Metabolitos Secundarios

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 17

Avaliao fitotxica e identificao de metablitos secundrios da raiz de Cenchrus echinatus TATIANA BESSA1, MANUEL GONZALO HERNANDEZ TERRONES2 E DOUGLAS

QUEIROZ SANTOS3

Resumo Plantas daninhas e culturas so capazes de produzir compostos qumicos que podem influenciar o crescimento e produtividade de plantas vizinhas. As plantas tm seu prprio mecanismo de defesa e os aleloqumicos so, de fato, herbicidas naturais. Estes herbicidas naturais podem ser mais especficos com novos modos de ao e de maior potencial que aqueles usados atualmente na agricultura. O uso de aleloqumicos como herbicidas, naturais ou modificados, uma das tcnicas, envolvendo alelopatia, que tem sido sugeridas para eliminar plantas daninhas. A planta daninha Cenchrus echinatus timbete uma espcie gramnea monocotilednea da famlia Poaceae. O objetivo deste trabalho foi realizar avaliao fitotxica do extrato em diclorometano de raiz de timbete atravs de ensaios de germinao in vitro da espcie infestante Panicum maximum Alm disso, foi realizada identificao de metablitos secundrios (alcalides, glucosdeos cardiotnicos, cardenlidos, anis lactnicos dos cardenlidos, taninos, saponinas, triterpenos, flavonides, quinonas) atravs de testes qualitativos.

PALAVRAS CHAVE: herbicidas naturais, alelopatia, fitoqumica, planta daninha.

Laboratrio de Fitoqumica LAFIQ Faculdade de Qumica Universidade Federal de Uberlndia Av. Joo Naves de vila, Uberlndia M.G. - Brasil CEP: 38400-902 1 Acadmica do curso de Qumica (CNPq/PIBIC/UFU): [email protected] 2 Orientador: [email protected] 3 Aluno de Mestrado: [email protected]

RESUMEN Las hierbas dainas son capaces de producir compuestos qumicos que pueden

influenciar en el crecimiento y en la productividad de plantas vecinas. Las plantas tienen su propio mecanismo de accin y los aleloqumicos son en realidad, herbicidas naturales. El uso de aleloqumicos como herbicidas, naturales o modificados, es una de las tcnicas sugeridas para el control de malas hierbas. El objetivo de este trabajo fue realizar una evaluacin fitotxica del extracto en diclorometano, de la raz de Cenchrus echinatus a travs de ensayos de germinacin in vitro de la planta daina Panicum maximum y verificar cuales son los metabolitos secundarios responsables por la actividad inhibitoria. En concentracin de extracto de 200ppm, se observ inhibicin de 100%, en el crecimiento de la raz y en la parte area de P. maximum. Alcaloides, glucosideos cardiotnicos y triterpenos fueron identificados en el extracto, demostrando poseer compuestos qumicos, con posible aplicacin y fuente de herbicidas, menos prejudiciales al medio ambiente y alternativos a los convencionales.

3 1. INTRODUO Sntese de herbicidas bioquimicamente direcionados. Durante as ltimas dcadas o uso sistemtico dos agentes herbicidas na agricultura tem permitido incrementar a produtividade das culturas. Porm, estimase que de 8 a 15% das culturas perdem-se como resultado das infestaes por plantas daninhas, apesar da aplicao contnua de herbicidas; estas perdas tendem a aumentar at mais de 50% na ausncia desses tratamentos. A importncia do controle de plantas daninhas to grande que As plantas daninhas sempre foram alvo de preocupao para produtividade agrcola. Alm da reduo da Sntese de novos compostos com triagem biolgica apropriada. Produtos naturais como uma fonte de novos tipos estruturais de compostos.

produtividade, as mesmas dificultam a colheita e reduzem a qualidade do produto, pela contaminao com suas sementes e impurezas. O sucesso no manejo de plantas daninhas depende do conhecimento e do uso integrado dos diferentes mtodos de controle, como preventivo, cultural,

atualmente os herbicidas constituem um componente desenvolvidos. essencial No nos o pases uso

entanto,

indiscriminado destes produtos nos ltimos anos, tem induzido o surgimento de um alto nmero de espcies resistentes. Alm disso, estes produtos tm ocasionado danos ecolgicos severos e problemas de

