O Papel Do BNA Na Prevencao Do Risco de
O Papel Do BNA Na Prevencao Do Risco de
O Papel Do BNA Na Prevencao Do Risco de
FACULDADE DE ECONOMIA
Abstract
The National Bank of Angola is the central bank and issuer of Angola. Its main
functions are the securing and preserving the value of the national currency as well as
the implementation, monitoring and control of monetary, exchange and credit, the
management of the payment system and the administration of the circulating medium.
This condition of monetary authority gives it the responsibility to be the guardian of the
currency system and ensures protection against various credit risks of known and
transparent manner, through effective mechanisms.
The aim of this work is precisely to exploit knowledge about the media that the
National Bank of Angola has to prevent the risk of trade credit.
Interesse pessoal dos autores – Do ponto de vista dos autores é uma matéria
apaixonante já que o crédito, pela sua importância no processo de desenvolvimento da
economia nacional, joga um papel de transcendente importância. A necessidade de
financiamento às empresas é um dos temas principais abordados como fundamentais para o
crescimento económico quando se destina ao investimento. Por sua vez, a decisão de
investimento depende de duas variáveis essenciais: a rentabilidade esperada do investimento
(que está relacionada com as expectativas dos agentes) e a taxa de juro de financiamento.
Assim, um agente racional só investe se a rentabilidade do investimento for superior à taxa de
juro de financiamento. Porém, a existência de um risco patente ou latente de incumprimento
por parte dos tomadores de crédito, faz crescer as taxas de juro reduzir o volume de
investimento.
1.3. Objectivos
O objectivo geral deste trabalho é buscar conhecimento sobre os meios de que dispõe
o Banco Nacional de Angola para prevenir o risco de crédito comercial.
Resulta desta enumeração de funções que o BNA tem a obrigação legal de prevenir o
risco de crédito comercial e dela decorre a questão fundamental (a pergunta de partida) deste
trabalho:
1.5. Hipóteses
3
bancário é o aperfeiçoamento da supervisão prudencial e da qualidade das bases da actividade
bancária e financeira, o qual, face ao ritmo mais acelerado, à crescente comunicação
instantânea e a informática dos serviços bancários e financeiros, deverá implicar uma
mudança de métodos, baseada mais nas forças do mercado, como meio de regular os bancos e
as sociedades financeiras. A supervisão prudencial exerce-se por referência a regras de
natureza não estritamente jurídica, funcionalmente dirigida a preservar, quer a liquidez, que a
solvabilidade das instituições, com vista a criar uma situação de estabilidade individual e
sistémica. Por de razões de política monetária, financeira e cambial, exige-se que a actividade
bancaria obedeça as regras claras de actuação, tendo como primeiro objectivo a solvabilidade
e liquidez das instituições só será possível mediante elaboração de regras específicas que
contribuirão para uma supervisão regular ou constante por parte do Banco Central. Como
escreve Carneiro da Frada “não devem esquecer-se mecanismos especiais, incluindo normas
de direito público ou pelo menos de interesse e ordem pública para garantir a liquidez dos
bancos, para assegurar a sua solvabilidade e regras da actividade bancaria que pretendem
salvaguardar os clientes, (…)” (Frada, 2010, p. 464). É da competência do BNA zelar pela
solvabilidade e liquidez, estabelecendo limites prudenciais à realização de operações que estas
estejam autorizadas a praticar. O Banco Central angolano, com objectivo de garantir que as
instituições financeiras bancarias apresentem níveis adequados de solvabilidade, emite
normas quem impõem, por parte das mesmas, proporções mínimas entre os fundos próprios e
os valores de risco em que se encontram em cada momento. “os bancos devem aplicar os
fundos de que dispõem de modo a assegurar a todo o tempo níveis adequados de liquidez e
solvabilidades” (Lei N.º 13/05 de 30 de Setembro, 2005). Trata-se do rácio de solvabilidade
ou de adequação de fundos próprios, a que os ingleses chamam de capital adequacy. A
solidez e a solvabilidade das instituições bancárias e bem assim a segurança dos seus clientes
serão tanto maiores quanto mais elevados forem os valores dos fundos próprios envolvidos. A
manutenção dos fundos próprios, por outro lado, constitui garantia de boa gestão e do
interesse dos accionistas a quem pertencem. Por isso, é preocupação constante das autoridades
a definição dos padrões ideais e limites mínimos para os fundos próprios que garantam a
indispensável e desejada solvabilidade (Saraiva, 1998, p. 73). Tendo em conta os riscos a que
o sistema bancário está exposto, o BNA, no âmbito das suas competências, através do
Instrutivo nº 03/2011, de 08 de Junho, determinou novos factores de ponderação de risco para
o património das instituições bancárias autorizadas a funcionar em Angola.
