Relatório Educação Infantil - 2020 - 2

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
2. SER CRIANÇA À LUZ DOS TEÓRICOS .............................................................. 6
2.1. Concepção De Infância .................................................................................. 6
2.2. Desenvolvimento Integral Da Criança .......................................................... 10
2.3. Base Nacional Comum Curricular – BNCC .................................................. 14
3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ............................................................. 16
3.1. PPP- Projeto Político Da Escola................................................................... 16
4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO REMOTO . 18
4.1. Estágio Remoto: Legalidades e Conceitos ................................................... 18
4.2. Observação E Participação .......................................................................... 19
4.3. Regência ...................................................................................................... 21
5. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................... 22
6. PROJETO DE INTERVENÇÃO .......................................................................... 23
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 24
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25
APÊNDICE ................................................................................................................ 27
ANEXOS ................................................................................................................... 28
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1. INTRODUÇÃO
O estágio é um momento de experimentar a realidade do futuro ambiente de
trabalho do acadêmico. Através desse contato direto, o aluno do curso de Pedagogia
conhecerá o ambiente de atuação, apoiado por meio de orientação do professor(a)
supervisor(a) qualificado(a), permitindo a construção de novos conceitos, na sua
formulação do conhecimento. Assim, através do estágio, construímos nossa formação
acadêmica e desenvolvemos o profissional que almejamos ser. Apesar do pouco
tempo de estágio, podemos ver a realidade vivenciada pelo profissional de pedagogia
dentro do contexto escolar.
Realizar o estágio dá ao acadêmico a oportunidade, não só de conhecer a
realidade de sua profissão, mas também, permite analisar a relação que fazemos
entre teoria e prática, e realizar um comparativo com base nos teóricos e materiais
estudados durante o processo de formação. As observações e interações durante o
estágio nos levam a refletir o quanto devemos nos aprofundar no desenvolvimento de
competências indispensáveis para um melhor resultado para nossa profissão.
Neste relatório serão apresentados os resultados e documentação referente às
atividades desenvolvidas no estágio curricular obrigatório de Educação Infantil,
realizado no curso de Pedagogia (licenciatura). A escola onde foi desenvolvida as
atividades do referente estágio, foi a Escola Municipal de Educação Infantil e
Fundamental Jornalista Fernando Escariz. As atividades desenvolvidas, no decorrer
do estágio (observação e coparticipação), possibilitaram para os seus participantes,
um treinamento para prática em Educação Infantil de modo Remoto, profissão a qual
estarão habilitados com a conclusão do curso de graduação.
Este relatório tem como principal finalidade o registro das experiências
vivenciadas e resultados obtidos durante o processo de estágio. Ele é desenvolvido
com base nos seguintes autores: ARIÈS (1978), FRABBONI (1998), GRATIOT-
ALFANDÉRY (2010), MUNARI (2010), PIOVESAN (2018) e VYGOTSKY (1984), além
de todos os Documentos Oficiais que asseguram e legalizam o Sistema Educacional
Brasileiro. Com base nesse instrumental fora produzido esse Relatório De Estágio Na
Educação Infantil.
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2. SER CRIANÇA À LUZ DOS TEÓRICOS


2.1. Concepção De Infância

A infância hoje tem um posto elevado entre as fases da vida sendo colocada
em um pedestal em nossas memórias, porém poucos sabem como a infância e o seu
conceito foram inventados. Assim sociedade desenvolveu a habilidade de naturalizar
certos sentimentos que foram construídos durante a revolução Industrial e o início do
período conhecido como modernidade, um exemplo disso, é a visão desse amor
incondicional que a mãe deve ter pelo seu bebê recém-nascido. Tanto a ideia de amor
materno como o conceito infância não são inatas ao ser humano, mas sim, foram
construídas ao longo dos séculos.
O educador italiano Franco Frabboni (1998) fala sobre a construção da infância
e a divide em três distintas fases; a Infância Negada até o século XV, a Infância
Industrializada (Criança Aluno) do século XVI ao XVIII e a Infância De Direito (Criança
Como Sujeito Social) o que é vigente dos tempos atuais. A primeira fase começa no
século XV como descreve o historiador francês Philippe Ariès (1978) em seu
livro “História Social Da Criança E Da Família”.
Na Primeira Fase, a arte desconhecia a infância, durante suas pesquisas o
autor percebeu que as crianças quando retratadas em pinturas tinham traços e
aparência como de adultos em miniatura, ou em sua maioria, suas representações
estavam de mãos dadas com a figura da morte justificando a quantidade de
mortalidade infantil da época. Se ainda, com muito esforço, elas alcançassem a idade
de 7 anos eram introduzidas no mundo adulto aprendendo e executando funções e
profissões da época.
Não se pensava, como normalmente acreditamos hoje, que a criança já
contivesse a personalidade de um homem. Elas morriam em grande número.
“As minhas morrem todas pequenas”, dizia ainda Montaigne. Essa
indiferença era uma consequência direta e inevitável da demografia da época.
Persistiu até o século XIX, no campo, na medida em que era compatível com
o cristianismo, que respeitava na criança batizada a alma imortal. (ARIÈS,
1978, p.57)
7

