Estudo Setorial ABIMCI 2019

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DA INDÚSTRIA DE MADEIRA
PROCESSADA MECANICAMENTE

ESTUDO
SETORIAL
2019
ANO BASE 2018
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

CARTA DO PRESIDENTE

Ao longo da história, a Abimci se tornou a voz da indústria de madeira brasileira, não somente
no país, mas no exterior. Uma credibilidade consolidada a partir do trabalho diário dessa insti-
tuição, que soube acompanhar a evolução das empresas associadas e do mercado. Trabalho esse
baseado na transparência das decisões e posicionamentos, assim como no diálogo constante com
os diversos atores do setor.

Em um momento de mudanças políticas e econômicas internas, e também de incertezas nas rela-


ções e disputas comerciais mundiais, não poderia ser mais oportuno o lançamento deste Estudo
Setorial da Abimci.

Aguardado pelo mercado em geral, por empresas associadas, institutos de pesquisa, universi-
dades, imprensa, agentes financeiros e de investimentos, órgãos de governo e outras entidades
representativas, o documento atualizado se torna o principal instrumento de trabalho para as ações
da associação, que inclui a defesa de interesses do setor, promoção comercial dos produtos de
madeira, representação institucional e política.

Nas próximas páginas, apresentamos o retrato mais atual do setor de base florestal com foco
na indústria, em dados socioeconômicos e nas contribuições desse segmento para a economia
brasileira. Detalhamos cada um dos produtos processados mecanicamente a partir dos números
de produção, consumo e exportação, e pontuamos as ações prioritárias defendidas pela Abimci.

Acreditamos que a informação aliada à credibilidade de uma associação com quase meio século
de existência é a essência para o desenvolvimento da representação institucional e base neces-
sária para ampliar ainda mais a nossa voz diante dos mais diversos públicos com os quais nos
relacionamos. Dessa forma, o Estudo Setorial Abimci 2019 contribui, de forma significativa, para a
atuação da entidade nas mais diversas frentes de atuação com foco na evolução do setor.

BOA LEITURA!
José Carlos Januário
Presidente Abimci

5
1 ABIMCI 15
1.1 – A força do associativismo 16

1.2 – Conselho de administração 17

1.3 – Comitês setoriais 18

1.4 – Coalizões empresariais 19

1.5 – Representação institucional 20

1.6 – Programas de qualidade e certificações 22

1.7 – Normalização 24

2 FLORESTA 27
ÍNDICE

2.1 – Florestas no mundo 28

2.2 – Florestas no Brasil 30

2.3 – Contribuições do setor florestal 38

3 INDÚSTRIA 41
3.1 – Matéria-prima para a indústria 42

3.2 – Perfil da indústria 45

3.3 – Número de empresas 47

3.4 – Geração de empregos 51

3.5 – Indicadores socioeconômicos 53

3.6 – Fatores que impactam o custo de produção 55


4 MERCADO 73
4.1 – Cadeia produtiva do setor florestal 74

4.2 – Madeira serrada de Pinus 76

4.2.1 – Mundo 76
4.2.2 – Brasil 81

4.3 – Madeira serrada de folhosas 87

4.3.1 – Mundo 87
4.3.2 – Brasil 92

4.4 – Compensado de Pinus 97

4.4.1 – Mundo 97
4.4.2 – Brasil 101

4.5 – Compensado de folhosas 106

4.5.1 – Mundo 106


4.5.2 – Brasil 110

4.6 – Portas 114

4.6.1 – Mundo 114


4.6.2 – Brasil 116

4.7 – Molduras 121

4.7.1 – Mundo 121


4.7.2 – Brasil 124

4.8 – Pisos 128

4.8.1 – Mundo 128


4.8.2 – Brasil 131

4.9 – Pellet de madeira 135

4.9.1 – Mundo 135


4.9.2 – Brasil 140

5 AÇÕES PRIORITÁRIAS
DA ABIMCI 145
LISTA DE TABELAS
Distribuição dos 10 Países com Maior Área Florestal | 2015 29

Número de Empresas da Indústria Madeireira e de Móveis de Madeira no Brasil em 2018 por Região e Estado 50

LISTA DE FIGURAS
Processo de Elaboração e Revisão de Normas Técnicas 24

Área Total com Florestas Nativa e Plantada - Mundo | 2015 28

Área com Floresta Nativa e Plantada no Brasil 30

Evolução Histórica da Área Florestal Plantada no Brasil e Participação por Grupo de Espécies 32

Estimativa da Distribuição Geográfica da Área Florestal Plantada no Brasil com Eucalipto


para os Estados com a Maior Área Plantada (2018) 34

Estimativa da Distribuição Geográfica da Área Florestal Plantada no Brasil com Pinus para
os Estados com a Maior Área Plantada (2018) 35

Contribuições das Florestas e do Setor Florestal 38

Principais Espécies Madeireiras Comerciais de Origem Plantada e Nativa no Brasil 44

Perfil das Empresas da Indústria de Madeira Sólida no Brasil 46

Histórico do Número de Empresas da Indústria Madeireira e de Móveis de Madeira no Brasil (2015-2018) 47

Número de Empresas na Indústria Madeireira e de Móveis de Madeira por Região no Brasil (2018) 48

Geração de Empregos no Setor Florestal Brasileiro (2018) 51

Geração de Empregos no Setor Madeireiro e Moveleiro no Brasil (2009-2018) 52

Influência da Indústria Madeireira no Desenvolvimento Local 53

Indicadores Socioeconômicos do Setor Florestal e da Indústria de Madeira Sólida (2018) 54

Principais Fatores que Impactam na Estrutura de Custos de Produção | Indústria do


Setor Florestal-Madeireiro nacional 55

Cadeia Produtiva do Setor Florestal 75

Evolução da Produção Mundial de Madeira Serrada de Coníferas (2009-2018) 77

Principais Produtores e Consumidores Mundiais de Madeira Serrada de Coníferas (2010 e 2018) 78

Evolução da Exportação Mundial de Madeira Serrada de Coníferas (2009-2018) 79


Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Madeira Serrada de Coníferas (2010 e 2018) 80

Evolução da Produção e Consumo Nacional de Madeira Serrada de Pinus (2009-2018) 82

Evolução da Exportação Brasileira de Madeira Serrada de Pinus (2009-2018) 84

Evolução da Importação Brasileira de Madeira Serrada de Pinus (2009-2018) 85

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Madeira Serrada de Pinus (2010 e 2018) 86

Evolução da Produção Mundial de Madeira Serrada de Folhosas (2009-2018) 88

Principais Produtores e Consumidores Mundiais de Madeira Serrada de Folhosas (2010 e 2018) 89

Evolução da Exportação Mundial de Madeira Serrada de Folhosas (2009-2018) 90

Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Madeira Serrada de Folhosas (2010 e 2018) 91

Evolução da Produção e Consumo Nacional de Madeira Serrada de Folhosas (2009-2018) 93

Evolução da Exportação Brasileira de Madeira Serrada de Folhosas (2009-2018) 94

Evolução da Importação Brasileira de Madeira Serrada de Folhosas (2009-2018) 95

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Madeira Serrada de Folhosas (2010 e 2018) 96

Evolução da Produção Mundial de Compensado de Coníferas (2009-2018) 97

Principais Consumidores e Produtores de Compensado de Pinus (2010 e 2018) 98

Evolução da Exportação Mundial de Compensado de Coníferas (2009-2018) 99

Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Compensado de Pinus (2010 e 2018) 100

Evolução da Produção e Consumo Nacional de Compensado de Pinus (2009-2018) 101

Evolução da Exportação Brasileira de Compensado de Pinus (2009-2018) 103

Evolução da Importação Brasileira de Compensado de Pinus (2009-2018) 104

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Compensado de Pinus (2010 e 2018) 105

Evolução da Produção Mundial de Compensado de Folhosas (2009-2018) 106

Principais Consumidores e Produtores de Compensado de Folhosas (2010 e 2018) 107

Evolução da Exportação Mundial de Compensado de Folhosas (2009-2018) 108

Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Compensado de Folhosas (2010 e 2018) 109


Evolução da Produção e Consumo Nacional de Compensado de Folhosas (2009-2018) 110

Evolução da Exportação Brasileira de Compensado de Folhosas (2009-2018) 111

Evolução da Importação Brasileira de Compensado de Folhosas (2009-2018) 112

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Compensado de Folhosas (2010 e 2018) 113

Evolução da Exportação Mundial de Portas de Madeira (2009-2018) 114

Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Portas de Madeira (2010 e 2018) 115

Evolução da Produção Nacional de Portas de Madeira (2009-2018) 116

Evolução da Exportação Brasileira de Portas de Madeira (2009-2018) 118

Evolução da Importação Brasileira de Portas de Madeira (2009-2018) 119

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Portas de Madeira (2010 e 2018) 120

Evolução da Exportação Mundial de Molduras de Madeira (2009-2018) 122

Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Molduras de Madeira (2010 e 2018) 123

Evolução da Produção Nacional de Molduras de Madeira (2009-2018) 124

Evolução da Exportação Brasileira de Molduras de Madeiras (2009-2018) 126

Evolução da Importação Brasileira de Molduras de Madeira (2009-2018) 126

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Molduras de Madeira (2010 e 2018) 127

Evolução da Exportação Mundial de Pisos (2009-2018) 129

Principais Exportadores e Importadores Mundiais de Pisos de Madeira (2010 e 2018) 130

Evolução da Produção Nacional de Pisos Maciços e Piso Engenheirado (2009-2018) 131

Evolução da Exportação Brasileira de Pisos Maciços e Piso Engenheirado (2009-2018) 133

Evolução da Importação Brasileira de Pisos Maciços e Piso Engenheirado (2009-2018) 133

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Pisos Maciços e Piso Engenheirado (2010 e 2018) 134

Evolução da Produção Mundial de Pellet de Madeira (2012-2017) 136

Principais Produtores e Consumidores Mundiais de Pellet de Madeira (2012 e 2017) 137

Evolução da Exportação Mundial de Pellet de Madeira (2012-2017) 138

Principais Exportadores e Importadores de Pellet de Madeira (2012 e 2017) 139

Evolução da Produção e Consumo Nacional de Pellet de Madeira (2012-2018) 141

Evolução da Exportação Brasileira de Pellet de Madeira (2012-2018) 142

Evolução da Importação Brasileira de Pellet de Madeira (2012-2018) 142

Principais Países de Destino e Estados Exportadores de Pellet de Madeira (2014 e 2018) 143
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS
E ABREVIATURAS

Lista de Símbolos

a.a. ao ano

ha hectares

m³ metro cúbico

R$ Real

ton tonelada

US$ Dólar Americano

Lista de Siglas

ABAF Associação Baiana das Empresas de Base Florestal

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABIMCI Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACR Associação Catarinense de Empresas Florestais

ANPM Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira

ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários

APP Áreas de Preservação Permanente

APRE Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal

BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

CAV Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina

CB-31 Comitê Brasileiro da Madeira

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CE Comissões de Estudos

CEB Coalizão Empresarial Brasileira

CFB Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras

CIPEM Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso

CNAE Classificação Nacional de Atividade Econômica


CNI Confederação Nacional da Indústria

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CTWPDA China Timber & Wood Products Distribution Association

DOF Documento de Origem Florestal

EGP Edge Glued Panel

EN European Norm

ETTF European Timber Trade Federation

EUA Estados Unidos da América

EUWID European Economic Service

FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations

FEIC European Federation of the Plywood Industry

FIEP Federação das Indústrias do Estado do Paraná

FIESC Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

FLEGT Forest Law Enforcement, Governance and Trade

FNBF Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal

FRA Global Forest Resources Assessments

GD Holz Gesamtverband Deutscher Holzhandel e.V

GEE Gases de Efeito Estufa

GTF Global Timber Forum

HDF High Density Fiberboard

IBÁ Indústria Brasileira de Árvores

IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IMA Incremento Médio Anual

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

IOF Imposto sobre Operações de Crédito

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPI Imposto Sobre Produto Industrializado

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo


ITC International Trade Centre

ITTO International Tropical Timber Organization

IWPA International Wood Products Association

LVL Laminated Veneer Lumber

MDF Medium Density Fiberboard

MCMV Minha Casa Minha Vida

MDP Medium Density Particleboard

NAHB National Association of Home Builders

NBR Norma Brasileira

NR Resolução Normativa

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OMC Organização Mundial do Comércio

OSB Oriented Strand Board

PFM Produto Florestal Madeireiro

PFNM Produto Florestal Não Madeireiro

PIB Produto Interno Bruto

PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável

PMVA Produtos de Maior Valor Agregado

PNQM Programa Nacional de Qualidade da Madeira

PSQ-PME Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações

RF Receita Federal

RL Reserva Legal

RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural

SEDAM-RO Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental | Rondônia

SEMA-MT Secretaria de Estado e Meio Ambiente | Mato Grosso

SISFLORA Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais

SGP Sistema Geral de Preferências

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI Serviço Social da Indústria

TIMO Timber Investment Management Organization


TTF Timber Trade Federation

TTJ Timber Trades Journal

UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina

UFPR Universidade Federal do Paraná

VPA Voluntary Partnership Agreement


A ABIMCI

Uma associação com quase cinco décadas de


atuação, que soube se reinventar ao longo do
tempo, sem perder os princípios e os valores
consolidados desde a sua fundação, em 1972.

A Associação Brasileira da Indústria de


Madeira Processada Mecanicamente (Abimci)
atua de forma dinâmica na defesa nacional e
internacional de interesses do setor industrial
madeireiro, no desenvolvimento de normas
técnicas e de certificações de qualidade, na
promoção comercial do produto brasileiro de
madeira e no estímulo a práticas sustentáveis
dos negócios.

1
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A FORÇA DO ASSOCIATIVISMO

Está no fortalecimento do associativismo o norte de todo o trabalho


realizado pelo Conselho Administrativo da Abimci, que representa nacional
e internacionalmente o setor de madeira processada mecanicamente.

A diretoria eleita para a gestão da Abimci até 2020 assumiu o compromisso


de dar continuidade ao trabalho bem-sucedido realizado na última década,
com gestões participativas e focadas no desenvolvimento da cadeia de base
florestal, no fortalecimento das relações institucionais e na melhoria da compe-
ABIMCI

titividade da indústria nacional de madeira.

Com uma visão ampla da realidade brasileira e dos principais mercados para os
produtos de madeira do Brasil, a Associação concentra esforços permanentes
nas mais diversas esferas para construção de um ambiente de negócio mais
favorável. As ações passam , entre outras, por tentativas de reverter entraves
logísticos, o combate às taxações indevidas, a defesa jurídica em ações contra
as paralisações de organismos governamentais e o monitoramento das vota-
ções das pautas de interesse da indústria na Câmara e no Congresso Federal.

ASSOCIADOS

Confira a lista de associados ao final do Estudo Setorial e também pelo site


www.abimci.com.br.

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DA ABIMCI – GESTÃO 2017-2020

DIRETORIA DIRETOR REGIÃO NORTE


PRESIDENTE Luis Fernando Honório Alves
José Carlos Januário E. Carli Representações Ltda.
Indústria de Compensados Guararapes Ltda.

1º VICE-PRESIDENTE
Luiz Alberto Sudati
Indústria de Compensados Sudati Ltda. CONSELHO FISCAL | TITULARES
2º VICE-PRESIDENTE Ricardo Pedroso
João Carlos Ribeiro Pedroso Indústria de Compensados Guararapes Ltda.
Indústria de Compensados Guararapes Ltda.
Fábio Ayres Marchetti
TESOUREIRO Manoel Marchetti Indústria e Comércio Ltda.
Marcelo Antonelli Guaragni
Repinho Reflorestadora de Madeiras e Compensados Ltda.

VICE-PRESIDENTES CONSELHO FISCAL | SUPLENTES


Acassio Antonelli Silvano D´Agnoluzzo
Repinho Reflorestadora de Madeiras e Compensados Ltda. Concrem Wood Agroindustrial Ltda.

Amauri Eduardo Kollross Robson Luiz Marcon


Madeireira EK Ltda. Famossul Madeiras S.A.

Armando José Giacomet


Braspine Madeiras Ltda.

Douglas Antonio Granemann de Souza


Triângulo Pisos e Painéis Ltda.
SUPERINTENDENTE

Fernando Carlotto Gnoatto Paulo Roberto Pupo


Berneck S.A. Painéis e Serrados

Isac Chami Zugman


Compensados e Laminados Lavrasul S.A.

Ivan Tomaselli
STCP Engenharia e Projetos Ltda.

Juliano Vieira de Araújo


F.V de Araújo S.A.

Roberto Cezar Wronski


Madeireira Rio Claro Ltda.

Roni Marini Junior


Marini Indústria de Compensados Ltda.

Thales Zugman
Compensados e Laminados Lavrasul S.A.

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COMITÊS SETORIAIS DA ABIMCI –


GESTÃO 2017-2020

As ações desenvolvidas pela Abimci levam em conta as demandas de cada segmento


por ela representado. Os Comitês Setoriais definem prioridades específicas, que são
incorporadas ao planejamento estratégico e às linhas de atuação da associação.

COMITÊS

Comitê de Compensado Plastificado


Roberto Cezar Wronski
Empresa: Madeireira Rio Claro Ltda.

Comitê de Laminados e Compensados de Pinus


Fabiano Sangali
Empresa: Indústria de Compensados Sudati Ltda.

Comitê de Laminados e Compensados Tropical


ABIMCI

Paulo Cavalcanti Neto


Empresa: Somapar Sociedade Mad. Paranaense Ltda.

Comitê de Molduras
Luis Daniel Woiski Guilherme
Empresa: Sólida Brasil Madeiras Ltda.

Comitê de Pisos e Madeira Tropical


Marcelo Granemann de Souza
Empresa: Triângulo Pisos e Painéis Ltda.

Comitê de PMVA – Produtos de Maior Valor Agregado


e Madeira de Pinus
Alexandre Simão Battistella
Empresa: Battistella Indústria e Comércio Ltda.

Comitê de Portas
Caetano Balvedi Neto
Empresa: Sincol S.A. Indústria e Comércio

Comitê de Pellets e Biomassa


Daniel Pscheidt
Empresa: Adami S.A. Madeiras

Comitê de Desenvolvimento e Tecnologia


Daniel Berneck
Empresa: Berneck S.A. Serrados e Painéis.

Comitê de Relações Internacionais


Isac Chami Zugman
Empresa: Compensados e Laminados Lavrasul S.A.

Comitê de Relações Institucionais


Amauri Eduardo Kollross
Empresa: Madeireira EK Ltda.

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COALIZÕES EMPRESARIAIS

Uma das recentes conquistas da Abimci foram as participações em coalizões


nacionais empresariais, que têm atuado para destravar o desenvolvimento
econômico do país, propiciar um melhor acesso ao crédito para o aumento da
demanda e consumo interno para, assim, alavancar a economia. A representação
da Associação nesses grupos amplia a voz do setor de base florestal e coloca luz
aos entraves que impedem um crescimento maior e a geração de negócios.

Coalizão pela Construção

Composta pelas principais entidades nacionais, entre elas a Abimci, é um


claro exemplo de que setores unidos de forma estratégica podem conquistar
um melhor espaço e, em especial, otimizar ações focadas para a recuperação
da construção civil, segmento esse dos mais importantes para toda a cadeia
produtiva da madeira.

Coalizão Empresarial Brasileira (CEB)

Acompanha as negociações internacionais, sobretudo dos processos de inte-


gração comercial nos quais o Brasil está envolvido, buscando assim melhores
condições de competitividade e igualdade de produtos nacionais no mercado
externo.

Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio


e Barreiras (CFB)

É um mecanismo empresarial que visa contribuir com as políticas públicas de


apoio ao comércio exterior brasileiro. Elabora recomendações para modernizar
e tornar mais célere os procedimentos de importação e exportação no Brasil e
combater as barreiras comerciais estabelecidas por mercados de destino das
exportações brasileiras.

Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura

Um movimento multisetorial, composto por entidades que lideram o agrone-


gócio no Brasil, as principais organizações civis da área de meio ambiente e
clima, representantes do meio acadêmico, associações setoriais e companhias
líderes nas áreas de madeira, cosméticos, siderurgia, papel e celulose, entre
outras, na qual são tratadas questões decorrentes das mudanças climáticas
sob a ótica de uma nova economia.

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REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A articulação institucional ampla da Abimci permite ao setor uma


representação em diversas esferas: entidades setoriais no Brasil e no
exterior, organismos governamentais, institutos de pesquisa, universidades,
federações de indústrias, entre outros.

Atuação que dá ao setor industrial madeireiro a oportunidade de participar


ativamente dos principais fóruns de discussão, de defender os interesses
setoriais, de contribuir para a construção de estratégias empresariais
conjuntas e apresentar aos representantes públicos demandas específicas.

PARCEIROS INSTITUCIONAIS E ACORDOS DE COOPERAÇÃO


ABIMCI

Nas suas várias linhas de atuação, a Abimci atua com diversos acordos
operacionais e parceiros institucionais.

Nacionais

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANPM Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira

ACR Associação Catarinense de Empresas Florestais

APRE Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras


CIPEM
do Estado de Mato Grosso

CNI Confederação Nacional da Indústria

FIEP Federação das Indústrias do Estado do Paraná

FIESC Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

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Nacionais

FNBF Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

-- Programa Madeira é Legal

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI Serviço Social da Indústria

-- Sindicatos madeireiros do país

STCP STCP Engenharia de Projetos

UFPR Universidade Federal do Paraná

Internacionais

CTWPDA China Timber & Wood Products Distribution Association

ETTF European Timber Trade Federation

EUWID European Economic Service

-- EXOVA BM Trada

FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations


FEIC European Federation of the Plywood Industry
GD Holz Gesamtverband Deutscher Holzhandel e.V
GTF Global Timber Forum
ITTO International Tropical Timber Organization
IWPA International Wood Products Association
NAHB National Association of Home Builders
TTF Timber Trade Federation
TTJ Timber Trade Journal

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PROGRAMAS DE QUALIDADE
E CERTIFICAÇÕES

O trabalho realizado pela Abimci de representação institucional e política aliado


à promoção comercial está alicerçado na melhoria dos processos produtivos
das indústrias, assim como, na busca continua da qualidade dos produtos.

É na Associação que o setor encontra orientação técnica e suporte para a implantação


de ferramentas de gestão e para a obtenção de certificações de qualidade.

PNQM

O Programa Nacional de Qualidade da Madeira (PNQM) é uma ferramenta de gestão da quali-


dade com foco no processo de produção, que controla a qualidade do produto desde o recebi-
mento da matéria-prima e insumos até sua embalagem e expedição. Uma forma de padronizar
ABIMCI

e monitorar o processo produtivo nas empresas.

As indústrias que utilizam o programa oferecem ao mercado produtos padronizados de acordo


com normas técnicas, nacionais e internacionais.

Produtos atendidos Indicadores de sucesso do PNQM

• Compensados de Pinus • Melhoria na cultura e organização da empresa

• Compensados tropical • Melhoria da imagem do produto

• Portas • Redução de perdas e economia


de custos na produção
• Madeira serrada
• Aumento da produtividade
• Painéis reconstituídos
e da competitividade
• Insumos ao setor (resinas,
• Clientes mais satisfeitos
preservativos de madeira
e demais insumos) • Estímulo à melhoria contínua da qualidade

• Maior controle no processo produtivo

• Acesso a mercados nacional e internacional

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CE Marking

A marca CE de conformidade é uma certificação que indica que um produto atende a legislação
da União Europeia no cumprimento das diretivas legais vigentes e de suas normas técnicas
(EN – European Norm) dando acesso ao mercado em todos os países do Bloco Europeu.

A Abimci possui, desde 2003, um acordo e parceria com o órgão de certificação inglês, EXOVA
BM Trada, que possibilita a certificação CE 2+ para painéis estruturais de madeira no Brasil.

DIFERENCIAL

As empresas que participam do PNQM têm a vantagem competitiva do Progra-


ma ser reconhecido pelo órgão certificador europeu. Com isso, quem exporta
pode obter a marca CE de conformidade, exigida pelos países do bloco europeu,
por meio do PNQM.

PSQ-PME

O Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) é sinô-


nimo de qualidade da porta de madeira no Brasil. Com abrangência nacional, o programa reúne
e representa os fabricantes de portas de madeira, visando o fortalecimento do segmento e o
atendimento aos requisitos estabelecidos nas normas técnicas vigentes.

Mais do que estimular a especificação de portas por desempenho pelo mercado comprador,
o programa desenvolve ações para melhoria da competitividade do setor, estimula a melhoria
contínua, agrega valor às marcas das empresas participantes, protege o mercado interno
e também o consumidor final.

A atuação do Programa passa por vários eixos:

Normalização

Eventos Associativismo

Certificação Promoção comercial

Pesquisa e Comunicação
desenvolvimento e marketing

Qualificação Missões técnicas


profissional internacionais

Estímulo ao consumo
de produtos
Saiba mais

Saiba mais sobre o PSQ-PME: www.psqportas.com.br.

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NORMALIZAÇÃO

Além do desenvolvimento dos programas de certificação, a atuação técnica da Abimci


passa pela coordenação do Comitê Brasileiro de Madeira (ABNT/CB-31), que, por meio
de Comissões de Estudos (CE), estuda, elabora e revisa as normas brasileiras para produtos
de madeira de acordo com as demandas do setor.

