Lingua Portuguesa
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ORTOGRAFIA OFICIAL.
A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita correta das palavras da
língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados
aos fonemas representados).t
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Deve-se também criar o
hábito de consultar constantemente um dicionário.
Desde o dia primeiro de Janeiro de 2009 está em vigor o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, por isso temos até
2016.
Esse material já se encontra segundo o Novo Acordo Ortográfico.
Alfabeto
O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e “y” não eram consideradas integrantes do alfabeto (agora são).
Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg,
watt, playground, William, Kafka, kafkiano.
Vogais: a, e, i, o, u.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,y,z.
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da
tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim hodie.
Emprega-se o H:
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha companhia, etc.
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério, heliporto, hematoma, hífen,
hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus;
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião, baianada, etc.
Não se usa H:
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraram na língua
por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados eru-
ditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem
as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc.
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira, Desperdício, Destilar, Di-
senteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico, Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão,
Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.
Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprega-se a letra I:
- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc.
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar, cimento, crânio, criar, cria-
dor, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe, frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualável,
invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina, pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá,
Virgílio.
Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume, en-
golir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho, Romênia, tribo.
Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua, jabuti,
jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, tonitruante, trégua, urtiga.
Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a grafia e o
significado dos seguintes:
área = superfície
ária = melodia, cantiga
arrear = pôr arreios, enfeitar
arriar = abaixar, pôr no chão, cair
comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão
cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
dilatar = distender, aumentar
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrar = sair do país
imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer
recrear = divertir
recriar = criar novamente
soar = emitir som, ecoar, repercutir
suar = expelir suor pelos poros, transpirar
sortir = abastecer
surtir = produzir (efeito ou resultado)
sortido = abastecido, bem provido, variado
surtido = produzido, causado
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio
Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego das letras G e J
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo com
a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim jactu) e jipe (do inglês jeep).
Escrevem-se com G:
- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem.
Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso (de fer-
rugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz, hegemonia,
herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.
Escrevem-se com J:
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense), gorja
(gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja (cerejeira).
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear (gorjeia),
viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção, rejeitar,
sujeito, trajeto, trejeito).
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jiboia,
jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó, Jerônimo, jérsei,
jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
- Atenção: Moji palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. Por tradição algumas cidades de São Paulo adotam a grafia
com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.
- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, dançar, contorção, exceção, endereço, Iguaçu, maçarico,
maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança, pinça, Suíça, suíço, vicissitude.
- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, pretensão,
pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão, escassez, escasso, essencial,
expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário, obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, profissional,
ressurreição, sessenta, sossegar, sossego, submissão, sucessivo.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, descer, desço, desça, disciplina, discípulo,
discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, vís-
cera.
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto, excitar, etc.
Homônimos
Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
sexta = ordinal referente a seis
círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria
cismo = pensão
sismo = terremoto
empoçar = formar poça
empossar = dar posse a
incipiente = principiante
insipiente = ignorante
intercessão = ato de interceder
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
ruço = pardacento
russo = natural da Rússia
- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc.
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, camponeses,
freguês, freguesa, fregueses, etc.
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar (de atrás), extasiar (de
êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc.
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa, Queirós,
Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases, através, avisar, besouro, colisão, convés, cortês, cortesia,
defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase, freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, man-
ganês, mês, mesada, obséquio, obus, paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, repre-
sa, requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo, visita.
Emprego da letra Z
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc.
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza (de
limpo), frieza (de frio), etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar,
prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez.
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos: montês (de monte),
cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês (de França), chinês (de China), etc.
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez (de
rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de pálido) lucidez (de lúcido), etc.
Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de campo-
nês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc.
Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-
-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso + ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar
(improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar (pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar),
anarquizar (anarquia + izar), civilizar (civil + izar), canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar),
vulgarizar (vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar (deslize + izar),
matizar (matiz + izar).
Emprego do X
- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto, etc.
- Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se
caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem. Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear,
enxagar, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar
(de charco), encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do
prefixo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá,
maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá,
praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
Emprego do dígrafo CH
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo, fachada,
ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
Homônimos
Bucho = estômago
Buxo = espécie de arbusto
Cocho = recipiente de madeira
Coxo = capenga, manco
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e chata, caldeira.
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
Cheque = ordem de pagamento
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária
Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
Consoantes dobradas
CÊ - cedilha
É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som de /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força,
frustração, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça.
Nos substantivos derivados dos verbos: ter e torcer e seus derivados: ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção; torcer,
torção; contorcer, contorção; distorcer, distorção.
O Ç só é usado antes de A,O,U.
- A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versos que
não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula.
- Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Bra-
sil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
- Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
- Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc.
- Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc.
- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc: Rua do Ouvidor, Praça da Paz, Academia
Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
- Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura,
Os Lusíadas, O Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc.
- Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
- Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul.
O Sol nasce a leste.
- Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
- Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
ingleses, ave-maria, um havana, etc.
- Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam
sua pátria.
- Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
- Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: “Qual deles: o hortelão ou o advogado?”; “Chegam os magos
do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra”.
- No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com, de, em, sem, grafam-se com inicial minúscula.
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir
português culto. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras
certas em situações apropriadas.
Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
“Procure o seu caminho
Eu aprendi a andar sozinho
Isto foi há muito tempo atrás
Mas ainda sei como se faz
Minhas mãos estão cansadas
Não tenho mais onde me agarrar.”
(gravação: Nenhum de Nós)
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca de uma solução melhor.
Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de dias resolvemos este caso.
Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude vai ao encontro da verdade.
De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas opiniões vão de encontro às suas.
A fim de: locução prepositiva que indica (finalidade): Vou a fim de visitá-la.
Afim: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante): Somos almas afins.
Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de falar começou a chorar (oposição).
Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acompanhar-me, ficou só.´
A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a par das boas notícias.
Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência entre valores financeiros – câmbio): O dólar e o euro estão ao par.
À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a (inutilmente, sem razão): Andava à toa pela rua.
À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale a (inútil, desprezível). Foi uma atitude à toa e precipitada. (até 01/01/2009
era grafada: à-toa)
Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos supermerca-
dos. Vamos comemorar, pessoal!
Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da
gasolina.
Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um botijão/bujão de gás.
Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem os vereadores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma câmera japonesa.
Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece intensificando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês falam
demais, caras!
Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo, equivale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais
devem aguardar.
De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se sempre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais
em sua decisão.
Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que faz ou acontece todo dia. Meu dia a dia é cheio de surpresas. (até
01/01/2009, era grafado dia-a-dia)
Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente. O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?
Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime). O réu foi descriminado; pra sorte dele.
Discriminar: equivale a (diferençar, distinguir, separar). Era impossível discriminar os caracteres do documento. Cumpre discri-
minar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são discriminados.
As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a domicílio” são muito recorrentes em restaurantes, na propaganda televisa,
no outdoor, no folder, no panfleto, no catálogo, na fala. Convivem juntas sem problemas maiores porque são entendidas da mesma
forma, com um mesmo sentido. No entanto, quando falamos de gramática normativa, temos que ter cuidado, pois “a domicílio” não
é aceita. Por quê? A regra estabelece que esta última locução adverbial deve ser usada nos casos de verbos que indicam movimento,
como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se.
Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está correto. Já a locução adverbial “em domicílio” é usada com os verbos sem
noção de movimento: entregar, dar, cortar, fazer.
A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria movimento? De acordo com a gramática purista não, uma vez que quem
entrega, entrega algo em algum lugar.
Porém, há aqueles que afirmam que este verbo indica sim movimento, pois quem entrega se desloca de um lugar para outro.
Contudo, obedecendo às normas gramaticais, devemos usar “entrega em domicílio”, nos atentando ao fato de que a finalidade é
que vale: a entrega será feita no (em+o) domicílio de uma pessoa.
Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A estada dela aqui foi gratificante.
Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios ou veículos: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas sema-
nas.
Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no escuro: Este material é fosforescente.
Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico, refere-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca do
carro era fluorescente.
Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido.
Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos.
Levantar:é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado cunhado, levantou sozinho a tampa do poço.
Levantar-se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram-se cedo e, dirigiram-se ao aeroporto.
Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto de bem: Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo, prejudicial, enfermidade;
pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A comida fez mal para mim. Seu mal é crer em tudo. Conjunção subordinativa
temporal, equivale a assim que, logo que: Mal chegou começou a chorar desesperadamente.
Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus; feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). Substantivo: Os
maus nunca vencem.
Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a porém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos: Há mais flores perfumadas no campo.
Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra um expressa quantidade: Nem um filho de Deus apareceu para
ajudá-la.
Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número; vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornal
divulgou o resultado do concurso.
Onde: indica o (lugar em que se está); refere-se a verbos que exprimem estado, permanência: Onde fica a farmácia mais próxima?
Aonde: indica (ideia de movimento); equivale (para onde) somente com verbo de movimento desde que indique deslocamento, ou
seja, a+onde. Aonde vão com tanta pressa?
Por ora: equivale a (por este momento, por enquanto): Por ora chega de trabalhar.
Por hora: locução equivale a (cada sessenta minutos): Você deve cobrar por hora.
Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposição por+que - advérbio interrogativo (Por que você mentiu?); preposição
por+que – pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais (A cidade por que passamos é simpática e acolhedora.) (=pela qual); preposição
por+que – conjunção subordinativa integrante; inicia oração subordinada substantiva (Não sei por que tomaram esta decisão. (=por
que motivo, razão)
Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de interrogação, de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tônico
(forte), devendo, pois, ser acentuado: __O show foi cancelado mas ninguém sabe por quê. (final de frase); __Por quê? (isolado)
Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: pela causa, razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encontro
porque estava acamado; conjunção subordinativa explicativa: equivale a: pois, já que, uma vez que, visto que: “Mas a minha tristeza
é sossego porque é natural e justa.”; conjunção subordinativa final (verbo no subjuntivo, equivale a para que): “Mas não julguemos,
porque não venhamos a ser julgados.”
Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompanhado de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar o porquê
daquele corre-corre.
Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
Senão: equivale a (caso contrário, a não ser): Não fazia coisa nenhuma senão criticar.
Se não: equivale a (se por acaso não), em orações adverbiais condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá desta
situação crítica.
Tampouco: advérbio, equivale a (também não): Não compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa.
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão pouco esta semana.
Exercícios
01. Observe a ortografia correta das palavras: disenteria; programa; mortadela; mendigo; beneficente; caderneta; problema.
03. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; papel; jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; farol; rua;
chapéu; flor.
04. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção, sessão, cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto
a) O pequeno jornaleiro foi à.........do jornal.
b) Na..........musical os pequenos cantores apresentaram-se muito bem.
c) O........do jornaleiro é amável.
d) O..... das roupas é feito pela mãe do garoto.
e) O......do sapato custou muito caro.
f) Eu......meu amigo com amabilidade.
g) A.......de cinema foi um sucesso.
h) O vestido tem um.........bom.
i) Os pequenos violinistas participaram de um........ .
05. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo; gentil; duro;
lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande.
06. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido; escasso; tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido; pequeno.
07. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde, esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa, irônico,
orrível, árido, óspede, abitar.
Didatismo e Conhecimento 10
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9. A letra X representa vários sons. Leia atentamente as palavras oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei, exibir-se,
oxigênio, exercer, proximidade, tóxico, extensão, existir, experiência, êxito, sexo, auxílio, exame. Separe as palavras em três seções,
conforme o som do X.
- Som de Z;
- Som de KS;
- Som de S.
10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro; fle......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....ada; en.....ergar;
cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u; salsi......a; bai.......a; capri......o; me......erica; ria.......o; ......ingar; .......aleira; amei......a; ......
eirosos; abaca.....i.
13. Preencha as lacunas com: mas = porém; mais = indica quantidade; más = feminino de mau.
a) A mãe e o filho discutiram,.......não chegaram a um acordo.
b) Você quer.......razões para acreditar em seu pai?
c) Pessoas.........deveriam fazer reflexões para acreditar...... na bondade do que no ódio.
d) Eu limpo,.........depois vou brincar.
e) O frio não prejudica .........o Tico.
f) Infelizmente Tico morreu, ........comprarei outro cãozinho.
g) Todas as atitudes ......devem ser perdoadas,.......jamais ser repetidas, pois, quanto............se vive,.........se aprende.
15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo passado; A - tempo futuro e espaço.
a) A loja fica ....... pouco quilômetros daqui.
b) .........instantes li sobre o Natal.
c) Eles não vão à loja porque ........ mais de dois dias a mercadoria acabou.
d) .........três dias que todos se preparam para a festa do Natal.
e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo.
f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui ......oito dias.
g) Ele estava......... três passos da casa de André.
h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal.
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16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa; de repente; por isso. Agora, empregue-as nas frases:
a) ......... uma bola atingiu o cenário e o derrubou.
b) Bem...........o povo começou a se retirar.
c) O rei descobriu a verdade,..........ficou irritado.
d) Faça sua tarefa............, para podermos ir ao dentista.
e) ......... de sua vestimenta real, o rei usava um manto.
17. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise; pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano; suave; revi-
são; real; nacional; final; oficial; monopólio; sintonia; central; paralisia; aviso.
19. A palavra MENOS não deve ser modificada para o feminino. Complete as frases com a palavra MENOS:
a) Conheço todos os Estados brasileiros,.....a Bahia.
b) Todos eram calmos,.........mamãe.
c) Quero levar.........sanduíches do que na semana passada.
d) Mamãe fazia doces e salgados........tortas grandes.
21. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. A seguir, copie as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença; arte.....
anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa.....er; Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....ados; produ......irem; a....a;
hori...onte; torrão....inho; fra....e; intru ....o; de....ejamos; po....itiva; podero....o; de...envolvido; surpre ....a; va.....io; ca....o; coloni...
ação.
22. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção: e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e....pontâ-
neo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e...plêndido; te....to; e....pulsar; e....clusivo.
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Respostas
02.
- asinha; japonesinho; paizinho; homenzinho; adeusinho; portuguesinho; sozinho; anelzinho;
- belezinha; rosinha; paisinho; avozinho; arrozinho; princesinha; cafezinho;
- florzinha; Oscarzinho; reizinho; bonzinho; casinha; lapisinho; pezinho.
03. trenzinhos; pezinhos; animaizinhos; sozinhos; papeizinhos; jornaizinhos; mãozinhas; balõezinhos; automoveizinhos; paizi-
nhos; cãezinhos; mercadoriazinhas; faroizinhos; ruazinhas; chapeuzinhos; florezinhas.
04. a) seção b) sessão c) cumprimento d) conserto e) conserto f) cumprimento g) sessão h) comprimento i) concerto.
05. portuguesa; certeza; limpeza; boniteza; pobreza; magreza; beleza; gentileza; dureza; lindeza; Chinesa; frieza; duquesa; fra-
queza; braveza; grandeza.
06. honradez; rapidez; escassez; timidez; estupidez; palidez; acidez; surdez; lucidez; pequenez.
07. alucinar, ontem, hélice, êxito, humilde, hábil, hesitar, harpa, hoje, irônico, humano, horrível, hora, árido, honra, hóspede,
haver, habitar.
09.
Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir, êxito e exame.
Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo.
Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência e auxílio.
10. encher, deixar, cheiro, flecha, eixo, frouxo, machucar, chocolate, enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu, salsicha,
baixa, capricho, mexerica, riacho, xingar, chaleira, ameixa, cheirosos, abacaxi.
13. a) mas b) mais c) más mais d) mas e) mais f) mas g) más mas mais mais
15. a) a b) Há c) há d) Há e) há f) a g) a h) A
17. analisar; pesquisar; anarquizar; canalizar; civilizar; colonizar; humanizar; suavizar; revisar; realizar; nacionalizar; finalizar;
oficializar; monopolizar; sintonizar; centralizar; paralisar; avisar.
20. a) Por que b) porquê c) por que d) por quê e) porque f) por quê g) por que h) porque i) porquê j) Por que k) por que
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21. Pousando; Presença; Artesanato; Escravizar; Natureza; Vaso; Presidente; Fazer; Brasil; Civilização; Presente; Atrasados;
Produzirem; Asa; Horizonte; Torrãozinho; Frase; Intruso; Desejamos; Positiva; Poderoso; Desenvolvido; Surpresa; Vazio; Caso;
Colonização.
22. estrangeiro; extensão; estranho; estender; extenso; Espontâneo; Misto; Teste; Esgotar; Exterior; Exceção; Esplêndido; Texto;
Expulsar; Exclusivo.
23. a) tão poucas b) tão poucos c) tampouco d) tão pouco e) tampouco f) tampouco g) tão poucas h) tampouco
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
Tonicidade
Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que se destaca por ser proferida com mais intensidade que as outras:
é a sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico,
estômago, colecionador.
O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido com o acento gráfico (agudo ou circunflexo) que às vezes o assi-
nala. A sílaba tônica nem sempre é acentuada graficamente. Exemplo: cedo, flores, bote, pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis.
As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), e podem ser pretônicas ou postônicas, conforme estejam antes ou
depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente, heroizinho.
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com mais de uma sílaba classificam-se em:
Monossílabos são palavras de uma só sílaba, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos.
Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase em que aparecem: é, má, si, dó,
nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc.
Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do
vocábulo a que se apoiam. São palavras vazias de sentido como artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições, con-
junções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que.
- ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planície, nódua, Márcio, régua, árdua, espontâneo, etc.
- i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei, vôlei, fáceis, etc.
- l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps, etc.
- ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos, enxáguam, enxáguem, etc.
Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é aberta ou fechada. Descabido seria o acento gráfico, por exemplo,
em cedo, este, espelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa, dores, flores, solo, esforços.
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Acentuação dos Vocábulos Oxítonos
Acentuam-se os monossílabos tônicos: a, e, o, seguidos ou não de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc.
Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando tônicos.
Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói” não são mais acentuados em palavras paroxítonas: assembléia, platéia,
idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia, colmeia,
boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico, etc.
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis, troféu, céu, chapéu.
A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditongação. Compare: caí e cai, doído e doido, fluído e fluido.
- Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vogal ou ditongo anterior, formando sílabas sozinhos ou com s: saída
(sa-í-da), saúde (sa-ú-de), faísca, caíra, saíra, egoísta, heroína, caí, Xuí, Luís, uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Grajaú,
saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem, influí, destruí-lo, instruí-la, etc.
- Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha, moinho, lagoinha, etc; e quando formam sílaba com letra que não seja
s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, cauim, amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc.
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não se acentua mais o /i/ e /u/ tônicos formando hiato quando vierem depois de
ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc. Ficaram: baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc.
Os hiatos “ôo” e “êe” não são mais acentuados: enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. Ficaram:
enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem.
Acento Diferencial
Emprega-se o acento diferencial como sinal distintivo de vocábulos homógrafos, nos seguintes casos:
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não existe mais o acento diferencial em palavras homônimas (grafia igual, som
e sentido diferentes) como:
- côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com + a, com + as);
- pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo parar) - para diferenciar de para (preposição);
- péla (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de pela (combinação da antiga preposição per com os artigos ou pro-
nomes a, as);
- pêlo (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo (combinação da antiga preposição per com os artigos o, os);
- péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (forma arcaica de para - preposição) e pêra (substantivo);
- pólo (substantivo) - para diferenciar de polo (combinação popular regional de por com os artigos o, os);
- pôlo (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) - para diferenciar de polo (combinação popular regional de por
com os artigos o, os);
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Emprego do Til
O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal. Pode figurar em sílaba:
- tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc;
- pretônica: romãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc;
- átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc.
Desapareceu o trema sobre o /u/ em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.
Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano.
Exercícios
02- Se o vocábulo concluiu não tem acento gráfico, tal não acontece com uma das seguinte formas do verbo concluir:
a) concluia
b) concluirmos
c) concluem
d) concluindo
e) concluas
05- Assinale a opção em que o par de vocábulos não obedece à mesma regra de acentuação gráfica.
a) sofismático/ insondáveis
b) automóvel/fácil
c) tá/já
d) água/raciocínio
e) alguém/comvém
06- Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuado graficamente, exceto:
a) herbivoro-ridiculo
b) logaritmo-urubu
c) miudo-sacrificio
d) carnauba-germem
e) Biblia-hieroglifo
Didatismo e Conhecimento 16
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07- “Andavam devagar, olhando para trás...” (J.A. de Almeida-Américo A. Bagaceira). Assinale o item em que nem todas as
palavras são acentuadas pelo mesmo motivo da palavra grifada no texto.
a) Más – vês
b) Mês – pás
c) Vós – Brás
d) Pés – atrás
e) Dês – pés
09- Nas alternativas, a acentuação gráfica está correta em todas as palavras, exceto:
a) jesuíta, caráter
b) viúvo, sótão
c) baínha, raiz
d) Ângela, espádua
e) gráfico, flúor
10- Até ........ momento, ........ se lembrava de que o antiquário tinha o ......... que procurávamos.
a) Aquêle-ninguém-baú
b) Aquêle-ninguém-bau
c) Aquêle-ninguem-baú
d) Aquele-ninguém-baú
e) Aquéle-ninguém-bau
Respostas: (1-E) (2-A) (3-E) (4-A) (5-A) (6-B) (7-D) (8-B) (9-C) (10-D)
Flexão Nominal
Flexão de número: Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral, admitem a flexão de número: singular e plural: animal
– animais.
- Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES: éter – éteres; avestruz – avestruzes. O pronome qualquer faz o plural no
meio: quaisquer
- Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES: ananás – ananases. As paroxítonas e as proparoxítonas são invariáveis:
o pires − os pires, o ônibus − os ônibus
Didatismo e Conhecimento 17
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- Palavras terminadas em EL:
átono: plural em EIS: nível – níveis.
tônico: plural em ÉIS: carretel – carretéis.
- Há palavras cuja sílaba tônica avança: júnior − juniores; caráter – caracteres. A palavra
Caracteres é plural tanto de caractere quanto de caráter.
- Plural dos diminutivos com a letra z. Coloca-se a palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se zinhos (ou zinhas): coraçãozi-
nho – corações – coraçõe – coraçõezinhos.
- Plural com metafonia (ô - ó). Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre da vogal “o”, outras não. Com meta-
fonia singular (ô) plural (ó): coro-coros; corvo-corvos; destroço-destroços. Sem metafonia singular (ô) plural (ô): adorno-adornos;
bolso-bolsos; transtorno-transtornos.
