Rezar Com A Espiritualidade Palotina
Rezar Com A Espiritualidade Palotina
Rezar Com A Espiritualidade Palotina
MÓDULO II
Sumário
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 4
1. REZAR COM A ESPIRITUALIDADE PALOTINA .................................................................... 5
1.1 TRAÇOS DA ESPIRITUALIDADE DE PALLOTTI .................................................................. 5
2. MÉTODOS DE ORAÇÃO CONTEMPLATIVA .......................................................................... 8
3. ORAÇÃO ORANTE DA BÍBLIA – LECTIO DIVINA .............................................................. 11
3.1 O QUE É A LECTIO DIVINA? ................................................................................................. 11
3.2 LECTIO DIVINA – EXERCÍCIOS PREPARATÓRIOS ........................................................... 12
4. FRASES DE PALLOTTI ............................................................................................................... 14
5. ORAÇÃO MARIANA .................................................................................................................... 17
5.1 MARIA, RAINHA DOS APÓSTOLOS ..................................................................................... 17
5.2 SÚPLICAS À MARIA SANTÍSSIMA ....................................................................................... 17
5.3 MARIA NO CENÁCULO .......................................................................................................... 18
5.4 ORAÇÃO À MARIA, RAINHA DOS APÓSTOLOS (I) .......................................................... 20
6. ORAÇÃO DO CENÁCULO .......................................................................................................... 21
6.1 NO CENÁCULO COM MARIA ................................................................................................ 21
6.2 ORAÇÃO À RAINHA DOS APÓSTOLOS (II) ........................................................................ 24
7. NO CENÁCULO COM SÃO VICENTE PALLOTTI ................................................................ 26
7.1 ORAÇÃO DE SÃO VICENTE PALLOTTI............................................................................... 31
7.2 ORAÇÃO PELA SOCIEDADE ................................................................................................. 31
7.3 À MÃE DO DIVINO AMOR ..................................................................................................... 32
7.4 PARA AUMENTAR A NOSSA FÉ ........................................................................................... 33
7.5 PARA PEDIR A CARIDADE .................................................................................................... 33
8. NOVENA A SÃO VIVENTE PALLOTTI .................................................................................... 34
8.1 SÚPLICAS A MARIA SANTÍSSIMA ....................................................................................... 34
8.2 SÚPLICAS A SÃO VICENTE PALLOTTI ............................................................................... 35
8.3 ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES ................................................................................................ 35
8.4 BÊNÇÃO DOS DOENTES (após a comunhão) ......................................................................... 36
8.5 ORAÇÃO DE SÃO VICENTE PALLOTTI À MARIA SSMA................................................. 36
8.6 ORAÇÃO DE SÃO VICENTE PALLOTTI............................................................................... 37
8.7 ORAÇÃO PELA UAC................................................................................................................ 38
9. CANTOS .......................................................................................................................................... 38
10. HORA SANTA APOSTÓLICA COM MARIA ......................................................................... 40
11. TRÍDUO À RAINHA DOS APÓSTOLOS – 1º DIA.................................................................. 48
11.1 TRÍDUO À RAINHA DOS APÓSTOLOS – 2º DIA ............................................................... 52
11.2 TRÍDUO À RAINHA DOS APÓSTOLOS – 3º DIA ............................................................... 56
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“No Evangelho, estão definidas, clara e perfeitamente, as qualidades decisivas de nossa oração.
Quem reza deve fazê-lo, sobretudo, com fé e confiança. Quem reza deve fazê-lo em nome de
Jesus. Quem reza deve fazê-lo, enfim, com perseverança” (São Vicente Pallotti).
A vida pública de Jesus deixou marcas profundas no coração de seus seguidores. Em
seus muitos momentos de estreito contato com o Pai, perceberam que algo mais profundo O
movia, “o zelo pelas coisas de Deus” (cf. Jo 2,17; Sl 69,9), e o desejo de reservar momentos de
oração pessoal, na montanha (Lc 22,39-42; Mt 14,23; 15,29), por isso pediram: “Senhor,
ensina-nos a rezar...” (Lc 11,1). A oração foi a arma com a qual Jesus venceu o mal, porque
ela serve como luz para iluminar as trevas e a seta que indica o caminho do bem: “Vigiai e orai,
para não cairdes em tentação” (Mc 14,38).
O cristão não pode viver sem Cristo, sem ouvir a Sua Palavra, e o meio mais eficaz
para aproximá-lo do Salvador, sem dúvida, é a oração. Como, sem Ele, “nada se pode fazer”
(cf. Jo 15,5), eis aqui, uma proposta de aprimoramento espiritual a todos aqueles que procuram
momentos de oração, para aperfeiçoar sua fé e ter força para caminhar com mais coragem e
esperança, diante dos desafios da vida.
Pensando nessas condições, o presente livro Rezar com a espiritualidade palotina visa
os momentos de oração vividos em grupo ou em particular, no cenáculo da sua casa. Este é o
segundo Módulo, que serve também para auxiliar os membros da União do Apostolado Católico
(UAC), em suas reuniões periódicas. O livro Módulo I fará sempre referência a este módulo,
para ajudá-los nos momentos de meditação e de oração. “Tu, meu Deus, me amaste e me atraíste
a Ti. Conduze-me em cada um dos meus pensamentos, palavras e obras” (São Vicente Pallotti).
1. REZAR COM A ESPIRITUALIDADE PALOTINA
adquiriu. Pallotti teve, de fato, experiências fora do comum. Mas ele foi muito reservado
em relação a elas. Talvez, o ambiente espiritual de sua época não tenha favorecido uma
maior partilha, pois, a atenção do sujeito se centrava no esforço ascético. Por esse
motivo adquire significado particular a sua confissão, escrita no dia 24 de outubro de
1819, em relação a uma doença: “essa minha miséria (de estômago) é um justo castigo.
Peço ao meu Deus e a toda a Corte Celeste que ela se manifeste infinitamente para a
maior glória de Deus, já que o benevolíssimo Pai não deixa de difundir, no meu pobre
e ingratíssimo coração, abundantes graças.
4- Cristo, Maria e a Cruz: O mundo interior de Pallotti foi fortemente teocêntrico: “Deus
em tudo e sempre”. Seu Deus, porém, era o Deus da revelação cristã, e ele experimentou
uma intensa e terna devoção pela humanidade de Jesus. À exemplo de Agostinho e de
Boaventura, Vicente buscou a presença da Trindade em todas as coisas. Procurou e
adorou Jesus na eucaristia. Propagou, portanto, as visitas a Cristo, prisioneiro do amor
no Santíssimo Sacramento (Santo Afonso), e a adoração perpétua. Recordou
continuamente a paixão de Jesus, praticando o relógio, ou seja, comemorando a cada
hora o evento que se presumia ter acontecido naquele momento, pedindo a Deus que
imprimisse “profundamente no seu coração a Paixão dolorosíssima de Jesus”, e
repetindo uma jaculatória em sua honra (cf. OOCC X, 12-13). Jesus foi para ele objeto
de imitação amorosa, em todas as suas ações. Disso derivou a sua atenção pelas bem-
aventuranças, dedicando a elas vários propósitos, em 1816: queria viver a pobreza de
espírito de Jesus, inspirar-se na sua humildade e mansidão, chorar e possuir a paz
interior, própria dos filhos de Deus (cf. OOCC X, 6-8).
Depois de Jesus, não faltou jamais a devoção à mais que enamoradíssima Mãe, Maria.
Enamoradíssima de quem? “Enamoradíssima de nós”, respondeu em uma ocasião
(OOCC X, 22). Sabemos que a sua mãe incutiu, desde cedo, em Vicente uma grande
devoção à Imaculada Conceição, mistério que se propôs crer sob obrigação de voto e
difundir quando ainda não era definido dogmaticamente pela Igreja. Os seus escritos
juvenis revelam também partícipe da compaixão de Nossa Senhora das Dores.
As chagas, o sangue e o coração: Pallotti cultivou devoções antigas, mas difundiu
somente as mais recentes. No Elenco das boas obras a serem propagadas (cf. OOCC
V, 422-423), citou duas, em um parágrafo à parte. Primeira de todas as outras, citou as
devoções dos Corações de Jesus e de Maria e do Sangue de Cristo. A elas acrescentou
a devoção às Chagas.
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Nos seus escritos, podemos perceber como o coração de Pallotti vibrava com a
contemplação das Chagas do Senhor, manifestando assim uma devoção própria dos
místicos. Ele se serviu dos místicos, na direção espiritual.
2. MÉTODOS DE ORAÇÃO CONTEMPLATIVA
1. Preparação da oração
a) Ver o texto da oração.
b) Ficar atento ao que mais tocar no coração.
Quinto passo: Acabar a oração com um diálogo mais íntimo com Jesus, assim como um amigo
fala com outro amigo, louvando, agradecendo, pedindo perdão, suplicando alguma graça, etc.,
conforme aquilo que Deus o fez sentir na oração.
Concluir recitando um Pai Nosso, ou uma Ave Maria, Glória ao Pai, conforme o Espírito
santo inspirar você.
Após a oração, fazer um breve exame de como foi a sua oração. Se teve dificuldade, deve
perguntar-se do por quê, e procurar corrigir na próxima vez. Caso tenha feito uma oração
proveitosa, agradeça-O profundamente.
Examinar com atenção os pensamentos, os sentimentos, os apelos, as palavras que mais o
tocaram e pode anotar em um caderno, se assim o desejar.
REVISÃO DA ORAÇÃO
É um instrumento para ajudar-lhe a refletir sobre a experiência de oração, perceber a ação de
Deus em você. Feita nos cinco minutos finais do tempo dedicado ao Exercício, por escrito, evita
que se interfira na comunicação com Deus durante a oração.
As perguntas, que seguem, são para ajudar essa atividade. Anote apenas aquilo que foi
significativo e sobre o qual será interessante conversar com o orientador ou simplesmente para
sua lembrança pessoal:
1. Que sentimento predominante você percebe, em si mesmo, neste final de oração?
2. Você crê que a graça pedida, no início, esteja sendo dada?
3. Como você usou de sua imaginação, memória, inteligência e vontade para penetrar melhor a
Palavra, deixando-se questionar, purificar, interpelar, converter por ela?
4. O lugar e a postura física o ajudaram?
5. Foi fiel ao tempo estabelecido? Seguiu o roteiro proposto? Como foi o início de sua oração?
6. Qual foi o momento que mais o impressionou ou qual não conseguiu penetrar? Como se
sentiu? Por quê?
7. Experimentou consolações espirituais (aumento de fé, esperança, amor, abertura para os
outros e para Deus)? Pensa ter tido algum impulso que considera como vindo de Deus? Qual?
Por que viria dele?
8. Quando surgiram essas consolações e quais foram as ressonâncias (alegria, paz, fervor,
tranquilidade, sentido profundo de vida, inquietação, confiança em você, nos outros, em Deus)
no seu espírito?
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A Lectio Divina é um contato diário, pessoal, íntimo com o Pai e o Filho e o Espírito
Santo. Quando se faz com fé essa oração contemplativa, a pessoa pode escutar o que Ele tem a
dizer, aqui e agora. É uma leitura lenta, meditada e saboreada, que vai do literal ao que o Espírito
quer manifestar. É ativa, pois gera compromisso, e passiva, porque a leitura eleva a pessoa até
Deus.
A Lectio Divina é uma experiência de Jesus Cristo, por meio das escrituras sagradas.
Ele está em cada página da Bíblia e merece a fé de quem medita. Seu poder aparece nos
Evangelhos, por meio dos quais Ele pode curar os males físicos, espirituais e morais, é uma luz
para o caminho. É um encontro de amor, por meio da escuta da Sua Palavra. Ele ilumina os
projetos pessoais de vida, produzindo paz e felicidade. Se não entender aquilo que lê, deve
confiar no Senhor, pois Ele deve manifestar-se no momento oportuno, porque nenhuma palavra
sai da boca do Senhor sem que seja realizada a sua obra (Is 55, 10-11). Se os pensamentos e
imagens estorvam o coração, deve entregá-los imediatamente a Cristo. Não tente controlá-los;
tampouco deve segui-los, mas sim tentar voltar o seu olhar para o próprio coração.
A Lectio Divina deve ser feita, diariamente, mesmo que seja de um só versículo da
Bíblia, porque “não só de pão vive o homem, senão de toda palavra que sai da boca de Deus”
(Mt 4,4). A leitura da Palavra de Deus deve ser pausada, transcorrendo de versículo a versículo,
palavra por palavra.
Procure entender o contexto da cena, de cada passagem, buscando as respostas na
própria Sagrada Escritura, pois, a Palavra escutada se dirige pessoalmente a cada um, conforme
as suas necessidades. Quando se lê a Palavra de Deus, Ele se revela; quando se reza, fala-se
com Ele, e dessa maneira se estabelece um diálogo amoroso. A oração pode ocorrer,
simplesmente, no silêncio, sem nenhuma palavra ou reflexão. Pode haver pedidos, uma
reverência, uma contrição, uma bênção, uma intercessão ou apenas a menção de uma palavra
que se possa repetir, em forma de mantra, como, por exemplo: Deus, eu te amo. Se a Lectio
Divina é compartilhada, a forma de compartilhar o que diz a escritura é através de um
comentário pessoal, em primeira pessoa do singular, referindo-se a sua própria vida, ou uma
oração em voz alta, dirigida diretamente a Deus.
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1- Iniciar com o sinal da cruz e em seguida invocar o Espírito Santo. Vinde Espírito Santo...
Preparação do corpo, para se ter uma boa disposição para a oração.
Técnica de relaxamento e de concentração: comece respirando profunda e lentamente,
por três vezes... vai sentindo a sua respiração... o ar entrando e saindo, lentamente... sinta o
seu corpo. Ele está frio ou quente... tenso ou calmo... sinta as suas costas tocando o encosto
da cadeira... sinta seus braços... suas mãos... as coxas sobre o assento... a maciez ou a dureza
do assento... sinta as pernas... as solas dos pés tocando os sapatos... a cabeça... entre em
contato consigo mesmo para entrar em contato com Deus... sinta o Seu profundo amor por
você, pois, Ele o formou no ventre de sua mãe... sinta seu coração bater e comece a respirar
pelo coração... quando se respira pelo coração, todo o corpo relaxa... os sentimentos ruins
vão se dissipando... veja seus pensamentos e sentimentos se distanciando, cada vez mais,
como uma fumaça que vai se dissolvendo no ar e fique somente louvando e acolhendo o
Senhor no seu coração... Ele traz muita paz e sabedoria... Ele abre a sua mente somente para
receber coisas boas... positivas...
Escute os sons que estão à sua volta... o mais suave... o mais distante... deixe que lhe
cheguem os sons, a imensa gama de sons que atingem seus ouvidos... cada som abarca uma
infinidade de outros sons... há harmonia em cada um deles... os sons atrapalham quando são
rejeitados... acolha os sons... há um silêncio no coração de cada som... os sons expressam o
poder de Deus que sustenta a vida... Deus está ecoando na sua mente e no seu coração...
descanse em Deus... no centro do silêncio há uma revelação... Deus se manifestou e ainda
se manifesta no silêncio... a vida desabrocha no silêncio, como a semente nasce no silêncio
da terra.
2- Leitura lenta e atenta do texto: ler baixinho, repetir, lembrar os versículos, as palavras que
mais lhe chamar a atenção... Silêncio interior. Ver bem o sentido de cada frase... pode ligar
o texto com outros textos...
3- Atualizar e ruminar a Palavra, ligando-a com a vida: interior, pessoal... exterior, social...
analisar a vida à luz da Palavra... o que o texto quer dizer para você? Em que ele o interpela?
4- Consciente desta presença de Deus em seu corpo, procure agora tomar consciência dos
seus sentimentos... não os analise.. sinta-os simplesmente... o que sente agora em relação a
este momento de oração?... O que deseja pedir ao Senhor? Agradeça em primeiro lugar a
este Deus que o ama, que está em você... diga-lhe também que você o ama. Deixe seus
desejos mais profundos acontecerem no aqui e agora... fale com o Senhor sobre eles... louva-
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o... agradeça-o... suplica socorro... peça perdão... O que mais gostaria de responder a Deus
neste momento de encontro com Ele? ... de uma profunda oração... contemplação... de
comunhão com a Trindade que habita em você?
5- Formular um compromisso de vida... escolher um versículo ou uma palavra para
mentalizar durante o dia.
6- Rezar o Salmo do dia. Oração do Pai-nosso.
Conclui dizendo: Bendigamos ao Senhor. Graças a Deus.
7- Revisão da Oração:
a) Quais Palavras ou Palavra, versículo e imagem que mais o tocaram?
b) Quais os sentimentos que mais o afetaram? Paz? Alegria? Segurança? Calma? Ou
ansiedade? Secura? Aridez? Sentiu-se amado por Deus? Como traduz esse sentimento
agora?
c) Qual o apelo de Deus? O que Ele quer de você? Como vivenciar isso?
d) Quais foram as resistências? O que me atrapalhou neste momento de Oração? Sono?
Distração? Pensamentos? Preocupações...?
4. FRASES DE PALLOTTI
20. Quando em um lar reina o amor, chamam-se anjos os seus habitantes e paraíso a sua
casa.
21. Deus ama o ser humano por toda a eternidade. É por isso que, também no tempo, age
em favor dele por meio da criação, conservação e redenção e, na eternidade, por meio
da glorificação.
22. O mais precioso ato de misericórdia consiste na preocupação pela salvação das almas.
23. Meditemos, constantemente, sobre a infinita misericórdia e o infinito amor de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
24. Deus nos deu a vontade livre, a fim de que, com o auxílio de sua graça, a utilizemos
para o aperfeiçoamento de nossa alma.
25. Por toda a eternidade, quero cantar as misericórdias de Deus.
26. Nós temos o santo Evangelho! Queres algo melhor? Se observarmos as normas do
Evangelho, isso basta!
27. Procurai sempre a Deus: Deus em vossos pensamentos, Deus em vossas obras, Deus
nos ensinamentos de vossos corações, Deus em tudo.
28. A comunhão com Deus irá tranquiliza-los, completamente; procurem a Deus em todas
as coisas sempre.
