Unidade II - Arte, Razão e Poder - Grécia, Roma e Arte Bizantina
Unidade II - Arte, Razão e Poder - Grécia, Roma e Arte Bizantina
Unidade II - Arte, Razão e Poder - Grécia, Roma e Arte Bizantina
História da Arte
Material Teórico
Arte, Razão e Poder – Grécia, Roma e Arte Bizantina
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Arte, Razão e Poder – Grécia, Roma e
Arte Bizantina
• Introdução
• Grécia
• Roma
• Arte Bizantina
·· Nesta unidade, você entrará em contato com a produção artística desenvolvida nas Antigas
Civilizações Grega e Romana e também com a luxuosa Arte Bizantina.
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Unidade: Arte, Razão e Poder – Grécia, Roma e Arte Bizantina
Contextualização
Aproveite esta unidade para obter informações sobre a produção artística desenvolvida nas
Civilizações Antigas na Grécia e em Roma, que deram grande importância para a construção,
sistematização e propagação do conhecimento através da razão. Além disso, compreenda a Arte
Bizantina que se desenvolveu de forma luxuosa no ano 330, data da fundação da cidade de
Constantinopla, até 1453 quando foi tomada pelos turcos.
Esperamos que você aprenda muito com este material e que ele possa ajudá-lo(a) em
questões futuras.
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Introdução
Grécia
Conhecida desde a antiguidade por Hellas e oficialmente por República Helênica, seu território
se localiza no Sudeste da Europa e é banhado pelo Mar Egeu, Mar Jônio e Mar Mediterrâneo.
De origem anterior a 2.000 a.C., o período entre 1500 a. C. e 800 a.C. ficou conhecido como
Micênico ou Homérico, já que os poemas de Homero ilustram com detalhes esse momento histórico.
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Unidade: Arte, Razão e Poder – Grécia, Roma e Arte Bizantina
Você Sabia ?
O poeta Homero escreveu, entre outros, dois poemas épicos. A Ilíada, que narra os acontecimentos
do nono ano da guerra de Troia, consequência da ira de Aquiles, e a Odisseia, que é a continuação
do poema anterior, quando o herói Odisseu retorna à sua cidade natal, Ítaca.
Os habitantes da ilha de Creta são apontados como os primeiros habitantes da região. Ficaram
conhecidos como um povo alegre, festivo e amante da liberdade e pela cultura minoica e arte
egeia desenvolvida por eles, da qual resultou uma produção de obras notáveis, na pintura, na
escultura e na arquitetura, como os monumentais palácios luxuosamente decorados.
Você Sabia ?
Os habitantes da ilha de Creta dedicavam-se
ao comércio marítimo e criaram uma cultura
própria na qual a fertilidade masculina era
simbolizada pela forma animal do touro, por
sua força física. Participava dos sacrifícios
e rituais, juntamente com os homens, nos
jogos realizados nos pátios dos grandes
palácios. Foi representado muitas vezes em
Figura 1: Salto sobre o touro. C. 1500 a.C. Afresco. objetos, esculturas e afrescos.
Fonte: Olaf Tausch/Wikimedia Commons.
A produção artística grega inicial, chamada de estilo arcaico – c. 750 até 480 a.C., foi
fortemente influenciada por outras civilizações como a egípcia, entre os séculos VII a VI a.C.,
mas aos poucos desenvolveu um estilo próprio em conformidade com a sua cultura e contexto.
Escultura
No período Arcaico, os gregos seguiram o padrão técnico egípcio de representação: o artista
fazia abordagens frontais e laterais do bloco de mármore até que chegassem aos limites da figura.
Dessa forma de construção, nasciam figuras de grande rigidez e imobilidade, o que fazia muito
sentido para as grandes esculturas egípcias que serviam de morada para o ka, a alma do morto.
O nome kouros significa jovem de pé e se referia à escultura de uma figura masculina.
Não era uma pessoa em especial, mas simplesmente um jovem nu, que representava um tipo
ideal de beleza, em pleno vigor da forma física. Na Grécia, era comum encontrá-la em túmulos
e templos, mas o mais interessante é que seguia um padrão de representação. Todas essas
esculturas eram muito parecidas.
Semelhantes às figuras egípcias, o kouros grego era um jovem de pé em posição rígida, que
olhava para frente, com os braços junto ao corpo e com as mãos fechadas. Seus ombros eram
largos, a cintura fina e a perna esquerda sempre estava à frente com uma rótula bem marcada.
