Apostila Guia CTBMF
Apostila Guia CTBMF
Apostila Guia CTBMF
Guia CTBMF
Anatomia - 11
Anestesiologia - 31
Fármacos - 49
Reparação Tecidual - 65
Cirurgia Oral Menor - 75
Infecções Odontogênicas - 98
Emergências - 116
Pacientes Sistematicamente Comprometidos
- 128
Exames Laboratoriais - 160
Exames de Imagem -168
Traumatologia Bucomaxilofacial - 200
Deformidade Dentofacial - 301
Articulação Temporomandibular - 323
Referências Bibliográficas - 355
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1.
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1|Página
SEQUÊNCIA DE ESTUDOS!
2.
ANATOMIA
Osteologia;
Miologia;
Vascularização;
Sistema Nervoso Central;
Sistema Nervoso Periférico (Nervos cranianos);
Sistema Nervoso Autônomo (Simpático e
Parassimpático)
Sistema Linfático;
ATM.
FISIOLOGIA
Fisiologia da coagulação;
Fisiologia da inflamação;
Cicatrização óssea e tecidual.
IMUNOLOGIA
Sistema de defesa;
Imunoglobulinas.
FARMACOLOGIA
Farmacodinâmica;
Farmacocinética;
Analgésicos;
Antiinflamatórios;
Antibióticos;
Ansiolíticos;
Antifúngicos;
Antivirais.
2|Página
ANESTESIOLOGIA
Fisiologia Nervosa;
Farmacologia dos anestésicos locais e vasoconstritores;
Técnicas de anestesia regional em odontologia;
Complicações.
Diabetes;
Hipertensão Arterial;
Nefropata;
Hepatopata;
Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC);
Imunodeprimidos;
Quimioterapia;
DPOC;
Endocardite Bacteriana;
Febre Reumática;
Asma;
Doenças fúngicas;
Doenças Hematológicas.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Anamnese;
Exame Clínico.
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma;
Coagulograma;
Leucograma;
Creatinina;
Uréia;
Fosfatase Alcalina;
Glicose.
EXAMES DE IMAGEM
3|Página
Radiografia da face;
Tomografia;
Ressonância;
Cintilografia.
EMERGÊNCIAS EM ODONTOLOGIA
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
Mecanismo de defesa;
Espaços faciais primários e secundários;
Celulite;
Abscesso;
Angina de Ludwing;
Trombose de seio cavernoso;
Mediastinite;
Infecções superficiais e complexas;
Sinusites;
Tratamento.
CIRURGIA
Princípios de cirurgia;
Dentes inclusos;
Cirurgia Pré-protética;
Cirurgia parendodôntica;
Tratamento de patologias;
Biópsia;
Da ATM;
Ortognática.
TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL
ATLS;
Traqueostomia e cricotireoidostomia;
4|Página
Intubação;
Hemocomponentes
Choques;
Ferimentos faciais;
Vacinas;
Lesões Nervosas;
Fraturas faciais;
Fratura Panfacial;
Traumatismo dento-alveolar;
Sistema de fixação.
PATOLOGIA ORAL
11 | P á g i n a
ASSUNTOS QUE MAIS CAEM NAS PROVAS DE RESIDÊNCIA!
3.
ANATOMIA: 11,4%
Ossos: 1,3%
Músculos: 0,5%
Veias e artérias: 0,5%
Nervos: 1,3%
Articulação Temporomandibular: 4,4%
Glândula salivares: 2,2%
Seios paranasais: 1,2%
FARMACOLOGIA: 4,8%
Antibiótico: 1,7%
Analgésico/opióides/anti-inflamatorios/corticoides:
1,3%
Benzodiazepínicos e sedação: 1,1%
Bifosfonato: 0,1%
Interação medicamentosa: 0,6%
ANESTESIOLOGIA: 6,7%
Exodontia: 0,9%
12 | P á g i n a
Exodontia de dentes inclusos/impactados: 3,7%
Complicações cirúrgicas:0,4%
Cirurgia Parendodôntica:0,2%
TRAUMATOLOGIA: 23,4%
IMPLANTODONTIA: 4,9%
Implantodontia:3,2%
Enxerto ósseo: 1,7%
BIOSSEGURANÇA: 0,9%
Biossegurança: 0,9%
13 | P á g i n a
ANATOMIA
4.
P á g i n a | 14
VISCEROCRÂNIO NEUROCRÂNIO
2 Zigomáticos; 2 Temporais;
2 Nasais; 1 Occiptal;
2 Palatinos;
14 | P á g i n a
Parte anterior: seio petroso inferior.
FORAME INFRA-ORBITAL: Nervo e vasos infra-orbitais.
HIATO DO CANAL DO NERVO PETROSO MENOR: Nervo petroso menor e artéria
timpânica superior.
HIATO DO CANAL DO NERVO PETROSO MAIOR: Nervo petroso maior.
FISSURA PETROTIMPÂNICA: Artéria timpânica anterior e nervo corda do tímpano.
FORAME MASTÓIDEO: Veia emissária mastóidea do seio sigmóide e ramo meníngeo da
artéria occipital/artéria meníngea posterior.
FORAME MAGNO: Meninges, raízes espinais dos nervos acessórios, ramos meníngeos
do primeiro ao terceiro nervos cervicais, artérias vertebrais e seus plexos simpáticos,
artérias espinais, veias espinais e medula espinal.
FORAME REDONDO: Nervo maxilar.
FORAME DA MANDÍBULA: Nervo e vasos alveolares inferiores.
FORAME MENTAL/MENTUAL: Nervo e vasos mentais.
FORAME SUPRA-ORBITAL: Vasos supra-orbitais e ramo lateral do nervo supra-orbital.
MEATO ACÚSTICO INTERNO: Vasos labirínticos, nervo vestibulococlear/estato-acústico
e nervo facial.
LÂMINA CRIBIFORME/CRIVOSA: Filamentos do nervo olfatório.
ÓRBITA
CAVIDADE NASAL
A abertura piriforme é formada pelos ossos nasais, maxilas, conchas nasais (As conchas/meatos
nasais superiores e médios se encontram no osso etmoide, já as conchas nasais inferiores se
articulam como órgãos próprios). O septo nasal é formado pela cartilagem do septo, lâmina
perpendicular do etmóide e osso vômer.
15 | P á g i n a
Seio esfenoidal: No meato superior;
ORBICULAR DA BOCA
ZIGOMÁTICO MENOR
ZIGOMÁTICO MAIOR
RISÓRIO
16 | P á g i n a
INSERÇÃO: Ângulo da boca;
BUCINADOR
FUNÇÃO: Distende a bochecha e a comprime de encontro aos dentes; retrai o ângulo da boca.
MENTONIANO
PLATISMA
ORBICULAR DO OLHO
OCCIPTOFRONTAL
17 | P á g i n a
PRÓCERO
CORRUGADOR DO SUPERCÍLIO
NASAL
MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
MASSETER
ORIGEM: Margem inferior do osso zigomático (superficial) margem inferior do arco zigomático
(profunda);
TEMPORAL
PTERIGOIDE MEDIAL
PTERIGOIDE LATERAL
18 | P á g i n a
ORIGEM: Fossa pterigóidea (lâmina lateral, face lateral) e superfície infratemporal da asa maior
do esfenoide;
FUNÇÃO: Protrai (e junto com o digástrico abaixa) a mandíbula pela contração bilateral
simultânea, estabiliza o disco articular e movimento lateral pela contração unilateral.
MÚSCULOS SUPRA-HIÓIDEOS
DIGÁSTRICO
INSERÇÃO: fóvea digástrica e tendão intermediário prende-se pela alça digástrica ao osso hióide;
ESTILO-HIÓIDEO
MILO-HIÓIDEO
FUNÇÃO: Eleva o soalho da boca, hióide e língua; protrai o hióide ou retrai e abaixa a mandíbula.
GÊNIO-HIÓIDEO
MÚSCULOS INFRA-HIÓIDEOS
Primeiro nome corresponde origem e o segundo nome inserção, servem para baixar a laringe, o
hióide e o assoalho da boca.
Esterno-hióideo;
Omo-hióideo;
19 | P á g i n a
Esternotireóideo;
Tireo-hióideo.
MÚSCULO DA LÍNGUA
INTRÍNSECOS DA LÍNGUA
ORIGEM: Língua;
INSERÇÃO: Língua;
EXTRÍNSECOS DA LINGUA
GENIOGLOSSO
FUNÇÃO: Abaixa língua, fibras médias e posteriores protraem, anteriores retraem a ponta.
HIOGLOSSO
ESTILOGLOSSO
PALATOGLOSSO
FUNÇÃO: Eleva a língua ou abaixa o palato mole e ajuda a estreitar o istmo da garganta.
20 | P á g i n a
MÚSCULOS DO PALATO MOLE
PALATOFARÍNGEO
INERVAÇÃO: N. vago;
DA ÚVULA
INERVAÇÃO: N. vago;
PALATOGLOSSO
FUNÇÃO: Eleva a língua ou abaixa o palato mole e ajuda a estreitar o istmo da garganta.
VASCULARIZAÇÃO SANGUÍNEA
ARTÉRIAS
Artéria carótida comum se bifurca e emite a carótida externa e interna na altura do osso hióide;
21 | P á g i n a
Artéria carótida interna;
Ramos:
Tireóidea Superior;
• Lingual;
• Facial;
• Occiptal;
• Auricular Posterior;
• Faríngea Ascendente
• Temporal Superficial;
• Maxilar.
Artéria lingual (posição anterior): 2° ramo da carótida externa, emite os ramos dorsais
da língua e depois o ramo sublingual que irriga estruturas da região sublingual e glândula
sublingual. Segue um curso anterior até a extremidade da língua onde é denominada
artéria profunda da língua.
Ramo supra-hióideo;
Ramos dorsais da língua;
Artéria sublingual;
Artéria profunda da língua.
Artéria facial (posição anterior): 3° ramo da carótida externa. Inicia-se perto do ângulo
da mandíbula (aproximadamente 1 cm abaixo da basilar da mandíbula). Segue trajeto
antero-superior e libera os ramos glandulares, que irriga a glândula submandibular e a
artéria palatina ascendente, que irriga o palato mole. Emite o ramo submentual que
irriga o músculos milo-hióideo e o ventre anterior do digástrico. Segue direção superior
e emite os ramos: labial inferior e labial superior. Termina seu curso como artéria
angular que acompanha a porção lateral do nariz.
Artéria submentoniana;
Artéria labial inferior;
Artéria sublabial;
Artéria labial superior;
Artéria angular;
Ramos glandulares.
22 | P á g i n a
Artéria faríngea ascendente (posição medial): Menor ramo da carótida externa e é
responsável pela irrigação da região faríngea.
Ramos faríngeos;
Artéria meníngea superior.
Artéria auricular posterior (posição posterior): Mais fina que a Auricular Anterior. Se dirigi
para cima e para trás sob o ventre posterior do digástrico, passa entre o meato acústico
externo e o processo mastoide e termina no couro cabeludo. Termina se anastomosando-
se com ramos das artérias occiptal e temporal superficial;
Ramo auricular;
Artéria estilomastóidea.
23 | P á g i n a
osso alveolar e polpa dos dentes posteriores. A artéria infra-orbital é emitida quase
junto com a alveolar superior posterior e alcança o assoalho da órbita pela fissura
orbital inferior. Segue curso pelo canal infra-orbital e emite as alveolares superiores
anteriores e sai no forame infra-orbital.
Ao sair no forame infra-orbital a artéria infra-orbital irá irrigar tecidos moles do terço
médio da face. Dentro da fossa pterigopalatina a artéria maxilar dá origem à artéria
palatina descendente que desce pelo canal palatino maior e penetra no palato pelo
forame palatino maior, ao adentrar o palato, a artéria palatina descendente recebe o
nome de artéria palatina maior e irá irrigar todo o palato duro. Ao adentrar a cavidade
nasal a artéria maxilar emite seu último ramo a artéria esfenopalatina que irrigará a
cavidade nasal e penetra no forame incisivo, onde se anastomosará com a palatina
maior.
Artéria meníngea média;
Artéria alveolar inferior:
Milo-hiódeo;
Mentual;
Dentais;
Peridentais.
Artéria temporal profunda anterior;
Artéria temporal profunda posterior:
Pterigóideos.
Artéria massetérica;
Artéria bucal;
Artéria alveolar superior posterior;
Artéria infra-orbital:
Arteríolas alveolares superiores anteriores (com ramos dentais e peridentais).
Artéria palatina descendente:
Artéria palatina maior;
Arteríolas palatinas menores.
Artéria esfenopalatina:
Arteríolas nasais posteriores laterais;
Ramos septais posteriores.
DRENAGEM VENOSA
Veia facial: drena para veia jugular interna se inicia no ângulo medial do olho pela união
de veias frontal (supratroclear e supra-orbital) a estas se unem as veias (oftálmicas) que
proporciona uma comunicação com o seio carvernoso. A veia facial recebe vários ramos
que se anastomosa com o plexo pterigóideo e a veia retromandibular antes de se juntar
a veia jugular interna ao nível do osso hióide.
Veias supratrocleares
Veia supra-orbital
Veia oftálmica superior e inferior (drenam estruturas da órbita)
Veia labiais superior e inferior (drenam os lábios)
Veia submentual (drena região do mento e submandibular)
Veia retromandibular: formada pela união da veia temporal superficial com a maxilar,
emerge da glândula parótida e se dirige inferiormente. Seu ramo anterior se une a veia
24 | P á g i n a
facial e o ramo posterior (constitui a veia jugular externa) continua inferiormente e se
une a veia auricular posterior.
Veia temporal superficial (drena o couro cabeludo);
Veia maxilar recebe as veias: meníngeas média, alveolar superior posterior, alveolar
inferior e outras para formar a veia retromandibular.
Plexo pterigóideo: (drenam as veias das partes profundas da face e desemboca na veia
maxilar) localizado ao redor dos músculos pterigóideos, circunda a artéria maxilar na
fossa infratemporal que impede que artéria seja comprimida durante a mastigação.
Veias meníngeas medias (drenam o sangue do encéfalo para o plexo);
Veia alveolar superior posterior (formada pelos ramos dentais e peridentais e drenam
para o plexo);
Veia alveolar inferior (formada pelos ramos dentais e peridentais, as tributárias
provenientes do mento se anastomosa com as tributárias da veia facial e drenam para
o plexo).
Seios venosos da dura-máter: o sangue é conduzido das veias do encéfalo para as veias
do pescoço (veia jugular interna).
Seio cavernoso (se comunicam entre si, com o plexo pterigóideo e com a veia oftálmica
superior, que se anastomosam com a veia facial)
Veia jugulas interna: não possui válvulas, recebe tributárias das veias lingual, sublingual,
faríngea e facial. Em seu trajeto é envolvida pela bainha carótida junto com artéria
carótida comum e o nervo vago. Se una a veia subclávia para formar a veia
braquiocefálica.
Veia jugular externa: o ramo posterior a veia retromandibular, apresenta válvulas
próximo a desembocadura da veia subclávia.
Veia jugular anterior (se inicia abaixo do mento)
Drenagem das veias cabeça e pescoço para o coração:
Veia subclávia;
Veia braquiocefálica;
Veia cava superior.
NERVOS
Nervo olfatório (I): Aferente, penetra no crânio pelos forames cribriformes do osso etmoide;
Nervo óptico (II): Aferente, penetra no crânio através do forame óptico do osso esfenoide. Os
nervos direito e esquerdo se unem formando o quiasma óptico, onde ocorre o cruzamento
parcial de fibras que se continuam no tracto óptico.
Nervo oculomotor (III): Eferente para alguns músculos extrínsecos do olho, fibras pré-
ganglionares parassimpática para o gânglio ciliar e fibras pós-ganglionares para os músculos
intrínsecos do olho. Passa na parede lateral do seio cavernoso e deixa o crânio pela fissura orbital
superior.
Nervo troclear (IV): Eferente para os músculos extrínsecos do olho, deixa o crânio pela fissura
orbital superior.
Nervo trigêmeo (V): Eferente para os músculos da mastigação e outros e aferentes que
conduzem impulsos originados nos dentes, língua, pele da face e fronte. Não possui fibras
simpáticas e parassimpáticas (fibras parassimpáticas pós-ganglionar chega aos seus destinos
através dos ramos do trigêmeo). O gânglio trigêminal emite seus três ramos Oftálmico (V1),
25 | P á g i n a
Maxilar (V2) e Mandibular (V3). Estão localizados na fossa média do crânio, no osso temporal
temos as impressões trigeminais, local onde o gânglio fica localizado, além disso é o maior
gânglio de todo corpo.
Responsável pela sensibilidade da parte superior da face e a fronte. Passa pela fissura orbital
superior.
Nervo frontal: Formado pelo nervo supra-orbital + nervo supratroclear, percorre pelo
teto da órbita e chega à fissura orbital superior onde une aos nervos lacrimal e
nasociliar.
Nervo lacrimal: Transmite sensibilidade para parte lateral da pálpebra superior,
conjuntiva e da glândula lacrimal. Se une ao nervo frontal e nasociliar para formar o
nervo oftálmico.
Nervo nasociliar: É formado pelos nervos infratroclear + nasociliares longo + nervo
etmoidal superior.
Responsável pela sensibilidade da parte média da face e emerge do crânio pelo forame redondo.
Responsável pela sensibilidade da parte inferior da face e emerge do crânio pelo forame oval.
26 | P á g i n a
Nervo bucal: Sensibilidade da pele e bochecha.
Ramos musculares: Eferente para os n. temporais profundos; n. massetérico; n.
pterigóideo lateral;
Nervo auriculotemporal: Impulsos sensitivos para orelha externa e pela na região das
têmporas.
Nervo lingual: Aferente para o corpo da língua, assoalho da cavidade oral e gengiva
lingual.
Nervo alveolar inferior: Aferente, percorre o canal mandibular, no forame mandibular
se une ao nervo milo-hiódeo, corre lateralmente ao m. pterigoide lateral para se unir
ao tronco posterior do nervo mandibular.
Nervo mentual: Proveniente dos ramos do mento, lábio inferior e mucosa, penetra pelo
forame mentual para se unir ao n. alveolar inferior.
Nervo milo-hióideo: Se destaca acima do forame da mandíbula, responsável pela
motricidade do m. milo-hióideo e ventre anterior do digástrico.
Nervo abducente (VI): Eferente para os músculos extrínsecos do olho, passa pelo meio do seio
cavernoso e deixa o crânio através da fissura orbital superior, rumo à órbita.
Nervo facial (VII): Aferente e eferente, conduz fibras parassimpáticas pré-ganglionares para as
glândulas lacrimal, sublingual e submandibular. O componente aferente é responsável pela
sensibilidade da pele posterior da orelha e 2/3 (gustatórios) anteriores da língua.
27 | P á g i n a
penetra pelo forame jugular (osso temporal e occipital), seus ramos n. timpânico e fibras pré-
ganglionares perfuram a cavidade timpânica e deixa a cavidade do crânio como n. petroso
menor. As fibras terminam no gânglio ótico.
Nervo vago (X): Eferente para faringe e laringe e vários órgãos do tórax, fibras aferentes região
pré-epiglótica (gustação) e pele adjacente a orelha externa. Atravessa o forame jugular.
Nervo acessório (XI): Eferente para os músculos trapézio e esternocleidomastóideo, palato mole
e faringe. Passa pelo forame jugular.
Nervo hipoglosso (XII): Eferente para os m. extrínsecos e intrínsecos da língua. Sai pelo forame
hipoglosso do osso occipital.
QUESTÕES - ANATOMIA
5.
a) pela visão;
b) pelo olfato;
c) por parte da gustação;
d) pela movimentação da língua.
28 | P á g i n a
4. Os chamados músculos inframandibulares podem ser divididos em dois grupos: os
infrahiódeos e os suprahiódeos. São músculos suprahiódeos (COREMU/UFG – 2018):
5. Quais são as estruturas anatômicas inervadas pelo nervo glossofaríngeo, na sua raiz
motora e sensitiva? (COREMU/UFG – 2018):
a) Raiz motora: glândula salivar submandibular e túnica mucosa dos seis paranasais.
a) As artérias lingual e maxilar são ramos da artéria carótida externa que, por sua vez, é
ramo da artéria carótida comum.
c) Como ramo anterior da artéria carótida externa tem-se a artéria faríngea ascendente.
a) esfenomandibular e colateral.
b) temporomandibular e capsular.
c) estilomandibular e esfenomandibular.
29 | P á g i n a
d) colateral e temporomandibular.
8. O nervo lingual é o segundo ramo da divisão posterior de V3. Ele desce medialmente ao
músculo pterigoide lateral, situando-se entre o ramo da mandíbula e o músculo
pterigoide medial no espaço pterigomandibular. Ele segue anterior e medialmente ao
nervo alveolar inferior. Continua, então, para inferior e para anterior, profundamente à
rafepterigomandibular e por baixo da fixação ao constritor superior da faringe,
chegando à lateral da base da língua ligeiramente inferior e posterior ao terceiro molar
mandibular. Qual nervo é o responsável pela sensação gustatória dos 2/3 anteriores da
língua? (COREMU/UFG – 2019):
a) O glossofaríngeo.
b) O alveolar inferior.
c) O milo-hioídeo.
d) O corda do tímpano.
a) auricular.
b) auriculotemporal.
c) massetérico.
d) temporal profundo.
11. Na anatomia facial, a carótida externa é uma importante fonte de irrigação superficial e
profunda para face. Os ramos colaterais da carótida externa são formados pelas artérias
(UFRN – 2018):
30 | P á g i n a
d) Tireoidea superior, Lingual, Facial, Auricular Posterior e Faríngea Ascendente.
13. Os ossos cranianos estão conectados por um tipo de articulação contínua sem fissura
articulatória. Esse tipo de articulação é caracterizado como (UFRN – 2020):
a) Gonfose.
b) Diartrose.
c) Sinartrose.
d) Anfiartrose.
15. Os ossos que compõe a parede medial da orbita são (UEPA – 2017):
a) frontal, lacrimal, palatino, esfenóide e etmoide.
b) maxila, lacrimal, etmóide e esfenoide.
c) maxila, lacrimal, etmóide e palatino.
d) frontal, maxila, palatino, esfenóide e etmoide.
e) lacrimal, esfenóide e etmoide.
GABARITO:
31 | P á g i n a
ANESTESIOLOGIA
NEUROFISIOLOGIA
Fibras nervosas mielinizadas: o único local que as moléculas de anestésicos locais tem acesso à
membrana nervosa é nos nodos de Ranvier, onde os canais de sódio se encontram
abundantemente. Como um impulso pode saltar de dois nodos bloqueados e continuar sua
trajetória, é necessário que, pelo menos, dois ou três nodos adjacentes sejam bloqueados para
segurar uma anestesia eficaz, um comprimento de aproximadamente de 8 a 10 mm.
32 | P á g i n a
ocorrendo o bloqueio nervoso. A sequência a seguir e um mecanismo proposto de ação dos
anestésicos locais:
O deslocamento de íons cálcio do sítio receptor dos canais de sódio, o que permite a ligação da
molécula de anestésico local a esse sitio receptor, o que então produz o bloqueio do canal de
sódio, e uma diminuição na condutância de sódio, que leva a depressão da taxa de
despolarização elétrica, e a falha em obter o nível do potencial de limiar, com uma falta de
desenvolvimento dos potenciais de ação propagados, o que é chamado bloqueio de condução
(conhecido como bloqueio nervoso não despolarizante).
Classificação:
Características gerais:
Os anestésicos são compostos básicos poucos solúveis em água e instáveis a exposição ao ar.
Seus valores de pKa variam entre 7,5 a 10. Os anestésicos locais usados para infiltração, são
dispensados como sais ácidos, mais comum o cloridrato, dissolvidos em água destilada estéril
ou soro fisiológico.
O anestésico local se desloca do seu local extraneural para o nervo de acordo com seu gradiente
de concentração. Esse processo é denominado difusão (quanto maior é a concentração inicial
da solução anestésica, mais rápida é a difusão de suas moléculas e mais rápido é o início de
ação).
Processo de bloqueio:
Após deposito da solução próxima ao nervo, elas se difundem para todos os lados de acordo
com o gradiente de concentração, uma parte é absorvido pelo nervo e a outra:
Uma parte da droga e absorvida por tecidos não neurais (exemplo: músculo).
33 | P á g i n a
A soma desses fatores diminuem a concentração de anestésico fora do nervo;
entretanto, a concentração dentro do nervo tende aumentar a medida que a difusão progride.
Esse processo continua até as concentrações extra e intra neurais entre em equilíbrio.
Tempo de indução:
Período da difusão da droga até que ocorra o bloqueio do nervo (fatores que influência:
concentração e pH da droga, pKa e as barreiras anatômicas de difusão do nervo).
Absorção
Quando injetados nos tecidos moles, exercem suas funções farmacológicas sobre os vasos
sanguíneos da área. Todos os anestésicos apresentam algum grau de vasoatividade, alguns deles
podem produzir vasoconstrição. A cocaína é o único que produz vasoconstrição. Ação inicial da
cocaína é vasodilatação, seguida de vasoconstrição intensa e prolongada. É produzida pela
inibição da absorção de catecolaminas (noradrenalina) para os locais de ligação tecidual,
resultando excesso de noradrenalina livre.
VIA ENTERAL: São absorvidos pelo trato gastrointestinal (exceção da cocaína), muito deles
sofrem efeito de primeira passagem hepática após administração oral, uma fração da dose é
levada para o fígado e são biotransformadas em metabólitos inativos.
Distribuição
Após absorção pela corrente sanguínea, são distribuídos para todos os tecidos do corpo
(cérebro, cabeça, fígado, rim, pulmões e baço). O músculo esquelético, contém a maior
percentagem de anestésico. A concentração de um anestésico em um órgão-alvo tem impacto
significativo sobre a toxicidade. Fatores que influenciam o nível sanguíneo dos anestésicos:
velocidade de absorção para o sistema cardiovascular, velocidade de distribuição da substância
para os tecidos e eliminação por vias metabólicas ou excretoras (velocidade que a droga é
removida do sangue é denominada como meia-vida, é o tempo necessário para redução de 50%
do nível sanguíneo). Todos os anestésicos atravessam com facilidade a barreira
hematoencefálica e a barreira placentária.
34 | P á g i n a
muscular de ação curta, empregado na indução de anestesia geral. Ela produz parada
respiratória durante 2 a 3 minutos. Após a pseudocolinesterase hidrolisa a mesma, fazendo com
que reduza seu nível sanguíneo e ocorra reestabelecimento da respiração espontânea. Mas,
pessoas com atípica pseudocolinesterase a apneia é prolongada.
A lidocaína e a procaína diferem de outros anestésicos, pois não pode ser observado esses sinais
mencionados. Frequentemente produz sonolência ou sedação. A sedação é observada durante
os primeiros 5 a 10 minutos, representa um sinal de alerta para reações mais graves como,
episódio convulsivo generalizado.
35 | P á g i n a
Sistema Cardiovascular
ANESTÉSICOS LOCAIS
Lidocaína
• Toxicidade: os níveis plasmáticos para o início de reações tóxicas são de 4,5 μg/mL no SNC e
de 7,5 μg/mL no sistema cardiovascular. A sobredosagem promove a estimulação inicial do SNC,
seguida de depressão, convulsão e coma.
Mepivacaína
• Produz discreta ação vasodilatadora. Por isso, quando empregada na forma pura, sem
vasoconstritor (na concentração de 3%), promove anestesia pulpar mais duradoura do que a
lidocaína (por ate 20 min na técnica infiltrativa e por 40 min na técnica de bloqueio regional).
Prilocaína
• Sua ação tem início entre 2-4 min. Por sua baixa atividade vasodilatadora (50% menor do que
a da lidocaína), pode ser usada sem Vasoconstritor, na concentração de 4%. No Brasil, não e
comercializada na forma pura, o que ocorre em países como os Estados Unidos e o Canadá.
36 | P á g i n a
• Apesar de ser menos tóxica do que a lidocaína e a mepivacaína, em casos de sobredosagem
produz o aumento dos níveis de metemoglobina no sangue. Portanto, e recomendado maior
cuidado no uso deste anestésico em pacientes com deficiência de oxigenação (portadores de
anemias, alterações respiratórias ou cardiovasculares).
Articaína
• A presença de um anel tiofeno em sua estrutura química parece ser responsável pela maior
difusão tecidual da articaína, permitindo seu uso em técnica infiltrativa, mesmo na mandíbula,
dispensando assim o uso de técnicas anestésicas de bloqueio. Seu uso em técnicas de bloqueio
regional tem sido associado a um aumento na incidência de parestesia, provavelmente devido
a concentração de 4%.
Bupivacaína
• Por ser mais potente, sua cardiotoxicidade também e 4 vezes maior em relação a lidocaína.
Por isso, e utilizada na concentração de 0,5%.
• Possui longa duração de ação. No bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual, produz
anestesia pulpar por 4 h e em tecidos moles, por até 12 h.
• Não é recomendada para pacientes < 12 anos, pelo maior risco de lesões por mordedura do
lábio, em0 razão da longa duração da anestesia dos tecidos moles.
Benzocaína
Único anestésico do grupo éster disponível para uso odontológico no Brasil. E empregada
apenas como anestésico tópico ou de superfície. Na concentração de 20%, promove anestesia
da mucosa superficial (previamente seca), diminuindo ou eliminando a dor a punção da agulha,
especialmente na região vestibular. Na região palatina essa ação e menos eficaz, da mesma
forma que no local de punção para o bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual.
37 | P á g i n a
ANESTÉSICO LOCAL DOSE MÁXIMA MÁXIMO ABSOLUTO Nº DE TUBETES
(POR KG DE PESO) MÁXIMOS P/
SESSÃO
LIDOCAÍNA 2% 4,4 MG 300 MG 8,3
LIDOCAÍNA 3% 4,4 MG 300MG 5,5
MEPIVACAÍNA 2% 4,4 MG 300MG 8,3
MEPIVACAÍNA 3% 4,4 MG 300MG 5,5
ARTICAÍNA 4% 7 MG 500MG 6,9
PRILOCAÍNA 3% 6 MG 400MG 7,4
BUPIVACAÍNA 0,5% 1,3 MG 90MG 10
FONTE: LIVRO TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA – EDUARDO DIAS.
Deve ser calculado em função de três parâmetros: concentração do anestésico na solução, dose
máxima recomendada e peso corporal do paciente.
Vasoconstritores
Felipressina;
Epinefrina: É o mais utilizado, deve ser o agente de escolha para quase toda totalidade de
procedimento odontológico. Promove constrição dos vasos das redes arteriolar e venosa
38 | P á g i n a
pela estimulação do receptor α1 e dependendo do volume injetado pode interagir β1 no
coração aumentando a frequência cardíaca, a força de contração e o consumo de O2 pelo
miocárdio. Produz dilatação das artérias coronárias, levando a aumento do fluxo sanguíneo
coronariano. Liga-se β2, promovendo dilatação dos vasos na musculatura esquelética.
2. Não catecolamina:
Felipressina
Está contida cujo sal anestésico é a prilocaína. A constrição é decorrente da ação sobre os
receptores V1 da vasopressina. Valor mínimo no controle da hemostasia, pois na ela age no
fluxo venoso.
SOLUÇÃO LIDOCAÍNA 2%
20x4,4 = 88mg
60x4,4 = 264mg
Reações adversas
PSICOGÊNICOS
TÓXICOS
39 | P á g i n a
Aumento da pressão respiratória pode resultar em tremores, depressão respiratória,
convulsões tônico-clônica;
Efeitos causados por alguns anestésicos locais.
ALERGIA
Ésteres (PABA)
Metabissulfito (presente em anestésicos com aminas simpatomiméticas)
Metilparabeno (conservante do tubete de plástico)
METEMOGLOBINEMIA
Prilocaína e benzocaína
PARESTESIA
Articaína e prilocaína
TÉCNICAS ANESTÉSICAS
• Infiltração local: pequenas terminações nervosas na área de tratamento são infiltradas com
anestésico local, é um bloqueio de campo.
• Bloqueio de Campo: anestésico é infiltrado próximo aos ramos nervosos terminais maiores. O
tratamento é realizado na área distante onde foi depositado o anestésico.
Técnica:
1. Agulha: calibre 27
Técnica:
40 | P á g i n a
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular do 2º molar;
4. Procedimento: avançar pra cima, pra dentro e pra trás em um só movimento (45º);
penetração 16 mm; depositar 0,9 a 1,8ml durante 30 a 60s.
Técnica:
Área anestesiada: parte posterior do palato duro e os tecidos moles até o 1º pré e
mediamente até a linha média.
Técnica:
3. Ponto de referência: forame palatino maior, junção do processo alveolar maxilar e osso
palatino.
Técnica:
41 | P á g i n a
4. Procedimento: 0,3ml no freio lingual durante 15s; 0,3ml na papila (ângulo reto) durante 15s;
0,3 ml no tecido mole adjacente a papila incisiva (forame) durante 15s.
Técnica:
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima da face distal do 2º molar superior.
3. Área alvo: nervo maxilar (no ponto onde ele atravessa a fossa pterigopalatina), superior e
medial à área-alvo do bloqueio do n. alveolar superior posterior.
Técnica:
4. Pontos de referência: forame palatino maior, junção do processo alveolar maxilar e o osso
palatino.
42 | P á g i n a
Bloqueio do nervo alveolar inferior
Pode ser suplementada pela anestesia do nervo lingual e bucal quando houver
necessidade de analgesia da mucosa vestibular do 1º ao 3º molar, ou tecidos moles da
região lingual respectivamente.
Nervos anestesiados: alveolar inferior e seus ramos terminais (metoniano e incisivo),
comumente o nervo lingual
Áreas anestesiadas: dentes mandibulares até a linha média, corpo da mandíbula e porção
inferior do ramo; mucoperiósteo vestibular anterior ao 1º molar mandibular (nervo
metoniano); dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual);
tecidos moles linguais e periósteo (nervo lingual).
Técnica:
Técnica:
Área anestesiada: dois terços anteriores da língua, assolho da boca e mucoperiósteo da face
lingual da mandíbula.
Técnica:
43 | P á g i n a
Procedimento: profundidade da agulha 5 mm, injetar 0,8 a 1,0 ml de anestésico durante
60s.
Área anestesiada: mucosa oral anterior ao forame mentoniano, lábio inferior e mento até a linha
média.
Técnica:
Técnica:
Técnica:
• Introdução da agulha: fica imediatamente distal ao segundo molar maxilar na altura da face
mesial da cúspide palatina; alinhar a agulha com o plano que se estende do ângulo da boca até
44 | P á g i n a
a incisura intertrago no lado da injeção. A agulha deverá ficar paralela ao ângulo entre a orelha
e a face;
• Pontos de referência intrabucais: traçar uma linha imaginária da comissura da boca até a
incisura intertrago; colocar o dedo indicador sobre a incisura coronoide, para possibilitar a
retração dos tecidos e ajudar a determinação do local da penetração da agulha; visualizar a
cúspide palatina do segundo molar maxilar; Procedimento: avançar agulha aproximadamente
25 mm, retrair agulha 1 mm, injetar 1,8 ml de anestésico, solicitar que o paciente mantenha a
boca aberta durante 1 a 2 minutos, aguardar 5 a 7 minutos para o efeito.
Técnica:
• Introdução da agulha: tecidos moles sobre a borda medial do ramo mandibular diretamente
adjacente à tuberosidade maxilar, na altura da junção mucogengival, correspondente ao
terceiro molar maxilar;
• Procedimento: voltar o bisel da agulha para fora do osso do ramo mandibular (voltado para a
linha média); colocar o indicador ou polegar sobre a incisura coronóide, afastando os tecidos
moles na borda medial do ramo em direção lateral.
QUESTÕES - ANESTESIOLOGIA
6.
1. Embora muitas substâncias sejam classificadas como anestésicos locais e tenham utilidade nas
profissões de saúde, somente algumas são atualmente empregadas na odontologia. Dentre as
45 | P á g i n a
soluções anestésicas disponíveis para uso odontológico, qual é a molécula híbrida?
(COREMU/UFG – 2018):
a) Mepivacaína.
b) Lidocaína.
c) Articaína.
d) Prilocaína.
2. Uma diferença significativa entre os dois principais grupos de anestésicos locais, os ésteres e as
amidas, é o meio pelo qual o organismo transforma biologicamente a substância ativa em uma
substância farmacologicamente inativa. O metabolismo dos anestésicos locais é importante,
pois a toxicidade geral da substância depende do equilíbrio entre a velocidade de absorção pela
corrente sanguínea no local de injeção e a velocidade em que ela é removida. Qual dos
anestésicos indicados a seguir sofre metabolização tanto no fígado quanto no plasma
sanguíneo? (COREMU/UFG – 2019):
a) Articaína.
b) Lidocaína.
c) Mepivacaína.
d) Prilocaína.
3. Os anestésicos locais, depois de absorvidos pela corrente sanguínea, são distribuídos para todos
os tecidos. A concentração plasmática do anestésico é influenciada (COREMU/UFG – 2019):
d) pela função pulmonar, pois é sabido que grande parte do anestésico é eliminado pelos gazes
respiratórios.
46 | P á g i n a
d) 3,8 tubetes de bupivacaína 0,5%.
6. Um paciente portador de insuficiência renal crônica que realiza diálise regular é classificado,
minimamente, segundo a Associação Americana de Anestesiologia (ASA), como (UFRN – 2019):
a) ASA III.
b) ASA IV.
c) ASA I.
d) ASA II.
8. Ao entrar num centro de especialidades odontológicas para atender pacientes que serão
submetidos a extrações dentárias, o cirurgião-dentista é informado que não há tubetes
anestésicos disponíveis. Entretanto, a auxiliar de consultório dentário lhe apresenta um frasco
de 50 mL contendo Articaina a 4%. Como há muitos pacientes agendados e esperando
atendimento, o dentista precisa estimar quantos pacientes poderão ser atendidos.
Considerando que cada paciente pesa em média 65Kg e receberá metade da dose máxima
recomendada pelo fabricante e/ou pela Food Drug Administration (FDA), o número de pacientes
atendidos será (UFRN – 2020):
a) 7
b) 3
c) 5
d) 8
47 | P á g i n a
a) alveolar inferior.
b) infra-orbitário
c) mentoniano.
d) alveolar superior posterior.
10. Um paciente pesando 80 kg, sem comprometimento sistêmico, necessita realizar a exodontia
do dente 28 impactado. Quais nervos necessitam ser anestesiados para obtenção de silêncio
operatório; e qual a dose máxima do anestésico Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000 a
ser utilizada neste caso (considere dose máxima por peso de 4,4 mg e dose máxima absoluta de
300 mg)? (COREMU – UFSC – 2019):
a) N. Alveolar Superoposterior e N. Palatino maior; 8,3 tubetes.
b) N. Alveolar Superoposterior, N. Alveolar Superior Médio e N. Palatino maior; 8,3 tubetes.
c) N. Alveolar Superoposterior e N. Palatino maior; 9,7 tubetes.
d) N. Alveolar Superoposterior, N. Alveolar Superior Médio e N. Palatino maior; 9,7 tubetes.
e) N. Alveolar Superoposterior, N. Palatino maior e N. Palatino menor; 8,3 tubetes.
11. O bloqueio nervoso realizado para a anestesia dos dentes incisivos, caninos e pré-molares
superiores é (UEPA – 2017):
a) bloqueio do nervo infraorbitário.
b) bloqueio do nervo nasopalatino.
c) bloqueio do nervo palatino maior.
d) bloqueio do nervo alveolar inferior.
e) bloqueio do nervo alveolar superior médio anterior.
GABARITO:
48 | P á g i n a
FÁRMACOS
A dor pode ser classificada segundo determinação temporal em dor aguda ou crônica. O
componente fisiológico da dor é chamado nocicepção, que consiste dos processos de
transdução, transmissão e modulação de sinais neurais gerados em resposta a um estímulo
nocivo externo. Entretanto, os nociceptores podem se tornar sensíveis ao receber um estímulo
de alodínea, que é quando se recebe um estímulo que antes não provocava dor.
Quando o indivíduo sofre uma lesão tecidual a primeira substância liberada é a Fosfolipase A2,
que é responsável pelo início da cascata de inflamação. A fosfolipase A2 é inibida por
corticoesteróides (ATENÇÃO – ISSO SEMPRE É QUESTÃO DE PROVA). O corticoesteróide reduz o
ácido araquidônico, que é liberado das células que participam da resposta inflamatória. Com a
menor quantidade de substrato, a ação enzimática da COX-2 e 5-LIPOXIGENASE ficam
prejudicadas, dessa forma tendo uma menor produção de prostaglandinas e leucotrienos.
Quando a enzima Fosfolipase A2 é liberada ela atua nos fosfolipídeos das membranas das células
envolvidas no processo inflamatório, liberando ácido araquidônico no citosol. Esse ácido sofre a
ação de dois sistemas enzimáticos a cicloxigenase e 5-lipoxigenase produzindo autacóides,
responsável pela hiperalgesia.
A lesão tecidual também servirá de sinalizador para que as células fagocitárias (macrófago e
neutrófilo) produzam mais prostaglandinas diretamente no local inflamado, estimulando a
liberação de outras substâncias que também possuem propriedades pró-inflamatórias.
MEDIADORES QUÍMICOS
A histamina e a bradicinina são as primeiras substâncias que liberam a dor, ou seja, são elas que
liberam os nociceptores.
A serotonina, noradrenalina, dopamina, prostaglandina e os leucotrienos são sensibilizados
pelos nociceptores e causam a hiperalgesia.
49 | P á g i n a
Prostaciclina: Produzidas pelas células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos (No
endotélio a prostacilina + plaquetas irão liberar o Tramboxano);
Tromboxano A2: Liberados pelas plaquetas.
O ácido araquidônico irá liberar Prostaglandinas e Leucotrienos, que são responsáveis pela dor,
ou sejam, os nocicptores ficam sensíveis aos estímulos nociceptivos que causa a dor.
Irá gerar substâncias que produzem diferentes efeitos, em função do tipo celular envolvido:
COX-2, por sua vez, está presente em pequenas quantidades no tecido e quando se tem
um estímulo inflamatório. Ela libera os efeitos inflamatórios, como a febre, dor e
inflamação. Sua inibição pode causar aumento dos riscos cardiovasculares (Hipertensão
Arterial Sistêmica e Trombose) e edema pela retenção de Sódio e H2O.
REGIMES ANALGÉSICOS
1. Analgesia Preemptiva:
2. Analgesia Preventiva:
3. Analgesia Perioperatória:
50 | P á g i n a
Prévia a incisão (corticoesteróide no pré) e no pós-operatório imediato (AINES ou
Corticoesteróide no pós).
AINES
Controle de dor aguda moderada a severa, por exemplo após as cirurgias como dentes
inclusos, implantes, enxertos;
Analgesia preventiva;
Dor já instalada;
Artrites;
Antiagregante Plaquetários – ASS.
AÇÃO X DROGAS
51 | P á g i n a
CORTICOESTERÓIDES
PRINCIPAIS FUNÇÕES
Regulação da homeostase;
Regulação eletrolítica;
Regulação do metabolismo.
OBS: USO SEGURO QUANDO EM DOSE ÚNICA PRÉ-OPERATÓRIA OU POR TEMPO RESTRITO.
CONTRAINDICAÇÕES
Alterações adrenais;
Infecções bacterianas, fúngicas e virais.
ANALGÉSICOS
52 | P á g i n a
Os analgésicos rotineiramente empregados são a dipirona e o paracetamol. Como alternativa a
ambos, pode-se optar pelo ibuprofeno em dose menor (200 mg), que tem ação analgésica nessa
dose similar a dipirona.
Na clínica odontológica esses medicamentos são empregados durante as primeiras 24/48 horas,
pois seu objetivo é controlar dor aguda de baixa intensidade. No caso dos procedimentos da
especialidade da bucomaxilo o período de dor do paciente é maior, pois se trata de dor
moderada a severa, sendo necessário tomar enquanto houver dor.
DIPIRONA
PARACETAMOL
OPIÓIDES
Não são indicados para menores de 16 anos e pode causar efeitos adversos como:
Náuseas;
Constipação intestinal;
Sonolência;
Alteração no humor;
Depressão respiratória;
Sonolência.
ANÁLOGOS DA MORFINA
53 | P á g i n a
Agonistas: Morfina, heroína e codeína;
Agonistas parciais: Nalorfina e Levalorfan;
Antagonista: Naloxona. QUESTÃO DE PROVA
DERIVADOS SINTÉTICOS
Fenilpiperidinas (Meperidina e Fentanil);
Metadona (Metadona e dextropropoxifeno);
Benzomorfan (Pentazocina);
Tramal e Tramadol.
ANTIBIÓTICOS
ANTISSÉPTICOS
SOLUÇÕES ANTISSÉPTICAS
CLOREXIDINA
Base mais estável como sal;
Ação bactericida – Desagrega a membrana plasmática da bactéria, causando perda do
conteúdo celular;
Bactérias: Aeróbias facultativas, GRAM + e -, fungos e leveduras (Afetam +
estreptococos muttans)
Concentração: 0,12% - Bochecho e 2 – 4% - Extrabucal (usado na preparação cirúrgica
na pele do paciente);
ANTIBIÓTICOS
CLASSIFICAÇÃO
54 | P á g i n a
Os antibióticos podem ser classificados com base em diferentes critérios: ação biológica,
espectro de ação e mecanismo de ação.
1. AÇÃO BIOLÓGICA
2. ESPECTRO DE AÇÃO
3. MECANISMO DE AÇÃO
Os mecanismos dos antibióticos ainda não são totalmente compreendidos. O Antibiótico ideal
seria aquele com máxima toxicidade seletiva, isto é, que exerceria sua ação atingindo apenas o
microrganismo invasor, sem causar dano ao hospedeiro. A toxicidade seletiva está relacionada
às diferenças estruturais e funcionais que as células bacterianas apresentam em relação às dos
mamíferos:
• Presença de parede celular e cápsula;
• Divisão binária com ausência dos processos de meiose;
• Ausência de mitocôndrias;
• Ausência de núcleo individualizado com membrana nuclear;
• Ribossomos 70S, com subunidades 30S e 50S. As células humanas apresentam
ribossomos 80S, com subunidades 40S e 60S.
PAREDE CELULAR
A parede celular reforça a membrana citoplasmática bacteriana e tem por função proteger,
sustentar e dar forma à célula. Devido a sua alta permeabilidade, não interfere nas trocas
químicas entre a bactéria e o meio externo.
55 | P á g i n a
SÍNTESE DE PROTEÍNAS
Essa ação pode se dar de duas formas: pela interferência na tradução da informação genética
(alteração da síntese proteica), e pela formação de proteínas defeituosas.
BETA-LACTÂMICOS
Seu nome se refere ao anel beta-lactâmico, comum a esses agentes. Estes antibióticos inibem a
reprodução das bactérias suscetíveis, interferindo com as ligações cruzadas da parede celular e
matando-as pela ativação das mureína-hidrolases, que destroem as paredes celulares. A
resistência aos antibióticos lactâmicos ocorre quando as bactérias podem sintetizar a beta-
lactamase, a qual rompe o anel beta-lactâmico e neutraliza o antibiótico. Muitas bactérias
produzem penicilinases específicas, isto é, as beta-lactamases que destroem apenas a penicilina.
Além disso, algumas bactérias desenvolvem uma permeabilidade alterada às penicilinas em suas
paredes celulares por alterações nas proteínas ligadoras de penicilína. Existem cinco categorias
gerais: Penicilinas, cefalosporinas, monobactamos, carbapenemas e drogas combinadas,
formuladas com inibidores da beta-lactamase.
1. PENICILINAS
Beta Lactâmicos As penicilinas são um grupo diverso dos antibióticos beta-lactâmicos, que
variam consideravelmente em seu espectro. A principal contraindicação ao uso da penicilina
para tratar bactérias suscetíveis é a hipersensibilidade. A incidência de alergia às penicilinas
alcança de 1 a 10% entre várias populações. A maioria dos casos de hipersensibilidade é limitada
à reações dermatológicas (2 a 3%), mas as respostas anafiláticas à penicilina não são incomuns,
ocorrendo em 0,004 a 0,015% dos pacientes.
A penicilina G é um sal tanto com sódio ou potássio. A dose típica para o adulto é 2 a 5 milhões
de unidades administradas por via intramuscular. A penicilina G procaína é uma formulação de
atuação longa usada para alcançar níveis adequados no soro em 8 a 12 horas, os níveis
permanecem efetivos por 1 ou 2 dias quando a droga é administrada por via intramuscular. A
penicilina G benzatina produz uma mesma duraçâo longa nos níveis sorológico com a droga
cletectável por 1 a 3 semanas.
56 | P á g i n a
A penicilina V é estável em meio ácido e administrada por via oral. A dosagem típica para o
adulto é 500 mg, 4 vezes por dia. Os níveis de pico da penicilina V são alcançados em 30 a 45
minutos, a maioria da droga desaparece no soro, 6 horas após a administração. O espectro da
penicilina natural inclui a maioria dos aeróbios Gram-positivos e a maioria dos anaeróbicos.
2. CEFALOSPORINAS
As cefalosporinas são outro importante grupo dos antibióticos beta-lactâmicos.
Felizmente, elas são menos suscetíveis às beta-lactamases se comparadas com as
penicilinas naturais. Como as penicilinas, as cefalosporinas de primeira geração e, em
menor grau, as ele segunda geração, as cefalosporinas proporcionam boa cobertura
contra a microbiota oral. As gerações das cefalosporinas geralmente relatam seus
respectivos espectros. Os agentes ele primeira geração tem maior atividade contra
Gram-positivos, mas quanto mais alta a geração, a cobertura contra Gram-positivos
diminui um pouco, enquanto aumenta a eficácia contra bactérias Gram-negativas. Uma
tendência similar ocorre para os anaeróbicos, contra os quais as primeiras gerações
apresentam maior eficácia. Quanto maior a geração aumenta também a resistência
contra as beta-lactamases.
3. CARBAPENEMAS
1. TETRACICLINAS
57 | P á g i n a
subunidade ribossômica 305 bloqueando a ligação aminoacil RNAt, inibindo assim a síntese
proteica elas bactérias. Embora as tetraciclinas sejam usadas clinicamente, além de seu uso na
prevenção de osteíte seca de molares inferiores (aveolite seca), tratamento de acne, e
tratamento de doenças periodontais, estas drogas raramente são usadas para as infecções da
região maxilofacial. Os efeitos colaterais das tetraciclinas incluem distúrbios gastrointestinais,
manchamento dos ossos e dos dentes, e distúrbio de desenvolvimento dentário. Os efeitos
sobre os dentes contraindicam seu uso em gestantes e crianças. As tetraciclinas elevem ser
usadas com cuidado em conjunto com a fenitoína, a carbamazepina e os anticoagulantes orais
e em pacientes com insuficiência renal.
2. VANCOMICINA
3. CLORANFENICOL
O cloranfenicol é hoje um antibiótico raramente usado, que inibe a síntese proteica bacteriana
pela ligação à subunidade do ribossomo 5OS; assim, ele é um agente bacteriostático. Por causa
de seu amplo espectro, é potencialmente útil para o tratamento da H. influenza ampicilina-
resistente e bactérias anaeróbias. Ele tem boa penetração no sistema nervoso central e, assim,
é um bom agente para os abscessos cerebrais e meningites. No entanto, seu raro efeito colateral
de anemia aplásica limita muito seu uso somente àquelas situações nas quais os antibióticos
menos tóxicos não podem ser usados ou são inefetivos. A droga mais comumente causa
supressão reversível da medula óssea relacionada à dose. Em neonatos, a incapacidade de
conjugar o cloranfenicol pode induzir à chamada síndrome do bebê cinza, com cianose e falência
circulatória. A dosagem usual do cloranfenicol para crianças mais velhas e adultos é 50 mg/kg
por dia divididos em quatro doses. Os níveis no soro e a contagem completa das células
sanguíneas devem ser monitorados.
MACROLÍDEOS
58 | P á g i n a
açúcares. Estes antibióticos são bacteriostáticos por interferirem na síntese proteica se fixando
à subunidade ribossômica procariótica 50S. Embora não mate o organismo, esta interferência
com a síntese das proteínas neutraliza as bactérias. A resistência aos antibióticos macrolídeos
pode ocorrer pela alteração do sítio receptor ou modificação bacteriana do antibiótico. As
bactérias Gram-negativas podem resistir aos rnacrolídeos inerentemente por causa das
membranas celulares externas. Além disso, as infecções por S. aureus resistentes são resistentes
aos macrolídeos.
1. ERITROMICINA
Suas propriedades antibacterianas Gram-positivas são similares àquelas das penicilinas, mas a
eritromicina não é tão efetiva quanto a penicilina contra os anaeróbicos. Os ésteres da
eritromicina ajudam a superar a incipiente biodisponibilidade do fármaco e sua tendência em
provocar desconforto gastrointestinal. Para as infecções bucais e faciais graves, outros agentes
são tipicamente preferidos a eritromicina, mesmo em casos de alergia à penicilina. A
eritromicina ainda é usada frequentemente para legionelose e infecções por Mycoplasma
pneumoniae.
2. CLINDAMICINA
A clinclamicina é um antibiótico tipo lincoamida que reapareceu como uma droga comumente
usada para as infecções odontogênicas graves, incluindo a osteomielite. O mal fundado receio
da colite pseudomembranosa limitou o uso deste agente por muitos anos, mas uma avaliação
cientificamente melhor embasada da colite relacionada aos antibióticos falhou em confirmar
qualquer perigo especial da clindamicina comparada a outros antibióticos em indivíduos
imunocomprometidos. A clindamicina é bem absorvida oralmente, mas também está disponível
como uma droga parenteral. Ela penetra prontamente nos tecidos duros e moles devido ao seu
tamanho molecular relativamente pequeno, mas não passa através das meninges inflamadas.
Seu espectro inclui bactérias aeróbias Gram-positivas e anaeróbias facultativas e estritas. A
dosagem usual para o adulto é 150 a 450 mg a cada 6 horas por via oral ou 300 a 900 mg a cada
8 horas, parenteralmente.
3. AZITROMICINA
A azitromicina está disponível em cápsulas ele 250 mg e comprimidos, comprimidos de 500 mg,
várias potências para suspensão oral, e uma forma ele infusão intravenosa. A meia vida longa
da droga permite doses enterais de 500 mg inicialmente uma vez por dia e 250 mg depois disso.
A forma encapsulada da droga deve ser dada pelo menos 1 hora antes ou após as refeições, e a
suspensão deve ser dada pelo menos 2 horas antes ou depois das refeições. Os comprimidos
podem ser tomados a qualquer hora.
4. CLARITROMICINA
5. AMINOGLICOSÍDEOS
Estas drogas são úteis contra muitas bactérias Gram-negativas, mas raramente são usadas em
infecções de cabeça e pescoço por causa de sua cobertura limitada contra bactérias Gram-
59 | P á g i n a
positivas e anaeróbicos. Um exemplo é a Amicacina, que é ototóxica e nefrotóxica para
pacientes idosos.
QUINOLONAS
BENZODIAZEPÍNICOS
MECANISMO DE AÇÃO
EFEITOS COLATERAIS
60 | P á g i n a
A amnésia anterógrada é outro efeito colateral dos benzodiazepínicos, que pode ocorrer
mesmo quando empregados em dose única. É definida como o “esquecimento dos fatos
que se seguiram a um evento tomado como ponto de referência”. Geralmente coincide
com o pico de atividade do medicamento, sendo mais comum com o uso do midazolam
e do lorazepam.
QUESTÕES - FÁRMACOS
1. Há mais de 60 anos, a cortisona foi empregada clinicamente pela primeira vez, no tratamento
da artrite reumatoide. Modificações químicas na molécula da cortisona geraram vários análogos
sintéticos, que diferem entre si pela potência relativa anti-inflamatória, pela equivalência entre
as doses, pelos efeitos colaterais indesejáveis, pela duração de ação, dentre outros.
Considerando a duração de ação, o corticosteroide de curta duração é a (COREMU/UFG – 2018):
a) prednisona.
b) dexametasona.
61 | P á g i n a
c) betametasona.
d) hidrocortisona.
4. A respeito dos antimicrobianos, assinale a alternativa correta. (Santa Casa de Campo Grande –
MS – 2019):
a) O ácido ascórbico tem a capacidade de bloquear as betalactames produzidas por bactérias
resistentes.
b) A clindamicina possui baixa concentração em tecido ósseo, sendo contraindicada para
infecção de origem odontogênica em tecido ósseo.
c) A tetraciclina é o antibiótico de primeira escolha para o tratamento de doenças periodontais
em gestantes.
d) O metronidazol é um agente nitroimidazólico sintético, bactericida e antiprotozoário.
