Homeopatia Teorico II
Homeopatia Teorico II
Homeopatia Teorico II
Homeopáticas
Objetivos da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Material Teórico
Introdução
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos são produtos
farmacêuticos preparados utilizando-se como matéria-prima insumos de origem química,
sintética e natural, que são usados para tratamentos fisiopatológicos ou fisiológicos.
Reino Vegetal
Cerca de 80% dos remédios homeopáticos são obtidos a partir do material bruto de algumas
plantas: pode-se utilizar a planta inteira, cascas, folhas, raízes, frutos, sementes, flores,
produtos extraídos ou mesmo transformados (chamados de sarcódios), além de produtos de
origem patológica (os chamados de nosódios). Sendo todos muito utilizados na preparação dos
medicamentos homeopáticos.
Muitos confundem homeopatia com fitoterapia, pois ambas utilizam vegetais para o tratamento
de seus pacientes. A diferença é que a homeopatia usa doses mínimas potencializadas e
prescritas seguindo a lei dos semelhantes, enquanto que a fitoterapia utiliza concentrações
específicas e segue a lei dos contrários (FELIX, 2018)
As partes vegetais utilizadas para a preparação das tinturas homeopáticas (tinturas-mães) nem
sempre coincidem com as partes de uma mesma planta utilizadas na fitoterapia.
Outras partes:
Lycopodium clavatum (esporos);
Terebinthina (oleorresina);
Colchicinum (alcaloide);
Opium (látex).
Figura 4 – Opium (látex)
Fonte: cdn.adf.org.au
Diferentes partes de um mesmo vegetal poderão ser utilizadas , desde que possuam patogenesia
iguais às partes originalmente experimentadas. As plantas frescas são preferíveis às dessecadas,
pois o rendimento das drogas obtidas a partir de plantas dessecadas é, na média, inferior em
30% nos órgãos subterrâneos, 50% nas cascas e 15% nas folhas e demais partes aéreas
(FONTES, 2018; RIGOTTI, 2016).
Reino Mineral
No reino mineral, muitos materiais são obtidos naturalmente, enquanto outros são produzidos
em laboratórios. Há uma rica quantidade de substâncias minerais empregadas na manipulação
dos medicamentos homeopáticos: algumas são simples, como Mercurius solubilis, outras são
compostas, como Kalium iodatum. Outros medicamentos minerais comumente prescritos são:
Sulfur, Phosphorus e Causticum.
As preparações especiais são obtidas de acordo com as fórmulas e normas técnicas deixadas por
Hahnemann, como Calcarea acetica, Hepar sulfur, Causticum e Mercurius solubilis (FONTES,
2018).
Reino Animal
Importantes drogas empregadas com frequência em homeopatia são Sepia o cinalis e Calcarea
carbonica. À maneira dos vegetais, o animal pode ser utilizado inteiro, por meio de suas partes,
de seus produtos extrativos ou de transformação (sarcódios) ou ainda dos seus produtos
patológicos (nosódios).
Exemplos:
Toxinas não podem ser consideradas nosódios, pois não são produzidas pelo organismo
doente e sim pelas próprias bactérias.
Figura 11 – Streptococcinum (Streptococcus pyogenes)
Fonte: Rawpixel
Exemplos:
Giardinum (Giardia lamblia – um protozoário);
Água
Na homeopatia, utiliza-se a água obtida através dos processos de destilação, deionização com
filtração esterilizante, Milli-Q e osmose reversa. A água utilizada deverá possuir algumas
características, como ser incolor, inodora, límpida e isenta de impurezas, como amônia, cálcio,
metais pesados, sulfatos e cloretos.
Álcool
O álcool etílico deverá ser incolor, límpido, com odor, sabor ardente e isento de impurezas, como
aldeídos e álcoois superiores. Este é um insumo inerte bastante usado em diversas
concentrações para as diluições e preparações de tintura e matrizes.
Álcool 20%: usado na diluição da forma sólida (trituração) para a forma líquida;
Glicerina
Deverá ser incolor, bidestilada, com viscosidade, odor característico, sabor doce, isenta de
contaminantes como: acroleína, sulfatos, cloretos, metais pesados etc.