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Atenção
Como dissemos anteriormente, a produção artística grega se desenvolveu e criou um estilo próprio.
Ainda que suas esculturas de corpo humano desse período mostrassem vestígios do bloco
cúbico, ao contrário da escultura egípcia, a parte posterior do bloco passou a ser trabalhada e a
figura se desprendeu da parede, ganhando detalhes na parte de trás. As figuras gregas começaram
a apresentar uma intenção de movimento, talvez porque devessem parecer mais próximas da
figura humana viva, já que não estavam presas nem às questões religiosas e muito menos a
padrões a serem seguidos. É possível notarmos uma tensão, que até então não existia, através
de olhos mais abertos e do famoso sorriso arcaico.
Figura 2: Kouros, jovem de pé. Século VII a.C. Figura 3: Kore, versão feminina do Kouros.
Fonte: Ricardo André Frantz/Wikimedia Commons. Fonte: Sailko/Wikimedia Commons
Kore é o termo usado para designar a versão feminina do kouros. As principais diferenças
na representação é a utilização das vestes e o uso de um bloco cilíndrico, mais coerente com o
corpo curvilíneo da mulher
O estudo da anatomia do corpo humano, ainda nesse período, fez surgir um tipo de
representação mais natural e menos rígida. As orelhas, olhos e rótulas, por exemplo começaram
a ganhar vida; os braços e as pernas tornaram-se extensões naturais do corpo e o cabelo deixou
de parecer uma cabeleira.
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Unidade: Arte, Razão e Poder – Grécia, Roma e Arte Bizantina
O segundo estilo artístico é o Clássico – de 480 até 323 a.C. – período também conhecido
como de Péricles, nome de um político que se destacou por incentivar as artes e por levar a
cidade de Atenas ao seu apogeu.
Foi nesse período que o escultor Krítios descobriu uma forma de construir o corpo humano
de uma maneira mais natural. Surgiu o contraposto, uma postura que tornava a escultura
mais parecida com um corpo que tem flexibilidade e molejo. Isso significava arqueamento
do joelho direito, deslocamento sutil da pélvis e arqueamento da coluna vertebral com uma
leve inclinação dos ombros.
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Os jogos olímpicos influenciaram muito a criação de esculturas de jovens com corpos atléticos.
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As esculturas ganham realismo através da expressividade nos rostos, dos corpos jovens e
atléticos em diversas posições, quebrando o rigor da frontalidade das antigas estátuas e podendo
ser admiradas por diversos ângulos.
O acabamento dado às esculturas de mármore era uma pintura realista. Já nas esculturas de
bronze era feito um tipo de polimento que se assemelhava à cor da pele. Nos olhos incrustavam-se
pedras coloridas e pestanas de arame e os lábios e mamilos eram decorados com o cobre vermelho.
É no terceiro e último estilo, o Helenístico – c. 323 a 31 a.C. –, que a emoção aparece
através dos dramas que as esculturas representam. No lugar de corpos idealizados, podemos ver
a feiura e a velhice, assim como a dor e o sofrimento. Essa dramaticidade vai além da tensão
indicativa do movimento, cenas inteiras parecem se desenvolver diante dos olhos do espectador.
São características dessas esculturas: a preferência pela representação do corpo humano, sendo
menos frequentes os animais ou outros motivos decorativos; naturalismo da figura humana; a
busca da proporcionalidade e do equilíbrio; a policromia e o uso do mármore e do bronze.
Pintura e Cerâmica
O pouco que sabemos sobre a pintura grega se deve ao fato de grande parte das pinturas
murais terem desaparecido com as destruições causadas pelas guerras.
Os vasos de cerâmica feitos tanto para ornamentação, como para armazenamento de itens
como água, vinho, azeite e mantimentos revelaram um grande primor na sua elaboração, não
apenas em relação à forma, mas também nas pinturas feitas em seu exterior.
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É esse tratamento externo que nos dá indícios sobre a pintura desenvolvida pelos gregos. Em
geral, representavam cenas da vida cotidiana e da mitologia. São três os estilos conhecidos na
pintura dos vasos:
Geométrico – surgido por volta de 800 a. C. Inicialmente, caracterizava-se pelos desenhos
abstratos de figuras geométricas, como triângulos, losangos e círculos. Com o tempo, as
composições tornaram-se mais complexas e variadas, aparecendo figuras humanas em cenas
bem elaboradas.
Figura negra - Exéquias foi o pintor que mais se destacou na técnica da figura negra.
