TCC Emerson Romario

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CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

ALUNO: EMERSON ROMÁRIO RIBEIRO DA SILVA

TCC
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:

UM ESTUDO SOBRE A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

Caiçara do rio do vento/RN, Maio de 2022.


ESCOLA TÉCNICA NORTE MINEIRA

CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

ALUNO: EMERSON ROMÁRIO RIBEIRO DA SILVA

UM ESTUDO SOBRE A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Centro educacional escola técnica norte
mineira, como parte dos requisitos obrigatórios
para obtenção do grau de Técnico em
Eletrotécnica.

Caiçara do rio do vento, maio de 2022.


ESCOLA TÉCNICA NORTE MINEIRA
CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

UM ESTUDO SOBRE A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

por

EMERSON ROMÁRIO RIBEIRO DA SILVA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


ao Centro escolar técnica norte mineira,
como parte dos requisitos obrigatórios para
obtenção do grau de Técnico em Eletrotécnica.

Emerson Romario Ribeiro Da Silva


(assinatura do autor)

APROVADO POR:

Dannylo Wane Souza da Rocha


(Orientador)

Caicara do rio do vento/RN. MAIO DE 2022


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda a minha família pelo apoio nas horas incertas, nos
momentos de dúvidas e dificuldades. Agradeço aos meus mestres e colegas de curso
pelo apoio, paciência e
dedicação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me permitido concluir mais esta etapa da minha
vida, também a minha família pelo apoio e estrutura familiar. Agradeço aos meus
professores, especialmente ao professor Dannylo Wane Souza da Rocha por sua
atenção para comigo.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 07
.........
2 DESENVOLVIMENTO................................................................................ 10
.......
2.1 ENERGIAS 10
RENOVÁVEIS................................................................................
2.2 A ENERGIA 12
SOLAR...........................................................................................
2.3 ENERGIA SOLAR 14
FOTOVOLTAICA.............................................................
2.3.1 Tipos de células (caracterização quanto ao material 17
semicondutor)...............
2.3.1.1 17
Silício monocristalino
2.3.1.2 18
............................................................................................
2.3.1.3 19
Silício
2.3.1.4 policristalino............................................................................................... 20
2.4 Silício 21
amorfo.........................................................................................................
2.4.1 21
Eficiência dos módulos
2.4.2 21
fotovoltaicos.....................................................................
2.4.3
MODULOS
FV..................................................................................................... 24
2.5 Características elétricas dos módulos fv 24
2.5.1 ................................................................ 25
2.5.1.1 Comportamento quanto a ligação dos módulos 25
fv..................................................
2.5.1.2 25
Comportamento em resposta aos fatores externos (clima, ambiente
2.5.1.3 26
e
2.5 26
localização).................................................................................................
2.6 31
............
3 32
SISTEMA
4 FV........................................................................................................ 33
Tipos de sistemas
fv................................................................................................
Sistemas isolados (off-
grid)....................................................................................
Sistemas híbridos
...................................................................................................
Sistemas conectados a rede (on-
grid)....................................................................
SISTEMAS FV NO
BRASIL...............................................................................
PANORAMA ENÉRGETICO NO
BRASIL......................................................
CONCLUSÕES............................................................................................
.........
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS................................................................
1. INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO

Uma das principais características de nossa sociedade, ao menos sob um


ponto de vista prático e material, é o aumento intenso da demanda por
abastecimento energético. Esta é a condição para a existência de nossa indústria,
nossos meios de transporte e até mesmo a agricultura e a vida urbana. Enfim, é a
condição para a existência de nossa sociedade como a conhecemos.

Por milhares de anos a humanidade sobreviveu com base no trabalho braçal


e animal. As primeiras fontes de energia inanimadas, como rodas hidráulicas e
moinhos de vento, significaram um importante incremento quantitativo do regime
de trabalho – ou potência – mas o salto qualitativo só se produziu a partir dos
séculos XVII e XVIII(FERNANDES; GUARONGHE, 2009)

Até muito pouco tempo se dava por descartada a esgotabilidade da energia.


Um homem comum simplesmente desconhecia a intrincada rede formada pela
produção de combustível e a indústria que serve à sua comodidade. A divisão do
trabalho, levada ao limite, foi à responsável por essa posição de puro descaso – do
pensamento: "não importa de onde venha, se eu o obtenho" – que prevalecia em
nossa sociedade de consumo. Não fazíamos conta do valor inerente ao que
possuímos. Esta é uma das causas da alienação, da divisão entre a vida particular e
a sociedade como um todo e os processos naturais dos quais dependemos
(FERNANDES; GUARONGHE, 2009)

Quase todas as fontes de energia: hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis


fósseis e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar. Além disso, a
radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para
aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou
elétrica. Pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de
efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o
fotovoltaico.

O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de


ambientes, denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou
absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo-se, com isso, as
necessidades de iluminação e aquecimento. Assim,
um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o auxílio de técnicas
mais sofisticadas de arquitetura e construção.

O aproveitamento térmico para aquecimento de fluidos é feito com o uso de


coletores ou concentradores solares. Os coletores solares são mais usados em
aplicações residenciais e comerciais (hotéis, restaurantes, clubes, hospitais etc.)
para o aquecimento de água (higiene pessoal e lavagem de utensílios e ambientes).
Os concentradores solares destinam-se a aplicações que requerem temperaturas
mais elevadas, como a secagem de grãos e a produção de vapor. Neste último caso,
pode-se gerar energia mecânica com o auxílio de uma turbina a vapor, e,
posteriormente, eletricidade, por meio de um gerador.