A elaboração de normas técnicas envolve toda a sociedade, desde o setor produtivo,


entidades, organismo regulamentador, governo e consumidor. Por meio das normas técnicas,
padrões e características para os produtos como qualidade, segurança e durabilidade
são estabelecidos.

As Normas Brasileiras em vigor estão disponíveis para consulta em ABNT Catálogo


(www.abntcatalogo.com.br).

CONHEÇA O PROCESSO DE ELABORAÇÃO E REVISÃO


ABIMCI

DE NORMAS TÉCNICAS

Demand

Standardization Program

Standard Draft Elaboration

National Consultation

Vote Analysis

OK

YES NO

Standard
Fonte: ABNT

24
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Comissões de Estudos coordenadas pela Abimci no CB-31

CE SEGMENTO ABRANGÊNCIA DO ESCOPO

• Terminologia • Procedimentos
31.000.02 Madeira Serrada • Requisitos • Métodos de ensaio
• Classificação

Chapas de Madeira • Terminologia • Métodos de ensaio


31.000.05
Compensada • Requisitos • Generalidades

• Terminologia
Painéis de Fibra
31.000.07 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio

• Terminologia
31.000.10 Madeira para Carretéis
• Requisitos

• Terminologia
Mourões de Madeira
31.000.11 • Requisitos
Preservada
• Métodos de ensaio

• Terminologia
31.000.12 Portas de Madeira • Requisitos
• Métodos de ensaio

• Terminologia
31.000.13 Pisos de Madeira Maciça • Requisitos
• Métodos de ensaio

• Terminologia
31.000.14 Madeira Tratada
• Métodos de ensaio
• Terminologia
Preservação
31.000.15 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio
• Terminologia
Cruzeta Roliça de
31.000.16 • Requisitos
Eucalipto Tratado
• Métodos de ensaio

• Terminologia • Padronização
Postes de Eucalipto
31.000.17 • Requisitos • Preparação
Preservado
• Métodos de ensaio • Recebimento

• Terminologia
Painéis de Partículas
31.000.18 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio

• Terminologia
Chapa Dura de Fibra
31.000.19 • Requisitos
de Madeira
• Métodos de ensaio

25
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

NORMA TÉCNICA

SISTEMA CONSTRUTIVO CASAS


EM MADEIRA (WOOD FRAME)

Um dos trabalhos mais recentes na área de normas técnicas no


qual a Abimci tem atuado é na normalização do sistema constru-
tivo wood frame, que utiliza painéis estruturais e perfis de madei-
ra, além de produtos como pisos, portas, estrutura de telhado, en-
tre outros. O projeto de norma Edificações em Light Wood Framing,
desenvolvido no âmbito da ABNT, é capitaneado pela Abimci e
prevê requisitos técnicos para a construção com essa tecnologia
ABIMCI

de edificações de até dois pavimentos.

A norma está diretamente relacionada com a qualidade de processos, repre-


sentando benefícios para fabricantes, construtores e clientes. Além de esta-
belecer parâmetros técnicos, a norma permite avanços em questões relacio-
nadas à viabilidade da utilização do sistema construtivo em financiamentos
imobiliários.

A atuação técnica e estratégica da Abimci tem por objetivo garantir uma


padronização do sistema e inclusão dos diversos produtos de madeira nesse
método construtivo, aumentando, assim, o uso da madeira na construção civil.
Um marco importante para o aumento do consumo per capita de madeira,
além da possibilidade de oferecer ao país um sistema inovador e rápido, uma
solução para atender a demanda e o déficit habitacional por moradias.

26
Com 4 bilhões de hectares de florestas no
FLORESTA

mundo entre nativas e plantadas, das quais 12%


localizadas no Brasil, esse recurso renovável,
de amplo potencial industrial, é fonte de renda,
emprego, diversidade de fauna e flora, pesquisas,
proteção do solo, nascentes e mananciais e um
fator-chave para a regulação do clima.

A base florestal brasileira é composta por florestas


nativas e plantadas, com ampla utilização comercial
de seu recurso madeireiro, dada a diversidade de
espécies florestais com potencial industrial.
A seguir é apresentada uma visão geral sobre a
cobertura florestal mundial, bem como o perfil e
perspectivas da base florestal brasileira quanto à
área, principais grupos de espécies e as principais
contribuições do setor de base florestal.

2
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

2.1
FLORESTAS NO MUNDO

A área florestal mundial é formada por cerca de 4 bilhões de hectares de


acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO, 2015). Desse total, 93% (3,71 bilhões de hectares)
correspondem a florestas nativas, enquanto os 7% restantes (290 milhões
de hectares) referem-se a florestas plantadas.

ÁREA TOTAL COM FLORESTAS NATIVA E PLANTADA


MUNDO | 2015¹

Plantada
7%
FLORESTA

Nativa
TOTAL 2015¹:
4,0 bilhões 93%
ha

3,71 bilhões 290 milhões


de hectares de hectares
de florestas nativas de florestas plantadas
no mundo no mundo

¹ A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura / Food and Agriculture Organization
of the United Nations (FAO) monitora as florestas do mundo em intervalos entre 5 e 10 anos desde 1946 em
relatório denominado Global Forest Resources Assessment (FRA). Os últimos dados disponíveis (área mundial
de floresta nativa e plantada) são de 2015, conforme evidenciado nesta publicação. A próxima atualização do
FRA ocorrerá em 2020.
Fonte: FAO (2015), compilado por STCP.

28
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

O Brasil encontra-se em 2º lugar no ranking mundial em área com florestas


(493,6 milhões de hectares), atrás somente da Rússia, que possui 814,9
milhões de hectares. A área com cobertura florestal do Brasil representa 58%
de todo o território nacional e 12% da cobertura florestal mundial.

DISTRIBUIÇÃO DOS 10 PAÍSES COM MAIOR


ÁREA FLORESTAL1 | 2015

Área Florestal2 % Área % Área


# País
(milhões de ha) do País Florestal Mundial

1 Rússia 814,9 48 20

2 Brasil 493,6 58 12

3 Canadá 347,1 35 9

4 Estados Unidos 310,1 32 8

5 China 208,3 22 5

República
6 152,6 65 4
do Congo

7 Austrália 124,8 16 3

8 Indonésia 91,0 50 2

9 Peru 74,0 58 2

10 Índia 70,7 22 2

TOTAL Área Florestal2


(milhões de ha)
% Área Florestal
Mundial

2.687,1 67%

¹ A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura / Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO)
monitora as florestas do mundo em intervalos de 5 a 10 anos desde 1946 em relatório denominado Global Forest Resources Assessment
(FRA). Os últimos dados disponíveis (área mundial de floresta nativa e plantada) são de 2015, conforme evidenciado nesta publicação. A
próxima atualização do FRA ocorrerá em 2020.
² Área Florestal Total: Nativa + Plantada
Fonte: FAO (2015), compilado por STCP.

29
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

2.2
FLORESTAS NO BRASIL

Do total da cobertura florestal do Brasil, cerca de 98,4% é composta por florestas nativas,
somando 485,8 milhões de hectares. Grande parte dessa área florestal é voltada para
fins de proteção e preservação da flora nativa brasileira. O menor percentual refere-se a
áreas com florestas nativas aptas e voltadas ao manejo florestal, para fins de produção de
madeira em tora. O 1,62% restante do total da cobertura florestal (8,1 milhões de hectares
– 2018 estimado) diz respeito às florestas plantadas (Eucalipto, Pinus e outras espécies).
Considerando apenas os dois grupos principais de espécies plantadas (Eucalipto e Pinus),
o Brasil detém 7,51 milhões de hectares.

ÁREA COM FLORESTA NATIVA E PLANTADA NO BRASIL


FLORESTA

Área Total com Floresta (Nativa + Plantada)

493,9 milhões 1,62%


de hectares das florestas no
Brasil é
de florestas no Brasil plantada

98,4%
das florestas no Brasil
é nativa

485,8

Área com Floresta


Nativa e Plantada
8,1

Floresta Floresta
Nativa1 Plantada1

¹ Floresta nativa com dados de 2015. Floresta plantada com Eucalipto, Pinus e Outras Espécies com base em estimativas para 2018
realizadas pela STCP/ABIMCI considerando dados históricos divulgados pela IBÁ.
Fonte: FAO (2015), ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), IBÁ (2017), compilado por STCP (2019).

30
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Estima-se que o As florestas com Eucalipto têm aumentado gradu-

BRASIL
almente nos últimos anos, resultado da expansão
de áreas para atender o suprimento por madeira
dos novos investimentos em indústrias florestais,

totalizou, a exemplo de plantas do segmento de celulose


e papel.

em 2018, Por outro lado, a área plantada com Pinus no

8,1
Brasil vem decrescendo em pequena escala. Isso
se deve à substituição parcial do Pinus pelo Euca-
lipto, e por outros usos do solo, em algumas áreas
da região Sul, a exemplo da pecuária e lavoura.

No entanto, novos investimentos industriais têm


sido anunciados para os próximos anos (até
2023) por empresas dos segmentos de celulose
e papel, de painéis reconstituídos de madeira e
de madeira serrada nas regiões Sul, principal-

MILHÕES mente, e Sudeste. Esse movimento oferece a


perspectiva de mudança na dinâmica de curto e

de hectares médio prazos na oferta e demanda de madeira


em tora nessas regiões. A maturação e start-up

com florestas
de alguns projetos industriais programados para
o curto prazo induzem a um provável desbalanço
entre a oferta e demanda de madeira em tora, no
PLANTADAS, SENDO

73%
curto prazo, em algumas macro e micro regiões.
Isso resulta em déficit na oferta e disponibilidade
de madeira, criando oportunidade para a retomada
de novos plantios e da expansão da área plantada,
tanto de Pinus quanto de Eucalipto no país.

EUCALIPTO
20% Pinus
e 7% com
Outras Espécies

31
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Para assegurar parte do abastecimento industrial futuro dessas novas unidades industriais,
tem sido observado movimento de empresas integradas na compra e venda de ativos florestais
ou de madeira de mercado, além de expansão da base florestal principalmente nas regiões sul e
sudeste. Essa expansão tem ocorrido, ainda que de forma modesta, através de plantios por parte
de produtores florestais independentes, arrendamento de novas áreas e programas de fomento
e parcerias florestais. Outras incluem associações de empresas integradas de grande porte com
investidores institucionais, tais como TIMO (Timber Investment Management Organization), na
forma de sociedade para produção florestal, e estabelecimento de contratos de curto e médio
prazos de compra e venda de madeira com investidores florestais institucionais.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ÁREA FLORESTAL PLANTADA NO BRASIL


E PARTICIPAÇÃO POR GRUPO DE ESPÉCIES

7
FLORESTA

5,79 5,92
6 5,47 5,56 5,63 5,67
5,05 5,30
4,90
5 4,52
Milhões ha

1,79 1,76
2
1,64 1,56 1,57 1,59 1,58 1,58 1,58 1,59

1 0,47 0,46 0,49 0,52 0,56 0,59 0,59 0,59 0,59 0,59
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Eucalipto Pinus Outras espécies2

8,1 milhões1 com florestas


plantadas no Brasil
de hectares

73%
Participação da área
plantada por grupo
de espécie (20181). 20%
7%

Eucalipto Pinus Outras

¹ Estimativa STCP/ABIMCI (2019).


² Outras espécies plantadas (Seringueira, Acácia, Paricá, Teca, outras)
Fonte: ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), IBÁ (2017), consolidado por STCP (2019).

32
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Os plantios florestais no país estão distribuídos geograficamente de acordo com a adaptação das espécies em
cada localidade e, consequentemente, da presença e perfil de indústrias consumidoras de madeira em cada
região, em linhas gerais, tendendo a regular o balanço entre a oferta e a demanda por matéria-prima (madeira
em tora).

ÁREA PLANTADA COM EUCALIPTO

A área plantada superior a 150% no período, equivalente a 12%


ao ano). O estado era considerado até recen-
COM EUCALIPTO
no país é
temente como uma nova fronteira florestal, a
ser desenvolvida, e atualmente ocupa posição
de destaque na área com floresta plantada, no

COMPOSTA POR entanto, com sobre oferta de madeira comparada

5,92 milhões
à demanda.

Em terceiro lugar no ranking nacional com plantio

de hectares de Eucalipto encontra-se São Paulo, um estado


tradicional em silvicultura e com presença forte
(2018 estimado) de indústrias diversificadas de base florestal.
São Paulo é responsável também por 15% do
total da área plantada no Brasil com esse gênero
Esses plantios estão localizados principal-
destinado principalmente para a produção
mente em Minas Gerais (cerca de 23% da área
de celulose e papel, painéis reconstituídos de
plantada nacional), resultado da grande repre-
madeira e biomassa.
sentatividade do setor siderúrgico nacional
presente no estado, além de outros produtos Em relação ao restante da área plantada com
(celulose e painéis de madeira) demandando Eucalipto, observa-se distribuição em todas as
alto volume de madeira deste grupo de espécie regiões do território nacional. Esta distribuição
para a produção principalmente de ferro gusa/ se deve à alta plasticidade e adaptação das
ferro ligas e aço. espécies do gênero às mais diferentes condições
edafoclimáticas. Além disso, essa distribuição é
Em segundo lugar, na concentração de florestas
impulsionada por produtores florestais inde-
de Eucalipto, aparece o Mato Grosso do Sul
pendentes que produzem para o uso múltiplo
com cerca de 16% da área plantada no Brasil,
da madeira, e por empresas verticalizadas/inte-
impulsionado principalmente pela indústria de
gradas da cadeia produtiva, a exemplo de fábri-
celulose e por novos investimentos em painéis
cas de celulose, serrarias e laminadoras, as quais
de madeira presente no estado.
utilizam parte da tora para seu uso industrial e
Mato Grosso do Sul apresentou crescimento ex- direcionando ao mercado, sortimento de madeira
pressivo em sua área plantada com Eucalipto de maior ou menor diâmetros não consumidos
nos últimos anos (entre 2010-2018 crescimento em seus processos industriais.

33
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

ESTIMATIVA DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA ÁREA FLORESTAL PLANTADA NO


BRASIL COM EUCALIPTO PARA OS ESTADOS COM A MAIOR ÁREA PLANTADA (2018¹)

AP 69.200ha
RR

AM MA
PA 232.900ha CE RN
129.400ha
PI PB
FLORESTA

23.200ha
AC PE
AL
RO3 TO
5.871ha 118.00ha
BA4 SE
MT 620.000ha
183.400ha
DF
GO
130.200ha
MG
1.379.900ha
MS ES
958.700ha SP 238.800ha
917.000ha
RJ
TOTAL PR
312.700ha
5,92 milhões
de hectares SC2 275.255ha
RS
307.200ha

NOTA: Outros estados, com menor área de floresta plantada com Eucaliptos, totalizam 14,5 mil hectares.
¹ Área florestal plantada estimada para 2018 pela STCP/ABIMCI considerando dados históricos divulgados pela IBÁ. A STCP, em conjunto
com a ABIMCI, balizou a taxa de crescimento anual em função de tendências observadas no estado em questão.
² Dados de Santa Catarina são oficiais para 2018, os quais foram obtidos com a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR)
e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC-CAV).
³ Dados de Rondônia consolidados – SEDAM-RO/STCP.
4
Área florestal plantada (2018) para o estado da Bahia conforme informação disponibilizada pela ABAF/IBÁ (2019).
Fonte: Base de dados IBÁ, ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), com estimativas balizadas pela STCP/ABIMCI (2019).

34
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

ESTIMATIVA DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA ÁREA FLORESTAL PLANTADA NO


BRASIL COM PINUS PARA OS ESTADOS COM A MAIOR ÁREA PLANTADA (2018¹)

AP
RR

AM MA
PA CE RN
PI PB
AC PE
AL
RO3 TO
7.232ha 200ha SE
BA4
MT 3.000ha

DF
GO
8.000ha
MG
30.700ha
MS ES
4.800ha SP 2.300ha
124.400ha
RJ
TOTAL PR
671.400ha
1,59 milhão
de hectares SC2 553.602ha
RS
184.600ha

¹ Área florestal plantada estimada para 2018 pela STCP/ABIMCI considerando dados históricos divulgados pela IBÁ. A STCP, em conjunto com a ABIMCI,
balizou a taxa de crescimento anual em função de tendências observadas no estado em questão.
² Dados de Santa Catarina são oficiais para 2018, os quais foram obtidos junto a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) e Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC-CAV).
³ Dados de Rondônia consolidados – SEDAM-RO/STCP.
4
Área florestal plantada (2018) para o estado da Bahia conforme informação disponibilizada pela ABAF/IBÁ (2019).
Fonte: Base de dados IBÁ, ACR/UDESC-CAV (2019), SEDAM-RO (2018), ABAF (2019), com estimativas balizadas pela STCP/ABIMCI (2019).

35
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

ÁREA PLANTADA COM PINUS

Os plantios Os estados do Paraná e Santa Catarina


somam 77% (1,2 milhão de hectares) do

DE PINUS total da área plantada com Pinus do


Brasil. Essa concentração dos plantios

no Brasil no Sul do país é resultado principal-


mente das condições edafoclimáticas
SOMAM CERCA DE altamente favoráveis da região ao de-

1,59
senvolvimento do Pinus, que propiciam
um ambiente mais adequado para o
melhor desenvolvimento deste grupo
de espécie.
FLORESTA

MILHÃO O principal estado com plantios de Pinus é o


Paraná, responsável por 42% da área plantada

de hectares, no Brasil. Os plantios florestais estão concen-


trados principalmente nas regiões centro-sul
e estão concentrados na e leste do Paraná. Trata-se de um dos estados

região Sul com a maior gama de indústrias consumi-


doras dessa matéria-prima para fabricação

do país, compondo de serrados, compensados, portas, molduras,


pisos, celulose, entre outros. Em segundo
aproximadamente

89%
lugar na concentração de plantios com Pinus
está Santa Catarina, responsável por 35% da
área plantada com o gênero no país.

Os estados do Paraná e de Santa Catarina têm


da área plantada ampla tradição de investimentos e atuação

seguido pela no setor florestal-madeireiro. A concentração


de áreas com florestas plantadas nesses
região Sudeste estados deve-se principalmente às condições
edafoclimáticas dessas regiões, favorecendo
também a aproximação da indústria consu-
midora deste insumo (madeira em tora), bem
como investimentos na ampliação dos plan-
tios e no aumento da capacidade instalada
de alguns segmentos produtores de produtos
florestais-madeireiros.

36
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

OUTRAS ESPÉCIES FLORESTAIS

Além dos tradicionais plantios com espécies de Eucalipto e Pinus, outras espécies florestais
vêm ganhando espaço no cultivo florestal para o uso industrial-madeireiro e mesmo para a
produção de produtos florestais não madeireiros.

A área florestal plantada com essas outras espécies totalizam cerca de 591 mil hectares
(2018 estimado¹).

1%
2% Pópulos 1%
Araucária Outros

15%
Paricá

TOTAL
39%
(2018¹):
15% Seringueira
591 mil
Teca
ha

27%
Acácia

Espécies de madeira de folhosas como o paricá (Schizolobium amazonicum), a teca (Tectona


grandis) e o pópulus são tradicionalmente utilizadas na produção de serrados e laminados.
Também para o fim de produtos de madeira sólida é evidenciado a expansão de plantios com
o mogno africano (Khaya spp.) e o cedro-australiano (Toona spp.) em algumas regiões do país.

Adicionalmente, a seringueira (Hevea brasiliensis) destaca-se por ser, entre as outras espé-
cies, aquela com maior área plantada no Brasil (cerca de 235 mil hectares), sendo utilizada na
extração de látex para a produção da borracha. A acácia (Acacia mearnsii), com área plantada
acima de 150 mil hectares, é utilizada na produção de cavaco de madeira, destinado à expor-
tação, e de taninos, utilizado na indústria de curtume.

¹ Estimativa STCP/ABIMCI (2019).


Fonte: IBÁ (2017), compilado por STCP (2019).

37
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

O Brasil é referência mundial na produtividade de suas florestas plantadas, superando médias


alcançadas por outros países para florestas de rápido crescimento. O Incremento Médio Anual
(IMA), indicador de crescimento florestal, do Eucalipto é de 35,7 m³ /ha.ano e de 30,5 m³/ha.ano
para o Pinus (IBÁ, 2017). Essas médias são superiores para empresas de alto padrão tecnoló-
gico e que possuem seus plantios florestais em regiões com condições edafoclimáticas favorá-
veis ao crescimento.

Ao longo dos últimos anos, o Brasil atingiu médias expressivas de produtividade florestal. Isso se
deve aos investimentos em práticas silviculturais, melhoramento genético e técnicas de manejo,
associados à escolha de locais com condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento
de florestas plantadas.

2.3
FLORESTA

CONTRIBUIÇÕES
DO SETOR FLORESTAL

O setor de base florestal traz contribuições expressivas para a sociedade,


nos âmbitos social, ambiental e econômico. Esses também são os pilares
da sustentabilidade, com a qual o setor está comprometido.

Social
O setor florestal gera
resultados sociais
impulsionando o Ambiental
desenvolvimento O setor florestal auxilia
humano local na preservação de recursos
naturais

Econômico
O setor florestal contribui
para o desenvolvimento
econômico do país

38
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

ECONÔMICO

• Desenvolvimento local, regional e nacional

• Geração de receitas e divisas (balança comercial positiva)

• Contribuição no Produto Interno Bruto (PIB)

• Arrecadação de tributos

• Movimentação da economia

• Atração e captação de investimentos

SOCIAL

• Geração de emprego (direto, indireto e de efeito-renda)

• Geração de renda

• Educação ambiental

• Incentivos ao desenvolvimento de pesquisas científicas, treinamentos e capacitações


de funcionários/colaboradores e sociedade local

• Aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região/estado

AMBIENTAL

• Manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e Reserva


Particular de Patrimônio Natural (RPPN)

• Proteção do solo, nascentes e mananciais

• Conservação e proteção da biodiversidade

• Regulação do clima e de gases de efeito estufa pela fixação do carbono atmosférico

• Redução do desmatamento de habitats naturais

• Redução das emissões de Gases causadores do Efeito Estufa (GEE)

39
Uma indústria responsável pela produção de produtos que
fazem parte do dia a dia das pessoas. Da madeira serrada
INDÚSTRIA

em seus múltiplos usos, passando pelo compensado,


painéis, portas, molduras, pisos, estruturas de madeira
e edificações em geral, pellets e biomassa para energia,
a madeira processada e industrializada possui grande
capilaridade de aplicações e usos, e importante sinergia
com vários outros setores industriais.

A indústria madeireira nacional é reconhecida por uma


produção que investe em desenvolvimento de produtos,
melhoria técnica e novas soluções para os mercados
doméstico e internacional, sob um olhar atento da
sustentabilidade e da preservação do meio ambiente.

Ao longo dos anos, o setor industrial madeireiro vem


contribuindo de forma expressiva para o desenvolvimento
socioeconômico do país, através da geração de receitas,
renda e empregos, pela contribuição para o saldo positivo
da balança comercial do país, bem como no valor bruto da
produção. Somado a essas contribuições, aparece ainda
como um setor da economia que tem na sua origem uma
matéria-prima renovável e que faz parte da solução para
combater os efeitos das mudanças climáticas.

3
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

3.1
MATÉRIA-PRIMA PARA A INDÚSTRIA

Com insumos provenientes de florestas plantadas e nativas, a indústria


brasileira de madeira oferece ao mercado uma ampla variedade de produtos
a partir de diferentes espécies florestais.

Das florestas plantadas nas regiões Sul e Sudeste do país, o Pinus é a principal
matéria-prima para a produção de madeira serrada/pallet, lâminas, compen-
sados, molduras, portas, entre outros, devido não apenas à adaptação da
espécie às condições edafoclimáticas das regiões, mas a sua melhor aceitação
INDÚSTRIA

pela indústria madeireira no beneficiamento de produtos.

Por sua vez, o Eucalipto é utilizado na indústria de madeira sólida, porém em


menor proporção comparativamente ao Pinus, para produção de madeira
serrada, lâmina, compensados, móveis de jardim, entre outros produtos. Nos
últimos anos, esta espécie vem ocupando um melhor espaço na indústria de
madeira serrada, embora de forma ainda modesta, uma vez que a orientação do
regime de manejo de plantios do gênero para o uso múltiplo ainda é pequena.

Espécies plantadas como a Teca e o Paricá estão orientadas para nichos espe-
cíficos de produtos madeireiros. O Paricá é uma espécie comumente encon-
trada na região Norte do país, principalmente nos estados do Pará e Rondônia,
e é utilizada principalmente para a produção de lâmina, compensado, madeira
serrada, assoalho/decks, entre outros. A Teca, por sua vez, plantada principal-
mente nos estados de Mato Grosso, Pará e em menor escala em Tocantins, é
utilizada ou exportada principalmente na forma de blocos, madeira serrada, e,
em menor grau, como painéis colados ou móveis, entre outros produtos.