4
1.5.2. Desconto de letras, livranças e compra e venda de títulos;
O Banco Nacional de Angola pode abrir, ao Estado, um crédito em conta corrente até
ao limite equivalente a 10% dos montantes das receitas correntes, cobradas no último ano (Lei
N.º 16/10 - Lei do BNA)
5
O crédito e os respectivos juros, devem ser liquidados até 31 de Dezembro do ano a
que respeite, ainda que para o efeito haja recurso a títulos de dívida pública, negociáveis e
portadores de juros. O Banco Nacional de Angola pode conceder ao Estado, segundo termos e
condições a acordar, os meios necessários à subscrição e à realização de outros pagamentos
resultantes da adesão ou participação do País em organismos internacionais cuja actividade
respeite aos domínios monetário, financeiro e cambial.
A taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central nos empréstimos
aos bancos comerciais. Muitas vezes os bancos comerciais necessitam de empréstimos de
curto prazo para cumprir alguns compromissos que, por falta de liquidez no período, não
teriam como cumprir. O Banco Central funciona como uma espécie de emprestador de última
instância para os bancos comerciais.
6
Sendo estabelecida directamente pelo Banco Nacional de Angola, a Taxa de
Desconto constitui um importante instrumento de política monetária pois permite regular a
oferta de moeda e, consequentemente, influenciar as taxas de juro de mercado. Por exemplo,
uma redução nas Taxas de Desconto leva a que os bancos comerciais recorram mais aos
empréstimos do Banco Nacional de Angola originando um aumento da Base Monetária e,
consequentemente um aumento da oferta de moeda; este aumento da oferta de moeda levará
então à redução das taxas de juro de mercado (Lei N.º 16/10 - Lei do BNA)
Ainda de acordo com o art.º 20 da mesma Lei, o BNA nas suas relações com as
instituições financeiras, compete-lhe supervisioná-las, zelar pela sua solvabilidade e liquidez,
abrir contas e aceitar depósitos segundo termos e condições que o Conselho de Administração
venha a fixar.
Nesta ordem de ideias, a matéria de crédito também faz parte da jurisdição do BNA,
uma vez que se enquadra no campo da matéria financeira. Compete ao BNA regular o
mercado de crédito, estabelecendo o prazo, taxas de juros, quantidade limite que as
instituições financeiras podem aplicar no mercado creditício, obedecendo ao disposto no
Instrutivo nº 03/98.
A par do papel de regulador que lhe foi conferido, o BNA pode conceder
empréstimos às instituições financeiras, por prazo não superior a três meses, nas modalidades
que o conselho de Administração considere viável, tendo como garantias: activos que o Banco
Nacional esteja autorizado a comprar, vender ou transaccionar; títulos emitidos pelo Estado
que façam parte de uma emissão pública, desde que tenham cobertura do tesouro, estratos da
factura, warrants e outros títulos de crédito de natureza análoga (Lei N.º 16/10 - Lei do BNA,
2010).
7
O valor do empréstimo decorre de uma decisão da Administração do BNA, depois de
observadas algumas condições que o tomador deverá apresentar e contexto da economia
nacional.