29. Quero aproveitar todas as possibilidades, mesmo as mínimas, para fazer o bem.
30. A necessidade humana, particularmente a espiritual, tem sua origem no fato de não se
rezar.
31. O preceito do amor é a rainha de todas as virtudes. Devemos, por isso, perseguir
constantemente o objetivo de difundir o reinado do amor de Cristo, em todo o mundo.
32. Não sou capaz de dar bom exemplo, mas com a graça de Deus, serei capaz de santificar
o mundo.
33. Peço a Deus um caminho santo.
34. Destruí a minha vida e dai-me a vossa vida de caridade. Transformai-me na vossa
caridade.
35. Quem não ama não pode viver. Ou morrer ou amar infinitamente.
36. Quero ter dentro de mim uma profunda compaixão pelas viúvas, agricultores, doentes.
Quero sentir as suas aflições. Quero ser luz para os cegos, bebida.
37. Em todas as minhas ações e nas alheias, entendo, que não se tenha outro critério ou
finalidade, que não seja Deus. Não quero nada senão Deus.
38. Procurarei estimular-me no sentido de uma viva compaixão para com estas criaturas, a
fim de socorrê-las conforme as leis da piedade cristã e de uma santa prudência.
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39. Oração, oração, oração, para alcançar a submissão da vontade ao querer divino. A
oração cria um clima de santidade nos grupos que se dedicam à ação apostólica.
40. Façamos todo o bem possível, infinitamente multiplicado. Façamos o bem infinito,
infinitamente multiplicado, o quanto seja possível.
41. Ah, quanto bem pode realizar um eclesiástico zeloso!
42. Com Deus, tudo posso.
43. Deus, ilumine a nossa cegueira, abra os nossos ouvidos.
44. Quero odiar o pecado e dar glória somente a Deus.
45. Peço a Deus um caminho santo.
46. Destrua a minha vida e dai-me a vossa vida de caridade. Transforma-me na vossa
caridade.
47. Não quero nada senão Deus.
48. Não quero nada que desagrade a Deus, mas tudo que seja do seu agrado.
49. O amor de Deus inflama, acende, queima nosso coração e destrói os vícios e infunde as
virtudes.
50. Aumentai o meu desejo de amar.
51. Não pode viver, meu Jesus, quem não ama.
52. Deus pensa dia e noite em mim.
53. Senhor, não o conheço como deveria. Se o conhecesse o amaria, seria desapegado do
mundo.
54. Jesus, confesso que nunca vos amei. Destrua em mim todo o meu amor terreno.
55. Eu não compreendo aquilo que quereis ensinar, mas consigo compreender o amor
infinito que vos impulsionou a fazer tudo para mim.
56. Cada fiel experimenta alegria e satisfação ao pensar que pode imitar Nosso Senhor Jesus
Cristo. Poucos, porém, são os que se esforçam constante e realmente por imitá-Lo de
fato.
57. Antes de iniciar qualquer trabalho, mas também durante qualquer atividade, bem como
nas diversas situações de cada dia, devemos refletir sobre como Nosso Senhor Jesus
Cristo pensaria, falaria ou agiria.
58. Como servidor de Deus, desconfia inteiramente de ti mesmo e de tuas forças, e põe toda
a tua confiança no ilimitado poder da graça divina.
59. O apostolado católico consiste em fazer o que cada um pode e deve para a maior glória
de Deus e para a sua própria salvação eterna e a do próximo.
5. ORAÇÃO MARIANA
Maria estava junto com os apóstolos esperando a vinda do Espírito Santo. No silêncio e na
oração do Cenáculo, Maria tornou-se Mãe e Rainha dos Apóstolos. Pela sua fidelidade a Deus,
pelo seu despojamento e entrega incondicional ao Senhor, Maria é o modelo a ser imitado por
todos nós.
São Vicente Pallotti colocou toda sua fundação sob o olhar e proteção de Nossa Senhora,
escolhida com o título de Rainha dos Apóstolos, para que ela obtivesse de Deus todos os dons
necessários a fim de que o Apostolado Católico existisse e fosse fecundo na Igreja e se
propagasse rapidamente no mundo inteiro.
Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
Socorrei-me sem demora!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Queremos num instante profundo de silêncio fazer a composição de lugar, colocando-nos no
Cenáculo com Maria e o Apóstolos, para sentirmos a presença do Santo Espírito e reavivar em
nós a Fé, a esperança e a caridade.
Canto
Dos Apóstolos Mestra e Rainha/ Sois a Mãe de Jesus Redentor!/
Protegei quem trabalha na vinha/ da Igreja de Cristo Senhor!
Ó Rainha nos todos queremos/ levar almas à pátria dos céus!/ Contra o mal daí que
sempre lutemos/ demos glória infinita ao bom Deus.
No Cenáculo em fervida prece/ invocais o Paráclito Amor./
Sobre vós e os Apóstolos desce,/ inflamando-os em santo fervor.
1. Maria, Rainha dos Apóstolos! No seguimento de vosso Filho Jesus consagramo-nos à tarefa
de despertar a fé e reacender a caridade em nossa própria vida e na vida dos nossos irmãos.
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Confiando em vós, Virgem Santa, temos a plena certeza de sermos ajudados por vós e queremos
empregar todas as nossas forças físicas e espirituais para a maior glória de Deus.
A exemplo de São Vicente Pallotti, nós vos pedimos que apoieis nossa oração pelo
crescimento do Reino. Temos, enfim, a firme esperança de chegar convosco às alegrias do
paraíso por toda a eternidade.
2. Rainha dos Apóstolos, vosso Filho deu-nos um perfeito exemplo de amor ao próximo.
À imitação Dele, queremos fazer o possível para que nós mesmos e o nosso próximo
alcancemos a vida que nos mereceu.
3. Sabemos que nossos esforços são limitados. Pedimos por isso nos ajudeis com vossa
intercessão.
Alcançai-nos do vosso Filho as graças necessárias para reavivar a fé e reacender a
caridade em todo o mundo.
4. Confiados em vosso poderoso auxílio, fazemos o propósito de empregar para a maior Glória
de Deus tudo o que ele nos concede.
Com alegria esperamos o dia em que estaremos unidos convosco no céu, para amar a Deus
por toda a eternidade.
5. Ó Rainha dos Apóstolos:
Rogai por nós, para que tenhamos a consciência da necessidade de construirmos juntos
um mundo de Solidariedade e de Paz.
6. Rainha dos Apóstolos, rogai ao Senhor da messe,
Que mande operários para a sua messe e tenha piedade do seu povo.
Rainha dos Apóstolos, Padroeira de nossa Sociedade, Deus nos manda amar nosso próximo
como a nós mesmo.
Devemos, por isso, procurar a nossa própria salvação e, com o mesmo amor, a do nosso
próximo.
Junto com os apóstolos Maria implorou para que viesse o Espírito Santo, cuja vinda deu início
a todo apostolado da Igreja. Implorando com suas preces o dom do Espírito o qual já na
Anunciação a havia coberto com sua sombra, Maria manteve o ânimo dos apóstolos, fazendo
com que seus esforços fossem frutuosos. O coração de Maria e dos Apóstolos de voltam para a
vinda do Paráclito.
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Pelo mistério da vinda do Espírito Santo, Maria e os Apóstolos formam a Igreja, isto é, a
comunidade que traz em si a salvação oferecida por Cristo e anuncia ao mundo esta Boa Nova
da salvação.
No Cenáculo, a Igreja descobre Maria como sendo a agraciada e bendita, entre todas as
mulheres, conforme o anjo havia anunciado.
Os discípulos, reunidos em torno a Maria, a Mãe do Senhor, aguardam a vinda do Espírito
Santo. Esta figura lembra a promessa de Jesus de que o Pai enviaria o seu Espírito para os
discípulos recordarem tudo quanto Ele havia dito e realizado (Jo 14,26).
Virá o Espírito Santo e, então, se abrirão as portas do Cenáculo para permitir que o
anúncio evangélico saia para a praça de Jerusalém e se encaminhe pelas veredas do
mundo.
Todos eles perseveram unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas,
Maria, Mãe de Jesus, e os irmãos dele (At 1,14).
Rainha, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja e Mãe de Amor, intercedei por nós, junto a Deus.
Pallotti desejaria unir-se à comunidade dos discípulos que reza unida e implorar com eles a
vinda do Espírito Santo.
Rainha dos Apóstolos ajudai-nos a buscar a Deus em Tudo e sempre.
Rejubila, filha de Sião, solta gritos de alegria, Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, filha
de Jerusalém! O Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti (Sf 3,14-15).
Maria Rainha Universal, modelo de virtude, ensina-nos a sermos fiéis à nossa Missão.
Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido
sob a Lei, para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial (Gl
4,4-5).
Excelsa Senhora dos céus, Rainha dos Apóstolos, alcançai de Deus que todos os povos
conheçam o Senhor como o único Deus.
O Apostolado consiste em cada um fazer tanto quanto possível para que se acenda e difunda o
fogo da caridade. Reconhecemos nossas limitações e sentimos que o pecado enfraquece o nosso
amor, mas, por vossa intercessão, Deus socorre a nossa fraqueza.
Podemos assim multiplicar sempre os meios e promover as obras que fortalecem a fé e
reavivam a caridade entre os cristãos. Cumprimos também a vontade do Pai que quer
renovar o mundo inteiro em Cristo.
Rainha dos Apóstolos, vossa poderosa intercessão nos enche de confiança. Anima-nos a
empregar tudo para a infinita glória de Deus e a salvação dos homens: influência, talentos, bens
materiais, profissão, saúde e doença, sofrimentos e morte.
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Oração: Ó Deus, que aos apóstolos reunidos no Cenáculo com Maria, a Mãe de Jesus, destes
o vosso Espírito Santo, concedei-nos que, por sua materna ajuda, vos sirvamos fielmente para
difundir com a palavra e com as obras a glória do vosso nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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6. ORAÇÃO DO CENÁCULO
Introdução
Neste momento de oração, queremos prestar nossa homenagem à Maria, Mãe de Jesus, àquela
que foi obediente ao projeto do Pai, e junto dele é a nossa eterna intercessora. Queremos
aprender com ela a silenciar o nosso interior para que Deus, pela ação do Espírito Santo, possa
abrir a nossa mente e o nosso espírito, para podermos mergulhar no mistério da Trindade, e,
com o coração ardente de amor e caridade, acolher o Filho dileto. “Este é meu filho amado,
escutai o que ele diz”!
Em nome do Pai...
Abri, Senhor, os nossos olhos e nosso entendimento, para que todo o nosso ser esteja voltado
para vós: amor infinito e misericordioso. Queremos experimentá-lo, senti-lo, como Maria sentiu
a presença da divindade em seu corpo virginal, no momento da anunciação. Como Isabel, ao
ouvir a sua saudação, ficou repleta do Espírito Santo e João Batista vibrou de alegria na presença
do salvador feito homem, queremos também elevar o nosso louvor, dizendo:
Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (Lc 1,42).
Maria, ao acolher o anúncio do Anjo Gabriel, demonstra ser uma mulher plena de liberdade,
porque acolhe os desígnios de Deus com solicitude. Por isso é a figura da fé. É a que se abre à
oferta da graça e do amor. É a crente por excelência. A sua fé tornou possível a realização das
promessas, pois o que foi dito da parte do Senhor se cumprirá (v. 45).
Feliz aquela que acreditou! (Jo 20,29).
Maria, mulher autônoma, empreendeu por conta própria uma longa viagem, porque o amor tem
pressa. A virgem é levada pelo amor, seja ao filho que traz no ventre, seja a prima em
necessidade. Na visitação, a Virgem mostra o que significa ser uma serva em ação.
Bendito é o fruto do teu ventre!
A visita de Maria a Isabel a transforma em primeira evangelizadora. A presença do Messias em
seu seio, não desperta apenas alegria, mas provoca também a descida do Espírito sobre Isabel.
Portanto, em uma só visita Maria agracia sua prima com três dons: a alegria da salvação, o
Cristo Messias e o Espírito Santo.
Vinde, Santo Espírito, enchei o nosso coração com o fogo do vosso amor!
Pelo Filho, Isabel reconhece a presença do Messias e, por consequência, reconhece Maria como
Mãe do Senhor e proclama tal mistério.
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Maria pertence ao depósito da fé, ao patrimônio dos bens espirituais que Cristo confiou aos
discípulos amados. É impossível ser discípulo amado, sem acolher Maria na casa da própria fé.
Maria sinal de esperança segura e conforto para o povo de Deus peregrino (LG 68).
Queremos, por meio de Maria, sentir a presença de Jesus que nos chama a viver o espírito
apostólico, porque a Sociedade luta sob o poderoso patrocínio da Imaculada Mãe de Deus, a
Rainha dos Apóstolos, por dois motivos sagrados. Primeiro: para obter todas as graças e dons,
pelas quais a Pia Sociedade possa existir na Igreja e propagar-se rapidamente em todas as partes
do mundo. Segundo: para que todos, em Maria, tenham, depois de Jesus Cristo, o mais perfeito
modelo do verdadeiro zelo católico e da perfeita caridade (OOCC I, 6-7.
O apostolado de Maria foi sua obediência a Deus Pai!
Pallotti colocou Maria, Rainha dos Apóstolos, como Padroeira da sua fundação, não por mera
devoção pessoal, mas porque era para ele o mais luminoso exemplo de um apóstolo leigo e a
melhor justificação para a existência do apostolado laical. O espírito mariano da nossa
comunidade exige, pois, de nós, não somente um cultivo pessoal da devoção à Maria, mas
sobretudo que a imitemos na sua maneira de exercer o apostolado: através de uma fé inabalável,
de uma vida de perfeita imitação de Jesus Cristo, de uma prontidão em servir ao Senhor e à
Igreja, de oração e de sacrifício.
Eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre elas, Maria,
Mãe de Jesus (At 1, 14).
Para Pallotti, Maria não é apenas uma mestra na imitação de Cristo, mas ela o ajuda também,
pela sua intercessão poderosa, a ter um profundo conhecimento do Filho, para assegurar-lhe a
sua transformação espiritual em Cristo. Em sua devoção pessoal, venerava Maria sob os mais
diferentes títulos, porém à sua fundação confiou a proteção de Maria Rainha dos Apóstolos, por
estar unida aos apóstolos, no Cenáculo, aguardando em oração a vinda do Espírito Santo.
Eles eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna,
na fração do pão e nas orações (At 2,42).
Pallotti coloca na Regra para as comunidades do Apostolado católico a Sagrada Família de
Nazaré, como modelo da convivência e das virtudes da vida comunitária. O verdadeiro espírito
de comunidade é, portanto, essencial para a nossa forma de vida palotina: viver como irmãos
numa comunidade religiosa, porque estamos em comunhão com Cristo. Por isso, deve dominar
entre nós uma atmosfera de família e de fraternidade, pois somos comunidade de fé e de oração.
A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma! (At 4,32).
Maria, em sua maternidade divina, mostrou-se fonte de apostolado, mesmo não sendo investida
do ministério da palavra ou qualquer poder sacerdotal. Pelo seu exemplo de oração e de abertura
24
ao amor de Deus, gerou Cristo para o mundo. Da mesma forma, todos os batizados podem e
devem ser porta-vozes de Cristo na ordinariedade da vida, fazendo com que as pessoas
descubram o amor de Deus. Porque, apóstolo é todo aquele que se engaja na difusão do Reino
de Deus.
Maria, vós que implorastes junto aos apóstolos a vinda do Espírito Santo, cuja luz
impulsionou o apostolado da Igreja, despertai em toda União o mesmo ânimo despertado
nos apóstolos.
Seu silêncio, sua sujeição à vida pública de Jesus, sua presença ao pé da cruz, sua despretensiosa
incorporação à comunidade de Pentecostes, são indicações permanentes para todo o apostolo
leigo. O apostolado nos une a Cristo, e como comunidade apostólica, devemos ser sinal de
unidade e não fator de desintegração e divisão, mas de integração e de unificação. Por isso,
nossa espiritualidade exige um especial amor à Igreja, cuja missão é de continuar a obra
salvadora de Cristo.
Maria, Mãe da unidade, intercedei por nós!
Jaculatórias marianas
Maria, Mãe da liberdade que responde ao Dom de Deus. Rogai por nós.
Maria, Mulher dócil à graça divina. Rogai por nós.
Maria, Virgem que ignora toda falsidade. Rogai por nós.
Maria, Esposa que consente ao amor encarnado. Rogai por nós.
Maria, Filha obediente aos desígnios do Pai. Rogai por nós.
Maria, Mulher da Nova e Eterna Aliança. Rogai por nós.
Maria, Sinal Perfeito de consagração a Deus. Rogai por nós.
Maria, Sinal de Paz que reconcilia o céu e a terra. Rogai por nós.
Maria, Mãe misericordiosa para com os pobres e sofredores. Rogai por nós.
Imaculada Mãe de Deus, Rainhas dos Apóstolos, reconheço que o preceito divino de amar o
próximo como a mim mesmo, obriga-me a procurar sua salvação eterna como a minha própria.
Confesso que pelos meus pecados, sou indigno de ter a graça necessária para me ocupar eficaz
e constantemente, em obra tão santa e divina, mas tu ma obténs pela misericórdia de Deus e
pelos merecimentos infinitos de Jesus.
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Por isso, unido a Ti, a toda a corte celeste e a todos os justos que vivem e viverão na Igreja de
Deus, Faço a intenção de oferecer a cada momento, agora e sempre, os infinitos merecimentos
de Cristo, em agradecimento, como se a mim e a todos tivesse obtido tal graça, como a
obtivestes aos santos apóstolos.
Confiado na tua poderosa intercessão, Quero, desde este momento, utilizar tudo o que Deus me
conceder, talentos e ciências, saúde e enfermidades, tribulações e incompreensões e qualquer
outro dom natural ou sobrenatural, empregando-os para a maior glória de Deus, para a
santificação nossa e a do nosso próximo.
Especialmente, promovendo boas obras... Espirituais e materiais, aptas a reavivar a fé e a
reacender a caridade entre os cristãos e propagá-las em todo o mundo.