A glicerina deverá ser usada na manipulação de tinturas homeopáticas quando insumo ativo for
de órgãos e glândulas de animais (FELIX, 2018).
Lactose
Originada do leite, deve ser livre de impurezas como: amido, sacarose e glicose.
Sacarose
Originada da cana-de-açúcar, deve ser livre de impurezas como: metais pesados, cálcio, cloretos
e sulfatos (FONTES, 2018).
Glóbulos Inertes
Originados da sacarose ou mistura de sacarose e lactose, são obtidos industrialmente com peso
médio de 30mg (nº 3), 50mg (nº 5) e 70mg (nº 7), na forma esférica.
Microglóbulos
Originados da sacarose e amido, sua fabricação é parecida com a dos glóbulos e a padronização
de seu peso médio é de 63 mg para cada cem microglóbulos (FONTES, 2018).
Comprimidos Inertes
Originados da lactose ou da mistura de lactose e sacarose sob compressão, têm peso entre 100 e
300 mg e forma discoide, sendo homogêneos e regulares.
Microglóbulos Inertes
Originados da sacarose e amido, sua fabricação é parecida com a dos glóbulos e a padronização
de seu peso médio é de 63 mg para cada cem microglóbulos (FONTES, 2018).
Comprimidos Inertes
Originados da lactose ou da mistura de lactose e sacarose sob compressão, têm peso entre 100 e
300 mg e forma discoide, sendo homogêneos e regulares.
Tabletes Inertes
Originados da lactose, são feitos em tableteiro por meio de moldagem. Têm peso entre 100 e 300
mg (FELIX, 1988).
Recipientes e Acessórios
Na preparação, estocagem e dispensação dos medicamentos homeopáticos, as substâncias
deverão ser armazenadas em recipiente e acessórios livres de interações.
Tintura-mãe (símbolos TM ou Ø) é o processo pelo qual uma droga vegetal, animal ou mineral,
sofre extração e/ou dessorção. Esse processo pode ocorrer por meio de soluções hidroalcoólicas
ou hidroglicerinadas, bem como pelos processos de maceração ou percolação. A TM pode ser
obtida a partir de vegetal fresco ou dessecado e de animal vivo, recém-sacrificado ou dessecado
(FONTES, 2018).
O método de maceração integra a droga vegetal ou animal com os solventes, os quais deverão
sofrer agitação em tempo fracionado (ABFH, 2007).
O método de expressão consiste na redução da droga vegetal fresca em pedaços pequenos até a
obtenção de uma pasta fina (ABFH, 2007).
Relação resíduo sólido/volume final da TM: 1:10 (p/v) (10%) (FONTES, 2018).
TM = 10x % do r.sol.
100g do vegetal deixa em estufa até peso constante.
Saiba Mais
Plantas com resinas, óleos essenciais, materiais voláteis:
temperatura da estufa ≤ 50ºC, demais = 100ºC.
A seguir, calcular % do r. sol. na amostra, arredondando o valor para o número inteiro mais
próximo. Se < 20%, arredondar para 20% para obter a quantidade final da TM x 10. A relação
droga/insumo inerte é de 1:10 ou 10% (FONTES, 2018).
O insumo inerte extrator será uma mistura hidroalcóolica cujo teor dependerá do resíduo sólido
(r.sol).
Para vegetais com alto teor de água, o r.sol. é inferior a 20%. Nesses casos, considerar, para
efeito de cálculo, o resíduo igual a 20%; podendo utilizar quantidade insuficiente de veículo
inerte para extrair os princípios ativos do vegetal e conservar a TM (FARMACOPEIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2011).
Flores (90%);
Para obter dez partes da TM, a partir de uma parte da droga e dez do insumo inerte, proporção de
1:10.