Nesse tempo a escola era exclusividade do clero e o seu cunho era unicamente
religioso e não tinha como função a educação de crianças, na Idade Média não se
possuía termos roupas ou literaturas exclusivas para crianças, nem formas próprias
de definição, conceituação ou relação própria da faixa etária. O sentimento mais
próximo que havia na relação adulto-criança era o da paparicação. Ariès (1978, p.161)
afirma que: “É preciso deixar claro que esse sentimento de exasperação era tão novo
quanto a ‘paparícação’, e ainda mais estranho à promiscuidade indiferente das idades
da sociedade medieval” que fazia alusão aos animais filhotes domesticados, nessa
época o único interesse de reprodução e nascimento das crianças era perpetuação
da espécie, para que ao envelhecer os pais tivessem pessoas que cuidariam deles.
Eram assim, uma forma de aumentar a mão de obra e a renda familiar, isso não
significa ausência de sentimentos para com as crianças, mas devido à alta taxa de
mortalidade esses sentimentos eram reprimidos ou desencorajados para que não
houvesse um sofrimento com a morte dessas crianças. O início da descoberta da
possível alma infantil ocorre quando por volta de 1490 os padres passaram a não
aceitar que as crianças morressem sem o batismo.
Na Segunda Fase é preciso compreender que essa fase não tem um marco
exato de início e suas ações não vão seguindo uma cronologia exata, pois os eventos
narrados e descritos durante essa fase ocorreram primeiro em crianças do sexo
masculino e em situação financeira favorável, ou seja, meninos das classes
dominantes e burguesia da época, com o tempo tais ações foram se estendendo para
as meninas e depois para as classes sociais mais baixas.
As mudanças que essa nova fase traz, são caracterizados por uma lenta e
gradual nova postura que os religiosos e educadores começaram a ter referente as
crianças, muito do que era feito aos mais jovens passa a não ser mais aceito ou
tolerado, e timidamente começam a desenvolver uma nova percepção da criança.
Nesse período começa a concepção de pureza e fragilidade referente as crianças,
com o surgimento dos moralistas no século XVI, esses conceitos acabam ganhando
força.
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Esse movimento se desenvolve com os intelectuais da época, que criticam a


sociedade e a maneira dessas relações no contexto familiar, esses pensadores da
época vão desencadeando situações que culminaram no surgimento do iluminismo. É
através deles que os primeiros estudos sobre as questões psicológicas infantis
surgem.
O leitor destas páginas sem dúvida terá notado a importância do século XVI
na evolução dos temas da primeira infância. Foi no século XVII que os retratos
de crianças sozinhas se tornaram numerosos e comuns. Foi também nesse
século que os retratos de família, muito mais antigos, tenderam a se organizar
em torno da criança, que se tornou o centro da composição. (ARIÈS, 1978,
p.65)

Ao começar essa fase para uma nova transição de época surgem as escolas,
com o intuito de separar adultos de crianças para que os pequenos tivessem uma
quantidade menor de contato com o mundo adulto e suas atitudes, de modo a
conservar sua moral e pureza infantis. Ainda nesse período, essas atitudes são falhas
e experimentais, pois não há ainda uma separação de faixas etárias, nem um
conteúdo especifico e direcionado para cada fase de desenvolvimento intelectual.
No século XVIII dois fatores são decisivos para a consolidação do conceito de
infância, o primeiro inicia junto a revolução industrial nos meados de 1700, com
surgimento da indústria surge dois novos espaços, a casa onde existe a família, e as
fabricas onde existe o trabalho, essa separação consolidou o núcleo familiar onde se
fortaleceu o sentimento de afeto. O segundo foi a popularização da leitura, com o
surgimento da imprensa, que acabou dividindo a sociedade em dois grupos; os que
sabem ler e os que não sabem.
Na nova família a preocupação em ensinar os pequenos a ler e a preocupação
moral devido a pureza e inocência infantil, levaram a expansão do número de crianças
que frequentavam as escolas, que nessa época tinham uma doutrina especifica;
conhecer para corrigir. A vigilância, a delação, punições, castigos e agressões físicas
eram comuns a esse sistema educacional da época, entretanto, as próprias famílias
começam a questionar esse sistema, pedindo a erradicação dessas atitudes.
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Essa evolução da instituição escolar está ligada a uma evolução paralela do


sentimento das idades e da infância. No início, o senso comum aceitava sem
dificuldade a mistura das idades. Chegou um momento em que surgiu uma
repugnância nesse sentido, de início em favor das crianças menores. Os
pequenos alunos de gramática foram os primeiros a ser distinguidos. (ARIÈS,
1978, p.170)

Desse modo, surgem novas vertentes educacionais e com isso novos teóricos
nessa época; Jean Jacques Rousseau, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Maria Montessori
e Henri Wallon. Desta forma Ariès (1978, p. 70) firma que “No século XVII, entretanto,
a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não
era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que
a distinguia dos adultos”. Ainda nesse período a infância ganha suas primeiras teorias
e nomenclaturas, surgem objetos e coisas próprias para as crianças, suas vestimentas
possuem diferenças claras das roupas adultas e suas figuras começam a surgir em
retratos e pinturas, dessa vez com traços finos e angelicais retratando sua pureza e
inocência, alguns contos e literaturas passam a ser adaptados para o público infantil
como por exemplo; Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, O Patinho Feio e os clássicos
dos irmãos Grimm.
Surgem também, as canções de ninar e espaços físicos para a recepção de
crianças como; cadeiras e talheres adaptados. Porém, vale ressaltar que tais relatos
e registros são referentes as crianças de altas classes sociais e em sua maioria do
sexo masculino, para as crianças de classes pobres e trabalhadoras a realidade ainda
era parecida com a Idade Média, onde sua existência era meramente para forças de
trabalho.
Assim, entramos na Terceira Fase, que pode ser catalogada como a Infância
na Modernidade ou ainda, infância nos tempos atuais. No contexto da atualidade,
recai sobre todas as crianças a ideia de proteção, mesmo que em diversos casos não
seja realmente aplicado, nessa fase as novas ciências passam a ser atuantes e
estruturam a nova concepção de infância, são elas; a pedagogia, a psicologia e a
psicanalise.
Essas novas ciências apresentam que não só a existência da infância, mas
também, que a sua qualidade é essencial para o bom desenvolvimento humano e da
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sociedade como um todo. Esses estudos demonstram a correlação entre traumas