E quando não tiver outra coisa para dedicar a tal fim...
Não cessarei de rezar para que haja um só rebanho e um só pastor. Assim espero chegar à glória
do céu, a fim de participar do fruto do apostolado de Jesus Cristo, por toda a eternidade. Amém.
Oremos
Ó Deus, que enviastes o Espírito Santo aos vossos Apóstolos, enquanto rezavam em companhia
de Maria, Mãe de Jesus; concedei-nos, por intercessão dela, a graça de vos servir fielmente e
difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do vosso nome. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Introdução
A vida de Vicente Pallotti foi marcada por um profundo encontro com Deus. Nos seus
apontamentos espirituais, são mais de setecentas páginas de balbucio de oração e de rasgos
místicos. Descobriu o amor infinito de Deus que a todos ama e perdoa.
Ao iniciarmos este encontro, queremos estar com Jesus. Queremos ouvir sua Palavra, queremos
falar de coração para coração. Por isso, purifiquemos nosso olhar, nossa mente e tudo aquilo
que nos impede de estar livremente com o Senhor. Queremos esvaziar nossa mente para que
somente Ele possa falar e ocupar um lugar de honra. Que nenhuma palavra ou pensamento
humano possa tirar a nossa tranquilidade.
Deixemos de lado todas as preocupações, ansiedades, angústias, mágoas, raivas, invejas, toda
espécie de desejo. Queremos estar somente com Jesus: caminho, verdade e vida.
Primeiramente, cuidemos da nossa respiração. Respiremos calmamente: aspiremos e expiremos
profundamente. Sintamos o corpo; os membros tranquilos e relaxados.
Ouçamos o sussurro da natureza. Sintamos que Deus continua agindo independente da nossa
vontade, porque o universo lhe pertence. Ele está no meio de nós. Ele quer fazer essa caminhada
conosco.
Início: meditação contemplativa
Sinal da cruz proposto por Pallotti: (OOCC II, 306-307)
Por mim nada posso (testa). Com Deus posso tudo (peito). Por amor a Deus Pai, quero fazer
tudo (do lado esquerdo ao direito). A Deus honra e glória, a mim o desprezo.
Por amor de nosso Senhor Jesus Cristo, devemos viver sempre ocupados numa vida de oração
e de recolhimento, para a maior glória de Deus e para maior santificação nossa e do próximo
(OOCC III, 76).
A vida de nosso Senhor Jesus Cristo é a regra fundamental da nossa Sociedade. Por isso, antes
de iniciar qualquer atividade, somos obrigados a pensar em cada uma delas e descobrir como
pensaria, falaria ou agiria nosso Senhor Jesus Cristo (OOCC III, 42).
Procurai imaginar, cada dia, como se fosse o primeiro e o último dia da vida religiosa (...).
Desconfiemos mais de nós mesmos e abandonemo-nos mais a Deus. Tenhamos mais fome e
27
sede de santidade e de perfeição (...). Rezemos para entrar muitas vezes no espírito dos
interesses de Deus. Oh, espírito faminto, sedento dos interesses de Deus! (OCL I, 223 e 279).
Uma alma que crê em Jesus Cristo e que, na humildade e confiança, se esforça por imitar Jesus
Cristo, obtém que Jesus Cristo destrua nela todas as deformidades e faltas. Entra Jesus Cristo
naquela alma e nela atua Jesus Cristo e Jesus Cristo continua sua vida nela. Ele vive nela e lhe
aplica o mérito das suas santíssimas obras (OOCC III, 37).
Silêncio interior:
Sentir a suavidade do Senhor porque ele vai falar (1Rs 19,11.12b). Se vier algum tipo de
pensamento, deixá-lo lentamente de lado, não dar importância a ele e continuar amando o
Senhor.
Das profundezas, Senhor, a vós eu clamo, escutai a minha voz (Sl 129,1-2).
Diante de Jesus entregar toda sua vida, história passada, presente e futura. Tudo pertence a
Deus. Ele conhece tudo profundamente, porque ele perscruta o íntimo do nosso ser. Entregar-
se inteiramente em suas mãos para poder ser alimentado por sua substância divina (OOCC X,
452). “Eu sou o Senhor, que perscruto o coração e provo os sentimentos, que dou a cada qual
conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras” (Jr 17,10).
Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos (Sl
15,5).
Deus está preocupado com a nossa salvação, muito mais que nós mesmos (OOCC XIII, 138-
139). Por isso vos pedimos:
Ficai conosco, Senhor, não nos abandoneis!
28
somente a ele (OOCC XIII, 731). Por isso diz: “Eu te conduzo pela mão, tu és meu” (Is 41,9-
10).
Se levardes em conta as nossas faltas, quem haverá de subsistir (Sl 129,1-2).
Não tenhais medo, pois estarei convosco até o fim dos tempos! “Eu sou um Deus e não um
homem” (Os 11,9); Ele guarda a aliança e a sua misericórdia perdura até a milésima geração
(Dt 7,9).
Louvai o Senhor Deus, porque sua misericórdia é eterna (Sl 135,26).
O pecado da soberba distanciou o ser humano da presença do seu Criador. Por isso, Pallotti
pede o dom da humildade, porque nele habita o pecado da ingratidão (OOCC X, 748). O pecado
o transformou em monstro detestável, contudo não se desespera porque a sua alma repousa em
Deus (OOCC XIII, 168-169).
Louvai o Senhor Deus, porque sua misericórdia é eterna (Sl 135,26).
Pallotti reconhece que é a causa de todos os males: passados, presentes e futuros (OOCC X,
179). Seu pecado é a não correspondência à graça (OOCC X, 183). Por isso, odeia o pecado
(OOCC X, 155), porque é uma ofensa a Deus. Quer odiar o pecado para somente dar glória a
Deus (OOCC X, 525). Pede que seja destruído dentro dele tudo aquilo que vai contra a
misericórdia de Deus, para que somente Deus possa habitar nele (OOCC X, 526).
Que toda língua reconheça, confessando, para a glória de Deus Pai e seu louvor: na
verdade Jesus Cristo é o Senhor (Fl 2, 11).
Pedir a Deus a graça para despertar os sentidos
Deus de infinita bondade, iluminai a nossa mente para entender vossa Palavra; abri os nossos
olhos para dissipar a cegueira que nos impede de contemplar o vosso infinito amor; abri os
nossos ouvidos para que todo o nosso ser possa saborear a vossa Palavra e tocai em nossos
lábios para que possamos proclamar a todo mundo as vossas maravilhas (OOCC XIII, 158).
Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita (Jo 16,24).
A Palavra de Deus é uma luz que ilumina o caminho, por isso Pallotti tinha sempre certeza de
receber graças especiais (OOCC X, 84). “Deus derrama dilúvios de graças, porque seu amor é
infinito. Deus está louco de amor” (OOCC X, 235).
O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado
(Rm 5,5b).
A Palavra só pode ser compreendida pelo dom do Espírito, porque sem a sua força não
sabemos o que pedir (Rm 8,26). Por isso Pallotti rezava: “Permita-me perguntar, o que
quereis que eu vos faça”? (OOCC X, 482-483). “Peço a graça de servir só a vós” (OOCC X,
30
616). “Peço que o Senhor me dirija por um caminho santo, seguro, perfeito e oculto aos olhos
humanos e me dê a graça de perseverar no bem” (OOCC X, 97).
Meditar é comprometer-se com o Reino
A divina misericórdia mais se difunde onde mais se encontra a miséria (OOCC X, 301). Por
isso, é necessário renunciar ao pecado para somente dar glória a Deus (OOCC X, 525). Como
fazia Jesus (OOCC X, 155). Glorificai a vós mesmo, Senhor, porque não o conheço; não sou
capaz de glorificá-lo (OO CC X, 469). Aumentai somente meu desejo de amar (OOCC X, 22-
25).
Falai, Senhor, vosso servo escuta (1Sam 3,9b).
Diante de Deus Pallotti pediu que sua vida fosse destruída e que pudesse imitá-lo na caridade.
“Transformai-me na vossa caridade” (OOCC X, 674-675). Imbuído do amor misericordioso de
Deus, exclamou: “Senti que Deus quis triunfar sobre a minha indignidade” (OOCC X, 211-
212). Todavia, não consigo compreender os dons recebidos (OOCC X, 352). “Não compreendo
o que quereis ensinar, mas consigo compreender o amor infinito que vos impulsionou a fazer
tudo por mim” (OOCC XIII, 129-130).
Senhor, jamais esquecerei vossa palavra (Sl 118,16b).
A mediação da Palavra conduz-nos aos irmãos a ponto de sermos luz para o cegos e bebida para
os fracos (OOCC X, 15-16). Jesus, vós que morrestes por nós, fazei com que vossa vida seja a
nossa vida (OOCC X, 618-625).
O vosso amor, Senhor, inflama, acende, queima nosso coração e destrói os vícios e infunde
as virtudes (OOCC X, 56).
Conclusão
Ó Deus, misericórdia minha, na vossa infinita misericórdia me concedestes de modo particular:
promover, estabelecer, propagar, aperfeiçoar e perpetuar com o mais puro desejo do vosso
Santíssimo Coração: uma pia instituição que tivesse o caráter universal e que propagasse a fé
entre os cristãos e infiéis do mundo inteiro. Porém, confesso diante de vós e de toda a corte
celeste que até agora, por minha culpa, não foi promovida uma múltipla instituição, apesar de
tantas graças recebidas. Agora tenho por certo que chegou um distinto Triunfo da vossa
Misericórdia sobre minha indisposição e indignidade. Deus! Deus! Deus! Misericórdia!
Misericórdia! Misericórdia! Graças a Deus! (OOCC X, 198-200).
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Oração final
Pai-nosso, Ave-Maria e Glória.
Bendigamos ao Senhor. Graças a Deus!
Revisão da oração
Rever os momentos fortes da oração contemplativa. Pallotti se perguntava: “Vicente, como
aproveitou o amor de Deus?” (OOCC X, 752). “Amou a Deus como ele merece?” (OOCC X,
69-70). Quais foram os apelos sentidos na oração? O que mais o atrapalhou no momento da
oração? Como traduz seu sentimento nesse momento? Paz, alegria, ansiedade, secura, aridez?
Sentiu o amor de Deus? Qual a mensagem para a vida?
Deus pensa em mim dia e noite... (OOCC X, 472).
D.: Meu Deus, sou indigno de receber a graça de amar, honrar e glorificar Maria SSma. e fazer
os outros amá-la, honrá-la, glorificá-la quanto merece e quanto vos agrada. Concedei-me,
porém, essa graça por vossa infinita misericórdia.
T.: Faço intenção, meu Deus, de sempre amar, honrar e glorificar Maria Santíssima, como
vós, Pai Eterno, a haveis amado, honrado e glorificado, como filha.
D.: Faço intenção, meu Deus, de sempre amar, honrar e glorificar Maria SSma., como vós,
Espírito Santo, a haveis amado, honrado e glorificado, como esposa puríssima.
T.: Faço intenção, meu Deus, de sempre oferecer todos os merecimentos de Jesus Cristo, em
agradecimento, por todos os privilégios concedidos à Maria, em sua Imaculada Conceição.
T.: Olhai para a nossa Sociedade que, dedicando-se aos trabalhos do apostolado católico, vos
escolheu por especial padroeira. Comunicai-nos vosso grande amor a Deus e ao próximo. Pedi
ao vosso Filho que abençoe os nossos trabalhos e remova o que poderia estorvar a atividade
apostólica, para que todos, o mais breve possível, conheçam, adorem e amem o verdadeiro
Deus, Uno e Trino. Amém.
D.: Rainha dos Apóstolos, rogai ao Senhor da seara:
T.: Que mande operários à sua messe.
D.: Oremos:
T.: Ó Deus, que enviastes o Espírito Santo aos vossos Apóstolos, enquanto rezavam em
companhia de Maria, Mãe de Jesus; concedei-nos, por intercessão dela, a graça de vos servir
fielmente e difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do vosso nome. Por Cristo Nosso
Senhor. Amém.
D.: Tu que mereceste a saudação: “Cheia de graça”, tudo nos podes alcançar.
T.: Sim, ó Maria, realmente és cheia de graça, porque o Espírito Santo, teu celestial
Esposo, com seu Divino Amor, abriu em ti a sua morada: desde o momento da
concepção preservou-te de toda culpa e te conservou imaculada.
D.: De novo retornou a ti no dia da Anunciação, fazendo de ti a Mãe.
T.: No dia de Pentecostes, pousou sobre ti com seus sete dons e te fez guardiã e fonte das
divinas graças.
D.: Eis pois, ó doce Mãe do Divino Amor, as nossas súplicas:
T.: Concede a paz ao mundo, faze triunfar o teu amor, protege o Papa, reúne na unidade
perfeita todos os cristãos, ilumina com a luz do Evangelho todos os que ainda não creem,
converte os pecadores, dá-nos a coragem do arrependimento constante e força para
vencer as tentações, ilumina a nossa mente para seguirmos sempre o caminho do bem, e
finalmente, quando Deus nos chamar abram-se-nos as portas do céu.
D.: E enquanto gememos e choramos neste vale de lágrimas, socorre-nos em nossas
necessidades e conserva em nós o amor diante dos inevitáveis sofrimentos da vida.
T.: Cura, ó Mãe das graças, as nossas enfermidades. Concede a saúde aos teus devotos,
liberta, ó Maria, das penas do purgatório os féis defuntos. Olha e protege com materna
bondade a nós teus filhos, obras do Divino Amor.
33
Ó São Vicente Pallotti, tu que nos deste o exemplo de uma fé inabalável e de grande amor a
Deus e ao próximo, intercede junto a Deus por nós, para que, imitando o teu exemplo,
sejamos também nós fortes na fé e verdadeiros apóstolos de Cristo. Amém.
Deus, onipotente e eterno, que chamaste São Vicente Pallotti para reavivar a fé e reacender a
caridade em tua Igreja, concede a nós a graça de imitar o seu exemplo, para merecermos, com
ele, o prêmio da vida eterna. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
8. NOVENA A SÃO VIVENTE PALLOTTI
OFERECIMENTO
D.: São Vicente Pallotti,
T.: Grande é a nossa confiança em vós;/ sempre nos auxiliastes com a vossa proteção;/
na terra exortáveis continuamente/ os atribulados a rezar e a confiar em Deus. / Por isso
rezamos e esperamos firmemente de Deus,/ pela vossa intercessão,/ a ajuda em nossas
necessidades./ Alcançai de Deus, se for de sua vontade,/ saúde aos nossos enfermos,/
prosperidade em nossos negócios e planos,/ felicidade e paz de Jesus em nossos lares./
Fazei que sejamos justos para com o nosso próximo,/ atentos aos necessitados,/ vivendo
em comunhão e participação ./Temos certeza de que não nos deixareis desamparados./
Amém.
paraíso, temido pelo inferno, momento previsto por vosso Filho, Jesus, quando haverá um só
rebanho apascentado por um só Pastor. Amém.
Ó São Vicente Pallotti, vós que nos destes o exemplo de uma fé inabalável e de grande amor a
Deus e ao próximo, intercedei junto a Deus por nós, para que, imitando o vosso exemplo,
sejamos também nós fortes na fé e verdadeiros apóstolos de Cristo. Amém.
São Vicente Pallotti, que, inflamado pelo amor de Jesus e Maria, dedicastes de modo incansável
a vossa vida à obra do apostolado, para a infinita glória de Deus, para a destruição do pecado,
e para a salvação dos homens.
Abençoai-nos, vo-lo pedimos, junto a Deus, pelas mãos maternas de Maria, Rainha dos
Apóstolos. Dai-nos um coração cheio de zelo ardente e serviçal.
Queremos seguir-vos no caminho da santificação de nossa alma e tornar-nos dignos de cooperar
na defesa, aperfeiçoamento e propagação da fé e da caridade, e assim contribuir para que, desta
maneira, o Reino de Cristo se estenda sobre toda a terra e todas as nações possam viver unidas
num só rebanho apascentado por um só pastor. Assim seja. Amém.
9. CANTOS
12.1. Dos Apóstolos Mestra e Rainha/ Sois, ó Mãe de Jesus Redentor!/ Protegei quem
trabalha na vinha/ Da Igreja de Cristo Senhor.
Ó Rainha, nós todos queremos/ levar almas à pátria dos céus!/ contra o mal dai que
sempre lutemos/ demos glória infinita ao bom Deus.
No cenáculo em férvida prece,/ invocais o Paráclito Amor;/ Sobre vós e os Apóstolos desce,/
inflamando-os em santo fervor.
Eu pensei muitas vezes calar e não dar nem resposta, eu pensei na fuga esconder-me, ir
longe de Ti. Mas tua força venceu e ao final eu fiquei seduzido, é difícil agora viver sem
saudades de Ti.
10. HORA SANTA APOSTÓLICA COM MARIA
INTRODUÇÃO:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T.: Amém.
D.: Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, Deus e homem verdadeiro, nós vos adoramos, pois
estais realmente aqui presente entre nós.
T.: Sim. Queremos adorar-vos porque sois nosso Deus que nos ama em união com o Pai e
o Espírito Santo.
D.: Estais presente, não só por vossa eterna Divindade, na qual sois com o Pai eterno, um único
ser, um só poder, uma só majestade.
T.: Dizemos como São Tomé: Meu Senhor e meu Deus!
D.: Estais presente neste adorável Sacramento com vossa natureza humana. Vós que nascestes
da Virgem Maria.
T.: Sois o nosso irmão e nosso amigo.
D.: Nada vemos a não ser o sinal sagrado de vossa presença na hóstia consagrada.
T.: Senhor fazei que através da espécie do Pão enxergamos vossa presença.
D.: Nosso olhar de fé vos descobre na hóstia consagrada e em cada ser humano.
T.: Senhor aumentai minha, minha fé tão fraca e vacilante.
D.: Convosco queremos agradecer ao Pai a criação do mundo e de tudo que existe e seu grande
plano de Amor que nos trouxe um tão insigne Redentor.
T.: Seja adorado e louvado sempre nosso Deus, por Cristo, com Cristo e em Cristo seja lhe dado
toda honra e glória.
