Apostila Fund Finanças 01 A 07
Apostila Fund Finanças 01 A 07
Apostila Fund Finanças 01 A 07
AULA
O que são finanças?
Meta da aula
Apresentar ao aluno a importância da administração
financeira para as empresas e os desafios a serem
enfrentados pelo administrador financeiro.
objetivos
8 CEDERJ
inclusive a financeira. É necessário que os administradores
1
das diversas áreas da empresa tenham noção de como seus
AULA
negócios afetam os lucros, bem como saibam o que fazer
para aumentar sua lucratividade.
CEDERJ 9
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
Atividade 1
Responda com suas palavras o que são finanças de empresas.
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Comentário
Podem ser várias as respostas, mas todas deverão citar, pelo menos, que finanças
de empresas são a administração de recursos financeiros, com o objetivo de
maximizar a riqueza dos acionistas.
Agentes financeiros superavitários são as pessoas que recebem mais do que gastam,
empresas que têm mais receitas do que despesas e governos que arrecadam mais do
que investem. Esses são emprestadores de dinheiro. Os agentes deficitários são os que
gastam mais do que recebem (pessoas), têm despesas superiores às receitas (empresas)
e investem mais do que arrecadam (governos). Esses são tomadores de empréstimos.
Atividade 2
Os agentes financeiros podem ser deficitários ou superavitários. Quem são os agentes
e quando eles estarão incluídos em uma ou em outra classificação?
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Resposta Comentada
Os agentes financeiros são pessoas, empresas e as várias esferas de governo.
Serão consideradas superavitárias as pessoas que gastam menos do que
recebem, as empresas que obtêm receitas maiores do que as despesas e os
governos que arrecadam mais do que investem. São os conhecidos emprestadores
de dinheiro. Quando esses mesmos agentes têm gastos superiores aos ganhos,
despesas superiores às receitas e arrecadação menor do que os investimentos,
são considerados deficitários ou tomadores de empréstimos.
10 CEDERJ
Quando as empresas não têm recursos próprios suficientes
1
e necessitam de dinheiro para investir, normalmente buscam esses
AULA
recursos no mercado financeiro. Tais recursos podem ser provenientes
de empréstimos, emissão de títulos de longo prazo (debêntures), títulos
de curto prazo (commercial paper, notas promissórias etc.). Perguntas a
serem feitas pelo administrador financeiro sobre decisões a respeito do
financiamento de empresas podem ser do tipo:
CEDERJ 11
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
Décadas perdidas
Você já deve ter ouvido falar das “décadas perdidas”, nas quais o crescimento
econômico brasileiro foi nulo ou negativo. Grande parte desse acontecimento se
deve à alta da inflação ocorrida no período.
Com inflação na “estratosfera”, o planejamento de longo prazo foi esquecido pelas
empresas, já que de nada adiantavam planejamentos por um longo período de tempo.
Como as empresas não podiam ter certeza dos fluxos de caixa gerados por um novo
investimento, preferiam aplicar no mercado financeiro para garantir a manutenção
do valor da moeda. Com isso, poucos investimentos foram feitos, principalmente na
modernização das empresas. Paulatinamente, elas deixaram de crescer.
Com a posse do presidente Fernando Collor de Mello e a abertura do mercado
brasileiro proporcionada pelo seu governo, as empresa brasileiras tiveram de reagir
rapidamente à invasão de empresas e produtos estrangeiros.
Com o Plano Real, colocado em prática durante a gestão do presidente Itamar Franco,
pelo então futuro presidente Fernando Henrique Cardoso, a inflação foi domada.
Com a inflação sob controle, as empresas puderam passar a fazer planejamentos
por longo prazo e a investir mais na modernização de suas fábricas.
Atividade 3
Quando um projeto de investimento deve ser aceito por uma empresa? E se a empresa
não possuir nenhum projeto de investimento aceitável, quais são as alternativas para
investimento dos recursos excedentes?
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Resposta Comentada
Um projeto de investimento deve ser aceito por uma empresa quando o custo
para sua implementação for menor do que o retorno proporcionado por ele. Se
a empresa possuir recursos excedentes e não tiver projetos de investimentos
aceitáveis, ela deve recorrer ao mercado financeiro, no qual encontrará uma série
de aplicações financeiras que lhe irão proporcionar algum rendimento.
1
são muitos, e você os verá a seguir.
AULA
OPORTUNIDADES DE CARREIRA NA ÁREA FINANCEIRA
CONTROLLER
São muitas as oportunidades de carreira na área financeira, e É o responsável pelo
acompanhamento
elas podem ser desenvolvidas em empresas, no governo, em organizações e fiscalização das
não-governamentais etc. atividades financeiras
de curto e de
Lemes Júnior (2005, p. 5) resume as funções da administração longo prazo, pela
contabilidade fiscal
financeira agrupando-as em duas grandes áreas: tesouraria e controladoria. e gerencial e pelo
gerenciamento da
No Brasil, as funções de tesouraria são exercidas pelo administrador
estrutura de capital
financeiro e as funções de controladoria, pelo CONTROLLER. da empresa.
Tesouraria Controladoria
Administração do caixa Administração de custos e preços
Administração de crédito e cobrança Auditoria interna
Administração do risco Contabilidade
Administração de câmbio Orçamento
Decisão de financiamento Patrimônio
Decisão de investimento Planejamento tributário
Planejamento e controle financeiro Relatórios gerenciais
Desenvolvimento e acompanhamento de
Proteção de ativos
sistemas de informação financeira
Relações com acionistas e investidores
Relações com bancos
CEDERJ 13
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
Atividade 4
Analise os itens a seguir e diga à qual das duas grandes áreas da administração financeira
pertencem.
a. Determinar os custos das mercadorias e seus preços de venda.
b. Verificar se a empresa terá dinheiro excedente e aplicá-lo ou se ela precisará tomar dinheiro
emprestado.
c. Decidir onde e como tomar recursos emprestados e em quais projetos de investimento
aplicá-los.
d. Acompanhar a elaboração dos demonstrativos contábeis da empresa.
Resposta Comentada
Pelas características de cada um, pode-se chegar à conclusão de que os itens
“a” e “d” pertencem à área de controladoria; os itens “b” e “c” pertencem à área
de tesouraria.
14 CEDERJ
• Coordenação e controle – as decisões tomadas pela
1
equipe de marketing afetam o crescimento das vendas
AULA
e, por conseguinte, as necessidades de investimento da
empresa. Portanto, deve haver comunicação constante e
acompanhamento preciso das decisões que afetam outras
áreas da empresa ou a mesma como um todo.
OS OBJETIVOS DA EMPRESA
CEDERJ 15
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
Atividade 5
Qual deve ser o objetivo maior da administração financeira nas empresas? Comente.
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Resposta Comentada
O objetivo máximo da administração financeira é a maximização da riqueza dos
acionistas, representada pelo valor das ações.
A priorização dos lucros deve ser um objetivo de curto prazo, não definitivo.
A maximização dos lucros nem sempre resultará na maximização
do valor da ação.
Segundo Brigham
à frente dos objetivos da empresa”.
(1999, p. 9), Um problema de agência entre o administrador e os acionistas da
sociedade anônima
é uma entidade empresa pode ocorrer quando o proprietário-administrador decide fundar
legal (pessoa
jurídica) autorizada uma SOCIEDADE ANÔNIMA (empresa) e vende parte de suas ações a outras
por uma das de pessoas, dividindo com elas responsabilidades e a riqueza da empresa.
governo, separada
e distinta dos Se levarmos em conta que, se a empresa fosse individual (apenas um
seus proprietários
e gerentes, com sócio), o proprietário-administrador seria dono de toda riqueza gerada
duração ilimitada,
pela empresa, agora (sociedade anônima) ele decide trabalhar menos
propriedade de
fácil transferência porque a riqueza deve ser distribuída entre ele e os demais acionistas.
e responsabilidade
limitada. Ou também pode optar por receber um salário maior porque uma parcela
desse custo irá recair sobre os demais acionistas.
16 CEDERJ
Outro conflito potencial entre a administração e os acionistas
1
da empresa ocorre quando se tenta uma AQUISIÇÃO ALAVANCADA. Uma
AULA
AQUISIÇÃO
aquisição alavancada ocorre quando um grupo que administra a empresa ALAVANCADA
consegue uma linha de crédito para tentar comprar ações que ainda não (LEVERAGED
B U Y O U T – LBO)
pertencem ao grupo para obter o controle acionário da empresa. A seguir,
De acordo com
transformam-na de sociedade anônima aberta em sociedade fechada. Gitman (2002,
p. 740), aquisição
O grupo que administra a empresa quer que o preço das ações seja
alavancada é uma
mantido baixo até a concretização do negócio (compra das demais técnica de aquisição
que envolve o uso
ações), enquanto os demais acionistas querem a valorização de suas de grandes
montantes de dívida
ações ordinárias. para a aquisição de
Alguns mecanismos podem ser utilizados para tentar impedir que uma empresa.
CEDERJ 17
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
18 CEDERJ
Atividade 6
1
AULA
Duas empresas apresentam os problemas de agency destacados a seguir. Para cada caso,
identifique o tipo de problema de agency existente e quem são seus protagonistas.
a. Acabei de abrir o capital da minha empresa, transformando-a de sociedade individual
em sociedade anônima. Como terei novos sócios, decido trabalhar um pouco menos
do que eu vinha trabalhando e resolvo atribuir salários maiores para mim mesmo, pois
as despesas serão divididas entre todos os acionistas da empresa.
b. Sou administrador financeiro de uma empresa e decido, a pedido dos acionistas
majoritários, investir em projetos de alto risco em busca de rentabilidade maior. O risco
desses projetos é, na realidade, maior do que o previsto pelos detentores de títulos de
dívida da minha empresa.
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Respostas Comentadas
a. Esse é um problema de agency típico entre o administrador financeiro e os
acionistas. Sua causa está no comportamento do proprietário-administrador, que
reduz deliberadamente sua capacidade de trabalho e aumenta seus salários, indo
contra os interesses dos demais sócios da empresa.
b. O problema de agency existente é entre os acionistas da empresa, por intermédio do
administrador financeiro e seus credores (detentores de títulos de dívida da empresa).
A causa desse conflito é a não-percepção, por parte dos credores, do verdadeiro risco
no qual a empresa está incorrendo ao investir em projetos de alto risco. Os acionistas
se beneficiarão dos possíveis ganhos, se os projetos tiverem êxito. Se estes não
forem bem-sucedidos, os credores é que repartirão o prejuízo.
CEDERJ 19
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
Atividade 7
Relacione os stakeholders às informações de seu interesse geradas pela empresa.
1. Fornecedores.
2. Empregados.
3. Bancos e instituições financeiras.
4. Governo.
5. Clientes.
Resposta Comentada
Bancos e instituições financeiras estão interessados em descobrir se a empresa
pagará seus empréstimos sem dificuldades. O governo está interessado no
volume de impostos gerados pela venda de produtos e serviços e na ampliação
de impostos, em geral. Os empregados estão interessados na parcela dos lucros
que irão dividir e se a empresa está entrando em uma fase difícil, o que poderia
resultar na sua demissão. Os fornecedores querem saber se a empresa terá capital
de giro suficiente para pagar as compras feitas. Os clientes estão interessados
em saber se a empresa continuará fornecendo mercadorias/serviços para
eles, evitando, assim, o custo com a transferência para um novo fornecedor.
As respostas ficam, assim, nesta ordem: 3, 4 , 2, 1, 5 e 4.
20 CEDERJ
CONCLUSÃO
1
AULA
Em princípio, as atribuições do administrador financeiro pareciam
simples. Mas, você viu que podem ser difíceis e complexas as tarefas de
um administrador financeiro que atua em empresas. O administrador
financeiro deve deixar seus objetivos de lado e dar prioridade ao objetivo
dos acionistas da empresa. Até porque, se assim não for, ele poderá ser
afastado pelos acionistas da direção da empresa. É sempre bom lembrar:
o administrador financeiro é um membro externo à empresa, contratado
pelos seus acionistas com o objetivo de maximizar a riqueza destes.
Atividades Finais
a. Você certamente já compreendeu que em finanças quase sempre se deve fazer alguns
cálculos e decidir sobre o que fazer baseando-se neles. Determine se as decisões, a seguir,
tomadas por um administrador financeiro, amigo seu, estão corretas. Explique por quê.
1. Tomou recursos emprestados a 18% ao ano para investir em um projeto que lhe
proporcionará retorno de 15% ao ano.
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2. Comprou ação de uma empresa por R$ 30,00 cada. O valor dessa ação negociada
no mercado é R$ 34,00.
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3. Elevou o risco da empresa a níveis altíssimos quando tomou emprestado grande quantia
de recursos, visando à obtenção de lucros maiores. Os sócios da empresa preferem atuar
com capital próprio, devido à possibilidade da inadimplência ser menor.
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CEDERJ 21
Fundamentos de Finanças | O que são finanças?
Respostas Comentadas
1. Está errado, pois nunca se deve investir em projetos que proporcionem taxas de retorno
inferiores ao custo para implementá-los.
2. Está certo, pois a ação adquirida por R$ 30,00 pode ser vendida no mercado a
R$ 34,00, obtendo, assim, um ganho de R$ 4,00 por ação.
3. Está errado. Atuar com níveis de endividamento maiores pode causar a falência da
empresa, pois a mesma poderá ter dificuldades em pagar os juros da dívida. Além disso, ele
foi contra as diretrizes dos acionistas da empresa, que dão preferência ao capital próprio.
b. No corpo do texto desta aula, em um determinado momento, foi citado que as atividades do
administrador financeiro podem ser resumidas em duas. Que atividades são essas? Defina-as.
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Resposta Comentada
Foi citado que eram, simplificando, duas as atividades do administrador financeiro:
decidir sobre financiamento e sobre investimento.
A decisão quanto ao financiamento diz respeito a quando, quanto, onde e como
a empresa deve tomar recursos emprestados.
A decisão quanto ao investimento resume-se em descobrir as alternativas mais
lucrativas para os projetos de investimento, como melhor investir os recursos
próprios ou tomados emprestados.
22 CEDERJ
1
RESUMO
AULA
Finanças de empresas podem ser resumidas em duas atividades principais:
decisões quanto ao financiamento e quanto ao investimento. Mas não se
pode deixar enganar pelas aparências. Administrar financeiramente uma
empresa requer uma série de atribuições para exercer uma gama de funções.
Cabe ao administrador financeiro obter recursos ao menor custo possível
e, ao aplicá-los, obter o maior retorno. O administrador financeiro deve
atuar em conjunto com seus pares de outras áreas da empresa, buscando
sempre atingir o objetivo maior da empresa: a maximização da riqueza dos
acionistas, que é representada pelo valor da ação. Problemas causados por
conflitos de interesses entre os administradores e acionistas ou credores
são desafios enfrentados por qualquer empresa, principalmente pelas
sociedades anônimas de capital aberto e de grande porte. Em seu ambiente
natural, uma empresa cria vários relacionamentos, inclusive com pessoas,
outras empresas e governos que tenham interesse nos seus resultados, a
quem chamamos stakeholders.
Na próxima aula, você verá, entre outras coisas, como estão divididas
as empresas de acordo com a sua constituição jurídica e aspectos ligados à
tributação de empresa. Até lá!
CEDERJ 23
2
AULA
O ambiente legal
e tributário
Metas da aula
Apresentar a empresa sob a ótica de sua formação
jurídica; Mostrar as formas de tributação das pessoas
jurídicas que incidem sobre o lucro líquido.
objetivos
EMPRESA INDIVIDUAL
2
Como principal desvantagem está a responsabilidade legal do dono sobre
AULA
todas as obrigações assumidas pela empresa.
Por ser considerado uma pessoa jurídica, o proprietário é obrigado
a inscrever-se na Receita Federal através do CNPJ - Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas. O tratamento tributário para esse tipo de sociedade é
praticamente igual aos existentes para qualquer outro tipo de sociedade, que
varia dentro das formas de tributação de acordo com o ramo de atividade e
com o faturamento da empresa, nas esferas federal, estadual e municipal.
Antes do início da atividade econômica, é necessária também a
sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.
Atividade 1
Manoel é dono de um bar e, para o desenvolvimento de suas atividades comerciais,
assumiu vários compromissos financeiros. Por não cumprir com essas obrigações, foi
declarado inadimplente.
O que pode com Manuel? Que tipo de empresa ele possui?
Resposta Comentada
Sendo o único dono e, portanto, gerente, sua responsabilidade é ilimitada. Assim,
os seus bens pessoais serão utilizados para honrar os compromissos assumidos.
O bar do Manoel é uma empresa individual, podendo ser considerada uma
microempresa.
CEDERJ 27
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS
• Sociedade em Comum.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
• Sociedade simples.
• Sociedade empresária.
SOCIEDADE SIMPLES
28 CEDERJ
A sociedade simples é um tipo de sociedade personificada
2
e não empresária, não podendo, assim, explorar suas atividades
AULA
empresarialmente.
A responsabilidade de cada sócio é ilimitada e todos os sócios
respondem, ou não, subsidiariamente pelas obrigações sociais, conforme
previsão no Contrato Social.
A sociedade simples é considerada pessoa jurídica e os tributos que
incidem sobre ela são os mesmos existentes para qualquer outro tipo de
sociedade, variando dentro de regimes tributários estipulados de acordo
com o ramo de atividade e com o faturamento da empresa, nas esferas
federal, estadual e municipal.
Ao contrário dos demais tipos societários, as sociedades simples
são registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (cartório).
Como exemplo de sociedade simples podemos ter dois ou mais
médicos que juntos montam um consultório médico, constituindo uma
sociedade formal pra exercer a profissão na forma de prestação de serviço
de natureza médica.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
CEDERJ 29
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
• Sociedade limitada.
• Sociedade anônima.
SOCIEDADE LIMITADA
30 CEDERJ
inadimplência, as dívidas da empresa deverão ser pagas com os bens dos
2
sócios até o limite de sua participação no capital da empresa.
AULA
A sociedade é administrada por uma ou mais pessoas (sócios ou
não), designadas no contrato social ou em ato separado.
SOCIEDADE ANÔNIMA
A remuneração do capital investido pelo acionista ocorre pela Não podem lançar
títulos ou valores
distribuição dos lucros, através de dividendos e pelos ganhos obtidos com mobiliários no
mercado de capitais,
a valorização da ação, pois as ações podem ser vendidas com facilidade portanto suas ações
não são negociadas
para outro acionista.
em mercado
A sociedade anônima é separada e independente de seus secundário de ações,
bolsas de valores
proprietários e administradores. Por isso: ou balcão. Tende,
por isso, a ter um
• o direito de propriedade pode ser transferido de um número limitado de
acionistas. No Brasil,
acionista para outro, pela venda das ações; na sua maioria,
as sociedades
• pode ter vida infinita, não sendo dissolvida pela morte anônimas de capital
fechado são as
de seus proprietários originais; grandes empresas de
origem familiar.
• é uma empresa de responsabilidade limitada em que a
responsabilidade dos sócios ou acionistas está limitada ao
SOCIEDADES
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. ANÔNIMAS DE
CAPITAL ABERTO
As sociedades anônimas podem ser de CAPITAL FECHADO e de CAPITAL
São aquelas cujos
ABERTO, conforme especificado em seu Estatuto. títulos e valores
mobiliários são
Uma grande vantagem da sociedade de capital aberto é a facilidade negociados em
de levantar elevada quantia de recursos financeiros para financiar as mercado secundário,
como bolsas de
suas atividades operacionais, seja pela emissão de novas ações, seja pela valores e balcão,
estando disponíveis
emissão de títulos de dívida. para negociação a
No Brasil, a negociação das ações foi regulamentada pela Lei qualquer interessado
e tendendo a ter um
6.404, conhecida como a Lei das Sociedades por Ações, promulgada número expressivo
de sócios.
em 15 de dezembro de 1976, e com a criação da Comissão de Valores
CEDERJ 31
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
Atividade 2
Antônio, dono de uma lan house da região, resolve diversificar suas atividades
empresariais. Ele vislumbrou uma possibilidade de unificar os negócios dele e do
Manoel (sim, aquele lá do bar, lembra?), a fim de fazer um cyber cafe. O investimento
realizado por Antônio nesse novo empreendimento foi saldar as dívidas do Manoel (ou
do bar), com a condição de dividirem futuros resultados.
