Instalações Elétricas de Baixa Tensão
Instalações Elétricas de Baixa Tensão
Instalações Elétricas de Baixa Tensão
DE BAIXA TENSÃO
DIMENSIONAMENTO E PROTEÇÃO
DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS
António Gomes
Henrique Ribeiro Da Silva 2ª EDIÇÃO
José Beleza Carvalho
ÍNDICE
NOTA DE ABERTURA ...................................................................................................................................................................... XI
V
3. CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS .................................................................................................................................................. 35
3.1. Aspetos gerais ................................................................................................................................................................................ 37
3.2. Designação de condutores isolados e cabos ............................................................................................................... 38
3.2.1. Generalidades ...................................................................................................................................................................... 38
3.2.2. Norma np 665 ...................................................................................................................................................................... 39
3.2.3. NORMA HD 361 ................................................................................................................................................................ 41
3.3. Estabelecimento das canalizações elétricas ................................................................................................................. 43
3.4. Correntes admissíveis nas canalizações elétricas ...................................................................................................... 44
VI
4.4.1. Generalidades ....................................................................................................................................................................... 61
4.4.2. Principais elementos constituintes de um disjuntor magnetotérmico .................................................. 62
4.4.3. Circuito elétrico de um disjuntor magnetotérmico .......................................................................................... 63
4.4.4. Princípio de funcionamento de um disjuntor magnetotérmico ................................................................ 63
4.4.4.1. Generalidades ..................................................................................................................................................... 63
4.4.4.2. Funcionamento térmico ................................................................................................................................ 63
4.4.4.3. Funcionamento magnético ......................................................................................................................... 64
4.4.4.4. Zonas de funcionamento de um disjuntor magnetotérmico .................................................... 65
4.4.5. Disjuntores para instalações domésticas e análogas ........................................................................................ 66
4.4.5.1. Generalidades ...................................................................................................................................................... 66
4.4.5.2. Corrente estipulada ......................................................................................................................................... 67
4.4.5.3. Corrente convencional de não funcionamento ................................................................................ 67
4.4.5.4. Corrente convencional de funcionamento .......................................................................................... 68
4.4.5.5. Tempo convencional ....................................................................................................................................... 68
4.4.5.6. Corrente de disparo instantâneo ............................................................................................................... 69
4.4.5.7. Capacidade de curto-circuito estipulada .............................................................................................. 70
4.4.5.8. Marcação de disjuntores para uso doméstico ou análogo .......................................................... 70
4.4.6. Disjuntores de uso industrial ......................................................................................................................................... 71
4.4.6.1. Generalidades ...................................................................................................................................................... 71
4.4.6.2. Corrente estipulada ......................................................................................................................................... 72
4.4.6.3. Corrente convencional de não funcionamento ................................................................................ 72
4.4.6.4. Corrente convencional de funcionamento .......................................................................................... 73
4.4.6.5. Tempo convencional ....................................................................................................................................... 74
4.4.6.6. Marcação de disjuntores industriais ......................................................................................................... 74
VII
5.4. Proteção contra as correntes de curto-circuito ........................................................................................................... 88
5.4.1. Generalidades .................................................................................................................................................................... 88
5.4.2. Determinação das correntes de curto-circuito presumidas ................................................................. 89
5.4.2.1. Aspetos gerais ..................................................................................................................................................... 89
5.4.2.2. Método da composição ................................................................................................................................. 90
5.4.2.3. Método convencional ..................................................................................................................................... 90
5.4.2.4. Método das impedâncias .............................................................................................................................. 91
5.4.2.4.1. Aspetos gerais ........................................................................................................................... 91
5.4.2.4.2. Correntes máximas ................................................................................................................. 92
5.4.2.4.3. Correntes mínimas ................................................................................................................. 93
5.4.3. Cálculo das impedâncias de curto-circuito ..................................................................................................... 94
5.4.3.1. Impedância da rede a montante (ZQ) .................................................................................................... 94
5.4.3.2. Impedância do transformador (zt) ........................................................................................................... 94
5.4.3.3. Impedância do alternador ou máquina síncrona ............................................................................. 95
5.4.3.4. Condensadores .................................................................................................................................................. 98
5.4.3.5. Bobinas ................................................................................................................................................................... 99
5.4.3.6. Barramentos ......................................................................................................................................................... 99
5.4.3.7. Aparelhagem ....................................................................................................................................................... 99
5.4.3.8. Arco de defeito ................................................................................................................................................... 100
5.4.3.9. Impedâncias dos condutores e cabos .................................................................................................... 100
5.4.4. Características dos dispositivos de proteção ................................................................................................. 102
5.4.5. Seleção dos dispositivos de proteção contra os curtos-circuitos ..................................................... 104
5.4.6. Localização dos dispositivos ..................................................................................................................................... 106
5.4.7. Deslocação do dispositivo de proteção ............................................................................................................ 107
5.4.8. Dispensa da proteção ...................................................................................................................................................