Adicionalmente às florestas plantadas, a indústria de madeira sólida brasi-


leira também é consumidora de madeira de florestas nativas, tendo por
origem florestas públicas, através de concessões florestais estabelecidas pelo
governo federal e estadual, e de florestas nativas em terras privadas através
de planos de manejo sustentáveis. Existem diversas espécies nativas da flora

42
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

nacional utilizadas para o beneficiamento madeireiro variável conforme espe-


cificações de qualidade, coloração, densidade, entre outras. A oferta desta
matéria-prima ao mercado está intimamente dependente destas autorizações
legais de exploração (concessão florestal/plano de manejo) e de investimentos
de agentes produtores do setor.

O mercado de madeira de espécies nativas, embora comercialize madeira


específica de espécies comerciais, tende a agrupá-las pelo chamado grupo de
valor a que pertencem. Os grupos de valor das espécies madeireiras comer-
ciais podem variar conforme a região, mas de um modo geral incluem:

01 MADEIRA(S) ESPECIAL (IS), DESIGNADAS


POR ESPÉCIES INDIVIDUAIS.

02 MADEIRA NOBRE

03 MADEIRA VERMELHA

04 MADEIRA MISTA

05 MADEIRA BRANCA

Via de regra, espécies chamadas especiais e nobres apresentam alta


qualidade, resistência, densidade e padrões diferenciados, sendo aptas
ao emprego na construção civil, indústria naval, movelaria e usos cus-
tomizados. Normalmente são encontradas em menor quantidade nas
florestas. A seguir são apresentadas as principais espécies/grupos de
espécies, estados em que se evidencia a maior ocorrência, bem como
seus principais usos.

43
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS ESPÉCIES MADEIREIRAS COMERCIAIS DE ORIGEM


PLANTADA E NATIVA NO BRASIL

ESPÉCIES PLANTADAS
Espécie Principais Estados Usos
celulose e papel, painéis reconstruídos, madeira serrada,
Pinus PR, SC e RS
pallets, compensado, móveis, PMVA
celulose e papel, painéis reconstruídos, madeira serrada,
Eucalipto MG, SP, MS e BA
lâminas, compensados, postes, escoras e móveis

Paricá PA e RO madeira serrada, lâminas, compensados, palitos e PMVA

blocos e serrados (EGP), lâminas, assoalhos, decks,


Teca MT, PA e TO
móveis e outros PMVA
Outros
seringueira(PFNM),
acácia, araucária, -- --
pópulos, mogno
africano entre outros.
INDÚSTRIA

MADEIRA NATIVA
MAIOR
VALOR
Madeira Espécie Ocorrência Usos
Cedro/Cedro Rosa, serrados, acabamentos internos
Especial RO, PA, MT e AM
Mogno, Pau Rosa da construção civil, móveis e outros

Ipê RO, PA, MT e AM serrados, pisos, decks e móveis

Sucupira pele serrados, pisos, lâminas, móveis,


Nobre RO, PA e AM
de sapo molduras e esquadrias

Freijó RO, PA e AM portas, painéis, assoalhos e móveis


VALOR COMERCIAL

Massaranduba RO, RR, PA, AP e AM serrados, pisos, móveis e esquadrias

serrados, pisos, lâminas, molduras


Vermelha Angelim Vermelho PA, RO, RR e AP e esquadrias
serrados, pisos, casa pré-fabricadas,
Angelim Pedra PA, RO, AM e MT
molduras e esquadrias
serrados, pisos, dormentes
Pequiá RO e PA
e mourões
Mista Cupiúba PA, RO, MT, e AM serrados, pisos, móveis e esquadrias

Mandioqueira MT e RO móveis, molduras e esquadrias

serrados, lâminas, móveis, molduras


Tauari RO e PA
e esquadrias

Branca serrados, lâminas, móveis


Breu PA, MT e AM
e molduras
MENOR
VALOR
Fava PA e MT serrados, móveis e molduras
Fonte: DOF/IBAMA (2019), consolidado e elaborado por STCP (2019).

44
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

3.2
PERFIL DA INDÚSTRIA

A indústria nacional de madeira sólida é representada por empresas diversificadas em


tamanho (volume de produção), nível tecnológico e gestão, caracterizadas como de pequeno,
médio e grande porte. As de pequeno porte estão pulverizadas em quase a totalidade
do território nacional, enquanto que as de médio e de grande porte estão concentradas
principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Em relação ao perfil das indústrias ma- empresas têm buscado o mercado externo,
deireiras de pequeno porte, estas ten- impactando na dinâmica do mercado.
dem a ter alta dependência do mercado
As empresas de médio-grande porte, por
no abastecimento de toras (via de regra
serem, via de regra, verticalizadas, possuem
não são verticalizadas/não possuem flo-
menos dependência do mercado de toras.
restas próprias); apresentam nível tec-
Muitas detêm florestas próprias ou planos
nológico baixo, com uso intensivo de
de manejo, o que garante ao menos parte
mão de obra; investimentos limitados,
de seu suprimento de matéria-prima. Essas
comparativamente às de médio-grande
empresas, geralmente, possuem maior
porte; além de carga tributária reduzida
capacidade de investimento em inovação
(via de regra trabalham com regime tri-
de processos e modernização fabril, bem
butário simples).
como em tecnologia industrial. Devido ao
maior porte dessas empresas e ao perfil de
seu regime tributário, possuem maior inci-
Além disso, as empresas de pequeno porte dência de impostos, o que impacta no custo
tendem a focar a comercialização de seus de produção. Essas empresas, em função de
produtos no mercado doméstico, porém, em sua maior robustez, tendem a se posicionar
momentos de queda acentuada na demanda de forma estratégica no mercado externo,
do mercado nacional, buscam efetuar vendas até mesmo por possuírem produtos seguindo
spot no mercado internacional, de forma especificações técnicas requisitadas pelo
a amenizar as dificuldades, como o que se mercado internacional. A seguir é apresen-
observou nos últimos anos. Com o desaque- tada, de forma esquemática, síntese do perfil
cimento da construção civil nacional (dado o das empresas da indústria de madeira sólida
cenário de crise político-econômica), essas no Brasil.

45
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PERFIL DAS EMPRESAS DA INDÚSTRIA


DE MADEIRA SÓLIDA NO BRASIL

INDÚSTRIA
DE MADEIRA
PEQUENA SÓLIDA MÉDIA E GRANDE

Matéria-prima
Matéria-prima
Empresas, via de regra, integradas/
Grande dependência
verticalizadas (produzem
do mercado de toras
e consomem tora - para garantir
INDÚSTRIA

suprimento)

Tecnologia Tecnologia
Equipamentos que exigem Equipamentos mais modernos
mais mão de obra (linhas importadas). Fator
homem-hora por m3 reduzido

Investimentos
Investimentos
Em maior proporção, direcionados
Limitados comparativamente
para inovação de processos
à médias-grandes empresas
e modernização fabril

Carga Tributária Carga Tributária


Reduzida Incidência de maior carga tributária
[”Simples Nacional”] (custo mais elevado)

Mercado Mercado
Principalmente voltada Interno: serrado e compensado para
ao mercado interno construção civil/embalagem e móveis
(regional, nacional) - Exportação: molduras PMVA, painéis
Construção Civil colados, cerca, outros

Fonte: Elaborado por STCP (2019).

46
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

3.3
NÚMERO DE EMPRESAS

O setor florestal brasileiro (nativa e plantada) possui cerca de 183 mil estabelecimentos
(2018) com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita
Federal (RF), o que não necessariamente implica estar com algum nível de operação.

No presente Estudo Setorial, foram contempladas as empresas/empreendimentos (CNPJ) que declaram atividade
econômica na indústria madeireira e de móveis de madeira como sua operação principal (a partir de códigos
pré-selecionados do Cadastro Nacional de Atividade Econômica - CNAEs registrados em 2019).

Os dados divulgados pela Receita Federal evidenciam aumento no número de empresas (estabelecimentos)
abertas entre os anos de 2015 a 2018 e em situação de cadastro ativo, passando de 91,6 mil em 2015 para 139,8
mil empresas em 2018, considerando CNPJ com CNAE relacionados à indústria madeireira e moveleira. Diante
da crise econômico-financeira nacional (a partir de 2014), o mercado vivenciou a abertura de diversas empresas
de micro e pequeno porte, inclusive no setor florestal-madeireiro, como forma de buscar alternativas para geração
de renda. Tal fato explica em partes o aumento no número de estabelecimentos nos últimos anos (2015-2018),
porém tais CNPJ não necessariamente estão com algum nível de operação.

HISTÓRICO DO NÚMERO DE EMPRESAS¹ DA INDÚSTRIA MADEIREIRA²


E DE MÓVEIS DE MADEIRA NO BRASIL (2015-2018)³

100.000
90.000
Número de empresas

80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
41.900
54.259

86.710
53.107
63.125

47.033
73.396
37.323

20.000
10.000
0
2015 2016 2017 2018

Ind. Madeireira Móveis Madeira

¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e considerado ativo junto à Receita Federal, o que não necessaria-
mente implica estar com algum nível de operação econômica. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos no Cadastro Nacional de Atividade
Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
² Indústria madeireira, que contempla principalmente: serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e artefatos diversos de madeira
(exceto móveis).
³ Nos últimos anos, a metodologia para a consolidação destas estatísticas sofreram alterações/atualizações em seus parâmetros, a exemplo de desagregação e
inclusão de atividades nos CNAEs. Tais estatísticas são dinâmicas diante do movimento das empresas junto à Receita Federal. Além disso, os dados relativos
ao número de estabelecimentos foram atualizados por sua fonte oficial (Receita Federal) bem como pela instituição que os consolida (IBPT). Assim, para uma
análise histórica, recomenda-se adotar os dados deste documento ao invés de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Receita Federal/IBPT (2019), compilado por STCP (2019).

47
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Do total do número de empresas do setor florestal nacional (nativa e plantada), 77% referem-se
à indústria madeireira [serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e
artefatos diversos de madeira (exceto móveis)] e de móveis de madeira.

NÚMERO DE EMPRESAS¹ NA INDÚSTRIA MADEIREIRA²


E DE MÓVEIS DE MADEIRA POR REGIÃO NO BRASIL (2018)

53.107 86.710
empresas empresas
da indústria de móveis de madeira
madeireira no Brasil no Brasil

NÚMERO DE EMPRESAS¹ POR SEGMENTO E REGIÃO (2018)


INDÚSTRIA

12% 17%
Nordeste Nordeste
9% 9%
Centro-Oeste Centro-Oeste

8% 5%
Norte Norte

Ind. Móveis
Madeireira de madeira
TOTAL: TOTAL:
53.107 86.710

44%
37% 25% Sudeste
34% Sudeste Sul
Sul

¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita Federal, o que não
necessariamente implica estar com algum nível de operação. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos no Cadastro
Nacional de Atividade Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
² Indústria madeireira, que contempla principalmente: serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e artefatos
diversos de madeira (exceto móveis).
Fonte: Receita Federal/IBPT (2019), compilado por STCP (2019).

48
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

A indústria A região Sul, polo tradicional da indústria madeireira e de


móveis, concentra 29% do total de empresas nacionalmente.
MADEIREIRA POSSUI O estado do Rio Grande do Sul apresenta número expres-

53.107
sivo (14.069) de empresas relacionadas ao setor madeireiro
e de móveis de madeira. A produção e consumo de madeira
serrada está concentrada principalmente na região da Serra

EMPRESAS, Gaúcha. O polo de Bento Gonçalves concentra a maior parte


da produção de móveis de madeira maciça no estado.
AS QUAIS ESTÃO Em 2018, o estado do Paraná concentrava 13.774 empresas,
CONCENTRADAS localizadas principalmente na macrorregião dos polos madei-
principalmente nas reiros de Sengés e Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Palmas e a
REGIÕES SUDESTE Região Metropolitana de Curitiba. Adicionalmente, as regiões

(37%)
de Guarapuava, União da Vitória e Imbituva possuem presença
expressiva de serrarias e laminadoras de Pinus. Santa Cata-
rina concentra 12.509 empresas ligadas à indústria madei-
reira e moveleira. O eixo central do estado, representado prin-

SUL (34%) cipalmente pelos polos de Caçador, Curitibanos e Lages, está


entre as principais regiões produtoras de madeira serrada e

E NORDESTE de produtos de maior valor agregado (PMVA), enquanto Rio

(12%).
Negrinho é produtor de compensado.

A região Nordeste, por sua vez, detém 15% (20.541) do total


de empresas da indústria de madeira sólida e de móveis no
Brasil, com destaque para os estados da Bahia com 6.752
A indústria de móveis de madeira, empresas, principalmente (67%) formadas por fábricas, de
por sua vez, possui 86.710 empre- diferentes portes, de móveis de madeira.
sas, localizadas em sua maioria nas
regiões Sudeste (44%), Sul (25%) e A região Centro-Oeste apresenta o total de 12.986 empresas
Nordeste (17%). relacionadas à indústria madeireira e de móveis, com destaque
para os estados de Goiás e Mato Grosso (2018).
Em uma análise regionalizada do total de
A região Norte do Brasil, pela constituição de suas florestas,
empresas, observa-se que a região Sudeste
concentra empresas produtoras e beneficiadoras de produtos
apresenta 57.822 empresas entre madei-
de madeira sólida com matéria-prima de origem nativa. Essa
reiras e moveleiras. Nessa região, desta-
região totalizou 8.116 empresas em 2018 ligadas à indústria
ca-se o estado de São Paulo, que possui
madeireira e de móveis. Destaque principal é para os estados
27.294 empresas, seguido por Minas Gerais
do Pará (3.478) e Rondônia (1.686), que juntos somaram 64%
(16.524), Rio de Janeiro (10.598) e Espírito
do total de empresas do setor na região em 2018.
Santo (3.406). Esses estados concentram
41% do total de empresas deste setor no
território nacional.

49
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

NÚMERO DE EMPRESAS¹ DA INDÚSTRIA MADEIREIRA² E DE MÓVEIS


DE MADEIRA NO BRASIL EM 2018 POR REGIÃO E ESTADO

Número de Estabelecimentos¹ | 2018


Região/UF Ind. Madeireira² Móveis de Madeira TOTAL
SUDESTE 19.432 38.390 57.822
São Paulo 8.858 18.436 27.294
Minas Gerais 5.621 10.903 16.524
Rio de Janeiro 3.694 6.904 10.598
Espírito Santo 1.259 2.147 3.406
SUL 18.304 22.048 40.352
Rio Grande do Sul 6.480 7.589 14.069
Paraná 5.834 7.940 13.774
Santa Catarina 5.990 6.519 12.509
NORDESTE 6.159 14.382 20.541
Bahia 2.251 4.501 6.752
Pernambuco 904 2.702 3.606
INDÚSTRIA

Ceará 984 2.428 3.412


Rio Grande do Norte 418 1.177 1.595
Maranhão 515 839 1.354
Paraíba 345 1.000 1.345
Alagoas 302 700 1.002
Piauí 249 581 830
Sergipe 191 454 645
CENTRO-OESTE 5.005 7.981 12.986
Goiás 1.092 3.436 4.528
Mato Grosso 2.669 1.569 4.238
Distrito Federal 445 1.860 2.305
Mato Grosso do Sul 799 1.116 1.915
NORTE 4.207 3.909 8.116
Pará 1.883 1.595 3.478
Rondônia 1.066 620 1.686
Amazonas 533 694 1.227
Tocantins 186 482 668
Acre 213 250 463
Amapá 165 159 324
Roraima 161 109 270

TOTAL 53.107 86.710 139.817

¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita Federal, o que não
necessariamente implica estar com algum nível de operação. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos no Ca-
dastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
² Indústria madeireira, que contempla principalmente: serrarias, produção de lâminas e compensados, casas pré-fabricadas e artefatos
diversos de madeira (exceto móveis).
Fonte: Receita Federal/IBPT (2019), compilado por STCP (2019).

50
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

3.4
GERAÇÃO DE EMPREGOS

Em 2018, o setor florestal brasileiro empregou 599 mil trabalhadores. Esses empregos
encontram-se concentrados na indústria de móveis (29%), seguida pela indústria madeireira
(28%), de celulose e papel (27%), e, pelas operações de base de silvicultura e colheita (16%).

GERAÇÃO DE EMPREGOS NO SETOR FLORESTAL BRASILEIRO (2018)

PARTICIPAÇÃO POR SEGMENTO NO NÚMERO DE EMPREGOS (2018¹)

16%
Silvilcutura e colheita

29%
Móveis

599 mil 28%


empregos em 2018 Ind. Madeireira
27%
Celulose e Papel

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGOS NO SETOR


FLORESTAL BRASILEIRO (2009-2018¹)

699 693
700 688 686 683
Número de empregos (em mil)

636 642
609 598 599
600

500

400

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 20181

¹ Estimativa STCP.
Fonte: Ministério da Economia (2019), elaborado por STCP (2019).

51
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Entre 2009-2018, o número de empregos do setor florestal apresentou decréscimo de -0,7%


ao ano. Isso se deve não apenas à automação de alguns processos como colheita e silvicul-
tura e em alguns setores da indústria ao longo do período, mas também aos efeitos da crise
político-econômica brasileira registrada nos últimos anos (2015-2018). Nesse período, muitas
empresas reduziram ou mesmo encerraram suas atividades e, consequentemente, demitiram
parte ou a totalidade de seus colaboradores.

A indústria madeireira apresentou a maior redução no número de empregos nos últimos


dez anos, passando de 193 mil em 2009 para 162 mil em 2018, decréscimo de -1,9% ao
ano (-16,1% no período). A silvicultura, por sua vez, apresentou decréscimo no número de
empregos da ordem de -1,6% ao ano (-13,6% no período). O setor de móveis de madeira prati-
camente manteve o número de colaboradores (acréscimo de apenas 0,1% ao ano, equivalente
a 1,1% no período), enquanto a indústria de celulose e papel apresentou crescimento de 0,5%
ao ano (4,3% no período).

GERAÇÃO DE EMPREGOS NO SETOR MADEIREIRO E MOVELEIRO NO BRASIL


(2009-2018)
INDÚSTRIA

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGOS POR SEGMENTO (2009-2018¹)

250
Número de empregos (em mil)

204 202 205 207 208


200 193 192
176 174 175
188 197 197 193 189
173 176
150 165 161 162

100

50

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 20181

Ind. Madeireira Móveis Madeira

EMPREGOS POR SEGMENTO (2009 E 2018¹)

250
Número de empregos (em mil)

200

150

100
107

170

162
163

193

175
173

50
93

0
Silvicultura Celulose e Papel Ind. Madeireira Móveis

2009 2018
¹ Estimativa STCP.
Fonte: Ministério da Economia (2019), elaborado por STCP (2019).

52
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

3.5
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

O setor de base florestal, assim como a indústria de madeira sólida, contribuem de forma
expressiva para o desenvolvimento das economias locais e nacional, sendo de importância
preponderante para o desenvolvimento social. Indicadores relevantes incluem a geração
de emprego (direto, indireto e efeito-renda) a partir das atividades relacionadas à indústria
madeireira; promoção da educação através de treinamentos/capacitações; e melhorias na
infraestrutura local (logística/transporte/outros). Tais fatores resultam em impactos positivos
para a qualidade de vida da população local, esteja esta envolvida direta ou indiretamente
com o setor florestal-madeireiro.

INFLUÊNCIA DA INDÚSTRIA MADEIREIRA NO DESENVOLVIMENTO LOCAL

Qualidade Emprego
de vida (direto e indireto)

Saúde Efeito-renda

Infraestrutura Educação

Tanto o setor florestal como a indústria de madeira sólida destacam-se pela tradição e atuação
organizada com resultados expressivos que contribuem com o valor bruto da produção, geração
de empregos e renda, bem como com consideráveis volumes de produtos direcionados à expor-
tação, gerando saldo positivo na balança comercial brasileira.

53
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS DO SETOR FLORESTAL


E DA INDÚSTRIA DE MADEIRA SÓLIDA (2018)

SETOR IND. MADEIRA PARTICIPAÇÃO


FLORESTAL 2018 SÓLIDA DA IND. DE MAD.
SÓLIDA

Valor bruto da produção

R$ 82,8 bilhões
1,20% do PIB Brasil
R$ 18,5 bilhões
0,27% do PIB Brasil
23%

Número de empresas1

182.582 empresas 139.817 empresas 77%


INDÚSTRIA

Geração de empregos
599 mil empregos 336 mil empregos
1,3% do total
de empregos gerados
0,7% do total
de empregos gerados
56%
no Brasil no Brasil

Exportações

US$ 14,1 bilhões


5,87% do total de
exportações no país
US$ 2,61 bilhões
1,09% do total de
exportações no país
19%

Importações

US$ 1,2 bilhão US$ 57,2 milhões 5%

Balança Comercial

US$ 12,9 bilhões


21,99% do total
no país
US$ 2,55 bilhões
4,35% do total
no país
20%

¹ Número de estabelecimentos com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) registrado e ativo junto à Receita Federal, o que não neces-
sariamente implica estar com algum nível de operação. Além disso, tal estatística leva em consideração CNPJ inscritos com o Cadastro Nacional
de Atividade Econômica (CNAE) relacionado à indústria madeireira e móveis de madeira como sua atividade principal.
Notas: (i) Setor Florestal contempla florestas nativas + plantadas; (ii) as exportações da indústria de madeira sólida incluem dados de exportação
de móveis de madeira.
Fonte: Ministério da Economia (2019), IBÁ (2018), consolidado e elaborado por STCP (2019).

54
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

3.6
FATORES QUE IMPACTAM
O CUSTO DE PRODUÇÃO

A indústria nacional, como um todo, busca continuamente a redução de seus custos


operacionais e, dessa forma, garantir sua competitividade tanto no mercado doméstico como
no internacional. A indústria madeireira segue essa tendência e busca por melhorias de
desempenho e redução de seus custos de produção.

Após a crise financeira mundial de 2008, a indústria PRINCIPAIS FATORES QUE IMPACTAM
madeireira nacional enfrentou diversas mudanças NA ESTRUTURA DE CUSTOS DE
para se adaptar a um novo horizonte econômico, com PRODUÇÃO | INDÚSTRIA DO SETOR
padrões reduzidos de consumo nas maiores econo- FLORESTAL-MADEIREIRO NACIONAL
mias mundiais, e à conjuntura nacional, agravada pelo
alto nível de desemprego e consequente redução
no nível de consumo da população. Esses aspectos
corroboraram para que as empresas repensassem
suas estratégias internas para a redução de custos Infraestrutura Carga
com o aumento de eficiência e competitividade. Logística Tributária

Entre os principais fatores em pauta na indús-


tria madeireira, visando a redução de custos de
produção e o aumento de competitividade, desta-
cam-se a: infraestrutura logística nacional, muitas
vezes precária na malha rodoviária; elevada carga Nível Acesso
de automação a crédito
tributária; baixo nível de automação, com inves-
timentos em tecnologia de processos florestais-
industriais; dificuldades de acesso à crédito; inadim-
plência, observada principalmente junto a pequenos
e médios produtores/empresas; certificação – exigên-
cia por produtos padronizados e certificados, prin-
Inadimplência Certificação
cipalmente junto ao mercado internacional; qualifi-
cação de mão de obra, para atingir ganhos de produ-
tividade e de rendimento operacional das empresas;
e nível de investimento no setor florestal-madeireiro.

Qualificação de
mão de obra Investimentos

55
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MERCADO

Um panorama do mercado de produtos florestais


madeireiros no mundo e no Brasil, com estatísticas
sobre produção, consumo e comércio internacional
(exportação e importação).
A seguir são apresentados e analisados dados para
os principais produtos de madeira sólida: madeira
serrada e compensado, produtos de maior valor
agregado (PMVA) como portas, molduras, pisos de
madeira e biomassa como o pellets.

4
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.1
CADEIA PRODUTIVA
DO SETOR FLORESTAL

A cadeia produtiva do setor florestal brasileiro é amplamente diversificada a partir do


processamento da madeira em tora e manufatura de produtos que atendem aos mais
diversos setores da economia nacional e internacional. Isso é resultado não apenas da
disponibilidade de matéria-prima florestal (madeira em tora), mas também das indústrias
florestal-madeireiras que se estabeleceram no Brasil e contribuem para o aprimoramento
dos produtos existentes e desenvolvimento de novos produtos.

A cadeia produtiva florestal é composta por produtos florestais madeireiros (PFM) e produtos
florestais não madeireiros (PFNM). Os PFM utilizam a madeira em tora como matéria-prima
MERCADO

principal. A partir desta, gera-se basicamente os seguintes produtos primários:

• Biomassa/lenha: orientada para atender demandas industriais e residenciais para a geração


de energia;

• Cavaco: amplamente utilizado na indústria nacional para a produção de celulose, painéis


reconstituídos (MDF, MDP, OSB e chapa de fibra), pellets, e até mesmo utilizado como
insumo para a geração de energia em caldeiras industriais;

• Carvão vegetal: consumido pela indústria siderúrgica para a produção de ferro-gusa, ferro-
ligas, e aço e seus derivados;

• Madeira serrada: produto de madeira sólida amplamente utilizado na indústria da cons-


trução civil, na fabricação de embalagens e móveis, entre outros. A partir da madeira serrada
são manufaturados produtos de maior valor agregado (PMVA), entre os quais, portas,
janelas, molduras, decks, outros;

• Lâminas: produto que atende à fabricação de compensado de madeira e revestimento


de painéis;

• Madeira tratada: representada principalmente por postes e mourões utilizados em propri-


dades e áreas rurais.