mecnico, biolgico e qumico (3-5). Dessa forma, o controle qumico torna-se importante, pois certas substncias so capazes de inibir o crescimento de algumas plantas sem prejudicar outras. Esses produtos so conhecidos como herbicidas seletivos. Portanto, para cada espcie de planta daninha poder existir um herbicida especfico que, em pequena dose, ser capaz de controlar esta espcie sem influenciar o desenvolvimento de outras e sem maior efeito sobre o ambiente. As conseqncias deste

toxicidade para um grande nmero de animais (1,2). O uso indiscriminado de herbicidas sintticos tem provocado um aumento na resistncia de plantas daninhas, na

poluio ambiental e nos potenciais danos sade daqueles que entram em contato com estes produtos. So necessrios herbicidas mais eficientes e de atividade especfica. Para isto pode ser seguida uma das seguintes estratgias:

excessivo uso de herbicidas sintticos tem provocado a grande necessidade de

4 investigar herbicidas mais eficientes e de atividade especfica (3,6). O termo alelopatia usado para indicar qualquer efeito causado por um ser vivo de forma benfica ou prejudicial sobre outro, por meio de liberao de substncias secundrios qumicas por ele e/ou produtos A em aqueles usados atualmente na agricultura. Assim, o uso de aleloqumicos como herbicidas, naturais ou modificados, uma das tcnicas, envolvendo alelopatia, que tem sido sugeridas para eliminar plantas daninhas (10-12). Um importante aspecto na pesquisa alelopatia a identificao de

elaborado.

descoberta de novas molculas qumicas a partir de extratos de espcies nativas, com atividade herbicida, parece ser a recente tendncia no controle de ecossistemas agrcolas. Dessa forma, a alelopatia pode ajudar fornecendo novos conceitos de controle integrado de plantas daninhas, variedades de culturas e novas geraes de fitotoxinas. Atualmente, inmeras

compostos aleloqumicos envolvidos nas interaes planta-planta e seus possveis mecanismos de ao. Estes compostos incluem, alm dos descritos anteriormente, antocianinas, catequinas, chalconas,

cumarinas, flavonas, flavonis, flavononas, quinonas, resinas, saponinas, taninos e xantonas (13-15). A reduo dos problemas

pesquisas tm direcionado seus objetivos na proteo do meio ambiente contra as agresses de herbicidas, fungicidas e inseticidas sintticos comerciais,

ambientais e os custos de proteo s culturas aparecem como parmetros

prioritrios, na melhoria da qualidade de alimentos. Neste contexto, surge o grande interesse por estudos fitoqumicos no controle de plantas daninhas, usando produtos naturais que modificados e/ou

resultando em maior produtividade de culturas economicamente importantes (79). As plantas tm seu prprio

sintticos

apresentem

atividade

mecanismo de defesa e os aleloqumicos so, de fato, herbicidas naturais. Os aleloqumicos isolados de plantas ou microorganismos so uma fonte potencial para modelos de novos tipos estruturais de herbicidas. Estes herbicidas naturais

herbicida e que, diferente dos herbicidas usados na atualidade, no provoquem contaminao do solo e plantas e

apresentem baixa toxidez s diferentes formas de vida na escala biolgica. Os herbicidas sintticos tm uma grande variedade estrutural, com diferentes

podem ser mais especficos com novos modos de ao e de maior potencial que

mecanismos de ao. Cada vez mais

5 difcil descobrir novas estruturas que sirvam de modelo para a sntese de herbicidas comerciais, e que sejam ultravioleta, raios-X quando os compostos formem cristais, e outras (17-19). Os compostos alelopticos podem ser liberados das plantas por lixiviao* a partir dos tecidos, pelas volatilizao**, razes e

benignos para outras formas de vida (16). Muito interesse existe no uso de produtos naturais para controle de plantas daninhas em agroecossistemas, mas poucos produtos naturais tem sido desenvolvidos em herbicidas comerciais. A separao desses dois processos no no campo A

exsudao***

decomposio**** de resduos da planta mediante processos fsicos, qumicos ou biolgicos. Para estudar os efeitos teraputicos das plantas preciso comparar e classificar as diversas propriedades das plantas para agrupar as que possuem efeitos similares, conhecer os princpios ativos biocidas, separ-los de plantas que os contm, determinar suas estruturas qumicas,

experimental

possvel.