110
5.5. Coordenação entre a proteção contra as sobrecargas e curtos-circuitos ...................................................
110
5.5.1. Proteções garantidas pelo mesmo dispositivo .............................................................................................
110
5.5.2. Proteções garantidas por dispositivos distintos...................................................................................................
111
5.6. Seletividade ......................................................................................................................................................................................
111
5.6.1. Generalidades .......................................................................................................................................................................
111
5.6.2. Tipos de seletividade .........................................................................................................................................................
111
5.6.3. Principais princípios de seletividade .........................................................................................................................
112
5.7. Filiação.................................................................................................................................................................................................. 113
VIII
6.1. Aspetos gerais ................................................................................................................................................................................. 117
6.2. Identificação do problema........................................................................................................................................................ 118
6.3. Efeitos dos harmónicos .............................................................................................................................................................. 119
6.3.1. Aspetos gerais ....................................................................................................................................................................... 119
6.3.2. Efeitos instantâneos ........................................................................................................................................................... 120
6.3.3. Efeitos de longa duração .......................................................................................................................................................... 120
6.3.4. Efeitos dos harmónicos em equipamentos .................................................................................................................. 120
6.3.4.1. Variadores de velocidade ....................................................................................................................................... 120
6.3.4.2. Condensadores ............................................................................................................................................................ 121
6.3.4.3. Disjuntores e fusíveis ................................................................................................................................................ 121
6.3.4.4. Equipamentos e instrumentos electrónicos ............................................................................................. 121
6.3.4.5. Iluminação ...................................................................................................................................................................... 122
6.3.4.6. Aparelhagem de medida e contadores ....................................................................................................... 122
6.3.4.7. Relés de protecção .................................................................................................................................................... 122
6.3.4.8. Máquinas rotativas .................................................................................................................................................... 122
6.3.4.9. Transformadores ......................................................................................................................................................... 123
6.3.4.10. Telecomunicações .................................................................................................................................................. 124
6.3.4.11. Condutores ................................................................................................................................................................. 124
6.4. Características das grandezas não-sinusoidais ............................................................................................................ 126
6.4.1. Valor eficaz de uma grandeza não-sinusoidal ...................................................................................................... 127
6.4.2. Taxa de distorção ................................................................................................................................................................. 128
6.4.3. Taxa individual harmónica .............................................................................................................................................. 129
6.4.4. Factor de potência e de desfasagem (da fundamental) ................................................................................. 129
6.4.5. Factor de distorção ............................................................................................................................................................. 129
6.4.6. Factor de pico ou de crista ............................................................................................................................................. 130
6.4.7. Recomendações e normalização ................................................................................................................................ 130
6.5. Algumas soluções clássicas de compensação ............................................................................................................. 130
6.5.1. Redução de harmónicos das cargas não-lineares .............................................................................................. 130
6.5.2. Modificação da instalação .............................................................................................................................................. 132
6.5.3. Isolamento de harmónicos ............................................................................................................................................ 134
6.5.4. Utilização de filtros passivos .................................................................................................................................................. 134
6.5.5. Utilização de filtros (compensadores) activos ........................................................................................................... 136
6.5.5.1. Filtros série ..................................................................................................................................................................... 137
6.5.5.2. Filtros paralelos ................................................................................................................................................... 138
6.5.5.3. Características principais dos filtros activos seriais e paralelos .................................................. 139
6.5.5.4. Filtros híbridos .................................................................................................................................................... 139
IX
6.5.5.4.1. Estrutura híbrida série .......................................................................................................... 139
6.5.5.4.2. Estrutura híbrida paralela .................................................................................................... 140
X
Nota de Abertura
A presente obra não substitui a legislação, regulamentos, normas em vigor, nem documentação
técnica dos fabricantes dos equipamentos, nem exclui a sua consulta, ou a consulta das entida-
des nela mencionadas, uma vez que, e apesar de todo o esforço dos autores na sua elaboração,
é suscetível de conter imprecisões e omissões, além de poder não abranger todos os aspetos
relevantes da temática tratada.
