LOSJ
LOSJ
LOSJ
4 — Nos casos previstos na lei, podem fazer parte disponibilizados pelo sistema de informação de suporte
dos tribunais e dos juízos juízes sociais, designados de à tramitação processual.
entre pessoas de reconhecida idoneidade. 4 — Os valores de referência processual reportam-se
5 — […]. a valores de produtividade calculados em abstrato por
6 — […]. magistrado e são revistos com periodicidade trienal.
5 — […].
Artigo 86.º 6 — […].
[…]
Artigo 91.º
1 — Os juízes de direito são substituídos, nas suas […]
faltas e impedimentos, por juiz ou juízes de direito da
mesma comarca, ainda que a respetiva área de compe- 1 — Tendo em conta os resultados obtidos no ano an-
tência territorial a exceda, por determinação do respetivo terior e os objetivos formulados para o ano subsequente,
juiz presidente, de acordo com as orientações genéricas o presidente do tribunal e o magistrado do Ministério
do Conselho Superior da Magistratura. Público coordenador, ouvido o administrador judiciário,
2 — Nos tribunais ou juízos com mais de um juiz as articulam, para o ano subsequente, propostas de obje-
substituições ocorrem preferencialmente entre si. tivos de natureza processual, de gestão ou administra-
3 — Os juízes de direito são substituídos por deter- tiva, para a comarca, para os tribunais de competência
minação do Conselho Superior da Magistratura sempre territorial alargada, bem como para as Procuradorias
que não seja possível aplicar o regime previsto no n.º 1. e departamentos do Ministério Público ali sediados.
4 — […]. 2 — As propostas a que se refere o número anterior
são apresentadas, até 15 de outubro de cada ano, res-
Artigo 87.º petivamente ao Conselho Superior da Magistratura e
ao Procurador-Geral da República, para homologação
[…] até 22 de dezembro.
1 — Para além dos casos previstos na lei, o Conselho 3 — Os objetivos processuais da comarca devem
Superior da Magistratura pode determinar, sob proposta reportar-se, designadamente, ao número de processos
do presidente do tribunal de comarca, que um juiz exerça findos e ao tempo da sua duração, tendo em conta, en-
funções em mais de um tribunal ou juízo da mesma tre outros fatores, a natureza do processo ou o valor
comarca, respeitado o princípio da especialização dos da causa, ponderados os recursos humanos e os meios
magistrados, ponderadas as necessidades do serviço e afetos ao funcionamento da comarca e tendo por base,
nomeadamente, os valores de referência processual es-
o volume processual existente.
tabelecidos.
2 — […].
4 — […].
3 — Os magistrados do Ministério Público podem 5 — […].
exercer funções em mais de um tribunal, juízo, secção 6 — […].
ou departamento da mesma comarca, nas condições
previstas nos números anteriores, por determinação do Artigo 94.º
Conselho Superior do Ministério Público.
[…]
Artigo 90.º 1 — […].
Objetivos e monitorização 2 — […]:
1 — […]. a) […];
2 — O cumprimento dos objetivos estratégicos é b) […];
monitorizado anualmente pelas entidades referidas c) […];
no número anterior realizando-se, para o efeito, reu- d) […];
niões entre representantes do Conselho Superior da e) […];
Magistratura, da Procuradoria-Geral da República e f) […];
do competente serviço do Ministério da Justiça, com g) Elaborar um relatório semestral sobre o estado dos
periodicidade trimestral, para acompanhamento da evo- serviços judiciais e a qualidade da resposta.
lução dos resultados registados em face dos objetivos
assumidos, com base, designadamente, nos elementos 3 — […]:
disponibilizados pelo sistema de informação de suporte a) […];
à tramitação processual. b) […];
3 — O Conselho Superior da Magistratura, a c) […];
Procuradoria-Geral da República e o membro do Go- d) […];
verno responsável pela área da justiça articulam até e) Assegurar a frequência equilibrada de ações de
15 de julho os objetivos para o ano judicial subsequente formação pelos juízes da comarca, com respeito pelas
e para o conjunto dos tribunais judiciais de primeira necessidades do serviço e em articulação com o Con-
instância e para as Procuradorias e departamentos do selho Superior da Magistratura;
Ministério Público, ponderando os meios afetos à ade- f) Participar no processo de avaliação dos oficiais de
quação entre os valores da referência processual estabe- justiça, nos termos da legislação específica aplicável,
lecidos e os resultados registados em face dos objetivos com exceção daqueles a que se reporta a alínea l) do
assumidos, com base, designadamente, nos elementos n.º 1 do artigo 101.º, sendo-lhe dado conhecimento dos
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(5)
departamentos do Ministério Público, relativamente a namento do Ministério Público, caso em que atua sob
pena de gravidade inferior à de multa, e, nos restantes orientação genérica do magistrado do Ministério Público
casos, ordenar a instauração de processo disciplinar, se coordenador.
a infração ocorrer nos respetivos serviços; 3 — […].
l) Participar no processo de avaliação dos oficiais 4 — […].
de justiça em funções nas secretarias, Procuradorias e
departamentos do Ministério Público, nos termos da Artigo 106.º
legislação específica aplicável, com exceção daqueles […]
a que se reporta a alínea f) do n.º 3 do artigo 94.º, sendo-
-lhe dado conhecimento dos relatórios das inspeções 1 — […].
aos serviços e das avaliações, respeitando a proteção 2 — […].
dos dados pessoais. 3 — […].
m) Pronunciar-se, sempre que seja ponderada pelo 4 — […].
Conselho dos Oficiais de Justiça a realização de sindi- 5 — […].
câncias relativamente às Procuradorias e departamentos 6 — Das decisões do administrador judiciário pro-
do Ministério Público; feridas no âmbito das suas competências cabe recurso
n) […]; necessário, sem efeito suspensivo, para o Conselho
o) Acompanhar e avaliar a atividade do Ministé- Superior da Magistratura, ressalvadas as proferidas nos
rio Público, nomeadamente a qualidade do serviço de termos da parte final do n.º 2 do artigo 104.º, em que
justiça prestado aos cidadãos, tomando por referência cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para o
as reclamações ou as respostas a questionários de sa- Conselho Superior do Ministério Público.
tisfação;
p) […]; Artigo 108.º
q) […]; […]
r) Elaborar os regulamentos internos das Procura-
dorias e departamentos do Ministério Público, ouvido 1 — […].
o presidente do tribunal e o administrador judiciário. 2 — […]:
a) Aprovação dos relatórios semestrais referidos
2 — A medida a que se refere a alínea f) do número na alínea g) do n.º 2 do artigo 94.º e na alínea b) do
anterior deve ser fundamentada nas exigências de equi- n.º 1 do artigo 101.º, relativos ao estado dos serviços
líbrio da carga processual e da eficiência dos serviços, e e qualidade da resposta, os quais são remetidos para
precedida da audição do magistrado a reafetar. conhecimento ao Conselho Superior da Magistratura,
3 — As medidas a que se referem as alíneas g) e h) ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Mi-
do n.º 1 são precedidas da audição dos magistrados nistério da Justiça;
visados. b) […];
4 — A reafetação de magistrados do Ministério Pú- c) […];
blico ou a afetação de processos têm como finalidade d) […];
responder a necessidades de serviço, pontuais e tran- e) Aprovação de proposta de alteração ao mapa de
sitórias, e devem ser fundadas em critérios gerais, de- pessoal, observados os limites fixados para a secretaria
finidos pelo Conselho Superior do Ministério Público, da comarca, a qual deve ser comunicada ao Ministério
respeitando sempre princípios de proporcionalidade e da Justiça antes do início do prazo de apresentação de
equilíbrio de serviço, não podendo implicar prejuízo candidaturas ao movimento anual;
pessoal sério para a vida pessoal ou familiar do ma- f) […].
gistrado.
5 — O magistrado do Ministério Público coordena- 3 — […].
dor tem direito a despesas de representação, nos termos 4 — […].
do disposto no n.º 3 do artigo 96.º 5 — […].
6 — […].
