Estudo Setorial ABIMCI 2019
Estudo Setorial ABIMCI 2019
Estudo Setorial ABIMCI 2019
DA INDÚSTRIA DE MADEIRA
PROCESSADA MECANICAMENTE
ESTUDO
SETORIAL
2019
ANO BASE 2018
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
CARTA DO PRESIDENTE
Ao longo da história, a Abimci se tornou a voz da indústria de madeira brasileira, não somente
no país, mas no exterior. Uma credibilidade consolidada a partir do trabalho diário dessa insti-
tuição, que soube acompanhar a evolução das empresas associadas e do mercado. Trabalho esse
baseado na transparência das decisões e posicionamentos, assim como no diálogo constante com
os diversos atores do setor.
Aguardado pelo mercado em geral, por empresas associadas, institutos de pesquisa, universi-
dades, imprensa, agentes financeiros e de investimentos, órgãos de governo e outras entidades
representativas, o documento atualizado se torna o principal instrumento de trabalho para as ações
da associação, que inclui a defesa de interesses do setor, promoção comercial dos produtos de
madeira, representação institucional e política.
Nas próximas páginas, apresentamos o retrato mais atual do setor de base florestal com foco
na indústria, em dados socioeconômicos e nas contribuições desse segmento para a economia
brasileira. Detalhamos cada um dos produtos processados mecanicamente a partir dos números
de produção, consumo e exportação, e pontuamos as ações prioritárias defendidas pela Abimci.
Acreditamos que a informação aliada à credibilidade de uma associação com quase meio século
de existência é a essência para o desenvolvimento da representação institucional e base neces-
sária para ampliar ainda mais a nossa voz diante dos mais diversos públicos com os quais nos
relacionamos. Dessa forma, o Estudo Setorial Abimci 2019 contribui, de forma significativa, para a
atuação da entidade nas mais diversas frentes de atuação com foco na evolução do setor.
BOA LEITURA!
José Carlos Januário
Presidente Abimci
5
1 ABIMCI 15
1.1 – A força do associativismo 16
1.7 – Normalização 24
2 FLORESTA 27
ÍNDICE
3 INDÚSTRIA 41
3.1 – Matéria-prima para a indústria 42
4.2.1 – Mundo 76
4.2.2 – Brasil 81
4.3.1 – Mundo 87
4.3.2 – Brasil 92
4.4.1 – Mundo 97
4.4.2 – Brasil 101
5 AÇÕES PRIORITÁRIAS
DA ABIMCI 145
LISTA DE TABELAS
Distribuição dos 10 Países com Maior Área Florestal | 2015 29
Número de Empresas da Indústria Madeireira e de Móveis de Madeira no Brasil em 2018 por Região e Estado 50
LISTA DE FIGURAS
Processo de Elaboração e Revisão de Normas Técnicas 24
Evolução Histórica da Área Florestal Plantada no Brasil e Participação por Grupo de Espécies 32
Estimativa da Distribuição Geográfica da Área Florestal Plantada no Brasil com Pinus para
os Estados com a Maior Área Plantada (2018) 35
Número de Empresas na Indústria Madeireira e de Móveis de Madeira por Região no Brasil (2018) 48
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Madeira Serrada de Pinus (2010 e 2018) 86
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Madeira Serrada de Folhosas (2010 e 2018) 96
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Compensado de Pinus (2010 e 2018) 105
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Compensado de Folhosas (2010 e 2018) 113
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Portas de Madeira (2010 e 2018) 120
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Molduras de Madeira (2010 e 2018) 127
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Pisos Maciços e Piso Engenheirado (2010 e 2018) 134
Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Pellet de Madeira (2014 e 2018) 143
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS
E ABREVIATURAS
Lista de Símbolos
a.a. ao ano
ha hectares
m³ metro cúbico
R$ Real
ton tonelada
Lista de Siglas
CE Comissões de Estudos
CIPEM Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso
EN European Norm
NR Resolução Normativa
RF Receita Federal
RL Reserva Legal
1
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
A FORÇA DO ASSOCIATIVISMO
Com uma visão ampla da realidade brasileira e dos principais mercados para os
produtos de madeira do Brasil, a Associação concentra esforços permanentes
nas mais diversas esferas para construção de um ambiente de negócio mais
favorável. As ações passam , entre outras, por tentativas de reverter entraves
logísticos, o combate às taxações indevidas, a defesa jurídica em ações contra
as paralisações de organismos governamentais e o monitoramento das vota-
ções das pautas de interesse da indústria na Câmara e no Congresso Federal.
ASSOCIADOS
16
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DA ABIMCI – GESTÃO 2017-2020
1º VICE-PRESIDENTE
Luiz Alberto Sudati
Indústria de Compensados Sudati Ltda. CONSELHO FISCAL | TITULARES
2º VICE-PRESIDENTE Ricardo Pedroso
João Carlos Ribeiro Pedroso Indústria de Compensados Guararapes Ltda.
Indústria de Compensados Guararapes Ltda.
Fábio Ayres Marchetti
TESOUREIRO Manoel Marchetti Indústria e Comércio Ltda.
Marcelo Antonelli Guaragni
Repinho Reflorestadora de Madeiras e Compensados Ltda.
Ivan Tomaselli
STCP Engenharia e Projetos Ltda.
Thales Zugman
Compensados e Laminados Lavrasul S.A.
17
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
COMITÊS
Comitê de Molduras
Luis Daniel Woiski Guilherme
Empresa: Sólida Brasil Madeiras Ltda.
Comitê de Portas
Caetano Balvedi Neto
Empresa: Sincol S.A. Indústria e Comércio
18
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
COALIZÕES EMPRESARIAIS
19
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
Nas suas várias linhas de atuação, a Abimci atua com diversos acordos
operacionais e parceiros institucionais.
Nacionais
20
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Nacionais
Internacionais
-- EXOVA BM Trada
21
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PROGRAMAS DE QUALIDADE
E CERTIFICAÇÕES
PNQM
22
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
CE Marking
A marca CE de conformidade é uma certificação que indica que um produto atende a legislação
da União Europeia no cumprimento das diretivas legais vigentes e de suas normas técnicas
(EN – European Norm) dando acesso ao mercado em todos os países do Bloco Europeu.
A Abimci possui, desde 2003, um acordo e parceria com o órgão de certificação inglês, EXOVA
BM Trada, que possibilita a certificação CE 2+ para painéis estruturais de madeira no Brasil.
DIFERENCIAL
PSQ-PME
Mais do que estimular a especificação de portas por desempenho pelo mercado comprador,
o programa desenvolve ações para melhoria da competitividade do setor, estimula a melhoria
contínua, agrega valor às marcas das empresas participantes, protege o mercado interno
e também o consumidor final.
Normalização
Eventos Associativismo
Pesquisa e Comunicação
desenvolvimento e marketing
Estímulo ao consumo
de produtos
Saiba mais
23
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
NORMALIZAÇÃO
DE NORMAS TÉCNICAS
Demand
Standardization Program
National Consultation
Vote Analysis
OK
YES NO
Standard
Fonte: ABNT
24
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
• Terminologia • Procedimentos
31.000.02 Madeira Serrada • Requisitos • Métodos de ensaio
• Classificação
• Terminologia
Painéis de Fibra
31.000.07 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio
• Terminologia
31.000.10 Madeira para Carretéis
• Requisitos
• Terminologia
Mourões de Madeira
31.000.11 • Requisitos
Preservada
• Métodos de ensaio
• Terminologia
31.000.12 Portas de Madeira • Requisitos
• Métodos de ensaio
• Terminologia
31.000.13 Pisos de Madeira Maciça • Requisitos
• Métodos de ensaio
• Terminologia
31.000.14 Madeira Tratada
• Métodos de ensaio
• Terminologia
Preservação
31.000.15 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio
• Terminologia
Cruzeta Roliça de
31.000.16 • Requisitos
Eucalipto Tratado
• Métodos de ensaio
• Terminologia • Padronização
Postes de Eucalipto
31.000.17 • Requisitos • Preparação
Preservado
• Métodos de ensaio • Recebimento
• Terminologia
Painéis de Partículas
31.000.18 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio
• Terminologia
Chapa Dura de Fibra
31.000.19 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio
25
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
NORMA TÉCNICA
26
Com 4 bilhões de hectares de florestas no
FLORESTA
2
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
2.1
FLORESTAS NO MUNDO
Plantada
7%
FLORESTA
Nativa
TOTAL 2015¹:
4,0 bilhões 93%
ha
¹ A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura / Food and Agriculture Organization
of the United Nations (FAO) monitora as florestas do mundo em intervalos entre 5 e 10 anos desde 1946 em
relatório denominado Global Forest Resources Assessment (FRA). Os últimos dados disponíveis (área mundial
de floresta nativa e plantada) são de 2015, conforme evidenciado nesta publicação. A próxima atualização do
FRA ocorrerá em 2020.
Fonte: FAO (2015), compilado por STCP.
28
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
1 Rússia 814,9 48 20
2 Brasil 493,6 58 12
3 Canadá 347,1 35 9
5 China 208,3 22 5
República
6 152,6 65 4
do Congo
7 Austrália 124,8 16 3
8 Indonésia 91,0 50 2
9 Peru 74,0 58 2
10 Índia 70,7 22 2
2.687,1 67%
¹ A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura / Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO)
monitora as florestas do mundo em intervalos de 5 a 10 anos desde 1946 em relatório denominado Global Forest Resources Assessment
(FRA). Os últimos dados disponíveis (área mundial de floresta nativa e plantada) são de 2015, conforme evidenciado nesta publicação. A
próxima atualização do FRA ocorrerá em 2020.
² Área Florestal Total: Nativa + Plantada
Fonte: FAO (2015), compilado por STCP.
29
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
2.2
FLORESTAS NO BRASIL
Do total da cobertura florestal do Brasil, cerca de 98,4% é composta por florestas nativas,
somando 485,8 milhões de hectares. Grande parte dessa área florestal é voltada para
fins de proteção e preservação da flora nativa brasileira. O menor percentual refere-se a
áreas com florestas nativas aptas e voltadas ao manejo florestal, para fins de produção de
madeira em tora. O 1,62% restante do total da cobertura florestal (8,1 milhões de hectares
– 2018 estimado) diz respeito às florestas plantadas (Eucalipto, Pinus e outras espécies).
Considerando apenas os dois grupos principais de espécies plantadas (Eucalipto e Pinus),
o Brasil detém 7,51 milhões de hectares.
98,4%
das florestas no Brasil
é nativa
485,8
Floresta Floresta
Nativa1 Plantada1
¹ Floresta nativa com dados de 2015. Floresta plantada com Eucalipto, Pinus e Outras Espécies com base em estimativas para 2018
realizadas pela STCP/ABIMCI considerando dados históricos divulgados pela IBÁ.
Fonte: FAO (2015), ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), IBÁ (2017), compilado por STCP (2019).
30
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
BRASIL
almente nos últimos anos, resultado da expansão
de áreas para atender o suprimento por madeira
dos novos investimentos em indústrias florestais,
8,1
Brasil vem decrescendo em pequena escala. Isso
se deve à substituição parcial do Pinus pelo Euca-
lipto, e por outros usos do solo, em algumas áreas
da região Sul, a exemplo da pecuária e lavoura.
com florestas
de alguns projetos industriais programados para
o curto prazo induzem a um provável desbalanço
entre a oferta e demanda de madeira em tora, no
PLANTADAS, SENDO
73%
curto prazo, em algumas macro e micro regiões.
Isso resulta em déficit na oferta e disponibilidade
de madeira, criando oportunidade para a retomada
de novos plantios e da expansão da área plantada,
tanto de Pinus quanto de Eucalipto no país.
EUCALIPTO
20% Pinus
e 7% com
Outras Espécies
31
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Para assegurar parte do abastecimento industrial futuro dessas novas unidades industriais,
tem sido observado movimento de empresas integradas na compra e venda de ativos florestais
ou de madeira de mercado, além de expansão da base florestal principalmente nas regiões sul e
sudeste. Essa expansão tem ocorrido, ainda que de forma modesta, através de plantios por parte
de produtores florestais independentes, arrendamento de novas áreas e programas de fomento
e parcerias florestais. Outras incluem associações de empresas integradas de grande porte com
investidores institucionais, tais como TIMO (Timber Investment Management Organization), na
forma de sociedade para produção florestal, e estabelecimento de contratos de curto e médio
prazos de compra e venda de madeira com investidores florestais institucionais.