A taxa básica de juros do Banco Nacional de Angola foi mantida em 10%, de acordo
com a decisão do Comité de Política do Banco. O Comité decidiu ainda manter sem alteração
as taxas de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 11,25% e de absorção de
liquidez em 1%.
9
pelo Banco Nacional de Angola um Aviso (BNA, 2010)e um Instrutivo (BNA, 2010)que
regulam a criação e o funcionamento da Central de Informação e Risco de Crédito
1
Ambas as escolas defendiam a necessidade de um banco central.
10
4) Outros argumentos a favor da existência de um banco central são: a necessidade
de uma política monetária racional, coercivamente imposta pelo banco central e a necessidade
de estabelecer uma política de cooperação monetária adequada entre os diferentes países, o
que exigiria a existência de bancos centrais coordenados.
Nesse debate, confrontava-se com outro grupo de pensadores, que defendia a Free
Banking School, a qual pregava a livre emissão e a competição de moedas privadas, sem que
fosse necessário um banco e uma moeda central. A escola defende que os bancos emitem
notas para descontar (bills of exchange) e, portanto, nunca podem emitir volume superior à
demanda. Os bancos exercem um controlo mútuo sobre todo o sistema, tornando
desnecessário tanto um banco central, como um controlo da emissão.
Os modelos de free banking são sistemas de pagamentos, onde há uma dissociação
entre a unidade de conta e as moedas bancárias, conversíveis em uma moeda-mercadoria.
Segundo os liberais, os free banking fracassaram porque o governo interferiu na sua
organização, favorecendo a criação dos bancos centrais, por razões políticas.
Mas, baseado nos factos, os bancos centrais foram o resultado das crises bancárias,
do fracasso dos próprios bancos livres e da consequente necessidade de intervenção estatal.
2
Mark Thornton é um economista americano da Escola Austríaca. Thornton é descrito pela Advocates for Self-
Government como um dos maiores especialistas da América sobre economia das drogas ilegais.
3
Walter Bagehot – Jornalista e economista britânico estudou na Universidade de Londres e foi um dos primeiros
editores do célebre jornal The Economist, em1826, onde permaneceu até à data da sua morte.
Foi um dos primeiros economistas a falar do ciclo de negócios e a desenvolver o conceito de descentralização
bancária.
12
criados para desempenhar funções de Bancos Centrais, mas foi o desempenho dessas funções
por determinados bancos que os transformou em bancos centrais.
A verdadeira razão da substituição das câmaras de compensação por um banco
central encontra-se na própria natureza privada e no conflito de interesses interno dessas
organizações. Apesar das câmaras de compensação terem introduzido uma racionalidade
colectiva nos meios de pagamentos, ela era uma racionalidade colectiva incompleta, devido
ao seu carácter privado, que as tornava impotentes para assumir as funções básicas de bancos
centrais em dois pontos essenciais: i) manter uma oferta elástica de meio de pagamento e ii)
especialmente, de assumir a responsabilidade de um emprestador de última instância.
4
Crise iniciada com a interrupção dos pagamentos da dívida externa por parte do México no mês de Setembro de
1982.
13
O acordo representou um significativo avanço rumo aos objectivos preconizados de
estabelecer um nível adequado de capital nos sistemas bancários e garantir maior equidade
competitiva entre os bancos. Os objectivos proposto no acordo são:
A categoria mais baixa, tem um peso de 20% e inclui os activos com um risco baixo,
como os depósitos interbancário, títulos de hipoteca com garantia total e títulos emitidos por
órgãos do governo.
14
Em 1987, o Governo formulou um conjunto de reformas institucionais com vista à
transição para uma economia de mercado. Dentre as reformas empreendidas, foi priorizada a
reforma do sector financeiro, face à sua importância na mobilização das poupanças, na
distribuição de recursos e na estabilização macroeconómica.
