UFCD6649 Construcoes Metalomecanicas Serralharia

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UFCD 6649 - Construções metalomecânicas – serralharia

Designação da UFCD: Construções metalomecânicas – serralharia


Código: 6649
Carga Horária: 25 horas

Objetivos
Identificar e caracterizar as diversas ferramentas manuais, e equipamentos utilizados nas
construções metálicas, manipulá-las e operá-las.
Executar peças simples envolvendo operações elementares de serralharia civil (perfis), soldadura
e oxicorte, corte e quinagem de chapa.

Conteúdos
Operações elementares em construção metálica
Introdução
Identificação e caracterização de ferramentas e posto de trabalho
Normas de segurança, precaução e manutenção dos equipamentos
Operações elementares em construção metálica: Traçagem, limagem, corte, furação e roscagem;
Corte com tesoura manual e com tesoura de alavanca; Corte com escopro e buril; Brasagem a
estanho; Esmerilagem; Rebarbagem; Serragem de perfilados com topos de ângulos variados;
Rebitagem manual
Noção de processos de ligação de peças
Medição, verificação e controlo das peças

Serralharia civil. Perfis e chapas


Identificação e caracterização dos perfis e chapas mais utilizados em construção metálica
Noções dos processos de ligação de peças: por rebites, por parafusos, por soldadura
Traçagens e medições
Tecnologia, técnicas de corte e conformação da chapa: Guilhotinagem de chapas e perfilados;
Corte e quinagem de chapa fina.
Quinagem manual. Quinagem mecânica; Dobragem e encurvamento de chapas e perfilados;
Processos de entalhar chapas e perfilados; Desenvolvimento de chapas. Planificações e
interseções simples.
Técnicas de desempeno, de rebarbagem, e limagem
Prática de execução de conjuntos simples com perfilados e chapa

Soldadura e oxicorte
Generalidades. Tecnologia da soldadura
Processos e equipamentos
Constituição do posto de trabalho
Máquinas de soldadura: fonte de energia, acessórios, gases utilizados, características das
máquinas
Constituição do conjunto oxiacetilénico: maçaricos tipo, manómetros, mangueiras, sistemas de
segurança
Cuidados com a manutenção e manuseamento. Normas de segurança
Corte com maçarico
Prática de execução de peças simples envolvendo operações elementares de soldadura e oxicorte

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1 - Ferramentas
Alicates - São ferramentas que permitem realizar, manualmente, uma multiplicidade de operações, tais
como apertar, dobrar, prender e cortar peças pequenas em obras onde não há dimensões precisas.
São constituídos por duas hastes com uma articulação comum. Estas hastes têm formas diferentes
para cada um dos lados da articulação. Um dos lados tem a forma de pega e permite ao operador exercer
a força necessária para executar determinada operação. O outro lado tem formas variadas, conforme o
tipo de operações a que o alicate se destina.
A B C

Fig. 2A e 2B – Alicates de freios; Fig. 2C – Alicate de pontas curvas.

D E F

Fig. 2 D – Alicate de corte; Fig. 2E – Alicate universal; Fig. 2F – Alicate de torno ou de grifes.

Nota 1- O Alicate de grifes também conhecido por alicata, é um alicate de pressão, para fixação
de peças durante o tempo necessário. É afinado o aperto a espessura de fixação/força por um parafuso.
Nota 2- O de corte não pode ser usado em materiais de aço duro, caso contrário fica danificado.

G H

Fig. 2G – Alicate ajustável ou extensível; Fig. 2H – Alicate de descarnar fios.

Buris – ferramenta de corte tipo escopro mas de pequenas dimensões e com diversas formas.

Fig. 3 – buris

Escopro - ferramenta utilizada para pequenos cortes por impacto.

Fig. 4 – escopro

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Chave de canos – usada para apertar tubos roscados ou porcas de canalizações e de hidráulicos.

Fig. 5 – Chave de canos

Esquadro magnético – usado para alinhamento e fixação das peças

Fig. 6 - Esquadro magnético da marca BrutaTec

Grampos - usados para fixação das peças

Fig. 7 – Grampos (a imagem do meio é para tubos)

Limas - são ferramentas para bancada e cada vez menos utilizadas na produção.
Podemos classificá-las quanto a três aspectos:
Picagem;
Forma;
Dimensão.

Quanto à picagem elas podem ser:


Limas Bastardas - Caracterizam-se por uma picagem grossa, vocacionada para grandes desbastes;
Limas Bastardinhas - Caracterizam-se por uma picagem média vocacionada para pequenos
desbastes;
Limas murças - Caracterizam-se por uma picagem fina vocacionada para acabamentos.

Quanto à forma elas podem ser:


Paralelas

Fig. 8 – Lima paralela


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Meia-cana

Fig. 9 – Lima meia-cana


Triangulares

Fig.10 – Lima triangular


Faca

Fig.11 – Lima tipo faca


Chata

Fig 12 – Lima chata


Redondas

Fig 13 – Lima redonda


Quadradas

Fig 14 – Lima quadrada

Mandris - são ferramentas em aço rápido (HSS), destinadas a conferir aos furos um bom acabamento,
que não se consegue com as brocas, para além de se conseguir um grau de precisão dimensional que não
é possível com as referidas brocas. Existem variados modelos de mandris, cada um com a sua
especificidade.

Fig 15 – tipos de mandris

Martelos - Os martelos mais vulgarizados são os seguintes:


 Martelo de orelhas (A);
 Martelo de bola (B);
 Martelo de pena reta (C);
 Martelo de pena cruzada (D);

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Fig. 16 - Martelos. Fig. 17 - Maneira errada (A) e certa (B) de como empunhar o martelo ao bater.

Os martelos devem ser empunhados perto da extremidade do cabo, não junto à cabeça, a fim de
reduzir a força muscular necessária ao choque e em caso de desvio pode bater-se na mão.
As superfícies dos martelos de aço devem ser conservadas limpas, livres de poeiras e óleo,
quando em uso, para evitar mossas na obra e para prevenir resvalamento.
Para trabalhos mais pesados podem ser usadas as marretas e malhos.

Notas de segurança – ao martelar por vezes são produzidos estilhaços que podem cortar, pelo que se
deve usar óculos para prevenir acidentes, a fig. 17 ilustra o caso em que o martelo pode estilhaçar.
Para reduzir o barulho da bancada após a pancada mantem-se o martelo encostado.
O barulho faz mal à saúde, tira tempo de vida (fonte OMS) e muito ruido pode originar
acidentes, por não se ouvir o que se passa em nosso redor.

Fig. 18 - Marretas e malhos para trabalhos pesados

Existe ainda um tipo de martelo cuja designação genérica é martelo macio ou maço. A cabeça é
de metal macio ou de outro material, como madeira, plástico, borracha, etc. Estes martelos são utilizados
para dar golpes em peças trabalhadas, mas sem produzir danos nas superfícies acabadas.

Fig19A - Martelo de metal macio (Chumbo); Fig19B - Maço c/ inserções de cobre/fibra; Fig19C - Maço de madeira ou plástico.

Punção de bico - É um utensílio de forma pontiaguda feito em aço fundido, temperado e endurecido,
que é utilizado para efetuar orifícios em materiais de pouca dureza, geralmente é utilizado na marcação
de furos, previamente definidos por traçagem.

Fig. 20 - Punção de bico

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Rascadores - ferramenta que tem como função principal a rascagem de superfícies e das esquinas dos
cortes.

Fig. 21 - Rascador de 2 gumes

Fig. 22 – 3 Tipos de Rascadores

Serrote manual - ferramenta utilizada para corte manual de metais. O dente da folha da serra deve estar
voltado para a frente. A porca de orelhas afina a tensão da folha ao estica-la.

Fig. 23 - Serrote manual.


Serra tico-tico - também conhecida como serra de vaivém ou serra de recortes é um tipo de ferramenta
eléctrica que, efetuando movimentos de vaivém com pequenas serras, proporciona ao utilizador
condições de realizar cortes detalhados e em curva. Pode ser de bancada (fixa) ou manual (livre) e cortar
materiais diversos como madeira, plástico ou metais (alumínio, chapas de aço, etc.).

Fig. 24 - Serra tico-tico

Talhadeira - é uma ferramenta de corte feita de um corpo de aço, de secção circular, retangular,
hexagonal ou octogonal, com um extremo forjado, provido de cunha, temperado e afiado
convenientemente, e outro chanfrado denominado cabeça. Os tamanhos destas ferramentas são entre 150
e 180 mm. A cabeça da talhadeira é chanfrada e temperada brandamente para evitar formação de
rebarbas ou quebras. Servem para cortar chapas, retirar excesso de material e abrir rasgos. Esta operação
pode ser executada a frio ou a quente.

Fig. 25 - Talhadeira

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Tesoura manual - ferramenta para corte de chapa até 1mm de espessura.

Fig. 26 - Tesouras manuais

2 -Traçagem plana em chapa


São operações que normalmente precedem as operações. Trata-se de marcação de curvas, retas ou
pontos sobre a chapa para visualização dos locais a serem cortados, furados, dobrados, etc.
Os equipamentos e instrumentos de traçagem mais utilizados são: bancada de trabalho, riscador,
compasso, punção, régua, esquadro, graminho, transferidor e suta.
Os instrumentos de traçagem devem ser guardados em local adequado, sempre limpos e nunca
em contato com o aço carbono. Quando em uso, nunca devem estar espalhados sobre a chapa a ser
traçada, para evitar acidentes e riscos desnecessários da chapa inox para acabamento final.

2.1 – Ferramentas para traçagem


Riscadores e compassos -Devem ser de aço inox temperado ou no mínimo ter a ponta em aço inox. Em
traçagens que não necessitem de precisão, podem ser substituídos por lápis.

Fig. 27 - Riscador - ferramenta para riscar (efetuar marcações).

Fig. 28 - Compasso de bicos - ferramenta utilizada na traçagem de circunferências.

Fig. 29 - Compasso de perna e bico - utilizado na traçagem de paralelas.

Fig. 30 - Cintel de traçagem - ferramenta utilizada na traçagem de circunferências de grandes dimensões

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Fig. 31 - Graminho simples - utilizado na traçagem em diversas situações.

Fig. 32 - Esquadro de cepo - utilizado para traçagem de perpendiculares.

Fig. 33 - Esquadro de centros - utilizado na traçagem de linhas ao centro de um cilindro.

Fig. 34 - Suta simples - utilizada na traçagem de ângulos

Fig. 35 - Suta graduada - utilizada na traçagem de ângulos com auxílio de escala graduada.

Fig. 36 - Cavedais ou prismas em V - utilizados para o apoio de peças na traçagem e em outras operações.

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Fig. 37 - Traçador para os alunos dos cursos PMI fazerem desde 2008, Mário loureiro, 2013

3 - Processos de corte
Basicamente, os processos de corte são operações que envolvem:
Cisalhamento ou tensão tangencial, ou ainda tensão de corte ou tensão cortante - guilhotinas,
tesouras e discos rotativos de vários tipos;
Abrasão - discos de corte, serras de vários tipos e corte por jacto de água;
Fusão - plasma e corte a laser.

3.1 - Corte por cisalhamento


O corte por cisalhamento é executado colocando-se a chapa e/ou o material a ser cortado entre duas
facas de corte de aço especial. A faca inferior é fixa e a superior é dotada de movimento
ascendente/descendente. O esforço cortante é produzido pelo movimento descendente da faca superior
que, ao penetrar no material a ser cortado, cria:
a) Uma zona de deformação;
b) O corte por cisalhamento;
c) Uma região fraturada com rutura por tração;
d) Uma rebarba.

A profundidade de penetração depende da ductilidade e espessura do material a ser cortado.


