Estudo Embrapa Briquetes e Pellets - Excelente!!!
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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Agroenergia Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento
Documentos 13
Produo de briquetes e pletes a partir de resduos agrcolas, agroindustriais e florestais
Jos Manuel Cabral de Sousa Dias Daniela Tatiane de Souza Melissa Braga Marcia Mitiko Onoyama Cesar Heraclides Behling Miranda Patrcia Flvio Dias Barbosa Jos Dilcio Rocha
Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Embrapa Agroenergia Parque Estao Biolgica, PqEB s/n, Braslia, DF Fone: (61) 3448-4246 Fax: (61) 3448-1589 www.cnpae.embrapa.br [email protected] Comit de Publicaes da Unidade Presidente: Jos Manuel Cabral de Sousa Dias Secretria-Executiva: Anna Leticia M. T. Pighinelli Membros: Larissa Andreani, Leonardo Fonseca Valadares, Maria Iara Pereira Machado. Superviso editorial: Jos Manuel Cabral de Sousa Dias Reviso de texto: Jos Manuel Cabral de Sousa Dias Normalizao bibliogrfica: Maria Iara Pereira Machado Editorao eletrnica: Maria Goreti Braga dos Santos e Vitor Dias (Estagirio) 1a edio 1 impresso (2012): 1.000 exemplares Todos os direitos reservados A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610). Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Embrapa Agroenergia D 541 Produao de briquetes e pletes a partir de resduos agrcolas, agroindustriais e florestais / Jos Manuel Cabral de Sousa Dias ... [et al.]. Braslia, DF: Embrapa Agroenergia, 2012. 130 p. : il. (Documentos / Embrapa Agroenergia, ISSN 2177- 4439 ; 013) 1. Resduos agrcolas briquetes pletes - produo. 2. Briquetes pletes - matria-prima disponibilidade. 3. Resduos florestais briquetes pletes produo. 4. Gerao de energia fontes renovveis - biomassa. 5. Resduos lignocelulsicos compactao - briquetes pletes. 6. Briquetagem aspectos tcnicos. 7. Peletizao - aspectos tcnicos. 8. Normas. 9. Especificaes. 10. Briquetes pletes mercado. I. Dias, Jos Manuel Cabral de Sousa. II. Srie. 662.88 CDD 22
Embrapa 2012
Autores
Jos Manuel Cabral de Sousa Dias Engenheiro Qumico, Doutor em Engenharia Qumica, Pesquisador da Embrapa Agroenergia, [email protected] Daniela Tatiane de Souza Bacharel em Cincias Econmicas, Mestre em Engenharia de Produo, Analista da Embrapa Agroenergia, [email protected] Melissa Braga Bacharel em Qumica, Mestre em Qumica, Analista da Embrapa Agroenergia, [email protected] Marcia Mitiko Onoyama Engenheira de Alimentos, Doutora em Engenharia de Produo, Analista da Embrapa Agroenergia, [email protected]
Cesar Heraclides Behling Miranda Engenheiro Agrnomo, PhD em Biologia e Bioqumica do Solo, Pesquisador da Embrapa Agroenergia, [email protected] Patrcia Flvio Dias Barbosa Administradora, Especialista em Marketing e Relaes Pblicas, Analista da Embrapa Agroenergia, [email protected] Jos Dilcio Rocha Engenheiro Qumico, Doutor em Engenharia Mecnica, Pesquisador da Embrapa Agroenergia, [email protected]
Apresentao
O Brasil tem hoje uma matriz energtica sem igual no Mundo, com uma razo de aproximadamente 1:1 no que diz respeito a fontes renovveis e no renovveis de energia. Uma anlise mais profunda desta matriz revela que no decorrer das ltimas quatro dcadas o Brasil trabalhou fortemente na busca pela independncia externa no que diz respeito a no renovveis, tendo alcanado uma independncia total superior a 95%. Com o advento do pr-sal, ainda engatinhando, temos a certeza que passaremos, em um futuro prximo, a protagonistas na exportao deste tipo de energia. Se no h dvida quanto ao sucesso da estratgia escolhida para o desenvolvimento dos no renovveis, tambm no h dvida que o caminho trilhado pelos renovveis logrou grande sucesso. No lado renovvel da matriz energtica brasileira o que se observou nos ltimos 40 anos foi um ganho substancial de sustentabilidade, seja ambiental, seja econmica ou social. Este lado da matriz bastante diverso quanto s fontes (hidroeltrica, biomassa, elica, etc.), pouco dependente do extrativismo em florestas nativas, e com exemplos inquestionveis de alta eficincia energtica. Continuar investindo fortemente na diversificao desse lado da matriz e no aumento da eficincia do mesmo ,seguramente, o caminho para garantir o suprimento interno de energia, cuja demanda est em
pleno crescimento, e viabilizar o ganho de espao no crescente mercado externo, gerando assim mais divisas para o pas. Um ponto extremamente positivo para o Brasil no contexto de produo de energia, nesta primeira metade do Sculo XXI, que ainda existem muitas oportunidades a ser exploradas: estamos bem longe do teto de produo. Um exemplo neste universo de oportunidades o potencial de produo de biogs, que para muitos um gigante adormecido com potencial que vai muito alm do uso de dejetos animais, e que apresenta possibilidades de desenvolvimento em todo o territrio nacional. Temos tambm todo o potencial ainda pouco explorado dos briquetes e pletes, assunto foco deste documento. Na Embrapa Agroenergia entendemos que, para poder explorar em plenitude as oportunidades de negcio para o Brasil advindas da produo, comercializao e uso de briquetes e pletes, precisamos suprir o pblico interessado com informaes atualizadas a respeito da disponibilidade de matria prima, e tambm dos aspectos tcnicos da peletizao e briquetagem de resduos agroflorestais e agroindustriais, das caractersticas desses produtos, das normas e especificaes a ser consideradas na produo e comercializao destes, e, por fim, do mercado consumidor. Foi com o intuito de melhor organizar e disponibilizar essas informaes que o grupo de autores produziu esta publicao. Esperamos que as informaes aqui contidas possibilitem o aumento do conhecimento geral sobre o assunto briquetes e pletes, estimulem empreendedores a investir neste setor, tragam mais pesquisadores para trabalhar nesta rea de conhecimento, e possibilitem mais e mais a insero do tema em polticas de desenvolvimento municipais, estaduais e at federais. Boa leitura! Manoel Teixeira Souza Jr. Chefe-Geral Embrapa Agroenergia
Sumrio
Resduos das folhas da carnaubeira........................................ 48 Casca de amendoim............................................................ 49 Bagao de cevada............................................................... 50 Resduos de macaba.......................................................... 52 Gramneas forrageiras.......................................................... 52
Teor de Umidade................................................................. 84 Densidade aparente............................................................. 85 Ignitabilidade...................................................................... 86 Poder calorfico................................................................... 87 Resistncia umidade.......................................................... 89 Durabilidade....................................................................... 89 Teor de cinzas.................................................................... 90
Perspectivas e recomendaes para a consolidao do setor de briquetes e pletes.................................. 111 Referncias............................................................. 119
Introduo
A energia um dos fatores-chave no desenvolvimento econmico e social de um pas. Segundo estimativas da Agncia Internacional de Energia (INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2011), o consumo mundial de energia aumentar em pelo menos um tero entre 2010 e 2035. A demanda ser incentivada pelo rpido crescimento dos pases no membros da Organizao Comum de Desenvolvimento Econmico (OCDE) (por exemplo: Argentina, Brasil, China, ndia, Indonsia, Rssia, Arbia Saudita e frica do Sul), que sero responsveis por 90% do crescimento da populao, 70% do aumento da produo econmica e 90% do crescimento da demanda de energia no perodo citado. Neste grupo, destaca-se a China que, segundo essa estimativa, em 2035 consumir 70% de energia a mais do que os Estados Unidos (INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2011).
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Nesse contexto, a energia adicional requerida no ser fornecida somente por fontes de origem fssil, como o petrleo, o gs natural, o carvo mineral e o urnio. As questes socioeconmicas (emprego, renda, fluxos migratrios) e ambientais (mudanas climticas, nvel de poluio), os preos crescentes desses combustveis fsseis, combinados com o esgotamento das reservas dos mesmos, tm feito com que haja grande interesse pela utilizao de fontes renovveis de energia. Dentre estas, encontram-se as de origem solar, elica, hidrulica (rios e mars), geotrmica, bem como aquelas derivadas de biomassa. Quanto questo ambiental, imperioso diminuir o uso de fontes fsseis na gerao de energia por causa das emisses de gases do efeito estufa (GEE). De acordo com Edenhofer et al. (2012), fundamental reduzir a emisso de GEE na ordem de 50 a 85% at 2050, possibilitando a estabilizao da concentrao atmosfrica desses gases em nveis que possibilitem mitigar os efeitos das alteraes climticas em curso. As emisses de CO2 pelo uso de combustveis fsseis e a produo de cimento por parte dos pases da OCDE respondem por um tero das emisses globais, equivalente participao da China e da ndia, que aumentaram as emisses, respectivamente, em 9% e 6%, em 2011. O Brasil ocupa o 13 lugar no ranking de 25 pases do bloco no que diz respeito a emisses de CO2, abaixo de China, EUA, Unio Europia - UE (27 membros), ndia, Rssia, Japo, Alemanha, Coreia do Sul, Canad, Indonsia, Gr Bretanha e Arbia Saudita (OLIVER et al., 2012). O primeiro grande esforo visando a mitigar as emisses de GEE em escala global foi concretizado pelo Protocolo de Kyoto. Discutido e negociado no Japo em 1997, entrou em vigor em fevereiro de 2005, constituindo-se um compromisso pelo qual os pases desenvolvidos tinham a obrigao de reduzir a quantidade de gases poluentes, em relao aos nveis de 1990, em pelo menos 5,2%, at 2012
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(MAROUN, 2007). No Brasil, o Governo Federal promulgou a Lei n 12.187, de29 de dezembro de 2009, criando a Poltica Nacional sobre Mudana do Clima (PNMC), pela qual se compromete, at 2020, em reduzir entre 36,1% e 38,9% as emisses de gases de efeito estufa. Dentre as principais medidas de mitigao de emisses e estabilizao das concentraes de GEE, so consideradas: Aumento da participao energtica originada de fontes renovveis; Incremento da eficincia na gerao de energia, usando-se novas tecnologias e adotando-se medidas de conservao de energia; Captura e armazenamento de CO2. A Figura 1 apresenta a distribuio das fontes de energia em nvel mundial no ano de 2010.
Biomassa geralmente entendida como toda a matria orgnica, no fssil, de origem vegetal, animal ou microbiana. Para fins energticos compreende: plantas cultivadas ou nativas; descartes das lavouras; florestas nativas ou cultivadas e resduos florestais, ou de madeira
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inclusive de construes; esterco de animais domsticos; esgotos urbanos; lixo domstico com resduos de origem animal ou vegetal; formaes orgnicas como a turfa; resduos de matadouros e das indstrias de processamento de produtos agrcolas (Tripathi, 1998; Goldemberg, 1998 citados por Gentil, 2008). A biomassa pode ser utilizada diretamente para gerao de calor ou de energia eltrica ou transformada em biocombustveis slidos tais como briquetes e pletes, lquidos como etanol e biodiesel, ou gasosos, a exemplo do biogs e gs de sntese. Aplicando-se diferentes tecnologias, pode-se transformar estes biocombustveis em energia nas formas mecnica, trmica ou eltrica, as quais podem ser utilizadas de diversas maneiras para suprir as necessidades das atividades humanas (SAWIN et al, 2012). No Brasil, a biomassa a principal fonte de energia renovvel. Em 2011 correspondeu, aproximadamente, a 26% da oferta interna de energia do pas (Tabela 1), destacando-se os usos da cana-de acar, da lenha e do carvo vegetal.
Tabela 1. Oferta interna de energia no Brasil em 2011.
Fonte Renovveis (total) Energia hidrulica e eletricidade Biomassa da cana-de-acar e derivados Biomassa tradicional (lenha e carvo vegetal) Outras renovveis (solar, elica, biogs, etc) No renovveis (total) Petrleo Gs natural Carvo mineral Urnio (U308)
Fonte. Balano Energtico Nacional(2012)
% 44,1 14,7 15,7 9,7 4,1 55,9 38,6 10,2 5,6 1,5
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Com exceo do bagao de cana-de-acar, a biomassa residual de atividades agrcolas ainda subutilizada. Na maioria das vezes deixada para decomposio natural, sem aproveitamento da energia nela contida e gerando passivos ambientais importantes. De acordo com a FAO (2012b), somente o setor madeireiro do Brasil produziu 13,9 bilhes de m3 de resduos em 2011, dos quais 855 mil m3 foram exportados. Como o pas um dos maiores produtores agrcolas e florestais do mundo, a quantidade de biomassa residual representa um depsito de energia que pode ser melhor aproveitada, especialmente na forma de briquetes e pletes. Os briquetes e pletes resultam da compactao de resduos lignocelulsicos, e so utilizados na gerao de energia na forma de calor ou eletricidade. O dimetro dos pletes pode variar entre 6 e 16 mm, enquanto os briquetes possuem dimetro superior a 50 mm. Podem ser produzidos a partir de qualquer resduo vegetal, como, por exemplo, serragem e restos de serraria, casca de arroz, sabugo e palha de milho, palha e bagao de cana-de-acar, casca de algodo, casca de caf, soqueira de algodo, feno ou excesso de biomassa de gramneas forrageiras, cascas de frutas, cascas e caroos de palmceas, folhas e troncos das podas de rvores nas cidades, dentre outros. As vantagens da compactao dos resduos agrcolas e florestais so de cunho operacional, logstico, energtico e ambiental. Os briquetes e pletes so substitutos diretos da lenha em muitas aplicaes, incluindo o uso residencial, em indstrias e estabelecimentos comerciais como olarias, cermicas, padarias, pizzarias, lacticnios, fbricas de alimentos, indstrias qumicas, txteis e de cimento dentre outros, como representado na Figura 2. De acordo com Bhattacharya(2002), o emprego de briquetes est difundido em pases em desenvolvimento, e o de pletes em pases
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No Brasil so produzidos cerca de 1,2 milho de toneladas de briquetes por ano. Destes, 930 mil t so de madeira e 272 mil t de resduos agrcolas como bagao de cana, palha e casca de arroz, resduos de caroo de algodo entre outros (BRAZILIAN ASSOCIATION INDUSTRY BIOMASS AND RENEWABLE ENERGY, 2012). A taxa de crescimento da demanda de briquete de 4,4% ao ano, o que demonstra a importncia potencial no mercado de energia renovvel (SILBERSTEIN, 2011). Quanto ao cenrio de pletes de madeira, a demanda mundial est aumentando rapidamente, devido convenincia e facilidade de manuseio e transporte. Em 2010, o comrcio mundial de combustveis slidos a partir da biomassa (excluindo carvo) ascendeu a 18 milhes de toneladas. Mais de 90% desse total foi de pletes (40%) resduos
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de madeira (25%) e lenha (25%). A Europa utiliza aproximadamente 85% do total produzido no mundo, ressaltando-se que somente a Sucia responde por 20% desse consumo (SAWIN et al., 2012). Tais valores enfatizam a importncia potencial dos resduos das atividades agrcola, florestal e agroindustrial se aproveitados como substitutos parciais da lenha consumida no Brasil. No entanto, a expanso do mercado de briquetes e pletes no pas apresenta desafios a ser superados, que podem ser divididos em trs principais reas: Logstica: a baixa densidade da biomassa residual, somada ao custo de coleta e de transporte, torna difcil a utilizao dos resduos longe dos locais de produo; dessa forma, as plantas de briquetagem ou peletizao devem estar localizadas em regies onde haja disponibilidade de matrias-primas de baixo custo, e, de preferncia, prximas ao mercado consumidor. Tcnica: cada matria-prima apresenta caractersticas distintas, dependendo do vegetal ou do resultado da mistura de vrios resduos em dada rea; assim, fazem-se necessrios conhecimentos tcnicos e inovaes tecnolgicas para coleta, secagem, moagem e classificao dos materiais, de modo a conseguir-se homogeneidade, qualidade e eficincia. Econmica: a produo dos briquetes ou pletes necessita de investimento inicial em equipamentos (moinhos, secadores e briquetadeiras ou peletizadoras), o que requer linhas de crdito especficas, bem como estudos prospectivos do mercado atual e futuro para o negcio. O Brasil rene condies vantajosas para produzir, com sucesso, briquetes e pletes. Tal prtica uma excelente opo para vrios setores produtivos agregarem valor aos resduos que hoje so subaproveitados. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral reunir e organizar informaes para incentivar e promover a produo e utilizao de pletes e briquetes a partir de resduos
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agroflorestais e agroindustriais, tanto para suprir o mercado interno quanto para exportao. O trabalho est organizado em sete tpicos. O primeiro compreende esta introduo, na qual se apresenta a relevncia do emprego da biomassa para produo de briquetes e pletes. No segundo tpico, apresenta-se um levantamento da disponibilidade de matrias primas para produo de briquetes e pletes, bem como as caractersticas fsico-qumicas das mesmas. O terceiro tpico aborda os aspectos tcnicos da briquetagem e da peletizao, com a enumerao dos principais equipamentos e operaes unitrias utilizados para os processos de compactao da biomassa. O quarto apresenta as caractersticas fsico-qumicas dos pletes e dos briquetes, enfatizando as semelhanas e as diferenas entre os mesmos. No quinto tpico esto reunidas informaes sobre as principais normas e especificaes de pletes e briquetes em diversos pases da Europa e nos Estados Unidos da Amrica O sexto tpico apresenta os resultados de uma pesquisa realizada junto aos produtores de pletes e de briquetes no Brasil, que teve como objetivo principal avaliar o mercado atual e potencial de biomassa compactada e conhecer opinies dos fabricantes sobre as perspectivas do setor. Finalmente, no stimo so apresentadas sugestes e recomendaes para consolidao e expanso do setor de produo de briquetes e pletes e no Brasil, visando o efetivo aproveitamento dos resduos de biomassa e a energia neles contida.