A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos da


radiação (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os
semicondutores. Entre esses, destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O
primeiro caracteriza-se pelo surgimento de uma diferença de potencial, provocada
pela junção de dois metais, em condições específicas. No segundo, os fótons
contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de células
solares.

Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados


atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica.
No Brasil, o primeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido a
características climáticas, e
o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de
energia elétrica.

Além das condições atmosféricas (nebulosidade, umidade relativa do ar etc.), a


disponibilidade de radiação solar, também denominada energia total incidente sobre
a superfície terrestre, depende da latitude local e da posição no tempo (hora do dia e
dia do ano). Isso se deve à inclinação do eixo imaginário em torno do qual a Terra
gira diariamente (movimento de rotação) e à trajetória elíptica que a Terra descreve
ao redor do Sol (translação ou revolução), como ilustrado na Figura 1.
Figura 1 - Representação das estações do ano e do movimento da Terra em torno do Sol

Desse modo, a duração solar do dia – período de visibilidade do Sol ou de


claridade – varia, em algumas regiões e períodos do ano, de zero hora (Sol abaixo
da linha do horizonte durante o dia todo) a 24 horas (Sol sempre acima da linha do
horizonte). As variações são mais intensas nas regiões polares e nos períodos de
solstício. O inverso ocorre próximo à linha do Equador e durante os equinócios. O
mapa da Figura 2 apresenta a média anual de insolação diária, segundo o Atlas
Solarimétrico do Brasil (2000).

Figura 2 - Média anual de insolação diária no Brasil (horas)


2. DESENVOLVIMENTO

2.1 ENERGIAS RENOVÁVEIS


Entende-se por: “Energias renováveis são todas aquelas formas de energia cuja
taxa de utilização é inferior à sua taxa de renovação. As suas fontes podem ter
origem terrestre (energia geotérmica) gravitacional (energia das marés) e solar
(energia armazenada na biomassa, energia de radiação solar, energia hidráulica,
energia térmica oceânica e energia cinética do vento e das ondas). Também são
consideradas fontes de energia renovável os resíduos agrícolas, urbanos e
industriais”.

O vínculo entre meio ambiente e energia tornou-se mais forte a partir dos anos
1980. Nessa década, ganhou força a necessidade de diminuir a poluição ambiental,
que resultou em práticas e programas urbanos para reciclar materiais como
alumínio, plástico e vidro. Esse processo deu origem à moderna indústria de
reciclagem e a um novo ímpeto de processos que já eram utilizados, como os
projetos integrados e autossustentáveis de produção agrícola e industrial.

A geração de energia está diretamente ligada a isso. O alumínio e o vidro, por


exemplo, exigem grande quantidade de energia em sua fabricação e menos energia
na reciclagem. Nos projetos autossustentáveis, as energias renováveis geralmente
estão no coração do sistema, como na agroindústria alcooleira, na qual o bagaço da
cana é queimado para produzir a energia na usina.

Desse modo, energia renovável é toda energia produzida com o uso de recursos
naturais que se renovam ou podem ser renovados. O conceito existe em oposição
ao da energia não renovável, gerada por combustíveis como petróleo e carvão
mineral, que um dia acabarão. A mais antiga em uso é a queima de lenha, pois
replantar as árvores garante o suprimento. Mas a energia produzida pelo movimento
da água (em turbinas ou das ondas do mar), luz solar, ventos e biocombustíveis são
os exemplos mais relevantes hoje.
Figura 3 - Fontes de energias renováveis versus energias não
renováveis.

Figura 4 - Matriz de fontes de energia do nosso cotidiano.

Então é necessário haver esforços coordenados, associado a políticas públicas e


científicas de incentivos ao desenvolvimento de tecnologias importantes para o
desenvolvimento da nossa sociedade em um momento tão oportuno como na
atualidade.
2.2 A ENERGIA SOLAR

O aproveitamento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre


de tempo, tanto como fonte de calor quanto de luz, é hoje, sem sombra de dúvidas,
uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios
do novo milênio. E quando se fala em energia, deve-se lembrar que o Sol é
responsável pela origem de praticamente todas as fontes de energia. Em outras
palavras, as fontes de energia são, em última instância, derivadas, em sua maioria,
da energia do Sol (CRESESB, 1999).

A energia solar é abundante e permanente, renovável a cada dia, não polui e


nem prejudica o ecossistema. A energia solar é a solução ideal para áreas afastadas
e ainda não eletrificadas, especialmente num país como o Brasil onde se encontram
bons índices de insolação em qualquer parte do território.

O Sol irradia anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida


pela população mundial neste mesmo período. Para medir a potência é usada uma
unidade chamada quilowatt. O Sol produz continuamente 390 sextilhões (3,9x10 23)
de quilowatts de potência.

Como o Sol emite energia em todas as direções, um pouco desta energia é


desprendida, mas mesmo assim, a Terra recebe mais de 1.500 quatrilhões
(1,5x1018) de quilowatts-hora de potência por ano. Para cada metro quadrado de
coletor solar instalado evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras
férteis, na construção de novas usinas hidrelétricas (AMBIENTE BRASIL, 2009).