A silhueta das figuras era pintada de negro, fazendo forte contraste com o fundo castanho-
avermelhado dado pela cor natural do barro utilizado. Os detalhes surgiam da incisão de uma
ferramenta pontiaguda sobre a superfície preta, deixando transparecer a cor do fundo.
Figura vermelha – Cerca de 500 a.C., Psíax desenvolveu uma técnica oposta ao da figura
negra. Neste estilo, as figuras têm a cor original do barro, sendo o fundo pintado de negro. Estas
figuras mais claras pareciam ter ainda mais naturalidade do que as figuras no estilo negro. Os
detalhes eram pintados com pincel fino para que as linhas fossem mais flexíveis e mais fluidas.
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Arquitetura
Ao contrário do que podemos pensar, os templos eram construídos para abrigar as esculturas
dos deuses gregos e não tinham a função de reunir fiéis como as igrejas. As três ordens
arquitetônicas gregas – Dórica, Jônica e Coríntia – surgiram a partir do século VII a.C. e são
identificadas pelas plataformas de degraus, tipo de colunas e entablamentos.
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Ordem Dórica – 600 a. C. – na mais simples das ordens, a coluna possui um fuste formado
por sessões com estrias verticais, apoiado diretamente na estilóbata e um capitel retangular e
simples, que sustenta uma arquitrave lisa. Sobre ela ficam o friso e a cornija.
Ordem Jônica – 450 a. C. – mais leve e ornamentada que a ordem dórica, seu fuste é de
menor diâmetro, com maior quantidade de caneluras e apoiada em uma base ornamental.
Possui um capitel ornamentado e formado por duas volutas; sua arquitrave é dividida em três
partes e os frisos e métopas eram esculpidos em relevos.
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Ordem Coríntia – 400 a. C. – variante da anterior, seu fuste tinha um diâmetro menor e seu capitel
era ornamentado com folhas de acanto. Foi muito utilizado nas construções do período Helenístico.
A cobertura dos templos gregos era simples, de duas águas e feita de madeira. Seu frontão
triangular era ornamentado com esculturas. Sua planta era simétrica, com seu núcleo dividido
em três partes: o pórtico de entrada, pronau; o núcleo, local onde ficavam as divindades, nau;
e os fundos, epistódomo.
Você Sabia ?
Tanto homens como mulheres usavam uma túnica, chamada de quitão, presa à cintura com um cinto.
A maior parte era feita com lã de carneiro, pois apenas os ricos podiam comprar as de linho ou algodão.
Roma
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Você Sabia ?
A fundação da cidade de Roma em 753 a.C. está ligada à lenda da Loba Capitolina. Virgílio, em seu
poema épico chamado Eneida, datado de I a.C., conta que o rei Numitor e sua filha, Silvia Reia,
foram aprisionados por Amúlio, irmão do rei. O rei Marte, ao saber que a princesa estava presa em
uma torre, vai ao seu encontro e a engravida de gêmeos. Amúlio coloca os bebês em uma barca e os
lança no rio Tibre, mas são encontrados por uma loba, que os amamenta. Um casal encontra Remo e
Rômulo, que crescem e enfrentam o rei Amúlio, fundando a cidade de Roma, em 753 a.C.
Roma foi fortemente influenciada pela cultura dos gregos e etruscos que moravam na Itália
entre os séc. XII e VI a.C. Dos gregos herdou o ideal de beleza e dos etruscos dois elementos
importantíssimos para a arquitetura: o arco e a abóbada.
Admiravam tanto a arte grega, que colecionavam os originais e faziam reproduções para
decorar as suas ricas moradias. Incorporaram as obras gregas, e seus artesãos ensinavam
suas técnicas e copiavam os originais. Muitas obras que originalmente são gregas, apenas
sobreviveram ao tempo através das cópias romanas.
Escultura
Apesar da importação das esculturas e do grande número de cópias feitas dos originais
gregos, os romanos desenvolveram um estilo próprio.
Quando um chefe de família morria, era encomendado uma cópia de seu rosto em cera
para ser preservada. Era uma forma de manter viva na memória a imagem dos antepassados e
transmitir a ideia de continuidade das famílias. A fragilidade do material fez com que essas peças
desaparecessem com o tempo.
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Como o poder era um bem maior para esse povo, uma das funções
da estatuária era retratar os governantes com características físicas
que transmitissem uma personalidade forte e austera. Retratavam os
políticos de forma fiel, realçando suas rugas e marcas de expressão
que evidenciassem uma grande preocupação e seriedade com o
seu governo. No lugar do ideal de beleza dos deuses gregos, surgiu
a escultura realista. Esculturas de governantes com semblantes
impiedosos e realistas marcaram a era republicana.