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Tabela 2. Continuao
Produto Babau Carnaba Carvo vegetal Amendoim Cevada Castanha-do-par (Casca e ourio) Babau Carnaba Amendoim Macaba Gramneas forrageiras
Resduos Cascas (indstria) Bagana (campo) Briquete a partir de resduos de carvo Cascas (indstria) Bagao (indstria) Casca (indstria) Ourio (campo) Resduos da casca (campo) Resduos da folha (indstria) Cascas (indstria) Cascas (indstria) Biomassa integral (campo)
Tabela 3. Produtos agroflorestais e resduos gerados. Produto Cana-deacar* Milho (em gros) Produo 2010 (mil toneladas) 602.896 55.681 rea Colhida (mil ha) 7.531 12.703 Coeficientes Tcnicos 0,270 t bagao/t de cana moda 2,2 a 2,9 t folhas e talos/t gros 0,3 a 0,9 t sabugos/t gros 1,3 a 1,8 t hastes e folhas/t gros com casca 0,22 t cascas/t gros colhidos 1,4 t hastes e folhas/t gros com casca. Resduos Gerados/Ano (mil toneladas) 166.776 11.378 (palha) 3.793 (sabugo) 18.000
11.235
2.722
6.171
2.181
8.639
"Continua..."
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Tabela 3. Continuao
Coeficientes Tcnicos 1 t casca/t caf beneficiado 0,25 t pergaminhos /t caf beneficiado 0,04 t caules e folhas secos/ha 0,85 t resduos/t coco verde 0,53 t resduos /t gros Resduo de processamento mecnico 1,4 t de cascas e ourio/t de castanha limpa 0,98 t bagana/t folhas verdes carnaba 0,93 t resduos/t coco de babau 0,3 t resduo/t amendoim em casca ND ND
Castanhado-par Carnaba p Babau (amndoa) Amendoim (em casca) Cevada (em gro) Carvo vegetal
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ND
56.500
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ND
921
ND 261 ND ND
Fonte. IBGE (2010a); Embrapa Agroenergia (2012); Conab (2011; 2012); Schneider et al. (2012); Leito et al. (2010); Oliveira e Lobo (2002); Centro Nacional de Referncia em Biomassa (2011), Carvalho (2005).* Safra 2009/10 ** Produo em 2007.*** ND= no se aplica ou no disponvel
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Resduos de cana-de-acar
Em um hectare de terras agricultveis na regio Centro-sul do Brasil colhe-se, em mdia, 80 toneladas de colmos de cana-de-acar. Para cada tonelada de biomassa de cana, tem-se 0,8 t de colmos e 0,2 t de palhada (palha e ponteira). Com uma tonelada de colmos obtm-se 143 kg de acar e 80 litros de etanol. Aproximadamente metade da produo anual de cana-de-acar utilizada para produzir etanol e outra metade destinada produo de acar (PECEGE, 2011). Palha e ponteiras no so recuperadas atualmente, mas poderiam ser usadas na cogerao de energia e outros produtos, a semelhana do que j e feito com o bagao e demais resduos do processamento da cana-de-acar. Embora ainda no existam estudos conclusivos, pode-se especular que, excluindo-se o que queimado no campo durante a colheita, cerca de 70% de palha e ponteiras poderiam ser utilizadas na produo de energia eltrica ou outros usos, como briquetes. Deve-se deixar pelo menos 30% da palha colhida no campo, para auxiliar no controle de ervas daninhas e manter a matria orgnica do solo. A quantidade de palhada disponvel para outros usos na regio Centro-Sul de 70 kg por tonelada de biomassa total colhida, considerando-se que aproximadamente 50% da colheita ainda utiliza a queima. J na regio Nordeste praticamente no h palhada disponvel para outros usos, pois o sistema de colheita predominantemente manual, realizando a queima antes do corte (CONAB, 2011). Em termos de processamento, o bagao o principal resduo da indstria. O bagao vem sendo utilizado como fonte de energia para atender demanda energtica (vapor e eletricidade) nas usinas produtoras de acar e de etanol. Cerca de 46% do bagao gua, com 50% de slidos dissolvidos e 4% de acares solveis. Uma tonelada de colmos de cana-de-acar gera entre 240 kg e 300 kg de bagao.
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A Tabela 4 apresenta os dados disponibilizados pela CONAB sobre a produo de cana moda e bagao, obtidos da moagem da cana na safra 2009/2010. O uso alternativo do bagao bastante restrito, devido sua baixa densidade e a maioria do produto disponvel destinada para uso como combustvel na prpria usina em que gerado. Cerca de 90% do bagao da cana processado na safra 2009/10 foi destinado para uso como combustvel. Os outros usos alternativos vo desde aplicao como condicionante do solo produo de briquetes. A prensagem do bagao de cana para transform-lo em briquetes, que o torna um produto de fcil manuseio e amplia o uso alternativo, fora das usinas e destilarias, ainda incipiente no pas (CONAB, 2011). O bagao apresenta Poder Calorfico Inferior (PCI) de 3.855 kcal/kg. O PCI indica a quantidade de energia na forma de calor liberada pela combusto de uma unidade de massa, descontadas as perdas com evaporao da gua. J para fabricao de briquetes a anlise de bagao modo e passado em peneira de 100 mm, com cerca de 10% de umidade resultou em PCI de 4.270 kcal/kg (RAMOS; PAULA et al., 2011; PROTSIO et al., 2011). Para comparao, estudo com trs clones de eucalipto com sete anos de idade, indicou um PCI mdio de 4.450 kcal/kg (GADELHA et al., 2012). Ainda que a cifra de 10% (ou menos) do bagao de cana atualmente disponvel para a produo de briquetes parea reduzida, essa porcentagem equivale a mais de 18.700 milhes de toneladas de resduo, um volume bastante expressivo. Tal quantidade certamente supera, em muito, a soma de outros resduos que tambm se mostram disponveis para produo de briquetes no Brasil. Ainda que algumas propriedades fsicas do bagao de cana possam no enquadr-lo como uma das melhores alternativas para a produo de briquetes (por exemplo, o elevado teor de umidade), a escala de produo e o adensamento desse resduo so importantes fatores na escolha a ser adotada. Alm do volume de bagao que se pode coletar, os custos de sua obteno podem ser mais baixos do que o necessrio para coletar resduos alternativos como cavaco de madeira e fibra de coco.
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Tabela 4. Produo de cana-de-acar e resduos de processamento Safra 2009/10. Quantidade de Bagao (t) Regio Estado Quantidade de Cana Moda (t) 880.319 24.269.759 2.094.547 3.377.932 18.259.333 3.515.678 1.480.831 60.120.155 4.009.626 49.923.378 3.259.987 362.644.755 40.092.429 14.045.632 23.297.818 45.502.881 542.776.506 602.896.661 Para Uso como Combustvel (90%) 237.526 6.263.844 560.442 913.331 5.132.962 850.971 335.778 1.588.863 1.153.361 11.885.574 814.492 88.121.710 10.335.730 3.749.130 5.158.451 10.959.826 132.178.273 148.067.137 Para outros Usos (10%) 692.747 17.069 73.747 242.427 132.994 87.316 1.490.805 13.569 1.688.086 138.377 11.623.061 1.069.616 254.976 1.083.298 1.347.875 17.218.859 18.709.665
Total
Norte Nordeste
Amazonas, Tocantins e Par Alagoas Bahia Maranho, Piau e Cear Pernambuco Rio Grande do Norte Sergipe
237.526 6.956.590 577.512 987.078 5.375.389 983.966 423.095 17.379.668 1.166.930 13.573.660 952.869 99.744.771 11.405.346 4.004.106 6.241.749 12.307.701 149.397.133 166.776.801
Subtotal Regio Norte-Nordeste Sudeste Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo CentroOeste Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Sul Paran
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Resduos de milho
A cultura do milho deixa como resduos, no campo, os caules, as folhas (aqui denominados palha de milho) e, na indstria, os sabugos. Estima-se que, para cada tonelada de gros de milho colhida, geram-se entre 2,2 e 2,7 toneladas de talos e folhas, bem como entre 0,3 e 0,9 toneladas de sabugos. Considerando a grande variao na produo de biomassa total da planta, influenciada pelas cultivares utilizadas e condies de manejo da cultura (espaamento, regime de adubao, condies de clima local, entre outros) dentre as variedades em uso, h registros de produo de at 6 toneladas de resduos por tonelada de gros de milho. Na Tabela 5 so apresentados os valores estimados de rea plantada, produtividade e produo de gros de milho nos diversos estados e regies brasileiras para a safra 2011/12 (CONAB, 2011). Como pode ser cultivado em dois ciclos de produo distintos (1 safra ou safra de vero e 2 safra ou safrinha), h Estados brasileiros que apresentam duas colheitas ao ano. Nota-se que a produtividade varivel entre os Estados e as regies, com altos rendimentos nas regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nestas regies, pelo menos 50% dos resduos podem ser aproveitados para gerao de energia, mantendo-se os outros 50% no campo para ciclagem de nutrientes e da matria orgnica do solo.
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Tabela 5. rea plantada (mil ha), produtividade mdia (kg/ha) e produo total de gros de milho (mil t) Safra 2011/12. 1 safra Regio Estado rea Plantada Norte RR RO AC AM AP PA TO Subtotal Regio Norte Nordeste MA PI CE RN PB PE AL SE BA Subtotal Regio Nordeste 6,5 101,9 39,7 14,8 3,6 213,1 67,4 447,0 592,2 364,3 734,6 80,6 157,2 314,3 57,2 221,4 370,2 2.892,0 Produtividade (kg/ha) 2.000 2.207 2.301 2.500 860 2.450 4.218 2.423 1.650 2.304 815 674 710 680 720 3.950 5.474 1.886,3 Produo (mil t) 13,0 224,9 91,3 37,0 3,1 522,1 284,3 1.175,7 977,1 839,3 598,7 54,3 111,6 213,7 41,2 874,5 2.026,5 5.736,9 364,9 384,2 1.400 2.934,5 510,9 597,2 19,3 4.469 86,3 41,5 100,0 4.633 3.813,5 192,3 367,4 58,5 2.994 175,1 2 safra Produtividade (kg/ha) Plantada rea Produo (mil t)
Continua...
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Tabela 5. Continuao
1 safra Regio Estado rea Plantada CentroOeste MT MS GO DF Subtotal Regio Centro-Oeste Sudeste MG ES RJ SP Subtotal Regio Sudeste Sul PR SC RS Subtotal Regio Sul TOTAL GERAL BRASIL
Fonte: CONAB (2011).
2 safra Produtividade (kg/ha) 6.912 6.850 8.000 8.500 7.565,5 5.800 2.440 2.487 5.968 4.173,8 6.500 5.491 3.078 5.023,0 4.214,2 Produo (mil t) 706,4 467,2 4.378,4 281,4 5.833,4 6.996,0 76,9 15,2 3.518,1 10.606,2 6.223,8 2.998,1 3.551,1 12.773,0 36.125,2 1.908,5 7.071,3 4.200,0 4.085,8 8.015,7 29.018,7 303,6 391,9 1.908,5 4.156 4.681,0 4.200 1.261,8 1.721,5 8.015,7 Produtividade (kg/ha) Plantada 2.548,80 1.048,1 682,8 7,00 4.286,7 88,3 rea Produo (mil t)
102,2 68,2 547,3 33,1 750,8 1.206,2 31,5 6,1 589,5 1.833,3 957,5 546,0 1.153,7 2.657,2 8.580,3
4.200 10.705,00 3.900 5.100 6.000 4.800,0 5.206 4.087,6 3.482,3 42,00 18.316,9 459,7
Para a safra 2011/12 espera-se uma produo total de milho de 65 milhes de toneladas de gros, um crescimento de 18% em relao safra anterior. Com base nos dados da CONAB (2011), estima-se um potencial de gerao de resduos entre 14 e 15 milhes toneladas de palha, bem como entre 5 e 17 milhes de toneladas de sabugos.
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Como exerccio sobre o potencial de uso destes resduos para produo de briquetes ou pletes, consideremos uma rea plantada de 1.000 ha, com produtividade de gros de 4.214 kg/ha. Tomando-se os respectivos ndices de colheita de palha (2,7 kg/kg de gros) e de sabugos (0,9 kg/kg de gros), seriam produzidos, 11.378 mil t de palhas e 3.793 mil toneladas de sabugos. Mantendo-se 50% da palha no campo para condicionamento do solo, restariam ainda 9.482 mil toneladas de biomassa (palhas+sabugo) que poderiam ser usadas para fins energticos. Ramos e Paula et al. (2011) registram que os PCI da palhada e do sabugo, so, respectivamente, 4.024 e 4.201 kcal/ kg, indicando que h grande potencial de uso desses resduos para aproveitamento de energia.
Resduos de arroz
A cultura do arroz, embora praticada em grande parte do pas, especialmente importante na regio Sul (Tabela 6). Os resduos gerados so as hastes e folhas da planta, bem como a casca dos gros. As hastes e folhas so deixadas no campo aps a colheita. Na etapa de beneficiamento industrial, conforme descrito por Lorenzett et al (2012) ao avaliar uma unidade em Santa Maria, RS, recupera-se 34% do peso dos gros como cascas, 5% como quirera e 9% como farelo. A quirera e o farelo so destinados produo de rao animal. Quanto s cascas, 70% so queimadas para gerao de energia na prpria beneficiadora e os restantes 30% so direcionados para outros fins, tais como uso em olarias, como substrato ou adubo para plantas e cama para aves. As cinzas resultantes da queima podem ser usadas na indstria cermica, de construes ou para diversos outros fins industriais. Em mdia, a palha de arroz tem PCI de 3,344 kcal/kg (RAMOS; PAULA et al., 2011), enquanto o PCI mdio das cascas de 3,200 kcal/kg (Mayer et al., 2006).