infantis e certos padrões de comportamentos dos adultos como; dependência de
drogas, alcoolismo, violências, depressão, comportamentos suicidas e maior
propensão para doenças crônicas e fatais. Esses estudos demonstram também, a
relação de infância com a diminuição da longevidade de vida.
Nesse novo contexto as escolas são definitivamente probidades de aplicar
castigos físicos, e a escola passa a se preocupar com a formação acadêmica e o
desenvolvimento intelectual, também, passam a desenvolver os alunos de formas
históricossociais e cidadã. O maior marco dessa nova etapa e a discordância entre
teorias e práticas, enquanto as teorias apresentam uma serie infinita de
possibilidades, a pratica está diretamente ligada as questões culturais e sociais em
que a escola está inserida, levando em consideração o contexto político e
socioeconômico.

2.2. Desenvolvimento Integral Da Criança


O desenvolvimento da criança deve ser integral, ou seja, sobre todos os seus
aspectos, sendo eles; físico, intelectual, moral, social, espiritual e humano. São assim,
várias áreas que precisão ser desenvolvidas e correlacionadas para o seu
desenvolvimento pleno. Nosso papel como mediadores desse desenvolvimento é
conhecer de que forma as crianças se desenvolvem ao longo de sua trajetória
existencial.
Para isso, iremos discorrer sobre os principais autores que basearam seus
estudos no desenvolvimento da criança e suas particularidades, sendo eles os
principais fundamentadores da Educação e seus aspectos, são eles Jean Piaget, Lev
Vygotsky, Henri Wallon.
 Jean Piaget (1896-1980): Epistemologia Genética.
Como um dos principais fundamentadores da Educação Básica, Jean Piaget
era um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, suas pesquisas são a base das
construções pedagógicas. Porém, nunca foi a intenção de Piaget entender o
aprendizado, mas sim, o desenvolvimento da criança até alcançar sua fase adulta.
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Sua teoria da Epistemologia Genética consiste em estudar os procedimentos e


processos que o sujeito percorre de um estado de menor conhecimento para o de
conhecimento mais avançados. Suas pesquisas sobre desenvolvimento cognitivo
tinham a perspectiva de maturação biológica, com ênfase na experiência como
elemento essencial ao desenvolvimento da aprendizagem.
Não se aprende a experimentar simplesmente vendo o professor
experimentar, ou dedicando-se a exercícios já previamente organizados: só
se aprende a experimentar, tateando, por si mesmo, trabalhando ativamente,
ou seja, em liberdade e dispondo de todo o tempo necessário (PIAGET, 1949,
p.39 apud MUNARI 2010, p.18).

Para Piaget o conhecimento só se desenvolve através das experiências e


vivencias, o ato de interagir, conhecer, tocar e explorar todas as possibilidades é que
trará a criança o desenvolvimento pleno. Assim, Piovesan (2018, p.77) diz: “Para
Piaget, a lógica do desenvolvimento é a busca do equilíbrio que ocorre por meio de
mecanismos de adaptação do indivíduo ao meio. Assimilação e acomodação são
processos complementares, diretamente ligados ao processo de adaptação. ” Dessa
forma, Piaget categorizou os Estágios de Desenvolvimento, sendo eles;
(0 a 2 anos) Sensório-motor: capacidade de administrar reflexos.
(2 a 7 anos) Pré-operacional: domínio da linguagem e representações de
mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica.
(7 a 12 anos) Operações Concretas: aquisição de noção de reversibilidade das
ações. Surge a lógica.
(12 anos) Operações Formais: domínio do pensamento logico e dedutivo,
relaciona conceitos abstratos e raciona sobre hipóteses.

 Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934): Teoria Sociointeracionista


Como psicólogo bielo-russo, Vygotsky realizou pesquisas na área do
desenvolvimento da aprendizagem e da interação com as relações sociais nesse
processo. Suas teorias possibilitaram a compreensão do pensamento enquanto
função cerebral e suas particularidades. Suas descobertas fazem menção à
correlação entre pensamento e linguagem, à questão da relação cultural no processo
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de construção da identidade do indivíduo, ao processo de apropriação dos


