Anotações Sobre o Livro Provas de Deus
Anotações Sobre o Livro Provas de Deus
Anotações Sobre o Livro Provas de Deus
Provas da existência de
Deus
1a prova: Nas palavras de Tomás de Aquino, “é certo, e está de acordo com nossa
experiência, que algo se move no mundo. Tudo o que se move é movido por outra
coisa... já que mover não é senão fazer algo passar de potência para ato; ora, mas
nada pode passar de potência para ato senão por meio de um ser que já está em
ato”
Como vimos, é impossível que algo seja ato e potência ao mesmo tempo, e que algo
seja movente e movido ao mesmo tempo. É necessária, então, a existência de um
ser Criador que seja ato puro, ou senão cairíamos em um processo infinito de
eventos passados, e a potência sempre precederia o ato, jamais havendo um ato
anterior à potência. É preciso que o movimento parta de um ser que seja ato puro,
que não tenha sido causado, que não tenha potência. Como diz Aquino:
Essa segunda via é baseada no fato de que toda causa é anterior a seu efeito. O
resfriado é causado pela chuva, que é causado pela evaporação, que é causado pelo
calor, que é causado pelo sol. Todos esses efeitos dependem de sua causa, e essa
série de causas não pode ser indefinida. Se não existe uma Causa primeira,
tampouco existiriam as causas intermediárias que são efeitos dela. Ou seja: nada
existiria. Isso deve indicar que existe uma Causa primeira que causou tudo e que não
foi causada. Nas palavras de Tomás de Aquino:
“Encontramos nas coisas sensíveis uma ordem de causas eficientes, já que nada
pode ser causa eficiente de si mesmo, pois se assim o fosse existiria antes de si
mesmo, o que é impossível. Também não é possível proceder indefinidamente nas
causas eficientes (...) Em todas as causas eficientes ordenadas, em primeiro lugar
está a causa do que se encontra no meio, e o que se encontra no meio é causa do
que está em último lugar, tanto se os intermediários forem muitos, quanto se for um
só; tiradas as causas, tira-se o efeito”
E isso o leva a concluir: “Logo é necessário admitir alguma causa eficiente primeira, à
qual todos chamam de Deus” (Pág 10-11)
Para Tomás, “encontramos dentre as coisas algumas que podem ser ou não ser... é
impossível que todas as coisas existam sempre, pois o que pode não ser alguma vez
não é. Se todas as coisas podem não ser, alguma vez nada existiu. Se assim fosse, na
verdade, também agora nada existiria, pois o que não existe não começa a existir
senão a partir de algo que existe”.
Algo é necessário quando ele não pode não existir, pois é uma condição necessária
para que as outras coisas existam. Ao mesmo tempo, existem coisas contingenciais,
que podem não existir sem que isso tenha alguma influência séria no Universo.
“Se, entretanto, nada existia, seria impossível que algo começasse a existir, e assim
nada absolutamente existiria, o que é evidentemente falso. Portanto, nem todos os
seres são possíveis (contingenciais), mas é indispensável que algum seja necessário.”
“Logo, é necessário admitir algo que seja necessário por si, não tendo fora dele a
causa de sua necessidade, antes pelo contrário, que seja ele mesmo a causa da
necessidade dos outros: a este ser todos chamam de Deus” (Pág 12-14)
4a prova: O quarto argumento de Tomás de Aquino para a existência de Deus é o dos
graus de perfeição dos entes, que segue o silogismo:
Em seu livro, ele argumenta a favor dessa via da seguinte maneira: “Encontramos,
com efeito, nas coisas, algo mais ou menos bom, verdadeiro, nobre, e assim por
diante. O ‘mais’ ou ‘menos’ é dito acerca dos diversos seres conforme se aproximam
de forma diferente daquilo que é o máximo, como o mais quente é aquilo que se
aproxima do quentíssimo (...) Existe algo que é o verdadeiríssimo, ótimo, nobilíssimo
e, por conseguinte, o ser máximo, pois as coisas que são verdadeiras ao máximo são
os maiores seres, como é dito no livro II da Metafísica (...) O que é o máximo em
algum gênero é causa de tudo o que é daquele gênero, como o fogo, que é o
máximo do quente, é a causa de todos os quentes, como é dito no mesmo livro (...)
Logo, existe algo que é a causa da existência de todos os seres, e da bondade e de
qualquer perfeição, e a este chamamos Deus.
1º As coisas que não possuem inteligência agem sempre de uma mesma forma para
atingir os objetivos para os quais existem;
3º Deve haver um Ser que coordene, governe e direcione todas as coisas para seus
objetivos;
Ele dá o exemplo de uma flecha, que não pode por si mesma buscar o alvo, mas ela
tem que ser dirigida para o alvo por um arqueiro, pois a flecha não possui
inteligência em si mesma. A mesma coisa ocorre com o governo das coisas: o que
não é inteligente só atinge o alvo para o qual foi criado através de um ser que possua
inteligência em si, que seja inteligente o suficiente para dirigi-la. As Provas da
Existência de Deus Página 15 Quando observamos o mundo a nossa volta, vemos
que ele é como uma flecha que acerta o alvo, o qual se presume que tenha vindo de
um projetor inteligente. Como diz Tomás de Aquino:
“As coisas, entretanto, que não têm inteligência só podem procurar um objetivo
dirigidas por alguém que conhece e é inteligente, como a flecha dirigida pelo
arqueiro (...) Logo, existe algum ser inteligente que ordena todas as coisas da
natureza para seu correspondente objetivo: a este ser chamamos de Deus” (Pág 14-
15)
A mesma coisa ocorre com o Universo, mas em um nível de perfeição muito maior:
todo ele atesta para a existência de um Projetista inteligente. No livro: “Não tenho fé
suficiente para ser ateu”, Norman Geisler e Frank Turek expõem pelo menos dez
princípios antrópicos sem os quais seria impossível existir vida na terra:
1º Se a força centrífuga do movimento planetário não equilibrasse precisamente as
forças gravitacionais, nada poderia ser mantido numa órbita ao redor do Sol.
2º Se o Universo tivesse se expandido numa taxa um milionésimo mais lento do que
o que aconteceu, a expansão teria parado, e o Universo desabaria sobre si mesmo
antes que qualquer estrela pudesse ser formada. Se tivesse se expandido mais
rapidamente, então as galáxias não teriam sido formadas.
3º Qualquer uma das leis da física pode ser descrita como uma função da velocidade
da luz (agora definida em 299.792.458 m por segundo). Até mesmo uma pequena
variação na velocidade da luz alteraria as outras constantes e impediria a
possibilidade de vida no planeta Terra.
5º Se Júpiter não estivesse em sua rota atual, a Terra seria bombardeada com
material espacial. O campo gravitacional de Júpiter age como um aspirador de pó
cósmico, atraindo asteroides e cometas que, de outra maneira, atingiriam a Terra.
No livro: “Um ateu garante: Deus existe”, Antony Flew, que foi um dos maiores
filósofos do século XX e ateu durante a maior parte de sua vida, tendo deixado o
ateísmo poucos anos antes de morrer, acrescenta outras três constantes antrópicas:
11º O princípio da relatividade especial ou restrita assegura que forças como o
eletromagnetismo tenham efeito invariável, não importando se agem em ângulos
retos na direção de um sistema, ou se viajam. Isso permite que códigos genéticos
funcionem e que planetas se mantenham unidos enquanto giram.
