva de novo Camões


e oita muitos auclores que o engrandeceram:

« , •• el Principe de los poetas Luis de Camoés, en cuyo respeto podemos


mejor lIamar a Homero, y ViI'gilio pl'imel'os Camoés, que a. Camoés segundo.Ho·
mero, o Virgílio; porque en la imitacion de vna sola ac~ion, en la honeslidad
della, en la vtilidad de su lectura, en la I'ecreacion, acornpai'iada de el'Udicio~, Y
propol'clOn (que san las partes essenclales Jel poema heroico,) que g!UIrdo ~n
sus Lusi.adas I'enció seiíaladamente a Lucano, Silio Italico, Ouidio, Ariosto, ~1~C~O,
y Claudlano, y quando lDucha se le ygualaron Homero entre los Griej"os, Vlrglho,
en.ll'e los Latinos, y Torcato Tasso entre los Italianos ... y si en e poema he·
rOlco se mostl'ó lan estremado, no lo fue menos en las ol.l·as suel'tes de verso, por
lo gual Mal'is le lIama verc/,(Ic!el'o poeta, Lope de Vega, buen testigo en esta ma·
tena le dá el primeI' )oj,!al', y en oulra parte le liamll, Ral'issimo, y otl'a vez Ex'
celente: Hel'nando de I-Iel'l'el'a, que algunos lIarnal'On diuino. a el solo conce~la
yentaja: y el excelente Torcato Tasso conressaua, que.a el solo temia, y se admltó
de ver sus Lusiadas, en cuya alalJança hizo un elegante Soneto: el Maestro [i'ran·
cisco Sanches Brocense alaba su subtil ingenio, doctrina entera, cogniciOl.l de
lenguas, y delicada vena: el Padre Cl'istoual dei Rio le pone entre los m~lores
dei mundo: y lo mismo haze Don Fernan daluia de Castroen la dedicatoJ'J3 de
DE CAMÕE 273

u eleganle Aphorismos: y Christoual Soares de Figueroa le yguala con Ho-


mero: y Homero Lusitano le l1ama Fray Seraphin de Freitas ... ))

Alem d'eslas honrosissima apreciações, por toda a obra se me deparam trechos


ou.referencias aos Lusia.llas, I aes como nas folhas 5 verso, 27 verso, :119 verso,
143 verso, 1. ~(~, 1.57, 1.61 ver~o, 1.62,165 ver 0,172, 1.72 verso, 175 H'r 0,208,210
mo, 2'1R, 224, verso, 232, 232 verso, 239, 2 ~4, verso, 2 ~9, 24,9 Y rso e 251.
I'er o. Na folha 125 verso cita as Rimas a proposito da ave Camão; e na folha
m cita Benilo Caldem pelo que disse na introducçãO li sua versilo dos Lu·
sindas.

o exemplar da Flores de Espalía, que examinei, é o que pertence u])iblio-


lheca nacior.~t; d Li uoa. Era de D. José úe Barbosa que declara no 1'0 lo por le-
Ira sua, que as colas lnarginaes li mão ão aulographas do proprio auctor D. An·
tania de Sou a de Macedo, o que lhe d<i maior valor. Foi por isso que, no tre-
cho acima, ublinhei o voeabulo guardá, que na folha impressa eslá " quando
I'encio Esta emenda foi feita pelo auclor.
l>.

*
* *
34,11-9." Elogio de Poeta Lusitanos a Lope da Vaga. POI' Jacinto Cordeiro.
Lisboa" 1631. g,. o

Tem referencias a Camões.

345-W." Discw'so apologetico sobre a visão do Indo e Ganges que o grande


Llliz de Camões 1'epl'esentolL enl o canto IV dos Lusiada a El·Rei D. Manuel por
Joüo Fm7!co Ba1Teto. (Incclilo)

É re po ta :i cen ura do licenciado lanuel Pires de Almeida, que aggredira


Camãe , chamando·lhe falso na exposiçãO e plagiaria de "\ irgilio no lagar ci-
lada.

E le manu eriplo, atlribuido a Franco Bal'l'elo, e dalado de Coimbra em 1639,


foi pela primeira vez impres o no Annuario da sociedade tJaciollal camoniana
(18B:I), úe pago 176 a 21.3; a que os redactores acrescenlaram uma nola, de pago
2i6 a 220.
Parece que e le discurso deu o xemplo contra o licenciado, pois a eUe se
seguiu, ainda mais energica, a Apologia, de qne se trata .abaixo. João Franco
Barrelo lamuem se referiu a esle ponlo na sua Ol'thog'l'Oplna, pago 208 e 209.

. ~ obra de Manuel Pires de Almeida, a qne respondeu, eram os Comment~.


as Lusiadas, de cuja exislencia em manuscripto apenas se sabe pela mençao
l'IOS
dos hibliogl'aphos, porém que se julgam inteiramente perdidos.

d' ;>ja .bibliolheca da academia real da ciencias exisle uma copia manuscripta
e te di cur o, como adianle menciono.
TOllO XIV (SI/PP/.) iS
27g, LUlZ

*
* *
3g,6-H.' Apologia em qve defende loam Som'es de B1·itO a Poesia do Prin·
cipe (los Poetas d'Hespanha Lvis de Camoens. No canto 4. da es(. 67 à 75. f Cant.
2. est. 21. «1'esponde às Censuras (l'hum critico d'estes tempos. A 10am RodrilJUel
de Sá de Meneses Caval/eyro da ol'dem de Santiago, Camareyl'o mór d'elReg
D. 10am IV. N. S. Filho p1'ilnogenito do Conde de Penaguiiio, {{ herdeyro de lua
Casa {{c. Em Lisboa. a oflicina de Lourenço de Anvel'es, • TO 'no de 1641. 01.
da Resta~bl'ação de Portugal. g,.o de 1.6 (innumeradas)-61. folha 'ueradas só pela
frente e mais 3 innumeradas com uma aelvertencia ao leitor sem lou 'or de
Camões e do seu apologista. Com o retra to de Camões e um e' 'pa gravada li
cobre, representando obra ão de armas dos Penaguiões.- No ro to '. e uma
vinhela igual mente gravada em cobre, allegoria do naufragio de uma emb:u e-
portugueza, naturalmente allusão ao sinistro em que, segundo a tradi~ o. I.
sendo victima o poeta com os seus primeiros cantos dos Ltlsiadas. Esta granlla
tem o nome do artista Florian.
o retrato, que é aliás bem gravado pal'3 a epocha, não tem nome do gra·
vador. Está mellido n'um oval com aliegorias e a legenda « Comites mansumpel'
lel'wn {atol'um". Figura o poeta com um livro na mão esquerda e uma penuana
direita.
Este volume comprehende: as licenças, a breve carta dedicatol'ia a João
Rodrigues de Sá de Menezes (3 folhas innumeradas); o panegyrico ao mesmo á,
em latim (atlribuido ao Jesuita Lourenço de Aguilar (lO folhas innumeradas);
uma adver'tencia e outras peças preliminares (2 folhas JIlnumeradas) ; a apologia
(folhas 1. a 61.) ; uma advertencia ao leitor e varias peças em \'erso, de louvor ao
apologista, entre os quaes um soneto de D. Seraphina de Castelbranco.
As licenças têem as datas de 21 de setembro, 18, 19, 26 e 27 de outubro de
i6liO; 11, 1.3 e 17 de setembro de i6g,{, As primeiras licenças são anteriores á
restauração de Portugal; e as ultimas são posleriores uns nove mezes a tão faus·
toso acontecimento. Os censores, no entretanto, são levados, por amor á verdade,
a louvar e engrandecer esta critica de Soares de Brito.
O auctor, como se vê, não e demorou muito com a sua critica após o tra·
balho de Franco Barreto.
. Na primeira censura, de ordem do Santo Olfieio, datada de 21 de setembro,
e assignada pelo dr. frei Adrião Pedro, declara este:

« não achey cousa algúa repugnãte a nossa santa fe ou bons costumes, anles
livra o nosso insigne Poeta das call1mnias que lhe punhaõ, com bastante eru·
dição."

Na segunda censura, datada de i8 de outubro e assignada pelo dominicano,


fI'. Fernando de Menezes, lê-se:

{( não tendo cousa algúa contra nossa santa fe ou hons costumes, mostra
muyta erudição em liurar de calumnias a este grãele Poeta Porlugues. JJ

Na terceira, datada de 26 de outubro e assignada por Diogo de Paiva de


Andrada, lê·se:
DE CAMÕES 275

«não achey cousa por onde se lbe possa negar a licença que pede, senão
muytas porque se lhe deve conceder, poys a lenção foy acudir pello credito do
nosso il~ igne poeta Lttis (le Camoês, obedecendo a quem com zêlo tão generoso
lhe pedlO que o defende e. A obra he feyta com tanta erndicçâo, eloquencia,
«doutrina que ficou o mesmo Poela em grande obrigaçaõ a esta calumnia por
lhe fazer alcançar a bonra de tão excellenle defensão."

a primeira adverlencia, Soares de Brito dá estas explicações:

«Rvm c/'itico d'e tes lépos, cujo nome, por seu credito, calo ne te Discurso,
movido de pirito de contradição, ou do pe amento dos que querem parecer mays
entendidos na confiança de ren urar bomes insignes,

-seu maior adegil Erymis,


Il'e diem contni

se re.olveo a impugnar o grãde LVIS DE CAMüENS, que foy o seu ultimus


CU11lulus. Para e te fim escreveo bü discUJ'so, q rhama Tuiso c/'itico, & logo
(lI'lIm/ue
oulro com litulo do Replica apologetica cõ q occupou muytas folhas de papel.
Responderão vaTios variamente. Entre tão bõs ingenhos procuro eu neste breve
di cw'so re põder tambem a criticante ... "

Na segunda aclvertencia, Soares ue Brito acrescenta a seguinte interessante


declaração:

«Sempre me pareceo que naõ podia acharse força igual à da luz, & fermo-
sura da verdade; & hoje me cOllfirma mays ne te pensamento o ter ouvido, que
o Critir.o persuadido de todo ponto, e lá jll d'outro parel:er, & de cen 01' de
CAMOEN , mudado em uefensor. de sua poesia. De ta taõ notavel mudança só
me loca o go lo de ver êm parte logrado o intento d'e ta Apolo~ia. I to me pa-
receo adverti. porque naõ perca o Cl'itico por culpa de meu Silencio os para·
bés que e tã merecendo acção de tanta eflicacia que naõ só o obriga a de di-
z~r e do que dis e, mas (passando muyto acliante) a persuadirse que o naõ
disse ... "

Pena é, que o documentos com que podia instruir- e este proce so litterario,
não cbegas em incolumes até nós, e não e saiba a respeito d'e tes, como de ou-
Iras papeis camonianas, como hão de procurar-se.

. Advirta-se que em muitos exemplare da Apologia, obra presentemente con-


Iderada rara, falLa o retrato de Call1õe , ou porque não o tiveram, ou porque
lh'o cOl'laram; c que no rosto, sendo aliás a mesma edição, ha em algun exem·
piares a diil"erença, de que a gravurinha do naufraaio foi e tampada, não na frente,
~as no ver o do frontispicio, lendo e ta a mais uma imples vinheta e a eguinte
Imha em italic;o: « Com iodas as !'ícencas necessa7"ias". As linhas de todos os ti·
lulas estão mais e pacejadas. Nos exêmplares, assim di postos, a dedicatoria a
João Rodrigues ele Sá pstu impressa na segunda folha innumer3:da,. em vez de se
v~r .na quarta. Existem outros exemplares, como o que exammel na opulenta
b~botheca do sr. João Antonio Marques, e como ei que POSSUf\ outro, na sua
n.ao menos rica, o sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro, que tem a gravu-
rm~a no verso do rosto, mas falta-lhe no frontispicio a declaração das licenças,
cm Ilalico. D'ahi infiro, que se fizeram modificações t)'pogl'aphicas elurante a Im-
pressão da Apologia, porém não nova edição,
276 LUIZ

o soneto de D. Seraphin:t de Castelbr:tneo é interessante e maseulo:


Disserão-me Senhor que hum maldizente
(Livrenos Deo de lingoas atrevidas)
As obras de CAMUENS traz per_eguidas
Com mordeduras d'invl'jo o dente;
E que vos apologico eloquenll',
Tão erudito as tendes defendidas
Que donde a inveja quiz abrir feridas
Tira tes vos a luz resplanrlecente.
Só louvo nesta acçITo vos o bom gosto,
Porque nl'lTl vi do critico medonho,
Nl'm de vossa defensa a qualidade.
Tenho a CAMOENS por sol: isto supposlo,
Digo que sua oJTensa he sombra, &. sonho
E a voss~ d0fensão luz, eX verdade.
Possuem exemplares, em Lisboa; a bibliolheca nacional (Ires, e lodos sem
a retrato do poeta, sendo um em mau estado), e os srs. Femando Palha, João
Antonio Marques, Antonio Augusto de Carvalho Monleiro; no Porlu: a biblio·
theca publica municipal (dois, sendo um dilferente do outro, e em mau estado),e
os srs. conde de Samodães e dr. José Carlos Lopes; na ilha de S. Miguel o sr. José
do Canto; no Hio de Janeiro, a bibliothcca nacional.

'*'
* '"'
347-:12." 111(ol'macion en (avol' de J1Ja,llvel de Fm'ia i Sovsa, caballel'o de la
ol'den de Clwisto, 1: de la casa nal sobre la acvsacion que se hizo en el tl'ibll1101
dei slmto oficio de Lisboa, a los comentm'ios qve docta, i .ivdiciosa, ,i catolicame~te
esc/'ivio a los Lvsiadas deI doctissimo, i lJ)'o{vmlissimo i solidi.~s-i1no 1Joeta C/II'IS-
tiano Lvis de CltmOens vnico omamiento de Ict academia espalÍoln en este nenero de
letras: o(l'ecida, etc, 1I1adl'id, 1641. 4.° de 12 innumeradas-70 pago a duas colu·
mnas numeradas (de i a 111,0).
Anda junta aos exemplares dos Lusiadas commenlados por Manuel de Faria
e Sousa, edição mencionada sob o n.O 31, de pago 67 a 70.
Alguns col\eccionadores tGem ~sta lnl'onnacion em separado, como exi te na
col\ecção da bilJliotheca nacional, ma falta em muitos.
Veja na secç,To tios manusel'iptos a menção dõ que possue o sr. Antonio Au·
gusto de Carvalho Monteiro.

* '"' '*'
3'1,8-13.- Silva a ElBei nosso SenhO/' Dom 10am QVa1·to Que Deus guarde fe·
h'cissimos Annos. P01' se!! l1W1Wl' vassnllo o al/,m'ez Jacinto COl'deiro. Com todas a
licenças necessal'ias em LisbOlt. Na ollicina de L01wenço ele Anlleres. Anno de 1641-
A CUStlt ele Low'enço de Qu.eirós l'iurei1'0 da Casa ele B1'lIgallça. 8.° de 16 pago
innumeradas.
DE CAMÕES 277

Co.nlém a dedicatori~ a.el-rei (2 pag.); a. Silva ('lO pag.), e o mote (2 pag.)


sob o titulo c Mote do prlllClpe dos 1JOetas Lv'lS de Camoens tl'ocado pelo Al{"erez
Jacinto Cordeiro lIa {elice entl'ada do Reino de Portl/gal DOJ[ JO:4M IV." É este:
Campos bem auenturados
Não tornareis a ser tristes,
Que os dia, em <Jue vos visle
Tão Iristes já aõ passatlos.
Segue a glo a em que o ~Iferes Cordeiro se alegra com o lriumpho alcançado
pelas armas portuguezas e a acclamação de D. João IV.
É mui raro este folheIo. Possuem exemplares ern Lisboa, a bibliolbeca na-
cional, cm perfeito e tado, e o sr. Fernando Palha.
O mesmo auctor, alferes Cordeiro, publicou depoi , tambem em :I6H, um
Trivmpho (mnces, em verso, onde a cada pa so se enconlra a imilação de Ca-
mõe . Logo no começo e me deparam estes ,'ersos :
Ia que do fero jU/TO Caslelhano,
A que entregue nos teue lJü cllgo engano,
De poi rJarruela pel'da dilatada,
Taõ sentido de todo, laõ chorada,

*
* *
3119-H." Panegyrico em a c01'oaçlio de S'IlCL Jllagestade o el'enissimo Beiior
Don lomlL 1V. Rey de Portvgal e dos A/gal'ves, «c. A sua Excellencia., o SeliOl' '1'1"is-
tam de Arme/onça Furtado, Embaxador aos 7Iluy Altos 11 Poderosos Estados Gene-
raes das Provincias Unidas. Composto por Fmncisco Gomez B01·bosa. En Amster-
dam, Em casa de Nicolaus de Ravestin, a 22 de Abril. An. 1641. /j..O de :15 pago
Este folheto foi reimpresso depois em Li boa, na officina de Lourenço de
Anvers, á custa do livreiro Lourenço de Queiroz, sendo as data de :16, 22 e 24,
~ejulho e 13 de ago to de 164"\, com a se,\\uinte. declaraç.ío. no rosto: • Foi
lrnpl'essa em Amsterdam, ~. agora de nOllO nesta Cidade de üsboa IJ. 8.° de i 9
pag.- A edicão de Li boa lem a mais uma dedicatoria a Antonio de Sousa de
1'avares, secl:etario da embaixada de Hollanda. .
Adedicatoria e o panegyrico são em verso rimado, em que o auclor para-
phra eou Camões. Eis as amostras.
Na dedicatoria :
As Occidenlais prayas conquistando
Irão vossas arma<.las :
E na terras, aonde nasce o dia
Eterno dilalando a Monarchia .
•• • • • . . . . . . .••.•. .•••••... ••.. 0··.0·
Minha Musa que sua Gloria adora
.. , '" .
De snas flores, vos ofreço o fruto,
Que supo to que são ruslicas flores
São do vergel <.Ia patI'ia, e meus amores.
278 LUlZ

No fim do panegyrlco:
'" pedem
As subtis penas, dos Cisnes 'Lusitanos
Cantando vossos feitos soberanos,
Que a e pada milhal' corta, se se estima
E a pena se avantaja, em ver o ou Hhima.
Estas amostras servem para demonstrar, mais uma vez, que a idéa de Camões,
copiando-o, imit~ndo-o, parapbraseando-o, andou sempre ligada á idéa da palría
e da sua resurrel ção.
São tambem mui raras as duas edições e1'e te folheto. Vj amba' na biblio·
theca nacional, n'urna colJecção preciosissima lIe papeis .da restauração.

350-15." Memoria da disposiçií,o das m"l1lOS castelhanas, que injustamente in,


vadiTão o Reino de Portugal no anno de 1580. Despertadol' do valaI' pOl'tugllej,
etc. AuctOl' o padre r"ei .Manuet Homem. Lisboa, 1655. - Segunda edição. Lisboa,
na olficina de Miguellllanescat da Costa. Anno de M.DCC.Lxm. 4.° de 35 (inuume-
radas)-305 pago
A primeira edição é bastante rara. A segunda publicada sem es a indicação,
posto que foram n'ella reproduzidas as licenças de 1665, é mais vulgar. Conlém
numerosas referencias camonianas. O auctor, a cada passo, corrobora o eu di .
curso patrlotico com citaçõe dos Lusiadas. Vejam-se, entre outras, as pago 18 e
24 innumeradas, e as pago 7, 25,28, 29, 3'1., lj,3, 45, !J,6, 63, 79, 131, 230 e ~3i.

*
* *
35i-i6." Oitava de Luis de Carnoens, glozada pelio dovtO!· Antonio Barboza
Bacellm', a gloTiosa victol'ia do Canal. Em 8 de Junho de 1663; sendo Governa-
no1' das Annas da Provincia do Alemtcio, Dom Sancho Manoel, Conde de Yilla-
FlOT. LisboCL, na Olficina de Bem'ique Valente de Olivei?'lt, ImlJresSOr de S. Ma·
gestade. Anno de 1663. 4.° de 7 pago innumeradas.
A oitava começa:
Deu sinal a Trombeta Castelhana
A glosa, em oito oitavas, começa (oitava I) :
Promptos estavão todos escutando,
O que o grande O. Sancho mandaria:
E acaba (final da oitava vrn) :
As Mãys que tanto dano experimentáraõ,
Aos peytos os f1lhinhos apertàraõ.
Possuem exemplares, em Lisboa: a bibliotheca nacional e o SI'. Fernando
Palha; e no Rio de Janeiro, a bibliotheca nacional.
DE CAMÕES ~79

,"'

* *
352-t 7.' Tl'iunfo das m"lnas portugltezas, deduzido de varios vel'sos do insi-
gne poeta Lvis de Camoens Glosados, f l'eduzidos ao intento POI' Andl'e Rodl'igues
de Maltos, dedicado ao Excellentis$imo enhOl' D. Lvis de Sovsa e Vasconcellos,
COlide de Castel-Mel/IOT, escrivão da pUl'idade del·Rey Nosso Senhor, f. Lisboa.
Com todas as licenças necessarias. Na officina de Antonio Craesbeeck de 1I1el/o. Anno
1663. 4.' de 16 pago innumel'adas.
Depois da licenças vem a glo a com os versos dos Lusiadas, tcndo ao lado
as indicações dos logares do pocma d'onde foram aproveitados.
Possuem exemplares em Lisboa: a bibliolheca nacional e o sr. Fernando
Palha, e no Rio de Janeiro, a bibliotheca nacional.

*
* "*
353-i8.· Virginidos. Poema pOl' 1}1anuelMendes de Bal·buda. Lisboa, 1667.
o fim do poema vem um exlenso juizo poetico escriplo pelo padre fr. An-
dré de Cbri to e n'elle e frequentes vezes citada a auctoridade de Camões com
amaxima con ideração.

*
* *
35fr-19.· Eva e Ave ou 1Ifaria 1humphanle. Theatro da erudição f philo-
sophia chl'istã, em que se 1"It]Jresentaõ os dous estados do mt!ndo cahido em Eva, e
levantado em Ave, etc. Escrevia Antonio de Sousa de Macedo. Primeira e segunda
parte. Lisboa, POI' Antonio Craesbeck de lI/ello. 1676. FoI.
NOR capitulos xxv e XXVI tmta do P1'incipio, Jn'ogl'esso f dignidade da Poesia,
e/c. Ahi louva Camões nas seguinte palavras:
« ' •• sobre todos (os poetas porluguczes) Luis de Camoens, insignc em to-
das suas obras, particularmente nos Lusiadas, em que na imitação de huma s6
acção, na honestidade uella, na utilidade de sua leytura, na recreação acompa-
~hada de erudicção & proporção, (partes essenciacs do Poema heroíco) ~en~~u
smaladamente antigos, & modemo : s6 lhe são comparaveis Homero, Vn'gllio,
&: Tasso, excedidos ainda em algumas cousas; tam louvavel no que disse, como
em não dizer mais, até nos peccados ycníaes contentou.lI.
Refere,se nas uILimas phrases ao conceito de Manuel Severim de Faria.

..
* *
355-20.' Idéas da saudade, imagens do sentimento (Ol'madas na lamentavel
morte da Senhora D. lf1al'ia Sofia lsabel N. Senhom, Rainha d6 POl't1lgal, por
Manoel Pacheco de Valladm'es, bacharel pela Univenidade de Coimbra, em os
sagrados Canones. Lisboa. Na oflicina de lWilJuel Des/andes, lmpl'essol' de Sua 1I1a-
280 LUIZ

gestaele. Com toelas as licenças necessadas. Anno ele 1699. 8.° grande de i6
pago
É dividido em d~las I?artes: glosa (pag. 4, a ii); canção (pag. i2 a i4); e
redondilhas (pag. 14 a :1.6). A glosa é ao soneto :xxx do p"ofunelíssímo }Joeta L!li3
de Camões, conforme anda na temeira ctmturia das Rimas, ilIustradas pelo seu
commentador Manuel de Faria e Sousa.
Este soneto começa:
Debaixo d'esla pedra sepultada
laz do Mundo a mais nobre Fermosura,

*-
'ii' *
31iti-21.· Ecco saudoso qne no coraçam elo mayol' 7lwnal'cha justamente sen,
tido I'esponde ao ?'igol' com que a parca a impulsos da t.lll'ania o elestnlhio da
posse elo seu mayor bem na morte ela augustissima Sel'eníssima Senhora D. MUI'ia
Sofia Isabel Rainha ele Portugal. Por Domingos Lopes Coelho, 1699,
É uma glo a ao soneto XIX da primeira parle das Rimas de Camóe .

;~

'." '",

357-2~." Sentimento lmnentavel que a elÔI' mais sentida em lagrillws tributa


na intempestiva morte ela Sereníssima Raynha ele POI·tugal Nosslt Senhora D. lI/a,
I'ia Sofia Isabel de Neobul·g. Glosa ao vigesimo secundo soneto da tel'ceira Pilrte
elas Rimas do Apolo Portugllez o G-rande Luis ele Camoens Choray ninfas os {adas
poderosos, fc, Ofl'erecida á Excellentissima Senhom D, Madanna Te/'esa de Han,
helohe Bisconelessa de Vil/a Nova da Cel·veym. POI' Bel'llal'dino Botelho ele Oliveira.
Lisboa. Com todas as licenças necessal'ias. Na oflicina de Bernardo ela Costa. AmlO
1699. 4,.0 de :1.6 pag.-Tem no rosto o brazão da casa dos Coveiros.
O soneto cilado no rosto começa, com em~jlo :
Choray Ninfas os fados poderosos,
Daquella soberana fermosura,

*
*- *
358-23.· llléa do 7Jl'incipe dos 7Joetas Luis de (;allloens appl'Ícada ao l/lOllIlr,
cha dos Lusitanos El-Rei D. Joúo V Nosso Senha?', 1J01' Migupl dil Cunha de iUen'
donça, Lisboa, lia oflicina de Valentim da COStlt Deslandes, imp"essor de Sua Ala'
gestode, AnilO de 1707,
É uma glosa ao soneto XXI das Rimas de Camões,

359-2!J,." Historia sel'afica chronologica ela Ordem ele S. Fmncisco na Pl'ovincia


de Portngal, etc. Lisboa, 4,"
DE CAMÕES 28:l

Veja-se no tomo IV (1709), que pertence a fI'. Fernando da Soledade, a


parte intitulada: Origem, limdaFio e notabil'idades do Real Mosteyro de Santa An-
na de Lisboa, comprehendendo os capitulos XIX a XXVII, de pago flI 9 a 562,
§§ 9i8 a 984,. O capitulo xx denomina- e: Constitue-se a casa da Real Padl'oeyra
desta, r'eferem-se algüs I,eneficios, que lhe dispensou, 9 se (az memoria do gr-ande
LlIiz de Camões, aqui sepultado; e va de pago 525 a 528, §~ 929 a 933.
FI'. Fernando da Soledade d~ n'esta capitulo uma noticia biographica de Ca-
mões servindo-se do prologo de Pedro de Maris posto na edição dos Cormncnta-
rios aos LttSiadas do licenciado Manuel Correia. Registando, porém, a morte do
egregio poeta e o local da sua s~pullul'a na igreja do convento de Sant'Anna,
nem uma palavra dedic,ou ~ sua estada no ho pita I. Pejo contrario, o chronista
assevera que as palavras: Viveu pobl'e, «l1!'Íseravel,« assim 77wr-reu, Dão estavam
na pedra sepulchral mandada collol'ar em a nova sepultura de Camões, ao lado
da qual Miguel Leitão de Andrada mandou pôr um azulejo, em que se recordavam
as glorias do poeta com a espada e com a penna.
O chronisla e creve que Luiz de Camões foi "raro exemplar da adver-
sidades da fortuna. Mas se esta o atropellou na vida, a fama o sublimou de tal
maneira na mOl'te, que depoi de levantar seu engenho á esphera de unico, illus-
trou seu nome com o resplendor de Principe •.

360-25.' Antidoto da lingoa portugueza offerecido ao muito alto e muito


poderoso Rey Dom Joaõ o Quinto Nosso Senhor, por Antonio de },fello da
Fonceca. Amste,·darn. Em casa de M'iguel Diaz. bl/pl'essor, y mel'cador' de libr·os.
4.' de i2 (inllumpradas)-4,i 6 pag.- Não lem dala. A dedicaloria ao rei é datada
de i ue janeiro de i 7W.
Encena muilas referencias a Camões; ·porém, a ultima parle, capitulo ulti-
mo, que "ae de paI!. 273 a 4,i5, e se intitula: Avisos sobl'e a emenda acima in-
II

wlcada dos versos de Camües e sobre o gl'flnde engano d'aq/lelles, nos quaes o Ta$so
parece melhol' Poeta li, comprehende uma larga apologia do ublime cantor dos
Lusiadas. Para se avaliai' o juizo critico do auelor baste-nos esla amostra:
• IIE para desde logo dar claro indicio da ~pinião, que len}10 n'esta maler.ia,
d,lgo que toda aquella "rande doçura, que tão JU tamente .adll1ll:amo nos su.avls-
slInos versos de Ovidio, não iguala. a que logramos nas Rimas InCOOlpal'aVel .do
no so alti simo Poela; e que na fabrica admiravel do eu famo~o Poema HerOlco
il não excede, nem algumas vezes irruala. toda a grande elegancla e Ul~ge ta~e e
toda a valenlia estupenda do mbsmo Virgilio; e que em toda a Poesia Italiana
Ião celebre no mundo não vemos harmonia regularmente tão natural, nem tão
poetica (posto que em lI1uitos Lugares do Tasso a vejamos tão elegante e tão al-
liloqua) como a vemos nas obra toelas do no so Apollo Portuguez, que em todos
os estilos excede notoriamente com magisterio singular os mesmos me Ires d'el-
les. Cousa nunca atheagora vista em outro talento.»
Esta obra não tem nada de vu!"ar e falta a muito camonianistas. De seu
auclor, José de Macedo, que escreveu"co~1 o pseudonymo de Antonio de },fello da
Fonseca, encontro a seguinte nota manuscl'ipta, letra da epocha, no e~emplar
exi tente na bibliotheca nacional: "Antonio de Mello da Fonseca em cUJo nome
sahio e te liv 1'0 sendo o seu verdadeiro nome José de lI'tacedo, Irmão do p.e Ge·
ronimo de Castilho, e tilho de Antonio de Macedo, e de D. Violante de Castilbo,.
falleceo em f7i7 jaz no Carmo de L~.n.
282 LillZ

36i-26." Anno historico, DiUl'io portuguez, noticia abl'eviada de pessoas gl'al1-


des e cousas notaveis de Portugal pelo padl"e Fmncisco de Santa Mal'ia, Lisboa,
por José Lopes FeTreim, 1771. 3 tomos,
Traz uma biographia de Luiz de Camões,

*
* *
362-27," Exposiçoells de va?'ias obras de Luis de Camoens, I'ecitadas na aca-
demia dos anonymos por Manuel Pacheco de Sampaio, socio da dita academia, 17, "

*
* *
363-28.' Nova a?'te de conceitos que com o titulo de liçoens acade.micas 110
pltblica academia de anonymos de Lisboa ditava, e explicava o beneficiado Fmn,
cisco Leilão Ferreim, ocademico anonllmo e generoso da Academiu Portu{Jucza,
Lisboa .occidental, na oflicinu de Antonio Pedl'oso Ga/mm. AmlO 1718-1721. 8.'
Tem numerosas referencias ás obras de Camões, Não menos de setenla lo,
gares vem apontados ~ exemplificados nas duas parte d'e te livro. Na parle li,
lição ia.' que trata do argumento en~ellhoso, ensino que, quando se trale .de
Camões, não se dirá ó como simples dialectico que pela Lusiada lhe era devIdo
o « Louro da Epopeia II; porém deve dizer-se como l'helorico: « que Luiz de Ca,
mões, pelo seu Poema com que competia & excedeo aos Epicos mais illuslres,
& abalisados, são devidas tantas linguas, & aeclamações da fama, pela cireumfe·
reneia universal do mundo, qualltas são as folhas, com que no Louro lhe teqe,
& dedica immortal cápella o commum applau o. Que aquella grande obra da
Lusiada sabia de seu engenho, como a armada Minerva do cerebro de Jupiler, a
contender com a lIIiada, & Eneida, sobre o sagrado immortal Louro, devido pre,
mio á Epica elevayão &c.lI

36f~-29.· Accentos saudosos das nmsas pOl·tuguezas. Pal·te 1. 1'isboa, 1736.


Vem n'esta obra uma glosa ao soneto
Alma minba gentil, que te partiste
a respeito da morte da infanta D. Francisca.

*
* *
365-30,' Henriqueida. Poema hel'oico com advel'tencia pI' elimina?' das l'cgraS
da Poesia epica, Argumentos e notas composto pelo. , , conde da El'iceim, D, Frall-
DE CAMÕES 283

cisco Xaviel' de 11Ienezes. Lisboa Occidmtal. Na oflicina de Antonio IzidOl'o da Fon-


seca, 1741. li,o de iQli (innumeradas)-1.6li pago
Tem referencias camonianas na censura do ordinario, na advertencia preli-
minar e em as notas (pag. i, 2, 7, 12, 39, 61, 71., BD, 1.26 e i27).

*
* *
366-31..' Yerdadeil'o methodo de estudar, ser util á Republica e li Jgreja:
proporcionado ao estilo, e necessidades de POTtugal. Exposto em Rimas certas, es-
triptas por R. P. ***, etc.) (Luiz Antonio Veme)') Valensa ... 1746-1748. li.o 3
tomos.
Tem referencias a Camõe . Veja·se principalmente o que, no tomo I, corre
de pago 2i4 a 218. Escl"eve dos Lusiadas, Ião desagradavelmente e tão injusta-
mente, que parece até uma aberração da parte de Veme)', homem de tão variada
e solida instrucção para o seu tempo. Na carta VII, em que discorreu sobre a
poesia com sobeja erudição, pretende provar que « os poduguezes não conhece-
ram as leis do poema epico II e referindo-se á cmnposição dos Lusiadas escreve
(pag. 20) :
« ••• o Camões, enh'e muito boas qualidades, tem muitos defeitos nacidos
de dois pontos: o primeiro, falia de erudisam: o segundo, de juizo, e dicerni-
mento " . 1 ,
A contl'Oversia, que resultou do Terdadeiro l1Iethodo de estudar, é em de-
masia conhecida e já ficou mencionada no Diee., tomo v, pago 222 a 225, de
n." 3li8 a 352. O'es a grande collecção de folheto tome- e o Retmto de 1110I'teeól',
que de cedo foi um dos que mais acremente censuraram Verne)', e leia-se a
pago 57 como ahi se defende a memoria de Camões:
. « Não posso entender, com que con ciencia diz que o bom, que traz o Ca-
?liões fllra tirado dos Poetas ILalianos ... a ltalia não tinha Poetas, de quem Ca-
mões pudesse aprender; porque não he vero imil, que tives e visto a Liberata do
grande Tasso; e o Al'iosto fallando sem paixão he de espirito muy inferior; e ti·
rados e Les dois não havia obra epica, de que o PorLuguez se dignasse usurpar
coiza algüa de importancia para a sua Lusiada ... II

. Na resposta que Vemey deu ao auctor do Retmto ele MOI'teeól', n'um papel
mtitulado PUI'eem' do doutol' Apolonio Philomuso Lisboense, lê-se de pago 66
para 67 :

«. , . O Camoens .•. tinha lido os Italianos: o que se confirma com algumas


pa~avras Italianizadas que se acham no seu poema. E co~o anLes de Camoe~s
aVI~ poetas Italianos, o Boccacio, o Dante, o Petrarca, o Al'Josto,. e outros; podIa
mUI bem o Camoens aproveitar- e d'esta leitura para algumas cona ... "

o auctor das Reflexões apolo.')elieas (que parece ter sido ~ padre Jo é de


Araujo, jesuita, e não o padre frei Arsenio da Piedade, capuchmho), responde
apenas n'esse ponto a Vemey com a seguinte phrase:

"Não se canse, que não ha de tirar a Camoens a estimação, que merece de


Principe dos PoeLas Portuguezes.lI
284, LUIZ

É exlen'a e lJoa a defensa de Camões na Convel'soçüo (omitim' e exame critico,


etc., de pago 2!t8 a 256. Ahi se lê (pag. 253 para 254,) :
" O..que ... excede toda a comparaçaõ, e faz unico a Camoens entre todos os
Poetas, he aquella imagem de Adamaslór, representado no CaLo da Boa Espe-
rança, atemorizando os Argonautas Portuguezes para o não passarem ... "
E citando a oita\'a 56 do canto v dos Lllsiadas, acrescenta:
" ... lêa, e não para consolaç;To, ao menos para desengano seu, o que d'esta
portentosa ,imagem diz Monsieur Voltail'l' no eu tralado: Essai SUl' la Poesie
epique. Je suis lJel'suadé que ceUe figll1'e passem P01l1' belle, et sublime dons lous
les siticles, et chez tOIGtes les na tions ...l)

* * ",
367-32.' lhammatica pltilosopltica da lingua Pol'tu{lueza ou p"incilJios da
gl:anl11zatica geral aplJlicados li ,wss(t linguagem pOl' Jeronymo SOUl'es Barbosa,
L1sboa, elc.
Exislem diversas edições d'esta Gmmmatica. Tenho na minha collecção ca·
moniana a setima, impressa na typograpl1ia da academia real das sciencias em
1881. 8.° grande de xvr-320 pai:. Comprehende varias referencias a. Camões, po·
rém a mais notavel é a qúe se contém no c~pilulo VI, com que o auctor remalou
a obra, intitulando-o: Jlpplicação dos pl'inci71ios (l'esta {/I'mmnatica ás duas pri·
meims estancias do canto I dos" Lusiadas de Camõe.ç, de pago 303 a :H5.
l)

368-33.' AI·tc poetica ou rerJi'as da vcrdadei'/'U poes'ÍlG em geral, e de todas


as suas especies principa.es, etc. POI' F'l'allcisco Jo..ú F-I'eil-c, ULysseponense. Lisboa,
na officina de Francisco Luiz Jlm.elw, MDCCXLYITl. fJ,.0 de 50 (innumerada )-/i3!
pago
Tem citações camonianas a pago 4,3, 4A, ti6, 63, 80, 94, 95 H5, i 16, 117,
li9, 131, 161,166, 167, 21G, 307, :.JH), 320, 325, e 350 a 356.
o livro m, capitulo XIT, (rue vae de pago 350 a 356, compr bende o Jui~o
sobl'e a Lusiada do Ol'ande Lms de Cmlloens, e n'elle escreveu: que sobre lodas
as epopéas, de que é abundante a lingua porlugueza, tem superior logar os
LU4>iadas, acrescentando: « Muitas são as yirlude poeticas, que a'elle se de'
cobrem, e pretender negallas, he cOl1lmetter hum absurdo. Fo)' Camoens admira-
vel na evidencia das suas pinturas ... » E segue, indicando belJezas e defeitos do
grande poema.
D'esta Al·te ]Joetica existem varias edições.

'if.

* *
369-34,.' Tl'iumpho (la Religião. Poema Epico Polemico, etc. por F1'allcisco de
Pina de Mel/o, ctc. Coimbl'lI, 1756. 4,.0
DE CAMÕES 285

É muito nota vel a menção que o auctor, no seu Prolegomeno (pag. I a LV)
faz de Camões e do seus Lusiadas, conlparando esle poema com os mais afa·
mados. Descrevendo as virtudes do heroe para darem força e suavidade a este
genero de composiçõe , escreve (pag. XlII) :

"Nem Homero, nem Virgilio me parece que figurarão os seus Heroes, por
le modo. Achilles na lIiada, he bastantemente ferôz, inju to, desarrezoado, e cruel:
Ulys'es na Odyssea, muilo a tuto, e intencionado: Eneas na Eneída, muito in-
grato, iníquo, e vingativo: O IIOSSO Camoens tralou melhor o caracter de Vasco
da Gama: elle o fez magnanimo no arrojo de aceitar a empreza cio descobri-
mento da India; terrível na traiçoens ue Moçambi(Jue; afavel no agazalhos de
Melinde; acautellado no perigos de Calicut; religioso nos acto da tempestade e
impaviuo nas ameaças do gigante; erudilo na descripção da Europa; modesto
nas delicias da Ilha ...

Encontram-se tambem referencias a Camões em as notas ao poema. como nas


pago 80 E: i 28.

Francisco de Pina e de 1I1ello entrou tambem na fama a controversia sobre


o Ve-rdadei1"tJ methodo de estndar, e no seu livro Balança intel/ectual (Li boa,
i7~5, q,.,,), defende Camões conlra a ousadia de \ erney.

Veja-Stl ahi de pago iOô a 1i i. Um periodo d'esta br ve, mas levantada, apo-
logia, é que depois reproduzi II no poema '11ri71m]Jho.

*
* *
370-::15." Gazetn liUeraria. Porto, 176t. Tomo r. N." 9.
Contém uma apreciação ela edição do LlIsiadas, por Gendron, em Paris,
i759, Já citei um trecho no logar competente d'e te tomo, pago 93.

* * ,"'
371-36." Almanach das Musas, offerecido ao Ganio portullue:. L'isboa
t79i1-t794. 8." pequeno. q, partes ou tomos.

. la parle 1, a pago 7 vem um soneto, no qual o primeiro e o ultimo yerso são


lirado do Lusiadas, e refere- e ao episodio de D. Ignez de Castro, assim como
o soneto de pago 5. As pago 5q, e 55 têem referencia a Camões e a vel'SO

As armas c os varões a si'gnalados

Na parte H, de pago J<LVIl a J,XXX.VlI vem dua cartas de LCI'~110 a Arminda., em


que se diio as 7lecessal'ias j'egl'os dos versos de aJ·te meI1Ol', enswando a. conhecej',
o que sejiio consoantes, e toantes; e o que süo palavras agudas, {lr,aves e exdnlX1t-
las, «t:; e ahi seu auctor Domingo Caldas Barbosa (Lereno) amlUda os exemplos
tll'ados das obras de Camões.
286 LUIZ

Veja-se a pago LXXVI:

Ouve a Camões a Epica trombeta;


Vereis que a rima ornou Mu a discreta
E que 'sabia, e gentil não desfigura
De Adamaslor a honida figura.
A pago LXXVII:
Com estes versos de maior medida
A beroica Musa ao canto nos convida,
Heroica assim se chama ...
Com elle aos Lu os deu eterna fama
O immortal Cantor do iIlustre Gama.
E transcreve, para melhor exemplillcar, os proprios quartetos, sextilhas e es·
lancias de Camões (pag. LVII, LIX, LX, LXI, LXXIX, LXXXI a LXXXV).
Na parte m, a pago 25, lêem-se os dois seguintes versos;
Que já Camões, o Poeta,
l?oi feliz depois de morto.

'*
* *
372-37.' Cal·ta de hum amigo {t OUt1'0, na qual se (onna juizo da Edição 110·
vissima da Lusiada do grande Luiz de Camões, etc.- Pertence a uma serie de
folhetos de conlroversia a proposilo da edição de Thomás de Aquino.
Veja-se a menção e o extracto, que fiz d'estes documentos, no logar que
me pareceu mais apropriado no tomo presente, de pago 99 a 107.

*
* *
373-38.- Gama, Poema narrativo, auctol' José Agostinho de lllacedo. Lisboa,
na impressão 1·egia. 1811. Com licença da Mesa do Desemba1'go do Paço. Vende· se
na loja de Desiderio Mal"ques Leão, no lal'go do Calhm'iz, n! 12, 8. o de xv-:l.-266 pago
A acção d'este poema é o descobrimenlo da India. Na inlroducção declara
o auctol', citando Racine, denominar os ütsiadas uma relação de viagem; e Cl'
tando a sua opinião accrescenta que esse poema" podia ser reduzido li quarta
parle, que o estylo é glacial e prosaico" (discurso preliminar, pago Xl, xm e XIV).
Depois do discur o lraz ruDa Ode pind{wica a Luiz de Camões (pag. :I. a 7).
Conclue assim:
A' quem do VóO ousado,
Ó Cysne aItisonanle,
No espaço dilatado
Eu não posso ficar, eu corro óvante;
A divinal Poesia
Inda a mais altos Ceos meus passos guia.
Segue o poema em dez cantos (pag. 9 a 266).
DE CAMÕES 287

*
* *
374,-39," Reflexões criticas sobre o episodio de Adamaslol' nos Lusiadas,
Mllto v, oitava 39, Em (ó1"Il1a de carta. Anctor José Agostinho de .Macedo. Lisboa,
na impressão l'egia. Anno de ,\IOCCCXI, Com licença. 8.° de 3q, pag,

Este folheto é em fórma de Cm'ta a Atico, e logo no começo tem o seguinte


juizo:

« , • , Em o longo poema dos Lusiadas quasi tudo é mera prosa, com esta
difl'erença, que se faz tanto mais intoleravel, quanto mais poesi:. se e perava.
Qualquer do nossos escriptores das nossas cousas da lndia é para mim muito
mais agradave!."

Continúa:

«. , , só vos farei alguma reOexõe obre o que me dizeis do estilo frigido


eprosaico dos Lusiadas."

. D'abi em diante pretende provar que, em parte, Camões paz em rima a prosa
de Barros, nas suas Decadas; e de Castauheda na sua Historia; e, segundo o seu
modo de ver, em vez de Vasr.o da Gama devia ter posto a Bartbolomeu Dias em
frenle do Gigante, porque félra elle quem primeiro dobrára o cabo Tormen-
loso.

*
* *
375-400.- O Investigadol' POl'tugnez em Inglaterra, ou jOT1wllitterario, poli·
tico, §fc. Londl'es, H. Boyel', impl'essor, Bl'ülge-st1'eet, Blackfrim's, 8.° grande.

No YO!. li, n,o, vm (fevereiro de 1.81.2), de pago 509 a 571, vem um artigo
anonymo intitulado: "Gama, poema lwlTativo, composto por José Agostinho de
,\facado, impl'esso em 1811". O auctor, começando por declarar que os Lusiadas
de Camões é o poema que tem a primazia entre os nacionaes, entra e 111 analyse
da producção do padre Macedo, e julga, em re uma, que se fosse in tenção ua d'elle
~o~rigir ou evitar no Gama os defeitos que nota em Camões, andaria melhor se,
Imitando as bellezas dos Lusiadas, tratasse de assumpto dJlIerente com que acres-
centa e alguma cou a á gloria nacional.

No vol. III, n.O XII (junho de 1.81.2), de pago 340 a 39 (que deve ser de pago 59~
a .599) vem oulro artigo, tambem anonymo, sob o titul,o; "O gigante Ac!amast01'
VIngado, ou o Gama converticlo em Gamelada.u. Ahl vão amostras deste es-
cripto.

No começo:
." No xorrilbo dos disparates, com que n'este~ ultimas tempos se tem vili-
pendiado a Litleratura Portugueza, apparl'ceu maIs um que ao nosso modo de
288 LUlZ

ver, posto que digno do maior desprezo, (leve ser mencionado, para cautela do
publico, em razão da pestilencia que de envolre .....
Conlinúa:
« José Agostinho de Macedo, audor de um poema nugatorio que elle inti·
tula Gama, ou poema narratil"O, e um r.rilico judicioso eom mais propriedade
chama versalhada ou Gamelada, saiu ultimamente a campo com o seus braci-
Ilhos de pygmeu para deitar por terra o forrnidavel gigante Adamastor •..•
E cO!lclue:
« O gigante Adamastor de Camões, tenJo por base a immortalidade, vingará
os insultos dos pygmeus que pretendem abalai-o; e firme rochedo entre as rui·
nas dos secnlos, erguera sua fronte magestosa e sublime, em quanto esses alamos
que para o eclypsar o rolleiam, serão sumidos pela noite dos tempos, sem deixar
vestigio algum da sua existencia."

'1<'
* ..

37ti-(j,L" Exame critico do novo poema épico, intitulado o Gcuna, que eis cm·
zas e manes de Luiz de Camões, pr'incipe dos poetas, dedicam, como em desaggrava,
os antigos ?'edactores elo Con'eio da'Penilmtla, Joúo Bel'na?'do da I10cha e N1l11O
AlvO?'es Pereira Pato Moniz. Lisboa, 1812. Na o/licina de Joaquim Rodl'igucs de
Andmde, Rua elos Sctpatei7'os n.o 11, Com licença da Mcsa do Desembm'go do Paça.
8.u de 8(j, pag,

*
* ""
377-42," O exame examinado, ou ?'espostct aos senhores bachm'eis Jotia Bel"
na1'Clo da, Rocha, e Nuno Pato Moniz. Por' José Agostinho de Macedo. Lisboa,' na
impr'essiío ?'egia. Armo 1812. Com licença, 8.° ue 100 pag.-Tem no I'Oslo esta
epigraphe:
Nós te pagamos, ai I com que abundança I
[lacharel, JOÃO Denx.\llOo, Soneto aos allllOS, ele.

José Agostinho dedica e te folheto a Hocha e a Pato, porque á propria 001'


bra d'elles é que os deseja criticar. 1'\a adl'ertencia e crere que deixa de lado as
injuria c os ullrages, porque vae examinar a obra e deixa a pe soa, ao contra-
rio do que fizeram o seus adversarias.

378-43,· Resposta aos dois do Investigador Por'tuguez em Londr'es, que riO


cadel'ninho VUl, ct pagi'nas 510 altacam, seg?mdo o costume, o poema Gama, por
José Agostinho de Macedo. Lisboa: 1W impl'cssüo ?·egia. Armo 1812. Com licença.
8.' de 6fJ, pago
Começa o prologo:
"É sina minha ser atacado por campeões aos pare ! ... Apparece o poema
Gama - Valha·me Deus I Lá surdem oulros dois redactore , não penin ulares!
mas insulares, que attacam o poema Gama. O ceo haja piedade de mim. , . AhI
DE CAJIÕES 289

I'ae um sdcco, se eu o pudesse dar nas margens do Tamisa, como o dou nas do
Tejo, outro gallo m? cantára! ... I>
Segue a respo la (pag. 6 a 6í), que termina com uma indicação de palavra,
que o padre Jo é AlTo tinha declara que não eut nde, e a que chama o dicciona-
rio exolico dos redactores do InvestigadDl"

*" * :t::

379-!1/~." O doutor Ha/liday em Lisbon impugnado até ti evidencia. Carta do


professaI' j'egio Antonio Mm'ia do Couto a hUln Selt amigo. Lisboa, na oflicina de
Joaquim Rodl'igltes de Andmde. Rua dos npateil'os, n." 11. 1812. Com licença ela
.llasa do Desembm'{]o do Paço, .' de ao pago
X'este folhelo, Couto responde ás Reflexões cl'iticas do padre José Agostinho
de Macedo.

*
"* *
380-q,5." Cal'ta de 1l1anuel lIleneles Fogaça., em j'esposta â que lhe dirigiu An-
10llio Mm in do Couto, i'lltitnlaelo "O doutol' Ha/liday mn Lisboa, impugnado até
áeoidellcia 1>. Lisboa: nn lmpl'esstio Regia, 1 12, Com licença. 8.' de 56 paa.

Tem dua partes e le folheto: A primeil'a é de José A~o linho, e a segunda,


com oulro tílulo, do eu amigo e slrenuo defensor Joaquim Jo é Pedro Lopes,
do que se faz menção em seguida.
Teve duas edições. Veja- e o que vem no Dicc., tomo v (additamentos), pago
460.

381-46." Poesias de Elpino Dll1'iellse. Lisboa, lmprensn Regia, 1 12-1 16.


.·3 tomos.
No tomo r, pago 136 a UI, e de pago 280 a 2 í, nas poe ia A Fi/eno.sob?·e
os ~picosPDI'tU{]Uezes, e A Fileno que pedict conselho sobre guaes Poetas devw leI',
Elpll10 Durien e (Antonio RiiJeiro dos Sanlos) refere- e a Camõe . Na segunda
é bem ignificalivo e te louvor (pag. 281) :

A Epica tuba alliv,l re oando


ES'e leu peito inflamma, eis le ~present:l
O immol'tal Camões a eu divino
Poema, hOllra da Tagide formosas
Honra de Lysia, ]'e plendor da Mu a .
No lama II pago q,3, lraz lUna poesia. Á memoria elo {]1'ande Ltá:: de Camões.
Começa:
O ublime Cantor que sobre as azas
Do sagrado Poema leva aos astros
O Gama illuslre, e a Lu ilana empre a
Do Gangeticos mares
TOMO Xl\' (Su}'pl.)
290 L IZ

No tomo m vem, de pago '136 para i37, o seguinte epigramma :


, ós peJ'guntaes as razões
Porque Lenho noiLe e dia
Sobre a mesa em companhia
As Pandecta e o Camões:
E, se vós a não sabeis,
Que a leitura de PoeLa
E' cOl'l'ectivo e dieta
Depois de ter lido as Leis.

382-47.' AppeneZice em que se tmnscrevem e apontam algwnas passagens de


auctol"es celebres, que tivemm o aj'rojo ele censumr os Lltsiaelas elé Camões. (Por
Joaquim Jo é Pedro Lopes.)
Vem na Cal'ta ele llIanuel MeneZes Fogaça, acima notada, de pago 39 a 56.

'il'
* *
383-118.- O Oriente, poema ele José .ligostinho ele J1JaceeZo. Lisboa, na imp1'es·
são j'egia. Anno 1814. Com licença. 8.° 2 tomos de 24,7 e 238 pog. e mais I de
errata. Com o retrato do auctor, em cobrc, desenhado por H. J. da Silva e ora·
ndo por D. J. da Silva, á frentc do tomo I; e o dc Va co da Gama gl'3vado por
Jo é Joaquim Marques, á frente do canto I do poema, entre as pago 100 e 101.
O tomo I conLém: Á naçii.o 1Jol'luglle::;cI, eledicatoria (pag. 3 a 35) ; discurso
]weliminw" (pag. 37 a iDO); e os cantos I a v do poema (pag. 101 a 2'1:5). O lo-
mo rr comprehimde os cantos VI a XlI (pag. 3 a 237). No di curso paz o auclor
a seguinte epigraphe :
Tu nihi1 in magno doctus reprehenclis Homero? Hon.

