Introducao Ao Estudo de Electricidade e Magnetismo
Introducao Ao Estudo de Electricidade e Magnetismo
Introducao Ao Estudo de Electricidade e Magnetismo
Índice
ELECTROSTÁTICA ..................................................................................................................................................... 5
CARGA ELÉCTRCA ................................................................................................................................................ 5
Partículas elementares do átomo ................................................................................................................... 5
QUANTIZAÇÃO DA CARGA ............................................................................................................................... 6
Carga eléctrica Pontual ................................................................................................................................ 6
Princípio de Conservação da carga eléctrica ................................................................................................... 6
Processos de Electrização .................................................................................................................................... 7
Electrização por fricção ou atrito .................................................................................................................... 7
Electrização por contacto ................................................................................................................................ 7
Electrização por influência ou por indução ..................................................................................................... 7
Condutores e Isolantes ........................................................................................................................................ 8
Lei de Coulomb .................................................................................................................................................... 8
Princípio de superposição das cargas .............................................................................................................. 9
Campo eléctrico ................................................................................................................................................... 9
Campo Eléctrico criado por cargas pontuais ................................................................................................. 10
Sobreposição de campos eléctricos de cargas pontuais ............................................................................... 10
Campo Eléctrico vectorial .................................................................................................................................. 11
Linhas de força de um campo eléctrico ......................................................................................................... 11
Campo de um Dipolo Eléctrico ...................................................................................................................... 12
Campo eléctrico criado por uma carga em distribuição contínua ................................................................. 14
Tipos de Distribuições................................................................................................................................ 14
Linear ..................................................................................................................................................... 14
Superficial .............................................................................................................................................. 14
Volumétrica ........................................................................................................................................... 14
Tarefa ................................................................................................................................................. 15
Campo ELÉCTRICO uniforme ............................................................................................................................. 15
Fluxo Eléctrico ............................................................................................................................................... 15
Lei de Gauss ............................................................................................................................................... 16
Aplicação da Lei de Gauss ...................................................................................................................... 16
Carga pontual .................................................................................................................................... 16
Cilindro .............................................................................................................................................. 17
Campo de uma película infinita de cargas ..................................................................................................... 18
Distribuição de carga num isolante com simetria esférica ............................................................................ 19
Intensidade do campo num ponto exterior da esfera (r > a). ................................................................... 19
Carga pontual ............................................................................................................................................ 19
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Capacitor................................................................................................................................................ 42
CIRCUITO RLC DE MALHA SIMPLES ............................................................................................................ 43
Índice de Gráficos
Índice de tabelas
Índice de figuras
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ELECTROSTÁTICA
Refere-se a parte da electricidade que se ocupa no estudo das interacções e das propriedades
dos sistemas de cargas eléctricas em repouso (fixas) em relação a um sistema de referencial.
CARGA ELÉCTRCA
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QUANTIZAÇÃO DA CARGA
A conservação da carga eléctrica significa que a carga não pode ser criada e nem destruída,
apenas transferida de um corpo para o outro. Isso leva a estabelecer a seguinte conclusão: “
num sistema electricamente isolado é constante a soma das cargas eléctricas”.
q i const
Esta lei explica igualmente o fenómeno que ocorre em processos de electrização, onde há
conservação da carga. Assim sendo, se destacam três tipos de electrização: Fricção, contacto
e influência.
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PROCESSOS DE ELECTRIZAÇÃO
Consiste em friccionar dois corpos previamente neutros em que o corpo mais electronegativo
atrai electrões do menos electronegativo devido a transferência de electrões ficam
electrizados com sinais contrários.
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estabelecer contacto, verifica-se que este se electriza sem que tenha havido transferência de
electrões entre eles (indução electrostática).
A experiência mostra que a parte do induzido mais próxima do indutor fica electrizada com
carga de sinal contrário à do indutor e a mais afastada com carga do mesmo sinal do indutor.