7
FLORESTA
5,79 5,92
6 5,47 5,56 5,63 5,67
5,05 5,30
4,90
5 4,52
Milhões ha
1,79 1,76
2
1,64 1,56 1,57 1,59 1,58 1,58 1,58 1,59
1 0,47 0,46 0,49 0,52 0,56 0,59 0,59 0,59 0,59 0,59
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
73%
Participação da área
plantada por grupo
de espécie (20181). 20%
7%
32
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Os plantios florestais no país estão distribuídos geograficamente de acordo com a adaptação das espécies em
cada localidade e, consequentemente, da presença e perfil de indústrias consumidoras de madeira em cada
região, em linhas gerais, tendendo a regular o balanço entre a oferta e a demanda por matéria-prima (madeira
em tora).
5,92 milhões
à demanda.
33
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
AP 69.200ha
RR
AM MA
PA 232.900ha CE RN
129.400ha
PI PB
FLORESTA
23.200ha
AC PE
AL
RO3 TO
5.871ha 118.00ha
BA4 SE
MT 620.000ha
183.400ha
DF
GO
130.200ha
MG
1.379.900ha
MS ES
958.700ha SP 238.800ha
917.000ha
RJ
TOTAL PR
312.700ha
5,92 milhões
de hectares SC2 275.255ha
RS
307.200ha
NOTA: Outros estados, com menor área de floresta plantada com Eucaliptos, totalizam 14,5 mil hectares.
¹ Área florestal plantada estimada para 2018 pela STCP/ABIMCI considerando dados históricos divulgados pela IBÁ. A STCP, em conjunto
com a ABIMCI, balizou a taxa de crescimento anual em função de tendências observadas no estado em questão.
² Dados de Santa Catarina são oficiais para 2018, os quais foram obtidos com a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR)
e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC-CAV).
³ Dados de Rondônia consolidados – SEDAM-RO/STCP.
4
Área florestal plantada (2018) para o estado da Bahia conforme informação disponibilizada pela ABAF/IBÁ (2019).
Fonte: Base de dados IBÁ, ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), com estimativas balizadas pela STCP/ABIMCI (2019).
34
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
AP
RR
AM MA
PA CE RN
PI PB
AC PE
AL
RO3 TO
7.232ha 200ha SE
BA4
MT 3.000ha
DF
GO
8.000ha
MG
30.700ha
MS ES
4.800ha SP 2.300ha
124.400ha
RJ
TOTAL PR
671.400ha
1,59 milhão
de hectares SC2 553.602ha
RS
184.600ha
¹ Área florestal plantada estimada para 2018 pela STCP/ABIMCI considerando dados históricos divulgados pela IBÁ. A STCP, em conjunto com a ABIMCI,
balizou a taxa de crescimento anual em função de tendências observadas no estado em questão.
² Dados de Santa Catarina são oficiais para 2018, os quais foram obtidos junto a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) e Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC-CAV).
³ Dados de Rondônia consolidados – SEDAM-RO/STCP.
4
Área florestal plantada (2018) para o estado da Bahia conforme informação disponibilizada pela ABAF/IBÁ (2019).
Fonte: Base de dados IBÁ, ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), com estimativas balizadas pela STCP/ABIMCI (2019).
35
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
1,59
senvolvimento do Pinus, que propiciam
um ambiente mais adequado para o
melhor desenvolvimento deste grupo
de espécie.
FLORESTA
89%
lugar na concentração de plantios com Pinus
está Santa Catarina, responsável por 35% da
área plantada com o gênero no país.
36
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Além dos tradicionais plantios com espécies de Eucalipto e Pinus, outras espécies florestais
vêm ganhando espaço no cultivo florestal para o uso industrial-madeireiro e mesmo para a
produção de produtos florestais não madeireiros.
A área florestal plantada com essas outras espécies totalizam cerca de 591 mil hectares
(2018 estimado¹).
1%
2% Pópulos 1%
Araucária Outros
15%
Paricá
TOTAL
39%
(2018¹):
15% Seringueira
591 mil
Teca
ha
27%
Acácia
Adicionalmente, a seringueira (Hevea brasiliensis) destaca-se por ser, entre as outras espé-
cies, aquela com maior área plantada no Brasil (cerca de 235 mil hectares), sendo utilizada na
extração de látex para a produção da borracha. A acácia (Acacia mearnsii), com área plantada
acima de 150 mil hectares, é utilizada na produção de cavaco de madeira, destinado à expor-
tação, e de taninos, utilizado na indústria de curtume.
37
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Ao longo dos últimos anos, o Brasil atingiu médias expressivas de produtividade florestal. Isso se
deve aos investimentos em práticas silviculturais, melhoramento genético e técnicas de manejo,
associados à escolha de locais com condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento
de florestas plantadas.
2.3
FLORESTA
CONTRIBUIÇÕES
DO SETOR FLORESTAL
Social
O setor florestal gera
resultados sociais
impulsionando o Ambiental
desenvolvimento O setor florestal auxilia
humano local na preservação de recursos
naturais
Econômico
O setor florestal contribui
para o desenvolvimento
econômico do país
38
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
ECONÔMICO
• Arrecadação de tributos
• Movimentação da economia
SOCIAL
• Geração de renda
• Educação ambiental
AMBIENTAL
39
Uma indústria responsável pela produção de produtos que
fazem parte do dia a dia das pessoas. Da madeira serrada
INDÚSTRIA
3
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
3.1
MATÉRIA-PRIMA PARA A INDÚSTRIA
Das florestas plantadas nas regiões Sul e Sudeste do país, o Pinus é a principal
matéria-prima para a produção de madeira serrada/pallet, lâminas, compen-
sados, molduras, portas, entre outros, devido não apenas à adaptação da
espécie às condições edafoclimáticas das regiões, mas a sua melhor aceitação
INDÚSTRIA
Espécies plantadas como a Teca e o Paricá estão orientadas para nichos espe-
cíficos de produtos madeireiros. O Paricá é uma espécie comumente encon-
trada na região Norte do país, principalmente nos estados do Pará e Rondônia,
e é utilizada principalmente para a produção de lâmina, compensado, madeira
serrada, assoalho/decks, entre outros. A Teca, por sua vez, plantada principal-
mente nos estados de Mato Grosso, Pará e em menor escala em Tocantins, é
utilizada ou exportada principalmente na forma de blocos, madeira serrada, e,
em menor grau, como painéis colados ou móveis, entre outros produtos.
42
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
02 MADEIRA NOBRE
03 MADEIRA VERMELHA
04 MADEIRA MISTA
05 MADEIRA BRANCA
43
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
ESPÉCIES PLANTADAS
Espécie Principais Estados Usos
celulose e papel, painéis reconstruídos, madeira serrada,
Pinus PR, SC e RS
pallets, compensado, móveis, PMVA
celulose e papel, painéis reconstruídos, madeira serrada,
Eucalipto MG, SP, MS e BA
lâminas, compensados, postes, escoras e móveis
MADEIRA NATIVA
MAIOR
VALOR
Madeira Espécie Ocorrência Usos
Cedro/Cedro Rosa, serrados, acabamentos internos
Especial RO, PA, MT e AM
Mogno, Pau Rosa da construção civil, móveis e outros
44
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
3.2
PERFIL DA INDÚSTRIA
Em relação ao perfil das indústrias ma- empresas têm buscado o mercado externo,
deireiras de pequeno porte, estas ten- impactando na dinâmica do mercado.
dem a ter alta dependência do mercado
As empresas de médio-grande porte, por
no abastecimento de toras (via de regra
serem, via de regra, verticalizadas, possuem
não são verticalizadas/não possuem flo-
menos dependência do mercado de toras.
restas próprias); apresentam nível tec-
Muitas detêm florestas próprias ou planos
nológico baixo, com uso intensivo de
de manejo, o que garante ao menos parte
mão de obra; investimentos limitados,
de seu suprimento de matéria-prima. Essas
comparativamente às de médio-grande
empresas, geralmente, possuem maior
porte; além de carga tributária reduzida
capacidade de investimento em inovação
(via de regra trabalham com regime tri-
de processos e modernização fabril, bem
butário simples).
como em tecnologia industrial. Devido ao
maior porte dessas empresas e ao perfil de
seu regime tributário, possuem maior inci-
Além disso, as empresas de pequeno porte dência de impostos, o que impacta no custo
tendem a focar a comercialização de seus de produção. Essas empresas, em função de
produtos no mercado doméstico, porém, em sua maior robustez, tendem a se posicionar
momentos de queda acentuada na demanda de forma estratégica no mercado externo,
do mercado nacional, buscam efetuar vendas até mesmo por possuírem produtos seguindo
spot no mercado internacional, de forma especificações técnicas requisitadas pelo
a amenizar as dificuldades, como o que se mercado internacional. A seguir é apresen-
observou nos últimos anos. Com o desaque- tada, de forma esquemática, síntese do perfil
cimento da construção civil nacional (dado o das empresas da indústria de madeira sólida
cenário de crise político-econômica), essas no Brasil.
45
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
INDÚSTRIA
DE MADEIRA
PEQUENA SÓLIDA MÉDIA E GRANDE
Matéria-prima
Matéria-prima
Empresas, via de regra, integradas/
Grande dependência
verticalizadas (produzem
do mercado de toras
e consomem tora - para garantir
INDÚSTRIA
suprimento)
Tecnologia Tecnologia
Equipamentos que exigem Equipamentos mais modernos
mais mão de obra (linhas importadas). Fator
homem-hora por m3 reduzido
Investimentos
Investimentos
Em maior proporção, direcionados
Limitados comparativamente
para inovação de processos
à médias-grandes empresas
e modernização fabril
Mercado Mercado
Principalmente voltada Interno: serrado e compensado para
ao mercado interno construção civil/embalagem e móveis
(regional, nacional) - Exportação: molduras PMVA, painéis
Construção Civil colados, cerca, outros
46
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
3.3
NÚMERO DE EMPRESAS
O setor florestal brasileiro (nativa e plantada) possui cerca de 183 mil estabelecimentos
(2018) com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita
Federal (RF), o que não necessariamente implica estar com algum nível de operação.
No presente Estudo Setorial, foram contempladas as empresas/empreendimentos (CNPJ) que declaram atividade
econômica na indústria madeireira e de móveis de madeira como sua operação principal (a partir de códigos
pré-selecionados do Cadastro Nacional de Atividade Econômica - CNAEs registrados em 2019).
Os dados divulgados pela Receita Federal evidenciam aumento no número de empresas (estabelecimentos)
abertas entre os anos de 2015 a 2018 e em situação de cadastro ativo, passando de 91,6 mil em 2015 para 139,8
mil empresas em 2018, considerando CNPJ com CNAE relacionados à indústria madeireira e moveleira. Diante
da crise econômico-financeira nacional (a partir de 2014), o mercado vivenciou a abertura de diversas empresas
de micro e pequeno porte, inclusive no setor florestal-madeireiro, como forma de buscar alternativas para geração
de renda. Tal fato explica em partes o aumento no número de estabelecimentos nos últimos anos (2015-2018),
porém tais CNPJ não necessariamente estão com algum nível de operação.
100.000
90.000
Número de empresas
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
41.900
54.259
86.710
53.107
63.125
47.033
73.396
37.323
20.000
10.000
0
2015 2016 2017 2018
¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e considerado ativo junto à Receita Federal, o que não necessaria-
mente implica estar com algum nível de operação econômica. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos no Cadastro Nacional de Atividade
Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
² Indústria madeireira, que contempla principalmente: serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e artefatos diversos de madeira
(exceto móveis).
³ Nos últimos anos, a metodologia para a consolidação destas estatísticas sofreram alterações/atualizações em seus parâmetros, a exemplo de desagregação e
inclusão de atividades nos CNAEs. Tais estatísticas são dinâmicas diante do movimento das empresas junto à Receita Federal. Além disso, os dados relativos
ao número de estabelecimentos foram atualizados por sua fonte oficial (Receita Federal) bem como pela instituição que os consolida (IBPT). Assim, para uma
análise histórica, recomenda-se adotar os dados deste documento ao invés de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Receita Federal/IBPT (2019), compilado por STCP (2019).
47
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Do total do número de empresas do setor florestal nacional (nativa e plantada), 77% referem-se
à indústria madeireira [serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e
artefatos diversos de madeira (exceto móveis)] e de móveis de madeira.
53.107 86.710
empresas empresas
da indústria de móveis de madeira
madeireira no Brasil no Brasil
12% 17%
Nordeste Nordeste
9% 9%
Centro-Oeste Centro-Oeste
8% 5%
Norte Norte
Ind. Móveis
Madeireira de madeira
TOTAL: TOTAL:
53.107 86.710
44%
37% 25% Sudeste
34% Sudeste Sul
Sul
¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita Federal, o que não
necessariamente implica estar com algum nível de operação. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos no Cadastro
Nacional de Atividade Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
² Indústria madeireira, que contempla principalmente: serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e artefatos
diversos de madeira (exceto móveis).
