LOSJ

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 44

4780-(2) Diário da República, 1.ª série — N.

º 244 — 22 de dezembro de 2016

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA -gerais-adjuntos, por procuradores da República e por


procuradores-adjuntos.
Lei n.º 40-A/2016
2 — Nos juízos centrais a representação é assegurada,
de 22 de dezembro em regra, por procurador da República.
3 — […].
Primeira alteração à Lei da Organização do Sistema Judiciário,
aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto Artigo 16.º
A Assembleia da República decreta, nos termos da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
A Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execu-
ção é a associação pública profissional representativa
Artigo 1.º
dos solicitadores e dos agentes de execução.
Objeto
A presente lei procede: Artigo 17.º
Instalações para uso da Ordem dos Advogados
a) À primeira alteração à Lei da Organização do Sis- e da Ordem dos Solicitadores
tema Judiciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de e dos Agentes de Execução
agosto;
b) À segunda alteração ao Código de Processo Civil, 1 — A Ordem dos Advogados e a Ordem dos So-
aprovado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, e alterado licitadores e dos Agentes de Execução têm direito ao
pela Lei n.º 122/2015, de 1 de setembro; uso exclusivo de instalações nos edifícios dos tribunais
c) À vigésima sexta alteração ao Código do Processo desde que estas lhes sejam reservadas, podendo, através
Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fe- de protocolo, ser definida a repartição dos encargos em
vereiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 387-E/87, de matéria de equipamentos e de custos com a respetiva
29 de dezembro, 212/89, de 30 de junho, e 17/91, de conservação e manutenção.
10 de janeiro, pela Lei n.º 57/91, de 13 de agosto, pelos 2 — […].
Decretos-Leis n.os 423/91, de 30 de outubro, 343/93, de
1 de outubro, e 317/95, de 28 de novembro, pelas Leis Artigo 18.º
n.os 59/98, de 25 de agosto, 3/99, de 13 de janeiro, e 7/2000, […]
de 27 de maio, pelo Decreto-Lei n.º 320-C/2000, de 15 de
dezembro, pelas Leis n.os 30-E/2000, de 20 de dezembro, e 1 — […].
52/2003, de 22 de agosto, pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, 2 — Os oficiais de justiça exercem funções específi-
de 27 de dezembro, pela Lei n.º 48/2007, de 29 de agosto, cas em conformidade com o conteúdo funcional definido
pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro, e pelas no respetivo Estatuto e nos termos neste fixados, e asse-
Leis n.os 52/2008, de 28 de agosto, 115/2009, de 12 de guram, nas secretarias dos tribunais e nas secretarias do
outubro, 26/2010, de 30 de agosto, 20/2013, de 21 de fe- Ministério Público, o expediente e a regular tramitação
vereiro, pela Lei Orgânica n.º 2/2014, de 6 de agosto, e dos processos, em conformidade com a lei e na depen-
pelas Leis n.º 27/2015, de 14 de abril, 58/2015, de 23 de dência funcional do respetivo magistrado.
junho, 130/2015, de 4 de setembro, e 1/2016, de 25 de
fevereiro. Artigo 27.º
[…]
Artigo 2.º
Alteração da Lei da Organização do Sistema Judiciário 1 — O ano judicial corresponde ao ano civil.
2 — […].
Os artigos 10.º, 16.º a 18.º, 27.º, 33.º, 39.º a 41.º, 43.º;
70.º, 71.º, 79.º, 81.º, 82.º, 85.º a 87.º, 90.º, 91.º, 94.º, 95.º, Artigo 33.º
98.º, 101.º, 103.º, 104.º, 106.º, 108.º, 109.º, 110.º, 117.º a
126.º, 128.º a 131.º, 133.º, 138.º, 139.º, 155.º, 156.º, 159.º, […]
174.º, 183.º e 184.º da Lei da Organização do Sistema Ju- 1 — […].
diciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, 2 — […].
passam a ter a seguinte redação: 3 — Em cada uma das circunscrições referidas no
número anterior existe um tribunal judicial de primeira
«Artigo 10.º instância.
[…] 4 — A sede, a designação e a área de competência
territorial são definidas no decreto-lei que estabelece
1 — […]: o regime aplicável à organização e funcionamento dos
a) […]; tribunais judiciais.
b) Nos tribunais da Relação pelo procurador-geral
distrital e por procuradores-gerais-adjuntos e nos tri- Artigo 39.º
bunais centrais administrativos por procuradores-gerais- […]
-adjuntos;
c) Nos tribunais de competência territorial alargada, Nenhuma causa pode ser deslocada do tribunal ou
nos juízos centrais e locais e nos tribunais administrati- juízo competente para outro, a não ser nos casos espe-
vos de círculo e tribunais tributários, por procuradores- cialmente previstos na lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(3)

Artigo 40.º cia especializada, de competência genérica e de proxi-


[…]
midade, nos termos do presente artigo e do artigo 130.º
2 — Os juízos designam-se pela competência e pelo
1 — […]. nome do município em que estão instalados.
2 — A presente lei determina a competência, em ra- 3 — Podem ser criados os seguintes juízos de com-
zão da matéria, entre os juízos dos tribunais de comarca, petência especializada:
estabelecendo as causas que competem aos juízos de
competência especializada e aos tribunais de compe- a) Central cível;
tência territorial alargada. b) Local cível;
c) Central criminal;
Artigo 41.º d) Local criminal;
e) Local de pequena criminalidade;
[…] f) Instrução criminal;
A presente lei determina a competência, em razão g) Família e menores;
do valor, entre os juízos centrais cíveis e os juízos lo- h) Trabalho;
cais cíveis, nas ações declarativas cíveis de processo i) Comércio;
comum. j) Execução.

Artigo 43.º 4 — Sempre que o volume processual o justifique


podem ser criados, por decreto-lei, juízos de compe-
[…]
tência especializada mista.
1 — O Supremo Tribunal de Justiça tem competência 5 — Podem ser alteradas, por decreto-lei, a estrutura
em todo o território. e a organização dos tribunais de comarca definidos na
2 — Os tribunais da Relação têm, em regra, compe- presente lei e que importem a criação ou a extinção de
tência na área das respetivas circunscrições. juízos.
3 — Os tribunais judiciais de comarca possuem, em 6 — Pode proceder-se à agregação de juízos por por-
regra, competência na área das respetivas comarcas. taria do membro do Governo responsável pela área da
4 — Podem existir tribunais judiciais de primeira justiça, ouvidos o Conselho Superior da Magistratura,
instância com competência para mais do que uma co- o Conselho Superior do Ministério Público e a Ordem
marca, designados por tribunais de competência terri- dos Advogados.
torial alargada.
5 — Os juízos de competência especializada e os Artigo 82.º
juízos de competência genérica possuem a área de com-
petência territorial a definir por decreto-lei, dentro dos […]
limites da respetiva comarca. 1 — Podem ser realizadas em qualquer juízo, ainda
que de proximidade, audiências de julgamento ou outras
Artigo 70.º diligências processuais cuja realização aí seja determi-
[…] nada, nos termos da lei do processo, pelo juiz titular
ou pelo magistrado do Ministério Público, ouvidas as
1 — […]. partes.
2 — A coordenação da representação do Ministério 2 — […].
Público nos tribunais da Relação é assegurada pelo
3 — As audiências de julgamento dos processos de
procurador-geral distrital, designado em comissão de
natureza criminal da competência do tribunal singular
serviço pelo Conselho Superior do Ministério Público,
nos termos da lei. são realizadas no juízo territorialmente competente de
3 — […]. acordo com as regras processuais fixadas para conhecer
do crime, ainda que se trate de um juízo de proximidade.
Artigo 71.º 4 — Não se aplica o disposto no número anterior aos
julgamentos em processo sumário.
[…] 5 — A fim de prevenir o risco de sobreposição de
É aplicável aos tribunais da Relação, com as necessá- datas de diligências a que devam comparecer ou presidir
rias adaptações, o disposto nos n.os 2 e 4 do artigo 48.º, os magistrados do Ministério Público, deve o juiz pro-
nos artigos 49.º e 51.º e no n.º 2 do artigo 57.º videnciar pela marcação do dia e hora da sua realização
mediante prévio acordo com aqueles, aplicando-se, com
Artigo 79.º as devidas adaptações, o disposto no artigo 151.º do
Código de Processo Civil.
[…]
Os tribunais judiciais de primeira instância são, em Artigo 85.º
regra, os tribunais de comarca. […]

Artigo 81.º 1 — […].


2 — Em cada juízo exercem funções um ou mais
[…]
juízes de direito, exceto quando se trate de um juízo
1 — Os tribunais de comarca desdobram-se em juí- de proximidade.
zos, a criar por decreto-lei, que podem ser de competên- 3 — […].
4780-(4) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

4 — Nos casos previstos na lei, podem fazer parte disponibilizados pelo sistema de informação de suporte
dos tribunais e dos juízos juízes sociais, designados de à tramitação processual.
entre pessoas de reconhecida idoneidade. 4 — Os valores de referência processual reportam-se
5 — […]. a valores de produtividade calculados em abstrato por
6 — […]. magistrado e são revistos com periodicidade trienal.
5 — […].
Artigo 86.º 6 — […].
[…]
Artigo 91.º
1 — Os juízes de direito são substituídos, nas suas […]
faltas e impedimentos, por juiz ou juízes de direito da
mesma comarca, ainda que a respetiva área de compe- 1 — Tendo em conta os resultados obtidos no ano an-
tência territorial a exceda, por determinação do respetivo terior e os objetivos formulados para o ano subsequente,
juiz presidente, de acordo com as orientações genéricas o presidente do tribunal e o magistrado do Ministério
do Conselho Superior da Magistratura. Público coordenador, ouvido o administrador judiciário,
2 — Nos tribunais ou juízos com mais de um juiz as articulam, para o ano subsequente, propostas de obje-
substituições ocorrem preferencialmente entre si. tivos de natureza processual, de gestão ou administra-
3 — Os juízes de direito são substituídos por deter- tiva, para a comarca, para os tribunais de competência
minação do Conselho Superior da Magistratura sempre territorial alargada, bem como para as Procuradorias
que não seja possível aplicar o regime previsto no n.º 1. e departamentos do Ministério Público ali sediados.
4 — […]. 2 — As propostas a que se refere o número anterior
são apresentadas, até 15 de outubro de cada ano, res-
Artigo 87.º petivamente ao Conselho Superior da Magistratura e
ao Procurador-Geral da República, para homologação
[…] até 22 de dezembro.
1 — Para além dos casos previstos na lei, o Conselho 3 — Os objetivos processuais da comarca devem
Superior da Magistratura pode determinar, sob proposta reportar-se, designadamente, ao número de processos
do presidente do tribunal de comarca, que um juiz exerça findos e ao tempo da sua duração, tendo em conta, en-
funções em mais de um tribunal ou juízo da mesma tre outros fatores, a natureza do processo ou o valor
comarca, respeitado o princípio da especialização dos da causa, ponderados os recursos humanos e os meios
magistrados, ponderadas as necessidades do serviço e afetos ao funcionamento da comarca e tendo por base,
nomeadamente, os valores de referência processual es-
o volume processual existente.
tabelecidos.
2 — […].
4 — […].
3 — Os magistrados do Ministério Público podem 5 — […].
exercer funções em mais de um tribunal, juízo, secção 6 — […].
ou departamento da mesma comarca, nas condições
previstas nos números anteriores, por determinação do Artigo 94.º
Conselho Superior do Ministério Público.
[…]
Artigo 90.º 1 — […].
Objetivos e monitorização 2 — […]:
1 — […]. a) […];
2 — O cumprimento dos objetivos estratégicos é b) […];
monitorizado anualmente pelas entidades referidas c) […];
no número anterior realizando-se, para o efeito, reu- d) […];
niões entre representantes do Conselho Superior da e) […];
Magistratura, da Procuradoria-Geral da República e f) […];
do competente serviço do Ministério da Justiça, com g) Elaborar um relatório semestral sobre o estado dos
periodicidade trimestral, para acompanhamento da evo- serviços judiciais e a qualidade da resposta.
lução dos resultados registados em face dos objetivos
assumidos, com base, designadamente, nos elementos 3 — […]:
disponibilizados pelo sistema de informação de suporte a) […];
à tramitação processual. b) […];
3 — O Conselho Superior da Magistratura, a c) […];
Procuradoria-Geral da República e o membro do Go- d) […];
verno responsável pela área da justiça articulam até e) Assegurar a frequência equilibrada de ações de
15 de julho os objetivos para o ano judicial subsequente formação pelos juízes da comarca, com respeito pelas
e para o conjunto dos tribunais judiciais de primeira necessidades do serviço e em articulação com o Con-
instância e para as Procuradorias e departamentos do selho Superior da Magistratura;
Ministério Público, ponderando os meios afetos à ade- f) Participar no processo de avaliação dos oficiais de
quação entre os valores da referência processual estabe- justiça, nos termos da legislação específica aplicável,
lecidos e os resultados registados em face dos objetivos com exceção daqueles a que se reporta a alínea l) do
assumidos, com base, designadamente, nos elementos n.º 1 do artigo 101.º, sendo-lhe dado conhecimento dos
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(5)

relatórios das inspeções aos serviços e das avaliações, Artigo 95.º


respeitando a proteção dos dados pessoais. […]

4 — […]: 1 — Quando no mesmo tribunal ou juízo exerçam


funções mais de cinco juízes, o presidente do tribunal,
a) […]; ouvidos aqueles, pode propor ao Conselho Superior da
b) Acompanhar e avaliar a atividade do tribunal, em Magistratura a nomeação de um magistrado judicial
particular a qualidade do serviço de justiça prestado coordenador, para um ou mais juízos, obtida a prévia
aos cidadãos, tomando designadamente por referên- concordância deste.
cia as reclamações ou as respostas a questionários de 2 — O magistrado judicial coordenador exerce, sob
satisfação; orientação do presidente do tribunal, as competências
c) […]; que este lhe delegar, sem prejuízo do respetivo poder de
d) Promover, com a colaboração dos demais juízes, avocação, devendo prestar contas do seu exercício sem-
a aplicação de medidas de simplificação e agilização pre que para tal solicitado pelo presidente do tribunal.
processuais, sem prejuízo do disposto em legislação 3 — […].
específica quanto à adoção de mecanismos de agiliza-
ção processual pelo presidente do tribunal ou pelo juiz; Artigo 98.º
e) […]; […]
f) Propor ao Conselho Superior da Magistratura a
reafetação de juízes, respeitado o princípio da espe- Cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para
cialização dos magistrados, a outro tribunal ou juízo o Conselho Superior da Magistratura, a interpor no prazo
da mesma comarca ou a afetação de processos para de 20 dias úteis, dos atos e regulamentos administrativos
tramitação e decisão a outro juiz que não o seu titular, emitidos pelo presidente da comarca.
tendo em vista o equilíbrio da carga processual e a efi-
ciência dos serviços; Artigo 101.º
g) Propor ao Conselho Superior da Magistratura o […]
exercício de funções de juízes em mais do que um tribu- 1 — […]:
nal ou juízo da mesma comarca, respeitado o princípio
da especialização dos magistrados, ponderadas as ne- a) Acompanhar o movimento processual das Procu-
cessidades dos serviços e o volume processual existente; radorias e departamentos do Ministério Público, iden-
h) […]. tificando, designadamente, os processos que estão pen-
dentes por tempo considerado excessivo ou que não são
5 — As medidas a que se refere a alínea f) do nú- resolvidos em prazo considerado razoável, informando,
mero anterior são precedidas da concordância do juiz a sem prejuízo das iniciativas gestionárias de índole admi-
reafetar ou do juiz a quem sejam afetados os processos. nistrativa, processual ou funcional que adote, o respetivo
6 — A reafetação de juízes ou a afetação de proces- superior hierárquico, nos termos da lei;
sos têm como finalidade responder a necessidades de b) Acompanhar o desenvolvimento dos objetivos
serviço, pontuais e transitórias, e devem ser fundadas fixados para as Procuradorias e departamentos do Mi-
nistério Público e elaborar um relatório semestral sobre
em critérios gerais, definidos pelo Conselho Superior
o estado dos serviços e a qualidade da resposta;
da Magistratura, respeitando sempre princípios de pro- c) Promover a realização de reuniões de planeamento
porcionalidade, equilíbrio de serviço e aleatoriedade e de avaliação dos resultados das Procuradorias e depar-
na distribuição, não podendo implicar prejuízo pessoal tamentos do Ministério Público da comarca;
sério para a vida pessoal ou familiar do juiz. d) […];
7 — O Conselho Superior da Magistratura fixa an- e) […];
tecipadamente os critérios a considerar quanto à den- f) Propor ao Conselho Superior do Ministério Público
sificação dos conceitos previstos na alínea f) do n.º 4 e a reafetação de magistrados do Ministério Público, res-
publicita-os, previamente à sua execução, nas páginas peitado o princípio da especialização dos magistrados,
eletrónicas das comarcas e do Conselho Superior da a outro tribunal, Procuradoria, secção ou departamento
Magistratura. da mesma comarca, tendo em vista o equilíbrio da carga
8 — [Anterior proémio do n.º 6]: processual e a eficiência dos serviços;
g) […];
a) [Anterior alínea a) do n.º 6];
h) Propor ao Conselho Superior do Ministério Público
b) [Anterior alínea b) do n.º 6]; o exercício de funções de magistrados em mais do que
c) Participar na conceção e execução das medidas de uma Procuradoria, secção ou departamento da mesma
organização e modernização da comarca; comarca, respeitando o princípio da especialização,
d) [Anterior alínea d) do n.º 6]. ponderadas as necessidades do serviço e o volume pro-
cessual existente;
9 — [Anterior n.º 7]. i) Pronunciar-se sempre que seja ponderada a reali-
10 — Para efeitos de acompanhamento da atividade zação de sindicâncias ou inspeções às Procuradorias e
dos tribunais e juízos sediados na comarca, incluindo departamentos pelo Conselho Superior do Ministério
os elementos relativos à duração dos processos e à pro- Público;
dutividade, são disponibilizados dados informatizados j) […];
do sistema judicial, no respeito pela proteção dos dados k) Exercer a ação disciplinar sobre os oficiais de
pessoais. justiça em funções nas secretarias, Procuradorias e
4780-(6) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

departamentos do Ministério Público, relativamente a namento do Ministério Público, caso em que atua sob
pena de gravidade inferior à de multa, e, nos restantes orientação genérica do magistrado do Ministério Público
casos, ordenar a instauração de processo disciplinar, se coordenador.
a infração ocorrer nos respetivos serviços; 3 — […].
l) Participar no processo de avaliação dos oficiais 4 — […].
de justiça em funções nas secretarias, Procuradorias e
departamentos do Ministério Público, nos termos da Artigo 106.º
legislação específica aplicável, com exceção daqueles […]
a que se reporta a alínea f) do n.º 3 do artigo 94.º, sendo-
-lhe dado conhecimento dos relatórios das inspeções 1 — […].
aos serviços e das avaliações, respeitando a proteção 2 — […].
dos dados pessoais. 3 — […].
m) Pronunciar-se, sempre que seja ponderada pelo 4 — […].
Conselho dos Oficiais de Justiça a realização de sindi- 5 — […].
câncias relativamente às Procuradorias e departamentos 6 — Das decisões do administrador judiciário pro-
do Ministério Público; feridas no âmbito das suas competências cabe recurso
n) […]; necessário, sem efeito suspensivo, para o Conselho
o) Acompanhar e avaliar a atividade do Ministé- Superior da Magistratura, ressalvadas as proferidas nos
rio Público, nomeadamente a qualidade do serviço de termos da parte final do n.º 2 do artigo 104.º, em que
justiça prestado aos cidadãos, tomando por referência cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para o
as reclamações ou as respostas a questionários de sa- Conselho Superior do Ministério Público.
tisfação;
p) […]; Artigo 108.º
q) […]; […]
r) Elaborar os regulamentos internos das Procura-
dorias e departamentos do Ministério Público, ouvido 1 — […].
o presidente do tribunal e o administrador judiciário. 2 — […]:
a) Aprovação dos relatórios semestrais referidos
2 — A medida a que se refere a alínea f) do número na alínea g) do n.º 2 do artigo 94.º e na alínea b) do
anterior deve ser fundamentada nas exigências de equi- n.º 1 do artigo 101.º, relativos ao estado dos serviços
líbrio da carga processual e da eficiência dos serviços, e e qualidade da resposta, os quais são remetidos para
precedida da audição do magistrado a reafetar. conhecimento ao Conselho Superior da Magistratura,
3 — As medidas a que se referem as alíneas g) e h) ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Mi-
do n.º 1 são precedidas da audição dos magistrados nistério da Justiça;
visados. b) […];
4 — A reafetação de magistrados do Ministério Pú- c) […];
blico ou a afetação de processos têm como finalidade d) […];
responder a necessidades de serviço, pontuais e tran- e) Aprovação de proposta de alteração ao mapa de
sitórias, e devem ser fundadas em critérios gerais, de- pessoal, observados os limites fixados para a secretaria
finidos pelo Conselho Superior do Ministério Público, da comarca, a qual deve ser comunicada ao Ministério
respeitando sempre princípios de proporcionalidade e da Justiça antes do início do prazo de apresentação de
equilíbrio de serviço, não podendo implicar prejuízo candidaturas ao movimento anual;
pessoal sério para a vida pessoal ou familiar do ma- f) […].
gistrado.
5 — O magistrado do Ministério Público coordena- 3 — […].
dor tem direito a despesas de representação, nos termos 4 — […].
do disposto no n.º 3 do artigo 96.º 5 — […].
6 — […].
Artigo 103.º
Artigo 109.º
Recursos
[…]
Cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para
o Conselho Superior do Ministério Público, a interpor 1 — […].
2 — […]:
no prazo de 20 dias úteis, dos atos e regulamentos ad-
ministrativos emitidos pelo magistrado do Ministério a) […];
Público coordenador. b) […];
c) […];
Artigo 104.º d) […];
[…]
e) […];
f) […];
1 — […]. g) […];
2 — O administrador judiciário, ainda que no exer- h) Um representante da Ordem dos Solicitadores e
cício de competências próprias, atua sob a orientação dos Agentes de Execução, com escritório na comarca;
genérica do juiz presidente do tribunal, excecionados i) […];
os assuntos que respeitem exclusivamente ao funcio- j) […].
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(7)

3 — […]. Artigo 120.º


4 — […]. […]
5 — […].
1 — […].
Artigo 110.º 2 — A competência dos juízos de instrução criminal
da sede dos tribunais da Relação abrange a respetiva área
[…] de competência relativamente aos crimes a que se refere
1 — […]: o número anterior, quando a atividade criminosa ocorrer
em comarcas diferentes dentro da área de competência
a) […]; do mesmo tribunal da Relação.
b) Os regulamentos internos do tribunal e dos juízos 3 — Nas comarcas em que o movimento processual
que o integram; dos tribunais o justifique e sejam criados departamen-
c) […]; tos de investigação e ação penal (DIAP), são também
d) […]. criados juízos de instrução criminal com competência
circunscrita à área abrangida.
2 — […]. 4 — A competência a que se refere o n.º 1 do artigo
anterior, quanto aos crimes estritamente militares, cabe
Artigo 117.º às unidades orgânicas de instrução criminal militar dos
juízos de instrução criminal de Lisboa e do Porto, com
[…] jurisdição nas áreas indicadas no Código de Justiça
Militar.
1 — Compete aos juízos centrais cíveis: 5 — […].
a) […]; Artigo 121.º
b) Exercer, no âmbito das ações executivas de na-
[…]
tureza cível de valor superior a € 50 000,00, as com-
petências previstas no Código de Processo Civil, em 1 — Nas comarcas em que não haja juízo de ins-
circunscrições não abrangidas pela competência de juízo trução criminal, o Conselho Superior da Magistratura
ou tribunal; pode, sempre que o movimento processual o justifique,
c) […]; determinar a afetação de juízes de direito, em regime
d) […]. de exclusividade, à instrução criminal.
2 — [Revogado].
2 — Nas comarcas onde não haja juízo de comércio, 3 — Enquanto se mantiver a afetação referida no
n.º 1, o quadro de magistrados considera-se aumentado
o disposto no número anterior é extensivo às ações que do número de unidades correspondente.
caibam a esses juízos. 4 — […].
3 — São remetidos aos juízos centrais cíveis os pro-
cessos pendentes em que se verifique alteração do valor Artigo 122.º
suscetível de determinar a sua competência. […]
1 — Compete aos juízos de família e menores pre-
Artigo 118.º parar e julgar:
[…] a) […];
1 — Compete aos juízos centrais criminais profe- b) […];
rir despachos nos termos dos artigos 311.º a 313.º do c) […];
Código do Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei d) […];
n.º 78/87, de 17 de fevereiro, e proceder ao julgamento e) […];
f) […];
e aos termos subsequentes nos processos de natureza g) […].
criminal da competência do tribunal coletivo ou do júri.
2 — Os juízos centrais criminais de Lisboa e do 2 — Os juízos de família e menores exercem ainda
Porto têm competência para o julgamento de crimes as competências que a lei confere aos tribunais nos
estritamente militares, nos termos do Código de Justiça processos de inventário instaurados em consequência
Militar. de separação de pessoas e bens, divórcio, declaração de
inexistência ou anulação de casamento civil, bem como
Artigo 119.º nos casos especiais de separação de bens a que se aplica
[…]
o regime desses processos.