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Para a safra 2010/2011, a CONAB estimou a produo brasileira de arroz em 11,6 mil toneladas, das quais 7,7 mil ton produzidas no Rio Grande do Sul. (CONAB, 2012).Considerando-se a produo de 220 kg de casacas para cada tonelada de arroz colhido, haveria disponibilidade terica de cerca de 3 mil ton de cascas para gerao de energia. Alm da queima direta para gerao de energia na prpria beneficiadora, a briquetagem das cascas seria uma forma eficiente do aproveitamento dessa energia, por ganhos de densidade do produto final, que causa aumento de at 2,5 vezes o poder calorfico (Mayer et al., 2006).
Tabela 6. Produo de arroz e resduos gerados em 2010. Regio Norte Estado Produo de Gros (t) 25.826 4.428 8.716 263.874 85.325 164.701 447.320 1.000.190 17.419 33.370 63.868 589.945 484 18.067 113.013 5.156 48.601 889.923 Resduos Produzidos (t) Hastes e Cascas Folhas 33.832 7.747 5.800 1.328 11.418 2.614 345.675 79.162 111.776 25.597 215.758 49.410 585.989 134.196 1.310.249 300.057 22.818 5.225 43.715 10.011 83.667 19.160 772.828 176.983 634 145 23.667 5.420 148.047 33.903 6.754 1.546 63.667 1.165.799 14.580 266.976
Continua...
Acre Amap Amazonas Par Roraima Rondnia Tocantins Subtotal Regio Norte Nordeste Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe Subtotal Regio Nordeste
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Tabela 6. Continuao
Regio Sudeste
Estado
Produo de Gros (t) 3.375 115.378 7.911 84.429 211.093 166.848 1.041.587 6.875.077 8.083.512 44 221.419 687.137 142.668 1.051.268 11.235.986
Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo Subtotal Regio Sudeste Sul Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Subtotal Regio Sul CentroDistrito Federal Oeste Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Subtotal Regio Centro-Oeste TOTAL GERAL BRASIL
Resduos Produzidos (t) Hastes e Cascas Folhas 4.421 1.012 151.145 34.613 10.363 2.373 110.602 25.328 276.532 63.327 218.571 50.054 1.364.479 312.476 9.006.351 2.062.523 10.589.401 58 290.059 900.149 186.895 1.377.161 14.719.142 2.425.053 13 66.425 206.141 42.800 315.380 3.370.795
Fonte: IBGE (2010a); Embrapa Agroenergia (2012); Costa (2010); Irigon et al. (2009).
A briquetagem da casca de arroz possibilita densificar o resduo, favorecendo a queima e propiciando condies mais adequadas de uso e armazenamento. Este tipo de aplicao depende de diversos fatores, dentre eles o perodo de colheita, a produtividade e o tamanho das instalaes industriais de briquetes (MAYER et al., 2006). Contudo, um dos desafios para este tipo de produo a questo do transporte do resduo, devido a baixa densidade da matria-prima (130 kg/m3), sendo o transporte viabilizado apenas com fretes mais reduzidos. Grande parte da casca de arroz produzida no Brasil no se encontra prximo aos produtores, pois o beneficiamento do arroz no ocorre necessariamente nos locais de produo, mas sim prximo aos grandes centros consumidores. Deste modo, o Estado de So Paulo,
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que no um grande produtor, possui a maior parte das empresas de beneficiamento. Uma usina de beneficiamento de arroz recebe a colheita, que transportada com casca para a usina. Ao longo de um ano, aproximadamente 15% da casca produzida destinada secagem do arroz, atividade que ocorre principalmente no perodo de colheita (janeiro a abril). A secagem se concentra nesses meses, consumindo 60% da casca recolhida. Estima-se que, de toda a casca produzida ao longo de um ano, apenas 50% podem ser utilizadas na produo de eletricidade, uma vez que, alm dos 15% destinados secagem, cerca de 35% esto disponveis em pequenas indstrias, espacialmente dispersas. Este fator, com efeito, preponderante na escolha da localizao das unidades produtivas de briquetes.
Resduos de trigo
No Brasil, a cultura do trigo fortemente associada regio Sul (Tabela 7). O resduo predominante a palhada gerada na colheita dos gros. Em geral, para cada tonelada de gros colhidos obtm-se cerca de 1,1 a 1,5 toneladas de palhada, dependendo da variedade, manejo da cultura, entre outros fatores. O PCI da palhada , em mdia, de 4.000 kcal/kg (BIOMASS ENERGY CENTRE, 2012). Em 2010, a produo brasileira de trigo foi de 6.171 mil toneladas. Considerando-se um coeficiente tcnico de 1,4 toneladas de resduos (hastes e folhas) por tonelada de gros em casca, o total de resduos provenientes do trigo seria de 8.639 mil toneladas.
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Tabela 7. Produo de trigo e resduos gerados em 2010. Regio Sul Estado Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Subtotal Regio Sul Sudeste Minas Gerais So Paulo Subtotal Regio Sudeste CentroOeste Distrito Federal Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Subtotal Regio Centro-Oeste TOTAL GERAL BRASIL
Fonte: IBGE (2010a); Embrapa Agroenergia (2012).
Produo de Gros (t) 3.442.660 243.595 2.116.952 205.582 84.902 120.680 5.803.207 7.542 79.776 936 74.207 162.461 6.171.250
Produo de Resduos Secos (t) 4.819.724 341.033 2.963.733 287.815 118.863 168.952 8.124.490 10.559 111.686 1.310 103.890 227.445 8.639.750
Resduos de caf
A Tabela 8 apresenta a quantidade de caf colhida em 2010 e o total de resduos gerados na indstria. Estima-se que a quantidade de cascas produzidas seja de 1 tonelada de cascas por tonelada de caf beneficiado, enquanto a produtividade de pergaminhos (endocarpo) de 0,25 kg por tonelada de caf beneficiado. O pergaminho do caf geralmente destina-se rao animal, adubo orgnico, combustvel e carvo. O PCI deste resduo de 4.018 kcal/ kg (RAMOS; PAULA et al, 2011). Entretanto, as cascas so destinadas tanto para fins combustveis quanto para a produo de adubo e carvo, apresentando um PCI de 4.403 kcal/kg (PROTSIO et al., 2011).
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Considerando-se a produo, o total de resduos gerados (cascas e pergaminho) no pas, em 2010, seria de 2.688 mil toneladas.
Tabela 8. Produo de caf e resduos gerados em 2010. Regio Norte Estado Acre Amazonas Par Rondnia Tocantins Alagoas Bahia Cear Pernambuco Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo Paran Distrito Federal Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Produco de Gros (t) 1.029 3.902 11.946 141.160 158.037 2 153.262 3.224 1.924 158.412 616.722 1.504.188 15.012 277.319 2.413.241 139.054 139.054 1.052 22.835 12.182 1.502 37.571 2.906.315 Produo de Cascas e Pergaminho (t) 952 3.609 11.050 130.573 146.184 2 141.767 2.982 1.780 146.531 570.468 1.391.374 13.886 256.520 2.232.248 128.625 128.625 973 21.122 11.268 1.389 34.753 2.688.341
Resduos de algodo
A Tabela 9 mostra a quantidade de algodo produzida em 2010, um total de 2.949 mil toneladas. A produtividade de resduos secos est em torno de 0,045 toneladas de resduos por hectare (Tabela 10). Os
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resduos da biomassa incluem caules e folhas secos gerados no campo. Deste modo, a quantidade de resduos de algodo gerados de 37 mil toneladas. Os resduos de algodo apresentam elevado potencial como combustvel, notadamente as cascas de algodo que so utilizadas na produo de briquetes, com PCI de 2.800 kcal/kg. O caroo e farelo so usados tradicionalmente na alimentao animal.
Tabela 9. Produo de algodo e resduos gerados em 2010. Regio Norte Subtotal Norte Nordeste Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Subtotal Nordeste Sudeste Minas Gerais So Paulo Subtotal Sudeste Sul Subtotal Sul Paran Estado Tocantins Produo total (t) 14.408 14.408 314 996.220 2.196 42.855 430 784 20.850 1.669 1.065.318 55.810 29.658 85.468 203 203 Campo 158.488 158.488 3.454 10.958.420 24.156 471.405 4.730 8.624 229.350 18.359 11.718.498 613.910 326.238 940.148 2.233 2.233 Resduos (t) Indstria 2.882 2.882 63 199.244 439 8.571 86 157 4.170 334 213.064 11.162 5.932 17.094 41 41 Total 161.370 161.370 3.517 11.157.664 24.595 479.976 4.816 8.781 233.520 18.693 11.931.562 625.072 332.170 957.242 2.274 2.274
Continua...
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Tabela 9. Continuao
Regio
Estado
Produo total (t) 180.404 1.454.675 149.369 1.784.448 2.949.845 Campo 1.984.444 16.001.425 1.643.059 19.628.928 32.448.295
Resduos (t) Indstria 36.081 290.935 29.874 356.890 589.969 Total 2.020.525 16.292.360 1.672.933 19.985.818 33.038.264
Centro-Oeste Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Subtotal Centro-Oeste TOTAL GERAL BRASIL
Tabela 10. ndices tcnicos da produo de resduos de algodo. Produtividade de biomassa: 3,7 t biomassa (algodo em caroo + folhas + caule)/ hectare Produtividade de resduos: Teor de matria seca nos resduos: Produtividade de resduos secos: 0,0245 0,45 0,0453 t resduos (caule e folhas)/ hectare t matria seca/t resduos (caules e folhas) t resduos (caules e folhas) secos (10% umidade)/ hectare
Resduos de feijo
A produo nacional de feijo em 2010 foi de 3.158 mil toneladas (Tabela 11). Segundo o Schneider et al. (2012), os principais resduos do feijo so constitudos de palhada e vagem, totalizando um fator residual de 53% sobre o total produzido. Com este coeficiente tcnico, estima-se que a quantidade de resduos gerados seja de 1.674 mil toneladas. A palhada, que constituda basicamente pelos talos, apresenta um PCI de 4.080 kcal/kg, enquanto as vagens tm PCI em torno de 3.800 kcal/kg (RAMOS; PAULA et al., 2011).
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Ressalta-se que, a princpio, parte dos resduos de feijo deve permanecer no campo. Como planta fixadora de nitrognio, como as demais leguminosas, os resduos so ricos em nitrognio, que deve ser prioritariamente mantido no prprio local de produo para condicionamento do solo (MAGALHES, 2005).
Tabela 11. Produo de feijo e resduos gerados em 2010. Regio Norte Estado Acre Amap Amazonas Par Roraima Rondnia Tocantins Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe Subtotal Regio Nordeste Sudeste Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo Subtotal Regio Sudeste Quantidade produzida (t) 6.551 1.468 4.350 36.498 1.992 8.747 33.427 93.033 22.614 316.377 83.286 37.542 10.176 68.742 32.761 10.392 31.343 613.233 13.247 623.720 4.442 235.234 876.643 Quantidade de Resduos Gerados no Campo (t) 3.472 778 2.306 19.344 1.056 4.636 17.716 49.307 11.985 167.680 44.142 19.897 5.393 36.433 17.363 5.508 16.612 325.013 7.021 330.572 2.354 124.674 464.621
Continua...
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Regio Sul
Quantidade produzida (t) 792.010 167.903 112.510 1.072.423 49.007 288.816 133.813 31.937 503.573 3.158.905
Quantidade de Resduos Gerados no Campo (t) 419.765 88.989 59.630 568.384 25.974 153.072 70.921 16.927 266.894 1.674.220
Subtotal Regio Sul CentroDistrito Federal Oeste Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Subtotal Regio Centro-Oeste TOTAL GERAL BRASIL
Fonte: IBGE (2010a); Schneider et al. (2012).
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Essas empresas trabalham principalmente com a extrao de fibras, um mercado que tem relativo potencial para expanso. Para atender a demanda, entre 2000 e 2010 foram importadas 121 toneladas de fibras (Tavares, 2012), utilizadas na produo de tapetes, revestimentos trmicos e acsticos, entre outros. Os resduos provenientes da extrao da fibra (turfa), tambm so utilizados para a produo de xaxim e substratos agrcolas (VAZ et al., 2010; LEITO et al, 2010). Os resduos tm poder calorfico inferior (PCI) aproximado de 4.275 kcal/kg. Alm dos supermercados e barracas de praia, as indstrias de envasamento de gua de coco so importantes geradoras de resduo. Essa matria-prima est disponvel de forma contnua durante o ano (SILVEIRA, 2008). Alguns trabalhos foram realizados para avaliar a viabilidade de se produzir briquetes de casca de coco. Vaz et al. (2010) mencionam que uma unidade de briquete de casca de coco que produza cerca de 2.860 toneladas/ano (capacidade de processamento de 1,5 t/hora) e que tenha realizado investimentos da ordem de R$ 1,2 milho, poderia recuperar o investimento inicial em 4 anos. O preo da fibra de coco (R$ 150/t) assemelha-se ao das serragens de qualidade superior, sendo que a casca de coco para briquete , geralmente, processada nas prprias unidades produtivas. O custo de coleta e disposio de resduos de coco em aterros (R$ 124/t) superior ao custo que se incorreria para coletar e dispor esses resduos em uma usina de processamento (SILVEIRA, 2008). A coleta dos resduos de coco para fins de briquetagem no Nordeste brasileiro poderia ser realizada por cooperativas de produtores em conjunto com as companhias de limpeza urbana da regio, gerando ganhos
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econmicos para ambas as partes. Com efeito, a coleta do resduo , provavelmente, o principal entrave adoo de alternativas como a briquetagem, uma vez que j existe tecnologia de processamento e matria-prima disponvel durante todo o ano.
Resduos de madeira
Em 2009, a produo de madeira no Brasil foi de 41.410.850 m3 de lenha da silvicultura e 41.439.567 m3 de lenha oriunda do extrativismo vegetal. Em paralelo, a produo nacional de madeira em toras foi de 122.159.595 m3, sendo 87,5% proveniente de florestas cultivadas e 12,5% de coleta em vegetaes nativas (IBGE, 2010a; SCHNEIDER et al., 2012). Na silvicultura, a produo de madeira para papel e celulose foi de 65.345.680 m3 e a de madeira para outras finalidades (construo civil, movelaria, construo naval) totalizou 41.565.738 m3. A gerao de resduos de madeira est ilustrada nas Figura 3 e Figura 4. Na cadeia de florestas plantadas, so gerados entre 75% e 90% de resduos em todo o processo produtivo, sendo que no corte e manejo inicial, essa quantidade inferior ao de florestas nativas. A gerao de resduos superior das florestas plantadas, devido o fato de no haver um manejo adequado e pelas irregularidades das plantas (SCHNEIDER et al., 2012).
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A Tabela 12 mostra a quantidade de resduos de processamento de madeira no Brasil em 2009, com o total gerado em torno de 50.778 mil m3, incluindo resduos da silvicultura e do extrativismo. Grande parte dos briquetes atualmente produzida no Brasil proveniente de resduos de madeira, como cavacos, tocos, maravalhas, serragem e outros. As empresas produtoras de briquetes, geralmente, encontram-se prximas s serrarias, facilitando a obteno de matriasprimas e reduzindo custos logsticos.