Fonte: Receita Federal/IBPT (2019), compilado por STCP (2019).
48
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
53.107
sivo (14.069) de empresas relacionadas ao setor madeireiro
e de móveis de madeira. A produção e consumo de madeira
serrada está concentrada principalmente na região da Serra
(37%)
de Guarapuava, União da Vitória e Imbituva possuem presença
expressiva de serrarias e laminadoras de Pinus. Santa Cata-
rina concentra 12.509 empresas ligadas à indústria madei-
reira e moveleira. O eixo central do estado, representado prin-
(12%).
Negrinho é produtor de compensado.
49
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita Federal, o que não
necessariamente implica estar com algum nível de operação. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos no Ca-
dastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
² Indústria madeireira, que contempla principalmente: serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e artefatos
diversos de madeira (exceto móveis).
Fonte: Receita Federal/IBPT (2019), compilado por STCP (2019).
50
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
3.4
GERAÇÃO DE EMPREGOS
Em 2018, o setor florestal brasileiro empregou 599 mil trabalhadores. Esses empregos
encontram-se concentrados na indústria de móveis (29%), seguida pela indústria madeireira
(28%), de celulose e papel (27%), e, pelas operações de base de silvicultura e colheita (16%).
16%
Silvilcutura e colheita
29%
Móveis
699 693
700 688 686 683
Número de empregos (em mil)
636 642
609 598 599
600
500
400
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 20181
¹ Estimativa STCP.
Fonte: Ministério da Economia (2019), elaborado por STCP (2019).
51
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
250
Número de empregos (em mil)
100
50
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 20181
250
Número de empregos (em mil)
200
150
100
107
170
162
163
193
175
173
50
93
0
Silvicultura Celulose e Papel Ind. Madeireira Móveis
2009 2018
¹ Estimativa STCP.
Fonte: Ministério da Economia (2019), elaborado por STCP (2019).
52
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
3.5
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
O setor de base florestal, assim como a indústria de madeira sólida, contribuem de forma
expressiva para o desenvolvimento das economias locais e nacional, sendo de importância
preponderante para o desenvolvimento social. Indicadores relevantes incluem a geração
de emprego (direto, indireto e efeito-renda) a partir das atividades relacionadas à indústria
madeireira; promoção da educação através de treinamentos/capacitações; e melhorias na
infraestrutura local (logística/transporte/outros). Tais fatores resultam em impactos positivos
para a qualidade de vida da população local, esteja esta envolvida direta ou indiretamente
com o setor florestal-madeireiro.
Qualidade Emprego
de vida (direto e indireto)
Saúde Efeito-renda
Infraestrutura Educação
Tanto o setor florestal como a indústria de madeira sólida destacam-se pela tradição e atuação
organizada com resultados expressivos que contribuem com o valor bruto da produção, geração
de empregos e renda, bem como com consideráveis volumes de produtos direcionados à expor-
tação, gerando saldo positivo na balança comercial brasileira.
53
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
R$ 82,8 bilhões
1,20% do PIB Brasil
R$ 18,5 bilhões
0,27% do PIB Brasil
23%
Número de empresas1
Geração de empregos
599 mil empregos 336 mil empregos
1,3% do total
de empregos gerados
0,7% do total
de empregos gerados
56%
no Brasil no Brasil
Exportações
Importações
Balança Comercial
¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita Federal, o que não neces-
sariamente implica estar com algum nível de operação. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos com o Cadastro Nacional
de Atividade Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
Notas: (i) Setor Florestal contempla florestas nativas + plantadas; (ii) as exportações da indústria de madeira sólida incluem dados de exportação
de móveis de madeira.
Fonte: Ministério da Economia (2019), IBÁ (2018), consolidado e elaborado por STCP (2019).
54
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
3.6
FATORES QUE IMPACTAM
O CUSTO DE PRODUÇÃO
Após a crise financeira mundial de 2008, a indústria PRINCIPAIS FATORES QUE IMPACTAM
madeireira nacional enfrentou diversas mudanças NA ESTRUTURA DE CUSTOS DE
para se adaptar a um novo horizonte econômico, com PRODUÇÃO | INDÚSTRIA DO SETOR
padrões reduzidos de consumo nas maiores econo- FLORESTAL-MADEIREIRO NACIONAL
mias mundiais, e à conjuntura nacional, agravada pelo
alto nível de desemprego e consequente redução
no nível de consumo da população. Esses aspectos
corroboraram para que as empresas repensassem
suas estratégias internas para a redução de custos Infraestrutura Carga
com o aumento de eficiência e competitividade. Logística Tributária
Qualificação de
mão de obra Investimentos
55
O Senai no Paraná, com toda a sua experiência na indústria, traz soluções para a sua
empresa inovar. Por meio da rede de Institutos Senai de Tecnologia e Inovação,
o seu negócio se destaca no mercado e fica pronto para a era da Indústria 4.0.
Conte com a nossa equipe para tirar as ideias do papel e até para auxiliar na
captação de recursos. Não importa se a sua empresa é grande ou pequena, o nosso
negócio é inovar o seu.
Acesse:
senaipr.com.br/empresas
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
MERCADO
4
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.1
CADEIA PRODUTIVA
DO SETOR FLORESTAL
A cadeia produtiva florestal é composta por produtos florestais madeireiros (PFM) e produtos
florestais não madeireiros (PFNM). Os PFM utilizam a madeira em tora como matéria-prima
MERCADO
• Carvão vegetal: consumido pela indústria siderúrgica para a produção de ferro-gusa, ferro-
ligas, e aço e seus derivados;
Por outro lado, os PFNM são representados por frutos, sementes, látex e óleos essenciais,
entre outros, os quais são principalmente utilizados pela indústria alimentícia, farmacêutica,
química e cosmética. Este estudo setorial trata exclusivamente sobre os PFMs.
74
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Florestas (Plantadas/Nativa)
» Móveis
» Outros
Papel
» Consumo
Industrial
» Consumo
Residencial
¹ PMVA (Produtos de Maior Valor Agregado) – porta, janela, moldura, piso/deck e outros.
Fonte: Elaborado por STCP (2019).
Na sequência são apresentadas as principais tendências de mercado para cada produto da indústria de madeira
sólida e biomassa no mundo e no Brasil.
Dados sobre produção e consumo aparente no Brasil, para 2017 e 2018, foram estimados a partir da análise
do consumo nacional dos principais produtos de madeira sólida com base em indicadores das indústrias e
segmentos consumidores (ex.: construção civil, indústria moveleira, embalagens entre outros), bem como em
observações da dinâmica de mercado dos produtos.
75
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.2
MADEIRA SERRADA
DE PINUS
4.2.1 – MUNDO1
A madeira serrada de coníferas (incluindo Pinus) é um dos principais produtos da cadeia produtiva
MERCADO
PRODUÇÃO E CONSUMO
mundial de
cimento da ordem de +3,8% a.a., equivalente a +40%
entre 2009-2018. O mercado internacional de madeira
em 2018
para construção de casas novas quanto para reformas,
além da expansão do mercado chinês, que apesar da
desaceleração de sua economia, ainda consume mais do
que produz.
1
Ao analisar dados mundiais de madeira serrada, parte-se do princípio que o total produzido anualmente praticamente se iguala ao total consumido
no mesmo ano, assumindo que as exportações e importações são praticamente iguais (exceto pela variação de estoques). Nesse estudo conside-
rou-se que a produção mundial é similar ao consumo. Essa análise foi adotada para todos os produtos aqui evidenciados
76
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
400
350
Volume (milhões m3)
300
250
200
150
100
348,0
334,6
321,8
286,8
347,7
312,6
299,7
269,5
279,8
249,3
50
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua
fonte (ITTO). Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores
a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
Os Estados Unidos seguem na liderança dos principais produtores mundiais de madeira serrada de
coníferas com 17% do total (2018). Em 2010 os Estados Unidos já estavam na liderança do ranking
com 16% do total produzido mundialmente. Isso é resultado do potencial do mercado consumidor
norte-americano. A queda nos juros de hipotecas, o fortalecimento dos salários e a desaceleração da
inflação de imóveis facilitam o acesso do consumidor ao imóvel norte-americano. Porém, a oferta pros-
segue restrita, principalmente devido à escassez de terrenos urbanos e mão de obra, o que dificulta o
aumento das construções (novas moradias) neste segmento de mercado. Tais fatores têm restringido,
de certa forma, grandes expansões no mercado imobiliário dos Estados Unidos.
Seguindo o ranking dos principais produtores mundiais, o Canadá mantém-se na segunda posição a
vários anos. O país foi responsável pela produção de 48 milhões de m³ de madeira serrada de coníferas
em 2018, com grande parte (60%) deste volume direcionada ao mercado internacional. O principal país
de destino das exportações do produto canadense tem sido os Estados Unidos, evidenciando a forte
relação comercial entre os dois países com este produto.
Entre 2010 e 2018, houve aumento de cerca de 79 milhões de m³ na produção mundial de madeira
serrada de coníferas, equivalente a 29% de crescimento no período.
77
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PRODUTORES
14% 14%
Canadá Canadá
CONSUMIDORES
44% 23%
51% 21% Outros EUA
Outros EUA
9%
China
18%
2010 7% 2018 China
Alemanha
6% 6%
Canadá Alemanha
6% 4% 5%
Japão Japão Canadá
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO).
Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
78
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
27,7 28,4
140 27,6 30
26,4 24,7
120 23,4 22,9 23,6 25
21,5
Volume (milhões m³)
124,9
123,2
128,3
113,4
106,5
111,8
98,9
93,1
84,5
99,1
5
20
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +4,4% +5,5%
[2009-2018] Período +47,8% +62,4%
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
Historicamente, o Canadá tem liderado o ran- Os Estados Unidos são historicamente o líder no
king mundial de países exportadores de ma- ranking das importações de madeira serrada de
deira serrada de coníferas. Sua participação coníferas. Em 2010 participava com 14% desse
no comércio mundial tem aumentado nos mercado, passando para 24% em 2018. Em 2018,
últimos anos, passando de 22% do total em a China também aumentou sua importação mundial
2010 para 29% em 2018. A Rússia e a Sué- de madeira serrada de coníferas, passando de 9%
cia seguiram respectivamente com 13% e (2010) para expressivos 17% (2018) do total global.
11% do share total das exportações deste tipo Isso evidencia o grande potencial dos mercados
de serrado. Juntos, estes três países somam norte-americano e chinês como destinos globais
participação de 53% do total das exporta- do produto, visto que a produção desses países não
ções mundiais do produto. é suficiente para atender a demanda interna dos
países, que juntos responderam, em 2018, por 41%
das importações mundiais.
79
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTADORES
15%
2010 Suécia 2018
13%
Rússia
13%
Rússia
11%
7% Suécia
Alemanha
7% 6% 8%
Finlândia Alemanha Finlândia
MERCADO
IMPORTADORES
14% 43%
54% EUA 24%
Outros Outros EUA
10%
Japão
9%
2010 China
2018 17%
China
7%
Reino Unido
6%
Japão
6%
Itália
4% 6%
Alemanha Reino Unido
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Des-
ta forma, recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
80
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.2.2 – BRASIL
A madeira serrada de Pinus no Brasil é produzida principalmente na região Sul devido à proximidade com o
abastecimento de matéria-prima (madeira em tora). A maioria das empresas que compõe a indústria nacional
de madeira serrada de Pinus é de pequeno porte, com produção média entre 6-7 mil m³/ano. Via de regra, essas
empresas são de formação predominantemente familiar e com capitalização limitada, com produção voltada
notadamente ao mercado nacional. Em menor número, situam-se as empresas de médio-grande porte, em
geral mais estruturadas tecnologicamente e capitalizadas, direcionando suas produções tanto para o mercado
doméstico quanto para o internacional.