6. Atualmente, qual é o antibiótico mais usado como padrão na profilaxia da endocardite infecciosa
em pacientes com prótese valvar ou valvopatia? (COREMU/UFG – 2019):
62 | P á g i n a
a) Clindamicina, IV, 300 mg, uma hora antes do procedimento cirúrgico.
b) Azitromicina, VO, 500 mg, uma hora antes do procedimento cirúrgico.
c) Ampicilina, VO, 500 mg, 30 minutos antes do procedimento cirúrgico.
d) Amoxicilina, VO, 2 g, uma hora antes do procedimento cirúrgico.
10. Os benzodiazepínicos são os medicamentos sedativos e ansiolíticos usados com mais frequência
em cirurgia oral. Entretanto, têm-se dado preferência ao uso de midazolam por provocar
amnésia anterógrada e (UFRN – 2019):
a) por atuar como coadjuvante do sono na noite posterior à cirurgia.
b) por apresentar margem de segurança intermediária.
c) por apresentar um metabolismo mais rápido que outros benzodiazepínicos.
d) por produzir aumento na pressão arterial e diminuição da frequência cardíaca.
11. Os benzodiazepínicos são em geral usados para sedação pré-operatória imediatamente antes
do procedimento e como um coadjuvante do sono na noite anterior à cirurgia. Na prática clínica,
também são utilizados para sedação moderada; em doses mais elevadas, podem produzir
sedação profunda. Em relação às características farmacológicas dos benzodiazepínicos, analise
as afirmativas abaixo.
63 | P á g i n a
II- Possuem disponibilidade de um agente de reversão eficaz
III- Possuem a propriedade que permite a amnesia retrógada
IV- Apresentam propriedades relaxantes musculares e atividade convulsivante.
12. Assinale a alternativa correta de acordo com Andrade, no Livro Terapêutica Medicamentosa em
Odontologia (COREMU – UFSC – 2019):
a) O cirurgião-dentista deve evitar prescrever corticosteroides para pacientes em tratamento
com varfarina ou clopidogrel.
b) Em Odontologia, o momento mais adequado para empregar os corticosteroides é após a lesão
tecidual, utilizando-os em dose única ou por tempo muito restrito.
c) As penicilinas são a primeira escolha para o tratamento das infecções bucais bacterianas,
dando-se preferência à amoxicilina em relação à ampicilina por possuir maior espectro de ação
e eficácia.
d) Pacientes em uso de anticoagulantes apresentando RNI < 4,5 não necessitam alteração de
dosagem, nem suspensão do fármaco nas cirurgias odontológicas.
e) O regime mais eficaz com os anti-inflamatórios não esteroidais é sua introdução
imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa.
GABARITO:
REPARAÇÃO TECIDUAL
CONCEITO
64 | P á g i n a
A cicatrização de lesões (ou feridas) é uma expressão clara de uma intricada e rigorosamente
organizada sequência de repostas químicas e celulares para restaurar a integridade do tecido e
sua capacidade funcional após a injúria.
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
Primeira intenção: Ocorre quando uma laceração asséptica ou uma incisão cirúrgica é
fechada inicialmente com suturas ou outros métodos de e a cicatrização ocorre sem
deiscência e com mínima formação de cicatriz;
Segunda intenção: Quando as condições sejam menos favoráveis, o preenchimento é
mais lento do defeito tecidual com tecido de granulação e conjuntivo. Comumente
associado a injuria avulsiva, infecção local, ou fechamento inadequado da lesão.
Terceira intenção: Cicatrização secundária com fechamento tardio. A lesão avulsiva ou
contaminada é curetada e deixada para formação de tecido de granulação durante 5-7
dias. Uma fez formado o adequado tecido de cicatrização é feita a sutura para que haja
cicatrização por primeira intenção.
Inflamatória;
Proliferativa;
Remodelação.
FASE INFLAMATÓRIA
Vasodilatação inicial:
Vasodilatação:
65 | P á g i n a
Os neutrófilos são liberados primeiro e começam a migrar no momento da injuria, são
as células predominantes. Eles migram pela rede de fibrina, então os leucócitos invadem
o local para ajudar a eliminar as bactérias e tecidos sem vitalidade.
O monócitos aumentam quando os neutrófilos diminuem. Quando ativados são
chamados de macrófagos e dão continuidade na limpeza para microdebridação. Eles
fagocitam bactérias e restos celulares. Os macrófagos são importantes para a
fibroplastia e reparos defeituosos.
FASE PROLIFERATIVA
Fase de angiogênese:
Os fibroblastos começam a sintetizar uma nova matriz e colágeno imaturos (que aumentam a
resistência e tração) que servem de arcabouço para novos vasos.
Na superfície de lesão dermal um novo endotélio é formado para sela a superfície exposta da
lesão.
FASE DE REMODELAÇÃO
CICATRIZAÇÃO DE LESÕES
Neuropraxia;
Axoniotmese;
66 | P á g i n a
Neurotmese.
Neuropraxia:
Axoniotmese:
Neurotmese:
Após a agressão as células de Schwann começam a sofre uma série de alterações celulares:
Degeneração Valeriana. Após a primeiras 78 horas os axônios agredidos começam a se
fragmentar e são fagocitados pelas células de Schwann, essas células iniciam a tentativa de
conectar a ramificação proximal com a distal. As células sobreviventes prolieram-se para
67 | P á g i n a
formam a Banda de BUNGNER, que aceita o ramo do axônio regerativo. Se o alinhamento não
ocorrer temos a formação de um neuroma.
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA
COMPLICAÇÕES
• Infecção da lesão;
• Deiscência da lesão;
• Cicatrização proliferativa.
CICATRIZAÇÃO PROLIFERATIVA
No Trauma tecidual a incisão deve ser firme e bem definida + suturas usadas de forma
criteriosa;
Hemostasia e remoção de resíduos da lesão para evitar infecção, espaço morto e
necrose dos retalhos;
Paciente diabético não controlado não tem boa vascularização periférica, logo o
fechamento da lesão é necessário ser feito por primeira intenção.
Paciente portador de imunodeficiência é importante realizar a contagem total de
linfócitos e CD4, HIV e se faz uso de esteróides.
68 | P á g i n a
Terapia de oxigênio hiperbárico é uma opção no auxílio da cicatrização pois aumenta a
quantidade de oxigênio dissolvido e a difusão de oxigênio voltado para o tecido.
1. No processo de cicatrização tecidual, após lesão traumática ou cirúrgica; são conhecidas três
fases distintas: inflamatória, proliferativa e de remodelação, que se caracteriza por
(COREMU/UFG – 2018):
a) na fase inflamatória, as citocinas, interleucina IL II e o fator de necrose tumoral estimulam a
formação tecidual.
b) na fase proliferativa, a duração é de três a cinco dias e é caracterizada por uma resposta
espontânea para estancar a hemorragia.
c) a fase inflamatória ocorre previamente à resposta reparadora do organismo e tem duração
de três a cinco dias, ocorre vasoconstrição e ativação do fator de Hageman.
d) a fase de remodelação substitui progressivamente a fase inflamatória e inicia efeitos cascatas
do processo cicatricial, induzindo o complemento e plasminogênio.
2. Feridas crônicas surgem quando a cicatrização está comprometida. Essas feridas geralmente
apresentam a fase inflamatória mais extensa, com fibroplasia resultante que aumenta o tecido
cicatricial e a contratura da ferida. Fatores de risco comuns para a cicatrização deficiente em
pacientes internados ou com trauma local são idade avançada, infecção da ferida, diabetes
mellitus, histórico de tabagismo e desnutrição. Esses fatores podem ser classificados como locais
e sistêmicos. É um fator sistêmico de impedimento para cicatrização das feridas (COREMU/UFG
– 2019):
a) a hipóxia.
b) os corticosteroides.
c) a insuficiência venosa.
d) a isquemia.
69 | P á g i n a
5. Assinale a alternativa que apresenta a definição correta da fase em que se tem a reposição das
estruturas lesionadas morfofuncionais semelhantes àquelas que existiam anteriormente no
local:
a) Reparação.
b) Cicatrização.
c) Remodelação.
d) Síntese.
e) Regeneração.
7. Independente da causa da lesão ao tecido não-epitelial, tem início um processo padrão que é
chamado de cicatrização da ferida. Em processo possui três estágios básicos, denominados:
a) Inflamatório, fibroblástico e remodelador.
b) Inflamatório, remodelador e avascular.
c) Vascular, proliferativo e remodelador.
d) Vascular, migratório e remodelador.
8. Com relação aos princípios de cirurgia buco-dental, lesões e reparação de feridas, analise as
afirmativas abaixo e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas
( ) Uma incisão longa em um cenário de reparação adequada cicatriza tão rápido quanto uma
incisão curta, sendo preferível criar um retalho, o suficiente a fim de evitar a sua dilaceração no
decorrer da cirurgia.
( ) No pricípio de planejamento de retalho, em geral, a medida da base do retalho é
preferencialmente duas vezes maior que a altura.
( ) Na cicatrização das feridas, o estágio inflamatório inicia-se no momento em que ocorre a
lesão tecidual e, na ausência de fatores que prolonguem a inflamação, dura de 3 a 5 dias.
( ) Se as suturas forem mantidas por um período muito longo na tentativa de controlar a
tensão da ferida, esta, ainda assim, tenderá a se abrir durante o estágio de remodelação da
cicatrização.
( ) Os três tipos de lesão aos nervos são: neuropraxia, axonotmese e neurotmese, sendo a
primeira o tipo mais grave de lesão; implica uma perda completa de continuidade do nervo.
Assinale a alterativa que contém a sequência CORRETA:
a) F-V-V-F-F
70 | P á g i n a
b) F-V-F-V-F
c) V-F-V-F-F
d) V-V-V-V-F
e) F-F-F-F-V
9. No tocante aos princípios de cirurgia e reparação das feridas diante de procedimentos cirúrgicos
bucomaxilofaciais, analise as assertivas e totalize o somatório de pontos das INCORRETAS:
(8) As principais exigências básicas para atender os princípios de cirurgia são a visibilidade
adequada do campo operatório e auxílio adequado. Uma visibilidade adequada caracteriza-se
por acesso adequado, iluminação adequada, campo cirúrgico livre de sangue e síntese
adequada.
(12) O espaço morto em uma ferida geralmente é preenchido por sangue, o que cria um
hematoma com risco de infecções. O uso de dreno é uma forma de evitar espaço morto. Suturas
isoladas superficiais diminuem o risco de espaço morto.
11. Sobre os fatores que interferem na cicatrização óssea, assinale a alterativa CORRETA:
a) As fraturas expostas, especialmente aquelas em comunicação com secreções orais ou
respiratórias, apresentam chances de infecção
b) As fraturas por cisalhamento, compreensão ou torção cicatrizam mais lentamente
c) A nicotina não prejudica a cicatrização óssea, pois não inibe o crescimento vascular nem
diminui a função osteoblástica.
d) A osteomielite é mais comum no maxilar superior, em função da vascularização mais pobre
que na mandíbula
e) O uso de certo medicamentos anti-inflamatórios ou citotóxicos, durante a fase inflamatória
da cicatrização, acelera a produção do osteoblastos.
71 | P á g i n a
12. Sobre regeneração óssea, assinale a afirmativa CORRETA:
a) Nas fraturas ósseas, para que a formação de osso ocorra num determinado local, células
mesenquimais indiferenciadas migram para o local e proliferam para se formarem osteoblastos.
b) Nas fraturas cominutivas, os osteoclastos recebem o nome de osteócitos
c) Os osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos são as principais células responsáveis pela
formação do osso
d) Nos cotos ósseos, a regeneração óssea ocorre no colágeno e na matriz
e) Os osteoblastos são células totalmente indiferenciadas, contudo sem capacidade de migração
e proliferação
13. Nas fraturas ósseas, o reparo do tecido ósseo obedece a uma ordem histogênica e:
a) A histogênese óssea acontece por ossificação por 1ª e 2ª intenção, formando osso
histologicamente diferente.
b) Osso, como tecido mineralizado, 25 % e 75% orgânico, organiza seu reparo com cálcio, fósforo
e sódio.
c) Ossificação intramembranosa ou ossificação endocondral, ambas formando osso
histologicamente idêntico.
d) A presença de células de colágeno tipos I, III e de proteoglicanas define a ordem de reparação.
e) A histogênese óssea se processa, independente das células osteogênicas, de periósteo e de
endósteo, respectivamente.
15. Qualquer que seja a causa de lesão tecidual não epitelial, um processo estereotípico é iniciado
e, caso seja capaz de continuar sem impedimentos, trabalhará para restaurar a integridade do
tecidos. Esse processo é chamado de cicatrização de feridas e tem sido dividido em estágios
básicos, que são:
a) Inflamatório, fibroplástico e remodelação
b) Inflamatório, fibroplástico e regeneração
c) Inflamatório, vasoconstrição e remodelação
d) Inflamatório, vasoconstrição e regeneração
e) Inflamatório, vasoconstrição e proliferação tecidual
72 | P á g i n a
b) Antes descrito como um processo patológico, estudos de modernidade desenvolvidos por
Virchow, Cohnheim, entre outros, descreveram a inflamação como um processo ordenado e
sequencial de eventos moleculares e celulares, como parte do processo de reparo.
c) Os processos inflamatórios são respostas naturais e desejados dos hospedeiros frente às
colonizações agressivas de ferimentos pela invasão microbiana de fungos e bactérias. Tais
respostas não se apresentam quando os agentes agressivos são mecânicos, térmicos ou
químicos.
d) As respostas inflamatórias, nem sempre, são benéficas aos hospedeiros, uma vez que a
intensidade da resposta pode ser bastante destrutiva aos tecidos normais, podendo resultar em
mais prejuízos aos organismos de que os próprios agentes que desencadearam a resposta inicial.
17. Sobre princípios básicos de reparo em tecidos moles, marque a opção CORRETA:
a) A primeira fase do reparo, após a lesão dos tecidos moles, é a ativação da cascata de
coagulação e a agregação plaquetária, seguida de ativação de diversos fatores procoagulantes,
como fibrinogênio, fibronectina, trombospondina, PDGF, EGF, entre outros, que visam a
formação do coágulo e a hemostasia, uma vez realizada a hemostasia, segue-se a fase
inflamatória, em que há a proliferação e a quimiotaxia de células inflamatórias de primeira
resposta para promover a fagocitose das células danificadas e restos celulares na região
lesionada.
b) A segunda fase caracteriza-se pela proliferação fibroblástica, que migra dos vasos endoteliais
com o objetivo de promover a síntese de proteínas de reparo dos vasos sanguíneos e a
reparação da camada basal do epitélio
c) A fase da maturação e remodelação das feridas predomina pelo aumento da resistência tênsil
das fibras de colágenos que se apresentam desorganizadas em sua deposição, no entanto o
aumento de sua espessura compensa sua desorganização espacial.
d) A fase de hemostasia e inflamação leva cerca de sete dias, sendo seguida pela fase
proliferativa que leva catorze dias e a de maturação e remodelação que leva cerca de duas
semanas também.
GABARITO:
73 | P á g i n a
CIRURGIA ORAL MENOR
74 | P á g i n a
É necessária uma visibilidade adequada:
TÉCNICA ASSÉPTICA
INCISÕES
São feitos para ganhar acesso cirúrgico a uma área ou mover tecido de uma região para outra.
75 | P á g i n a
3. O suprimento sanguíneo axial deve ser incluído na base. A
base do retalho não deve ser torcida, esticada ou apertada
para não danificar os vasos e comprometer o suprimento
sanguíneo e drenagem do retalho.
Prevenção de deiscência do retalho: Aproximação das bordas do
retalho sobre osso sadio, manipulação cuidadosa e não submeter a
tensão. A deiscência expõe o osso subjacente, produz dor, perda
óssea e fibrose excessiva.
Prevenção da dilaceração do retalho: Criar retalho amplo
suficiente, se o retalho envelope não proporcionar acesso
suficiente, incisão relaxante deve ser feita.
HEMOSTASIA
76 | P á g i n a
É qualquer área que permaneça desprovida de tecido após fechamento da ferida. É preenchido
por sangue, que cria um hematoma com alto potencial para infecção. O espaço morto pode ser
eliminado por 4 maneiras:
DESCONTAMINAÇÃO E DEBRIDAMENTO
Obtido por irrigação repetida da ferida durante a cirurgia e pelo fechamento. Grandes
volumes de fluidos sob pressão sobre a ferida. Soluções contendo antibióticos possam
ser utilizadas, a maioria dos cirurgiões utiliza solução salina estéril ou água esterilizada;
Debridamento da ferida é a remoção cuidadosa de tecido necrótico e severamente
isquêmico e de materiais exógenos do tecido lesionado que pode impedir cicatrização.
O debridamento é feito durante o tratamento de feridas traumaticamente induzidas ou
condições patológicas.
CONTROLE DO EDEMA
77 | P á g i n a
1. Doenças autoimunes.
PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
Cáries:
Talvez a razão mais comum e amplamente aceita para remover um dente é que esteja tão
severamente cariado que não pode ser restaurado. A extensão até onde o dente está cariado, e
é considerado não restaurável, é uma decisão a ser tomada entre o cirurgião-dentista e o
paciente. Algumas vezes, a complexidade e o custo necessários para salvar um dente
severamente cariado também torna a extração uma escolha razoável. Isso é particularmente
verdadeiro com a disponibilidade e sucesso das confiáveis próteses implantossuportadas.
Necrose pulpar:
Um segundo motivo para remover o dente é a presença de necrose pulpar ou pulpite irreversível
que não é indicado para endodontia. Isso pode ser resultado do paciente recusar tratamento
endodôntico ou um canal radicular tortuoso, calcificado e não tratável por técnicas endodônticas
convencionais. Também incluído nesta categoria de indicações gerais está o caso em que o
tratamento endodôntico foi feito, mas falhou em aliviar a dor ou conseguir drenagem e o
paciente não deseja retratar.
Doença Periodontal:
Uma razão comum para remoção do dente é a doença periodontal extensa e severa. Se a
periodontite severa do adulto existe há algum tempo, será encontrada severa perda óssea e
mobilidade dental irreversível. Nessas situações o dente com excesso de mobilidade deve ser
extraído. Também, perda óssea periodontal ativa pode prejudicar a chance de colocação
imediata de implantes, tornando a extração um passo sensível antes que o dente se torne
moderadamente ou severamente mole.
Razões Ortodônticas:
Pacientes que estão prestes a passar por correção ortodôntica de dentição apinhada com
comprimento de arco insuficiente, frequentemente precisam de extração de dentes para gerar
espaço para alinhamento dentário. Os dentes mais comumente extraídos são os pré-molares
maxilar e mandibular, mas um incisivo mandibular pode ocasionalmente precisar ser extraído
pela mesma razão. Muito cuidado deve ser tomado para confirmar se a extração é realmente
necessária e que o dente ou os dentes corretos sejam removidos se outro que não o cirurgião
que está fazendo as extrações fez o planejamento das mesmas.
Dentes Malposicionados:
Dentes malposicionados podem ser indicados para extração em algumas situações. Se
traumatizam tecido mole e não podem ser reposicionados por tratamento ortodôntico, devem
ser extraídos. Um exemplo comum disso é o terceiro molar maxilar, que irrompe em posições
vestibulares severas e causam ulceração e trauma do tecido mole e da bochecha. Outro exemplo
são os dentes malposicionados que estão hiperirrompidos devido à perda dos dentes no arco
oposto. Se a reabilitação protética for feita no arco oposto, este dente pode interferir na
construção de uma prótese adequada. Nessa situação, dente malposicionado deve ser
considerado para extração.
Dentes Fraturados:
Uma indicação incomum para extração dos dentes é um dente com coroa fraturada ou raiz
78 | P á g i n a
fraturada. O dente fraturado pode ser doloroso e não é controlável por uma técnica mais
conservadora. Algumas vezes, dentes quebrados já passaram por tratamento endodôntico no
passado.
Dentes Impactados:
Dentes impactados devem ser considerados para remoção, se estiver claro que um dente
parcialmente impactado não está apto a irromper em oclusão funcional devido a espaço
inadequado, interferência de dentes adjacentes ou alguma outra razão, ele deve ser considerado
para remoção cirúrgica.
Dentes Supranumerários
Dentes supranumerários são normalmente impactados e devem ser removidos. Um dente
supranumerário pode interferir com o irrompimento dos dentes que o sucedem e tem o
potencial de causar reabsorção e fazer com que saiam do lugar.
Dentes Associados a Lesões Patológicas:
Dentes que estão envolvidos em lesões patológicas podem precisar de remoção. Isso é
geralmente visto em cistos odontogênicos. Em algumas situações, o dente ou os dentes, podem
ser mantidos e tratamento endodôntico executado. Entretanto, se a manutenção do dente
compromete a completa remoção cirúrgica da lesão quando a completa remoção é fundamental,
o dente deve ser removido.
Radioterapia:
Pacientes que estão recebendo radioterapia para câncer oral, na cabeça ou no pescoço devem
considerar a remoção dos dentes que estão na direção da terapia com radiação. Entretanto,
muitos desses dentes podem ser mantidos com devido cuidado.
Questões Financeiras:
A indicação final para a remoção dos dentes está relacionada à situação financeira do paciente.
Todas as razões para extração já mencionadas podem se tornar mais fortes se o paciente não
está com vontade ou não pode financeiramente apoiar a decisão de manter o dente. A
incapacidade do paciente de pagar pelo procedimento pode fazer com que o dente seja
removido. Também, restauração com implantes tem normalmente uma relação custo benefício
mais eficaz para o paciente do que manter um dente duvidoso.
CONTRAINDICAÇÕES
Cautela em cirurgias que o paciente tenha tomado uma variedade de medicamentos como
corticosteroides, agentes imunossupressores, bisfosfonados e agentes quimioterápicos para
câncer.
Contraindicações sistêmicas:
1. Doenças metabólicas descompensadas severas;
79 | P á g i n a
2. Diabetes não controlada e falência renal com uremia severa;
3. Leucemia e linfoma não controlados (complicações potenciais são infecção devido ao
não-funcionamento dos glóbulos brancos e sangramento excessivo devido ao número
inadequado de plaquetas);
4. Doenças cardíacas severas e não controladas;
5. Hipertensão maligna (risco de sangramento persistente, insuficiência aguda do
miocárdio e acidente vascular cerebral).
6. Arritmias cardíacas não controladas e severas;
7. Gravidez no primeiro ou terceiro trimestre;
8. Coagulopatias severas (hemofilia ou distúrbio plaquetários pode ser controlados pela
administração de fatores de coagulação ou transfusões plaquetárias);
Contraindicações locais:
1. História de radiação terapêutica para câncer (osteorradionecrose);
2. Dentes localizado em área de tumor maligno (metástase);
3. Pericoronarite severa (deve ser tratada para depois ser removido o dente);
4. Abscesso dentoalveolar agudo (não é uma contraindicação, mas deve ser iniciada uma
antibioticoterapia e a extração, planejada o mais rápido possível).
80 | P á g i n a
3. Condição patológica apical (granulomas ou cisto devem ser removido no momento
da cirurgia).
Uma raiz irrompida pode ser extraída usando-se uma ou duas técnicas principais: fechada ou
aberta.
A técnica fechada é também conhecida como a técnica de rotina. A técnica aberta é também
conhecida como técnica cirúrgica, ou técnica a retalho.
A técnica fechada é a mais frequentemente usada e é a primeira consideração para quase todas
as extrações. A técnica aberta é usada quando o clínico acredita que força excessiva seria
necessária para remover o dente, quando uma quantidade substancial da coroa está ausente ou
coberta por tecido ou quando uma coroa frágil está presente. A técnica correta para qualquer
situação deve levar a uma extração atraumática; a técnica errada normalmente resulta em uma
extração excessivamente traumática e longa.
Qualquer técnica escolhida, os três fundamentos requeridos para uma boa extração continuam
os mesmos: (1) acesso e visualização adequados do campo cirúrgico, (2) um caminho sem
impedimentos para a remoção do dente, e (3) o uso de força controlada para luxar e remover o
dente. Para o dente ser removido do alvéolo ósseo, normalmente é necessário expandir as
paredes do alvéolo ósseo para permitir um caminho livre para a raiz do dente, e é necessário
romper as fibras do ligamento periodontal que prende o dente no alvéolo ósseo. O uso das
alavancas e fórceps como alavancas e cunhas com força aumentada constantemente pode
alcançar esses dois objetivos.
81 | P á g i n a
rompimento do ligamento periodontal requerem que o dente seja luxado em muitas
maneiras. A alavanca reta é inserida perpendicularmente ao dente dentro do espaço
interdental, após o rebatimento da papila interdental. A alavanca é então girada de tal
forma que a porção inferior da lâmina encoste em osso alveolar e que a porção superior,
ou oclusal da lâmina seja girada na direção do dente a ser extraído;
Etapa 3: adaptação do fórceps ao dente. Os fórceps adequados são escolhidos agora
para o dente a ser extraído. As pontas ativas do fórceps devem apresentar um formato
adequado para se adaptarem anatomicamente ao dente, apical à margem cervical, ou
seja, na superfície radicular. O fórceps é então ajustado ao dente para que suas pontas
agarrem a raiz abaixo do tecido mole descolado.
Etapa 4: luxação do dente com fórceps. Então se começa a luxar o dente usando os
movimentos discutidos anteriormente. A maior parte da força é feita na direção do osso
mais fino e, portanto, mais fraco. Assim, em todos os dentes da maxila e todos os
mandibulares, menos o molar, o movimento será labial e vestibular (p. ex., na direção
da camada fina do osso).
Etapa 5: remoção do dente do alvéolo. Uma vez que o osso alveolar foi suficientemente
expandido e o dente luxado, uma força de tração leve, geralmente de direção vestibular,
pode ser usada. Forças de tração devem ser minimizadas, porque esse último
movimento que é usado quando o processo alveolar é suficientemente expandido e o
ligamento periodontal está completamente rompido.
TÉCNICA ESPECÍFICA
Dentes Maxilares
Incisivos: fórceps nº 150, maior expansão será no lado vestibular.
Canino: fórceps nº 150, pressão rotacional pode ser útil para expandir o alvéolo-dental
Primeiro pré-molares: fórceps nº 150, o dente deve ser luxado ao máximo com alavanca
reta. Força rotacional deve ser evitada.
Segundo pré-molares: fórceps nº 150
Molar: fórceps nº 53R, 53L. Se a coroa apresentar grande destruição o fórceps nº 89 e
90 são úteis. 1º molar cuidado com o seio maxilar, 2º molar é mais fácil de ser extraído
o 3º molar erupcionado extraído só com uso de alavancas ou fórceps 210S.
Dentes Mandibulares
Dentes anteriores: fórceps nº 151 ou fórceps de Asche de estilo inglês.
Pré-molares: mais fácil de ser removido, fórceps nº 151
Molares: 1º molar é o mais difícil de se extrair, fórceps nº17. O 2º molares sofrem
pressões mais forte para lingual que para vestibular, se as raízes forem bifurcada fórceps
nº 23 ou chifre de vaca. 3º molares erupcionados usa fórceps nº 222.
82 | P á g i n a
PRINCÍPIOS DE EXODONTIA MAIS COMPLEXAS
Sua base deve ser mais ampla que a margem livre para manter o suprimento sanguíneo;
Tamanho adequado para permitir acesso adequado para inserção de instrumentos;
O retalho deve ser mantido afastado do campo operatório por um afastador que deve
ser apoiado em osso sadio;
Incisões cortantes cicatrizam mais rápido que tecidos dilacerados;
Comprimento ântero-posterior, estende se a dois dentes anteriores a um dente
posterior à área da cirurgia;
Se for feita incisão relaxante, ela deve se estender desde um dente anterior a um dente
posterior à área da cirurgia;
O retalho deve ser mucoperiosteal de espessura totalmente;
A incisão deve ser feita sob osso sadio;
Evitar lesão as estruturas vitais;
As incisões de alivio deve ser feita geralmente na extremidade anterior do retalho;
A relaxante deve ser oblíqua e não deve ser feita na região de papila e nem diretamente
na região vestibular do dente.
Retalho em envelope: mais usada é a sulcular. Faz se uma incisão no sulco gengival até
a crista óssea através do periósteo, e rebate apicalmente.
Retalho de três ângulos: é um retalho envelope com uma incisão relaxante. Fornece
maior acesso, o componente vertical é mais difícil de ser fechado e pode demorar a
cicatrizar.
Retalho de quatro ângulos: é um retalho envelope com duas relaxantes. Raramente é
indicado.
Incisão semilunar: oferece acesso ao ápice radicular. Acesso limitado.
Incisão em Y: acesso ao osso palatino para remoção de torus palatino. O tecido deve ser
rebatido com cuidado e os prolongamentos ântero-laterais da incisão mediana são
anteriores a região dos caninos.
83 | P á g i n a
3. O deslocamento do retalho começa pela papila. A extremidade cortante do descolador
de Molt nº 9 é introduzida sob a papila na área de incisão e girada lateralmente para
afastar a papila do osso subjacente. Uma vez que a margem do retalho tenha sido
descolada, a extremidade maior é usada para descolar o retalho até a extensão
desejada;
4. No retalho triangular, o descolamento inicial é feito somente na primeira papila. Após,
a parte mais larga do instrumento é inserida na parte mediana do retalho, e a dissecação
é realizada com um empurrão no sentido posterior apical;
5. Depois o afastador é mantido para manter o retalho na posição adequada, apoiado em
osso sadio e sem mucosa entre o afastador e osso. Afastador mantido firmemente
contra o osso.
PRINCÍPIOS DE SUTURA
Função: coaptar as margens da ferida – quando as margens da feriada é nítida a
cicatrização é por primeira intenção, mas quando as margens têm dilacerações ou
traumas excessivos a cicatrização é por segunda intenção; ajudar na manutenção do
coágulo; ajudar a manter o retalho de tecido mole sobre osso sadio.
Agulha de ½ a 3/8 círculo com uma borda cortante reversa.
O retalho é mantido com suturas somente através das papilas:
1. Passa-se o fio primeiro através do tecido móvel;
2. A agulha é presa novamente pelo porta-agulhas e passado através da mucosa
inserida da papila lingual;
3. A agulha deve penetrar em ângulo reto;
4. A quantidade mínima entre o fio de sutura e as bordas do retalho deve ser 3mm
5. O fio de sutura passado pelo tecido lingual inserido e é amarrado com um nó. O fio
de sutura não deve ser apertado de modo exagerado e não deve ser colado sobre
a linha de incisão.
Indicação: extração aberta pode ser menos traumática das duas; extração cirúrgica
eletiva sempre que perceberem a possível necessidade de força excessiva na extração
fechada; extração a fórceps não obteve exito; osso denso; coroas clínicas muito pequena
com evidência de atrição grave; hipercementose; raízes amplamente divergentes; coroas
destruídas por caries, cárie radicular, ou com grandes restaurações de amálgama.
84 | P á g i n a
Retalho mucoperiósteo suficiente;
Um retalho em envelope com extensão de dois dentes anteriores e um dente posterior
ao dente a ser removido;
Se for necessária incisão relaxante localizada a um dente anterior ao dente a ser
removido;
Retalho é mantido na posição por um destaca periósteo;
1º opção: tentar recolocar o fórceps sob visão direta, alcançando, assim, maior vantagem
mecânica e removendo o dente sem remover osso.
2º opção: colocar a ponta ativa do fórceps sob a cortical bucal para obter maior vantagem
mecânica e abarcar a raiz do dente.
3º opção: usar alavanca reta empurrando-a para baixo ao longo do espaço do ligamento
periodontal do dente. O dedo indicador deve guiar a força da alavanca, pequeno movimento de
rotação deve ser feito para ajudar expandir o espaço do ligamento, permitindo que uma alavanca
reta pequena entre no espaço e atue como uma cunha, deslocando a raiz no sentido oclusal.
4º opção: remoção óssea sobre área do dente. A largura do osso bucal a ser removida é
essencialmente a mesma da dimensão mesiodistal do dente. No sentido vertical, a remoção deve
ser aproximadamente ½ a 2/3 do comprimento da raiz. Se o dente ainda esta difícil de ser
extraído após remoção do osso, pode se fazer um orifício na raiz com uma broca na porção mais
apical da área da remoção óssea. O orifício deve ter 3 mm de diâmetro e profundidade, e uma
alavanca mais forte pode ser usada como elevador. O tecido mole é reposicionado e suturado.
As margens ósseas que estiver cortante, devem ser alisadas com uma lima óssea;
O campo cirúrgico deve ser irrigado com grande quantidade de soro;
O retalho é colocado na sua porção original e suturado com fio de seda preta 3.0, a
sutura será apoiada em osso sadio e intacto.
A principal diferença é que o dente pode ser dividido com uma broca, converter um
dente multirradicular em dois ou três dentes unirradiculares;
Se a coroa estiver intacta, ela é seccionada a modo de facilitar a remoção de raízes.
Porém, se não existir coroa, o objetivo é separar as raízes, facilitando a remoção com
alavanca;
1º molar inferior: secção do dente no sentido vestíbulo-lingual, dividindo o dente em
duas metades, uma mesial (com a raiz mesial e metade da coroa) e outra distal. Realiza-
se, uma incisão envelope e remove-se pequena quantidade de osso da crista alveolar.
Após o dente é luxado com uma alavanca reta. O dente seccionado é tratado com um
pré-molar inferior e removido com um fórceps nº151. O retalho é reposicionado e
suturado.
Técnica cirúrgica:
85 | P á g i n a
5. Após secção, utiliza-se alavanca reta pequena para luxar e mobilizar as raízes
seccionadas;
6. Se a coroa do dente for seccionada, usam se fórceps universais. Se não houver coroa, as
alavancas retas e triangulares são empregadas para elevar a raiz do alvéolo;
7. Algumas vezes, uma raiz remanescente pode ser difícil de ser removida, sendo
necessária remoção de osso adicional, é preciso preparar um ponto de apoio com a
broca e usar uma alavanca para elevar a raiz residual.
1. Realizar um retalho e remover uma quantidade de osso vestibular suficiente até expor
bifurcação;
2. Utiliza-se uma broca para seccionar a raiz mesial do dente e transformar o molar em um
dente radicular;
3. A coroa com a raiz mesial é extraída com fórceps para molar inferior n° 17;
4. A raiz remanescente é elevada do alvéolo com uma alavanca Cryer. Essa é colocada no
alvéolo vazio e girada usando o princípio de roda e eixo;
5. Se o molar mandibular não tiver coroa, a broca é usada para dividir as duas raízes em
componentes mesial e distal;
6. Alavanca reta pequena é usada para mobilizar e luxar a raiz mesial, que é liberada do
alvéolo pela inserção da alavanca de Cryer no encaixe preparado pela broca. A alavanca
é girada do modo roda e eixo, a raiz mesial é liberada. O instrumental oposto é inserido
no alvéolo vazio e girado pelo osso inter-radicular para encaixar na raiz remanescente e
liberá-la.
Extração dos molares maxilares com raiz vestibular e palatina amplamente divergentes:
1. Se a coroa do dente está intacta, as duas raízes vestibulares são seccionadas do dente e
a coroa, removida junta com a raiz palatina;
2. Retalho envelope e remoção de osso até expor a trifurcação;
3. Broca para seccionar as raízes mesiovestibular e distovestibular;
4. Fórceps para molar superior libera a coroa e raiz palatina no sentido longo eixo da raiz.
Toda força de extração deve ser na direção vestibular;
5. Alavanca reta pequena é usada para luxar as raízes vestibulares
6. Cuidado com o seio maxilar, por isso a força na direção apical deve ser, miníma e
cuidadosamente, controlada. A força total da alavanca reta deve ser na direção
mesiodistal ou em direção ao palato;
7. Se a coroa estiver destruída ou fraturada, as raízes devem ser divididas em duas raízes
vestibulares e uma palatina. As raízes são luxadas com alavanca reta e extraídas com
alavancas Cryer de acordo com a preferência. Extrai-se a raiz palatina, após removerem-
se as raízes vestibulares.
Técnica fechada:
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1. O alvéolo deve ser irrigado com vigor, e a sucção deve ser feita com pequena ponta de
aspiração. Ser removido do alvéolo pela irrigação.
2. Se a irrigação-sucção não surtir efeito, movimente o ápice luxado para fora do alvéolo
com alavanca apical. A alavanca é inserida no espaço do ligamento e a raiz é empurrada
para fora.
Técnica aberta:
1. Retalho mucoperiósteo é descolado, remoção de osso com cinzel ou broca para expor a
superfície vestibular da raiz, liberada com uma alavanca reta pequena. A ferida é irrigada
e o retalho é reposicionada e suturado.
2. Técnica da janela aberta. O retalho é descolado da maneira usual, e a área apical do
fragmento radicular é localizado. O osso sobre o ápice do dente é removido, com uma
broca, expondo o fragmento radicular. Em seguida um instrumento é inserido na janela,
e o dente é deslocado para fora do alvéolo. É preferível, usar retalho triangular, essa
técnica é usual quando o osso da crista cortical deve ser preservado.
Quando os métodos fechados não tiverem êxito e um método fechado for traumático
Quando põe em riscos estruturas importantes
Se as tentativas de remoção da raiz residual puderem deslocar para dentro de espaços teciduais
ou para dentro do seio maxilar.
Indicações:
1. Prevenção de doença periodontal: formação de nichos bacteriano adequado para
formação da doença periodontal na região com área de difícil limpeza, levando formação
de bolsas periodontal;
2. Prevenção de cárie dentária: a presença de cárie no terceiro molar, quando afeta o
segundo molar leva-a uma cárie de cemento, com evolução rápida e de difícil
tratamentos.
3. Pericoronarite: processo infeccioso que afeta o opérculo que recobre a coroa de um
dente incluso ou parcialmente erupicionado.
87 | P á g i n a
clorexidina a 0,12%, associado com debridamento local. Depois higienizar e irrigar
durante 5 dias, depois remoção do dente.
Pericoronarite moderada: tecido mole bastante traumatizado com aumento de volume
intra-oral, região apresenta-se dolorosa a mastigação. Tratamento: sob anestesia local,
realizar irrigação com peróxido de hidrogênio ou clorexidina a 0,12%, associado com
debridamento local. Depois higienizar e irrigar durante 5 dias, depois remoção do dente
sob profilaxia antibiótica.
Pericoronarite grave: grande aumento local associado a dor, trismo, hipertermia e
aumento de volume extra-oral. Tratamento: sob anestesia local, realizar irrigação com
peróxido de hidrogênio ou clorexidina a 0,12%, associado com debridamento local,
iniciar antibioticoterapia. Depois higienizar e irrigar durante 5 dias, depois remoção do
dente com antibioticoterapia, que será mantida por pelo menos 48 horas.
A exodontia do terceiro molar inferior deve ser postergada até a resolução do quadro infeccioso
local. Nesse mesmo tempo o terceiro molar superior merece tratamento para eliminar o
traumatismo (desgaste das cúspides vestibulares, confecção de uma placa para desoclusão, ou
exodontia do elemento em questão).
Condição médica comprometida: condição sistêmica deve ser avaliada antes do ato
operatório. Caso a função cardiovascular ou respiratória do paciente, ou defesa do
hospedeiro para combater a infecção estejam seriamente comprometidas ou, caso o
paciente apresente coagulopatias adquiridas ou congênita.
Proximidade com estruturas nobres: remoção do dente incluso pode apresentar riscos
de dano a tais estruturas
Angulação: angulação do longo eixo do terceiro molar impactado, tendo relação com o
longo eixo do segundo molar adjacente.
Mesioangular: miníma dificuldade de remoção, mais frequente 43%
Horizontal: maior dificuldade em comparação com o mesioangular,
3%
Vertical: terceiro em dificuldade. O segundo mais frequente 38%
Distoangular: mais difícil, 6%
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Relação com o plano oclusal: Profundidade do dente impactado, comparado com altura do
segundo molar adjacente.
MORFOLOGIA RADICULAR
Comprimento da raiz:
1/3 ou 2/3 de comprimento é o momento ideal;
Menor que 1/3 mais difícil de remover o dente (roda no alvéolo).
Direção da curvatura:
Impacção mesioangular com raiz ligeiramente curva em direção distal fratura caso não
seja seccionado antes de remover.
Espaço do ligamento:
Espaço amplo mais fácil extração;
Espaço estreito mais difícil extração (remover mais osso).
Angulação:
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Face palatina: mais difícil (remover mais osso e acesso por palatino, risco de danificar os
nervos e vasos do forame palatino).
Procedimento cirúrgico:
Dentes inferiores
Impacção inferior mesioangular: metada distal da coroa é seccionada na canaleta
vestibular, logo abaixo da linha cervical, na face distal. Essa porção é removida. O
restante do dente é removido com alavanca n° 301posicionada na face mesial da linha
cervical.
90 | P á g i n a
Impacção horizontal: mais difícil! Remoção do osso abaixo da linha cervical expor a face
superior da raiz distal e a maioria da superfície vestibular da coroa, o dente é seccionado
por divisão da coroa do dente das raízes na linha cervical. A coroa é removida e as raízes
são descoladas com alavanca de Cryer para dentro do espaço ocupado pela coroa. Se as
raízes são divergente, seccionas as raízes em duas porções e removidas individualmente.
Impacção vertical: é umas das duas mais difíceis de remover. Remoção de osso nas faces
vestibular, oclusal e distal, a metade distal da coroa é seccionada e removida, e o dente
elevado com alavanca.
Impacção distoangular: remoção de osso nos lados vestibular, oclusal e distal do dente,
coroa é seccionada das raízes logo acima da linha cervical. A coroa inteira é quase
sempre removida, as raízes são elevadas com alavanca. Se as raízes são divergentes, elas
são seccionadas em dois pedaços e individualmente removidas.
Dentes superiores
Remoção de osso preferível ao seccionamento dentário;
Quase sempre seccionados na linha cervical;
Remoção da porção da coroa do dente, deslocamento da raiz.
Passo 4: Remoção do dente seccionado com alavanca. As alavancas são desenhadas para não
aplicar força excessiva, mas para se encaixar no dente e na raiz dentária e aplicar força na direção
apropriada.
91 | P á g i n a
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES EM EXODONTIAS
Laceração do retalho:
Prevenção: Realizar retalho de tamanho adequado; utilizar força controlada. Realizar incisões
relaxantes
Retalho lacerado: Interromper a cirurgia e estender a incisão para que obtenha melhor acesso.
Deslocamento da raiz o seio maxilar: Se não houver infecção prévia e o fragmento tiver 2 a 3
mm de comprimento, o CD deve fazer uma tentativa de remover a raiz. Primeiro faz-se uma
radiografia para determinar a posição e o tamanho do fragmento, depois irriga-se através da
abertura no ápice do alvéolo e então suga-se a solução para tentar expulsar o fragmento. Se essa
não funcionar, deixa-se o fragmento.
Raízes de molares inferiores: Podem ser deslocados para o espaço submandibular. Portanto
deve-se evitar pressão apical.
92 | P á g i n a
Áreas de risco: cortical vestibular do canino superior, cortical vestibular dos molares superiores
(principalmente primeiro molar) e assoalho do seio maxilar, tuberosidade maxilar e vestibular
dos incisivos inferiores.
Tratamento: se a parte do alvéolo-dentário for removido com o dente, ele não deve ser
recolocado. A superfície óssea deverá ser regularizada e o tecido mole reposicionado para
prevenir o retardo da cicatrização. Mas, se o osso permanecer unido ao periósteo, ele pode ser
separado do dente e deixado aderido ao recobrimento do tecido mole, pois nesse caso haverá
suprimento sanguíneo. Faz-se dissecação do osso e sutura. Isso favorece a cicatrização para
reconstrução protética.
Fratura da tuberosidade:
Importante para reabilitação protética total, mais comum em terceiro molar superior
erupcionado e segundo molar quando este é o último dente.
Fraturas simples sem separação do periósteo: tratamento igual ao processo alveolar (estabiliza
e sutura)
Fratura de tuberosidade excessivamente móvel e não puder ser dissecado do dente: coloca
tala no dente e adiar a cirurgia para 6 a 8 semanas para ocorrer cicatrização óssea. Depois realiza-
se cirurgia com técnica aberta. Ou secciona a coroa do dente e deixar a tuberosidade e raiz
cicatrizarem. Após 6 a 8 semanas realiza-se remoção das raízes normalmente.
Comunicação oroantral:
Realizar manobra de vassala para confirmar.
1. Menor que 2 mm: nenhum tratamento
2. 2 a 6 mm: sutura em oito figurado. Prescrever antibioticoterapia por 5 dias e
descongestionante nasal
3. 7 mm ou mais: considerar reparo com retalho para evitar formação de fístula
oroantral
Instrução para o paciente: não assoar o nariz, não espirrar violentamente, não usar canudos,
não fumar
Prevenção: evitar pressão apical, utilizar técnica aberta e não curetar.
Hemorragia pós-operatória:
Causas: alta vascularização do tecido, movimento exploratório e pressão negativa da língua
(perda do coágulo), enzimas salivares, ferida aberta.
Fatores a se considerar: histórico familiar, medicamento (anticoagulantes) e exames
laboratoriais.
Prevenção: cirurgia mais atraumática possível, remover e regularizar espiculas ósseas e curetar
tecido de granulação.
93 | P á g i n a
Prevenção: assepsia adequada, debridamento de feridas, profilaxias antibióticas, suturas sem
tensão nos tecidos.
Deiscência:
Separação das margens da ferida. Ocorre devido a sutura sem suporte ósseo ou sob pressão.
1. Com relação aos instrumentais básicos para a exodontia simples, assinale a alternativa incorreta
(Santa Casa de Campo Grande – MS – 2019):
a) A alavanca é um instrumento utilizado para luxar dentes do osso circunvizinho.
b) O fórceps 17 é indicado para molares inferiores de ambos os lados.
c) O fórceps mais utilizado para dente unirradicular na mandíbula é o fórceps universal inferior
ou o fórceps n.o 150.
d) A pinça-goiva é o instrumento mais comumente utilizado para a remoção de osso em cirurgia
dento-alveolar.
2. Nas cirurgias dos terceiros molares, a incidência de alveolite pode variar de 3 a 25%. Essa inflação
caracteriza-se por apresentar uma sintomatologia dolorosa que geralmente aparece de 3 a 4 dias
após a exodontia e pela presença de odor desagradável. A ocorrência dessa complicação pode
aumentar em pacientes (UFRN – 2019):
a) diabéticos e obesos.
b) fumantes e usuários de contraceptivos orais.
c) obesos e fumantes.
d) usuários de contraceptivos orais e obesos.
3. Uma biópsia incisional é um procedimento que remove apenas uma porção da lesão. Em relação
aos princípios cirúrgicos desse tipo de biópsia (UFRN – 2019):
a) é suficiente, para auxiliar no diagnóstico, apenas um fragmento, qualquer que seja o tamanho
da lesão, considerando que a biópsia é incisional.
b) é importante que, nos casos de úlceras, a excisão seja feita na área central da lesão.
c) é desejável a remoção de tecidos necróticos e também de líquidos, que geralmente são
fundamentais para o correto diagnóstico nos casos de cistos odontogênicos.
d) é desejável a remoção de uma área estreita, mas profunda, da lesão.
4. Existem critérios e indicações para extrações dos terceiros molares permanentes. Por ser mais
frequente, uma indicação de extração desses dentes é (UFRN – 2019):
a) a reabsorção radicular dos segundos molares.
b) o desenvolvimento de dor neurogênica.
c) a pericoronarite recorrente.
94 | P á g i n a
d) o risco para cistos e tumores odontogênicos.
8. Paciente 69 anos, com história de cardiopatia isquêmica, apresentou durante seu atendimento
odontológico uma forte dor no peito. Qual a conduta correta nessa situação?
a) Deitar o paciente, fornecer oxigênio, adrenalina sub-cutânea e solicitar socorro urgente
b) Sentar o paciente confortavelmente e dar o vasodilatador sublingual. Caso a dor não pare a
2ª dose, fornecer oxigênio, aspirina 300mg e encaminhar para o atendimento hospitalar
c) Deitar o paciente, levantar suas pernas e monitorizar sinais vitais até que o paciente se sinta
mais confortável
d) Liberar o paciente e prescrever analgésico e antiinflamatório
95 | P á g i n a
10. As doses máximas recomendadas de adrenalina e de felipressina como vasoconstritores nas
soluções anestésicas, consideradas para pacientes com comprometimento cardiovascular são,
respectivamente, de:
a) 0,2mg e 0,03 UI
b) 0,2mg e O,27 UI
c) 0,04mg e 0,03 UI
d) 0,04mg e 0,27 UI
11. A hipoglicemia, nível anormalmente baixo de glicose sanguínea, é uma complicação que, quando
aguda, pode ser ameaçadora à vida dos pacientes, podendo ocorrer em indivíduos diabéticos
ou não. A respeito do enunciado acima, assinale a alterativa incorreta:
a) Em procedimentos em que há expectativa de limitação da função mastigatória no período
pós-operatório, pode ser necessário a alteração da dieta alimentar e eventual ajuste da dose de
insulina ou hipoglicemia oral, cabendo ao cirurgião-dentista essa função
b) O estágio precoce é caracterizado por náuseas, sensação de fome e diminuição da função
cerebral, alterações no humor ou temperamento e diminuição de espontaneidade
c) O estágio avançado caracterizado por sudorese, taquicardia, piloereção, aumento da
ansiedade e padrão estranho de comportamento
d) Durante o atendimento de diabéticos, é necessário manter uma solução açucarada à
disposição em toda a sessão de atendimento
14. Em relação aos princípios básicos das feridas cirúrgicas, assinale a alternativa incorreta:
a) O preparo de um retalho deve ter como objetivo prevenção da isquemia, prevenção do
rompimento do retalho e prevenção da deiscência cirúrgica
b) Para prevenir a deiscência do retalho, é importante suturar por cima de um tecido saudável
e bem vascularizado e obter uma sutura sem tensões
c) Os retalhos têm uma vascularização axial, quando a chegada de sangue ocorre devido a
múltiplas ramificações arteriais e por um vaso arterial paralelo ao pedículo
d) Os retalhes sem incisão de alívio são constituído por uma única incisão linear e oferecem
melhor circulação sanguínea
e) Os retalhos paramarginais ocorrem quando a incisão é realizada a uma distância variável do
sulco tanto na gengiva aderida quanto na mucosa alveolar.
GABARITO:
96 | P á g i n a
1- C / 2- B / 3- D / 4- C / 5- A / 6- C / 7- B /8- B / 9- D / 10- D / 11- A / 12- A / 13- D / 14- C
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
97 | P á g i n a
MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
As bactérias que causam infecções são mais comumente parte das bactérias nativas que
normalmente vivem sobre o hospedeiro ou nele.
As infecções odontogênicas não são exceção, pois as bactérias que causam tais
infecções são parte da flora oral normal: aquelas que integram a placa bacteriana,
aquelas encontradas nas superfícies mucosas e aquelas encontradas no sulco gengival.
Primeiro fator: Quase todas as infecções odontogênicas são causadas por múltiplas
bactérias. A natureza polimicrobiana dessas infecções torna importante que o clínico
compreenda a variedade de bactérias prováveis de causar infecção.
Segundo fator: A tolerância ao oxigênio das bactérias que causam as infecções
odontogênicas. Como a flora da boca é uma associação de bactérias aeróbias e
anaeróbias não é surpreendente constatar que a maioria das infecções odontogênicas
é causada por bactérias anaeróbias e aeróbias. Infecções causadas apenas por bactérias
aeróbias contribuem com 6% de todas as infecções odontogênicas. Cerca de 44% das
infecções odontogênicas são causados por somente bactérias anaeróbias. Infecções
causadas por bactérias anaeróbias e aeróbias compreendem cerca de 50% das
infecções odontogênicas.
98 | P á g i n a
HISTÓRIA NATURAL DA PROGRESSÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
A necrose da polpa dental como resultado da cárie profunda cria uma via para as bactérias
penetrarem nos tecidos periapicais. Uma vez que o tecido torna-se inoculado pela bactéria e
uma infecção ativa é estabelecida, esta se dissemina igualmente em todas as direções, mas
preferencialmente ao longo das linhas de menor resistência. A infecção se dissemina pelo osso
esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina cortical for fina, a
infecção perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles circunjacentes.
99 | P á g i n a
Assim que a infecção perfura o osso, sua localização precisa no tecido mole será determinada
pela posição da perfuração relativa às inserções musculares.
Conforme a infecção perfura o osso, ela pode se exteriorizar em uma variedade de locais,
dependendo da espessura do osso suprajacente e da relação das inserções musculares com o
sítio de perfuração. Esta ilustração mostra seis possíveis localizações: abscesso vestibular (1),
espaço bucal (2), abscesso palatino (3), espaço sublingual (4), espaço submandibular (5) e seio
maxilar (6).
DENTES SUPERIORES
100 | P á g i n a
ESPAÇOS FASCIAIS
PRIMÁRIOS
Canino;
Bucal;
Infratemporal;
Submandibular;
Sumentual;
Sublingual.
SECUNDÁRIOS
Massetérico;
Pterigomandibular;
Temporal;
Faríngeo lateral;
Retrofaríngeo;
Pré-vertebral.
Infecções oriundas da maioria dos dentes superiores perfuram a lâmina cortical vestibular.
Tais infecções também perfuram através do osso abaixo da inserção dos músculos que se
inserem na maxila, o que significa que a maioria dos abscessos dos dentes superiores aparece
inicialmente como abscessos vestibulares. Ocasionalmente, um abscesso palatino surge do
ápice de um incisivo lateral gravemente inclinado ou da raiz palatina de um primeiro molar ou
pré-molar superior.
Mais comumente, os molares superiores causam infecções que perfuram o osso superior à
inserção do músculo bucinador, o que resulta em infecção do espaço bucal. Igualmente, de vez
em quando, uma raiz longa do canino superior permite que a infecção perfure o osso superior à
inserção do músculo elevador do ângulo da boca e cause infecção do espaço infraorbitário
(canino).
DENTES INFERIORES
Na mandíbula, as infecções dos incisivos, caninos e pré-molares usualmente perfuram o osso
pela lâmina cortical vestibular superior à inserção dos músculos do lábio inferior, resultando em
abscessos vestibulares.
As infecções nos molares inferiores drenarão pela cortical lingual com mais frequência do que
os dentes anteriores.
As infecções nos primeiros molares vão drenar pela vestibular ou lingual. Infecções no segundo
molar podem perfurar a cortical vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e as infecções
no terceiro molar quase sempre perfuram a lâmina cortical lingual.
O músculo milo-hióideo determina se as infecções que drenam lingualmente vão se dirigir
superiormente a esse músculo para o espaço sublingual ou abaixo dele para o espaço
submandibular.
101 | P á g i n a
4. Tratar cirurgicamente;
5. Dar suporte médico;
6. Escolher e prescrever a terapia antibiótica;
7. Administrar os antibióticos adequadamente;
8. Avaliar o paciente com frequência.
Localização Anatômica:
Escore da severidade = 1: Baixo risco para vias aéreas superiores e estruturas vitais.
Vestibular;
Subperiosteal;
Espaço do corpo da mandíbula;
Infra-orbial;
Bucal.
Submandibular;
Submentoniano;
Sublingual;
Pterigomandibular (Quando a infecção se encontra nesse espaço dificulta a visualização
da orofarinfe).
Temporal superficial;
Temporal profundo ou infra-temporal.
Escore da severidade = 3: Alto risco para as vias aéreas superiores e estruturas vitais.
Faríngeo lateral;
Retrofarígeo;
Pré-traqueal.
Escore da severidade = 4: Extremo risco para as vias aéreas superiores e estruturas vitais.
Danger space;
Mediastino;
Infecção intra-craniana.
102 | P á g i n a
Taxa de progressão:
FASCEÍTE NECROTIZANTE
Sinais:
Pequenas vesículas;
Descoloração púrpura;
Sem brilho na pele envolvida.
Tratamentos:
Diabéticos;
Terapia com esteroides;
Transplante de órgãos;
Malignidade;
Quimioterapia;
Doença renal crônica;
Subnutrição;
AIDS em estágio terminal.
103 | P á g i n a
OBS: Temperatura elevada numa idade avançada não é apenas um sinal de infecção
particularmente severa, mas também uma indicação da reserva metabólica e cardiovascular
diminuída.
