Apontamentos Idade Média
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Livro:
Nota:
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PREFÁCIO
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CAPÍTULO I
O HOMEM DO SÉCULO XVI
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infecto-contagioso, geradoras de epidemias, as designadas “pestes”. Como prevenção
às epidemias, propunha-se a fuga, o isolamento dos doentes, a quarentena e as
queimas de ervas odoríferas, como o alecrim.
• O homem deste período era violento. A agressividade manifestava-se no fanatismo
das guerras religiosas, no modo como assistia às condenações como se se tratasse de
um espectáculo, no seu comportamento perante a dor física.
• A morte era entendida como uma passagem para uma outra vida e era preparada pelo
testamento.
• A família prolongava-se nos filhos. À grande natalidade correspondia também uma
grande mortalidade infantil que tenderia a diminuir, ainda no período moderno.
• No campo da sensibilidade, há um primado dos gestos, dos ritos e da palavra sobre os
demais sentidos.
• A noção do tempo era relativa e tinha como base o calendário natural: a sucessão dos
dias e das noites, as estações dos anos e a sua relação com o calendário agrícola ou o
relacionamento com as festividades cristãs. No entanto, no período moderno
divulgam-se os relógios que tinham começado a surgir na Europa no século XIV.
• É no século XVI que as línguas europeias se começam a codificar, através das
primeiras gramáticas. Para a divulgação do texto escrito contribuiu a imprensa,
inventada no século anterior. Os algarismos substituem a numeração romana, assim
como o experimentalismo começa a questionar conhecimentos que vêm da
Antiguidade.
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CAPÍTULO II
O MEIO ECONÓMICO: RECONSTRUÇÃO E EXPANSÃO
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zona produtora de lã. A produção têxtil conhecia uma associação entre factory system
e domestic system. O início do período moderno marcou o princípio da produção da
seda europeia, nomeadamente nas cidades italianas.
• Neste período surgiu também a indústria hulhífera, na Europa central, levando ao
aparecimento do alto-forno a fole, movido por meio de rodas de água, para a produção
do ferro fundido. A exploração das minas de cobre e de prata deu origem a uma
indústria capitalista, associada a nomes de famílias banqueiras alemãs, como a dos
Fugger de Augsburgo. Pela primeira vez, extraiu-se a prata dos outros metais, como o
cobre, através da técnica do mercúrio.
• O início da modernidade está ligado ao aparecimento da indústria do livro impresso,
graças à invenção da imprensa com caracteres móveis por Guttemberg, em meados de
Quatrocentos.
• O mar é a grande via de comunicação e de comércio, sendo as estradas usadas pelos
correios ou pelos indivíduos em pequenas comitivas.
• Os mercados situavam-se nos agregados urbanos, espaço, por excelência, das trocas,
quer periódicas, como as feiras e os mercados, quer diárias nas tendas e lojas, e eram
regulamentadas pelas autoridades municipais ou senhoriais. As feiras eram protegidas
pelo senhor da terra e, as mais importantes, pelos soberanos, como as de Medina del
Campo, em Espanha, ou as de Genebra e Lyon, em França. Em certas cidades havia a
bolsa de mercadorias, como em Anvers (Antuérpia), em 1533.
• A moeda distinguia-se: a moeda circulante (ouro, prata e bolhão ou cobre) e moeda de
conta ou moeda padrão. Esta última era, em França, a libra tornesa (de Tours) ou a
libra parisiense (de Paris) que circulava, cunhada em escudos ou outras espécies
áureas, em pistola e tostões de prata, e em espécies subsidiárias de cobre ou de bolhão
(liga de prata e outros metais inferiores em que estes constituíam a maior
percentagem).
• A paridade entre o ouro e a prata era fixa e determinada pelo poder emissor, na
generalidade o rei, podendo também ser por um senhor que usufruísse do direito de
lavrar moeda própria no seu senhorio.
• A circulação das espécies monetárias era universal, ou seja, ultrapassava os limites
territoriais do reino ou senhorio que a emitia, pois valia consoante o ouro, prata ou
cobre que continha; ou seja, a moeda era instrumento de troca mas era também uma
mercadoria. O cambista ou cambiador era o avaliador das espécies nos vários
mercados. Na segunda metade do século XV, aumentou a circulação e a reserva de
ouro na Europa, devido à drenagem deste metal de África para a Europa, quer, via
rotas caravaneiras que de Tombuctu traziam o ouro para os portos do norte de África,
quer via Portugal que atingiu as fontes do ouro do Sudão.
• A abundância de ouro levou a uma depreciação deste metal perante a prata e conduziu
à exploração de novas minas e novas técnicas para a obtenção de prata, na Hungria e
na Áustria. Esta situação só seria alterada com a chegada do ouro, mas sobretudo, da
prata americana, a partir de 1530, trazidos pelos espanhóis.
• A partir do século XIII, os mercadores europeus conheceram a letra de câmbio e o
“recâmbio”, para substituir a moeda, nos negócios de longa distância. Cédulas,
empréstimos e rendas eram outras formas de crédito. Os capitalistas desta época eram
mercadores cambistas que emprestavam dinheiro a crédito e que exerciam as funções
de bancos de depósito, como os Médicis, os Fugger, os Weltzer.
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• A partir de 1520, a Europa entrou em recessão: os preços subiram, nomeadamente os
agrícolas, provocados pela entrada excessiva de metais preciosos não acompanhada
pelo aumento do consumo; os rendimentos em espécie tornaram-se um valor-padrão,
em detrimento da moeda; o objectivo do lucro imediato levou ao investimento nos
negócios e ao recurso ao crédito; este entrou em crise, levando à falência de algumas
das grandes casas bancárias; os produtos ultramarinos invadiram a Europa, detendo o
rei de Portugal, entre 1504 a 1540, uma parte importante deste comércio, tendo-lhe
sucedido a Espanha, a partir de 1550.