Quanto mais dúctil o metal a ser cortado, maior a penetração da faca. Contudo, metais dúcteis e
muito macios (especialmente chapas finas) tendem a curvar-se na operação de corte por cisalhamento
resultando em grande volume de rebarba.
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Fig. 38 – Imagem do topo cortado e do corte ao ser efetuado

A qualidade do corte por cisalhamento depende fundamentalmente da qualidade das facas de


corte e da regulação das folgas entre as facas. É importante observar:

3.1.1 - Tesouras - Há vários tipos de tesouras para o corte da chapa ou perfis finos. Para bancada há uma
tesoura de alavanca que é apresentada na figura seguinte.

Fig 39 - Tesoura de alavanca

Cuidados a ter com a tesoura – não se pode cortar aços duros como HSS nem terem muita espessura.

Aços das facas das tesouras/guilhotinas


O aço das facas tem de ser resistente à operação de corte em especial no corte de inox.

Tabela 1 – Tabela do aço em função da espessura ou serviço pesado

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Tipos de tesouras

Tabela 2 – tabela de tipos de tesoura

3.1.2 - Guilhotinas
Guilhotina manual - Para corte de chapa macia até 1m de largura, como cobre, plástico, fibra de vidro,
latão fino, alumínio até 2 mm ou pequenas peças em chapa de aço até 1 mm de espessura, e de pequena
produção, há máquinas manuais como a seguinte, que servem para esta função. Esta máquina tem 1 m
de comprimento e faz ainda de quinadeira e calandra, mas não consegue cortar chapa inox de 1 mm.

Fig. 40 – Guilhotina manual Quantum modelo SAR 3:1 10000

Guilhotinas hidráulicas - Para produção de trabalhos de serralharia, são as máquinas indicadas para
cortar chapas inclusive de inox. O tipo GH da Adira, com fábrica em Vila Nova de Gaia, corta chapa de 2
a 6 m de comprimento, com a espessura de 13 mm, ver figura seguinte.
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Fig. 41 – Guilhotina hidráulica. Fonte - https://adira.pt

3.1.3 - Corte dos cantos em chapas


Há máquinas manuais de cortar os cantos das chapas, mas para grande produção são hidráulicas. São
usadas para fabricar caixas metálicas ou peças em chapa.

Fig. 42 e 43 - Máquina de corte de cantos da Stilcram, ESAB. Fig. 44 - chapa cortada

3.2 - Corte por abrasão


O corte por abrasão é executado pela fricção de uma ferramenta de corte no material a ser cortado.
Neste tipo de corte, são arrancadas partículas do material a ser cortado (“cavacos”) com
consequente aumento de temperatura da zona cortada.
Quando a espessura da peça a ser cortada é muito grande, existe a necessidade de serem
utilizados fluidos de refrigeração. Este tipo de corte pode ser executado por dois tipos de equipamentos:
Serras e discos abrasivos.

3.2.1 - Corte por serras


Os aços podem ser cortados por todos os tipos de serras, manuais e mecanizadas. Recomenda-se o uso
de lâminas de corte de aço - rápido para qualquer tipo de equipamento. O corte é efectuado em
movimentos de vai e vem com amplitude e velocidade adequadas, com o retorno em vazio para evitar
um rápido endurecimento da superfície a ser cortada. Recomenda-se o uso de lubrificante (óleo para

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serviços pesados solúvel em água, dentre outros) para qualquer tipo de serra utilizada, excepto para o
caso de serra de fita de fricção de alta velocidade.

Tabela 3 – tabela de tipos de serra

3.2.1.1 - Serra de fita


Serra de fita é uma máquina ferramenta cuja fita de serra se movimenta continuamente, pela rotação de
volantes e polias acionadas por um motor eléctrico.
A serra fita tem uma versatilidade de trabalho muito grande, podendo realizar quaisquer tipos
de cortes retos ou irregulares, tais como círculos ou ondulações. Também pode ser utilizada para o corte
de materiais muito espessos, difíceis de serem cortados na serra circular.
A máquina serra fita pode ser de dois tipos: horizontal e vertical.
O corte de perfis de grande espessura é aconselhável a ser feito com serrote de fita.
A serra aliada ao arrefecimento e lubrificação através da emulsão de água e óleo solúvel
apresenta um baixo custo e boa produtividade.

Fig. 44 – Serra de fita vertical

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3.2.1.2 - Serra de fita horizontal


Regras de utilização - A regra básica é que a espessura dos perfis a cortar, incluindo tubos têm de ser
maiores que o passo do dente da serra, caso contrário os dentes da serra podem partir-se. Procedimentos
de utilização do serrote, ver imagem seguinte:
1º - Fecha-se previamente a torneira (fica na perpendicular ao hidráulico de elevação) e fecha-se a
válvula resistor.
2º - Eleva-se o corpo da serra
3 º - Acerta-se a posição do perfil a cortar
4º - Fixa-se a peça
5º - Liga-se o motor
6º - Abre-se a torneira do fluido de corte
7º - Após o fluido começar a sair regula-se o débito para não cair fluido no chão
8 º - Abre-se a torneira do hidráulico, metendo-a alinhada com o hidráulico, e só a seguir é que se
abre suavemente a válvula resistor para que a serra não desça rapidamente podendo até partir a
fita ou faça demasiado esforço na fita.

Fig. 45 – Serrote de fita (horizontal) Optimum Fig. 46 – Circuito hidráulico de descida, Mário Loureiro, 2013

Cuidados de segurança e utilização de serras de fita:


1 - Instalar a máquina num local nivelado;
2 - Verificar a velocidade de corte da máquina e ajustar a velocidade dependendo do tipo de
material a empregar;
3 - Em cada corte realizado, utilizar sempre o lubrificante (mistura de água e óleo solúvel);
4 - Limpeza da máquina;
5 - Ter muita atenção ao cortar sem desviar os olhos da fita e manter os dedos afastados da fita
para não se cortar.
6 - Tem botão de paragem de emergência;

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3.3 - Corte por discos abrasivos


Para a seleção do disco de corte mais adequado, deve-se considerar o tipo de material a ser cortado, a
secção do corte, o acabamento desejado e os equipamentos de corte disponíveis (corte refrigerado ou a
seco). De uma maneira geral, os parâmetros que devem ser analisados são:

Tabela 4 – Tabela dos parâmetros de corte

A máquina ideal para cortar tubos funciona por disco, ver figura seguinte.

Fig. 47 - Máquina de corte de tubos por disco, fonte - www.rems.de

Fig. 48 - Máquina de corte por disco de 355 mm, fonte www.makita.pt/product/lw1400.html


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3.4 - Furacão
Os processos de furação consistem em operações que envolvem os mesmos conceitos básicos dos
processos de corte:
a) Cisalhamento - puncionadeiras
b) Maquinação - furadoras de brocas
c) Fusão – plasma, laser
e) Oxicorte – o oxigénio oxida o aço
f) Jato abrasivo – jato de água

A escolha de um determinado processo está diretamente relacionada a:


a) volume de produção (seriada ou artesanal);
b) repetitividade desejada;
c) forma e dimensão da peça;
d) disponibilidade de recursos.

3.4.1 - Furacão por cisalhamento


O mecanismo de furação por cisalhamento é idêntico ao do corte por cisalhamento, substituindo-se a
faca superior por um punção com o formato do furo que se quer produzir e a faca inferior por uma
matriz fixa.
As folgas entre punção e matriz não devem superar 10% da espessura (5% por face) para impedir
um escoamento excessivo do material para dentro da matriz. Para espessuras abaixo de 1,00 mm a folga
deve estar situada ente 0,03 e 0,04 mm por face.
Com o objetivo de se reduzir a força de cisalhamento necessária ao corte usa-se o artifício de
maquinar, no punção, uma inclinação em um ângulo tal que a distância entre a ponta do punção e a sua
parte reta seja próxima da espessura da chapa.
Esta inclinação no punção tem também a finalidade de concentrar a região de deformação na
parte que vai ser descartada (parte central), mantendo a parte externa sem deformação.

Fig. 49 – Vistas da matriz e punção de corte

A geometria da superfície furada varia de acordo com as folgas entre a matriz e o punção.

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Com o aumento das folgas, aumenta-se o ângulo de fratura e a rebarba formada pelo corte, e diminui a
parte polida (cisalhada).

3.4.2 - Furação por maquinação


Processo mecânico de maquinação destinado à obtenção de um furo geralmente cilíndrico numa peça,
com auxílio de uma ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peça giram e
simultaneamente a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma trajetória retilínea, coincidente ou
paralela ao eixo principal da máquina. A furação subdivide-se nas operações:
3.4.2.1 - Furação em cheio - Processo de furação destinado à abertura de um furo cilíndrico numa
peça, removendo todo o material compreendido no volume do furo final, na forma de cavaco
(fig. 19 da tabela seguinte). No caso de furos de grande profundidade há necessidade de
ferramenta especial (fig. 23).
3.4.2.2 – Escareamento - Processo de furação destinado à abertura de um furo cilíndrico numa
peça pré-furada (fig. 20).
3.4.2.3 - Furação escalonada - Processo de furação destinado à obtenção de um furo com dois ou
mais diâmetros, simultaneamente (fig. 21).
3.4.2.4 - Furação de centros - Processo de furação destinado à obtenção de furos de centro,
visando uma operação posterior na peça (fig. 22), este processo é feito no torno.
3.4.2.5 - Trepanação - Processo de furação em que apenas uma parte de material compreendido
no volume do furo final é reduzida a cavaco, permanecendo um núcleo maciço (fig. 24).

Tabela 5 – tipos de furação

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3.4.3 - Furação por brocas - o processo apresenta vantagem de baixo investimento e custo operacional
compatível em serviços limitados e de pequena repetitividade onde não se justifica o desenvolvimento
das ferramentas. Ideal para pequenas empresas e artesãos. Para a execução de um furo perfeito:
a) O puncionamento do furo deverá ser feito com punção de ponta piramidal e não muito
profundo para evitar endurecimento desnecessário da parte a ser furada;
b) É preferível usar guias de furação dotadas de folga suficiente entre o embuchamento (da guia)
e a peça a ser furada (mínimo uma vez o diâmetro do furo) de modo a não impedir o fluxo de
cavacos;
b) A furadeira deverá trabalhar a baixas rotações e deve-se utilizar brocas de aço ferramenta
(HSS) com ponta de carboneto;
c) O avanço deve ser suficiente para penetrar em baixo da superfície endurecida a frio. Se for
necessário, reduza a velocidade e aumente o avanço;
d) A furação deve ser iniciada e realizada sem nenhuma pausa. Entrada e reentrada após saída,
devem ser feitas em velocidade e avanço plenos;
e) Brocas com ângulo de hélice maior, melhoram o fluxo de cavacos;
f) A lubrificação da ferramenta deve ser feita com óleos minerais sulfurizados ou óleos
emulsionados.

3.4.3.1 – Brocas - são ferramentas destinadas á abertura de furos.


Fabricadas em aço com diversas composições químicas, em função das diferentes necessidades. Existe
ainda uma vasta gama de tipos de brocas para os mais variados fins. Vamos fazer referência às mais
utilizadas na metalomecânica.

Fig 50 – tipos de brocas

Fig 51 - Brocas cranianas

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3.4.3.2 - Afiação das brocas
Como orientação geral para furar inox, sugerem-se as afiações de broca, a seguir:

Tabela 6 – tabela de afiação em função do diâmetro de furo para inox

Fig. 52 - Afiar broca ao rebolo Fig. 58- Ângulos de afiação das brocas

3.4.4 - Puncionadeiras - As puncionadeira puncionam por força hidráulica e cortam usando cunhos,
macho e fêmea, podendo estes até moldar a chapa. São apresentadas de seguida duas diferentes.