12º Leis quânticas impedem que os elétrons girem para dentro do núcleo atômico.
13º O eletromagnetismo tem uma única força que permite que aconteçam múltiplos
processos essenciais: permite que estrelas brilhem de modo constante por bilhões
de anos; que o carbono se sintetize em estrelas; assegura que léptons não
substituam quarks, o que tornaria os átomos impossíveis; é responsável por não
deixar que os prótons se desintegrem depressa demais ou que se repilam
mutuamente com força exagerada, o que tornaria a química impossível. Como é
possível que essa mesma força única satisfaça tantos requisitos diferentes, quando
parece que seria necessária uma força diferente para cada um desses processos?
Ainda há outras constantes antrópicas que poderíamos citar, como, por exemplo, o
nível de oxigênio. Na Terra, ele corresponde a 21% da atmosfera. Se ele
representasse 25% haveria incêndios espontâneos; se fosse de 15% nós ficaríamos
sufocados. Se a atmosfera fosse menos transparente, não haveria radiação solar
suficiente sobre a superfície terrena; se fosse mais transparente, seríamos
bombardeados com radiação solar
Ainda, se a interação gravitacional que a Terra tem com a lua fosse maior do que é
hoje, afetaria seriamente as marés dos oceanos, a atmosfera e o tempo de rotação.
Se fosse menor, as mudanças orbitais trariam instabilidades ao clima. Não existiria
vida na Terra. Se o nível de dióxido de carbono fosse maior do que ele é atualmente,
teríamos um enorme efeito estufa, e todos nós estaríamos queimados; se fosse
menor, as plantas não poderiam manter uma fotossíntese eficiente, e todos nós
morreríamos sufocados.
Ele também discorre sobre a possibilidade de a vida ter se formado por acaso,
refutando uma analogia muito usada nos círculos darwinistas: a do “teorema do
macaco”: «Fiquei especialmente impressionado com a refutação minuciosa de Gerry
Schroeder ao que chamo de “teorema do macaco”.
São, por definição, compostos de catorze versos. Escolhi aquele do qual decorei o
primeiro verso, que diz: “Devo comparar-te a um dia de verão? ”. Contei o número
de letras. Há 488 letras nesse soneto. Qual é a probabilidade de, digitando a esmo,
conseguirmos todas essas letras na exata sequência em todos os versos?
Conseguiremos o número 26 multiplicado por ele mesmo, 488 vezes, ou seja, 26
elevados à 488ª potência. Ou, em outras palavras, com base no 10, 10 elevado à
690ª potência. Agora, o número de partículas no Universo não grãos de areia, estou
falando de prótons, elétrons e nêutrons é de 10 à 80ª.
Dez elevados à octogésima potência é 1 com 80 zeros à direita. Dez elevados à 690ª
é 1 com 690 zeros à direita. Não há partículas suficientes no universo com que
anotarmos as tentativas. Seríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Se
tomássemos o Universo inteiro e o convertêssemos em chips de computador
esqueçam os macacos, cada chip pesando um milionésimo de grama e sendo capaz
de processar 488 tentativas a, digamos, um milhão de vezes por segundo,
produzindo letras ao acaso, o número de tentativas que conseguiríamos seria de 10
à 90ª. Mais uma vez, seríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Nunca
criaríamos um soneto por acaso. O Universo teria de ser maior, na proporção de 10
elevado à 600ª potência.
No entanto, o mundo acredita que um bando de macacos pode fazer isso todas as
vezes. Após ouvir a apresentação de Schroeder, eu lhe disse que ele estabelecera, de
maneira perfeitamente satisfatória e decisiva, que o “teorema do macaco” era uma
bobagem, e que fora muito bom demonstrar isso apenas com um soneto.
Em que isso ajuda a provar que o Universo teve um começo? Simplesmente que, se
o Universo fosse eterno, ele deveria já agora estar em morte térmica. Se ele ainda
não está, é porque ele teve um início, assim como terá um fim um dia. Norman
Geisler e Frank Turek exemplificam isso nas seguintes palavras:
• Radiação do Big Bang. Em 1965, Arno Penzias e Robert Wilson detectaram uma
estranha radiação na antena do Laboratório Bell, em Holmdel, nos Estados Unidos.
Por mais que eles mudassem a direção da antena, aquela radiação permanecia.
Primeiramente eles acharam que aquilo era resultado de dejetos de pombos, mas
aquilo permanecia mesmo depois de limpada a antena, e vinha de todas as direções.
Depois de muito trabalho, eles descobriram aquilo que seria uma das maiores
descobertas científicas do século XX, que chegou a ganhar o Prêmio Nobel: eles
tinham descoberto o brilho vermelho da explosão da bola de fogo do Big Bang.
“O darwinismo afirma que existe apenas o material, mas o material não possui
moralidade. Quanto pesa o ódio? Existe um átomo para o amor? Qual é a
composição química da molécula do homicídio? Essas perguntas não fazem sentido
porque partículas físicas não são responsáveis pela moralidade. Se os elementos
materiais fossem os únicos responsáveis pela moralidade, então Hitler não teve
verdadeira responsabilidade moral por aquilo que fez ele tinha apenas moléculas.
Isso não faz sentido algum, e todo mundo sabe disso. Os pensamentos humanos e as
leis morais transcendentes não são coisas materiais, assim como as leis da lógica e
da matemática também não o são. Eles são entidades imateriais que não podem ser
pesadas ou fisicamente mensuradas. Como resultado, não podem ser explicadas em
termos materiais, por meio da seleção natural ou por qualquer outro meio ateísta”
Se o ateísmo fosse verdadeiro ou Deus não fosse um ser pessoal, não haveria
nenhuma diferença entre torturar e assassinar seis milhões de pessoas ou alimentar
seis milhões de seres humanos famintos na África. Também não haveria nenhuma
diferença entre lançar uma criança do sexto andar de um prédio para matá-la ou
salvar uma criança presa em um prédio em chamas.
“Mas você vai encontrar dentro de você, juntamente com esses dois impulsos,
uma terceira coisa que lhe diz que deve seguir o impulso de ajudar e suprimir o
impulso de correr. Esta coisa que julga entre dois instintos, que decide qual deve
ser encorajado, não pode ser, em si mesma, um deles. Se fosse, você também
poderia dizer que uma partitura musical que, em dado momento, diz que você
deve tocar uma nota no piano, e não outra nota, é em si mesma uma das notas do
teclado. A Lei Moral nos diz qual melodia temos de tocar; nossos instintos são
meramente as teclas”
Portanto, essa Lei Moral não é um “instinto”, mas vai muito além disso. Às vezes,
pode ir até mesmo contra os nossos instintos! Assim, vemos que essa Lei Moral
existe, e que ela não é fruto do materialismo ateísta e nem de evolução biológica.
Ela faz parte do consciente do ser humano, sobre princípios morais que não
deveriam existir se Deus não existisse, isto é: se não existisse um Autor da Lei Moral.
Um ateu inconformado pode questionar:
“Mas eu não preciso de Deus para ser bom! Eu posso ser bom mesmo sem crer em
Deus”! De fato, é possível alguém ser bom sem crer em Deus, mas não seria possível
qualquer pessoa ser boa se Deus não existisse.