Artigo 103.º
Artigo 109.º
Recursos
[…]
Cabe recurso necessário, sem efeito suspensivo, para
o Conselho Superior do Ministério Público, a interpor 1 — […].
2 — […]:
no prazo de 20 dias úteis, dos atos e regulamentos ad-
ministrativos emitidos pelo magistrado do Ministério a) […];
Público coordenador. b) […];
c) […];
Artigo 104.º d) […];
[…]
e) […];
f) […];
1 — […]. g) […];
2 — O administrador judiciário, ainda que no exer- h) Um representante da Ordem dos Solicitadores e
cício de competências próprias, atua sob a orientação dos Agentes de Execução, com escritório na comarca;
genérica do juiz presidente do tribunal, excecionados i) […];
os assuntos que respeitem exclusivamente ao funcio- j) […].
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(7)
Artigo 155.º entre juízes de direito com mais de cinco anos de serviço
[…]
e classificação não inferior a Bom.
3 — […].
[…]: 4 — […].
a) […]; 5 — A perda dos requisitos exigidos pelos n.os 1 e
b) […]; 2 determina que o lugar seja posto a concurso no mo-
c) […]; vimento judicial seguinte.
d) […];
e) […]; Artigo 184.º
f) […]; […]
g) […];
1 — […].
h) Alterar a distribuição de processos nos juízos onde
2 — […].
exercem funções mais do que um juiz, a fim de asse-
3 — Os magistrados do Ministério Público em exer-
gurar a igualização e operacionalidade dos serviços,
cício de funções de representação nos juízos locais a
designadamente em articulação com os presidentes das
que se refere o n.º 2 do artigo anterior, no Departamento
comarcas;
Central de Investigação e Ação Penal e nos Departa-
i) […];
mentos de Investigação e Ação Penal, com exceção
j) […];
dos magistrados colocados em municípios onde se en-
k) […];
contram instalados juízos de competência genérica,
l) […];
auferem pelo índice 175 da escala indiciária constante
m) […];
do mapa anexo ao Estatuto do Ministério Público, sem
n) […].
prejuízo de remuneração superior a que tenham direito
nos termos dessa escala indiciária.
Artigo 156.º
4 — […].»
[…]
O Conselho Superior da Magistratura envia, no mês Artigo 3.º
de março de cada ano, à Assembleia da República, Aditamento à Lei da Organização do Sistema Judiciário
relatório da sua atividade respeitante ao ano judicial
São aditados à Lei da Organização do Sistema Judiciá-
anterior, o qual é publicado no Diário da Assembleia
rio, aprovada pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, os
da República.
artigos 82.º-A e 82.º-B, com a seguinte redação:
Artigo 159.º
«Artigo 82.º-A
[…]
Realização de diligências em municípios onde
A organização dos serviços e do pessoal da secretaria não esteja sediado tribunal ou juízo
do Conselho Superior da Magistratura é definida em Em municípios onde não esteja sediado tribunal ou
diploma próprio. juízo, o Ministério da Justiça pode definir por portaria,
ouvidos o Conselho Superior da Magistratura e o Con-
Artigo 174.º selho Superior do Ministério Público:
Extinção de vagas de juízes auxiliares a) Instalações adequadas, designadamente edifícios
nos tribunais da Relação
públicos, em que se podem realizar atos judiciais e
1 — São extintas as vagas de auxiliar nos tribunais julgamentos criminais da competência de juiz singular;
da Relação. b) A instalação, em espaços afetos a serviços da jus-
2 — Os juízes de direito destacados como juízes au- tiça ou a outros serviços públicos, de equipamentos
xiliares nos tribunais da Relação cessam o destacamento tecnológicos que permitam a comunicação, por meio
com a entrada em vigor da presente lei, considerando-se visual e sonoro, em tempo real, com vista à realização
desde então, para todos os efeitos, como juízes desem- de inquirições ou outras diligências processuais, sempre
bargadores efetivos. que o magistrado considere que a utilização daquele
3 — Os juízes referidos no número anterior são con- meio não prejudica a genuinidade da produção e da
correntes necessários no movimento judicial imediata- assunção da prova e que as acessibilidades dificultam
mente subsequente. o acesso dos cidadãos residentes nesse município ao
tribunal ou juízo da causa.
Artigo 183.º
[…]
Artigo 82.º-B
Inquirição de reclusos
1 — Os juízes a colocar nos tribunais de competência
territorial alargada e nos juízos referidos nas alíneas a), 1 — Os reclusos podem prestar depoimento em qual-
c) e f) a j) do n.º 3 do artigo 81.º são nomeados de entre quer inquérito ou processo judicial, independentemente
juízes de direito com mais de 10 anos de serviço e clas- do local onde se situe o tribunal ou juízo da causa, no
sificação não inferior a Bom com distinção. estabelecimento prisional em que se encontram, através
2 — Os juízes a colocar nos juízos referidos nas alí- de equipamento tecnológico que permita a comunicação,
neas b), d) e e) do n.º 3 do artigo 81.º são nomeados de por meio visual e sonoro, em tempo real.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(11)
2 — Do disposto no número anterior excecionam-se e sonoro, em tempo real, a partir do tribunal ou do juízo
as situações em que: da área da sua residência.
2 — O tribunal da causa designa a data da audiência,
a) O recluso assuma no processo em causa a quali-
depois de ouvido o tribunal ou juízo onde a testemunha
dade jurídico-processual de arguido; ou
deve prestar depoimento, e notifica-a para compare-
b) As audições do recluso ocorram nos processos da
cer.
competência do tribunal de execução das penas.
3 — No dia da inquirição, a testemunha identifica-se
perante o funcionário judicial do tribunal ou do juízo
3 — A notificação é requisitada ao diretor do esta-
onde o depoimento é prestado, mas a partir desse mo-
belecimento prisional respetivo.
mento a inquirição é efetuada perante o juiz da causa e
4 — No dia da inquirição, o recluso identifica-se
os mandatários das partes, através de equipamento tec-
perante o responsável da área jurídica e de execução
das penas do estabelecimento prisional. nológico que permita a comunicação, por meio visual e
5 — A partir desse momento, a inquirição é efetuada sonoro, em tempo real, sem necessidade de intervenção
apenas perante o juiz da causa ou o magistrado do Mi- do juiz do local onde o depoimento é prestado.
nistério Público e os advogados ou defensores. 4 — Sem prejuízo do disposto em instrumentos in-
6 — O recluso, querendo, pode ser assistido presen- ternacionais ou europeus, as testemunhas residentes
cialmente, durante a inquirição, por mandatário judicial.» no estrangeiro são inquiridas através de equipamento
tecnológico que permita a comunicação, por meio visual
Artigo 4.º e sonoro, em tempo real, sempre que no local da sua
residência existam os meios tecnológicos necessários.
Alteração sistemática da Lei da Organização 5 — Nas causas pendentes em tribunais ou juízos
do Sistema Judiciário sediados nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto
São introduzidas as seguintes alterações sistemáticas não há lugar a inquirição por meio de equipamento tec-
ao capítulo V do título V da Lei n.º 62/2013, de 26 de nológico que permita a comunicação, por meio visual e
agosto: sonoro, em tempo real, quando a testemunha a inquirir
resida na respetiva área metropolitana, ressalvando-se
a) A secção VI passa a denominar-se «Juízos centrais, os casos previstos no artigo 520.º.»