Fig. 50 - Puncionadeira hidráulica. Fig. 51 Puncionadeira de Mário Loureiro, 2013

3.4.4.1 - Puncionadeiras automáticas - Há ainda puncionadeiras que cortam por pancada as chapas,
fazem furos dos mais vários formatos, usando muitas vezes cunhos mais pequenos, que só cortam
parcialmente. Estas chegam a dar mais de 1000 cortes por minuto, e até dobram sem ter de haver moldes
feitos por encomenda. Usam portas ferramentas rotativos com dezenas de ferramentas diferentes, que
mudam automaticamente em frações de segundo, tanto por cima como por debaixo da chapa, conforme
o furo ou corte.
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Fig. 52 - Puncionadeira automática. Fonte - https://www.trumpf.com/pt

Fig. 53 - Puncionadeira TruPunch 5000. Fonte - https://www.trumpf.com/pt

3.4.5 - Equipamentos e ferramentas que furam por abrasão

Tabela 7 – Tabela de tipos de furadeira

3.4.5.1 - Berbequim (furadeira portátil)


Aparelho elétrico ou manual munido de uma broca giratória, usado para fazer furos conhecido
por furadeira. Tem de ser ter cuidado em furar na perpendicular. Quando se usa brocas com menos de 6

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mm para ela não partir por empeno e quando se está a terminar de furar a chapa ou peça a broca ao
passar pelo furo se bater em algum obstáculo parte.

Fig. 54 - Berbequim eléctrico Bosch

3.4.5.2 – Furadeiras
Máquinas fixas de furar indicadas para oficina ou industria.

Fig. 55 – Tipos de furadeiras

Segurança ao furar
A máquina tem que ter um botão de paragem de emergência. Quando se está a furar peças duras ou com
broca de grande diâmetro temos que furar a baixa rotação para não danificar a broca. A furadeira tem
que ser limpa regularmente,
É uma máquina em que o utilizador tem que usar óculos de protecção devido a aparas que
saltam quando se está a furar.
Quando são peças pequenas têm de ser seguras com alicate ou prensa pois podem prender à
broca e ficar a rolar, podendo cortar ou aleijar o operador.

3.5 - Corte por fusão:


a) Oxicorte;
b) Plasma, recomendado para pequena produção;
c) Laser, recomendado para grande produção devido ao elevado custo inicial;
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3.5.1 - Oxi-corte
O processo de oxicorte, de grande aplicação industrial, constitui etapa fundamental no corte de chapas e
perfis metálicos, e na preparação de chanfros para juntas de solda.
O oxicorte é uma operação onde um metal (liga de ferro) é aquecido à temperatura de ignição ou
queima (abaixo do ponto de fusão) por uma chama oxi-combustível (chama de pré-aquecimento). A
seguir, o metal é rapidamente oxidado por um jacto de oxigénio (oxigénio de corte).
O óxido formado, como também uma pequena região circunvizinha não oxidada, funde e flui,
sendo expelida pela ação do jacto de oxigénio, expondo a este jacto mais metal, para continuidade da
reacção. A operação prossegue auto-sustentada, pois a reacção química entre o ferro e o oxigénio se dá
com forte desprendimento de calor (reacção exotérmica).
O calor libertado mantém a condição necessária para a combustão, ajudado por uma menor
parcela de calor proveniente da chama de pré-aquecimento. Se combinarmos um movimento no sentido
desejado, manteremos a reacção e, por conseguinte, teremos a abertura de um sulco no material,
denominado corte ou sangria.
Neste processo um gás combustível qualquer é usado, acetileno, hidrogénio, propano.
Todo o maçarico de corte requer de duas canalizações: um para o gás da chama ou gás de
aquecimento (acetileno, GLP ou outro) e um para o gás de corte (oxigénio).
O maçarico do oxicorte aquece a superfície superior do aço com seu combustível da chama, e à
abertura da válvula do oxigénio causa uma reacção química de oxidação com o ferro da zona afetada, e o
transforma no óxido férrico (Fe2O3), que derrete a uma temperatura da fusão inferior ao do aço carbono.
Por se tratar de uma reacção química de oxidação, o oxicorte não corta aço inox por ser um aço com
características antioxidação.
O aço inox é cortado por outros processos de corte como: corte por plasma, corte por jacto de
água, corte mecânico por atrito e abrasão ou laser.
O processo de oxicorte pode ser manual com o bico do maçarico fazendo 90º com o seu
comprimento, ou mecanizado com o 180º entre bico e comprimento.

Fig. 56 - OxiCorte, fonte - www.acoliga.com/oxicorte

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3.5.2 - Corte a plasma
No processo de corte a plasma, o material base é fundido e, parcialmente vaporizado, antes de ser
removido para fora da área de corte pela força do jacto plasma. Um arco plasma é utilizado como fonte
de calor a exemplo da solda a plasma.
O corte a plasma em arco produz cortes de alta qualidade, sendo extremamente produtivo em
materiais como o aço inoxidável, alumínio, cobre, aço carbono e baixa liga. As vantagens do plasma são:
maior velocidade de corte, quando cortadas chapas metálicas finas, comparativamente ao Oxigénio,
permite cortar espessuras de chapa de 0,8 a 150 mm, obtém-se superfícies perfeitas para soldadura,
superfície de borda lisa. Tem entrada média de calor, excelente velocidade de corte.

Fig. 57 – Corte a plasma, fonte - www.esab.com.pt

3.5.3 - Corte por Laser - O corte a laser é um processo rápido e silencioso, ideal para chapas finas de
metal ou outros materiais, tais como, madeira, plástico, vidro e cerâmica, com um mínimo de
desperdício e sem distorções. Ao utilizar o laser, tem-se um corte de elevado nível de precisão. A luz do
laser pode ser direcionada entre 0,2 a 50 mm, e a radiação do laser é de alta energia, sendo a densidade
da potência muito alta, permitindo obter uma qualidade do corte alta, superfícies metalúrgicas perfeitas.

Fig. 58– corte a laser, fonte - www.lasindustria.pt

3.5.4 - Corte por jato de água


O corte por jato de água abrasivo (AWJ) é um método alternativo ao corte térmico. O corte por jato de
água pode ser executado com resultados muito bons. Uma vez que no jato de água não se aplica calor
durante o corte, o risco de fendas por hidrogênio é muito baixo. O corte por jato de água no pode ser
realizado com os mesmos parâmetros que o corte de aços doces, não necessitando de pré-aquecimento
ou pós-aquecimento. Vantagens em utilizar o corte a jato de água:

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 Precisão no corte
 Ausência de deformação térmica
 Corte de espessuras até 200 mm
 Maximização do aproveitamento da matéria-prima
 Cortes complexos com elevado grau de acabamento
 Abrangência de materiais (incluindo aço inoxidável, ferro/aço carbono/macio, ligas de alumínio
e duralumínio, cobre, cerâmica, vidro temperado, esponja, mármore, pedra, paredes de betão,
compósitos entre outros)
 Pode ser utilizado em: tetos falsos, estruturas de serralharia pesada, rodas dentadas para
engrenagens, esculturas de metal, peças para fabrico de máquinas de várias indústrias
(automóvel, hoteleira…).

Fig. 59 – Corte a jato de água, fonte - www.lasindustria.pt/corte-a-jato-de-agua

4 - Dobragem de chapa (quinagem)


O dobramento é uma operação onde ocorre uma deformação por flexão. Quando um metal é dobrado, a
sua superfície externa fica tracionada e a interna comprimida.

Tabela 8 – Classificação dos processos de quinagens

Há máquinas manuais para dobrar chapa, e há para quinar chapa, mas para trabalho profissional são
hidráulicas, todavia já existem máquinas eléctricas.
A Blue Bender da Adira, empresa portuguesa é uma quinadora equipada com a estrutura Hexa-C,
que garante a precisão do guiamento do avental móvel, esta máquina é 100% elétrica e é capaz de
realizar as quinagens mais rápidas e ao mesmo tempo, ter economia na operação ao poupar energia.
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Fig. 60 - Quinadora hidráulica da ESAB Fig. 61 - Quinadora eléctrica Adira - Blue Bender

5 – Roscagem (abertura de roscas, roscamento no Brasil)


Roscagem é um processo mecânico de maquinação destinado à obtenção de filetes, por meio da abertura
de um ou vários sulcos helicoidais de passo uniforme, em superfícies cilíndricas ou cónicas de
revolução. Para tanto, a peça ou a ferramenta gira e uma delas se desloca simultaneamente segundo uma
trajetória retilínea paralela ou inclinada ao eixo de rotação. A Roscagem pode ser interna ou externa:
a) Roscagem interna - Processo de abertura de rosca executado em superfícies internas cilíndricas
ou cônicas de revolução (fig. 57 a 60 da tabela seguinte).
b) Roscagem externa - Processo de abertura de rosca executado em superfícies externas
cilíndricas ou cónicas de revolução (fig. 61 a 66).

Tabela 9 - tipos de roscagem

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5.1 - Furação para abertura de rosca


Na abertura de furos para execução de rosca interna com o uso de machos de roscar devemos obedecer a
diâmetros de furos apropriados como mostra a tabela a seguir.

Tabela 10 – tabela de furos para roscas, fonte www.mitsubishicarbide.net

Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome as roscas e
condicionam sua aplicação. Temos os seguintes perfis das roscas:
a) Triangular - Parafusos e porcas de fixação na união de peças. Ex.: Fixação da roda do carro.
b) Trapezoidal Parafusos que transmitem movimento suave e uniforme. Ex.: Fusos de máquinas.
c) Redonda - Parafusos de grandes diâmetros sujeitos a grandes esforços. Ex.: Equipamentos
ferroviários.
d) Quadrada - Parafusos que sofrem grandes esforços e choques. Ex.: Prensas e morsas, tornos,
macacos de carros, elevadores de automóveis.

Medição de roscas

Fig. 62- Escantilhão de roscas para medir passos de rosca, fonte – alunos de curso EFA

Procedimento de roscagem manual - A abertura manual de roscas interiores efetua-se por meio de
machos. Os machos vendem-se em conjuntos de três, que são diferentes entre eles:
Macho cónico - Também denominado de ponta. É cónico em dois terços do seu comprimento,
sendo utilizado para iniciar a abertura de uma rosca. Este macho é o único necessário, tratando-se
de chapa fina, pois o terço superior do macho executa a rosca com o seu diâmetro definitivo.

Fig. 63 – Macho de ponta

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Macho intermédio - É cónico em somente um terço do seu comprimento e destina-se a avivar a
rosca iniciada pelo macho cónico.

Fig. 64 – Macho intermédio

Macho direito, ou de acabamento -É direito em todo o seu comprimento, com exceção de uma
pequena ponta chanfrada. Utiliza-se para acabamento da rosca. É indispensável para roscar furos
sem saída

Fig. 65 – Macho de acabamento

A abertura manual de roscas com machos é um trabalho que deve ser feito com o maior cuidado para
não os partir. Há machos para máquina e são melhores mas mais caros. Abaixo seguem os passos que
devem ser dados para executar o processo de abertura de rosca com a maior precisão.