Em Julho de 1997 a Assembleia Nacional aprovou uma nova Lei Orgânica do Banco
Nacional de Angola - lei 6/97, de 11 de Julho – e uma Lei Cambial- lei 5/97, de 11 de Julho –
que permitiram a ultrapassagem de alguns constrangimentos legais, passando o BNA,
enquanto Banco Central, acometido de maiores responsabilidades e autonomia para conduzir
e executar a política monetária e cambial do País.
O quadro legal actual do Banco Nacional de Angola está definido na Lei N.º 16/10
de 15 de Julho (Lei do Banco Nacional de Angola).
De acordo com a lei, o Banco Nacional de Angola é uma pessoa colectiva de direito
público, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Tem a sua sede em
Luanda, podendo ter delegações em outras localidades do País, bem como quaisquer formas
de representação no estrangeiro.
15
3.4. A Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC)
A Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC) é uma base de dados gerida pelo
Banco Nacional de Angola, com informação prestada pelas instituições financeiras relativas a
operações de crédito, responsabilidades potenciais e os seus riscos, sob qualquer modalidade,
de que sejam beneficiárias pessoas singulares ou colectivas, residentes ou não residentes.
A CIRC tem por objecto a centralização da informação referente às operações de
crédito, responsabilidades potenciais e aos seus riscos, sob qualquer forma ou modalidade,
concedida pelas instituições financeiras autorizadas por lei a concederem créditos.
A CIRC presta também a informação necessária para a auxiliar a avaliação dos riscos
na concessão de crédito pelas instituições financeiras.
A CIRC permite o exercício da supervisão pelo Banco Nacional de Angola, para
assegurar as condições económico-financeiras das instituições financeiras, visando à proteção
dos seus depositantes, pois permite fiscalizar a carteira de clientes das instituições financeiras
autorizadas a concederem crédito, avaliando o seu impacto nos sectores produtivos da
economia e finanças públicas.
A base de dados da CIRC recolhe informação positiva dos beneficiários de crédito,
sendo que, ao consultar-se à CIRC obtém-se a informação dos dados que caracterizam a
situação positiva do beneficiário do crédito, tal como o histórico das prestações (vencidas e
vincendas), tempo do crédito, entre outras.
A informação constante na CIRC está protegida pelo dever de segredo, nos termos da
lei.
16
Nos últimos anos, o Banco Nacional de Angola vem introduzindo alterações na
regulamentação prudencial, com o objectivo de reunir progressivamente as condições para a
adopção das regras de contabilidade internacionais e, mais tarde, o Acordo de Basileia II5.
5
O Acordo de Capital Basileia II, foi um acordo assinado no âmbito do Comité de Basileia, em 2004, para
substituir o acordo de Basileia I.
6
Ver anexo 1.
17
os riscos de crédito, de mercado e cambiais. No primeiro caso encaixam-se regras como o
controlo da aquisição de participações qualificadas, a verificação da idoneidade e da
experiência dos membros dos órgãos de Administração e de Fiscalização, ou a imposição de
um montante mínimo para o capital social, enquanto os limites à concentração de riscos sobre
um só cliente ou um conjunto limitado de clientes, os limites às participações financeiras ou à
constituição de provisões ilustram o segundo tipo de regras.
Em Angola, os fundos próprios nunca podem ser inferiores ao capital social mínimo
e pelo menos 20% dos lucros líquidos apurados em cada exercício devem ser afectados à
constituição de uma reserva legal até ao montante do capital social. Ainda num quadro
preventivo, o rácio de solvabilidade (que compara os fundos próprios com o activo) não
deverá ser inferior a 10% e as provisões para risco de crédito deverão representar2 a 4% do
crédito concedido).