Este poema é o do Gama, refundido e muito ampliado, porque em vez de


dez tem doze cantos.
Tanto a declicatoria, como o discurso pl"eliminar, foram supprimidos, para
e fazer depois edição 'lm separado d'estes trechos' mas o auctor não I)S repro·
duziu na seguinLe edi ão. Na dedicatoria escreveu o padre José Agostinho:
cc Não imagines que eu intente profanar ou iJlquietar as cinzas, e menos ofIus-
cal' a ~IOl'ia de Luiz de Camões, nem anancar-lhe das mãos aquella Palma que
o menta, e os seculos nella tem fu'maclo ... ))
o discurso, como se quizesse adiantar-se ao atrevimento de Vemey, poz
Macedo o seguinte (pag. 56 para 57) :
« ..• eu desculpo todos os defeitos que a nimiamente escrupulosa arle ar-
gúe no Poeta. O que n'ella é indispensavel, e sem o qual não são Poetas, é a
originalidade na invenção; eis-aqui o que se não encontra em Camões; o que eu
DE CA..\lÕES 29i
não allTibuo á esterilidade da sua alma, mas ás circumstancias da sua vida, e ao
não apurado go to do seu seculo, em que se não conhecia o grande principio de
que ° melhor sempre Ó ]?ossiveI. Por al~umas grandes bellezas das obras de Ca-
rode, conheço que elle linha o talento de lOventar, mas não o paz em acção nos
Ll1siaclas, onde não só a tolalidade lia Fabula é e tranha e servilmente imi-
tada, mas até os mais parliculare accidentes são alheios; de maneira que não ha
uma ó descripção, e o que é mais ainda, uma só comparação er.lre tantas, que
seja ua, e não lomada do Poeta Latino e Italianos, que o precederam. Conheço
que eslas tão geraes a erções são de e pantar os animas dos que Julgam e deci-
dem sem exame ... "
Na pago seguinte (58) acrescenta:
« • :. a passagem da IIi loria para o fabuloso edificio da Poesia é a pedra de
toque do genio inventor e creador do Poeta; este fallou em Camões; porque se
não existis e a Eneida, não exi tiriam os Lusiadas ... "
Depois compara a .Eneida com pas agens do Lusiadas; repisa a asserção da
falta de originalidade de Camõe . exalla a ua erudição, que denomina prodigio-
sa; chama-lhe ignoranle dos segredos da arte copista, etc.; e termina que
« .•• conhecendo por larga experiencia, que a Poe ia do estylo é quem forma
o merilo, e affiança a immortalidade a um Poema, buscou (elle, o padre José
Agostinho), quanlo em si coube, Rpanhar, e sustenlar por todo o longo fio
da presente Epopéa (O Oriente) um estylo verdadeiramenle poeLico, que se
annuncia por Imagens, e figuras novas, sempre levantadas, e empre formo-
as ... "
Isto é, Macedo assegurava que O Oriente era o primeiro dos poemas epicos
saído do en~enho porluguez. ElIe ampliou muito esta critica no eu livro Cen-
sura dos Luswdas, que menciono adiante.

*
* *
38"'-49." O Oriente Poema epico de José Agostinho de 11facedo. Lisboa: na
impres.scío ?'Cgia. 1827. Com licença. 8.· gr. de 8 innumerada -380 pago e mais 2
de erralas. Com o relrato lia auclor, desenhado por José Coelho e gravado em co-
bre por J. V. Priaz.

. . Esla segunda ec/ição é impressa ~m bom papel e nilidamente. No fim sob a


mdicação de « abbado 1.7 do mez de Junho de 1826» declara Macedo que <c de-
pois de nove annos de assidua app/icação, e e tudo no aprrfeiçoamento, e cor-
recção tl'esle Poema para sua 6!!unda publicação ficou concluído com a ultima
lima», mandando o aulographo para a bihliolheca do mo leiro de Alcobaça.
. Na breve advel-lencia dos editores, com que principia o livro, e é sem du-
"Ida da redacção do auclor, itam- e alguns cios gl'a~lde poemas, d.e. Ilomero,
Vlrgilio, Tasso e Millon, mas não se enconlra uma simples referenCIa aos Lu-
slUdas.
Do -poema O Oriente, appareceu muitos annos depois ~erceir~T edição~ imo
pre sa no Porto, reproduzindo a segunda. Não é vulgar em Lisboa. Nunca VI ne-
nhum exemplar.
292 LUIZ

*
* *
385-50." Manifesto critico, analytico, e a1Jologetico; em que e defende o insi.
gne vate Luiz de Camões, da mordacidade do discurso prelilllinm', que pl'ecede ao
poema Oriente; e se demonstram os infinitos en'os do mesmo poema. Lisboa, lia
]mpnssEío de J. F. .M. de Campos. 1815. Com licença da mesa do desembw'Oo do
Paço. 8. 0 de iO~ pago e mais 2 innumeradas de declaração e erralas. o fron·
tispieio lem esla epigraphe :
Dno aclu multas oITendis. PLUT.

E no ,-erso do rosto a seguinte:


Feeundus non est qui mulla at qui
bene dieit:
Et nee feeundus qui male malegignit ager. WEH.

a auelor d'esle manifesto, o professor Antonio Maria do Coulo, declara que


não entraria em similhanle defen a, "se o disl:urso que precede o poemª Ol'iente
não alacasse insullando a gloria da palria na pessoa de LillZ DE CAMüES, um
dos seus mais illuslres Jilhos».

,.. * *
386-51." Bl'eve analyse do novo poema, que se intitula Oriente: POI' Ulll
amigo do publico. Pl'oducçiio xx...'(v. Lisboa ~LDCCC.XV. Na, nova impl'essiio da Tiu·
va Neves e Filhos. Com licença da mesa do desembargo do lJaço. 8." de 28 pago

E te folheto é tambem do professor Antonio Maria do Couto (1ue declara,


na adverteneia, que o escreveu lres dias depois do appareeimento do Ol'iente. E na
dedicatoria preliminar a Camõe , acrescenta que:

"Sendo indubilavel, que todos quanto pretenderem seguir vossas pi adas


(as do egregio poeta) para derrubar· vos do erguido solio da sapiencia em que
vos sentais, por vós mesmo conslruido, darão maior reall:e ao vosso genio, e sa·
ber, porque o vosso nome tanlo mais se exalla, quanlo mais pessimos ystemas
e rasões futeis o pretenderem orrusear e deprimir.»

No rosto lê·se a seguinte epigrapbe:

Quod fuit in prelio, fit nullo denique honore.


LucnET, Iib. 4.

*
* *
387-52." Regras da Oratorict da cadei1'a, alJ]Jlicadas a hU/na oraçiio de Jose
Agostinho, recitada em S. Juliiio a 22 de ju.nho 1814 por Antonio Mm'ia elo C01!tO.
Producçiio XXXVI. Lisboa: Anno 1815. Na nova impressão ela vi~tva Neves e Fil/lOS.
Com licença do desembm'go do Paço. 8. o de i09 pago
DE CAMÕES 293

Ko frontispicio tem uma epigraphe em Jatim, e no ver o d'e la a se-


guinle:
"So/Trer calado as injurias com razão se julgaria cobardia, e ignorancia, e
nunca probidade, ou modeslia,- Luciano.»
'rem dedicatoria á memoria do professor de rhetorica Francisco de Salles.
Esle li\TO é muito interes anle, e das mai virulentas diatribes, que saíram
da penna de Couto conlra o padre Jo é Ago linho, para se desaggravar dos seu
graves insulto anteriores. Dr:pararn-se-me no principio do manifesto, que antecede
a analy.se, com pés e cabeça (de pa~. 23 em diante) esta citação:
"Poi emquantu houver Lusiadas lêem-se Gamas? .. »
E termina o livro crm o eguinle epigramma:
Se morde le, e ala alha te
Da Grecia o Divo Cantor,
Se a Camões lralou de re lo
O teu genio in ullador;
Ó Macedo eu te agradeço
De lralar-me Gom rigor,
Teu louvor é viluperio,
Tua satyra é louvor,

* * 'lí'

388-53." Cm'ta ao SI', Antonio ll1a'ria do Couto, na qual se dá bl'eve, ser'la /?'
terminante resposta ao maniresto, em que l11'etende mostl'al' os erros elo Poema Orien-
te, e derender os Lusiadas. Por Joaquim José Pedl'o Lopes. Lisboa: na bnpl'essã()
Regia, Anno 1815. Com licença, 8,0 de 31 pag;

*
* *
389-5(Í,,' O Couto. P01' José ArJostinho ele Macedo.' Lisboa: na lmpressúo Re-
gi~, Anno 1816. Com licença. 8." de 151 pago - No J'ronlispicio lem a seguinte
epIgraphe:
Mais lhe valia não ter nascido!! I
N'e la obra o padre José Agoslinho re ponde ao Jivro Regras da Omtoria
da cadeil'a, a1Jplicadas a'wna oTaçúo, elc" cilado acima; e no fim vem uma carla
de Lopes,
:}O:~

* *
390-55," Cm'la ao SI'. Antonio 111m' ia do Couto, Pl'Oressor que ensina gl'ego I '
aos SC1!S discipulos, (Por Joaquim Jo é Pedro Lopes.)
Anda junto ao livro O COUlO, do padre José Ago tinho de Macedo, de pago iii
a iii!.
LUlZ

39:1.-56.- 1Votici((,. Lisboa, na impressão j'egia, 1815. Tem as iniciaes de


J. J. P. L.

*
* *
392-57." A analyse ana/ysada. Resposta a Couto, pOI" José Agostinho de Ma·
cedo. Lisboa, na irnpressãc j"egia. An1w 1815. Com licença. 8.° de 54 pago .
Tem no verso do rosto a epigrapbe :
Manha do açougue.
O escripto de Macedo vae até pago 39, que remata com estas palavras: "Es·
crevam, e esperem mais: Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pelle.»
Oe pago 41 a 54 comprebende-se uma carta de Joaquim José Pe.dj·o lJJpes,
redactor da Gazeta de Lisboa, ao sr. Antonio Mada do Couto, S. D." E a signada
com as inicaes: J. J. P. L." .
N'e te folheto dá José Agostinho conta do seu trabalho nos dois poemas
Gama e O/'iente, em ampliação do outro. As im (pag. 3 e lJ,) :
" ... O Ga?Jl(b • .• não me agradou, e intentei refundil-o, dilatai-o, engrande·
cei-o, em/im, emoupal-o mais, porque a sua materia, que era o descobrimento da
Inwa pelo Oceano, merecia isso; melli mãos á obra, levou·me tempo, e aprovei·
tando do (Tama o que me pareceu mel bar, acrescentando ás 700 oitavas (que
pela maior parte melborei)" do mesmo Gama, mais 395, dei á luz em :1.815 o poe·
ma intitulado O Ol'iente. E isto algum delicto? Um homem faz umas casas, pa·
recf'-Ihe pequenas, e de poucas accommodaçõe , sem deitar os dúis primeiros anda·
res abaixo, accrescenta-Ihes outros dois, e mais urnas aguas furtadas; fez e ~e
homem algum delicto? Cada um não se póde servil' do que é seu para o que qUl-
zer? ... "

*
* *
393-58.- Exame analJytico e pamllelo do poema O/'iente do j·ev. José Agosti·
tinho de Macedo com a Lusiada de Camões. Por Nuno Alva?'es Pel"eim Pato Mo·
niz. Lisboa, na typogl'aphia Lace1'Clina. Anno Ar.DCCC.XV. Com licença da mesa do
(lesembargo do lJaço. 8.° de vlI-355 pago Tem no rosto a seguinte epigraphe:
Descriptas sen'are vices, operum cfIle colores
Cur ego, si nequeo, ignoro que, Poeta salutor?
DonAT. Epist., ad Piso

No prologo escreve Pato Moniz, que se viu obrigado por alUar á patria de
entrar n'esta controversia, visto como o rev. epico, apesar da sua propria f!,agucza
e corrido da telTivel justiça que o publico fez ao seu Gama, não ropl'lmm os
ímpetos de seu desmandado orgulho e tentou de novo derribar "a fama de Ca·
mões, tão justamente eslabelecida e sustentada ha quasi Ires seculos em todo o
mundo li tterario ... "
DE CAMÕES 295

* * :~

39/i,-59.· Historia e 71WlJw/'ias da acadcmia 7'cal das scicncias de Lisboa. 4.°


No tomo v (18!7), parte TI de pago xc a XCIX, o Rclato/'io da commissão
para elm' conta da nova e.diçüo elos Lusiadas iml11'eSSa mn Pa7'Ís cm 1817. (Já ci-
lada e em parte tran cripta n'este tomo, de pago 120 a 123. .
No tomo VI (18L9), llarte I, a Carta do Morgado de l\IaLteus em resposta ao
relataria da cOffimissão. (Já citada e em parte transcripta n'este tomo, de pago 123
a i27.)
No torno VII (482i) de pago 158 a 279, a Memoria . .. por Francisco Ale-
xancZre Lobo ~)i po de Vizeu).· (Já citada n'outro lugar, Veja tambem nas Obras
do bispo de '\ izeu.)
No tomo VIII, parte I (1823), de pago 167 a 212, o Exame criti~o das p/'i-
meiras cinco edições dos Lusiadas. POJo Sebastião F7'aIlGÍsco cle Mendo Trigoso.

'ii'
*' *
395-60." Relatol'io da commissão nomeada para examinm' a 7wva edição dos
Lllsiadas, impI'essa em Pal'is em 1817, etc,
Esta é a edição em separado da 1I1emorias, mencionaL!as acima.

*
* *
396-61." Annaes das sciencias, da$ m'tes e das letras. Paris 1818-1819. 8.°
grande.
. Veja o que mencionei e dei..'\.ei extractado, no Lama pl'esente, a pago 129 e se-
glllnte .
*'
* *
. 397-62.· BI'cve 7'es}Josta á cl'itica da nova eclição dos Lusíadas, etc. POI' Bento
LlIl; Vialllw. Pa7'is, 1819. 8.° do 56 pago
. Veja o que extractei d'este folheto no tomo presente, a pago 133 e se-
gUUlte .
*
*' *'
398-63.' O espeCtador portU[Jltcz, Jornal dc critica, c de litteratura. Lisboa.
Na Impressão de Alcobia. 1816-1818. 4.° (4 semestre, tendo cada um 26 numeras.)
No artigo C7'itica, que Yeill em quasi todos os numeras, Jo.sé Agostinho de
Macedo, que foi o fundador e redactor principal, e acaso UllICO d'esta folha,
296 LUIZ

defende- e das aggressões de Pato :.\Ioniz e de Couto, a propo ito do Oriente,


do Pamllelo critico e das numerosa pubJicaçõe que se fizeram contra os seus
devaneios e vaidade.

399-6q,." A]Jologia de Camões contm as 1'eflexães criticas do Padre José Ago -


tinha ele lIlacedo sobre o episoelio de Adamas/O!' no canto v dos Lusiadas. Santia·
go. iVa onicina typogralJhica de D. Juan lIloldes. .:-\nllo de 1 19. Com as licençasne·
cessal·ias.. q,.o de 8-M pago
É de fI'. Franci co de S. Luiz, depoi cardeal Sarai va, em resposta ao folheto
Reflexões criticas, do padre José Agostinho, publicado em 18B.
Segundo um interessante artigo do 51'. Martin de Carvalho, no Conimbricense
n.O q,027, de 27 de março de 1886, acompanhado de uma c:arta, que em tempo
fI'. Francis..:o de . Luiz e crevêra ao ecretario <la universidade, Va concello e
ilva, a Apologia foi e cripta em Ponle ue Lima, entregue a um amigo Antonio
Fernando, que a mandou imprimi.r anonyrna em S. Tiago de Compostella, CO!ll
um prologo, que não é de fI'. Franci coo
Na carta citada leio o seguinte: "Nunca disse a ninguem que era cousa mi·
nha, enão na Batalha, quando soube com plena certeza que fI'. Jo é Leonardo se
gabava de ser sua. Então mostrei. a uma pessoa o rascunho, que ainda conserva·
va, para prova rla minha verdade)).

* '" 'i'

lJ,OO-60." CenSlt1'U dos Lusiadas. POjO José Agostinho de Macedo. Lisboa na imo
presstio Tegia. Anno 1820. Com licença. 8.° 2 tomo de 295 pago e 271 pag.-
Os rostos lêem a eguinte epigrapl e :
... TolluntUl' in a/tum,
UI lapsu graviore l'uanl. CL1UD.

)osé Agostinho começa a introuucção referindo- e aos que o atacaram pela


composição do poema 01'iente, em que elle ou adamente pretendeu ubir e ex·
ceder a altura de Camões, e pretende para logo defel1l.1er-se da nova ou adia da
Censura, escrevendo (pag. 4, a o) :
"Nunca foi a minha inten ão emendar Camões, fique isto para o tradnclor
inglez Mickle, que nos deo as Lusiadas invertidas ou vestidas, como eJle diz, li
moda ingleza; n'esl.a traducção, nua ó eslão alterados os factos hi toricos, e ~s
episodios do poema, ma a mesma marcha e ordem que no original Jlle dá LUlz
de Camões; e não e emenda semLO aquillo que se julga defeituoso e imperfeito.
A acção dos Lusiaua , que é tanto de Luiz de Camões, como é de outro qualquer
que e julgue provido de cabedal bastante para a tratar, póde er tratada por
muitos poetas, sem que uns se dêem por injuriado pelos outros, e sem que e
possa alTIrmar, que o poema que agora ajJparece vem emendar o que o prece-
deu ... Jl
A intl'OducçãO finda assim (pag. 11 e 12) :

"Tudo o que é opposto á rasão, e á natureza, é conlrario tambem ás primi-


DE CAMÕES 297

tiva innatas, e invariaveis leis do bom, e do bello ideal; e Ludo o que não é isto,
emonstJ'uo o, e impeJ'feito . tudo o que não é verosimil é absurdo; e o verosimil em
poesia deve er tal, que em certas relações tenha, não só a tintura, mas a essen-
eia da verdade. Eu reduzo toda :J. arte da poesia a estes unicos, e invariaveis
principios de I-1oracio :
lI1ewn qui peCI!IS inanitel' angil,
IlTito.l, mulcet, {alsis terrol'ibus implet.
"Se o poeta consegue i to por meio dignos da rasão e da natureza, tem con-
seguido tudo; mas se o poeta a cada pa so tropeça e cáe, falta a esta suprema
lei; nem é bom poeta, nem o que produz é perfeilo e il'l'eprehensiyel. A Ludo
isto se falta en a Lu iadas; logo a Lusiada são imperfeitos ... "
, egue a Cen tira por canto. O tomo I comprehende a analyse dos canlos I
a v. O Lomo II a dos cantos VI a x; e na ultima pagina (271) sáe-se o padre José
AgosLinbo com e-te pregão de duelista:
"Eu devo levantar a mão da tábua com e le cartel ele desafio, que a minha
honra deve fazer aos meu imp/acaveis inimigos: Com solidas ra ôes ninguem
me responderá."
O italico é de Macedo. No verso d'esla pagina declara elle que não poz a
dissertação proll1eLlida no Lomo I, pag. 31, para não avolumaI' esLe; mas dal-a-
ha irnpres a separadamenLe em occasião opporLuna. Julgo que não appareceu
nunca. O que e lê na mencionada pago 31 é o eguinLe:
"Na oitava ~O.a começa o decanlado, porém ahsurdo macbinismo elas Lusia-
da ; cou a perfeitamente monslruosa; alem das no sa rellexões particulares
pelo longo decur,o d'esta censura, daremo no fim uma erudila, e phHo opbica
Di erlarão que obre esLe ohje 'Lo nos foi communicada; ella acabará de lançar
por Lerra e te fanlasma da opinião ... "
. E tas amo tras revelam o animo com que o padre José AgosLinbo veiu á
Imprensa com a ua ampla Censura.
Hefere o sr. visconde de Juromenha (Obras, Lomo I, pago :369), que viu uma
carla auLographa do padre José Agoslinho :lO morgado d~ Malte.u '. D. José ~!a­
fia de Sou a em que parece que modifica va a uas opiniões, JIlcILando o diLo
l(

morgado para que publica e a Lraducção lalina dos Ln iadas do padre Francisco
de anLo \go linho de :Jla edo, e ofrerecendo-se para a rever".
Possuo e tenho á visLa, ouLra carta autographa de José Agostinho, endere-
çada ao vigario geral arcebi po de Lacedemonia, e d:llada. de Pedrouços em 1.5
de junho de 1829, na qual e elle queixa de não lhe Lerem dado enh'ada na aca-
demia das sciencia de Li hoa, allirmando com tudo a sua boa vontade para o
audor dos Lusíadas, pois acre centa :
"Não me quizeram lá, porque diziam que eu ía para lá dizer mal d~ todo.,
talvez e não enganas em, porque todo o mereciam, pnrém ? que elles não qUl-
leram fazer, fizeram agora os Romano, mandando·me um dlp/oma de OCIO da
Academia 'fiberina em que entram só os primeiros litteralos de Jtali~, e .eu que
Jlunca me esqueço do porlu"uezes, no ln u agradecJrnenLo Ibe pedi qUlzessem
examinar no m. da VaLicana os m . tle André Baião, successor de Marco Anto-
nio ~1U1'eto lia cadeira de eloquencia, e fazerem uma copia c/a tl'oc/ucçüo latina
das LUS1ADI1S> mai exaclas e muito melhores verso, que os da paraphrase, e
298 LUIZ

não traducção de FI'. Thomé de Faria, e que vies e islo pela legação, que eu cá
pagaria o frete, e a quem elles aqui quizessem o trabalho da copia, porque fazer
gaslar um loslão a um i.la.liano, é tirar-lhe um olho da cara, ou an'lbos os olhos, Se
assim o fizerem, SERA MAIS UM TROFEO LEVAr\TADO A GLORIA DO
POETA, e que valha mais alguma cousa, que a edição rica do Morgado de Mat·
teu, Não e enfade V, Ex." se um moribundo em lugar de uma carla missil"a,
faz um testamento, Se o meu fraco é fazer conhecer ao mundo a litteralul'a por-
tugueza, este fral'.o é Ião forte, que a ludo me obriga. , ,"
No trecho, que transcrevi, o sublinhado é meu, para que fique bem palente
a intenção inlima confidenciall1o padre José Agostinho em favor do ublime cano
101' dos Lusiadas I

*
'"' *
4,01-66," Carta escrípta ao senhol' Redact01' da ce Ga::eta Universal", pelo
vetemno (óra de serviço, eX-l'edactor do ce Jornal encyclopedico de Lisboa», e/c,
4". de 7 pag;- No fim: Li boa, na oflicina de Antonio Rocl'/'igues Galhanlo, imo
lJ1'eSS01' do conselho de guer1'a, 1821,
Não tem rosto, Quando menos, nao o vi no exemplar que examinei. Tem a
data de "Lisboa, Fomo do Tijolo, n,· Mi, 2,· an~lar, 1) de novembro de 1821 », e
a assi.!ínatura de "José Agostinho de Macedo" E Ulll elogio ao redaclor da Ga-
zeta universal e nova aggre são a Pato Moniz, de quem escreve eslas phrases,
na ua coslumada linguagem (pag. 5) :
"Este Palo é um individuo anomalo na especie humana. Foi dois annos a
fio to ado, sacodido, depennado no Espectador, pois nem ainda os dois grossos
,"01 umes da Censura dos Lusiadas lhe fizeram cair da cara um bocadinho de es-
tanho, ainda é a mesma, ainda é da dureza e CÔr de arame de candeeiro, -,»

*
* *
4,02-67," Reflexões sobl'e C! ?Jlm'inlw O!! discu1'so demonst1-ativo do esboço da
organisaçiio e 1'egimen da ?-epm'tiçiio naval POl'tugueza, P01' Justico/a, Lisboa, na
imprensc! nacional, anno de 1821, 4,,0
Contém numerosas referencias a Camães, para alftrmar, com os versos do
insigne poeta, as suas consideraçãe ácerca da situação da marinha porlugueza.
Jus/icola é o pseudonymo de Jo é Maria Dantas Pereira,

*
'" *
4,03-68," A. Primave?-a, 1101' Antonio Feliciano ele Castilho, Coimb1'a, 1822, 8,'
Veja n'esta collecção de po'emelos, o que respeita ao episodio de Ignez de
Castro.

40040-69," A morte de D. 19nez ele Cast1'o, Cantata, pOI' Manuel 111m'ia Ba'/"
DE CAMÕES 299

bosa du Bocage, a qlM se ajnnta o ep-isodio, ao mesmo asmmpto, do ÚlwlOl'[al LltiZ


de Camões. Lisboa, na typofj1'aZJhia Rollandiana, 1824, Com licença da lIfesa de
Desembm'go do Paço, 1.2. 0 de 2iJ, pag.- o verso do rosto tem esta epigraphe:
As filhas do Mondego a Morte escura
Longo lempo, chorando, memoraram.
LA.IIÕES, Lmiad., canto m.

E te folheto comprehende um soneto (pa". 3); a cantata (pag. 4 a 1.0) ; e o epi-


sadio do canto l i dos Lusiadas (pag. H a 20). De pago 21 a 2lJ. corre um cata-
logo de livros do editor RoBand.
O soneto dedicado a Ulina, começa:
Da mi eranda Ignez o r,a o triste
No tri te son que a magoa de alina
Envia o temo Elll1ano á tema lina,
Em cujos olhos seu prazer consi le..
E termina:
Tu és copia de Ignez, encanto amado,
Tu ten seu coração, tu tens seu rosto ...
Ah ! Defendam·te os eeo de ter seu Fado,
A cantata principia assim:
Longe do caro E po o Ignez formosa
Ta margem do Mondego,
A amol'o as face aljofrava
De mavio o pranto.
Os melindrosos, candido penhores
Do thalamo furtivo
Os filhinhos genti , imagem d'ella,
_ o regaço da Mãe serenos gosam
O somno da Innocencia.
E conclue:
Toldam- e os ar s,
Murcham-se as flores:
forrei. Amor s
Que Jgnez mOlTeo.

/j,05-70.- Camões, oele elo cavalheú'o Raynouord, etc. Tl'adlóela em verso


POl'tupuez paI' Francisco 1llal111el (Filinto Eli io),vicente Pedro .Nolasco e F. L'oe
Vel'dler, correcta e annotada, dedicada a SuCt lllagestade Elrel o Senhol' D. Joao
VII Nosso Senhor pelo sm humilde e fiel vassallo !Ieleodoro Jacinto de Amujo Cal"
nell·o. Lisboa.' na l111fJ1'essüo Regia. 1 25. Com I1cença de Sua. jjlagesta~e. ~.o me-
nol' de 1~-52 pag,-No verso do 1'0 to, e ta eplgrapbe extraluda de EIoruclO:
••• cc Vos exempluria Graeca
Noelurna ver ate manu ver ate diurna.
que Filinto Elisio traduziu assim
O exemplares pUfos com noctill'na
Diurna mão por vós sejam versados.
300 LUIZ

As versões com as respecti va notas estão pela seguinte ordem: primeira,


a de Filinto (pali{. 1 a 22) ; segunda, a de Nolasco (pag. 23 a 38); terceira, a de
Verdier (pag. 39 a 52).
Os primeiros versos da traducção de Francisco ~Ianuel são estes.
\Ós, que as praias trilhai do Tejo aurífero
Regei meu pa so incerto,
No tributar meu pio rendimento
Ao Luso feliz Vate.
Os ultimas são:
Na luta nobre: -Vivos,
Se perseguidos ais: na Era vindoura,
Mortos, vos erguem aras.
A ver ão de Nolasco principia:
Filho do Tejo guiai
Meus vagos passos aonde
O vosso Vate e esconde,
Seu sepulchro me amo Irai.
E acaba:
Sustentai a nobre lida;
Tormentos vos dão na vida,
~ras aras depois ela morte.

Segue a lraducção de Verdier, de que dou a amostra na secção do auclores


francezes.
Este folheto não é raro. Existe ainda á venda no depo ito de livros da im-
prensa nacional, e por preço minimo.

li,OÔ-7 L' Bellezas de Coim.bra por Antonio J1foniz Ba?Teto Côrte Real. Parte
pl'úneira (e unica). Coimbra. t\a 1'eal imprensa da universidade. 1831. 12. 0 de 203
pago
Veja nas pa". 28 a 38, Iii, li,g, a liG, 7,1 73, 160 e 170, Episodio de1glle; de
Castro e outros ex.cerplo elos Lusiadas e das Eclogas j referencias a Camões e a
Jgnez de Castro, e á Castro de Antonio Ferreira; e excerptos da Nova Castro.

li,07-72.n Sonetos publicaelos na C/wonica constitucional do Porto por occasúio


da morte do ill."" sr. José Joaq!âm Pacheco, c011lmendador nas t1'es ordens de
S. Bento de Aviz, de Nossa Senhom da Conceição de Villa Vir-osa, e de! Torre e
Espada de valor, lealdade e mel'ito; condecomdo com a cru;:; de om'o das campa·
nhas penins?da1'es; com medalha de commaí!do em Albuem, e em Victoria; e cqll!
distinctivo da expedição a Montevideu; cOI'ollel commandante do 1'egimclIto de w·
fantel'üt n. o 10, e chefe do estado maiO)' do exercito libertadO)' do Norte de Portu·
gal, etc. Parlo. Imprensa de Gandra ê Filhos, 1833.- Folha avulso.
DE CAMÕES 301

É uma pllblicação da maior raridade, em separado da que se fizera primei-


ramente na Chl'Onica constitucional em homenagem ao bravo coronel Pacbeco,
que os portuenses honraram sempre, e cujas cinzas, como preciosa relíquia, con-
servam em sumptuoso mausoleo no cemilerio da Lapa.
Contém 12 sonetos, uns anonymos, e outros firmados com iniciaes, que não
!e sabe a quaes pessoas se referem. O soneto, porém, qne em seguida transcrevo,
por cau a da igJa li., parece que teve por auclor o conhecido patriota João No-
gueira Gandra, citado no Dicc. bibliogl'apllico, tomos III e x. Transcreverei este sa-
nela:
Precursora do fado inexoravel
Que ao moderno Pacheco estanca a vida,
Em triste som a Fama enternecida
TO Elysio espalha a nova deploravel.
Lusos Manes, em turba respeilavel,
Correm á recepção justa, devida'
Camões a apo trophá-lo se convida,
Junto ao velho Pacheco veneravel.
Nas praias do Cocyto o Herófl assoma,
Da India o defensor a mão lhe e tende,
E em seus braços carinhoso o tóma,
Na lyra o Vate novos sons desprende,
"Pede :i. Grer,ia, outra vez, perdão e a Homa»
Se a gloria aos sells varões este suspende.
C,'"ÕES, canto x, cslancia 19. G.

Ex.iste um exemplar na biblíolheca do sr. Pedro Augusto Dias, di linclo pro-


fessor de medicina e bibliophilo, no Parlo.

*
* *
4.08-73. a Na7Taçtio stlccinta do modo pOl' que a companhia dos aC~Ol'es P01'tu-
gllezes do Real theatl'o elo Porto solemnison o annivel'sal'io natalicio de S, 11'1. 1. o
Senho/' Duque de Bmgança na noite elo jubilo o dia 12 ele outubro de 1833, ena do
seguinte, P01'tO. Na imp,'ensa de Gandm §f Filhos. Folha am] o.
O SI'. Pedro Auguslo Dias possue um exemplar d'esta Nal:l'açiio, hoje muito
rara. Entre as prod~cções poeticas que n'ella vem como rec~ladas u9 theatro,
eslá uma glosa em OitO sonetos á oitava 1." do canto I do Lus~adas:
As arlllas e os barões assignalados

. 4.09-74.," Alectorea (Poema soure as gallinhas), por José Baptista de Mimnda


Ll1na, Macau. 1838.
'o canlo r, eslancias 60 a 64, exalla Camões, e diz que em Macau, onde o
poema Alectol'w foi escripto, enc.ontrou Camões o seu Parnaso, e o estro que o
302 LUJZ

elevou tão alto. Em a nota 17 ao me mo canto, refere- e á estada de Camões em


Macau e á celebre gruta nas vizinhança da aldeia de Patane.

*
'"' *
4iO-i5." Ode a Camões (eita em francez 11elo SI'. Raynouanl e posta entpOl·.
tugue:;.
É a versão do dr. Antonio José de Lima Leitão junta ao livro l1 estante cio
CÔI'O, pO~m(L hel'oi-comico, composto POI' Boileau Despl'éaullJ, etc., e traduzido
pelo mesmo, Lisboa, 1834.

*
'*' '*'
M 1-76." Con{rontaçlÍo minuciosa dos dois poemas Lusiadas e Oriente, Ol! de-
(ensa imjJaI'cial do gl'ande Luiz de Camões contra as invectivas, e emúu tes elodis-
curso preliminar elo Oriente composto pelo padre José Agostinho de Vacedo, emque
se prova as suas (alsas ol'iginalidades: Obra escripta em viela d'este reverendo an-
CtDl', e até agora núo impressa. SeI! auctm' Raymwulo Jl1nnuel da Silva Estrada.
Lisboa, na irnpl'ensa nevesiana. 1834. Com licença. ft.. o de 56 pag.-No ver o do
ro~to a seguinte epigraphe:

Veja o Tejo uma .vez, qual o Tamisa,


Cysne que e paços não trilhados pir.a.
ORIENTE, cauto r, oitava I.

Este opusculo, lJUe não é hoje mlgar, começa (pag. 3) :


{( Todo o porluguez tem direi 1.0 a defender o grande Luiz de Camões de ui·
trages não merecido. Não acho proprio, nem acertado, que um auelor, para se
engrandecer a si, ataque outro auctor, e pret mIa despojal-o da gloria, que lhe
estabeleceu a opiniãO geral de todos os homen , e de totlas as nzçõe ..• "
E acaba (pag. 53 a M) :
ce ••• não deve o padre Macedo, para exaltar o seu Oriente, pllr a assar o
Camões e a ua obra; pois, se alguma (\'ellas merece superioridade, é sem duo
vida a das Lusíadas, e a prova é clara: As Lusiadas são lidas por todos, sempre
com o mesmo gosto, com o mesmo interesse, depois de qua i lres seculo da sua
primeira publicação; e o Oriente, em exceptuar alé os seus me mos partidistas,
todos go tam, é verdade, de o ter nas suas gavela , ou nas uas livrarias, porém
muito, e muitos (isto é um fallto) em o lerem lido ainda, ou contentando-se ape-
nas de ler alguns cantos, ou oitavas d'elle . , ."
Alem dos livros e folhetos, que ficam registado, a respeito de tão inslrucliva
polemica lilleraria, notarei que na Obras do padre Francisco Roque de Carva-
lho Moreira se encontra um soneto de censura ao padre José Agostinho pela sua
publicação do Ol'iente.

412-77." A vo:; da gratidtío e o ecco da verdade. Versos centonicos extl'all.idos


DE CAMÕES 303

das obras ele Dui::; de Camões etc. O. D. C. Um subdito leal e amanle da Cal'la.
Lisboa, na imprensa Nevesiana, 1834. 8.° de 20 pago

* *
M3-78.' Reposilorio liltel'al'io da sociedade das scwncias medicas e da litte-
ratura do Po~'to .. Porlo, 1834-1835. 4.° de 190 pago - Impresso na typograpbia
de AIvares RibeIro, aos Lavadouros. .
Na pago 5, 56, 64, 70,71,86 e S7, encol1lTam-se 110taveis referencias a Ca-
mões e á ua monumenLal obra, e ao Camões de Garrett, em artigos com a assi-
gnalura A. H. (Alexandre Herculano),

q.14-79," Poesias de Henl'ique Enwsto de Almeida Coutinho. Porto, impl'ensa


ele llvaI'es Ribeil'o, aos Lavadow'os 11.° 16, 1836. 8.· de 105 p~g. e mais 2 de in-
dice.
Veja de pago 2:1. a 24 a Ode a L1âz de Camões, naufmgando na costa de Ca.m·
boja junto á foz do rio 111ec01l1.

!d5-80." O RecI'eio, jomal das {amtilias. Lisboa. Na imprensa nacional,.


1836-1842. 4." 8 lamas.

No lama IV, a pago 74, e 75, excerpto dos Lusiadas; a pago 78, Camões cila·
do enlre os auclores mortos de fam a; e a pago H2 excerpto dos Lusiadas.
No lama VI de pago 78 a 82, biographia de Camões; de pago 101 a 1.05, bio-
graphia de Ignez de Castro; a pago 188 excerpto dos L1!siaclas; e a pago 243, Ca-
mões citado entre os homens dislincLos, mal recompensados em Por lugal.

M6-8i." Bibliotheca erudita, obl'a de lição e l'ecreio ... 1J!tblicada 1JOl' seu
altctol' J. J. V. (Joaquim José do Va11e). Porto, tY1Jog1'a1Jhia de M. 1. A. Fmneo.
1837. 8.° 2 tomo.

Veja no tomo TI, pago 64 e 65 a biographia de Camões.

. H 7-82." D. 19nez de Cqstl'o. Novella pela condeça d,e Genlis, traduzida do


frallcez 1Jelo clr. Caetano Lopes de Mom'a, natum!. da Bahta, etc..OnwdC! com es-
tampas. Pa'1'Ís, na livl'ariq Pol'tugueza de J. P. Al1la~!cl, 11, quat Voltall·e.1837.
304 LUIZ

12.° de 4-243 pago Com vinhetas c uma e tampa antes do Tosto, repre entanclo a
coroa~ão de D. Ignez de Castro com a epigraphe extrahida dos \'er os de Camões:

O caso Iriste c digno de memoria


Que do epulchro o bomell desenterra
Aconteceu da misera e me quinba
Que Mpoi de ser morta foi rainba.
Tem antes do rosto a eg-uinte indicação dos impressores: Pm-is: únpI'esso por
BOIU'gogne e ilIal·tinel, rua Jacob, 30.

* *
418-83." O Mosaico. Jomal de inst1'llcção e ?'ecreio, cujo lucro é applicado a
favor das casas de asylo da in{ancia desvalida. Lüboa, na imprensa nacio-
nal.4.0
No volume I de 1839, n.O 13" ]Jag. :1.00 e :1.01, traz uma resumida biogra-
phia de Camões, mencionando a eiliçao da obras do poeta feita em Hamburgo
por diligencia de Barreto Feio e Gomes Monteiro; e a primeira edição do Camões,
de Almeida Garrett. Contém onU'as referencias a Camões, especialmente lia poe·
sias de Martins Basto.• qne tirava qua i sempre para as suas epigrapbes, ou com·
posições, versos dos Lusiadas.
O volume II contém ignalmente muitas referencias a Camões, excerptos dos
Lusiadas, e Historia de Tgne;:; de Cast?'o, com estampas.

H9-84." DescrilJçüO geral de Lisboa em 1839, ou ensaio hislol'ico de ludo


I]ltanto esla capital contém de mais notavel, e sua histo/'ia politica e litteral'ia,
etc. POI' P. P. da Camam. Lisboa, 1839. 8.° de 1v-:l.90 pago
Veja de pago ·14,9 a 151, Versos {eitos POI- el-l'ei D. Pedro o cruel, morto fI/I
1367, sobre a tmgica morte de sua esposel D. lane::; de Castro' de pago :1.60 a :l63
Biograpilia de Camões; e a pago :1.69, Biogl'aphia de Antonio FIJITeira, e referen-
cia á tragedia 19nez de Castro.
*
* *
420-85." Cosmol'ama litterario. JOl"lwl da sociedaele Escholastico-Philomatica.
Lisboa. 1840. 4.°
Em os n.O' 29 (pag. 226 a 228), 30 (pag. 234 e 235), 31 (pag. 242 e 243) e
32 (pag. 250), vem um artigo biographico de Camões sem assignatura, mas é de
Luiz Augusto Rebello da Silva. Louva o poeta pelo seu :1.mor á palria e pelo seu
i,llmortal poema; e J'omantisa as alllicções, amarguras e desgostos, que passou na
India e em Macau.

421-86." Biographia ele pel'sonaaens illustl'es rle Portllgal, escl'ipta llOr Da-
DE CAMÕES 305

tIIasa Joaquim Luiz de Sousa 1I1011teij·0. Omadct de j'etratos lithographados e de vi-


II/lOtas allusivas Ct algtwla passagem notavel elCt vida de caelct uma. Lisboa. Na im-
prensa nacional. 1840-1841. Folio.
Contém biographias e retratos de Camões, Jgnez de Casb'o e Va~co da Ga-
ma, com extensos e numerosos excerptos dos Lusiadas e entre elles o Episodio
de Igllez de Castm
Parlfl d'estas biograpbias entrou depois, se não me engano, na Collecção ele
,.etmtos e biographias, cilada no Dicc., tomo Il, pago 90, sol) o n.O 358.

*
* *
422-87.· p01·tugal. Rum'dações elo anno ele 1842 pelo p1'incipe Liclmolcsl.-y.
Traduzida elo allemão. Segun.da edição. Lisboa. Na imprensa nacional. 1845. 8.°
de 6 (innumeradas)-220 pago e mais 2 de indice e enala.
Rcfer ncias e citações camonianas a pago 1, 3~, !.J3, 100, 102, 129,132,144,
iMi, 151.,152,165,187 189,190,215, 218 e 220, comprehende exceI'ptos dos
Lusiadas, menção da edição do morgado de Matteus, das notas do sr. Fcrdinand
Denis á versão ]e FOlll'llier, e ao episodio de D. Jgnez ele Castro; e a b'aducção
de uma estrophe elos Lu iodas em francez pelo duque de Palmella.

*
* *
423-88." Cm'tas escl'iptas ela inclia e da China nos allnOS ele 1815 a 18351)01'
José Ignacio de Andrade a sua mulhel' D. 111m'ia Gel'/rucles de Andrade. Lisboa,
na imprensa nacional, 1843. 8.° grande, 2 tomos ele 16 (innllmeradas)-2!l5 pago
emais 3 de indice; e de 8 (innumel'adas)-235 pago e mais 8 com uma epistoJa
em verso e indice. Com estampas fl retratos.
Veja no tomo I, pago 9 e 'lO (innumeradas) 3, fi, 12, 19,25,29,35, M, 47,
5i, 55,57,77,79, 80, 93,105, 109, Bi e 161, referencias a Camões e ao seu
poema; a Vasco ela Gama, e á gruta ele Macau, e excerptos dos Lusiadas. No to-
mo TI, pago 3 (innumeraela), 3'1, 33, lJ.7, 71, 85, 101, 177 178 205,231 e 233,
referencias a Camões, excerptos elos Lusiadas e de Camões de Garrett; menção e
apreciação do quadro Camões de Sequeira, e ele cripção da grut~ de Macau.

lt,24-89." Jm'dim pOTtuense. pOj'lo, 1843.- Em o n.O 3, terceiro artigo, re·


produz O veTgel elo amor, elegia ele Camões.

. 425-90." Poetica 1Jam uso das escolas 1J01' Benwl'cl?:no Joaquim da, Silvct Cm'-
etc. Coimbm, na úll1J1'ellsa ela unive1'sidade, 1843, 8.° de 2-108 pago
lIelTo,

Tem citações de Camões de pago 45 a 48, 86 e 87.


TO.IIO XlV (Suppl.) 20
306 LUlZ

*
* *
426-9Ln Bistm'ia de! (rane-1Ilaçonaria, eté. pelo aueto?' da cc Bibliotheca ma.
fonica». Lisboa, 1843.8.°
Contélll' citações e trechos dos Lusiaelas a pago 185 e 186, 191 a 196, 2q8
a 257.

\" * '",

427-92." Excavações poetieas por Antonio Feliciano de Castilho, etc, Lisboa,


typogmphia ü!sitana, 1844. 8.° granele ele 294 pago
Contém o Saerifieio de Camões, poemeto, ele pago 80 a 89.

*
* *
42R-93. n Os amOl'es de Camões e de Catha?'ina d'Atlwide; lJonnadarne Gal!-
tie,'. Traduzidos do fmneez por D. Mada Emilia de 1I'laeedo. Lisboa: typ. de L.
C, da C~mha, Costa do Castello N.o 15. 1844. 8.° 2 tomos, de xVI-202 pago e 215
pag.- O tomo I tem uma estampa aUegol'ica lithogl'aphada, desenho de Pereira,
representando o tumulo do poeta, junto do qual choram a Pat?'ia, a Poesia e o
Amor.
Nas pago vm e IX da introducçãO, vem o conhecido soneto de Tasso a Ca-
mões, com a imitação de MiUié, traduzida por Mendes Leal:

Essas velas, ousado navegaute,


Nas aguas orientaes já branquejaram;
As enramadas pôpa já brilharam
Ao sol do leito a erguer-se deslumbrante.
U1ysses infeliz va~ando errantp., _
Jaso I!. e os que prunei 1'0 o mar sulcaram,
Nem tão audaz espirita mostraram,
Nem honra mereceram tão prestanle,
Mas teu feito mortal, 6 Gama, fôra,
Se immorlal alta musa o não tornara,
Mais veloz do que a nau triumphadôra.
Deu-te Engenho com Al,te a gloria rara
Que o mundo encheu desd'ollde nasce a aurora
Té onde busca Phebo a lympha clara I

*
* *
Ik29-94." Apologia de Camões contm as ,'eflexões criticas do padtr8 José Agos-
DE CAMÕES 307

tinho de Macedo sobre o episodio de Adamastol" no canto v dos Lusiadas. Lisboa.


Na typogmphia do largo do Contadm' Mór, n.O 1. 1844. 8.· de 87 pago
É a segunda edição d'este opusculo de fI'. Francisco de S. Luiz, cardeal Sa-
raiva. A primeira já ficou indicada atrás sob o n.· 399-64,.'

*
* *
4,30-95.' O passeio. Poema de José Mm"ia da Costa e Silva. Segunda ediçiÚJ
conecta e considemvelmente augmentada pelo auctor. Lisboa, 1844. 2 tomos.
No tomo I, canto li, cita o sublime poeta (pag. i i6) ;
No canto de Camll~s viverão todos,
Elle falia, e se escuta em toda a liugua,
Na pago ii7
Ah I do excelso Cantor aplaca os Manes,
Ergue uma estatua, um cenothaphyo ao menos
Seja á sua memoria consagrado I...
No tomo II, pa~. 65 e 66, vem uma extensa nota a este proposito, referindo
os esforços que se tlllham feito em {8i8 para erigir um monumento a Camões, e
o que pa sára com o padre José Agostinho de Macedo sobre a verdadeira sepul-
lW'a de Camões:

*
* *
4,3i-9(i Epitome da vida de Luiz de Camões. Typogmphia de D. Y. L. Sousa
a

MOllteú'o, l'ua da Palmeim, n.o 36 (Lisboa). 1844.

*
* *
4,32-97. a P1'imeiro ensaio sobre a histm'ia littel'a1'ia de p01·tugal, etc. Por Jill'an·
cisco F1'ei1'e de Carvalho, Lisboa, typogra.phia RoUandiana, 1845. 8.· de 4,4,5 pago
Tem referencias camonianas a pago iQ4" il4" ia9, 34,0 a 34,2.

*
* *
4,33-98.' Ao illustrissimo sen/lOl' José 19nacio de Andmde, etc. Lisboa, 1845.
Folio pequeno. 4, pago .
É uma poesia que Francisco Anlonio Martins Bastos compoz em louvor do
ancLor das Cal·tas da India e China, e em que se encontram estes versos:
Talvez do Gama um dia o grande nome,
Dos bomens na memoria se perdesse,
Se de Camões' a Musa sublimada
00 olvido o não remisse, e os grandes feitos.
L lZ

4::14.-99.' Revista universal lisbonense, Lisboa. {1. 0

No volUllle v (:1.8 115), pago 66, vem o capiLulo VI das Viaf/e71s na minha ferra,
que Almeida GarreLL derlicou a Camões, e se refere ás pretell ões do padre Jo é
Agostinho querer upplantar a obra dos Lusíadas.
Veja' tambem o que se lê n'este periodico a respeito da poesia Camões do
sr. Palmeil'im.

'1('
* *
435 tOO.' Obms de D. Fmncisco Alexandre Lobo, bispo de Vizeu. bnp"essas
á c/tsta do seminQ7'io da sua diocese. Lisboa, 1848. 8. 0 3 tomos.
O tomo I, de pago 2:1. a :1.56, contém a Memoria histol'ica e cl'itica ácerca de
Luiz de Camões e das suas obras; e de pago 15"7 a :1.63, as Breves l'eflexães sobre
a vida de Luiz de Camões escripta 1)01' mr. Cha1"les lIfagnin, membro do instituto,
no principio da sua traducção dos Lwiadas.
A primeira memoria saíra antes no tomo VlI, parte r das Memorias da aca-
demia l'eal das sciencias de Lisboa (pag. 158 a 279). 1'ella o douto prelado vi-
ziense traia da vida do egregio poeta e de Ioda a suas compo içõe com eru,
diçâo e critica; e provando que nâo e tá de accordo com o panegyrislas de
Camões, alguns do quaes julga em exLremo exagerados, synLlteLhi a o eu con·
ceita relativo aos Lusiadas n'esLas palavras (pag. 278) :
« .•• FÓra desasLre perderem-se as suas Bimas; mas se perdidos os Lusíadas
se conservassem a Rimas, o nosso crediLo Jillerario não Leria com ellas muito
accrescenLamellLo. Nos Lusiadas o nosso Poeta acertou na escolha da acç;ão, e tem
eminencia no ~slilo; mas peccou na conformação das paI·tes, na impropriedade
ou ociosidade de alguns Episodios e mais ainda na qualidade e emprego do ma·
ravilhoso. Mostra este Poema UJlla ousadia que pretende arremedar a de Homero;
mas na I"Iqlleza inexhaurivel Bca muito distante dã Jlliada: tem n'alguJls casoS,
repiLo, mais originalidade que a Eneida; mas em nenhum a sua igualdade e peI"
feição; excede o Poema do Tasso no puro gusto do estilo; nIaS e d'elle excedido
na regularidade do todo, e na L:opia das ficçõe : não Lem tamanha extravagall-
cias são COIJlO as de Milton; mas Lalllbenlllão tem talllanha sublimidade. E se qUi'
zernJOs olhar para a Bem'iade de Voltaire, como nlerecedora de se nomear com
as Epopeas antecedentes (ao que farei alguma, posto que não Uluito porfiada,re-
pugnallcia), direi que o Poema Francez tem lIIenos imp rfeições do que os Lusia-
das; mas que não e para se comparar com elJes no ar magestoso e venerando,
nos traços de formosul"a antiga, no cunho classico, em que eHes ate excedem a
mesma Gerusale1lle."
O sabio bispo de Vizeu não perdoava a Camões, que, sellllo elJe auctor chris-
tão, para ser lido por chrisLãos, se valesse para o seu poema do maravilhoso
absurdo dos deuses gentilicos.
Nas Breves l'"eflexões, re ponde ás accusações de l\'Iagnin, que notou a par-
cialidade e o espirito de malquerença com que o bispo escrevera a sua Memoria;
e declarou que escreveu esta como entendia, bem ou mal, e que persistia na mes-
ma opinativa, affirmando-a d'este modo (pag. i6:1.) :
DE CAMÕES 309

« Misturou sombras e vivíssimas luzes ... Chamou a Camões principe dos


Poetas eus contemporaneos, e ainua hoje de toda a Hespanha; notando sempre,
que não ha principe em tudo perfeito. Comparou-o com todos os grandes Epicos,
e a touos o aventaJou por alguns lados; advertindo sempre, que a todos, por ou-
tros lados, foi inferior ... "

* * 'X<

~36-1Oi.· Eecos da lym telltoniea OIL t,'adlleçlío de algumas 1JOesias dos poetas
lllais populm'es da Allemanila por José Gomes ~Ionteiro. POI·tO: na typogmphía de
°
S. J. Penira.. Pl'Uça de Sanlct Thereza n.O 28, 1848. 8.° grallde de 237-i pag.-
rosto tem uma Iyra.
N'e te livro, de pago 103 a 130, paz Gomes t.lonteiro a sua versão do poema
dinamarquez Camões, de Staffeldt, com a epigraphe :
Que segredo tam alto e tam profundo,
Na ceI' para viver, e para a vida
FaiLar-me quanto o mundo tem p'ra ella I
C.\~. Canç. x.

De pago 229 a 237 vem a nota, que corre ponde ao poema, em que o tra-
duetor declara que a. Slla versão foi feIta p{\l' intermedio de uma traducção liLle-
ral ingleza, que em 1832 fizera em Hamburgo para elle o seu amigo dr. Bunkel,
lillerato allemão e admirador de Camõe .
Di tambem uma relação das edições das obra do egregio poeta e de algu-
mas campo ições de imaginação, dedicadas a Camões ou em qlle elle noma. É
porém limitada esta lista comparada com os ultimas trabalhos bibli(lgraphico , e
limitadis ima em vista do que eu pude agora apurar, e que ainda suppollho iu-
completo.
Veja adiante a mellção do oJ'Íginal dinamarquez.