Processo de Maceração:
2 Recipiente de vidro! Agitar a mistura três vezes por dia! Decantar e filtrar!
Processo de Percolação:
Líquido extrator: etanol (65% a 70% (v/v), mistura de etanol, água e glicerina
(1:1:1), mistura de água e glicerina (1:1), mistura de etanol e glicerina (1:1) ou outro
qualquer especificado na respectiva monografia;
Saiba Mais
Nas TM de origem vegetal, a proporção é de 1: 10 (10%) .
Nas TM de origem animal, a proporção é de 1:20 (5%).
Processo de Maceração: a droga animal deve estar com 20 partes do insumo inerte,
durante 20 dias em glicerina e 15 dias etanol, agitando-se o recipiente três vezes por
dia e mantida em local fresco e protegido da luz. Filtrar. Se a quantidade de TM não
atingir 20 vezes o peso da droga, acrescentar ao resíduo do macerado quantidade
suficiente de veículo extrator – manter 0 em repouso por 48 horas e filtrar
(FONTES, 2018).
Acondicionamento e Conservação da TM
As tinturas-mãe devem ser conservadas em frascos de vidro âmbar, bem fechados, a o abrigo da
luz e calor. Nunca utilizar frascos plásticos!
A validade da TM vai depender das condições de estocagem e de sua natureza. Com passar do
tempo, as TM perdem suas propriedades farmacológicas. Embora a validade das TM seja de 5
anos, deve-se realizar o controle de qualidade da TM hidroalcoólica anualmente ou sempre que
necessário (presença de turvação, precipitação ou mudança nas características organolépticas
(FONTES, 2018).
Escala Decimal
Na escala decimal (DH), a diluição é na escala de 1/10, sendo uma parte do insumo ativo diluída
em nove partes do insumo inerte. Símbolos usados em vários países são:
X (dez em algarismos romanos), D e DH, que significa dinamização na escala decimal de Hering
preparada segundo o método hahnemanniano.
Exemplos:
Escala Centesimal
Na escala cinquenta milesimal, a diluição é preparada na proporção 1/50.000.
Na manipulação em escala de (1/50 mil), é utilizada a lactose na fase sólida e etanol e água para
diluir. Símbolos usados: Q ou LM. Assim, 1Q ou 1LM significam primeira dinamização cinquenta
milesimal (FONTES, 2018).
Sucussão
Método Clássico ou dos Frascos Múltiplos: empregado para preparar FFD nas
escalas decimal (DH) e centesimal (CH), iniciando pelas tinturas-mães e drogas
solúveis;
Método da Trituração: empregada para preparação de FFD nas escalas decimal (DH)
e centesimal (CH), iniciando pelas drogas insolúveis. Esse método é utilizado
também na escala cinquenta milesimal, a partir de drogas solúveis ou não;
nas três primeiras triturações para CH e nas seis primeiras para DH. Para
Para a dispensação, tanto na CH quanto na DH, utilizar etanol a 30% (v/v) (FONTES, 2018).
É colocada uma quantidade de insumo ativo e uma grande quantidade de água purificada que,
por intermédio de um mecanismo giratório, consegue alcançar altas diluições (FARMACOPEIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2011; KENT, 1926).
ʪ Material Complementar
Leitura
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Novas Evidências Documentais para a História da
Homeopatia na América Latina: Um Estudo de Caso Sobre os
Vínculos Entre Rio de Janeiro e Buenos Aires
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ʪ Referências
________. Manual de normas técnicas para farmácia homeopática: ampliação dos aspectos
técnicos e práticos das preparações homeopáticas. 3. ed. Curitiba: ABFH, 2003.
________. Manual de normas técnicas para farmácia homeopática: ampliação dos aspectos
técnicos e práticos das preparações homeopáticas. 4. ed. Curitiba: ABFH 2007.
FONTES, O. L. et al. Farmácia homeopática: teoria e prática. 5. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole,
2018.
KENT, J. T. Filosofia homeopática. Madrid: Casa Editorial Bailly Bailliere S.A, 1926.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio
Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Homeopatia. Homeopatia. 3. ed. São
Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. Disponível em:
<http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/homeopatia.pdf>. Acesso em: 28/09/2021.