Para conservar a carga no induzido, basta nestas condições ligar o induzido à terra e a carga
negativa dele escoa-se para a terra. Cortando imediatamente a ligação terra e retirando o
indutor, irá haver distribuição de electrões no induzido de modo que todo ele fique electrizado
com carga de sinal contrário ao indutor.
CONDUTORES E ISOLANTES
Em alguns materiais encontrados na natureza, como cobre, ouro, ferro, etc, alguns electrões
de seus átomos podem se deslocar livremente. Esses materiais são chamados de Condutores.
Já outros materiais como madeira, plástico, vidro, etc, os eléctrões são tão fortemente ligados
ao átomo que não podem se deslocar com liberdade. São os materiais chamados de Isolantes.
LEI DE COULOMB
Formulada em 1785, via experimental pelo francês Charles Augustin Coulomb, diz que “Duas
cargas pontuais estacionárias q1 e q2 se repelem ou se atraem com uma força proporcional ao
produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância r entre elas”.
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A força Coulombiana tem a direcção do segmento que une as cargas e age igualmente sobre
cada carga.
Onde:
q1 e q2 são cargas eléctrica, expressas em Coulomb
r é a distância que separa as cargas.
1
K é a constante de Coulomb, cujo valor é 9.109N.m2/c2, também é expresso por k= 4 ,
A força de Coulomb que acaba de se analisar não é modificada pela presença de uma terceira
carga, quer dizer a força resultante FR que actua sobre uma carga por parte de um sistema de
n cargas, é igual a soma vectorial das forças de cada carga em separado, isto é:
n i
FR Fi
i 1
CAMPO ELÉCTRICO
Uma carga eléctrica, colocada numa dada região do espaço, cria um campo eléctrico ou seja,
um estado especial do espaço físico, que pode ser detectado por exemplo, por um
electroscópio1.
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Se num ponto p de um campo eléctrico colocar-se uma carga eléctrica pontual (corpo de
prova) q, esta seria actuada por uma força F. Colocando no mesmo ponto cargas eléctricas
pontuais, de valores duplo, tripo do da carga teste inicial, elas seriam actuadas por forças com
a mesma linha de acção e de módulo duplo, triplo do da força que actuaria a carga q. A final
F
no ponto p, é constante o vector q . Assim, em qualquer ponto do campo electrostático o
vector não depende do corpo de prova utilizado mas, unicamente da posição do ponto no
campo eléctrico.
Uma carga provoca então um Campo Elétrico E em todo o espaço e é este campo que atua
sobre a partícula distante. A força elétrica é então exercida pelo Campo Elétrico e não pela
primeira carga.
Onde: q2 é a carga que gera o campo eléctrico, d a distância entre as cargas e k a constante
eléctrica do meio
A unidade S.I. de campo eléctrico, tirada da sua definição é Newton por Coulomb(N/C).
Se o campo eléctrico E, for de um sistema de n cargas pontuais, Q1, Q2, Q3, …, Qn, num ponto
p do espaço irão sobrepor-se os campos eléctricos, E1, E2, E3, .., En, de cada uma das cargas
n i
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Figura 4: Sobreposição dos campos eléctricos de uma carga Q1, positiva e uma carga Q2, negativa
Suponhamos uma distribuição de cargas q1, q2, q3... qn, fixas no espaço. No entanto, vejamos
não as forças que elas exercem ente si, mas apenas os efeitos que produzem sobre alguma
outra carga q0 (carga de prova) que seja trazida as suas proximidades.
n q0 qi
F k
^
Sabemos que a força sobre q0 é: r 0,i . Assim, se dividirmos F por q0 teremos:
i 1 r 2
0, i
F n q K0q ^
. Logo: E
^
k 2i r 0,i
r2
r
q0 i 1 r0,i
O campo eléctrico pode ser visualizado por meio de um sistema de linhas de força orientadas,
que partem de cargas positivas e terminam em cargas negativas.
Cada linha de força2 é constituída de tal modo que a tangente num dado ponto da linha está
dirigida ao longo do vector E neste ponto. Assim, dada uma linha de força podemos
2 Linha de força é definida como uma curva tangente em cada ponto à direcção do campo neste ponto.
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determinar a direcção do campo eléctrico, pois será a tangente à curva e o sentido do mesmo
no ponto, indicado por sua orientação.