104 | P á g i n a
4.3 Momento da incisão e drenagem:
A flora oral é sensível a penicilina, por isso infecções de baixa severidade não precisa de
cultura;
Realizado quando os espaços anatômicos são de severidade moderada ou alta;
Quando o paciente tem comprometimento médico ou imune;
Terapia antibiótica prévia sem sucesso.
105 | P á g i n a
Para as infecções ambulatoriais as penicilinas têm se mostrado efetivas;
Em infecções graves a penicilina e o metronidazol têm a vantagem de cruzar a
barreira hemato-cefálica;
Medicação ideal: Penicilina G Cristalina 4.000.000 U.I 04/04h e pode-se associar
com Metronidazol com 500mg 08/08h.
O nível tecidual do antibiótico determina sua eficácia e este nível é dependente do nível
sérico de antibiótico, pelo qual o antibiótico precisa passar para alcançar níveis
terapêuticos no tecido mole, nos ossos, no cérebro e nas cavidades abscedadas.
A administração antibiótica por via oral requer que o medicamento passe com sucesso
pelo estômago, que é altamente ácido, pelo trato intestinal, que é alcalino, e pelas
interferências químicas das comidas ingeridas. Uma vez absorvido pela mucosa gástrica
ou intestinal, ele pode estar sujeito ao primeiro processo metabólico no fígado e
subsequente excreção pela bile. Parte do antibiótico excretado pode ser reabsorvida
pelo intestino, o que resulta na recirculação ênterohepática. Por essas razões, a
administração oral dos antibióticos atinge níveis séricos muito baixos e em ritmo mais
lento que quando são injetados diretamente no sistema vascular intravenoso.
Cirurgia inadequada;
Defesas do hospedeiro oprimidas;
Problemas com antibióticos;
Falta de colaboração do paciente;
Medicação não atinge o local;
Dosagem muito baixa;
Diagnóstico bacteriano errado;
Antibiótico errado.
106 | P á g i n a
ou do espaço fascial profundo será determinado primariamente pela relação da inserção dos
músculos próximos ao ponto onde a infecção perfurou a lâmina óssea cortical. A maioria das
infecções odontogênicas penetra a lâmina cortical vestibular do osso para tornar-se um
abscesso vestibular. Às vezes, as infecções penetram dentro de outros espaços fasciais
profundos diretamente. Os espaços fasciais são compartimentos teciduais revestidos por fáscia,
preenchidos por tecido conjuntivo frouxo areolar, que podem tornar-se inflamados quando
invadidos por microorganismos.
O processo resultante da inflamação passa através dos estágios que são observados
clinicamente como edema (inoculação), celulite e abscesso. Em pessoas saudáveis, os espaços
fasciais profundos são somente espaços potenciais que não existem. O tecido areolar frouxo
dentro desses espaços serve como coxim para músculos, vasos, nervos, glândulas e outras
estruturas que este circunda e para permitir movimento relativo entre essas estruturas. Durante
uma infecção, este tecido de coxim e de lubrificação tem o potencial de tornar-se altamente
edematoso em resposta ao exsudato do fluido tecidual e, então, ficar endurecido quando os
leucócitos polimorfonucleares, linfócitos e macrófagos migram do espaço vascular para o
interior dos espaços intersticiais infectados.
Finalmente, a necrose de liquefação das células brancas do sangue e deste tecido conjuntivo
induz a formação de abscesso, e a drenagem espontânea ou cirúrgica tipicamente leva à
resolução. Esta é a fisiopatologia dos estágios da infecção que os clínicos observam como
edema, quando a bactéria inocula os tecidos de um espaço anatômico específico; celulite,
quando uma resposta inflamatória intensa causa todos os sinais clássicos de inflamação; e
abscesso, quando pequenas áreas de necrose de liquefação coalescem centralmente para
formar secreção purulenta dentro dos tecidos.
ANGINA DE LUDWIG
107 | P á g i n a
Quando os espaços perimandibulares (submandibular, sublingual e submentoniano) são
bilateralmente envolvidos em uma infecção, esta é conhecida como angina de Ludwig. Essa
infecção é uma celulite de evolução rápida que pode obstruir as vias aéreas e comumente
disseminar-se posteriormente para os espaços fasciais profundos do pescoço.
Quase sempre há um aumento de volume de grandes proporções, com elevação e deslocamento
da língua, e uma área bilateral endurecida e tensa da região submandibular, superiormente ao
osso hioide. O paciente usualmente tem trismo, sialorreia e dificuldade de deglutição e, algumas
vezes, de respiração. Além disso, frequentemente sente uma ansiedade extrema acerca da
impossibilidade de deglutir como também de respirar. Essa infecção pode progredir com uma
velocidade alarmante e, portanto, produzir a obstrução das vias aéreas superiores que, em geral,
leva à morte. Seus estudos referenciais estabeleceram os princípios de manutenção das vias
aéreas e cirurgia agressiva e precoce e demonstraram que a terapia antibiótica exerce somente
um papel de suporte no tratamento das infecções odontogênicas graves.
Os espaços temporais superficial e profundo raramente são infectados e, em geral, isso acontece
apenas nas infecções graves. Quando esses espaços são envolvidos, o aumento de volume que
ocorre é evidente na região temporal, superior ao arco zigomático e posterior à margem
orbitária lateral. A forte inserção da camada anterior da fáscia cervical profunda do arco
zigomático previne o edema nessa região, de modo que, quando ambos os espaços temporal e
submassetérico estão infectados, um formato de ampulheta pode ser observado na vista
frontal.
INFECÇÕES DOS ESPAÇOS FASCIAIS CERVICAIS PROFUNDOS
108 | P á g i n a
A infecção estendendo-se posteriormente a partir dos espaços pterigomandibular,
submandibular ou sublingual, de início, encontra o espaço faríngeo lateral. Esse espaço estende-
se da base do crânio no osso esfenoide até o osso hioide inferiormente. O espaço é medial ao
músculo pterigóideo medial e lateral ao músculo constritor superior da faringe. O espaço é
limitado anteriormente pela rafe pterigomandibular e estende-se posteromedialmente ao
espaço retrofaríngeo. O processo estiloide e os músculos e fáscias associados dividem o espaço
faríngeo lateral em um compartimento anterior, que contém primariamente tecido conjuntivo
frouxo, e um compartimento posterior, que contém a bainha carotídea e os nervos cranianos IX
(glossofaríngeo), X (vago) e XII (hipoglosso).
Os achados clínicos da infecção do espaço faríngeo lateral incluem trismo, como resultado da
inflamação do músculo pterigóideo medial; aumento de volume lateral do pescoço,
especialmente entre o ângulo da mandíbula e o músculo esternocleidomastóideo; edema da
parede faríngea lateral, em direção à linha média. Os pacientes que possuem infecções do
espaço faríngeo lateral têm dificuldade de deglutir e, em geral, apresentam febre alta e tornam-
se bastante enfermos.
O espaço retrofaríngeo situa-se atrás dos tecidos moles do aspecto posterior da faringe.
Ele é limitado, anteriormente, pelos músculos constritores da faringe e pela fáscia
retrofaríngea e, posteriormente, pela fáscia alar (Fig. 16-21).
O espaço retrofaríngeo inicia-se na base do crânio e termina inferiormente em um ponto
variável entre a sexta vértebra cervical (C6) e a quarta vértebra torácica (T4), onde a fáscia alar
se une anteriormente com a fáscia retrofaríngea. O espaço retrofaríngeo contém somente
109 | P á g i n a
tecido conjuntivo frouxo e linfonodos, portanto ele fornece pouca barreira para a disseminação
da infecção de um espaço faríngeo lateral para o outro envolvendo as vias aéreas. Além disso,
quando o espaço retrofaríngeo se torna infectado, a principal preocupação é que a infecção
pode romper a fáscia alar posteriormente para entrar no espaço potencial.
MEDIASTINITE
A fasciite necrotizante é referida por pessoas leigas como a infecção das “bactérias comedoras
de carne”. Não é uma “bactéria comedora de carne” específica que causa esta infecção. Pelo
contrário, é o resultado da rápida disseminação da infecção na superfície superficial da camada
anterior, ou de revestimento, da fáscia cervical profunda, apenas profunda ao músculo platisma.
A necrose do platisma suprajacente, do tecido subcutâneo e da pele ocorre em virtude da
trombose e oclusão das arteríolas que passam através do platisma para fornecer o suprimento
sanguíneo ao tecido sobrejacente. No início do seu curso, esta infecção causa vesículas cutâneas
110 | P á g i n a
e, a seguir, uma descoloração roxo-escura da pele sobrejacente decorrente de isquemia, como
mostrado.
1. Os achados clínicos da infecção que incluem: trismo, como resultado da inflamação do músculo
pterigoideo medial; aumento de volume lateral do pescoço, especialmente entre o ângulo da
mandíbula e o músculo esternocleidomastóideo são achados clínicos que referem-se ao espaço
(COREMU/UFG – 2018):
a) retrofaríngeo.
b) faríngeo lateral.
c) pterigomandibular.
d) submandibular.
2. Quando a infecção perfura a lâmina cortical do processo alveolar, ela pode aparecer em
localizações anatômicas previsíveis. A localização da infecção oriunda de um dente específico é
determinada por dois fatores principais: a espessura do osso que cobre o ápice do dente e a
relação do local de perfuração no osso com as inserções musculares na maxila e mandíbula.
Dessa forma, qual é estrutura anatômica abaixo que interfere na localização dos processos
infecciosos originados nos molares superiores? (Santa Casa de Campo Grande – MS – 2019):
a) Músculo bucinador.
b) Seio maxilar.
c) Espaço submentoniano.
d) Crista zigomático alveolar.
111 | P á g i n a
face, o diagnóstico dessa infecção torna-se mais difícil, e, às vezes, esse quadro se agrava,
requerendo tratamentos mais complexos. Os espaços fasciais que geralmente levam a esse
quadro clínico são (UFRN -2019):
a) submentoniano e pterigomandibular.
b) submassetérico e sublingual.
c) pterigomandibular e sublingual.
d) bucal e submandibular.
112 | P á g i n a
9. Como deve ser tratado um paciente com edema facial extenso do lado direito, resto radicular
no 14 com indicação de extração com dor intensa ao toque e edema vestibular com flutuação?
a) Exodontia, incisão e drenagem intra-bucal, cultura e antibiograma, antibacteriano
empírico (eritromicina 500mg d 12/12 horas), manter o antibacteriano durante sete
dias.
b) Incisão e drenagem intra-bucal, antibacteriano empírico (amoxicilina 500 mg 12/12
horas) após melhora do quadro realizar exodontia e manter o antibacteriano por sete
dias.
c) Incisão e drenagem intra-bucal, cultura e antibiograma, antibacteriano empírico (
amoxicilina + clavulanato de potássio 500 mg de 12/12 horas), manter ou trocar
antibacteriano após antibiograma, após melhora do quadro realizar exodontia, manter
antibacteriano desaparecimento de sinais e sintomas
d) Antibacteriano empírico (penicilina benzatina 600.000 intra-muscular) após a melhora
do quadro deve-se realizar exodontia.
10. Em relação aos princípios do tratamento das infecções odontogênicas, é incorreto afirmar que:
a) A severidade da infecção está relacionada à localização anatômica, tempo de evolução
e comprometimento das vias aéreas
b) As defesas do hospedeiro podem estar comprometidas com a presença de fatores que
interferem no adequado funcionamento do sistema imune, tais como: diabetes terapia
com esteroides, alcoolismo entre outros.
c) No tratamento do paciente, a hospitalização deve ser considerada, quando houver
ameaça das vias aéreas ou estruturas vitais.
d) Nas infecções severas, a terapia antibiótica tem um papel essencial no tratamento,
devendo a intervenção cirúrgica ser realizada após a remissão do quadro infeccioso.
e) As penicilinas apresentam-se como uma opção altamente eletiva nas infecções de baixa
severidade devido ao seu baixo custo e à pouca incidência de efeitos colaterais.
11. Assinale a alternativa que identifica a infecção que se espalha rapidamente pelo assoalho da
boca, regiões sublingual e submandibular, o que quando penetra no espaço submandibular,
pode estender-se ao espaço faringeano lateral e ao espaço retrofaríngero.
a) Osteomielite aguda
b) Osteomielite crônica
c) Abscesso periapical
d) Angina de Ludwig
e) Cisto residual
12. As infecções odontogênicas podem se disseminar para os espaços faciais profundos ser
classificadas como tendo baixa, moderada ou alta severidade de acordo com sua profundidade
de atingir as vias respiratórias ou outras estruturas vitais. Assinale a alternativa que contém
exemplos de espaços faciais profundos com baixa, moderada e alta severidade,
respectivamente.
a) Vestibular, Bucal e faríngeo lateral
b) Vestibular, submandibular e mediastino
c) Infraorbitário, submandibular e temporal profundo
d) Sublingual, bucal e mediastino
113 | P á g i n a
13. Para o diagnóstico e tratamento das osteomielites, é necessário observar a ocorrência de uma
leucócitos com desvio à esquerda, sinal comum na fase aguda da doença, tal como sucede em
qualquer infecção aguda. Além disso, alguns exames laboratoriais são indispensáveis, pois o
paciente pode exibir uma taxa de sedimentação elevada aora os eritrócitos (TSSE) e para a
proteína C reativa (PCR). Tanto a TSSE quanto a PCR são indicadores com alta sensibilidade e
baixa especificidade para a inflamação. Assim, a principal função desses exames é:
a) Possibilitar o acompanhamento do curso clínico da osteomielite
b) Permitir a confirmação do diagnóstico de osteomielite
c) Orientar sobre a determinação do período de intervenção cirúrgica
d) Contribuir para a avaliação da eficácia da terapia medicamentosa
14. As infecções de origem dentária podem disseminar para regiões além do osso alveolar,
causando complicações severas e que põem em risco a vida do paciente. Problemas como
trombose da veia jugular interna, erosão de artéria carótida interna e interferência com os
nervos cranianos IX, X e XII indicam que houve:
a) Disseminação para o espaço sublingual bilateralmente
b) Disseminação para o espaço faríngeo lateral
c) Disseminação para a fáscia profunda do tórax
d) Disseminação para a fáscia pré-vertebral
15. Os óbitos nas infecções odontogênicas são principalmente provocadas pela obstrução das vias
aéreas. O espaço fascial que apresenta maior severidade para essa ocorrência é:
a) O pterigomandibular
b) O submandibular
c) O faríngeo lateral
d) O bucal
17. Espaço fascial que, quando acometido por disseminação infecciosa bucal, pode desencadear
trombose da veia jugular interna. Trata-se de:
a) Retrofaríngeo
b) Faríngeo lateral
c) Pré- vertebral
d) Pterigomandibular
e) Fascial superficial
114 | P á g i n a
18. Sobre a Angina de Ludwig, é correto afirmar que:
a) Se trata de um abscesso de evolução lenta
b) Se trata de uma celulite infecciosa de evolução rápida
c) Sua disseminação é unilateral
d) Não há comprometimento da região submandibular ao osso hióide
e) A causa mais comum é sialodenite
GABARITO:
115 | P á g i n a
EMERGÊNCIAS
As situações emergenciais possíveis de ocorrer podem ser classificadas sob diferentes critérios.
Uma das formas é simplesmente divididas em duas classes:
1. Complicações associadas a uma desordem no estado geral de saúde do paciente;
2. Complicações Independentes de doenças preexistentes.
As emergências pode ser por:
Alteração ou perda de consciência:
1. Lipotimia e síncope;
2. Hipoglicemia aguda;
3. Hipotensão ortostática;
4. Acidente vascular encefálico;
5. Insuficiência adrenal aguda.
Dificuldade respiratória:
1. Síndrome de hiperventilação;
2. Crise aguda de asma;
3. Edema pulmonar agudo;
4. Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos.
Dor no peito:
1. Angina do peito;
2. IAM;
3. Arritmias cardíacas.
Reações alérgicas:
1. Reações cutâneas;
2. Reações respiratórias;
3. Choque anafilático.
Convulsões.
116 | P á g i n a
ALTERAÇÃO OU PERDA DE CONSCIÊNCIA
LIPOTIMIA E SÍNCOPE
Lipotimia: Mal-estar passageiro, sensação angustiante e iminente de
desfalecimento, com palidez, sudorese aumentada, sem perda de
consciência.
Síncope: Perda repentina de consciência. Causada pela súbita
diminuição do fluxo sanguíneo e da oxigenação cerebral ou ainda
por causa neurológicas ou metabólicas.
Ocorrência: Maioria em adultos jovens, do sexo masculino, mas alguns tipos
ocorrem preferencialmente em idosos e raramente se manifestam em
crianças.
TIPOS DE SÍNCOPES
Síncope Vasovagal: Mais comum de todas.
1. Fatores emocionais associados: ansiedade aguda, dor repentina e inesperada, visão
do sangue, seringa, agulha etc.
2. Fatores não emocionais: Fome, palidez, fraqueza, bradicardia, hipotensão.
Síncope Vasopressora: Pânico a cadeira do dentista. Aumenta o fluxo sanguíneo para
os músculos esqueléticos, quando a vasodilatação é acompanhada de uma diminuição
da frequência cardíaca, o debito cardíaco inadequado resulta na perda de consciência.
Síncope do Seio Carotídeo: Situa-se em cada artéria carótida, algumas pessoas têm
sensibilidade e uma leve compressão pode causar queda brusca da P.A.
Síncope associada a insuficiência vertebro-basilar: Hiperextensão da cabeça causadas
por placas gordurosas dos vasos responsáveis pela irrigação sanguínea vertebral.
Síncope associada as arritmias cardíacas: Frequência cardíaca menores que 30-35 ou
maiores que 150-180. Ocorre em pacientes com arritmia cardíaca ou insuficiência
cardíaca.
Outras situações: Hipoglicemia aguda, hipotensão ortostática e insuficiência renal aguda.
Protocolo atendimento: Colocar o paciente em decúbito dorsal com os pés levemente
inclinados em relação a cadeira.
HIPOGLICEMIA
Níveis de glicose no sangue encontram-se abaixo dos valores normais.
Ocorrência: A causa mais frequente é a ingestão excessiva de bebidas alcoolicas, jejum, esforço
físico. Pacientes que fazem uso de aspirina, AINES, betabloqueadores não cardiosseletivos. A
complicação aguda mais frequente em diabéticos, principalmente Diabetes tipo I, mas pode
acontecer com diabéticos tipo II, que fazem uso de hipoglicemiantes.
Apresentam: Ansiedade, taquicardia, sudorese, palidez, salivação excessiva, frio, dilatação das
pupilas.
Protocolo de atendimento:
Paciente consciente: Deixar o paciente em posição confortável e administrar
carboidratos via oral e esperar os sintomas sumirem;
Paciente inconsciente: Deixar o paciente deitado de costas com os pés elevados, colocar
açúcar na região sublingual, mas se for uma hipoglicemia severa, injetar uma ampola
com 10 ml de solução glicose 25% em injeção lenta.
117 | P á g i n a
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
Queda brusca da pressão arterial e o paciente fica sujeito a ter uma sincope.
Ocorrência: Alguns medicamentos podem interferir de formar reversível no reflexo do
sistema nervoso autônomo.
Outras condições podem ser consideradas como:
1. Idade: Comum em idosos e raro em crianças;
2. Gravidez: Mudança brusca de posição ou síndrome da hipotensão supina da
gravidez;
3. Paciente mantido deitado por muito tempo;
4. Períodos de convalescença: Hospitalizados.
Orientar o paciente a retomar sua posição devagar e caso tenha hipotensão orientar a ficar
sentado por um tempo. Caso o paciente não tenha pronta recuperação pode-se chacoalhar o
paciente, falar, propiciar passagem do ar e uso de suplementação do oxigênio.
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
SÍNDROME DA HIPERVENTILAÇÃO
Aumento da quantidade de inspiração que entra por tempo nos alvéolos pulmonares;
Pacientes que possuem a síndrome da hiperventilação dificilmente requerem o uso do suporte
básico de vida.
Ocorrência: O maior fator é a ansiedade aguda, sua incidência de 15-50 anos, sobretudo nas
mulheres.
1. Inicialmente, palpitação, taquicardia e desconforto epigástrico;
2. Aumento da frequência respiratória para 25/30 respirações por minuto (RPM);
3. Aumento da profundidade dos movimentos respiratórios;
4. Sensação de sufocamento ou apertamento no peito;
5. Distúrbios visuais, tontura e vertigem;
6. Em casos prolongados, câimbras com contração dos dedos;
7. Alteração ou perda de consciência pode ocorrer.
Protocolo de atendimento: Fazer o paciente respirar em ar enriquecido de CO2 com auxílio das
mãos cobrindo o nariz e a boca. Caso não tenha melhora do quadro, pode-se administrar 10mg
de diazepam v.o ou i.v.
OBS: A administração de O2 não é indicada e o uso de medicamentos nos casos de
hiperventilação não são comuns.
118 | P á g i n a
Pelo TGI, podem ser expelidos junto as fezes sem grande dificuldade, excerto
quando são perfuro-cortantes, podendo causar hemorragia ou infecções internas;
Quando pequenos objetos são aspirados para o interior dos brônquios, podem
produzir abscesso pulmonar, pneumonia e atelectasia. Em ambas objeto não é
visível, logo se faz uma radiografia.
Ocorrência: Ocorre por pequenos materiais como limas, braquetes, componentes de implante
etc. As manobras utilizadas são as mesmas tanto para consultório como para outras situações.
Protocolo de atendimento:
Em caso de obstrução parcial, se evidencias de cianose, deve-se deixar o paciente tentar
resolver;
A obstrução aguda é dividida em 03 fases:
1. 1-3 mm de obstrução, com consciência, respira com dificuldade, não emite som e
apresenta aumento da P.A e F.C;
2. 2-5 mm de obstrução, perde a consciência, não responde mais, mas apresenta
pulso;
3. 4-5 mm de obstrução, queda na P.A e perda do pulso.
Procedimentos manuais para o paciente expelir o corpo estranho:
1. Golpes (tapas) nas costas;
2. Inspeção com os dedos;
3. Compressões manuais: Manobra de heimlich ou compressões torácias.
• Frio;
• Estresse emocional;
119 | P á g i n a
• Estresse físico, quando a asma se desenvolve de 5 a 10 minutos após o início do exercício;
• Refluxo gastroesofâgico;
• Fármacos, como o ASS, AINES, vacinas, substancias antioxidantes do grupo dos sulfitos, como
bi ou metabissulfito de sódio, incorporado nas substancias anestesias que contem
vasoconstritores adrenérgicos ou mesmo algumas soluções de uso oral como paracetamol em
gostas.
Protocolo de atendimento: É importante saber diferenciar uma crise de asma moderada de uma
severa. Os episódios graves são caracterizados por uma intensa dispneia, cianose da mucosa
bucal e leito das unhas, transpiração, vermelhidão da face e pescoço, uso da musculatura
acessória para respirar, fadiga e confusão mental.
DOR NO PEITO
ANGINA DO PEITO
A oferta de oxigênio para o musculo cardíaco depende da capacidade de transporte desse gás
no sangue e no fluxo coronário. A dor é caracterizada pode ser geralmente abaixo do esterno,
resultante de uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo.
O diagnóstico clinico diferencial entre o IAM e angina nem sempre é fácil. Um recurso usado é
que a dor não cessa após o uso do vasodilatador ou ele cessa por um tempo, mas volta
imediatamente. Clinicamente é caracterizado como uma dor subesternal ao redor do coração,
só que mais severa que dá angina e com maior duração.
Ocorrência: Os fatores de risco são forte histórico familiar de doença cardiovascular, HAS,
obesidade, tabagismo, níveis elevados de colesterol, eletrocardiograma anormal etc.
ARRITMIAS CARDÍACAS
120 | P á g i n a
O ritmo sinual normal é entre 72-78 batimentos por minutos (BPM), frequências menores que
60 BPM, são consideradas bradicardias sinusais e frequências maiores que 100 BPM são
consideradas taquicardias sinusais. O diagnóstico é dado a partir do eletrocardiograma. Os
sintomas são fadiga, tontura e sincope devido a um inadequado suprimento sanguíneo para o
cérebro.
Bradicardia sinusal: No caso de uma bradicardia sinusal menor do que 40 BPM deve-se manter
o paciente deitado, administrar O2 e no caso de uma parada cardiorrespiratória, fazer RCP.
Taquicardia sinusal: Avaliar o pulso da artéria carótida ou radial, se o ritmo tiver irregular não
se deve fazer nada e encaminhar o paciente para avaliação médica imediata. Se a taquicardia
perdurar por mais de 2-3 minutos, instituir a manobra de Valsava.
É a elevação persistente dos níveis da pressão arterial sanguínea. O tipo mais comum é a
primaria ou essencial, seu tratamento é baseado na mudança dos hábitos alimentares, práticas
de exercício físico, tendo como objetivo a perda de peso, e também a restrição da ingestão de
álcool e do tabagismo. Quando isso não é suficiente para o controle são empregados
medicamentos anti-hipertensivos, como os betabloqueadores diuréticos, bloqueadores dos
canais de cálcio, bloqueadores alfa-adrenérgicos, agentes poupadores de potássio e inibidores
da enzima conversora de angiotensina.
REAÇÕES ALÉRGICAS
Quando um alérgeno (antígeno) entra em contato com o organismo pela primeira vez, ele induz
a formação de anticorpos (no caso da reação tipo I, a imunoglobulina E ou simplesmente IgE).
No segundo contato, o organismo libere anticorpos específicos que se ligam ao antígeno,
formando o complexo antígeno-anticorpo. Como os anticorpos tem afinidade pelas membranas
dos neutrófilos, basófilos e mastócitos, o complexo antígeno-anticorpo liga-se as membranas
dessas células, provocando sua lise e a liberação de substancias químicas chamadas de
autacóides, que por sua vez, provocam alterações vasculares e celulares de maior ou menor
intensidade severa.
121 | P á g i n a
Relativa: Injeção intravascular acidental ou injeção muito rápida da solução, mesmo
empregando doses seguras.
Sal anestésico: Os principais sinais e sintomas de reações adversas estão relacionadas com
sua ação sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Cardiovascular (SCV), pois os
anestésicos locais em todas as células do organismo que possuem membrana excitável. A
ação dos sais anestésicos sobre o SNC pode ser dividida em duas etapas. Na primeira, ocorre
estimulação, manifestada por ansiedade, inquietação, nervosismo, fala incessante e
descontrolada, desorientação e confusão mental, vertigem, visão dupla, gosto metálico,
tremores e convulsão. Na segunda etapa, ocorre depressão do SNC, caracterizada por
sonolência, inconsciência e depressão respiratória. Nessa última, também podem ocorrer
náuseas, vômito, calafrios, presença de zumbidos e contração das pupilas (miose).
Superdosagem do vasoconstritor: As reações de superdosagem da epinefrina e similares
são geralmente transitórias e de curta duração, pois a metabolização pelo organismo é
muito rápida. Mesmo assim, os pacientes podem apresentar uma série de sinais e sintomas,
em função da concentração plasmática tingida, destacando-se os seguintes: ansiedade,
medo, agitação, dor de cabeça pulsátil, tremor, fraqueza, sudorese aumentada, elevação
abrupta da pressão arterial, principalmente a sistólica, elevação da frequência cardíaca,
possíveis arritmias cardíacas.
Protocolo de atendimento: Se for de uma forma mais branda o ideal é conversar com o paciente
e administrar oxigênio, se for de uma forma mais severa o ideal é fazer administração de 10mg
de diazepam I.V ou I.M. e chamar o SAMU.
METEMOGLOBINEMIA
CONVULSÕES
122 | P á g i n a
um todo. Entretanto, as crises mais conhecidas, pela dramaticidade do quadro são as convulsões
tônico-clônicas, quando o paciente perde a consciência para, em seguida, ter contrações
involuntárias da musculatura esquelética.
O início da convulsão, não raramente, é precedido por auras, ou seja, sensações incomuns de
natureza visual, olfatória, gustativa ou auditiva, ou ainda pela forte premonição que a crise
convulsiva está por vir. Tão logo surge essa aura, o paciente subitamente perde a consciência e
cai no chão.
Protocolo de atendimento: Deixa o paciente livre de gravatas, lenços e colarinhos, para facilitar
a respiração, girar cuidadosamente o paciente para o lado que você se encontra o colocando de
lado. Não colocar nada entre as arcadas ou nenhum instrumental para tentar descerrar os
dentes, o risco de laceração da língua é baixo, enquanto o risco de aspiração dos fragmentos
dentais causados pela inserção forçada de algum instrumental é bem maior. Não restringir os
movimentos do paciente, mas proteger a cabeça, anotar o tempo que durou o episódio
convulsivo. Ligar para SAMU se durar mais de 3 minutos, se a convulsão dor demorada ou
repetitiva, administrar 15 mg de midazolam, por via oral ou diazepam 10 mg intramuscular (no
musculo deltoide). Manter o paciente em repouso e administrar O2.
QUESTÕES - EMERGÊNCIAS
123 | P á g i n a
A hemorragia é definida como uma perda aguda de volume sanguíneo. Os sintomas clínicos
incluem taquicardia, taquipneia e diminuição da pressão; esse último sinal está primariamente
relacionado à elevação do componente diastólico decorrente do aumento de nível de
catecolaminas circulantes. Outros achados clínicos pertinentes a esse grau de perda sanguínea
incluem alterações sutis do sistema nervoso central, como ansiedade, medo ou hostilidade. O
débito urinário é usualmente de 20 a 30 mL/h no adulto. A hemorragia descrita é classificada
como (COREMU/UFG – 2019):
a) Classe I.
b) Classe II.
c) Classe III.
d) Classe IV.
4. Uma via aérea definitiva implica um tubo endotraqueal, com o balão insuflado abaixo das cordas
vocais, devidamente fixado com fita ou cadarço, conectado a um sistema de ventilação assistida,
com mistura enriquecida em oxigênio. É um exemplo de via aérea definitiva (COREMU/UFG –
2020):
a) a máscara laríngea.
b) o tubo laríngeo.
c) o tubo orotraqueal.
d) o tubo esofágico multilúmen.
5. Paciente do sexo masculino, de vinte e quatro anos, vítima de acidente motociclístico com
trauma facial severo, deu entrada na sala de emergência com quadro de hemorragia de Classe
II. São características clínicas presentes nessa hemorragia (COREMU/UFG – 2020):
a) taquicardia, taquipneia e diminuição da pressão de pulso.
b) bradicardia, taquipneia e aumento da pressão de pulso.
c) bradicardia, taquipneia e diminuição da pressão de pulso.
d) taquicardia, taquipneia e sem alteração da pressão de pulso.
7. Paciente do sexo feminino, de vinte e três anos, vítima de acidente motociclístico, sem uso de
capacete, apresentando fraturas múltiplas do 1/3 médio da face, com grande deslocamento,
fratura do corpo mandibular bilateral e TCE. Apresenta hemorragia grave pela cavidade bucal e
epistaxe severa. A via mais adequada para oferecer oxigênio para essa paciente é por meio da
(COREMU/UFG – 2020):
a) traqueostomia.
b) entubação nasotraqueal.
c) entubação orotraqueal.
d) entubação orotraqueal com derivação submentoneana.
124 | P á g i n a
Paciente deu entrada ao pronto-socorro de um hospital após agressão física com ferimentos na
cabeça. Executada a sequência de atendimento do ATLS, não foi verificada, no momento,
nenhuma condição de risco de morte eminente e classificado como Glasgow 15. Durante a
realização dos exames complementares, o paciente apresentou rebaixamento do nível de
consciência e necessitou de intubação oral. O rebaixamento do nível de consciência relatado foi,
provavelmente, decorrente de (COREMU/UFG – 2019):
a) hematoma epidural.
b) hematoma subdural.
c) contusão cerebral.
d) lesão axional difusa.
9. Durante a anestesia para extração dos terceiros molares, o paciente apresentou mal-estar,
sibilo, cianose, náusea, vômito, taquicardia, hipotensão, eritema, urticária e prurido. A primeira
medida a ser tomada é (COREMU/UFG – 2019):
a) iniciar manobras do suporte básico de vida.
b) administrar anti-histamínicos parenteral.
c) administrar epinefrina subcutânea.
d) interromper a administração de todos os fármacos atualmente em uso.
10. Segundo Hupp et al. (2015), a angina é um sintoma de cardiopatia isquêmica produzida quando
o abastecimento de sangue do miocárdio não é suficientemente aumentado para alcançar as
altas exigências de oxigênio. Uma vez decidido que a cirurgia ambulatorial é segura
(COREMU/UFG – 2020):
a) a demanda de oxigênio para o miocárdio deve ser aumentada.
b) a anestesia local profunda é o melhor meio de limitar a ansiedade do paciente.
c) a nitroglicerina profilática antes do início do procedimento é indicada.
d) a administração de oxigênio é indicada no período trans-operatório.
11. Muitos cirurgiões-dentistas possuem pouca familiaridade para reconhecer os principais sinais e
sintomas de uma reação alérgica, por não serem eventos comuns na prática odontológica.
Basicamente, as manifestações clínicas da alergia podem ser classificadas como: alterações
cutâneas, respiratórias e circulatórias. Sobre o manejo das alergias, assinale a alternativa
incorreta (Santa Casa de Campo Grande – MS – 2019):
a) No caso de urticária e coceira, deve ser administrado um comprimido de anti-histamínico
(loratadina 10 mg, via oral).
b) A epinefrina (adrenalina) é a medicação de escolha no tratamento da anafilaxia.
c) Na presença de angioedema, não se deve aplicar uma ampola da solução de betametasona 4
mg/ml (Celestone), via intramuscular.
d) No caso de sensibilidade ao látex deve substituir as luvas por outros materiais que não
contenham esse produto.
125 | P á g i n a
13. Na realização de cirurgia de remoção de terceiro molar inferior, instantes após a anestesia local,
o paciente iniciou quadro de urticária, angioedema, edema da hipofaringe, da epiglote e da
laringe. O provável diagnóstico e a conduta inicial mais indicada são, respectivamente (UFRN –
2018):
a) Reação anafilática / adrenalina + corticoide + anti-histaminico.
b) Intoxicação aguda / oxigênio nasal + corticoide + anti-histaminico.
c) Intoxicação aguda / traqueostomia+ adrenalina.
d) Reação anafilática / corticoide endovenoso + oxigênio nasal.
14. A síncope vasovagal é a emergência médica mais comum durante o atendimento odontológico
e é decorrente de eventos cardiovasculares desencadeados pelo estresse emocional. O
tratamento para esse quadro clínico consiste de (UFRN – 2019):
a) posicionamento do paciente de modo a direcionar o fluxo sanguíneo para o cérebro e
administração de oxigênio.
b) posicionamento do paciente com a cabeça levantada para desviar o fluxo sanguíneo para o
coração.
c) administração de vasoconstrictores para compensar a vasodilatação periférica.
d) orientação do paciente a respirar em um saco fechado para aumentar o CO2 e reduzir a
alcalose respiratória.
15. A utilização de agonistas adrenérgicos beta 2 de curta duração é a primeira escolha para o
tratamento urgencial e/ou emergencial (UFRN – 2019):
a) da doença pulmonar obstrutiva crônica.
b) do infarto agudo do miocárdio.
c) do broncoespasmo agudo.
d) da atalectasia pulmonar.
16. O atendimento inicial das emergências médicas no consultório odontológico requer ações
sistematizadas, para que seja prestados prontamente o suporte básico de vida. Nos casos de
crise somática que NÃO responde favoravelmente à utilização de broncodilatador spray, qual
deve ser a próxima conduta profissional?
126 | P á g i n a
b) Narcóticos
c) Cortisona
d) Betabloqueadores adrenérgicos
18. Paciente feminina. 18 anos, comparece ao consultório para exodontia dos terceiros molares.
Após a realização da anestesia local (respeitando-se a dose máxima do anestésico para a
paciente) a paciente referiu apresentar sensação de calor generalizado, palpitações, seguidas
por tontura e perda de consciência por aproximadamente 15 segundos. O caso clínico descrito
pode ser diagnosticado como:
a) Hipotensão ortostática
b) Lipotimia
c) Sobredosagem anestésica
d) Síncope vasovagal
e) Disfunção tireoidiana
19. A síncope vasovagal é a emergência médica mais comum, durante o atendimento odontológico.
É decorrente de eventos cardiovasculares, desencadeados pelo estresse emocional, com
liberação de catecolaminas, causando redução da resistência vascular periférica, taquicardia e
sudorese. O tratamento para esse quadro clínico consiste de:
a) Posicionamento do paciente com a cabeça levantada para desviar o fluxo sanguíneo para o
coração
b) Administração de vasoconstritores para compensar a vasodilatação periférica
c) Posicionamento do paciente de modo a direcionar o fluxo sanguíneo para o cérebro e
administrar de oxigênio.
d) Orientação do paciente a respirar num saco fechado para aumentar o CO2 e reduzir a alcalose
respiratória
GABARITO:
127 | P á g i n a
PACIENTES COMPROMETIDOS SISTEMICAMENTE
ASA I
Paciente saudável, que de acordo com a história médica não apresenta nenhuma anormalidade.
Mostra pouca ou nenhuma ansiedade, sendo capaz de tolerar muito bem o estresse ao
tratamento dentário, com risco mínimo de complicações. São excluídos pacientes muito jovens
ou muito idosos.
ASA II
Paciente portador de doença sistêmica moderada ou de menor tolerância que o ASA I, por
apresentar maior grau de ansiedade ou medo ao tratamento odontológico. Pode exigir certas
modificações no plano de tratamento, de acordo com cada caso particular (por exemplo troca
de informações com o médico, menor duração das sessões de atendimento, cuidados no
posicionamento na cadeira odontológica, protocolo de sedação mínima, menores volumes de
soluções anestésicas, etc.). Apesar da necessidade de certas precauções, o paciente ASA II
também apresenta risco mínimo de complicações durante o atendimento.
Odontológica;
• Obesidade moderada;
128 | P á g i n a
• Tabagista, sem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
• Paciente com história de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, sem apresentar
sintomas.
ASA III
Paciente portador de doença sistêmica severa, que limita suas atividades. Geralmente exige
algumas modificações no plano de tratamento, sendo imprescindível a troca de informações
com o médico. O tratamento odontológico eletivo não está contraindicado, embora este
paciente represente um maior risco durante o atendimento.
• Obesidade mórbida;
• Hemofilia;
• História de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, mas ainda com sintomas (por
exemplo, dor no peito ou falta de ar).
ASA IV
Paciente acometido de doença sistêmica severa, que está sob constante risco de morte, ou seja,
apresenta problemas médicos de grande importância para o planejamento do tratamento
odontológico. Quando possível, os procedimentos dentais eletivos devem ser postergados até
que a condição médica do paciente permita enquadrá-lo na categoria ASA III. As urgências
odontológicas, como dor e infecção, devem ser tratadas da maneira mais conservadora que a
situação permita. Quando houver indicação inequívoca de pulpectomia ou exodontia, a
intervenção deve ser efetuada em ambiente hospitalar, que dispõe de unidade de emergência
e supervisão médica adequada. São classificados nesta categoria:
• Pacientes com dor no peito ou falta de ar, enquanto sentados, sem atividade;
• Pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar;
129 | P á g i n a
• Pacientes com angina que estão piorando, mesmo com a medicação;
ASA V
Paciente em fase terminal, quase sempre hospitalizado, cuja expectativa de vida não é maior do
que 24 h, com ou sem cirurgia planejada. Nesta classe de pacientes, os procedimentos
odontológicos eletivos estão contraindicados, as urgências odontológicas podem receber
tratamento paliativo, para alívio da dor. Pertencem à categoria ASA V:
ASA VI
Paciente com morte cerebral declarada, cujos órgãos serão removidos com propósito de
doação. Não há indicação para tratamento odontológico de qualquer espécie.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Os pacientes com doença da artéria coronária (DAC) são, com frequência, identificados durante
a anamnese e o exame físico. Quando a DAC é identificada antes de uma intervenção cirúrgica,
130 | P á g i n a
deve-se proceder imediatamente à estratificação de risco segundo o algoritmo do ACC/AHA. Os
pacientes com síndromes coronarianas agudas não devem ser submetidos à cirurgia não
cardíaca.
Todavia, pacientes assintomáticos com DAC podem apresentar sinais e/ou sintomas no período
perioperatório. Os fatores de risco para a doença são diabetes melito, hipertensão arterial,
tabagismo, hipercolesterolemia e história familiar. A DAC pode resultar em angina estável ou
uma das síndromes coronarianas agudas (SCA). A angina estável, que se manifesta
frequentemente como dor precordial aos esforços que se irradia para o braço esquerdo, o
pescoço e a mandíbula, é aliviada pelo repouso ou pelo uso de nitroglicerina sublingual. As SCA
incluem angina instável, infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST e
infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. As manifestações são
semelhantes às da angina estável, mas ocorrem com menos esforço que o habitual ou em
repouso e não melhoram com o repouso adicional. O relato do aparecimento da dor torácica
tem uma sensibilidade diagnóstica de 90% quando as manifestações clínicas são clássicas. O ECG
pode revelar depressão do segmento ST ou inversão das ondas T, o que indica isquemia do
miocárdio. A elevação do segmento ST revela infarto do miocárdio franco. O tratamento de
qualquer paciente suspeito de síndrome coronariana aguda começa com o diagnóstico correto,
que pode ser confirmado por:
ECG com 12 derivações (elevação do segmento ST, inversão das ondas T, ondas Q);
Enzimas cardíacas [CKMB (isoenzima MB da creatinoquinase), troponinas].
O tratamento inicial deve incluir uma abordagem padronizada para reduzir as taxas de
morbidade e mortalidade. Deve ser instituída a administração ao mesmo tempo de:
131 | P á g i n a
intervenções cirúrgicas eletivas em um período bem menor após um infarto do miocárdio, talvez
após 6 semanas.
O risco de descompensação dos pacientes cirúrgicos com ICC depende de sua classe – os da
classe I da NYHA correm um risco de 3% e os da classe IV, de 25%.6 As causas de ICC incluem
infarto do miocárdio, valvopatia cardíaca, hipertensão arterial, anemia, embolia pulmonar,
miocardiopatia, tireotoxicose e endocardite. A falência pode ser das câmaras cardíacas
esquerdas e/ou direitas. A insuficiência cardíaca esquerda manifesta-se com dispneia aos
esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, cardiomegalia, estertores e galope por
terceira bulha cardíaca (B3). A insuficiência cardíaca direita resulta em elevação da pressão
venosa jugular, edema periférico (sobretudo de membros inferiores) e fibrilação atrial (FA). A
melhor maneira de confirmar o diagnóstico é com ecocardiografia transtorácica, embora a
determinação do peptídio natriurético cerebral (BNP) possa ser usada para ajudar no
diagnóstico e monitorar a evolução da ICC. As incidências posteroanterior (PA) e lateral (perfil)
da radiografia de tórax revelam, com frequência, cardiomegalia e, se houver descompensação,
edema pulmonar e derrame pleural. Os objetivos primários do tratamento são reduzir a
póscarga e aumentar a contratilidade cardíaca.
O tratamento inclui:
Os pacientes com ICC devem manter seus medicamentos habituais no período perioperatório e
é fundamental, nesse momento, dar atenção especial ao balanço hidreletrolítico. Os níveis
séricos de potássio devem ser monitorados cuidadosamente porque a hipopotassemia pode ser
uma complicação do uso de diuréticos não poupadores de potássio ou de hipoperfusão renal.
Ela pode ser corrigida com 10 a 40 mEq de potássio oral ou parenteral. A reposição parenteral
deve ser realizada com cautela e a taxa de infusão não pode ultrapassar 10 mEq/hora. Os
digitálicos são, com frequência, prescritos para aumentar a contratilidade cardíaca dos
pacientes com ICC. Contudo, levam a risco de flutuação dos níveis sanguíneos de seus usuários
em virtude de interações com outros medicamentos e isso pode evoluir para intoxicação
digitálica. Além disso, a redução da pré-carga pode reduzir o débito cardíaco tanto quanto a pré-
carga excessiva pode precipitar descompensação. A reposição de líquido precisa ser ponderada
e, com frequência, associada ao monitoramento da pressão venosa central por cateter venoso
central.
VALVOPATIA CARDÍACA
132 | P á g i n a
parâmetros cardíacos pelas anormalidades valvares. Como a maioria das doenças sistêmicas, a
capacidade funcional serve como um excelente barômetro para avaliar a gravidade da anomalia
valvular. As alterações perioperatórias da frequência cardíaca, do ritmo cardíaco, da pressão
arterial, da pré-carga, da pós-carga e da contratilidade secundárias à anestesia e à intervenção
cirúrgica influenciam profundamente na estabilidade cardiovascular e na morbidade.
A estenose aórtica (EAo) pode ser congênita ou secundária à febre reumática ou à calcificação
distrófica, bem como resultar de estenose subaórtica hipertrófica obstrutiva. A apresentação
clássica consiste em síncope, angina e dispneia aos esforços. Os pacientes não toleram as
alterações da frequência cardíaca e da resistência vascular periférica. A ausculta de um sopro
mesossistólico, em crescendo decrescendo, de tom agudo, na borda esternal superior direita é
consistente com o diagnóstico de EAo. A estenose aórtica crítica, definida como área da valva
aórtica inferior a 0,75 cm2 e/ou gradiente de pressão valva de 50 mmHg, é um fator de risco
independente para morbidade e mortalidade perioperatórias. Para quantificar a gravidade da
estenose, é necessária a ecocardiografia transtorácica. Em decorrência do aumento das
pressões sistólicas ventriculares, ocorre hipertrofia ventricular esquerda (HVE) associada a
aumento da demanda miocárdica de oxigênio e propensão à isquemia, mesmo sem DAC
preexistente. A HVE pode ser tanto identificada no ECG como na ausculta do ápice cardíaco, em
que é possível perceber uma quarta bulha cardíaca (B4). Os pacientes com EAo não conseguem
tolerar aumentos da frequência cardíaca ou redução da resistência vascular periférica que
diminua ainda mais a perfusão coronariana. A regurgitação aórtica (RAo) ou insuficiência aórtica
(IAo) pode ser secundária a cardiopatia reumática, valva aórtica bicúspide, endocardite ou
doença da raiz da aorta. Pode manifestar-se como edema pulmonar, hipotensão e ICC. A
ausculta de um sopro diastólico em decrescendo, de um sopro em crescendo decrescendo de
tom agudo e ruflar diastólico é consistente com regurgitação aórtica. No ECG, é encontrada
frequentemente hipertrofia ventricular esquerda, enquanto as radiografias de tórax revelam
dilatação da raiz da aorta e do ventrículo esquerdo. O objetivo do tratamento desses pacientes
é, com frequência, reduzir a resistência vascular periférica total pelo uso de bloqueadores dos
canais de cálcio ou iECA. É melhor evitar os betabloqueadores porque eles exacerbam a
regurgitação ao prolongarem a diástole.
133 | P á g i n a
formação de tromboembólicos. Os pacientes devem suspender o uso de varfarina antes de
intervenções cirúrgicas se for provável a ocorrência de sangramento. O risco de tromboembolia
e AVC é alto se a anticoagulação for interrompida e, portanto, pode ser necessário prescrever
heparina de baixo peso molecular (HBPM) como esquema ambulatorial ou heparina não
fracionada (HNF) em esquema hospitalar.
A anticoagulação deve ser adequada de acordo com o tempo de protrombina ou INR (razão
normalizada internacional), cujo valor terapêutico varia, em geral, entre 2,5 e 3,5. A adequação
da anticoagulação com HNF é determinada pelo tempo de tromboplastina parcial (TTP), que
deve variar entre 50 e 90 s. Quando é usada heparina de baixo peso molecular (HBPM),
tipicamente a adequação da anticoagulação não é verificada, embora possa ser usado um ensaio
para o fator Xa para avaliar a anticoagulação por HBPM e HNF. A meia vida da HNF varia de 1 a
2 h, o que exige sua interrupção 6 h antes de um procedimento cirúrgico. A HBPM tem uma meia
vida mais longa, ou seja, precisa ser interrompida na noite anterior ao procedimento cirúrgico.
A profilaxia com antibióticos é necessária para os pacientes com próteses valvares cardíacas ou
para aqueles com história pregressa de endocardite, cardiopatia congênita cianótica não
corrigida ou cardiopatia congênita corrigida durante os 6 primeiros meses após a cirurgia. O
antibiótico de escolha é a amoxicilina, 2 g, VO, ou a clindamicina (se a pessoa for alérgica à
penicilina), 600 mg, VO, 1 h antes do procedimento. Quando necessária a administração dos
antibióticos por via parenteral, a ampicilina (2 g) ou a clindamicina (se a pessoa for alérgica à
penicilina), 600 mg, é aplicada nos 60 min que precedem o início do procedimento.
ARRITMIAS CARDIACAS
Quando a arritmia cardíaca é intermitente, o ECG pode não identificar o ritmo, situação em que
seria prudente realizar monitoramento contínuo durante 24 h para identificar o ritmo anormal.
O consumo de estimulantes cardíacos, como álcool etílico e café, deve ser limitado. Epinefrina,
endógena ou exógena, também pode precipitar essa arritmia. Quando a TSV surge no período
perioperatório, demanda tratamento. A massagem carotídea pode ser realizada se o paciente
não apresentar estenose nem sopros carotídeos. A massagem carotídea estimula o seio
carotídeo e aumenta o tônus vagal. Além disso, pode ser realizada uma manobra de Valsalva,
que também atua por meio de estimulação vagal. Se não for possível corrigir de modo oportuno
a TSV ou se o paciente apresentar angina ou sinais vitais instáveis, é instituído tratamento mais
agressivo com adenosina intravenosa ou eletrocardioversão cardíaca em ambiente monitorado,
no qual possam ser realizadas manobras agudas de suporte de vida.
O flutter atrial se caracteriza por uma frequência atrial de quase 300 bpm. Com frequência,
existe resposta ventricular rápida, que depende de quantas contrações atriais são conduzidas
por meio do nó atrioventricular (AV). Isso comumente se apresenta como um bloqueio 2:1 ou
3:1 e uma frequência ventricular de 100 a 150 bpm. A taxa de mortalidade dos pacientes com
134 | P á g i n a
flutter atrial submetidos à cirurgia é mais elevada. O tratamento demanda, com frequência,
bloqueadores dos canais de cálcio ou amiodarona para controlar a resposta ventricular rápida.
A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia muito comum. A frequência ventricular é variável e
irregular, daí o pulso ser denominado “irregularmente irregular”. O débito cardíaco diminui por
causa da ausência de contração atrial (kick atrial) que geralmente provoca fadiga nos pacientes
mais velhos. Dilatação atrial, tireotoxicose, doença da artéria carótida e estimulantes como
álcool, cafeína, cocaína e nicotina podem precipitar fibrilação atrial. A fibrilação atrial predispõe
o miocárdio a trombos murais e eventos embólicos. Habitualmente, a fibrilação atrial crônica ou
paroxística exige anticoagulação com varfarina prologada para reduzir o risco de trombos murais
e eventos embólicos. O tratamento da fibrilação atrial demanda, de modo geral, cardioversão
farmacológica com digitálicos ou amiodarona. A amiodarona também ajuda a prevenir a
recorrência da fibrilação atrial. Bloqueadores dos canais de cálcio ou betabloqueadores podem
ser prescritos para ajudar a controlar a resposta ventricular rápida. A cardioversão elétrica ainda
é uma modalidade terapêutica efetiva para a fibrilação atrial de instalação aguda quando a
cardioversão farmacológica não foi bem sucedida ou os sinais vitais exigem uma restauração
mais urgente do ritmo sinusal.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Uma das doenças mais comuns – numerosos pacientes cirúrgicos, por exemplo, são hipertensos
–, a hipertensão arterial é definida como aferição em duas ocasiões distintas de pressão arterial
sistólica superior a 140 mmHg ou pressão arterial diastólica superior a 90 mmHg. Trata-se de
um dos motivos mais frequentes de adiamento de intervenção cirúrgica eletiva. A etiologia da
maioria dos casos de hipertensão arterial não é conhecida – a chamada “hipertensão arterial
essencial”. A hipertensão arterial secundária resulta de uma patologia conhecida, o que inclui
doença renal, síndrome de Cushing, síndrome de Conn, feocromocitoma, hipertireoidismo,
regurgitação aórtica e do uso de determinados medicamentos.
A hipertensão arterial pode ser classificada de acordo com os níveis da pressão arterial sistólica
e da pressão arterial diastólica. A urgência hipertensiva exige encaminhamento para um médico
do atendimento primário ou especialista em medicina interna o mais cedo possível e, de
preferência, nas 24 h seguintes para evitar o potencial de emergência hipertensiva e lesão do
órgão terminal, inclusive AVC, insuficiência renal aguda e isquemia miocárdica. A emergência
hipertensiva é definida como elevação da pressão arterial associada à lesão de órgão terminal,
inclusive encefalopatia, insuficiência cardíaca, edema pulmonar e insuficiência renal. Nessa
condição, é preciso transporte imediato para pronto socorro para controle dos níveis tensionais.
As intervenções cirúrgicas eletivas devem ser adiadas quando ocorrem urgências ou
emergências hipertensivas.
Os sinais e sintomas de hipertensão arterial são sutis, exceto se ocorrer uma emergência
hipertensiva. Um galope por B4 é um achado frequente em decorrência da hipertrofia
ventricular esquerda que também pode ser evidente no ECG. O tratamento de uma emergência
hipertensiva inclui betabloqueadores seletivos como o labetalol, um antagonista de receptores
alfa1, beta1 e beta2.
135 | P á g i n a
O esmolol é um bloqueador beta1 seletivo que também é passível de administração,
entretanto exige infusão intravenosa contínua porque sua meia vida é inferior a 5 min.
Os iECA também podem ser prescritos para reduzir a resistência periférica, embora
apenas o enalaprilato esteja disponível pela administração intravenosa.
A hidralazina é um antagonista alfa1 seletivo que consegue reduzir a resistência
periférica e a pressão arterial muito rapidamente, embora seja necessária cautela no
caso de idosos porque provoca taquicardia reflexa que pode agravar a isquemia
miocárdica.
O tratamento dos pacientes com hipertensão arterial nos estágios I e II inclui muitas classes de
medicamentos, com frequência acrescentados ao longo do tempo e com controle de seus
efeitos. Muitos pacientes precisam de vários medicamentos para controlar a pressão arterial,
ação que pode ser auxiliada por medidas importantes como perda ponderal, prática de
exercícios físicos e redução do consumo de sódio. Os pacientes que apresentam hipertensão
arterial no período perioperatório e aqueles com história de hipertensão arterial controlada que
apresentam dificuldade em se manter na faixa normotensa podem se beneficiar de tratamento.
A menos que os níveis tensionais estejam significativamente elevados, geralmente não é ideal
fazer diagnóstico de hipertensão arterial no período perioperatório imediato porque numerosos
fatores físicos e emocionais podem influenciar a pressão arterial. O controle inadequado da dor
é, muitas vezes, responsável pela elevação dos níveis tensionais, e a melhor solução é aumentar
a analgesia. A simples solicitação aos pacientes para graduarem sua dor de acordo com uma
escala visual identifica frequentemente se a dor é importante e uma provável etiologia da
hipertensão arterial. Quando se acredita ser necessário tratamento, indica-se uma abordagem
gradativa e, embora a maioria dos pacientes tenha hipertensão arterial essencial, vale a pena
pensar em causas secundárias.
Um diurético como a hidroclorotiazida é uma excelente opção para iniciar o tratamento. Seu
uso resulta em depleção de potássio e elevação dos níveis séricos de cálcio, portanto os
eletrólitos séricos devem ser monitorados a longo prazo. Um bloqueador beta1 seletivo como o
metoprolol, medicamento especialmente útil nos pacientes que sofreram infarto do miocárdio,
também é uma boa opção inicial ou subsequente. Um iECA como o captopril constitui uma
terceira opção razoável. Após determinar a dose apropriada, esse iECA pode ser trocado por
outro de ação prolongada, como lisinopril ou ramipril, que exigem apenas uma dose diária. Os
iECA são ideais para os pacientes diabéticos por causa da proteção renal que conferem. Os
bloqueadores dos receptores de angiotensina e os bloqueadores dos canais de cálcio são opções
adicionais de anti-hipertensivos.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
136 | P á g i n a
inspirado (FIO2). O efeito da mudança do método de administração de oxigênio na FIO2 não
deve ser subestimado.
