UC09 Vol1 - Instalações Elétricas Industriais
UC09 Vol1 - Instalações Elétricas Industriais
UC09 Vol1 - Instalações Elétricas Industriais
INSTALAÇOES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
VOLUME 1
i
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
VOLUME 1
CONFEDERA ÇÃO NACIONAL DA IND ÚSTRIA - CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
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>
INSTALAÇÕES
ELETRICAS
INDUSTRIAIS
*
VOLUME 1
.
© 2018 SENAI - Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publica çã o por quaisquer meios, seja eletrónico, me -
c ânico, fotoc ópia, de grava çã o ou outros, somente será permitida com pr é via autorizaçã o,
por escrito, do SENAI.
Esta publica çã o foi elaborada pela Equipe de Inova ção e Tecnologias Educacionais do
SENAI da Bahia, com a coordena çã o do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a dist â ncia.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nadonal.
Instalações elétricas industriais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nadonal, Departamento Regional da Bahia. -
Braslí ia: SENAI /DN, 2018 .
154 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição) .
ISBN 978-855050293-9
CDU: 621.32
SENAI Sede
Servi ço Nacional de Setor Banc á rio Norte •Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040 -903 •Brasília - DF •Tel.: (0xx61 ) 3317 -9001
Departamento Nacional Fax: (Oxx ól ) 3317- 9190 •http:// www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Condutores elétricos 17
Figura 2 - Fio elétrico 18
Figura 3 - Barramento elétrico 18
Figura 4 - Cabo elétrico 19
Figura 5 - Painel elétrico com fios e cabos elétricos 20
Figura 6 - Exemplo de simbologia e padrã o de cores .22
Figura 7 - Aplica ções específicas de fios e cabos 24
Figura 8 - Cabo elétrico com isolaçã o 25
Figura 9 - Curto -circuito em painel elétrico 26
Figura 10 - Exemplo de consequência de um condutor mal colocado 27
Figura 11 - Exemplo de emenda malfeita 28
Figura 12 - Exemplo de emenda prolongada 28
Figura 13 - Conectores 29
Figura 14 - Dispositivos de manobra e proteção .33
Figura 15 - Tipos de botoeiras 34
Figura 16 - Identifica ção dos terminais dos contatos NA e NF dos bot ões 36
Figura 17 - Contator energizado e desenergizado 37
Figura 18 - Partes de um contator 39
Figura 19 - Critérios de escolha de um contator 39
Figura 20 - Simbologia e norma de um contator de potência 40
Figura 21 - Simbologia e norma de um contator auxiliar 40
Figura 22 - Contator 41
Figura 23 - Representa ção da identificaçã o de um contator auxiliar 42
Figura 24 - Simbologia representando a bobina de um contator 42
Figura 25 - Terminais de alimentaçã o da bobina de um contator 43
Figura 26 - Estrutura simplificada de um relé 46
Figura 27 - Sinalizadores 48
Figura 28 - Simbologia luminosa e sonora 49
Figura 29 - Sensores fim de curso de contato mec ânico 50
Figura 30 - Chaves fim de curso para aplica ções normais e para aplica ções de seguranç a 51
Figura 31 - Simbologia e identifica ção dos componentes de uma chave fim de curso 52
Figura 32 - Tipos de sensores 53
Figura 33 - Simbologia genérica para sensores 54
Figura 34 - Elementos de um relé sobrecorrente 56
Figura 35 - Simbologia aplicada para relé s térmicos 56
Figura 36 - Relé t érmico ou de sobrecarga 58
Figura 37 - Fusível NH e dispositivo para inser ção e retirada 61
Figura 38 - Fusível Diazed e partes que compõem o conjunto com o porta-fusível 61
Figura 39 - Simbologia de fusí vel .62
Figura 40 - Efeitos térmicos e magnéticos de um disjuntor 64
Figura 41 - Sobrecorrente proteçã o térmica e curto-circuito proteção magnética 64
Figura 42 - Disjuntor DR 66
Figura 43 - Disjuntor motor 67
Figura 44 - Simbologia e norma disjuntor motor 67
Figura 45 - Placa de um motor trifásico 72
Figura 46 - Curva da corrente de partida (pico) x tempo 73
Figura 47 - Diagrama de forç a e de comando de uma partida direta 75
Figura 48 - Partida direta com reversão diagrama de forç a e de comando 76
Figura 49 - Diagrama de pot ência estrela triângulo 79
Figura 50 - Fechamento em estrela 80
Figura 51 - Fechamento em triâ ngulo 80
Figura 52 - Diagrama de comando, partida estrela triângulo 81
Figura 53 - Circuito de pot ência estrela triângulo com reversão 83
Figura 54 - Diagrama de comando estrela triâ ngulo com reversã o 84
Figura 55 - Diagrama de pot ência partida série e paralelo 86
Figura 56 - Diagrama de comando da partida série e paralelo 87
Figura 57 - Diagrama de pot ência e de comando da partida autotransformador 89
Figura 58 - Diagrama de comando da partida autotransformador 90
Figura 59 - Diagrama de pot ência e de comando da partida compensada com reversão 92
Figura 60 - Frenagem por contracorrente 95
Figura 61 - Frenagem por injeçã o CC 96
Figura 62 - Softstarter 98
Figura 63 - Esquema simplificado da ponte e do sistema de controle de um softstarter .. 99
Figura 64 - Conversor AC para DC que possui um inversor de frequência 104
Figura 65 - Inversores de frequência 105
Figura 66 - Blocos do inversor de frequência 106
Figura 67 - Circuito de um inversor de frequência 108
Figura 68 - Componentes de um sistema de aterramento 116
Figura 69 - Estrutura geométrica de distribuiçã o das hastes 120
Figura 70 - Sistema TN 121
Figura 71 - Sistema TN-C 121
Figura 72 - Sistema TN-C-S 122
Figura 73 - Sistema TT 123
Figura 74 - Sistema IT 123
Figura 75 - Motores de indução trifá sicos 129
Figura 76 - Detalhes de um rotor gaiola de esquilo 130
Figura 77 - Rotor bobinado de um motor assíncrono 130
Figura 78 - Partes construtivas de um motor de indução trif ásico 131
Figura 79 - Estator assíncrono 132
Figura 80 - Rotor 132
Figura 81 - Curva conjugado x Rotação 134
Figura 82 - Plaqueta de identificaçã o de motor de indução trifá sico 135
Figura 83 - Liga ções do motor monofá sico de fase auxiliar 137
Figura 84 - Liga ção triâ ngulo e estrela em motor com 6 terminais 138
Figura 85 - Esquemas de ligações de motor com 9 terminais 139
Figura 86 - Liga ções para os motores trif á sicos de 12 terminais 140
Figura 87 - Esquema do bobinado de motor com enrolamentos separados 141
Figura 88 - Esquema do bobinado do motor Dahlander 142
Figura 89 - Esquema do bobinado do motor de tripla velocidade 142
Figura 90 - Perdas nos motores elétricos assíncronos 143
4 Acionamentos 71
4.1 Sistema de partida direta 73
4.2 Sistema de partida direta com reversão da rotaçã o 76
4.3 Sistemas de partidas indiretas 78
4.4 Partida estrela triângulo sem reversão 78
4.5 Partida estrela triângulo com reversão 83
4.6 Partida série e paralelo 85
4.7 Partida compensadora 88
4.8 Partida compensadora com reversã o 91
4.9 Frenagem por contracorrente e eletromec ânica e por injeçã o de corrente contínua 94
4.10 Frenagem por injeçã o de corrente contínua CC 96
4.11 Acionamentos com chave softstarter. 98
4.12 Acionamento com inversor de frequência 104
Referências 147
índice 151
Prezado aluno,
É com grande satisfaçã o que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Instala ções Elétricas Industriais, volume 1.
Esta unidade curricular est á dividida em dois livros. No primeiro volume, aprenderemos
sobre condutores, dispositivos diversos dos circuitos elétricos, formas e técnicas de aciona-
mentos elétricos, t écnica de segurança dos sistemas de aterramentos e sobre os motores de
induçá o que s ão, atualmente, a principal fonte de "for ç a" para o funcionamento das máquinas
e equipamentos que constituem o meio produtivo industrial.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver fundamentos t écnicos dentro das
aplica ções das instala ções elétricas das áreas industriais, sendo fundamentais por constituir
elementos que fazem das máquinas e equipamentos o meio de produção de bens e produtos
necessários e indispensá veis para a nossa vida, assim como desenvolver capacidades sociais,
organizativas e metodológicas, de acordo com a atuaçã o do t écnico no mundo do trabalho.
Por fim, esta unidade curricular servirá para você desenvolver as habilidades necessárias para tornar-se
apto a enfrentar os desafios que sá o encontrados no dia a dia de quem trabalha na área industrial. Que-
remos que você se preocupe com sua qualidade de vida e com os resultados que uma perfeita instala ção
elétrica possa trazer a funcionalidade de má quinas, iluminaçã o e outros fatores técnicos agregados ao seu
conhecimento profissional.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirã o desenvolver:
a ) Ter proatividade;
b) Ter responsabilidade;
c ) Trabalhar em equipe;
d) Aplicar procedimentos t écnicos;
e) Demonstrar organizaçã o;
f) Estabelecer prioridades;
CAPACIDADES TÉCNICAS
b) Descartar resí duos em conformidade com as normas ambientais vigentes, considerando as esfe-
ras Municipal, Estadual e Federal;
Lembre-se de que você é o principal responsá vel por sua forma ção e isso inclui ações proativas, como:
Será um grande e prazeroso desafio, que seguramente, ao se comprometer com o estudo, ter empe-
nho, forç a de vontade e dedica çã o, os resultados positivos certamente virã o; e far ão de você, aluno, um
grande profissional!
Bons estudos!
R
7
Voc ê já parou para pensar na fun çã o de um condutor elétrico e nas suas diversas utiliza -
ções?
Os condutores elétricos podem ser determinados por fios, cabos e barramentos, conforme
veremos mais à frente. São encontrados em diferentes bitolas, ou seja, em diferentes calibres.
Essas espessuras sã o definidas de acordo com as funções especí ficas que ir ã o exercer em uma
instalaçã o elétrica.
1 Dispositivo de campo industrial: ní vel de chão de fabrica onde se encontra as má quinas e componentes da planta
industrial.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
A depender da seçã o nominal ( a medida da área da massa do condutor), a bitola é expressa em milíme-
tros quadrados (mm ). Os condutores elétricos dever ão ser dimensionados de acordo com a necessidade
'
do projeto elétrico ou instala ção elétrica onde serã o utilizados. Nesse contexto, as seções mais comuns
que sã o utilizadas em instalações industriais ou residenciais, e que s ão normatizadas e comercializadas no
Brasil, s ão as seguintes:
1,5 mm2 - 2,5 mm 2 - 4,0 mm 2 - 6,0 mm 2 - 10,0 mm2 - 16,0 mm2 - 25,0 mm2
Os condutores podem ser r ígidos ou flexí veis quanto ao seu manuseio, porém as caracterí sticas técnicas
de resistividade e condutividade são as mesmas, sendo que os flexí veis são mais fá ceis de manusear pelas
tubulações, calhas e estruturas das instalações.
Existem tr ê s tipos de condutores no mercado, sã o eles: barramento, fios e cabos. Vamos conhecer cada
um deles:
a ) Fio elétrico: é um condutor maciço, sólido, sendo constituído apenas por uma única via.
J
Figura 2 - Fio elétrico
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
b) Barramento: é um condutor maciç o e sólido, com uma transversal retangular, muito utilizado na
montagem de painéis el étricos.
c ) Cabo elétrico: é um condutor formado por fios encordoados, podendo ser simples com diversos
condutores isolados entre si.
2 CONDUTORES ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
Figura 4 - Caboelétrico
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Ao longo desse capítulo conheceremos um pouco mais sobre a aplica ção dos condutores elétricos con-
forme a norma da ABNT NBR 5410, bem como os tipos e as conexões mais utilizadas na área industrial.
Vamos lá ?
Vamos apresentar a voc ê os principais detalhes da norma de instala ções elétricas de baixa tensã o que
corresponde à ABNT NBR 5410.
O objetivo da ABNT NBR 5410 é estabelecer as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas
de baixa tensão, a fim de garantir a seguranç a das pessoas e animais e o funcionamento adequado da ins-
tala ção elétrica, como também a conserva çã o dos bens.
Devem satisfazer:
- Proteçã o para choques elétricos;
- Aterramento;
- Dimensionamento correto para disjuntores e condutores;
- Ensaios em instala ções elétricas.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Salientamos que em nenhum momento podemos deixar de cumprir a ABNTNBR 5410. Além disso, é de
extrema import ância conhecer e seguir os seus fundamentos porque, caso contrá rio, estaremos impedin-
do a seguranç a das pessoas, como também o funcionamento correto da instalaçã o no ambiente.
Acrescenta-se também, por exemplo, as normas da ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570 e ABNT NBR
5418, como normas complementares à ABNT NBR 5410.
A ABNT NBR 5410 aplica-se em instalações elétricas de edifica ções para uso residencial, comercial, área
industrial e serviç os agr ícolas, entre outras.
Entretanto, vale destacar que essa norma nã o se aplica aos seguintes contextos:
Ainda, na norma ABNT NBR 5410, encontramos citados nos itens a seguir os objetivos que se espera
serem atingidos e que guardam relaçã o direta com o dimensionamento e utiliza ção correta de condutores:
4.1.1 Proteção contra choques elétricos: as pessoas e os animais devem ser protegidos
contra choques elétricos.
4.1.2 Proteçã o contra efeitos térmicos: excluir qualquer risco de incêndio de materiais
inflamá veis devido a temperaturas elevadas ou arcos elétricos.
4.1.3 Proteçã o contra sobre correntes: as pessoas e animais devem ser protegidos con-
tra os efeitos negativos de temperatura excessivos em que os condutores possam ser
submetidos.
4.1.4 Circulação de correntes de falta ou corrente de curto circuito: em que os condu-
tores devem suportar essas correntes sem atingir temperaturas excessivas. ( ABNT NBR
5410, 2004, 2008).
A ABNT NBR 5410 é utilizada para baixas tensões, que correspondem a valores abaixo de 1.000 volts ou
1 kV.
Para as tensões iguais ou superiores a 1kV, existem algumas normas a serem utilizadas:
- ABNT NBR 5410 - Instala ções elétricas de baixa tensã o;
- ABNT NBR 14039 - Instala ções elétricas para média tensão de 1.0 kVa 36,2 kV;
Você já parou para analisar que as cores presentes nos fios e cabos das instalações elétricas possuem
uma padroniza ção e não s ã o utilizadas ou aplicadas de modo aleatório?
Pois bem, para tal situaçã o, a ABNT NBR 5410 determina que duas regras devam ser seguidas na escolha
de cor dos fios e cabos.
Uma cor se refere ao condutor de neutro, que na maioria ou praticamente em todas as instalações
elétricas deve ser azul claro. A outra cor diz respeito ao condutor de proteçã o identificado como terra,
podendo ser verde e amarelo.
Apesar das indicações para obter vantagem e facilitar as instala ções elétricas, nem todos os profissio-
nais seguem à determina ção da ABNT NBR 5410 quanto à adoção das cores nos condutores ou por falta de
conhecimento ou por desrespeito à norma, mesmo ela sendo obrigat ória.
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
As cores para instalações prediais seguem um padrã o de cor propriamente dita e sã o utilizadas as se-
guintes:
Neutro — Tubulação
— Fase
Retorno
|
ur
II TT
Proteçã o ( terra)
Hl H 1 1
Fios e cabos possuem a funçã o fundamental de conduzir energia elétrica nas devidas instalações elétri-
cas industriais, residenciais, comerciais, etc. Entretanto, é de suma importâ ncia garantir a seguranç a dessas
instalações respeitando a padroniza ção de cores que identifica cada fio com sua respectiva funçã o.
Nã o devemos utilizar o cabo amarelo como fase quando o cabo de proteçã o for o
verde amarelo (conhecido como "brasileirinho"), pois pode haver confusã o de cores e
gerar um curto -circuito.
Já as cores para instalações industriais seguem um padr ão diferente, sendo divididas por tipos de circui-
to, já que temos o circuito de for ç a e o de comando.
Nã o existe uma cor correta para diferenciar circuito de for ç a do de comando, o importante mesmo é
usar cores diferentes para os dois tipos.
Por exemplo:
Ainda no ambiente industrial, quando tratamos dos chamados CCM (Central de Comando de Motores),
normalmente os cabos de cor preta sã o utilizados para alimentaçã o e distribuiçã o dos circuitos de for ç a. E
quanto aos circuitos de comando e circuitos auxiliares (sinaliza ção, por exemplo), usualmente segue-se o
padr ã o europeu, onde esses circuitos s ão alimentados com tensões inferiores à s de forç a (normalmente 24
VCC) e o cabeamento utilizado para esse fim normalmente tem a cor azul escuro para o positivo (+); e para
o negativo (-), utiliza-se um cabo azul escuro com uma faixa branca em toda sua extensã o.
2.2 TIPOS
Os condutores elétricos s ão de fundamental importâ ncia em qualquer circuito elétrico, seja residencial,
comercial ou industrial, pois eles são responsáveis em levar a corrente elétrica que passa no circuito.
Acorrente elétrica circula atrav és da estrutura do condutor elétrico e faz com que esse se aqueç a, ocor -
rendo a dissipa ção do calor, mais conhecido como efeito Joule, sendo muito difícil de ser evitado. Ent ão, é
preciso aperfeiç oá-lo atravé s de uma seleçã o correta do tipo de condutor.
-*íi\ SAIBA
MAIS
Para saber mais sobre a estrutura atómica de materiais condutores, semicondutores
e isolantes, você pode consultar manuais de fabricantes de condutores el étricos e /ou
buscar no seu navegador de internet a express ã o fios condutores.
As caracterí sticas desses materiais, que s ã o usados na fabrica ção e seçã o transversal, sempre atendem
à s condições mínimas para a utilização em um determinado tipo de circuito.
Nesse sentido, três fatores devem ser considerados na seleçã o de bitolas para ocorrer uma distribuição
de for ç a elétrica sem haver prejuízos ou danos a uma instalaçã o elétrica:
.
a ) O primeiro fator considerado é a perda da energia permitida Esta perda representa a energia elé-
trica transformada em calor. O uso de condutores maiores reduz a resistência e, portanto, a perda;
b) O segundo fator corresponde à queda de voltagem que ocorre pela extensã o ou pelo grande
percurso até se chegar à carga, isso provoca varia ção na tensã o e, consequentemente, faz reduzir
a corrente diminuindo a potência;
c) Já o terceiro fator est á relacionado à capacidade do condutor para conduzir corrente, ou seja, o
condutor atinge em regime permanente de trabalho uma temperatura máxima devido ao calor
dissipado ou irradiado.
Na indústria, os condutores mais utilizados normalmente sã o os de cobre ou alumínio, que podem ser
isolados ou nã o, mas isso vai depender da aplicaçã o de cada situaçã o a depender do tipo de instala ção
elétrica.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Vale ressaltar que alguns aspectos determinam a capacidade de corrente em um condutor e, portanto,
é preciso levar em consideraçã o itens como:
d) A temperatura interna que muitas vezes se torna desconhecida, se considerar para efeitos de
um dimensionamento de 40°C exemplos, instalaçã o de eletrocalhas ( estrutura para acomodar e
proteger fios e cabos) e alvenarias.
A imagem a seguir evidencia, de uma forma mais específica, onde devem ser aplicados os fios e os ca-
bos elétricos.
Fio
Seçã o (mm2) 1,5'7 2,5 " / 4,0" / 6,0" / 10"
Aplicações
São recomendados para
instalaçõ es internas fixas:
industriais, comerciais,
residenciais de luz e forç a,
com tensõ es de 450/750 V.
Portanto, a escolha correta do material isolante que recobre um condutor elétrico é um item de extre-
ma importâ ncia para a seguranç a, a qualidade e o desempenho de uma instalaçã o elétrica.
2 CONDUTORES ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
Cabos m últiplos ou cabo PP possuem esse nome por terem duas capas de PVC, uma por dentro da
outra. É comum esse tipo de cabo ter dois ou mais condutores dentro, é flexí vel e bastante seguro por
justamente possuir uma proteçã o a mais no fio.
São utilizados em instala ções fixas, circuitos de comando, sinalizaçã o de equipamentos elétricos, subes-
ta ções, usinas geradoras e á reas industriais.
f) Muita resistência química, recomendável para uma grande diversidade de produtos químicos,
por ser um material inerte;
g) Muita resist ência térmica, pois suporta elevadas temperaturas, o que o torna ideal para trabalhos
que exijam essa capacidade;
h) Robustez e durabilidade, o que acaba evitando gastos frequentes e desnecessários com reparos;
i) Facilidade de operaçã o;
Sabemos que todo condutor elétrico percorrido por uma corrente aquece e que todos os materiais su-
portam, no máximo, determinados valores de temperatura. Quando acima dos percentuais estabelecidos,
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
eles começam a perder suas propriedades fí sicas, químicas, mec ânicas, elétricas, etc., sendo necessário
estarmos sempre atentos a essas condições.
Situações ma is comuns que podem estar sujeitas a acontecerem em uma instalaçã o elétrica s ão os pon-
tos de aquecimentos ou pontos de conex ões.