Veja que:
[a] Linhas de campo elétrico principiam nas cargas positivas e terminam nas cargas
negativas.
[b] Ao divergir de uma carga ou convergir para uma carga, as linhas de campo são
simétricas em torno da carga.
[c] O número de linhas do campo que divergem de uma carga positiva ou convergem para
uma carga negativa é proporcional à carga.
[d] A densidade de linhas (isto é, o número de linhas por unidade de área perpendicular a
direção das linhas) em torno do ponto é proporcional ao valor do campo elétrico neste
ponto.
[e] A grandes distâncias de um sistema de cargas, as linhas de campo são uniformemente
espaçadas e radiais, como se fossem as do campo de uma única carga elétrica
puntiforme igual à carga elétrica líquida do sistema.
[f] Duas linhas de campo nunca tem um ponto de cruzamento, o que indicaria duas linhas
do campo E num mesmo ponto do campo.
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Dipolo eléctrico, chama-se ao conjunto de duas cargas iguais e de sinais contrários. Nesta
aplicação vamos calcular o campo eléctrico, em ponto P qualquer do eixo perpendicular à
linha que passa pelas duas cargas.
Pelo princípio de sobreposição temos: E x E E
Em módulo, E+ = E-, pois as cargas e suas distâncias ao ponto P são iguais. Para calcular o
campo eléctrico resultante, temos que decompor os campos vectoriais E+ e E- em suas
componentes paralelas aos eixos x e y: E x E x E x cujo módulo é E x E x E x . De
temos que E x 2E cos( ) . Desta forma a componente resultante no eixo x é igual a;
R 2
r 2 (a ) 2
2
q
Ex 2k cos , sendo: e
R2
a
cos 2
r (a ) 2
2
2
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aq
Então, E x 2k . A componente resultante na direcção y será nula por simetria,
r 2
(a )
2
2
3
2
pois E y E y E y .
Uma carga distribuida continuamente numa superfície, linha ou volume gera no geral um
kq ^
campo eléctrico: E r . Se, se considerar uma pequena parte da superície, linha ou
r2
kdq ^ dq ^
volume tem-se dE
r2
r . Usando o Princípio da Superposição: E d E k r2 r .
TIPOS DE DISTRIBUIÇÕES
LINEAR
SUPERFICIAL
A carga é distribuída ao longo de uma superfície (por exemplo: disco, placa). Densidade
dq
ds
ds ^
superficial da carga: . Então: E k r
r2
dq ds
VOLUMÉTRICA
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TAREFA
Se nos diferentes pontos de uma dada região do espaço, E tiver o mesmo módulo, a mesma
direcção e o mesmo sentido, diz-se que, nessa região, o campo eléctrico é uniforme. As linhas
de força de um campo uniforme são paralelas e separadas igualmente uma da outra, tal como
pode ser produzido um plano infinito carregado com a densidade superficial.
Na prática, um campo quase uniforme realiza-se entre duas placas metálicas paralelas e
carregadas com cargas diferentes em sinal e iguais em módulo. O campo produzido concentra-
se todo ele no espaço interior entre as placas.
FLUXO ELÉCTRICO
Fluxo eléctrico é uma medida do número de linhas do campo eléctrico que atravessam uma
determinada superfície.
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LEI DE GAUSS
A nova formulação da lei de Coulomb gerou a Lei de Gauss3, onde são visíveis vantagens para
situações especiais. Quer dizer, a lei de coulomb aplica-se a todos problemas electrostáticos
sem ou com pequeno grau de simetria mas, os de grande grau de simetria usa-se a lei de
Gauss. Da lei de Coulomb, se expressa o campo eléctrico de uma carga pontual:
E 1 Q
4 d 2
A lei de Gauss fornece outro modo de escrever esta equação. Ainda assim, ela sempre exige
que seja esboçada uma figura cuja superfície seja fechada e hipotética, chamada superfície
gaussiana. A tal superfície deve ser adequada a simetria do problema, podendo ser uma
esfera, um cilindro ou outra forma simétrica e sempre fechada para permitir distinguir pontos
que estão dentro, na superfície ou fora dela.