ASMA
A demanda de múltiplos medicamentos para a asma, como esteroides inalatórios, também deve
levantar a suspeita de doença grave. Os pacientes com asma grave segundo esses indicadores
são, provavelmente, pacientes classe III da ASA e, desse modo, não são bons candidatos para
sedação em esquema ambulatorial nem para anestesia geral. Embora a asma bem controlada
implique risco mínimo para os pacientes, pode ocorrer exacerbação em qualquer asmático. O
broncoespasmo que precede uma crise asmática pode ocorrer de modo rápido e ser de difícil
tratamento, mesmo com ventilação com pressão positiva e intubação. Isso se deve, em parte,
ao efeito combinado de contração da musculatura lisa, edema e tampões de muco.
137 | P á g i n a
Independentemente do controle adequado com medicação, podem ocorrer exacerbações
perioperatórias, cujo tratamento demanda, com frequência, a administração de um beta-
agonista de ação curta por inalador com dosímetro ou nebulizador a cada 2 h, de acordo com a
necessidade do paciente. A nebulização contínua é benéfica para as crianças. Os agentes
anticolinérgicos também podem ser administrados por inalador com dosímetro a cada 6 h,
conforme a necessidade do paciente. Além disso, pode ser necessário um ciclo curto de
corticosteroide via oral (VO) ou parenteral.
Os sinais e sintomas da DPOC incluem tosse crônica, produção de muco, dispneia, diminuição
da funcionalidade, sibilos e tórax em tonel. Na medida em que a doença avança, os pacientes
começam a expirar com os lábios franzidos, pois isso aumenta a pressão intratorácica e ajuda a
manter a perviedade das vias respiratórias. O diagnóstico de DPOC pode ser feito por meio de
anamnese suplementada por exames complementares. As provas de função pulmonar revelam
redução do VEF1, capacidade vital inalterada e redução da VEF1/CVF. As gasometrias arteriais
são muito úteis e revelam aumento da pressão parcial de dióxido de carbono, redução da
pressão parcial de oxigênio e alcalose respiratória. As radiografias de tórax mostram
desaparecimento da trama pulmonar, hiperinsuflação e retificação do diafragma.
As complicações nos pacientes com DPOC submetidos a intervenções cirúrgicas podem ser
perioperatórias (em geral relacionadas com a anestesia) ou, com frequência, pós-operatórias.
No primeiro caso, é melhor evitar o óxido nitroso por causa de seu coeficiente sangue/gás e do
potencial de acúmulo nas múltiplas bolhas associado à DPOC, que podem se romper. As
pressões platô do respirador devem ser mantidas em um nível moderado para reduzir ainda
mais esse risco. As pressões de fluxo máximas estão, tipicamente, aumentadas para possibilitar
um tempo inspiratório curto e um tempo expiratório prolongado. O prolongamento do tempo
expiratório é crucial para reduzir a probabilidade de autoPEEP (autopressão positiva no final da
expiração). Apesar da manutenção dos medicamentos pré-operatórios habituais, as
exacerbações pós-operatórias demandam tratamento adicional, que, em geral, inclui as
seguintes medidas:
138 | P á g i n a
A necessidade de intubar os pacientes que não evoluem bem deve ser aventada
precocemente.
A preocupação potencial da administração de oxigênio aos pacientes com DPOC, que dependem
do impulso respiratório hipóxico, é mais teórica do que real. Qualquer paciente com DPOC que
apresenta hipoxemia por causa da doença deve ser tratado agressivamente com oxigênio.
PNEUMONIA
A pneumonia hospitalar (antes chamada pneumonia nosocomial) pode ocorrer no período pós-
operatório e estar associada ao uso de ventilação mecânica, caso em que é denominada
“pneumonia associada ao respirador”. A ocorrência de pneumonia é influenciada pelo uso de
antibióticos durante a cirurgia, pela colocação de tubos de alimentação nasogástricos e pela
propensão à aspiração.
O diagnóstico deve ser aventado sempre que um paciente em ventilação mecânica apresenta
febre e necessidade de aumento do suporte ventilatório aumentado, inclusive PEEP. As pressões
máximas também estão, com frequência, aumentadas por causa da redução da complacência
pulmonar. Achados adicionais são radiografias de tórax ou tomografia computadorizada (TC)
que mostram infiltração ou consolidação do parênquima pulmonar e derrame pleural
parapneumônico, lavado broncoalveolar com microrganismos cultivados, hemocultura positiva
e leucocitose. O tratamento da pneumonia inclui o uso de antibióticos parenterais, que podem
ser um agente único ou uma combinação de agentes em dependência dos microrganismos
identificados. Ainda é motivo de controvérsia a necessidade de passar os pacientes do tubo
endotraqueal para a traqueostomia e quando fazê-lo.
EMBOLIA PULMONAR
Mais de 95% dos êmbolos pulmonares são oriundos das veias profundas das pernas. Esses
êmbolos se deslocam para os pulmões, o que provoca comprometimento respiratório e
cardiovascular. A maioria dos êmbolos é clinicamente silenciosa em virtude de suas dimensões
pequenas. Os fatores de risco incluem tabagismo, anticoncepcionais, gravidez, idade avançada,
doença maligna, cirurgia abdominal e ortopédica e distúrbios hereditários da coagulação, como
deficiência de antitrombina III, deficiência de fator V de Leiden e deficiência das proteínas C e S.
É muito importante a prevenção com compressores sequenciais das panturrilhas, meias
elásticas e uso perioperatório de heparina não fracionada ou heparina de baixo peso molecular.
Todos os pacientes que se submeterão a intervenções cirúrgicas devem ser considerados de
risco de embolia pulmonar. Além dos fatores de risco mencionados anteriormente, a anestesia
geral e a intervenção cirúrgica provocam um estado prótrombótico que é complicado pelo
repouso no leito. A deambulação precoce e as medidas preventivas apropriadas constituem a
melhor oportunidade de reduzir o risco de embolia pulmonar.
Os sinais e sintomas incluem dor torácica, dispneia, taquicardia sinusal, hemoptise, edema e dor
em uma perna e dor à dorsiflexão do pé (sinal de Homans). A investigação da possibilidade de
embolia pulmonar envolve a realização de vários exames complementares: uma gasometria
139 | P á g i n a
arterial com alargamento do gradiente alvéoloarterial (Aa) levanta sua suspeita e a TC do tórax
– que, em grande parte, substitui a cintigrafia de ventilação perfusão – com contraste (protocolo
de embolia pulmonar) consegue identificar artérias pulmonares subsegmentares e os êmbolos
em seu interior. Também deve ser realizada uma ultrassonografia dúplex das veias das pernas,
cuja sensibilidade é maior para a trombose venosa profunda (TVP) entre o joelho e a região
inguinal. O ensaio do dímeroD é um exame de sangue relativamente simples que determina o
nível de produtos da degradação da fibrina. Quando positivo, pode ter inúmeras causas, quando
negativo, em geral, descarta TVP/embolia pulmonar, o que reflete o elevado valor preditivo
negativo. O ECG revela, mais frequentemente, taquicardia sinusal inespecífica, embora possa
ser encontrado o padrão clássico de onda S em DI e onda Q e inversão de onda T em DIII, o que
revela aumento da tensão na parede ventricular direita. A angiografia pulmonar ainda é o
padrão ouro, mas não costuma ser realizada por ser um exame invasivo.
O tratamento da embolia pulmonar inclui uma dose intravenosa inicial de heparina seguida por
infusão contínua de heparina. Uma opção é a administração subcutânea de enoxaparina ou
fondaparinux. A anticoagulação prolongada também deve ser iniciada simultaneamente com
varfarina e a INR alvo é 2,5 a 3. Embolia pulmonar maciça provoca aumento da tensão na parede
ventricular direita e exige trombólise química ou trombectomia cirúrgica. Os pacientes que não
podem ser anticoagulados e aqueles com embolia pulmonar recorrente, apesar da
anticoagulação, são candidatos à colocação de filtros na veia cava inferior para prevenir a
ocorrência de embolia pulmonar. Os filtros podem ser temporários ou permanentes e
representam, por si mesmos, um risco de obstrução.
ATELECTASIA
Desfecho pós-operatório frequente que se caracteriza pelo colapso segmentar dos alvéolos
pulmonares, o que evolui para redução progressiva da complacência pulmonar,
comprometimento da ventilação segmentar, retenção de secreção e queda da capacidade
residual funcional. Os sinais e sintomas de atelectasia incluem diminuição do murmúrio
vesicular, estertores inspiratórios nas bases, aumento do trabalho respiratório e febre baixa. O
diagnóstico se baseia no quadro clínico e na relação temporal com o período pós-operatório
imediato apoiados, quando apropriado, pelas radiografias de tórax. O tratamento inclui
espirometria de incentivo e deambulação precoce.
DOENÇA RENAL
140 | P á g i n a
inclusive supressão da medula óssea, trombastenia, derrame pericárdico e imunossupressão. A
avaliação básica do paciente com doença renal deve incluir débito urinário, creatinina sérica,
eletrólitos séricos, bicarbonato e hematócrito.
O diagnóstico inicial de insuficiência renal aguda pode ser feito quando o débito urinário começa
a diminuir, a creatinina sérica aumenta e surgem anormalidades dos eletrólitos séricos. A
avaliação de um paciente com insuficiência renal de aparecimento recente deve incluir a
determinação dos níveis séricos de ureia e creatinina, dos eletrólitos séricos, exame de urina
com microscopia e cálculo da excreção fracional de sódio (FENa). A excreção fracional de sódio
ajuda a diferenciar as causas pré-renais, renais e pós-renais de insuficiência renal.
Os pacientes com doença renal em estágio terminal (DRET) precisam de diálise, geralmente
realizada 3 vezes/semana em esquema ambulatorial. Os pacientes com insuficiência renal aguda
ou aqueles com doença renal em estágio terminal que estão internados também podem ser
controlados com diálise renal contínua, comum dos pacientes na unidade de tratamento
intensivo. Menos frequentemente, os pacientes com doença renal são submetidos à diálise
peritoneal. A cirurgia deve ser realizada no dia seguinte ao da diálise de modo que os eletrólitos
séricos estão otimizados e os desvios hídricos, minimizados.
Todos os medicamentos têm de ser calculados levando em conta a insuficiência renal, e a dieta
deve ser modificada de modo que seja consistente com as necessidades do paciente – em geral,
dieta hipossódica e hipoproteica.
DOENÇAS HEPÁTICAS
Os pacientes podem não apresentar quaisquer sinais e/ou sintomas, contudo fadiga, prurido,
icterícia, eritema palmar, telangiectasias aracneiformes, esplenomegalia, ginecomastia, atrofia
testicular e aumento da circunferência abdominal sejam sugestivos de hepatopatia. O
rastreamento de um paciente saudável à procura de hepatopatia é pouco útil. O estágio terminal
da doença hepática é a cirrose, que resulta em hipertensão portal com varizes esofágicas e
hemorroidas associadas ao potencial inerente de sangramento gastresofágico volumoso. As
141 | P á g i n a
taxas de morbidade e mortalidade perioperatórias são significativamente mais elevadas nessa
população de pacientes. De modo geral, a cirurgia está contraindicada para pacientes com
hepatite aguda ou fulminante, hepatite alcoólica ou hepatite crônica grave.
O risco cirúrgico de pacientes com cirrose é, em geral, estratificado de acordo com a classificação
de Child, embora o MELD (Model for EndStage Liver Disease) seja superior.O escore do MELD é
determinado a partir de uma equação que inclui os níveis séricos de creatinina, os níveis séricos
de bilirrubina total e a INR. Já foram sugeridas várias modificações desse sistema com o objetivo
de prever de modo mais acurado a sobrevida dos pacientes com doença hepática em estágio
terminal. Uma calculadora online para determina-lo pode ser encontrada no site da United
Network for Organ Sharing (www.unos.org/resources/meldpelcalculator.asp). Os pacientes com
um escore de MELD inferior a 10 podem ser submetidos à intervenção cirúrgica eletiva, entre
10 e 15, à intervenção cirúrgica eletiva com cautela e superior a 15 não devem ser submetidos
à intervenção cirúrgica eletiva. A função hepática é facilmente avaliada por exames de sangue
simples, como:
Os objetivos perioperatórios para o paciente com doença hepática são múltiplos e dependem,
em parte, da intervenção cirúrgica planejada e se será realizada sob anestesia local, sedação ou
anestesia geral. O aumento do TP e da INR pode ser corrigido com vitamina K se houver tempo
suficiente para isso, embora sejam necessárias 12 h para que os fatores da coagulação
dependentes da vitamina K sejam sintetizados em quantidade suficiente para reduzir
significativamente a INR. Uma opção é administrar plasma fresco congelado ou fator VII ativado
que promovem aumento imediato da INR. A desmopressina (DDAVP) também pode ser
administrada para elevar os níveis do fator de Von Willebrand, que, normalmente, é produzido
pelo endotélio, pelos megacariócitos e pelo fígado. Isso promove aumento da função
plaquetária graças ao aumento da ligação plaquetária. A ascite pode ser controlada com
diuréticos, betabloqueadores e retirada do líquido peritoneal excessivo. A hidratação venosa
deve ser limitada, assim como o aporte total de sódio. Anormalidades eletrolíticas como
hipopotassemia têm de ser repostas com extrema cautela. Se houver aumento dos níveis
plasmáticos de amônia, deve ser corrigido com lactulose e modificação da dieta. É preciso
aventar a possibilidade de profilaxia com antibióticos para reduzir o risco de infecção peritoneal
secundária à translocação bacteriana. O balanço hídrico pode ser extremamente difícil, sendo
essencial o tratamento cuidadoso da volemia, do débito cardíaco e do débito urinário.
Sangramento gastrintestinal importante e potencialmente fatal é um risco em todos os
pacientes hepatopatas, situação para a qual se justifica o uso de antagonistas da histamina (H2).
142 | P á g i n a
DISTURBIOS SANGUINEOS
A anemia ferropriva pode ser tratada com suplementos de ferro, enquanto a megaloblástica
com vitamina B12 ou folato, em dependência da deficiência. A reeducação alimentar deve ser
estimulada em todos os casos, exceto na anemia perniciosa porque a falta de fator intrínseco
não torna efetiva a reposição de vitamina B12.
143 | P á g i n a
A anemia megaloblástica pode ocorrer em vegetarianos e nas pessoas que não consomem
legumes folhosos. A inadequação alimentar também se dá em alcoólatras crônicos.
Hidratação;
Oxigênio suplementar;
Hidroxiureia para reduzir a incidência e a intensidade das crises álgicas;
Analgesia com narcóticos durante as crises;
Tratamento agressivo da infecção;
Vacinação por causa da autoesplenectomia.
LEUCEMIA
COAGULOPATIA
As coagulopatias são causadas por anormalidades das plaquetas, da via intrínseca da coagulação
e da via extrínseca da coagulação. Uma história pessoal ou familiar de diátese hemorrágica ou
relato de sangramento excessivo em procedimentos cirúrgicos prévios ou em extrações
dentárias prévias são maneiras de avaliar o potencial de problemas hemorrágicos. A propensão
hemorrágica é mais bem avaliada por um hemograma completo (verificar contagem de
plaquetas), testes de agregação plaquetária (avaliação da função das plaquetas) e TP, INR e TTP
(avaliação da cascata da coagulação). Não obstante, o rastreamento rotineiro de um paciente
assintomático e sem história pregressa de sangramento não é preconizado.
144 | P á g i n a
Von Willebrand recombinante ou crioprecipitado. Um hematologista deve participar desde o
início do tratamento do paciente de modo a otimizá-lo.
Os defeitos plaquetários também podem ser adquiridos, o que é muito comum e cujo impacto
potencial não deve ser subestimado. É preciso questionar se o paciente fez uso recente de AINE,
clopidogrel, ticlopidina ou inibidores plaquetários IIb/IIIa. Muitos pacientes não mencionam o
uso de ácido acetilsalicílico, a menos que sejam especificamente questionados. Por fim,
pacientes com doença renal em estágio terminal podem apresentar uremia, que reduz
significativamente a função plaquetária.
A meta geral para os pacientes cirúrgicos é atingir uma contagem de plaquetas superior a
100.000/mm3. Além disso, a função plaquetária pode ser anormal e deve ser avaliada e
corrigida, se possível. O uso de clopidigrel e ticlopidina em geral não é problemático em
pequenas cirurgias, mas o potencial de sangramento existe e precisa ser considerado antes de
qualquer cirurgia de grande porte. Nos casos em que se espera perda de sangue significativa no
momento da cirurgia, é recomendado consultar o internista do paciente e descontinuar o
clopidigrel e a ticlopidina uma semana antes do procedimento. A reposição de plaquetas é
necessária para os pacientes com trombocitopenia ou trombastenia. É preciso lembrar que o
aparecimento de autoanticorpos em decorrência de transfusões de plaquetas prévias pode
resultar em uma resposta menos previsível às transfusões de plaquetas subsequentes.
DOENÇAS ENDOCRINAS
DIABETES MELITO
Caracterizado pela destruição autoimune das células das ilhotas pancreáticas ou pelo
desenvolvimento de resistência à insulina, o diabetes melito (DM) acomete uma proporção
significativa da população. Hiperglicemia e os subprodutos do metabolismo da glicose resultam
em doença cardiovascular, doença vascular cerebral, nefropatia, neuropatia e retinopatia.
Níveis sanguíneos aumentados ou reduzidos de glicose também podem provocar alteração do
estado mental e encefalopatia metabólica. Os sinais e sintomas de DM incluem polifagia,
polidipsia, poliúria, acantose nigricante, úlceras/pigmentação cutânea periférica, neuropatia
periférica, diminuição da acuidade visual, coma hiperosmolar não cetótico, cetoacidose
diabética (CAD), alteração do estado mental e anormalidades eletrolíticas.
O diagnóstico de DM pode ser confirmado por vários métodos: uma glicemia aleatória superior
a 200 mg/dℓ o sugere, uma glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dℓ é considerada estado pré-
diabético, já uma glicemia de jejum superior a 126 mg/dℓ confirma o seu diagnóstico. Se as
glicemias aleatórias ou de jejum não forem conclusivas, então pode ser solicitado um teste oral
de tolerância à glicose (TOTG), que consiste na ingestão de 75 g de glicose depois de um jejum
de 8 h, seguida 2 h depois pela determinação da glicemia. O achado de glicemia de 140 a 199
mg/dℓ é considerado comprometimento da tolerância à glicose e superior a 200 mg/dℓ confirma
o diagnóstico de DM.
145 | P á g i n a
ser dividido nos períodos pré-operatório e pós-operatório, e depende do fato de o paciente ser
tratado com insulina ou com hipoglicemiantes orais.
Manejo pré-operatório:
146 | P á g i n a
sensibilidade à insulina diminuída, o que exige ajustes na fórmula ou troca para infusão contínua
de insulina. A escala móvel de administração de insulina demanda a verificação da glicemia a
intervalos de 6 h. A insulina regular é, a seguir, administrada SC de acordo com a seguinte
fórmula:
Unidades de insulina regular = glicemia – 140/40 - Em que glicemia = nível sanguíneo de glicose.
O coma hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico pode ocorrer em indivíduos mais velhos com
DM não insulinodependente. Os fatores precipitantes são os mesmos da CAD. Contudo, a taxa
de mortalidade é mais elevada do que a da CAD em parte porque os pacientes são mais velhos.
As manifestações clínicas fundamentais são desidratação grave e alteração do estado mental. É
típico o achado de hiperglicemia significativa e aumento da osmolalidade (> 350 mOsm/ℓ). O
tratamento inclui reidratação agressiva com soro fisiológico, acompanhado pela administração
de insulina regular (dose intravenosa rápida e infusão).
TIREÓIDE
147 | P á g i n a
tireóidea. A tireoidite subaguda, também autoimune, com frequência surge depois de uma
enfermidade gripal e se manifesta como dor mandibular. Todavia, é habitualmente
autolimitante e melhora em alguns meses. O hipotireoidismo também pode ser iatrogênico,
resultante do tratamento clínico do hipertireoidismo. Seus sinais e sintomas incluem fadiga,
ganho ponderal, intolerância ao frio, constipação intestinal, edema facial, retardo dos reflexos
tendinosos profundos e alteração do estado mental. Em geral, é diagnosticado pelo achado de
níveis séricos diminuídos de tiroxina livre (T4) e níveis séricos elevados de hormônio
tireoestimulante (TSH). Hipotireoidismo leve não é uma contraindicação à cirurgia.
O diagnóstico pode ser confirmado pelo achado de nível aumentado de T4 livre, diminuição do
nível de TSH e anticorpos tireoestimulantes. O tratamento exige várias abordagens, embora a
ocorrência da tempestade tireóidea demande uma intervenção mais rápida e agressiva. Muitos
pacientes com hipertireoidismo são tratados com iodo radioativo ou tireoidectomia, que deve
torna-los eutireóideos ou até mesmo hipotireóideos. Esses pacientes não correm risco
perioperatório adicional. Os indivíduos com formas leves de hipertireoidismo precisam de
betabloqueadores e propiltiouracila (PTU) ou metimazol para redução da secreção de tiroxina
no período perioperatório. Uma preocupação importante sempre que o paciente tem história
pregressa de hipertireoidismo é o potencial de tempestade tireóidea, que pode ocorrer
rapidamente com febre, taquicardia, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, alteração do
estado mental e morte.
148 | P á g i n a
Procedimentos de emergência ou urgência devem ser realizados sem demora e os pacientes
monitorados com cuidado. A necessidade potencial de suplementação com hormônio tireóideo,
corticosteroides e suporte cardiovascular ou de bloquear a produção e os efeitos do excesso de
hormônio tireóideo deve ser reconhecida precocemente.
HIPERTERMIA MALGINA
DOENÇAS AUTOIMUNES
Três doenças autoimunes dignas de nota são artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e
espondilite anquilosante. É provável encontrar pacientes cirúrgicos com uma dessas
enfermidades. A artrite reumatoide, apesar do nome, é uma patologia multissistêmica que tanto
compromete simetricamente as articulações quanto o pericárdio, a pleura, os pulmões, os vasos
sanguíneos, os músculos, a medula óssea e a pele. Isso pode resultar em pericardite, pleurite,
149 | P á g i n a
pneumonite, vasculite, miopatias, mielossupressão e úlceras. Anemia da doença crônica
também é um achado frequente. Os pacientes podem ou não apresentar fator reumatoide. Pode
ocorrer comprometimento da ATM e resultar em limitação da abertura da boca, artralgia,
doença articular degenerativa e mordida aberta anterior. O comprometimento cervical pode
limitar a extensão do pescoço, o que complica ainda mais a anestesia. O paciente com abertura
limitada da boca é um desafio em termos de anestesia, para o qual é essencial planejamento
(vias aéreas difíceis). Muitos dos medicamentos prescritos para tratar a artrite reumatoide
resultam em complicações. Os AINE reduzem a função plaquetária, os glicocorticoides resultam
em insuficiência suprarrenal e síndrome de Cushing; e os antirreumáticos de ação lenta (ARAL),
os antirreumáticos modificadores de doença (ARMD) e os anticitocina são imunossupressores.
Os ARAL e os ARMD incluem hidroxicloroquina, sulfassalazina, metotrexato e leflunomida. Já o
número de agentes anticitocina tem aumentado, com várias categorias, inclusive o antagonista
do receptor da interleucina 1 anakinra, o agente que depleta células B rituximabe, o agente
bloqueador do coestimulante de células T abatacepte e os inibidores do fator de necrose
tumoral etanercepte, adalimumabe e inflixamabe. Idealmente, é preciso controlar ao máximo a
doença nos pacientes com artrite reumatoide antes de um procedimento cirúrgico eletivo.
Todavia, a interrupção dos agentes anticitocina antes de um procedimento eletivo pode ser
apropriada em virtude do potencial de infecção nesse grupo, o que deve ser conversado com o
reumatologista. Em geral, a medicação precisa ser interrompida 1 semana antes do
procedimento e ser retomada somente 1 semana depois dele.
IMUNODEFICIÊNCIAS
150 | P á g i n a
correlacionar necessariamente com função normal. Uma das causas mais comuns de redução
da imunidade celular é a infecção pelo HIV. Todavia, a terapia antirretroviral altamente ativa
(HAART) reduziu significativamente as taxas de morbidade e mortalidade ao diminuir a carga
viral e aumentar a contagem de células CD4 na maioria dos pacientes.
As deficiências da imunidade humoral, mais bem avaliada pela determinação dos níveis séricos
das cinco classes de imunoglobulina, também predispõem os pacientes a infecções. A vacinação
prévia também leva ao aparecimento de anticorpos circulantes, que podem ser determinados
para a adequação do sistema humoral.
Isso predispõe os pacientes a infecções bacterianas e fúngicas. Embora seja possível determinar
a contagem absoluta de neutrófilos, a função dos neutrófilos também deve ser avaliada. Uma
contagem absoluta de neutrófilos abaixo de 500/mℓ exige isolamento do paciente e tratamento
profilático com antibiótico e antifúngico. As deficiências do complemento também predispõem
os pacientes a infecções bacterianas. Os fatores do complemento podem ser determinados
individualmente, assim como a função da cascata do complemento, por meio do ensaio CH50.
Deve ser feita uma anamnese meticulosa de todos os pacientes imunocomprometidos para
verificar se apresentam infecções recorrentes, infecções oportunistas, linfadenopatia
generalizada ou perda ponderal. É essencial conhecer bem qualquer doença autoimune ou
imunodeficiência identificada para avaliar melhor seus efeitos nos sistemas de órgãos. O exame
físico deve identificar sinais de imunodeficiência, que se manifesta como infecções oportunistas.
De especial importância são a candidíase oral e esofágica, a gengivite e a periodontite, a
ulceração oral, a diarreia e a tosse e a dispneia persistentes. Os exames laboratoriais incluiriam
hemograma completo com contagem diferencial, razão CD4/CD8, imunoglobulinas séricas (IgG,
IgM, IgE, IgD e IgA), ensaios funcionais para determinar a função de neutrófilos e do
complemento e radiografias de tórax.
151 | P á g i n a
As inúmeras substâncias utilizadas podem provocar neutropenia e linfopenia, o que expõe o
paciente ao risco de cicatrização insatisfatória da ferida cirúrgica, infecção e sepse avassaladora.
O tratamento da doença autoimune subjacente deve ser otimizado antes de qualquer cirurgia
eletiva. É preciso conversar com o médico do paciente (seja ele o reumatologista ou o
especialista em medicina interna) sobre a interrupção criteriosa de determinados
medicamentos no período perioperatório. A administração perioperatória de antibióticos
precisa ser considerada para a maioria dos pacientes e quaisquer infecções que ocorram devem
ser tratadas de modo agressivo.
A possibilidade de infecção pelo HIV deve ser aventada sempre que um paciente apresentar
sinais e sintomas de infecção oportunista. O diagnóstico de infecção pelo HIV exige um teste de
rastreamento do tipo ELISA (ensaio imunossorvente ligado à enzima) e um teste confirmatório
como Western blot. A contagem das células CD4 é utilizada na avaliação da progressão da
doença e, com frequência, combinada com a reação da cadeia da polimerase (PCR) para
determinar a carga viral e a resposta à HAART. Existem quatro categorias gerais na HAART, a
saber, inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídios e nucleotídios, inibidores da
transcriptase reversa não análogos de nucleosídios, inibidores de protease e inibidores de fusão.
A contagem de células CD4 deve ser conhecida antes de qualquer intervenção cirúrgica porque
isso possibilita a estratificação de risco e a prescrição de profilaxia apropriada contra infecções
oportunistas. Todos os sistemas de órgãos podem ser acometidos pelo HIV/AIDS e o tratamento
desses pacientes pode ser trabalhoso. Se a contagem de células CD4 for inferior a 200/mℓ, é
necessária profilaxia contra a pneumonia por Pneumocystis jiroveci (antes conhecida como
pneumonia por Pneumocystis carinii; PPC) com trimetoprima/sulfametoxazol, dapsona,
atovaquona ou pentamidina. Na medida em que a contagem das células CD4 cai abaixo de
100/mℓ, a profilaxia contra toxoplasmose torna-se importante e a associação
trimetoprima/sulfametoxazol é a primeira escolha. Quando a contagem de células CD4 cai
abaixo de 50/mℓ, o potencial de infecção pelo complexo Mycobacterium avium (MAC) exige
profilaxia com um antibiótico macrolídeo.
Os pacientes infectados pelo HIV que precisem de intervenção cirúrgica podem se beneficiar de
tratamento profilático no período perioperatório, mesmo se não estiverem recebendo
atualmente essa medicação.
IDOSO
152 | P á g i n a
uma de 70 anos teria uma pressão parcial de 75 mmHg. Além disso, a resposta de um paciente
idoso à hipoxia e à hipercarbia é embotada. O potencial de dessaturação rápida ou apneia é
elevado. As alterações vasculares pulmonares agravam o desequilíbrio ventilaçãoperfusão, o
que reduz ainda mais a função pulmonar.
A função cardíaca também é comprometida pela redução da frequência cardíaca máxima. Existe
comprometimento de um mecanismo compensatório importante que permitiria o aumento do
débito cardíaco. A ocorrência de doença da artéria coronária é universal e, mesmo que não
exista história pregressa de infarto do miocárdio, síndrome coronariana aguda ou angina, deve-
se suspeitá-la. Muitos pacientes também apresentam hipertensão arterial em algum grau e,
provavelmente, redução da complacência ventricular por causa da hipertrofia ventricular
esquerda. Isso pode ser reconhecido como uma quarta bulha (B4) na ausculta cardíaca ou no
ECG. A redução da complacência ventricular reduz a capacidade do coração em aumentar seu
débito. Disfunção autônoma, arteriosclerose e calcificação distrófica também podem provocar
hipotensão postural, estenose carotídea e estenose da valva aórtica, respectivamente.
A função renal reduz de modo insidioso e, embora não haja sinais ou sintomas clínicos de doença
renal, a TFG dos idosos diminui. A melhor maneira de avaliar essa redução funcional é por meio
da depuração (clearance) de creatinina, medida indiretamente pela creatinina sérica, contudo,
permanece relativamente normal por causa da redução da massa muscular. As preocupações
clínicas mais importantes no tocante à função renal nos pacientes idosos estão relacionadas com
o equilíbrio hidreletrolítico. A administração cuidadosa de líquido e o monitoramento
apropriado do balanço hídrico são essenciais. A retenção urinária, sobretudo nos homens,
secundária à hipertrofia prostática benigna ou câncer de próstata também pode ser
problemática.
GRAVIDAS
153 | P á g i n a
medida em que a gravidez evolui, a compressão da veia cava inferior no decúbito dorsal reduz
o enchimento cardíaco e o débito cardíaco e a pressão arterial. Assim sendo, no 2º e no 3º
trimestres da gravidez, deve-se dar preferência ao decúbito lateral para evitar esse problema. O
útero gravídico também aumenta a pressão intra-abdominal, o que resulta em retardo do
esvaziamento gástrico e aumento da doença por refluxo gastresofágico. Por conseguinte,
aumenta o potencial de aspiração. Quando é necessária anestesia geral, faz-se indução rápida
associada à compressão cricóidea para reduzir o risco. As náuseas e os vômitos, se ocorrerem,
com frequência melhoram com a evolução da gravidez, mas podem aumentar o risco de
aspiração. A frequência miccional também aumenta com a evolução da gravidez por causa da
compressão do útero em expansão. Entre as complicações adicionais que podem ocorrer estão
pré-eclâmpsia, eclâmpsia e a síndrome HELLP. A pré-eclâmpsia é caracterizada por hipertensão
arterial, proteinúria, cefaleia e edema. O aparecimento de convulsões tônicoclônicas sinaliza a
eclâmpsia. A síndrome HELLP pode acompanhar tanto a pré-eclâmpsia como a eclâmpsia e se
caracteriza por hemólise, elevação das enzimas hepáticas e contagem de plaquetas baixa. Essas
condições graves e potencialmente fatais demandam intervenção precoce e agressiva pelo
obstetra e pelo ginecologista. Qualquer substância administrada na gestante deve ser
considerada capaz de atravessar a placenta e penetrar na circulação fetal. As diferentes
concentrações proteicas plasmáticas no feto complicam ainda mais a administração de
medicamentos à gestante por causa da retenção fetal dessas substâncias. Os agentes
teratogênicos são muito problemáticos no 1º trimestre da gravidez (período da organogênese
fetal).
1. O fato de o paciente ser portador de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) sugere a utilização
de anestésico localcom vasoconstrictor adrenérgico.
2. O anestésico local contendo aminas simpaticomiméticas como vasoconstrictor pode ser
usado, sem receio, em pacientes com severa hipertensão arterial sistêmica.
154 | P á g i n a
3. Para diminuir o estresse do paciente e consequente liberação endógena de catecolaminas,
recomenda-se ao Cirurgião-Dentista o uso de sedativos préoperatórios, anestesia local profunda
e analgesia pós-operatória.
É INCORRETO, apenas, o que se afirma em (UPE – 2019):
a) 1.
b) 3.
c) 1 e 3.
d) 1 e 2.
e) 2.
2. No controle pré-operatório de uma paciente com doença renal, existem muitas alterações que
devem ser investigadas a fim de que se realize um procedimento cirúrgico seguro. Em relação à
doença renal em um paciente que será submetido à cirurgia bucal sob anestesia local, é
INCORRETO o fato de que a (UFRN – 2019):
a) a hipertensão arterial nesses pacientes requer a restrição de fluidos e, em alguns casos, o uso
de diuréticos no pré-operatório.
b) a diminuição da eritropoietina e a depressão da medula óssea são fatores responsáveis pela
anemia nesses pacientes.
c) a uremia e o uso de heparina nas hemodiálises podem induzir problemas de anticoagulação,
favorecendo o aparecimento de tromboses.
d) a realização do procedimento nesses pacientes deve ocorrer realizado após 24 horas da
diálise para minimizar a possibilidade de fatiga e de sangramentos.
3. Um paciente portador de insuficiência renal crônica que realiza diálise regular é classificado,
minimamente, segundo a Associação Americana de Anestesiologia (ASA), como (UFRN – 2019):
a) ASA III.
b) ASA IV.
c) ASA I.
d) ASA II.
155 | P á g i n a
a) B e C.
b) A e B.
c) C e X.
d) B e X.
6. Ainda em relação às novas diretrizes de AHA para RCP, além da nova sequência, há a
recomendação para que a frequência de compressão torácica seja de, no mínimo:
a) 80 compressões por minuto
b) 90 compressões por minuto
c) 100 compressões por minuto
d) 110 compressões por minuto
e) 120 compressões por minuto
Estão corretos:
a) Somente A e B
b) Somente B e C
c) Somente C e D
d) Somente A, C e D
e) Todas estão corretas
156 | P á g i n a
10. O tratamento de urgência de um choque anafilático consiste em:
A- Colocar o paciente em decúbito dorsal
B- Oxigenoterapia
C- Aplicação de soro glicosado
D- Fazer por via intramuscular uma ampola de Serpasol
Estão corretas:
a) Somente A e B
b) Somente B e C
c) Somente C e D
d) Somente B e D
e) Todas estão corretas
12. A conduta nas reações de hipersensibilidade depende da gravidade dos sinais e sintomas, que
podem variar desde um simples eritema tardio a um choque anafilático imediato. Dentre as
afirmações abaixo, qual é a melhor conduta quando o paciente apresenta sinais cutâneos graves
e imediatos, como eritema, prurido e edema de pálpebras e lábios:
a) Cricotirectomia imediata, administração subcutânea de adrenalina e hospitalização
b) Administração subcutânea de adrenalina seguida de anti-histamínico. Monitorização dos
sinais vitais e observação
c) Administração de anti-histamínico por via oral
d) Entubação orotraqueal e assistência ventilatória imediata, administração de anti-histamínico
e corticóides por via parental e hospitalização
e) Administração de anti-histamínico e corticóides por via parenteral
13. Um paciente portador de diabetes melitus insulino dependente não compensado, é classificado
segundo a associação Americana de Anestesiologia (ASA) como:
a) ASA IV
b) ASA II
c) ASA III
d) ASA I
14. Uma paciente jovem, sem achados dignos de nota ao exame clínico e laboratorial, e que faz uso
de reposição hormonal com levotiroxina, de acordo com a classificação da Sociedade Americana
de Anestesiologia, encontra-se na categoria:
a) ASA I
b) ASA II
c) ASA III
d) ASA IV
157 | P á g i n a
15. Um paciente que necessita tratamento sob anestesia geral, ao ser examinado durante a consulta
pré-anestésica foi classificada como um paciente portador de doença sistêmica moderada,
segundo a classificação ASA, este paciente recebeu:
a) ASA I
b) ASA II
c) ASA III
d) ASA IV
16. Assinale a alternativa correta para a classificação do estado físico do paciente, de acordo com a
Sociedade Americana de Anestesiologia ASA:
a) ASA I- paciente portador de doença sistêmica moderada ou fatores de risco à saúde
(obesidade, tabagismo, uso excessivo do etanol)
b) ASA III- paciente com doença sistêmica severa, que limita às atividades, mas não é
incapacitante
c) ASA IV- paciente moribundo, de quem não se espera a sobrevivência por um período de 24
horas, com ou sem intervenção cirúrgica
d) ASA V-paciente portador de doença sistêmica severa, incapacitante, que é uma constante
ameaça à vida
e) ASA II- paciente normal, saudável, sem história de doença sistêmica
17. Paciente de 24 anos, feminino, apresenta-se para consulta odontológica inicial. Sua principal
queixa é em relação aos terceiros molares inferiores que estão impactados. Na radiografia
observa-se que tanto o 38 quanto o 48 apresentam-se com impactação classe B de profundidade
e classe 2 com o ramo. A paciente tem 1,57m de altura e pesa 86 quilos e relata não ter
problemas de saúde. Nesse caso,
a) A paciente é considerada ASA 1
b) A paciente é considerada ASA 2
c) A paciente é considerada ASA 3
d) A paciente é considerada ASA 4
e) Não há correlação entre o IMC e a classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA)
18. Ao solicitar o risco cirúrgico de um paciente, o cirurgião dentista foi informado que se tratava
de um paciente ASA III. De acordo com a Classificação da Sociedade de Anestesiologia, trata-se
de um paciente:
a) Normal
b) Com doença sistêmica grave que é uma ameaçada constante à vida
c) Com doença sistêmica grave, mas não incapacitante
d) Com doença sistêmica leve ou fator de risco de saúde insignificante
e) Moribundo com expectativa de vida menor que 24 horas com ou sem cirurgia
19. Dor retroesternal, que irradia para mandíbula, pescoço e ombros ou braços, com duração de
mais de 30 minutos e não cessa em repouso, podendo estar associada a dispnéia, a presença de
náuseas e vômitos, a fadiga, a diaforese e a palpitação. A hipótese mais provável para esse
quadro clínico é:
a) Angina instável
b) Infarto Agudo do miocárdio
158 | P á g i n a
c) Crise Hipertensiva
d) Acidente vascular cerebral
20. A endocardite bacteriana é uma doença grave que pode ser causada por procedimentos
invasivos na cavidade oral. A sua profilaxia está indicada na seguinte opção:
a) Defeito do septo atrial isolado
b) Enxerto tipo by-pass em artéria coronária
c) Disfunção valvar adquirida
d) Grandes próteses articulares
GABARITO:
159 | P á g i n a
EXAMES LABORATORIAIS
Embora haja um número enorme de exames que podem ser executados em líquidos orgânicos,
apenas alguns interessam ao dentista.
HEMOGRAMA:
Hemoglobina;
Hematócrito;
Volume corpuscular médio (VCM);
Hemoglobina corpuscular médio (HGM);
Leucometria;
Leucometria diferencial;
DISTÚRBIOS DO SANGRAMENTO:
Tempo de protombina (TP);
Tempo de tromboplastinas parcial (TTP);
Tempo de sangramento (TS);
Contagem de plaquetas;
GLICEMIA EM JEJUM;
HEMOGLOBINA GLICOSILADA;
CREATININA;
CÁLCIO;
POTÁSSIO;
SÓDIO;
BILIRRUBINA;
UREIA;
FOSFATASE ALCALINA.
160 | P á g i n a
Hematócrito: Mede a porcentagem dos elementos e formados no sangue, por esta
razão, as alterações no hematócrito estão associadas as mesmas condições da
hemoglobina.
Leucometria: É uma avaliação do número absoluto dos leucócitos com mm² . Encontra-
se elevada (leucitose) em várias condições de importância, incluindo infecção,
inflamação, leucemia e destruição tecidual. Uma redução de leucócitos (leucopenia)
costuma ser encontrada na anemia aplástica, toxidade medicamentosa e em algumas
infecções virais. Embora a contagem de leucócitos forneça informações valiosas, a
contagem diferencial, feita simultaneamente, aumenta de forma significativa.
O leucócito mais comum é o neutrófilo, que desempenha um papel importante na
fagocitose das bactérias, e seu númer aumenta na infecção e inflamação. A redução
dos neutrófilos pode ser causada por anemia aoplástica, pela neutropenia cíclica.
Os linfócitos são células que participam da mediação de muitas funções celulares
do sistema imunológico. Foram identificados os principais tipos de linfócitos: as
células T e as células B. Além disso, são conhecidas subpopulações de células T que
apresentam atividades funcionais reguladoras. Os números e proporções destas
células podem ser afetados em várias doenças, incluindo a infecção por HIIV e as
viroses nas quais é observada a linfocitose. A monocitose é relativamente rara, mas
encontrada na tuberculose e na endocardite bacteriana subaguda,
Os eosinófilos têm um papel indefinido, porem são afetados por doenças com o
envolvimento por parte do sistema imunológico. O aumento do número de
eosinófilos é observado em alergias, infecções parasitárias, escarlatina, brucelose e
diversas condições malignas do sangue, incluindo a doença de Hodgkin e algumas
variedades de leucemia. A redução do número de eosinófilos são notados na
síndrome de Cushing.
161 | P á g i n a
O tempo de tromboplastina parcial (TTP) avalia os sistemas comum e intrínseco,
estando prolongado pode defeito nos fatores VII, IX, e XII, e dos fatores I, II, V e X,
necessários para o sistema comum.
Os pacientes com alto risco de diabetes melito caso não tenha sido feito exame dos últimos 6-
12 meses, devem ser avaliados. Pacientes com infecções orais recidivantes, doença periodontal
em desproporção com os fatores locais observados, ou com história sintomática de poliúria,
polifagia e polidipsia devem ser submetidos a exames. Ocasionalmente, os distúrbios no
metabolismo da glicose só podem ser descobertos após uma sobrecarga de glicose, no teste oral
de tolerância a glicose.
Paciente que faz uso de insulinoterapia, os níveis de glicose no sangue e na urina devem
ser controlados com rigidez. Geralmente uma escala é designada na taxa da glicose.
Quando apresenta uma taxa de glicose entre 200-250 mg/dl ou a insulina deve ser
aplicada.
Muitos pacientes que estão sendo tratados para diabetes pesquisam diariamente a presença de
glicose em sua urina. Como limiar renal para a glicose é cerca de 180mg/dl e pode baixar na
gravidez e em outras condições, a determinação da glicose na urina é um exame de triagem
sensível para a doença. Alguns exames para detecção de glicose na urina, nos quais o sulfato de
cobre é reduzido são a prova de Benedict, tiras de Clinitest.
Embora o risco de contrair hepatite B pelos dentistas e a equipe de auxiliares tenha sido
bastante reduzido, com o advento da vacina, há casos em que é importante para o dentista
determinar a capacidade de contágio dos pacientes com história da doença, mas a vacinação
não confere imunidade por toda vida, o título de anticorpos para o vírus, o título de anticorpos
para o vírus deve ser um exame solicitado pelo dentista.
Anti-HBS;
AgHBs;
AgHBs – antígeno australia.
162 | P á g i n a
Inicialmente o soro do paciente é testado em relação a presença de anticorpos para
componentes proteicos do vírus, utilizando-se de um teste imunoabsorvente ligado a
enzima (ELIZA);
Se caso este exame for positivo, confirma-se por meio de um método mais especifico
que detecta proteínas virais individuais. A técnica é chamada de método de Western
blot.
VDRL;
RPR – Teste rápido de reagina plasmática.
163 | P á g i n a
doenças cutâneas crônicas (auto-
imunes)
BASÓFILOS 0-1%
CONTAGEM DE 150.000 – 400.000 células Redução da trombocitopenia.
PLAQUETAS por mm³.
TEMPO DE 1. Menor que 4 Aumentado na trombocitopenia ou
SANGRAMENTO minutos; em algumas alterações qualitativas
1. MÉTODO IVY 2. 3 – 9 minutos. das plaquetas, tais como uso
2. PADRÃO prolongado de aspirina e na doença
de von Willebrand.
TEMPO DE 11 segundos – dependendo Avalia os sistemas extrínseco e
PROTROMBINA do controle do laboratório. comum; prolongado nas deficiências
Resultado expresso como dos fatores I, II, VI, VII e X, na terapia
relação teste/controle. anticoagulante e nas doenças
hepáticas.
TEMPO DE
TROMBOPLASTINA
PARCIAL
BIOQUÍMICA DO SANGUE
164 | P á g i n a
reduzida na hipofosfatasia,
hipoparatireoidismo e má
nutrição.
BILIRRUBINA 0,8 mg/dl Produto de desintegração
das hemácias; aumentada
nas doenças hepáticas, na
produção aumentada e na
incapacidade de excreção.
AMILASE 65-150 unidades Somogyi/dl. Elevada nas doenças
pancreáticas e das glândulas
salivares, e na obstrução
intestinal.
CREATININA 0,7 – 1,4 mg/dl. Elevada na insuficiência
renal; afetado por destruição
muscular.
1. Quando um paciente apresenta insuficiência renal pode-se constatar sua presença e gravidade
pelos níveis sanguíneos de (COREMU/UFG – 2019):
a) glicose e TSH.
b) creatinina e uréia.
c) T4 livre e TSH.
d) glicose e TGO.
2. Quando se suspeita de doença renal durante a anamnese e o exame físico, vários exames podem
ser feitos para avaliar a presença e o grau de gravidade. A ureia e a creatinina são usualmente
solicitadas, uma vez que são excretadas por filtração glomerular. O nível sérico de creatinina, de
acordo com o provável percentual de perda da função renal, é (COREMU/UFG – 2020):
a) de 1,5 a 1,7 mg/dl, com normalidade da função renal.
b) acima de 2,0 mg/dl, com aproximadamente 20% da perda de função renal.
c) acima de 4,8 mg/dl, com aproximadamente 75% da perda de função renal.
d) acima de 2,0 mg/dl, com aproximadamente 10% da perda da função renal.
3. Segundo Neville et al. (2009), qual exame laboratorial mostra grande elevação na doença óssea
de Paget? (COREMU/UFG – 2020):
a) Cálcio.
b) Fósforo.
c) Fosfatase alcalina sérica.
d) Glicemia de jejum.
165 | P á g i n a
conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias. Quanto ao exame de
sangue, assinale a alternativa correta (Santa Casa de Campo Grande – MS – 2019):
a) O hemograma serve para indicar o local onde ocorre o distúrbio que provoca as alterações,
sendo, portanto, um exame específico para doenças.
b) O hemograma pode identificar ou sugerir algumas alterações na condição imunológica,
quadros de anemia e no processo de coagulação do paciente.
c) O eritrograma corresponde ao estudo da série branca sanguínea como leucócitos ou outras
células brancas.
d) A identificação de valores da hemoglobina acima das taxas de normalidade aumenta a chance
de ocorrência de dificuldade de cicatrização após procedimentos odontológicos.
5. A respeito dos exames laboratoriais pré-operatórios, são condições que justificam o diagnóstico
diferencial (UEPA – 2019):
a) a Fosfatase Alcalina pode estar aumentada em casos suspeitos de Doença de Paget, tornando-
se suficiente para o diagnóstico.
b) o PTH é produzido pelas glândulas suprarenais e pode estar aumentado em pacientes renais
crônicos.
c) níveis elevados de glicose não são relacionados com quadros infecciosos, independentemente
de distúrbios metabólicos anteriores.
d) a acidose sanguínea é esperada apenas em indivíduos com desvios metabólicos.
e) as imunoglobulinas são eficientes para o diagnóstico de infecções agudas e tardias.
6. Um paciente que apresenta uma glicemia em jejum de 120 mg/dL e, no exame de tolerância a
glicose, 190 mg/dL é considerado um (UFRN – 2019):
a) diabético em estágio moderado.
b) não diabético.
c) pré-diabético.
d) diabético em estágio leve.
7. Após 6 dias da remoção do dente 46 sob anestesia local, um paciente de 42 anos, saudável, sem
alterações sistêmicas, iniciou quadro de aumento de volume doloroso em região mandibular
esquerda, hiperemia, calor local, trismo importante e febre de 39°C. Sabendo que os exames
hematológicos apontaram infecção aguda, espera-se encontrar no leucograma (UFRN – 2019):
166 | P á g i n a
9. Um paciente do sexo masculino de 44 anos compareceu à clínica de estomatologia com um
aumento de volume em região anterior central da mandíbula. Ao exame clínico, observou-se
presença de lesão intra-óssea em região de sínfise mandibular com abaulamento das regiões
corticais, vestibular e lingual. O paciente relatou que o crescimento ocorreu de forma lenta e
disse não sentir dor associada. O exame de Tomografia Computadorizada mostrou uma lesão
unilocular, sem fenestração de corticais ósseas e sem associação a dentes inclusos. A biópsia
incisional definiu um diagnóstico histopatológico de Lesão Central de Células Gigantes. O exame
laboratorial complementar para fechar o correto diagnóstico e propiciar o melhor tratamento
para o paciente é o (UFRN – 2020):
a) INR.
b) T3.
c) TGP.
d) PTH.
GABARITO:
1- B / 2- C / 3- C / 4- B / 5- E / 6- C / 7- A /8- D / 9- D / 10- C
167 | P á g i n a
EXAMES DE IMAGEM
RADIOGRAFIAS
Neste capítulo iremos falar sobre as radiografias intra-orais e extra-orais mais usadas pelo
cirurgião-dentista e pelo cirurgião Bucomaxilofacial.
Radiografias intra-orais:
Periapical;
Interproximal;
Oclusal.
Radiografias extra-orais:
Panorâmica;
Seios da face – Waters;
Axial – Hirtz;
Towne;
Lateral obliqua;
Telerradiografia frontal e lateral.
RX PERIAPICAL
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
168 | P á g i n a
O receptor de imagem deve ser posicionado com o seu longo eixo na vertical para os
incisivos e caninos e na horizontal para os pré-molares e molares, com sobra sufi ciente
do receptor além do ápice, para registrar os tecidos apicais.
O cabeçote de raios X deve estar posicionado de forma que o feixe incida
perpendicularmente em relação ao dente e ao filme, tanto no plano horizontal quanto
no plano vertical.
O posicionamento deve ser reproduzível.
Na tentativa de solucionar essas radiografias, pois nem sempre a anatomia da cavidade oral
permite que os posicionamentos sejam satisfeitos, duas técnicas foram desenvolvidas:
Paralelismo;
Bissetriz.
PARALELISMO:
169 | P á g i n a
BISSETRIZ:
A base teórica da técnica da bissetriz, ou técnica do ângulo bissetor, pode ser resumida
conforme se segue:
O receptor de imagem é colocado o mais próximo possível dos dentes a serem
radiografados, sem que seja curvado.
A bissetriz do ângulo formado entre o longo eixo dos dentes e o longo eixo do receptor
de imagem é estimada e determinada imaginariamente.
O cabeçote de raios X é posicionado perpendicularmente à bissetriz imaginária com o
raio central do feixe de raios X na direção do ápice dentário.
Usando-se o princípio geométrico dos triângulos isométricos, o comprimento real dos
dentes na boca será igual ao comprimento do dente na imagem.
O ângulo formado pela continuação da linha do raio central até encontrar o plano oclusal
determina a angulação vertical do feixe de raios X em relação ao plano oclusal
170 | P á g i n a
avaliado independentemente. As angulações verticais sugeridas devem ser tomadas
apenas como um guia geral.
Angulação horizontal do cabeçote de raios X No plano horizontal, o raio central deve ser
direcionado paralelamente às áreas de contato interproximais, para evitar a
superposição dos dentes. A angulação horizontal é, portanto, determinada pela forma
da arcada e pela posição dos dentes.
PARALELISMO X BISSETRIZ:
As vantagens e desvantagens das duas técnicas podem ser resumidas conforme se segue:
171 | P á g i n a
As muitas variáveis envolvidas na técnica, resultam, frequentemente, em imagens
distorcidas.
A angulação vertical incorreta do cabeçote irá resultar em um encurtamento ou
alongamento da imagem.
Os níveis de osso periodontal são pobremente mostrados.
A projeção do processo zigomático frequentemente se sobrepõe às raízes dos
molares superiores.
Os ângulos verticais e horizontais devem ser estimados, para cada paciente, pela
observação, e assim, uma considerável experiência é requerida.
Não é possível obter imagens reprodutíveis.
Se o raio central não for direcionado para o centro do receptor de imagem, pode-se
ter como resultado o cone cut, particularmente se for utilizado o colimador
retangular.
A angulação horizontal incorreta do cabeçote irá resultar em superposição das
coroas e das raízes.
As coroas dos dentes apresentam-se frequentemente distorcidas, dificultando, por
conseguinte, a detecção de cáries interproximais.
As raízes vestibulares dos pré-molares e molares da maxila apresentam-se
encurtadas.
RX INTERPROXIMAL
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
172 | P á g i n a
Os dentes posteriores e o receptor de imagem devem estar em contato ou o mais
próximo possível.
Os dentes posteriores e o receptor de imagem devem estar paralelos – a forma da
arcada dentária pode requerer dois posicionamentos distintos do receptor de imagem
para que este requisito seja satisfeito para ambos os dentes, molares e pré-molares.
Para o plano horizontal, o anel localizador deve garantir que o cabeçote de raios X fique
direcionado de forma tal que o feixe de raios X incida perpendicularmente sobre os
dentes e o receptor de imagem e passe através de todas as áreas de contato.
Para o plano vertical, o anel localizador deve garantir que o cabeçote de raios X fique
direcionado para baixo, aproximadamente uma angulação de 5° a 8° na horizontal, para
compensar a curva de Monson.
O posicionamento deve ser reproduzível.
VANTAGENS:
Simples.
Baixo custo.
As aletas são descartáveis, não sendo necessário nenhum procedimento adicional
para controle de infecções.
Pode ser facilmente utilizada para crianças.
DESVANTAGENS:
RX OCLUSAL
A radiografia oclusal é definida como aquelas técnicas radiográficas intraorais realizadas com
um aparelho de raios X odontológico em que o receptor é posicionado no plano oclusal.
173 | P á g i n a
Essa radiografia pode ser feita em diferentes posições:
RX PANORÂMICO
174 | P á g i n a
Todos os dentes e suas estruturas de suporte são mostrados em uma única imagem.
A técnica é relativamente simples.
A dose de radiação é relativamente baixa, particularmente nos modernos aparelhos que
empregam corrente contínua e écrans intensificadores de terras raras no chassi ou
sensores de imagem digital.
INDICAÇÕES:
Onde uma lesão óssea ou dente não-erupcionado são de um tamanho ou posição que exclua a
sua completa demonstração em radiografias intraorais.
Como parte da avaliação do suporte ósseo periodontal onde existam bolsas periodontais à
sondagem maiores que 6 mm.
Para avaliação dos terceiros molares no planejamento anterior a uma intervenção cirúrgica. Não
é recomendada radiografia de rotina de terceiros molares não-erupcionados.
Como parte da avaliação ortodôntica em que haja a necessidade clínica de conhecer o estado
da dentição e a presença/ausência de dentes. É essencial o uso de critérios clínicos para
selecionar pacientes, em vez de radiografias de rotina.
Diferentes partes da área focal são atingidas durante a exposição. Desta maneira, a radiografia
final é construída em cortes, cada um obtido separadamente, à medida que o equipamento gira
ao redor da cabeça do paciente.
175 | P á g i n a
As margens de sombras que correspondem à anatomia normal, evidentes nas radiografi as
panorâmicas, variam de um aparelho para outro, mas no geral podem ser subdivididas em:
Sombras reais ou verdadeiras das estruturas no interior da área focal, ou próximas a ela.
Sombras fantasmas ou artefatos criados pelo movimento e pelas estruturas do lado
oposto ou distantes da área focal. A angulação vertical negativa de 8° do cabeçote de
raios X direcionado para cima faz com que estas sombras fantasmas apareçam em um
nível mais alto do que as estruturas que a causaram.