1 — Compete aos juízos de instrução criminal pro- Artigo 123.º


ceder à instrução criminal, decidir quanto à pronúncia e […]
exercer as funções jurisdicionais relativas ao inquérito,
salvo nas situações, previstas na lei, em que as funções 1 — Compete igualmente aos juízos de família e
jurisdicionais relativas ao inquérito podem ser exer- menores:
cidas pelos juízos locais criminais ou pelos juízos de a) […];
competência genérica. b) […];
2 — […]. c) […];
4780-(8) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

d) […]; Artigo 125.º


e) […];
[…]
f) […];
g) […]; 1 — O juízo de família e menores funciona, em regra,
h) […]; com um juiz.
i) […]; 2 — […].
j) […];
k) […]; Artigo 126.º
l) […];
[…]
m) […].
1 — Compete aos juízos do trabalho conhecer, em
2 — Compete ainda aos juízos de família e menores: matéria cível:
a) […]; a) […];
b) […]; b) […];
c) […]; c) […];
d) […]; d) […];
e) […]; e) […];
f) […]. f) […];
g) […];
3 — Nos casos em que a lei reserve a competência
h) […];
referida nos números anteriores a outras entidades, a
i) […];
competência dos juízos de família e menores respeita
à reapreciação das decisões dessas entidades. j) […];
4 — A prática de atos urgentes é assegurada pelo k) […];
respetivo juízo de competência genérica, ainda que a l) […];
respetiva comarca seja servida por juízo de família e m) […];
menores, nos casos em que este se encontre sediado n) […];
em diferente município. o) […];
p) […];
Artigo 124.º q) […];
r) […];
[…]
s) […].
1 — Compete ainda aos juízos de família e menores:
a) […]; 2 — Compete ainda aos juízos do trabalho julgar os
b) […]. recursos das decisões das autoridades administrativas
em processos de contraordenação nos domínios laboral
2 — Compete também aos juízos de família e menores: e da segurança social.
a) […]; Artigo 128.º
b) […];
c) […]; […]
d) […]; 1 — Compete aos juízos de comércio preparar e julgar:
e) […].
a) […];
3 — Cessa a competência dos juízos de família e b) […];
menores quando: c) […];
d) […];
a) […];
e) […];
b) […].
f) […];
4 — […]. g) […];
5 — Fora das áreas abrangidas pela jurisdição de h) […];
família e menores, cabe ao juízo local criminal ou de i) […].
competência genérica conhecer dos processos tutelares
educativos, e ao juízo local cível ou de competência ge- 2 — Compete ainda aos juízos de comércio julgar
nérica conhecer dos processos de promoção e proteção. as impugnações dos despachos dos conservadores do
6 — A prática de atos urgentes é assegurada pelo registo comercial, bem como as impugnações das de-
respetivo juízo de competência genérica, ainda que a cisões proferidas pelos conservadores no âmbito dos
comarca seja servida por juízo de família e menores, procedimentos administrativos de dissolução e de li-
nos casos em que este se encontre sediado em diferente quidação de sociedades comerciais.
município. 3 — […].
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(9)

Artigo 129.º 5 — Compete aos juízos de proximidade:


[…] a) Assegurar a realização, de acordo com o regime
constante dos n.os 3 e 4 do artigo 82.º, das audiências
1 — Compete aos juízos de execução exercer, no
de julgamento dos processos de natureza criminal da
âmbito dos processos de execução de natureza cível,
competência do tribunal singular;
as competências previstas no Código de Processo Civil.
b) Assegurar a realização das demais audiências de
2 — Estão excluídos do número anterior os processos julgamento ou outras diligências processuais que se-
atribuídos ao tribunal da propriedade intelectual, ao jam determinadas pelo juiz competente, nomeadamente
tribunal da concorrência, regulação e supervisão, ao quando daí resultem vantagens para a aquisição da prova
tribunal marítimo, aos juízos de família e menores, aos ou as condições de acessibilidade dificultem gravemente
juízos do trabalho, aos juízos de comércio, bem como a deslocação dos intervenientes processuais.
as execuções de sentenças proferidas em processos de
natureza criminal que, nos termos da lei processual 6 — Incumbe, ainda, aos juízos de proximidade:
penal, não devam correr perante um juízo cível.
3 — Para a execução das decisões proferidas pelo a) Prestar informações de caráter processual, no âm-
juízo central cível é competente o juízo de execução que bito dos tribunais sediados na respetiva comarca, em
seria competente se a causa não fosse da competência razão do especial interesse nos atos ou processos, desde
daquele juízo em razão do valor. que observadas as limitações previstas na lei para a
publicidade do processo e segredo de justiça;
Artigo 130.º b) Proceder à receção de papéis, documentos e articu-
lados destinados a processos que corram ou tenham cor-
[…] rido termos em qualquer tribunal sediado na comarca;
1 — Os juízos locais cíveis, locais criminais e de c) Operacionalizar e acompanhar as diligências de
competência genérica possuem competência na respe- audição com recurso a equipamento tecnológico que
tiva área territorial, tal como definida em decreto-lei, permita a comunicação, por meio visual e sonoro, em
quando as causas não sejam atribuídas a outros juízos tempo real;
ou tribunal de competência territorial alargada. d) Praticar os atos que venham a ser determinados
2 — Os juízos locais cíveis, locais criminais e de pelos órgãos de gestão.
competência genérica possuem ainda competência para:
Artigo 131.º
a) Proceder à instrução criminal, decidir quanto à
[…]
pronúncia e exercer as funções jurisdicionais relativas ao
inquérito, onde não houver juízo de instrução criminal A execução das decisões relativas a multas, custas
ou juiz de instrução criminal; e indemnizações previstas na lei processual aplicável
b) Fora dos municípios onde estejam instalados juízos compete ao juízo ou tribunal que as tenha proferido.
de instrução criminal, exercer as funções jurisdicionais
relativas aos inquéritos penais, ainda que a respetiva Artigo 133.º
área territorial se mostre abrangida por esse juízo es-
[…]
pecializado;
c) Exercer, no âmbito do processo de execução, as 1 — […].
competências previstas no Código de Processo Civil, 2 — […].
onde não houver juízo de execução ou outro juízo ou 3 — Nos juízos centrais criminais de Lisboa e do
tribunal de competência especializada competente; Porto há um juiz militar por cada ramo das Forças Ar-
d) Julgar os recursos das decisões das autoridades madas e um pela GNR, os quais intervêm nos termos
administrativas em processos de contraordenação, salvo do Código de Justiça Militar.
os recursos expressamente atribuídos a juízos de com-
petência especializada ou a tribunal de competência Artigo 138.º
territorial alargada; […]
e) [Anterior alínea f) do n.º 1];
f) [Anterior alínea g) do n.º 1]. 1 — Em cada comarca existe uma única secretaria
que assegura o expediente dos respetivos juízos e dos
3 — Nas situações a que se reporta a alínea b) do tribunais de competência territorial alargada e dispõe
número anterior, o Conselho Superior da Magistratura de acesso ao sistema informático da comarca.
define, detalhadamente, os atos jurisdicionais a praticar 2 — […].
por cada um dos juízos locais e juízos de competência
genérica. Artigo 139.º
4 — Os juízos de pequena criminalidade, possuem […]
competência para:
1 — Os mapas de pessoal das secretarias são fixados
a) [Anterior alínea a) do n.º 3]; por portaria dos membros do Governo responsáveis
b) Recursos das decisões das autoridades adminis- pelas áreas das finanças e da justiça.
trativas em processo de contraordenação a que se refere 2 — As alterações aos mapas de pessoal podem ser
a alínea d) do n.º 2, quando o valor da coima aplicável feitas por iniciativa do diretor-geral da Administração
seja igual ou inferior a € 15 000,00, independentemente da Justiça ou por proposta fundamentada do respetivo
da sanção acessória. conselho de gestão.
4780-(10) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

Artigo 155.º entre juízes de direito com mais de cinco anos de serviço
[…]
e classificação não inferior a Bom.
3 — […].
[…]: 4 — […].
a) […]; 5 — A perda dos requisitos exigidos pelos n.os 1 e
b) […]; 2 determina que o lugar seja posto a concurso no mo-
c) […]; vimento judicial seguinte.
d) […];
e) […]; Artigo 184.º
f) […]; […]
g) […];
1 — […].
h) Alterar a distribuição de processos nos juízos onde
2 — […].
exercem funções mais do que um juiz, a fim de asse-
3 — Os magistrados do Ministério Público em exer-
gurar a igualização e operacionalidade dos serviços,
cício de funções de representação nos juízos locais a
designadamente em articulação com os presidentes das
que se refere o n.º 2 do artigo anterior, no Departamento
comarcas;
Central de Investigação e Ação Penal e nos Departa-
i) […];
mentos de Investigação e Ação Penal, com exceção
j) […];
dos magistrados colocados em municípios onde se en-
k) […];
contram instalados juízos de competência genérica,
l) […];
auferem pelo índice 175 da escala indiciária constante
m) […];
do mapa anexo ao Estatuto do Ministério Público, sem
n) […].
prejuízo de remuneração superior a que tenham direito
nos termos dessa escala indiciária.
Artigo 156.º
4 — […].»
[…]
O Conselho Superior da Magistratura envia, no mês Artigo 3.º
de março de cada ano, à Assembleia da República, Aditamento à Lei da Organização do Sistema Judiciário
relatório da sua atividade respeitante ao ano judicial
São aditados à Lei da Organização do Sistema Judiciá-
anterior, o qual é publicado no Diário da Assembleia
rio, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, os
da República.
artigos 82.º-A e 82.º-B, com a seguinte redação:
Artigo 159.º
«Artigo 82.º-A
[…]
Realização de diligências em municípios onde
A organização dos serviços e do pessoal da secretaria não esteja sediado tribunal ou juízo
do Conselho Superior da Magistratura é definida em Em municípios onde não esteja sediado tribunal ou
diploma próprio. juízo, o Ministério da Justiça pode definir por portaria,
ouvidos o Conselho Superior da Magistratura e o Con-
Artigo 174.º selho Superior do Ministério Público:
Extinção de vagas de juízes auxiliares a) Instalações adequadas, designadamente edifícios
nos tribunais da Relação
públicos, em que se podem realizar atos judiciais e
1 — São extintas as vagas de auxiliar nos tribunais julgamentos criminais da competência de juiz singular;
da Relação. b) A instalação, em espaços afetos a serviços da jus-
2 — Os juízes de direito destacados como juízes au- tiça ou a outros serviços públicos, de equipamentos
xiliares nos tribunais da Relação cessam o destacamento tecnológicos que permitam a comunicação, por meio
com a entrada em vigor da presente lei, considerando-se visual e sonoro, em tempo real, com vista à realização
desde então, para todos os efeitos, como juízes desem- de inquirições ou outras diligências processuais, sempre
bargadores efetivos. que o magistrado considere que a utilização daquele
3 — Os juízes referidos no número anterior são con- meio não prejudica a genuinidade da produção e da
correntes necessários no movimento judicial imediata- assunção da prova e que as acessibilidades dificultam
mente subsequente. o acesso dos cidadãos residentes nesse município ao
tribunal ou juízo da causa.
Artigo 183.º
[…]
Artigo 82.º-B
Inquirição de reclusos
1 — Os juízes a colocar nos tribunais de competência
territorial alargada e nos juízos referidos nas alíneas a), 1 — Os reclusos podem prestar depoimento em qual-
c) e f) a j) do n.º 3 do artigo 81.º são nomeados de entre quer inquérito ou processo judicial, independentemente
juízes de direito com mais de 10 anos de serviço e clas- do local onde se situe o tribunal ou juízo da causa, no
sificação não inferior a Bom com distinção. estabelecimento prisional em que se encontram, através
2 — Os juízes a colocar nos juízos referidos nas alí- de equipamento tecnológico que permita a comunicação,
neas b), d) e e) do n.º 3 do artigo 81.º são nomeados de por meio visual e sonoro, em tempo real.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(11)

2 — Do disposto no número anterior excecionam-se e sonoro, em tempo real, a partir do tribunal ou do juízo
as situações em que: da área da sua residência.
2 — O tribunal da causa designa a data da audiência,
a) O recluso assuma no processo em causa a quali-
depois de ouvido o tribunal ou juízo onde a testemunha
dade jurídico-processual de arguido; ou
deve prestar depoimento, e notifica-a para compare-
b) As audições do recluso ocorram nos processos da
cer.
competência do tribunal de execução das penas.
3 — No dia da inquirição, a testemunha identifica-se
perante o funcionário judicial do tribunal ou do juízo
3 — A notificação é requisitada ao diretor do esta-
onde o depoimento é prestado, mas a partir desse mo-
belecimento prisional respetivo.
mento a inquirição é efetuada perante o juiz da causa e
4 — No dia da inquirição, o recluso identifica-se
os mandatários das partes, através de equipamento tec-
perante o responsável da área jurídica e de execução
das penas do estabelecimento prisional. nológico que permita a comunicação, por meio visual e
5 — A partir desse momento, a inquirição é efetuada sonoro, em tempo real, sem necessidade de intervenção
apenas perante o juiz da causa ou o magistrado do Mi- do juiz do local onde o depoimento é prestado.
nistério Público e os advogados ou defensores. 4 — Sem prejuízo do disposto em instrumentos in-
6 — O recluso, querendo, pode ser assistido presen- ternacionais ou europeus, as testemunhas residentes
cialmente, durante a inquirição, por mandatário judicial.» no estrangeiro são inquiridas através de equipamento
tecnológico que permita a comunicação, por meio visual
Artigo 4.º e sonoro, em tempo real, sempre que no local da sua
residência existam os meios tecnológicos necessários.
Alteração sistemática da Lei da Organização 5 — Nas causas pendentes em tribunais ou juízos
do Sistema Judiciário sediados nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto
São introduzidas as seguintes alterações sistemáticas não há lugar a inquirição por meio de equipamento tec-
ao capítulo V do título V da Lei n.º 62/2013, de 26 de nológico que permita a comunicação, por meio visual e
agosto: sonoro, em tempo real, quando a testemunha a inquirir
resida na respetiva área metropolitana, ressalvando-se
a) A secção VI passa a denominar-se «Juízos centrais, os casos previstos no artigo 520.º.»
juízos de instrução criminal, juízos de família e menores,
juízos do trabalho, juízos de comércio e juízos de execu- Artigo 6.º
ção»;
b) A subsecção I da secção VI passa denominar-se «Ju- Alteração ao Código do Processo Penal
ízos centrais cíveis»; O artigo 318.º do Código do Processo Penal, aprovado
c) A Subsecção II da Secção VI passa denominar-se pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro, alterado
«Juízos centrais criminais»; pelos Decretos-Leis n.os 387-E/87, de 29 de dezembro,
d) A Subsecção III da Secção VI passa a denominar-se 212/89, de 30 de junho, e 17/91, de 10 de janeiro, pela Lei
«Juízos de instrução criminal»; n.º 57/91, de 13 de agosto, pelos Decretos-Leis n.os 423/91,
e) A Subsecção IV da Secção VI passa a denominar-se de 30 de outubro, 343/93, de 1 de outubro, e 317/95, de
«Juízos de família e menores»; 28 de novembro, pelas Leis n.os 59/98, de 25 de agosto,
f) A Subsecção V da Secção VI passa a denominar-se 3/99, de 13 de janeiro, e 7/2000, de 27 de maio, pelo
«Juízos do trabalho»; Decreto-Lei n.º 320-C/2000, de 15 de dezembro, pelas Leis
g) A Subsecção VI da Secção VI passa a denominar-se n.os 30-E/2000, de 20 de dezembro, e 52/2003, de 22 de
«Juízos de comércio»; agosto, pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27 de dezembro,
h) A Subsecção VII da Secção VI passa a denominar-se pela Lei n.º 48/2007, de 29 de agosto, pelo Decreto-Lei
«Juízos de execução»; n.º 34/2008, de 26 de fevereiro, e pelas Leis n.os 52/2008,
i) A Secção VII passa a denominar-se «Juízos locais de 28 de agosto, 115/2009, de 12 de outubro, 26/2010, de
cíveis, locais criminais, locais de pequena criminalidade, 30 de agosto, 20/2013, de 21 de fevereiro, pela Lei Orgâ-
de competência genérica e de proximidade». nica n.º 2/2014, de 6 de agosto, pelas Leis n.os 27/2015, de
14 de abril, 58/2015, de 23 de junho e 130/2015, de 4 de
Artigo 5.º setembro, e pela Lei n.º 1/2016, de 25 de fevereiro, passa
Alteração ao Código de Processo Civil a ter a seguinte redação:
O artigo 502.º do Código de Processo Civil, aprovado «Artigo 318.º
pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, e alterado pela Lei
n.º 122/2015, de 1 de setembro, passa a ter a seguinte Residentes fora do município
redação: 1 — Excecionalmente, a tomada de declarações ao
assistente, às partes civis, às testemunhas, a peritos ou
«Artigo 502.º a consultores técnicos pode, oficiosamente ou a reque-
Inquirição por meio tecnológico rimento, não ser prestada presencialmente, podendo ser
solicitada ao juiz de outro tribunal ou juízo, por meio
1 — As testemunhas residentes fora do município adequado de comunicação, nos termos do artigo 111.º, se:
onde se encontra sediado o tribunal ou juízo são apresen-
tadas pelas partes, nos termos do n.º 2 do artigo 507.º, a) Aquelas pessoas residirem fora do município onde
quando estas assim o tenham declarado aquando do seu se situa o tribunal ou juízo da causa;
oferecimento, ou são ouvidas por meio de equipamento b) […];
tecnológico que permita a comunicação, por meio visual c) […].
4780-(12) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

2 — […]. Artigo 12.º


3 — […].
Aplicação da lei no tempo
4 — […].
5 — A tomada de declarações realiza-se em simul- os
Os n. 3 e 4 do artigo 82.º da Lei da Organização do
tâneo com a audiência de julgamento, com recurso a Sistema Judiciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de
equipamento tecnológico que permita a comunicação, agosto, com a redação dada pela presente lei, aplicam-se
por meio visual e sonoro, em tempo real. apenas aos processos iniciados após a entrada em vigor
6 — Nos casos previstos no número anterior, da presente lei.
observam-se as disposições aplicáveis à tomada de
declarações em audiência de julgamento. No dia da
Artigo 13.º
inquirição, a pessoa identifica-se perante o funcioná-
rio judicial do tribunal ou juízo onde o depoimento é Entrada em vigor
prestado, mas a partir desse momento a inquirição é
efetuada perante o juiz da causa e os mandatários das 1 — A presente lei entra em vigor na data de início da
partes, através de equipamento tecnológico que permita produção de efeitos do decreto-lei referido no artigo 9.º
a comunicação, por meio visual e sonoro, em tempo 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
real, sem necessidade de intervenção do juiz do local alteração ao n.º 1 do artigo 27.º da Lei da Organização do
onde o depoimento é prestado. Sistema Judiciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de
7 — […]. agosto, entra em vigor em 1 de janeiro de 2017.
8 — Sem prejuízo do disposto em instrumentos in- 3 — A próxima sessão solene a que alude o n.º 2 do
ternacionais ou europeus, o assistente, partes civis ou artigo 27.º da Lei da Organização do Sistema Judiciário,
testemunhas residentes no estrangeiro são inquiridos aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, tem lugar
através de equipamento tecnológico que permita a co- em 2018.
municação, por meio visual e sonoro, em tempo real,
sempre que no local da sua residência existam os meios Aprovada em 16 de dezembro de 2016.
tecnológicos necessários.» O Presidente da Assembleia da República, Eduardo
Ferro Rodrigues.
Artigo 7.º
Remuneração de magistrados
Promulgada em 21de dezembro de 2016.

Da aplicação da presente lei não pode resultar dimi- Publique-se.


nuição do estatuto remuneratório de nenhum magistrado, O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
enquanto não ocorra colocação em lugares para que tenham
preferência ou em lugares por si indicados, no âmbito dos Referendada em 21de dezembro de 2016.
dois movimentos subsequentes à publicação da presente lei. O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.
Artigo 8.º ANEXO
Referências legais
(a que se refere o artigo 11.º)
Todas as referências feitas à atual estrutura judiciária dos
tribunais judiciais de primeira instância devem considerar- Republicação da Lei da Organização do Sistema
Judiciário, aprovada
-se como reportadas às designações correspondentes nos pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto
termos da presente lei.

Artigo 9.º TÍTULO I


Regulamentação
Princípios e disposições gerais
No prazo de 60 dias a contar da publicação da presente
lei, o Governo aprova o decreto-lei que procede à respetiva Artigo 1.º
regulamentação.
Objeto
Artigo 10.º A presente lei estabelece as normas de enquadramento
Norma revogatória e de organização do sistema judiciário.
É revogado o n.º 2 do artigo 121.º da Lei da Organização Artigo 2.º
do Sistema Judiciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de
26 de agosto. Tribunais e função jurisdicional

Artigo 11.º 1 — Os tribunais são órgãos de soberania com compe-


tência para administrar a justiça em nome do povo.
Republicação 2 — A função jurisdicional é exercida pelos tribunais.
É republicada em anexo à presente lei, que dela faz parte 3 — Na administração da justiça, incumbe aos tribunais
integrante, a Lei da Organização do Sistema Judiciário, assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente
aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, com a protegidos, reprimir a violação da legalidade democrática
redação atual. e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(13)

Artigo 3.º 3 — A lei define as regras e determina a competência


para a nomeação, colocação e transferência, bem como
Ministério Público
para o exercício da ação disciplinar, em relação aos juízes
1 — O Ministério Público representa o Estado, defende dos restantes tribunais, com salvaguarda das garantias
os interesses que a lei determinar, participa na execução previstas na Constituição.
da política criminal definida pelos órgãos de soberania,
exerce a ação penal orientada pelo princípio da legalidade Artigo 7.º
e defende a legalidade democrática, nos termos da Cons- Juízes dos tribunais judiciais
tituição, do respetivo estatuto e da lei.
2 — O Ministério Público goza de estatuto próprio e de 1 — Os juízes dos tribunais judiciais constituem a ma-
autonomia em relação aos demais órgãos do poder central, gistratura judicial, formam um corpo único e regem-se pelo
regional e local, nos termos da lei. respetivo estatuto, aplicável a todos os magistrados judi-
3 — A autonomia do Ministério Público caracteriza-se ciais, qualquer que seja a situação em que se encontrem.
pela sua vinculação a critérios de legalidade e objetividade 2 — A lei determina os requisitos e as regras de re-
e pela exclusiva sujeição dos magistrados do Ministério crutamento dos juízes dos tribunais judiciais de primeira
Público às diretivas, ordens e instruções previstas na lei. instância.
3 — O recrutamento dos juízes dos tribunais judiciais
de segunda instância faz-se com prevalência do critério
TÍTULO II de mérito, por concurso curricular entre juízes da primeira
instância.
Profissões judiciárias 4 — O acesso ao Supremo Tribunal de Justiça faz-se
por concurso curricular aberto aos magistrados judiciais e
aos magistrados do Ministério Público e a outros juristas
CAPÍTULO I de mérito, nos termos que a lei determinar.
Juízes
Artigo 8.º
Artigo 4.º Juízes dos tribunais administrativos e fiscais
Independência dos juízes 1 — Os juízes da jurisdição administrativa e fiscal for-
1 — Os juízes julgam apenas segundo a Constituição e mam um corpo único e regem-se pelo disposto na Cons-
tituição, pelo respetivo estatuto e demais legislação apli-
a lei e não estão sujeitos a quaisquer ordens ou instruções,
cável e, subsidiariamente, pelo Estatuto dos Magistrados
salvo o dever de acatamento das decisões proferidas em
Judiciais, com as necessárias adaptações.
via de recurso por tribunais superiores. 2 — Os juízes da jurisdição administrativa e fiscal estão
2 — Os juízes não podem ser responsabilizados pelas sujeitos às incompatibilidades estabelecidas na Consti-
suas decisões, salvas as exceções consignadas na lei. tuição e na lei e regem-se pelo Estatuto dos Magistrados
Judiciais nos aspetos não previstos no estatuto próprio.
Artigo 5.º
Garantias e incompatibilidades
CAPÍTULO II
1 — Os juízes são inamovíveis, não podendo ser trans-
feridos, suspensos, aposentados ou demitidos senão nos Magistrados do Ministério Público
casos previstos no respetivo estatuto.
2 — Os juízes em exercício não podem desempenhar Artigo 9.º
qualquer outra função pública ou privada, salvo as funções Magistrados do Ministério Público
docentes ou de investigação científica de natureza jurídica, 1 — São magistrados do Ministério Público:
não remuneradas, nos termos da lei.
3 — Os juízes em exercício não podem ser nomeados a) O Procurador-Geral da República;
para comissões de serviço estranhas à atividade dos tri- b) O Vice-Procurador-Geral da República;
bunais sem autorização do conselho superior competente. c) Os procuradores-gerais-adjuntos;
4 — A lei pode estabelecer outras incompatibilidades d) Os procuradores da República;
com o exercício da função de juiz. e) Os procuradores-adjuntos.