identificao de aleloqumicos envolve bioensaios direcionados de isolamento. Solventes orgnicos so usados para obteno de extratos de diversas partes da planta. A determinao do modo de ao de um herbicida um estudo complexo de qumica, bioqumica e fisiologia de

procurar sintetiz-las, propor modificaes estruturais em busca de uma maior atividade e, finalmente dar a conhecer humanidade os resultados destes estudos. Uma anlise desta natureza deve ser realizada como uma ao multidisciplinar com a interveno de botnicos, qumicos, farmaclogos, outros. conveniente comentar que se o extrato bruto j apresentar o efeito biocida, pode parecer desnecessrio isolar o farmacognostas, entre

plantas. Os mtodos mais apropriados de extrao so aqueles que se aproximam mais forma como a planta elimina esses aleloqumicos. Se os bioensaios mostram alguma atividade de determinado extrato, o mesmo fracionado, geralmente por tcnicas cromatogrficas, com o objetivo de isolar os componentes ativos.

Subsequentemente, as estruturas daqueles compostos ativos so determinadas, usando tcnicas modernas de infravermelho,

componente ativo presente nesse extrato ativo e, ainda, que a aplicao prtica deste ltimo seja em porcentagens maiores, porm isso pode ser justificado

ressonncia magntica nuclear de carbono e de hidrognio, cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas,

considerando que:

6 O extrato bruto pode ter em alguns casos maior efeito quando comparado com seus respectivos isolados. conhecida compostos Esta como * Lixiviao: Toxinas solveis em gua so lixiviadas da parte area e das razes ou dos resduos vegetais em decomposio. Exemplos: cidos orgnicos, acares, aminocidos, substncias pcticas, terpenides, alcalides, (compostos fenlicos e giberelina). ** Volatilizao: Compostos aromticos so volatilizados das folhas, flores, caules e razes e podem ser absorvidos por outras plantas. Exemplos: gs carbnico, amnia, etileno e terpenides. *** Exsudao: Um grande nmero de compostos alelopticos so liberados na rizosfera circundante e podem atuar nas interaes planta/planta e na ao de microrganismos. Exemplos: cido oxlico, amidalina, cumarina e cido transcinmico. **** Decomposio: Toxinas so liberadas pela decomposio das partes areas ou subterrneas pela ao de microrganismos. Perdas da integridade de membranas celulares permitem a liberao de um grande nmero de compostos que impem toxicidade aos organismos vizinhos, tais como os glicosdeos cianognicos, cidos fenlicos, agropireno, cumarinas e flavonides. protenas, aminocidos, cidos nuclicos, carboidratos, cidos graxos, fosfolipdios, etc.

componentes propriedade sinergismo; Deve-se

conhecer

pureza

concentrao do composto ativo a ser usado, o que no ser possvel ao utilizar bruto; A concentrao do princpio ativo nas plantas pequena (geralmente 0,12,0% na planta, em outros casos menores que 0,01%). diretamente como extrato

Por outro lado, o isolamento e o conhecimento da estrutura de compostos de plantas poderiam levar produo de derivados semissintticos. ento de grande importncia isolar os princpios ativos das plantas e quantizar sua

concentrao nas diferentes partes da planta ou nos diferentes tipos de extratos e para isso devem-se realizar ensaios

biolgicos adequados. Uma grande porcentagem dos princpios ativos das plantas, que est compreendida dentro dos chamados Metablitos Os Produtos Naturais ou Metablitos Secundrios so compostos qumicos complexa, de estrutura relativamente funes

Primrios, est universalmente distribuda e participa da atividade celular de todo ser vivo e cumpre de funes metablitos vitais. So

que

cumprem

especficas em cada ser vivo, tais como proteo contra as pragas, pigmentao de

exemplos

primrios:

7 folhas e flores para favorecer a complexos insolveis com alcalides, gelatina e outras protenas. So

polinizao, etc. As principais classes de Metablitos Secundrios so:

responsveis pela adstringncia de frutos e/ou produtos. Taninos mais

Alcalides: Compostos nitrogenados farmacologicamente ativos encontrados nas angiospermas. Ex: Quinina (sal).

protenas so base de propriedades tais como controle de insetos, fungos e bactrias. Ex: cido elgico.