As normas referidas na presente obra poderão ser adquiridas no Instituto Português da Qualidade
(IPQ) que, entre outras atribuições, é o Organismo Nacional de Normalização.
A realização da presente obra teve como principais elementos bibliográficos as regras técnicas
nela referidas assim como documentação técnicas de fabricantes de equipamentos. O principal
elemento bibliográfico foi as “Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão, 1.a Edição
Anotada, Volume I, II e III”, coedição da Direção-Geral de Geologia e Energia (DGGE) e da Associação
Certificadora de Instalações Elétricas (CERTIEL), dezembro de 2006, ISBN: DGGE-978-972-8268-37-4;
CERTIEL-978-972-95180-4-1.
XI
Capítulo 1
Aspetos Gerais
1. Aspetos gerais
Para que seja possível utilizar com segurança a energia elétrica nas instalações elétricas de baixa
tensão1, os técnicos responsáveis2 pelo projeto3, execução4 e exploração5 das instalações elétricas
têm que garantir, nas respetivas àreas de intervenção, a eficaz proteção:
1
Baixa Tensão (BT): Entende-se, por instalações elétricas de baixa tensão, as instalações elétricas cuja tensão entre fases é
igual ou inferior a 1000 V, em corrente alternada.
EN 60038:2011 - Tensões normais do CENELEC.
2
Técnico: Pessoa singular com inscrição válida em organismo ou associação profissional, quando obrigatório, cujas quali-
ficações, formação e experiência a habilitam a desempenhar funções no processo de elaboração de projeto, fiscalização
de obra pública ou particular ou como diretor de obra da empresa responsável pela execução da obra.
Técnico responsável por instalações elétricas: Indivíduos que, preenchendo os requisitos fixados na Lei n.º 14/2015, 16 de
março, podem assumir a responsabilidade pelo projeto, pela execução ou pela exploração das referidas instalações.
Lei n.º 14/2015, 16 de março: Estabelece os requisitos de acesso e exercício da atividade das entidades e profissionais res-
ponsáveis pelas instalações elétricas, conformando-os com a disciplina da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, e do Decreto-Lei
n.º 92/2010, de 26 de julho, que transpuseram as Diretivas n.os 2005/36/CE, de 7 de setembro, relativa ao reconhecimento
das qualificações profissionais, e 2006/123/CE, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no mercado interno.
Revoga: O Decreto-Lei n.º 229/2006, de 24 de novembro, o Decreto Regulamentar n.º 31/83, de 18 de abril, os artigos
16.º e 17.º do anexo I e os anexos II e III da Portaria n.º 662/96, de 14 de novembro e a Portaria n.º 558/2009, de 27 de maio.
3
Projetista: A entidade singular ou coletiva que assume a responsabilidade pela elaboração de projeto ou programa, no
âmbito, ou tendo em vista, a realização de um procedimento pré-contratual público.