')lo

~\C *
1~37-102.· O Irotlador. ColleeçLÍo de lJOesias contempol'aneas "edigidn por uma
sociedade de academicos. Coimbra, 1848. 8.° Segullda ediçLÍo, Leiria, Iypog"aphia
Leiriense, 1853. 8.° de 7 (innull1erauas)-~i2 pago
A primeira edição é rara. A segunda tambem não é vulftar. Vem n'e ta, a
pago 332 a poesia do sr. L. A. Palmeirilll, Luiz de Camões, que o auctor repro-
duziu no seu volume Poesias.

~38-{Q3.· ..-1 Epoea. JOI'nal ele industria, sciencias, litteralura e bellas at·tes.
Lisboa, na typographü! da Revista universal lisbonense, "ua dos Ji'anqlleiTos,
11.° 82,1848-1849. 4.° 2 tomos.

No tomo Ir, de pago i8i a 183, vem o artigo de L. A. Rebello da Silva ácerca
310 LUIZ

da Cm'ta sobre a sitttaçtio da ilha dos Amores pelo sr. José Gomes Monteiro, da
qual e creve:
(( ... o sr. Monteiro firma a sua opinião, de que o auctor dos Lusíadas collo-
cou a ilba de Venus debaixo dos climas dos tl'Opicos, no oceano indico: para
chegar a este resultado lucta com exito. com a sciencia um pouco prevenida do
illuslre Humboldt, e com as variantes de tlilTerentes commentadore ... ))
(( . - . a Carla •.. a despeito do assumpto ser grave, e a discu ão d'elle eru,
dita e exten a, tem amenidade e belleza IiLteraria para prentler a attenção e inte-
ressar aJeitar,))
lleferindo-se especialmente aos Lusíadas, põe Rebello da Silva a seguinte opu-
lenta obseryação:
(( ... entre as nossas glorias brilha como uma das maiores a famosa epopeia
dos Lusíadas' e a raiva da invep, e a ignara critica debalde lental'am empanar-
lhe o lu tre. O poema e a monarchia são indi solul'eis; a nacionalidade do POíO
não os póde, nem abe separar. Fallai-Ihe do trophéus antigo, recordai-lhe a sau,
dade de melhores tempos, e vereis como elle associa o nome de Camões aos no,
mes e aos feitos que o poeta celebrou. A hisloria, vestindo as risonhas ficções do
ideal, fez,se amiga do pobre e do abastado, consolou os l?ezares do abio, e ani,
mau as e perança do plebeu. 'Iodos ali acham uma pagma e cripta para si. O
amor que empallidece de de ejos, o cora ão que sorri ao perigo, e a alma (]Ue
anceia de ambição e de esperança inspiram,se nos Lusíadas, e fazem d'elles oseu
Evangelbo."

:X:
* *
439-iO!J:. n Car'ta ao m."'O sr. Tilomaz N01·tOIl, sobre a situação da ilha de
Venus, e em dereza de Camões cont1'a uma aI'[juição, que na sua obra intitltlada
Cosmos, lhe raz o sr. Alexandre de BUlnbolclt. Por José Gomes JJonteil'o. Porto lia
tllpo[jl'aphia de S. J. Pereira, P'1'Clça ele Santa Thereza 11..0 28.1849. 8.° de 86, pago
No rosto a eguinte epigraphe :
Vaus l'etl'Ouvez partout une [ime
aussi profonde que l'Océan.
EOGAnO QUlNET, SlIl' lo Call1oellS,

Esta Cm'ta, que já não apparece senão raramente no mercado de Lisboa e


falta n'algumas collecções, é muito aprecia(la. Gomes Monteiro dá a rasão d'ella
a orton nas seguintes linhas do começo:
"A leitura que juntos fizemos das ])ellas paginas do Cosmos, onde o illus[re
Humboldt veiu, como admirador de Camõe ,a social' seu grande nome ao de Ta so,
de Montesquieu e de Chateaubriand, me convidou a ler, não sei se pela centesima
vez, o hrilhante episodio da nha dos AmO/'es. Pesta] 'itlll'a levava eu e pecial,
mente em vista avaliar o reparo feito ali pelo subia allemão, de que o granJe
poeta, tão admirave] cJUando descreve os phenomenos do Oceano, se não mostra,
ra igualmente sensivel ao espectaculo da natlll'eza terre tre. O auctol' do COSIIIOS,
não partilhando a singular opinião de Sismoncli, seglmclo o qual as viagens de
Camõe& pouco ou nada teriam el1l'iguecido a sua poesia, adopta comtudo a cen-
sura d'esta critica na parte que se refere á ausencia da vegetação tropical nas
descripções dos Lusiadas .. ,
nA apreciação d'esta censura trouxe-me naturalmente;i velha questão - e
com eil'eito Camões tivera em vista n'aquella fiCÇãO (lesignal' algumas das ilha do
DE CAMÕES

Oceano indico; ou mesmo do Atlantico, e qual ella fos e. E ta questão e o re-


paro do illustre auetor do Cosmos são, até certo ponto, materias correlati-
va . Por isso me propuz investigaI-a e dar-lhe, se fosse possivel, uma cabal solu-
ção ... ))

D'abi por diante, Gome Monleiro ellh'a n'uma serie de apreciações e ra-
ciocinios, citando e replicando aos commentadores de Camões; e demonstrando
que IJumboldt se enganou na sua censura, affirma que o egregio poeta a'e la, como
em outras pas.agens do eu immorla! poema, não podia ser mais verdadeiro, nem
mai fiel, pois a ilha do Amores, não ; outra enão a formo a ilha de Zanzibar,
oque SI) vê confirmado nas relações do mais con pir.uos viajante.

De pag 77 a 8i vem um Appendix; e no fim d'elle (pag. 82 a 74) uma nota


de variantes nas edições dos Lusiadas, assiguada por Thomas Norton.

No exemplar, que foi do uso de Thomá Norlon, e lão juntas ,arias notas e
emendas autograpbas, que lhe occorreram na leilura; e a copia de um ll'echo de
uma carta de Rodrigo da Funseca Magalhães, o qual, em data de 5 de março de
i8~9, escrevia ao eu amigo:

"Li a carla do SI'. Monteiro, que me parer.eu excellenle e delicadamente es-


cripla. E posto que ha já tempos ce em de interessar-me e lndos da natureza
dos que são objeclo d'ella, o antigo amor ás lilteraturas ainda revive de quando
em quando 11'e te coração peccador. Muito e muito bem, mnito engenho 'e muita
critica."
jk

.-:' *
4li,0-i05." Cale, ou a {wlClaçúo da cidade ela Porto. Poema de Joeio Peixoto de
Miranda. Porto, typogl'ophia de D. Antonio Moldes. 1850. 8.° de 432 pago e mais
3 de errala .

Nas pago v a VIr, 428 a 430 e 432 encontram-se referencias a Camões e ex-
cerpto dos Lusiaclas.

*
* *
1~4i-i06." A semana. Jornallittem?·io. Volume r. Janei?'o, 1851. Num. 2. Fo-
lio pequeno.

. Veja-se ahi, na secção de Iilteratura, Q artigo Camões e GmTett, assignado por


Sllya 'fullio, que vae de pago f 7 a 20. E acompanhado da beBa versão que Al-
meida. Garrett fizera da elegia que o poeta italiano Paggi compozera para o final
da na ll'aducção dos Lltsiados.

A elegia começa:

Cota! canlava iI lusitano cigno


Molcendo con sue voce anco le fere,
011 che l'arnato patrio Tago e'! migno,
E !e dei canto uo 'l'agide altere:
312 LUIZ

A que corresponde a seguinte versão de Garrett :


Co'a. doce voz o cysne lu itano
Assim ás proprias feras abrandava;
Mas nem o Tejo, de seu canto ufano,
Nem as ingratas Tagides tocava.
E termina:
Vanne, e qual gia Prometbeu anima infuse
Con le lucI non sue, tu vita altendi :
Spechio dei allriu bello, emulo industre
E d'eterno splendor riflesso il1u tre.
A que corresponde a versão:
Vae, vivir:is: tambem c,)rn luz fudada
Deu vida Prometbeu. Se mais não fores
Serás reflexo de belleza c lustre,
E de eterno esplendor emulo illustre.

*
* *
4,!i2-107." Poesias pOI' Luiz Jhtgusto Palmeil'im. Lisboa.-Tem qualro edições
este livro, a primeira em 1 51, a segunda em 1853, a terceira em 1859. e a
quarla em 1864,. Sirvo-me da ultima. 8.° de xlv-303 pag, e 3 (innumeradas) de
indice.
Vem n'ella correcta a poesia Luiz ele Camões (pag. 112 a 114,), quü encon·
trâmos na col1ecção do Trovado1', acima Illencionada; e outra intitulada Jgne:: ~e
Castro (pag. 17 a 26), referente ao canlo lU dos Lus'iadas e em que são aprol'el-
tados alguns dos versos do formosissimo epi odio. Eis um exemplo:
" Estavas linda 19nez posta em socego»
ó curando de amor. Pelo leu Pedro,
lJelos filhos gentis, tu só vivias.
Em as notas (pag. 292 a 295), reproduz o arligo da Revista univel'sallisbo·
nense ~ proposito do actor Rosa quando recitou a poesia Camões no theatro de
O. Maria n.
E ta poesia foi posla em musica pelo maestro Angelo Frondoni, como se
nota adeante.

'i!< *
M3-i08.· Elogio ele alguns p01·tugue:=es celebl'es pOI' suas vil·tueles e .talento~,
e pequenos discursos sobl'e vm'ios lJontos philoso]Jhicos, litte1"a7'ios e ol'atonos,.7:ecl·
tados por alguns dos alwnn~ do /,allecido professo1' o padl'e Jel'onymo Enlllwllo
de Ancl1-ade, etr.. Angra elo Heroismo. 1852. 8.° de 4, (innumeradas)-179 pago e
mais 3 de indice e en·atas.
Veja de pago 26 a 33, Elogio de Vasco da Gama, descobridor da viagem das
Indias; de pago 61 a 68, Elogio do insigne Luiz de Camóe , principe dos poetas
DE CAMÕES 31.3

portuguezes; e de pago 1.67 a 1.71, Elogio da gcographia formado de varias des-


cl'i~çõese versos ext.rahido~ da Lusiada de Camões. Alem d'esses capitulos, na
DlaJOr parte dos elogios e discursos se no deparam referencias a Camões e cita-
ções de versos dos Lusiadas.

':i'
* *
44,4,-i09." Os Lusíadas e o Cosmos ou Camões considerado por Httmboldt como
admimvel pintor da natm'eza. POI' José Silvestre Ribeiro. Lisboa, Imprensa Nacio-
nal. 1853. 8.° pequeno d IX-98 pago
Este livro é dedicado aSna Maaestade a Imperatriz viuva, do Brazil, e com-
~rebende: a introducçãO (pag. VII a IX); o texto, segnndo Hnmboldt (pag. 1. a
tiO); e notas (pag. 51. a 98).
*
* *
4,i5-HO." Estudo moral e politico sob/'e os Lusiadas por Jos4 Silvest"e Ribeiro.
Lisboa, Impl'ensa Nacíonal.1853. ij,o grande e xI-236-1.-i pago E dedicado á ex. ma
1'. D. Anua Pel'estrello da Camara Bettencourt, madeirense illu tre. No rosto e no
verso d'e te ·tem epigraphes extrabidas de Marl1lontel, Horacio, Francisco Dias
Gomes e Millié.

*
* *
446-iii." Apontamentos de 'U1UI viagem de Lisboa á Ch'ina e da China a
Lisboa, pOI' Carlos José Caldeim. Lisboa, na typogmphia de G. M. Mm·tins,
1852-1853. 8.° grande. 2 tomos de 423 e 335 pago e mais 16 innnmeradas de
mappas, indice e en·atas.
Veja no tomo I, de pago I!01. a H8, o capitulo LV, intitnlado A gl'ltta de Ca-
mões e despedida de .Macau.
*"
* *
447-H2." Apontamentos biogmphicos sobre o nosso.in~igne poetll Luiz de Ca-
mões. Ofle"ecido ao Instituto de Coimbra 1JOl' Miguel Rtbewo de Vasconcellos, Co-
nego na cathedml de Coimbm, d<Jutol' na (acuidade de Canones, sacio cOlTespon-
dente da academia "eal das sci/mcias de Lisboa. Coimbra, Impl'ensa da Universidade.
1854.4.° de ii pago
Esta biographia saíra antes no Instituto de Coimbra.

:;'{: '." *
44,s-il3." Camões para 1'Í1'.- Sob esta denominação saíram n,? Jornal p.am
"ir, n.O 1.8, 19 e 2'1, de H e 1.8 de setembro, e 2 de outubro de 1.8Ll6, tres aItlgos
de critica mordaz imilhante á de José Aaostinl1o de Macedo, em que são analy-
sados com chistc e ironia alguns versos, "que o auctor julga prosaicos e detesta·
veis do canto IX do Lusíadas.
314 LIDZ

Saíram anonymos estes artigos, e no primeiro d'elIes se declarou que tinham


sido encontrados mss. no espolio de um frade; porém, no vulgo correu que eram
da lavra do illustre poeta Antonio Feliciano de Castilho, então coJlaborador assí·
duo d'essa folha.

*
* *
449-11.4.' Pl'eludios poeticos. pQ1' José Ramos Coel!lO. Lisbocb, typ. elo Pl'Ogl'esso
1857. 8.· de 303 pago
Contém: Camões e Cb patl·ia,.
O SI'. Ramos Coelho compoz mais, el11 honra e louvor do egregio poeta: A
Camões e á inaug1!ração elo monumento (no Diario de noticias, de Li boa' e de·
pois no volume de Homenagens) ; e traduziu a pedido lia nobre visconc!e de Ju·
rOl11enha, o soneto de Tasso fi, Camões, que apparecell primeiramente no tomo I
das Obms citadas e reproduziu no volume Novas lJoesias.

*
* *
450-H5." A {}rinaldo, cantos da .juventude P01' Joíío Joaquim de Almeida EI'a-
ga. Com uma cal·ta prefacio por 1'on'es e Almeida. Braga, typographia Lusitana,
1'ua Nova, n.· 38. 1857. 8.· grande de 14,4 pag,
Vejam-se as seguintes poesias: de pago 40 a 42, Portugal; de pago 61 a 64,
19nez; de pago 75 a 78, Camões; pago 79, ao violinista F. Sá de Noronha; pago
80. Ao mesmo; de pa". 84 a 90, Camões e Gan'ett; de pago '129 a '132 O escravo
de Camões; de pago 133 a 135, O poeta; e de pago '136 a 142. A minha patria.

45i-H6.' Arte de apreneler a ler' a letra l1U!lmscripta pam uso elas escolas
em 10 licções prog1'essi1 as ele mais (acil ao mais dif{icillJ01' Dum'te Ventum. Pa-
l'is em casa de J. P. Aillaucl Qztai Voltaire,ll, de 8.· (liLhographado) de 108 pago
De pago 6 a 33 vão transcriptas varias e tancias dos Lus?c!elas, incluindo o
episodios de Adamastor e D. 19nez de Castro, sendo cada um dos trechos acompa·
nhado de uma gravurasinba allusiva ao assumpto. Alem d'isso, traz ouh'as estao-
cias a pago 43 e 51.
Este livrinho de Ventura tem tido muitas edições.

f152-H7.' Os Lusiadas e o Cosmos ou Camões considemdo por' H1!mboldt


como admimvel pintQ1' da nat1!1'eza. Por José Silvestre Ribeil'o. Segu.nda edição,
correcta e augmentada. Lisboa. lmpl'ensa Nacional. 1858, 8.· de IX-123 pago
N'esta edição, ha uma pequena differença de ampliação no texto, e mais duas
notas.
DE CAMÕES 3i5

*
*" *
453-f i8." Cant'icos POI' José da Silva Mendes Leal Juniol". Lisboa, typogmphia
do Panorama. 1858. 8.° grande de 8 (innumeradas)-404 pago e mais f~ de erra tas
eindice.
Veja de pago 26'1 a 265, a poe ia Vasco da Gama; de pago 343 a 347, a
poesia Glm'ia e saudade, ao eminente 7Joeta visconde ele Almeid(~ Ganelt; e de
pago 3lJ,9 a 3"5, a poesia Garrett e Camões no allniversal'io da morte do visconde
de Almeida GalTett.
A respeito d'este livro e de outros factos camoniano, em que flaUTa Mendes
Leal, "eja lambem o Brinde do Dia?'Ío de noticias, dedicado em '1826 á memo-
ria de tão distincto poeta, dramaturgo e prosador.

lj,ii~119." Poesias POI' Antonio Augusto Soares de Passos. Segunda ediçiio cor-
recla e augmentada. Porto. Typograpllia de Sebastiiio José Pereira, 1858. :12.° de
21)2 pag,
Veja de pago 1 a 8 a poe ia A Camües, tão celebrada e reproduzida em de-
zenas de publicações Jitteraria de Portugal e Brazil.

*'
* *
Mi5-120." Collecçiio de opusculos ?'eimpressos ?'elativos á historia das navega·
ções, viagens e conquistas dos POI'tuguezes JJela academia real das sciellcias. Tomo r.
N' m. Elistol'ia da provincia de Santa Cruz, feita por Maga/Mes de Gandavo. Lis-
boa. Wa typogmphia da academia ?'eaf das sciencias. 1858. 4."
Veja o que escrevi no tomo pre ente, pago 269, sob o n.O 336-1."

* '" *
456-f21." Bosquejo metl'ico dos acontecimentos mais imlJol'tantes çla histol'ia
de Portt~gal, etc. Por Antonio José Viale. Lisbo(~, Imprensa nacional. 1858. 8.°
Referencias camonianas a pago 36 e H,

*
* *
lJ,57-i22." Analyse dos Lusiadas de Luiz de Camões dividida por SBttS cantos
com observações criticas sobre cada wn d'elles, obm Jlostlmma de Jel'Oll1lnW Soa~'es
Barbosa, deputado que foi da junta da directoria geral dos estudos e psco)a~ (lo remo
na universidade de Coimbm, socio da acadmnia ?'eal das sciencias de Lisboa, etc,
316 LUlZ

Propl-ietcwio e edital' Olympio Nicolan Buy Fernandes. Coimb1'U imprensa da uni·


J

versidade 1859. S.· pequeno de HlJ,-2lJ, pago

As ultimas pa<:rinas, 1 a 2lJ" comprebendem um Appenso ri analyse, que falia


em alguns exemplares, porque foi impresso depois de lerem sido exposlos á venda
os primeiros.

'*'
* *
MíS~1.23." O Improviso semanal de l'eereio, noticias e annuncios. Núo cOlltendo
politica de qualidade alguma. Fundado e publicado paI' wlla sociedade. (Setubal),
1859. Folio pequeno.

Em n.· 5 lJ, e 5, de i 7 e 31 de julho, appal'eceu um artigo em folheli.m intitu·


lado: .4 morte de Camões. Traz ainda errada a data do obi lo em 1579. E um tre·
cho de biographia, copiado de outras, que não adianla cousa alguma ao já coo
nhecido.
'ii'
,., *
lJ,59-i2lJ,." Melodias, ccmtos da adolescencin, paI' Joúo Joaquim dc Almeida
Cntga. B1'Uga, na typograpllia Lusitana, 1 59. S.· de 128 pago

Veja de pago 39 a q,2 a poesia Luiz de Camões; e de pago 122 a 126 a poe·
sia GIOI'ias portuguczas.

lJ,60-i25." O Camões. Rcvista hebdomadaria. Lisboa (1S60). q,.• (Redactores


R. J. Ferreira de Assis e J. C. Garcia de Lima.)

Parece que saíram apenas os n.·5 1 a 5. Contém: hiographia de Luiz dc Ca-


mões, de pag i a 3 j Gruta de Camões cm 1I1acan, pJg. (.I e 10; Elcgia a Camúes,
por Antonio Xavier de Barros Côrte Real, pago 25.

*
* *
lJ,6l-i26." Rcvelações da minha vida, c nwmol-ias dc alguns (actos, e homens
mms contempol'aneos paI' SimLÍo José da Luz SOI'ümo, etc. Lisboa, typogmplua
Univenal, 1860. S.· grande de 779 pago e mais 3 de indice e en·alas. Com ore·
trato do auelor, gravado por Sousa.

Está desde muitos annos exhausla esta obra. Eu não a possuo. Examinei o
exemplar da bihliotheca nacional, incompleto.

Tem citações dos Lusiadas a pago S~, 85, 96, 128, i3lJ, e 197. Na pago 4067
DE CAMÕES 317

em nota, declara. tIue a sua ullima p.roducção poetica em 1860 foi um soneto
em honra de Camões, e transcreve-o. E o seguinte:
Camões, sublime vate, a eterna fama
Cobre o leu nome, escuda a lua Iyra
'e sa grande epopéa, que te inspira
O audaz arrojo do famoso Gama.
Do g!'ande feito, que o coração te in.flamma,
ProdlglOs contas, que o mundo admira,
Saber e e tro tudo em li conspira
p'ra gloria, que em leu nome derrama.
Valado a palria, e d'clla fugitivo
Forluna buscas onde nasce a aurora,
A beroica luba embocaodo allim,

Á patria voltas em desastrada hora,


tão encontrando n'ella lenitivo
Á mi eria falaI que le devora.

'1<'

* *
. (jJj2-127.n Recreações poeticas por Fmncisco de Castm Fl·eil·e. Edit01' Ol,ljm-
pw Nicola!! RlI,lf Femandes. 1861. Coimbra. 111lp1'ensa da Universidade. S.· de 8
lIlDomeradas-176 pago
Traz um soneto a Luiz de Camões, pago L

'ii'

* *
463-128." Jornal do POI'tO. Porto, 1861. FoI.
Veja os n.· 5 178, 184, e 185, citado no tomo presente, a pag.143.
, Ibidem 1862. Veja· e tambem os numero indicados na conlroversia a propo-
SI todo poema D. JaY11le, do <r. 'fhomás Ribeiro (ao presente, conselheiro e mi-
ni tro de estado honorario).

*
'*' *
464-129.. D. Jayme Olt a dominaçiio de Castella. Poema. por T!lOmaz Ribeíl·o.
Com lima convel'saçiio pl'eambulm' pelo senhor J1. F. de CastlUIO. LIsboa, ele. 1862.
8.· pequeno de Lx-285-XI pago .
Na conversação preambular de Caslilho encontram-se algumas referencias a Ca-
mões; mas a parle mais nolave) é a que vae de pago XL~ a !'V, em que entra na
comparação dos Lusiadas, como livro para a escola pl"lmana, com o poema do
sr. 1'homás Ribeiro, demonstrando se"unc!o o seu modo de ver, que eXiste gran-
dissima dill'erença entre um e outrb, p"'orque o auclor dos Lusíadas é de mil qui-
318 LUIZ

nhentos e setenta e tantos e o do D. Jayme é de 1862 (pag. XLIX) ; e porque (pag.


XLVI) :

"As noticias historicas, estrangeiras e nacionaes, antigas e moderna, fabu·


losas, sagradas e profanas, accumuladas nos Lusir./das, são as mais das vezes to·
cadas ou alludidas de modo tal que só um erudito, e a poder de e ludo e com·
mentarios, é que a de linda. Para uma creanra apenas analphabela, são portanto
perdidas de tocto cm todo ... "
A este respeito veja·se a controversia mencionada no tomo IX do Dicciona·
Tio, sob o n.O 102, pago 326 e 3'27.
O poema D. Jetyme tem lido diversas edições.

*" * :1.:

465-1::10." A,memOl'ia de Camões. Offe"ecido a sua magestade el'l'ei o sr. D. Fel"


nando. a typographia de Santos, rua da Vinha, Lisboa.) - Folha avul o, sem
nome do auctor. No fim a dala de 28 de junho de 1862.
Contém tres poesias, duas anonymas, e uma assignada C. V. ele L., lran cri·
pta da FedemçiÍo. Vi um exemplar cl'esta folha, impressa em papel azul com le·
tras dourada, na bibliotheca de el-rei D. Fel'llando. Era acompanhada de uma
carla aulographa, assignada por Vicente Alberto dos Santos, que escreveu a Da
magestade que aquelle brinde "commemorava o dia e o heroe a quem a nação
pagava um Justo tributo •.

*
* *
466-131." Confirmação c/a censu'I'U {'eita á inscripçiio latina, introdl!zida no
alicerce cio monumento et Camões e l'e{ittaçiÍo c/e todas as objecções, .. POI' Antonio
Caetano Pereira. Lisboa, typographia de José Baptista J110ranc/o, 1863. 8.° de 70
pago
*
* *
467-132." Luiz de Camões. Semanal'io instructivo com estampas lithographa-
c/as (pI'opI'ietal'ios L. Vasconcellos e J. CaI'valhosa). POI'tO, 1863 e 1864. 4.· 2
volumes.
O volume I contém: em o n.O 9 Luiz de Camões, biographia exlrahida da edi"
ção dos Lusiadas feila em 1859 em Pari, por Lopes de Moura (pag. 65 e 66),
com o retI'lllo do poeta; e em n.O' 16, pago iii ; 21, pago 2i2; e 41, pago 326, poe-
sias a Camões, por J. Cardoso Junior, A. C., e José de Matos Carvalho. Tem
ainda oulras referencias camonianas, como por exemplo, a pago 1.08, no artigo,
Histol'ia dos Bispos ele Portugal, etc., paragrapho Coimbra.

468-1.33." A vit"tude pl"emiada, drama por JOC(O da Nobrega Soares. Filllchal,


1863.
DE CAMÕES 319

NãO vi ainda esLe livro; porém, Lenbo nota de que junto a elle andam: A
Camões, pI'ologo (?) j"ecitado no theatro Espemnçet da Madei1'a, por José AnLonio
MonLeiro Tei..,eira; e uma poesia do mesmo Kobrega Soares, tambem reciLada
n'agueIle lbealro; e de que eslas publicações sairam anonymas.

lj,69-13q,.n Alnzanach {amilim' para POI'tugale Bj·asil. pj'imei1'O anno. Publi-


cado pOjO Gualdino Valladm'es e Augusto Valladares. Bj·aga. Typographia de An·
tania Bernm'dino da Silva., 1868. 8.· grande com o retraLo de Camões.
Veja de pago 8 a 10 a poesia Os Lus'iadas, de A. Pereira da Cunha; de pago
li a 13 o artigo~Jollwnento a Camões, de A. A. da Fonseca PinLo; e a pago 1.02 a
poesia A Camões, de D. Antonia Pu icb.

*
lj,70-135.' Poesias de Antonio Pinheiro Caldas. Segunda edição. Parlo, 1864.
De pago 122 a 125 vem uma poe ia A Camões f

'*' * ,.
lj,71-136. n Esboços de apl'eciações litteraj'ias por CamiUo CasleUo Bj·anco.
POI'/O,viuva Maré, editol'a, 1865. 8.· de 292 pago e mais 1 de indice. (Typogra-
phia commercial rua do Bellomonte, n.· 19.)
Veja as pago 60, 6lj" 70, 7lJ" 216,217, 231 e 27lJ" que encenam referen~ias
a Camões e á Cm'tet sobre a situação da ilha de Venus por José Gomes MonLelro.

'*'
* *
lj,72-1:17. n Esboço crilico do Bosquejo hislorico da littemlum classica grega,
latina e porlugueza, do padt'e A. Cm'doso Borges de Figueú"edo, por Alva?'o Ro-
dl'igues de Azevedo. Funchal, typogmphia de 111. li!. S. Carregal, 1865. 8.· de 2lj,8
pago
Veja de pago 83 a 88, 102 a 1QlJ" 13lj, a 136, 212, 213, 233, 235 a 237, nos
quaes se comprebendem excerptos dos Lttsiadas, referencias a Camões, á Castro
de Ferreira; e excerplos das T'rovas de Garcia de Rezende á morte de D. Ignez
de Castro.
'*'
'*' *
lj,73-138.' Alvol"adas. POjO Alexane/t-e da Conceição. Porto, typographia de
FI'ancisco Gomes da Fonseca, 1866. 8.°' de H,2 pago e 1 de errata.
Contém uma poesia a Camões, pago 82 e 83.
320 LUIZ

474-i39." Ensaios c/'iticos 1JOl' Manuel Pinhei?'O Chagas, Porto. Em casa da


viuva A10l'é, Editora. 1866, 8.° de 360 pago e mais 2 de indice e erratas.
Encel'ra l'derencias a Camões e á sna obra, ao drama Camões de Castilho, e
á poesia Camões de Soares de Passo .

!~75-140.· Novos ensaios criticos, pOl' 1I1anuel Pinheil'o Chagas. Porto, typo,
grophia comme1'Cial, 1867. 8.° de 275 pago e mais 1 de indice,
Veja as referencias camonianas a pago 97,128,176, 177, 184, 199 e 223.

*
* *
l~76-14i."A estatua de Camões, Poesia á inauguração do monumento ao grande
lJoeta, A, da Silva Cm'valho. Lisboa, typogl'apllia da viuva PÜ'e.ç 1I1arillho,
1J01'
1867, 4.° pequeno de 7 pago

* * '!<'

477-142." Breve ?'eSU71l0 da videt de Luiz de Camões, ext?'ahida de diversos


auctores, noticia dQ monumento, etc., P01' J. C. Mackonelt. Lisboa, typog?'aphia de
Coelho {f lrmuo. 1867, 8.° de 12 pago Com o ret1'3to do poeta, gravura em ma,
deira, de primorosa.

478-1.43.· Biographia de ütiz de Camões, principe dos poetas PO?'tuguezes.


Lisboa, typographiu da rua do Paço do Br:mliJ1'1noso, 153, 1867, 8.° de 9 pago
- Custava 20 réis,

479-144." B?'eve J'esenha' da vida do immol'tal poeta rpico e Allo11o portugue;


Luiz de Camões, Typographia, 'rlla Nova do Canno, 43.- Uma pagina de 4.· eo!
data, mas publicada por occasião da festa da inaugura(lãO do monumento a Ca·
mões, em Lisboa, 1867, Tem a assignatul'a J. T.

li'

*' *'
480-1.45." O monumento a Camões e o caso espemtoso St!ccedido na noite de
20 de outub1'O. (Opusculo em verso satyrico com um prefacio a sel'io) Lisboa, typo,
graphia, de L. C. da Cunha 1867. 8.° de 16 pago innumeradas. Tem a as ignatura
de Costa Goodolphim.
DE CAMÕES 321

* * 'ii<

481-1.46." Pan01'ama, Jomallittel'a"io e inst1'uctivo da Sociedade p,'opagadom


dos conhecimentos IIteis" etc, Lisboa, 4,°- Veja no Dicc" tomo VI, pag, 335.
No tomo V (181i,1) a pag, 168, artigo Testemunho a {avo,' de Camões, em que
ão cilados ay, o alJbade Alldres M.rnc de Slael e Chateaubriand, nos seus lou-
1'ore ao egregio poeta.
No tomo lJ serie 2," (-181i,3), bpitome da vida de Luiz de Camões, pago 5 e
6 (eolll rell'alo); 1.5, 31 e 32, 55 e 56, 85 e 86, e traz as iniciaes do auetor P, M.
(paulo Mido i).
i'io tomo x, 2.° da serie 3." (1853), Eduardo Quillinan e a sua tmducção ingleza
dos Lusiadas de Camões (biographia do traciuctor e aprectação do seu trabaJho na
ver ão L10s cinco canto publicados por Adam on) por J. H. da Cunha Rivara,
de pago 1i7 a 179; Os Lu-iadas e o Cosmos (arti"o noticio o ácerca da apparição
do livro do 'r. con elbeiro Jo é Silve tre Ribeiro), pago 368.
No tomo XVII, 2.° da serie 5." ('1867), o n.· 1i,!J, de pago 347 a 354, é intei-
ramente dedicado a Camlle , com reI rato, e contém: Camões, por A. Osorio de
Vasconcellos; Camões, soluçiio ele uma elivida nm::ional, etc" por Jo é Silvestre
Ribeiro' A Camões, poe ia de Soares de Pas os; O genio poetico de Ca'nões j'eve-
lado nas pl'oducções estmnhas aos Lusiadas por Jo (;\ Silve lre Ribeiro; Os Ltt-
siadas, resumo sttbstancial da suas belle::.as e de{eitos, aos olhos de gmves Cl'ítiCC1S
IlaCi01Utes, por José Silvestre Ribeiro. A pago 412 a continuação do artigo O ge-
Ilio poetico elP, Call1ões, elc.
No tomo X'1n, 3.· da erie 5." (1868), pago 30 e 3'1, e pago 158 e i59, .a
continuação do artigo O genio ]Joetico de Camões, etc. - O auctor entre"ou depOIS
compl lo e te tralJalho ao editor do livro Album de homenagens, publIcado em
i87U, como adiante menciono.
Veja tambem os periodicos lilterarios seguintes:
,4 lllustrarüo. JOl'nal univel'sal. Li boa. FoI. 2 tomos. -:i'io tomo I, pag
!I, 66, -l36, 1.59, i66, Hi7, i70, 1í4, -177, '186, 190, 1.91., 1.9!~ tJ 209; e no tomOI!
pago 30, 40, 4(i, 1~8, 51, 52, 56, 72, 713 e 78.
OJardim littel'(l,j·io. Semanario ele inst'l'1wcüo e ,·ecreio. Lisboa 1854.-Veja pag
16, 33, q,9, 326 e 327. •
o ~!ovimento. Períodico semanal. Lisboa, !835-1836. - Veja p~g. 1, excerpto
dos LImadas; de pago 172 a 175, Camões e 11 alter Scott; e pago 1.8<>, excerplo dos
Lusíadas e referencia a Camões.
UniIJerso pittoresco. Jornal de in 'l'l'!ICçiio e ,·ecl·eio. Lisboa, 1839-1 44. 4.° 3
tomos. -No tomo I, a pago 111 115 c 233, tem referencias a Camões, á '<fruta de
3[acau e ao Camões de Garrett; e no tOlllO 11, de pago !J,9 a 5i 137 a 1. 110, l'ef~­
renclas aos tumulos de D, PeLlro e D. 19nez de Castro, ell1 Alcobaça, e blOgrapllla
de Camões.
O Pa.ntheon. Revista de sciencias e leM'as, Reciactol'es José Leite de Vasconcel-
los e Mont' Alverne de SequeÍl·a. Porto, 1880-18 1. 8.· gr. de 6 inllumerada -31.3
TOIlO III' (Sllpp/.) 2i
322 LUlZ

pau. -Alem das referencia a pago 75, 76, :LOl, 1.70, 2i5 e 216,21.7 a 2-19 222
22§, 238 e 2:39 e 253 veja a pago 4i o artigo do r. Tito de Noronha acerca de Ca:
mões e as Rimas de 1607; a pago 210, a Estatua de Camões, poesia do sr. Leile
de VascollceJlos; a pago 262, bibliographia camoniana; e a pago 286, a poesia do
sr. Maximiniano Lemos.

482--147." O Diario de noticias. P1·opl·ietm·ios.. Thomás Quinlino Antunes (hoje


«
visconde.de S. j)/arça/), Ecluanlo Coelho, l'ec/actor principal. Lisboa. I"olio.
Durante o anno de 1.867 (3. 0 da publicação), em que occOJ'l'eu a conclusão
e a inauguração do monumento erigido cm Li boa ao egregio poeta Luiz de Ca·
mões, saíram n'esta popular foi !la numero os artigos e noticias a este respeito.
Notarei, como principaes, os seguintes:
a) A Camões. Poesia por José Ramos Coelho. N.o 672, de 6 de abril.
b) Os ossos c/e Camões. Cm:ta cio sr. Taw1'es de Ulacedo (con elheiro José
Tavares de :Macedo, auctor do relatorio acerca da pesquiza para o descobrimenlo
dos osso de Camões.) N." 8-14" de 28 de setembro.
c) Os ossos ele Vasco dCb Gama. Copia do oficio do SI'. conselheiro Jo é SiI·
vestre Hibeiro, quando gOl'ernador civil de Beja, em 18'~5, jnformando o Aovemo
das diligencias que fizera para a decenLe trasladação dos ossos do grande argo·
nauLa. N.O 81.6, de 1 de ouLubro.
d) Pl'ogramma pam a inauiJw'ação do monumento a Camões (fixada para o
dia 9). N.o 819, de !.I, de outubro.
e) Lapida a col/ocal' na casa onde (alleceu Camões. Voltas de Camões, ele,
N.o 820 de 5 de oulubro.
d) HonwnaiJem poetica a· Luiz de Camões. N.O 823, de 9 de ouLubro.
Esta homenagem comprehende a primeira e a egunda paginas da folha e
metade da terceira. Depois do LiLulo commellJoraLiyo, vem llOS lados de uma lyra,
as .seguinLes de,:larações:
"BizarramenLe coadjuvados pelo illu. Lres poeLas que n'este dia [fio esplen·
didamente glorioso para Portugal, abrilhanLam as columnas do Dial'io de noticias
com suas composições poelicas, ex pl'essamenle elaboradas para e'Ie fim, dedic:l-
mos o presente numero á MEMORiA DO CA ITOR DAS GRANDEZAS NACIO-
NAES.
nE aqui deixâmos publico Lestemunho da no a gratidão aos nobres la/enlos
que nos deram a subida honra de adherir ao convite que Ibes endereçáramos. pro·
duzindo canLicos tão manife LamenLe in pÍl'/ldos pela preciosiuade do as 1111Jplo,
Deve de ser graLa ao publico a reapparição de algun d'esses maiores poetas seuS
predilecLos n'este solemnissimo dia.•
A collaboração era dos seguinLes escrirLores: Em v "50, dos srs. A. Pereira
da Cunha (Os Lusiaclas) i Mendes Leal (Ecce I); João ele Lemos, F. Gomes de
Amorim, Eduarelo Coelho, Ernesto Maréco , Roque Bár<:ja, J. da C. Ca caes (Fiai
luxl); Luis Breton y Vedra, J. C. Latino de Faria, Oliveira Vaz (Espinhos ell/'1'e
as galas); Adriano Coelho (Pl'eito a Camões); I"runcisco Anon (A Camões);
DE CA~)ÕES 323

João de Lacerda; E. A. Vidal (A Luiz de Camões, copia da poesia que foi reci-
tada no lhaatro de D. faria TI); e Jo é ~Iaria Braz Martins. Em pro a, começando
na segunda pagina e passando para a terceira, artigo ácerca da vida de Camões,
por F. A. Coelho.
D'este artigos se fez, depois, um volume em separado, que D,enciono
adiante.
e) lnaugumção solemne do monumento a Lui:: de Camões, pI'illcipe dos poetas
portllgue:::es, dm 9 de outubro de 1867. Artigo de E. A. Vielal e uocumentos. fi'o-
lhelim, poesia A Inaugw'açiio, por Jo é Ramos Coelho. N." 826, ue 10 de outubro.
n
O príncipe dos poetas lJorluguezes e uma velhinha muito de meu peito. Fo-
lhetim por Jo é Silvestre Hibeiro. N." 827, ele 13 de ontubro.
g) Ainda Victor Bastos e o monumento a Camões, folhetim por P. }fidosi'
N.· 833, de 20 de outubro.
h) Re/'eJ-encias camonianas. N.· 821, 822 c 830, de 6, 8 e 17 de outubro.

*
* *
l83-V! .a Palmas e 11Iartyríos, poesias posthulllas de J. C. Latino de Faria.
Lisboa, 1 68. 8. 0
Vem a pago 80 a poe ia Á inmlgurarão do mantimento de Camões, que [ôra
publiuada antes no Diario de noticias e depois no Livro de homenagens.

* * «,

~8!r-l-í9." Cantos do estio, paI' E. A. Fidd. Lisboa. TlIPographia Li bonense,


Im'go de S. Roque, 7. 1 68.8." gr. de 1 (innumerada )-lv-21,9 pago e mais 2 de in-
dice.

Veja de pago 55 a 57 a poe ia A Lui:: de Camões (na inauguração da sua


e tatua, publicada ant' no Dia'rio de noticias, corno acima registei), e de pago
58 a t52, a pac ia Idll"io de um "ei (D. Pedro e Igncz de Ca tro), com uois verso
de Camões, por epigrapIJe.

485-150." Distl'afçües metricas do visconde de A::evedo, paI' ~lle de~icado ao


S~llparticula!' amigo o SI'. José Gomes ~IonteiJ·o. Por/o. Typograph1a part~c1tlar do
Visconde ele A.::evedo, 1868. q,.o de m-2i6 pago

, Este livro, como oulras publicações que man~ou fazer o illustrc !)ibliophilo
VI conde de Aze"edo, na sua lypogl'aphia, não fOI posto á ,:enda, '~Ja nas pago
191 e 19:; a referencia a Camões' e na palro 228 o Sane/o a memOl'la do grande
LltÍZ ele Camões. ,"
324, LUIZ

*
* *
48ô-i?H.· F/oresta de vados "omances pOl' Theophi/o Bmga. Porto. T!Jpo,
91'aphia da livraria nacional. RM do Laranjal, 2 a 22.1868.8.° de LTIT-2i8 pago
Vejam-se as pago Xl, XII, XXIX, XXXI, XXXIV, XXXV, XXXVI, 3 a 8,54, 55, i7~,
1.75, 1.77, 1.78 a 1.85 e 211. Comprehende I:eferencias e excerptos das comedias
Pllilodemo e Elrei Se/euco; trovas á morte de Ignez de Castro por Garcia de Re-
zende; endechas a Barbara escra\'a e mote com sua volta "Descalça vae para a
fonte .., por Camões; romances de D. Pedl'O I e D. Ignez, por Gabriel Lopo Laso
de la Vega; dois romances anonymos, e referencias aos romances populares feitos
á morte de Ignez de Castro cautados pelo povo em Coimbra.

*
* *
487-152.' Al'chivo pittol'esco. Senwnm'io illustl'ado. Lisboa, 1858-1868. ~.•
li vaI. com gravuras de diversos artistas. C(lllaboração tambem de diversos e .
criptores.-Veja no Diccional'io, lama I, pago 302, e tomo VIIT, pago 326.
Tem os seguintes estudos e referencias a Camões.
No volume I (1858), de pago 1.7 a 1.9: Artigo ácerca da gl'llla de Camões em
Macau, pelo sr. Carlos José Caldeira, com gravura da gruta.
No 'volume IV (1.861), de pago 1.69 a 172: artigo relativo aos preliminares
para a historia do monumento que devia erigir-se em Lisboa á memoria de Ca·
mões, com uma gravura do projecto do monumento approvado pela commissão,
No mesmo vaI., de pago i73 a 176, 1.83 e 18lJ" 191 e 1.92, artigo ácerca das
primeiras edições dos Lusiadas, com o fac-simile da primeira edição exi tente na
bibliotheca nacional de Lisboa; de pago 175 a 06, artigo relativo á ca a onde
se julga que morreu e falleceu o in igne poeta, na calçada de ant' Anna, em
Lisboa, proximo do convento de Sant' Anna, onde deviam estar depositadas suas
cinzas, r,om uma gravura, reproduzindo a mesllla casa; e de pago Hl9 a 1.90, ar·
tigo áce.l'ca do busto de Camões para a gruta de Macau, com gravura.
No volume x (1867), de pago 210 e 220, o auto da inauguração do monumento
a Camões; e a pago 220 e seguinttls o estudo do sr. Eduardo Augusto Vidal, d~
que já fiz menção no começo do tomo presente, de pago 7 a 1.lJ" quando me referi
á naturalidade do egregio poeta.

*
* *
lJ,88-1.53,· O Universo illust'l'Odo. Lisboa, 1868. FoI.
Em o n.O 6, de 20 de fevereiro, anno I, vem uma biographia de Camões, e uma
poesia intitulada L!tiz de Camões, por Diocleciano David Cesar Pinto.

*
* *
489-i5lJ,,'.Luiz de Camões. Esboço biographico, por Leite Bastos. 8.°
DE CAMÕES 325

Pertence a uma serie resumida de eSludos biographicos dos homens illustres,


de Portugal, que o auctor emprehendeu e não concluiu, creio que por falLa de
assignaturas ou de editor. A biographia de Camões é o n.O 1 da serie.

*
* *
490-155." Poesias e prosas ineditas de Ferniio RoclTigues Lobo Soropita. Com
wna prel'acçlÍo e notas de Camillo Castello B1'anco. Porto, typograpli ia Lusitana,
1868. 8.° de xxx"I1I-185 pago
Tem referencias a Camões no prologo e pejo corpo da obra.

*
* *
491-156." Vida de Luiz de Camões, extrahida da Bibliotheca portllglleza. Lis-
boa, typog1'aphia /i'o.nco-portugueza. (sem dala). 8.0 de 15 pago Com o retralo do
poeta na capa, que serve de rosto. Custava 20 réis.

'.1«

* *
492-157." Livl'O de critica. Al·te e litle'ratura pOI·tugueza d'hoje. 1868-1869.
P01' Luciano COI·c/eil·o. Porto, typogl'Clphía Lusitana, 1869. 8.° de 319 pago

Veja as pago 1.l~2, 144, 146, 148, '155, 185 e 190, as referencias a Camões e
aos Lusiadas, e á Castro de Antonio Ferreira.

*
* *
f193-158." Cantos popula'res do al'Chipelago açOl'iano. Pllbi'icados e annotados
por Theophilo Bl·aga. P01-tO. 1JJ]Jogl'aphia da livl'a1'Ía nacional, l'lla do La1'Cl1ljal,
2 á 22. 1869. 8.° de xVl-478 pago

Veja de pago 345 a 347 o Romance de D. Ignez de Cast'ro; a pago 453, Cal~­
ção de Camões "Irene quiero, madre, elc.»; de pago 456 e 457, referencias ao epI-
sadio de Ignez de Castro, citando Camões, Ferreira e Garcia de Bezenele.

*
* *
(1)4-159." Album de homenagens a L'II'ÍZ de çamões. Nova. ed,içlÍo das prin~!­
pues escriptos em veno e pl'osa publicados pela l7npl'ensa pC"rlOdlca por oc~as!Uo
de se erigi'l' o monumento que á memoria do egregio poetcl consagrou a patna l'e-
conhecida. Lisboa, Lallemant (l'ereS, typ. 6, Rua do Thes01l1'O Velho, 6. 1870, 8.0
de 6-xv-332 pago e mais 2 innurneradas ele listas de poetas e prosadores, que
326 LillZ

collaboraram n'este livro. Com o retrato de Camões, gravura em madeira de Pe·


droso. No rosto a epigraphe :
"... Um monumenlo mais duravel
"Do que as molles do Egypto, erguer-lhe deves ... »
GARRBTT - Camões, caoto III, csl. XXI.

:No ante-rosto, que tem os títulos: A memoria de Luiz de Camões. Romena:


gem de varios escript01'eS» foi posta a epigraphe :
Sans doute à tes accents tressaille et se ranime,
Consolé radielLx,
Le barde méconnue, d'un siécle ingrat viclime,
Le grand homme vengé par tes chants glorieux.
AI .0110 P. OE FuuuERuu.,.

Este livro comprehende: dedil:atoria a José Cardoso Vieira de Castro, depu-


tado ás cOrtes (l pago innumerada); proemio aos leitores, assignado pelo editor
Antonio Maria de Almeida Nello, que dá a ra ão por que colJigiu as publieações
e escriptos contidos n'este livro (pag. I a x.v); introducçãO que contém algnu do·
cumentos relativos ao monumento a Calnõe (pag. i a 19) ; e as homenagens, di·
vididas em duas partes, a primeira dos poetas, e a segunda dos prosadores (pag.
21. a 86, e 87 a 332), tenelo entre uma e outra, em estampa lilhographada, o mo·
numento erigido á memoria do insigne poeta na antiga praça do Lorelo (hoje
praça de Luiz de Camões).
Nos coJlaboradores figuram, na primeira parte: D. Marianna Angelica de
Andrade, Adriano Coelho, A. Pereira da Cunha, B. Limpo, E. A. Vidal E. C.
(Eduardo Coelho), Ernesto Marécos, F. Gomes de Amorim, Francisco Anon J.
C. Latino de Faria, J. da C. Cascaes, .loJa de Lacerda, João de Lemo, Jo é Ma·
ria Braz Martins, Lobato Pires, Luiz Breton y Vedra, Manuel Gomes de Carvalho
Sousa, Mendes Leal, M. L., Oliveira Vaz, Ramos Coelho, Soares de Pas os e Roque
Bárcia; e na segunda parte, A. da Silva l.'ulJio, A. Ennes, A. Osorio de Va con·
celJos, correspondente do Jonwl do POI"tO, E. A. ViciaI, F. A. Coelho, Joaquim F.
S. Firmo, José Maria Latino Coelho, José Silvestre Bibeiro, M. Pinheiro Chagas,
P. Midosi, visconde de Juromenha, e os artigo principae que os periodico Dim'io
pOpUlal", lomal do commercío, Nação e Tribuno pO]Julal", consagraram á festa
nacional da inauguração do monumento e em louvar do cantor dos Lusiadas.
Por esta indicaçãO, vê-se que o edital' reuniu, em tão notavel fJomenage.m,
os artigos que o Diario de noticias dera no dia da inauguração, como acima m·
diquei. ~

De pago 2iO a 263 vem o artigo completo, que o sr. conselbeiro José Silves·
tre Ribeiro começára a publicar no Panomrna, sob o titulo Genio poetico de
Camões l'evelado nas producções estmnhas aos Lus'iadas, e que aI i deixára inter-
rompido por tet· ces ado a publicação d'aquelle semanario.

*
* *
495-i60." O Conimbricense. Coimbm. (Redactor e proprietario, Joaquim
Martins de Carvalho.)
N'esta importanLissima folha, repositorio de documentos de primeira ordem
DE CAMÕES 327

para o e [uuo da historia contemporanea, e indispensavel na bibliolbeca do estu-


dioso, encontram- e numerosos artigos referente a Camões e ás suas obras. De
alguns dos mais principaes, especialmente dedicados ao tricentcnario do poeta,
farei men~ão no t0ll10 seguinte.

*
* *
6,96-i Bi. n Fl'UctoS vel·des. Contos, descripções e poesias de Fl"ancisco Xavier
da Silva. Lisboa. T!Jpogmphia POl'tugueza, tmvessa da Queimada, 35. 1870. 8.·
de 157 pago e mais 2 de indice, nota e advertencia.
Veja de pago 129 a 137: biographia de Camões e uma poesia do auctor em
homenagem ao epico.

*
* *
lj,9i-J62." Advertencias clwiosas sobre a lingua p01·tugueza, por Antonio Fran-
cisco Bamta. Coimbra, imprensa litteml'ia, 1870. 8.· de 52 pago

Veja a pago 18, 23,36,39 e 49, caIU referencias a Camões e versos dos Lu-
siadas.

*
* *
6,98-163." Segundo livro de critica. A"le e littemtum portuglleza d'hoje. (Li-
lIros, quadl'os e palcos) POI· Luciano COI·c/eh·o. Porto. TypograJ1hia Lusitana, 84.
Rua das Flores. 18'71. 8.· de xIII-3lj,2 pago e mais 1 de enata.

Veja as pago 5, 103 e 106" 176 206 a 208, referencia aos Ltlsiadas, á Cas-
tl:O de Ferreira, e ao quadro de Franci 'co José Rezende, Camões salvando os Lu-
sladas.

. 6,99-1.66,.- flota contendo a averiguarão da data, em que chegou ao porto de


LIsboa o capitãd mór Vasco da Gama, no ;'egresso da sua p,'i11leim viagem á lndia,
apresentada á academia ?'Cal das sciencias de Ü boa, pelo sacio effectivo José da Silva
Mendes Leal nas sessões de 15 de junho e 13 de julho de 1871. Lisboa, typographia
c/II academia. 1871. 4.° de 23 pago

Este trabalho deu origem a controversia na imprensa.

*
* *
500-165." Historia dos qwnhentistas, por Theophilo Braga. Porto, 1871. 8.·

O capitulo VI é dedicado a Camões, e vae de pago 322 a 328.


328 LUIZ

*
* *
50f-166.a J. P. de Olive[m ilfal,tins. Os Lllsiadas. Rnsaia sobl'e Camões e a
sua obra, em l'elaçtio á sociedade 1J01'tugue:a e ao movimento da Renascença. Por/o.
Imprensa pm'tugueza, edilora, Bomjardim, 181. 1872. 8.° de 2'10 pago e mais 1
de errata.
E te livro é dividido em cinco grandes capitulos, sob os lilulos: l, Da arte
(pag. !J a 3S) ; II, Luiz de Camões (pag. 39 a (3); III, A epocha das conquista
(pag. 65 a 1011); J V, A renascença (pag. 105 a 1(2); V, À nação portugueza
(pag. f63 a 2f9),
No capitulo que especialmente se dedica á analyse de Camões e uas suas
obras, o sr. Oliveira Martins e creve do suLlime poeta:
" , .. epico e Iyrico, tem a força dos heroes alliada á paixão uos trovadore ;
é digno, é grave, é forte, é ao mesmo tempo sen iyel, triste apaixonado, A im
como o seu heroismo é ideal, o seu lyri mo é constitucional. É forte em virtude
de uma crença, é sensivel em virtude da ua illuminação; a força provém-lhe da
raBão, o amor da intuição naturalisla. N'esle caracter reproduz o do povo onde
nasceu, como na sua vida, nas uas desgraças repetiu a vida, as de~graças pariu-
guezas; na sua apotheose, na sua gloria se confunde com a apolheose e com a
gloria do seu paiz, que resume em si, personalisando-o...

'1(,

* *
502-167.a Camões e os Lusiadas. Ensaio historico cl'it'ico-litlerorio por Fran-
cisco EVal'isto Leoni, cOl1l11wndad01' da ordem militai' de S. Bento de Aviz, gene-
l'a! de !Frigarla ,'e(onnado, etc, Lisboa, livraria de A. 111. Pel'cim, editm', 50, rua
Augusta, 52. 1872. S.o grande de 315 pag, e mai 2 de indice e erratas.- No
verso do rosto: "lmJ1rlmsa Sousa Neves, l'ua da Atalaia, 65 >I.

