Distocias Fetais

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Complicações do Parto e Pós Parto e Cuidados

Obstétricos de Emergência

DISTOCIAS FETAIS DURANTE O


TRABALHO DE PARTO
MODULO 10
PATOLOGIAS DURANTE A GRAVIDEZ E COMPLICAÇÕES NO
PARTO E PÓS PARTO E CUIDADOS OBSTÉTRICOS DE
EMERGÊNCIA
Curso de Enfermagem de Saúde Materno Infantil
Definição

Este termo é usado quando o parto,


ou nascimento vem de forma difícil.
 As apresentações viciosas são
todas apresentações do feto que
não sejam de vértex.
 As posições viciosas são posições
anormais do vértex da cabeça fetal
(com o occipito como ponto de
referência) em relação à pélvis da
mãe

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CLASSIFICAÇÃO

 Distocias do objeto ou de causa


ovular
Apresentações anómalas
Excesso de volume fetal
Anomalias do cordão umbilical

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Distocias do objeto
 São causadas por:
a. Distocias absolutas, que não permitem
nascimento vaginal sem pôr em perigo a
vida materna ou fetal
 Alterações na situação,
 Apresentação anormal,
 Posição e atitude fetal;
 Macrosomia fetal total ou parcial
 Número de fetos
b. Distocias Relativas que não
necessariamente evita o nascimento
vaginal
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Fisiopatologia

Em alguns casos o tamanho do


feto pode ser maior e não
permitir a acomodação na pelve
da mãe ou está localizada de
forma equivoca.
Normalmente as 22 ou 24
semanas de gravidez o pólo
cefálico do feto vira orientado
para abaixo mas a rotação pode
ser impedida por má
acomodação
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CLASSIFICAÇÃO

Apresentações Cefálicas Defletidas:


1. Bregma: Nesta apresentação o osso
occipital encontra-se na posição posterior
da pélvis e ao toque vaginal toca-se a
fontanela anterior.

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Apresentações Cefálicas Defletidas - Bregma

Diagnostico
 Se faz pela palpação
 No toque vaginal palpa-se a fontanela
bregmática e percorrendo a sutura metópica
apanham-se dum lado as vizinhanças da
glabela e do outro lado pela sutura sagital
percebe-se com dificuldade a fontanela
posterior.
 O diagnóstico de variedade de posição se faz
com o ponto guia. A mais frequente é a
bregmoiliaca-esquerda-anterior (BIEA)
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Apresentações Cefálicas Defletidas - Bregma
Conduta Obstétrica e de Enfermagem
 A evolução espontânea ocorre em 85% dos casos.
 Avaliar o feto e a pélvis para descartar desproporção
cefalo-pélvica.
 Na ausência de DCP, proceder a um parto vaginal
com uma ampla episiotomia
 Vigiar estritamente a evolução do parto
 Controlar dinâmica uterina, batimentos cardiofetais
com frequência.
 Hidratar a gestante
 Vigiar sinais de esgotamento materno
 Vigiar sinais de sofrimento fetal
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Apresentações Cefálicas Defletidas - Bregma

Complicações
 O parto espontâneo é
possível, mas o trabalho de
parto é prolongado.
 O desprendimento lento
predispõe as lacerações do
canal.
 A mortalidade perinatal
elevada por sofrimento fetal.

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Apresentações Cefálicas - de Fronte

 É a apresentação em
que a parte
apresentada é a
fronte. Nesta
apresentação a
cabeça não está
flectida, toca-se a
face e as arcadas
orbitárias do feto
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Apresentações Cefálicas - de Fronte
Diagnostico:
 Na palpação apanha-se o polo cefálico como
um tumor redondeado mais elevado e saliente
que na apresentação de vértice.
 Ao toque vaginal apanha-se a fontanela
bregmática
 O diagnóstico de posição e variedade de
posição se faz com o ponto guia. A mais
frequente é a frontoiliaca-esquerda-anterior
(FIEA) ou nasoiliaca-esquerda-anterior

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Apresentações Cefálicas - de Fronte

Conduta Obstétrica e
de Enfermagem:
 Transferir para uma
unidade sanitária
com capacidade
cirúrgica.

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Apresentações Cefálicas - de Fronte

Complicações:
 A cabeça encrava-se na área
do estreito superior,
tornando o trabalho de parto
impossível pelas vias
naturais.
 Nota-se elevada mortalidade
perinatal ficando a materna
também agravada
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Apresentações Cefálicas – de Face
 É a apresentação cefálica em que o feto está
com a cabeça em extensão máxima, apoiando o
occipital no dorso, a face fica voltada para o
canal do parto. Pode tocar-se a boca e o nariz
do feto. A cabeça está mais deflectida do que
na apresentação de fronte.