juízos de instrução criminal, juízos de família e menores,
juízos do trabalho, juízos de comércio e juízos de execu- Artigo 6.º
ção»;
b) A subsecção I da secção VI passa denominar-se «Ju- Alteração ao Código do Processo Penal
ízos centrais cíveis»; O artigo 318.º do Código do Processo Penal, aprovado
c) A Subsecção II da Secção VI passa denominar-se pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro, alterado
«Juízos centrais criminais»; pelos Decretos-Leis n.os 387-E/87, de 29 de dezembro,
d) A Subsecção III da Secção VI passa a denominar-se 212/89, de 30 de junho, e 17/91, de 10 de janeiro, pela Lei
«Juízos de instrução criminal»; n.º 57/91, de 13 de agosto, pelos Decretos-Leis n.os 423/91,
e) A Subsecção IV da Secção VI passa a denominar-se de 30 de outubro, 343/93, de 1 de outubro, e 317/95, de
«Juízos de família e menores»; 28 de novembro, pelas Leis n.os 59/98, de 25 de agosto,
f) A Subsecção V da Secção VI passa a denominar-se 3/99, de 13 de janeiro, e 7/2000, de 27 de maio, pelo
«Juízos do trabalho»; Decreto-Lei n.º 320-C/2000, de 15 de dezembro, pelas Leis
g) A Subsecção VI da Secção VI passa a denominar-se n.os 30-E/2000, de 20 de dezembro, e 52/2003, de 22 de
«Juízos de comércio»; agosto, pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27 de dezembro,
h) A Subsecção VII da Secção VI passa a denominar-se pela Lei n.º 48/2007, de 29 de agosto, pelo Decreto-Lei
«Juízos de execução»; n.º 34/2008, de 26 de fevereiro, e pelas Leis n.os 52/2008,
i) A Secção VII passa a denominar-se «Juízos locais de 28 de agosto, 115/2009, de 12 de outubro, 26/2010, de
cíveis, locais criminais, locais de pequena criminalidade, 30 de agosto, 20/2013, de 21 de fevereiro, pela Lei Orgâ-
de competência genérica e de proximidade». nica n.º 2/2014, de 6 de agosto, pelas Leis n.os 27/2015, de
14 de abril, 58/2015, de 23 de junho e 130/2015, de 4 de
Artigo 5.º setembro, e pela Lei n.º 1/2016, de 25 de fevereiro, passa
Alteração ao Código de Processo Civil a ter a seguinte redação:
O artigo 502.º do Código de Processo Civil, aprovado «Artigo 318.º
pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, e alterado pela Lei
n.º 122/2015, de 1 de setembro, passa a ter a seguinte Residentes fora do município
redação: 1 — Excecionalmente, a tomada de declarações ao
assistente, às partes civis, às testemunhas, a peritos ou
«Artigo 502.º a consultores técnicos pode, oficiosamente ou a reque-
Inquirição por meio tecnológico rimento, não ser prestada presencialmente, podendo ser
solicitada ao juiz de outro tribunal ou juízo, por meio
1 — As testemunhas residentes fora do município adequado de comunicação, nos termos do artigo 111.º, se:
onde se encontra sediado o tribunal ou juízo são apresen-
tadas pelas partes, nos termos do n.º 2 do artigo 507.º, a) Aquelas pessoas residirem fora do município onde
quando estas assim o tenham declarado aquando do seu se situa o tribunal ou juízo da causa;
oferecimento, ou são ouvidas por meio de equipamento b) […];
tecnológico que permita a comunicação, por meio visual c) […].
4780-(12) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016
bunal de Contas, pelo Procurador-Geral da República e 2 — Para garantir o exercício livre e independente de
por procuradores-gerais-adjuntos; mandato que lhes seja confiado, a lei assegura aos advo-
b) Nos tribunais da Relação pelo procurador-geral gados as imunidades necessárias a um desempenho eficaz,
distrital e por procuradores-gerais-adjuntos e nos tribu- designadamente:
nais centrais administrativos por procuradores-gerais-
-adjuntos; a) O direito à proteção do segredo profissional;
c) Nos tribunais de competência territorial alargada, b) O direito ao livre exercício do patrocínio e ao não
nos juízos centrais e locais e nos tribunais administrati- sancionamento pela prática de atos conformes ao estatuto
vos de círculo e tribunais tributários, por procuradores- da profissão;
-gerais-adjuntos, por procuradores da República e por c) O direito à especial proteção das comunicações com o
procuradores-adjuntos. cliente e à preservação do sigilo da documentação relativa
ao exercício da defesa;
2 — Nos juízos centrais a representação é assegurada,
em regra, por procurador da República. d) O direito a regimes específicos de imposição de selos,
3 — Os magistrados referidos no n.º 1 fazem-se substi- arrolamentos e buscas em escritórios de advogados, bem
tuir nos termos do Estatuto do Ministério Público. como de apreensão de documentos.
3 — Podem ser criados os seguintes juízos de compe- b) A instalação, em espaços afetos a serviços da justiça
tência especializada: ou a outros serviços públicos, de equipamentos tecnológi-
a) Central cível; cos que permitam a comunicação, por meio visual e sonoro,
b) Local cível; em tempo real, com vista à realização de inquirições ou
c) Central criminal; outras diligências processuais, sempre que o magistrado
d) Local criminal; considere que a utilização daquele meio não prejudica a
e) Local de pequena criminalidade; genuinidade da produção e da assunção da prova e que as
f) Instrução criminal; acessibilidades dificultam o acesso dos cidadãos residentes
g) Família e menores; nesse município ao tribunal ou juízo da causa.
h) Trabalho;
i) Comércio; Artigo 82.º-B
j) Execução. Inquirição de reclusos
4 — Sempre que o volume processual o justifique po- 1 — Os reclusos podem prestar depoimento em qual-
dem ser criados, por decreto-lei, juízos de competência quer inquérito ou processo judicial, independentemente
especializada mista. do local onde se situe o tribunal ou juízo da causa, no
5 — Podem ser alteradas, por decreto-lei, a estrutura e a estabelecimento prisional em que se encontram, através
organização dos tribunais de comarca definidos na presente de equipamento tecnológico que permita a comunicação,
lei e que importem a criação ou a extinção de juízos. por meio visual e sonoro, em tempo real.
6 — Pode proceder-se à agregação de juízos por por- 2 — Do disposto no número anterior excecionam-se as
taria do membro do Governo responsável pela área da situações em que:
justiça, ouvidos o Conselho Superior da Magistratura, o
a) O recluso assuma no processo em causa a qualidade
Conselho Superior do Ministério Público e a Ordem dos
Advogados. jurídico-processual de arguido; ou
b) As audições do recluso ocorram nos processos da
Artigo 82.º competência do tribunal de execução das penas.
Realização de audiências de julgamento 3 — A notificação é requisitada ao diretor do estabele-
ou outras diligências processuais cimento prisional respetivo.
1 — Podem ser realizadas em qualquer juízo, ainda 4 — No dia da inquirição, o recluso identifica-se perante
que de proximidade, audiências de julgamento ou outras o responsável da área jurídica e de execução das penas do
diligências processuais cuja realização aí seja determinada, estabelecimento prisional.
nos termos da lei do processo, pelo juiz titular ou pelo 5 — A partir desse momento, a inquirição é efetuada
magistrado do Ministério Público, ouvidas as partes. apenas perante o juiz da causa ou o magistrado do Minis-
2 — As audiências judiciais e diligências referidas no tério Público e os advogados ou defensores.
número anterior podem ainda, quando o interesse da jus- 6 — O recluso, querendo, pode ser assistido presencial-
tiça ou outras circunstâncias ponderosas o justifiquem, ser mente, durante a inquirição, por mandatário judicial.
realizadas em local diferente, na respetiva circunscrição
ou fora desta. Artigo 83.º
3 — As audiências de julgamento dos processos de
natureza criminal da competência do tribunal singular são Tribunais de competência territorial alargada
realizadas no juízo territorialmente competente de acordo 1 — Podem existir tribunais judiciais de primeira ins-
com as regras processuais fixadas para conhecer do crime, tância com competência para mais do que uma comarca
ainda que se trate de um juízo de proximidade. ou sobre áreas especialmente referidas na lei, designados
4 — Não se aplica o disposto no número anterior aos por tribunais de competência territorial alargada.
julgamentos em processo sumário. 2 — Os tribunais referidos no número anterior são
5 — A fim de prevenir o risco de sobreposição de datas de competência especializada e conhecem de matérias
de diligências a que devam comparecer ou presidir os ma- determinadas, independentemente da forma de processo
gistrados do Ministério Público, deve o juiz providenciar aplicável.
pela marcação do dia e hora da sua realização mediante 3 — São, nomeadamente, tribunais de competência
prévio acordo com aqueles, aplicando-se, com as devidas territorial alargada:
adaptações, o disposto no artigo 151.º do Código de Pro-
cesso Civil. a) O tribunal da propriedade intelectual;
b) O tribunal da concorrência, regulação e supervisão;
Artigo 82.º-A c) O tribunal marítimo;
Realização de diligências em municípios
d) O tribunal de execução das penas;
onde não esteja sediado tribunal ou juízo e) O tribunal central de instrução criminal.