Isso porque essa Lei Moral é inata à consciência do ser humano, e a todos: não
somente aos cristãos. Ateus, agnósticos, cristãos e não-cristãos possuem essa lei de
consciência sobre aquilo que é moralmente certo e errado. Essa Lei Moral está em
todas as pessoas, mesmo que muitas desejem viver a vida desobedecendo a estes
princípios. Assim como o fato de existir uma lei que obriga os motoristas a pararem
no sinal vermelho e há pessoas que mesmo assim furam o sinal vermelho mesmo
sabendo que isso é errado, da mesma forma existe uma lei de consciência que é
quebrada por muitas pessoas, mesmo sabendo que estão erradas em quebrá-la.
O fato, portanto, é que essa Lei Moral existe, e, consequentemente, também deve
existir o Autor dessa Lei Moral, que deve ser externo aos próprios seres humanos,
algo a mais além da própria matéria. E a esse Autor da Lei Moral nós chamamos de
Deus. ( Pág 28-31 )
Nos quase 150 anos desde que Darwin escreveu, 1,859 milhões de fósseis foram
desenterrados, mas os elos perdidos necessários para confirmar a teoria da evolução
até hoje não foram encontrados. Essa evidência contra a teoria evolucionista é tão
forte que o próprio Darwin confessou em sua época que “a singularidade das formas
específicas [o registro fóssil] e o fato de elas não estarem misturadas em inúmeros
elos de transição é uma dificuldade óbvia”
Ele esperava que, no futuro, com mais explorações, sua teoria fosse comprovada
com milhares de fósseis de transição. E, de fato, os paleontólogos e evolucionistas se
esforçaram muito em todo este tempo na busca do tão sonhado “elo perdido”,
escavando como nunca antes. Mas nestes 150 anos da publicação de Darwin até os
nossos dias já descobriram mais de 1 milhão e 800 mil fósseis desenterrados, e
mesmo assim o tão sonhado “elo perdido” dos evolucionistas continua perdido! Em
vez de acharem os tais “elos de transição”, as evidências levaram o famoso ateu
Richard Dawkins a dizer em pleno ano de 2009: “precisamos de mais fósseis”!
• O Homem de Pitdown. Foi uma referência nos livros de ciência durante anos como
uma suposta “prova” da macroevolução, mas acabou sendo desmascarado como
fraude, muitos creem que foi falsificado pelo próprio Darwin.
Deus é uno e só pode ser uno: O politeísmo é contrário à lógica. Como Geisler e
Turek apontam, “não pode haver mais de um Ser infinito. Para distinguir-se um ser
de outro, eles devem diferir em algum aspecto. Se diferem de alguma maneira,
então um tem falta de uma coisa que o outro possui. Se um ser carece de alguma
coisa que o outro possui, então o ser que tem falta não é infinito, porque, por
definição, um ser infinito não carece de nada. Desse modo, só é possível existir um
único Ser infinito”
Os ateus têm base histórica para negar a existência de Jesus? Não, eles não têm.
Alguns citam um texto falsamente atribuído ao papa Leão X, que teria dito:
“A fábula de Cristo é de tal modo lucrativa que seria loucura advertir os ignorantes
de seu erro”
Essa frase é espalhada aos montões pelos sites ateus, como se fosse verdadeira. Na
verdade, ela não passa de uma falsificação descarada, que sites sem um mínimo de
credibilidade repassam sem nem ao menos citarem a fonte, porque ela não existe.
Os poucos que citam alguma fonte mostram como sendo da 14ª edição da
Enciclopédia Britânica, volume 19, página 217. Essas páginas não só não mencionam
a tal citação, como nem mesmo aparecem no volume do artigo do papa Leão X!
A verdade por detrás dessa falsa citação que circula nos sites ateus é que ela foi feita
por John Bale, que era um dramaturgo e satírico do século XVI.
Ele escreveu muitas paródias, dentre elas uma obra satírica chamada de O Cortejo
dos Papas, que é a verdadeira fonte da citação em questão.
James Patrick Holding, em seu artigo intitulado: “Será que o papa Leão X realmente
disse que Cristo era uma fábula”, elaborou cinco pontos simples que nenhum ateu
que cita esse texto é capaz de responder:
Josefo foi o mais importante historiador judeu do século I, e seus escritos são
utilizados nas mais diversas áreas que envolvem a história daquela época, mais
especialmente à guerra entre Jerusalém e Roma , narrada por Josefo com detalhes.
Como judeu e historiador, ele não deixou de expor aquilo que notoriamente ocorreu
na Palestina pouco antes de ele nascer: o homem chamado Jesus. Vejamos alguns
trechos de seu texto e analisemos com outras cópias encontradas:
“Naquela época vivia Jesus, homem sábio, se é que o podemos chamar de homem.
Ele realizava obras extraordinárias, ensinava aqueles que recebiam a verdade com
alegria e fez-se seguir por muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. E quando Pilatos
o condenou à cruz, por denúncia dos maiorais da nossa nação, aqueles que o
amaram antes continuaram a manter a afeição por ele. Assim, ao terceiro dia, ele
apareceu novamente vivo para eles, conforme fora anunciado pelos divinos profetas
a seu respeito, e muitas coisas maravilhosas aconteceram. Até a presente data
subsiste o grupo dos cristãos, assim denominado por causa dele”
Josefo era judeu, não cristão. Sua obra não estava na posse dos cristãos com
exclusividade. Elas eram dirigidas à comunidade judaica da Mesopotâmia, escritas
em língua aramaica, posteriormente traduzida em outros idiomas.
Além disso, eruditos como Harnack, C. Burkitt e Emery Barnes, após longos e
minuciosos estudos estilísticos e filológicos da obra de Josefo, afirmaram que o texto
de Josefo sobre Jesus é autêntico em sua totalidade. Até mesmo quando os escribas
traduziam sua obra para outros idiomas e tinham o “pé atrás” quanto a uma citação
tão explícita sobre Jesus, eles não omitiam toda a passagem, mas a simplificavam. É
por isso que o texto árabe da obra de Josefo diz:
Mas essa não foi a única menção de Josefo acerca de Jesus. Ele também disse:
“Mas o jovem Anano, que, como já dissemos, assumia a função de sumo sacerdote,
era uma pessoa de grande coragem e excepcional ousadia; era seguidor do partido
dos saduceus, os quais, como já demonstramos, eram rígidos no julgamento de
todos os judeus. Com esse temperamento, Anano concluiu que o momento lhe
oferecia uma boa oportunidade, pois Festo havia morrido, e Albino ainda estava a
caminho. Assim, reuniu um conselho de juízes, perante o qual trouxe Tiago, irmão de
Jesus chamado Cristo, junto com alguns outros, e, tendo-os acusado de infração à
lei, entregou-os para serem apedrejados”
Obs: Somos feitos irmãos de Cristo por Deus Pai. Embora Jesus seja filho unigênito e
nós adotados. Cristo se referiu, certa vez, a mais de quinhentas pessoas como
irmãos. Eram eles também filhos de Maria? Claramente não. Jesus não teve irmãos
de sangue. “Mt 23:8 usa o termo ” “irmãos” (ἀδελφοί), claramente, com o sentido
de membro da comunidade de fé, pois Jesus afirma que todos são irmãos e só tem a
Deus como Pai celeste.“aliás, o próprio Jesus diz: ” Eis minha mãe e meus irmãos.
Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu
irmão, minha irmã e minha mãe”.