- Casos especiais: aval, avales e avaiscal − cales e caiscós − coses e cós – fel, feles e féis – mal e males – cônsul e cônsules.
- Os dois elementos variam. Quando os compostos são formados por substantivo mais palavra variável (adjetivo, substantivo,
numeral, pronome): amor-perfeito − amores-perfeitos; couve-flor − couves-flores; segunda-feira − segundas-feiras.
- Só o primeiro elemento varia. Quando há preposição no composto, mesmo que oculta: pé-de-moleque − pés-de-moleque;
cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor). Quando o segundo substantivo determina o primeiro (fim ou semelhança): banana-
-maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã); navio-escola − navios-escola (a finalidade é a escola).
Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos. É uma situação polêmica: mangas-espada (preferível) ou mangas-espadas.
Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras vezes) que é uma situação polêmica, discutível, convém ter em mente que a questão do
concurso deve ser resolvida por eliminação, ou seja, analisando bem as outras opções.
- Apenas o último elemento varia. Quando os elementos são adjetivos: hispano-americano − hispano-americanos. A exceção é
surdo-mudo, em que os dois adjetivos se flexionam: surdos-mudos. Nos compostos em que aparecem os adjetivos grão, grã e bel:
grão-duque − grão-duques; grã-cruz − grã-cruzes; bel-prazer − bel-prazeres. Quando o composto é formado por verbo ou qualquer
elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais substantivo ou adjetivo: arranha-céu − arranha-céus; sempre-viva −
sempre-vivas; super-homem − super-homens. Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos (representam sons): reco-reco
− reco-recos; pingue-pongue − pingue-pongues; bem-te-vi − bem-te-vis.
Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. Se forem verbos
repetidos, admite-se também pôr os dois no plural: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas
- Nenhum elemento varia. Quando há verbo mais palavra invariável: O cola-tudo – os cola-tudo. Quando há dois verbos de
sentido oposto: o perde-ganha – os perde-ganha. Nas frases substantivas (frases que se transformam em substantivos): O maria-vai-
-com-as-outras − os maria-vai-com-as-outras.
- São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, sem-teto e sem-terra: Os sem-terra apreciavam os arco-íris. Admitem
mais de um plural: pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos; padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos; terra-nova − terras-novas
ou terra-novas; salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate − xeques-mates ou xeques-mate; fruta-pão − frutas-
-pães ou frutas-pão; guarda-marinha − guardas-marinhas ou guardas-marinha. Casos especiais: palavras que não se encaixam nas
regras: o bem-me-quer − os bem-me-queres; o joão-ninguém − os joões-ninguém; o lugar-tenente − os lugar-tenentes; o mapa-múndi
− os mapas-múndi.
Didatismo e Conhecimento 18
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Flexão de Gênero: Os substantivos e as palavras que o acompanham na frase admitem a flexão de gênero: masculino e feminino:
Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário. Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação. A flexão de feminino pode ocorrer
de duas maneiras.
Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou seja, possuem uma única forma para masculino e feminino. Podem ser:
Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo designar os dois sexos: a pessoa, o cônjuge, a testemunha.
Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, podendo então ser masculinos ou femininos: o estudante − a estudante, o
cientista − a cientista, o patriota − a patriota.
O feminino de elefante é elefanta , e não elefoa. Aliá é correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta. Mamão, para alguns
gramáticos, deve ser considerado epiceno. É algo discutível.
Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas costumam trocar: champanha aguardente, dó, alface, eclipse, calformicida,
cataplasma, grama (peso), grafite, milhar libido, plasma, soprano, musse, suéter, preá, telefonema.
Existem substantivos que admitem os dois gêneros: diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc.
Flexão de Grau:
Grau do substantivo
- Normal ou Positivo: sem nenhuma alteração.
- Aumentativo: Sintético: chapelão. Analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc.
- Diminutivo: Sintético: chapeuzinho. Analítico: chapéu pequeno, chapéu reduzido etc. Um grau é sintético quando formado por
sufixo; analítico, por meio de outras palavras.
Grau do adjetivo
- Comparativo: de superioridade: João é mais forte que André. (ou do que); de inferioridade: João é menos forte que André. (ou
do que); de igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como)
- Superlativo: Absoluto: sintético: João é fortíssimo; analítico: João é muito forte (bastante forte, forte demais etc.); Relativo: de
superioridade: João é o mais forte da turma; de inferioridade: João é o menos forte da turma.
O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo ou imo)
ou uma palavra de apoio, como muito, bastante, demasiadamente, enorme etc. As palavras maior, menor, melhor, e pior constituem
sempre graus de superioridade: O carro é menor que o ônibus; menor (mais pequeno): comparativo de superioridade. Ele é o pior do
grupo; pior (mais mau): superlativo relativo de superioridade.
Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem apresentar dúvidas. acre – acérrimo, amargo – amaríssimo; amigo – amicís-
simo; antigo – antiqüíssimo; cruel – crudelíssimo; doce – dulcíssimo; fácil – facílimo; feroz – ferocíssimo; fiel – fidelíssimo; geral
– generalíssimo; humilde – humílimo; magro – macérrimo; negro – nigérrimo; pobre – paupérrimo; sagrado – sacratíssimo; sério
– seriíssimo; soberbo – superbíssimo.
Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão Verbal
As flexões verbais são expressas por meio dos tempos, modo e pessoa da seguinte forma: O tempo indica o momento em que
ocorre o processo verbal; O modo indica a atitude do falante (dúvida, certeza, impossibilidade, pedido, imposição, etc.); A pessoa
marca na forma do verbo a pessoa gramatical do sujeito.
Modo
Modo Indicativo: Indica uma certeza relativa do falante com referência ao que o verbo exprime; pode ocorrer no tempo presente,
passado ou futuro:
Presente: Processo simultâneo ao ato da fala, fato corriqueiro, habitual: Compro livros nesta livraria. Usa-se também o presente
com o valor de passado, passado histórico (nos contos, narrativas)
Tempos do Pretérito (passado): Exprimem processos anteriores ao ato da fala. São eles:
- Pretérito Imperfeito: Exprime um processo habitual, ou com duração no tempo: Naquela época eu cantava como um pássaro.
- Pretérito Perfeito: Exprime uma ação acabada: Paulo quebrou meu violão de estimação.
- Pretérito Mais-que-Perfeito: Exprime um processo anterior a um processo acabado: Embora tivera deixado a escola, ele
nunca deixou de estudar.
Modo Subjuntivo: Expressa incerteza, possibilidade ou dúvida em relação ao processo verbal e não está ligado com a noção
de tempo. Há três tempos: presente, imperfeito e futuro. Quero que voltes para mim; Não pise na grama; É possível que ele seja
honesto; Espero que ele fique contente; Duvido que ele seja o culpado; Procuro alguém que seja meu companheiro para sempre;
Ainda que ele queira, não lhe será concedida a vaga; Se eu fosse bailarina, estaria na Rússia; Quando eu tiver dinheiro, irei para
as praias do nordeste.
Modo Imperativo: Exprime atitude de ordem, pedido ou solicitação: Vai e não voltes mais.
Pessoa: A norma da língua portuguesa estabelece três pessoas: Singular: eu , tu , ele, ela. Plural: nós, vós, eles, elas. No português
brasileiro é comum o uso do pronome de tratamento você (s) em lugar do tu e vós.
Exercícios
01. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como órfão e mata-burro, respectivamente:
a) cristão / guarda-roupa
b) questão / abaixo-assinado
c) alemão / beija-flor
d) tabelião / sexta-feira
e) cidadão / salário-família
02. Relativamente à concordância dos adjetivos compostos indicativos de cor, uma, dentre as seguintes, está errada. Qual?
a) saia amarelo-ouro
b) papel amarelo-ouro
c) caixa vermelho-sangue
d) caixa vermelha-sangue
e) caixas vermelho-sangue
Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
03. Indique a frase correta:
a) Mariazinha e Rita são duas leva-e-trazes.
b) Os filhos de Clotilde são dois espalhas-brasas.
c) O ladrão forçou a porta com dois pés-de-cabra.
d) Godofredo almoçou duas couves-flor.
e) Alfredo e Radagásio são dois gentilhomens.
08. Na sentença “Há frases que contêm mais beleza do que verdade”, temos grau:
a) comparativo de superioridade
b) superlativo absoluto sintético
c) comparativo de igualdade
d) superlativo relativo
e) superlativo por meio de acréscimo de sufixo
10. Aponte a alternativa em que haja erro quanto à flexão do nome composto:
a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora
b) tico-ticos, salários-família, obras-primas
c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas
d) pseudo-esferas, chefes-de-seção, pães-de-ló
e) pisca-piscas, cartões-postais, mulas-sem-cabeças
Respostas: 1-A / 2-D / 3-C / 4-D / 5-E / 6-E / 7-A / 8-A / 9-B / 10-E /
Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção
frasal. É o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam, nas suas flexões, com as palavras de que de-
pendem.
“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos que compõem
a frase devem estar em consonância uns com os outros.
Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramatical ou lógica (segue os padrões gramaticais vigentes); atrativa ou
ideológica (dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor estilístico).
Concordância Nominal: adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).
Concordância Verbal: variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do sujeito.
Concordância Nominal
Concordância do adjetivo adjunto adnominal: a concordância do adjetivo, com a função de adjunto adnominal, efetua-se de
acordo com as seguintes regras gerais:
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Exemplo: O alto ipê cobre-se de flores amarelas.
O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de gênero ou número diferentes, quando posposto, poderá concordar no mas-
culino plural (concordância mais aconselhada), ou com o substantivo mais próximo. Exemplo:
- No masculino plural:
“Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os vestidos decotados.” (Machado de Assis)
“Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.” (Herman Lima)
“Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marcados.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“...grande número de camareiros e camareiras nativos.” (Érico Veríssimo)
Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e profissão.; Seus planos e tentativas.; Aqueles vícios e ambições.;
Por que tanto ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e filhos”. Muitas vezes é facultativa a escolha desta ou daquela concordância, mas
em todos os casos deve subordinar-se às exigências da eufonia, da clareza e do bom gosto.
- Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo determinado pelo artigo, ocorrem dois tipos de construção,
um e outro legítimos. Exemplos:
Estudo as línguas inglesa e francesa.
Estudo a língua inglesa e a francesa.
Os dedos indicador e médio estavam feridos.
O dedo indicador e o médio estavam feridos.
Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
- Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a pronomes neutros indefinidos (nada, muito, algo, tanto, que, etc.),
normalmente ficam no masculino singular:
Sua vida nada tem de misterioso.
Seus olhos têm algo de sedutor.
Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o substantivo (ou pronome) sujeito:
“Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas)
Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a concordância do adjetivo predicativo com o sujeito realiza-se consoante
as seguintes normas:
- Quando o sujeito é composto e constituído por substantivos do mesmo gênero, o predicativo deve concordar no plural e no
gênero deles:
O mar e o céu estavam serenos.
A ciência e a virtude são necessárias.
“Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens sem disciplina,” (Alexandre Herculano)
- Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos de gêneros diversos, o predicativo concordará no masculino plural:
O vale e a montanha são frescos.
“O céu e as árvores ficariam assombrados.” (Machado de Assis)
Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro.
“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto)
- Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem nos
referimos:
Vossa Senhoria ficará satisfeito, eu lhe garanto.
“Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano Suassuna)
Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de nossa confiança.
Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe)
O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singular nas estereotipadas locuções é bom, é necessário, é preciso, etc.,
embora o sujeito seja substantivo feminino ou plural:
Bebida alcoólica não é bom para o fígado.
“Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis)
“É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Castelo Branco)
“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado)
Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado pelo artigo e a concordância se faz não com a forma gramatical da
palavra, mas com o fato que se tem em mente:
Tomar hormônios às refeições não é mau.
É necessário ter muita fé.
Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o predicativo, efetua-se a concordância normalmente:
É necessária a tua presença aqui. (= indispensável)
“Se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente.” (Eça de Queirós)
“Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado)
“São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos de Laet)
Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância do predicativo com o objeto: A concordância do adjetivo predicativo com o objeto direto ou indireto subordina-se
às seguintes regras gerais:
- Quando o objeto é composto e constituído por elementos do mesmo gênero, o adjetivo se flexiona no plural e no gênero dos
elementos:
A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares.
Deixe bem fechadas a porta e as janelas.
- Sendo o objeto composto e formado de elementos de gênero diversos, o adjetivo predicativo concordará no masculino plural:
Tomei emprestados a régua e o compasso.
Achei muito simpáticos o príncipe e sua filha.
“Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias)
Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas.
- Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso, concordar com o núcleo mais próximo:
É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins.
Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos substantivos variáveis em gênero e número: Temiam que as tomassem por
malfeitoras; Considero autores do crime o comerciante e sua empregada.
Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o particípio concorda em gênero e número com o sujeito, como os adjeti-
vos:
Foi escolhida a rainha da festa.
Foi feita a entrega dos convites.
Os jogadores tinham sido convocados.
O governo avisa que não serão permitidas invasões de propriedades.
Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, um coletivo numérico, pode-se, em geral, efetuar a concordância com o
substantivo que o acompanha: Centenas de rapazes foram vistos pedalando nas ruas; Dezenas de soldados foram feridos em combate.
Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferentes, o particípio concordará no masculino plural: Atingidos por
mísseis, a corveta e o navio foram a pique; “Mas achei natural que o clube e suas ilusões fossem leiloados.” (Carlos Drummond de
Andrade)
- O pronome, quando se flexiona, concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:
“Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e deitou-o no jazido de sua esposa”. (José de Alencar)
“O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de Alencar)
- O pronome que se refere a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, flexiona-se no masculino plural:
“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Oliveira)
“A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em toda a sua sublimidade.” (Alexandre Herculano)
Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os quais fiz boas amizades.
“Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio familiarmente, como se os tivesse visto.” (Graciliano Ramos)
Os substantivos sendo sinônimos, o pronome concorda com o mais próximo: “Ó mortais, que cegueira e desatino é o nosso!”
(Manuel Bernardes)
- Os pronomes um... outro, quando se referem a substantivos de gênero diferentes, concordam no masculino:
Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se um ao outro.
“Repousavam bem perto um do outro a matéria e o espírito.” (Alexandre Herculano)
Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por interesse.
Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferentes, permanece também no masculino: “A mulher do colchoeiro
escovou-lhe o chapéu; e, quando ele [Rubião] saiu, um e outro agradeceram-lhe muito o benefício da salvação do filho.” (Machado
de Assis)
O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem outro fica no singular. Exemplos: Um e outro livro me agradaram; Nem
um nem outro livro me agradaram.
Outros casos de concordância nominal: Registramos aqui alguns casos especiais de concordância nominal:
- Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com o substantivo em gênero e número:
Anexa à presente, vai a relação das mercadorias.
Vão anexos os pareceres das comissões técnicas.
Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato.
Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo.
Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.
Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria.
- Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em número com o substantivo. Como palavra denotativa de limitação, equi-
valente de apenas, somente, é invariável.
Eles estavam sós, na sala iluminada.
Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre.
Elas só passeiam de carro.
Só eles estavam na sala.
Forma a locução a sós [=sem mais companhia, sozinho]: Estávamos a sós. Jesus despediu a multidão e subiu ao monte para orar
a sós.
- Possível. Usado em expressões superlativas, este adjetivo ora aparece invariável, ora flexionado:
“A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos mais requintados possível.” (Maria Helena Cardoso)
“Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis)
“A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais grotescos possíveis.” (ledo Ivo)
“... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimentos os mais espontâneos possíveis.” (Ronaldo Miranda)
Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no português de hoje, para se usar, neste caso, o adjetivo possível no plu-
ral. O singular é de rigor quando a expressão superlativa inicia com a partícula o (o mais, o menos, o maior, o menor, etc.)
Os prédios devem ficar o mais afastados possível.
Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível.
O médico atendeu o maior número de pacientes possível.
- Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério, claro, caro, barato, alto, raro, etc., quando usados com a função de advér-
bios terminados em – mente, ficam invariáveis:
Vamos falar sério. [sério = seriamente]
Penso que falei bem claro, disse a secretária.
Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato]
Estas aves voam alto. [ou baixo]
Didatismo e Conhecimento 25
LÍNGUA PORTUGUESA
- Todo. No sentido de inteiramente, completamente, costuma-se flexionar, embora seja advérbio:
Esses índios andam todos nus.
Geou durante a noite e a planície ficou toda (ou todo) branca.
As meninas iam todas de branco.
A casinha ficava sob duas mangueiras, que a cobriam toda.
Exercícios
a) 1-2-1-1-2
b) 2-2-1-1-2
c) 2-1-1-1-1
d) 1-2-2-2-2
e) 2-1-1-1-2
04. “Na reunião do Colegiado, não faltou, no momento em que as discussões se tornaram mais violentas, argumentos e opiniões
veementes e contraditórias.” No trecho acima, há uma infração as normas de concordância.
a) Reescreva-o com devida correção.
b) Justifique a correção feita.
Didatismo e Conhecimento 26
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05. Reescrever as frases abaixo, corrigindo-as quando necessário.
a) “Recebei, Vossa Excelência, os processos de nossa estima, pois não podem haver cidadãos conscientes sem educação.”
b) “Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê-los-ei ainda hoje, conforme lhes prometi.
”
06. Como no exercício anterior.
a) “Ele informou aos colegas de que havia perdido os documentos cuja originalidade duvidamos.”
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia mais ficar no pátio do que continuar dentro da classe.”
08. Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só.
b) Meia palavra, meio tom - índice de sua sensatez.
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa.
d) Passei muito inverno só.
e) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo.
Respostas:
01-A / 02-C
03. a) necessária b) alerta c) bastantes d) vazia e) meio
04. a) “Na reunião do colegiado, não faltaram, no momento em que as discussões se tornaram mais violentas, argumentos e
opiniões veementes e contraditórias.”
b) Concorda com o sujeito “argumentos e opiniões”.
05. a) “Receba, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima, pois não pode haver cidadãos conscientes sem a educação.”
b) A frase está correta.
06. a) “Ele informou aos colegas que havia perdido (ou: ele informou os colegas de que havia perdido os documentos de cuja
originalidade duvidamos.”
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia ficar no pátio a continuar dentro da classe.”
07-E / 08-E / 09-D / 10-C
Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva geralmente este para o plural. Exemplos:
“A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar)
“Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar)
“Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma fonte perene.” (Machado de Assis)
Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este poderá concordar no plural ou com o substantivo mais próximo:
“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Elisa?” (Jorge Amado)
“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.” (Ricardo Ramos)
“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina Cavalcânti)
... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seus ministros.” (Carlos de Laet)
Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no plural.
Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo se flexiona no plural e na pessoa que tiver prevalência. (A 1ª pessoa pre-
valece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª prevale sobre a 3ª):
“Foi o que fizemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela e eu = nós)
“Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós)
Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês)
- Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais próximo, quando este se pospõe ao verbo:
“O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo Castelo Branco)
“Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teus filhos.” (Machado de Assis)
- Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu + ele = vocês em vez de tu + ele = vós):
“...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett)
“Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto)
As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor relativo, porquanto a escolha desta ou daquela concordância depende,
freqüentemente, do contexto, da situação e do clima emocional que envolvem o falante ou o escrevente.
Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
- Núcleos do sujeito unidos por ou
- Se a conjunção ou indicar exclusão ou retificação, o verbo concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:
Paulo ou Antônio será o presidente.
O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio.
Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime.
- O verbo irá para o plural se a idéia por ele expressa se referir ou puder ser atribuída a todos os núcleos do sujeito:
“Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada forte a atravessavam de ponta a ponta.” (Aníbal Machado) (Tanto um
grito como uma gargalhada atravessavam a cidade.)
“Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir-lhe.” (Camilo Castelo Branco)
- Núcleos do sujeito unidos pela preposição com: Usa-se mais frequentemente o verbo no plural quando se atribui a mesma
importância, no processo verbal, aos elementos do sujeito unidos pela preposição com. Exemplos:
Manuel com seu compadre construíram o barracão.
“Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo Castelo Branco)
“Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo Castelo Branco)
Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar relevância ao primeiro elemento do sujeito e também quando o verbo vier
antes deste. Exemplos:
O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa.
O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde.
10.6
(Alexandre Herculano)
“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” (Alexandre Herculano)
“Tanto Noêmia como Reinaldo só mantinham relações de amizade com um grupo muito reduzido de pessoas.” (José Condé)
“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não o demovem do seu objetivo.” (Cassiano Ricardo)
- Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém: Quando o sujeito composto vem resumido por um dos pronomes, tudo, nada,
ninguém, etc. o verbo concorda, no singular, com o pronome resumidor. Exemplos:
Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê-lo.
“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, estouvado, tudo isso me levou a fazer uma coisa única.” (Machado de
Assis)
Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo.
- Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa: O verbo concorda no singular quando os núcleos do sujeito designam
a mesma pessoa ou o mesmo ser. Exemplos:
“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João-ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!” (Carlos Drummond Andrade)
“Embora sabendo que tudo vai continuar como está, fica o registro, o protesto, em nome dos telespectadores.” (Valério Andrade)
Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta.
- Núcleos do sujeito são infinitivos: O verbo concordará no plural se os infinitivos forem determinados pelo artigo ou exprimi-
rem idéias opostas; caso contrário, tanto é lícito usar o verbo no singular como no plural. Exemplos:
O comer e o beber são necessários.
Rir e chorar fazem parte da vida
Montar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o menino.
“Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava trabalho.” (Carlos Povina Cavalcânti) (ou davam)
Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
- Sujeito oracional: Concorda no singular o verbo cujo sujeito é uma oração:
Ainda falta / comprar os cartões.
Predicado Sujeito Oracional
- Sujeito Coletivo: O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo no singular. Exemplos:
A multidão vociferava ameaças.
O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália.
Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro.
Um bloco de foliões animava o centro da cidade.