Além dos processos térmicos, a radiação solar pode ser diretamente


convertida em energia elétrica, por meio de efeitos da radiação (calor e luz) sobre
determinados materiais, particularmente os semicondutores. Entre esses, destacam-
se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro se caracteriza pelo surgimento
de uma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, quando tal
junção está a uma temperatura mais elevada do que as outras extremidades dos
fios. Embora muito empregado na construção de medidores de temperatura, seu uso
comercial para a geração de eletricidade tem sido impossibilitado pelos baixos
rendimentos obtidos e pelos custos elevados dos materiais.
O efeito fotovoltaico decorre da excitação dos elétrons de alguns materiais na
presença da luz solar (ou outras formas apropriadas de energia). Entre os materiais
mais adequados para a conversão da radiação solar em energia elétrica, os quais
são usualmente chamados de células solares ou fotovoltaicas, destaca-se o silício. A
eficiência de conversão das células solares é medida pela proporção da radiação
solar incidente sobre a superfície da célula que é convertida em energia elétrica.
Atualmente, as melhores células apresentam um índice de eficiência de 25%
(GREEN et al., 2000).

Para a geração de eletricidade em escala comercial, o principal obstáculo tem


sido o custo das células solares. Segundo B(2000), atualmente os custos de capital
variam entre 5 e 15 vezes os custos unitários de uma usina a gás natural que opera
com ciclo combinado. Contudo, nos últimos anos tem-se observado redução nos
custos de capital. Os valores estão situados na faixa de US$ 200 a US$ 300 por
megawatt-hora e entre US$ 3 mil e US$ 7 mil por quilowatt instalado.

Figura 5 Sistema térmico de geração solar de energia elétrica (Califórnia – EUA)

Em nosso estudo sobre o uso da energia solar, abordamos a energia solar


fotovoltaica (ESF), devido à maior facilidade para trabalhar com esse tipo de
energia. Os módulos fotovoltaicos, equipamentos primordiais para o uso dessa
tecnologia, são de silício monocristalino e silício policristalino. O módulo de silício
monocristalino é utilizado para cálculo de eficiência, já o de silício policristalino, para
montagem do sistema de energia solar fotovoltaica.
2.3 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA (FV)

A Energia Solar Fotovoltaica é obtida através da conversão direta da luz em


eletricidade (Efeito Fotovoltaico). O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond
Becquerel, em 1839, é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos
de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção de luz. A célula
fotovoltaica é a unidade fundamental do processo de conversão (CRESESB, 1999).

O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel, em 1839, é o aparecimento


de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material
semicondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é a unidade
fundamental do processo de conversão. Em 1876 foi montado o primeiro aparato
fotovoltaico resultado de estudos das estruturas no estado sólido, e apenas em 1956
iniciou-se a produção industrial seguindo o desenvolvimento da microeletrônica
(CRESESB, 1999).

O efeito fotovoltaico dá-se em materiais da natureza denominados


semicondutores que se caracterizam pela presença de bandas de energia onde é
permitida a presença de elétrons (banda de valência) e de outra onde totalmente
"vazia" (banda de condução).

O semicondutor mais usado é o silício. Seus átomos se caracterizam por


possuírem quatro elétrons que se ligam aos vizinhos, formando uma rede cristalina.
Ao adicionarem-se átomos com cinco elétrons de ligação, como o fósforo, por
exemplo, haverá um elétron em excesso que não poderá ser emparelhado e que
ficará "sobrando", fracamente ligado a seu átomo de origem. Isto faz com que, com
pouca energia térmica, este elétron se livre, indo para a banda de condução. Diz-se
assim, que o fósforo é um dopante doador de elétrons e denomina-se dopante n ou
impureza n.
Figura 6 - Corte transversal de uma célula fotovoltaica

Fonte: AMBIENTE (2009)

Se, por outro lado, introduzem-se átomos com apenas três elétrons de
ligação, como é o caso do boro, haverá uma falta de um elétron para satisfazer as
ligações com os átomos de silício da rede. Esta falta de elétron é denominada
buraco ou lacuna e ocorre que, com pouca energia térmica, um elétron de um sítio
vizinho pode passar a esta posição, fazendo com que o buraco se desloque. Diz-se,
portanto, que o boro é um aceitador de elétrons ou um dopante p.

Figura 7 - Efeito fotovoltaico na junção pn

Fonte: AMBIENTE (2009)

Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma


metade e de fósforo na outra, será formado o que se chama junção pn. O que ocorre
nesta junção é que elétrons livres do lado n passam ao lado p onde encontram os
buracos que os capturam; isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p,
tornando-o negativamente carregado e uma redução de elétrons do lado n, que o
torna eletricamente positivo. Estas cargas aprisionadas dão origem a um campo
elétrico permanente que dificulta a passagem de mais
elétrons do lado n para o lado p; este processo alcança um equilíbrio quando o
campo elétrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres remanescentes
no lado n.

E uma junção pn for exposta a fótons com energia maior que o gap, ocorrerá à
geração de pares elétrons - lacuna; se isto acontecer na região onde o campo
elétrico é diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma
corrente através da junção; este deslocamento de cargas dá origem a uma diferença
de potencial ao qual chamamos de Efeito Fotovoltaico.

Se as duas extremidades do "pedaço" de silício forem conectadas por um fio,


haverá uma circulação de elétrons. Esta é à base do funcionamento das células
fotovoltaicas.