CARGA PONTUAL
3
Carl Friedrich Gauss (1777-1855), Matemático e Físico Alemão
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Usa-se quando os objectos são esféricos e para cargas pontuais. O vector normal à superfície
aponta para fora dela. A integral sobre a superfície fechada: E.d A E (4r 2 )
S
q q q
Pela Lei de Gauss E.d A E.d A E (4r )
2
como, , então,
0 S 0 S 0
q
E
4 0 r 2
CILINDRO
Pode-se usar quando objectos de forma cilíndrica e linhas de carga. A integral sobre a
superfície é: E.d A E (2rL)
S
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dq
Consideremos uma linha de cargas infinita com densidade de carga uniforme λ: e
dl
q L
. Assim, E.d A E (2rL) , então E (2rL) ou E
0 S 0 2rL 0
q
Densidade superficial de cargas constantes
A
log o :
A
2 EA
0
Fluxo devido a película de cargas: faces paralelas no plano. Então: E=/20 ( forma escalar) ou
^ (forma vectorial).
E n
2 0
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q
E.d A
0
q Q
EdA E dA E 4r E
2
0 4 0 r 2
CARGA PONTUAL
Sendo:
4 R 3
Q
3 0
Então
R 3
E
3 0 r 2
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q
E.d A
0
q 4 r 3 r
EdA E dA E 4r 0 sendo, q 3 0 E 3 0
2
Imagine um pedaço isolado de cobre, suspenso por um fio isolante e tem uma carga adicional
q. Traça-se uma superfície gaussiana junto a face interna da superfície real do condutor. O
campo eléctrico no interior do condutor deve ser zero, pois não existem correntes
permanentes num condutor isolado.
Como E é nulo por toda a parte dentro do condutor, ele tem de ser nulo em todos os pontos
da superfície gaussiana, pois esta imaginada junto à superfície do condutor, sem dúvida está
dentro dele, o que significa que o fluxo através da superfície gaussiana tem de ser zero. A Lei
de Gauss diz que a carga dentro da superfície gaussiana, também tem de ser nula. Neste caso
a carga só pode estar do lado de fora, quer dizer, tem de estar sobre a superfície real do
condutor.
2. Qualquer excesso de carga, num condutor isolado, deve estar, necessária e inteiramente,
na superfície do condutor.
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4. Num condutor com forma irregular, a carga tende a acumular-se nos locais onde o raio de
curvatura da superfície é pequeno, isto é, onde a superfície é pontiaguda.
POTENCIAL ELÉCTRICO
B
W AB Fds W AB Ep B
A
W AB Ep B Ep A
B
F
log o : Ep B Ep A qEds h
A
Ep
mas,U potencial
q A
B
d
q(U B U A ) q Eds
A
B
U B U A Eds U Eds ddp
A A
B
W AB q Eds
A +Q
r q
E
B A
W AB B
E ds mas W AB W A WB
q A q q
W A WB B
Eds
q q A
Então temos: B
U A U B Eds
A
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B B r
q 1
0 U B Eds U B Eds, como E k 2
U B kq 2 dr
A A r
r
r
1 q
U B kq U B k
r r
POTENCIAL CRIADO POR VÁRIAS CARGAS PUTIFORMES
U U1 U 2 U 3 ...U n
Partimos do princípio de superposição: 1 1 1 1
U kq ...
r1 r2 r3 n
n
Qi
U k
i 1 ri
n
U U i U U
i 1
Q (Q) r r
U k U kQ , sendo r .r d cos ; r .r r 2
r r r .r
d cos
U kQ , mas dQ p momento * de * um * dipolo
r2
p
Assim : U k 2 cos
r
dQ
dU k
r
Esta integral deve ser feita sobre toda a distribuição de carga (linear, superficial, volumétrica).
