Obrascompsilvaf 01 Cam
Obrascompsilvaf 01 Cam
Obrascompsilvaf 01 Cam
DE
LUIZ DE CAMÕES
OBRAS COMPLETAS
DE
LUIZ DE CAMÕES
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YOIxUME I
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LUIZ DE CAMÕES
Deixando, como elle próprio nos declara, a vida pelo
mundo em pedaços repartida^ e consignados em suas poe-
sias alguns traços d'ella, mais ou menos obscuramente, le-
porto a 24 de março.
No intervallo d'esta sua demora em Lisboa foi que por
um caso fortuito, houve de jazer durante alguns mezes na
cadeia publica.
Era Luiz de Camões de Índole buliçosa, e naturalmente
ousado. Elle mesmo diz algures, que seus adversários nunca
lhe viram as sola dos pés. Quiz a sorte que nas festas e fol-
gares, que por aquelles tempos eram de costume em Lis-
boa para solemnisar o dia de Corpus Christi, se armasse
desordem entre dois mascarados e um Gonçalo Borges,
creado d'el-rei. O poeta, que presenciou este conflicto, acu-
diu para logo em defeza dos mascarados, que reconheceu
por amigos, e com a espada deu a Gonçalo Borges um golpe
no pescoço. Capturado em flagrante pela justiça, houve de
expiar o crime na prisão do Tronco^ d'onde só logrou ver-
se livre pela carta de perdão, que el-rei lhe mandou passar,
attendendo a ter elle sido já perdoado pelo offendido, e
«por ser homem mancebo c pobre, que se propunha ir ser-
vir na índia.» Tem esta carta a data de 13 de março de
1553.
Partiu pois, e em tão má hora se despedia de Lisboa, que
tornava suas acjuellas memoráveis palavras attribuidas a
Scipiào Africano : Ingrata pátria non possidebis ossa mea.
NOTICIA BlOOUAPilICA 11
II
III
NOTICIA BtOQRAPHlCA 19
12 de abril de 1874.
SONETOS 25
Mas me
vê co'os males tão contente,
se
Faz-se avaro da pena, porque entende
Que quanto mais me paga, mais me deve.
SONETOS 27
IO
I I
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SONETOS 37
29
30
Hum
mover de olhos, brando e piedoso,
Sem vêr de quê hum riso brando e honesto^
;
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33
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^S
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SONETOS 43
41
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SONETOS 47
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SONETOS 49
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Ninguém que ;
n'isso, em fim se torna tudo :
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50
SONETOS 51
57
Ao Autor
Quem he este que na harpa luzitana
Abate asMusas gregas c as latinas r
E faz que ao mundo esqueçam as plautinas
Graças, com graça e alegre lyra ufana?
Luiz de Camões he, que a soberana
Potencia lhe influiu partes divinas,
Por quem espiram as flores e boninas,
Da nomerica musa c mantuana.
Se tu, triumphante Roma, este alcançaras
No teu theatro e scena luminosa,
Nunca do gram Terêncio te admiraras.
Mas antes sem contraste, curiosa
Estatua d'ouro ali lhe levantaras,
Contente de ventura tam ditosa.
Resposta sua
59
A sepultura de Dom Fernando de Castro
60
A Dom Luiz de Athaide, Viso-Rei
SONETOS 53
6i
Ó2
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SONETOS 59
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n
Aquella fera humana que enriquece
A sua presunçosa tyrannia
D'estas minhas entranhas, onde cria
Amor hum quando crece;
mal, que falta
Se n'ella o Céo mostrou (como parece)
Quanto mostrar ao mundo pretendia,
Porque de minha vida se injuria?
Porque de minha morte se ennobrece r
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SONETOS 63
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SONETOS G5
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VOL. I
; ; :
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SONETOS 73
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SONETOS
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II I
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SONETOS 79
II
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SONETOS 83
121
Na desesperação já repousava
O peito longamente magoado,
E, com seu damno eterno concertado,
Já não temia ;
já não desejava;
Quando uma sombra vã me assegurava
Que algum bem me podia estar guardado
Em tão formosa imagem, que o traslado
N'alma que n'elía se enlevava.
ficou,
Que credito que dá tão facilmente
O coração áquillo que deseja.