Norman Geisler e Frank Turek complementam: “Por que Josefo não fez mais
referências a Jesus? Podemos conjecturar que, como historiador do imperador,
Josefo tinha de escolher os temas e as palavras com muito cuidado. De modo mais
patente, Domiciano suspeitava de tudo o que pudesse ser associado a sedição. Esta
nova seita chamada cristianismo poderia ter sido considerada sediciosa porque os
cristãos tinham esse novo e estranho sistema de crenças e recusavam-se a adorar
César e os deuses romanos. Como resultado disso, Josefo certamente não queria
alarmar ou irritar seu chefe ao escrever um grande número de comentários
favoráveis sobre o cristianismo”
“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia [...] Usava
João vestes de pelos de camelo e cintos de couro; a sua alimentação eram
gafanhotos e mel silvestre” (Mateus 3:1,4)
Mas não para por aqui. Josefo também faz uma referência direta a João Batista,
quando diz:
“Vários julgaram que aquela derrota do exército de Herodes era um castigo de Deus,
por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade, que
exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o batismo,
depois de se terem tornado agradáveis a Deus, não se contentando em só não
cometer pecados, mas unindo a pureza do corpo à pureza da alma. Assim como uma
grande multidão de povo o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que
o poder que ele tinha sobre eles viesse a suscitar alguma rebelião, porque eles
estavam sempre prontos a fazer o que ele lhes ordenasse, julgou dever prevenir o
mal para não ter motivo de se arrepender por ter esperado muito para remediá-lo.
Por esse motivo mandou prendê-lo numa fortaleza de Maquera, de que acabamos
de falar, e os judeus atribuíram essa derrota de seu exército a um castigo de Deus
por um ato tão injusto.” ( Pág 72-77 )
Fontes: Antiquites, VIII, III. Antiguidades, 20.9.1. História dos Hebreus, p. 476.
Antiguidades Judaicas. Livro XVIII. Capítulo VII. Parágrafo 781.
Públio Cornélio Tácito foi governador da Ásia, pretor, cônsul, questor, historiador
romano e orador. Em seus “Anais da Roma Imperial” mencionou Cristo e os cristãos
de seus dias. No ano de 64 d. C, o imperador Nero mandou incendiar Roma e
colocou a culpa em cima dos cristãos. Isso culminou na primeira grande perseguição
aos cristãos, que levou ao martírios milhares deles, incluindo Paulo e Pedro.
Tácito narra a perseguição aos cristãos no primeiro século nas seguintes palavras:
“Para destruir o boato (que o acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e
infringiu tormentos requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam detestar,
e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Cristo, que, sob o
principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício. Reprimida
incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais somente na
Judeia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto há de
horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela”
Tácito não era cristão. Ele considerava o Cristianismo uma “detestável superstição”,
como muitos o consideram hoje. Mas ele admitia sua existência histórica já naqueles
dias. Em seus Anais, ele descreve o martírio desses cristãos nas seguintes palavras:
“Uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio, mas por
ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte,
pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por
cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para
servirem de luz noturna”
Afirmar que todas essas citações de Tácito sobre Cristo e os cristãos ainda em pleno
século I foram falsificadas é não apenas argumentar no vazio, sem nenhum
fundamento para tanto, mas também desprezar todo o contexto. As citações aos
cristãos permeiam todo o contexto, não são interpolações acrescentadas
posteriormente, o que obviamente quebraria a sequência lógica de ideias.
“Pompônia Grecina, dama da alta sociedade (esposa de Aulo Plácio, que fez jus,
como já mencionado, à vocação com sua campanha contra a Grã-Bretanha), foi
acusada de aderir a uma superstição importada; o próprio marido a entregou;
segundo precedentes antigos, apresentou aos membros da família o caso que
envolvia a condição legal e dignidade da esposa. Esta foi declarada inocente.
Pompônia, porém, passou a transcorrer sua longa vida em constante melancolia;
morta Júlia, filha de Druso, viveu ainda quarenta anos trajando luto e fartando-se de
tristeza. Sua absolvição, ocorrida em dias de Cláudio (Nero), veio a ser-lhe motivo de
glória” (Pág 77-80 )
Tácito, neste texto, se refere aos cristãos como sendo uma “superstição importada”
Fontes: 2 Dialogus de Oratoribus, Anais. Livro XIII. Parágrafo XXXII, Tácito, Anais,
XV.44, Tácito, Anais , XV, 44 trad. 1 pg. 311; 3.
Luciano de Samosata (125 – 181 d. C)
“Foi então que ele [Proteus] conheceu a maravilhosa doutrina dos cristãos,
associando-se a seus sacerdotes e escribas na Palestina. (...) E o consideraram como
protetor e o tiveram como legislador, logo abaixo do outro [legislador], aquele que
eles ainda adoram, o homem que foi crucificado na Palestina por dar origem a este
culto (...) Os pobres infelizes estão totalmente convencidos que eles serão imortais e
terão a vida eterna, desta forma eles desprezam a morte e voluntariamente se dão
ao aprisionamento; a maior parte deles. Além disso, seu primeiro legislador os
convenceu de que eram todos irmãos, uma que vez que eles haviam transgredido,
negando os deuses gregos, e adoram o sofista crucificado vivendo sob suas leis”
Luciano diz que Peregrino (100 – 165 d. C), após ter fugido de sua cidade natal por
causa de uma acusação de assassinato, se uniu aos cristãos e logo se tornou um
profeta. Na Palestina, ele é preso e lá recebe o cuidado de seus amigos cristãos, que,
de acordo com Luciano, “tudo fizeram 74 para livrá-lo, mas como isso não foi
possível, dispensaram assistência constante para com ele”
“Os cristãos, vocês sabem, adoram um homem neste dia a distinta personagem que
lhes apresentou suas cerimônias, e foi crucificado por esta razão”
Isso indica que, naquela época, já era bem conhecido o fato de que os cristãos
cultuavam ao “homem crucificado”, o que nos mostra que já existia culto cristão em
andamento já no primeiro e segundo século, fato este confirmado por fontes
históricas cristãs e não-cristãs, sendo, portanto, inócuo crer que Jesus seja um
“mito”, uma vez que não se cria um “mito” em tão pouco tempo.
A existência dos cristãos, seguidores de Jesus Cristo, ainda no segundo século, é uma
prova irrefutável contra aqueles que pregam que Jesus é um mito histórico. Isso
porque, se Cristo fosse um mito, precisaria de muito mais tempo para ser
desenvolvido. Os céticos ateus que questionam a existência do Jesus histórico
apelam que Cristo é uma invenção do terceiro ou quarto século e, portanto, não
poderiam existir cristãos (seguidores de Cristo) já no início do segundo século. Sendo
assim, mesmo entre aqueles que zombavam de Cristo e de seus seguidores, a
existência destes era indiscutível. ( Pág 80-82 )
Caio Plínio Cecílio Segundo, mais conhecido simplesmente como “Plínio, o Jovem”,
foi um orador, jurídico e governador imperial na Bitínia. Em suas cartas ele confessa
que já tinha matado muitos homens, mulheres e crianças, e, em função dessa
grande carnificina, tinha dúvidas se deveria continuar matando. E aqui entra o
detalhe que é a razão de todo o nosso foco: essas pessoas estavam sendo mortas
por se dizerem cristãs.
