Medidas
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Conceitos de Instrumentação
Instrumentação é a ciência que aplica e desenvolve técnicas para adequação de instrumentos de
medição, transmissão, indicação, registro e controle de variáveis físicas em equipamentos nos processos
industriais.
Nas indústrias caracterizadas como “indústrias de processos”, a instrumentação de campo faz parte
do sistema de controle e de automação. As principais grandezas físicas encontradas e medidas em tais
processos industriais são pressão, nível, vazão, temperatura, massa, densidade, pH, deslocamento,
velocidade angular entre outras. Este capítulo visa introduzir conceitos básicos para a classificação,
especificação e análise de instrumentos de campo dentro do enfoque da automação industrial.
Os instrumentos em sistemas de automação são interligados para realizar uma determinada tarefa
de controle ou monitoramento em processos industriais. A um conjunto desses instrumentos chama-se
malha, e os instrumentos que compõem uma malha são então classificados pela função que executam,
conforme a lista a seguir:
Transdutores: são os dispositivos ou elementos que detectam alterações nas variáveis físicas
de processo e fornecem uma grandeza de saída em geral elétrica. O elemento do transdutor, ou
elemento primário, que entra em contato direto com a variável física a ser medida (mensurando)
é denominado sensor. Quando o elemento é responsável pela “detecção” de determinada
condição no processo pode ser também denominado detector.
Transmissor: instrumento que tem a função de converter sinais do transdutor, geralmente sinais
elétricos de baixa potência, em outra forma de sinal (analógico ou digital) capaz de ser enviada
à distância para um instrumento receptor, normalmente localizado longe do ponto de medição.
Figura 1.2. Exemplos de transmissores integrados aos respectivos elementos primários
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Figura 1.5. Exemplos de Conversores
Unidade Aritmética: instrumento que realiza operações aritméticas em seus sinais de entrada de
acordo com uma determinada expressão, e fornece um sinal de saída resultante.
Integrador: Instrumento que indica e/ou registra um valor obtido pela integração de sinais
medidos em determinado período de tempo.
Controlador: Instrumento que compara um valor medido (variável primária ou primary value ou
“PV”) com um valor desejado (referência ou set point ou “SP”) e, baseado na diferença entre
eles (erro), emite um sinal de correção (variável manipulada ou manipulated variable ou “MV”) a
fim de que a atuação no processo causada pela MV leve o erro calculado a zero.
Elemento final de controle ou atuador: Instrumento cuja função é a de transformar um sinal (MV)
vindo em geral de um controlador em uma atuação física efetiva no processo, por exemplo,
válvulas, motores ou atuadores pneumáticos.
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Figura 1.7. Exemplo de Elemento Final de Controle
Indicador Controlador
Integrador
Conversor
Transmissor Atuador
Transdutor Atuador
Figura 1.8. Configuração Típica (Exemplo na medição de uma linha de líquido ou vapor/gás)
Os elementos apresentados também podem ser classificados conforme o tipo de sinal transmitido
ou o seu suprimento. A seguir serão apresentados de forma simplificada os principais tipos com suas
respectivas vantagens e desvantagens.
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Elementos Pneumáticos
Neles é utilizado um gás comprimido para modulação do sinal, cuja pressão é alterada conforme o
valor que se deseja representar. A variação da pressão do gás é linearmente manipulada em uma faixa
específica e padronizada internacionalmente, para se representar a variação de uma grandeza física ou
sinal desde seu limite inferior até seu limite superior. O padrão de modulação de pressão para a
representação de grandezas e para a transmissão ou recepção em instrumentos pneumáticos mais utilizado
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no setor industrial é o de 3 a 15psi (aprox. 0,2 a 1,0 kgf/cm ), para a faixa de 0% a 100% do sinal em
questão.
Uma grande vantagem em seu utilizar instrumentos pneumáticos está no fato de se poder operá-Ios
com segurança em áreas onde existe risco de explosão (refinarias de petróleo, por exemplo).
Desvantagens:
a) Necessidade de tubulação de ar comprimido (ou outro gás) para suprimento e sinalização.
b) Necessidade de equipamentos auxiliares tais como compressores, filtros, unidades de
tratamento, etc, para fornecer aos instrumentos ar comprimido devidamente tratado.
c) Devido ao atraso intrínseco e à perda de carga na transmissão de sinais pneumáticos, estes não
podem ser enviados à longa distância, sem o uso de reforçadores. Normalmente a transmissão é
limitada a aproximadamente 100 m.
d) Vazamentos ao longo da linha de transmissão, nas conexões ou mesmo nos instrumentos são
difíceis de serem detectados.
e) Não permite conexão direta a computadores.
f) Trata-se de um fluido compressível.
Hidráulico
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Elétrico Analógico
Desvantagens:
a) Exige a utilização de instrumentos e diretrizes especiais em projetos de instalações localizadas
em áreas com riscos de explosão.
b) Os cabos de transmissão de sinal devem ser protegidos contra ruídos.
Elétrico Digital
Nesse tipo de sinal, "pacotes de informações" sobre a variável medida ou outras informações
relacionadas ao processo industrial são enviados através de sinais digitais modulados e padronizados. Para
que a comunicação entre o elemento transmissor receptor seja realizada com êxito, adota-se uma
"linguagem" padrão ou protocolo de comunicação, similarmente às redes de computadores utilizadas em
escritórios. Sistemas de comunicação digital para automação, denominados “fieldbuses” ou redes de campo
serão detalhado adiante.
Vantagens:
a) Podem-se utilizar distintos meios (ex. cabos elétricos, fibra óptica, wireless) para a transmissão
dos dados.
b) Em geral, este tipo de sinal é relativamente imune a ruídos externos.
c) Permitem ampla gama de funções de configurações, diagnósticos de falha e ajustes remotos nos
instrumentos.