Quando lhe esquece o fero seu destino
Ah deixem-me
! en-ganar; que eu sou contente;
Pois, postoque maior meu damno seja,
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123
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S()NKI'0!á 85
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I2g
SONETOS 87
I2g
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SONKTOS S\>
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SONETOS 91
138
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SONETOS 93
141
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M3
Onde porei meus olhos que não veja
A causa de que nasce o meu tormento ?
144
'sonetos i)5
145
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SONETOS í)7
149
A Dom Simão da Silveira em resposta de outro seu, pelas
mesmas consoantes, mandandolhe perguntar quem fora o
primeiro poeta que fizera Sonetos.
150
lU
152
Quem
pudera julgar de vós, Senhora,
Que huma tal fé pudesse assi perder-vos }
fiONETOB H9
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da belleza idêa.
Dizei, Senhora,
Para fazerdes esse áureo crino,
Onde fostes buscar esse ouro fino ?
SONETOS 1<>1
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i6i
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SONKTOS 10.1
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Em língua gallega
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I8l
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SONETOS llí)
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19Ó
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2 12
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223
Tanto se foram, Nympha, costumando
Meus olhos a chorar tua dureza,
Que vão passando já por natureza
O que por accidente hiam passando.
No que ao somno se deve estou velando,
E venho a velar só minha tristeza
O choro não branda esta aspereza,
E meus olhos estão sempre chorando.
Assi de dôr em dor, de mágoa em mágoa,
Consummindo-se vão inutilmente,
E esta vida também vão consummindo.
Sobre o fogo de amor inútil ágoa
Pois eu em choro estou continuamente,
E do que vou chorando te vás rindo,
Assi nova corrente
Levas de choro em foro ;
224
Divina companhia, que nos prados
Do claro Eurotas, ou no Olympo monte,
Ou sobre as margens da Castalia fonte
Vossos estudos tendes mais sagrados ;
SONETOS 135
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I
;
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SONETOtí 14â
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O
Tejo espere vêr de todo o Oriente,
Onde tão raros does o céo reparte,
Render a tanto esforço, aviso e arte,
Mil palmas, mil tributos novamente.
Os que bebem no Gange, os que no Indo,
A quem pouco valeram lança e escudo,
O render-se terão por bom partido.
O Euphrates temerá, seu nome ouvindo ;.
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SONETOS 151>
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SONKTOS - 161
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O romano esclarecido,
capitão
Sertório, nasarmas sem segundo,
Tal exemplo de si deixou ao mundo,
Qual nunca já mais foi visto ou ouvido.
Porque, por hum soldado fementido
Fazer um feito torpe e caso immundo,
Usou de um castigo tão profundo,
Que foi dos seus por elle mui temido.
Porque decimou aquella legião ?
Por não usar a honesta disciplina
Do crú, horrendo, duro e fero Marte.
O claro exemplo oh fero nobre Capitão,
!
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voL. I 12
!
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Oh bemaventurados
! fingimentos
Que n'esta ausência, tão doces enganos
Sabeis fazer aos tristes pensamentos.
. 348
SONETOS 197
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SONETOS lí>9
353
354
elf:gia I
ELKGIA8 205
A bem-aventurança já passada
Diante de mi tinha tào presente,
Como se não mudasse o tempo nada.
E com o gesto immoto e descontente,
Co'hum suspiro profundo e mal ouvido,
Por não mostrar meu mal a toda a gente.
E
contando de mi memorias tristes,
Os pastores do Tejo, que me ouviam,
Ouçam de vós as mágoas que me ouvistes.
que já no gesto m'entendiam,
Elias,
Nos meneios das ondas me mostravam
Qu'em quanto lhes pedia consentiam.
Estas lembranças, que me acompanhavam
Por a tranquillidade da bonança.
Nem na tormenta triste me deixavam.
Porque chegando ao Cabo da Esperança,
Começo da saudade que renova,
Lembrando a longa e áspera mudança;
Debaixo estando já da estrella nova
Que no novo Hemispherio resplandece,
Dando no segundo axe certa prova
Eis a noite com nuvens s'escurece;
Do ár subitamente foge o dia
E todo o largo Oceano s'embravcce.