Glucosdeos

cardiotnicos:

Triterpenos triterpenos

e/ou (C30)

esterides: originam-se

Os da

Glucosdeos estereodais caracterizados pela alta especificidade e poderosa ao que exercem no msculo

ciclizao do esqualeno e podem ser triterpenos comuns, esterides e

cardaco. Ex: Digitoxina.

saponinas, por exemplo. Os esterides (C27) podem ser metablitos dos

Cumarinas: Lactonas do cido ohidrxicinamico. So amplamente

triterpenos. As saponinas possuem uma parte com caracterstica ou esteride) que lipoflica e outra a

distribudas nos vegetais, mas podem ser encontradas em fungos e bactrias. Suas propriedades farmacolgicas e aplicaes teraputicas dependem de seus padres de substituio. Ex: Umbeliferona.

(triterpeno hidroflica,

determina

propriedade de reduo da tenso superficial detergente Panaxatriol. da e gua e sua ao Ex:

emulsificante.

Flavonides: So biossintetizados a partir de fenilpropanides. Possuem 15 C no ncleo fundamental e constituem uma classe importante de polifenis, abundantes secundrios Quercetina. nos das metablitos plantas. Ex:

Derivados

antracnicos

livres

quinonas: so compostos orgnicos que podem ser considerados como produtos da oxidao de fenis. Ex: Naftoquinona.

Tem-se desenvolvido uma srie de mtodos fitoqumicos para a deteco

Taninos: solveis em

substncias gua, que

fenlicas formam

preliminar dos diferentes constituintes qumicos nas plantas, baseados na extrao

8 destes com solventes apropriados e na aplicao de provas de colorao. sua interferncia em culturas agrcolas de milho j foi relatada. Trabalhos anteriormente realizados Em termos gerais, uma anlise fitoqumica deve compreender quatro com caule e raiz da mesma espcie mostraram maior atividade inibitria pela raiz isso indica que os compostos

etapas bem definidas: 1. Recolhimento e classificao botnica da espcie em estudo; 2. Extrao, separao e purificao de constituintes qumicos; 3. Determinao estrutural; 4. Ensaios biolgicos e farmacolgicos.

responsveis pelo efeito inibitrio esto presentes em maior concentrao na raiz.

2. METODOLOGIA

2.1. OBTENO DE EXTRATOS. Para herbicida secundrios avaliados investigar de alguns de o potencial metablitos plantas, sobre so as Pores de raiz da planta

isolados os seus

previamente identificada como Cenchrus echinatus foram coletadas, no municpio de Uberlndia-MG, lavadas e colocadas em estufa a 45C, at completa secura (peso constante). O material seco foi triturado e peneirado (malha de

efeitos

diferentes atividades fotossintticas. Neste trabalho apresentam-se os resultados de avaliao fitotxica dos extratos de raiz de Cenchrus echinatus (conhecida vulgarmente como timbete) atravs de ensaios pr e ps-emergente (germinao e crescimento de sementes de Panicum maximum e nvel de produo de biomassa) e os resultados de ensaios de germinao. A echinatus planta uma daninha espcie Cenchrus gramnea

aproximadamente 0,5mm) at obteno de um p homogneo. Para obteno do extrato foi usado aproximadamente 300g de amostra por litro de diclorometano ou at que todo material estivesse em contato com o solvente. Aps um perodo de extrao, aproximadamente sete dias com agitaes peridicas, o material passou por processo de filtrao e os filtrados obtidos foram concentrados por destilao a presso

monocotilednea da famlia Poaceae. Esta espcie contm compostos fitoqumicos alelopticos responsveis pelo

comportamento como espcie invasora e

9 reduzida com auxlio de um rota2.3. IDENTIFICAO DE

evaporador.

METABLITOS SECUNDRIOS PRESENTES NO EXTRATO. 2.2. GERMINAO. 2.3.1. REAGENTES (5). Primeiramente, foi realizada a quebra de dormncia das sementes de P. maximum (com cido sulfrico concentrado) pr selecionadas e esterilizadas durante 2 minutos com hipoclorito de sdio (soluo de 10 %). Nos ensaios de germinao (para verificao do potencial fitotxico) foram utilizadas, em triplicata, concentraes de 0 (controle), 25, 50, 100 e 150 ppm do extrato para os bioensaios feitos em placas de Petri (in vitro). As placas de Petri com papel de filtro foram previamente Dissolveram-se 1,27g de iodo e 2 g de iodeto de potssio em 5 mL de gua e completou-se o volume para 100mL com gua.