Já no período do Império, as expressões austeras deram lugar
a semblantes mais suaves. “Os retratos dos imperadores como o
de Trajano deram início à moda de semelhanças mais heróicas e
idealizadas” (JANSON; JANSON, 1996, p. 74). A imagem criada
Figura 17: Retrato de um romano. C. para essas pessoas deviam transmitir as qualidades idealizadas
80 d.C., mármore.
Fonte: Wikimedia Commons. dos deuses, de forma a dar segurança a seu povo. Diante de um
desafio, uma batalha ou entrave político, o governante teria calma e
sabedoria suficientes para resolvê-lo.
Quando pensamos nas esculturas gregas e romanas, as imagens que surgem são de obras
em mármore, totalmente brancas. Na verdade, elas eram pintadas, como mostra a imagem a
seguir. A pintura, por ser um acabamento delicado e o pigmento utilizado pouco resistente, se
desgastou até desaparecer quase totalmente. Um olhar um pouco mais atento pode descobrir
pequenos resquícios de tinta nas peças.
Fonte: VignaClaraBlog.it
Fonte: Thinkstock/Getty Images
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A maioria das obras romanas
originais se basearam em
modelos gregos, como é o caso
da escultura de Augusto. A
posição escolhida pelo escultor é
a mesma da obra grega Dorífero de Policleto,
agora com as roupas e as feições do imperador
e um braço e um olhar direcionado a seu povo.
Figura 20: Dorífiro, Policleto. C. 440 a.C., mármore.
Fonte: Marie-Lan Nguyen/Wikimedia Commons.
Os relevos narrativos, era uma outra forma de representação. As figuras eram esculpidas na
pedra, porém com pouca altura e sem abordagem em sua parte posterior. Para os romanos, era
uma forma de perpetuar as lembranças de fatos importantes, como os ocorridos durante a
guerra, a vida dos imperadores e os personagens mais importantes do período imperial.
Você Sabia ?
Os gregos também fizeram relevos escultóricos para adornar objetos e decorar sua arquitetura,
mas deram preferência aos temas mitológicos.
Figura 21: Coluna de Trajano, vista geral e detalhes. C. 110 a 113 d.C. Roma.
Fonte: Wkight94/Wikimedia Commons.
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Pintura
A pintura romana era feita sobre as paredes com a técnica do afresco, na qual o artista
aplicava a tinta sobre uma camada ainda úmida de gesso, tornando-a parte da estrutura.
A destruição causada pela erupção do monte Vesúvio, em 79 d.C., é uma das causas de
sabermos tão pouco sobre as pinturas romanas. Partes preservadas e descobertas posteriormente,
informam sobre sua origem, função e qualidade. Essas pinturas faziam parte da decoração
interna dos edifícios e podiam ser apreciadas em painéis que recobriam suas paredes, no final
do período republicano até o período do império, adotando os princípios e temáticas gregas dos
períodos Clássico e Helenístico.
Segundo estudiosos, a pintura dos afrescos romanos pode ser dividida em quatro tipos:
a pintura das paredes imitando o mármore; a criação de painéis como janelas, que criam a
sensação de saliência e profundidade, nas quais aparecem figuras de animais e cenas cotidianas
realistas; pinturas delicadas e cheias de detalhes; e, por fim, o quarto tipo que é uma síntese dos
anteriores, como a sala da casa dos Vetti em Pompeia.
Também foram encontrados retratos em miniaturas pintadas em vidro do século III d.C. e
imagens de pessoas mortas sobre seus sarcófagos.
Arquitetura
Os romanos aprenderam muito sobre construção arquitetônica com os etruscos e deles
herdaram os arco de plena volta e o sistema de construção de abóbadas, o que permitiu a
criação de enormes espaços cobertos. Construíram edifícios públicos e privados como casas,
templos, termas, aquedutos, mercados e prédios governamentais.
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Figura 23: Ponte-du-Gard, França.
Fonte: Thinkstock/Getty Images.
Os templos romanos, ao contrário dos gregos, eram erguidos num plano mais elevado, sendo
a entrada feita por uma escadaria diante da fachada frontal, o que a tornava mais imponente.
Além disso, os edifícios deviam ser grandes pois abrigavam um grande número de pessoas para
a adoração de deuses, solução de problemas administrativos ou ainda para a diversão.