A máchina do mundo parecia
Qu'em tormentas se vinha desfazendo
ELEGIAS 207
Os Vulcano fabricados
raios por
Vibrava o fero e áspero Tonante,
Tremendo os Poios ambos de assombrados.
Amor alli, mostrando-se possante,
E que por algum medo nào fugia,
ELK0IA8 201^
ELEGIA lí
ELEGIAS 2X1
ELEGIAS 213
ELEGIA III
ELEGIAS 215
ELEGIAS 217
ELliGÍA IV
E bem-aventurado o soífrimento
Que soube ser capaz de tanta pena,
Vendo que o foi da causa o entendimento !
ELEGIAS 219
eli::gia V
A Dom Leonis Pereira sobre o livro que Pêro de Magalhães
lhe offereceu no Descobrimento da terra de Santa Cruz
ELEGIAS 221
ELEGIA VI
Á Paixão de Christo Nosso Senhor
ELEGIAS 223
ELKGIAS 225
ELEGIAS 227
ELEGIA Víí
ELE0IA8 2Í9
ELEGIA VIII
KLEG1A8 233^
ELEGIA IX
I
; ; ;
ELEGIAS 2'ÒÒ
ELEGIAS 237
Ah quem
I vos fez que os Ímpetos da guerra
Não sustentásseis com valor ousado,
Desprezando o temor que a vida encerra t
;
ELEGIA X
Á morte de mataram na índia.
D. Tello, que
Achou-se em um manuscripto
do Arcebispo D. Rodrigo da Cunha, feito no anno de 1568.
f:legia XI
A uma Dama
ELEGIA XII
Traducção dos versos propheticos
da Sibilia Erythrea, que refere Santo Agostinho, 1, 18, c 23
da Cidade de Deos, nos quaes pelas primeiras letras
se lêem Jesu Christo Filho de Deos e Salvador
ELEGIAS 249^
ELEGIA XIII
O
que passou depois, não vol-o conto,
De que serve contar cousas sobejas,
A quem lhe soube dar um tal desconto.
Ah esperanças minhas, já perdidas.
Agora para mais ter que contar.
Soube que fostes vãs, fostes fingidas
Em
que posso, ou que devo hoje esperar,
Onde acharei de novo outros enganos,
Que possam desenganos enganar.^
Mas he vento cuidar enganar damnos,
O triste, que nem na alma tem alento,
ELKGIA XIV
Foi-me alegre o viver, já me he pesado,
Que do contentamento que sentia
A' minha custa estou desenganado.
Ao me guia,
regaço da morte a dor
Porém, porque com vida mais me mata,
Dilatando-m'a vae de dia em dia.
Manda-mc amor fugir da morte ingrata,
(Pois não soffre limite em vos amar)
Que clle os laços ordena, elle os desata.
Lancei contentamentos a voar.
Tarde os espero ver que he seu costume
;
ELEGIA XV
ELKGIA XVI
La sierra fatigando de contino
Los passos vagarosos voy moviendo,
Perdiendo de la vida todo el tino.
ELEGIA XVII
De pena en pena muevo las passadas,
La tristíssima boz ai ayre dando
Voy cantando mis quexas desusadas
camino que pisando
Incierto en el
De un monte esquivo, ai otro me encamina^
En médio dél estoy en ty pensando
O rigoroso passo, y quan indigna
El alma veo aqui de sola una hora
Poder en ti pensar cosa tan digna.
KLKGIAS 259
ELEGIA XVIII
Ao illustre senhor Pedro da Silva
KLICiilAS 2fl
ELEGIA XIX
Entre rústicas serras e fragosas,
Compostas d'asperissimos rochedos,
De salitradas lapas cavernosas;
Onde gretando os húmidos penedos
Orvalhados de neve branca e fria,
Brotando estão de si mil arvoredos
Hnma floresta fez verde e sombria
A natureza experta, que rodeia,
Como elevado muro, a serrania.