Reagente de Mayer:

Misturaram-se 1,36 g HgCl2 / 60mL de gua e 5 g de KI / 10mL de gua. Diluiu-se a 100mL.

Reagente de Wagner:

esterilizadas em autoclave e cada parcela experimental sementes. As placas foram transferidas para um germinador onde permaneceram por perodo de 7 dias, a temperatura de 25C e fotoperodo de 12 horas. Mediu-se o comprimento do caule e das razes para determinao da porcentagem de inibio bem como o teor de biomassa; determinouse tambm a quantidade de sementes que germinaram para verificar se h inibio pr-emergente.

foi

constituda

de

25

Reagente de Dragendorff:

Soluo A: dissolveu-se 1,7g de nitrato de bismuto(III) e 20g de cido tartrico em 80 mL de gua. Soluo B: dissolveu-se 16g de iodeto de potssio em 40 mL de gua. Reagente: misturaram-se partes iguais de A e B.

Reagente de Baljet:

10 Soluo A: 1g de cido pcrico / 100mL de etanol. Soluo B: 10g de NaOH / 100mL de gua. Reagente: misturaram-se partes iguais de A e B. Preparou-se uma soluo 10% de cloreto

Dissolveu-se 5g de cido brico e 5g de cido ctrico em etanol e completou-se o volume da soluo em 100mL.

Soluo de cloreto frrico:

Reagente de Kedde:

frrico em gua destilada.

Soluo A: cido 3,5- dinitrobenzico a 3% em metanol. Soluo B: KOH a 5,7% em gua. Reagente: misturaram-se partes iguais de A e B.

Gelatina:

Preparou-se uma soluo 1% de gelatina Merck em gua destilada.

Gelatina-sal:

Reagente de Raymond-Marthoud: Dissolveram-se 1g de gelatina Merck e 10g

Dissolveu-se 1g de m-dinitrobenzeno em etanol, completando-se o volume de 100mL.

de cloreto de sdio em gua destilada completando-se o volume da soluo em 100mL.

Soluo salina:

Reagente de Liebermann- Burchard: Dissolveu-se 10% de cloreto de sdio em

Misturou-se 10mL de anidrido actico e duas gotas de cido sulfrico concentrado.

gua destilada.

Reagente de Borntrger:

Reagente

de

Salkowski:

cido Preparou-se uma soluo de NaOH a 5% em gua.

sulfrico concentrado.

Reagente citrobrico: 2.3.2.ENSAIOS DE IDENTIFICAO.

11 Preparou-se uma soluo Ao segundo tubo, 1,0mL de Reativo de Kedde. Colorao rosa ou azul-violeta ao visvel indica cardenlidos, os bufadienlidos no reagem. A cor se

metanlica com o extrato e realizaram-se os seguintes ensaios:

Alcalides:

atenua em poucos minutos. Ao terceiro tubo, 1,0mL de Reativo de

A 2,0mL da soluo metanlica adicionouse 2,0mL de HCl (10%) e esquentou-se essa mistura por 10 minutos. Esfriou-se, filtrou-se, dividiu-se o filtrado em trs tubos de ensaios e colocaram-se algumas gotas dos reativos de reconhecimento: Dragendorff, Mayere Wagner. Uma leve turbidez ou precipitado

Raymond-Marthoud. Colorao roxa, laranja-roxeada ou violeta indicam a presena de anis lactnicos dos cardenlidos. No quarto tubo, realizou-se a reao de Keller-Kiliani (cido actico glacial, numa gota de cloreto frrico a 5% em metanol e cido sulfrico concentrado). Coloraes intensas resultado positivo. No quinto, realizou-se a reao de Liebermann-Burchard (1mg da

(respectivamente roxo a laranja, branco a creme e marrom) evidencia a possvel presena dos mesmos.

amostra/algumas gotas de cido actico Glucosdeos Cardiotnicos: + 3,0mL anidrido actico/ cido

sulfrico (50:1, V/V)). A 2,0mL de soluo do extrato adicionouse 3,0mL de soluo de acetato de chumbo a 10% e 2,0mL de gua destilada. Esquentou-se a mistura a banho-maria durante 10 minutos. Filtrou-se. Agitou-se o filtrado com 10,0mL de clorofrmio, separou-se a fase clorofrmica em 6 tubos de ensaio, e secou-os. Adicionou-se: Ao primeiro tubo, 1,0mL de Reativo de Baljet. Colorao roxa, laranja-roxeada ou violeta so glucosdeos cardiotnicos. Em um tubo de ensaio colocou-se 2,0mL da soluo metanlica, tampou-se com papel de filtro impregnado em soluo10%

Resultado positivo: colorao verde, azul esverdeado, roxo a azul. No sexto, realizou-se a reao de Salkowski para a determinao de ncleo esteroidal. Colorao indo do amarelo para o roxo um resultado positivo.