Seu único erro, de acordo com Plínio, era terem o costume de se reunirem antes do
amanhecer num certo dia determinado, cantando hinos a Cristo, tratando-o como
Deus, e prometendo solenemente uns aos outros a não cometerem maldade
alguma, não defraudarem, não roubarem, não adulterarem, não mentirem e não
negarem a Cristo. Os cristãos estavam sendo incitados a amaldiçoarem a Cristo e a
se prostrarem diante das imagens do imperador romano Trajano:
“Os fez amaldiçoarem a Cristo, o que não se consegue obrigar um cristão verdadeiro
a fazer”
Em suas 122 cartas trocadas com este imperador, ele aborda várias vezes o assunto
sobre como lidar com a fé dos cristãos, e diz:
“É meu costume, meu senhor, referir a ti tudo aquilo acerca do qual tenho dúvidas...
Nunca presenciei a julgamento contra os cristãos... Eles admitem que toda sua culpa
ou erro consiste nisso: que se reúnem num dia marcado antes da alvorada, para
cantar hino a Cristo como Deus... Parecia-me um caso sobre o qual devo te consultar,
sobretudo pelo número dos acusados... De fato, muitos de toda idade, condição e
sexo, são chamados em juízo e o serão. O contágio desta superstição invadiu não
somente as cidades, mas também o interior; parece-me que ainda se possa fazer
alguma coisa para parar e corrigir”
Este décimo volume de Plínio, em que ele fala sobre os cristãos e o Cristianismo,
pode ser conferido em sua totalidade nas linhas que se seguem:
“Adotei, senhor, como regra inviolável recorrer às vossas luzes em todas as minhas
dúvidas; pois quem mais apto a remover os meus escrúpulos ou a guia-me nas
minhas incertezas do que vossa pessoa? Nunca tendo assistido aos julgamentos de
cristãos, ignoro o método e os limites a serem observados no processo e punição
deles: se, por exemplo, alguma diferença deva ser feita com respeito à idade ou, ao
contrário, nenhuma distinção se observe entre o jovem e o adulto; se o
arrependimento admite perdão; se a um indivíduo que foi cristão aproveita retratar-
se; se é punível a mera confissão de pertencer ao Cristianismo, ainda que sem
nenhum ato criminoso, ou se só é punível o crime a ele associado. Em todos esses
pontos tenho grandes dúvidas. Por enquanto, o método por mim observado para
com aqueles que me foram denunciados como cristãos tem sido o seguinte:
pergunto-lhes se são cristãos; se confessam, repito duas vezes a pergunta,
acrescentando uma ameaça de punição capital; se perseveram, mando executá-los;
pois estou convencido de que, qualquer que seja a natureza do seu credo, uma
obstinação contumaz e inflexível certamente merece castigo. Outros fanáticos dessa
espécie me têm sido trazidos que, por serem cidadãos romanos, remeto para Roma.
Essas acusações, pelo simples fato de ser o assunto investigado, começaram a
estender-se, e várias formas do mal vieram à luz. Afixaram um cartaz sem assinatura,
denunciando pelo nome grande número de pessoas. Aqueles que negaram ser ou
ter sido cristãos, que repetiram comigo uma invocação aos deuses e praticaram os
ritos religiosos com vinho e incenso perante a vossa estátua (a qual para este
propósito mandou buscar junto as dos deuses), e finalmente amaldiçoaram o nome
de Cristo (o que não se pode arrancar de nenhum verdadeiro cristão), julguei
acertado absorver. Outros que foram denunciados pelo informante confessaram-se a
princípios cristãos, depois o negaram; de fato, haviam sido cristãos, mas
abandonaram a crença (uns faz três anos, outros há muito mais tempo, sendo que
alguns há cerca de vinte e cinco anos). Todos prestaram culto a vossa estátua e às
imagens dos deuses, e amaldiçoaram o nome de Cristo.
Afirmaram, contudo, que todo o seu crime ou erro se reduzia a terem se encontrado
em determinado dia antes do nascer do sol, cantando então uma antífona como a
um Deus, ligando-se também por solene juramento de não cometer más ações, e de
nunca mentir e de nunca trair a confiança neles depositada; depois do que, era
costume se separarem, e então se reunirem novamente para tomarem em comum
algum alimento alimento de natureza inocente (inofensiva). Todavia, até esta última
prática haviam abandonado após a publicação do meu edito, pelo qual, de acordo
com as vossas ordens, proibira eu as reuniões políticas. Julguei necessário empregar
a tortura para ver se arrancava toda a verdade de duas escravas chamadas
diaconisas. Nada, porém, descobri, senão excessiva superstição. Julguei por isso de
bom aviso adiar qualquer resolução nesta matéria, a fim de pedir o vosso conselho.
Porque o assunto merece a vossa atenção, especialmente se levar em conta o
número de pessoas em risco: indivíduos de todas as condições e idades, e dos dois
sexos, estão e serão envolvidos no processo. Pois esta contagiosa superstição não se
confina nas cidades somente, mas espalha-se pelas aldeias e pelos campos. Todavia
parece-me ainda possível detê-la e curá-la. Os templos, pelo menos, que andavam
quase desertos, recomeçaram agora a ser frequentados, e as solenidades sagradas,
após uma longa interrupção, são de novo revividas; e há geral procura de animais
para os sacrifícios, para os quais até bem pouco tempo poucos compradores
apareciam. Por aí é fácil imaginar a quantidade de pessoas que se poderão salvar do
erro, se deixarmos a porta aberta ao arrependimento” (Pág 82-84 )
O mais interessante nesta carta de Plínio é que ela não ficou sem resposta. Em
resposta à carta de Plínio, o imperador romano Trajano deu as seguintes orientações
sobre como punir os cristãos:
“Nenhuma pesquisa deve ser feita por essas pessoas, quando são denunciados e
culpados devem ser punidos, com a restrição, porém, que quando o partido nega-se
a ser um cristão, e deve dar provas de que ele não é (que é adorando nossos
deuses), ele será absolvido no chão de arrependimento, embora ele possa ter
anteriormente efetuadas suspeitas”
Outras partes da resposta do imperador romano à carta de Plínio podem ser lidas
nas linhas abaixo:
“No exame de denúncias contra feitos cristãos, querido Plínio, tomaste o caminho
acertado. Não cabe formular regra dura e inflexível, de aplicação universal. Não se
pesquise. Mas se surgirem outras denúncias que procedam, aplique-se o castigo,
com essa ressalva de que se alguém negar ser cristão e, mediante a adoração dos
deuses, demonstrar não o ser atualmente, deve ser perdoado em recompensa de
sua emenda, por muito que o acusem suspeitas relativas ao passado. Não merecem
atenção panfletos anônimos em causa alguma; além do dever de evitarem-se
antecedentes iníquos, panfletos anônimos não condizem absolutamente com os
nossos tempos”
Se Cristo não tivesse sido uma pessoa real, histórica, estas duas cartas não existiriam
hoje, pois não haveria cristãos no mundo para motivá-las! (Pág 84-85)
Caio Suetônio Tranquilo foi um grande escritor latino que nasceu em 69 da era
cristã, em Roma. Suetônio era o historiador romano oficial da corte de Adriano,
escritor dos anais da Casa Imperial. Ele também faz referência a Cristo e aos seus
seguidores. Na Vida dos Doze Césares, publicada nos anos 119-122, diz que o
imperador Cláudio expulsou os judeus de Roma por causa de um certo Cresto
[Cristo]:
“Os cristãos, espécie de gente dada a uma superstição nova e perigosa, foram
destinados ao suplício”
E escreve novamente naquela mesma obra: “Nero infligiu castigo aos cristãos, um
grupo de pessoas dadas a uma superstição nova e maléfica”
Tal ocasião se deu exatamente no reinado do imperador romano Nero, que sucedeu
a Cláudio.