V. CONCLUSÕES
Este novo contexto, conjugado com as fortes perdas registadas pelas principais
instituições financeiras internacionais, impõe um duplo desafio: i) A crescente necessidade de
controlar os níveis de alavancagem financeira e rácios de capital, de modo a evitar crises de
falta de liquidez em momentos de maior volatilidade dos mercados; ii) a necessidade de
adoptar estruturas institucionais e metodologias extremamente rigorosas no processo de
concessão de crédito, desde a análise do dossier, passando pelo permanente acompanhamento
dos processos, até à sua total amortização.
7
Write-off é um termo usado em finanças para designar o procedimento contabilístico de dar baixa a um
determinado activo de uma empresa. O procedimento de write-off é bastante usado pelas instituições financeiras
na administração da sua carteira de crédito, e serve para dar baixa dos créditos duvidosos para os quais a
instituição já efectuou provisões, e que não espera receber.
19
Bibliografia
Aglietta, M. ( 2000). Theory of Capitalist Regulation: The US Experience .Calman-Levi.
Assembleia Nacional. (2005, Setembro 30). Lei N.º 13/05 de 30 de Setembro. Diário da
República n.º . Luanda, Angola: Imprensa Nacional.
BNA. (2010, Outubro 20). Aviso n.º 2/2010 de 20 de Outubro. Central de Informação de
Risco de Crédito. Luanda, Luanda, Angola: Diário da República.
BNA. (2010, Outubro 4). Instrutivo n.º 5/2010. Central de Informação de Risco de Crédito.
Luanda, Luanda, Angola: Diário da República.
DeMarzo, P. M. (1992). The New Palgrave Dictionary of Money & Finance. Londres:
Macmillan.
Diário da República I.ª Série n.º 132. (15 de Julho de 2010). Lei N.º 16/10 - Lei do BNA.
Diário da República I.ª Série n.º 132. Luanda, Luanda, Angola: República de Angola.
Faria, L. (2013). Clientes dos bancos passam a ter avaliação de risco. O País Online, 2.
J. P. Morgan. (2013). J. P. Morgan. Retrieved Julho 17, 2013, from J. P. Morgan do Brazil:
http://www.jpmorgan.com/pages/jpmorgan/brazil/pt/business/gerenciamentoriscos/cre
dito
Minsky, H. P. (1992, Maio). The Financial Instability Hypothesis. The Jerome Levy
Economics Institute Working Paper no. 74, p. 13.
20
ANEXOS
Índice
Anexo 1: Extracto da Lei N.º 16/10 ................................................................................. ii
Anexo 2: Aviso n.º 02/2010 de 20 de Outubro ............................................................... vii
Anexo 3: Lista das falências de bancos nos Estados Unidos da América ........................ x
Anexo 4: Esquema de Controlo Prudencial do BNA .................................................... xvi
i
Anexo 1: Extracto da Lei N.º 16/10
De 15 de Julho
(DR I.ª Série n.º 132)
ii
e) velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a
função de financiador de última instância;
f) gerir as disponibilidades externas do país que lhe estejam cometidas, sem prejuízo do
disposto em Lei especial.
g) participar na elaboração da programação financeira anual do Executivo, de modo a
compatibilizar a gestão das reservas cambiais e o crédito a conceder pelo Banco Nacional de
Angola com as necessidades de estabilização e desenvolvimento da economia.
2. Compete, igualmente, ao Banco Nacional de Angola:
a) garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas
monetárias, financeiras e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade
por forma a servir como instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;
b) elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do País, assim como
efectuar a sua gestão;
c) elaborar a balança de pagamentos externos do País.
Artigo 18°
(Emissão de títulos em seu nome e por sua conta)
O Banco Nacional de Angola pode emitir títulos em seu nome e por sua conta, vendê-los ou
negociá-los com o público.