Artigo 6.º 2 — Os magistrados do Ministério Público são respon-


sáveis e hierarquicamente subordinados, sem prejuízo da
Nomeação, colocação, transferência e promoção de juízes sua autonomia, nos termos do respetivo estatuto.
1 — A nomeação, a colocação, a transferência e a pro- 3 — A magistratura do Ministério Público é paralela à
moção dos juízes dos tribunais judiciais e o exercício da magistratura judicial e dela independente.
ação disciplinar competem ao Conselho Superior da Ma-
gistratura, nos termos da lei. Artigo 10.º
2 — A nomeação, a colocação, a transferência e a pro- Representação do Ministério Público
moção dos juízes dos tribunais administrativos e fiscais,
bem como o exercício da ação disciplinar, competem ao O Ministério Público é representado:
Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a) No Supremo Tribunal de Justiça, no Tribunal Cons-
nos termos da lei. titucional, no Supremo Tribunal Administrativo e no Tri-
4780-(14) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

bunal de Contas, pelo Procurador-Geral da República e 2 — Para garantir o exercício livre e independente de
por procuradores-gerais-adjuntos; mandato que lhes seja confiado, a lei assegura aos advo-
b) Nos tribunais da Relação pelo procurador-geral gados as imunidades necessárias a um desempenho eficaz,
distrital e por procuradores-gerais-adjuntos e nos tribu- designadamente:
nais centrais administrativos por procuradores-gerais-
-adjuntos; a) O direito à proteção do segredo profissional;
c) Nos tribunais de competência territorial alargada, b) O direito ao livre exercício do patrocínio e ao não
nos juízos centrais e locais e nos tribunais administrati- sancionamento pela prática de atos conformes ao estatuto
vos de círculo e tribunais tributários, por procuradores- da profissão;
-gerais-adjuntos, por procuradores da República e por c) O direito à especial proteção das comunicações com o
procuradores-adjuntos. cliente e à preservação do sigilo da documentação relativa
ao exercício da defesa;
2 — Nos juízos centrais a representação é assegurada,
em regra, por procurador da República. d) O direito a regimes específicos de imposição de selos,
3 — Os magistrados referidos no n.º 1 fazem-se substi- arrolamentos e buscas em escritórios de advogados, bem
tuir nos termos do Estatuto do Ministério Público. como de apreensão de documentos.

Artigo 11.º Artigo 14.º


Nomeação, colocação, transferência e promoção e outros atos Ordem dos Advogados
respeitantes aos magistrados do Ministério Público
A Ordem dos Advogados é a associação pública re-
1 — Os magistrados do Ministério Público não podem presentativa dos advogados, que goza de independência
ser transferidos, suspensos, promovidos, aposentados ou relativamente aos órgãos do Estado e é livre e autónoma
demitidos senão nos casos previstos no respetivo estatuto.
nas suas regras, nos termos da lei.
2 — A nomeação, a colocação, a transferência, a promo-
ção, a exoneração, a apreciação do mérito profissional, o
exercício da ação disciplinar e, em geral, a prática de todos Artigo 15.º
os atos de idêntica natureza respeitantes aos magistrados do Solicitadores
Ministério Público, com exceção do Procurador-Geral da
República, competem à Procuradoria-Geral da República, 1 — Os solicitadores participam na administração da
através do Conselho Superior do Ministério Público. justiça, exercendo o mandato judicial nos casos e com as
limitações previstos na lei.
2 — No exercício da sua atividade, os solicitadores
CAPÍTULO III
devem agir com total independência e autonomia técnica
Advogados e solicitadores e de forma isenta e responsável, encontrando-se apenas
vinculados a critérios de legalidade e às regras deontoló-
Artigo 12.º gicas próprias da profissão.
Advogados 3 — A lei assegura aos solicitadores as condições ade-
quadas e necessárias ao exercício independente do mandato
1 — O patrocínio forense por advogado constitui um
que lhes seja confiado.
elemento essencial na administração da justiça e é admis-
sível em qualquer processo, não podendo ser impedido
perante qualquer jurisdição, autoridade ou entidade pública Artigo 16.º
ou privada. Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução
2 — Para defesa de direitos, interesses ou garantias
individuais que lhes sejam confiados, os advogados po- A Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução
dem requerer a intervenção dos órgãos jurisdicionais é a associação pública profissional representativa dos so-
competentes, cabendo-lhes, sem prejuízo do disposto licitadores e dos agentes de execução.
nas leis do processo, praticar os atos próprios previstos
na lei, nomeadamente exercer o mandato forense e a Artigo 17.º
consulta jurídica.
Instalações para uso da Ordem dos Advogados e da Ordem
3 — No exercício da sua atividade, os advogados devem
dos Solicitadores e dos Agentes de Execução
agir com total independência e autonomia técnica e de
forma isenta e responsável, encontrando-se apenas vin- 1 — A Ordem dos Advogados e a Ordem dos Solici-
culados a critérios de legalidade e às regras deontológicas tadores e dos Agentes de Execução têm direito ao uso
próprias da profissão. exclusivo de instalações nos edifícios dos tribunais desde
que estas lhes sejam reservadas, podendo, através de pro-
Artigo 13.º
tocolo, ser definida a repartição dos encargos em matéria
Imunidade do mandato conferido a advogados de equipamentos e de custos com a respetiva conservação
1 — A lei assegura aos advogados as imunidades ne- e manutenção.
cessárias ao exercício dos atos próprios de forma isenta, 2 — Os mandatários judiciais têm direito ao uso exclu-
independente e responsável, regulando-os como elemento sivo de instalações que, em vista das suas funções, lhes
indispensável à administração da justiça. sejam destinadas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(15)

CAPÍTULO IV Artigo 24.º


Oficiais de justiça Decisões dos tribunais

1 — As decisões dos tribunais que não sejam de mero


Artigo 18.º
expediente são fundamentadas na forma prevista na lei.
Carreira de oficial de justiça 2 — As decisões dos tribunais são obrigatórias para
1 — Atenta a natureza e a especificidade das funções todas as entidades públicas e privadas e prevalecem sobre
que assegura e desenvolve, o oficial de justiça integra as de quaisquer outras autoridades.
carreira de regime especial, nos termos previstos na lei. 3 — A lei regula os termos da execução das decisões
2 — Os oficiais de justiça exercem funções específicas dos tribunais relativamente a qualquer autoridade e de-
em conformidade com o conteúdo funcional definido no termina as sanções a aplicar aos responsáveis pela sua
respetivo Estatuto e nos termos neste fixados, e asseguram, inexecução.
nas secretarias dos tribunais e nas secretarias do Ministério
Público, o expediente e a regular tramitação dos processos, Artigo 25.º
em conformidade com a lei e na dependência funcional do Audiências dos tribunais
respetivo magistrado.
As audiências dos tribunais são públicas, salvo quando
Artigo 19.º o próprio tribunal, em despacho fundamentado, decidir o
contrário, para salvaguarda da dignidade das pessoas e
Estatuto da moral pública ou para garantir o seu normal funcio-
Os oficiais de justiça regem-se por estatuto próprio. namento.

Artigo 20.º Artigo 26.º


Admissão, colocação, transferência e provimento Acesso ao direito e tutela jurisdicional efetiva

A admissão à carreira, a colocação, a transferência e 1 — A todos é assegurado o acesso ao direito e aos


o provimento dos oficiais de justiça em cargos de chefia tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legal-
compete à Direção-Geral da Administração da Justiça, mente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por
nos termos da lei. insuficiência de meios económicos.
2 — Todos têm direito à informação e consulta jurídicas,
Artigo 21.º ao patrocínio judiciário e a fazer-se acompanhar por advo-
gado perante qualquer autoridade, nos termos da lei.
Direitos, deveres e incompatibilidades
3 — Todos têm direito a que uma causa em que interve-
1 — Os oficiais de justiça gozam dos direitos gerais nham seja objeto de decisão em prazo razoável e mediante
previstos para os trabalhadores que exercem funções pú- processo equitativo.
blicas e estão sujeitos aos deveres e incompatibilidades 4 — Para defesa dos direitos, liberdades e garantias
para estes previstos. pessoais, a lei assegura aos cidadãos procedimentos judi-
2 — Os oficiais de justiça gozam ainda de direitos es- ciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo
peciais e estão sujeitos aos deveres e incompatibilidades a obter tutela efetiva e em tempo útil contra ameaças ou
decorrentes das funções atribuídas e constantes do respe- violações desses direitos.
tivo estatuto profissional.
Artigo 27.º
Ano judicial
TÍTULO III
1 — O ano judicial corresponde ao ano civil.
Tribunais 2 — A abertura do ano judicial é assinalada pela realiza-
ção de uma sessão solene no Supremo Tribunal de Justiça,
Artigo 22.º
na qual usam da palavra, de pleno direito, o Presidente
Independência dos tribunais da República, o Presidente da Assembleia da República,
Os tribunais são independentes e apenas estão sujeitos o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Primeiro-
à lei. -Ministro ou o membro do Governo responsável pela área
da justiça, o Procurador-Geral da República e o Bastonário
Artigo 23.º da Ordem dos Advogados.
Coadjuvação
Artigo 28.º
1 — No exercício das suas funções, os tribunais têm Férias judiciais
direito à coadjuvação das outras autoridades.
2 — O disposto no número anterior abrange designada- As férias judiciais decorrem de 22 de dezembro a 3 de
mente, sempre que necessário, a guarda das instalações e janeiro, do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa
a manutenção da ordem pelas forças de segurança. e de 16 de julho a 31 de agosto.
4780-(16) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

Artigo 29.º Artigo 33.º


Categorias de tribunais Tribunais judiciais de primeira instância
1 — Além do Tribunal Constitucional, existem as se- 1 — Os tribunais judiciais de primeira instância incluem
guintes categorias de tribunais: os tribunais de competência territorial alargada e os tribu-
a) O Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais judiciais nais de comarca.
de primeira e de segunda instância; 2 — O território nacional divide-se em 23 comarcas,
b) O Supremo Tribunal Administrativo e os demais nos termos do anexo II à presente lei, da qual faz parte
tribunais administrativos e fiscais; integrante.
c) O Tribunal de Contas. 3 — Em cada uma das circunscrições referidas no
número anterior existe um tribunal judicial de primeira
2 — Os tribunais judiciais de segunda instância são, em instância.
regra, os tribunais da Relação e designam-se pelo nome do 4 — A sede, a designação e a área de competência terri-
município em que se encontram instalados. torial são definidas no decreto-lei que estabelece o regime
3 — Os tribunais judiciais de primeira instância são, aplicável à organização e funcionamento dos tribunais
em regra, os tribunais de comarca. judiciais.
4 — Podem existir tribunais arbitrais e julgados de paz.
Artigo 34.º
TÍTULO IV Assessores

O Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais da Relação


Tribunal Constitucional
dispõem de assessores que coadjuvam os magistrados ju-
Artigo 30.º diciais e os magistrados do Ministério Público, nos termos
definidos na lei.
Competência, composição, organização e funcionamento
1 — Ao Tribunal Constitucional compete especifi- Artigo 35.º
camente administrar a justiça em matérias de natureza Gabinete de apoio ao presidente da comarca e aos magistrados
jurídico-constitucional. judiciais e do Ministério Público
2 — A composição, a competência, a organização e o
funcionamento do Tribunal Constitucional resultam do Cada comarca, ou conjunto de comarcas, pode ser do-
previsto na Constituição e na lei. tada de gabinetes de apoio destinados a prestar assessoria
e consultadoria técnica aos presidentes dos tribunais e aos
magistrados judiciais e do Ministério Público, na depen-
TÍTULO V dência orgânica do Conselho Superior da Magistratura e
da Procuradoria-Geral da República, respetivamente, nos
Tribunais judiciais termos a definir por decreto-lei.

CAPÍTULO I Artigo 36.º


Turnos
Estrutura e organização
1 — Nos tribunais organizam-se turnos para assegurar o
Artigo 31.º serviço que deva ser executado durante as férias judiciais
Supremo Tribunal de Justiça ou quando o serviço o justifique.
2 — São ainda organizados turnos para assegurar o
1 — O Supremo Tribunal de Justiça é o órgão superior serviço urgente previsto na lei que deva ser executado aos
da hierarquia dos tribunais judiciais, sem prejuízo da com- sábados, nos feriados que recaiam em segunda-feira e no
petência própria do Tribunal Constitucional. segundo dia feriado, em caso de feriados consecutivos.
2 — O Supremo Tribunal de Justiça funciona como 3 — Pelo serviço prestado nos termos do número an-
tribunal de instância nos casos que a lei determinar. terior é devido suplemento remuneratório, a definir por
decreto-lei.
Artigo 32.º
Tribunais da Relação
CAPÍTULO II
1 — A área de competência dos tribunais da Relação,
salvo nos casos previstos na presente lei, é definida nos Competência
termos do anexo I à presente lei, da qual faz parte inte-
grante. Artigo 37.º
2 — Pode proceder-se, por decreto-lei, à criação de Extensão e limites da competência
tribunais da Relação ou à alteração da respetiva área de
competência, após audição do Conselho Superior da Ma- 1 — Na ordem jurídica interna, a competência reparte-
gistratura, da Procuradoria-Geral da República e da Ordem -se pelos tribunais judiciais segundo a matéria, o valor, a
dos Advogados. hierarquia e o território.
3 — Os tribunais da Relação podem funcionar em sec- 2 — A lei de processo fixa os fatores de que depende a
ções especializadas. competência internacional dos tribunais judiciais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(17)

Artigo 38.º Artigo 44.º


Fixação da competência Alçadas
1 — A competência fixa-se no momento em que a ação 1 — Em matéria cível, a alçada dos tribunais da Relação
se propõe, sendo irrelevantes as modificações de facto que é de € 30 000,00 e a dos tribunais de primeira instância é
ocorram posteriormente, a não ser nos casos especialmente de € 5 000,00.
previstos na lei. 2 — Em matéria criminal não há alçada, sem prejuízo
2 — São igualmente irrelevantes as modificações de das disposições processuais relativas à admissibilidade
direito, exceto se for suprimido o órgão a que a causa estava de recurso.
afeta ou lhe for atribuída competência de que inicialmente 3 — A admissibilidade dos recursos por efeito das al-
carecia para o conhecimento da causa. çadas é regulada pela lei em vigor ao tempo em que foi
instaurada a ação.
Artigo 39.º
Proibição de desaforamento CAPÍTULO III
Nenhuma causa pode ser deslocada do tribunal ou juízo
Supremo Tribunal de Justiça
competente para outro, a não ser nos casos especialmente
previstos na lei.
SECÇÃO I
Artigo 40.º Disposições gerais
Competência em razão da matéria
1 — Os tribunais judiciais têm competência para as cau- Artigo 45.º
sas que não sejam atribuídas a outra ordem jurisdicional. Sede
2 — A presente lei determina a competência, em razão
da matéria, entre os juízos dos tribunais de comarca, estabe- O Supremo Tribunal de Justiça tem sede em Lisboa.
lecendo as causas que competem aos juízos de competência
especializada e aos tribunais de competência territorial Artigo 46.º
alargada. Poderes de cognição

Artigo 41.º Fora dos casos previstos na lei, o Supremo Tribunal de


Justiça apenas conhece de matéria de direito.
Competência em razão do valor
A presente lei determina a competência, em razão do va- SECÇÃO II
lor, entre os juízos centrais cíveis e os juízos locais cíveis,
nas ações declarativas cíveis de processo comum. Organização e funcionamento

Artigo 42.º Artigo 47.º


Competência em razão da hierarquia Organização

1 — Os tribunais judiciais encontram-se hierarquizados 1 — O Supremo Tribunal de Justiça compreende sec-


para efeito de recurso das suas decisões. ções em matéria cível, em matéria penal e em matéria
2 — Em regra, o Supremo Tribunal de Justiça conhece, social.
em recurso, das causas cujo valor exceda a alçada dos 2 — No Supremo Tribunal de Justiça há ainda uma
tribunais da Relação e estes das causas cujo valor exceda secção para julgamento dos recursos das deliberações do
a alçada dos tribunais judiciais de primeira instância. Conselho Superior da Magistratura.
3 — Em matéria criminal, a competência é definida na 3 — A secção referida no número anterior é constituída
respetiva lei de processo. pelo mais antigo dos vice-presidentes do Supremo Tribunal
de Justiça, que tem voto de qualidade, e por um juiz de
Artigo 43.º cada secção, anual e sucessivamente designados, tendo em
conta a respetiva antiguidade.
Competência em razão do território
1 — O Supremo Tribunal de Justiça tem competência Artigo 48.º
em todo o território. Funcionamento
2 — Os tribunais da Relação têm, em regra, competên-
cia na área das respetivas circunscrições. 1 — O Supremo Tribunal de Justiça funciona, sob a
3 — Os tribunais judiciais de comarca possuem, em direção de um presidente, em plenário do tribunal, em
regra, competência na área das respetivas comarcas. pleno das secções especializadas e por secções.
4 — Podem existir tribunais judiciais de primeira instân- 2 — O plenário do tribunal é constituído por todos os
cia com competência para mais do que uma comarca, de- juízes que compõem as secções e só pode funcionar com
signados por tribunais de competência territorial alargada. a presença de, pelo menos, três quartos dos juízes em
5 — Os juízos de competência especializada e os juízos exercício.
de competência genérica possuem a área de competência 3 — Ao pleno das secções especializadas ou das res-
territorial a definir por decreto-lei, dentro dos limites da petivas secções conjuntas é aplicável, com as necessárias
respetiva comarca. adaptações, o disposto no número anterior.
4780-(18) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

4 — Os juízes tomam assento alternadamente à direita Artigo 54.º


e à esquerda do presidente, segundo a ordem de antigui- Especialização das secções
dade.
1 — As secções cíveis julgam as causas que não estejam
Artigo 49.º atribuídas a outras secções, as secções criminais julgam
as causas de natureza penal e as secções sociais julgam as
Preenchimento das secções
causas referidas no artigo 126.º
1 — O Conselho Superior da Magistratura fixa, sem- 2 — As causas referidas nos artigos 111.º, 113.º e 128.º
pre que o julgar conveniente, sob proposta do Presidente são sempre distribuídas à mesma secção cível e as causas
do Supremo Tribunal de Justiça, o número de juízes que referidas no artigo 112.º são sempre distribuídas à mesma
compõem cada secção. secção criminal.
2 — Cabe ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
distribuir os juízes pelas secções, tomando sucessivamente Artigo 55.º
em conta o seu grau de especialização, a conveniência do Competência das secções
serviço e a preferência manifestada.
3 — O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça pode Compete às secções, segundo a sua especialização:
autorizar a mudança de secção ou a permuta entre juízes a) Julgar os recursos que não sejam da competência do
de secções diferentes, com observância do disposto no pleno das secções especializadas;
número anterior. b) Julgar processos por crimes cometidos por juízes do
4 — Quando o relator mudar de secção, mantém-se a Supremo Tribunal de Justiça e dos tribunais da Relação e
sua competência e a dos seus adjuntos que tenham tido magistrados do Ministério Público que exerçam funções
visto para julgamento. junto destes tribunais, ou equiparados, e recursos em ma-
téria contraordenacional a eles respeitantes;
Artigo 50.º c) Julgar as ações propostas contra juízes do Supremo
Juízes militares Tribunal de Justiça e dos tribunais da Relação e magistra-
dos do Ministério Público que exerçam funções junto des-
No Supremo Tribunal de Justiça há um juiz militar por tes tribunais, ou equiparados, por causa das suas funções;
cada ramo das Forças Armadas e um pela Guarda Nacional d) Conhecer dos pedidos de habeas corpus, em virtude
Republicana (GNR). de prisão ilegal;
e) Conhecer dos pedidos de revisão de sentenças penais,
Artigo 51.º decretar a anulação de penas inconciliáveis e suspender a
Sessões execução das penas quando decretada a revisão;
f) Decidir sobre o pedido de atribuição de competência
As sessões têm lugar segundo agenda, devendo a data a outro tribunal da mesma espécie e hierarquia, nos ca-
e hora das audiências constar de tabela afixada, com ante- sos de obstrução ao exercício da jurisdição pelo tribunal
cedência, no átrio do tribunal, podendo a mesma ser ainda competente;
divulgada por meios eletrónicos. g) Julgar, por intermédio do relator, os termos dos re-
cursos a este cometidos pela lei de processo;
SECÇÃO III h) Praticar, nos termos da lei de processo, os atos ju-
risdicionais relativos ao inquérito, dirigir a instrução cri-
Competência minal, presidir ao debate instrutório e proferir despacho
de pronúncia ou não pronúncia nos processos referidos na
Artigo 52.º alínea a) do artigo 53.º e na alínea b) do presente artigo;
Competência do plenário i) Exercer as demais competências conferidas por lei.
Compete ao Supremo Tribunal de Justiça, funcionando Artigo 56.º
em plenário:
Julgamento nas secções
a) Julgar os recursos de decisões proferidas pelo pleno
das secções criminais; 1 — Fora dos casos previstos na lei de processo e nas
b) Exercer as demais competências conferidas por lei. alíneas g) e h) do artigo anterior, o julgamento nas secções
é efetuado por três juízes, cabendo a um juiz as funções de
Artigo 53.º relator e aos outros juízes as funções de adjuntos.
2 — A intervenção dos juízes de cada secção no julga-
Competências do pleno das secções mento faz-se, nos termos da lei de processo, segundo a
Compete ao pleno das secções, segundo a sua espe- ordem de precedência.
cialização: 3 — Quando numa secção não seja possível obter o
número de juízes exigido para o exame do processo e a
a) Julgar o Presidente da República, o Presidente da decisão da causa, são chamados a intervir os juízes de
Assembleia da República e o Primeiro-Ministro pelos outra secção da mesma especialidade, começando-se pelos
crimes praticados no exercício das suas funções; imediatos ao juiz que tiver aposto o último visto.
b) Julgar os recursos de decisões proferidas em primeira 4 — Não sendo possível chamar a intervir juízes da
instância pelas secções; mesma especialidade, são chamados os da secção social
c) Uniformizar a jurisprudência, nos termos da lei de se a falta ocorrer na secção cível ou na secção criminal e
processo. os da secção cível se a falta ocorrer na secção social.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(19)