176 | P á g i n a
Pregas nasolabiais.
VANTAGENS:
Uma grande área de imagem é formada e todos os tecidos dentro da área focal são
mostrados, inclusive os dentes anteriores, mesmo quando o paciente é incapaz de abrir
a boca.
A imagem é fácil para a compreensão dos pacientes e, consequentemente, um auxílio
útil no ensino.
Movimentos do paciente no plano vertical distorcem somente a parte da imagem que
está sendo produzida naquele instante.
O posicionamento é relativamente simples e requer um mínimo de experiência.
A visão geral dos maxilares permite uma avaliação rápida de qualquer doença
assintomática, possivelmente sem suspeita clínica.
A visão de ambos os lados da mandíbula em um filme é útil na avaliação de fraturas e é
confortável para o paciente traumatizado.
A visão geral é útil na avaliação da condição periodontal e nas análises ortodônticas.
O assoalho do seio maxilar e as suas paredes medial e posterior são bem mostradas.
Ambas as cabeças dos côndilos são demonstradas em um filme, permitindo uma fácil
comparação.
A dose de radiação (dose efetiva) é cerca de um quinto da dose de um exame periapical
completo com filmes intraorais.
Desenvolvimento de técnicas de limitação de campo, que resultam também em
reduções da dose.
DESVANTAGEM:
177 | P á g i n a
A imagem representa somente uma parte do paciente. Estruturas ou anormalidades
fora da área focal podem não estar evidentes.
Tecidos moles e sombras aéreas podem sobrepor-se às estruturas de tecido duro
importantes.
Sombras fantasmas ou artefatos podem sobrepor-se às estruturas que estão dentro da
área focal.
O movimento, juntamente com a distância entre a área focal e o filme, produz distorção
e ampliação da imagem final.
O uso de filme de ação indireta e placas intensificadoras resulta em alguma perda na
qualidade da imagem, mas a resolução da imagem pode ser melhorada utilizando-se
receptores de imagem digital.
A técnica não é adequada para crianças com menos de 6 anos de idade ou para alguns
pacientes deficientes, em função da duração do ciclo de exposição.
Alguns pacientes não se adaptam ao formato da área focal e algumas estruturas ficam
fora de foco.
O movimento do paciente durante a exposição pode criar dificuldades na interpretação
da imagem.
Possibilita a visualização do complexo facial e do seio maxilar e evita a superposição dos ossos
densos da base do crânio.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
TÉCNICA E POSICIONAMENTO:
1. O paciente é posicionado de frente para o receptor de imagem, com a cabeça inclinada para
trás, de modo que a linha de referência radiográfica esteja a 45° em relação ao receptor de
imagem, denominada posição mento-naso. Essa posição possibilita que os ossos densos sejam
inclinados para baixo e os ossos da face para cima, permitindo a visualização desses.
178 | P á g i n a
PA DE MANDÍBULA – PÓSTERIO-ANTERIOR DE MANDÍBULA
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
TÉCNICA E POSICIONAMENTO:
179 | P á g i n a
180 | P á g i n a
TOWNE REVERSA
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
TÉCNICA E POSICIONAMENTO:
1. O paciente permanece em uma posição PA, por exemplo, com a cabeça inclinada para frente
na posição fronto-naso e com a boca aberta. A linha de referência radiográfica está na horizontal
e em ângulo reto com o receptor de imagem. O movimento de abertura bucal possibilita a saída
dos côndilos da fossa mandibular, onde poderão ser visualizados.
2. O cabeçote do aparelho de raios X é direcionado para cima, passando por baixo do osso
occipital, com o feixe central a 30° em relação ao plano horizontal, incidindo através dos
côndilos.
181 | P á g i n a
SUBMENTOVÉRTICE - AXIAL - HIRTZ
Possibilita a visualização da base do crânio, do seio esfenoidal e do complexo facial em uma vista
inferior.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
TÉCNICA E POSICIONAMENTO:
1. O paciente é posicionado de costas para o receptor de imagem. A cabeça é inclinada para trás
o máximo possível, de forma que o vértice do crânio encoste no receptor de imagem. Nesta
posição, a linha de referência radiográfica encontra-se vertical e paralela ao receptor de
imagem.
2. O cabeçote do aparelho de raios X é direcionado para cima – vértice da cabeça, passando por
baixo do mento, com o feixe central de raios X a 5° em relação ao plano horizontal, incidindo
sobre uma linha imaginária formada pela união dos primeiros molares inferiores.
182 | P á g i n a
LATERAL OBLÍQUA
As radiografias laterais oblíquas são imagens extraorais dos ossos maxilares. Antes do
desenvolvimento dos aparelhos panorâmicos, estas eram as radiografias extraorais de rotina
utilizadas tanto em hospitais quanto na clínica geral, mas na ausência de uma panorâmica é uma
opção.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES:
TELERRADIOGRAFIA
Ortodontia
183 | P á g i n a
Diagnóstico inicial, confirmação de anomalias esqueléticas e/ou de tecidos moles
subjacentes.
Plano de tratamento.
Monitoramento do progresso do tratamento, por exemplo, para analisar os requisitos
de ancoragem e a inclinação dos incisivos.
Avaliação dos resultados do tratamento, por exemplo, um ou dois meses antes da
conclusão do tratamento visando assegurar o alcance dos objetivos e permitir o
planejamento da contenção.
Cirurgia ortognática
CEFALOMETRIA LATERAL
184 | P á g i n a
Subespinal ou ponto A: O ponto mais profundo na linha média entre a espinha nasal
anterior e o próstio.
Próstio (Pr): O ponto mais anterior da crista alveolar na pré-maxila, usualmente
entre os incisivos centrais superiores.
Infradental (Id): O ponto mais anterior da crista alveolar, situado entre os incisivos
centrais inferiores.
Supramentual ou ponto B: O ponto mais profundo no contorno ósseo entre o
infradental e o pogônio.
Pogônio (Pog): O ponto mais anterior do mento ósseo.
Gnátio (Gn): O ponto mais anterior e inferior do contorno ósseo do mento, situado
a meia distância entre o pogônio e o mento.
Mento (Me): O ponto mais inferior no contorno ósseo da sínfise mandibular.
Gônio (Go): O ponto mais lateral e externo na junção dos ramos horizontal e
ascendente da mandíbula.
Espinha nasal posterior (ENP): A ponta da espinha posterior do osso palatino no palato
duro.
Articular (Ar): O ponto de interseção entre os contornos dorsais da borda posterior da
mandíbula e o osso temporal.
Pório (Po): O ponto mais superior do meato auditivo externo ósseo, usualmente
considerado como coincidente com o ponto mais superior das olivas auriculares do
cefalostato.
Plano maxilar: Um plano transversal através do crânio representado por uma união das
espinhas nasais anterior e posterior.
Plano SN: Um plano transversal através do crânio representado por uma linha unindo a
sela e o násio.
SNA: Refere-se à posição ântero-posterior da maxila, conforme representado pelo
ponto A, em relação à base do crânio.
SNB: Refere-se à posição ântero-posterior da mandíbula, conforme representado pelo
ponto B, em relação à base do crânio.
ANB: Refere-se à posição ântero-posterior da maxila em relação à mandíbula, por
exemplo, indica o padrão esquelético ântero-posterior – Classe I, II ou III.
Inclinação incisiva maxilar: O ângulo entre o longo eixo dos incisivos maxilares e o plano
maxilar.
Inclinação incisiva mandibular: O ângulo entre o longo eixo dos incisivos mandibulares
e o plano mandibular.
185 | P á g i n a
CEFALOMÉTRICA PÓSTERO-ANTERIOR DA MANDÍBULA (PA DE MANDÍBULA)
186 | P á g i n a
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Pequenas quantidades, e diferenças, na absorção dos raios X podem ser detectadas. Isto,
por sua vez, possibilita:
Imagem detalhada de lesões intracranianas.
Imagem de tecidos duros e moles.
Excelente diferenciação entre diversos tipos de tecidos, tanto normais quanto
doentes.
As imagens podem ser manipuladas.
Imagens tomográficas axiais podem ser obtidas.
Imagens reconstruídas podem ser adquiridas a partir das informações obtidas no plano
axial.
As imagens podem ser intensificadas pelo uso de meio de contraste intravenoso para
delinear os vasos sanguíneos.
187 | P á g i n a
DESVANTAGENS:
OBS: TODAS AS IMAGENS ABAIXO SÃO DO ARQUIVO DA RESIDÊNCIA QUE EU FAÇO, POR ISSO
TEMOS FRATURAS NOS OSSOS DAS IMAGENS A SEGUIR.
Axial;
Coronal;
Sagital.
Lembrem-se: diferente das radiografias, imagem escuras são hipodensas e imagens mais claras
são hiperdensas.
188 | P á g i n a
CORTE AXIAL
CORTE CORONAL
189 | P á g i n a
CORTE SAGITAL
Além dos cortes nós temos duas janelas, que são a óssea e a para tecido mole, além da opção
de fazer reconstrução em 3D, todas as imagens acima foram feitas através da janela óssea, segue
respectivamente uma imagem com janela para tecido mole e uma RECON.
190 | P á g i n a
CINTILOGRAFIA – MEDICINA NUCLEAR
A infusão dos radioisótopos, entre eles o tecnécio-99m, possibilita evidenciar locais de alta
atividade celular, com metabolismo ósseo efetivo, por meio do emprego de uma câmara Gama.
Destarte, mudanças no padrão do crescimento, como nas hiperplasias das cabeças
mandibulares ou mesmo nas neoplasias, podem ser diagnosticadas com a utilização dessa
técnica, uma vez agregada a matriz de hidroxiapatita, ela se incorpora na zona de osteogênese.
191 | P á g i n a
As principais indicações são voltadas para casos de suspeita de mau posicionamento do disco
articular, bem como anormalidades que incluem deslocamento anterior, perfuração, alterações
degenerativas e adesões. Processos alérgico ao meio de contraste devem ser sempre
investigados.
INDICAÇÕES GERAIS:
Cintilografia Óssea: pesquisa de metástases ósseas causadas por variados tipos câncer,
como o de mama, próstata ou pulmão, por exemplo, e para identificar áreas de alteração
do metabolismo dos ossos. Entenda melhor o que são as metástases e quando acontecem;
Cintilografia Óssea Trifásica: identificar alterações causadas por osteomielite, artrites,
tumores ósseos primários, fraturas de estresse, fratura oculta, osteonecrose, distrofia
simpática reflexa, infarto ósseo, viabilidade do enxerto ósseo e avaliação de próteses
ósseas. Também é utilizada para investigar causas de dor óssea em que não foram
identificadas as causas com outros exames.
Lembre-se: Nesse caso é hipocaptação e hipercaptação. Na imagem acima, que faz parte do meu
arquivo pessoal, do lado esquerdo conseguimos identificar hipercaptação na região condilar
esquerda.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
A aquisição de imagens por meio de ressonância magnética (RM) representa um dos avanços
mais importantes na aérea médica do último século. As características dessa tecnologia são
extremamente complexas, demandando princípios físicos nucleares, que envolvem
principalmente os átomos de hidrogênio contidos nos diferentes tecidos do corpo humano ou
em áreas acometidas por processos patológicos.
192 | P á g i n a
As sequencias dos exames de imagem em T1. T2 e em densidade de prótons (DP) são as mais
empregadas para o estudo anatomopatológico das ATM em que o disco articular apresenta-se
dentro dos aspectos normais, com formato bicôncavo, sendo seus segmentos anterior e
posterior espessos e a parte central afilada.
Além desses aspectos normais, possíveis formações líquidas nos compartimentos intra e extra-
articulares (derrames/efusões), que detonam hipersinal, e proliferação inflamatórias de
diferentes origens são importantes vantagens desse exame. A diminuição de sinal intramedular,
seja na cabeça mandibular ou na eminencia temporal, pode representar alterações de longa
lesão, ocasionando a esclerose reacional, chegando a casos extremos de necroses avasculares.
Os edemas intramedulares, contrariamente, expressam aumento de sinal, caracterizando
agentes inflamatórios, e as áreas de formato arredondado internas a medular óssea podem, por
vezes, estar vinculadas a cistos subcondrais.
A caracterização imagética dos músculos da mastigação também são uma das grandes
vantagens dos exames por meio da RM, especialmente o músculos pterigoideo lateral, que tem
relações de suas fibras com a cabeça da mandíbula e do disco articular.
193 | P á g i n a
QUESTÕES - EXAMES DE IMAGEM
1. A avaliação radiográfica dos traumas faciais deve ser feita após exame clínico criterioso. Mesmo
com a tomografia computadorizada tridimensional, as tomadas radiográficas padrão ainda são
muito utilizadas na avaliação inicial do paciente traumatizado. A incidência radiográfica de
Towne, quando obtida em uma angulação póstero-anterior, é utilizada para avaliar (COREMU –
UFG – 2019):
a) a base do crânio, notadamente a fossa média.
b) a coluna cervical, precisamente o processo odontóide até a terceira vértebra cervical.
c) os espaços pneumatizados da mastoide, crista petrosa, forame magno e sela túrcica.
d) o osso etmoide na sua lâmina crivosa e a fossa craniana anterior.
2. Nas fraturas orbitárias isoladas, as imagens da tomografia computadorizada são as mais usadas
para um diagnóstico seguro e para o plano de tratamento. Os cortes sagital, axial e coronal são
normalmente utilizados. Relacione o corte tomográfico à respectiva visualização anatômica
adequada (COREMU – UFG – 2019):
a) coronal – visualização do assoalho orbitário, fissura orbitária inferior e forame infraorbitário.
b) sagital – visualização do assoalho orbitário no aspecto AP, deslocamento de tecido mole e
limites anterior e posterior das fraturas.
c) axial – visualização da cavidade orbitária em seu rebordo superior, fissura orbitária superior.
d) coronal – visualização inadequada do assoalho, mais adequada para analisar fraturas da
parede lateral e teto orbitários.
194 | P á g i n a
a) o assoalho de órbita é melhor avaliado pelo plano axial.
b) a parede medial da órbita é melhor avaliada pelo plano sagital.
c) o plano coronal define a extensão do dano no assoalho orbitário.
d) as paredes orbitárias são avaliadas exclusivamente pela reconstrução tridimensional.
6. Para realização de enxerto livre de fíbula para reconstrução vascularizada da mandíbula e maxila
é necessária a localização dos vasos perfurantes, septocutâneos ou músculos cutâneos que se
dá através do seguinte exame (HU – UFMA – 2017):
a) Ultrassonografia com Doppler;
b) Tomografia computadorizada;
c) Ressonância magnética;
d) Cintilografia;
e) Ressonância magnética com contraste.
7. Das planigrafias abaixo relacionadas, assinale aquela que seu emprego é de grande utilidade na
avaliação da projeção ântero-posterior do osso zigomático nos traumatismos do terço médio da
face (HU – UFMA – 2019):
a) Projeção mento-naso;
b) Projeção de Waters;
c) Projeção submento-vertéx;
d) Projeção de Towne;
e) Projeção de Caldwell.
195 | P á g i n a
c) É usada para avaliação da altura, espessura e textura dos maxilares antes da colocação de
implantes.
d) É contraindicada para avaliação de fraturas cominutivas de face grave.
11. Com relação às diferentes técnicas e métodos radiográficos, julgue as afirmativas a seguir:
I. A radiografia póstero-anterior occipitomentual 30° é indicada para detecção de fraturas do
terço méd io da face (Le Fort I, II e Ill) e fraturas do processo coronoide.
II. O método de Fuller (modificado por Mataldi) não é indicado para avaliação do arco zigomatico
e processo coronoide utilizando apenas um filme oclusal.
III. A radiografia submento-vértex é indicada para a investigação do seio etmoidal.
IV. O método de Miller-Winter, ou dupla incidência, é indicado para localização vestíbulo-lingual
de dentes inclusos na região de molares inferiores.
Está correto o que se afirma em (Sta Casa de Campo Grande - MS – 2020):
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
12. Quanto às técnicas de imagens utilizadas para exames complementares que podem ser
utilizados em ambiente hospitalar, assinale a alternativa correta (Sta Casa de Campo Grande -
MS – 2020):
a) A radiografia panorâmica é contraindicada em pacientes com alterações posturais e
demências, por exigir colaboração na técnica radiográfica.
b) A ressonância nuclear magnética pode ser indicada para analisar o pós-cirurgico de paciente
que recebeu a instalação de implantes metálicos.
c) A ultrassonografia é um exame que requer radiação ionizante para analisar as estruturas
moles, e pode ser utilizada principalmente nas patologias das glândulas salivares.
d) A tomografia odontológica não é indicada para observar fraturas de dentes ou dissolução de
dentes retidos e supranumerários.
13. A melhor tomada radiográfica para visualização da pirâmide nasal é (UEPA – 2017):
a) rx de waters
b) lateral de face
c) hirtz
d) PA de face
e) lateral obliqua de mandíbula
14. A incidência radiográfica mais útil e simples para visualização de fraturas subcondilares que
mostra angulação medial ou lateral é (UEPA – 2017):
a) rx panorâmico de mandíbula
b) lateral obliqua de mandíbula
c) rx de towne
d) rx lateral de face
e) rx de hirtz
15. A radiográfica intraoral conhecida como “técnica de Clark” é indicada para (UEPA – 2017):
a) pesquisa de cárie
b) localização topográfica de dentes inclusos
196 | P á g i n a
c) diagnóstico de lesões periapicais
d) avaliação de desgastes oclusais
e) pesquisa de fraturas radiculares
16. O diagnóstico radiográfico das fraturas do terço médio da face é dificultado devido à grande
sobreposição de estruturas da região maxilo-facial. Sobre esse assunto, é correto afirmar que
(UEPA – 2018):
a) fraturas do arco zigomático são melhor visualizadas através da incidência de Waters.
b) a incidência de Hirtz visualiza fraturas do septo nasal.
c) a incidência de Hirtz visualiza fraturas do arco zigomático.
d) a incidência para ossos próprios do nariz visualiza fraturas do septo nasal e dos ossos nasais.
e) a incidência mento-naso é realizada com o feixe incidindo na direção crânio-podálico assim
possibilitando a visualização de diversas estruturas do terço médio da face.
Considerando o caso clínico descrito acima, os exames de imagem necessários para o paciente
são (UEPA – 2018):
a) Rx de tórax, Rx abdômen, Rx PA de face e tomografia computadorizada de face.
b) RX oclusal, Rx PA de face e tomografia computadorizada de face.
c) tomografia computadorizada de face.
d) Rx tórax, Rx de abdômen, Rx periapical, tomografia computadorizada de face.
e) PA de face e RX obliquo de mandíbula.
18. A radiografia oclusal é definida como aquelas técnicas radiográficas intra-orais realizadas com
um aparelho de raios X odontológico em que o receptor de imagem é posicionado no plano
oclusal. Com relação a essa tomada radiográfica, analise as afirmativas abaixo.
I. As tomadas inferiores permitem avaliar presença e localização de sialolitos oriundos da
Glândula Submandibular; posição vestíbulo-lingual de dentes não erupcionados; avaliação de
expansões vestíbulo-linguais no corpo mandibular ocasionadas por lesões ósseas e fraturas
mandibulares.
II. São achados da radiografia oclusal superior: dentes superiores, fossa nasal e seio maxilar
apenas.
III. Não são indicadas para localização de raízes inadvertidamente deslocadas para o seio
maxilar.
IV. A angulação do cabeçote de raio X varia de 45 a 90 graus em relação ao receptor de imagem.
197 | P á g i n a
d) IV
e) I e IV
20. Paciente J.C. de 53 anos de idade, sexo feminino procurou o consultório de um cirurgião buco-
maxilo-facial com queixa de dores articulares há 3 meses, nega patologias de base, alergia
medicamentosa e refere ter pai hipertenso. Ao exame clínico apresenta, oclusão alterada, algia
em região de ATM direita, movimentos mandibulares restritos, limitação de abertura bucal,
dificuldade na mastigação e desvio mandibular à direita em abertura bucal. Levando em
consideração o histórico da doença e o quadro clínico que a paciente apresenta, o(s) exame(s)
de imagem mais adequado(s) para a investigação do caso é(são) (UEPA – 2020):
a) tomografia computadorizada e cintilografia óssea
b) ressonância magnética
c) ressonância magnética e cintilografia óssea
d) tomografia computadorizada
e) radiografia de ATM
21. A incidência radiográfica mais indicada para avaliação das fraturas do arco zigomático é (UEPA
– 2020):
a) Towner
b) Winter
c) Panorâmica ou Ortopantomografia
d) Hirtz
e) Waters
198 | P á g i n a
23. Qual dos métodos de tomadas radiográficas trabalha com o princípio de paralaxe, deslocamento
horizontal do cabeçote do Rx ou deslizamento? (UPE – 2017):
a) Oclusal
b) Miller-Winter
c) Donovan
d) Radiografia de Waters
e) Clark.
GABARITO:
199 | P á g i n a
TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL
ETIOLOGIA DO TRAUMA
Acidentes automobilísticos;
Violência interpessoal;
Ferimentos por arma de fogo;
Ferimentos por arma branca;
Quedas;
Queimaduras.
1) Segundos a minutos do evento (50% dos casos de óbito): Sendo as causas mais
comuns as lacerações da aorta, o traumatismo cardíaco e as lesões na medula
espinhal e tronco cerebral;
HORA DE OURO:
SEQUÊNCIA DO ATENDIMENTO
B – Breathing: Respiração;
C – Circulation: Circulação;
E – Exposure: Exposição.
200 | P á g i n a
ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES
2 – Começa do risco de perda de vida, seguida para perda de membro, seguida por nenhum dos
dois.
Para doentes traumatizados graves, nunca pode fazer mais que o atendimento primário.
A base das lesões com risco de vida a causa mais frequente é a falta de oxigenação.
A resposta verbal do doente indica ao socorrista o estado geral das vias aéreas, se a
ventilação está normal ou forçada, aproximadamente a quantidade de ar que está sendo
movido em cada respiração.
Deve-se proteger a coluna cervical no momento em que se faz a abertura das V.A (Vias Aéreas);
O controle da coluna cervical é importante para não causar e nem agravar lesões neurológicas;
Já nos pacientes com trauma crânio-encefálico (TCE), trauma de face e pescoço, pacientes com
intoxicação por drogas ou álcool e alterações na fonação, o risco de obstrução das vias aéreas é
grande; nestas situações, deve-se reavaliar o paciente de forma constante.
1) Presença de cianose;
2) Respiração estridulosa;
3) Utilização de musculatura respiratória acessória.
201 | P á g i n a
E se as V.A estiverem comprometidas?
ETAPA B – RESPIRAÇÃO/VENTILAÇÃO
Usar máscara facial + balão unidirecional com O2 suplementar 85% ou mais com Fi de 0,85%.
Na avaliação inicial deve-se identificar e controlar a hemorragia externa, em seguida obter uma
estimativa global adequada do débito e do estado de perfusão.
1) Controle de hemorragia:
202 | P á g i n a
Se não for controlado aumenta o potencial de morte.
Classificação da hemorragia:
Classe I:
203 | P á g i n a
Sinais e sintomas: Além dos sintomas da hemorragia classe II, apresenta sinais clássicos de
hipoperfusão. Existe diminuição do nível de consciência, palidez e sudorese fria.
Reposição: É tentada primeiro a reanimação com cristaloides, mas muitos destes pacientes
não responderão satisfatoriamente e provavelmente necessitarão de transfusões.
Classe IV:
2) Perfusão
1- Pulso: Presença, qualidade e regularidade do pulso. Se não tem pulso em uma região
não lesionada o paciente está em choque. Se não tem pulso carotídeo ou femoral o
paciente está em parada cardiorrespiratória.
Obs: Indica bradi/taquicardia ou ritmo irregular.
2- Pele:
Cor – Normal: rosada;
Pálida: Perfusão deficiente;
Azulada: Falta de sangue ou de O2 na área. Gengiva, lábios e extremidades dos
dedos aparecem inicialmente.
Temperatura – Pele fria tem perfusão diminuída. Os vasos não estão dilatados, logo não
levam calor ao corpo.
Umidade – Pele seca: Boa perfusão. Pele úmida: Choque e pressão diminuída (devido
ao desvio de sangue para os órgãos vitais).
3- Tempo de enchimento capilar.
Exame rápido pressionando o leito ungueal. Tempo maior que os segundos para o
preenchimento, indica que os leitos capilares não estão recebendo perfusão adequada.
Devem sempre ser usados com outros achados do exame.
204 | P á g i n a
Quando o doente se apresenta agressivo, combativo e não cooperativo deve ser
considerado com hipóxia até que se prove o contrário,
Dividida em 04 sessões:
1- Abertura Ocular;
2- Resposta verbal;
3- Resposta motora;
4- Reatividade pupilar.
9 – 12: Moderado;
13 – 15: Leve.
205 | P á g i n a
ETAPA E – EXPOSIÇÃO
Tirar as roupas do paciente porque sua exposição é fundamental para encontrar todas as lesões.
Quando todo o corpo do paciente for visto, o doente deve ser coberto para conservar o calor
corporal e evitar hipotermia.
HEMOCOMPONENTES
São produtos gerados um a um no serviço de hemoterapia, a partir do sangue normal, por meio
de processos físicos.
Após a centrifugação:
CONCENTRADO DE HEMÁCIA
Indicações e contraindicações:
A transfusão de concentrado de hemácias (CH) deve ser realizada para tratar, ou prevenir
iminente e inadequada liberação de oxigênio (O2) aos tecidos, ou seja, em casos de anemia,
porém nem todo estado de anemia exige a transfusão de concentrado hemácias. Em situaçõde
206 | P á g i n a
anemia, o organismo lança mão de mecanismos compensatórios, tais como a elevação do débito
cardíaco e a diminuição da afinidade da hemoglobina (Hb) pelo O2, o que muitas vezes consegue
reduzir o nível de hipóxia tecidual.
Pacientes com hemorragia classe III e IV podem evoluir para óbito por falência múltipla de
órgãos se não forem submetidos a esquemas de ressuscitação na primeira hora. A transfusão
de CH está recomendada após perda volêmica superior a 25% a 30% da volemia total.
O hematócrito (Ht) não é bom parâmetro para nortear a decisão de transfundir, uma vez que só
começa a diminuir uma a duas horas após o início da hemorragia. Em hemorragias agudas o
paciente deve ser imediatamente transfundido quando apresentar sinais e sintomas clínicos,
como os a seguir:
• Hipotensão arterial.
OBS: COMO O USO DOS OUTROS HEMOCOMPONENTES SÃO RESTRITOS E NÃO SÃO DA NOSSA
ROTINA FAZER USO, ACHEI MELHOR DESCREVER PARA VOCÊS O QUE É IMPORTANTE PARA
NOSSA ESPECIALIDADE E CITAR OS OUTROS.
207 | P á g i n a
O choque ocorre quando o sistema cardiovascular falha na perfusão dos órgãos vitais.
Existem inúmeros eventos clínicos que causam o choque, tais como
hemorragia grave, trauma, queimaduras, sepse, choque anafilático, enfarte
do miocárdio e embolia pulmonar. Apesar da causa, o choque é definido e,
por fim, diagnosticado através da evidência clínica de oxigenação
inadequada nos tecidos e morte celular. Uma vez que ocorre a morte celular,
a inflamação, formação de radicais livres e edema podem exacerbar a
hipoperfusão, criando um ciclo de danos irreversíveis aos tecidos, que
provocam mais colapso cardiovascular, apesar do tratamento agressivo.
Portanto, é essencial que o choque seja reconhecido e tratado
precocemente, a fim de se evitar a falência de órgãos-alvo e morte do
paciente. O tratamento varia dependendo do tipo de choque.
Cada categoria do choque pode apresentar sinais clínicos e sintomas variáveis e requer
diferentes tratamentos.
RESPOSTA SISTÊMICA:
208 | P á g i n a
ÍNDICE CARDÍACO Diminui Diminui Diminui Variável Aumenta
PVC Aumenta Diminui Aumenta Diminui Diminui
POAP Aumenta Diminui Aumenta Diminui Diminui
RVS Aumenta Diminui Aumenta Diminui Diminui
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
A forma mais comum de choque, o choque hipovolêmico, resulta de uma perda rápida do
volume intravascular este pode ser ainda subdividido em dois tipos, os hemorrágicos e não
hemorrágicos:
HEMORRÁGICOS:
Trauma;
Hemorragias gastrointestinais.
NÃO HEMORRÁGICOS:
Hemorragia de classe I: É uma perda de volume de sangue até 15%. Em situações não
complicadas, os sinais clínicos são mínimos. Pacientes com hemorragia de classe I
normalmente a compensam através da vasoconstrição de reflexo, mediada por
barorreceptores, com um aumento concomitante no nível de catecolaminas, pela
estimulação dos barorreceptores e aumento dos níveis de renina a partir do sistema
justaglomerular. O volume intravascular é regenerado através de mudanças osmóticas
no fluido extravascular e através da absorção de fluidos a partir do trato gastrointestinal.
A resistência vascular aumenta posteriormente à vasoconstrição.
Hemorragia de classe II: Corresponde a uma perda de volume de sangue entre 15% e
30%. Os sintomas clínicos incluem taquicardia, taquipneia, e uma diminuição da pressão
de pulso. Estes pacientes são normalmente estabilizados e geralmente respondem à
expansão do volume intravascular com cristaloides, mas alguns pacientes podem
necessitar de transfusão sanguínea. Pacientes com perda de sangue classe II geralmente
podem manter pressões normais enquanto estiverem em posição supina, mas podem
estar dependentes ortostaticamente.
Hemorragia de classe III: Corresponde a uma perda de volume de sangue entre 30% e
40%. Esses pacientes têm sinais óbvios de perfusão inadequada, incluindo taquicardia e
taquipneia significativas, e se encontram em necessidade de hemoderivados. Na perda
de sangue classe III, os pacientes estão em grande risco caso a reanimação com
restauração do volume intravascular não for exercida.
209 | P á g i n a
Hemorragia de classe IV: Corresponde a uma perda de volume sanguíneo de mais de
40% e é uma situação de perigo de vida iminente. Os sintomas incluem uma diminuição
significativa na pressão arterial sistólica e pressão de pulso muito estreita. O débito
urinário é insignificante e estado mental é diminuído. Estes pacientes apresentam um
nível de comprometimento da consciência e vão experimentar uma morte repentina se
o volume intravascular não for rapidamente restaurado.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
O choque cardiogênico corresponde a uma deficiência da bomba cardíaca para manter o débito
cardíaco, apesar da presença de volume e tônus intravascular adequados. Pode ser causado por
danos intrínsecos ou um distúrbio de condução resultando em hipoperfusão periférica, cianose,
oligúria e uma alteração na função do sistema nervoso central.
CAUSAS:
210 | P á g i n a
Arritmias cardíacas, como fibrilação atrial com resposta ventricular rápida ou taquicardia
ventricular, também podem contribuir para o choque hipotensivo. O choque também pode
ocorrer em pacientes em tratamento para um diagnóstico presuntivo de infarto do miocárdio
(IM) secundário a medicamentos como nitratos, ou de hemorragia causada por drogas
anticoagulantes ou trombolíticas.
CHOQUE OBSTRUTIVO
CAUSAS:
Tumores;
Tamponamento pericárdico;
Pericardite;
Pneumotórax hipertensivo e hipertensão pulmonar primária.
CHOQUE DISTRIBUTIVO
O choque distributivo é causado pela vasodilatação circulatória profunda que resulta em grave
redistribuição anormal de fluidos.
Sepse;
Anafilaxia;
Hipotensão neurogênica central.
CHOQUE SÉPTICO
O choque séptico é a hipotensão causada por uma ativação generalizada do sistema imunológico
através de uma infecção suspeita ou comprovada pela cultura.
Pode ser produzida através de infecção por qualquer micro-organismo, embora as bactérias
aeróbias gram-negativas estejam mais frequentemente implicadas.
211 | P á g i n a
O lipopolissacarídeo (LPS), um componente da parede celular de bactérias gram-
negativas, foi encontrado como sendo o agente causador primário do choque séptico.
O LPS é constituído por um centro lipídico composto por ácido graxo e um revestimento
de polissacarídeo.
Proteínas semelhantes foram isoladas de paredes de bactérias gram-positivas e de
exotoxinas (isto é, choque tóxico induzido por Staphylococcus) e fungos.
O LPS liga-se, em combinação com proteínas do sangue circulatório, às moléculas CD14
nos leucócitos, células endoteliais e outros tipos de células.
Os fagócitos mononucleares respondem ao LPS através da produção de fator de necrose
tumoral (TNF), que por sua vez induz a síntese de IL-1. Tanto o TNF quanto a IL-1 agem
sobre as células endoteliais para produzir outras citocinas, tais como IL-6 e IL-8.
Concentrações crescentes de LPS induzem produção de óxido nítrico e fator ativador de
plaquetas, que podem produzir vasodilatação profunda. A IL-1 também aumenta o
ponto de ajuste da temperatura no hipotálamo, aumentando assim a temperatura
corporal central.
As taxas de mortalidade por choque séptico são superiores a 50% e possuem duas
apresentações diferentes:
CHOQUE ANAFILÁTICO
212 | P á g i n a
A hipotensão neurogênica central ocorre de forma transiente a partir de vasodilatação venosa
induzida pelo vago ou secundária ao ferimento da medula espinhal, que resulta em um espasmo
vasodilatador.
Em lesões de medula espinhal rostral para T1, a influência vagal cardíaca domina e a bradicardia
está presente. Esta vasodilatação venosa provoca uma diminuição na pré-carga. A pressão
arterial é inicialmente mantida pela expansão do volume intravascular. A má perfusão pode
resultar em uma maior isquemia na área danificada. Por esse motivo, a terapia específica com
α1-adrenérgico deve ser iniciada para estimular vasoconstrição periférica e correção de
hipotensão.
FERIMENTOS FACIAIS
Laceração;
Contusa;
Abrasivas;
Avulsivas;
FAF – Ferimento por arma de fogo;
Mordedura de animais;
Queimaduras.
LACERAÇÃO
213 | P á g i n a
Após o procedimento pode cobrir a ferida com uma pomada antibiótica e avaliar se será
prescrito antibiótico sistêmico, deve ser considerado sempre que uma laceração se estende pela
espessura total do lábio.
TERAPIA DE SUPORTE:
Drenos: Feridas mais profundas, podem requerer o uso de um dreno. Na FAF, por
exemplo, muitas vezes requerem o uso para evitar a formação de espaço morto e
consequente infecção. O dreno deve permanecer de 02 – 04 dias.
Curativos: Ferida pequenas podem ser feito o curativo com gaze e micropore. Em
feridas maiores pode ser necessário um curativo oclusivo compressivo, para exercer
mais pressão a fim de evitar hemorragia adicional.
Podem ser colocadas bandagens para promover pressão moderada.
Prevenção da infecção: Trauma aberto é desfavorável, pois o antibiótico atinge o local
após a contaminação da ferida. Qualquer que seja a causa está indicado o uso de
antibiótico em lesões com grande dano tecidual e contaminação maciça.
1º dose
2º dose: 02 meses após a primeira;
3º dose: 06/12 meses após a segunda.
A imunização ativa é efetiva por pelo menos 01 ano, e uma dose de reforço de 0,5ml do toxóide
tetânico, administrado nos próximos 10 anos.
Grupo II: Nunca foram vacinados ou com dose de reforço com mais de 10 anos.
214 | P á g i n a
Grande queimaduras, politraumatismos, FAF, ferimentos profundos e contaminado;
Cuidados na ferida + remoção dos corpos estranhos;
Soro antitetânico IV ou IM 10.000 U a 20.000 U – ou imunoglobulina antitetânica
1.000 U a 3.000 U;
Penicilina Cristalina IM ou EV por 05 dias;
Vacinação com toxóide;
Acompanhar o paciente.
CONTUSOS
Produzidas pelo impacto de um objeto rombo sem interromper a continuidade da pele. Acomete
a pele e o tecido cutâneo, por isso pode causas hemorragia subcutânea (autolimitante), após 48
horas: Equimose torna-se evidente.
ABRASÃO
Desgaste provocado pelo atrito, raspagem ou fricção em uma superfície. A superfície fica áspera
e sangrante, também é conhecida como escoriação ou esfolamento. São muito dolorosas:
Remoção do epitélio de revestimento deixando terminações nervosas expostas.
Tratamento:
PENETRANTES
Tratamento:
AVULSÃO
215 | P á g i n a
Fragmento de pele e gordura arrancados totalmente não sobreviveram como enxerto livre,
assim como o tecido necrosado.
Deve ser feito o uso de antibiótico, além dos cuidados básicos + limpeza + debridamento +
hemostasia.
Primeiro de tudo deve-se avaliar o estado geral do paciente (ATLS e BATLS). Se houverem
duvidas sobra a permeabilidade das vias aéreas deve-se realizar uma traqueostomia. Sempre
que possível os FAF’s devem ser tratados por fechamento primário. Em alguns casos o ferimento
só é detectado depois que já se estabeleceu o edema, necrose e infecção, talvez em nenhum
outro tipo de ferimento seja tão efetivo o fechamento primário tardio.
O paciente deve ser sempre monitorado em relação ao seu estado clínico geral, devem ser
realizadas compressas úmidas, controle da infecção, podem estar prontas para o seu
fechamento de 10/15 dias, ou mais frequentemente pode 2º intenção.
A gravidade da queimadura deve ser avaliada pela profundidade dos tecidos atingidos – 1º, 2º
e 3º grau e pela extensão da superfície corporal envolvida.
GOOGLE IMAGENS
Queimadura facial com queimadura das outras partes do corpo pode causar um choque
hipovolêmico, devido a diminuição do liquido sanguíneo (Perda de fluídos).
216 | P á g i n a
3º Grau: Destruição completa de todas as camadas da pele. Necrose desde as partes
profundas e pode ocorrer supuração. Apresentam pouca ou nenhuma dor, devido a
destruição das estruturas nervosas.
Medidas de suporte:
Localização;
Tipo da lesão;
Fatores do hospedeiro;
Tempo do ferimento.
Antibioticoterapia: Pode ser indicado o uso de Amoxicilina + Clavulonato, caso o paciemte seja
alérgico pode ser feito o uso de Eritromicina.
217 | P á g i n a
218 | P á g i n a
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS LESÕES DENTOALVEOLARES
Essas lesões podem ser isoladas, como é o caso das quedas na infância (a principal causa de
todas as lesões dentais), ou podem ocorrer associadas a outras lesões, como acontece nas
vítimas de acidente com veículo automotivo (AVA). É comum que as crianças sofram lesão
dentoalveolar entre 8 e 12 anos de idade.
Lesões dentoalveolares são uma ameaça à saúde dental e podem até superar cáries e doença
periodontal. Habitualmente, o trauma dentoalveolar tem sua origem em quedas, acidentes em
áreas de recreação, abuso e violência doméstica, acidentes de bicicleta, AVAs, agressões, brigas
e lesões esportivas. As estruturas dentoalveloares podem sofrer lesões ocasionadas pelo trauma
dental direto ou indireto, usualmente pela oclusão forçada, na medida em que os dentes
inferiores são obrigados a fechar-se de encontro aos dentes superiores.
EXAME E DIAGNÓSTICO
As lesões produzidas em dentes e estruturas de suporte devem ser consideradas uma situação
de emergência, já que o êxito no controle delas requer o diagnóstico e o tratamento corretos
em intervalo de tempo reduzido, em especial no caso de avulsões e fraturas alveolares.
A avaliação inicial deve incluir uma ampla avaliação da condição geral do paciente. A dor do
paciente deve ser amenizada, e os dentes deslocados e as fraturas alveolares devem ser
reduzidos com a maior rapidez possível a fim de melhorar o prognóstico de sobrevida destas
estruturas. É preciso obter o histórico completo do mecanismo e dos eventos que cercam a
lesão, e o exame radiográfico e clínico completo deve ser realizado rapidamente com o intuito
de assegurar adequados diagnóstico e tratamento, porque os dentes, entre todos os tecidos,
contam com o potencial mais baixo de retorno à condição saudável normal após a lesão. Um
exame incompleto pode levar a um diagnóstico impreciso e insucesso no tratamento. É
importante lembrar que os pacientes com trauma dentoalveolar podem apresentar lesão
concomitante na cabeça, sendo indispensável a avaliação contínua da condição neurológica.
Um exame clínico deve incluir inspeção do tecido mole para verificar a presença de fragmentos
dentais ou de detritos. Lacerações, abrasões e contusões devem ser examinadas e avaliadas com
relação ao dano às estruturas vitais, tais como ducto parotídeo, ducto submandibular, nervos e
vasos sanguíneos. Ferimentos extra-orais podem indicar lesões dentoalveolares subjacentes.
Um ferimentosob o queixo sugere lesão na região de pré-molar e molar, fraturas mandibulares
ou ambas, podendo estar associado a traumatismo condilar. Pacientes com suspeita de
traumatismo condilar devem ser submetidos a um exame neurológico completo para descartar
déficit e a improvável, porém reportada, protrusão do côndilo na fossa craniana média.
Contornos irregulares do processo alveolar podem indicar uma fratura óssea. É necessário
limpar todas as coroas dos dentes para a remoção de sangue e detritos antes da avaliação das
fraturas da coroa e exposição da polpa.
219 | P á g i n a
EXAME RADIOGRÁFICO
A avaliação radiográfica das lesões dentoalveolares deve, no mínimo, incluir uma radiografia
panorâmica e radiografias periapicais dos dentes envolvidos. A tomografia computadorizada
(TC) e a TC em cone beam (TCCB) são mais detalhadas que as radiografias panorâmicas e
periapicais eauxiliam no diagnóstico de fraturas dos dentes, raízes e osso de suporte.
O exame radiográfico revela o estágio de formação das raízes e lesões que afetam a porção
radicular do dente e estruturas periodontais. Múltiplas radiografias periapicais obtidas em
diferentes ângulos são valiosas para demonstrar fraturas de raízes que sofreram um
deslocamento mínimo. O ideal seria obter três diferentes angulações para cada dente
traumatizado.
A aparência radiográfica dos dentes após lesões de luxação assume papel importante na
avaliação da necrose ou sobrevida da polpa. Os dentes que sofreram deslocamento lateral ou
extrusão exibem radiograficamente um alargamento do espaço do ligamento periodontal ou o
deslocamento da lâmina dura, enquanto dentes intruídos, com frequência, demonstram
ausência do espaço do ligamento periodontal. A fratura do processo alveolar pode ser
visualizada radiograficamente como uma pequena linha radiolucente, em alguns casos, é
borrada na radiografia panorâmica, podendo, entretanto, ser detectada nas radiografias
periapicais.
CLASSIFICAÇÃO
Foram desenvolvidos muitos sistemas para classificação das várias lesões traumáticas aos
dentes e estruturas de suporte. A presente classificação baseia-se em um sistema apresentado
pela Organização Mundial da Saúde e modificado por Andreasen. Este sistema inclui lesões aos:
Dentes;
Estruturas de suporte;
Gengiva e mucosa oral.
Trinca de Coroa:
Uma trinca da coroa é uma fratura incompleta ou uma fenda do esmalte sem perda da
substância dental.
220 | P á g i n a
A) Trinca da coroa;
B) Fratura não complicada de coroa;
C) Fratura não complicada de coroa.
B/C) A fratura não complicada de coroa é uma fratura confinada ao esmalte ou fratura
envolvendo o esmalte e a dentina sem exposição pulpar.
A fratura não complicada de coroa e raiz envolve o esmalte, a dentina e o cemento sem
exposição da polpa.
221 | P á g i n a
A fratura complicada de coroa e raiz é uma fratura envolvendo o esmalte, a dentina e o
cemento com exposição da polpa.
222 | P á g i n a
Concussão:
Uma concussão é uma lesão nas estruturas de suporte do dente sem mobilidade ou
deslocamento anormal do dente, contudo com reação acentuada à percussão.
Subluxação (Mobilidade):
A subluxação é uma lesão nas estruturas de suporte do dente com mobilidade anormal, porém
sem o deslocamento do dente.
A luxação intrusiva é o deslocamento do dente até o osso alveolar com cominuição ou fratura
do alvéolo dental.
Uma luxação extrusiva é o deslocamento parcial do dente para fora do alvéolo dental.
Luxação Lateral:
Uma luxação lateral é o deslocamento do dente em uma direção, salvo a direção axial,
acompanhado de cominuição ou fratura do alvéolo dental.
Uma fratura de raiz retida é uma fratura com retenção do segmento radicular, porém com a
perda do segmento da coroa fora do alvéolo.
223 | P á g i n a
Cominuição do Alvéolo Dental:
Uma fratura envolvendo a base da mandíbula ou maxila e, geralmente, o processo alveolar pode
ou não envolver o alvéolo dental.
TRATAMENTO
1. Idade do paciente;
2. Colaboração do paciente;
3. Lesão à dentição decídua ou permanente e estágio de desenvolvimento da raiz;
4. A localização e extensão da lesão – fraturas superficiais (canto) horizontais e
proximais – causam uma baixa frequência de necrose pulpar, enquanto fraturas
proximais profundas provocam um risco maior de uma eventual necrose pulpar.
5. Suporte ósseo residual;
6. Saúde periodontal dos dentes remanescentes;
7. Determinar se existe ou não fratura no osso de suporte;
8. Vitalidade dos dentes;
9. Determinar se os forames apicais são largos ou estreitos;
10. Lesão ao tecido mole;
11. A extensão de lesões simultâneas na cabeça, tórax ou abdome que podem
interferir no tratamento da lesão dentoalveolar e no intervalo de tempo entre
o trauma e o tratamento.
224 | P á g i n a
Além disso, o profissional deve determinar o intervalo de tempo decorrido desde a ocorrência
da lesão e o meio de estocagem utilizado, se for o caso. A atitude não colaborativa por parte
dopaciente, particularmente de crianças mais novas e de indivíduos mentalmente incapazes,
pode requerer o uso de anestesia geral ou sedação intravenosa.
A saúde periodontal dos dentes envolvidos e dos dentes contíguos deve ser avaliada
medianteobservação do suporte ósseo dos dentes traumatizados, buscando-se determinar se
os dentes contíguos podem ser utilizados para esplintagem, se indicado. De maneira geral, o
prognóstico para dentes traumatizados é melhor em pacientes mais jovens e em dentes vitais
com forames apicais largos, dentes com tecido mole preservado, dentes com ausência de
fraturas radiculares e dentes com suporte ósseo íntegro. Qualquer golpe no dente, mesmo na
ausência de lesão dental óbvia, significa um risco potencial à vitalidade pulpar em virtude do
rompimento dos vasos apicais ou da congestão secundária e hiperemia da polpa, resultando em
isquemia e, possivelmente, levando à necrose. Portanto, faz-se necessário um
acompanhamento dental de longo prazo. O programa de acompanhamento típico deve incluir
uma visita clínica de 24 a 48 horas após o tratamento e avaliação clínica inicial, em seguida, uma
visita clínica 2 semanas depois, para remoção da contenção. São programadas visitas clínicas
mensais para os primeiros 6 meses, que serão sucedidas por visitas anuais ao longo de 5 anos.
O paciente deve ser informado da eventual necessidade de uma terapia endodôntica futura, não
importando a severidade da lesão aos dentes e estruturas de suporte.
Na dentição permanente, as fraturas coronárias estão associadas à maior parte das lesões
dentárias. O tipo de lesão mais comum envolve o esmalte e a dentina (45%) com fraturas da
coroa. O tratamento das fraturas coronárias na dentição permanente deve inicialmente aliviar
a resposta pulpar à lesão antes de serem feitas as restaurações finais necessárias.
Trincas na Coroa:
Fraturas Coronárias:
225 | P á g i n a
prevenindo, com isso, a protrusão labial, migração, inclinação ou extrusão de dentes
adjacentes e opostos para a região da fratura. O risco de necrose pulpar é mínimo.
Fraturas sem exposição da polpa em decorrência do trauma oral possuem uma
ocorrência mais frequente que qualquer outro tipo de fratura da coroa na dentição
decídua e permanente. A dentina exposta usualmente é sensível às variações térmicas
e à mastigação. Havendo uma quantidade significativa de dentina exposta, é preciso
colocar em prática as seguintes medidas: (1) selar os túbulos da dentina contra irritantes
microbianos para prevenir o ingresso de bactérias; e (2) promover a deposição da
dentina secundária pelo tecido pulpar. Um revestimento à base de hidróxido de cálcio
é assentado na dentina exposta, e a forma do dente é restaurada com uma restauração
de resina, devido ao hidróxido de cálcio ser solúvel em agua e perder sua função
protetora ao longo do tempo pode-se optar por ionômero de vidro.
Havendo exposição do tecido pulpar, devem ser adotadas medidas urgentes que visem
à preservação da vitalidade do tecido neurovascular, pois frequentemente a polpa
exposta apresenta hemorragia. Dentes com exposição pulpar requerem capeamento
pulpar, pulpotomia parcial ou terapia endodôntica. O objetivo básico é preservar uma
polpa vital e não inflamada cercada por tecido duro. Seja qual for a opção de tratamento
utilizada, a avaliação periódica criteriosa é imperativa, incluindo-se exame clínico, testes
de vitalidade e radiografias periapicais. Se o dente estiver relativamente íntegro, deve-
se conduzir um procedimento de capeamento pulpar com revestimento à base de
hidróxido de cálcio ou agregado de trióxido mineral (MTA) e a restauração de resina
pode ser feita. O MTA é um material bioativo capaz de gerar um ambiente ideal para a
cura.
Fratura corronoradicular
Os dentes decíduos com qualquer tipo de fratura coronorradicular devem ser extraídos e
tratamentos protéticos convencionais providenciados. O tratamento emergencial deve incluir a
estabilização do fragmento coronário nos dentes adjacentes com uma contenção de resina
utilizando ataque ácido.
A extração geralmente é indicada nas situações em que o segmento coronário inclui mais de um
terço da raiz clínica ou nos casos de fraturas radiculares verticais; do contrário, o dente pode ser
tratado endodonticamente e restaurado.
226 | P á g i n a
Fraturas radiculares:
As fraturas radiculares respondem por cerca de 6% dos casos de trauma dental. As fraturas
radiculares respondem por cerca de 7,7% dos traumatismos associados à dentição permanente
e 3,8% na dentição decídua. O exame minucioso do tecido mole de suporte, osso alveolar e
dentes circundantes mostra-se importante nos pacientes com suspeitas de fraturas radiculares.
Os dentes mais comumente traumatizados por fraturas radiculares são os incisivos superiores
(75%).
Concussão:
Nenhum tratamento é recomendado para as lesões por concussões, que não seja a terapia
paliativa. Como medida mínima, indica-se o desgaste oclusal do dente contralateral a fim de
atenuar forças mastigatórias excessivas sobre o dente lesionado.
Subluxação:
Com o dano às estruturas de suporte dentais, de maneira geral, o sangramento está associado
à subluxação.
Tratamento sintomático: como dieta pastosa ou que não necessite mastigar e, se necessário,
ajustes oclusais para livrar o dente envolvido de quaisquer efeitos traumáticos da oclusão –
normalmente permite a estabilização do dente. Ocasionalmente, é preciso realizar a
esplintagem não rígida dos dentes adjacentes ao longo de 7 a 10 dias. Os dentes subluxados e
afetados por concussão apresentam uma incidência razoavelmente alta de complicações da
polpa, portanto, dentes que exibem lesões de concussão ou subluxação demandam avaliações
periódicas para seu acompanhamento.
Luxação intrusiva:
A luxação intrusiva de um dente envolve sua compressão no alvéolo dental e através do osso
alveolar, tipicamente, esse tipo de luxação ocorre quando uma criança sofre uma queda e os
incisivos superiores absorvem o impacto.
227 | P á g i n a
2. Através de procedimento cirúrgico imediato, pode-se reposicionar o dente no
arco na posição correta. Verificou-se que existe maior incidência de reabsorção
radicular externa, aumento do risco de sequestro e perda óssea marginal com
esta técnica em razão do trauma adicional às estruturas periodontais.
3. Dentes que tenham sofrido luxação intrusiva podem ser esplintados nos dentes
adjacentes.
4. Dentes imaturos e maduros que tenham sofrido luxação intrusiva podem ser
reposicionados, com técnicas ortodônticas de baixa força, ao longo de um
período de 3 a 4 semanas, para permitir a remodelagem do osso e das fibras
periodontais, com a terapia endodôntica sendo conduzida no prazo de 2 a 3
semanas para impedir a necrose pulpar e a reabsorção externa da raiz,
verificada em 96% dos dentes intruídos completamente formados. Antes da
extrusão ortodôntica, o dente deve ser reposicionado levemente com o uso do
fórceps de extração. Outros clínicos preconizam procedimentos cirúrgicos
gengivais que possibilitam o acesso antecipado à terapia de ducto radicular,
evitando a evolução para um quadro infeccioso. A terapia de HC, com suas
propriedades antibacterianas, tem sido aconselhada para evitar a reabsorção
inflamatória da raiz e promover a cicatrização do espaço do ligamento
periodontal adjacente.
Luxação extrusiva:
A luxação extrusiva resulta no deslocamento do ápice do dente para fora do alvéolo dental com
estiramento ou ruptura completa do feixe neurovascular apical, rompimento das fibras do
ligamento periodontal e, em geral, permanecendo intacto o osso de suporte.
O tratamento deve ser realizado o maisbreve possível nas primeiras horas após a lesão.
Qualquer atraso no tratamento modificará o prognóstico dos dentes envolvidos. O dente deve
ser esplintado com um material não rígido, como um monofilamento de náilon ou fio fino, por
1 a 2 semanas, que permita determinado grau de movimento fisiológico do dente envolvido,
evitando a anquilose. A fixação impede a migração incisal do dente após seu reposicionamento.
É bastante provável que o dente venha a necessitar de terapia endodôntica.
Luxação lateral:
A aparência radiográfica de um dente com luxação lateral é semelhante à dos dentes extruídos.
Em uma exposição oclusal, o espaço do ligamento periodontal avança apicalmente quando o
ápice do dente é deslocado para vestibular. A luxação lateral do dente usualmente ocorre
acompanhada de cominuição ou fratura do alvéolo dental. O dente e o osso alveolar podem ser
geralmente manipulados com os dedos (normalmente com o uso de força) até atingirem a
posição correta, com forças de compressão simultâneas sobre as paredes ósseas vestibular e
palatina, e esplintados aos dentes adjacentes estáveis. Se o tratamento for postergado por mais
de 48 horas, o reposicionamento manual do dente torna-se difícil.
A terapia endodôntica é uma possível medida a ser adotada, e exames de acompanhamento são
necessários.
228 | P á g i n a
Avulsão – Desarticulação:
Uma emergência dental verdadeira ocorre com a avulsão completa do dente do alvéolo dental.
O dente pode, então, ser estocado e transportado na boca do pai ou adulto responsável sem
consequências adversas. Se nenhuma dessas opções estiver disponível, a estocagem em leite,
solução salina (1 colher de chá de sal adicionada a 230 mL de água) ou em toalha encharcada
com saliva produz efeitos idênticos.
O dente envolvido deve ser esplintado com um esplinte semirrígido com ataque ácido e resina
durante 7 a 10 dias.
É comum que a cominuição do alvéolo dental esteja associada a lesões de luxação lateral ou
intrusiva. De maneira geral, as fraturas são reduzidas com manipulação digital e a lesão por
luxação é tratada. É indicado o acompanhamento para evidenciar a reabsorção radicular dos
dentes envolvidos.
Lesões da parede do alvéolo dental são frequentemente observadas na região dos incisivos
superiores, em geral afetando diversos dentes, e associadas a lesões de luxação. A redução da
fratura envolve a pressão digital simultânea da porção coronal da coroa e do ápice ao longo da
região da fratura. Após a redução da fratura, a oclusão deve ser verificada e os dentes envolvidos
removidos das forças da oclusão traumática. As lacerações do tecido mole devem ser suturadas,
e os dentes envolvidos devem permanecer com esplinte rígido por 4 semanas para possibilitar
a cicatrização óssea.
229 | P á g i n a
Fraturas do processo alveolar são encontradas predominantemente na região dos dentes
anteriores e pré-molares de crianças mais velhas. O tratamento envolve a redução e
imobilização do segmento envolvido e estabilização por 4 semanas para permitir a cicatrização
óssea.
A redução fechada da fratura alveolar pode ser realizada com manipulação digital do
segmento alveolar e dental.
A redução aberta da fratura alveolar pode ser requerida se o segmento alveolar estiver
perceptivelmente deslocado ou se os dentes envolvidos forem deslocados de maneira
a travar as raízes sobre a placa óssea.