Em municípios onde não esteja sediado tribunal ou 4 — A sede e a área de competência territorial dos
juízo, o Ministério da Justiça pode definir por portaria, tribunais referidos no número anterior são definidas no
ouvidos o Conselho Superior da Magistratura e o Conselho anexo III.
Superior do Ministério Público: 5 — Quando as necessidades de especialização, vo-
a) Instalações adequadas, designadamente edifícios lume, complexidade processual e natureza do serviço o
públicos, em que se podem realizar atos judiciais e julga- justifiquem podem ser criados por lei outros tribunais com
mentos criminais da competência de juiz singular; competência territorial alargada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(23)
para o desempenho dos tribunais judiciais de primeira 5 — Os objetivos processuais da comarca devem ser
instância para o triénio subsequente. refletidos nos objetivos estabelecidos anualmente para
2 — O cumprimento dos objetivos estratégicos é mo- os oficiais de justiça e ser ponderados na respetiva ava-
nitorizado anualmente pelas entidades referidas no nú- liação.
mero anterior realizando-se, para o efeito, reuniões entre 6 — Os objetivos processuais da comarca devem ser
representantes do Conselho Superior da Magistratura, da ponderados nos critérios de avaliação dos magistrados
Procuradoria-Geral da República e do competente serviço nos moldes que vierem a ser definidos pelos respetivos
do Ministério da Justiça, com periodicidade trimestral, para Conselhos.
acompanhamento da evolução dos resultados registados em
face dos objetivos assumidos, com base, designadamente, SUBSECÇÃO II
nos elementos disponibilizados pelo sistema de informação Presidente do tribunal de comarca
de suporte à tramitação processual.
3 — O Conselho Superior da Magistratura, a Procuradoria- Artigo 92.º
-Geral da República e o membro do Governo responsável
pela área da justiça articulam até 15 de julho os objetivos Juiz presidente
para o ano judicial subsequente e para o conjunto dos 1 — Em cada tribunal de comarca existe um presidente.
tribunais judiciais de primeira instância e para as Procura- 2 — O presidente do tribunal é nomeado, por escolha,
dorias e departamentos do Ministério Público, ponderando pelo Conselho Superior da Magistratura, em comissão
os meios afetos à adequação entre os valores da referência de serviço, pelo período de três anos, e sem prejuízo do
processual estabelecidos e os resultados registados em face disposto no artigo seguinte, de entre juízes que cumpram
dos objetivos assumidos, com base, designadamente, nos os seguintes requisitos:
elementos disponibilizados pelo sistema de informação de
a) Exerçam funções efetivas como juízes desembarga-
suporte à tramitação processual. dores e possuam classificação de Muito bom em anterior
4 — Os valores de referência processual reportam-se classificação de serviço; ou
a valores de produtividade calculados em abstrato por b) Exerçam funções efetivas como juízes de direito,
magistrado e são revistos com periodicidade trienal. possuam 15 anos de serviço nos tribunais e última classi-
5 — O indicador a que se refere o número anterior ficação de serviço de Muito bom.
pode ser estabelecido de forma única para todo o territó-
rio nacional ou assumir especificidades para as diferentes 3 — A comissão de serviço pode não dar lugar à abertura
comarcas. de vaga e pode ser cessada a qualquer momento, mediante
6 — Pode ser definido, por decreto-lei, um sistema de deliberação fundamentada do Conselho Superior da Ma-
incentivos para os tribunais judiciais de primeira instância gistratura.
que ultrapassem significativamente os valores de referência
processual estabelecidos. Artigo 93.º
Artigo 91.º Renovação e avaliação
f) Pronunciar-se, sempre que seja ponderada pelo Con- g) Propor ao Conselho Superior da Magistratura o exer-
selho dos Oficiais de Justiça a realização de sindicâncias cício de funções de juízes em mais do que um tribunal ou
relativamente aos serviços judiciais e à secretaria; juízo da mesma comarca, respeitado o princípio da espe-
g) Elaborar um relatório semestral sobre o estado dos cialização dos magistrados, ponderadas as necessidades
serviços judiciais e a qualidade da resposta. dos serviços e o volume processual existente;
h) Solicitar o suprimento de necessidades de resposta
3 — O presidente do tribunal possui as seguintes com- adicional, nomeadamente através do recurso aos quadros
petências funcionais: complementares de juízes.
a) Dar posse aos juízes e ao administrador judiciário;
b) Elaborar os mapas de turnos e de férias dos juízes 5 — As medidas a que se refere a alínea f) do número
e submetê-los a aprovação do Conselho Superior da Ma- anterior são precedidas da concordância do juiz a reafetar
gistratura; ou do juiz a quem sejam afetados os processos.
c) Exercer a ação disciplinar sobre os oficiais de justiça, 6 — A reafetação de juízes ou a afetação de processos
relativamente a pena de gravidade inferior à de multa, e, têm como finalidade responder a necessidades de serviço,
nos restantes casos, ordenar a instauração de processo dis- pontuais e transitórias, e devem ser fundadas em critérios
ciplinar, com exceção daqueles a que se reporta a alínea k) gerais, definidos pelo Conselho Superior da Magistra-
do n.º 1 do artigo 101.º; tura, respeitando sempre princípios de proporcionalidade,
d) Nomear um juiz substituto, em caso de impedimento
equilíbrio de serviço e aleatoriedade na distribuição, não
do titular ou do substituto designado, de acordo com orien-
tações genéricas do Conselho Superior da Magistratura; podendo implicar prejuízo pessoal sério para a vida pessoal
e) Assegurar a frequência equilibrada de ações de for- ou familiar do juiz.
mação pelos juízes da comarca, com respeito pelas ne- 7 — O Conselho Superior da Magistratura fixa anteci-
cessidades do serviço e em articulação com o Conselho padamente os critérios a considerar quanto à densificação
Superior da Magistratura; dos conceitos previstos na alínea f) do n.º 4 e publicita-os,
f) Participar no processo de avaliação dos oficiais de previamente à sua execução, nas páginas eletrónicas das
justiça, nos termos da legislação específica aplicável, com comarcas e do Conselho Superior da Magistratura.
exceção daqueles a que se reporta a alínea l) do n.º 1 do 8 — O presidente do tribunal possui as seguintes com-
artigo 101.º, sendo-lhe dado conhecimento dos relatórios petências administrativas:
das inspeções aos serviços e das avaliações, respeitando
a proteção dos dados pessoais. a) Elaborar os planos anuais e plurianuais de atividades
e relatórios de atividades;
4 — O presidente do tribunal possui as seguintes compe- b) Elaborar os regulamentos internos dos serviços ju-
tências de gestão processual, que exerce com observância diciais da comarca, ouvido o magistrado do Ministério
do disposto nos artigos 90.º e 91.º: Público coordenador e o administrador judiciário;
c) Participar na conceção e execução das medidas de
a) Implementar métodos de trabalho e objetivos men- organização e modernização da comarca;
suráveis para cada unidade orgânica, sem prejuízo das
competências e atribuições que, nessa matéria, prossegue d) Planear, no âmbito da magistratura judicial, as ne-
o Conselho Superior da Magistratura, designadamente na cessidades de recursos humanos.
fixação dos indicadores do volume processual adequado;
b) Acompanhar e avaliar a atividade do tribunal, em 9 — O presidente do tribunal exerce ainda as compe-
particular a qualidade do serviço de justiça prestado aos tências que lhe forem delegadas pelo Conselho Superior
cidadãos, tomando designadamente por referência as recla- da Magistratura.
mações ou as respostas a questionários de satisfação; 10 — Para efeitos de acompanhamento da atividade
c) Acompanhar o movimento processual do tribunal, dos tribunais e juízos sediados na comarca, incluindo os
identificando, designadamente, os processos que estão elementos relativos à duração dos processos e à produtivi-
pendentes por tempo considerado excessivo ou que não dade, são disponibilizados dados informatizados do sistema
são resolvidos em prazo considerado razoável, informando judicial, no respeito pela proteção dos dados pessoais.