conhecimentos e ao papel da escola, exercendo forte influência em pesquisas sobre;
linguagem, mente, cognição, cultura, sociedade, relacionamento social e o
pensamento humano.
Assim, Vygotsky (1984, p.281) que: “É por meio de outros, por intermédio do
adulto que a criança se envolve em suas atividades. Absolutamente, tudo no
comportamento da criança está fundido, enraizado no social.” Desse modo, ele aponta
duas diferenças na educação formal: a sistematização dos conhecimentos e a
interação com os pares. Com isso, suas contribuições para a educação estão nos
conceitos de Zona de Desenvolvimento Real, Zona de Desenvolvimento Proximal e
Zona de Desenvolvimento Potencial.
Zona de Desenvolvimento Real: nível de desenvolvimento das funções mentais
da criança.
Zona de Desenvolvimento Potencial: a relação de aprendizagem da criança
com o outro.
Zona de Desenvolvimento Proximal: a relação do que a criança já possui de
conhecimento e o que ela precisa construir.
Em suas teorias Vygotsky defende que o espaço escolar deve ser estimulador
e favorável, o educador deve sempre levar em consideração as emoções dos alunos,
pois na fase infantil seus aprendizados estão relacionados ao afeto, são através delas
que a memória irá se consolidar e o aluno irá modificando-se.
 Henri Wallon (1879-1962): Teoria Do Desenvolvimento Humano
Nascido na França, Henri Wallon era filósofo, médico e psicólogo. Seus estudos
resultaram na teoria da Psicogênese Da Pessoa Completa. Para ele, o
desenvolvimento é de maneira integrada, englobando a afetividade, a motricidade e a
inteligência enquanto campos primordiais nos quais se atribui as atividades infantis.
Sua teoria também engloba os diferentes momentos de evolução psíquica na infância
(estágios do desenvolvimento).
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Em sua teoria as fundamentações e pesquisas eram sobre as origens do


processo psicológico. Ele afirmava que esses processos têm origem orgânicas e que
eles só podem ser bem compreendidos quando são consideradas as influências
socioambientais que interagem durante esse processo.
Com base nas teorias de Wallon, Piovesan (2018, p.89) afirma que:
A passagem dos estágios de desenvolvimento não ocorre de maneira linear,
mas num ritmo descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e
reviravoltas, provocando importantes mudanças em cada fase vivida pela
criança. Consiste num processo de contínua reformulação, marcado por
crises que afetam a conduta da criança.

Desse modo, Wallon categorizou as etapas desse desenvolvimento, de forma


que pudessem acompanhar através dos seus escritos e realizar um comparativo entre
as atitudes e peculiaridades das crianças e suas respectivas faixas etárias, sendo
elas;
Estágio 1 - Impulsivo (0 a 3 meses)/ Emocional (3 meses a 1 ano); no primeiro
ano de vida da criança é totalmente afetivo e é por meio da afetividade que a criança
estabelece suas primeiras relações sociais e com o ambiente. Os movimentos do
bebê, de início, são desordenados e sem sentido, mas as relações que estabelece
com os que lhe conferem cuidados, irão permitindo que a criança passe da desordem
gestual às emoções compreensivas.
Estágio 2 - Sensório-motor (12 a 18 meses)/Projetivo (3 anos); se estende até
por volta dos 3 anos de idade e tem predomínio das relações com os fatores externos
e da inteligência. Esta fase é prática e, uma vez que os campos funcionais são
indissociáveis, o pensamento se projeta em atos consistentes. Nesse período,
destacam-se os as tentativas de reprodução sonora que, por meio da imitação
desenvolve a linguagem.
Estágio 3 - Personalismo (3 a 6 anos)/Crise de Oposição (3 a 4 anos)/Idade da
graça (4 a 5 anos)/Imitação (5 a 6 anos); refletindo as características oscilantes do
desenvolvimento, nesses estágios ainda são inteiramente ligados a afetividade.
Estendendo-se até aos seis anos de idade, forma-se a personalidade e
autoconsciência do indivíduo, muitas vezes refletindo-se em sinais e comportamentos
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de oposições da criança em relação ao adulto e os outros, ao mesmo tempo, com


imitações motoras e de posturas e atitudes sociais, que irão se desenvolvendo é
adquirindo características próprias.
Estágio 4 - Categorial (6 a 11 anos); nesse estágio são predominantes a
inteligência e as características externas, no estágio categorial, que se desenvolve até
os onze anos de idade, a criança passa a pensar conceitualmente, avançando para o
pensamento abstrato e raciocínio simbólico, favorecendo funções como a memória
voluntária, a atenção e o raciocínio associativo. Desenvolvendo suas habilidades e
capacidades cognitivas e motoras de forma compreensível e satisfatória, passando a
demonstrar suas próprias características de personalidade e seus principais
interesses.
Desta forma é possível compreender, através das teorias que fundamentam a
Educação Básica, que todas elas são validas e parecidas e as suas particularidades
só fortalecem que a criança depende tanto da genética como de fatores externos para
o seu desenvolvimento pleno e satisfatório. O docente, como influenciador externo e
social, deve buscar estimular através das suas atividades e organizá-las de modo a
desenvolver as habilidades e competências necessárias para o equilíbrio entre o
desenvolvimento e a aprendizagem dos discentes.
Suas práticas devem estar fundamentadas e estimular as emoções para
consolidação desses conhecimentos. Assim, os pequenos devem se sentir acolhidos
e livres para participarem ativamente do processo de ensino/aprendizagem, de modo
a compartilharem suas vivencias e seus saberes como seres sociais e históricos.

2.3. Base Nacional Comum Curricular – BNCC


A educação infantil é uma etapa da Educação Básica no Brasil, desde 1988,
extinguindo a expressão pré-escola passando a contemplar crianças de 06 meses a
05 anos e 11 meses. É dever do Estado e da família inserir e promover essa educação
com qualidade e respeitando as fases e etapas da criança. De acordo com a lei de
Diretrizes e Bases da Educação-LDB (9394/1996)
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Art. 4º que: O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
mediante a garantia de: I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4
(quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma: a)
pré-escola; b) ensino fundamental; c) ensino médio; II – educação infantil
gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade. (BRASIL, 1996, p.36).