D.: Viemos louvar e agradecer hoje especialmente por nos terdes dado vossa mãe como nossa
mãe. Ela foi obediente ao chamado do Pai.
T.: Por ela queremos chegar sempre mais perto de Vós, Ó Cristo. Só ela nos sabe ensinar como
acolher-vos e amar-vos.
L.: Há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo. A função maternal de Maria para
com os homens não diminuiu a mediação única de Cristo. Deus mesmo escolheu Maria para
que participasse com Cristo na obra salvadora. Ela depende inteiramente dele e tira a sua
eficácia somente do único sacrifício de Cristo.
L.: A devoção a Maria não impede, mas pelo contrário fomenta ainda mais a contato nosso
imediato com Cristo. Por Maria a Jesus!
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L.: Por sua obediência, pela fé, pela esperança e a caridade ardente, Maria cooperou de modo
absolutamente singular na obra do Salvador para restaurar a vida sobrenatural das almas.
L.: Por isso é nossa mãe na ordem da graça.
L.: Maria continua sua intercessão lá no céu, exercendo sua missão de mãe de todos os filhos
de Deus e nos obtém os dons da salvação junto ao seu Divino Filho.
(Momento de adoração)
Canto...
T.: Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre. E donde me é dado a graça
que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Ditosa daquela que acreditou que teriam
cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor.
D.: E Maria disse: A minha alma glorifica ao Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus,
meu Salvador.
T.: Porque olhou para a humildade de sua serva, de fato, desde este momento todas as gerações
me hão de chamar bem-aventurada.
D.: Porque me fez grandes coisas o Todo-Poderoso. É Santo o seu nome.
T.: E a sua misericórdia de geração a geração se estende sobre os que o temem.
(Momento de adoração)
Canto ...
IV- A EPIFANIA
D.: Em Belém, a Mãe de Deus mostrou aos pastores e aso magos o seu Filho primogênito, que
não diminuiu, antes consagrou sua integridade virginal.
T.: Mostrai-nos sempre Jesus, ó Mãe de Deus!
D.: São Vicente Pallotti considerava a Epifania como a festa da Vocação Cristã dos povos. No
Natal, Jesus se manifestou ao povo de Israel, representado pelos pastores que o adoraram.
T.: Na Epifania o Salvador manifestou aos povos gentios representados pelos Magos, vindos
do Oriente, que O adoraram e ofereceram os seus dons.
D.: A Epifania é a festa da universalidade da salvação.
T.: Senhor, que os povos se esforcem para construir um mundo mais fraterno, os governos
procurem os interesses da justiça e da paz e que a Igreja, iluminada por Ti, leve a luz do
Evangelho a todos os povos.
(Momento de adoração)
Canto ...
V- APRESENTAÇÃO NO TEMPLO
D.: Apresentando o Menino Deus no templo, em obediência à Lei, recebe a profecia de Simeão
que esse filho haveria de ser um sinal de contradição. Ele lhe disse:
T.: Este menino será causa de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de
contradição. Serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te
traspassará a alma.
44
D.: Maria continua com amor à sua missão. Mesmo tendo perdido o menino Jesus por ocasião
da festa da Páscoa e encontrando-o depois de três dias de procura aflita. Ele estava ocupado
com as coisas do Pai.
T.: Maria guardava em seu coração e conservava essas coisas fielmente em seu coração.
D.: Com Maria, queremos oferecer toda a humanidade, nosso continente sofrido com tantas
injustiças, nosso país com milhares de pobres e famintos, nossa cidade, nossa comunidade
paroquial e as nossas famílias.
T.: Senhor, ao apresentarmos o nosso testemunho de batizados nas coisas terrenas que
possamos mostrar-Te ao mundo.
(Momento de adoração)
Canto...
D.: E Jesus, vendo sua mãe e perto dela o discípulo a quem amava, disse a sua mãe: Mulher,
eis aí teu filho! Em seguida disse ao discípulo:
T.: Eis aí tua mãe! E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.
(Momento de adoração)
Canto ...
T.: Pedimos, pois, nos alcanceis esta graça pela misericórdia de Deus e pelos merecimentos
infinitos de Jesus Cristo.
D.: Unidos a vós, aos anjos e santos e a todos os justos que vivem e viverão na Igreja de Deus,
unidos ao vosso puríssimo Coração e ao santíssimo Coração de Jesus.
T.: Fazemos intenção de oferecer a cada momento, agora e sempre, os merecimentos de Jesus
em agradecimento, como se a nós e a todos houvésseis alcançado essa graça, como a
concedestes aos santos Apóstolos.
D.: Confiados na vossa proteção queremos utilizar tudo o que Deus nos conceder:
T.: Talentos e ciência, saúde e enfermidades, preocupações e qualquer outro Dom natural ou
sobrenatural, empregando-os para a maior glória de Deus e para a santificação do próximo.
D.: Especialmente procuraremos promover obras espirituais e materiais, aptas a reavivar a fé e
a reacender a caridade em todos as pessoas.
T.: Quando não tivermos outra coisa para oferecer por esse fim apostólico, não deixaremos de
rezar para que haja um só pastor e um só rebanho.
D.: Tendo participado do apostolado de Cristo neste mundo, esperamos o prêmio da vida eterna.
T.: Amém.
Pe.: Deus vos abençoe e vos guarde! Que Ele vos ilumine com a luz da sua face e vos seja
favorável! Que Ele vos mostre o seu rosto e vos traga a paz! Que Ele vos dê a saúde do corpo
e da alma! Nosso Senhor Jesus Cristo esteja perto de vós para vos defender; esteja
em vosso coração para vos conservar; que Ele seja o vosso guia para vos conduzir, que
vos acompanhe para vos guardar; olhe por vós e sobre vós derrame a sua benção! Ele que vive
com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Oração:
Bendito seja Deus, bendito seja seu santo Nome. Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem. Bendito seja o Nome de Jesus. Bendito seja o seu preciosíssimo Sangue.
Bendito seja seu sacratíssimo Coração. Bendito seja Jesus no santíssimo Sacramento do altar.
Bendito seja o Espírito Santo Paráclito. Bendita seja a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima.
Bendita seja a sua santa e imaculada Conceição. Bendita seja sua gloriosa Assunção. Bendito
seja o nome de Maria Virgem e Mãe. Bendito seja São José, seu castíssimo Esposo. Bendito
seja Deus, nos seus Anjos e nos seus Santos.
Sinal da cruz
D: Vem Espírito Santo.
T: Enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor.
D: Envia o teu Espírito e tudo será recriado.
T: E renovarás a face da terra.
D: - Desde a primeira menção, em 1816, até a época em que Pallotti redige seu “Testamento
Espiritual”, em 1840, subsiste uma ligação contínua à Maria, Rainha dos Apóstolos. No
testamento que deixa a seus coirmãos afirma ter reconhecido nitidamente no exemplo de Maria
e dos apóstolos, que, após a vinda do Espírito Santo, se puseram a anunciar o Evangelho em
todo o mundo, e esta é a peculiaridade e o caráter próprios de toda a Sociedade do Apostolado
Católico. Por esta época ou pouco depois, Pallotti encarrega o pintor Cesaretti de retratar,
segundo um esboço de Overbeck, a imagem do Cenáculo: Maria junto aos apóstolos,
implorando a vinda do Espírito Santo. Imbuído por este espírito, Pallotti eleva a Deus sua
oração, e esta é um grito ao infinito, sempre pela intercessão de Maria:
T: - “Meu Deus, minha misericórdia infinita, pela mesma vossa misericórdia infinita, pelos
merecimentos e intercessão de Maria Santíssima e de todos os anjos e santos, por todos os
merecimentos de toda a Igreja de Jesus Cristo, creio firmemente que o infinito merecimento da
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T.: A santíssima Virgem, sem ter pregado o Evangelho, gozou do título e da recompensa de
Rainha dos Apóstolos, sustentou a coragem dos pregadores e fez superar suas fadigas.
L: - Nosso Fundador via o Cenáculo como o lugar da espera, da unidade, da oração, da acolhida
do Espírito Santo, é o lugar do envio da comunidade cristã, o ponto de partida da comunidade
animada e movida pelo mesmo Espírito.
T - Em qualquer lugar em que eu estiver, procurarei imaginar que eu mesmo e todas as
criaturas estamos no Cenáculo de Jerusalém, onde os apóstolos receberam o Espírito Santo; e
esse pensamento eu renovarei frequentemente.
L: - Como os apóstolos lá estavam juntamente com Maria Santíssima, assim eu também
imaginarei estar junto com a minha mais que encantadora mãe Maria e com o mais que amado
esposo de minha alma Jesus, os quais eu tenho certeza de que, como meus particularíssimos
advogados, farão descer sobre mim e os outros a abundância do Espírito Santo; e como desejo
que essa abundância do Espírito do Senhor aumente em mim e em todas as criaturas, cada uma
delas infinitamente multiplicada em cada momento infinitésimo, quero permanecer sempre no
Cenáculo junto com todas as criaturas.
T: - Assim, o mais frequentemente possível, imaginarei que, estando eu e as outras criaturas
no Cenáculo, desça sobre nós a abundância, a plenitude do Espírito Santo, pretendendo tirar
dessa plenitude os copiosos frutos que tiraram os santos todos, os apóstolos e Maria, sempre
supondo ter recebido com perfeição a plenitude do Espírito.
L: - Humilhar-me-ei confessando a minha pobreza, mas ao mesmo tempo não deixarei de rezar
aos santos, aos anjos, a Maria e a Jesus, para que tal abundância do Espírito Santo venha sobre
mim, os ordinandos e todas as criaturas. Por isso, quero oferecer e ofereço os merecimentos de
todas as criaturas, de Maria e de Jesus, e desejo que eu e todas as criaturas tributemos a Deus,
simultaneamente, toda a glória que com tal abundância de graça, cada criatura daria a Deus em
separado (OO CC X, 86-87 [Propósitos e aspirações, n. 82]).
Leitura bíblica (Rm 8,5-9.14-17; 1Jo 4, 12-16; At 1, 1-9; 2,1-4)
Reflexão – preces espontâneas
L: - Senhor, necessito do teu Espírito! Daquela força divina que transforma tantas
personalidades humanas, tornando-as capazes de gestos extraordinários. Dá-me esse Espírito
que, vindo de Ti e indo a Ti, Santidade infinita, é um Espírito Santo.
T. Dá-me aquele Espírito que tudo perscruta, tudo sugere e tudo ensina: Ele me fortalecerá
para suportar o que ainda não posso suportar. Aquele Espírito que transformou os débeis
pescadores da Galileia em colunas da tua igreja e em apóstolos que deram com o holocausto
da vida, o supremo testemunho de seu amor aos irmãos.
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Comentarista: Neste segundo dia do tríduo em preparação para Festa da Rainha dos Apóstolos,
queremos meditar sobre a busca incessante que Pallotti tinha de Deus e de Maria. Ele queria
viver as realidades do céu, já aqui neste mundo. Por isso depois de Deus, venerava Maria. E
desde o raiar do dia, colocava todo o seu trabalho diário a seu serviço e implorava a sua
assistência maternal. À tarde, agradecia-lhe por isso, e renovava suas orações, seu oferecimento
e consagração.
Costumava não dar um passo sequer, sem antes pedir que Maria o abençoasse. Pedia sempre
também a bênção da Mãe de Deus, para a sua Obra, o Apostolado Católico. Como Maria
implorava a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, no Cenáculo, assim também esperava
Vicente Pallotti que a Virgem, em oração, no centro dos membros do Apostolado Católico lhes
implorasse o zelo apostólico e a coragem missionária. Por isso confiou-lhe toda sua obra ao
patrocínio da Mãe, Rainha dos Apóstolos.
Canto: Brilhou no céu da Igreja...
Sinal da cruz
sobre uma montanha” (Mt 5, 14). “Porque o Senhor assim no-lo mandou: ‘Eu te estabeleci para
seres luz das nações, e levares a salvação até os confins da terra” ( At 13, 47). “Porque todos
vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1Tes 5, 5).
L: - No seu tratado sobre o ‘Espírito Santo’, São Basílio Magno explica como a presença do
Espírito ajuda a iluminar esta luz que está dentro de nós: “O Espírito é fonte de santificação e
luz inteligível. Oferece a toda criatura inteligente a si mesmo e através de si mesmo luz e ajuda
para buscar a verdade… do mesmo modo, dos raios de sol, do qual os benefícios são sentidos
por cada um como se resplandecesse somente para ele… assim também o Espírito Santo
…infunde em todos uma graça suficiente e total…
Preces espontâneas
L: - Senhor, necessito do teu Espírito! Daquela força divina que transforma tantas
personalidades humanas, tornando-as capazes de gestos extraordinários. Dá-me esse Espírito
que, vindo de Ti e indo a Ti, Santidade infinita, é um Espírito Santo.
T. Dá-me aquele Espírito que tudo perscruta, tudo sugere e tudo ensina: Ele me fortalecerá
para suportar o que ainda não posso suportar. Aquele Espírito que transformou os débeis
pescadores da Galileia em colunas da tua Igreja e em apóstolos que deram com o holocausto
da vida, o supremo testemunho de seu amor aos irmãos.
Enamorado por Maria
D: - Vicente Pallotti fez um voto de sempre atribuir os títulos mais sublimes à Mãe de Deus.
“Sou indigno de amar Maria, mas pela misericórdia de Deus e pelos merecimentos de Jesus
Cristo, quero pedir a graça de amá-la, propondo-me amá-la com o amor com que Deus a ama.
Resposta de Maria a seu servo fiel
L: - No último dia do ano de 1832, a grande Mãe da Misericórdia, para triunfar com o Milagre
de Misericórdia sobre a ingratidão e inconcebível indignidade do mais miserável que jamais se
viu ou possa existir entre os súditos do seu Reino de Misericórdia, se dignou
misericordiosissimamente fazer o matrimônio espiritual com tal súdito e lhe dá como dote
quanto possui e lhe faz reconhecer o próprio Filho divino e, sendo ela Esposa do Espírito Santo,
se empenha para que seja todo internamente transformado no Espírito Santo.
D: - Consagração a Jesus por Maria, de S. Vicente Pallotti.
T: - Imaculada Mãe de Deus Rainha do céu, Mãe de Misericórdia, advogada e refúgio dos
pecadores, iluminado e confortado pelas graças que a tua materna benevolência me conseguiu
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do tesouro divino, quero entregar, agora e sempre, o meu coração em tuas mãos, para que o
consagres a Jesus. Sim, ó Maria, perante os anjos e santos eu te entrego e tu, em meu nome, o
consagras a Jesus. Pela confiança filial que deposito em ti, sei com certeza, que haverás de
fazer, agora e sempre, quanto puderes para que o meu coração seja todo de Jesus, à imitação
dos santos, em especial de são José, teu castíssimo esposo. Amém!
D: - Façamos também a nossa consagração ao Espírito Santo.
Oração final
Oremos: Ó Deus, que enviaste o Espírito Santo aos teus Apóstolos, enquanto rezavam em
companhia de Maria, Mãe de Jesus, concede-nos, por intercessão dela, a graça de te servir
fielmente e difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do teu nome. Por Nosso Senhor, Jesus
Cristo. Amém.
Bênção final e canto
11.2 TRÍDUO À RAINHA DOS APÓSTOLOS – 3º DIA
Comentarista: Neste terceiro dia do tríduo em preparação para Festa da Rainha dos Apóstolos,
Padroeira da União do Apostolado Católico, veremos que Pallotti procurou sempre adorar a
Jesus no Santíssimo Sacramento e adorou o Deus Uno e Trino. Como cristão, adorou e
contemplou Deus fundado na rocha de Cristo. Ele sempre colocava sua alma no lado aberto de
Jesus Cristo e no seio de sua mais que enamoradíssima Imaculada, Humilíssima Mãe Maria, e
colocava os sentidos do seu corpo nas chagas do mais que enamoradíssimo Esposo de sua alma,
Jesus (cf. OOCC X, 526). “Imaginarei estar eu no Seio de Deus, nas chagas de Jesus, onde
recebo abundância grandíssima de graças para a santificação, e imaginarei estar ainda no seio
de Maria Santíssima, minha mais que enamoradíssima Mãe, que tais graças, estou certo, me
impetrará”.
Que o exemplo do Cenáculo, deixado pelo nosso Fundador, seja para nós o motivo de estarmos
reunidos aqui, hoje, para melhor servirmos o Senhor. Coloquemos a vida da nossa comunidade
e as nossas atividades apostólicas no coração de Jesus e de Maria, para que, iluminados por
eles, sejamos fieis anunciadores do Reino.
Canto: Brilhou no céu da Igreja...
Sinal da cruz
D: Vem Espírito Santo.
T: Enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor.
D: Envia o teu Espírito e tudo será recriado.
T: E renovarás a face da terra.
D: - Para vivermos o espírito do Cenáculo, proposto por nosso santo fundador Vicente Pallotti,
é preciso entender o que ele representou, no passado, e como podemos experimentá-lo no
presente. Cenáculo significa a sala da ceia, da refeição. (Lc 22, 8-13).
T: - O Cenáculo, além de ser o lugar da Ceia, foi também o local em que a Igreja teve o seu
início, pela ação do Espírito Santo.
L: - O cenáculo pode ser visto também como o lugar do testemunho de quem conviveu com
Jesus. Ali a Igreja nasceu pela força do Espírito que os enviou em missão. Ali adquiriram uma
fé mais lúcida e madura, fortemente marcada pelos ensinamentos do Filho de Deus. O clima
era de oração e de busca de conhecimento da verdade revelada, pois neles ainda pairavam
muitas dúvidas.
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T: - A lição deixada pelo Cenáculo é que todos recebem o mesmo Espírito e cada um, conforme
as suas habilidades, desenvolverá a sua missão. O trabalho missionário não se encerra quando
as pessoas abraçam a fé.
L: - Pallotti se entusiasmou com a experiência do Cenáculo, porque percebeu que ainda hoje o
Espírito continua a se manifestar nas comunidades, enquanto permanece unida em torno de um
objetivo comum.