Desandador para machos


Há vários tipos de desandador, destinados a receber o encabadouro do macho e a rodá-lo para abertura
da rosca. Procedimentos segundo um aluno do autor, de curso EFA:
1 - Marque com um punção o centro do furo pretendido. Escolha um macho de diâmetro e rosca
idênticos aos do parafuso que vai ser introduzido no furo.
2 - Abra o furo com uma broca apropriada. O diâmetro da broca a utilizar para abrir o furo deve
ser inferior ao do macho, sendo este igual ao do parafuso. A diferença, que é variável conforme o
tipo de rosca, é normalmente dada por tabelas.
3 - Para abrir furos sem saída, isto é, furos que não atravessam completamente a peça, broque até
uma profundidade superior à da rosca pretendida, para impedir que as pontas dos machos se
encravem no fundo.
4 - Introduza o macho no desandador, perpendicularmente a este, de modo que fique bem firme.
5 - Introduza o macho cónico, ou de ponta, no furo, verticalmente, e exerça ligeira pressão para
baixo sobre o macho, rodando-o no sentido dos ponteiros do relógio (para uma rosca direita).
Assim que o macho abra as primeiras espiras da rosca, alivie a pressão, pois ele continuará a abrir
a rosca só com o movimento de rotação; os intervalos regulares, rode o macho para trás cerca de
um quarto de volta para quebrar as rebarbas.
6 - Depois de utilizar o macho cónico em todo o seu comprimento, continue a abertura da rosca
com o macho intermédio.
7 - Para terminar a abertura da rosca, utilize o macho direito, ou de acabamento. No caso de um
furo sem saída, é necessário retirar completamente o macho, a intervalos, para quebrar e extrair

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as rebarbas. Ao chegar perto do fundo do furo, proceda com cuidado, para não partir o macho.
Para a abertura de roscas em latão ou ferro fundido, não é necessário lubrificar o macho, ao
contrário do que sucede quando se trata de alumínio, aço, cobre ou bronze. Use petróleo para o
alumínio e óleo para os restantes matérias.

Fig. 66 - Abertura da rosca por machos de 8 mm, aluno de curso EFA

Caçonetes e tarrachas - tal como os machos é uma ferramenta em aço rápido (HSS), dura e frágil,
podendo então pensar-se que, tal como com os machos são precisos três caçonetes para abertura de uma
rosca, mas não é verdade, já que estando o caçonete perfeitamente apoiado no desandador este não corre
o risco de fratura, pelo que um único caçonete abre a rosca de uma só vez.

Fig. 67 - Caçonete e desandador

6 - Ligação dos materiais (união)

Organigrama 1 – tipos de ligação, fonte - Guilherme Nunes

6.1 - Classificação das ligações dos materiais


Junção (ligação) – é o processo de ligação de duas ou mais peças para produzir uma única peça.
As ligações podem ser permanentes ou desmontáveis:
a) Ligação por Parafuso – desmontável, (ver UFCD 6596 - Desenho técnico)
b) Pinos e chavetas – desmontável (utilizada sobretudo na transmissão do movimento rotativo)
c) Junção por conformação
d) Colagem (colas e adesivos)
e) Rebitagem
f) Soldadura
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6.2 - Junção por conformação


O processo de junção de chapas por conformação é usado preferencialmente na junção de chapas
metálicas. Aplicações em veiculos, fabrico de radiadores, aplicação das ralas nos motores,…

Fig. 68 - Introdução a Manufatura Mecânica Gilmar Ferreira Batalha 2003

6.3 – Colagem (colas e adesivos)


Adesivo - material polimérico que quando aplicado em superfícies pode ligá-las e resistir à separação.

Tabela 11 – vantagens e limitações do uso de colas, fonte - Filipe Chaves

Fig. 69 – Maior distribuição da tensão e menor área a ser deformada, fonte - Filipe Chaves

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Os adesivos estão a ser utilizados para substituir tecnologias de soldadura bastantes exigentes para
materiais como o alumínio, em estruturas como os chassis do Lotus Evora, Morgan Supersportse Aston
Martin DB9. Hoje em dia os adesivos e colas estão presentes nos aviões, motas, barcos, automóveis,
edifícios e em medicina.

6.4 – Rebitagem - A rebitagem é a união de peças metálicas por meio de rebites. Consiste, basicamente,
em percutir ou pressionar fortemente a cabeça do rebite fazendo com que este se encaixe e forme uma
nova cabeça na outra extremidade, para a qual se aplica uma contramatriz ou contra-estampo. Isto é,
realiza-se um recalcamento com a finalidade de unir com forte pressão várias peças metálicas,
aprisionando-as entre a cabeça primitiva do rebite e a nova cabeça que se origina.
As rebitagens podem efetuar-se a frio ou a quente. Se é a quente, introduz-se no orifício o rebite
aquecido ao rubro. Uma vez rebitado, arrefece, produzindo-se uma contração, a qual provoca um forte
aperto sobre as peças ligadas, aumentando assim a resistência ao deslizamento destas.
Para adquirir os rebites adequados é necessário conhecer:
a) de que material é feito;
b) o tipo de sua cabeça;
c) o diâmetro do seu corpo;
d) o seu comprimento útil.

Fig. 70 – tipos de rebites

Fig. 71 - Rebites de alumínio Fig. 72 - Rebites de aço roscados Fig. 73 - Rebites cónicos de cobres

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6.4.1 - Tipos de ligações com rebites
a)-Ligações Resistentes
b)-Ligações Estanques
c)-Ligações Resistentes e Estanques

Ligações Resistentes - O objetivo é conseguir que as duas peças ligadas transmitam os esforços e lhes
resistam como se fossem uma única, ex: nas estruturas metálicas de edifícios, pontes etc.
Ligações Estanques - Quando se pretende que as juntas da ligação impeçam a passagem de gases ou
líquidos, ex: depósitos
Ligações Resistentes e Estanques - Quando se pretende que tenham simultaneamente as características
dos dois tipos anteriores. ex: construção naval, caldeiras, etc.

6.4.2 - Materiais dos rebites


Os rebites devem ser de material resistente e dúctil.
Os materiais mais utilizados nos rebites são o aço, cobre, alumínio e latão.

6.4.3 - Rebitagem manual, sequência:


1- Compressão das superfícies a serem unidas
2- O rebite é martelado até encorpar, isto é, dilatar e preencher totalmente o furo.
3- Com o martelo de bola, o rebite é "boleado", ou seja, é martelado até começar a se arredondar.
4- Formato da segunda cabeça é feito por meio de outra ferramenta chamada estampo.

Fig. 74 - Sequência da rebitagem

Rebitadeiras manuais

Fig. 75 e 76 - Rebitadeira manual e de tesoura

Rebitadeiras Hidráulicas e Pneumáticas - Funcionam por meio de pressão contínua.

Fig. 77 - Pneumática - recomenda-se para rebites com furo de 5 mm de diâmetro

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6.5 - Classificação dos processos de soldadura


A soldadura que aqui se apresenta é um resumo do manual UFCD 898 - Soldadura e soldobrasagem.
Disponível em www.marioloureiro.net/ensino/manuais/UFCD898-Soldadura-e-soldobrasagem.pdf.

6.5.1 - Processos de soldadura


Os processos de soldadura podem ser divididos em três classes fundamentais:
a) Soldadura por fusão
b) Soldadura no estado sólido
c) Brasagem e soldobrasagem

Organigrama 2 – Processo de soldadura. Fonte – Altino Loureiro

6.5.0.1 - Soldadura por fusão - engloba os processos de soldadura nos quais a fusão dos materiais base a
soldar é essencial para a realização da soldadura. O metal base (MB) e o metal de adição (MA), caso
exista, encontram-se no estado líquido.

6.5.0.2 - Soldadura no estado sólido - agrupa os processos de soldadura nos quais a ligação de peças
ocorre a temperaturas muito inferiores à de fusão dos materiais (MB), nalguns casos mesmo próximo da
temperatura ambiente, e sem uso de metais de adição (MA).

6.5.0.3 - Brasagem e Soldobrasagem - englobam os processos de soldadura em que a ligação dos metais
a soldar (MB) é conseguida aquecendo-os até uma temperatura inferior à de solidus e em que se utiliza
um material de adição (MA) com uma temperatura liquidus inferior à T solidus dos materiais de base.

6.6 - Soldadura por arco eléctrico


Dentro da soldadura por fusão temos a soldadura por arco eléctrico que é a mais utilizada na indústria.

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A soldadura envolve geralmente a aplicação de uma determinada quantidade de calor na zona que se
pretende ligar.
O arco eléctrico pode ser considerado um condutor gasoso que transforma energia eléctrica em
calorífica. É a fonte de calor utilizada em muitos dos principais processos de soldadura.
O arco eléctrico é estabelecido através de uma descarga eléctrica entre os eléctrodos, a qual é
mantida devido ao desenvolvimento de um meio condutor gasoso.
O eléctrodo negativo, a partir do qual são emitidos os eléctrões que passam através do gás, é
chamado cátodo. O eléctrodo positivo é conhecido como ânodo.

Organigrama 3 – soldadura por arco. Fonte – Altino Loureiro

6.6.1 – Escorvamento do arco eléctrico


Formas de escorvamento do arco eléctrico (ignição do arco):
a) Escorvamento por curto-circuito
b) Escorvamento por ignitor de alta frequência

6.6.0.1 - Curto-circuito - consiste em tocar com o eléctrodo na peça provocando um curto-circuito, ao


qual estão associados uma corrente eléctrica de muito alta intensidade e uma elevada resistência de
contacto, que vão provocar uma elevada libertação de calor no ponto de contacto com consequente fusão
e alguma vaporização de metal. Nessa altura afasta-se o eléctrodo da peça o que vai dar origem a uma
ponte de metal em fusão entre o eléctrodo e a peça, a qual devido à elevada intensidade de curto-circuito
e ao afastamento vai romper aparecendo então um arco eléctrico transitório. Se a tensão em vazio da
fonte de potência for suficiente estabelecer-se-á um verdadeiro arco eléctrico.

6.6.0.2 – Ignitor de alta frequência - Consiste na aplicação aos terminais da fonte de potência, de uma
tensão muito elevada (pode ser maior que 10 kV) e de alta frequência, a qual é suficiente para provocar
uma faísca eléctrica entre o eléctrodo e a peça afastados um do outro. Logo que esta faísca ocorre,
verifica-se um rápido abaixamento da tensão e a intensidade de corrente começa a aumentar, atingindo-
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se cerca de 1 ms, depois as condições são correspondentes a um arco eléctrico estável. Em corrente
alterna o ingnitor permanece ligado para estabilidade do arco.

6.7 - Soldadura por elétrodo revestido (ER)


Princípios de Funcionamento:
a) Processo de Soldadura por Fusão.
b) A Fusão do material de adição e do material de base é obtida através do calor desenvolvido
por um arco eléctrico. Nota - Este arco deve ter um comprimento menor que a alma.
c) A protecção do banho em fusão e das gotas de material de adição é obtida através de uma
protecção gasosa, através da decomposição do revestimento.

Fig. 78 – soldadura a ER. Fonte – Altino Loureiro

Fig. 79 – soldadura a ER. Fonte – ISQ

6.7.1 - Equipamentos de soldadura a ER:


Fonte AC ou DC;
Cabos de corrente em cobre flexíveis, geralmente com a secção de 50 mm 2 ou mais;
Porta eléctrodo e garra de terra;
Máscara de UV e EPIs ver no final do manual;
Escova de aço;
Martelo de soldadura, para picar a escória (Picadeira para Soldadura);

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Fig. 80 – Equipamento para soldadura a ER. Fonte - Paulo Modenesi et al

6.7.2 - Parâmetros de soldadura a ER


Os parâmetros de soldadura seguintes são variáveis essenciais:
1 – Intensidade de soldadura (corrente eléctrica) [A] (Ampére);
2 – Tensão do arco eléctrico (voltagem) [V] (volt);
3 – Velocidade de soldadura [m/s];
4 – Tipo de eléctrodo e seu diâmetro (da alma metálica) [mm];

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Tabela 12 – Diâmetro e corrente em função do eléctrodo. Fonte – ESAB

6.7.3 - Classificação dos eléctrodos


Norma AWS A5.1-91 – Aços não ligados. Tipo de posição de soldadura, corrente de soldadura e
revestimento.

6.7.3.1 -Tipo de posições de soldadura e inclinações

Fig. 81 – Inclinações na soldadura a ER. Fonte – Lucas Berti

Tabela 13 – Classificação dos eléctrodos. Fonte - ISEC


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6.7.4 - Tipos de corrente eléctrica


A fonte de alimentação pode ser de corrente alternada (AC) ou contínua (CC) e nesta qual a polaridade.
O eléctrodo escolhido funcionará apenas com a fonte apropriada. A Tabela seguinte relaciona o tipo de
corrente para o qual cada eléctrodo foi desenvolvido.