o Conselho Superior da Magistratura e promovendo as
medidas que se justifiquem; Artigo 95.º
d) Promover, com a colaboração dos demais juízes, a
aplicação de medidas de simplificação e agilização proces- Magistrado judicial coordenador
suais, sem prejuízo do disposto em legislação específica 1 — Quando no mesmo tribunal ou juízo exerçam fun-
quanto à adoção de mecanismos de agilização processual ções mais de cinco juízes, o presidente do tribunal, ouvidos
pelo presidente do tribunal ou pelo juiz; aqueles, pode propor ao Conselho Superior da Magistratura
e) Propor ao Conselho Superior da Magistratura a
a nomeação de um magistrado judicial coordenador, para
criação e extinção de outros graus de especialização nas
unidades de processos, designadamente para as pequenas um ou mais juízos, obtida a prévia concordância deste.
causas; 2 — O magistrado judicial coordenador exerce, sob
f) Propor ao Conselho Superior da Magistratura a reafe- orientação do presidente do tribunal, as competências que
tação de juízes, respeitado o princípio da especialização dos este lhe delegar, sem prejuízo do respetivo poder de avo-
magistrados, a outro tribunal ou juízo da mesma comarca cação, devendo prestar contas do seu exercício sempre que
ou a afetação de processos para tramitação e decisão a outro para tal solicitado pelo presidente do tribunal.
juiz que não o seu titular, tendo em vista o equilíbrio da 3 — O magistrado judicial coordenador pode frequentar
carga processual e a eficiência dos serviços; o curso referido no artigo 97.º
4780-(26) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016
órgãos próprios do Ministério da Justiça ou pelo juiz pre- 3 — O conselho de gestão tem competência para acom-
sidente da comarca. panhar a execução orçamental em conformidade com o
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, os previsto na alínea j) do n.º 1 do artigo 106.º
órgãos próprios do Ministério da Justiça podem permitir, 4 — As alterações previstas na alínea c) do n.º 2 são
através de um ato de delegação de poderes, que o admi- enquadradas em orientações genéricas fixadas anualmente
nistrador pratique qualquer ato de administração ordinária pelo Ministério da Justiça.
inserido na competência daquelas entidades. 5 — O relatório a que se refere a alínea f) do n.º 2 é pu-
5 — O administrador judiciário pode delegar ou subde- blicitado nas páginas eletrónicas dos Conselhos Superiores
legar nos secretários de justiça as competências de gestão, e do Ministério da Justiça.
sem prejuízo de avocação. 6 — Podem ser convidados a reunir com o conselho de
6 — Das decisões do administrador judiciário proferidas gestão os membros do conselho consultivo a que se refere
no âmbito das suas competências cabe recurso necessário, o n.º 2 do artigo seguinte.
sem efeito suspensivo, para o Conselho Superior da Ma-
gistratura, ressalvadas as proferidas nos termos da parte SECÇÃO IV
final do n.º 2 do artigo 104.º, em que cabe recurso neces- Conselho consultivo
sário, sem efeito suspensivo, para o Conselho Superior do
Ministério Público. Artigo 109.º
Artigo 107.º Composição e funcionamento
b) Os regulamentos internos do tribunal e dos juízos f) Ações de declaração em que a causa de pedir verse
que o integram; sobre nomes de domínio na Internet;
c) Questões administrativas e de organização e funcio- g) Recursos das decisões da Fundação para a Compu-
namento da comarca da competência do juiz presidente; tação Científica Nacional, enquanto entidade competente
d) As necessidades de recursos humanos do tribunal para o registo de nomes de domínio de.PT, que regis-
e do Ministério Público e sobre o orçamento, propondo, tem, recusem o registo ou removam um nome de domínio
se for caso disso, as necessárias alterações, dele dando de.PT;
conhecimento ao Conselho Superior da Magistratura, ao h) Ações em que a causa de pedir verse sobre firmas ou
Conselho Superior do Ministério Público, ao Ministério denominações sociais;
da Justiça e à Ordem dos Advogados. i) Recursos das decisões do Instituto dos Registos e do
Notariado, I. P. (IRN, I. P.) relativas à admissibilidade de
2 — Compete ainda ao conselho consultivo pronunciar- firmas e denominações no âmbito do regime jurídico do
-se sobre as seguintes matérias: Registo Nacional de Pessoas Coletivas;
a) Evolução da resposta do tribunal às solicitações e j) Ações em que a causa de pedir verse sobre a prática
expectativas da comunidade; de atos de concorrência desleal em matéria de propriedade
b) Existência e manutenção de condições de acessibili- industrial;
dade e qualidade dos espaços e serviços do tribunal; k) Medidas de obtenção e preservação de prova e de
c) Utilização, manutenção e conservação dos equipa- prestação de informações quando requeridas no âmbito da
mentos afetos aos respetivos serviços; proteção de direitos de propriedade intelectual e direitos
d) Resolução de problemas de serviço suscitados pelos de autor.
representantes das profissões judiciárias ou apresentados
por qualquer um dos seus membros, estudando-os e apre- 2 — A competência a que se refere o número anterior
sentando propostas ao presidente do tribunal; abrange os respetivos incidentes e apensos, bem como a
e) Reclamações ou queixas recebidas do público sobre execução das decisões.
a organização e funcionamento em geral do tribunal de
comarca ou de algum dos seus serviços, bem como sobre SUBSECÇÃO II
o funcionamento do regime de acesso ao direito, estudando-
-as e apresentando ao presidente do tribunal, ao magistrado Tribunal da concorrência, regulação e supervisão
coordenador do Ministério Público, ao diretor-geral da
Administração da Justiça e ao representante da Ordem dos Artigo 112.º
Advogados sugestões ou propostas destinadas a superar Competência
deficiências e a fomentar o seu aperfeiçoamento;
f) Outras questões que lhe sejam submetidas pelo pre- 1 — Compete ao tribunal da concorrência, regulação e
sidente do tribunal. supervisão conhecer das questões relativas a recurso, revi-
são e execução das decisões, despachos e demais medidas
SECÇÃO V em processo de contraordenação legalmente suscetíveis
de impugnação:
Tribunais de competência territorial alargada
a) Da Autoridade da Concorrência (AdC);
SUBSECÇÃO I
b) Da Autoridade Nacional de Comunicações (ICP-
-ANACOM);
Tribunal da propriedade intelectual c) Do Banco de Portugal (BP);
d) Da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
Artigo 111.º (CMVM);
Competência e) Da Entidade Reguladora para a Comunicação Social
(ERC);
1 — Compete ao tribunal da propriedade intelectual
f) Do Instituto de Seguros de Portugal (ISP);
conhecer das questões relativas a:
g) Das demais entidades administrativas independentes
a) Ações em que a causa de pedir verse sobre direito de com funções de regulação e supervisão.
autor e direitos conexos;
b) Ações em que a causa de pedir verse sobre proprie- 2 — Compete ainda ao tribunal da concorrência, regula-
dade industrial, em qualquer das modalidades previstas ção e supervisão conhecer das questões relativas a recurso,
na lei; revisão e execução:
c) Ações de nulidade e de anulação previstas no Código
da Propriedade Industrial; a) Das decisões da AdC proferidas em procedimentos
d) Recursos de decisões do Instituto Nacional da Pro- administrativos a que se refere o regime jurídico da con-
priedade Industrial, I. P. (INPI, I. P.) que concedam ou re- corrência, bem como da decisão ministerial prevista no
cusem qualquer direito de propriedade industrial ou sejam artigo 34.º do Decreto-Lei n.º 10/2003, de 18 de janeiro;
relativas a transmissões, licenças, declarações de caduci- b) Das demais decisões da AdC que admitam recurso,
dade ou a quaisquer outros atos que afetem, modifiquem nos termos previstos no regime jurídico da concorrência.
ou extingam direitos de propriedade industrial;
e) Recurso e revisão das decisões ou de quaisquer outras 3 — As competências referidas nos números anteriores
medidas legalmente suscetíveis de impugnação tomadas abrangem os respetivos incidentes e apensos, bem como a
pelo INPI, I. P., em processo de contraordenação; execução das decisões.