Os processos industriais acima geram resíduos de madeira que retroalimentam alguns


processamentos da cadeia produtiva da madeira, seja como insumo do processo e/ou na
geração de energia.

Por outro lado, os PFNM são representados por frutos, sementes, látex e óleos essenciais,
entre outros, os quais são principalmente utilizados pela indústria alimentícia, farmacêutica,
química e cosmética. Este estudo setorial trata exclusivamente sobre os PFMs.

74
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

CADEIA PRODUTIVA DO SETOR FLORESTAL

Florestas (Plantadas/Nativa)

Produtos florestais madeireiros Madeira em tora Produtos florestais não madeireiros

Biomassa Cavaco Carvão Serrado Lâminas Madeira tratada


vegetal

Painéis » Ferro » Bruto


gusa » Poste
Reconstituídos » PMVA1 Compensado
» Ferro » Mourão
» MDF/HDF
» MDP ligas
» Chapa Fibra
Dura
» Construção
» OSB » Construção Civil
Civil » Móveis
Pellets Celulose » Móveis » Uso naval
» Embalagens » Outros
» Outros

» Móveis
» Outros
Papel

» Consumo
Industrial
» Consumo
Residencial

MERCADOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

¹ PMVA (Produtos de Maior Valor Agregado) – porta, janela, moldura, piso/deck e outros.
Fonte: Elaborado por STCP (2019).

Na sequência são apresentadas as principais tendências de mercado para cada produto da indústria de madeira
sólida e biomassa no mundo e no Brasil.

Dados sobre produção e consumo aparente no Brasil, para 2017 e 2018, foram estimados a partir da análise
do consumo nacional dos principais produtos de madeira sólida com base em indicadores das indústrias e
segmentos consumidores (ex.: construção civil, indústria moveleira, embalagens entre outros), bem como em
observações da dinâmica de mercado dos produtos.

75
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.2
MADEIRA SERRADA
DE PINUS

A madeira serrada de Pinus é produto base para a produção de diversos outros da


cadeia produtiva do setor florestal nacional. Tanto a madeira serrada em bruto (primeiro
processamento/desdobro), como seus produtos beneficiados atendem principalmente
a indústria da construção civil, de embalagens e móveis, nos mercados nacional
e internacional.

4.2.1 – MUNDO1
A madeira serrada de coníferas (incluindo Pinus) é um dos principais produtos da cadeia produtiva
MERCADO

florestal comercializada internacionalmente. Historicamente, a produção desse produto tem apresen-


tado crescimento nos últimos anos, bem como nas transações de exportação e importação internacional.

PRODUÇÃO E CONSUMO

A produção A produção desse tipo de serrado apresentou cres-

mundial de
cimento da ordem de +3,8% a.a., equivalente a +40%
entre 2009-2018. O mercado internacional de madeira

madeira serrada de coníferas tem mostrado recuperação lenta e


gradual após a crise econômica mundial de 2008-2009,

serrada quando os níveis de produção chegaram a patamares


reduzidos em um comparativo histórico (249,3 milhões

de coníferas m³ em 2009). Em 2014-2015, o mercado conseguiu


recuperar o nível de produção observado em 2007

atingiu 348,0 (317,9 milhões m³), antes da crise econômica global. A


recuperação gradual deve-se principalmente à retomada
milhões de m³ da construção civil no mercado norte-americano tanto

em 2018
para construção de casas novas quanto para reformas,
além da expansão do mercado chinês, que apesar da
desaceleração de sua economia, ainda consume mais do
que produz.

1
Ao analisar dados mundiais de madeira serrada, parte-se do princípio que o total produzido anualmente praticamente se iguala ao total consumido
no mesmo ano, assumindo que as exportações e importações são praticamente iguais (exceto pela variação de estoques). Nesse estudo conside-
rou-se que a produção mundial é similar ao consumo. Essa análise foi adotada para todos os produtos aqui evidenciados

76
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE MADEIRA SERRADA


DE CONÍFERAS (2009-2018)

400

350
Volume (milhões m3)

300

250

200

150

100

348,0
334,6
321,8
286,8

347,7
312,6
299,7
269,5

279,8
249,3

50

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Taxa de Crescimento Anual +3,8%


[2009-2018] Período +39,6%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua
fonte (ITTO). Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores
a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

Os Estados Unidos seguem na liderança dos principais produtores mundiais de madeira serrada de
coníferas com 17% do total (2018). Em 2010 os Estados Unidos já estavam na liderança do ranking
com 16% do total produzido mundialmente. Isso é resultado do potencial do mercado consumidor
norte-americano. A queda nos juros de hipotecas, o fortalecimento dos salários e a desaceleração da
inflação de imóveis facilitam o acesso do consumidor ao imóvel norte-americano. Porém, a oferta pros-
segue restrita, principalmente devido à escassez de terrenos urbanos e mão de obra, o que dificulta o
aumento das construções (novas moradias) neste segmento de mercado. Tais fatores têm restringido,
de certa forma, grandes expansões no mercado imobiliário dos Estados Unidos.

Seguindo o ranking dos principais produtores mundiais, o Canadá mantém-se na segunda posição a
vários anos. O país foi responsável pela produção de 48 milhões de m³ de madeira serrada de coníferas
em 2018, com grande parte (60%) deste volume direcionada ao mercado internacional. O principal país
de destino das exportações do produto canadense tem sido os Estados Unidos, evidenciando a forte
relação comercial entre os dois países com este produto.

Entre 2010 e 2018, houve aumento de cerca de 79 milhões de m³ na produção mundial de madeira
serrada de coníferas, equivalente a 29% de crescimento no período.

77
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS PRODUTORES E CONSUMIDORES MUNDIAIS


DE MADEIRA SERRADA DE CONÍFERAS (2010 E 2018)

PRODUTORES

16% 41% 17%


EUA Outros EUA

14% 14%
Canadá Canadá

2010 10% 2018


Rússia 11%
China
8%
Alemanha
6% 11%
46% 6% Alemanha Rússia
Outros Suécia
MERCADO

CONSUMIDORES

44% 23%
51% 21% Outros EUA
Outros EUA

9%
China
18%
2010 7% 2018 China
Alemanha

6% 6%
Canadá Alemanha

6% 4% 5%
Japão Japão Canadá

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


269,5 milhões m³ 348,0 milhões m³

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO).
Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

78
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2018, as exportações mundiais de madeira serrada de coníferas atingiram 124,9 milhões


de m³, equivalentes ao valor de US$ 28,4 bilhões. Um crescimento de +4,4% a.a. em volume
e +5,5% a.a. em valor.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE MADEIRA SERRADA


DE CONÍFERAS (2009-2018)

27,7 28,4
140 27,6 30
26,4 24,7
120 23,4 22,9 23,6 25
21,5
Volume (milhões m³)

Valor (bilhões US$)


100
17,5 20
80
15
60
10
40

124,9
123,2

128,3
113,4
106,5

111,8
98,9
93,1
84,5

99,1

5
20

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (milhões m3) Valor (bilhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +4,4% +5,5%
[2009-2018] Período +47,8% +62,4%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

Historicamente, o Canadá tem liderado o ran- Os Estados Unidos são historicamente o líder no
king mundial de países exportadores de ma- ranking das importações de madeira serrada de
deira serrada de coníferas. Sua participação coníferas. Em 2010 participava com 14% desse
no comércio mundial tem aumentado nos mercado, passando para 24% em 2018. Em 2018,
últimos anos, passando de 22% do total em a China também aumentou sua importação mundial
2010 para 29% em 2018. A Rússia e a Sué- de madeira serrada de coníferas, passando de 9%
cia seguiram respectivamente com 13% e (2010) para expressivos 17% (2018) do total global.
11% do share total das exportações deste tipo Isso evidencia o grande potencial dos mercados
de serrado. Juntos, estes três países somam norte-americano e chinês como destinos globais
participação de 53% do total das exporta- do produto, visto que a produção desses países não
ções mundiais do produto. é suficiente para atender a demanda interna dos
países, que juntos responderam, em 2018, por 41%
das importações mundiais.

79
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE MADEIRA SERRADA DE CONÍFERAS (2010 E 2018)

EXPORTADORES

36% 22% 33% 29%


Outros Canadá Outros Canadá

15%
2010 Suécia 2018
13%
Rússia
13%
Rússia
11%
7% Suécia
Alemanha
7% 6% 8%
Finlândia Alemanha Finlândia
MERCADO

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL2018:


US$ 21,5 bilhões US$ 28,4 bilhões

IMPORTADORES

14% 43%
54% EUA 24%
Outros Outros EUA

10%
Japão

9%
2010 China
2018 17%
China
7%
Reino Unido
6%
Japão
6%
Itália
4% 6%
Alemanha Reino Unido

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


21,4 bilhões 30,1 bilhões

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Des-
ta forma, recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

80
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.2.2 – BRASIL

A madeira serrada de Pinus no Brasil é produzida principalmente na região Sul devido à proximidade com o
abastecimento de matéria-prima (madeira em tora). A maioria das empresas que compõe a indústria nacional
de madeira serrada de Pinus é de pequeno porte, com produção média entre 6-7 mil m³/ano. Via de regra, essas
empresas são de formação predominantemente familiar e com capitalização limitada, com produção voltada
notadamente ao mercado nacional. Em menor número, situam-se as empresas de médio-grande porte, em
geral mais estruturadas tecnologicamente e capitalizadas, direcionando suas produções tanto para o mercado
doméstico quanto para o internacional.

PRODUÇÃO E CONSUMO

A produção brasileira de madeira serrada de sucessivas a partir de 2012. Em 2015-2016, o


Pinus está voltada tradicionalmente aos se- cenário macroeconômico brasileiro ainda estava
tores da construção civil, embalagens e mo- marcado por recessão econômica, incertezas polí-
velaria, além de uma parcela representativa ticas, reduzido índice de confiança do empresariado
destinada as exportações. Esses setores, as- nacional, elevado nível de desemprego e nível redu-
sim como todos os outros da economia, sen- zido de investimentos, o que fez com que os níveis
tiram os efeitos do período de intensa desa- de produção e de consumo da indústria nacional
celeração econômica desde 2014. seguissem reduzidos.

A partir de 2012, o Brasil experimentou queda no Entretanto, a produção de madeira serrada de Pinus
Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil. apresentou leve recuperação a partir de 2017,
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Cons- quando o Brasil bateu recorde de exportação desse
trução (CBIC), 2012 foi marcado por um cenário inter- produto, superado no ano de 2018. A produção
nacional conturbado, em que no Brasil foi necessário subiu gradativamente a partir de 2017 impulsio-
adotar diversos mecanismos de estímulo na busca nada pelo alto consumo internacional do produto.
pela retomada da economia nacional, a exemplo da Adicionalmente, a taxa cambial mostrou-se favo-
queda da taxa de juros e benefícios tributários para rável às exportações brasileiras em 2018, quando
alguns setores. Ainda assim, a economia brasileira se chegou a 15% de desvalorização do Real frente à
avançou em ritmo muito modesto. Esse cenário fez moeda norte-americana comparativamente a 2017.
com que os níveis de produção e de consumo dos
principais produtos de madeira sólida, a exemplo da
madeira serrada de Pinus, apresentassem quedas

81
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Esse movimento da indústria nacional de madeira serrada de Pinus para aumentar suas exportações
resultou em uma nova organização do setor, capitaneada por algumas empresas, com investimento em
novas tecnologias e padrões de qualidade. Isso se fez necessário para atender os requisitos do mercado
internacional, o que resulta em aumento nos custos de produção e consequentemente nos níveis de
competitividade da indústria nacional.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E CONSUMO NACIONAL


DE MADEIRA SERRADA DE PINUS (2009-2018)

10

9
Volume (milhões m³)

7
MERCADO

4
3

2
8,47

8,30

8,03

5,30
5,34
9,06

8,46

5,39
8,33

5,95
8,78

6,96

7,84
8,97

7,25

7,25
7,94

7,62
9,17
7,77

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção Consumo aparente

Produção Consumo Aparente


Taxa de Crescimento Anual -0,8% -4,2%
[2009-20181] Período -7,4% -31,8%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

O ano de 2018, que apresentou nível reduzido de consumo de madeira serrada de Pinus, assim como
de outros produtos da indústria de madeira sólida, foi marcado por outras mudanças. A crise do diesel,
que levou à greve dos caminhoneiros em maio de 2018, resultou em prejuízos para toda a economia,
inclusive para o setor madeireiro. As principais consequências ao setor foram entraves em logística e
no escoamento e abastecimento de madeira e produtos florestais durante a paralisação, bem como
aumento nos custos de transporte com o tabelamento do frete mínimo para o transporte autônomo
estabelecido pelo Governo.

82
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

NORMA TÉCNICA
DE MADEIRA SERRADA

Na construção civil, principal mercado que também exigem padrões de qualidade para o
para o produto, a madeira serrada é uti- produto em uso.
lizada desde a construção pesada à leve,
O trabalho de desenvolvimento da norma técnica
com aplicações interna e externa e uso
de madeira serrada contempla as seguintes apli-
temporário e definitivo. Assim, a padro-
cabilidades:
nização do produto, para os diversos fins,
é necessária para garantia de desempe- Madeira Serrada – Parte 1: Terminologia
nho e durabilidade.
Madeira Serrada – Parte 2: Requisitos Gerais

Com esse conceito está sendo elaborado um Madeira serrada - Construção civil –
conjunto de normas de madeira serrada. A abor- Parte 1: Coníferas

dagem das normas contempla uma padroni- Madeira serrada - Construção civil –
zação dos produtos da madeira serrada, avalia- Parte 2: Folhosas
ções de defeitos, que podem ser intrínsecos à
Madeira serrada para embalagens
madeira ou resultantes do processo de produção
e beneficiamento, além de padrões de qualidade Madeira serrada para móveis
de acordo com seu uso. A norma técnica é uma
Madeira serrada para uso geral
ferramenta que permite estabelecer requisitos
mínimos de qualidade para os produtos. As normas contribuem para o desenvolvimento do
segmento, promovem a inovação e acesso a mercados.
Além da construção civil, a madeira serrada
tem uso em outras aplicações, como emba-
lagens, móveis e uso geral. Segmentos esses

83
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

A exportação brasileira de madeira ser- Em 2018, o Real desvalorizou cerca de 30%, o que
rada de Pinus manteve-se praticamente favoreceu as exportações de produtos brasileiros.
estável entre 2009-2013, período em que Além disso, o ano foi positivo para o comércio inter-
o referido produto foi direcionado princi- nacional em geral, como resultado do crescimento
palmente ao consumo doméstico do país da economia global. Tais fatores estimularam o
(com estimativa de cerca de 8% da pro- aumento das exportações brasileiras de produtos
dução exportada). madeireiros, a exemplo de produtos primários do
setor como a madeira serrada de Pinus.
A partir de 2014, em meio ao período de desace-
leração da economia brasileira, a indústria produ- Em 2014, cerca de 13% da produção nacional de
tora de madeira serrada de Pinus expandiu suas madeira serrada de Pinus foi direcionada ao mercado
vendas ao mercado internacional. O Brasil se internacional. Em 2018, essa relação passou para
beneficiou da recuperação gradual da economia 33% do total da produção nacional. Com isso, entre
e mercado imobiliário norte-americano, e do cres- 2009-2018, as exportações brasileiras de madeira
cimento do mercado asiático, especificamente serrada de Pinus cresceram 15,0% a.a. em volume
MERCADO

da China. Outro fator que contribui para o bom e 16,3% a.a. em valor monetário. No período 2009-
desempenho das exportações brasileiras deste 2018, as exportações do produto expandiram
produto foi à valorização do Dólar americano pouco mais de expressivos 250% em volume e
frente à moeda brasileira, aumentando o ganho aproximadamente 290% em valor.
com estas transações comerciais.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE MADEIRA


SERRADA DE PINUS (2009-2018)

3.000 550 600

467
2.500 500
Valor (milhões US$)

361
Volume (mil m³)

2.000 400

289
1.500 300
231

1.000 142 154 170 158 169 200


1.304

1.866

2.281

2.557
690

100
746

993
728

500
741

719

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil m3) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +15,0% +16,3%
[2009-2018] Período +251,2% +288,4%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

84
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Tradicionalmente, as importações brasileiras de madeira serrada de Pinus não são significativas, comparati-
vamente às exportações. Observa-se que o fluxo das importações do produto reagiu em movimento contrário
às exportações. Entre 2009-2018, as importações reduziram em volume (-12,1% a.a.) e em valor (-2,2% a.a.),
conforme evidenciado a seguir.

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE MADEIRA


SERRADA DE PINUS (2009-2018)

30 3,5 4,0 4,5

4,0
25

Valor (milhões US$)


Volume (mil m³)

3,0 3,1 3,5


2,6 2,9 2,9
20 3,0
2,5
2,5
15
1,6
2,0
1,3
10 1,5
3,40.000

1,0
5
28,2

23,7

11,7

0,5

8,8
6,4
5,3

6,6

7,5

7,6
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil m3) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -12,1% -2,2%
[2009-2018] Período -68,7% -18,3%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Os Estados Unidos continuam no topo do ranking dos principais destinos das exportações brasileiras de madeira
serrada de Pinus, apesar de pequena perda de participação entre 2010 (49% do total) e 2018 (36% do total),
seguido pelo México (20% em 2018). De 2010 para 2018, a China ultrapassou a Arábia Saudita, exportando
11% do total, conquistando o terceiro principal destino das exportações brasileiras de madeira serrada de
Pinus. Esse aumento da participação chinesa na importação de madeira serrada de Pinus de outros países, a
exemplo do Brasil, deve-se não apenas ao seu crescimento populacional e aumento do poder de compra, mas
também em função da China tornar o uso comercial de suas florestas mais restritivo. Tal fato impulsiona a China
a importar de países em desenvolvimento uma diversidade de produtos madeireiros.

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PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE MADEIRA SERRADA DE PINUS (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

18%
49% Outros
EUA
29%
Outros 5%
Vietnã 36%
EUA
2010 10% 2018
4% A. Saudita
Coréia do Sul
11% 20%
4% China
África do Sul México

7% 7%
A. Saudita China
MERCADO

ESTADOS EXPORTADORES

GO 0,08%

4% 2% 3% 2,92%
MS SP SP Outros

12% 10%
RS RS 48%
42% SC
2010 SC 2018
40%
PR 36%
PR

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 154,1 bilhões US$ 550,0 bilhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Os estados da região sul do país são os mais representativos nas exportações do produto, em função
da concentração dos maciços florestais com Pinus e localização das serrarias, com destaque para Santa
Catarina (48% do total das exportações nacionais de madeira serrada de Pinus em 2018) e Paraná
(36% deste total).

86
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4.3
MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS

A madeira serrada de folhosas é utilizada como base para o beneficiamento de produtos


florestais de maior valor agregado. Esses produtos são direcionados aos mais diversos usos,
tais como móveis, pisos, portas, janelas de madeira, entre outros. No Brasil, as espécies
de folhosas utilizadas na produção de madeira serrada são compostas principalmente por
espécies tropicais nativas, mas o Eucalipto e a Teca, com maior expressão atualmente
no mercado, também se encontram nesta categoria.

4.3.1 – MUNDO
A madeira serrada de folhosas é um importante produto dentro da indústria madeireira e altamente
comercializado, apesar de implicar em menor volume de consumo quando comparado à madeira serrada
Pinus. A seguir, é apresentado um panorama da produção, consumo, balança comercial (exportação e
importação), bem como os principais países e estados players deste produto no mercado.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Em 2018 a produção mundial de madeira serrada de folhosas foi de aproximadamente 136 milhões m³.
Analisando o período entre 2009-2018, observa-se crescimento na produção mundial do produto, equi-
valente a +3,8% a.a. e +39,9% no período. Na série histórica da produção mundial de madeira serrada de
folhosas, constata-se queda em 2008 (109,5 milhões m³) e 2009 (97,5 milhões m³). Isso está relacionado
à crise econômica mundial, em que houve redução considerável na produção e no consumo dos diversos
produtos da economia. No entanto, a madeira serrada de folhosas demonstrou rápida recuperação da
produção a partir de 2010, impulsionada principalmente pelo desenvolvimento do mercado chinês e reto-
mada gradual da economia norte-americana.

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E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE MADEIRA SERRADA


DE FOLHOSAS (2009-2018)

160

140
Volume (milhões m³)

120

100

80

60

40
106,4

108,9

124,6

136,4
135,7
129,6
122,1

127,4
117,8
97,5

20

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Taxa de Crescimento Anual +3,8%


MERCADO

[2009-2018] Período +39,9%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

Historicamente, a China mantém-se como líder no ranking mundial dos produtores (35%
do total global - 2018) e consumidores (44% do total global - 2018) de madeira serrada de
folhosas, seguida dos Estados Unidos (17% em produção e 14% em consumo - 2018). Isso
evidencia que mesmo sendo um grande produtor deste produto, a China tem grande potencial
de importar madeira serrada de folhosas, utilizada na indústria chinesa de construção civil e
de móveis. Tal fato deve-se ao seu potencial de consumo e econômico, associado a restrições
ambientais (em vigor há cerca de vinte anos) para a exploração em florestas nativas, para fins
comerciais. Assim, a China necessita complementar sua demanda com importações deste e de
outros produtos.

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E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS PRODUTORES E CONSUMIDORES MUNDIAIS


DE MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS (2010 E 2018)

PRODUTORES

21% 37%
44% China 35%
Outros Outros China

17%
2010 EUA 2018

8% 17%
Brasil 3% EUA
Tailândia
5% 5%
Vietnã Índia 4% 4%
Índia Vietnã

CONSUMIDORES

41% 30%
Outros 26% Outros
China

44%
China
15%
2010 EUA 2018
3%
Indonésia

7% 4%
Brasil Índia 14%
EUA
5% 6% 5%
Índia Vietnã Vietnã

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


106,4 milhões m³ 136,4 milhões m³

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

Apesar dos avanços mundiais no manejo das florestas nativas, certificação e verificação da legalidade da
madeira nativa, o comércio desses produtos tem enfrentado desafios. Alterações nas preferências dos consu-
midores e a consequente redução da participação de produtos de madeira nativa em função da competição com
produtos de madeira engenheirada e alternativas de materiais não madeireiros têm corroborado para menores
níveis de produção/consumo dos produtos de origem nativa nos últimos anos.

89
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

As exportações mundiais de madeira serrada de folhosas atingiram 25,7 milhões de m³ (US$ 12,0
bilhões) em 2018. Apesar da queda generalizada no comércio internacional entre 2008-2009 (19,1
milhões m³ em 2008 e 15,4 milhões m³ em 2009), o produto apresentou recuperação nas exportações a
partir de 2010. As exportações mundiais do produto entre 2009-2018 apresentaram crescimento anual
de +5,8% e crescimento no período de +66,5% em relação ao volume e, crescimento em valor de +6,4%
a.a. e de 75,1% no período, conforme observado a seguir.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE MADEIRA


SERRADA DE FOLHOSAS (2009-2018)

30 14

11,7 11,9 12,0


25 10,2 11,1 10,8 12
Volume (milhões m³)

Valor (bilhões US$)


9,4 9,4
20
8,2 10
MERCADO

6,8 8
15
6
10
24,0 4
20,9
20,1

25,9
15,4

25,7
22,9

23,1
19,4

19,9

5 2

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (milhões m3) Valor (bilhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +5,8% +6,4%
[2009-2018] Período +66,5% +75,1%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

Em 2018, as exportações mundiais atingiram US$ 12,0 bilhões, apresentando alta em relação ao ano
de 2009 (US$ 6,8 bilhões). O líder entre os principais exportadores mundiais de madeira serrada de
folhosas são os Estados Unidos (22%). Os EUA são seguidos pela Tailândia (13%), Malásia (8%), Gabão
(4%) e Camarões (4%). Os demais 50% das exportações mundiais encontram-se divididos entres os
demais países exportadores.

Em relação aos principais países importadores de madeira serrada de folhosas, a China segue na
liderança ao longo da série histórica analisada, respondendo por mais de 40% das importações
mundiais do produto em 2018. Com importações totalizando US$ 12,1 bilhões (2018), os demais
países no ranking seguem com Vietnã (6%), Estados Unidos (4%), Reino Unido (3%) e Itália (3%).
Os 40% remanescentes importados estão distribuídos entre os demais países.

90
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS (2010 E 2018)

EXPORTADORES

16% 49% 22%


EUA Outros EUA

9%
Malásia

7% 13%
Tailândia
2010 Tailândia 2018
8%
4% Malásia
Camarões

4%
60% Alemanha 4% 4%
Outros Gabão Camarões

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 8,2 bilhões US$ 12,0 bilhões

IMPORTADORES

58% 23% 43%


Outros
41%
China Outros China

6%
Itália

2010 5% 2018
Vietnã

6%
Vietnã
4%
4% EUA 4%
3% EUA
Reino Unido Itália
3%
Reino Unido

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 8,7 bilhões US$ 12,1 bilhões

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

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E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.3.2 – BRASIL

A madeira serrada de folhosas no Bra- No que se refere à madeira de florestas nativas, as


sil é produzida principalmente a par- formas legais de exploração da madeira incluem
tir de madeira de espécies de florestas plano de manejo em florestas privadas e manejo em
nativas, localizadas nas regiões Norte concessões florestais em terras públicas. Em menor
e Centro Oeste, e em menor proporção, escala, o Eucalipto e a Teca são utilizados a partir
de espécies plantadas como Eucalipto de plantios comerciais manejados para a produção
e Teca (Tectona grandis – concentra- de múltiplo uso incluindo toras de maior diâmetro
da em Mato Grosso e Pará). para serraria.