Cumarinas volteis:

12 de NaOH e levou-se a banho de gua a 100C por alguns minutos. Removeu-se o papel de filtro e examinou-se sob luz UV. A fluorescncia amarela indica a presena de cumarinas.

Triterpenos e/ou esterides:

2,0mL

da

soluo de

metanlica, clorofrmio,

adicionou-se

5,0mL

filtrou-se, dividiu-se o filtrado em duas pores. Em cada um dos tubos

Flavonides:

realizaram-se as reaes de LiebermannBurchard e Salkowski.

Colocou-se em um tubo, 2,0mL da soluo metanlica, alguns fragmentos de Mg e agregou-se, pelas paredes do tubo, algumas gotas de HCl diludo. Observou-se a colorao, que varia para as diferentes estruturas.

Os triterpenos desenvolvem colorao estvel e os esterides desenvolvem

colorao mutvel com o tempo.

Derivados quinonas

antracnicos

livres

Taninos:

Colocou-se em um tubo de ensaio 2,0mL da soluo metanlica e adicionou-se

A 2,0mL da soluo metanlica adicionouse 5,0mL de gua destilada. Filtraram-se e adicionaram-se 1 ou 2 gotas de soluo de cloreto frrico a 10%. Colorao azul indica possvel presena de taninos hidrolisveis, e colorao verde de taninos condensados.

5,0mL de clorofrmio e agitou-se. Deixouse em repouso por 15 minutos. Recolheuse a fase clorofrmica e dividiu-a em dois tubos de ensaio. _ No primeiro tubo, colocou-se 1,00 mL de soluo aquosa de NaOH a 5%. Colorao roxa em fase aquosa indica a presena de antraquinonas (Reao de

Saponinas:

Borntraeger). _ No segundo tubo, adicionou-se 1,0 mL de soluo de acetato de magnsio a 5 % em metanol. Colorao roxa indica a presena de antraquinonas livres.

A 2,0mL da soluo metanlica adicionouse 5,0mL de gua fervendo. Esfriou-se, agitou vigorosamente e deixou em repouso por 20 minutos. Classifica-se a presena de saponinas pela formao de espumas.

13 3. RESULTADOS E DISCUSSO O modo de ao dos aleloqumicos pode ser grosseiramente dividido em ao Esto apresentados os resultados das propriedades fitotxicas dos extratos diclorometanlicos de raiz de Timbete no desenvolvimento maximum. Ao ser aplicado em P. maximum, verificou-se considervel comportamento inibitrio, tanto no processo germinatrio como no crescimento de raiz e parte area. Isto evidencia que alm de inibir a germinao, os efeitos ps-emergentes podem estar ocorrendo. Os resultados obtidos na de sementes de P. direta e indireta. Nestas ltimas pode-se incluir alteraes nas propriedades do solo, de suas condies nutricionais e das alteraes de populaes e/ou atividade dos microorganismos. O modo de ao direto ocorre quando o aleloqumico ligase s membranas da planta receptora ou penetra nas clulas, interferindo

diretamente no seu metabolismo. Para o extrato de timbete ainda no se sabe o modo de atuao, mas os aleloqumicos podem afetar: 1- estruturas citolgicas hormnios, e ultra-estruturais; alterando 2suas

germinao mostraram bastante inibio, tanto da parte area quanto da raiz. Maior eficincia de inibio foi observada em 200ppm de concentrao, sendo que foram realizados testes em 0, 50, 100, 150 e 200 ppm. Os testes de identificao de

tanto

concentraes quanto o balano entre os diferentes hormnios; 3- membranas e sua permeabilidade; 4- absoro de minerais; 5- movimento dos estmatos, sntese de pigmentos e fotossntese; 6- respirao; 7sntese de protenas; 9relaes 8atividade hdricas e

metablitos presena de

secundrios alcalides,

mostraram glucosdeos

enzimtica;

cardiotnicos e triterpenos. Estudos sobre o efeito de

conduo; 10- material gentico, induzindo alteraes no DNA e RNA.

aleloqumicos sobre a germinao e/ou desenvolvimento manifestaes da planta de so efeitos 4. CONCLUSO

secundrias

ocorridos a nvel molecular e celular inicialmente. poucas Ainda h relativamente sobre estes O extrato de raiz de timbete apresentou atividade inibitria na espcie de semente estudada. conveniente

informaes

mecanismos.