Um ponto real de aquecimento é quando ocorre um mau contato ao emendar um cabo a outro, ou
também quando existe folga em um ponto de conex ão entre um cabo e um terminal de um determinado
dispositivo elétrico, atrav és de um parafuso, podendo ocasionar danos à instala ção elétrica.
Se caso o ponto de conexã o ficar mal apertado pelo parafuso ou ocorrer de uma emenda de um cabo
malfeita for realizada em uma instalaçã o elétrica, isso pode propiciar um aquecimento, que é considerado
perda de energia, ou basicamente energia elétrica desperdiçada, sendo propício a acontecer um curto-
-circuito.
Para evitar problemas como um curto-circuito nas instalações elétricas é necessário que, em caso de
emendas, estas sejam realizadas de forma adequada, onde os parafusos estejam bem apertados e firmes
em seus devidos contatos. Além disso, é importante a realiza ção de manuten çã o preventiva para o reaper-
to em todos os pontos de conexões através de parafusos, para evitar o surgimento de problema futuros.
2 CONDUTORES ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
No entanto, se temos dois condutores que estã o conectados de maneira firme e adequados, ocorrer á a
passagem de corrente elétrica com menor resist ência possível, diminuindo assim possí veis danos entre os
contatos da conex ão.
SAIBA Para saber mais sobre câ meras t é rmicas ou termogr á ficas capazes de identificar pontos
de aquecimento em um equipamento ou componente elétrico, antes de se tornar um
MAIS possí vel defeito, procure no seu navegador da internet a palavra termografia.
Para evitar possí veis pontos de aquecimento sugere-se a utiliza ção de terminais nos pontos de cone-
x ão, conforme permissã o da utilizaçã o desse objeto pela Norma, entretanto, deve-se estar atento se os
terminais estã o adequados ao tipo de ponto de conexã o. O uso de um terminal adequado garantirá que
o ponto de conexão fique firme, evitando possí veis folgas já que o cobre do condutor fica extremamente
adequado ao terminal bem encaixado.
A seguir destacamos alguns pontos importantes para fundamentaçã o da compreensã o sobre conex ões
e suas caracterí sticas.
EMENDAS
Em determinados tipos de projetos existe situa ções em que surge a necessidade de emendar dois fios
de eletricidade; isso ocorre por diversos motivos, como um rompimento acidental, ou mesmo quando o
mesmo não satisfaz ao projeto em execuçã o; por ém, deve ser realizada com muito cuidado para que essa
emenda não fique folgada demais.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
y y y y y y y y y y
Aquecimento (
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Figura 11 - Exemplo de emenda malfeita
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Para realiza ção de emendas pode-se utilizar a técnica do tipo prolongamento, que consiste em unir
condutores para prolongar os fios e para aumentar o comprimento do condutor. Comumente a emenda é
realizada simplesmente trançando-se os fios, a partir da seguinte sequência:
a ) Io Passo: retire nas pontas dos condutores utilizando um canivete ou estilete a cobertura iso-
lante em PVC, ou se preferir utilize um alicate descascador de fios. Pratique sempre retirando a
cobertura isolante em direçã o à ponta, com o cuidado de não danificar o condutor.
Observaçã o: o comprimento de cada ponta deve ser suficiente para aproximadamente umas 06 (seis)
voltas em torno da ponta do outro condutor;
b) 2o Passo: retirando os restos do isolamento deixando o condutor limpo, se caso for detectado
que o condutor apresente oxidaçã o na região da emenda, raspe ou corte o condutor com as cos-
tas da lâ mina, a fim de eliminar a oxidaçã o;
c) 3o Passo: fa ç a a emenda dos condutores cruzando as pontas dos mesmos e, em seguida, tor ç a
uma sobre a outra em sentido oposto, cada ponta deve dar aproximadamente 06 ( seis) voltas
sobre o condutor, no mínimo.
A tor ção das pontas pode ser completa com ajuda de um alicate, as pontas devem ficar completamente
enroladas e apertadas no condutor, evitando-se assim que estas pontas perfurem o isolamento;
d) 4o Passo: o isolamento da emenda deve ser iniciado pela extremidade mais satisfat ória. Amarre
a ponta da fita e, em seguida, dê tr ês ou mais voltas sobre a mesma, continue enrolando a fita, de
modo q ue cada volta se sobreponha à anterior. Continue enrolando a fita isolante sobre a camada
isolante de PVC do condutor. A fita deve ir de um lado ao outro e retornar ao ponto de origem.
A execuçã o de uma emenda adequada deve garantir que a camada isolante do condutor seja ultrapas-
sada por uns dois centímetros, corte a fita isolante.
É necessá rio atender ao processo de realizaçã o da t écnica, pois emendas feitas de maneira inadequada
geram sobreaquecimento do fio e mau contato na instalaçã o elétrica, além de perdas significativas no
equipamento.
CONECTORES
Os conectores sã o dispositivos que desempenham a funçã o de estabelecer uma liga çã o elétrica e me-
c â nica entre dois ou mais condutores, ou um condutor a um borne de interruptores, tomadas, disjuntores,
etc. Lembrando que s ão utilizados para condutores com seção transversal maiores que 10 mm .
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Figura 13 - Conectores
Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.
Geralmente, os conectores são conhecidos como machos e fêmeas. Os conectores machos s ão aqueles
que apresentam rosca interna. A outra extremidade, onde ocorre a comunicaçã o, precisa ser composta de
conectores fêmea que sã o caracterizados por possuir rosca externa onde devem ser encaixados os conec-
tores machos.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
CASOS E RELATOS
Em uma fá brica de cervejas, após uma parada para manutençã o semanal, um equipamento passou
a apresentar constantes desarmes do disjuntor, e consequentes paradas do equipamento e da linha
de produçã o. O t écnico Alex solicitou uma parada para intervençã o e identificou que algumas co-
nex ões estavam folgadas, ocasionando mau contato e falhas na alimentaçã o. Ele fez o reaperto das
conexões e liberou o equipamento para operar. Porém, apó s algumas horas de opera ção, no turno
seguinte, as falhas voltaram a acontecer. Infelizmente, no ponto onde o mau contato estava aconte-
cendo, o cabo ficou danificado; e, ao invés de ser substituí do, tinha sido feito apenas o reaperto da
conexão.
No dia seguinte foi feita a substituição do cabo danificado (onde o t écnico que executou o serviç o
teve a preocupaçã o de usar um cabo da mesma bitola do original), e o equipamento voltou a operar
sem apresentar falhas. Infelizmente, mesmo com o reparo do defeito, houve a perda de tempo e de
produção, devido a uma intervençã o inadequada.
É muito importante cumprir requisitos da norma que regulamenta as instalações elétricas industriais
para manter o funcionamento do circuito em perfeitas condições, garantindo a seguranç a das pessoas e
do próprio ambiente de trabalho.
A escolha do tipo de conector que ser á acoplado no condutor da instalação elétrica, na qual se est á
trabalhando, depende de vários fatores, principalmente a intensidade da tensã o. Se você estiver lidando
com baixa tensão ou alta tensão, deve-se utilizar conectores especí ficos.
Vejamos algumas diferenç as entre os conectores para baixa tensã o (BT) e conectores de alta tensão
( AT):
a ) Conectores para BT: sã o conectores mais simples, já que sã o feitos para serem acoplados a con-
dutores para baixa tensã o (tais condutores possuem uma menor seção transversal), sã o pequenos
e não requerem muito de especializa ção para instalá-los;
b) Conectores para AT: são conectores mais robustos e mais rí gidos na sua instalaçã o, sã o espe-
cialmente projetados para suportar altas tensões e correntes.
.
Assim, chegamos ao final de nosso capítulo, mas, esperamos que não pare por aqui Continue estudan-
do, pesquisando, consultando as Normas e se atualizando.
2 CONDUTORES ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
RECAPITULANDO
Neste capítulo vimos que a função de um condutor elétrico é permitir a circulaçã o da corrente elé-
trica nos circuitos; e a partir da Norma ABNT NBR 5410, sã o estabelecidas regras para instalações
elétricas de baixa tensão. Vimos também que existe um padr ão de cor a ser seguido, tanto para ins-
talações elétricas prediais como tamb ém para instalações industriais, existindo pequenas diferenç as
de cor entre essas duas instala ções elétricas.
Conforme aprendemos, existem 3 tipos de condutores elétricos que sã o: o fio, o barramento e o
cabo. Além desses tipos e seus conceitos, conhecemos as caracterí sticas relacionadas a um tipo de
cabo denominado como cabo PP.
Por fim, falamos sobre conex ões e existem dois tipos de situa ções que podem gerar danos em uma
instala ção elétrica, sã o elas: os pontos de aquecimento que surgem da realizaçã o de uma emenda
malfeita entre cabos ou um ponto de conex ã o folgado ou danificado.
Dispositivos de manobra,
sinalizaçã o e prote çã o
Neste sentido, as normas que s ã o determinadas atravé s de símbolos grá ficos e simbologias
literais s ã o utilizados para aná lise e interpreta ção do funcionamento de cada situa ção empre-
gada pelo dispositivo que ir á desempenhar sua funçã o em seus respectivos circuitos identifi-
cados em seu esquema de ligaçã o.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
As normas buscam padronizaçã o justamente por serem necessá rias, no caso de algumas partes e com-
ponentes elétricos, para permitir intercambialidade2, por exemplo, altura do eixo de motores, padrã o de
cores, de dimensões de cabos, etc.
Por isso, neste capítulo, vamos conhecer os dispositivos de manobra e proteçã o, que s ão utilizados
para proteger, ligar e desligar cargas, como motores, atuadores elétricos e componentes dos circuitos de
comando. Vamos começar?
3.1 BOTOEIRAS
Botoeiras são dispositivos de comando que têm como função estabelecer ou interromper a carga em
um circuito de comando, sendo executados por um acionamento manual.
Elas sã o utilizadas em equipamentos de movimenta çã o de cargas, tais como: pontes rolantes, pórticos
e talhas, comandos remotos para portã o, controle de bomba d'á gua, entre outras aplica ções.
Padr ão de cores, lâ mpadas de sinalização e bot ões de comando para circuitos e painéis seguem reco-
menda ções internacionais IEC juntamente como que recomenda a ABNT NBR 5410.
2 Intercambialidade: possibilidade de troca entre os elementos sem afetar no desenvolvimento da aplica ção.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
Liga Verde
Desliga Vermelha
Rearme Amarela
Emergência Vermel ha
Teste de sinalização Preta
Para facilitar sua execuçã o de acordo com os esquemas de comandos elétricos, as botoeiras se apresen-
tam em diversos modelos para cada situaçã o com diferentes funcionamentos.
CARACTER Í STICAS
As botoeiras variam quanto à s cores, formatos e aplicações, sendo que as cores seguem padr ão confor-
me norma, variando de acordo com sua função.
DIMENSIONAMENTO
b) Botoeira sem retençã o: é um bot ão que a carga somente será acionada se for pressionado. Pos-
sui um contato normalmente fechado;
c) Botoeira de impulso duplo: é um contato que possui os dois botões de pulso juntos, também
possui um contato normalmente fechado;
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
d) Botão cogumelo: é um botã o muito comum quando queremos utilizá -lo em um circuito que
somente ser á acionado em situa ção de emergência.
Embora a intercambialidade seja uma grande vantagem no uso desses materiais, devi-
^ SAIBA
MAIS
do aos detalhes construtivos, é necess ário consultar o manual do fabricante para saber
mais sobre as caracterí sticas de montagem e intercambialidade de botoeiras.
Podemos contar com as botoeiras quando necessitamos de alguns botões em um local remoto de uma
má quina e nâ o dispomos de um painel de comando, já que elas s ão caixas que acomodam vá rios bot ões.
SIMBOLOGIA
É importante saber os tipos de botões para ligar, desligar e de emergência, para saber utilizar os diagra-
mas.
Muitos bot ões de comando sã o modulares, de modo que você pode montar a configura ção de aciona-
dor, de contatos e de número de posições de acordo com sua necessidade.
A figura a seguir demonstra a aplicaçã o das normas de identificaçã o dos terminais dos contatos NA
( normalmente aberto) e NF (normalmente fechado).
(Ordem do contato)
1° 2° 3° 4o contato
Tipo do contato
NA: 13/ 14
13 21 33 41 33/ 34
NF: 21 /22
S1 .
\ 7\ 7
-~ -~ 41/ 42
14 22 34 42
Na á rea industrial podem ser encontrados diversos tipos de botões para painel de comando presentes
em máquinas ou equipamentos de movimento, por exemplo, pontes rolantes, talhas, etc.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
3.2 CONTATORES
Existe uma grande quantidade de dispositivos e equipamentos que s ã o utilizados para fazer o controle
industrial em circuitos, sendo o contator um dos dispositivos mais simples usados na indústria.
O contator é um dispositivo eletromec â nico que possui duas posições quando energizado e desener-
gizado. Seu funcionamento não é manual e pode estabelecer, conduzir e interromper correntes em condi-
ções normais do circuito.
Ele é constituído por uma bobina que, quando é energizada por uma corrente elétrica, cria um campo
magnético no núcleo fixo que atrai o núcleo móvel, fazendo, assim, o circuito funcionar.
lp Contato móvel
lp Contato fixo
iiiinmim
\
Núcleo móvel
lp o
Bobina $
o I Núcleo fixo
O contator é formado por bobinas responsá veis pelo campo magnético que atrai o núcleo; pelo núcleo
de ferro, que aciona o contato pelo movimento; pela mola, que é responsá vel por levar de volta o contato
à posição de repouso e pelo próprio contato, que é acionado quando o núcleo de ferro está acoplado.
No Brasil, esses dispositivos, desde os seus componentes até a sua montagem, sã o elaborados confor-
me a norma da ABNT NBRIEC 60947-4-1, considerados como dispositivo de manobra e controle de baixa
tens ão.
Contatores instalados presentes em um comando elétrico para partidas de motores eletromec â nicos
sã o determinados conforme exigência da ABNT NBR 5410.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Na área industrial, ele é muito utilizado em painéis elétricos no comando das má quinas .
CARACTER Í STICAS
As principais partes dos contatores, como núcleo fixo, núcleo móvel, contatos fixos, contatos móveis e a
bobina de alimenta ção, formam um contator que, quando utilizado, apresenta as seguintes caracterí sticas:
a ) Ligaçã o rá pida e segura;
Um exemplo bem simples de aplicaçã o ocorre em sistemas de esteiras transportadoras. Para acionar-
mos os motores de cada trecho da esteira a distâ ncia, precisamos de um contator trifá sico.
Seu funcionamento se dá da seguinte forma: quando o usuá rio aperta um botã o no painel de opera ção,
a bobina do contator, que normalmente fica em um Centro de Controle de Motores (CCM), distante dos
motores, é energizada, fechando seus contatos móveis, que enviam energia para ligar os motores trifási -
cos.
DIMENSIONAMENTO
Os contatores s ã o destinados para abrir e fechar circuitos elétricos. Esses dispositivos sã o acionados a
dist ância atravé s de comandos e, por isso, são dimensionados para esse tipo de funçã o.
Um contator é construído e dimensionado para constituir uma bobina que produz um campo eletro-
magnético, que, juntamente com uma parte fixa, proporciona movimento a uma parte móvel.
Os contatores são divididos e classificados em eletromec ânicos e eletr ónicos, ambos possuindo conta-
tos móveis.
Os eletromec â nicos destacam-se mais quanto ao uso e podem ser divididos em dois tipos, sendo os
contatores auxiliares que sã o utilizados para ligar e desligar circuitos de comando e sinalizaçã o, enquanto
que os de potência são utilizados como chave de ligaçã o e desligamento de motores.
O comando da bobina é feito por meio de uma botoeira com duas posições, que tem seus elementos
ligados à bobina.
A velocidade de fechamento dos contatos é uma junção da for ça proveniente da bobina e da forç a me-
c â nica das molas de separa ção que atuam em sentido contr á rio.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
As molas de compressã o s ão também as responsá veis pela velocidade de abertura do circuito, quando
a alimenta ção da bobina se encerra.
Contato móvel
\ Borne
Contato fixo
Bobina
eletromagnética Mola
Devem ser dimensionados considerando os seguintes critérios: categoria de emprego, corrente de car-
ga, tensão e frequência de manobra e número de contatos auxiliares.
Tipo e modelo
do dispositivo Número e
Normas de pa í ses que
configuração
os contatores atendem
Fabricante dos contatos
»
t£àig/
MC0 A 301AT
MOD. 1
EC/EN 50947 4 1 AI 1 1 312 513 2INC
\
VDE 0550
GB 14048.4
Corrente hh.20 A U.750V
Aex. Cont. lth.15 A A2 2Í1 412 613417
Tensão
má xima dos contatos 1 ~ 3 ~; nominal
3Q 400
5001690
Categoria AC1 131 13 117 122,5
de emprego AC3 Potência
© elé trica
nominal
Siglas de paí ses que
aprovam a utilizaçã o
V 1115 30 2
HP ! V 3 1,511,51 3 I 3
Potência
mecânica
nominal
Para executar a instala ção é importante conhecer a identificaçã o dos terminais dos contatos e da bobi-
na dos contatores indicada na NBR IEC 60947-4.
A identificaçã o dos terminais das bobinas é representada por um c ódigo alfanumérico, ou seja, forma-
do por letras e números.
SIMB0L0GIA
A simbologia de um contator principal com bobina e contatos pode ser representada atrav és da simbo-
logia contida na ABNT NBR 12523 e IEC 60617-7. Quanto a norma ABNT NBR 12523 cabe uma informação
muito importante: ela foi cancelada pela ABNT, sem substituiçã o, em 2012; mas continua sendo ampla-
mente utilizada, sem restrições, no ambiente elétrico industrial, at é os dias atuais.
<
;<J;J;<J NBR 12523
IEC 60617- 7
CM fN I vO
<
Esses contatos s ão identificados como normalmente abertos, chamados de NA, ou normalmente fecha -
dos, chamados de NF, assim como os relé s.
ro m
<i - <N. m
^ NBR 12523
<
VJ'ir $
—
« rsi m
IEC 60617-7
A identifica ção é realizada por meio de letras maiúsculas nas bobinas com apenas um ou mais enrola-
mentos.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA. SINALIZA ÇÃO E PROTE ÇÃ O
FUNCIONAMENTO
Para contatores alimentados com tensão alternada, as conexões devem ser feitas ligando uma fase no
borne A 1 e o neutro noA 2 ( para alimentaçã o em 110 V); ou ligando uma fase em cada um dos terminais da
bobina (bornes A 1 e A 2), no caso de alimentaçã o com 220 V.
Com a energiza çã o da bobina eletromagnética, o campo magnético criado atrai o núcleo móvel, que
se desloca, "arrastando" consigo os contatos móveis. Ent ão, acontece a alteraçã o do estado dos contatos,
quando aqueles que estã o abertos se fecham e os que est ão fechados se abrem.
n i
O/VME ISO
Figura 22 - Contator
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Para executar a instala ção é importante conhecer a identificaçã o dos terminais dos contatos e da bobi-
na dos contatores, indicada na ABNT NBR IEC 60947-4.
IDENTIFICAÇÃ O
13 NC
EI
21 NC 31 NC 43 NC
Ordem do contato
PP P ©
1o 2o 3o 4o contato
tipo de contato
innrn
33
13 21 41
{ NA = 3 e 4
NF = 1 e 2 CAWN4 CO
KA 11 - \ — —Y 22E
1
1
14 22 34 42
pp
Contatos NAs Contatos NFs
normais normais
abertos fechados
Figura 23 - Representação d a identificação de umcontatorauxiliar
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Podemos utilizar chaves ou botoeiras liga e desliga independentes para controlara bobina docontator,
obtendo uma maior versatilidade.
A bobina de um contator apenas será acionada havendo ddp (diferença de potencial) entre seus termi-
nais de contatos. Observe a simbologia utilizada para sua representaçã o na figura seguinte.
A1
A2
Figura 24 - Simbologia representando a bobina de um contator
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA. SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
A identificaçã o dos terminais das bobinas é representada por um código alfanumérico, de acordo com
a imagem a seguir.
A1 AI A2
*
Jw V «0
9 9 9 9 *
1
l ' I o
CJ
•$&
w
W
I
• *
* w 9
9
- A
A2
CASOS E RELATOS
Andr é, eletricista de plantã o do turno da noite, depara-se com um possí vel defeito que provavel-
mente resultar á em uma falha do equipamento na linha de produção.
Andr é identificou um problema em um contator do painel elétrico da máquina usado para o coman-
do do motor da esteira transportadora e preencheu os dados em sua ordem de inspeçã o de rota,
descrevendo o problema e, logo após, informando ao supervisor de produçã o Kleber sobre a situa -
ção, alertando-o sobre o defeito encontrado, solicitando permissã o para intervir no problema que,
consequentemente, resultará na interrupçã o da produçã o, parando o equipamento.
Kleber ouviu o relato do eletricista Andr é e informou que no momento que a manutenção não deve-
ria ser realizada, pois a produção nã o deveria ser interrompida, e que ele deveria cumprir a progra -
maçã o para atender à demanda de produtos.
Andr é, percebendo que sua solicitaçã o não foi atendida, procurou Thiago, seu supervisor de manu-
tençã o, informando-o sobre o acontecido.