Este livro conlém: introducção (pag. 5 a. 77) ; e dois extensos capitulas ou


partes, a primeira com o titulo Camões (pag. SO a 171); e a segunda lJom o \I.
tulo Os Lusictdas (pag. 173 a 310). A primeira parte, que é, corno se infel:e da
designação, a biographia do poeta, mas povoada de observações criliclls mUi COI"
datas e de grande enthusiasmo pelas cousas palrias, conclue a sim:
"Esle homem (Camões) .. , legou ... á sua palria não Ó l'iqlJi sima herança
de gloria, mas inda um tão palriotico enthu iasmo, que, fazen lo· nos palpilar o
corações, nos infunde n'elles os heroicos brios que serão em todo o tempo a ga·
rantia fiel da nos a independencia nacional. O conquistador qLle pretender subo
jugar a no sa querida patria, ha de primeiro rasgar, alé a ultima pagina, o poema
immorlal dos Lusiaclas...
A segunda parte conclue d'este mouo :

• Os Lusiadas eslão marcados com um inirnilavel cunho de grllndeza. e. su-


blimidade. Contém formosas descripções, imagens e pensamentos elevados, Sln1l'
les frisantes, episodios terriveis, grandiosos e pathetico . Se houvermos de r.Oll1·
parar Camões a Homero e a Virgilio, diremos que excede o primeiro tanto no
pathelico, C0ll10 na belleza das comparações de que o vale Meonio fez um emprego
assás frequente. É inferior ao segundo na doçura e harmonia do metro; mas
DE CAMÕES 329

íguala·o na sens.ibilidac1e profunda, e leva-Ih.e a palma na similhança e proprie-


dade com que pinta os caracteres e na descl'lpção das batalhas. Juntamente a Vir-
gilio e Homero excede Camões nos aphorismos, nas sentenças moraes, e nas ma-
ximas philosopbicas, politicas e militares.»

*
* *
503-1.68." Viagfrm dos Í11l1)eradol'es do BTazil 1:111 POl'tugal por J. A. CÓ1'/e
Real, M, A, da Silva 110cha e A, M, Simões de Cas/l'o, Coimbm, 1872, 8.·
Veja a pago 1.93 as referencias á quinta das Lagrimas e aos episodios do
Iragicos amores de D, Ignez de Ca troo .

*
* *
50Q-169," Os c)'iticos da hist01'ia da litteratura portugueza, Exame das aflir-
lIlaçõe dos srs. Oliveim lIIlwtins, Ant/lero do Quental e Pinheil'o Chagas, por Tlteo-
philo Bl·aga. Porto. Imprensa POTtugueza, editam. 1872. 8.· gr. de VI-lJ,S pag,
Veja a pago 12 e seguintes o primeiro paragr'apho: O sr. Oliveira Martins
(t

e a critica dos Mo arabes no seu livro Ensaio sobre Camões e a sua obra».

*
* *
505-1. 70." Desenvolvimento da litte-ratum portu[llteza. These 1)al'a o concurso
da terceira cadeim do CUTSO upe1'iol' de letl'as 1)01' AJ. Pinheú'a Chagas. Lisboa.
Imprensa de J. G, de Sousa Neves. Rua da Atalaia, 1872. 8,· gr, de lJ,7 pag,
Veja referencias a Camões e apreciação dos Lusiadas, a pago 20, 37, lJ,3 a 6,7.

,"' * *
506-1.71." Os novos criticas de Camões pOl' Theopll'ilo Braga. (Exl,mhido da
Bibliogl'Ophia critica" toma r, 1)ag. 65 a 84.) Porto, Imprensa pOI·tugue::.a, edil,ora.
1873, S.· gr. de 22 pag,

507-'172." Panorama photogl'aphico de POI't1lgal. Por Augusto Mendes Simões


de Castl'O. Coimbm.
Veja o vol. TIl, n,· 2 (i873), de pago 1.3 a 46, La nlOrt d'!nes de Castl'o, tra-
duCÇão por Sulpir.e Gaubier de Ban'aull (Lisbonne, 1772), com uma nota do eru-
dito director e editor da publicação.
*
508-173." Portuguezes illustTes paI' li!, Pinheil'o Chagas. Segunda ediçüo, l'e-
330 LUIZ .'

vistct, correcta e altg11lentada, etc. Lisboa, lim'aria de A. Feri!!, !'ua Nova do AI.
mada, 70-74. 1873. 8.° de 6 (innumeradas)-i79 pago e mais 2 de indice.
Vem de pago 3G a 38 a biograpbia de D. Vasco da Gama; e de pago 68 a 70
a de Camões. .

*
* *
509-17/1." Seculo XVl. Historia de Camões pOl' Theophilo Bmga. Porto, im·
pl'ensa pQl·tugue::;a, editom, 1873. 8.° 3 tomos, em duas parles de vlll-4!d pago e
i de inilice, e 592 pag.- A numeração da parte II é seguida de um para o oulro
tomo.
A parte pl'imeira comprehende: Viela de Lltiz de Camões, e a segunda: A
escola de Camões.
A impressão d'esla obra começada em 1873, só veiu a concluir-se em 1.875,
conforme a indicação do impressor .edilor no fim do tomo m.

*
* *
510-175." Cantos matutinos 1)01' Fmneisco Gomes de Amo!,ün. l.'erceim edi,
ção. Porto, typographia de Bm-tholomeu H. çle Momes. 50. Ruct ela Piem'ia, 1874.
8. u de 430 pago
Veja na pago 16'1, e seguinles a poesia O Jau.

'l'.'

* *
5H-176." Bibliotheea de algibeira. Noites de insomnia ofTel'eeidas a quem não
póde dOl'lni'r, por Camillo Cctstelio Branco. Publicação mensal. PQl'to, 1874. 8.'
pequeno.
Em o n.O 3 de março, de pago i4 a 26, vem um artigo intitulado: « Em que
veias gim o sangue de Camões 1')) em que o auctor nota algumas conlrailicções e
equiYocos da Bistol'ia de Camões pelo sr. 'l'heophilo Braga.

*
* *
5i2-1i7." Manual da historia da litteratum POI'tugueza, etc. PaI' Theophilo
Braga. Porto. 1875. 8.° - Referencias camonianas a pago 70, 203, 2iã, 2115 e
~87 a 307

513-178." Antonio FelTeim Poeta quinhentista. Estud~s biographicos littera-


"ias por Julio de Castilho. Rio de Janeiro, livmria de B. L, Garnier, editor; Pa-
DE CAMÕES 331

ris, E. B~lhate. 1875. 8.° grande. 3 tomos de 267 pag, 293 pago e 224, pago e mais
i de índice. - Pertence á collecção Lim'aria classica, e.1Jcel'ptos dos principaes
allctotes de boa nota, etc" e ahi compreheode os tomos Xl, XII e XllT.

Alem de outras referencia r.amooianas, é interessante e connniente ler-se


no tomo I o capitulo xx intitulado: « Rixas litterarias, FeiTeim e Camões. Ca-
l1lões e os contempomneos ", de pago i 13 a 123.

Depoi de ter no capi tulo antecedente, Os amigos de Fp.ITeim, de pago 86 a


H3, demoo trado a roda em que vivêra Ferreira e com quem convivêra mai in-
timamente, CJuiz provar que não andavam bem avisados, como parecia a alguns
biographo , os que viam no auelor do Poemas lusitanos um dos maiores inimi-
gos, invejosos e detractores de Camões; cita o nobre visconde de Juromenha nas
apreciações que faz a este re peito, e afirma, no eu entender a injustiça de tal
critica. O sr. Castilho (hoje o segundo vi conde de Castilho), fecha o capitulo com
eslas palavras:

« , ., eslabeleçilmo como ponto incontroverso (e é o essencial) que se o


nos o Ferreira ouviu fallar, por acaso, de Camõe-, Dluito longe será isso; e que
do grande Camõe dos Lusiadas não poderia elle ler noticia, pois tinha fallecido
anles de publicado o livro, e antes mesmo da chegada do poeta.»

* '"' *
514-09." A censura dos livI'os em POtt11gal, polemica littel'a7'ia, lJdo pl'ofes-
SOl' Pereira Caldas, Braga, 1875. (Veja no Dicc., tomo XIII, pago 44.., 0.° 9312,)

IH5-I80." Cw'so de lilteratllm POI'tllglleza por José 11I01'ia de Andmde Fer-


reira. Li boa, Livral'ia editam de Muttos 111m 'eira §{ C." P1'Oça de D. Pedro, 1876.
8.· Tomo I de 4.. (innumeradas)-380 pago - Conti nuação e complemento do Curso,
ou lomo li por Camil10 Castello Branco. Ibi, na mesma livrana. 1876.8.° de 354
pago e mai ii de indice e erratas.

Veja no lomo I as pago 183,213, 24,2, 24,3,254,,319, 352, 355 a 358, 370 a
376; no tomo li as pa rr • 8 21, 25 a 27, 29 a 34,,37,40 a 4..2, 55, 72 216, 219,
248, 260, 269 a 27:1., 2"73, '27!l, 280, 302 a 305. Contém refere~cias a Cam~es e a
Ignez de Ca ll'o, e ás trageclias de Ferreira, J. B. Gome e QLUta; ao Camoes de
Garrell, e excerptos das obras de Camões.

*
* *
516-:l.81. n Antologia Pol'tugueza, etc. Por Theo]Jh-ilo Bmga. POI'tO, 1876. 8.°

Tem referencias camonianas nas pago :1.99, 208 a 212; e de pago 220 a 223
reproduz o Episodio de Ignez de Cast1'O.
332 LUIZ

*
* *
517-182," Jl1iscellanea histol'ico·biogmphica, extl'ahida de uma infinidade de
obras antigas e modemas, etc. Pelo pl'o{"essor e agl'imensol' Theodol'o José ela Silva.
Lisboa, 'im.pl·ellsa de J. G. de Sousa Neves, 1877. 8.° de XYI-346 pago
Veja a pago 79, 121 e 182, as biographias de Camões, Ignez de CasLro e Vasco
da Gama.

518-183." Folhas sem flol'es. Novas poesias 1J01' Emesto 1I1arécos. Lisboa. Li·
V/'aJ'ia ele Augusto E1'IlCStO Bm'ata, 192. Rua de S. Paulo. 194. 1878. 8.° grande
de 320 pago
Veja-se Das paginas 153 e 154 a poesia Na inaugumçiÍo da estatua erigida a
Llliz de Camões.

*
* *
519-18;"." Duas Lendas patl'ias: a appariçi'io de OU1'ique e as CÔ1'leS de La-
mego, P01' Pereira Caldas. Bl'aga, tYP0(jraphia Lusitana, 1878. 8.° de i3 pago
Na pago 8 vem uma esLrophe dos Lusiadas.

*
* *
520-185." Os bmzões p01·tuguezes (jomal hel'aldico) p01. A.M. Seabra de Ai·
buquCI·que. Coimbra, na imprensa da universidade, 1879.
Veja o n.O 3, de pago ii) a 30, que conlém o B1'OziÍo cio aPIJellido de Camões,
encimado pela dala do lricenlenario.

521-186." Cancioneiro alegre de poetas portuguezes e brazileiros. Commell-


tado pOJ' Camillo CasteLlo Bmnco. POI'/O, typographia de A. J. ela Silva Teixeira.
1879. 8.° de xlx-r50 pag.-No mesmo volume: Os criticos do Cancioneiro alegl:e
p01. C. Castello Bmnco. lbi, na mesma lypographia, i879. 8.° de IX-5'l pago e mais
4 innurneradas.
Veja no Cancionei1'o, de pago 219 a 225, o capitulo que se refere aos amores
de Camões, e no qual o aucLor prelende demonslrar que o poeLa amou muito.

~~

.if. *"
522-187." Noções elementaJ'es de poetica, etc., 1J01' A?'Senio AllgUStO Torres de
Mascal'enhas. Lisboa, livr01'ia Rodl·i{)'l.ws, 1879. 8.° grande de lllA pago
DE CAMÕES 333

Referencias a Camões a pago 4,0, 43, 129, 1.40, :1.41. e outras. De pago 1.1.3 a
117 reproduz o Episodio de 19nez de Castm

*
* *
523-188." G. de la Landelle. A velhice de Camões. Traducçüo de J. L. Rocll'i-
gltes Trigueiros. Segunda. ediçeío. Lisboa, Francisco A:rthul' da Silva, edito'r, ?'ua
dos Dow'adores, 72. 1880. 8." 2 tomos de 1.81 pago e 1. de indice, e 184 pago e 1.
de indice. .
Pertence á collecção de romances que o sr. Trigueiros traduziu para a sua
Bibliotheca ?·ol1wntica.

'i!'
* *
524-18!:J." Cancionei?'o portu..que:;. Col/ecção de poesias ineditas dos principaes
poetas portugue;;es. Publicado POI' Joaquim José Leite de Vasconcellos e Emesto
Pires. Primeiro anilo (e unico). Porto, typographia Occidental, 1880.8.· grande de
158 pago e mais 1. de errata.
Veja a pago 4, Estancias a W1W joven de Byron, acompanhando a' Rimas de
Camões, tmducção de Theophilo Bmga; a pago 129, Acrostico de Caterina, inedito,
de Lui;; de Camões; a pago 14,0, Camões, soneto de Eduardo da Co ta Macedo; a
pago lMi, O pranto de Camões P01' Emesto Pires; a pago 1M e 155, nota ao acro -
lico de palr. 129; a pago 155 traducção em catalão da poe ia de Ernesto Pires pu-
blicada a pago :1.45.

525-1.90.· Ensaio de estudos lJraticos de litteratum, por José Silvestre Ribeiro.


Lishoa. lmlJl'enSa de J. G. de Sousa Neves. 1880. 8.· de vll-2!-J2 pago e mais 1. de
errata.
Referencias a Camões nas pago 10'1-, UO, 111, 123 a 1.27, :H6 a 21.9, 211,2
252, 257, 258, 259, 260, 262 27U a 272 e 276.

'*
* *
526-1.9t. n Annua?"io da sociedade nacional camOl/Íana. P?"imeiro anno. 1881.
POI'tO, sociedade nacional cal1wniana, editora. 1881. 8.· grande de 317 pago e mais
2 de indice e aviso da di recção da sociedade.
. No verso do rosto a indicação: cc Porto, typog1'apllia occtdental, l'lIa da Fa-
brica, 66•. E a declaração, conforme o artigo' 4.· do estatuto da sociedade:
cc Os volwnes ex/taustos do Annual'io não senío ?·eimpl·essos".

A impressão é nilida, com caJ'ar.teres elzeverianos, e em papel de linho.


.0 volume contém: noticia preliminar da fundaçãO da sociedade na~i~nal ca·
momana, resumo da ua inauguração de accordo com acamara mUlllClpal do
334, LUIZ

Porto, discurso do presidente da sociedade, menção de outros discursos e da festa


commemorativa do bi-centenario de Calderon (pag. 5 a 19) ; poesia Preito a Ca.
mões, pelo sr. Antonio Moreira Cabral (pag. 20 e 21); Camões, rima Je :1.607,
pelo sr. Tito de Noronha (pag. 22 a 2/~); traducção em arabe de alguma estro·
phes dos Lusiadas, pejo sr. J. Pereira Leite Netto (pag. 25 a 39) ; menção de UIlI
raro folbeto camoniano, paraphrase do psalmo cxxx.n, feito por Camões e im-
presso na Allemanha (pag. f.l,0); se são olemne para commemOl'ar o ui-centena·
rio de Calderon, discur os do sr. D. Eduardo Blanco y Cruz; poesia do sr. José
Perein Leite Netto; poesia do sr. Alvaro de Pail'a de Faria Leite Brandão; discur o
do sr. conde de Samodães (pag. ld a :1.08); a marinha porlugueza na era das
conquistas, pelo sr. Oliveira :.\larlíns (pag. 109 a 127) ; poesia a Camões pelo sr. Er·
nesta A. A. Vianna (pag. '128 a 132); a primeira producção poetica de Camões
que foi impressa, pelo SI'. Tito de Noronha, com fac-simile da ode que acampa·
nha o livro Coloquios de Garcia da Orta (pag. 1~{3 a H2)' bibliograpbia camo·
niana, catalogo da camoniana pertencente ao sr. rcrnando Palha (pag. 14,3 a
175); di curso apolof;!etico sobre a visão do Indo e Gange por João Franco Bar·
reta, inedita (pag. 176 a 220); William Storck, apreciação crilica de suas obras
pelo sr. conde de Samodães (pag. 221 a 305); ul'1'exit, poe ia pelo sr. Tholll:\s
Hibeiro (palt. 306 a 312); lista dos oeios da sociedade navional camoniana
(pag. 313 a 317); indice e aviso (2 pago innumerada ).

* * .:X:

527-:1.92." Glosa da estrophe "Estavas linda Iqnez posta em socego de Ca- II

mões por Antonio da Fonseca e Amai-ai. Evora, lypogmphia .lJ1inerva de A, F,


Bamla. 1881. 8.° de 14, pago innumeradqs.
É dedicado pelo editor A. F. Barata ao sr'. José do Canto, da ilha de S. Mi-
guel, como di linclissimo colleccionallor de edições de Camões. a ad\'crtencia
preliminar e declara que esta glosa é copia de um cad ice, alé então inedito, exis-
tente na biliolheca de EI'Ol'a, e supposto escripta no seculo XVII.

*
* *
528-193," Glosa de Bel'llarc!o Vieira Ravasco, i1'1núo mais novo do padre Ali'
tania Vieira, ao saneio de Camües - « Hora breyes de meu contenlamento". Com
anteloqllio do professor decano do lyceu braCl/1"enSe Pereú'a Caldas. Braga. Typo·
gmphia de Gouveia. 1 81. 8.° grande de 14: pag.-Tiragem de 30 exemplares não
postos á venlb.
Este folheto teve segunda eLlição. lbi, na mesma lypographia. 188(j,. 8.° grande
de 1f.l, pago - Tiragem igual.

*
* *
ii29-1U4,." Hist07'ia da littel'at711'O-, elc. Por Delfim lIlaria de Oliveira Maia,
Porto, typographia de A. J. da Silva Teixeira.• 1884. 8.° ele 369 pago e mais 1 de
enatas,
Veja as pago 168,257, 260, ~61, 265, 269 315, 3H, :JI~2 e 34,fl" referencias
a Camões e ao seu poema, e ás Iragedias ele Gome, Ferreira, Quita, etc.
DE CAMÕES 335

** '!!-

530-i95." Grutas e cavernas pOI" Adolpllo Badin. Jlerstío de Jotío de OliveIra


Ramos. P01·tO. MagalMes §f llIoniz, editores. Imprensa Co/nmel'cial, l'ua dos Lava-
douros, 16. Sem data. 8.· de 367 pago
Veja as pago i58 e i59, que conlém o artigo "A gruta de Camões em Mácau»,
com um desenbo da gruta.
*
* *
531-i96." Novo almanach de lembmnças para 1882. Trigesimo segundo amlO
da coIlecçiio. POI' Antonio Xavier Rodl"igues COl"deil'O. Lisboa, 1881: 16.·
Contém uma secção camoniana, de paa. 270 a 287.

*
'." *
532-i97." Novo almanach de le1llbrançaspara1883. Tl"igesimo terceh'o a11no
da co/lecção, etc. Lisboa, 1882. 16.·
A pa". 159 vem um sonelo a Camões.

*
"'" *
533-198." Novo almanach de lem.bl"Cmças 7Jara 1887. Trigesimo setimo anno da
col/ecção, ele. Lisboa. Livraria ele Antonio J1aria Pereim. 1886. i6.·
A pago 459 lraz um nrtigo a respeilo da gl'llta de Camões em Macau, acom-
panha lo de uma gravura.

*
* *
53"'-199." Novo almanach de lembl"anças pam 1888. Tl"igesimo oitavo anno
da col/ecção, ele. Lisboa. Livl"al'ia de Antonio Maria Pereim, 1887. i6.·
A pago 145 vem uma poesia do SI'. Candido de Figueiredo, copiada do seu li-
vro Nictaginias, com um retralo de Camõcs.
Oulros almanacbs d'esta inlere sarlle coIlecção têem rcferencias ou citações
camonianas, como no Suppltmento do llmanach em 1887, pago i64" mas omitti·
moI-as para não alongar mais esla secção. .

* *
535-200." Bosquejo bistorico ele li/te1'Otlll"ll classica, gl"ega, latina elJortugue::a,
336 LUlZ

etc. POI' A. Cardoso BOI'ges de Figuei1-eclo. 6." ediçiio. Lisboa, livl'a1'ia Ferreira, I
1882. 8.° de XJv-1-217 pago (
Trata de Camões a pago 176 e 177.

*
* *
536-20l." Camoniana. Luiz de Camões em Evom no anno de 1576 eOIl, ai·
gwnas annotações paI' A. F. Bamtet. Evom, typogl'aphia Minel'va, 1882.6,.· me·
nor de 7 pago
N'este folheto publica o indefesso investigador o sr. Barata, a quem deyo
muilas informações para esta obra, um documento interes ante e inteiramente des,
conhecido e inedito á. epocha da publicação. É a certidão de um casamento ceie·
brado em Evora a 6 de maio de :1576, no qual figura entre os padrinho um
luis de Camões.
Não obstante as emditas considerações de que o sr. Barata acompanha esla
noticia, tenho duvida em acreditar a presença do egregio poeta n'aquella cidade.
Atlendendo a que era, n'essa epocha, mui numerosa a familia dos Camões, de
Evora, de que ainda existem representantes, conjecturo, emquanlo não appare·
çam provas incontestaveis em contrario, que a testemunl1,l que figurou na cere·
mania do consorcio de Pera Gomes era qualquer vergontea de Vaz de Camões.
E ta confusão de nomes não deu já. origem a que os mais atilados biographo
não suppozessem e af:lirmassem que o fidalgo Simão Vaz de Camões, almotacé em
Coimbra, e ahi um estroina de primeira linba, era o pae do poeta?

*
* *
537-202.° Annua"io pal'a o estudo elas tl'adições lJopulm'es pOl·tugue;;as, diri·
gido por J. Leite de Vasconcellos. 1. anno. 1883. Porto. Livraria P01'/lUJnse de
0

Clavel {f C." Editores, 119, rua do Almada, 123. 1882. 8.° grande de 96 pago
De pago 56 a 60 vem: Os Lusiadas ele Camões e as t1'ael'ições lJOpulares por·
tuguezas.
*
* *
538-203." ConcOl'dantm- prrocipua loca inter Virgilium et Call10niurn. Evora.
Typogmphia Mine/·va. 1882. 8. de 8 innumeradas-~7 pago
0

É obra de um erudito do ecuJo XVI encontrada na bibliotheca de Evora: e


publicada por A. F. Barata, com uma carta e prefacio pelo editor.

*
* *
539-204.° Na1'coticos pOl' Ca.millo Castello B,'anco. POj·to. Imp,"ensa Interlla·
cional. 1882. 8.° 2 tomos de 299 pago e 1 de indice, e 355 pago e 2 de indice.
No tomo T, de pago 295 a 299, vem o arligo Camões e os sapateiros.
DE CAMÕES 337

* * 'ii'

56.0-205.' Novos horisontes. PaI' C/wislovüo Ayres. (:1.875-:1.880). Lisboa, Li-


vraria editora de Henrique Zeferino, 188'2. 8,· de :1.99 pag,
Contém uma poesia consagrada a Camõe ,sob o título Vozes do poeta, e de-
dicada ao sr. Thcophilo Braga, a pago :1.45 e :1.46,

'1(,
* *
54:1.-206." Camões, Portugal e Brazil. Conferencia de Jayme VictOl' no Rio de
Janeiro em 1883.
Veja o folhetim do Diario de Noticias, de Lisboa, n.· 6:502 de 2 de março
de 1884; e algumas folhas do Rio de Janeiro, publicadas depois de realisada a
conferencia.

*
* *
542-207." Reflexos. Poesia e pl'Osa val'ia. (Original e traduzido.) Por Luiz da
Costa. Lisboa, typogl'aphia universal, 1883. 8.' de xVIIl-:148 pago e 2 de indice.
Contém um artigo intitulado O O"iente e Camões, de pago 7:1. a 80.

* * ;1('

5lJ,3-208. a Soneto de H'ei Thomás Amnha com versos de Camões feito na accla-
mação de D. Joi"io IV, publicado por Antonio Francisco Bm'ata. Evom, typogl"al1hia
Minerva 1883. 4.· pequeno de 8 pago
Contém uma hreve noticia biographica de fI'. Tbomás Aranha (pag. 3 a.5) ;
e depois o soneto, copiado de um l'ari simo opusculo, de que são conhecidos
muito poucos exemplares.

*
* *
5lJ,.. . -2U!:l.· Nictaginias. POI' Candido de Figueil'edo. Lisboa, livml'ia Fel'/'eil'a,
1883. 8.· de :l.4lJ, pago e i de indice.
Traz uma poesia Visi"io, dedicada a Camões, de pago :1.5 a :1.6.

*
* *
5lJ,5-2iD." A ly/'a de Camões paI' A'I'I:osto Machado. Blwcellos. Typogmphia d(}
Tú'ocinio. 1883. 8.· de 8 pag,-Ibidem. POI'tO. lmpl'ensa POI·tuglleza, 1883. 8.· dr:
8 pago
TOMO:xlV (Suppl.) 22
338 LUIZ

*
* '*
1)q,ô-2H." Revérbe,.os do Poente por D. 111. Angelica de Andmde. Publicação
posthuma, prefaciada POI' Francísco Gomes de AmO/'im. Porto. Editol', Joaquim
Antnnes Leitão. 1883. 8.° de XYI-12q, pago e mai 2 de indice.
Veia a pago XII, 70 e 82, rcferencias a Camões; e nas pago 99 e 100 a poesia
A Camões.

*
* *
M7-212." A nob,.e elesaffronta da honm e elignidade da nação pOl'tuglleza pe.
?"ante o t01"pe insulto de WIl deputado do pa1'lamento bl"itannico. Lisboa. Imprensa
Nacional. 1883. 8.° peq. de 16 pago
Este folbeto foi mandado imprimir pela associação typographica lisbonen e,
para poder er feita uma redncção heliogl'aphica que coubes e no cofre iubo
do annel de oiro, que a mesma associação olfereceu então ao SI'. Quillinan. A
tiragem foi muito limitada. Tem referenr,ias ~ Camões.

*
* *
M8-213." AllI"oras da instrucção 1Jela iniciativa pm·t(culm·, por D. Antonio da
Costa. Lisboa, imprensa nacional. 1884. 8.° de q,q,6 pago
Contém um capitulo em homenagem a Camões, de pago 368 a 376.

*
* *
M9-2g,o Resumo histol'ico ácerca ela antiga India P01'ttlglleza. Acompanhado
de algumas ,'cflcxõcs conccmentcs ao quc ainda possuímos na Asia, Oceania, China
e Ali'ica, com um appp.lldicc, P01" Scbastião José Ped,'oso. Lisboa, typogmphia de
Cas/!'o Irmão, 1884. 8." grande de 4,82 pago e i de enata.
Contém numerosas referencias a Camões, citando trechos dos Lusiadas.
O auctor d'esta obra publicára em 1880, pela imprensa da academia real das
sciencias de Lisboa, a primeira edição sob o titulo 11ldia portugueza, do qual fo·
ram distribuídos muito poucos exemplares, mandando em seguida inutilisar os
restantes. Tornou·se por isso rara.

*
* *
õ50-215." Poesias selectas, pam leitll1'a, ,'ecitação e analyse elos poetas portu-
guezas • _. Por Hem-ique 1l1idosi, etc. Lisboa, imprensa nacional, 1884. 8.· de
3~0 pago

Este livro está já na decima qUal'ta edição. Transcreve alguns trechos dos
DE CAMÕES 339

Lusiadas: canlos m, IV, V, VI e x de pago 29 a 49, 66 a 78, de i30 a i33' e de


outra~ compo içõe , elegias, de pago 147 a H9; sonetos, de pago 160 e.i61 '; pis-
caloria, de pago 244 a 246.

*
**
55J-2i6." 1I1iragens secu(at'es paI' Theophilo Bmga. Lisboa, 1884. 8.·
Conlém uma poesia. O poema de Camües, de pago 137 a 142.

.,. * .,.
552-217.' A patl·ia. A Luiz Quillinan. POI'tO. Typogl'aphia Occidental, 1884.
8.· grande de xvm-2-(innumeradas)-508 pago Com o retrato de Quillinan.
Veja nas pago XI XII' e xv 26, 5H, 77, 89, 93 122, 123,127, U8, i69, 180,
201 2H, 213 226, 238, 250 251, 25~, 255, 260, 262, 291, 313, 3U, 341, 3:18,
319 320, 326, 334, 339, 379, 395, 400, 403, 418 475 491, 495,497 e 500 refe-
rencia a Camões e aos Lusiadas, excerptos d'este poema, e o artigo Centão ca-
moniano dos Lusiadas pelo sr. Pereira Calda.

*
* *
553-218." imitação do soneto de Camões "Sete annos de pastor Jacob servia»
·conl os mesmos consoantes: por João Cal'doso da Costa ele. na llIusa pueril em
1736. Braga. Typogrophia de Remardo A. de Sá Pereil'U. 1884. 4.· de 4 paf,l.
Teve esta publicação tiragem limitada em cartão de qualr'o cOres e em papel
de dezesei cOres, sendo em cada especie numerados e timbrados todos os exem-
plares.

*. * *
554-219." Revista africana. Publicaçiío mensal. Director, J. F. da Silva Cam-
pos Oliveim. Moçambique. P,'úneiro anno, n.o 2 (1 de novembro de 1885). 4.· de
8 pago
o artigo principal é dedicado a Camõe , com o retrato do poeta, gravura em
madeira.
'!í'

* *
555-220." Gazeta da l'elaçáo (Açores). Anno de 1885. Folio.
Em o n.· 2:752, de 5 de novembro, r.omeçou o sr. bacharel José Affonso Bo-
telho de Andrade a pllblicação de um intel'essanl.issimo e tudo, sob o titulo Apa-
l'as ca'l1wnianas. Tém continuação em numeras subsequentes. Ficará de certo in-
terrompido este trabalho, porque o auctor, de grande perseverança no estudo e
enlhu iasta camonianista, não o linha ainda complelo quando falleceu e te
anno (1887).
340 LUIZ

*
* *
556-221." Camoniana. Por Joaquim de Lemos. Porto, imprensa moderna. 1885.
8.° de 16 pago e 1 de indice.
D'este folheto apena se fez tiragem c1e 32 exemplares. Possuo o n.O 6, por
benevolencia do auctor e lembrança do sr. Joaquim de Araujo.

*
* '"'
557-222.- Curso da historia da litteJ'atum portugue::;a adequada ás aulas de
ínstrucçiio secundaria, por Theophilo Bmga. Lisboa, em a nova liv1'O.1'Ía inte1'1la-
ciolla.l, editora; typographia de 11. J. da Silva Teixeim. Porto, 1885. 8.° grand
de 4H pago
Refere-se a Camõe , ou trata mais extensamente do egregio poeta, a pago 39,
41,42, 59, 127, 225, 264 a 270, 274 a 277, 286 e 295.

'"'
* *
558-223." Pl'ojecto do tumulo de Camões pelo pl'Ol'essol'Cla escola de bel/as ar-
tes de Lisboa, Alberto Nunes.
Veja a controversia a este respeito no Commercio de Portugal e nas Novi·
dades, em agosto de 1885.
*
* *
559-22 tl." Académie Mont-Réal de Toulouse. 9' concollrs.
Veja o programma d'esta academia, em que se estabelece, entre as oulras
theses historicas e litterarias, o Elogio de Luiz de Canuies, escripto até duzentas
linhas; e o bolelim, ou acta, correspondente a esse concurso.

*
* *
560-225." Compenclw de poetica portugueza por José Simões Dias, etc. Vizeu,.
Livraria Academica (editora), de José Alm'ia de Almeida. 1885.8.° de 136 pago e
mais 4 de índice.
Tem e te livrinho duas edições. Na segunda que menciono, é cilado Camões
a pago 23, 24, 25, 28, 31,33 34 e outras. Copia um trecho dos Lusiadas, canto I,
de pago 53 a 61.
*
* *
561.-226." CtWSO elementar de litteJ'atum pOl·tugue::a ]J01' José Simões Dias, ele.
Coimbm, imprensa litteraria, 1885. 8.° de vIII-232 pago
DE CAMÕES 3M

Este Ilvro está na qlânta ediçüo. É a que lenho presente. Trata de Camões e
das suas obras a pago 39 e de pago 167 a 171.

*
* *
562-227.' Bailadas do Occidente, paI' José Leite de Vasconcellos. Porto. Typo-
graphia de A. J. da ilva Teia;eim. 1885. 8.° dc vrn-34,2 pago e mais 1 de errata.
Veja a pago 210, No Rio ll1e-Kong; pago 2H e 212, A !norte de lIathercia; de
pago 231i, a 237, A estatua de Camães; de pago 238 a 24,0, A Galliza; e a pago 331
e 331i" referencias a estas poesias e a Camões.

*
* *
56' -228.· Partugal na epocha de D. Joúo V, paI' Manuel BernUl'des Branco.
Lisboa. Livrada de Antonio Mal'ia Penim, eclitol', nta Augusla, 50-52.1885.8.°
de vrn-279 pago

Tem referencia á pobreza dé Camões na pago 124,; e de pago 207 a 221 indi-
cação e extracto de obras, nas quaes o egrcgio poeta foi citado, imitado ou para-
pbraseado.

D'esta obra exi tem duas edições, pelo mesmo edilor, impressa uma com
pouca difl'crença da outra.

*
* *
56r~-229.· Poesias de Fmncisco de Sá de Mimnda. Edição (eila sobre cinco
manuscl'1ptos i/ledilos e Iodas as ediçães impressas: acompanhada de wn estudo
sobre o poela, val'ianles, nola, glossario e mn j'etmlo 1101' Carolina Michaelis de
flasco/lcellos. Halle. lI1aa; Niemeyer. 1 5.8.· grande de 16-ex.'UvI-9/19 pago Com
um mappa genealogico do poela.- Foi impresso na typograpbia de Ehrhardt
Karras.

Tem referencias a Camões a pago J1f, XIV, XXXI, XXXlJI a XXXVI, LVI a LVfll,
LXI, I.XIl, LXVI, LXXVIJI, LXXXVIl, xevn a XCIX, eVlIJ, exv, eX\'I, exvm, exxv, eXXVfll,
CXXIX, 739 74,0, 74,6, 7/18, 752 a 754" 756 a 759, 763, 770, 776, 792, 801,80:3,
818, 823, 826, 827, 832, 83q" 84,3, 8M, 856, 857, 859, 862, 864,,867 a 870, 872,
873 881 e 884.

565-230.' O povo açoriano. Ponla Delgadct. Primeij'o anno. Folio.

Em o n." 11 de 10 de junho ele 1886 terceira pagina, traz um artigo Dois


heroes, do sr. Caetano de Andrade e Albuquerque, com memorativo de Camões
vasco da Gama.
LUIZ

". * *
566-23L' Selecta nacional. Curso pmtico de litteratura P01'tugueza por F. Ju-
lio Caldas Aulete, etc. Terceira pal·te. Poesia. Lisboa, liv1'a7'ia de Antonio Maria
Pereim, editor, 1886. 8.° de M6-vIII palo
Tem duas cdições. Cita Camões a pago 92, 93, iOl, i07, 1ii, 121, 128,133,
1.52, 159, 161, 167, 169, 216, 317 e 366. Nove d'esles trechos são exlrahidos dos
Lusiadas, e os restantes das di,'ersas composições do sublime poeta.

*
* *
567-23:2.' Almanach do Dim'io de noticias para 1886. Primei7'o anno. Lisboa,
typoq1'Ophia univel·sal. 8.°
Contém uma secção especialmente camoniana.

'J«
* *
568-233.' Bohemia do eS1Ji?'ito 1J01' Camillo CasteUo Bmnco. Porio, livl'Uria
Civilisação, 4, 7'ua de Sanio l/defonso, 6. 1886. 8.°. grande de 45lJ. pago e i de
declaração. Com o retrato do auctor em pl1ototypia.
É dividido este livro em cinco parles distinclas, a que o afamado e erudito
auctor deu os titulos : lmpl'essionismo, Esboços de perfis /itterarios, ebenta, Boi·
las e bulias, Km'messes e centenUl'ios, e Model,J de po/emica p01·tugue::a. a pri·
meira parte vem o capiLulo: Lui:: de Camões (de pago 169 a 202), em que o
sr. CamilJo CastelJo Branco discorre árerca dos amores do egregio poeta com
uma D. Catbarina de Athaide e de outros pontos obscuros da sua biographia,
aclarando alguns, ao Cjne se me afigurou, com elevado criterio; e destruindo aJlll:-
mações que, no seu entender, são insustentavei á luz da mais serena e desapaI-
xonada critica, Este .capitulo é, com pequenas variantes, o trecho, já citado, ql~e
figurou sob a denominação de Estudo sobre Camões, notas bio.fwaphicas, na selI·
ma edição do poema Camões, de Gm'rett, feita no Porto em i880.
Referindo-se á familia de Camões existente em Coimbra, e ao equivoco de
paternidade, em que incorreram alguns biographos, aliás de aturada e louvavel
investigação, escreve o seguinte (pag. 180) :
cc ••. é necessario expungir da biographia de Luiz de Camões um Simúo Vaz,
residente em Coimbra, primo do poeta, que o sr. vi conde de Juromenha, por
um mero equivoco de homonymia rcputou pac de Luiz, descurando as inducções
da chronologia e todas as provas nloraes que impugnam similhanle pare~tesco,
II Das poesias de Camões nada se deprehende quanto aos seus progellltores.

Em toda a obra poetica c variadissima dô granue cantol' não lransluz fl'ouxosen-


timento filial, nem um verso referente ao pae. Em tocios os seus poema, CSCl'lptos
na Africa e Asia, na juventude e na velhice, não ha uma nota maviosa de sau·
dade da mãe ... "
Este paragrapho combiuado com os documentos, que deixei no lomo pre-
DE CAMÕES 3q,3

sente (de pago i8 a 21), dá-lhes, emquanto a mim, maior importancia e aflirma
a necessidade de nova e mais pausada averiguação sobre a vida do poeta.
Na pago i8!l o r. Camillo Castello Branco (visconde de Correia Botelho) acres-
centa: «Façanhas ue Camões não sei decifrai-as nos seus poemas: elles - os
poemas - só por si obejam na sua tristeza como acções gloriosissimas>.
Referindo-se .i tença (pag. 19q, e 195) : « A tença dos i5~000 réis, o apre-
goado escandalo da sovinaria dos ministros, não era, n'aquelle tempo, a mi eria
que se nos cá figura ... Diogo Botelho, tão celebrado em AJrica e Asia, recebia
i2~OOO réis de tença. Luiz de Camões não se julgaria de dourado com os 1..5~000
réis, nem essas hypothe e de tome, frio e mendicidades que se encarecem,deve
acceital-a a critica desli"aua de velho preconceitos. Eu creio tanto na mendi-
cidade de Homero como no peditorio nocturno de esmola de Antonio de Java,
para ustentar Camões». A pago 202, no termo do artigo: «... nenhum homem
como elle (Camõe ) pôde redllnir-se ue suas fra"i!idades, divil1isando os erros da
imprudencia, fazendo- e amar nos ex.travios, e immortalisando·se no livro que,
ao fechar de tres seculos, alvoroça uma nação».

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'*' '*'
569-231!.' Coimbra antiga e moderna por A. C. Borges de F'iguei1'edo, etc. Lis·
boa, livral'ia Ferreira, 132, rua Aurea. 1886, 8.0 grande de 387 pago com 3 es-
tampa.
Tem varias referencias a Camões, e e pecialmente de pago W2 a 106 (em
que trata da fonte da Lagrimas e de D. Ignez de Ca 11'0),216 e 217 (em que dá
uma nota biographi 'a do poeta, e em que menciona os factos da viela escandalosa
de Simão Vaz de Camões, que niio era o pae de Luiz ele Camões). Os uocumentos
relativos a Simão Vaz já os deixei LranscripLos no logar competente, ao come-
çar o tomo 2.."11' d'este Dicc. de 1885 para 1886. Registo esta elata para que se
saiba que eu ele de muito po suia e se papeis.

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* '*'
570-335.' Historia elos estabelecimentos scientificos, littem1'Íos e aI·tisticos de
Portugal. Por José Silvestre Ribeiro. Lisboa 1871-1887. 8.° grande.
Tem diversas referencias a Camões. A mais notavel é aquella em que o au-
clor, no tomo II, transcreve as cartas da viuva do morgado ele Mattells ácerca da
sua edição monumental dos Lusiadas. Estes documentos ficam transcl'iptos no
tomo presenLe, de pago f35 a 136

'*'
* *
571..-236." Selecta portugueza compilada, annotada e com nfet'encias nume-
I'OS~S á "GrammaLica portnglleza' do ,I'. A. Ep.lphanio da Silva ~ias,) ZJOI' I:uiz
Fl/t]Jpe Leite e Bernm'do Valentim 1l1oreira de Sa, etc. Segunda edlçao, Te/und,tda e
augmentada. Lisboa. A. FelTeim 1l1achado §f c.a EditOl'es. 1886. 8.° de x-q,89 pago
Veja áS pago x, i59, 21..6 a 21..8, 283 e 28y" 325 c 326, 3q,f, 3q,5 a.3q,7, 370
LUlZ

a 372, 425 a 427,429 a 432,438 a 439, 441 a 445,449 a 45i, 456 a 458, 462a
468,472 a 476, /180 a 482, que contém excerptos lias Lusiadas, duas eanções, um
soneto e uma elegia de Camões, um soneto de Bocage a Camões, excerpto do Ca·
mões de Garrett; e referencias a Camões.

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* *
572-237." Alma minha gentil.,. Sonetos camonianas 1JOI' Al/i'edo Campos,
Com uma carta prefacio do ,.' visconde de Correia Botelho (CamBio Castello
Branco), Edição elo auctol', 1886, Porto, impl'ensa Moderlw, 8,0 de 46 pag, e mais
2 de indice.
*
* *
573-238.. Camões, poema. Pal'Ís, na livrQl'ia nacional estmngeim, I'M ~li·
gnon, n,o 2, (aubom'g Sawt Gmnain. 1825. i2.0 de vIl-2-2i6 pago e mais i de
errata.- No verso do ante rosto: Imprimerie de J. Mac- Cm·thy, l'ue des Petites-
EC'lll'ies, n.o 47.
. É a primeira' ectiV!i0 anonyma do afamado poema de Al~eida Gal'l'ett. Tem
dedlcatona Ao seu anugo M. As nolas vão de pago i95 a 2'16.

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* *
57[1-239." Camões 1Jor J. B. de Almeida Gm'l'ett. Segunda edição. Lisboa, ty-
pogmphia de José Baptista MOl'anelo, 1839. 8.° de xI-307 pago

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* *
575-2r~0.a Camões, poema dedicado á ill. ma Sl,.a D. Ignacia 1Ifal'ia ele Carvallio
Li/na. Bahia, l'eimpresso na typographia de 111. A. da S. Serva, 1839. 8.°
Tem uma dedicatoria em verso e outra em prosa, por I. A. da S. Serv~.
Diante d'este registo, julgar- e-lia que na Babia, por uma singularissima coinCl'
dencia, foi iqlpresso outro poema igual ao que apparecêra anonymo em Paris an·
nos antes, e no mesmo anno i839 em Lisboa já com o nome do ilJuslre restau-
rador do thealro portuguez. Engano. A reimpressão na Bahia não passou tambem
de uma singularissima contrafeição ! É mui rara em Portugal.

576-2ld." Camões por J. B. de Almeida Garrett. Tel'ceim edição. Lisboa,


imprensa nacional, 1844. 8.° de xVlI-291 pago

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577-242." Camões peLo visconde de Almeida GalTett. Qual'ta edição. Lisboa el1l
DE CAMÕES

casa da vÍlwa Bel-tmnd e Filhos, 18õ4. 8.· de xIX-29i pago e i de indice.-No


ver o do ante-roslo : Na intpl'ensa Nacional.

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* *
578-2!J,::l.· Camões pelo visconde de Almeida Garrett. Quinta ed'icão. Lisboa na
ca.la da viltva Bertmnd e F1ilhos. 18õ8. 8.· de xIx-29i pago e i dê indice.- No
verso do anle-rosto: Na imp"ensa nacional.

*
* *
579-211!J,.· Camões pelo visconde de Almeida Galntl. Sexla edição. Lisboa, e/n
casa da viuva Be1"tmnd e Filhos. 1863. 8.· pequeno de XXI-27i pago e i de indice.
Esta edição contém a adverlencia preambular nas edições: primeira de
1825, segunda de 1839, lerceira de 1 4A, e quarta de 1856, (pag. v a XVI); a poe-
sia ue mademoiselle de Plaugergues, em louvor do auclor do poema Camões, tra-
duzido por José Maria do Amaral, em 18!J,2 (pag. XVII a XXI); o poema (pag. i
a 186); e as notas (pag. 187 a 27'1). São inle).'e santes estas notas. A nola D, do
canto VII, comprehende uma breve resenha das traducções das obras de Camões.

*
* *
580-245.' J. B. de Almeida G01Tell. Camoens. Poeme traduit du p01"t!lgais a-vec
une introduction et des notes par Henri Fam'e docteur es lett1'es, memb,'e de I' ln,
stitut de Coimbre. Oltvrage ame du pOI·trait de Ga1"1"ett. PaI·is. A. Quantin, im-
primew'-éditeur, 7, rue Saint Benoit. 18 O. 8.· de XLv-221 pago e mais i de in-
dice. Com o retrato de Garrett a agua forte por Boulard fils.- Tem dedicatoria a
Sua Mageslade a rainha senhora D. Maria Pia.
D'e ta versão fez· e tiragem numerada de 550 exemplares sendo dos nume-
ros i a 50 em papel da Cllin:J., e dos n.·' 51 a 550 em papel de Hollanda. O exeID-
piai' existente na bibliotheca nacional de Lisboa tem o n.· 99.

*
* *
581-246." Camões pelo vi conde de Almeida GalTett prefaciado por Cal/p'lIo
Castello Branco. Setima ediçiio. (E. CJ Liv1'al'ia de Enlesto Chal'd"on, editor.
Porto e Braga. 8.· pequeno de LX-":XIV-273 pago e i de indice. ~om o relr~to de
Garrett a agua forte (o mesmo que serviu para a edição ~nte~'lor, en~ ParIS.)-
O rosto a duas côres e as vinbetas e letras iniciae dos pnmelros capltulos tudo
a encarnado desvan~cido. A capa a preto, encarnado, azul e oiro. No verso do
rosto: POI·to, typogmphia de A. J. da Silva Teixeira, Cancella Velha, 62.
Contém as advertencias das quatro primeiras e~ições (pag. v a XVlII); ode
de mademoiselle de Flaugergues a Garrett, traduzida por. Amaral (pag..X1X a
XXIII) ; L'appel à la postérité, hommage ii Camões à OCCaSlO11 ~u centel1a~re de
i8~0, poesia de H. Faure (pag. xxv a x.:x.."X.II)
. ; estud~ sobre Cal~oes, 110~ blOgra-
pblcas, por Camillo Caslello Branco, datado de S. Miguel de Selde, maiO de '1880
(pag. XXXIII a LXXXIV); o poema (pilg. i a i88); e notas (pag. i89 e 273).
LillZ

Parece que o edital' tinba a idéa de fazer nova edição de todas as obras de
Garrett, por isso que /la ante-rosto d'esta reproducção paz: Obms do visconde de
Almeida Garrett. I Camões.

* * ;1(,

582-247." Camões pelo visconde de Almeida Ga1ntt. Oitava edição. Lisboa, imo
prensa nacional. 1886. 8.° de xxllI-27i pago
Esta edição é cm tudo similbante á pBnullima (sexta) de i863, c portanto á
anteriores; não tem por isso o est.udo do sr. Camillo Ca tello Branco (vi conde
de Correia Botelho), uem a pac i:\ do sr. Faure, postos pelo edital' para tornar a
setima edição commemorativa do tri-centenario.

*
* '*'
583-248." Cascaes. Popsias. Imp1'ellsa nacional, 1886. Tomo 1. 8.° de 2-377
pago e 1 de errata.
De pago 81 a 84 - Fiat lux 1 poesia a Camões no dia da inauguração da sua
estatua a 9 de outubro de 1867. Dedicada a seu filbo mais novo.
Começa:
Não vês, meu filho? Ê Camões,
Em estatua. - O genio seu,
Que só Deus dá, e lhe deu,
E se vive nas acções
Que cada um de si deixa,
Quando o lumulo se Ieclla.
E acaba:
Luz da justiça por fim !
Que embora rompa, só larde,
Por mais intensa, bem arde.
Nem ha outra luz assim!
~assa uma noite, vem dia,
E um sol, que o allumia:
Noites de sec'los volvêra ;
E tau los dias são idos,
D'innum'ros soes escondidcfs,
Mal que o dia amanllecêra,
Junta, em cheio, em turbilhões,
Se expande a luz de Camões.
Esta poesia é a que fôra publicada no Diario de noticias, de 1867, atrás men·
cionado.

*
* '*
584-249.' L7tiz de Camões. Poemeto de Joaquim de Araujo com uma carta de
Eça de Ql~eÍ1'oz. Porto, imlwenS(~ P01'tuglteza, :'tIDCCCLXXXVIl. 8.° pequeno de XI-
68 pag.- O rosto a duas cÔres.
DE CAMÕES 3g,7

Tiragem especial de 10 exemplares em papel do Japão e i8 em papel da


China, numerados de i a 28. Possuo exemplares de ambas.

'ii'
**
585-250.' Anthología poetiea. Lagares escolhidos das diff(Jrentes epoeas de lit·
ttl'atura portugueza, lc. Por' Candido de Figu~il'edo, professor' de litte1'Uttwa.
Lisboa, Nvr'ada FerTeim, 1'UU AU1'ea, 134, 1887. 8.° de 198 pag,
Conlém: um trecho do canto y do poema Camões, de Garrett, de pago 8g, a
76' o epi adio do Adama lar, do canto v do Lusíadas, de pago :165 a :172; e o
aclo II' da comedia Fi/odemo, de Camões, de pago :179 a i83.
Este livro apparer.eu por fins de setembro do anno corrente i887.

*
* *
586-25:1.' 11 1J1'imeil'a poesía imp,'essa de Lttiz de Camões no lim'o do doetol'
Garcia d'Orta intitulado "Coloquios do simples e drogaso com um estudo pelo d1'.
Theophilo Bl'aga. Alma 363 do nascimento de üúz de Camões Auetor dos Lusíadas.
Lisboa. lt,.o de 10 (numeradas)-12-(innumeradas) pago
No ver o do anle-ro to a declaração da tiragem; no verso do rosto a seguinte
indicação: «Trabalho typographil:o na oflicinas de Adolpbo, Modesto & C,a; photo-
lilhograpbia na impren a nacional por J. E. dos Sanlo ,u As capas, o anLe-roslo,
orosto, e o começo do estudo, a duas côres,
A tiragem foi de 363 exemplare , sendo 333 em papel de linho, 2 em setim,
2 em e lanho 6 em papel Japão, fi em Whatl1lan e ti em Hollanda, sendo os pre-
ços respecLil'amenle a cada classe de 1O~000, 5~000, 3~000 e 500 réis. O ediLor,
sr. Joaquim Eu ebio dos Sanlo , é o que emprebendeu a reproducção da primeil'a
edição dos Lusiadas pelo me mo proces o photo-lithographico, e de que fiz menção
sob o n.O :138.
Possuo d'esta nova edição da Ode o n.O 4, elll papel de linho. O sr. Antonio
Augusto de Carvalho Monteiro possue uma col/ecção,

*
'*' *
587-252.• Poesias POI' Joúo Dantas de Sousa. Rio de Janeir'o, typogl'apht'a de F.
A. de Almeida. 8.0 de vII-214 pago Contém; Camões e o Jau, a pago 23:1.