Artigo 19°
(Actos e operações vedadas)
É vedado ao Banco Nacional de Angola:
a) redescontar, no País, títulos de crédito da carteira comercial de instituições financeiras, por
período inferior a três meses, representativos de operações de desconto, letras, livranças,
extractos de factura e outros títulos de crédito de natureza análoga;
b) promover a criação de instituições financeiras bancárias e não bancárias sujeitas à sua
jurisdição ou de outras quaisquer sociedades, bem como participar no capital dessas
entidades, salvo quando previsto na presente Lei Orgânica, consentido por lei especial ou por
motivo de reembolso de créditos, mas nunca como sócio de responsabilidade ilimitada;
c) ser proprietário de imóveis, que não sejam necessários ao desempenho das suas atribuições
ou à prossecução de fins de natureza social, salvo quando os tenha obtido por cessão de bens
de dação em pagamento, de arrematação ou de outro meio legal de cumprimento das
obrigações ou destinado a assegurar esse cumprimento, devendo, proceder nestes casos, à
alienação desses imóveis, logo que possível;
d) realizar contratos de risco de seguro na qualidade de segurador;
e) adquirir ou alienar mercadorias, salvo por motivo de reembolso de crédito ou de
desempenho das suas atribuições.
Secção II
Relações com Instituições Financeiras
Artigo 20°
(Atribuições gerais)
Compete ao Banco Nacional de Angola, nas suas relações com as instituições financeiras
domiciliadas no País:
a) supervisioná-las;
b) zelar pela sua solvabilidade e liquidez;
c) abrir contas e aceitar depósitos segundo termos e condições que o
Conselho de Administração venha a fixar.
Artigo 21°
(Supervisão)
1. Para assegurar a supervisão das instituições financeiras, compete ao Banco Nacional de
Angola, em especial:
iii
a) apreciar os pedidos de constituição das referidas instituições, bem como da sua fusão, cisão
ou modificação de objecto;
b) apreciar a idoneidade e aptidão dos Administradores e Directores das mesmas Instituições;
c) definir o âmbito da supervisão em base consolidada, emitindo as instruções a que devem
obedecer as Instituições abrangidas;
d) determinar e fiscalizar o cumprimento de todas as relações prudenciais que essas
Instituições devem observar com o fim de garantir a respectiva liquidez e solvabilidade;
e) dispensar temporariamente do cumprimento de determinadas obrigações, designadamente
as estabelecidas na alínea anterior, as Instituições em que se verifique uma situação que possa
afectar o seu regular funcionamento ou o dos sistemas monetários e financeiro;
f) estabelecer normas para a actuação das Instituições, nomeadamente quanto à sua
organização contabilística, estruturas de receitas e controlo interno, bem assim como aos
elementos de informação a prestar ao B.N.A. e ao público, e respectiva periodicidade;
g) manter organizado o registo especial a que estão sujeitas as instituições sob à sua
supervisão.
2. Compete, igualmente, ao Banco Nacional de Angola:
a) realizar inspecções às Instituições sujeitas à sua supervisão e aos seus respectivos
estabelecimentos, e proceder à averiguações em qualquer entidade ou local onde haja
suspeição de prática irregular de actividades monetárias financeiras ou cambiais;
b) consultar todos os ficheiros, livros e registos, e obter comprovativos das operações, registos
contabilísticos, contratos, acordos e demais documentos que entenda necessários ao exercício
da sua função de supervisão;
c) instaurar, nos termos da lei, os processos adequados à verificação das infracções cometidas.
Artigo 22°
(Desconto de letras, livranças e compra e venda de títulos)
O Banco Nacional de Angola, segundo termos e condições definidas pelo seu Conselho de
Administração, pode:
a) descontar e redescontar letras e livranças sacadas ou emitidas para fins comerciais, com
duas ou mais assinaturas sendo uma a de um Banco e com vencimento nos 6 (seis) meses
seguintes à data da sua aquisição pelo Banco Nacional de Angola;
b) comprar e vender obrigações do tesouro ou outros títulos emitidos ou garantidos pelo
Estado, que façam parte de uma emissão pública.
