Filosofia - Resumo

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Introdução à Filosofia

Definição etimológica: A palavra provém do grego onde Philos significa ……Sophia significa( sabedoria ou saber). A
origem da palavra filosofia cabe ao pensador Pitágoras.
-Aristóteles: A filosofia é o estudo dos primeiros princípios e causas últimas de todas as coisas
- Cícero: A filosofia é o estudo das …… humanas e divinas das coisas.
- Descartes: A filosofia ensina a raciocinar bem
-karl marx: A filosofia é uma prática de transformação social e política
-Ngoenha: A filosofia ajuda a resolver os problemas da humanidade e é um instrumento de emancipação

➥ funções da filosofia:
-teórica: enquanto ajuda o homem a analisar o mundo, a reflectir sobre todas as coisas
-prática: pelo facto de ela nos impelir a uma atitude existencial,a um novo tipo de comportamento, fruto de reflexão
filosófica

➥ Métodos da filosofia:
-Método crítico analitico: o estudo de realidades sociais
-Método lógico racional: para o estudo de realidade de ordem teórica e meta-empírica

➥ Disciplinas da filosofia:
➸ Metafísica geral: questões que estão ligadas além da ciência (Deus existe?; Há vida depois da morte?)
➸ Ontologia: estuda teorias sobre o ser (o que é real?; porque existe o ser e não o nada?).
➸ Metafísica específica:
- cosmologia racional: estuda racional da natureza, usando o pensamento lógico
- psicologia: estuda os fenômenos psíquicos da alma
➸ Teodiceia: interessa pelo problema de Deus. Justificação da possibilidade da sua existência pela cia racional e não
pela fé.
➸ Epistemologia: os métodos e a validade do conhecimento científico e a sua importância e limites
➸ Teoria do conhecimento / gnosiologia: ocupa-se nos problemas do conhecimento, reflexão sobre o conhecimento e
origem.
➸ Logia: estabelece as regras que devem reger o pensamento humano
➸ Antropologia: reflexão que procura compreender a natureza do homem.
➸ Ética: estuda os costumes do ser humano em comunidade
➸ Estética: estuda o belo
➸ Filosofia política: estuda as melhores formas de organização de uma comunidade

Lógica I
CONCEITO: lógica tem vários conceitos/definições:
•É a ciência das formas válidas do pensamento;
•É o estudo sistemático das formas ou procedimentos com os quais a razão elabora o saber;
•É a ciência das operações da inteligência, orientadas para a conquista da verdade;
•É a ciência das condições do pensamento correcto e do pensamento verdadeiro;
•É a arte que orienta todo o acto racional, de uma maneira ordenada e isenta de erro.

Definindo a lógica como a ciência que estuda as regras das operações válidas e os processos utilizados pelas várias
ciências em busca da verdade, isto é, estuda as condições do pensamento que procura alcançar a verdade.

➥Objecto da logica:
-Objecto formal: preocupa-se com a análise da relação dos elementos envolvidos no enunciado, se estes são
coerentes e não têm nenhuma contradição interna.
Ex: O Vaticano é o maior país do mundo (está bem gramaticalmente mas não é verdade)
-Objecto material: analisa não só a coerência do enunciado, mas também a sua concordância com a realidade.
Ex: O Vaticano e o menor país do mundo (está bem gramaticalmente e é verdade)

➥Lógica espontânea e como ciência


-Lógica espontânea: é a ordem que a razão humana segue naturalmente nos seus processos de conhecer e
nomear as coisas
-Lógica como ciência: aparece a partir do momento em que o homem toma os seus processos cognitivos como
objeto de estudo.

➥A linguagem como fundamento da condição humana


A linguagem é o fundamento da condição humana, pretendemos dizer que o uso desta faz parte essencial do
quotidiano
F.Savater defende que a linguagem humana é a base de toda a cultura. O ser humano, quando nasce, nasce como
uma realidade biológica e, de sobremaneira,cultural, sendo, por isso, uma realidade aberta; nasce dotado de um
potencial genético que lhe permite aprender a linguagem para responder à necessidade humana da comunicação
➸ Linguagem e comunicação
A aprendizagem da linguagem visa responder a uma necessidade eminentemente humana: comunicação. Os homens
aprendem a linguagem através da língua ( oral, escrita ou gestual) – exprimir os seus pensamentos = comunicar.

➸ Modelo de explicação de roman jakobson


Função referencial- está centrada no contexto. É caracterizado pela objetividade,
neutralidade e imparcialidade, o emissor pretende transmitir sempre informações.
Função expressiva – está centrada no emissor. O uso de adjetivos e interjeições. A voz
do emissor é inconstante, ora sobe e baixa, (convencer, instruir, demonstrar)
Função persuasiva – está centralizada no destinatário ou receptor. Procura influenciar,
seduzir, convencer. Por isso é carregado de imperativos e vocativo ex: “tente de novo”.
Função estética – está centralizada na mensagem.( aparece por ex nas poesias) Os emissores mostram-se sempre
empenhados em embelezar e melhorar as suas mensagens. Ex: Nas publicidades, obras, artes e poesias.
Função fática – está centrada no contacto/ no canal. Os interlocutores procuram assegurar, estabelecer, prolongar ou
interromper a comunicação ou verificar se o meio usado funciona.( "Estás bem?” “Alô?”…).
Função metalinguística – está centrada no código. Procuram definir ou clarificar o sentido dos signos para que sejam
compreendidos entre si.( ex: “compreendes-me?”; “o que queres dizer com a palavra…?”).
A função referencial e persuasiva são de importância no estudo da lógica.
- Função referencial ou informativa – nos permite representar ou descrever fatos, estados ou relações entre as
coisas; os seus enunciados, frases … são susceptíveis de serem verdadeiro ou falso, conforme o seu conteúdo e
adequados à realidade.
- Função persuasiva – permite-nos combinar enunciados, frases e estruturar os respectivos argumentos
justificativos.

➸ Linguagem, pensamento e discurso


- A linguagem é um instrumento e meio ao serviço do pensamento. A linguagem é o suporte do pensamento. O uso
da linguagem os seres humanos exprimem os seus pensamentos
- A linguagem regula o pensamento
- Os seres humanos dispõem de uma linguagem, podendo expressar, em forma de discurso, os seus pensamentos
aos outros e comunicar.
A relação entre linguagem, pensamento e discurso deve-se ao facto de o discurso ser uma manisfestação do
pensamento e um acontecimento da linguagem. O termo “discurso” designa um conjunto de proposições que,
articuladas entre si, formam um todo coerente, isto é, lógico.

➵ Dimensões fundamentais do discurso: funções sintática, semântica e pragmática


Dimensão sintática –É a parte da gramática, trata das regras combinatórias entre os diversos elementos da frase. A
sintaxe trata da relação interlinguística dos signos entre si. Letras expostas ao acaso não formam uma palavra;
palavras expostas ao acaso não formam uma frase; frase expostas ao acaso não foram um texto nem um discurso.
Dimensão semântica – ciência que se dedica ao estudo das significações. Para Michel Meyer, a semântica trata da
relação dos signos com o seu significado, logo, com o mundo.A semântica trata das relações dos signos com os seus
significados.
Dimensões pragmáticas – pragma (ação). Michel Meyer define a pragmática como a disciplina que se prende com
os signos na sua relação com os utilizadores. Segundo Morris há um signo, um significado e um intérprete,
desenrolando-se entre eles uma tríplice relação. A pragmática, pode definir-se como estudo da linguagem,
procurando ter em consideração a adaptação das expressões simbólica aos contextos referenciais, situacionais, de
ação e interpessoal.
↳ Locutório – produção de um enunciado de acordo com as regras gramaticais da sua lingua,
↳ Ilocutório – o faz, dizendo (fala o que esta a fazer)
↳ Perlocutório – os efeitos resultantes da acção de dizer (previsão; fala o que pode acontecer no futuro)
Elementos semióticos:
Sintaxe – preocupa-se com o que se poderia chamar a forma gramatical da linguagem.
Semântica – coloca, essencialmente, o problema do significado das palavras e frases que constituem os nossos
enunciados discursivos e remete assim para a relação que a linguagem estabelece entre o mundo e os objectos,
colocando assim o problema da referência.
Pragmática – preocupa-se com a utilização que fazemos da linguagem num dado contexto.
➸ Dimensões acessórias do discurso
Linguística: é um acto individual de fala em que um emissor enuncia algo numa determinada língua (língua que
usamos para nos comunicar).

Textual: o discurso está num texto escrito ou oral que se constitui como uma sequência de enunciados ordenados de
uma forma coerente.

Lógica racional: o discurso é formulado de acordo com uma dada sequência e encadeamento lógico de proposições.

Expressiva/subjetiva: o discurso, porque é humano, é sempre expressão de sentimentos, pensamentos, argumentos,


emoções e perceptivas de um dado sujeito.
Intersubjectiva/comunicação:o discurso pressupõem sempre a possibilidade de comunicação entre sujeitos:
comunicação com o outro ou outros.

Argumentativa: no discurso e situação de diálogo, ou outra, os sujeitos comunicam as suas razões, argumentos e
provas para justificar os seus pensamentos e posições.

Apofântica: o discurso refere a verdade ou falsidade das coisas.

Comunitária e institucional: o discurso é sempre configurado numa língua que assimilamos à nascença ou que
aprendemos depois e que pertença de uma dada comunidade ou cultura.
Ética: o discurso deverá obedecer e respeitar um código do discurso que podemos chamar de “ética da discussão”,
“ética argumentativa” ou “ética da comunicação”
Esse código define que os participantes no discurso devem e podem:
- Falar com verdade
- Ter como princípio do seu discurso chegar à verdade
- Afirmar o que acreditam
- Ser isentos e respeitar e fazer respeitar a sua isenção e a dos interlocutores
- Evitar a contradição
- Ter subjacente ao discurso entre sujeitos livres a vontade de chegar a um acordo ou consenso

➸ Que validade formal e o que é a validade material


A validade formal refere-se à estrutura dos elementos de um raciocínio ou argumento, isto é, à sua estrutura formal.
À adequação do conteúdo do nosso raciocínios ou argumento à realidade pensada ou ao mundo real chama-se
validade material ou verdade. Um enunciado será formal e materialmente válido se os elementos que o constituem
formarem um todo coerente e o seu conteúdo estiver em conformidade com a realidade por ele expressa.
A validade ou invalidade de um argumento ou pensamento diz respeito à conformidade ou inconformidade com as
regras gramaticais e com regra lógicas de inferências ou pensamentos válidos.
- Certos pensamentos apresentam-se formalmente válidos, embora os seus elementos constituintes não
sejam verdadeiros.
- A verdade das premissas ou da conclusão de um argumento resulta do confronto do seu conteúdo com a
realidade referida.
- A verdade diz respeito ao conteúdo ou matéria do argumento

➥ Princípios da razão
Os princípios da razão – são fundamento e garantia de possibilidade da coerência do pensamento. Foram enunciados
por Aristóteles na lógica clássica.
Uma proposição é a expressão verbal do juízo – é uma frase declarativa pela qual se expressam juízos e sobre a qual se
pode afirmar a falsidade ou verdade. (ex: os Moçambicanos são africanos.)
➸ Princípio da identidade
Em termo de coisas:
- Uma coisa é o que é.
- O que é,é; o que não é , não é. EX: uma cadeira é uma cadeira não uma televisão.
- A é A.
Em termo de proposição:
- Uma proposição é equivalente a si mesma.
➸ Princípio da não contradição e a negação da proposição
Em termo de coisas:
- Uma coisa não pode ser e não ser simultaneamente, segundo uma mesma perspetiva
EX: a Inês é pessoa. ( não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo termo).
Em termos de proposições:
- Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, segundo uma mesma perspectiva.
- Uma proposição e a sua negação não podem ser simultaneamente verdadeiras.
➸ Princípio do terceiro excluído
Em termo de coisas:
- Uma coisa deve ser, ou então não ser; não há uma terceira possibilidade.
Em termos de proposições:
- Uma proposição é verdadeira, ou é falsa; não há outra possibilidade.
- Se encararmos uma proposição e a sua negação, uma é verdadeira e a outra é falsa; não há terceiro termo
- De duas proposições contraditórias, se uma é verdadeira, a outra é falsa, e se uma é falsa, a outra é
verdadeira; não há terceira possibilidade.