KLKGIA8 2(33
em
Abrazando-se alguns vivas fraguas,
Escreveram do bosque em muitas partes
Gostos d'Amor agora, agora magoas.
Porque, cruel menino, o premio partes
A quem serás tyranno se lh'o negas,
E injusto e desigual, se lh'o repartes r
ELKQIAa 26'
ELEGIA XX
Ao pé d'hum'alta faia vi sentado,
ELEGIAS 271
ELEGIAS 27;^
ELEGU XX]
Belisa, único bem d'esta alma triste,
ELEGIAS 275
ELEGÍA XXIÍ
A vida me aborrece, a morte quero
Será eterno o meu mal, segundo entendo,
Pois na mór esperança desespero.
Sem viver vivo, por morrer vivendo
Por não verdes, Senhora, como eu vejo,
Quanto de mi por vós me ando esquecendo.
Seja-me agradecido este desejo ;
RI^RGIAS 279
ELEGIA XXIII
A Aonio que de amor solto fugia,
A bella Galatea em vão chamava
E Aonio, Aonio, o ecco respondia.
E agora comsigo só fallava,
ELEGIA XXIV
Ganhei, Senhora, tanto em querer-vos,
Que nenhum desfavor me dá tormento,
Que me não dê maior gloria merecer-vos.
Não quero para meu contentamento
Senão meus olhos, pois vos vêem. Senhora,
E a vossas cruezas soffrimcnto.
Oh que doce
! morrer, que doce vida.
E se de seu favor me sinto ufano
Quando de meu mal culpada se acha,
Oh! que doce enganar, (^ue doce engano.
K se em ípierer-vos tanto ponho tacha,
Mostrando refrear meu pensamtínto
Oh que doce fingir, que doce cacha.
!
''
ELEGIAS íiÔ^
ELEGIA XXV
: i ,ÍU,S
De Sexta feira de Endoenças
KLEGIAS 285
Ó
mente baxa de matéria humana,
Cega no bem e vista na maldade
Que tão soberba vás e tão ufana,
ELEGIAS 289
ELKGIAS 291
ELEOIAS 293
ELEGIA XXVÍ
A Dom Álvaro da Silveira, que mataram na índia
t
ELKaiAs 295
KLEGIAtí 2^7
elp:gia XXVII
EGLOGA I
INTERLOCUTORES
FRONDELIO
EGL0GA8 30^
Ah nào
! te engane algum contentamento
(Jue mais instável he que o pensamento.
E praza a Deos que o triste e duro fado
De tamanhos desastres se contente
Que sempre hum grande mal inopinado
He mais do que o espera a incauta gente
Que vejo este carvalho que queimado
Tào gravemente foi do raio ardente,
Nào seja ora prodígio que declare
Que o bárbaro cultor meus campos are.
UMBRANO
FRONDELIO
UxMBRANO
EGLOGAS 305
FRONDELIO
UMBRANO
FROMDELIO
descobriste,
E tu também (ó corvo) o
Quando da mão direita em voz escura,
Voando, repetiste
A tyrannica lei da morte dura.
Tionio meu, o Tejo crystallino,
E que já desamparaste
as arvores
eterna,
Choram o mal de tua ausência
deixaste
Nào sei porque tão cedo nos
!
A noite sempiterna,
;
£GLOGAS 307
EGLOGAS 309
Oh encurtada vida !
UMBRANO
EOLOGAS 311
FRONDELIO
UMBRANO
FRONDELIO
UMBRAXO
FRONDELIO
AONIA
EGLOOAS 315
EGLOGA II
INTERLOCUTORES
ALMENO e AGRÁRIO
Ao longo do sereno
Tejo, suave e brando,
N'hum valle d'altas árvores sombrio,
Estava o triste Almeno
Suspiros espalhando
Ao vento, e doces lagrimas ao rio.
No derradeiro fio
O tinha a esperança,
: ; :
EGLOQAS 317
ÉCLOGAS •
319
E d'arte te dissesse
O mal que passo agora.
Que pudesse mover-te o peito frio !...
Oh quanto desvario,
Qu'estou imaginando
Já agorameu tormento
Não pode pedir mais ao pensamento,
Qu'este phantasiar, d'onde penando
A vida me reserva.