Do ponto de vista legal, qual era a condição do bar e da lan house, e qual será a condição
do cyber cafe?
32 CEDERJ
2
Resposta Comentada
AULA
Assim, o bar e a lan house eram empresas individuais, ao passo que o cyber
cafe será uma empresa societária.
As empresas individuais, como sua denominação já sugere, são constituídas por
apenas um indivíduo, que é o seu proprietário. Por outro lado, para constituir uma
empresa na forma societária, é necessário, no mínimo, dois indivíduos. Portanto,
a empresa societária pertence a dois ou mais indivíduos.
CEDERJ 33
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
FORMAS DE TRIBUTAÇÃO
a. Lucro Real.
b. Lucro Presumido.
c. Lucro Arbitrado.
d. Simples Nacional.
Fator gerador
Fato gerador é uma
situação prevista em O fator gerador aumento do patrimônio, pela obtenção de
lei que, ao ocorrer na
prática, dá origem a lucros realizados pelas operações industriais, mercantis e de prestação
uma obrigação
de serviços.
tributária.
Base de cálculo
34 CEDERJ
Período de apuração
2
AULA
Os períodos de apuração são os seguintes:
Alíquotas
CEDERJ 35
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
36 CEDERJ
– 9% sobre o e lucro arbitrado, para pessoas jurídicas
2
optantes pelo lucro arbitrado;
AULA
– Pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional
recolhem a CSLL em conjunto com IRPJ, COFINS, PIS
e outros tributos unificados, em um único documento de
arrecadação.
CEDERJ 37
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
2
HELDING
relativos a adições, exclusões ou compensações prescritas
AULA
Vem do inglês e
ou autorizadas pela legislação tributária”; significa “cerca,
muro, barreira,
b. “será transcrita a demonstração do lucro real”; proteção ou
cobertura de riscos”.
É uma transação
c. “serão mantidos os registros de controle de prejuízos a comercial que visa
compensar em exercícios subseqüentes, de depreciação a uma proteção
contra os riscos de
acelerada, de exaustão mineral com base na receita bruta, variações dos preços.
As operações de
de exclusão por investimento das pessoas jurídicas que cobertura de riscos
explorem atividades agrícolas ou pastoris e de outros (hedge) consistem,
essencialmente,
valores que devam influenciar a determinação do lucro em assumir, para
um tempo futuro,
real do exercício futuro e não constem de escrituração a posição oposta
à que se tem no
comercial.”
mercado a vista.
Como por exemplo,
Os ajustes de que trata o item a anterior serão resultante da adição um exportador que
acaba de realizar uma
do lucro real e da exclusão do lucro líquido.
venda ao exterior
Adições ao lucro líquido que será paga em
90 dias. Essa venda
De acordo com a legislação fiscal, para determinação do lucro real, está garantida
por uma carta
deverão ser adicionados ao lucro líquido (RIR/99, Art. 249): de crédito de um
a. “Os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações banco de primeira
linha de forma que
e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de o exportador vai
receber os recursos
acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação no vencimento.
do lucro real.” Os custos e despesas
para produzir
Exemplos de despesas não dedutíveis são que devem ser acrescidos os bens foram
financiados por um
ao lucro líquido do exercício para determinação do lucro real: banco em moeda
local. Com isto, este
• o excesso de retirada dos sócios e administradores sobre exportador tem um
descasamento entre
os limites admitidos como dedutíveis; seu ativo e passivo:
ele tem direitos a
• os resultados negativos de participações societárias receber em dólares e
obrigações em real
avaliadas pelo método de equivalência patrimonial; (moeda local). Se
a variação cambial
• as multas fiscais e contratuais pagas pela empresa cuja nesse período for
inferior ao custo de
dedução não seja permitida pela legislação do IR; financiamento do
produto exportado,
• as perdas com aplicações financeiras, prejuízo havido em ele terá um prejuízo.
Para não correr esse
operações a termo ou futuro em bolsas de mercadorias no risco de prejuízo, o
exterior, quando não se caracterizarem como HELDING; exportador deve fazer
um hedge e vender
hoje para entregar no
• A participação nos lucros de partes beneficiárias e futuro os dólares que
administradores etc. irá receber, garantido
assim por uma taxa
de câmbio.
CEDERJ 39
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
Vamos assumir, por exemplo, uma empresa cujo lucro líquido foi
de $ 10.000,00 e que teve despesas de $ 2.500,00 com o pagamento de
seguro de vida de sócios. Nesse caso, assumindo que a empresa não tenha
incorrido em outras despesas não dedutíveis, o lucro líquido ajustado
seria de $ 12.500,00. É sobre esse montante que seria recolhido o imposto
de renda, e não sobre o lucro contábil.
b. “Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores
não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação
tributária, devam ser computados na determinação do lucro real.”
Exemplo de operações que devem ser somadas ao lucro líquido,
para a determinação do lucro real:
Exemplos:
40 CEDERJ
Por exemplo, vamos imaginar uma empresa cujo lucro líquido
2
foi de $ 10.000,00 e que incorreu em despesas dedutíveis, mas não
AULA
incluídas no lucro líquido, de $ 3.000,00. Nesse caso, o lucro real seria
de $ 7.000,00.
b. “Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação
tributária, não sejam computados no lucro real.”
Essas receitas, por serem isentas de tributação, devem ser excluídas
do cálculo de lucro real.
CEDERJ 41
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
42 CEDERJ
Podem optar pelo lucro presumido:
2
AULA
a. empresas cuja receita bruta anual não supere o limite
de $ 48.000.000;
Base de cálculo
CEDERJ 43
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
44 CEDERJ
i. o valor dos encargos suportados pela mutuária que
2
exceder o limite calculado com base na taxa Libor, para
AULA
depósitos em dólares dos Estados Unidos da América,
pelo prazo de seis meses, acrescido de três por cento
anuais a título de spread, proporcionalizados em função
do período a que se referirem os juros, quando pagos ou
creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato
não for registrado no Banco Central do Brasil;
CEDERJ 45
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
? São consideradas
atividades de intermediação de
negócios as atividades de corretagem
(seguros, imóveis etc.) e as atividades
de representação comercial.
46 CEDERJ
Como a empresa está enquadrada na categoria de “atividades
2
gerais” a alíquota que incide sobre a receita bruta tributável é de oito
AULA
por cento (8%). Para encontrar o lucro presumido, base de cálculo para
apuração do imposto de renda, devemos somar à receita bruta a receita
de aluguel e o rendimentos de aplicação financeira.
Apuração do lucro presumido
Atividade 3
A Luna Administradora de Consórcio Ltda. é tributada pelo lucro presumido e teve um
faturamento bruto no primeiro trimestre de $ 300 mil. Calcule a base de cálculo do
IRPJ e o valor ser recolhido pelo referido tributo.
Resposta Comentada
A empresa é uma administradora de consórcio, a alíquota a ser usada sobre
o faturamento bruto será de 32%. Então a base de cálculo para apuração do
imposto de renda será de:
48 CEDERJ
REGIME TRIBUTÁRIO – SIMPLES NACIONAL
2
AULA
Tributação das microempresas e empresas de pequeno porte.
Com o objetivo de simplificar as obrigações tributárias das
pequenas e médias empresas, a legislação tributária brasileira dá
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas (ME) e empresas
de pequeno porte.
Esse tratamento diferenciado teve início em 1997 com a Lei nº
9.317, de 5 de dezembro de 1996 que instituiu o Sistema Integrado de
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte - Simples.
O Simples ficou em vigor de 1.º de janeiro de 1997 até 31 de
dezembro de 2006.
O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte – Simples Nacional é uma forma de tributação instituída pela Lei
Complementar nº123/ 2006, que unifica a apuração e recolhimento de
impostos e contribuições. Esse regime entrará em vigor em 01 de julho
de 2007.
Poderão optar por este regime as micros e pequenas empresas.
Pela Lei Complementar nº 123/2006, microempresa é a pessoa jurídica
que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a
RECEITA BRUTA
R$ 240.000,00. Empresa de pequeno porte é a que tiver auferido, em
É o produto da
cada ano-calendário, RECEITA BRUTA igual ou superior a $ 240.000,00 e venda de bens
igual ou inferior a $ 2.400.000,00. e serviços nas
operações de conta
O Simples Nacional valerá para todo o país e a empresa que própria, o preço dos
serviços prestados
optar pela sua implementação deverá pagar, em um único documento e o resultado nas
operações em conta
de arrecadação, os seguintes tributos:
alheia, excluídas as
vendas canceladas
a. Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. e os descontos
incondicionais
b. Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. concedidos.
Os resultados
c. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. auferidos nas
operações de conta
alheia são aqueles
d. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social obtidos pela
– COFINS. venda de produtos
ou mercadorias
pertencentes a
e. Contribuição para o PIS/Pasep. terceiros, mediante o
pagamento de uma
f. Contribuição para a Seguridade Social. comissão.
CEDERJ 49
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
?
h. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS.
O Simples
Nacional é também
identificado como
supersimples.
50 CEDERJ
ALÍQUOTAS DE RECOLHIMENTO
2
AULA
O imposto devido é calculado pela aplicação da alíquota sobre
a receita bruta auferida no mês. As alíquotas constam de cinco tabelas
distintas para diferentes ramos de atividades, comércio, indústria, serviço
e constam em anexos na Lei Complementar nº123/ 2006.
A seguir temos as tabelas somente das atividades de comércio e
de indústria que mais diretamente afetam a nosso interesse.
Receita Bruta em 12 meses ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/ INSS ICMS
CEDERJ 51
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
52 CEDERJ
ANEXO II
2
Partilha do Simples Nacional - Indústria
AULA
Tabela 2.2: Alíquota do supersimples para a indústria
Receita bruta em 12 meses ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/ INSS ICMS IPI
(em R$) PASEP
Até 120.000,00 4,50% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25% 0,50%
De 120.000,01 a 240.000,00 5,97% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86% 0,50%
De 240.000,01 a 360.000,00 7,34% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33% 0,50%
De 360.000,01 a 480.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50%
De 480.000,01 a 600.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50%
De 600.000,01 a 720.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50%
De 720.000,01 a 840.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50%
De 840.000,01 a 960.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 9,62% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% 0,50%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50%
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50%
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50%
CEDERJ 53
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
Atividade 4
Calcule o valor a pagar em tributos, no mês de janeiro, de uma empresa comercial que
teve um faturamento bruto de $ 500.000 nos últimos 12 meses que antecederam o
mês de janeiro, mês em que a sua receita bruta foi de $ 45.000.
Com a receita bruta de $500.000 em 12 meses, a empresa está na faixa de receita
de $480.000,01 até $600.000; então, as alíquotas (bem como o valor dos impostos e
contribuições a pagar no mês de janeiro) serão:
Em cima da receita de $ 45.000 irão incidir as alíquotas dos impostos e tributos, para
obtermos o valor a pagar.
54 CEDERJ
A empresa comercial optante do simples nacional irá pagar $ 3.420
2
de tributos no mês de março. A carga tributária mensal dessa empresa
AULA
será de $3.420 / $45.000 = 0,076 = 7,60%.
Atividade 5
Calcule o valor a pagar em tributos, no mês de janeiro, de uma empresa industrial que
teve um faturamento bruto de $700.000 nos últimos 12 meses que antecederam o
mês de janeiro, mês em que a sua receita bruta foi de $65.000.
Com a receita bruta de $700.000 em 12 meses, a empresa está na faixa de receita
de $600.000,01 até $720.000; então, as alíquotas (bem como o valor dos impostos e
contribuições a pagar no mês de março) será:
Receita × Alíquotas = Imposto e contribuições
Em cima da receita de $65.000 irão incidir as alíquotas dos impostos e tributos, para
obtermos o valor a pagar.
CEDERJ 55
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
A quem se aplica
Isenção
Base de cálculo
56 CEDERJ
vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário (IPI
2
e ICMS).
AULA
Apuração da base de cálculo
1. Adições, tais como (Lei 8.981/95, Art. 57, e RIR/99, Art. 249):
CEDERJ 57
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
Alíquota
58 CEDERJ
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – LUCRO
2
PRESUMIDO
AULA
Base de cálculo
Alíquota
CEDERJ 59
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
Atividades Finais
1. Se você está pensando em desenvolver atividade empresarial junto com mais dois
amigos e não quer que seus bens pessoais sejam garantia do negócio, que tipo de
sociedade você abriria?
Resposta Comentada
Tanto sociedades limitadas como sociedades por ações representam tipos societários
em que a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor que despenderam para
pagamento do preço de integralização, conforme o caso, de suas quotas ou ações.
Resposta Comentada
Os tributos que incidem sobre essa pessoa jurídica são os mesmos existentes para qualquer
outro tipo de sociedade, sendo o tamanho, o ramo de atividade e o faturamento da
empresa os critérios usados como diferenciadores para a incidência do tributo.
60 CEDERJ
2
3. Qual a vantagem de os participantes de uma LTDA. ou SA terem responsabilidade
AULA
limitada às suas quotas ou ações?
Resposta Comentada
A vantagem é a garantia de que a responsabilidade dos sócios está limitada pelas
quotas ou ações que eles possuem. Essa característica é um importante fator para o
desenvolvimento das atividades administrativas e operacionais de uma empresa. Com
essa garantia, a administração da empresa se preocupa apenas com o exercício de sua
atividade, sem que seus sócios sejam responsáveis por qualquer quantia além daquela
desembolsada para compor o capital social da empresa, exceto no caso em que se
comprovar que a administração praticou atos ilícitos.
RESUMO
CEDERJ 61
Fundamentos de Finanças | O ambiente legal e tributário
62 CEDERJ
Mercado financeiro,
3
AULA
segmentação e instituições
– uma abordagem geral
Meta da aula
Apresentar a amplitude do mercado financeiro,
seus segmentos especializados e as principais
instituições financeiras atuantes.
objetivos
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
64 CEDERJ
A tomada de decisão de investimento e financiamento pela empresa
3
requer o conhecimento dos princípios econômicos básicos dos mercados
AULA
financeiros.
Mercado financeiro é o conjunto de mecanismos destinados
a facilitar as transferências de recursos financeiros entre agentes
econômicos, ou seja, ele é o conjunto de todas as atividades relacionadas
com a intermediação financeira.
Constituído por mecanismos específicos e instituições especializadas,
o mercado financeiro aproxima demandantes e ofertantes de capital e torna
viável a realização do interesse das partes envolvidas. Esses mecanismos
específicos ou títulos de dívidas e de propriedades são criados para atender
os interesses dos agentes econômicos envolvidos.
De acordo com a lei da reforma bancária, “instituições financeiras
são as pessoas jurídicas públicas e privadas que tenham como atividade
principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros” (Lei nº
4.595/64, Art. 17)
O parágrafo único desse artigo equipara às instituições financeiras
as pessoas físicas que exercem as atividades anteriormente descritas.
Instituições financeiras são, portanto, pessoas físicas ou jurídicas,
privadas ou públicas, que captam, intermediam ou aplicam recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,
ou que custodiam valores ou títulos.
As instituições financeiras só podem operar após autorização do
Banco Central.
O conjunto de instituições financeiras especializadas é denominado
Sistema Financeiro Nacional.
CEDERJ 65
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
• Mercado monetário.
• Mercado de crédito.
• Mercado cambial.
• Mercado de capitais.
MERCADO MONETÁRIO
66 CEDERJ
MERCADO DE CRÉDITO
3
AULA
O mercado de crédito é o segmento do mercado financeiro
destinado às operações de crédito pessoal, crédito direto ao consumidor
e do financiamento do capital de giro das empresas. São operações de
curto ou de médio prazo.
As instituições financeiras mais atuantes neste segmento são
os bancos múltiplos, os bancos comerciais e as sociedades de crédito,
financiamento e investimento, conhecidas como “financeiras”.
As Letras de Câmbio (LC), os Certificados de Depósitos Bancários
(CDB) e os Recibos de Depósitos Bancários (RDB) são os títulos mais
usuais na captação de recursos para este financiamento.
MERCADO CAMBIAL
MERCADO DE CAPITAIS
CEDERJ 67
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
68 CEDERJ
Atividade 1
3
AULA
O processo de intermediação financeira significa canalizar os recursos excedentes
dos agentes econômicos poupadores para os agentes econômicos deficitários. Essa
transferência se dá via instituições financeiras que compõem o Sistema Financeiro
Nacional. Marque certo ou errado para as sentenças a seguir:
I. A intermediação financeira ocorre na comercialização de bens e serviços.
( ) certo ( ) errado
Resposta Comentada
I. Errado. A intermediação financeira é a atividade de captação de recursos
financeiros excedentes dos agentes econômicos poupadores e a cessão desses
recursos aos agentes econômicos deficitários, que são os tomadores de recursos.
II. Certo. O mercado financeiro é o conjunto das atividades relacionadas com
a intermediação financeira, sendo constituído por mecanismos específicos de
captação e cessão de recursos e por instituições financeiras especializadas.
III. Errado. O mercado monetário é o segmento do mercado financeiro que
desenvolve operações financeiras visando ao controle da liquidez monetária da
economia, ao financiamento dos Tesouros Nacional, estaduais e municipais e ao
suprimento eventual de caixa das instituições financeiras.
IV. Certo. O Sistema Financeiro Nacional é o conjunto de instituições financeiras
especializadas. Esse conjunto é segmentado em órgãos normativos, entidades
supervisoras e instituições operadoras. Os órgãos normativos são os responsáveis
por definir diretrizes e regular as operações que ocorrem no sistema financeiro.
O Conselho Monetário Nacional é o principal órgão normativo do Sistema
Financeiro Nacional, pois é o responsável pela definição das diretrizes
das políticas monetárias, de crédito e cambial do país.
CEDERJ 69
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
70 CEDERJ
Ainda no contexto do mercado financeiro, as operações de
3
lançamento de novos títulos no mercado, com aporte de recursos para
AULA
o emitente – que pode ser uma empresa ou uma instituição financeira –,
ocorrem no mercado primário.
Após lançamento inicial no mercado, os títulos passam a ser
negociados entre investidores, sem a participação do lançador, no
mercado secundário.
MERCADO PRIMÁRIO
MERCADO SECUNDÁRIO
Mercados Produtos
Mercado Monetário Títulos de emissão do Tesouro NacionalTítulos
de emissão do Banco CentralCertificado de
Depósito Interbancário – CDITítulos de
emissão dos Tesouros Estaduais e Municipais
Mercado de Crédito Letras de câmbio (LC)
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Recibo de Depósito Bancário (RDB)
Mercado Cambial Moeda nacional e estrangeira
Mercado de Capitais Ações
Debêntures
Caderneta de Poupança (CP)
Letras Imobiliárias (LI)
Letras Hipotecárias (LH)
CEDERJ 71
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
Mercado primário
é onde ocorrem os negócios
referentes à emissão de novos títulos, que
podem ser de dívida ou de participação societária
(ações) por lançamento de instituições financeiras ou
de empresas. Visa à colocação destes títulos à disposição dos
investidores.
!
Títulos Títulos
Investidores Empresas
Agentes Instituição
Financeira Tesouro Nacional
econômicos R$ R$
superavitários Bacen Tesouros
estaduais e
municipais
Mercado secundário é onde ocorrem as transações entre investidores detentores de títulos de dívida
e ações. Esses títulos passam de um investidor para outro sem a participação da instituição emissora.