➸ Princípio da razão suficiente – tudo quanto existe tem razão suficiente em si mesmo ou noutro considerado
sua causa. (tudo o que acontece tem uma razão suficiente)
➸ Princípio da causalidade – todo o efeito pressupõe uma causa;
➸ Princípio de substancialidade – tudo o que é acidental pressupõe a substância (ex: a mesa grande – não
deixa de ser uma mesa
➸ Princípio da finalidade–todo o agente age para um fim; o fim é a primeira causa na intenção e a última
realização.
➸ Princípio do determinismo – há uma ordem natural das coisas,
➸ Princípio da inteligibilidade – o ser é inteligível; a ordem do ser é a ordem do pensamento.
➸ Princípio da realidade – o mundo exterior existe (todo o que está ao nosso redor).

➥ Lógica do conceito/ termo


A lógica diz respeito ao raciocínio-resulta então, daqui a divisão da lógica em formal e material.
A lógica formal, que corresponde aos domínios ou capítulos de conceito, juízo e argumentos. Os conceitos em si só não
afirmam e nada negam. E para que isso aconteça eles devem formar juízos, os quais, sequenciados e coerentes
formam um raciocínio.

➸ Noções de conceito e termo


Conceito é um acto mental. No conceito temos apenas a essência, as características determinantes de um objecto, não
o próprio objecto. O conceito constitui a forma mais simples e elementar do pensamento.
O termo é a expressão verbal de um conceito ou ainda, roupagem convencional e simbólica do conceito.

- Extensão e compreensão dos conceitos


- Extensão: é um conjunto de seres ou objectos abrangidos pelo conceito. (é quando temos um conceito e
ligamos tudo que tem haver com ele ex: universidade – conceito; universidade de direito- extensão)
- Compreensão: é o conjunto de propriedades que o caracterizam e são comuns a todos os seres ou objectos
que formam a sua extensão. (são as diferentes formas do termo)

- Relação entre extensão e compreensão dos conceitos


Entre a extensão e a compreensão de um conceito estabelece-se uma relação qualitativa – quanto maior for a
extensão, menor será a compreensão, e virse versa.
Ex: O conceito de ser vivo dado pela sua extensão é enorme, porque abrange todas as plantas e todos os animais , então a sua
compreensão é menor, constando apenas o facto de serem todos eles seres que assimilam e se reproduzem.

LÓGICA II
Juízo
➥ Noção do juízo e proposição
Juízo é a operação mental pela qual se afirma ou se nega uma relação entre conceitos, isto é, a partir da sua
velocidade ou falsidade. Perante um Juízo temos de introduzir o verbo ser, mas existem juízos que não têm o verbo ser,
como por exemplo « João estuda » mas tradicionalmente aceita-se que estes juízos são equivalentes a « O João está a
estudar ».

➥ Estrutura do juízo
O Juízo apresenta 3 elementos: Sujeito, predicado e cópula (verbo ser).Os Juízos na forma padrão, consagra a lógica
clássica, (juízo categórico) são introduzidos por quantificadores.

➥ Classificação do juízo
Quanto á quantidade, os juízos pode ser: universais, particulares ou singulares
○ Universais: quando o predicado se aplica a toda a extensão do sujeito. ( todos, os, o, a, as, nenhum, todas)
○ Particulares: Quando o predicado se aplica apenas a uma parte da extensão.( certos, alguns, existem, ETC)
○ Singulares: Quando o predicado se refere a um único indivíduo.
Quanto à qualidade os juízos podem ser: Afirmativos, negativos
○ Afirmativos: Quando o predicado é afirmado em relação ao sujeito.
○ Negativos: quando a cópula indica que o predicado não é aplicável ao sujeito.
Quanto à inclusão ou não inclusão: Analíticos, sintéticos
○ Analíticos: Quando o predicado está compreendido no sujeito. Ex: O quadrado tem quatro lados iguais.
○ Sintéticos: Quando o predicado não está contido na noção do sujeito. Ex: Os bitongas são avarento
Quanto à dependência ou não da experiência: a priori, Posteriori
○ A priori: quando a veracidade pode ser conhecida independentemente da experiência. Ex: o quadrado tem quatro
lados iguais
○ A posteriori: quando a veracidade só pode ser conhecida através da experiência. Ex: Os coreanos são baixos.

Quanto à relação ou condição: Categóricos, Hipotéticos, Disjuntivos


○ Categóricos: quando há afirmação ou negação sem reservas. Têm uma correspondência clara e sem condições
entre o enunciado e aquilo que referem. Ex: O Homem é mortal
○ Hipotéticos: Quando há afirmação ou negação sob condição (condicional) Ex: Se não fores, também não vou.
○ Disjuntivos: Quando a afirmação de um predicado exclui os outros (Incompatibilidade)Ex: O Mário estuda ou vê
televisão.
Quanto à modalidade: Assertórios, Problemáticos, Apodíticos
○ Assertórios: Quando enunciam uma verdade de facto, embora não necessária logicamente. Ex: A Lurdes mutola é
uma atleta exemplar
○ Problemáticos: Quando enunciam uma possibilidade. Ex: Os bitongas são provavelmente bons apreciadores de
matapa.
○ Apodícticos: Quando são necessariamente verdadeiros, o predicado convém necessariamente ao sujeito. Ex: O
triângulo tem três lados.
Quanto à matéria: Necessários, Contingentes, impossíveis
○ Necessários: Quando o predicado convém e não pode não convir ao sujeito. Ex: O círculo é redondo
○ Contingentes: o predicado convém de facto ao sujeito, mas poderia também não convir. Ex: O Pedro passou com
distinção no exame.
○ Impossíveis ( ou absurdos): Quando o predicado não pode convir ao sujeito. Ex: O círculo é quadrado.

TIPO Qualidade Quantidade EX:


A Afirmativa Universal Todo s é p
E Negativa Universal Nenhum s é p
I Afirmativa Particular Algum s é p
O negativa Particular Algum s não é p

➥ Raciocínio e argumentação
É um encadeamento de juízos que permite passar de juízos conhecidos para novos e desconhecidos que resultam dos
primeiros. A expressão verbal do raciocínio é o argumento. O argumento é formado por proposição e estes por termos: 2
premissas e 1 conclusão
Exemplo: Alguns músicos são guardiões da cultura
Mr. cho é músico
Mr. cho é guardião da cultura
- O Sujeito da 1 premissa é o predicado da 2. O predicado da 1 premissa é o predicado da conclusão.

➥Inferência imediata
A Inferência imediata/simples, é a operação lógica de uma única premissa que se extrai logo ou mais conclusões. Os
dois tipos de inferência imediata são Conversão e a oposição.
➸Inferências imediatas por oposição
A oposição consiste precisamente neste processo de passar de uma proposição a outra, a qual apenas difere da
primeira na qualidade e/ou na quantidade. Existem 4 tipos de proposições que resultam são: Contrárias, subcontrárias,
contraditórias e subalternas
• Proposição contrárias (A1 e E)- são duas proposições universais que, tenho o mesmo sujeito, diferem apenas na
qualidade. Ex: «Todos os homens são mortais.»(A); «Nenhum homem é mortal»(E)
Lei das proposições contrárias: As duas proposições contrárias não podem ser verdadeiras simultaneamente, mas podem ser
ambas falsas.
• Proposições subcontratárias (I e O)- São duas proposições particulares que, tenho o mesmo sujeito, diferem na
qualidade. Ex: «Alguns animais são mamíferos» e «Alguns animais são mamíferos»
Lei das proposições subcontratárias: Podem ser simultaneamente verdadeiras, mas não podem ser simultaneamente falsas.
Se uma é falsa a outra é verdadeira.
• Proposições Subalternas (A e I,E e O)- são duas proposições que apenas diferem na quantidade. Ex: «Todos os
homens são mortais» (A) e « Alguns homens são mortais» (I); ou « Nenhum Homem é mortal» (E) e « Alguns homens não
são mortais» (O).
Lei das proposições subalternas: quando a proposição universal for «v» a particular também é. Se a universal é «f» a particular
pode ser «v ou f». Se a partícula é «v», o valor da universal poderá ser «v ou f» .
• Proposições contraditórias (A e O; E e I): Tem o mesmo sujeito e predicado mas são diferentes simultaneamente em
qualidade e em quantidade.
Lei das proposições contraditórias: Não podem ser simultaneamente verdadeiras ou falsas; se uma é verdadeira a outra é
falsa e vice-versa.
➸ Inferências imediatas por conversão
- Conversão simples (E e I):Troca-se o sujeito pelo predicado.
«Nenhum africano é europeu»(E) converte-se para « Nenhum europeu é africano»(E).
- Conversão por limitação/acidente (A→ I):
« Todo o homem é mortal»(A) converter-se « Algum mortal é homem»(I)
- Conversão por negação (O → I):
«Alguns políticos não são honestos» (O) converte-se em «Alguns não-honestos são políticos» (I)
- Conversão por contraposição (A e O):
«Todos os políticos são corruptos» (A) converter-se «Todos os não-corruptos são não-políticos» (A)
«Alguns políticos não são corruptos»(O) converte-se «Alguns não corruptos não são não políticos»(O)

➥ Silogismos
➸ Noção de silogismos
Segundo Aristóteles, o silogismo é uma forma de Inferência mediata ou raciocínio dedutivo formado por 3 proposições.
(Categóricos e hipotéticos). Estrutura e matéria do silogismo (apresenta 2 premissas e 1 conclusão).
Termo Maior, é sempre o Predicado da Conclusão.
Termo Menor, é sempre o Sujeito da Conclusão.
Termo Médio, serve de Intermediário do Termo Maior e do Termo Menor. O Termo Médio não se encontra na Conclusão.
ESTÁ NAS DUAS PREMISSAS.

➸ Princípios do silogismos
-Princípios de compreensão: duas coisas ou ideias idênticas a uma terceira são idênticas entre si. Ex: A Marta e a Inês
são irmãs e a Joaquina é irmã da Marta, então a joaquina é também irmã da Inês.