Suetônio era outro que já mencionava a perseguição aos seguidores de Cristo em
sua época, isto é, no primeiro século. Isso confirma os escritos bíblicos sobre a
perseguição sofrida pelos cristãos já no primeiro século, e mostra-nos uma
surpreendente semelhança com os relatos bíblicos sobre tais fatos: (Pág 85-87)
“Talo, no terceiro dos seus livros que escreveu sobre a história, explica essa
escuridão como um eclipse do sol o que me parece ilógico”
Fontes: Fragments, XII. Divine Institutes, XIII. To Autolycous, III, XXIX. Apology, X.
Horatory to address to the greeks, IX. História dos Judeus CPAD, 2000, pp.424.
MACDOWELL, Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, pp.107.
MAIER, Paul, Pontius Pilate, p.366; IN: STROBEL, Lee, Em defesa de Cristo, Vida,
1998, 111.
Outro historiador do primeiro século que teve suas crônicas perdidas com o tempo
e que teve partes de suas obras preservadas em citações de outros autores foi
Flêgão, um escritor romano nascido em 80 d.C. Ele, assim como Talo, confirmou a
escuridão que tomou conta da terra durante três horas no dia da crucificação de
Cristo. Ao comentar sobre a ilógica da escuridão, Julio Africano cita Flêgão:
“Durante o tempo de Tibério César, ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia”
Assim, vemos que o relato dos evangelhos acerca das trevas que se abateram sobre
a terra por ocasião da crucificação de Cristo era bem conhecido, e exigia uma
explicação naturalista por parte dos descrentes que haviam testemunhado o
acontecimento. Vários autores não-cristãos fizeram menção a este acontecimento.
Além de Talo e Flêgão, temos também Phlegon de Lydia, que observou na época de
Tibério um eclipse do sol que ocorreu durante a lua cheia.
Todas essas provas históricas nos mostram que, no dia da morte de Cristo, houve um
evento cósmico que foi conhecido em várias partes do mundo antigo, exatamente
como no relato bíblico, que os escritores não-cristãos sabiam da crucificação de
Cristo e que tentavam oferecer explicações razoáveis e naturalistas para não inferir
em alguma alegação de veracidade à fé cristã, e nenhum deles argumentou que era
impossível que isso fizesse menção a Cristo porque Cristo “não existe”: eles sabiam
da existência dele, razão pela qual eram obrigados a oferecerem diferentes
explicações para explicar aquele fenômeno.
Outra citação de Flêgão sobre Cristo está em suas Crônicas, onde ele diz:
“Jesus, enquanto vivo, não foi de qualquer ajuda para si mesmo, mas, quando
ressuscitou depois da morte, exibiu as marcas de sua punição, e mostrou de que
maneira suas mãos foram perfuradas pelos pregos”
Tais citações não fariam sentido caso Jesus não fosse uma pessoa real, comprovada
historicamente. A existência de Jesus e as suas aparições depois de morto eram
verdadeiras e exigiam uma resposta à altura das autoridades romanas, que, no caso,
inventaram que os discípulos roubaram o corpo (Mt.28:13-15). (Pág 88-89)
Mara Bar-Serapião foi um escritor sírio e filósofo estoico, que se tornou conhecido
por uma carta que escreveu a seu filho, onde fornece uma das primeiras referências
não-judaicas e não-cristãs sobre Jesus. No Museu Britânico está preservado um de
seus manuscritos, sobre o qual F. F. Bruce assinala:
“No museu britânico um interessante manuscrito que preserva o texto de uma carta
escrita um pouco depois de 73 A.C., embora não possamos precisar a data. Esta
carta foi enviada por um sírio de nome Mara Bar-Serapião a seu filho Serapião. Na
época Mara Bar-Serapião estava preso, mas escreveu para incentivar o filho na busca
de sabedoria, tendo ressaltado que os que As Provas da Existência de Deus Página
90 perseguiram homens sábios foram alcançados pela desgraça. Ele dá o exemplo de
Sócrates, Pitágoras e Cristo”
Na carta, ele compara Jesus Cristo aos filósofos Sócrates e Pitágoras. Ele escreveu
para incentivar o filho na busca da sabedoria, tendo ressaltado que os que
perseguiram homens sábios foram alcançados pela desgraça:
“Que vantagem os judeus obtiveram com a execução de seu sábio Rei? Foi logo após
esse acontecimento que o reino dos judeus foi aniquilado”
Mas…
Essa relíquia de 73 d.C é outra prova da existência histórica de Jesus Cristo, e negá-la
seria o mesmo que negar a existência histórica dos outros dois mestres citados por
ele: Sócrates e Pitágoras. Uma vez que os ateus aceitam a existência destes últimos
dois, por que deveriam negar a de Jesus, que é citado naquele mesmo contexto?
Alguns ateus dizem que este “Sábio Rei” poderia se tratar de outro que não fosse
Jesus. Porém, qual a possibilidade de que até aquela época (73 d. C) tivesse surgido
um outro homem que também:
• Foi executado.
• Era sábio.
• Morreu pouco antes da destruição de Jerusalém.
• Morreu antes da dispersão dos judeus.
• Teve os judeus como responsáveis pela sua morte.
• Ainda sobrevive por meio dos ensinos que deixou.
• Foi referido como rei.
Portanto, a conclusão mais razoável é aquela que Habermas sugere:
Talmude:
“Na véspera da páscoa, eles penduraram Yeshua (de Nazaré), sendo que o arauto
esteve diante dele por quarenta dias anunciando (Yeshua de Nazaré) vai ser
apedrejado por ter praticado feitiçaria e iludido e desencaminhado o povo de Israel.
Todos os que sabiam alguma coisa em sua defesa vieram e suplicaram por ele. Mas
nada encontraram em sua defesa e ele foi pendurado à véspera da páscoa”
Para que esse Yeshua do Talmude seja outro Jesus que não o que conhecemos, teria
que:
• Também ter vivido na mesma época de Jesus Cristo.
• Ter sido conhecido como “Yeshua de Nazaré” (Jesus de Nazaré).
• Ter praticado “feitiçaria” (que era como os judeus consideravam os milagres de
Cristo).
• Ter sido condenado pelos romanos.
• Ter sido pendurado (na cruz) na véspera da páscoa. É evidente que o Jesus de
Nazaré que o texto trata é o mesmo Jesus de Nazaré que conhecemos.
Ademais, o diálogo entre dois judeus registrado no Talmude também fala da
existência de Jesus:
“Mestre, tu deves ter ouvido uma palavra de minuth (heresia); essa palavra deute
prazer, e foi por isso que foste preso. Ele (Eliezer) respondeu: Akiba, tu fizeste-me
recordar o que se passou. Um dia que eu percorria o mercado de Séforis, encontrei
lá um dos discípulos de Jesus de Nazaré; Tiago de Kefar Sehanya era o seu nome. Ele
disse-me: está escrito na vossa lei (Deuteronômio 23.18): Não trarás salário de
prostituição nem preço de sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer voto.
