Bases Da Educação Infantil

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Bases da Educação Infantil - Unidade 1 - Atividade 1

A construção do que entendemos como criança e infância, ou seja, da


criança enquanto um ser diferente do adulto e com necessidades
específicas, bem como, a concepção de infância como uma etapa
importante do desenvolvimento dos seres humanos, foi um processo
longo e com muitos obstáculos. Explique a concepção de criança e de
infância na atualidade.

Estudos acerca da infância, suas características, necessidades das


crianças nunca foi tão estudado como estão sendo nos dias de hoje. A cada dia
vem aumentando o número de artigos, livros que apresentam e defendem a
infância de nossas crianças. Mas, sabemos que essa concepção de infância e
todo esse olhar entorno das mesmas, surgiram há pouco tempo já que as elas
não eram vistas como hoje, eram tidas na idade média como adultos em
miniaturas.
Inúmeros registros de estudos resgatam a concepção de infância na
história da humanidade e esses estudos vêm esclarecer que as crianças e
infância sempre existiram desde os primórdios da história, mas apenas na
atualidade a criança ganhou destaque e passou a ser vista como um ser social,
surgindo assim um novo sentimento e um novo olhar sobre a infância. A
palavra infância nos lembra fragilidade, um ser menor de idade e estatura, um
ser frágil, fase da criança que necessita cuidados. Para isso nos perguntamos:
O que é infância? Para falar de infância, precisamos voltar ao seu conceito,
que mediante o que conhecemos é o período da vida humana que vai do
nascimento à adolescência, é a fase da vivência e percepção do mundo a partir
do olhar, tocar, saborear, sentir e agir, ela é dividida em três períodos, a
primeira infância que vai do nascimento aos três anos de idade, a segunda
infância, que vai dos quatro anos aos seis anos e a terceira infância que fica
entre os sete aos doze anos, é nesse período que se inicia os aprendizados e
as descobertas.
Desde o século XII até início do século XX, a sociedade vem criando
conceitos e modelos para infância, principalmente nas áreas da psicologia e
pedagogia, a criança aprendia mediante as regras de uma comunidade local
educadas pelo pai e pela mãe, responsáveis pelos ensinamentos e inclusive
brincadeiras que com o passar do tempo foram esquecidas deixando vazio um
espaço tão importante que é a infância. Mas, com o passar do tempo, a
infância perdeu-se seu espaço na sociedade, as crianças não participavam
mais da vida social como antes em meio à adultos, os olhares voltaram à elas
de uma maneira em que necessitava cuidado, atenção e proteção.
Foram muitos os estudiosos que passaram a ver a infância com outros
olhos, um deles foi Rousseau, um importante filósofo, teórico, político,
autodidata e estudioso francês, que abordou o entendimento da educação, da
criança, da idade e da infância, para ele a criança era sinônimo de bondade e
pureza. A infância é um conceito muito utilizado na área educacional. E
Rousseau é um dos importantes intelectuais da educação que auxiliam a
refletir sobre esse conceito. Rousseau acreditava que o homem era bom por
natureza e que a sociedade o corrompia “a origem do mal e das desigualdades
humanas está na moral e na política” (VEIGA, 2007, p.43).
Ao nascer, a criança se encontra em um estado de infans que quer
dizer: o que é incapaz de falar, corresponde à criança antes de começar a
falar, é o que não se posiciona como sujeito de fala, indefeso, incapaz de se
desenvolver sozinho, então os pais é que cumprem as funções parentais,
antecipam este infans para a posição de sujeito, inserindo a criança na cultura
familiar.
Até então, a trajetória histórica da infância na humanidade veio nos
mostrando sentimentos a seu respeito que não consideravam a importância
desta fase da vida. Não havia uma preocupação com a criança, em estudar
seu desenvolvimento, sequer se reconhecia diferenças comportamentais,
afetivas, psicológicas ou físicas entre elas e os adultos.
E a partir do século XVIII, a infância passou a ser vista diferente, a
criança passou a ser estudada, mudando a concepção outrora de adulto para
um ser que necessita de cuidados para com sua saúde física e higiênica que
ficou conhecida como puericultura, foi então que ela passou a ser um ser
carente e tomou um lugar no seio familiar. Essa etapa da história em que a
concepção de infância se construiu transformou a visão que se tinha das
crianças, logo elas passaram a ocupar um lugar de destaque na sociedade da
época, e toda essa valorização levou estudiosos a elaborarem métodos
educacionais para estes “novos” seres e “nova” etapa da vida de uma criança,
atualmente ela é vista como um ser particular e de direitos, e tem gerado as
maiores mudanças na Educação Infantil. Essa nova concepção tem tornado o
atendimento às crianças de zero a seis anos ainda mais específico, exigindo do
educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com
as crianças pequenas, mostrando-lhe as suas especificidades e as suas
necessidades enquanto criança e enquanto cidadão.

Bases da Educação Infantil - Unidade 1 - Atividade 2

A Educação Infantil é organizada em dois segmentos, Creche e Pré-


escola, com organização do tempo e rotinas diferentes, ou seja, a Creche
a Pré-escola, os tempos e as rotinas no trabalho pedagógico são
específicas, interdependentes e complementares. De que forma a
organização do tempo influencia a organização da rotina na educação
infantil?