Thiago, em seguida, procura o supervisor Kleber e explica que essa falha pode resultar em condições
perigosas e até mesmo inseguras para os funcioná rios ou danos materiais significativos.
Sendo assim, Kleber concorda em interromper a produçã o e permite que o serviço de manutençã o
seja executado.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I I
Na identifica çã o da falha, Andr é teve que conferir se o defeito estava aparentemente no motor ou
no próprio contator. Assim que localizou o motor na área através doTAG de identificaçã o no painel
elétrico referente ao motor, ele constatou o TAG e conferiu medições de tensões e correntes, mas
nã o localizou o problema.
Apó s esse procedimento aplicado, conferiu novamente com um multí metro a mediçã o, verificando
as tensões de alimentaçã o em volts nos terminais A 1 e A 2 do contator, comprovando ausência total
de tensão e corrente.
Logo após, identificou a sequência dos cabos que est ão alimentando a tensã o da bobina do contator
nos terminais A 1 e A 2.
Depois, retirou os cabos respeitando a sequência que fez, desparafusando cada um deles e fazendo
a isolaçã o com a fita isolante.
Sem dúvidas, o contator de potência é um dos mais populares dispositivos de acionamento quando o
assunto em quest ão é comandos elétricos.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
3.3 RELÉS
Relés sã o dispositivos eletromec ânicos de grande utilidade em circuitos de instalações elétricas por
serem acessí veis e eficientes em qualquer projeto e, principalmente, por serem responsáveis por controlar
o fluxo decorrente.
São utilizados para ligar ou desligar cargas elétricas, porém nã o com as mesmas exigências comparan-
do a um contator.
Sua aplica çã o se dá conforme a ABNT NBR 5410, que determina que toda instalaçã o elétrica deve satis-
fazer a seguranç a para pessoas e garantir um excelente funcionamento, sendo assim, os relés de medição
e sistemas de proteçã o.
DIMENSIONAMENTO
.
Os relés são como contatores auxiliares de menor potência Seus contatos sã o produzidos com prata,
ní quel ou prata mais óxido de c ádmio.
SIMB0L0GIA
Um relé normalmente é especificado a depender da temperatura dos seus elementos térmicos e pela
tensão que deve ser aplicada à sua bobina para que ele dispare e, sobretudo, a depender da corrente que
seus contatos suportam conduzir.
Os relé s podem ser encontrados em diversos setores, como na automa ção industrial, em má quinas e
equipamentos em geral.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
30
Armadura
1111 q 04
Contatos
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Núcleo 2 t-0 4 NA
Símbolo
Ao saber seu princípio de funcionamento e onde são utilizados, estes dispositivos podem também aju-
dar na segurança do equipamento.
IDENTIFICAÇÃO
De uma maneira geral, os relés s ã o compostos por um eletroímã em forma de bobina e possuem uma
armadura met á lica que é atraí da pelo campo magnético criado pelo eletroímã.
Tal qual os contatores, os relés também são dispositivos eletromagnéticos que dependem que a sua
bobina seja alimentada com tensã o (CA ou CC ) para que os seus contatos mudem de posiçã o.
Um dado importante a respeito dos relé s é que numa infinidade de aplica ções, ao invés de utilizar con-
tatos NA ou NF isoladamente, utilizam- se os contatos reversí veis, nos quais um contato base chamado de
comum (C) permanece fechado com um NF e, ao energizarmos a bobina, ele se movimenta, rompendo
essa uniã o com o NF e se unido ao NA, fechando com esse.
TIPOS
Existem relé s do tipo eletromagnéticos, de estado sólido ou digitais. Os relés podem funcionar confor-
me seus componentes e assumir, assim, diversos tipos construtivos, os eletromec â nicos s ão tradicional-
mente mais utilizados.
0 número de contatos pode variar, conforme o sistema de funcionamento de cada tipo, podendo ser
construí dos com princípio de atuaçã o t érmica, pneumática ou de impulso.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA, SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
Sinaleiras são dispositivos desenvolvidos para sinalizar e monitorar determinadas situações em um am-
biente fabril, desde a parada de um equipamento como também o acompanhamento de variá veis em um
controle de processo, podendo ter agregado a si, um sinal sonoro.
Seguindo orientações da norma, a sinaliza ção é a forma visual ou sonora de se chamar a atenção do
operador para uma situa çã o determinada em um circuito, má quina ou conjunto de má quinas, caracteriza-
-se por meio de buzinas e campainhas ou por sinalizadores luminosos com cores determinadas por nor-
mas.
CARACTER ÍSTICAS
A sinaliza ção luminosa é a mais utilizada por ser de r á pida identifica ção.
Figura 27 - Sinalizadores
Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.
Os dispositivos de sinalizaçã o podem ser visuais ou sonoros, porém, o tipo visual é o mais utilizado para
identificar emergências e falhas.
DIMENSIONAMENTO
Dispositivos de sinaliza çã o s ão componentes dimensionados para serem utilizados para indicar o esta -
do em que se encontra um painel de comando ou processo automatizado ou o estado de uma máquina.
IDENTIFICA ÇÃO
Quando trabalhamos com eletricidade, o uso das cores tem uma grande import â ncia, pois servem de
orienta çã o para finalidades, situações e estado de má quinas e equipamentos.
Existe uma padroniza ção, que assim determina quanto ao uso das cores para sinalizaçã o em eletricida-
de:
a ) Vermelho: indica má quina ou equipamento energizado e em opera ção. Representa uma condi-
çã o de perigo;
b) Verde: indica que a má quina ou equipamento est á na situa ção desligada e em condições de
entrar em operaçã o. É uma cor que significa seguranç a, ou seja, o equipamento se encontra em
uma condiçã o segura ou fora de opera çã o;
c) Laranja: é a cor usada para indicar condiçã o ou estado de falha ou crí tico em máquinas e equi-
pamentos;
d) Amarelo: utilizada nas má quinas e equipamentos para representar uma situa çã o ou condição
que precisa de atençã o. Indica um estado de alarme, condiçã o de "aguardando" um comando ou
sinal; porém, situações que nã o representam perigo. Dispositivo representado pela cor Amarela
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
indica situa ção importante, por ém sem perigo, bem como alarme de ní vel baixo ou má quina
aguardando;
e) Branco: máquina ou equipamento em movimento. Também pode sinalizar que o comando est á
sob tensão (energizado);
f) Azul: indica que a máquina ou equipamento est á sendo comandado remotamente ou em prepa-
raçã o (reposicionamento).
SIMBOLOGIA
Sinaleiro luminoso
Sinaleiro sonoro
X1 XI
-H
X2> -H
X2
D
Figura 28 - Simbologia luminosa e sonora
.
Fonte: SENAI DR BA 2018.
As instalações elétricas, ou de equipamentos que estã o presentes na á rea industrial, devem possuir
sinalização luminosa que indique seu estado de funcionamento ou condições e situa ções de falhas ou
advertências.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
No ambiente industrial, tratando-se de instala ções elétricas industriais, as chaves de fim de curso são
dispositivos que s ão acionados pela forç a fí sica, tornando-se um comutador elétrico.
Conforme recomendaçã o da ABNT NBR 5410, projetos ou instala ções elétricas devem garantir o pleno
funcionamento, como também garantira seguranç a das pessoas.
CARACTER ÍSTICAS
A depender do tipo de projeto, existe a necessidade de ter algum dispositivo que determine ou inter-
rompa o final de um processo ou determinada atividade fí sica e este dispositivo é denominado chave de
fim decurso.
Fim de curso
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As chaves fim de curso são conhecidas também como micro switch e s ão dispositivos que funcionam
como um dos comutadores elétricos mais requisitados no ambiente industrial por seu baixo custo peque-
no, sendo bastante aplicados em comandos elétricos, isso se deve ao fato de apresentarem durabilidade e
uma infinidade de aplicações com diversos modelos que se adéquam perfeita mente a um projeto elétrico.
Elas possuem uma vida muito longa, sendo que em aplicações leves e médias costumam durar 1 milhão
de ciclos; já nas pesadas, pode chegar a 10 milhões de ciclos.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA. SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
DIMENSIONAMENTO
As chaves de fim de curso normalmente são produzidas contendo um contato normalmente fechado
NF em sua grande parte, mas ainda existe outro contato normalmente aberto NA utilizado também.
De modo geral, as chaves fim de curso possuem somente um tipo de contato, e, apesar de serem pe-
quenas, elas suportam correntes com alta grandeza, o que possibilita, por exemplo, o acionamento de
motores.
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Figura 30 - Chaves fim de curso para aplicações normais e para aplicações de seguranç a
.
Fonte: SENAJ DR BA 2018.
As chaves de fim de curso podem ser dimensionadas para serem utilizadas em circuito de tempo, inver-
sã o de polaridade, mudanç as de estados ou funções e acionamento biestá vel.
TIPOS
Composta basicamente por três elementos, sendo, design da caixa, contatos e atuadores, a depender
do formato ou projeto ou grau de proteçã o que se refere o contato NF (normalmente fechado) ou NA (nor-
malmente aberto), sendo o melhor tipo de atuador pelo qual deverá ser utilizado.
Existem vá rios atuadores que possuem em sua estrutura hastes flex íveis, pinos arredondados, roletes,
alavanca, que a depender do tipo de projeto, deverã o ser escolhidos conforme sua real situaçã o ao uso.
SIMB0L0GIA
Saber escolher adequadamente este dispositivo proporciona um correto funcionamento, pois, se di-
mensionado de maneira errada, pode ocasionar que o circuito não funcione corretamente.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
A simbologia e identifica ção das partes destes dispositivos estã o representados a seguir.
Rolete -
mec â nico
Acionamento Contato
NF
14 12
/T-r\
S ímbolo
Bomes
Bornes
Figura 31 - Simbologia e identifica ção dos componentes de uma chave fim de curso
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
a ) Roletes mecânicos: sã o indicados para obter determinado contato fí sico como forma de acionar
ou desligar uma a ção de movimento ou mudanç a de função;
b) Contatos elétricos: sã o responsá veis pela condução de corrente elétrica;
3.6 SENSORES
Os sensores são dispositivos capazes de monitorar ou detectar o estado, posiçã o ou condi çã o momen-
t â nea, ou propriedade de uma grandeza ou processo. Isto é, eles medem uma grandeza fí sica, elétrica ou
de posição (por exemplo: proximidade, temperatura, velocidade, pressã o, vazão e ní vel, entre outras), e
enviam um sinal elétrico como resposta de uma açã o.
Conforme recomendaçã o da ABNT NBR 5410, projetos ou instala ções elétricas devem garantir o pleno
funcionamento, como também garantira seguranç a das pessoas.
A NR-12 indica que sensores podem ser utilizados para a seguranç a dos profissionais que operam o
maquiná rio. Nesse aspecto, os sensores são fundamentais com para a seguranç a. Um exemplo disso são
as chamadas "barreiras de seguranç a", que atuam se o usuá rio posiciona alguma parte do corpo ou até
mesmo um equipamento em local não permitido, fazendo com que a má quina interrompa seu funciona-
mento, impedindo que o trabalhador sofra danos físicos.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
CARACTER Í STICAS
Existem diversos sensores que apresentam diferentes caracterí sticas para serem aplicados em diversas
situa ções na indústria, estando presente em diversas má quinas e processos industriais.
Nas indústrias podem ser utilizados como sensores de press ão, sensores de temperatura, sensores de
nível, sensores de vazão e ainda os mais comuns: indutivo, capacitivo, fotoelétrico, magnético e ultrassó-
nico.
DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento dos sensores é baseado na mudanç a relacionada ao ambiente, podendo ser calor,
luz, etc. Trata-se de uma quest ã o de aná lise e estudo, sendo importante fazer a escolha dos sensores com
precisão e qualidade.
Nesse aspecto, abordaremos a seguir os principais sensores utilizados no ambiente industrial, que fa-
zem o papel de monitorar, medir e informar as condições ou estado de um equipamento, parte dele ou
uma grandeza ou for ça relacionada, pois são a base do controle dessas má quinas ou equipamentos.
Os sensores indutivos, também chamados de sensores de proximidade, s ã o dispositivos eletrónicos
usados na detecçã o de partes e peças metálicas, como ferro, a ç o, alumínio, lat ão e aço inox.
Os sensores capacitivos detectam através de proximidade qualquer tipo de massa, logo, são aplicados
onde existe a necessidade de detecção de materiais nã o met álicos, como plá sticos, madeiras e resinas. São
utilizados também para detecçã o do nível de lí quidos e sólidos .
Sem contato fí sico, os sensores fotoelétricos s ã o capazes de detectar nã o só partes e peç as de má quinas
automáticas, mas os pr óprios produtos manufaturados na linha de produçã o.
Podemos encontrar sensores de modelos especiais e microprocessados com saí da digital simples ou
dupla, saída analógica em tensão ou corrente, cujos sinais podem ser interpretados e usados para monito-
ramento, controle, registro ou seguranç a.
Alguns relatos hist óricos narram que o primeiro sensor inventado foi
um sensor de temperatura desenvolvido por Galileu. Seu invento deu
origem ao primeiro termó metro, ou medidor de temperatura. No expe -
CURIOSIDADES rimento de Galileu, um tubo contendo ar e á gua media a elevaçã o de
temperatura exterior atrav és da dilata çã o do ar, que provocava altera çã o
do ní vel da á gua.
SIMBOLOGIA
Os sensores s ão provedores de "informaçã o" para os sistemas elétricos e de automa ção. Eles medem,
monitoram e informam o estado de uma variá vel (temperatura ou pressão, por exemplo) ou a situaçã o de
um componente, para o posterior controle ou tomada de decisã o. Podem possuir um ou mais contatos de
saída, sendo normalmente um contato NA, ou um NA + um NF; também podem ser analógicos ou digitais.
Símbolo genérico
Princípio: indutor
Sensor indutivo
Sensor capacitivo
TL
Princípio: capacitor
Saída: sinal
A simbologia para sensores pode ser genérica, utilizando um quadrado contendo o símbolo indicativo
de sensor, o símbolo do princ í pio de funcionamento e a indicaçã o da quantidade e tipo dos contatos de
sa ída, disponíveis para coleta do sinal e posterior aplicação. A partir dessa simbologia, podemos inserir os
sensores em esquemas e diagramas elétricos, eletrónicos e de automaçã o.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
Relé térmico ou de sobrecarga é um dispositivo de proteção a distâ ncia, que atua mediante a circula ção
da corrente elétrica através de seus contatos, cuja operaçã o de atuaçã o se dá pelo movimento relativo de
elementos mec ânicos sob a a ção de eleva ção do valor da corrente que, através desse movimento, alimenta
uma carga.
Alguns fatores que determinam um desarme ou atua ção de um relé são o travamento do rotor de um
motor, curto-circuito entre bobinas, rolamento interno ou carcaç a, proporcionando o aumento da corren-
te.
Uma vez acionado ou disparado, um relé térmico voltar á à posição de repouso automaticamente, quan-
do for selecionado manualmente.
CARACTER Í STICAS
Os relés térmicos são determinados por categorias e também pelo tempo de atua çã o do seu disparo.
Quanto à s classes de desligamento térmico, temos:
a ) Relé classe 10: aplicações com tempo de partida inferior a 10 segundos;
b) Rel é classe 20: aplicações com tempo de partida inferior a 20 segundos;
c) Relé classe 30: aplica ções com tempo de partida inferior a 30 segundos.
Os principais elementos que fazem parte de uma estrutura dos relés de sobrecarga sã o:
.
d) Lâ minas bimetá licas: princípio de funcionamento Elemento que faz o relé atuar;
e) Ajuste de corrente: ajuste do valor da corrente. Ponto a partir do qual teremos a atuaçã o da
proteçã o.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I I
Para rearme 2
1 automático
98 97 / 95
o o
r//y
E V/ / /
Í / /A
///j
• 4.
Para rearme
manual
960
O o o o o o
L1 T1 L2 T2 L3 T 3
O relé t érmico é o dispositivo de proteção responsá vel por proteger os equipamentos de possíveis
anomalias que venham danific á-los, por isso, além das suas caracter ísticas, você precisa conhecer sua sim-
bologia.
SIMBOLOGIA
Como todos os elementos e equipamentos dos circuitos elétricos, temos a simbologia empregada para
representar esses dispositivos. Esse símbolo também tem a função de proporcionar a leitura e interpreta-
çã o dos relés térmicos em diagramas elétricos .
LI L2 L3 LI L2 L3
OU OU
1 3 5 95 97 1 3 5
uuu 95
96
Contato auxiliar 97 98
2 4 6 96 98 2 4 6
OU OU ou de comando
Contato auxiliar tipo comutador Duplo contato
TI T2 T3 ou de comando TI T2 T3 ( 1 NA + INF)
Contatos principais tipo comutador Contatos principais
Os símbolos mostrados na figura anterior sã o aqueles utilizados nos diagramas elétricos. Nos desenhos
dos diagramas elétricos, os contatos principais sã o desenhados nos circuitos de for ça, após o contator
principal. Os contatos auxiliares são representados nos circuitos de comando, onde fazem a interrupçã o da
opera çã o de todo o sistema elétrico na ocorrência de uma sobrecarga.
IDENTIFICA ÇÃO
Tal qual os outros elementos e equipamentos elétricos, os relé s t érmicos ou de sobrecarga possuem
simbologia pr ópria e numeraçã o especí fica para seus contatos.
Neles, temos os contatos principais, que normalmente s ã o ligados ao contator principal, identificados
como 1, 3, 5 ou as letras L1, L2, L3 (L de linha). Para as sa ídas temos os terminais 2, 4 e 6, ou ainda T1, T2, T3
(T de terminais), que conduzem as tr ês fases para a carga.
Também, temos os contatos auxiliares, que podem ser um NA (97 e 98) e um NF (95 e 96), ou um contato
reversor tipo comutador no qual o 95 é o comum (C ), que é aberto (NA ) com o 96 e fechado (NF ) com o 98.
Esses contatos auxiliares são normalmente empregados para proporcionar proteçã o ao circuito de co-
mando e da sequência de opera ção ou manobras do motor trifá sico.
Eles operam da seguinte forma: o NF é usado na linha do botã o de emergência, para evitar que ocorra
funcionamento nã o desejado ao motor apó s a atua ção do relé; e o NA normalmente é usado para acionar
um dispositivo de sinalizaçã o (como uma lâmpada, por exemplo), indicando que o relé atuou.
O relê surgiu no sé culo XIX e foi bastante utilizado nos sistemas tele -
CURIOSIDADES f ónicos das centrais telef ónicas analó gicas. Com passar dos anos este
dispositivo passou a ser utilizado como forma de proteção de circuitos e
também de motores e cargas elé tricas.
O relé térmico ou de sobrecarga é definido como um dispositivo de proteção cuja operaçã o é baseada
na detec ção indireta de sobrecarga, principalmente em motores.
Quando instalado em um circuito elétrico, o relé térmico fica posicionado em linha com as fases do
motor. Na ocorrência de um aumento significativo na intensidade de corrente consumida pelo motor, o
relé detecta essa varia ção e atua. Como seus contatos principais são tripolares, possuem tr ês lâminas bi-
metá licas com enrolamentos de aquecimento, que são ligados em série com cada uma das fases do motor.
Essas lâminas bimet álicas (dois metais diferentes) possuem diferentes coeficientes de dilata ção (apre-
sentam diferentes pontos de dilataçã o quando submetidos a um aumento de temperatura) e, quando são
aquecidas, se distorcem e se deformam, acionando os contatos auxiliares.
Em operação normal, com o motor consumindo uma corrente que atinge valores próximos do valor
da nominal, essa corrente percorre internamente os tr ês elementos t érmicos. Nesse momento, acontece
um aumento significativo e os elementos aquecem demais devido a esse excesso de corrente. Ent ão, os
elementos t érmicos atuam acionando os contatos auxiliares para sinalizar a sobrecarga do motor e o relé
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
t érmico atua em conjunto com o contator principal e com o comando elétrico, realizando a a ção de desli-
gar todo o circuito .
Nas má quinas e equipamentos industriais, a sobrecarga é o problema mais frequente, e é definida como
uma situa ção onde o aumento da corrente leva ao superaquecimento dos elementos térmicos devido ao
efeito ocasionado pelo efeito Joule3.
A quantidade de corrente elétrica que um relé térmico suporta pode ser ajustada por um botã o de teste
em seu disco que é acionado manualmente.
DIMENSIONAMENTO
Este tipo de dispositivo deve ser dimensionado de forma que tenha em sua faixa de ajuste a corrente
nominal (In) que percorre pela parte que esteja ligado.
Cada relé cobre apenas uma faixa de corrente especificada pelos fabricantes que fornecem os relés de
sobrecarga.
O relé n ão deve ser dimensionado baseado apenas na corrente nominal do circuito. O ajuste de corren-
te nesses relés deve ser feito seguindo a recomendação de guardar uma faixa que cubra desde a corrente
nominal, a um valor que seja de 10 a 15% maior, conforme a fórmula:
Em que:
In: Corrente Nominal;
3 Efeito Joule: é a lei fí sica que expressa a relaçã o entre o calor gerado e a corrente elé trica que percorre um condutor em um
determinado tempo.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
Na pr ática, é basicamente assim: se a corrente nominal do motor for de 10 A, por exemplo, a faixa de
ajuste deve ter um ajuste que cubra a faixa entre 10 e 12,5 A. Como s ão fabricados com faixas de ajuste
padronizadas, deveria ser usado um com a faixa de 8 a 12,5 A.