PRODUÇÃO E CONSUMO
A partir de 2012, o Brasil experimentou queda no Entretanto, a produção de madeira serrada de Pinus
Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil. apresentou leve recuperação a partir de 2017,
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Cons- quando o Brasil bateu recorde de exportação desse
trução (CBIC), 2012 foi marcado por um cenário inter- produto, superado no ano de 2018. A produção
nacional conturbado, em que no Brasil foi necessário subiu gradativamente a partir de 2017 impulsio-
adotar diversos mecanismos de estímulo na busca nada pelo alto consumo internacional do produto.
pela retomada da economia nacional, a exemplo da Adicionalmente, a taxa cambial mostrou-se favo-
queda da taxa de juros e benefícios tributários para rável às exportações brasileiras em 2018, quando
alguns setores. Ainda assim, a economia brasileira se chegou a 15% de desvalorização do Real frente à
avançou em ritmo muito modesto. Esse cenário fez moeda norte-americana comparativamente a 2017.
com que os níveis de produção e de consumo dos
principais produtos de madeira sólida, a exemplo da
madeira serrada de Pinus, apresentassem quedas
81
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Esse movimento da indústria nacional de madeira serrada de Pinus para aumentar suas exportações
resultou em uma nova organização do setor, capitaneada por algumas empresas, com investimento em
novas tecnologias e padrões de qualidade. Isso se fez necessário para atender os requisitos do mercado
internacional, o que resulta em aumento nos custos de produção e consequentemente nos níveis de
competitividade da indústria nacional.
10
9
Volume (milhões m³)
7
MERCADO
4
3
2
8,47
8,30
8,03
5,30
5,34
9,06
8,46
5,39
8,33
5,95
8,78
6,96
7,84
8,97
7,25
7,25
7,94
7,62
9,17
7,77
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
O ano de 2018, que apresentou nível reduzido de consumo de madeira serrada de Pinus, assim como
de outros produtos da indústria de madeira sólida, foi marcado por outras mudanças. A crise do diesel,
que levou à greve dos caminhoneiros em maio de 2018, resultou em prejuízos para toda a economia,
inclusive para o setor madeireiro. As principais consequências ao setor foram entraves em logística e
no escoamento e abastecimento de madeira e produtos florestais durante a paralisação, bem como
aumento nos custos de transporte com o tabelamento do frete mínimo para o transporte autônomo
estabelecido pelo Governo.
82
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
NORMA TÉCNICA
DE MADEIRA SERRADA
Na construção civil, principal mercado que também exigem padrões de qualidade para o
para o produto, a madeira serrada é uti- produto em uso.
lizada desde a construção pesada à leve,
O trabalho de desenvolvimento da norma técnica
com aplicações interna e externa e uso
de madeira serrada contempla as seguintes apli-
temporário e definitivo. Assim, a padro-
cabilidades:
nização do produto, para os diversos fins,
é necessária para garantia de desempe- Madeira Serrada – Parte 1: Terminologia
nho e durabilidade.
Madeira Serrada – Parte 2: Requisitos Gerais
Com esse conceito está sendo elaborado um Madeira serrada - Construção civil –
conjunto de normas de madeira serrada. A abor- Parte 1: Coníferas
dagem das normas contempla uma padroni- Madeira serrada - Construção civil –
zação dos produtos da madeira serrada, avalia- Parte 2: Folhosas
ções de defeitos, que podem ser intrínsecos à
Madeira serrada para embalagens
madeira ou resultantes do processo de produção
e beneficiamento, além de padrões de qualidade Madeira serrada para móveis
de acordo com seu uso. A norma técnica é uma
Madeira serrada para uso geral
ferramenta que permite estabelecer requisitos
mínimos de qualidade para os produtos. As normas contribuem para o desenvolvimento do
segmento, promovem a inovação e acesso a mercados.
Além da construção civil, a madeira serrada
tem uso em outras aplicações, como emba-
lagens, móveis e uso geral. Segmentos esses
83
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
A exportação brasileira de madeira ser- Em 2018, o Real desvalorizou cerca de 30%, o que
rada de Pinus manteve-se praticamente favoreceu as exportações de produtos brasileiros.
estável entre 2009-2013, período em que Além disso, o ano foi positivo para o comércio inter-
o referido produto foi direcionado princi- nacional em geral, como resultado do crescimento
palmente ao consumo doméstico do país da economia global. Tais fatores estimularam o
(com estimativa de cerca de 8% da pro- aumento das exportações brasileiras de produtos
dução exportada). madeireiros, a exemplo de produtos primários do
setor como a madeira serrada de Pinus.
A partir de 2014, em meio ao período de desace-
leração da economia brasileira, a indústria produ- Em 2014, cerca de 13% da produção nacional de
tora de madeira serrada de Pinus expandiu suas madeira serrada de Pinus foi direcionada ao mercado
vendas ao mercado internacional. O Brasil se internacional. Em 2018, essa relação passou para
beneficiou da recuperação gradual da economia 33% do total da produção nacional. Com isso, entre
e mercado imobiliário norte-americano, e do cres- 2009-2018, as exportações brasileiras de madeira
cimento do mercado asiático, especificamente serrada de Pinus cresceram 15,0% a.a. em volume
MERCADO
da China. Outro fator que contribui para o bom e 16,3% a.a. em valor monetário. No período 2009-
desempenho das exportações brasileiras deste 2018, as exportações do produto expandiram
produto foi à valorização do Dólar americano pouco mais de expressivos 250% em volume e
frente à moeda brasileira, aumentando o ganho aproximadamente 290% em valor.
com estas transações comerciais.
467
2.500 500
Valor (milhões US$)
361
Volume (mil m³)
2.000 400
289
1.500 300
231
1.866
2.281
2.557
690
100
746
993
728
500
741
719
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +15,0% +16,3%
[2009-2018] Período +251,2% +288,4%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
84
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Tradicionalmente, as importações brasileiras de madeira serrada de Pinus não são significativas, comparati-
vamente às exportações. Observa-se que o fluxo das importações do produto reagiu em movimento contrário
às exportações. Entre 2009-2018, as importações reduziram em volume (-12,1% a.a.) e em valor (-2,2% a.a.),
conforme evidenciado a seguir.
4,0
25
1,0
5
28,2
23,7
11,7
0,5
8,8
6,4
5,3
6,6
7,5
7,6
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -12,1% -2,2%
[2009-2018] Período -68,7% -18,3%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Os Estados Unidos continuam no topo do ranking dos principais destinos das exportações brasileiras de madeira
serrada de Pinus, apesar de pequena perda de participação entre 2010 (49% do total) e 2018 (36% do total),
seguido pelo México (20% em 2018). De 2010 para 2018, a China ultrapassou a Arábia Saudita, exportando
11% do total, conquistando o terceiro principal destino das exportações brasileiras de madeira serrada de
Pinus. Esse aumento da participação chinesa na importação de madeira serrada de Pinus de outros países, a
exemplo do Brasil, deve-se não apenas ao seu crescimento populacional e aumento do poder de compra, mas
também em função da China tornar o uso comercial de suas florestas mais restritivo. Tal fato impulsiona a China
a importar de países em desenvolvimento uma diversidade de produtos madeireiros.
85
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PAÍSES DE DESTINO
18%
49% Outros
EUA
29%
Outros 5%
Vietnã 36%
EUA
2010 10% 2018
4% A. Saudita
Coréia do Sul
11% 20%
4% China
África do Sul México
7% 7%
A. Saudita China
MERCADO
ESTADOS EXPORTADORES
GO 0,08%
4% 2% 3% 2,92%
MS SP SP Outros
12% 10%
RS RS 48%
42% SC
2010 SC 2018
40%
PR 36%
PR
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Os estados da região sul do país são os mais representativos nas exportações do produto, em função
da concentração dos maciços florestais com Pinus e localização das serrarias, com destaque para Santa
Catarina (48% do total das exportações nacionais de madeira serrada de Pinus em 2018) e Paraná
(36% deste total).
86
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.3
MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS
4.3.1 – MUNDO
A madeira serrada de folhosas é um importante produto dentro da indústria madeireira e altamente
comercializado, apesar de implicar em menor volume de consumo quando comparado à madeira serrada
Pinus. A seguir, é apresentado um panorama da produção, consumo, balança comercial (exportação e
importação), bem como os principais países e estados players deste produto no mercado.
PRODUÇÃO E CONSUMO
Em 2018 a produção mundial de madeira serrada de folhosas foi de aproximadamente 136 milhões m³.
Analisando o período entre 2009-2018, observa-se crescimento na produção mundial do produto, equi-
valente a +3,8% a.a. e +39,9% no período. Na série histórica da produção mundial de madeira serrada de
folhosas, constata-se queda em 2008 (109,5 milhões m³) e 2009 (97,5 milhões m³). Isso está relacionado
à crise econômica mundial, em que houve redução considerável na produção e no consumo dos diversos
produtos da economia. No entanto, a madeira serrada de folhosas demonstrou rápida recuperação da
produção a partir de 2010, impulsionada principalmente pelo desenvolvimento do mercado chinês e reto-
mada gradual da economia norte-americana.
87
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
160
140
Volume (milhões m³)
120
100
80
60
40
106,4
108,9
124,6
136,4
135,7
129,6
122,1
127,4
117,8
97,5
20
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
Historicamente, a China mantém-se como líder no ranking mundial dos produtores (35%
do total global - 2018) e consumidores (44% do total global - 2018) de madeira serrada de
folhosas, seguida dos Estados Unidos (17% em produção e 14% em consumo - 2018). Isso
evidencia que mesmo sendo um grande produtor deste produto, a China tem grande potencial
de importar madeira serrada de folhosas, utilizada na indústria chinesa de construção civil e
de móveis. Tal fato deve-se ao seu potencial de consumo e econômico, associado a restrições
ambientais (em vigor há cerca de vinte anos) para a exploração em florestas nativas, para fins
comerciais. Assim, a China necessita complementar sua demanda com importações deste e de
outros produtos.
88
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PRODUTORES
21% 37%
44% China 35%
Outros Outros China
17%
2010 EUA 2018
8% 17%
Brasil 3% EUA
Tailândia
5% 5%
Vietnã Índia 4% 4%
Índia Vietnã
CONSUMIDORES
41% 30%
Outros 26% Outros
China
44%
China
15%
2010 EUA 2018
3%
Indonésia
7% 4%
Brasil Índia 14%
EUA
5% 6% 5%
Índia Vietnã Vietnã
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
Apesar dos avanços mundiais no manejo das florestas nativas, certificação e verificação da legalidade da
madeira nativa, o comércio desses produtos tem enfrentado desafios. Alterações nas preferências dos consu-
midores e a consequente redução da participação de produtos de madeira nativa em função da competição com
produtos de madeira engenheirada e alternativas de materiais não madeireiros têm corroborado para menores
níveis de produção/consumo dos produtos de origem nativa nos últimos anos.
89
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
As exportações mundiais de madeira serrada de folhosas atingiram 25,7 milhões de m³ (US$ 12,0
bilhões) em 2018. Apesar da queda generalizada no comércio internacional entre 2008-2009 (19,1
milhões m³ em 2008 e 15,4 milhões m³ em 2009), o produto apresentou recuperação nas exportações a
partir de 2010. As exportações mundiais do produto entre 2009-2018 apresentaram crescimento anual
de +5,8% e crescimento no período de +66,5% em relação ao volume e, crescimento em valor de +6,4%
a.a. e de 75,1% no período, conforme observado a seguir.
30 14
6,8 8
15
6
10
24,0 4
20,9
20,1
25,9
15,4
25,7
22,9
23,1
19,4
19,9
5 2
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +5,8% +6,4%
[2009-2018] Período +66,5% +75,1%
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
Em 2018, as exportações mundiais atingiram US$ 12,0 bilhões, apresentando alta em relação ao ano
de 2009 (US$ 6,8 bilhões). O líder entre os principais exportadores mundiais de madeira serrada de
folhosas são os Estados Unidos (22%). Os EUA são seguidos pela Tailândia (13%), Malásia (8%), Gabão
(4%) e Camarões (4%). Os demais 50% das exportações mundiais encontram-se divididos entres os
demais países exportadores.
Em relação aos principais países importadores de madeira serrada de folhosas, a China segue na
liderança ao longo da série histórica analisada, respondendo por mais de 40% das importações
mundiais do produto em 2018. Com importações totalizando US$ 12,1 bilhões (2018), os demais
países no ranking seguem com Vietnã (6%), Estados Unidos (4%), Reino Unido (3%) e Itália (3%).
Os 40% remanescentes importados estão distribuídos entre os demais países.
90
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTADORES
9%
Malásia
7% 13%
Tailândia
2010 Tailândia 2018
8%
4% Malásia
Camarões
4%
60% Alemanha 4% 4%
Outros Gabão Camarões
IMPORTADORES
6%
Itália
2010 5% 2018
Vietnã
6%
Vietnã
4%
4% EUA 4%
3% EUA
Reino Unido Itália
3%
Reino Unido
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
91
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.3.2 – BRASIL
PRODUÇÃO E CONSUMO
MERCADO
A madeira serrada de Eucalipto, por sua vez, é produzida em menor escala no país. Isso se deve ao fato
de os plantios com este grupo de espécie serem manejados notadamente para o ciclo curto, visando
atender a produção de madeira de processo para a indústria de celulose, papel, painéis e siderurgia a
carvão vegetal. Poucos são os plantios florestais com Eucalipto no Brasil orientados para o uso múltiplo
(para produção de toras médias a grossas), manejo adequado para a produção de serrados.