O Panteão é um templo dedicado a todos os deuses, construído em Roma, durante o reinado
do imperador Adriano. De planta circular, concilia a arquitetura grega e romana, tanto em seu
aspecto exterior como interior.
Figura 24: Panteão - vista externa e interna. 118 a 125 d.C. Roma.
Fonte: Jean-Pol Grandmont, Juan Francisco Adame Lorite/Wikimedia Commons.
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Um átrio cheio de colunatas leva a um pórtico de onde se abrem as portas para seu belo
interior, pleno de delicada leveza, totalmente contrastante com a sobriedade da sua fachada
externa. Seu espaço interno possui proporções de um equilíbrio perfeito.
Dos teatros e anfiteatros, o mais conhecido da época romana é o Coliseu, do final do
período republicano, construído bem no centro de Roma. De formato elíptico e com capacidade
para 50 mil espectadores, servia para distrair as pessoas com lutas entre gladiadores, pobres
cristãos, escravos e animais selvagens. Sua fachada inteira foi construída com arcos e abóbodas.
“O exterior, monumental e cheio de dignidade, reflete as subdivisões do interior, mas é revestido
e enfatizado por pedra lapidada” (JANSON; JANSON, 1996, p.71).
As casas romanas possuíam uma planta retangular com a porta de entrada localizada em um dos
lados de menor tamanho, que levava a um átrio. Do lado oposto à porta ficava o quarto principal.
Na parte de trás da moradia, havia o peristilo, como nas casas gregas, uma espécie de espaço
retangular aberto, circundado por um corredor cheio de colunas que levam para outros cômodos.
Muitos dos edifícios romanos eram decorados com mosaicos, cheios de realismo e imaginação,
feitos com pedaços de mármore. As composições combinavam formas e cores com muita
criatividade para representar a fauna, a cultura e as cenas diárias.
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Figura 27: Piso em mosaico. Sítio arqueológico de Volubilis, Marrocos.
Fonte: Thinkstock/Getty Images.
Arte Bizantina
A capital do lado oriental estava localizada em local privilegiado, entre a Europa e Ásia, no
estreito de Bósforo, o que lhe permitiu enriquecer com o trânsito obrigatório de mercadorias e
se defender de invasões.
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Enquanto do lado ocidental havia o imperador e um líder espiritual, o papa, do lado oriental
havia apenas o imperador, que era tanto representante político como espiritual do povo.
A produção artística do lado oriental ficou conhecida como Arte Bizantina, “que tinha um
objetivo: expressar a autoridade absoluta do imperador, considerado sagrado, representante de
Deus e com poderes temporais e espirituais” (PROENÇA, 2007, p. 47).
Nas imagens encontradas dessa época, o imperador é representado com uma auréola sobre
sua cabeça e acompanhado tanto dos membros da igreja, como de soldados. No mosaico
bizantino Justiniano e sua corte, o imperador aparece no centro da imagem segurando com
as mãos uma bandeja com pão, representando a figura do Cristo. Ele está de frente, com o
olhar fixo e uma postura rígida, levando “o observador a uma atitude de respeito e veneração”
(PROENÇA, 2007, p. 48). A cor dourada simbolizava o ouro e a riqueza e justifica o título dado
a essa época de a Idade do Ouro.
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Figura 30: Justiniano e seu séquito. C. 547 a 548 d.C. Mosaico. Igreja de São Vital, Ravena.
Fonte: Wikimedia Commons.
O imperador Justiniano, dividiu seu reinado com sua esposa, a imperatriz Teodora. No
mosaico Imperatriz Teodora com seu séquito e damas da corte, suas vestes requintadas e de cor
exuberante, seu colar de pérolas e a faixa ornamental sobre sua cabeça mostram a hierarquia
social existente no império. Aparece com uma auréola, pois era considerada uma pessoa sagrada.
Figura 31: Justiniano e seu séquito. C. 547 a 548 d.C. Mosaico. Igreja de São Vital, Ravena.
Fonte: Wikimedia Commons.
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Pintura
O ícone bizantino, surgido no século V, é uma pintura extremamente elaborada e suntuosa
que mostra as figuras sagradas do evangelho como o Cristo, a Virgem, os santos e mártires. A
técnica do afresco ou encáustica era aplicada sobre uma base de madeira ou metal, podendo ser
revestida com folhas de ouro e com incrustações de pedras preciosas. Muitos ícones recebiam
joias reais para conferir um aspecto ainda mais luxuoso.