Ele não canaliza recursos para as empresas; sua função é garantir a liquidez para os investimentos
feitos no mercado primário.
Títulos Títulos
Instituição Investidores
Investidores Financeira
R$ R$
72 CEDERJ
Atividade 2
3
AULA
Com que finalidade o mercado financeiro é segmentado em mercado monetário,
mercado de crédito, mercado cambial e mercado de capitais?
Resposta Comentada
A finalidade da segmentação é atender, com a maior adequação possível, os
interesses dos que disponibilizam e dos que necessitam de recursos financeiros.
As atividades de intermediação financeira numa sociedade economicamente
desenvolvida são amplas e complexas. Isso levou à necessidade de o mercado
financeiro ser segmentado com base em prazos e finalidades das operações,
visando atender melhor aos interesses dos ofertantes e dos demandantes de
recursos financeiros.
CEDERJ 73
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
ÓRGÃOS NORMATIVOS
74 CEDERJ
!
3
Importante
AULA
também é registrar a
existência do Conselho de Recursos
do Sistema Financeiro (CRSFN), criado
para julgar, em segunda e última instância
administrativa, os recursos interpostos das
decisões relativas à aplicação das penalidades
administrativas determinadas pelo Banco
Central do Brasil e pela Comissão de
Valores Mobiliários.
ENTIDADES SUPERVISORAS
CEDERJ 75
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
76 CEDERJ
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
3
(BNDES)
AULA
Na sua essência, é um banco de desenvolvimento, pois
promove e fomenta o desenvolvimento econômico e
social do país. No entanto, é a instituição financeira
encarregada de coordenar inúmeros fundos e programas
especiais criados pelo Governo Federal para apoiar o
desenvolvimento econômico e social, tais como: Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo Nacional
de Desestatização (FND), Programa Especial de
Desenvolvimento Agrícola (PEFA), Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronafe),
dentre outros.
Atividade 3
Foi noticiado no jornal Valor Econômico em 19/7/2001: “A Petrobras recebeu ontem a
última parcela do pagamento do seguro de US$ 494 milhões da plataforma P-36, que
afundou no dia 20 de março. As seguradoras e resseguradoras honraram o pagamento
baseadas no laudo da empresa internacional Mathews Daniel” (VALOR Online, 2007).
E na Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA), em 16/2/2007:
Com base nessas duas informações, podemos afirmar que a Petrobras é bem administrada
no que diz respeito a gerenciamento de seguros?
CEDERJ 77
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
Resposta Comentada
Com a criação de uma seguradora para operar no mercado internacional –
a Bear –, a Petrobras detém uma seguradora, que é fornecedora de seguros
para seus negócios no exterior. Como opera em vários países com seguradora
própria e exclusiva, a Petrobras não precisa buscar seguros no mercado de
cada país em que for operar. Isso diminui a necessidade de intermediários e,
conseqüentemente, os custos.
Se o bem a ser segurado tem um valor muito alto, a Bear faz o resseguro, reduzindo,
portanto, a possibilidade de não honrar o seguro no caso de um sinistro.
A Petrobras, portanto, tem uma administração eficiente no que diz respeito a
seguro. Reduz custos sem perder de vista o retorno que deve obter no caso de um
sinistro, como ficou bem explícito quando do incêndio e perda total da P-36.
INSTITUIÇÕES OPERATIVAS
78 CEDERJ
A principal característica dessas instituições financeiras é a sua
3
exclusividade na captação de recursos através de depósitos à vista (a
AULA
popular conta corrente), não remunerados e de liquidez imediata, isto é, os
depositantes podem sacar os seus recursos a qualquer momento.
Com os recursos depositados em conta corrente, essas instituições
desenvolvem a capacidade de criação de moeda, o que facilita operações
de crédito de curto prazo, especialmente de crédito pessoal e os
financiamentos de capital de giro das empresas.
A principal instituição operadora neste conjunto é o banco
comercial.
Conforme consta do Manual de Normas e Instruções (MNI) do
Banco Central, os bancos comerciais têm a função precípua de viabilizar
os recursos financeiros necessários, seja através de empréstimos ou de
financiamentos, no curto ou no médio prazo, às empresas industriais,
comerciais e de serviços e às pessoas físicas.
A constituição e o funcionamento dos bancos comerciais são
regulados pelo Banco Central, que também fiscaliza diariamente as suas
operações financeiras.
Os bancos comerciais ainda desenvolvem atividades de prestação de
serviços bancários, tais como transferências de fundos, cobranças de títulos,
custódia e guarda de valores, recebimento de tributos e de contas diversas e
operações de câmbio, dentre outras; e de linhas de créditos especiais, como
o crédito rural e o crédito a operações de comércio exterior.
CEDERJ 79
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
Entendendo o banco
múltiplo
?
Os bancos múltiplos foram instituídos por
decisão do Conselho Monetário Nacional através da
resolução nº 1.524/88, com o objetivo de racionalizar a
gestão administrativa e contábil e proporcionar melhor sinergia
entre as especialidades em que atua a organização financeira. O
banco múltiplo é a união de “carteiras financeiras” especializadas
em uma única instituição financeira, isto é, em uma só personalidade
jurídica, com um só balanço e um único caixa. Para ser caracterizado como
banco múltiplo, ele deve operar em, pelo menos, duas especialidades
ou “carteiras”. Essas “carteiras” são escolhidas entre as de um banco
comercial; banco de investimento; banco de desenvolvimento;
sociedade de crédito imobiliário; sociedade de crédito, financiamento
e investimento ou sociedade de arrendamento mercantil, sendo
que, pelo menos, uma das duas “carteiras”, por força de
norma, tenha de ser a de um banco comercial ou a de
um banco de investimento. Nada impede que um
banco múltiplo atue com todas
as “carteiras”.
80 CEDERJ
Os bancos de investimento são instituições financeiras não-bancárias;
3
portanto, não podem captar recursos através de depósitos à vista.
AULA
Sua função primordial é viabilizar recursos para serem cedidos
às empresas, a médio e a longo prazo, através de financiamentos e
empréstimos.
Na empresa, esses recursos serão alocados no capital de giro ou no
capital fixo, permitindo melhor gestão do fluxo de caixa ou a melhoria
e expansão da produção.
Para exercer esta função, os bancos de investimento utilizam
recursos próprios e captam recursos de terceiros através de depósitos
a prazo lastreados em Certificados de Depósitos Bancários (CDB) ou
Recibos de Depósitos Bancários (RDB). Operam, também, com repasses
de recursos oriundos de linhas especiais de financiamento do BNDES
e de bancos de fomento estrangeiros, bem como de captações livres no
mercado financeiro internacional.
Coordenam, ainda, o lançamento primário de títulos e valores
mobiliários, principalmente de ações e debêntures, o que permite a
capitalização das sociedades anônimas – atividade de fundamental
importância para a dinâmica do mercado de capitais.
Prestam assessoria financeira e operacional às empresas e atuam
nas negociações relativas a fusões, incorporações e cisões.
As associações de poupança e empréstimos e as sociedades de
crédito imobiliário, acrescidas das caixas econômicas e dos bancos
múltiplos com a “carteira” imobiliária, operam no Sistema Financeiro
da Habitação (SFH).
O SFH organiza a intermediação financeira relativa ao financiamento
de construção e aquisição de imóveis, sob a coordenação operacional
da Caixa Econômica Federal (CEF), sendo a caderneta de poupança o
principal mecanismo de captação de recursos para este fim.
CEDERJ 81
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
Bolsas de valores
82 CEDERJ
mas ainda existem pregões em viva voz (ao vivo), quando os operadores
3
fazem suas ofertas aos gritos para seus colegas, num determinado local
AULA
(físico), também chamado pregão.
Desenvolvem, ainda, estratégias e atividades de fomento e
expansão do mercado de ações e zelam pela segurança e transparência
dos negócios. Na verdade, são organizações que facilitam a realização
de operações financeiras.
As bolsas de valores só podem negociar títulos e valores mobiliários de
emissão das sociedades anônimas de capital aberto, registradas na CVM.
Que é factoring?
O fomento comercial ou factoring é uma atividade mercantil desenvolvida
pelas sociedades de fomento mercantil, conhecidas no mercado por
factoring. Essa intermediação é especialmente caracterizada pela cessão
(venda) de um direito de crédito, por parte do detentor desse crédito,
a uma factoring. Esse direito de crédito está respaldado em um título,
usualmente uma duplicata ou um cheque, que será entregue à factoring
mediante o recebimento do valor do título de crédito com deságio, que
é denominado fator de compra. As sociedades de fomento mercantil
não são instituições financeiras e, como tal, não pertencem ao Sistema
Financeiro Nacional.
CONCLUSÃO
CEDERJ 83
Fundamentos de Finanças | Mercado financeiro, segmentação e instituições –
uma abordagem geral
ATIVIDADES FINAIS
Resposta Comentada
Os bancos de investimento. São instituições financeiras que atuam em operações que
visam à captação de recursos de médio e longo prazo para financiamento das empresas.
Esses recursos são captados através dos lançamentos (venda) de novos títulos e valores
mobiliários (ações e debêntures).
Resposta Comentada
As bolsas de valores, pois são mercados organizados que facilitam os negócios com títulos
e valores mobiliários já disponíveis no mercado, isto é, nas mãos de investidores.
Resposta Comentada
No mercado de crédito, pois é o segmento do mercado financeiro voltado para operações
financeiras de curto prazo.
Em um banco comercial, pois é a instituição que disponibiliza recursos financeiros, a curto
prazo, para o capital de giro das empresas.
Resposta Comentada
O lançamento de novas ações caracteriza uma operação de mercado primário, que é
o espaço onde ocorre o primeiro negócio com um título negociável novo. Na ponta
vendedora, está a empresa ou instituição financeira que emitiu e está lançando o
título. Na outra ponta, estão os investidores que querem aplicar seus recursos
financeiros.
84 CEDERJ
3
5. A diretoria da empresa Cerro Azul S.A. pediu a seu administrador financeiro que
AULA
estudasse a melhor forma de financiar uma proposta de investimento em ativo
permanente cuja implementação acabara de ser aprovada. Considerando que a maneira
mais saudável de financiar investimentos em ativos permanentes é com recursos de
longo prazo, em que segmento do mercado financeiro o administrador financeiro
deveria sugerir a captação desses recursos?
Resposta Comentada
O mercado de capitais é o segmento do mercado que o administrador financeiro deve
sugerir para financiar o investimento no ativo permanente. Ele é o segmento voltado para
as operações financeiras de longo prazo, em que são negociados valores mobiliários
(ações e debêntures). Um dos objetivos do mercado de capitais é proporcionar a liquidez
de títulos emitidos por empresas e viabilizar o processo de capitalização. É constituído
por bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e
outras instituições financeiras autorizadas.
RESUMO
CEDERJ 85
4
AULA
O uso das tabelas financeiras
Meta da aula
Preparar o aluno para a utilização das tabelas
financeiras, visando a economizar tempo
na elaboração de cálculos financeiros.
objetivos
Pré-requisitos
Os conceitos apresentados na disciplina
Matemática Financeira, principalmente
nas Aulas 5 a 8, serão imprescindíveis
para o bom entendimento desta aula;
também é necessário o uso de uma
calculadora simples ou financeira.
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
INTRODUÇÃO Esta aula visa preparar o aluno para a utilização das tabelas financeiras, presentes
em quase todos os livros sobre finanças. A utilização correta dessas tabelas lhe
poupará tempo na execução dos cálculos.
A aula está dividida em quatro partes: a primeira mostra como encontrar o
valor presente de um valor futuro único fornecido; a segunda demonstra como
calcular o valor presente de uma série de valores uniformes (anuidade) futuros
fornecidos; a terceira explica como encontrar o valor futuro de um valor presente
único dado; por fim, a quarta parte demonstra como calcular o valor futuro
de uma série de valores uniformes. Para cada parte da aula é utilizada uma
tabela financeira diferente.
Os cálculos também são exemplificados com a utilização da calculadora
financeira HP 12-C, de uso bastante difundido.
Boa aula!
OS CÁLCULOS FINANCEIROS
Nesta parte da aula, você verá como é bem mais fácil encontrar o
valor presente de um único valor futuro utilizando a tabela financeira.
Suponhamos que você tenha uma dívida de valor único
(R$ 2.000,00) que vence daqui a cinco meses. A taxa de juros mensal da
dívida é de 6% ao mês.
88 CEDERJ
Ontem, você foi premiado pela Mega Sena por ter acertado cinco
4
dezenas no concurso. Não é muito dinheiro, mas é o suficiente para
AULA
pagar a dívida mencionada. Se você quisesse liquidar sua dívida hoje,
quanto deveria pagar?
K = 6% ao mês
0 5
? R$ 2.000,00
2.000,00 = P (1 + 0,06)5
2.000,00 = P (1,3382)
P = 2.000,00 / 1,3382
P = 1.494,54.
CEDERJ 89
Tabela 4.1: Fator de juros do valor presente (descapitalização de valores únicos)
Taxas de desconto
Períodos 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%
1 0,990 0,980 0,971 0,962 0,952 0,943 0,935 0,926 0,917 0,909 ,901 0,893 0,885 0,877 0,870 0,862 0,855 0,847 0,840 0,833
2 0,980 0,961 0,943 0,925 0,907 0,890 0,873 0,857 0,842 0,826 0,812 0,797 0,783 0,769 0,756 0,743 0,731 0,718 0,706 0,694
3 0,971 0,942 0,915 0,889 0,864 0,840 0,816 0,794 0,772 0,751 0,731 0,712 0,693 0,675 0,658 0,641 0,624 0,609 0,593 0,579
4 0,961 0,924 0,888 0,855 0,823 0,792 0,763 0,735 0,708 0,683 0,659 0,636 0,613 0,592 0,572 0,552 0,534 0,516 0,499 0,482
5 0,951 0,906 0,863 0,822 0,784 0,747 0,713 0,681 0,650 0,621 0,593 0,567 0,543 0,519 0,497 0,476 0,456 0,437 0,419 0,402
6 0,942 0,888 0,837 0,790 0,746 0,705 0,666 0,630 0,596 0,564 0,535 0,507 0,480 0,456 0,432 0,410 0,390 0,370 0,352 0,335
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
7 0,933 0,871 0,813 0,760 0,711 0,665 0,623 0,583 0,547 0,513 0,482 0,452 0,425 0,400 0,376 0,354 0,333 0,314 0,296 0,279
8 0,923 0,853 0,789 0,731 0,677 0,627 0,582 0,540 0,502 0,467 0,434 0,404 0,376 0,351 0,327 0,305 0,285 0,266 0,249 0,233
9 0,914 0,837 0,766 0,703 0,645 0,592 0,544 0,500 0,460 0,424 0,391 0,361 0,333 0,308 0,284 0,263 0,243 0,225 0,209 0,194
10 0,905 0,820 0,744 0,676 0,614 0,558 0,508 0,463 0,422 0,386 0,352 0,322 0,295 0,270 0,247 0,227 0,208 0,191 0,176 0,162
11 0,896 0,804 0,722 0,650 0,585 0,527 0,475 0,429 0,388 0,350 0,317 0,287 0,261 0,237 0,215 0,195 0,178 0,162 0,148 0,135
12 0,887 0,788 0,701 0,625 0,557 0,497 0,444 0,397 0,356 0,319 0,286 0,257 0,231 0,208 0,187 0,168 0,152 0,137 0,124 0,112
13 0,879 0,773 0,681 0,601 0,530 0,469 0,415 0,368 0,326 0,290 0,258 0,229 0,204 0,182 0,163 0,145 0,130 0,116 0,104 0,093
14 0,870 0,758 0,661 0,577 0,505 0,442 0,388 0,340 0,299 0,263 0,232 0,205 0,181 0,160 0,141 0,125 0,111 0,099 0,088 0,078
15 0,861 0,743 0,642 0,555 0,481 0,417 0,362 0,315 0,275 0,239 0,209 0,183 0,160 0,140 0,123 0,108 0,095 0,084 0,074 0,065
16 0,853 0,728 0,623 0,534 0,458 0,394 0,339 0,292 0,252 0,218 0,188 0,163 0,141 0,123 0,107 0,093 0,081 0,071 0,062 0,054
17 0,844 0,714 0,605 0,513 0,436 0,371 0,317 0,270 0,231 0,198 0,170 0,146 0,125 0,108 0,093 0,080 0,069 0,060 0,052 0,045
18 0,836 0,700 0,587 0,494 0,416 0,350 0,296 0,250 0,212 0,180 0,153 0,130 0,111 0,095 0,081 0,069 0,059 0,051 0,044 0,038
19 0,828 0,686 0,570 0,475 0,396 0,331 0,277 0,232 0,194 0,164 0,138 0,116 0,098 0,083 0,070 0,060 0,051 0,043 0,037 0,031
20 0,820 0,673 0,554 0,456 0,377 0,312 0,258 0,215 0,178 0,149 0,124 0,104 0,087 0,073 0,061 0,051 0,043 0,037 0,031 0,026
CEDERJ
90
Na Tabela 4.1 (fatores de valor presente), você localiza o
4
cruzamento da taxa (coluna) de 6% com o número de cinco períodos
AULA
(linha): você deve ter encontrado 0,747. Multiplique o valor futuro da
dívida, R$ 2.000,00, por esse fator, e pronto: o valor atual da dívida é
de R$ 1.494,00.
Na reprodução parcial da Tabela 4.1, você pode ver em destaque
o coeficiente utilizado.
Tabela 4.2: Localizando um fator de juros do valor presente (descapitalização de valores únicos) na tabela
(reprodução parcial)
Taxas de desconto
Períodos 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 0,990 0,980 0,971 0,962 0,952 0,943 0,935 0,926 0,917 0,909
2 0,980 0,961 0,943 0,925 0,907 0,890 0,873 0,857 0,842 0,826
3 0,971 0,942 0,915 0,889 0,864 0,840 0,816 0,794 0,772 0,751
4 0,961 0,924 0,888 0,855 0,823 0,792 0,763 0,735 0,708 0,683
5 0,951 0,906 0,863 0,822 0,784 0,747 0,713 0,681 0,650 0,621
6 0,942 0,888 0,837 0,790 0,746 0,705 0,666 0,630 0,596 0,564
7 0,933 0,871 0,813 0,760 0,711 0,665 0,623 0,583 0,547 0,513
8 0,923 0,853 0,789 0,731 0,677 0,627 0,582 0,540 0,502 0,467
K = 6% ao mês
0 5
R$ 2.000,00
1.494,54
CEDERJ 91
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
(1 + k)-n 1
(1 + k)n
1 CHS FV
6 i
5 n
PV 0,747
Figura 4.3: Encontrando o fator de juros do valor presente com a HP 12-C.
2000 CHS FV
6 i
5 n
PV 1.494,52
92 CEDERJ
Sua calculadora financeira HP 12-C deve mostrar esse resultado,
4
caso esteja programada para mostrar os resultados com duas casas
AULA
decimais. Para que isso seja possível, acione a tecla “f” (laranja) e “2”.
Assim, você estará indicando para a calculadora que quer a apresentação
dos resultados com duas casas decimais.
Convém esclarecer que os dados podem ser introduzidos em
qualquer ordem (primeiro a taxa, depois o número de períodos etc.).
A última tecla a ser apertada é a da informação que se quer.
Nas teclas da calculadora estão impressas, em inglês, as siglas das
informações que elas fornecem:
PV = Present Value (valor presente);
FV = Future Value (valor futuro);
CHS = Change Signal (mudança de sinal).
!
linha cinco períodos).
Aviso!
A Tabela 4.1 será utilizada
sempre que você precisar saber o valor
atual de um único valor futuro ou de vários
valores futuros diferentes. Nesse caso, use um
coeficiente para cada valor. Lembre: se mudar
o tempo, mesmo que mantida a taxa,
mudará o coeficiente!