O dimensionamento do relé térmico deverá conter uma corrente nominal igual a da corrente nominal
do motor, para que assim possa ser atuado realizando a sua proteção.
Os fusíveis sã o dispositivos utilizados para proteçã o contra curto-circuito, porém, devido à sua forma
de atuar, por vezes se comporta como proteçã o contra sobrecarga. Possuem um condutor (elo fusível)
devidamente calculado para suportar, no máximo, um valor específico de corrente.
Na ocorrência de um curto-circuito ou sobrecarga (esta pode ter razões diversas, inclusive sem ter ori-
gem elétrica) de alta intensidade e de longa duraçã o, esse elo fusí vel se funde (rompe), interrompendo a
.
alimenta ção do circuito Uma característica marcante, que se configura como uma desvantagem dos fusí-
veis com relação aos relés t érmicos é que quando os fusí veis sã o acionados, sua utiliza ção é única e após
sua atua ção devem ser substituí dos e descartados. Ent ão, os relé s de sobrecarga possuem a vantagem de
nã o precisar ser substituído; o que gera custos, tempo e resíduos.
Devido à sua importâ ncia nos circuitos elétricos e à sua natureza de opera ção, os fusí veis têm a atenção
de algumas normas, que orientam e determinam a forma de utilizaçã o dos mesmos.
A ABNT NBR 5410 determina que projetos ou instala ções elétricas devem possuir elementos e recursos
para garantir o pleno funcionamento, como também garantira seguranç a das pessoas, dos equipamentos
e das instalações. Os fusíveis sã o um dos elementos utilizados para esse fim.
Um dos seus itens trata da proteção contracorrentes de curto-circuito, por exemplo.
Há ainda a norma ABNT NBR 7282, que determina as especificações para a utilizaçã o dos dispositivos
fusíveis.
CARACTER ÍSTICAS
Os fusí veis possuem algumas caracterí sticasque os classificam baseados na sua velocidade de atua ção.
Essas caracterí sticas também servem de parâ metro para definição de onde utiliz á -los. Sã o elas:
a ) Corrente nominal: valor de corrente que o fusível suporta sem interromper o circuito;
b) Corrente de ruptura: é o valor má ximo de corrente que o fusí vel consegue interromper;
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
c) Corrente de atuaçã o: é o valor especificado da corrente que provoca atua çã o do dispositivo por
um determinado tempo;
d) Curva caracterí stica: é a rela ção entre o tempo necessá rio para haver a interrupção em função
da corrente.
b) Fusíveis de a ção r ápida: sã o usados como proteção contra curto-circuito e, em muitos casos,
também contra sobrecargas em circuitos com caracter ísticas resistivas, por exemplo, os fornos
elétricos e as estufas, que usam resistores para seu aquecimento. Sua especificaçã o ou denomi-
na ção é "gL-gG";
c) Fusí veis de açã o retardada: com denominaçã o "aM", sã o empregados para proteção contra
curto-circuito, nos circuitos elétricos onde existem picos de corrente, como aqueles que apresen-
tam caracter ísticas indutivas; circuitos de motores e transformadores. Eles suportam esses picos
de corrente que normalmente se manifestam nas partidas e nas desconex ões desses elementos,
mas se rompem na ocasiã o de curtos-circuitos.
DIMENSIONAMENTO
De forma geral, para a escolha e dimensionamento de fusí veis para proteção de um circuito, é necessá-
rio optar por um fusí vel que possua um valor de corrente maior do que a corrente máxima de consumo da
carga a ser alimentada.
Importante também é considerar que a corrente que ir á passar pelo fusí vel nã o deve ser superior à
corrente má xima que os condutores que alimentam a carga suportem. Entã o, devemos levar em conta o
limite de capacidade de temperatura do condutor para serviço em regime contí nuo. E importante frisar
que, no caso de nã o termos dados sobre a corrente de pico da carga, usamos uma margem de seguranç a
que vai de 2 a 3 vezes o valor da corrente nominal.
a ) Fusí vel NH: usados em circuitos de alta potência, s ão conectados e retirados por encaixe, utili-
zando-se, para isso, um dispositivo (ferramenta) pr óprio, para proteger o operador .
4 Softstorter. é um dispositivo eletrónico que serve para controlar a tens ã o de partida do motor e também a sua desenergização.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA. SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
Proteção contra
arco voltaico
b) Fusível Diazed: Dia = Diâ metro; Z = Duas partes (bipartido); Ed = Rosca do tipo Edson São utili- .
zados em circuitos de baixa potência, conectados atrav és do porta-fusí vel que se monta através
de roscas e importante por servir contra o risco de choque elétrico. São construídos de porcelana
e fechados por tampas met álicas. Para sua instalaçã o, s ã o utilizados alojamentos especí ficos, cha-
mados de porta -fusível.
Anel de proteçã o
\
# >
%
- Fus ível
\ *
% vT
Parafuso
de ajuste
I— Ba
Tampa
Figura 38 - Fusí vel Diazed e partes que compõem o conjunto com o porta- fusí vel
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Este fusível internamente possui alguns filamentos de uma liga especial metá lica que, ao ser percorrida
por uma corrente intensa, leva ao aumento da temperatura, fazendo esse filamento se romper, queimando
o fusível, que dever á ser substituído por outro. Cada filamento possui seu determinado limite expresso em
Ampères de 2 a 100 A.
A velocidade de rompimento é determinada por alguns tipos, sendo considerados r ápido, retardado e
ultrarr ápido.
c) Tipo SILIZED/SITOR: são fusí veis caracterizados por serem ultrarrá pidos;
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Normalmente, os fusí veis Diazed de açã o r ápida são utilizados nos circuitos com caracterí sticas resisti-
vas (como fornos e lâmpadas) que nã o apresentam picos de corrente; e os de a çã o retardada são utilizados
para a proteção de circuitos indutivos ou capacitivos, pois esses possuem picos na partida ou interrupção
da carga.
SIMBOLOGIA
Como todo e qualquer componente elétrico, existe a simbologia especí fica e exclusiva para os fusí veis.
Essas caracterí sticas sã o identificadas na lista de dispositivos, que normalmente é anexada aos docu-
mentos de projeto de cada má quina ou equipamento.
Quando um circuito elétrico é submetido a uma carga excessiva por um per íodo longo de tempo, ocor-
re um sobreaquecimento dos condutores envolvidos, que podem se propagar, inclusive, para os outros
condutores próximos.
Do mesmo modo, um curto-circuito gera um pico de corrente, capaz de aquecer os condutores muito
mais rapidamente, para que seja possí vel o desgaste ou mesmo a queima dos condutores da instalaçã o.
Tal qual nos circuitos industriais, todo circuito residencial deve ser protegido com um disjuntor termo-
magnético, responsá vel por interromper o funcionamento de circuitos assim que eles apresentem picos
muito altos de corrente ou sinais de sobreaquecimento.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
Refor çando o que foi dito no tópico sobre os fusíveis, seguindo a ABNT NBR 5410, para que uma insta-
la ção funcione perfeita mente e nã o ocorram choques elétricos, é indispensável nã o utilizar dispositivos de
proteçã o que sejam capazes de detectar fugas de correntes. A ABNT NBR 7882 também se preocupa com
esses detalhes e possibilidades.
A ABNT NBR 5410:2004,2008, trata os disjuntores como "dispositivos que garantem simultaneamente a
proteçã o contra correntes de sobrecargas e contra correntes de curto-circuito".
CARACTER ÍSTICAS
Esse tipo de dispositivo que é muito conhecido, principalmente devido ao seu uso doméstico, nã o é
recomendado para proteger cargas e equipamentos e sim para proteger o circuito, ou seja, os condutores,
fios ou cabos pertencentes a um circuito elétrico.
Outra norma importante, a ABNT NBR IEC 60947-1:2013, trata dispositivo de manobra e comando de
baixa tensã o, e define disjuntor como:
DIMENSIONAMENTO
Basicamente este dispositivo possui dois tipos de proteção, que s ã o a proteção térmica e a proteção
magnética.
A proteçã o térmica sofre um efeito térmico Joule provocado pela corrente que ultrapasse o valor espe-
cificado de operação ocasionando uma sobrecorrente originando o efeito t érmico.
A proteção magnética ocorre quando o campo magnético se intensifica provocado por um curto-circui-
to aumentado pela intensidade da corrente.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Proteçã o magnética:
Proteçã o contra
curto- circuito
Efeito t érmico
"Joule"
Desarme por efeito
Deforma ção ri de campo
apó s sofrer lJ magnético intenso
sobrecorrente
Provoca induçã o
magnética no pist ã o
Estes disjuntores termomagnéticos, além de proteger as instala ções elétricas contra curtos-circuitos e
sobrecargas de per íodos longos, protegem os equipamentos e também as pessoas e animais, pois evitam
que correntes altas possam causar ruptura das isola ções e ocorrerem fugas que poderiam causar acidentes.
Proteção contra
Proteção térmica:
© £2 curto- circuito:
Ao contr á rio dos fusí veis, os disjuntores termomagnéticos podem ser utilizados várias vezes após seu
acionamento, já que sua estrutura permite deixá -lo rearmado.
.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
A seguir estudaremos sua aplica ção de acordo com a ABNT NBR 5410.
De acordo com o a ABNT NBR 5410:2004, 2008, o dispositivo DR é obrigatório, desde 1997, nos seguintes casos:
a) Os circuitos que sirvam a pontos de utilizaçã o situados em locais contendo banheira
ou chuveiro;
b) Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edifica çã o;
c) Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a ali-
mentar equipamentos no exterior;
d) Os circuitos que, em locais de habita ção, sirvam a pontos de utilizaçã o situados em co-
zinhas, copas-cozinhas, lavanderias, á reas de serviço, garagens e demais dependências
internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens;
CARACTER Í STICAS
Condutor neutro
Condutor
fase
JUQVi
Bot ã o teste
Figura 42 - Disjuntor DR
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Já estes dispositivos DR de correntes nominais residuais maiores de 100 mA, 300 mA, 500 mA, 1000 mA,
sã o destinados apenas à proteçã o patrimonial contra os efeitos causados pelas correntes de fuga a terra,
tais como consumo excessivo de energia elétrica ou incêndios.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA. SINALIZAO ÁO E PROTEÇÃ O
O disjuntor motor é um equipamento que agrega as funções de disjuntor e comando de partida direta
ao mesmo tempo, sendo, entã o, um dispositivo de proteção e manobra, realizando as seguintes funções:
Os disjuntores motores sã o dispositivos que, além de proteger as instalações elétricas contra curtos-
-circuitos, protegem o motor contra sobrecargas.
H3-V \ -\
IEC 60617-7
P P P
I> I>
Os disjuntores motores, tal qual nos relés térmicos, também possuem um dispositivo com faixa de regu-
lagem da corrente de proteçã o e podem ser regulados ou especificados com base na corrente indicada na
placa de identifica ção do motor. Esse deve ser o mesmo valor de corrente aplicado ao disjuntor.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
CARACTER Í STICAS
Os disjuntores motores, diferentemente dos fusí veis, apresentam múltiplas atuações, evitando a opera-
çã o desequilibrada nos equipamentos trifá sicos.
Eles disponibilizam escolha de correntes nominais e admite ajustes de disparos que facilitam a coorde-
na ção com outros dispositivos de proteçã o e também possuem operaçã o repetitiva, ou seja, apó s desarme
podem ser reutilizados.
Depois de ajustada sua corrente x tempo, outras correntes não atuam seus disparos.
Os disjuntores motores possuem dois tipos de ní veis de proteçã o, sobrecorrente e curto-circuito:
DIMENSIONAMENTO
Por agregar as proteções térmica e magnética (contra sobrecorrentes e curtos-circuitos), e por serem
normalmente fabricados com uma manopla que facilita o acionamento, esse dispositivo é muito utilizado
para proporcionar a partida direta de motores de at é 10 Cv.
Nessas situações, o disjuntor motor é ligado na rede e diretamente ao motor numa configura ção em
que, sozinho, exerce as funções de disjuntor, botoeira liga- desliga, contator e relé térmico.
São recomendados para serem utilizados em partidas de motores nos seguintes casos:
c) Onde se tenha pouco espa ço para a instala çã o do circuito de comando do motor, pois o disjuntor
atende a necessidades de comuta çã o e proteção de sobrecargas e curtos-circuitos.
É recomendá vel no uso de um disjuntor motor, sempre que possí vel, associá -lo a um
FIQUE contator para proporcionar maior seguranç a nas manobras de partida e parada, me -
lhor aproveitamento e utilizaçã o da vida útil do componente. E sempre se certificar
ALERTA de que n ã o h á presenç a de tens ã o na rede durante uma instala çã o ou manuten çã o
de sistemas el étricos.
Chegamos ao final de nosso capítulo. Espero que tenha aprendido bastante, mas, nã o pare por aqui
nã o, continue estudando e se atualizando.
3 DISPOSITIVOS DE MANOBRA. SINALIZA ÇÃO E PROTEÇÃ O
RECAPITULANDO
Estudamos neste capí tulo sobre os acionamentos elétricos. Voc ê aprendeu a fazer a instalaçã o dos
seguintes dispositivos de proteção elétrica: fusí veis, disjuntores, disjuntores diferenciais residuais
(DRs), reles t érmicos e disjuntores-motores.
Você aprendeu que, entre os elementos de proteção, cada um desses dispositivos atua por um prin-
cípio, que pode ser corrente de curto-circuito, corrente de sobrecarga e corrente de fuga e que, por
isso, cada um tem uma forma específica de instalação.
Voc ê também estudou a simbologia, as especifica ções e as caracter ísticas de cada dispositivo, além
de alguns exemplos de diagramas de instalação. Esses conhecimentos s ão importantes por dizerem
respeito à proteção dos dispositivos eletroeletr ônicos industriais e, consequentemente, à seguranç a
das pessoas e do bom funcionamento da instalação e dos equipamentos.
tf
Acionamentos /?
CORRENTE DE PARTIDA ( Ip )
Os eventos e fenômenos elétricos acontecem por diversas causas. Na grande parte estã o
relacionadas à corrente elétrica e se manifestam de inúmeras formas em equipamentos, por
exemplo, as má quinas indutivas que possuem motores trifá sicos.
Essas má quinas apresentam um aumento significativo da corrente elétrica, que se manifes-
ta no momento da partida desses motores.
Corrente de partida (Ip ) é como se define tecnicamente o espaç o de tempo entre o momen-
to em que a má quina é alimentada, e inicia o seu movimento, desde o zero at é o momento em
que atinge sua velocidade nominal. Normalmente, é um conceito relacionado com os motores
elétricos.
Durante o momento em que se manifesta a corrente de partida, temos um aumento signi-
ficativo do valor da corrente consumida pela máquina. À medida que a máquina vai desenvol-
vendo sua velocidade, esse surto ou aumento de corrente vai tendo seu valor diminuí do, até
chegar ao valor da corrente nominal. Essa corrente de partida pode chegar ao chamado valor
de pico. O valor da corrente de partida pode atingir várias vezes o valor da corrente nominal.
Motores elétricos são construí dos seguindo recomendações e determinações de normas
conforme definições da ABNT; e essas recomendações ou determinações incluem considerar
para efeito construtivo essa corrente de partida que o motor atingir á quando energizado. Tam-
bém, é obrigatório que o fabricante informe esse valor de corrente de pico, indicando na pla-
queta de identifica ção do motor.
Os padr ões construtivos dos motores podem ser identificados atrav és de letras utilizadas
para esse fim, que estã o nas plaquetas de identificação desses motores.
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Destaca-se, entã o, o valor da corrente de pico com rela ção a corrente nominal, que dever ã o ser conhe-
cidas e respeitadas em um projeto de instala ção elétrica industrial.
Para saber mais sobre as caracterí sticas t é cnicas dos diversos tipos de motores, consul-
^ SAIBA
MAIS
te: ELETROBR Á S et al. Motor elétrico: guia b á sico. Brasí lia: IEL/NC, 2009. (Procel Indús -
tria, v. 6).
Quando este aumento na corrente nominal ocorre na partida, pelo fato da corrente de pico surgir au-
mentando entre 4 a 8 vezes o seu valor nominal, pode apresentar danos irrepará veis ao circuito como tam-
bém ao equipamento, porém muitos s ão os avanç os da tecnologia para tentar diminuir essa corrente de
pico ou de partida (Ip), minimizando esse efeito, fazendo com que seja de 4 a 6 vezes o seu valor nominal.
A placa de identificaçã o do motor presente na sua estrutura apresenta informa ções importantes sobre
as características e desempenho da corrente, tensão que deverã o ser seguidas e respeitadas quando for
haver a instalação elétrica deste dispositivo.
ALTO fm# C
RENDIMENTO
In - Corrente Nominal;
Ao analisar os dados de placa do motor, multiplicando o valor da corrente nominal (In) pelo valor indi-
cado como corrente de partida (Ip), ser á encontrado o valor da corrente de pico quando o motor for ligado.
4 ACIONAMENTOS
O sistema de partida direta é aquele pelo qual energizamos o motor diretamente com a tensão da rede,
fazendo com que o mesmo entre em operaçã o imediatamente. Normalmente é um sistema utilizado para
motores que já iniciam sua opera ção com carga; pois, ao ser alimentado direto na rede elétrica, o motor
apresenta o seu torque nominal.
Corrente
IP Legenda
Ip Corrente de partida
In Corrente nominal
In
Tempo
^
Figura 46 - Curva da corrente de partida (pico) x tempo
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Na indústria, o sistema de partida direta é utilizado em máquinas que possuem motores de potência
baixa, at é no máximo 5 Cv. Nos casos onde os motores possuem potências maior que 5 Cv, deve-se usar
sistemas alternativos, para minimizar a corrente de pico.
CARACTER Í STICAS
A partida direta de um motor trifá sico elétrico somente deve ser executada por motores apresentando
potências de no má ximo 5 Cv, e quando temos:
a ) Baixa potência do motor limitando as perturba ções causadas pela corrente de pico;
b) Quando o motor começ ar a se movimentar e possuir um redutor que não permita a acelera ção;
c ) Possuir um conjugado de partida alto, que por sua vez é a for ça para fazer o arranque, e para
proporcionar que esta venç a a inércia do motor parado.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
DIMENSIONAMENTO
A partida direta é dimensionada a permitir que a corrente de partida tenha proporcionalidade direta
com a tensáo de alimenta çã o e, à medida em que temos aumento da velocidade, tenhamos a diminuição
da corrente.
A rota ção do motor segue um único sentindo nã o havendo necessidade de inverter a rota ção.
DIAGRAMA
Denominamos diagrama o desenho esquemá tico que nos mostra como sã o feitas as liga ções do cir-
cuito de partida direta. Este desenho mostra de forma detalhada, as interligações, conexões, aparelhos e
dispositivos relacionados, detalhes e tipo de rede de alimentaçã o, sua instala çã o e interconexões.
Nele é possí vel ver ainda a instala çã o elétrica, suas partes ou detalhes, atrav és do uso de símbolos grá fi-
cos, definidos pelas normas ABNT NBR 5259, ABNT NBR 5280, ABNT NBR 5444, ABNT NBR 12519, ABNT NBR
12520 e ABNT NBR 12523.
Nas instala ções elétricas, os diagramas representam as interligações entre os diversos dispositivos elé-
tricos. São desenhos elétricos conhecidos como circuitos de comando e circuitos de potência, tamb ém
chamados de circuitos de forç a.
O diagrama de comando é um desenho esquemá tico dos circuitos elétricos e demonstra de forma clara
os seguintes aspectos:
a ) Funcionamento sequencial dos circuitos;
b) Os elementos presentes no circuito e as funções a eles atribuí das; bem como, as suas interliga-
ções, conforme as normas estabelecidas;
c) Permite uma visã o clara dos aspectos do circuito, possibilitando uma análise das partes ou do
conjunto como um todo;
Para uma melhor identificaçã o da função dos elementos de um circuito elétrico mostrados em um dia-
grama, o mesmo é dividido em duas partes: o circuito de for ç a e o circuito de comando:
a ) Circuito de força: é responsá vel pela alimenta çã o do motor atravé s dos seus terminais ou cone-
x ões ligados à rede elétrica;
4 ACIONAMENTOS
Nos diagramas encontramos a representa ção dos comandos como também os de forç a,
K,
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1.2
M1 ' M
-3 F22
b) Diagrama de comando
Visualizaçã o dos dispositivos representados no esquema elétrico entendendo a lógica de funçã o de
cada um destes dispositivos.
Já na alimentaçã o (L1 -L2), a energia vem atravé s dessa fase L que possui a proteção do fusí vel F21 e
verificando, logo abaixo, aparece o contato do relé t érmico 92/96 - F 7 que tem a função de interromper o
circuito no caso de surgimento de sobrecorrente.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
- Com as três fases chegando ao motor mostra que há energizaçã o e funcionamento, e assim, a lâm-
pada H1 que está em paralelo como contator K 1 indica o fechamento do contator;
- Pressionando o bot ão SO, o circuito da bobina do contator é desligado e o mesmo é desenergizado.