- Princípios de extensão: Tudo que se afirma ou nega-se universalmente a um sujeito, é também afirmado ou negado
tudo o que está contido no sujeito. Ex: « Todos os moçambicanos são orgulhosos», então os maputenses, os macuas e
cada moçambicano é orgulhoso.

➸ Regras do silogismo
↠ Regras dos termos
- O silogismo contém 3 termos: maior, menor e médio.
- Nenhum termo deve ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
As orcas são ferozes
Ora, algumas baleias são orcas.
Logo, as baleias são ferozes.
- O termo médio deve ser tomado universalmente pelo menos uma vez.
- O termo médio não pode estar na conclusão

↠ Regra das proposições


- De duas premissas negativas nada se pode concluir
Ex: Nenhum homem é réptil
Ora, o réptil não é pássaro
Logo,…………………..

- De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa


Ex: quem pensa existe
Eu penso
Logo, eu não existo
- Nada se pode concluir de duas premissas particulares.
Ex: Alguns homens são répteis
Alguns homens são artesãos.
Logo,…………
- A conclusão segue sempre a parte mais fraca
Ex: Todos os lagartos são répteis.
Ora, alguns animais não são répteis.
Portanto, alguns animais não são lagartos

➸ Figuras e modos do silogismos


A figura de um silogismo é determinada pelo papel que o termo médio desempenha nas duas premissas.
1ª Figura (sub-prae) 3ª Figura (sub-sub)
A --- B A --- B
C ---A A --- C
2ª Figura (prae-prae) 4ª Figura (prae-sub)
A ---- B A --- B
C ----B B ---C

➸ Classificação dos silogismos


↠ Os Silogismos irregulares: apresentam +/- que 3 termos e, +/- que 3 premissas.
- Entimema(incompleto): Uma das premissas ou as duas, não estão expressas por poderem ser subentendidas.
« A sida é uma doença infecciosa porque é transmitida por vírus ». (falta a premissa maior)
- Epiquerema: existe uma justificação nas premissas.
« É permitido matar um injusto agressor em legítima defesa, a lei, os costumes, permitem o direito à legítima
defesa.Ora, Massingue era um injusto agressor, quer pelos seus antecedentes, quer pelas circunstâncias da
sua morte.Logo, era permitido tirar Massingue ».
- Polissilogismos: São encadeados
Progressivo Regressivo
Tudo quanto é nutritivo (A) é saudável (B) Tudo que é nutritivo (A) é saudável (B)
A fruta (C) é nutritiva (A) A toranja (C) é nutritiva ( A)
A fruta (C) é saudável (B) A toranja (C) é saudável ( B)
O citrino (D) é fruta (C) As coisas saudáveis (B) são apetitosas (D)
O citrino (D) é saudável (B) A toranja (C) é apetitosa ( D)
A laranja (E) é um citrino (D) Tudo o que é apetitoso (D) agrada ao paladar ( E)
Portanto, a laranja (E) é saudável (B) A toranja (C) é agradável ao paladar ( E)
~

-Sorites: o sujeito da primeira premissa se torna o predicado da seguinte. Pode ser progressivo ou regressivo.
Progressivo: Regressivo
As doenças infecciosas (A) são parasitárias (B) As vacinas (A) previnem as doenças(B )
As viroses tropicais ( C) são doenças infecciosas (A)
Quem se previne das doenças ( B) tem mais saúde( C)
A malária (D) é uma virose tropical (C ) Quem tem mais saúde(C ) mais alegre é ( D)
Portanto, a malária ( D) é parasitaria (B ) Quem mais alegre é (D ) ganha mais longevidade (E )
Portanto, as vacinas ( A ) garantem maior longevidade (E)
↠ Os Silogismos hipotéticos: A premissa maior de um silogismo hipotético não afirma nem nega de modo absoluto
ou categórico, mas sob uma condição ou estabelecendo alternativas.
- Condicional:
Se Malombe tem malária, então está doente
ora Malombe tem malária
portanto, (ele) está doente

➛ Modus ponens (afirmação do antecedente) ➛ Modus tollens (negação do antecedente)


Se Maria estudar, terá bons resultados p→q Se tenho malária, então estou doente p → q
Ora Maria estudou p Ora, não estou doente ~q
Logo, terá bons resultados q Portanto, não tenho malária ~p
REGRA DOS SILOGISMO CONDICIONAIS
1. Num silogismo hipotético condicional, a negação do consequente torna necessária a negação do antecedente.
2. Da negação do antecedente nada se pode concluir

Se tenho malária, então estou doente


Ora, estou doente invalido
Logo, tenho malária
- Disjuntivo: Na premissa maior se estabelece uma alternativa entre 2 termos, de tal modo que a afirmação - na
premissa menor - de um dos termos exclua a afirmação do outro
➛ Modus ponendo-tollens ➛ Modus tollendo-ponens
Ou Maria é cobarde ou é humilde pvq Ou Maria é cobarde ou é humilde pvq
Ora Maria é humilde q Ora Maria não é cobarde ~p
Portanto, (ela) não é cobarde ~p Portanto, (ela) não é humilde q

- Conjuntivo: Na premissa maior não admite que dois termos opostos prediquem simultaneamente um mesmo
sujeito.
➛ Modus ponendo-tollens (afirmando, nega)
Oliver não pode ser simultaneamente músico moçambicano e portugues pⴷ q
como Oliver é músico portugues , q
então não é músico moçambicano ~p
➛ Modus tollendo-ponens (negando, afirma)
Maria não pode ser baixa nem alta ao mesmo tempo pⴷ q
Ora Maria não é alta ~q
Logo, (ela) é baixa p

- Dilema: É formado por uma proposição disjuntiva e por 2 proposições condições, e qualquer seja a opção
escolhida, a consequência é sempre a mesma.
Ou caso com mulher bonita, ou caso com mulher feia.
Se ela for bonita serei atormentado de ciúmes, por isso não devo casar
Se ela for feia a sua companhia será insuportável, por isso não vou casar
Portanto, de qualquer das formas não devo casar.

REGRA DO DILEMA:
1. A disjunção deve ser completa.
2.A refutação de cada uma das hipóteses deve ser feita validamente para o opositor não nege as consequências.
3. A conclusão deve ser a única que pode ser deduzida, caso contrário o dilema pode ser contestável.

Falácia
É um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Falácias cometidas involuntariamente designam por
paralogismos, as que servem para confundir alguém designa-se por sofismas. Em qualquer falácia ocorre 2 elementos :
-Uma verdade aparente: o argumento é convincente e leva os incautos ao equívoco;
- Um erro oculto: faz com que se retirem conclusões falsas a partir de uma verdade.
- Falácia de equivocação (equívoco): argumento acidental, a mesma palavra em 2 sentidos diferentes
Só o homem é que pensa
Ora, nenhuma mulher é homem
Logo, nenhuma mulher pensa
-Anfibologia: deriva a ambiguidade sintática de uma parte do argumento
Todos os homens amam uma mulher
João ama Maria
Logo, todos os homens amam Maria
-Falácia de analogia: sobrevalorizam as semelhanças entre 2 ou mais coisas/ quando se desprezam as diferenças
relevantes. As aves voam
O avião voa
Logo, o avião é uma ave

-Falácia do acidental: quando tomamos o que é acidental pelo que é essencial e vise-versa.
A camisa de João é verde
Logo, a camisa de João é uma cor
- Falácia de ignorância da causa: tomamos por causa uma simples antecedente ou qualquer circunstância acidental
Depois das cheias no rio Pungue houve epidemias
Logo, as cheias do rio Pungue são causadoras de epidemias.
- Falácia da conversão: quando se convertem proposições sem respeitar as regras.
Os molwenes andam pelas ruas da cidade
Logo, quem anda pelas ruas da cidade é molwene.

- Falácia de oposição: quando não são respeitadas as regras da oposição da proposição.


Todos os africanos são hospitaleiros
Logo, nenhum africano é hospitaleiro
- Círculo vicioso: quando se pretende resolver uma questão com a própria questão.
O que é Lógica ? É a ciência do que é lógico
- Falácia da falsa dicotomia: quando se apresentam duas alternativas como sendo as únicas existentes em dado
universo. Ou estás do meu lado ou estás contra mim
- Argumentum ad hominem (ataque pessoal): quando alguém refutar o argumento de uma pessoa, atacando a
própria pessoa. Não podemos aceitar o parecer da professora porque ela é muito jovem e não tem
experiência
- Argumentum ad populum (apelo ao povo): quando falta de razão convincentes, se manifestam e exploram os
sentimentos de uma audiência de modo a fazer adoptar o ponto de vista de quem fala.
Querem uma cidade sem lixo? Querem uma cidade em que as ruas não estejam
esburacadas?
Querem uma cidade com escolas para todos ? Votem no partido X

- Argumentum ad baculum (apelo à força): quando quem argumenta a favor de uma conclusão sugere ou afirma que
algum mal/problema acontece a quem não aceita
Ou te calas ou ficas em casa
- Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância): quando se argumenta que uma proposição é verdadeira porque
não foi provado que é falsa e vice-versa.
Até hoje ninguém conseguiu provar a não existência de seres racionais superiores
ao homens
Logo, existe outros seres racionais superiores ao homens
- Argumentum ad misericordiam (apelo à piedade): quando alguém argumenta recorrendo aos sentimentos de
piedade e de compreensão.
- Falácia de composição (tomar a parte pelo todo): se as partes de um todo tem uma certa propriedade,
argumenta-se que o todo tem essa mesma propriedade.
Nem estes, nem aqueles sapatos me servem
Logo, nenhum sapato me serve.

Lógica proposicional
A lógica proposicional é simplesmente simbólica. Na aplicação é preciso ter em consideração os seguintes aspectos:
- As Variáveis: São as letras do alfabeto, com que representam as proposições. p, q, r, s, p`, r`,s`.
- Conectivas / operadores lógicos: que são {[( )]}
- Valores lógicos das proposições: a proposição p é verdadeira ou falsa quando o seu enunciado é falso ou
verdadeiro. V(1) E F(0).

➥ Proposição simples/complexas
- Simples ou atômicas: proposições que não pode decompor.
« Os moçambicanos são africanos»
- Complexas ou moleculares: proposição decomponíveis, ligadas por partículas-conectores.
« Lurdes M. foi campeã olímpica e dançarina »
- Lurdes foi campeã olímpica
- Lurdes M foi dançarina

➥ Conectivas lógicas ou operadores lógicas


Operações lógicas Expressão Verbal Símbolo
Negação não ~
Conjunção e Λ
disjunção ou Ⅴ
Condicional/Implicação Se …. então…. ⇒ →
Bicondicional/equivalência Se e só se….. ⟺ ↔

➸ As operações lógicas sobre as proposições


- Negação (~ ou ⇁): ao ligar-se a uma única proposição, a torna falsa se é verdadeira e vise-versa.
p ~p
V F
F V

- Conjunção (∧ / & / .): composta por 2 proposições simples ligadas por um conectores «e»

Mataca está doente Macaca vai ao médico Mataca está doente e vai ao médico
p q p∧q
V V V
F F F
F V F
F F F

- Disjunção (V):
-disjunção inclusiva -disjunção inclusiva

Está Sol A temperatura Está Sol e/ou a temp. Rita passou Rita Ou Rita passou de
está agradável está agradável de classe reprovou classe ou reprovou
p q pVq p q p Vv q

V V V V V F
F F V F F V
F V V F V V
F F F F F F

- Condicional / implicação (→):


Rita estudou Rita passou de classe Se Rita estudou, então passa de classe
p q p→ q
V V V
F F F
F V V
F F V

- Bicondicional / (↔):

Rita estudou Rita passou de classe Rita estudou,se e só se passou de classe


p q p↔ q
V V V
F F F
F V F
F F V
Filosofia Política
A política é como actividade e como ciência é a atividade humana específica porque o seu campo é a realidade social
(cidade), as relações entre os indivíduos ou grupos de pessoas na cidade. Foi também um termo usado para designar
obras dedicadas ao estudo de coisas que se referem ao Estado.