A pré-escola era subentendida como uma fase antes da “escola”, quando ela
se transforma em Educação Infantil ela ganha a nomenclatura de escola, passando a
integrar a Lei como uma modalidade de ensino básico e necessário para a formação
do educando. Com isso, passou-se a entender a Educação Infantil como a base
fundamental para alicerçar uma educação sólida e de qualidade, obtendo resultados
significativos quando desenvolvidas as habilidades necessárias para um
desenvolvimento cognitivo pleno.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular-BNCC (2017), que “nas
últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula
educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo
educativo”. (BRASIL, 2017, p.36)
Assim, é possível compreender que a Educação Infantil é de grande
importância no desenvolvimento da criança na primeira infância e em suas relações
sociais. Para isso a BNCC (2017, p.38) apresenta os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento na Educação Infantil, que são: conviver, brincar, participar, explorar,
expressar e conhecer-se.
A BNCC (2017) compreende que a Educação Infantil é a base da Educação
como um todo, nessa etapa o desenvolvimento das habilidades básicas de interação
social e com o meio, serão efetivadas através do vínculo entre o cuidar e o educar.
Dessa forma as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas
pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira,
experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos
por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que
possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
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3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
3.1. PPP- Projeto Político Da Escola
A escola surgiu em meados de 2004/2005, fruto de um Projeto Social da
Empresa Termonort. A Escola Jornalista Fernando Escariz situa-se na Rua Colatina,
n°2005, bairro Marcos Freire, CEP 76.814.090. Seu nome é uma homenagem ao
idealizador desse projeto que foi o Jornalista Fernando Escariz um dos gerentes da
Termonort. A escola surgiu a partir das demandas de creches e escolas de Educação
Infantil existente no bairro Marcos Freire e adjacências.
A escola deu início as suas atividades em maio de 2004, como escola
comunitária sendo dirigida por uma associação criada por moradores do bairro. O
cargo de diretora atualmente é ocupado pela Srª Ana Célia Privado dos Santos
Bezerra, que assumiu o cargo em fevereiro de 2019. Em 2005 a escola funcionou em
parceria com a Prefeitura Municipal através de convênio. No ano de 2006 a escola foi
municipalizada.
A escola está inserida no bairro Marcos Freire, na zona leste da capital. Sua
demanda são alunos moradores do bairro e suas adjacências, atendendo também,
crianças das linhas rurais situadas em suas proximidades. O bairro possui comércios
e alguns serviços básicos, mas sua população é formada, em sua maioria, por
pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social. A escola está
localizada periferia de Porto Velho, onde existe um alto índice de violência e
criminalidade. A maioria dos alunos são filhos de pais separados, mães solteiras ou
até mesmo criados com avós.
Atualmente a escola atende crianças de 3 a 5 anos de idade, sendo estes filhos
de famílias carentes e de baixa renda. Muitos sobrevivem de programas sociais do
governo federal ou de trabalhos informais. A escola atende a 173 alunos matriculados
e divididos entre os períodos matutino e vespertino.
Atuando na escola como docentes, são 8 profissionais formadas em pedagogia
distribuídas em dois turnos e em 4 salas de aulas, com carteiras, armário, colchonetes
e algumas possuem um aparelho televisor. A equipe de apoio é formada por 8
17

profissionais, sendo eles; vigilantes, merendeiras, secretaria e auxiliar, agentes de


limpeza escolar e inspetora.
A estrutura física da escola é composta por; 4 salas de aula,1 sala de diretoria,
1 sala de secretaria, 1 depósito material limpeza,1 dispensa de merenda,1 refeitório,1
cozinha, 1 área de serviço,1 banheiro feminino para as funcionárias, 1 banheiro
masculino para dos alunos, 1 banheiro feminino para alunas. Todos equipados, em
bom estado de conservação e agradáveis para o uso.
A Escola está organizada com base nos princípios da Gestão Democrática,
para garantir a participação da comunidade escolar na gestão do ensino, no pluralismo
de ideias e de concepções pedagógicas, possibilitando maior grau de autonomia
pedagógica, administrativa e de gestão financeira, de forma a assegurar um padrão
de qualidade ao ensino.
A Gestão Democrática será efetivada por intermédio dos seguintes
mecanismos de participação:
I- Conselho Escolar;
II - Escolha de Diretor
III - Projeto Político Pedagógico – PPP.
A Escola conta com Conselho Escolar constituído pela Direção e
representantes dos segmentos da comunidade escolar, com estatuto próprio
aprovado. A escolha do Diretor e Vice-Diretor da Escola ocorre mediante a realização
de processo de eleições diretas.
Os Programas financeiros recebidos pela Escola, através do Conselho Escolar
é integrado com a comunidade escolar, cujo objetivo é administrar esses recursos
seguindo os princípios básicos da administração pública que é o princípio da
Legalidade, o princípio da Moralidade e o princípio da Imparcialidade. Esses recursos
são aplicados de forma descentralizada, pois é a própria escola que administra tais
recursos, através de sua unidade executora. Os recursos atualmente recebidos são:
PNAE, PMAE, PDDE e PROAFEM. O Conselho Escolar também administra os
recursos obtidos com a Festa Junina, ETC...
18

As atividades desenvolvidas pela escola estão baseadas no Currículo Municipal


de Educação, o qual fora desenvolvido conforme as diretrizes da BNCC (2017),
adaptando o que for necessário as necessidades dos educandos e o contexto que
estão inseridos. Sendo assim, a Escola Jornalista Fernando Escariz atua para o
desenvolvimento pleno e cidadão dos alunos da Educação Infantil e o 1º ano do
Ensino Fundamental, mediando o desenvolvimento das suas habilidades e
respeitando os seus direitos a infância.