Desvantagens:
a) Existência de distintos protocolos e tecnologias no mercado, o que dificulta a comunicação entre
equipamentos de origens diferentes.
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b) Caso ocorra rompimento no cabo de comunicação em um sistema sem redundância, podem-se
perder informações e/ou o controle de malhas.
Grandezas e Unidades
GRANDEZA Unidade SI
Nome Símbolo
Comprimento Metro m
Massa Quilograma Kg
Tempo Segundo S
Corrente Elétrica Ampêre A
Temperatura Kelvin K
Termodinâmica
Quantidade Mol MoI
e
Matéria
Intensidade Candela Cd
Luminosa
GRANDEZA Unidade SI
Nome Símbolo
Força Newton N
Energia Joule J
Pressão Pascal Pa
11. Valor verdadeiro (de uma grandeza) [true value (of a quantity)]
Valor consistente com a definição de uma dada grandeza específica. É um valor que seria obtido
por uma medição perfeita; valores verdadeiros são, por natureza, indeterminados.
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12. Valor verdadeiro convencional (de uma grandeza) [conventional true value (of a quantity)]
Valor atribuído a uma grandeza específica e aceito, às vezes por convenção, como tendo uma
incerteza apropriada para uma dada finalidade.
Exemplo: Recomenda-se o valor para a constante de Avogadro como sendo 6,022 1367 x 1023
mol'.
Observações: 1) "Valor verdadeiro convencional" é às vezes denominado valor designado, melhor
estimativa do valor, valor convencional ou valor de referência. 2) Freqüentemente um grande número de
resultados de medições de uma grandeza é utilizado para estabelecer um valor verdadeiro convencional.
Medições
1. Medição [measurement]
Conjunto de operações que tem por objetivo determinar um valor de uma grandeza. As operações
podem ser feitas automaticamente
2. Metrologia [metrology]
Conforme mencionado anteriormente, a Metrologia é a ciência da medição. Abrange todos os
aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da
ciência ou tecnologia.
6. Mensurando [mensurand]
Objeto da medição. Grandeza específica submetida à medição. Exemplo: Pressão de vapor de uma
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dada amostra de água a 200°C.
Resultados de Medição
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Figura 8.10. Repetibilidade x Exatidão
n
2
x
i 1
i x
s
n 1
Onde xi representa o resultado da “iésima” medição e x representa a média aritmética dos “n”
resultados considerados.
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10. Erro (de medição) [error (of measurement)]
Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do mensurando. Uma vez que o valor
verdadeiro não pode ser determinado, utiliza-se, na prática um valor verdadeiro convencional. Quando for
necessário distinguir “erro” de “erro relativo”, o primeiro é, algumas vezes, o primeiro é algumas vezes
denominado erro absoluto da medição. Este termo não deve ser confundido com valor absoluto do erro, que
o o o
é o módulo do erro. Ex: Valor lido= 190 C; valor real= 200 C; erro= -10 C
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entre 30 e 300gpm.
19. Erro (de indicação) de um instrumento de medição [error (of indication) of a measuring
instrument]
Indicação de um instrumento de medição menos um valor verdadeiro da grandeza de entrada
correspondente. Este conceito aplica-se principalmente quando o instrumento é comparado a um padrão de
referência. Uma vez que um valor verdadeiro não pode ser determinado, na prática é utilizado um valor
verdadeiro convencional.
20. Erros máximos admissíveis (de um instrumento de medição) [maximum permissible errors (of a
measuring instrument)] ou Limites de erros admissíveis (de um instrumento de medição) [Limits of
permissible error (of a measuring instrument)]
Valores extremos de um erro admissível por especificações, regulamentos, etc para um dado
instrumento de medição.
21. Erro no ponto de controle ( de um instrumento de medição) [datum error (of a measuring
instrument)]
Erro de um instrumento de medição em uma indicação especificada ou em um valor especificado do
mensurando, escolhido para controle do instrumento.
22. Erro no zero (de um instrumento de medição) [zero error (of a measuring instrument)]
Erro no ponto de controle de um instrumento de medição para o valor zero do mensurando.
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23. Erro intrínseco (de um instrumento de medição) [intrinsic error (of a measuring instrument)]
Erro de um instrumento de medição, determinado sob condições de referência.
26. Rastreabilidade
Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências
estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de
comparações, todas tendo incertezas estabelecidas.
27. Padrão
Medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de medição
destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza
para servir como referência. Exemplos:
a) Massa Padrão de 1 kg;
b) Termômetro Calibrado na RBC;
c) Miliamperímetro padrão;
d) Manômetro Digital Calibrado na RBC;
e) Solução de Referência de pH;
28. Histerese
Propriedade de um instrumento de medir pela qual a resposta a um dado estímulo depende da
seqüência dos estímulos precedentes. Num instrumento de medição, é o erro máximo apresentado pelo
instrumento, para um mesmo valor, em qualquer ponto da faixa de trabalho, quando a variável percorre a
escala nos sentidos ascendente e descendentes.
Ex.: Ex: instrumento de 10~160psi em calibração sem ajuste:
valor aplicado valor lido asc. valor lido desc. histerese
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100 psi 99,8 psi (-0,13%) 99,6 psi (-0,26%) 0,13 % span
50 psi 49,5 psi (-0,33%) 50,3 psi (+0,20%) 0,53 % span
Devemos destacar que o termo "zona morta" está incluído na histerese.
curva ideal
valor
te
en
indicado
nd
ou sinal de
ce
MÁX
s
saída
de
MÍN
e
nt
de
cen
as
variável
medida
Figura 8.13. Representação da Histerese
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