A esplintagem rígida dos dentes envolvidos ou o uso da barra de Erich durante 4 semanas
oferece a estabilidade adequada para a cicatrização óssea.
TÉCNICAS DE ESPLINTAGEM
A esplintagem confere estabilidade aos dentes traumatizados, restringindo outros danos à polpa
e ao tecido periodontal durante o período de cicatrização, fornecendo condições para
regeneração.
A resina acrílica ou o fio do dispositivo de estabilização não devem colidir com as margens
gengivais dos dentes. Esplintes irritantes à gengiva e causadores de inflamação gengival mantêm
a resposta inflamatória na gengiva marginal.
Os métodos de fixação utilizados para os esplintes dentais podem variar com o tipo de
traumatismo dental; contudo, na maioria dos casos, recomenda-se a manutenção de um
esplinte de construção simples durante 7 a 10 dias. Os casos de fraturas de raiz e osso alveolar
demandam períodos mais prolongados de fixação, em geral 2 a 4 meses e 6 semanas,
respectivamente.
Barras de Erich, esplintes linguais ou ambos podem ser utilizados na estabilização de fraturas do
processo alveolar, se os dentes dentro do segmento estiverem estáveis.
230 | P á g i n a
FRATURAS MANDIBULARES
CAUSAS
As causas de fraturas maxilofaciais têm mudado ao longo das últimas décadas e continuarão se
modificando. Padrões diferentes do trauma facial são apresentados nas mais diversas
sociedades e culturas. No entanto, as condições variáveis socioeconômicas combinadas com as
diferenças de comportamento dificultam a comparação agregada dessas fraturas. Obter a
análise de dados de diferentes regiões pode aumentar o entendimento sobre o trauma facial e
permitir a otimização do tratamento.
Informações demográficas desses ferimentos têm se modificado com o surgimento de leis que
apoiam o uso de airbag e cintos de segurança em assentos de automóveis, a redução dos limites
de velocidade, além do constante aumento da violência urbana.
Acidentes com veículo de motor (MVAs), violência interpessoal (IPV), quedas e fraturas
relacionadas ao esporte. MVAs e agressões são, indiscutivelmente, as causas primárias de
fraturas mandibulares pelo mundo.
Ângulo (30%);
Côndilo (23%);
Sínfises (22%);
Corpo (18%);
Ramo (2%);
Processo coronoide (1%).
Quando fraturas causadas por MVA’s são consideradas, a região do corpo é o local mais comum.
Quando acidentes envolvendo motocicletas são considerados, o côndilo é a área mais
frequentemente afetada. Quando agressões são consideradas, o corpo apresentou a maior
incidência de fratura.
Simples ou fechada: Fratura que não produz uma ferida aberta em contato com o
ambiente externo, seja através da pele, mucosa ou ligamento periodontal.
Composta ou aberta: Fratura na qual uma ferida externa, envolvendo a pele, mucosa
ou ligamento periodontal, se comunica com a quebra no osso.
Cominutiva: Fratura na qual o osso é estilhaçado ou esmagado.
Galho verde: Fratura em que uma cortical óssea está quebrada e a outra cortical óssea,
dobrada.
Patológica: Fratura que ocorre a partir de lesão leve, em razão de doença óssea
preexistente.
231 | P á g i n a
Múltiplas: Uma variedade na qual existem duas ou mais linhas de fratura no mesmo
osso, que não se comunicam uma com a outra.
Impactada: Fratura na qual um fragmento é firmemente levado a outro.
Atrófica: Fratura espontânea resultante da atrofia do osso, tal como em mandíbulas
edêntulas.
Indireta: Fratura em um ponto distante do local do ferimento.
Complicada ou complexa: Fratura na qual há lesão considerável do tecido mole
adjacente, ou partes adjacentes; podendo ser simples ou composta.
Fraturas mandibulares também são classificadas pelas áreas anatômicas envolvidas, como se
segue: sínfise, corpo, ângulo, ramo, processo condilar, processo coronoide e processo alveolar.
Eles achavam que as fraturas de classe I poderiam ser tratadas por uma variedade de técnicas,
utilizando os dentes para fixação monomaxilar ou intermaxilar. Fraturas de classe II, geralmente
envolvendo o ângulo côndilo–ramo ou corpo da mandíbula parcialmente desdentado, exigem
fixação intermaxilar. Fraturas classe III exigem técnicas protéticas, métodos de redução aberta
ou ambos para estabilização.
232 | P á g i n a
Kruger e Schilli levaram em conta muitos aspectos das classificações anteriormente
mencionadas. Desenvolveram quatro categorias:
233 | P á g i n a
Em fraturas do ângulo da mandíbula, os músculos ligados ao ramo (masseter, temporal e
pterigóideo medial) deslocam o segmento proximal para cima e medialmente quando as
fraturas são vertical e horizontalmente desfavoráveis.
Por outro lado, esses mesmos músculos tendem a afetar o osso, minimizando o deslocamento
em fraturas horizontal e verticalmente favoráveis.
Quanto mais para frente a fratura ocorre no corpo da mandíbula, mais o deslocamento para
cima dos músculos é contrabalançado pela força para baixo dos músculos milo-hióideos. Nas
fraturas bilaterais nas áreas dos caninos, a sínfise da mandíbula é deslocada inferior e
posteriormente pela força dos músculos digástrico, gênio-hióideo e genioglosso.
234 | P á g i n a
As fraturas condilares são geralmente classificadas como extracapsular, subcondilar ou
intracapsular.
Esse tipo de fratura é influenciado pela localização e pela ação muscular. O músculo pterigóideo
lateral tem uma tendência a causar o deslocamento anterior e medial da cabeça condilar,
dependendo da localização, gravidade da fratura e efeito da cápsula de apoio. Em 1934,
Wassmund descreveu cinco tipos de fraturas condilares.
O tipo I é definido como uma fratura do pescoço condilar, com um relativamente leve
deslocamento da cabeça. O ângulo entre a cabeça e o eixo do ramo varia de 10 a 45
graus. Essas fraturas tendem a reduzir-se espontaneamente.
Tipo II produzem um ângulo entre 45-90 graus, resultando na ruptura da porção média
da cápsula articular.
Tipo III, os fragmentos não estão em contato e a cabeça é deslocada para medial e
anteriormente por causa da tração do músculo pterigóideo lateral. Os fragmentos são
geralmente confinados dentro da área da cavidade glenoide. A cápsula é virada e a
cabeça fica no exterior da cápsula. Uma redução aberta é recomendada por este tipo de
fratura.
Tipo IV da cabeça condilar se articula em, ou em uma posição para frente em relação à
eminência articular.
Tipo V consiste em fraturas verticais ou oblíquas na cabeça do côndilo e um enxerto
ósseo é sugerido para reconstituir a cabeça do côndilo, quando ocorreu deslocamento
considerável dos fragmentos.
Como um modo de simplificar a classificação de fraturas condilares altas e baixas, Loukota et al.
propuseram um sistema de três partes.
O sistema de classificação gira em torno de uma linha de referência, que é linear e se estende
da borda posterior do colo condílico à chafradura sigmoide tangente ao ramo.
Primeiro, o tipo diacapitular descreve uma fratura que passa pela cabeça condilar, porque isso
poderia iniciar na superfície articular e se estender para fora da cápsula. Segundo, o tipo condilar
onde o colo condílico está no mínimo 50% acima da linha de referência. Finalmente, o tipo
subcondilar que se refere a uma linha de fratura que prossegue por trás do forame mandibular
e está no mínimo 50% abaixo da linha de referência.
235 | P á g i n a
DIAGNÓSTICOS DAS FRATURAS MANDIBULARES
HISTÓRICO DO PACIENTE
O tipo e a direção da força traumática podem ser extremamente úteis para o diagnóstico. As
fraturas sofridas em MVA são geralmente diferentes daquelas em IPV. Uma vez que o módulo
da força pode ser muito maior, vítimas de acidentes de automóveis e motos tendem a ter
fraturas mandibulares múltiplas, compostas e cominutivas, ao passo que o paciente atingido por
um soco pode apresentar uma única fratura, sem deslocamentos.
Saber a direção da força pode ajudar o clínico a diagnosticar fraturas concomitantes: um golpe
anterior diretamente ao queixo pode resultar em fraturas condilares bilaterais, e um golpe
angulado à parassínfise pode causar um côndilo contralateral ou fratura no ângulo. Um paciente
com os dentes cerrados no momento do impacto é mais propenso a ter fraturas dentais e no
processo alveolar do que fraturas ósseas basais.
EXAME CLÍNICO
Mudança na oclusão:
236 | P á g i n a
Movimentos anormais da mandíbula:
A maioria dos pacientes com uma mandíbula fraturada têm abertura limitada e trismo devido à
proteção dos músculos da mastigação. Um exemplo clássico é o desvio na abertura para o lado
de uma fratura do côndilo mandibular. A incapacidade para abrir a mandíbula pode ser causada
pela impacção do processo coronoide no arco zigomático por fraturas do ramo e do processo
coronoide ou pela depressão de uma fratura do arco zigomático. A incapacidade para fechar o
maxilar pode ser o resultado de fraturas do processo alveolar, ângulo, ramo ou sínfise, causando
o contato dentário prematuro. Movimentos mandibulares laterais podem ser inibidos por
fraturas condilares bilaterais e fraturas do ramo com o deslocamento ósseo.
Pode ser mascarado por inchaço. A aparência inchada da lateral do rosto pode ser o resultado
de um corpo, ângulo ou ramo fraturado. Um ângulo mandibular deficiente pode ocorrer com
fraturas de ângulo desfavoráveis, em que o fragmento proximal gira superiormente. Um queixo
retruído pode ser causado por fratura parassinfisária bilateral. A aparência de uma face
alongada pode ser o resultado de fratura bilateral subcondilar, do ângulo ou do corpo,
permitindo que a mandíbula anterior seja deslocada para baixo.
Um exame completo dos dentes e do osso de suporte pode ajudar a diagnosticar fraturas do
processo alveolar, corpo e sínfise. Uma força suficientemente forte para soltar os dentes pode
fraturar o osso subjacente. Vários dentes fraturados que estão firmes indicam que os maxilares
foram cerrados durante o insulto traumático, diminuindo assim o efeito sobre o osso. O
profissional deve apalpar a mandíbula usando ambas as mãos, com o polegar sobre os dentes e
demais dedos na borda inferior da mandíbula. Colocando pressão devagar e com cuidado entre
as duas mãos, o clínico pode detectar a crepitação em uma fratura. No entanto, esta técnica de
diagnóstico simples é muitas vezes esquecida, em favor de um grande (e caro) método de
diagnóstico radiológico.
Dor, inchaço, vermelhidão e calor localizado têm sido observados como sinais de inflamação
desde o tempo dos gregos antigos. Todas essas descobertas são excelentes sinais primários de
trauma e podem aumentar muito o índice de suspeita para a fratura mandibular.
EXAME RADIOLÓGICO
Radiografia panorâmica;
237 | P á g i n a
Radiografia lateral oblíqua: Incidência lateral oblíqua da mandíbula pode ser útil no
diagnóstico de fraturas do ramo, ângulo e posterior do corpo. A região do côndilo é
sempre clara, assim como as do pré-molar e da sínfise;
Radiografia posteroanterior: Incidência posterior de Caldwell (PA) demonstra qualquer
deslocamento medial ou lateral de fraturas do ramo, ângulo, corpo e sínfise. A região
do côndilo não está bem demonstrada nesta incidência, mas fraturas de linha média ou
da sínfise pode ser bem visualizadas.
Visão oclusal;
Visão periapical: Fraturas não deslocadas lineares e do corpo e do processo alveolar e
trauma dentário;
Visão Towne reversa: Mostrar o deslocamento medial do côndilo e fraturas do pescoço
condíliaco;
ATM, incluindo tomografias: É útil em detectar fraturas condilares e o deslocamento
anterior da cabeça da mandíbula;
TC – espiral de alta resolução ou tomografia computadorizada helicoidal, é mais rápida,
precisa e menos cara, oferecendo uma exposição menor à radiação, se comparada às
tradicionais TCs.
1. O estado físico geral do paciente deve ser cuidadosamente avaliado e monitorado antes
de qualquer consideração de tratamento de fraturas mandibulares. Deve ser enfatizado
que qualquer força intensa o suficiente para causar uma fratura na mandíbula é capaz
de ferir outros órgãos e sistemas do corpo. Isso é óbvio ao se lidar com lesões por
esmagamento maciço da face, com o envolvimento concomitante do sistema de
múltiplos órgãos. A literatura está repleta de relatos de casos de fraturas isoladas de
mandíbula em que condições fatais tornaram--se evidentes após o começo do
tratamento. A trombose pós-traumática da artéria carótida interna associada a fraturas
de mandíbula (e nenhuma outra lesão aparente) foi diagnosticada 24 horas após a lesão
em um caso e 9 horas após a lesão em outro.
2. Diagnóstico e tratamento de fraturas mandibulares devem ser abordados de forma
metódica, e não em caráter de emergência. emergência. Os pacientes raramente
morrem de fraturas de mandíbula, de modo que o clínico tem tempo para avaliar a
natureza e extensão dos ferimentos mandibulares com cuidado e profundidade. O
diagnóstico com base no exame local, físico e histórico deve ser expedido de forma
ordenada e eficiente, e o tratamento deve ser instituído de forma controlada. No
entanto, isto não é um argumento para tolerar atrasos desnecessários prolongados, o
que pode aumentar o potencial de infecção e não união.
3. Lesões dentárias devem ser avaliadas e tratadas concomitantemente ao tratamento de
fraturas mandibulares. Os dentes são muitas vezes lesionados com fraturas
mandibulares e, embora não possam ser restaurados imediatamente, o conhecimento
dental é de vital importância para determinar os dentes que podem e devem ser
mantidos.
Dentes fraturados podem estar infectados e colocar em risco a consolidação óssea, no
entanto, um dente intacto na linha de fratura, que está mantendo os fragmentos de
ossos, pode ser protegido com uma cobertura de antibióticos;
Um segundo molar em um segmento edêntulo posterior de fratura deve ser mantido
para impedir o deslocamento superior do fragmento na fixação intermaxilar;
238 | P á g i n a
Caninos inferiores são a chave da oclusão e devem ser mantidos a todo custo;
Alguns dentes não são importantes para a restauração e podem ser removidos, quando
o seu prognóstico é duvidoso e quando a manutenção pode afetar adversamente o
tratamento da fratura. Por exemplo, um incisivo inferior solitário acrescenta pouco à
futura ponte ou à construção de uma prótese parcial. No entanto, um único dente
molar, em um quadrante posterior edêntulo, pode ser importante à reabilitação
dentária;
Alguns dentes fraturados não podem ser recuperados, não importando quão
importantes possam ser. Por exemplo, um molar pode ser dividido mesial e distalmente,
o que tornaria a reconstrução impossível. A manutenção deste dente durante a fixação
intermaxilar poderia resultar em um grave desconforto e talvez infecção.
239 | P á g i n a
INDICAÇÕES PARA REDUÇÃO ABERTA
Uma simples amarria a fio de aço posta ao redor dos dentes adjacentes de uma fratura
mandibular pode temporariamente estabilizar um segmento mandibular. Esta ainda previne o
dano ao tecido mole, auxilia na proteção das vias aéreas, ajuda a aliviar a dor a partir dos dois
segmentos que se deslocam uns contra os outros e auxilia na prevenção de câimbras
musculares, associadas a segmentos instáveis.
Após a administração de uma anestesia local adequada, os dois segmentos são manualmente
reduzidos. O fio passa em torno do colo do dente e a fratura é, dissolutamente, aproximada.
Enquanto se estabiliza manualmente a fratura, o operador consegue realizar a redução,
apertando o fio em sentido horário. No momento em que os dentes adjacentes estão soltos,
deteriorados ou avulsionados, o operador pode usar os dentes estáveis mais próximos.
Amarrias de Ivy:
Amarrias de Ivy são um modo rápido e fácil de obter fixação maxilomandibular. A amarria é
construída com fios passados interproximalmente por dois dentes estáveis. Os finais da amarria
são primeiramente trazidos ao redor dos lados mesial e distal dos dentes. O fio distal é então
entregue sob a alça e apertado com o fio mesial em direção apical. A amarria é então apertada
para adaptá-la para dentro do espaço interproximal. A fixação maxilomandibular entre amarrias
240 | P á g i n a
de Ivy pode, em seguida, ser conseguida através de vários métodos. Um calibre menor de fio
pode ser passado através dos laços e apertado. Para obter a fixação adequada com este método,
os laços devem ser suficientemente curtos para que não se sobreponham e criem uma fixação
instável. Outro método envolve passar um fio de calibre menor em torno das saliências criadas
pelas alças.
Arcos Vestibulares:
O primeiro passo na colocação é a medida dos arcos vestibulares. O arco é geralmente posto
em dois dentes próximos à fratura, sendo tradicionalmente posto de um ponto distal do
primeiro molar para um ponto distal de outro primeiro molar, no lado oposto.
Os primeiros fios circundentais colocados são geralmente nos segundos pré-
molares. O arco vestibular medido é então colocado onde os anéis dos fios e
os fios são frouxamente presos. A amarria em seguida tem lugar a partir da
linha média para a posterior, para evitar o excesso de arco vestibular na linha
anterior do arco. Após a colocação dos fios circundentais e da bruta redução
dos segmentos fraturados, eles são apertados da mesma forma — a partir da
linha média para a posterior.
Facilidade de aplicação.
Diminuição do tempo de aplicação, portanto diminuição do custo geral.
Diminuição do risco de doença trasmissível.
Nenhuma da gengiva cervical.
Este procedimento pode ser realizado sob anestesia local ou, se o paciente não a tolera, sob
sedação IV ou anestesia geral. A mucosa apenas medial à região canina é injetada com
anestésico local nas dentições superiores e inferiores. Em seguida, o parafuso de autofixação
IMF, de 8 a 12 mm de comprimento, é inserido no osso de forma transmucosa.
As desvantagens dos parafusos IMF são a falta de tensão do efeito banda e a interferência com
placas de fixação internas. Portanto, recomendamos seu uso apenas em fraturas minimamente
deslocadas. Os parafusos podem ser removidos sob anestesia local, no consultório.
Normalmente, a mucosa em torno do parafuso vai crescer para cobrir a cabeça dos parafusos,
necessitando de uma incisão e uma quantidade mínima de dissecção para recuperá-los.
MÉTODOS CIRÚRGICOS
ACESSO SUBMANDIBULAR
241 | P á g i n a
na pele deve estar posicionada em uma prega de pele existente, para esconder a cicatriz, e deve
ser feita em certos ângulos da superfície da pele. O ramo mandibular marginal do nervo facial
encontra-se apenas na profundidade dessa camada, por isso é importante conhecer o seu curso.
A dissecção de osso é realizada através da fáscia cervical profunda, pelo cirurgião, com
cuidadousando um estimulador de nervo. A dissecção é continuada abaixo da fáscia para a
borda inferior da mandíbula. A glândula submandibular e sua cápsula irão tornar-se evidentes e
o polo inferior da parótida pode ser encontrado. A dissecção é transportada para o músculo
masseter, com o cirurgião tendo o cuidado de retirar as fibras nervosas superiormente.
Normalmente, o linfonodo submandibular pode ser identificado adjacente aos vasos faciais. A
exposição pode ser aumentada e o campo melhorado pela dissecação do pterigóideo medial e
de ligamentos estilomandibulares das bordas inferior e posterior. Além disso, a exposição pode
ser obtida tracionando o ângulo e a borda inferior com um fio de aço ou uma pinça de osso.
ACESSO RETROMANDIBULAR
Hinds e Girotti descreveram esta abordagem em 1967, que se tratava de uma variação da
abordagem submandibular, exceto pela incisão de aproximadamente 3 cm acima da incisão
submandibular. A incisão é também descrita pela curva atrás do ângulo da mandíbula, realizada
pelo encontro da parótida, do masseter e da fáscia cervical profunda. A dissecção é então
estendida anteriormente através da fáscia cervical profunda com o cirurgião usando a
estimulação do nervo. A incisão ao osso através do músculo masseter acontece geralmente
entre o marginal mandibular e ramos bucais do nervo facial. O músculo e o periósteo passam
pela incisão sobre o ângulo, em vez da borda inferior. Os tecidos moles e nervos fibrosos são
então retraídos superiormente. Esta incisão dá acesso superior para o ramo e a região
subcondilar da mandíbula.
ACESSO INTRA-ORAL
Sínfise e Parassínfise:
Fraturas mandibulares anteriores podem ser acessadas via incisões intra-orais. Primeiro, a
região da incisão é infiltrada com anestésico local e vasoconstritor. O lábio é retraído e uma
incisão curvilinea é feita perpendicular à superfície muscular. É importante levar a incisão para
o exterior do lábio, deixando no mínimo 1 cm de mucosa junto à gengiva. O músculo mentual,
agora visível, deve passar por uma incisão perpendicular ao osso, deixando uma aba muscular
junto ao osso para o fechamento. A dissecção ocorre subperiostealmente para identificar o feixe
neurovascular mentoniano, aproximadamente a meio caminho entre o rebordo alveolar e a
borda inferior, abaixo do segundo pré-molar ou ligeiramente anterior. O local da fratura é
identificado e reduzido. O local da cirurgia é fechado em camadas. O músculo mentual é fixado
ao pedículo restante, com suturas interrompidas, enquanto um assistente reduz a ferida com
pressão do dedo por baixo. A mucosa é em seguida fechada e uma atadura adesiva é aplicada
ao mento para apoiar o músculo mentual e, assim, evitar a ptose do lábio inferior.
242 | P á g i n a
elevada quanto o plano oclusal mandibular. Estender a incisão superior predispõe o prolapso do
coxim adiposo bucal ao campo cirúrgico. A superfície anterior do ramo pode então ser exposta
retirando o músculo bucinador e o tendão temporal com um afastador entalhado angular e um
elevador periosteal. Uma vez que o coronoide esteja exposto, uma pinça Kocher curva pode ser
aplicada, a qual funcionará como um afastador de autorretenção. A dissecção, desta forma
subperiostal, mantém o coxim adiposo bucal para fora do campo. O músculo masseter pode
então ser elevado com elevadores de periósteo e descoladores J. Todo o ramo e região
subcondilar podem agora ser expostos com a colocação de afastadores de Bauer no sigmoide e
incisura antigoniana.
FRATURAS CONDILARES
A literatura aponta que as fraturas condilares respondem por 17,5% a 52% de todas as fraturas
mandibulares. Na maioria das vezes uma força direta na parte distal da mandíbula se dissipa
para a área articular na parte proximal.
Direção;
Magnitude;
Ponto de força máxima;
Estabilidade de oclusão:
Boca aberta: Deslocamento significativo;
Boca fechada: Pouco ou nenhum deslocamento.
SINAIS E SINTOMAS
Deformidade significativa;
Contato prematura ipsilateral;
243 | P á g i n a
Mordida aberta posterior contralateral.
Se for bilateral? Oclusão posterior + mordida aberta anterior.
De acordo com dados do Fonseca et al., 72% das fraturas condilares estão associadas a fraturas
mandibulares concomitantes, geralmente parassinfisárias. Fraturas do corpo prevalecem com
as fraturas condilares bilaterais, exceto em crianças.
Classe III: Fraturas com deslocamentos graves tendem à RAFI; o encurtamento da altura
do ramo é maior que 15 mm; o grau de deslocamento de fratura é superior a 45 graus.
RADIOGRAFIAS
Towne;
Panorâmica;
Tomografia Computadorizada.
244 | P á g i n a
Fratura intracapsular isolada;
Fratura de côndilo em criança (exceto se houver indicação de cirurgia aberta);
Oclusão reproduzível;
Doença ou lesão que impeça a cirurgia.
ACESSO SUBMANDIBULAR
ACESSO RETROMANDIBULAR
Qualquer fratura grande o suficiente para ser reduzida e estabilizada por RAFI (Redução
Aberta e Fixação Interna).
Vantagem: Incluem as seguintes: existe uma curta distância entre a incisão e o local da
fratura, permitindo um melhor acesso ao local da fratura e evitando a necessidade de
uso de um trocater transfacial; a cicatriz facial é menos perceptível do que com uma
incisão submandibular; é eficaz em pacientes com edema e permite acesso para uma
osteotomia, se necessário, a fim de alcançar o côndilo.
Desvantagem: Cicatriz facial mais perceptível do que se feito com acesso pré-auricular.
Reparos anatômicos: N. Facial e Veia Retromandibular.
RITIDECTOMIA
TRANSMASSETÉRICO-ANTEROPAROTÍDEO
245 | P á g i n a
ACESSO PRÉ-AURICULAR
ACESSO INTRA-ORAL
Indicado para fraturas subcondilares baixas. Podem ser usados parafusos de fixação
axial ou fixação por miniplacas.
Vantagens: A cicatriz visível é evitada, e danos ao nervo facial são minimizados.
Desvantagens: Abordagem Intra-oral sem Endoscópio - Há um acesso limitado,
consistindo no acesso mais pobre entre todas as abordagens, sendo difícil determinar a
adequada redução e fixação, com uma elevada taxa de complicações.
Via Intra-oral Endoscópio-Assistida- Esta é a abordagem mais demorada, com uma curva
de aprendizagem acentuada, pouca visibilidade do ramo posterior e dificuldade na
redução de determinados tipos de fratura.
SUCESSO
IMPORTANTE!
COMPLICAÇÕES
Complicações + comuns:
Outras complicações:
246 | P á g i n a
Assimetria;
Rebasorção condilar;
Degeneração;
Dor crônica – acontece mais ser for feito tratamento fechado.
FRATURAS NASAIS
FUNÇÃO DO NARIZ
Respiração normal;
Umidificação;
Produção da fala;
Sensações associadas ao olfato;
Estética.
ANATOMIA
Além disso suas válvulas nasais internas possuem ângulos que variam entre 10-15álvulas nasais
internas possuem ângulos que variam entre 10-15°;
INERVAÇÃO
247 | P á g i n a
Pele nasal:
N. nasal dorsal;
N. nasais externos;
R. N. etmoidal anterior e oftálmico.
N. esfenopalatino;
N. etmoidal anterior;
N. etmoidal posterior;
Assoalho:
N. nasopalatino;
N. Palatino maior.
OBS: O FLUXO SANGUINEO PRIMÁRIO PARA O ÁPICE NASAL DECORRE DAS RAMIFICAÇÃO
NASAIS LATERAIS DA ART. FACIAL.
248 | P á g i n a
PERMEABILIDADE NASAL E DINÂMICA DO FLUXO AÉREO
RADIOGRAFIAS
Perfil OPN (Ossos próprios do nariz): Avaliar se ouve fratura dos ossos nasais;
Waters (Seios da face): Para avaliar se há desvio do septo;
Tomografia Computadorizada.
Período recomendado para reconstrução: uma semana após a ocorrência da lesão, para deixar
o inchaço diminuir. O tratamento sendo realizado logo facilita o processo de cicatrização.
Geralmente o tratamento é por redução fechada, mas se houver obstrução significativa deve-se
optar por redução aberta.
A maioria das fraturas apresentam diversas formas de estabilização externa com ou sem
tamponamento na parte interna do nariz.
Para o conforto pós-operatório do paciente pode-se realizar anestesia local, os pontos são
mesmos quando realizamos o procedimento sob anestesia local.
Infa-orbital bilateralmente;
Intra-nasal: n. etmoidal anterior, esfenopalatino, labial superior e nasopalatino.
Resposta: Elevar os ossos nasais e tecidos sobrejacentes para superior e anterior, enquanto se
faz palpação com o dedo sobreposto. Usa ossos maxilar e zigomático como ancoragem.
249 | P á g i n a
TAMPONAMENTO NASAL POSTERIOR
Algumas vezes, o tamponamento nasal posterior pode ser necessário para controlar o
sangramento temporariamente. O tampão nasal posterior pode consistir em três cotonoides
introduzidos por via oral na nasofaringe através de um cateter de borracha que é passado por
via nasal e restabelecido na orofaringe. Alternativamente, um tampão nasal posterior pode ser
rapidamente estabelecido da seguinte maneira: cateter de Foley introduzido por via nasal e
inflado para vedação adequada após passar pela válvula velofaríngea; ou um dos vários
dispositivos comercialmente disponíveis que apresentam balões disponíveis para inflar nas
diversas áreas do nariz. O sangramento pode, então, ser tratado no centro cirúrgico com
eletrocautério ou demais medidas locais. Raramente, manobras cirúrgicas prolongadas para
controle do sangramento ou técnicas de radiologia intervencionista podem ser necessárias para
o sangramento abundante. Avaliação adequada para o potencial de discrasia sanguínea deve
ser realizada naqueles pacientes que apresentam sangramento incomum.
A maioria das abordagens abertas das fraturas nasais complexas é realizada a partir de uma
incisão bicoronal de maneira coordenada com as demais fraturas relacionadas, como o seio
frontal e o complexo naso-órbito-etmoidal (NOE). As fraturas NOE serão discutidas junto com
fraturas do terço médio da face. A fixação por cima, com dispositivos pequenos e de baixo perfil,
é útil quando há significativa cominuição. É importante estabelecer projeção adequada dos
ossos nasais juntamente com as demais estruturas fraturadas. Raramente, o enxerto ósseo
primário auxilia na reconstrução inicial. Esses enxertos são feitos, em geral, a partir do osso
parietal facilmente acessível como um enxerto de espessura parcial suspenso na junção
nasofrontal. Técnicas primárias de enxerto ósseo são úteis para pacientes que apresentarem
grau incomum de fragmentação ou aqueles que tiveram os ossos avulsionados de uma única
lesão, como mordida de cachorro ou lesão balística. No entanto, na maioria dos casos, os
fragmentos necessários para a redução de fraturas graves estão presentes e podem ser
reposicionados sem que se recorra a técnicas primárias de enxerto.
COMPLICAÇÕES
250 | P á g i n a
Hematoma de speto: é uma complicação rara de trauma nasal, o paciente relata dor e
febre quando está infectado, ocorre no epicentro do plexo de Kisselbach, deve ser
realizada incisão + drenagem + tamponamento. Além disso pode evoluir para uma
meningite, abscesso cerebral, infecção local e perfurar o septo.
Epistaxe;
Equimose;
Má união.
O complexo do terço médio da face é constituído por uma série de pilares verticais que
fornecem principalmente proteção contra forças direcionadas verticalmente.
Estes incluem:
Contrariamente às alegações de falta de pilares sagitais, o terço médio da face tem suporte,
porém fraco, da parede maxilar, da parede nasal lateral e do septo nasal. Evidentemente,
esses pilares mais fracos do terço médio da face toleraram forças mal direcionadas frontal
ou lateralmente. Por trás desse sistema de pilares ficam as lâminas pterigoides medial e
lateral inferiormente e a base do crânio superiormente. Este quadro resulta em alguns locais
anatômicos de fraqueza, gerando padrões bastante previsíveis de fratura.
CLASSIFICAÇÕES LE FORT
EXAME FACIAL
Após a estabilização inicial, um exame facial completo é realizado. Isso requer componentes
clínicos e radiográficos (O EXAME PADRÃO OURO PARA AVALIAR FRATURA É A TC). No
entanto, o exame radiográfico pode ser adiado até que a condição do paciente esteja
totalmente estabilizada.
251 | P á g i n a
prática é potencialmente útil para prevenir uma infecção inicialmente retrógrada que possa
resultar em meningite.
LE FORT I
Fraturas Le Fort tipo I são causadas por uma força exercida acima dos ápices dos dentes
maxilares.
A tração dos músculos pterigoides medial e lateral pode contribuir para o deslocamento do
segmento fraturado em uma direção posterior e inferior, resultando em uma deformidade de
mordida aberta.
Esta fratura pode apresentar-se impactada, imóvel ou como um segmento livre, com flutuação
maxilar.
Lesões Le Fort tipo I, em exame inicial, não podem ser claramente evidentes. O exame deve ser
feito segurando firmemente o arco superior com o dedo indicador posicionado por palatino e o
polegar facialmente, tentando o deslocamento da maxila em três dimensões, bem como a
compressão e expansão do arco maxilar.
Maloclusão e mobilidade podem ser observadas. Hipoestesia do nervo infraorbital pode ser
causada pelo rápido desenvolvimento de edema. A fratura unilateral maxilar também pode
ocorrer, com a fratura percorrendo a linha de sutura palatal ou adjacente a ela. A equimose
palatal é geralmente observada e pode apresentar-se conjugada com uma oclusão ou
deslocamento do fragmento fraturado.
252 | P á g i n a
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS DE FRATURAS DA MAXILA
TRATAMENTO LE FORT I
A redução precoce das lesões Le Fort tipo I apresenta dificuldade reduzida, mas, depois de 7 a
10 dias, quantidades crescentes de força são necessárias por causa do processo de cicatrização.
RAFI (Redução Aberta e Fixação Interna) com a restauração do contorno facial é o método de
tratamento preferido.
As incisões para a redução aberta são feitas ao redor da parte vestibular de forma circum-
maxilar, ou seja, a partir do primeiro pré-molar até o primeiro pré-molar do lado oposto. Largos
pedículos bucais da incisão em forma de U são mantidos a fim de não prejudicar o suprimento
vascular.
Esta abordagem permite a visualização da parede lateral do seio maxilar e pilares zigomáticos.
Um fórceps de Rowe ou Hayton-Williams pode, então, ser utilizado para completar a redução,
se necessário.
ROWE HAYTON-WILLIAMS
253 | P á g i n a
O paciente é colocado em primeiro lugar em FMM para restabelecer a relação oclusal
prétraumática. O complexo maxilomandibular pode, então, ser orientado em três dimensões
como uma unidade, com especial atenção para a posição dos côndilos. A garantia de que os
côndilos estejam encaixados corretamente na fossa glenoide limitará o desenvolvimento
posterior de mordida aberta. A estabilização de uma fratura deve evitar movimentos de rotação
e translação nos eixos x, y e z. A fixação em quatro pontos, ao longo da abertura piriforme e do
pilar zigomatoalveolar, é rotineiramente realizada para estabilizar este tipo de fratura. A oclusão
deve ser novamente checada imediatamente após a liberação da FMM.
FRATURA LE FORT II
O padrão de fratura Le Fort tipo II é também referido como uma fratura piramidal, sendo o
vértice da pirâmide a sutura nasofrontal.
Esse padrão de fratura envolve sutura nasofrontal, ossos nasais e lacrimais, rebordo
infraorbital na região da sutura zigomatomaxilar, maxila e lâminas pterigoides. Essa fratura
é normalmente mais alta posteriormente do que a fratura Le Fort tipo I.
254 | P á g i n a
Tal como acontece na fratura Le Fort tipo I, o septo nasal também pode estar envolvido. O exame
físico provavelmente revelará sinais perceptíveis da lesão.
TRATAMENTO
A RAFI é vantajosa para o tratamento destas fraturas. Se a área da sutura nasofrontal estiver
intacta e contínua com o segmento maxilar, a exposição intraoral bilateral permitirá a exposição
apropriada para a fixação de quatro pontos. No entanto, o assoalho orbital, o rebordo orbital
inferior ou a região nasofrontal frequentemente requerem exploração e reparo. Nestas
situações, um acesso adicional é necessário, e as incisões básicas são:
Infraorbital;
Subciliar;
Palpebral inferior;
Incisões transconjuntivais.
255 | P á g i n a
FIXAÇÃO IDEAL SEGUNDO MANUAL DA AO (FOTO RETIRA DO SITE:
https://surgeryreference.aofoundation.org/cmf/trauma)
LE FORT III
Os sintomas incluem:
O exame clínico pode ser complementado e o diagnóstico confirmado pela TC, com vistas
coronal, axial e sagital. As radiografias não são ideais neste cenário.
Arco zigomático;
Sutura fronto-zigomática;
Sutura naso-frontal.
256 | P á g i n a
TRATAMENTO
Há alguma controvérsia sobre o momento ideal da reparação de lesões de terço médio facial,
particularmente quando um edema significativo está presente. Como princípio geral, o
tratamento deve ter início assim que o edema da agressão inicial tenha começado a diminuir,
mas não deve ser adiado por mais de 10 a 14 dias.
São lesões faciais comuns, representando a fratura facial mais usual ou a segunda em frequência,
após as fraturas nasais. A elevada incidência destas fraturas provavelmente se relaciona com a
posição proeminente do zigoma dentro do esqueleto facial, que frequentemente se expõe a
forças traumáticas. Em alguns estudos a maiorias das lesões são causadas por:
Violência interpessoal: Nas fraturas zigomáticas causadas por brigas, o zigoma esquerdo
é mais comumente afetado, a ruptura na posição zigomática também tem grande
significado funcional porque provoca diminuição da função ocular e mandibular;
Acidentes automobilísticos.
257 | P á g i n a
ANATOMIA
O zigomático, um grande pilar do esqueleto facial, é a principal estrutura do terço médio da face
lateral. Sua forma aproxima-se de uma pirâmide de quatro lados.
Tem os processos:
Frontal;
Temporal;
Maxilar;
Orbital.
Se articula com:
Frontal;
Maxila;
Esfenóide;
Temporal.
Além disso o zigoma fornece origem a uma grande porção do músculo masseter e também
oferece fixação para os músculos temporal e zigomático.
PADRÃO DE FRATURA
O padrão de fratura de qualquer osso depende de vários fatores, incluindo direção e magnitude
da força. As linhas de fratura criadas passam pelas áreas de maior fragilidade de um osso ou
entre ossos.
A fissura orbital inferior é a chave para lembrar as linhas habituais de fraturas do CZM.
Três linhas de fraturas estendem-se desde a fissura orbital inferior no sentido anteromedial,
supero-lateral e inferior.
Uma fratura estende-se desde a fissura orbital inferior anteromedialmente ao longo do
assoalho orbital, principalmente através do processo orbital da maxila em direção à
borda infra-orbital.
Uma segunda linha de fratura da fissura orbital inferior corre inferiormente através da
posição posterior (infratemporal) da maxila e junta-se à fratura da face anterior da
maxila, sob a crista zigomatoalveolar.
A terceira linha de fratura prolonga-se superiormente a partir da fissura orbital inferior,
ao longo da parede lateral da órbita, posterior ao rebordo, normalmente separando a
sutura zigomato-esfenoidal. Estendendo-se superior, lateral e anteriormente em direção
à borda orbital lateral, a fratura frequentemente separa a sutura zigomato-frontal na
borda orbital lateral.
Classificação de fraturas do terço médio facial de 1990, Manson et al. com base na quantidade
de energia dissipada pelos ossos faciais secundária à força traumática. A classificação de fraturas
de alta, moderada ou baixa energia foi baseada em achados em tomografia computadorizada
(TC). Fraturas de alta energia tiveram deslocamento extremo, cominuição das articulações e
segmentação dos ossos. Em contrapartida, fraturas de energia inferior foram caracterizadas pelo
deslocamento, mas sem cominuição das articulações ósseas.
São 06 grupos:
258 | P á g i n a
I: Sem deslocamento significativo;
II: Fratura da arcada zigomática: sem envolver as paredes do seio maxilar ou da
órbita e o paciente apresenta trismo;
III: Fratura do corpo sem rotação: Deslocamento para dentro do antro,
achatamento da bochecha, com degrau palpável na margem infra-orbital;
IV: Rotação do corpo com rotação para medial:
Tipo A: Deslocamento para fora da proeminência do zigoma;
Tipo B: Deslocamento para dentro da sutura fronto-zigomática.
V: Fratura do corpo com rotação para lateral:
Tipo A: Deslocamento para cima da margem infra-orbital;
Tipo B: Deslocamento para fora da sutura fronto-zigomática.
VI: Fraturas complexas: Estão incluídos todos os casos que apresentem linhas adicionais das
fraturas no seguimento principal.
EXAME CLÍNICO
SINAIS E SINTOMAS
O achatamento facial é mais pronunciado em lesões em que o corpo do zigomático tenha sido
muito deslocado, ao contrário daqueles em que o corpo não tenha sido deslocado. Da mesma
forma, é esperado que as fraturas do arco zigomático produzam menos ruptura ocular do que as
fraturas do CZM.
259 | P á g i n a
Anomalia de sensibilidade nervosa - Hipoestesia do n. infraorbital (fratura através do
assoalho orbitário provoca secção ou compressão do nervo);
Epistaxe;
Deslocamento da rima palpebral;
Níveis pupilares desiguais;
Diplopia:
Diplopia monocular: Embaçamento através de um olho com o outro fechado,
geralmente indica deslocamento de cristalino, hifema e outra lesão traumática
do globo.
Diplopia binocular: A diplopia binocular, em que o embaçamento da visão
ocorre apenas quando o paciente olha através de ambos os olhos
simultaneamente, se desenvolve após trauma pode ser resultado de
encarceramento de tecidos moles (músculos ou periórbita), lesão
neuromuscular, intramuscular ou intraorbital, hematoma ou edema ou uma
mudança na forma orbital, com deslocamento do globo provocando um
desequilíbrio da ação muscular.
Para confirmar se é encarceramento muscular ou não se faz o teste de ducção forçada.
Enoftalmia.
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
Rx Waters;
Rx Axial – Hirtz;
TC: A análise axial é extremamente útil na avaliação das paredes orbitais medial e lateral,
e a análise coronal define a extensão da lesão para o assoalho orbital.
Desde que Duverney descreveu pela primeira vez o zigoma fraturado, vários métodos têm sido
propostos para o tratamento. Estes vão desde a não intervenção e observação à redução aberta
e fixação interna (RAFI).
A decisão de intervir deve ser baseada em sinais, sintomas e incapacidade funcional. Essa
decisão não precisa ser feita às pressas porque fraturas do CZM não são emergências e o
tratamento pode ser adiado, se necessário. No entanto, durante a primeira semana após o
trauma, o tecido mole sofre mudanças consistentes com a sequência normal de cicatrização de
feridas.
Caso o cirurgião decida não intervir, o paciente deve ser observado por 2 a 3 semanas e uma
dieta macia deve ser prescrita.
Deve-se sempre lembrar que, se a intensidade do impacto é suficiente para produzir uma fratura
do osso zigomático, também é suficiente para produzir lesões intracranianas. Fraturas do CZM
não são lesões que ameaçam a vida, não devendo ser dada prioridade a elas sobre problemas
mais graves. O tratamento não precisa ser priorizado caso o estado neurológico do paciente
esteja em questão prioritária, tendo em vista que fraturas zigomáticas podem ser
satisfatoriamente tratadas em vários dias, depois que houver cessão do edema facial.
Outra consideração importante na decisão de se intervir cirurgicamente é o estado do olho
oposto. Se o paciente apresentar diminuição na visão do olho oposto ao da fratura por qualquer
motivo, pode-se decidir não tratar a fratura do CZM deslocada associada ao único olho
funcionalmente normal.
Embora o risco para a visão seja mínimo quando as fraturas do CZM são tratadas, a perda de
visão no único olho em funcionamento seria uma catástrofe. Portanto, o paciente deve ser
orientado para que uma decisão baseada em informação possa ser tomada.
260 | P á g i n a
Dingman e Natvig, afirmaram que “enquanto técnicas de redução fechada são as mais populares
e atraentes na gestão de fraturas nessa região, o cirurgião experiente será rápido para ver, em
muitos casos, as limitações que impõem métodos fechados”. As principais controvérsias no
tratamento de fraturas do CZM são as seguintes:
1. Deve-se realizar a exposição cirúrgica em dois ou três pontos do osso zigomático
rotineiramente para determinar se a redução foi adequada?
2. Se materiais de fixação devem ser rotineiramente aplicados?
3. Se há necessidade de reconstrução da órbita interna?
Vale ressaltar que os erros mais comuns do tratamento que levam a maus resultados também
se baseiam nestes mesmos tópicos.
É preciso lembrar que o CZM fraturado tem quatro grandes processos que se articulam com os
ossos adjacentes. Só quando três estão posicionados corretamente pode-se ter a certeza de uma
redução exata.
PRINCÍPIOS NO TRATAMENTO
No tratamento de qualquer fratura do CZM que requeira intervenção cirúrgica, deve-se levar em
conta as várias etapas, de forma sequencial e ordenada:
1. Antibiótico profilático;
2. Anestesia;
3. Exame Clínico e teste de Ducção Forçada;
4. Proteção do Globo;
5. Antissepsia;
6. Redução da fratura;
7. Avaliação da redução;
8. Determinação da necessidade de fixação;
9. Aplicação de um dispositivo de fixação;
10. Reconstrução orbital interna;
11. Avaliação da motilidade ocular;
12. Enxerto ósseo para defeitos ósseos extraorbitais;
13. Ressuspensão do tecido mole;
14. Exame ocular pós-cirúrgico;
15. Imagens pós-cirúrgicas.
261 | P á g i n a
Muitas técnicas têm sido defendidas para redução e estabilização das fraturas do CZM. Estas
abordagens serão descritas após uma discussão sobre os acessos cirúrgicos utilizados para se
obter acesso ao CZM.
O acesso maxilar vestibular é um dos acessos mais úteis para o tratamento aberto de fraturas do
CZM. O acesso a toda a superfície facial do esqueleto do terço médio facial, do arco zigomático
ao rebordo infraorbital, ao processo frontal da maxila pode ser conseguido de uma forma
relativamente segura.
Sua maior vantagem é a cicatriz intrabucal. Esta abordagem também é relativamente rápida e
simples, e as complicações são poucas.
262 | P á g i n a
todo o comprimento da pálpebra. A incisão pode ser estendida lateralmente cerca de 1 a 1,5 cm
em uma dobra natural inferior ao ligamento cantal lateral. A principal vantagem da presente
incisão é a cicatriz imperceptível que ela cria.
As desvantagens são as seguintes:
1. O processo é tecnicamente difícil para o principiante;
2. Existe um maior risco de ectrópio pós-operatório.
Abordagem Transconjuntival:
Abordagem Coronal:
O acesso coronal, ou bicoronal, alterado para incluir algumas das vantagens do retalho pré-
auricular na modificação Al-Kayat e Bramley, é uma incisão extremamente útil para a cirurgia do
zigoma e arco. Embora possa aparecer inicialmente como uma abordagem agressiva para o
tratamento de fraturas do zigomático, oferece excelente acesso às órbitas e ao corpo e arcos
zigomáticos, quase sem complicações. É uma incisão extremamente útil se houver cominuição
dos rebordos supraorbital e orbital lateral e do corpo e arco zigomáticos. A cicatriz produzida
estará escondida dentro da linha do cabelo, sendo, portanto, invisível.
263 | P á g i n a
TÉCNICAS DE REDUÇÃO
Abordagem temporal:
Uma abordagem que tem sido popular ao longo dos anos para a redução de fraturas do arco
zigomático e do CZM é a temporal. Descrita pela primeira vez por Gillies et al. em 19271 para
uso em fraturas do arco zigomático, esta abordagem tem versatilidade comprovada para fraturas
de arco zigomático e CZM.
Uma das principais vantagens é que ela permite a aplicação de grandes quantidades controladas
de força para desimpacção, mesmo nas fraturas zigomáticas mais difíceis. É, portanto,
especialmente útil no tratamento tardio de uma fratura, quando a consolidação parcial já
ocorreu.
A abordagem temporal de Gillies também é um método rápido e simples, que raramente requer
mais do que 15 a 20 minutos a não ser que técnicas de fixação sejam necessárias.
264 | P á g i n a
A abordagem temporal está relacionada com poucas complicações. Embora as veias temporais
médias possam ser encontradas durante a instrumentação, a hemorragia é rara e sem grandes
consequências.
Alguns têm relatado que esta técnica deve ser reservada apenas para as fraturas do arco
zigomático, sendo ineficaz para fraturas do corpo zigomático deslocadas ou giradas.
Outra técnica popular para a redução de fraturas zigomáticas é a abordagem através do sulco
vestibular da maxila. A vantagem principal, como na maioria das abordagens intraorais, é a
prevenção de qualquer cicatriz externa. A abordagem pelo sulco vestibular pode ser utilizada
para ambas fraturas do arco zigomático e CZM. Embora a utilização desta abordagem para a
redução das fraturas tenha vários atributos louváveis, fraturas instáveis podem requerer incisões
externas para a aplicação de métodos de fixação estáveis.
Em 1977, Quinn descreveu uma abordagem coronoide lateral para a redução de fraturas do arco
zigomático. Esta abordagem não é útil para fraturas do CZM, mas é um método simples para
fraturas isoladas do arco. Uma incisão intraoral de 3 a 4 cm é feita ao longo da borda anterior do
ramo através da mucosa e submucosa. A incisão não é feita até o nível ósseo, mas até a
profundidade onde o músculo temporal se insere no ramo. A ferida é aprofundada
superiormente, seguindo o aspecto lateral do músculo temporal com dissecção romba. Este
plano de dissecção levará o instrumento (ou dedo) para entre o músculo temporal e o arco
zigomático, que deve ser facilmente evidente. O corpo adiposo bucal provavelmente será
encontrado, mas não é motivo de preocupação. Um grande elevador de ponta romba é inserido
nesta bolsa, com o cirurgião tendo o cuidado de garantir a sua colocação adequada lateral ao
processo coronoide, e o arco é elevado enquanto o cirurgião o palpa extraoralmente. A ferida é
fechada em uma única camada.
Abordagem Percutânea
Um caminho direto para a elevação do zigoma deprimido é através da pele que o recobre. Esta
abordagem tem sido extensivamente utilizada em todo o mundo. A vantagem da técnica é que
se pode produzir forças anterior, lateral e superiormente em uma forma direta, sem ter que
competir entre as estruturas adjacentes e os instrumentos. A principal desvantagem é uma
cicatriz muito perceptível no rosto. No entanto, na prática, a cicatriz inestética é mais uma teoria
265 | P á g i n a
do que uma real desvantagem, porque os locais de incisão raramente são visíveis 2 a 3 semanas
após a cirurgia.
TÉCNICAS DE FIXAÇÃO
A aplicação de técnicas de fixação por placa e parafuso para fraturas do CZM substituiu todas as
técnicas mais antigas de fixação. Não há melhor método de fornecer fixação estável de uma
fratura do CZM instável do que a fixação interna rígida com placas e parafusos. A vantagem óbvia
para o uso de placas é que a estabilização em três planos no espaço pode ser fornecida, mesmo
em áreas de cominuição ou perda óssea.
Quando a placa e parafusos de fixação são usados, há princípios gerais para sua aplicação nas
fraturas do CZM:
266 | P á g i n a
5. Use uma placa mais fina possível nas áreas periorbitais. A pele que recobre o
rebordo orbital é muito fina e afina-se ainda mais ao longo do tempo.
6. Colocar placas em tantos locais quanto necessários para assegurar a estabilidade.
7. Se fraturas concomitantes de outros ossos do terço médio facial existirem, será
necessário aplicar dispositivos de fixação com mais abundância.
8. Em áreas de cominuição ou perda óssea, deve-se sobrepor a lacuna com placa. A
cominuição de fraturas da crista zigomatoalveolar e do rebordo infraorbital é
comum. Se pequenos fragmentos ósseos estiverem faltando, é imperativo que a
diferença seja mantida pela placa; caso contrário, o CZM será mal posicionado.
Fraturas do arco zigomático são geralmente resultado de fraturas de todo o CZM. No entanto,
fraturas isoladas do arco, sem outras lesões, ocorrem quando uma força é aplicada diretamente
a partir da face lateral da cabeça.
É provável que muitas fraturas isoladas do arco zigomático possam passar desapercebidas pelo
paciente ou consideradas de importância insuficiente para procurar tratamento.
Fraturas isoladas de arco zigomático caracteristicamente resultam em uma reentrância em
forma de V do aspecto lateral da face, com o ápice profundo em direção à incisura sigmoide.
Pode haver apenas uma linha definida de fratura, com fraturas de flexão ou galho verde em duas
outras áreas para produzir uma configuração do tipo W do arco e uma deformidade estética em
forma de V.
Ocasionalmente, três linhas de fratura produzindo dois segmentos livres ocorrem. Neste caso, a
convexidade normal da área temporal é perdida. O achatamento do lado da face foi observado
em 57% das fraturas isoladas do arco zigomático em um estudo realizado por Ellis et al.
COMPLICAÇÕES
FRATURAS PALATAIS
As fraturas isoladas do palato são raras, mas 8% a 13% das fraturas Le Fort tornam-se
complicadas pela presença de fraturas palatais concomitantes. A maioria dos pacientes
apresentará notáveis sinais e sintomas de fratura palatal. As indicações da presença deste tipo
de fratura no exame clínico incluem lacerações do lábio e de gengiva e palato. Uma alteração na
oclusão também é frequentemente notada, com o segmento maxilar deslocado
anterolateralmente.
CLASSIFICAÇÃO
Vários sistemas de classificação têm sido sugeridos para as fraturas palatais. Hendrickson et al.
descreveram seis padrões com base na localização anatômica da fratura:
267 | P á g i n a
Tipo I: Fratura alveolar
Tipo Ia: Alvéolo anterior; contém apenas os dentes incisivos associados ao alvéolo;
Tipo Ib: Posterolateral; contém pré-molares, molares e associados ao alvéolo.
Normalmente ocorre na segunda ou terceira década por causa de uma falta de ossificação da
sutura palatina mediana.
LANNELONGUE
Padrão de fratura mais comum em adultos (63%) por causa do osso fino parassagitalmente;
fratura-padrão difere do tipo de fratura pela inclusão do canino maxilar.
268 | P á g i n a
Tipo V: Fratura cominutiva complexa
TRATAMENTO
LESÕES NASO-ÓRBITO-ETMOIDAIS
269 | P á g i n a
As lesões naso-órbito-etmoidais (NOE), muitas vezes referidas como uma fratura NOE,
representam um desafio, tanto para o diagnóstico quanto para a sua reconstrução. Esta região
abriga o aparelho lacrimal, o ligamento cantal medial e a artéria etmoidal anterior. A rinorreia
liquórica (RL) é comum após fraturas NOE.
Cruse et al. relataram que as lesões do sistema nervoso central estão presentes em 51% dos
casos e 42% destes têm drenagem de liquor.
A avaliação destas lesões requer muita atenção, sendo extremamente útil a solicitação de TC
em cortes coronal e axial. Provavelmente, o exame físico demonstrará um nariz severamente
fraturado, muitas vezes com fragmentação e deslocamento posterior, com a ponte nasal
alargada e o complexo nasal achatado. A epistaxe é comum.
A epífora após o trauma nesta área ocorre como resultado de danos ao aparelho lacrimal.
Estreitamento da fenda palpebral, obliteração das carúnculas e alisamento da base do vale naso-
orbital são observados mais facilmente após a resolução do edema.
Estas lesões podem ocorrer em conjunto com outras fraturas do terço médio da face, podem
ser isoladas ou bilaterais e podem apresentar padrões distintos em ambos os lados da linha
média, dependendo do mecanismo e da velocidade de impacto.
ANATOMIA
O pilar frontomaxilar proporciona um suporte estrutural para esta região e serve como o ponto
de estabilização para a reconstrução. A reconstrução da arquitetura óssea nesta área é
necessária para controlar o volume orbital.
Os ossos nasais estão localizados anteriores à órbita medial e conectam-se ao osso frontal
superolateralmente e ao osso lacrimal e ao processo frontal da maxila medialmente.
As fraturas do seio frontal também são comuns porque o assoalho desta estrutura é um
componente do teto orbital medial.
270 | P á g i n a
O tendão cantal medial é uma extensão fibrosa das lâminas do tarso. Divide-se em dois
membros, anterior e posterior. O membro anterior é maior e mais forte e insere-se no processo
frontal da maxila, com a função de puxar a comissura medial da pálpebra para frente e para
baixo. O membro posterior ou profundo é comparativamente mais fino, insere-se na crista
lacrimal posterior do osso lacrimal e tem como função manter a posição da pálpebra em relação
ao globo ocular. O membro posterior também está intimamente associado ao músculo de
Horner, que é responsável pelo fluxo de lágrimas, através do saco lacrimal.
A posição anatômica normal do tendão cantal medial é responsável pela função, posição e
aparência palpebral medial e drenagem lacrimal. O grau de deslocamento varia de forma
significativa, influenciando o método de reparação, que depende se a lesão resulta em avulsão
completa do ligamento cantal medial ou se este continua aderido aos fragmentos ósseos
cominuídos.
EXAME FÍSICO
Uma inspeção visual completa é seguida pela palpação do rebordo supraorbital, junções
nasofrontal, complexo nasal lateral, rebordo orbital inferior e todo o complexo nasal. A
mobilidade do complexo nasal e sua relação com a junção nasofrontal são examinadas.