Querer mais de meu mal será soberba.
Já a esmaltada Aurora
Descobre o negro manto
Da sombra, que as montanhas encobria.
Descansa, frauta, agora,
Pois meu escuro canto
; ;
AGRÁRIO
EGLOOAS 321
VOL. I 21
; ; !
EíJLOtiAS 323
ALMENO
EGLOGAB 325
A(;kakio
EQLOGAS o27
ALMENO
AGRÁRIO
ALMENO
AGRÁRIO
ALMENO
E
não entendo, desque sou captivo,
Outra cousa de mi, senão que mouro
Nem isto entendo bem, pois inda vivo.
Á sombra d'este umbroso e verde louro
Passo a vida, ora em lagrimas cansadas,
Ora em louvores dos cabellos d'ouro.
eglogás 329
AGRÁRIO
EGL0GA8 331
ALMEXO
KGLOGAS 333
AGRÁRIO
ALMENO
EGLOGA III
(Continuação da passada)
INTERLOCUTORES
ALMENO e BELISA
KGLOGAS 335
BELISA
tempo amei
N'esta 'spessura longo
Se m'enganei com quem do peito amava,
Não me pezava de ser enganada.
; ! !
KGL0GA8 337
ALMENO
BELISA
ALMENO
BIÍLISA
ALMENO^
BELISA
EGLOGAS 341
ALMENO
perguntando
Se morri por amores, ;
caminhando,
Dos que por aqui forem
Um epitaphio triste se lerá,
Que esteja minha morte declarando.
estará,
no tronco de huma arvore
E
N'huma rude cortiça pendurado
e assi dirá:
Escripto co'huma fouce
Almeno pastor de manso gado.
ftú,
KCiLOQAS o43
EGLOGA IV
(A uma dama)
INTERLOCUTORES
FRONDOSO e DURIANO
i
: : ;
EGLOGAS 345
FRONDOSO
DURIANO
FRONDOSO
DURIANO
E fé tão verdadeira
curaste,
Mas tu que de razão jamais
Porque era dar-me a vida, m'a tiraste.
FRONDOSO
EOLOOAS 347
Só a tua crueza
Foi n'isto contra mi endurecida.
Perca, quem te perdeu, também a vida.
DURIANO
FRONDOSO
DURIANO
Ah porque
! te não corres
De que o leão te vença em piedade,
Se não te vence Vénus na beldade?
FRONDOSO
ECiLOQAS 349
DURIANO
FRONDOSO
DURIANO
FRONDOSO
DURIANO
FRONDOSO
DURIANO
FRONDOSO
DURIANO
Porque se a natureza
Em ti o remate pôz da formosura,
Oual será a pedra dura.
KOLOQÂii 353
FRONDOSO
E a outrem te entregaste
Por nada me ficar em que esperasse,
Senão quando acabasse
A vida, a pezar meu, já tão comprida,
Perca, quem te perdeu, também a vida.
DURIANO
voi . I 23
;
EGLOGA V
(Proseguindo a passada)
A D. António de Noronha
EQLOQAB 351)
J^iLUGAS 3tíl
EOLGOAS 36 «
EGLOGA VI
Ao Duque de Aveiro
INTERLOCUTORES
KGLOGAS 365
EGLOQAS 367
KOIiOOAS 369
AGRÁRIO
ALICUTO
AGRÁRIO
AGRÁRIO
E0L0GA8 371
ALICUTO
AGRÁRIO
ALICUTO
AGRÁRIO
ALICUTO
ACUARIO
FAiLOOAH 575
ALICUIO
EGLOGA VII
os FAUNOS.— Dirigida a D. António de Noronlia
INTERiaCUTORES
SATYRO 1 SATYRO II
KGLOGAS . ^75
KGLOGAS í>i
dura
Empresta-lhe o temor da morte
parando,
Nas azas novo alento e, nào
;
procura
Veloz rompendo o ár fugir
:
deixando
I)'est'arte as deosas timidas,
carregados,
De seu despojo os ramos
voando.
Nuas por entre as sylvas vào
BGLOQAS 379
SATYRO PRIMEIRO
Ah Nymphas fugitivas,
Que só por não usar humanidade
Os perigos dos matos não temeis!