Artigo 23°
(Concessão de empréstimos)
1. O Banco Nacional de Angola pode conceder às instituições financeiras, empréstimos, por
prazo não superior a três meses, nas modalidades que o
Conselho de Administração considere aconselháveis, garantidos por:
a) activos que o Banco Nacional de Angola esteja autorizado a comprar, vender ou
transaccionar, nos termos do Artigo 47° da presente Lei;
b) os títulos referidos no artigo anterior;
c) outros títulos emitidos ou garantidos pelo Estado que façam parte de uma emissão pública
desde que tenham cobertura do Tesouro nacional;
d) extractos de factura, " warrants" e outros títulos de crédito de natureza análoga.
Os empréstimos a que se refere o número anterior podem, com carácter excepcional, ser
concedidos com base em outros activos ou mesmo com dispensa de garantia, desde que, na
opinião do Conselho de Administração, estejam em causa exigências de liquidez da
instituição financeira bancária devedora e do interesse público.
Artigo 24°
(Definição de taxas de desconto, redesconto e de empréstimos)
iv
O Banco Nacional de Angola fixa e publica as suas taxas de desconto, redesconto e de
empréstimos, podendo estabelecer taxas diferenciais, limites máximos para as várias
categorias de transacções e prazos de vencimento
Artigo 25°
(Constituição de Reservas obrigatórias)
1. O Conselho de Administração pode exigir que as instituições financeiras constituam
reservas obrigatórias e outras responsabilidades que forem por si fixadas
2. As reservas obrigatórias são constituídas por meio de depósitos no Banco
Nacional de Angola, na percentagem por este determinado.
3. O Conselho de Administração pode fixar coeficientes diferentes de liquidez e de reservas
para diferentes categorias de depósitos e outras responsabilidades e determinar as suas regras
de cálculos, desde que sejam uniformes a todas as instituições financeiras da mesma natureza.
4. A inobservância de qualquer das disposições do presente artigo é passível de cobrança pelo
Banco Nacional de Angola de uma taxa não inferior a 1% ao mês acima da taxa de juro mais
elevada praticada nas operações activas, pelas instituições financeiras, sobre o montante em
falta nos seus activos líquidos ou reservas obrigatórias, até que a insuficiência seja corrigida.
Artigo 28°
(Sistemas de compensação e de pagamentos)
O Banco Nacional de Angola é responsável pela organização e supervisão dos sistemas de
compensação e de pagamentos.
Secção III
Relações com o Estado
Artigo 29°
(Crédito ao Estado)
1. O Banco Nacional de Angola pode abrir, ao Estado, um crédito em conta corrente até ao
limite equivalente a 10% dos montantes das receitas correntes, cobradas no último ano.
2. O valor referido no número anterior e os respectivos juros, devem ser liquidados até 31 de
Dezembro do ano a que respeite, ainda que para o efeito haja recurso a títulos de dívida
pública, negociáveis e portadores de juros.
Artigo 30°
(Organismos internacionais)
O Banco Nacional de Angola pode conceder ao Estado, segundo termos e condições a
acordar, os meios necessários à subscrição e à realização de outros pagamentos resultantes da
adesão ou participação do País em organismos internacionais cuja actividade respeite aos
domínios monetário, financeiro e cambial.
Artigo 31°
(Títulos emitidos e garantidos pelo Estado)
O Banco Nacional de Angola pode comprar, vender, gerir e pôr em circulação, mediante
termos e condições acordados com o Estado, títulos emitidos ou garantidos por este e
transaccioná-los directamente com o público.
Artigo 32º
(Operações de crédito vedadas)
Salvo o disposto no nº 1 do artigo 29º e do artigo 30º do presente lei, o Banco Nacional de
Angola não pode conceder directa ou indirectamente crédito ao Estado e seus serviços e
fundos personalizados bem como a pessoas colectivas ou empresas estatais.