Neste caso a análise estará no interesse de duas distribuições contínuas de carga:
1 dQ 1 .dx
Substituindo dQ = dx, na espressão dU = tem-se que: dU
4 0 r 4 0 r
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r é uma norma, logo o seu módulo é determinado pelo teorema de Pitágoras: r= (r12 r22 )
TAREFA
CORRENTE ELÉCTRICA
No entanto, há corrente eléctrica sempre que houver movimento de cargas numa certa
direcção.
Por outra quando se aplica uma diferença de potencial num condutor, por exemplo ao ligar-
se a uma bateria, há um campo eléctrico no condutor que gera uma força eléctrica sobre cada
electrão e subsequentemente uma corrente.
VELOCIDADE DE MIGRAÇÃO
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A figura 2 mostra um volume cilíndrico contendo cargas eléctricas que se deslocam com uma
velocidade denominada velocidade de migração, ou condutora. A intensidade da corrente
eléctrica é o resultado desse movimento ordenado de cargas eléctricas.
Q n.q
A quantidade de carga contida neste volume é: I , se multiplicarmos e
t S
v
n.q.v. A
dividirmos a fracção por A. Temos: I , sendox. A V ; n.V N , temos :
V
I
I N .q.v. A . v , sendo N a quantidade partículas livres por unidade de tempo.
N .q. A
^
dI J .n .dA , mas temos que I N .q.v.dA
^
J .n .dA N .q.v.dA
Assim: ^
J . n N .q.v
A velocidade de arraste foi tomada no mesmo sentido e direcção do vector normal, portanto:
J N .q.v medida no S.I A
m2
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O movimento ordenado das cargas, com velocidade v, deve-se a um campo eléctrico aplicado
por um agente externo.
A resposta do meio material constitui uma relação entre J e E que vai depender da natureza
do material do condutor.
J . E , Onde σ é a condutibilidade eléctrica do material
LEI DE OHM
No começo do século XIX, Georg Simon Ohm (1787-1854) mostrou experimentalmente que a
corrente elétrica, em condutor, é directamente proporcional a diferença de potencial
aplicada. Esta constante de proporcionalidade é a resistência R do material. Então de acordo
com as experiências de Ohm, tem-se que; U AB I .R .
Para chamá-la de Lei de Ohm, deve-se então demonstrar que a corrente através de um
condutor metálico é proporcional à voltagem aplicada, I ~ U. Isto é, R é uma constante,
independente da ddp U em metais condutores. Mas em geral esta relação não se aplica, por
exemplo aos diodos e transistores.
Dessa forma a lei de Ohm não é uma lei fundamental, mas sim uma forma de classificar certos
materiais. Os materiais que não obedecem a lei de Ohm são ditos ser não ôhmicos.
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Em muitos condutores observa-se que, alterando a ddp U nas extremidades destes materiais
altera-se a intensidade da corrente elétrica I, mas a duas grandezas não variam
proporcionalmente, isto é, o gráfico de U versus I não é uma reta e portanto eles não
obedecem a lei de Ôhm (veja gráfico abaixo). Estas resistências são denominadas de
resistências não ôhmicas.
Unidade de resistência elétrica é chamada ohm e é abreviado pela letra grega ômega Ω.
RESISTORES ÔHMICOS
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Preto 0 1
Marrom 1 101
Vermelho 2 102
Laranja 3 103
Amarelo 4 104
Verde 5 105
Azul 6 106
Violeta 7 107
Cinza 8 108
Branco 9 109
Ouro 10-1 5
Prata 10-2 10
Sem cor 20
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Devido a resistência eléctrica dos condutores, a passagem de corrente eléctrica por uma
resistência, dissipa energia em forma de calor. Muitos equipamentos se utilizam deste
princípio, como os chuveiros eléctricos, os fornos elétricos, aquecedores, etc.
Esta conversão de energia eléctrica em calor é denominada Efeito Joule e deu origem à Lei de
Joule. Quando uma carga q se move de um ponto de potencial alto para outro de potencial
mais baixo, realiza-se um trabalho dado por:W = qU , onde U é a d.d.p entre os pontos.