Células fotoelétricas ou fotovoltaicas são dispositivos capazes de transformar a


energia luminosa, proveniente do Sol ou de outra fonte de luz, em energia elétrica.
Uma célula fotoeléctrica pode funcionar como geradora de energia elétrica a partir
da luz, ou como um sensor capaz de medir a intensidade luminosa.

A função de uma célula solar consiste em converter diretamente a energia solar


em eletricidade. A forma mais comum das células solares o fazerem é através do
efeito fotovoltaico.

Para compreender melhor o funcionamento da célula fotovoltaica, devemos


entender o conceito de eficiência, conversão-quociente entre a irradiação solar que
incide na área da célula e a energia elétrica que é produzida. Melhorando a
eficiência da célula fotovoltaica, corresponde a afirmar que os sistemas fotovoltaicos
podem tornar-se cada vez mais competitivos relativamente à produção de energia
elétrica com combustíveis fósseis. As células fotovoltaicas convertem a irradiação
solar em eletricidade a partir de processos que se desenvolvem ao nível atômico nos
materiais de que são constituídas

O nível mais externo é chamado de nível de valência assim como os elétrons


que ocupem este nível são chamados de elétrons de valência. Basicamente é esta a
camada responsável pelas características químicas e elétricas de um átomo, como
por exemplo sua capacidade de doar ou receber elétrons.
Durante a segunda metade do séc. XX assistiu-se à sucessiva ultrapassagem
dos principais problemas de fabricação, de um aumento de eficiência, de tal forma
que o custo deste tipo de sistema de produção alternativa de energia reduziu
significativamente.

Figura 8 - Célula, módula e instalação fotovoltaica

A célula fotovoltaica é a menor unidade de conversão de energia luminosa


proveniente do Sol para energia elétrica. Sendo assim em média tem a forma de um
quadrado com cerca de 10 cm de lado e sua massa é de aproximadamente 10
gramas (COSTA, 2010).

2.3.1 Tipos de células (caracterização quanto ao material semicondutor)

As células fotovoltaicas são fabricadas, na sua grande maioria, usando o


silício (Si) e podendo ser constituída de cristais monocristalinos, policristalinos ou de
silício amorfo (CRESESB, 1999).

2.3.1.1 Silício Monocristalino

As células mono-cristalinas representam a primeira geração. O seu


rendimento elétrico é relativamente elevado (aproximadamente 16%, podendo subir
até cerca de 20% em laboratório), mas as técnicas utilizadas na sua produção são
complexas e caras. Por outro lado, é necessária uma grande quantidade de energia
na sua fabricação, devido à exigência de utilizar materiais em estado muito puro e
com uma estrutura de cristal perfeita.

As células de silício monocristalino são historicamente as mais usadas e


comercializadas como conversor direto de energia solar em eletricidade e a
tecnologia para sua fabricação é um processo básico muito bem constituído. A
fabricação da célula de silício começa com a extração do cristal de dióxido de silício.
Este material é desoxidado em grandes
fornos, purificado e solidificado. Este processo atinge um grau de pureza em 98 e
99% o que é razoavelmente eficiente sob o ponto de vista energético e custo.

Figura 9 - Célula de Silício monocristalino

Dentre as células fotovoltaicas que utilizam o silício como material base, as


monocristalina são, em geral, as que apresentam as maiores eficiências. As
fotocélulas comerciais obtida com o processo descrito atingem uma eficiência de até
15% podendo chegar em 18% em células feitas em laboratórios (CRESESB, 1999).

2.3.1.2Silício Policristalino

As células policristalinas têm um custo de produção inferior por necessitarem


de menos energia na sua fabricação, mas apresentam um rendimento elétrico
inferior (entre 11% e 13%, obtendo-se até 18% em laboratório). Esta redução de
rendimento é causada pela imperfeição do cristal, devido ao sistema de fabricação.

As células de silício policristalino são mais baratas que as de silício


monocristalino por exigirem um processo de preparação das células menos
rigoroso. A eficiência, no entanto, cai um pouco em comparação as células de silício
monocristalino.

O processo de pureza do silício utilizada na produção das células de silício


policristalino é similar ao processo do Si monocristalino, o que permite obtenção de
níveis de
eficiência compatíveis. Basicamente, as técnicas de fabricação de células
policristalinas são as mesmas na fabricação das células monocristalinas, porém com
menores rigores de controle.

Podem ser preparadas pelo corte de um lingote, de fitas ou depositando um


filme num substrato, tanto por transporte de vapor como por imersão. Nestes dois
últimos casos só o silício policristalino pode ser obtido. Cada técnica produz cristais
com características específicas, incluindo tamanho, morfologia e concentração de
impurezas. Ao longo dos anos, o processo de fabricação tem alcançado eficiência
máxima de 12,5% em escalas industriais (CRESESB, 1999)

Figura 10 - Célula de Silício Policristalino

Fonte: FERNANDES (2010)