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Apresentações Cefálicas – de Face
Diagnostico:
 Na Palpação: Ao explorar o estreito superior
encontra-se uma apresentação cefálica
saliente, grande, dura, esferoide e excêntrica.
 Ao toque vaginal: Apanha-se a linha facial
representada pelo mento, boca, nariz, glabela,
as vezes confunde-se a face com o polo
pélvico
 Para o diagnostico da variedade de posição
se utiliza o ponto de guia, a mais frequente é
a mentoiliaca-direita-posterior (MIDP).
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Apresentações Cefálicas – de Face
Conduta Obstétrica e de Enfermagem:
 O Importante é saber onde se encontra o
mento (queixo) fetal. Se estiver posterior
(junto ao sacro) o parto não se realizará
porque a cabeça não se pode flectir, neste
caso conduta é a cesariana → Transferir para
uma unidade sanitária com capacidade
cirúrgica.
 Se o mento estiver anterior a apresentação
pode descer no canal do parto, a cabeça
flecte-se e dá-se o parto.
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Apresentações Cefálicas – de Face
Complicações das apresentações cefálicas
patológica:
 A evolução é espontânea em geral, mas a
morbimortalidade perinatal está aumentada.
 O trabalho de parto é mais prolongado, as
lacerações das partes moles do canal são
frequentes, e o feto tem maior risco de
apresentar hemorragias meningeas, pelo que
o prognostico fetal é mais sério,
 A deflexão favorece a procidencia do cordão,
e nos casos de circulares.
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Apresentação pélvica
Tipos
 Apresentação Pélvica Completa, as coxas e
as pernas estão flectidas.

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Apresentação pélvica
 Apresentação Pélvica Incompleta ou modo
de nádegas, quando as coxas estão flectidas
contra a bacia, e as pernas se acham
estendidas sobre a face anterior do tronco.

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Apresentação pélvica
Diagnostico
 Na palpação abdominal a cabeça encontra-se
na parte superior do abdômen e as nádegas
na pélvis.
 O foco fetal ouve-se num dos quadrantes
superiores do abdômen.
 Ao toque vaginal identifica-se a pélvis fetal e
ou os pés no canal de parto.
 Durante o trabalho de parto pélvico é
freqüente o líquido amniótico apresentar
mecônio espesso
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Apresentação pélvica
Conduta Obstétrica e de Enfermagem:
1. Indicações para cesariana na apresentação
pélvica:
 É obrigatória cesariana em toda a mulher com
apresentação pélvica incompleta, modo pés;
devido ao grande risco de prolapso do cordão,
no caso de Feto grande, miomas, cesariana
anterior, antecedentes de nados mortos e
mortes neonatais, Trabalho de parto arrastado
 Em geral deveriam ser assistidos em Hospitais
com capacidade cirúrgica
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Apresentação pélvica
2. Parto Pélvico Vaginal:
 Deve-se efectuar numa mesa de parto com
suporte para as pernas, para que o tronco fetal
fique pendurado, ajude a descida da cabeça
utilizando a força da gravidade.
 Fazer uma episiotomia ampla no momento em
que as nádegas aparecem na vulva
 Um assistente aplicara uma força moderada no
fundo do útero.
 Não se deve tocar no feto até ao aparecimento
de uma omoplata na vulva.
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Apresentação pélvica

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Apresentação pélvica
2. Parto Pélvico Vaginal:
 Quando aparece a omoplata, o tronco deve ser
flectido para baixo sem tracção de forma a libertar
o ombro anterior. Se necessário pode libertar-se
usando o dedo indicador
 Faz-se a rotação do tronco no sentido oposto para
libertar o ombro posterior e levanta-se o tronco do
feto para cima libertando também deste modo o
ombro posterior
 De seguida deixa-se o corpo do feto pendurado
permitindo a descida da cabeça em flexão até que o
occipital (raiz dos cabelos na nuca) apareça por
baixo da sínfise púbica.
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Apresentação pélvica

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Apresentação pélvica
 Seguram-se e elevam-se os membros
inferiores do feto suspendendo o tronco
verticalmente.
 Quando aparece a face um assistente deverá
limpar e aspirar as vias aéreas. Quanto menor
for a intervenção da parteira melhor serão os
resultados.
 Deve-se evitar a tracção do feto para baixo
pois poderá provocar a extensão dos
membros superiores e da cabeça dificultando
a saída do feto. Esta manobra é causa da
morte fetal e lesões maternas.
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Apresentação pélvica