Se o coletivo vier seguido de substantivo plural que o especifique e anteceder ao verbo, este poderá ir para o plural, quando se
quer salientar não a ação do conjunto, mas a dos indivíduos, efetuando-se uma concordância não gramatical, mas ideológica:
“Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulheres penetraram na caverna...” (Alexandre Herculano)
“Uma grande vara de porcos que se afogaram de escantilhão no mar...” (Camilo Castelo Branco)
“Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam no ar.” (Machado de Assis)
“Havia na União um grupo de meninos que praticavam esse divertimento com uma pertinácia admirável.” (Carlos Povina Ca-
valcânti)
- A maior parte de, grande número de, etc: Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a maior parte de, parte de, a
maioria de, grande número de, etc., seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo, quando posposto ao sujeito, pode ir para
o singular ou para o plural, conforme se queira efetuar uma concordância estritamente gramatical (com o coletivo singular) ou uma
concordância enfática, expressiva, com a idéia de pluralidade sugerida pelo sujeito. Exemplos:
A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gilberto Freire)
“A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito juízo.” (Machado de Assis)
“A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato de carne e um prato de legumes.” (Ramalho Ortigão)
“A maior parte dos nomes podem ser empregados em sentido definido ou em sentido indefinido.” (Mário Barreto)
Quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimos exemplos, a concordância se efetua no singular. Como se vê dos
exemplos supracitados, as duas concordâncias são igualmente legítimas, porque têm tradição na língua. Cabe a quem fala ou escreve
escolher a que julgar mais adequada à situação. Pode-se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no plural, efetuando a concordância
não com a forma gramatical das palavras, mas com a ideia de pluralidade que elas encerram e sugerem à nossa mente. Essa concor-
dância ideológica é bem mais expressiva que a gramatical, como se pode perceber relendo as frases citadas de Machado de Assis,
Ramalho Ortigão, Ondina Ferreira e Aurélio Buarque de Holanda, e cotejando-as com as dos autores que usaram o verbo no singular.
- Um e outro, nem um nem outro: O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concorda, de preferência, no plural. Exem-
plos:
“Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...” (Hernâni Cidade)
“Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.” (Machado de Assis)
Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio.
“Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diálogo.” (Fernando Namora)
- Um dos que, uma das que: Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome que vem antecedido de um dos ou expressão
análoga, o verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural:
“O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.” (Alexandre Herculano)
“A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós.” (Machado de Assis)
“Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos que viviam em Roma.” (Moacyr Scliar)
Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana.
Didatismo e Conhecimento 30
LÍNGUA PORTUGUESA
Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelos escritores modernos. Todavia, não é prática condenável fugir ao rigor da
lógica gramatical e usar o verbo da oração adjetiva no singular (fazendo-o concordar com a palavra um), quando se deseja destacar o
indivíduo do grupo, dando-se a entender que ele sobressaiu ou sobressai aos demais:
Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros.
“Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a originalidade e importância da literatura brasileira.” (João Ribeiro)
Há gramáticas que condenam tal concordância. Por coerência, deveriam condenar também a comumente aceita em construções
anormais do tipo: Quais de vós sois isentos de culpa? Quantos de nós somos completamente felizes? O verbo fica obrigatoriamente
no singular quando se aplica apenas ao indivíduo de que se fala, como no exemplo:
Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é o único empregado que não sabe ler.)
Ressalte-se porém, que nesse caso é preferível construir a frase de outro modo:
Jairo é um empregado meu que não sabe ler.
Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler.
Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões em foco, o mais acertado é usar no plural o verbo da oração adjetiva:
O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia.
Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz.
O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as secas.
Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar a crise.
Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que, nas orações adjetivas explicativas, nas quais o pronome que é separado de
seu antecedente por pausa e vírgula, a concordância é determinada pelo sentido da frase:
Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi chamar o pai. (Só um menino estava sentado.)
Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefatos, soltou um grito de protesto. (Todos os cinco homens assistiam à
cena.)
- Mais de um: O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será de rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o numeral
for superior a um. Exemplos:
Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha.
Mais de um dos circunstantes se entreolharam com espanto.
Devem ter fugido mais de vinte presos.
- Quais de vós? Alguns de nós: Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos quais? quantos? Ou um dos indefinidos alguns,
muitos, poucos, etc., seguidos dos pronomes nós ou vós, o verbo concordará, por atração, com estes últimos, ou, o que é mais lógico,
na 3ª pessoa do plural:
“Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César Cerqueira)
“Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre Herculano)
“...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o passado?” (José de Alencar)
Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe.
- Pronomes quem, que, como sujeitos: O verbo concordará, em regra, na 3ª pessoa, com os pronomes quem e que, em frases
como estas:
Sou eu quem responde pelos meus atos.
Somos nós quem leva o prejuízo.
Eram elas quem fazia a limpeza da casa.
“Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins)
Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
Todavia, a linguagem enfática justifica a concordância com o sujeito da oração principal:
“Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias)
“Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo Ramos)
“És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias)
“Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo Castelo Branco)
A concordância do verbo precedido do pronome relativo que far-se-á obrigatoriamente com o sujeito do verbo (ser) da oração
principal, em frases do tipo:
Sou eu que pago.
És tu que vens conosco?
Somos nós que cozinhamos.
Eram eles que mais reclamavam.
Em construções desse tipo, é lícito considerar o verbo ser e a palavra que como elementos expletivos ou enfatizantes, portanto
não necessários ao enunciado. Assim:
Sou eu que pago. (=Eu pago)
Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos)
Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a salvaram.)
Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste caso, tanto o verbo ser como o outro devem concordar com o pro-
nome ou substantivo que precede a palavra que.
- Concordância com os pronomes de tratamento: Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa, embora se refira à
2ª pessoa do discurso:
Vossa Excelência agiu com moderação.
Vossas Excelências não ficarão surdos à voz do povo.
“Espero que V.Sª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco)
“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem o tempo e os vassalos.” (Rebelo da Silva)
- Concordância com certos substantivos próprios no plural: Certos substantivos próprios de forma plural, como Estados Uni-
dos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural quando se usam com o artigo; caso contrário, o verbo concorda
no singular.
“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (Eduardo Prado)
Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo.
“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões.
Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes.
Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo no singular, sobretudo com o verbo ser seguido de predicativo no sin-
gular:
“As Férias de El-Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva)
“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por detrás do mago.” (Paulo Coelho)
“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso Luft)
A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica, porque se efetua não com a palavra (Valkírias, Sertões, Férias de
El-Rei), mas com a ideia por ela sugerida (obra ou livro). Ressalte-se, porém, que é também correto usar o verbo no plural:
As Valkírias mostram claramente o homem...
“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e de protesto.” (Alfredo Bosi)
- Concordância do verbo passivo: Quando apassivado pelo pronome apassivador se, o verbo concordará normalmente com o
sujeito:
Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos.
Gataram-se milhões, sem que se vissem resultados concretos.
“Correram-se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva)
“Aperfeiçoavam-se as aspas, cravavam-se pregos necessários à segurança dos postes...” (Camilo Castelo Branco)
Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que não devem ser seguidos:
“Vendia-se seiscentos convites e aquilo ficava cheio.” (Ricardo Ramos)
“Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Braga)
Didatismo e Conhecimento 32
LÍNGUA PORTUGUESA
Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder e dever, na voz passiva sintética, o verbo auxiliar concordará com
o sujeito. Exemplos:
Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locução verbal: podem cortar)
Devem-se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros) (sujeito: livros; locução verbal: devem-se ler)
“Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas memoráveis como a do fabuloso Aleixo Garcia.” (Sérgio Buarque de
Holanda)
“Em Santarém há poucas casas particulares que se possam dizer verdadeiramente antigas.” (Almeida Garrett)
Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal a oração iniciada pelo infinitivo e, nesse caso, não há locução verbal e
o verbo auxiliar concordará no singular. Assim:
Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvores; predicado: não se pode)
Deve-se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado: deve-se)
Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher, tanto é lícito usar o verbo auxiliar no singular como no plural. Por-
tanto:
Não se podem (ou pode) cortar essas árvores.
Devem-se (ou deve-se) ler bons livros.
“Quando se joga, deve-se aceitar as regras.” (Ledo Ivo)
“Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de Assis)
- Verbos impessoais: Os verbos haver, fazer (na indicação do tempo), passar de (na indicação de horas), chover e outros que
exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como impessoais, ficam na 3ª pessoa do singular:
“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato)
“Havia já dois anos que nos não víamos.” (Machado de Assis)
“Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco)
“Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal malvado...” (Camilo Castelo Branco)
Observações:
- Também fica invariável na 3ª pessoa do singular o verbo que forma locução com os verbos impessoais haver ou fazer:
Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio.
Vai haver grandes festas.
Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não aceitar o cargo.
Começou a haver abusos na nova administração.
- o verbo chover, no sentido figurado (= cair ou sobrevir em grande quantidade), deixa de ser impessoal e, portanto concordará
com o sujeito:
Choviam pétalas de flores.
“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e diatribes.” (Carlos de Laet)
“Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de Andrade)
“E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.” (Raquel de Queirós)
- Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter, impessoal, por haver, existir. Nem faltam exemplos em escritores
modernos:
“No centro do pátio tem uma figueira velhíssima, com um banco embaixo.” (José Geraldo Vieira)
“Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Drummond de Andrade)
Esse emprego do verbo ter, impessoal, não é estranho ao português europeu: “É verdade. Tem dias que sai ao romper de alva e
recolhe alta noite, respondeu Ângela.” (Camilo Castelo Branco) (Tem = Há)
Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
- Concordância do verbo ser: O verbo de ligação ser concorda com o predicativo nos seguintes casos:
- Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido coletivo ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural:
“A maioria eram rapazes.” (Aníbal Machado)
A maior parte eram famílias pobres.
O resto (ou o mais) são trastes velhos.
“A maior parte dessa multidão são mendigos.” (Eça de Queirós)
- Quando o predicativo é um pronome pessoal ou um substantivo, e o sujeito não é pronome pessoal reto:
“O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)
“Nas minhas terras o rei sou eu.” (Alexandre Herculano)
“O dono da fazenda serás tu.” (Said Ali)
“...mas a minha riqueza eras tu.” (Camilo Castelo Branco)
Mas: Eu não sou ele. Vós não sois eles. Tu não és ele.
- Nas locuções é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é mais que (ou do que), é menos que (ou do que), etc., cujo sujeito exprime
quantidade, preço, medida, etc.:
“Seis anos era muito.” (Camilo Castelo Branco)
Dois mil dólares é pouco.
Cinco mil dólares era quanto bastava para a viagem.
Doze metros de fio é demais.
Didatismo e Conhecimento 34
LÍNGUA PORTUGUESA
- Na indicação das horas, datas e distância , o verbo ser é impessoal (não tem sujeito) e concordará com a expressão designativa
de hora, data ou distância:
Era uma hora da tarde.
“Era hora e meia, foi pôr o chapéu.” (Eça de Queirós)
“Seriam seis e meia da tarde.” ( Raquel de Queirós)
“Eram duas horas da tarde.” (Machado de Assis)
Observações:
- Pode-se, entretanto na linguagem espontânea, deixar o verbo no singular, concordando com a idéia implícita de “dia”:
“Hoje é seis de março.” (J. Matoso Câmara Jr.) (Hoje é dia seis de março.)
“Hoje é dez de janeiro.” (Celso Luft)
- Estando a expressão que designa horas precedida da locução perto de, hesitam os escritores entre o plural e o singular:
“Eram perto de oito horas.” (Machado de Assis)
“Era perto de duas horas quando saiu da janela.” (Machado de Assis)
“...era perto das cinco quando saí.” (Eça de Queirós)
- O verbo passar, referente a horas, fica na 3ª pessoa do singular, em frases como: Quando o trem chegou, passava das sete
horas.
- Locução de realce é que: O verbo ser permanece invariável na expressão expletiva ou de realce é que:
Eu é que mantenho a ordem aqui. (= Sou eu que mantenho a ordem aqui.)
Nós é que trabalhávamos. (= Éramos nós que trabalhávamos)
As mães é que devem educá-los. (= São as mães que devem educá-los.)
Os astros é que os guiavam. (= Eram os astros que os guiavam.)
- Era uma vez: Por tradição, mantém-se invariável a expressão inicial de histórias era uma vez, ainda quando seguida de subs-
tantivo plural: Era uma vez dois cavaleiros andantes.
- A não ser: É geralmente considerada locução invariável, equivalente a exceto, salvo, senão. Exemplos:
Nada restou do edifício, a não ser escombros.
A não ser alguns pescadores, ninguém conhecia aquela praia.
“Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não ser bonecos sem pescoço...” (Carlos Drummond de Andrade)
Mas não constitui erro usar o verbo ser no plural, fazendo-o concordar com o substantivo seguinte, convertido em sujeito da
oração infinitiva. Exemplos:
“As dissipações não produzem nada, a não serem dívidas e desgostos.” (Machado de Assis)
“A não serem os antigos companheiros de mocidade, ninguém o tratava pelo nome próprio.” (Álvaro Lins)
“A não serem os críticos e eruditos, pouca gente manuseia hoje... aquela obra.” (Latino Coelho)
- Haja vista: A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Pode ser construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam-se)
Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)
Haja vista aos livros desse autor. (= olhe-se para, atente-se para os livros)
Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
A primeira construção (que é a mais lógica) analisa-se deste modo.
Sujeito: os livros; verbo hajam (=tenham); objeto direto: vista.
A situação é preocupante; hajam vista os incidentes de sábado.
Seguida de substantivo (ou pronome) singular, a expressão, evidentemente, permanece invariável: A situação é preocupante; haja
vista o incidente de sábado.
- Bem haja. Mal haja: Bem haja e mal haja usam-se em frases optativas e imprecativas, respectivamente. O verbo concordará
normalmente com o sujeito, que vem sempre posposto:
“Bem haja Sua Majestade!” (Camilo Castelo Branco)
Bem hajam os promovedores dessa campanha!
“Mal hajam as desgraças da minha vida...” (Camilo Castelo Branco)
- Concordância dos verbos bater, dar e soar: Referindo-se às horas, os três verbos acima concordam regularmente com o sujeito,
que pode ser hora, horas (claro ou oculto), badaladas ou relógio:
“Nisto, deu três horas o relógio da botica.” (Camilo Castelo Branco)
“Bateram quatro da manhã em três torres a um tempo...” (Mário Barreto)
“Tinham batido quatro horas no cartório do tabelião Vaz Nunes.” (Machado de Assis)
“Deu uma e meia.” (Said Ali)
Pasar, com referência a horas, no sentido de ser mais de, é verbo impessoal, por isso fica na 3ª pessoa do singular: Quando che-
gamos ao aeroporto, passava das 16 horas; Vamos, já passa das oito horas – disse ela ao filho.
- Concordância do verbo parecer: Em construções com o verbo parecer seguido de infinitivo, pode-se flexionar o verbo parecer
ou o infinitivo que o acompanha:
As paredes pareciam estremecer. (construção corrente)
As paredes parecia estremecerem. (construção literária)
Análise da construção dois: parecia: oração principal; as paredes estremeceram: oração subordinada substantiva subjetiva.
Outros exemplos:
“Nervos... que pareciam estourar no minuto seguinte.” (Fernando Namora)
“Referiu-me circunstâncias que parece justificarem o procedimento do soberano.” (Latino Coelho)
“As lágrimas e os soluços parecia não a deixarem prosseguir.” (Alexandre Herculano)
“...quando as estrelas, em ritmo moroso, parecia caminharem no céu.” (Graça Aranha)
Usando-se a oração desenvolvida, parecer concordará no singular:
“Mesmo os doentes parece que são mais felizes.” (Cecília Meireles)
“Outros, de aparência acabadiça, parecia que não podiam com a enxada.” (José Américo)
“As notícias parece que têm asas.” (Oto Lara Resende) (Isto é: Parece que as notícias têm asas.)
Essa dualidade de sintaxe verifica-se também com o verbo ver na voz passiva: “Viam-se entrar mulheres e crianças.” Ou “Via-
-se entrarem mulheres e crianças.”
- Concordância com o sujeito oracional: O verbo cujo sujeito é uma oração concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular:
Parecia / que os dois homens estavam bêbedos.
Verbo sujeito (oração subjetiva)
Faltava / dar os últimos retoques.
Verbo sujeito (oração subjetiva)
Outros exemplos, com o sujeito oracional em destaque:
Não me interessa ouvir essas parlendas.
Anotei os livros que faltava adquirir. (faltava adquirir os livros)
Esses fatos, importa (ou convém) não esquecê-los.
São viáveis as reformas que se intenta implantar?
Didatismo e Conhecimento 36
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- Concordância com sujeito indeterminado: O pronome se, pode funcionar como índice de indeterminação do sujeito. Nesse
caso, o verbo concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular. Exemplos;
Em casa, fica-se mais à vontade.
Detesta-se (e não detestam-se) aos indivíduos falsos.
Acabe-se de vez com esses abusos!
Para ir de São Paulo a Curitiba, levava-se doze horas.
- Concordância com os numerais milhão, bilhão e trilhão: Estes substantivos numéricos, quando seguidos de substantivo no
plural, levam, de preferência, o verbo ao plural. Exemplos:
Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão.
São gastos ainda um milhão de dólares por ano para a manutenção de cada Ciep.
Meio milhão de refugiados se aproximam da fronteira do Irã.
Meio milhão de pessoas foram às ruas para reverenciar os mártires da resistência.
Observações:
- Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos. Por isso, devem concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes
que os precedem: os dois milhões de pessoas; os três milhares de plantas; alguns milhares de telhas; esses bilhões de criaturas, etc.
- Se o sujeito da oração for milhões, o particípio ou o adjetivo podem concordar, no masculino, com milhões, ou, por atração, no
feminino, com o substantivo feminino plural: Dois milhões de sacas de soja estão ali armazenados (ou armazenadas) no próximo
ano. Foram colhidos três milhões de sacas de trigo. Os dois milhões de árvores plantadas estão altas e bonitas.
- Concordância com numerais fracionários: De regra, a concordância do verbo efetua-se com o numerador. Exemplos:
“Mais ou menos um terço dos guerrilheiros ficou atocaiado perto...” (Autran Dourado)
“Um quinto dos bens cabe ao menino.” (José Gualda Dantas)
Dois terços da população vivem da agricultura.
Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural, quando o número fracionário, seguido de substantivo no plural, tem
o numerador 1, como nos exemplos:
Um terço das mortes violentas no campo acontecem no sul do Pará.
Um quinto dos homens eram de cor escura.
- Concordância com percentuais: O verbo deve concordar com o número expresso na porcentagem:
Só 1% dos eleitores se absteve de votar.
Só 2% dos eleitores se abstiveram de votar.
Foram destruídos 20% da mata.
“Cerca de 40% do território ficam abaixo de 200 metros.” (Antônio Hauaiss)
Em casos como o da última frase, a concordância efetua-se, pela lógica, no feminino (oitenta e duas entre cem mulheres), ou,
seguindo o uso geral, no masculino, por se considerar a porcentagem um conjunto numérico invariável em gênero.
- Concordância com o pronome nós subentendido: O verbo concorda com o pronome subentendido nós em frases do tipo:
Todos estávamos preocupados. (= Todos nós estávamos preocupados.)
Os dois vivíamos felizes. (=Nós dois vivíamos felizes.)
“Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos Drummond de Andrade)
- Não restam senão ruínas: Em frases negativas em que senão equivale a mais que, a não ser, e vem seguido de substantivo no
plural, costuma-se usar o verbo no plural, fazendo-o concordar com o sujeito oculto outras coisas. Exemplos:
Do antigo templo grego não restam senão ruínas. (Isto é: não restam outras coisas senão ruínas.)
Da velha casa não sobraram senão escombros.
“Para os lados do sul e poente, não se viam senão edifícios queimados.” (Alexandre Herculano)
“Por toda a parte não se ouviam senão gemidos ou clamores.” (Rebelo da Silva)
Segundo alguns autores, pode-se, em tais frases, efetuar a concordância do verbo no singular com o sujeito subentendido nada:
Do antigo templo grego não resta senão ruínas. (Ou seja: não resta nada, senão ruínas.)
Ali não se via senão (ou mais que) escombros.
As duas interpretações são boas, mas só a primeira tem tradição na língua.
Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
- Concordância com formas gramaticais: Palavras no plural com sentido gramatical e função de sujeito exigem o verbo no
singular:
“Elas” é um pronome pessoal. (= A palavra elas é um pronome pessoal.)
Na placa estava “veiculos”, sem acento.
“Contudo, mercadores não tem a força de vendilhões.” (Machado de Assis)
- Mais de, menos de: O verbo concorda com o substantivo que se segue a essas expressões:
Mais de cem pessoas perderam suas casas, na enchente.
Sobrou mais de uma cesta de pães.
Gastaram-se menos de dois galões de tinta.
Menos de dez homens fariam a colheita das uvas.
Exercícios
01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta:
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
07. A concordância verbal está correta na alternativa:
a) Ela o esperava já faziam duas semanas.
b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes.
d) Devem haver aqui pessoas cultas.
e) Todos parecem terem ficado tristes.
08. É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a ....... cumpridas.
a) hajam - existem - ser
b) hajam - existe - ser
c) haja - existem - serem
d) haja - existe - ser
e) hajam - existem - serem
09. ....... de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa?
a) Chega - bastam - foram feitos
b) Chega - bastam - foi feito
c) Chegam - basta - foi feito
d) Chegam - basta - foram feitos
e) Chegam - bastam - foi feito
10. Soube que mais de dez alunos se ....... a participar dos jogos que tu e ele ......
a) negou – organizou
b) negou – organizastes
c) negaram – organizaste
d) negou – organizaram
e) negaram - organizastes
Respostas: (01-C) (02-D) (03-D) (04-D) (05-D) (06-D) (07-C) (08-C) (09-A) (10-E)
Regência Nominal
Regência nominal é a relação de dependência que se estabelece entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o termo por
ele regido. Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência. Na regência nominal o principal papel é desempenhado
pela preposição.
No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos
de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição “a”.
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e pro-
cure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
- acessível a: Este cargo não é acessível a todos.
- acesso a, para: O acesso para a região ficou impossível.
- acostumado a, com: Todos estavam acostumados a ouvi-lo.
- adaptado a: Foi difícil adaptar-me a esse clima.
- afável com, para com: Tinha um jeito afável para com os turistas.
- aflito: com, por.
Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
- agradável a, de: Sua saída não foi agradável à equipe.
- alheio: a, de.
- aliado: a, com.
- alusão a: O professor fez alusão à prova final.
- amor a, por: Ele demonstrava grande amor à namorada.
- análogo: a.
- antipatia a, por: Sentia antipatia por ela.
- apto a, para: Estava apto para ocupar o cargo.
- atenção a, com, para com: Nunca deu atenção a ninguém.
- aversão a, por: Sempre tive aversão à política.
- benéfico a, para: A reforma foi benéfica a todos.
- certeza de, em: A certeza de encontrá-lo novamente a animou.
- coerente: com.
- compatível: com.