Nos motores elétricos que sã o utilizados nos ambientes industriais, fazendo com que máquinas possam
permitir o avanço ou até mesmo o retorno de determinado movimento a depender do tipo de opera ção
desejada para determinado projeto na instala çã o elétrica, para isso acontecer é necessário um tipo de sis-
tema denominado sistema de partida direta com reversã o.
Quando ocorre a necessidade de realizarmos a inversão de rotaçã o de um motor elétrico trifá sico, deve-
mos nos valer de elementos do circuito, que nos permita uma a ção diretamente em seu campo magnético
do motor; e sabemos também que a existência deste campo magnético (conhecido como campo magné-
tico girante) só é possível devido à defasagem de 120° entre as fases.
Sendo assim, devemos realizar a reversã o invertendo duas das três fases de alimentaçã o deste motor.
2 ~60Hz 220V
3~60Hz 220V B
1.1 F21
1.2 F 7 JLT ^
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1.2 CD
Figura 48 - Partida direta com reversão diagrama de força e de comando
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 ACIONAMENTOS
a ) Diagrama de for ç a
As tr ês fases LI, L 2, L3, est ão protegidas por um fusível em cada fase sendo (F1, F2, F 3) e, assim, est ão
devidamente ligadas ao contator K 1 e K 2; e estes, estã o em série com o relé térmico F7 e assim a ligaçã o se
completa com os cabos até o motor.
b) Diagrama de comando
Já na alimentaçã o (L1-L 2), a energia vem atrav és dessa fase L que possui a proteçã o do fusível F 21, e,
verificando logo abaixo, aparece o contato do relé térmico 95 /96 - F7 que tem a função de interromper o
circuito no caso de surgimento de falhas no comando.
- Pressionando o bot ão S2, acontece a energiza ção da bobina do contator K 2 fechando os contatos
13 /14 - K2 e abrindo os contatos 21/ 22 - K 2 não permitindo a energiza ção da bobina do contator K 1
e, assim, ocorre a retençã o do contator K 2 mostrando que o contator est á fechado;
- Pressionando o bot ão SO, os circuitos das bobinas dos contatores ser ão desligados e desenergizados.
Para implementar um sistema de partida direta para motores é necessá rio cumprir
SAIBA recomendaçõ es da ABNT NBR 5410; e consultar a empresa local que faz a concessã o
MAIS de energia. Consulte a concessioná ria da sua regiã o e conheç a as suas instruçõ es, reco -
mendações e determinações.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Estes tipos de sistemas de partidas indiretas sã o conhecidos por possuir a funçã o de reduzir a corrente
elétrica no momento em que o motor elétrico trifásico inicia sua rotaçã o.
CARACTER Í STICAS
A partida indireta busca reduzir o pico inicial da corrente, assim, torna -se necessá rio realizar a partida
dos motores atravé s de elementos ou componentes que permitam manobras que reduzam a corrente de
partida no início, e que desenvolva sua rotação nominal evitando esse pico. Sã o tipos de partidas indiretas
de motores elétricos trifásicos:
a ) Partida estrela triâ ngulo;
b) Partida por autotransformador;
Um dos métodos mais conhecidos de partida indireta é a partida estrela triâ ngulo para obter redução
de corrente elétrica. Ela tem como grande vantagem reduzir a corrente de partida de um motor trifá sico
fazendo a redução da tensão de fase.
Salienta-se que a utilizaçã o deste sistema de partida deve acontecer somente para iniciar o acionamen-
to do motor. E apó s decorrido o tempo determinado por um temporizador, o motor ter á a sua alimentação
normal; quando entã o, o sistema realiza seu fechamento em triâ ngulo.
A sequência de operaçã o para os contatores é determinada sendo K 1 ( fechamento do circuito de forç a),
K 2 (fechamento estrela ) e K3 (fechamento em triâ ngulo).
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O detalhe mais importante é saber identificar a corrente de fase ou de linha que irá circular pelos dois
contatores energizando suas respectivas bobinas.
Conhecendo a corrente de fase ou de linha, a corrente que passará nos contatores, dever ão ser acresci-
das 15 % para essa corrente ficar superior a corrente nominal estabelecida.
Conhecendo a corrente de emprego, podem ser dimensionados os contatores a serem utilizados para
a correta aplica ção aos motores.
Fase R
Fase Fase Fase 1
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1 2 3
4
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4 5 6 3 2
Fase S
FaseT
Nã o podemos esquecer o contator K 3, que é responsável de fazer juntamente com o contator Kl o fe-
chamento do motor em triâ ngulo.
Esse tipo de fechamento proporciona uma menor tensão a ser suportada. Na prá tica, observa -se sem-
pre duas opções de tensão aplicadas ao motor, como motor 380 V e 220 V, neste caso, escolhe-se 220 V.
4 ACIONAMENTOS
DIAGRAMA DE COMANDO
O diagrama de comando representa a partida do motor trif ásico com o auxílio da partida em estrela
triâ ngulo sem reversã o.
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LL.
FUNCIONAMENTO
Para melhor compreender o diagrama de comando, vamos analisá- lo separando em 4 partes. Veja:
a ) Parte 1
A alimenta ção do circuito e seus componentes se dar á através dos fusí veis F 21 e F22; seguindo através
do contato fechado do relé térmico (F7), e pelo bot ão SO (Desliga), que dever á estar na condição "não
acionado";
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
b) Parte 2
Ao pressionar o bot ão S2 (Liga), os seus contatos ser ão fechados, fazendo com que a bobina do conta-
tor K3 e o temporizador D1 sejam alimentados.
K 3 sendo energizado fará com que os terminais 4, 5 e 6 do motor sejam interligados. Esse contator K 3 é
fechado primeiramente por questã o de seguranç a, para evitar centelhamento (já que o fechamento des-
ses terminais configura um curto-circuito). Ent ão, esse fechamento pr évio dos terminais que ser ão curto-
-circuitados tem a função de garantir a integridade física dos contatos deste contator.
Neste momento a contagem do tempo pelo temporizador já é considerada, ou seja, já est á em pleno
andamento;
c) Parte 3
Com a energizaçã o de sua bobina, o contator K 3 muda a posiçã o dos seus contatos (comuta) iniciando
pelos contatos NF (normalmente fechado). Ent ã o, o contato de K3 (31 -32), na linha de K 2 abre e, em segui-
da, os contatos K 3 (13-14) fecham, ocasionando os seguintes acionamentos:
K 3 (13-14) - Ao ser acionado, este contato estabelece a retenção responsá vel por manter a bobina de
K 3 e o temporizador D1 energizados. Este contato também alimenta o contator Kl; e neste momento, a
alimenta ção elétrica trifá sica chegará ao motor, e em seus terminais 1, 2 e 3 e dar á início ao movimento
rotacional de seu rotor.
Por sua vez, no diagrama de comando, o contato K1 fecha ( 23-24), (responsá vel pela retençã o que o
manter á energizado, independente de K 3 ( 13-14)), e também realiza o fechamento de seu contato K 1 (13-
14) que possibilitará o futuro acionamento da bobina K 2 (após o tempo do temporizador D1 );
d) Parte 4
O motor está funcionando no fechamento estrela. Quando for atingido o tempo ajustado para o tem-
porizador, acontecer á a sua comutaçã o, indo para outra posiçã o, abrindo o contato normalmente fechado
NF D1 (55-58), cortando a alimentação da bobina de K 3 ( A 1- A 2).
Agora, apó s ser desenergizado, os contatos do contator K 3 ir âo retornar para a posiçã o de repouso;
.
onde K 3 (13 -14) que fazia retençá o do próprio K 3 se abre (pois não é mais necessá rio) O contator K 1 per-
manecer á energizado, atravé s de (Kl 13 -14) que mant êm sua bobina alimentada.
Quando retorna para a posição fechado, o contato NF, K 3 ( 11-12) passa a ser o caminho de alimenta ção
de K2, tendo na sequência K 1 ( 13-14) fechado, que alimentará a bobina de K 2 ( A 1- A 2).
Quando energizado, o contator K 2 abrir á seu contato K 2 (11-12) que serve para impedir uma nova
energiza çã o de K3.
Entã o, agora o motor est á com seus terminais fechados em triângulo, segundos após sua partida.
Caso ocorra o acionamento dos dispositivos: SO; F 7; F 21 ou F 22 a linha de alimentaçã o do comando ser á
interrompida, interrompendo o funcionamento do motor trifásico.
4 ACIONAMENTOS
É um sistema de partida que tem como objetivo reduzir a corrente elétrica e que também a possibilita
alterar o sentido de rotaçã o.
As tr ês fases L1, L 2, L3, est ão protegidas por um fusível em cada fase sendo (F1, F 2, F 3) e, assim, est ão
devidamente ligadas ao contator K 1 e K 4. Esses dois contatores est ão num paralelo que juntam ao relé
t érmico F7; e assim a ligaçã o se completa com os cabos at é o motor.
Seguindo a mesma sequência, as três fases também chegam ao contator K 3 que est á em série com o
contator k2 curto-circuitado.
Estes dois contatores também têm liga ção dos cabos do motor .
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O sistema de partida estrela-triângulo com reversã o nã o é muito empregado, pois não é comum realizar
partidas e reversões constantes em motores que possuem corrente de partida alta, pois normalmente t êm
equipamentos e sistemas relativamente "pesados" a eles conectados mecanicamente.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I I
DIAGRAMA DE COMANDO
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IDENTIFICA ÇÃO
A partir do momento de atua çã o do temporizador, o motor tem sua ligação comutada, ou seja, mudan-
do as posições de sua configuraçã o em estrela, e girando no sentido hor ário, terminando o tempo fecha-se
o contado do temporizador d 1 muda de posiçã o desenergizado K 2 e energizando K3 Agora o motor tem .
sua liga ção comutada em triâ ngulo, e gira no sentido hor á rio.
Para que se faç a a reversã o, é necessá rio que se fa ç a antes o acionamento de S0, para a parada do motor.
Pressionando S 2, serã o energizados os contatores K4 e K2 (observando o diagrama de potência, vere-
mos que K 4 inverte as fases do motor) e o temporizador d1 que dá início à contagem de tempo.
4 ACIONAMENTOS
Agora temos o motor com seus terminais ligados em estrela, e o motor girando no sentido anti-hor ário.
Ao se completar o tempo o preestabelecido, o contato do temporizador d1 muda de posiçã o desenergi-
zando k2 e energizando k 4. Entã o, temos o motor ligado em triângulo, e girando no sentido anti-horá rio.
Os contatores kl e k 4 s ã o impedidos de serem acionados ao mesmo tempo por conta do intertrava-
mento. O recurso do intertravamento também é utilizado para evitar que k 2 e k 3 fiquem energizados ao
mesmo tempo .
Este é um tipo de partida indireta que tem caracter ísticas muito peculiares, dentre elas, a possibilidade
de ser utilizada apenas com motores que permitam a ligaçã o para as tensões de 220/ 380/ 440/ 760 V. Ou
seja, motores que possuam 12 terminais de conex ão disponíveis e também que tenham suas tensões em
regime normal de serviço iguais à s tensões da rede. Para motores com potência maiores que 100 Cv, é um
dos melhores tipos de partida existentes.
Na partida, a corrente e o conjugado ficam reduzidos se comparados à partida direta, portanto devem
ser acoplados à s má quinas que partem praticamente a vazio, ou seja, motores sem carga.
Quando da utilização de partida série paralelo, o motor vai ter sua partida em s érie, e, transcorrido o
tempo de 5 segundos de funcionamento o motor, passa a ficar em paralelo.
A chave de partida sé rie e paralelo é mais económica do que a chave estrela triâ ngu-
lo na partida; e isso é devido ao fato de que o conjugado ser á reduzido em apenas 25
%.
FIQUE
ALERTA Mas, atençã o, porque esse sistema nã o se aplica a todos os motores.
Utilize esse tipo de sistema apenas na implantaçã o de um sistema el étrico com mo -
tor que possua pot ência acima de 100 Cv.
A partida série e paralelo é também outro método de efetuar e executar uma partida de um motor
elétrico trifá sico.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I I
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É preciso que o motor possa ser ligado em duas tensões para ocorrer esse tipo de partida; sendo que a
menor tensão possui o mesmo valor da rede e a maior tensã o possui o valor em dobro.
Também é importante frisar que, nesse sistema de partida, o pico de corrente é reduzido a 1 / 4. Como
inconveniente, é necess á rio que o motor parta a vazio, devido ao fato de que teremos uma redução no
conjugado de partida, que terá a mesma propor ção.
As três fases R, S, T, est ão protegidas por fusí veis, sendo (F1, F 2, F 3). E assim estã o devidamente ligadas
ao contator K 1 e K 2.
O contator K1 é o principal elemento nesse diagrama para esse tipo de partida. Deve ser ligado ao relé
t érmico F4 e assim a liga çã o se completa com os cabos at é o motor 12 terminais, com tr ês terminais 10-11-
12 fechados em curto no motor trabalhando com 9 terminais.
DIAGRAMA DE COMANDO
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Figura 56 - Diagrama de comando da partida sé rie e paralelo
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Neste momento, o motor está ligado em série e o temporizador energizado. Apó s passado o tempo,
abre-se o contato do temporizador 55 -56 - D1 muda de posição desenergizado K 3.
Agora o motor est á ligado em paralelo, devido ao contator K 1 energizar o contator K 2 que, consequen-
temente, energiza K4.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
As chaves compensadoras sã o um recurso para partidas de motores que possuam cargas de conjugado
resistente até 50% do conjugado em regime normal.
Os TAPs 5 mais comuns sã o os de 65% e 80% da tensã o nominal, possibilitando que o motor tenha uma
partida satisfat ória, com a reduçã o de 42% e 64% da corrente e do conjugado de partida, respectivamente.
Na partida do motor ocorre a redução da voltagem de sua tensão elétrica, proporcionada por suas liga-
ções estarem em s érie com as bobinas de um autotransformador.
Este tipo de ligação é utilizado em máquinas como calandra, compressores, bombas, sendo motores
que não aceitam partidas elevadas de corrente.
Ainda, a ligação em quest ão est á entre os três melhores métodos de partidas a serem utilizadas nos
ambientes industriais.
CARACTER Í STICAS
Apresenta-se como caracterí sticas ter um autotransformador ligado em estrela, possuindo geralmente
três contatores, um relé de sobrecarga, trê s fusí veis retardados e um relé de tempo.
DIMENSIONAMENTO
O autotransformador é um tipo de transformador com caracter ísticas especí ficas. Possui um núcleo
magnético composto por três bases verticais (colunas) feitas com aç o silício. Cada uma dessas colunas é
envolvida por uma bobina .
Os pontos iniciais dessas bobinas s ã o interligados, num fechamento em estrela. Os TAPs est ão ao longo
dessas bobinas e os valores de tensão que podem ser coletados nesses TAPs operacionais s ão de 50%, 65%
e 80% da tensã o aplicada na fase.
Possuem, também, os sem sores t érmicos, que monitoram a temperatura do bobinado do autotrans-
formador. Na ocorr ência de aumento de temperatura no bobinado, a proteção t érmica atua desligando o
sistema evitando danos a esse bobinado, o que causaria problemas no torque e rota ção do motor.
5 TAPs: são as derivações disponí veis no bobinado de um transformador ou autotransformador, que permitem elevar ou reduzira
tensão transformada para valores diferentes, conforme seleção.
4 ACIONAMENTOS
De acordo com o TAP selecionado, teremos um conjugado diferenciado no motor, devido à corrente
que circula nos enrolamentos durante partida, e que fica reduzido pelo padrã o de opera ção do TAP esco-
.
lhido
A curva característica do conjugado e da rotaçã o possuem valores abaixo à curva da tensã o plena, tam-
bém devido à escolha operacional do TAP.
IDENTIFICAÇÃO
A utilizaçã o de chave de partida compensadora ocorre para acionar motores sobcarga, os quais podem
ser de tensão única e possuírem apenas trê s cabos.
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4 6
-
3 220 / 380 Vca
Este tipo de partida também visa a redução dos picos de corrente, já que as tensões s ã o reduzidas.
O entendimento sobre o diagrama de pot ência e comando se dar á de acordo com o entendimento da
atua ção dos dispositivos presentes no diagrama elétrico representando este tipo de ligaçã o.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
As tr ês fases R, S, T, estã o protegidas por um fusível em cada uma, sendo (F 1, F 2, F 3), e assim estã o devi-
damente ligadas ao contator Kl, K 2.
O relé t érmico FT1 faz a proteção contra sobrecargas e, a partir dele, as liga ções de cabo chegam ao
motor.
A primeira parte do circuito de forç a tem as tr ê s fases passando pelo contator Kl, pelo relé t érmico che-
gando at é o motor; e nessa parte nã o há compensa ção.
O contator K 2 faz outra ramifica ção do circuito, ligados ao transformador e, por último, o contator K 3
que faz o fechamento dos terminais iniciais das bobinas do autotransformador, num curto-circuito que
configura uma ligaçã o estrela.
O transformador compensador redutor é fechado em estrela utilizando o contator K 3; e assim interliga
também os v ários TAPs. Temos TAPs deO%, 65%, 80% e 100% de utiliza ção das bobinas.
Na imagem anterior, o circuito o transformador está ligado em 65% de utiliza çã o da bobina de uma
tensão de 380 V.
Sendo assim, o motor est á em série e alimentado pela compensaçã o das bobinas do transformador.
Entã o pelo diagrama anterior, a partida acontecerá utilizando os contatores K 2 e K 3 e depois da conta -
gem do temporizador o contator assume a parte final sendo o último elemento a entrar.
c) Diagrama de comando
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Pressionando S1, energizam-se o contator k3 fechando os contatos auxiliares K 3 que energiza o con-
tator k2 que, consequentemente, vai acionar o temporizador KT1 dá iní cio à contagem de tempo. Essa
contagem vai variar entre 15 a 20 segundos a depender do tipo de carga existente.
Nesse momento o motor está sendo alimentado pela comuta ção das bobinas do transformador efeti-
vando 65% da tensão de 380 V da rede.
Quando o temporizador KT1 efetivar sua contagem, vai haver comutaçã o e o contato fechado se torna-
r á aberto; e assim, desabilita -se o contator K 3.
Sendo assim, os contatos fechados de K 3 irã o habilitar o contator Kl efetivando e alimentando o motor
já com a tensão da rede em 380 V e o contato normalmente fechado NF de K 1 desabilita K2.
Para o circuito ser desligado, há necessidade pode acontecer ou pela botoeira S0 ou pelo relé térmico.
O objetivo deste tipo de partida é reduzir a corrente de pico, que fará isso atravé s da reduçã o da tensão
ocasioanada pelos TAPs do transformador. Porém, esse circuito tem agregado a si funcionalidade de poder
inverter a rota ção do motor.
Em algumas situações que se utilizam motores com grandes potências é necessá rio utilizar o comando
partida compensada com reversã o de rotaçã o; embora, não seja muito comum isso ocorrer devido ao fato
de que motores de potência elevada sempre têm mecanismos e sistemas pesados ligados ao seu eixo, que
normalmente inviabiliza inversões de rota ção; mas é sempre muito interessante saber sobre a possibilida-
de de utiliza ção desse recurso. Esse recurso é utilizado, por exemplo, para grandes moinhos.
Observamos que os contatores Kl, K2 e K 3 sã o os responsá veis por fazer a partida compensada e os
contatores K 4 e K5 realizam a invers ã o da fase.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
JÇJ5
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IDENTIFICAÇÃO
a ) Pressionando SI, liga K 4 que se manterá ligado através do seu contato normalmente aberto NA
em paralelo com SI (contato selo);
b) Fechando K4, por consequência teremos o acionamento de K 3, e também do temporizador KT1,
que ocasiona o início da contagem de tempo;
b) Quando o tempo estipulado em KT1 é atingido, o contato normalmente fechado NF de KT1 abre
e desliga K 2.0 contato normalmente aberto NA de KT1 fecha, ligando k1;
c) O fechamento de K 1 abre K 3. Note o contato normalmente fechado NF de Kl, que está em série
com a alimentaçã o de K 3.
Após a parada total do motor, todo o processo poder á ser repetido pressionando S 2.
Observe que ao iniciar o comando atravé s do bot ão S 2 tudo acontecerá da maneira anterior, com a
troca do contator K 4 pelo K5; o que provocar á a invers ã o de uma fase e, consequentemente, a rotaçã o do
motor.
É importante frisar que a inversão de rota çã o s ó deve acontecer quando o motor estiver totalmente
parado. Existem alguns recursos e sistemas que auxiliam para essa funçã o de frenagem do motor e que
ser ão vistos em seguida.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
Existem vá rias formas de realizar a frenagem de um motor de induçã o e dentre as que mais s ão utiliza-
das, destacam-se dois métodos de frenagem elétrica.
a ) Frenagem por contracorrente;
Quando há inversão de duas fases da tensão de alimentaçã o do enrolamento direcionando a rota ção
do campo girante do motor muda a direçã o tornando a rota ção do rotor contr ária, obtemos uma frenagem
por contracorrente.
Dessa forma, a rota ção do rotor fica oposta ao torque, fazendo a velocidade diminuir e desenergizar o
motor.