O mercado de madeira serrada de Teca, no entanto, ainda é incipiente no Brasil dada a baixa demanda
e poucas serrarias adaptadas para receber esse tipo de matéria-prima. O Brasil detém cerca de 90 mil
hectares com plantios de Teca (IBÁ, 2016), matéria-prima utilizada na indústria de serrados, produto
mais voltado para atender o mercado internacional – sudeste asiático, além de atender a produção de
painéis colados no mercado nacional.
92
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
8
Volume (milhões m³)
2
8,0
3,0
6,0
4,2
4,6
8,5
8,4
3,4
5,6
2,4
2,4
2,6
2,3
1,9
6,7
2,1
2,7
2,7
7,9
7,1
1
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
brasileiras
serrada de folhosas reduziram -0,3% a.a. e -2,5% no período
em volume, enquanto em valor a queda foi mais acentuada,
556
(Voluntary Partnership Agreement - VPA) do Forest Law Enfor-
cement, Governance and Trade (FLEGT), que tem por objetivo
reduzir a exploração de madeira ilegal com o fortalecimento da
extração sustentável da floresta.
mil m³
(US$ 222 milhões)
93
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
No entanto, o país conquistou espaço de destaque a partir de ações desempenhadas pelo governo
federal como o estabelecimento do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais,
cujo sistema é integrado com as informações fornecidas pelos estados.
Outro exemplo é o da Secretaria de Estado e Meio Ambiente (SEMA-MT), que, juntamente com o
Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato grosso (CIPEM),
instituiu o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA) no estado.
Trata-se de um sistema de controle florestal robusto que tem por objetivo controlar a comercialização
e o transporte de produtos florestais no estado. A partir desse sistema, o estado afirma que cerca de
98% da madeira comercializada em Mato Grosso tem origem legal, ou seja, são extraídas a partir de
plano de manejo sustentável.
As concessões florestais contam com controle rígido e fiscalização governamental (Federal ou Estadual)
sobre as áreas de concessão, garantindo a origem legal da madeira; sendo que algumas empresas
concessionárias buscam a certificação da cadeia de custódia, o que corrobora para a evidência da
origem legal da madeira.
MERCADO
700,0 400,0
257,3 264,0
500,0
238,2 198,1 300,0
193,8 176,0 221,7 250,0
400,0 184,7 194,0 166,3
200,0
300,0
150,0
405,0
408,7
354,4
364,3
556,4
486,7
570,7
472,9
578,1
200,0
376,1
100,0
100,0
50,0
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -0,3% -1,6%
[2009-2018] Período -2,5% -13,8%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
A evolução histórica das importações brasileiras de madeira serrada de folhosas indica volume pouco
significante comparado às exportações, além de apresentar tendência de forte queda nos últimos dez
anos. De qualquer forma, o seu valor unitário (proxy do preço), aumentou de forma expressiva entre
2009 e 2018. Isso se evidencia ao analisar as taxas de crescimento em volume e valor.
94
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
80 35
31,7
70
27,5 24,8 30
25
21,0 19,7
50 17,5
20
40 15,8
11,8 10,7 15
30
10
20
32,0
26,0
44,9
15,0
21,2
38,6
21,6
68,1
57,5
10 5
17,7
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -15,5% +5,8%
[2009-2018] Período -77,9% +66,0%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados
históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Os estados de Pará (25% do total) e Mato Grosso (24% do total) lideraram as exportações
de madeira serrada de folhosas em 2018.
95
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PAÍSES DE DESTINO
18% 15%
36% China EUA
Outros
18%
França 12%
Holanda
43%
Outros
2010 2018 11%
China
10%
Vietnã
13%
6% Holanda
EUA 9%
9% França
MERCADO
Vietnã
ESTADOS EXPORTADORES
3%
AM
6% 24%
10% 14% MT
RO Outros 46%
PA Outros
6%
AM
12% 18%
PR 23%
MT PR
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
96
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.4
COMPENSADO DE PINUS
Produto de ampla aplicação tanto na indústria de construção civil, naval, moveleira e automotiva,
o compensado de Pinus possui longa tradição na produção e no consumo no Brasil. A seguir, são
apresentadas as principais tendências da produção, consumo e comércio internacional do produto.
4.4.1 – MUNDO
O compensado de coníferas (incluindo os de Pinus) é um produto amplamente comercializado e utilizado no mercado
global. A madeira compensada encontra uso crescente em diversas aplicações, desde móveis, pisos e embalagens
de produtos de alto valor agregado, construção civil, sistema construtivos em wood frame, entre outros.
PRODUÇÃO E CONSUMO
Em 2018, a produção mundial de compensado de coníferas atingiu 92,6 milhões de m³, representando esta-
bilidade em relação ao ano de 2017. Entre 2009-2018, no entanto, o crescimento quase atingiu 100%, com
aumento anual de +7,7%.
100
90
Volume (milhões m3)
80
70
60
50
40
30
90,4
90,1
65,2
53,8
82,4
70,7
92,6
92,6
91,9
20
47,3
10
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
97
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
A China lidera o ranking mundial dos produtores e consumidores de compensado de coníferas. O país
responde isoladamente pela produção de 75% do total mundial e consume 74% deste total (2018). Sua
utilização está voltada para a crescente indústria de construção civil no país. Na sequência, porém com
percentuais muito inferiores ao da China, situa-se os Estados Unidos (9%), seguido pelo Japão (3%),
Brasil (2%) e Canadá (2%). Em relação ao ranking dos países consumidores de compensado de coníferas,
após a China, seguem os Estados Unidos (10%), que ao contrário da China, consome mais do que sua
produção. O Japão detém 3% do consumo mundial, seguido pelo Canadá com 2% e a Coréia do Sul com
1%. O remanescente de 9% do total consumido está distribuído entre os demais países consumidores.
PRODUTORES
3% 11% 2% 2%
Canadá Outros Brasil Canadá
9%
MERCADO
4% 3% Outros
Brasil Japão
75%
China
4% 2010 2018
Japão
63%
China
15% 9%
EUA EUA
CONSUMIDORES
1%
2% Coréia do Sul
2% 16% Canadá
Outros 58%
Coréia
China 10%
do Sul 3% Outros
Japão
4%
Canadá
2010 10% 2018 74%
5% EUA China
Japão
15%
EUA
98
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Em 2018, o comércio internacional de compensado de coníferas totalizou 7,7 milhões de m³, equivalente à
venda de US$ 3,7 bilhões. Apesar de serem valores expressivos, este comércio apresentou queda em volume
no período entre 2009-2018 (-1,3% a.a. e -11,3% no período). Em valor, houve crescimento de +1,3% a.a. e
+12,1% no período (2009-2018).
9,0
4,0
3,6 3,7 4
3,4 3,5 3,3 3,5 3,4
Volume (milhões m³)
3,3 3,3
3
8,0
2
7,5
7,0 1
8,5
8,5
8,4
8,1
8,1
8,7
7,8
7,4
7,7
7,7
6,5 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -1,3% +1,3%
[2009-2018] Período -11,3% +12,1%
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
A China, que foi líder nas exportações mundiais de compensado de coníferas em 2010 (25%), perdeu partici-
pação em 2018 (12%), fazendo com que o Brasil se tornasse líder no ranking em 2018 (18%). O Chile, por sua
vez, apresenta a 3ª posição no ranking global (11%).
O total das exportações do produto, em 2018, chegou a US$ 3,7 bilhões, apresentando alta em relação a 2010,
quando o valor atingiu US$ 3,4 bilhões.
Entre os principais importadores de compensado de coníferas, os Estados Unidos, que dividiam em 2010 o
segundo lugar do ranking com a Coréia do Sul, Reino Unido e Arábia Saudita, assumiram o posto de primeiro
lugar sozinho em 2018, com 27% das importações globais. O Reino Unido e Alemanha responderam por 6%
(cada) das importações em 2018, seguido pelo México (5%) e Coréia do Sul (4%). Estes cinco países respon-
deram por 48% das importações globais, com a grande maioria distribuída entre diversos países importadores.
99
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTADORES
45% 18%
41% 25% Outros Brasil
Outros China
12%
China
10%
2010 Brasil 2018
11%
10% Chile
Chile
6% 8%
6% 8% Vietnã
Finlândia
Indonésia Finlândia
MERCADO
IMPORTADORES
5%
Coréa do Sul
7%
5%
Alemanha 52%
Reino Unido
Outros
27%
EUA
5%
EUA
6%
2010 5% 2018 Reino Unido
A. Saudita
73% 6%
Outros Alemanha
4% 5%
Coréia do Sul México
100
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.4.2 – BRASIL
O Brasil é um tradicional player produtor de compensando de Pinus com expressivo direcionamento do produto
ao mercado exportador. Os principais produtores se localizam principalmente nos estados da região sul do país
(Paraná e Santa Catarina).
PRODUÇÃO E CONSUMO
Em 2018, a produção nacional de compensado de Pinus atingiu recorde histórico dos últimos dez anos, com
total de 2,83 milhões de m³. Isso demonstra a resiliência da indústria, visto que em 2008 foi fortemente impac-
tada pela crise econômica mundial, além da desaceleração do consumo nacional a partir de 2014.
3,0
2,5
Volume (milhões m³)
2,0
1,5
1,0
0,5
0,85
2,09
1,03
0,69
2,30
0,87
0,95
0,57
2,83
2,62
1,79
2,12
1,96
0,56
0,56
1,61
1,97
1,93
0,48
0,49
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
101
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
102
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
civil. Dez anos após a crise imobiliária americana, o mercado daquele país ainda não recu-
perou completamente o mesmo volume de negócios observado antes da crise (2007), mas
tem evidenciado recuperação continuamente ascendente. Essa retomada gradativa deve-se
em parte às restrições adotadas pelo sistema financeiro americano para evitar a repetição da
superoferta de crédito.
2.500 800
697
700
2.000
1.500
438 434 418 500
398
372
279 360 325 400
1.000 300
2.060
200
1.095
1.449
1.063
1.164
1.730
2.272
1.272
1.118
500
935
100
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +8,2% +10,7%
[2009-2018] Período +103,3% +150,1%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados
históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Nos últimos anos, o faturamento com as exportações de compensado de Pinus reduziu. O valor
unitário (proxy do preço) das exportações nacionais caiu -23% em 2017 em relação a 2014,
apresentado leve recuperação em 2018 (-11% em 2018 em relação a 2014). Isso se deve aos
elevados custos de produção (mão de obra, combustível, insumos, fretes, outros) ao longo do
período, reduzindo as margens de lucro dos produtores.
103
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
450 1.400
913
304
202
282
427
304
263
239
121
50
17
8
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -27,0% -13,9%
[2009-2018] Período -94,1% -74,1%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar
os dados históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Como uma medida protecionista, a Europa permite que países do continente importem
anualmente a quota de até 650 mil m³ de compensado de Pinus livre do imposto de
7% (cota europeia de compensado de Pinus). À medida que os produtos são impor-
tados pelo continente, esse volume é reduzido do total permitido e, quando a quota é
atingida, o produto importado passa a ser taxado em 7%.
104
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PAÍSES DE DESTINO
33% 19%
Alemanha
Outros
29% 34%
Outros EUA
2010 2018
19%
Reino Unido
11%
Alemanha
4%
Turquia 10%
18%
Bélgica Reino Unido
7% 8%
Itália 8%
Bélgica
México
ESTADOS EXPORTADORES
3% 2%
Outros Outros
68%
PR
29%
SC 29% 69%
SC PR
2010 2018
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
105
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.5
COMPENSADO DE FOLHOSAS
4.5.1 – MUNDO
Mesmo concorrendo com outros produtos de madeira, como painéis reconstituídos de fibra e outros
materiais, o compensado de folhosas apresenta estabilidade no mercado. Isto demonstra que mesmo
com a competição, ainda há mercado para este produto expandir pelo fato de possuir valor agregado
maior que seus concorrentes e possuir nichos específicos de consumo.
PRODUÇÃO E CONSUMO
MERCADO
Em 2018, foram produzidos 54,7 milhões m³ de compensado de folhosas no mundo. Até o ano de
2014 registrou-se crescimento na produção mundial do produto, e após este período a produção prati-
camente se estabilizou. Na série histórica apresentada, a taxa de crescimento anual foi de +5,4% e
+60,2% no período (2009-2018).