SECÇÃO IV Artigo 60.º


Juízes do Supremo Tribunal de Justiça Precedência
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça tem pre-
Artigo 57.º cedência entre todos os juízes.
Quadro de juízes
Artigo 61.º
1 — O quadro dos juízes do Supremo Tribunal de Jus-
tiça é fixado no decreto-lei que estabelece o regime aplicá- Duração do mandato de presidente
vel à organização e funcionamento dos tribunais judiciais. 1 — O mandato de Presidente do Supremo Tribunal de
2 — Nos casos de magistrados judiciais que ocupem Justiça tem a duração de cinco anos, não sendo admitida
os cargos de Presidente da República ou de membro do a reeleição.
Governo ou do Conselho de Estado, que se encontrem 2 — O presidente cessante mantém-se em funções até
em comissão ordinária de serviço que implique abertura à tomada de posse do novo presidente.
de vaga, nos termos do Estatuto dos Magistrados Judi-
ciais, ou no cargo de membro do Conselho Superior da Artigo 62.º
Magistratura, exercido a tempo inteiro, o quadro a que se
Competência do presidente
refere o número anterior é automaticamente aumentado
em número correspondente de lugares, a extinguir quando 1 — Compete ao Presidente do Supremo Tribunal de
retomarem o serviço efetivo os juízes que se encontrem Justiça:
nas mencionadas situações. a) Presidir ao plenário do tribunal, ao pleno das secções
3 — Os juízes nomeados para os lugares acrescidos a especializadas e, quando a elas assista, às conferências;
que se refere o número anterior mantêm-se como juízes b) Homologar as tabelas das sessões ordinárias e con-
além do quadro até ocuparem as vagas que lhes compe- vocar as sessões extraordinárias;
tirem. c) Apurar o vencido nas conferências;
d) Votar sempre que a lei o determine, assinando, neste
Artigo 58.º caso, o acórdão;
Juízes além do quadro e) Dar posse aos vice-presidentes, aos juízes, ao secretá-
rio do tribunal e aos presidentes dos tribunais da Relação;
1 — Quando o serviço o justificar, designadamente f) Dirigir o tribunal, superintender nos seus serviços e
pelo número ou pela complexidade dos processos, o Con- assegurar o seu funcionamento normal, emitindo as ordens
selho Superior da Magistratura pode propor a criação, no de serviço que tenha por necessárias;
Supremo Tribunal de Justiça, de lugares além do quadro. g) Exercer ação disciplinar sobre os oficiais de justiça
2 — Os lugares a que se refere o número anterior em serviço no tribunal, relativamente a pena de gravidade
extinguem-se decorridos dois anos sobre a data da sua inferior à de multa;
criação, mantendo-se na situação de além do quadro os h) Exercer as demais funções conferidas por lei.
juízes para estes nomeados até ocuparem as vagas que lhes
competirem, nos termos do n.º 3 do artigo anterior. 2 — Das decisões proferidas nos termos da alínea f)
3 — A nomeação de juízes, nos termos do presente do número anterior cabe recurso direto para a Secção do
artigo, obedece às regras gerais de provimento de vagas. Contencioso do Supremo Tribunal de Justiça e, nos ter-
4 — A criação de lugares referida no n.º 1 é aprovada mos da alínea g), para o plenário do Conselho Superior
por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas da Magistratura.
áreas das finanças e da justiça. 3 — Compete ainda ao Presidente do Supremo Tribunal
de Justiça conhecer dos conflitos de jurisdição cuja apre-
ciação não pertença ao tribunal de conflitos e, ainda, dos
SECÇÃO V
conflitos de competência que ocorram entre:
Presidência do tribunal a) Os plenos das secções;
b) As secções;
Artigo 59.º c) Os tribunais da Relação;
Presidente do tribunal d) Os tribunais da Relação e os tribunais de comarca ou
os tribunais de competência territorial alargada;
1 — Os juízes conselheiros que compõem o quadro e) Os tribunais de comarca ou tribunal de comarca e
do Supremo Tribunal de Justiça elegem, de entre si e por tribunal de competência territorial alargada sediados na
escrutínio secreto, o presidente do tribunal. área de diferentes tribunais da Relação.
2 — É eleito presidente o juiz que obtiver mais de me-
tade dos votos validamente expressos. 4 — A competência referida no número anterior é de-
3 — No caso de nenhum dos juízes obter a quantidade legável nos vice-presidentes.
de votos referido no número anterior, procede-se a segundo
sufrágio, ao qual concorrem apenas os dois juízes mais Artigo 63.º
votados, aplicando-se, no caso de empate, o critério da
Vice-presidentes
antiguidade na categoria.
4 — Em caso de empate no segundo sufrágio, considera- 1 — O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça é
-se eleito presidente o mais antigo dos dois juízes. coadjuvado por dois vice-presidentes.
4780-(20) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

2 — À eleição e ao exercício do mandato dos vice- CAPÍTULO IV


-presidentes aplica-se o disposto relativamente ao presi-
dente, sem prejuízo do que, quanto à eleição, se estabelece Tribunais da Relação
nos números seguintes.
3 — Havendo eleição simultânea dos vice-presidentes, SECÇÃO I
consideram-se eleitos os juízes que obtenham o maior
Disposições gerais
número de votos.
4 — Em caso de obtenção de igual número de votos,
Artigo 67.º
procede-se a segundo sufrágio, ao qual concorrem apenas
os juízes entre os quais o empate se verificou. Definição, organização e funcionamento
5 — Subsistindo o empate no segundo sufrágio, 1 — Os tribunais da Relação são, em regra, os tribunais
consideram-se eleitos o juiz ou os juízes mais antigos na de segunda instância e designam-se pelo nome do muni-
categoria. cípio em que se encontram instalados.
2 — Os tribunais da Relação funcionam, sob a direção
Artigo 64.º de um presidente, em plenário e por secções.
Substituição do presidente 3 — Os tribunais da Relação compreendem secções em
matéria cível, em matéria penal, em matéria social, em
1 — Nas suas faltas e impedimentos, o Presidente matéria de família e menores, em matéria de comércio,
do Supremo Tribunal de Justiça é substituído pelo vice- de propriedade intelectual e de concorrência, regulação e
-presidente mais antigo no cargo ou, se for igual a antigui- supervisão, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
dade dos vice-presidentes, pelo mais antigo na categoria. 4 — A existência das secções social, de família e meno-
2 — Faltando ou estando impedidos ambos os vice- res, de comércio, de propriedade intelectual e de concor-
-presidentes, o Presidente é substituído pelo juiz mais rência, regulação e supervisão depende do volume ou da
antigo em exercício. complexidade do serviço e são instaladas por deliberação
3 — Tendo em conta as necessidades de serviço, o Con- do Conselho Superior da Magistratura, sob proposta do
selho Superior da Magistratura, sob proposta do Presidente presidente do respetivo tribunal da Relação.
do Supremo Tribunal de Justiça, determina os casos em 5 — Os tribunais da Relação podem organizar serviços
que os vice-presidentes podem ser isentos ou privilegiados comuns para efeitos administrativos.
na distribuição dos processos.
Artigo 68.º
Artigo 65.º
Quadro de juízes
Presidentes de secção
1 — O quadro de juízes dos tribunais da Relação é
1 — Cada secção é presidida pelo juiz que, de entre os fixado no decreto-lei que estabelece o regime aplicável à
que a compõem, for anualmente eleito seu presidente pelo organização e funcionamento dos tribunais judiciais.
respetivo pleno. 2 — É proibida a nomeação de juízes auxiliares para
2 — A eleição referida no número anterior é realizada os tribunais da Relação.
por voto secreto, sem discussão ou debate prévios, na
primeira sessão de cada ano judicial presidida para esse Artigo 69.º
efeito, pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça ou,
Juízes militares
por sua delegação, por um dos vice-presidentes.
3 — Compete ao presidente de secção presidir às sec- Os quadros de juízes dos Tribunais da Relação de Lis-
ções e exercer, com as devidas adaptações, as funções boa e do Porto preveem um juiz militar por cada ramo das
referidas nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 do artigo 62.º Forças Armadas e um pela GNR.

SECÇÃO VI Artigo 70.º


Representação do Ministério Público
Representação do Ministério Público
no Supremo Tribunal de Justiça 1 — O quadro dos procuradores-gerais-adjuntos é fi-
xado no decreto-lei que estabelece o regime aplicável
Artigo 66.º à organização e funcionamento dos tribunais judiciais.
Quadro de magistrados do Ministério Público 2 — A coordenação da representação do Ministério Pú-
blico nos tribunais da Relação é assegurada pelo procurador-
1 — O quadro de procuradores-gerais-adjuntos do Su- -geral distrital, designado em comissão de serviço pelo
premo Tribunal de Justiça é fixado no decreto-lei que esta- Conselho Superior do Ministério Público, nos termos da lei.
belece o regime aplicável à organização e funcionamento 3 — É aplicável, com as necessárias adaptações, o dis-
dos tribunais judiciais. posto no n.º 2 do artigo 68.º
2 — A coordenação da representação do Ministério
Público no Supremo Tribunal de Justiça pode ser asse- Artigo 71.º
gurada por um procurador-geral-adjunto designado em
Disposições subsidiárias
comissão de serviço pelo Procurador-Geral da República,
nos termos da lei. É aplicável aos tribunais da Relação, com as necessárias
3 — É aplicável, com as necessárias adaptações, o dis- adaptações, o disposto nos n.os 2 e 4 do artigo 48.º, nos
posto nos n.os 2 e 3 do artigo 57.º e no artigo 58.º artigos 49.º e 51.º e no n.º 2 do artigo 57.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(21)

SECÇÃO II 2 — O presidente do tribunal da Relação é competente


para conhecer dos conflitos de competência entre tribunais
Competência
de comarca da área de competência do respetivo tribunal
ou entre algum deles e um tribunal de competência terri-
Artigo 72.º
torial alargada sediado nessa área, podendo delegar essa
Competência do plenário competência no vice-presidente.
Compete aos tribunais da Relação, funcionando em 3 — Compete ainda ao presidente dar posse ao vice-
plenário, exercer as competências conferidas por lei. -presidente, aos juízes e ao secretário do tribunal.
4 — É aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 62.º às
Artigo 73.º decisões proferidas em idênticas matérias pelo presidente
do tribunal da Relação.
Competência das secções
Compete às secções, segundo a sua especialização: Artigo 77.º
Vice-presidente
a) Julgar recursos;
b) Julgar as ações propostas contra juízes de direito e 1 — O presidente de cada tribunal de Relação é coad-
juízes militares de primeira instância, procuradores da juvado e substituído por um vice-presidente, no qual pode
República e procuradores-adjuntos, por causa das suas delegar o exercício das suas competências.
funções; 2 — É aplicável à eleição e ao exercício do mandato de
c) Julgar processos por crimes cometidos pelos ma- vice-presidente o disposto no artigo 63.º
gistrados e juízes militares referidos na alínea anterior e 3 — Nas suas faltas e impedimentos, o vice-presidente
recursos em matéria contraordenacional a eles respeitantes; é substituído pelo mais antigo dos juízes em exercício.
d) Julgar os processos judiciais de cooperação judiciária 4 — É aplicável ao vice-presidente o preceituado no
internacional em matéria penal; n.º 3 do artigo 64.º
e) Julgar os processos de revisão e confirmação de sen-
tença estrangeira, sem prejuízo da competência legalmente Artigo 78.º
atribuída a outros tribunais;
Disposição subsidiária
f) Julgar, por intermédio do relator, os termos dos recur-
sos que lhe estejam cometidos pela lei de processo; É aplicável aos tribunais da Relação, com as necessárias
g) Praticar, nos termos da lei de processo, os atos ju- adaptações, o disposto no artigo 65.º
risdicionais relativos ao inquérito, dirigir a instrução cri-
minal, presidir ao debate instrutório e proferir despacho
de pronúncia ou não pronúncia nos processos referidos CAPÍTULO V
na alínea c);
h) Exercer as demais competências conferidas por lei. Tribunais judiciais de primeira instância

Artigo 74.º SECÇÃO I


Disposições subsidiárias
Disposições gerais
1 — É aplicável aos tribunais da Relação, com as neces-
sárias adaptações, o disposto nos artigos 54.º e 56.º Artigo 79.º
2 — A remissão para o artigo 54.º não prejudica o pre- Tribunais de comarca
ceituado no n.º 4 do artigo 67.º
Os tribunais judiciais de primeira instância são, em
regra, os tribunais de comarca.
SECÇÃO III
Presidência Artigo 80.º
Competência
Artigo 75.º
1 — Compete aos tribunais de comarca preparar e jul-
Presidente
gar os processos relativos a causas não abrangidas pela
1 — Os juízes que compõem o quadro do tribunal da competência de outros tribunais.
Relação elegem, de entre si e por escrutínio secreto, o 2 — Os tribunais de comarca são de competência ge-
presidente do tribunal. nérica e de competência especializada.
2 — É aplicável à eleição e ao exercício do mandato de
presidente da Relação, com as necessárias adaptações, o Artigo 81.º
disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 59.º e no artigo 61.º Desdobramento

Artigo 76.º 1 — Os tribunais de comarca desdobram-se em juízos,


a criar por decreto-lei, que podem ser de competência
Competência do presidente
especializada, de competência genérica e de proximidade,
1 — À competência do presidente do tribunal da Rela- nos termos do presente artigo e do artigo 130.º
ção é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto 2 — Os juízos designam-se pela competência e pelo
nas alíneas a) a d), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 62.º nome do município em que estão instalados.
4780-(22) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

3 — Podem ser criados os seguintes juízos de compe- b) A instalação, em espaços afetos a serviços da justiça
tência especializada: ou a outros serviços públicos, de equipamentos tecnológi-
a) Central cível; cos que permitam a comunicação, por meio visual e sonoro,
b) Local cível; em tempo real, com vista à realização de inquirições ou
c) Central criminal; outras diligências processuais, sempre que o magistrado
d) Local criminal; considere que a utilização daquele meio não prejudica a
e) Local de pequena criminalidade; genuinidade da produção e da assunção da prova e que as
f) Instrução criminal; acessibilidades dificultam o acesso dos cidadãos residentes
g) Família e menores; nesse município ao tribunal ou juízo da causa.
h) Trabalho;
i) Comércio; Artigo 82.º-B
j) Execução. Inquirição de reclusos

4 — Sempre que o volume processual o justifique po- 1 — Os reclusos podem prestar depoimento em qual-
dem ser criados, por decreto-lei, juízos de competência quer inquérito ou processo judicial, independentemente
especializada mista. do local onde se situe o tribunal ou juízo da causa, no
5 — Podem ser alteradas, por decreto-lei, a estrutura e a estabelecimento prisional em que se encontram, através
organização dos tribunais de comarca definidos na presente de equipamento tecnológico que permita a comunicação,
lei e que importem a criação ou a extinção de juízos. por meio visual e sonoro, em tempo real.
6 — Pode proceder-se à agregação de juízos por por- 2 — Do disposto no número anterior excecionam-se as
taria do membro do Governo responsável pela área da situações em que:
justiça, ouvidos o Conselho Superior da Magistratura, o
a) O recluso assuma no processo em causa a qualidade
Conselho Superior do Ministério Público e a Ordem dos
Advogados. jurídico-processual de arguido; ou
b) As audições do recluso ocorram nos processos da
Artigo 82.º competência do tribunal de execução das penas.
Realização de audiências de julgamento 3 — A notificação é requisitada ao diretor do estabele-
ou outras diligências processuais cimento prisional respetivo.
1 — Podem ser realizadas em qualquer juízo, ainda 4 — No dia da inquirição, o recluso identifica-se perante
que de proximidade, audiências de julgamento ou outras o responsável da área jurídica e de execução das penas do
diligências processuais cuja realização aí seja determinada, estabelecimento prisional.
nos termos da lei do processo, pelo juiz titular ou pelo 5 — A partir desse momento, a inquirição é efetuada
magistrado do Ministério Público, ouvidas as partes. apenas perante o juiz da causa ou o magistrado do Minis-
2 — As audiências judiciais e diligências referidas no tério Público e os advogados ou defensores.
número anterior podem ainda, quando o interesse da jus- 6 — O recluso, querendo, pode ser assistido presencial-
tiça ou outras circunstâncias ponderosas o justifiquem, ser mente, durante a inquirição, por mandatário judicial.
realizadas em local diferente, na respetiva circunscrição
ou fora desta. Artigo 83.º
3 — As audiências de julgamento dos processos de
natureza criminal da competência do tribunal singular são Tribunais de competência territorial alargada
realizadas no juízo territorialmente competente de acordo 1 — Podem existir tribunais judiciais de primeira ins-
com as regras processuais fixadas para conhecer do crime, tância com competência para mais do que uma comarca
ainda que se trate de um juízo de proximidade. ou sobre áreas especialmente referidas na lei, designados
4 — Não se aplica o disposto no número anterior aos por tribunais de competência territorial alargada.
julgamentos em processo sumário. 2 — Os tribunais referidos no número anterior são
5 — A fim de prevenir o risco de sobreposição de datas de competência especializada e conhecem de matérias
de diligências a que devam comparecer ou presidir os ma- determinadas, independentemente da forma de processo
gistrados do Ministério Público, deve o juiz providenciar aplicável.
pela marcação do dia e hora da sua realização mediante 3 — São, nomeadamente, tribunais de competência
prévio acordo com aqueles, aplicando-se, com as devidas territorial alargada:
adaptações, o disposto no artigo 151.º do Código de Pro-
cesso Civil. a) O tribunal da propriedade intelectual;
b) O tribunal da concorrência, regulação e supervisão;
Artigo 82.º-A c) O tribunal marítimo;
Realização de diligências em municípios
d) O tribunal de execução das penas;
onde não esteja sediado tribunal ou juízo e) O tribunal central de instrução criminal.
Em municípios onde não esteja sediado tribunal ou 4 — A sede e a área de competência territorial dos
juízo, o Ministério da Justiça pode definir por portaria, tribunais referidos no número anterior são definidas no
ouvidos o Conselho Superior da Magistratura e o Conselho anexo III.
Superior do Ministério Público: 5 — Quando as necessidades de especialização, vo-
a) Instalações adequadas, designadamente edifícios lume, complexidade processual e natureza do serviço o
públicos, em que se podem realizar atos judiciais e julga- justifiquem podem ser criados por lei outros tribunais com
mentos criminais da competência de juiz singular; competência territorial alargada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(23)

Artigo 84.º do presidente do tribunal de comarca, que um juiz exerça


Quadro de juízes e de magistrados do Ministério Público
funções em mais de um tribunal ou juízo da mesma co-
marca, respeitado o princípio da especialização dos magis-
1 — O quadro de juízes dos tribunais judiciais de pri- trados, ponderadas as necessidades do serviço e o volume
meira instância e o quadro dos magistrados do Ministério processual existente.
Público são fixados no decreto-lei que estabelece o regime 2 — O exercício de funções a que alude o número ante-
aplicável à organização e funcionamento dos tribunais rior confere apenas direito a ajudas de custo e ao reembolso
judiciais. das despesas de transporte em função das necessidades de
2 — Os quadros a que se refere o número anterior são deslocação nos termos da lei geral.
fixados, em regra, por um intervalo entre um mínimo e um 3 — Os magistrados do Ministério Público podem
máximo de juízes e de magistrados do Ministério Público. exercer funções em mais de um tribunal, juízo, secção ou
3 — O Conselho Superior da Magistratura e o Conselho departamento da mesma comarca, nas condições previstas
Superior do Ministério Público coordenam-se na determi- nos números anteriores, por determinação do Conselho
nação concreta do número de juízes e de magistrados do Superior do Ministério Público.
Ministério Público para cada uma das comarcas.
Artigo 88.º
SECÇÃO II Quadro complementar de magistrados
Organização e funcionamento 1 — Nas sedes dos tribunais da Relação podem ser
criadas bolsas de juízes para destacamento em tribunais
Artigo 85.º judiciais de primeira instância em que se verifique a falta
Funcionamento ou o impedimento dos seus titulares, a vacatura do lugar
ou o número ou a complexidade dos processos existentes
1 — Os tribunais judiciais de primeira instância fun-
cionam, consoante os casos, como tribunal singular, como o justifiquem.
tribunal coletivo ou como tribunal de júri. 2 — A bolsa de juízes referida no número anterior pode
2 — Em cada juízo exercem funções um ou mais juízes ser desdobrada ao nível de cada uma das comarcas.
de direito, exceto quando se trate de um juízo de proxi- 3 — Os juízes nomeados para as bolsas de juízes au-
midade. ferem, quando destacados, ajudas de custo nos termos da
3 — Quando a lei de processo determinar o impedi- lei geral.
mento do juiz, este é substituído nos termos do artigo 4 — O número de juízes é fixado por portaria dos mem-
seguinte. bros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
4 — Nos casos previstos na lei, podem fazer parte dos da justiça, sob proposta do Conselho Superior da Magis-
tribunais e dos juízos juízes sociais, designados de entre tratura.
pessoas de reconhecida idoneidade. 5 — Cabe ao Conselho Superior da Magistratura efetuar
5 — Quando não for possível a designação ou a inter- a gestão das bolsas referidas nos n.os 1 e 2 e regular o seu
venção dos juízes sociais, o tribunal é constituído pelo juiz destacamento.
singular ou pelo coletivo, conforme os casos. 6 — O disposto nos números anteriores é aplicável,
6 — A lei pode prever a colaboração de técnicos quali- com as devidas adaptações, aos magistrados do Ministério
ficados quando o julgamento da matéria de facto dependa Público, competindo ao Conselho Superior do Ministério
de conhecimentos especiais. Público, com faculdade de delegação, efetuar a gestão das
respetivas bolsas e regular o destacamento dos respetivos
Artigo 86.º magistrados.
Substituição dos juízes de direito e dos magistrados
do Ministério Público Artigo 89.º
1 — Os juízes de direito são substituídos, nas suas faltas Turnos de distribuição
e impedimentos, por juiz ou juízes de direito da mesma co- A distribuição é presidida por juiz, a designar pelo pre-
marca, ainda que a respetiva área de competência territorial sidente do tribunal, que decide as questões com aquela
a exceda, por determinação do respetivo juiz presidente, de relacionadas.
acordo com as orientações genéricas do Conselho Superior
da Magistratura.
2 — Nos tribunais ou juízos com mais de um juiz as SECÇÃO III
substituições ocorrem preferencialmente entre si. Gestão dos tribunais de primeira instância
3 — Os juízes de direito são substituídos por determi-
nação do Conselho Superior da Magistratura sempre que SUBSECÇÃO I
não seja possível aplicar o regime previsto no n.º 1.
4 — O disposto nos números anteriores é aplicável, Objetivos
com as devidas adaptações, aos magistrados do Ministério
Público. Artigo 90.º
Objetivos e monitorização
Artigo 87.º
1 — O Conselho Superior da Magistratura e o Procurador-
Exercício de funções
-Geral da República, em articulação com o membro do
1 — Para além dos casos previstos na lei, o Conselho Governo responsável pela área da justiça, estabelecem, no
Superior da Magistratura pode determinar, sob proposta âmbito das respetivas competências, objetivos estratégicos
4780-(24) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

para o desempenho dos tribunais judiciais de primeira 5 — Os objetivos processuais da comarca devem ser
instância para o triénio subsequente. refletidos nos objetivos estabelecidos anualmente para
2 — O cumprimento dos objetivos estratégicos é mo- os oficiais de justiça e ser ponderados na respetiva ava-
nitorizado anualmente pelas entidades referidas no nú- liação.
mero anterior realizando-se, para o efeito, reuniões entre 6 — Os objetivos processuais da comarca devem ser
representantes do Conselho Superior da Magistratura, da ponderados nos critérios de avaliação dos magistrados
Procuradoria-Geral da República e do competente serviço nos moldes que vierem a ser definidos pelos respetivos
do Ministério da Justiça, com periodicidade trimestral, para Conselhos.
acompanhamento da evolução dos resultados registados em
face dos objetivos assumidos, com base, designadamente, SUBSECÇÃO II
nos elementos disponibilizados pelo sistema de informação Presidente do tribunal de comarca
de suporte à tramitação processual.
3 — O Conselho Superior da Magistratura, a Procuradoria- Artigo 92.º
-Geral da República e o membro do Governo responsável
pela área da justiça articulam até 15 de julho os objetivos Juiz presidente
para o ano judicial subsequente e para o conjunto dos 1 — Em cada tribunal de comarca existe um presidente.
tribunais judiciais de primeira instância e para as Procura- 2 — O presidente do tribunal é nomeado, por escolha,
dorias e departamentos do Ministério Público, ponderando pelo Conselho Superior da Magistratura, em comissão
os meios afetos à adequação entre os valores da referência de serviço, pelo período de três anos, e sem prejuízo do
processual estabelecidos e os resultados registados em face disposto no artigo seguinte, de entre juízes que cumpram
dos objetivos assumidos, com base, designadamente, nos os seguintes requisitos:
elementos disponibilizados pelo sistema de informação de
a) Exerçam funções efetivas como juízes desembarga-
suporte à tramitação processual. dores e possuam classificação de Muito bom em anterior
4 — Os valores de referência processual reportam-se classificação de serviço; ou
a valores de produtividade calculados em abstrato por b) Exerçam funções efetivas como juízes de direito,
magistrado e são revistos com periodicidade trienal. possuam 15 anos de serviço nos tribunais e última classi-
5 — O indicador a que se refere o número anterior ficação de serviço de Muito bom.
pode ser estabelecido de forma única para todo o territó-
rio nacional ou assumir especificidades para as diferentes 3 — A comissão de serviço pode não dar lugar à abertura
comarcas. de vaga e pode ser cessada a qualquer momento, mediante
6 — Pode ser definido, por decreto-lei, um sistema de deliberação fundamentada do Conselho Superior da Ma-
incentivos para os tribunais judiciais de primeira instância gistratura.
que ultrapassem significativamente os valores de referência
processual estabelecidos. Artigo 93.º
Artigo 91.º Renovação e avaliação