4780-(30) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016
Compete ainda ao tribunal de execução das penas ga- Juízos de instrução criminal
rantir os direitos dos reclusos, pronunciando-se sobre a
legalidade das decisões dos serviços prisionais nos casos Artigo 119.º
e termos previstos na lei. Competência
j) Decidir acerca da caução que os pais devam prestar e) Conhecer do recurso das decisões que apliquem me-
a favor dos filhos menores; didas disciplinares a menores a quem tenha sido aplicada
k) Decretar a inibição, total ou parcial, e estabelecer medida de internamento.
limitações ao exercício de responsabilidades parentais,
previstas no artigo 1920.º do Código Civil, aprovado pelo 3 — Cessa a competência dos juízos de família e me-
Decreto-Lei n.º 47344, de 25 de novembro de 1966; nores quando:
l) Proceder à averiguação oficiosa da maternidade e da a) For aplicada pena de prisão efetiva, em processo
paternidade e preparar e julgar as ações de impugnação e penal, por crime praticado pelo menor com idade com-
de investigação da maternidade e da paternidade; preendida entre os 16 e os 18 anos;
m) Decidir, em caso de desacordo dos pais, sobre o b) O menor completar 18 anos antes da data da decisão
nome e apelidos do menor. em primeira instância.
2 — Compete ainda aos juízos de família e menores: 4 — Nos casos previstos no número anterior o processo
a) Havendo tutela ou administração de bens, determinar não é iniciado ou, se o tiver sido, é arquivado.
a remuneração do tutor ou do administrador, conhecer 5 — Fora das áreas abrangidas pela jurisdição de família
da escusa, da exoneração ou da remoção do tutor, do ad- e menores, cabe ao juízo local criminal ou de competência
ministrador ou do vogal do conselho de família, exigir e genérica conhecer dos processos tutelares educativos, e ao
julgar as contas, autorizar a substituição da hipoteca legal juízo local cível ou de competência genérica conhecer dos
e determinar o reforço e a substituição da caução prestada processos de promoção e proteção.
e nomear curador especial que represente o menor extra- 6 — A prática de atos urgentes é assegurada pelo respe-
judicialmente; tivo juízo de competência genérica, ainda que a comarca
b) Nomear curador especial que represente o menor em seja servida por juízo de família e menores, nos casos em
qualquer processo tutelar; que este se encontre sediado em diferente município.
c) Converter, revogar e rever a adoção, exigir e julgar
as contas do adotante e fixar o montante dos rendimentos Artigo 125.º
destinados a alimentos do adotado; Constituição
d) Decidir acerca do reforço e da substituição da caução
prestada a favor dos filhos menores; 1 — O juízo de família e menores funciona, em regra,
e) Exigir e julgar as contas que os pais devam prestar; com um juiz.
2 — Nos processos em que se presuma a aplicação de
f) Conhecer de quaisquer outros incidentes nos proces-
medida de internamento, medida de promoção ou proteção
sos referidos no número anterior.
sem que haja acordo, o julgamento pertence a um tribu-
nal constituído pelo juiz, que preside, e por dois juízes
3 — Nos casos em que a lei reserve a competência refe- sociais.
rida nos números anteriores a outras entidades, a competên-
cia dos juízos de família e menores respeita à reapreciação
SUBSECÇÃO V
das decisões dessas entidades.
4 — A prática de atos urgentes é assegurada pelo res- Juízos do trabalho
petivo juízo de competência genérica, ainda que a respe-
tiva comarca seja servida por juízo de família e menores, Artigo 126.º
nos casos em que este se encontre sediado em diferente Competência cível
município.
1 — Compete aos juízos do trabalho conhecer, em ma-
Artigo 124.º téria cível:
Competências em matéria tutelar educativa e de proteção a) Das questões relativas à anulação e interpretação dos
instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho que
1 — Compete ainda aos juízos de família e menores: não revistam natureza administrativa;
a) Preparar, apreciar e decidir os processos de promoção b) Das questões emergentes de relações de trabalho
e proteção; subordinado e de relações estabelecidas com vista à cele-
b) Aplicar medidas de promoção e proteção e acompa- bração de contratos de trabalho;
nhar a respetiva execução quando requeridas, sempre que c) Das questões emergentes de acidentes de trabalho e
uma criança ou jovem se encontre numa situação de perigo doenças profissionais;
e não for caso de intervenção da comissão de proteção. d) Das questões de enfermagem ou hospitalares, de
fornecimento de medicamentos emergentes da prestação
2 — Compete também aos juízos de família e menores: de serviços clínicos, de aparelhos de prótese e ortopedia
ou de quaisquer outros serviços ou prestações efetuados
a) Praticar os atos jurisdicionais relativos ao inquérito ou pagos em benefício de vítimas de acidentes de trabalho
tutelar educativo; ou doenças profissionais;
b) Apreciar os factos qualificados pela lei como crime, e) Das ações destinadas a anular os atos e contratos ce-
praticados por menor com idade compreendida entre os lebrados por quaisquer entidades responsáveis com o fim
12 e os 16 anos, com vista à aplicação de medida tutelar; de se eximirem ao cumprimento de obrigações resultantes
c) Executar e rever as medidas tutelares; da aplicação da legislação sindical ou do trabalho;
d) Declarar a cessação ou a extinção das medidas tu- f) Das questões emergentes de contratos equiparados
telares; por lei aos de trabalho;
4780-(34) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016
g) Das questões emergentes de contratos de aprendiza- 3 — Nas restantes causas a que se refere o n.º 1, um dos
gem e de tirocínio; juízes sociais é recrutado de entre entidades patronais e
h) Das questões entre trabalhadores ao serviço da mesma outro de entre trabalhadores assalariados.
entidade, a respeito de direitos e obrigações que resultem
de atos praticados em comum na execução das suas rela- SUBSECÇÃO VI
ções de trabalho ou que resultem de ato ilícito praticado
por um deles na execução do serviço e por motivo deste, Juízos de comércio
ressalvada a competência dos tribunais criminais quanto
à responsabilidade civil conexa com a criminal; Artigo 128.º
i) Das questões entre instituições de previdência ou de Competência
abono de família e seus beneficiários, quando respeitem a
direitos, poderes ou obrigações legais, regulamentares ou 1 — Compete aos juízos de comércio preparar e julgar:
estatutárias de umas ou outros, sem prejuízo da competên-
a) Os processos de insolvência e os processos especiais
cia própria dos tribunais administrativos e fiscais;
j) Das questões entre associações sindicais e sócios ou de revitalização;
pessoas por eles representados, ou afetados por decisões b) As ações de declaração de inexistência, nulidade e
suas, quando respeitem a direitos, poderes ou obrigações anulação do contrato de sociedade;
legais, regulamentares ou estatutárias de uns ou de outros; c) As ações relativas ao exercício de direitos sociais;
k) Dos processos destinados à liquidação e partilha d) As ações de suspensão e de anulação de deliberações
de bens de instituições de previdência ou de associações sociais;
sindicais, quando não haja disposição legal em contrário; e) As ações de liquidação judicial de sociedades;
l) Das questões entre instituições de previdência ou entre f) As ações de dissolução de sociedade anónima eu-
associações sindicais, a respeito da existência, extensão ou ropeia;
qualidade de poderes ou deveres legais, regulamentares ou g) As ações de dissolução de sociedades gestoras de
estatutários de um deles que afete o outro; participações sociais;
m) Das execuções fundadas nas suas decisões ou noutros h) As ações a que se refere o Código do Registo Co-
títulos executivos, ressalvada a competência atribuída a mercial;
outros tribunais;
i) As ações de liquidação de instituição de crédito e
n) Das questões entre sujeitos de uma relação jurídica
de trabalho ou entre um desses sujeitos e terceiros, quando sociedades financeiras.