➥ A ciência política e a filosofia política


A ciência política explica a vida social e histórica no seu conjunto, apresenta-se ao mesmo tempo como uma teoria das
formas da organização das sociedades (estados, regimes políticos.).
- A ciência política preocupa-se com o todo o conjunto de factores que influenciam directa ou indirectamente na vida
política e que regulam as relações de poder, as interferências sociais e os comportamentos políticos.
A filosofia política quer empreender um esforço de compreender a totalidade da existência histórica-social sobre
factos políticos, as conclusões e os pressupostos metodológicos das ciências políticas e sociais. Visa apreender o
significado humano da política. Não aceita pacificamente o Estado ou a política como dados absolutos inquestionáveis.
O problema político está relacionado com o regime do Estado, a função, a organização, a melhor forma de regime, o fim
específico do governo, a natureza da política, etc..

➥ Relação entre política e filosofia


Cabe à filosofia denunciar a absolutização da política e a redução desta para o modo da natureza precária, denunciar
as formas contraditórias dos conceitos políticos
A filosofia critica a política em todas as formas de dominação do Homem pelo Homem.
a filosofia tem o papel social, deve justificar com a preocupação com a existência humana concreta, deve apelar os
homens a ter cuidados com ídolos moderno: ciência e política
- A relação entre a filosofia e política é por um lado positivo, por outra polêmica. A crítica da filosofia perturba em
certos casos a ordem política.
Platão - « os reis tornaram-se filósofos ou os filósofos tornaram-se reis.»
Lévy Bruhl - « filósofo fala e por isso mesmo perturba a ordem do mundo incluindo a próprio mundo político»

➥ A ética política
Aristóteles- defende que a preocupação da governação do Estado deve estar ligada com as ações morais, a política é
a área da atividade humana que deveria ser regulada em prol de uma comunidade, esta atividade em prol da
comunidade deve ser vista como a razão para uma ação humana digna.
Para Jurgen Habermas - a ética do discurso contém 2 princípios substantivos: a justiça e a solidariedade (empatia).

A ética e fundamento da política, uma vez que os deveres do estado constituem os direitos do cidadão. os estado deve
defender os direitos do cidadão. é ele o responsável pela protecção e pela segurança do indivíduo e da sua
propriedade. o estado serve-se de uma constituição e possui o monopólio do uso da força, do poder, da autoridade
sobre os cidadãos . A ética e a política devem encontrar-se para buscar o bem comum e a justiça.

➥ Estado/Nação
o Estado é a forma que assume as sociedades modernas a existência social, é a forma perfeita de uma sociedade
organizada.
- a monopolização do poder (qualquer associação tem autoridade na medida em que o estado lhe reconhecer)
- instituição da hierarquia da política e da diferença entre dominantes e dominados (cria-se um corpo de pessoas
cuja a função é governar e esta função contrapõem-se com a função dos governados)
- legitimidade racional e o reconhecimento (o Estado é racional o que implica a descrição e o conhecimento do
funcionamento da vida social e a procura das leis que conduzem com o funcionamento rege-se ou obedece-se).
Para uns o Estado evita que os conflitos de interesses acabem com a própria sociedade (Hobbes), para outros o Estado
não desempenha apenas a tarefa negativa de evitar que os homens, movidos pelos seus interesses e sem a lei se
destruam uns aos outros, mas também garante a possibilidade de realização dos fins que se propõem : a felicidade dos
homens

➸ ESTADO DO DIREITO
No estado de direito, a lei civil regula não apenas as atividades dos cidadãos como também as ações dos próprios
governantes, para evitar arbitrariedade
O princípio da divisão dos poderes garante em teoria a independência do poder legislativo e dos tribunais em relação
ao executivo, salvando assim o respeito pelos direitos fundamentais do cidadão.

Contrato social: O contrato social, embora não se trate de um contrato físico, consistia na transferência de poder dos
indivíduos carecidos de proteção para um conjunto de instituições artificiais e a meios para punir os que violam a
obediência dos direitos naturais, um acordo tácito.
- Elementos do estado
Os elementos são: população(elemento humano), território (elemento material) e o vínculo jurídico (elemento formal).
- elemento humano do Estado: Não se exige que comunidade humana que faz parte do Estado tenha vínculos
étnicos, linguísticos ou culturais.
- elementos materiais do Estado: é o território definido pelas fronteiras onde o Estado exerce a soberania.
- elemento formal do Estado: Faz parte da lei fundamental em que se processa a gestão das coisas públicas com o
fim de consecução do bem colectivo.

- Funções ou poderes do estado


No modo geral são consideras 3 as funções do Estado:
- segurança - justiça - bem-estar
Poderes do estado:
-legislativos: é exercido pelas assembleias (preparação, discussão e aprovação das leis).
-executivo: é exercido pelo governo(pôr em prática as leis elaboradas pelo parlamento, governar/administrar).
-judicial: é exercido pelos tribunais (comprimento da lei estabelecida, resolver os conflitos dentro do governo e na
relação entre indivíduos e os órgãos de poder ou governo).

Constituição da República: é um documento que estabelece os direitos dos cidadãos, é a base da organização política
de um país, promove a defesa da independência, defesa e promoção dos direitos humanos, a justiça social etc.
Os símbolos nacionais: são a bandeira nacional, o emblema da república e o hino nacional.

➥ A participação politica dos cidadãos


Os cidadãos participam na vida política do seu país directamente ou indirectamente:
-directamente: os cidadãos escolhem o seu representante através do seu voto nas eleições ou nos diferendos
-indiretamente: os cidadãos participam quando as suas decisões são defendidas por pessoas representantes do
povo os quais cidadãos confiam, como no caso do parlamento ou senado.

➥ Justiça social
A justiça social é um conjunto de políticas que têm a missão de resolver situações de desigualdade e exclusão social
entre um grupo de determinado lugar. Sua missão é tornar-se presente, apresentando serviços que os ajudem a
superar ou sair de uma situação de vulnerabilidade social.

➥ Direitos humanos
Os direitos humanos trata-se de um conjunto de regras/normas de relacionamento entre os indivíduos, visando um
tratamento mútuo digno, ou seja, respeitando-se como homens com direitos inalienáveis -direito à vida, inviolabilidade
física e psicológica, etc.
Tem a função de proteger os indivíduos das arbitrariedades, do autoritarismo, da prepotência e dos abusos de poder,
eles representam a liberdade dos seres humanos. Os direitos humanos estão associados a uma vida de civilização, de
democracia, que em conjunto refletem uma ideia de igualdade e de dignidade para todos os seres humanos.
Os direitos humanos ganharam importância no final do séc XVIII, (locke e rousseau e mais tarde Montesquieu e Voltaire).
Eles defendem a existência de direitos naturais como: direito à existência de liberdade, à posse de bens e deram uma
nova concepção de obediência, limitando desta maneira o domínio do Estado.
As características dos direitos humanos são:
- os direitos humanos são universais, pois defendem a todos os homens;
- os direitos humanos são individuais =não depende de um grupo, nem de uma associação.
- os direitos humanos são anteriores ao Estado, resultam da natureza humana. O Estado reconhece, protege e a
constituição declara-os e não os cria.

- Fundamento dos direito humanos na filosofia


Os direitos humanos encontram uma base filosófica no pensamento político de algumas personalidades.
-Kant: diz que todos os seres huamnos devem ser tratados humanemente iguais, devem ser respeitados sem
nenhuma distinção de limitação geografica, cor, sexo e nem raça.
-M. Deflem: diz que a democracia é falada, mas tem o seu fundamento e sentido no respeito dos direitos humanos
- Nicolau Maquiavel: considera que o homem é um ser mau por natureza e convida os princípios e governantes a
agirem sem piedade, não há lugar para boas obras, que os golpes são permitidos. Mas aconselha que o soberano
quiser afirmar-se deve agir apenas em conformidade com as boas leis morais e servir-se delas de acordo com as
necessidades.
-Thomas Hobbes: Diz que o estado natural é de guerra de todos contra todos e a supressão deste estado só é possível
renunciando todos os direitos na mãos do soberano que será o árbitro dos conflitos o soberano detém os poderes
absolutos irrigáveis, ele está acima da justiça, o direito é o que soberano quer, ou seja, o Homem não tem direitos face
ao poder. Na filosofia de Hobbes não se encontram os direitos humanos.

- John Locke e Montesquieu: partem da ideia do contrato social para fundarem e assegurar os direitos humanos e
afirma que os homens têm direitos de vida, liberdade , igualdade e propriedade.
Locke julga que os homens nascem livres, racionais e com igualdade de direitos. no contrato social os homens
renunciam apenas os direitos de defenderem os seus direitos por contra próprios, delegando essa tarefa ao Estado que
terá a missão de proteger os direitos e a propriedade dos cidadãos.
Montesquieu defende que para assegurar bem-estar, a defesa dos direitos humanos deve haver a separação dos
poderes, devem ser independentes uns dos outros de modo a garantir o equilíbrio entre eles.

➥ Filosofia na antiguidade: Platão e Aristóteles


➸ PLATÃO
O pensamento político de Platão está contido nas obras ''A república'' e ''O político e as leis''. Platão imagina uma cidade
, mas que deve ser o modelo de todas as cidades terrenas. Na obra, examina a questão do bom governo e do regime
justo, o bom governo depende da virtude dos bons governantes.
- Origem do estado
A origem do estado deve-se ao facto de o homem não ser auto-suficiente. Para satisfazer todas as suas necessidades,
o Homem deve associar-se a outros homens e dividir com eles as várias ocupações.

-Comunismo/idealismo
Em A República, Platão imagina que todas as crianças devem ser criadas pelo Estado e que até aos vinte anos todos
devem receber a mesma educação.
- Ocorre o primeiro corte e definem-se as pessoas que têm «alma de bronze» são mais grosseiros e por isso devem
dedicar-se à agricultura, artesanato e ao comércio. Devem garantir a subsistência da cidade
- Os que prosseguirem os estudos por mais 10 anos, ocorre o segundo corte, os tem «alma de prata» dedicam-se à
defesa da cidade. Dedicam-se a sua defesa
- Os mais notáveis por terem «alma de ouro» serão instituídos na arte de pensar a dois. Aos 50 anos, aqueles que
passaram com sucesso por essa série de provas estarão aptos a ser admitidos no corpo supremo dos magistrados
(exercer o poder, são os mais sábios , os mais justos, porque são aqueles que conhecem a justiça - governantes).
Dirigir a cidade.