Projeto: O conjunto de documentos escritos e desenhados que definem e caracterizam a conceção funcional, estética e
construtiva de uma obra, compreendendo, designadamente, o projeto de arquitetura e projetos de engenharia.
4
Execução: Realização da totalidade ou parte da obra, de acordo com o projeto e as disposições legais ou regulamentares
aplicáveis.
5
Exploração: Conjunto das actividades necessárias ao funcionamento de uma instalação eléctrica, incluindo as manobras,
o comando, o controlo, a manutenção, bem como os trabalhos eléctricos e os não eléctricos.
Capítulo 1
ASPETOS GERAIS 15
A Figura 2.1. mostra, a título de exemplo, um motor elétrico assim como a respetiva chapa de
características, na qual, entre outros aspetos, se encontra a indicação da potência , fator de
potência e rendimento do mesmo em regime nominal.
Meramente a título indicativo, a Tabela 2.1. mostra os valores típicos da potência de alguns
equipamentos elétricos utilizados nas instalações elétricas, nomeadamente nas residenciais.
Capítulo 2
POTÊNCIAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 25
4.3.4. Constituição
› Base;
› Porta-fusível.
4.3.4.1. Base
A base é a parte fixa de um fusível, munida de contactos, de terminais e invólucros, quando aplicável.
A Figura 4.2. indica os principais elementos constituintes de uma base fusível de fusíveis de facas.
Figura 4.2. Principais elementos constituintes de uma base fusível para fusível de facas
(Cortesia Siba)
A Figura 4.5. mostra um corte de um porta-fusível de um fusível de facas, com a indicação dos
diversos elementos constituintes.
1. Corpo cerâmico
2. Areia de quartzo
3. Contacto do fusível
5 1
4. Contacto do fusível
2 5. Elemento fusível
3
A Figura 4.7. mostra um corte de um porta-fusível de um fusível cilíndrico, com a indicação dos
diversos elementos constituintes.
1. Corpo cerâmico
5 2. Areia de quartzo
4 3. Contacto do fusível
2
4. Contacto do fusível
1
5. Elemento fusível
3
Os valores da tensão estipulada de sistemas fusíveis para uso industrial do tipo A e B são os
indicados na Tabela 4.4.
Tabela 4.4. Corrente estipulada de sistemas fusíveis para uso industrial do tipo A e B
Elemento de substituição Porta-fusível
Corrente estipulada máxima (In) A
Corrente
Dimensão gG aM
estipulada (A)
400 V c.a. 500 V c.a. 630 V c.a. 400 V c.a. 500 V c.a. 630 V c.a.
000 160 125 63 100 80 160
00 160 160 100 160 160 160
0* 160 160 100 160 100 160
1 250 250 200 250 250 250
2 400 400 315 400 400 400
3 630 630 500 630 630 630
4 - 1 000 800 1 000 1 000 1 000
4a 1 250 1 250 1000 1 250 1 250 1250
*Não permitido para novas instalações exceto para os elementos de substituição com percutor.
Os valores das correntes e tempos convencionais dos sistemas fusíveis para uso industrial do tipo
A e B são os indicados na Tabela 4.5.
Tabela 4.5. Correntes e tempos convencionais de sistemas fusíveis para uso industrial do tipo A e B, tipo gG
Corrente convencional
Corrente estipulada Tempos convencionais (A)
(In) (A) (h)
Inf I2
In≤4 1 1,5 In 2,1 In
4<In<16 1 1,5 In 1,9 In
16≤In≤63 1 1,25 In 1,6 In
63<In≤160 2 1,25 In 1,6 In
160<In≤400 3 1,25 In 1,6 In
400<In 4 1,25 In 1,6 In
O poder de corte dos sistemas fusíveis para uso industrial do tipo A e B são os indicados na
Tabela 4.6.
Capítulo 4
APARELHAGEM DE PROTEÇÃO 59
Existem ainda outros tipos de disjuntores, como os disjuntores para equipamentos, não objeto
do presente trabalho103.