emergentes de relações conexas com a relação de trabalho,
por acessoriedade, complementaridade ou dependência, 2 — Compete ainda aos juízos de comércio julgar as
e o pedido se cumule com outro para o qual o juízo seja impugnações dos despachos dos conservadores do registo
diretamente competente; comercial, bem como as impugnações das decisões profe-
o) Das questões reconvencionais que com a ação tenham ridas pelos conservadores no âmbito dos procedimentos
as relações de conexão referidas na alínea anterior, salvo administrativos de dissolução e de liquidação de sociedades
no caso de compensação, em que é dispensada a conexão; comerciais.
p) Das questões cíveis relativas à greve; 3 — A competência a que se refere o n.º 1 abrange os
q) Das questões entre comissões de trabalhadores e as respetivos incidentes e apensos, bem como a execução
respetivas comissões coordenadoras, a empresa ou traba- das decisões.
lhadores desta;
r) De todas questões relativas ao controlo da legalidade SUBSECÇÃO VII
da constituição, dos estatutos e respetivas alterações, do
funcionamento e da extinção das associações sindicais, Juízos de execução
associações de empregadores e comissões de trabalha-
dores; Artigo 129.º
s) Das demais questões que por lei lhes sejam atribuídas. Competência
2 — Compete ainda aos juízos do trabalho julgar os 1 — Compete aos juízos de execução exercer, no âmbito
recursos das decisões das autoridades administrativas em dos processos de execução de natureza cível, as compe-
processos de contraordenação nos domínios laboral e da tências previstas no Código de Processo Civil.
segurança social. 2 — Estão excluídos do número anterior os processos
atribuídos ao tribunal da propriedade intelectual, ao tribu-
Artigo 127.º nal da concorrência, regulação e supervisão, ao tribunal
Constituição do tribunal coletivo marítimo, aos juízos de família e menores, aos juízos do
trabalho, aos juízos de comércio, bem como as execuções
1 — Nas causas referidas nas alíneas a), b), e), f), g) e
q) do n.º 1 do artigo 126.º em que deva intervir o coletivo, de sentenças proferidas em processos de natureza criminal
o tribunal é constituído pelo coletivo e por dois juízes que, nos termos da lei processual penal, não devam correr
sociais. perante um juízo cível.
2 — Nas causas referidas na alínea f) do n.º 1 do ar- 3 — Para a execução das decisões proferidas pelo juízo
tigo 126.º, um dos juízes sociais deve ser nomeado na central cível é competente o juízo de execução que seria
qualidade de trabalhador independente e outro na qualidade competente se a causa não fosse da competência daquele
de trabalhador assalariado. juízo em razão do valor.
Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016 4780-(35)
SECÇÃO VII especial interesse nos atos ou processos, desde que obser-
Juízos locais cíveis, locais criminais, locais de pequena
vadas as limitações previstas na lei para a publicidade do
criminalidade, processo e segredo de justiça;
de competência genérica e de proximidade b) Proceder à receção de papéis, documentos e articula-
dos destinados a processos que corram ou tenham corrido
Artigo 130.º termos em qualquer tribunal sediado na comarca;
c) Operacionalizar e acompanhar as diligências de au-
Competência dição com recurso a equipamento tecnológico que permita
1 — Os juízos locais cíveis, locais criminais e de com- a comunicação, por meio visual e sonoro, em tempo real;
petência genérica possuem competência na respetiva área d) Praticar os atos que venham a ser determinados pelos
territorial, tal como definida em decreto-lei, quando as órgãos de gestão.
causas não sejam atribuídas a outros juízos ou tribunal de
competência territorial alargada. SECÇÃO VIII
2 — Os juízos locais cíveis, locais criminais e de com-
petência genérica possuem ainda competência para: Execução de decisões relativas a multas,
custas e indemnizações
a) Proceder à instrução criminal, decidir quanto à pro-
núncia e exercer as funções jurisdicionais relativas ao Artigo 131.º
inquérito, onde não houver juízo de instrução criminal ou
juiz de instrução criminal; Execução por multas, custas e indemnizações
b) Fora dos municípios onde estejam instalados juízos A execução das decisões relativas a multas, custas e in-
de instrução criminal, exercer as funções jurisdicionais demnizações previstas na lei processual aplicável compete
relativas aos inquéritos penais, ainda que a respetiva área ao juízo ou tribunal que as tenha proferido.
territorial se mostre abrangida por esse juízo especializado;
c) Exercer, no âmbito do processo de execução, as com-
petências previstas no Código de Processo Civil, onde não SECÇÃO IX
houver juízo de execução ou outro juízo ou tribunal de Tribunal singular, coletivo e do júri
competência especializada competente;
d) Julgar os recursos das decisões das autoridades admi-
SUBSECÇÃO I
nistrativas em processos de contraordenação, salvo os recur-
sos expressamente atribuídos a juízos de competência espe- Tribunal singular
cializada ou a tribunal de competência territorial alargada;
e) Cumprir os mandados, cartas, ofícios e comunicações Artigo 132.º
que lhes sejam dirigidos pelos tribunais ou autoridades
Composição e competência
competentes;
f) Exercer as demais competências conferidas por lei. 1 — O tribunal singular é composto por um juiz.
2 — Compete ao tribunal singular julgar os processos
3 — Nas situações a que se reporta a alínea b) do nú- que não devam ser julgados pelo tribunal coletivo ou do júri.
mero anterior, o Conselho Superior da Magistratura define,
detalhadamente, os atos jurisdicionais a praticar por cada SUBSECÇÃO II
um dos juízos locais e juízos de competência genérica.
4 — Os juízos de pequena criminalidade, possuem com- Tribunal coletivo
petência para:
Artigo 133.º
a) Causas a que corresponda a forma de processo su-
mário, abreviado e sumaríssimo; Composição
b) Recursos das decisões das autoridades administrativas 1 — O tribunal coletivo é composto, em regra, por três
em processo de contraordenação a que se refere a alínea d) juízes privativos.
do n.º 2, quando o valor da coima aplicável seja igual ou infe- 2 — Quando se justifique, o Conselho Superior da Ma-
rior a € 15 000,00, independentemente da sanção acessória. gistratura, ouvido o presidente do tribunal de comarca,
5 — Compete aos juízos de proximidade: designa os juízes necessários à constituição do tribunal
a) Assegurar a realização, de acordo com o regime cons- coletivo, devendo a designação recair em juiz privativo da
tante dos n.os 3 e 4 do artigo 82.º, das audiências de julga- mesma comarca, salvo manifesta impossibilidade.
mento dos processos de natureza criminal da competência 3 — Nos juízos centrais criminais de Lisboa e do Porto
do tribunal singular; há um juiz militar por cada ramo das Forças Armadas e
b) Assegurar a realização das demais audiências de um pela GNR, os quais intervêm nos termos do Código
julgamento ou outras diligências processuais que sejam de Justiça Militar.
determinadas pelo juiz competente, nomeadamente quando
daí resultem vantagens para a aquisição da prova ou as Artigo 134.º
condições de acessibilidade dificultem gravemente a des- Competência
locação dos intervenientes processuais.
Compete ao tribunal coletivo julgar:
6 — Incumbe, ainda, aos juízos de proximidade: a) Em matéria penal, os processos a que se refere o
a) Prestar informações de caráter processual, no âmbito artigo 14.º do Código do Processo Penal, aprovado pelo
dos tribunais sediados na respetiva comarca, em razão do Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro;
4780-(36) Diário da República, 1.ª série — N.º 244 — 22 de dezembro de 2016
d) Os processos de inquérito, decorridos três meses após 4 — Os tribunais centrais administrativos são declarados
despacho de arquivamento; instalados por portaria do membro do Governo responsável
e) Os demais processos a cargo do Ministério Público, pela área da justiça, a qual fixa os respetivos quadros.
logo que preenchido o seu fim.
Artigo 148.º
2 — Os processos, livros e papéis ingressam no arquivo
Tribunais administrativos de círculo e tribunais tributários
do tribunal após a fiscalização do Ministério Público e a
correição, consoante os casos, do juiz ou do magistrado 1 — A sede dos tribunais administrativos de círculo e
do Ministério Público, sem prejuízo dos casos em que o dos tribunais tributários e as respetivas áreas de jurisdição
arquivamento é assegurado automaticamente pelo sistema são determinadas por decreto-lei.
informático, sem necessidade de intervenção judicial ou 2 — O número de juízes em cada tribunal administrativo
da secretaria. de círculo e em cada tribunal tributário é fixado por portaria
Artigo 143.º do membro do Governo responsável pela área da justiça.