-Classes sociais
Ele parte do princípio de que os homens são diferentes e que, devem ocupar lugares e funções diferentes na sociedade.
Dependendo do metal da alma de cada um. (trabalhadores, soldados e magistrados).

-Formas de governo
Platão diz que a melhor forma de governo é a monarquia, sob o comando de um Filósofo-Rei , que governa de acordo
com a justiça e preserva a sua unidade.
A segunda opção é a aristocracia composta por filósofos e guerreiros. Mas que este tipo de governo facilmente
degeneraria e se converteria numa democracia , ficando assim a cidade nas mãos de ambiciosos de poder e honra.
Platão diz que a democracia (a autoridade está no povo e é exercida pelo povo. Uma das formas de expressar a
democracia é a eleição dos órgãos de poder através do voto secreto e direto), é o pior forma de governo, por que o
poder está no povo e este é incapaz de conhecer a ciência política facilitando o aparecimento da tirania

➸ ARISTÓTELES
Aristóteles critica o autoritarismo de Platão, pois a cidade é constituída por indivíduos naturalmente diferentes, sendo
impossível uma unidade absoluta. Crítica a sofocracia, que atribui um poder ilimitado apenas a uma parte do corpo
social (os mais sábios - filósofos).
-A origem do estado
Ele diz que o Estado é o produto da Natureza. O facto do Homem ser capaz de discursar prova a sua natureza política.
Ele diz que o Estado desenvolveu-se a partir da família: ao unirem-se, as famílias deram a origem a aldeias e estas
desenvolvem cidades (Estado). O objectivo do Estado é proporcionar felicidade aos cidadãos.

-Formas de governo
-Monarquia: é a melhor forma de governo porque preserva a unidade do Estado, mas que facilmente pode
transformar-se em tirania. as sociedades bárbaras, segundo aristóteles, precisam da autoridade centralizada da
monarquia
-Aristocracia: governo de um grupo de cidadãos virtuosos, os melhores, que cuidam do bem de todos. A sua forma
corrupta é a oligarquia (governo de ricos que procuram o bem estar econômico pessoal).

➥ Filosofia na idade média: Santo Agostinho, São Tomás de Aquino


➸ SANTO AGOSTINHO
A doutrina política de S. Agostinho encontra-se na obra ''A Cidade de Deus'' .

-A origem do estado
Acredita que o mundo se divide em duas cidades: a cidade de deus e a cidade terrena.
A igreja é a encarnação da cidade de Deus. O Estado é a encarnação da cidade terrena. O homem precisa do Estado
para obrigar os membros da comunidade ao cumprimento da lei.
Ele diz que o homem é mais divino que o Estado, por que o homem tem um fim natural que transcende o fim do estado
terrestre. a igreja é superior ao estado.
-Formas de governo
S. Agostinho defende a existência da autoridade política para que mantenha a paz, a justiça, a ordem e a segurança,
defende que os cidadãos devem obedecer aos governantes e não é da sua competência distinguir entre governantes
bons e maus ou formas de governos justas ou injustas.
➸ São Tomás de Aquino
As obras de relevância são : ''comentários à política de aristóteles'', ''summa theológica'' e '' summa contra gentiles'' e o
''regime do príncipe''.

-A origem do estado
Tomás recusa-se a aceitar a concepção agostiniana, segundo a qual a origem do Estado se deve ao pecado original, e
concorda com Aristóteles: este nasce da natureza social do homem e não das limitações do indivíduo.
O Estado é uma sociedade perfeita, é uma sociedade porque consiste na reunião de muitos indivíduos que pretendem
fazer alguma coisa em comum. O Estado tem os meios suficientes para proporcionar um modo de vida que permita a
todos os cidadãos ter aquilo que necessitam para viver como homens.

-Formas de governo
Tomás considera a monarquia absoluta ideal, mas que na prática considera a monarquia constitucional a melhor
forma de governo.
A relação entre Estado e a igreja, Tomás diz que sendo a igreja é uma sociedade mais perfeita, por isso o Estado
subordina-se a ela, em tudo que concerne ao fim sobrenatural do homem.

➥Filosofia na idade Moderna: Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Locke, Rousseau


➸Conceito
A filosofia moderna abrange todo o período desde o séc XVI até ao séc XVII, embora mantendo a sua preocupação com
problemas tradicionais com a natureza, de Deus, do conhecimento, ela adquiriu novas dimensões como: política,
científica, jurídica e pedagógica.

➸Principais características
- Libertação do homem às explicações teológicas da realidade, através da razão;
- Libertação do homem dos regimes ditatoriais, através da democracia;
- Libertação do homem da dependência na Natureza , através da técnica.

➸ O Pensamento e Problemas Fundamentais


- Nicolau Maquiavel (alta burguesia na itália)
Nas suas obras de ''Príncipe'' e os ''Discursos sobre a primeira Década de Titus Livius'', tornaram-lhe mais célebre no
pensamento político.
Ele tem uma visão pessimista do homem influenciado pelo cristianismo, para Maquiavel o homem é um ser mau por
natureza.
Para ele, pode-se conquistar e manter o poder por meio de força e violência. Segundo ele, os governantes devem partir
de uma concepção de que todos os homens são réus e para tal devem impor-se mais pela força do que pelo amor,
quem seguir a carreira de político não há lugar para boas obras e que todos os golpes são permitidos.
Maquiavel diz que o príncipe não deve esquecer da reputação, deve procurar parecer estar a fazer tudo com a melhor
intenção.

- Thomas Hobbes (representante da filosofia política inglesa)


A sua doutrina política encontra-se nas obras ''De Cive'' e ''Leviatã''.
Hobbes pensa que o homem não é um animal social, ele contradiz o pensamento de Aristóteles. Considera que o
homem é um animal egoísta que procura o bem estar em detrimento do outro.
- O estado de natureza: o homem goza de liberdade total os seus direitos sem nenhum dever. Mas cada um busca
satisfazer os seus interesses sem nenhuma consideração com os interesses dos outros.
Para superar este conflito e para alcançar a felicidade é necessário pôr limites na liberdade, os homens fazem um
pacto, um contrato social na qual renunciam alguns direitos colocando-os nas mãos de um só homem - o soberano-
assim nasce o Estado.
O soberano não tem nenhum dever para com os súditos, uma vez que renunciam para sempre a sua liberdade, o
soberano não é obrigado a prestar conta dos seus atos a ninguém, e os súbitos não podem exigir de volta os seus
direitos.
Thomas Hobbes defende o absolutismo e entende o Estado como o organismo que está acima dos cidadãos

- John Locke
A sua doutrina política encontra-se na obra ''Dois Tratados Sobre o Governo``.
John Locke se opunha à monarquia absolutista (oposição ao Hobbes), defendendo um sistema parlamentarista. Ele
acreditava que poderiam viver de forma pacífica, ou seja, nem eram bons nem maus.
Locke dizia que o ser tem direitos naturais (nascem com ele), direito que ninguém pode tirar, são direitos que todo
indivíduo tem e possui.
A sociedade nasce na medida em que os homens decidem em comum acordo confiar à sua comunidade o poder de
fazer leis que regulam a punição das ofensas e o uso da força contra as transgressões das leis.
Através da democracia representativa, o povo deve escolher os governantes, e o estado tem o principal objetivo de
garantir os direitos naturais. Locke fala que o estado deve garantir :
- Direitos naturais
- Proteção interna e externa
- Resolução de conflitos

-Jean Jeacques Rousseau


Sua doutrina política encontra-se nas obra ''Discursos sobre desigualdade entre os homens``.
No estado natural contenta-se com o ser, no estado civilizado quer parecer e para isso precisa ter, assim começam os
desejos, ambições que lhe tornam menos livre e menos feliz, que acaba por tornar-se insaciável.

O estado de natureza para Rousseau, se opõe ao estado hobbesiano, acreditava que homem era guiado pelo amor
de si, isto é, pelo instinto de conservação (comer, dormir, beber água), e por isso, não pode ser hostil, ao ponto de
prejudicar os outros – o homem nasce bom.
A falta da razão nos faz viver em nossa fase natural, e quando adquirimos essa razão passamos a reconhecer os
outros - Os seres humanos nascem bons e se corrompem com as suas relações sociais (a sociedade).

No estado selvagem é o equilíbrio harmonioso em que o homem beneficia das vantagens do estado de natureza
sem sofrer as inconveniências da civilização. O homem já não se contenta em existir compara-se.
No estado do homem civilizado este amor de si subsiste, mas é suplantado pelo amor-próprio, pelo desejo de
superar os outros. Este amor-próprio nasceu com a vida social

- Desigualdade e submissão: com a civilização surge a desigualdade. Na sociedade de caçadores e recolectores os


homens eram iguais, mas na sociedade de trigo (agricultura), alguns indivíduos acumularam riquezas e começou a
desigualdade, o senhor pode continuar livre e os outros reduzidos à escravatura.

- Contrato social: que seria a constituição de uma sociedade civil, deve garantir a liberdade de todos. A constituição do
estado deve respeitar a soberania do povo. Por isso, ele criticava a propriedade privada, pois é preciso acabar com as
desigualdades sociais. A vontade geral, definida em convenções deve estar acima de qualquer vontade individual.

- Soberania e o Governo: no governo não há um superior ao povo, pois os depositários do poder são os seus oficiais e o
povo, pode elegê-los e destruí-los quando quiser. o soberano é o povo incorporado, é o corpo coletivo que expressa,
através da lei, a vontade geral.

-Charles de Montesquieu
Montesquieu estudou e definiu três princípios formas de governo: a república, a monarquia e o despotismo
(governantes se colocam acima das leis - absoluta. É baseado no medo).
Montesquieu desenvolveu a teoria de separação dos poderes: legislativo, executivo e judicial, com a finalidade de
estabelecer as condições institucionais da liberdade política através de uma equilibrada divisão de funções entre os
órgãos do Estado.
Nas relações entre igreja e estado ele invoca o princípio de tolerância, e considera Deus como princípio supremo, fonte
das leis do mundo humano e natural, ele reconhece a força civilizadora e o carácter sobrenatural da igreja

➥ Filosofia política na idade contemporânea: Karl Raimund Popper, John Rawls


Teve início na sequência de 2 revoluções: americana e francesa.
No plano político nota-se:
-Abolição do absolutismo real, -Adopção da república como forma política,
-Início do parlamento -Aparecimento da constituição escrita

No plano económico e social observa-se


-Redução da intervenção no plano mínimo indispensável -Nascimento de doutrinas socialistas
-Não intervenção do Estado na vida económica e social -O Liberalismo económico

Consolida-se a questão dos direitos humanos como direitos naturais que o Estado deve reconhecer, não os pode tirar
porque não é o Estado que dá.
- A soberania é do povo, o governo é apenas um agente de confiança do povo
-Nenhuma monarquia é de governo porque pertence ao povo e não ao rei.
-A república é o governo legítimo
A constituição americana trouxe novidades a nível mundial tais como:
-1° constituição republicana da era moderna -1° que defendia os direitos humanos
-Foi a constituição que estabeleceu um governo presidencial. -1° a ser escrita
-Fez um sistema de garantia judicial de constitucionalidade das leis

- Karl Raimund Popper

A filosofia política foi escrita na obra ''A sociedade aberta e os seus inimigos''. Nesta obra Popper critica o historicismo
que considera como filosofia reacionária por que é uma filosofia fechada.
Na sociedade fechada todos obedecem a um chefe ou Rei. Há tabus a respeitar e muitos comportamentos são
dominados pela magia. Predomina o espírito coletivo ou guerreiro.