Quando a frenagem deste tipo é utilizada, as correntes que serã o induzidas nos enrolamentos rot óricos
sã o de frequências altas (duas vezes a frequência no estator ) e de elevada intensidade, devido ao fato de
haver um elevado torque desenvolvido pelo motor.
CARACTER Í STICAS
Para se utilizar este tipo de frenagem se faz necessá ria a utiliza ção de circuitos ou dispositivos auxiliares,
para não provocar a reversão do motor. Como exemplo desses dispositivos, temos aqueles que monitoram
a velocidade do eixo do motor; e, se uma tendência à reversão se manifestar esses dispositivos atuam no
circuito de comando, provocando a abertura desses contatos que ocasionariam a reversão.
DIMENSIONAMENTO
Os dispositivos do circuito de for ç a devem ser dimensionados de forma a suportara corrente produzida
pela reversã o instant ânea. Assim como em má quinas que utilizam reversões constantes, para situa ções de
4 ACIONAMENTOS
trabalho em que frenagens serã o constantes, é muito importante considerar a necessidade de mudar a ca-
tegoria dos contatores e mudar a classe do motor para suportar as frenagens previstas no funcionamento
da máquina (regime de trabalho/categoria diferenciada).
LI L 2 L3
F1
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O motor desenvolve um torque sendo uma for ç a de frenagem quando há desconexã o do estator da
rede de alimentaçã o juntamente com a fonte decorrente contínua.
Essa desconex ão acontece quando a rotaçã o do rotor em seu campo produz um fluxo de corrente alter-
nada no mesmo e, assim, uma corrente contínua (corrente rot órica) é enviada ao enrolamento do estator
onde fica um fluxo magnético estacionário.
Um motor funcionando com corrente alternada e quando essa corrente se torna contínua, o motor
interrompe sua rota çã o, parando, acontece uma forma de freio.
E essa corrente contínua somente é possível através da ponte retificadoradediodos presente no circui-
to de for ça.
Na pr ática, a utiliza ção do recurso da frenagem por corrente contínua é limitada devido ao fato de que
.
pode causar sobreaquecimento excessivo no mesmo Isso ocorre devido ao fato de que toda a energia de
frenagem é dissipada no próprio motor. Assim, para que não haja comprometimento da vida útil do motor,
esse recurso da frenagem CC (corrente contínua) tem um valor limitado a cerca de 20% da tensã o nominal
em corrente alternada do motor.
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Km 1
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KM 2
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CASOS E RELATOS
A BHL Madeiras S/ A é uma indústria localizada em Belém do Par á e atua no mercado de madeiras há
mais de dez anos.
A empresa possui uma variedade de máquinas automáticas, dentre elas a seccionadora, uma má qui-
na que é utilizada para a execuçã o dos cortes em chapas de madeira que, por sua vez, s ão utilizadas
na construçã o de móveis e similares.
Nestas má quinas utilizava -se como chave de partida motores de induçã o trifá sicos, a partida direta
com reversão.
Através dessa chave, a má quina possuí a um dispositivo de corte denominado serra circular, que
utilizava um sentindo de rota ção realizando um corte e, em seguida, em reversã o alterava à rotaçã o
para realizar outro corte. Porém, era necessá rio aguardar um tempo, até a parada total da rotaçã o do
equipamento em um sentido, para acioná -lo o sentido contr ário, o que nem sempre era respeitado
pelos operadores que acionavam a rota ção sem que o equipamento estivesse totalmente parado,
causando aumento no consumo de energia devido aos picos. E, ainda, provocando a deterioraçã o
gradual do equipamento.
Para melhorar a situação da produção (praticamente eliminando o tempo de parada do motor) e,
consequentemente, minimizar os esforç os do motor, foi preciso instalar uma partida com frenagem
utilizando motores de corrente contí nua para fazer o motor frear, parando totalmente o motor e, em
seguida, possa ser acionada a reversã o.
Como resultado, foram obtidos benefícios na produção; pois, ao reduzir o tempo de retorno da serra,
o pr óximo ciclo de corte poder á ser iniciado com maior rapidez e assim sucessiva mente, ocasionando
um substancial aumento na produçã o no final do dia ou turno de trabalho. E, também, diminuiçã o
significativa no consumo de energia elétrica; bem como, diminuição do desgaste do equipamento.
Com o avanço da tecnologia, principalmente na eletrónica de pot ência, nos dias de hoje é cada vez
mais acessí vel e económico a utiliza ção de chaves de partida eletrónicas para motores.
Os soft starters sã o destinados tanto para motores de corrente contínua como também corrente alter-
nada, assim, estes dispositivos asseguram boas condições de operações progressivas.
Ajustes e indica çõ es
Dipswich para habilitar/desabilitar
as proteções do motor
Entrada de
alimenta çã o trif ásica
Sa ídas digitais
Ajustes de tensã o de pedestal,
a relé
tempo de aceleraçã o e
j
desaceleração e corrente do
motor —
Sa ída para
o motor
Figura 62 - Softstarter
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Quando um motor é colocado em funcionamento, através de uma alimenta çã o eletr ónica, resulta em
um aumento progressivo de tensão e isso permite ao motor obter uma partida sem trancos, sem picos de
corrente, devido ao fato de haver a tensão elétrica.
Este tipo de reduçã o é ocasionado pelo conversor e pelos diversos tiristores antiparalelo6, projetados
especificamente de dois em dois em cada fase de rede.
O controle progressivo da subida da tensã o é realizado pela rampa de aceleraçã o, que por sua vez de-
pende do valor da corrente de limitaçã o, sendo assim, o soft starter garante:
a ) O controle das condições de funcionamento principalmente na partida e na parada do motor;
6 Tiristores antiparalelo: têm a funçã o de controlar a tensão da rede e, consequentemente, fazer a frenagem no motor.
4 ACIONAMENTOS
IDENTIFICAÇÃ O
<0
Q) U MIT
c <0
o '
Sensor
m
O controle da tensã o da rede se dá por meio do circuito de pot ência, que é constituído por SCRs 7 Esses .
diodos retificadores controlados de silício (SCRs) funcionam como elemento de disparo de circuitos eletró-
nicos e assim, variando os â ngulos de disparo, acontece a variaçã o de tensão.
A estrutura para formar o circuito interno do soft starter est á dividida em duas partes, sendo circuito de
potência e circuito de controle.
CIRCUITO DE POTÊNCIA
Este circuito é responsável pela tensão da rede ser controlada através de 6 tiristores, que possibilitam a
variaçã o do â ngulo conduçã o das tensões que alimentam o motor.
7 SCRs: diodo controlado por silício. É um dos principais componentes ao controle de cargas de pot ência com altos valores.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
100
CIRCUITO DE CONTROLE
Este circuito é responsável pelo comando, sinalizaçã o e interface homem ou máquina (IHM) que são
configurados pelos usuários em função da aplica ção.
O softstarter é um módulo eletr ónico tiristorizado utilizado para suavizar a partida de motores de in-
duçã o trifásicos; o mesmo inicia a transferência gradual de energia para o motor, realizando, dessa forma,
uma suave aceleraçã o do mesmo; o que possibilita a redução dos trancos e golpes que seriam sofridos
pelos componentes mec ânicos e acarretariam uma sobrecarga na rede elétrica, no momento da partida.
CARACTER ÍSTICAS
As principais caracterí sticas de um softstarter são proteçã o, sinaliza ção e ajustes de configura ções.
Os softstarters apresentam funções que permitem configurar o sistema de acionamento nas seguintes
condições:
a ) Controle das rampas de acelera ção e desaceleraçà o;
c ) Conjugado na partida;
d) Frenagem por injeção de corrente contínua;
e) Proteçã o do motor contra aquecimento devido à sobrecarga;
PARAMETRIZA Ç AO
Os parâ metros são ajustados de acordo com a necessidade de utiliza ção que depende de cada função
especificada através de letras e número:
-
a ) Par â metros de leitura: s ão valores que s ão visualizados no display ,
Esses parâ metros são agrupados em números que v ão de 0 a 9. Dentro de cada grupo, temos as variá-
veis a ele atreladas. Por exemplo, os par âmetros de leitura estã o no grupo 7.0 par âmetro 71 seria referente
ao par âmetro de leitura das entradas digitais; já o par âmetro 74 seria a leitura das saí das anal ógicas. Num
outro exemplo, os parâ metros do motor est ão no grupo 2; sendo que 20 seria o par âmetro da potência do
motor, 21 seria a tensão do motor, 22 seria a corrente do motor, e assim segue.
4 ACIONAMENTOS
101
Este ajuste se refere à corrente limitada na partida do motor, pois permite suavizar a subida de corrente
no motor, de zero at é a corrente de partida.
Esta suavizaçã o evita trancos no motor e na carga e nã o é responsável direta pelo tempo de partida
efetiva do motor;
Em caso de seleção de parada suave e comando de parada suave no botã o correspondente, o softstarter
inicia a parada do motor obedecendo à rampa de parada ajustada, por corrente ou por rotaçã o do motor.
Em qualquer um desses dois casos teremos uma diminuiçã o da rotaçã o, que acontece em rampa. Po-
r ém, teremos uma precisão maior na parada por rota çã o, pois a corrente fica livre para aumentar ou dimi-
nuir, ocasionando uma compensa ção da carga;
Utiliza- se bastante essa proteçã o em equipamentos ou má quinas que possuem bombas; quando po-
dem ser mais facilmente detectadas, diminuições na corrente do motor, quando em operaçã o. O que re-
presentaria que a bomba está apresentando problemas, como estar com ar no sistema;
8 CLP: Controlador Lógico Programá vel. Equipamento eletrónico microprocessados, que executa lógicas de comando
virtualmente.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
102
f) Funçã o de frenagem
Com o objetivo de reduzir a velocidade de rota ção em um motor sem que o mesmo sofra danos, esta
funçã o permite a parada com frenagem por injeção de corrente contínua com um valor igual a aproxima-
damente duas vezes a nominal do motor. Só é ativa em caso de Parada Normal (FullStop ).
O ajuste do tempo para essa frenagem deve ser efetuado quando o equipamento é instalado e inicia
sua opera ção (o chamado “ startup" ). O valor ideal é aquele que interrompa a frenagem t ão logo o motor
tenha parado. Normalmente o tempo ajustado varia entre 2 e 15 segundos;
g) Funçã o booster
.
Este é um recurso bastante interessante O soft starter permanece injetando por um perí odo ajustá vel
(normalmente de 0 a 2 segundos), uma corrente da ordem de 4 a 5 vezes a corrente nominal do motor. Este
recurso é utilizado para grandes cargas, onde o esforç o para vencer a inércia é muito grande. A rampa de
partida programada se inicia apó s este tempo de injeçã o se encerrar.
Devido ao fato de causar sobrecorrente na instalação, esta é uma funçã o que deve ser utilizada pelo
menor tempo possí vel, e se a situa çã o de fato exigir o recurso;
h) Proteções
A utilização de soft starter nã o se limita apenas a partida de motores de indução, pode ser usada para
garantir proteção do motor, proteção contra sobrecargas, etc., aproveitando o benefício que os dispositi-
vos eletr ónicos, como o soft starter, possuem de detectare sinalizar essas falhas, fácil e instantaneamente;
Quando atuada, acende o LED correspondente, comuta o relé de falha e inibe-se o disparo dos tiris-
tores. Sinaliza se ocorrer tanto falta de fase na entrada como na saída, como também falha interna que
ocasione falta de corrente em uma das fases;
j) Curto-circuito
Na ocorr ência de um curto-circuito, quando a corrente instantâ nea chegar a um valor de 8 vezes a no-
minal do soft starter , a proteçã o atuará. O LED de indicaçã o acenderá e a parte eletrónica de potência ser á
desligada, cortando a alimenta çã o do motor, e o relé de indica çã o de falha será atuado.
Independentemente de que o soft starter possui essa proteção, devemos ter no circuito o uso de fusíveis
ultrarr ápidos para proteçã o dos tiristores, porque podem ser atingidos valores elevados de corrente. Neste
caso, o fusível pode atuar primeiro, protegendo mais adequadamente os tiristores;
4 ACIONAMENTOS
103
k) Sobrecorrente
Esta proteçã o monitora aumentos significativos de corrente. Possui uma faixa de regulagem que de-
terminar á o ponto interrupçã o da opera çã o do equipamento, quando essa sobrecorrente estiver entre 70
a 120% da corrente nominal. Este tipo de a ção ocorre após 10 segundos de sobrecarga, acendendo o LED
de sinalizaçã o correspondente. Ser á interrompido o disparo dos tiristores e acionado o relé de falha. O
ideal é que todas as chaves soft starter possuam essa proteçã o. Na ocorrência de sobrecarga e atua çã o da
proteçã o, o motor será parado;
Os soft starters possuem, normalmente, um conjunto de LEDs que o informam o seu status de funcio-
namento:
- Stand- by ( pronto ): significa que o equipamento est á pronto para comandar a partida do motor;
- Rampa: sinaliza os momentos em que o equipamento est á desenvolvendo as rampas de partida e
parada;
- Rotaçã o nominal: sinaliza o final da rampa de partida terminou e que o motor tem sua corrente em
ní veis nominais, e que o mesmo está operando. Comanda também a entrada do contator de By pass
( que alimenta o motor e retira o soft starter de linha) quando utilizado;
- Frenagem: indicação luminosa de que o motor est á em processo de frenagem por injeçã o decorrente
contínua;
- Booster: indica que (se selecionada a funçã o), o processo de injeção de alta corrente no início de par-
tida est á ativo;
m) By pass
O recurso de Bypass é uma função que resguarda o equipamento e aumenta a sua vida útil. Trata-se do
acionamento de um contator ligado em paralelo com a chave, e que é acionado pela mesma, passando a
alimentar o motor. O soft starter aciona esse contator t ão logo seja atingida a velocidade nominal do motor;
n) Dimensionamento
Para um dimensionamento mais adequando e preciso na utilizaçã o do soft starter , temos que utilizar as
corretas seleções de seu programa descrito atrav és de seus parâ metros;
Ajusta o máximo valor de corrente que o soft starter permite conduzir para o motor por um perí odo de
tempo determinado;
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
104
p) Subcorrente imediata
Ajusta o valor mínimo de corrente que o softstarter permite conduzir para o motor por um determinado
perí odo de tempo determinado.
Estes dispositivos eletrónicos sã o utilizados em motores elétricos de induçã o trifá sicos e garantem o
funcionamento pleno sem haver varia ções de velocidades, controlando a tensão e corrente proporcionan-
do uma partida suave.
É um equipamento capaz de gerar tensão trifásica e frequência ajustá veis que opera transformando
a tensão alternada em cont ínua; e que ap ós essa transforma ção, a tensã o, a frequência e a amplitude se
tornam ajustá veis. Há tempos atr ás, para haver um controle preciso de velocidade, era necessário utilizar
motores de corrente contínua e isso necessitava de retificaçã o da tensã o de fornecimento para alimentar
o motor.
Conversor de AC
para DC
A WWW
B
C
O inversor de frequência é o dispositivo que possui o método mais eficiente de controlar a velocidade
de motores de indução trifásicos. É responsá vel pela varia ção da velocidade, pela varia ção da frequência,
velocidade, controle e conjugado com rela ção à carga mecâ nica.
4 ACIONAMENTOS
105
CARACTER Í STICAS
Os inversores de frequência, por suas caracter ísticas, podem ser vetoriais ou escalares.
A maioria dos inversores de frequência possui caracterí sticas escalar, que s ã o utilizados em tarefas mais
simples como o controle da partida e da parada e a manutenção da velocidade em um valor constante. A
lógica de controle usada é a relaçã o de tensão ou frequência constante.
Em compara ção com os inversores escalares, o inversor vetorial é mais complexo. De uma forma geral,
com eles temos o desacoplamento entre o controle do fluxo e o controle da velocidade, que se dá atrav és
.
da transformaçã o de variá veis
Portanto, dizemos que os inversores vetoriais proporcionam grande precisão na partida e parada, no
controle da velocidade e também do torque de motores elétricos; e a técnica de controle utilizando esses
inversores de frequência é a ideal para realizar tarefas relativamente complexas.
O inversor de frequência possui uma série de vantagens, tais como: controlar a velocidade do motor,
sem grandes perdas de torque; aceleraçã o suave atravé s de programa ção; frenagem direta no motor, sem
necessidade de freios mec â nicos; programa ção de velocidade de acordo com a necessidade; automatiza-
çã o; flexibilidade; seguranç a; instalaçã o simples; maior precisão.
Os inversores de frequência têm uma vasta aplicaçã o no ambiente industrial. Este dispositivo eletr ónico
tem a capacidade inerente de variar a velocidade ou controlar o torque de motores elétricos trifá sicos em
corrente alternada e permitem, aos engenheiros, desenvolver equipamentos de produçã o fabris bastante
sofisticados e cheios de recursos que só se fazem possíveis por conta da utilizaçã o dos inversores.
â INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
106
Um inversor pode substituir sempre um soft starter, mas, ao contr á rio nã o é ver -
FIQUE dadeiro, pois enquanto uma partida direta apresenta picos de corrente de at é sete
ALERTA vezes a nominal, por um longo per í odo, o soft starter prov ê picos da metade desse
valor, por um tempo significativamente menor.
Atualmente, no ambiente industrial o uso de inversores de frequência está nos mais diversos equi-
pamento e má quinas, como: pontes rolantes, elevadores, escadas rolantes, compressores, ventiladores,
bombas, sistemas de ar -condicionado, extrusoras, bobinadoras, guindastes, compressores, cortadeiras,
dobradeiras, má quinas diversas da ind ústria de alimentos, quí mica e bebidas, etc.
a ) Dimensionamento
Retificador Proteçã o
Entrada
Drive
A mudança na frequência fornecida pela rede para entrada no motor é realizada da seguinte forma:
b) Retificador ou barramento DC
Pontes retificadoras, esse bloco retifica a energia alternada disponí vel para alimentaçã o do inversor, a
configuração formada por uma ponte de diodos em onda completa e na sa ída um capacitor que realiza a
filtragem da tensã o obtida;
c) Inversor de potência
A tensão trifá sica de alimenta ção é gerada do motor usando a tensã o contí nua do bloco anterior. No
circuito simplificado sã o usados transí stores que chaveiam a tensão a partir dos sinais de gerador PWM
(Modulaçã o por Largura de Pulso);
4 ACIONAMENTOS
107
A tensã o da rede de energia é alternada e pode conter surtos de sobretensão e sobrecorrente e interfe-
r ências eletromagnéticas. No inversor de frequência, a proteçã o do circuito utiliza elementos eletr ónicos
como varistores e outros componentes semelhantes;
e) Proteçã o interna
A sobretensão é a maior causa de danos em equipamentos eletr ónicos e esta função monitora as ten-
s ões presentes na sa ída do inversor. Na ocorrência de surgimento de algum dist úrbio, o bloco de comando
é acionado para tomar as provid ências necessá rias, como interromper o processo;
f) Placa de drive
É a parte do inversor que gera os sinais para excita çã o dos transí stores de potência de saída;
g) Auto boost
É a etapa do circuito eletrónico do inversor de frequência que analisa as condições da carga e determina
o valor de tensão que dever á ser aplicada a ela para gerar o torque necessário;
Atravé s deste bloco o inversor se comunica com dispositivos externos, como computadores;
j) Circuito de controle
Neste bloco sã o tomadas decisões de acordo com a programação e sinais internos ou externos.
IDENTIFICA ÇÃO
V Motor de
A
V
TI
NT 3
lyk corrente alternada
B
+
OVdc
T2
<K T6
\
\
LVVVVVY
4
AMAM
Figura 67 - Circuito de um inversorde frequência
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
O segundo est ágio de um inversor de frequência é o controle de chaveamento onde ocorre a varia ção
na base dos transí stores que fazem o controle da frequência do sinal trifá sico gerado. Esses moduladores
recebem um sinal em corrente contínua e, desse modo, a frequência e a tensã o na saí da do modulador
para o motor independem dessa alimenta ção e, assim, o conversor permite ultrapassar a frequência nomi-
nal da rede.
A tensão de sa í da vai variar em formato senoidal para uma frequência com per íodo T, de acordo com o
método de modula ção denominado PWM ( Pulse Width Modulation ) .
0 terceiro e último est á gio é o enfraquecimento do campo. O conjugado eletromagnético da má quina
enfraquece devido ao fluxo que começ a a decrescer e, consequentemente, o torque diminui .
A corrente de magnetizaçã o cai proporcionalmente juntamente com o fluxo magnético presentes no
entreferro, consequentemente caindo o fluxo o torque também começ a a diminuir.
PARAMETRIZAÇAO
Para a programa çã o, uma sequência de teclas deve ser acionada. Na sequência do texto, apresentamos
um exemplo típico de uma sequência de parametrizaçã o:
a ) Primeiro par âmetro: acionar tecla para ativar a entrada do par âmetro. São usadas as teclas de
seta para localizar o valor do par âmetro, que é exibido no display. Quando o valor é encontrado,
pressionando-se a tecla de entrada, para fixar o valor;
b) Segundo parâ metro: um novo toque na tecla habilitará a entrada de um novo par â metro. En-
t ã o, novamente com as setas, fixamos o valor apó s a localiza ção deste.