• A Europa dividia-se em áreas de influência geográfica e mercantil: o Mediterrâneo; a
fachada atlântica; o Báltico e a Europa central. No mundo mediterrânico sobressaíam
as cidades italianas, nomeadamente Génova e Veneza; na fachada atlântica,
dominavam Lisboa com a Casa da Mina e a Casa da Índia e Sevilha, com a Casa de
Contractación; no mundo báltico, temos as cidades hanseáticas com Lubeck e
Dantzig; na Europa central, sobressaíam com Augsburgo, Nuremberga que se
encontrava na rota de Veneza, Frankfurt e Colónia, eixos para a Flandres e para
Leipzig, no Báltico. O desenvolvimento do comércio e dos seus monopólios levou à
afirmação dos Estados, que obrigou os soberanos a socorrerem-se do crédito dos
banqueiros endividando-se.
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CAPÍTULO III
HUMANISMO E RENASCENÇA:
A RENOVAÇÃO DA EUROPA
• A Renascença é uma evolução natural dos finais da Idade Média e não um corte com
esta época da humanidade. O seu limiar inicial remonta ao renascimento urbano dos
séculos XII e XIII, para alguns autores. No entanto, convencionou-se relacioná-la com
a maturidade do renascimento italiano, nos meados do século XV e inícios do XVI.
• A Renascença, iniciada na Itália, procurava retomar o pensamento e as formas da
expressão plástica da Antiguidade greco-romana. A Renascença está directamente
relacionada com o Humanismo, movimento que situava o homem no centro das
preocupações espirituais e dos estudos e arrasta a uma nova concepção do mundo.
• O aparecimento do livro impresso e a decadência das universidades contribuíram para
as mutações intelectuais que caracterizaram o humanismo e a Renascença. O poder da
imprensa leva à criação da censura, por parte dos soberanos e da Igreja, a qual é
entregue, na generalidade, às universidades. A maior parte dos livros versava temas
religiosos (Bíblia e A Imitação de Cristo), seguindo-se as obras de literatura, direito e
ciência.
• Divulgou-se o ensino elementar, nas escolas paroquiais, sendo gratuito para os mais
carenciados. Versava o ensino da leitura, da escrita e do cálculo. O ensino
intermediário desenrolava-se em colégios, onde ensinavam professores laicos e
eclesiásticos. Neles também residiam alunos das faculdades das Artes. Outros
substituíam as universidades nas cidades onde estas não existiam.
• As universidades mantiveram a sua organização medieval, agrupando mestres,
estudantes e agentes diversos. Os estudantes estavam reunidos em “nações”. À sua
frente estava o reitor eleito, o conselho da universidade e a assembleia de professores.
Os soberanos e a Igreja concediam-lhe privilégios e isenções. As faculdades
superiores eram as de Teologia, Direito (canónico e/ou civil) e Medicina a que se
acedia depois de frequentar a faculdade das Artes. O ensino universitário tem por base
o pensamento escolástico, em crise nesta época, devido à querela dos universais, entre
realistas e nominalistas.
• Florença, no tempo dos Médicis, foi a cidade do humanismo, destacando-se o escritor
Lourenço Valla, o filósofo neoplatónico Marsílio Ficino, o arquitecto Brabante, o
escultor Donatello e os pintores Botticelli e Ghirlandaio.
• Roma sucedia a Florença, cujo humanismo fora interrompido pelo fanatismo de
Savonarola. Os papas Alexandre VI, Júlio II e Leão X tornaram-se os grandes papas
do Renascimento italiano. Bramante, Miguel Ângelo e Rafael deram o nome à basílica
de S. Pedro, no Vaticano. O homem, como criação de Deus, era o centro do universo.
Ao Renascimento italiano, corresponde o ideal do homem, definido por Baldassarre
Castiglione, o cortesão.
• O Renascimento teve em Veneza características excepcionais, afirmadas pelo
pensamento aristotélico e averroísta de Pomponazzi, embora se tivesse tornado o
principal centro de arte, após o saque de Roma de 1527.
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• A mobilidade dos universitários e das gentes da Igreja fez irradiar os ideais do
humanismo e a estética da Renascença italiana para outros reinos da Europa ocidental
e respectivas universidades. Entre esses humanistas, temos Erasmo de Roterdão, o
português Damião de Góis, o francês Rabelais, o inglês Tomás More, autor da Utopia,
o holandês Dürer, entre outros. Também os humanistas da Europa ocidental
estudavam e dominavam o latim, o grego e o hebraico, mas distinguem-se dos
italianos pela preocupação com a política e com a religião. Lefebvre d’Etaples e
Erasmo renovaram o sentimento religioso, através do misticismo, o primeiro, e do
ideal humano da Antiguidade, o segundo.
• Não houve humanismo na Europa mas humanismos que, em alguns locais, afirmaram
os nacionalismos e renovaram as línguas nacionais. Humanistas houve que se
afirmaram no campo da ciência (astronomia, matemática), da filosofia, da medicina,
como Leonardo da Vinci, em Itália, o polaco Copérnico, defensor da teoria
heliocêntrica, ou os médicos Ambroise Pare e Vesálio.
• A literatura italiana renovou-se com Ariosto que integrou o romance de cavalaria no
espírito do Renascimento, ou com Maquiaval, autor do primeiro tratado político. A
arte e a literatura do final do Renascimento integraram um estilo designado por
maneirista. No período maneirista renovou-se a música religiosa com Palestrina.