› Cérebro (relés);
› Órgão de disparo (disparador);
› Órgão de corte (interruptor);
› Meios de extinção do arco elétrico104.
Na Figura 4.8. pode-se observar um corte de um disjuntor magnetotérmico com indicação dos
seus principais elementos constituintes.
1. Alavanca de comando
2. Mecanismo de ligação/desligamento
4
3. Contactos
4. Terminais de ligação
5 5. Relé térmico - Bimetálico
6. Relé magnético - Bobine
7. Câmara de extinção do arco elétrico
1 6 7
(Cortesia ABB)
3
2
103
NP EN 60934: Disjuntores para equipamento (DPE).
104
Câmaras de extinção do arco elétrico.
(Cortesia Hager)
Capítulo 4
APARELHAGEM DE PROTEÇÃO 65
4.4.5.6. Corrente de disparo instantâneo
Para os disjuntores magnetotérmicos de uso doméstico e análogo (EN 60898), as gamas de corrente
de disparo instantâneo são as indicadas na Tabela 4.14.
Tabela 4.14. Gamas de correntes de disparo instantâneo de disjuntores para uso doméstico ou análogo
Disparo instantâneo para correntes entre 12 a 14 vezes Possui somente relé magnético. Destinado a garantir a
MA
a corrente estipulada. máxima continuidade de serviço.
A Figura 4.13. mostra as curvas tempo/corrente de disjuntores para uso doméstico ou análogo
mais comuns.
Capítulo 4
APARELHAGEM DE PROTEÇÃO 69
Num circuito com presença de harmónicos a corrente de serviço será dada por:
5.3.1. Generalidades
Devem ser previstos dispositivos de proteção que interrompam as correntes de sobrecarga dos
condutores dos circuitos antes que estas possam provocar aquecimentos prejudiciais ao isolamento,
às ligações, às extremidades ou aos elementos colocados nas proximidades das canalizações.
Na prática, I2 é igual:
- à corrente de funcionamento, no tempo convencional, para os disjuntores;
- à corrente de fusão, no tempo convencional, para os fusíveis do tipo gG.
IB IZ
1,45LZ
0
In I2 I
L1 = 360 m
70 m
L’2
L2 = 270 m
Da semelhança entre os dois triângulos (mesma tangente) pode-se tirar a seguinte relação:
270 L'2
= → 270 = L'2 217,5 m
360 360 − 70
Como L’2 é maior que os 60 m do cabo de 4 × 95 mm2 pode-se considerar que este se encontra
protegido contra curtoscircuitos.
Este método do triângulo pode generalizar-se a derivações sucessivas. Deste modo dispensa-se
o cálculo das correntes de curto-circuito.
S4 L4
S3 L3 L’4 S1 L1
L’3 L’2
S2 L2
Capítulo 5
PROTEÇÃO DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS CONTRA SOBREINTENSIDADE 109
› fontes ininterruptíveis (uninterruptible power supplies);
› balastros electrónicos e de núcleo de ferro (saturados);
› equipamento electrónico de controle de processos, controladores lógicos programáveis
(PLCs), etc;
› computadores pessoais, impressoras, etc;
› variadores de luminosidade (dimmers);
› equipamento de aquecimento por indução;
› equipamento eléctrico de soldadura;
› funcionamento de transformadores nos limites da saturação;
› geradores;
› motores de indução com rotor em gaiola; etc
A Figura 6.1. mostra a acção das cargas poluidoras sobre a qualidade da onda de tensão.
E UU Carga nao-poluente/
Carga não-poluente/
20
E Z carga sensível
10
0
Z carga sensível
-10
30
-20 20
Tensão da fonte
0
UE ZIZI
-10
U=E -30
II
20
15
10
-5
-10
-15
-20
Carga não-linear
0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
Carga não-linear
Figura 6.1. Acção das cargas poluidoras sobre a qualidade da tensão
Capítulo 6
CORRENTES HARMÓNICAS E AS SUAS IMPLICAÇÕES NO 119
DIMENSIONAMENTO E PROTEÇÃO DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS
A Figura 6.4. mostra uma bobine de alisamento (smoothing inductor - choke) BA em série com a
carga, para reduzir o conteúdo harmónico da corrente.