CEDERJ 93
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
Atividade 1
Valor presente de um único valor futuro
Todos as atividades podem ser resolvidas por qualquer das formas ensinadas, mas dê
prioridade à tabela financeira.
a. Daqui a três meses, você deverá pagar R$ 1.000,00 a João, que lhe emprestou o
dinheiro e já embutiu os juros pelo empréstimo. Você recebeu um dinheiro inesperado
e quer liquidar essa dívida. Se João computou juros de 4% ao mês, qual é o valor
atual equivalente que liquidará sua dívida? Faça o cálculo da forma tradicional e com
a utilização da tabela financeira.
Resposta Comentada
Pela forma tradicional, substitua as informações conhecidas na fórmula:
S = P(1 + i)n:
1.000,00 = P (1 + 0,04)3
1.000,00 = P (1,125)
P = R$ 888,89
Utilizando a tabela financeira:
Na Tabela 4.1, encontre o valor resultante do cruzamento da coluna referente
a 4% com a linha referente a 3 períodos. O coeficiente (fator) encontrado é
0,889. Multiplica-se esse fator por R$ 1.000,00, e aí está o valor de liquidação
antecipada da dívida: R$ 889,00.
c. Sabe-se que uma escultura valerá R$ 50.000,00 daqui a dois anos. Estudos específicos
determinaram que a taxa de retorno (taxa de juros) dessa escultura é de 15% ao ano.
Informe o valor dela hoje, utilizando a tabela financeira.
Resposta Comentada
Na Tabela 4.1, vejo o coeficiente resultante do cruzamento da coluna referente
a 15% com o da linha referente a dois períodos: 0,756 é o valor encontrado.
Multiplico por este fator o valor futuro, que é R$ 50.000,00, e encontro
seu valor atual: R$ 37.800,00.
94 CEDERJ
4
d. Os fluxos de caixa futuros de uma empresa são os seguintes:
AULA
Final do ano Valor (R$)
1 400.000,00
2 450.000,00
3 380.000,00
4 520.000,00
Se a taxa utilizada for de 8% ao ano, quanto representará cada fluxo de caixa hoje?
E o valor total deles?
Resposta Comentada
Para cada valor, você deve encontrar um fator de juros, já que são valores
futuros em anos diferentes. Multiplique cada valor pelo seu fator correspondente
e encontre os valores atuais. Depois, é só somá-los. Veja como fica;
Resposta Comentada
A Tabela 4.1 contém os coeficientes para taxas de até 20%. Sendo assim, teremos
que fazer o cálculo do coeficiente, pois ele não está demonstrado na tabela. Você
se lembra da fórmula? Se não, procure-a no corpo da aula.
O cálculo é este: 1
= 0,640
(1+0,25)2
CEDERJ 95
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
96 CEDERJ
Substituindo os valores na fórmula, temos:
4
100,00[1+(0,03)-5
AULA
A=
0,03
A = 457,97.
CEDERJ 97
Tabela 4.3: Fator de juros do valor presente de uma anuidade (descapitalização de série de valores uniformes)
Taxas de desconto
Períodos 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%
1 0.990 0.980 0.971 0.962 0.952 0.943 0.935 0.926 0.917 0.909 0.901 0.893 0.885 0.877 0.870 0.862 0.855 0.847 0.840 0.833
2 1.970 1.942 1.913 1.886 1.859 1.833 1.808 1.783 1.759 1.736 1.713 1.690 1.668 1.647 1.626 1.605 1.585 1.566 1.547 1.528
3 2.941 2.884 2.829 2.775 2.723 2.673 2.624 2.577 2.531 2.487 2.444 2.402 2.361 2.322 2.283 2.246 2.210 2.174 2.140 2.106
4 3.902 3.808 3.717 3.630 3.546 3.465 3.387 3.312 3.240 3.170 3.102 3.037 2.974 2.914 2.855 2.798 2.743 2.690 2.639 2.589
5 4.853 4.713 4.580 4.452 4.329 4.212 4.100 3.993 3.890 3.791 3.696 3.605 3.517 3.433 3.352 3.274 3.199 3.127 3.058 2.991
6 5.795 5.601 5.417 5.242 5.076 4.917 4.767 4.623 4.486 4.355 4.231 4.111 3.998 3.889 3.784 3.685 3.589 3.498 3.410 3.326
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
7 6.728 6.472 6.230 6.002 5.786 5.582 5.389 5.206 5.033 4.868 4.712 4.564 4.423 4.288 4.160 4.039 3.922 3.812 3.706 3,605
8 7.652 7.325 7.020 6.733 6.463 6.210 5.971 5.747 5.535 5.335 5.146 4.968 4.799 4.639 4.487 4.344 4.207 4.078 3.954 3.837
9 8.566 8.162 7.786 7.435 7.108 6.802 6.515 6.247 5.995 5.759 5.537 5.328 5.132 4.946 4.772 4.607 4.451 4.303 4.163 4.031
10 9.471 8.983 8.530 8.111 7.722 7.360 7.024 6.710 6.418 6.145 5.889 5.650 5.426 5.216 5.019 4.833 4.659 4.494 4.339 4.192
11 10.368 9.787 9.253 8.760 8.306 7.887 7.499 7.139 6.805 6.495 6.207 5.938 5.687 5.453 5.234 5.029 4.836 4.656 4.486 4.327
12 11.255 10.575 9.954 9.385 8.863 8.384 7.943 7.536 7.161 6.814 6.492 6.194 5.918 5.660 5.421 5.197 4.988 4.793 4.611 4.439
13 12.134 11.348 10.635 9.986 9.394 8.853 8.358 7.904 7.487 7.103 6.750 6.424 6.122 5.842 5.583 5.342 5.118 4.910 4.715 4.533
14 13.004 12.106 11.296 10.563 9.899 9.295 8.745 8.244 7.786 7.367 6.982 6.628 6.302 6.002 5.724 5.468 5.229 5.008 4.802 4.611
15 13.865 12.849 11.938 11.118 10.380 9.712 9.108 8.559 8.061 7.606 7.191 6.811 6.462 6.142 5.847 5.575 5.324 5.092 4.876 4.675
16 14.718 13.578 12.561 11.652 10.838 10.106 9.447 8.851 8.313 7.824 7.379 6.974 6.604 6.265 5.954 5.668 5.405 5.162 4.938 4.730
17 15,562 14.292 13.166 12.166 11.274 10.477 9.763 9.122 8.544 8.022 7.549 7.120 6.729 6.373 6.047 5.749 5.475 5.222 4.990 4.775
18 16.398 14.992 13.754 12.659 11.690 10.828 10.059 9.372 8.756 8.201 7.702 7.250 6.840 6.467 6.128 5.818 5.534 5.273 5.033 4.812
19 17.226 15.678 14.324 13.134 12.085 11.158 10.336 9.604 8.950 8.365 7.839 7.366 6.938 6.550 6.198 5.877 5.584 5.316 5.070 4.843
20 18.046 16.351 14.877 13.590 12.462 11.470 10.594 9.818 9.129 8.514 7.963 7.469 7.025 6.623 6.259 5.929 5.628 5.353 5.101 4.870
CEDERJ
98
Veja na tabela a coluna referente a 3% e a linha referente a cinco
4
períodos. No cruzamento delas, você encontra o fator 4,580. Esse fator
AULA
deve ser multiplicado pelo valor das parcelas (que são iguais), e pronto!
você achou o valor atual da anuidade. Vamos ver como fica a terceira
forma de cálculo?
100,00 x 4,580 = 458,00.
É importante que você veja de onde foi obtido o coeficiente. Então,
dê uma olhadinha na reprodução parcial da Tabela 4.3, a seguir:
Tabela 4.4: Localizando o fator de juros do valor presente de uma anuidade (descapitalização de série
de valores uniformes) na reprodução parcial da Tabela 4.3
Taxas de desconto
Períodos 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 0,990 0,980 0,971 0,962 0,952 0,943 0,935 0,926 0,917 0,909
2 1,970 1,942 1,913 1,886 1,859 1,833 1,808 1,783 1,759 1,736
3 2,941 2,884 2,829 2,775 2,723 2,673 2,624 2,577 2,531 2,487
4 3,902 3,808 3,717 3,630 3,546 3,465 3,387 3,312 3,240 3,170
5 4,853 4,713 4,580 4,452 4,329 4,212 4,100 3,993 3,890 3,791
6 5,795 5,601 5,417 5,242 5,076 4,917 4,767 4,623 4,486 4,355
7 6,728 6,472 6,230 6,002 5,786 5,582 5,389 5,206 5,033 4,868
8 7,652 7,325 7,020 6,733 6,463 6,210 5,971 5,747 5,535 5,335
1 CHS PMT
3 i
5 n
PV 4,580
CEDERJ 99
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
3 i
5 n
PV 457,97
Figura 4.7: Cálculo do valor atual de uma anuidade, utilizando a calculadora
financeira HP 12-C.
0 1 2 3 4 5 Meses
458,00
Figura 4.8: Valor atual de uma série de valores futuros iguais.
Atividade 2
! A Tabela 4.3 deve ser
utilizada apenas quando se tratar
de uma série de valores futuros iguais.
Se forem valores diferentes, deve ser
utilizada a Tabela 4.1. Para cada valor,
será utilizado um coeficiente.
100 C E D E R J
4
Resposta Comentada
AULA
O coeficiente a ser utilizado está na Tabela 4.3 e resulta do cruzamento da
coluna referente a 3% com a linha referente a 6 períodos. O valor encontrado
é 5,417. Multiplicando-se esse coeficiente pelo valor de uma das prestações,
tem-se o valor atual da anuidade: R$ 4.298,82. Portanto, esse é o valor, à
vista, do televisor.
b. Comprei um home teather em uma loja, à vista, por R$ 1.599,00. Se a taxa de juros
cobrada pelo crediário da loja fosse de 4% ao mês, e eu decidisse pagá-lo em dez
prestações mensais (a primeira em trinta dias), qual seria o valor de cada prestação?
Resposta Comentada
O coeficiente a ser encontrado refere-se a dez períodos (meses) e taxa de
4% por período (mês). Na Tabela 4.3, vemos que esse é 8,111. Seguindo a
mesma lógica da atividade anterior, dividimos o valor à vista pelo coeficiente
encontrado: R$ 1.599,00/8,111 = R$ 197,14. Aí está o valor de cada uma das
dez prestações.
c. Nas grandes lojas comerciais, você encontra vendedores com uma tabela financeira
contendo coeficientes (fatores) que informarão o valor de cada prestação, de acordo com
o plano escolhido (tempo e taxas de juros). A Tabela 4.3 é semelhante àquela utilizada
pelos vendedores. Descubra, com o auxílio dessa tabela, quanto deverei pagar por cada
prestação nos seguintes casos:
I. máquina de lavar – preço à vista: R$ 999,00; taxa de juros: 5% ao mês; 12 pagamentos
mensais;
II. computador – preço à vista: R$ 1.699,00; taxa de juros mensal: 4%; 6 pagamentos
mensais.
Resposta Comentada
I. O coeficiente a ser utilizado é de 8,863 (5% e 12 períodos). Portanto, o valor
de cada prestação será de R$ 112,72, resultado da divisão do valor, à vista, da
máquina de lavar pelo coeficiente de valor presente de uma anuidade.
II. O coeficiente para uma taxa de 4% e 6 períodos é de 5,242. Divide-se o valor
à vista, R$ 1.699,00, pelo coeficiente encontrado. O valor encontrado de cada
prestação é de: R$ 324,11.
Resposta Comentada
Certamente, a essa altura você já sabe o que fazer. O coeficiente de 20% e 4
períodos é de 2,589. O produto do coeficiente pelo valor da parcela anual é
de R$ 10.356,00. Esse é o valor que deverei depositar hoje, em vez de
depositar quatro parcelas anuais de R$ 4.000,00.
C E D E R J 101
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
e. Deposito hoje R$ 20.000,00, para poder cursar tranqüilo minha faculdade nos
próximos quatro anos. Se o rendimento for de 3% ao mês, quanto poderei gastar
mensalmente?
Resposta Comentada
A Tabela 4.3 não mostra o coeficiente para 3% (ao mês) e 48 períodos (anos
convertidos em meses), pois ela se limita a vinte períodos. Portanto, deveremos
fazer uso da fórmula tradicional ou da calculadora HP 12-C.
Fórmula tradicional:
(1 + 0,03)48 - 1
= 25,267
0,03(1+0,03)48
1 CHS PMT
3 i
48 n
PV 25,267
102 C E D E R J
Você também pode descobrir um fator que, multiplicado pelo
4
valor de R$ 1.000,00, lhe dê o valor acumulado. Esse fator é encontrado
AULA
na Tabela 4.5. O fator de acumulação (ou de capitalização) pode ser
calculado da seguinte forma:
(1 + i)n
Note que a fórmula para encontrar o fator nada mais é que a
parte final da fórmula para encontrar o montante. Só que, ao possuir
uma tabela onde você pode encontrar os vários fatores, poupará tempo
nos cálculos.
Na Tabela 4.5, você encontra rapidamente o fator que, multiplicado
pelo valor atual, lhe dá o valor acumulado. Como a tabela financeira
foi elaborada com três casa decimais, você encontrará no cruzamento
da coluna referente a 1% e da linha referente a oito períodos 1,083.
Multiplicando-se o valor atual de R$ 1.000,00 pelo fator, tem-se o valor
futuro (acumulado) de R$ 1.083,00. Mais uma vez, a pequena diferença
deve-se ao arredondamento.
K = 1% ao mês
0 8 Meses
1.000,00 R$ 1.082,86
1 CHS PV
1 i
8 n
FV 1,083
C E D E R J 103
Tabela 4.5: Fator de juros do valor futuro (capitalização de um único valor presente)
Taxas de desconto
Períodos 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%
1 1,010 1,020 1,030 1,040 1,050 1,060 1,070 1,080 1,090 1,100 1,110 1,120 1,130 1,140 1,150 1,160 1,170 1,180 1,190 1,200
2 1,020 1,040 1,061 1,082 1,103 1,124 1,145 1,166 1,188 1,210 1,232 1,254 1,277 1,300 1,323 1,346 1,369 1,392 1,416 1,440
3 1,030 1,061 1,093 1,125 1,158 1,191 1,225 1,260 1,295 1,331 1,368 1,405 1,443 1,482 1,521 1,561 1,602 1,643 1,685 1,728
4 1,041 1,082 1,126 1,170 1,216 1,262 1,311 1,360 1,412 1,464 1,518 1,574 1,630 1,689 1,749 1,811 1,874 1,939 2,005 2,074
5 1,051 1,104 1,159 1,217 1,276 1,338 1,403 1,469 1,539 1,611 1,685 1,762 1,842 1,925 2,011 2,100 2,192 2,288 2,386 2,488
6 1,062 1,126 1,194 1,265 1,340 1,419 1,501 1,587 1,677 1,772 1,870 1,974 2,082 2,195 2,313 2,436 2,565 2,700 2,840 2,986
7 1,072 1,149 1,230 1,316 1,407 1,504 1,606 1,714 1,828 1,949 2,076 2,211 2,353 2,502 2,660 2,826 3,001 3,185 3,379 3,583
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
8 1,083 1,172 1,267 1,369 1,477 1,594 1,718 1,851 1,993 2,144 2,305 2,476 2,658 2,853 3,059 3,278 3,511 3,759 4,021 4,300
9 1,094 1,195 1,305 1,423 1,551 1,689 1,838 1,999 2,172 2,358 2,558 2,773 3,004 3,252 3,518 3,803 4,108 4,435 4,785 5,160
10 1,105 1,219 1,344 1,480 1,629 1,791 1,967 2,159 2,367 2,594 2,839 3,106 3,395 3,707 4,046 4,411 4,807 5,234 5,695 6,192
11 1,116 1,243 1,384 1,539 1,710 1,898 2,105 2,332 2,580 2,853 3,152 3,479 3,836 4,226 4,652 5,117 5,624 6,176 6,777 7,430
12 1,127 1,268 1,426 1,601 1,796 2,012 2,252 2,518 2,813 3,138 3,498 3,896 4,335 4,818 5,350 5,936 6,580 7,288 8,064 8,916
13 1,138 1,294 1,469 1,665 1,886 2,133 2,410 2,720 3,066 3,452 3,883 4,363 4,898 5,492 6,153 6,886 7,699 8,599 9,596 10,699
14 1,149 1,319 1,513 1,732 1,980 2,261 2,579 2,937 3,342 3,797 4,310 4,887 5,535 6,261 7,076 7,988 9,007 10,147 11,420 12,839
15 1,161 1,346 1,558 1,801 2,079 2,397 2,759 3,172 3,642 4,177 4,785 5,474 6,254 7,138 8,137 9,266 10,539 11,974 13,590 15,407
16 1,173 1,373 1,605 1,873 2,183 2,540 2,952 3,426 3,970 4,595 5,311 6,130 7,067 8,137 9,358 10,748 12,330 14,129 16,172 18,488
17 1,184 1,400 1,653 1,948 2,292 2,693 3,159 3,700 4,328 5,054 5,895 6,866 7,986 9,276 10,761 12,468 14,426 16,672 19,244 22,186
18 1,196 1,428 1,702 2,026 2,407 2,854 3,380 3,996 4,717 5,560 6,544 7,690 9,024 10,575 12,375 14,463 16,879 19,673 22,901 26,623
19 1,208 1,457 1,754 2,107 2,527 3,026 3,617 4,316 5,142 6,116 7,263 8,613 10,197 12,056 14,232 16,777 19,748 23,214 27,252 31,948
20 1,220 1,486 1,806 2,191 2,653 3,207 3,870 4,661 5,604 6,727 8,062 9,646 11,523 13,743 16,367 19,461 23,106 27,393 32,429 38,338
104 C E D E R J
O fator encontrado lhe dará o valor acumulado de qualquer valor
4
atual, desde que a taxa de juros e o número de períodos sejam o mesmo.
AULA
Caso queira descobrir o valor futuro de R$ 1.000,00, especificamente,
você deve proceder assim:
1000 CHS PV
1 i
8 n
FV 1.082,86
Atividade 3
Valor futuro de um único valor atual ou presente
a. Emprestei R$ 500,00 a uma pessoa por três meses. A taxa de juros combinada foi
de 4% ao mês. Quanto receberei de volta?
Resposta Comentada
O coeficiente para taxa de 4% e três períodos encontrado na Tabela 4.5 é de
1,125. Portanto, o valor que receberei de volta será de R$ 562,50.
b. Vitor deixou R$ 1.000,00 em uma aplicação financeira pelo prazo de doze meses.
Se a taxa de juros for de 12% ao mês, quanto ele receberá?
Resposta Comentada
O coeficiente de 12% e 12 períodos é 3,896. O valor que Vitor receberá será
de R$ 3.896,00.
Resposta Comentada
São dois os coeficientes a serem utilizados: um para o primeiro empréstimo, que
foi feito pelo prazo de 180 dias (seis meses); outro para o segundo empréstimo,
que teve prazo de quitação de 150 dias (180 – 30), ou 5 meses. Então,
devemos encontrar os seguintes coeficientes:
C E D E R J 105
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
d. Joana havia esquecido R$ 150,00 depositados na poupança. Quando ela se deu conta,
já haviam passado nove meses. A taxa de juros foi de 1,5% por mês para o período.
Quanto ela acumulou ao final de nove meses?
Resposta Comentada
Taxas não inteiras não são contempladas na Tabela 4.5. Substitua as variáveis
na fórmula que você já conhece e encontre o valor do coeficiente:
(1 + 0,015)9 = 1,143
Encontrado o coeficiente, multiplique-o por R$ 150,00 e descubra o valor que
Joana acumulou ao final de nove meses: R$ 171,45.
e. Você me deve R$ 100,00, que deverão ser pagos em três meses. A taxa de juros combinada
é de 9% ao trimestre. Qual o valor do montante (acumulado) que receberei? E se a taxa
fosse de 2% ao mês, qual a economia que você faria ao me pagar?