- contíguo: a.
desprezo: a, de, por.
- dúvida em sobre: Anotou todas as dúvidas sobre a questão dada.
empenho: de, em, por.
equivalente: a.
- favorável a: Sou favorável à sua candidatura.
fértil: de, em.
- gosto de, em: Tenho muito gosto em participar desta brincadeira.
- grato a: Grata a todos que me ensinaram a ensinar.
- horror a, de: Tinha horror a quiabo refogado.
hostil: a, para com.
- impróprio para: O filme era impróprio para menores.
inerente: a.
- junto a, com, de: Junto com o material, encontrei este documento.
- lento: em.
- necessário a, para: A medida foi necessária para acabar com tanta dúvida.
- passível de: As regras são passíveis de mudanças.
- preferível a: Tudo era preferível à sua queixa.
- próximo: a, de.
- rente: a.
- residente: em.
- respeito a, com, de, entre, para com, por: É necessário o respeito às leis.
- satisfeito: com, de, em, por.
- semelhante: a.
sensível: a.
- sito em: O apartamento sito em Brasília foi vendido.
- situado em: Minha casa está situada na Avenida Internacional.
- suspeito: de.
- útil: a, para.
- vazio: de.
- versado: em.
- vizinho: a, de.
Exercícios
Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......simpatia.
a) a, por, menos
b) do que, por, menos
c) a, para, menos
d) do que, com, menos
e) do que, para, menos
03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser seguidos pela mesma preposição:
a) ávido, bom, inconsequente
b) indigno, odioso, perito
c) leal, limpo, oneroso
d) orgulhoso, rico, sedento
e) oposto, pálido, sábio
04. “As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir Aracaju,........coração bate de noite, no silêncio”. A opção que completa
corretamente as lacunas da frase acima é:
a) as quais, de cujo
b) a que, no qual
c) de que, o qual
d) às quais, cujo
e) que, em cujo
08. Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência nominal correta. Assinale-a:
a) Ele não é digno a ser seu amigo.
b) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.
c) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição.
d) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.
e) O sol é indispensável da saúde.
Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos
indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois
oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de
uma preposição.
A mãe agrada o filho. (agradar significa acariciar, contentar)
A mãe agrada ao filho. (agradar significa “causar agrado ou prazer”, satisfazer)
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar a alguém”.
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei no
metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito
comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
Abdicar: renunciar ao poder, a um cargo, título desistir. Pode ser intransitivo (VI não exige complemento) / transitivo direto
(TD) ou transitivo indireto (TI + preposição): D. Pedro abdicou em 1831. (VI); A vencedora abdicou o seu direto de rainha. (VTD);
Nunca abdicarei de meus direitos. (VTI)
Abraçar: emprega-se sem / sem preposição no sentido de apertar nos braços: A mãe abraçou-a com ternura. (VTD); Abraçou-se
a mim, chorando. (VTI)
Agradar: emprega-se com preposição no sentido de contentar, satisfazer.(VTI): A banda Legião Urbana agrada aos jovens.
(VTI); Emprega-se sem preposição no sentido de acariciar, mimar: Márcio agradou a esposa com um lindo presente. (VTD)
Ajudar: emprega-se sem preposição; objeto direto de pessoa: Eu ajudava-a no serviço de casa. (VTD)
Aludir: (=fazer alusão, referir-se a alguém), emprega-se com preposição: Na conversa aludiu vagamente ao seu novo projeto.
(VTI)
Ansiar: emprega-se sem preposição no sentido de causar mal-estar, angustiar: A emoção ansiava-me. (VTD); Emprega-se com
preposição no sentido de desejar ardentemente por: Ansiava por vê-lo novamente. (VTI)
Aspirar: emprega-se sem preposição no sentido de respirar, cheirar: Aspiramos um ar excelente, no campo. (VTD) Emprega-se
com preposição no sentido de querer muito, ter por objetivo: Gincizinho aspira ao cargo de diretor da Penitenciária. (VTI)
Assistir: emprega-se com preposição a no sentido de ver, presenciar: Todos assistíamos à novela Almas Gêmeas. (VTI) Nesse
caso, o verbo não aceita o pronome lhe, mas apenas os pronomes pessoais retos + preposição: O filme é ótimo. Todos querem assistir
a ele. (VTI) Emprega-se sem / com preposição no sentido de socorrer, ajudar: A professora sempre assiste os alunos com carinho.
(VTD); A professora sempre assiste aos alunos com carinho. (VTI) Emprega-se com preposição no sentido de caber, ter direito ou
razão: O direito de se defender assiste a todos. (VTI) No sentido de morar, residir é intransitivo e exige a preposição em: Assiste
em Manaus por muito tempo. (VI)
Atender: empregado sem preposição no sentido de receber alguém com atenção: O médico atendeu o cliente pacientemente.
(VTD) No sentido de ouvir, conceder: Deus atendeu minhas preces.(VTD); Atenderemos quaisquer pedido via internet. Emprega-
-se com preposição no sentido de dar atenção a alguém: Lamento não poder atender à solicitação de recursos. (VTI) Emprega-se
com preposição no sentido de ouvir com atenção o que alguém diz: Atenda ao telefone, por favor; Atenda o telefone. (preferência
brasileira)
Didatismo e Conhecimento 42
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Avisar: avisar alguém de alguma coisa: O chefe avisou os funcionários de que os documentos estavam prontos. (VTD); Avi-
saremos os clientes da mudança de endereço. (VTD ); Já tem tradição na língua o uso de avisar como OI de pessoa e OD de coisa;
Avisamos aos clientes que vamos atendê-los em novo endereço.
Bater: emprega-se com preposição no sentido de dar pancadas em alguém: Os irmãos batiam nele (ou batiam-lhe) à toa; Nervo-
so, entrou em casa e bateu a porta.(fechou com força); Foi logo batendo à porta. (bater junto à porta, para alguém abrir); Para que ele
pudesse ouvir, era preciso bater na porta de seu quarto. (dar pancadas)
Casar: Marina casou cedo e pobre. (VI não exige complemento); Você é realmente digno de casar com minha filha. (VTI com
preposição); Ela casou antes dos vinte anos. (VTD sem preposição. O verbo casar pode vir acompanhado de pronome reflexivo: Ela
casou com o seu grande amor; ou Ela casou-se com seu grande amor.
Chamar: emprega-se sem preposição no sentido de convocar; O juiz chamou o réu à sua presença. (VTD) Emprega-se com ou
sem preposição no sentido de denominar, apelidar, construído com objeto + predicativo: Chamou-o covarde. (VTD) / Chamou-o
de covarde. (VID); Chamou-lhe covarde. (VTI) / Chamou-lhe de covarde. (VTI); Chamava por Deus nos momentos difíceis. (VTI)
Chegar: como intransitivo, o verbo chegar exige a preposição a quando indica lugar: Chegou ao aeroporto meio apressada.
Como transitivo direto (VTD) e intransitivo (VI) no sentido de aproximar; Cheguei-me a ele.
Contentar-se: emprega-se com as preposições com, de, em: Contentam-se com migalhas. (VTI); Contento-me em aplaudir daqui.
Custar: é transitivo direto no sentido de ter valor de, ser caro. Este computador custa muito caro. (VTD) No sentido de ser
difícil é TI. É conjugado como verbo reflexivo, na 3ª pessoa do singular, e seu sujeito é uma oração reduzida de infinitivo: Custou-
-me pegar um táxi.(foi difícil); O carro custou-me todas as economias. É transitivo direto e indireto (TDI) no sentido de acarretar:
A imprudência custou-lhe lágrimas amargas. (VTDI)
Ensinar: é intransitivo no sentido de doutrinar, pregar: Minha mãe ensina na FAI. É transitivo direto no sentido de educar:
Nem todos ensinam as crianças. É transitivo direto e indireto no sentido de dar instrução sobre: Ensino os exercícios mais difíceis
aos meus alunos.
Entreter: empregado como divertir-se exige as preposições: a, com, em: Entretinham-nos em recordar o passado.
Esquecer / Lembrar: estes verbos admitem as construções: Esqueci o endereço dele; Lembrei um caso interessante; Esqueci-me
do endereço dele; Lembrei-me de um caso interessante. Esqueceu-me seu endereço; Lembra-me um caso interessante. Você pode
observar que no 1º exemplo tanto o verbo esquecer como lembrar, não são pronominais, isto é, não exigem os pronomes me, se, lhe,
são transitivos diretos (TD). Nos exemplos, ambos os verbos, esquecer e lembrar, exigem o pronome e a preposição de; são transi-
tivos indiretos e pronominais. No exemplo o verbo esquecer está empregado no sentido de apagar da memória. e o verbo lembrar
está empregado no sentido de vir à memória. Na língua culta, os verbos esquecer e lembrar quando usados com a preposição de,
exigem os pronomes.
Implicar: emprega-se com preposição no sentido de ter implicância com alguém, é TI: Nunca implico com meus alunos.
(VTI) Emprega-se sem preposição no sentido de acarretar, envolver, é TD: A queda do dólar implica corrida ao poder. (VTE); O
desestímulo ao álcool combustível implica uma volta ao passado. (VTD) Emprega-se sem preposição no sentido de embaraçar,
comprometer, é TD: O vizinho implicou-o naquele caso de estupro. (VTD) É inadequada a regência do verbo implicar em: Implicou
em confusão.
Informar: o verbo informar possui duas construções, VTD e VTI: Informei-o que sua aposentaria saiu. (VTD); Informei-lhe que
sua aposentaria. (VT); Informou-se das mudanças logo cedo. (inteirar-se, verbo pronominal)
Investir: emprega-se com preposição (com ou contra) no sentido de atacar, é TI: O touro Bandido investiu contra Tião. Em-
pregado como verbo transitivo direto e indireto, no sentido de dar posse: O prefeito investiu Renata no cargo de assessora. (VTDI)
Emprega-se sem preposição no sentido também de empregar dinheiro, é TD: Nós investimos parte dos lucros em pesquisas cientí-
ficas. (VTD)
Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
Morar: antes de substantivo rua, avenida, usase morar com a preposição em: D. Marina Falcão mora na rua Dorival de Barros.
Namorar: a regência correta deste verbo é namorar alguém e NÃO namorar com alguém: Meu filho, Paulo César, namora
Cristiane. Marcelo namora Raquel.
Necessitar: emprega-se com verbo transitivo direto ou indireto, no sentido de precisar: Necessitávamos o seu apoio; Necessitá-
vamos de seu apoio,(VTDI)
Obedecer / Desobedecer: emprega-se com verbo transitivo direto e indireto no sentido de cumprir ordens: Obedecia às irmãs e
irmãos; Não desobedecia às leis de trânsito.
Pagar: emprega-se sem preposição no sentido de saldar coisa, é VTI): Cida pagou o pão; Paguei a costura. (VTD) Emprega-se
com preposição no sentido de remunerar pessoa, é VTI: Cida pagou ao padeiro; Paguei à costureira., à secretária. (VTI) Emprega-
-se como verbo transitivo direto e indireto, pagar alguma coisa a alguém: Cida pagou a carne ao açougueiro. (VTDI) Por alguma
coisa: Quanto pagou pelo carro? Sem complemento: Assistiu aos jogos sem pagar.
Pedir: somente se usa pedir para, quando, entre pedir e o para, puder colocar a palavra licença. Caso contrário, diz-se pedir
que; A secretária pediu para sair mais cedo. (pediu licença); A direção pediu que todos os funcionários, comparecessem à reunião.
Perdoar: emprega-se sem preposição no sentido de perdoar coisa, é TD: Devemos perdoar as ofensas. (VTD ) Emprega-se com
preposição no sentido de conceder o perdão à pessoa, é TI: Perdoemos aos nossos inimigos. (VTI) Emprega-se como verbo tran-
sitivo direto e indireto, no sentido de ter necessidade: A mãe perdoou ao filho a mentira. (VTDI) Admite voz passiva: Todos serão
perdoados pelos pais.
Permitir: empregado com preposição, exige objeto indireto de pessoa: O médico permitiu ao paciente que falasse. (VTI) Cons-
trói-se com o pronome lhe e não o: O assistente permitiu-lhe que entrasse. Não se usa a preposição de antes de oração infinitiva: Os
pais não lhe permite ir sozinha à festa do Peão. (e não de ir sozinha)
Pisar: é verbo transitivo direto VTD: Tinha pisado o continente brasileiro. (não exige a preposição no)
Precisar: emprega-se com preposição no sentido de ter necessidade, é VTI: As crianças carentes precisam de melhor atendi-
mento médico. (VTI) Quando o verbo precisar vier acompanhado de infinitivo, pode-se usar a preposição de; a língua moderna
tende a dispensá-la: Você é rico, não precisa trabalhar muito. Usa-se, às vezes na voz passiva, com sujeito indeterminado: Precisa-se
de funcionários competentes. (sujeito indeterminado) Emprega-se sem preposição no sentido de indicar com exatidão: Perdeu muito
dinheiro no jogo, mas não sabe precisar a quantia.(VTD)
Preferir: emprega-se sem preposição no sentido de ter preferência. (sem escolha): Prefiro dias mais quentes. (VTD) Preferir
VTDI, no sentido de ter preferência, exige a preposição a: Prefiro dançar a nadar; Prefiro chocolate a doce de leite. Na linguagem
formal, culta, é inadequado usar este verbo reforçado pelas palavras ou expressões: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, do que.
Presidir: emprega-se com objeto direto ou objeto indireto, com a preposição a: O reitor presidiu à sessão; O reitor presidiu a
sessão.
Prevenir: admite as construções: A paciência previne dissabores; Preveni minha turma; Quero preveni-los; Prevenimo-nos para
o exame final.
Proceder: emprega-se como verbo intransitivo no sentido de ter fundamento: Sua tese não procede. (VI) Emprega-se com a
preposição de no sentido de originar-se, vir de: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo. Emprega-se
como transitivo indireto com a preposição a, no sentido de dar início: Procederemos a uma investigação rigorosa. (VTI)
Querer: emprega-se sem preposição no sentido de desejar: Quero vê-lo ainda hoje.(VTD) Emprega-se com preposição no sen-
tido de gostar, ter afeto, amar: Quero muito bem às minhas cunhadas Vera e Ceiça.
Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
Residir: como o verbo morar, o verbo responder, constrói-se com a preposição em: Residimos em Lucélia, na Avenida Interna-
cional. Residente e residência têm a mesma regência de residir em.
Responder: emprega-se no sentido de responder alguma coisa a alguém: O senador respondeu ao jornalista que o projeto do
rio São Francisco estava no final. (VTDI) Emprega-se no sentido de responder a uma carta, a uma pergunta: Enrolou, enrolou e não
respondeu à pergunta do professor.
Reverter: emprega-se no sentido de regressar, voltar ao estado primitivo: Depois de aposentar-se reverteu à ativa. Emprega-se
no sentido de voltar para.a posse de alguém: As jóias reverterão ao seu verdadeiro dono. Emprega-se no sentido de destinar-se: A
renda da festa será revertida em beneficio da Casa da Sopa.
Simpatizar / Antipatizar: empregam-se com a preposição com: Sempre simpatizei com pessoas negras; Antipatizei com ela
desde o primeiro momento. Estes verbos não são pronominais, isto é, não exigem os pronomes me, se, nos, etc: Simpatizei-me com
você. (inadequado); Simpatizei com você. ( adequado)
Subir: Subiu ao céu; Subir à cabeça; Subir ao trono; Subir ao poder. Essas expressões exigem a preposição a.
Suceder: emprega-se com a preposição a no sentido de substituir, vir depois: O descanso sucede ao trabalho.
Tocar: emprega-se no sentido de pôr a mão, tocar alguém, tocar em alguém: Não deixava tocar o / no gato doente. Emprega-
-se no sentido de comover, sensibilizar, usa-se com OD: O nascimento do filho tocou-o profundamente. Emprega-se no sentido de
caber por sorte, herança, é OI: Tocou-lhe, por herança, uma linda fazenda. Emprega-se no sentido de ser da competência de, caber:
Ao prefeito é que toca deferir ou indeferir o projeto.
Visar: emprega-se sem preposição como VT13 no sentido de apontar ou pôr visto: O garoto visou o inocente passarinho; O
gerente visou a correspondência. Emprega-se com preposição como VTI no sentido de desejar, pretender: Todos visam ao reconhe-
cimento de seus esforços.
Casos Especiais
Dar-se ao trabalho ou dar-se o trabalho? Ambas as construções são corretas. A primeira é mais aceita: Dava-se ao trabalho de
responder tudo em Inglês. O mesmo se dá com: dar-se ao / o incômodo; poupar-se ao /o trabalho; dar-se ao /o luxo.
Propor-se alguma coisa ou propor-se a alguma coisa? Propor-se, no sentido de ter em vista, dispor-se a, pode vir com ou sem
a preposição a: Ela se propôs levá-lo/ a levá-lo ao circo.
Passar revista a ou passar em revista? Ambas estão corretas, porém a segunda construção é mais frequente: O presidente passou
a tropa em revista.
Em que pese a - expressão concessiva equivalendo a ainda que custe a, apesar de, não obstante: “Em que pese aos inimigos
do paraense, sinceramente confesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)
Observações Finais
Os verbos transitivos indiretos (exceção ao verbo obedecer), não admitem voz passiva. Os exemplos citados abaixo são consi-
derados inadequados.
O filme foi assistido pelos estudantes; O cargo era visado por todos; Os estudantes assistiram ao filme; Todos visavam ao
cargo.
Não se deve dar o mesmo complemento a verbos de regências diferentes, como: Entrou e saiu de casa; Assisti e gostei da peça.
Corrija-se para: Entrou na casa e saiu dela; Assisti à peça e gostei dela.
As formas oblíquas o, a, os, as funcionam como complemento de verbos transitivos diretos, enquanto as formas lhe, lhes fun-
cionam como transitivos indiretos que exigem a preposição a. Convidei as amigas. Convidei-as; Obedeço ao mestre. Obedeço-lhe.
Didatismo e Conhecimento 45
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Exercícios
01. Assinale a única alternativa que está de acordo com as normas de regência da língua culta.
a) avisei-o de que não desejava substituí-lo na presidência, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a tal
cargo;
b) avisei-lhe de que não desejava substituí-lo na presidência, pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei a tal
cargo;
c) avisei-o de que não desejava substituir- lhe na presidência, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei tal
cargo;
d) avisei-lhe de que não desejava substituir-lhe na presidência, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a
tal cargo;
e) avisei-o de que não desejava substituí-lo na presidência, pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei tal
cargo.
02. Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o mesmo sentido que apresenta em __ “No dia em que o chama-
ram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
a) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
b) bateram à porta, chamando Rodrigo;
c) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
d) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
e) mandou chamar o médico com urgência.
03. Assinale a opção em que o verbo assistir é empregado com o mesmo sentido que apresenta em “não direi que assisti às alvo-
radas do romantismo”.
a) não assiste a você o direito de me julgar;
b) é dever do médico assistir a todos os enfermos;
c) em sua administração, sempre foi assistido por bons conselheiros;
d) não se pode assistir indiferente a um ato de injustiça;
e) o padre lhe assistiu nos derradeiros momentos.
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com regência certa, exceto em:
a) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
b) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
c) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
d) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico;
e) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.
06. Assinale o exemplo, em que está bem empregada a construção com o verbo preferir:
a) preferia ir ao cinema do que ficar vendo televisão;
b) preferia sair a ficar em casa;
c) preferia antes sair a ficar em casa;
d) preferia mais sair do que ficar em casa;
e) antes preferia sair do que ficar em casa.
Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
07. Assinale a opção em que o verbo lembrar está empregado de maneira inaceitável em relação à norma culta da língua:
a) pediu-me que o lembrasse a meus familiares;
b) é preciso lembrá-lo o compromisso que assumiu conosco;
c) lembrou-se mais tarde que havia deixado as chaves em casa;
d) não me lembrava de ter marcado médico para hoje;
e) na hora das promoções, lembre-se de mim.
09. Em qual das opções abaixo o uso da preposição acarreta mudança total no sentido do verbo?
a) usei todos os ritmos da metrificação portuguesa. /usei de todos os ritmos da metrificação portuguesa;
b) cuidado, não bebas esta água./ cuidado, não bebas desta água;
c) enraivecido, pegou a vara e bateu no animal./ enraivecido, pegou da vara e bateu no animal;
d) precisou a quantia que gastaria nas férias./ precisou da quantia que gastaria nas férias;
e) a enfermeira tratou a ferida com cuidado. / a enfermeira tratou da ferida com cuidado.
Respostas: 1-A / 2-A / 3-D / 4-B / 5-D / 6-B / 7-B / 8-E / 9-D / 10-B /
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionando-o a uma das três pessoas do discurso. As três pessoas do discurso
são:
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou emissor;
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala ou receptor;
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de quem se fala ou referente.
Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome, o pronome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronome
adjetivo.
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.
Didatismo e Conhecimento 47
LÍNGUA PORTUGUESA
Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais
- Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo do
teatro.
- As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os pronomes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
- Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa apresentam as formas:
o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral: Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, consequentemente, as
terminações R, S, Z. Preciso pagar ao verdureiro. = pagá-lo; Fiz os exercícios a lápis. = Fi-los a lápis.
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos Eis a prova do suborno. = Ei-la; O tempo nos dirá. = no-lo dirá. (eis, nos, vos
perdem o S)
no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos sobre a mesa.
lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia do
contrato. (o S permanece)
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural, perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido.
me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo a meu, teu, seu,
dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a esperança. (sua, dele, dela possessivo)
as formas conosco e convosco são substituídas por: com + nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos, outros,
numeral: Mariane garantiu que viajaria com nós três.
o pronome oblíquo funciona como sujeito com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir e ver+verbo no infinitivo. Deixe-
-me sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me sujeito do verbo deixar Mandei-o calar. (= Mandei que ele calasse), o=
sujeito do verbo mandar.
os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútua ou
recíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco, nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei. / Eu já se arrumei; Eu
me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
- Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituídos por mim e ti após preposição: O segredo ficará somente entre mim e ti.
- É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, quando funcionarem como Sujeito: Todos pediram para eu relatar os
fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo). Lembre-se de que mim não fala, não escreve, não compra, não anda.
Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: mim gosta / mim tem / mim faz. / mim quer.
- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos ao passo que as for-
mas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos transitivos indiretos; Dona Cecília, querida amiga, chamou-a. (verbo
transitivo direto, VTD); Minha saudosa comadre, Nircleia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo indireto,VTI)
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve fazer ca-
ridade com os mais necessitados.
- Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós serão pronomes pessoais oblíquos quando empregados como comple-
mentos de um verbo e vierem precedidos de preposição. O conserto da televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo)
- Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair com as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já frequentei
a casa dela.
- Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem funcionando como sujeito, e houver uma preposição antes deles,
não poderá haver uma contração: Está na hora de ela decidir seu caminho. (ela sujeito de decidir; sempre com verbo no infinitivo)
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes pessoais que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu 1ª
pessoa sujeito / me pronome pessoal reflexivo)
- Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e funcio-
nam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com elegância e levou
consigo (com ela própria) todos os olhares. (Nicole sujeito, 3ª pessoa/ levantou verbo 3ª pessoa / se complemento 3ª pessoa / levou
verbo 3ª pessoa / consigo complemento 3ª pessoa)
- O pronome pessoal oblíquo não funciona como reflexivo se não
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, às vezes, a ambiguidade da frase. João Luís disse que Laurinha
estava trabalhando em seu consultório.
- O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir se tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No caso,
usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus trinta anos.
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma alteração
fonética da palavra senhor
Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
- Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê lembranças a todos os seus.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os passos.
(os seus passos)
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário, apresso-me em
apresentar-te os meus sinceros parabéns; Peço a Deus pela tua felicidade; Abraça-te o teu amigo que te preza.”
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se trata de parte do corpo. Veja: “Um cavaleiro todo vestido de negro,
com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua, mão”. (usa-se: no ombro; na mão)
Pronomes Demonstrativos: Indicam a posição dos seres designados em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço
ou no tempo. Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.
- Em relação ao espaço:
Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está próximo da pessoa que fala.
Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está próximo da pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa)
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está longe de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa)
- Em relação ao tempo:
Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação ao momento em que se fala. Este mês termina o prazo das inscrições
para o vestibular da FAL.
Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo passado há pouco ou o futuro em relação ao momento em se fala. Onde você esteve essa
semana toda?
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em relação ao momento em que se fala. Bons tempos aqueles em que
brincávamos descalços na rua...
- dependendo do contexto, também são considerados pronomes demonstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal,
equivalendo a aquele, aquela, aquilo. O próprio homem destrói a natureza; Depois de muito procurar, achei o que queria; O professor
fez a mesma observação; Estranhei semelhante coincidência; Tal atitude é inexplicável.
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e variações) para o elemento que foi referido em 1º lugar e este (e
variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas,
elegantes e risonhas.
- dependendo do contexto os demonstrativos também servem como palavras de função intensificadora ou depreciativa. Júlia fez
o exercício com aquela calma! (=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então ou nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestra
atacou um samba é todos caíram na dança.
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um elemento anteriormente expresso. Ninguém ligou para o incidente,
mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.
Pronomes Indefinidos: São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse
que Paulo César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis em gênero e número; outros são invariáveis.
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer.
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, nada, cada, mais, menos, demais.
Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos quando colocados antes do substantivo e adjetivos, quando colocados
depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da situação. (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no dia certo. (depois
do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser; indetermina, ge-
neraliza).
- Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios.
Locuções Pronominais Indefinidas: São locuções pronominais indefinidas duas ou mais palavras que esquiva em ao pronome
indefinido: cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / um ou outro / tal qual (=certo)
/ tal e, ou qual /
Pronomes Relativos: São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma palavra que já apareceu na oração anterior. Essa
palavra da oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro que é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se
que o pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por
o, a, os, as, qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos;
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou
coisa, no plural ou no singular: Este é o CD novo que acabei de comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus.
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome demonstrativo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (o que =
aquilo que).
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido de preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi.
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e o
termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e não vem
precedido de preposição: Quem casa quer casa; Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade; Estas são as pessoas de cujos nomes
nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o consequente é diferente do antecedente: O escritor cujo livro te falei é paulista.
- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si.
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em que, no qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (=
lugar em que)
- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados depois de tudo, todos, tanto: Naquele momento, a querida comadre
Naldete, falou tudo quanto sabia.
Pronomes Interrogativos: São os pronomes em frases interrogativas diretas ou indiretas. Os principais interrogativos são: que,
quem, qual, quanto:
Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa direta, com o ponto de interrogação)
- Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (interrogativa indireta, sem a interrogação)
Exercícios
01. “Jamais haverá inimizade entre você e eu “, disse o rapaz lamentando e chorando”.
02. “Venha e traga contigo todo o material que estiver aí!”
03. “Ela falou que era para mim comer, e depois, para mim sair dali.”
04. Polidamente, mandei eles entrar e, depois, deixei eles sentar”
05. “Durante toda a aula os alunos falaram sobre ti e sobre mim.”
06. “Comunico-lhe que, quanto ao livro, deram-no ao professor.”
Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
07. “Informamo- lhe que tudo estava bem conosco e com eles.”
08. “Espero que V. Exa. e vossa distinta consorte nos honrem com vossa visita.
09. “Vossa Majestade, Senhor Rei, sois generoso e bom para com o vosso povo.”
10. “Ela irá com nós mesmo, disse o homem com voz grave e solene.
11. “Ele falou do lugar onde foi com entusiasmo e saudade ao mesmo tempo”
12. “Você já sabe aonde ela foi com aquele canalha?
13. “Espero que ele vá ao colégio e leve consigo o livro que me pertence.
14. “Se vier, traga comigo o livro que lhe pedi”
15. “Mandaram-no à delegacia para explicar o caso da morte.”
16. Enviaremos lhe todo o estoque que estiver disponível.
17. “Para lhe dizer tudo, eu preciso de muito mais dinheiro.”
18. “Ela me disse apenas isto: me deixe passar que eu quero morrer.”
19. “Me diga toda a verdade porque, assim as coisas ficam mais fáceis.”
20. “Tenho informado-o sobre todos os pormenores da viagem.”
21. “Mandei-te todo o material de que precisas.”
22. “Dir-lhe-ei toda a verdade sobre o caso do roubo do banco.”
23. Espero que lhe não digam nada a meu respeito.
24. “Haviam-lhe informado que ela só chegaria depois das três horas.”
25. “Nesse ano, muitos alunos passarão no vestibular.”
26. “Corria o ano de 1964. Neste ano houve uma revolução no Brasil.”
27. “Estes alunos que estão aqui podem sair, aqueles irão depois.”
28. “Os livros cujas páginas estiverem rasgadas serão devolvidos.’
29. “Apalpei-lhe as pernas que se deixavam entrever pela saia rasgada.”
30. “Agora, pegue a tua caneta e comece a substituir, abaixo os complementos grifados pelo pronome oblíquo correspondente:
a) Mandamos o filho ao colégio.
b) Enviamos à menina um telegrama
c) Informaram os meninos sobre a menina.
d) Fez o exercício corretamente.
e) Diremos aos professores toda a verdade.
f) Ela nunca obedece aos superiores.
g) Ontem, ela viu você com outra.
h) Chamei a amiga para a festa.
31. Indique quando, na segunda frase, ocorre a substituição errada das palavras destacadas na primeira, por um pronome:
a) O gerente chamou os empregados.
O gerente chamou-os
b) Quero muito a meu irmão.
Quero-lhe muito.
c) Perdoei sua falta por duas vezes.
Perdoei-lhe por duas vezes
d) Tentei convencer o diretor de que a solução não seria justa
Tentei convencê-lo de que a solução não seria justa.
e) A proposta não agradou aos jovens
A proposta não lhe agradou.
32. Numa das frases, está usado indevidamente um pronome de tratamento. Assinale-a:
a) Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa Magnificência.
b) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que conclua a sua oração.
c) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade.
d) Procurei a chefe da repartição, mas Sua Senhoria se recusou a ouvir minhas explicações.
Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
33. Em “O que estranhei é que as substâncias eram transferidas........!
a) artigo - expletivo
b) pronome pessoal - pronome relativo
c) pronome demonstrativo - integrante
d) pronome demonstrativo - expletivo
e) artigo - pronome relativo
34. Em “Todo sistema coordenado é...........”. “Mas o propósito de toda teoria física é.......”. As palavras destacadas são.... e sig-
nificam, respectivamente:
a) pronomes substantivos indefinidos qualquer e qualquer
b) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e inteiro
c) pronomes adjetivos demonstrativos inteiro e cada um
d) pronomes adjetivos indefinidos inteiro e qualquer
e) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e qualquer.
Respostas:
30.
a) Mandamos-o...
b) Enviamos-lhe...
c) Informaram-nos
d) Fê-lo
e) Dir-lhes-emos
f) Ela nunca lhes obedece
g) ...ela o viu...
h) Chamei-a ...
Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
31-A / 32-C /
33-A
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a palavra que não
exerce função sintática; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece também na
expressão é que. Exemplo:
- Pronome Relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.
Exemplo: Não encontramos as pessoas que saíram.
- Pronome Indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
- Pronome Substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substantivo, a palavra que exercerá as funções próprias do
substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.). Exemplo: Que aconteceu com você?
- Pronome Adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal. Exemplo: Que vida
é essa?
34-D
EMPREGO DE TEMPOS E
MODOS VERBAIS.
Verbo é a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em número
(singular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas nominais: gerúndio,
infinitivo e particípio), tempo (presente, passado e futuro) e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva). De acordo com a vogal temática,
os verbos estão agrupados em três conjugações:
Elementos Estruturais do Verbo: As formas verbais apresentam três elementos em sua estrutura: Radical, Vogal Temática e
Tema.
Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da 1ª conju-
gação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela está o significado real
do verbo.
cont é o radical do verbo contar;
esper é o radical do verbo esperar;
brinc é o radical do verbo brincar.
Se tiramos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemos antepor prefixos
ao radical: des nutr ir / re conduz ir.
Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª conjugação:
a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i.
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal temática: contar: -cont (radical) + a (vogal temática) = tema. Se não
houver a vogal temática, o tema será apenas o radical: contei = cont ei.
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou ao tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências modo
temporais e número pessoa, desinências número pessoais.
Contávamos
Cont = radical
a = vogal temática
va = desinência modo temporal
mos = desinência número pessoal
Flexões Verbais: Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar o número e a pessoa.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular;
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural;
- tu estudas – 2ª pessoa do singular;
- vós estudais – 2ª pessoa do plural;
- ele estuda – 3ª pessoa do singular;
- eles estudam – 3ª pessoa do plural.
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma diferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja, tu foi, tu
pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O pronome vós aparece somente em textos literários ou bíblicos. Os pronomes:
você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é o mais usado no Brasil.
- Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plena
ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro.
O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao fato que enuncia. São três os modos:
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão: o fato é ou foi uma realidade; Apresenta presente, pretérito perfeito,
imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de dúvida, exprime uma possibilidade; O subjuntivo expressa uma in-
certeza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente, pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes; Se tivesse
dinheiro compraria um carro zero; Quando o vir, dê lembranças minhas.
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um desejo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido,
uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo negativo
- Presente do Indicativo: Para enunciar um fato momentâneo. Ex: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que ocorre com fre-
quência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. Na indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais.
Ex: A água é incolor, inodora, insípida.
- Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, não concluído. Ex: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava muito bem.
- Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passado concluído. Ex: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: Expressa um fato passado anterior a outro acontecimento passado. Ex: Nós cantáramos no con-
gresso de música.
- Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado num instante posterior ao que se fala. Ex: Cantarei domingo no coro
da igreja matriz.
- Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado. Ex: Compraria um carro
se tivesse dinheiro
Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
1ª conjugação: -AR
2ª Conjugação: -ER
3ª Conjugação: -IR
Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição: Duvido de que
apurem os fatos; Que surjam novos e honestos políticos.
Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condição ou hipótese: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade.
Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode ou não acontecer. Quando/Se você fizer o trabalho, será generosa-
mente gratificado.
1ª Conjugação –AR
Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem.
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles dançassem.
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando eles
dançarem.
2ª Conjugação -ER
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós comamos, que vós comais, que eles comam.
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem.
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele comer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles
comerem.
3ª conjugação – IR
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós partamos, que vós partais, que eles partam.
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem.
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles parti-
rem.
Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego do Imperativo
Imperativo Afirmativo:
- Não apresenta a primeira pessoa do singular.
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do subjuntivo.
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”.
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo.
Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam.
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós, amai vós, amem vocês.
Imperativo Negativo:
- É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira pessoa do singular.
- Não retira os “s” do tu e do vós.
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não amemos nós, não ameis vós, não amem vocês.
Além dos três modos citados, os verbos apresentam ainda as formas nominais: infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e
particípio.
Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por
exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: É preciso
ler este livro; Era preciso ter lido este livro.
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não
relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o processo verbal. Por exemplo: Amar é sofrer;
O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa.
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo impessoal),
elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por exemplo:
Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)
As regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são todas perfeitamente definidas. Por ser o
infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre
que for necessário dar à frase maior clareza ou ênfase.
- Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado; Por exemplo: Querer é poder; Fumar
prejudica a saúde; É proibido colar cartazes neste muro.
- Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados, marchar! (= Marchai!)
- Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior; Por
exemplo: Eles não têm o direito de gritar assim; As meninas foram impedidas de participar do jogo; Eu os convenci a aceitar.
No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar” e “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser
flexionado. Por exemplo: Eram pessoas difíceis de serem contentadas; Aqueles remédios são ruins de serem tomados; Os CDs que
você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.
Nas locuções verbais; Por exemplo:
- Queremos acordar bem cedo amanhã.
- Eles não podiam reclamar do colégio.
- Vamos pensar no seu caso.
Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode ser
flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo:
- Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
- Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
- Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
- Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.
Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que
os segue; Por exemplo: Deixei-os sair cedo hoje.
Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Por exemplo:
Vi-os entrar atrasados; Ouvi-as dizer que não iriam à festa.
É inadequado o emprego da preposição “para” antes dos objetos diretos de verbos como “pedir”, “dizer”, “falar” e sinônimos;
- Pediu para Carlos entrar (errado),
- Pediu para que Carlos entrasse (errado).
- Pediu que Carlos entrasse (correto).
Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo, como na oração “Este trabalho é para eu fazer”, pede-se o emprego do
pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito. Outros exemplos:
- Aquele exercício era para eu corrigir.
- Esta salada é para eu comer?
- Ela me deu um relógio para eu consertar.
Em orações como “Esta carta é para mim!”, a preposição está ligada somente ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico.
Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinên-
cias, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES. Ex.: teres (tu)
1ª pessoa do plural: Radical + mos. Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + dês. Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + em. Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionando-se.
- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por exemplo: Se tu não perceberes isto...; Convém vocês irem pri-
meiro; O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós).
- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; Por exemplo: O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos
estudarem bastante para a prova; Perdôo-te por me traíres; O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade; O guarda fez
sinal para os motoristas pararem.
- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural); Por exemplo: Faço isso para não me acharem
inútil; Temos de agir assim para nos promoverem; Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação; Por exemplo: Vi os alunos abraçarem-se alegremente; Fizemos
os adversários cumprimentarem-se com gentileza; Mandei as meninas olharem-se no espelho.
Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação ex-
pressa pelo verbo.
- Se o infinitivo de um verbo for escrito com “j”, esse “j” aparecerá em todas as outras formas. Por exemplo:
Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem
é grafado com “g”.).
Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) viajarão,
viajasses, etc.
Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando o verbo tem o infinitivo com “g”, como em “dirigir” e “agir” este “g” deverá ser trocado por um “j” apenas na primeira
pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu dirijo/ eu ajo
- O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo. Quando “parecer” é verbo auxiliar de um
outro verbo: Elas parecem mentir. Elas parece mentirem. Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. “Parece” é o
verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo “elas mentirem”. Como
desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração “Parece que elas mentem.”
Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (fun-
ção de advérbio); Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: Trabalhan-
do, aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o
particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal).
Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
1ª Conjugação –AR
2ª Conjugação –ER
3ª Conjugação –IR
Ser
Modo Indicativo
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.
Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós éreis, eles eram.
Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós fôramos, vós fôreis, eles foram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
Futuro do Pretérito Composto: teria sido.
Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos, vós sereis, eles serão.
Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.
Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Subjuntivo
Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
Futuro Composto: tiver sido.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede vós, sejam eles.
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos nós, não sejais vós, não sejam eles.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
Formas Nominais
Infinitivo: ser
Gerúndio: sendo
Particípio: sido
Estar
Modo Indicativo
Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais, eles estão.
Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós estávamos, vós estáveis, eles estavam.
Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles estiveram.
Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
Futuro do Presente Composto: terei estado.
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam.
Futuro do Pretérito Composto: teria estado.
Modo Subjuntivo
Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles estivessem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós estiverdes,
quando eles estiverem.
Futuro Composto: Tiver estado.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, estai vós, estejam eles.
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles.
Formas Nominais
Infinitivo: estar
Gerúndio: estando
Particípio: estado
Ter
Modo Indicativo
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, eles têm.
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós tínhamos, vós tínheis, eles tinham.
Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho tido.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras, ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido.
Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós teremos, vós tereis, eles terão.
Futuro do Presente Composto: terei tido.
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria, nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
Futuro do Pretérito composto: teria tido.
Modo Subjuntivo
Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham.
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido.
Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver, quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem.
Futuro Composto: tiver tido.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, tende vós, tenham eles.
Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles.
Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por termos nós, por terdes vós, por terem eles.
Formas Nominais
Infinitivo: ter
Gerúndio: tendo
Particípio: tido
Haver
Modo Indicativo
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles hão.
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós havíamos, vós havíeis, eles haviam.
Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho havido.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles houveram.
Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido.
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Futuro do Presente Composto: terei havido.
Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
Futuro do Pretérito Composto: teria havido.
Modo Subjuntivo
Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós hajamos, que vós hajais, que eles hajam.
Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles houves-
sem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido.
Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres, quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós houverdes,
quando eles houverem.
Futuro Composto: tiver havido.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós, hajam eles.
Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles.
Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.
Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
Formas Nominais
Infinitivo: haver
Gerúndio: havendo
Particípio: havido
Verbos Regulares: Não sofrem modificação no radical durante toda conjugação (em todos os modos) e as desinências seguem as
do verbo paradigma (verbo modelo)
Amar: (radical: am) Amo, Amei, Amava, Amara, Amarei, Amaria, Ame, Amasse, Amar.
Comer: (radical: com) Como, Comi, Comia, Comera, Comerei, Comeria, Coma, Comesse, Comer.
Partir: (radical: part) Parto, Parti, Partia, Partira, Partirei, Partiria, Parta, Partisse, Partir.
Verbos Irregulares: São os verbos que sofrem modificações no radical ou em suas desinências.
Dar: dou, dava, dei, dera, darei, daria, dê, desse, der
Caber: caibo, cabia, coube, coubera, caberei, caberia, caiba, coubesse, couber.
Agredir: agrido, agredia, agredi, agredira, agredirei, agrediria, agrida, agredisse, agredir.
Ir
Modo Indicativo
Presente: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles vão.
Pretérito Imperfeito: eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis, eles iam.
Pretérito Perfeito: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram.
Pretérito Mais-que-Perfeito: eu fora, tu foras, ele fora, nós fôramos, vós fôreis, eles foram.
Futuro do Presente: eu irei, tu irás, ele irá, nós iremos, vós ireis, eles irão.
Futuro do Pretérito: eu iria, tu irias, ele iria, nós iríamos, vós iríeis, eles iriam.
Modo Subjuntivo
Presente: que eu vá, que tu vás, que ele vá, que nós vamos, que vós vades, que eles vão.
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
Futuro: quando eu for, quando tu fores, quando ele for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo: vai tu, vá ele, vamos nós, ide vós, vão eles.
Imperativo Negativo: não vás tu, não vá ele, não vamos nós, não vades vós, não vão eles.
Infinitivo Pessoal: ir eu, ires tu, ir ele, irmos nós, irdes vós, irem eles.
Formas Nominais:
Infinitivo: ir
Gerúndio: indo
Particípio: ido
Verbos Defectivos: São aqueles que possuem um defeito. Não têm todos os modos, tempos ou pessoas.
Verbo Pronominal: É aquele que é conjugado com o pronome oblíquo. Ex: Eu me despedi de mamãe e parti sem olhar
para o passado.
Verbos Abundantes: “São os verbos que têm duas ou mais formas equivalentes, geralmente de particípio.” (Sacconi)
Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
Tempos Compostos: São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qual-
quer verbo no particípio. São eles:
- Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do In-
dicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com freqüência ultimamente. Por exemplo: Eu tenho estudado
demais ultimamente.
- Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Sub-
juntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenha estudado o
suficiente, para conseguir a aprovação.
- Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito
Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo simples.
Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.
- Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Preté-
rito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade. Perceba que todas as frases remetem a ação obriga-
toriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.
- Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pre-
sente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por
exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
- Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pre-
térito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por
exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
- Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo sim-
ples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver terminado
sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você” praticar
a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”. Assim, observe
que o mesmo ocorre nas frases a seguir:
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.
- Infinitivo Pessoal Composto: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o
principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo: Para você ter comprado esse carro,
necessitou de muito dinheiro
Exercícios
01. Assinale o período em que aparece forma verbal incorretamente empregada em relação à norma culta da língua:
a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria exultante.
b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes que usava.
c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte.
d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos.
e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padrinho do filho.
Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
03. Assinale a frase em que há erro de conjugação verbal:
a) Os esportes entretêm a quem os pratica.
b) Ele antevira o desastre.
c) Só ficarei tranquilo, quando vir o resultado.
d) Eles se desavinham frequentemente.
e) Ainda hoje requero o atestado de bons antecedentes.
04. Dê, na ordem em que aparecem nesta questão, as seguintes formas verbais:
advertir - no imperativo afirmativo, segunda pessoa do plural
compor - no futuro do subjuntivo, segunda pessoa do plural
rever - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do plural
prover - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do singular
05. “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.” Se o pronome tu fosse
substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no texto acima transcrito teríamos, respectivamente, as seguintes
formas:
a) procurais, ver-vos, vosso
b) procura, vê-la, seu
c) procura, vê-lo, vosso
d) procurais, vê-la, vosso
e) procurais, ver-vos, seu
06. Assinale a única alternativa que contém erro na passagem da forma verbal, do imperativo afirmativo para o imperativo ne-
gativo:
a) parti vós - não partais vós
b) amai vós - não ameis vós
c) sede vós - não sejais vós
d) ide vós - não vais vós
e) perdei vós - não percais vós
07. Vi, mas não ............; o policial viu, e também não ............, dois agentes secretos viram, e não ............ Se todos nós ............ ,
talvez .......... tantas mortes.
a) intervir - interviu - tivéssemos intervido - teríamos evitado
b) me precavi - se precaveio - se precaveram - nos precavíssemos - não teria havido
c) me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos contido - tivéssemos impedido
d) me precavi - se precaveu - precaviram - precavêssemo-nos não houvesse
e) intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo - houvéssemos evitado
08. Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empregada incorretamente:
a) O superior interveio na discussão, evitando a briga.
b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será absolvido.
c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.
d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo.
Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
09. Assinale a alternativa incorreta quanto à forma verbal:
a) Ele reouve os objetos apreendidos pelo fiscal.
b) Se advierem dificuldades, confia em Deus.
c) Se você o vir, diga-lhe que o advogado reteve os documentos.
d) Eu não intervi na contenda porque não pude.
e) Por não se cumprirem as cláusulas propostas, as partes desavieram-se e requereram rescisão do contrato.
Respostas: 01-B / 02-E / 03-E / 04-D / 05-B / 06-D / 07-E / 08-B / 09-D / 10-A /
VOZES DO VERBO.
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as
vozes verbais:
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo: Ele fez o trabalho. (ele – sujeito agente) (fez – ação)
(o trabalho – objeto paciente)
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo: O trabalho foi feito por ele. (O trabalho – sujeito
paciente) (foi feito – ação) (por ele – agente da passiva)
- Reflexiva: Há dois tipos de voz reflexiva:
Reflexiva: Será chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Ex.
- Carla machucou-se.
- Osbirvânio cortou-se com a faca.
- Roberto matou-se.
Reflexiva Recíproca: Será chamada de reflexiva recíproca, quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ação sobre
o outro, que pratica a ação sobre o primeiro. Ex.
- Paula e Renato amam-se.
- Os jovens agrediram-se durante a festa.
- Os ônibus chocaram-se violentamente.
Formação da Voz Passiva: A voz passiva pode ser formada por dois processos: Analítico e Sintético.
Voz Passiva Analítica: Constrói-se da seguinte maneira: Verbo Ser + particípio do verbo principal: A escola será pintada; O
trabalho é feito por ele. O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a pre-
posição de: A casa ficou cercada de soldados. Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase: A exposição
será aberta amanhã. A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (Ser), pois o particípio é invariável.
Observe a transformação das frases seguintes:
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
Nas frases com locuções verbais, o verbo Ser assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a trans-
formação da frase seguinte: O vento ia levando as folhas. (gerúndio); As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
É menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxilia-
res: A moça ficou marcada pela doença.
Voz Passiva Sintética: A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassi-
vador “se”: Abriram-se as inscrições para o concurso; Destruiu-se o velho prédio da escola. O agente não costuma vir expresso na
voz passiva sintética.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a
forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na passiva: Prejudicaram-me; Fui prejudicado.
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são chamados neutros: O vinho é bom; Aqui chove muito.
Exercícios
Identifique as Vozes Verbais usando para Voz Ativa (VA), Passiva Analítica (VPA), Passiva Sintética (VPS) e Reflexiva (VR):
Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
07. João foi ferido por Paulo.
08. A moça admirava-se no espelho.
09. Não se vê viva alma na praça.
10. Os pais educam os filhos.
11. Os dois pretendentes insultaram-se.
12. O cachorro ficou esmagado pelas rodas do carro.
13. Eu machuquei o rapaz.
14. Todos comeram uma fatia do bolo.
15. Nunca se ouviram queixa dele.
16. A casa foi vendida pelo corretor.
17. Abraçaram-se com alegria e emoção.
18. Ele fez todo o trabalho em apenas um dia.
19. Os dois falaram-se rapidamente.
20. Cortaram o cabelo da criança.
21. Carla correu no parque.
22. O cabelo da criança foi cortado.
23. Praticam-se ações humanitárias.
Respostas: 01-VPS / 02-VR / 03-VPA / 04-VPS / 05-VA / 06-VA / 07-VPA / 08-VR / 09-VPS / 10-VA / 11-VR / 12-VPA / 13-VA
/ 14-VA / 15-VPS / 16-VPA / 17-VR / 18-VA / 19-VR / 20-VA / 21-VA / 22-VPA / 23-VPS /
Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição “a” e o artigo a(s), podendo ser também a preposição “a” e o prono-
me demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa superpo-
sição é marcada por um acento grave (`).
Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que compraste” ou “eles
deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois “a” e indicar esse fato com um acento grave: “Entregamos a
mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que compraste”. “Eles deveriam ter comparecido àquela festa.”
O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico que indica ter havido a união
de dois “a” (crase).
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, que é um problema de regência. Por isso, quanto mais conhecer
a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o domínio sobre a crase.
- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se a prazo.
- Antes de artigo indefinido: Levamos a mercadoria a uma firma; Refiro-me a uma pessoa educada.
- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pronomes possessivos Vossa ou Sua ou ainda da expressão Você, forma
reduzida de Vossa Mercê: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria; Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz;
Eles queriam oferecer flores a você.
- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não me refiro a esta carta; Os críticos não deram importância a essa obra.
- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia.
Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Direi isso a qualquer pessoa; A entrada é vedada a toda pessoa es-
tranha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam
colocadas umas às outras (no masculino, ficaria “os cartões estavam colocados uns aos outros”).
- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural: Falei a vendedoras desta firma; Refiro-me a pessoas
curiosas.
- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu perante a direção da empresa; Os papéis estavam sob a mesa. Exce-
ção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inundou a rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se não
houvesse o sinal da crase, o sentido ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa). Quando
até significa “perto de”, é preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão.
- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara.
- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: O doente foi submetido a dieta leve (no masc. = foi submetido a repouso,
a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc. = prefiro terninho a vestido).
- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo definido: Paro-
diando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena...
A Crase é Facultativa
- Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegrama à Marisa; Enviamos um telegrama a Marisa. Em português, antes
de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“A Marisa é uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por
isso, mesmo que a preposição esteja presente, a crase é facultativa. Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de uma ex-
pressão que o determine, haverá crase porque o artigo definido estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Quevedo.
[A (artigo) Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.]
- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informações à minha secretária; Pediu informações a minha
secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome adjetivo possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secretária
é exigente.” Ou: “A minha secretária é exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.
- Com o pronome substantivo possessivo feminino singular, o uso de acento indicativo de crase não é facultativo (conforme o
caso, será proibido ou obrigatório): A minha cidade é melhor que a tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino,
ficaria assim: O meu sítio é melhor que o teu (não há preposição, apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O
acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: Este quadro é semelhante ao nosso (presença de prepo-
sição + artigo definido).
Casos Especiais
- Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que admitem artigo antes de si e as que não o admitem. Por aí se deduz que,
diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição, pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se saber se
o nome de uma localidade aceita artigo, deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação “na”
com o verbo estar ou “da” com o verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não haverá crase: En-
viou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Paraíba); O avião dirigia-se a Santa Catarina (estou em Santa Catarina;
vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo
passarão a admiti-lo, quando vierem determinados. Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou
em Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará a admiti-lo: Vou à grande
Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto Alegre); Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das
touradas para ficar três dias.
Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
- Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante desses demonstrativos, devemos
sobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos e indicar o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convites àquela
sociedade (= a + aquela); A solução não se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a + aquilo). A sim-
ples interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto, para maior segurança,
podemos usar o seguinte artifício: Substituir os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto,
respectivamente. Se, antes destes últimos, surgir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial
dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase. Enviei cartas àquela
empresa./ Enviei cartas a esta empresa; A solução não se relaciona àqueles problemas./ A solução não se relaciona a estes problemas;
Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto; A solução era aquela apresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem.
- Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva,
não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do escritório, dirigiu-se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a palavra
casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva, então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à casa das
máquinas; Iremos à encantadora casa de campo da família Sousa.
- Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os marinheiros ficaram
felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra na hora prevista. Há crase, quando a palavra significa “solo”,
“planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; Viriam
à Terra os marcianos?
- Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra distância, a menos que se trate de distância determinada: Via-se um
monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos à distância de dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o acidente.
Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro; Olhava-nos a distância.
- Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um substantivo (expresso ou implícito) como antecedente. Para saber se existe
crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se substituir esse antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se transforma
em “ao”, há crase diante do relativo. Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: é preposição
pura ou pronome demonstrativo: A fábrica a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro precisa de emprega-
dos.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é almejado por muitos.). Na passagem do antece-
dente para o masculino, o pronome relativo não pode ser substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compareci estava
linda (no masculino = o baile a que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que
não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.).
A Crase é Obrigatória
- Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como núcleo um
substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, à noite, às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às
pressas, à custa de, à vontade (de), à moda de, às mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir
a locução adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo definido puro: Ele se
aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quando o maestro falta ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= o
violinista substitui o maestro).
- Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às treze horas e trinta minutos; Chegamos à uma
hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão uma hora: Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São
Paulo (= faltam 60 minutos para o telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os
seus planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos que ele saiu).
- Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver subentendida: Nesse caso, mesmo que a palavra subsequente
seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que
tinham olhos à Alain Delon.
- Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-se à Marechal Floriano (=
dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à loja Renner); Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba).
Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião é semelhante à dos hindus (= à religião dos hindus).
- Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira expressão pede preposição “a”, havendo crase antes de palavra feminina
determinada pelo artigo definido. Devido à discussão de ontem, houve um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de ontem,
houve...); A segunda expressão não aceita preposição “a” (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase): Dada a
questão primordial envolvendo tal fato (= dado o problema primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (= dados os
resultados...).
Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos anteriores, devemos substituir a palavra feminina por outra masculina
da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculino, não
haverá crase no “a” do feminino. O problema, para muitos, consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “conclusão”,
“vezes”, “certeza”, “morte”, etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha qualquer
relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática: Fomos à cidade comprar carne. (ao supermerca-
do); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos são incensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica.
(o escritório); O perfume cheira a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna. (o aluno).
Exercícios
06. “O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor”.
a) à - a - aquilo
b) a - a - àquilo
c) a - à - àquilo
d) à - à - aquilo
e) à - à - àquilo
Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
07. “A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __ duas quadras da Avenida Central”.
a) à - há
b) a - à
c) a - há
d) à - a
e) à - à
08. “O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, radicado __ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora
do almoço”.
a) o - à - a
b) ao - há - à
c) ao - a - a
d) o - há - a
e) o - a - a
09. “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos __ V.Sª __ alguns dias”.
a) à - àqueles - a - há
b) a - àqueles - a - há
c) a - aqueles - à - a
d) à - àqueles - a - a
e) a - aqueles - à - há
11. O Ministro informou que iria resistir __ pressões contrárias __ modificações relativas __ aquisição da casa própria.
a) às - àquelas - à
b) as - aquelas - a
c) às - àquelas - a
d) às - aquelas - à
e) as - àquelas - à
12. A alusão ___ lembranças da casa materna trazia ___ tona uma vivência ___ qual já havia renunciado.
a) às - a - a
b) as - à - há
c) as - a - à
d) às - à - à
e) às - a - há
14. ___ dias não se consegue chegar ___ nenhuma das localidades ___ que os socorros se destinam.
a) Há - à - a
b) A - a - a
c) À - à - a
d) Há - a - a
e) À - a - a
Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
15. Fique __ vontade; estou ___ seu inteiro dispor para ouvir o que tem ___ dizer.
a) a - à – a
b) à - a – a
c) à - à – a
d) à - à – à
e) a - a - a
a – é facultativo o uso de crase antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular (nossa).
à - Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como núcleo um
substantivo feminino (à disposição).
(5-C) (6-C) (7-D) (8-B) (9-B) (10-D) (11-A) (12-D) (13-B) (14-D) (15-B)
PONTUAÇÃO.
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua fala-
da, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc.
Ponto ( . )
- indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem dele.
- separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª
Vírgula ( , ): É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados,
apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única
da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não
se separam por vírgula:
- predicado de sujeito;
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
- predicativo do objeto do objeto;
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
- separar termos coordenados assindéticos: “Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua...” (Caetano
Veloso)
- marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo): Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula: Conversaram sobre futebol, religião e
política. Não se falavam nem se olhavam; Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções apa-
recerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório: Não fui nem ao velório, nem ao enterro,
nem à missa de sétimo dia.
Ponto-e-Vírgula ( ; )
- separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma sequência, etc:
Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI-destituição de função comissionada. (cap. V das penalidades Direito Administrativo)
- separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula: “O rosto de tez
amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida,
quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior
um tanto tenso (...)” (Visconde de Taunay)
Dois-Pontos ( : )
- iniciar a fala dos personagens: Então o padre respondeu: __Parta agora.
- antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores: Meus
amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
- antes de citação: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito
enquanto dure.”
Ponto de Interrogação ( ? )
- Em perguntas diretas: Como você se chama?
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem ganhou na loteria? Você. Eu?!
Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
Ponto de Exclamação ( ! )
- Após vocativo: “Parte, Heliel!” ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos).
- Após imperativo: Cale-se!
- Após interjeição: Ufa! Ai!
- Após palavras ou frases que denotem caráter emocional: Que pena!
Reticências ( ... )
- indicar dúvidas ou hesitação do falante: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.
- interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta: Alô! João está? Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais
tarde...
- ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de ideia: “Sua tez, alva e pura como
um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)
- indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo
Fagner)
Aspas ( “ ” )
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e
expressões populares: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador; A festa na casa de Lúcio estava “chocante”; Con-
versando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
- indicar uma citação textual: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e
refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‘ ‘ )
Parênteses ( () )
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas
humanas; “Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do
verão”. (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
Travessão ( __ )
- dar início à fala de um personagem: O filho perguntou: __Pai, quando começarão as aulas?
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Doutor, o que tenho é grave? __Não se preocupe, é uma simples infecção. É
só tomar um antibiótico e estará bom.
- unir grupos de palavras que indicam itinerário: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas: Xuxa – a rainha dos baixinhos – é loira.
Parágrafo
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; começa por letra maiúscula, um pouco além do ponto em que começam
as outras linhas.
Colchetes ( [] )
Utilizados na linguagem científica.
Asterisco ( * )
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
Barra ( / )
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
Hífen (−)
Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa
Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios
02. Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente:
a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do concurso.
b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso.
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do concurso.
d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila.
e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do concurso.
Instruções para as questões de números 03 e 04: Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que
corresponde ao período de pontuação correta:
03.
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada.
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.
04.
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.
05. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.
Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
Nas questões 07 a 10, os períodos foram pontuados de cinco formas diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde
ao período de pontuação correta:
07.
a) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pouco os deveres da hospitalidade.
b) Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.
c) Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.
d) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.
e) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco, os deveres da hospitalidade.
08.
a) Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.
b) Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.
c) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.
d) Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.
e) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que, imediatamente se lhe apagou.
09.
a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem impresso
constante sorriso.
b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem, impresso
constante sorriso.
c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impres-
so, constante sorriso.
d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem impresso
constante sorriso.
e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso
constante sorriso.
10.
a) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto.
b) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empregou na execução do canto.
c) Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empregou na execução do canto.
d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto.
e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto.
Respostas: 01-C / 02-E / 03-C / 04-D / 05-E / 06-B / 07-D / 08-B / 09-E / 10-B
Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma
frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, completando um pensamento e concluindo o enunciado através de ponto
final, interrogação, exclamação e, em alguns casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, não
podem ser analisadas sintaticamente frases como:
Socorro!
Com licença!
Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou as unidades
sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: um
grupo sobre o qual se declara alguma coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcionalmente,
só o predicado. Exemplo:
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se declara algo”, “o
tema do que se vai comunicar”.
O predicado é a parte da oração que contém “a informação nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, consti-
tuindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou
seja, o predicado, é “é eterno”.
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, que identificamos por ser o termo que concorda em número e
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”.
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de sua signifi-
cação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente:
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para desembarcar.” (Aníbal Machado)
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados em três grandes níveis:
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente da
Passiva).
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.
- Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos:
Sujeito Predicado
Pobreza não é vileza.
Os sertanistas capturavam os índios.
Um vento áspero sacudia as árvores.
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico
da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na
sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um
verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas:
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado;
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
Exemplos:
Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
Nós mentimos sobre nossa idade para você.
mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal
mentimos: verbo = núcleo do predicado
nós: sujeito
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição de
determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem
sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
Exemplos:
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse nome se refere
a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito
se refere a um objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou
de qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de oração
substantiva subjetiva:
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer palavras
secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.) Exemplo:
“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
O sujeito pode ser:
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.”
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.”
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã. (sujei-
to: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está expresso
na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele) aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: vocês)
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo fertiliza o Egito.
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso;
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se açudes. (= Açudes foram construídos.)
Agente e Paciente: quando o sujeito faz a ação expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessa
ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina trancou-se no quarto.
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou a senhora?
Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se bem naquele restaurante.
Observações:
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. Ninguém lhe
telefonou.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente já expresso
nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De qualquer modo, foi
uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O pronome
se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles fardos enor-
mes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa língua.
Exemplos:
É fácil este problema!
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.” (José de Alencar)
“Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ramalho Ortigão)
“Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo Branco)
Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a
nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser e estar,
com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteo-
rológicos.
Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um segmento extraído da estrutura interna das orações ou das frases, sendo, por
isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico que estabelece concordância
com outro termo essencial da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo determinado
(ou principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da lín-
gua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da concordância entre esses dois termos essenciais da oração. Então
têm por características básicas: apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um atributo ou acrescentar
nova informação ao sujeito. Exemplos:
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos essenciais.
No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”; no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque a concordância
é centrada nas palavras que são núcleos, isto é, que são responsáveis pela principal informação naquele segmento. No predicado o
núcleo pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou locução ver-
bal). No primeiro caso, temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado
ao sujeito por um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s)
ou termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsável também por definir os tipos de elementos que aparecerão no
segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessário um
complemento que, juntamente com o verbo, constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos
do verbo não interferem na tipologia do predicado.
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por estar
expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é depois
de algozes)
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos de predicação
completa denominados intransitivos. Exemplo:
As flores murcharam.
Os animais correm.
As folhas caem.
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos)
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de predicação
incompleta, denominados transitivos. Exemplos:
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas: puxou
o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a que?
Os verbos de predicação completa denominam-se intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os verbos transitivos
subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de liga-
ção, verbos que entram na formação do predicado nominal, relacionando o predicativo com o sujeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, pois têm sentido completo.
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” (Marquês de Maricá)
Observações: Os verbos intransitivos podem vir acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um predicativo (qualidade,
características): Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborrecido. As orações formadas com verbos
intransitivos não podem “transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando
construídos com o objeto direto ou indireto.
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que já morreu...” (Ciro dos Anjos)
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, chegar, vir,
mentir, suar, adoecer, etc.
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo: julgar,
chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
Comprei um terreno e construí a casa.
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de Maricá)
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.” (Guedes de Amorim)
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o comple-
mento acompanhado de predicativo. Exemplos:
Consideramos o caso extraordinário.
Inês trazia as mãos sempre limpas.
O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.
Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem ser usados também na voz passiva; Outra características desses ver-
bos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os verbos
transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente, com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da
espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos: abençoar,
achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir,
imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um complemento regido de preposição, chamado objeto indireto. Exemplos:
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e neutros.” (Érico Veríssimo)
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José Américo)
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.” (José Geraldo Vieira)
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe, lhes.
Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-lhe,
etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes,
construindo-se com os pronomes retos precedidos de preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender dele,
investir contra ele, não ligar para ele, etc.
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e pouco mais,
usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por João.
Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem mudança de sen-
tido. Outros mudam de sentido com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar). É desagradável
tratar com gente grosseira. (tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de significação conforme sejam
usados como transitivos diretos ou indiretos.
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com dois objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente. Exemplos:
No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Oferecemos flores à noiva.
Ceda o lugar aos mais velhos.
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na formação do
predicado nominal. Exemplos:
A Terra é móvel.
A água está fria.
O moço anda (=está) triste.
Mário encontra-se doente.
A Lua parecia um disco.
Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais se con-
sidera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório: Ele
é doente. (aspecto permanente); Ele está doente. (aspecto transitório). Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos em
frases como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.; Parece que
vai chover.
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam na
frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplo:
O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação)
Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto.
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo
de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
A bandeira é o símbolo da Pátria.
A mesa era de mármore.
O mar estava agitado.
A ilha parecia um monstro.
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos:
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.)
O menino abriu a porta ansioso.
Todos partiram alegres.
Marta entrou séria.
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até mesmo ao verbo:
São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiros líderes.; Quem
são esses homens?; Lentos e tristes, os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Onde está a criança que
fui?
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em certos ca-
sos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto
do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutíveis os di-
reitos da herdeira.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta
rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque com o mundo me causara.”
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos:
As plantas purificaram o ar.
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro)
Procurei o livro, mas não o encontrei.
Ninguém me visitou.
Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
O objeto direto pode ser constituído:
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao espelho.;
Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; “Marchei resoluta-
mente para a maluca e intimei-a a ficar quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de plantei);
Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos meus
escritos?”
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-se lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma esfera
semântica:
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.” (Vivaldo Coaraci)
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal Machado)
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado de Assis)
Em tais construções é de rigor que o objeto venha acompanhado de um adjunto.
Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem prece-
dido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre principalmente:
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico: Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava mais a
ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o seu amigo
como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos; deu um
beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com aquele
homem a quem na realidade também temia, como todos ali”.
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo construções
ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a um irmão.”;
A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma à outra”.
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da eufonia
da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O estrangeiro foi
quem ofendeu a Tupã”.
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; A médico,
confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade conheço desde os seus mais tenros anos”.
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a ambos...”.
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a
outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os livros
sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha,
enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição do ob-
jeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus
(amá-lo); convencer ao amigo (convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com verbo transitivo direto; Podem
resumir-se em três as razões ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a
ênfase ou a força da expressão.
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque ou ênfase à idéia contida no objeto direto, colocamo-lo no início
da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se
pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
“Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Amado)
Didatismo e Conhecimento 83
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Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, ordinariamen-
te, o ser a que se destina ou se refere a ação verbal: “Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a significação dos
verbos:
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma.