Na sociedade aberta é aquela que se assegura de que seus líderes possam ser destituídos sem a necessidade de
derramamento de sangue.
Popper entende que a democracia não é do povo, nem da maioria, mas sim ‘’conjunto de instituições que permitem o
controlo público dos governantes e a sua dispensa pelos governados e permitem aos governados obterem reformas
sem recorrer à violência e até contra a vontade dos governantes’’. O recurso à violência só se justifica para derrubar a
tirania com o fim de instalar a democracia.

Para Popper o governo democrático possui as seguintes características:


- Não é governo da maioria. Às vezes a maioria pode governar de forma tirania. Os poderes devem ser limitados.
- A constituição democrática deve excluir uma mudança que põe em perigo o caráter demográfico.
- A política de instauração democrática deve atuar de modo a neutralizar a tendência antidemocrática
- A destruição da democracia implica a destruição dos direitos humanos
- A democracia é uma batalha para a reforma razoável, dado que permite reformas sem violência, por isso, a
preocupação antidemocrática deve ser removida

A democracia é uma sociedade aberta porque permite a eliminação de qualquer inconveniência. Segundo Popper, o
estado é um mal necessário, quanto mais numerosos são os homens, mas se torna necessário. A maioria dos idealistas
humanitários pretendem propor a justiça antes da liberdade. Popper quer construir uma sociedade em que a liberdade
aparece antes da justiça

Segundo a teoria de Karl Popper os principais inimigos da sociedade aberta são:


- Platão: - Para ele, a pessoa mais indicada para governar é o Rei-filósofo. Os guerreiros e os governantes não devem
ter acesso à propriedade privada nem devem constituir família. A tese do programa político de Platão é puramente
totalitário.
- Tribalismo e o totalitarismo caracterizam a sociedade fechada.
- Hegel: este filósofo todas as coisas têm uma essência, alma, razão ou espírito. Sendo um idealista, a História é para
ele um movimento dialético da razão ou Espírito. Este movimento conduz ao Espírito Absoluto que ele identifica com o
Estado Absoluto Prussiano. A filosofia de Hegel leva à identificação da razão com o real e do real com o poder. Esta
identificação abre o caminho ao historicismo e à ideologia totalitária.
- Marx: foi o pesquisador da verdade da existência das duas classes – dos exploradores e dos explorados, fundou a
profecia da futura sociedade comunista utopia.

- John Rawls
A sua doutrina política encontra-se na obra ''Uma Teoria de Justiça``.
John Rawls construiu uma teoria de justiça que seja viável num ambiente utilitarista e intuicionista onde capitalismo
defendia os interesses da minoria e fortalecia o poder da burguesia em detrimento da maioria dos cidadãos.
Na sua obra, ele defende que os indivíduos não devem conhecer as suas classes sociais, os seus poderes económicos,
os seus graus de inteligência, a força e a noção do bem. Isto, para que haja igualdade sem preconceitos ("Véu de
ignorância").
- 1° Princípio de Justiça - todos devem ter direitos iguais de liberdade, seja ela política, de pensamento, de
consciência, de expressão, de propriedade pessoal.
- 2° Princípio de justiça - as desigualdades econômicas e sociais devem ser distribuídas de modo a beneficiar a todos
e que todos têm acesso. Ou seja, que os benefícios sejam compatíveis com princípios de poupanças justas, para que
haja justiça social e do bem-estar.
Assim, o homem não pode ser indiferente aos desfavorecidos, E sob o "véu de ignorância" poderem criar uma sociedade
liberal e bem ordenada. O liberalismo político manifestado pelo contrato social e pactos equitativos procura uma
concepção política da justiça que apresente as seguintes características:
a. Orientada para a estrutura básica da sociedade, as instituições políticas, sociais e económicas da sociedade
conjugam-se no sistema unificado da cooperação social;
b. Apresenta-se como independente de qualquer base mais ampla e não o utilitarismo cujo elemento importante é
o indivíduo;
c. Expressa ideias fundamentais e um ambiente de política pública de uma sociedade democrática e bem
estruturada composta por cidadãos livres e iguais.

- Contrato social: O "Véu de ignorância" é a posição inicial de contrato, ou seja, ao escolhermos o princípio que
queremos, deveríamos atender ao que escolhemos sob véu de ignorância. Deste modo, o homem não conhecerá nem
a sua capacidade nem a posição que assumirá na futura sociedade. Permitindo assim, que o homem esteja racional e
moralmente convictos de assumir a posição social que vier mesmo que for desfavorável.
liberalismo político: Liberalismo político é uma doutrina que visa a garantia de direitos considerados fundamentais:
direito à liberdade, à propriedade e à igualdade perante às leis.
O pensamento liberal surge, no século XVII, como uma resposta crítica ao poder ilimitado da monarquia absolutista.
Propõe uma sociedade nova, com limitações para o poder do Estado e a garantia da liberdade individual.

➥ Formas de sistemas políticos: Monocrático e Pluricratica


Na teoria clássica, o padrão para o número de pessoas no poder na sociedade foi ajustado. Está dividido em 3 regimes:
monarquia ( governo de um só homem), oligarquia (governo de vários homens) e democracia (governo do povo)
➸ O Regime Monocrático
É aquele que o governo tem a constituição, considera-se e é considerado pelos cidadãos como estado sujeito a
observância de leis ou princípios que limitam a sua liberdade de ação - autoritário.
A democracia é considerada como um governo ideal. Deve-se ressaltar que não existem regimes puros mas sim
mistos, cada um dos regimes pode englobar outras formas de regime. ( capitalismo e socialismo – sistema
democrático).
O sistema democrático e pluralista que se caracteriza pela limitação de poderes, defesa iniciativa da liberdade
individual e da propriedade privada. Com princípios da democracia a existência social é uma espécie de competição
em que todos os cidadãos estão na partida em idênticas condições – perante a lei.

Filosofia política em África


A Filosofia Africana é um conhecimento resultante da atividade intelectual dos africanos e/ou não africanos, que
tentam responder inquietações, problemas, desafios, polêmicas em torno dos africanos e da África.
Tem objetivos: resgatar a imagem perdida dos africanos, que os europeus inventaram e atribuíram-nos (ex: africano é
selvagem, incapaz).

➥Origem do Mito de inferioridade do negro


A filosofia africana aparece na cena filosofia, muito tarde por meio da obra Placide Tempels, cuja tradução francesa
apareceu em 1945 com o título: Filosofia Bantu.
Com a exploração europeia no final do séc. XV os europeus foram conhecendo outros povos, outras culturas. Os
europeus encaravam esses povos e culturas em comparação com os costumes e usos da cultura oidental como os
hábitos não são iguais, deduziram que esses povos (africanos) eram inferiores. E com esse pensamento, os europeus
passaram a dominar, a humilhar, a civilizar os africanos, sujeitá-los em trabalhos forçados etc.
Os africanos foram considerados povos desprovidos de qualquer racionalidade e por isso incapaz de aceder a reflexão
filosófica.
Muitos filosoficos do ocidente contribuiram na humilhação ou no mito de inferioridade do negro:
- Immanuel Kant: distinguiu 4 ranças e colocou na seguinte ordem: raça branca (europeus); Amarela (asiáticos /
russos); Rosa (índios). Essa ordem corresponde a ordem inversa de inferioridade das raças. Ele dizia que essa
inferioridade racial é hereditária, biológica.

- Lévy-Bruhl: afirma que o povo africano possui uma mentalidade primitiva, tem lógica menor ou muito baixa e não
conceptual.

- Devid Hume: afirma que o negro é inferior em todos aspectos e raramente se encontra gente civilizada no seio dos
negros. Na África, ricos e até mesmo os intelectuais não são civilizados.
- Henry Maurier: Na sua opinião as tradições, os costumes e hábitos que são comuns em comunidades africanas, não
devem ser consideradas de filosofia africana. E o hábito dos africanos, a sua tradição é algo irracional sem lógica.
- Hegel: acreditava que a África é incoerente e não conhece a razão = afirma que o africano não pensa, não reflete,
possui memória fraca etc.

➥ Reacções Contra o Mito de Inferioridade do Negro


Edward Tylor e Lewis Morgan afirmam que a ideia de que o africano não pode ter um pensamento filosófico por ser
desprovido de ideias universais é falsa. A razão é igual em todos os homens.

➵ A reacção dos africanos contra o mito de infeioridade do negro


A primeira reação foi marcada pelas várias tentativas de revolta dos escravos a situação desumano e humilhante que
a escravatura lhes impunha sob a legação da sua inferioridade.

- Frederick Douglas: foi um escravo africano nos EUA, conhecido na luta contra a escravatura. Entendia que as pessoas
são iguais independente de ser negro ou branco.

- Booker Washinton: dizia que a melhor forma de combater o racismo branco é garantir a emancipação politica dos
negros (so acumolando riqueza é que os negros conquistariam o respeito e admiração dos brancos). Para ele o
problema do racismo não era politico mas tinha a ver com a pobreza e falta de educação dos negros, essa tese ficou
conhecida como desenvolvimento segregado.

- William Edward Burghardt Du Bois: Entendia que o problemas do racismo era politico-social e cultural, e que o
sucesso dessa luto dependia da restauração da autoestima e da identidade do propeio negro.

- Marcus Mosiah Garvey: Afirma não e possivel integrar politico-socialmente o negro nos EUA, por isso, se o negro quer
ser respeitado deve voltar para a sua terra de origem. Crou o movimento Black To moviment que apelava o retorno à
Àfriica como unica forma de conquistar a emancipação do negro
➵ Correntes da filosofia africana
O filósofo queniano, Henry Oruka, distinguiu 4 tendências da filosofia africana: Etnofilosofia, Sagacidade filosófica,
Filosofia Ideológica - nacionalsta (Negritude, pan-africanismo e o surgimento dos nacionalistas) e a Filosofia
profissional.

- Etnofilosofia
É um tipo de saber de um determinado grupo/povo da mesma cultura, língua que partilham os mesmos hábitos e
costumes e que refletem a maneira de olhar o mundo e da sua própria cultura
Os pensadores desta corrente preocupam-se em compilar a história natural do pensamento popular tradicional sobre
questões centrais da vida humana em áfrica.
Grupo de pensadores e filósofos cujos nos seus trabalhos de investigação procuram demonstrar a existência de
princípios racionais nos mitos, na estrutura de diversas línguas, rituais, nas tradições, contos e fábulas dos povos
africanos, pelos quais esses povos se orientam e sobrevivem. Quem popularizou o termo etnofilosofia foi Paulin
Hountondji.

Representantes:
-Placide Tempels, Alexis Kangame, Marcel Griaule, John Mbiti.