Embora tenhamos variaçã o entre os produtos de diferentes fabricantes, segue- se normalmente uma
linha de distribuiçã o de parâ metros, que t êm o seguinte formato:
- Parâ metro P009
Ajuste 0 - somente os par âmetros P001 a P009 podem ser alterados .
Ajuste 1 - os par â metros de P001 a P009 podem ser alterados e os demais podem ser somente lidos.
Ajuste 2 - todos os parâ metros podem ser alterados exceto P009 que reseta ao ser desligado.
Programa a frequência má xima de saí da. Pode variar entre 0 e 650 Hz.
antes de entrar em funcionamento normal. Um exemplo disso é a fixaçã o de um rolo de papel na má quina
antes dele começ ar a ser utilizado no processo.
CASOS E RELATOS
A aplicaçã o foi numa Perfiladeira automática, uma máquina que é utilizada para a execução dos
cortes e dobras em chapas metá licas, as quais ser ão utilizadas na construçã o de carrocerias para
caminhões e similares.
Durante o seu processo de desbobinamento utilizando motores que eram acionados e regulados
por frenagem através de corrente contínua, não se obtinha um perfeito controle na velocidade e,
sendo assim, seu produto era descartado por sofrer constantes enrosco.
A empresa relata que após a inclusã o de inversores de frequência foi a principal melhoria obtida
no acionamento do desbobinador, que atualmente trabalha durante todo o ciclo de opera ção da
máquina, acelerando e desacelerando o motor de indução trifá sico conforme o processo exige, evi-
tando assim, altos picos de corrente elétrica durante as sucessivas partidas (entre 20 e 30 por hora )
que anteriormente eram necessá rias para o desenvolvimento do mesmo ciclo.
Com isso, por alguns instantes, a máquina atinge o dobro de sua velocidade antiga, quando até
então, era acionada constantemente em 60 Hz.
4 ACIONAMENTOS
111
Com relação aos investimentos iniciais, houve um acr éscimo de aproximadamente 40% nos custos
de produçã o da má quina, fato que atualmente, devido à s facilidades de obtenção dos inversores,
estã o praticamente impercept í veis.
.
Os inversores de frequência controlam a rota çã o e a velocidade de motores elétricos É um equipamen-
to imprescind ível e indispensá vel para a indústria fabril moderna, proporcionando benefícios e vantagens
extraordiná rios. Dentre esses, podemos citar a redução no consumo de energia elétrica, processos eficien-
tes e eficazes, redução do esforç o mec ânico nos eixos dos motores e, consequentemente, em redutores e
acoplamentos a eles ligados, redução de perdas de processos, etc.
Esses equipamentos s ã o uma alternativa excepcional do ponto de vista económico (devido ao custo-
-beneficio do investimento ser altí ssimo) e do ponto de vista t écnico, para substituir métodos tradicionais
de controle, como os chamados sistemas ON/OFF, como vá lvulas. E ainda, possui o grande benefício de
reduzir os impactos ambientais; pois aumenta a emissã o de CO em plantas de gera ção de energia.
^
Ainda, existem vários outros retornos de investimento na aquisição destes drivers. Por exemplo, a me-
lhor qualidade e melhores índices de produçã o, que s ão muito difíceis de serem atingidos com os métodos
de controle simples. Um eventual aumento na capacidade de produção normalmente requer a reconstru-
çã o de todo o sistema.
4 INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
112
RECAPITULANDO
Neste capítulo você estudou que os softstarters s ão dispositivos destinados a partida suave de mo-
tores elétricos de tensã o alternada e que os inversores de frequência controlam a velocidade de
motores elétricos em corrente alternada.
Foi apresentado caracterí sticas técnicas necessárias as suas respectivas instala ções.
Também foram apresentados os diversos tipos de partidas de motores que est ão classificadas entre
partida direta, que determina seu início de movimento, e partida indireta, que sã o utilizados para
reduzir as correntes de pico quando um motor elétrico apresenta ao ser ligado.
elétricas industriais,?
Você já observou como os raios são intensos e fortes em um dia chuvoso? Esse fenômeno
t ã o natural que presenciamos em nosso dia a dia tem uma pot ência elétrica enorme, pois são
liberadas cargas elétricas entre as nuvens e o solo ou entre uma nuvem e outra, em decorr ência
de sua polariza ção, podendo ocorrer antes ou apó s uma tempestade.
Muitos acidentes podem acontecer ao ficarmos expostos a fenômenos como esse, no en-
tanto, a depender da situa ção, nossa casa também é um terreno fértil para riscos de choque
.
elétrico, ao manuseamos algum equipamento mal-instalado Riscos como esse sempre est ão
presentes em nosso cotidiano sendo motivo de apreens ã o e preocupa ção por parte da popu-
la ção. Mas, como se proteger de possíveis acidentes relacionados à eletricidade?
Existem alguns recursos e técnicas para realizar a proteçã o do homem contra choques elé-
tricos. Uma dessas técnicas, e seguramente a mais importante, é o aterramento; uma ligação
entre os equipamentos e o solo, que tem a finalidade de "descarregar " para o solo, a energia
elétrica que possa estar presente nas caixas, tampas, estruturas e invólucros9 desses equipa-
mentos, seja em residências ou na indústria.
O aterramento elétrico consiste em uma liga ção elétrica proposital ao solo como o objetivo
de realizar a descarga da energia elétrica para o solo, possuindo basicamente quatro compo-
nentes:
- O condutor terra;
- As conex ões elétricas que ligam um ponto do sistema aos eletrodos;
- O eletrodo de aterramento;
- E a terra.
Como visto na imagem anterior, o condutor terra (que é ligado aos equipamentos a serem protegidos)
é o responsável por prover o caminho que a energia elétrica far á até o solo. É utilizada também uma co-
nex ão (liga ção) para uni-lo com a haste'0 que est á fincada no solo e serve como eletrodo de aterramento .
Os aterramentos podem ser do tipo funcional ( quando agrega as funções de proteção e de ponto de
potencial neutro da instalação elétrica); ou pode ser somente de proteção, onde tem apenas a função de
descarga na terra.
Alguns fatores ou parâ metros devem ser levados em conta quando se realiza o aterramento ou a ins-
talação de um equipamento, para garantir o funcionamento adequado desse recurso. Sã o fatores como
a resistividade do solo, o tipo e o tamanho das hastes utilizadas, a disposiçã o geométrica dessas hastes,
entre outros.
.
A resistividade do solo é definida como uma resistência elétrica O solo em seu estado natural (quando
est á seco) é um mau condutor. Logo, é necessá rio que o local do aterramento possua um mínimo de umi-
dade para que possa conduzir a eletricidade. A norma NBR 5410 determina o valor má ximo da resistência
de aterramento de 10 ohms (um par âmetro que determina a facilidade ou nã o de circula ção da corrente
elétrica).
10 Haste: peça metá lica cilí ndrica com comprimento da ordem de dois metros ou mais, e diâmetro da ordem de dois centí metros.
5 ATERRAMENTOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS
117
Existem diversas maneiras para aterrar um sistema elétrico, que v ão desde a utiliza çã o de uma haste,
passando por placas (de formas e tamanhos diversos), até o uso de cabos enterrados no solo.
A forma, assim como a disposiçã o geométrica dos eletrodos no solo, são utilizadas de acordo com a
aplica ção, dentre elas destacam-se:
a ) Hastes verticais: s ã o utilizadas principalmente nas camadas profundas do solo, apresentando
menor resistividade. São muito prá ticas, por serem de fácil crava ção;
b) Hastes horizontais: sã o normalmente colocadas a uma profundidade de 0,5 metros, são usados
principalmente quando a maior preocupa ção é o controle do campo eletrostá tico e os elementos
relacionados com o mesmo, na superfície do solo.
Outro par âmetro importante é definir corretamente a caracter í stica do aterramento, pois isso definir á o
tipo de ligaçã o que será feito e quantos condutores serã o usados.
Existem as possibilidades de se proteger a instala ção, um equipamento apenas, ou ambos; e ainda, rea-
lizar o aterramento funcional, que fará parte do sistema de alimentaçã o de instala ção. Ou ainda, tudo isso
ao mesmo tempo, definindo quantos pontos de aterramento serã o necessários, sua disposição geométri-
ca, tipos de hastes, quantidade e funçã o de condutores.
At é aqui, vimos a importâ ncia do aterramento, seus elementos com suas respectivas funções e carac-
terí sticas, e as possibilidades quanto ao que o sistema de aterramento pode nos oferecer quanto à s suas
ligações. Em seguida, veremos alguns pontos da ABNT NBR 5410, e as formas geométricas de liga çã o de
aterramento, bem como de suas liga ções quanto à sua funcionalidade.
Por norma, exige-se que as hastes estejam fincadas a uma profundidade de no mínimo 2,5 metros (8
pés), porém, como dito anteriormente, existem variá veis que definem a qualidade e a eficiência do aterra-
mento de um sistema, são elas:
Os sistemas de aterramento, seja em edifica ções, nas indústrias ou em subesta ções, devem ser inspe-
cionados periodicamente para assegurar a manuten çã o das condições de seguranç a pessoal e patrimonial
das instalações, e, consequentemente, atender à s recomendações da Norma Regulamentadora n° 10 (NR-
10) e ABNT NBR 5419-3 .
A NR- 10, estabelece que todo sistema de aterramento, além de possuir a documentaçã o, precisa rece-
ber constantes inspeções e medições do SPDA ( Sistemas de Potência e Descargas Elétricas) e aterramentos
elétricos deve ser parte integrante dos Prontuários de Instala ções Elétricas.
Por sua vez, a ABNT NBR 5419-3, apresenta recomendações quanto ao conteúdo, periodicidade e docu-
menta ção da inspeçã o.
Nas instala ções e má quinas que possuem um aterramento malfeito ou mal dimensionado, existe sem-
pre a possibilidade de ocorrer um acidente com choques elétricos, bem como a propensã o ao surgimento
de problemas e mau funcionamento de equipamentos eletr ónicos, em funçã o da existência de ruídos , "
e falhas de operação e comunicação em controladores e processos, e sistemas como Controlador Lógi-
co Programá vel (CLP) e inversores de frequência. Essas interfer ências podem alterar a interpretaçã o de
valores analógicos e o tr áfego de dados. Seguramente, com um aterramento correto e bem feito, esses
problemas não existiriam.
Diversos tipos de problemas que parecem nã o ter explicação est ão diretamente relacionados à falta de
eficiência do aterramento aplicado à indústria.
Um aterramento seguindo as recomendações das normas, sendo realizado de maneira correta, permite
atingir os objetivos e também suprir os benefícios bá sicos necessá rios, tais como:
11 Ruí dos: interferências eletrónicas.
5 ATERRAMENTOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS
119
- Proteger os operadores dos equipamentos contra choques elétricos, todas as carca ç as dos equipa-
mentos equipotencializados, ou seja, deixando com menor diferenç a de potencial elétrico;
- Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção das máquinas, evitando desarmes de disjun-
tores de proteçã o, ou de fusí veis.
Entre as dúvidas mais frequentes está a diferenciação entre neutro ( que normalmente é o ponto de
referência zero de potencial elétrico) e terra.
Ainda, de acordo com a ABNT NBR 5410, as instala ções elétricas de baixa tensã o devem obedecer,
quanto ao aterramento funcional e de proteção, a três esquemas de aterramento básicos (TT, TN e IT), de-
signados pela seguinte simbologia:
a ) Ia letra: situaçã o do neutro em rela ção a terra
b) 2a letra: situa ção das massas da instala ção elétrica em rela ção à terra
Compreender as simbologias é de extrema import â ncia, pois esse conhecimento ser á utilizado para
instalaçã o e execuçã o de projetos em instalações e equipamentos elétricos, bem como para manutenção
e aná lise de falhas e defeitos nos mesmos.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
120
Os sistemas de aterramentos s ã o os tipos de aterramentos utilizados para realizar uma instala ção elétri-
ca, seja ela residencial ou industrial. É formado por um conjunto de elementos, juntamente com a estrutura
geométrica de distribuição das hastes e a forma como sã o conectadas .
Essa estrutura (ou distribuição) geométrica das hastes é a forma como os condutores ser ão ligados nas
hastes, entre si, e nas instala ções e massas, como são chamadas as estruturas fí sicas das má quinas e dos
equipamentos. Sã o esses fatores que de fato irã o caracterizar um aterramento funcional ou de proteção.
Os sistemas de aterramento em baixa tensã o s ã o classificados de acordo com a norma ABNT NBR
5410:2004, 2008 em três tipos:
SISTEMA DE ATERRAMENTO TN
F1 o
F2 O
F3 o
NJ—
PEj <O^F
MASSAS MASSAS
Figura 70 - Sistema TN
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
Na imagem podemos perceber claramente que apesar de estarem unidos um ao outro, os cabos PE
(terra) e o N (neutro) têm sua função espec ífica, sendo o PE para proteçã o, e o N para potencial zero de
alimenta ção da instalaçã o.
Já no sistema TN -C, o condutor neutro e de proteção (PEN) s ã o ligados em um único condutor at é as
m á quinas ( tamb ém chamado de massas).
F1 O
F2 0
F3 o
PENO
MASSAS MASSAS
Na imagem anterior podemos observar os detalhes do esquema do sistema de aterramento TN-C, onde
as funções de neutro (N) e proteção (PE) sã o realizadas por apenas um condutor no ponto de distribuição,
derivando para as duas funções distintas no próprio equipamento.
12 Malha de aterramento: é a interconex âo entre condutores que foram dispostos e enterrados horizontalmente e as hastes
fincadas e conectadas aos mesmos.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
122
Para o sistema TN-C-S o condutor neutro e proteçã o (PEN) sã o combinados em uma parte da instala ção
e separada em outra parte; quando a energia entra em contato com a máquina (massa) distribui-se sepa -
radamente para o circuito de neutro (N) e para o circuito de proteçã o (PE).
F1 O
F2 O
F3 o
PEN o
qF
<PEN) Separados
MASSAS MASSAS
Juntos
Observe que na figura anterior, para partes da instalaçã o, ou máquinas diferentes, podemos ter um con-
dutor PEN derivando para as duas funções no local, ou o condutor PEN sendo "dividido" para dois pontos
diferentes, cumprindo funções diferentes.
^ SAIBA
MAIS
e, por vezes, c álculos que chegam a ser bastante complexos. Usando a palavra -chave
"Aterramentos " no navegador de internet, teremos inúmeros artigos e matérias sobre
o tema. Confira.
SISTEMA DE ATERRAMENTO TT
Este sistema tem o neutro ligado diretamente ao aterramento, estando as massas da instalaçã o ligadas
a um eletrodo de aterramento independente do eletrodo de aterramento do neutro Esse tipo de aterra- .
mento é tido como mais eficiente que os demais, e também o mais recomendado, porque garante que
cada equipamento ou aparelho da instalaçã o tenha sua ligação própria, ao sistema aterramento.
5 ATERRAMENTOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS
123
F1 o F1 o
F2 o F2 o
F3 o F3 o
N o 3 N ?
*
Massas Massas
"if PE
Figura 73 - Sistema TT
Fonte: SENAJ DR BA. 2018.
Analisando a imagem podemos perceber que o N est á sempre com um aterramento exclusivo, ao passo
que o PE est á diretamente conectado a cada ponto individual das massas.
SISTEMA DE ATERRAMENTO IT
Este tipo de sistema caracteriza o neutro isolado da terra ou conectado através da inserçã o de uma
impedâ ncia 13 de valor elevado, que pode ser causado por resistência ou indutâ ncia 14. As massas sã o ater-
radas em eletrodos de aterramento distintos do eletrodo de aterramento da alimenta ção. Observe que na
imagem o neutro N é separado do terra PE, e também ligado à terra através de algum elemento q ue possua
impedâ ncia.
F1 o Fio
F2 o F2 o
F3 o F3 o
N
PEo —* Nr PE ç
—*
Massas Massas
Impedâ ncia
Figura 74 - Sistema IT
Fonte: SENA) DR BA. 2018.
13 Imped ância: quando um circuito elé trico consome energia e dissipa calor, e outra parte desse mesmo circuito consome
energia sem produzir calor ( como bobinas, por exemplo).
14 Indutâ ncia: é uma oposição à corrente elétrica, criada em circuitos com bobinas.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
124
Até aqui vimos o que é aterramento, seus detalhes e características, componentes e tipos de ligação.
Em seguida, falaremos dos dispositivos e elementos associados ao aterramento, para prover seguranç a à s
pessoas e instala ções, promovendo o desligamento automático da alimenta ção elétrica dessa instala ção
quando existe a ocorrência de correntes de fuga, fugas para a terra, ou correntes residuais.
CASOS E RELATOS
No Brasil é grande o número de acidentes provocados por choques elétricos e a maioria deles acon-
tece dentro da nossa própria casa, tornando-se uma rotina que só aumenta.
Diversas s ão as recomenda ções e medidas de seguranç a que precisam ser seguidas criteriosa mente
no intuito de diminuir esses acidentes.
Em uma cidade mineira, uma adolescente de 13 anos foi vítima de um grande choque em sua resi-
dência.
Ao levar o lixo para fora do pr édio onde residia, Fernanda se apoiou em uma parte do motor do por-
t ão elétrico que estava com a caixa de ligação quebrada, e com um cabo condutor solto dentro dela;
além de nã o ter o devido aterramento. Essa combina ção de caixa de ligaçã o quebrada com cabo de
condutor solto gerou uma descarga elétrica em Fernanda, trazendo vá rias consequências para ela.
Segundo a Associa ção Brasileira de Conscientizaçã o para os perigos da eletricidade, o número de
mortes por choques elétricos aumentou no paí s.
No ano de 2014, 627 pessoas morreram; um aumento de 17% em relação a 2013. As regiões onde
se concentram os maiores números de mortes são as regiões Nordeste, com 266 mortes e a regiã o
Sudeste, com 123 .
Para evitar acidentes é importante seguir as normas para a instala çã o de dispositivos de proteçã o,
fazer a manutenção da rede elétrica a cada dois anos, verificar se os fios est ão bem isolados, tampar
tomadas com protetores, nunca ajustar a temperatura do chuveiro elétrico quando estiver ligado,
dentre outras ações.
As instala ções e equipamentos elétricos são, atualmente, vitais para o dia a dia, entã o, é muito impor-
tante seguirmos as determinações das normas, sobretudo aquelas voltadas para a seguranç a.
5 ATERRAMENTOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS
125
Ao instalar um equipamento industrial é possí vel inserir um dispositivo que promove o desligamento
automático do circuito quando a rede elétrica manifesta uma tensão de contato perigosa, essa tensã o é
chamada também de fuga de corrente ou corrente de falta. Esse processo ocorre ao perceber que uma
corrente superior à quela ajustada nos equipamentos de proteçã o est á circulando no circuito. Quando o
sistema de aterramento é bem instalado ajuda o sistema de seccionamento automá tico a detectar essa
fuga de corrente, desviando-a para a terra.
Para que exista o seccionamento automático, é necessário a instala ção de dispositivos que monitorem
a corrente e atuem desligando o circuito quando da ocorrência de um aumento súbito dessa corrente, as
chamadas sobrecorrentes.
Os dispositivos de sobrecorrente sã o:
- Disjuntores termomagnéticos: são aqueles que atuam quando acontece um aumento na corrente;
Em uma instala çã o el é trica, quanto maior for a tens ã o de alimenta çã o, maior ser á o
FIQUE risco. Dessa forma, o tempo de atuaçã o do dispositivo de seccionamento autom á tico
ALERTA deve ser menor para que n ã o ocorra um curto -circuito.
Chegamos ao fim de mais um capítulo. Espero que tenha aprendido bastante, mas, nã o pare por aqui,
continue estudando e se atualizando.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
126
RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos sobre conceitos básicos de aterramento, vimos os componentes que fa -
zem parte de um aterramento, sáo eles: o condutor terra, as conex ões elétricas que ligam um ponto
do sistema ao eletrodo, o eletrodo de aterramento e a terra. Em seguida, discorremos sobre condu-
tor de aterramento, a conex ã o entre o condutor de aterramento e eletrodo, os tipos de eletrodos e
a resistividade do solo como também a recomendaçã o da norma NBR 5410 sobre valores ôhmicos
aceit áveis na instalaçã o.
Verificamos o que afeta uma resistência de aterramento, que podem ser o comprimento ou profun-
didade do solo, o diâ metro do eletrodo, números de eletrodos e o pr óprio design do aterramento. Já
com relaçã o ao condutor de proteçã o verificamos sua seçã o e cores com relaçã o à s recomendações
da norma. Vimos também que existem diversos sistemas de aterramentos classificados como TN-S;
TN-C; TNC-S; TT; IT.
Por fim, vimos o que é o sistema de seccionamento automático e que, quando o sistema de aterra -
mento é bem instalado, ajuda esse sistema a detectar fuga de corrente, corrente de falta e curtos-
-circuitos, atuando no desligamento do circuito para proteger pessoas e animais.
5 ATERRAMENTOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS
127
Motor de indução (assíncrono) 3m /0*
O motor assíncrono é uma máquina elétrica que necessita de uma corrente alternada (mo-
nofá sica, bifá sica ou trifásica) para seu funcionamento. São assíncronos porque a velocidade
de giro é proporcional à frequência de alimenta çã o, e a alimentaçã o acontece no estator, crian-
do o campo magnético que posteriormente ser á induzido no rotor.