60
Volume (milhões m3)
50
40
30
20
34,1
55,0
55,0
50,5
54,5
45,9
54,7
54,7
42,9
36,9
10
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
106
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
A China segue, em disparado, na liderança do ranking mundial dos principais produtores (63% do total em
2018) e consumidores (48% do total em 2018) de compensado de folhosas. No ranking dos principais produ-
tores de compensado de folhosas, após a China, observa-se a Indonésia e Rússia com 6% de participação cada,
seguidos pela Índia (5%) e Malásia (4%). Os 17% restantes estão distribuídos entre os demais países produtores.
Com relação aos maiores consumidores mundiais, além da China, os Estados Unidos seguem com 8%, o Japão
com 6%, Índia com 5% além da Coréia do Sul, com 2% (2018). Os 31% restantes estão distribuídos entre os
demais países consumidores.
PRODUTORES
7% 5%
Rússia Índia
7%
2010 2018
6%
Índia Rússia
12%
9% Malásia
Indonésia 6%
Indonésia
CONSUMIDORES
34%
China
31% 48%
Outros China
2010 2018
37% 9%
Outros Japão
2%
9% Coréia
do Sul 8%
EUA EUA
4%
Canadá 7%
Índia 5% 6%
Índia Japão
107
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Em 2018, foram exportados globalmente 20,5 milhões m³ de compensados de folhosas, com o valor
atingindo US$ 12,5 bilhões. Mesmo com oscilações nos últimos anos, tanto em volume quanto em
valor, a série histórica (2009-2018) apresentada reflete crescimento positivo ao longo dos últimos 10
anos. Em volume, a taxa de crescimento anual foi de +5,7% e de +64,6% acumulado entre 2009-2018.
Em valor monetário, as exportações mundiais de compensado de folhosas atingiram crescimento de
+7,1% a.a., equivalente a +85,8% no período.
25 14
12,5 12,5
11,6 11,6
11,3 11,4 12
10,6 10,6
Volume (milhões m³)
10 6
4
5
20,5
20,1
15,2
12,5
18,3
21,7
18,7
18,7
19,5
17,7
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +5,7% +7,1%
[2009-2018] Período +64,6% +85,8%
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
108
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTADORES
24% 29%
Outros China 25% 40%
Outros China
3% 3%
Finlândia 2010 Finlândia 2018
19%
Malásia 13%
Indonésia
8% 9%
Rússia
17% Malásia 10%
Indonésia Rússia
IMPORTADORES
56% 14%
50% 20% EUA
Outros Japão Outros
12%
15% Japão
EUA
7%
2010 2018 Alemanha
6%
7% Coréia do Sul
Alemanha
5% 5%
3% Reino Unido Reino Unido
Coréia do Sul
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte
(ITTO). Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).
109
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.5.2 – BRASIL
O compensado de folhosas no Brasil é produzido principalmente a partir de espécies tropicais nativas
e, em menor proporção, de espécies plantadas, como a de madeira de Paricá (esta também de origem
nativa) e o Eucalipto.
PRODUÇÃO E CONSUMO
velmente nos últimos anos, o que está refletido nos níveis de produção dos principais produtos que
utilizam essa matéria-prima como base (madeira serrada e compensado de folhosas).
Como resultado de política pública e maior fiscalização, tem-se observado contínuo desestímulo e
desinvestimento nesse segmento no país. Entre o período 2009-2018, a produção de compensado de
folhosas no Brasil reduziu expressivos -9,1% a.a., acumulando queda de -57,6% no período, enquanto
o consumo do produto caiu -10,1% a.a. e -61,6% no período.
700
600
Volume (mil m3)
500
400
300
200
490
465
330
364
264
264
483
439
201
249
243
188
587
262
332
222
397
247
195
217
100
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
110
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Em menor proporção, a indústria de compensado de folhosas tem atendido um nicho específico de mercado
que é o da construção naval, a exemplo do uso na construção de decks, em função da dureza (densidade) das
madeiras destes grupos de espécie (folhosas).
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
A exportação brasileira de compensado de folhosas atingiu, em 2014, nível extremamente baixo, equivalente
a apenas 27 mil m³ (US$ 18 milhões). Apesar de ter iniciado recuperação gradual na exportação do produto
a partir de 2015, ainda não se obteve em 2018 o retorno aos patamares históricos do passado, a exemplo de
2009 (início da série histórica em análise, com os maiores registros de exportação da década).
Entre 2009-2018, as exportações brasileiras de compensado de folhosas decresceram em volume (-5,0% a.a.)
e valor (-6,1% a.a.). Esse desempenho é reflexo dos níveis de produção apresentados anteriormente, os quais
estão justificados, em parte, pela redução da oferta de matéria-prima de madeira nativa.
120 60
54
100 47 50
40
80 40
31 32 30
28
60 25 30
21
18
40 20
20 10
45
42
68
83
63
33
97
61
27
67
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -5,0% -6,1%
[2009-2018] Período -37,2% -43,3%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
111
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
1.600
600 1.121
1.215 1.400
1.059 1.200
970
400
842 839 1.000
725
300 800
600
200 143
400
402
544
654
534
294
552
282
412
367
167
100
200
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +13,8% +21,7%
[2009-2018] Período +220,3% +486,0%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos eviden-
ciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Com a recuperação da construção civil norte-americana em 2018, apesar de lenta e gradual, os Estados
Unidos assumiram o primeiro lugar no ranking entre os principais países de destino das exportações
brasileiras de compensado de folhosas, conquistando participação de 47% no mercado, posição esta que
em 2010 foi ocupada pela Argentina com 22%.
No Brasil, o Paraná segue como líder entre os maiores estados exportadores de compensado de folhosas
(46%), acompanhado por Santa Catarina (30%) e pelo Pará (11%).
112
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PAÍSES DE DESTINO
38% 22%
Argentina 29%
Outros Outros
47%
14% EUA
Reino Unido
2010 2018
13% 4%
EUA México 9%
Reino Unido
6%
Trindade 7%
e Tobago República 5% 6%
Dominicana Argentina Itália
ESTADOS EXPORTADORES
4% 2%
RS
2% 1%
MS Outros MS
1%
Outros
12%
SC
50% 10%
PR 46%
AC PR
30%
31% SC
PA
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
113
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.6
PORTAS
A indústria de portas de madeira é considerada destaque dentro dos segmentos com produtos de
maior valor agregado de madeira sólida. Esta indústria tem passado por diversas transformações
nos últimos anos para adequar-se às novas exigências do setor da construção civil.
4.6.1 – MUNDO
As estatísticas globais relativas ao segmento de portas de madeira se baseiam em dados oficiais de
exportações e importações do produto, conforme evidenciado a seguir.
EXPORTAÇÃO
As exportações mundiais de portas de madeira atingiram US$ 3,84 bilhões em 2018. Na série histó-
MERCADO
rica apresentada observa-se que, em geral, houve crescimento no valor das exportações mundiais do
produto, equivalente a +3,3% a.a. (+33,5% entre 2009-2018).
4,5
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Valor
Taxa de Crescimento Anual +3,3%
[2009-2018] Período +33,5%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste docu-
mento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).
Em 2010, o valor total das exportações mundiais de portas de madeira foi de cerca de US$ 3,0 bilhões.
No referido ano, a China destacou-se como o maior exportador do produto (19% do total), ranking
mantido em 2018 (18% do total). A Alemanha, em 2010 e 2018 com 6% das exportações em ambos os
anos passou respectivamente de segundo lugar para a quarta posição no ranking. A Polônia e o Canadá
disputam o segundo e terceiro lugar como maiores exportadores em 2018 com 7% de participação cada.
1 14
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
O Brasil, por sua vez, que em 2010 respondia por 5% do total de portas de madeira exportado mundialmente
(4º lugar), passou para a 5ª posição em 2018, exportando 6% do total. Os demais 56% das exportações estão
distribuídas entre os demais países que comercializam o produto.
Entre os maiores importadores, os Estados Unidos mantiveram-se como líder, aumentando em 5 pontos percen-
tuais sua participação, passando de 14% (2010) para 19% (2018). Os demais países do ranking mantiveram-se
os mesmos entre 2010 e 2018: Reino Unido (10% do total - 2018) e o Japão, Noruega e Alemanha tiveram 4%
de participação cada.
EXPORTADORES
5%
Brasil 6%
Alemanha
5% 6%
Itália Brasil
IMPORTADORES
115
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.6.2 – BRASIL
A indústria de portas possui uma alta variedade de padrões e design para atender os mais diversos tipos
de consumidores, que buscam qualidade, durabilidade e design inovador para alguns nichos de mercado.
A indústria nacional de portas de madeira utiliza espécies plantadas com Pinus e Eucalipto como principal
matéria-prima em sua base de produção.
PRODUÇÃO E CONSUMO
A indústria de portas nacional está voltada inteiramente ao mercado da construção civil, o que
resulta em alta dependência do desempenho deste mercado. A produção brasileira de portas
atende principalmente demandas do mercado interno (com pequena parte da produção direcionada
ao mercado internacional).
O lançamento de novas construções imobiliárias, tanto residenciais quanto comerciais, é um dos princi-
pais drivers de mercado desta indústria. No entanto, como as portas são um dos últimos componentes
a serem instalados antes da entrega dos imóveis novos pelas incorporadoras e construtoras, existe um
MERCADO
lapso de tempo entre os lançamentos imobiliários e a efetiva utilização das portas nas obras.
Entre 2009-2018, a produção nacional de portas se mostrou praticamente estável, com crescimento
anual de 0,4%, equivalente ao acumulado de 3,7% no período. Em 2018, a estimativa da produção
brasileira de portas de madeira aponta para o total de 7,0 milhões de unidades.
A produção de portas de madeira no Brasil está concentrada na região sul, em particular nos estados
de Santa Catarina e no Paraná, com produção em menor escala em outros estados.
9
Volume (milhões de unidades)
2
8,0
8,0
8,2
6,8
8,3
7,0
8,1
7,5
7,5
7,3
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
Produção
Taxa de Crescimento Anual +0,4%
[2009-20181] Período +3,7%
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
116
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
DESEMPENHO
E CERTIFICAÇÃO
Objetivos do programa:
06
OFERECER GARANTIA AO CONSUMIDOR
ATRAVÉS DA SEGURANÇA TÉCNICA
E JURÍDICA
117
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Apesar de portas de madeira serem um produto orientado principalmente para atender a demanda
do mercado doméstico, o volume e valor exportado apresentou crescimento nos últimos anos. As
exportações nacionais de portas de madeira apresentaram recuperação gradativa entre 2009-2018,
quando o volume exportado do produto aumentou 3,7% a.a. (38,4% no período), enquanto que em
valor aumentou 4,6% a.a. (49,7% no período).
140 250
221,6 223,3
120 191,7
100
149,1 160,6
148,0
MERCADO
143,9
150
80
60
100
40
111,0
126,8
124,7
78,0
86,5
91,6
88,9
88,9
93,4
50
74,1
20
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +3,7% +4,6%
[2009-2018] Período +38,4% +49,7%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Embora praticamente insignificantes em relação às exportações, o Brasil importou US$ 539 mil em
portas de madeira em 2018. Observa-se que houve um salto expressivo entre 2010 e 2011-2012,
e após 2013 as importações brasileiras de portas reduziram. Entre 2009-2018, as importações do
produto apresentaram aumento de 0,8% a.a. em volume (7,1% no período) e de 4,1% a.a. em valor
(43,9% no período).
118
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
1,60 3,50
3,02
1,40 3,00
2,55
Volume (mil ton)
0,26
0,24
1,00
0,10
0,19
0,40
1,06
0,69
1,36
1,15
1,15
0,20 0,50
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +0,8% +4,1%
[2009-2018] Período +7,1% +43,9%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
Em relação aos principais países de destino das exportações brasileiras de portas de madeira, os
Estados Unidos seguem como líder recebendo 75% do total (2018), acompanhado por Porto Rico e
Reino Unido, ambos com 4% de participação (cada). É observada uma grande concentração das vendas
de portas de madeiras de players brasileiros para o mercado norte-americano. Tal fato gera riscos
pela concentração de destino das exportações do produto, caso uma crise atinja os Estados Unidos,
reduzindo assim as importações deste país, o que certamente impacta a indústria florestal-madeireira
nacional. A diversificação de mercados é uma forma de atenuar tal risco.
Os maiores estados exportadores de portas de madeira são Santa Catarina e Paraná com um share de
mercado, em 2018, respectivamente de 75% e 23%.