Esta solução é igualmente adequada para sistemas rectificadores com condensadores de filtragem
instalados à cabeça. No entanto deve referir-se que, se é verdade que se reduz o conteúdo har-
mónico da tensão a montante da instalação, ele, pelo contrário, vem incrementado aos terminais
da carga não-linear.
Na Figura 6.5. pode-se apreciar uma redução nas amplitudes dos harmónicos mais importantes
devida à inclusão de uma bobine de 50mH. Igualmente se nota o aparecimento de ordens ímpares
no espectro. As amplitudes encontram-se referidas à da fundamental.
Capítulo 6
CORRENTES HARMÓNICAS E AS SUAS IMPLICAÇÕES NO 131
DIMENSIONAMENTO E PROTEÇÃO DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS
Algumas considerações acerca da aplicabilidade deste filtro devem ser feitas:
2. A incorporação de um elemento em série com a rede não é fácil (levanta problemas, por
ex., como o seu comportamento a curtos-circuitos).
As correntes não desejadas podem ser harmónicos como também correntes de frequência fun-
damental caso se queira compensar potência reactiva ou de desequilíbrio.
Este tipo de filtro activo é o mais empregado em aplicações industriais. Este filtro tem ainda a
capacidade de amortecer a ressonância paralela entre eventuais filtros passivos existentes e a
impedância da rede.
Esta topologia é muitas vezes designada como isolador harmónico. No entanto esta topologia cria
problemas de protecção contra sobreintensidades (na ocorrência de curto-circuito) e de capa-
cidade do transformador uma vez que este é percorrido pela maior parte da corrente de carga.
Como resultado destas diversas instalações e das suas características apresenta-se a Tabela 6.2.
onde se faz o resumo dos seus traços principais.
Tipo
Filtro activo ligado em série Filtro activo paralelo com filtro Filtro activo série com filtro
Características
com filtro passivo paralelo passivo paralelo passivo paralelo
Melhoramento do
Sim Sim Sim
factor de desfasagem
V0
f
ZI
q d
f
f V1 jX I
RI
I
RI cos φ XI sen φ ε
Figura 7.3. Diagrama vetorial das tensões com indicação do erro devido às aproximações consideradas
CT = C1 + CE C T Custo total
CI Custo de investimento
CE Custo de exploração
Custos (€)
custo total
custo inicial
valor mínimo
custo operacional
(perdas joule)
Secção
(mm2)
Stec Sec
Stec > Sec corresponde ao custo total mínimo
Capítulo 8
ASPETOS ECONÓMICOS NO DIMENSIONAMENTO DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS 159
θm Temperatura média do condutor (ºC)
θ Temperatura correspondente a Iz (ºC)
θa Temperatura ambiente (ºC)
3 Fator empírico
Na Figura 8.2. podemos apreciar um exemplo de diagrama de carga diário, que traduz a variação
da corrente com o tempo.
140
120
100
80
60
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
A Figura 8.3. representa o chamado diagrama normalizado Inorm(t) que resulta do precedente
dividindo-o por Imáx.
A ordenada máxima passa a ser obviamente 1. A forma do gráfico, no entanto, continua a ser a mesma.
178
Número de horas de utilização das perdas (T): Consiste no número de horas por ano durante as quais deverá circular
a corrente máxima (Imax) para que se produza o mesmo valor de perda anual de energia que a produzida pela corrente real
e variável da carga.