T: - O ambiente do Cenáculo proporcionou, aos participantes, a unidade e o encorajamento
mútuo. Lá não era somente um lugar de oração, mas um lugar onde se partilhavam as
experiências. Todos ouviam e meditavam a Palavra, para descobrir os apelos de Deus feitos à
humanidade. Lá, eles puderam interpretar as Escrituras.
L: - No Cenáculo, criou-se uma nova espiritualidade, a espiritualidade do amor, amor que
transbordou em Pentecostes e que os encorajou para assumirem a missão até as últimas
consequências.
T: - O Cenáculo dá mostras de que quem estava ali tinha uma missão a cumprir, e aguardava
ansioso por um conhecimento mais profundo das realidades divinas. Tinha consciência da
missão recebida, mas não sabia como concretizá-la, nem força para realizá-la.
L: - No Cenáculo, temos representantes de todos os segmentos da Igreja. Estavam presentes os
apóstolos, Maria, a mãe do Senhor, algumas mulheres que acompanhavam e serviam Jesus e os
discípulos (Lc 8, 1b-3).
D: - Com São Vicente Pallotti não foi diferente. Ele sempre viu a figura do Cenáculo como
lugar de encontro com Deus à espera de uma missão.
L: - A cena do Cenáculo foi tão marcante na vida dele, que pediu para que fosse pintado um
quadro de Maria, juntamente com os apóstolos e algumas mulheres, pois, para ele Maria era a
Rainha dos Apóstolos.
T: - O Cenáculo se tornou um lugar de rever a história, a caminhada feita com o salvador, os
acontecimentos presenciados pelos apóstolos. Ali eles aprenderam a ler, a interpretar as
Escrituras e a conhecer-se melhor. Puderam compreender melhor a missão que o Senhor lhes
confiara.
L: - O evangelho não fala muita coisa da Mãe de Jesus. Uma das poucas coisas que diz, além
do maravilhoso anúncio feito pelo anjo Gabriel de que seria a Mãe do salvador, é que ela
guardava todos os acontecimentos em seu coração. Maria transformava tudo em oração.
Portanto, a sua presença no Cenáculo deve ter sido de incessante intercessão, para que o
Paráclito prometido viesse iluminar a todos, o mais rápido possível. Ela recordava de tudo com
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muito carinho e fé, pois nela jamais houve qualquer dúvida a respeito da manifestação de Deus
em favor de seu povo, porque o poderoso fez nela maravilhas (Lc 1,49).
T: - A comunidade dos discípulos que participou da escola do Mestre de Nazaré, no Cenáculo,
teve a assistência de uma grande pedagoga, Maria. Ela foi quem, por primeiro, experimentou a
força do altíssimo. Por isso, nela não havia espaço para dúvidas angustiantes, mas a certeza da
concretização do Reino, ainda que não fosse de maneira muito clara.
L: - A experiência que os discípulos fizeram no Cenáculo levou-os a ter uma nova postura
diante das pessoas. Homens e mulheres anunciavam destemidamente aquilo que viram e
ouviram de Jesus (1Jo 1,3; Jo 3, 11). O testemunho que davam da ressurreição de Cristo
contagiava a todos, e até mesmo os pagãos abraçavam a fé (At 10,44-48; 11,19-21). Cada um
que recebia o batismo se sentia impelido a levar adiante o anúncio feito pelos apóstolos.
Colocavam também à disposição os dons recebidos de Deus. Todos os batizados se sentiam
missionários (1Cor 12,27-31).
T: - Olhando para o Cenáculo, Pallotti descobriu que, somente unido pela oração, a comunidade
pode prosperar. Percebeu ainda que os apóstolos, sem a confirmação do Espírito, permaneciam
amedrontados e não conseguiam olhar para um novo horizonte. Mas a espera confiante do
Paráclito prometido, com a presença de Maria, tomou uma nova dimensão. Saíram de lá
restaurados e com uma coragem jamais vista antes. Muitos se perguntavam de onde vinha tanta
sabedoria. Percebeu-se, ainda, que a presença da Mãe foi indispensável para manter unida a
comunidade. Por isso quis que a Mãe de Deus protegesse a União do Apostolado Católico.
L: - Maria é a cheia de graça, a filha predileta do eterno Pai, a Mãe que Deus Filho escolheu
entre todas as mulheres para tornar-se homem, a Esposa única na qual o Espírito Santo infundiu
a mais pura virgindade e exuberante maternidade. Nenhuma criatura, pela sua pessoal
excelência, pode ser amada e honrada como foi amada e honrada Maria, porque ela foi
infinitamente amada e honrada por Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Deus criou o homem à sua
imagem e Maria, Mãe de Jesus, fez Deus à sua imagem. Não existe uma criatura comparável à
Maria, porque sua beleza é irrepetível. Por esta admirável excelência, Maria merece admiração,
louvor, amor, mais do que todas as coisas criadas. Maria é também a corredentora.
Em silêncio, adoremos o Senhor em espírito e verdade
L: - Deste-lhe pão do céu.
T: - Que, em si, contém toda doçura.
D: - Ó Deus, sob as espécies deste admirável sacramento, deixaste-nos o memorial da tua
paixão. Concede-nos venerar os santos mistérios do teu Corpo e Sangue, a fim de que possamos
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colher sempre em nós os frutos da tua redenção. Tu que vives e reinas nos séculos dos séculos.
Amém.
Leitura bíblica e momento de reflexão (Lc 22, 8-13).
L: - Maria não ocupou nenhum cargo e, no entanto, superou, em méritos, todos os Papas, Bispos
e sacerdotes. Maria cooperou na propagação da santa Fé mais que os apóstolos. Ela sustentou,
com sua oração, o ânimo dos apóstolos e fez com que superassem as suas fadigas. Assim
escreve Pallotti: “A santa Igreja, não por um simples título de honra, mas por motivo de
plenitude de méritos, saúda Maria com o augusto título de Rainha dos Apóstolos e, com isto,
todos, sacerdotes e leigos, todos, de ambos os sexos, de todo estado, posição e condição social,
se animarão a imitar a nossa Imaculada Mãe Maria Santíssima, em todos os empreendimentos
da maior glória de Deus e em todas as obras de misericórdia corporal e espiritual para o bem
dos próximos”.
D: - Consagração a Jesus por Maria, de S. Vicente Pallotti.
T: - Imaculada Mãe de Deus Rainha do céu, Mãe de Misericórdia, advogada e refúgio dos
pecadores, iluminado e confortado pelas graças que a tua materna benevolência me
conseguiu do tesouro divino, quero entregar, agora e sempre, o meu coração em tuas mãos,
para que o consagres a Jesus. Sim, ó Maria, perante os anjos e santos eu te entrego e tu, em
meu nome, o consagras a Jesus. Pela confiança filial que deposito em ti, sei com certeza, que
haverás de fazer, agora e sempre, quanto puderes para que o meu coração seja todo de
Jesus, à imitação dos santos, em especial de são José, teu castíssimo esposo. Amém!
D: - Façamos também a nossa consagração ao Espírito Santo.
CONSAGRAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO
T: - Espírito Santo, Espírito divino de luz e de amor, a ti consagro a inteligência, o coração,
a vontade e toda a minha pessoa, no tempo e na eternidade. A minha Inteligência siga sempre
as celestes inspirações e a doutrina da Igreja católica, da qual és guia infalível; a minha
vontade concorde sempre com a vontade divina e toda a minha vida seja uma fiel imitação da
vida e das virtudes do Senhor e Salvador nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual juntamente com
o Pai Eterno e contigo seja a honra e glória por toda eternidade. Amém.
Oração final
Oremos: Ó Deus, que enviaste o Espírito Santo aos teus Apóstolos, enquanto rezavam em
companhia de Maria, Mãe de Jesus, concede-nos, por intercessão dela, a graça de te servir
fielmente e difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do teu nome. Por Nosso Senhor,
Jesus Cristo. Amém.
Bênção final e canto
12. TRÍDUO EM HONRA A SÃO VICENTE PALLOTTI – 1° Dia
“Em qualquer lugar que me encontrar, entendo figurar-me e renovar-me aquele sentimento de
estar, eu e todas as criaturas, no Cenáculo de Jerusalém, onde os apóstolos receberam o
Espírito Santo. Como eles estavam juntos com Maria Santíssima, também eu gostaria de estar
com eles e todas as criaturas, recebendo as abundâncias e a plenitude do Espírito Santo”
(OOCC X, 86-87).
Canto: Oh luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós!
Dirigente: De pé, cantemos a ladainha de São Vicente Pallotti.
Oração do tríduo (no final)
Oração Final
2º DIA – COM PALLOTTI, SEGUIREMOS A CRISTO, MODELO DE
APOSTOLADO
obras de caridade. Fundou União do Apostolado Católico, para que todos os batizados
pudessem chegar mais facilmente perto de Cristo, pelo testemunho de vida e trabalho
apostólico.
Em seu tempo, Pallotti fez um grande apelo ao povo de Roma: “Todos, grandes e pequenos,
doutores e iletrados, ricos e pobres, sacerdotes e leigos, seculares e religiosos, viventes em
comunidade ou em solidão, podem, em sua posição, isto é, no estado em que Deus os colocou
exercer, de alguma forma, sempre com mérito, o apostolado de Jesus Cristo” (OOCC III, 143).
Esse apelo continua a impulsionar-nos a aderir ao projeto do Apostolado Universal.
Canto: O que nos move é o amor. O que nos move é o amor. Disse Vicente, se você é batizado,
tem uma missão. O que nos move é amor. O que nos move é o amor. Trabalhe duro para o
Reino de Deus.
D.: De pé, cantemos a ladainha de São Vicente Pallotti.
Oração do tríduo (no final)
Oração final
D.: A fonte de misericórdia é o coração que ama, porque amar é sua vida e sua alegria. Para
nós, a fonte de misericórdia é o Amor Infinito de Deus. Não é um amor cego, mas o Amor da
Sabedoria Infinita. Qualquer que seja a maneira do Amor Infinito e quaisquer que sejam os
caminhos que guiam as simpatias da Sabedoria Infinita, estão muito além do nosso
conhecimento. É um abismo. A nossa mente não consegue atingi-Lo. Deus, porém, nos amou
muito, antes de existirmos. Portanto, jamais poderemos amar a Deus tanto quanto nos amou.
Pallotti escrevia: “Deus é o louco de amor”. Uma coisa é certa, a misericórdia tem como fonte
o Amor Infinito e como guia a Sabedoria Infinita. Os porquês fazem parte da bagagem das
surpresas que estão reservadas para nós, no Paraíso.
Vicente Pallotti é fascinado pela infinitude de Deus, porque não é fechada em si mesma. É
como que um oceano, um céu sem fim. Ele percebe Deus como sendo o Amor Infinito, que
distribui, da mesma forma, riquezas infinitas.
Canto inicial: Brilhou no Céu da Igreja.
Sinal da cruz: Por mim nada posso, com Deus posso tudo. Por amor a Deus Pai, quero fazer
tudo. A Ele a glória, a mim o desprezo.
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Oferecimento
Pe.: São Vicente Pallotti
Todos: É grande o nosso amor e devoção para convosco. Nós confiamos na vossa proteção,
pois sempre nos auxiliastes em nossas necessidades e aflições. Por isso, rezamos e esperamos
firmemente de Deus, pela vossa intercessão, a graça que vos pedimos neste tríduo.
(Pedidos particulares). Ave Maria
Reflexão
O amor de Deus é necessariamente misericordioso. Não existe ninguém que possa amar a Deus,
quanto Ele merece ser amado. Deus ama sempre a perder. Perde sempre, quando nos ama,
porque não sabemos e não podemos amá-Lo como Ele nos ama. Ele nos amou, antes de sermos
pessoa, isto é, antes que existíssemos, Ele já nos tinha em seu coração. E todo esse tempo
indeterminado que Ele nos amou, enquanto não existíamos ainda, não poderemos recuperá-lo
jamais.
“Oh meu Senhor, mesmo que te amasse, com todas as minhas forças, e te amasse mesmo quanto
Tu merecesses ser amado, Tu perdes sempre, porque, quando eu começo a amar-te, já fazia
uma eternidade que Tu me amavas, oh meu Senhor! As invenções e as indústrias do teu amor
são inefáveis, um paraíso! O teu amor vence o meu assim como os caminhos do céu são maiores
do que os caminhos da terra”. (Poema da Misericórdia,19)
“Oh amor Infinito! Fazei-me ver como fui ingrato pelo abuso de vossos dons. Fazei-me
conhecer que fui insensato em não tirar proveito da intercessão dos santos e da intercessão de
Maria, minha mãe querida. Confio, porém, que por vossa infinita misericórdia, agora e
sempre, me ajudareis, concedendo-me a graça de imitar os santos, antes de tudo, a minha mãe
Maria e Jesus”. (L’Amore Infinito, 90)
Canto: Onde reina o amor, fraterno amor. Onde reina o amor, Deus aí está.
D.: De pé, cantemos a ladainha de São Vicente Pallotti.
Oração do tríduo:
Oração final:
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Ladainha
São Vicente, rogai por nós!
Intercedei a Deus por nós!
Pe.: Oração: Ó Deus, que suscitastes o Santo Sacerdote Vicente Pallotti, para defender a fé e
reavivar a caridade, concedei-nos pela imitação de seus exemplos, ter no coração a certeza da
verdade e o amor fraterno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
Oração
Pe.: Eu desejaria ser pão, para saciar os famintos.
T.: Eu desejaria ser vestimenta, para vestir os nus.
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Comentário inicial: Irmãos e Irmãs, hoje damos início ao Tríduo em memória a São Vicente
Pallotti. Porque fazer memória de um Santo que viveu há tanto tempo? São Vicente Pallotti
tinha buscas e preocupações com a sua comunidade e com toda a Igreja. Inspirado por Deus,
sua proposta continua atual ainda hoje. Com o Tríduo somos levados a conhecer melhor estas
buscas e inquietações e o quanto desejava que todos conhecessem a Jesus Cristo e a Boa Notícia
do Pai. Recordando a sua vida, seu carisma e seu apostolado, trazemos para as nossas
comunidades sua herança espiritual.
Vamos receber a equipe de celebração cantando...
Cel.: Acolhida e saudação
Oferecimento:
L: São Vicente Pallotti:
T: Grande é a nossa confiança em vós / sempre nos auxiliastes com a vossa proteção. / Na terra
ensináveis continuamente os atribulados / a rezarem e a confiarem em Deus./ Por isso, rezamos/
e esperamos firmemente de Deus, / pela vossa intercessão, / a ajuda em nossas necessidades./
Alcançai de Deus se for de sua vontade, / saúde aos nossos enfermos, / prosperidade em nossos
negócios e planos/ felicidade e paz em nossos lares. / Fazei que sejamos justos com o nosso
próximo, / atentos aos necessitados, / vivendo em comunhão e participação. / Temos certeza de
que não nos deixareis desamparados. / Amém.
Ato Penitencial:
Cel.: Confiados na misericórdia infinita de Deus, busquemos nas palavras e no exemplo de São
Vicente Pallotti a nossa própria reconciliação:
Senhor Jesus Cristo, Apóstolo do Eterno Pai, tu nos chamastes para realizar a missão de levar
a salvação a todas as criaturas, mas nós muitas vezes ficamos fechados no nosso pequeno
mundo, tende piedade de nos.
Senhor tende Piedade de nós!
Senhor Jesus Cristo, São Vicente Pallotti ensinou-nos a dedicar tudo a todos para poder suscitar
a fé nos nossos irmãos. Enquanto a nós falta a coragem de oferecer aos outros a plenitude do
nosso amor, tende piedade de nós.
Senhor tende Piedade de nós!
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Senhor Jesus Cristo, quase dois terços da humanidade está ainda a espera da tua salvação; nós
nem sempre soubemos interceder pelos novos mensageiros do teu Evangelho, tende piedade de
nós.
Senhor tende Piedade de nós!
Conclusão: celebrante.
Vicente Pallotti nasceu em Roma, em 21 de abril de 1795. Desde cedo, distingue-se por um
extraordinário amor a Deus e ao próximo. Nasceu num ambiente simples. Foi o terceiro de dez
filhos, sendo batizado no dia seguinte ao seu nascimento. Seus pais frequentavam regularmente
a Igreja e faziam obras de caridade.
Ainda jovenzinho sentiu-se atraído por Deus a uma vida de perfeição e de apostolado. Ingressou
no seminário e foi ordenado sacerdote, no dia 15 de maio de 1818, na Basílica de São João de
Latrão, ele foi ordenado sacerdote e procurou fazer “tudo para todos”. Sempre e em toda a
parte, procurava ser verdadeiro apóstolo. Chamado frequentemente como orientador espiritual,
confessor, pregador de retiros, missionário popular, capelão em hospitais, prisões e quartéis,
orientador de orfanatos e empreendimentos apostólicos de todo tipo, consumiu a sua vida a
serviço de Deus. Muitas vezes jejuava, dormia pouco e quando o fazia, era no chão, tendo como
travesseiro uma pedra ou um pedaço de madeira, impunha-se duras penitências.
No ano de 1835, São Vicente Pallotti sentiu-se inspirado por Deus a fundar a União do
Apostolado Católico (UAC), para reascender a fé e reavivar a caridade em todo o mundo. E
neste apostolado, São Vicente Pallotti envolveu leigos, religiosas, religiosos e clérigos, isto é,
todos os batizados de boa vontade, motivando-os para a vida apostólica da Igreja.
Ele morreu no dia 22 de janeiro de 1850, em Roma, na paróquia de “San Salvatore in Onda”.
No 22 de janeiro de 1950, Pio XII proclamou-o bem-aventurado. No dia 20 de janeiro de 1963,
foi canonizado pelo Papa João XXIII, e assim proclamou: “São Vicente Pallotti é uma das mais
eminentes figuras de atividade apostólica no século XIX... Não se satisfez com o ministério
ordinário. Idealizou novos meios para fazer conhecer e amar Deus”.
Evangelho: (Lc 10,1-12)
Preces ou Ladainha
Cel.: Tocados pelo espírito e pelas ideias de São Vicente Pallotti, dirigimo-nos a ele e pedimos:
“São Vicente Pallotti, sede nosso intercessor junto a Deus”.