PRODUÇÃO E CONSUMO
MERCADO

A produção e o consumo brasileiro de mercado nacional de madeira serrada de folhosas


madeira serrada de folhosas apre- de origem nativa deve-se, entre outros, à intensi-
sentaram queda significativa entre ficação da fiscalização ambiental e à burocracia no
2009-2018. processo de liberação de autorização para o manejo
e a extração da madeira nativa, conhecido como
liberação de Plano de Manejo Florestal Sustentável
A produção nacional do produto reduziu – PMFS. Esses fatores, aliados às questões de logís-
12,8% a.a., equivalente a uma queda signi- tica e de custo de produção, afetaram a oferta de
ficativa de -70,9% no período. O consumo matéria-prima para a produção de madeira serrada
também apresentou queda de 14,6% de folhosas, fazendo com que a demanda por esse
a.a.(-75,9% no período). Essa retração no produto buscasse produtos/espécies substitutas.

A madeira serrada de Eucalipto, por sua vez, é produzida em menor escala no país. Isso se deve ao fato
de os plantios com este grupo de espécie serem manejados notadamente para o ciclo curto, visando
atender a produção de madeira de processo para a indústria de celulose, papel, painéis e siderurgia a
carvão vegetal. Poucos são os plantios florestais com Eucalipto no Brasil orientados para o uso múltiplo
(para produção de toras médias a grossas), manejo adequado para a produção de serrados.

O mercado de madeira serrada de Teca, no entanto, ainda é incipiente no Brasil dada a baixa demanda
e poucas serrarias adaptadas para receber esse tipo de matéria-prima. O Brasil detém cerca de 90 mil
hectares com plantios de Teca (IBÁ, 2016), matéria-prima utilizada na indústria de serrados, produto
mais voltado para atender o mercado internacional – sudeste asiático, além de atender a produção de
painéis colados no mercado nacional.

92
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EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E CONSUMO NACIONAL


DE MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS (2009-2018)

8
Volume (milhões m³)

2
8,0

3,0
6,0

4,2
4,6
8,5
8,4

3,4
5,6

2,4

2,4
2,6
2,3

1,9
6,7

2,1
2,7

2,7
7,9

7,1
1

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção Consumo aparente

Produção Consumo Aparente


Taxa de Crescimento Anual -12,8% -14,6%
[2009-20181] Período -70,9% -75,9%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2018, Trata-se do maior nível de exportações dos últimos 8 anos,


porém inferior conforme observado em 2010 (578,1 mil m³).

as exportações Entre 2009-2018, as exportações brasileiras de madeira

brasileiras
serrada de folhosas reduziram -0,3% a.a. e -2,5% no período
em volume, enquanto em valor a queda foi mais acentuada,

de madeira -1,6 % a.a., equivalente a quase -14% acumulado no período.

serrada de Especificamente em relação à madeira serrada tropical, o Brasil


não faz parte das negociações do acordo de parceria voluntária
folhosas atingiram

556
(Voluntary Partnership Agreement - VPA) do Forest Law Enfor-
cement, Governance and Trade (FLEGT), que tem por objetivo
reduzir a exploração de madeira ilegal com o fortalecimento da
extração sustentável da floresta.

mil m³
(US$ 222 milhões)

93
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

No entanto, o país conquistou espaço de destaque a partir de ações desempenhadas pelo governo
federal como o estabelecimento do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais,
cujo sistema é integrado com as informações fornecidas pelos estados.

Outro exemplo é o da Secretaria de Estado e Meio Ambiente (SEMA-MT), que, juntamente com o
Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato grosso (CIPEM),
instituiu o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA) no estado.
Trata-se de um sistema de controle florestal robusto que tem por objetivo controlar a comercialização
e o transporte de produtos florestais no estado. A partir desse sistema, o estado afirma que cerca de
98% da madeira comercializada em Mato Grosso tem origem legal, ou seja, são extraídas a partir de
plano de manejo sustentável.

As concessões florestais contam com controle rígido e fiscalização governamental (Federal ou Estadual)
sobre as áreas de concessão, garantindo a origem legal da madeira; sendo que algumas empresas
concessionárias buscam a certificação da cadeia de custódia, o que corrobora para a evidência da
origem legal da madeira.
MERCADO

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE MADEIRA


SERRADA DE FOLHOSAS (2009-2018)

700,0 400,0
257,3 264,0

Valor (milhões US$)


600,0 350,0
Volume (mil m³)

500,0
238,2 198,1 300,0
193,8 176,0 221,7 250,0
400,0 184,7 194,0 166,3
200,0
300,0
150,0
405,0
408,7

354,4
364,3

556,4
486,7
570,7

472,9
578,1

200,0
376,1

100,0
100,0
50,0
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil m3) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -0,3% -1,6%
[2009-2018] Período -2,5% -13,8%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

A evolução histórica das importações brasileiras de madeira serrada de folhosas indica volume pouco
significante comparado às exportações, além de apresentar tendência de forte queda nos últimos dez
anos. De qualquer forma, o seu valor unitário (proxy do preço), aumentou de forma expressiva entre
2009 e 2018. Isso se evidencia ao analisar as taxas de crescimento em volume e valor.

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EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE MADEIRA


SERRADA DE FOLHOSAS (2009-2018)

80 35
31,7
70
27,5 24,8 30

Valor (milhões US$)


60 23,8
Volume (mil m³)

25
21,0 19,7
50 17,5
20
40 15,8
11,8 10,7 15
30
10
20
32,0

26,0
44,9

15,0
21,2
38,6

21,6
68,1

57,5

10 5

17,7
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil m3) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -15,5% +5,8%
[2009-2018] Período -77,9% +66,0%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados
históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

As exportações brasileiras de madeira serrada de folhosas estão distribuídas entre diversos


países, com destaque para os Estados Unidos, que possuem 15% (2018) do share, país
tradicional na importação de diversos produtos florestais-madeireiros do Brasil. Os EUA são
seguidos pela Holanda (12%), China (11%), Vietnã (10%) e França (9%). A concentração das
exportações em outros países soma 43% (em 2018).

Os estados de Pará (25% do total) e Mato Grosso (24% do total) lideraram as exportações
de madeira serrada de folhosas em 2018.

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PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

18% 15%
36% China EUA
Outros
18%
França 12%
Holanda
43%
Outros
2010 2018 11%
China
10%
Vietnã
13%
6% Holanda
EUA 9%
9% França
MERCADO

Vietnã

ESTADOS EXPORTADORES

3%
AM

6% 24%
10% 14% MT
RO Outros 46%
PA Outros

6%
AM

2010 13% 2018


RO 25%
PA

12% 18%
PR 23%
MT PR

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 264,0 milhões US$ 221,7 milhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

96
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.4
COMPENSADO DE PINUS

Produto de ampla aplicação tanto na indústria de construção civil, naval, moveleira e automotiva,
o compensado de Pinus possui longa tradição na produção e no consumo no Brasil. A seguir, são
apresentadas as principais tendências da produção, consumo e comércio internacional do produto.

4.4.1 – MUNDO
O compensado de coníferas (incluindo os de Pinus) é um produto amplamente comercializado e utilizado no mercado
global. A madeira compensada encontra uso crescente em diversas aplicações, desde móveis, pisos e embalagens
de produtos de alto valor agregado, construção civil, sistema construtivos em wood frame, entre outros.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Em 2018, a produção mundial de compensado de coníferas atingiu 92,6 milhões de m³, representando esta-
bilidade em relação ao ano de 2017. Entre 2009-2018, no entanto, o crescimento quase atingiu 100%, com
aumento anual de +7,7%.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE COMPENSADO


DE CONÍFERAS (2009-2018)

100

90
Volume (milhões m3)

80

70
60
50

40

30
90,4
90,1
65,2
53,8

82,4
70,7

92,6

92,6
91,9

20
47,3

10
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Taxa de Crescimento Anual +7,7%


[2009-2018] Período +95,6%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

97
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A China lidera o ranking mundial dos produtores e consumidores de compensado de coníferas. O país
responde isoladamente pela produção de 75% do total mundial e consume 74% deste total (2018). Sua
utilização está voltada para a crescente indústria de construção civil no país. Na sequência, porém com
percentuais muito inferiores ao da China, situa-se os Estados Unidos (9%), seguido pelo Japão (3%),
Brasil (2%) e Canadá (2%). Em relação ao ranking dos países consumidores de compensado de coníferas,
após a China, seguem os Estados Unidos (10%), que ao contrário da China, consome mais do que sua
produção. O Japão detém 3% do consumo mundial, seguido pelo Canadá com 2% e a Coréia do Sul com
1%. O remanescente de 9% do total consumido está distribuído entre os demais países consumidores.

PRINCIPAIS CONSUMIDORES E PRODUTORES


DE COMPENSADO DE PINUS (2010 E 2018)

PRODUTORES

3% 11% 2% 2%
Canadá Outros Brasil Canadá
9%
MERCADO

4% 3% Outros
Brasil Japão
75%
China
4% 2010 2018
Japão
63%
China
15% 9%
EUA EUA

CONSUMIDORES

1%
2% Coréia do Sul
2% 16% Canadá
Outros 58%
Coréia
China 10%
do Sul 3% Outros
Japão
4%
Canadá
2010 10% 2018 74%
5% EUA China
Japão

15%
EUA

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


53,8 milhões m³ 92,6 milhões m³
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

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EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2018, o comércio internacional de compensado de coníferas totalizou 7,7 milhões de m³, equivalente à
venda de US$ 3,7 bilhões. Apesar de serem valores expressivos, este comércio apresentou queda em volume
no período entre 2009-2018 (-1,3% a.a. e -11,3% no período). Em valor, houve crescimento de +1,3% a.a. e
+12,1% no período (2009-2018).

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE COMPENSADO


DE CONÍFERAS (2009-2018)

9,0
4,0
3,6 3,7 4
3,4 3,5 3,3 3,5 3,4
Volume (milhões m³)

3,3 3,3

Valor (bilhões US$)


8,5

3
8,0

2
7,5

7,0 1
8,5

8,5
8,4

8,1

8,1
8,7

7,8
7,4
7,7

7,7
6,5 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (milhões m3) Valor (bilhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -1,3% +1,3%
[2009-2018] Período -11,3% +12,1%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim, recomen-
da-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

A China, que foi líder nas exportações mundiais de compensado de coníferas em 2010 (25%), perdeu partici-
pação em 2018 (12%), fazendo com que o Brasil se tornasse líder no ranking em 2018 (18%). O Chile, por sua
vez, apresenta a 3ª posição no ranking global (11%).

O total das exportações do produto, em 2018, chegou a US$ 3,7 bilhões, apresentando alta em relação a 2010,
quando o valor atingiu US$ 3,4 bilhões.

Entre os principais importadores de compensado de coníferas, os Estados Unidos, que dividiam em 2010 o
segundo lugar do ranking com a Coréia do Sul, Reino Unido e Arábia Saudita, assumiram o posto de primeiro
lugar sozinho em 2018, com 27% das importações globais. O Reino Unido e Alemanha responderam por 6%
(cada) das importações em 2018, seguido pelo México (5%) e Coréia do Sul (4%). Estes cinco países respon-
deram por 48% das importações globais, com a grande maioria distribuída entre diversos países importadores.

99
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE COMPENSADO DE PINUS (2010 E 2018)

EXPORTADORES

45% 18%
41% 25% Outros Brasil
Outros China
12%
China
10%
2010 Brasil 2018
11%
10% Chile
Chile
6% 8%
6% 8% Vietnã
Finlândia
Indonésia Finlândia
MERCADO

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 3,4 bilhões US$ 3,7 bilhões

IMPORTADORES

5%
Coréa do Sul

7%
5%
Alemanha 52%
Reino Unido
Outros
27%
EUA
5%
EUA

6%
2010 5% 2018 Reino Unido
A. Saudita

73% 6%
Outros Alemanha

4% 5%
Coréia do Sul México

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 3,1 bilhões US$ 4,0 bilhões
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

100
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.4.2 – BRASIL
O Brasil é um tradicional player produtor de compensando de Pinus com expressivo direcionamento do produto
ao mercado exportador. Os principais produtores se localizam principalmente nos estados da região sul do país
(Paraná e Santa Catarina).

PRODUÇÃO E CONSUMO

Em 2018, a produção nacional de compensado de Pinus atingiu recorde histórico dos últimos dez anos, com
total de 2,83 milhões de m³. Isso demonstra a resiliência da indústria, visto que em 2008 foi fortemente impac-
tada pela crise econômica mundial, além da desaceleração do consumo nacional a partir de 2014.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E CONSUMO NACIONAL


DE COMPENSADO DE PINUS (2009-2018)

3,0

2,5
Volume (milhões m³)

2,0

1,5

1,0

0,5
0,85

2,09
1,03

0,69

2,30
0,87

0,95

0,57

2,83
2,62
1,79

2,12

1,96

0,56

0,56
1,61

1,97

1,93
0,48
0,49

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção Consumo aparente

Produção Consumo Aparente


Taxa de Crescimento Anual +6,5% +1,3%
[2009-20181] Período +75,6% +12,7%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

101
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

CONSTRUÇÃO COM MADEIRA

Um dos mercados potenciais que A expectativa é de que a partir da publi-


pode significar um aumento do cação da norma técnica, programas
consumo de produtos de madeira habitacionais do governo e outros
no Brasil, em especial do compen- agentes financeiros poderão incluir em
sado, é o da construção civil. Com suas linhas de crédito essa nova opção
um trabalho técnico intenso para o de construção, gerando, assim, escala de
desenvolvimento da norma do sis- negócios para os produtos de madeira.
tema construtivo wood frame – ca-
O projeto de norma Edificações em Light
sas em madeira – a Abimci tem
Wood Framing, que está sendo desen-
capitaneado essa ação, que deve-
volvido, prevê requisitos técnicos para
rá ser um marco para as indústrias
a construção com essa tecnologia de
da madeira e da construção civil
edificações de até dois pavimentos.
no país.
Todo esse trabalho, que vem sendo
MERCADO

realizado com a participação massiva


de diferentes atores envolvidos no
O compensado foi inserido no texto do assunto, se espelha em resultados
projeto de norma para uso como painéis positivos alcançados em países desen-
estruturais de contraventamento utili- volvidos, nos quais o sistema industria-
zados em paredes e pisos no sistema lizado da construção com madeira está
construtivo. Um mercado promissor consolidado. Uma solução viável para
para o segmento. Outros produtos de atender a demanda habitacional atual
madeira já têm seus usos consolidados no Brasil, além do aumento de consumo
nesse sistema construtivo. futuro de madeira.

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

A exportação brasileira de compensado de Pinus, entre 2009-2018 cresceu à taxa de


8,2% a.a. em volume e 10,7% a.a. em valor, equivalente ao crescimento no período
respectivamente de 103,3% e de 150,1% na última década em em volume e valor.

Essa tendência evidencia a recuperação da exportação brasileira do produto. Os


Estados Unidos, que seguem como principal destino do compensado nacional de
Pinus, vêm nos últimos anos retomando gradualmente sua atividade de construção

102
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

civil. Dez anos após a crise imobiliária americana, o mercado daquele país ainda não recu-
perou completamente o mesmo volume de negócios observado antes da crise (2007), mas
tem evidenciado recuperação continuamente ascendente. Essa retomada gradativa deve-se
em parte às restrições adotadas pelo sistema financeiro americano para evitar a repetição da
superoferta de crédito.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE COMPENSADO


DE PINUS (2009-2018)

2.500 800
697
700
2.000

Valor (milhões US$)


548 600
Volume (mil m³)

1.500
438 434 418 500
398
372
279 360 325 400

1.000 300

2.060
200
1.095

1.449
1.063

1.164

1.730

2.272
1.272
1.118

500
935

100

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil m3) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +8,2% +10,7%
[2009-2018] Período +103,3% +150,1%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados
históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Nos últimos anos, o faturamento com as exportações de compensado de Pinus reduziu. O valor
unitário (proxy do preço) das exportações nacionais caiu -23% em 2017 em relação a 2014,
apresentado leve recuperação em 2018 (-11% em 2018 em relação a 2014). Isso se deve aos
elevados custos de produção (mão de obra, combustível, insumos, fretes, outros) ao longo do
período, reduzindo as margens de lucro dos produtores.

A importação brasileira de compensado de Pinus, quando comparada com a exportação, é


praticamente sem expressão. Entre 2009-2018, as importações mantiveram queda altamente
significativa de -27,0% a.a. (-94,1% no período) em volume e -13,9% a.a. (-74,1% no período)
em valor monetário, conforme evidenciado a seguir.

103
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE COMPENSADO


DE PINUS (2009-2018)

450 1.400

400 1.163 1.200


350
Volume (m³)

913

Valor (mil US$)


1.000
300

250 418 800


658
200 600

150 212 357


400
100 226 148 59
37 200

304
202
282

427
304
263

239

121
50

17
8
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (m3) Valor (mil US$)


MERCADO

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -27,0% -13,9%
[2009-2018] Período -94,1% -74,1%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar
os dados históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Os Estados Unidos aparecem como o maior importador de compensado de Pinus


brasileiro para atender as demandas da indústria da construção civil e outros setores
consumidores do produto. Em 2018, os Estados Unidos absorveram 34% das expor-
tações brasileiras do produto. Outros países relevantes para o mercado exportador
nacional são: Alemanha (11% em 2018), Reino Unido (10%), México e Bélgica (ambos
com 8% cada).

Como uma medida protecionista, a Europa permite que países do continente importem
anualmente a quota de até 650 mil m³ de compensado de Pinus livre do imposto de
7% (cota europeia de compensado de Pinus). À medida que os produtos são impor-
tados pelo continente, esse volume é reduzido do total permitido e, quando a quota é
atingida, o produto importado passa a ser taxado em 7%.

O Paraná é o principal estado exportador de compensado de Pinus, com 69% de


participação nas exportações totais do produto em 2018. O perfil industrial madei-
reiro do estado permite que o mesmo se mantenha como estado líder na produção e
comércio internacional do produto.

104
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE COMPENSADO DE PINUS (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

33% 19%
Alemanha
Outros
29% 34%
Outros EUA

2010 2018
19%
Reino Unido
11%
Alemanha
4%
Turquia 10%
18%
Bélgica Reino Unido
7% 8%
Itália 8%
Bélgica
México

ESTADOS EXPORTADORES

3% 2%
Outros Outros
68%
PR

29%
SC 29% 69%
SC PR
2010 2018

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 360,5 milhões US$ 697,2 milhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

105
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.5
COMPENSADO DE FOLHOSAS

O mercado do compensado de folhosas (tropical e Eucalipto) não é tão proeminente dentro


da indústria de produtos de madeira sólida no Brasil, em volume e valor de produção,
comparativamente ao compensado de coníferas (incluindo Pinus).

4.5.1 – MUNDO
Mesmo concorrendo com outros produtos de madeira, como painéis reconstituídos de fibra e outros
materiais, o compensado de folhosas apresenta estabilidade no mercado. Isto demonstra que mesmo
com a competição, ainda há mercado para este produto expandir pelo fato de possuir valor agregado
maior que seus concorrentes e possuir nichos específicos de consumo.

PRODUÇÃO E CONSUMO
MERCADO

Em 2018, foram produzidos 54,7 milhões m³ de compensado de folhosas no mundo. Até o ano de
2014 registrou-se crescimento na produção mundial do produto, e após este período a produção prati-
camente se estabilizou. Na série histórica apresentada, a taxa de crescimento anual foi de +5,4% e
+60,2% no período (2009-2018).

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE COMPENSADO


DE FOLHOSAS (2009-2018)

60
Volume (milhões m3)

50

40

30

20
34,1

55,0

55,0
50,5

54,5
45,9

54,7

54,7
42,9
36,9

10

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Taxa de Crescimento Anual +5,4%


[2009-2018] Período +60,2%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

106
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

A China segue, em disparado, na liderança do ranking mundial dos principais produtores (63% do total em
2018) e consumidores (48% do total em 2018) de compensado de folhosas. No ranking dos principais produ-
tores de compensado de folhosas, após a China, observa-se a Indonésia e Rússia com 6% de participação cada,
seguidos pela Índia (5%) e Malásia (4%). Os 17% restantes estão distribuídos entre os demais países produtores.

Com relação aos maiores consumidores mundiais, além da China, os Estados Unidos seguem com 8%, o Japão
com 6%, Índia com 5% além da Coréia do Sul, com 2% (2018). Os 31% restantes estão distribuídos entre os
demais países consumidores.

PRINCIPAIS CONSUMIDORES E PRODUTORES DE COMPENSADO


DE FOLHOSAS (2010 E 2018)

PRODUTORES

19% 46% 16% 63%


Outros Outros China
China 4%
Malásia

7% 5%
Rússia Índia
7%
2010 2018
6%
Índia Rússia
12%
9% Malásia
Indonésia 6%
Indonésia

CONSUMIDORES

34%
China

31% 48%
Outros China
2010 2018
37% 9%
Outros Japão
2%
9% Coréia
do Sul 8%
EUA EUA
4%
Canadá 7%
Índia 5% 6%
Índia Japão

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


36,9 milhões m³ 54,7 milhões m³
Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte
(ITTO). Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

107
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2018, foram exportados globalmente 20,5 milhões m³ de compensados de folhosas, com o valor
atingindo US$ 12,5 bilhões. Mesmo com oscilações nos últimos anos, tanto em volume quanto em
valor, a série histórica (2009-2018) apresentada reflete crescimento positivo ao longo dos últimos 10
anos. Em volume, a taxa de crescimento anual foi de +5,7% e de +64,6% acumulado entre 2009-2018.
Em valor monetário, as exportações mundiais de compensado de folhosas atingiram crescimento de
+7,1% a.a., equivalente a +85,8% no período.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE COMPENSADO


DE FOLHOSAS (2009-2018)

25 14
12,5 12,5
11,6 11,6
11,3 11,4 12
10,6 10,6
Volume (milhões m³)

Valor (bilhões US$)


20
10
8,6
15
6,7 8
MERCADO

10 6

4
5

20,5
20,1
15,2
12,5

18,3

21,7
18,7

18,7

19,5
17,7

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (milhões m3) Valor (bilhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +5,7% +7,1%
[2009-2018] Período +64,6% +85,8%

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte (ITTO). Assim,
recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

A China, mesmo sendo a principal consumidora e produtora de compensado de folhosas, é também a


principal exportadora deste produto, respondendo por 40% do share de mercado global em 2018. Este
gigante asiático exportou três vezes mais que a segunda colocada no ranking: Indonésia (13% de parti-
cipação das exportações mundiais do produto). Estes países são seguidos pela Rússia (9%), Malásia
(9%) e Finlândia (3%). Os 26% restantes das exportações mundiais de compensado de folhosas estão
distribuídos entre os demais países exportadores do produto.

Em relação às importações de compensado de folhosas, o valor das transações mundiais totalizou


US$ 11,7 bilhões em 2018. Em 2010, ano em que as mesmas somaram US$ 7,9 bilhões, o Japão
liderou o ranking com 20%, seguido pelos Estados Unidos, com 15% de participação. Em 2018 este
cenário mudou: os Estados Unidos passaram a liderar o ranking com 14% de participação ultrapas-
sando as importações totais do Japão (12% do total). Estes países foram seguidos, no ranking de 2018,
pela Alemanha (7%), Coréia do Sul (6%) e o Reino Unido (5%). Os 56% restantes das importações de
compensado de folhosas estão distribuídos entre os demais países importadores do produto.

108
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE COMPENSADO DE FOLHOSAS (2010 E 2018)

EXPORTADORES

24% 29%
Outros China 25% 40%
Outros China

3% 3%
Finlândia 2010 Finlândia 2018
19%
Malásia 13%
Indonésia
8% 9%
Rússia
17% Malásia 10%
Indonésia Rússia

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 8,6 bilhões US$ 12,5 bilhões

IMPORTADORES

56% 14%
50% 20% EUA
Outros Japão Outros

12%
15% Japão
EUA
7%
2010 2018 Alemanha
6%
7% Coréia do Sul
Alemanha

5% 5%
3% Reino Unido Reino Unido
Coréia do Sul

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 7,9 bilhões US$ 11,7 bilhões

Nota: Base de dados atualizada obtida diretamente com a ITTO. Nos últimos anos, estas estatísticas foram atualizadas por sua fonte
(ITTO). Assim, recomenda-se adotar os dados históricos deste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITTO (2019), compilado por STCP (2019).

109
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.5.2 – BRASIL
O compensado de folhosas no Brasil é produzido principalmente a partir de espécies tropicais nativas
e, em menor proporção, de espécies plantadas, como a de madeira de Paricá (esta também de origem
nativa) e o Eucalipto.