14 lembrar que a raiz possui maior insecticide action and resistance. New York: Springer, 2000. p. 1-16.

concentrao dos compostos volteis. Como houveram considerveis

comportamentos inibitrios no processo germinatrio, no crescimento da raiz e da parte area, efeitos ps e pr emergentes podem estar ocorrendo.

5. UGAZ, O. Investigacin Fitoqumica. 2. ed. Peru: Fondo Editorial, 1994. p. 269-278.

6. MIZUTANI,

J.

Selected

Allelochemicals. Critical Reviews in 5. BIBLIOGRAFIA Plants Sciences, v.18 n. 5, 1999, p. 653-671. 1. DUKE, S.; DAYAN, F.; RIMANDO, A. Natural Products as Tools for Weed Management. Proceedings, Recent Topics of Weed Science and Weed technology. April 13, 1998, Tokyo. 7. MACIAS, GALINDO, TORRES, F.; J.; A.; MOLINILLO, VARELA, SIMONET, J.; R.; A.

Terpenoids with potential use as natural herbicide H.; templates. CUTLER, In: S.

2. DUKE, S. O.; LYNDON, J. Natural phytotoxins as herbicides. In: Pest control with enhanced environmental safety. American Chem. Soc.1993. p. 110-124.

CUTLER,

Biologically active natural products: rochemicals. 1999, p.15-31. London: CRC Press,

8. REIGOSA, 3. SIMES, C.; SCHENKEL, E.; Allelopathy ecosystems.

M.; from NH,

PEDRO,

L.

N. to

molecules USA,

GOSMANN, G.; MELLO, J.; MENTZ, L.; PETROVICK, P. Farmacognosia da planta ao medicamento. Florianpolis: UFSC, 2000. 822p.

Science

Publishers Inc. 2002. 316p.

9. ALIOTTA, G.; CAFIERO, G.; DE FEO, V.; SACCHI, R. Potential

4. ISHAAYA, I. Biochemical processes related to insecticide action; an

Allelochemicals from Ruta graveolens L. and their action on Radish seeds. J. of Chem. Ecol. v.20, n. 11, 1994.

overview. In: Biochemical sites of

15 10. BAGHESTANI, A.; LEMIEUX, C.; LEROUX, G.; BAZIRAMAKENGA, R. Determination of Allelochemicals in spring cereal cultivars of different competitiveness. Weed Science, v.47, 1999, p. 498-507. 15. ZIMDHAL, R. L. Fundamentals of weed science. New York: Academic Press, 1999. 556p. metabolism. San Francisco: Freeman, Cooper & Company, 1969. 592p.

11. LOTINA-HENNSEN, B.; MATA, R.; CALDERON, J.; CESPEDES, C.; JIMENEZ, M. Secondary metabolites isolated from Mexican plants: Target and mechanism of action on

16. WRIGHT,

K.;

PILLMOR,

J.;

BRIGGS, G. Rationality in hertbicide design. In: BAKER, M. P. N. R.;

PERCIVAL,

Herbicides.

Amsterdam: Elservier, 1991. p. 337364.

photosynthesis. Recent Res. Devel. In: Agricultural & Food Chem., v.2 (1998).

17. TREBS, A.; DRABER, W. ( 1986 ) Photosynth. Res. 10, p. 381.

12. COSTA, A.V.; BARBOSA, L.C.A.; DEMUNER, A.J.; SILVA, A.A. 18. ALBORES-VELASCO, M.; LOTINAHENNSEN, B.; ZAPEIN, A.;

Synthesis and Herbicidal Activity of 2,4-Dimethyl-8oxabiciclo[3.2.1]oct-6-en-3-one Derivatives. J. Agric. Food Chem., v. 47, n. 11, 1999, p.4807-48114.

GONZLEZ, G.; MIGUELES, L. (1986) Pestic. Sci. 17, p. 296.