Contemporâneo da Renascença artística italiana foi o gótico flamejante na Europa
ocidental que deu estilos nacionais, como o manuelino, em Portugal, e o plateresco ou
isabelino, em Espanha. Com o incentivo às línguas nacionais, ocorreu a tradução da
Bíblia do latim para as línguas faladas, iniciada na Alemanha com Lutero.
• A Renascença atingiu também os países do leste europeu e Constantinopla, onde
dominavam os turcos. A Renascença foi um fenómeno europeu que exerceu uma
acção mais profunda na Itália e se expandiu por toda a Europa, apoiando-se nas
tradições locais, tornando-se num agente de unificação da cultura europeia.
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CAPÍTULO IV
A REFORMA
• A Reforma foi uma cisão dentro da cristandade ocidental que teve causas religiosas,
morais, económicas, sociais e políticas e foi, também, uma renovação dentro da Igreja
romana, vulgarmente designada por Contra-Reforma, para se distinguir da Reforma
protestante.
• Entre as causas religiosas, encontramos: a angústia do homem do final da Idade
Média, perante o pecado e a morte; a individualização da religião e o misticismo; os
movimentos contestatários de Roma que rejeitavam a tradição católica e afirmavam o
primado da Bíblia, como fundamento da fé, aplicavam a metodologia crítica aos
textos sagrados e permitiam a livre interpretação destes, independentemente dos
conhecimentos teológicos dos fiéis, mas permaneciam submissos à Igreja; a
importância do pensamento erasmiano entre os humanistas e os críticos.
• Entre as causas morais, anotamos: a dissolução dos costumes do clero, em toda a sua
hierarquia; a indistinção entre o político e o religioso, entre as hierarquias
eclesiásticas.
• Entre as causas económicas, sociais e políticas, temos: o crescente desenvolvimento
económico da burguesia e do capitalismo comercial; o empobrecimento do mundo
rural (camponeses e pequena nobreza terratenente), devido aos maus anos agrícolas e
às fomes, gerador das revoltas dos camponeses contra a miséria, na Europa central; a
expansão nas diversas camadas sociais do erasmismo; a fragmentação política, em
principados e senhorios eclesiásticos, do Sacro Império que não permitia uma
centralização forte do poder imperial perante o fisco pontifical, como a colecta das
indulgências.
• A Reforma, dita protestante, foi conhecida por vários movimentos: luteranismo,
calvinismo, presbterianismo, anabaptistas, anglicanismo, entre outros. Teve como
antecedentes os movimentos contestatários do final da Idade Média, como os de
Wiclif, na Inglaterra, os de João Huss, conhecidos por hussitas, os taboristas, os
valdenses e outros.
• A cisão reformista iniciou-se com Martinho Lutero e teve as seguintes fases:
– 1517 (31/10) afixação em Wittenberg das 95 teses contra Roma e a colecta das
indulgências;
– 1519 disputa de Leipzig;
– 1520 publicação das obras de Lutero;
– 1520 (25/12) queima da burla Exsurge domini;
– 1521 assembleia de Worms, onde Lutero recusou retratar-se, foi excomungado,
expulso do Império e se refugiou em Wartburgo:
• O pensamento de Lutero radicou-se nos seguintes princípios: a salvação dos homens
era mérito de Jesus Cristo; as obras eram inúteis à salvação; o sacerdócio era universal;
os sacramentos actuantes na graça de Deus em cada homem eram o baptismo, a
comunhão e a confissão ou penitência; a acção da predestinação na salvação de cada
cristão.
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• Lutero reclamou: a formação de Igrejas nacionais autónomas, para o que contou com
o apoio dos príncipes alemães; a extinção das ordens mendicantes; a extinção do
celibato eclesiástico; a comunhão sobre as duas espécies; medidas contra o luxo e a
usura.
• O luteranismo organizou-se e ocupou um espaço geográfico na Alemanha: associou-
se ao catolicismo contra os camponeses e a pequena nobreza alemã, seguidores do
pensamento reformista e social de Munzer, em 1525; os príncipes alemães associaram-
se e formaram a liga de Smalkalde, em 1531; a paz de Augsburgo era o reconhecimento,
por parte do imperador Carlos V, da existência oficial das Igrejas luteranas nacionais,
obrigando os súbditos a seguir a religião do príncipe.
• Aparecem outros movimentos reformistas como os sacramentários de Zwingli,
defensores dos seguintes princípios: predestinação; recusa do baptismo e da comunhão
como sacramentos.
• Ou os anabaptistas e mennonitas que: submetiam a Igreja ao poder político;
reconheciam o primado da conversão pessoal pelo que só admitiam o baptismo de
adultos; rejeitavam a autoridade do Estado e a propriedade individual.
• A segunda vaga dos movimentos reformadores atinge a França, a Inglaterra e a
Escócia, principalmente. Nesta segunda fase, temos o movimento pregado por Calvino e
que atingiu a França (cuja Igreja era nacional, no respeitante à disciplina eclesiástica,
desde a Concordata de Bolonha, em 1516), cuja realidade política, social e religiosa era
diferente do Império, e outras regiões.
• Os princípios do calvismo são: a revelação encontra-se nas Escrituras (Antigo e Novo
Testamentos); a predestinação; a fé é fonte de salvação; o baptismo e a ceia são
testemunhos da graça de Deus, mas não fonte de graça divina.
• A cidade de Genebra tornou-se o balão de ensaio da concepção político-religiosa do
estado calvinista. O calvinismo estendia-se pela França, fundava as primeiras Igrejas e
convocava o primeiro sínodo nacional, em 1559. Nesse mesmo ano, John Knox levava
o calvinismo para a Escócia e substituía o catolicismo pelo presbiteranismo. Em 1534,
Henrique VIII, por razões políticas, abandonava Roma, tornando-se pelo Acto de
Supremacia o chefe supremo da Igreja inglesa.