A mobilização do complexo nasal nas três dimensões espaciais é feita para se tentar determinar
a mobilidade, possível impactação óssea e extensão da fratura.
A fixação do ligamento cantal medial é avaliada pela palpação de sua inserção, buscando-se
crepitação ou instabilidade, e pela tração lateral no canto lateral, com avaliação da fixação cantal
medial.
A aferição das distâncias intercantal e interpupilar também é concluída neste momento para
determinar se o deslocamento está presente e se é unilateral ou bilateral. Outro excelente
método de determinação da largura intercantal pré-traumatica é a obtenção de fotografias
anteriores à lesão.
A presença de LCR em rinorreia pode ser determinada com este exame, bem como ser
considerada uma indicação da extensão da lesão nos seios etmoidais e na base do crânio por
meio da lâmina crivosa.
CLASSIFICAÇÃO
271 | P á g i n a
As fraturas são tipicamente observadas como unilateral, bilateral, simples ou cominutiva e são
propensas a ter diferentes formas de fraturas quando ocorrerem bilateralmente. Variantes do
tipo I, II, III de fraturas podem ocorrer em um lado ou o outro, em conjunção um com o outro.
Em qualquer caso, o tipo de lesão e a sua gravidade guiarão o tratamento.
TIPO I
A forma mais simples de fratura NOE envolve apenas uma porção da borda orbital medial, onde
se fixa o tendão cantal medial. Pode ocorrer na forma bilateral ou unilateral. Quando a fratura
tipo I completa bilateral ocorre, não há nenhum deslocamento do tendão e do canto medial e
a fixação transnasal não é necessária. A estabilização do segmento ósseo é geralmente o único
procedimento necessário.
TIPO II
TIPO III
Esta fratura apresenta fragmentação envolvendo o fragmento central de osso onde o tendão
cantal medial se fixa. O canto é raramente avulsionado completamente, mas, na ocasião, os
fragmentos do osso são tão pequenos que a reconstrução não é possível. Nesta circunstância,
a fixação transnasal do canto é necessária, bem como a reconstrução óssea.
272 | P á g i n a
TRATAMENTO
ACESSOS CIRÚRGICOS
A incisão coronal é usada mais frequentemente no tratamento de fraturas da região NOE. Esta
incisão oferece ampla exposição dos compartimentos superior e medial orbitais. Os ossos nasais
também são avaliados e segmentos fraturados removidos para posterior utilização na
reconstrução.
Cuidados devem ser tomados para limitar a ruptura do saco lacrimal e do ducto nasolacrimal e
a extensão inferior desta incisão.
Uma incisão na pálpebra inferior também pode ser necessária para ganhar acesso aos
componentes orbitais inferomediais. Maior estabilização pode ser necessária por um método
interno a fim de obter acesso ao pilar nasomaxilar para estabilização da parte inferior do
complexo NOE.
CONDUTA SISTEMÁTICA
Exposição cirúrgica;
Identificação do tendão cantal medial e do fragmento ósseo do tendão de suporte;
Redução e reconstrução da borda orbital medial;
Reconstrução da parede orbital medial;
Cantopexia transnasal;
Redução de fraturas do septo;
Reconstrução e aumento do dorso nasal;
Adaptação do tecido mole.
FRATURAS ORBITAIS
273 | P á g i n a
FRATURAS DA PAREDE ORBITAL
As fraturas da parede orbital podem resultar em complicações oftálmicas, tais como diplopia,
enoftalmia e diplopia vertical. Reconstruções insuficientes ou inadequadas podem deixar de
corrigir ou até piorar essas condições. Smith e Reagan, que são conhecidos por terem criado o
termo fratura blow-out, descreveram um mecanismo hidráulico por meio do qual a pressão
hidrostática no interior do globo ou conteúdo orbital é transmitida às paredes orbitais. Lesões
blow-out são descritas como puras, para aquelas que ocorrem na presença de uma borda orbital
intacta, e impuras, para aquelas com uma fratura concomitante do rebordo orbital, blow-out
podem ocorrer no assoalho, na parede medial ou na parede lateral.
FRATURAS BLOW-OUT
DIAGNÓSTICO
É difícil fazer um diagnóstico clínico de uma fratura orbital blow-out isolada. Muitas vezes, essas
fraturas não seriam clinicamente notáveis até várias semanas depois, quando a diplopia for
notada. O que pode mascarar a observação visual de enoftalmia ou diplopia vertical e palpação
de deformidades ósseas. Dano ao nervo infraorbital também pode estar presente em fraturas
blow-out. Deve-se suspeitar quando houver parestesia das ramificações do nervo infraorbital
após o trauma. As indicações para a intervenção cirúrgica são uma diplopia não resolvida dentro
de 2 a 3 semanas ou enoftalmia maior que 2 mm. Evidências são fornecidas por um teste positivo
de ducção forçada, demonstrando restrição da motilidade ocular não relacionada com edema e
TC com evidência de lesão do assoalho orbital tipo blow-out.
TRATAMENTO
Subtarsal;
Subciliar;
Transconjunctival.
Enxertos autógenos são úteis para a conduta de grandes e significativos defeitos de assoalho ou
paredes, órbita esqueleticamente imatura e reconstrução orbital secundária. Muitos materiais
aloplásticos também estão disponíveis comercialmente para uso, incluindo tela de titânio,
polímeros de silicone, politetrafluoretileno, polietileno e Gelfilm, eliminam a necessidade de um
local doador, e a maioria não sofre reabsorção. Por outro lado, eles também têm o potencial de
induzir uma resposta tipo corpo estranho que pode resultar em infecção, extrusão e/ou
deslocamento para o seio maxilar.
DIAGNÓSTICO
A parede orbital medial é composta principalmente de uma fina lâmina papirácea do osso
etmoide. Comumente, esta é a segunda parede orbital mais fraturada, compreendendo 20% de
casos de rompimento em fraturas do assoalho de órbita. É composta principalmente de uma
fina lâmina papirácea do osso etmoide. O diagnóstico é feito por limitação na abdução do globo,
muitas vezes em conjunção com a sua retração. Isso é causado pelo dano ou encarceramento
do músculo reto medial. Nestes casos, o teste de ducção forçada é obrigatório.
TRATAMENTO
274 | P á g i n a
A necessidade de reparar a fratura da parede medial depende da extensão do defeito e do grau
de perda do tecido orbital. A reconstrução pode ser necessária de forma semelhante como a
reconstrução de assoalho orbital. O acesso para a parede medial pode ser feito por uma incisão
de Lynch, incisão nasal lateral, retalho coronal, laceração existente ou abordagem
transcaruncular. A incisão de Lynch é uma incisão curvilínea feita 12 mm medial à pálpebra
medial para evitar cortar a inserção do ligamento cantal medial. Esta abordagem, bem como a
abordagem lateral do nariz são propensas à formação de cicatrizes e fibrose antiestéticas nos
locais da incisão. Outras abordagens, tais como a coronal e a abordagem transcaruncular, evitam
essa complicação. A abordagem transcaruncular é feita pela extensão do acesso transconjuntival
através da carúncula, e este tem sido demonstrado como excelente acesso, com poucas
complicações.
FRATURA BLOW-IN
DIAGNÓSTICO
Composta pela associação de uma fratura do tipo vertical, com uma Le Fort I
e ainda uma do tipo Le Fort II ou Le Fort III.
HUET
BESSAREAU
Duas linhas de fraturas verticais que partem dos caninos, têm direção
superior, contornam a abertura piriforme, indo até a raiz do nariz, na sutura nasofrontal.
275 | P á g i n a
DESENVOLVIMENTO, ANATOMIA E FUNÇÃO
Em até 80% a 85% da população, nenhum ducto discernível está presente e uma via de saída
tipo óstio serve para drenar o seio. Alternativamente, a compressão relativa da parte proximal
do seio frontal através do desenvolvimento das células etmoidais pode criar um sistema
verdadeiro de drenagem ductal. Quando o ducto está presente, ele pode variar de 1 a 20 mm
de comprimento e de 1 a 6 mm de largura. A drenagem pelo nariz tipicamente ocorrerá abaixo
do corneto médio próximo ao meato médio, tendo uma relação variável com o infundíbulo
etmoidal baseado na origem do seio.
A parede cortical posterior mais delgada do seio é adjacente à cavidade intracraniana e à base
do crânio. Na linha média, a parede posterior do seio frontal é adjacente à crista galli, que surge
superiormente da placa cribriforme, lateralmente, a placa cribriforme transiciona a fóvea
etmoidal da base anterior do crânio. Na superfície profunda, a dura é densa e altamente
aderente e afina-se ao longo da linha média da base craniana anterior em razão dos mútiplos
forames neurovasculares.
276 | P á g i n a
Notavelmente, depois de completada a pneumatização dos seios, a posição final da placa
cribriforme é variável e, em geral, torna-se situada em uma posição bem inferior às células
aéreas etmoidais vizinhas.
Supra-orbital;
Temporal superficial anterior;
Cerebral anterior;
Meníngea média.
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
Os objetivos do tratamento das lesões do seio frontal incluem proteção estrutural dos
conteúdos intracranianos, isolamento do compartimento intracraniano do trato aerodigestivo,
provisão de um seio funcional, restauração cosmética do contorno frontal natural com o uso de
incisões minimamente invasivas, minimização da morbidade transoperatória e prevenção de
complicações infecciosas e inflamatórias pós-operatórias.
Não existe classificação universalmente aceita das lesões do seio frontal, e sistemas de
numeração específicos são altamente acadêmicos.
De uma perspectiva clínica, a distinção é clinicamente feita entre as lesões laterais e centrais.
A classificação aqui está dividida nas unidades funcionais específicas e anatômicas, incluindo
tábua anterior, tábua posterior e base do crânio, e integridade da dura (fístula do líquido
cerebroespinhal), complexo NOE e integridade do trato de drenagem nasofrontal.
As fraturas do seio frontal são comumente causadas por eventos de alta velocidade e associam-
se, com frequência, a outras lesões sistêmicas ou craniomaxilofaciais. Mais de 50% dos pacientes
diagnosticados com fraturas do seio frontal sofrerão lesão neurológica, com até 25%
demonstrando lesão oftalmológica associada.
277 | P á g i n a
O exame craniomaxilofacial completo deve começar com uma avaliação neurológica focada,
com atenção especial à pontuação da Escala de Coma de Glasgow (ECG) e à função dos nervos
cranianos. Isso está fortemente atado a um exame oftalmológico completo, observando
especialmente acuidade visual, reatividade e simetria pupilar, sinais de corpos estranhos e lesão
ao globo e/ou pressão intraocular aumentada.
TERAPIA ANTIBIÓTICA
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Existe uma série de outras abordagens às áreas frontal e nasoetmoidal. Não infrequentemente,
lacerações existentes podem ser usadas e estendidas se necessário para fornecer acesso
limitado à tábua anterior do seio frontal.
278 | P á g i n a
Na sequência da direita para a esquerda: Coronal, céu aberto, asa de gaivota, borboleta, Sewall
e ferimento corto-contuso.
A cranialização é a técnica de escolha para retirar o seio frontal, mantendo o contorno da fronte
em uma situação de lesão frontobasilar complexa. O envolvimento de um colega neurocirurgião
é frequentemente necessário para o acesso da craniotomia, manejo da lesão intracraniana e
reparo da dura.
A rinorreia traumática do FCE pode ser classificada como acidental ou cirúrgica. O tratamento
corresponde a medidas terapêuticas conservadoras, dreno lombar, reparo cirúrgico intra ou
extracraniano e reparos endoscópicos transnasais. Novamente, os autores encontraram pouca
orientação na literatura sobre a adequação da terapia antimicrobiana profilática, a utilidade da
drenagem lombar ou os riscos e benefícios da intervenção cirúrgica precoce ou tardia.
A obliteração do seio foi realizada com uma série de materiais relatados na literatura, incluindo
hidroxiapatita, cementos ósseos, osso, cartilagem, músculo, esponjas absorvíveis de gelatina,
osteogênese espontânea, fáscia temporal, acrílico ou metilmetacrilato e gordura.
279 | P á g i n a
TRATAMENTO DAS FRATURAS DA TÁBUA ANTERIOR
Fraturas simples em galho verde ou minimamente deslocadas da tábua anterior não requerem
tratamento cirúrgico. Historicamente, deslocamento de menos do que a espessura da tábua
anterior foi considerado sem consequências. Frequentemente, a reavaliação clínica após 7 a 10
dias pode ser necessária para determinar a quantidade de deformidade visível após a resolução
do edema de tecido mole.
Fraturas deslocadas e com múltiplos fragmentos podem requerer intervenção cirúrgica para
acessar as deformidades do contorno e talvez diminuir o risco de formação de mucocele. Relatos
de casos indicaram que fraturas minimamente deslocadas e não cominuídas podem ser tratadas
por meio de uma abordagem endoscópica ou de insuflação. Estas lesões são amplamente
cosméticas de natureza e podem ser passíveis de recontorno tardio ou camuflagem com enxerto
autógeno ou implantes aloplásticos. Antibióticos não são indicados, a menos que as fraturas
sejam abertas ou contaminadas. Descongestionantes sinusais são um auxiliar útil durante o
período de observação.
COMPLICAÇÕES
TRANSOPERATÓRIAS
Sangramento intra-craniano;
Convulsões;
Dano neurológico;
Fístula FCE;
Lesão oftalmológica;
Hematoma.
Pneumoencéfalo;
Sinusite;
Meningite;
Irregularidades estéticas.
Mucocele;
Mucopiocele;
Sinusite frontal tardia;
Abcesso cerebral secundário.
FRATURAS PANFACIAIS
Todas as facetas do formato e da função facial são importantes e o profissional deve fazer o
máximo para preservá-las.
A importância de uma oclusão adequada não pode ser subestimada, pois as alterações agudas
na maneira como os dentes se relacionam podem ser prontamente detectadas pelo indivíduo.
Tais alterações podem resultar em dores miofaciais e da articulação temporomandibular. O
restabelecimento da patência da cavidade nasal é importante para a prevenção da obstrução
nasal e de potenciais problemas, como a sinusite e a apneia obstrutiva do sono. Também é
280 | P á g i n a
necessário estabelecer uma fonação com qualidade adequada. Pequenas alterações no volume
da órbita podem resultar em enoftalmia e/ou diplopia.
Fraturas panfaciais são definidas como aquelas que envolvem os terços superior, médio e
inferior da face. Essas lesões complexas são fraturas que abrangem os ossos frontais, o complexo
zigomaticomaxilar, a região naso-órbito-etmoidal, a maxila e a mandíbula. Lesões faciais
complexas como essas são, em geral, resultado de traumatismos de alta velocidade.
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
PILARES FACIAIS
Nasomaxilar;
Zigomaticomaxilar;
Pterigomaxilar.
281 | P á g i n a
O côndilo e a porção posterior do ramo mandibular compõem ainda outro contraforte,
estabelecendo a altura facial posterior.
Zigomático;
Maxilar;
Mandibular.
Os contrafortes maxilar e mandibular são compostos do osso basal da maxila e das arcadas
mandibulares.
Nenhum desses contrafortes existe em uma condição de vácuo. Juntos, eles conferem ao
esqueleto facial sua integridade estrutural. O osso costuma ser mais espesso sobre essas áreas
descritas, para neutralizar as forças de mastigação e os impactos sobre a face. Com a redução
adequada desses contrafortes, é possível reconstruir altura, largura e projeção da face.
Arcadas dentárias;
Mandíbula;
Sutura esfenozigomática;
Pilares maxilares;
Região intercantal.
ARCADAS DENTÁRIAS
282 | P á g i n a
Quando uma ou ambas as arcadas dentárias estão hígidas, elas podem ser usadas como guias
espaciais. Por exemplo, se o paciente foi vítima de uma fratura de Le Fort, mas não apresenta
disjunção na porção mediana do palato, a maxila, como uma arcada hígida, pode ser usada para
corrigir a arcada mandibular e estabelecer a largura adequada. Especialmente problemática é a
situação na qual há uma disjunção na porção mediana do palato e a mandíbula também está
fraturada ao longo da região de suporte dos dentes, com fraturas condilares associadas. Isso
pode facilmente levar ao alargamento do complexo facial como um todo, se esses segmentos
não forem reduzidos de modo adequado. Uma abordagem ao problema é restabelecer a largura
maxilar expondo a fratura palatina, e então reduzir e fixar a região.
MANDÍBULA
Pode-se conseguir redução anatômica da sínfise e/ou do corpo da mandíbula com uma
exposição extrabucal da fratura. Tal exposição possibilita a visualização direta da borda inferior
e, em grau menor, da cortical lingual. A redução das superfícies corticais vestibular e lingual
antes da fixação promove melhores resultados. Quando existem fraturas subcondilares
bilaterais, elas devem ser tratadas para restabelecer a altura facial posterior e a largura da face.
Quando essas fraturas estão presentes e há uma fratura associada ao longo da sínfise e/ou na
região do corpo mandibular, a mandíbula pode sofrer deformação, com aumento resultante da
largura facial.
SUTURA ESFENOZIGOMÁTICA
A sutura esfenozigomática, ao longo da face interna da parede orbital lateral, foi mostrada, em
estudos em cadáveres, como um marco anatômico importante tanto para a redução quanto
para a fixação do complexo zigomaticomaxilar. Se outros aspectos do esqueleto facial forem
ignorados, a utilização dessa sutura isoladamente pode resultar em erros. Contudo, se o teto e
a porção superior e lateral da órbita estiverem hígidos, essa sutura pode ser um marco
anatômico importante para o posicionamento adequado do zigoma e do arco zigomático. A
sutura esfenozigomática, geralmente, é exposta ao longo da face interna da parede orbital
lateral.
REGIÃO INTERCANTAL
A região intercantal também pode ser usada para restabelecer a largura da porção média da
face, pois a distância intercantal é bastante constante no esqueleto facial do adulto.45 A
restauração da distância intercantal adequada por meio de redução do complexo naso-órbito-
etmoidal pode ajudar a determinar a largura facial. Isso depende principalmente do tipo de
fratura. Se houver cominuição mínima ou nula na região, a redução adequada pode ajudar o
restabelecimento do formato facial. Infelizmente, muitas vezes essa área apresenta cominuição
extrema e é de pouca ajuda. O estabelecimento da distância intercantal adequada com
medições geralmente é realizado em pacientes com cominuição grave.
ABORDAGENS CIRÚRGICAS
283 | P á g i n a
Procedimento com retalho coronal: seio frontal, região naso-órbito-etmoidal (face
superior), tendão cantal medial, rima supraorbital, teto da órbita, face superior das
paredes orbitais medial e lateral, arco zigomático e côndilo mandibular (com extensão
pré-auricular).
Incisão subciliar e transconjuntival com cantotomia lateral: rima infraorbital, paredes
orbitais medial e lateral e assoalho da órbita. A incisão transconjuntival com cantotomia
lateral não concede acesso à sutura frontozigomática. Esse procedimento requer o
descolamento do tendão cantal lateral e a incisão através do músculo orbicular dos
olhos e do periósteo profundamente à pele periorbital lateral. A abordagem subciliar
pode dar melhor acesso à região nasal lateral Incisão na prega palpebral superior:
regiões superior e lateral da órbita. Geralmente é usada para expor a sutura
frontozigomática. Essa incisão não é necessária quando se utiliza a incisão bicoronal.
Incisões perinasais: região nasoórbitoetmoidal, tendão cantal medial e saco
nasolacrimal. Essas incisões costumam ser evitadas, em razão de seu potencial para
formação de cicatrizes significativas. Essa incisão não é necessária quando se usa a
incisão bicoronal.
Incisão vestibular maxilar: maxila e contraforte zigomaticomaxilar.
Incisão vestibular mandibular: mandíbula desde o ramo até a sínfise. Em geral, não se
recomenda essa abordagem a fraturas cominutivas.
Incisões cervicais: mandíbula, exceto quando existe uma fratura alta do colo do côndilo.
Indica-se essa abordagem quando a redução anatômica é fundamental. Ela possibilita
que o cirurgião visualize a redução da cortical lingual. Também é indicada a fraturas
cominutivas e complicadas, como as de uma mandíbula desdentada e atrófica.
284 | P á g i n a
ENXERTOS E RESSUSPENSÃO DE TECIDOS MOLES
Existem muitas fontes potenciais de osso para um enxerto, mas o osso de calvária pode ser o
melhor. O acesso é, com frequência, alcançado por meio de um retalho coronal já criado durante
o manejo das fraturas. Esses enxertos têm mostrado resistir melhor à reabsorção do que o osso
endocondral. Demonstrou-se que a fixação rígida desses enxertos reduz a reabsorção.
A ressuspensão dos tecidos moles após um acesso cirúrgico para fraturas faciais é importante
para os resultados estéticos a longo prazo. A ressuspensão pode ser especialmente benéfica
para a região do terço médio da face. Para a reparação das fraturas do terço médio da face, a
região geralmente é exposta transoralmente e a partir de uma abordagem periorbitária.
A inserção dos tecidos moles no terço médio da face quase sempre é eliminada por completo.
Isso frequentemente resulta em afundamento dos tecidos moles, com reinserção em posição
mais inferior. Manson et al. afirmaram existir dois passos para a colocação dos tecidos moles de
volta à sua posição adequada após exposição do esqueleto facial: a refixação do periósteo ou
fáscia ao esqueleto, e o fechamento de periósteo, fáscia muscular e pele onde foram feitas
incisões. O periósteo não é flexível e limita o alongamento e a migração dos tecidos moles. Em
geral, sua reinserção é feita perfurando-se orifícios com broca em pontos estratégicos do
periósteo ao osso.
As áreas onde o fechamento do periósteo deveria ser obtido incluem a sutura frontozigomática,
a rima infra-orbital, a fáscia temporal profunda e as camadas musculares das incisões maxilares
e mandibulares. As áreas das quais a resinserção periosteal deveria ser obtida são eminência
malar e rima infra-orbital, fáscia temporal sobre o arco zigomático, cantos medial e lateral e
músculo mentual.
Muito foi escrito sobre o sequenciamento adequado do tratamento das fraturas panfaciais.
Sequências seguindo padrões bottom-up (de baixo para cima) e inside-out (de dentro para fora)
ou top-down (de cima para baixo) e outside-in (de fora para dentro) têm sido usadas para
descrever duas das abordagens clássicas ao manejo das fraturas panfaciais.
É anterior ao uso da fixação rígida, mas ainda é considerada válida. Ela estabelece a mandíbula
como a fundamentação para definir o restante da face e inclui a redução aberta e a fixação
interna das fraturas subcondilares, bem como do restante da mandíbula. A oclusão é corrigida
realizando-se um bloqueio intermaxilar (também chamado de fixação maxilomandibular) no
paciente. Então, a maxila deve estar em posição adequada. O realinhamento do contraforte
zigomático é o próximo passo dessa sequência. Contudo, a fixação desse ponto pode levar a
imprecisões no posicionamento da porção superior do terço médio da face. Em vez disso,
prefere-se uma ruptura na sequência nesse ponto. O complexo zigomaticomaxilar é reduzido e
fixado primeiro. Isso enseja um reposicionamento mais preciso da porção superior do terço
médio da face antes da fixação no contraforte zigomático. A maxila agora é fixada ao longo do
contraforte zigomaticomaxilar. Por último, a fratura naso-órbito-etmoidal é reduzida e
estabilizada.
285 | P á g i n a
SEQUÊNCIA DA REDUÇÃO
Traqueostomia;
Reparação da fratura palatina;
Fixação maxilomandibular;
Reparação da fratura condilar;
Reparação das fraturas mandibulares (corpo/sínfise/ramo);
Reparação da fratura do complexo zigomaticomaxilar (inclusive dos arcos zigomáticos);
Reparação da fratura do seio frontal;
Reparação da fratura do complexo naso-órbito-etmoidal;
Reparação da maxila.
286 | P á g i n a
Alguns cirurgiões acham que existe uma vantagem significativa na abordagem top-down e
outside-in, pois o tratamento aberto dos côndilos pode se tornar desnecessário. O paciente é
tratado com períodos variáveis de bloqueio intermaxilar, o que pode ser uma abordagem válida
para fraturas intracapsulares cominutivas. Embora essa seja uma opção viável em alguns casos,
há duas complicações potenciais. Uma delas é uma rotação não detectada do corpo ou do ramo
mandibular, resultando em alargamento. A segunda complicação é a anquilose da articulação
temporomandibular causada por incapacidade de começar a fisioterapia precocemente.
Costuma-se indicar a função precoce de pacientes com fraturas da cabeça do côndilo, com
elásticos guia para manter a amplitude de movimentação da articulação temporomandibular.
SEQUÊNCIA DA REDUÇÃO
Traqueostomia;
Reparação da fratura do seio frontal;
Reparação do complexo zigomaticomaxilar bilateralmente (inclusive dos arcos
zigomáticos);
Reparação da fratura naso-órbito-etmoidal;
Reparação da fratura Le Fort (inclusive a disjunção palatina mediana);
Fixação maxilomandibular (intermaxilar);
Reparação das fraturas subcondilares bilaterais;
Reparação das fraturas mandibulares (corpo/sínfise/ramo).
COMPLICAÇÕES
287 | P á g i n a
Uma complicação significativa associada às fraturas panfaciais discutida aqui é o alargamento
do complexo facial. Ele ocorre quando o cirurgião não é capaz de reduzir adequadamente áreas
importantes que guiam o estabelecimento da largura facial.
Além disso existem várias complicações associadas a cada tipo de trauma, como discutimos
anteriormente.
Requer fixação rígida e imobilização dos segmentos da fratura com um GAP mínimo;
Os osteoclastos migram para o local fraturado e alargam os sistemas haversianos
adjacentes, permitindo que os osteoblastos depositem matriz óssea ou osteóide, que se
calcifica para chegar no estado de osso lamelar maduro estável.
288 | P á g i n a
BIOFÍSICA DO ESQUELETO FACIAL
O maior eixo de movimentação óssea na face está em volta dos côndilos, ou seja, da
ATM;
A mandíbula apresenta tensão máxima na borda superior e compressão máxima na
borda inferior.
A zona neutra depende da força da mordida que é aplicada, mas geralmente está no
feixe vasculonervoso do N. Alveolar inferior.
A sínfise além das bordas com tensão e compressão apresenta também zona de torção.
É imperativo que se tenha compreensão da física e das forças aplicadas aos ossos da face para
fixar as fraturas adequadamente e usar os biomecanismos em nosso benefício. Devido a sua
natureza dinâmica, a mandíbula suporta a maioria das forças aplicadas pela musculatura facial
ao esqueleto. A mecânica das hastes determina que a mandíbula seja uma alavanca de classe III
com o côndilo como fulcro, os músculos da mastigação atuando como a força aplicada e a carga
mastigatória atuando como a resistência. Essa lógica aplica-se a um lado da mandíbula em um
momento.
Entretanto, como se trata de um osso em forma de ferradura, a mandíbula é mais que uma
simples alavanca de classe III. Vetores originados de contração muscular bilateral sobre uma
fratura unilateral produzem rotação e torques que não podem ser facilmente descritos através
da simples mecânica das hastes. Variações na espessura óssea, arranjos oclusais e múltiplos
vetores da contração muscular também não podem ser explicados por esse modelo. No entanto,
para fins de compreensão da fixação rígida através de fraturas, a mecânica da haste é aplicável.
LOAD BEARING
289 | P á g i n a
Carga suportada, por exemplo, sistemas 2.3, 2.4 e 2.5. A ação muscular e a carga mastigatória é
suportada pelo sistema de fixação, quando temos perdas de segmento ósseo e fraturas
cominuidas.
LOAD SHARING
Carga compartilhada, por exemplo, sistema 1.5 e 2.0, fraturas simples, com remanescente ósseo
existente para compartilhar carga.
MODELAGEM DA PLACA
Sequencia:
1. Plano horizontal;
2. Plano vertical;
3. Torção.
MÉTODOS DE FIXAÇÃO
PRINCÍPIOS BÁSICOS
A fixação com titânio é a mais usada. A exposição adequada dos segmentos fraturados é obtida
de maneira a não comprometer o suprimento sanguíneo adjacente. A manutenção da vitalidade
do periósteo auxilia na cicatrização, evitando colapso pós-operatório e diminuindo a taxa de
infecção.
FIXAÇÃO EXTERNA
290 | P á g i n a
BLOQUEIO MAXILOMANDIBULAR (BMM)
Comprime as fraturas no nível do alvéolo, a borda inferior da mandíbula pode permanecer com
espaço. Combinado a esse método de compressão da borda inferior com redução óssea para
fórceps e aplicação de métodos de fixação interna: REDUÇÃO IDEAL!!!
Materiais:
Barra de Erich;
Amarrias de Ivy;
Alças interdentais de Stout;
Parafusos de bloqueio.
AMARRIAS E PARAFUSOS
Embora não seja tão rígida e mecanicamente estável como a barra, pode proporcionar
excelentes resultados no manejo não cirúrgico.
OBS: SITUAÇÕES COMUNS PARA QUAIS O BMM DURANTE 2-8 SEMANAS PODEM ESTAR
INDICADOS SEM CIRURGIA.
Rígida;
291 | P á g i n a
Não-rígida.
RÍGIDA
Qualquer tipo de fixação óssea aplicada diretamente que evita o movimento interfragmentar
entre o segmento da fratura quando o osso está em carga ativa. Por exemplo: 1 placa de
reconstrução, 2 placas ósseas; 2 lag screws e 1 placa na zona de compressão + barra de Erich.
Unidade estabilizadora;
Banda de tensão.
SEMI-RÍGIDA
Fixação que permite o movimento entre os fragmentos ósseos através da linha da fratura.
Existem técnica mais antigas, como: Fio de aço intra-ósseo e fios de aço intermediário. Muitas
dessas técnicas estão em desuso, a que se usa atualmente é a técnica de Champy, que é
funcional estável.
Técnica de Champy:
Fratura de ângulo;
Miniplaca monocortical na borda superior;
Não é ideal em todas as situações;
Baseia-se no fato do côndilo contralateral estar bem assentado na fossa glenóide, sem
rompimento da relação temporomandibular;
Se houver fratura contralateral as forças oclusais através do ângulo podem ser
transmidtidas para o segmento distal e pode causar alargamento da mandíbula.
292 | P á g i n a
Possuem rosca dupla, e a cabeça do parafuso possui uma rosca adicional com
diâmetro maior, que se adapta as roscas do orifício da placa;
O parafuso trava na placa independente do osso;
Evitam afrouxamento e a extrusão dos parafusos da placa, mesmo que não integrados
a mandíbula, e resistem as solicitações mecânicas sob estresse.
MINIPLACA
PLACAS DE RECONSTRUÇÃO
293 | P á g i n a
Não é o método de fixação do zigoma que o torna instável, mas a direção e o grau de
deslocamento da fratura.
BIOABSORVÍVEL
2. Amaurose é uma das complicações mais devastadora do traumatismo da face. A principal causa
se deve a lesão do nervo (COREMU – UFG – 2019):
a) infra-orbitário.
b) oculomotor.
c) oftálmico.
d) óptico.
4. As lesões dos tecidos moles perioral e dentoalveolar são frequentemente causadas por muitos
tipos de trauma. As causas mais comuns são queda, acidentes automobilísticos, esportivos,
aqueles ocorridos em parques de recreação e brigas. Relacione o tipo de lesão dentoalveolar ao
seu respectivo período de imobilização (COREMU – UFG – 2019):
294 | P á g i n a
a) fratura radicular; 2-4 meses.
b) dente reimplantado (maduro); 3-4 semanas.
c) dente reimplantado (imaturo); 7-10 dias.
d) deslocamento dentário; 7-10 dias.
6. Para obter uma estabilidade adequada no tratamento de fraturas, é essencial considerar não
apenas os fatores pertinentes ao paciente, mas também fatores relacionados à fixação e à
fratura. São fatores relacionados à fratura (COREMU – UFG – 2019):
a) presença de infecção, presença de dente no traço de fratura, perda de substância e tempo
decorrido desde a lesão.
b) perda de substância, técnica atraumática, adequada redução e tabagistas.
c) tempo decorrido desde a lesão, higiene bucal comprometida, usuário de drogas e redução
adequada.
d) presença de dente no traço de fratura, estabilização adequada, lesão de tecido mole e
alcoolismo.
8. Uma via aérea definitiva implica um tubo endotraqueal, com o balão insuflado abaixo das cordas
vocais, devidamente fixado com fita ou cadarço, conectado a um sistema de ventilação assistida,
com mistura enriquecida em oxigênio. É um exemplo de via aérea definitiva (COREMU – UFG –
2020):
a) a máscara laríngea.
b) o tubo laríngeo.
295 | P á g i n a
c) o tubo orotraqueal.
d) o tubo esofágico multilúmen.
9. Fraturas mandibulares têm sido classificadas de diversos modos, com o uso de terminologias
que não estão padronizadas. De acordo com os termos adotados a partir do Dorland’s Illustrated
Medical Dictionary, a fratura em galho verde corresponde a (COREMU – UFG – 2020):
a) uma fratura em que uma cortical está quebrada e a outra cortical óssea está dobrada.
b) uma fratura na qual existem duas ou mais linhas de fratura no mesmo osso, que não se
comunica uma com a outra.
c) uma fratura na qual uma ferida externa, envolvendo a pele, mucosa ou ligamento periodontal,
se comunica com a quebra do osso.
d) uma fratura na qual o osso é estilhaçado ou esmagado.
10. Paciente do sexo masculino, de vinte e quatro anos, vítima de acidente motociclístico com
trauma facial severo, deu entrada na sala de emergência com quadro de hemorragia de Classe
II. São características clínicas presentes nessa hemorragia (COREMU – UFG – 2020):
a) taquicardia, taquipneia e diminuição da pressão de pulso.
b) bradicardia, taquipneia e aumento da pressão de pulso.
c) bradicardia, taquipneia e diminuição da pressão de pulso.
d) taquicardia, taquipneia e sem alteração da pressão de pulso.
12. Nas hemorragias traumáticas da face, um local muito envolvido é o plexo de Kiesselbach,
localizado no (COREMU – UFG – 2020):
a) palato mole.
b) septo nasal.
c) espaço ptérigo maxilar.
d) seio maxilar.
13. Paciente do sexo feminino, de vinte e três anos, vítima de acidente motociclístico, sem uso de
capacete, apresentando fraturas múltiplas do 1/3 médio da face, com grande deslocamento,
fratura do corpo mandibular bilateral e TCE. Apresenta hemorragia grave pela cavidade bucal e
epistaxe severa. A via mais adequada para oferecer oxigênio para essa paciente é por meio da
(COREMU – UFG – 2020):
a) traqueostomia.
b) entubação nasotraqueal.
c) entubação orotraqueal.
d) entubação orotraqueal com derivação submentoneana.
296 | P á g i n a
14. O período médio necessário para ocorrer completa cicatrização óssea em uma fratura do
esqueleto facial, fixada com placas e parafusos, é de (COREMU – UFG – 2019):
a) 4 a 6 semanas.
b) 3 meses.
c) 6 meses.
d) 12 meses.
16. É um sinal presente em fraturas do complexo zigomático orbitário (COREMU – UFG – 2019):
a) rinorreia.
b) enoftalmo.
c) deslocamento do ligamento cantal medial.
d) má-oclusão.
17. Um acesso rápido e simples na região temporal para redução incruenta de fraturas do arco
zigomático é comumente conhecido como acesso temporal de (COREMU – UFG – 2019):
a) Gillies.
b) Rowe.
c) Risdon.
d) Al-Kayat.
19. Sobre o atendimento inicial ao paciente politraumatizado, qual é o evento com prioridade de
resolução? (COREMU – UFG – 2019):
a) Hemorragia abundante decorrente de fratura exposta de fêmur.
b) Obstrução de via aérea por corpo estranho.
297 | P á g i n a
c) Pneumotórax aberto.
d) Evisceração abdominal.
21. Segundo Fonseca et al. (2013), em traumatologia, a lesão ao tecido produz uma reação de
efeitos locais e sistêmicos. A resposta orquestrada vista em uma lesão grave foi descrita como
tendo duas fases que se sobrepõem: a fase inicial e a fase tardia. Desta forma, a fase inicial
(COREMU – UFG – 2020):
a) ocorre imediatamente após o trauma e pode durar até 72 horas.
b) caracteriza-se também por uma diminuição do débito cardíaco.
c) mantém a taxa respiratória semelhante à de antes do trauma.
d) tem o efeito de uma vasoconstrição periférica e visceral.
22. Segundo Fonseca et al. (2013), os três métodos aceitos para obter as vias aéreas cirurgicamente
são: cricotirotomia por punção e ventilação translaríngea, cricotirotomia e traqueostomia. A
cricotirotomia é (COREMU – UFG – 2020):
a) preferida em relação às intubações orotraqueal e nasotraqueal.
b) indicada em casos de trauma na região bucomaxilofacial.
c) evitada em situações de trismo.
d) preferida em casos de tratamento de vias aéreas de crianças.
23. Segundo Miloro et al. (2008), é uma indicação relativa para reduções abertas das fraturas de
côndilo mandibular (COREMU – UFG – 2020):
a) presença de corpo estranho dentro da cápsula articular.
b) deslocamento extracapsular lateral da cabeça do côndilo.
c) fratura da fossa craniana média.
d) paciente portador de desordens psíquicas.
24. Segundo Miloro et al. (2008), a fratura de maxila que envolve os ossos nasais, a maxila, os ossos
palatinos, dois terços inferiores do septo nasal, a região dento-alveolar e as placas pterigoideas
é chamada de (COREMU – UFG – 2020):
a) Le Fort I.
b) Le Fort II.
c) Le Fort III.
d) Lannelongue.
25. A via aérea é especialmente importante no paciente com traumatismo craniofacial, sendo uma
das prioridades na avaliação primária na sala de reanimação. Segundo Fonseca et al. (2013), nos
298 | P á g i n a
pacientes traumatizados, uma das causas para o comprometimento da via aérea superior é a
presença de (COREMU – UFG – 2020):
a) hemotórax.
b) tamponamento cardíaco.
c) fratura pélvica.
d) hemorragia e hematoma retrofaríngeo.
26. Segundo Fonseca et al. (2013), a fratura isolada do arco zigomático (COREMU – UFG – 2020):
a) pode causar limitações na movimentação mandibular.
b) envolve dois importantes ossos da face: o osso temporal e o osso esfenoide.
c) pode ser diagnosticada com a incidência radiográfica póstero-anterior (PA) de face.
d) é mais suscetível à fratura no impacto indireto.
29. Descrita inicialmente em 1891, é caracterizada por uma associação entre uma fratura horizontal
transversa completa e uma fratura mediana da maxila. Há separação de 4 fragmentos da face,
sendo esta fratura conhecida pelo nome de (Santa Casa de Campo Grande – MS – 2019):
a) Lannelongue
b) Huet
c) Bassereau
d) Walther
30. A respeito das manobras de abertura de vias aéreas em pacientes politraumatizados e condutas
relacionadas, assinale a alternativa correta (Santa Casa de Campo Grande – MS – 2019):
a) A cânula nasofaríngea não deve ser utilizada em caso de suspeita de fratura de base de crânio.
b) A cânula orofaríngea é normalmente utilizada em vítimas conscientes.
c) A manobra de Sellick é uma descompressão da cartilagem cricoide para promover a distensão
gástrica.
d) A utilização de oxigênio nas intervenções pré-hospitalares é contraindicada em pacientes com
politraumatismo e estado de choque.
299 | P á g i n a
31. Em relação à traumatologia em nariz, assinale a alternativa correta (Santa Casa de Campo
Grande – MS – 2019):
a) O diagnóstico da fratura nasal não deve ser realizado com base na avaliação clínica do
paciente, mas sim na história do trauma e nos exames radiográficos.
b) Uma “fratura do nariz” pode acometer isolada ou conjuntamente os ossos nasais, processos
frontais da maxila, septo cartilaginoso ou ósseo, espinha nasal anterior e vômer, além de outras
estruturas relacionadas a área do nariz.
c) Nos impactos frontais severos no nariz não há possibilidade de ocorrer a drenagem de líquido
cefalorraquidiano pela lâmina cribriforme do etmoide.
d) A fratura nasal menos frequente envolve a extremidade inferior dos ossos nasais, com ligeiro
comprometimento do septo nasal, sendo causada por um impacto brando frontal ou lateral.
32. Sobre os tratamentos das fraturas mandibulares, assinale a alternativa correta (Santa Casa de
Campo Grande – MS – 2019):
a) As fraturas do ângulo mandibular sem deslocamento ou com pequeno deslocamento não
podem ser tratadas mediante redução fechada e bloqueio intermaxilar por seis a 8 semanas.
b) As fraturas de sínfise que se localizam exatamente na linha média respondem bem à redução
simples com bloqueio intermaxilar.
c) O tratamento a fratura intracapsular em criança com menor de anos de idade, deve ser a
imobilização por duas a quatro semanas da região fraturada, dieta líquida ou pastosa e, após
este período, instituir-se a fisioterapia.
d) As fraturas subcondilares bilaterais ou fratura subcondilar associada à fratura de outras
regiões da mandíbula que interfiram com a oclusão podem ser tratadas por meio de redução
cirúrgica, estabilização com placas e parafusos e posterior fisioterapia.
GABARITO
1- C / 2- D / 3- C / 4- A / 5- B / 6- A / 7- B /8- C / 9- A / 10- A / 11- C / 12- B / 13- A / 14- C / 15-
C / 16- B / 17- A / 18- A / 19- B / 20- A / 21- D / 22- B / 23- D / 24- B / 25- D /26- A / 27- C /
28- A / 29- D / 30- A / 31- B / 32- D
300 | P á g i n a
DEFORMIDADE DENTOFACIAL
Basicamente temos três alternativas para correção de uma maloclusão que envolve dentes mal
posicionadas e desarmonia entre os maxilares:
Os objetivos que buscamos alcançar com o tratamento nos nossos pacientes são:
301 | P á g i n a
O tratamento ortodôntico-cirúrgico irá diminuir significativamente o tempo total
previsto para correção? A cirurgia pode frequentemente diminuir em muito este tempo
de tratamento.
O paciente deve ser informado que em alguns casos a combinação de intervenção
ortodontia-cirurgia poderá evitar extrações de dentes.
Se o paciente não tiver cooperação adequada a ortodontia será ineficaz para atingir o
objetivo proposto.
O tratamento ortodôntico alterando não só a posição dos dentes, mas também a direção do
crescimento, tanto quanto possível, é a melhor abordagem para solucionar problemas
dentoalveolares e esqueletais.
O padrão de crescimento pode ser modificado de uma maneira favorável pelo menos
em parte dos pacientes;
A maxila e mandíbula podem ser induzidas a crescer poucos milímetros a mais ou a
menos do que poderiam sem o tratamento.
ENVELOPE DE DISCREPÂNCIA
Três círculos assimétricos são utilizados para ajudar a visualizar os limites de correção que o
ortodontista pode conseguir:
302 | P á g i n a
No envelope intermediário: é óbvio que a maiores alterações podem ser produzidas em
uma criança em crescimento pela combinação da modificação da direção de
crescimento e movimento dentário ortodôntico, do que se poderia conseguir em um
indivíduo sem crescimento, apenas com movimentação ortodôntica dos dentes.
No envelope de discrepância externo: Segundo Proffit, associando o tratamento
ortodôntico com o cirúrgico, a maxila pode ser reposicionada para trás 15 mm e para
frente 10mm, enquanto a mandíbula pode ser avançada 12mm e retraída 25mm. No
sentido vertical os limites são iguais para maxila e mandibular, podendo ser
reposicionadas para baixo até 10mm.
A análise facial, tendo como meta a cirurgia ortognática, deve ser um procedimento
padronizado, com o objetivo de coletar dados e obter informações referentes a situação atual,
que permitam o planejamento das alterações desejadas, promovidas pelo tratamento
ortodôntico, cirúrgico e, principalmente pela combinação destes.
Para o exame, o paciente deverá estar sentado ou em pé, porém na mesma altura do
examinador, com a cabeça em posição natural, ou seja, aquela que se assume espontaneamente
em relação cêntrica e com os lábios em repouso.
PONTOS CRANIOMÉTRICOS
303 | P á g i n a
OBS: NÃO TRADUZI OS NOMES, POIS DEIXEI DE ACORDO COM O LIVRO QUE USEI DE
REFERÊNCIA.
EXAME FRONTAL
A altura facial total é medida do Trichion ao Gnathion. A face deve ser divididade em terços:
TERÇO SUPERIOR:
A largura do terço superior é determinada pela medida bitemporal, obtida pela distância entre
os pontos frontotemporale. Esta largura deve corresponder 65% da altura facial total (Tr-Gn).
TERÇO MÉDIO:
A largura do terço médio, medida bizigomática, determinada pela distância entre os pontos
Zygion, corresponde a 75% da altura facial total. A área periorbital é examinada quanto a
estética e a função. A distância intercantal, medida entre o Endocanthion, deve ser de 34 +/-
4mm e a interpupilar 65 +/- 4mm. É avaliada a simetria cantal interna e externa.
O nariz tem sua simetria analisada e a largura do dorso (10 +/- 2mm), o ângulo de divergência
do ápice (50-60°) e a largura da base alar (34 +/- 2m), que é a medida entre os pontos Alare. A
largura da base alar é semelhante a distância intercantal, Nasion e Pronasale.
TERÇO INFERIOR:
No terço inferior da face, a largura dada pela distância entre os pontos Gonion, medida bigonal,
equivale a 55% da distância Tr-Gn.
A exposição dos dentes, incisivos superiores, é de 3 a 4mm com o lábio superior em repouso e
de 8 a 10 mm com o paciente sorrindo. Já os incisivos inferiores são expostos de 1 a 2mm, em
repouso.
Quando analisamos uma inclinação latero-lateral da maxila devemos ter o paciente mordendo
uma espátula de madeira. Assim, medimos a distância de cada dente, anterior superior, ao plano
interpupilar.
As linhas médias, superior e inferior, são comparadas entre elas, mas também relacionadas a
linha media facial.
304 | P á g i n a
A linha média do mento é comparada com a linha média facial.
EXAME DO PERFIL
Assim como fazemos o exame frontal, para o exame perfil, dividimos a face em terços, superior,
médio e inferior.
TERÇO SUPERIOR:
O ângulo formado pelas linhas glabela-nasion (G-N) e nasion-pronasale (N-Prn) é de 132° +/-
15°, é chamado de ângulo glabelar.
TERÇO MÉDIO:
O ponto Nasion está situada cerca de 5mm a frente e no mesmo nível vertical dos cílios
superiores. Assim, o ângulo nasofacial será de 30 a 35° e dorso nasal de 5 a 8 mm a frente da
córnea e descrito com plano, convexo ou côncavo.
A columela nasal deve estar de 3 a 4 mm inferior e paralela as bordas alares, dando as narinas,
quando observadas de perfil, o aspecto ovalado,
O ângulo nasolabial varia de 90 a 110°. Alterações nesse ângulo podem ser devidas a
deformidades nasais, labiais ou ambas.
A borda lateral da órbita está posicionada de 8 a 12mm posterior a porção mais anterior da
córnea inferior de 0 a 2 mm anterior a esta mesma porção da córnea.
A área infra-orbital pode ser plana ou convexa, enquanto a área paranasal deve ser convexa. A
aparência plana ou côncava pode ser devido a uma deficiência do terço médio da face.
TERÇO INFERIOR:
Em indivíduos com projeção maxilar e nasal normal, o Pogonion (Pg) está localizado de 2 a 4 mm
posterior a linha subnasal perpendicular. Esta medida pode estar alterada, ainda, por rotações
mandibulares.
O ângulo mandibular deve ser bem definido, assim como a borda posterior da mandíbula.
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
As fotografias jamais substituirão o exame facial, já que todas medidas devem ser obtidas,
diretamente, da face do paciente. Entretanto, a documentação fotográfica é fundamental para
registrar a condição facial antes do tratamento, e extremamente útil para comparações após a
realização dos procedimentos.
A documentação fotográfica da face deve constar uma tomada frontal com os dentes em
contato e os lábios em repouso, uma frontal com o paciente sorrindo, e os perfis direito e
esquerdo.
305 | P á g i n a
ANÁLISE RADIOGRÁFICA
Após realizar a análise facial, atenção especial deve ser dada a análise de radiografias. As mais
comuns são:
PLANO DE TRATAMENTO
Para definir o plano de tratamento temos que lançar mão de todos os dados obtidos de forma
sistemática no Exame Clínico. Devem ser associadas a análise facial, a análise dos arcos dentais,
de forma direta e por meio de modelos, a cefalometria, o exame radiográfico.
Por isso, juntos o ortodontista e o bucomaxilo precisam obter respostas a essas três perguntas:
Após análise dos modelos na sua oclusão original, passamos a manipular os modelos, buscando
a olcusão ideal. Esse exame nos faz antever se estes cruzamentos podem ser solucionados
ortodonticamente, na fase pré-operatória ou se devemos partir para segmentação destes arcos.
306 | P á g i n a
CIRURGIA DOS MODELOS
TRAÇADO PREDICTIVO
Após a obtenção dos dados milimétricos, é realizada a cirurgia de modelo de gesso, e os dados
obtidos na análise facial e nos modelos são transferidos para uma radiografia cefalométrica em
norma lateral em uma folha de papel acetato. O resultante desse processo é chamado de
traçado predictivo cujo objetivo é reproduzir as modificações que ocorrerão na face de acordo
com a cirurgia proposta.
Testar opções: Facilita por exemplo as decisões de tipo operar ou mão, a mandíbula
concomitantemente com a maxila, ou operar somente a mandíbula ou só a maxila, e
muitas vezes a necessidade ou não, de mentoplastia;
Definir o procedimento;
Definir a extensão do movimento e sua estabilidade: permite avaliar se o movimento
proposto é viável sob o ponto de vista de estabilidade, e da necessidade ou não de
outros meios complementares como a miotomia e suspensões esqueléticas para
garantir a mesma;
Permitir um meio de diálogo entre a equipe e o paciente.
Basicamente existem 04 técnicas cirúrgicas que sozinhas ou combinadas resolvem quase toda a
totalidade dos problemas dentofaciais encontrados pelo cirurgião Bucomaxilofacial são:
COMPENSAÇÕES DENTÁRIAS
307 | P á g i n a
Sagital;
Vertical;
Vertical.
COMPENSAÇÕES SAGITAIS:
COMPENSAÇÕES VERTICAIS:
As compensações dentárias das dimensões vertical e transversal são mais difíceis de identificar.
A sobreerupção dos incisivos superiores e inferiores é uma compensação óbvia no plano vertical,
resultando geralmente, em sobremordidas profundas em casos hipodivergentes e mordidas
abertas sobrecompensadas nos casos hiperdivergentes severos. O nivelamento dos planos
oclusais não deve ser feito tentado correção ortodôntica da discrepância cefalométrica.
COMPENSAÇÕES TRANSVERSAIS:
Mais difíceis de serem reconhecidas, mas também mais importantes de serem removidas antes
da cirurgia, particularmente de pacientes com maloclusão Classe II.
É necessário, portanto, que estas compensações também sejam eliminadas, o que muitas vezes
requer a utilização de disjunções maxilares com o auxílio cirúrgico ou a segmentação da maxila.
Geralmente, se as compensações sagitais e transversais tiverem sido corrigidas antes da cirurgia,
os movimentos cirúrgicos verticais, tais como o fechamento e uma mordida aberta, pode ser
realizado facilmente.
308 | P á g i n a
1. PLANEJAMENTO PRÉ-CIRÚRGICO:
2. DESCOMPENSAÇÕES DENTÁRIAS:
Geralmente em pacientes com maloclusões de Classe II, os incisivos superiores são mantidos
nas suas posições originais e os incisivos inferiores são retraídos, o que tende a aumentar a
sobressaliência e, portanto, aumenta a quantidade de movimentação esquelética possível,
como por exemplo, a quantidade em milímetros que a mandíbula pode ser avançada.
Exodontias atípicas como a dos pré-molares inferiores isoladamente, podem ser realizadas em
casos selecionados.
Por outro lado, nas maloclusões Classe III, os incisivos inferiores geralmente são protruídos e os
superiores retruídos, aumentado a sobressaliência negativa. Apresenta dificuldade temporárias
de dicção e mastigação. Na maioria das vezes o padrão da extração passa a ser segundos pré-
molares superiores e os primeiros pré-molares inferiores.
A protrusão dos incisivos superiores, entretanto, não pode ser contemplada com nenhuma
outra opção a não ser a sua retração.
Angulação pré-tratamento;
Quantidade de apinhamento na região anterior do arco;
Profundidade da curva de Spee e alteração esquelética desejada.
Geralmente são usados elásticos de Classe III para as mesioclusões de Classe III para
distoclusões.
Num caso de avanço mandibular, por exemplo, os incisivos inferiores podem ser retraídos um
milímetro além das suas posições finais desejadas, porque fatalmente eles apresentarão uma
tendência a se inclinarem para vestibular na fase pós-cirúrgica.
O raciocínio inverso se aplica aos casos de prognatismo mandibular, onde os incisivos inferiores
são protruídos um milímetro além das suas posições finais e os incisivos superiores retruídos
ligeiramente.
As mordidas abertas não devem ser corrigidas à custa das extrusões dos dentes.
No sentindo transversal, deve-se avaliar a coordenação dos arcos superior e inferior, sem que
se faça correções de atresias por meio de inclinações dentoalveolares sem movimentos
ortopédicos.
309 | P á g i n a
OSTEOTOMIAS
INDICAÇÕES:
VANTAGENS:
DESVANTAGENS:
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS:
É importante avaliar:
310 | P á g i n a
Altura, comprimento e espessura dos ramos mandibulares;
Altura da parte posterior do corpo mandibular;
Localização e trajeto do canal da mandíbula;
Posição condilar na fossa articular e relação com eminência articular.
Se houver alterações osteoartríticas nos côndilos mandibulares devem ser confirmadas por
exames tomográficos. A avaliação radiográfica pode levar a variações no design da osteotomia
e também na localização da fixação rígida.
PRESENÇA DE 3º MOLARES:
A presença dos 3º molares interfere no procedimento desde a incisão, mas lembrem que não
contraindicam a realização da osteotomia.
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS:
311 | P á g i n a
Os objetivos da reabilitação oclusal são: oclusão estável em
Classe I, distância interincisal adequada, movimentos protrusivos e
de lateralidade adequados e posição funcional dos côndilos.
COMPLICAÇÕES:
INDICAÇÕES
Principalmente para recuos mandibulares, porém pode ser usada em pequenos avanços
mandibulares de 2 a 3 mm;
Assimetrias Faciais e quando necessita de diminuição da altura facial posterior;
Desarranjo interno da articulação temporomandibular.
VANTAGENS:
DESVANTAGENS:
CONSIDERAÇÔES ANATÔMICAS:
312 | P á g i n a
Pacientes cujo forame mandibular está localizado muito posteriormente, são maus candidatos
a esse tipo de procedimento. Além disso, é necessário avaliar relação da posição da entrada do
nervo alveolar inferior com a borda posterior da mandíbula.
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS:
COMPLICAÇÕES:
O sucesso da técnica é facilmente compreensível, pois por meio dela muitas deformidades
puderam ser tratadas, tais como excessos verticais, hipoplasias ântero-posteriores da maxila e
também discrepâncias transversas.
INDICAÇÕES:
Movimentação da maxila nos 3 planos;
Nivelar os arcos dentários;
Modificar o formato das arcadas;
Coordenar discrepâncias transversas entre os arcos da maxila e mandíbula.
Para ser uma osteotomia versátil precisa de ampla mobilização, isso dificulta a seu correto
posicionamento e estabilização. Com planejamento correto, cirurgia de modelo adequada e
execução da técnica cirúrgica de maneira satisfatória esses problemas são superados.
Em 1975, Bell et al., realizaram um estudo para elucidar a revascularização e reparação óssea
após osteotomia total da maxila. Eles utilizaram 12 macacos Rhesus que tiveram suas maxilas
mobilizadas e reposicionadas sem fixação e bloqueio intermaxilar. Em três deles, as artérias
palatinas descendentes foram intencionalmente ligadas bilateralmente. Os animais foram
sacrificados nos intervalos de pós-operatório imediato, 2 dias, 1, 2, 4, 6 e 12 semanas de pós-
operatório. Fizeram o preparo vascular das maxilas para que posteriormente estas pudessem
ser visualizadas em lâminas. Inicialmente foram notadas áreas de isquemia na região da
osteotomia e na região do pilar canino. A partir do segundo dia, a isquemia já havia diminuído
nestas áreas. Após uma semana, ocorreu um aumento do preenchimento vascular endostal e
periosteal e tecido fibroso já ocupava o local das osteotomias. Na segunda semana vasos vindos
do periósteo penetravam nas corticais vestibulares e se anastomosavam com vasos endosteais.