Crítica à Etnofilosofia:
Os críticos entendem que, a filosofia começa quando onde a opinião e sabedoria popular termina porém, como será
possível mostrar a racionalidade do mito e da tradição que são contraditórios.

Estatuto da oralidade tradicional africana:


« Podemos considerar de filósofos os provérbios, contos,etc hábitos de Filosofia Africana?»
Na tentativa de responder essa pergunta, os filósofos africanos, se distribuem em 2 alas:
-A primeira: sustenta que a filosofia africana é um pensamento especulativo que sujas nos provérbios, nos costumes
que os africanos de hoje herdaram dos seus antepassados oralmente. John Mbiti - autor da obra « African Religions
and Philosophy».

- a segunda: dá ênfase à importância da escrita na criação de uma tradição filosófica moderna. Defende que os
provérbios, contos, fábulas contêm uma certa quantidade de conceitos filosóficos, por isso dão lugar a uma literatura
filosófica chamada etnofilosofia.
Paulin Hountondji - afirma que na áfrica tem filosofia mas não tem filósofos porque africanos não têm hábito de
escrever livros, de expor os seus pensamentos, como consequência, alguém pode roubar as suas ideias e expô-las em
seus livros.

- Sagacidade
O termo sagacidade deriva da saga, uma pessoa que cultiva bom senso nos seus juízos e comportamentos, ou seja
uma pessoa sábia. Sagaz refere-se aquele que possui ou treina agudeza de espirito para descobrir com prontidão
explicação para coisas obscuras

A sagacidade como corrente surge para resolver as seguintes inquietações:


- Quando um pensador ou pensador é considerado africano? (1)
- Quando uma certa filosofia é considerada filosofia africana/Quais são as características da filosofia africana? (2)
Alguns antropólogos sociólogos defendem que em cada cultura africana existem pessoas sábias que guiam seu
pensamento com base no raciocínio crítico e na intuição individual sobre os vários aspectos da vida, se questionam e
tentam elaborar respostas racionais com um certo nível crítico. A estes podemos chamar filósofos africanos.
Maiorias são iletrados e não escolarizados mas são reconhecidos como sábios nas comunidades étnicas e chegam a
ser conselheiros sob qualquer problema.
A sagacidade filosófica procura mostrar que os povos africanos possuem um pensar próprio que orienta suas vidas,
não necessita de ser por escrito e a tarefa dos intelectuais africanos consiste em identificar tais sábios e registrar as
suas reflexões.
Exemplo de dois filósofos africanos representantes da sagacidade:

- Bzik Anywanu (Nigéria): Diz que pensamento africano é todo aquele que fala de África e tem em conta os problemas
relacionados a África e os africanos, não importa a sua origem desde que fala de África. E esta como tal começa com
Placide Temples na sua Obra Filosofia Bantu.

- Paulin Hountondji (Benim): Diferente de Anyway defende que para ser filósofo africano deve ser realmente Africano.
Para ele, a filosofia africana deve ser elaborada em formato de livro a produto da discussão e reflexão numa mesa
redonda. Logo para ele a filosofia africano não começou pela obra de Placide Tempels por ser estrangeiro mas sim por
Alexis Kagame. E a obra African Religions and Philosophy, de Mbiti pertence a um conjunto de obras etno filosóficas e
pode se considerar parte da filosofia africana.
Críticas A Sagacidade
A sagacidade foi criticada pelos seus meios de eleger os sagazes, não explica formas de selecção e corre risco de
escolher incapacitados. E a ideia que um pensamento africano deve apenas ser elaborado pelos africanos, leva-nos ao
racismo e discriminação.

A filosofia ideológica- nacionalista


Ideologia nacionalista é a mesma coisa de negritude, Pan-africanismo e da origem dos nacionalismos em africa.

-Negritude
Negritude foi uma corrente literária que agregou escritores negros de países que foram colonizados pela França. Os
objetivos da Negritude são a valorização da cultura negra em países africanos ou com populações afro-descendentes
expressivas que foram vítimas da opressão colonialista.
- Para Jean Paul (europeu), a negritude aparece como tempo fraco duma progressão dialética, contra a afirmação
teórica e prática da supremacia do branco.
A negritude surge entre os negros africanos no quadro do panafricanismo com o desenvolvimetno segregado de Booker
T.Washington (acomodacionismo); o movimento do renascimento negro(black renaissance) e William Edward
Burghardt Du Bois e com a ideia de Regresso á Africa (black to moviment) de Marcus mosiah Garvey.
Negritude é um manifesto contra a dominação colonial e foi alvo de variados significados de acordo com os seus
objectivos que podem ser resumidos em:

Negritude Como Sofrimento e Revolta


Negritude de sofrimento e revolta onde se protagonizaram o desafio bem como a questão da identidade e restituir o
orgulho do seu passado, afirmar o valor das suas culturas e rejeitar a assimilação.

Negritude Como Política e independência nacional


Enquanto as suas manifestações artístico-culturais representam um acto político na luta pela conquista da
independência dos povos negros sob a dominação colonial e neo-colonial.

Negritude como Cultura e Humanismo


Enquanto preconiza o repúdio ao ódio e busca de soluções através do diálogo com as outras culturas, o negro não pode
ter a intenção de isolar-se do resto do mundo.
Negritude como sendo antropo Política-Revolução socialista
Enquanto privilegia a via socialista como o regime político viável para as novas nações independentes da África, facto
que se revelou um autêntico fracasso devido à sua transposição do Ocidente para África.
Negritude como Motor do desenvolvimento Humanitário
A negritude é um convite à mudança gradual e consciente das atitudes do africano de modo a imprimir uma nova
dinâmica de pensamento. É preciso reconhecer que o problema reside, em parte, em nós próprios, os africanos, pelo
que nada vale a política acusatória do colonialismo.

-O Pan-Africanismo
Pan-africanismo vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos).
Pan africanismo é um movimento político que estabelece a unidade africana, a unidade entre os negros de toda africa
com objectivo de dar a saber que os negros são um povo merecido, exaltado, lutador, desafiador, inteligente e
independente.
Este movimento surgiu fora de África, nos EUA (William Edward Burghardt Du Bois/ Henry Sylvester William). Du Bois
"criou" este movimento mas foi teorizado pela primeira vez Alexander Crummel com a expresão: África é a pratica da
raça negra e eu como negro tenho direito falar, de agir e de programar o futuro do meu continente. Pan africanismo
era formado por africanos com formação superior nas metrópoles: Inglaterra, França, Portugal e nos EUA.

O Objectivo do Pan africanismo era de resgatar a identidade do negro perdida ao longo da história por causa da
dominação colonial

Representantes: Kwame Nkrumah, Julius Nyerere, Kenneth Kaunda, Albert Luthuli, Nelson Mandela.

O surgimento dos Nacionalismos


Kwame Nkrumah decidiu lançar a proposta de criação dos EUA ( estados unidos de áfrica) ao estilo dos EUA. Porque ele
temia que as independências alcançadas precocemente (bom sentido do termo) por aqueles países africanos fossem
apenas políticas. Assim os países africanos estariam sempre a viver à espera do apoio do branco, seriam dependentes
de doações externas dos brancos e nunca estariam livres do branco.
Então era preciso criar uma única nação (estados unidos de áfrica), que teria uma língua comum e com um único
presidente.
Na altura lançou a questão de : - qual seria a língua oficial dos estados unidos de áfrica?
Alexander Crummell afirma que a língua inglesa deveria ser a língua oficial, já que é falada em muitos países e
encaixaria perfeitamente nos estados unidos de áfrica

Em relação ao sistema que os países africanos seguiram, Julius Nyerere disse que as sociedades africanas são
caracterizadas pelo socialismo. E o Capitalismo, não corresponde à realidade dos africanos.
Os estados africanos de recente via independente é, deve ser socialista, por causa de 2 razões fundamentais:
- o socialismo está enraizado no próprio passado (africano), na sociedade tradicional. O socialismo africano
moderno pode extrair da sua herança tradicional o reconhecimento da sociedade como uma extensão da unidade
familiar.
- Nas tradições africanas há uma concepção de que a riqueza está ao serviço da comunidade, mais do que em
proveito do indivíduo. Nenhum indivíduo deverá explorar o vizinho sob argumento de ser detentor de maior riqueza.

Por que razão a criação dos Estados Unidos de África ainda é um sonho?

- Dependência econômica: alguns países dependem economicamente de doações exteriores e os países doadores
determinam e impõem condições para tais doações; o que influencia na soberania de um estado.
- A existência de diferentes línguas oficiais nos países africanos o que faz com não haja diálogo entre os povos
africanos; estas línguas separam os africanos e dissolve, destruir a unidade dos africanos.

Mas em 25 de maio de 1963, sob o comando de Rastafari Maconi, os líderes africanos criaram uma organização
denominada OUA (Organização da União Africana), atualmente UA, que é presidida por uma mulher - Nkosazana
Dlamini Zuma.

Filosofia Profissional ou Acadêmica


Representantes: Orunga, Kwasi Wiredu, Marcien Towa, Eboussi Boulaga

Estes filósofos rejeitam a etnofilosofia: A filosofia deve ter o mesmo significado em todas as culturas embora a matéria
que recebe, a prioridade é o método usado possam ser ditados pela base cultura e a situação existente na sociedade
onde o filósofo trabalha ou operar e que a filosofia Africana é apanágio exclusivo de filósofos africanos.

Bzik Anyanwu, defende que a filosofia africana tanto pode ser cultivada por filósofos nativos como pelos filósofos que
não são da África. (como na Sagacidade Filosófica).

Para os filósofos profissionais, a capacidade de crítica e de argumentação devem ser características da filosofia
africana não pode fugir à regra: ela não deve ser dogmática.

Metafísica e arte
Ser ou não ser, eis a questão fundamental da metafísica. - Aristóteles

➥ Noção e objecto da ontologia (metafísica geral)


ontologia : onto - ser / ente / indivíduo
logia - tratado / saber / estudo / doutrina / investigação
A ontologia como metafísica geral é a parte da filosofia que se ocupa dos problemas relativos ao ser enquanto ser - do
ser na sua generalidade, e das qualidades ou propriedades que pertencem ao ser e não tomado nas suas partes; é o
estudo do ser nas suas variadas formas.

➵ OBJECTO DE ESTUDO
O objeto da ontologia é muito abstrato e de máxima extensão, portanto, diferente das demais ciências que se dedicam
ao estudo das coisas, que têm ou aquelas características, a ontologia estuda as coisas simplesmente enquanto são.

➵ O SER, O QUE É?
ser é tudo o que existe, independentemente do modo como é. Trata-se de uma noção quantitativamente genética e
completa e qualitativamente menos compreensiva. Porque o conceito « ser» é um gênero supremo,então não existe um
outro conceito que seja o seu gênero próximo.

➵ As categorias do ser
De acordo com Aristóteles, existem 10 categorias do ser , sendo a primeira é a substância e as restantes nove são
acidentes.
Substância - aquilo que é em si e por si não em outra coisa (A substância é aquilo que é em si e por si.). São todas as
coisas concretas e individuais: o homem, o cão, o lápis, etc. Aristóteles distingue 2 tipos de substâncias: a primeira e a
segunda.
- substância primeira: as coisas individualizadas, ou seja, os indivíduos na sua singularidade (ex: este caderno;
o João; o meu professor etc.). Se refere a indivíduos singulares e concretos

- substância segunda: tudo quanto existe como pensamento (ex: casa; escola; caderno; homem;etc.). São
espécies e os géneros que nos permitem atribuir certas qualidades às substâncias primeiras (ex: o João é um
homem.). Diz respeito às espécies e géneros singulares e abstratos.