PRODUÇÃO E CONSUMO

O compensado de folhosas é utilizado notadamente na construção civil. Este setor da economia


enfrentou períodos de crise, tanto em âmbito mundial (2008) como nacional (a partir de 2014). Diante
destes períodos consecutivos de retração econômica, com reflexos significativos na indústria madei-
reira, os níveis de produção de compensado de folhosas evidenciam queda ao longo da última década.

Assim, conforme abordado anteriormente na madeira serrada de folhosas, a base da matéria-prima


nativa para a produção de compensado de folhosas também está dependente da liberação de auto-
rização para extração da madeira através de PMFS. Com a intensificação da fiscalização ambiental
e morosidade em processos de liberação, a oferta de madeira nativa (folhosas) reduziu considera-
MERCADO

velmente nos últimos anos, o que está refletido nos níveis de produção dos principais produtos que
utilizam essa matéria-prima como base (madeira serrada e compensado de folhosas).

Como resultado de política pública e maior fiscalização, tem-se observado contínuo desestímulo e
desinvestimento nesse segmento no país. Entre o período 2009-2018, a produção de compensado de
folhosas no Brasil reduziu expressivos -9,1% a.a., acumulando queda de -57,6% no período, enquanto
o consumo do produto caiu -10,1% a.a. e -61,6% no período.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E CONSUMO NACIONAL


DE COMPENSADO DE FOLHOSAS (2009-2018)

700

600
Volume (mil m3)

500

400

300

200
490

465
330

364

264

264
483
439

201

249
243

188
587

262
332

222
397
247

195
217

100

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção Consumo aparente

Produção Consumo Aparente


Taxa de Crescimento Anual -9,1% -10,1%
[2009-20181] Período -57,6% -61,6%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

110
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Em menor proporção, a indústria de compensado de folhosas tem atendido um nicho específico de mercado
que é o da construção naval, a exemplo do uso na construção de decks, em função da dureza (densidade) das
madeiras destes grupos de espécie (folhosas).

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

A exportação brasileira de compensado de folhosas atingiu, em 2014, nível extremamente baixo, equivalente
a apenas 27 mil m³ (US$ 18 milhões). Apesar de ter iniciado recuperação gradual na exportação do produto
a partir de 2015, ainda não se obteve em 2018 o retorno aos patamares históricos do passado, a exemplo de
2009 (início da série histórica em análise, com os maiores registros de exportação da década).

Entre 2009-2018, as exportações brasileiras de compensado de folhosas decresceram em volume (-5,0% a.a.)
e valor (-6,1% a.a.). Esse desempenho é reflexo dos níveis de produção apresentados anteriormente, os quais
estão justificados, em parte, pela redução da oferta de matéria-prima de madeira nativa.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE COMPENSADO


DE FOLHOSAS (2009-2018)

120 60
54
100 47 50

Valor (milhões US$)


Volume (mil m3)

40
80 40
31 32 30
28
60 25 30
21
18
40 20

20 10
45

42
68
83

63
33
97

61
27

67

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil m3) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -5,0% -6,1%
[2009-2018] Período -37,2% -43,3%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Embora com volume de transação desprezível, comparativamente à exportação, a importação brasileira de


compensado de folhosas seguiu movimento oposto ao da exportação, resultando em aumento de 13,8% a.a.
em volume e de 21,7% a.a. em valor (2009-2018).

111
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE COMPENSADO


DE FOLHOSAS (2009-2018)

700 1.662 1.499


1.800

1.600
600 1.121
1.215 1.400

Valor (mil US$)


500
Volume (m³)

1.059 1.200
970
400
842 839 1.000
725
300 800

600
200 143
400
402

544

654

534
294
552
282

412
367
167

100
200
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (m3) Valor (mil US$)


MERCADO

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +13,8% +21,7%
[2009-2018] Período +220,3% +486,0%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos eviden-
ciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Com a recuperação da construção civil norte-americana em 2018, apesar de lenta e gradual, os Estados
Unidos assumiram o primeiro lugar no ranking entre os principais países de destino das exportações
brasileiras de compensado de folhosas, conquistando participação de 47% no mercado, posição esta que
em 2010 foi ocupada pela Argentina com 22%.

A redução da participação de mercado da Argentina como destino de exportação brasileira de


compensado de folhosas (de 22% em 2010 para 5% em 2018), deve-se principalmente a desacele-
ração da sua economia, aliada à oscilação política no país nos últimos anos. Mesmo após a reforma
da previdência aprovada com alta resistência da população argentina, o país ainda não conseguiu se
recuperar economicamente.

No Brasil, o Paraná segue como líder entre os maiores estados exportadores de compensado de folhosas
(46%), acompanhado por Santa Catarina (30%) e pelo Pará (11%).

112
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE COMPENSADO DE FOLHOSAS (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

38% 22%
Argentina 29%
Outros Outros

47%
14% EUA
Reino Unido
2010 2018

13% 4%
EUA México 9%
Reino Unido
6%
Trindade 7%
e Tobago República 5% 6%
Dominicana Argentina Itália

ESTADOS EXPORTADORES

4% 2%
RS
2% 1%
MS Outros MS
1%
Outros
12%
SC
50% 10%
PR 46%
AC PR

2010 11% 2018


PA

30%
31% SC
PA

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 47,1 milhões US$ 30,5 milhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

113
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.6
PORTAS

A indústria de portas de madeira é considerada destaque dentro dos segmentos com produtos de
maior valor agregado de madeira sólida. Esta indústria tem passado por diversas transformações
nos últimos anos para adequar-se às novas exigências do setor da construção civil.

4.6.1 – MUNDO
As estatísticas globais relativas ao segmento de portas de madeira se baseiam em dados oficiais de
exportações e importações do produto, conforme evidenciado a seguir.

EXPORTAÇÃO

As exportações mundiais de portas de madeira atingiram US$ 3,84 bilhões em 2018. Na série histó-
MERCADO

rica apresentada observa-se que, em geral, houve crescimento no valor das exportações mundiais do
produto, equivalente a +3,3% a.a. (+33,5% entre 2009-2018).

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE PORTAS


DE MADEIRA (2009-2018)

4,5

4,0 3,81 3,70 3,84


3,56 3,52 3,46
Valor (bilhões US$)

3,5 3,21 3,25


2,87 2,98
3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Valor
Taxa de Crescimento Anual +3,3%
[2009-2018] Período +33,5%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste docu-
mento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).

Em 2010, o valor total das exportações mundiais de portas de madeira foi de cerca de US$ 3,0 bilhões.
No referido ano, a China destacou-se como o maior exportador do produto (19% do total), ranking
mantido em 2018 (18% do total). A Alemanha, em 2010 e 2018 com 6% das exportações em ambos os
anos passou respectivamente de segundo lugar para a quarta posição no ranking. A Polônia e o Canadá
disputam o segundo e terceiro lugar como maiores exportadores em 2018 com 7% de participação cada.

1 14
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

O Brasil, por sua vez, que em 2010 respondia por 5% do total de portas de madeira exportado mundialmente
(4º lugar), passou para a 5ª posição em 2018, exportando 6% do total. Os demais 56% das exportações estão
distribuídas entre os demais países que comercializam o produto.

Entre os maiores importadores, os Estados Unidos mantiveram-se como líder, aumentando em 5 pontos percen-
tuais sua participação, passando de 14% (2010) para 19% (2018). Os demais países do ranking mantiveram-se
os mesmos entre 2010 e 2018: Reino Unido (10% do total - 2018) e o Japão, Noruega e Alemanha tiveram 4%
de participação cada.

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE PORTAS DE MADEIRA (2010 E 2018)

EXPORTADORES

60% 19% 56% 18%


China Outros China
Outros
6% 7%
Alemanha Polônia
5% 7%
Canadá
2010 2018 Canadá

5%
Brasil 6%
Alemanha
5% 6%
Itália Brasil

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 3,0 bilhões US$ 3,8 bilhões

IMPORTADORES

14% 59% 19%


59% EUA Outros EUA
Outros 12%
Reino Unido 10%
Reino Unido
6%
Japão 4%
2010 2018 Japão
5%
Noruega
4%
4% Noruega
França
4%
Alemanha

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 3,4 bilhões US$ 3,6 bilhões
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019)

115
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.6.2 – BRASIL
A indústria de portas possui uma alta variedade de padrões e design para atender os mais diversos tipos
de consumidores, que buscam qualidade, durabilidade e design inovador para alguns nichos de mercado.

A indústria nacional de portas de madeira utiliza espécies plantadas com Pinus e Eucalipto como principal
matéria-prima em sua base de produção.

PRODUÇÃO E CONSUMO

A indústria de portas nacional está voltada inteiramente ao mercado da construção civil, o que
resulta em alta dependência do desempenho deste mercado. A produção brasileira de portas
atende principalmente demandas do mercado interno (com pequena parte da produção direcionada
ao mercado internacional).

O lançamento de novas construções imobiliárias, tanto residenciais quanto comerciais, é um dos princi-
pais drivers de mercado desta indústria. No entanto, como as portas são um dos últimos componentes
a serem instalados antes da entrega dos imóveis novos pelas incorporadoras e construtoras, existe um
MERCADO

lapso de tempo entre os lançamentos imobiliários e a efetiva utilização das portas nas obras.

Entre 2009-2018, a produção nacional de portas se mostrou praticamente estável, com crescimento
anual de 0,4%, equivalente ao acumulado de 3,7% no período. Em 2018, a estimativa da produção
brasileira de portas de madeira aponta para o total de 7,0 milhões de unidades.

A produção de portas de madeira no Brasil está concentrada na região sul, em particular nos estados
de Santa Catarina e no Paraná, com produção em menor escala em outros estados.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL


DE PORTAS DE MADEIRA (2009-2018)

9
Volume (milhões de unidades)

2
8,0

8,0

8,2
6,8

8,3

7,0
8,1
7,5

7,5

7,3

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção
Taxa de Crescimento Anual +0,4%
[2009-20181] Período +3,7%
¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

116
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

DESEMPENHO
E CERTIFICAÇÃO

Garantia de qualidade, desempenho e durabilidade. Esse é o compromisso das


empresas que integram o Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para
Edificações (PSQ-PME), que tem o objetivo de promover a isonomia competitiva entre
os fabricantes de portas de madeira, por meio da conformidade técnica. De abran-
gência nacional, o Programa desenvolvido pela Abimci, atua em várias ações que
visam fortalecer o segmento e entregar ao mercado qualidade, ao atender os requi-
sitos estabelecidos nas normas técnicas, e permitir acesso à certificação.

Objetivos do programa:

01 INCENTIVAR A FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE


ACORDO COM AS NORMAS TÉCNICAS

02 ESTIMULAR A MELHORIA CONTÍNUA DAS PORTAS


DE MADEIRA OFERECIDAS AO MERCADO

03 CONTRIBUIR PARA O AUMENTO DA


COMPETITIVIDADE DOS PRODUTOS

04 PROMOVER AS EMPRESAS PARTICIPANTES

05 AGREGAR VALOR ÀS MARCAS QUE


OFERTAM PRODUTOS CERTIFICADOS

06
OFERECER GARANTIA AO CONSUMIDOR
ATRAVÉS DA SEGURANÇA TÉCNICA
E JURÍDICA

Por meio do programa, as empresas fabricantes de portas obtêm a certificação


de acordo com a norma técnica ABNT NBR 15930-2: Portas de madeira para
edificações – Requisitos.

117
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Apesar de portas de madeira serem um produto orientado principalmente para atender a demanda
do mercado doméstico, o volume e valor exportado apresentou crescimento nos últimos anos. As
exportações nacionais de portas de madeira apresentaram recuperação gradativa entre 2009-2018,
quando o volume exportado do produto aumentou 3,7% a.a. (38,4% no período), enquanto que em
valor aumentou 4,6% a.a. (49,7% no período).

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA


DE PORTAS DE MADEIRA (2009-2018)

140 250
221,6 223,3
120 191,7

Valor (milhões US$)


180,2 185,9 200
174,0
Volume (mil ton)

100
149,1 160,6
148,0
MERCADO

143,9
150
80

60
100

40
111,0

126,8
124,7
78,0

86,5
91,6

88,9

88,9

93,4

50
74,1

20

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil ton) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +3,7% +4,6%
[2009-2018] Período +38,4% +49,7%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Embora praticamente insignificantes em relação às exportações, o Brasil importou US$ 539 mil em
portas de madeira em 2018. Observa-se que houve um salto expressivo entre 2010 e 2011-2012,
e após 2013 as importações brasileiras de portas reduziram. Entre 2009-2018, as importações do
produto apresentaram aumento de 0,8% a.a. em volume (7,1% no período) e de 4,1% a.a. em valor
(43,9% no período).

118
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE PORTAS


DE MADEIRA (2009-2018)

1,60 3,50
3,02
1,40 3,00
2,55
Volume (mil ton)

Valor (milhões US$)


1,20 2,47
2.50
1,0 1,93
2,00
0,80 1,52
0,37 0,34 0,54 1,50
0,60 0,36 0,40
0,33

0,26
0,24

1,00

0,10
0,19
0,40

1,06

0,69
1,36
1,15

1,15
0,20 0,50

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil ton) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +0,8% +4,1%
[2009-2018] Período +7,1% +43,9%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

Em relação aos principais países de destino das exportações brasileiras de portas de madeira, os
Estados Unidos seguem como líder recebendo 75% do total (2018), acompanhado por Porto Rico e
Reino Unido, ambos com 4% de participação (cada). É observada uma grande concentração das vendas
de portas de madeiras de players brasileiros para o mercado norte-americano. Tal fato gera riscos
pela concentração de destino das exportações do produto, caso uma crise atinja os Estados Unidos,
reduzindo assim as importações deste país, o que certamente impacta a indústria florestal-madeireira
nacional. A diversificação de mercados é uma forma de atenuar tal risco.

Os maiores estados exportadores de portas de madeira são Santa Catarina e Paraná com um share de
mercado, em 2018, respectivamente de 75% e 23%.

1 19
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE PORTAS DE MADEIRA (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

2% 13%
24% 52% Panamá Outros
Outros EUA
2%
Canadá 75%
EUA
2%
Holanda
2010 4% 2018
Reino Unido
3%
Porto Rico
4%
Porto Rico
6% 13%
MERCADO

Canadá Reino Unido

ESTADOS EXPORTADORES

2%
RS 2%
2% Outros
4% Outros
SP
23%
PR
13%
PR
2010 2018

79%
SC

75%
SC

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 160,6 milhões US$ 223,3 milhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos
evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

120
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.7
MOLDURAS

Entre os produtos de maior valor agregado de madeira sólida destacam-se também as


molduras de madeira (rodapés, alizares de portas, rodameios, rodaforros, entre outros),
produtos que são utilizados na construção civil e na arquitetura de interiores, tanto no
mercado nacional quanto internacional. As molduras contemplam uma extensa linha
de produtos manufaturados sólidos com padrões e especificações diversas.

4.7.1 – MUNDO
Assim como na análise das portas de madeira, em função da indisponibilidade de estatísticas de
produção/consumo mundial de molduras, são apresentados dados e informações sobre expor-
tação do referido produto.

EXPORTAÇÃO

O valor obtido Em relação à série histórica (2009-2018)


apresentada, as exportações, de forma geral,
pelas transações de apresentaram crescimento de +3,6% a.a. e

exportação +37,8% no período. Entre 2015-2016, houve


pequena queda nas exportações mundiais do

mundial produto. Isso pode ser justificado, em partes,


pela retração do mercado de imóveis da China,

de molduras eclodida no período devido a cultura adotada

chegou à pelo país do just in case, ou seja, construa ou


compre seu imóvel hoje e mais tarde pense o

US$ 1,95
que fazer com ele, além de medidas adotadas
pelo governo chinês para a grande maioria das
cidades (ex.: pagamento mínimo da hipoteca

bilhão para a compra do primeiro imóvel reduziu de


25% para 20%). A recuperação das exporta-
ções (2017-2018) é evidenciada em 2018,

em 2018 quando as vendas praticamente atingiram o


patamar recorde de 2014.

121
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE MOLDURAS


DE MADEIRA (2009-2018)

2,5

1,96 1,87 1,95


Valor (bilhões US$)

2,0 1,83
1,69 1,67 1,74 1,74
1,59
1,42
1,5

1,0

0,5

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
MERCADO

Valor
Taxa de Crescimento Anual +3,6%
[2009-2018] Período +37,8%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste docu-
mento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).

Entre 2010-2018 houve aumento de 23% no período nas exportações do produto entre os países
exportadores de molduras, passando de US$ 1,6 bilhão (2010) para US$ 1,95 bilhão (2018). Em 2018,
o Chile liderou com 13% de participação nas exportações mundiais de molduras de madeira, apresen-
tando queda de 2 pontos percentuais comparativamente a 2010. Na sequência destacam-se o Brasil
(11%), Alemanha (9%) e Polônia e Estônia com 7% de participação cada.

Em relação às transações de importação global, o valor de 2018 apresentou crescimento de 28%


comparativamente ao ano de 2010. Em 2018, o valor das importações foi de US$ 2,3 bilhões, frente à
US$ 1,8 bilhão em 2010.

O principal importador mundial de molduras de madeira é os Estados Unidos que atingiu em 2018 o
total de 43% das importações, com aumento de 11% em relação a 2010, quando participavam com
32% do valor total. Os demais países de maior relevância naquele ano foram a Austrália (6%), Alemanha
(5%), Noruega (4%) e França (4%).

1 22
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE MOLDURAS DE MADEIRA (2010 E 2018)

EXPORTADORES

11% 13%
Chile Chile
11% 11%
Alemanha Brasil

10% 9%
Brasil Alemanha
2010 2018
7% 7%
EUA Polônia

53%
54% 7% Outros 7%
Outros Áustria Estônia

TOTAL MUNDO 2010: TOTAL MUNDO 2018:


US$ 1,6 bilhão US$ 1,95 bilhão
IMPORTADORES

32%
46% EUA
Outros 38% 43%
Outros EUA

2010 2018
7%
Canadá
4% 6%
França Austrália
5%
Japão
4% 5%
5% 5% Noruega Alemanha
Alemanha Austrália

TOTAL MUNDO 2010: TOTAL MUNDO 2018:


US$ 1,8 bilhão US$ 2,3 bilhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).

123
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.7.2 – BRASIL
O segmento de molduras, assim como de portas, possui como matéria-prima principalmente a madeira
oriunda de florestas plantadas, especificamente o Pinus, com atuação nos mercados nacional e inter-
nacional. As indústrias produtoras concentram-se nas regiões Sul e Sudeste do país.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Assim como observado para as portas de madeira, a produção nacional de molduras está diretamente
associada à indústria da construção civil. Esse produto também é utilizado na fase de acabamento dos
imóveis, o que causa defasagem entre os lançamentos de imóveis e sua efetiva utilização.

Entre 2009-2011 houve crescimento na produção nacional de molduras de madeira, mantendo certa
estabilidade entre o período 2012-2018. A taxa de crescimento entre 2009-2018 foi de 2,1% a.a. e
de 20,7% no período.
MERCADO

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE MOLDURAS


DE MADEIRA (2009-2018)

1200

1000
Volume (mil m3)

800

600

400
940
820

920

930
780

988
982
861

941
976

200

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção
Taxa de Crescimento Anual +2,1%
[2009-20181] Período +20,7%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

1 24
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

CONSTRUÇÃO CIVIL
AMERICANA

O indicador da construção residencial Em 2018, por exemplo, o número de


nos Estados Unidos, chamado housing novas construções residenciais ultrapassou
starts, é considerado um importante 1,2 milhão segundo o Departamento de
balizador da economia norte-america- Comércio dos EUA. Trata-se de um impor-
na. Esse dado indica a quantidade de tante referencial para a indústria de madeira
novos projetos de construção residen- brasileira de molduras, já que a construção
cial que tiveram início durante deter- civil dos Estados Unidos é o principal destino
minado período. desse produto.

A habitação é uma parte fundamental da economia do país, pois impacta diretamente em


setores como fornecedores de matéria-prima e geração de emprego. O crescimento no
volume de novas casas nos últimos anos assinala uma expansão do mercado imobiliário e
impulsiona o crescimento da atividade econômica no país.

Outro dado que deve estar no radar de quem exporta molduras - e outros produtos de madeira
- para a construção dos Estados Unidos é o número de licenças concedidas para a construção
de uma nova casa, chamada de building permits. Como essa licença é emitida previamente à
obra, é um indicativo relevante sobre a perspectiva futura da econômica do país.

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Conforme já abordado na seção sobre os maiores exportadores mundiais, o Brasil é o segundo maior expor-
tador de molduras de madeira após o Chile (dados 2018). As exportações brasileiras de molduras têm se
mantido relativamente estáveis, com flutuações no período. Entre 2009-2018, as exportações de moldura
cresceram +5,2% a.a. (+57,7% no período) em volume e +8,2% a.a. (+103,5% no período) em valor, conforme
evidenciado a seguir.

125
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA


E MOLDURAS DE MADEIRAS (2009-2018)

160 227 231 230 250


216 212 214
140 198

Valor (milhões US$)


200
Volume (mil ton)

120 155 149


100 105 150

80

60 100

40
108

102 50

144
124

125

143
122
119

139
92

20

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume(mil ton) Valor(milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +5,2% +8,2%
[2009-2018] Período +57,7% +103,5%
MERCADO

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos eviden-
ciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

As importações de moldura de madeira, por sua vez, são praticamente insignificantes quando comparada
às exportações, e vêm demonstrando queda ao longo da última década. Entre 2009-2018 as importa-
ções de moldura decresceram -21,8% a.a. (89,0% no período) em volume e queda de -5,0% a.a. (-37,0%
no período) em valor.

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE MOLDURAS


DE MADEIRA (2009-2018)

180 350

160
300
197,6 254,0 266,7
140 235,5
Valor (mil US$)

250
Volume (ton)

120
171,8 178,8
100 162,6 200
146,1
80 120,4 124,5 150
60
25,6
27,6

100
25,6
149,0
135,5

171,4

40
14,9
92,7

76,5

37,1

50
20

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (ton) Valor (mil US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -21,8% -5,0%
[2009-2018] Período -89,0% -37,0%
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evi-
denciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

126
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Historicamente, a maior parte (96% em 2018) das exportações brasileiras de moldura de madeira é orientada
para o mercado norte-americano. Esse destino ainda tem alto potencial para absorver maior volume deste
produto nos próximos anos, dado que seu mercado imobiliário está em recuperação gradual. Esta perspectiva
poderá gerar oportunidade aos produtores e exportadores nacionais.

Apenas 2% do total das exportações nacionais do produto é direcionada ao Canadá e, 1% à Austrália, o que
evidencia a alta concentração das vendas brasileiras de molduras de madeira em um único mercado.

O Paraná é o maior estado exportador de moldura de madeira, responsável por exportar 79% do total nacional
em 2018, seguido por Santa Catarina (20%).

PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE MOLDURAS DE MADEIRA (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

1% 1% 1%
Portugal Outros 1% Austrália 1%
5% Austrália Outros
Canadá
86% 2%
6% EUA Canadá
França

2010 2018
96%
EUA

ESTADOS EXPORTADORES

1% 0,9% 1%
MT SP Outros
0,1%
11% Outros
SC 20% 79%
SC PR

87%
PR
2010 2018

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 154,9 milhões US$ 214,3 milhões
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados
históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

127
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.8
PISOS

Os pisos de madeira possuem grande relevância econômica no segmento de PMVA do setor


industrial madeireiro, sendo amplamente utilizado em ambientes residenciais e comerciais.
Ao longo dos últimos anos, a indústria de pisos tem buscado desenvolver novos produtos
com o intuito de melhor aproveitar a matéria-prima madeira, bem como agilizar o processo
de instalação e durabilidade do produto.

Os pisos são classificados nas seguintes categorias:

01
Piso de madeira maciça, obtido a partir de peças
sólidas padronizadas
MERCADO

02
Piso engenheirado ou estruturado, o qual é composto por madeira
maciça nobre na parte superior, e camadas internas de compensado,
distribuídas transversalmente na composição do produto

03
Piso laminado, que possui miolo de painéis reconstituídos (MDF/HDF)
ou mesmo reaproveitamento de pequenas peças de madeira natural,
recoberto (capa) por lâminas de madeira natural

4.8.1 – MUNDO
Assim como nos demais produtos de maior valor agregado apresentados neste estudo, as estatísticas
mundiais disponíveis de pisos de madeira estão concentradas em dados oficiais de exportação.

EXPORTAÇÃO

Entre 2009-2014 as exportações mundiais de pisos de madeira apresentaram crescimento de +9,9%


a.a. A partir de 2015, com a crise mundial e desaceleração da economia chinesa, com reflexos no seu
mercado imobiliário, o valor das exportações mundiais de pisos de madeira apresentou declínio (-7,5%
a.a. entre 2014-2018). Em 2018, foram exportados mundialmente cerca de US$ 9,1 bilhões em pisos
de madeira, valor abaixo do patamar de 2010.

No entanto, nos últimos dez anos (2009-2018), as exportações globais do produto apresentaram cres-
cimento de +1,8% a.a., equivalente a +17,3% acumulado.