Resposta Comentada
O coeficiente encontrado para a primeira situação (9% ao trimestre; 1 período =
3 meses) é 1,090. Portanto, receberei R$ 109,00 (R$ 100,00 x 1,090).
Na segunda hipótese, o coeficiente é 1,061 (2% e três meses). Neste caso,
receberei R$ 106,10. Você estaria economizando R$ 2,90 ao me pagar.
106 C E D E R J
4
AULA
S=?
0 1 2 3 4 5 Meses
Figura 4.12: Achando o valor acumulado (futuro) de uma série de valores iguais.
C E D E R J 107
Tabela 4.6: Fator de juros do valor futuro de uma anuidade (capitalização)
Taxas de desconto
Períodos 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%
1 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
2 2,010 2,020 2,030 2,040 2,050 2,060 2,070 2,080 2,090 2,100 2,110 2,120 2,130 2,140 2,150 2,160 2,170 2,180 2,190 2,200
3 3,030 3,060 3,091 3,122 3,153 3,184 3,215 3,246 3,278 3,310 3,342 3,374 3,407 3,440 3,473 3,506 3,539 3,572 3,606 3,640
4 4,060 4,122 4,184 4,246 4,310 4,375 4,440 4,506 4,573 4,641 4,710 4,779 4,850 4,921 4,993 5,066 5,141 5,215 5,291 5,368
5 5,101 5,204 5,309 5,416 5,526 5,637 5,751 5,867 5,985 6,105 6,228 6,353 6,480 6,610 6,742 6,877 7,014 7,154 7,297 7,442
6 6,152 6,308 6,468 6,633 6,802 6,975 7,153 7,336 7,523 7,716 7,913 8,115 8,323 8,536 8,754 8,977 9,207 9,442 9,683 9,930
7 7,214 7,434 7,662 7,898 8,142 8,394 8,654 8,923 9,200 9,487 9,783 10,089 10,405 10,730 11,067 11,414 1,772 12,142 12,523 12,916
8 8,286 8,583 8,892 9,214 9,549 9,897 10,260 10,637 11,028 11,436 11,859 12,300 12,757 13,233 13,727 14,240 14,773 15,327 15,902 16,499
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
9 9,369 9,755 10,159 10,583 11,027 11,491 11,978 12,488 13,021 13,579 14,164 14,776 15,416 16,085 16,786 17,519 18,285 19,086 19,923 20,799
10 10,462 10,950 11,464 12,006 12,578 13,181 13,816 14,487 15,193 15,937 16,722 17,549 18,420 19,337 20,304 21,321 22,393 23,521 24,709 25,959
11 11,567 12,169 12,808 13,486 14,207 14,972 15,784 16,645 17,560 18,531 19,561 20,655 21,814 23,045 24,349 25,733 27,200 28,755 30,404 32,150
12 12,683 13,412 14,192 15,026 15,917 16,870 17,888 18,977 20,141 21,384 22,713 24,133 25,650 27,271 29,002 30,850 32,824 34,931 37,180 39,581
13 13,809 14,680 15,618 16,627 17,713 18,882 20,141 21,495 22,953 24,523 26,212 28,029 29,985 32,089 34,352 36,786 39,404 42,219 45,244 48,497
14 14,947 15,974 17,086 18,292 19,599 21,015 22,550 24,215 26,019 27,975 30,095 32,393 34,883 37,581 40,505 43,672 47,103 50,818 54,841 59,196
15 16,097 17,293 18,599 20,024 21,579 23,276 25,129 27,152 29,361 31,772 34,405 37,280 40,417 43,842 47,580 51,660 56,110 60,965 66,261 72,035
16 17,258 18,639 20,157 21,825 23,657 25,673 27,888 30,324 33,003 35,950 39,190 42,753 46,672 50,980 55,717 60,925 66,649 72,939 79,850 87,442
17 18,430 20,012 21,762 23,698 25,840 28,213 30,840 33,750 36,974 40,545 44,501 48,884 53,739 59,118 65,075 71,673 78,979 87,068 96,022 105,931
18 19,615 21,412 23,414 25,645 28,132 30,906 33,999 37,450 41,301 45,599 50,396 55,750 61,725 68,394 75,836 81,141 93,406 103,740 115,266 128,117
19 20,811 22,841 25,117 27,671 30,539 33,760 37,379 41,446 46,018 51,159 56,939 63,440 70,749 78,969 88,212 98,603 110,285 123,414 138,166 154,740
20 22,019 24,297 26,870 29,778 33,066 36,786 40,995 45,762 51,160 57,275 64,203 72,052 80,947 91,025 102,444 115,380 130,033 146,628 165,418 186,688
108 C E D E R J
Nesse primeiro cálculo, foram utilizados os fatores de atualização
4
individuais apresentados na Tabela 4.5. No segundo cálculo, utilizaremos
AULA
um único fator para encontrar o valor acumulado, fator encontrado na
Tabela 4.6. Vejamos:
100,00 x 5,526 = R$ 552,60
Na Tabela 4.6, o fator 5,526 é encontrado no cruzamento da
coluna referente a 5% com a linha referente a 5 períodos.
A fórmula para encontrar cada fator da Tabela 4.6 é a seguinte:
(1 + k)n -1
k
Substituindo os dados na fórmula, temos:
(1 + 0,05)5 - 1
= 5,526
0,05
5 i
5 n
FV 5,526
5 i
5 n
FV 552,56
C E D E R J 109
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
552,56
0 1 2 3 4 5 Meses
Atividade 4
Valor acumulado de uma série de valores iguais
A Tabela 4.6 deve ser utilizada para resolver estas questões.
a. A loja Ponto Quente está vendendo uma geladeira por R$ 95,00 mensais, em 12
meses. Os pagamentos acontecem no final de cada mês. A taxa cobrada no crediário é
de 5% ao mês. Qual é o valor total equivalente pago após a última prestação?
Resposta Comentada
A taxa é 5% ao mês e são 12 meses (períodos). Portanto, na Tabela 4.4,
encontramos o coeficiente 15,917. O produto do valor da prestação (R$ 95,00)
pelo coeficiente é R$ 1.512,12. Esse é o valor acumulado da série, ou seja, o
valor único que deve ser pago, caso opte por um pagamento único no fim do
prazo de 12 meses.
b. Depositei em uma poupança R$ 180,00 no final de cada mês, durante 12 meses. Quanto
terei acumulado no fim desse prazo, se a taxa de juros for de 2% ao mês?
Resposta Comentada
Para taxa de juros de 2% por período (mês) e 12 períodos (meses), o coeficiente
é 13,412. Multiplicando esse fator pelo valor de cada depósito, descubro que terei
acumulado R$ 2.414,16.
110 C E D E R J
4
Resposta Comentada
AULA
O coeficiente para 14% e 10 períodos é de 19,337. Dividindo o valor acumulado
pelo coeficiente de valor futuro, descobre-se o valor de cada pagamento:
R$ 500,00.
Resposta Comentada
Você pode utilizar a fórmula tradicional:
(1 + 0,085)7 - 1
= 9,060
0,085
Ou a calculadora financeira:
1 CHS PMT
8,5 i
7 n
FV 9,060
e. Três pagamentos de R$ 300,00 foram feitos ao final de cada trimestre. Qual o valor
equivalente acumulado ao final do terceiro trimestre, se a taxa for de 12% ao trimestre?
Resposta Comentada
O coeficiente para 12% e três períodos é 3,374. O valor acumulado será
de R$ 1.012,20 (R$ 300,00 x 3,374).
CONCLUSÃO
C E D E R J 111
Fundamentos de Finanças | O uso das tabelas financeiras
Atividades Finais
Utilize as tabelas financeiras para resolver as atividades.
1. Como você notou, nas tabelas foram utilizados percentuais até 20. Calcule os fatores
de valor presente (único valor) para as seguintes taxas e períodos:
a. 23% e 5 períodos;
b. 29% e 12 períodos;
c. 30% e 16 períodos.
Resposta Comentada
Observando o cruzamento das colunas referentes aos percentuais (taxas) com as linhas
referentes aos períodos na Tabela 4.1, encontram-se os seguintes coeficientes:
a. (1 + 0,23)-5 = 0,355;
b. (1 + 0,29)-12 = 0,047;
c. (1 + 0,30)-16 = 0,015.
Resposta Comentada
Na Tabela 4.3 (trata-se de uma anuidade), o coeficiente para 7% e 8 períodos é de
5,971. Portanto, o valor de quitação da dívida é de R$ 1.194,20 (R$ 200,00 x 5,971).
Resposta Comentada
Observando o cruzamento das colunas referentes aos percentuais (taxas) com as linhas
referentes aos períodos na Tabela 4.3, encontram-se os seguintes coeficientes:
a. (1 + 0,23) -1 = 2,803 ;
5
0,23(1 + 0,23)
5
b. (1 + 0,29)12 -1
= 3,286 ;
0,29(1 + 0,29)12
c. (1 + 0,30) -1 = 3,283 .
16
0,30(1 + 0,30)16
4. Tenho de pagar uma dívida hoje, mas não tenho dinheiro. Acertei com meu credor
o adiamento do pagamento para 60 dias (dois meses). Serão cobrados juros pelo
adiamento de 3% ao mês. Hoje, a dívida é de R$ 2.500,00. Quanto será
daqui a 2 meses?
112 C E D E R J
4
Resposta Comentada
AULA
Na Tabela 4.5, vemos que o coeficiente para 3% e 2 períodos (2 meses = 60 dias) é
de 1,061. Portanto, minha dívida será de R$ 2.652,50 daqui à 2 meses.
5. Qual será o valor acumulado de uma série de 8 pagamentos iguais anuais de R$ 600,00,
se a taxa de juros for de 15% ao ano?
Resposta Comentada
Deve-se utilizar a Tabela 4.6 para encontrar o valor acumulado de uma série de
pagamentos uniformes. Nessa tabela, o coeficiente para 15% e 8 períodos é de 13,727.
O valor acumulado é de R$ 8.236,20 (R$ 600,00 x 13,727).
RESUMO
Foi demonstrado, ao longo desta aula, como fazer alguns cálculos financeiros
pela fórmula matemática tradicional, com o uso das tabelas financeiras e
com a utilização da calculadora financeira HP 12-C. São quatro as tabelas:
duas para descapitalização de valores e duas para capitalização de valores.
As duas primeiras mostram como encontrar um valor atual partindo de
um valor futuro. A Tabela 4.1 descapitaliza um valor único ou valores
diferentes. A Tabela 4.3 descapitaliza uma série de valores uniformes, ou
seja, uma anuidade. As duas últimas tabelas, 4.5 e 4.6, capitalizam valores
presentes. A primeira capitaliza um valor único ou valores diferentes; a
segunda capitaliza uma série de valores iguais. Os coeficientes calculados
que fazem parte das tabelas financeiras agilizam seus cálculos e será de
grande utilidade em cálculos extensos.
C E D E R J 113
5
AULA
Fundamentos de retorno
e risco de um ativo
Metas da aula
Apresentar conceitos de investimento, mostrando sua
importância nas decisões financeiras, mostrar como
a decisão de investimento está relacionada com
o retorno, assim como o risco a ele associado.
objetivos
5 calcular risco.
Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula com mais facilidade, é necessário ter claras
as medidas de posição (média) e de dispersão estudadas (variância e
desvio padrão) e de outras medidas estatísticas (coeficiente de variação)
já estudadas nas aulas de Métodos Estatísticos (Aulas 3, 4 e 5). Você deve
se reportar às aulas de probabilidade (Aula 10) e de distribuição normal
(Aula 14). Você precisa, também, reportar-se à aula passada, em que foram
estudados os conceitos, objetivos e procedimentos de preparação das
demonstrações contábeis para aplicação das técnicas de análise.
Uma calculadora o ajudará bastante!
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
116 C E D E R J
O investimento de propriedade consiste em investimento em bens
5
imóveis (terrenos, edifícios) e bens pessoais tangíveis (ouro, obras de arte).
AULA
Como exemplo de investimento de propriedade, podemos ter um
investidor que compre um lote de terra, algumas sementes, fertilizante,
e se torne um fazendeiro. A terra semeada é um ativo para ele, mas
não há nenhuma obrigação correspondente (não há nenhum devedor).
Ninguém deve pagar a ele pelo que ele plantou. Esse é o investimento
de propriedade.
Na economia, são realizados mais investimentos financeiros do que
de propriedade. Mas as instituições financeiras, que foram desenvolvidas
para operacionalizar o investimento financeiro, facilitam extremamente
o investimento de propriedade. Por isso, as duas formas de investimento
são complementares, não competitivas.
O processo de investimento reúne os agentes econômicos supera-
vitários (fornecedores de fundos) e os agentes econômicos deficitários (os
demandantes de fundos). Esse encontro se dá normalmente por meio de
uma instituição financeira no mercado financeiro.
Pode-se citar, como exemplo, o financiamento de um apartamento.
Apartamento é um bem tangível (tijolos e argamassa); portanto, deve
ser considerado um investimento de propriedade. Os recursos para
financiá-lo podem vir de investimentos diretos – por exemplo, de alguém
que quer investir seus recursos em um novo apartamento. Mas a grande
parcela dos fundos requeridos é usualmente providenciada através de
dívida hipotecária. Essencialmente, uma instituição, agindo como uma
intermediária financeira, empresta o dinheiro para a construção em troca de
rendimentos de juros e da promessa de restituição do empréstimo em uma
data definida. Essa instituição financeira pode ser um banco múltiplo com
carteira imobiliária, uma sociedade de crédito imobiliário, uma associação
de poupança e empréstimo ou uma companhia hipotecária, que utiliza o
dinheiro obtido de muitos de seus investidores que não estão dispostos
ou habilitados para investir diretamente no apartamento.
Análise de um investimento
Em um investimento, uma pessoa, o investidor, desembolsa
dinheiro hoje com a expectativa de, no futuro, receber esse valor acrescido
de um rendimento. É natural, portanto, que o investidor deseje avaliar
o desempenho financeiro desse investimento. Esse desempenho pode ser
C E D E R J 117
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
!
O retorno de um
investimento realizado no ativo
de uma empresa é avaliado pelo seu fluxo
de caixa. O fluxo de caixa de uma empresa é
a diferença entre a entrada e a saída de dinheiro.
O retorno que exigimos de um investimento real
proposto deve ser tão rentável quanto aquele
que poderíamos conseguir adquirindo
ativos financeiros de igual risco.
118 C E D E R J
Podemos expressar o retorno sobre o investimento de $ 2.000,00
5
de duas maneiras: em unidades monetárias (retornos monetários) ou em
AULA
termos percentuais (retornos percentuais).
Retornos monetários
É o total de recursos recebidos pelo investimento menos a quantia
investida.
C E D E R J 119
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
120 C E D E R J
5
Quantidade de ações 50 ações
AULA
Preço final da ação $ 44,00
Preço inicial do ativo $ 40,00
C E D E R J 121
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Funções 0,9576
n = 10, 2.000 CHS PV, 2.200 FV. Então, pressionamos a tecla i para
obter a taxa de retorno.
Componentes do retorno
O retorno sobre um investimento pode ter origem em mais de
uma fonte. As fontes mais comuns são:
122 C E D E R J
Rendimentos correntes são a remuneração do capital investido em
5
dinheiro que é recebido periodicamente como resultado do investimento.
AULA
Exemplo: os dividendos de ações, os juros recebidos sobre títulos de
dívida.
Ganhos (ou perdas) de capital são a diferença entre o preço do
ativo no início e no fim de um período em que está sendo avaliado.
Se o ativo estiver sendo vendido, é o valor pelo qual o preço de venda desse
ativo excede (ou foi menor) seu preço de compra original.
Se essa diferença for positiva, haverá ganho de capital; se essa
diferença for negativa, haverá perda de capital.
Retorno total (ou absoluto) de um investimento é a soma
dos rendimentos em dinheiro com o ganho ou a perda de capital no
investimento. Evidencia o desempenho do investimento.
C E D E R J 123
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
124 C E D E R J
5
Rendimentos correntes $ 1,86 × 100 ações = $ 186,00
AULA
(-) Perda de capital (42,58 – 46,50) × 100 = - $ 392,00
Retorno total - $ 206,00
C E D E R J 125
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
onde:
126 C E D E R J
onde:
5
Ct+1
AULA
é o ganho corrente expresso em percentual recebido ao
Pt
longo do ano;
Pt+1 – Pt é o ganho de capital expresso em percentual.
Pt
Divt+1
TDt+1 =
Pt
onde:
Divt+1 = Dividendo pago pela ação ao longo do ano.
Pt = Preço da ação no início do ano.
Em nosso exemplo, o preço no início do ano era $ 46,51, e o
dividendo pago pela ação durante o ano era de $ 1,45.
C E D E R J 127
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
onde:
Pt+1 = Preço do ativo no período t + 1 ou no final do período t.
Sendo Pt+1 o preço da ação no final do ano, o ganho de capital
poderá ser assim calculado:
($ 50,22 – $ 46,50) $ 3,72
Ganho de capital = = = 0,080 = 8,0%
$ 46,50 $ 46,50
Divt+1 Pt+1 – Pt
kt+1 = =
Pt Pt
onde:
Kt+1 = Retorno total percentual ao final do período t ou no período t+1.
Retorno total percentual = 4,0% + 8,0% = 12,0%
Como você aplicou $ 4.650,00 e o retorno sobre seu investimento,
em valores monetários ou absolutos, será de $ 558,00 ($ 4.650,00 × 0,12),
se tivesse aplicado $ 10.000,00, seu retorno em termos monetários teria
sido de $ 1.200,00 ($ 10.000,00 × 0,12). Podemos observar, portanto,
que não precisamos saber quantas ações compramos, mas sim o retorno
sobre o investimento.
128 C E D E R J
Atividade 1
5
AULA
Calculando os retornos em valor absoluto e em percentuais
Há um ano, você comprou 100 ações da Vale do Rio Bonito por $ 51,92 cada uma.
Durante o ano, recebeu dividendos no valor de $ 172. A ação da Vale está sendo cotada
atualmente por $ 71,81.
a. Qual foi o seu ganho corrente?
b. Qual foi o seu ganho de capital?
c. Qual foi o seu retorno absoluto?
d. Qual foi o seu retorno percentual?
Resposta Comentada
a. Vimos, na teoria, que ganho corrente são os recebimentos periódicos em moeda
relativos à remuneração do capital investido. No problema, o ganho corrente é o
recebimento dos dividendos. Portanto,
Ganho corrente = $ 172,00
b. Ganho de capital é a diferença entre o preço da ação no início e o fim do
período em que se está calculando o retorno.
Ganho de capital = ($ 71,81 - $ 51,92) × 100 ações = $ 1.989,00
c. Retorno absoluto é a resultado do somatório entre o ganho corrente - no nosso
problema, os dividendos; e o ganho de capital - no nosso problema, a variação
positiva do preço da ação.
Retorno absoluto = $ 172,00 + $ 1.989,00 = $ 2.161,00
C E D E R J 129
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Atividade 2
A ação da Continental S.A. tinha um preço inicial igual a $ 42,50. Durante o ano, deu
um dividendo de $ 2,40. Ao final do ano, estava cotada a $ 57,50. Qual foi a taxa de
retornos dessa ação?
Resposta Comentada
130 C E D E R J
MEDINDO O RETORNO
5
AULA
O retorno pode ser medido historicamente ou usado para formular
expectativas futuras. Há que se destacar também que o retorno pode ser
identificado de várias maneiras, a saber:
Retorno histórico
Medida que expressa o desempenho passado de um determinado
ativo. Esse desempenho pode ser medido em qualquer período
determinado de tempo passado. A medida que melhor expressa esse
retorno passado é o retorno médio. Essa avaliação histórica também
serve de base para projetarmos os retornos futuros.