1 19
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PAÍSES DE DESTINO
2% 13%
24% 52% Panamá Outros
Outros EUA
2%
Canadá 75%
EUA
2%
Holanda
2010 4% 2018
Reino Unido
3%
Porto Rico
4%
Porto Rico
6% 13%
MERCADO
ESTADOS EXPORTADORES
2%
RS 2%
2% Outros
4% Outros
SP
23%
PR
13%
PR
2010 2018
79%
SC
75%
SC
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
120
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.7
MOLDURAS
4.7.1 – MUNDO
Assim como na análise das portas de madeira, em função da indisponibilidade de estatísticas de
produção/consumo mundial de molduras, são apresentados dados e informações sobre expor-
tação do referido produto.
EXPORTAÇÃO
US$ 1,95
que fazer com ele, além de medidas adotadas
pelo governo chinês para a grande maioria das
cidades (ex.: pagamento mínimo da hipoteca
121
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
2,5
2,0 1,83
1,69 1,67 1,74 1,74
1,59
1,42
1,5
1,0
0,5
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
MERCADO
Valor
Taxa de Crescimento Anual +3,6%
[2009-2018] Período +37,8%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste docu-
mento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).
Entre 2010-2018 houve aumento de 23% no período nas exportações do produto entre os países
exportadores de molduras, passando de US$ 1,6 bilhão (2010) para US$ 1,95 bilhão (2018). Em 2018,
o Chile liderou com 13% de participação nas exportações mundiais de molduras de madeira, apresen-
tando queda de 2 pontos percentuais comparativamente a 2010. Na sequência destacam-se o Brasil
(11%), Alemanha (9%) e Polônia e Estônia com 7% de participação cada.
O principal importador mundial de molduras de madeira é os Estados Unidos que atingiu em 2018 o
total de 43% das importações, com aumento de 11% em relação a 2010, quando participavam com
32% do valor total. Os demais países de maior relevância naquele ano foram a Austrália (6%), Alemanha
(5%), Noruega (4%) e França (4%).
1 22
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTADORES
11% 13%
Chile Chile
11% 11%
Alemanha Brasil
10% 9%
Brasil Alemanha
2010 2018
7% 7%
EUA Polônia
53%
54% 7% Outros 7%
Outros Áustria Estônia
32%
46% EUA
Outros 38% 43%
Outros EUA
2010 2018
7%
Canadá
4% 6%
França Austrália
5%
Japão
4% 5%
5% 5% Noruega Alemanha
Alemanha Austrália
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).
123
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.7.2 – BRASIL
O segmento de molduras, assim como de portas, possui como matéria-prima principalmente a madeira
oriunda de florestas plantadas, especificamente o Pinus, com atuação nos mercados nacional e inter-
nacional. As indústrias produtoras concentram-se nas regiões Sul e Sudeste do país.
PRODUÇÃO E CONSUMO
Assim como observado para as portas de madeira, a produção nacional de molduras está diretamente
associada à indústria da construção civil. Esse produto também é utilizado na fase de acabamento dos
imóveis, o que causa defasagem entre os lançamentos de imóveis e sua efetiva utilização.
Entre 2009-2011 houve crescimento na produção nacional de molduras de madeira, mantendo certa
estabilidade entre o período 2012-2018. A taxa de crescimento entre 2009-2018 foi de 2,1% a.a. e
de 20,7% no período.
MERCADO
1200
1000
Volume (mil m3)
800
600
400
940
820
920
930
780
988
982
861
941
976
200
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
Produção
Taxa de Crescimento Anual +2,1%
[2009-20181] Período +20,7%
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
1 24
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
CONSTRUÇÃO CIVIL
AMERICANA
Outro dado que deve estar no radar de quem exporta molduras - e outros produtos de madeira
- para a construção dos Estados Unidos é o número de licenças concedidas para a construção
de uma nova casa, chamada de building permits. Como essa licença é emitida previamente à
obra, é um indicativo relevante sobre a perspectiva futura da econômica do país.
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Conforme já abordado na seção sobre os maiores exportadores mundiais, o Brasil é o segundo maior expor-
tador de molduras de madeira após o Chile (dados 2018). As exportações brasileiras de molduras têm se
mantido relativamente estáveis, com flutuações no período. Entre 2009-2018, as exportações de moldura
cresceram +5,2% a.a. (+57,7% no período) em volume e +8,2% a.a. (+103,5% no período) em valor, conforme
evidenciado a seguir.
125
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
80
60 100
40
108
102 50
144
124
125
143
122
119
139
92
20
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +5,2% +8,2%
[2009-2018] Período +57,7% +103,5%
MERCADO
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos eviden-
ciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
As importações de moldura de madeira, por sua vez, são praticamente insignificantes quando comparada
às exportações, e vêm demonstrando queda ao longo da última década. Entre 2009-2018 as importa-
ções de moldura decresceram -21,8% a.a. (89,0% no período) em volume e queda de -5,0% a.a. (-37,0%
no período) em valor.
180 350
160
300
197,6 254,0 266,7
140 235,5
Valor (mil US$)
250
Volume (ton)
120
171,8 178,8
100 162,6 200
146,1
80 120,4 124,5 150
60
25,6
27,6
100
25,6
149,0
135,5
171,4
40
14,9
92,7
76,5
37,1
50
20
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -21,8% -5,0%
[2009-2018] Período -89,0% -37,0%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
126
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Historicamente, a maior parte (96% em 2018) das exportações brasileiras de moldura de madeira é orientada
para o mercado norte-americano. Esse destino ainda tem alto potencial para absorver maior volume deste
produto nos próximos anos, dado que seu mercado imobiliário está em recuperação gradual. Esta perspectiva
poderá gerar oportunidade aos produtores e exportadores nacionais.
Apenas 2% do total das exportações nacionais do produto é direcionada ao Canadá e, 1% à Austrália, o que
evidencia a alta concentração das vendas brasileiras de molduras de madeira em um único mercado.
O Paraná é o maior estado exportador de moldura de madeira, responsável por exportar 79% do total nacional
em 2018, seguido por Santa Catarina (20%).
PAÍSES DE DESTINO
1% 1% 1%
Portugal Outros 1% Austrália 1%
5% Austrália Outros
Canadá
86% 2%
6% EUA Canadá
França
2010 2018
96%
EUA
ESTADOS EXPORTADORES
1% 0,9% 1%
MT SP Outros
0,1%
11% Outros
SC 20% 79%
SC PR
87%
PR
2010 2018
127
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.8
PISOS
01
Piso de madeira maciça, obtido a partir de peças
sólidas padronizadas
MERCADO
02
Piso engenheirado ou estruturado, o qual é composto por madeira
maciça nobre na parte superior, e camadas internas de compensado,
distribuídas transversalmente na composição do produto
03
Piso laminado, que possui miolo de painéis reconstituídos (MDF/HDF)
ou mesmo reaproveitamento de pequenas peças de madeira natural,
recoberto (capa) por lâminas de madeira natural
4.8.1 – MUNDO
Assim como nos demais produtos de maior valor agregado apresentados neste estudo, as estatísticas
mundiais disponíveis de pisos de madeira estão concentradas em dados oficiais de exportação.
EXPORTAÇÃO
No entanto, nos últimos dez anos (2009-2018), as exportações globais do produto apresentaram cres-
cimento de +1,8% a.a., equivalente a +17,3% acumulado.
128
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
14.000
11.861 12.362
12.000 10.822 10.494 11.307 11.529
Valor (milhões US$)
9.188 9.120
10.000 9.065
7.727
8.000
6.000
4.000
2.000
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Valor
Taxa de Crescimento Anual +1,8%
[2009-2018] Período +17,3%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste documento ao
invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).
Em 2010, as Filipinas e a Áustria lideraram as exportações do produto (ambas com 11% de participação do
valor total). No mesmo ano, o valor total das transações de exportação somou expressivos US$ 9,2 bilhões. Em
2018, o valor total das exportações praticamente se manteve (US$ 9,1 bilhões) e as Filipinas seguiram com a
liderança aumentando sua participação para 13% do total. A Alemanha, que ocupava a terceira colocação em
2010 com 8% do total, em 2018 subiu para a segunda colocação (9% de participação). O Canadá e a Polônia
ocupam, respectivamente, e terceira e quarta posição com 7% de participação cada (2018). Os Estados Unidos,
que não estavam entre os cinco principais países do ranking em 2010, em 2018 ocupam a quinta colocação,
com 5% do total global exportado do produto. Os 59% restantes estão pulverizados entre diversos outros
países do mundo que exportam pisos de madeira.
Em relação às importações mundiais de pisos, em 2010 os Estados Unidos e Japão praticamente lideraram
com 12% e 11% de participação respectivamente, fato que se repete em 2018, porém cada país segue igual-
mente com cerca de 15% de participação. Em 2018 a Alemanha respondeu por 9% das importações mundiais,
seguida pela Suíça e Itália com 6% de participação cada. Os 49% restantes estão distribuídos entre os demais
países importadores.
129
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTADORES
11%
Austrália
13%
11% Filipinas
Filipinas
9%
Alemanha
8%
Alemanha
7%
Canadá
2010 7% 2018
China
7%
Polônia
56% 7%
Indonésia 59% 5%
Outros EUA
Outros
MERCADO
IMPORTADORES
2010 2018
9%
Alemanha
55% 8%
Outros Alemanha
6% 6%
França 6% Suiça
Itália
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).
130
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.8.2 – BRASIL
Entre os diferentes tipos de pisos, os pisos sólidos de madeira incluem: maciço ou sólido propriamente dito; e
engenheirado, conforme descritos anteriormente. As estatísticas apresentadas a seguir com enfoque na indús-
tria de madeira sólida, contemplam estas duas categorias. O piso laminado, composto por painéis reconstituídos
(MDF/HDF), não será aqui evidenciado.
PRODUÇÃO E CONSUMO
A produção nacional de pisos de madeira apresentou queda nos últimos 10 anos. A taxa de crescimento anual
foi de -5,7% a.a. e -41,2% acumulado no período. Em 2018, o Brasil produziu estimados 8,5 milhões m² do
produto, menor produção nos últimos dez anos. Esta queda é em parte explicada pela competição e preferência
do mercado por outros tipos de pisos, a exemplo dos pisos cerâmicos, além da crise imobiliária observada nos
últimos cinco anos.
16.000
14.000
12.000
Volume (mil m2)
10.000
8.000
6.000
10.600
14.444
11.622
11.766
8.500
8.900
9.900
8.750
4.000
9.091
9.971
2.000
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181
Produção
Taxa de Crescimento Anual -5,7%
[2009-20181] Período -41,2%
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).
131
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
ORIGEM LEGAL
DA MADEIRA
Para o piso, como para todos os produtos de madeira, due dilligence é uma
prática frequente que evidencia, por meio da análise da cadeia de fornecimento,
a comprovação da legalidade na extração da madeira no Brasil.
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Em 2018, o Brasil exportou US$ 406 milhões em pisos de madeira (maciço e engenheirado). Na análise
histórica (2009-2018), observa-se crescimento em valor (+1,2% a.a.), mas decréscimo em relação ao
volume exportado (-2,6% a.a.). Apesar das oscilações nas exportações do produto brasileiro, nos últimos
10 anos, em média, os volumes e valores de exportação mantiveram-se praticamente estáveis, porém
aquém do que se ocorreu entre 2007-2008, quando os patamares de exportação brasileira de piso de
madeira giraram em média US$ 605 milhões por ano.
132
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
350 500
439
412 406 450
300 365 369
250 350
300
200
250
150
200
100 150
100
284
229
214
287
219
227
227
267
193
217
50
50
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -2,6% +1,2%
[2009-2018] Período -20,9% +11,1%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste
documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
As importações nacionais de pisos de madeira são reduzidas e oscilantes, apresentando altos e baixos ao longo
da série histórica. No geral, a taxa de crescimento do volume é de -11,3% a.a. e -66,0% no período acumulado.
Em valor, a taxa foi positiva, da ordem de +6,0% a.a. e +68,6% no período nos últimos dez anos.
2,00 6,00
1,80
4,78
Valor (milhões US$)
5,00
1,60
3,59 3,94
Volume (mil ton)
1,40
4,00
1,20
2,40
1,00 2,28 2,28 3,00
2,26
0,80 1,85
0,97 1,63 2,00
0,60
0,40
0,99
1,44
1,85
0,75
0,72
1,42
1,00
0,71
1,72
0,38
1,11
0,20
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
133
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Em 2010, 42% das exportações brasileiras de pisos foram destinadas aos Estados Unidos. Em 2018,
a participação desse país como destino das exportações brasileiras aumentou significativamente para
59% do total exportado. Em segundo lugar no ranking de 2018 situa-se a França, com 12% de partici-
pação, seguida da Bélgica (5%), Canadá (3%) e Dinamarca (3%).