*
'*' '*'
588-253 .• Portugal Q?·tistico. Lisboa. Folio.-Biographia de Camões acompa-
nhada de retrato lilhograpbado.
. O artigo biographico, de apologia, é do r. conselh~il'o Anto~Jio de Serpa
Plmente], tendo em frente a versão franceza pelo $1'. OrtaLre FOUl'mer.
3li,8 LU1Z

*
* *
589-25!J,.· Annotações ao pI'ologo e nota final do n.o 1 do Flol'ilegio camonianõ
por Tito de Noronha, Ediçeío do semanal'io (( O Camões >l, P01'tO, typog/'aphia
Alliança, l'ua da Cedofeit(t, 22, 1887, 8.· de :l5 pag,

Teve tiragem especial de 50 exemplares em papel de linho, O sr, Tito de


Noronha offereceu-me o n,· li"

* '"' *
De auctores brazileiros

590-:1.." Discnrso pronunciado na academia l'eal das sciencias de Lisboa a 24


de ju,nho de 1818, por José Boni{ar.io de Andmda e S'ilva, (Elogio da ediçiio gl'an-
de do morgado de Matteus,) Saiu na Historia e 11Iem01'ias da academia, vaI. VI,
parte I, pago I a xxv,

* * ;I,

59'1-2.· Diccionario de algibeim, philosophico, politico, moral, que dá de


certas palavras a sua noçeío verdadeim, etc, Rio de Janeil'o, typogmphia de Gue(·
fiel' & C,a, l'/la da Oltitanda, 1832. 18,· de :l:l7 pag,

Veja a referencia a Igllez de Castro e excerpto dos LU$iadas, a pago :1.7,18


e 67.

i'!'
* *
592-3,a Resumo da vida do excelso e desditoso Luiz de Camões, Nova edição,
necessariamente corrigida, Rio de Janeiro, Na tYIJ09n1phia de TIJt'l'es. l~ua do
Cano, n.' 94. Anno de 1845. 8,· de 12 pag,

*
* *
5!J3--l~,a 11'is, 1Jel'iodico da l'eligieío, bellas ((1'tes, sciencias, lettms, historia,poe'
sia, etc. Collabúmdo 1J01' muitos homens de leU ras e l'edigido P01' José Fehciano de
Castilho BalTeto e NOl'onila. Rio de Janeiro, 1848-1849, Ij". :3 vaI.
Alem de outras referencias, veja·se no vaI. II a epistola a Camões, por Bu~·
gain, pago 24,3 a 27li" No vaI. III o artigo Camões, a proposito do drama de Casli-
lho (Antonio), pag, :ll!5 a :l5li"
SeguOllo uma nota que acompanha a epistola indicada, foi composta e ende-
reçada ao cunhado do auelor e destinada a apparecÍ'r á frente tio drama Camões,
já representado com diverso titulo em diversos lheatros do BraziJ, e depois re·
fundido e ampliado a cinco actos, como se imprimiu,
DE CAMÕES

'*'
* *
594:-5." üliz de Camões levantando o sel! monumento, ou a historia dePol'-
lugal justificada pelos Ltlsiac/cls. Pelo dr. Alexand?'e José de Mello .Mornes. Rio de
Joneú'o publicado e á venda em casa de Edua?'do f Hen'l'iqlle Laemmert. Rua da
Qllilanda, 77. (Sem data.) i6.· de 93 pago com i estampa.

*
* *
595-6.' Os POl'tuguezes pemnte o mundo, apl'esentados pelo dI'. 1Ilello de 1110-
roes (A. J. de) (natural da cidade das Alagoas). Auctor de muitas obl'as liUeml'ias
escientificas, IltC. Volume pl'imei?·o. Rio de Janeil'o, eIIlpreZa typographica (em li,
q~âdariio) Dois de Dezembro. 1856. 8.· grande de vlI-:l-20õ pago e mais 2 de ill-
dice.
Contém numerosos excerptos dos Lusiadas; de pago :l95 a 20i, um artigo
intitulado 1I10l·te de D. Jgne::. (le Casl?'o; e de pago 201 a 205, a Cantata de Bo-
cage ácerca do mesmo assuffiptO.

*
* *
596-7.' AI/egoria composta por José de l1fomes Silva, natural da cárte do
imperio do Bmzil. Rio de JanlJim Typographia de F. A. de Almeida. 1856. 8.· de
20 pago e mais :l de notas.

Na pago 3 lê-se: A/legoria: Camões, lItIa1'1:a II e D. Ped?'o V, com dedica-


[oria a Antonio Feliciano de Castilho. Esta composiçãO é, na maxima parte, con-
sagrada a Camões.

597-8.' Pa1'11aso jl!Vellil 01! lJoesias 1111n-aes, etc. Quinta ediçúo. Rio ele Janei-
ro, typogmphia imperial e constitucional de J. Vi/leneuve f c.a, 1860. 8.· de 3ii
pago

Referencias a pago :166.


*
* *
598-9,' Revista POplllal'. Rio de Janei?'o, B. L. Garnie?' (editor),
1861. 4:.•

o tomo Xli, anno 3.· (outubro a dezembro), vem uma~iographia de Camões,


pelo conego J. C. Fernandes Pinheiro (auctor do CUI'SO de llttemtllra llOrtllg11eza),
adiante ci tado.
3iiO LUIZ

ii99-iO.' o Futuro. Periodico liUerario. 1.0 anno. 13 de setembro de 1862.


Rio de Janeiro, typographia de Brito & Braga, travessa do Ouvidor n.O 1.7,4.'
O n.O 1, de 40 pago contém um artigo: O .maiol· amigo de Luiz cle Camões,por
Camillo CasteUo Branco, de pago 13 e 24. E datado de Lisboa a 8 de julho de
1862.
'/f

* *
600-11.' Obras 1JOeticas de 1ft. J. da Silva Alval'enga. Rio cle Janeil'o, 1864.
8. ° 2 tornos.
I o tomo r, pago 222, refere· e a Camões.

*
* *
601-12.' Obms completas do dO!btOl' Antonio Feneira. duarta ediçüo anno·
tada e pl'ecedida de um estuclo sobre {b vida e obras do ljoeta pelo Conego c/ou/or
J. C. Fernandes Pinheiro, etc. Rio de Janeiro, 1865. 8.° 2 tornos.
Pertence á serie dos classicos portuguezes. No tomo r tem referencias camo-
nianas, a pago 20: "que o soneto de Ferreira muito longe e tão de emparelhar
com os do cautor dos Lusiadas,,; e a pago 33: erque o dr. Antonio Ferreira foi
um do maiores engenhos nascido. na terra de Portugal, um dos luminare do seu
seculo, o homem que, depois de Camões, :Q1aiores serviço prestou á lingua. e lit·
teralura patriall.

*
* *
602-13.' C/westomathia classica da lingua P0l'tugzbeza. Epitome dos prine!·
paes generos do discZl1'so prosaico. Colligida e coordenada pelo dl·. Antonio Maria
Chaves e Mello. Para uso especial das classes de gram17latica, etc. Rio de JaneIro.
1'ypogl'aphia de Candido Augusto de MeUo, 160. Rua cio SaMo. 1868. 8.° 2 tomoS
de xxn-216 e 288 pago
Veja no tomo I a pago 23,27, 67 e 84, referencias a Camões e aos Lusiadas,
e á apreciação do poema por Voltaire e á pessima versão de Fansbaw; exce(pto
do Hospital clas letras de D. Francisco Manuel de Mello.

*
* *
603-14.' CU1'SO de littemtura portugueza e brasileira, pl'oressado P01' H'all'
cisco Sotero dos Reis no instituto de HZbnl(Lnidades da provincia do Maranhüo, de-
dicado l?elo auctol' ao dil-ectol' do mesmo instituto o {Ir. Peclj'o Nunes Leal. Mara'
nhão (8. Luiz). Impressa por B. de lIlaltos. 1866-1873. 8.° grande. ii tornos.
DE CAMÕES :3õl.

Veja no tomo II, secção II: « Luiz de Camõe . sua bio~raphia, dividida em
Ires difYel'entes epochas da ua vida; seus Lusiada"; apreciação das melhores
pa sagen d'este poema', comprehendendo oito lições (xx a xxvm), de pago 53
a26,3, secção Jll: « Luiz de Camõtls; suas popsias Iyricas romanticas e classi-
cas; suas poesias pastoris; suas poesias didacticas; suas redondilhas; seus dra-
mas", comprehendendo quatro liçõe (XXIX a XXXlI), de pago 26,5 a 310.
No tomo II veja tambem o livro VTIl, parte II, secção I.

*
* *
GW1-i5." Luiz ~e Camões, 1JOI' lI'!. J. Gonçalves lunior.-Trabalho escripto ex-
pressamente jJara a,lllauguração do retrato de Camões nas salas do Retit'o, em i3
de maio de i865. E em pro a, e occupa a pago 96, a i07 tlo Anhivo do Retiro
liltel'al"io portllgue;;. Rio de Janeil'o, typogl'aphia de Pinheit'o g c.a, 1870. 8.·
arande.

*
* *
G05- 16." ReSlt1JW da historia litteral'ia pelo conego dI'. Joaquim Caetano Fer-
llandes Pinheil'o, etc. Rio de Janeil'o, B. L. Garniel', livreil'o editor do instituto
historico, etc. 1872. 8.· grande, 2 tomos de 6,97-VI pago e 6,76 pago
ro lomo Ir, de pago 53 a 70, 82 a 86" e creve desenvolvidamente ácerca de
Camõe e das suas obras, com louvor, citando a miude o e ludo dos srs. vis-
conde de JUl'omenha, Theopbilo Braga, e A. Vidal no Al'chivo pittol'esco . e de
Garrett no Pal'1laso lusitano, de quem copia o lrecho com que finalisa a parte de-
dicada ao poeta a pago 70. Na pagina anterior, o dr. Fernandes Pinheiro, es-
criptor que soube honrar as letras portuguezas, nola o eguinte:
"Com rasão admira a critica a forçi\ imaginativa com que descreveu os
grandes phenomeno da natureza, par cendo aprazer,se principalmente na pin-
tura tlo Oceano, o que fez com que Chdteaubriand denominasse os Lusiadas de
primeiro poema marítimo. Com que arte, com que mestria, traça eBe o impo-
nente quadro de uma tempe tade em alto mar quando todos os elementos se des-
encadeiam contra a audacia humana I Homero e Virgilio invejariam ao cantor do
Gama a solemne magestade da sua de cripção."

*
* *
GOG-i 7." Camões e os Lw;iadas pOl' Joaquim Nabuco. Rio de Janei7'0, typog?'a-
philt do im.perial instituto artístico, 21, 1872.8.· de 28G-v pago e i de JUdlce.

Comprehende: Dedicatoria á mãe elo audol'; inh'oducçãO, datada de lO de


abril de i872; Livro I, Camões antes dos Lusiacla~; Livro II, OS Lusiadas; Li-
vro III, Velhice e morte de Camões; Notas. .

Na introducção declara o auelor que escreveu este livr~: "Como t~ibuto de


uma admiração sempre crescente a Lutz de Camões no tel'Ml1'O centellano do seu
poema».
35':2 LUIZ

Sublinho as ultimas palavras da citação acima, porcIue talvez tenha de re.


ferir·me a ellas no tomo seguinte, em que desejo mencionar os factos liltera.
nus camonianos que antecederam e seguiram o tricentenario.

607-18.' :Malelitas por Vereeliano Cm'valho. Rio ele Janeú·o. Typogmphüt Per·
severança, 1873. Com a photographia do auctor.
De pago 147 a 160 vem a Vida de Camõe,~, scena dramatica, em vel'SO, re·
presentada no theatro Lyrico Flumülense em ::\1 de outubro de 1868; e nas
pago 119 e 120 a poesia Camões, glosa, em sextilhas, de uma quadra de ~Ioniz
Barreto.

"*
* *
608-19.· MtWmlwios. Lyra dos vinte annos. Poesias do elr. A. F. Aleixo dos
Santos. 1. lHo de Janeú'(), t!lJ1ographia H-anco Americana, 1874. 8.° de 1640 pago
Veja de pago 147 a 157 o poemeto A pOl·tugal. Camões.

*
* *
609-20.' Pequena noticia sobre os homens e as cot!sas mais notaveis da /risto·
l-ia, etc. Rio de' Janeiro, publicada PO?- Eduardo §( Hem'ique Laemmel't, 1876. 8.'
de vIl-175 pago
Referencias a Camões a pago VI, 4, 42, 52, 53, 130 e 174.

'il'
* *
6iO-21.· Resur'l'eição pelo d?-. Cast?-o Lopes. Rio de Janeim Typog?'aphiaPel"
severança, rua do Hospicio, 11.. 4 85.1879. 8.° grande de XVI-177 pago e mais i
de errata.
Vejjl na pago vm, IX, XIV XVI, 2, 3 e 174, referencias ou versos de Camões;
de pago 47 a 49, glosa em oitavas dos dois quartetos do soneto" Alma minhagen'
til» ; de pag, 77 a. 78, glosa a uma quadra, em decimas, respectiva ao episodlO de
Ignez de Castro; e pago 91, referenCia a Camões, glosando uma quadra.

'1<'
**
61.:1.-22." A escole!. Selecta dos auctores classicos, Camões, Vieim, Bernardes,
Gm'rett, Herculano, Lisboa, Rebello da Silva. A.doptados lJelo novo p?'ogramma da
inspect01'ia geral da inst?'ucção lJUblica para os exames de pnlpamtorios, etc. Por
Felix Fm·eim. Rio ele Janeiro, Serafim José Alves, editor. 8.° de xlI-308 pago
DE CAMÕES 353

.u Veja a pago XII, ~nd ice dos. trecho~ dos Lusiadas, que vem adiante de pago
~/O a 304' a pago 273 e 274, blOgraphla dp, Camões; de pago 305 a 308, voeabu-
lario de alguns nomes, menos u uae , historicos, geographicos e mythologicos,
que se eneontram n'es es trechos de Camões; e a pago 162, referencia a Camões
de Garrett.

*
* *
61.2-23." Novo metlloe/o de analyse pela t!teoria das e/lipses e dos pleonasmos,
applicae/o cí ana/yse das constl'1tcções mais difllcultosas nos Lusiadas, e nos melho-
res au;;tores classicos. Por Emitia Allain. Rio de Janeil'o. 1\0 liv!"Ol'ia de J. G. de
Azevedo, editol'. t 1. 8.° de 151 pago e mais 3 de indice, errata e lista dos au-
elore dos quaes sáo tU'ados o exemplos d'este compenc!io.
Encerra numerosos excerptos dos Lusiadas e das Lyricas.

61.3-24." Pombal. Poemeto em 4 cantos J)Ol- Adelina Amelia Lopes Vieira.


Rio de Janeú·o. 'l'YP0{Jl'aphia e lit!to{Jl'aphia de Molm-inho §{ lIfont'Alverne, Im'go e/a
Cal'ioca, 3. 1882. 8.° de 31 pago -
la pago 7 tem referencias a Camões e a Vasco da Gama.

*
* '*'
6{ll-25." Centenario do maJ-quez de Pombal. DisCIl1'SO p"onullciado a 8 de
maio de 1882, pOl' pal·te do c/ub de regata Guanabm'ellSe, IW impel'ial theatl'o
Pedro J I pOl' Ruy Bm'bo a. Pl'imeira edição. Rio de Janeim Typogl'aphia de G.
Lellzingel' §{ Filhos. Rua do OuvidO/', 31. 1882. 8.° de 84 pago
Veja a pago 5, 33, 6t, 72,73, 82 e 83 exeerptos dos Lusiadas e referencias
a Camões e a Vasco da Gama.

*
* *
615-26." Nacionalidade, lingua e littel'Otul'a de Portugal e Brazil. P'01' João
Manuel Pel'eira da Silva. Pal·is. Glâllal-d, Aillaud §{ C." 1884. 8.° de 6 (mnume-
radas)-4iO pago
Veja as referencias a Camões e ás suas obras nas pago 127,133, f34, f44 a
1.5~, 2H, 212 e 214.
'I!'

* *
616-27." CCtmões no leito da morte. (Qll'l,dro de Ferreira Monteiro.) Apl'ceia-
ÇÜes da impI·ensa. Extl'actos da Gazeta de notiCias, JOl'nal do commereio, Folha
nova e Catalogo da exposição do quad1'O, etc. Rio d~ Janeú'o, 1884,- Folha
avulso. Veja os pel'iodir.os citados, em artigos ou folhetms.
~=~J ~
354 LUIZ

'.1'

* *
617-28." Dim'i,o de noticias, do Rio de Janei1'o (Anno II). 1886.
E;n o n.O 5~0 de -lO de novembro vem um soneto de José Bonifacia, de
.S. Paulo, sob o tilulo Luiz de Camões.

*
* *
618-29." Selecção littel'G'ria de al.ryuns elos pnnclpaes escriptol'es da lingua
portugueza elo. seculo XVI ao XIX, lJ01' Fausto BalTeto e Vicente de Sousa,1JI'0{esso·
l'es do imperial colle!lio de Peelro li. Precedida de rIma introducção gl'Clmmatical e
de outra sobre ve1'sificação portll!lueZa pelos mesmos 1)'I'0{'esSO'l'es. Rio de Janeiro.
Na tiv1'al'ia de J. G. de Azevedo, editol·. 33, l'Ua. da U7'1lguayana. 1887, 8.° de 2~%
pago e mais 3 de indice e enata.
Veja a pago 4, 5, J26, 137 e 139, referencias e versos de Camões; e de pago
i53 a 208, trechos das Rimas, e o canto x dos Lusiadas.

'1<'
* *
De auotores hespanhoes
61\:1-1." Rimas de Lope ele Vega Cal'pio. A Don Fernando Coutinho.. Co/! li·
cencia de la lnquisicion. En Lisboa., impreso por P. Cmsbeeck, enío 1605. 11 custa de
Domingos Fernandez. Vende-se na sua casa e na capella dei Rey.
Contém trechos dos Lusíadas e das Rimas de Camões.
Possuia um exemplar d'esta rara edição o livreiro etlitor sr. Carrilha Vi·
deira, da livraria internacional, que o anuunciou pOl· 90$000 réis. O livreil'O de
Lonc!I'es, Querilz, annunciou em tempo outro por H5$000 réis.

*
* *
620-2.· La Ncmantina de el Licen.do Don Fr'ancisco Masquem de Bal'nlUeno,
etc. lmpl'esso em Sevüla, en la 1?nlJTenta de Luys Estupilían, en este alío de M.DC.XlI.
4.° de 11 (innumeradas)-i85 folhas numeradas pela frente e mais 29 innumeradas.
Contém diversas referencias a Camões e a Vasco da Gama, e excerptos dos
Lusiadas.

* * 'X<

621-3.· Aphol'ismos y exemplos sacados ele la pi'imeit'a .decada de Ba1'1'os, por


D. Fernando A/via e Castl'o, Lisboa, 1621. 4.°
Refei-e-se a pago i5 a Camões com levantado elogio.
DE CAMÕES 355

'*'
* *
~22-4,.a Lavl·.el de· Apolo, con otl'as Rimas, etc. pOJ' Lope Fel'ix de Vega
COl'plO. En Madml por Juan Gonçalez. Aiio 1630. l!.o de 8 (innumeradas)-125 fo-
lhas numeradas pela frente. Com o retrato do auctor.

Traz a pago 25 e 26 um elogio a Camões.

*
* *
623-5." Las obras en vel'so ele Don Francisco de B01'Ja, Pnncipe de Esq1ti-
[ache, etc. Pú1' Diego Diaz ele la'CaJTel·a. A1io de 1648. !J,.o de 12 (innumeradas)-684,
pago e mais 23 de indice.

Referencias a Camões a pago 218.

*
* *
62'~-6." A1'Inas e trivn{os. Hechos heroicos de los hijos de Galicia. Elogios
de sv nobleza, i de la maiol' de ES1Joiia, 1: E1wopa. Resvmen de los servicios qVI!
este Reino à echo à la Magestacl del Rei Felipe IV. ll11est1'0 sefiol'. Con qllatro indi-
ces de las matel'ias qlle aqui se t1'atan. Escribelos El Padre Maest1'0 Fl'ai Felipe de
la GUlldam. En Maclricl. Por Pablo de Vai. 111io de M.nC.LXJr. I!.o de '2l! (iunume-
rada )-681 pago e mais 61 innumel'adas de indices.

Nas pago 297, 307 e 584" encontram-se referencias a Camões e á sua genea-
logia. '

*
* *
625-7." Obras ele Lorenzo G1'acian. En Madrid. Por Antonio GOllçalez de
Reyes. Aiío de 1720. 4,.0 2 tomos.

Veja no tomo 11 as pago 3, 15, 25 e 26, 35,36, 121, 128,135,207,217,218·


e219, referencias em louvor de Camões, e transcl'ipções de onetos e fragmentos
de canções.
'Jí'

* *
626-8 .. Rimas de Fernando Hel'l'em. il'Iadl'icl, 1786. (Edição de D. Ramon.
Fernandes) o

No tomo II, pago 110, vem uma imitação do soneto L'C

.Alma minha gentil oo. ))


356 LUIZ

*
* *
627-9.· Resurnen histor'ico de /a literatur'a espafiola. Segunda parte delMa.
1I11al de Literatur'a por D. A. Gil de Zár-ate. Cuarta edicion, cor'regida y aumentada.
Mctdr'ül. lrnprenta e libreria de Gaspar' y Roig. 1851.8.° de vn-(jlJ,O pago e mais 4
de indice.
Veja de pago 2lJ,lJ, a 2lJ,8, referencia ás lragedias de Geronimo Bermudez, Nise
lastimosa e Nise laureada, e excerptos de amuas; e referencia á Castr'o de Fel"
reira.

*
* *
628-iO.' Catálogo de la e:vposicion nar.ional de bel/as ar·tes, opr'obado por
S. li!. en 2 de abril de 1871. Edicion oficial. 1I1adr·id. lmpr'enta del Colegio nacio·
nal de sarda-mudos y de ciegos. 1871. 8.° de 138 pago
Veja a pago 35, U5 e 1.36, nas quaes é transcripta a estrophe cxxxv do
canto III dos Lusiadas.

*
* *
629-1. L' Por·tugal contempomneo. De Madr'id á Opor·to pasando por Lisboa.
(Diario de ttn carninante.) Por Modesto Fer'nandez y Gonza/ez. Madrid. Imprellta
y (undicion de Manuel 1'ello. 1874. 8.° de 526 pago
Veja as pago {66, 210 a 21.2, 26i, 267, 391. e lJ,lJ,lJ" referencias a Camões e
um excel'pto dos Lusiadas.

*
* *
630-1.2.' Cal·tas sobre Portugal por' Gustavo A. Baz, pr'ecedidas de Cl Dos
palauras u por' Hectar F. Varela. Madr'id. lmp"ellta de Moreno y Rojas. 1885.8.'
de xn-99 pag..

Veja referencias a Camões e aos Lusiadas a pago VIII, lJ,5, lJ,6, 9i e 92.

* *
De auctores francezes

63:l-f.' Jugements des Savans sur' les pr'incipaux ouv1'Oges des auteur's pO!.
Adrien Baillét. 1685-1689. !l lamas. - Segunda edição: Jugements des savans
8ttr les principaux ouv1'ttges des auctem's par' Adden Baillet, c01'rigés et augmen-
lés pai' li'!. de la MOllnoye, de l' Academie Fr'ançaise. Par·is. 1732. 8 tomos.
No tomo IV, pago lJ,40, encontra-se uma noticia de Camões e das suas obras,
principalmente do celebre poema Lusiadas.
DE CAMÕES 357

*
* *
632-2." Mémoil'es pOt!?" servir ci l'ht"stoi?'e des hommes illustl'es paI' le R. P.
Niceron. Pat'is, 1737. 8,0
Contém uma biogl'aphia de Camões, que parece ter sido traduzida de aponta-
mentos enviados ao auctor pelo conde da Ericeira.

·ió
* *
633-3." Essai SUl' la poésie épique, par 1111', F. Mouet de Voltaire. Pm'is,
1743.

Faz a analy e do Lusiadas, deprimindo em geral o poema; porém exalta


Camõe pelos seus encantl!dores episodios.

*
* *
634,-4." Nouvelle bibliotheque d'un homme de gout ou tableatl de la liUém-
tll!'e ancienne et 11Ioderne, étl'angere et nationale, etc. Pal'is, 1787. 8. 4 tomos.
0

Contém um artigo relativo a Camões e dedicado á apreciação da tradl1cção


dos Lusiadas por Duperron de Castera:

*
* *
635-5.· Voyage dtl ci-devant duc de Chatelet en Portugal, etc. Revu, C01'1'il1 é
Slll'le mant/scrit, et augmente de notes Stll' la situation actueUe de ce l'oyaume et
de ses colonies, pato J. Fr. BOlwgoing, etc, Pm'is 1796. 8,0
No tomo TI, a pag, 71, 72,74, H9 e 120, refere-se a Camúe , dando um re-
sumo da sua vitla com panegyrico.
Veja-se o tomo I das Obl'as, publicadas pelo sr. visconde de Jl1romellha, pago
~~9 e 250.

*
* *
, 636-6.· Les Amoul's }j,"piques, lJoíime en six chants, conte~lUnt la tl'adu-
elton des épisodes SW' l'amolw, composés pm' les meillem's poetes éplques;· Pal' Pat'-
seval G1'andmaison. A Pal'is, de l'impl'ime1'ie de P, Didot l'ainé, An. XII-~IDCCCrv.
Esta obra.tem segundo rosto com data diver a: « Les amoun épiques, Poii-
me Hél'o'iq!w en six chants; paI' 'Paneval (}l'andma~son. A p'm'is, chez D.entu,
Im~1'l.r Libmire, Quai des Augustins, na 22; Et Palals du T.,1'lbunal Galerles de
BOIS, n° 240, An. XliI-180S, 12. de 4, (innumeradas)-xn-24,o pago
0
:lã8 LUlZ

*
* *
637-7.' l\ollveau dietion1lai,'e histo1"Íque ou His/owe abl'égée ele tom les 110m,
'mes qui se sont (ai/' un nom pal' des ta/ents, des ve,·tus, des (orraits, des el'l'curs,
etc., depuis le eommeneeme1lt du monde jusqu'a nos jOUl'S.. etc. Par L. M ChaudOlI
et F. A. Delandine, 8 "'" édition, ete, Lyon, ehez Bntyset Ai'llé Cie 1804, 8.· 13
tomos,
Veja no tomo m, de pag, 52 a 54" a biographia de Camões e analyse dos
Lusiadas.
'i!'

* *
638-8.· Les Amoul's Épiques, poeme ell six ehants, eon/enant la tl'aellie/ion
des épisodes SlW l'amoul', eomposées.p01' les meil/wl'S poetes épiques' pm' F. A.
Pat'Seval ele Gmndmoison. Seconde édition ,'eV1te et con'igée, aUllmentée de dellx
mille vel'S, précédés rl'ltn diseOltr.~ pl'éliminai,'e; suivis de p/usiem's mOl'eaallX t,'O'
duits d' Homere, de Milton at de l'A,·ioste. POI'is, De l'I11l1Jrimerie de Dentu, M.D.CCCVJ.
8.° de xxvIJI-3lJ,4, pago . .
Tem esta obra a seguinte versão:
C/assieal desc,'iptions 01' /ove, ("om the most eelebrated epie poets: etc, By M.
P. Grandmaison. Trans/ated li'om the F,'ench. London.1809, 8,° de xv-2:2lJ" pago

*
* *
639-9' La navigation, POI' J, Esménal'CI, POl'is, 1805. 8.° grande 2 tomos.
No tomo I, canto IV (de pago 167 a 171), imita, na viagem de Colombo, o
episodio do Adamastor; e no Lomo II, nota do canto v (ele pago 4,1 a 4,lJ,), insere
uma resumida noticia. de Camões e do seu imllJortal poema.

*
* * ,
Gí(l-iQ.· Poésie /yrique pOI·tugaise ou ehoix des odes de Fl'ancisco Malillel,
tmduite cn r1'OnçaÚ avec le texte en ,'egard. Pal' A. AJ. Sane. Pa"is, 1808. 8.' de
xCI-34,4, pago
Tem referencias e citações camonianas, pago v, xv, XXIX, XLlll, XLIV, LXXV,
LXXXV, LXXXVI, i a 32, i50 a 1.57, 290 e seguintes (em as notas),
Esta obra é perfeitamente camoniana, não só pelas referencias indicadas,
que por 9i bastavam para ter essa classificação; ma tambem prla ode I Ao est.,.O,
em que Filinto, exaltando o egregio poeta, dirige, lhe por exemplo a seguinte (es'
trophe iO) :
.' .Camões.,.
Ao CUllle do Parnaso se avisinha;
E os Oelphins loureiros,
Quando elle sóbe, curvam,
Ao novo Homero, os orgulhosos topes,
E arredam larga estrada ao vate egregio.
DE CA IÕES 359

Aversão de Sané de lodos os versos de Filinto é em prosa. A obra é dedicada ao


conde Regnault de S. Jean d'Angely, a qnem escreve que" desejando tornar co-
nhecida em França a bella lingua de Camões, traduziu as odes de um dos pri-
meiros poetas lyricos de Portugal >l.

*
* *
6~1 -ii. o Dictionnaú'e univel-sel histOl'ique, critique et bibliogmphique. Nouvelle
édition, etr. PQ1'is, 1810. Com e tampas.

Contém uma resumida biographia de Camões. Menciona apenas as traduc-


cões de La [-Jarpe e de Ca tera. Entre as gravuras traz o retrato de Camões.

'li'
* *
6~2-i2.o Merc!we de fevel-eiro de 1815. - Vem n'esta revista uma imitação do
episodio do Lusiadas "Os doze de ln alalel'l'a>l, por Badour Lormian, que Ra-
gon transcreveu nas notas da sua versão do ublimc poema. Comprehende 172
versos.

*
* *
M3-i3.o Les tableaux de M. la comte de FOl'bin, on la mo?'t de Pline l'anciel/.,
el. [!lés de Castro, nouvelles hislo,-iques. PU?' madame La. Comtesse de Gtnlis. Pa-
rIS, chez 1l1aradun, Lib1'Oh'e, ?'tia Guénégand, n.· 9. De l'imp,-imel'ie de P. Didot;
l'aine. IIlDCCCXVIl. 8.· de vllI-265 paa com uma estampa grayada em cobre, re-
pre entando a morte do Plinio. - A ultima pagina tem o n.· 179 em vez
de 265.

Creio que este livro não tem nada de vulgar em Portugal. Vi um exemplar
oa bibliolher.a nacional de Lisboa, indi~ado pelo 1'. Gabriel Pereira, em commi são
o'este estabelecimento.

Contém: advertcncia (pag. VII e VUI); primeiro quadro La ma?'t de Pline


le natlu'oliste (pag. i a 28); e sf'gundo quadro Inés de Cas/,f'o (pag. 29 a 265).
Na advertenr.ia declara a. auctora que, enthusia~mada p lo esplendor dos quadros
do conde de Forbin, se lembnira de ampliar c completar, nos' amore de J? Pe-
dro com a de graçada 19ncz, o CJ.ue Luiz de Camões no poema dos Lusza~as,
apenas eshoçára, sem dar ao perll1 do rei o perfeito relevo do eu caracter Im-
P~luoso e da SU:l paixão sem limites. O quadro do conde (Exh1t111açtía e cm'oa'
ruo de Ignez de Castl'o), estivera exposto no salão de pintura em Pari, em 1812
ou i8t3.

*
* *
6~4- 14.· Tradnction de l'A"aucane avec notes, et p"écédée d'nne dissertation
Sllr Camoell~ Tasso, A"iaste, considérés comme. poétes, Pal' 1fJerlhiac. Pa?'is,
1821. '
360 LUIZ

*
* *
6~5-i5.' lnvention politique, poeme par Jltillevoye.- N'este poema dedica uns
versos a Camões.
Imilou igualmenle o1Jrimeiro canto dos Lusíadas, de que Bagon apresenta
um fragmento na segUi' da edição da monumental obra de Camões.

...
* *
6~6-{6.a Joumal des Savans. J~tillet 1818. A Paris, de i' Imprimerie Royale.
1818.4. 0
De pago 387 a 398 contém um artigo de Baynouard (o auctor da ode a Ca·
mões), em que elogia a nova edição do morgado de Matteus, não só pela belleza
das gravuras e da impressão, mas tambem pelo conjuncto das apreciações criti·
cas de que acompanhou tão monumental elJição.
Idem. Septembre 1826. De pag 528 a 532 outro jlrtigo de Raynouard ácerca
da memoria de MabJin, publicada ob o título: Lettl'e a I' Académie Royale des
Sciences de Lisbonne, etc." cilada adiante (n. o (j5~-24,.').

*
* *
6~7-17.' Essai statútique SUl' le l'oyaurne de pOI·tugai, etc. Pm' Adrien Balbi.
Pm'is, 1822. 8. 2 tomos.
0

Veja-se no tomo rr, pago 25 e clvij (appendice), as referencias a Camõe~.


N'e ta ultima parte compara o poema Ol'iente do padre José Agostinho com osLu·
siadas.
*
* *
6~8-18.a Resumé dp, I'Bistoire de Portugal depuis les pl'emitn's temps de la
monal'chie jusqu'en 1823 par Alphonse RaMe. Avec une intl'oduction pO?' R. 1.'. Cha·
telain. A Paris. Chez Lccointe et DU1'ey, 1824. 12. de XXVlIl-~~O pago
0

Tem referencias a Camões, a quem denomina (. Homero de Vasco da Gama•.

*
* *
M9-i 9.' Mélanges. Os Lusiadas, poema, etc. Les Lusiades poeme épique de
Louis de Camoens, nouvelle édition, cOl'1'igée ct publiée pO?' D. José 1I101'ia de Sousa
Botelho. 8. 0 de iO pago No fim a assignatura: S. S. L.
~ o fragmento, segundo creio, de uma publicação lilteraria. Vide o ex-
tracto que deixei n'esle tomo, a pago i27 e i28.
DE CAMÕES 361

'lt
* *
650-20.' Camoens et José Inelio. (Sem data.) 8.0 grande de 93 pag.- No fim:
,Paris, Imprimerie ele Ma)"chanel du B'l"euil, )"ue de la Hm"pe, na 80.•
O auctor, sr. Ferdinand Denis, declara na advertencia preliminar que: .
" .. Ie récit qu'on va lire u'e t pas entierement uo roman, la plupart des éve-
nements qui sont rappeJés ont eu lieu, et la Gn n'est que trop véritable. José ln-
dio lui-méme n'est point un personnage imaginaire; ii est certain qu'il a assisté
Camoens dans ]es derniers instans de sa vie.IJ
. Este folheto, de que existe um exemplat' encadernado separadamente na bi-
bliolhel'a nacional de Lisboa, e assim fôra ofrerecido pelo illuslre audor a um
amigo (cujo nome não menciono porque foi rasgado no alto da pagina), foi depoi
por seu auclor encorporauo na obra, Scenes de la natltl"e sw' les Tropiques, et de
leu,. influence sur la poésie, etc. Paris, 182!J,. 8.°

* * 'i<'

651-21.' Les (astes universelles, etc. B)'ulJJelles, 1824.8.° grande, 17 tomos.


No tomo VI, a pago 372, refere-se a Camões.

*
* *
652-~2.· Ve)'sion Po)·tugaise ele l'ode á CanlOens de lIf. RaY/lO!!anl, membre
de l'Institut Royal ele Fmnce, etc. Ilvec eles notes, etc., du traducteur. A PQ1'is, de
!'i1llprimerie ele H. F0l!1'11ier, me dc C/ér?}, n.O 9. MDCCCXXV. 8.· de 59 pag.- No
verso do anle-rosto lê-se: "Se trouve à Paris chez Lheureux, librairc, Quai des
Auguslins, n° 37".
. Este folheto, que se póde considerar raro, contém: Cm'la a Rayoouard, de-
dicando-lhe a ver ao da ode (pag. 5 a 9); a ode em francez com a versão portu-
gueza em frente (pa l1 • 12 a 25); versão pol'lugueza inlerJinhada da latina, seguida
da lraslação lilteral aos versos portl1guezes em prosa franceza e acompanhada de
notas (pag. 28 a 59). -
Na dedicaloria de Verdier a Raynouard, dnlada de Paris, 1 de dezemhro
de i818, lê-se:
"J'ai placé, monsiel1r, ma version en regard de vob'e ode; puis, je la répete
en ~'inlerligllallt de lalin, peu élégant ii est vrai, souvenl incorrect, I~ais as~ez in:
lel!lg,ble pour que nos liltéraleurs puissent se rendre compte de.1 ana\ogle qUJ
e~lsle .entre ces del1x Jangues: j'ai de plus dOl1né en pr~se françalse UHe tradu-
etton Itltémle de lI1es vers ; j'ai ac,;ompagné tou t ce Iravali de quelques 110tes. Par
ces moyens iI sera Facile tl'appl"t!cier une langue à laql1elle vous avez donné,
monsiel1l', quelque valeur en France, el1 louant si dignement son plus grand poete,
etle premier en date des épiques modernes.J>
362 LUIZ

Em as notas, o tl'aductor Verdier levanta a fama de Camões, elogia a obra mo-


numental do Morgado de MattE'us, e a traducção de Millié; e acrescenta que es-
tes e outros lilleratos se encarregaram ue vingar Camões das inepcia de Ouper-
ron de Castera, das apreciações erradas de Voltaire e de La Harpe, e da malevo-
lencia de outros seus compatricios.
A ode começa:

Francez: Portnguez:
Habitans des rives du Tage, Do Tejo en a plaga incolas,
Dirigez mes pas incerlains: Guiai meo passo incerto:
J'apporte mon pieux hommage Sagrada olJ"renda levo, rererente,
Au chantre heureux des Lusitains; Dos Lusitanos ao cantor ditoso;
E termina:
Soulenez cette noble lutle : Ultrajados sustei Iam nobre luta
Si, vivans, on vaus persécute, Vi 1'0 vexados sai -? Mortos sobre aras,
Morts, on vaus dresse des autel : Culto haveis sumptuoso.
Versão portugueza e latina, interlinhada :
Do Tejo en a plaga incolas'
Togi ln plaga incolae?
Guiai meo pas' o incerto:
Ducite menm passum incertll1n :
Sagrada om'enda lel'o, reverente,
Sacra tum oblationem {'m'o> ?'cvel'ens,
Dos lusitanos ao cantor ditoso.
Lusitanol't/.m Cantol'i {'elici.
A ode de Raynouard fóra publicada em Paris, pela primeira vez, no lama v
'dos Annaes elas sciencias, das aI'les e das lettras. Tem sido traduzida por di·
versos e reproduzida mu.ilas vezes.
Vide pOJ·tngal e os estrangeil'os, por M. Bernardes Branco. Li boa, editor
A. M. Pereira. No tomo n, pago i29 a i3q" vem a ode de Raynouanl com a versão
de Filinto.
*
653-23.' Réswné de l'histoÍl'e littémire du Portugal, suivi dn Résumé de
l'histoire littérail'e du Brésil; pa?' Fe?'dirzancl Denis. Paris, Lecointe et J)l~rey, li-
bl'aÍ?'es, quai des Augustins, n° 49.1826. 18. de xxv-625 pago
0

É mui interessante e apreci~da esta ohl·a. De pago 66 a H9 trata especial.'


mente de Camões e das suas obras. a opilli;io auctorisada do sr. Ferdinand
Denis «Ie Camoens s'élél'e au milieu des autres poetes uu Portugal et de l'Es-
pagne, comme Homére domine SUl' les aU,leurs de I'antiquité.»

*
* '*
65q,-2~.· Lpttl'e à l'Academie Royale des Sciences de Lisbonne, SUl' le texte des
Lnziades. Pal'Ís, etc. 1826. 8. 0 de 77 pago
DE CMIÕES 363

É a carta de l\1ablin, já cilada. Veja-se no tomo presente, a pago i34


e i35. /

*
* '*'
655- 25.· Les Amow's de Ca7110ens et de Call1Prine d'Ataide: pm'lIfadame Gau·
tio!', autetl1' du JJoéme "De la Tombe "oyale», et de diverses aut1'es poesies. A Pm'is,
chez Trouvé, librail'e, ,"'Ue Notre Dame des J1ictoi,'es, nO 16. Ponlhielt et C.;e li-
bl'QÍ1-es, Palais-Royal, galel'ie de bois, nO 252 et 253. 1827. i2.0 2 lamas de 268
e 272 pago Com uma estampa lilhographada, repre enlando o tllmulo de Camões.
Na inlrodllcção, em que se esboça a vida de Camões, vem o soneto ue Tasso
com a imitação de Millié. E le romance foi o que a sr.· D. Maria Emilia de Ma-
cedo traduziu em i844, e que já mencionei enlre os auclores portuguezes.

*
* ""
656-26.· Poésies llOuvelles Pal' Alf"ed de Guyon. Paris, 1828. 8.° de 74 pago
De pago 63 a 67 vem a poesia. Camoens s'exilant ti Goa».'

*
* *
657-27.· Le Nauf"age de Camoens. Ode COUI-nnnée patO l'Academie des letlx
~Ol'Qt/$, dans sa . éance publique et solennelle du 3 mai 1828; Pal' Adolplle Pui-
busque. Pai-is. DelafOl-est, libraú'e, place de la BOlwse, l'ue des Filies St. Tllomas>,
li,· 7.1828. 8.° de 7 pag.- No verso da capa, lJue é conservada pelos camonianis-
,las, lê-se; "Tmpri711erie Antltelme BoucheJ', I'ue des Bons-En{ans, nO 34."
O illuslre bilJliophilo, sr. José do Canto mandou em i885 reimprimir este
rarissimo folheto, no Porto, como se verá em seguida.

*
* *
658-28." Le nattfliage de Camoens. Ode cottl'onl1ée pat· I' Academie des leux
~o!'all.x dans sa séance lJllb1ique ct solmnclle du 3 mai 1828 pat' Adolplle P1tlbll~'
que. Reimpressa con/cJ1'me a edição ol'i,qinal de Pal'is, de 182? P~rto, typogl'ap!lla
de Antonio losé da Silva Tcixeim, 1885. tJ,.0 de i3 pago e mais i Illllumerada com
a designação da typographia.
A impressão é de luxo, a cores, em papel superi?r, com a pagina~ guar-
necidas com filetes. Feita, em tiragem limitada para bnnde~, á cu la do I1luslre
camonianista SI'. Jo é do Canto, da ilha de S. J\liguel, e dedll;ada ao sr.. dr. José
Carlos Lopes, lambem notal'el. camonianista, residente no Porto.

*
* *
659-29 .• l\1usée des {amilles. Année 1833-1834. Paris. 4.°-Veja de pago 368
364. LUll

a 3? i o artigo Les de'lIX eotl1'onnes d'épines, pU?' S. Henry Be1'thoud, com uma gra-
vura Camoens mourant.

* * '*'
660-:l0.· Études eptques et d1'omatiques, Ott nmweUe tl'aduetion en vel's des
ehants les plus eélebl'es des poemes d' Homere, de Vil'gile, du Camoens et du Tasse,
ovee le texte en 1'egm'd et des notes. Par Victor de Pel'rodil. B. CD1'mon et Blanc,
libraú'es, ti Pa1'is, l'ue 1J.1azm'ine, 70. A Lyon, l'lIe Rogel', 1. 1835. R.o grande de
vm-407 pag.- No verso do ante-l'o to: "Pal'is. lmprimerie de Casimi1', rue
de la Vieille Jllonnaie, 12, entl'e la l·tte des Lombards et la place Cháteletll.
De pago 1.4,1 a 211. contém, sob o titulo DécouvC1'te du cap de Bonne Espé·
mnee, a versão do canto v do Lusiadas, com o texto em frente; e de pago 212 a
22lÍ- uma extensa nota, em que Perrodil declara que deu com preferencia publicidade
à traducção do canto v, por se lbe figural' o mais fúrmoso e notavel do poema,
não só por encerrar o episodio do gigante Adamastor, tão elogiado por todo os
criticos e com inteira justiça; mas porque, em assul1lpto novo e original, o poeta
mostrou numerosas bellezas, não tendo para is o nenhum modelo. Segue- e um
elogio a Camões, e ao id ioma portuguez : censura a Voltaire pelo que escreveu
no seu Essai SUl' la poésie épique; um novo trecho da versão que fjzera do canto (dos
Lusiadas, e por fim a transcripção de uma ode que durante a sua permanencia em
Lisboa, compozera em honra a Camões.
Começa esta poesia;
Debout SUl' les rives du Tage
Dn soir que l'océall carcssait son rivage
D'un fIot harmonieux, calme, tranquille et pUf,
Le Carnoens, sous un beau ciel d'azur,
Parlait un sublime langage.
E acaba:
HonneUl' à ce rJivio génie,
Qui mourul en chantaJlt son ingrate patrie I
Qui la servit par Ea valeU/',
Qui l'iJlustra par sa parole,
Et qui briile à nos yeux de la double auréole
Et de la gloire et du malheU/"

'*'
'*' '*'
661-31.' Études é-piques et dmmatiques, ou nouvelle tl'aduction en vers
des ehants les plus célebres des poemes d'Homel'e, de Vil'lIile, du Comoens et dll
'l'asse, avee le texte en l'egord et des notes, sU'ivies de quelques essais de JJoésie, et
ornée de quat1'e portl'aits; pal' VietD1' de Pen'odil. B. CD1'mon et Blane, libl'ail'es,
A Pm'is, l'Ue Mazm'ine, 70. A Lyon, nw ROgC1', 1. 1836. 8.°

'lf'

'*' *
6112-32.· De la littémtul'e du Midi de l'Eul'ope, por' J: c. L. Simonde de
Sismondi, Bruxelles, 1837, 8,0 grande, 2 tomos. '
DE CAMÕES

No tomo u, te,m um capitulo dedicado a Louis de Camoens e aos Lusiades,


de pa~ 533 a 563. E bom trabalho, muita vezes citado pelos biograpbos e cri.
tico ao egregio poeta, depois da epocha citada.
Na edição de París (a tel-ceira, "evista, 1829) 4 tomos, veja no tomo IV os ca-
pitulas XXX Vil, L".X.vm e XXXIX, Camões e os Lusiadas, de pago 323 a 449. O
epi adio de Ignez de Ca tro vem de pago 362 a 369. A opiniãO de Simonde de
Sismondi expressa, com implicidade, no começo do seu desenvolvido e impor-
tante trabalho a re peito de Camões, é:
•... un bom me qui fail à lui eulla gloire presCJlle entiére de la nation por-
tugai e; c'e t le seul des poete de celte langue qui soit r.onuu hors de san pays,
et dont la réputation oil européenne. Telle est I'étrange puissance du génie
dans un homilie, qu'il foude, la renommée de tout un peuple, et qu'iI parait seul
alL\: yelL". de la postérité, de\'ant qui des millions d'indi\'idus disparaissenl.»

*
* *
663-33." Le Jl1agasin pittoresque. Édition belge. Bruxelles. 4.°
. No tomo v, do anno 1837, vem um estudo ácerca de Camões, em os n.O 37 e
38, de pago 294 a 296; e de pago 298 a 299 com uma gm'ura da gruta de Macau.
-Veja tambem a edição de Paris, do Illesmo anilO, de que a de Bruxellas é con-
lrafeição.
*
* *
664,-34." So'Uveni,'s d'une ambassade et d'une séjow' en Espagne et en Por-
tugal de 1808 ci 1811. Brua;elles 1838. 8.° tomo I de 289 pago Leipzig. Tomo u de
326 pago
'o tomo H, de pago H3 em diante, a auctora Laure Perneoll, duqueza de
Abrantes (mulher do general Junot), trata de Portugal. A pago 1.65 refere-se a
Camões e ao episodio de D. Ignez de Castro, contando que o conde Artaize, aju-
dante do marquez de Aloma, fizera com muita felicidade e fidelidade a ver ào
d'es e epi adio dos Lusiadas, de certo para desoffuscar as letras francezas da tra-
duCÇão mutilada de La Harpe.
*
* *
665-35." Dictionnaire biogmphique univel'sel, historique, etc., par une soeiété
de pro{esseurs et de gens de lett,-es, Ol'né de po,·tmits gmvés avec soin. Pans.1840.
Veja no tomo VII, de pago i8!J, a I88 a biographia de Camões; no tomo XIV,
de pago 201. a 204, a de Vasco da Gama; no tomo XVII, pago 9 e 1.0, a de Ignez de
Castro; e no tomo XXlI, pago 226 e 227, a de Pedro [ e referencias a Ignez de
Castro.
*
* *
666-36." Un million de {aits, etc. 3." édition, Paris 1842. 8.° grande a duas
columnas.
Nas columnas i: H2 e 1.: t88 tem referencias camonianas.
366 LOIZ

667-37.· Camoens et ses aontemporanis. 8.° de Lxvn pag.-Tem no fim a


assiguatura de Ferdinand Denis.

É o capitulo preliminar da traducção dos Lusiadas por "Ürtaire Fournier e


Desaules, publicada em i8/d. Vi o exemplar olferecido pelo illustre bibliophilo e
critico, sr. Ferdinand Denis, a Ignacio PizalTo de Moraes Sarmento, o qual o oll'ere-
ceu em f8q,9 II Tbomas Norton. Pas ou depois com as suas miscellaneas camo-
nianas para a bibliotheca nacional de Lisboa. ·Este fragmento faz parle, como in·
diquei, da edição de lfournier e Desaules, màs al l1 uns camonianistas, como Nor·
ton, conservam-no tambem em sepru'ado, por ter sido impresso muito depois da
versão e ser a sim ofIerecido pela sr. Ferdinand Denis.

*
**
668-3R.· Causeries et méditations histol'iques et litttwaires, par M. Charles
Ma!/nin. Pm·is. Benjamilt Duprat, libmire. 1843. 8.° gr. 2 tomos ue xll-506 pago
e 538 pago

No tomo If, de pago 271 a 371, vem no capitulo XXXIl a Vie de Luiz de ea·
nwens, a qual é, com alguma. vari.antes, a que fóra publicada na Bevue des Deu!];
Mondes de ifi de abril de 1832, e junta em seguida, com muitos acrescentamen-
tos, á ver ão dos L1Lsiadas da "Collection C~arpentier" em i8q,1.

*
* *
669-39.· Portttllal. Pm' M. Ferdinand Denis. Paris, 1846. 8.° grande de {139
pago

Tem numerosa~ referencias a Camões. A biographia do poeta vae de pag.277


a 293. Tem os retratos de Camões e de Vasco da Gama.

* * ..
670-q,O.· D. Ignez de Castro. Roman pal' 1l1"'" le Comtesse de Genlis. Pal'is.
8.° Com uma estam pa.

*
* *
671-M.· Diationnaire des dates, eta., par M. A. L. d'Ha7'monville. Paris,
1848. q,.o 2 tomos.

No tomo I, pago 733, vem uma breve biographia de Luiz de Camões.


DE CAMÕES 367

672-42. a DécouvlJrtes et conqwJtes du Po,·tugal dans les deux-11l0ndes, par le


Baron Edolta,'d de Septenville. Pm'is. E. Dentt!, editei!?', 8.° de xI-181 pago e
mais J de índice..
Na pago 68 tem um excerpto dos Lusíadas.

* * ;.:,
673--43." Bibliot/1eque univel'selle de Geneve. Juillet 1853. Rome xxm de la
quatrieme sél'ie, na 91. Geneve Joel Chel'buliez, libmi1-e, "ue de la Cité. Paris,
Jael Cherbuliez; Allemagne J. Kessmann. 8.° grande. .
Contém: Catherine d'Atayde, por A. de C. de pago 333 a 361. É uma nar-
rativa híslol'ico-romanlica dos celebrados e phantasiados amores de Camões com
D. Cal!larina de Atayde.

* * 'ii'

674-44.· Nouvelle biographíe tmiverselle depuis les temps les plus "ect!lés jus-
qu'ú nos jOl1rs, etc. Publié Pal' JI.M. Fil'min Die[ot {"eres SOt!S la direction de
Mr. le d,'. Bolfer. Paris, 1854.
No lomo VIII vem uma biographia de Camões, escripta pelo sr. Ferdinand
Denis, por vezes citado.
*
* *
675-45.· Dictionnai1'e cl'histoíre, de biogmphíe, et de geogm.phie, etc. Par Gh.
Dézobl'Y et Th. Bachelet. Paris. 1857. 4. 0 2 tomos.
No tomo l, pago 438, vem uma resumida biographia de Camões.
Esta obra lem tido varias edições.

'!f
* *
676--46.' Épisodes de l'histoi1-e du Portugal. Pm: A, Guibout. Rouen. Méganl
el Oe imp'-im. librail'es. 1858. 8. 0 de 208 pago
. Veja de pago 30 a 33, 82 a 92, 137 a 147, a historia de Ignez de Castro, ex-
pedIção de Vasco da Gama e biograpbia de' Camões. .

*
* *
677-'17.· La viellesse dt! poete,1Ja1' G. de La Landelle.-Este romance cujo
368 LUlZ

protogonista é Camões. appareceu pela primeira vez no Joumal pOIW taus em


185\!, ornado de gravuras.
Foi traduzido em portugu~7.. Veja-se o n.· 523-188."

*
* *
678-48." Bulletin de la Saciété de Géogmphie de PQ1'Ú;.- Em o numero de
março de {86'1 vem o ar~igo: Don Luis de Gamoens, ou le poete vayageul', par
Jules Paulet.

*
* *
679-49." Gam's de lillémture {mnçaise pai' M. Vil/emain. Tablemt de la lit·
tératut'e alt rnayen âge en France, en !talie, en Espagne et en Angleten·e. Nall'
ve/le édition j'evue et c01Tigée. Paris, 1864. 8.· gl'ande, 2 tomos de 4 (innumera,
das)-Iv-362 pago e 4 (innumeradas)-346 pago
o tomo I[ a lição XXIlT é dedicada a Portugal (pag'. 291 a 315). Ahí se re·
fere a Camões (pag. 302, 303, 3'11 e 313); e narra o' episodio lragico de 1l(llez de
Castro, de pag, 303 a 309. Por exemplo, na pa~. 302 para 303 lê-se: "C'e l au
XVI siecle que ('on retrouve un Camoen , si poélique par sa vil', son caraclêre,
ses ouvrages >l. E na pago 3H: « II me vielll en ce momellt à la pen ée celle ex·
pression du Camoens dans un de ses sonnels: Camoens dnnl la Iyre SOllore sera
plus célebre ql1'elle ne doit être heureuse ... "Ce charme de trislesse ne peul se
definir ... "

*
* *
680-50." Les vagabands. PU?' Mat'io Pt·oth. Paj'is,Michel Levy H'eres, 1865.8.'
Tem referencias a Camões de pago 45 a 56.

*
* *
681-51." L'nlustt'ation, jOlwnal universel/e. (20 m • an., vol. XL, n.· 1 a 16):
Contém uma gravura do monumento a Camões, da collocação de cuja pri·
meira pedra insere uma breve nolicüa, de pago 71 para 72.