2.3.1.3Silício Amorfo

As células de silício amorfo são as que apresentam o custo mais reduzido,


mas em contrapartida o seu rendimento elétrico é também o mais reduzido
(aproximadamente 8% a 10%, ou 13% em laboratório). As células de silício amorfo
são películas muito finas, o que permite serem utilizadas como material de
construção, tirando ainda o proveito energético.
Uma célula de silício amorfo difere das demais estruturas cristalinas por
apresentar alto grau de desordem na estrutura dos átomos. A utilização de silício
amorfo para uso em fotocélulas tem mostrado grandes vantagens tanto nas
propriedades elétricas quanto no processo de fabricação. Por apresentar uma
absorção da radiação solar na faixa do visível e podendo ser fabricado mediante
deposição de diversos tipos de substratos, o silício amorfo vem se mostrando uma
forte tecnologia para sistemas fotovoltaicos de baixo custo. Mesmo apresentando
um custo reduzido na produção, o uso de silício amorfo apresenta duas
desvantagens: a primeira é a baixa eficiência de conversão comparada às células
mono e policristalinas de silício; em segundo, as células são afetadas por um
processo de degradação logo nos primeiros meses de operação, reduzindo assim a
eficiência ao longo da vida útil. Por outro lado, o silício amorfo apresenta vantagens
que compensam as deficiências acima citados, são elas:
a) Processo de fabricação relativamente simples e barato;

b) Possibilidade de fabricação de células com grandes áreas;

c) Baixo consumo de energia na produção. (CRESESB, 1999)

Figura 11 - Célula de Silício Amorfo

Fonte: FERNANDES (2010)

2.3.1.4Eficiência dos módulos fotovoltaicos


A tabela abaixo designa os rendimentos médios das conversões por célula, no
entanto nesse caso há uma margem de erro considerando que os testes dependem
da incidência da radiação solar, que não é uniforme ao longo da superfície do nosso
planeta.

Rendimento Máximo Rendimento


típico registrado máximo
em (laboratório)
aplicações
Mono- 12 - 15% 22,7 % 24%
cristalino
Poli-cristalino 11 – 14% 15,3% 18,6%
Silício Amorfo 6 – 7% 10,2% 12,7%
Ilustração 1 – Comparação dos
materiais Fonte: AMBIENTE (2009).
2.4 MÓDULOS FV

O agrupamento de várias células FV constitui um módulo FV, assim os


valores de tensão e corrente produzidos pelo módulo são mais úteis para a
instalação do que o uso de células FV isoladas.

2.4.1 Características elétricas dos módulos FV

Pela baixa tensão e corrente de saída em uma célula fotovoltaica, agrupam-


se várias células formando um módulo. O arranjo das células nos módulos pode ser
feito conectando-as em série ou em paralelo.

2.4.2 Comportamento quanto às ligações dos módulos

Ao conectar as células em paralelo, somam-se as correntes de cada módulo e a


tensão do módulo é exatamente a tensão da célula. A corrente produzida pelo efeito
fotovoltaico é contínua. Pelas características típicas das células (corrente máxima
por volta de 3A e tensão muito baixa, em torno de 0,7V) este arranjo não é utilizado
salvo em condições muito especiais (CRESESB, 1999).
Figura 12 - Módulos FV ligados em série

Fonte: CRESESB (1999).

A conexão mais comum de células fotovoltaicas em módulos é o arranjo em


série. Este consiste em agrupar o maior número de células em série onde se soma a
tensão de cada célula chegando a um valor final de 12V o que possibilita a carga de
acumuladores (baterias) que também funcionam na faixa dos 12V.

Figura 13 - Módulos FV ligados em paralelo

Fonte: CRESESB (1999).

Quando uma célula fotovoltaica dentro de um módulo, por algum motivo, estiver
encoberta a potência de saída do módulo cairá drasticamente que, por estar ligada
em série, comprometerá todo o funcionamento das demais células no módulo. Para
que toda a corrente de um módulo não seja limitada por uma célula de pior
desempenho (o caso de estar encoberta), usa-se um diodo de passo ou de “by-
pass”. Este diodo serve como um caminho alternativo para a corrente e limita a
dissipação de calor na célula defeituosa. Geralmente o uso do diodo by-pass é feito
em grupamentos de células o que, torna muito mais barato comparado ao custo de
se conectar um diodo em cada célula.
Figura 14 - Possível ligação para um diodo by-pass entre células

Fonte: CRESESB (1999).

Figura 15 - Módulo FV com Diodo de bloqueio.

Fonte: CRESESB (1999)

Outro problema que pode acontecer é quando surge uma corrente negativa
fluindo pelas células, ou seja, ao invés de gerar corrente, o módulo passa a receber
muito mais do que produz. Esta corrente pode causar queda na eficiência das
células e, em caso mais drástico, a célula pode ser desconecta do arranjo causando
assim a perda total do fluxo de energia do módulo. Para evitar esses problemas,
usa-se um diodo de bloqueio impedindo assim correntes reversas que podem
ocorrer caso liguem o módulo diretamente em um acumulador ou bateria
(CRESESB, 1999).
2.4.3 Comportamento em resposta aos fatores externos (Clima,
ambiente, localização)

Os principais fatores que influenciam nas características elétricas de um painel


são a Intensidade Luminosa e a Temperatura das Células. A corrente gerada nos
módulos aumenta linearmente com o aumento da Intensidade luminosa. Por outro
lado, o aumento da temperatura na célula faz com que a eficiência do módulo caia
abaixando assim os pontos de operação para potência máxima gerada (CRESESB,
1999)

2.5 SISTEMAS FV

Para CRESESB (2010), um sistema fotovoltaico pode ser classificado em três


categorias distintas: sistemas isolados, híbridos (Conectados a rede ou não). Os
sistemas obedecem a uma configuração básica onde o sistema deverá ter uma
unidade de controle de potência e também uma unidade de armazenamento.