• A Reforma inglesa (anglicanismo) assentou nos seguintes princípios: o rei era o chefe
supremo da Igreja, rejeitando-se o Papa e Roma; extinguiu-se o clero regular, passando
os seus bens para a coroa; o rei nomeia os bispos como chefe supremo da Igreja
anglicana; o culto aproximou-se do católico, depois de uma afinidade ao calvinismo no
respeitante ao dogma.
• Ao mesmo tempo a Igreja católica fazia a sua Reforma, que se caracterizou por: a
Contra Reforma; a reforma disciplinar e doutrinal (Concílio de Trento), a renascença
católica e a missionação.
• Instrumentos dessa Contra Reforma católica foram o Santo Ofício, as novas ordens
religiosas, como a dos jesuítas de Santo Inácio de Loyola. A Companhia de Jesus
formava, nos seus Colégios, os seus padres, dentro dos ideários humanista e teológico
católicos e, posteriormente, abriu colégios para leigos.
• O Concílio de Trento, iniciado em 1545 e terminado em 1563, definiu o dogma e
restaurou a disciplina eclesiástica: o dogma baseia-se na Escritura e na tradição; a
interpretação das Escrituras pertence à Igreja; a hierarquia eclesiástica (papa e bispos)
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detém o poder confiado por Cristo a S. Pedro e aos apóstolos; a justificação do homem
vem da graça divina e são os sacramentos que lha conferem; as obras e a fé intervêm na
salvação de cada cristão; afirmação da presença de Cristo, pela transubstanciação, no
pão e no vinho da Eucaristia; os sacerdotes são educados em seminários e os monges
em clausura; implementa-se a catequização dos cristãos; precisou-se a legislação
canónica sobre o casamento.
• A renascença católica realizou-se com as novas ordens, a sua pregação e o seu ensino:
os colégios dos jesuítas dedicaram-se ao ensino masculino e à missionação; as ursulinas
investiram no ensino feminino; S. Filipe Néri criou o Oratório, ordem devotada à oração
e à actividade apostólica; Sta Teresa de Ávila fundou as carmelitas reformadas e abriu
novos caminhos ao misticismo cristão; renovaram-se os estudos teológicos.
• Os espaços geográficos da Reforma protestante encontram-se no centro e norte da
Europa, enquanto a Reforma católica se localizou à volta do Mediterrâneo. As duas
Reformas antagonizaram-se pois as noções de liberdade e de tolerância religiosas eram,
com raras excepções, inexistentes na época. Destes movimentos, o luterano foi o mais
retrógrado em relações ao capitalismo.
• Na cultura, permaneceram os métodos humanistas. Na arte, a reforma calvinista foi
iconoclasta, enquanto os demais protestantes apenas aceitavam a imagem de Cristo.
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CAPÍTULO V
AS SOCIEDADES EUROPEIAS
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CAPÍTULO VI
OS ESTADOS EUROPEUS
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da justiça nos seus lugares-tenentes, magistrados; o exercício era constituído por oficiais
permanentes e por uma maioria de mercenários, recrutados em momentos de guerra. A
nobreza era por excelência o corpo guerreiro; o aparelho judiciário era constituído pelo
Grande Conselho, tribunal que julgava em ultima instância e presidido pelo rei, e pelos
parlamentos, tribunais provinciais ou regionais que tinham abaixo de si os tribunais das
bailias e dos senescais; a administração fiscal e financeira era gerida pelos tribunais de
contas; as finanças ordinárias eram designadas domínios e as extraordinárias
designavam-se impostos, os Estados Gerais, convocados pelo soberano, reuniam com os
representantes dos três corpos do reino; com Francisco I e Henrique II assistiu-se ao
reforço da administração real e à afirmação do nacionalismo.
• A monarquia inglesa: erra territorialmente constituída pela Inglaterra e pelo País de
Gales e, por uma pequena parte costeira da Irlanda; a Escócia só virá a ser integrada na
monarquia inglesa depois da morte de Maria Stuart, com Isabel de Inglaterra; o rei
governava coadjuvado por um conselho privado, constituído pelo chanceler, tesoureiro,
guarda do selo privado e por dignitários convocados por ele, para o efeito; à frente de
cada condado estava o xerife; em Westminster, tinham sede os três tribunais do reino; a
câmara do rei geria as finanças reais; o Parlamento era a sede das três ordens do reino
que deviam ser consultadas pelo soberano, no que respeitava ao lançamento dos
impostos e à política externa; o rei de Inglaterra tornou-se o chefe da igreja anglicana,
pelo Acto de Supremacia.
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CAPÍTULO VII
A POLÍTICA ESTRANGEIRA E AS RELAÇÕES ENTRE
OS POVOS
• No período moderno, a política externa assentava, para além das relações entre as
famílias dinásticas, nas relações entre os povos.
• O avanço turco para o Ocidente conduziu à conquista de Constantinopla, em 1453, à
conquista dos Balcãs e da zona danubiana, e aos primeiro e segundo cercos de Viena,
em 1529 e 1532. A conquista da Europa balcânica pelos turcos isolou esta cristandade,
reflectindo-se o seu domínio, durante cerca de três séculos. Aliás, o reflexo deste
domínio, ainda hoje, permanece nas populações da ex-Jugoslávia.