Entre os principais estados exportadores, o Pará lidera com 43% de participação (2018). Os estados
do Paraná (21%), Mato Grosso (15%), Santa Catarina (8%) e São Paulo (5%), compõem, na sequência,
os principais estados exportadores de pisos de madeira. Os estados exportadores do sul do Brasil
adquirem matéria-prima da região norte e agregam valor ao longo da cadeia produtiva do produto.
PAÍSES DE DESTINO
29% 18%
Outros 42% Outros 59%
EUA 3% EUA
MERCADO
Dinamarca
3%
Canadá
2010 2018
4%
Holanda 5%
Bélgica
16%
França
4% 5% 12%
Alemanha Bélgica França
ESTADOS EXPORTADORES
5% 8%
3% 59% 5% Outros
SC Outros
PA SP
4%
SP 43%
8% PA
SC
13%
MT 2010 2018
15%
MT 21%
16%
PR PR
134
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.9
PELLET DE MADEIRA
4.9.1 – MUNDO
PRODUÇÃO E CONSUMO
A produção mundial de pellets de madeira tem apresentado crescimento contínuo nos últimos anos, impul-
sionado principalmente pelo mercado asiático de países como Tailândia, Indonésia, China e Vietnã, entretanto
ainda com os Estados Unidos liderando o topo do ranking mundial da sua produção. Entre 2012 e 2017, houve
aumento de cerca de 16 milhões de toneladas na produção de pellets, correspondente a mais de 88% de cres-
cimento no período. Em 2017, a produção global de pellets de madeira atingiu 34,1 milhões de toneladas, com
crescimento de 13,5% a.a. (2012-2017), conforme evidenciado a seguir.
135
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
40.000
35.000
Volume (mil toneladas)
30.000
25.000
20.000
15.000
30.304
25.460
21.399
18.154
34.191
27.886
10.000
5.000
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
MERCADO
Nota: Devido à limitação na disponibilidade de dados oficiais em escala mundial de pellets de madeira, o período avaliado para este produto é 2012-
2017.
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).
Os Estados Unidos mantém-se na liderança como principais produtores mundiais de pellets de madeira,
participando com 19% do total da produção global em 2012, ampliando para 20% do total em 2017.
Somado à participação do Canadá com 8% do total, a América do Norte responde por mais de um quarto
do total da produção mundial, posição estável entre 2012-2017.
No mesmo período, a Alemanha passou de 12% (2012) para 7% (2017) da produção mundial de pellets.
Esta redução resultou, em partes, pelo encerramento das atividades de uma grande planta produtora
de pellets em 2016. Porém, o mercado europeu prevê a retomada gradual da Alemanha na produção
mundial do produto nos próximos anos.
136
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
PRODUTORES
19% 20%
49% EUA 55%
EUA
Outros Outros
8%
12% Canadá
Alemanha
2012 2017 7%
Alemanha
8%
Canadá 5%
Vietnã
5% 7% 5%
Letônia Suécia Suécia
CONSUMIDORES
11%
53% Dinamarca 48% 21%
Outros Outros Reino Unido
10%
Alemanha
9% 10%
Reino Unido Coréia do Sul
2012 2017
9%
Dinamarca
9%
EUA
8% 6% 6%
Itália Alemanha Itália
Nota: Devido à limitação na disponibilidade de dados oficiais em escala mundial de pellets de madeira, o período avaliado para este produto é 2012-2017.
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).
137
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Atualmente, a União Europeia é o maior mercado consumidor de pellets de madeira tanto pelo setor
industrial quanto para fins residenciais. O consumo de pellets pelo setor industrial é mais forte em
países onde a produção de energia elétrica se baseia na queima de biomassa, a exemplo da Suécia,
Dinamarca, Reino Unido, Holanda e Bélgica. Por sua vez, países europeus tais como Alemanha, Itália
e Áustria, além da América do Norte, têm seus consumos voltados ao aquecimento residencial. Este
consumo elevado pela União Europeia advém do compromisso firmado pelos países membro de
aumentar a participação da energia renovável para 20% do total da energia produzida no bloco e
melhorar em 20% a eficiência energética até 2020 (variando entre 10% em Malta até 49% na Suécia).
(Conselho Europeu, 2007, citado pela Comissão Europeia, 2019). Entre as alternativas de fontes ener-
géticas renováveis, a escolha do bloco pelo consumo de pellets de madeira tem se destacado.
Alguns países asiáticos, a exemplo da Coréia do Sul e Japão, também têm ampliado seus consumos de
energia renovável, a exemplo de biomassa e pellets de madeira, como política para combater o aque-
cimento global e segurança energética.
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
MERCADO
Em 2017, as exportações mundiais de pellets de madeira atingiram 20,0 milhões de toneladas, com
valor equivalente de US$ 2,8 bilhões. Historicamente, as exportações mundiais apresentam cresci-
mento de +15,5% a.a. em volume e +11,0% a.a. em valor.
1,7 2,0
15.000
1,5
10.000
1,0
15.269
17.450
19.964
16.231
12.577
9.715
5.000
0,5
0 0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +15,5% +11,0%
[2012-2017] Período +105,5% +68,3%
Nota: Devido às limitações de disponibilidade de dados oficiais em escala mundial de pellets de madeira, o período avaliado apenas para este produto é
2012-2017.
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).
138
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Os Estados Unidos também lideram o ranking global de países exportadores de pellets de madeira.
Sua participação no comércio mundial tem aumentado nos últimos anos, passando de 15% do total em
2012 para 24% em 2017. O Canadá e a Letônia seguiram respectivamente com 11% e 7% do share
total das exportações deste produto em 2017. Combinados, estes países somam participação de 42%
do total das exportações mundiais de pellets. A América do Norte responde por mais de um terço do
total exportado do produto.
EXPORTADORES
15%
45% EUA 46% 24%
Outros Outros EUA
12%
Canadá
11%
Canadá
2012 2017
7%
12% Letônia
Alemanha
7% 9% 6% 6%
Áustria Letônia Estônia Vietnã
20%
21% Outros 39%
22% Dinamarca 6% Reino
Outros Bélgica Unido
17%
Reino
2012 Unido 2017
14%
Dinamarca
11% 9%
Bélgica 12% 17% 12%
Países Coréia
Itália Itália
Baixos do Sul
139
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
4.9.2 – BRASIL
A produção nacional de pellets de madeira concentra-se principalmente na região Sul e Sudeste do
Brasil, com algumas indústrias pulverizadas em outras regiões do país. Nos últimos anos, a produção
brasileira deste produto tem se ampliado, com o comércio voltado aos mercados internacional e nacional.
PRODUÇÃO E CONSUMO
Em 2018, estima-se que a produção de Embora sua produção ainda seja pequena
pellets no Brasil tenha atingido 506 mil comparativamente aos principais países produ-
toneladas. Entre 2012-18, a produção tores, a mesma tem crescido a taxas elevadas,
nacional deste produto cresceu 43,9% a partir de novos investimentos em unidades
MERCADO
ao ano, resultado do aumento das im- industriais produtoras nos últimos anos. O
portações por parte de países europeus consumo nacional de pellets atingiu 363 mil
e asiáticos do produto brasileiro, conco- toneladas em 2017 e 281 mil toneladas em
mitantemente com o aumento do con- 2018. A queda nos níveis de consumo interno
sumo interno. do produto nesse período decorreu do aumento
nas exportações brasileiras do produto, benefi-
ciando-se principalmente da taxa cambial favo-
rável ao comércio internacional.
O consumo deste produto no mercado brasileiro é representado notadamente pela indústria do agro-
negócio, segmento em que o pellets é utilizado para a secagem de grãos e no aquecimento de aviá-
rios. Essa indústria (agronegócio) tradicionalmente utiliza lenha/cavaco como insumo energético e os
tem substituído gradativamente por pellets, dada a praticidade de manuseio e eficiência energética do
produto. Além disso, nos últimos anos, a indústria hoteleira nacional tem demonstrado interesse pelo
consumo de pellets, voltado ao aquecimento interno/caldeiras. O potencial de ampliação do consumo é
significativo em outros segmentos da economia que necessitam insumos energéticos.
14 0
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
600
500
Volume (mil ton)
400
300
200
49
43
62
63
51
75
57
57
506
363
281
100
471
100
135
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 20181
¹ Estimativa ABIMCI/STCP
Fonte: FAO (2019), Pellet de madeira (2018), compilado por STCP (2019).
REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
E PADRONIZAÇÃO DO PRODUTO
141
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Em 2018, as exportações brasileiras de pellets de madeira atingiram 226,1 mil toneladas, equivalente
a US$ 37 milhões. As exportações do produto seguiram crescentes entre 2012-2018 impulsionadas
principalmente pela valorização do Euro (moeda oficial dos principais importadores do produto brasileiro)
e aumento no consumo europeu pelo produto.
35.000
200
Volume (mil ton)
30.000
35,8
6,7
10.000
0,006
108,4
226,1
50
0,2
5.000
MERCADO
0 0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
1,2 100
1,0
Volume (mil ton)
71,0
Valor (mil US$)
68,7 80
0,8
54,5
60
0,6
19,2 27,2 40
0,4
24,2
20
0,8
0,5
0,4
0,9
1,2
1,3
0,2
0,3
0 0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +27,0% +34,1%
[2012-2018] Período +320,3% +480,9%
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).
142
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
O Reino Unido e a Itália são atualmente os maiores importadores de pellets de madeira do Brasil, representando
quase a totalidade das exportações nacionais e contribuindo com o share de 65% e 34%, respectivamente.
Em 2014, a Itália liderava o ranking com 92% do destino das exportações brasileiras de pellets, e em 2018 essa
participação reduziu para 34%.
Em relação aos principais estados exportadores do produto, entre 2014-2018 o Rio Grande do Sul aumentou
sua participação passando de 5% para 68% do total comercializado internacionalmente pelo país. Tal fato
resulta do início de operação de novas unidades industriais produtoras de pellets de madeira no estado, redu-
zindo a participação de Santa Catarina neste share de mercado.
PAÍSES DE DESTINO
3% 1%
Alemanha Outros
1%
5% Outros 34%
Chile Itália
2014 2018
92%
Itália 65%
Reino Unido
ESTADOS EXPORTADORES
5% 0,1% 3%
RS Outros Outros
68%
29% RS
SC
2014 2018
95%
SC
143
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
144
AÇÕES PRIORITÁRIAS
5
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
DEFENDER OS INTERESSES DO
SETOR INDUSTRIAL MADEIREIRO
AÇÕES PRIORITÁRIAS
MELHORAR A COMPETITIVIDADE
DA INDÚSTRIA MADEIREIRA
146
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
AÇÕES POLÍTICAS
PAUTAS ECONÔMICAS
As principais pautas econômicas, constantemente defendidas pela Abimci são:
• Liberar créditos acumulados de ICMS: defender e atuar junto aos Estados para
a transferência e/ou liberação dos créditos de ICMS oriundos das exportações
1 47
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA
148
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
MELHORAR A COMPETITIVIDADE DA
INDÚSTRIA MADEIREIRA
149
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
nacional.
150
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
151
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
152
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
153
ASSOCIADOS
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
SÓCIOS TITULARES
155
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Faganello Indústria
de Compensados Eireli União da Vitória | PR www.faganellocompensados.com.br
Fornecedora e Exportadora de
Madeiras Forex S.A. Duquê de Caxias | RJ www.forexsa.com.br
156
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
Repinho Reflorestadora de
Madeiras e Compensados Ltda Guarapuava | PR www.repinho.ind.br
1 57
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
SÓCIOS PARTICIPANTES
EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE
158
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
SÓCIOS CORRESPONDENTES
EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE
159
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I
ELABORAÇÃO:
www.stcp.com.br
[email protected]
SUPERVISÃO:
ABIMCI
Avenida Com. Franco, nº 1.341 – Jardim Botânico
CEP: 80.215-090 | Curitiba-PR | Brasil
Fone: (41) 3225-4358
www.abimci.com.br
[email protected]
PROJETO GRÁFICO
IMPRESSÃO
Todos os direitos autorais deste estudo são reservados. Nenhum conteúdo, parcial ou total, pode
ser reproduzido ou transmitido sob nenhuma forma ou qualquer meio, eletrônico ou mecânico,
incluindo fotocópia, gravação, fac-símile ou qualquer sistema de armazenamento de informação
e recuperação, sem permissão expressa por escrito ou menção da fonte de informação. Retrans-
missão por fax, e-mail ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é
ilegal. Embora a ABIMCI tome todas as medidas para garantir a acuracidade das informações
apresentadas neste Estudo Setorial, nenhum tipo de responsabilidade legal poderá ser atribuída
a ela pelas informações e opiniões contidas no mesmo.
160