Tabela 12. Resduos de processamento de madeira em 2009. Regio Norte Estado Acre Amap Amazonas Par Roraima Rondnia Tocantins Subtotal Regio Norte Nordeste Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau
Rio Grande do Norte
Resduo de Processamento Mecnico (m3/ano) Silvicultura 599.131 1.057 893.275 1.493.464 17.768 7.449.193 8.431 30.435 1.705 7.507.758 Extrativismo 21.099 46.711 184.787 1.045.794 17.662 237.662 14.758 1.568.476 415 189.739 8.325 32.326 6.095 21.138 1.150 2.369 261.560 Total 21.099 645.843 185.844 1.939.069 17.662 237.662 14.758 3.061.941 18.184 7.638.933 16.757 62.762 6.095 21.138 1.150 4.075 7.769.319
Continua...
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Regio Sudeste
Resduo de Processamento Mecnico (m3/ano) Silvicultura 2.803.821 3.501.861 67.532 9.860.650 16.223.866 10.812.619 6.985.839 3.253.389 21.051.848 107.683 16.269 1.699.242 1.823.195 48.110.113 Extrativismo 403 6.884 196 2.493 9.977 110.011 21.032 6.091 137.134 3.373 686.109 1.799 691.282 2.668.432 Total 2.804.224 3.508.746 67.728 9.863.144 16.243.843 10.922.631 7.006.871 3.259.480 21.188.983 111.056 702.379 1.701.042 2.514.478 50.778.566
Subtotal Regio Sudeste Sul Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Subtotal Regio Sul CentroOeste Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Subtotal Regio CentroOeste TOTAL GERAL BRASIL
O poder calorfico dos resduos florestais varia com a espcie de planta considerada. Um resumo do poder calorfico de diferentes espcies florestais nativas e introduzidas foi feita por Quirino et al. (2005). Dentre 240 espcies avaliadas pelos autores citados, encontrou-se poder calorfico superior (PCS, ou seja, a energia liberada na forma de calor considerando-se tambm a energia gasta na vaporizao da gua contida no material analisado) mdio de 4.732 kcal/kg. O limite inferior foi de 3.888 kcal/kg, da espcie conhecida popularmente como punga colorada (Eriotheca globosa), enquanto o limite superior foi de 5.260 kcal/kg, apresentado pela espcie conhecida popularmente como itaba (Mezilaurus itauba).
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Carvo vegetal
O carvo vegetal uma importante fonte de energia nas indstrias siderrgicas e nas indstrias de transformao como um todo. A fabricao de briquetes de carvo vegetal amplia o conjunto de demandantes deste tipo de matria-prima, como pizzarias e residncias, uma vez que a densificao da matria-prima facilita o transporte e manuseio do produto. Em 2010, a produo de carvo vegetal no Brasil foi de 4.951.207 toneladas (Tabela 13), somando-se o total da extrao vegetal e do carvo proveniente da silvicultura. Nota-se que a silvicultura responsvel por quase 70% da produo do carvo vegetal no Brasil. A exceo fica por conta da regio Centro-Oeste onde 89% da produo de carvo vegetal provm do extrativismo vegetal (IBGE, 2010a). A elevada participao da silvicultura pode ser explicada, em parte, pelo crescimento da procura por produtos florestais, devido demanda das indstrias de papel, celulose e de mveis, que dependem desse tipo de matria-prima. Alm disso, a fiscalizao exercida por rgos ambientais, com o intuito de coibir a explorao de florestas nativas, estimula a prtica das atividades de silvicultura (GOIS, 2010). A briquetagem do carvo vegetal envolve homogeneizao, aglomerao e densificao de partculas de material slido. No obstante as reconhecidas vantagens do briquete de carvo vegetal, esta atividade industrial ainda pouco praticada no pas.
Resduos da castanha-do-par
Os principais resduos provenientes do cultivo e do processamento da castanha-do-par so o ourio (o fruto do castanheiro) e as cascas. Para cada tonelada de castanha limpa geram-se 1,4 toneladas de resduos (casca e ourio) (Tabela 13). Em 2010, a produo de amndoas de castanha-do-par foi de 40.357 toneladas. Com isso, estima-se que o total de cascas e ourios gerados naquele ano foi de 56.500 toneladas.
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Uma das aplicaes atualmente dadas s cascas de castanha-do-par a fabricao de tijolos, embora seja comum que grande parte desse resduo seja descartada aps a etapa de processamento (FERREIRA, 2009).
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Considerando-se a carnaubeira como um todo, obtm-se madeira, palmito, fibras e derivados dos frutos (leo comestvel, rao animal). O p cerfero corresponde a apenas 2% do peso da folha verde colhida no campo. Deste modo, a bagana representaria 98% do peso das folhas. No foram encontrados estudos sobre o potencial calrico destes resduos. Considerando-se a quantidade de p cerfero produzido pelo Brasil em 2010 (18.802 toneladas), possvel estimar que 940.100 toneladas de folhas verdes foram utilizadas no processo de produo de cera de carnaba neste ano. Desse total, cerca de 921.298 toneladas correspondem produo de bagana. Entretanto, os resduos provenientes da palha tm amplo grau de reciclagem, pois a bagana resultante do batimento mecnico utilizada na adubao e artesanato (produo de chapus, vassouras, cestos, tapetes, bolsas, etc). A utilizao da bagana da carnaba para a produo de briquetes certamente competir com estes diversos usos alternativos dados ao subproduto (CARVALHO, 2005; SINDICARNABA, 2012).
Casca de amendoim
A produo de amendoim em casca em 2010 no Brasil foi de 261.455 toneladas. A casca do amendoim (ou vagens) representa cerca de 30% do peso do amendoim colhido (IBGE, 2010a; CENTRO NACIONAL DE REFERNCIA EM BIOMASSA, 2011). Assim, a estimativa que a quantidade de cascas de amendoim geradas em 2010 foi de 78.437 toneladas (Tabela 13). A palhada deve ser mantida no campo, pois, semelhana da maioria das leguminosas, esta planta obtm parte das suas necessidades em nitrognio via fixao biolgica. Geralmente, as cascas de amendoim so queimadas em indstrias para a gerao de energia, apresentando PCI (poder calorfico inferior: poder calorfico superior subtrado o calor de vaporizao da gua) de
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4.190 kcal/kg (DOMALSKI et al., 1986). Entretanto, as cascas tambm podem ser aproveitadas na fabricao de plstico, gesso e abrasivos. Alm disso, podem ser usadas para fazer celulose (rayon), utilizadas em papel e mucilagem (cola) (AZZINI et al., 1983; CENTRO NACIONAL DE REFERNCIA EM BIOMASSA, 2011).
Bagao de cevada
Em 2010, a produo de cevada no Brasil foi de 278.558 toneladas (Tabela 13), abaixo dos 560 mil toneladas anuais demandadas apenas pela indstria cervejeira. Para atender a demanda, grande parte do produto importada e usam-se outros cereais como milho, trigo e arroz na produo de cervejas. O bagao de cevada o resduo slido resultante da fase inicial do processo de fabricao de cervejas, retirado do mosto por meio de filtrao em filtro prensa. Apresenta-se na forma de cascas ou de farelo, com umidade ao redor de 80%. O bagao rico em protena bruta (25%), possui alto teor de fibras brutas (20%) e ndice de nutrientes digestveis totais de 74%, comparveis a alimentos tradicionais como o farelo de trigo e milho desintegrado com palha e sabugo (FREITAS, 2006). Estima-se que a disponibilidade do bagao de cevada no Brasil ultrapasse 2.000 mil toneladas/ano. usado tradicionalmente na alimentao do gado bovino ou na alimentao de aves, sunos e peixes. A palha da cevada, que poderia ser aproveitada para produo de briquetes ou pletes, apresenta poder calorfico superior de 3.881 kcal/ kg (DOMALSKI et al., 1986).
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Tabela 13. Produo e resduos de castanha-do-par, carnaba, carvo vegetal, babau, amendoim e cevada. Regio Brasil Tipo de produto extrativo Castanha-do-par Carnaba fibra Carnaba cera Carnaba p Carvo vegetal Babau Amendoim (em casca) Cevada (em gro) Norte Castanha-do-par Carvo vegetal Babau Amendoim (em casca) Nordeste Carnaba - fibra Carnaba cera Carnaba p Carvo vegetal Babau Amendoim (em casca) Sudeste Sul Carvo vegetal Amendoim (em casca) Carvo vegetal Amendoim (em casca) Cevada (em gro) Centro-Oeste Castanha-do-par Carvo vegetal Babau Amendoim (em casca)
Fonte: IBGE (2010b); Oliveira e Lobo (2002); Ferreira (2009)
Extrao Vegetal 2010 (t) 40.357 1.552 2.660 18.802 1.502.997 106.055
3.448.210
38.879 115.950 666 11.575 1.552 2.660 18.802 672.986 105.389 11.365 207.582 31.565 2.918.472 77.724 3.126.054 211.753 109.289 16.882 278.558 1.477 474.913 9.880 58.164 533.077 391.052 1.064.038 2.798 118.748
8.848 3.473
2.964
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Resduos de macaba
A macaba uma palmcea que vem recebendo crescente ateno devido a seu potencial de produo de leo, alimentos e fibras. Est amplamente distribuda no Brasil concentrando-se principalmente em Minas Gerais, Gois, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piau, Tocantins e Cear. Em Minas Gerais j explorada para produo de leos para fins diversos. Estima-se que a populao de palmeiras de macaba existentes em trs reas com tradio no uso naquele Estado podem produzir 120 mil toneladas de frutos (LORENZI et al., 2010). O coco de macaba composto pelo epicarpo (casca, representando em torno de 20% do peso seco do fruto; mesocarpo, ou polpa, contendo material fibroso e leo, com peso em torno de 42% do peso seco do fruto; e endocarpo (38% do peso do fruto), composto pelo tegumento (7% do peso do endocarpo) e a amndoa (31% do peso do endocarpo), rica em leo de qualidade superior (HIANE et al., 2005). As cascas, a polpa seca aps a extrao do leo e o tegumento do endocarpo apresentam grande potencial para produo de briquetes e pletes. Especialmente o tegumento, que por ser muito denso, vem sendo utilizado para produo de carvo ativado. O endocarpo tem um poder calorfico superior de 5.152 kcal/kg (VILAS BOAS et al., 2010).
Gramneas forrageiras
As gramneas forrageiras podem ser uma importante fonte de biomassa para produo de briquetes e pletes, pois esto presentes em todas as regies do pas. Dos 30% de terras do territrio nacional dedicados agricultura, 70% so ocupados por pastagens. A finalidade primria das forrageiras a alimentao animal, devido predominncia dos sistemas de produo de gado de forma extensiva. (NASCIMENTO et al., 2003).
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Por outro lado, o excesso de biomassa gerado em determinada rea pode ser usado para a gerao de energia. A rea de produo de sementes de forrageiras no Brasil est estimada em 140 mil hectares por ano, com uma produtividade de cerca de 20 toneladas de massa seca/ha. Considerando tais valores h disponibilidade anual mdia de 2,8 milhes de toneladas de biomassa. Um sistema combinado, por exemplo, no qual se fizesse a separao mecnica das folhas e talos, utilizando-se as folhas para alimentao animal e os talos para gerao de energia certamente agregaria valor significativo ao sistema produtivo. As forrageiras predominantes no Brasil so: do gnero Brachiaria, que produzem em torno de 10 toneladas de massa seca/ha/ano as variedades de Panicum maximum, que podem produzir acima de 50 toneladas de massa seca/ha/ano o capim-elefante, com at 90 toneladas de massa seca/ha/ano. O poder calorfico superior dessas biomassas varia entre 3.750 e 4.163 kcal/kg de massa seca da planta inteira. Outra forrageira relevante seria a leguminosa Stilosanthes, com poder calorfico acima de 4.000 kcal/ kg (MIRANDA et al., 2010).
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Figura 5: Etapas pelas quais passa a matria-prima at sua transformao em briquetes ou pletes. (NILSON et al., 2011).
Pr-tratamento da matria-prima
A matria-prima que vai ser compactada pode requerer um prtratamento antes de ser introduzida na prensa ou na extrusora. Dependendo das condies iniciais, pode ser necessrio tritur-la para diminuir o tamanho das partculas ou sec-la para reduzir o teor de umidade. Somado a isso, para melhorar o desempenho energtico do equipamento de compactao, pode ser instalado um sistema de pr-aquecimento da matria-prima. Uma planta de briquetagem ou de peletizao pode, portanto, estar equipada com trituradores, moinhos e secadores.
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Triturao
A biomassa que vai ser empregada para a produo de pletes ou briquetes pode estar em tamanho que seja incompatvel com o equipamento de compactao, sendo assim necessria a triturao para reduo do tamanho. A indicao do equipamento para a triturao deve ser feita observando a quantidade de massa a ser triturada, o tamanho da matria-prima de entrada e o tamanho de partcula ideal para cada tipo de equipamento de compactao. Dependendo ainda das condies em que a biomassa se encontra, podem ser necessrias operaes que antecedam a triturao. O ideal que a biomassa antes de ser submetida triturao esteja previamente seca. Caso o teor de umidade do material esteja elevado (por exemplo, no processamento de biomassa verde), pode existir a necessidade de secagem em estufas ou mesmo ao sol. O resultado do processo de triturao geralmente so pequenas partculas da biomassa original, de consistncia prxima ao p ou pedaos de alguns centmetros. A partir desse resultado, o operador deve decidir se h ou no necessidade da moagem posterior para diminuir o tamanho das partculas considerando o processo e o tipo de briquete ou plete que se almeja. Dependendo da caracterstica fsico-qumica do material de entrada, pode-se obter na sada do triturador um material seco e quebradio ou um material levemente pastoso. Nesse ltimo caso, no recomendvel que a biomassa mida e triturada seja armazenada em condies de temperatura ambiente. Essa massa vegetal deve ser submetida imediatamente aos processos subsequentes, especialmente secagem, para evitar a degradao por ao de microrganismos ou condies climticas, levando alterao das caractersticas qumicas e fsicas.
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Secagem
O teor de umidade uma varivel importante no processo de compactao. Se, por um lado, a gua facilita a gelatinizao do amido, fragmentao de protena, solubilizao de fibras durante a densificao, o excesso da mesma pode levar compactao e entupimento na alimentao do maquinrio. Estudos mostram que o teor de gua ideal, para a maioria das biomassas, est entre 5-10%, pois resulta em um produto mais denso, estvel e durvel do que briquetes compactados com teores de gua acima dos 15%. No entanto, outros estudos sugerem teores de umidade entre 15 e 23% para produtos como serragem e palha de trigo (DEMIRBAS et al., 2004). A secagem no normalmente necessria para materiais como casca de caf, de amendoim e de arroz. Para matrias-primas midas, como a palha de coco, bagao de cana, capim, a secagem, torna-se essencial e pode ser efetuada utilizando os gases de combusto do praquecimento do fluido trmico, fornalha ao ar livre ou qualquer outra tcnica que reduza o teor de umidade. Os secadores empregados para biomassa so do tipo direto e indireto. Nos secadores diretos o ar quente ou os gases, so intimamente misturados com os materiais e nos indiretos o calor transferido para os materiais atravs de superfcies metlicas sem a mistura com os fluxos de ar ou de gases quentes. Secadores indiretos so normalmente menos eficientes e requerem grande rea de transferncia de calor fazendo com que os equipamentos se tornem mais volumosos e caros do que os diretos. Existem vrias tcnicas de secagem para reduzir o teor de umidade, desde a simples e econmica secagem ao sol at sistemas mais sofisticados como o forno rotatrio. A escolha por um dos sistemas depende de avaliaes econmicas. Os sistemas mais sofisticados garantem secagens rpidas e controladas, mas influenciam
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consideravelmente nos custos de investimentos e se justificam apenas para grandes volumes de produo. Para a secagem da biomassa a ser briquetada ou peletizada normalmente se utilizam secadores rotativos ou tipo flash. Os secadores rotativos podem ser diretos ou indiretos, so altamente confiveis, mas tendem a ser mais caros do que secadores tipo flash, especialmente para capacidades inferior a 3-4 toneladas por hora. A Figura 6 apresenta a representao de dois tipos de secadores, o flash e o rotativo. Os secadores tipo flash so do tipo direto e so mais adequados para a secagem da biomassa, desde que cuidados sejam tomados para evitar acmulos dentro do sistema. Isso pode ser facilmente alcanado por meio do controle da temperatura e velocidade de fluxo de vapor quente. Se tais cuidados no forem tomados, como o material altamente combustvel, incndios podem ocorrer no secador.