Acidente: é tudo aquilo que ocorre ou acontece, aquilo que para ser necessita de apoiar numa substância. É o
predicado da substância, a sua existência está dependente de um outro ser, o acidente é o está sujeito a mudanças no
indivíduo. ex: A minha escola é linda
Mataka é inteligente
- Qualidade: a forma ou determinação da substância (ex: professor, inteligente, simpático).
quantidade: a determinação da substância que permite atribuí-la a partes distintas das outras (ex: grande, pequeno,
1.64m de alturas, 12 g, etc...).
- Relação: a ligação ou referência que a substância, ou até o acidente, estabelece com outra substância ou
acidentes (ex: pai, filho, primo, chefe, etc...)
- Tempo: momento, ou ocasião, apropriado ou disponível para que uma coisa se realize, ou seja, curso de eventos
extrínsecos que dura em determinado período (ex: Moçambique tornou-se 7)
-Lugar: espaço que um corpo substanciado ocupa em relação a outros corpos (ex: na escola, no mercado, no
cinema, etc).
-Acção: o que a substância faz usando as suas faculdades/poderes causando efeito em si mesma ou noutros
corpos circundados por substância (ex: dialogar, conduzir um automóvel, bater em alguém, etc.).
-Estado: luxo, pompa, fausto, ostentação- conjunto de bens/instrumentos que, por sua habilidade, complementam
a natureza da substância, permitindo a preservação e conservação da mesma ou de outras substâncias
corpóreas.
-Posição: sentimento/emoção, desencadeado por um agente que, ao sobrepor-se à lucidez e à razão, provoca
sofrimento numa determinada substância (ex: a perda de um ente querido, a crucificação de Cristo, o ferimento,
etc.).

➵ Potência e acto
Aristóteles recorre a 2 noções fundamentais para explicar o dinamismo do ser: potência e acto.
- Potência: é a possibilidade que uma matéria tem de vir a ser algo em acto. É o carácter dinâmico da matéria
que lhe permite possuir um determinado modo de ser e que lhe confere a capacidade do devir.(a farinha de trigo
é, em potência, um pão ou um bolo, ou seja, possui a capacidade de vir a ser algo que antes não era.)

- Acto: é « o que faz ser aquilo que é», é o ser real, é o que o determina. Explica a unidade do ser enquanto a
potência explica o que a matéria pode vir a ser . (a camisa do seu uniforme está em acto, isto é, existe
actualmente, já não é aquele simples tecido que era antes de ser costumada pelo alfaiate.)

➵ Essencia e existencia
A essência é o quê de uma coisa, isto é, o que faz com que uma coisa seja o que ele é, permitindo-lhe distinguir-se de
outra. A essência é a segunda substância, ou seja, tudo quando existe como pensamento. Refere-se às características
fundamentais da substância.
A existência é a essência em acto, ou seja, a realidade da sua essência. Aristóteles diz que a substância pode ser
entendida como a existência. A existência é a primeira substância, ou seja, as coisas individualizadas, ou seja, os
indivíduos na sua singularidade

As 2 correntes filosóficas modernas são: essencialismo e existencialismo


- ESSENCIALISMO: defende a primazia da essência sobre a existência - o ser define-se primeiramente e só depois
se torna isto ou aquilo.

- EXISTENCIALISMO: defende a primazia da existência, uma pessoa não tem qualquer natureza ou conjunto de
escolha predeterminadas. Teve o seu desenvolvimento, como corrente filosófica, na europa, no período entre as 2
guerras mundiais, e as características são:
- a valorização do indivíduo como algo irredutível: o que existe verdadeiramente é o indivíduo na sua
singularidade, é o indivíduo singular, uno e irrepetível (diferente) .

- a valorização da liberdade do homem enquanto ser situado no universo: a existência é a manifestação


do ser, ou seja, a liberdade que se afirma no ser contra todas as limitações impostas pela natureza, o
homem é livre de se tornar o que quiser, uma vez que a sua construção é algo de permanente e constante
enquanto ser situado no mundo.
➵ A cadeia aristotélica de causas: Tomás de Aquino e as cinco vias
No entender de Aristóteles, os seres criados não tem a razão de ser em si mesmos e distingue 4 causas que concorrem
para a produção de qualquer coisa.
- causa eficiente: condição do fenômeno que produz outro fenômeno, ou seja, aquilo que produz uma coisa; é o
artífice que confere o ser que antes uma coisa não possuía (ex: o carpinteiro que dá à madeira, a matéria-prima, a
forma da carteira onde está sentado).
-causa material: condição ou aquilo de que uma coisa é feita (para o caso da carteira onde estás sentado, a
causa material seria a madeira).
- causa formal: a forma ou o aspecto que um determinado ser toma ou que é plasmado pelo seu criador (ex:
carteira rectangular, quadrada).

-causa final: o propósito ou o objecto com que uma coisa é feita (no caso da tua carteira, seria apoiar-te,
colocando o teu material escolar sobre ela, permitindo-te escrever ou ler.).

Tomás de Aquino apresentou na sua obra, Summa theologiae, e enquadrado na temática da causa que, para este
pensador, é aquilo ao qual algo se segue necessariamente, as cinco vias, que também ficaram conhecidas como as
provas da existência de Deus. São elas:
1. O movimento do mundo só é explicável se existir um primeiro motor imovel
2. A série de causas eficiente no mundo devem conduzir a uma causa sem causa;
3.Os seres contingentes e corruptíveis devem depender de um ser necessário independente e incorruptíveis;
4. Os diversos graus de realidade e bondade do mundo devem ser aproximações a um máximo de realidade e
bondade subsistente;
5.A teleologia normal de agentes não conscientes no universo implica a existência de um orientador universal
inteligente.

➵ A Metafísica e o fim último de Homem


Aristóteles diz que toda a ação humana é feita em função de um fim, e este fim é o bem. Para ele, esse bem tem de ser
soberano e o bem soberano é a felicidade.
Dante atribui ao homem 2 fins últimos:
- O fim sobrenatural (a salvação das almas individuais).
- O fim natural (a felicidade terrena, com o atendimento das necessidades materiais e a formação das virtudes
morais do homem no âmbito da polis)

Brazão Mazula diz que o homem tem de agir de acordo com a ética da felicidade. O modelo da ética da felicidade
baseia-se no trabalho duro, na criatividade e na honestidade e na acumulação ilícita de bens.

➥ Estética
« é a ciência do belo»
kant define ética como a ciência que trata das condições de percepção pelos sentidos
O objetivo de estudar a estética, é o tipo de conhecimento adquirido pelos sentidos como bela arte.
A estética como problema filosófico, compreende os seguintes problemas: a natureza da arte, o seu fim e a sua
relação com as outras esferas da vida humana.

➵ A essência do belo
Platão entendeu a arte como uma imitação da natureza, que é, por sua vez, copia das ideias do mundo das ideias de
acordo com a sua concepção do mundo. O alvo da imitação é o belo.

Aristóteles diz que não se trata de uma reprodução da natureza, mas sim de uma reprodução com a intenção de a
superar.
Giambattista Vico diz que a arte é um modo fundamental e original de o homem se expressar numa determinada face
do seu desenvolvimento (a dos sentidos, a da fantasia e a da razão).
- a arte é a expressão humana na face da fantasia (o homem exterioriza a sua percepção da realidade através
de criação fantástica : poemas, mitos, pinturas, etc.)

Quanto a arte é a simples manifestação do belo, denomina-se belas-artes (designação comum às artes plástica,
sobretudo a pintura, a escultura e a arquitectura)

Quanto a arte visa fins lucrativos, denomina-se artes úteis.


➵ O belo como fundamento da arte (o que é belo é subjetivo)
Ferry afirma que « a estética (...) fundamenta o belo faculdade demasiado subjectiva para que nela se possa
facilmente encontrar alguma objectividade, a história da estética, pelo menos até finais do séc. XVIII, iria antes do
relativismo à busca de critérios».

A obra de arte deve ser uma representação bela do mundo do artista.

➵ As belas-artes
Podemos dividir as artes em: artes mecânicas, e belas-artes.
artes mecânicas: está preocupado com a utilidade da sua obra, o lucro.

belas-artes: a preocupação fundamental do artista é a expressão do gosto pelo belo. Classificam-se em artes
plásticas e artes rítmicas.
Artes plásticas: exprimem a beleza sensível através do uso das formas e das cores.
- a escultura: representa imagens plásticas em relevo total ou parcial.
- a pintura: combinação imaginária e sensitiva das cores, exprimem a percepção que o artista tem da
natureza. A pintura supera a escultura.
- a arquitetura: pela imaginação e criatividade, expressa a beleza com equilibradas proporções das massas
pesadas.

Artes rítmicas: produzem obras que exprimem a beleza mediante várias formas (sons, ritmos e movimentos).
- a poesia: com ritmo +/- suavizado pelas rimas e palavras harmonizadas entre si, cria uma sensação
agradável e é recitada ou lida em silêncio.
-a música: expressa a beleza através de acordes vocais, melodias e ritmos. a música pode transmitir
sentimentos de vária ordem.
- a coreografia: através de uma sequência de movimentos corporais realizados de forma rítmica, ao som da
música ou do canto, o artista exprime o modo como vê, sente e encara o mundo à sua volta

➵ sificado e valor social das produções artísticas


Como a artes representa a percepção do artista do mundo em que vive, torna-se a janela através da qual a
sociedade se revela, ou seja, a sociedade espelha-se nas obras de artes, porque estas são a sua representação.

➵ A arte e a moral: relação mútua?


Platão diz que a arte é o fruto do amor que impele a alma para a imortalidade. A alma vive feliz mediante a
contemplação da beleza subsistente. Para o alcance da felicidade, na vida terrena, a alma cria o belo através de
imitações da beleza. Platão condena a tragédia e a comédia porque são formas de arte imitativa que se afasta da
verdade em vez de se aproximarem dela. as razões que ele condena as artes imitativas são:
- representam os deuses e heróis com paixões humanas, perdendo respeito;
- não exprimem a ideia original das coisas;
-são fundadas nos sentidos e não na razão

Para Platão a única arte digna de ser cultivada é a música, ela educa para o belo e forma a alma para a harmonia
interior.

Kant diz que um objecto pode ser agradável, belo ou bom. O interesse vai o que agrada ou pelo o que é bom, mas não
que é belo. Não procuramos o prazer estético, ele acontece inesperadamente. é preciso distinguir o estético e o belo,
cuja separação se manifesta através do interesse, ausente no primeiro e presente no segundo. O belo e o bom são
análogos:
-agrada imediatamente;
- são universalmente partilhados;
- são inspirados por uma forma
- são livres

Benedetto Croce defende que a arte é absolutamente autônoma, para que arte seja a arte verdadeira deve ser
genuína expressão dos sentimentos íntimos do artista

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