4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO REMOTO


4.1. Estágio Remoto: Legalidades e Conceitos
O Estágio Remoto foi uma alternativa para o desenvolvimento e conclusão da
disciplina de Estágio Obrigatório na Educação Infantil dos Acadêmicos de Pedagogia
da Faculdade Sapiens, sua validação e permissividade só foi possível através do
DECRETO N° 25.049, de 14 de maio de 2020. Que traz em seu texto o seguinte:

Art. 4°As atividades educacionais presenciais na rede estadual, municipal e


rede privada, ficam suspensas até o dia 30 (trinta) de junho do ano corrente,
aplicando-se em todos os municípios, ressalvada a existência de estudos
apontando a viabilidade de retomada em prazo anterior.
§ 1°As instituições de ensino poderão fazer o uso de meios e tecnologias de
informação e comunicação para a oferta de aulas não presenciais, por
intermédio de plataformas digitais, radiodifusão ou outro meio admitido na
legislação pertinente vigente.

Decreto esse que foi acatado por todos os sistemas de educação, apesar da
dificuldade em desenvolver suas atividades, equipes de coordenação pedagógica de
diversas instituições de ensino tiveram que reorganizar seus calendários e suas
estratégias de ensino. A dificuldade era a falta de capacitação adequada para o uso
das tecnologias e suas ferramentas, muitos docentes se sentiram despreparados e
sem opções favoráveis as suas dificuldades.

Outra problemática que veio à tona, foi a disparidade social para o acesso a
esse novo modelo de educação. Este novo modelo de ensino remoto ou ensino
hibrido, está diretamente ligado as tecnologias e ao acesso à internet de qualidade.
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De acordo com a reportagem do G1 em parceria com a BBC NEWS afirmam que: "O
abismo digital, que já era preocupante, na pandemia vai piorar. (...) A falta de
conectividade implica em deixar as crianças mais vulneráveis para trás", diz à BBC
News Brasil Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef (braço da ONU para a infância)
no Brasil.

Já em outra reportagem, também da G1, esse desequilíbrio tem se consolidado


nos grupos de minorias e vulnerabilidades sociais. Nessa reportagem escrita por
Viviane Sousa (2020), com base nos dados ela apresenta os seguintes resultados:

4,3 milhões de alunos não brancos (negros, pardos e indígenas) da rede


pública ficaram sem atividade escolar em casa durante a pandemia. Entre os
estudantes brancos, foram 1,5 milhão sem atividades, ou seja, as crianças
não brancas foram as mais prejudicadas pela falta de atividades escolares
em casa. Os dados fazem parte de um levantamento feito do Centro Brasileiro
de Análise e Planejamento (CEBRAP) e da Rede de Pesquisa Solidária, com
base nas informações da Pnad-Covid do IBGE.

Em meio a essa pandemia, o Brasil revelou não estar preparado para as


situações de calamidade, o que tem sido um grande empecilho na hora de elaborar
seus métodos de combate ao vírus, suas soluções para a economia e os moldes da
educação. Mesmo assim, a educação ganhou um ponto a seu favor, finalmente se
pode perceber que a profissão de Pedagogos e Professores é essencial e
insubstituível.

4.2. Observação E Participação


O método de observação e participação fora através de um instrumental
denominado Rubrica Online, seu objetivo consistiu em observarmos pontos especifico
e detalhados sobre a nova metodologia de ensino remoto. Como não há possibilidade
de estarmos em um espaço escolar físico, nossa participação como estagiários
ocorreu nas vias tecnológicas que a escola mencionada está utilizando para manter
as aulas. Sendo assim, os acadêmicos foram inseridos em grupos de WhatsApp
criados pelas docentes para seu contato com as respectivas turmas.
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O presente relato é um apanhado das vivencias do estágio remoto, que se


iniciou no dia 24 de agosto de 2020 e fora encerrado no dia 04 de setembro de 2020.
Para uma melhor compreensão, a avaliação das observações e participações estão
catalogadas em tópicos a posteriori:

a) Atmosfera da sala: a docente e os discentes se mostraram muito receptivos,


embora alguns alunos não se manifestaram no primeiro momento, no decorrer
das aulas foram se mostrando acolhedores e participativos. A docente está
sempre se mostrando disponível, atenciosa e solicita em qualquer relação as
aulas e a dinâmica do grupo da sala de aula.
b) Organização da sala: durante todo o acompanhamento a docente faz questão
de enviar áudios ou vídeos reforçando os combinados, as regras do grupo, o
desenvolvimento das atividades. A docente repete esse processo ao final de
cada aula, se despedindo e reforçando a necessidade da participação de todos
no próximo encontro virtual.
c) Uso de recursos: os recursos utilizados são, em sua maioria, audiovisuais
disponibilizados nos primeiros horários do dia (embora os alunos estejam
matriculados apenas no horário da tarde), para que alunos e os seus
responsáveis tenham tempo suficiente para realizar as atividades. Alguns
materiais impressos são disponibilizados na sede da escola, nos períodos de
início da semana (segunda-feira), para a retirada pelos responsáveis,
facilitando a realização das atividades sugeridas.
d) Papel do professor-mediador: a docente se mostra sempre disponível para
auxiliar na retirada de dúvidas ou recepção das atividades concluídas, que são
entregues por meio de fotografias. Suas aulas são explicativas e sucintas, para
que não haja a perda de interesse por parte do aluno.
e) Atividades assíncronas: as atividades tinham prazos específicos, porém,
como os alunos necessitam de auxílio dos responsáveis para a realização das
atividades, os prazos de execução e entrega se tornavam flexíveis.
f) Atividades desenvolvidas na aula online: as atividades desenvolvidas pelos
educandos estão pautadas de acordo com as orientações da BNCC (2017),
sempre levando em consideração o momento vigente. Muitas atividades
proporcionam uma interação familiar como; construção de brinquedos,
produções artísticas e brincadeiras.
g) Interação na aula online: os momentos de aula remota são sempre
aconchegantes, a docente busca se comunicar com os alunos através de
áudios e vídeo-aula sempre com saudações amáveis, músicas do repertório
infantil popular, uso de figurinhas (produtos oferecidos pelo aplicativo
WhatsApp) e mensagens cativantes, os alunos e seus responsáveis tem
oportunidade de participação e interação. A docente estende os horários de
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atendimento e recebimento das atividades, buscando levar em consideração


as jornadas de trabalho dos responsáveis.
h) Tempo de aula: o tempo de aula são 4h corridas, porém, a docente busca
disponibilizar as atividades ainda nos primeiros horários do dia para que os
educandos tenham tempo hábil para realização das atividades. O tempo de
aula não está limitado ao período em que os mesmos se encontram
matriculados, a docente é flexível em relação ao tempo de conclusão e entrega
das atividades.
i) Necessidade de conhecimento prévios: a docente busca desenvolver as
atividades de acordo com os conhecimentos prévios dos alunos, levando em
consideração a atual situação que ambos enfrentam em meio a pandemia. Sua
dificuldade é em relação aos responsáveis que auxiliam os alunos, muitos deles
não têm grau de escolaridade satisfatório e as atividades lhe parecem
indecifrável, porém, a docente disponibiliza informações complementares
sempre que necessário.
j) Autonomia do aluno: os alunos estão desenvolvendo aos poucos as questões
de autonomia, pois, devido à idade em que os mesmos se encontram, não é
viável o desenvolvimento de atividades que estimule essa autonomia. Mesmo
que seja necessário para o desenvolvimento, sem a mediação pedagógica se
torna difícil desenvolver tais habilidades.
k) Avaliação de aprendizagem: a avaliação é feita através do envio de
fotografias e vídeos solicitados para o momento da entrega e conclusão das
atividades, ajustando-os quando necessário.

4.3. Regência
O momento da regência foi elaborado em conjunto com a discente responsável,
através de um grupo de WhatsApp nos foi sugerido algumas atividades relacionadas
a Semana da Pátria. Por se tratar de um estágio remoto as atividades propostas
deveriam ser por meio de vídeo-aulas bem detalhadas e claras para o bom
desenvolvimento e entendimento por parte dos alunos.

O campo de experiência contemplado nessa atividade foi; “traços, sons, cores


e formas”, descrito na BNCC (2017, p.41) como;

Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas,


locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças,
por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de
expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem,
colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre
outras. Com base nessas experiências, elas se expressam por várias
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linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais,


exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças,
mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de
diversos materiais e de recursos tecnológicos.

O objetivo de aprendizagem e desenvolvimento contemplado encontrasse na


BNCC (2017, p.48) que é descrito da seguinte forma: (EI03TS02) “Expressar-se
livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando
produções bidimensionais e tridimensionais”. Dessa forma, a atividade sugerida foi a
dobradura de papel para criação de um Chapeuzinho de Soldado.
A atividade consistiu em uma vídeo-aula explicativa sobre como fazer um
chapeuzinho de soldado, utilizando como recursos folhas de papel sulfite e lápis de
cor ou giz de cera, de forma bem detalhada demonstrando passo-a-passo da
construção do mesmo. Essa atividade foi enviada no dia 03 de setembro de 2020,
ainda no período da manhã para que pais e alunos tivessem tempo para providenciar
os materiais necessários.
A apresentação e avaliação das atividades ocorreu por meio de fotografias e
vídeos dos alunos construindo, cada um ao seu modo, as atividades propostas e
enviando as mesmas no grupo de WhatsApp da sala de aula no dia 04 de setembro
de 2020 no período da tarde (horário em que os discentes estão matriculados).

5. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS


Diante das análises e observação das metodologias trabalhadas pela docente,
é possível concluir que a mesma está, incessantemente, em busca de novos métodos
educacionais para desenvolver suas atividades de acordo com as exigências da
BNCC e as necessidades momentâneas que estão sendo enfrentadas. Sua acolhida,
seus momentos de demonstração de disponibilidade são, visivelmente, uma
característica afetiva em relação aos alunos, e ainda que os resultados não sejam
satisfatórios, por conta das situações sociais em que os alunos estão inseridos, as
tentativas em desenvolver as habilidades necessárias para a faixa etária dos mesmos
se mostraram satisfatórias.
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Porém, vale salientar, que em meio a situação de ensino remoto, um novo fator
tem alcançado êxito, que é a participação ativa dos familiares no processo escolar dos
alunos. Dessa forma, os pequenos que ainda estão diretamente conectados
afetivamente com os seus responsáveis, têm demonstrado profundo interesse na
realização das atividades, o que acaba fortalecendo os vínculos afetivos e a
aprendizagem.
Através da vivência desse estágio é possível perceber o quão fundamental é a
Educação Infantil para o desenvolvimento pleno da criança. Suas expressividades
buscam desenvolver todas as competências necessárias para uma vida de
participação e interação social, embora muitos critiquem e percebam a Educação
Infantil apenas como um espaço para brincar, as intervenções realizadas nessa
modalidade da Educação Básica são planejadas para que o aluno aprenda de forma
prazerosa e atenda as propostas de ensino.

6. PROJETO DE INTERVENÇÃO
O projeto de intervenção intitulado “Drive Thru da Alegria” fora elaborado pela
própria coordenação escolar em parceria com os acadêmicos de pedagogia, corpo
docente da escola e seus administradores e responsáveis pelos alunos que
frequentam a unidade. Esse projeto teve por objetivo proporcionar um momento
diferenciado para os alunos matriculados, buscando proporcionar um Dia das
Crianças mesmo em meio ao atual cenário de pandemia que estamos enfrentando.
Desta forma, o projeto foi dividido em três etapas para o seu desenvolvimento
e conclusão. Na primeira etapa, buscou-se arrecadar doces, mimos e guloseimas que
são do gosto infantil. Na segunda etapa, organizou-se grupos para enfeites e
decoração do espaço escolar para tornar o ambiente divertido e acolhedor. Na terceira
e última etapa, fora o momento de distribuição das lembrancinhas, onde a equipe
escolar e alguns acadêmicos se caracterizaram de personagens infantis para tornar o
momento atrativo.
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O desenvolvimento do Projeto Drive Thru da Alegria teve seu início no dia 05


de outubro e sua execução e finalização no dia 09 de outubro. Toda a mobilização e
desenvolvimento do projeto culminaram em um resultado positivo e satisfatório,
obedecendo as normas de segurança sanitárias vigentes e oportunizando um
momento de interação com os alunos e seus familiares.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já mencionado, a Educação Infantil é a base de todo o processo
educacional, é através dela que a criança ganha a sua identidade como aluno e passa
a ser um sujeito histórico, aprendendo e desenvolvendo suas habilidades para um
convívio social participativo e interacionista. Ao desenvolver um fazer docente eficaz
durante esse período, os vínculos escolares irão se consolidar de maneira satisfatória.
O docente que atua na Educação Infantil deve estar capacitado e munido das
ferramentas metodológicas para o desenvolvimento das atividades. Desse modo, sua
atuação é determinante no processo de desenvolvimento educacional. Sempre
levando em consideração as fases de desenvolvimento infantil e os processos de
aprendizagem cognitivos da criança que lhe é submetida aos seus cuidados, embora
os pequenos pareçam inatos, sua fase de maior aprendizado é a primeira infância.
O desenvolvimento cognitivo é acelerado nessa fase, onde descobertas e
interações são armazenadas e processadas, de modo que, boa parte das suas
vivencias serão fundamentais para o decorrer da vida do indivíduo. Assim, seus feitos
e realizações sempre terão como base as habilidades desenvolvidas na Educação
Infantil.
Apesar de nos encontrarmos em um momento fatídico, é impressionante ver
como os docentes não tem poupado esforços para desenvolverem atividades
direcionadas ao bom aproveitamento da educação, fundamentados nas normas
vigentes e atuando de forma afetuosa e acolhedora, ainda que seja a distância. Muitos
estão buscando aprender a lidar com esse momento e se capacitando para que a
Educação seja sempre um processo continuo e existente na sociedade independente
das calamidades que a assolem.
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REFERÊNCIAS
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro. LTC,1978.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Consulta Pública. Brasília,


MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.

BRASIL.LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília: Senado


Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017.

FRABBONI, Franco. A escola infantil entre a cultura da infância e a ciência pedagógica


e didática. In: ZABALZA, M. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed,
1998.

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Publicado por: G1 Notícias- 03/10/2020. Disponível em:
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GRATIOT-ALFANDÉRY, Hélène. Henri Wallon / Hélène Gratiot-Alfandéry; tradução e


organização: Patrícia Junqueira. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora
Massangana, 2010. 134 p.: il. – (Coleção Educadores)

MUNARI, Alberto. Jean Piaget / Alberto Munari; tradução e organização: Daniele


Saheb. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
156 p.: il. – (Coleção Educadores)

PIOVESAN, Joseli. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [recurso


eletrônico] / Josieli Piovesan ... [et al.]. – 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018.

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2020.Edição 91. Disponível em: https://ppe.sistemas.ro.gov.br/Diof/Pdf/2081. Acesso
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SOUSA, Viviane. Número de estudantes negros, pardos e indígenas sem atividade


escolar durante a pandemia é quase o triplo que de brancos. Publicado por:
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pardos-e-indigenas-sem-atividade-escolar-durante-a-pandemia-e-quase-3-vezes-
maior-que-de-brancos.ghtml. Acesso em: 13/10/2020
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VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins


Fontes, 1984.
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APÊNDICE
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ANEXOS

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