Que fazer dele? Será permitido usá-lo para construir uma latrina para o Sumo
Sacerdote? E eu não respondi nada. Disse-me ele: Jesus de Nazaré ensinou-me isto:
o que vem de uma prostituta, volte à prostituta; o que vem de um lugar de
imundícies, volte ao lugar de imundícies. Esta palavra agradou-me, e foi por tê-la
elogiado que fui preso como Minuth (herege)”
“Não resta dúvida de que as palavras ‘um dos discípulos de Jesus de Nazaré’ e
‘assim Jesus de Nazaré me ensinou’ são, nesta passagem, de uma data bem antiga e
também são fundamentais no contexto da história relatada” (Pág 92-93)
Rei Abgar V :
“No século XIX, arqueólogos ingleses e franceses descobriram uma biblioteca no sul
da Turquia datada dos primeiros anos da era cristã. Entre muitos textos, foram
encontrados fragmentos de cartas do escrivão Labubna relatando viagens de Anan,
secretário do rei Abgar V, que reinou do ano 13 ao 50 d.C. na cidade de Edessa, atual
Urfa, na Turquia”
Basicamente, o que o filme pretende mostrar é que Jesus Cristo foi um mito
inventado pelos cristãos, que eram tão burros que copiaram igualzinho os outros
mitos daquela época, nem fizeram questão de disfarçar, e que eles deram as suas
vidas em martírio por esse mito inventado por eles. Primeiramente vejamos o que
foi alegado:
Mesmo se tudo isso fosse mesmo verdade (o que veremos mais adiante que não é),
o que é que isso provaria? Dado o incontável número de deuses existentes no
paganismo e as inumeráveis histórias e fatos que os envolvem, poderia não ser mais
que coincidência que alguns deles se cruzassem em alguns aspectos. Afirmar que
por conta disso Jesus seria um plágio desses mitos pagãos seria tão inteligente
quanto alegar que John Kennedy foi um plágio de Abraham Lincoln e que por isso ele
é um mito que não existiu realmente, dadas as seguintes coincidências:
Em suma, não é apenas ridícula a afirmação de que tais deuses eram fruto de
nascimento virginal: é uma afirmação mentirosa. Simplesmente não existem
registros de algum mito pagão onde um deus tenha sido gerado milagrosamente
pela operação do Espírito Santo, sem qualquer fecundação resultando do casal
sagrado (entre um casal de deuses) ou do ato sexual entre um deus disfarçado de ser
humano e uma mulher mortal
Outra afirmação comum dos conspiracionistas é que a ressurreição de Jesus foi um
plágio dos mitos pagãos. Se isso é verdade, esperaríamos encontrar muitos relatos
de deuses morrendo e ressuscitando fisicamente para o mundo dos vivos ao terceiro
dia. Mas isso nunca ocorre com nenhum deles. Nunca. Examinaremos caso por caso:
• Adonis. Não há sequer uma única evidência nem nos textos antigos nem nas
representações pictográficas de que Adonis tenha ressuscitado, como afirmam
alguns.
• Áttis. Somente depois de 150 d. C houve a sugestão de que ele teria sido um deus
ressurreto. Como os cristãos do século I teriam plagiado uma história mitológica que
ainda não existia? Além disso, não há nada que se pareça com o uma ressurreição
corpórea no mito de Áttis. Em uma das versões, ele teria voltado à vida de forma
vegetativa, apenas os pelos do seu corpo continuavam a crescer e ele movia apenas
um dos dedos, de forma involuntária. Em outra versão, Áttis volta à vida na forma de
uma árvore. Nenhuma dessas versões tem qualquer ligação com a ressurreição
física, corporal e gloriosa de Jesus Cristo.
• Luz do mundo: Os deuses pagãos eram chamados de “luz do mundo” por sua
associação com o sol, que é a luz do mundo. O sol era adorado em muitos povos
pagãos. O Novo Testamento, porém, em momento nenhum ensina a adoração ao
sol, e mesmo quando chama Jesus de luz o faz em um contexto totalmente diferente
dos mitos pagãos, pois fala de uma luz espiritual e não literal (Lc.8:12). A “luz” dos
deuses pagãos era uma luz literal que é emitida pelo sol para salvar a vida na terra,
já a “luz” de Cristo diz respeito à salvação do pecado e da morte espiritual.
• Alfa a Ômega: Não há nenhum registro de um deus pagão com esse título. Alguns
afirmam que Dionísio tinha esse título, mas não há nenhum registro histórico ou
arqueológico que confirme tal tese. Jesus é o Alfa e o ômega porque ele não tem
Princípio e nem Fim, ou seja: porque ele é eterno. Já os deuses pagãos eram criados,
eram filhos naturais por relações de outros deuses, portanto não podiam ser “Alfa e
Ômega”.
• Cordeiro de Deus: Outro título que jamais foi aplicado a qualquer deus mitológico.
A expressão “cordeiro de Deus” não provém do paganismo, mas do judaísmo, que
costumava sacrificar cordeiros como sacrifício pelo pecado. Jesus, portanto, é
tratado como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29), como sendo
o sacrifício completo, final e definitivo. Esse termo não pode ter sido tomado do
paganismo pela simples razão de que os pagãos não sacrificavam cordeiros. No
mitraísmo, por exemplo, eram sacrificados touros. Se os apóstolos tivessem plagiado
as ideias pagãs, teria dito que Jesus era o “Touro de Deus” (mitraísmo), e não o
“Cordeiro de Deus” (judaísmo).
• A Verdade: Não existe nada, nenhum texto ou desenho que afirme que tais deuses
se diziam ser “A Verdade”. Pelo contrário: era comum os deuses errarem e muito.
Eram egoístas, orgulhosos, caíam em tentações dos mais diversos tipos, tinham
personalidade instável, por vezes matavam outros deuses e faziam o mal ao
próximo. Nenhum deles era considerado a “verdade” personificada, e nem poderia
ser, pois o próprio caráter deles desmentiria isso. Nem mesmo Theos, o maior dos
deuses, era chamado de tal, muito menos os outros deuses de escala inferior. Jesus
foi o único que disse que era o caminho, a verdade e a vida (Jo.14:6) para quem lhe
seguisse.
Morte por crucificação: É alegado que Attos foi crucificado em uma árvore numa
Sexta-Feira negra. Isso é totalmente falso. Attis morreu embaixo de uma árvore, mas
não crucificado nela. E nada indica que isso tenha acontecido em uma Sexta-Feira.
Como resultado disso, Attis sangrou e daí surgiu o brotamento de flores. Como disse
J. P. Holding, “se você quiser chamar isso de ‘redenção’ da terra, talvez algum
fazendeiro esteja fazendo a mesma coisa plantando batatas”.
Hórus também não morreu por crucificação. Há vários relatos da morte de Hórus,
mas nenhum deles envolvendo crucificação. Osíris também não morreu crucificado,
mas morreu após ser enganado por Set. Ele foi preso em um baú e lançado ao Nilo.
Krishna também não morreu por crucificação. Ele morreu depois de acidentalmente
ser atingido por uma flecha de caçador.
Tammuz, que é outro que alegam que morreu crucificado, na verdade foi morto por
demônios enviados por Ishtar. Dionísio foi comido vivo pelos Titãs em sua infância,
não morreu crucificado. Mitra não experimentou a morte, mas foi carregado para o
Céu em uma carruagem de fogo. Em suma, todas as alegações dos conspiracionistas
sobre a morte por crucificação são falsas.