• O estado russo substituiu o império romano do Oriente, no que respeita à unificação
da cristandade ortodoxa e à sua protecção contra os infiéis, consolidação que teve por
base o casamento de Ivan III com a princesa bizantina Sofia Paleólogo, sobrinha do
último imperador de Constantinopla (Bizâncio). A unificação territorial da Rússia foi
efectuada pelo príncipe de Moscovo, Ivan III, que a estendeu para norte, até ao Árctico,
e para Oriente, até ao rio Ob. As principais cidades deste novo reino eram Moscovo,
tornada o centro religioso da cristandade ortodoxa, Novgorod, a cidade-empório
comercial, e Pskov, centro de comércio.
• A Rússia estruturava-se socialmente num sistema feudal, onde os grandes senhores, os
boiardos, se uniam ao soberano por laços vitalícios e a quem ele remunerava com a
doação de terras. O Conselho dos Boiardos instituiu-se em conselho régio. Os
camponeses estavam ligados à terra e aos seus senhores, não os podendo abandonar.
• A outra força que se afirmava a Oriente era a do infiel turco otomano. O poder turco
residia no seu exército, constituído pelos spahis, os cavaleiros, e os janízaros, a
infantaria, e na sua armada de galeras, movida a remos por cativos cristãos. Os janízaros
eram corpo especial, constituído por antigos cristãos, apanhados em crianças e educados
no islamismo, que eram forçados ao celibato. Fanáticos, eram as tropas de elite.
• Os tributos em que assentava eram pagos pelas populações não islâmicas do seu
território (cristãos e judeus), e pelos tributos dos príncipes vassalos do sultão turco. O
sultão era coadjuvado na governação por um grão-vizir e por vizires, que formavam o
divã. Paxás governavam as províncias.
• No seu avanço para Ocidente, os Otomanos conquistaram Alepo, Damasco,
Jerusalém, Cairo e Alexandria e declaravam-se os protectores das cidades santas de
Meca e de Medina. O sultão turco tornou-se protector de Argel, alargando o seu poder
até à Mauritânia. No seu avanço no Mediterrâneo europeu, os turcos atacaram Veneza
que acabou por negociar com o sultão uma paz e um livre comércio com o Oriente. O
sultão tornou-se califa.
• Os espanhóis saíam vitoriosos contra os muçulmanos do norte de África, ao
conquistarem Melila e Orão. A diplomacia cristã com o Islão vencia em Veneza e em
Roma, onde o papa recebia um embaixador do sultão. No entanto, a guerra tornava-se
um dos flagelos da cristandade, que se constituía em nações, que faziam remontar as
suas origens, dentro da tradição humanística, aos heróis greco-romanos.
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• Nasceram, nesta época, os primeiros imperialismos, como o francês que se afirmou
com a candidatura de Francisco I ao Império, enquanto o império alemão, de origem
medieval, se estendia, com os Habsburgos, à Espanha e ao império americano e asiático
desta, com Carlos V (Carlos I de Espanha). Igualmente nasceram os imperialismos
marítimos dos reinos peninsulares (Portugal e Espanha).
• Entre 1494-1529, ocorreram as guerras de Itália que se identificaram com as tentativas
de conquista de estados italianos pelos reis de França e que se estendeu aos suíços e
outros reinos, aliados do papa Júlio II, e ao Império. A paz com a França, no tempo do
papa Leão X e de Francisco I, levou à Concordata de Bolonha. A paz com os suíços foi
assinada em Friburgo e designada por “paz perpétua”, que permitia ao rei de França
recrutar mercenários entre eles.
• A guerra que se viria a alastrar à Espanha, ligada ao Império, terminaria com a derrota
da França em Pavia e com o Tratado de Madrid, em 1526. Em 1527, os aliados
mudavam de campo, tendo Roma e Inglaterra passado para o lado da França contra
Carlos V. Os soldados deste invadiram a Itália e entraram em Roma e saquearam-na.
• A paz de Cambrai punha fim ao conflito, deixando a França com a Borgonha e a
Espanha mantinha a hegemonia sobre a Itália (1529). Os problemas do imperador com
os príncipes luteranos reiniciaram a guerra, pois estes receberam o apoio do rei de
França, Henrique II. Em 1555-56, Carlos V divide o Império por Filipe II de Espanha e
Fernando II. A este coube os territórios do Império, enquanto aquele ficou com a
Espanha e o seu império ultramarino, e os Países Baixos, ao mesmo tempo que casava
com a inglesa Maria Tudor, filha de Henrique VIII. Nova guerra de França para
reconquistar o norte de Itália, conduziu à sua derrota, pela paz de Careau-Cambrésis,
que levou ao abandono do Piemonte e de Sbóia e à manutenção da conquista de Calais.
• A Europa conhecia um novo equilíbrio e novas potências: a Espanha, a França e a
Inglaterra. A Oriente mantinha-se o equilíbrio turco que avançara para a Hungria e a
dividira, enquanto no Mediterrâneo central o Islão ameaçava a Europa mediterrânica.
As guerras de Itália tiveram como consequência a mudança da arte da guerra em terra e
no mar. O século XVI viu consolidar-se a diplomacia como uma arte política.
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CAPÍTULO VIII
TRANSFORMAÇÕES DO QUADRO ECONÓMICO,
SOCIAL E MENTAL
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mercantilista. Estas companhias especializavam-se numa região geográfica como a
Companhia das Índias Orientais e tinham a protecção dos soberanos.
• Novos produtos, para além da pimenta, foram trazidos do Oriente, como as sedas, as
porcelanas, os algodões, as madeiras, os tapetes. Os franceses foram os iniciadores deste
comércio triangular (Espanha – França – Levante turco), ou seja, prata – tecidos –
produtos do Oriente, seguindo-se-lhe os ingleses e os holandeses. Da América, aos
metais seguiu-se o açúcar do Brasil e das Antilhas, a partir de 1570.