Exemplo: Dados de investimento histórico de um investimento
hipotético em caderneta de poupança e em ações.
C E D E R J 131
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
!
Distribuição de
freqüência é o conjunto das
freqüências relativas observadas para um
dado fenômeno estudado. A sua representação
gráfica é o histograma (diagrama no qual o
eixo horizontal representa faixas de valores
da variável aleatória e o eixo vertical
representa a freqüência relativa).
Poupança
20
Rendimento
15
10
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Ano
Figura 5.1: Histograma dos retornos da caderneta de poupança.
Ações
150
Rendimento
100
50
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
-50
Ano
132 C E D E R J
Dada a distribuição de freqüência anterior, podemos calcular
5
duas importantes medidas: a média da distribuição (por nós, doravante,
AULA
denominado retorno médio) e a dispersão dessa distribuição, que é uma
medida de risco, aqui representada pelo desvio-padrão e pela variância.
RETORNOS MÉDIOS
Retorno médio =
16,56 + 14,44 + 12,25 + 8,39 + 8,59 + 9,14 + 11,10 + 8,10 + 9,17 + 8,23
KA =
10
Retorno médio do investimento em caderneta de poupança KA = 105,97% = 10,60%
10
Retorno médio =
44,83 + (33,46) + 151,92 + (– 10,72) + (– 11,02) + (– 17) + 97,33 + 17,81 + 27,71 + 32,93
KB =
10
Retorno esperado
C E D E R J 133
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Retorno exigido
!
Ao longo deste
capítulo, iremos considerar
que as taxas de juros e as taxas
exigidas de retorno serão nominais,
a menos que haja alguma
observação em contrário.
200
150 Ações
Retornos anuais (%)
100
Poupança
50
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
-50 Ano
Figura 5.3: Retornos de investimento em poupanças e ações.
134 C E D E R J
Por ser mais arriscado, os investidores esperam receber maior
5
retorno com investimentos em ações do que com caderneta de poupança.
AULA
Quanto maior o risco, maior o retorno exigido pelos investidores.
A diferença entre os retornos de investimentos com risco e os
retornos de investimentos sem risco, que ocorre por causa do retorno
adicional exigido pelo risco existente, é chamada prêmio pelo risco.
O prêmio pelo risco é a quantia pela qual a taxa de juros ou retorno
exigido de um investimento excede a taxa de juros livre de risco.
O prêmio pelo risco de um ativo varia em função das características
da empresa emissora e das características do próprio título emitido.
Gitman (2004, p. 233) destaca os componentes do risco
relacionado com o emitente e o emissor em:
Risco de inadimplência – A possibilidade de que o emitente do
título não efetue os pagamentos contratados (de juros ou do principal)
como foram programados. Quanto maior a incerteza quanto à capacidade
de realização desses pagamentos, maior será o prêmio por risco.
Risco de vencimento – É o fato de que, quanto mais longo o prazo
de vencimento, mais sensível será o valor de um título a certa variação
de taxas de juros. Se as taxas de juros de outros títulos com riscos
semelhantes repentinamente subirem em conseqüência de uma alteração
da oferta da moeda, os preços de títulos de prazos mais longos cairão
mais que os preços de títulos de prazos mais curtos, e vice-versa.
Risco da taxa de juros, também chamado risco até o vencimento –
É a possibilidade de que as variações das taxas de juros afetem
negativamente o valor de um investimento. A maioria dos investimentos
perde o valor quando a taxa de juros sobe e ganha valor quando ela cai.
Risco de liquidez – É a possibilidade de que um ativo não
possa ser liquidado com facilidade a um preço razoável. A liquidez é
significativamente afetada pelo porte e pela profundidade do mercado
no qual o ativo é costumeiramente negociado.
Cláusulas contratuais – São as condições geralmente incluídas em
um acordo de dívida ou emissão de ações. Algumas condições reduzem o
risco e outras podem aumentá-lo. Por exemplo, uma cláusula que permite
ao emitente de obrigações resgatá-las antes da data de vencimento, sob
condições favoráveis, aumenta o risco do título.
Risco de tributação – É a possibilidade de que mudanças adversas
na legislação tributária venham a ocorrer. Empresas e ativos cujos valores
são sensíveis a essas mudanças implicam maior risco.
C E D E R J 135
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
kj = k* + PI + PRj (5.2)
!
risco, PRj.
136 C E D E R J
Atividade 3
5
AULA
Prêmio pelo risco: Partindo dos dados a seguir, encontre a taxa real de retorno para
os títulos A e B, sabendo que eles foram emitidos por empresas diferentes no mesmo
período de tempo.
a. Sendo a atual taxa real de retorno igual a 4,0%, determine a taxa de retorno livre de
risco aplicável a cada título.
b. Calcule o prêmio total de risco atribuível à empresa emitente e às características do
título emitido.
c. Calcule a taxa nominal de juros de cada título.
Resposta Comentada
a. Taxa de retorno de risco, RF , é igual à taxa real de retorno, k*, mais o prêmio
pela inflação esperada, PI:
RF = k* + PI
Título A: RF = 4% + 6% = 10%
Título B: RF = 4% + 4% = 8%
C E D E R J 137
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Atividade 4
Taxa real de retorno: Suponha que Paulo tenha $ 10.000,00 para comprar um terreno
ou para investir em um CDB por um ano e só depois comprar o terreno.
a. Considere que a taxa de juros nominal seja de 7% e que a inflação esperada seja de
7%. Paulo deve comprar logo o terreno ou aplicar em um investimento cujo retorno
seja de 7%?
b. Se a taxa sobre o CDB é de 10% quando a inflação esperada é de 7%, qual é o seu
benefício esperado?
c. De sua resposta nas parte b, o que você poderia dizer sobre a taxa de retorno real?
Resposta Comentada
a. Depois de 1 ano, Paulo receberá os juros de: $ 10.000,00 × 0,07 = $ 700,00.
Terá, portanto, $ 10.000,00 + $ 700,00 = $ 10.700,00.
A taxa de inflação de 7%, durante o período de 1 ano, elevaria o preço do terreno
para $ 10.700,00 [$ 10.000,00 + ($ 10.000,00 × 0,07)].
Após a compra do terreno, um ano depois, Paulo não vai ter dinheiro algum. Por
isso, Paulo não deve esperar nenhum benefício de seu investimento.
138 C E D E R J
5
Assim, em termos de retorno real, 0%. Logo, qualquer decisão de Paulo é
AULA
válida.
b. Depois de um ano, Paulo terá o retorno de seu investimento em CDB de
$ 1.000,00 ($ 10.000,00 × 0,10 = $ 1.000,00) mais os $ 10.000,00 que
investiu. Terá, portanto, $ 11.000,00.
Como a inflação foi de 7%, o terreno custará $ 10.700,00. Após a compra,
Paulo terá $ 300,00 ($ 11.000,00 - $ 10.700,00).
Sua taxa real de retorno será : $ 300,00 ÷ $ 10.000,00 = 3%.
c. Taxa de retorno real é o retorno que de fato foi obtido com o investimento,
depois de considerar a inflação na taxa nominal de juros.
O aumento do poder real de compra do Paulo são os 10% da taxa nominal de
retorno menos a taxa de inflação de 7%, ou seja, os 3%.
k* = kj - PI
Atividade 5
Taxa livre de risco e prêmios por risco. A taxa real de juros é atualmente de 8%.
Seguem-se as expectativas de inflação e os prêmios por riscos associados a uma série
de títulos.
C E D E R J 139
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Resposta Comentada
a. Taxa livre de risco = Taxa real de retorno + Prêmio esperado pela inflação
RF = k* + PI
Título k* + PI = RF
A 8% + 10% = 18%
B 8 + 8 = 16
C 8 + 6 = 14
D 8 + 2 = 10
E 8 + 3 = 11
b. Uma vez que as taxas de inflação são diferentes, é provável que o prazo de
vencimento de cada título seja diferente.
c. Taxa de juros nominal, kj = k* + PI + PR ⇒ k = RF + PR
Título RF + PR = k
A 18% + 5% = 23%
B 16 + 4 = 20%
C 14 + 4 = 18%
D 10 + 8 = 18%
E 11 + 2 = 13%
MEDIDA DE RISCO
140 C E D E R J
resultados em relação ao retorno médio. O grau de dispersão de uma
5
distribuição é uma medida de quanto um retorno pode afastar-se do
AULA
retorno médio. Essa medida, que denota o risco do investimento em um
único ativo, pode ser efetuada por meio dos cálculos do desvio-padrão
e variância.
Variância = σ2 n
∑ (kj – k)2
A variância é o quadrado do desvio padrão: σ2 K = j=1
n– 1
16,56 + 14,44 + 12,25 + 8,39 + 8,59 + 9,14 + 11,10 + 8,10 + 9,17 + 8,23
Retorno médio = kA = 10
105,97% = 10,60%
Retorno médio do investimento em caderneta de poupança kA =
10
44,83 + (–33,46) + 151,92 + (– 10,72) + (– 11,02) + (– 17) + 97,33 + 17,81 + 27,71 + 32,93
kB =
10
C E D E R J 141
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
n
∑ (kj – k)2
j=1
σK = n– 1
142 C E D E R J
Cálculo do desvio padrão para investimento em ações da empresa A.
5
AULA
Tabela 5.3: Desvio padão de ações de uma empresa
n
∑ (kj – k)2
j=1
σk = 29.357,08 = 3.261,90 = 57,11%
σK = n– 1 10 – 1
C E D E R J 143
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Atividade 6
Os retornos nos últimos sete anos de investimentos em ações e em Letras do Tesouro
Nacional são:
1 48,6 16,8
2 -7,35 22,05
3 32,1 15,75
4 33,75 13,2
5 9,45 14,85
6 48,3 11,55
7 27,75 9,3
Sabendo que o prêmio pelo risco observado é igual ao retorno histórico das ações menos
o retorno das Letras do Tesouro Nacional:
a. Calcule o prêmio pelo risco das ações em relação ao retorno de Letras do Tesouro Nacional,
por ano;
b. Calcule o prêmio pelo risco das ações em relação ao retorno de Letras do Tesouro
Nacional para todo o período.
Resposta Comentada
a. O prêmio pelo risco é a diferença entre os retornos do investimento com risco,
as ações e retornos do investimento sem risco, Letras do Tesouro Nacional.
144 C E D E R J
5
b. O prêmio pelo risco das ações em relação ao retorno de Letras do Tesouro
AULA
Nacional para todo o período é o somatório dos prêmios anuais dividido pelo
período analisado (7 anos):
CONCLUSÃO
C E D E R J 145
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
Atividades Finais
1. Calculando o retorno percentual
A ação da Belovale S.A. tinha um preço inicial igual a $ 32,50. Durante o ano, pagou
um dividendo de $ 1,50 por ação. Ao final do ano, cada ação da Belovale está cotada
a $47,50. Qual é a taxa de retorno desta ação?
Resposta Comentada
O retorno total de um investimento é a soma do ganho corrente mais o ganho de capital.
Ação
Preço atual do ativo Pt+1 $ 47,50
Preço inicial do ativo Pt $ 32,50
Ganho corrente TDt+1 $ 1,50
Taxa de retorno Kt+1 50,77%
(Pt + 1 – Pt )
Ganho de capital = GC =
Pt
Divt + 1
Ganho corrente = TDt+1 =
Pt
Suponha que a taxa de retorno atual das Letras do Tesouro seja de 12%. Você verificou
que o retorno médio da Letras do Tesouro, nos últimos dez anos, foi igual a 10,6%.
O retorno médio das ações, nesse mesmo período, foi de 29%. Com base nessas
informações, qual é o retorno atual esperado das ações?
Resposta Comentada
Prêmio pelo risco é a quantia pela qual a taxa de juros ou retorno exigido de um
investimento excede a taxa de juros livre de risco.
PRj = kj - RF
Títulos do governo são títulos livres de risco. Portanto, o que difere o título do governo
das ações é o prêmio pelo risco, visto que ações são investimento de risco.
Isto posto: Prêmio pelo risco = 29% - 10,6% = 18,4%.
Retorno esperado das ações = retorno livre de risco + prêmio pelo
risco das ações = 12% + 18,4% = 30,4%.
146 C E D E R J
5
3. Calculando retorno e risco
AULA
As ações X e Y têm os seguintes retornos históricos:
a. Calcule o retorno médio para cada ação durante o período de 2002 a 2006.
Resposta Comentada
O retorno médio para o período 2002/2006 é dado pela média aritmética simples.
Retorno médio = Média aritmética dos retornos
(k1 + k2 + ... + kn)
Média = k =
n
(771,00)
σkx = = 192,75 = 13,88%
4
C E D E R J 147
Fundamentos de Finanças | Fundamentos de retorno e risco de um ativo
(– 9,5 –7,54)2 + (14,5 – 7,54)2 + (20,30 – 7,54)2 + (–5,10 – 7,54)2 + (17,50 – 7,54)2
σKY =
5– 1
(760,59)
σKY = = 190,148 = 13,79%
4
c.
c. As ações têm praticamente o mesmo retorno bem como o mesmo nível de risco.
Porém, a ação Y tem o retorno maior e um nível de risco menor. Portanto, escolheria
a ação y.
RESUMO
148 C E D E R J
5
AULA
pelo de risco do investimento. A taxa real de retorno junto com a prêmio
esperado pela inflação representam a taxa livre de risco. O prêmio pelo
risco do investimento depende das características do investimento, seja
financeiro ou real, e do agente emissor deste investimento.
O risco de um investimento é a possibilidade de o retorno real de um
investimento ser diferente do retorno esperado. No caso específico desta
aula, é a variabilidade dos retornos de um investimento. Considerando o
retorno médio de um investimento como a média aritmética dos retornos
de um período considerado, o risco é o grau de dispersão desses retornos
em relação ao retorno médio. Quanto maior essa dispersão, maior o risco.
A variância e o desvio padrão são medidas apropriadas da dispersão
dos retornos em relação ao retorno médio, sendo, portanto, medidas
apropriadas de risco, para investimento com apenas um ativo.
C E D E R J 149
6
AULA
Risco de um ativo
Meta da aula
Mostrar como a relação risco e retorno pode ser
determinante na escolha de investimentos
em ativos arriscados.
objetivos
Pré-requisitos
Relembrar o conteúdo de juros
compostos e anuidades da disciplina
Matemática Financeira e o conteúdo
de medidas de dispersão da disciplina
Estatística será necessário ao bom
entendimento desta aula.
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
PRESSUPOSTOS
152 C E D E R J
O indiferente ao risco não exigirá mudança no retorno exigido,
6
caso aumente o risco. Ele exigirá sempre 15% de retorno para um risco
AULA
de 4% ou de 6%.
Outra pressuposição: retorno exigido é igual ao RETORNO ESPERADO. RETORNO
ESPERADO
O retorno exigido é o mínimo que você exige para um ativo.
É aquele que se
O retorno esperado é aquele que você espera obter investindo em um espera receber
pela posse de um
ativo. Então, podemos dizer que um ativo que tenha retorno esperado ativo. Pode ser
inferior ao retorno exigido deve ser descartado. Um ativo que tenha calculado obtendo
os percentuais de
retorno esperado superior ao retorno exigido deve ser aceito. retornos passados
ou fazendo uma
Nesta aula, falaremos basicamente do retorno esperado. O retorno estimativa de
prováveis retornos
exigido será discutido na Aula 8.
futuros.
Ao longo das disciplinas da área financeira, estaremos sempre Isso equivale a
dizer que se está
nos referindo a “ativo”. escolhendo um ativo
para investir e, se esse
Mas o que é um ativo? ativo tem retorno
Você se lembra do Balanço Patrimonial, estudado na disciplina médio esperado
de 14% e retorno
Contabilidade Geral I? Naquela ocasião, você viu que essa demonstração exigido de 16%,
deve-se rejeitá-lo, pois
contábil é composta de itens pertencentes ao ativo e ao passivo, e ao o retorno que se exige
patrimônio líquido. Pertencem ao ativo todos os bens e direitos da não será atingido.
C E D E R J 153
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
BALANÇO PATRIMONIAL
Cia. Papelão
Em 31/12/2003
R$
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Realizável a LP Exigível a LP
Emprest. a diretores 1.000.000 Financiamentos 1.300.000
O QUE É RISCO?
154 C E D E R J
Se você entendeu o risco corrido quando você sai de sua casa e
6
vai para o trabalho, podemos detalhar um pouco o risco de investir em
AULA
um ativo.
Ano Retorno
2001 8%
2002 10%
2003 15%
2004 20%
2005 22%
2006 17%
FCt + Pt - Pt-1
Kt =
Pt-1
C E D E R J 155
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
156 C E D E R J
Multiplica-se cada provável retorno pela probabilidade de ele
6
vir a ocorrer. Os resultados são somados, e pronto: você tem o retorno
AULA
esperado! A fórmula para cálculo é a seguinte:
n
K= Σ
1=1
(Kt x Pr)
Atividade 1
Analise as informações sobre os retornos de cada ativo, a seguir, e diga se são
probabilísticas ou determinísticas.
a.
Ano Cenário Probabilidade Retorno
2008 Ruim 0,20 10%
Regular 0,50 14%
Bom 0,30 20%
2009 Ruim 0,40 12%
Regular 0,30 15%
Bom 0,30 20%
2010 Ruim 0,50 14%
Regular 0,25 18%
Bom 0,25 22%
C E D E R J 157
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
b.
Retorno Probabilidade
-10% 0,10
-5% 0,15
0% 0,05
10% 0,30
15% 0,20
20% 0,15
25% 0,05
c.
Ano Retorno
2008 5%
2009 10%
2010 12%
2011 16%
2012 18%
2013 20%
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Resposta Comentada
Você pode notar que as opções “a” e “b” apresentam dados probabilísticos, pois
cada retorno tem, ao lado, sua probabilidade de ocorrência. Na opção “a”, foi
construído um cenário; na opção “b”, não. Já na opção “c”, os dados apresentados
são determinísticos, pois, mesmo sendo dados futuros, não apresentam as
probabilidades de ocorrência. São dados certos sobre os retornos.
158 C E D E R J
Suponhamos, mais uma vez, que você tenha aplicado a fórmula
6
estudada na Aula 5 e calculado os retornos para 2002 a 2006. Assim,
AULA
para cada copiadora, temos:
Shark Fanton
Ano Retorno Ano Retorno
2002 10% 2002 12%
2003 12% 2003 14%
2004 15% 2004 15%
2005 16% 2005 16%
2006 20% 2006 16%
Σ Ki
i= 1
K=
n
b. Fanton:
12% + 14% +15% + 16% + 16%
K= = 14,6%
5
C E D E R J 159
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
Atividade 2
Você está pensando em adquirir uma nova empilhadeira para sua fábrica e tem duas
possibilidades de aquisição: a Clerck ou a Titan. Estudos feitos com máquinas já existentes
revelaram que seus possíveis retornos esperados poderiam ser aqueles apresentados
na tabela a seguir. Calcule o retorno médio esperado para cada empilhadeira e decida
qual adquirir, supondo que os riscos das duas sejam iguais.
Ano Retorno
Clerck Titan
2001 20% 28%
2002 22% 30%
2003 30% 34%
2004 32% 35%
2005 38% 35%
_________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Resposta Comentada
O retorno médio esperado para o período 2001-2005 é dado pela média aritmética
simples. Você deve somar os retornos de cada empilhadeira e depois dividi-los por
cinco (número de retornos observados). Então, para o período analisado, o retorno
médio esperado para a empilhadeira Clerck é de 28,4% [(20% + 22% + 30%
+32% + 38%)/5]; e o da Titan é de 32,4% [(28% + 30% + 34% + 35% +
35%)/5]. Considerando riscos iguais para as duas empilhadeiras, você deve
escolher a Titan, pois ela possui um retorno médio maior.
6
uma faixa maior, enquanto a Fanton tem seus retornos mais concentrados.