Figura 16 - Diagrama de sistemas fotovoltaicos ligados às cargas c.a.

Fonte: CRESESB (2010)

Nos sistemas fotovoltaicos onde há armazenamento de energia em baterias,


usa-se um dispositivo para controlar a carga e a descarga na bateria. O “controlador
de carga” tem como principal função não deixar que haja danos na bateria por
sobrecarga ou descarga profunda. O
controlador de carga é usado em sistemas pequenos onde os aparelhos utilizados
são de baixa tensão e corrente contínua (C.C.). Para alimentação de equipamentos
de corrente alternada (CA) é necessário um inversor. Este dispositivo geralmente
incorpora um seguidor de ponto de máxima potência (MPPT) necessário para
otimização da potência final produzida. Este sistema é usado quando se deseja mais
conforto na utilização de eletrodomésticos convencionais.

Figura 17 - Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica.

Fonte: ANEEL
2.5.1 Tipos de sistemas FV

Abaixo seguem os três tipos de sistemas FV já acima citados.


2.5.1.1 Sistemas Isolados (off-grid)

Sistemas isolados, em geral, utilizam-se alguma forma de armazenamento de


energia. Este armazenamento pode ser feito através de baterias, quando se deseja
utilizar aparelhos elétricos ou armazenam-se na forma de energia gravitacional
quando se bombeia água para tanques em sistemas de abastecimento. Alguns
sistemas isolados não necessitam de armazenamento, o que é o caso da irrigação
onde toda a água bombeada é diretamente consumida ou estocadas em
reservatórios.
2.5.1.2 Sistemas Híbridos

Sistemas híbridos são aqueles que, desconectado da rede convencional,


apresenta várias fontes de geração de energia como, por exemplo: turbinas eólicas,
geração diesel, módulos fotovoltaicos entre outras. A utilização de várias formas de
geração de energia elétrica torna-se complexo na necessidade de otimização do uso
das energias. É necessário um
controle de todas as fontes para que haja máxima eficiência na entrega da energia
para o usuário.
2.5.1.3 Sistemas conectados à rede (on-grid)

Estes sistemas utilizam grandes números de painéis fotovoltaicos, e não


utilizam armazenamento de energia, pois toda a geração é entregue diretamente na
rede. Este sistema representa uma fonte complementar ao sistema elétrico de
grande porte ao qual esta conectada. Todos os arranjos são conectados em
inversores e logo em seguida guiados diretamente na rede. Estes inversores devem
satisfazer as exigências de qualidade e segurança para que a rede não seja afetada.

2.7 SISTEMAS FV NO BRASIL

O Brasil possui um dos maiores e melhores potenciais energéticos do mundo,


com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e, mais de 7 mil quilômetros de
litoral, suas condições para aproveitamento energético são extremamente
favoráveis,. Se, por um lado, as reservas de combustíveis fósseis estão
gradativamente sendo reduzidas, por outro, os potenciais hidráulicos, da irradiação
solar, da biomassa e da força dos ventos são suficientemente abundantes para
garantir a autossuficiência energética do país.

No Brasil a geração de energia elétrica por conversão fotovoltaica teve um


impulso notável, através de projetos privados e governamentais, atraindo
interesse de fabricantes pelo mercado brasileiro. A quantidade de radiação
incidente no Brasil é outro fator muito significativo para o aproveitamento da
energia solar (AMBIENTE BRASIL, 2009).

Atualmente há vários projetos, em curso ou em operação, para o


aproveitamento da energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas
fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando ao atendimento de comunidades
isoladas da rede de energia elétrica e ao desenvolvimento regional.
Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos e
instituições brasileiras (MME, Eletrobrás/CEPEL e universidades, entre outros),
esses projetos têm tido o suporte de organismos internacionais, particularmente da
Agência Alemã de Cooperação Técnica – GTZ e do Laboratório de Energia
Renovável dos Estados Unidos (National Renewable Energy Laboratory) –
NREL/DOE. Também a área de aproveitamento da energia solar para
aquecimento de água tem adquirido importância nas regiões Sul e
Sudeste do País, onde uma parcela expressiva do consumo de energia elétrica é
destinada a esse fim, principalmente no setor residencial.

Existem muitos pequenos projetos nacionais de geração fotovoltaica de


energia elétrica, principalmente para o suprimento de eletricidade em comunidades
rurais e/ou isoladas do Norte e Nordeste do Brasil. Esses projetos atuam
basicamente com quatro tipos de sistemas:
i) Bombeamento de água, para abastecimento doméstico, irrigação e
piscicultura;
ii) Iluminação pública;
iii) Sistemas de uso coletivo, tais como eletrificação de escolas, postos de
saúde e centros comunitários;
iv) Atendimento domiciliar. Entre outros, estão às estações de telefonia e
monitoramento remoto, a eletrificação de cercas, a produção de gelo e
a dessalinização de água. A seguir são apresentados alguns exemplos
desses sistemas.