Substituindo q=Idt e U=IR, obtemos: W = Idt .IR = I2Rdt , equivalente ao calor liberado:Q = I2Rdt
Como a Potência desenvolvida é dada pela razão entre o trabalho realizado e o tempo
consumido, vem que: P = W / dt = I2Rdt / dt => P= I R2. Unidade de medias: Potência elétrica
P: W (watt); Calor Q: J (joules) ou cal (calorias).
LEIS DE KIRCHHOFF
Agora inicia-se o estudo de circuitos eléctricos mais complexo, circuitos com mais de uma
fonte e resistores em série e paralelo. Nisto há dois termos importantes, nó e malha:
Um nó em uma rede é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados.
Uma malha é qualquer caminho condutor fechado.
Veja que b e e são nós, mas a, c, d e f não são. As malhas possíveis neste circuito são as
trajectórias fechadas definidas pelos pontos: abef, acdf e bcde.
A soma algébrica das correntes que se dirigem para qualquer nó é igual a zero;
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Este princípio é conhecido por Primeira Lei de Kirchhoff ou lei dos nós. Ele é uma consequência
da conservação da carga total existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há
acumulação de cargas nos nós.
A soma algébrica das forças electromotrizes (fem) em qualquer malha é igual a soma algébrica
das quedas de potencial ou dos produtos iR contidos na malha.
A qual é conhecida como Segunda Lei de Kirchhoff ou lei das malhas. Esta lei é uma
generalização do princípio da conservação da energia em um circuito fechado.
Observando o circuito da Fig.6, nota-se que existem três correntes (i1, i2, i3) desconhecidas. A
caracterização do circuito ficará completa com a determinação das correntes, isto é, calcular
as suas intensidades e sentidos de percurso em cada malha. Neste caso, é necessário construir
três equações independentes, pois, tem-se três incógnitas (i1, i2, i3).
A solução deste problema pode ser encontrada usando as leis de conservação de Kirchhoff.
Os passos a seguir descrevem este procedimento; O referido circuito tem dois nós, os pontos
b e e , consequentemente existem duas equações;
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[a]
[b]
De um modo geral, podemos dizer que o número máximo de equação independentes que
podem ser construídas a partir desta lei é igual ao número de nós menos um. Isto é, se existem
N nós tem-se N-1 equações linearmente independentes. (Nas equações acima tem que se
escolher apenas uma).
Neste circuito tem-se três malhas, são elas; abef, acdf e bcde. Consequentemente pode-se
construir três equações, apenas duas delas serão independentes. Uma das equações poderá
ser escrita como combinação linear das duas outras. De forma similar ao caso anterior,
podemos dizer que se existem M malhas, então existirão M-1 equações linearmente
independentes. Veja as equações a seguir;
A dependência linear das equações acima, pode ser facilmente verificada somando as
equações iii) e iv) para obter v).
Finalmente a solução final para as correntes é dada resolvendo o sistema de três equações
com três incógnitas. Neste caso, usa-se as equações (i), (iii) e (iv) para construir o sistema de
equações. Este sistema pode ser resolvido por qualquer técnica, todas elas levam à mesma
solução para as correntes. Neste caso, a solução é dada pelas seguintes equações;
, ou
CAMPO MAGNÉTICO
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Sabe-se que cada carga cria em torno de si um campo elétrico, de modo análogo o imã cria
um campo magnético, porém num imãn não existe um mono-pólo assim sempre o imã tem a
carga positiva e a negativa. Abaixo representaremos o sentido de um campo magnético.
Um campo magnético não atua sobre cargas elétricas em repouso, mas se pegarmos esta
carga e lançarmos com uma velocidade v em direção a uma área onde há um campo
magnético B pode aparecer uma força F atuando sobre esta carga, denominada força
magnética (Força de Lorentz).
As características desta força magnética foram determinadas pelo físico Hendrick Antoon
Lorentz (1853-1920). A intensidade da força magnética pode ser obtida por: F = qBvsen(θ)
A direcção e sentido da força magnética são fornecidos pela regra da mão esquerda.