T.: São Vicente Pallotti, sede nosso intercessor junto a Deus!
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concedestes aos Santos Apóstolos. / Confiados na vossa proteção, / queremos utilizar tudo o
que Deus nos conceder: / talentos e ciência; / saúde e enfermidade; / tribulações e qualquer
outro Dom natural ou sobrenatural, / empregando-os para a maior glória de Deus / e para a
santificação do próximo. / Especialmente procuraremos promover obras espirituais e materiais,
/ aptas a reavivar a fé / e a reacender a caridade em todo o mundo. / Quando não tivemos outra
coisa para oferecer por esse fim, / não cessaremos de rezar / para que haja um só rebanho e um
só pastor. / Tendo participado do apostolado de Cristo aqui na terra, / esperamos ser coerdeiros
dele no céu. / Amém.
Bênção final:
Cel.: O Deus, que é nosso Pai e nos reuniu hoje para celebrar o tríduo de São Vicente Pallotti,
vos abençoe, vos proteja de todo o mal e vos confirme na paz.
T.: Amém!
O Cristo Senhor, que manifestou em São Vicente Pallotti a força renovadora da Páscoa, vos
torne testemunhas do seu Evangelho.
T.: Amém!
O Espírito Santo que em São Vicente Pallotti nos ofereceu um sinal de solidariedade fraterna,
vos torne capazes de criar, na Igreja, uma verdadeira comunhão de fé e de amor.
T.: Amém!
Por intercessão de São Vicente Pallotti abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito
Santo.
T.: Amém!
2° Dia – O CARISMA DE SÃO VICENTE PALLOTTI
Comentário inicial:
Irmãos e Irmãs, sejam todos bem-vindos a este segundo dia de nosso tríduo em memória a São
Vicente Pallotti. Ontem tomamos conhecimento da sua vida e recebemos a bênção de Deus por
sua intercessão. Hoje, vamos conhecer o carisma de São Vicente Pallotti. Foi no dia 9 de janeiro
de 1835, após a missa, que São Vicente Pallotti, no meio de “dolorosas tribulações, teve a
certeza de que a sua obra viera de Deus (OOCC III, 23ss)”, por isso queremos rezar, conhecer
e celebrar este santo.
Vamos receber a equipe de celebração cantando...
Cel.: Acolhida e saudação...
Oferecimento:
L: São Vicente Pallotti:
T: Grande é a nossa confiança em vós / sempre nos auxiliastes com a vossa proteção. / Na terra
ensináveis continuamente os atribulados / a rezarem e a confiarem em Deus./ Por isso, rezamos/
e esperamos firmemente de Deus, / pela vossa intercessão, / a ajuda em nossas necessidades./
Alcançai de Deus se for de sua vontade, / saúde aos nossos enfermos, / prosperidade em nossos
negócios e planos/ felicidade e paz em nossos lares. / Fazei que sejamos justos com o nosso
próximo, / atentos aos necessitados, / vivendo em comunhão e participação. / Temos certeza de
que não nos deixareis desamparados. / Amém.
Ato Penitencial:
Cel.: Confiantes em Deus que é amor, misericórdia e perdão, examinemos nossa vida, e
reconciliemo-nos com Deus e com os irmãos, para participar dignamente deste Tríduo.
Senhor que nos mandastes: “amai-vos uns aos outros”; por não vivermos o mandamento do
amor aos irmãos que gera vida, tende piedade de nós.
Senhor, tende Piedade de nós!
“A fé remove montanhas”. Cristo, por nossa pouca fé em vossas promessas, tende piedade de
nós.
Cristo, tende Piedade de nós!
Senhor que rezastes ao Pai “para que todos sejam um”, por não vivermos a unidade com nossos
irmãos na família, na comunidade, na sociedade, tende piedade de nós.
Senhor, tende Piedade de nós!
Conclusão do celebrante.
72
Carisma é um dom especial concedido por Deus aos seus filhos para descobrirem e viverem
uma dimensão da vida de Cristo. São Vicente Pallotti experimentou de modo extraordinário
esse dom especial de Deus. Isso aconteceu no dia 09 de janeiro de 1835, quando após a missa
sentiu-se inspirado a promover o apostolado universal, para propagar a fé entre os pagãos a
aumentar a fé e reavivar a caridade entre os católicos. Para ajudar a todos em suas necessidades
humanas e espirituais. Pallotti deseja que todos vivam esse carisma por serem criados a imagem
e semelhança de Deus e por tanto filhos queridos do Pai.
Como você está experimentando em sua vida o dom de Deus?
Subsídio:
Todos os fundadores partiram de uma viva e forte percepção das necessidades da humanidade
e da Igreja. Pallotti percebeu e sentiu de um modo todo especial as grandes necessidades do
mundo e da Igreja. Fez isso iluminado pela fé e pelo conhecimento que ele teve do mundo e da
Igreja. Pallotti constatava que a grande maioria da humanidade desconhecia ainda Jesus Cristo
e não acreditava no Cristo e por isso era “infiéis”. Estes, segundo Pallotti, são os mais
necessitados e, portanto, os mais necessitados de ajuda.
Pallotti viu e sentiu as grandes necessidades da Igreja do seu tempo, profundamente ferida pela
Revolução Francesa que quis substituir Deus pelo homem e criar uma sociedade humana sem
Deus e sem Jesus Cristo. Desencadeou uma luta contra a Igreja em todos os campos e perseguiu
e matou também muitos cristãos. Procurou desmoralizar a Igreja e tudo que se relacionava com
Deus.
Como consequência, houve uma grande diminuição das forças missionárias na Igreja e faltaram
os operários necessários para evangelizar o mundo e também para conservar a fé cristã, onde
ela se encontrava. Via também um grande número de fiéis separados do verdadeiro rebanho de
Cristo. Se a vista dos pobres e doentes o entristecia e o comovia, muito mais ainda sofria e
comovia-se ao ver a maior parte da humanidade privada da luz e da presença salvadora de Jesus
Cristo.
Pallotti percebeu que o mundo precisava ser evangelizado para poder ser salvo por Jesus Cristo
e ter a vida eterna. Como não há evangelização sem evangelizadores, e estes eram muito
escassos, era preciso multiplicá-los e qualificá-los, isto é, formá-los, habilitá-los e enchê-los do
espírito de Cristo.
73
Mas Pallotti não percebeu apenas o negativo, mas também foi capaz de perceber e sentir o
positivo. Percebeu uma grande necessidade de fé em toda parte e inclusive nos povos, que não
eram cristãos, nos quais viu boas disposições para abraçar a religião católica.
Com muito pesar Vicente Pallotti notava e sentia o esmorecimento da fé e o esfriamento da
caridade cristã. Lamentava que muitos cristãos já não eram animados pelo espírito que animava
os primeiros cristãos. O jovem padre Vicente Pallotti queria, portanto, reavivar em todos os
fiéis o “espírito fervoroso dos primitivos cristãos”. Por isso, a expressão reavivar a fé e
reacender a caridade tornou-se um refrão em suas palavras e escritos.
Quais foram os sentimentos e as reações de São Vicente Pallotti diante das enormes
necessidades do mundo e da Igreja? Nele aparecem os mesmos sentimentos de Cristo, Apóstolo
do Pai eterno. O Espírito Santo fez com que ele penetrasse profundamente no coração do Cristo
e fizesse seus os sentimentos do próprio Cristo, Apóstolo e bom Pastor. A exemplo de Cristo,
que era tomado de compaixão à vista dos homens enfraquecidos e abatidos, como ovelhas sem
pastor e sujeitos a muitíssimas fraquezas (cf. Mt 9,35s), São Vicente Pallotti era incapaz de
olhar com indiferença para tantos irmãos ameaçados de perder-se para sempre, mas era
impelido pela caridade de Cristo a rezar e a socorrer com as obras o mundo necessitado de
salvação. Desejava ardentemente que todo o mundo fosse reconduzido a um só rebanho e a um
só pastor. A exemplo de Cristo que ordenou pedir ao Pai a multiplicação dos operários
evangélicos, Pallotti desencadeou um movimento de oração na Igreja em favor da multiplicação
dos operários evangélicos e da sua formação e sustento.
Guiado pelo Espírito Santo, Pallotti compreendeu os sentimentos de Cristo e penetrou no
sentido mais profundo da palavra de Deus e entendeu que toda a Igreja e todos os seus membros
estão chamados a se empenharem na continuação do apostolado de Jesus Cristo ou na
prolongação da sua missão no mundo. Ele compreendeu que Deus quer que o homem coopere
ativamente na salvação eterna do seu próximo, não apenas os ministros ordenados, mas também
todos os cristãos estão chamados a cooperar, eficazmente, na propagação da fé no mundo inteiro
e por isso a ajudar o próximo a conseguir a sua felicidade eterna.
Para Pallotti, portanto, todos os homens, pelo fato de serem imagem e semelhança de Deus,
devem empenhar-se em ajudar o próximo. Segundo ele, a obrigação de contribuir para a
salvação eterna do próximo é, também, no mandamento de amar o próximo como a nós
mesmos.
Na sua mente e coração foi amadurecendo a ideia de despertar em todos os cristãos o espírito
apostólico ou missionário de Jesus Cristo e de motivar toda a comunidade cristã a engajar-se
na propagação da fé no mundo inteiro, pois a propagação da fé ou a evangelização de todos os
74
povos ou a reunião de todos os homens no mesmo rebanho de Cristo é a obra mais própria da
comunidade cristã, a mais necessária para a humanidade, a mais agradável a Deus e a mais
meritória para todos os fiéis.
Guiado e também estimulado pelos pedidos de ajuda material e espiritual, que continuamente
chegavam a ele e aos seus companheiros, e também pela resposta generosa de tantos cristãos
em favor dos irmãos necessitados, junto com seus companheiros São Vicente Pallotti quis
fundar uma associação de fiéis que, unidos entre si pela caridade de Cristo e movidos por esta
mesma caridade, procurassem multiplicar todos os meios espirituais e materiais necessários e
oportunos para reavivar a fé e reacender a caridade entre os católicos e para propagá-la no
mundo inteiro, a fim de que quanto antes houvesse um só rebanho e um só pastor.
Mas qual é o carisma de São Vicente Pallotti? Podemos dizer que é o resgate e a promoção do
apostolado católico na Igreja, isto é, do apostolado que corresponde a todos e a cada um dos
fiéis. Ele foi o grande batalhador do apostolado universal, o apostolado de todos e de cada um.
Ele fundou uma comunidade eclesial apostólica a serviço do apostolado universal.” (Síntese do
texto de Pe. João Quaini, SAC)
PRECES:
Dai-nos força para sermos uma comunidade autêntica a serviço da Igreja e do mundo, rezemos
ao Senhor.
Ó Senhor, escuta a nossa prece!
Fazei que sejamos zelosos na conscientização dos batizados de sua vocação apostólica e os
ajudemos a vivê-la, rezemos ao Senhor.
Ó Senhor, escuta a nossa prece!
Senhor Jesus Cristo, que inspiraste a São Vicente Pallotti o dom da unidade, dai-nos também a
sabedoria de caminhar juntos nos serviços da comunidade, rezemos ao Senhor.
Ó Senhor, escuta a nossa prece!
(Outras preces da comunidade)
Conclusão do celebrante.
Ação de graças:
Oração de São Vicente Pallotti à Rainha dos Apóstolos.
D.:: Imaculada Mãe de Deus, Rainha dos Apóstolos:
T.: Reconhecemos que o preceito divino / de amar ao próximo como a nós mesmos, / obriga-
nos a procurar, por todos modos possíveis, / a nossa salvação e a de nossos irmãos. /
Reconhecemos, porém, / a nossa indignidade, por causa de nossos pecados. / Pedimos, pois,
75
nos alcanceis essa graça, / pela infinita misericórdia de Deus / e pelos merecimentos infinitos
de Jesus Cristo. / Unidos a Vós, / a toda a corte celeste / e a todos os justos que vivem e viverão
na Igreja de Deus. / Unidos ao Vosso puríssimo Coração / e ao Coração santíssimo de Jesus, /
fazemos intenção de oferecer a cada momento, / agora e sempre, / os merecimentos infinitos de
Jesus em agradecimento, / como, se a nós e a todos houvésseis alcançado essa graça, / como a
concedestes aos Santos Apóstolos. / Confiados na vossa proteção, / queremos utilizar tudo o
que Deus nos conceder: / talentos e ciência; / saúde e enfermidade; / tribulações e qualquer
outro Dom natural ou sobrenatural, / empregando-os para a maior glória de Deus / e para a
santificação do próximo. / Especialmente procuraremos promover obras espirituais e materiais,
/ aptas a reavivar a fé / e a reacender a caridade em todo o mundo. / Quando não tivemos outra
coisa para oferecer por esse fim, / não cessaremos de rezar / para que haja um só rebanho e um
só pastor. / Tendo participado do apostolado de Cristo aqui na terra, / esperamos ser coerdeiros
dele no céu. / Amém.
Bênção final
O Deus, que é nosso Pai e nos reuniu hoje para celebrar o tríduo de São Vicente Pallotti, vos
abençoe, vos proteja de todo o mal e vos confirme na sua paz.
T. Amém!
O Cristo Senhor, que manifestou em São Vicente Pallotti a força renovadora da Páscoa, vos
torne testemunhas do seu Evangelho.
T.: Amém!
O Espírito Santo que em São Vicente Pallotti nos ofereceu um sinal de solidariedade fraterna,
vos torne capazes de criar na Igreja uma verdadeira comunhão de fé e de amor.
T.: Amém!
Por intercessão de São Vicente Pallotti abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito.
T.: Amém!
76
Comentário inicial:
Queridos irmãos e irmãs, neste terceiro dia do Tríduo em memória a São Vicente Pallotti, somos
chamados a refletir sobre o Apostolado a que Deus nos chama. Esse Apostolado ressoa,
fortemente, na voz de São Vicente Pallotti e chega até nós, ainda hoje, como um convite
amoroso de Deus.
De pé, recebamos a equipe de celebração cantado...
Celebrante: Acolhida e saudação
Oferecimento:
L: São Vicente Pallotti:
T: Grande é a nossa confiança em vós / sempre nos auxiliastes com a vossa proteção. / Na terra
ensináveis continuamente os atribulados / a rezarem e a confiarem em Deus./ Por isso, rezamos/
e esperamos firmemente de Deus, / pela vossa intercessão, / a ajuda em nossas necessidades./
Alcançai de Deus se for de sua vontade, / saúde aos nossos enfermos, / prosperidade em nossos
negócios e planos/ felicidade e paz em nossos lares. / Fazei que sejamos justos com o nosso
próximo, / atentos aos necessitados, / vivendo em comunhão e participação. / Temos certeza de
que não nos deixareis desamparados. / Amém.
Ato Penitencial:
Cel.: Somos Chamados por Deus para o testemunho de uma vida cristã, a serviço da caridade
aos irmãos e irmãs, especialmente aos mais necessitados. Muitas vezes, por causa de nossas
fraquezas, não conseguimos responder de modo agradável a Deus. Busquemos agora a
reconciliação com Deus e com nossos irmãos e irmãs. A todos os seus filhos e filhas Deus
confere dons. Muitas vezes, porém, não procuramos conhecer ou colocar a serviço da Igreja
este presente maravilhoso de Deus. Senhor tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós!
A Caridade de Cristo move o Apostolado. Mas nem sempre é ela que motiva o nosso agir
pastoral. Perdão Senhor, pelas vezes que negamos o nosso apoio e pelas vezes que
concentramos cargos e funções, não dando oportunidade para o surgimento de novas lideranças.
Cristo, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós!
Diante da realidade de “não vida” que exclui e oprime, diminuindo cada vez mais os direitos à
saúde, educação, moradia e trabalho. Queremos pedir perdão a Deus pelas atitudes de omissão,
77
indiferença, egoísmo, conformismo e conivência com toda essa realidade de morte. Senhor
tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós!
Conclusão pelo celebrante.
Neste terceiro dia do Tríduo em memória a São Vicente Pallotti, refletiremos sobre o seu
apostolado. O ponto de partida do apostolado de São Vicente Pallotti foi a sua experiência
amorosa com Cristo o “Apóstolo do Pai”. Desta sua experiência decorria todo o seu dinamismo
apostólico que deverá ter continuidade em nós como sua herança espiritual. Ouçamos o Apelo
que São Vicente Pallotti lançou ao povo de Roma em 1835, e que deve ecoar ainda hoje em
nós.
Apelo ao Povo
Todos,
grandes e pequenos,
formados, estudantes,
operários, ricos e pobres,
padres, leigos religiosos e seculares,
comerciantes e empresários,
funcionários, artistas e artesãos,
comunidades e indivíduos,
cada um no próprio estado, na própria condição,
de acordo com os próprios dons,
podem dedicar-se às obras do APOSTOLADO CATÓLICO
para reavivar a fé e reacender a caridade
e propagá-las em todo o mundo.
L.: Dai-nos a força de sermos uma comunidade convincente a serviço da Igreja e do mundo.
T.: Senhor, escutai a nossa prece!
L.: Vosso Espírito nos ensine a valorizar a nossa herança e a não temer as necessárias mudanças.
T.: Senhor, escutai a nossa prece!
L.: Fazei que nossa vida seja aos olhos de todos os homens, um testemunho da força libertadora
do vosso Evangelho.
T.: Senhor, escutai a nossa prece!
L.: Fazei que sejamos zelosos em conscientizar os batizados da sua vocação apostólica e os
ajudemos a vivê-la.
T.: Senhor, escutai a nossa prece!
L.: Fazei que levemos o maior número possível de pessoas a se respeitarem e a se ajudarem
mutuamente nas tarefas de cada dia.
T.: Senhor, escutai a nossa prece!
L.: Fazei que tenhamos paz entre nós e sejamos um sinal de esperança para a paz no mundo.
T.: Senhor, escutai a nossa prece!
Cel.: Deus todo poderoso, vós quereis que todos os homens se salvem. Concedei-nos que,
imitando o zelo de São Vicente Pallotti, procuremos sempre e em toda a parte a vossa glória,
Vós que, nos chamastes a participar na vossa obra salvífica. A voz louvor e glória para sempre.