*
* *
682-52 .• L'agonie de Luiz de Gamoens, pU?' A?nédé~ Tissat. Pat'Ís. Dentu, ed!-
tem'. Libmü'e de la Saciété des Gens de lettt'es. PalaIs Royal, 17 et19, Galerle
d'Ol'leans. 1867. 8.· grande de 6 (innumen\das)-xVIII-i4'~ pago e mais 2 (inll~'
meradas) de indice. No verso do antll-roslo: "LissewJ;. Typographie Lajaye-Tls-
sat ".
DE CAMÕES 369

. . Esta ohra, aleJ:J;l do pl'Ologo. e epilogo, comprebende onze capitulos, que se


mlJtu!am: r. Le Santa Fê; II, Llsbonne ; III, Le couvent de Santo Domingo; IV,
Les Lusiades; V, La Maison de la rue Santa Anna; VI. Antonio et Barhara; VII,
Le Braseiro; VIU, Les Psaumes de la Pénitence; IX, La séparation; x, Le secret
de Barbara; XI, La mort du Poéle.

*
* *
683-53.' École de littér'atw'e, twée de nos meilleu1's Ecrivains, par M. l'abbé
de La PQ1'te. Par'is. :1.2.' 2 tomos.
Veja as pago 3409, 353,372 a 378, a apreciação da obra do poeta e diversas
referencias.

*
* * I

68~-54:.a Le livre d'Q1' des peuples. Plutar'que ~mive1'sel. Année i867, etc. Pa·
ris. 4.' grande. .
Veja de pago 73 a 88, Camoens, 1524-1579, par' Alphonse lzard (com o re-
trato de Camões e mais sete gravUI·!is).

*
* *
685-55.' Bio[Jr'{/Jphie du Calnoens telle qu'elle figu1'em dans les colonnes d~t
Grand Dictionnaú'e pai' Pim'e Larousse. PaI'is. Libmú'ie de ye J. P. Aillaud,
Gnillar'd lf C;e 1867. 8.' de :1.3 pag.- No verso do roslo e na ultima pagina:
«Paris. lmp. Simon Raçon et Comp., 1'Ue d' Erfur·th, L"
Esle folheto não é vulgar.
Veja tambem no Grand Dictionnaire a reproducção d'este folheto com as
ampliações que lhe fez o auctor na parte relativa á apreciação dos Lltsiadas, poe·
ma que Larousse julga da maior importancia e encerrar grande nUIllero de belle·
zas.

*
* *
686-56.' JOlwnal des Débats de 18 de março de 1870.- Publica um artigo re-
la~ivo a Camões e ao seu poema, a proposito de uma edição publicada pela casa
Aillaud. É assignado por Jules Janin, que declara n[o conhecer o auctor.

'1<'
* *
.. 687-57.' Histoire de Por'tugal et de la Maison de Bmgance lIar Léo~lCe C~au.
vam, de Cette. Chez l'autmw, li Cette. 1871. 8.' de 232 pag.-1em dedlcalol'la a
S. M. El-Rei D. Luiz de Portugal.
Trata dé Camões e dos Lusiadas, fazendo·lbes um alto elogio. Parece-lhe
que a França, a Allemanha e a Inglaterra não tem poeta que possa comparar-
TOMO XIV (Suppl.) 24
370 LUlZ

se-lhe. Na opinião do sr. Chauvain: "Camões' foi o historiadol' epico da sua na-
ção como oimmortal VirgiJio, e os Lusiadas é um poema nacional como a Eneida•.

*
* *
688-58." Histoire des littératu1"es étmngeres Pal' Al(t'ed Bottgeault. Paris, 1876.
No tomo III, de pago 4,4,7 a 51.8 occupa-se da liLleratura portugueza. Escreve
de Camões e da sua obra munumental de pago 4,64, a 4,75,

'*'
* *
689-59." Les che(s-d'oeuV1'e épiques de tous les peuples. Notices et analyses
pat' A. Chassang et F. L. 1I1arcolt. Pat'is, Ftl1'ne, Jouvet et Cio éditeu1'S. 1879. 8.·
de 339 pago
De pago 263 a 277 encontra-se a aEpopée Portugaise. Camoiins (XVI siécle).
Notice".
*
* *
690-(j0." Le Portugal, ses O1-igines, son histoire, ses productions, le tmite de
Methuen et l'union ibél'ique: Par Chat-les Rockland Péppel'. Pat'is, E. Dentlt. 1879.
8.0 grande de xlv-327 pago
Trata de Camões de pago 1.03 a 1.1.4" e na sua apreciação, a proposito dos Lu·
siadas, repete a 'phrase: ,,11 est le premiei' poéme épique modernell.

*
* *
691 -61.." Le Pot'tugal. Par Léonce ele Ronffeyt'oux. PaI'is, E. Dentlt, 1880.
8.° grande de 2 (innumel'adas)-m-295 pag., e mais fi (innumeradas) de relação
de obras consultaaas, e índice.

De pago 1.25 a 1.60 tem ampla referencia a Camões, e copia parte da sua bio·
graphia escripta pelo morgado de MaLleus e tl'aduzida por II1illié.

*
* *
692-62." Le Pot'tugal. Ristoire, géographie, commerce, agrieultlwe. Le BrAsil.
Pat' Alfl'ed Boinette. Bar-le·Due. Contant Lague1'1'e, éditelt1'. 1882. 8.° de vrn-395
- pago

Veja de pago 4,i a 45 a noticia do episorlio de Ignez de Castl'o; a pago 7? e


1.04" referencia a Camões; e de pago 1.25 a 130, biogl'aphia de Camões e apl'ecla-
ção dos Lusiadas.
DE CAMÕES 37i

*
* *
693-63.' Bistoi1'e des méléol'es et des gmnds phénol1uhzes de la natw'e paI' J.
Rainbosson, etc. Ouvrage. illustré de 90 gl'atl'1!1'es par Dargent et de 2 plan,
ches chl'omo-lithographiques. 3 tme éditíon l'evue et augmentée. Pal·is. LibraÍ7-ic .de
Firmin Didot et Cie 1883. 8. °
Veja a pau. 7, 8, ii, 230, 231, 21,3 a 24,6, versão, em prosa, de alguns fra-
gmentos dos Lusíadas. e louvores ao poeta.

*
* *
69~64,.· Bistoire de la littémtul'e modern~. La Ré{ormc, de Lt,ther li Sha·
kespeare. Par 1I1arc-Mol'1nicr. Pal'is. Librairíe Fú'min Didot et Ve 1885. 8.° de
1\·-495 pago
Veja a pago rrr, 308, 309, 3i3 a 34,1, e 34,4" referencias a Camões, e estudo e •
pecial ácerca da sua mocidade, dos Lusíadas, das desgraças e da f~ma do sublime
poeta.•
*
* *
695-65.' Bistoire de la littérattl1'e POl'tugaise depuis ses ol'ígines jusqu'li nos
jours. Par A. Loíseau. PaI'is. Ernest Thoríll, édite'ltr. 1886, 8.° de VIJI-4,ü4, pago
e mais i de erra las.
Comprehende a vida de Camões; um estudo ácerca de Portugal na epocha
do egregio poeta; apreciação dos Lusíadas e das Iyricas; e numerosas referencias
ao poeta, ás tragedjas de 19nez de Castro de Ferreira, Quita e outros. Veja a pago I,
!II, VI, :38, 39, 59, 60, 6'1, H9, 13'l" i 116, 14,7 a i53, !60, 16i, 162 !7!, !72, !74,
:1.76, i 79, i8! a 234, 236, 238, 24,0 a 242, 245, 255, 256, 258, 335, 336, 344"
35li e 357.
'Ii<
'Ii< *
De auotores italianos
696-Lo 11 Conciliatol·c. Foqlio scicntifico·letterario. Mi/ano, 1818. Dalla Tipo-
gl'a~adcll'editol'c Viccnzo Ferl:at;io, conll'ada de S. Vütol'e .e 40 ?I1at,tú'i, n." 880.
FolIO de 4, pago - Impresso em papel azulado, com a eplgraphe: « ..• Rentm
concordía discol'sll.
o primeiro artigo é dedicado a uma analyse da edição do Morgado de Mat,
teus, como indiquei no tomo presente, a pago !28.

*
* *
697-2.' Le classiche estampe dai doctm'e Giulio Fel'l'ario.-Existe,um exem-
plar d'esta obra na bibliotheca da real academia das beIJas artes de Lisboa.
Veja a nota que d'ella fiz no lomo presente, pago H3.
,
37:2 LUIZ

*
* *
698-3.· Luigi Camoens. Da Emilio Boschetti, Vicentino. Rovigo. 1. R. Privil·
Premiate Stabilimento di A. lIJinelli. 1852. S.o grande de 60 pago
O exemplar d'este folheto, que vi na bibliotheca de EI-Rei D. Fernando, tinha
a capa lithographada a oiro, prata, encarnado e azul, com desenho de phantasia.

*
* *
De auotores inglezes
699-L' An essay on epic poett-y; in fine epistles to the Rev. d M. iIlason. With
notes. By William Hayle-y, esq. London. P7-inted for J. Dodsley, in PaU-Mali. 1782.
4:.0 de 298 pago
Veja as pago 57, 58, 273 a 277, elogio a Camões e a versão dos sonetos-
"Em quanto quiz fortuna que tivesse" e "Alma minha genti1>J, etc.

*
* *
700-2.' W. Lisle Bo1Oles's Poems. London, 1809.- N'este livro está a poe·
sia Last song o{ Camoens, a pa~. Si.

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* *
70:1.-3.· The Quarter/y Revie1O. Apdl, 1822.
Contém (de pago l. a 39); Mt.1. L 1Ifemoi7's o{ the Li(e and W7'itÚIgS o{ Luis
de Carnoens. By John Adamson, F. S. A.. London, Edimbu7'g, and Ne1Ocastle'!Ipoll'
Tyne. 2 volumes. Cl-01Ons 8vo. 1820.- 2. O O,.iente. Poema de José Agostinho de
Macedo. Lisboa, 2 volumes.
Este arligo é uma resumida apreciaç.ão das obras indicadas, sendo seu auelor
Robert Soutbey, escriptor que se,occupou muito de assumptos portuguezes.

*
* *
702-[1.· O Flwninense, a poem, suggested /ly scenes in the B7'azils. By a uti·
lita7·iun. London: p7-inted (07' 010 and Smith, Patemostel- Ro1O and Bobe!''! Robl7l'
son, Mancheste7'. M.DCCCXXXIV. 8.° de 6-85 pag.- No verso da folha do rosto e
no fim do livro: Robert Robinson, Printer, 7, St. 11nn's Place: Mancheste,..
Este livrinho, que s6 conhp.ço pelas indicações que me dá o estudo do
sr. Saldanha da Gama, contém; I. P7'e{acio, II. O Fluminense, poemelo em ~'es
cantos em oitava rima, com referencias a Camões. lI!. De pago 69 a 75 a poesia:
Camoens in the hospital. IV. Notas ao poemeto.
DE CAMÕES 373

'*'
'*' *
703-5." The tOlwist in Portugal. BU W. H. Barrison, etc. l11ustr'ated (rom
paintings by James Bolland. London, Robert Jennings. New York. D. Appleton.
MDCCcxx.."U'(. 8.' de xl-~90 pago com 17 gravuras em aço, representando vistas de
Cintra e monumenlos de Portugal. .
. De paI(. 127 a 130 contém uma biographia de Camões, comprehendida no
capitulo .Curio ilies of Porlughse Lileralul'e», que vae de pago 121 a 144. Vi um
exemplar na bibliolheca de El·Rei D. Fernando.

*
'*' '*'
704-6." 1ndian Bom's, or' Rassion and Poetry 01' the Tr'opies. The R. N.
Dumtal·. London. 1839. 8.' - A pago 150 conlém um soneto de Camões.

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'*' '*'
705-7." The Chinese7'epositor'y.Vol. vm. Mar'ch, 1840. N° 11. Canton, China.
Printed (or the pr'oprieto1'S.
O primeiro artigo d'esle fasciculo tem o litulo: Art. I. Cave o( Camoens, in
Macao: notices o( his li/e and lUor' ks, eS1Jecially 01' his Lusiad. Communicated fOl'
lhe Repositor'y, by B. S., de pago 553 a 560.

706-8." Lusitania 1lhtstmta: notices on the histor'Y, antiquities, litteratur'e,


«,c. of p01·tugal. Libml'y department. PaI'l 1. Selection 01' sOn1tets, tvith biogl'Ophi-
cal sketches 01' lhe auth01'S, by John Adamson, iII. R. . L., F. S. A., F. L. S., COl'·
r·esp. memb. Roy. Acad. o{ Sâences o{ Lisbon, §{c., §{c., &c. Newcastle upon Castle:
pr'illted by T. and J. Bodgson, Union str·eet. M.D.CCC.XLlJ. !:l.' de x-WO pago Com os
retl'alos de Camões e de Manuel de Faria e Sousa.- No roslo, a duas cores, uma.
gravurinha. Os tilulo~ de lodos os arliguinhos, ou parles, taulbem a encarnado.
Tem dedicatoria ao duque de Palmella.
Adamson fez, n'este livro, escolha dos mais afamados poelas portuguezes e
dá de cada um (em numero de vinte e cinco) a amo tra poetica, acompanhada de
breve noticia biographica e da versão. De Camões copia nove sonetos (pag. 8
a 17).
Lusitania illust'l'ata, etc. Parto II. Minstl·elsy. lbidem, M.D.CCCLVI. 8.' de xvm-54
pag.- Tem dedicaloria a Garrett. .
Este livro, alem da declicatoria (pag. III a v), contém um prologo (p~g. VII a
e .a parle poet~ca " Bernal·francez» " oite de S. João », "Rosallllda» e
XVilJ);
"O chapim de El·Rel », com a versão (pag. 1 a 54).
No fim de cada parte vem uma lira com as en·atas.
LUlZ

*
* *
707-9." The Oeean flowet'; A Poem. Pt'eeeded by an ltistm'ical and deseriptive
aeeOl/nt of the Island of Afadára, a surll'lnary of the discoveries and ehivail'ous
history of pOI·tugal and a essay on POl't1lghese literatut'e, By T,lIf. Huglles. Londoll,
1845, S.",de Iv-3D!:! pag,

Esta poema é em dez cantos, O oitavo é dedicado a Ignez de Castro e n'elle


parodia Camões. Tem referencias camonianas a pago 17,22,30, 3f, 35, lJ,3, 75 e
236.

*
* *
70&-fO." Nation. Dublin, 1848.- N'este periodico publicou lady wllda com
o pseudouymo de « Speranza rrrnez de Cast"o {,'om the pOI·tuguese The compa,
II

"'ison ("om the Portuguese Catm'ina {1'om the POt'tuguese o{ Camões.


. Um mover d'olhos brando e piedoso

*
* *
709-H." 1I1emoil' of David Scott. Containing his joumal in ltaly, notes 011 art
and other paprws : with seven illustrations, By William B. Scott, Adam §f Charles
Blaelc, Edinburgh. MDCr:CL. 8.° grande com estampas.
De pago 262 a 266 refere-se ao Episoclio do gigante Adamastol', segundo os
Lusiaclas de Camõr.s, que cita; acompanhando a narraliva de uma gravura abel'la
em cobre (do formato de duas pagina ), copia de um quadro que representa Vasco
da Gama dr.ntro da nau, com que tenla proseguir a derrota para a lndia, cer-
cado dos seus tripulantes, apavorados ante a figura do Gigante. É um bello qua·
dro, mas foi, sem duvida, illspirado da opulenta gravura da edição do morgado
de Malleus.
*
* *
7fO-:I.2." Poems by Elisabeth Bumet Browing. Champonan §f Hall. Lonclo1l
1850. 2 tomos.

Comprehende-se n'esta obra um trecho intitulado: « Catm'ina, ("om the por


tuguese o{ Camões o.

*
* *
7H-f3." Anonimous poems. Imitations (rom Camoens, by F, C. London,
1850.

Nunca vi este Iino. Encontrei a menção d'elle na obra Portugal e os esl,'a1l'


geiros, tom0 I, pago 339, n.O lJ,! 7.
DE CA~IÕES 375

*
* *
7i2-.J4,." ObituaI'y notice 01" the late John Adamson, Esq., E. C. and K. T.
S. or Portugal, F. L. S., li'. R. G. S. Reprinled Irom lhe Gentlemán's Magazine
ror Dec. 1855. Newcastle-upon- Tyne: P1'inted by Thomas and James Pigg, Clay-
lon street. 1856.. 8. de 13 pago
0

Como se vê, reproduz o artigo do Gentleman's Alagazine. Contém referencias


camonianas na menção dos serviço que Adamson prestou ás letras portuguezas
e á obra de Camões.

*
* *
7f3-i5." Encyclopedia britannica. Winth edttion. Edited by Thomas Spencel-
Baynes, etc. Edinburgh. Vol. IV (1876).

Veja de pago 74,5 a. 750 a biographia de Camões, assignada por F. W. Coo

*
*' *
714,-16.· Notes on Portugal. By E. A. G. Phil:: Phil." Calholic Publishing
CompallY, 1876. 8. o grande de 159 pago e mais 2 de indice e errata.

Tem referencias camonianas a pago 25 e 56.

*
* *
715-:1.7.· Essays on RhetOl'ic, abridged chie{ly {1'om Dr. Blai1-'s. Lectul'es on
that science, COmlJ1'ehending definitions and criticism, etc. The sixth editlOn. London.
8.· de vUI-376 pago
Veja de pago 323 a 325 o capitulo The Lusiad o{ Camoens.

*"
* *"

7i6-i8." Portugal, old and new. Ey Oswald Cmw{m·d. London, 1880. 8.·
grande. Com gravuras no textú e estampas, e uma carta de Portugal.

. Tem um capitulo intitulado: Os poetas lJ01-!ttguezes na 1'elWSCença: Cita F~r­


relra, Sá de Miranda e Camões, de pago 72 a 0\.06. A menção d~ Antoll1? Fe~relra
é mais ampla, paI' causa da sua Cast1'0 e do episodio, 9ue servJU para !nsplrar o
celebre dramaturgo. .
376 LUIZ

*
* *
De auctores allemâes
7i7-Ln Pamplwase do salmo super fltl'mina Bahylonia de Luiz de Camoells
Backebtwg CIOIOCCLXX. 8.° de 16 pago
É folheto muilo raro. Dei-lhe este lagar por ser um dos primeiros testemu·
nhos de admiração e con ideração na Allemanha para com o ublimil poeta. Tem
um exemplar o sr. José do Canto, da ilha de S. Miguel. Segundo uma nota do
sr. Tito de Noronha no AnnuQ1'io da sociedade nacional camoniana, pago /kO, este
folheto .é em 8.° de 16 pag., comprehendendo o !"Osto, verso (em branco), e 13
pago numeradas, sendo em brant:o tambem a ultima. A paginação segue de 1 a
15, havendo um salto na numeração de f a lj" isto é, o verso da pago i está nu,
merado lj,". Falta á maior parte dos camonianislas.

*
* *
7:1.8-2." Fmgmentos dos Lusiadas e tl'inta odes do padre Francisco Manuel
(Filinto Elysio), em allemão por Elisabeth Kulavan.
Não conheço esta obra, nem sei se teve publicação em separado. A tradu·
ctora era conhecida pelo cognome de .Estrella brilhante do norle", e TInou-se na
Russia em 1825 com dezenove annos de idade e educação esmeradis ima, princi-
palmente em linguas estrangeiras, enlrando a portugueza. Copio esla nota de
aponlamentos do henemerito visconde de Juromenba.

*
* *
719-3." Bemerkungen au{ einel' Reise dw"ch l<mnkreich, Spaniell tlnd Ve1'Zll'
glich Portugal. Von D. Heim'ich Fl'iedlich Link. Kiel, etc. 1801-1804.8.° 3 lomos
de XII-285 pago e 2 de errala; Iv-265 pago e 2 de erra la e um mappa; e xVI-3i6
pago
Em todos os tomos ha numerosas referencias a Camões. Veja o que indico
em os numeras segnintes, na versão franceza d'esta notal'el obra do celebre Link,
que tem um extenso artigo, com retrato, no Portugal e os estmngeiros do sr. M.
Bernardes Branco, tomo I, pago lj,lj,5 a lj,53.
. a) Tl'Uvels in POI'lugal, etc. By John Hinckley. London, 1801. 8.° de 50~ pag.-
E a versão da obra de Link, acima mencionada.
b) Voyage en Portugal depuis 1797 jusqu'en 1799. Pai" M. Link. Suivi d'ulI
Essai SUl' te cOJnm.m"ce du POJ'tugal. Tl'Uduit de I' AI/emand. A Paris, chez Levralllt,
Schoell et Cio librail'es. An XlI, 1803. 8.° 2 tomos de xVI-lj,3i pago e mais i de
errala, e 3\:)5 pago ,e mais IV de indice.
Veja no torno I as pago 320, 32i, 362, 366,396 a lj,Oi, excerptos dos Lusía-
das traduzidos em prosa, alguns com o ol'iginal em frente; referencias a Camões
e ao seu poema; e á fonte das Lagrimas; hisloria de D. Igllez de Castro; referen·
DE CAMÕES 377

cia a uma versão ingleza dos Lusiadas com que lady Bute brindára a bibliotheca
do convento de Alcobaça, e que Link declara que viu. No tomo II, a pago H9, 177,
178, 183, 189, 192 e 195, referencias a Camões e aos Lusiadas, e versão de uma
oitava do poema com o original em frente.
c) Voyage en Portllgal pai' M. le Comte de Hoffmansegg, l'édigé par 111. Link,
et {aisant suite à son Voyage dans le 1Iléme pays. A Pm'is, chez Le1ffalllt, Schoell et
G" libraires. Anno XlIl, 1805. 8.° de vrn-337 pago
Veja as pago 12, 13, 67,76, 90 e 133.

*
*
720-4,." Novellellkmnz. Ein AI'l1lanach aul das Jahr 1834 von L. Tieck. Drilter
Jahrgallg. 11fit sieben Kup(ern. (Corôa de novellas. AJmanach do anno 1834, de L.
Tieck. Terceiro anno. Com sete gravuras em cobre.) Berlim, G. Reimel' (1834,):8. 0
Contém um romance relati vo a Camões.

*
* *
721-5." Beitl'aege zur Textkritik der Lusiadas des Camões. Habilitationsschri{t
von dI'. Cm'l von Reinhm'dstoettnel'. Munchen. 1872. 8.°

*
* *
722-6." Histo) y o{ Spanish and POl'tuguese Litt/!'ratul'e by Frederich BiJ1lter·
wek. ln two volumes. Translated {Tom the Original German by Thomasina Ross.
Lolldon. Boosey and Sons, Bl'oad Street 1823. 4,.' 2 lamas de 609 e 4,05 pago
o lama II Boutenvek faz uma extensa analyse dos Lusiadas, que o sr. Ber-
nardes Branco traduz no lama TI do seu livro pOl·tugal e os estl'Ullgeil'os, de pago
166 a 175.
*
* *
72:{-7." Histoil'e ele la litt/!'l'at~we anciellne et 1Il0derne pal' F. Schlegel, Tm-
duit de l'allemand. Pal'is, 1829. 2 tomos.
Contém uma lisonjeil'a apreciação úe Camões e da sua obra. Cito aqui a
versão porque não conheço a obra original.

*
* *
724,-8." Histol'isches Taschenbuch. Bemusgegen von Fl'iedrich von Raumer.
~ritte Folge; Zweiter Ja/wgang. (Livro de a.lgibeira hislorico. Editado ~or Frede-
fiCO de Raumer. 3." secção. 2.° anilo.) Leipztg: F. A. Bl·ockhaus.1850. 8. de 6-71.4.
pago
378 LUIZ

De pago 1 a 58 contém: Dl'ei POl'tugiesinnen Ines, Mm'ie und Leonol"e. Von


Flriederich von Raumer. (Tres portuguezas : I/(nez, Maria e Leonor. De Frederico
de Raumer.) É uma narrativa do reinado de D. Pedro I, e do episodio de seus
amores com D. Ignez de Castro. Traz numerosas citações de livros historicos por-
tuguezes, e refere-se tambem a Camões. '

*
* *
725-9.' Tod des Dichten Von Lttdw'ig Tieck. (A morte do poeta, por L1ÚZ
Tieck.) Berlim. 12. 0
Entrou na collecção intitulada: Novellenkmnz.

*
* *
726-iO." Cosmos von Alexandel' Bumboldt.
No tomo II refere-se a Camões, e analysa o seu poema; e posto lhe faça aI-
/i:uns reparos, emquanto ás descripções, considera-o como obra de primeira or-
dem, porque foi elle dos primeiros que abriu r.aminho a uma poesia nova.
Veja a este respeito a Cal'~a sobl'e a ilha de Venus, de Gomes Monteiro.

* *
727-H.a Nyz Digte. (Por Schack Staffelclt) Kiel, 1808,8.' De pago 05 a 199
contém uma poesia a Camões, a yual o dr. Runkel verteu em ioglez e Gomes MOIl-
teiro incluiu, traduzida no idioma patrio, nos Eccos da IYl·a. teutonica (i8!J,8).

*
* *
- 728-12." Lieder aus der Fl'emde. Hemusgegeben von Hennann Ha1"l·Ys. i-Iall-
novel'. Cal'l Kitmpler. 1857. 8. 0 de x-356 pago .
Vem a pago 73 um Soneto de Camões lraduzido por Karl GÕdeke.

*
* *
729-1::1." Blumen aus der F1'emde. Poesien von Gongol"a, Mam'ique, Camoens,
MiltoJ~, Giusti, Leopardi, Long(ellow, Th. Moore, WOl·dswOl·th, Bun~s, Lam~r­
tine U. A. Hebertragen von Pattl Heyse, Karl Kl'affL Edual·d· Mõrike, Friednch
Nolter, Ludwig Seeger. El'stmals erschienen 1862. Stuttgal't. London: Aug S·ie.qle.
12. 0 de vru-22i pago
Correm de pago 181 a 183 tres sonetos de Camões traduzidos por Friedrich
Notter.
DE CAMÕES 379

*
* *
nO-i4,." Bliilhen pOl·tugiesischer Poesie. Metl'isch uebertl'agen l'on F1'ieclrich
Wilhelm Boffmann. Zweite ~m'VeTiind<!1·te Aufloge. Mogdebul·g. 1880. VeTlag von
Emil Baensch, Koniglicher BoI' 26. Vel'logsbuchhiindlm'. 8.° de vm-22t. pag·.
De pago 61 a 79 contém Noticia sobre a vida de Camões; e de pago 80 a 100
a versão de tres poesias do sublime poeta, sonetos, odes, etc.

'*
* *
731-15.' Camoens in Deutschlancl Bibliographische Beitl'ãge ZU1' Gediichtn'is-
{eier des Lusiadensiingers. (Camões na AlIemanha. Supplemento bibliographico para
a fe ta em memoria do poeta.) Von Wilhelm torek. BolozsviiT, 1879. 8.° de 4,5 pago
Foram un subsidias intencionalmente publicados, pelo SI'. Storck, para a
festa com memorativa do tricentenario do poeta.
Existe um exemplar na bibliotheca particular de Sua Magp,stade El-Rei o Se-
nhor D. Luiz r. Possue outro exemplar o sr. dr. José Carlos Lopes, que me asse-
vera que esta edição, por ter saído com erros graves, foi mandada supprimir pelo
illuslre auetor, e substituida pela seguinte. Tornou-se por isso mui rara.

*
* *
732-16." Wilhelm StOl'c/r. Ca7lwens in Deutschland Bibliographische Beitl·ãge.
Z'lVeite verbessel'te a~!flage. Kolozsvm·. Acta compamlionis Litteramnl Universa-
l'lIm. Universitãtsbuchdnlckerel 1. S/ein. 1880. 8.° de 45 pago

*
* *
De auotar hallandez
733 Camoifns en z~in J-Jeldendicht.: "Die Lusiade.» Rede van 1: Beelvo, ~!J
de Opening van de A1gemeeneVergaclering deI' Bollandsdle lI1aatschapptJ van Tl'aatJe
Knnsten F1l Weteuschappen, geho~!den te AmsteTdmn, 20 september 1872. Snelpers,
Dr'ukkerij van Bonga en Comp. Ams/erdam. 8.° grande de 22 pago

Esta abra 11ão foi posta á venda.

*
* *
De auotor hungara

734 Szellemi Omnibus Kéjutazásm az élet utain. Aszalay JÓzse[. Pestm,


1855.8. 0 grande, 3 tomos.
3S0 LU1Z

No tomo II, de pago ! 91. a 197, traz um capitulo A India, e n'elle cita Ca,
mões entre os portuguezes que illustraram a Asia portllgueza.

*
* *
De auotor dinamarquez

735 Schack Staffelds Samsede Digte. Kjobenhavn. Fmolagt of Sam(undet


til den danske Littemtm's Fremme Trykt hos J. P. Qvist, Vog-og Nodet'Tykker.
S.o 2 tomos de xVI-636 pag., e x-636 pago e mais i de indice. - Tem no
rosto a seguinte epigraphe: .

. .. Still govern tho~ my song,


Umnia, and fit audience find, though few.
Milton. Book VIII.

No tomo II, de pago 269 a 2S7 vem o poemeto intitulado «Camõesll.

Em i80S, segundo. li nas Obras do sr. visconde de Juromp,nha, tomo I,


pago 299, Staffeldls linha já publicado em uma pequena collecção de poesias
este poemeto, que depois appareceu traduzido em porluguez no livro Eccos
da lyra teutonica de Gomes Monteiro. Veja no lomo presente a pago 309, o
n.' q,36-iOLa

*
* *
De anotares russos

736-1." Camões. Poema dmmatico de Ralm, traduzido do allemão em 1'1/SSO


por Jukovsky, em 1839.

Vem no tomo v das Obl'as d'esse ilIustre e criptor moscovila.

737-2." Filho da patlia (Syn Otétchestva), revista litteraria. - Veja-se o


n.· 10 de iSq,O.

Encontra-se ahi a versão completa do importante capitulo de Sismonde du


Sismondi ácerca de Camões e os Lusiadas.

*
* *
73S-3." Catliarina de Ataide, amante de Camões.-Vem na revistalllemorial
nacional (Otétchestvennya Zapiski), n.O 1. de tS5q,.
DE CAMÕES 38t.

*
* *
739-q,." O sr. Platão de Vakcel, que fez notaveis estudos acerca da littera-
tura portugueza, escrevendo ao sr. visconde de Juromenha ácerca das versões
russas, annunciava·lhe:

"N'um lindo soneto de Puskin inserto nas suas Obras (edição de i855), no
tomo Il, pago 53t, este nosso maior poeta enumera os auctores que fizeram os
melhores sonetos: Dante, Petrarca, Sbakspeare, Camões, Wordswortb, Mickiewiez
e Delvig. "Camões, diz elle, revestia com o soneto o pensamento pezaroso. (lm
skózbnu m.ysl Camóés oblekál.)>l

*
* *
7q,0-5.a A vida de Camões a Pl'oposito 110 poema de Jukovsky.

Encontra-se na Revista infantil (Jlwnáll dia Deté'lJ), n.O 8 de i857.

*
* *
7M-6," Jornal Molvá.-Veja o n.O 9 de 1.857.

Contém um artigo do professor Sélm, que trata de varios poetas celebres,


incluindo Luiz de Camões. I

*
* *
74,2-7." Historia da litteratul'a da antiguidade e dos tempos modernos. S. Pe-
tersbUl'go, 1862.

Os tomos II e m são dedic,ldos a littel'atura da raça latina, e n'um trecho re·


fere-se a Camões e á sua oura monumental.

*
* *
De auctor chinez

74,3 A inscripção em lingua chineza por Gai-Tang feita em i84,0 para a


gruta de Macau.
Veja o tomo r das Obms pelo visconde de Jurome!1h~, pa~. 302. Abi vem
outra vers~o chineza, fe~ta para a me~l~a gruta, .pel~ ml~slOnarJo francez reve-
endo LamlOt, segundo a mdlcação do viajante LUlZ Rlenzl.
382 LUIZ

*
* *
II

Theatro

Manifestações dramaticas em que haja figurado o poeta


ou e= cuja conte",..tura ..",ja eviden.te a influencia dos < Lusiadas.
ou dos seus mais divulgados episodios

74,4,-1.° Bel/'s edition. Elvú·a. A tmgedy. As wl'ilten by m1". 1I10.[[et: Distin·


guishing also the vm'iations o{ the theatre, as ppr{cwmed at the Theatl'e Royal in
Dl'U1i/-Lane, Regulatcd {l'om the Prompt-Book, by Permission o{ the Managers, by
MI'. Hopkins, Prompter. London: printeel ror John Beli, New Exeter-Exchange, iII
the Stmnd. MDCCLXXVIU. :12. de 50-4, pago e 2 gravuras.
0

*
* *
74,5-2.° Castro. Tmgedia. Por Domingos elos Reis Quita. (Lisboa, 1781, edI-
ção Roltandiana)

Veja o lomo II das Obras de Quita, de pago 295 a 34,7; e a png. 367 um elo·
gio a Camões. No tomo I, a pago :12, 20 e 34" lambem tcm referencias a Camões.
I

*
* *
7!l6-3.' La desgmciada he1'mosum, ó Dofia Ines de Castl'o, tragedia en cinco
actos: Sacacla de su mas veridico Sltceso. P. D. A. R. Y. En lI1adl'id: en la oficina
de Ramon Ruiz, afio de 1792. 4,.• de 34, pago

*
* *
74,7-4,." Ines de Castl'o. Treuzspel dOOl' Mr Rhiinvis Feith, de Amsterdam,
bii Johannes Altal·t MDCCLXJOOUlI. 8.° de vI-iD3 pago Com uma gravW"a allusiva
ao assumpto da ll'agedia.

*
* *
74,8-5,' Ines de Castro. Drmmna pel' musica da mppl'esental'si nel l'egi~
teatl'O di Via delta Pel'gola l'autuno dei MOCCXClII. Solto la protez. deli' A. R. dI
Fel'dinando UI. Al'ciduca d'11ustl'ia P1'incipe Reale d' Unghcl'ia e cli Boemia. Gmn-
Duca di Toscana, §fc. ln Fi1'8nze. MOCCXCrn. Nella Stamperia Albizziniana da S. 111.
in Campo pelo Pietl'o Fantosini. Con ApP1'Ovazione. 8.° de 4,6 pago .
Tem referencia a Camões. Na pago 4, vem a seguinle declaração: La poesia
DE CAMÕES 383

e deI Sigo Cosimo Gietti Piol'entino. La musica e dei celebre Sigo Maest?·o Gaetano
Andreozzi.
*
* *
7f19-6." lnez, a tmgedy ... London, printed (01' R. Edward.s, Bond Street . . ,
1796. 8.· de vI-i24 pago

'*'
* *
750-7." Ines de Cast?'o, opera, musica de PaesieUo.- Foi representada' em
Lisboa em 1.799.
'*'
* *
751.-8.' Ignez de Castro; aportuguese tragedy: in th?'ee actes. W?'itten by Don
Domingo Quita. Translated by Benjamim Thompson, Esq. etc. London, 1800. 8."
de 6 innumeradas-30 pago com uma gravura.

'*'
* *
752-9." Dona Ignez de Castro, a tragerly ("om the Pol'tuguese o( Nicola Luiz,
lvi/h ?'emil?'ks on the history o( that in(ortunate Lady, by John Adamson. Newcastle:
p"inted and sold by D. Akenhead and Sons . .. 1808. 8.· de 1.24 pago Tem dedica-
toria a lord Slrangford e as seguintes epigraphes:
Contra hüa Dama, o peitos carniceiros,
Ferozes vos mostrais, e cavalleiros? CAMÕBS.

o fou! disgracfl, to knight hood lasting stain


By men al arms all helpless Lady slain. M1cnB.

753-010." Ines de Castl'o, tl'agédie, por Lamotte-Houdm·t ?'ep"ésentée POu?· la


premüire (ois, le 6 avriI172.3. Pm'is, impr. de A. Belin. 1813. i2. 0 - Pertence á
collecção Répol·toire dt! tlléat?'e (rançais, tomo xx.x, pago i a 62.

*
'*' *
754-H." O' nome. Elogio dramático que depois da batalha dos A?'apiles, vindo
a Lisboa o sel! vencedol' LO/'fI Mm'quez de Wellington, e T01'l'es Vedras, etc..etc.,
em obsequio e applauso de túo (austa vinda se l'epI'esento!! no ?'eal theat?'o nacwnal
de S. Cal'los, pOI' N. A. P. P. M. (Nuno Alvares Pereira Pato Moniz). Lisboa, 1813.
Na oflicina de Joaquim Thomaz de Aqttino Bulllões. 8. 0 de 35 pago
O Elogio, no qual Camões é um dos inter!ol';utores, occupa de pago 5 a i8; e
384, LUIZ

nas restantes vem os Versos, que pelo mesmo plausivel molivo, junto com o drama,
se distribuiram no dito thealro.
*
* *
755-i2.' Nova Castro, tl'agedia. pQ1' João Baptista· Gomes. Quarta edição,
correcta e augmentada. Lisboa, na impl'ensa l'egia, 1817. 8.° de H6 pago

*
* *
756-i3.' La reine de Portugal, tl'agédie en cinq actes, paI' M. Fil'min Didot,
représentée pow' la premiére {ois, SUl' le second tiléatre (rançais, le 20 octobre
1823, Pal'is. De la typographie de l'autew', nle Jacob, n° 24. 1824. 8.° de VI-8S
pago e mais i innumerada com annotações._
Esta tragedia, segundo declara o auctor no prologo, foi inspirada pelo epi,
sadio de Ignez de Castro, no canlo III dos Lusiadas.

* *
757-it".· Pierre de Portugal, tl'agédie en cinq actes, par M. Lucum Al'nault,
etc. A Bl"u:xelles, chez J. B. Dupon, imprimeur-libmil·e. 1827. 8.° pequeno de
76 pago
Não é vulgar esln. peça, da qual existe uma versão ou imilação na Alie·
manha. O sr. dr. José Carlos Lopes possue um exemplar na sua opulenlissima
collecção camoniana

*
* *
758-i5." Camoiin~, dmme historique, en cinq actes, paI' Martin Deslandes.
A Paris. Chez Barba, libmi1'e, 1829. 8.° de 6 (innumeradas)-iil5 pago
Tambem é pouco vulgar este drama. Possuem-lia, em Lisboa o sr. Antonio
Augusto de Carvalho Monteiro, e no Porlo o sr. dr. José Carlos Lopes.

*
* *
. 759-i6.' Nova Castro, t1'agedia de João Baptista Gomes Juniol·. Quinta edi·
ção, correcta de mUitos erros, e augmentada com a brilhante scena da coroação.
Lisboa, na impl'essão regia. 1830. 8.° de 83 pago

*
* *
760-i7." The tl'agedies o( Hat'old, and Camoens. B11 H. SI G. Tucker, Esq.
London: Pal'bw'Y, Allens f Co., Leadenhall stl'eet. 1835. S.o grande de vIU-i9B-i
DE CAMÕES :385

pag.- Tem no verso do rosto, e no fim : London: Printed by J. L. Cox and Sons,
75, (}reat Queen street, Lineoln's-lnn Fields.

Comprehende: intJ"Oducção (pag. va VlII); dedicatoria ao t1uque de Welling-


ton (pas. 3 innumeradas); tragedia HU1'old (pag. 5 a 82); e h'agedia Camões
(pag. 8D a i98). .
A ullimacomposição dramatica tem cinco actos, e, alem da comparsaria, quinze
personagens, das quaes são principaes: D. Antonio' da Gama, vice-rei da India ;
19naeio Lopes, inquisidor em Goa; a mulher do vice·rei e Camões. No quarto
acto, Camões enlra nas prisões da inquisiçãO em Goa e ahi figma na scena
quinta.

*
* *
76i -i8." Canwens, a tmgedy. 8.· grande de 95 pag.- Parece que se fez uma
nova edição d'esla peça de Tucker, que publicára a primeira em i835, como
ficou indicado acima, mas ignoro a data.

l!'

* *
762-i9." Théat7'e européen. Nouvelle eo/leetion des che{s d'muvre des théatres
al/emand, anglais, espagnol, danois, {rançais, hollandais, italien, polonais, 7'l~sse,
suéelois, ~'c. Avec nolices et eles nutes hist07'iques, biographiqups et tI'itiques, 1JQ7'
MM. ... Théat7'e portugais. Pm·is. Ed. Guerin et Cio, édileu7's, 7'ue de Dragon 30.
1835. Folio de 4 (innumeradas)-82 pag.- No ver o do ante-rosto: Impri11lerie
de E. Duverger, 4, 7'ue de Verneuil.
Este livro contém: A It'agedia 19nez de Cast-ro e a comedia O Cioso, de An-
lonio Ferreira, com uma introducção por Ferdinand Denis, que cita lisonjeira-
mente Camões.

*
* *
763-20." Nova Ca$t7'o, t'l'agedia de João Baptista Gomes Junior. Nova edi-
ção al!grnentada com a b"ilhante scena da cOl'f)ação. Seguida do episodio de Ca-
!liões sobre a mOl'le de D. 19nez de Castl'o e da cant'ata de Bocage sobre o 7~teSmo
aSSU11lpto. Pa7'is, na livra7'ia Portugueza de J, P. Aillaud.1838. i2.· de 4 (wnu-
meradas)-H4 pago Com uma gravura.
'ii'

* *
764-21." Camoens. Dl"Umatisches Gedicht in einem Aufzuge von Friedl'ich
Balm. lVien, Gedl'l!ckt lUtd in Vel'lage bey Cad Gerold. 1838. (Camões. Poema
dl'amalico em um acto, de Frederico Halm. Vienna, etc.), 8.· de 44 pag.- Tem
a seguinte epigraph e :
EI bronce muere. y se de hace el marmol,
Mas el canto divino
No se rinde ai imperio del destino. lJo ALU. LISTA.
T01l0 XlI' (SUpp.) 25
386 LUIZ

'*'
* '*'
765-22.' Ines de Castt'o. Opera em t"es actos, letra de Salvadol' CammQ1'ano
m1tsica de Persiani.- Foi representado em apoIas em i 835, em Genova ou Mi·
Ião em i837, em Lisboa em i838, e em Paris em i839.

*
* *
766-23.' Ines de Castro. Tragedia lyrica, A serious opera. ln t/!1"ee ac/s. The
music by sigo G. Persiani. The poetry by sigo Cammamno. As represellted at HeI"
Majesty's Theatt'e, Haymarket. Londoll: p1'inted (01' R. N. MiUm', NOITis st!'eet;
fOI' HeI' Majesty's Theatn (Sem data.) :1.2. de 48 pag.- No verso da ultima pa·
0

gina: P1'Ínted by R. Macdonald, 30 Great Sulton stt'eet, Clerkenwell.

*
* *
767-24.' ines di Castt'o, opera, musica, de Manuel Innocencio dos Santos, I'e,
p,'esentada no theatro de S. Ca1'l0s, de Lisboa, em 8 de julho de 1839.

,.
'*' *
768-25.' ines de Castro. A lyt'ic tragedy, in three actes. Poett'y by signo,' Sal·
vador Cammarano. The music by signor Persiani. As t'ept'esented at HeI' Majesty's
Theatre Haymm·ket. 1840. London; p,'inted btJ W. Clowes and Sons, 14, Charill9
Cross ... 1840. i~.o de 8i-2 pago

*
* *
769-26.' Ines de Castt'o. opera em t"es actos, musica de Ped,'o Antonio Coppola,
representada no theatt'o de S. Carlos de Lisboa, em 23 de dezembro de 1841.

,. ,. .~.

770-27.' Ignez de Castro. Trauerspiel in fün( Au(zügen von João Baptista


Gomes. NacJt der Siebenten Auflage der port1toiesischen Urschri/~ übersetzt VOlt
dr. Alexander Wittich, etc. Leipzig: F. A. Brockhaus, 1841. i2. 0 de VIIT-i 60 pag.-
Tem dedicatoria ao dr. Scheidler.

*
* *
77i-28.' iÍlez di Caslt·o: an histo"ical drama. By Jonathan A. Skelton, of
Trinity Hall, Cambridge. London.1841. 8. 0 grande de Xl-5 (innumeradas)-79 pago
DE CAMÕES 387

772-29.' Don Sebastien ,'oi de Portugal, opél'a en cinq actes, paI'oles de M.


Scribe; musiql{e de Donizetti. Pat'Ís, 1843.
Um dos personagens d'esta opera é o poeta e soldado Luiz de Camões.

*" *"
773-30." Camoiins. Tt'auel'spiel in {ünf Akten. Von d,·. He1'111an. Th. Schmid.
Ais manw;cI"ipt gedntekt. Munichm. 1843. (Camões. Tragedia em cinco actos, de
Hermano Th. Schmid. impresso conforme o original. Munich.) 8.° de 4.-i55 pago
Tem dezeseis personagens. Os principaes são: el-rei D. Sebastião, D. Aleixo
de Menezes, D. Luiz da Camara, Luiz de Camões, D. Francisco de Sá e D. Catha-
rina de Athaide.
Segundo a declaração expressa n'este livro, a primeira representação foi
em 30 de março de t84.3 no theatro nacional de Munich.

*"
*" *
774.-3t.' Camoens, Dramatisches Gedicht in einem Au{zuge von F"iedl'ich
Halm. Zweite Attflage, etc. Wien, 1843. 8,0 de q,q, pago
É a primeira edição do drama de Halm apenas com o frontispicio mudado.

*"
*" *"
775-32." Camões, Tragedia.p01' Joseph Eloi (barão de Munch Bellingausen).
Não tenho outras indicações. Extrahi esta nota do interessante livro Portu-
gal e os estmngeit·os, do sr. M. Bernardes Branco.

*
*" *"
776-33." Théatre de l'opéra-contique. L'esclave dlt Camoens. Opéra.contique
en un acte. PaI'oles de 111. de Saint·Geol"ges, musique de M. Flotow. Représenté
POUl" la premie/'e {ois, à Paris, SIW le Théat're de l'Opera-comique, le 1" décembre
1843. Pri$: 60 centimes. Pal'is. Deck, écliteltl', rue Baint-And,'é-des-AI'ts,.21 TI'esse,
SUccesseur de J. N. Bm'da, Palais-Royal.1843. 8.° de 2 (innumeradas)-12 pa.g.-
No fim tem a indicação typographica: lmp-rimerie de A. Hem'y, rue de Glt-le-
Creur, 8.
A acção d'esta opera é nos arredores' de Lisboa, i57L Entram quatro perso-
nagens, que são: Camões, rei D. Sebastião, uma escrava preta e um dono de es-
talagem.
388 LUIZ

A respeito cl'esta opera comica appareceu um artigo critico do sr. José Freire
de Serpa na Revista academica, jornal litterario e scientifico de Coimbra, n.O 6, de
! de junho de !8~5, de pago 92 a 95, ,Ahi se lê:
" Esta peça, formosa em sua contextura e fabula, que ha um anno tantos
applausos tem merecido, n'um dos prillleiros theatras de Pari, revela todavia a
maior ignorancia na pessoa do A....
" ... um quadro de falsidades improvisadas, coberto com o enganador epi·
theto de historico, embora como este, sublime de poesia e originalidade.
"Paroa-nos que no meio das mais bellas peripecia , resumidâs em tão pequeno
quadro, como ramalhete de flores; ao lado de tão interessante, arrebatador e mi-
moso enredo; e mesmo a par do caracter nobre, orgulhoso, apaixonado e bello
do poeta, abstrahindo da idéa de Camões; peza-nos ver adulterada a nossa hi -
tm'ia, confundindo a Hespanha com Portugal, desconhecido o caracter princi-
pal de D. Sebastião,' e baralhados assim acontecimentos tão recentes e tão sabi-
dos." "
, Depois, o auctor do artigo, elpgiando o engenho de Saint-Georges, conta por
mwdo o enredo da opera.
';1(,

* *
777-34." Don Sebastiano Ré di POI'togallo. Dramma-lil'':co in cingue alli
(1578). E$eguito nella I'estaumta sala deU' assemblea fila1'1llonica. La musica édei
maestl'o cavalie/' Gaetano Donizetli. Le pUl'ole di M. 8cI'lbe, membro dell' accademia
!1'anceza tmnsportate in italiano da Cesal'e Pel'ini da Lucca. Lisbona, typ. de AlI'
tania Giuseppe da Rocha, ai Mal·ti'ri, n° 13. 1844. 8.° de xl-li3 pago

Os personagens são doze, sendo os principaes: el-rei D. SelJasliáo; U. Ao'


tonio, tio de el-rei; João da Si! va, primeiro inquisidor; Camões, etc,

...
... *
778-35.· Théatl'e de l'Odéon. Camoiins, dmme en cing actes et en pl'ose, par
MlIf. Victor' Pe1'l'ot fot Annand Du ]}lesnil. Represente paUl' la p,'emiére {ais ti Pa·
I'is SUl' le théatl'e I'oyal de l'Odéon (second théatl'e-Fmnçais) le' 29 Avril 1845.
PTix: 60 centimes. Pal'is. Deck, editem', I'ue Git-le-Crem', 12. TI'esse, stlCCeSSellr
de J. N. BaTda, Palais-Royal. 1845. 8.° de 2-(innumeradas)-'-36, pag.- o fim
tem esta indicação: Imprimerie hydmulique de Oirou$ et Vialat, ti Saint·Denis·
dU-POI't, pres Lagny,

A acção d'este drama é em Lisboa, 1578. Entram, alem da comparsaria,


quatorze personagens, sendo os principaes: rei D. Sebastião, Antonio, escravo,
Camões e D. Catbarina de Athaide.

'1l<
* *
779-36,' D. Sebastião, rei ele POI'ttlgal. Dmma lyl'ico em 5 actos pam se "e'
presenta?' no R, T. de S. Cat·los. Lisboa, Na typographia de P. A. Borges. 1845.
8,0 peq. de HY pago
DE CAMÕES 382

'lt
* *
780-37.' Camoens, drame en un acte et en verso lmité de l'allemand pai' le
prince Elim lIfestscherski.- Entrou em um volume de versos do mesmo anctor,
publicado em Paris em !8lJ,5 sob o tilulo Les 1'oses noi1-s, e ahi vae de pago i i9
a {59. Na opinião de um dislincto bibJiophilo, é obra de pouco valor e sullicien·
lemente falta de bom senso.

78i-38.' Camões. Opera da Musone.- Foi cantada em Napoles em i873 e


em Parma em i87lJ,. O sr. Bernardes Branco assevera, no seu pOl·tugal e os es-
trangei1'os, tomo II, pago 40lJ" que tambem foi cantada em Padua.

*
* *
782-39.' Camoens. Traubrspiel in {úng acten. Von Wilhelm von 'Chézr. Bay-
,·cmh. 8.
0
de i 72 pago

*
* *
783-4,0.' Obms poeticas e dramaticas por Alexandt'e 1Ifontei1'O. POt·to: ~ypo­
graphia da Revista, 1'M de Santa Thereza, n.· 3. 1848. 8. 0 de 8-i9i pag.-E de-
dicado á irmã do auelor, a sr.' baroneza da Junqueira.
Contém; Camões, drama em quat1·o actos, de pago i a 83.

*
* *
784-M." Camões. Dmm.a de Eugenio de Monglave (Rio de Janeiro).
Ácerca d'esta composição nada mais sei alem do que o conselheiro José Fe-
liciano de Castilho paz no seu bois, vaI. TI (i8lj,9), pago i45.