Tabela 14 – Tipos de corrente (fonte de alimentação). Fonte - ESAB

6.7.5 - Tipos de revestimento

Tabela 15 – Tipo de revestimento e corrente de soldadura. Fonte - ISEC

Fig. 82 – Resumo da soldadura a ER. Fonte – Altino Loureiro


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6.7.6 – Armazenagem de ER
Todos os eléctrodos de baixo hidrogênio absorverão alguma humidade do ar após a abertura da lata ou
embalagem plástica. Por isso, os eléctrodos que não forem consumidos dentro de um determinado
intervalo de tempo, devem ser armazenados em uma estufa e mantidos a temperatura constante.
Devem ser tomadas certas precauções na armazenagem dos eléctrodos revestidos,
principalmente os eléctrodos básicos de baixo teor de hidrogênio, que são muito higroscópicos e
necessitam de cuidados especiais para que suas características não sejam afetadas.
Um eléctrodo húmido poderá causar inúmeros defeitos na solda: porosidade no início ou mesmo
em todo o cordão de solda, fendas ao lado e sob o cordão, porosidade vermiforme, arco instável,
respingos abundantes e acabamento ruim.

Tabela 16 - Condições de armazenagem dos eléctrodos revestidos. Fonte – ESAB Br

Tabela 17 - Secagem dos eléctrodos revestidos. Fonte – ESAB Br

Tabela 18 – temperatura da estufa para eléctrodos revestidos. Fonte – ESAB Br

Tabela 19 – Vantagens, limitações e aplicações da soldadura a ER. Fonte - Paulo Modenesi et al

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Martelamento - trabalho mecânico, aplicado à zona fundida da solda por meio de impactos, destinado a
controlar deformações da junta soldada.
Nota – Na soldadura de ferro fundido é necessário o martelamento.

6.7.7 - Fontes de energia


A soldadura com eléctrodos revestidos pode empregar tanto corrente alternada (CA) quanto corrente
contínua (CC), porém em qualquer caso a fonte selecionada deve ser do tipo corrente constante. Esse
tipo de fonte fornecerá uma corrente de soldadura relativamente constante independentemente das
variações do comprimento do arco causadas pelas oscilações da mão do soldador. A corrente de
soldadura determina a quantidade de calor proveniente do arco elétrico e, desde que ele permaneça
relativamente constante, os cordões de solda serão uniformes em tamanho e em forma.
Tensão em vazio (fontes CA) - A tensão em vazio do equipamento de soldadura deve ficar
preferencialmente na faixa de 50 V a 100 V. Quanto maior for a tensão em vazio, maior será a facilidade
de abertura do arco.
Tipos de corrente - A corrente contínua confere melhor estabilidade ao arco. CC+ significa
polaridade reversa, isto é, o eléctrodo é ligado ao polo positivo e a peça ao negativo. CC- é polaridade
direta, isto é, o eléctrodo é ligado ao polo negativo e a peça ao positivo.
Na corrente alternada não existe polaridade definida. Há uma tendência a maior instabilidade do
arco e a perda nos cabos é menor.

6.7.7.1 - Tipos de fontes


Os transformadores fornecem somente corrente alternada. A máquina mais fraca tanto em
potência como qualidade é a monofásica de regulação por entreferro, tem uma manivela que quando
afasta o entreferro do meio do transformador, reduz a intensidade eléctrica. Será melhor se for bifásica
(funciona a 400VAC) e ainda será melhor se for de regulação por seletor rotativo.

Fig. 83 - Máquina de soldar a ER com regulação por entreferro. Fonte - www.soldaeletrica.com.br

Os retificadores transformam a corrente alternada da rede em corrente contínua disponível para a


soldadura. Os geradores (rotativos) podem fornecer corrente contínua ou corrente alternada.

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Os inversores fornecem corrente contínua e podem ser portáteis. Tem as vantagens de serem muito
eficientes, leves e poder regular a intensidade. Há modelos acessíveis como o seguinte a 135 €.

Fig. 84 – Inverter, S-ARC 180. Fonte - www.expondo.pt

6.8 - Soldadura MIG/MAG


A Soldadura a Arco Gás-Metal (Gas Metal Arc Welding - GMAW) é um processo de soldadura a arco
que produz a união dos metais pelo seu aquecimento com um arco elétrico estabelecido entre um
eléctrodo metálico contínuo (e consumível) e a peça.
A proteção do arco e poça de fusão é obtida por um gás ou mistura de gases. Se este gás é inerte
(Ar/He), o processo é também chamado MIG (Metal Inert Gas). Por outro lado, se o gás for ativo (CO2
ou misturas Ar/O2/CO2), o processo é chamado MAG (Metal Active Gas). Gases inertes puros são, em
geral, usados na soldadura de metais e ligas não ferrosas, misturas de gases inertes com pequenas
quantidade de gases ativos são usadas, em geral, com aços ligados, nas misturas mais ricas em gases
ativos ou CO2 puro são usados na soldadura de aços carbono.
O equipamento básico para a soldadura consiste de fonte de energia, tocha de soldadura, fonte
de gás e alimentador de arame. A fonte de energia tem, em geral, uma saída de tensão constante,
regulável entre 15 e 50 V, que é usada em conjunto com um alimentador de arame de velocidade
regulável entre cerca de 1 e 20 m/min. Este sistema ajusta automaticamente o comprimento do arco
através de variações da corrente, sendo mais simples do que sistemas alternativos. Na soldadura utiliza-
se, em praticamente todas as aplicações, corrente contínua com o eléctrodo ligado ao polo positivo
(CC+). Recentemente, o processo tem sido utilizado com corrente alternada (CA) para a soldadura de
juntas de pequena espessura de alumínio.

Fig. 85 – Resumo de soldadura MIG/MAG. Fonte – Altino Loureiro

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A velocidade de avanço do arame tem no mínimo de ser aquela que o arame não recue até ao bico
aquando a soldadura. Nota - Quando a velocidade está boa, o zumbido da soldadura é constante.

Fig. 86 – Equipamento MIG/MAG - Fonte - Paulo Modenesi et al

Fig. 87 – Máquina MIG, Stamos Basic, S-MIG 250 (não inclui garrafa) - Fonte - www.expondo.pt

6.8.1 - Fontes de alimentação


As fontes de alimentação de máquinas portáteis são por tecnologia inverter. Retificam a alimentação da
rede eléctrica, 230 VAC, e depois geram impulsos a alta frequência, cerca de 100 kHz, para
transformador de núcleo em ferrite, assim tem a vantagem de ter grande eficiência e ser leve em
comparação com um transformador de chapa Fe-Si, mas avariam com facilidade e é difícil a sua
reparação, pois a avaria é geralmente no circuito electrónico feito com componentes SMD (Surface
Mounted Device).
Há ainda fontes que podem ser feitas com tirístores comandados o que permite controlar a tensão
de saída a ter um valor constante, como acontece nas máquinas de soldadura por resistência.
As fontes de alimentação de máquinas com rodas são por transformador trifásico e com
retificação por 6 díodos, o que permite ter uma tensão constante.

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6.8.2 - Funcionamento
Quando se pressiona o botão da tocha que opera a tensão reduzida, esta liga a válvula de gás (K61), o
relé de potência (K77) e o motor (K53) que empurra o arame de aço cobreado.

Tabela 20 – Vantagens, limitações e aplicações. Fonte - Paulo Modenesi et al

Nota – A manga da tocha com o tempo é normal ficar com fugas de gás, pelo que a melhor solução é
comprar uma tocha nova, recomendação do autor e de Frederico Ferreira, gerente da Consistente Lda.

6.9 - Soldadura TIG


O equipamento básico consiste numa fonte de energia (CC e/ou CA), tocha com eléctrodo de tungstênio
(W), fonte de gás de proteção (Ar ou He) e um sistema para a abertura do arco (geralmente um ignitor
de alta frequência e > 10 kV). Este ignitor ioniza o meio gasoso, dispensando a necessidade de tocar o
eléctrodo na peça para a abertura do arco (o que pode causar a mútua contaminação do eléctrodo e do
metal base). A alta frequência é automaticamente desligada imediatamente após o início do arco.
O eléctrodo não é consumível - Tungsténio puro, W+Th (tório), W+Zr (Zircônio).

Fig. 88 – Resumo da soldadura TIG. Fonte – Altino Loureiro

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Fig. 89 – Máquina TIG - 250 A/230 V, portátil, S-WIGMA 250. Fonte - www.expondo.pt

6.9.1 - Gases de protecção:


Árgon puro (todos os materiais);
Árgon/hidrogénio (aços inoxidáveis);
Árgon/hélio (aços, alumínios – maior velocidade e mais caro);

6.9.1.1 - Caudal do gás. O caudal (L/min) deve ser forte o suficiente para deslocar o ar para longe da
área da solda e assim proteger a poça de fusão. Caudal elevado pode causar turbulência no fluxo do gás,
resultando em descontinuidade ou defeitos no cordão e instabilidade do arco, sem falar no custo maior
de soldadura. Um caudal baixo não oferece proteção adequada à poça de fusão, causando também
descontinuidades.

Fig. 90 – manómetro, o 1º indica a pressão de gás existente, o 2º afina o caudal de gás. Fonte www.telwin.com/pt

Fase de pós-purga de gás. Há um tempo após o fim do processo de soldadura em que o gás continua a
fluir para fora do maçarico, arrefecendo-o e protegendo a soldadura da oxidação. Tem de estar afinado
com o tempo mínimo para proteger o eléctrodo.

6.9.2 – Eléctrodo
Preparação do eléctrodo. A ponta do eléctrodo de tungstênio para melhor garantir a passagem de
eléctrões, recomenda-se o afinamento da ponta do eléctrodo através do rebolo, fixada num berbequim
em rotação. Na soldadura de corrente continua o ideal a ser utilizado é uma ponta pontiaguda, tendo a
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altura da parte esmerilhada duas vezes maior que o diâmetro do eléctrodo, ver imagem seguinte. O
eléctrodo é fixado entre 5 – 10 mm da extremidade da tocha.

Fig. 91 – Angulo do bico do eléctrodo

6.9.3 – Parâmetros/cuidados
Limpeza das peças - Antes de iniciar qualquer procedimento de soldadura, garanta que tudo está livre
de impurezas.

Habilidade do operador - O processo manual de soldadura TIG é considerado um dos mais difíceis de
todos os processos comuns utilizados pela indústria devido à necessidade de habilidade e destreza
do operador em manter um pequeno arco eléctrico sem que o eléctrodo encoste à peça de trabalho. A
utilização das duas mãos dificulta ainda mais o processo (uma mão segura a tocha de soldadura, a outra,
o arame do metal de adição).

Formação da poça de fusão - Afim de pré-aquecer o metal e provocar o aparecimento da poça de fusão
deve ser efetuado um movimento circular com arco mantido a uma distância media de 2 a 3 mm.
Formada a poça de fusão a tocha deve ser posicionada em um ângulo de 15° a 20° obedecendo à direção
da soldadura.

Material de adição - O material de adição é adicionado, se frio, no início da poça. Deve-se tomar um
cuidado especial para manter sempre a ponta do arame de adição dentro do fluxo do gás de proteção. O
metal de adição deve ser depositado na borda dianteira da poça de fusão em um ângulo de 15° a 20° em
relação à superfície do metal base.

Comprimento do arco - O comprimento do arco é definido pela ponta do eléctrodo até o metal de base.
Este parâmetro define o perfil do cordão de solda, quanto maior esse comprimento, mais largo será o
cordão. Um arco muito curto ou muito largo gera instabilidade, propiciando descontinuidades como
porosidade, mordeduras e falta de fusão.

Inclinação da tocha - A inclinação da tocha é outra variável que influencia na penetração no cordão. A
inclinação da tocha no sentido positivo (puxando a solda) consegue-se maior penetração devido à maior
atuação do arco.