• A expansão económica foi acompanhada pelo avanço da técnica, como a primeira
máquina de tricotar ou a fabricação de meias de seda em tear, ou como o avanço da
siderurgia, devido às armas de fogo que levou Nef a falar de uma primeira revolução
industrial em Liége, na Suécia e na Inglaterra. A lenha é substituída pelo carvão de
hulha. O desenvolvimento económico aconteceu na Inglaterra e na Holanda, e menos na
França e no Império, por causa das guerras de religião. Entretanto, o mundo
mediterrânico entrava em decadência, apesar de um breve vislumbre económico em
Génova, como centro bancário. Amesterdão afirmou-se uma metrópole económica,
durante o século XVII e, em 1609, criou a Bolsa de Amesterdão.
• O século XVII revelou-se igualmente um século de crises, marcado por grandes
fomes, epidemias e guerras que provocaram grandes mortandades e uma grave quebra
demográfica. Os preços sofreram uma descida que se acentuaria a partir da segunda
metade da centúria, sem qualquer benefício social. A crise atingiu, primeiro, as regiões
do centro europeu que tinham sofrido a expansão do século XVI, excepto a Holanda, e
chegou mais tarde às regiões mediterrânicas. A crise teve a sua origem na escassez de
metais preciosos, que fugiam da circulação por entesouramento ou para a joalharia, ou
por aquisição de produtos de luxo que os levavam para o Oriente. A expulsão da
circulação europeia, juntava-se a diminuição da produção dos metais preciosos
americanos.
• A recessão económica (fase B de Simiand) marcou a evolução de uma sociedade que
continuava a ser marcadamente rural, apesar do desenvolvimento das cidades e dos
empreendimentos coloniais. As riquezas fundiárias, com excepção dos Países Baixos. A
posse da terra continuava a ser motivo de consideração social e prestígio.
• Nos países marcados pela Reforma, onde os bens da Igreja tinham sido secularizados,
os soberanos distribuíram uma parte pela nobreza ou venderam a maioria à burguesia
endinheirada e a lavradores ricos. Também nos países católicos, como a França, ocorreu
uma mudança nas terras da Igreja que viu um quinto delas ser dado pelos reis, em
pagamento de serviços, durante as guerras contra os protestantes ou huguenotes.
• Sob a acção dos novos proprietários, a agricultura passava a ser um investimento para
dar lucro. Para além da nova face da agricultura, esta conheceu novos terrenos obtidos
pelos arroteamentos de pauis, feitos por técnicos holandeses, em regiões do Potou e da
Inglaterra. Tornando-se a alimentação um dos objectivos prioritários, acrescia à
produção cerealífera a criação de gado. Os pastos cresceram à custa das terras agrícolas
em Inglaterra ou no sul da Itália. O mundo campesino vivia de salários baixos que não
acompanhavam a subida dos preços e eram sobrecarregados pelo peso dos impostos
reais e das corveias senhoriais. As condições deste grupo social agravaram-se durante o
século XVI e, sobretudo, no início do seguinte.
• Na Inglaterra, as práticas comunitárias tendiam a desaparecer e levavam ao
aparecimento de um proletariado agrícola que era absorvido pelo desenvolvimento da
indústria. Na França, os camponeses perdiam a capacidade de compra, devido ao
22
empobrecimento, ao fisco real e às guerras. Na Europa de leste, os camponeses caíam
na servidão.
• Cresceu o número de pobres válidos nas cidades, devido à migração para os centros
urbanos. Nas cidades, a burguesia detinha o grande comércio e a banca, assim como
alguma indústria. Os pequenos lojistas e os artesãos tiveram uma evolução muito
diversa, ao sabor dos preços das matérias-primas, da evolução dos salários e dos preços
dos objectos fabricados. O esquema familiar manteve-se, sendo o grande número de
filhos uma riqueza, quando atingem a idade de aprendizagem do ofício familiar.
• A partir de meados do século XVI, ampliou-se o fosso entre os mestres de um ofício e
os companheiros, ou seja, os artesãos especializados, tornando-se difícil a ascensão
deste a mestre. A regulamentação dos ofícios, restringindo os ofícios livres, dificultaria
a ascensão económica e social dos companheiros ou dos artesãos de tenda aberta. O
título de mestre tornou-se mais fácil dentro de uma família de mestres, enquanto os
companheiros se reuniam em confrarias com funções de defesa de salários e trabalho,
uniões que, por vezes, conduziam a greves. A miséria atingiu este proletariado urbano,
constituído por companheiros, assalariados diversos e camponeses migrados para a
cidade, cujo recuso era a mendicidade e a caridade, praticada por outros com o fim de
atingir a salvação eterna. A média burguesia afirmava-se socialmente pelo exercício de
cargos administrativos.
• Os estados sociais evoluíam de uma sociedade de ordens para uma sociedade de
classes, onde as diferenças sociais dentro dos mesmos grupos eram significativas. A
riqueza traduzia-se no comportamento, na moda, nos adornos, na habitação e na
alimentação. Para lutar contra o luxo excessivo e contra a indiferenciação social, os
soberanos promulgavam as pragmáticas contra o luxo. A miséria de uns e a riqueza de
uma minoria conduziu a revoltas sociais. Mas as tensões sociais também se fizeram
sentir entre burgueses e nobres.
• A nobreza pressionada pela ascensão e riqueza da burguesia afirmava-se como uma
ordem e defendia o seu status, acentuando comportamentos e mentalidade que
assentavam na pureza de sangue, na honra e no desprezo pelo trabalho. Da burguesia
saiu uma nova nobreza de gente que ascendeu por mérito à nobilitação, ou seja, a quem
os soberanos concederam títulos, ou que os adquiriram por funções junto da corte. Esta
nova nobreza tentava imitar a nobreza de sangue, aproximando-se dela por casamento
ou pelo ofício das armas. A nova nobreza de letrados tendia a afirmar-se como um
quarto estado ou ordem: a nobreza de toga.