*
* *
785-42.' Leitum academica do Camões, dmma orj,ginal de Raposo de Al-
Incida. Rio de Janeiro, 1847. 4.· de i7 pago

,No jornelll'is, citado, pago U5, lê-se;

• O sr.... compoz um drama, sob o mesmo titulo, e cujo ultimo acto é, em


grande parle, calcado sobre passos de Camões, ou cil'cum tancias que nos foram
legadas pejo seu amigo, por aquelle a quem aproprio poela commeltéra o hon-
roso encargo de o commenlar.•
390 LIDZ

*
* *
786-~3.' Nova Castl·o. Tragedia de João Baptista Gomes Junior. Nova edi·
ção, etc. (Com a scena da coroaçíio, o episodio de Ignez de Castro e a cantata de
Bocage.) Ornada com estampas. Paris, na livmria Portugueza de J. P. Ai/laud.
1848. 8.° de ~ (innumeradasl-H4 pago

*
* *
787-~~.' A Ilha dos Amol'es: eptsodio do canto IX dos Lusiadas de Camões.
Bailete mimico em dois quadros, posto em scena pelo sr. Violté, pam se l'epreSell-
tat· no real t!leatro de S. Carlos. Lisboa, typographia de Borges. 1849. 8.' de
8 pago

*
* *
788-4,5.' Camões. EsturJ,.J,historico-poetico; liben'imamente fundado sobre um
drama f"áncez dos SI·S. VictO!· Perrot, e Al'7nand Du Mesnil, ]JO!' Antonio Feliciano
de Castilho. Ponta Delgada, typogmphia da "ua das Artes, 68. 1849. 8.° de 300
pago Com o retrato de Cam(Jes no principio do livro e uma gravura da gruta de
Camões em Macau, em frente da pago 296, com uma breve descripçíio por Frede-
rico Leão Cabreira.-Nas pago 207 e 29i declara o traductor que as gravuras são
devidas ao buril de D. Maria Leonor da Camara Sampaio, a quem elogia pelo seu
merito.
Figuram n'esta peça vinte e cinco personagens, não contando com os que não
fallam. Os principaes são: Camões, el-rei D. Sebastião, Martim Gonçalves da Ca-
mara, D. Alfonso de Noronha, Jau, e D. Catl1arina de Athaide. Na scena selima
do acto quinto, Camões recita a O. Catharina alguns versos, e esta o episodio de
D. Ignez de Castro.
Ha notaveis dilferenças entra esta peça e a franceza. As notas de Castilho
são mui interessantes. O drama francez foi já citado acima.
Castilho antes de publicar esta obra, mandou uma copia a seu irmão José
Feliciano para que elle supplicasse do Imperador sr. O. Pedro II a licença para a
dedicatoria. Infere-se isto de um artigo do b'is, acompanhado de uns trechos d~
drama e de uma carta, em que o h'aductor ou imilador de Perrot e de Ou Mesml
escreve:
« Se V. abi encontrar esta peça, e a confrontar com a minha, reconhecerá o
porque eu não designei a minha por traduzida, nem mesmo por imitada. É um
estudo todo novo, que eu fiz, ue costumes patrios n'aquella idade, com o maior
escrupulo, e que (ratei de reproduzir r.om fidelidade daguerreotypica, isto é, co~]
tanta fidelidade quanto havia sido o desleixo, e a desprezadora falta de conheCI'
mentos especiaes dos dois francezes. As minhas personagens hisLoricas são tão reaes
e verdadeiras quanto as d'elles eram falsas e absurdas: a minha Lisboa é tão re-
conhecidamente a Lisboa quinhentista, quanto a d'elles está 10llge da Lisboa
d'esses ou de quaesquer outros tempos. O que s6 é d'elles, na minha obra, P, o
enredo; cabendo ainda aqui advertir, que o melhor do segundo acto e do quinto
nem sequer germen tem no escripto francez; e o mesmo se póde dizer de um
grande numero de elfeitos em todos os outros actos ...•
DE CAMÕES 391

*
* *
789-[&- Luiz de Camões. Drama em cinco actos por L. A. Bm'gain, etc. Rio
de Janeit·o, e/n casa de Bd. e Hem'. Laemmert, 1849. 8.° de vil-H? pago
Esta peça, que a auctar apresentou ao theatro brazileiro com outro titulo,
foi representada muitas vezes nos theatros do Brazil, e não me lemhra se em al-
gum de Portugal, quando vivia o seu auctor; e tem tido diversas edições. As ul-
timas ~ue conheço são a quarta, que saiu em 1862, e a quinta. lbidem. 8.° de
llI1-f2a pago e mais 1 innumerada com um soneto a Camões.

*
* *
. 790-4,7.- Le ultime ori di Camoens allo ospidale di Lisbona, da Leone FOI·tis.-
E uma scena dramatica em verso.
Foi traduzida por Mendes Leal conforme o seguinte numero.

"*
"* "*
79{-Q,8.· Os ultimos momentos de Camoens, scena dramatica originalmente
composta em italiano por Leone FOI·tis, vertida em port1t!lUeZ e offerecida á pt'i-
meira e insigne tmgica modema Adelaide Ristm'i por José da Silva Mendes Leal
Junior. Lis(JOa, tllpogmphia Lisbonense de Agula?' Vianna, 1859.4,.° de 21 pag.--
Traz a versão portugueza em frente do original.
Existe outra edição. lbi, typog,!,aphia Univel'sai, 1860, 8.° de 38 pago

*
* *
792-lJ,9,- Camoens, o un Poeta ed un Ministt'o. Dramma in cinque atti e epi-
logo. Repl'esentato la prima volta in TOl'ino nel teat7'o Carignan(!. TOl'ilto (sem
data). 4,,0 de 30 pago COlb uma gravura representando o sublime poeta escreven-
do os seus Lusiadas na gruta de Macau.
N'uma declaração prévia o editor affirma que, apesar de muitas pessoas sup·
porem que este drama é plagiato do de Perrot e de Du Mesnil, o auctor considera-o
mteiramente original.
Foi representado este drama em Milão, .com applausos, sob o titulo de
Poeta e Ré, segundo leio nas Obras, citadas, tomo I, pago 269.

793-50.' Astt'éa. Elogio dramatico pOt· José Romano. Lisboa, 1855. 8.°
392 LUlZ

Foi represenlado no antigo lbealro da Rua dos Condes por occasião da


festa da acclamação de EI-Hei D. Pedro V. Um dos per onagens é Camões.

794,-51.." D, Sebastiúo, rei ele POI'tugal. Drama lyrico em 5 actos pam SC1'e·
lJ1'esentm' no R. T. de S. João. Porto, typogl'apilia ele A. ela S. Santos. 1855. 8. 0 de
64, pago

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* *
795-52." Camões e o Jau. Scena dmmatica original POI' Casimil'o ele Abrell.
Lisboa, typogl'aphin do Panomma. 1856. 8. 0 de 23 pago

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796-53.' D. Sebastião, I'ei de Portugal. Drama se-rio d'Eu.qenio SC1'ibe, tra·
duzido em italiano pOl' G. Ruflini e em portuguez por He1l1'ique Velloso de Oliveira.
Musica de Donizetti. Rio de Janeil'o. Ernp. 1)/p. Dois de dezemb,'o de P. B,·ito. 1856.
8.· ele 8 (innumeradas)-85 pag.-Traz o italiano em frente da' versão porlugueza.

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* *
797-M." Elvira: a tmgedy. Acted at th~ Theatr'e Royal in Drury-Lane. Loll'
don: p"inted /'01' A. Millm', in the Strand. 8.· de 8-69-2 pago
O auclor d'esta tragedia, David Mallet, declarou que deu a Ignez de Castro
o nome de Elvim, e refere-se com louvor a Camões. Parece ter-se inspirado no
episodio dos Lusiadas. A obra é dedicada ao conde de Bute.

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* *
798-55.' Nova Cast"o, tragedia de João Baptista Gomes Junior. Nova ed-i,
çiio ... aCl'escentada com a brilhante scena ela coroação. Porto, na typographia da
Re-vista, 1857. 8.· de 83 pag.-Esta edição foi feila por conla de um CaldeI', que
não sei se era então livreiro no Porto.
*
* *
799--56 .. Camões. Estudo histor'ico poetico libelTirnamente fundado sobre tU/l
dmma (rancez dos sn. Victor PelTot e A1'1nand Du Mesnil pOl· Antonio Feliciano
.de Castilho. Seg/l1lcla ediçúo copiosamente acrescentada nas notas. Lisboa, typolJra,
lJhia Fmnco-pol·tugueza, I'ua do Theso!t1·o Velho, 6. 1863, 8.· ::I lomos de XJI'-259
pag., 24,8 pago e 226 pago
O tomo I conlém: dedicatoria ao imperador D. Pedro TI, com as datas da
· .
DE CAMÕES 393

ilha de S. Miguel ~ de agosto de i8~9, e de Lisboa 30 de abril de i862 (pag. v


a Vil); advertencia da primeíra edição (pag. IX a XII); advertencia d'esta edição
(pag. XIll a XIV); drama (pag. i a 225) ; e noticia complementar, em que se de-
clara que este drama, acabado de imprimir na primeira edição aos 22 de feve-
reiro de i850, foi pela primeira vez representado no Rio de Janeiro em 30 de
novembro de 1855, segUindo-se uns documentos relativos á mesma representa·
ção (pag. 227 a 259).
Os tomos u e UI contêem as notas pam se lerem, entre as quaes figuram, no
dtimo tomo, uma noticia mais de&envolvida da familia Castilho; a proposito do
que diz el-rei D. Sebastião na scena xvm do acto I, pelo sr. Julio de Castilho, se-
gundo visconde de Castilho (pag. 7 a i~O) ; e uma nota nova ácerca da composiçãO
de Fortis, traduzida por Mendes Leal: Os ultimos momentos de Camões (pag. i59
a 193). -

Na segunda advertencia escreveu A. F. de Castilho;

(( ... não julguéi dever alterar no drama cousa alguma, comquanto lhe reco-
nheça, e agora com mais viveza do que então, defeitos e maculas de mais de um
genero. Não é contumacia nem incorrigibilidade; é só porque essas que seriam
e são maculas e defeitos para o theatro, mudam logo de nome e de natureza se
a obra se avalia como estudo e livro; e isso unicamente é que eu pretendi que
fosse. .
« As notas que intitulei pam se ler'em, têem se me não engano, algum va-
lor mais que o texto; não pela execução lilteraria, mas sim por offerecerem á
consideração muitas propostas de c,ousas boas, todas exequiveis, e quasi todas
muito faceis ...
((Fiz pois ás notas o que não fiz~ra ao draina; reestudei.as; ampliei,as com
mão larga; entresacbei·lhes novas. O total cresceu a ponto que o volume da pri·
meira edição houve agora de se dividir em tres.u

*
* *
800-57.' Ines de Port~tgal, opem em 4 actos, libl-etto de M. Duchéne, muswa
de M. Gérolt, repnsentada em Nancy,em t'evereú'o de 1864.

*
* *
80i-58." Ja1t, o escravo de Camões. Poesia dmmatica original por Faustino
Xavier de Novaes. Recitada no theatr'o Angrense, pelo actor" Mar'io Soar-es, na noite
de 9 de mar'ço de 1865. Angra do Hel-oismo, typogmphia do Governo civil. 1865"
[l.o de 6 pago

'li'
**
802-59," Doíia Inés ele Cast'ro. Drama en t'res actos, en verso, onginal de Don
Fmncisco Lwis ele Retes. Estrenado e11. el teatro ele Jovellanos el17 ele setiembre de
1868. Madrid. I'I1l1Jl'enta de José Rodrigltez. 1868. 8. 0 de 90 pago e mais:l. de cen·
Sura. I
39~ LUIZ

'* '* '*


S03-60.' Inez; ar the Bride of Portugal, by Ross Neil. LonMn. 1871. S.· de
8 innumeradas-29i pago
A tragedia começa a pag. t39; de pago i a i38 comprehende-se outra trage·
dia intitulada: Lady Jane GI·ey.
'*
'* "*
SO~-6t.· Camoens. Cuadl'o dramático, OJ'iginal en un acto yen verso de los
seiiot'es Don Manuel Ossori{) y Bernard y Don Lucia Vilias y Deza. Represe/ltado
POJ' primera vez con extraordinario aplauso en el teatro Salon Eslava, el dia 4 de
novtembre de 1871. Madl'id. lmprenta de S. Landábunl. 1871. 8.· de 24, pago

'*
'* '*
805-62.' Le Camoens Drame historique en un acte et en vel's pat' Victor Per·
doux. PaI'is, Rachette et Cio 1872. i8.· de 36 pago

'* * '*
1l06-63.· Camoens im Exil. Dramatisches Gedicht in einem Act. Von VITo Rom
Wien. 8. de XIv-40 pago
0

*
* '*
807-6!J,.' Camoens. Drame en Ull acte et en vers, par Elvin Mestscherski.
(Sem logar, nem data.)
É o fragmento de um volume que possue o sr. Fernando Palha.

'* "* '*


808-65.' lnez de Castt·o, méludrame en trais actes avec del/3! intel'medes,
par Victor Ruga.

Vem na obra Victol' Ruga raconté pUl· un témoin de sa vie, wmo I. Veja a
descripção que fiz d'este melodrama, uma das primeiras matjfestações do talento
dramatico do grande poeta da França, no tomo Vil do Al'chivo pittoresco.

Esta obra foi trasladada em inglez: Victor Rugo. A life related by one who has
witnessed it, including a drama in thl'u acts intitled lnez de Castt·o. Londo/l.
1863.
DE CAMÕES 395

*
* *
809· 66." D. Inez de Castt·o. Drama em cinco actos e em verso por Julio de
Castilho. Rio de Janeiro, B. L. Gat'nier, etc. 1875. 8.° de xXlll-35ti pago e mais
3 innumeradas de nota, errata e indice. Com uma gravura da estalua tumular de
D, Ignez em Alcobaça,
Tem antes da dedicatoria esta epigraphe:
As filhas do Mondego a morte escura:
longo tempo ehorando memoraram. CAllÕBS.

Tem outras referencias camonianas, corno as epigraphes que antecedem os


aclos: a pago 330, nota LX; e de pago 3U a 356, nota final LXXXI, D,lgnez de Caso
tro, como assumpto. Ahi são apontadas numerosas obras em que o episodio tra-
gico, passado á compusição romantica ou dramatica, foi inspirado pelo immorlal
poema dos Lusiadas.
O drama do sr, Julio de Caslilho (segundo visconde de Castilho) acompa·
nha em muitas passagens a tragedia Castro, de Antonio Ferreira, como o proprio
auclor declara em algumas notas, e nomeadamente a pago 317, 325 e 33li.

*
* *
8:10-67." Quelques essais en langue (rançaise patO Joaquim José Teixeim. Bru-
ulles, imp. «lith.. E. Guyot. 1877. 8.° de i35 pag,
Nas pago 59 a 68 contém: Camoens, (ra,qment dramatique.

..
* *
8il-68.- Alma l'enchantm'esse: opera en quatre actes de M. de Saint·GeOl·ges,
adapté ci la scelle italienne pal' A. de Lauzieres. Musique de F. de FlotOIO. Repl'é-
senté paUl' la premiere (ais SUl' le théatt'e des ltaliens, le 9 avt·il1878. Pat'is, 1878.
8.0 de 87 pago com a lradueção italiana em verso em frente do original.

* "" *
8U-69." Canwens. Dt'ama stOl'ico ii! quattt·o aUi in vm'si di Domenico Bolo-
gnesi, NalJoli. 1873. 8.° de 4,7 pag,- Representada em Napoles em i872.

*
* *
8i3-70." Cat1wens Dmma lit'ico en acto OI'iginal'y m verso de Marcos
ttll
Zapata, musica d~l maestro Marqués. Representada en el teatro de Jovellanos a be-
396 LUIZ

neficio dei distinguido artista D. Rosendo Dalmau, el 24 de {ebl'em de 1879. lIfa-


drid. Establecimiento typogl'áfico de E. C1testa, 1879. 8.° de 39 pago

*
* *
81.4:.7L· Camões em AfI-ica. Scena dl'a11latica em vel'so. Lisboa, imprensa na·
cional,1880. 8.° .

*
* *
815-72," Camões. Drama histol'ieo em cinco actos. PaI' Cyp?'iano Jm·di11l. Re·
pl'esentado pela primeim vez nas {estas do tricentenal'io no tileatro de D. lIfaria
II. Porto, 1880. 8.·

*
* *
1II

Parodias
816-1.· Parodia ao primeiro canto dos Lusiadas de Camões. Porto: typogra,
phia da l'ua F01'mosa 1 .0 243. 1845. 8.· de xIII-37 pago _. Tem, depois da expli·
cação preambular, segundo rosto d'esle modo:
.Festas bacchanaes: Convel-sáo d; primei1'o canto dos Lusíadas do grande
Luiz de Camões vertidos de humano em o de-vinho paI' uns cap,'ichosos. Auctores:
S. O dr. Manuel do Valle, Bartholo11leu Vm'ella, ü,is Mendes de Vasconcellos, O
Licenciado Manuel Luiz. No anno de 1589.»
Contém: adverlencia preliminar (pag. v a vrn); noticia ácerca d'esta parodia,
assignada por Francisco Soares Toscano (pag. XI a XIII); soneto ao auctor d'esta
obra.(pag. i innumerada); a·parodia com argumento (pag. 2 a 37).
O soneto ao auetor começa:
Pelo que Baccho vio em vosso canto
Entendo que lhe sois alfeiçoado.
E acaba:
Coroão-vos de louro e pano verde
Porque sejais no mundo conhecido
Per um bebado bom e bom poeta.
Na advertencia se refere, segundo Faria e Sousa, que o canlo II da parodia
fôra depois continuado )lor Antonio de Magalhães e Menezes, senhor da Ponte da
Barca, que indo a Madnd em 1.64:5 lêra algumas estancias ao mesmo Faria.
Esta parodia saíra anles na folha litleraria M1'scellanea hist01'ica e litteraria,
publicada no Porto no anno 1.84:5.
Antes de apparecer á luz este folheto, corriam de mão em mão dos amado-
res copias manuscriptas, e entre elIas sei da que existiu na biblioUleca de Gomes
DE CAMÕES 397

Monteiro, o qual em i8ll.3 a emprestou a Norton para que a copiasse. Esta copia
está na bibliotheca nacional de Lisboa, enL:adernada Juntamente com o folheto
impresso.
Entre os livros camonianos do benemerito visconde de Juromenha encontrei
uma copia. O sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro possue outra. Norton
possuia tambem duas copias, letra do seculo XVII, que menciono adiante.
O sr. Theophilo JJraga copiou na sua Bisto?'ia de Camões, parte II (vol. m)
de pago ll.80 a ll.96, a noticia em que Soares Toscano descreveu a composição da
parodia e os seus auctores.

*
* *
817-2." Os Lusíadas do secttlo XIX. Poema heroi-comico (Pm'odia) por F. A.
d' Almeida. Lisboa. Typo'!fraphia da sociedade typogmphica Fmnco-p0l'tug1teza, ?'ua
do Thesou?'O Velho ?l.o 6. 1865. 8.· de 206 pago
Este volume comprehendeu apenas a parodia aos primeiros cincos cantos dos
Lusia,das com dois argumentos, um em prosa e outro em verso. Devia seguir-se
pouco depois o segundo tomo, porém só veiu a apparecer passados dezenove an-
nos, em i88ll., e por outro editor.

Os Lusiadas do secttlo XIX. Poema Im·oi-comico. (Pa?'odia) Volume II.


Lisboa. Livraria editom de '1'ava?'es Cardoso g- lnniío, 5, Lm'go do Camões, 6
1884. 8.· de i97 pago e. mais 2 innumeradas de cavaco e adverlencia finaes.- No
alto do rosto tem o nome do auclor Fmncisco de Almeida; e no fim do livro a
indicação: Typ. Elzeveria?la R. Oriental do Passeio, 8 a· 20. Lisboa.

A impressão d'este volume faz muita di[erença do antecedente, na qualidade


do papel e dos caracteres typographicos empregados. O auctor promette, n'uma
advertencia final, dar ainda outro volume com annotações relativas ás pessoas e
cousas que cita na parodia; mas não appareceu ainda á luz este trabalho, em que
trataria de PÔ?' as ca?'apuças nas ?'espectivas cabeças. .

*
* *
8i8-3.' A visão do heroe da ilha das Gallinhas. Parodia do episodio do Ada·
mastOI'.
Saiu na Gazeta do povo n.· 899 de i de novembro de i872 É em dezenove
oitavas.

*
* *
8iR-ll..' Dinheiro 1 (Parodia ao canto I dos Lusiadas por Faustino Xavier de
Novaes.)
Veja de pago ill. a ll.9 do volume Poesias posthumas publicado no Porto em
iS77 pelo sr. Antonio de Sousa.
398 LUlZ

*
* *
820-5." Pm'odia ao primei1"o canto dos Lusiadas de Camões por quatro estll-
dantes ~ Evom em 1589. Lisboa J 1880. 8.°
Foi editor d'esta reproducção um bibliomano, que exercêra em tempo no
BraziJ a profissão de livreiro, de appellido Fernandes e de alcunha O vinagl'ão,
já fallecido. Legou alguns milhares de volumes, e entre elles muitas obras n~o
vulgares e raras, e uma rasoavel camoniana, com muitos duplicados, ao asylo das
cegas de Lisboa. A sua mania nos ultimos annos era comprar por todo o preço,
e guardar, ora na sua casa, ora na casa dos conhecidos e amigos, e ás vezes dei·
xar em deposito aos proprios livreiros que I~'os vendiam, exemplares repetidos
das obras mais estimadas e menos vulgares. A data de escrever estas linhas (30
de ahril de i887), não me consta que esteja ainda liquidado esse legado, creio
que por incidentes judiciaes.

82t-6." Les LlIsiades' t1'at1esties. Pm'odie en vers burlesques, gl'otesques et


sél'ieux. Voyage mm'itime et pédestl'e du qrand pOI·tugais Vasco de Gama por J.
R. M. Scarron II. Tous dl'oits de l'auteu?' reservés. POI·tO, J. R. Mesniel', éditeul'.
Rue Cima de Villa, 129. 1883. 8.° de 256 pa~. Com duas estampas lithographi.
cas allegoricas, imitando gravura. No verso do ante-rosto: "Porto: 1883. Typ.
de A. J. da Silva Teixeira. 69, Cancella Velha, 62•.
o poema vae de png. i5 a 23t, e tem ahi: Fin de la premiére pal·tie.• De
pago 233 a 256 correm uns trechos poeticos sob o titulo Essais diverso Não appa·
receu a segunda parte.

'if.
* *
822-7." A bolha. (Resposta á Niveleida, ao espectaculo e ao Nivel Academico,
tl'es se-msabo1"Ías distinctas e nenhuma de geito.) POt· ... 4.° peq. de 8 pago (Sem
logar, nem data, mas foi impresso em Coimbra em 1.886.)
É parodia ao canto I dos Lusiadas. Tem por epigraphe:
Assim o querem a.ssim o têem.
Começa:
Os grandes paspalhões assignalados,
E acaba:
Soberbo estouro que salvaste a patria I

'II<

* *
IV
Musica
823-L" Messe de Reguiem a quatre voix, chamrs, et gmllde orchestre, avec
acompagllement de piano a deraut d'Ot·cilestre. Ouvrage consacré a la mémoire de
Camões, par J. D. Bomte-mpo. Paris (sem data). Folio de 205 folhas.
DE CAMÕES 399'

Não é vulgar. Creio que falta á maior parte dos collec.:ionadores. Possuia um
exemplal' o fal!ecido Joaquim JO~é Marques. Foi vendido,. no leilão de seus livros,
por iO~300 rélS. O sr. dr. José Carlos Lopes tem esta Mt$sa na sua collecção.
O sr. Joaquim de Vasconcellos, do Porlo, mandou photographar o rosto
d'este livro para um Album de photographias commemorativo das festas do tri-
centenario de Camões realisadas n'aquella cidade e!D 1.880. D'elle farei menção
em Jogar opportuno.

*
* *
82q,-2." Ignez de Cast1·o. Opera de Weber. Berlim.
O sr. Joaquim de Yasooncellos, do Porto, tambem mandou reprodl1~ir o rosto
de um trecho d'esla opera para o A/bum de photographias que publicou por occa·.
sião das festas do lricenlenal'io n'aquella cidade.

* *
825-3." O genio de Camões.-Pl'imeira composição do sr. João Pedro Augusto
Rio de Carvalho em janeiro de 1.856, quando discipulo do real conservalorio de
Lisboa, orrerecida a sua magestade EI·Rei D. Fernando em homenagem ao seu
talento artistico. .
Vi o autographo com a dedicatoria do auctor na bibliotheca de El·Rei
D. Fernando.

*
* *
826-4.' Le Camoens. Scene et Air pour voix de baryton. Lisbonne. Paroles
àe b'J" • ••• il1usique de J. Concone.
Tem dedicatoria a MI'. Jules Lefort. A lettra é em francez e allemão. Vê·se
na folha do rosto uma lilhographia allusiva ao poeta e seu escravo. Exislia um
exemplar na bibliotbeca de EI·Rei D. Fernando.

*
* *
827-5.' Homenagem a Camões. Marcha por Guilherme Cossoul, execulada
na inauguração da estatua do grande épico. Lisboa, em oasa de A. Neuparlb.
Por occasião das feslas do tricentenario, esla marcha appareceu puhlicada
para banda militar por C. A. Campos, em o n.O 3 do pcriodico de musica Mar·
cial.
*
* *
828-6." O genio de Camões. ROl1w,nça. Poesia de José Romano. Musica de F.
A. N Santos Pinto. Lisboa, etc.-É o n.O 6 c.\o amw I de Os doze mezes do anno,
jornal para canto com a poesia em portuguez e acompanhamento de piano.
q,OO LUIZ

*
* *
829-7." Llâz de Cmnóes. Poesia de L A. Palrneil·iln. Musica de A. M. Fl'OIl-
doni. Sassetti ~ C."-É o n.O 2 da collecção de Romances em portuguez, com
acompanhamento de piano. A poesia é a que anda no volume,já citado a pago 3{2,
sob o n.O M2-107."

*
* *
830-8.· L'esclave du Callwens. Opéra comique en ltn acte. Pm'oles de '1111'. de
St. Ge01'ges. Musique de F. de Flotow. Pm·is.-N.o 5 d'esta opera, comprehendendo
o duettino cantado por M.eHe Darcier e MI'. Mocher, para piano e canto.

* * ..
83i-9.a Camoens. Dmma lit-ico en ltn acto. Letl'e de D. Ma?'cos Zapata..Mu·
sica dei maestl-o Miguel Mm'qués. Reduccion pam canto y piano por iiI. Nieto. Ma-
drid.-Comprehende: N.o i, Escena de tenor cómico y coro; n.O 2, Romanza de
baritono; n.O 3, Cancion dll tirle; n.O 4, Final.

*
* *
832-10.· SouvenÍl' de Camões. Suite de valses pou?' le piano pUl' M. Mw-ti.
«
Déd:iées li la digne commission Ju monument par les éd'iteul's Lence V.o Crl1!on- .
aia. Lisbonne.-Tem no rosto a gravura do monumento erigido a Camões ell1 t8ü7.

*
* *
833-H,a Homenagen~ a Camões. Mm'cha triumphal para piano, por Jacopo
Cat'li. Dedicada ao ill. mo sr. Fmncisco Velloso da C1'UZ. Porto, lithogmphia da
«
?iuva Neves, Filhos C." Polia de 5 pago Com o retrato de Camões.

*
* *
834.-t2. a Anthologia musical, de Angelo Fl,'ondoni. Lisboa. Em casa de Sassetti
& C.a Folio. '
A pago 27 vem o trecho intitulado Luiz de Camões, com a poesia de L. A.
Palmeirim, que linha saído antes em separado.

* * 'i!<

835-il a Hymno a Camões, composto por Augusto Cesal' Pel'eira das Neves.
A lelra é a primeira e terceira estancias dos Lusiadas.
DE CAMÕE . 401

Foi executado por primeira vez pelos alumnos da Escola J\foderna na ses ão
o]('mlle commemorativa da Sociedade Nacional Camoniana, do Porto, no dia 10
de junho de 1887. Creio que ainda não eslá impres. o.

'*'
* *
836-,14." Armas e lelt1'Os. Fal1tasia composta para piano (aos do;:;e alinos 'ele
ülllde). Oninciela, á ex."''' cOlllmissüo ela imprensa pOI·tuIJueza pllm os rest~jos do
l1'it:el1tenm'io ele Camões, paI' José Vianna da Alolta. Lilhographia Malla & C.R Be·
gi lada 600 réis. Lisboa, i880. (Op. 31). folio pequeno 2 (innumeradas).. i3
pag.-Tem fr(lnlispicio de phanla ia,colll o busto de Camões.

*
* *
837-i5.' A Luiz de Camões. Cantata. Letra de F. BemOl'do HI'OIJa Juniol".
1Il1lsira de' Miguel Angelo. POI'tO, imprensa commercial, 1880. 4.° peqaeno de
II pag.- Nunca foi impressa.
De outras comIJosições, em l1umero ,uperior a trinla, principalmenle para as
feslas do tricentenario, darei conla no lomo seguinte.

*
*' *
v
Manuscriptos
838-1." DisGlwSO apololJetico a (aval' dn insigne poeta Camues cantl'a o licen-
ciado Manuel Pi1'cs de Almeicla.-Manuscripto existente na bibliotheca da acade-
mia real das sciencias de Lisboa. Letra do fim do seculo XVIII. lJ,.0 de 24, LI. I1U-
meradas pela frente. .
Tem no rosto esta declaração: ,,0 auelor d'este di curso é João Franco Bar-
relo, como se vê da sua mesma traducção da Eneiela, que elle cita a pago H v. e
pago 1,4,.»
No começo tem o titulo seguinte: Discurso apologetico sobre a vislio do Indo
e Ganges que o gl'allele Lui: de Camões 1'ep,'esentou em o canto qua"to dos "Lusia-
das» a RIRei DOln lIJanuel.
No fim lê-se: "Faciebat Conimbl·icae. Anllo 1639.»
E mais abaixo:
"Este manuscl'ipto foi copiado do original que descobriu na cidade de E\'ora
o secmlario do Santo Ollicio Jo é Lopes ue Mira que 1110 confiou, e te al1no de
180'1, cuja copia eu confel'i e achei exacta, não devendo l'a7.el' duvida as falIas
(que se podem uppl'il') por e ar,har o uito manllscriplo falto c t:om muita lelra
um idas da Itumidade e do tempo. Acabei e liz esta copia na quinla da Memoria
TOllO :tIV (Suppl.) 26
LUiZ

em Odivellas aos 2 de outubro de 180'1. Frei Vicente Salgado, ex-geral e chronisla


da congregação ela Terceira Ordem, etc., elc."
Foi reproduzido no Anm!ario da sociedade camoniana., a pago 176 e eguill-
tes, como já fiz menção no tomo presente.

839-2." Commentario aos l'ttsiadas de Lniz de Camões, JJOJ' Diogo do Coulo.-


Manuscripto do seculo xvr.
Existia na bibliotheca dos duques de Lafães.

*
* *
840-3." Oitava de Camões: "Estavas, linda Tgnez, posta em socego» glosada
em oitavas paI' Antonio da Fonseca e Amaral.- Manuscripto,
Existe na biblioLheca publica de Evora. D'este codice se serviu o SI'. Anlonio
Francisco Barala para uma de suas publicações camonianas, já indicadas 110 logar
eompelente.
*
* *
84i-q,,n Poesias de Lniz de Camões, - Manuscriplos da lelra dos seeulos XI'
e XVIJ.
Existem em seis codices diversos da bibJiotheca puLJica. de Evora. Veja o
Catalogo de Hivara, tomo lI, pago \H e 92.

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842-5." Canto primeiro da vida do Principe dos Poetas o grande Lniz de Ca·
711ües.-Manuscripto em 4,.0 ele l~6 pago Letra do lJrincipio do seculo XYIJ. 1 ão
tem neme, que só foi posto no segundo couice, em seguida mencionaelo.
Comprehende noventa oitavas, cujo argumento é:
"E poemsse amataria; fallasse com o Heroe iI se celebra Emplasasse Caliope;
mos\lrasse Camoens vatissinado fa se consilio no Pindo, P'" sabi,' a Lus: descI' -
vesse a determinação, &c."
A primeil'a oiLava é assim:
Quem com Lira subtil echo suave
as numerosas tagides implora
quer s6 de vm grande Heróe altivo e grave
as acçoens selebrar com vós canora
com epico furor, meLrica chave
pretende o pleLro meu mostrar agora
q a impulços de hum divo enthusiasmo
foy nas armas terror, nas letras pasmo.
DE CAMÕES 403

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8{~3-G." Canto 2. o Da rida do Principe dos Poetas o grande Lttis de Camoens.
2JO)' Manoet LO]Jes Fmnco. - ManuscripLo em 4.° de 50 pago Letra inLeiramente
igual á do anLerior codice.
Comprehende 102 oitavas, cujo argumento é:
"Sáe o (;amoens a Lus; c lebrasse o seu nascim 'o, procura a vniversiuad. c
de Coimbra, iluminado das Ciencias sahe p." Lisboa; repetem os amores q Lev
com hüa Dama do Paço, ponderasse a força. de Amor origem toda do cu des-
Lerro."
A supposta entrada. do poeta na universidade é descripLa na oitava 14, d'este
modo: /
Do selebre Mondego a. visLa eara
já de Vlis ea profugo procura
para Jogral' a lus nos lin lão clara
quanto nos seus principios loda escura
por an bição da Lelras se separa
do PaU'io domisilio absença dura
que quem asiln não fá ,quem enão eança
de doulo as proeminencias nunca alcanra.

Copiei la e trophe, preferindo-a a qualquer oulra do callto II, por reI' q'ue
ella accenlua Li boa como paU'ia do poeLa.

Ambo (l codices exi lem na bibliotheca da acadenlla real da sciencias, em


bom estado. Itimamente, foram mandados encadernar para sua melhor con er-
ração.
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8V~-7.n Os Lusiadas de Luis de Camões p"incepe dos poptas heroicos comen-
tados por o P. D. lllm'cos de S. Le. a Conego Regulm' da Congregação de Sancta
Crus da Coil1lbm.-Foiio de 353 fl. nUlTl radas só pela frenle,
Mal1uscripto. LeLra do seculo xm. O roslo é em lelra meio golhica floreada
e redonda.
O volume exislenle na biblioLheca da Ajuda, que parece auLographo, eDntém
apena os eDmmenLarios aos tres primeiros canLos, lendo cada. um no fim a data
elll que o aUlltor o concluiu: r, a 3 de abril de '1631; II, cm 4 ue fevereiro de
1632, na torre de Pademe, onze horas da noite; IIl, em 10 de março de 1633, ás
dez d,L noite na lorre de Paderne.
Barbosa, na Bibliotheca Lusitana, declara que D. Marcos de S. LOl1l'enço linha
cinco cantos completos, e que vivêra sempre no convento de Landim. A primeira
parte não póde averiguar-se, vi lo como não se encontram senão os bre primei-
ros cantos; emcJuanto á segunda, o proprio commentador se encarregou de de-
monstraI' que vivendo tres ou quatro, ou muitos allnos em . Sall'ador de Pa-
deme, não podia ter vivido sempre em LandilJ1,
LUIZ

Veja o que escreveu a respeito d'este trahalho do P. D. Marcos o SI'. visconde


de Juromenha nas Obras, tomo r, de pago 323 a 328.

845-8.' Lusíadas de Luis ele Camões contrafeitas á velhaquesca, (estas Baccha·


naes. Canto P?·imeiro.-Manuscripto. Letra do seculo XVII. •

Pertenceu a 'rhomás Norton, e encontra-se ul!0ra com as suas miscellaneas na


bibliotl\eca nacional. Não vae alem da estancia 47 do canto I; lendo, porém, de
novo a noticia preliminar escripta por Francisco Soares Toscano, e impressa no
folheto portuense Festas bacchanaes, "de ql1e existiam muitas copias d'esta paI'O-
dia, e de diversa leitura .., dei·me ao trabalho d~ confrontar as estancias que linha
presentes com as cOlTespondentes do folheto, já descripto a pago 396, verso a verso,
e convenci· me : primeiro de que a copia manuscripta, de que se trata, devia ter
pertencido a algum dos collahoradores d'esta composiçãO; segundo, de que tinha
maior valor do que a que servira -para a impressão do folheto portuense; e ter·
ceiro, de que a copia de que se serviram na reproducção do mesmo folheto, e ano
tes na 1I1isce/lanea líttel'cl1'ia, do Porto, foi, na minha opinião, das mais desgl'a-
ciosas e evidentemente das mais incorrectas, con~o se prova. Julgo que i'íorlon
não chegaria a fazer este exame, pois não deixaria de o mencionar no seu livro
de annotaçôes camonianas.
Na pago XlI da noticia de Soares Toscano, datada de 1611:), lê-se:
« ••. como se divulgou, cada um a Cjuiz emendar, como r.ntendia, donde VCIIl
andarem hoje as copias com tanta diversidade de leituras. Porém eu, esta que
aqui vae, a trasladei do proprio original e letI'a de Bartholomeu Varella ...•
Para que possam ,'er·se as llotaveis difl'crenças, ou variantes, que se me de·
pararam na minucio a conrrontaçiio, a que procedi, copio elll seguida os versos do
manuscripto, em frente dos do impresso:
Impresso Manuscripto

1 1
BOl'l'achos, borrachões assignaIados As armas, e Borrachões assinalados,
onde pi pas e quartos despejaram: onde quartos e pipas rIespejanío
3 3
As grandes hebedices qU6 filerão; as grandes aventuras q. fiserão
4 4
Para beber ii perda eo'esta gente, ",om que louve e beher da minha gente
1i ;)
Dae-me uma vasilha mui cheirosa Daime hüa va ilha muy fermosa
O peito esforca, a cal' ao gesto muda; ij o peito esforça, a cor e gesto muda:
Que
, so espalfie, e S6 cante no universo, ij se espalhe este eanto no univerço

6 r,
Podeis alrave sal' com confianca q atravessúes podeis com confiança
Pois Baccho a nós vos deo por c·ou a granrIo, pois BacclJo a vós nos deu por cousa gr.""
7 7
Ou pelo rio abaixo aló Almada. nem pelo rio ahayxo athe aImada
Vede-o nas toalhas, que presente sen;io vcrIeo nas toai hus, que presente
Nas quaes viva Iemhrancas vos deixou das quaes vivas lemhranças nos deixou,
O que de vinho mais se éarregou. o ij de vinhos mais se carregou.
DE CAMÕES

8 8
E nem por isso sente vituperio e nem por isso sentem vituperio
9 9
Olferlar-vos a Baccho no seu templo: ofreceruos a Bacbo no seu templo:
Ponde no borrach;io, vereis exemplo ponde no borrachão, vereis o exemplo
Por bebados louvados espanto os. e bebados louvados espanLosos.
10 10
No estio: primavcra, outono, invcl'llo: no estio, primaveru e no inverno:
11 11
llebediccs dos vosso ão tamanhas as verdad"" vossas '-10 tamanbas
Que excedem ao primeiro vinhateiro
(Oulra rariaoLe nn mesmo manuscripLo)

bebedicos dos vossos abi tamanba


e atbe ao primeiro vinbateiro.
12 12
Que fez a Peramanca tal serviço, q a peranmnca fez hn gram eruiço
13 13
E so a troco de 'un'alvres e l3~rbanca E se a troco do Nuno alueres barbanca
Vêdo primeiro a Pedro, cuja lanca • vede o primeiro pedro, cuja lança •
Aquello Diogo, invicto cavalleiro; e aqueJIe Diogo invicLo cauaLeiro
Que no quarto não he fluarto, mas primeiro. II em quarto n;io he quarto, mas prim!o
14 14
ne Lyoo a bandoira vencedora: e do lirio a bandeira vencedora:
Um Daniel fortis imo e os temidos hum Daniel forLissimo, e·os timidos
Da Cbamu ca o Louredo o vinho forte. a Lajem u Louredo vinho forte,
E outros a quem Thetis causa a morLé. e os ouLros, a quem TheLis causa morte.
15 15
Essa miio alargue ao vinho 1'0 so Lar/laivos essa mão ao "inbo vosso,
Os que em vc-Ia somento tem espanLo, os ii somente cm relia tem e panLo,
Que .em pagodes, mHendas e jantare cm pagodes, merendas, e jant:lres
ElIlpmar querem só de Baccho os mares. nem querem navegar do Oriente os m:lres.
16 16
Frio que usar de vós lho u;io ti dado; frio ij usar de vós nunca lhe he dado,
Que pois em dar seus bens sois brando otenro, ponj pois em seu ben soi brando, e tenro,
Doseja de comprar-vos para genro. desejo de comprarvos p." genro.
18 18
~Ias emquanto com novo não me <llento, nlas emq.IO com o novo não me alento
Ide largando deli o, com intento idclhe guardando deli e com intento
Que seus poucos reales vossos sejão. ij os meus poucos reales vossos sejão:
fi. 'Sl recolhereis a nosso argenLo, aqui recolhereis o 1I0SS0 argento,
19 1!J
.\s formosas bOlTachas apertando as fermo as borracbas despejando
Outra- d'outro licor melhor tomando. e da de outra licor mil boI' tomando:
De branca escuma o copos se mostravão da branca escuma os copos se mostravilo
Cuberto~ ao beber não lhe as 'oprando j euberLo e ao beber lhe uão soprando
Dellas VIS Las não fOI:ão nem provadas. delles não farão vista II m prouadas.
20 20
Quo em copo, frasco, taca ti eminenLe, êj em taça, e frasco asits he eminente
Do dar favor a toda aqu·ella /lente de dar fauor a toda a nossa gente:
Pisando e se caminbo tão famo o pisando es e caminho <>raçioso
Por um já n'outro Lempo bom tocante, por hü jit noulro lempo bom cantante.
!J:06 Lmz
21 21
Que para beber nenes lhe foi dado, q beber sempro'nelles lhes (oy dado
No bairro de Reimonde celebrado, do bairro de Haymundo celebrado,
Os da Porta de Avis, e outros onde os da p .le de Aviz, e o ou Iros donde,
22 22
'Stava Francisco ani sublime e dino Está l,'ranc. o alli, sublime o digno
Que em ,'inho convertera um tigre hircano; q convertera em vinho bum tigre llyrcano,
Dos ramos tinha c'roa rutilante de ramos tem o louro rutilante
23 23
Sem ordem, nem rasão se assenlavão. Sem rozão, e sem ordem so sentavão.
2~ 2~
Flamengos, Allemães, Italianos. flamengos, allemãos o italianos.
'l" ,>,.
_o
-o
SogiJar Caparica e ter bebido Subjugar Caparica é ter bebido
Toda a terra que rega o Tejo ameno. toda a agoa f[ lega o Tejo ameno:
Povos se lbe mostrou brando e sereno; q lá beberás mais "inho, q feno
Para que é mais cansar? Cousa é notocia p. fi he mais rexas, cousa é noto ria
D'Ourém e Figueiró Icvámo gloria. d'ourem, de figueiró leuarem glona.
2G 2G
Deixo bebados toda a fama antiga Deixo (ó bebados) já a fama antiga
Oue li dentro. em Lisboa uns alcançarão, fi la dentro om Lisboa alcançaraõ,
No nosso omclO tanto se afanarilo. do nos o olLo tanto se afamarilo:
C'um soldado Bollandez, c'um lliscainho, Com hü soldado (rançes, hü Di cainho,
Quando a carga do frasco era vinho. q.do a carga dos frascos era ,'inho.

27 27
Onde o copo cumprido tem por breve, ondo o copo comprido tem por breve,
lnclinão seu proposito e porfia inclinaõ sou propozilO á porfia

28 28
Os nbim, ou de Alcacbe tem em nada. os do Hino, os do Liois mio tom om nada:
nlostrada Pemmanca que descja. mostrada I'oramanca, ii o deseja.

29 'lU
E porque, como ouvistes, tem passados E porij como vistes tom pas ados
Na viagem lfio asperos peril(os, nesta viagcm os asperos porigo
Que sejam determlllo agasalhados hom he ij sejaõ agora agazalbados
Entre as quinta aqui de eu amigos, parti ·i pando dolles corno ami~os
E encbendo cada qual a sua bota enchcndo cada qual asi, e a Bota
Comecem a seguir sua derrota. conll'~araõ a scguir sua longa rota.

30 30
Se cá viesse beber aquella gente li cá viesse beber toda csta gente.

31 31
A bebados ouvira que viria A behados tinha ouvido ii viria
Pela charneca, a qual esgotaria pella charneca, ii sugcitaria

32 32
Vo que de Evora teve o"igado Vc fi de euora tevo subjugado
Os bcbados e o vinho, c ~unca caso os bebados o o vinho, e num aca o
D'agoa do e quecimento, se lhe chegão de agoa do esquocim. 'O se ca chegUo

3:1 :J3
II0r (Iuantas behedices vira nella por q.'.s bebedicos via nona
Jantando em Alcochete uma emana, :,tastando em Alco heto bua semana:
Que por brazões o copos tem ufana E por brazões o copo tcm, e a lana.
DE CAMÕES lJ,07

:H. 34.
Esl<l cousas se movem em uma cea E las cousas se movem ne ta ceya.
As i que um pela infamia que rece<l, Assi hem IJella infamia ii recea
li outro pelo gaslo que prclendo, e oulro pe lo goslo ~ prelende
Porfião, arrebessão, permanecem, porliào areucsão e permanecem
:15 35
Qual o fervenle moslo em lalha escura, Qual do fervente moslo em lalha escura
Quando a linla lbo lançiio e primida. quando a tinIa lhe lanção ii exprimida,
Com impeto e braveza desmedida; Com furor, e braueza desmcdida:
A adega brame Ioda co'a fervura, A adega Ioda brame com a feruura,
Tal andava o tumullo levanlado tal anda este tumullo levanlado
;lG 3li
Mas um que a esta gente suslentava, Porem bum, ii esta genle suslentava
li d'entre todo elles mais b'bia, (e 1j enlre todos esles mais bebia)
Uu porque o amor do vinho o obrigava; ou porq o amor do outro o obrigaua
Ou porfl ue o eu beber o merecia, ou porq seu beber lbo merecia:
Tremelicando alli se levanlava, lremeleando assi se levanlava
Um borracbão famo o peudurado hum borrachão fermoso pendurado
Trasia ao liracolo ao esquerdo lado. trazia em tiracolo ao esquerdo lado.
37 37
Por dar lho do beber a poz diante, por darlhe de beber se pôs diante
C'o grande borrachão no solo duro, Com o gr. de Jlorrachão no solio puro,
Uma gran ver. lomou sobre um bocado. huma grande voz tomou sobre hil bocado
38 38
Os vinhos obedecem que encerrasle, os vinhos obedecem ii moslraste
e afluelles que em li bu cão refrigerio, se de les q em ti buscão refrigerio
Cujo beber soberbo laulo ama le, o soberbo beber lanto eslimasle:
'iio queres flue padecão viluperio nãu queira q padeÇào ,'ituperio,
POIS que esla adega óoie lhe mos Ira te, poi dentro nesla adega hoj e enlrasle
Niio ouças mais, pois bebado és direi lo, nem ouças mais, pois bebado <is direito
R9 :19
llem rara que aqui llacho o susLentasse, bem fora que aqui llacho sustentasse
40 40·
E lu pois que padre cs da borracbeza E pois cm beber moslra lal de lreza
(lo consinta que bebam por canada; não on enlai- <1 bebão por canada,
E porque moslres mais lua grandeza, lUas p." q mai- mostres lua grander.a
Tragão-Ihe alguns leilões la dit deveza Ire gallinhas e leilões lá da defeza
De conserva awitona e retalhada, de conserva azeitona bem talhada,
Que a sêde se repare e se reforme. com <1 a sede repare e a reforme.
41 4.1
O grão Francisco ledo consentio a qlO Franciseo ledo consenlio
li uma laca de vinho mui cheiroso o neelar de hum bom vinho mUj' cheiroso
Da rua diis adegas se parI io das alegres adegas se parlio
Provido de beber eus instrumento- porvidos de beber eis inslrumentos
4.'2 ~'2
Em quanto este consolho na f'lmosa Emq'o esle conçelho na fermosa
Adega se pas ou, aquella gcnlo ade"a ,e pa sou, a outra gente
Pi ando a charneca sequiosa a c·harneca eort.ando equiosa
Beher deseja d'Evora ii agua ardenle. de eja, beber de Euora a a"ual'dento:
E chegando a Amieira lamarosa chegando á moreira, e a merosa
Sem gola lhe ficar alli o bebeo. sem gola lhe ficar alli bebeo.
4.3 43
No Thomé do Pegões que era amigo no Fonle- dos pe"õe ,porq ra amigo:
Onde os abrac" o seu compadre anligo; onde os abraca seu compadre anligo
E em signal fiue da vinda se alegrava; em inal, ij côm ;t vinda se alegraua
lJ,08 LUlZ

_ 44 44
Que a terra não dá vinho ao que parece ii a terra não dá vinho (ao ii parece)
Mas impedlO-lh'o o ,'inho que chegava. mas empedio o vinho ii cbegaua.
45 45
Umn. recova d'asnos de Castella, Ma cb usma d'asnos de Castella
De que lugares estes o trurião? de ii lugares estes o traziiio
46 46
Senta-se ú mesa logo em continente, Senlamse ás mezas logo em continente
47 47
Outros de uns peixinho bem salg-udos. e ontros de hun pexinlJos estremados:
E os que de manjares vem despidos, e os ii lI'oulros manjares vem prouidos
E sobre isto uns aos outros vão brindando, e sQbre isto huns e outros vão brindando,

.,. *' *
8~6-9.~ Primeiro canto dos Lusiadas do insigne poeta Ltás de Camões, 1m·
dttzido a bebedice. - Manuscripto. Letra do seculo XVII.

Pertenceu á col\ecção de Norton, e acha·se encorpol'ac\o na biblioLbeca na·


eional. Esta copia, quasi similhante á que serviu na I'eproducção do folheto por-
tuen e Festas bacchanaes, está con;pleta e em bom estado. Tem igualmente algu·
mas yarjantes, porém sendo de menor valor affirmam-me ainda as im no que
escrevi acima. Vejamos, por exemplo, as estancias

Impresso Manuscrlpto

50 50
De Caste1la os marranos lhe torna vão Oe Castella os borracbos lhe tOl'llanão
Disse um d'elles; De jnnto Benavente disse hum delles de iunto a llenuvcnlo
106 . 106
Aqui já vem tomar livre d'engano Al)ui ia som lemor liure de enganos
A. quem deixou por vinho o seu terreno. a quem por uinbo deixou o seu terreno

'1('
* *
SlJ,7-1O.· lmitaçi"io ou an'ellledo dú primei7'o canto dct Lusiada de lais de Ca·
mões (e-ito á bormchesca: vi"io as outavas ol'igillal'ias e as imitações lJw'a que se ve·
jam melhor a energia da com]Josiçiio. - I\Ianuscripto.

Codice existente na bibliotheca publica de Evora.Veja o respectivo catalogo


tomo 11. Comprehende apenas 6q, estancias.

Começa:
Borrachas (sic)
As armas e borrachões assignaladbs
E acaba:
Buscam Peramanca amada vossa.
DE CAMÕES 409

8"'8-H." P1-imeii'o canto de Luíz de Camões contrafeito em bebedice. - Ma nu-


scripto.
Codice exi tenle na bibliotheca publica de Evora. Veja o respectivo catalogo,
lama II. É completa esta pa.rodia.
Começa:
As armas borrachões assignalado
Acaba:
A quem deixou por vinho o Tejo ameno.
Se~undo me informa o sr. Antonio Francis'o Barata, nem um nem oulro
coclice tem expresso o nome do auctor. O nome de Manuel Luiz Freire, que se
lê no catalogo mencionado, não passa de mel'a conjectura do auetor.

'lO

* *
8"'9-i2." Canto P1'.0 de Luis de Camões tmdosido ao de vinho, - Manu criplo
de letra do começo do seculo XVII.
É uma copia que o sr, Gabriel Pereim me lrouxe de .Evora para eu ver e
confronlar com oulras que já linha examinado. Está. encadernada em pergaminho
e comprehende, aJem da parodia completa do primeiro canlo, uma serie de ro-
IJlances ou canções da epocha e de varios poetas, uns originaes, outros traduzidos
ou imitado.
r\a primeira folha tem, de lelm igual á da copia, o eguiute: n A Dom Fran-
cisco de Pm'tll[)al: (eyto na El'a de 1601 Anuas. Coimbra". E de letra moderna:
"Canto 1." de ü,is ele Camões vertido pm' mn estudante d'Euora, OUt1'OS dizem que
pelo D.or l11anuel do Valle, Depu. do do S.'o Olficioo.
N'esta copia enconlrei lambem muita variantes, comparando-a com a paro-
dia impressa e com outros manuscripto~. Por exemplo:
Estancia 2"', terceiro verso:
::ie do grande bebor da nos a gente
Estancia 26, terceiro) verso:
quando com mil ludcscos n'uma1Jriga'
Eslancia :12, primeiro e segundo versos:,
Ve q. de Euora tinha sjlbjugaLlo)
os bebados e vinho e n'um acaso
Eslancia 33, primeiro verso:
Suslenlava contra elle o Cotigella.
4lO LUIZ

EsLancia.86, primeiro, quarto c quinlo versus:


O Marques que em o vêr logo d~smaia
parlesana, esloque e d'alabarda
E em lhe dando recado Jogo saia
Eslancia 106, ultimo yerso:
A fIliem por 1'0 lleixou o Tejo anleno
Esle codice lem na ullilna folha,: ,,,Ji'inis Coimb1'aJ).

'l!<
**
850-1.:1." Pm'otlia ao lJ1'irnei1'0 canto dos Lusiadas, etc.
O SI'. AnlQlüo AUljusto de Ca~vnlho Montt;iro'lJossuc uma copia Ila sua opu·
lenla collecçáo camoniana, letra elu secuto XI'U. Tem variantes.

'f.'
* *
851.-i4." Pa1'oelia, etc.- O illustre visconde de. Jurornenha possuía tambem,
encadernada com ouLros manusl:riplos, uma copia, letr~ elo seculo Xyu.

*
* *
852-15." Lvsiadas de Lvis ele Ca'l1lões. Com notas ele Manoel ele Fm'ia {f S01/so.
Cavalel1'o ela Ordem de Nosso Selí01' Iesu Clwisto {f Cavalei1'o ela Casa Real, «t.
Segunelo b01Taclor. Anno 1621. FoI.
O r@sto é roollido n'uma tarja de phant,lsia desenhada ti penna. trabalho em
que Faria e Sousa desejava apresentaT o seu conheeimcnLo nas artes graphicas.
Tem dedicaloria a Filippe IV com dala de 5 dezembro de i622.
Na folha tio rosto vê-se um córle para lirar qualquer nome ou indicação,
substituido por um peLlaço de papel nlmasso igual Áquelle em que foi desenhado o
rosto.
Parece que este manuscripto pertencêra ti. bibliolheca do antigo convenlo da
Graça, de Lisboa; e, IJela extincção das ordens religiosas, passaria a mãos ele n.ovo
possuidor e d'este para as do benemeri Lo viscunde de J uromenba, pois se sabe que
elle o possuía de de muitos annos, embora não o declarasse no tomo I das Ob1'((s,
pago 33'1, quando se refere a eUe; e sabe-se tambem que l'ecommendára á familia
que 'Por fórma,algul1la deEejava que lhe extravias em Ião precioso autol1rapho.
Cooservava-o fecbado n'uma das gavetas de um contador antigo, e poucas pessoas
o viram.
Ê o primeiro commentario aos Lusiadas, ao que póLle conjecturar-se, cht pro-
ria le\ra do commentador Faria e Sousa, que elle fez em portuguez, e que muitos
nl\os depois alterou e ampliou, tracluzindo-o para a lingua castelh ana.
DE CAMÕES

IA confrontação d'este precioso autographo com os commenlarios impressos


deve ser trabalho mui interessante. Não o faria agora, porque isso demandaria
muita paciencia e grande dispendio de tempo, e porque para o fazer era neces-
sario colligir a variadas r.opias em que parecia distrahir- e o celebre commeuta-
dor. Algumas d'e sas copias é quasi impossi vel saber- e se existem ainda occulLas
em algum archivo publico ou particular, em Portugal ou em Hespanba, ou se e
perderam de todo.
Este manuscl'ipLo appareceu para o leilão depois ua morte tio possuidor' e
foi arrematado pelo til'. Antonio Augusto de Carvalbo Monteiro por 812;$250 réis.