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No sentido negativo (empurrando a solda), o cordão se torna com menor influência tendo menor
penetração. A figura abaixo mostra a diferença no cordão, de acordo com a angulação da inclinação da
tocha.

Fig. 91 – influência na inclinação da tocha

Ver exemplo de soldador a TIG em https://www.youtube.com/watch?v=ogLmng_tAEM


Nos modelos mais potentes tem de se afinar o arrefecimento a água.

Tabela 21 – Vantagens, limitações e aplicações. Fonte - Paulo Modenesi et al

6.10 - Brasagem e soldobrasagem


6.10.1 - Brasagem
A brasagem é o mais antigo dos processos que utilizam a fusão para ligar peças metálicas.
Nesse processo, há sempre a adição de metal não ferroso, que se funde na região de soldadura,
que estará aquecia a uma temperatura conveniente. Assim, a união é feita, aquecendo-se o material base,
sem fundi-lo, até temperaturas correspondentes à fluidez do material de adição.
É adicionada uma solda de ponto de fusão mais baixo que os materiais a unir. Permite unir
materiais com ponto de fusão diferente.
Dependendo do metal a ser soldado pode ser necessário a utilização de um fluxo que promove a
remoção e a dissolução dos óxidos e impurezas superficiais. O fluxo normalmente levado até a região da
soldadura com auxílio do arame do material de adição.

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Fig. 92 – Exemplo de solda oxiacetilénica

6.10.2 - Brasagem forte e fraca:


Brasagem fraca – soldas com ponto de fusão inferior a 450 ºC (à base de estanho).
Brasagem forte – soldas com ponto de fusão superior a 450 ºC (soldas de prata, cobre e latão).

Utilizações de soldas fracas - Indústria eléctrica, para a soldadura de componentes em placas de circuitos
impressos, ligações de terminais eléctricos, solda de radiadores em cobre, etc.

Utilizações de soldas fortes – Tubos de cobre por ligas de prata ou cobre na climatização e refrigeração,
tubos de aço de canalizações hidráulicos por ligas de prata. Fixação de pastilhas de corte. Equipamentos
para industria aeronáutica. Equipamentos elétricos, etc.

Solda de bronze - É feita com material de adição sob forma de varetas com liga de cobre e zinco. Estas
varetas possuem usualmente a seguinte combinação 60% de cobre e 40% de zinco, podem conter
também a adição de estanho, ferro, manganês e silício em proporções menores.
Meio de aquecimento variado (chama, forno, indução, resistência, onda, ...etc)

6.10.3 - Soldobrasagem
Nesta soldadura o metal base (MB) funde-se. Por exemplo para soldar antimónio é necessário arranjar
uma base que segure o material que vai fundir (cobre junta), este vai passar ao estado líquido, pode ser
em cobre ou aço que têm temperaturas de fusão mais elevadas e não ligam ao antimónio.

6.11 - Soldadura oxiacetileno ou oxiacetilénica


Este processo foi introduzido industrialmente em 1903.
Soldadura oxi-gás (Oxifuel Welding, OFW) compreende um grupo de processos de soldadura que
utilizam o calor produzido por uma chama de combustível gasoso e oxigénio para fundir o metal de
base e se usado, o metal de adição.
Diferentes gases combustíveis podem utilizados, mas o mais comum para a soldadura dos aços e
de outras ligas metálicas é o acetileno (C2H2). Durante a operação, a chama resultante da mistura gás-
oxigénio na ponta do maçarico é usada para a fusão localizada do metal de base e a formação da poça de
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fusão. O soldador movimenta o maçarico ao longo da junta para conseguir a sua fusão uniforme e
progressiva, adicionando, se for o caso, metal de adição.
Este processo é mais usado na soldadura de chapas finas (em geral, com uma espessura inferior a
6 mm) e de tubos de pequeno diâmetro e na soldadura de reparo, podendo ser usado para aços, em
particular aços carbono, e para ligas não ferrosas. Dependendo do material a ser soldado, é preciso usar
um fluxo para garantir a escorificação de impurezas. A qualidade da solda tende a ser inferior à da
soldadura a arco devido à menor eficiência da proteção.
A soldadura oxiacetilénica é um processo no qual a união das peças é obtida pela fusão
localizada do metal por uma chama gerada pela reação entre o oxigénio e o acetileno.
Pode ser necessário a utilização de material de adição, que em forma de arames é aplicado pelo
soldador com uma mão, enquanto que com a outra mão ele manipula o maçarico.
A proteção do metal fundido é proporcionada pelos gases resultantes da queima primária em
uma chama corretamente ajustada.
As superfícies a serem soldadas são aquecidas pela chama até a fusão das bordas , formando uma
poça de fusão, que estabelece a interação entre as duas peças. (autógena)
Conforme a espessura ou as condições de soldadura do material base há a necessidade de adição
ao processo de mais material na forma de varetas (material de adição).

Fig. 93 – Soldadura oxiacetilénica. Fonte – Altino Loureiro

O oxigénio é, em geral, fornecido em cilindros de gás comprimido (200 bar). Em locais onde este
gás é muito utilizado, ele pode ser fornecido a partir de instalações centralizadas. O acetileno é fornecido
em geral dissolvido em acetona dentro de cilindros próprios.
Geradores de acetileno, onde este é produzido pela reação de carbureto de cálcio e água também
podem ser usados mas estão em Portugal estão desuso. Os maçaricos são dispositivos que recebem o
oxigénio e o gás combustível, fazem a sua mistura na proporção correta e libertam esta mistura, no seu

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bico, com uma velocidade adequada para a sua queima. O equipamento para soldadura OFW é muito
versátil, podendo ser utilizado, através de mudanças de regulação ou troca de bicos do maçarico, para
corte a oxigénio, tratamento térmico de pequenas peças e para brasagem.
Uma alternativa mais barata ao acetileno é o propano.

Tabela 22 – Gases para soldadura

6.11.1 – Acetileno e tipo de chama


O acetileno industrial é um gás incolor, odor picante característico. Ele é mais leve que o ar e se dissolve
facilmente em líquidos.
Muito instável, apresenta perigo de explosão quando comprimido a pressões entre 15 e 20 bar.
Devido à sua instabilidade a pressões elevadas, o acetileno é armazenado em cilindros dissolvido
em acetona. Esta, para cada aumento de 1 bar de pressão, dissolve um volume de acetileno 25 vezes
maior do que o seu.
O cilindro é cheio até uma pressão de cerca de 17,5 kgf/cm2.
A vazão de consumo possui um limite acima do qual:
a) a pressão interna cai rapidamente dando a impressão de que o cilindro está vazio.
b) o acetileno tende a carregar, misturado consigo, uma certa quantidade de acetona.
Nota - Nunca deve se deitar o cilindro. Nesta situação, a acetona sairá em grande quantidade misturada
com acetileno.
A pressão de saída de acetileno não deve exceder 1,5 kgf/cm 2.
A reação química da chama oxiacetilénica pode ser ajustada pela variação da relação da mistura
do oxigénio / gás combustível, modificando assim as características da chama:

Fig. 94 - Chama Redutora – Fonte -Enbarco

Fig. 95 - Chama Neutra – Fonte -Enbarco

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Fig. 96 - CHAMA OXIDANTE – Fonte -Enbarco

6.11.2 - Aplicações do tipo de chama:


Chama neutra - Soldadura de aços ao carbono e nos materiais não ferrosos assegurando a
protecção da oxidação e de ações químicas no metal em fusão;
Chama oxidante - Soldadura de cobre, bronzes, níquel e prata, com o fim de proteger o metal em
fusão dos efeitos nocivos do hidrogénio;
Chama redutora - Soldadura de alumínio, onde a tendência à oxidação é muito grande ou em
aços com elementos de liga.

6.11.3 - Constituição do conjunto oxiacetilénico


O equipamento básico para soldadura manual consiste de fontes de oxigénio e gás combustível,
reguladores de vazão, mangueiras e do maçarico.

Fig. 97 - conjunto oxiacetilénico. Fonte - UTFPR

6.11.4 - REGULADORES DE GÁS


A função principal desses equipamentos é o controlo da pressão do gás. Eles reduzem a pressão alta do
gás que vem do cilindro para a pressão de trabalho do maçarico, mantendo-a constante durante toda a
operação.
O princípio de construção de reguladores para diferentes gases é o mesmo, isto se deve sempre
por causa da pressão que eles são submetidos para controlar diferentes soldagens de gás a gás (150 bar
para oxigénio e 17 bar para o acetileno) além do mais eles são designados para manter respetivamente
diferentes pressões. Isto ocorre porque um regulador de gás é usado apenas para o gás para o qual ele é
designado. Para evitar confusão e perigos, a conexão para gases combustíveis e tubos de oxigénio têm

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roscas diferentes e correspondentes ao filetes das válvulas, um tem rosca direita o outro com rosca
esquerda.

Fig. 98 – Reguladores

Fig. 99 – Funcionamento dos reguladores. Fonte - UTFPR

6.11.5 - Válvulas de retenção ou anti retrocesso


São válvulas colocadas nas linhas de oxigénio e acetileno para evitar o retorno de gás ou o refluxo da
chama. Isso pode ocorrer quando a velocidade da chama é maior que a velocidade de fluxo do gás.
Neste caso a chama pode atravessar a câmara de mistura em sentido contrário e avançar pela mangueira.

Fig. 100 - Válvulas anti retorno.

6.11.6 - Mangueiras
As mangueiras do equipamento oxiacetilénico obedecem a um código fixo de cores:
acetileno –vermelho
oxigénio –verde.

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Mangueiras para o acetileno, gás LP, e combustíveis líquidos são projetados para trabalhar a uma
pressão até 0.6 MPa e para o oxigénio para uma pressão de trabalho até 1.5 MPa.

6.11.7 - Maçarico
O equipamento básico é formado por:
a) Corpo do maçarico
b) Conexões das mangueiras
c) Dois tubos separados para passagem dos gases
d) Válvulas para controlo da vazão dos gases
e) Câmara de mistura dos gases
f) Bicos

Fig. 101 – maçarico, ponteiras e vários bicos

Fig. 102 – Tocha de oxiacetileno. Fonte - UTFPR

Para controlar a chama de oxi-combustível é essencial que o orifício do bico de solda esteja limpo,
liso e paralelo. Se este orifício estiver sujo, gasto ou obstruído com salpico de metal etc, a chama será
assimétrica e distorcida que pode ser difícil para usar. Se o bico estiver gasto com formato de um sino,
será necessário corrigi-lo e se as partículas de metal forem depositadas dentro do orifício as mesmas
devem ser removidas com a ajuda de um limpador de bico.

6.11.8 - Cuidados a ter no seu manuseamento


As mangueiras, de acetileno e de oxigénio, devem ser purgadas, nesta ordem, antes de acender o
maçarico.

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O maçarico deve ser aceso inicialmente com o fluxo de acetileno somente, e depois aberto o fluxo
de oxigénio.
Nunca deve ser utilizado óleo ou massa nas roscas e nos reguladores, bicos, maçaricos, ou
qualquer outro equipamento que entre em contato com o oxigénio.
O oxigénio nunca deve ser utilizado como ar comprimido, para limpeza, por exemplo.
A área de trabalho deve ser mantida livre de qualquer produto combustível.
Devem tomar as devidas precauções de não colocar ou deixar as mangueiras em cima de metais
quentes e em temperaturas abaixo de -35 ºC, é necessário que mesma seja constituída de borracha
resistente para suportar baixas temperaturas.