• A modificação social de uma sociedade de ordens para uma sociedade de classes foi
bem visível na Holanda e na Inglaterra, onde o peso dos negócios obtivera uma
consideração semelhante à da terra noutras regiões da Europa. As ordens saíram
reforçadas, a nível de mentalidade e de estatuto, com a publicação do Tratado das
Ordens de Loyseau, em 1611. O fechamento da nobreza como ordem tornava a
mobilidade social mais discreta no século XVII. As convulsões sociais da primeira
metade do século XVII assentaram não só em questões religiosas, mas também em
questões de natureza politica e social. A luta contra o peso do fisco real acendeu-se
contra os agentes colectores de impostos e os representantes do rei, em França. Aqui a
revolta era contra o Estado.
• A segunda metade do século XVI e a primeira metade do século XVII afirmavam-se
pela crise do humanismo e da consciência europeia. As Reformas tinham provocado
uma crise de irreligião na consciência do homem deste período. A arte evoluíra do
23
classicismo ao maneirismo e deste ao barroco. A sociedade afirmava-se pela violência e
pelo medo. De ambos era reflexo a perseguição às feiticeiras, como agentes do
demónio, que, na generalidade, acabavam na fogueira.
24
CAPÍTULO IX
GUERRAS DE RELIGIÃO E CRISE POLÍTICA DO FIM
DO SÉCULO XVI
25
partir de 1572. A resistência tinha como cabecilha Guilherme de Orange. A pacificação
de Gand concedia a liberdade religiosa às duas províncias calvinistas. D. João de
Áustria acabou por aceitar a pacificação de Gand e a partida das tropas espanholas. As
províncias católicas rebelaram-se contra a chefia de Guilherme de Orange e
constituíram a União de Arras que previa a reconciliação com Filipe II. As províncias
do norte, calvinistas, responderam com a União de Utreque. Em 1609, Filipe III
reconhecia a independência destas ultimas, designadas as Províncias Unidas. Os Países
Baixos católicos foram dados à infanta D. Isabel e a seu marido o arquiduque Alberto.
As guerras político-religiosas provocaram a decadência económica da região, com o
aparecimento de Antuérpia (Anvers), como centro económico a qual foi substituída por
Amesterdão, a norte, nas Províncias Unidas (Holanda). A Igreja empobreceu com o
confisco dos seus bens que não lhe foram restituídos, para pagamento da guerra. No
plano cultural, a figura mais proeminente foi Montaigne. No plano político, a teorização
levava à ideia de contrato entre o povo e o rei e à teoria da monarquia absoluta,
desenhada por Jean Bodin, na sua obra A República: o rei era limitado pela lei de Deus e
pela lei natural.
26
CAPÍTULO X
EUROPA MEDITERRÂNEA E EUROPA DO NOROESTE
27
mendicidade, a Inglaterra promulgava a lei dos pobres de 1601. A Renascença chegava
tardiamente a Inglaterra. Desta época é Shakespeare.
• Com a morte de Isabel, sem descendência directa, sucedeu no trono inglês Jaime I da
Escócia, o filho de Maria Stuart, rainha católica da Escócia, mandada decapitar na Torre
de Londres, por Isabel. A Grã-Bretanha ficava unida num reino único (País de Gales,
Inglaterra e Escócia), enquanto a Irlanda, católica, se rebelava contra o domínio inglês.
O início do século XVV assistiu à assinatura dos primeiros tratados de paz, após as
guerras de religião: (1598) paz entre Henrique IV de França e Filipe II; (1604) paz entre
Jaime VI e Filipe III; (1609) paz entre as Províncias Unidas (Holanda) e Filipe III. O
domínio da Europa do Noroeste sucedia à Europa mediterrânica de que a Espanha de
Filipe II fora a última protagonista.
28
CAPÍTULO XI
AS MARGENS DA EUROPA OCIDENTAL
29
• A Escandinávia tinha contactos com a Europa ocidental através das cidades
hanseáticas, nomeadamente Lubeck. Os hanseáticos foram substituídos na Suécia pelos
holandeses, que lhe exploram e exportam o ferro e o cobre. A Dinamarca era um reino
que desenvolvia a criação de gado e os lacticínios. A Noruega exportava madeiras para
a construção naval e peixe. Os reinos nórdicos eram monarquias (electiva a da
Dinamarca), em que o soberano era o chefe da religião luterana e a nobreza o grupo
social preponderante.
30
CAPÍTULO XII
INGLATERRA E PROVÍNCIAS UNIDAS ENTRE AS
SOCIEDADES DE ORDENS E AS SOCIEDADES DE
CLASSES
Na Inglaterra:
• Jaime I Stuart iniciou a união pessoal da Inglaterra e da Escócia, ao suceder ao trono
por morte de Isabel. Jaime I e seu filho Carlos I governaram como reis absolutistas, tal
como Isabel, convocando poucas vezes o Parlamento, constituído pela Câmara dos
Lordes e a Câmara dos Comuns. Reuniam o conselho privado.
• A administração local estava entregue aos deputados-tenentes, aos xerifes e aos juízes
de paz, nomeados pelo rei entre poderosos que defendiam o interesse do seu grupo
social. As finanças reais tinham por base os bens da coroa e os impostos autorizados
pelo Parlamento. Em caso de dificuldade financeira preferiam recorrer a empréstimos a
convocar o Parlamento. Em 1605, uma conjura católica, a Conspiração da Pólvoras,
reuniu o reino à volta do rei.