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Apresentação pélvica
Extracção Parcial:
 Esta manobra deve ser efectuada quando existe
uma paragem ao longo do parto vaginal e o feto
se encontra em sofrimento.
 Segurando a pélvis fetal colocando os dedos
polegares sobre o sacro com os dedos
indicadores sobre a crista ilíaca fetal, faz-se
uma tracção moderada ao longo do eixo do
canal de parto, sempre com uma pressão no
fundo uterino. Depois de se visualizar uma
omoplata, procede-se o que já foi descrito na
assistência ao parto pélvico vaginal.
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Apresentação pélvica
Dificuldade da extracção da cabeça:
 Surge devido à extensão da cabeça
 Introduz-se a palma da mão esquerda debaixo
do tronco do feto, estendendo-se ligeiramente
a cabeça fetal. O feto cavalga sobre o
antebraço da enfermeira que introduz o dedo
indicador e médio na boca do feto e traciona-
o para baixo enquanto a outra mão atua sobre
o occipital do feto empurrando-o.
 Esta manobra é a chamada manobra de
Mauriceau
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Apresentação pélvica

Retenção da cabeça última:


 No caso de existir retenção de cabeça fetal
por dilatação incompleta, a doente deve ser
evacuada.
 Quando há desproporção cefalo-pélvica, a
cabeça ficará retida. Passou o tronco por ser
mais mole. Nesta situação é inevitável a
morte fetal, e a doente deverá ser enviada
para um outro centro com capacidade
cirúrgica.

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Apresentação pélvi
Complicações das apresentações pélvicas:
a. Dificuldades no desprendimento dos ombros: Uma das
causas é a tração intempestiva, precoce. Pode ser útil
elevar-se um pouco o feto para cima, a fim de liberar os
braços da acção de pressão na cabeça. As manobras
para auxílio não deverão ser tentadas antes do ângulo
inferior da escápula se tornar visível.
b. Dificuldades no desprendimento da cabeça:
A cabeça pode estar retida na escavação, faltando apenas
o desprendimento, ou pode estar retida no estreito
superior. As causas de dificuldade no desprendimento da
cabeça quando já insinuada devem-se a obstáculos nas
partes moles ou a obstáculo das partes ósseas. A cabeça
retida no estreito superior pode ser devido à
desproporçãoCurso de Enfermagem de Saúde Materno Infantil
Apresentação de Espáduas
 É definida como a falha na saída do tronco
fetal. Outros especialistas falam que é a
apresentação em qual o eixo longitudinal do
feto esta perpendicular ao eixo longitudinal
do útero.
 Existe a possibilidade que a apresentação
seja obliqua, quando o ângulo entre os eixos
forma um ângulo de menos 90 graus com o
eixo uterino. Então a cabeça e a pelve fetal
ficam nas extremidades enquanto os pólos
uterinos são vazios

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Apresentação de Espáduas

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Apresentação de Espáduas
Conduta obstétrica e de enfermagem
 A melhor solução, caso do feto vivo, e a cesariana.
 Existem excepções para cesariana como: Multíparas,
Fetos morto, aborto, ou macerados,
 Pode tentar fazer, também, a versão externa:
 Se o feto é fácil de mobilizar
 Se a bacia esta normal
 Se as membranas estão intactas
 Se não começou ainda o trabalho de parto
 Monitorizando os BCF
 Sé a gravidez for do único feto

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Apresentação de Espáduas
Complicações da apresentação de espádua
 Rotura uterina
 Descolamento de placenta
 Lesões do cordão
 Tendência de recidiva em transversa
Neste caso é recomendável parto por cesariana para
evitar morbi mortalidade materna e fetal

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Apresentação de Espáduas
Atitude em caso de apresentação Transversa
no periodo expulsivo:
 Cesariana Urgente,
 Em caso de dilatação completa pode ser
tentada a versão interna, com risco de rotura
uterina.
 Caso o feto esteja morto pode ser efetuada a
fetotomia.

O feto morre nesta situação, por infecção


amniótica
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Prognostico:

1.Materno: Reservado, a morte surgindo


devido a: Rotura uterina, Multiparidade
e Patologia obstétrica.
2.Fetal: Grave, alta mortalidade, Fraturas
ósseas na clavícula ou osso umeral,
Sequelas neuropsíquicas dadas por
prematuridade ou traumas obstétricos
ou hipoxia

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