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[f] A força magnética forma sempre uma ângulo reto, ou é perpendicular, ao plano
formado pelos vetores v e B.
O módulo da força magnética sobre a partícula é dado por: F = q v B sen(θ). Onde θ é ângulo
entre os vectores v e B.
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Os imans, em geral, têm duas extremidades ou faces, chamados pólos (pólo Norte e pólo Sul).
O campo magnético é mais intenso nas proximidades desses pólos ou extremidades. Se o pólo
norte de um iman é colocado perto de outro pólo norte, a força entre eles será repulsiva.
Similarmente, se dois pólos Sul são aproximados um do outro aparecerá uma força de
repulsão entre eles. Mas, quando um pólo norte é posto nas proximidades de um pólo sul a
força entre eles é actrativa.
Uma grande diferença entres os pólos magnéticos e as cargas eléctricas é que as cargas podem
existir isoladamente, mas não podemos isolar o pólo norte do sul em um iman. Isto significa
que ao quebrar uma barra de iman ao meio, surgirão em cada pedaço do iman um pólo norte
e um pólo sul. Se continuamos quebrando um dos pedaços ao meio, novos pólos norte e sul
aparecerão em cada um dos fragmentos menores. Os Físicos têm tentado, por diferentes
técnicas, isolar um desses pólos e criar o monopólo magnético, mas ainda não se tem
nenhuma evidência de sua existência.
LEI DE BIOT-SAVART
Oersted ao concluir que correntes elétricas induzem campos magnéticos, havia encontrado
uma conexão entre eletricidade e o magnetismo. Ele observou também, que os campos
magnéticos produzidos por correntes elétricas, em um fio retilíneo, tinham a forma de círculos
concêntricos como mostra a Fig.26(a). O sentido destas linhas é indicado pelo norte da
bússola. Uma outra forma de se determinar o sentido das linhas de B é usar a regra da mão
direita, a qual é mostrada esquematicamente Fig. 26(b).
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Foi justamente desta maneira que a lei de Biot-Savart foi descoberta, a mesma diz-nos que o
elemento de indução magnética dB associado a uma I, um segmento de um fio condutor
descrito por dl é:
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No sistema métrico de unidades mks, esta constante tem o valor μo=4πε10-7 T.m/A. Para
determinar B é necessários somar a contribuição de todos os elementos infinitesimais dl. Esta
soma infinita é denominada de integral:
Uma outra forma de apresentar a lei de Biot-Savart é fazendo uma analogia com a
electrostática, como a seguir;
ou
Assumindo a constante K/c2 = μo/4π a equação acima é exatamente a lei de Biot-Savart obtida
anteriormente.
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Usando a lei de Biot-Savart, calcular o campo magnético num ponto P sobre um eixo que passa
pelo centro de uma espira percorrida por uma corrente.
Por simetria, o campo na direção y deve ser nulo. Assim apenas a componente x não é nula;
Na física chamamos de solenoide todo fio condutor longo e enrolado de forma que se pareça
com um tubo formado por espiras circulares.
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Oersted ao concluir que correntes elétricas induzem campos magnéticos, havia encontrado
uma conexão entre eletricidade e o magnetismo. Ele observou também, que os campos
magnéticos produzidos por correntes elétricas, em um fio retilíneo, tinham a forma de círculos
concêntricos. O sentido destas linhas é indicado pelo norte da bússola. Uma outra forma de
se determinar o sentido das linhas de B é usar a regra da mão direita.
Foi justamente desta maneira que a lei de Biot-Savart foi descoberta. A lei de Biot-Savart diz-
nos que o elemento de indução magnética dB associado a uma corrente i em um segmento
de um fio condutor descrito por dl é:
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FLUXO MAGNÉTICO
A lei de Gauss para o magnetismo expressa a inseparabilidade dos pólos magnéticos, ou seja,
a inexistência de pólos magnéticos isolados (monopólos magnéticos). Isto significa que toda
linha de campo é uma linha contínua e fechada, ou seja, partindo do pólo N vai ao pólo S por
fora do imã e, daí, por dentro, retorna ao pólo N.