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua vida
aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.)
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente tran-
sitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe convém; A
proposta pareceu-lhe aceitável.
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a Deus
por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto com o
complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é impossível”,
os pronomes em destaque podem ser considerados adjuntos adverbiais.
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos
indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto pertence a ti.);
Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é expressa, como caracte-
rística do objeto indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.;
Falou contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.;
A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As
pessoas com quem conto são poucas.
Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) ou pelos
pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a, com, contra, de, em, para e por.
Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase. Exem-
plos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de se
moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos,
adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao mal é amor
do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!”
Observações: O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome: amor a
Deus, a condenação da violência, o medo de assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor de músicas, etc. É regido
pelas mesmas preposições usadas no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa
nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente. A nomes que requerem complemento nominal correspondem, geral-
mente, verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo; perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais,
obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo pas-
sivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos colegas; A
cidade estava cercada pelo exército romano; “Era conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou pelos pronomes:
As flores são umedecidas pelo orvalho.
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
Muitos já estavam dominados por ele.
Observações: Frase de forma passiva analítica sem complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indetermi-
nado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas. (Devas-
tam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos pedestres. (errado);
Nas ruas eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)
Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
Termos Acessórios da Oração
Termos acessórios são os que desempenham na oração uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os
substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.
Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu
determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto adnominal).
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as
ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço, que rua?; Pelos
numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto; Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim
ou outra especificação:
- presente de rei (=régio): qualidade
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem
- fio de aço, casa de madeira: matéria
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
- homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade
- criança com febre (=febril): característica
- aviso do diretor: agente
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo de
dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O adjunto ad-
nominal formado por locução adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém ou de alguma coisa:
o discurso do presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de árvores,
farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala
bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às vezes viajava
de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu de repente.
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não dormi. (=Na-
quela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De ouvidos atentos...);
Os adjuntos adverbiais classificam-se de acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial de lugar, modo, tempo,
intensidade, causa, companhia, meio, assunto, negação, etc; É importante saber distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal,
de objeto indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do
mar (compl.nom.).
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos:
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” (Carlos Drummond de Andrade)
“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontramos a felicidade.” (Camilo Castelo Branco)
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente.” (Mário de Andrade)
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do sujeito:
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de cores.
Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa,
não haverá vírgula, como nestes exemplos:
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes,
etc.
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (Graciliano Ramos)
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às vezes, está elíptico. Exemplos:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expressão da alma humana.
“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os rochedos ásperos.” (Cabral do Nascimento)(refere-se ao sujeito oculto eu).
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de tempestade iminente.
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir sua companhia.
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto é, a saber, ou da preposição acidental como:
Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, não são banhados pelo mar.
Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das coisas.” (Raquel Jardim)
De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou a
coisa personificada a que nos dirigimos:
“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria de Lourdes Teixeira)
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de Assis)
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)
“Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os pontos
interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso, que pode
ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá,
eh!):
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!” (Graciliano Ramos)
“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo Castelo Branco)
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
Exercícios
01. Considere a frase “Ele andava triste porque não encontrava a companheira” – os verbos grifados são respectivamente:
a) transitivo direto – de ligação;
b) de ligação – intransitivo;
c) de ligação – transitivo indireto;
d) transitivo direto – transitivo indireto;
e) de ligação – transitivo direto.
Didatismo e Conhecimento 86
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02. Indique a única alternativa que não apresenta agente da passiva:
a) A casa foi construída por nós.
b) O presidente será eleito pelo povo.
c) Ela será coroada por ti.
d) O avô era querido por todos.
e) Ele foi eleito por acaso.
04. Em: “Dulce considerou calada, por um momento, aquele horrível delírio”, os termos grifados são respectivamente:
a) objeto direto – objeto direto;
b) predicativo do sujeito – adjunto adnominal;
c) adjunto adverbial – objeto direto;
d) adjunto adverbial – adjunto adnominal;
e) objeto indireto – objeto direto.
05. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são respec-
tivamente:
a) sujeito – objeto direto;
b) sujeito – aposto;
c) objeto direto – aposto;
d) objeto direto – objeto direto;
e) objeto direto – complemento nominal.
06. “Usando do direito que lhe confere a Constituição”, as palavras grifadas exercem a função respectivamente de:
a) objeto direto – objeto direto;
b) sujeito – objeto direto;
c) objeto direto – sujeito;
d) sujeito – sujeito;
e) objeto direto – objeto indireto.
07. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase o sujeito de “fez”?
a) o prêmio;
b) o jogador;
c) que;
d) o gol;
e) recebeu.
09. Em: “Cravei-lhe os dentes na carne, com toda a força que eu tinha”, a palavra “que” tem função morfossintática de:
a) pronome relativo – sujeito;
b) conjunção subordinada – conectivo;
c) conjunção subordinada – complemento verbal;
d) pronome relativo – objeto direto;
e) conjunção subordinada – objeto direto.
Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
10. Assinale a alternativa em que a expressão grifada tem a função de complemento nominal:
a) a curiosidade do homem incentiva-o a pesquisa;
b) a cidade de Londres merece ser conhecida por todos;
c) o respeito ao próximo é dever de todos;
d) o coitado do velho mendigava pela cidade;
e) o receio de errar dificultava o aprendizado das línguas.
Respostas: 01-E / 02-E / 03-C / 04-C / 05-C / 06-E / 07-C / 08-A / 09-D / 10-C /
Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de interro-
gação ou com reticências.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada absoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num período ha-
verá tantas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele existentes. Exemplos:
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma oração)
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções verbais, duas orações)
Há três tipos de período composto: por coordenação, por subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo
(também chamada de misto).
As três orações que compõem esse período têm sentido próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: elas são
independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas de orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações coor-
denadas é chamado de período composto por coordenação.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e sindéticas.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
OCA OCA OCA
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
O homem saiu do carro / e entrou na casa.
OCA OCS
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as
introduzem. Pode ser:
Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... mas ainda.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
OCA OCS Aditiva
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Estudei bastante / mas não passei no teste.
OCA OCS Adversativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma
conjunção coordenativa adversativa.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa idéia de conclusão de um fato enunciado na oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
OCA OCS Alternativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha com referên-
cia à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa.
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa idéia de explicação, de justificativa em relação à oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico Veríssimo)
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te abençôo.” (Fernando Sabino)
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
Didatismo e Conhecimento 89
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Exercícios
Respostas:
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram.
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.
Quero desculpar-me, mais consigo encontrá-los.
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de:
a) causa
b) explicação
c) conclusão
d) proporção
e) comparação
Resposta: E
A conjunção como exercer a função comparativa. Os amplos bocejos ouvidos são comparados à força do marulhar das ondas.
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração sublinhada pode indicar uma ideia de:
a) concessão
b) oposição
c) condição
d) lugar
e) consequência
Resposta: C
A condição necessária para procurar emprego é entrar na faculdade.
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido.
Resposta: B
Por isso – conjunção conclusiva.
Porque – conjunção explicativa.
Mas – conjunção adversativa.
Portanto – conjunção conclusiva.
Que – conjunção explicativa.
Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
05. Reúna as três orações em um período composto por coordenação, usando conjunções adequadas.
Os dias já eram quentes.
A água do mar ainda estava fria.
As praias permaneciam desertas.
Resposta: Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda estava fria, por isso as praias permaneciam desertas.
Resposta: A
07. Por definição, oração coordenada que seja desprovida de conectivo é denominada assindética. Observando os períodos se-
guintes:
I- Não caía um galho, não balançava uma folha.
II- O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.
III- O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova. Acabara o exame.
Resposta: D
08. “Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo de graves crises que ocupa a energia desta nação. A frustração
cresce e a desesperança não cede. Empresários empurrados à condição de liderança oficial se reúnem, em eventos como este, para
lamentar o estado de coisas. O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a autoabsorvição?
É da história do mundo que as elites nunca introduziram mudanças que favorecessem a sociedade como um todo. Estaríamos
nos enganando se achássemos que estas lideranças empresariais aqui reunidas teriam motivação para fazer a distribuição de poderes
e rendas que uma nação equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar que a vontade de distribuir renda passe pelo empo-
brecimento da elite. É também ocioso pensar que nós, de tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir. Faço sempre, para meu
desânimo, a soma do faturamento das nossas mil maiores e melhores empresas, e chego a um número menor do que o faturamento
de apenas duas empresas japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um pouquinho. Sejamos francos. Em termos mundiais somos
irrelevantes como potência econômica, mas o mesmo tempo extremamente representativos como população.”
(“Discurso de Semler aos empresários”, Folha de São Paulo)
Dentre os períodos transcritos do texto acima, um é composto por coordenação e contém uma oração coordenada sindética ad-
versativa. Assinalar a alternativa correspondente a este período:
a) A frustração cresce e a desesperança não cede.
b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a autoabsorvição.
c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir.
d) Sejamos francos.
e) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente representativos como
população.
Resposta E
Didatismo e Conhecimento 91
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Período Composto por Subordinação
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, subordinada
a ela. Quando um período é constituído de pelo menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a subordinada) depende sinta-
ticamente da outra (principal), ele é classificado como período composto por subordinação. As orações subordinadas são classificadas
de acordo com a função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP).
São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa que as introduz:
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto
que.
Não fui à escola / porque fiquei doente.
OP OSA Causal
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, contanto
que, a menos que, a não ser que, desde que.
Irei à sua casa / se não chover.
OP OSA Condicional
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos ofensores.
Se o conhecesses, não o condenarias.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de Andrade)
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência tenha êxito.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções:
embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que.
Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
OP OSA Concessiva
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Embora não possuísse informações seguras, ainda assim arriscou uma opinião.
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.
Por mais que gritasse, não me ouviram.
Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
OP OSA Conformativa
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que,
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
OP OSA Temporal
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que,
porque (=para que), que.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
OP OSA Final
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por-
que), pois que, visto que.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Consecutiva
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como,
(tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou mais).
Ela é bonita / como a mãe.
OP OSA Comparativa
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está subentendido
o verbo ser (como a mãe é).
Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à
medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
OSA Proporcional OP
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai diminuindo.
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas que, num período, exercem funções sintáticas próprias de substanti-
vos, geralmente são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se. Elas podem ser:
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
O grupo quer / que você ajude.
OP OSS Objetiva Direta
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O mestre exigia a presença de todos.)
Mariana esperou que o marido voltasse.
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração prin-
cipal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
Necessito / de que você me ajude.
OP OSS Objetiva Indireta
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua viagem.)
Aconselha-o a que trabalhe mais.
Daremos o prêmio a quem o merecer.
Lembre-se de que a vida é breve.
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É
importante sua colaboração. (sujeito)
É importante / que você colabore.
OP OSS Subjetiva
A oração subjetiva geralmente vem:
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
ele voltará amanhã.
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos das
conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem da reunião.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É aquela que exerce a função de complemento nominal de um termo
da oração principal. Observe: Estou convencido de sua inocência. (complemento nominal)
Estou convencido / de que ele é inocente.
OP OSS Completiva Nominal
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão dele.)
Estava ansioso por que voltasses.
Sê grato a quem te ensina.
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” (Graciliano Ramos)
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- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal,
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua felicidade. (predicativo)
O importante é / que você seja feliz.
OP OSS Predicativa
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Obser-
ve: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício do país. (aposto)
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do país.
OP OSS Apositiva
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma coisa: a sua felicidade)
Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo oculto?” (Machado de Assis)
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração
principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a saúde, tornou-se realidade.
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as orações substantivas podem ser introduzidas por outros conectivos,
tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
Não sei quando ele chegou.
Diga-me como resolver esse problema.
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da oração principal. Ob-
serve como podemos transformar um adjunto adnominal em oração subordinada adjetiva:
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada adjetiva)
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem ser
classificadas em:
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.
Exemplo:
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
OP OSA Restritiva
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não aplaudiu
qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
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- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem,
esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um novo livro.
OP OSA Explicativa OP
Orações Reduzidas
Observe que as orações subordinadas eram sempre introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e apresentavam o verbo
numa forma do indicativo ou do subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras que se apresentam com o verbo numa
das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. (infinitivo)
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (particípio)
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das formas nominais são chamadas de reduzidas.
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos a conjun-
ção ou o pronome relativo adequado ao sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, conforme o caso. A
oração reduzida terá a mesma classificação da oração desenvolvida.
Observações:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas fixas, isto é,
orações reduzidas que não são passíveis de desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa cidade.
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Exemplos:
Preciso terminar este exercício.
Ele está jantando na sala.
Essa casa foi construída por meu pai.
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma reduzida. Exemplo:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração coordenada sindética aditiva)
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de gerúndio.
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Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser inicia-
das por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome indica, as
causais sempre trazem a causa de algo que se revela na oração principal, que traz o efeito.
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa,
o que não acontece com a oração adverbial causal. Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por coordenação.
Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra. Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto que a surra foi sem
dúvida a causa do choro, que é efeito. Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
O período agora é composto por coordenação, pois a oração iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela ter
chorado.
Exercícios
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava para ser mãe”, a oração destacada é:
a) subordinada substantiva objetiva indireta
b) subordinada substantiva completiva nominal
c) subordinada substantiva predicativa
d) coordenada sindética conclusiva
e) coordenada sindética explicativa
02. A segunda oração do período? “Não sei no que pensas” , é classificada como:
a) substantiva objetiva direta
b) substantiva completiva nominal
c) adjetiva restritiva
d) coordenada explicativa
e) substantiva objetiva indireta
03. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na realidade.”
A oração sublinhada é:
a) adverbial conformativa
b) adjetiva
c) adverbial consecutiva
d) adverbial proporcional
e) adverbial causal
05. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das orações
seguintes?
a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
c) O aluno fez-se passar por doutor.
d) Precisa-se de operários.
e) Não sei se o vinho está bom.
Didatismo e Conhecimento 97
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06. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A oração sublinhada é:
a) subordinada substantiva completiva nominal
b) subordinada substantiva objetiva indireta
c) subordinada substantiva predicativa
d) subordinada substantiva subjetiva
e) subordinada substantiva objetiva direta
07. Na passagem: “O receio é substituído pelo pavor, pelo respeito, pela emoção que emudece e paralisa.” Os termos subli-
nhados são:
a) complementos nominais; orações subordinadas adverbiais concessivas, coordenadas entre si
b) adjuntos adnominais; orações subordinadas adverbiais comparativas
c) agentes da passiva; orações subordinadas adjetivas, coordenadas entre si
d) objetos diretos; orações subordinadas adjetivas, coordenadas entre si
e) objetos indiretos; orações subordinadas adverbiais comparativas
08. Neste período “não bate para cortar” , a oração “para cortar” em relação a “não bate” , é:
a) a causa
b) o modo
c) a consequência
d) a explicação
e) a finalidade
Respostas: (01-B) (02-E) (03-A) (04-D) (05-E) (06-B) (07-C) (08-E) (09-C) (10-E)
REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIAS
OFICIAIS.
Conceito
Entende-se por Redação Oficial o conjunto de normas e práticas que devem reger a emissão dos atos normativos e comunicações
do poder público, entre seus diversos organismos ou nas relações dos órgãos públicos com as entidades e os cidadãos.
A Redação Oficial inscreve-se na confluência de dois universos distintos: a forma rege-se pelas ciências da linguagem (morfolo-
gia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o conteúdo submete-se aos princípios jurídico administrativos impostos à União, aos Estados
e aos Municípios, nas esferas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do texto escrito
destinado à comunicação impessoal, objetiva, clara, correta e eficaz.
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Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder público, essa modalidade de redação ou de texto subordina-se aos princípios
constitucionais e administrativos aplicáveis a todos os atos da administração pública, conforme estabelece o artigo 37 da Constituição
Federal:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”.
A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem convergir na produção dos textos dessa natureza, razão pela qual, muitas vezes,
não há como separar uma do outro. Indicam-se, a seguir, alguns pressupostos de como devem ser redigidos os textos oficiais.
A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estrutura gramatical
das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação gráfica etc.).
Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situações formais de
comunicação. Devem-se excluir da Redação Oficial a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares que criam entraves inúteis
à compreensão do significado. Não faz sentido usar “perfunctório” em lugar de “superficial” ou “doesto” em vez de “acusação” ou
“calúnia”. São descabidos também as citações em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os manuais
de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, são unânimes em desaconselhar a utilização de certas formas sacramentais,
protocolares e de anacronismos que ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20 de maio, do ano de 2011 do nascimento
de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que permanecem nos registros cartorários antigos.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos, neologismos, regionalismos, bordões da fala e da linguagem oral, bem
como as abreviações e imagens sígnicas comuns na comunicação eletrônica.
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jornalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito estético nem
à originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de se obter a maior compreensão
possível com o mínimo de recursos expressivos necessários. Portarias lavradas sob forma poética, sentenças e despachos escritos
em versos rimados pertencem ao “folclore” jurídico-administrativo e são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também ina-
ceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, provocados por descuido ou ignorância, que constituem desvios das normas da
língua-padrão. Enumeram-se, a seguir, alguns desses vícios:
- Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, depressa.
- Neologismos: Palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema morfológico da língua, ainda não foram incor-
poradas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez de imóvel, que não se pode mexer; “talqualmente” em vez de igualmente.
- Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: O desconhecido falou-me de sua mãe. (Mãe de quem? Do desconhecido?
Do interlocutor?)
- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um prêmio por cada
eleitor que votar em mim (por cada e porcada).
Didatismo e Conhecimento 99
LÍNGUA PORTUGUESA
- Pleonasmo: Informação desnecessariamente redundante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, vivem na misé-
ria; Os moralistas, que se preocupam com a moral, vivem vigiando as outras pessoas.
A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma articulação verbal
minimamente compatíveis com o registro médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto neutro, sem facilitações que inten-
tem suprir as deficiências cognitivas de leitores precariamente alfabetizados.
Como exceção, citam-se as campanhas e comunicados destinados a públicos específicos, que fazem uma aproximação com o
registro linguístico do público alvo. Mas esse é um campo que refoge aos objetivos deste material, para se inserir nos domínios e
técnicas da propaganda e da persuasão.
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de compreensão de leitores precariamente equipados quanto à linguagem,
fica evidente o falo de que a alfabetização e a capacidade de apreensão de enunciados são condições inerentes à cidadania. Ninguém
é verdadeiramente cidadão se não consegue ler e compreender o que leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à vida
em sociedade.
Impessoalidade e Objetividade
Ainda que possam ser subscritos por um ente público (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão do poder pú-
blico e é em nome dele que o emissor se comunica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela fundamentados.
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimentos ou opiniões.
Mesmo quando o agente público manifesta-se em primeira pessoa, em formas verbais comuns como: declaro, resolvo, determino,
nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que exerce que se identifica e se manifesta.
O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui para a necessária
padronização, reduzindo a variabilidade da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria suscetível de inúmeras interpre-
tações.
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juízo de valor
pessoal do emissor. São inaceitáveis também a pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou o emprego de interjeições
(Oh! Ah!), que funcionam como índices do envolvimento emocional do redator com aquilo que está escrevendo.
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo individual é estimulado e serve como diferencial das qualidades
autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito, do agente público que emite a comunicação. São inadmissíveis, por-
tanto, as marcas individualizadoras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima
pela denotação, pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática”
ao discurso.
Reafirma-se que a intermediação entre o emissor e o receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, dentro do padrão culto
do idioma; uma linguagem “neutra”, referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em situações formais, acima das diferenças
individuais, regionais, de classes sociais e de níveis de escolaridade.
Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais impõem um tratamento polido e respeitoso. Na tradição ibero-americana, afeita a títulos e a tratamen-
tos reverentes, a autoridade pública revela sua posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de tratamento sacramentais.
“Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, “Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em algumas instâncias do poder, tornaram-se
inevitáveis. Entenda-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a função pública, e não a pessoa de seu exercente.
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obrigatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito comuns constru-
ções como “Vossa Excelência sois bondoso(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”.
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que os textos oficiais procuravam revestir-se de um tom solene e cerimonio-
so no passado, é hoje incomum, anacrônica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envolvendo tribunais ou juizes, herdeiras,
no Brasil, da tradição retórica de Rui Barbosa e seus seguidores.
Outro aspecto das formalidades requeridas na Redação Oficial é a necessidade prática de padronização dos expedientes. Assim,
as prescrições quanto à diagramação, espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos inevitáveis de ofício, requerimento,
memorando, aviso e outros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o andamento burocrático, os despachos e o arqui-
vamento.
É também por essa razão que quase todos os órgãos públicos editam manuais com os modelos dos expedientes que integram
sua rotina burocrática. A Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribunais Superiores, enfim, os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e documentos que lhes são pertinentes.
Houve um tempo em que escrever bem era escrever “difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocábulos raros, in-
versões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações, gradações, repetições enfáticas já foram considerados virtudes estilísticas.
Atualmente, a velocidade que se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase sempre obso-
letos. Hoje, a concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de Andrade, de João
Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, mestres da linguagem altamente concentrada.
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos oficiais, como o
exemplo risível e caricato que segue:
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz que nos valhamos do ensejo para congratularmo-nos com Vossa
Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público,
para abordar questões de tamanha complexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e exegetas.
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempestivamente
encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imediatos, posto que estes
antecedentes necessariamente antecedem os consequentes”.
As Comunicações Oficiais
A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade, formalidade, pa-
dronização e correção gramatical.
Além dessas, há outras características comuns à comunicação oficial, como o emprego de pronomes de tratamento, o tipo de
fecho (encerramento) de uma correspondência e a forma de identificação do signatário, conforme define o Manual de Redação da
Presidência da República. Outros órgãos e instituições do poder público também possuem manual de redação próprio, como a Câ-
mara dos Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciário etc.
Pronomes de Tratamento
A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gramaticais, como tam-
bém às normas de educação e cortesia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de tratamento, que devem ser utilizados de
forma correta, de acordo com o destinatário e as regras gramaticais.
Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concordância é feita em
terceira pessoa.
Concordância verbal:
Vossa Senhoria falou muito bem.
Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
Concordância pronominal:
Pronomes de tratamento concordam com pronomes possessivos na terceira pessoa.
Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”).
Concordância nominal:
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se refere o pronome de tratamento.
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)
Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela).
Vossa Excelência - com quem se fala (você)
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vice-presidente da República; Ministros de Estado; Governadores e vice-
-governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários executivos de
Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais.