Definição de objetivos processuais A comissão de serviço do presidente do tribunal pode


ser renovada por igual período, mediante avaliação favo-
1 — Tendo em conta os resultados obtidos no ano ante- rável do Conselho Superior da Magistratura, ponderando
rior e os objetivos formulados para o ano subsequente, o o exercício dos poderes de gestão e os resultados obtidos
presidente do tribunal e o magistrado do Ministério Público na comarca.
coordenador, ouvido o administrador judiciário, articulam,
para o ano subsequente, propostas de objetivos de natureza Artigo 94.º
processual, de gestão ou administrativa, para a comarca,
Competências
para os tribunais de competência territorial alargada, bem
como para as Procuradorias e departamentos do Ministério 1 — Sem prejuízo da autonomia do Ministério Público
Público ali sediados e do poder de delegação, o presidente do tribunal possui
2 — As propostas a que se refere o número anterior competências de representação e direção, de gestão pro-
são apresentadas, até 15 de outubro de cada ano, respe- cessual, administrativas e funcionais.
tivamente ao Conselho Superior da Magistratura e ao 2 — O presidente do tribunal possui as seguintes com-
Procurador-Geral da República, para homologação até petências de representação e direção:
22 de dezembro. a) Representar e dirigir o tribunal;
3 — Os objetivos processuais da comarca devem reportar- b) Acompanhar a realização dos objetivos fixados para
-se, designadamente, ao número de processos findos e ao os serviços judiciais do tribunal;
tempo da sua duração, tendo em conta, entre outros fatores, c) Promover a realização de reuniões de planeamento
a natureza do processo ou o valor da causa, ponderados e de avaliação dos resultados dos serviços judiciais da
os recursos humanos e os meios afetos ao funcionamento comarca;
da comarca e tendo por base, nomeadamente, os valores d) Adotar ou propor às entidades competentes medidas,
de referência processual estabelecidos. nomeadamente, de desburocratização, simplificação de
4 — Os objetivos processuais da comarca não podem procedimentos, utilização das tecnologias de informação
impor, limitar ou condicionar as decisões a proferir nos e transparência do sistema de justiça;
processos em concreto, quer quanto ao mérito da questão, e) Pronunciar-se, sempre que seja ponderada a realiza-
quer quanto à opção pela forma processual entendida como ção de sindicâncias à comarca pelo Conselho Superior da
mais adequada. Magistratura;
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(25)

f) Pronunciar-se, sempre que seja ponderada pelo Con- g) Propor ao Conselho Superior da Magistratura o exer-
selho dos Oficiais de Justiça a realização de sindicâncias cício de funções de juízes em mais do que um tribunal ou
relativamente aos serviços judiciais e à secretaria; juízo da mesma comarca, respeitado o princípio da espe-
g) Elaborar um relatório semestral sobre o estado dos cialização dos magistrados, ponderadas as necessidades
serviços judiciais e a qualidade da resposta. dos serviços e o volume processual existente;
h) Solicitar o suprimento de necessidades de resposta
3 — O presidente do tribunal possui as seguintes com- adicional, nomeadamente através do recurso aos quadros
petências funcionais: complementares de juízes.
a) Dar posse aos juízes e ao administrador judiciário;
b) Elaborar os mapas de turnos e de férias dos juízes 5 — As medidas a que se refere a alínea f) do número
e submetê-los a aprovação do Conselho Superior da Ma- anterior são precedidas da concordância do juiz a reafetar
gistratura; ou do juiz a quem sejam afetados os processos.
c) Exercer a ação disciplinar sobre os oficiais de justiça, 6 — A reafetação de juízes ou a afetação de processos
relativamente a pena de gravidade inferior à de multa, e, têm como finalidade responder a necessidades de serviço,
nos restantes casos, ordenar a instauração de processo dis- pontuais e transitórias, e devem ser fundadas em critérios
ciplinar, com exceção daqueles a que se reporta a alínea k) gerais, definidos pelo Conselho Superior da Magistra-
do n.º 1 do artigo 101.º; tura, respeitando sempre princípios de proporcionalidade,
d) Nomear um juiz substituto, em caso de impedimento
equilíbrio de serviço e aleatoriedade na distribuição, não
do titular ou do substituto designado, de acordo com orien-
tações genéricas do Conselho Superior da Magistratura; podendo implicar prejuízo pessoal sério para a vida pessoal
e) Assegurar a frequência equilibrada de ações de for- ou familiar do juiz.
mação pelos juízes da comarca, com respeito pelas ne- 7 — O Conselho Superior da Magistratura fixa anteci-
cessidades do serviço e em articulação com o Conselho padamente os critérios a considerar quanto à densificação
Superior da Magistratura; dos conceitos previstos na alínea f) do n.º 4 e publicita-os,
f) Participar no processo de avaliação dos oficiais de previamente à sua execução, nas páginas eletrónicas das
justiça, nos termos da legislação específica aplicável, com comarcas e do Conselho Superior da Magistratura.
exceção daqueles a que se reporta a alínea l) do n.º 1 do 8 — O presidente do tribunal possui as seguintes com-
artigo 101.º, sendo-lhe dado conhecimento dos relatórios petências administrativas:
das inspeções aos serviços e das avaliações, respeitando
a proteção dos dados pessoais. a) Elaborar os planos anuais e plurianuais de atividades
e relatórios de atividades;
4 — O presidente do tribunal possui as seguintes compe- b) Elaborar os regulamentos internos dos serviços ju-
tências de gestão processual, que exerce com observância diciais da comarca, ouvido o magistrado do Ministério
do disposto nos artigos 90.º e 91.º: Público coordenador e o administrador judiciário;
c) Participar na conceção e execução das medidas de
a) Implementar métodos de trabalho e objetivos men- organização e modernização da comarca;
suráveis para cada unidade orgânica, sem prejuízo das
competências e atribuições que, nessa matéria, prossegue d) Planear, no âmbito da magistratura judicial, as ne-
o Conselho Superior da Magistratura, designadamente na cessidades de recursos humanos.
fixação dos indicadores do volume processual adequado;
b) Acompanhar e avaliar a atividade do tribunal, em 9 — O presidente do tribunal exerce ainda as compe-
particular a qualidade do serviço de justiça prestado aos tências que lhe forem delegadas pelo Conselho Superior
cidadãos, tomando designadamente por referência as recla- da Magistratura.
mações ou as respostas a questionários de satisfação; 10 — Para efeitos de acompanhamento da atividade
c) Acompanhar o movimento processual do tribunal, dos tribunais e juízos sediados na comarca, incluindo os
identificando, designadamente, os processos que estão elementos relativos à duração dos processos e à produtivi-
pendentes por tempo considerado excessivo ou que não dade, são disponibilizados dados informatizados do sistema
são resolvidos em prazo considerado razoável, informando judicial, no respeito pela proteção dos dados pessoais.
o Conselho Superior da Magistratura e promovendo as
medidas que se justifiquem; Artigo 95.º
d) Promover, com a colaboração dos demais juízes, a
aplicação de medidas de simplificação e agilização proces- Magistrado judicial coordenador
suais, sem prejuízo do disposto em legislação específica 1 — Quando no mesmo tribunal ou juízo exerçam fun-
quanto à adoção de mecanismos de agilização processual ções mais de cinco juízes, o presidente do tribunal, ouvidos
pelo presidente do tribunal ou pelo juiz; aqueles, pode propor ao Conselho Superior da Magistratura
e) Propor ao Conselho Superior da Magistratura a
a nomeação de um magistrado judicial coordenador, para
criação e extinção de outros graus de especialização nas
unidades de processos, designadamente para as pequenas um ou mais juízos, obtida a prévia concordância deste.
causas; 2 — O magistrado judicial coordenador exerce, sob
f) Propor ao Conselho Superior da Magistratura a reafe- orientação do presidente do tribunal, as competências que
tação de juízes, respeitado o princípio da especialização dos este lhe delegar, sem prejuízo do respetivo poder de avo-
magistrados, a outro tribunal ou juízo da mesma comarca cação, devendo prestar contas do seu exercício sempre que
ou a afetação de processos para tramitação e decisão a outro para tal solicitado pelo presidente do tribunal.
juiz que não o seu titular, tendo em vista o equilíbrio da 3 — O magistrado judicial coordenador pode frequentar
carga processual e a eficiência dos serviços; o curso referido no artigo 97.º
4780-(26) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

Artigo 96.º Artigo 101.º


Estatuto remuneratório Competências do magistrado do Ministério
Público coordenador
1 — O presidente do tribunal, que seja desembargador,
aufere o vencimento correspondente ao cargo de origem. 1 — O magistrado do Ministério Público coordenador
2 — O estatuto remuneratório do presidente do tribunal, dirige e coordena a atividade do Ministério Público na
comarca, emitindo ordens e instruções, competindo-lhe:
quando seja juiz de direito, é equiparado ao dos juízes
colocados nas secções das instâncias centrais. a) Acompanhar o movimento processual das Procurado-
3 — O presidente do tribunal tem direito a despesas de rias e departamentos do Ministério Público, identificando,
representação, de montante a fixar por decreto-lei. designadamente, os processos que estão pendentes por
tempo considerado excessivo ou que não são resolvidos em
Artigo 97.º prazo considerado razoável, informando, sem prejuízo das
iniciativas gestionárias de índole administrativa, processual
Formação ou funcional que adote, o respetivo superior hierárquico,
O exercício de funções de presidente do tribunal implica nos termos da lei;
a aprovação em curso de formação específico. b) Acompanhar o desenvolvimento dos objetivos fixa-
dos para as Procuradorias e departamentos do Ministério
Público e elaborar um relatório semestral sobre o estado
Artigo 98.º dos serviços e a qualidade da resposta;
Recurso c) Promover a realização de reuniões de planeamento
e de avaliação dos resultados das Procuradorias e depar-
Cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para tamentos do Ministério Público da comarca;
o Conselho Superior da Magistratura, a interpor no prazo d) Proceder à distribuição de serviço entre os procu-
de 20 dias úteis, dos atos e regulamentos administrativos radores da República e entre procuradores-adjuntos, sem
emitidos pelo presidente da comarca. prejuízo do disposto na lei;
e) Adotar ou propor às entidades competentes medidas,
SUBSECÇÃO III nomeadamente, de desburocratização, simplificação de
procedimentos, utilização das tecnologias de informação
Magistrado do Ministério Público coordenador de comarca
e transparência do sistema de justiça;
f) Propor ao Conselho Superior do Ministério Público a
Artigo 99.º reafetação de magistrados do Ministério Público, respei-
Magistrado do Ministério Público coordenador tado o princípio da especialização dos magistrados, a outro
tribunal, Procuradoria, secção ou departamento da mesma
1 — Em cada comarca existe um magistrado do Mi- comarca, tendo em vista o equilíbrio da carga processual
nistério Público coordenador que dirige os serviços do e a eficiência dos serviços;
Ministério Público. g) Afetar processos ou inquéritos, para tramitação, a
2 — O magistrado do Ministério Público coordenador outro magistrado que não o seu titular, tendo em vista o
é nomeado pelo Conselho Superior do Ministério Público, equilíbrio da carga processual e a eficiência dos serviços,
em comissão de serviço por três anos, por escolha de en- nos termos previstos no Estatuto do Ministério Público;
tre magistrados do Ministério Público que cumpram os h) Propor ao Conselho Superior do Ministério Público
seguintes requisitos: o exercício de funções de magistrados em mais do que
uma Procuradoria, secção ou departamento da mesma
a) Exerçam funções efetivas como procurador-geral- comarca, respeitando o princípio da especialização, pon-
-adjunto e possuam classificação de Muito bom em anterior deradas as necessidades do serviço e o volume processual
classificação de serviço; ou existente;
b) Exerçam funções efetivas como procurador da Repú- i) Pronunciar-se sempre que seja ponderada a realização
blica, possuam 15 anos de serviço nos tribunais e última de sindicâncias ou inspeções às Procuradorias e depar-
classificação de serviço de Muito bom. tamentos pelo Conselho Superior do Ministério Púbico;
j) Dar posse e elaborar os mapas de turnos e de férias
3 — Em todas as comarcas podem ser nomeados procu- dos magistrados do Ministério Público;
radores da República com funções de coordenação secto- k) Exercer a ação disciplinar sobre os oficiais de justiça
rial, sob a orientação do magistrado do Ministério Público em funções nas secretarias, Procuradorias e departamentos
coordenador, nos termos da lei. do Ministério Público, relativamente a pena de gravidade
4 — Os magistrados referidos no número anterior po- inferior à de multa, e, nos restantes casos, ordenar a ins-
tauração de processo disciplinar, se a infração ocorrer nos
dem frequentar o curso referido no artigo 102.º respetivos serviços;
l) Participar no processo de avaliação dos oficiais de
Artigo 100.º justiça em funções nas secretarias, Procuradorias e de-
Renovação e avaliação partamentos do Ministério Público, nos termos da legis-
lação específica aplicável, com exceção daqueles a que se
A comissão de serviço do magistrado do Ministério reporta a alínea f) do n.º 3 do artigo 94.º, sendo-lhe dado
Público coordenador pode ser renovada por igual período, conhecimento dos relatórios das inspeções aos serviços e
mediante avaliação favorável do Conselho Superior do das avaliações, respeitando a proteção dos dados pessoais.
Ministério Público, ponderando o exercício dos poderes m) Pronunciar-se, sempre que seja ponderada pelo Con-
de gestão e os resultados obtidos na comarca. selho dos Oficiais de Justiça a realização de sindicâncias
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(27)

relativamente às Procuradorias e departamentos do Mi- que respeitem exclusivamente ao funcionamento do Mi-


nistério Público; nistério Público, caso em que atua sob orientação genérica
n) Implementar métodos de trabalho e objetivos men- do magistrado do Ministério Público coordenador.
suráveis para cada unidade orgânica, sem prejuízo das 3 — O administrador judiciário é nomeado em comissão
competências e atribuições nessa matéria por parte do de serviço, pelo período de três anos, pelo juiz presidente
Conselho Superior do Ministério Público; do tribunal, ouvido o magistrado do Ministério Público
o) Acompanhar e avaliar a atividade do Ministério Pú- coordenador, escolhido de entre cinco candidatos, previa-
blico, nomeadamente a qualidade do serviço de justiça mente selecionados pelo Ministério da Justiça.
prestado aos cidadãos, tomando por referência as reclama- 4 — As regras de recrutamento e as condições de exer-
ções ou as respostas a questionários de satisfação; cício do cargo são fixadas no decreto-lei que estabelece
p) Determinar a aplicação de medidas de simplificação o regime aplicável à organização e funcionamento dos
e agilização processuais; tribunais judiciais.
q) Assegurar a frequência equilibrada de ações de forma-
ção pelos magistrados do Ministério Público da comarca, Artigo 105.º
em articulação com o Conselho Superior do Ministério
Renovação e avaliação
Público;
r) Elaborar os regulamentos internos das Procuradorias e A comissão de serviço do administrador judiciário pode
departamentos do Ministério Público, ouvido o presidente ser renovada por igual período, pelo juiz presidente da
do tribunal e o administrador judiciário. comarca, ponderando o exercício dos poderes cometidos
e os resultados obtidos na comarca, ouvido o magistrado
2 — A medida a que se refere a alínea f) do número do Ministério Público coordenador e obtida a concordância
anterior deve ser fundamentada nas exigências de equi- do serviço competente do Ministério da Justiça.
líbrio da carga processual e da eficiência dos serviços, e
precedida da audição do magistrado a reafetar. Artigo 106.º
3 — As medidas a que se referem as alíneas g) e h) do Competências
n.º 1 são precedidas da audição dos magistrados visados.
4 — A reafetação de magistrados do Ministério Público 1 — O administrador judiciário tem as seguintes com-
ou a afetação de processos têm como finalidade responder petências próprias:
a necessidades de serviço, pontuais e transitórias, e devem
a) Dirigir os serviços da secretaria;
ser fundadas em critérios gerais, definidos pelo Conselho
b) Autorizar o gozo de férias dos oficiais de justiça e
Superior do Ministério Público, respeitando sempre prin-
dos demais trabalhadores e aprovar os respetivos mapas
cípios de proporcionalidade e equilíbrio de serviço, não
anuais;
podendo implicar prejuízo pessoal sério para a vida pessoal
c) Recolocar transitoriamente oficiais de justiça dentro
ou familiar do magistrado.
da respetiva comarca e nos limites legalmente definidos,
5 — O magistrado do Ministério Público coordenador
mediante decisão devidamente fundamentada e sempre
tem direito a despesas de representação, nos termos do
que se mostre inviabilizado o recurso a oficiais de justiça
disposto no n.º 3 do artigo 96.º
que se encontrem no regime da disponibilidade;
d) Gerir, sob orientação do juiz presidente, a utilização
Artigo 102.º das salas de audiência;
Formação e) Assegurar a existência de condições de acessibilidade
aos serviços do tribunal e a manutenção da qualidade e
O exercício de funções de magistrado do Ministério
segurança dos espaços existentes;
Público coordenador implica a aprovação em curso de
f) Regular a utilização de parques ou lugares privativos
formação específico.
de estacionamento de veículos, quando deles disponha;
g) Providenciar, em colaboração com os serviços com-
Artigo 103.º petentes do Ministério da Justiça, pela correta gestão, uti-
Recursos lização, manutenção e conservação dos espaços e equipa-
mentos afetos aos serviços do tribunal;
Cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para
h) Providenciar, em colaboração com os serviços com-
o Conselho Superior do Ministério Público, a interpor no
petentes do Ministério da Justiça, pela conservação das
prazo de 20 dias úteis, dos atos e regulamentos adminis-
instalações e dos bens e equipamentos comuns, bem como
trativos emitidos pelo magistrado do Ministério Público
tomar ou propor medidas para a sua racional utilização;
coordenador.
i) Assegurar a distribuição do orçamento, após a res-
petiva aprovação;
SUBSECÇÃO IV
j) Executar, em colaboração com o Ministério da Justiça,
Administrador judiciário o orçamento da comarca;
k) Divulgar anualmente os dados estatísticos da co-
Artigo 104.º marca.
Administrador do tribunal de comarca
2 — No exercício das competências referidas nas
1 — Em cada comarca existe um administrador judi- alíneas b), c), g) e i) do número anterior, o administrador
ciário. judiciário ouve o presidente do tribunal e o magistrado do
2 — O administrador judiciário, ainda que no exercício Ministério Público coordenador.
de competências próprias, atua sob a orientação genérica 3 — O administrador judiciário exerce ainda as com-
do juiz presidente do tribunal, excecionados os assuntos petências que lhe forem delegadas ou subdelegadas pelos
4780-(28) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

órgãos próprios do Ministério da Justiça ou pelo juiz pre- 3 — O conselho de gestão tem competência para acom-
sidente da comarca. panhar a execução orçamental em conformidade com o
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, os previsto na alínea j) do n.º 1 do artigo 106.º
órgãos próprios do Ministério da Justiça podem permitir, 4 — As alterações previstas na alínea c) do n.º 2 são
através de um ato de delegação de poderes, que o admi- enquadradas em orientações genéricas fixadas anualmente
nistrador pratique qualquer ato de administração ordinária pelo Ministério da Justiça.
inserido na competência daquelas entidades. 5 — O relatório a que se refere a alínea f) do n.º 2 é pu-
5 — O administrador judiciário pode delegar ou subde- blicitado nas páginas eletrónicas dos Conselhos Superiores
legar nos secretários de justiça as competências de gestão, e do Ministério da Justiça.
sem prejuízo de avocação. 6 — Podem ser convidados a reunir com o conselho de
6 — Das decisões do administrador judiciário proferidas gestão os membros do conselho consultivo a que se refere
no âmbito das suas competências cabe recurso necessário, o n.º 2 do artigo seguinte.
sem efeito suspensivo, para o Conselho Superior da Ma-
gistratura, ressalvadas as proferidas nos termos da parte SECÇÃO IV
final do n.º 2 do artigo 104.º, em que cabe recurso neces- Conselho consultivo
sário, sem efeito suspensivo, para o Conselho Superior do
Ministério Público. Artigo 109.º
Artigo 107.º Composição e funcionamento

Formação 1 — Em cada comarca existe um conselho com funções


consultivas.
O exercício de funções de administrador judiciário im- 2 — O conselho consultivo tem a seguinte composição:
plica a aprovação em curso de formação específico.
a) O presidente do tribunal, que preside;
SUBSECÇÃO V
b) O magistrado do Ministério Público coordenador;
c) O administrador judiciário;
Conselho de gestão d) Um representante dos juízes da comarca, eleito pelos
seus pares;
Artigo 108.º e) Um representante dos magistrados do Ministério
Composição e competência Público da comarca, eleito pelos seus pares;
f) Um representante dos oficiais de justiça em exercício
1 — Integram o conselho de gestão da comarca o juiz de funções na comarca, eleito pelos seus pares;
presidente do tribunal, que preside, o magistrado do Mi- g) Um representante da Ordem dos Advogados, com
nistério Público coordenador e o administrador judiciário. escritório na comarca;
2 — De forma a garantir a plena articulação entre os h) Um representante da Ordem dos Solicitadores e dos
órgãos de gestão, bem como o cumprimento dos objetivos Agentes de Execução, com escritório na comarca;
estabelecidos para a comarca, são sujeitas a deliberação i) Dois representantes dos municípios integrados na
as seguintes matérias: comarca;
j) Representantes dos utentes dos serviços de justiça,
a) Aprovação dos relatórios semestrais referidos na cooptados pelos demais membros do conselho, no máximo
alínea g) do n.º 2 do artigo 94.º e na alínea b) do n.º 1 do de três.
artigo 101.º, relativos ao estado dos serviços e qualidade
da resposta, os quais são remetidos para conhecimento ao 3 — O conselho consultivo reúne ordinariamente uma
Conselho Superior da Magistratura, ao Conselho Superior vez por trimestre e extraordinariamente sempre que con-
do Ministério Público e ao Ministério da Justiça; vocado pelo presidente do tribunal, por sua iniciativa ou
b) Aprovação do projeto de orçamento para a comarca, mediante solicitação de um terço dos seus membros.
a submeter a aprovação final do Ministério da Justiça, com 4 — Podem participar ainda nas reuniões do conselho
base na dotação por este previamente estabelecida; consultivo, sem direito a voto, por convocação do respetivo
c) Promoção de alterações orçamentais; presidente, quaisquer pessoas ou entidades cuja presença
d) O planeamento e a avaliação dos resultados da co- seja considerada necessária para esclarecimento dos as-
marca, tendo designadamente em conta as avaliações a que suntos em apreciação.
se refere a alínea b) do n.º 4 do artigo 94.º e a alínea o) do 5 — O exercício dos cargos do conselho consultivo não
n.º 1 do artigo 101.º; é remunerado, havendo lugar ao pagamento de ajudas de
e) Aprovação de proposta de alteração ao mapa de pes- custo, quando solicitado, aos representantes referidos nas
soal, observados os limites fixados para a secretaria da alíneas d) a h) do n.º 2, desde que as reuniões do conselho
comarca, a qual deve ser comunicada ao Ministério da consultivo impliquem deslocações entre municípios.
Justiça antes do início do prazo de apresentação de can-
didaturas ao movimento anual; Artigo 110.º
f) Aprovação, no final de cada ano judicial, de relatório Competências
de gestão que contenha informação respeitante ao grau de
cumprimento dos objetivos estabelecidos, indicando as 1 — Compete ao conselho consultivo dar parecer sobre:
causas dos principais desvios, o qual é comunicado aos a) Os planos anuais e plurianuais de atividades e rela-
Conselhos Superiores e ao Ministério da Justiça. tórios de atividades;
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(29)