Em 726, a questão iconoclasta proibiu o uso de imagens religiosas, o que reduziu enormemente
a produção da pintura e da escultura. Porém, em 843, com a vitória dos iconófilos, há uma
retomada da arte, cujo período ficou conhecido como a Segunda Idade do Ouro. Nesse
momento, surge “um classicismo que se fundiu harmoniosamente com o ideal espiritualizado
de beleza humana [...]” (JANSON; JANSON, 1996, p.100).
Escultura
O que conhecemos da escultura nesse período é a
sua aplicação na arquitetura, como os baixos-relevos
feitos em capitéis que sustentam arcos e abóbodas
herdados da arquitetura grega e romana.
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Arquitetura
As construções de planta redonda e com um domo central são tradicionais nessa região desde
o imperador Constantino, mas “a partir de Justiniano, as igrejas abobadadas e de plano central
passariam a dominar o mundo da Cristandade ortodoxa [...]” (JANSON; JANSON, 1996, p. 97).
A igreja de Santa Sofia, foi construída no reinado de Justiniano e talvez seja a melhor forma
de exemplificar o quanto a arte Bizantina é suntuosa. Sobre sua planta quadrada encontra-se
uma imensa cúpula circundada por várias outras, sustentadas por quatro arcos. Sua nave central
é circundada por colunas com capitéis coríntios. “O revestimento de mármore e mosaicos e a
sucessão de janelas e arcos criam um espaço interno de grande beleza” (PROENÇA, 2007, p. 49).
Figura 34: Igreja de Santa Sofia – vista externa e interna. 532 a 537 d.C. Istambul.
Fonte: Thinkstock/Getty Images.
A maior parte das majestosas construções dessa época se encontram na cidade italiana
de Ravena, como San Vitale e San Apollinaire in Classe. O fato se deve a Justiniano querer
reunificar o Império novamente. A cidade de Ravena foi reconquistada em 540 e se tornou um
local de muita importância no lado ocidental.
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Material Complementar
Gladiador
Direção/Roteiro: Ridley Scott.
Origem: Estados Unidos.
Duração: 154 minutos.
Sinopse:
O ano é 180 e o general romano Máximo (Russel Crowe), servindo ao seu imperador Marco
Aurélio (Richard Harris), prepara seu exército para impedir a invasão dos bárbaros germânicos.
Durante o combate, Máximo fica sabendo que Marco Aurélio, já velho e ciente de sua morte,
quer lhe passar o comando do Império Romano. A trama onde Cômodo (Joaquin Phoenix), filho
do imperador, mata o pai, assumindo o comando do Império, não é historicamente verídica. Na
verdade, Cômodo assumiu quando seu pai morreu afetado por uma peste, adquirida durante
uma nova campanha no Danúbio. Enquanto Cômodo assume o trono, Máximo que escapa da
morte, torna-se escravo e gladiador, travando batalhas sangrentas no Coliseu, a nova forma
de divertimento dos romanos. Máximo, disposto a vingar o assassinato de sua mulher e de seu
filho, sabe que é preciso triunfar para ganhar a confiança da plateia. Acumulando cadáveres nas
arenas, o gladiador luta por uma causa pessoal, de forma quase que solitária e leva benefícios
ao povo, submetido pela política do “pão e circo”. “Nesta vida ou na próxima eu terei minha
vingança”. Máximo sabe que o controle da multidão será vital para que possa arquitetar sua
vingança, que culmina em um combate com o próprio Cômodo.
300
Direção/Roteiro: Zack Snyder.
Origem: Estados Unidos.
Duração: 117 minutos.
Sinopse:
O rei Leônidas (Gerard Butler) e seus 300 guerreiros de Esparta lutam até a morte contra o
numeroso exército do rei Xerxes (Rodrigo Santoro). O sacrifício e a dedicação destes homens
uniu a Grécia no combate contra o inimigo persa.
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Roma – série de TV
Direção/Roteiro: Michel Apted, Allen Coulter, Alan Poul, entre outros.
Origem: Reino Unido/Estados Unidos.
Duração: 90 minutos.
Sinopse:
A vida dos grandes imperadores e de pessoas comuns e os principais fatos históricos no final
da República Romana.
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Referências
GOMBRICH, Ernest Hans Josef. História da arte. São Paulo: LTC, 2000.
JANSON, H.W.; JANSON, Anthony F. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins
Fontes, 1996.
ARTE: o guia visual definitivo/ consultor editorial Andrew Graham-Dixon. São Paulo:
Publifolha, 2012. Vários Colaboradores.
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Anotações
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