Cristianismo e mitraísmo:
“Se eles chegarem a citar um trecho de uma fonte, eu acho que você ficará surpreso
com o que verá. Por exemplo, no meu debate sobre a ressurreição com Robert
Prince, ele dizia que as curas que Jesus fez vieram dos relatos mitológicos de curas,
como as de Esculápio. Eu insisti que ele lesse a todos uma passagem das fontes
originais mostrando a suposta similaridade. Quando ele leu, o que alegava não tinha
nada a ver com as histórias dos Evangelhos sobre as curas de Jesus! Essa foi a melhor
prova que a origem das histórias não estava relacionada” (Pág 105-122)
Jesus realmente ressuscitou?
Teoria do desmaio: É ilógico crer que Jesus de fato não tenha morrido. Como
Norman Geisler e Frank Turek apontam no best-seller “Não tenho fé suficiente para
ser ateu”:
Como pode alguém que foi surrado pelos romanos, tendo sido duramente açoitado,
sendo obrigado a carregar uma cruz pesada com uma coroa de espinhos na cabeça
aprofundando ainda mais a dor, sendo pregado em uma cruz com pregos fixados em
seus pulsos e em seus pés, e, para completar, com o seu lado perfurado por uma
lança de um soldado romano para confirmar ainda mais a sua morte (pois já sabiam
que ele estava morto, diferente dos demais crucificados), ainda ter conseguido
sobreviver, e, sem nenhum apoio médico, ter se levantado do túmulo após três dias,
se desfeito do pano que o cobria com 34 quilos de especiarias, removido a grande
pedra que guardava o túmulo, vencido os guardas romanos armados para impedir o
acesso a ele e aparecer aos discípulos?
Como dizem Geisler e Turek: “Se ele tivesse sobrevivido ao túmulo frio, úmido e
escuro, de que maneira poderia tirar as bandagens, empurrar a pedra para cima e
para fora (uma vez que estava dentro do túmulo), passar pelos guardas romanos
(que seriam mortos por permitir uma brecha na segurança) e, então, convencer os
covardes assustados, fugitivos e céticos de que ele havia triunfado sobre a morte?
Mesmo que pudesse sair do túmulo e passar pelos guardas romanos, Jesus seria
apenas uma massa mole alquebrada e ensanguentada de homem, da qual os
discípulos teriam pena, e não alguém a quem eles adorariam. Eles diriam: ‘Você
pode estar vivo, mas certamente não ressuscitou. Vamos levá-lo já para um
médico!’”
Teoria da alucinação: Os discípulos poderiam alucinar à vontade, mas como
alucinações poderiam abrir a pedra de um túmulo, passar pelos guardas romanos
que guardavam vigia, e depois deixar o túmulo vazio?
“Se mais de 500 testemunhas oculares tiveram a experiência sem precedentes de ter
a mesma alucinação em 12 ocasiões diferentes, então por que as autoridades
judaicas ou romanas simplesmente não exibiram o corpo de Jesus pela cidade? Isso
teria desferido um golpe fatal no Cristianismo de uma vez por todas. As autoridades
adorariam ter feito isso, mas, aparentemente, não puderam fazê-lo porque o túmulo
estava realmente vazio”
Geisler e Turek falam apropriadamente sobre isso nas seguintes palavras: “As
alucinações não são experimentadas por grupos, mas apenas por indivíduos. Nesse
aspecto, são muito parecidas com sonhos. É por isso que, se um amigo lhe diz pela
manhã: ‘Uau! Esse foi um grande sonho que nós tivemos, não é?’, você não diz: ‘Sim,
foi fabuloso! Vamos continuar hoje à noite?’. Não, você acha que seu amigo ficou
louco ou que está simplesmente fazendo uma brincadeira. Você não o leva a sério
porque sonhos não são experiências coletivas. Quem tem sonhos é o indivíduo, não
grupos. As alucinações funcionam da mesma maneira. Se existirem raras condições
psicológicas, um indivíduo pode ter uma alucinação, mas seus amigos não a terão.
Mesmo que a tiverem, não terão a mesma alucinação”
Ainda mais absurda é a teoria da alucinação à luz do fato de que Cristo apareceu
para quinhentas pessoas de uma só vez, antes de sua ascensão ao Céu (1Co.15:6).
Como seria possível quinhentas pessoas terem tido exatamente a mesma alucinação
com a mesma pessoa, no mesmo evento, na mesma hora e no mesmo lugar?
Teoria do irmão gêmeo: Barth Ehrman propôs algo mais interessante em seu debate
sobre a ressurreição de Jesus que ele travou com William Lane Craig: Jesus teria um
irmão gêmeo, e depois que ele morreu foi esse irmão gêmeo que apareceu aos
discípulos. Gênio! Só que não. Em primeiro lugar, se Cristo tivesse mesmo um irmão
gêmeo isso seria da maior importância e não deixaria de ser registrado na Bíblia ou
em alguma outra fonte cristã ou secular.
Contudo, em momento algum vemos Maria dando a luz a gêmeos, mas somente a
Jesus, que a Bíblia chama de primogênito (Lc.2:7). Como acreditar em uma teoria
que diz que Jesus tinha um irmão gêmeo, se não existe sequer uma única linha de
evidência histórica cristã ou secular sobre isso? É preciso ter muita fé (ou imaginação
fértil) para se crer nisso.
Ademais, como nos mostra Geisler e Turek, é ridículo crer que todos tenham sido
enganados quanto à verdadeira identidade daquele que morreu crucificado:
Será que nem os guardas romanos, nem Pilatos, nem Herodes, nem o povo judeu,
nem os discípulos, nem a própria família de Cristo, nem absolutamente ninguém foi
capaz de perceber que aquele homem que foi julgado, açoitado, pregado numa cruz
e morto não era o verdadeiro Jesus? Impossível. E essa teoria deixa muitas lacunas:
como Jesus apareceu aos seus discípulos com os buracos nos punhos e nos pés, com
as marcas dos pregos? Se fosse outro que tivesse sido crucificado no lugar de Cristo,
este estaria em perfeitas condições. (Pág 129-135)
Novo testamento:
Assim sendo, a Crítica Textual trabalha dentro desses dois critérios para determinar
se o original de qualquer obra (não somente do Novo Testamento) foi bem
preservado ou não. A pergunta que fica é: possuímos cópias antigas do Novo
Testamento? E quantas dessas cópias possuímos? É isso o que passaremos a
investigar a partir de agora.
O Novo Testamento também foi copiado nos primeiros séculos em muitos outros
idiomas. Existem pelo menos 9.300 antigas versões em outras línguas, e mais 10.000
manuscritos antigos da Vulgata Latina de Jerônimo. No total (juntando o número de
cópias antigas do Novo Testamento nos mais diversos idiomas) nós possuímos
aproximadamente 25.000 manuscritos de livros inteiros do Novo Testamento, isso
sem contar outras 24.000 cópias de porções (trechos) desses livros. Isso significa 39
vezes mais do que a Ilíada de Homero, que é a segunda colocada em número de
cópias em todos os documentos antigos já criados pelo homem!
“Ter uma atitude cética quanto ao texto disponível dos livros do Novo Testamento é
permitir que toda a antiguidade clássica se torne desconhecida, pois nenhum
documento da história antiga é tão bem confirmado bibliograficamente como o
Novo Testamento”
A tabela a seguir mostra três Pais da Igreja que escreveram ainda no primeiro século
e fizeram menção a vários livros do Novo Testamento
Pág 199-203