Rotativo
Flash
Figura 6: Secador do tipo rotativo e flash. (FERNANDES et al., 2009; GEA PROCESS ENGINEERING INC., 2012).
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Moagem
O tamanho de partculas muito importante para determinar a qualidade e durabilidade de um plete ou briquete. Quanto menor for o tamanho de partcula, menor ser a porosidade do produto final e, portanto, maior ser a sua densidade. A baixa porosidade do plete ou briquete pode, entretanto dificultar a queima devido ao menor nmero de espaos livres para difuso de calor. Sendo assim, a taxa de combusto dos produtos muito densos ser menor e maior o perodo de combusto. Se o processo de triturao for pouco eficiente (ou no existir) a matria-prima pode constituir-se de partculas de grandes dimenses que ao entrar na compactadora, podem causar atolamento do material. Ou ainda, o material particulado pode produzir vapor dgua devido alta temperatura decorrente do cisalhamento no interior do equipamento, resultando na formao de grumos e, consequentemente ao atolamento dentro da matriz1 de compactao. Em casos como esse, a moagem se faz necessria e o tamanho de partcula final dever ser ajustado de acordo com o equipamento empregado no processo de compactao. Estudos mostram que a condio ideal a presena de partculas de diferentes tamanhos, pois isso possibilita a melhora no empacotamento das partculas e contribui para a alta resistncia dos briquetes e pletes. Uma distribuio ampla de tamanho de partculas promove a incorporao das partculas pequenas pelas partculas de maior dimenso. Entretanto, partculas muito finas, com tamanho inferior a 1 mm, no so adequadas para uma extrusora de rosca, porque so menos densas, mais coesas e pouco fludas. Exceto materiais que possuem pequeno tamanho de partcula, como serragem e casca de arroz, todos os outros materiais devem ser
1 Matriz: canal molde por onde o briquete ou plete adquire sua forma atravs da compactao da biomassa.
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reduzidos a 6-8 mm de tamanho com cerca de 10-20% de finos para se obter bons resultados de briquetagem. As condies de processamento devem ser alteradas para se adequar s exigncias de cada biomassa particularmente. Durante a moagem ocorre a quebra das partculas, e tambm da lignina, aumentando a rea de contato, e proporcionando, ligaes mais fortes aps a compactao e, consequentemente um produto mais resistente. Embora muitos tipos de equipamentos para reduo de tamanho de partculas de biomassa estejam disponveis no mercado, os moinhos de martelos so os mais empregados (Figura 7). Isso no exclui outras formas de reduo de tamanho de biomassa como o moinho de facas, de esferas ou mesmo o picotador/triturador, desde que leve ao tamanho de partcula desejado. Alimentao
Produto modo
Figura 7: Corte transversal de um moinho de martelos (UNIT OPERATIONS IN FOOD PROCESSING, 2012).
Na indstria, a manuteno dos moinhos uma tarefa rotineira e pesada, no sendo aconselhvel a operao dessas mquinas por mais
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de 20 horas por dia. Alguns moinhos de martelos so simtricos, de modo que a direo do rotor pode ser invertida, o que proporciona a operao por um tempo maior de sem manuteno. O tamanho das partculas de sada regulado pela folga entre a extremidade inferior dos martelos e as aberturas posicionadas abaixo do rotor.
Classificao
A classificao da matria-prima essencial para materiais como serragem, que podem conter pedaos de madeira de vrios tamanhos. A classificao feita por peneiramento, usando telas metlicas, que esto disponveis em vrios tipos e tamanhos. As peneiras devem ser do tipo fechado para evitar problemas de poeira e de preferncia com um arranjo de autolimpeza para no haver obstruo dos furos e com isso, reduo de eficincia no peneiramento. Vrios tamanhos de malha de telas podem ser usados, dependendo do tipo de material a ser peneirado. Para serragem, por exemplo, uma tela de abertura 10 mm pode ser utilizada; para casca de caf, de arroz e de amendoim, telas com diferentes tamanhos podem ser empregadas para retirar os materiais estranhos tais como pedras e peas de ao etc., evitando assim a contaminao do material de interesse. importante que estas peneiras sejam maiores do que a mdia das partculas para evitar obstruo e atrasos no processo. A tela vibratria pode tambm atuar como um controle de alimentao por gravidade para um moinho ou um secador. Para instalaes superiores a cinco toneladas por hora, peneiras rotatrias podem ser empregadas.
Pr-aquecimento
A temperatura da alimentao aumentada geralmente para ativar os ligantes naturais, como a lignina, ou aqueles adicionados biomassa, tais como o amido ou mesmo o alcatro vegetal. O pr-aquecimento
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promove a deformao de partculas termoplsticas, que por sua vez promovem as ligaes permanentes. Dessa forma, o pr-aquecimento feito para que produtos mais resistentes sejam obtidos. O aumento de temperatura da alimentao pode ser feito diretamente ou indiretamente. O aquecimento direto inclui frico, aquecimento em leito fluidizado ou acondicionamento a vapor. O aquecimento indireto inclui aquecimento com resistncia eltrica ou trocadores de calor com leo trmico. Considerando a natureza combustvel da matria-prima, ela pode ser propensa combusto espontnea ou decomposio pelo aquecimento. Sendo assim, a temperatura mxima no pr-tratamento deve estar restrita a faixa de 250 a 300C de modo a evitar danos biomassa. Uma vez que as fibras so amolecidas pelo aquecimento, a queda na resistncia da compactao resulta na reduo da presso necessria para o adensamento e das foras friccionais que levam diminuio de cisalhamento entre as partes em contato, especialmente quando se usa rosca extrusora. Alm disso, fibras mais maleveis aumentam a produtividade do equipamento, devido maior fluidez do processo. O pr-aquecimento promove um efeito que no conseguido no aquecimento durante a compactao, pois quando as fibras esto soltas (sem presso), elas podem se expandir e se emaranhar melhor durante o processo de compactao, promovendo assim um briquete ou plete mais durvel. Esse processo de expanso no possvel se o material estiver sob presso. Somado a isso, com o material j aquecido durante a secagem, por exemplo, parte da energia que seria empregada para o aquecimento da matria-prima reduzida durante o processo de compactao e tambm h a reduo de fungos e bactrias no produto final.
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Tal processo tem se mostrado essencial quando se emprega compactao via extruso e para alguns resduos como, por exemplo, a casca de arroz, pois melhora a fluidez desse material no equipamento. No entanto, imperativo que o equipamento tenha um sistema de aquecimento apropriado de acordo com a matria-prima. Tal sistema deve ser avaliado antes de escolher o equipamento ou processo mais adequado de pr-tratamento. Diante do que foi exposto, vrias so as vantagens do praquecimento, citando-se entre elas: O aumento da densidade final do produto. O aumento da resistncia do produto final. A reduo da energia requerida para processar cada kg de produto formado no processo de briquetagem ou de peletizao.
Armazenamento de matria-prima
A situao ideal em um processo de briquetagem que a fonte geradora do insumo esteja prxima planta de briquetagem, para que no haja gastos com transporte. Caso isso no seja possvel, uma rea de armazenagem apropriada deve ser providenciada para evitar a decomposio da biomassa. Geralmente a biomassa de alimentao muito leve, com densidades variando de 50 a 180 kg/m e, devido natureza volumosa, normalmente armazenada em campo aberto para garantir a aerao natural. Em se tratando de regies ou perodos do ano em que h chuva constante, a biomassa deve ser armazenada em silos ou coberta por plsticos ou lonas impermeveis sob um galpo ou cobertura, de modo que os efeitos de ventos sejam minimizados.
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Figura 8: Alimentador de caneca (esquerda) e de parafuso (direita) (JMS BARROSO EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, 2012).
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A capacidade de carga desses alimentadores deve ser pelo menos de 15 a 20% mais elevada do que a de produo dos briquetes/pletes, cuidado essencial para que no falte alimentao para a mquina. O excesso de material descarregado para um alimentador de retorno que transporta o material de volta para o compartimento intermedirio. Se a planta for construda para processar vrios materiais, aconselhvel que o alimentador esteja equipado com um variador de velocidade. Esse ajuste vai garantir o fornecimento consistente e constante para as mquinas de briquetagem.
Alimentador de retorno
A funo deste alimentador de retorno transportar o material em excesso, no utilizado pelas compactadoras, de volta para o compartimento de armazenagem intermedirio. Pode ser qualquer transportador areo padro ou um transportador inclinado de descarga na poro superior do recipiente intermedirio.
Prensa peletizadora
A prensa peletizadora consiste em um ou mais rolos que giram contra uma matriz dotada de vrios furos de pequeno dimetro. A matriaprima colocada entre o rolo e a matriz e a passagem do rolo provoca a extruso do material atravs dos furos (Figura 9). Ao sair da matriz, os pletes so cortados com uma faca posicionada na sada dos
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Figura 9. Modelo de peletizadoras de matriz cilndrica (esquerda) e matriz plana (direita) (TUMULURU et al., 2011; GAVIRIA, 2012).
Prensas briquetadeiras
h dois tipos de prensas para produo de briquetes: as que atuam por presso e as que atuam por extruso. Os briquetes obtidos em cada um dos tipos tm diferenas morfolgicas e mecnicas, que sero discutidas mais adiante.
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permitir a condensao do vapor, pois caso contrrio, a presso do vapor pode provocar fissuras superficiais que fragilizam os briquetes. As prensas de pisto so normalmente movidas por energia eltrica e dotadas de volante, o qual transmite o movimento ao pisto por meio de uma biela. O volante serve para compensar as flutuaes na demanda de energia, acumulando energia nos perodos de mnima demanda (retorno e alimentao) e descarregando-a nos perodos de mxima demanda. (FILIPPETTO, 2008) Prensas mecnicas de pisto tem um tempo de vida longo e baixo consumo de energia. Podem ser usadas com uma ampla gama de biomassas como, por exemplo, bagao de cana-de-acar, casca de arroz, casca de amendoim, caule de algodo, caule e casca de girassol, resduos de serraria entre outros. Entretanto, as prensas de pisto requerem muita manuteno e os briquetes, dependendo das caractersticas finais, no podem ser carbonizados, pois no tm a resistncia mecnica apropriada para manterem sua estrutura aps a carbonizao (CHEN et al., 2009).
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Prensa de rolos
Prensa de rolos consiste de dois rolos do mesmo dimetro, girando horizontalmente em direes opostas em eixos paralelos. Um desses rolos pode ser regulvel, o que possibilita o ajuste para aumento ou diminuio do dimetro do briquete. Normalmente, a prensa de rolos est equipada com um funil com abas inclinadas por onde a biomassa alimentada. Essa alimentao pode ser feita por gravidade ou por um sistema de rosca sem fim que fora a passagem da matria-prima por entre os rolos, sendo esta ltima mais empregada quando se buscam maiores produtividades. A biomassa compactada forada a passar pela abertura entre os rolos obtendo-se assim pequenas bolsas, que o produto adensado. Como a rotao dos rolos ocorre em direes opostas, a biomassa moldada em um lado e o produto densificado descarregado no lado oposto, conforme apresentado na Figura 11. A distncia entre os dois rolos, chamada de lacuna, depende de muitos fatores, tais como o tipo de biomassa, o tamanho de partcula, o teor de umidade e a adio de ligantes.
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H pouco contato entre o mbolo e a biomassa e, portanto, o desgaste do equipamento consideravelmente reduzido. Somado a isso, um dos sistemas que menos consome energia o que reduz o custo da briquetagem. Entretanto, o produto menos denso, o que pode ser invivel se a carbonizao for desejada.
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estocagem dos briquetes. A forma poligonal (hexagonal) tambm impede que a biomassa gire junto com a rosca, evitando assim atritos no desejados. Por esta razo, quando a seo da matriz circular, na sua parede interior so geralmente escavados pequenos canais paralelos ao eixo de extruso, os quais guiam a biomassa em movimento retilneo. Existem basicamente trs tipos de prensas de rosca: Prensa com rosca cnica. Prensa com rosca cilndrica e matriz aquecida. Prensa com rosca dupla. As vantagens da extrusora de rosca so a alta qualidade do briquete (melhor armazenamento e ignitibilidade) e operao com baixos rudos. A desvantagem o alto cisalhamento da rosca e o alto consumo de energia eltrica.
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de fuga preferencial no furo central dos briquetes em extruso. Essas compactadoras requerem uma chamin para a coleta da fumaa (ERIKSSON; PRIOR, 1990).
Figura 13. Prensa de rosca com matriz aquecida (BHATTACHARYA et al., 1989).
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As vantagens e desvantagens da tecnologia de extruso por rosca so: Vantagens: A sada do briquete contnua e uniforme em tamanho. A superfcie exterior do briquete fica parcialmente carbonizada, o que facilita a ignio e combusto. Essa superfcie torrada tambm protege os briquetes da umidade do ambiente. O furo concntrico do briquete ajuda na combusto por permitir a circulao de ar. A mquina mais leve se comparada com uma prensa de pisto. As peas e o leo usado na mquina esto livres de poeira ou de contaminao de matria-prima.
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Desvantagens: O consumo de energia da mquina elevado em comparao a da prensa de pisto. O maior problema de manuteno destas prensas o desgaste da rosca, por causa do carter abrasivo da biomassa e das elevadas velocidades relativas entre a rosca e as partculas.
Atrito nas partes de contato Sada de produto Consumo especfico de energia (kWh/t) Produtividade (t/h)
Alto Contnuo 16 a 75
Baixo Contnuo 37 a 77
2,5
5 a 10
0,5 a 2
"Continua..."
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Parmetros Densidade unitria (g/cm3) Densidade aparente (g/cm3) Frequncia de manuteno Desempenho na queima dos produtos
Temperatura
A temperatura de compactao exerce uma funo muito relevante nas propriedades finais do produto e no consumo energtico durante a compactao. Com o aquecimento, possvel obter produtos mais estveis com menor dimenso, se comparados com materiais de mesma composio, porm compactados sem aquecimento. Alguns estudos mostram que a temperatura mxima no deve ultrapassar 220C, porm essa temperatura depende da matria-prima, prtratamento, tempo e teor de gua.
Presso
A aplicao de presso pelos equipamentos de compactao nas partculas da biomassa favorece diferentes mecanismos de ligao. Em altas presses, os ligantes naturais, tais como amido, protena, lignina
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e pectina da biomassa so extrados das clulas vegetais, contribuindo assim para a interligao e coeso das partculas. Normalmente, o efeito da presso estudado em laboratrio, utilizando um conjunto de molde e de mbolo, onde a presso aplicada biomassa por uma mquina de ensaio universal ou prensa hidrulica. Por meio desses experimentos, verifica-se o efeito dos ligantes naturais existentes na matria-prima.
Teor de umidade
Dependendo do tipo de matria-prima e do processo de compactao existe uma faixa de teor de umidade na qual o material pode ser briquetado ou peletizado adequadamente. Umidade em excesso pode provocar exploses devido formao de vapor, mas a matria-prima muito seca dificulta os mecanismos de ligao entre as partculas. Diversos estudos recomendam que o valor timo de umidade deve estar entre 5 e 10%, conforme salientado anteriormente.