EQUAÇÕES DE MAXWELL
Lei de Gauss:
Lei da indução de
Faraday:
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Lei de Ampère +
extensão de
Maxwell:
Onde:
ρ é a densidade volumétrica de carga elétrica (unidade SI: Coulomb por metro cúbico),
não incluindo dipolos de cargas ligadas no material
é a densidade superficial de fluxo magnético (unidade SI: Tesla), também chamada
de indução magnética.
é o campo elétrico de deslocamento ou densidade superficial de campo elétrico
(unidade SI: coulomb por metro quadrado).
é a intensidade de campo elétrico (unidade SI: volt por metro),
é a intensidade de campo magnético (unidade SI: Ampére por metro)
é a densidade superficial de corrente elétrica (unidade SI: ampère por metro
quadrado)
é o operador gradiente que em coordenadas cartesianas pode ser escrito como
U=ZI
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Este circuito formado só com resistência óhmica R , e temos que Z = R . A lei de ohm para este
circuito : U = R I .
Ao aplicarmos uma tensão alternada U a uma resistência R , verifica-se que à medida que a
tensão aumenta a corrente I também o fará . E se a tensão mudar de polaridade, a corrente
muda de sentido .
CORRENTE ALTERNADA
frequência angular ω (em rad/s) está relacionada com a frequência f (em Hz) e ao período T
2
por 2 f .
T
A fonte de fem variável, ou fonte AC, determina a frequência da corrente no circuito. Como a
voltagem fornecida pela fonte AC varia senoidalmente com o tempo, ela será positiva durante
metade do ciclo e negativa durante a outra metade. Da mesma forma, a corrente num circuito
alimentado por uma fonte AC é uma corrente alternada que também varia senoidalmente
com o tempo. Portanto, podemos escrever i im s en t .
Para um dado circuito RLC como mostrado no circuito, se considerarmos que os valores de m
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ELEMENTOS DE UM CIRCUITO AC
ao mesmo tempo.
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di
A diferença de potencial que atravessa o indutor é dada por VL L Lim cos t
dt
Usando a identidade trigonométrica cos θ = sen (θ + π/2), obtemos VL Lim sen t
2
Comparando as equações vemos que VL e i não estão em fase: VL atinge o valor máximo antes
de i, ou seja, i está atrasada em relação a VL.
É conveniente definir uma nova quantidade, a reatância indutiva XL: X L L , de forma que
podemos escrever a equação como VL im X L sen t . A unidade SI para XL é a
2
CAPACITOR
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q idt
A diferença de potencial VC entre os terminais do capacitor é dada por VC .
C C
im cos t
VC
C
Integrando a corrente i, encontramos
i
VC m sen t
C 2
Comparando as equações vemos que VC e i também não estão em fase: VC atinge o valor
máximo depois de i, ou seja, i está adiantada em relação a VL.
Após a análise de cada um dos elementos de circuito em separado, agora vamos analisar as
características de um circuito de corrente alternada contendo uma fonte de AC, um indutor,
um resistor e um capacitor, como o circuito mostrado no circuito.
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Usando a segunda lei de Kirchhoff, a lei das malhas, temos que a voltagem aplicada em um
circuito RLC é igual às diferenças de potencial que atravessam cada elemento do circuito, ou
seja
VR VL VC
substituindo
m s ent im R s en t im X L sen t m X C sen t
2 2
m
A amplitude da corrente pode ser facilmente obtida: im
R X L XC
2 2
m
De forma que a amplitude da corrente pode ser escrita como im que é similar à relação
Z
i para circuitos resistivos de malha simples onde a fem é constante. A unidade SI da
R
impedância também é o ohm. Obtivemos então os valores da amplitude da corrente, im, e do
ângulo de fase, ϕ, para um circuito RLC. Note que a fase não depende da amplitude m da fem
aplicada, isto é, se variarmos m variaremos im, mas não ϕ. A corrente im é máxima quando a
1 1
L , que é a condição de ressonância.
C LC