128
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL


DE PISOS (2009-2018)

14.000
11.861 12.362
12.000 10.822 10.494 11.307 11.529
Valor (milhões US$)

9.188 9.120
10.000 9.065
7.727
8.000

6.000

4.000

2.000

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Valor
Taxa de Crescimento Anual +1,8%
[2009-2018] Período +17,3%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste documento ao
invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).

Em 2010, as Filipinas e a Áustria lideraram as exportações do produto (ambas com 11% de participação do
valor total). No mesmo ano, o valor total das transações de exportação somou expressivos US$ 9,2 bilhões. Em
2018, o valor total das exportações praticamente se manteve (US$ 9,1 bilhões) e as Filipinas seguiram com a
liderança aumentando sua participação para 13% do total. A Alemanha, que ocupava a terceira colocação em
2010 com 8% do total, em 2018 subiu para a segunda colocação (9% de participação). O Canadá e a Polônia
ocupam, respectivamente, e terceira e quarta posição com 7% de participação cada (2018). Os Estados Unidos,
que não estavam entre os cinco principais países do ranking em 2010, em 2018 ocupam a quinta colocação,
com 5% do total global exportado do produto. Os 59% restantes estão pulverizados entre diversos outros
países do mundo que exportam pisos de madeira.

Em relação às importações mundiais de pisos, em 2010 os Estados Unidos e Japão praticamente lideraram
com 12% e 11% de participação respectivamente, fato que se repete em 2018, porém cada país segue igual-
mente com cerca de 15% de participação. Em 2018 a Alemanha respondeu por 9% das importações mundiais,
seguida pela Suíça e Itália com 6% de participação cada. Os 49% restantes estão distribuídos entre os demais
países importadores.

129
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES MUNDIAIS


DE PISOS DE MADEIRA (2010 E 2018)

EXPORTADORES

11%
Austrália
13%
11% Filipinas
Filipinas
9%
Alemanha
8%
Alemanha
7%
Canadá
2010 7% 2018
China
7%
Polônia

56% 7%
Indonésia 59% 5%
Outros EUA
Outros
MERCADO

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 9,2 bilhões US$ 9,1 bilhões

IMPORTADORES

12% 49% 15%


EUA Outros EUA
11%
Japão 15%
Japão
8%
Itália

2010 2018
9%
Alemanha

55% 8%
Outros Alemanha
6% 6%
França 6% Suiça
Itália

TOTAL MUNDIAL 2010: TOTAL MUNDIAL 2018:


US$ 9,0 bilhões US$ 9,8 bilhões

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (ITC), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: ITC (2019), compilado por STCP (2019).

130
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.8.2 – BRASIL
Entre os diferentes tipos de pisos, os pisos sólidos de madeira incluem: maciço ou sólido propriamente dito; e
engenheirado, conforme descritos anteriormente. As estatísticas apresentadas a seguir com enfoque na indús-
tria de madeira sólida, contemplam estas duas categorias. O piso laminado, composto por painéis reconstituídos
(MDF/HDF), não será aqui evidenciado.

PRODUÇÃO E CONSUMO

A produção nacional de pisos de madeira apresentou queda nos últimos 10 anos. A taxa de crescimento anual
foi de -5,7% a.a. e -41,2% acumulado no período. Em 2018, o Brasil produziu estimados 8,5 milhões m² do
produto, menor produção nos últimos dez anos. Esta queda é em parte explicada pela competição e preferência
do mercado por outros tipos de pisos, a exemplo dos pisos cerâmicos, além da crise imobiliária observada nos
últimos cinco anos.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE PISOS MACIÇOS


E PISO ENGENHEIRADO (2009-2018)

16.000

14.000

12.000
Volume (mil m2)

10.000

8.000

6.000
10.600
14.444

11.622

11.766

8.500
8.900
9.900

8.750

4.000
9.091
9.971

2.000

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20171 20181

Produção
Taxa de Crescimento Anual -5,7%
[2009-20181] Período -41,2%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP.
Fonte: ABIMCI/STCP (2019).

131
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

ORIGEM LEGAL
DA MADEIRA

Países consumidores e produ- Um exemplo é o EUTR (The Euro-


tores de madeira têm uma res- pean Union Timber Regulation),
ponsabilidade compartilhada um regulamento da União Europeia
da origem legal da madeira. que tem como objetivo assegurar
Várias iniciativas foram im- que nenhuma madeira ou produtos
plementadas pelos países com de madeira ilegais sejam vendidos
o objetivo de estabelecer medi- na comunidade europeia.
das para combater a extração
No caso do regulamento europeu,
ilegal de madeira no mundo. A
para que os produtos de madeira
madeira é considerada legal,
entrem nos países é necessário que
quando é produzida em con-
eles cumpram algumas exigências
formidade com as leis do país
que irão demonstrar o comprome-
onde é extraída.
timento da empresa exportadora
MERCADO

com a origem legal dos produtos.

O sistema de due diligence do EUTR leva em consideração o acesso à infor-


mação, para que fiquem claros os dados do país de onde é extraída a madeira,
as espécies, a quantidade, os detalhes do fornecedor e informação que garanta
a conformidade com a legislação nacional; análise de risco, quando o comprador
avalia o risco de madeira ilegal na sua cadeia de abastecimento, baseado nas
informações prévias e considerando os critérios estabelecidos no regulamento;
e mitigação de risco, no caso de uma avaliação demonstrar que existe risco de
haver madeira ilegal na cadeia de abastecimento, esse risco pode ser mitigado
pelo requerimento de informação adicional e verificação do fornecedor.

Para o piso, como para todos os produtos de madeira, due dilligence é uma
prática frequente que evidencia, por meio da análise da cadeia de fornecimento,
a comprovação da legalidade na extração da madeira no Brasil.

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2018, o Brasil exportou US$ 406 milhões em pisos de madeira (maciço e engenheirado). Na análise
histórica (2009-2018), observa-se crescimento em valor (+1,2% a.a.), mas decréscimo em relação ao
volume exportado (-2,6% a.a.). Apesar das oscilações nas exportações do produto brasileiro, nos últimos
10 anos, em média, os volumes e valores de exportação mantiveram-se praticamente estáveis, porém
aquém do que se ocorreu entre 2007-2008, quando os patamares de exportação brasileira de piso de
madeira giraram em média US$ 605 milhões por ano.

132
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE PISOS MACIÇOS


E PISO ENGENHEIRADO (2009-2018)

350 500
439
412 406 450
300 365 369

Valor (milhões US$)


369 354 400
335 349
321
Volume (mil ton)

250 350
300
200
250
150
200

100 150
100
284

229
214
287

219

227

227
267

193
217
50
50
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil ton) Valor (milhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -2,6% +1,2%
[2009-2018] Período -20,9% +11,1%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados neste
documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

As importações nacionais de pisos de madeira são reduzidas e oscilantes, apresentando altos e baixos ao longo
da série histórica. No geral, a taxa de crescimento do volume é de -11,3% a.a. e -66,0% no período acumulado.
Em valor, a taxa foi positiva, da ordem de +6,0% a.a. e +68,6% no período nos últimos dez anos.

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE PISOS MACIÇOS


E PISO ENGENHEIRADO (2009-2018)

2,00 6,00
1,80
4,78
Valor (milhões US$)

5,00
1,60
3,59 3,94
Volume (mil ton)

1,40
4,00
1,20
2,40
1,00 2,28 2,28 3,00
2,26
0,80 1,85
0,97 1,63 2,00
0,60
0,40
0,99

1,44
1,85

0,75

0,72
1,42

1,00
0,71
1,72

0,38
1,11

0,20
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil ton) Valor (milhões US$)


Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual -11,3% +6,0%
[2009-2018] Período -66,0% +68,6%

Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados históricos evidenciados
neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

133
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Em 2010, 42% das exportações brasileiras de pisos foram destinadas aos Estados Unidos. Em 2018,
a participação desse país como destino das exportações brasileiras aumentou significativamente para
59% do total exportado. Em segundo lugar no ranking de 2018 situa-se a França, com 12% de partici-
pação, seguida da Bélgica (5%), Canadá (3%) e Dinamarca (3%).

Entre os principais estados exportadores, o Pará lidera com 43% de participação (2018). Os estados
do Paraná (21%), Mato Grosso (15%), Santa Catarina (8%) e São Paulo (5%), compõem, na sequência,
os principais estados exportadores de pisos de madeira. Os estados exportadores do sul do Brasil
adquirem matéria-prima da região norte e agregam valor ao longo da cadeia produtiva do produto.

PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES DE PISOS


MACIÇOS E PISO ENGENHEIRADO (2010 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

29% 18%
Outros 42% Outros 59%
EUA 3% EUA
MERCADO

Dinamarca

3%
Canadá
2010 2018
4%
Holanda 5%
Bélgica
16%
França
4% 5% 12%
Alemanha Bélgica França

ESTADOS EXPORTADORES

5% 8%
3% 59% 5% Outros
SC Outros
PA SP
4%
SP 43%
8% PA
SC

13%
MT 2010 2018
15%
MT 21%
16%
PR PR

TOTAL BRASIL 2010: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 412,0 milhões US$ 405,9 milhões
Nota: Em função de atualizações efetuadas pela fonte original dos dados (Ministério da Economia), recomenda-se adotar os dados
históricos evidenciados neste documento ao invés dos dados de publicações anteriores a este estudo.
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

134
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.9
PELLET DE MADEIRA

Pellets de madeira é um tipo de biocombustível sólido produzido a partir de matéria-prima


florestal (ponta, galho, toco) e biomassa da indústria madeireira (serragem, maravalha,
costaneiras), entre outros, oriundos principalmente de florestas plantadas. Tais resíduos
passam por um processo de compactação com baixo teor de umidade, resultando em alta
densidade e eficiência energética. Em linhas gerais, pellets de madeira é considerado como
biomassa vegetal utilizado na geração de energia para fins industriais, residenciais
e comerciais, principalmente no exterior.

4.9.1 – MUNDO

Os pellets de madeira se tornaram importan- O pellet de madeira é um produto relativamente


te recurso energético mundial, principalmen- recente na cadeia produtiva florestal nacional,
te no mercado europeu, onde seu consumo é embora em nível global teve desenvolvimento na
crescente. Por se caracterizar como um com- Europa e nos Estados Unidos a partir das crises do
bustível renovável e menos poluente que os petróleo no início e final dos anos 1970s. Assim,
derivados do petróleo, o produto tem sido con- o desenvolvimento deste produto deu-se a partir
sumido por países que participam de acordos da busca por melhorias em eficiência energética
internacionais de redução de emissões atmos- durante o processo da queima / geração de energia.
féricas de Gases de Efeito Estufa (GEE). Nos últimos anos, os pellets têm apresentado cresci-
mento nos níveis de produção/consumo, bem como
no comércio internacional (exportação/importação).

PRODUÇÃO E CONSUMO

A produção mundial de pellets de madeira tem apresentado crescimento contínuo nos últimos anos, impul-
sionado principalmente pelo mercado asiático de países como Tailândia, Indonésia, China e Vietnã, entretanto
ainda com os Estados Unidos liderando o topo do ranking mundial da sua produção. Entre 2012 e 2017, houve
aumento de cerca de 16 milhões de toneladas na produção de pellets, correspondente a mais de 88% de cres-
cimento no período. Em 2017, a produção global de pellets de madeira atingiu 34,1 milhões de toneladas, com
crescimento de 13,5% a.a. (2012-2017), conforme evidenciado a seguir.

135
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE PELLET


DE MADEIRA (2012-2017)

40.000

35.000
Volume (mil toneladas)

30.000

25.000

20.000

15.000

30.304
25.460
21.399
18.154

34.191
27.886
10.000

5.000

0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
MERCADO

Taxa de Crescimento Anual +13,5%


[2012-2017] Período +88,3%

Nota: Devido à limitação na disponibilidade de dados oficiais em escala mundial de pellets de madeira, o período avaliado para este produto é 2012-
2017.
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).

Os Estados Unidos mantém-se na liderança como principais produtores mundiais de pellets de madeira,
participando com 19% do total da produção global em 2012, ampliando para 20% do total em 2017.
Somado à participação do Canadá com 8% do total, a América do Norte responde por mais de um quarto
do total da produção mundial, posição estável entre 2012-2017.

No mesmo período, a Alemanha passou de 12% (2012) para 7% (2017) da produção mundial de pellets.
Esta redução resultou, em partes, pelo encerramento das atividades de uma grande planta produtora
de pellets em 2016. Porém, o mercado europeu prevê a retomada gradual da Alemanha na produção
mundial do produto nos próximos anos.

A seguir é apresentado os principais produtores e consumidores mundiais de pellets de madeira em


2012 e 2017.

136
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

PRINCIPAIS PRODUTORES E CONSUMIDORES MUNDIAIS


DE PELLET DE MADEIRA (2012 E 2017)

PRODUTORES

19% 20%
49% EUA 55%
EUA
Outros Outros

8%
12% Canadá
Alemanha

2012 2017 7%
Alemanha

8%
Canadá 5%
Vietnã

5% 7% 5%
Letônia Suécia Suécia

CONSUMIDORES

11%
53% Dinamarca 48% 21%
Outros Outros Reino Unido
10%
Alemanha

9% 10%
Reino Unido Coréia do Sul
2012 2017
9%
Dinamarca
9%
EUA

8% 6% 6%
Itália Alemanha Itália

TOTAL MUNDIAL 2012: TOTAL MUNDIAL 2017:


18,2 milhões de toneladas 34,2 milhões de toneladas

Nota: Devido à limitação na disponibilidade de dados oficiais em escala mundial de pellets de madeira, o período avaliado para este produto é 2012-2017.
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).

137
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Atualmente, a União Europeia é o maior mercado consumidor de pellets de madeira tanto pelo setor
industrial quanto para fins residenciais. O consumo de pellets pelo setor industrial é mais forte em
países onde a produção de energia elétrica se baseia na queima de biomassa, a exemplo da Suécia,
Dinamarca, Reino Unido, Holanda e Bélgica. Por sua vez, países europeus tais como Alemanha, Itália
e Áustria, além da América do Norte, têm seus consumos voltados ao aquecimento residencial. Este
consumo elevado pela União Europeia advém do compromisso firmado pelos países membro de
aumentar a participação da energia renovável para 20% do total da energia produzida no bloco e
melhorar em 20% a eficiência energética até 2020 (variando entre 10% em Malta até 49% na Suécia).
(Conselho Europeu, 2007, citado pela Comissão Europeia, 2019). Entre as alternativas de fontes ener-
géticas renováveis, a escolha do bloco pelo consumo de pellets de madeira tem se destacado.

Alguns países asiáticos, a exemplo da Coréia do Sul e Japão, também têm ampliado seus consumos de
energia renovável, a exemplo de biomassa e pellets de madeira, como política para combater o aque-
cimento global e segurança energética.

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
MERCADO

Em 2017, as exportações mundiais de pellets de madeira atingiram 20,0 milhões de toneladas, com
valor equivalente de US$ 2,8 bilhões. Historicamente, as exportações mundiais apresentam cresci-
mento de +15,5% a.a. em volume e +11,0% a.a. em valor.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE PELLET


DE MADEIRA (2012-2017)

25.000 2,8 3,0


2,7
2,5 2,4
2,3 2,5
20.000
Valor (bilhões US$)
Volume (mil ton)

1,7 2,0
15.000

1,5
10.000
1,0
15.269

17.450

19.964
16.231
12.577
9.715

5.000
0,5

0 0
2012 2013 2014 2015 2016 2017

Volume (mil ton) Valor (bilhões US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +15,5% +11,0%
[2012-2017] Período +105,5% +68,3%

Nota: Devido às limitações de disponibilidade de dados oficiais em escala mundial de pellets de madeira, o período avaliado apenas para este produto é
2012-2017.
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).

138
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

Os Estados Unidos também lideram o ranking global de países exportadores de pellets de madeira.
Sua participação no comércio mundial tem aumentado nos últimos anos, passando de 15% do total em
2012 para 24% em 2017. O Canadá e a Letônia seguiram respectivamente com 11% e 7% do share
total das exportações deste produto em 2017. Combinados, estes países somam participação de 42%
do total das exportações mundiais de pellets. A América do Norte responde por mais de um terço do
total exportado do produto.

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES


DE PELLET DE MADEIRA (2012 E 2017)

EXPORTADORES

15%
45% EUA 46% 24%
Outros Outros EUA
12%
Canadá

11%
Canadá
2012 2017
7%
12% Letônia
Alemanha

7% 9% 6% 6%
Áustria Letônia Estônia Vietnã

TOTAL MUNDIAL 2012: TOTAL MUNDIAL 2017:


US$ 1,7 bilhão US$ 2,8 bilhões
IMPORTADORES

20%
21% Outros 39%
22% Dinamarca 6% Reino
Outros Bélgica Unido

17%
Reino
2012 Unido 2017

14%
Dinamarca

11% 9%
Bélgica 12% 17% 12%
Países Coréia
Itália Itália
Baixos do Sul

TOTAL MUNDIAL 2012: TOTAL MUNDIAL 2017:


US$ 1,7 bilhão US$ 3,1 bilhões
Fonte: FAO (2019), compilado por STCP (2019).

139
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

4.9.2 – BRASIL
A produção nacional de pellets de madeira concentra-se principalmente na região Sul e Sudeste do
Brasil, com algumas indústrias pulverizadas em outras regiões do país. Nos últimos anos, a produção
brasileira deste produto tem se ampliado, com o comércio voltado aos mercados internacional e nacional.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Em 2018, estima-se que a produção de Embora sua produção ainda seja pequena
pellets no Brasil tenha atingido 506 mil comparativamente aos principais países produ-
toneladas. Entre 2012-18, a produção tores, a mesma tem crescido a taxas elevadas,
nacional deste produto cresceu 43,9% a partir de novos investimentos em unidades
MERCADO

ao ano, resultado do aumento das im- industriais produtoras nos últimos anos. O
portações por parte de países europeus consumo nacional de pellets atingiu 363 mil
e asiáticos do produto brasileiro, conco- toneladas em 2017 e 281 mil toneladas em
mitantemente com o aumento do con- 2018. A queda nos níveis de consumo interno
sumo interno. do produto nesse período decorreu do aumento
nas exportações brasileiras do produto, benefi-
ciando-se principalmente da taxa cambial favo-
rável ao comércio internacional.

O consumo deste produto no mercado brasileiro é representado notadamente pela indústria do agro-
negócio, segmento em que o pellets é utilizado para a secagem de grãos e no aquecimento de aviá-
rios. Essa indústria (agronegócio) tradicionalmente utiliza lenha/cavaco como insumo energético e os
tem substituído gradativamente por pellets, dada a praticidade de manuseio e eficiência energética do
produto. Além disso, nos últimos anos, a indústria hoteleira nacional tem demonstrado interesse pelo
consumo de pellets, voltado ao aquecimento interno/caldeiras. O potencial de ampliação do consumo é
significativo em outros segmentos da economia que necessitam insumos energéticos.

14 0
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E CONSUMO NACIONAL DE PELLET


DE MADEIRA (2012-2018)

600

500
Volume (mil ton)

400

300

200

49
43
62
63

51
75
57
57

506
363

281
100

471
100
135
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 20181

Produção Consumo aparente

Produção Consumo Aparente


Taxa de Crescimento Anual +43,9% +30,4%
[2012-2017] Período +787,7 +390,6%

¹ Estimativa ABIMCI/STCP
Fonte: FAO (2019), Pellet de madeira (2018), compilado por STCP (2019).

REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
E PADRONIZAÇÃO DO PRODUTO

O mais novo Comitê Setorial da cial, comercial, industrial e agrícola. Atual-


Abimci - Pellets e Biomassa - reúne mente, o principal mercado de pellets é o
um dos segmentos com maior poten- agronegócio, em especial, a avicultura, mas
cial de crescimento e diversificação de com um alto potencial de crescimento em
mercados. As empresas produtoras outros mercados.
de pellets e biomassa associadas à
O objetivo do Comitê é discutir estratégias
entidade passaram a integrar de for-
para enfrentar os principais gargalos como
ma organizada a estrutura organiza-
a representação setorial e a necessidade
cional da associação.
de desenvolvimento de uma norma técnica
específica para o segmento, pois o produto
destinado ao mercado interno ainda não
O pellet é considerado um combustível
possui uma normativa específica.
renovável, limpo e eficiente, que utiliza
como matéria-prima os resíduos de bio- O Comitê fortalece de forma institucional e
massa. É amplamente utilizado para a maximiza as oportunidades de desenvolvi-
geração e energia nos segmentos residen- mento do segmento.

141
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2018, as exportações brasileiras de pellets de madeira atingiram 226,1 mil toneladas, equivalente
a US$ 37 milhões. As exportações do produto seguiram crescentes entre 2012-2018 impulsionadas
principalmente pela valorização do Euro (moeda oficial dos principais importadores do produto brasileiro)
e aumento no consumo europeu pelo produto.

EVOLUÇÃO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE PELLET


DE MADEIRA (2012-2018)

250 37.337 40.000

35.000
200
Volume (mil ton)

30.000

Valor (mil US$)


150 25.000
17.304
20.000
1.409 4.361 5.803
100
9,7 48 15.000
24,4

35,8
6,7

10.000
0,006

108,4

226,1
50
0,2

5.000
MERCADO

0 0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil ton) Valor (mil US$)


Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

A importação brasileira de pellets de madeira é pouco representativa comparativamente à exportação,


apesar de ter apresentado crescimento nos últimos anos. Em 2018, o Brasil importou somente 1,3 mil
toneladas do produto, equivalente ao valor de US$ 111,8 mil, conforme evidenciado a seguir.

EVOLUÇÃO DA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA DE PELLET


DE MADEIRA (2012-2018)
1,4 111,8 120

1,2 100

1,0
Volume (mil ton)

71,0
Valor (mil US$)

68,7 80

0,8
54,5
60
0,6
19,2 27,2 40
0,4
24,2

20
0,8
0,5

0,4

0,9
1,2

1,3

0,2
0,3

0 0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Volume (mil ton) Valor (mil US$)

Volume Valor
Taxa de Crescimento Anual +27,0% +34,1%
[2012-2018] Período +320,3% +480,9%
Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

142
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

O Reino Unido e a Itália são atualmente os maiores importadores de pellets de madeira do Brasil, representando
quase a totalidade das exportações nacionais e contribuindo com o share de 65% e 34%, respectivamente.

Em 2014, a Itália liderava o ranking com 92% do destino das exportações brasileiras de pellets, e em 2018 essa
participação reduziu para 34%.

Em relação aos principais estados exportadores do produto, entre 2014-2018 o Rio Grande do Sul aumentou
sua participação passando de 5% para 68% do total comercializado internacionalmente pelo país. Tal fato
resulta do início de operação de novas unidades industriais produtoras de pellets de madeira no estado, redu-
zindo a participação de Santa Catarina neste share de mercado.

PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO E ESTADOS EXPORTADORES


DE PELLETS DE MADEIRA (2014 E 2018)

PAÍSES DE DESTINO

3% 1%
Alemanha Outros
1%
5% Outros 34%
Chile Itália

2014 2018

92%
Itália 65%
Reino Unido

ESTADOS EXPORTADORES

5% 0,1% 3%
RS Outros Outros

68%
29% RS
SC
2014 2018
95%
SC

TOTAL BRASIL 2014: TOTAL BRASIL 2018:


US$ 1,41 milhão US$ 37,4 bilhões

Fonte: Ministério da Economia (2019), compilado por STCP (2019).

143
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

OUTROS PRODUTOS E NOVAS


POSSIBILIDADES
MERCADO

O avanço da tecnologia de produção, principalmente aliado a


técnicas construtivas, tem proporcionado o surgimento de novos
produtos de madeira no mercado. Nos últimos anos, o mercado
de Laminated Veneer Lumber (LVL), madeira laminada cruzada e
madeira laminada colada têm expandido internacionalmente. Estes
painéis são considerados como madeira engenheirada e são utili-
zados na indústria da construção civil devido ao alto potencial de
resistência estrutural destes produtos. A Abimci tem acompanhado
a dinâmica deste mercado e está atenta ao desenvolvimento destes
produtos no mercado nacional e internacional.

144
AÇÕES PRIORITÁRIAS

A indústria brasileira de madeira ajuda a construir o


Brasil do presente. O peso do setor de base florestal
para a economia do país por meio da geração
de emprego e renda, saldo positivo na balança
comercial, conservação de áreas de preservação e
fabricação de produtos a partir de matéria-prima
renovável, coloca essa indústria entre as mais
prósperas, e também promissoras em termos de
oportunidades de negócios na nova economia.
Como representante do segmento industrial
madeireiro, a Abimci elencou as ações prioritárias
e sua linha de atuação na defesa de interesses,
representação política e institucional, promoção
comercial e desenvolvimento técnico, que
contribuirão para sustentabilidade nos negócios e
aumento da competitividade.