AULA
De acordo com essa medida preliminar de risco, a copiadora Fanton é
menos arriscada, justamente por ter seus retornos menos dispersos.
Aliás, falando em dispersão, outra medida de risco bastante
utilizada é o desvio padrão, que é uma medida estatística de dispersão.
O desvio padrão pode utilizar dados determinísticos ou probabilísticos.
Os dados determinísticos podem ser amostrais ou populacionais.
Os dados serão amostrais quando forem uma parte do todo, isto
é, em vez de obter todos os retornos de um ativo durante a sua vida útil,
eu obtenho apenas os retornos de alguns anos.
Quando obtivermos a série completa de retornos de um ativo,
estaremos trabalhando com dados populacionais.
É conveniente que você consulte o assunto “medidas de dispersão”,
no caderno didático de Estatística, pois, nesta aula, muitos conceitos da
área serão abordados.
No exemplo que estamos acompanhando, o das copiadoras Shark e
Fanton, temos dados determinísticos e amostrais. Para encontrar o desvio
padrão, utilizam-se, conforme o caso, as seguintes fórmulas:
Dados determinísticos populacionais:
n
Σ (Ki - K)2
i=l
σK =
n
Σ (Ki - K)2
i=l
σK =
n-1
Dados probabilísticos:
n
σK = Σ (Ki - K)2 x Pr
i=l
C E D E R J 161
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
Fanton:
(12% − 14,6%)2 + (14% − 14,6%)2 + (15% −14,6%)2 + (16% − 14,6%)2 + (16% − 14,6%)2
σK =
5−1
Ativo A
Ativo B
0 5 7 9 11 13 14,6 17 19 21 23 25
Retorno (%)
Figura 6.2: Dispersão normal das probabilidades.
162 C E D E R J
Os retornos esperados da copiadora Shark variam mais em torno
6
da média. Se variam mais, têm maior risco.
AULA
Você deve ter notado a semelhança disso com a divulgação de
uma pesquisa eleitoral. Nesta, são sempre divulgados o percentual de
votos que um candidato deve ter e uma margem de erro para mais ou
para menos.
No final do ano de 2006, vimos a pesquisa apontando qual seria a
votação do atual presidente, naquela época candidato, Luiz Inácio Lula
da Silva: 58% dos votos válidos e margem de erro de 2%. Portanto,
se ele obtivesse entre 56% e 60% dos votos válidos, a pesquisa teria
confirmado a vontade do povo.
O exemplo das copiadoras apontou para retornos esperados iguais.
Mas, se fossem diferentes? Você poderia fazer o cálculo de uma outra
medida estatística de risco e determinar, com certeza, a copiadora a ser
escolhida. Essa medida estatística de risco é o coeficiente de variação,
que será visto a seguir.
Atividade 3
Com as informações sobre os retornos esperados em cada ano, para cada empilhadeira,
obtidas na Atividade 2, calcule a amplitude e o desvio padrão. Você já pode decidir qual
máquina comprar? Explique.
Resposta Comentada
As amplitudes dos retornos das duas empilhadeiras são as seguintes:
• Clerck = 38% - 20% = 18%
• Titan = 35% - 28% = 7%
O cálculo do desvio padrão para cada empilhadeira é demonstrado a seguir:
• Clerck
(20% − 28,4%)2 + (22% − 28,4%)2 + (30% − 28,4%)2 + (32% − 28,4%)2 + (38% − 28,4%)2
σ=
5−1
219,20% 54,80%
σ= = = 7,4%
4
C E D E R J 163
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
• Titan
(28% − 32,4%)2 + (30% − 32,4%)2 + (34% − 32,4%)2 + (35% − 32,4%)2 + (35% − 32,4%)2
σ=
5−1
41,20% 10,30%
σ= = = 3,2%
4
De acordo com os cálculos, a máquina que oferece menor risco é a Titan, pois
seus retornos têm menor amplitude e ela também possui menor desvio padrão,
isto é, menor risco. Supondo que você seja avesso ao risco, a empilhadeira a
ser comprada é a Titan.
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
164 C E D E R J
Com os supostos dados a respeito das copiadoras Shark e Fanton,
6
podemos calcular os seus coeficientes de variação. Veja os cálculos:
AULA
3,85% = 0,257
CVShark =
15%
1,67% = 0,128
CVFanton =
13%
Atividade 4
Na Atividade 3, você encontrou a amplitude e o desvio padrão dos retornos das
empilhadeiras Clerck e Titan. Calcule, agora, o coeficiente de variação e faça a escolha,
levando em conta que você é avesso ao risco.
Resposta Comentada
Na Atividade 3, você encontrou o desvio padrão (risco) de cada empilhadeira.
Com o desvio padrão e o retorno médio esperado, obtidos na Atividade 2, você
calcula o coeficiente de variação dos retornos das duas empilhadeiras.
3,85% = 0,257
CVShark =
15%
1,67% = 0,128
CVFanton =
13%
C E D E R J 165
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
CONCLUSÃO
ATIVIDADES FINAIS
166 C E D E R J
6
AULA
GENIUS FLASH
Ano Situação Probabilidade Retorno Ano Situação Probabilidade Retorno
prevista provável prevista provável
2008 Ruim 0,30 20% 2008 Ruim 0,20 18%
Regular 0,50 25% Regular 0,60 22%
Ótima 0,20 30% Ótima 0,20 28%
2009 Ruim 0,20 20% 2009 Ruim 0,30 20%
Regular 0,40 28% Regular 0,50 25%
Ótima 0,40 32% Ótima 0,20 30%
2010 Ruim 0,30 18% 2010 Ruim 0,40 20%
Regular 0,40 23% Regular 0,40 22%
Ótima 0,30 26% Ótima 0,20 25%
2011 Ruim 0,40 15% 2011 Ruim 0,20 18%
Regular 0,50 18% Regular 0,60 21%
Ótima 0,10 22% Ótima 0,20 24%
Resposta Comentada
Devemos calcular os retornos esperados em cada ano para os dois computadores:
Genius
K2008 = (0,30x20%) + (0,50x25%) + (0,20x30%) = 24,5%
Flash
K2008 = (0,20x18%) + (0,60x22%) + (0,20x28%) = 22,4%
C E D E R J 167
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
Genius
24,5% + 28,0% +22,4% + 17,2%
K= = 23,0%
4
Flash
22,4% + 24,5% +21,8% + 21,0%
K= = 22,4%
4
Genius
61,25% 20,42%
σGennius = = = 4,5%
3
Flash
6,73% 2,24%
σFlash = = = 1,5%
3
4,5% = 0,196
CVGenius =
23%
1,5% = 0,067
CVFlash =
22,4%
O gerente dessa empresa deve adquirir o computador Flash, pois possui menor coeficiente
de variação, representando um risco menor em face do retorno proporcionado.
b. Uma pessoa avessa ao risco deve decidir, entre dois equipamentos, aquele que ela
deve adquirir. A partir das informações resumidas no quadro a seguir, indique
qual dos dois equipamentos deve ser adquirido.
168 C E D E R J
6
AULA
Equipamento Retorno médio Amplitude dos Desvio padrão dos
esperado retornos retornos
A 21% 10% 6%
B 25% 15% 9%
Resposta Comentada
Como os retornos médios esperados são diferentes, não basta observar o desvio padrão
para chegar a uma conclusão. Deve-se calcular o coeficiente de variação e aí, sim, fazer
a escolha corretamente.
6% = 0,286
CVA =
21%
9% = 0,360
CVB =
25%
c. Estou pensando em adquirir uma nova máquina para fabricar pães. Tenho duas
opções: a Mariner ou a Explorer. Adquirirei a máquina que tiver o maior retorno e o
menor risco. Consultores das empresas fabricantes das duas máquinas revelaram seus
prováveis retornos esperados para os próximos cinco anos, que são apresentados no
quadro a seguir. Faça os cálculos necessários e diga qual máquina devo adquirir.
Ano Retorno
Mariner Explorer
2008 21% 22%
2009 25% 24%
2010 30% 27%
2011 26% 28%
2012 20% 29%
Resposta Comentada
Calculamos o retorno médio esperado de cada máquina:
C E D E R J 169
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
Com base nos números encontrados, podemos efetuar os cálculos para descobrir o desvio
padrão de cada máquina.
(21% − 24,4%)2 + (25% − 24,4%)2 + (30% − 24,4%)2 + (26% − 24,4%)2 + (20% – 24,4%)
σMariner =
5−1
65,2% 16,3%
σMariner = = = 4,0%
4
(22% − 26%)2 + (24% − 26%)2 + (27% − 26%)2 + (28% − 26%)2 + (29% – 26%)2
σExplorer = =
5−1
34% 8,5%
σExplorer = = = 2,9%
4
4% = 0,164
CVMariner =
24,4%
2,9% = 0,112
CVExplorer =
26%
A máquina Explorer deve ser adquirida, pois possui menor risco em face do retorno
proporcionado.
Resposta Comentada
O coeficiente de variação deve ser utilizado para a escolha entre dois ou mais ativos
arriscados quando seus retornos médios esperados forem diferentes. A escolha deve
sempre recair sobre aquele que possuir o menor coeficiente de variação.
Já quando os retornos médios esperados forem iguais, basta calcular o desvio padrão.
O ativo menos arriscado é aquele que possuir o menor desvio padrão.
170 C E D E R J
6
e. Tenho de adquirir um automóvel para visitar clientes e para outros afazeres
AULA
administrativos. Estou analisando dois automóveis populares: o Tralio e o Olé.
As minhas expectativas de retorno que os dois automóveis podem gerar em um período
relevante são as seguintes:
Tralio Olé
Retorno provável Probabilidade Retorno provável Probabilidade
15% 0,20 20% 0,30
20% 0,30 25% 0,40
30% 0,30 25% 0,20
35% 0,20 30% 0,10
Faça os cálculos que forem necessários para auxiliar na decisão sobre qual automóvel
adquirir.
Resposta Comentada
O primeiro passo é calcular o retorno esperado para cada automóvel. A fórmula para
cálculo do retorno esperado para informações probabilísticas é a seguinte:
K= Σ (Ki x Pr)
i= 1
Encontrado o retorno médio esperado, podemos calcular o desvio padrão. Mas, ainda
não podemos tomar uma decisão, já que os retornos médios esperados para os
dois automóveis são diferentes. É importante lembrar que se tratam de informações
probabilísticas. Então, utilizaremos a fórmula apropriada.
σTralio = (15% − 28%)2x0,20 + (20% − 28%)2 x0,30 + (30% − 28%)2 x0,30 + (35% − 28%)2 x0,20 =
σOlé = (20% − 24%)2x0,30 + (25% − 24%)2 x0,40 + (25% − 24%)2 x0,20 + (30% − 24%)2 x0,10 =
σO = 9% = 3,0%
C E D E R J 171
Fundamentos de Finanças | Risco de um ativo
O automóvel Olé é o que tem o menor risco absoluto, mas tem retorno esperado maior
do que o automóvel Tralio. A decisão se baseará no coeficiente de variação.
8% = 0,286
CVTralio =
28%
3% = 0,125
CVOlé =
24%
O coeficiente de variação menor do automóvel Olé indica que ele possui menor risco em
relação ao retorno proporcionado. Ele deve ser adquirido.
f. Na atividade anterior, qual a amplitude ou faixa dos retornos dos dois automóveis?
Essa medida estatística de dispersão serve para indicar qual o automóvel tem menor
risco? Explique.
Resposta Comentada
A amplitude dos retornos do automóvel Tralio é de 20% (35% - 15%) e a do automóvel
Olé é de 10% (30% - 20%).
Sim, pois ela mostra que o automóvel Tralio tem seus prováveis retornos mais dispersos
do que os do automóvel Olé.
172 C E D E R J
6
RESUMO
AULA
Mensurar o risco envolvido no investimento em ativos é muito importante.
Para encontrar o risco de um ativo, deve-se obter as informações sobre seus
retornos, podendo elas serem oriundas de determinismo ou probabilidade.
A partir dessas informações, calcula-se a amplitude ou faixa dos retornos, o
retorno médio esperado, o desvio padrão e o coeficiente de variação.
A amplitude ou faixa mostra como estão distribuídos os retornos do ativo.
O retorno médio esperado é a média aritmética simples dos valores dos
retornos observados. O desvio padrão é a medida de risco absoluto e mostra
a dispersão dos retornos em torno da média. O coeficiente de variação é a
medida relativa de risco, utilizada para definir qual ativo é mais ou menos
arriscado quando seus retornos médios esperados são diferentes. Ela mostra
o risco do ativo em relação ao retorno proporcionado por ele. Entre dois
ativos que têm retornos médios esperados iguais, basta calcular o desvio
padrão para saber qual deles é o mais arriscado. O mais arriscado será o
ativo que possuir maior desvio padrão.
Até lá!
C E D E R J 173
Risco de uma carteira de ativos
7
AULA
– 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Metas da aula
Apresentar os conceitos, objetivos, técnicas
e metodologia de correlação de cálculo do retorno
e do risco de uma carteira; mostrar que o risco
de um ativo individual deve ser analisado no contexto
do investimento da carteira e não isoladamente.
objetivos
Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula com mais facilidade, é necessário conhecer as medidas de posição
(média) e de dispersão (variância e desvio-padrão) e de outras medidas estatísticas (coeficiente
de variação), já estudadas nas aulas de Métodos Estatísticos (Aulas 3, 4 e 5). Você deve se
reportar, ainda, à aula de probabilidade (Aula 10) e de distribuição normal (Aula 14).
É necessário também se reportar às Aulas 5 e 6 desta disciplina, onde foram apresentados
os conceitos, objetivos e cálculos para apuração de retorno de um
investimento (Aula 5) e risco de um ativo individual (Aula 6).
Mais uma vez, uma calculadora o ajudará bastante!
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
INTRODUÇÃO Na aula anterior, você aprendeu a considerar o risco dos ativos mantidos
isoladamente.
A maioria dos investidores, sejam eles pessoas ou instituições, fazem aplicação
em vários ativos, que podem ser títulos (ações ou obrigações) ou ativos
permanentes. Por ser aconselhável investir os recursos disponíveis em vários
tipos de ativos, é essencial que estes investimentos sejam vistos no contexto de
CARTEIRA uma CARTEIRA. Com isso, o risco total de um título não é importante, mas sim
É qualquer a sua contribuição ao risco total da carteira. O objetivo é diluir o risco entre os
combinação ou
conjunto de ativos vários ativos, reduzindo, assim, o risco total da carteira.
financeiros.
Risco, como já definido, é a variação dos retornos efetivos em relação aos
retornos esperados. Ele pode ser mensurado usando retornos históricos ou
estimando possíveis retornos. As medidas de dispersão dos retornos efetivos
em função do retorno esperado utilizadas são a variância ou o desvio-padrão
da distribuição. Quanto maior o desvio dos retornos efetivos em relação aos
retornos esperados, maior é a variância/desvio-padrão; quanto maior a variância/
desvio-padrão, maior o risco.
RETORNO DE CARTEIRA
8 CEDERJ
Exemplo: considere uma carteira composta por três títulos: 150
7
unidades do título X, cotado atualmente a $ 38; 200 unidades do título
AULA
Y, que está cotado a $ 40; 150 unidades do título Z, cujo valor atual
é de $ 61. No final do ano, o preço de cada título será de $ 40, $ 46 e
$ 70 respectivamente.
Na Tabela 7.1, a seguir, temos a denominação dos títulos,
as quantidades e o preço inicial de cada título dado do exemplo.
Nas colunas (4) e (6), temos investimento total em cada título no início
e fim do período, respectivamente.
CEDERJ 9
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Kp= wl x kl x w2 x k2 +...+ wn x kn
n
Kp= Σwj x kj (7.1)
j=l
onde
Kp = retorno da carteira
wj = proporção do valor total da carteira aplicada no ativo j
kj = retorno do ativo j
n
Há que destacar que Σwj = 1, significa que 100% dos ativos da
j=l
carteira devem estar incluídos nesse cálculo.
10 CEDERJ
n
Pela fórmula 7.1, temos: Kp= Σwj x kj
7
j=l
AULA
Kp = (5,26% × 0,2495) + (15,00% × 0,3501) + (14,75% × 0,4004)
= 1,31% + 5,25% + 5,91% = 12,47%
Atividade 1
Determinação dos pesos da carteira
Suponha que João tenha uma carteira de títulos composta de 100 títulos de A, que
está sendo negociada a $ 82,50, e de 80 títulos de B, que está sendo vendida a $ 68,75.
Determine os pesos dos títulos na carteira.
Resposta Comentada
O investimento total de João é de $ 13.750, explicitado na coluna (4) da tabela
a seguir. Se dividirmos o total investido em cada título pelo investimento total
na carteira AB, temos a participação de cada título na composição da carteira,
o que pode ser verificado a seguir:
Proporção de cada
Título Quantidade Preço Total
título na carteira
(1) (2) (3) (4) = (2) × (3)
(4) / $ 13.750
Total
$ 13.750 1,00
investido
CEDERJ 11
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Atividade 2
Retorno esperado da carteira
Você tem uma carteira com $ 2.100 investidos no ativo A e $ 4.900 no ativo B. Se os
retornos destes ativos forem 15% e 12%, respectivamente, qual será o retorno esperado
da carteira?
Resposta Comentada
Devemos primeiro calcular a proporção de cada ativo na carteira: do investimento
total de $ 7.000, o ativo A contribui com 30% e o ativo B com 70%. Depois,
multiplicar a participação percentual de cada ativo pelo seu respectivo retorno,
para se obter o retorno ponderado. A soma dos retornos ponderados nos dá o
retorno da carteira, como verificamos na matriz de resultado a seguir.
12 CEDERJ
!
7
AULA
Ao longo desta aula,
denominaremos taxa de retorno
e taxa de retorno esperado como retorno
e retorno esperado, respectivamente, a
menos que haja alguma observação
em contrário.
CEDERJ 13
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
14 CEDERJ
O retorno esperado desta carteira AB, composta pelos títulos
7
Alpha e Beta, poderia ser calculado encontrando-se o retorno médio
AULA
pela soma dos resultados da multiplicação do retorno dos ativos pela sua
participação percentual na composição da carteira em cada ano: (kAlpha
× % de títulos Alpha) + (kBeta × % de títulos Beta) e encontrando-se a
média dos seguintes retornos anuais:
Tabela 7.5: Cálculo do retorno esperado da carteira AB
Retorno
Cenário Probabilidade Retorno Retorno Retorno
ponderado
Alpha Beta esperado da
da carteira
carteira
(1) (2) (3) (4) (5) = 0,6 x (3)
(6) = (2) x (5)
+ 0,4 x (4)
Depressão 0,10 6,0% -1,2% 3,12% 0,312
Recessão 0,40 8,4 7,2 7,92 3,168
Normal 0,30 - 4,8 2,4 -1,92 -0,576
Expansão 0,20 18,0 24 20,4 4,08
Total 1,00 Retorno esperado 6,984%
CEDERJ 15
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Atividade 3
Retorno esperado dos títulos e da carteira
Para tomar uma decisão de investimento, o administrador financeiro da Ouro Preto
S.A. fez uma avaliação dos retornos dos títulos X,Y e Z e indicou os possíveis retornos,
a seguir relacionados, em cada um dos cenários previstos.
Respostas Comentadas
O retorno esperado de um título é a média ponderada dos retornos possíveis
pelas suas probabilidades de ocorrência.
a. Cálculo dos retornos esperados dos títulos X, Y e Z.
Conforme demonstrado anteriormente, a fórmula para este cálculo é:
n
k= Σ(ki x Pr)
l=l
16 CEDERJ
7
então: kXYZ = (WX x kX) + (WY x kY +WZ X kZ); substituindo pelos valores da
AULA
atividade, temos: kXYZ = (0,40 x 16,2%) + (0,40 x 16,4%) + (0,20 x 15,8%) =
6,48% + 6,56% + 3,16% = 16,20%
O retorno esperado da carteira será de 16,20%.