Figura 18 - Sistema fotovoltaico de bombeamento de água para irrigação (Capim Grosso – BA)

A Figura 18 apresenta um exemplo de sistema flutuante de bombeamento de


água para irrigação, instalado no Açude Rio dos Peixes, Município de Capim Grosso
– BA. O sistema é formado por 16 painéis M55 da Siemens e uma bomba centrífuga
de superfície Mc Donald de 1 HP DC. Em época de cheia, o sistema fica a 15 m da
margem do açude e bombeia água a uma distância de 350 m, com vazão de 12 m3
por dia. Trata-se de uma parceria entre o National Renewable Energy Laboratory –
NREL, o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL e a Companhia de
Eletricidade do Estado da Bahia – COELBA, tendo ainda a participação da
Secretaria de Agricultura e Irrigação do Estado da Bahia e da Associação de
Moradores de Rio do Peixe (CRESESB, 2000).
Outro exemplo de bombeamento fotovoltaico de água, este na região do
Pontal do Paranapanema (Extremo-Oeste do Estado de São Paulo), é apresentado
na Figura 19. O reservatório tem capacidade de armazenamento de 7.500 litros e
altura manométrica de 86 metros, abastecendo 43 famílias. O sistema fotovoltaico é
constituído de 21 módulos MSX 70, com potência nominal de 1.470 Wp (USP; IEE,
2000). Entre novembro de 1998 e janeiro de 1999, cerca de 440 famílias foram
beneficiadas em toda a região (Tabela 3.3) (USP; IEE, 2000).

Figura 19 - Sistema de bombeamento fotovoltaico – Santa Cruz I (Mirante do Paranapanema – SP)

No Vale do Ribeira, situado no litoral Sul de São Paulo, foram instalados


diversos sistemas de eletrificação de escolas, postos de saúde e unidades de
preservação ambiental (estações ecológicas, parques estaduais etc.), além de
atendimento a pequenas comunidades rurais. A Figura 20 apresenta o caso do
Núcleo Perequê, constituído por laboratórios de pesquisa, tanques de cultivos para a
fauna marinha, auditório para conferências e seminários, alojamentos com refeitório,
cozinha e gabinetes de estudo (USP; IEE, 2000).

Figura 20 - Sistema de eletrificação fotovoltaica do Núcleo Perequê (Vale do Ribeira – SP)


A Figura 21 exemplifica um sistema de atendimento domiciliar instalado no
âmbito do projeto Ribeirinhas. Esse projeto constitui uma ação estratégica do
Programa Nacional de Eletrificação “Luz no Campo” e tem como objetivo a
implantação, em localidades ribeirinhas na região amazônica, de sistemas baseados
em fontes alternativas para geração de energia elétrica. O projeto é conduzido pelo
CEPEL e pela ELETROBRAS, em colaboração com a Universidade Federal do
Amazonas (GUSMÃO et al, 2001).

Figura 21 - Sistema fotovoltaico para atendimento domiciliar – Projeto Ribeirinhas

Existem também sistemas híbridos, integrando painéis fotovoltaicos e grupos


geradores a diesel. No município de Nova Mamoré, Estado de Rondônia, está em
operação, desde abril de 2001, o maior sistema híbrido solar-diesel do Brasil (Figura
22). O sistema a diesel possui 3 motores de 54 kW, totalizando 162 kW de potência
instalada. O sistema fotovoltaico é constituído por 320 painéis de 64 W, perfazendo
uma capacidade nominal de 20,48 kW. Os painéis estão dispostos em 20 colunas de
16 painéis, voltados para o Norte geográfico, com inclinação de 10 graus em relação
ao plano horizontal, ocupando uma área de aproximadamente 300 m². Esse sistema
foi instalado pelo Laboratório de Energia Solar – Labsolar da Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC, no âmbito do Projeto BRA/98/019, mediante contrato de
prestação de serviços, celebrado entre a ANEEL/PNUD e a Fundação de Amparo à
Pesquisa e Extensão Universitária – FAPEU daquela Universidade.
Figura 22 - Sistema híbrido solar-diesel de Araras, Nova Mamoré
– RO

Uma significativa parcela dos sistemas fotovoltaicos existentes no País foi


instalada no âmbito do Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e
Municípios – PRODEEM, instituído pelo Governo Federal, em dezembro de 1994, no
âmbito da Secretaria de Energia do Ministério de Minas e Energia – MME. Desde a
sua criação, foram destinados US$ 37,25 milhões para 8.956 projetos e 5.112 kWp
(quilowatt-pico) de potência. Como indicado na Tabela 3.4, esses projetos incluem
bombeamento de água, iluminação pública e sistemas energéticos coletivos. A
maioria dos sistemas do PRODEEM são sistemas energéticos e instalados em
escolas rurais. Na Fase V todos os 3.000 sistemas são iguais, capazes de fornecer
diariamente cerca de 1.820 Wh, com a seguinte composição: seis painéis de 120 Wp
(total de 720 Wp); oito baterias de 150 Ah (total de 1.200 Ah); e um inversor de 900
Watts (110 ou 220 V) (MME, 2003).

Em uma síntese por região e unidade da Federação dos sistemas


fotovoltaicos de geração de energia elétrica no Brasil se observa a grande maioria
desses sistemas localizam-se nas regiões Norte e Nordeste do País.

Uma visão geográfica mais detalhada da distribuição dos sistemas


fotovoltaicos instalados por todo o País é dificultada pelos seguintes fatores: a
natureza desses projetos; a sua localização, espalhados por pequenas e remotas
localidades no território nacional; e a multiplicidade empresas e instituições(10)
envolvidas na sua implantação e operação.
Uma das restrições técnicas à difusão de projetos de aproveitamento de energia
solar é a baixa eficiência dos sistemas de conversão de energia, o que torna
necessário o uso de grandes áreas para a captação de energia em quantidade
suficiente para que o empreendimento se torne economicamente viável. Comparada,
contudo, a outras fontes, como a energia hidráulica, por exemplo, que muitas vezes
requer grandes áreas inundadas, observa- se que a limitação de espaço não é tão
restritiva ao aproveitamento da energia solar.