3 — Os tribunais administrativos de círculo e os tri-
Conservação e eliminação de documentos
bunais tributários são declarados instalados por portaria
O regime de conservação e eliminação de documentos do membro do Governo responsável pela área da justiça.
em arquivo é definido por portaria dos membros do Go-
verno responsáveis pelas áreas da justiça e da cultura.
TÍTULO VII
TÍTULO VI Tribunal de Contas
Tribunais administrativos e fiscais Artigo 149.º
Definição
Artigo 144.º
Definição
1 — O Tribunal de Contas é o órgão supremo de fisca-
lização da legalidade e regularidade das receitas e das des-
1 — Aos tribunais administrativos e fiscais compete pesas públicas e do julgamento das contas que a lei mandar
o julgamento de litígios emergentes de relações jurídicas submeter-lhe, aprecia a boa gestão financeira e efetiva
administrativas e fiscais. responsabilidades por infrações financeiras, competindo-
2 — A estrutura, a competência, a organização e o fun- -lhe, nomeadamente:
cionamento dos tribunais administrativos e fiscais são
definidos em diploma próprio. a) Dar parecer sobre a Conta Geral do Estado, incluindo
a da segurança social, bem como sobre a conta da Assem-
Artigo 145.º bleia da República;
b) Dar parecer sobre as contas das Regiões Autónomas
Categorias de tribunais administrativos e fiscais dos Açores e da Madeira;
1 — Existem os seguintes tribunais administrativos e c) Exercer as demais competências que lhe forem atri-
fiscais: buídas por lei.
a) O Supremo Tribunal Administrativo; 2 — O Tribunal de Contas tem jurisdição e poderes de
b) Os tribunais centrais administrativos; controlo financeiro no âmbito da ordem jurídica portu-
c) Os tribunais administrativos de círculo; guesa, tanto no território nacional como no estrangeiro.
d) Os tribunais tributários. 3 — Sempre que se verifique conflito de jurisdição entre
o Tribunal de Contas e o Supremo Tribunal Administrativo,
2 — Quando funcionem agregados, os tribunais admi- compete ao Tribunal de Conflitos, presidido pelo Presidente
nistrativos de círculo e os tribunais tributários assumem a do Supremo Tribunal de Justiça e constituído por dois juí-
designação unitária de tribunais administrativos e fiscais. zes de cada um dos tribunais, dirimir o respetivo conflito.
4 — O âmbito da competência, composição, organiza-
Artigo 146.º ção e funcionamento do Tribunal de Contas são determi-
Supremo Tribunal Administrativo nados nos termos da Constituição e da lei.
O Supremo Tribunal Administrativo é o órgão superior
da hierarquia dos tribunais da jurisdição administrativa e TÍTULO VIII
fiscal, tem sede em Lisboa e jurisdição em todo o território
nacional. Tribunais arbitrais
Artigo 147.º
Artigo 150.º
Tribunais centrais administrativos
Tribunais arbitrais
1 — São tribunais centrais administrativos o Tribunal
Central Administrativo Sul, com sede em Lisboa, e o Tri- 1 — Salvo nos casos expressamente previstos por lei, a
bunal Central Administrativo Norte, com sede no Porto. submissão de qualquer litígio à apreciação de um tribunal
2 — As áreas de jurisdição dos tribunais centrais admi- arbitral depende da vontade expressa e inequívoca das
nistrativos são determinadas por decreto-lei. partes.
3 — Os tribunais centrais administrativos conhecem de 2 — A competência, a organização e o funcionamento
matéria de facto e de direito. dos tribunais arbitrais são definidos em diploma próprio.
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Até à entrada em vigor da presente lei, a intervenção dos Tribunal da Relação de Lisboa
juízes de círculo nas ações de valor superior à alçada do tri-
bunal da Relação apenas ocorre na discussão e julgamento Área de competência:
da causa e na elaboração das respetivas sentenças, salvo Comarcas: Açores, Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste
nos casos em que o Código do Processo Civil, aprovado e Madeira.
pelo Decreto-Lei n.º 44129, de 28 de dezembro de 1961, Tribunais de competência territorial alargada: Tribu-
excluía a intervenção do tribunal coletivo. nal da Propriedade Intelectual, Tribunal da Concorrência,
Regulação e Supervisão, Tribunal Marítimo, Tribunal de
Artigo 187.º Execução das Penas de Lisboa e Tribunal Central de Ins-
trução Criminal.
Norma revogatória
Tribunal da Relação de Évora
São revogados:
a) Os artigos 1.º a 159.º da Lei n.º 52/2008, de 28 de Área de competência:
agosto, na parte em que aprova a Lei de Organização e Comarcas: Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e
Funcionamento dos Tribunais Judiciais; Setúbal.
b) A Lei n.º 3/99, de 13 de janeiro; Tribunais de competência territorial alargada: Tribunal
c) O Decreto-Lei n.º 28/2009, de 28 de janeiro; de Execução das Penas de Évora.
d) O Decreto-Lei n.º 25/2009, de 26 de janeiro; ANEXO II
e) O Decreto-Lei n.º 186-A/99, de 31 de maio.
(a que se refere o n.º 2 do artigo 33.º)
Artigo 188.º
Comarca dos Açores
Entrada em vigor
Sede: Ponta Delgada.
1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, a Circunscrição:
presente lei entra em vigor na data de início da produção de Municípios: Angra do Heroísmo, Calheta (S. Jorge),
efeitos do decreto-lei que aprove o Regime de Organização Corvo, Horta, Lagoa, Lajes das Flores, Lajes do Pico,
e Funcionamento dos Tribunais Judiciais. Madalena, Nordeste, Ponta Delgada, Povoação, Ribeira
2 — Os artigos 172.º, 181.º e 182.º entram em vigor no Grande, Santa Cruz da Graciosa, Santa Cruz das Flores,
dia seguinte ao da publicação da presente lei. São Roque do Pico, Velas, Praia da Vitória, Vila do Porto
3 — Os n.os 2 e 3 do artigo 184.º não produzem efeitos e Vila Franca do Campo.
durante a vigência do Programa de Assistência Econó-
mica e Financeira celebrado entre Portugal e a Comissão Comarca de Aveiro
Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário
Internacional, em 17 de maio de 2011. Sede: Aveiro.
4 — O artigo 186.º entra em vigor imediatamente após Circunscrição:
a entrada em vigor da Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, que Municípios: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia,
aprova o Código de Processo Civil. Arouca, Aveiro, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja,
5 — O Tribunal da Relação de Lisboa é competente, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oli-
a partir do dia seguinte ao da publicação da presente lei, veira do Bairro, Ovar, Santa Maria da Feira, São João da
para apreciar as impugnações das decisões do Tribunal da Madeira, Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra.
Concorrência, Regulação e Supervisão, incluindo as que
se encontrem pendentes naquela data. Comarca de Beja
Sede: Beja.
ANEXO I
Circunscrição:
Municípios: Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos,
(a que se refere o n.º 1 do artigo 32.º)
Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola,
Moura, Odemira, Ourique, Serpa e Vidigueira.
Tribunal da Relação de Guimarães
Área de competência: Comarca de Braga
Comarcas: Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Sede: Braga.
Real. Circunscrição:
Tribunal da Relação do Porto
Municípios: Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de
Área de competência: Basto, Celorico de Basto, Esposende, Fafe, Guimarães,
Comarcas: Aveiro, Porto e Porto Este. Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vila
Tribunais de competência territorial alargada: Tribunal Nova de Famalicão, Vila Verde e Vizela.
de Execução das Penas do Porto.
Comarca de Bragança
Tribunal da Relação de Coimbra
Sede: Bragança.
Área de competência: Circunscrição:
Comarcas: Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria Municípios: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de
e Viseu. Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavalei-
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