Utilizao de aglutinantes
Os aglutinantes (adesivos, colas ou ligantes) funcionam como adesivos entre as partculas e so utilizados quando o material a ser aglomerado no possui, aps a compactao, resistncia compresso e ao
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impacto. Os briquetes produzidos com aglutinantes so normalmente comprimidos a baixas presses, de modo a evitar uma nova fragmentao das partculas. A lignina, as protenas, amido, gorduras e carboidratos solveis so adesivos naturais da biomassa. A presena desses compostos justifica no utilizar aglomerantes artificiais para a briquetagem ou a peletizao. Entretanto, caso a matria-prima tenha deficincia desses compostos, h a necessidade da adio do ligante. Quando a resistncia e a durabilidade dos briquetes ou pletes no esto de acordo com os padres de qualidade ou com os requisitos de mercado, os ligantes so adicionados mistura de alimentao na faixa de 0,5-5% (em peso) para aumentar a resistncia mecnica ou para minimizar as variaes de qualidade do compactado. O tipo e a quantidade de aglutinante necessrio produo de briquetes ou pletes com boa resistncia mecnica depende, entre outros fatores, da qualidade do material a ser compactado e do prprio aglutinante. No entanto, os principais fatores para determinar o tipo e a quantidade de aglutinante so a superfcie da matria-prima a ser aglutinada e a quantidade de partculas finas ou grossas presentes. Outro fator importante a umidade do material antes da adio do aglutinante. A umidade ideal depende do material e do tipo de aglutinante utilizado, alm de influenciar o valor da presso a ser aplicada. Para estabilizar e otimizar a umidade nos briquetes e pletes importante que sejam tomados cuidados especiais com o controle do processo. O ajuste da quantidade de gua na mistura torna-se ainda mais importante quando se aglomera materiais termoplsticos e tambm quando so utilizados aglutinantes solveis em gua. Um ligante pode ser um lquido ou slido que forma uma ponte fsica ou provoca uma reao qumica para promover a ligao entre as
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partculas. Pode agir ou ser ativado (amolecido) sob altas presses e na presena de gua (como, por exemplo, sais e carboidratos solveis em gua) e, em alguns casos, com o aumento da temperatura (como por exemplo, lignina, protena, amido e gordura). Quando a presso removida e o ligante resfria e endurece, estabelecendo pontes entre as partculas, tornando o produto resultante mais durvel. (KALIYAN; MOREY, 2009) Em princpio, muitos materiais podem ser utilizados como aglutinantes, sendo a escolha feita geralmente em funo do custo e da qualidade final desejada. O estudo do melhor material ligante de fundamental importncia no processo de compactao, mas geralmente a escolha feita dependendo do uso final, da baixa emisso de fumaa ou, no caso de exportao, da legislao do pas destinatrio. Em alguns pases europeus, por exemplo, a adio de ligantes proibida. Na ustria, apenas 2% (em peso) de aditivos biolgicos ricos em amido (por exemplo, milho e farinha de centeio) so permitidos para produo de aglomerados de madeira. O aglutinante tambm no deve prejudicar as caractersticas energticas do briquete, quer diminuindo o rendimento calorfico, quer aumentando o teor de volteis e cinzas, ou mesmo, ser usado em propores que o custo inviabilize economicamente a produo de briquetes ou de pletes. Mais de 50 ligantes orgnicos e inorgnicos tm sido empregados na densificao, sendo os mais comuns no Brasil: amido de milho, fcula de mandioca, resinas sintticas, alcatro vegetal e melao de cana-deacar. O carvo vegetal por ter passado pelo processo de carbonizao tem baixa concentrao de ligantes naturais e necessita de uma carga extra de ligantes para produzir bons briquetes. Esses briquetes, quando usados na siderurgia, devem usar ligantes que alm de garantir alta
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Cortador de briquete
Para cortar os briquetes no comprimento desejado, h duas tcnicas: Corte automtico com lmina circular: corta o produto em comprimento uniforme de extremidades lisas antes que ele caia no transportador de resfriamento. Procedimento interessante se os briquetes forem embalados em pequenos feixes (6-10 unidades) para venda no varejo. Quebra do produto em contato com uma obstruo lisa e inclinada, gerando briquetes com comprimentos bastante uniformes, mas de bordas irregulares; se bordas lisas forem necessrias, duas lminas gmeas podem cortar ambos os lados simultaneamente. Isso, no entanto, resulta na produo de rejeitos sob a forma de pequenos cortes de extremidade, que podem ser queimados em fornos, lareiras ou churrasqueiras. Dependendo o caminho percorrido pelo briquete at chegar sada, ele pode sofrer a quebra por si s, dispensando os aparatos apresentados acima. A vantagem desse processo a reduo no consumo de energia e do custo da instalao de outros aparatos, com a desvantagem do briquete ter uma forma irregular.
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ser uma esteira de ao perfurada ou um trilho como apresentado na Figura 15, que ao transportar o briquete at a rea de embalagem, faz com que a sua temperatura diminua, possibilitando o seu embalamento, sem risco para o embalador. A largura desse trilho ou esteira aberta deve ser pelo menos 30% maior do que o mximo comprimento dos briquetes. O comprimento do transportador deve ser de, no mnimo de 5 metros, mas comprimento maior pode ser necessrio, dependendo da proximidade do armazenamento e de embalagem da rea das prensas de briquetagem. A regulagem do tamanho e da velocidade da esteira pode ser regulada de modo a deixar o briquete por menos ou mais tempo exposto temperatura ambiente, proporcionando assim o seu resfriamento.
Figura 15. Trilho para conduo dos briquetes produzidos (cortesia LRC Madeiras).
Fonte: Irmos Lippel & Cia Ltda.
Sistema de Exausto
Durante a formao na prensa, os briquetes produzidos a partir de extrusora de parafuso tm a sua superfcie parcialmente pirolisada, o que confere caractersticas hidrofbicas, resultando em boas propriedades de armazenamento. Porm este processo emite gases volteis indesejveis que podem produzir efeitos irritantes aos operadores em caso de produo em locais fechados.
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A fim de manter o ambiente de trabalho dentro das normas de segurana do trabalho para os trabalhadores, um sistema de exausto se faz necessrio na sada da mquina e em parte do transportador de arrefecimento. A quantidade de fumaa muito pequena (menos de 0,02 % de produo, em peso), mas devido temperatura elevada, o volume grande o suficiente para criar incmodo. , por conseguinte, desejvel passar esses vapores por condensadores antes de serem lanados na atmosfera. Um sistema simples de exausto apresentado na Figura 16. A gua contaminada, resultante da condensao dos vapores exalados pelos briquetes pode voltar ao processo atravs da asperso sobre a biomassa armazenada, mas em quantidade suficiente para no encharc-la. (GROVER; MISHRA, 1996)
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Forma e tamanho
Os briquetes podem ser preparados em diferentes formatos (retangular, ovoide, cilndrico, tetradrico, travesseiro entre outros) e tamanhos, de acordo com o tipo de compactadora utilizada (Tabela 15). O mesmo se aplica para os pletes, especialmente na rea alimentcia em que os formatos so bastante variados. A principal diferena entre os pletes e os briquetes, entretanto, est nas dimenses. Os pletes, normalmente, tm dimetro entre 6 e 16 mm e comprimento de 25 a 30 mm, enquanto os briquetes tm dimetro entre 50 e 100 mm e comprimento entre 250 a 400 mm. Porm esses valores podem variar, de acordo com a demanda do cliente, ou mesmo para atender especificaes internacionais.
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Tabela 15. Formatos mais comuns de briquetes e o tipo de compactadora que gerou esse formato. (Adaptado de TEMMERMAN et al., 2006) Tipo de compactadora Extrusora Formato
Extrusora
Cmara Pisto
Pisto
Prensa de rolo
Pisto
Pisto
Resistncia mecnica
Pletes tm menor tendncia de sofrer quebras devido a quedas, se comparados aos briquetes. Entretanto, deve ser feito um estudo contemplando a capacidade mxima de empilhamento para ambos, considerando constituintes do compactado (biomassa, adesivo), condies de operao (temperatura, presso) e a embalagem, para determinar a altura mxima de empilhamento.
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Figura 17. Ilustrao da biomassa antes e aps a briquetagem. (FLORES et al., 2009)
Teor de Umidade
Na gerao de energia a partir da biomassa, um parmetro que deve ser controlado o teor de umidade no produto final. Quanto menor a umidade maior ser a produo de calor por unidade de massa, pois parte da energia liberada na combusto gasta na vaporizao da gua. Se o teor de umidade for muito varivel, poder dificultar o
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processo de combusto, havendo necessidade de constantes ajustes no sistema. A literatura sugere um teor de umidade de 15-20% para a queima, visto que os valores superiores reduzem o valor do calor de combusto, a temperatura da cmara de queima e a temperatura dos gases de escape (GONALVES et al., 2009). Valores de umidade acima de 15% podem levar quebra do briquete ou degradao biolgica durante o transporte e armazenamento. Por outro lado, baixo teor de gua (<5%) pode resultar em perda de material, bem como a sua quebra, gerao de finos durante o transporte e armazenamento. Embora a umidade do briquete seja influenciada pelo contedo de umidade da biomassa de origem no momento de fabricao, por se tratar de um material higroscpico, o produto densificado tambm pode ter sua umidade alterada quando no for armazenado em embalagens que vedem a absoro de umidade.
Densidade aparente
Densidade um parmetro importante na compactao: quanto maior a densidade, maior a razo energia/volume. Somado a isso, produtos de alta densidade so desejveis em termos de transporte, armazenamento e manuseio. Existem dois tipos de densidade aparente: a densidade de um briquete ou plete nico e a densidade de um aglomerado de briquetes ou pletes, tambm chamada densidade a granel. A primeira importante no controle de qualidade do produto, enquanto a segunda relevante para transporte, armazenamento e venda dos briquetes e dos pletes. A densidade dos compactados depende da densidade do resduo lignocelulsico de origem, da presso de briquetagem ou de peletizao e, em certo grau, do tempo e temperatura de processamento (DERMIBAS et al., 2004). Geralmente os materiais com maior umidade
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e tamanhos de partculas maiores tendem a reduzir a densidade do produto final, enquanto que as temperaturas e presses de processo mais elevadas aumentam a densidade dos produtos. Por sua vez, a densidade a granel depende da forma de embalagem, acondicionamento e empilhamento. Densidade a granel baixa tem efeito negativo sobre a densidade energtica da pilha ou aglomerado e, por conseguinte, tambm sobre os custos de transporte e da capacidade de armazenamento, tanto para o produtor do briquete ou do plete como para o consumidor final. Em geral, a densidade aparente dos briquetes varia entre 500 e 1200 kg/m3, enquanto a dos pletes vai de 500 a 750 kg/m3. A densidade a granel dos briquetes dificilmente excede 500 kg/m3, mas ainda significativamente maior que a densidade a granel da biomassa bruta no adensada.
Ignitabilidade
A ignitabilidade do material compactado, que pode ser definida como a capacidade do material em iniciar a combusto, menor que o da biomassa seca que o originou, tendo em vista a reduo de rea superficial resultante da compactao. Observaes qualitativas tambm tm demonstrado que medida que a densidade e a umidade dos briquetes aumentam, a ignitabilidade diminui, o que pode dificultar o processo de combusto (DERMIBAS; SAHIN-DERMIBAS, 2009). Entretanto, a biomassa de origem, o tempo de briquetagem e presso de compactao tambm so fatores de grande importncia na remoo de gua e na coeso e, em consequncia, no tempo de ignio (DERMIBAS et al., 2004). Os briquetes produzidos em extrusora apresentam uma camada externa queimada pelo aquecimento, o que o torna mais hidrofbico. Essa caracterstica tambm facilita a ignitabilidade dos briquetes, em funo da reduo no teor de umidade.
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Poder calorfico
Define-se poder calorfico como a quantidade de energia na forma de calor liberada pela combusto de uma unidade de massa do material em anlise. No Sistema Internacional de Unidades o poder calorfico expresso em joules por grama ou quilojoules por quilo, mas pode ser expresso em calorias por grama ou quilocalorias por quilograma. O poder calorfico divide-se em superior e inferior. O poder calorfico superior (PCS) aquele em que a combusto se efetua a volume constante e no qual a gua formada durante a combusto condensada e o calor que derivado desta condensao recuperado. O poder calorfico inferior (PCI) a energia efetivamente disponvel por unidade de massa de combustvel aps deduzir as perdas com a evaporao da gua (BRIANE et al., 1985). Como referncia, a FAO prope que o valor calorfico da madeira, em MJ/kg, e da maior parte dos resduos agroflorestais pode ser calculado usando a seguinte frmula: Poder calorfico superior (PCS) = 20,0 x (1 - A - M) (em MJ/kg), em que A o teor de cinzas e M o teor de umidade do combustvel, medidos na prtica. O poder calorfico inferior ou lquido (PCI) leva em conta a energia no recuperada a partir do vapor de gua residual, a partir da oxidao do contedo de hidrognio. muitas vezes utilizado para fins de referncia, especialmente em aplicaes industriais. Na madeira e na maioria dos resduos agroindustriais, o teor de hidrognio cerca de 6% por peso em base seca e sem cinzas, o que significa que a frmula acima poderia ser alterada como se segue: Poder calorfico inferior (PCI) = 18,7 x (1 A) - 21,2 x M (em MJ/kg)
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Exemplo: A casca de arroz com um teor de umidade (M) de 15% e um teor de cinzas (A) de 20% tem os seguintes valores calorficos de acordo com a frmula acima: PCS = 20,0 x (1 - 0,2 - 0,15) = 13,0 MJ/kg (ou 3,1 kcal/kg) PCI = 18,7 x (1 0,2) 21,2 x 0,15 = 11,8 MJ/kg (ou 2,8 kcal/kg) Para materiais com baixos teores de cinzas e teor de umidade entre 10% e 15%, isto , a maioria dos briquetes de madeira e resduos agroindustriais, os valores resultantes calorficos so encontrados na faixa de 17-18 MJ/kg (PCI: 15,4-16,5 MJ/kg) (FAO, 2012a). Segundo Quirino (1991), os briquetes possuem no mnimo cinco vezes mais energia que os resduos que os originaram, sendo que o seu poder calorfico superior ao da lenha. Sobre os aspectos abordados acima, a Tabela 16 apresenta um quadro comparativo entre diversos briquetes de madeira e a lenha.
Tabela 16. Comparao entre diversos briquetes e a lenha. (VANTAGENS, 2012). Maravalha e Maravalha e Maravalha e Lenha p-de-serra Casca de Algodo p-de-serra Matria-prima p-de-serra comercial de Madeira Arroz (resduos) de Eucalipto de Pinus de Lei Poder calorfico (kcal/kg) Peso a granel (kg/m) Peso especfico (kg/m) Umidade (%) 3.800 650-700 1100 11 4.300 650-700 1100 12 4.400 700-750 1170 9 4.800 700-860 1200 12 4.500 1.700-2.500 700-780 1180 11 350-400 600 25-45
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Resistncia umidade
Exposio por curto perodo chuva ou a condies de alta umidade podem afetar negativamente a qualidade de pletes e briquetes. Quando os produtos so obtidos sem a utilizao de ligantes so, geralmente, resistentes umidade, mas quando a compactao ocorre na presena de ligantes solveis gua como, por exemplo, amido, ou contm muitos materiais porosos, a presena de umidade pode fragilizar o briquete. A necessidade da resistncia gua depende principalmente do giro de estoque, do tipo de embalagem, do local e do tempo de armazenagem. A maioria dos fabricantes de briquetes para churrasqueira vende seus produtos em embalagens fechadas para diminuir ou eliminar o contato com a umidade. No entanto, fabricantes de briquetes para uso industrial tm que tornar seus produtos resistentes umidade para suportar transporte em carrocerias descobertas ou parcialmente cobertas. Nesses casos, sugere-se que se utilizem ligantes prova de gua, como resinas, de modo a reduzir o dano causado pela umidade (RICHARDS, 1990).