O retorno esperado desta carteira XYZ também pode ser calculado encontrando-se
o retorno médio em cada ano como (kX × % de títulos X) + (kY × % de títulos Y) +
(kZ × % de títulos Z) e encontrando-se a média dos seguintes retornos anuais:
CEDERJ 17
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
18 CEDERJ
Risco específico ou risco diversificável ou risco não sistemático
7
é a parcela do risco do ativo resultante de eventos aleatórios ou
AULA
incontroláveis, específicos de cada empresa, tais como greve, ações
judiciais, ações regulatórias, um novo concorrente e perda de grandes
clientes.
Risco de mercado ou risco não diversificável ou risco sistemático
– é o risco que afeta todos ou quase todos os investimentos e é atribuído
a fatores de mercado, não podendo ser reduzido ou eliminado por meio
da diversificação. Fatores como inflação, mudanças na economia,
reformas tributárias, taxas de juros altas, guerra, incidentes internacionais
respondem pelo risco não diversificável do ativo.
RISCO DE CARTEIRA
onde
σ k = desvio-padrão do retorno esperado
kj = valor do retorno na ocorrência j
n = nº de observações
k = retorno médio esperado
Prj = probabilidade da ocorrência j
CEDERJ 19
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
!
A fórmula anterior é
para o cálculo do desvio-padrão
quando os dados estão na forma de uma
distribuição de probabilidade conhecida. Se
somente uma amostra de dados de retorno estiver
disponível, o desvio-padrão dos retornos pode ser
estimado utilizando-se a fórmula:
n
Σ (kj – k)2
σ k= j=l
n–1
Retorno Retorno
Cenário Probabilidade Retorno Retorno
de ponderado da
de Beta esperado da
Alpha carteira
carteira
(5) = [0,6 x (3)
(1) (2) (3) (4) (6) = (2) x (5)
+ 0,4 x (4)]
Depressão 0,10 6,0% -1,2% 3,12% 0,312
Recessão 0,40 8,4 7,2 7,92 3,168
Normal 0,30 - 4,8 2,4 -1,92 -0,576
Expansão 0,20 18,0 2,4 20,4 4,08
Total 1,00 Retorno esperado 6,984%
20 CEDERJ
Nas Tabelas 7.7.a, 7.7.b e 7.7.c, a seguir, temos o cálculo da
7
variância e do desvio-padrão para os títulos Alpha e Beta, bem como
AULA
da carteira AB, respectivamente:
Média, k 6,12%
Variância, σ k2 66,0816%
n
σ k= Σ (kj – k)2 x Prj , donde σ k= 66,0816 = 8,12906 ≈ 8,13%
j=l
Média, k 8,28%
Variância, σ k2 j 69,2496%
CEDERJ 21
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
n
σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 69,2496 = 8,3216 ≈ 8,32%
j=l
Média, k 6,98%
Variância, σ k2 j 61,62
n
σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 61,62% =7,85%
j=l
Tabela 7.8: Retorno esperado, variância e desvio-padrão dos títulos Alpha e Beta
e da carteira AB
Resumo
22 CEDERJ
O retorno esperado da carteira, como sempre, é a média ponderada
7
dos retornos esperados de seus títulos, usando as proporções da
AULA
composição da carteira como peso. É igual a 6,98% (= 0,60 × 6,12%
+ 0,40 × 8,28%).
A forma de cálculo do retorno esperado realizado anteriormente
não se estabelece para o cálculo da variância ou desvio-padrão dos
retornos. Se usássemos o mesmo raciocínio para o cálculo do desvio-
padrão da carteira AB, assumindo que o risco da carteira é uma média
ponderada dos desvios-padrão dos títulos individuais teríamos o seguinte
resultado:
(0,60 × 8,13%) + (0,40 × 8,32%) = 4,878 + 3,328 = 8,206% = 8,21%
Observamos que da média ponderada dos desvios-padrão dos
títulos que compõem a carteira (8,21%) não é igual ao desvio-padrão
do retorno da carteira (7,85%).
Conforme o resultado anterior, o desvio-padrão da carteira normal-
mente será menor do que a média ponderada dos desvios-padrão dos títulos.
Isso acontece por causa da diversificação que reduz o risco para um valor
abaixo dos 8,21%.
Teoricamente, podemos até combinar títulos, que são muito
arriscados quando avaliados individualmente para formar uma carteira
completamente livre de risco. Este resultado ocorre porque o risco de
uma carteira não depende somente dos riscos de seus ativos, considerados
isoladamente, mas também como e o quanto são afetados por eventos
subjacentes de mercado, tais como inflação e taxa de juros. Por isso,
investimentos em novos ativos devem ser considerados à luz de seus
impactos no risco e retorno da carteira.
?
Quando os retornos
de títulos são perfeitos e
positivamente correlacionados, o risco
de uma combinação, medido pelo desvio-
padrão do retorno, é exatamente a média
ponderada dos riscos dos títulos que
compõem a carteira.
CEDERJ 23
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Atividade 4
Cálculo do risco da carteira – dados amostrais e determinísticos
Joana tem uma carteira que, formada pelos títulos R e S, tem os seguintes retornos
históricos:
a. Calcule a taxa de retorno média para cada título durante o período de 2002 a 2006.
b. Suponha que a carteira de Joana é formada por 50% do título R e 50% do título S.
Qual foi o retorno realizado da carteira em cada ano de 2002 a 2006? Qual teria sido o
retorno médio da carteira durante esse período?
c. Calcule o desvio-padrão dos retornos para cada título e para a carteira.
d. Calcule o coeficiente de variação dos retornos para cada título e para a carteira.
e. Se Joana fosse uma investidora avessa ao risco, preferiria investir no título R, no título
S ou na carteira? Por quê?
Respostas Comentadas
a. O retorno médio para o período de 2002 a 2006 é dado pela média aritmética
simples. Para cada título, você deve somar os retornos e depois dividi-los por cinco
(número de retornos observados). Assim, para o período analisado, o retorno
médio esperado para os títulos R e S será:
Retorno Médio = Média aritmética dos retornos. Conforme fórmula 5.1, temos:
(k + k 2 + ... + k n )
Média = k = 1
n
(−0, 3) + 17 + 12 + (−13) + 22 37, 7
a1. = k R = = kR = = 7, 54%
5 5
(−5, 3) + 18 + 20 + (−10) + 15 37, 7
a2. = k S = = kS = = 7, 54%
5 5
24 CEDERJ
7
AULA
Cálculo do retorno da carteira em cada ano no período de 2002 a 2006
CARTEIRA 50% DO TÍTULO R e 50% DO TÍTULO S
Ano Retorno do título R (%) Retorno do título S (%) Retorno da carteira (%)
(801, 832)
σkR = = 200, 46 = 14,16%
4
CEDERJ 25
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
760, 33
σkS = = 190, 08 = 13,79%
4
O desvio-padrão da carteira é igual a 13,79%.
d. O coeficiente de variação é uma medida relativa de risco, pois ele apresenta o
risco que irá correr em relação ao retorno médio esperado, sendo uma medida
mais completa de risco.
A fórmula do coeficiente de variação (CV) é dada pela seguinte expressão:
σ
CV =
k
14,16%
Coeficiente de variação do título R = CV = = 1,88
7, 54%
14,08%
Coeficiente de variação do título S = CV = = 1,87
7, 54%
13,79%
Coeficiente de variação da carteira = CV = = 1,83
7, 54%
e. Decisão de investimento
26 CEDERJ
Atividade 5
7
AULA
Cálculo do risco da carteira – dados probabilísticos
Alice está analisando duas propostas de investimento, com previsões para os possíveis
cenários econômicos: normal (40%), grande recessão (10%), pequena recessão
(20%), grande expansão (10%) e pequena expansão (20%). Após avaliação, obteve
as seguintes informações sobre o comportamento dos títulos para cada uma das
condições econômicas:
Respostas Comentadas
a. Cálculo para encontrar o retorno esperado dos títulos J e M.
Multiplicando cada retorno provável pela probabilidade de ele vir a ocorrer e
somando os resultados, encontramos o retorno esperado de cada título.
CEDERJ 27
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Média, k 11,6%
Variância,
σkj2 167,84%
n
Desvio-padrão, σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 167,84% = 12,969%
j=l
Média, k 11,6%
Variância,
σkj2 169,64%
28 CEDERJ
7
n
Desvio-padrão, σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 169,94% = 13,02%
AULA
j=l
então: kJK = (wJ x kJ) + (wM x kM); substituindo pelos respectivos valores,
temos:
kJM = (0,80 x 11,6%) + (0,20 x 11,6%) = 9,28% + 2,322% = 11,60%
c2. O desvio-padrão da carteira deve ser calculado pela soma dos desvios dos
resultados prováveis em relação ao retorno esperado da carteira para cada
cenário da economia. Então, primeiro temos de calcular a taxa de retorno média
para cada título em cada evento possível de ocorrer.
CEDERJ 29
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
n
Desvio-padrão da carteira, σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 167656% = 12,948%
j=l
d. Alice deve investir 80% de seus recursos no título J e 20% no título M, pois
esta carteira tem o mesmo retorno esperado dos títulos (11,60%), porém
com o menor risco.
30 CEDERJ
DIVERSIFICAÇÃO DA CARTEIRA
7
AULA
Por que diversificar a carteira?
CEDERJ 31
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
σ k= (16 − 13,1)2 x 0,1 + (19 − 13,1)2 x 0,4 + (17 − 13,1)2 x 0,3 + (-6 - 13,1)2 x 0,2
32 CEDERJ
n
σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 92,29% = 9,61%
7
j=l
AULA
Tabela 7.11: Retorno esperado, variância e desvio-padrão dos títulos
C e D e da carteira CD
Resumo
Título A Título B Carteira
Retorno esperado (%) 13,1 13,1 13,1
Variância (%) 92,29 92,29 92,29
Desvio-padrão (%) 9,61 9,61 9,61
CEDERJ 33
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Título E
Retorno esperado = 0,1×16% + 0,4 × 19% + 0,3 × 17% + 0,2 ×
-6,% = 1,6% +7,6% + 5,1% + (-1,2%) = 13,1%
Título F
Retorno esperado = 0,1×3,5 % + 0,4 × - 1,0 % + 0,3 × 2,00% +
0,2 × 36,50% = 0,350 + (-0,400) + 0,600 + 7,300 = 7,85%
O risco pode ser mensurado pelo desvio-padrão:
n
Desvio-padrão dos retornos, σ k= σ k= Σ (kj – k)2 x Prj
j=l
Desvio-padrão do título E:
σ k= (16 − 13,1)2 x 0,1 + (19 − 13,1)2 x 0,4 + (17 − 13,1)2 x 0,3 + (-6 - 13,1)2 x 0,2
Desvio-padrão do título F:
σ k= (3,5 − 7,85)2 x 0,1 + (-1,0 − 7,85)2 x 0,4 + (2,00 − 7,85)2 x 0,3 + (– 36,5 – 7,85)2 x 0,2
Tabela 7.13: Cálculo da variância e do desvio-padrão da carteira EF composta por dois títulos com retornos
prováveis diferentes - 60% do título E e 40% do título F
34 CEDERJ
n
σ k= Σ (kj – k)2 x Prj σ k= 0,0% = 0,0%
7
j=l
AULA
Tabela 7.14: Média, variância e desvio-padrão dos títulos E e F e da Carteira EF
Resumo
Título E Título F Carteira
Retorno esperado (%) 13,1 7,85 11,0
Variância (%) 92,29 207,65 0,0
Desvio-padrão (%) 9,61 14,41 0,0
! Na realidade, é
pouco provável a existência
de investimentos com perfeitas
correlações positivas ou
negativas.
CEDERJ 35
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
Retorno esperado
C E
D
F
Tempo
Tempo
Figura 7.1: Investimentos com corre-
lação perfeitamente positiva. Figura 7.2: Investimentos com corre-
lação perfeitamente negativa.
36 CEDERJ
7
O conceito de carteira eficiente bem como os princípios básicos da construção
AULA
de uma carteira desenvolvidos por Harry Markowitz foram relatados em um
artigo escrito em 1952 intitulado “Portfolio Selection”, no Journal of Finance,
Vol VII, mar.,1952. Por este trabalho, Markowitz ganhou o prêmio Nobel de
Economia.
Atividade 6
A tabela a seguir resume os retornos anuais que seriam obtidos sobre as ações de
duas empresas – Brasiltel, empresa de telecomunicações, e Toqueshop, fabricante de
equipamentos de informática, entre 1997 e 2006.
Pede-se calcular:
a. o retorno esperado das ações de cada empresa;
b. o desvio médio e o desvio-padrão dos retornos anuais em cada empresa;
c. a variância e o desvio-padrão de uma carteira formada, em partes iguais, pelos dois
investimentos.
Resposta Comentada
No problema anterior, os dados são de uma amostra e determinísticos.
a. O retorno médio para o período de 1997 a 2006 é dado pela média aritmética
simples. Para cada título, você deve somar os retornos e depois dividi-los por dez
(número de retornos observados). Então, para o período analisado, o retorno médio
esperado para as ações das empresas Brasiltel e Toqueshop será:
CEDERJ 37
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
38 CEDERJ
7
Cálculo dos desvios-padrão dos títulos.
AULA
Desvio-padrão do retorno das ações da Brasiltel =
10.543, 60
σk = = σk = 1.171, 51 = 34, 2273 = 34, 23%
9
Desvio-padrão do retorno das ações da Toqueshop =
3.124
σk = = σk = 347, 11 = 18, 63%
9
d. Cálculo da variância e do desvio-padrão da carteira formada por 50% das
ações da Brasiltel e 50% das ações da Toqueshop:
4.963, 9
Desvio-padrão dos retornos da carteira= σk = = σk = 551, 41 = 23, 48%
9
CEDERJ 39
Fundamentos de Finanças | Risco de uma carteira de ativos – 1ª parte: introdução ao retorno
e ao risco de uma carteira
CONCLUSÃO
Atividades Finais
Participação percentual da ação na carteira
1. João da Silva tem uma carteira de ações formada por 300 ações da Germinal, que
está sendo negociada a $ 51,31 cada e 100 ações da Eletrorio cujo preço de mercado
é $ 54,30. Calcule o peso das duas ações na carteira de João da Silva.
Resposta
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7
Retorno da carteira
AULA
2. Eleonor tem uma carteira composta por 20% do título T que tem retorno esperado
de 15%, 45% do título V, que tem retorno esperado de 18%, e 35% do título Z, que
tem retorno esperado de 12%. Qual o retorno esperado da carteira de Eleonor?
Resposta
O retorno esperado da carteira pode ser encontrado com a aplicação da fórmula 7.1:
n
kp= Σ wj x kj
j=l
onde
kp = retorno da carteira
wj = proporção do valor total da carteira aplicada no ativo j
kj = retorno do ativo j
3. Cleide Santos está pensando em montar uma carteira contendo 30% do título C
e 70% do título D. Os títulos têm os seguintes retornos esperados para os próximos
cinco anos:
a. Calcule o retorno esperado da carteira, Kp, para cada um dos cinco anos.
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e ao risco de uma carteira
Respostas
a. Cálculo do retorno esperado para cada ano: kp = (wL x kL) + (wM x kM)
Retorno
título C
Ano + título D (wD x kD) = esperado da
(wC x kC)
carteira kp
2008 (0,30 x 30% = 9,0%) (0,70 x 10% = 16%) 16%
2009 (0,30 x 25% = 9,0%) (0,70 x 15% = 16%) 18%
2010 (0,30 x 20% = 9,0%) (0,70 x 20% = 16%) 20%
2011 (0,30 x 15% = 9,0%) (0,70 x 25% = 16%) 22%
2012 (0,30 x 10% = 9,0%) (0,70 x 30% = 16%) 24%
n
Σ w x kj
j=l j
b. Cálculo do retorno esperado da carteira: kp= n
O retorno da carteira é a média dos retornos esperados da carteira para cada ano:
16 +18+ 22+ 24
kp= = 20%
5
O retorno esperado da carteira é igual a 20%
n (kj – k)2
Desvio-padrão: σkJ = Σ
j=l (n - 1)
Título C
( 30% - 20% )2 + ( 25% − 20%)2 + ( 20% - 20% )2 + (15% − 20%)2 + (10% − 20%)2
σ kC =
5 −1
(10% )2 + ( 5%)2 + ( 0% )2 + ( −5%)2 + (10%)2
σ kC = = σ k c = 62,50 = 7, 905 ≈ 7, 91%
4
Título D
(10% - 20% )2 + (15% − 20%)2 + ( 20% - 20% )2 + ( 25% − 20%)2 + ( 30% − 20%)2
σ kD =
5 −1
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7
O desvio-padrão dos retornos tanto do título C como do título D é igual 7,91%.
AULA
d. Cálculo do desvio-padrão da carteira
n (ki – k)2
Desvio-padrão: σkp = Σ
i=l (n – 1)
(16% - 20% )2 + (18% - 20%)2 + ( 20% - 20% )2 + ( 22% - 20%)2 + ( 24% − 20%)2
σ kp =
5 −1
Formação de carteira
4. Ana Maria está analisando dois títulos, A e B, e as informações relevantes são as
seguintes:
b. Suponha que Ana Maria tenha investido $4.500 no título A e $5.500 no título B.
Calcule o retorno esperado e o desvio-padrão do retorno de sua carteira.
c. Imagine que Ana Maria tomou emprestado de uma amiga 75 unidades do título
B, atualmente cotado a $50, e tenha vendido todos esses títulos. (Prometeu à sua
amiga devolver o mesmo número de ações daí a um ano.) A seguir, com o dinheiro
obtido com a venda do título B, comprou mais unidades do título A. Calcule o
retorno esperado e o desvio-padrão do retorno da carteira.
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Respostas
n
a1. Retorno esperado dos títulos: k= Σkj x Prj
j=l
Título A
Título B
σA = (4,0 - 10,6)2 x 0,4 + (15 -10,6)2 x 0,6 = σA 17,424 + 11,616 = 29,04 = 5,39%
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7
AULA
Proporção
Título A 4.500 $4.500 ÷ $ 10.000 = 0,45
Título B 5.500 $5.500 ÷ $ 10.000 = 0,55
10.000 1,0
(2) (4)
0,45 × 4,0% = 1,80% 0,55 × 7,0% = 3,85% 5,65% 0,40 2,26%
0,45 × 15% = 6,75% 0,55 × 7,0% = 3,85% 10,60 0,60 6,36
8,62%
Ou
Retorno esperado da carteira é igual à média ponderada dos retornos dos títulos que
a compõem
kp = (0,45 × 10,6%) + (0,55 × 7,0%) = 4,77% + 3,85%
kp = 8,62%
Retorno esperado da carteira é igual a 8,62%.
2
Variância da carteira: Σ (kj – k)2 x Prj = 5,88%
j=l
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n
Desvio-padrão da carteira: σkc = Σ (kj – k)2 x Prj = 5,8806 = 2,424 = 2,42%
j=l
n
Retorno esperado da carteira = kp= Σ wj x kj
j=l
σAB = (5,20 - 9,16)2 x 0,4 + (11,80 - 9,16)2 x 0,6 = σAB = 6,27 + 4,18 =
10,45 = 3,23%
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7
Risco
AULA
5. Por solicitação de um investidor, a corretora Investbem montou uma carteira com dois
títulos. Determine o risco do investidor, considerando que ele vai investir 70% de seu capital
no título I e os restantes 30% no título II. Os resultados esperados são apresentados para cada
cenário econômico descrito a seguir:
Resposta
n
Desvio-padrão da carteira: σkc = Σ (kj – k)2 x Prj = 21,4091= 4,627 = 4,63%
j=l
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e ao risco de uma carteira
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