Portanto, como esse campo do estator é girante, e esse giro está à frente do giro do rotor,
eles nunca est ão sincronizados. Com isso, temos a velocidade do rotor menor que a do campo
rotacional, por conta do escorregamento 15 .
Existem dois tipos de motores assíncronos, sã o eles: gaiola de esquilo e o de rotor bobinado; cuja dife-
renç a se dá pelos detalhes construtivos. Os motores com rotor gaiola de esquilo possuem uma estrutura
montada com finas chapas feitas com material ferromagnético, de aproximadamente 0,3 mm, prensadas
e unidas, fixadas em dois anéis paralelos, unidos por barras transversais. Esses motores podem ser mono-
fá sicos, bifá sicos ou trifá sicos.
Os motores de rotor bobinado, diferentemente do de rotor gaiola de esquilo ( que tem seu campo mag-
nético criado no rotor e passado para ele por indução magnética), possuem uma estrutura com bobinas
montadas no seu corpo. Essas bobinas recebem alimentaçã o elétrica externa, por meio de escovas de car-
v ão e anéis condutores gerando o campo magnético do rotor.
6.1 COMPONENTES
Falaremos aqui dos componentes principais do motor, o estator e o rotor. Por se tratar dos elementos
que utilizam a energia elétrica para funcionar e por serem os responsáveis pelo movimento rotativo do
eixo.
Por ém, é importante salientar que temos outros componentes importantes no motor como eixo, rola-
mentos, ventilador, e caixa de liga ções.
1 - Carca ç a; 7 - Eixo;
2 - Núcleo de chapas - estator; 8 - Enrolamento trifá sico;
3 - Núcleo de chapas - rotor; 9 - Caixa de ligação;
4 - Tampa; 10 - Terminais;
5 - Ventilador; 11 - Rolamentos;
6 - Tampa defletora; 12 - Barras e anéis de curto-circuito.
Como dito anteriormente, as principais partes de um motor de induçã o assíncrono trifásico sâ o o esta-
tor e o rotor; porque, de fato, é o que proporciona o giro do motor. Portanto, a essas daremos destaque:
a ) Estator: é a parte está tica ou fixa do motor. É composto de chapas de material ferromagnético
laminado, com ranhuras dispostas de modo uniforme onde dà o espaço para que os condutores
de um enrolamento polif ásico16 em formas de bobinas sejam dispostos e devidamente alojados
e interligados. As bobinas sã o feitas com fios de cobre revestidos por um esmalte isolante, e são
dispostas e interligadas conforme projeto dos fabricantes, de forma que ao serem energizadas,
criem um campo magnético com intensidade suficiente para induzir no rotor, e forç a necessária
para dar a pot ência e o conjugado requerido ao mesmo;
16 Enrolamento polifá sico: ranhura semelhante à do estator e com o mesmo número de polos presentes no rotor.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
132
b) Rotor: também é feito com chapas de material ferromagnético laminado, em formato de placas
circulares prensadas e fixas por anéis e unidas por barras paralelas (no caso do gaiola de esquilo),
ou com ranhuras dispostas uniformemente, onde dão espa ço para que o bobinado polif ásico seja
acomodado;
Figura 80 - Rotor
.
Fonte: SHUTTERSTOCK 2018.
Antes de fazer a ligaçã o el étrica dos motores assí ncronos, em caso de nã o se ter
identificação de todas as bobinas, faç a a checagem com multí metro na escala de
FIQUE continuidade, identificando, assim, os fechamentos, ou seja, onde inicia e termina
ALERTA um grupo de bobinas. Caso ocorram ligações erradas, o motor nã o ter á o seu campo
magn ético criado corretamente e, consequentemente, també m n ã o ter á o seu fun-
cionamento normal.
6 MOTOR DE INDUÇÃ O ( ASSÍNCRONO)
133
Como dito, os componentes de um motor formam um conjunto harmónico, onde, através da criação
de um campo eletromagnético, temos um movimento rotativo de um eixo. Essa é, atualmente, a maior
fonte de forç a motriz das indústrias e fonte de comodidade e utilidades diversas, no ambiente doméstico
e comercial.
6.2 FUNCIONAMENTO
Ao injetarmos uma corrente alternada impulsionada por uma d.d.p (diferenç a de potencial) em um
motor assíncrono, gera- se um campo magnético no estator. Por conta de termos uma variaçã o de corrente
alternada nas bobinas localizadas em suas ranhuras, criando um campo magnético que apresenta expan-
s ão e contração decorrentes dessa variaçã o, fazendo um deslocamento de giro constante desse campo
magnético, ao que por vezes chamamos de C.M.G., sigla para campo magnético girante.
Em decorrência desse fenômeno, surge no rotor uma f.e.m. (for ç a eletromotriz) induzida por conta de o
rotor deixar -se atravessar por um fluxo magnético variá vel. A partir daí tem- se um movimento girat ório no
rotor, ocasionado por conta da f.e.m. induzida que produz uma corrente no rotor.
Ao sair do repouso, o rotor atinge uma rotaçã o n[rpm]. Encontramos, ent ão, uma grandeza chamada
de escorregamento (S), a mesma mede a relatividade entre a velocidade de campo girante e o rotor com
uma fra ção da rota çã o síncrona.
Esta grandeza é de suma importâ ncia na utilizaçã o de motores assíncronos e ela está diretamente re-
lacionada à frequência de d.d.p induzidas no motor e, consequentemente, à velocidade por ele desenvol-
vida.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I I
134
A principal caracterí stica de qualquer tipo de motor é o conjugado, que resumidamente é a "for ça de
uma alavanca" necessá ria para girar um eixo e sua rotaçã o. Em se tratando do motor assíncrono, destacam-
-se dois pontos principais de atua ção, sendo:
a ) Ponto A : é o ponto da caracter ística conjugado x rotaçã o. Durante a partida, o conjugado se pro-
põe a fazer o motor girar e nesse momento a rotaçã o se mant ém nula;
b) Ponto B: esse ponto determina o ní vel mais alto de potência que o conjugado desenvolve.
A imagem que se segue nos mostra o comportamento da "forç a " que o conjugado exerce sobre o eixo
em função do desenvolvimento da rota ção, desde o momento de saí da da inércia at é a rota ção má xima.
.
Escorregamento ( S)
Conjugado
A Conjugado %
máximo (CmJ
f
Conjugado com
rotor bloqueado (C
^
Conjugado
Conjugado
m ínimo (CmJ
nominal (CJ
v
Rotação
nNns
6.4 DIMENSIONAMENTO
Aqui, vamos tratar da alimenta ção do motor, levando em conta as formas de liga çã o que podemos fazer
nos mesmos. Esses e outros dados constam na plaqueta de identificaçã o do motor.
a) Frequência: é a frequência da rede que alimentar á o motor em Hertz (Hz). A frequência no Brasil
é 60 Hz;
f) ISOL - Classe de isolamento: é a má xima temperatura que o enrolamento do motor pode tra-
balhar em regime contínuo, sem risco de causar danos que prejudiquem seu tempo de vida útil;
g) IP/ IN - Corrente de partida sobre corrente nominal: é a relaçã o da corrente de partida e da
corrente nominal;
â INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
136
h) IP - Grau de proteçã o: indica o quanto o motor está protegido contra as agressividades do am-
biente;
i) V ( tensõ es nominais ): sã o as tensões nominais em volts (V) para cada tipo de liga ção do motor;
j) A (correntes nominais): são as correntes nominais em Ampères ( A) para cada tensã o de alimen-
ta çã o do motor.
SAIBA Para saber mais sobre dimensionamento de motores elétricos, consulte as normas da
MAIS ABNT NBR 17094- 1 e ABNT NBR 17094- 2.
Dentre outros, os dados citados anteriormente são os mais importantes para o dimensionamento dos
motores em aplicações industriais.
Antes de abordarmos diretamente o tema liga ções dos motores assíncronos trifásicos, vamos falar um
pouco sobre um tipo de motor que é muito aplicado em situa ções nas quais nã o é requerida muita potên-
cia, que sã o os motores monof á sicos de fase auxiliar.
Os motores monofásicos de fase auxiliar sã o motores alimentados por 110 ou 220 V. Possuem no esta -
tor dois enrolamentos: um de fio mais grosso e com grande número de espiras (enrolamento principal ou
de trabalho), e outro de fio mais fino e com poucas espiras (enrolamento auxiliar ou de partida).
Durante todo o tempo de funcionamento do motor, o bobinado principal fica ligado e o enrolamento
auxiliar só atua durante a partida. Esse enrolamento auxiliar é desligado ao ser acionado o dispositivo auto-
má tico localizado na tampa do motor e outra parte no rotor, que tem sua atua ção quando o motor atinge a
chamada "velocidade centrí fuga", cerca de 80% da velocidade nominal. Geralmente, um capacitor é ligado
em série com o enrolamento auxiliar, melhorando desse modo o conjugado de partida do motor.
Para inverter o sentido de rota ção desses motores, fazemos a troca do ponto de conex ão dos terminais 5 e 6.
6 MOTOR DE INDUÇÀ O ( ASS ÍNCRONO)
137
Capacitorde partida
H Enrolamento auxiliar
í fugo
Interruptor centr
Ligações
'O^
oRotor
o em o
110 V 220 V
Enrolamento principal
Os motores de 3 três terminais sã o disponibilizados especificamente para alimenta ção em 220 V. Ver-
mos, ent ão, as possibilidades disponíveis nos motores com mais de 3 terminais.
As ligações dos terminais s ão arranjos de liga ções em que a forma de como essa liga çã o foi feita, altera a
estrutura do bobinado de tal forma que podemos utilizar tensões com valores que chegam a ser mais que
o triplo da menor tensão trif á sica disponível, que é de 220 V.
Os motores de 6 terminais admitem ligações nas tensões de 220 V, em que o fechamento dos terminais
é feito na configuraçã o chamada triângulo ( A), onde temos o fechamento do início dos grupos de bobinas
com o final dos outros (1-6, 2-4, 3-5), com a alimentaçã o (LI, L2 e L3) em cada uma dessas junções; e nos
casos em que a tensão disponí vel é de 380 V, o fechamento é feito na configuraçã o estrela (Y), onde temos
o fechamento entre os finais dos grupos (terminais 4, 5 e 6), ficando os terminais 1, 2 e 3 para a alimenta ção
(LI, L2 e L3).
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
138
L L
1 2 3
6 Ai 1 2 3 O O O
L3
3
5 2
4 III
6 4 5
6 4 5
Essas alternativas mostradas sã o referentes à forma de partida onde a alimenta ção será diretamente
ao motor, sem uso de recursos outros para modifica ções (como a chamada partida estrela-triângulo, onde
existe uma mudanç a nessas ligações através de recursos externos ao motor).
Motores com 9 terminais sã o menos comuns que os de 6 e 12 terminais. Na verdade, eles são como
motores de 12 terminais que tiveram os terminais 10, 11 e 12 ligados internamente e não disponibilizados
na caixa de ligações.
Normalmente, são ligados na configura ção estrela (Y) ou dupla estrela (YY); e em casos que sã o pouco
comuns, ou at é raros, em triâ ngulo (A ), ou duplo triângulo ( AA).
Sua aplica ção quanto à relação entre as tensões será sempre 220 e 440 V, ou 380 e 760 V, e se dá especi-
ficamente obedecendo à regra de que o valor da tensã o maior ser á encontrado ao se multiplicar a tensão
menor por \/ 3.
Apresentaremos as configurações que são normais e mais frequentes para esses motores, que são as
ligações estrela ( Y) e dupla estrela ( YY):
Para fazermos a liga ção em dupla estrela, menor, fazemos as seguintes liga ções:
c ) 3 o passo: o terminal 6 ligado com o 9 e a alimenta çã o deve ser feita ligando uma fase no terminal 1;
6 MOTOR DE INDUÇÃ O ( ASSÍNCRONO)
139
4 5 6 1
L L L
9 4\ 7
21 K
^ 2
s
9 7 8 T s T
220 V 1 220 V
220 V
440 V
R S R S
1 2 7 8
1 2 3 \
tl 8 1
4 5 6 > >
S 8
O % PI
7 8 9 rx 9 3
J.6 >
Q
Ò
T
l
T
Os motores com 12 terminais, juntamente com os de 6 terminais, sã o os mais comuns. Podem ser
ligados na configura ção duplo triâ ngulo (AA), para alimenta ção com 220 V; em triângulo ( A) para a ali-
menta ção em 440 V; em dupla estrela ( YY), para alimentaçã o em 380 V; ou estrela ( Y), quando podemos
alimentar o motor com 760 V. Considera -se sempre que a alimenta ção deve ser feita conectando as fases
aos terminais 1, 2, e 3.
Nas liga ções para os motores trif ásicos de 12 terminais é importante considerar:
b) Para 380 V, unimos os terminais 4, 5 e 6; separadamente, unimos os terminais 10, 11 e 12; e tam-
bém separadamente, unimos 1 e 7 e alimentamos com uma fase; unimos 2 e 8 e alimentamos
com outra fase; e, por fim, unimos 3 e 9, e alimentamos com a outra fase;
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
140
d) Por fim, para a alimentaçã o com 760 V, unimos o terminal 4 ao 7; o 5 ao 8; e o 6 ao 9; fazemos uma
conex ã o entre os terminais 10, 11, e 12; e alimentamos o motor conectando uma fase ao terminal
1; outra ao terminal 2; e a outra fase ao terminal 3.
1 2 3
iiM 7 8 9
10 ni >12
A
« A*
V X, 440 V
Para que um motor trif ásico tenha a sua rotaçã o invertida, basta realizar a inversão dos terminais de
conex ã o de duas das fases de alimentaçã o.
A realiza ção da inversão de fase para a inversão da rota ção pode ser feita automaticamente, através de
recursos no circuito elétrico previamente montados para esse fim ou realizando a troca manualmente, o
que pode ser feito em alguns pontos diferentes da instala çã o, conforme escolha, como na saí da do disjun-
tor de alimentaçã o, entrada ou saí da do contator, caixa de liga ções, entrada ou saída do relé t érmico.
Essa inversã o de rota çã o acontece porque ao invertermos duas fases faremos com que o campo girante
do estator se forme e tenha movimento no sentido oposto ao original, com isso, o campo induzido no rotor
ir á acompanhar essa inversã o; e ent ão, a sua rota çã o se dará no outro sentido.
Muito embora as placas de ligaçã o dos motores contenham informações sobre as tensões de trabalho
para cada tipo de motor (com rela ção ao número de terminais), é de extrema import ância que o profis-
6 MOTOR DE INDUÇÃ O ( ASSÍNCRONO)
141
sional da á rea de elétrica industrial tenha sempre essas definições e informações consigo, pois, podem
acontecer situações em que essa plaqueta não esteja disponí vel ou visí vel.
Para determinados tipos de motores de indução, é possível obter velocidades diferentes no seu eixo.
Isso porque na maioria dos casos s ão dimensionados para apenas um valor de tensão. Mas atrav és das liga-
ções elétricas podemos ter troca de velocidade. Devemos levar em consideraçã o também que a corrente
e a pot ência sã o diferentes para cada valor de rpm (rotaçã o por minuto). Falaremos de dois tipos desses
motores, os de enrolamentos separados e motor Dahlander.
Este modelo de má quina possui na mesma carcaç a número de polos diferentes com dois enrolamentos
bobinados e independentes. Sendo assim, podemos ter uma rota ção baixa e outra alta, após alimentar um
ou outro não há relaçã o obrigatória entre alta e baixa velocidade, pois as rotações dependerã o dos dados
construtivos do motor, por exemplo, 6/4 polos (1200/1800 rpm), 12/4 polos (600/1800 rpm).
BAIXA ALTA
1 2 3 4 5 6
MOTOR DAHLANDER
Já o motor conhecido como Dahlander possui um enrolamento especial, que pode criar dois diferen-
tes números de polos, sendo um o dobro do outro, dessa forma, podemos ter duas velocidades diferen-
tes devido a essas quantidades de polos, porém, sempre utilizando a relaçã o 1:2, por exemplo, 4/2 polos
(1800/3600 rpm);8/4 polos (900/1800 rpm).
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
142
Baixa Alta
1 2 3 1 2 3
4 5 6
R S T
T1I R S T
Motores de tripla velocidade sã o motores especiais cujo bobinado pode ser montado com três enrola-
mentos separados ou fazendo-se uma junçã o em que ser á acrescentando maisum bobinado à scaracter ís-
ticas do bobinado de um motor Dahlander.
Motor com trê s enrolamentos separados Motor com enrolamento Dahlander e comum
Esses motores t êm a particularidade de o sistema de fechamento do bobinado ser muito próximo da-
quele dos transformadores trifá sicos e seu fechamento, normalmente, ser em estrela.
6 MOTOR DE INDUÇÃ O ( ASSÍNCRONO)
143
Devido ao fato de ter que quebrar a inércia do rotor e da carga conectada ao motor, a corrente de parti-
da tem picos que podem atingir um valor que chega a vá rias vezes o valor da corrente nominal. Também,
temos reduções de velocidade no momento que o motor passa de um funcionamento em vazio (sem car-
ga ) para um funcionamento em carga máxima.
Perdas térmicas
(estator + rotor )
Perdas por
E ventilação
Perdas nos
Potência Jnofi mancais
útil [
1 Q
s -!
I
A
I
Potência consumida
Potência útil
Redimento =
Potência consumida
Quando o motor está operando em vazio ( sem carga), consideram-se as perdas mec ânicas. A fricção
entre as peças mec ânicas internas ocasiona essas perdas, bem como a ventila ção e as perdas ocasionadas
pela oposição do ar.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME I
144
CASOS E RELATOS
Uma empresa produtora de ração da cidade de Salvador teve um prejuízo muito grande em uma de
suas á reas produtivas por conta de um contator antigo, que possibilitou que ocorresse a queima de
um grande motor que possuí a duas velocidades: alta, geralmente, utilizada nos dias de maior pro-
duçã o; baixa, em dias de menor produção.
Devido ao fato de o contator estar danificado e não obter mais condições de uso, as duas rota ções
entraram ao mesmo tempo, ou seja, a seguranç a do sistema ficou comprometida por causa dessa
falha no intertravamento. Isso fez com que o motor deixasse de funcionar, levando a empresa a ter
um grande prejuízo, sem produzir quando necessitava de velocidade alta para atender às demandas
do PCP (Planejamento e Controle da Produçã o).
Podemos tirar como liçã o desse caso a import ância de, ao alimentar uma das rotações, ter a certeza
de que a outra esteja completamente desconectada /desligada, isolada e com o circuito aberto, e
que o circuito de mudanç a de velocidade funcione corretamente, para, assim, evitarmos danos aos
equipamentos, problemas económicos, além de pôr- nos em risco.
Concluindo, vimos aqui os detalhes daqueles que sã o atualmente a maior fonte de forç a motriz da
indústria moderna: os motores elétricos assíncronos. O principal elemento de mecanizaçã o, quando a má-
quina substitui o esfor ço fí sico do homem.
6 MOTOR DE INDUÇÃ O ( ASSÍNCRONO)
145
RECAPITULANDO
Neste capítulo vimos que o motor assíncrono é uma má quina elétrica que necessita para seu fun-
cionamento uma corrente alternada (trif ásica). Ele é a principal fonte de forç a motriz da indústria
moderna.
Quanto ao seu funcionamento, vimos que o motor elétrico é uma máquina que ao injetarmos uma
d.d.p (diferenç a de potencial) transforma energia elétrica em energia cinética (energia mec â nica).
Falamos dos componentes, tipos, forma de ligaçã o e caracterí sticas. Além de descobrirmos que de
um mesmo eixo é possível obter velocidades diferentes, isso porque, na maioria dos casos, sã o di-
mensionados para apenas um valor de tensã o, mas através das ligações elétricas para motores po-
demos ter troca de velocidade.
Marcelo Macedo Matos é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Pio Décimo (PIOX),
possui Especializa ção em Automaçã o, Controle e Robótica pelo SENAI CIMATEC Salvador - BA e
técnico em Eletr ónica. É especialista em Lean Seis Sigma Green Belt com up grade em Black Belt,
atua como supervisor de produçã o desde 2002 na á rea industrial trabalhando em grandes em-
presas nacionais como Santista Têxtil, Marata alimentos, AmBev e Borrachas Vipal e com experi-
ências internacionais em empresas sendo FATE em Buenos Aires ARG e visita técnica na empresa
McEroy Manufacturing, Tulsa Oklahoma EUA.
ÍNDICE
C
CLP 101
D
Dispositivos de campo industrial 17
E
Efeito Joule 58
Enrolamento polif ásico 131
Escorregamento do motor assíncrono 129, 133
H
Haste 116, 117
I
Impedâ ncia 119, 123
Indut ância 123
Intercambialidade 34
Invólucros 115
M
Malha de aterramento 121
R
Ruí dos 118
SCRs 99
Softstarters 60
T
TAPs 88, 90, 91
Tiristores antiparalelo 98
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCA ÇÃ O PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA - UNIEP
Marcelle Minho
Coordena çã o Educacional
i-Comunicaçáo
Projeto Grá fico
Iniciativa da CNI - Confederação
Nacional da Indústria
9 788550 502939