Em ambos os lados da osteotomia tecido neoformado podia ser observado. Ao final da 12
semana, osso maduro foi observado entre os segmentos, denotando consolidação óssea. Não
313 | P á g i n a
houve diferença entre os animais que tiveram as artérias palatinas descentes ligadas para o que
não tiveram.
PREPARO PRÉ-CIRÚRGICO:
Deve-se solicitar Exames radiográficos para realizar o traçado predictivo, realizar cirurgia de
modelo e confecção dos guias cirúrgicos. As cirurgias na maxila causam maiores sangramentos
e por isso deve-se avaliar a necessidade de autotransfusão sanguínea;
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS:
Hemorragias;
Mau posicionamento da maxila;
Necrose - RARO;
Pseudoartrose;
Fraturas indesejadas;
Danos nervosos;
Fístulas oro ou nasoantrais;
Desvio de septo;
Sinusite maxilar;
Fístulas artério-venosas;
Disfagia;
Danos ao sistema nasolacrimal e ocular.
ANÁLISE FACIAL
314 | P á g i n a
5. Essa parte é feita com o sorriso forçado para avaliar o quanto expõe de gengiva, o valor
normal de exposição no homem é de 0 – 1 e na mulher de 3 – 4;
6. Avaliar a columela nasal, para ver se está alinhada ou com desvio de septo;
7. Nessa etapa a partir do eixo Y vamos avaliar a rotação das arcadas, olhar se tem giro no
sentido horário ou anti-horário;
8. Na análise facial lateral é melhor avaliar no computador, a linha vertical mede a
distância entre o ponto A para todas as medidas. Se tiver atrás da linha o valor é negativo
e se estiver a frente da linha é positivo.
9. Avaliar quando está com desvio a mandíbula e a maxila de acordo com linha media
facial.
10. Avaliar quando está com desvio ou não do mento.
11. Avaliar abertura máxima bucal: ideal 40 mm.
315 | P á g i n a
QUESTÕES - DEFORMIDADE DENTOFACIAL
316 | P á g i n a
1. Geralmente, qual é o ponto mais simétrico do tecido mole da linha média? (COREMU/UFG –
2019):
a) Glabela.
b) Subnasal.
c) Filtro do lábio.
d) Pogônio.
2. Segundo Arnett e Mclaughlin, o nível oclusal superior é avaliado traçando uma linha que passa
pelas (COREMU/UFG – 2019):
a) pontas dos dentes 23 e 13.
b) pontas das cúspides palatinas dos dentes 26 e 16.
c) pontas das cúspides mésio-vestibular dos dentes 26 e 16.
d) bordas incisais dois dentes 11 e 21.
3. Para uma boa estética facial é extremamente importante uma boa relação entre lábios e dentes.
A relação lábio superior/incisivo central superior independe (COREMU/UFG – 2019):
a) da proporção altura/largura do incisivo superior.
b) do comprimento da coroa do incisivo central superior.
c) do comprimento do lábio superior.
d) do excesso vertical de maxila.
4. O conceito de posição natural de cabeça (PNC) foi introduzido na ortodontia na década de 1950.
Os estudos subsequentes mostram que a PNC (COREMU/UFG – 2019):
a) corresponde ao plano horizontal de Frankfurt (PHF) paralelo ao solo.
b) varia na faixa etária de 12-45 anos.
c) tem validade limitada para uso em diagnósticos cefalométricos.
d) pode sofrer modificações em padrões faciais de classe II e III.
5. Segundo Nazareno e Claus, o tipo de paciente que tem como maior objetivo na cirurgia
ortognática a correção estética da face é classificado como (COREMU/UFG – 2019):
a) tipo I.
b) tipo II.
c) tipo III.
d) tipo IV.
7. Em pacientes que serão submetidos a cirurgia ortognática com a técnica de osteotomia sagital
da mandíbula, os terceiros molares inferiores devem ser removidos com, no mínimo, quantos
meses de antecedência? (COREMU/UFG – 2019):
a) 3.
b) 4.
c) 5.
317 | P á g i n a
d) 6.
8. Em um paciente com deficiência ântero-posterior de maxila, o ângulo 1.pp está em 127 graus e
o ângulo formado pelo longo eixo do incisivo superior com o plano oclusal da maxila encontra-
se em 45 graus. Com a cirurgia de maxila nessas condições (COREMU/UFG – 2020):
a) a relação lábio incisivo será próxima do ideal.
b) o avanço da maxila será menor que o desejado.
c) o posicionamento vertical do incisivo será deficiente.
d) o ângulo nasolabial tenderá a ficar obtuso.
10. Para o tratamento das discrepâncias transversais da maxila no adulto, o procedimento mais
indicado é (UEPA – 2019):
a) Hyrax
b) Osteotomia Sagital
c) Osteotomia Trapezoidal
d) Expansão cirurgicamente assistida
e) Septoplastia
11. As Cirurgias Ortognáticas são amplamente utilizadas para as correções das bases ósseas de
paciente com deformidades esquelético-dentárias. Os cirurgiões devem realizar um
planejamento minucioso e individualizado para cada paciente. Com base nos conceitos de
filosofias do tratamento cirúrgico das deformidades dento-faciais assinale a alternativa correta
(UEPA – 2019):
a) As deformidades dento-faciais, Classe III de Angle, podem ser tratadas somente com a Cirurgia
Ortognática. O preparo ortodôntico pré-operatório e/ou a finalização ortodôntica pós-
operatória pode ser ou não realizado.
b) O traçado cefalométrico obtido na documentação ortodôntica é importante para o
tratamento ortodôntico pré-operatório, mas pode ser considerado de pouca importância para
o planejamento inicial da cirurgia ortognática.
c) A cirurgia ortognática deve ser planejada e executada de acordo com os exames de imagem
e a análise facial do paciente. As queixas do paciente ficam em segundo plano, pois o importante
é deixar a face do paciente com o padrão facial classe I.
d) A segmentação maxilar está indicada para as deficiências transversas da maxila, podendo ser
realizada a mobilização de blocos dentários e corrigir as angulações dos dentes. É muito
importante observar o suprimento sanguíneo bloco segmentado.
e) A osteotomia sagital da mandíbula pode ser realizada unilateralmente em casos de cirurgia
ortognática para correção de assimetria facial ocasionada por hiperplasia condilar unilateral.
318 | P á g i n a
12. Para correção de deformidade dento-facial Classe III de Angle associado a deficiência ântero-
posterior e transversal de maxila, foi proposta a uma paciente de 22 anos de idade uma cirurgia
ortognática combinada com osteotomia e osteoplastia de maxila, mandíbula e mento em
apenas um tempo cirúrgico. Para o planejamento e a execução dessa cirurgia, é correto afirmar
que (UEPA – 2019):
a) a osteotomia segmentar da maxila é necessária para a correção ântero-posterior da maxila,
assim como, a osteotomia sagital é necessária para o reposicionamento mandibular.
b) a expansão rápida de maxila realizada no primeiro tempo cirúrgico torna a cirurgia
ortognática (segundo tempo cirúrgico) mais estável e segura quando comparada a segmentação
maxilar no mesmo tempo cirúrgico da ortognática.
c) a mentoplastia tem que ser realizada em todos os casos de pacientes com deformidades
dento-faciais classe III de Angle devido a projeção mandibular acentuada.
d) em cirurgia de recuo mandibular a fixação da osteotomia sagital com duas placas, uma na
zona de tensão e outra na zona de compressão, é mais estável do que a fixação apenas com 3
parafusos bicorticais.
e) a osteotomia sagital para recuo mandibular pode ser realizada, também, para tratamento de
paciente obeso com apneia do sono.
13. A distração osteogênica é uma alternativa para o alongamento de um osso ou segmento ósseo.
A qualidade e quantidade da neoformação óssea baseia-se no controle e ajuste da latência, do
ritmo e da frequência da distração. O ritmo se caracteriza pela quantidade de (UFRN – 2020):
a) vezes que se ativa o aparelho de distração diariamente.
b) movimentação do disco de transporte diariamente.
c) movimento do disco de transporte semanalmente.
d) tempo que se espera após a cirurgia, para se iniciar a ativação do distrator.
15. Leia o fragmento de texto a seguir. “________ é a relação maxilo-mandibular onde os côndilos
estão centralizados nas fossas mandibulares, apoiados sobre as vertentes posteriores das
eminências articulares, com os respectivos discos articulares interposto, enquanto que a ______
é a posição maxilo-mandibular na qual ocorre o maior número possível de contatos entre os
dentes superiores e inferiores, independentemente da posição condilar. Quando existe
coincidência entre ambas as posições, o termo ______ é aplicado. Assinale a opção que
completa corretamente as lacunas do fragmento acima (PAULÍNIA – SP – 2016):
a) Posição de oclusão cêntrica – máxima intercuspidação habitual – relação central.
b) Relação cêntrica – máxima intercuspidação habitual – oclusão em relação cêntrica.
c) Relação cêntrica – oclusão em relação cêntrica – máxima intercuspidação habitual.
d) Oclusão em relação cêntrica – relação central – posição de estanilidade ortopédica.
319 | P á g i n a
e) Relação cêntrica – máxima intercuspidação habitual – posição de estabilidade ortopédica.
16. No diagnóstico das discrepâncias morfológicas em cirurgia ortognática sabe-se que a análise
facial clínica, os modelos de estudo, bem como a análise cefalométrica tem parte essencial no
seu planejamento. Assinale a alternativa que corresponde a um objetivo do traçado predictivo.
a) Não fornece opções para o tratamento (FERNANDÓPOLIS – SP – 2015):
b) Permite apenas diálogo entre o cirurgião e o ortodontista.
c) Define a extensão do movimento e sua estabilidade.
d) Ajuda, sem tanta precisão, a predizer o resultado estético pós-operatório.
17. O correto diagnóstico e o planejamento detalhado são fundamentais para o tratamento das
deformidades dentofaciais. Assim, a análise de Bolton tem papel importante no processo da
coleta de dados para fundamentar o planejamento ortodôntico-cirúrgico. A análise de Bolton
refere-se à avaliação (NATAL – RN – 2017):
a) da inclinação dos incisivos superiores e inferiores relativos aos respectivos ossos basais.
b) da correlação entre as larguras dos seis dentes anteriores superiores com os seis dentes
anteriores inferiores.
c) dos fatores que podem afetar a saúde dos tecidos periodontais durante o tratamento
ortodôntico.
d) da posição mediolateral da superfície oclusal dos dentes posteriores superiores e inferiores.
18. A causa da mordida aberta anterior pode estar relacionada a uma alteração dento-alveolar ou
ao excesso de crescimento vertical posterior do terço médio. A mordida aberta esquelética tem
como característica (NATAL – RN – 2017):
a) incisivos maxilares inclinados para vestibular.
b) aumento da altura facial anterior inferior (AFAI).
c) rotação anti-horária do plano oclusal mandibular.
d) ângulo do plano mandibular reduzido na cefalometria.
20. O início da osteotomia sagital é feito através do corte hortizontal no lado (NATAL – RN – 2016):
a) lateral da mandíbula, posterior ao primeiro molar.
b) medial da mandíbula, abaixo da área da língula.
c) lateral da mandíbula, anterior ao primeiro molar.
d) medial da mandíbula, acima da área da língula.
320 | P á g i n a
c) ao tratamento cirúrgico facilitado pela força ortopédica.
d) à realização precoce da cirurgia ortognática, antes da finalização da ortodontia.
23. O tratamento das deformidades dento-faciais é executado por meio de osteotomias maxilo-
mandibulares, permitindo a movimentação dos segmentos ósseos para a posição planejada. A
maior versatilidade de movimentos do segmento inferior da face, combinada à aplicação de
fixações estáveis, é característica de (NATAL – RN – 2015):
a) osteotomias que incluam a porção subapical total da mandíbula.
b) osteotomias que incluam a chanfradura sigmoide até a base do ramo mandibular.
c) osteotomias horizontais e sagitais de corpo e ramo.
d) osteotomias segmentares da porção dento-alveolar para intrusão.
24. As osteotomias mandibulares são utilizadas para a correção de assimetria facial. Dessas, a que
mais causa movimentação lateral do côndilo é a (NATAL – RN – 2015):
a) osteotomia subapical total nos movimentos de recuo com giro.
b) osteotomia vertical do ramo mandibular nos movimentos de avanço em giro.
c) osteotomia em L invertido do ramo nos movimentos de avanço com giro.
d) osteotomia sagital do ramo nos movimentos de avanço com giro.
25. Durante o período que antecede uma cirurgia oral sob anestesia geral, o paciente é submetido
a um jejum de, pelo menos, oito horas. Com o objetivo de inibir ou neutralizar a secreção de
ácido gástrico, a prescrição pós-operatória deve conter (NATAL – RN – 2015):
a) um antagonista dos receptores H2 de histamina, por impedir a liberação de histamina pelos
mastócitos da região submucosa do estômago.
b) um anti-inflamatório não esteroidal, visto que aumenta a produção de muco, protegendo a
mucosa gástrica.
c) uma solução de hidróxido de sódio, visto que inibe a produção de gastrina, melhorando a
tolerância à ação do suco gástrico.
d) metoclopramida, por ser um forte inibidor de receptores H1 induzindo alcalose gástrica.
26. A hemorragia arterial maciça, relacionada à cirurgia ortognática maxilar, é rara, porém pode ser
provocada quando as lâminas pterigoide forem fraturadas, com a linha de fratura percorrendo
em direção à base do crânio, devido à manipulação vigorosa dos cinzéis e da maxila. Isso pode
resultar em dano direto ou indireto (NATAL – RN – 2015):
a) à artéria facial.
b) à artéria maxilar interna.
321 | P á g i n a
c) à artéria carótida interna.
d) à artéria temporal profunda.
27. A distração osteogênica é uma técnica útil para produzir osso e tecido mole, podendo ser
aplicada à reconstrução craniofacial e correção de deformidades dentofaciais. A distração
mandibular constitui-se como alternativa mais adequada para correção de micrognatia em
crianças que apresentam comprometimento das vias aéreas. Nesses casos, a distração precoce
do corpo mandibular bilateralmente mostra-se promissora por aumentar o volume e reduzir a
resistência da via aérea. Para esses grandes avanços mandibulares através da distração,
utilizando-se de osteotomia sagital modificada (NATAL – RN – 2015):
a) o índice de distração é aumentado para 1mm por dia.
b) o índice de distração é aumentado para 2mm por dia.
c) o índice de distração é reduzido para 1mm por dia.
d) o índice de distração é reduzido para 2mm por dia.
29. O nivelamento de uma curva de Spee acentuada no arco inferior, através da extrusão de pré-
molares, tem maior aplicação nos pacientes que apresentam (HUPE – UERJ – 2016):
a) incisivos inferiores muito projetados.
b) apinhamento excessivo.
c) mento bem posicionado.
d) face curta.
30. O plano oclusal é avaliado principalmente em relação à linha Sela-Nasio (SN) e ao Plano
Horizontal de Frankfurt (PHF). A relação correta do plano oclusal é de (HUPE – UERJ – 2016):
a) 12° com SN.
b) 18° com SN.
c) 12° com PHF.
d) 18° com PHF.
GABARITO:
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
322 | P á g i n a
A articulação temporomandibular (ATM) é uma estrutura complexa formada por vários
componentes, incluindo:
GOOGLE IMAGENS
A ATM é uma articulação específica que pode ser classificada pelo tipo anatômico e pela função.
Anatomicamente, a ATM é classificada como uma articulação diartrodial, ou seja, uma
articulação descontínua de dois ossos, que permite liberdade de movimento, ditada pelos
músculos associados e limitada pelos ligamentos.
Sua cápsula de tecido conjuntivo fibroso é bem inervada, bem vascularizada e firmemente
aderida aos ossos nas bordas de suas superfícies articulares nos aspectos laterais mediais da
ATM.
É também uma articulação sinovial, recoberta em seu aspecto superior por uma membrana
sinovial, que secreta fluido sinovial. O fluido age como um lubrificante da articulação e supre as
necessidades metabólicas e nutricionais das estruturas não vascularizadas internas da
articulação.
323 | P á g i n a
2. O compartimento superior permite movimentos de deslize (ou de translação) e é,
portanto, chamado de artrodial.
ESTRUTURAS ÓSSEAS
A mandíbula é um osso em forma de U que se articula com o osso temporal por meio da
superfície articular de seus côndilos, estruturas pareadas que formam entre si um ângulo de
aproximadamente 145° a 160°. O côndilo mandibular tem aproximadamente 15 a 20 mm de
largura e cerca de 8 a 10 mm na dimensão anteroposterior. O côndilo tende a ser arredondado
mediolateralmente e convexo anteroposteriormente. Em seu aspecto medial, imediatamente
abaixo de sua superfície articular, existe uma depressão proeminente, conhecida como fóvea
pterigóidea, sítio de inserção do músculo pterigóideo lateral que auxilia na protrusão da
mandíbula durante a translação condilar.
324 | P á g i n a
Recobrindo o aspecto interno de todas as articulações sinoviais, incluindo a ATM, existem dois
tipos de tecidos:
Cartilagem articular;
Membrana sinovial.
O espaço unido por essas duas estruturas é denominado cavidade sinovial, que é preenchida
com o fluido sinovial.
As superfícies articulares, tanto do osso temporal quanto dos côndilos, são recobertas com
fibrocartilagem articular densa, um tecido conjuntivo fibroso.
1. Zona superficial: contém células achatadas, pequenas, com seu longo eixo paralelo à
superfície.
2. Zona média: as células são maiores e arredondadas e aparecem em padrão colunar
perpendicular à superfície.
3. Zona profunda: contém as maiores células e é dividida pela “marca ondulada”, abaixo
da qual ocorre algum grau de calcificação.
325 | P á g i n a
Existem poucos vasos sanguíneos em quaisquer dessas áreas, com a cartilagem sendo nutrida,
primariamente, por difusão do líquido sinovial.
Recobrindo o ligamento capsular está a membrana sinovial, um tecido vascular fino, macio e
ricamente inervado, sem epitélio. As células sinoviais, de alguma forma indiferenciadas em
aparência, apresentam funções tanto fagocitárias quanto secretórias e parecem ser o sítio de
produção do ácido hialurônico, uma glicosaminoglicana encontrada no fluido sinovial.
Acredita-se que a fosfatase alcalina, que também pode estar presente no fluido sinovial, é
produzida pelos condrócitos.
Lubrificação da articulação;
Fagocitose de indutos particulados;
Nutrição da cartilagem articular.
DISCO ARTICULAR
326 | P á g i n a
OBS: IMAGEM DO MEU ACERVO PESSOAL. NA IMAGEM TEMOS O DISCO ARTICULAR PINÇADO.
Anatomicamente, pode ser dividido em três regiões gerais, conforme visto sob a perspectiva
lateral: banda anterior, zona intermediária central e banda posterior. A espessura do disco
parece estar correlacionada com a proeminência da eminência articular, de tal modo que
proporcionalmente a:
A zona intermediária é mais fina e geralmente é a área de função entre o côndilo mandibular
e osso temporal. A despeito da designação de porções separadas do disco articular, este é,
de fato, um tecido homogêneo, cujas bandas não são constituídas de estruturas anatômicas
específicas.
327 | P á g i n a
TECIDO RETRODISCAL
A zona bilaminar (lâmina retrodiscal superior e inferior), que está envolvida na produção
de fluido sinovial.
O aspecto superior do tecido retrodiscal contém fibras elásticas e é denominado lâmina
retrodiscal superior, que se insere na parede timpânica e funciona como um limitador
do movimento do disco em movimentos translatórios extremos.
O aspecto inferior do tecido retrodiscal, referido como lâmina retrodiscal inferior,
consiste em fibras colágenas sem tecido elástico com a função de conectar o disco
articular à margem posterior das superfícies articulares do côndilo.
Acredita-se que serve como um ligamento de restrição, para prevenir rotação extrema do disco
no côndilo em movimentos rotacionais.
LIGAMENTOS
Esfenomandibular;
Estilomandibular.
Os três primeiros são considerados funcionais, porque atuam como componentes anatômicos
principais das articulações e os outros dois ligamentos atuam, em alto grau, como restritores
passivos ao movimento mandibular
Ligamentos colaterais ou discais: são estruturas pareadas curtas que unem o disco aos
polos lateral e medial de cada côndilo. Sua função é restringir a movimentação do disco
para longe do côndilo, permitindo, assim, movimento sincronizado suave do complexo
disco-côndilo. Embora os ligamentos colaterais permitam rotação do côndilo em relação
ao disco, sua forte união força o disco a acompanhar o côndilo através de sua variação
de movimentos translatórios.
Ligamento capsular: envolve cada articulação, unindo-se, superiormente, ao osso
temporal ao longo da borda da fossa e eminência mandibular e, inferiormente, à cabeça
do côndilo ao longo da margem da faceta articular. Circunda os espaços da articulação
e o disco. A função do ligamento capsular é resistir às forças mediais, laterais e
inferiores, mantendo a articulação junta. Oferece resistência ao movimento da
articulação apenas em faixas extremas de movimentação. Uma função secundária do
ligamento capsular é conter o fluido sinovial dentro dos espaços superior e inferior da
articulação.
Ligamentos temporomandibulares: estão localizados no aspecto lateral de cada ATM.
328 | P á g i n a
Diferentemente dos ligamentos capsular e colateral, que têm componentes medial e lateral
dentro de cada articulação, os ligamentos temporomandibulares são estruturas simples que
funcionam simultaneamente ao ligamento correspondente na ATM oposta.
Cada ligamento temporomandibular pode ser separado em duas porções distintas, que
apresentam diferentes funções.
329 | P á g i n a
Ligamento esfenomandibular: emerge da espinha do osso esfenoide e desce para
dentro de uma inserção em forma de leque na língula mandibular, bem como na porção
mais inferior do lado medial do pescoço do côndilo. Ele serve, até certo ponto, como
ponto de rotação durante a ativação do músculo pterigóideo lateral, o que contribui
para a translação da mandíbula.
VASCULARIZAÇÃO:
INERVAÇÃO:
Nervo auriculotemporal;
Nervo massetérico;
Nervo temporal posterior profundo.
Muitos dos nervos que fornecem inervações para a articulação parecem ser vasomotores e
vasossensoriais e podem exercer papel na produção do fluido sinovial.
MUSCULATURA DA ATM
Todos os músculos aderidos à mandíbula influenciam seu movimento até certo ponto. Apenas
os quatro grandes músculos que se aderem ao ramo da mandíbula são considerados músculos
da mastigação, entretanto, o total de 12 músculos realmente influencia o movimento
330 | P á g i n a
mandibular, sendo todos bilaterais. Os músculos pares podem funcionar conjuntamente, para
movimentos simétricos, ou unilateralmente, para movimentos assimétricos.
Os músculos que influenciam o movimento mandibular podem ser divididos em dois grupos, de
acordo com a posição anatômica.
Supra-hióideos:
1. Digástrico;
2. Gênio-hióideo;
3. Milo-hióideo;
4. Estilo-hióideo.
Infra-hióideos:
1. Esternohióideo;
2. Omohióideo;
3. Esternotiróideo;
4. Tirotireóideo.
O músculo infrahióideo serve para fixar o osso hióide durante os movimentos depressivos da
mandíbula.
BIOMECÂNICA DA ATM
331 | P á g i n a
e a fossa temporal, que são os componentes da articulação superior. A mandíbula e o
disco deslizam juntos como uma unidade porque são unidos pelos ligamentos colaterais.
O posicionamento do côndilo e do disco dentro da fossa, bem como o contato constante entre
o côndilo, o disco e a eminência, é mantido por atividade contínua dos músculos da mastigação,
particularmente do grupo supramandibular.
Os ligamentos associados à ATM não movem a articulação. Embora eles possam ser estendidos
por movimentos musculares, eles não se estiram, ao contrário, o papel dos ligamentos é o de
restrição passiva do movimento em faixas extremas de movimentos. Durante a função normal,
movimentos de rotação e translação ocorrem simultaneamente, permitindo a faixa livre de
movimentação necessária durante a fala e a mastigação.
DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
1. Não articulares;
2. Articulares.
332 | P á g i n a
Artrite reumatoide;
Artrite reumatoide juvenil.
Neoplasmas;
Desordens de crescimento;
Desordens de tecido conjuntivo.
Outras desordens não articulares incluem desordens de crescimento que afetam a função da
ATM e fatores miscelâneos, como formação óssea heterotópica levando à DTM.
A DDM (dor e disfunção miofacial) está mais comumente relacionada com o espasmo do
músculo masseter ou do temporal, também, pode envolver o pterigoide ou qualquer outra
combinação dos grupos musculares supra ou inframandibulares.
Acredita-se que hábitos parafuncionais, como bruxismo e apertamento dos maxilares, sejam os
principais contribuintes para a DDM e têm sido implicados também em condições agudas de
travamento. A literatura apresenta diversas modalidades de tratamento para DDM.
As desordens de ATM As desordens articulares não inflamatórias da ATM, das quais a mais
comum é a osteoartrose, geralmente são idiopáticas. O deslocamento do disco da ATM tem sido
categorizado de acordo com o amplamente aceito sistema de estágios de Wilkes, usando
critérios como gravidade do deslocamento e cronicidade.
CLASSIFICAÇÃO DE WILKES:
333 | P á g i n a
As artropatias não inflamatórias são distintamente limitadas na quantidade de manifestação de
inflamação e podem ser clinicamente silenciosas ou de natureza focal. Alternativamente, se a
condição se tornar mais grave, os sintomas ocorrerão. Se alterações degenerativas progredirem
para sinovite, efusão da articulação (secundária ao aumento da permeabilidade vascular) ou
capsulite, então se considera sua transformação em artropatia inflamatória.
334 | P á g i n a
TRATAMENTOS CIRÚRGICOS
ATROCENTESE
É a primeira opção dos tratamentos cirúrgicos, para os pacientes que não responderam ao
tratamento conservador. O termo é usado para definir uma lavagem na articulação por meio de
agulhas.
335 | P á g i n a
Ruídos com sintomatologia dolorosa durante abertura e/ou fechamento;
Artralgia traumática;
Artrite reumatoide.
TÉCNICA:
Referências anatômicas: traça-se uma linha reta que vai da porção média do trágus da orelha
até o canto externo do olho.
O primeiro ponto fica mais próximo ao trágus, a uma distância de 10mm deste e 2mm
abaixo desta linha cantotragal;
A segunda marcação será realizada 20mm a frente do trágus e 10mm abaixo desta
mesma linha.
Quando a agulha está dentro do compartimento deve-se iniciar a lavagem com soro fisiológico
0,9% ou com Ringer Lactato, a quantidade utilizada pela lavagem pode variar de 200 – 500ml, e
o controle de irrigação é feito pelo volume de entrada e saída.
Ao final da lavagem existem autores que orientam realizar uma injeção intra-articular com um
corticoide. A técnica também pode ser realizada com ou sem hialuronato de sódio.
O ideal após a lavagem é que o paciente tenha uma abertura bucal igual ou superior que 35mm
e também de lateralidade protrusiva.
336 | P á g i n a
No pós-operatório imediato recomenda-se não ter nenhuma restrição de dieta, exercícios de
abertura bucal e alongamento dos músculos da mastigação.
COMPLICAÇÕES:
ARTROSCOPIA
Essa técnica nos permite uma observação direta da ATM, podendo ser utilizada no tratamento
de dor articular associada aos casos de hipomobilidade e quadros de deslocamento do disco.
Indicações gerais:
Alterações articulares;
Deslocamento mandibular;
Artralgia;
Dor pré-auricular atípica.
Os sinais e sintomas clínicos mais comuns são abertura limitada da boca, barulhos articulares
dolorosos e luxação mandibular. Outros candidatos a pelo menos um procedimento de
artroscopia diagnóstica são os que têm dor pré-auricular persistente e cujo diagnóstico de
doença intra-articular não pôde ser excluído por exame clínico ou por imagem.
337 | P á g i n a
A artroscopia pode ser realizada tanto sob anestesia geral, quanto sob anestesia local + sedação.
PRIMEIRO PORTAL:
Deve ser feita uma palpação inicial da anatomia lateral da ATM antes da punção, enquanto o
assistente manipula a mandíbula. A localização da artéria temporal superficial deve ser
confirmada e a punção deve ser anterior a artéria.
Assim como na técnica da artrocentese deve-se fazer a marcação dos pontos, a linha é chamada
de Holmlund-Hellsing e também é desenhada do ápice do trago ao canto da órbita, seguindo as
mesmas medidas de 10mm anterior ao tragus e 2mm abaixo.
Após a marcação do primeiro ponto é necessário mover a mandíbula para o lado contralateral
e abrir a boca do paciente, com isso, o côndilo estará localizado na porção inferior da eminência
articular, dando maior espaço na fossa articular.
O trocater penetra a pele com um movimento rotacional. Essa punção é feita de modo
intencional e cuidadoso, tentando uma passagem através da cápsula lateral dentro do espaço
articular. Múltiplas lacerações da cápsula por múltiplas tentativas causam problemas com
extravasamento durante o curso da operação. O trocarte é em seguida avançado até que seja
sentido o contato com estruturas ósseas, superiormente. O instrumento nunca é passado
diretamente através da cápsula sem localizar o osso. O trocarte é usado sempre do mesmo
modo, como um elevador periosteal depois que perfura o temporal e o periósteo no nível do
osso zigomático.
338 | P á g i n a
O arco zigomático é sentido entre o polegar da mão não dominante e o indicador da mão
dominante. O trocarte então muda a direção para baixo.
A distância da superfície do tegumento para a borda varia entre 5 e 10 mm. Se essa dissecção
não for feita apropriadamente, há grande probabilidade de invasão de tecido subsinovial
posterolateral. Gira-se o trocarte até que se sinta um pequeno estouro.
A cânula não deve ser inserida mais do que 20 a 25 mm do tegumento para o centro da
articulação.
339 | P á g i n a
Antes da inserção do escopo, o cirurgião lava a articulação para remover todo o sangue e o
fluido sinovial. Essa lavagem é contínua até que o fluido de retorno seja claro. O escopo pode
ser inserido a seguir. A imagem no monitor irá confirmar a entrada correta no espaço articular.
Essa imagem poderá não ser muito clara devido à ausência de escoamento.
340 | P á g i n a
Perder a orientação dentro da articulação, mesmo que por pouco tempo, pode ser uma
experiência muito frustrante para um profissional novato. Além dos obstáculos da falta de
experiência, a doença intra-articular pode aumentar a confusão. O método mais fácil de evitar
essa ocorrência é o operador estar confortável com os quatro pontos anatômicos intra-
articulares clássicos: a prega sinovial medial, com suas distintas estrias superior para
inferiormente, a protuberância oblíqua da sinóvia retrodiscal, a vertente posterior da eminência
articular, com as distintas estrias anterior para posteriormente e a dobra disco sinovial, e a
junção da sinóvia anterior e a faixa anterior do disco, que é a área de colocação da segunda
cânula.
SEGUNDO PORTAL:
As variações do local e da técnica da segunda punção são ditadas pelo volume do recesso
anterior e pela condição da articulação. Condições como sinovite, deslocamento de disco com
ou sem redução e osteoartrite apresentarão um volume da cavidade normal ou razoável
(aumentado ou levemente diminuído). A segunda punção é realizada com o côndilo em relação
cêntrica na fossa.
O trocarte é girado através da pele e avançado para a estrutura óssea. O ponto para a tentativa
de contato é a junção entre o lado anterior da vertente anterior da eminência articular e a
continuação do zigoma. Opostamente à punção da fossa, uma dissecção não vigorosa do
periósteo é realizada nesse nível. O ramo frontal da divisão temporofacial do VII nervo craniano
cruza o lado anterior da eminência, em íntima proximidade com o segundo local de punção. Só
a ponta do trocarte deve tocar a placa cortical subjacente.
341 | P á g i n a
A seguir, o trocarte/cânula é girado através da cápsula e da sinóvia. O trocarte é observado, pelo
monitor, entrando no espaço articular.
Esteróides;
Toxina Botulínica A;
Ácido Hialurônico.
COMPLICAÇÕES:
342 | P á g i n a
Dano aos vasos superficiais com ou sem formação de fistula arteriovenosa;
Perfuração da fossa glenóide;
Dano ao disco;
Hemartrose;
Infecção;
Derrame pós-operatório não infeccioso;
Falha no instrumento/corpos livres.
De acordo com uma meta análise sobre o tratamento cirúrgico do desarranjo do disco da ATM,
os tratamentos cirúrgicos articulares abertos parecem propiciar algum benefício aos pacientes
refratários às terapias não cirúrgicas. Múltiplos procedimentos cirúrgicos articulares abertos
também têm sido descritos na literatura para controle dos desarranjos do disco da ATM:
Reposicionamento do disco;
Reparo do disco;
Discectomia e discectomia com substituição do disco.
Camadas fasciais;
Nervo facial - Tronco principais e ramo frontal;
Nervo aurticulotemporal;
Vasos temporais superficiais;
Artéria maxilar interna.
Além da anatomia da região é importante decidir a abordagem cirúrgica que será realizada.
Pré-auricular;
Endaural;
Pós-auricular.
Em geral, a escolha da abordagem é uma questão da preferência do cirurgião, com base em sua
capacidade e experiência. As considerações estéticas também podem influenciar a escolha.
343 | P á g i n a
PRÉ-AURICULAR ENDAURAL
Annandale descreveu pela primeira vez o reposicionamento cirúrgico do disco articular de ATM
com disco deslocado em 1887, no entanto não foi até 1978 quando Wilkes fez uso da artrografia
para descrever a anatomia, a forma e a função da ATM que o reposicionamento do disco se
tornou uma técnica cirúrgica aceita.
A técnica cirúrgica para o reposicionamento do disco com discoplastia inclui exposição das
superfícies articulares por qualquer das abordagens cirúrgicas discutidas anteriormente.
Quando a cápsula for incisada, a distensão articular para melhor visualização pode ser
alcançada, por manipulação manual ou posicionamento do retrator de Wilkes. Um elevador
Freer pode ser usado para uma varredura suave no topo do disco. Melhora-se
consideravelmente o acesso ao lado medial da articulação quando o ligamento anterior é
liberado, o que possibilita ao cirurgião retirar o disco posterolateralmente enquanto permanece
pediculado ao ligamento medial.
344 | P á g i n a
Uma cunha do ligamento posterior remodelado é excisada, deixando-se 1 mm de margem
anterior para o bico da pinça. Isso torna possível a sutura do disco ao tecido retrodiscal sem sua
remoção.
Em seguida verifica-se a amplitude de movimento. As pinças para tecido são usadas para
estabilizar e girar levemente o disco para que a superfície inferior possa ser esculpida. O tecido
é fechado com sutura não absorvível em sua nova posição e sua borda lateral é suturada ao
ligamento capsular lateral.
DISCOPEXIA
Alguns autores defendem o uso de mini âncoras para melhor estabilização do disco em uma
posição mais fisiológica, com índices de sucesso relatados entre 82 e 91%.
É outra técnica cirúrgica, onde se realiza uma perfuração na porção póstero-lateral da cabeça
da mandíbula, fixando nessa uma âncora, que servirá de apoio para que se realize a fixação do
disco à mesma. Podem-se empregar ao invés da âncora, parafusos reabsorvíveis com a mesma
finalidade. As indicações são nos casos de deslocamento do disco sem redução, onde as terapias
conservadoras clínicas, ou as cirúrgicas, pouco invasivas, (artrocentese, manipulação
mandibular assistida com aumento de pressão hidrostática) tenham falhado, assim como nos
casos de deslocamento da cabeça da mandíbula. Empregam-se também nos casos de
osteoartrite primária, ou secundária. As maiores desvantagens de tal técnica são a possibilidade
de o disco estar muito alterado dimensionalmente, fraturado, e/ou perfurado, ou em médio
prazo ocorrer o desgarramento do disco da cabeça mandibular (RESUMO REMOVIDO DO
ARTIGO: CIRURGIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR)
Estudos a longo prazo são necessários para melhor determinar a estabilidade da técnica, assim
como o melhor momento para ser aplicada. O procedimento cirúrgico para o posicionamento
das mini âncoras estabelece que, quando o disco é adequadamente reduzido, a mini âncora, que
é um metal inserido e uma sutura fixada a ele, é colocada na porção posterolateral da cabeça
do côndilo. A sutura é então usada para firmar a lateral e o posterior do disco à cabeça do
côndilo.
AS IMAGENS ABAIXO SÃO DO MEU ACERVO PESSOAL – CIRURGIA DE DISCOPEXIA COM PASSO
A PASSO.
345 | P á g i n a
Na sequência das imagens podemos visualizar:
HIPOMOBILIDADE
O trauma é a causa mais comumente identificada, seguido por infecção que pode ser
odontogênica, otite média e mastoidite.
Vários estados de doença sistêmica foram associados à hipomobilidade, incluindo
espondilite ancilosante, artrite reumatoide e outras doenças vasculares colágenas,
como escleroderma.
Causas iatrogênicas também foram identificadas e incluem sequelas de radiação de alta
dosagem envolvendo os músculos da mastigação, procedimentos de craniotomia e,
menos comumente, cirurgia ortognática.
346 | P á g i n a
Desarranjos internos da articulação temporomandibular (ATM) também podem levar a
problemas crônicos de hipomobilidade.
Eventos perinatais traumáticos e condições neuromusculares podem resultar em
hipomobilidade na infância. Em termos gerais, a ancilose congênita é definida como
abertura interincisal limitada notada ao nascimento sem nenhum fator causal
conhecido.
CLASSIFICAÇÃO:
Intra-articular ou extra-articular;
Tipo de tecido envolvido: ósseo, fibroso ou misto.
Extensão da fusão: completa ou incompleta.
A anquilose verdadeira é causada por fusão óssea ou fibrosa das estruturas contidas dentro da
cápsula da ATM e, em seu estado mais grave, caracteriza-se por união óssea do côndilo à fossa
glenoide. A anquilose verdadeira também foi classificada em subtipos dependendo do
posicionamento anatômico do côndilo e extensão da ponte óssea.
Topazian propôs classificação em três estágios para graduar a ancilose, como se segue:
ASPECTOS CLÍNICOS:
347 | P á g i n a
É observada mordida aberta anterior associada à perda de altura ramo/côndilo. Casos
unilaterais com etiologia traumática podem resultar em maloclusão e prematuridades dentárias
ipsilaterais. O exame físico é útil na identificação de processos uni ou bilaterais e pode ser
sugestivo de etiologia.
EXAMES DE IMAGEM:
TRATAMENTO:
A artroplastia em gaps é um procedimento que cria uma nova área de articulação distal
à ATM fusionada e segmento anquilótico. Os defensores desse procedimento
descrevem sua simplicidade, entretanto, a criação de uma pseudoarticulação encurta,
significativamente, a altura do ramo e o procedimento está associado a alto grau de
reanquilose relatada. O desenvolvimento de maloclusão pós-operatória e faixa de
movimentação diminuída são os problemas mais comuns associados a esse
procedimento. Em razão dessas limitações, o uso de artroplastia em gaps para
tratamento de anquilose tem sido amplamente abandonado.
A anquilose temporomandibular é tratada, mais comumente, por excisão completa da
massa anquilótica e, se necessário, por reconstrução subsequente da articulação. Um
protocolo sequencial – Kaban, para o tratamento de anquilose de ATM que se baseia na
ressecção agressiva da massa anquilótica. Requer ampla exposição intra-operatória e
direciona-se especial atenção ao aspecto medial da articulação para assegurar que
tecido ósseo, fibroso e de granulação sejam completamente removidos. Além dessa
agressiva ressecção da massa óssea e fibrótica, dissecção e corte dos músculos
348 | P á g i n a
temporal, masseter e pterigóideo medial seguida de coronoidectomia ipsilateral são
realizadas em todos os casos por meio da mesma incisão. A anquilose de longa duração
frequentemente resulta em fibrose muscular e hiperplasia coronoide. Depois de
completada essa ressecção, a AIM é medida. Se for encontrado menos de 35 mm, a
coronoidectomia contralateral é realizada por abordagem intra-oral para atingir o nível
de abertura. Uma vez que a ressecção da massa anquilótica frequentemente resulta em
perda substancial de altura do ramo, a reconstrução subsequente deve atentar para
esse fato e tentar restaurar a oclusão bem como a função. Comumente, retalho de fáscia
temporal e enxerto costocondral são empregados para alinhar a fossa glenoide e criar
altura do ramo. Realiza-se, para o paciente, fixação maxilomandibular após a
reconstrução e posiciona-se, nos dentes, placa oclusal pré-fabricada. A fixação é
mantida por aproximadamente 10 dias e, após a liberação, rígido protocolo de
fisioterapia é seguido. Os resultados gerais com essa abordagem têm sido excelentes.
Depois de 1 ano, a AIM se manteve superior a 35 mm nos 18 pacientes incluídos nesse
relato.
O uso de próteses articulares totais apresenta história interessante na ATM. Seus defensores
descrevem duas vantagens principais em relação à reconstrução autógena:
Entretanto, várias complicações foram relatadas. Podem ocorrer reações de corpo estranho a
qualquer material aloplástico. Em sua forma mais grave, foi encontrada erosão óssea extensa
na área da fossa glenoide. A fragmentação do material aloplástico secundariamente à função,
com migração de partículas no tecido contíguo e linfonodos regionais também foi relatada. O
desgaste progressivo pode acarretar afrouxamento e fratura da prótese. Adicionalmente, a
ausência de potencial de crescimento impede o uso desses sistemas de substituição articular em
crianças. Anquilose recorrente após o posicionamento da prótese também foi relatada, com
calcificações ao redor da prótese observadas mais comumente entre pacientes mais jovens.
Foi descrita a reconstrução da ATM com uma variedade de tecidos autógenos. Quando a
extensão de ressecção óssea não encurtar severamente a altura do ramo, enxertos autógenos
interposicionais podem ser empregados. Estes incluem pele, músculo temporal, cartilagem e
fáscia.
349 | P á g i n a
HIPERMOBILIDADE
A subluxação mandibular ocorre quando existe incapacidade momentânea para fechar a boca a
partir da posição de abertura máxima. É definida como deslocamento parcial autorredutor da
ATM, durante o qual o côndilo passa anteriormente à eminência articular. Em distinção, o
deslocamento pode ser considerado uma incapacidade permanente de fechar a boca. A
subluxação do côndilo pode ser uma característica precoce de patologia da ATM em uma classe
de pacientes. Está, em geral, associada à abertura anormalmente ampla enquanto se come ou
grita. Períodos estendidos de abertura da boca também pode precipitar a subluxação. A
subluxação pode ocorrer secundária ao trauma agudo ou após convulsão e também está
associada a doenças sistêmicas, como síndrome de EhlersDanlos e mal de Parkinson.
ETIOLOGIA:
CAUSAS DA HIPERMOBILIDADE:
TRATAMENTO:
Na ausência de dor, a subluxação não requer tratamento específico, já que é autorredutora pelo
paciente.
Quando associada à ampla abertura da boca, esforços conscientes para evitar isso geralmente
são bem-sucedidos na prevenção de subluxação recorrente. Os pacientes são aconselhados a
350 | P á g i n a
modificar sua dieta e o tratamento dentário é realizado em várias visitas de curta duração. O
uso de bloqueadores de mordida durante os procedimentos também pode ser útil. Em casos
nos quais extrema frouxidão da articulação resultar em problemas contínuos, a intervenção
cirúrgica poderá ser necessária.
A redução do deslocamento mandibular deveria ser feita rapidamente antes que os espasmos
musculares se tornem graves e também tornem o procedimento mais difícil. A redução é
conseguida pressionando-se a mandíbula para baixo e então para trás para recolocar o côndilo
dentro da fossa glenoide.
Manobra de Nelaton:
351 | P á g i n a
relativamente simples para tratar a frouxidão e uma revisão por MacFarlane relatou excelentes
resultados a longo prazo. O dobramento do côndilo para o osso temporal e do processo
coronoide para o arco zigomático também foi descrito. Vários materiais foram usados para os
procedimentos de dobramento, incluindo fios de sutura absorvíveis e não absorvíveis e fio de
aço.
Miniplacas e ancoragem cirúrgica também foram utilizadas tanto no polo lateral quanto no teto
posterior do arco zigomático. Wolford et al. descreveram a passagem de material de sutura
pesado entre os orifícios das placas cirúrgicas, prevenindo assim o deslocamento condilar.
352 | P á g i n a
2. A visualização da articulação temporomandibular (ATM) por meio de exames de imagem auxilia
no diagnóstico das doenças que acometem a região, além de ser uma etapa fundamental para
a elaboração do plano de tratamento. Assim sendo, alterações no ritmo de crescimento da
cabeça da mandíbula podem ser diagnosticada com o auxílio do exame de (COREMU – UFG –
2019):
a) ressonância magnética nuclear.
b) artografia.
c) cintilografia óssea.
d) tomografia computadorizada.
353 | P á g i n a
7. A articulação temporomandibular (ATM) é uma das articulações mais complexas do corpo, pois
proporciona um movimento de dobradiça em um plano e, ao mesmo tempo, ela também pode
proporcionar movimentos de deslizamento. Dessa forma, segundo Okeson (2008), a ATM pode
ser tecnicamente considerada uma articulação (COREMU – UFG – 2020):
a) simples.
b) ginglimoartrodial.
c) fibrosa.
d) cartilaginosa.
354 | P á g i n a
12. Na avaliação por ressonância nuclear magnética em dinâmica mandibular, observou-se em boca
aberta relação disco-côndilo na posição de 12 horas, e em análise de boca fechada relação do
disco a frente do côndilo mandibular. Podemos concluir que o paciente apresenta (HU – UFMA
– 2019):
a) Deslocamento anterior do disco sem redução;
b) Deslocamento anterior do disco com recaptura;
c) Deslocamento lateral do disco com recaptura;
d) Fenômeno de ancoragem discal;
e) Luxação da articulação têmporo-mandibular.
13. Qual é a melhor conduta a ser tomada pelo clínico no intuito de reposicionar a mandíbula, após
uma luxação temporomandibular? (Sta Casa de Campo Grande - MS – 2020)
a) Redução manual imediata.
b) Imobilização através de bandagens.
c) Utilização de goteiras acrílicas ou metálicas.
d) Fixação de placas e parafusos.
14. Para um paciente com dor na abertura de boca e desvio para a esquerda, um possível
diagnóstico é (UEPA – 2017):
a) deslocamento anterior de disco articular da ATM esquerda sem redução
b) deslocamento anterior de disco articular da ATM esquerda com redução.
c) deslocamento anterior de disco articular da ATM direita com redução.
d) deslocamento anterior de disco articular da ATM direita sem redução
e) deslocamento anterior de disco articular da ATM esquerda e direita com redução.
16. Pacientes relata algias em ATM, limitações de abertura bucal, desoclusão e desvio mandibular
em abertura bucal, tendo o diagnóstico de disfunção da articulação temporomandibular. Este
tipo de disfunção pode ter várias causas como: hábitos parafuncionais, maloclusão, bruxismo,
estresse, fadiga da musculatura mastigatória e vários tratamentos diferentes podem ser
realizado como: tratamento clínico (fisioterapia, placa miorrelaxante, cirurgias minimamente
invasivas e cirurgias invasivas). Os procedimentos cirúrgicos são realizados em último caso
devido à complexidade da região. Portanto, em relação ao tratamento conservador é correto
afirmar que (UEPA – 2020):
a) em paciente com DTM crônica a placa miorrelaxante confeccionada para a arcada dentário
inferior é mais eficiente do que a placa miorrelaxante confeccionada para a arcada dentário
superior.
355 | P á g i n a
b) a placa miorrelaxante é amplamente utilizada para o tratamento do deslocamento anterior-
medial do disco articular sem redução.
c) a eminectomia é considerada uma cirurgia minimamente invasiva quando comparada com a
discopexia.
d) a placa miorrelaxante deve ser flexível e ter uma espessura de 3mm, para trazer mais conforto
ao paciente.
e) os tratamentos das DTMs sem deslocamentos do disco articular devem ser realizados,
primeiramente, com fisioterapia e placa miorrelaxante (paciente dentados), caso não se
obtenha sucesso pode ser realizada uma cirurgia minimamente invasiva.
17. Paciente J.C. de 53 anos de idade, sexo feminino procurou o consultório de um cirurgião buco-
maxilo-facial com queixa de dores articulares há 3 meses, nega patologias de base, alergia
medicamentosa e refere ter pai hipertenso. Ao exame clínico apresenta, oclusão alterada, algia
em região de ATM direita, movimentos mandibulares restritos, limitação de abertura bucal,
dificuldade na mastigação e desvio mandibular à direita em abertura bucal. Levando em
consideração o histórico da doença e o quadro clínico que a paciente apresenta, o(s) exame(s)
de imagem mais adequado(s) para a investigação do caso é(são) (UEPA – 2020):
a) tomografia computadorizada e cintilografia óssea
b) ressonância magnética
c) ressonância magnética e cintilografia óssea
d) tomografia computadorizada
e) radiografia de ATM
18. A artroscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que pode ser realizada tanto
para tratamento quanto para diagnóstico da DTM. É um procedimento que está sendo
amplamente utilizado e que exige habilidade manual e prática para a sua execução, pois a curva
de aprendizado é longa para a realização deste tipo de cirurgia. Sendo assim, assinale a
alternativa correta seguindo a sequência cronológica do procedimento de artroscopia (UEPA –
2020):
a) Punção inicial – Navegação - Definir área de punção – Triangulação - Back Wash (Lavagem
articular) - Anatomia da ATM (localização do côndilo) - Manipulação da cânula - Insuflar cápsula
articular – localização dos 7 pontos anatômicos de interesse.
b) Punção inicial - Anatomia da ATM (localização do côndilo) – Navegação - Back Wash (Lavagem
articular) - Manipulação da cânula - Definir área de punção - Insuflar cápsula articular –
Triangulação - localização dos 7 pontos anatômicos de interesse.
c) Anatomia da ATM (localização do côndilo) - Definir área de punção - Insuflar cápsula articular
- Manipulação da cânula – Punção inicial - Back Wash (Lavagem articular) – Navegação -
localização dos 7 pontos anatômicos de interesse – Triangulação.
d) Anatomia da ATM (localização do côndilo) - Punção inicial - Definir área de punção - articular
- Manipulação da cânula - Insuflar cápsula - Back Wash (Lavagem articular) – Navegação -
localização dos 7 pontos anatômicos de interesse – Triangulação.
e) Punção inicial - Anatomia da ATM (localização do côndilo) - Definir área de punção - Insuflar
cápsula articular - Manipulação da cânula - Back Wash (Lavagem articular) – Navegação -
localização dos 7 pontos anatômicos de interesse – Triangulação.
356 | P á g i n a
a) o nervo trigêmeo, através do ramo mandibular (nn.auriculotemporal) fornece a principal
inervação da ATM. Inervação adicional é realizada pelo nervo massetérico e pelos nervos
temporais profundos.
b) o nervo facial, através do ramo mandibular fornece a principal inervação da ATM. Inervação
adicional é realizada pelo nervo massetérico e pelos nervos temporais profundos.
c) o nervo auriculotemporal, ramo do nervo facial fornece a principal inervação da ATM.
Inervação adicional é realizada pelo nervo massetérico e pelos nervos temporais profundos.
d) o nervo mandibular (terceiro ramo do nervo trigêmeo) fornece a principal inervação da ATM.
Inervação adicional é realizada pelo nervo massetérico.
e) a principal inervação da ATM é dada pelo nervo temporal profundo. Inervação adicional é
feita pelo nervo massetérico e pelo auriculotemporal.
20. Sobre os distúrbios dos músculos mastigatórios da A.T.M. Dor miofascial, acerca do tratamento,
analise as afirmativas abaixo:
I. Terapia inicial por 14 a 21 dias, no mínimo.
II. Medicação anti-inflamatória não esteroidal para controlar o edema e a inflamação.
III. Para hábitos de apertar e ranger os dentes, usar placa estabilizadora nas primeiras 6 a 8
semanas, exceto durante a alimentação, a fim de relaxar, estabilizar e proteger estruturas e
reduzir atividade muscular noturna.
IV. Realizar cirurgia para eliminar estruturas intra-articulares, associando condilectomias
parciais.
21. Alguns pacientes podem apresentar dor e cefaleia nos distúrbios que envolvem a articulação
têmporo-mandibular. Assim, como forma de tratamento, é indispensável fazer o diagnóstico
diferencial.
Sobre isso, é CORRETO afirmar que (UPE – 2018):
a) a dor e a hipersensibilidade podem afetar regiões occipitais, parietais frontais ou temporais.
b) a dor tem caráter em pressão, a intensidade costuma ser severa, e existe piora com a
atividade física.
c) náuseas, vômitos e fotofobia, normalmente, estão presentes quando os pacientes estão em
uma crise aguda.
d) a hipersensibilidade muscular durante a palpação raramente está presente.
e) a região submandibular, quando afetada, caracteriza uma cefaleia do tipo tensional,
eliminando distúrbios oclusais.
22. Sobre as abordagens artroscópicas, sabe-se que a punção inicial da ATM é feita com injeção, e
solução irrigadora é administrada para distensão articular do espaço do compartilhamento
articular superior. Várias abordagens de acesso capsular são importantes ao cirurgião
artroscópico no diagnóstico das patologias intra-articulares para a aplicação das modalidades
de tratamento.
Sobre essas abordagens, é CORRETO afirmar que (UPE – 2019):
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a) na abordagem póstero-lateral superior, o acesso se inicia pela entrada do trocarte no espaço
articular póstero superior, a partir de um ponto 1 a 1, 5 cm medial à borda lateral do trágus,
através da parede anterior do meato auditivo externo.
b) na abordagem súpero-posterior lateral, o trocarte afiado é posicionado dentro da cânula e,
com um limitador aplicado ao punho da cânula para prevenir profundidade de punção
inadvertidamente excessiva, o trocarte é direcionado dentro do ponto acima da localização
palpada pelo indicador, no aspecto inferior da fossa glenoide e direcionado
anterosuperiormente em direção à curvatura posterior da eminência.
c) na abordagem póstero-lateral inferior, o trocarte é direcionado superior, posterior e
medialmente, ao longo da curvatura inferior da eminência articular, depois de, primeiro,
localizar a proeminência do tubérculo articular lateral como ponto referencial.
d) Na abordagem anterolateral superior, a mandíbula é puxada para baixo e para frente,
produzindo uma depressão triangular na frente do trágus.
e) Na abordagem intra-auricular, a cabeça do côndilo e o tubérculo articular são palpados. O
trocarte é, então, inserido no ponto anterior ao polo lateral da cabeça condilar e imediatamente
abaixo do tubérculo articular.
23. A redução das luxações da Articulação Têmporo-Mandibular (ATM) pode ser conservadora ou
cirúrgica. Qual das opções é irreversível? (UPE – 2019):
a) Tração elástica
b) Tracionamento com fios de aço nos ângulos da mandíbula
c) Uso de uma alavanca entre o zigomático e a chanfradura sigmoide
d) Uso de agentes esclerosantes na cavidade articular
e) Eminectomia
358 | P á g i n a
b) As causas dessa diferença ainda são desconhecidas e, até certo ponto, surpreendentes,
considerando que, em condições fisiológicas e nos comportamentos alimentares modernos, a
A.T.M. esteja menos submetida aos estresses biomecânicos que outros tipos de articulação.
c) Dada a incongruência das superfícies articulares, o estresse aplicado na A.T.M. é,
principalmente, controlado pelos ligamentos.
d) As propriedades naturais e inerentes dos discos articulares permitem a adaptação à forma
das superfícies articulares,
e) A adaptação dos discos distribui o estresse compressivo sobre uma maior área de contato.
29. Visando a melhor decisão no planejamento cirúrgico para correção das anquiloses, sobre o que
devemos considerar, analise as afirmativas abaixo:
I. Extensão da anquilose completa e incompleta.
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II. Estruturas envolvidas verdadeiras são as intra-articulares e a fusão do processo coronoide
com osso temporal.
III. Presença de tecido fibroso ou fibro-ósseo, tecido ósseo e cartilaginoso.
IV. A idade independe para a escolha de próteses ou enxertos.
GABARITO:
360 | P á g i n a
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