Para que sois esquivas r
Se vossa formosura
He sobrenatural, não he forçado
Que assi tenha também o peito irado :
!
EOLUGAS 381.
SATYRO SEGUNDO
EGL0QA8 385
KOLOCAS 387
EGLOCJAS 38 9
EGLOGA VIII
Piscatória^
SERENO
EGL0GA8 391
EGLOGA ÍX
Recolhidas pelo padre Thomaz José de Aquino
dos inéditos de Manoel de Faria e Sousa, e publicadas
em 1779
Piscatória
PALEMO
EGLOGA X
Piscatória
IMELISO
KGLOtíAS 397
KGLOGáS 3^Úi
EGLOGA» 401
EGLOGA XI
INTERLOCUTORES
ANZINO e LIMIANO
LIMIANO
Podia ser ;
que muito tempo íóra
Andei d'esta ribeira, pátria minha,
Onde triste me vês andar agora.
VOL 1 20
; ; :
ANZINO
LIMIANO
EGLOGAiS iO%
ANZINO
LI MI ANO
AiVZINO
BGLOQAS 405
EGL0GA8 407
EOI^GAS 40í>
KtíLOGAS 411
EíiLOGA» 4 13
ANZINO
EGLOGA XII
INTERLOCUTORES
DELIO
EGLOGAS 417
ALCIDO
DELIO
VOL. I
«7
: :
ALCIDO
DELIO
ALCIDO
DELIO
Venha embora.
Galasio, queres tu cantar commigo ?
GALASIO
EGLOGAB 419
DELIO
GALASIO
ALCIDO
GALASIO
DELIO
GALASIO
DELIO
GALASIO ^
Deus me guarde
Porque, Delio, este gado he de madrasta.
ALCIDO
DELIO
GALASIO
KGLOCÍAS 421
GALASIO
DELIO
GAI.ASIO
DELIO
GALASIO
DELIO
EGLOGAS 423
GALASIO
ALCIDO
EGLOGA XIÍI
PHYLLIS
«
K(íL0GA8 425
EGLOGAS 427
EGLOGA XIV
INTERLOCUTORES
EGLOCiÁS 42^
DELIO
KRGASTO
DELIO
ERGASTO
LAURENO
erc;asto
EGLOGAS . 431
LAURENO
EK GASTO
LAURENO
DELIO
ERGASTO
LAURENO
ERGASTO
LAURENO
ERGASTO
LAURENO
ERGASTO
LAURENO
ERGASTO
LAUREiNO
KGLOOAS 435
ERGASTO
LAURENO
DELIO
EGLOGA XV
A' uiorte de D. Catharina de Athayde,
Dama da Rainha
INTERLOCUTORES
SOLISO e SYLVANO
KGLOUAS 4;)7
SYLVANO
EGLOOAb 4ál
SOLISO
SYLVANO
KGLOOAS 443
SOI.ISO
SYLVANA.
SYLVANO
SOLISO
SYLVANO
SOLISO
KOLOGAS 445
SYLVANO
SOLISO
EGL00A8 447
vof I ^9
OUTAVAS 451
UUTAVAS 455
OUTAVAS 457
Porqu'imagino em bem-aventuranças,
Se tão longe a Fortuna me desvia,
Qu'inda me não consente as esperanças ?
11
OUTAVAS 463
Ui
0UTAVA8 46c)
IV
OUTAVAS 467
GUTA VA 4 71
OUTAVAS 47ii
VI
0UTAVA8 475
Vil
OlíTAVAS 477
VIU
A Santa Úrsula
0UTAVA8 471)
OUTAVAtí 481
VOL. I h
; : ;; :
OUTAVAS 483
OUTAVAS 48Õ
OIJTAVAS 4'87
OUTAVAS 48í>
DUTAVAS 491
0UTAVA8 493
Estancia a S. João
PAG,
Noticia biographica 5
Sonetos 21
Elegias 201
Eglogas 299
Outavas 449
PQ Camões, Luiz de
9195 Obras completas Nova ed.
Al
1912
v.l