Durabilidade
O ndice de durabilidade um parmetro de qualidade definido como a capacidade de materiais densificados em permanecer intactos quando manuseados ou durante o armazenamento e transporte. (TUMULURU et al., 2011). Experimentalmente avaliada pela perda de massa do briquete ou plete submetido a uma condio de turbulncia em diferentes tempos. Em briquetes, utiliza-se o mtodo de Tamboreamento, em que se avalia diferena entre a massa inicial e final de um briquete submetido a um teste em um tambor rotativo conforme a norma ASAE S 269.4, ou a norma NORM M 7135 para briquetes e pletes. (AMERICAN SOCIETY OF AGRICULTURAL ENGINEERS, 1996; STERREICHISCHE NORMEN, 2000)
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Uma srie de fatores impacta significativamente a resistncia e a durabilidade de briquetes e pletes. Os principais parmetros considerados relacionados matria-prima e processo so: Matria-prima: teor de umidade, tamanho de partcula, pr-condicionamento, composio qumica, adio ou presena de agentes ligantes. Processo: dimenses da matriz e a distncia entre a prensa e a matriz, temperatura, presso entre outras. A durabilidade uma propriedade que est intimamente ligada qualidade fsica de biocombustveis slidos, tais como briquetes e pletes. Ambos so susceptveis ao cisalhamento que pode levar formao de partculas finas durante o transporte, transbordo e armazenamento. Pode ocorrer a formao de poeira que prejudica a escolha do produto pelo consumidor e afeta a sade do trabalhador. Somado a isso, a poeira pode prejudicar os sistemas de alimentao de caldeiras e levar a combusto heterognea. Finalmente, a poeira pode contribuir para a combusto e risco de exploso durante manuseio, armazenamento, transbordo e transporte (TEMMERMAN et al., 2006).
Teor de cinzas
O teor de cinzas a percentagem em massa de cinzas aps a queima completa do briquete ou plete. A maioria dos resduos de biomassa tem baixo teor de cinzas, exceto a casca de arroz que pode conter at cerca de 25% de cinzas, devido ao alto contedo de slica da matriaprima. Altos teores de cinzas podem levar tambm corroso do queimador e a desgastes de todos os equipamentos por abraso, o que se torna mais crtico quando o teor de cinzas for superior a 4% (MANDE, 2009).
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origem dos resduos e no processo de fabricao. No entanto, essas normas ainda so uma proposta e, caso se tenha como alvo o mercado externo, as exigncias internacionais devem ser consideradas. A seguir so apresentadas as principais normas ou recomendaes, principalmente europeias, para avaliao de briquetes e pletes produzidos a partir de biomassa, especialmente resduos de madeira. Essas normas oficiais foram elaboradas e implementadas isoladamente em pases como ustria, Alemanha e Sucia, porm j h um movimento de uniformizao das mesmas em todo o continente europeu, atravs do Comit Europeu de Normalizao (CEN) conforme ser salientado adiante.
Alemanha
O Instituto Alemo de Normas, Deutsches Institut fur Normung - DIN, prope as seguintes normas para avaliao da qualidade de pletes e briquetes: DIN 51731: Teste para combustveis slidos, madeira compactada sem tratamento. Exigncias e testes. DIN EN 15270: Queimadores de pletes em pequenos aquecedores. Definies, exigncias, testes e caractersticas. DIN 66165: Procedimento para anlise de tamanho de partculas, anlise de peneiras. A norma DIN Plus, baseada na DIN EN 15270 estabelece padres para pletes de alta qualidade e contribuiu significantemente para o sucesso do mercado de pletes para aquecimento residencial na Alemanha. Hoje a mais importante certificao mundial de qualidade para pletes de madeira.
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ustria
NORM o Instituto Normativo Austraco e a norma padro a NORM M7135, que estabelece exigncias e especificaes para a madeira ou casca comprimida em seu estado natural para a formao de pletes e briquetes e tambm estabelece caractersticas para pletes no derivados de biomassa nem provenientes de madeira. Alm dessa norma, tambm so usadas as normas que tratam da logstica e armazenagem de pletes, M7136 e M7137, respectivamente. O Ministrio Federal do Meio Ambiente Austraco criou uma regra ambiental especial para os combustveis de biomassa, em que apenas so permitidas matrias-primas de madeira natural. As normas austracas e seus ttulos (traduzidos) so: NORM M 7135: Especificaes de pletes e briquetes de madeira com ou sem casca. NORM M 7136: Exigncias de qualidade para logstica e transporte de pletes. NORM M 7137: Exigncias de armazenamento para consumidores finais de pletes de madeira.
Sucia
A Sucia foi um dos primeiros pases a estabelecer a qualidade dos pletes na norma SS187120 (Swedish Standards - SS). Essa norma inclui trs categorias na qualidade dos pletes, dependendo dos parmetros considerados. A norma SS187121 trata exclusivamente de briquetes.
Itlia
A norma italiana CTI-R04/05 (Comitato Termotecnico Italiano - CTI) estabelece os parmetros de qualidade de pletes derivados de biomassa. A norma classifica os pletes nas seguintes categorias, dependendo de sua composio:
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A.1: Tronco de rvore decdua ou confera sem casca; madeira sem tratamento da indstria de processamento de madeira; madeira notratada e madeira sem casca depois de ter sido usada; ou mistura desses materiais. A.2: Materiais no includos na categoria A.1; biomassa herbcea no tratada; ou mistura desses materiais. A.3: Materiais no includos na categoria A.2.
Frana
Apesar da Frana no ter norma oficial para pletes de madeira, o governo estabeleceu um controle de qualidade efetuada pela ITEBE (International Association of Bioenergy Professionnals), que classifica pletes de acordo com seu uso (fogo, caldeiras e incineradores).
Europa
O Comit Europeu de Normalizao (European Committee for Standardisation CEN) tem um mandato da Comisso Europeia para o desenvolvimento de normas para combustveis slidos no Comit Tcnico TC 335. Estas normas incluem parmetros e orientaes pertinentes densidade de partculas e teor de umidade, resistncia ao esmagamento ou dureza, ao tamanho de partculas (comprimento e dimetro), composio qumica, teor de cinzas, e capacidade calorfica entre outras (BIOMASS ENERGY CENTRE, 2012). O comit tcnico CEN/TC 335 apresenta todas as propriedades relevantes de biocombustveis slidos, incluindo toda a instruo normativa referente anlise desses biocombustveis slidos, incluindo lascas de madeira, pletes de madeira, toras, cerragem e fardos de palha. As norma publicadas e elaboradas por esse comit esto relacionadas na Tabela 17.
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Tabela 17. Normas tcnicas estabelecidas pelo CEN - Comit Europeu de Normalizao Norma europeia BS EN 14774-1,-2,-3:2009 BS EN 14775:2009 BS EN 14918:2009 BS EN 14961:2010 BS EN 15103:2009 BS EN 15148:2009 BS EN 15210-1:2009 CEN/TS 14588:2004 CEN/TS 14778-1, -2:2005 CEN/TS 14779:2005 CEN/TS 14780:2005 CEN/TS 14780:2005 CEN/TS 14104:2005 CEN/TS 15105:2005 CEN/TS 15149-1, -2, -3:2006 CEN/TS 15150:2005 CEN/TS 15210-2:2005 CEN/TS 15234:2006 CEN/TS 15298:2006 CEN/TS 15290:2006 CEN/TS 15297:2006 Ttulo Biocombustveis slidos Determinao de teor de umidade Mtodo da estufa. Biocombustveis slidos Determinao do teor de cinzas Determinao de poder calorfico Especificaes de combustveis e classes Determinao da densidade aparente Determinao de matria voltil Determinao de durabilidade mecnica de pletes Terminologia, definies e descries Mtodos de amostragem, plano de amostragem e preparao de amostras Mtodos para preparao de amostras Determinao de carbono, hidrognio e nitrognio total Mtodos instrumentais. Mtodos para determinao de solveis em gua na forma de sdio, potssio e cloro. Mtodos para determinao de distribuio de tamanho de partculas Mtodos para a determinao da densidade da partcula Determinao de durabilidade mecnica de briquetes Qualidade assegurada de combustveis Determinao do teor total de enxofre e cloro Determinao de elementos majoritrios (Al, Ca, Fe, Mg, P, K, Si, Na e Ti) Determinao de elementos minoritrios (As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Mn, Mo, Ni, Pb, Sb, Se, Sn, V e Zn) Mtodo para determinao de comportamento de fuso de cinzas.
CEN/TS 15370-1:2006
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ASTM E 711 Mtodo de Teste Padro para poder calorfico superior de combustvel derivado de resduo com bomba calormetrica (Standard Test Method for Gross Calorific Value of Refuse-Derived Fuel by the Bomb Calorimeter). ASTM E 29 Prtica padro para o uso de dgitos significativos em dados de teste para determinar a conformidade com as especificaes (Standard Practice for Using Significant Digits in Test Data to Determine Conformance with Specifications). ASTM C 702 Prtica padro para a reduo de amostras de agregados para teste de tamanho (Standard Practice for Reducing Samples of Aggregate to Testing Size). ASTM D 1857 Mtodo de Teste Padro para fusibilidade de carvo e de cinzas de coque (Standard Test Method for Fusibility of Coal and Coke Ash) IEEE/ASTM SI10-2002 Padro para o uso do Sistema Internacional de Unidades (SI): o moderno sistema mtrico (Standard for the Use of the International System of Units (SI): The Modern Metric System) Diante do que foi exposto, verifica-se que cada pas, a princpio, estabeleceu regras para avaliao de biomassa compactada, especialmente de pletes de madeira, embora j seja real o movimento de uniformizao dessas normas pelo Comit Europeu (CEN). Da mesma forma que existem normas diferentes nos principais consumidores de biomassa compactada, as especificaes tcnicas variam de acordo com pas e regio e as Tabela 18 e Tabela 19 resumem as principais caractersticas exigidas por esses pases para pletes e briquetes.
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Tabela 18. Especificaes tcnicas de briquetes e pletes segundo as normas austracas, suecas, alems e europeias. (EUROPEAN PELLET CENTRE, 2012; GARCA-MARAVER et al., 2011) Europa CEN ustria Sucia Alemanha Especificao norm M7135 SS187120 DIN 51735/DIN Plus CEN/TS14961:2005 Anexo A Pletes Pletes de Grupo Grupo Grupo 5 classes de tamanho de casca 1 2 3 madeira Casca = Max. 4 HP1 HP2 HP3 HP4 HP5 0,8 1,5 600 500 Max. 1 1-1,4 18 10 12 < 12 M10 10
Continua...
Origem Briquetes: = 20-120 L= max. 400 100-150 <100 <50 30-70 10-40 4-10 = Max. 5 = Max. 6 L >300 150-300 >100 60-100
Madeira
Tamanho (mm)
Madeira sem tratamento qumico e sem casca D06: 60,5 L 5x D08: 80,5 L 4x A ser definido F1.0 1,0 % F2.0 2,0 %
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Especificao 6,0 (base seca) > 1,5 < 1,5 16,9 17,5 19,5 0,08 16,9 S0.05 0,05 % 0,08 7,0 1,5
Sucia SS187120
Poder calorfico (MJ/kg) 0,08 (base seca) 0,6 (base seca) <0,3
Enxofre (%)
Nitrognio (%)
N0.3 0,3 N0.5 0,5 N1.0 1,0 N3.0 3,0 N3.0+ > 3,0 (valor real a ser indicado) Categorias: Cl 0.03 Cl 0.07 Cl 0.10 Cl 0.10+ (se Cl >0,10 % o valor real dever ser estabelecido)
Continua
Cloro (%)
< 0,03
99
100
Especificao < 0,8 < 0,5 <8 <5 < 0,05 < 10 < 100 <3
Sucia SS187120
Arsnio (ppm)
Cdmio (ppm)
Mercrio (ppm) Chumbo (ppm) Zinco (ppm) EOX Halognios Orgnicos extraveis (ppm) A ser acordado
Aditivos
< 2w- % de base seca. Somente produtos da biomassa essencialmente agrcola e florestal que no so quimicamente modificados so aprovados para ser adicionado. Tipo e quantidade dos aditivos devem ser indicados
Continua...
Sucia SS187120
Durabilidade
<2,3
Tabela 19: Especificaes tcnicas de briquetes e pletes segundo as normas norte-americanas, italianas e francesas. (EUROPEAN PELLET CENTRE, 2012; GARCA-MARAVER et al., 2011) EUA PFI Premium Standard Utility A.1 A.3 Itlia CTI-R 04/5 A.2
Especificao
Fogo
Tamanho (mm)
96,5
Continua...
101
102
Especificao 609-737 1,2-1,4 1,0 < 10% <1,5 >3870 0,5 0,3 0,03 Banidos 0,03 <10 >4052 <0,08 <0,3 <0,3 <300 15% <10 10,0 1,0 >4039 2,0 6,0 0,7 10% 1 620-720 550 >650 >580
EUA PFI
Frana ITEBE)
640-737
0,5
Densidade aparente (kg/m3) Densidade de partcula (kg/dm3) Finos (%) < 3 mm Teor de umidade (%) Teor de cinzas (%)
8,0
0,5
Capacidade calorfica (MJ/kg) Enxofre (%) Nitrognio (%) Cloro (%) Sdio (ppm) Aditivos
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104
Apesar do briquete ser um combustvel relativamente antigo, tendo sido criado pela indstria naval dos Estados Unidos j no sculo XIX, mais recentemente houve expanso do mercado deste produto, notadamente devido crescente demanda por fontes de energia alternativas ao petrleo e lenha. Este fato explica que muitas empresas tenham sido fundadas, mais recentemente, com o objetivo de atender ao aumento dessa demanda. Estima-se que nos ltimos anos, a taxa de crescimento da produo no setor tenha se situado em torno de 4% ao ano (SILBERSTEIN, 2011), uma oferta que poderia ser maior, dada a quantidade de resduos da biomassa que ainda no possui aplicao comercial.
2 Fonte: Pesquisa Embrapa Agroenergia (2012).
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A escolha da matria-prima para a produo de biocombustvel est relacionada distribuio geogrfica das empresas e disponibilidade de biomassa presente nas regies. A Figura 20 mostra que quase 80% das empresas analisadas situam-se nos Estados de So Paulo, Paran e Santa Catarina. Em 2009, estas regies concentraram 73% dos resduos de madeira processadas no Brasil (SCHNEIDER et al., 2012). Muito frequentemente, as empresas produtoras situam-se prximas s serrarias, madeireiras e/ou culturas agrcolas, facilitando a obteno de matrias-primas e reduzindo custos de transporte. Em algumas regies, o transporte da matria-prima chega a atingir at 20% do custo de produo dos briquetes. Esse fato determina o uso de matriaprima local pelas empresas, que geralmente se valem de resduos provenientes das mesmas regies onde se situam suas unidades produtivas.
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Ainda assim, existem espaos para a produo de briquetes feitos a partir de outros tipos de resduos agrcolas, como o bagao de cana, resduos de algodo, cascas de amendoim, podas de rvores, principalmente onde as matrias-primas mais convencionais de fabricao do briquete so escassas e o valor do frete elevado. (GENTIL, 2009). A Tabela 20 mostra preos mdios de aquisio de algumas matriasprimas. A serragem est sendo comercializada, em mdia, entre R$ 50 a R$ 90 a tonelada (sem frete), embora o material possa conter at 40% de umidade. Este valor assemelha-se ao verificado para a casca de arroz (R$ 60/t), mas dista do valor dos finos de carvo que superior aos demais (R$ 100 - R$ 150/t).