b) Os regulamentos internos do tribunal e dos juízos f) Ações de declaração em que a causa de pedir verse
que o integram; sobre nomes de domínio na Internet;
c) Questões administrativas e de organização e funcio- g) Recursos das decisões da Fundação para a Compu-
namento da comarca da competência do juiz presidente; tação Científica Nacional, enquanto entidade competente
d) As necessidades de recursos humanos do tribunal para o registo de nomes de domínio de.PT, que regis-
e do Ministério Público e sobre o orçamento, propondo, tem, recusem o registo ou removam um nome de domínio
se for caso disso, as necessárias alterações, dele dando de.PT;
conhecimento ao Conselho Superior da Magistratura, ao h) Ações em que a causa de pedir verse sobre firmas ou
Conselho Superior do Ministério Público, ao Ministério denominações sociais;
da Justiça e à Ordem dos Advogados. i) Recursos das decisões do Instituto dos Registos e do
Notariado, I. P. (IRN, I. P.) relativas à admissibilidade de
2 — Compete ainda ao conselho consultivo pronunciar- firmas e denominações no âmbito do regime jurídico do
-se sobre as seguintes matérias: Registo Nacional de Pessoas Coletivas;
a) Evolução da resposta do tribunal às solicitações e j) Ações em que a causa de pedir verse sobre a prática
expectativas da comunidade; de atos de concorrência desleal em matéria de propriedade
b) Existência e manutenção de condições de acessibili- industrial;
dade e qualidade dos espaços e serviços do tribunal; k) Medidas de obtenção e preservação de prova e de
c) Utilização, manutenção e conservação dos equipa- prestação de informações quando requeridas no âmbito da
mentos afetos aos respetivos serviços; proteção de direitos de propriedade intelectual e direitos
d) Resolução de problemas de serviço suscitados pelos de autor.
representantes das profissões judiciárias ou apresentados
por qualquer um dos seus membros, estudando-os e apre- 2 — A competência a que se refere o número anterior
sentando propostas ao presidente do tribunal; abrange os respetivos incidentes e apensos, bem como a
e) Reclamações ou queixas recebidas do público sobre execução das decisões.
a organização e funcionamento em geral do tribunal de
comarca ou de algum dos seus serviços, bem como sobre SUBSECÇÃO II
o funcionamento do regime de acesso ao direito, estudando-
-as e apresentando ao presidente do tribunal, ao magistrado Tribunal da concorrência, regulação e supervisão
coordenador do Ministério Público, ao diretor-geral da
Administração da Justiça e ao representante da Ordem dos Artigo 112.º
Advogados sugestões ou propostas destinadas a superar Competência
deficiências e a fomentar o seu aperfeiçoamento;
f) Outras questões que lhe sejam submetidas pelo pre- 1 — Compete ao tribunal da concorrência, regulação e
sidente do tribunal. supervisão conhecer das questões relativas a recurso, revi-
são e execução das decisões, despachos e demais medidas
SECÇÃO V em processo de contraordenação legalmente suscetíveis
de impugnação:
Tribunais de competência territorial alargada
a) Da Autoridade da Concorrência (AdC);
SUBSECÇÃO I
b) Da Autoridade Nacional de Comunicações (ICP-
-ANACOM);
Tribunal da propriedade intelectual c) Do Banco de Portugal (BP);
d) Da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
Artigo 111.º (CMVM);
Competência e) Da Entidade Reguladora para a Comunicação Social
(ERC);
1 — Compete ao tribunal da propriedade intelectual
f) Do Instituto de Seguros de Portugal (ISP);
conhecer das questões relativas a:
g) Das demais entidades administrativas independentes
a) Ações em que a causa de pedir verse sobre direito de com funções de regulação e supervisão.
autor e direitos conexos;
b) Ações em que a causa de pedir verse sobre proprie- 2 — Compete ainda ao tribunal da concorrência, regula-
dade industrial, em qualquer das modalidades previstas ção e supervisão conhecer das questões relativas a recurso,
na lei; revisão e execução:
c) Ações de nulidade e de anulação previstas no Código
da Propriedade Industrial; a) Das decisões da AdC proferidas em procedimentos
d) Recursos de decisões do Instituto Nacional da Pro- administrativos a que se refere o regime jurídico da con-
priedade Industrial, I. P. (INPI, I. P.) que concedam ou re- corrência, bem como da decisão ministerial prevista no
cusem qualquer direito de propriedade industrial ou sejam artigo 34.º do Decreto-Lei n.º 10/2003, de 18 de janeiro;
relativas a transmissões, licenças, declarações de caduci- b) Das demais decisões da AdC que admitam recurso,
dade ou a quaisquer outros atos que afetem, modifiquem nos termos previstos no regime jurídico da concorrência.
ou extingam direitos de propriedade industrial;
e) Recurso e revisão das decisões ou de quaisquer outras 3 — As competências referidas nos números anteriores
medidas legalmente suscetíveis de impugnação tomadas abrangem os respetivos incidentes e apensos, bem como a
pelo INPI, I. P., em processo de contraordenação; execução das decisões.
4780-(30) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

SUBSECÇÃO III 2 — A competência a que se refere o número anterior


Tribunal marítimo abrange os respetivos incidentes e apensos, bem como a
execução das decisões.
Artigo 113.º 3 — Nas circunscrições não abrangidas pela área de
competência territorial do tribunal marítimo, as compe-
Competência tências referidas nos números anteriores são atribuídas ao
1 — Compete ao tribunal marítimo conhecer das ques- respetivo tribunal de comarca.
tões relativas a:
SUBSECÇÃO IV
a) Indemnizações devidas por danos causados ou sofri-
dos por navios, embarcações e outros engenhos flutuantes, Tribunal de execução das penas
ou resultantes da sua utilização marítima, nos termos gerais
de direito; Artigo 114.º
b) Contratos de construção, reparação, compra e venda Competência
de navios, embarcações e outros engenhos flutuantes, desde
que destinados ao uso marítimo; 1 — Após o trânsito em julgado da sentença que de-
c) Contratos de transporte por via marítima ou contrato terminou a aplicação de pena ou medida privativa da
de transporte combinado ou multimodal; liberdade, compete ao tribunal de execução das penas
d) Contratos de transporte por via fluvial ou por canais, acompanhar e fiscalizar a respetiva execução e decidir
nos limites do quadro n.º 1 anexo ao Regulamento Geral da sua modificação, substituição e extinção, sem prejuízo
das Capitanias, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 265/72, de do disposto no artigo 371.º-A do Código do Processo
31 de julho; Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de
e) Contratos de utilização marítima de navios, embar- fevereiro.
cações e outros engenhos flutuantes, designadamente os 2 — Compete ainda ao tribunal de execução das penas
de fretamento e os de locação financeira; acompanhar e fiscalizar a execução da prisão e do inter-
f) Contratos de seguro de navios, embarcações, outros namento preventivos, devendo as respetivas decisões ser
engenhos flutuantes destinados ao uso marítimo e suas comunicadas ao tribunal à ordem do qual o arguido cumpre
cargas; a medida de coação.
g) Hipotecas e privilégios sobre navios e embarcações, 3 — Sem prejuízo de outras disposições legais, compete
bem como quaisquer garantias reais sobre engenhos flu- ao tribunal de execução das penas, em razão da matéria:
tuantes e suas cargas;
h) Processos especiais relativos a navios, embarcações, a) Homologar os planos individuais de readaptação,
outros engenhos flutuantes e suas cargas; bem como os planos terapêuticos e de reabilitação de inim-
i) Procedimentos cautelares sobre navios, embarcações putável e de imputável portador de anomalia psíquica
e outros engenhos flutuantes, respetiva carga e bancas e internado em estabelecimento destinado a inimputáveis,
outros valores pertinentes aos navios, embarcações e outros e as respetivas alterações;
engenhos flutuantes, bem como solicitação preliminar à b) Conceder e revogar licenças de saída jurisdicionais;
capitania para suster a saída das coisas que constituam c) Conceder e revogar a liberdade condicional, a adap-
objeto de tais procedimentos; tação à liberdade condicional e a liberdade para prova;
j) Avarias comuns ou avarias particulares, incluindo as d) Homologar a decisão do diretor-geral de Reinserção
que digam respeito a outros engenhos flutuantes destinados e Serviços Prisionais de colocação do recluso em regime
ao uso marítimo; aberto no exterior, antes da respetiva execução;
k) Assistência e salvação marítimas; e) Determinar a execução da pena acessória de expulsão,
l) Contratos de reboque e contratos de pilotagem; declarando extinta a pena de prisão, e determinar a execu-
m) Remoção de destroços; ção antecipada da pena acessória de expulsão;
n) Responsabilidade civil emergente de poluição do mar f) Convocar o conselho técnico sempre que o entenda
e outras águas sob a sua jurisdição; necessário ou quando a lei o preveja;
o) Utilização, perda, achado ou apropriação de apare- g) Decidir processos de impugnação de decisões dos
lhos ou artes de pesca ou de apanhar mariscos, moluscos serviços prisionais;
e plantas marinhas, ferros, aprestos, armas, provisões e h) Definir o destino a dar à correspondência retida;
mais objetos destinados à navegação ou à pesca, bem como i) Declarar perdidos e dar destino aos objetos ou valores
danos produzidos ou sofridos pelo mesmo material; apreendidos aos reclusos;
p) Danos causados nos bens do domínio público ma- j) Decidir sobre a modificação da execução da pena de
rítimo; prisão, bem como da substituição ou da revogação das res-
q) Propriedade e posse de arrojos e de coisas prove- petivas modalidades, relativamente a reclusos portadores
nientes ou resultantes das águas do mar ou restos exis- de doença grave, evolutiva e irreversível ou de deficiência
tentes, que jazam nos respetivos solo ou subsolo ou que grave e permanente ou de idade avançada;
provenham ou existam nas águas interiores, se concorrer k) Ordenar o cumprimento da prisão em regime con-
interesse marítimo; tínuo em caso de faltas de entrada no estabelecimento
r) Presas; prisional não consideradas justificadas por parte do
s) Todas as questões em geral sobre matérias de direito condenado em prisão por dias livres ou em regime de
comercial marítimo; semidetenção;
t) Recursos das decisões do capitão do porto proferidas l) Rever e prorrogar a medida de segurança de interna-
em processo de contraordenação marítima. mento de inimputáveis;
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(31)

m) Decidir sobre a prestação de trabalho a favor da co- SECÇÃO VI


munidade e sobre a sua revogação, nos casos de execução Juízos centrais, juízos de instrução criminal, juízos de família
sucessiva de medida de segurança e de pena privativas da e menores, juízos do trabalho,
liberdade; juízos de comércio e juízos de execução
n) Determinar o internamento ou a suspensão da exe-
cução da pena de prisão em virtude de anomalia psíquica SUBSECÇÃO I
sobrevinda ao agente durante a execução da pena de prisão Juízos centrais cíveis
e proceder à sua revisão;
o) Determinar o cumprimento do resto da pena ou a Artigo 117.º
continuação do internamento pelo mesmo tempo, no caso Competência
de revogação da prestação de trabalho a favor da comu-
nidade ou da liberdade condicional de indivíduo sujeito 1 — Compete aos juízos centrais cíveis:
a execução sucessiva de medida de segurança e de pena a) A preparação e julgamento das ações declarativas cíveis
privativas da liberdade; de processo comum de valor superior a € 50 000,00;
p) Declarar a caducidade das alterações ao regime nor- b) Exercer, no âmbito das ações executivas de natureza
mal de execução da pena, em caso de simulação de ano- cível de valor superior a € 50 000,00, as competências
malia psíquica; previstas no Código do Processo Civil, em circunscrições
não abrangidas pela competência de juízo ou tribunal;
q) Declarar cumprida a pena de prisão efetiva que con-
c) Preparar e julgar os procedimentos cautelares a que
cretamente caberia ao crime cometido por condenado em correspondam ações da sua competência;
pena relativamente indeterminada, tendo sido recusada ou d) Exercer as demais competências conferidas por lei.
revogada a liberdade condicional;
r) Declarar extinta a pena de prisão efetiva, a pena re- 2 — Nas comarcas onde não haja juízo de comércio,
lativamente indeterminada e a medida de segurança de o disposto no número anterior é extensivo às ações que
internamento; caibam a esses juízos.
s) Emitir mandados de detenção, de captura e de li- 3 — São remetidos aos juízos centrais cíveis os pro-
bertação; cessos pendentes em que se verifique alteração do valor
t) Informar o ofendido da libertação ou da evasão do re- suscetível de determinar a sua competência.
cluso, nos casos previstos nos artigos 23.º e 97.º do Código
SUBSECÇÃO II
da Execução das Penas e Medidas Privativas da Liberdade,
aprovado pela Lei n.º 115/2009, de 12 de outubro; Juízos centrais criminais
u) Instruir o processo de concessão e revogação do
Artigo 118.º
indulto e proceder à respetiva aplicação;
v) Proferir a declaração de contumácia e decretar o Competência
arresto de bens, quanto a condenado que dolosamente se 1 — Compete aos juízos centrais criminais proferir des-
tiver eximido, total ou parcialmente, à execução de pena pachos nos termos dos artigos 311.º a 313.º do Código do
de prisão ou de medida de internamento; Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de
w) Decidir sobre o cancelamento provisório de factos 17 de fevereiro, e proceder ao julgamento e aos termos
ou decisões inscritos no registo criminal; subsequentes nos processos de natureza criminal da com-
x) Julgar o recurso sobre a legalidade da transcrição nos petência do tribunal coletivo ou do júri.
certificados do registo criminal. 2 — Os juízos centrais criminais de Lisboa e do Porto
têm competência para o julgamento de crimes estritamente
militares, nos termos do Código de Justiça Militar.
Artigo 115.º
Extensão da competência SUBSECÇÃO III

Compete ainda ao tribunal de execução das penas ga- Juízos de instrução criminal
rantir os direitos dos reclusos, pronunciando-se sobre a
legalidade das decisões dos serviços prisionais nos casos Artigo 119.º
e termos previstos na lei. Competência

1 — Compete aos juízos de instrução criminal proceder


SUBSECÇÃO V à instrução criminal, decidir quanto à pronúncia e exercer
as funções jurisdicionais relativas ao inquérito, salvo nas
Tribunal central de instrução criminal situações, previstas na lei, em que as funções jurisdicionais
relativas ao inquérito podem ser exercidas pelos juízos
Artigo 116.º locais criminais ou pelos juízos de competência genérica.
Competência 2 — Quando o interesse ou a urgência da investigação
o justifique, os juízes em exercício de funções de instrução
O tribunal central de instrução criminal tem competência criminal podem intervir, em processos que lhes estejam
definida nos termos do n.º 1 do artigo 120.º afetos, fora da sua área territorial de competência.
4780-(32) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

Artigo 120.º 4 — Para apoio dos juízes afetos em regime de exclu-


Casos especiais de competência
sividade à instrução criminal são designados oficiais de
justiça.
1 — A competência a que se refere o n.º 1 do artigo
anterior, quando a atividade criminosa ocorrer em comar- SUBSECÇÃO IV
cas pertencentes a diferentes tribunais da Relação, cabe
Juízos de família e menores
a um tribunal central de instrução criminal, quanto aos
seguintes crimes: Artigo 122.º
a) Contra a paz e a humanidade; Competência relativa ao estado civil das pessoas e família
b) Organização terrorista e terrorismo;
c) Contra a segurança do Estado, com exceção dos cri- 1 — Compete aos juízos de família e menores preparar
mes eleitorais; e julgar:
d) Tráfico de estupefacientes, substâncias psicotrópicas a) Processos de jurisdição voluntária relativos a côn-
e precursores, salvo tratando-se de situações de distribui- juges;
ção direta ao consumidor, e associação criminosa para o b) Processos de jurisdição voluntária relativos a situa-
tráfico; ções de união de facto ou de economia comum;
e) Branqueamento de capitais; c) Ações de separação de pessoas e bens e de divórcio;
f) Corrupção, peculato e participação económica em d) Ações de declaração de inexistência ou de anulação
negócio; do casamento civil;
g) Insolvência dolosa; e) Ações intentadas com base no artigo 1647.º e no
h) Administração danosa em unidade económica do n.º 2 do artigo 1648.º do Código Civil, aprovado pelo
sector público; Decreto-Lei n.º 47344, de 25 de novembro de 1966;
i) Fraude na obtenção ou desvio de subsídio, subvenção f) Ações e execuções por alimentos entre cônjuges e
ou crédito; entre ex-cônjuges;
j) Infrações económico-financeiras cometidas de forma g) Outras ações relativas ao estado civil das pessoas e
organizada, nomeadamente com recurso à tecnologia in- família.
formática;
k) Infrações económico-financeiras de dimensão inter- 2 — Os juízos de família e menores exercem ainda as
nacional ou transnacional. competências que a lei confere aos tribunais nos processos
de inventário instaurados em consequência de separação
2 — A competência dos juízos de instrução criminal de pessoas e bens, divórcio, declaração de inexistência ou
da sede dos tribunais da Relação abrange a respetiva área anulação de casamento civil, bem como nos casos espe-
de competência relativamente aos crimes a que se refere ciais de separação de bens a que se aplica o regime desses
o número anterior, quando a atividade criminosa ocorrer processos.
em comarcas diferentes dentro da área de competência do
mesmo tribunal da Relação. Artigo 123.º
3 — Nas comarcas em que o movimento processual Competência relativa a menores e filhos maiores
dos tribunais o justifique e sejam criados departamentos
de investigação e ação penal (DIAP), são também criados 1 — Compete igualmente aos juízos de família e me-
juízos de instrução criminal com competência circunscrita nores:
à área abrangida. a) Instaurar a tutela e a administração de bens;
4 — A competência a que se refere o n.º 1 do artigo b) Nomear pessoa que haja de celebrar negócios em
anterior, quanto aos crimes estritamente militares, cabe às nome do menor e, bem assim, nomear curador-geral que
unidades orgânicas de instrução criminal militar dos juízos represente extrajudicialmente o menor sujeito a responsa-
de instrução criminal de Lisboa e do Porto, com jurisdição bilidades parentais;
nas áreas indicadas no Código de Justiça Militar. c) Constituir o vínculo da adoção;
5 — O disposto nos números anteriores não prejudica d) Regular o exercício das responsabilidades parentais
a competência do juiz de instrução da área onde os atos e conhecer das questões a este respeitantes;
jurisdicionais, de carácter urgente, relativos ao inquérito, e) Fixar os alimentos devidos a menores e aos filhos
devam ser realizados. maiores ou emancipados a que se refere o artigo 1880.º
do Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47344, de
Artigo 121.º 25 de novembro de 1966, e preparar e julgar as execuções
Juízes de instrução criminal por alimentos;
f) Ordenar a confiança judicial de menores;
1 — Nas comarcas em que não haja juízo de instrução g) Decretar a medida de promoção e proteção de con-
criminal, o Conselho Superior da Magistratura pode, sem- fiança a pessoa selecionada para a adoção ou a instituição
pre que o movimento processual o justifique, determinar a com vista a futura adoção;
afetação de juízes de direito, em regime de exclusividade, h) Constituir a relação de apadrinhamento civil e de-
à instrução criminal. cretar a sua revogação;
2 — (Revogado.) i) Autorizar o representante legal dos menores a prati-
3 — Enquanto se mantiver a afetação referida no n.º 1, o car certos atos, confirmar os que tenham sido praticados
quadro de magistrados considera-se aumentado do número sem autorização e providenciar acerca da aceitação de
de unidades correspondente. liberalidades;
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(33)

j) Decidir acerca da caução que os pais devam prestar e) Conhecer do recurso das decisões que apliquem me-
a favor dos filhos menores; didas disciplinares a menores a quem tenha sido aplicada
k) Decretar a inibição, total ou parcial, e estabelecer medida de internamento.
limitações ao exercício de responsabilidades parentais,
previstas no artigo 1920.º do Código Civil, aprovado pelo 3 — Cessa a competência dos juízos de família e me-
Decreto-Lei n.º 47344, de 25 de novembro de 1966; nores quando:
l) Proceder à averiguação oficiosa da maternidade e da a) For aplicada pena de prisão efetiva, em processo
paternidade e preparar e julgar as ações de impugnação e penal, por crime praticado pelo menor com idade com-
de investigação da maternidade e da paternidade; preendida entre os 16 e os 18 anos;
m) Decidir, em caso de desacordo dos pais, sobre o b) O menor completar 18 anos antes da data da decisão
nome e apelidos do menor. em primeira instância.
2 — Compete ainda aos juízos de família e menores: 4 — Nos casos previstos no número anterior o processo
a) Havendo tutela ou administração de bens, determinar não é iniciado ou, se o tiver sido, é arquivado.
a remuneração do tutor ou do administrador, conhecer 5 — Fora das áreas abrangidas pela jurisdição de família
da escusa, da exoneração ou da remoção do tutor, do ad- e menores, cabe ao juízo local criminal ou de competência
ministrador ou do vogal do conselho de família, exigir e genérica conhecer dos processos tutelares educativos, e ao
julgar as contas, autorizar a substituição da hipoteca legal juízo local cível ou de competência genérica conhecer dos
e determinar o reforço e a substituição da caução prestada processos de promoção e proteção.
e nomear curador especial que represente o menor extra- 6 — A prática de atos urgentes é assegurada pelo respe-
judicialmente; tivo juízo de competência genérica, ainda que a comarca
b) Nomear curador especial que represente o menor em seja servida por juízo de família e menores, nos casos em
qualquer processo tutelar; que este se encontre sediado em diferente município.
c) Converter, revogar e rever a adoção, exigir e julgar
as contas do adotante e fixar o montante dos rendimentos Artigo 125.º
destinados a alimentos do adotado; Constituição
d) Decidir acerca do reforço e da substituição da caução
prestada a favor dos filhos menores; 1 — O juízo de família e menores funciona, em regra,
e) Exigir e julgar as contas que os pais devam prestar; com um juiz.
2 — Nos processos em que se presuma a aplicação de
f) Conhecer de quaisquer outros incidentes nos proces-
medida de internamento, medida de promoção ou proteção
sos referidos no número anterior.
sem que haja acordo, o julgamento pertence a um tribu-
nal constituído pelo juiz, que preside, e por dois juízes
3 — Nos casos em que a lei reserve a competência refe- sociais.
rida nos números anteriores a outras entidades, a competên-
cia dos juízos de família e menores respeita à reapreciação
SUBSECÇÃO V
das decisões dessas entidades.
4 — A prática de atos urgentes é assegurada pelo res- Juízos do trabalho
petivo juízo de competência genérica, ainda que a respe-
tiva comarca seja servida por juízo de família e menores, Artigo 126.º
nos casos em que este se encontre sediado em diferente Competência cível
município.
1 — Compete aos juízos do trabalho conhecer, em ma-
Artigo 124.º téria cível:
Competências em matéria tutelar educativa e de proteção a) Das questões relativas à anulação e interpretação dos
instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho que
1 — Compete ainda aos juízos de família e menores: não revistam natureza administrativa;
a) Preparar, apreciar e decidir os processos de promoção b) Das questões emergentes de relações de trabalho
e proteção; subordinado e de relações estabelecidas com vista à cele-
b) Aplicar medidas de promoção e proteção e acompa- bração de contratos de trabalho;
nhar a respetiva execução quando requeridas, sempre que c) Das questões emergentes de acidentes de trabalho e
uma criança ou jovem se encontre numa situação de perigo doenças profissionais;
e não for caso de intervenção da comissão de proteção. d) Das questões de enfermagem ou hospitalares, de
fornecimento de medicamentos emergentes da prestação
2 — Compete também aos juízos de família e menores: de serviços clínicos, de aparelhos de prótese e ortopedia
ou de quaisquer outros serviços ou prestações efetuados
a) Praticar os atos jurisdicionais relativos ao inquérito ou pagos em benefício de vítimas de acidentes de trabalho
tutelar educativo; ou doenças profissionais;
b) Apreciar os factos qualificados pela lei como crime, e) Das ações destinadas a anular os atos e contratos ce-
praticados por menor com idade compreendida entre os lebrados por quaisquer entidades responsáveis com o fim
12 e os 16 anos, com vista à aplicação de medida tutelar; de se eximirem ao cumprimento de obrigações resultantes
c) Executar e rever as medidas tutelares; da aplicação da legislação sindical ou do trabalho;
d) Declarar a cessação ou a extinção das medidas tu- f) Das questões emergentes de contratos equiparados
telares; por lei aos de trabalho;
4780-(34) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

g) Das questões emergentes de contratos de aprendiza- 3 — Nas restantes causas a que se refere o n.º 1, um dos
gem e de tirocínio; juízes sociais é recrutado de entre entidades patronais e
h) Das questões entre trabalhadores ao serviço da mesma outro de entre trabalhadores assalariados.
entidade, a respeito de direitos e obrigações que resultem
de atos praticados em comum na execução das suas rela- SUBSECÇÃO VI
ções de trabalho ou que resultem de ato ilícito praticado
por um deles na execução do serviço e por motivo deste, Juízos de comércio
ressalvada a competência dos tribunais criminais quanto
à responsabilidade civil conexa com a criminal; Artigo 128.º
i) Das questões entre instituições de previdência ou de Competência
abono de família e seus beneficiários, quando respeitem a
direitos, poderes ou obrigações legais, regulamentares ou 1 — Compete aos juízos de comércio preparar e julgar:
estatutárias de umas ou outros, sem prejuízo da competên-
a) Os processos de insolvência e os processos especiais
cia própria dos tribunais administrativos e fiscais;
j) Das questões entre associações sindicais e sócios ou de revitalização;
pessoas por eles representados, ou afetados por decisões b) As ações de declaração de inexistência, nulidade e
suas, quando respeitem a direitos, poderes ou obrigações anulação do contrato de sociedade;
legais, regulamentares ou estatutárias de uns ou de outros; c) As ações relativas ao exercício de direitos sociais;
k) Dos processos destinados à liquidação e partilha d) As ações de suspensão e de anulação de deliberações
de bens de instituições de previdência ou de associações sociais;
sindicais, quando não haja disposição legal em contrário; e) As ações de liquidação judicial de sociedades;
l) Das questões entre instituições de previdência ou entre f) As ações de dissolução de sociedade anónima eu-
associações sindicais, a respeito da existência, extensão ou ropeia;
qualidade de poderes ou deveres legais, regulamentares ou g) As ações de dissolução de sociedades gestoras de
estatutários de um deles que afete o outro; participações sociais;
m) Das execuções fundadas nas suas decisões ou noutros h) As ações a que se refere o Código do Registo Co-
títulos executivos, ressalvada a competência atribuída a mercial;
outros tribunais;
i) As ações de liquidação de instituição de crédito e
n) Das questões entre sujeitos de uma relação jurídica
de trabalho ou entre um desses sujeitos e terceiros, quando sociedades financeiras.
emergentes de relações conexas com a relação de trabalho,
por acessoriedade, complementaridade ou dependência, 2 — Compete ainda aos juízos de comércio julgar as
e o pedido se cumule com outro para o qual o juízo seja impugnações dos despachos dos conservadores do registo
diretamente competente; comercial, bem como as impugnações das decisões profe-
o) Das questões reconvencionais que com a ação tenham ridas pelos conservadores no âmbito dos procedimentos
as relações de conexão referidas na alínea anterior, salvo administrativos de dissolução e de liquidação de sociedades
no caso de compensação, em que é dispensada a conexão; comerciais.
p) Das questões cíveis relativas à greve; 3 — A competência a que se refere o n.º 1 abrange os
q) Das questões entre comissões de trabalhadores e as respetivos incidentes e apensos, bem como a execução
respetivas comissões coordenadoras, a empresa ou traba- das decisões.
lhadores desta;
r) De todas questões relativas ao controlo da legalidade SUBSECÇÃO VII
da constituição, dos estatutos e respetivas alterações, do
funcionamento e da extinção das associações sindicais, Juízos de execução
associações de empregadores e comissões de trabalha-
dores; Artigo 129.º
s) Das demais questões que por lei lhes sejam atribuídas. Competência