6.11.9 - Materiais utilizados como solda

Tabela 23 - Metal (em arame) de adição para diferentes materiais. Fonte – UTFPR

6.11.10 - Higiene e Segurança em Trabalhos de Soldadura


Devemos ter em atenção que na solda por arco produz UV, assim cumpra os requisitos seguintes:
Boa ventilação, pois os gases da soldadura fazem mal;
Boa iluminação;
Limpeza - Manter limpa a bancada de soldadura e o chão para a prevenção de incêndios, pois o
lixo incendeia-se com a prática de soldadura;
Ter meios de extinção nas proximidades como extintores;

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Usar os EPIs indicados por tipo de operação:
Luvas de pele (couro), avental de pele para soldadura ou trabalho com peças quentes,
para proteção de queimaduras no abdómen por UV e por salpicos de metal incandescente,
e usar um par de proteção em couro para o peito dos pés, art.º 15 do Decreto-Lei 50/2005;
Solda por gás – usar óculos escuros que levantam e com vidros transparentes, para
proteção de salpicos, miniexplosões,…;

Quando temos de sodar por baixo, vamos ter de levantar os braços e só o uso de luvas de soldador, que
são em pele e compridas nos protegem de queimaduras nas mãos e braços por respingos (bolas
metálicas a elevadas temperaturas emanadas tanto de MIG como de eléctrodo revestido) e ou gotas, pois
as mangas ficam arregaçadas podendo assim entrarem respingos ou gotas dentro da manga.

Nota - Na soldadura em automóveis e onde haja risco de incendio, deve haver sempre uma pessoa a
auxiliar para detetar qualquer foco de incendio que surja, pois até as tintas pegam fogo.

7 - Chapas metálicas
As chapas metálicas com a maior variedade são as de aço, mas há de alumínio, latão, cobre, … sendo
algumas tratadas quimicamente para proteção contra corrosão e ou revestidas para acabamento final.
Lista de chapas mais usadas na serralharia por tipo, material e dimensões:
Chapa zincor - chapa electrozincada, a mais usada, aço DC01+ZE25 (de 0,8 a 3 mm).
Chapa acetinada (laminada a frio), aço DC01 ou DC03.
Chapa Galvanizada Lisa (zincada), aço DX51D+Z200 ou Z275 (de 0,4 a 3 mm).
Chapa Perfilada Lacada. Largura de 1.16 a 1,2 m com 5 e 11 ondas e em várias cores.
Chapa Galvanizada Ondulada (zincada), aço DX51D+Z200 ou Z275, largura= 836 mm.
Chapa de aço ou laminada a quente, aço S235JR ou S275JR (de 1.5 a 20 mm)
Chapa de Aço Antiderrapante, aço S235JR ou S275JR, altura do relevo: 1 a 2 mm.
Chapa Perfurada, a de furo redondo é a mais usada.
Chapa de alumínio – há polida, lacada e anodizada, disponível em várias cores.
Chapa de alumínio antiderrapante, 2 a 5 mm, largura 1; 1,25 e 1,5 m, L = 2; 2,5; 3 e 4 m.
Chapa inox lisa – há brilhante, polida, escovada, AISI 304, 304L, 316 e 316L, de 0,4 a 12 mm.

Tabela 24 - Tamanhos e espessura mais utilizadas da chapa zincor, fonte - www.masterferro.pt

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Fig. 103 - Chapa Perfilada Lacada, para fachada, fonte - https://lineve.pt/pt

Fig. 104 Chapa de aço antiderrapante, tabela 25 - características, fonte - www.masterferro.pt

Fig. 105 - Chapa de alumínio antiderrapante, fonte - www.fms.pt/pt

Fig. 106 - Chapa perfurada, fonte - www.anteroeca.com

8 - Perfis metálicos
Há imensos perfis metálicos de muitos aços, alumínio, latão, bronze, etc, os mais vulgares são de aço
macio, alguns para estruturas são mais resistentes. Apresentam-se alguns perfis usados em serralharia.
O autor recomenda o uso de perfis fechados de 2 mm em vez de 1,5 mm, porque são mais
resistentes aos esforços e corrosão, e são mais fáceis de soldar.

Fig. 107 - Perfis varão, vergalhão quadrado e barra retangular, fonte www.chagas.pt
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Fig. 108 - Tubo redondo, quadrado e retangular, EN 10305-3/5, fonte - www.thomazsantos.pt

Fig. 109 - Perfis T, L e U, fonte - www.thomazsantos.pt

Fig. 110 - Tubo de corrimão e outros perfis - fonte - www.thomazsantos.pt

Fig. 111 - Perfis em calha - fonte - www.thomazsantos.pt

Fig. 112 - Tubos estruturais, fonte www.chagas.pt

Fig. 113 - Perfis estruturais abertos - fonte - www.thomazsantos.pt


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9 - Desempeno de peças ou chapas


9.1 - Desempeno por martelamento
Neste tipo de endireitamento o material a endireitar é martelado a quente ou a frio até atingir a forma
desejada, este processo é utilizado principalmente em peças únicas em que não justifica a utilização de
qualquer outro método de endireitamento. O princípio básico deste tipo de endireitamento é a
deformação pontual do material através do fornecimento de energia com o martelamento do material.
Este método é o método mais antigo, no entanto, é o método mais lento, requer experiencia e habilidade
do operador e há ainda o facto de não poder ser empregue a materiais de grandes espessura. Tem as
vantagens de não necessitar de equipamento específico e possibilitar realizar alguns endireitamentos,
que de outro modo, não são possíveis.

Fig. 114 - Desempeno por martelamento, fonte - Tiago Soares

9.2 - Desempeno por estiramento (tração)


Neste tipo de endireitamento o material a endireitar é fixo por mordentes nas extremidades e esticado,
sendo regra geral apenas utilizado nas siderurgias. O princípio básico é a deformação de todo o material
para além do limite elástico do mesmo, de modo a plastificar o material uniformemente. Este método
tem a vantagem do material resultante ter tensões internas uniformes no entanto necessita de um
equipamento específico para o efeito e não pode ser aplicado a

Fig. 115 - Sistema servomotorizado de endireitamento de chapa em banda, fonte - Tiago Soares

9.3 - Desempeno térmico


Neste tipo de endireitamento o material a endireitar é sujeito a um aquecimento pontual ou em áreas
específicas em que o aquecimento é feito por indução ou através de chama. Este método é geralmente
empregue a peças de grande dimensão e a peças soldadas acabadas ou semiacabadas.
O princípio básico deste processo é a formação de tensões internas no material provocados pelo
aquecimento e arrefecimento controlado do material. Era o principal método de despenar chapa pelos
bate-chapas na reparação de automóveis acidentados, quando a zona está quente martela-se esta de
modo que quando arrefeça não haja empeno ou saliência.

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Fig. 116 - Exemplificação de endireitamento de varão por aquecimento, fonte - Tiago Soares

Este método tem como principal vantagem a possibilidade de endireitar materiais de dimensões
muito grande e, no caso do aquecimento por chama, não necessitar de equipamento específico para o
trabalho. Contudo este processo provoca grandes alterações no comportamento do material e também
não pode ser aplicado a materiais de grande condutividade térmica (como, por exemplo, ligas de
alumínio).

9.4 - Desempeno por prensagem


Neste tipo de endireitamento o material a endireitar é sujeito a aplicações pontuais ou em áreas de
tensões através da ferramenta de uma prensa. Este método é utilizado em peças de grande dimensão ou
em veios mesmo que pequenos como os dos hidráulicos.
O princípio básico deste processo é a aplicação de deformações controladas na zonas empenadas
de modo a equilibrar as tensões residuais internas do material e assim conduzir ao seu endireitamento.
Este método tem como principal vantagem a possibilidade de endireitar materiais de grandes
dimensões tendo as desvantagens da necessidade de equipamento específico, dificuldade do controlo do
processo e o tempo de execução do endireitamento.

Fig. 117 - Prensa de endireitamento, fonte - Tiago Soares

9.5 - Desempeno por fieiras/ endireitadores automáticos, para tiras de chapas


Um endireitador é constituído geralmente por dois ou quatro rolos de arrasto também conhecidos como
pinch rolls, montados no mesmo alinhamento vertical, e cinco ou sete rolos de endireitamento, montados

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em ziguezague. Três ou quatro dos rolos de endireitamento são bem como os rolos de arrasto
motorizados e os restantes conduzidos.
Os rolos conduzidos são os rolos em que é feito o ajuste da profundidade de plastificação, ou seja
onde é feita a regulação da profundidade de penetração, aumentando assim a força exercida da chapa e
diminuindo o seu raio de curvatura.

Fig. 118 - Endireitador, fonte - Tiago Soares

10 – Ajustamentos de peças e medição


Ao montarmos conjuntos de peças temos de proceder a ajustamentos pois só peças operadas em
máquinas CNC é que ficam com os furos no sitio (coordenadas) exatas e com dimensões exatas, pelo que
muitas vezes para encaixarmos peças ou apertar conjuntos de peças temos de proceder a correções,
assim temos de limar, rebarbar, lixar, rebarbar no rebolo ou com a rebarbadora,… para tal há mais
ferramentas além das atrás já enunciadas que podem auxiliar nesta tarefa.

Fig. 119 - Esmeriladora de Bancada (rebolo), de 200mm Mader Power Tools, fonte - https://ruiemendes.pt

Existem por exemplo aparelhos de limar com qualidade, retificadora reta, como a ar comprimido, ou
eléctricas que funcionam a alta rotação, chamados de diprofil ou moto-tubo, ver imagem seguinte.

Fig. 120 – Retificadora reta eléctrica, fonte - https://www.makita.pt/product/gd0810c.html

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Fig. 121 – alguns tipos de mós usadas, fonte - CENFIM

As peças a encaixarem umas nas outras podem ter que entrarem à pressão, justas ou seja com pouca
folga, ou até têm de ter alguma folga, em função das necessidades. Por exemplo um rolamento num eixo
de veículo geralmente entra à pressão, para tal usa-se a prensa hidráulica, geralmente para desmontar
rolamentos e outras peças de veios usam-se sacas específicos. Se o rolamento entrar solto com folga vai
provocar problemas, avarias que têm de se evitar.
Para o acabamento final de uma peça que tenha que funcionar acoplado a outras, podemos lixar e
até polir mas só o devemos fazer apos verificação das medidas finais.
Para lixar e até polir há máquinas de mesa com disco de lixa rotativo.

Fig. 122 – Máquina de lixar e polir, fonte - Echo-lab, Politouch 1D

Para medição em mecânica usa-se sobretudo o paquímetro, acima de 200 mm usam-se réguas
metálicas de preferência em inox que mantém visíveis as suas marcas com o tempo.

Fig.123 – Paquímetro, fonte – www.cursosguru.com.br

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Para medir estruturas metálicas usam-se fitas métricas metálicas, que têm um erro máximo de 1 mm.
Para sabermos se uma estrutura quadrada ou retangular tem os seus vértices à esquadria (90º), devemos
medir as diagonais que tem de ser coincidentes no comprimento.
Há comparadores para medição, ver a figura seguinte e a aplicação de verificar a excentricidade.

Fig.123 – Comparador e medição de eixo. Fonte – IEFP – ISQ

10.1 – Calibradores
Os calibradores servem basicamente para a técnica de medição e controlo. São instrumentos que
estabelecem os limites, máximo e mínimo das dimensões que desejamos comparar. Podem ter formatos
especiais, dependendo das aplicações, como, por exemplo, as medidas de roscas, furos e eixos.

Calibrador de boca - Este calibrador tem duas bocas para controle: uma passa, com a medida máxima, e
a outra não-passa, com a medida mínima.
Ele é indicado para controlar medições de peças em que é exigida precisão.