2.8 PANORAMA ENERGÉTICO BRASILEIRO

Com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e, mais de 7 mil


quilômetros de litoral e condições para aproveitamento energético extremamente
favoráveis, o Brasil possui um dos maiores e melhores potenciais energéticos do
mundo. Onde os potenciais hidráulicos, da irradiação solar, da biomassa e da força
dos ventos são suficientemente abundantes para garantir a auto-suficiência
energética do país. Entretanto, para ANNEL (2002) o crescimento da demanda,
escassez de oferta e restrições financeiras, socioeconômicas e ambientais à
expansão do sistema indica que o suprimento futuro de energia elétrica exigirá maior
aproveitamento de fontes alternativas.

A energia em seu sentido mais amplo tem um papel fundamental para a sociedade,
como elemento chave para a inclusão social, desenvolvimento sustentável e,
consequentemente, melhoria da qualidade de vida da população.

O Brasil é o 5º maior país em extensão territorial e em população, sendo,


segundo dados de 2006, a 8ª maior economia mundial pelo critério da Paridade
de Poder de Compra (após a correção do IBGE, 2007).

Em termos de produção de energia elétrica o país é o 9º maior produtor do mundo


(403.000 GWh), segundo dados de 2005 da Agência Internacional de Energia (IEA,
2007). Mas no ano de 2007 a oferta total de energia elétrica se elevou para 484.520
GWh., ou seja, um aumento de 20 % em 2 anos.

O destaque é merecedor de atenção no sentido de que permite uma redução da


participação de petróleo e derivados em cerca de 11 % até 2030, respeitando-se as
premissas do cenário. Dificilmente encontrar-se-á uma redução semelhante em
países de igual porte.
3. CONCLUSÕES

As fontes de energia de origem solar apresentam processo de geração de


eletricidade mais simples do que a obtenção de energia através de combustíveis
fósseis ou nucleares. A sua utilização de forma distribuída apresenta as vantagens
de redução de gastos com os sistemas de transmissão e distribuição, além de
permitir desenvolvimento social para localidades não que não são beneficiadas com
energia elétrica.

O paradigma atual de que o fornecimento de energia deve ocorrer através de


linhas de transmissão e distribuição gera uma incoerência, pois existem projetos que
visam concentrar a energia solar, naturalmente dispersa, para depois distribuí-la por
um sistema interligado, deixando assim de aproveitar seus benefícios.

O preço da energia solar é comparado com o valor pago pelos consumidores


em suas residências, uma vez que a energia final consumida é algumas vezes mais
cara que o valor cobrado pela usina convencional. O custo de implantação de um
sistema solar isolado pode chegar a ser 50 vezes o valor de uma pequena central
hidrelétrica de mesma capacidade, entretanto, fazendo o cálculo considerando a
energia gerada durante a vida útil do equipamento solar de aproximadamente 30
anos, é obtido o valor correspondente à 10 vezes o custo da energia entregue ao
consumidor. Ao considerar um sistema interligado à rede, a relação passa de 10
para 3. Ao serem agregados os impostos, custos ambientais e sociais, a energia
solar fotovoltaica passa a ser, em um futuro breve, economicamente competitiva.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERNANDES, Carlos Arthur de Oliveira; GUARONGHE, Vinícius


Mendes; Energia Solar. In: Faculdade de
Engenharia Mecânica, UNICAMP.
Disponível em:
<http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/esolar/esolar.html>. Acesso em
02 maio 2022.

CENTRO DE REFERÊNCIAS PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE


SALVO
BRITO. Manual do engenheiro para sistemas fotovoltaicos. Rio de Janeiro:
1999.

AMBIENTE BRASIL. Energia solar e o meio ambiente.


Disponível em: <
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/index.ht
ml&conteudo=./energia
/solar.html> Acesso em 02 maio 2022.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (BRASIL). Atlas de


energia elétrica do 2. ed. Brasília: ANEEL,
2005. Disponível em: <
http://www.aneel.gov.br/biblioteca/EdicaoLivros2005atlas.cfm> Acesso
em 5 maio 2022.

SILVA, Francisco Raimundo; OLIVEIRA, Hugo Sérgio Medeiros de;


MARINHO, George Santos. Análise das componentes global e difusa
da radiação solar em natal-rn entre 2007 e 2008. II Congresso
Brasileiro de Energia Solar e III Conferência Regional Latino-
Americana da ISES - Florianópolis, 18 a 21 de novembro de 2008.

CASTRO, Rui M.G.Energias Renováveis e Produção


Descentralizada introdução à energia fotovoltaica.
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA. 3.ed. Lisboa: 2009.

INPE. Gráficos da estação climatológica/solarimétrica. In:Centro


Regional do Nordeste – Laboratório de Variáveis Ambientais Tropicais.
Disponível em: http://www.crn2.inpe.br/lavat/index.php?
id=graficosClimatologica. Acesso em 07 maio 2022

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (BRASIL). Atlas de


energia elétrica do Brasil. Brasília: ANEEL, 2002. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/livro_atlas.pdf> Acesso em 07 de maio
de 2022.

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