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e
Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
- Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar.
Vocativos
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
tivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo
Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades devem ser tratadas com o vocativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo: Senhor Senador /
Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora Juíza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governador / Senhora Governadora.
Endereçamento
De acordo com o Manual de Redação da Presidência, no envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades
tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte forma:
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD)
às autoridades na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida
evocação”.
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal.
Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigido a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: Magnífico
Reitor.
Vossa Santidade: É o pronome de tratamento empregado em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:
Santíssimo Padre.
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: São os pronomes empregados em comunicações dirigidas a cardeais. Os
vocativos correspondentes são: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima (para arcebis-
pos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e superiores religiosos); Vossa
Reverência (para sacerdotes, clérigos e demais religiosos).
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de arrematar o
texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho é a maneira de quem expede a comunicação despedir-se de seu destinatário.
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual Manual de Redação da Presidência da República, havia 15 padrões
de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para todas as modalidades de comu-
nicação oficial. São eles:
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e tradição próprios,
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o Manual de Redação da Presidência
da República.
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamente” é recomendada para os mesmos casos pelo Manual de Redação
da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou informais ficam a critério do re-
metente, com preferência para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a correspondência de forma polida e sucinta.
Identificação do Signatário
Conforme o Manual de Redação da Presidência do República, com exceção das comunicações assinadas pelo presidente da
República, em todas as comunicações oficiais devem constar o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo de sua assinatura.
A forma da identificação deve ser a seguinte:
“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual.
O Padrão Ofício
O Manual de Redação da Presidência da República lista três tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes,
possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A diagramação proposta para esses expedientes é denominada padrão
ofício.
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes partes:
Of. 123/2002-MME
Aviso 123/2002-SG
Mem. 123/2002-MF
- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à direita. Exemplo:
- Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído também o
endereço.
- Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”,empregue a forma direta;
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
segundo a seguinte fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente da
Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”
- Fecho.
- Assinatura.
- Identificação do Signatário
Forma de Diagramação
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
- para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, poder-se-ão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
e ilustrações;
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
veitamento de trechos para casos análogos;
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
documento + palavras-chave do conteúdo. Exemplo:
São modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclu-
sivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais
autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso
do ofício, também com particulares.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário,
seguido de vírgula. Exemplos:
O Memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarqui-
camente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. a serem adota-
dos por determinado setor do serviço público.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela
simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao me-
morando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite
formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência a tomada de decisões, e permitindo que se historie o
andamento da matéria tratada no memorando.
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser mencio-
nado pelo cargo que ocupa. Exemplos:
Exposição de Motivos
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto
tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por
essa razão, chamada de interministerial.
Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas formas
básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou
submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou
a que lhe apresente projeto de ato normativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofício, além de outros comentários julgados
pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo proposto;
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais
alternativas existentes para equacioná-lo;
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março de 2010.
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________
de 201_.
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o exame ou se reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
de ato normativo tem como finalidade:
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder
Executivo (v. 10.4.3.)
- conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema
a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição
de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, reversão,
aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é neces-
sário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. Ressalte-se que:
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos co-
mentários a serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, conci-
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é
a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou
em parte.
Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação
final.
- Encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou complementar são
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o projeto pode
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da
Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação (Cons-
tituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos
adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endere-
çados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as
leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional
está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas.
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame
técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas encaminhadas.
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles o da Ad-
vocacia Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da exposição de motivos do órgão onde se
geraram, exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso.
- Encaminhamento de medida provisória: Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente da Re-
pública encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal,
juntando cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
- Indicação de autoridades: As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem determina-
dos cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-Geral
da República, Chefes de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela
Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado,
acompanha a mensagem.
- Pedido de autorização para o presidente ou o vice-presidente da República se ausentarem do País por mais de 15 dias: Trata-
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso Nacional.
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação
a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
- Encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e TV: A obrigação de submeter tais
atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a ou-
torga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo administrativo.
- Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior: O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após
a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84,
XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados
realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do País e solici-
tação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais porque vai
encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.
- Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do Congresso Nacional,
encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei
e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.
- Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensagens com:
- encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
- pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art.
155, § 2º, IV);
- proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
- pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
- convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6º);
- pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
- pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
- pedido de autorização ou referendo para celebrara paz (Constituição, art. 84, XX);
- justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
- pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
- proposta de modificação de projetas de leis financeiras (Constituição, art. 166, § 5º);
- pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8º);
- pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1º); etc.
As mensagens contêm:
- a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem nº
- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Telegrama
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
deve pautar-se pela concisão.
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu
sítio na Internet.
Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é uma forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao de-
senvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
Correio Eletrônico
O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para trans-
missão de documentos.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua
estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documen-
tal tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha
algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem
pedido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser
aceita como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
em lei.
Apostila
É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar vantagens, evitan-
do-se assim a expedição de um novo título ou documento. Estrutura:
- Título: APOSTILA, centralizado.
- Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento, atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se for o caso, onde
o documento foi publicado.
- Local e data.
- Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que constatou a necessidade de efetuar a apostila.
Não deve receber numeração, sendo que, em caso de documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos textos ou no
verso do documento.
Em caso de publicação do ato administrativo originário, a apostila deve ser publicada com a menção expressa do ato, número,
dia, página e no mesmo meio de comunicação oficial no qual o ato administrativo foi originalmente publicado, a fim de que se pre-
serve a data de validade.
Obs: Modelo no final da matéria.
ATA
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembleia.
Estrutura:
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou sessão, em caixa-
-alta.
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação espacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos abordados e de suas
decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for o caso; Fecho termo de encerramento com indicação, se necessário,
do redator, do horário de encerramento, de convocação de nova reunião etc.
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das exigên-
cias regimentais do órgão.
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve-se, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da informação cor-
reta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou de erros constatados após a redação, usa-se a expressão “Em tempo” ao
final da ATA, com o registro das informações corretas.
Obs: Modelo no final da matéria.
É a forma de correspondência emitida por particular, ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo com o memo-
rando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião ou
dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada por
deputados, deve-se usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de sua
responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando ou ofício apenas como
titular de função oficial específica (presidente de comissão ou membro da Mesa, por exemplo). Estrutura:
- Local e data.
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, cargo e endereço.
- Vocativo.
- Texto.
- Fecho.
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerálas. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão básico de
diagramação.
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de “Cor-
dialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou igualdade de posição entre os correspondentes.
Declaração
É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura:
- Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
- Texto: exposição do fato ou situação declarada, com finalidade, nome do interessado em destaque (em maiúsculas) e sua relação
com a Câmara nos casos mais formais.
- Local e data.
- Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autoridade, função ou cargo.
A declaração documenta uma informação prestada por autoridade ou particular. No caso de autoridade, a comprovação do fato
ou o conhecimento da situação declarada deve serem razão do cargo que ocupa ou da função que exerce.
Declarações que possuam características específicas podem receber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”.
Despacho
É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode
ter caráter decisório ou apenas de expediente. Estrutura:
- Nome do órgão principal e secundário.
- Número do processo.
- Data.
- Texto.
- Assinatura e função ou cargo da autoridade.
O despacho pode constituir-se de uma palavra, de uma expressão ou de um texto mais longo.
Obs: Modelo no final da matéria.
É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou pontuais para a execução de serviços por órgãos subordinados da Ad-
ministração. Estrutura:
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação pertinente
ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra “resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em itens, incisos, alíneas etc.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da função.
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a oti-
mização e a racionalização de serviços.
Obs: Modelo no final da matéria.
Parecer
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para
análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. Estrutura:
- Número de ordem (quando necessário).
- Número do processo de origem.
- Ementa (resumo do assunto).
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução); Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); Fecho opi-
nativo (conclusão).
- Local e data.
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido
no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para o fim de
melhor organizar o assunto, imprimindo-lhe clareza e didatismo.
Portaria
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata da organização e
do funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência. Estrutura:
- Título: PORTARIA, numeração e data.
- Ementa: síntese do assunto.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da palavra
“resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do cargo.
Certas portarias contêm considerandos, com as razões que justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem depois deles.
A ementa justifica-se em portarias de natureza normativa.
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-se a ementa.
É o relato exposili-vo, detalhado ou não, do funcionamento de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do desenvol-
vimento de serviços específicos num determinado período. Estrutura:
- Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
- Texto registro em tópicos das principais atividades desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados parciais e totais, com
destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e negativos do período abrangido. O cronograma de trabalho a ser desenvolvido,
os quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão ser apresentados como anexos.
- Local e data.
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es).
No caso de Relatório de Viagem, aconselha-se registrar uma descrição sucinta da participação do servidor no evento (seminário,
curso, missão oficial e outras), indicando o período e o trecho compreendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem deverá ser
elaborado com vistas ao aproveitamento efetivo das informações tratadas no evento para os trabalhos legislativos e administrativos
da Casa.
Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve-se atentar para os seguintes procedimentos:
- abster-se de transcrever a competência formal das unidades administrativas já descritas nas normas internas;
- relatar apenas as principais atividades do órgão;
- evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas pelas unidades administrativas que lhe são subordinadas;
- priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados;
- destacar propostas que não puderam ser concretizadas, identificando as causas e indicando as prioridades para os próximos
anos;
- gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível, ao máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria, Departa-
mento ou unidade equivalente.
Requerimento (Petição)
É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor.
Estrutura:
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: nacionali-
dade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo,
segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil
deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais
do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento utilizado será um abaixo-assina-
do, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instru-
mentaliza por meio de requerimento. No que concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único
estabelece que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
Protocolo
ANOTAÇÕES
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(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)
Ofício nº 524/1991/SG-PR
Senhor Deputado,
Atenciosamente,
(Nome)
(cargo)
210 mm
Aviso nº 45/SCT-PR
3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público
Senhor Ministro,
Atenciosamente,
(Nome do signatário)
(cargo do signatário)
210 mm
Mem. 118/DJ
Em 12 de abril de 2011
297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm
Atenciosamente,
(Nome do signatário)
210 mm
5 cm
EM nº 00146/1991-MRE
3 cm 1,5 cm
2,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois
por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em
condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram sua
postura da maioria dos quarenta países participantes do processo negociador,
inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a ser
concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)
1 cm
2,5 cm
Atenciosamente,
2,5 cm
(Nome)
(cargo)
Exemplo de Mensagem:
5 cm
Mensagem nº 118
4 cm
297 mm
2 cm 1,5 cm
3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.
210 mm
[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Exemplo de Apostila
APOSTILA
Brasília, em 26/5/2011
Maria da Silva
Diretora
Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações
ATA
As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da Silva, Diretora
da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que foi aprovada, sem
alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão do item “Projetos Concluídos”,
sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de
Marketing, que apresentou um breve relato das atividades desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento
dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos
meses os trabalhos enviados para publicação estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando
a todos pelos resultados alcançados. Com relação aos projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos
mantiveram-se dentro do cronograma de trabalho preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na
próxima semana. Às 11h45min a Diretora encerrou os trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de
junho, quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu,
Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.
Diretora
Secretária
Exemplo de Despacho
Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...
Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70 do Regimento
do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos das informações e
manifestações dos órgãos técnicos da Casa.
José da Silva
Diretor
Exemplo de Parecer
PARECER JURÍDICO
Senhor Gerente,
Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.
Exemplo de Portaría
PORTARIA N. 1, de 13/1/2010
O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral,
para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de
segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Modelo de Relatório
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário
RELATÓRIO
Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.
Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................
Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
. ................................................................................ ....
Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................
3. Considerações finais
.........................................................................................................................
Nome
Função ou Cargo
(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)
Nestes termos,
Pede deferimento.
Nome
Cargo ou Função
Questões
01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas.
03. A frase cuja redação está inteiramente correta e apropriada para uma correspondência oficial é:
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os convites para a reunião de gala deste Conselho, em que se fará homenagens
a todos os ilustres membros dessa diretoria, importantíssima na execução dos nossos serviços.
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso gabinete, para informar de
que as medidas de austeridade recomendadas por V. Sa. já está sendo tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos.
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que chegaram nossos analistas sobre as condições de funcionamento deste
setor, bem como as providências a serem tomadas para a consecução dos serviços e o cumprimento dos prazos estipulados.
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se possa estar tomando as medidas mais do que importantes para tornar
nosso departamento mais eficiente, na agilização dos trâmites legais dos documentos que passam por aqui.
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis providências cabíveis para vir novos funcionários para esse nosso setor, que
se encontra em condições difíceis de agilizar todos os documentos que precisamos enviar.
05. Haveria coerência com as ideias do texto e respeitaria as normas de redação de documentos oficiais se o texto apresentado
fosse incluído como parágrafo inicial em um ofício complementado pelo parágrafo final e os fechos apresentados a seguir.
Atenciosamente,
Pedro Santos
Pedro Santos
Secretário do Conselho
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS.
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; mas
a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito
difícil. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo
de interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos
fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não
leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo que eu penso”. Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamentos
com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escrever
quando puder e quiser.
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida
futura. E, mesmo, que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a todo o momento. Exercita através de sua leitura de
mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda um olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a
menina ou o menino está a fim de você numa boate pela troca de olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos,
argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer “Vamos agora interpretar esse texto” para que as
pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer... pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no
conhecimento. Perca o medo de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo
terá ido embora.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação
comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a
anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome
de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e
analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de
recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí,
localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões
apresentadas na prova.
Identificar - é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-
se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
Faz-se necessário:
- Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; Na semântica (significado das palavras) incluem-se:
homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.
Interpretar X Compreender
Erros de Interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento
prévio do tema quer pela imaginação.
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o
que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e,
consequentemente, errando a questão.
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso
qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras
palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma
relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do
pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
também de que os pronomes relativos têm cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os
pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se
levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no dia a dia, porém, existem
expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como:
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte.
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”.
- “No bar: Me vê um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso.
- O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é, qual é a chave.
- Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim você verá apenas os aspectos superficiais primeiro.
- Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura na sua
mente, mais fácil será para interpretar o texto.
- Duvide do(a) autor(a), leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto.
- Não tenha medo de opinar - Já vi terem medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito.
- Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações, só não viaje muito na interpretação. Veja os caminhos apontados pela
escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são mostrados.
- Identifique as características físicas e psicológicas dos personagens - Se um determinado personagem tem como característica
ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser mentira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos
necessários para uma boa interpretação de texto.
- Observe a linguagem, o tempo e espaço, a sequência dos acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar.
- Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É importante que você saiba ou pesquise sobre a época narrada no
texto, assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por você podem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada.
- Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura
vem com o hábito.
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: Informativa e de reconhecimento;
Interpretativa
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a
leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia-central de
cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com não, exceto,
respectivamente, etc, pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase
anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia
central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
- Declaração inicial;
- Definição;
- Divisão;
- Alusão histórica.
Os Tipos de Texto
Cada um desses textos possui características próprias de construção, que veremos no tópico seguinte (Tipologia Textual).
É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham
monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira.
No texto literário, essa ideia tem algum fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não-
literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar com mais
proficiência.
- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento.
Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença.
Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais
seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo
para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas.
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas.
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
- Leia verdadeiramente.
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de
responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para
localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do texto.
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito.
Veja um exemplo disso:
Texto:
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os
antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados
ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração
dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade
forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
(Aquino, Renato.
Interpretação de textos, 2ª edição.
Rio de Janeiro: Impetus, 2003.)
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto.
Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.
Explicações:
- Diego fez sozinho o trabalho de artes.
- Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
- Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se dedicaram, restringindo o
grupo de alunos.
- Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
- Marcão é chamado para cantar.
- Marcão pratica a ação de cantar.
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescente com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade
de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade
do professor”.
Frase para análise.
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno.
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada.
- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande desafio
não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio
do magistério.
Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original). Veja o exemplo:
Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loirona
a me olhar e eu olhava também.
(Concurso TRE/SC)
A frase parafraseada é:
(A) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me
olhou.
(B) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de
uma loirona.
(C) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar.
(D) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me
olhar também.
Resposta “C”.
Explicações:
- Certos alunos = qualquer aluno.
- Alunos certos = aluno correto.
- Alunos determinados = alunos decididos.
- Determinados alunos = qualquer aluno.
QUESTÕES
Julgue os itens seguintes com (C) quando a afirmativa estiver Correta e com (E) quando a afirmativa estiver Errada. Itens
relativos às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima.
01. Os dados expostos no terceiro parágrafo indicam que os profissionais do Ministério Público brasileiro são mais eficientes que
os dos órgãos equivalentes nos demais países da América do Sul.
02. Com base nos dados apresentados no texto, é correto concluir que a situação do Brasil, no que diz respeito ao número de
promotores existentes no Ministério Público por habitante, está pior que a da Guatemala, mas melhor que a do Peru.
03. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas e minúsculas,
o período “É correto (...) o Brasil” (l.11-12) fosse iniciado com um vocábulo de valor conclusivo, como logo, por conseguinte, assim
ou porquanto, seguido de vírgula.
04. O objetivo do texto é provar que o número total de promotores no Brasil é menor que na maioria dos países da América Latina.
05. No primeiro período do terceiro parágrafo, é estabelecido contraste entre a maior extensão das obrigações do Ministério
Público brasileiro, em comparação com as de órgãos equivalentes em outros países, e o número de promotores em relação à população
do país, o que evidencia situação oposta à que se poderia esperar.
07. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto se o primeiro parágrafo fosse assim reescrito: Quando se
examina o contexto internacional, concluímos que não há situação como a do Brasil no que se refere a existência e desempenho do
Ministério Público.
A ética da fila
SÃO PAULO – Escritórios da avenida Faria Lima, em São Paulo, estão contratando flanelinhas para estacionar os carros de
seus profissionais nas ruas das imediações. O custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento regular. Imaginando que os
guardadores não violem nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços seria o equivalente de pagar alguém para ficar na
fila em seu lugar. Isso é ético?
Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém e deixa
pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar parado). Mas é claro que nem todo o
mundo pensa assim.
Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor de Harvard,
dublês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam
corrompendo as instituições.
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no cinema prepondera a
fila. Universidades tendem a oferecer vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam tudo pela gravidade. O problema com
o dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado
final é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas.
Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. Para começar, os argumentos de Sandel também recomendam a proibição da
prostituição e da barriga de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de
valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que exige a criação
de uma espécie de moral oficial – e isso é para lá de problemático.
(Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de S.Paulo,
09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse professor uma ideia contrária à
(A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo que aquela ficou na fila com intenção comercial. O autor do texto concorda
com esse posicionamento de Sandel.
(B) comercialização de uma prática que consiste no pagamento a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma fila. O autor
do texto discorda desse posicionamento de Sandel.
(C) criação de uma legislação que normatize a venda de vagas de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto discorda desse
posicionamento de Sandel.
(D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma vaga e, posteriormente, comercialize-a com quem precise. O autor do texto
discorda desse posicionamento de Sandel.
(E) falta de legislação específica no que se refere à venda de uma vaga de uma pessoa que ficou em uma fila guardando lugar a
outra. O autor do texto concorda com esse posicionamento de Sandel.
O que é ler?
Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a
língua e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo
repertório disponível de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos.
De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro
e elas me arrastam, como num turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me invade, passo a
pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro
que eu parecia soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor
não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e para
conquistar, por virtude dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.
Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão
em outrem, que enriquece nossos próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a compreender uma filosofia
deslizando para dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto é, em seu discurso.
11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende-se que ler é
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos cristalizados.
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está ausente.
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia dominante.
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.
(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza.
12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a autora revela
que
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor.
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor.
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente vivido. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de uma sofisticada
mediação. O real tem um quê de ilusório e virtual.
Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao cérebro. O olho
humano, por exemplo, não é capaz de captar todo o espectro de energia eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados fora
do espectro visível do olho humano, são, no entanto, captados pelas abelhas.
Seletividade análoga preside a operação dos demais sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de
sensibilidade dos indivíduos varie de acordo com idade, herança genética, treino e educação. Há mais coisas entre o céu e a terra do
que nossos cinco sentidos − e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços − são capazes de detectar.
bem no fundo
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela − silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
Uma redação alternativa em prosa para os versos acima, em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido
original, é:
(A) Um silêncio perpétuo, cairia sem remédio, sobre aquela mágoa, considerada nula a partir desta data.
(B) Aquela mágoa sem remédio fora, considerada nula, a partir desta data, sobre ela restando um silêncio perpétuo.
(C) Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.
(D) Considerando-se nula aquela mágoa a partir desta data, restando sobre ela, um silêncio perpétuo.
(E) Aquela mágoa, sem remédio será, a partir desta data, considerada nula, caindo-se sobre ela, um silêncio perpétuo.
Respostas:
08-B
A confirmação da alternativa fica evidente no trecho: “Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes problemas
nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que
recebeu para ficar parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim”.
09-B
Michael Sandel, reproduz uma ideia contrária à comercialização de uma prática que consiste no pagamento a uma pessoa para
que ela fique em seu lugar em uma fila. Podemos verificar essa afirmação na passagem: “Para o professor de Harvard, dublês de fila,
ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo as
instituições”.
10-D
Podemos confirmar esta afirmativa no trecho: “O problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por
alguma fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres
se tornam cada vez mais acentuadas”.
11-A
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos cristalizados. (Correta)
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está ausente.
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem,
que enriquece nossos próprios pensamentos”.
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia dominante.
Errada, não há ideologia dominante. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”,
é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios pensamentos”.
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.
Errada. Ler é ter muita sensibilidade, “é uma reflexão”.
(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza.
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem,
que enriquece nossos próprios pensamentos”.
12-C
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor.
Errada. Não destoa, pois o “escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele...”
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo do autor. “O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não
apenas com ele...
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor. (Correta)
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.
Errada. Seu modo de pensar não anula a do autor, pois passa a pensar não apenas com ele, mas de dentro dele.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.
Errada. Pois os dois pensam juntos.
14-D
I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que apenas nosso desejo para a resolução de dificuldades. (Correta)
“mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas”
II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para tanto, que não se evoque o passado a todo o momento. (Incorreta)
Pois, a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela − silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer na medida em que não forem cultivadas. (Incorreta)
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela − silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
15-C
Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.
ANOTAÇÕES
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