Fig. 124 – Calibrador de boca, fonte - Adriano Secco

11 – Segurança no trabalho - Numa oficina ou estaleiro de trabalho de mecânica devemos ter em


atenção os seguintes requisitos:
Boa ventilação;
Boa iluminação;
Limpeza - Manter limpas as bancadas, as máquinas e o chão, ter sempre reservatórios para a
colocação de resíduos. Além de tornar o local de trabalho mais agradável, evitam-se acidentes;

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EPIs – Usar sempre óculos de protecção em todas as operações que envolvam projeção de
partículas;. Luvas de pele na manipulação de peças pesadas, com chapas afiadas como o inox,..
usar capacete onde haja risco de quedas de peças. Soldadura ou trabalho com peças quentes -
avental de pele, no caso de soldadura usara ainda luvas de pele compridas e proteção aos pés;
Utilizar bata apropriada e justa principalmente com elástico nos punhos, sapatos próprios. Evitar
usar roupas largas e adornos para não haver o perigo de prender nas máquinas;
Respeitar as regras de utilização de cada ferramenta a fim de evitar acidentes com as mesmas;
Antes de se usar uma máquina têm de se conhecer o seu funcionamento, as regras de segurança a
verificar, os riscos intrínsecos e consultar o seu manual que é obrigatório;
Respeitar as normas de funcionamento e os dispositivos de segurança das máquinas das que
utilizamos a fim de evitar acidentes com as mesmas;

11.1 – Segurança com máquinas e manutenção


Tal como na generalidade das áreas da Saúde e Segurança do Trabalho, os riscos de acidente com
máquinas estão relacionados com:
– O perigo real, medido pela severidade dos danos que possam decorrer do contacto com os
componentes da máquina;
– A subjetividade da perceção do risco, com que cada indivíduo identifica os vários perigos e a
sua capacidade para os prevenir.

Qualquer estratégia de prevenção dos acidentes relacionados com as máquinas deve, assim, ser dirigida
para a redução do perigo real, através do uso de máquinas intrinsecamente seguras e para o incremento
da perceção do risco, proporcionando a cada indivíduo a informação, a formação e o treino adequados à
sua prevenção. Em Portugal desde 2019 é obrigatório anualmente por trabalhador 40 h de formação.
A legislação europeia estabelece requisitos de segurança que as máquinas devem cumprir para
poderem ser comercializadas e colocadas em serviço no Espaço Económico Europeu.
Esta legislação responsabiliza os fabricantes pela concepção e fabrico de máquinas seguras.
Mas lembre-se que os empregadores (utilizadores), também são legalmente responsáveis por
colocar à disposição dos empregados equipamentos de trabalho em boas condições de funcionamento e
segurança.
No caso de máquinas e equipamentos de trabalho há a Directiva máquinas, transposta pelo
Decreto-Lei 50/2005, em que as máquinas e equipamentos têm de cumprir os requisitos mínimos, caso
não os cumpram, têm de ser intervencionados e atualizados, nomeadamente verificar:
Sistemas de comando, art.º 11;
Arranque do equipamento, art.º 12;
Botão de paragem de emergência, art.º13;
Sinalização de segurança, art.º22;

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Aviso com as condições de utilização, art.º 8;
Manual de utilização em português;

Manutenção do equipamento (art.º 19):


1 - As operações de manutenção devem poder efetuar-se com o equipamento de trabalho parado
ou, não sendo possível, devem poder ser tomadas medidas de protecção adequadas à execução
dessas operações ou estas devem poder ser efetuadas fora das áreas perigosas.
2 - Se o equipamento de trabalho dispuser de livrete de manutenção, este deve estar atualizado.
3 - Para efetuar as operações de produção, regulação e manutenção dos equipamentos de
trabalho, os trabalhadores devem ter acesso a todos os locais necessários e permanecer neles em
segurança.

Nota 1 - Em qualquer local de trabalho é obrigatória a limpeza por motivos de HST. Também em
qualquer serviço, quando funciona, é obrigatória a limpeza diária desde 1986;
Nota 2 – Quem não verificar regra de segurança, seja no projeto, execução ou exploração, criando perigo
para vida ou integridade física de outros, é punido de 1 a 8 anos de prisão (art.º 277 do Código Penal).
Nota 3 - Para informação complementar sobre segurança consulte o manual UFCD 349 - Ambiente,
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos.

Este e outros manuais estão disponíveis em www.marioloureiro.net/EnsinoFormacao.htm

12 - Bibliografia
Adriano R. Secco et all, Metrologia, telecurso 2000, Brasil;
Bruno Filipe, Manual de Ferramentas e Equipamentos, manual de aulas na ESAB, Coimbra, 2006;
Eduardo L. A. Mesquita et all, Conformação dos aços inoxidáveis, ACESITA, Itabira, Brasil, 1997;
Filipe Chaves, Ligações Adesivas, Workshop, FEUP/ OE;
Gilmar F. Batalha, Introdução a Manufatura Mecânica, USP, DEM, Brasil, 2003
Guilherme B. R. Gama Nunes, Ligação Mecânica Topo a Topo de Componentes Tubulares, IST, Lisboa, 2014;
IEFP- ISP, Metrologia e Normalização, Técnicas e instrumentos de medida, Lisboa, 1999;
Mário Loureiro, UFCD 1278-Prática de técnicas de fabrico – operações fundamentais, Coimbra, 2011;
Mário Loureiro, UFCD 1279-Prática de técnicas de fabrico – operações sobre chapa e tubos, 2011;
Mário Loureiro, Invenções, desenhos, ideias e projectos, e-book, 2013;
Mário Loureiro, UFCD 4903 - Metrologia dimensional, Coimbra, 2020;
Mário Loureiro, UFCD 898 - Soldadura e soldobrasagem, Coimbra, 2021;
Mário Loureiro, UFCD 6635 - Conjuntos mecânicos – operações de bancada, Coimbra, 2021;
Mário Loureiro, UFCD 349 - Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos, Coimbra, 2021;
Oswaldo L. Agostinho Et all, Processos de Fabricação e Planejamento de Processos, UE de Campinas, Brasil, 2004;
Tiago T. M. Soares, Sistema servomotorizado de endireitamento de chapa em banda, UA, DEM, Aveiro, 2014;

Web
http://almeidaseamaral.pt
https://elearning.iefp.pt
https://essel.com.br
www.lasindustria.pt/corte-a-jato-de-agua

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Indice
1 - Ferramentas 2
2 -Traçagem plana em chapa 7
2.1 – Ferramentas para traçagem 7
3 - Processos de corte 9
3.1 - Corte por cisalhamento 9
3.1.1 - Tesouras 10
3.1.2 - Guilhotinas 11
3.1.3 - Corte dos cantos em chapas 12
3.2 - Corte por abrasão 12
3.2.1 - Corte por serras 12
3.2.1.1 - Serra de fita 13
3.2.1.2 - Serra de fita horizontal 14
3.3 - Corte por discos abrasivos 15
3.4 - Furacão 16
3.4.1 - Furacão por cisalhamento 16
3.4.2 - Furação por maquinação 17
3.4.3 - Furação por brocas 18
3.4.3.1 – Brocas 18
3.4.3.2 - Afiação das brocas 19
3.4.4 - Puncionadeiras 19
3.4.4.1 - Puncionadeiras automáticas 19
3.4.5 - Equipamentos e ferramentas que furam por abrasão 20
3.4.5.1 - Berbequim (furadeira portátil) 20
3.4.5.2 – Furadeiras 21
3.5 - Corte por fusão: 21
3.5.1 - Oxicorte 22
3.5.2 - Corte a plasma 23
3.5.3 - Corte por Laser 23
3.5.4 - Corte por jato de água 23
4 - Dobragem de chapa (quinagem) 24
5 – Roscagem 25
5.1 - Furação para abertura de rosca 26
6 - Ligação dos materiais (união) 28
6.1 - Classificação das ligações dos materiais 28
6.2 - Junção por conformação 29
6.3 – Colagem (colas e adesivos) 29
6.4 – Rebitagem 30
6.4.1 - Tipos de ligações com rebites 31
6.4.2 - Materiais dos rebites 31
6.4.3 - Rebitagem manual, sequência: 31
6.5 - Classificação dos processos de soldadura 32
6.5.1 - Processos de soldadura 32
6.6 - Soldadura por arco eléctrico 32
6.6.1 – Escorvamento do arco eléctrico 33
6.7 - Soldadura por elétrodo revestido (ER) 34
6.7.1 - Equipamentos de soldadura a ER 34
6.7.2 - Parâmetros de soldadura a ER 35
6.7.3 - Classificação dos eléctrodos 36
6.7.3.1 -Tipo de posições de soldadura e inclinações 36
6.7.4 - Tipos de corrente eléctrica 37
6.7.5 - Tipos de revestimento 37
6.7.6 – Armazenagem de ER 38
6.7.7 - Fontes de energia 39
6.7.7.1 - Tipos de fontes 39
6.8 - Soldadura MIG/MAG 40
6.8.1 - Fontes de alimentação 41

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6.8.2 - Funcionamento 42
6.9 - Soldadura TIG 42
6.9.1 - Gases de protecção 43
6.9.1.1 - Caudal do gás 43
6.9.2 – Eléctrodo 43
6.9.3 – Parâmetros/cuidados 44
6.10 - Brasagem e soldobrasagem 45
6.10.1 - Brasagem 45
6.10.2 - Brasagem forte e fraca: 46
6.10.3 - Soldobrasagem 46
6.11 - Soldadura oxiacetileno ou oxiacetilénica 46
6.11.1 – Acetileno e tipo de chama 48
11.2 - Aplicações do tipo de chama: 49
6.11.3 - Constituição do conjunto oxiacetilénico 49
6.11.4 - REGULADORES DE GÁS 49
6.11.5 - Válvulas de retenção ou anti retrocesso 50
6.11.6 - Mangueiras 50
6.11.7 - Maçarico 51
6.11.8 - Cuidados a ter no seu manuseamento 51
6.11.9 - Materiais utilizados como solda 52
6.11.10 - Higiene e Segurança em Trabalhos de Soldadura 52
7 - Chapas metálicas 53
8 - Perfis metálicos 58
9 - Desempeno de peças ou chapas 56
9.1 - Desempeno por martelamento 56
9.2 - Desempeno por estiramento (tração) 56
9.3 - Desempeno térmico 56
9.4 - Desempeno por prensagem 57
9.5 - Desempeno por fieiras/ endireitadores automáticos, para tiras de chapas 57
10 – Ajustamentos de peças e medição 58
10.1 – Calibradores 60
11 – Segurança no trabalho 60
11.1 – Segurança com máquinas e manutenção 61
12 - Bibliografia 62

Mário Loureiro
Faz manutenção desde 1974 a veículos incluindo pesados, máquinas, hidráulicos, pneumáticos, gruas,
equipamentos de elevação, geradores, aparelhos electrónicos e de som, automatismos…
Fabrica desde 1980 aparelhos electrónicos, colunas de som, quadros eléctricos, automatismos,…
Instala e faz manutenção a instalações eléctricas/águas, sistemas solares térmicos e fotovoltaicos,
iluminação a LED desde 2013, …
Curso Secundário Tecnológico de Mecânica, Escola Secundária Avelar Brotero (ESAB) 1979-1982.
Formador externo desde 1996 (FORSIVA) e professor no Ministério da Educação desde 1998.
Inscrito na Ordem dos Engenheiros (OE) desde 20/12/1998.
Licenciatura em Eng.ª Mecânica pela Universidade de Coimbra (UC), 1997.
Mestre em Eng.ª Mecânica (pré-Bolonha), pela UC, 2008.
Engenheiro sénior da OE, 2013.
Técnico responsável de instalações eléctricas e geradores, inscrito na DGEG desde 2013.
Aluno do mestrado em Engª Electrotécnia, UC, de 2015 a 2017, (do 5º ano só falta a dissertação).
Doutorando em Construções Metálicas e Mistas, Eng.ª Civil, UC, de 2013 a 2017.
Realizou 70 cadeiras do ensino superior, incluindo 5 de doutoramento com média de 15 valores.
Especialista em Engenharia de Segurança da OE, 2021.

Coimbra 22/02/2021
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