'if
**
853-1.6." Advel"!encias a alguns el"l"os de Luiz de Camões en~ os Lusiadas. POI"
D. Fmncisco Bolim rle 1I10111"a.- Manu cripto. Letra do seculo XVll.
Pertencêra á bibliotber.a do duques de Loulé, ma extraviúu- e, segundo a
neta do visconde de Juromenha nas Obl"as, tomo I, pago 31.7.

*
* *
856<-1.7." Comrnentorios de F. e Sousa aos Lusiadas. Lusíada tomo r.-Es mi
original que se impl"i711'io en 1I1ad1'id i el 2.' i el 3.' i el 4,· Alio 1638.-Tem 1'0 to
de phanta ia feito :í pellna pelo auctor dos commentarios, e o retrato de Camões
com a declaração, tamb m auto"rapha, conforme a reproducção que dou em fren-
te. Para o rosto, por Ler mancha do tempo e não e lar já com as linha - bem clara,
não me foi possivel empregar o mesmo processo, e por i o deixei de o reproduzir.
E Le original comu e vê, é o que sel'l'iu para a impressão. E tava depositado
na bibliotheca do congregados de S. Filippe Nery, no antigo convento da Ne-
ces idades, e d'ahi pa sou com os outros livros d'aquelle r.onvento, extincto, para
a real bibliotheca da Ajuda, onde o examinei.
Veja a este re peilo e do reI rato o arligo qU0 o r. Hodrigo V. de Almeida,
zelo 'o omcial da nl SOla bilJliolheca, escreveu pal'a o upplemenlo ao n.· 59 da
revi ta illustrada Ocddente, 3.· anno.
'ii'

* *
855-1.S.' lllyadas ou apotheosis a Lui;:; de Camões. POI" Antonio José Neves
Grtl'cict. Rio de Janeil'o.-lI'lanuscripto em poder do aucLor.
, • Veja o Catalogo ua expo ição camoniana realisada no Rio de Janeiro em
1SS0, pago 71.

* *
856-19." Censuras do cOlll1J!enlo de Manuel de Fa1'ia e Sousa Os Lusiadas de
Cwnões.
É a collecção dos documentos originaes que erl'irarn para este proce o;
acompanhada da propría informação auLographa, ou aI legação, que Manuel de
41.2 LUIZ

Faria e Sousa escreveu em sua defensa, sob a data de Madrid a 20 de julho de


i6!J.0 e a assignatura do auctor.
É inteiramente da letra. de Manuel de Faria, mas copia com os primores cal·
ligraphicos de que elle parecia usar com certa vaidade, p~ra se ver que sabia de·
senhar e escrever com correcção de traço, ass.im como sabia redigir com e pan-
tosa facilidade, e que para esses lavores tinha vagar e paciencia. As proprias as·
signatura , ora as fazia com simplicidade, a crITer, com letra intelligivel; ora com
as leU'as capitaes ornamentadas.
Confrontando e ta "informação" com a que foi impressa, e anda appen a a
llIuitos exemplare dos "Commentario ", Dotam·se algumas variantes nas "luzes-
ou capitul03 em que ella se divide; e que no fim não tem a data po ta no auto·
grapho. AdvirIa-se, porém, que, COIlIO Manuel de Faria e Sousa se comprazia. em
tirar, do seu punho, copias lias tralJalhos que ia completando, tambem não dei·
xava passar Jauda manu cripta, ou folha impressa, em que não pozesse emendas,
entrelinhas ou addilamenlos, em tiras de papel. Acredilo por isso que não erá
facil encontrar redacção perfeilamente igual nos papeis, autographos ou ilDpre .
sos, do notabilissimo c(lmmentador de Camõrs.
Esta coJlecção pertence ao illustre camonianista sr. Antonio Augusto de Caro
valho Monteiro. Tanto estes documenlos, como o seguinte, haviam pertencido a
um individuo de appellido Serra, sobrinho de João Baptista Correia Leilão; licen·
ciado e familiar do santo omcio.

857-20." Cm·ta censum áCe7'ca c/as Rimas, c01nmentac/as pO!' Manuel de Fa·
ria e Sousa, Terceim l)(ti'te. - Folio de tres laudas. Autographo, e sem titulo.
Tem a data de '19 de julho ele :1678, e a a signatura por abreviaturas de fr. Ma-
nuel de Santo Athanasio.
Verificou-se que as correcções e alterações, no s.mtido religioso e moral, in-
dicadas n'cste precioso documenlo, inedilo alé hoje, foram feitas tiO correr da
impressão das Himas.
Pertenc.e ao sr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro. Relativamente a
compra d'elle veja·se a nota acima.
*
* '*'
858-21.." Val'ias l'imas de Lvis de Camões. Comentadas P01' Manuel c/e Faric~
e SúUS(t. Cavall.'·o de 'la Orc/en ele C/wisto, i de la Cas(~ R,l Segundo bO!'1'ado1". M(I-
dl'id, M.OC.XLIlIl. FoI.
Tem collada no rosto uma e phera armillar, cortada de alguma obra impressa.
'l'ambem pertenceu á bibliotheca do extin 'to convento da Graça de Li boa.
E te manuscl'ipto, igualmente autogl'apho, não foi o que serviu para a impres·
são, não ob tante, por sua disposiçãO iaual á do manu cripta existente na real
bibliotheca da Ajuda (entrelinhas, chamada e tiras de papel collada com elllen-
das), se nos represente que Llel'ia ter esse Llestino. Veja-se o qne a e te respeito
dis e o nobre visconde de Jllromenha no lama T, pago 335. , I

Foi apre entado, corno o anterior manllscripto, para o leilão dos livros do
me mo visconde annunciado em novembro e realisado em dezembro d'este anno
1887. Foi arrematado por 22i)~000 réis pelo s\'. Bernardino Ribeil'o,
DE CAMÕES M3

8fl9-22.· DrS1Jachos para a censura da quinta pnrte das Rimas de Manuel de


Faria e Sousa, datados de LislJOa a.28 de maio de 1677, 13 de maio de 1678 e
ade março de 1679, assif:(nados por Ianuel de Magalhães de Menezes, Manuel
da Moura Manuel, Frei Valerio de S. Raimundo, Manuel PimenteJ de Sousa. e en-
dereçados aos qualificadores do auto omcio, doutor frei Jorge de Carvalho, padre
meslre frei Agostinho de Santo Thomas, e padre mesl re frei Duarte da Concei·
ção. - Censlt1"as dos qualificadores em virlude dos despachos, ou ordens, acima
notados.
A primeil'a cen um de frei Jorge de Carvalho, benediclino, é datada de 25
de julho de 1677; n segunda, de frei Agostinho de Santo Thomas, dominicano, é
clalada de III, de julho de '1678; e a terceira, de frei Duarle da Conceição, francis-
cano de Xabregas, é datada de 24 de abril de 1679.
Nada mais simples que o parecer tio doutor frei Jorge de Carvalho, e por ser
breve transcrevo-o em seguida:
"Li eslas rima varia. de Mel de faria e Sousa, q saõ mio excelentes, prin
cipalmente p. o tempo em q as COlllpOS, usando com todo o primor, a arte dn
poesia, e em todo o Liuro, não ha cousa contrn. a fee, ou bons custumes, e se lhe
pode dar a licença q pede; S. Bto 25 de Julho 677.-0 D.o'· rI'.
JOl'ge de Canta-
Iho.lI

o padre mestre frei Agostinho de Santo Thomas não se contentou com uma
censura breve, laconica e de applauso, como o seu colle~n qualificador frei Jorge
de Carvnlho. N,10 só se estendeu por muitas folhas de papel, mas não poupou a
Faria e Sousa nenhum dos lognre~ dos commentarios que se lhe representaram
oifensivos da· religião e dn llIoral. E intere santíssimo este documento.
Com esta censura ourigou o impressor a alterar e adulterar pa sagens,
a que porventura o cOD1llJentador teria amor por julgar qlle não destoariam dn
idéa do poeta e c1arialJl relevo ao ,eu pensarnentü.
Assim, logo no principio da censura acerca da egloga r, estancia 39, declara
que é seu parecer que se devem riscar no original de Faria e Sou a tres folhas,
para que nem a este, nem ao poeta, se attribua que elles podiam vaticinar, o que
não lhes ern permitLirlo segundo a lei canonica e os melhores auctores tbeologos,
que cita; depois manda alterar na egloga JI :1 estanci:1 35, e risear mai nove li·
nhas; Jl:l. egJoga m a eslancia i8; na egloga v a eslancias 37 e 38; e na egloga vn
as estancias 1, 23, 38, ;~g) ~O, 50 e 5'1. .
Para se avaliar a linguagem d'cste censor, 'l'eja-se o (recilo seguinte, textual-
menle copiado: .
"Na egloga segunda, eslancia 35. ê[ começa por este terceto: la mais pude
com o fado tcr cautela - Nem ouue em mi c.onlentamento - que não fos e tro-
cado em c1t;rn e trella." Refere o com"ntador li este (erecto estaua em a impres-
são 1.. desle modo: Não se pode com o fado ler cautela-nem pode auer nenhum
contentarnento - q não seja trocado em cima estrella. e sobre isto acrescenta q
na mesma primeira impressão se eondernnou, ou emendou esle segundo modo de
dizer em o prim. o e a sim deuia ser porq em a impressões q agora ha, e-ta o
terceto com o prim. o modo de dizer; poreul a uolla disto empenhase o comenta-
LUIZ
(
dor, fi o mesmo era hum dizer fi outro ou sendo a proposIção uniuersal, ou par-
ticular, em nome do poeta, com as cil'cun tancia de falar sem si o, e cl'mo de-
s'lsperado; ao modo de falar em uniucrsal per modo de sentença: e 1a taua co-
nheceI' o comentador, fr e ta emenda ou mudança cra iulgada, e mandada executar
p~lIo .to alIo na. i1l1pressões q ha, p.' não ter q arguir, e impugnar, ante obe-
deceI', c acomodar-sc m. lo com ella: e assim sou de pareccr q lique estc terceto
pelIo prim. o mouo referido, q fala em particular, pois assim anda COOlmum. IC nas
impressõe ; e fi se risque a lIarraliua do comentador, e o querer arguir esla mu-
dança, e emenda, e ~quip3l'ar q o mesmo eJ'a falar em uniuersal, q em particular.
e deue riscarse das palaura fr começão: este terceto. até as q acabão: "ueyasse
lo q dixe allà. [as.»
O padre mestre frei Duarte da Conceição, na ua censura, tambem não é po-
bre de argumentos. Posto que menos extenso, nos pontos esscnciaes, segundo o
seu modo de ver, parece que se combinou com frei Ago tinha, e lhe ~rruiu o
rumo, A sua cen ma, pai, recáe na egloga I, estancias 38 e 39' egloga If, estan-
cia 38; egloga lIT, estancia i8; egloga v, estancia :17; eglo!!a VlI, estancias i, 23, 37,
38, 39, 50 e ãi. v

Para se ver a harmonia dos dois censores, na aspera censura a Faria e ousa,
leia-se o que elles e creveram a proposilo da egloga VTI, estancia 50. Paz frei Agos-
tinho no seu parecer o seguinte:
"Em esta mesma egloga 7.', estancia 50 sobre o uer o quinto: o caso de Ac/eoll
sou de parecer 1( se risquem a pa lauras do comentador, da q começa: estaua e
Diaha desnuda, até: yestos comem de sus galgas: assim por1( nestas palamas de .
creue a Diana com desenfado, lauando e, e di composta, como se deixa u r. o q he
Conh'a banas mores: como tambem porê[ referindo q Diana conuerteo a Acteon
em Veado, pella uer descomposta, dis assi: y ella con um asperges, ele q fucron
hy sopas sus manos, le conuertio ell uenado ... Ultimamente porq no fim de te
comento elis palauras iniuriosas contra molheres. __ lIe falar este, de m. l ' liber-
dade e em materia graue, e escandalo a, com palauras indefinidas, ê[ equivalem a
uniuersaes... »
Agora as palavJ'as de frei Duarte da Conceição:
"Em a estancia 50, ua mesma egloga 7, tras o Comentador a fabula de Dia-
na, com Acteon: coisa pouco honesta ... Sou de parecer e lhe tire a fabula e o
y sobre ela diz, y consta de ponro mais de 12 regras principião: Estauase Diana
desnuda: e acnbão estas comem de SilS galgas. Em esta mesma stancia, ou sco
comento, di o comentador, q entre esta estancia, e a l[ e segue, lhe farão tirada
duas e tnnrias, e ello mesmo moslra conhecer a causa, fj era por se desm'euerem
alguãs discomposiçõc fI Aclcon uio em Diana; e se queixa disso e dos imperti-
nentes e cru pulos, como dando cargos contra os qualificadores, ê[ lhe não deixão
passar coisas tão desh6nestas, e contra bonos mores."
Po uo de de annos uma copia conferida d'esles interessantes documentos,
extrahida do manuscripto, que existira em um dos antigos conventos de Lisuoa.

*
* *
860-23.' Versos ele vm'ios poetas ]Jol'tu,quezes, principalmente TiniaS ele LltÍZ
ele Camões, e alguns de Bernardes, Sá de lI1i1'anda e olltros.- fanuscripto do e-
cuJo XVII,
DE CAMÕES 4i5

Existia na bibliotheca do nobre visconde de Juromenha, e d'elle se serviu a


D. Carolina lichaellis de Vasconcellos para a sua edição critica de Sá de Mi-
51'.'
randa.

* * oX'

86,1-2-'1,." Cal·ta que escreveu o Jui::: de Fora úe Alcobara a F. assistente na


villa de Alcobaça.- [anu cripto datado de 1 de outubro de 1754.
'e ta carta, o auctol' ana/y a a critica de certo f"ade a alaurnas poe ia
de um poela portuen e, e e pecialmenle um onelo de Jo. é de Oliveira 1'l'Ov:10
Sou a (citado no Diccionnrio biblio!Jl'aphico), feilo por occasi:1o da morte da rainha
D. Marianna de Au lria. Ju tinca e la' poe ias com a auctoridades de Virai/io e
Horacio, e entre os portuguezes, Camõe , a quem chama o nzai01' dos poetos pOI'-
tU[JURzes, transcrevendo soneto e oitavas.
Esta nota foi-me oI.Jsequiosamenlc commullicadr, pelo erudito lente da e cola
m dico-cirlll'gica do Porlo, e bibliopbilo, o
1'. Pedro Angusto Dias, que po 'sue o
manu criplo.

*
* *
'862-25." Memol'ia sobre a origem das academias, e ácel'ca ele. um com111en/a-
'rio das poesias de Call1úes, 1)01' Joaquim José da Costa e Sá.-.1Ifanu 'ri pIo. 17 I.
Foi lida esta memoria na academia das sciellcia rle Lisboa, mas depoi ex-
tra\ iou- e o original.
'.~

* *
863-26.' Memorias do gmnde Lui::: de Camões.-E lão comprehendidas n'um
vúlume Illanu cripta do começo do seculo XVlIl, exi lente na bibliolbeca nacional
de Li boa, encadernado ob o titulo de lJiSt01'Í.l de Lisboa e com o numero de or-
dem A-Ii-H.
Contém int res antes noticias ácerca de i"reja e conventos dn capital, e no
livro IV. que e intitula Nol'icias dos mosteil'os das "eligiosas da cidade de ~isboa,
o li! (fi. 4'13 a lJ,17) é dedicado ao egregio poela, porem naua adianta. E uma
lJiographia copiadn de outras impres a e conhecida'.

*
* *
86'1-27." J'omel':::lt'lIgen :::n der Lttsiade des Camoes.-iUanu cripta enviado ao
fallecido viseonde de JUl'omenha. Continha apenas algumas noLas aos Lusiad(/s. Não
o vi nunca.

*
* *
865-28.' Resposta, á obra elo SI'. Latino Coelllo "Camões», no tomo I da "Ga-
lel'Ía dos varões illu tl'es» do e(ZitOl' David COl·oz:::i. - Manuscl'ipto.
41.6 LUIZ

Inedito do vi conde ue Juromenha. Ficou incompleto. Examinei-o entre o


papeis particulares do benemerito camonianista. ão só nflo enconlrai o final
d'esla Resposta, ma na parle copiada a limpo pelo auctor havia a falla de um
ou dois capitulas. O plano da refutação era seguir capilulo por capilulo a obra
do sr. Lalino Coelho.

*
* '*'
866.,.29." O leüo e o bUlTO. Resposta á obm "Camões e os Lusiada " dI) SI'.
Eum'isto Leoni. - Manuscl'ipto.
Inedito do nobre vlsconde de Juromenha. TanIa a respeito cl'este manu'eriplo,
como do antecedentl', veja-se igualmente o que referi no Diccionario, lama x,
pago 157, n.·· 5414 e 541.6.

'*'
"" '*'
867-30.' Glosa da estl'opIte "Estavas, linda Ignez, po la em socego" POI' An-
tonio da 1!onseca e Amm·a!. - Codice exislente na bibliolheca de Evora. Lelra do
seculo XVrII.
E lá reproduzido n'um folheIo do sr. A. F. Barala. Veja no lama pre enle
a pago 33~, n.O 527-1.92.', e na pago 336, n.· 538-203.-, a menção de oulro codice da
mesma bibliotheca mandado imprimir pelo SI'. Barata.

*
* *
868-31.." Agnetis a Castro E1Jisodium ex Lusiada Camonis Tl'ans!atu,llI. Gi-
gantis rldamastoris Episodium ex Callwnis Lusíade tmns!atum. - Manuscriplo
assignado pelo lmduclor dr. Luiz Vicenle de Simolli e datado de 18 O.
Pertence ao auctor da versão, no Rio de Janeiro.

*
'"' *'
869-32.- Notas I'elali vas :.is ed ições das obras de Camões. - Man LI cri plo en·
conlrado na collecção camoniana de Thomás Norlon e da ua lelra.
,.
'este livro ia o colleccionador lançando varias lembranças ácerca das ohras
que examinava ou adquiria para a sua bibliolheca, notando alguns preços, dill'o-
renças nas edições mais apreciaveis, segundo o seu modo de ver, e outras espe-
cies bibliographicas, que todavia por sua de!leiencia não puderam servir ao meu
intento.
Exi te na bibliotheca nacionàl de Lisboa.

* *
870-33." É!oge de Camoens déd'íé à Sa Magesté Dom Luiz 1" Roi de Portugal
DE CA~IÕES !H7

pai' M, l'abbé Pat,-ice ChaitViM're, missiollaire apostolique, Pm'is, le 3 Décembre


1880. - Folio de 27 foI has escriptas só pela frente,

Existe na bibliotheca palticular de sua mageslade EI-Rei D. Luiz L

*
* *
871.-34,.' Os Lusiadas de Luiz de Camões, tmnscriptos paI' mil e um admim·
dores do Poeta, - Manuscl'ipto (i880).
Contém: o retrato do poeta desenhaeIo á penna pelo sr, Hel1l'ique Pousão;
, prefacio escl'Ípto expressamente pal'a esta edição pelo SI'. visconde de Juromenha;
ante·ro to, rosto, rubricas dos cantos e emblema final, desenhados á penna pelo
calligrapho Manuel Nunes Godinho.
Cada estancia foi copiada e a signada por uma pe soa convidada para esse
fim, começando pelr sua magestade EI-Rei D. Lui1., e os demais membros da fami-
lia real portugueza, e eguindo, indi tinctamente, os mini tros d'estado enlão ell'e-
clivo, o mini tI'O d'estado honorarios, os membros dos dois corpos legislativos,
e os homens mais salientemente collocados (sem distincção de partidos) na po-
lilica, na sciencia, nas letras, no commercio e na industria.
A commissão incumbida d'este trabalho era composta dos srs. J. B. Gomes
Machado Falcão, Arthur unes Pinto, Adolpho Barroso Pereira Salazar, Feliciano
Ferreira José P. da Silva Mengo, Henrique Pousão e Alfredo Portella Moreira,
os quaes se desempenharam do encargo de um modo superior a todo o elogio.
Era destinado este preciosissimo livro á bibliolheca publica do POJ:lo, que o
possue luxuosamente encadernado, com a condição, segundo leio no catalogo da
exposição camoniana do palacio de crystal, ode nunca mais saír da bibliotheca,
ob nenhum pretexto»,
D'este exemplar, ao que julgo, nasceu 'a idéa da edição lithographica, já men·
cionada e cuja publicação está desde muito interrompida.

*
* *
872-35," A estantia CXL do canto X dos Lt,siddas tmduzida pam lingua
~l'asilica
pelo d,', Baptista Caetano de Almeida Nogt,eim. 1880,- Manuscripto.
Esta versão con ervava·se inedita na mão do lI'aductor, segundo a nota que se
me depara no catalogo da exposição camoniana realisada pela bibliotheca nacio-
nal do Rio de Janeiro em to de'junho de i880.

*
* *
873-36." Index dos Lusiadas de Camões. Vol. 3.° e 4"o-l\fanu cripto.
Pertencem ao sr. José do Canto, da ilha de S. Miguel, o qual 'no seu interes·
sante, e já citado catálogo da camoniana, poz a seguinte nota;
TOMO XIV (SllpPI.) 27
!d8 LUIZ

"TorJas as palavras, que entram na composição dos Lusiadas foram disp'ostas


em ordem alphabetica, e em seguida de cada uma se transcreveram todos os ver·
sos, em que a palavra entra, com referencia ao canto, estancia e verso. A parle
incompleta d'e te trabalho comprehende desde o pronome -isto- alé a ultima
palavra - ym'. Talvez seja parle do trabalho attribuido a Joaquim Ignacio de Frei-
tas, com o titulo de COllconlancia de todos os vocabulos dos Lusiadas de Luiz de
Camões. Ms.... Os 2 volumes, que possuo, pertenceram ao SI'. Marreca.»

*
* *
874-37.· Concordancia de todos os vocabulos dos Lusíadas de Luiz de Camões,
PP" Joaquim Jgn.· de Freitas. -Manuscripto do seculo XIX. Devia servil' para uma
nova edição do poema.
Existe na bibliotheca da universidade de CoimbJ·a.

*
* *
875-38.· Os Lusiadas. Ediçüo expur'gada de erros que nunca (omm cor·
"igidos até hoje, etc. Por Fr'ancisco Gomes de Am01'im (i887).
Á data de escrever esta nota, o illustre auctor conservava inedito o original,
já preparado todavia para a impressão.
O SI'. Gomes de Amorim não tinha dado titulo definitivo ao seu trabalho,
que resolvêra dividir em quatro partes: I, infToducÇão, em que apreseuta varios
estudos e analy es; lI, o poema, commentado estancia a estancia, pela maneira de
Manuel de Faria e Sousa, exceptuaudo só d'e te processo a e lancia que não lhe
offereceram duvida alguma; III, ob o titulo Novissima verba refere-se ao os os
de Camões e á sua trasladação para o templo dos Jeronymos, em Belem, la li·
mando que se fizesse tal trasladação, que no seu entender foi vergonhosa por
muitas rasões, o que se propõe demonstrar com documentos; e IV, appendice, elll
que ampliará o que tiver escripto e impresso, dando á publicidade observações e
factos não conhecidos.
Esta indicação fidedigna faz-me suppor que a nova obra do SI'. Gomes de
Amorim trará elementos inapreciaveis para o estudo de Camões, das suas obras e
da sua epocha.
*
* *
876-39.· Catalogo da camoniana da bibliotheca da imp,'ensa nacional de Lis·
boa.-lI1anuscripto.
Contém iH numeros incluindo já muitas publicações do lricentenario.

*
* *
877-40.' Catalogo da camoniana de Carlos CY"i/lo da Silva Vieil'a, director
DE CAMÕES 4,:19

da imprensa da academia 1'eal das sciellcias de Lisboa.- Alem da parte impressa,


que comprehende 4,09 numeras do tricentenario e 52 antes, tem mais 755 nu-
meras do tricentenario e :185 antes, ou :1 :4,02 numeras.

'!l'
* *
8784:1. 8 Catalogo da camoniana de João Antonio Mm'ques. - Manuscripto
(Lisboa),
Comprebende mais de 600 numeros, incluindo publicações do tricentenario,

*
* *
879-42. Catalogo da camoniana de Brito Aranha, - Manuscripto (Lisboa),
8

Comprehende mais de i ;4,00 numeros, mas pela maxima parle relativos ás


publicações do tricentenario, de que se dará conta no tomo seguinte d'este Diccio-
nario,

*
"* *
VI

Bibliographia

Indicação de oatras fontes para o estado das edições,


e que :me serviratn de guia

880-:1. 8 Bibliotheca Lusitana, etc. PaI' Diogo Bm'bosaMachado, Lisboa :1731.-


i 759. Folio 4, tomos.

Alem de oulras-referencias, no tomo m, de pago 70 a 76, corre um amplo ar-


Ligo ácerca de Luiz de Camões e das suas obras, e das diversas traducções de
que teve noticia, ou conhecimento proprio, o illustre abbade de Sever,

*
"* *
88:1-2.· Exame critico das p"imeiras cinco edições clos Lusiadas. Pm' Sebastião
Fl'ancisco de Mendo Tligoso. 4". de 45 pag,- Tem no fim: «Imp,'esso no tomo VIII,
PIll'te I das Memorias da Academia Real das Sâencias de Lisboa", 1.823.

*
* *
882-3. Bibliotheca Lusitana; 01' Catalogue of books and t1'acts, 1'elating to
8

lhe History, titel'atul'e, and Poetry, of POI'tugal: (o1'ming part of the libl'ary, etc,
By John Adamson, Newcastle on TYlle, P1·tnted by T. and J. Hodgson, Union
420 LUIZ

Street. ~mcCCXXXVI. 8.° de rv--I15 pago Com gravuras no texto. Entre ellas os
bustos de Camões a pago '1-.7 e 67 e os medalhões a pago 53 e 72. ' -
N'este catalo.go vem a menção da importante camoniana que formára o afa-
mado e benemel"Jto Adamson, então uma das mais notaveis existentes na Eu-
ropa,

883-4. 4 Relatodo ácel'ca da bibl iotheca nacional ele Lisboa" e mais estabeleci-
mentos annexos, elc., P01' José Feliciano de Castilho BmTelo e NOl'onha, elc.
Lisboa, typogmphia ülsitana, 1844-1846. 8.0 4 tomos.
No tomo IV pago ii, o hibliothecario mór indica as edições mais raras dos
Lusiadas, ou Rimas de Camões que então possuia, a bibliotheca, em numero
defO.
Presentemente a camoniana d'e te estabelecimento, pejo que re peita. ás edi-
ções anteriores ao centenario, depois da compra dos Iivl'Os de Norton, fi mui no-
lavei pelo grande numero de exemplares para confronlação e estudo.

884-5." Manuel du librail'e et de l'amateur ele libl'e~, etc. etc. Par Brunet
Paris, 1860-1878. 8.° grande.
Veja.·se no tomo r as co\umnas f515 a f5:1.8; e no Supplemento, tomo T, a co-
lun'lI1a 200, onde>em uma relação das edições das obras de Camões.

* * ;lo

885-6. a 1I1anual bibliogmphico 1J01·tuguez de livros ml'OS, classicos e cll1'iosos,


coordenado pOlo Rical'do Pinto de Matlos. Porto, 1878.8.,0 grande de xrr-582 pago
e mais i com correcções.
A hibliogl'aphia camoniana vae de pago 88 a f2L

*
* *
886-7.' Obms de Luiz de Camões, pl'ecedidas ele um ensaio biogmphico, etc,
Pelo visconde de Juromellha. Lisboa,(imprensa naciona,l, 1860-186.9, 8.° grande.
6 vol. -
o tomo:r,-de pago 209 a 484; e no tomo vr, de pago 467 a 475, noticia
das obras de Camões, das diversas tl'aducções e estudos relativos ao poeta.

*
* *
887-8.' A collecçúo camoniana da bibliotheca nacional (do Rio de Janeú'o)
DE CAMÕES

pelo sr. dI'. João de Saldanha da Gama.- Nos almaes da mesma bibliotbeca, voI.
I, II e m (1876-1877).

Comprehende 251 numeroso Este trabalho muito minucioso, e povoado de


excellcnles criticas, ~ dos mais complelos que tenho visto relativamente á biblio-
grapbia camoniana, tão dillicil de fazer-se, e impossivel de dar-se por completa
e perfeita.
*
* *'
888-9." A catalogue o{ choice, "are, valuable books, in aU langttages, on sale
by Tn"ibller {f C. 57 {f 59 Ludgate Bill. London. 8.° de 48 pago
De pago 1 a 15 comprehende a menção de uma collecção camoniana, antece-
dida de uma noticia bibliographica. ..
*
* *
889-10.' Catalogo da, liVl'a,'ia do {allecido cavalhei,'o Thomaz NOl·ton, etc.
Porto, 1860. Typographia de ebastião José Pereim. 8.0 de 72 pago
o leillio d'esta livraria eITectuou·se em julho do anno indicado. A camoniana
do l10tavel lJibliophilo ahi comprehende 89 nu meros, de pago 6g a 72, e foi pela
maior parte comprada para a bibliotheca nacional de Lisboa, onde ficou desde
enlão encorporarla.
Este catalogo não se encontra facilmente. Falta a muitos camonianistas.

*
* *'
890-H." Catalogp dos livros que {omln do {a/lecido SI'. José Gomes jJlonteil'o,
etc. Porto, 1880. 8.°
Tem de pago 281 a 299 menção da camoniana, que possuia Gomes Monteiro,
com 154 numeroso
'"
* *
891-12." Catalo.'lo da copiosa bibliothera do {allecido innocencio F1'(lIlcisco da
Silva, illqtst'/'e e erudito auetol' do dicciona'rio bibliogl'aphico portttguez. Lisboa, ty-
pogl'ophú! universal de Thomás Quintino Ant'unes, etc. 1877. 8.° granue de 115-
22-23 pago

Este catalogo 'é dividitlo em tres parles, e teve uma tira/Zem especial,' mui
limitada, em papel superior. PO'suo um d'e~tes exemplares. Na parte I ficou a
relação da camoniana de Innocencio, pago 16 e 17 contendo f13 numeroso

*
* *
R92-:13.· Portugal e os estmngeil'os paI' 111. Bernardes Bmnco, Lisboa, editor
Antonio Mm'ic! Pe/'eim. 8.° grande. 2 tomos. Com retratos.
422 LUIZ

N'esta obra encontram-sê numerosas citações camonianas e a menção de obras


que se referem ao egregio poeta e aos Lusiadas. É indispensavel para a bibliogra.
phia camoniana.

*
'*' *
893-i4.· Catalogue ofthe Spanish Lib7'a1'Y and of the POl'tuguese books bequea-
thed by Gem'ge Tiknol' to the Boston Public Libra1'Y, etc. By James Lyman Whitney.
Boston. 1879. 4.° de xVI-476 pago
Veja nas pag, 55, 56, 428 e 429, bibliographia éamoniana.

*
* *
894-i5.· Bibliographia camoniana por 1'heophilo Braga. Lisboa. Imp7'ensa de
Ch"istovão A. RodJ'igues, 145 l'Ua do Nm·te, 1.0 MDCCCLX.xx, 8.· grande de 253 pago
e mais i de indice. A capa, o rosto e o começo dos capitulos a duas cores. Im-
pressão mui nitida e luxuosa.
Esta edição conslou de 325 exemplares assignados e numerados: n.0 i a 25
8

enl papel de linho Whalman, 26 a 325 em papel velino branco Montgolfier. As-
signam os srs. Antonio Augusto de Carvalho ~fonleiro (editor) e Theophilo
Braga (redactor do catalogo). Possuo, por mercê do sr. Carvalho Monteiro, o II.·
280.
Nenhum exemplar foi posto á venda. Quando apparece algum, tem preço
elevado. 'o leilão dos livros do fallecido Minhava foi arrematado um, em papel
de linho, por i2~200 réis, pejo proprio edilor o sr. Anlonio Augusto de Carvalho
MonleÍl'o.

'*'
'*' *
895-i6.· Centenario de Camões. Catalogo resumido de uma collec.fão camo-
niana ea;posta na bibliotheca publica de Ponta Delgada, POJ' occasiüo desta sole-
mnidade nacional. 10 de junho de 1880. Typograpltia do Al'chivo dos Açol'es, S.
Miguel. 8.· de 2-69 pago e mais i innulllera'da de indice synoplico.
É o da camoniana do sr. José do Canlo, que o dedicou á memoria de Ca-
mões.

*
* *
896-i 7.' Catalogo da camoniana da bibliotheca publica municipal do Porto,
coordenado por um dos olJiciaes gUa1·da·salas da mesma bibliotheca. Porto, typo·
graphia de 1I1anuel José Fen'eim. Rua de Santa 1'hereza, 26 e 26-B. 1880. /Í, ••
de 69 pago
Foi redigido pelo laborioso empregado da mesma bibliotheca, Ricardo Pinto
de Mattos, já falJecido. Contém indicações curiosas.
DE CAMÕES

*
* *
897-18." MDLXXX-MDLCCCXXX. Bibliographia camomana servindo de catalogo
offiâal da exposição camonian<t do centenal"io, com'denada pela commissâo littemria
das festas. Porto, pa/acio de crystal, editm·. Typogmphia occidental. 8.° grande
de xxvI-2-168 pago e mais 1 de rectificação.
A impressão é nitida, em papel de linho. Trabalharam principalmente n'este
catalogo os srs. Tito de Noronha e Joaquim de Vasconcellos.

*
* *
898-19." Catalogo da camoniana pertencente ao S1'. Fernando Pereira Palha
(Lisboa)
Foi publicado no Annuario da Sociedade Nacional Camoniana (i.o anno, 1881),
de pago 143 a 175. Contém 284 numeros, dos quaes 219 antes e 65 depois do lri-
cenlenario de Camões.

'1<'
* *
8!.J9-20.0 Bl:bliogl'aphia camoniana. Resenha chronologica das edições das obms
de Llâz de Camões e clas SltaS tmdncções impressas, tanto umas como outl'as, em
sepm'ado, POI' Alfl'eelo do Valle Cabral. Rio de Janeiro, typogmphia da "Gazeta
de Noticias", 1880. 16.° de 53 pago
Saiu li luz no dia do tricentenario de Camões. Foi depois reproduzida no
Porto, corno se verá em o numero seguinte.

*
* *
900-21." Bibliogmphia Camoniana. Resenha chrollologica das edições das obms
de Luiz de Camões e das suas lrae/ucções il1tzJ'ressas, tanto umas como outras
em sepa?'ado, pOI' A/fl"edo da Valle Cabral. Edição l"evista pOl' Joaquim de Aml~J·o.
Porto, typographia occidental, ,56, l'ua da Fabrica 66, MDCCCLxxxrv. 8.° grande
de vll-35 -pago
No post-sc7'iptum, assignado pelo sr. Joaquim de Araujo, declara este escla·
recido cavalheiro, poeta e camonianista, que a sua revisão, por circumstancias do-
lorosas, não pôde passar da primeira folba.
A: tiragem d'este opusc~llo foi apenas de 12 exempla~es, incluin~o 2 em pa]?el
da China para os s1's. Anlomo Augusto de Carvalho Monterro e Joaqülm de AraUJO.
Possuo o n." H.

"" *
901-22." Catalogo da exposição camoniana realisada pela bibliotheca nacional
LUIZ

do Rio de Janeiro a 10 de junho de 1880, etc. Rio de Janei1'0, typographia na.


cional, 1880. 8.· de 7:1 pag.- Comprehende 486, numeras, incluindo alguns do
Lricentenario.

902-23.' Catalogo da bibliotheca da sociedade Nova Eutel'pe. Parlo, typogra,


phia de A1·thtt1' José de Sousa ~ Irmão. 1882. 8,· grande de 224 pago
A secção camoniana vae de pago :195 a 221.

903-24. a Luiz de Camões, ses anwres et sa litlél·attt1'e. Cata/ague d'une nou-


velle collection, etc. Chez W. H, Rühl, lib. Berlim, 1884, 8.° de:19 pago (Supp. A).

904-~5.a Catalogo da nova livrm'ia intemacional de Lisboa. Obras camonia'


nas, etc, E o (asciculo n." 2 de (el ereÍ1'o de 1885.
l

'K'
* *
905-26." Catalogo elo repo"itOl-io camoniano de Ca1'los Cyrillo da Silva Vieim.
Lisboa, na i1llpl'ellSa ela acaelemia l'eal elas sciellcias, 1882. 8.· de vllI-56 pago
Contém 409 nu meros do tricenLenario, e 52 anLes d'essa epoclla.

*
* *
906-27." Catalogo dos livros que se l'eveilclenlO em /ei/a.) no POI'tO no dia 15 de
dezembro de 1884. POI·to, typographia de F1'I'ga Lamal', 1884. 8.· de 69 pago I

A menção das obras camonianas vem de pago :f.:f. a :16 com 80 numeras.

;~
* *

907-28." CeLta/ogo dos liv1'os qne se 1'evenclenlo em leilao no Porto lLO dia 15
clejaneil'o de 1886, etc. Porto, typog1'C/phia de A. J. ela Silva '1'eixeim, 1884. 8.° de
72 pago

A secção camoniand corre de pago 5 a :f.:f..


DE CAMÕES lJ,25

*
'" *
908-29.· Catalogo das livml'ias do illtislre academico Antonio da Silva Tullio
e do dislinclo adlJogado Augttslo Mal-ia de Quintella Emauz, etc, Lisboa, tllpogra-
phia da viuva Sousa Neves, 1884, 8.° de fOi p~g.
Tem uma parte camoniana, que vae de pago i9 a 22.

909-30.' Catalogo da bibliotheca do fallecido conselheú'o João FeliJ; Alves de


1I1'inhava, etc, Lisboa, typog1'Ophia Universal, 1885, 8,0 de i6 p~g,
Esle catalogo foi dividido em dois f~sciculos, ou parles, n,O i e n,O 2, O n,o
i comprehende a camoniana com i32 numeras e mais i7 duplicados, ao lodo
i/i.9, Fez-se uma tiragem de 310 exemplares, dos quaes iO em p~pel de varias
core.

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* '*'
9iO-3i.· Catalogue d'tme coUection camoniane dont la vente mwa lieu à Lis-
bonne le 3 moi 1886 et jOU1'S sttivants. Lisbonne, A. Ferin, libl'oú-e, 1886. 8.° de
x-38 p~g,
No prologo tem uma noticia de Cam'ães, pejo sr. Antonio de Serpa. É o ar-
tigo cscripto para o Pol'tugal Al'tist'ico e traduzido por Fournier.

*
'" *
Vii-32." Catalogo dos livros que perlencel'U11l ao /,allecido visconde de JU1'O-
menha. L-isboa, typogra:phia Universal, 1887. 8.°
A secç,io pamoniana comprehende i67 numeras. Este catalogo tem alguns
erros. Em geral, estas publ ic~çães não s:iem correclas pela rapidez COl)l que são
impressas. A liJ'agem foi de 300 exemplares em papel vulgar, e Illais 26 em papel
superior, e 6 em papel 'VIJatman.

FIM DO TO~IO XIV, E 7.° DO SUPPLI~MENTO


NOTA FINAL

Auxiliaram-me na revisão litteraría e bibliograpbica d'e te tomo,


os srs: .
Augu to Mendes Simões de Castro (bacharel), bibliothecarío da
bibliotheca da universidade de Coimbra;
Francisco Angelo de Almeida Pereira e Sousa, contador da im-
pren a nacional de Li boa e e criptor;
Joaquim da Silva Mello Guimarães, proprietario e e criptor, do
Rio de Janeiro;
Jorge Cesar de Figaniére (conselheiro), director geral aposentado
do mini teria dos negocias e trangeiro e escríptor ;
José Augusto da Silva, chefe da revisão da imprensa nacional de
Lisboa e escriptor'
José Carlos Lopes (dr.), medico, lente da escola medico-cirurgica
do Porto e escriptor;
Tito de 'aranha, engenheiro civil e e criptor, do Porto.
a revi ão technica da imprensa nacional de Lisboa, o. r
Pedro Augusto da FonseGa Freitas'
Francisco de Paula da Ammnciação Barreto.
Traballiaram, na mesma imprensa, na parte arti tica, os rs.:
Julio Co meUi, gravador e photographo;
Filippe Fernandes, gravador.
Na impressão das estampas:
Paulo Antonio Cesar.
Na composição typographica, os 81'S. :
Augusto Cesar Pereira da Cunha, director da o./TIcina typogra-
phica;
Alfredo dos Santos Tavares, encarregado da composição typogra-
phica d'este volume, tendo sob a sua direcção os typographos, srs. :
Antonio José Domingues;
Arthnr Cesar de Araujo Pereira;
João Luiz Venancio Serrão;
Pedro Martins Gomes.
Na impressão typographica, os srs. :
João Francisco Saraiva, mestre da escola de impressão;
David Cazimiro Pereira da Rocha e Vasconcellos;
Francisco Clemente Borges Soares;
José Vicente de Sousa;
Manuel Antonio da Silva; ,
Thomás David Gomes.

Examinei as edições camonianas das bibliothecas nacionaes de


Lisboa e Evora, da academia real das sciencias e da imprensa na-
cional de Lisboa; e das bibliotbecas particulares de Sua Mage tade
EI-Rei D. Fernando, e de Sua Magestade EI-Rei D. Luiz L

Emprestaram-me livros ou.forneceram-me apontamentos, os 1'5.:


Antonio Augusto de Carvalllo lYlonteiro (bacharel), proprietario,
advogado e hibliopbiJo ;
Antonio Francisco Barata, escriptor, de Evora;
Antonio Maria Pereira, editor;
Gabriel Pereira, escriptor e paleographo em commissão 'na bi-
bliotheca nacional de Lisboa;
Henrique Zepherino de Albuquerque, editor;
.João Antouio Marque~, proprietario e bibliophilo;
José Carlos Lopes (dr.), do Porto;
Luiz Carlos Rebello Trindade, conservado!' da bibliotheca nacio-
nal de Li.sboa;
Manuel José Ferr'eira, ecütor. ,
Martinho da França Pereira Couti11ho (bacharel), de Portaregre,
testàmenteil'o do fallecido benemerito visconde de Juromenba;
'Miguel Custodio Borja (capitão tenente da armada), representante
dos berdeiros do fallecido conselheiro Minhava.

\s pessoas mencionada acima agradeço a leal e valiosa coadju-


vação, que me prestaram no decurso de dois annos que consumi na
redacção e impressão d"este livro; e tambem acre' cento o meu tes-
4,29

temunbo de gratidão jnceric ima ao demais chefe e empregados da


bibliotheca nacional e da imprensa nacional de Lisboa, que por qual-
quer fórma me ajudaram em tão ard'uo, longo e espinho o trabalho.

No tomo segllinte continúo o enorme inventario camoniano, prin-


cipiando pelo registo dos documentos essenciaes para a historia do
tricentenar· o de Camõe , com que julgo dever acompanhar o das
obra que lhe roram destinadas.

o final de todas a eccõe darei uma nota da errata mai


importante, qu não eja facil ao leitor corrigir.
Quadro oomparativo das mais importantes oatalogações oamonianas, impressas,
com O trabalho do tomo presente

I I I Obras
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Do tomo v do Diccionario, . 82 2 5 161 8 10 9 2 i -i I~ 2 2 i i4,3 i4,3
Do catalogo do sr, Fe1'nando
Palha,.",.,." ....... 107 3 3 lO 5 6 5 - - i i iU 30 2i 27 219
Do catalogo do sr. José do
Canto.... ". ,',.,., .... 88 8 6 21. 6 i7 ii 2 i - :1 2 - - - 2 - 1.65 - - 53 218
Do catalogo da Exposição do
Por·to 1 ... , , . . . . . . . , .•• H7 i3 1.2 32 12 i5 33 2 I i 2 2 I i - 2 i 24,7 14,3 1.91 1.il1 695
Da bibliogl'aphia do sr. Theo-
philo Br-aga 2 .. •.•••• , .•• H9 8 i2 27 10 15 19 i 2 i 2 2 2 i - 2 i 224, i99 l8'1 H5 722
Do tomo presente 3. • .• , .• i4,1 i2 1.0 38 27 55 30 2 2 i 2 3 3 2 i 6 - 335 254, 1.511 U58 9H
I 1

, A dilTerença que se dá entre os algarismos das secções latina c allemã, comparados com os do presente volume, provém de quo os anctores do catalogo incluiram
abi ediçõ"s ou fragmentos, ou duvidosns, ou inteiramento perdidos. quo cu uào mencionei por desnecessario n'essas secções, ou, quando averiguados, passoi para ontras
secções do mou livro,
S A respoito d'esta bibJiograpbia voja·se o que fica om a nota unteriol·. A comparaçào com esto liI'ro é difficil por causa das divisões adoptadas pelo auctor e por não
ter numerade as ebras descriptas, como é do uso,
I Nos algarismos qne ropresentam ornou trabalbo é mister obsorvar, para qualquer comparação ou critica, que tenho abi o thealt'o camoniano com 72 cumel'os; os >i>"
manuscriptos com 42; as parodias com 7; a musica COJll J5 ; o a bibliographia com 32. ....
W
INDICE DAS MATERIA8 CONTIDAS N'E8TE VOLUME

PAG.
Introdncçãe e documentos para a hiographia do poeta la 23 .
23 a i9i
~~:~g:: ra~i~~~~~~~s:::: ..::::..:..:..: : ':.'..:
i91 a 196 : : : '.::::::::' :
Vorsões hespanholas " : '" i96 a 201
Versões francezas .............•................................................... 20\ a 219
Versões italianas 219 a 227
~:~g;:~"~~~~'''''''.'.::: : ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ~g ~ i~~
Versões holJandezas.....•............•.........................•.................. 257 e 258
~~~~~ r~~~~:: : :'.::::::::::'. :'.: :' : :' ~~g e 260
::::::: ::: :::::: ::: ::::::'. ::::
Versões dinamarqnezas ...........•...............................•....•.•.•....... 260 e 26i
~:~~g~~ ~~~sga~r.a.s:: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : ~~~ e 263
Versão hohemia , .............•.................•...................... 263
Versão arabe ..........................................................•.......... 263
Edições polygloUas 264 a 266
Ohras de referencias, criticas, hiographicas, etc. (advertencia) 267
I De anctores portngnezes.......•.................................................. 269 a 348
De anctores brazileires•..........•............... " 3\8 a 354
De anctores hespanhoes ................................•....•...•.................. 354 a 356
De anctares (rancezes..........................• , 356 a 371
De anclores italianos , , 371 e 372
De anctores in~lezes , 372 a 375
De anelares allomães ....•.......................•................................ , 376 a 379
De anctor holJandez : 37~

R:Do ~~~~~ ~fn~~;~~q~'e~' :::


anelares russes
: :::::::::::::: .:::::::::::::::::::::::::::::::: ~~g
380 e 38i
De anctor chinez 381
II Thealro .................•........................•............................ 382 a 396
III Parodias ............................................................•........ , 396 a 398
IV Mnsioa 398 a 401

~~~~~if~~~~~':',,',,',,',,',,':'.:,,':'.::',,':',,',,',,':',,':':
Qnadro comparativo das edições mencionadas em diversos catalogas
'. ':':':':':':':':':':':':':':':':':::::::::::::::::::::::::::: m~ t~~ 431

70 .. 0 XIV (SIlPP.) 28
INDlCE DAS ESTAMPAS E GRAVURAS

PAG.
L" Fac-simile do rosto da denominada primeira edição de i572 , , .. .. .. 24
2.· - - do rosto da denominada agunda edição de 1572 , 27
3." - - do rosto da edição de ió84, dcnominada dos piscas (segundo o exemplar do fallecido con·
selheiro Minhava) " .. . . . '" '" , .. 33
4." - do segundo rosto da mesma ediç.io, qne antecede o poema , . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . 33
5." - - da pago 76, em que se lê a nota dos piscas, que deu o nome á mesma edição... 3:j
6." - - do rosto da ediç:io de i597 (segundo o exemplal' 00 conselheiro Minhava).. . . . . .. . . . . .. 37
7." - - do roslo da ediç.io (Rimas) oe 16U7 (so~undo o exemplar do cnnseUleiro Minhava).. 39
8.· - - do rosto da edição de 1609 (s"l$undo o exemplar do conselheiro .Ilinhava) . .. .. 45
9.· Imitação da marca de uma tias ~dlções do hVfeiro Domingos Fernandes, i6i3 (segundo um
exemplar da bihliotbeca nacional de Li boa)... . . . . . . . . . . . . .. .. 5U
iO.· Fac-simi/e do rosto da edição da Comedia Fi/odemo, i615 (segundo um exemplar da blbliotheca
nacional de Lisboa).. .. .. . .. . . . . . .. . . . . .. . . . .. .. . .. . . .. 53
H." - - do rosto da edição (Rimas) de 16i6 (se~undo o exemplar do con;elheiro linbaval...... 54
i2.· - - do rosto da edirão (Rimas) de 1621 (sev,undo o exemplar do conselheiro Minhava 57
i3.· - do rosto de uma das ediçõe ,denominada.' de algibeira, 1631 (segundo o eX"mplar do r.on-
selheiro Minbava).................................... 62
·14." - - do uma pagina da mesma edição, para poder apr ciar-se o formato e os caractel'cs typo-
grapbicos , .. 62
·15.· - - do retrato de Camões, conforme se vê na edição commentada por Manuel de Faria e Sousa
1639 (segundo um exemplar da bibliotbeca nacional oe Lisbea). . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 69
16." - - do retrato de Manuel de Faria e Sousa, da mesma edição... , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 69
17.· - - do retrato de Camões, corpo intoiro, da edição com os commentarios de iI1anuel Correia,
'1720 ,segundo o oxomplar da hiblioLhoca nacinnal do Lisboa) ,. . . . . . . . . . . . .. 88
i8.· - - do retrato do Camões, ronrorme a edição de Garcez, 1731 (segundo o exemplar da biblio-
tbeca nacional do Lisboa) '" 90
19." - - da estampa allegorica do começo da odição de ParIs, i759 (fegnndo Oexemplar da bi-
bliotheca nacional de Lishoa....................................................... 92
20." - - das medalhas roproduzidas por occasião daedição de Thomás Joséde Aquino de 1782-1783
(segundo o exemplar da bibliotbera nacional de Lisboa) . . . . . . . . .. . ,.... 98
Jl." - - da estampa do canto 1 dos Lusiadas, na edição do Paris, 1815 (segundo o exemplar da
bibliotheca nacional de Lisboa) . 1i0
~2.· - - do rosLo ornamontade com o retraIo de Camões, na e.1ir.ão monumental do morgado de
de Matteus (seguodo o exemplar da bibliolheca nacional de Lisboa) . " H4
23.· - - da estampa de Camões na gruta de Macau (segundo o exemplar da bibliotheca nacional de
Lishoa) H4
24." - do ori"inal autogra(lho em que Filinto Ely ia ia emendando os Lusiadas (segundo uma
copia decalcada com fidelidade em Paris) , , , i45
25.· - - de outra rolba do mesmo original (idem). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 145
26.' - - da Iyra, posta no rosto da edil1'lo de '182i, c que a caracterisa (segnndo o exemplar de
meu uso) ................•..........•............................................ 146
~7_· - - do rosto ornamenLado com O retrato de Camõcs na ediçãe de 1878-1880 (sr"undo um
oxemplar da bibliotheca da impr~n5a nacional de Lisboa) i75
28." Imitação do rosto da ediç.io do Episodio de 19nez de Castt·o, puhlicado na Baya cm i772
(segundo o exemplar encontmdo na camoniana do visconde de Jmomenba) 203
29.· Fac-simile da estampa qne representa o iufante D. Hf'nriqne, na edição ingle.a de Fanshaw,
1655 (segundo um exemplar da bibliolh ca narional de Lisboa) " '228
3 " - - da medalha com O busto d Camões, que Adamson reproduziu nas suas edições (segundo
o exemplar de mell uso).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ~40
31.· Imitação do rosto da edição russa de Dmitrier, 1788 (seguudo o exemplar do sr. Antonio
lIu 'usto de Carvalho Monteiro) 262
32.· Fac-s!l1Iile ,?O primeiro retraio de Camõe~, publicad~ nos Dis~llrsos de Manuel Severim de
Faria, i6"4 (segundo o exemplar da blbhotheca naCIOnal de LIsboa) , 270
~3." - - do busto de Camões, desenhado por Manuel de Faria e ousa, com a assignalura antogra-
pba (segundo o manuscripto original de seus cOlUmenlarios, existenle na real bibliotbeca da
Ajuda) , •.................... , 4H
ooriginal do tomo presente começou a colllgir-se para a impressão
em janeiro de MDCCCLXXXYI

AImpressão terminou em dezembro de MDCCCLillVIl

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