Capítulo 8
ASPETOS ECONÓMICOS NO DIMENSIONAMENTO DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS 161
8.2.3.2. Exemplo de aplicação
Na Figura 8.5. apresenta-se uma simulação em Excel, usando o método da secção económica
deum condutor para uma dada carga, para quatro cabos diferentes, 3 isolados a XLPE, de cobre
e alumínio, e um isolado a PVC, de alumínio.
15 000
12 500
10 000
7 500
5 000
2 500
0
16 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 400
mm2
Figura 8.5. – Estudo reazliado através do método da secção económica de um condutor para uma dada carga
Capítulo 8
ASPETOS ECONÓMICOS NO DIMENSIONAMENTO DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS 167
Custo, Euros
2373.2
2034.2
1695.1
1356.1
240
1017.1 185 Cabo LSVAV 4XS
150
678.05 120
95
339.03 70
80 A I.A x
Pode-se assim concluir que a secção económica para o cabo é de 150 mm2.
8.3.1. Generalidades
Esta metodologia consiste em fixar os valores máximos de perdas admissíveis nas canalizações, ou
seja, a de impor rendimentos mínimos das linhas181.
Para além das condições técnicas de temperatura e queda de tensão, a máxima perda de potência
passa a ser critério de dimensionamento.
181
Trata-se de uma outra metodologia de eficiência energética diferente das referidas na norma IEC 60287-3-2.
Sobre a obra
Esta obra pretende ser, acima de tudo, uma ferramenta didática de apoio aos alunos de cursos de engenharia eletrotécnica,
bem como a técnicos responsáveis pelo projeto, execução e exploração de instalações elétricas. Pretende ser ainda uma
ferramenta prática de estudo e de trabalho, capaz de transmitir conhecimentos técnicos, normativos e regulamentares sobre
o dimensionamento e proteção de canalizações elétricas aos diversos agentes eletrotécnicos, tornando-os capazes de, para
cada instalação nas quais sejam intervenientes, selecionar o tipo de canalização e o modo de instalação mais adequados,
de forma a maximizar a segurança, a fiabilidade e a funcionalidade, assim como os custos de execução e exploração das
instalações.
Sobre os autores
Bacharel em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas de Energia pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto. Licenciado e
Mestre (pré-Bolonha) em Engenharia Eletrotécnica e Computadores pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Professor adjunto no Departamento de Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto desde 1999.
Coordenador de Obras na CERBERUS – Engenharia de Segurança, entre 1997 e 1999. Sócio da empresa Neutro à Terra –
Gabinete de Engenharia Lda (2002 a 2006). Prestação de serviços de formação e/ou projeto e/ou assessoria e/ou consultoria no
âmbito das instalações elétricas, telecomunicações, segurança, gestão de energia, eficiência energética, a diversas entidades,
nomeadamente: NORVIA – Consultores de Engenharia, S.A.; Schumal – Engenharia e Serviços, Lda; ENERKO – Consultores
de Engenharia. Lda; ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade; Quitérios – Fábrica de Quadros Elétricos, S.A.; IEP – Instituto
Eletrotécnico Português; CENERTEC – Centro de Energia e Tecnologia; ANACOM – Autoridade Nacional das Telecomunicações;
IDT – Instituto para o Desenvolvimento Tecnológico; EDV – Agência de Energia Entre Douro e Vouga.
Licenciado em Engenharia Eletrotécnica, ramo de Produção, Transporte e Distribuição de energia, pela Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto e Mestre (pré-Bolonha) em Eletrónica Industrial pela Escola de Engenharia da
Universidade do Minho. Professor Adjunto no Departamento de Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior de Engenharia
do Porto.
Bacharel e Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto, Mestre e Doutor em
Engenharia Eletrotécnica na especialidade de Sistemas de Energia pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Professor Coordenador no Departamento de Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto,
desempenhando atualmente as funções de Diretor do curso de Mestrado em Sistemas Elétricos de Energia. É autor de vários
artigos publicados em conferências nacionais e internacionais, diretor da revista neutro-à-terra e integrou vários júris de provas
públicas de doutoramento e para a carreira do ensino superior.
www.engebook.pt