T.: Amém!
Ação de graças:
Oração de São Vicente Pallotti a Rainha dos Apóstolos.
D.: Imaculada Mãe de Deus, Rainha dos Apóstolos:
T.: Reconhecemos que o preceito divino / de amar ao próximo como a nós mesmos, / obriga-
nos a procurar, por todos modos possíveis, / a nossa salvação e a de nossos irmãos. /
Reconhecemos, porém, / a nossa indignidade, por causa de nossos pecados. / Pedimos, pois,
nos alcanceis essa graça, / pela infinita misericórdia de Deus / e pelos merecimentos infinitos
de Jesus Cristo. / Unidos a Vós, / a toda a corte celeste / e a todos os justos que vivem e viverão
na Igreja de Deus. / Unidos ao Vosso puríssimo Coração / e ao Coração santíssimo de Jesus, /
fazemos intenção de oferecer a cada momento, / agora e sempre, / os merecimentos infinitos de
Jesus em agradecimento, / como, se a nós e a todos houvésseis alcançado essa graça, / como a
concedestes aos Santos Apóstolos. / Confiados na vossa proteção, / queremos utilizar tudo o
que Deus nos conceder: / talentos e ciência; / saúde e enfermidade; / tribulações e qualquer
outro Dom natural ou sobrenatural, / empregando-os para a maior glória de Deus / e para a
santificação do próximo. / Especialmente procuraremos promover obras espirituais e materiais,
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/ aptas a reavivar a fé / e a reacender a caridade em todo o mundo. / Quando não tivemos outra
coisa para oferecer por esse fim, / não cessaremos de rezar / para que haja um só rebanho e um
só pastor. / Tendo participado do apostolado de Cristo aqui na terra, / esperamos ser coerdeiros
dele no céu. / Amém.
Bênção final: O Deus, que é nosso Pai e nos reuniu hoje para celebrar o tríduo de São Vicente
Pallotti, vos abençoe, vos proteja de todo o mal e vos confirme na sua paz.
T.: Amém!
O Cristo Senhor, que manifestou em São Vicente Pallotti a força renovadora da Páscoa, vos
torne testemunhas do seu Evangelho.
T.: Amém!
O Espírito Santo que em São Vicente Pallotti nos ofereceu um sinal de solidariedade fraterna,
vos torne capazes de criar na Igreja uma verdadeira comunhão de fé e de amor.
T.: Amém!
Por intercessão de São Vicente Pallotti abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito.
T.: Amém!
14. OITAVÁRIO DA EPIFANIA DE SÃO VICENTE PALLOTTI
São Vicente Pallotti nasceu em Roma a 21 de abril de 1795 na rua via del Pellegrino, perto do
edifício da Chancelaria.
Se tivesse dependido só de si mesmo, ter-se-ia tomado Capuchinho, mas era muito frágil de
saúde e foi-lhe aconselhado fazer-se padre secular.
Em 1816, para controlar sua fidelidade aos propósitos que fazia, começou a escrever as suas
meditações e aspirações. Assim podemos conhecer as suas primeiras aspirações. Dentre elas,
as mais expressivas eram as seguintes: “Ah, se me fora dado amar ao infinito, sofrer ao infinito
e ser infinitamente desprezado por Ti, Senhor!” Duas eram as fundamentais certezas entre as
quais se fazia a sua vida espiritual: “O nada e o pecado é toda a minha vida!” e: “Vicente, não
creias nunca que tu não possas fazer aquilo que fizeram os maiores santos; pensa, ao contrário,
que Deus tenha te dado já tal graça e, a todo instante, verifica o aumento dela em ti”. Tomou-
se padre a 16 de maio de 1818 e, apenas uma semana depois, escreveu a São Gaspar del Bufalo,
que já fora ordenado havia dez anos: “Guerra, guerra ao pecado! Ao fogo, ao fogo com todas
as figuras que possam ser de estímulo ao pecado!”
O trabalho com associações juvenis, a direção espiritual do Seminário Romano e da Academia
de Teologia, ocuparam os anos da sua juventude e, em 1832, a grande Mãe de Misericórdia
tomou-o como seu esposo e lhe trouxe como dote tudo que possuía e lhe ofereceu seu Menino
Jesus Cristo, para que o reconhecesse como seu. Desde então ele viveu com esta melodia na
alma: A Mãe de Deus é minha Esposa e Jesus Cristo é o meu Menino!
Três anos após, em 1835, pediu que, à custa de sofrimentos sem tamanho e sem medida, lhe
fosse concedida a graça de destruir todo pecado e de promover todo bem, em todo o mundo.
Foi quando Deus lhe sugeriu a instituição de um APOSTOLADO UNIVERSAL DE TODOS
OS CATÓLICOS, para reavivar a fé entre os Católicos e propagá-la em todo o mundo.
No ano seguinte, viu na Estrela dos Magos um convite a todos os homens a se tomarem
mensageiros do grande acontecimento: “Deus se fez um de nós, Deus nasceu em Belém e nos
espera a todos!”
A primeira celebração popular do sentido e significado da Epifania aconteceu na Igreja do
Espírito Santo dos Napolitanos, na Via Giulia. Como a festa da Epifania tinha oitava litúrgica,
isto é, durava oito dias, durante oito dias foi feita a solene celebração: foi o primeiro Oitavário
da Epifania. O primeiro anúncio – cartaz impresso – tinha a data de 13 de dezembro de 1835, e
levava o título de ‘Sagrado Oitavário para a Propagação da Fé’; ostentava o emblema do
81
Apostolado Católico e era assinado pelo Cardeal Vigário. Fato especial foi que, durante o
primeiro Oitavário, o prussiano Tiago Knarner resolveu renunciar ao protestantismo, para filiar-
se à Igreja Católica.
A primeira celebração foi realizada na igreja do Espírito Santo dos Napolitanos, da qual era
Reitor o padre Vicente. No ano seguinte, entretanto, foi preciso recorrer à grande igreja de San
Carlo ai Corso e, nela, pregou o Cardeal Vigário. Da mesma forma, no ano seguinte. Depois,
as celebrações se transferiram para a igreja de Sant’Andrea della Valle, mais ampla e mais
central.
A tabela das celebrações de 1898 pode nos dar uma ideia da intensidade e amplitude das
mesmas, no Oitavário. Abria-se a igreja às 5h30min com o Santo Rosário e a celebração da
Santa Missa. Às 6h, havia a pregação em Italiano; às 8h30min, Missa cantada em Rito Latino;
às 9h30min, Celebração em um Rito Oriental; às 15h, leitura de uma reflexão sobre a Epifania,
Rosário, pregação e Bênção Eucarística presidida por um Cardeal; às 17h, novamente: leitura,
pregação e Bênção presidida por um Bispo. A Missa das 8h30min estava confiada,
alternadamente, às várias famílias religiosas, e, por sua vez, seminários e colégios intervinham
nas grandes celebrações da parte da tarde. Havia sempre grande disponibilidade de confessores
e as ofertas que se recolhiam na igreja eram encaminhadas para as missões.
O Padre Gioacchino Ventura, Superior Geral dos Teatinos, redigiu preciosas leituras sobre a
Epifania.
Recolhemos algum trecho delas, que se encontram distribuídos pelas leituras dos oito dias a
seguir.
1
Joseh FRANK, Vincenz Pallotti, Tomo 2, Ed. Pallotti, Friedberg, 1963, p.... Tradução: Pe. Humberto GELLER,
SAC.
82
luz ofuscante da ribalta da publicidade. Pois sua atividade, oficialmente diretor espiritual, o
induzia a levar uma vida muito oculta. Que pouco antes tivesse ficado com função secundária,
reitor de uma igrejinha arruinada e mal afamada, significaria antes uma cruz que uma
recomendação. Por isso era uma empreitada ousada e até mesmo atrevida o que empreendia na
Epifania de 1836. De acordo com as previsões humanas não se lhe poderia augurar grande
sucesso. Pallotti, porém, em tais casos, renovava em si a consciência de toda sua importância e
da força e do poder todo poderoso de Deus infinito. Assim pôs mãos à obra, sem perguntar pelo
resultado. Para ele bastava saber que era a vontade do Senhor, pelo menos arriscar a tentativa.
Um antigo costume do colégio da Propagação da Fé, celebrar a liturgia dos reis magos, tanto
no rito latino como em todos os ritos orientais, e no domingo ou na segunda feira seguinte, uma
para liturgia solene em todas as línguas faladas pelos alunos das diversas nações representadas
no colégio, possivelmente foi a ocasião que despertou o plano de Pallotti de celebrar a Epifania
com toda a solenidade em uma igreja, para o povo, e para isto lhe adaptou o conteúdo e aspecto.
Já no dia 13/12/1835 apareceu um grande anúncio impresso em todas as igrejas da cidade. O
texto deste convite fora redigido por Pallotti, mas foi publicado formalmente pelo Cardeal
Odescalchi, o qual também conseguiu do papa algumas indulgências para os participantes da
solenidade. O secretário do vicariato, Mons. José Canali, assinou este documento pela
autoridade eclesiástica que assim permaneceu para o futuro. Como objetivo da celebração, o
título do anúncio de 1836, apresenta, a difusão da santa fé. O texto convoca, com palavras
insistentes, a todos os fiéis, para colaborarem nesta tarefa.
Nos anos seguintes apresenta-se como objetivo “O aprofundamento, a defesa e a difusão da
piedade e da fé católica”. De resto os textos contêm encorajamentos muito calorosos para
colaborar neste ideal, uma relação das funções religiosas de cada dia, o momento da comunhão
geral e as indulgências concedidas.
Para a primeira realização da semana de celebrações foi muitíssimo significativo o apoio do
cardeal vigário e com isso obteve uma aprovação oficial e encontrou mais consideração da parte
do público. A ainda desconhecida Sociedade do Apostolado Católico não é mencionada na
convocação de 1836; mas como cabeçalho leva o seu brasão. Os anúncios de 1837 e 38, porém,
nomeiam expressamente a Sociedade do Apostolado Católico, no texto, como organizadora das
solenidades. Todo o trabalho administrativo, como contratos e liquidação de contas com
operários para enfeites da igreja e armação do presépio e mais tarde os acertos financeiros com
os reitores das igrejas mais amplas que se necessitavam, assumiu José Venuti, executou
conscienciosamente até sua morte no ano 1849. Assim mesmo Pallotti teve que assumir a maior
parte da carga, angariar o dinheiro necessário para cobrir as despesas. Com esse escopo escrevia
83
magos, revisado foi reeditado. Mas na verdade, este livrinho mostra com tanto vigor o espírito
de Pallotti que é de supor que o autor pelo menos usou os escritos do santo para se inspirar.
Outros ofereciam seus trabalhos gratuitamente ou ajudaram com paramentos. Visto que Pallotti,
no decorrer de 1836 começou a se relacionar e se comunicar com as diversas congregações e
ordens religiosas, com os colégios nacionais e os das ordens e congregações religiosas, com os
sacerdotes das paróquias, ele logrou ganhá-los para a participação nesta grandiosa obra de
evangelização católica. Daqui em diante as diversas ordens se encarregaram da liturgia
eucarística do rito latino, celebrada diariamente e os colégios nacionais e religiosos se
encarregaram de ministrar e cantar na bênção com o Santíssimo Sacramento na parte da tarde.
Para o pomposo encerramento no último dia Pallotti até conquistou os superiores gerais da
maioria das ordens e os párocos da cidade de Roma. A todos os conventos femininos eram
enviadas, anualmente, cartas pedindo a sua participação por meio da oração e confecção de
paramentos, devocionários e outros donativos para os fiéis da pátria e das terras das missões.
Foi uma celebração brilhante de modo que até em Roma chamou à atenção. Com razão Pe.
Mélia comentou que não é possível crer que um sacerdote simples e singelo, sem nome nem
grau hierárquico, pudesse realizar uma obra de tal envergadura em Roma.
Esta celebração da Epifania era o símbolo da ideia, que a Associação do Apostolado Católico
queria publicar e concretizar. Na maravilhosa condução dos magos ao presépio do Salvador
pela estrela de Belém, desde os primórdios via-se na Igreja Ocidental a imagem do chamado
dos pagãos para a Igreja de Cristo. Pelo fato que neste momento se irmanavam representantes
de todas as condições e graus da Igreja, sacerdotes seculares e regulares, com leigos de todas
as raças, línguas, nações e ritos sob a direção da hierarquia, diante da representação do mistério
da manifestação do Senhor, para celebrar este mistério de nossa vocação do paganismo, se
patenteava o objetivo primordial da nova obra do apostolado católico, convocar todos os
católicos, sacerdotes, religiosos e leigos para uma integração uniforme e organizada na
propagação da santa fé entre todos os não católicos. Tentava-se colaborar neste objetivo por
meio de coletas pelas missões.
Simultaneamente a celebração tinha o aspecto de uma grande missão popular, que através das
pregações, leituras espirituais, orações e culto divino visava renovar a vida religiosa entre os
católicos e assim renovar o espírito apostólico, podendo deste modo alcançar a primeira meta
da obra. Este duplo objetivo da organização permaneceu sempre bem claramente expresso no
cabeçalho do programa a partir de 1837: “celebração do Oitavário da Epifania para
aprofundamento, defesa e difusão da piedade e da fé católicas”. Este duplo objetivo atual é
ordenado a um objetivo escatológico, “para que o quanto antes haja um só rebanho sob um só
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pastor”. Assim nesta celebração se simboliza a grandiosa visão da ideia original da fundação
de Pallotti. Esta primeira realização em 1836 representa ao mesmo tempo o primeiro ato da
concretização deste grandioso programa.
O profeta Isaías, com setecentos anos de antecedência, previu a chegada dos Magos, quando,
no capítulo 60, dizia: “Levanta-te, Jerusalém, pois chegou a tua luz... Teus filhos vêm de longe
... Caravanas e mais caravanas de camelos te inundarão... trazendo ouro e incenso”. E, já antes,
do Sl 72,10-11, o povo tinha cantado, no templo: “Os reis de Tarsis e das ilhas lhe enviem
presentes, os reis de Sabá e Seba lhe paguem tributo, todos os reis se prostrem diante dele e o
sirvam todas as nações!”.
O próprio Jesus afirmou: “Tudo me foi entregue pelo Pai” (Mt 11,27).
“Possuo ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. É preciso que as traga e elas ouvirão a
minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor” (10 10,16). “Tal é a ordem que recebi do
Pai”... “Eu sou a luz do mundo” (108,12).
Os samaritanos, desprezados pelos judeus, proclamaram Jesus Salvador do mundo e ele, feliz,
revelou: “O Pai me ama porque dou minha vida... Ninguém a tira de mim. Sou eu mesmo que
a dou” (Jo 10,17).
É esta a luz da Epifania. Deus queria dar-se, para a nossa salvação, e buscava oportunidade de
poder fazê-lo e de nos dar conhecimento do fato. Pediu e obteve o consentimento da Virgem
Mãe, apresentou-se na nudez de uma gruta de animais e os primeiros destinatários do
extraordinário acontecimento foram pastores que vigiavam os rebanhos dos arredores. Quanto
aos magos do Oriente, eles observam os céus, descobrem uma estrela e lhes é dado compreender
sua linguagem.
desapegado o nosso coração das fugazes preocupações do tempo, não virá a esquecer a grande
preocupação da eternidade. Amém. Pai nosso, Ave Maria e Glória.
Prática – Em agradecimento ao Filho de Deus por ter-se humilhado ao ponto de assumir a
nossa pobre e enferma natureza, poderá visitar amanhã alguma pessoa pobre em sua casa ou no
hospital e fazer um ato de humildade e de caridade.
Jaculatória – Não esqueçais, Senhor e Criador de todas as coisas, que, ao nascerdes do seio
puríssimo de Maria, tomastes a forma do nosso corpo e socorrei-nos nas nossas indigências.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, mediante misteriosa estrela, revelastes o vosso Filho às
nações, guiando-as por sua luz até junto do Deus-Salvador pequenino, concedei aos vossos
servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo (Mt 2,2), disseram os Magos. Feliz
imediatismo!
Chegados a Jerusalém, entretanto, não viram mais a estrela. Talvez tenham pensado ter chegado
ao término da viagem e que todos estivessem ao corrente do nascimento assinalado pela estrela.
Passaram a perguntar: Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela e
viemos adorá-lo.
Que distância entre a conduta dos Magos e a do povo de Jerusalém! Os Magos, vista a estrela,
puseram-se logo a caminho, sem sequer perguntar-se quando e onde teriam encontrado o recém-
nascido Rei. Em vez, os Judeus de Jerusalém não se deram nenhum cuidado. Estava em seus
livros que seu Rei teria nascido em Belém, mas ninguém ligava para o fato. Quando ouviram
que ele tinha nascido e que os magos tinham vindo para adorá-lo, ninguém se mexeu para
prestar-lhes homenagens. Só Herodes pediu para ser informado, no intuito de livrar-se dele.
Mas a estrela tornou a aparecer e os conduziu, felizes, até a soleira do lugar em que os esperava
o nascido Rei.
A indiferença dos Judeus pelo nascimento do próprio Rei é desconcertante. Os Magos vinham
de longe para prestar-lhe homenagem e eles, informados do seu nascimento por forasteiros, que
tinham vindo pelo sinal de misteriosa estrela, apesar de certificados de que teria nascido em
Belém, não se moveram por nada.
Contudo, porém, a indiferença deles, não deteve o curso da Misericórdia infinita! Deus não
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muda de projeto só porque as criaturas não lhe vêm ao encontro. A estrela voltou a iluminar o
caminho dos Magos e parou precisamente lá onde estava o Menino e sua Mãe. É justamente
esta a maneira grande de Deus, quando vem de encontro à nossa irresponsabilidade. Tinha-se
feito anunciar como Rei e Salvador e não faltou à hora marcada, mas não havia ninguém que o
aguardasse. Ele, entretanto não anulou o programa, mandou os anjos convidarem os pastores e
estes acorreram para cumprimentar o novo Rei na manjedoura e conheceram aquela Mãe, que
era vigiada pelo olhar de um homem em adoração chamado José.