Tabela 20. Preos mdios de compra de matrias-primas (sem frete). Tipo Serragem de pinus e eucalipto Serragem seca Casca de arroz Finos de carvo (resduo de carvoaria) Bagao de cana Fibra de coco
Fonte: Pesquisa Embrapa Agroenergia (2012) e site MF Rural (2012)
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tambm os mercados industriais, com caldeiras que demandam quantidades expressivas de vapor como frigorficos, laticnios, agroindstria de carnes e alimentos em geral. Em muitas destas utilizaes, o consumo de lenha maior do que o dos briquetes. Dado o maior poder calorfico, utilizam-se menos briquetes do que lenha na queima (Tabela 21). Nas capitais e grandes cidades, o briquete possui um papel relevante, competindo diretamente com a lenha e o carvo vegetal. Em especial, o segmento de panificao no Brasil composto por mais de 63 mil panificadoras. Considerando-se que no Brasil, cada panificadora utilizasse em mdia 4 t/ms de briquetes, seriam necessrios 252.000 t/ms de briquetes para abastecer esse setor.
Tabela 21. Comparao do consumo de briquete e lenha. Utilizao Consumo Mensal Consumo Mensal (t/ms) (t/ms) Lenha Briquete Padarias com forninho 1,5 3,08 Pizzarias forno 6 pizzas Lareiras mdias Caldeiras 2 t k/h Caldeiras 4 t k/h Foges a lenha
Fonte: Adaptado de NAC Briquetes (2012)
2 1 15 30 1
Conquanto o preo de alguns resduos possa conferir vantagens mercadolgicas em relao aos demais, a qualidade, muitas vezes, pode comprometer a aceitabilidade de alguns produtos como insumo produtivo. Com efeito, h briquetes e pletes de padro inferior, muito deles feitos com resduos agrcolas que, apesar de terem nveis de energia considerveis (na faixa de at 3.500 kcal/kg e ndices de cinza inferior a 4%), apresentam menor aproveitamento na queima e podem causar problemas nas fornalhas/caldeiras, alm de gerar maior volume
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de fumaa (GENTIL, 2008). O bagao de cana, por exemplo, um tipo de resduo, que embora tenha preos relativamente reduzidos, apresenta menor teor de energia e, em geral, elevado grau de umidade. Assim, para cada tipo de briquete faz-se necessria realizar a adequao do sistema de queima e da regulagem de ar.
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Os preos mdios de venda dos briquetes provenientes de serragem de madeira giram em torno de R$ 250 a R$ 350, com frete realizado at um raio de 50 km. Esse valor parece ser ligeiramente menor para os briquetes a partir de casca de arroz (R$ 300) e, bem acima, para os briquetes de finos de carvo. O preo mdio de venda dos pletes tambm se situa acima daquele verificado para os briquetes de resduos de madeira (Tabela 22).
Tabela 22. Preos mdios de venda dos briquetes e pletes (com frete). Briquete feito de: Serragem de madeira Outros resduos florestais Casca de arroz Finos de carvo (resduo de carvoaria) Plete feito de: Serragem R$ (t) 250 - 350 270 - 320 300 1.000 - 1.600 R$ (t) 430 - 550
Por outro lado, parece ser inversamente proporcional o preo cobrado pelas empresas pesquisadas em relao respectiva capacidade produtiva. Neste sentido, quanto maior a capacidade produtiva das empresas, menor tende a ser o preo de venda dos briquetes, em grande parte, porque a maior escala de produo capaz de gerar economias considerveis ao viabilizar redues dos custos produtivos. No que se refere comercializao para o mercado externo, uma empresa relatou ter realizado exportao de briquetes para a ustria, uma nica vez, no ano de 2006. Algumas empresas relataram que os pletes so mais demandados do que os briquetes pelo mercado europeu. No Brasil, consomem-se briquetes, especificamente porque as instalaes industriais no foram projetadas para utilizar produtos
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peletizados. Somado a isso, a heterogeneidade na especificao dos produtos nacionais impede a adequao s normas tcnicas europeias, que so bastante restritivas. A inexistncia de laboratrios para anlises tcnicas dos briquetes e pletes no Brasil e a falta de conhecimento sobre as normas vigentes no mercado externo foram frequentemente citadas pelos produtores como obstculos exportao de produtos.
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Sudeste do Brasil, embora haja vrias iniciativas de empresas buscando atuar nas regies NE, N e CO (Pernambuco, Mato Grosso, Amazonas, Tocantins), aproveitando-se de resduos locais para a produo. As perspectivas para a consolidao e expanso do setor de briquetes e pletes no pas englobam uma srie de questes. Segundo Gentil (2008), h necessidade de polticas de apoio para aumentar a qualidade e a demanda por briquetes e pletes, notadamente no que se refere ao mbito regulatrio (definio de um marco legal para a produo e consumo, apoio criao de associaes de classe), tecnolgico (estabelecimento de padres de qualidade, modernizao dos equipamentos existentes, criao de laboratrios), da comercializao dos produtos (expanso em novos mercados, diferenciao de produtos, consolidao de marcas e selos). Tambm se fazem necessrios programas de financiamento em condies favorveis, a exemplo dos que esto sendo realizados para apoio ao biogs e energia elica. Alm disso, o aumento da demanda interna e a expanso das exportaes de briquetes e pletes somente podem ocorrer por meio da ampliao da capacidade produtiva das empresas. A Tabela 23 expe um conjunto de elementos estratgicos para a consolidao e crescimento do setor, detalhando os pontos fortes e fracos da oferta e as oportunidades e ameaas da demanda. Essa sistematizao foi efetuada a partir da consulta efetuada a empresas produtoras de briquetes (principalmente) e pletes, da anlise de tendncias nacionais e internacionais e das informaes obtidas pelo autor (GENTIL, 2008).
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Pontos fracos
Equipamentos inadequados e desgaste das peas ao utilizar matrias-primas alternativas; Custos elevados de frete das matrias-primas e dos produtos; Consumo de energia elevado na etapa de secagem; Estudos e estatsticas sobre o setor (produo, custos de produo, mercado atual e potencial) so insuficientes; Concorrncia de derivados do petrleo, lenha e eletricidade; Vulnerabilidade da matria-prima umidade; Canais de distribuio insuficientes elevam os custos; Falta de cursos tcnicos voltados para capacitao no setor. Elevado poder calorfico dos briquetes e pletes; Produtos so compactos e homogneos; Facilidade de transporte, manuseio e estocagem; Ausncia de descartes qumicos ou fsicos; Poucas emisses e odores na queima; Forte apelo ambiental. Ausncia de especificaes tcnicas dos briquetes; Escassez de laboratrios para a realizao de anlises e ensaios; Sazonalidade da produo agrcola e de resduos e possvel escassez de matriasprimas; Baixa escala de produo; Ausncia de incentivos do governo ao setor e taxas de juros elevadas; Ausncia de normas e portarias que regulamentem a produo e o uso de briquetes e pletes. Implantao da Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS); Diversidade de aplicaes dos produtos (caldeiras, pizzarias, padarias, olarias, cermicas, indstrias, etc.); Aumento da competitividade quando aumenta o preo da lenha; Possibilidade de introduo de produtos com novas composies; Possibilidade de reduo ou iseno de impostos e taxas; Promoo de exportaes para pases europeus, norte-americanos e asiticos. Possibilidade de comercializao de energia eltrica trazidas pelas Resolues Normativas n 482 e n 493 de 2012 publicadas pela Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL).
Pontos fortes
Ameaas
Uma das medidas necessria promoo do setor a realizao de estudos que possibilitem estimar a quantidade de matria-prima
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disponvel produo de briquetes e pletes. Embora alguns resduos agroindustriais possuam elevada disponibilidade, como o bagao de cana-de-acar, a utilizao dos mesmos na fabricao desses produtos depende grandemente da quantidade que atualmente vem sendo utilizada na cogerao de energia. Neste sentido, um mapeamento desta disponibilidade, considerando os usos alternativos atualmente dados aos resduos, relevante para incentivar a produo e viabilizar investimentos. Um esforo neste sentido foi realizado pela Embrapa Agroenergia neste trabalho, mas levantamentos mais aprofundados so necessrios, por meio de sistemas de informaes georreferenciadas e de estimativas sobre as aplicaes atuais dos distintos resduos. Indubitavelmente, este trabalho deve ser feito para cada segmento em particular, considerando as particularidades de cada regio. Sabe-se que os resduos florestais e a casca de arroz encontram mercados promissores na regio Sul, ao passo que o bagao de cana e a casca de coco constituem resduos provenientes, em grande medida, das regies Sudeste e Nordeste do Brasil. Trata-se de localidades distintas quanto disponibilidade de matria-prima e aos problemas estruturais que afetam a oferta e a demanda dos produtos e, portanto, merecem um tratamento diferenciado quanto s respectivas necessidades e potencialidades. O setor de briquetes e pletes pode ocupar uma fatia mais expressiva na matriz energtica brasileira. A aprovao da Lei n 12.305/10, que instituiu a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS) constituiu-se em um instrumento em favor da reduo de resduos e rejeitos, eliminao e recuperao de lixes e medidas para incentivar e viabilizar a gesto de resduos regionalizada no Brasil. Entretanto, como forma explcita de ampliar o uso de briquetes e pletes no pas, so necessrias normas, leis e polticas de incentivos aos produtores e aos consumidores desses produtos. Entre elas destacam-se polticas de certificao e padronizao dos produtos, a exemplo de alguns pases desenvolvidos, como Sucia e Alemanha que possuem especificaes
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tcnicas e normas apropriadas produo e comercializao de pletes. O aumento do uso de energias renovveis oferece grandes oportunidades produo de briquetes e pletes pelo atendimento a diversas aplicaes. Pletes, por exemplo, tm demanda crescente em pases europeus, mas os produtos nacionais no apresentam os requisitos tcnicos necessrios realizao de exportaes. A escassez de laboratrios aptos a realizar anlises que promovam nveis mais elevados de qualidade constitui obstculo significativo oferta desses recursos energticos, principalmente para o mercado externo A instalao de novos laboratrios e incentivo aos laboratrios existentes realizao de ensaios (densidade aparente, teor de umidade, teor de cinzas, poder calorfico, composio qumica e outros) uma medida premente para a ampliao da qualidade dos produtos e consolidao do setor. Ressalta-se tambm, a necessidade de iniciativas de apoio demanda destes produtos, promovendo o desenvolvimento do mercado brasileiro de consumo de briquetes e pletes para aquecimento (mercado de servios, como restaurantes, padarias, pizzarias, hotis, clubes, condomnios, lavanderias, por exemplo) e o uso em caldeiras e fornos industriais para a gerao de energia trmica. Na pesquisa realizada pela Embrapa Agroenergia, junto aos produtores de briquetes e pletes identificou-se que as empresas carecem de mode-obra especializada. No existem cursos especficos de capacitao no pas voltados produo e utilizao de briquetes e pletes. As principais fontes de informao para os novos entrantes na indstria so, em grande medida, as empresas de mquinas e equipamentos, que repassam parcialmente o conhecimento do processo de operao das mquinas para os empreendedores. Certamente, esse tipo de informao limitado, pois o processo de produo de briquetes e pletes em si requer um aprendizado prtico e contnuo que
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no repassado por esses fornecedores. A criao de cursos de capacitao para o setor poderia ser promovida por instituies como o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), instituio que, tradicionalmente, se empenha no aperfeioamento de pessoas envolvidas com diferentes atividades industriais. As associaes representantes das indstrias de biomassa poderiam apoiar tal iniciativa por meio da divulgao e promoo dos cursos especficos que forem criados. A inexistncia de canais de distribuio das matrias-primas encarece significativamente o custo dos produtos finais. As dificuldades na coleta e comercializao de resduos derivam da ausncia de uma rede slida de fornecedores dos mesmos. Para alguns resduos agroindustriais, cuja aplicao se destina prpria unidade produtora, como a borra de caf e o bagao da cana-de-acar, a logstica da biomassa no constitui um entrave ao crescimento do setor, mas esse no o caso de diversos resduos agroflorestais, cuja coleta feita em campo e a venda realizada em lugares distantes da origem. Em termos de custos de produo, uma medida que tem efeitos na reduo dos preos finais dos briquetes e que recentemente foi adotada pelo Estado do Mato Grosso, a iseno de Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS). O Decreto n 191 de 22 de maro de 2011 instituiu a reduo em 100% da base de clculo do ICMS no Mato Grosso, incidente nas sadas internas dos produtos derivados de lenha, resduos de madeira e briquetes. O diferimento do ICMS ocorre nas operaes com briquetes de qualquer espcie para utilizao em processo de combusto. Trata-se de um instrumento eficaz para a reduo dos custos das empresas de briquetes, a ser considerado nas polticas de governo estabelecidas em cada estado da Federao. Um instrumento importante para ampliar a oferta de biomassa no pas e promover o aumento das fontes renovveis na matriz energtica so
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os leiles realizados pelo Governo Federal para aquisio de energia eltrica. Entretanto, nos ltimos leiles a biomassa tem concorrido, em igualdade de condies, com outras fontes de energia. A energia de biomassa, principalmente a de bagao de cana, representa atualmente cerca de 5% da matriz energtica brasileira, mas essa fonte vem perdendo espao. Segundo a Unio da Indstria da Cana-de-Acar (Unica), em 2007 a biomassa representava 75% de participao nos leiles do governo. No ano passado (2011), essa participao caiu para 4%. Esse problema ocorre porque os leiles oficiais refletem condies distorcidas de competitividade entre as distintas fontes alternativas, como a elica e a prpria biomassa. Nesse sentido, a existncia de critrios e benefcios nos leiles que estimulem a contratao da energia gerada a partir da biomassa poderia promover a ampliao do uso de briquetes e pletes como fonte renovvel de energia eltrica. Uma das reivindicaes das empresas do setor a realizao de leiles regionais para dar vazo a um imenso potencial de biomassa que atualmente no vem sendo aproveitado. importante ressaltar, que a Associao Brasileira das Indstrias de Biomassa e de Energia Renovvel (ABIB) vem apoiando iniciativas nesta direo, dentre elas a busca por solues e alternativas aos leiles de biomassa. Por fim, as Resolues Normativas n 482 e n 493 de 2012 publicadas pela Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL) introduzem novas oportunidades para a utilizao, em pequena e mdia escala de fontes alternativas de energia. A primeira Resoluo citada estabeleceu condies gerais para o sistema de compensao de energia eltrica, ao passo que a segunda determinou as condies para o fornecimento de energia por meio do Microssistema Isolado de Gerao e Distribuio de Energia Eltrica (MIGDI) ou de Sistema Individual de Gerao de Energia Eltrica com Fonte Intermitente (SIGFI). O SIGFI permite que as distribuidoras usem a energia proveniente de pequenos geradores instalados nas prprias unidades consumidoras.
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A energia que no for utilizada pelo consumidor pode ser transferida para a rede da distribuidora local. Essa troca vale para geradores que utilizam fontes incentivadas de energia, como hdrica, solar, elica e de biomassa, e inclui microgerao (at 100 quilowatts de potncia) e minigerao (de 100 quilowatts a 1 megawatt). Assim, as unidades agroindustriais e de servios que geraram energia eltrica utilizando pletes e briquetes podero se beneficiar das citadas resolues, gerando mais energia eltrica do que efetivamente consumirem e enviando o excedente para as empresas distribuidoras de energia eltrica, recebendo crditos compensatrios no consumo da energia eltrica. A Embrapa Agroenergia, como instituio de pesquisa, desenvolvimento e inovao, tem devotado esforos significativos a estudos relacionados ao aproveitamento da biomassa como fonte de energia. Entende, portanto, que as recomendaes ora apresentadas so importantes para a consolidao e crescimento da oferta e demanda por briquetes e pletes no Brasil e considera, ademais, que para efetiv-las so fundamentais a sensibilizao e o compromisso dos diferentes rgos e instituies governamentais envolvidos com o assunto, das prprias empresas e entidades do setor e da sociedade em geral.
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Referncias
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