2 — Compete ainda aos juízos do trabalho julgar os 1 — Compete aos juízos de execução exercer, no âmbito
recursos das decisões das autoridades administrativas em dos processos de execução de natureza cível, as compe-
processos de contraordenação nos domínios laboral e da tências previstas no Código de Processo Civil.
segurança social. 2 — Estão excluídos do número anterior os processos
atribuídos ao tribunal da propriedade intelectual, ao tribu-
Artigo 127.º nal da concorrência, regulação e supervisão, ao tribunal
Constituição do tribunal coletivo marítimo, aos juízos de família e menores, aos juízos do
trabalho, aos juízos de comércio, bem como as execuções
1 — Nas causas referidas nas alíneas a), b), e), f), g) e
q) do n.º 1 do artigo 126.º em que deva intervir o coletivo, de sentenças proferidas em processos de natureza criminal
o tribunal é constituído pelo coletivo e por dois juízes que, nos termos da lei processual penal, não devam correr
sociais. perante um juízo cível.
2 — Nas causas referidas na alínea f) do n.º 1 do ar- 3 — Para a execução das decisões proferidas pelo juízo
tigo 126.º, um dos juízes sociais deve ser nomeado na central cível é competente o juízo de execução que seria
qualidade de trabalhador independente e outro na qualidade competente se a causa não fosse da competência daquele
de trabalhador assalariado. juízo em razão do valor.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(35)

SECÇÃO VII especial interesse nos atos ou processos, desde que obser-
Juízos locais cíveis, locais criminais, locais de pequena
vadas as limitações previstas na lei para a publicidade do
criminalidade, processo e segredo de justiça;
de competência genérica e de proximidade b) Proceder à receção de papéis, documentos e articula-
dos destinados a processos que corram ou tenham corrido
Artigo 130.º termos em qualquer tribunal sediado na comarca;
c) Operacionalizar e acompanhar as diligências de au-
Competência dição com recurso a equipamento tecnológico que permita
1 — Os juízos locais cíveis, locais criminais e de com- a comunicação, por meio visual e sonoro, em tempo real;
petência genérica possuem competência na respetiva área d) Praticar os atos que venham a ser determinados pelos
territorial, tal como definida em decreto-lei, quando as órgãos de gestão.
causas não sejam atribuídas a outros juízos ou tribunal de
competência territorial alargada. SECÇÃO VIII
2 — Os juízos locais cíveis, locais criminais e de com-
petência genérica possuem ainda competência para: Execução de decisões relativas a multas,
custas e indemnizações
a) Proceder à instrução criminal, decidir quanto à pro-
núncia e exercer as funções jurisdicionais relativas ao Artigo 131.º
inquérito, onde não houver juízo de instrução criminal ou
juiz de instrução criminal; Execução por multas, custas e indemnizações
b) Fora dos municípios onde estejam instalados juízos A execução das decisões relativas a multas, custas e in-
de instrução criminal, exercer as funções jurisdicionais demnizações previstas na lei processual aplicável compete
relativas aos inquéritos penais, ainda que a respetiva área ao juízo ou tribunal que as tenha proferido.
territorial se mostre abrangida por esse juízo especializado;
c) Exercer, no âmbito do processo de execução, as com-
petências previstas no Código de Processo Civil, onde não SECÇÃO IX
houver juízo de execução ou outro juízo ou tribunal de Tribunal singular, coletivo e do júri
competência especializada competente;
d) Julgar os recursos das decisões das autoridades admi-
SUBSECÇÃO I
nistrativas em processos de contraordenação, salvo os recur-
sos expressamente atribuídos a juízos de competência espe- Tribunal singular
cializada ou a tribunal de competência territorial alargada;
e) Cumprir os mandados, cartas, ofícios e comunicações Artigo 132.º
que lhes sejam dirigidos pelos tribunais ou autoridades
Composição e competência
competentes;
f) Exercer as demais competências conferidas por lei. 1 — O tribunal singular é composto por um juiz.
2 — Compete ao tribunal singular julgar os processos
3 — Nas situações a que se reporta a alínea b) do nú- que não devam ser julgados pelo tribunal coletivo ou do júri.
mero anterior, o Conselho Superior da Magistratura define,
detalhadamente, os atos jurisdicionais a praticar por cada SUBSECÇÃO II
um dos juízos locais e juízos de competência genérica.
4 — Os juízos de pequena criminalidade, possuem com- Tribunal coletivo
petência para:
Artigo 133.º
a) Causas a que corresponda a forma de processo su-
mário, abreviado e sumaríssimo; Composição
b) Recursos das decisões das autoridades administrativas 1 — O tribunal coletivo é composto, em regra, por três
em processo de contraordenação a que se refere a alínea d) juízes privativos.
do n.º 2, quando o valor da coima aplicável seja igual ou infe- 2 — Quando se justifique, o Conselho Superior da Ma-
rior a € 15 000,00, independentemente da sanção acessória. gistratura, ouvido o presidente do tribunal de comarca,
5 — Compete aos juízos de proximidade: designa os juízes necessários à constituição do tribunal
a) Assegurar a realização, de acordo com o regime cons- coletivo, devendo a designação recair em juiz privativo da
tante dos n.os 3 e 4 do artigo 82.º, das audiências de julga- mesma comarca, salvo manifesta impossibilidade.
mento dos processos de natureza criminal da competência 3 — Nos juízos centrais criminais de Lisboa e do Porto
do tribunal singular; há um juiz militar por cada ramo das Forças Armadas e
b) Assegurar a realização das demais audiências de um pela GNR, os quais intervêm nos termos do Código
julgamento ou outras diligências processuais que sejam de Justiça Militar.
determinadas pelo juiz competente, nomeadamente quando
daí resultem vantagens para a aquisição da prova ou as Artigo 134.º
condições de acessibilidade dificultem gravemente a des- Competência
locação dos intervenientes processuais.
Compete ao tribunal coletivo julgar:
6 — Incumbe, ainda, aos juízos de proximidade: a) Em matéria penal, os processos a que se refere o
a) Prestar informações de caráter processual, no âmbito artigo 14.º do Código do Processo Penal, aprovado pelo
dos tribunais sediados na respetiva comarca, em razão do Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro;
4780-(36) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

b) As questões de facto e de direito nas ações e nos Artigo 139.º


incidentes e execuções que sigam os termos do processo Mapas de pessoal
de declaração, sempre que a lei do processo o determine.
1 — Os mapas de pessoal das secretarias são fixados
Artigo 135.º por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
áreas das finanças e da justiça.
Presidente do tribunal coletivo 2 — As alterações aos mapas de pessoal podem ser
1 — O tribunal coletivo é presidido pelo juiz do pro- feitas por iniciativa do diretor-geral da Administração da
cesso. Justiça ou por proposta fundamentada do respetivo con-
2 — Compete ao presidente do tribunal coletivo: selho de gestão.
a) Dirigir as audiências de discussão e julgamento; Artigo 140.º
b) Elaborar os acórdãos nos julgamentos penais;
Utilização da informática
c) Proferir a sentença final nas ações cíveis;
d) Suprir as deficiências das sentenças e dos acórdãos 1 — A informática é utilizada para o tratamento de da-
referidos nas alíneas anteriores, esclarecê-los, reformá-los dos relativos à gestão dos tribunais judiciais, à tramitação
e sustentá-los nos termos das leis de processo; processual e ao arquivo.
e) Organizar o programa das sessões do tribunal co- 2 — A tramitação dos processos é efetuada eletroni-
letivo; camente em termos definidos por portaria do membro
f) Exercer as demais funções atribuídas por lei. do Governo responsável pela área da justiça, devendo as
disposições processuais relativas a atos dos magistrados
SUBSECÇÃO III e das secretarias ser objeto das adaptações práticas que se
revelem necessárias.
Tribunal do júri 3 — A portaria referida no número anterior regula, de-
signadamente:
Artigo 136.º
a) A apresentação de peças processuais e documentos;
Composição b) A distribuição de processos;
1 — O tribunal do júri é constituído pelo presidente c) A prática, necessariamente por meios eletrónicos,
do tribunal coletivo, que preside, pelos restantes juízes e dos atos processuais dos magistrados e dos oficiais de
justiça;
por jurados.
d) Os atos, peças, autos e termos do processo que não
2 — A lei regula o número, recrutamento e seleção dos podem constar do processo em suporte físico.
jurados.
SUBSECÇÃO II
Artigo 137.º
Registo e arquivo
Competência

1 — Compete ao tribunal do júri julgar os processos a Artigo 141.º


que se refere o artigo 13.º do Código do Processo Penal, Registo de peças processuais e processos
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro,
salvo se tiverem por objeto crimes de terrorismo ou se se 1 — As peças processuais e os processos apresenta-
referirem a criminalidade altamente organizada. dos nas secretarias são registados nos termos previstos
2 — A intervenção do júri no julgamento é definida na lei.
pela lei de processo. 2 — Depois de registados, os suportes em papel das
peças processuais e dos processos só podem sair da secre-
taria nos casos expressamente previstos na lei e mediante
SECÇÃO X as formalidades por ela estabelecidas, cobrando-se recibo
e averbando-se a saída em suporte eletrónico.
Secretarias dos tribunais de primeira instância
3 — É privilegiado o uso de meios eletrónicos para
transmissão e tratamento de documentos judiciais e para
SUBSECÇÃO I a sua divulgação, nos termos da lei, junto dos cidadãos.
Disposições gerais
Artigo 142.º
Artigo 138.º Arquivo
Secretarias 1 — Consideram-se findos para efeitos de arquivo:
1 — Em cada comarca existe uma única secretaria que a) Os processos cíveis, decorridos três meses após o
assegura o expediente dos respetivos juízos e dos tribunais trânsito em julgado da decisão final;
de competência territorial alargada e dispõe de acesso ao b) Os processos penais, decorridos três meses após o
sistema informático da comarca. trânsito em julgado da decisão absolutória ou de outra
2 — A composição, a organização e o funcionamento decisão final não condenatória, da extinção da pena ou da
das secretarias são fixados no decreto-lei que estabelece medida de segurança;
o regime aplicável à organização e funcionamento dos c) Os processos em que se verifique a interrupção da
tribunais judiciais. instância;
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(37)

d) Os processos de inquérito, decorridos três meses após 4 — Os tribunais centrais administrativos são declarados
despacho de arquivamento; instalados por portaria do membro do Governo responsável
e) Os demais processos a cargo do Ministério Público, pela área da justiça, a qual fixa os respetivos quadros.
logo que preenchido o seu fim.
Artigo 148.º
2 — Os processos, livros e papéis ingressam no arquivo
Tribunais administrativos de círculo e tribunais tributários
do tribunal após a fiscalização do Ministério Público e a
correição, consoante os casos, do juiz ou do magistrado 1 — A sede dos tribunais administrativos de círculo e
do Ministério Público, sem prejuízo dos casos em que o dos tribunais tributários e as respetivas áreas de jurisdição
arquivamento é assegurado automaticamente pelo sistema são determinadas por decreto-lei.
informático, sem necessidade de intervenção judicial ou 2 — O número de juízes em cada tribunal administrativo
da secretaria. de círculo e em cada tribunal tributário é fixado por portaria
Artigo 143.º do membro do Governo responsável pela área da justiça.
3 — Os tribunais administrativos de círculo e os tri-
Conservação e eliminação de documentos
bunais tributários são declarados instalados por portaria
O regime de conservação e eliminação de documentos do membro do Governo responsável pela área da justiça.
em arquivo é definido por portaria dos membros do Go-
verno responsáveis pelas áreas da justiça e da cultura.
TÍTULO VII
TÍTULO VI Tribunal de Contas
Tribunais administrativos e fiscais Artigo 149.º
Definição
Artigo 144.º
Definição
1 — O Tribunal de Contas é o órgão supremo de fisca-
lização da legalidade e regularidade das receitas e das des-
1 — Aos tribunais administrativos e fiscais compete pesas públicas e do julgamento das contas que a lei mandar
o julgamento de litígios emergentes de relações jurídicas submeter-lhe, aprecia a boa gestão financeira e efetiva
administrativas e fiscais. responsabilidades por infrações financeiras, competindo-
2 — A estrutura, a competência, a organização e o fun- -lhe, nomeadamente:
cionamento dos tribunais administrativos e fiscais são
definidos em diploma próprio. a) Dar parecer sobre a Conta Geral do Estado, incluindo
a da segurança social, bem como sobre a conta da Assem-
Artigo 145.º bleia da República;
b) Dar parecer sobre as contas das Regiões Autónomas
Categorias de tribunais administrativos e fiscais dos Açores e da Madeira;
1 — Existem os seguintes tribunais administrativos e c) Exercer as demais competências que lhe forem atri-
fiscais: buídas por lei.
a) O Supremo Tribunal Administrativo; 2 — O Tribunal de Contas tem jurisdição e poderes de
b) Os tribunais centrais administrativos; controlo financeiro no âmbito da ordem jurídica portu-
c) Os tribunais administrativos de círculo; guesa, tanto no território nacional como no estrangeiro.
d) Os tribunais tributários. 3 — Sempre que se verifique conflito de jurisdição entre
o Tribunal de Contas e o Supremo Tribunal Administrativo,
2 — Quando funcionem agregados, os tribunais admi- compete ao Tribunal de Conflitos, presidido pelo Presidente
nistrativos de círculo e os tribunais tributários assumem a do Supremo Tribunal de Justiça e constituído por dois juí-
designação unitária de tribunais administrativos e fiscais. zes de cada um dos tribunais, dirimir o respetivo conflito.
4 — O âmbito da competência, composição, organiza-
Artigo 146.º ção e funcionamento do Tribunal de Contas são determi-
Supremo Tribunal Administrativo nados nos termos da Constituição e da lei.
O Supremo Tribunal Administrativo é o órgão superior
da hierarquia dos tribunais da jurisdição administrativa e TÍTULO VIII
fiscal, tem sede em Lisboa e jurisdição em todo o território
nacional. Tribunais arbitrais
Artigo 147.º
Artigo 150.º
Tribunais centrais administrativos
Tribunais arbitrais
1 — São tribunais centrais administrativos o Tribunal
Central Administrativo Sul, com sede em Lisboa, e o Tri- 1 — Salvo nos casos expressamente previstos por lei, a
bunal Central Administrativo Norte, com sede no Porto. submissão de qualquer litígio à apreciação de um tribunal
2 — As áreas de jurisdição dos tribunais centrais admi- arbitral depende da vontade expressa e inequívoca das
nistrativos são determinadas por decreto-lei. partes.
3 — Os tribunais centrais administrativos conhecem de 2 — A competência, a organização e o funcionamento
matéria de facto e de direito. dos tribunais arbitrais são definidos em diploma próprio.
4780-(38) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

TÍTULO IX 2 — A forma de designação e de exercício de cargos, o


estatuto dos seus membros e demais aspetos do funciona-
Julgados de paz mento do Conselho Superior da Magistratura constam do
Estatuto dos Magistrados Judiciais.
Artigo 151.º
Julgados de paz SECÇÃO II
1 — Os julgados de paz constituem uma forma alterna- Competência e funcionamento
tiva de resolução de litígios, de natureza exclusivamente
cível, em causas de valor reduzido e em causas que não Artigo 155.º
envolvam matéria de direito da família, direito das suces- Competência
sões e direito do trabalho.
2 — Os julgados de paz são criados por diploma do Compete ao Conselho Superior da Magistratura:
Governo, ouvidos o Conselho Superior da Magistratura, a a) Nomear, colocar, transferir, promover, exonerar, apre-
Ordem dos Advogados, a Associação Nacional de Municí- ciar o mérito profissional, exercer a ação disciplinar e, em
pios Portugueses e demais entidades previstas no diploma geral, praticar todos os atos de idêntica natureza respeitan-
a que se refere o número seguinte. tes a magistrados judiciais, sem prejuízo das disposições
3 — A competência, a organização e o funcionamento relativas ao provimento de cargos por via eletiva;
dos julgados de paz e a tramitação dos processos da sua b) Emitir parecer sobre diplomas legais relativos à orga-
competência são definidos em diploma próprio. nização judiciária e ao Estatuto dos Magistrados Judiciais e,
em geral, sobre matérias relativas à administração da justiça;
c) Estudar e propor ao membro do Governo respon-
TÍTULO X sável pela área da justiça providências legislativas com
vista à eficiência e ao aperfeiçoamento das instituições
Departamentos de investigação e ação penal judiciárias;
d) Elaborar o plano anual de inspeções;
Artigo 152.º e) Ordenar inspeções, sindicâncias e inquéritos aos ser-
viços judiciais;
Criação e localização
f) Aprovar o regulamento interno e a proposta de orça-
Para além das comarcas onde se encontram sediados mento relativos ao Conselho;
os tribunais da Relação, quando o movimento de inquéri- g) Adotar as providências necessárias à organização e
tos penais seja elevado e de acordo com o previsto sobre boa execução do processo eleitoral;
esta matéria no Estatuto do Ministério Público, podem ser h) Alterar a distribuição de processos nos juízos onde
criados departamentos de investigação e ação penal em exercem funções mais do que um juiz, a fim de assegurar
a igualização e operacionalidade dos serviços, designada-
qualquer outra das comarcas.
mente em articulação com os presidentes das comarcas;
i) Estabelecer prioridades no processamento de causas
TÍTULO XI que se encontrem pendentes nos tribunais por período
considerado excessivo, designadamente em articulação
Órgãos de gestão e disciplina judiciários com os juízes presidentes das comarcas, sem prejuízo dos
restantes processos de carácter urgente;
j) Propor ao membro do Governo responsável pela área
CAPÍTULO I
da justiça as medidas adequadas, por forma a não tornar ex-
Conselho Superior da Magistratura cessivo o número de processos a cargo de cada magistrado;
k) Fixar o número e a composição das secções do Su-
SECÇÃO I premo Tribunal de Justiça e dos tribunais da Relação;
l) Nomear o juiz presidente dos tribunais de comarca;
Estrutura e organização m) Acompanhar o desempenho processual dos tribunais
de primeira instância nos termos descritos nos artigos 90.º
Artigo 153.º e 91.º;
Definição n) Exercer as demais funções conferidas por lei.