5
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

EIXOS DE ATUAÇÃO DA ENTIDADE

DEFENDER OS INTERESSES DO
SETOR INDUSTRIAL MADEIREIRO
AÇÕES PRIORITÁRIAS

MELHORAR A COMPETITIVIDADE
DA INDÚSTRIA MADEIREIRA

CONTRIBUIR PARA UM MELHOR


DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES
BRASILEIRAS DE MADEIRA

AMPLIAR A CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS


E PROMOVER O APERFEIÇOAMENTO
E O DESENVOLVIMENTO DE NORMAS
TÉCNICAS

ESTIMULAR PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS


E A TRANSPARÊNCIA

146
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

DEFENDER OS INTERESSES DO SETOR


INDUSTRIAL MADEIREIRO

Um dos papéis prioritários da Abimci é atuar na defesa de interesses das demandas


do setor industrial madeireiro para garantir as condições ideais de desenvolvimento
da cadeia produtiva. As principais demandas estão nas áreas política, econômica,
logística e de infraestrutura.

AÇÕES POLÍTICAS

Atuação e posicionamentos junto ao Governo e Órgãos Anuentes:


• Incentivar e articular de forma permanente a formulação de políticas públicas para
o setor madeireiro e florestal, como foco em estimular o fomento e o consumo de madeira
• Adequar e avançar nas legislações aplicáveis ao setor
• Normatizar e propor regulação ambiental adequada
• Dirimir e eliminar conflitos e pontos conflitantes entre a legislação nos estados com
a legislação federal
• Desburocratizar, simplificar e modernizar os processos de licenciamento ambiental
e industrial
• Desburocratizar a comercialização de produtos florestais
• Flexibilizar as relações trabalhistas, revisão das políticas de cotas e de contratação
de trabalhadores

PAUTAS ECONÔMICAS
As principais pautas econômicas, constantemente defendidas pela Abimci são:

• Reduzir a carga tributária de impostos federais e estaduais

• Desonerar o ICMS sobre todas as exportações brasileiras

• Recompor o percentual do Reintegra: garantir o mecanismo do Reintegra e corrigir


as distorções feitas pelo sistema tributário brasileiro, recompondo o seu percentual,
para que torne as exportações competitivas e garanta imunidade tributária nas vendas
ao exterior comparado aos demais países

• Liberar créditos acumulados de ICMS: defender e atuar junto aos Estados para
a transferência e/ou liberação dos créditos de ICMS oriundos das exportações

1 47
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

• Excluir o IPI sobre produtos madeireiros

• Eliminar a cobrança de IOF sobres valores recebidos do exterior, provenien-


tes de exportações, quando estes são remetidos de uma mesma conta man-
tida pela empresa exportadora no exterior

• Pleitear junto ao governo dos Estados Unidos a isenção, reavaliação


e a inclusão de novos produtos no Sistema Geral de Preferências - SGP

• Aperfeiçoar das regras brasileiras de tributação aos padrões globais,


em especial ao nível do OCDE e compatível com o BRICS e G-20
AÇÕES PRIORITÁRIAS

LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA

A entidade tem na área de logística uma de suas principais linhas de atuação,


atuando junto a órgãos de governo nos temas:

• Melhorar a segurança Jurídica e Governança na Infraestrutura

• Colaborar com a elaboração de um plano a longo prazo de investimentos


na melhoria da infraestrutura e logística do país e na diversificação dos
modais logísticos

• Apoiar as privatizações na infraestrutura

Especificamente no sistema portuário, principal via de escoamento das expor-


tações, as principais pautas são:

• Fortalecer a infraestrutura portuária

• Aumentar a eficiência dos serviços e diminuir os elevados custos

• Melhorar a atuação regulatória e apoio as resoluções da ANTAQ

• Aperfeiçoar a atuação da ANTAQ em relação aos preços dos serviços de


movimentação e armazenagem de cargas.

• Para os transportes de contêineres, melhorar a transparência na precificação


dos serviços prestados, corrigindo o atual desequilíbrio existente, em prol
dos transportadores

• Para a malha ferroviária, adequar o marco regulatório ao compartilhamento


da malha concedida com outras concessionárias e com operadores
independentes

• Implementar nova política de formação de preços e tarifas para a energia


elétrica, um dos principais insumos da indústria madeireira

148
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

MELHORAR A COMPETITIVIDADE DA
INDÚSTRIA MADEIREIRA

A construção de um cenário positivo para o desenvolvimento contínuo da


indústria da madeira no país depende de uma série de fatores conjuntu-
rais e estruturantes, que podem resultar no aumento da competitividade
do setor nos mercados nacional e internacional.

AÇÕES POLÍTICAS E DE GOVERNO DEFENDIDAS


PELA ABIMCI:
• Estruturar políticas industrial, de inovação e de comércio exterior
integradas, que permitam o crescimento da indústria, estimulem
a inovação, a integração com o mercado internacional e o aproveita-
mento de vantagens competitivas

• Estabelecer linhas de fomento que viabilizem a modernização do


parque industrial e a renovação tecnológica necessária para a otimi-
zação de processos produtivos e a melhoria da eficiência no uso
de recursos, aumentando a integração das empresas nas cadeias glo-
bais de valores

• Criar benefícios tributários às indústrias que investem em inovação


industrial

• Estimular a incorporação de tecnologias da indústria 4.0 por meio de


financiamento de tecnologias digitais

• Facilitar o acesso e redução de custo de insumos e tecnologias


importadas sem similar nacional

• Incentivar e facilitar a atuação das startups para o desenvolvimento


de soluções para a indústria

• Avançar a aprovar as reformas estruturantes que o país precisa.

• Otimizar a agenda legislativa com projetos que possam melhorar


a competitividade da indústria nacional

149
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

CONTRIBUIR PARA UM MELHOR


DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES
BRASILEIRAS DE MADEIRA

As exportações de produtos madeireiros têm se consolidado e mostrado


crescimento constante nos últimos anos, colocando o Brasil como um
importante player mundial em vários segmentos madeireiros. Uma política
clara de incentivo e de ações estratégicas para a melhoria nos processos
de comércio exterior são demandas indispensáveis ao setor madeireiro
AÇÕES PRIORITÁRIAS

nacional.

ENTRE OS PRINCIPAIS POSICIONAMENTOS E


ATUAÇÃO DA ABIMCI ESTÃO AS SEGUINTES
DIRETRIZES:

• Melhorar a Governança do Comércio Exterior: aperfeiçoamento das insti-


tuições e das competências
• Melhorar e criar novos mecanismos de financiamento as exportações
• Melhorar a eficiência dos procedimentos aduaneiros
• Revisar, melhorar e aplicar mecanismos de defesa comercial do produto
brasileiro
• Colaborar com a elaboração de Acordos Comerciais bilaterais focados
nas prioridades e nas potencialidades do produto brasileiro, melhorando
assim a posição competitiva no mercado externo, bem como mantendo
as negociações na (OMC) que são importantes para criar regras estáveis
e eliminar distorções sistêmicas. Dentre os principais acordos prioritários
estão:
Conclusão dos acordos com a União Europeia e com o México;
Negociação ampla com os Estados Unidos;
Revitalizar a agenda econômica do Mercosul;
Aprofundar os acordos na América do Sul e na Aliança do Pacífico.
• Identificar, monitorar e eliminar barreiras comerciais tarifárias e, em espe-
cial, as não tarifárias,como as barreiras técnicas, sanitárias, fitossanitárias
e ambientais
• Otimizar as linhas de financiamento e de garantias às exportações
com maior eficácia no apoio ao exportador e acesso a créditos

150
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

• Implantar e reforçar instrumentos relevantes e aperfeiçoados de Defesa Co-


mercial, estabelecidos para normas multilaterais de comércio, para neutralizar
práticas desleais e para a defesa de exportadores alvos de investigações em
outros países.
• Simplificar e desburocratizar os processos de comércio exterior, reduzindo
tempo e custos nas operações de exportação e importação, diminuindo prazos
e aumentando a previsibilidade das operações.
• Aperfeiçoar e modernizar os documentos aduaneiros, contribuindo para um
melhor fluxo e segurança nas transações de comércio exterior .
• Atualizar os mecanismos de ressarcimento para diminuir o acúmulo de créditos
tributários, e reduzir e simplificar os encargos incidentes sobre as exportações.
• Portal Único de Comércio Exterior: Apoiar e defender a importância do programa
e a completa integração de controles e de regulamentações entre todos os órgãos
anuentes de comércio exterior.
• Apoiar a implantação de coleta única de arrecadação de taxas e tributos, taxas
e encargos exigidos, bem como das tarifas cobrados pelos operadores privados.
• Eliminar as incompatibilidades jurídicas com as normas nacionais e internacionais
de taxas e encargos exigidos no comércio exterior brasileiro.
• Defender a eliminação da cobrança da taxa de escaneamento de contêineres
decorrente de inspeção não invasiva.
• Apoiar as diretrizes da resolução normativa - NR 18 da ANTAQ que trata e
dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários, dos agentes intermediários e
das empresas que operam nas navegações de apoio marítimo, apoio portuário,
cabotagem e longo curso, e estabelece infrações administrativas.
• Diálogos Bilaterais: Superar barreiras às exportações brasileiras através
de diálogos bilaterais com os mercados estratégicos para a indústria brasileira
de madeira.
• Agendas regulatórias: Apoiar e defender a elaboração e execução das agendas
regulatórias de Comércio Exterior da Camex.
• Investigação de Barreiras: Defender a criação de mecanismo para investigação
de barreiras, através do governo brasileiro, que permita investigação formal
de barreiras identificadas em mercados externos.
• Promover Missões Comerciais e Técnicas e de prospecção de novos mercados
e produtos.
• Ampliar e consolidar a representatividade internacional.
• Promover e consolidar as certificações de qualidade dos produtos de madeira
brasileiros o mercado externo.

151
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

AMPLIAR A CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS


E PROMOVER O APERFEIÇOAMENTO E O
DESENVOLVIMENTO DE NORMAS TÉCNICAS

A valorização dos produtos certificados, com o consequente aumento da quali-


dade, é uma constante no trabalho realizado pela Abimci junto a suas empresas
associadas. Entre as diversas ações técnicas e de certificações desenvolvidas,
está o importante papel desempenhado pela Associação como entidade gestora
nacional do Comitê Brasileiro da Madeira (CB-31) na ABNT para desenvolvi-
AÇÕES PRIORITÁRIAS

mento e atualização das normas técnicas.

AÇÕES POLÍTICAS E DE GOVERNO DEFENDIDAS PELA


ABIMCI

• Reforçar a exigência legal em processos licitatórios públicos para a


compra de produtos certificados.

• Reforçar a exigência da certificação de comprovação de qualidade


dos produtos em programas promovidos pelo Governo, como o MCMV.

• Incentivar a fiscalização de marca acompanhada no mercado.

• Disseminar a importância do cumprimento às normas técnicas e a


necessidade de exigir o certificado de qualidade.

• Incluir nos sistemas de financiamento públicos novos sistemas construtivos,


em especial, aqueles que utilizam produtos sustentáveis e com menor
impacto ambiental.

• Incluir o sistema construtivo Wood Frame – casas em madeira - nas linhas


de financiamento governamentais.

152
E ST U D O S ETO R I A L 2 0 1 9 | A B I M C I

ESTIMULAR PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS


E A TRANSPARÊNCIA

A Abimci incentiva, promove e defende junto a suas empresas associadas para


que atuem de acordo com os preceitos jurídicos e éticos do Brasil, assim como, dos
países com os quais mantêm relações comerciais.
Por apresentar extensa cobertura florestal nativa, o Brasil é constantemente cobrado
internacionalmente por suas práticas ambientais e controle de origem da madeira.
Ressalte-se que o Brasil possui umas das mais abrangentes e severas leis ambien-
tais do mundo.
Esse enfrentamento e busca de informações também ocorre no mercado doméstico,
fato que torna ainda mais transparente a qualidade das informações e dos dados
sobre a origem florestal dos produtos.
Em um momento de grande atenção mundial para questões como mudanças climá-
ticas, novas formas de consumo e necessidade de relações mais transparentes, a
indústria da madeira tem pela frente uma série de oportunidades para desmistificar
conceitos e apresentar-se como uma solução viável para a nova economia.
A Abimci, com os inúmeros acordos operacionais que mantém com diversas enti-
dades ao redor do mundo, atua continuamente para consolidar a origem legal dos
produtos madeireiros brasileiros, evidenciando o compromisso do setor produtivo
nacional para com o tema, galgando assim a indústria madeireira nacional com umas
das mais importantes do mundo.

DENTRE OS PRINCIPAIS POSICIONAMENTOS DA


ENTIDADE ESTÃO:

• Promover a utilização somente de matérias-primas de origem legal.


• Apoiar as empresas a adotar a Due Dilligence para com clientes e consumi-
dores.
• Apoiar e defender ações ambientalmente corretas.
• Combater o desmatamento.
• Apoiar mecanismos e medidas de preservação em consonância com a reali-
dade produtiva nacional.
• Incentivar e apoiar a ampliação dos plantios florestais em áreas degradadas.
• Apoiar a expansão de manejo de florestas nativas.
• Defender a garantia da segurança jurídica no uso da terra.
• Apoiar o Plano Nacional de Florestas Plantadas.
• Promover campanhas educativas, nacionais e locais, sobre os benefícios das
florestas produtivas para a economia, as pessoas e o meio ambiente.

153
ASSOCIADOS
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SÓCIOS TITULARES

EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE

Abrilar Indústria de Esquadrias Ltda Lontras | SC www.abrilar.com.br

Adami S.A. Madeiras Caçador | SC www.adami.com.br

Adeco Indústria e Comércio de


Compensados Ltda Dom Eliseu | PA www.grupoarboris.com.br

Agro Florestal Confiança Ltda Rondon do Pará | PA www.compensadosconfianca.com.br

Amata S.A. São Paulo | SP www.amatabrasil.com.br

Araupel S.A. Porto Alegre | RS www.araupel.com.br

Argenta Bonotto e Cia Ltda Palmas | PR www.arbon.com.br

Battistella Indústria e Comércio Ltda Rio Negrinho | SC www.battistella.com.br

Berneck S.A. Painéis e Serrados Araucária | PR www.berneck.com.br

Bonet Madeiras e Papeis Ltda Santa Cecília | SC www.bonetsc.com.br

Braspine Madeiras Ltda Jaguariaíva | PR www.braspine.com.br

Brasil Pellet Indústria e Comércio Ltda Rio dos Cedros | SC www.energiafutura.com.br

Briquepar- Ind. e Com. de Resíduos de


Madeiras Eireli Telêmaco Borba | PR www.malkapellets.com.br

Butia Indústria e Comércio de Pellets


Ltda Butia | RS www.butiawoodpellets.com.br

Camifra S.A. Madeiras, Agricultura e


Pecuária Clevelândia | PR --

Centerplac Compensados Ltda Rondon do Pará | PA www.centerplac.com.br

Compensados Drabecki Ltda Rebouças | PR www.drabecki.com.br

Compensados e Laminados Lavrasul


S.A. Canoinhas | SC www.lavrasul.com.br

Compensados Fuck Ltda Três Barras | SC www.compensadosfuck.com.br

Compensados Laselva Ltda Imbituva | PR www.compensadoslaselva.com

Compensados Novo Milênio Ltda Rondon do Pará | PA --

Compensados Pinhal Ltda Pinhalzinho | SC www.pinhalportas.com.br

Compensados Relvaplac Ltda Imbituva | PR www.relvaplac.com.br

Compensados Uliana Ltda Ulianópolis | PA www.compensadosuliana.com.br

155
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EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE

Concrem Wood Agroindustrial Ltda Dom Eliseu | PA www.concremwood.com.br

Dalcomad Dalgallo Comércio de


Madeiras Ltda Bituruna | PR www.dalcomad.com.br

E.A.C Florestal Ltda Colombo | PR www.seivacamilotti.com.br

Ecoplac Laminados Ltda – ME Ulianópolis | PA www.grupociprandi.com.br

Eucatex Distribuição e Logística Ltda São Paulo | SP www.eucatex.com.br

F.V. de Araújo S.A. Curitiba | PR www.fvdearaujo.com.br

Faganello Indústria
de Compensados Eireli União da Vitória | PR www.faganellocompensados.com.br

Famossul Madeiras S.A. Piên | PR www.famossul.com.br

Fornecedora e Exportadora de
Madeiras Forex S.A. Duquê de Caxias | RJ www.forexsa.com.br

Frame Madeiras Especiais Ltda Caçador | SC www.frameport.com.br

Goede, Lang & Cia Ltda Pomerode | SC www.goede.com.br

Guama Comércio e Representação Ltda Dom Eliseu | PA www.paraforest.com

Guaratú Indústria e Comércio de


Madeira e Compensados Guarapuava | PR www.guaratu.ind.br

HidilPlac Indústria e Comércio Ltda Abel Figueiredo | PA www.hidilplac.com.br

Incobio – Indústria e Comércio de


Biomassa Ltda Concórdia | SC www.incobio.com.br

Indústria de Compensados Guararapes


Ltda Palmas | PR www.guararapes.com.br

Indústria de Compensados Sudati Ltda Palmas | PR www.sudati.com.br

Indústria de Madeira Faqueadas


Ipumirim S.A. Ipumirim | SC www.ipumirim.com.br

Industrial Arbhores Compensados Ltda Palmas | PR --

Industrial Madeireira S.A. - Vimasa Videira | SC www.vimasa.com.br

Itamarati Ind. de Compensados Ltda Palmas | PR www.itamarati.ind.br

L.F.R. Carli & Cia Ltda Guarapuava | PR --

Lavradora Racional de Madeiras


Lavrama S.A. Curitiba | PR www.lavrama.com.br

M7 Indústria e Comércio de Compen-


sados e Laminados Ltda Lages | SC www.m7ply.com.br

Macasil Indústria e Comércio de


Compensados Ltda União da Vitória | PR www.macasil.com.br

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EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE

Madebil Madeireira Bituruna Ltda Bituruna | PR www.madebil.com.br

Madeireira Beira Rio Ltda Papanduva | SC www.mbeirario.com.br

Madeireira Belo Horizonte Ltda Imbituva | PR www.madeireirabelohorizonte.com.br

Madeireira EK Ltda Mafra | SC www.madek.com.br

Madeireira Haas Ltda Venâncio Aires | RS www.haasmadeiras.com.br

Madeireira Rio Claro Ltda Rio Azul | PR www.mrclaro.com.br

Madeireira Rochembach Ltda União da Vitória | PR www.rochembach.com.br

Madelar Indústria e Comércio Ltda Belo Jardim | PE www.madelar.com.br

Madepar Indústria e Comércio de


Madeiras Ltda Lages | SC www.madepardoors.com

Manoel Marchetti Indústria e Comércio


Ltda Ibirama | SC www.marchetti.ind.br

Marini Indústria de Compensados Ltda Palmas | PR www.marply.com.br

Miraluz Indústria e Comércio de


Madeira Ltda Sengés | PR www.miraluz.com.br

Nereu Rodrigues & Cia Ltda Correia Pinto/SC www.nereurodrigues.com.br

Ótima Portas e Compensados Ltda União da Vitória | PR www.otimaportas.com.br

Pallettimber Embalagens de Madeira


Ltda Turvo | PR www.pallettimber.com.br

Pormade Portas de Madeiras Decora-


tias Ltda União da Vitória | PR www.pormade.com.br

Randa Indústria e Comércio de Portas e


Compensados Ltda Bituruna | PR www.randa.com.br

Repinho Reflorestadora de
Madeiras e Compensados Ltda Guarapuava | PR www.repinho.ind.br

Rocha Esquadrias e Móveis de


Madeiras Ltda Arcoverde | PE www.rochaportapronta.com.br

Rohden Portas e Painéis Ltda Pouso Redondo | SC www.rohden.com.br

Rosa Compensados Ltda Paragominas | PA www.rosacompensados.wixsite.com/gruporosa

Salvaro Indústria e Comércio de


Madeira Ltda Criciúma | SC www.salvaro.com.br

Senbra Indústria e Comércio de


Madeiras Sengés | PR www.senbra.com.br

Sguário Indústria de Madeira Ltda Nova Campina | SP www.sguariomadeiras.com.br

Sincol S.A. Indústria e Comércio Caçador | SC www.sincol.com.br

Sólida Brasil Madeiras Ltda Rio Negrinho | SC www.solidabrasil.com.br

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Somapar Sociedade Madeireira Para-


naense Ltda União da Vitória | PR www.somapar.com.br

STM Industrial Ltda Guarulhos | SP www.stm.com.br

Tecnoplac Tecnologia em Placas Ltda Rondon do Pará | PA www.tecnoplaccompensados.com.br

Teg Tecnologia em Portas e Aberturas


Ltda Piên | PR www.tegportas.com.br

Timber Creek Farms Industrial Comer-


cial Importação e Exportação Ltda Piên | PR www.tcfpellets.com.br

TJC Artefatos de Madeiras Ltda Ibirama | SC www.tjcportas.com.br

Trada Portas Especiais Ltda Corupá | SC www.trada.com.br

TRC Agroflorestal Ltda Cáceres | MT www.teakrc.com

Triângulo Pisos e Painéis Ltda Curitiba | PR www.triangulo.com.br

Vale do Tibagi Serviços Florestais Ltda Telêmaco Borba | PR www.valedotibagi.com.br

V.W. Indústria e Comércio de Madeiras


Ltda Coronel Vivida | PR www.vwmadeiras.com.br

SÓCIOS PARTICIPANTES
EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE

A. Berros Comércio e Representações


Ltda Curitiba | PR www.sauerland-spanplatte.de

Allog Transportes Internacionais Ltda Itajaí | SC www.allog.com.br

Bonardi Indústria Quimíca Ltda Colombo | PR www.bonardiquimica.com.br

Hexion Quimica do Brasil Ltda Curitiba | PR www.hexion.com

Itapoá Terminais Portuários S.A. Itapoá | SC www.portoitapoa.com.br

Jimo Química Indústrial Ltda Cachoeirinha | RS www.jimo.com.br

Lanxess Indústria de Produtos


Químicos e Plásticos Ltda São Paulo | SP www.lanxess.com.br

Montana Química S.A. São Paulo | SP www.montana.com.br

MSM Química Ltda Curitiba | PR www.msmquimica.ind.br

Renova Floresta Ltda Jaguariaíva | PR www.valorflorestal.com.br

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EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE

Rhodia Poliamida e Especialidades S.A. São Paulo | SP www.rhodia.com.br

RMS do Brasil Administração de


Florestas Ltda Joinville | SC www.resourcemgt.com

Royalplás Indústria e Comércio Ltda Curitiba | PR --

SI Group Crios Resinas S.A Rio Claro | SP www.siigroup.com

Spice Industria Quilica Ltda - Archroma São Paulo | SP www.archroma.com


TCP – Terminal de Contêineres de
Paranaguá S.A Paranaguá | PR www.tcp.com.br

VMLOG Logística Internacional Ltda Balneário Camboriú | SC www.vmlog.com.br

SÓCIOS CORRESPONDENTES
EMPRESA CIDADE/UF WEBSITE

Bellimer bvba Antuérpia | Bélgica www.bellimer.com

BM Editora - Revista Referência Curitiba | PR www.revistareferencia.com.br

E. Carli Representações Ltda Imperatriz | MA --

Ecco Supplies Representações Ltda São Paulo | SP www.ecco-supplies.com

G Port Serviços em Comercio Exterior


Ltda Itajaí | SC www.gport.com.br

Madobrás Madeiras do Brasil Ltda Curitiba | PR --

Prime Timber Indústria e Comércio de


Madeiras S.A. Caxias do Sul | RS www.primetimber.com.br

Stanton Associados Porto Alegre | RS www.stanton.com.br

Tree Serviços, Comercialização, Impor-


tação e Exportação de Madeira Ltda Curitiba | PR www.treetrading.com.br

WIA – Wood International Agency


Limited Brentwood | Reino Unido www.woodia.co.uk

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ELABORAÇÃO:

STCP ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA.


Rua Euzébio da Motta, n.º 450 – Juvevê
CEP 80.530-260 | Curitiba-PR | Brasil
Fone: +55 (41) 3252-5861
Fax: +55 (41) 3252-5871

www.stcp.com.br
[email protected]

SUPERVISÃO:

ABIMCI
Avenida Com. Franco, nº 1.341 – Jardim Botânico
CEP: 80.215-090 | Curitiba-PR | Brasil
Fone: (41) 3225-4358
www.abimci.com.br
[email protected]

PROJETO GRÁFICO

BRAND DESIGN LTDA


Rua Capitão Souza Franco, nº 881, sala 101 – Bigorrilho
CEP: 80.730-420 | Curitiba-PR | Brasil
Fone: (41) 3044-0403
www.brandesignstudio.com.br
[email protected]

IMPRESSÃO

GRÁFICA E EDITORA KAYGANGUE LTDA.


Avenida Coronel José Osório, 673
CEP 85555-000 | Palmas – PR | Brasil
Fone: +55 (46) 3263-8777
www.kaygangue.com.br

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incluindo fotocópia, gravação, fac-símile ou qualquer sistema de armazenamento de informação
e recuperação, sem permissão expressa por escrito ou menção da fonte de informação. Retrans-
missão por fax, e-mail ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é
ilegal. Embora a ABIMCI tome todas as medidas para garantir a acuracidade das informações
apresentadas neste Estudo Setorial, nenhum tipo de responsabilidade legal poderá ser atribuída
a ela pelas informações e opiniões contidas no mesmo.

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