19. MC. CARTY, R. E.; TREBS, A.; AVRON, M. (Eds.). In: Encyclopedia

13. FERREIRA, M. L.; BARBOSA, L. C. A.; DEMUNER, A. J.; SILVA, A. A.; PERREIRA, R. C. atividade herbicida Avaliao da de algumas

of Plant Physiology. New Series (A. Pirson and M. H. Zimmermann,

General Editors). 20. Spring-Verlag, Berlin. Heidelberg, v. 5, 1975, p. 437-447.

quinonas. Acta Scientiarum. v. 22, 2000, p. 999-1003.

21. GOOD N. E.; TREBS, A., AVRON M. 14. GEISSMAN, T. A.; CROUT, D.H. Organic chemistry of secondary plant (Eds.) In: Encyclopedia of Plant

Physiology. New Series. (PIRSON, A.;

16 ZIMMERMANN, Editors ). M. N. General Berlin. 27. LOTINA-HENNSEN, B.; ESQUIVEL, B.; GONZALESIBARRA, M. M.; G.,

Spring-Verlag,

Heidelbreg. V. 5, 1975, p. 429-436.

HERNANDEZTERRONES, Kerlinic acid as

post-emergent

22. BOWYER, J. R.; CAMILLERI, P.; HUTSON, D. H. AND ROBERTS T. R. (Eds.) In: Herbicides. John Wiley & Sons: New York, v. 6 1987, p.105145.

photosynthetic herbicide inibitor. In: FIRST EUROPEAN OECD

ALLELOPATHY

SYMPOSIUM.

Vigo, Spain. Physiological Aspects of Allelopathy. v. 1, 2001, p. 178.

23. COLEGATE, S.; MOLYNEUX, R. Bioactive natural products. Detection, isolation, and structural determination. London: CRC press, 1993. 528p.

28. LOTINA-HENNSEN, B.; ESQUIVEL, B.; MELO, G. E.; M. S.; CORTE-

SANDOVAL, TERRONES, herbicidal

HERNANDEZG. of Potential compounds

activity

24. IKAN,

R.

Natural

products.

isolated from Salvia officinalis In: PLANT BIOLOGY 2001. Providence, USA. Proceedings, v. 1, 2001, p. 137.

laboratory guide. New York: Academic press, 1991. 360p.

25. KISSMANN, K. G. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I. So Paulo: BASF, 1997. 825p.

29. HERNANDEZ-TERRONES, AGUILAR, I.; KING-DIAZ,

M.G.; B.;

LOTINA-HENNSEN, B. Inhibition of Photophosphorylation in Spinach

26. KING-DIAZ, B.; ESQUIVEL, B.; HERNANDEZ-TERRONES, M.;

Chloroplasts by the Trachyloban-19oic Acid. Pest. Bioch. and Phys., 77, 2003, p.12-17.

LOTINA-HENNSEN, B. Metabolitos secundarios de plantas mexicanas

como posibles agentes herbicidas. In: BERNAL-LUGO, I.; LOZA-

30. HERNANDEZ-TERRONES, M. G.; AGUILAR, I.; KING-DIAZ, B.;

TAVERA, H. Avances em bioqumica y biologia molecular de plantas.

LOTINA-HENNSEN B. Interference of Methyl trachyloban-19-oate Ester with CFo of Spinach Chloroplasts H+-

Mxico D. F.: UNAM, 2001. 198p.

17 ATPase. Arch. Bioch. Bio. , 418, 2003, p.93-97.

31. KING-DIAZ, HERNANDEZTERRONES, HERNANDEZ, P.;

B.; M.G.; LOTINA-

HENNSEN, B. Interference of 14deoxy colcon-v at OEC and ATPase level of spinach chloroplasts. In: THIRD WORLD CONGRESS ON ALLELOPATHY. 2002. Tskuba, Japan,

32. BARBOSA, L. C. A.; HERNANDEZTERRONES M. G.; KING-DIAZ, B.; LOTINAHENNSEN, Phytogrowthinhibitory derivatives of glaucolide B. lactones B. Z.

Naturforsch. , 2003.

33. KAUFMAN, P. B.; CSEKE, J. L.; WARBER, S.; DUKE, J.A.;

BRIELMANN, H. L. Natural products from plants. London: CRC Press, 1999.

Você também pode gostar