Pensar a creche hoje é abordar uma temática ampla onde nem todos
compreendem o seu sentido atual, ainda as veem com olhares de ontem, por
terem seu histórico voltado ao caráter assistencialista, à educação infantil traz
consigo até a atualidade o estigma de uma educação voltada para a
benemerência. De acordo os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação
Infantil, vol.1, p.65-66 “As creches e pré-escolas existentes no Brasil se
constituíram de forma muito diversa ao longo de sua história, se caracterizando
por uma variedade de modalidades de atendimento. Há creches funcionando
em período integral entre 8 e 12 horas por dia, que atendem o ano todo sem
interrupção; outras fecham para férias; há creches de meio período; há creches
que atendem 24 horas por dia; há pré-escolas funcionando de 3 a 4 horas e há
inclusive as que atendem em período integral”.
Todas as Leis em prol das educação infantil, aponta a creche como um direito
da criança e dever do Estado oferecer garantias ao atendimento a todos que
dela necessitar, desta forma a educação para as crianças de 0 aos 6 anos é
assegurada por lei, o direito a ter uma educação de qualidade vem se tornando
prioridade na nossa sociedade sendo reconhecida como uma etapa primordial
no desenvolvimento da criança, consequentemente o desenvolvimento no
âmbito cultural, intelectual e social.

Vimos então que todas as determinações legais que amparam a


educação Infantil, aponta para uma educação de qualidade, buscando o
desenvolvimento integral da criança, desde o momento em que a mesma entra
na creche, na Lei 9394/96, o MEC ( Ministério de Educação e Cultura),
desenvolveu politicas de educação infantil, objetivando a melhoria da qualidade
de atendimento nas creches e pré-escolas de todo país, surgindo o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil ( RCNEI), para orientar as ações e
nortear pedagogicamente a prática da educação Infantil, nos RCNEI ressalta
ainda a importância do currículo como documento a direcionar os educadores,
nesse documento aborda ainda a questão da dicotomia entre o educar e o
cuidar.

As mudanças ocorridas na educação infantil nos últimos anos, embora


tenham sido muitas, ainda não atendem de maneira adequada ao que se
espera para o público de 0 a 6 anos. Público esse, que sempre foi alvo de
ações de cunho assistencialista e filantrópico, cuja principal função era de
guarda e proteção da criança, considerando que esta deveria ser preservada
de situações de extrema necessidade e pobreza da sua família. Na Educação
Infantil, como foco principal está a criança em seu desenvolvimento de
aprendizagem e no seu processo de criatividade e descobertas, há mais de 22
anos a educação infantil é um direito de toda criança e opção das famílias
cujos filhos possuem 6 meses aos três anos de idade.
O fato de não ser obrigatório até os três anos, muitas crianças ainda estão fora
desses ambientes, e um dos álibis das famílias é a adaptação e por pensarem
na creche como um “depósito” de crianças, sem nenhum comprometimento
com a educação das mesmas, pensamentos esse que permeou por diversas
décadas o meio social, impedindo que muitas famílias matriculassem seus
filhos na creche, com o passar dos anos o estigma de que creche era para
pobres foi sendo extinto

Todo o processo de adaptação independente da faixa etária se dá


quando a criança está em um ambiente novo, desconhecido por ela, e a creche
é um desses espaços, e a creche deve adaptar aos pequenos para que os
mesmos possam adaptar e se desenvolver melhor, nessa etapa de adaptação
pais e professores devem estar seguros e preparados para que essa
adaptação ocorra sem sofrimentos, pois esse é um processo que mudará a
rotina da criança, da família e da própria instituição.
Baseado nesses Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação
Infantil- II a proposta pedagógica de uma creche deve atender a princípios
éticos, políticos e estéticos. Através desses princípios na formação da criança
há presença do desenvolvimento da autonomia, responsabilidade e
solidariedade. Mas também é colocada a importância da criança reconhecer
seus direitos e deveres e fazendo o exercício do respeito aos colegas. A creche
deve possibilitar que a criança utilize sua sensibilidade, criatividade para as
mais variadas atividades que são a elas oferecidas.
O ambiente físico e pedagógico de uma instituição de educação infantil,
atualmente requer a necessidade de estar pensando sobretudo no universo
infantil, apesar de terem políticas públicas destinadas ao atendimento de
crianças na primeira etapa da educação básica não basta. O que se deve
fazer é reconhecer a importância e ressignificar a função escolar dentro destas
instituições, promovendo condições e acompanhamento às transformações
futuras.
A organização dos espaços torna-se prioridade, pois a criança
necessita de um espaço para que possa aprender e brincar. O modo como os
espaços nas instituições de educação infantil são construídos e organizados
revelam sua ação pedagógica, sua concepção de infância e de educação de
crianças.
A organização do ambiente não apenas escolar, como também o da creche um
dos mais interessantes e importantes devem ser os da sala de aula pois priorizam as
necessidades do desenvolvimento infantil e, em consequência, favorecer as condições
de aprendizagem da criança

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