Os Magos dirigiram aos habitantes de Jerusalém uma pergunta muito precisa: Onde está o Rei
que nasceu? Para eles o fato era certo. A estrela os tinha informado e guiado para que pudessem
homenagear o Rei e levar-lhe presentes.
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A sinceridade dos Magos era transparente, a cidade se pôs em alvoroço. A notícia de um recém-
nascido Rei fez o efeito de um raio inesperado. Herodes entrou em preocupação: o que se dizia
significava uma ameaça ao seu trono! Toda a cidade participava da sua inquietação.
Os próprios Magos teriam podido temer uma reação à sua mensagem. A certeza deles, porém,
era categórica, era tão clara que eles só perguntavam, com a maior espontaneidade, onde é que
encontrariam o recém-nascido Rei, para poderem oferecer a ele a sua adoração e os seus
presentes: ora, adoração e presentes!
Pois foi isto que perturbou Herodes! Tanto que ele mandou reunir o Sinédrio e os sábios. Estes
citaram a profecia de Miquéias: “E tu, Belém, terra de Judá, de forma alguma és o menor dos
distritos de Judá, porque de ti sairá um chefe que apascentará meu povo de Israel” (Mt 2,6).
Parece quase impossível que, diante da evidência da profecia e diante dos Magos, que tinham
feito viagem tão longa, à luz de uma estrela, para trazer os seus presentes ao recém-nascido Rei
dos Judeus, os Judeus, por sua vez, não revelassem qualquer interesse por seu Rei e não
sentissem nenhum constrangimento diante dos Magos que, de tão longe, tinham vindo trazer
presentes ao Rei dos Judeus.
Contudo isto é quase nada, porque, dentro de trinta anos, em Jerusalém, Pilatos perguntaria
àquele povo: Hei de crucificar o vosso rei? (Jo 19,15).
E eles a responder: Nós não temos outro rei senão César: crucifica-o (Jo 19,15)!
O que havia de mais extraordinário era que aquele rei, que vinha de nascer, já sabia agora do
acolhimento que iria ter por parte do seu povo mais tarde, a despeito de seus espetaculares
milagres. Não obstante, entretanto ele não modificou em nada agora a seu projeto divino: levou-
o integralmente à realização.
Pois, contudo, também nós, Senhor, quantas vezes te rejeitamos. Tu és, entretanto, sempre o
nosso rei, porque a tua realeza não depende de nós. Tu és o nosso rei porque nos criastes e não
podemos ser senão teus, mesmo que rejeitemos a tua realeza.
Prática – Escolhe um Diretor espiritual, douto e prudente, revela-lhe todo o teu íntimo e
promete-lhe obediência no que se refira à tua alma.
Jaculatória – Senhor, mostra-me os caminhos por onde queres que eu ande e, por meio dos
teus ministros, faz-me conhecer a tua vontade.
Rezemos – Ó Deus, que neste dia, pela luz da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho,
conduze a nós também, que já te conhecemos pela fé, a contemplar a majestade da tua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo teu Filho que é Deus, e vive e reina contigo na unidade do
Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
Herodes confiou aos Magos a tarefa de encontrar o recém-nascido Rei e recomendou-lhes que
o informassem, porque ele também queria prestar-lhe homenagens. Quem acendera a estrela
para os Magos, porém, sabia dos pensamentos de Herodes, antes mesmo que ele os tivesse
concebido.
Os magos se puseram novamente a caminho. A estrela voltou a cintilar diante deles e a
felicidade deles se tomou incontida, Cantavam, corriam, porque tinham certeza de que aquela
era a estrela do Rei, que os teria conduzido, sem erro, até ele e que a meta já estaria perto. O
evangelista Mateus, de feito, escreveu: “Ao enxergarem a estrela foram tomados de uma alegria
muito grande” (Mt 2,10).
Que em Jerusalém ninguém soubesse nada a respeito do recém-nascido novo Rei e que ninguém
se tivesse preocupado em procurá-lo juntamente com eles, podia abalar a sua segurança. A
estrela, porém, voltou a brilhar para eles. Então, o Rei tinha nascido realmente: lá estava a
estrela, a guia era segura. Era só segui-la. Eles decidiram fazê-lo, até o fim, não importa até
onde. Tinham estremecido. Veio-lhes o pensamento de terem, talvez, dado curso a um jogo da
própria fantasia. Entretanto, lá estava, porém, novamente, a estrela a indicar o caminho, a dar
coragem. Tomada ainda mais cintilante, ela estacou!
Olharam em tomo... Não havia ninguém. Não havia porta. Era uma gruta. Entraram. Viram um
Menino e Maria, sua Mãe. Não havia mais nada: a manjedoura era berço e trono do Rei.
Mas não faltava nada. Aquela era a casa do infinito, da plenitude, da alegria, da virgindade que
dava à luz um filho, que, por sua vez, era o Eterno. Uma gruta que via a mais impensável
maravilha: uma Virgem que dava à luz um Filho, cujo reino jamais teria fim.
Os Magos caíram de joelhos e adoraram aquele menino que não falava, que estava na
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manjedoura...
Eles, entretanto, como se quisessem despojar-se de tudo, para vesti-lo a ele, esvaziam as suas
sacolas e lhe oferecem ouro, incenso e mirra.
Depois, correm os olhos em tomo: era mesmo uma gruta. Não havia nem haverá jamais um
palácio real, uma casa mais venerável e mais feliz, mais solene, mais celebrada e amada que
essa gruta que foi testemunha do estupor da Virgem Mãe, que, ao mundo, deu o Filho Homem-
Deus, nutriu-o, estreitou-o ao coração: era o Filho dela!
Ela acolheu os reis do oriente, que tinham vindo prestar homenagem ao Rei dos Judeus e
encontraram o Rei do Universo, cujo reinado jamais terá término.
O evangelista Mateus, único a narrar a vinda dos Magos, escreveu: “E, entrando na casa, viram
o menino com Maria sua Mãe” (Mt 2,11).
Os Magos sabem que o nome da Mãe é Maria e o evangelista parece estar a nos convidar a
contemplar a surpresa deles, à vista daquele ambiente: o Rei, naquela solidão e pobreza; a Mãe,
que dera ao mundo a luz e a vida – precisamente ela! - a aleitar o Criador do mundo!
Os Magos oferecem ao Menino ouro, incenso e mirra. Ante o amor deles, que, orientados, no
deserto, por uma estrela, aí estavam junto da manjedoura, Maria não pôde não referir o modo
como ela se tomara Mãe e o que foi que o anjo lhe tinha dito daquele filho: eles, após tão longo
caminho andado, à luz de uma estrela, atiram-se de joelhos diante do menino, a despeito de se
encontrar ele numa manjedoura. A mãe achou que seria justo pô-los ao par de quanto o anjo
Gabriel, enviado por Deus, lhe tinha dito a respeito daquela sua maternidade e relembrou: o
parto, acontecido por obra do Espírito Santo... o Menino seria o ‘Filho do Altíssimo’... ele seria
grande... seu reino não teria fim...
Os Magos escutam petrificados... Beijam os pés daquela Mãe de Deus e lhe pedem licença para
acariciar com seus dedos o rosto daquele filho, tão pequenino e tão imensamente grande ...
Começam a entender por que uma estrela fora convocada para anunciar o nascimento daquele
Rei, mas não chegam a dar-se conta por que, justamente eles, estavam diante daquela mulher,
que, por obra do Espírito Santo, tinha dado ao mundo o Salvador e que justamente eles podiam
enxergar com os próprios olhos aquele Rei de um Reino sem fim, naquela manjedoura e aquela
Mãe tão excelsa, a conversar com eles na simplicidade da mulher mais humilde que tivesse
dado à luz um seu bebê.
Uma estrela, de brilho raro, tinha orientado a caminhada deles. Estão podendo contemplar o
rosto daquela que, por obra do Espírito Santo, tinha gerado o Salvador e, na manjedoura, estão
podendo enxergar o Rei cujo Reino teria superado todos os limites do tempo e do espaço.
pode-
remos receber como vós, a recompensa prometida aos que confessam Jesus Cristo, isto é, ser
por ele também reconhecidos quais discípulos e filhos do Pai celeste. Amém. Pai nosso, Ave
Maria e Glória.
Os Magos tinham partido de suas terras para ir prestar homenagem ao Rei dos Judeus e levavam
consigo os presentes que queriam oferecer-lhe.
Provavelmente, tanto a estranha reação de Jerusalém à pergunta deles sobre o lugar em que
encontrariam o Rei dos Judeus recém-nascido, como a vista da gruta e a narração daquela Mãe
devem ter suscitado neles um senso de incerteza, quando chegou a hora de oferecer os presentes:
que é que iriam dar àquele ‘Filho do Altíssimo’, cujo reino não teria jamais fim, mas cujo trono
e berço eram apenas uma manjedoura? Que sentido poderiam ter para ele o ouro, o incenso e a
mirra que tinham trazido? Entretanto, aquele metal e aqueles perfumes eram o que de maior
valor podiam dispor...
Estes presentes, entretanto, possuíam um valor muito maior do que podiam sugerir sua
qualidade e quantidade. Estes dons, na verdade, eram algo de si mesmos, que os Magos queriam
deixar naquela gruta. Eles, afinal, teriam voltado às suas terras, mas o seu coração iria
permanecer naquela gruta, com aquele Menino, com aquela indescritível Mãe, que, ao
Pequenino, proporcionava o seu leite e, com a intensidade do seu olhar e do seu carinho, o
nutria. Aqueles presentes eram a expressão do vivíssimo desejo dos doadores de que aquela
Mãe e aquela criança lembrassem o grande amor de quem os tinham trazido! Eles mesmos, os
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Magos, teriam querido dar-se e consumir-se em homenagem a este Menino e a esta Mãe.
A visita dos Magos não pôde durar quanto eles mesmos teriam querido. Um anjo os advertiu
de não voltarem a se encontrar com Herodes. Eles tomaram outro caminho de volta, Mas
Herodes os esperava. Ele não podia tolerar que outro rei lhe disputasse o reino e, vendo que os
Magos não voltavam, ordenou que se matassem todos os menininhos nascidos em Belém,
naqueles dois últimos anos. José, avisado por um anjo, tomou o Menino e sua Mãe e fugiu para
o Egito. Assim, a visita dos Magos marcou o início da luta contra o Filho de Deus na terra (Mt
2,13ss).
Precisamente Mateus, que é o único dos evangelistas que narra a vinda dos Magos, neste
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episódio, não refere a presença de José. Entretanto é justamente ele, Mateus, que traz a
mensagem do anjo: “José, filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria tua esposa”. E é
José, esposo de Maria, que confere a Jesus Cristo o título de ‘Filho de Davi’ (Mt 1,20).
É verdade, José não ocupa um grande espaço na narração evangélica, mas o seu papel fica
especificado: “José, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito!” (cf. Mt 2,13).
E foi precisamente em Nazaré, que os moradores, admirados das palavras de graça que saíam
da boca de Jesus, diziam: “Não é este o filho de José?” (Lc 4,22).
Os evangelistas, preocupados em esclarecer a divindade de Jesus e a virgindade da Mãe de
Jesus, não se demoraram em destacar a importância que teve José na história do Filho de Deus.
Entretanto, era José que, para Jesus e sua Mãe, providenciava casa, alimento e vestuário. A Mãe
e o Filho de Deus viviam do trabalho de José. E foi ele que situou Jesus na genealogia de Davi,
na qual ele, o Messias, viria a nascer (Mt 1,1ss.).
E não teria sido José a dirigir a oração daquela sua família, à qual os anjos se uniam, enquanto
o Pai e o Espírito Santo lhe enriqueciam o amor e a segurança?
José adestrou para o trabalho as mãos de Jesus Cristo, que era Deus e, até, alguma vez, de certo,
se terá ele machucado, dando oportunidade a José de fazer-lhe curativo.
Uma vez, juntamente com Maria, José teve que procurar o filho por três dias, e, encontrado no
templo, a Mãe, com infinita doçura, interpela o rapazinho: “Filho, por que agiste assim
conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos!” (Lc 2,48).
A honra, sem comparação de José foi precisamente esta: educou o Filho de Deus e assumiu-lhe
a Mãe como esposa. Ele viveu, entretanto, de tal maneira como se nem se tivesse dado conta
de existir também ele naquela casa.
Por uma vintena de anos dedicou-se, ignorado, à função de pai do Filho de Davi e de garantia
da honra da Mãe. Viveu, porém, como se não existisse. Oportunamente saiu de cena na ponta
dos pés. Mateus deu-lhe o título de ‘homem justo’, talvez para notar que era ele a pessoa
adequada para exercer o papel de pai de Jesus Cristo e de esposo da Mãe de Deus.
primeiros pais na fé, nos quisestes dar; exemplo de humildade, de recolhimento e do fervor
interno com que se deve honrar o Senhor.
Alcançai, também para nós, este espírito de respeito para com a suprema Majestade de Deus.
Alcançai que, na prática de todos os atos de religião que fazemos, evitar toda dissipação e toda
negligência nas ações do culto ao Senhor, a fim de tomar-nos seus verdadeiros adoradores em
espírito e verdade. Amém. Pai nosso, Ave Maria, Glória.
Deus tornou-se um de nós e quis, a todo o custo, no-la dar a conhecer. Um anjo, dentro da noite,
acordou os pastores, dizendo: “Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor...
Encontrareis o recém-nascido envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc 2,11-12).
O Salvador ‘em panos’, em manjedoura?
Os pastores correram para a gruta e encontraram Maria, José e o Menino, este, um recém-
nascido pobrezinho, sobre o feno que os animais iam comer. Eles contavam tudo que tinham
visto e ouvido e todos ficavam atônitos. O anjo falara de um Salvador, mas eles só tinham visto,
naquela manjedoura, um lindo bebê, muito pobre!
No oriente, os Magos tinham visto a estrela dele e, sem atrasos, se tinham posto na estrada,
seguindo o traçado que lhes fazia a estrela. Em Jerusalém, a luz da estrela empanou-se e os
Magos, então, dirigiram-se a Herodes, para saber dele onde nascera o rei. Herodes reuniu
sacerdotes e escribas, para ouvir o que é que as Escrituras diziam a respeito e eles verificaram
que Belém, cidade do nascimento de Davi, teria visto acontecer o natal do novo rei.
Sacerdotes e escribas colheram a notícia, mas ninguém se moveu. Herodes recomendou aos
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Magos que procurassem cuidadosamente e lhe referissem onde o tivessem encontrado. Pois,
maios sábios caminheiros saíram de Jerusalém, a estrela voltou a brilhar diante deles e guiou-
os até o lugar em que o menino estava.
Encontraram-no com a Mãe. Adoraram-no e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra.
Os Magos não se perturbaram com a pobreza do novo rei. Havia neles uma certeza: ele era o
dono das estrelas, e elas eram seus brinquedos de criança.
A Epifania descobre-nos o amor que Deus tem por nós e faz por nos tornar sabedores deste
amor e de quanto este amor de Deus por nós seja grande. Os anjos anunciaram, cantando, a
chegada do Salvador e convidaram os pastores a tomarem parte na festa. Os pastores, ouvido o
abençoado recado, apressaram-se em difundir a felicidade por esta venturosa mensagem.
Os Magos vinham de muito longe. A confusão de Jerusalém não os desanimou. Os escribas
tinham lido as profecias e não se mexeram. Os peregrinos do oriente, porém, confirmaram sua
confiança na estrela. E a estrela, com sua luz, voltou e os levou aos pés da Mãe e do Menino e
eles o adoraram!
A Epifania, assim, é a revelação da invencibilidade do amor de Deus, que afirma a própria
presença! “Aqui estou por vocês!” Grita o Filho de Deus.
São Vicente Pallotti recolhe a mensagem e, por oito dias, em todas as línguas, com todas as
vozes da liturgia e, com todos os corações dos fiéis da Igreja, faz proclamar em coro a gratidão
do oriente e do ocidente, dos pastores e dos anjos, ao Filho de Deus e ao filho de Maria, que se
fez igual a nós, para a salvação do mundo.
O Oitavário da Epifania, entretanto, era o eco de algo ainda mais importante. No ano anterior,
em 1835, o padre Vicente lançara as bases da Sociedade ou União do Apostolado Católico, que
pede a todos os católicos de se unirem todos juntos, clero e leigos, homens e mulheres, e de
colocarem à disposição da fé e da caridade os próprios dons e a própria vida.
misericórdia, temos a ventura de crer bem. Que tenhamos a coragem e a força oportunas, no
nosso modo de agir. Demonstrar-nos-emos verdadeiros cristãos, não só com as palavras, mas
também com os fatos: poderemos alcançar aquela recompensa eterna de Deus, reservada
somente àqueles que, não só creem nos santos mistérios, mas que, além disso, observam
fielmente os santos mandamentos. Amém.
Prática - Faze uma cuidadosa busca na tua caixa de livros e objetos contrários à religião; livra-
te desta funesta bagagem do diabo, a fim de que ela não se torne motivo de escândalo para ti e
para outros.
Jaculatória – Meu Senhor Jesus Cristo, só tu hás de reinar em minha pessoa e em minha casa
e manter afastado todo pecado e toda desgraça.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, com a guia da estrela, revelaste aos gentios o teu único
Filho, conduze, bondoso, também a nós, que já te conhecemos pela fé, a contemplar a
magnitude da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, que é Deus, e vive e reina
contigo na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
15. LADAINHA DE SÃO VICENTE PALLOTTI (para missa festiva)
Oremos: Deus Pai, vós inspirastes São Vicente Pallotti a seguir Jesus Cristo e lhe
destes a graça de reconhecer que a ação apostólica, realizada em comunhão, é
mais eficaz que aquela individual. Nós vos agradecemos por tê-lo chamado a
fundar na vossa Igreja a União do Apostolado Católico, e vos pedimos que
mantenhais vivo em nós o seu carisma e que torneis todos os fiéis apóstolos
prontos para proclamar e testemunhar o Evangelho no mundo. Por Cristo nosso
Senhor. Amém.