O Conselho Superior da Magistratura é o órgão superior Artigo 156.º


de gestão e disciplina da magistratura judicial. Relatório de atividades

Artigo 154.º O Conselho Superior da Magistratura envia, no mês de


março de cada ano, à Assembleia da República, relatório
Composição da sua atividade respeitante ao ano judicial anterior, o qual
1 — O Conselho Superior da Magistratura é presidido é publicado no Diário da Assembleia da República.
pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e composto
ainda pelos seguintes vogais: Artigo 157.º
Funcionamento
a) Dois designados pelo Presidente da República;
b) Sete eleitos pela Assembleia da República; 1 — O Conselho Superior da Magistratura funciona em
c) Sete eleitos de entre e por magistrados judiciais. plenário e em conselho permanente, sendo este composto
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(39)

pelas Secções Disciplinar, de Acompanhamento e Ligação Artigo 161.º


às Comarcas e de Assuntos Gerais. Composição
2 — O Estatuto dos Magistrados Judiciais define as
demais condições de funcionamento do Conselho Superior 1 — O Conselho Superior dos Tribunais Administrativos
da Magistratura. e Fiscais é presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal
Administrativo e composto pelos seguintes vogais:
Artigo 158.º a) Dois designados pelo Presidente da República;
Delegação de poderes
b) Quatro eleitos pela Assembleia da República;
c) Quatro juízes eleitos pelos seus pares, de harmonia
1 — O Conselho Superior da Magistratura pode delegar com o princípio da representação proporcional.
no presidente, com faculdade de subdelegação no vice-
-presidente, poderes para: 2 — É reconhecido de interesse para a jurisdição admi-
nistrativa e fiscal o desempenho de funções de membro
a) Ordenar inspeções extraordinárias; do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e
b) Instaurar inquéritos e sindicâncias; Fiscais.
c) Autorizar que magistrados se ausentem do serviço; 3 — A forma de designação e de exercício de cargos, o
d) Conceder a autorização a residir em local diferente estatuto dos seus membros e demais aspetos do funciona-
do domicílio necessário, nos termos do Estatuto dos Ma- mento do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos
gistrados Judiciais; e Fiscais constam do Estatuto dos Tribunais Administra-
e) Prorrogar o prazo para a posse e autorizar ou deter- tivos e Fiscais.
minar que esta seja tomada em lugar ou perante entidade
diferente; SECÇÃO II
f) Indicar magistrados para participarem em grupos de
Competência e funcionamento
trabalho;
g) Resolver outros assuntos da sua competência.
Artigo 162.º
2 — Pode ainda o Conselho Superior da Magistratura Competência
delegar nos Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça e 1 — Compete ao Conselho dos Tribunais Administra-
das Relações, bem como nos presidentes dos tribunais de tivos e Fiscais:
comarca, a prática de atos próprios da sua competência.
3 — As competências referidas nas alíneas c) e d) do a) Nomear, colocar, transferir, promover, exonerar e
n.º 1 são exercidas por delegação do Conselho Superior apreciar o mérito profissional dos juízes da jurisdição
administrativa e fiscal e exercer a ação disciplinar relati-
da Magistratura, no que respeita ao tribunal de comarca,
vamente a eles;
pelos respetivos presidentes, sem prejuízo do direito ao b) Apreciar, admitir, excluir e graduar os candidatos
recurso. em concurso;
c) Conhecer das impugnações administrativas interpos-
SECÇÃO III tas de decisões materialmente administrativas proferidas,
em matéria disciplinar, pelos presidentes dos tribunais
Secretaria do Conselho Superior da Magistratura centrais administrativos, pelos presidentes dos tribunais
administrativos de círculo e pelos presidentes dos tribunais
Artigo 159.º tributários, bem como de outras que a lei preveja;
Pessoal d) Ordenar averiguações, inquéritos, sindicâncias e
inspeções aos serviços dos tribunais da jurisdição admi-
A organização dos serviços e do pessoal da secretaria nistrativa e fiscal;
do Conselho Superior da Magistratura é definida em di- e) Elaborar o plano anual de inspeções;
ploma próprio. f) Elaborar as listas de antiguidade dos juízes;
g) Suspender ou reduzir a distribuição de processos
aos juízes que sejam incumbidos de outros serviços de
CAPÍTULO II reconhecido interesse para a jurisdição administrativa e
fiscal ou em outras situações que justifiquem a adoção
Conselho Superior dos Tribunais
dessas medidas;
Administrativos e Fiscais h) Aprovar o seu regulamento interno, concursos e ins-
peções;
SECÇÃO I i) Emitir os cartões de identidade dos juízes, de modelo
idêntico aos dos juízes dos tribunais judiciais;
Estrutura e organização j) Propor ao membro do Governo responsável pela área
da justiça providências legislativas com vista ao aperfei-
Artigo 160.º çoamento e à maior eficiência da jurisdição administrativa
Definição e fiscal;
k) Emitir parecer sobre as iniciativas legislativas que se
O Conselho Superior dos Tribunais Administrativos relacionem com a jurisdição administrativa e fiscal;
e Fiscais é o órgão de gestão e disciplina dos juízes da l) Fixar anualmente, com o apoio do departamento do
jurisdição administrativa e fiscal. Ministério da Justiça com competência no domínio da
4780-(40) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

auditoria e modernização, o número máximo de processos SECÇÃO II


a distribuir a cada magistrado e o prazo máximo admissível
Competência e funcionamento
para os respetivos atos processuais cujo prazo não esteja
estabelecido na lei;
m) Gerir a bolsa de juízes; Artigo 166.º
n) Estabelecer os critérios que devem presidir à dis- Competência
tribuição nos tribunais administrativos, no respeito pelo
princípio do juiz natural; Compete ao Conselho Superior do Ministério Público:
o) Exercer as demais funções conferidas por lei. a) Nomear, colocar, transferir, promover, exonerar,
apreciar o mérito profissional, exercer a ação disciplinar
2 — O Conselho Superior dos Tribunais Administra- e, em geral, praticar todos os atos de idêntica natureza
tivos e Fiscais pode delegar no presidente, ou em outros respeitantes aos magistrados do Ministério Público, com
dos seus membros, a competência para: exceção do Procurador-Geral da República;
a) Praticar atos de gestão corrente e aprovar inspeções; b) Aprovar o regulamento eleitoral do Conselho, o re-
b) Nomear os juízes para uma das secções do Supremo gulamento interno da Procuradoria-Geral da República, o
Tribunal Administrativo e dos tribunais centrais adminis- regulamento relativo à efetivação dos concursos para pro-
trativos; vimento dos lugares de magistrados do Ministério Público
c) Ordenar inspeções extraordinárias, averiguações, previstos no respetivo Estatuto e a proposta do orçamento
inquéritos e sindicâncias. da Procuradoria-Geral da República;
c) Deliberar e emitir diretivas em matéria de organização
Artigo 163.º interna e de gestão de quadros;
d) Propor ao Procurador-Geral da República a emissão
Presidência de diretivas a que deve obedecer a atuação dos magistrados
1 — O presidente do Conselho Superior dos Tribu- do Ministério Público;
nais Administrativos e Fiscais é substituído pela ordem e) Propor ao membro do Governo responsável pela área
seguinte: da justiça, por intermédio do Procurador-Geral da Repú-
blica, providências legislativas com vista à eficiência do
a) Pelo mais antigo dos vice-presidentes do Supremo Ministério Público e ao aperfeiçoamento das instituições
Tribunal Administrativo que faça parte do Conselho; judiciárias;
b) Pelo mais antigo dos juízes do Supremo Tribunal f) Conhecer das reclamações previstas nesta lei;
Administrativo que faça parte do Conselho. g) Aprovar o plano anual de inspeções e determinar a
realização de inspeções, sindicâncias e inquéritos;
2 — Em caso de urgência, o presidente pode praticar h) Emitir parecer em matéria de organização judiciária
atos da competência do Conselho Superior dos Tribunais e, em geral, de administração da justiça;
Administrativos e Fiscais, sujeitando-os a ratificação deste i) Exercer as demais funções conferidas por lei.
na primeira sessão subsequente.
Artigo 167.º
CAPÍTULO III Funcionamento
Conselho Superior do Ministério Público 1 — O Conselho Superior do Ministério Público fun-
ciona em plenário ou em secções.
SECÇÃO I 2 — A forma de designação e de exercício dos cargos,
o estatuto dos seus membros e demais aspetos do fun-
Estrutura e organização cionamento do Conselho Superior do Ministério Público
constam do Estatuto do Ministério Público.
Artigo 164.º
Definição
Artigo 168.º
Secções
O Conselho Superior do Ministério Público é o órgão
superior de gestão e disciplina da magistratura do Ministé- 1 — O Conselho Superior do Ministério Público dispõe
rio Público, integrado na Procuradoria-Geral da República, de uma secção permanente, à qual compete deliberar sobre
nos termos da Constituição e do Estatuto do Ministério as matérias que lhe sejam delegadas pelo plenário e não
Público. caibam na competência das secções de avaliação do mérito
Artigo 165.º profissional e disciplinar.
2 — O Estatuto do Ministério Público define as demais
Composição
condições de funcionamento do Conselho Superior do
1 — A Procuradoria-Geral da República exerce a sua Ministério Público.
competência disciplinar e de gestão dos quadros do Mi-
nistério Público por intermédio do Conselho Superior do Artigo 169.º
Ministério Público. Delegação de poderes
2 — A Procuradoria-Geral da República é presidida pelo
Procurador-Geral da República e compreende o Conselho O Conselho Superior do Ministério Público pode de-
Superior do Ministério Público, que inclui membros eleitos legar no Procurador-Geral da República a prática de atos
pela Assembleia da República e membros de entre si eleitos que, pela sua natureza, não devam aguardar a reunião do
pelos magistrados do Ministério Público. Conselho.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(41)

Artigo 170.º Artigo 175.º


Comparência do membro do Governo Provimento dos lugares de juiz
responsável pela área da justiça
1 — Os juízes dos Tribunais de Execução das Penas, do
O membro do Governo responsável pela área da justiça Tribunal Central de Instrução Criminal, do Tribunal Marí-
comparece às reuniões do Conselho Superior do Ministério timo, do Tribunal da Propriedade Intelectual e do Tribunal
Público quando entender oportuno, para fazer comunica- da Concorrência, Regulação e Supervisão que reúnam os
ções e solicitar ou prestar esclarecimentos. requisitos legalmente exigidos têm preferência absoluta
no primeiro provimento de lugares nos correspondentes
tribunais de competência territorial alargada.
CAPÍTULO IV 2 — Os juízes de círculo e os juízes das varas mistas
que reúnam os requisitos legalmente exigidos têm pre-
Direito aplicável ferência absoluta no primeiro provimento de lugares nas
correspondentes secções cíveis e ou criminais das instân-
Artigo 171.º cias centrais.
3 — Os juízes das varas criminais, os juízes das grandes
Normas estatutárias
instâncias criminais e os juízes em afetação exclusiva ao
Em tudo o que não estiver expressamente regulado no julgamento por tribunal coletivo que reúnam os requisitos
presente título, aplica-se o Estatuto dos Magistrados Ju- legalmente exigidos têm preferência absoluta no primeiro
diciais, o Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais provimento de lugares nas correspondentes secções crimi-
e o Estatuto do Ministério Público, os quais se regem por nais das instâncias centrais.
lei própria. 4 — Os juízes das varas cíveis e os juízes das grandes
instâncias cíveis que reúnam os requisitos legalmente exi-
gidos têm preferência absoluta no primeiro provimento de
TÍTULO XII lugares nas correspondentes secções cíveis das instâncias
centrais.
Disposições transitórias e finais 5 — Os juízes dos tribunais de instrução criminal e dos
juízos de instrução criminal, os juízes dos tribunais de
família e menores e dos juízos de família e menores, os
CAPÍTULO I juízes dos tribunais do trabalho e dos juízos do trabalho, os
juízes do juízo misto de trabalho e de família e menores, os
Disposições transitórias juízes dos tribunais de comércio e dos juízos de comércio e
os juízes dos juízos de execução que reúnam os requisitos
Artigo 172.º legalmente exigidos têm preferência absoluta no primeiro
Nomeação dos órgãos de gestão do tribunal de comarca provimento de lugares nas correspondentes secções das
instâncias centrais.
O presidente do tribunal, o magistrado do Ministério Pú- 6 — Os juízes de comarca têm preferência absoluta
blico coordenador e o administrador judiciário são nome- no primeiro provimento de lugares nas correspondentes
ados até seis meses antes da implementação das comarcas secções das instâncias locais.
organizadas nos termos a definir no decreto-lei que esta- 7 — Os restantes juízes têm preferência no primeiro
belece o regime aplicável à organização e funcionamento provimento de lugares nas correspondentes secções das
dos tribunais judiciais, tendo em vista a sua participação instâncias locais, sem prejuízo da aplicação das preferên-
cias consignadas nos números anteriores, que têm prece-
ativa em todo o processo organizativo.
dência.
8 — Os juízes dos tribunais de pequena instância cí-
Artigo 173.º vel têm preferência absoluta no primeiro provimento de
Constituição do conselho consultivo lugares nas correspondentes secções cíveis das instâncias
locais.
O conselho consultivo deve ser constituído até três me- 9 — Em caso de igualdade na preferência, são respeita-
ses após a implementação da comarca. dos os critérios gerais de classificação e antiguidade.
10 — As preferências previstas no presente artigo não
Artigo 174.º se aplicam aos juízes auxiliares.
11 — Para os efeitos do disposto no presente artigo,
Extinção de vagas de juízes auxiliares
nos tribunais da Relação
consideram-se secções correspondentes as que tenham
jurisdição sobre qualquer dos municípios incluídos na
1 — São extintas as vagas de auxiliar nos tribunais da área de competência territorial do tribunal, vara ou juízo
Relação. extinto.
2 — Os juízes de direito destacados como juízes au-
xiliares nos tribunais da Relação cessam o destacamento Artigo 176.º
com a entrada em vigor da presente lei, considerando-se Provimento dos lugares de magistrados
desde então, para todos os efeitos, como juízes desembar- do Ministério Público
gadores efetivos. 1 — Os magistrados do Ministério Público colocados
3 — Os juízes referidos no número anterior são concor- nos quadros dos círculos judiciais, das comarcas ou dos
rentes necessários no movimento judicial imediatamente departamentos extintos pela entrada em vigor da presente
subsequente. lei e seu regulamento que reúnam os requisitos legalmente
4780-(42) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

exigidos têm preferência na colocação nos quadros cor- Artigo 183.º


respondentes das novas comarcas, em função da sua ca-
Colocação de juízes
tegoria.
2 — A preferência é exercida no primeiro movimento 1 — Os juízes a colocar nos tribunais de competência
de colocação de magistrados, ordinário ou extraordinário, territorial alargada e nos juízos referidos nas alíneas a), c)
para o provimento dos lugares criados nas novas comar- e f) a j) do n.º 3 do artigo 81.º são nomeados de entre juízes
cas, em termos a regulamentar pelo Conselho Superior do de direito com mais de 10 anos de serviço e classificação
Ministério Público. não inferior a Bom com distinção.
3 — Os magistrados auxiliares beneficiam da preferên- 2 — Os juízes a colocar nos juízos referidos nas
cia prevista no presente artigo, em termos a regulamentar alíneas b), d) e e) do n.º 3 do artigo 81.º são nomeados de
pelo Conselho Superior do Ministério Público. entre juízes de direito com mais de cinco anos de serviço
e classificação não inferior a Bom.
Artigo 177.º 3 — Constituem fatores atendíveis na nomeação, por
Alteração aos mapas de pessoal ordem decrescente de preferência, a classificação de ser-
viço e a antiguidade.
As alterações à definição inicial dos mapas de pessoal
4 — Na falta de juízes de direito com os requisitos
podem ser feitas a partir do final de um período de 12 me-
ses após a implementação da comarca. constantes dos n. os 1 e 2, à nomeação é aplicável o disposto
no número anterior.
Artigo 178.º 5 — A perda dos requisitos exigidos pelos n.os 1 e 2 de-
termina que o lugar seja posto a concurso no movimento
Relatório de gestão judicial seguinte.
No ano da implementação de cada uma das comarcas,
o relatório de gestão referido na alínea f) do n.º 2 do ar- Artigo 184.º
tigo 108.º é elaborado decorridos seis meses após a res- Índice remuneratório
petiva instalação.
1 — Os juízes a que se refere o n.º 1 do artigo anterior
Artigo 179.º auferem pelo índice 220 da escala indiciária constante do
mapa anexo ao Estatuto dos Magistrados Judiciais.
Instalação de tribunais
2 — Os juízes a que se refere o n.º 2 do artigo anterior
1 — A instalação do Supremo Tribunal de Justiça e dos auferem pelo índice 175 da escala indiciária constante do
tribunais da Relação constitui encargo direto do Estado. mapa anexo ao Estatuto dos Magistrados Judiciais, sem
2 — Enquanto o Estado não dispuser de edifícios ade- prejuízo de remuneração superior a que tenham direito nos
quados, mantém-se a instalação de tribunais judiciais em termos dessa escala indiciária.
imóveis ou partes de imóveis pertencentes a autarquias 3 — Os magistrados do Ministério Público em exercí-
locais, em regime de gratuitidade. cio de funções de representação nos juízos locais a que se
refere o n.º 2 do artigo anterior, no Departamento Central
Artigo 180.º de Investigação e Ação Penal e nos Departamentos de
Norma remissiva Investigação e Ação Penal, com exceção dos magistrados
colocados em municípios onde se encontram instalados
As referências a tribunais, varas ou juízos constantes juízos de competência genérica, auferem pelo índice 175 da
de outros diplomas devem ser entendidas como efetuadas
escala indiciária constante do mapa anexo ao Estatuto do
para os tribunais ou secções competentes nos termos da
Ministério Público, sem prejuízo de remuneração superior
presente lei.
a que tenham direito nos termos dessa escala indiciária.
4 — Caso excecionalmente exista necessidade de co-
CAPÍTULO II locar procurador-adjunto em funções de representação
nas secções ou tribunais a que se refere o n.º 1 do artigo
Disposições finais anterior, o mesmo aufere, enquanto aí se mantiver em
funções, pelo índice 220 da escala indiciária constante do
Artigo 181.º
mapa anexo ao Estatuto do Ministério Público.
Normas complementares
No prazo de 60 dias a contar da publicação da presente Artigo 185.º
lei, o Governo aprova o decreto-lei que procede à sua Estatuto remuneratório
regulamentação.
1 — Não pode resultar qualquer diminuição do estatuto
Artigo 182.º remuneratório dos juízes e magistrados do Ministério Pú-
blico enquanto não ocorra colocação em lugares para que
Deliberações tenham preferência ou em lugares por si indicados, no
No âmbito das respetivas competências, o Conselho Su- âmbito dos dois movimentos subsequentes à publicação
perior da Magistratura e o Conselho Superior do Ministério da presente lei.
Público tomam as deliberações necessárias à execução da 2 — O disposto no número anterior é aplicável aos juí-
presente lei e das suas normas complementares, nomeada- zes de direito providos interinamente nos lugares de juízes
mente para efeitos de redistribuição de processos. de círculo judicial e em instâncias de especialização.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(43)

Artigo 186.º Tribunais de competência territorial alargada: Tribunal


Intervenção dos juízes de círculo
de Execução das Penas de Coimbra.

Até à entrada em vigor da presente lei, a intervenção dos Tribunal da Relação de Lisboa
juízes de círculo nas ações de valor superior à alçada do tri-
bunal da Relação apenas ocorre na discussão e julgamento Área de competência:
da causa e na elaboração das respetivas sentenças, salvo Comarcas: Açores, Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste
nos casos em que o Código do Processo Civil, aprovado e Madeira.
pelo Decreto-Lei n.º 44129, de 28 de dezembro de 1961, Tribunais de competência territorial alargada: Tribu-
excluía a intervenção do tribunal coletivo. nal da Propriedade Intelectual, Tribunal da Concorrência,
Regulação e Supervisão, Tribunal Marítimo, Tribunal de
Artigo 187.º Execução das Penas de Lisboa e Tribunal Central de Ins-
trução Criminal.
Norma revogatória
Tribunal da Relação de Évora
São revogados:
a) Os artigos 1.º a 159.º da Lei n.º 52/2008, de 28 de Área de competência:
agosto, na parte em que aprova a Lei de Organização e Comarcas: Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e
Funcionamento dos Tribunais Judiciais; Setúbal.
b) A Lei n.º 3/99, de 13 de janeiro; Tribunais de competência territorial alargada: Tribunal
c) O Decreto-Lei n.º 28/2009, de 28 de janeiro; de Execução das Penas de Évora.
d) O Decreto-Lei n.º 25/2009, de 26 de janeiro; ANEXO II
e) O Decreto-Lei n.º 186-A/99, de 31 de maio.
(a que se refere o n.º 2 do artigo 33.º)
Artigo 188.º
Comarca dos Açores
Entrada em vigor
Sede: Ponta Delgada.
1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, a Circunscrição:
presente lei entra em vigor na data de início da produção de Municípios: Angra do Heroísmo, Calheta (S. Jorge),
efeitos do decreto-lei que aprove o Regime de Organização Corvo, Horta, Lagoa, Lajes das Flores, Lajes do Pico,
e Funcionamento dos Tribunais Judiciais. Madalena, Nordeste, Ponta Delgada, Povoação, Ribeira
2 — Os artigos 172.º, 181.º e 182.º entram em vigor no Grande, Santa Cruz da Graciosa, Santa Cruz das Flores,
dia seguinte ao da publicação da presente lei. São Roque do Pico, Velas, Praia da Vitória, Vila do Porto
3 — Os n.os 2 e 3 do artigo 184.º não produzem efeitos e Vila Franca do Campo.
durante a vigência do Programa de Assistência Econó-
mica e Financeira celebrado entre Portugal e a Comissão Comarca de Aveiro
Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário
Internacional, em 17 de maio de 2011. Sede: Aveiro.
4 — O artigo 186.º entra em vigor imediatamente após Circunscrição:
a entrada em vigor da Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, que Municípios: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia,
aprova o Código de Processo Civil. Arouca, Aveiro, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja,
5 — O Tribunal da Relação de Lisboa é competente, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oli-
a partir do dia seguinte ao da publicação da presente lei, veira do Bairro, Ovar, Santa Maria da Feira, São João da
para apreciar as impugnações das decisões do Tribunal da Madeira, Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra.
Concorrência, Regulação e Supervisão, incluindo as que
se encontrem pendentes naquela data. Comarca de Beja
Sede: Beja.
ANEXO I
Circunscrição:
Municípios: Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos,
(a que se refere o n.º 1 do artigo 32.º)
Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola,
Moura, Odemira, Ourique, Serpa e Vidigueira.
Tribunal da Relação de Guimarães
Área de competência: Comarca de Braga
Comarcas: Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Sede: Braga.
Real. Circunscrição:
Tribunal da Relação do Porto
Municípios: Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de
Área de competência: Basto, Celorico de Basto, Esposende, Fafe, Guimarães,
Comarcas: Aveiro, Porto e Porto Este. Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vila
Tribunais de competência territorial alargada: Tribunal Nova de Famalicão, Vila Verde e Vizela.
de Execução das Penas do Porto.
Comarca de Bragança
Tribunal da Relação de Coimbra
Sede: Bragança.
Área de competência: Circunscrição:
Comarcas: Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria Municípios: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de
e Viseu. Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavalei-
4780-(44) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016

ros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Comarca de Lisboa Norte


Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. Sede: Loures.
Circunscrição:
Comarca de Castelo Branco Municípios: Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja,
Sede: Castelo Branco. Cadaval, Loures, Lourinhã, Odivelas, Sobral de Monte
Circunscrição: Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
Municípios: Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fun- Comarca de Lisboa Oeste
dão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova,
Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão. Sede: Sintra.
Circunscrição:
Municípios: Amadora, Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.
Comarca de Coimbra

Sede: Coimbra. Comarca da Madeira


Circunscrição: Sede: Funchal.
Municípios: Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa- Circunscrição:
-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mira, Miranda do Municípios: Calheta (Madeira), Câmara de Lobos, Fun-
Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pam- chal, Machico, Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo,
pilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Ribeira Brava, Santa Cruz, Santana e São Vicente.
Nova de Poiares.
Comarca de Portalegre
Comarca de Évora Sede: Portalegre.
Circunscrição:
Sede: Évora. Municípios: Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo
Circunscrição: Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião,
Municípios: Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel.
Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Portel, Re-
dondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas, Viana do Comarca do Porto
Alentejo e Vila Viçosa.
Sede: Porto.
Circunscrição:
Comarca de Faro Municípios: Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa
Sede: Faro. de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo, Vila do Conde e
Circunscrição: Vila Nova de Gaia.
Municípios: Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Ma- Comarca do Porto Este
rim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Por-
timão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo Sede: Penafiel.
e Vila Real de Santo António. Circunscrição:
Municípios: Amarante, Baião, Felgueiras, Lousada,
Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes e Pe-
Comarca da Guarda nafiel.
Sede: Guarda.
Comarca de Santarém
Circunscrição:
Municípios: Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Sede: Santarém.
Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Circunscrição:
Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia, Municípios: Abrantes, Alcanena, Almeirim, Alpiarça,
Trancoso e Vila Nova de Foz Côa. Benavente, Cartaxo, Chamusca, Constância, Coruche,
Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Mação, Ou-
rém, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Sardoal,
Comarca de Leiria Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.
Sede: Leiria.
Comarca de Setúbal
Circunscrição:
Municípios: Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Sede: Setúbal.
Bombarral, Caldas da Rainha, Castanheira de Pera, Fi- Circunscrição:
gueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Óbi- Municípios: Alcácer do Sal, Grândola, Palmela, San-
dos, Pedrógão Grande, Peniche, Pombal e Porto de Mós. tiago do Cacém, Sesimbra, Setúbal e Sines.

Comarca de Viana do Castelo


Comarca de Lisboa
Sede: Viana do Castelo.
Sede: Lisboa. Circunscrição:
Circunscrição: Municípios: Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço,
Municípios: Alcochete, Almada, Barreiro, Lisboa, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima,
Moita, Montijo e Seixal. Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(45)

Comarca de Vila Real Sede: Évora.


Sede: Vila Real. Área de competência: comarcas de Beja, Évora (com
exceção dos estabelecimentos prisionais de Alcoentre e de
Circunscrição: Vale de Judeus), Faro, Portalegre, Santarém e Setúbal.
Municípios: Alijó, Boticas, Chaves, Mesão Frio, Mon- Sede: Lisboa.
dim de Basto, Montalegre, Murça, Peso da Régua, Ribeira Área de competência: comarcas dos Açores, Lisboa,
de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Valpaços, Lisboa Norte, Lisboa Oeste, Madeira e estabelecimentos
Vila Pouca de Aguiar e Vila Real. prisionais de Alcoentre, das Caldas da Rainha e de Vale
de Judeus.
Comarca de Viseu Sede: Porto.
Área de competência: comarcas de Aveiro, Braga, Bra-
Sede: Viseu. gança, Porto, Porto Este, Viana do Castelo e Vila Real.
Circunscrição:
Municípios: Armamar, Carregal do Sal, Castro Daire, Tribunal Marítimo
Cinfães, Lamego, Mangualde, Moimenta da Beira, Mortá- Sede: Lisboa.
gua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Pene- Área de competência: Departamento Marítimo do Norte,
dono, Resende, Santa Comba Dão, São João da Pesqueira, do Centro e do Sul.
São Pedro do Sul, Sátão, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca,
Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela Tribunal da Propriedade Intelectual
Sede: Lisboa.
ANEXO III Área de competência: território nacional.

(a que se refere o n.º 4 do artigo 83.º) Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão


Sede: Santarém.
Tribunais de Execução das Penas Área de competência: território nacional.
Sede: Coimbra.
Área de competência: comarcas de Castelo Branco, Tribunal Central de Instrução Criminal
Coimbra, Guarda, Leiria (com exceção do estabelecimento Sede: Lisboa.
prisional das Caldas da Rainha) e Viseu. Área de competência: território nacional.

Você também pode gostar