Artigo 33°
(Limites de crédito)
1. O montante total dos créditos concedidos pelo Banco Nacional de Angola ao abrigo do
disposto no Artigo 30° e da carteira de títulos do Banco Nacional de Angola adquiridos nos
termos do Artigo 31° da presente Lei, não pode ser superior a certa percentagem, determinada
v
pela Assembleia Nacional, por ocasião da aprovação do Orçamento Geral do Estado, sobre a
média anual de receitas correntes do Estado relativa aos três últimos exercícios financeiros.
2. Sempre que a percentagem referida no número anterior correr o risco de ser excedida, o
Banco Nacional de Angola apresenta um relatório, ao Presidente da Republica sobre as causas
de tal excesso e propõe recomendações para corrigi-lo.
Artigo 34°
(Caixa do Tesouro)
O Banco Nacional de Angola encarrega-se, segundo termos e condições a acordar, da
execução do serviço de caixa do tesouro em todas as localidades onde exerça as suas funções:
a) recebendo as receitas do Estado e pagando as suas despesas até ao limite dos fundos à sua
guarda;
b) efectuando as transferências de fundos que lhe forem ordenadas pelas entidades
competentes;
c) realizando todas as suas operações bancárias.
Artigo 35°
(Outras instituições bancárias)
Sem prejuízo do disposto no artigo anterior da presente Lei, o Estado pode igualmente manter
contas e utilizar por acordo com o Banco Nacional de Angola os serviços de outras
instituições financeiras bancárias.
(…)
vi
Anexo 2: Aviso n.º 02/2010 de 20 de Outubro
viii
Artigo 11º
(Participação nos Custos)
O Banco Nacional de Angola pode fixar e cobrar uma comissão de contrapartida das
informações que prestar às Instituições Financeiras.
Artigo 12º
(Infracções)
1. Constitui infracção o não envio de informação actualizada e as instituições
participantes ficam impedidas de aceder à informação da CIRC
2. Além das sanções previstas no artigo 131º, alíneas e) e g) da Lei n.º 13/05, de 30
de Setembro, as infracções ao disposto no presente Aviso, respectivo regulamento e outras
instruções complementares, são puníveis nos termos das Leis civil e penal.
Artigo 13º
(Norma Revogatória)
Ficam revogadas todas as disposições que contrariem o disposto no presente Aviso,
designadamente o Aviso n.º 01/10, de 04 de Outubro.
Artigo 14º
(Entrada em Vigor)
O presente Aviso entra em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação.
PUBLIQUE-SE
O GOVERNADOR
ix
Anexo 3: Lista das falências de bancos nos Estados Unidos da América
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure
City Federal Savings and Loan Elizabeth New Jersey 1989 $39.8 billion
FBOP Corp banking subsidiaries Oak Park Illinois 2009 $18.4 billion
Gibraltar Savings and Loan Simi Valley California 1989 $15.1 billion
Downey Savings and Loan Newport Beach California 2008 $12.8 billion
x
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure
Imperial Federal Savings Assoc. San Diego California 1990 $9.6 billion
First Federal Bank of California Santa Monica California 2009 $6.1 billion
Columbia Savings & Loan Assn. Beverly Hills California 1991 $5.4 billion
xi
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure
Franklin National Bank New York New York 1974 $3.7 billion
xii
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure
Rancho
Vineyard Bank California 2009 $1.9 billion
Cucamonga
Peoples First Community Bank Panama City Florida 2009 $1.8 billion
xiii
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure
United States National Bank San Diego California 1973 $1.3 billion
Jefferson City,
Premier Bank Missouri 2010 $1.2 billion
Missouri
Lynnwood,
City Bank Washington 2010 $1.1 billion
Washington
xiv
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure
Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_largest_U.S._bank_failures
xv
Anexo 4: Esquema de Controlo Prudencial do BNA
Limite às participações
Financeiras Controlo de Liquidez Auditoria
(menos 15% dos fundos
próprios e participações
qualificadas globais
inferiores a 60% dos
fundos próprios
Dependência de Poucos
Clientes
(Menos de 30% dos Reservas Obrigatórias
Fundos Próprios)
xvi