• No entanto a política externa não lhe foi favorável, ao fazer a paz com a Espanha que
rompeu em 1625. Carlos I desenvolveu uma politica externa activa pelo que convocou o
Parlamento, em 1628, para solicitar subsídios. Os parlamentares apresentaram-lhe a
Petition of Right onde o censuravam por lançar impostos sem autorização do
Parlamento e o acusavam de prisões arbitrárias de súbditos seus. Aceitou a petição mas
em 1629 voltava a governar sem o Parlamento. A este período, os ingleses chamaram-
lhe a “tirania”.
• Restaurou a liturgia católica na igreja anglicana o que provocou uma cisão entre os
súbditos, tendo alguns puritanos emigrado para a América do Norte. Também a Escócia
foi afectada pela imposição religiosa da estrutura anglicana que foi rejeitada pela
Escócia presbiterana. A guerra com a Escócia e a necessidade de dinheiro levou Carlos I
a convocar o Parlamento, em 1640.
• Iniciou-se um período de guerras civis no reino que foram acompanhadas pelas
revoltas dos irlandeses católicos, no Ulster. O Parlamento impôs a Carlos I a Grande
Admoestação, onde lhe impunha a escolha de conselheiros da confiança do Parlamento.
Carlos I tentou opor-se-lhes e prender os cabecilhas parlamentares, mas foi obrigado a
fugir de Londres que se sublevara. Os ingleses dividiram-se em dois partidos: os
Cavaleiros, partidários do rei, e os Cabeças Redondas, partidários do Parlamento. A má
preparação militar era nítida em ambos os campos, até à chegada de Olivier Cromwell,
à frente do grupo parlamentar. Puritano fanático organizou e disciplinou o exército dos
Cabeças Redondas. Carlos I foi derrotado. Fugiu para a Escócia onde viria a ser
entregue ao Parlamento de Londres.
• Entretanto novas seitas de cariz social surgiram levando o Parlamento a votar a
declaração que dava ao povo a soberania, imediatamente a seguir a Deus. A Câmara dos
Comuns passou a exercer o poder supremo da nação. Carlos I foi condenado à morte em
1649.
31
• O Parlamento aboliu a realeza e suprimiu a Câmara dos Lordes. Cromwell venceu a
Irlanda e a Escócia, derrotando o exército realista de Carlos II, filho de Carlos I. A
Holanda de Guilherme de Orange opôs-se à República de Cromwell.
• A economia inglesa, durante os dois Stuarts, continuou a desenvolver-se, quer
internamente na indústria, quer a nível de comércio marítimo com as Índias. Nobres e
negociantes participavam deste desenvolvimento. Da burguesia ascendeu um novo
corpo de nobres rurais que adquiriram os bens secularizados da Igreja, no tempo de
Jaime I. A aristocracia terratenente, os landlords, detinha a administração central.
Camponeses e proletários urbanos viviam na miséria e eram permeáveis aos
descontentamentos sociais e religiosos. O puritanismo alastrou na Inglaterra, durante os
Stuart. Com o estabelecimento da República, Cromwell governou através do exército,
nomeadamente o Conselho dos generais. Hostilizou a ideia de igualdade política, mas
afirmou a ideia de igualdade religiosa no seio do povo de Deus.
• Em 1651, o Parlamento votou o Acto de Navegação, segundo o qual todos os produtos
coloniais deviam ser importados em navios ingleses e os produtos europeus em navios
ingleses ou de seus países de origem. Dissolveu o Parlamento em 1654 e dividiu as ilhas
britânicas em onze circunscrições militares. Em 1657, o Parlamento ofereceu-lhe a
coroa que recusou, mas aceitou as insígnias reais e o direito de nomear um sucessor. Em
1654 assinou a paz com os holandeses que reconheceram o Acto de Navegação. Os
ingleses atacaram as Antilhas e conquistaram a Jamaica. À sua morte, em 1658,
sucedeu-lhe Ricardo Cromwell que abdicava ao fim de seis meses. Em 1660, o
Parlamento chamava o rei Carlos II ao poder.
32
CAPÍTULO XIII
O DESTINO DAS GRANDES MONARQUIAS: ESPANHA E
FRANÇA
Espanha:
• Viveu no século XVII o chamado “século de ouro”, apesar de nele ter tido origem a
decadência da Espanha. A primeira metade do século caracterizou-se por uma quebra
demográfica, provocada pelas epidemias, as guerras, como a da Catalunha, pela
expulsão dos mouros e pela emigração para outras paragens, nomeadamente a América.
• A economia caracterizou-se pelo crescimento da criação de gado à custa das terras
cerealíferas, da diminuição da produção vinícola, de uma indústria têxtil mais marcada
pela exportação da lã em bruto do que tecida e por uma indústria de produção da seda e
por um comércio que conhecia o seu apogeu nas feiras de Medina del Campo e em
Cádis como termo da rota americana.
• A sociedade estava marcada pela preponderância do alto clero e da alta nobreza que se
definia pela primogenitura e pela concentração dos morgadios no primogénito; pelos
letrados; pelos fidalgos, nobres não primogénitos; pelos burgueses e pelo campesinato
onde abundavam os jornaleiros.
• A Espanha era uma monarquia absoluta, onde o poder dos favoritos reais era bastante
importante. Os reis governavam com um conselho e convocavam escassamente as
cortes dos diferentes estados que constituíam a coroa espanhola. Aumentaram os
impostos e a inflação foi galopante.
• A Espanha sofreu uma longa e desgastante guerra com a França: o conde-duque de
Olivares, primeiro-ministro de Filipe III, enfrentava o cardeal Richelieu, primeiro-
ministro de Luís XIII. Em 1640 eclodiram revoltas separatistas em Portugal, na
Catalunha, em Aragão e na Andaluzia. A Catalunha declarou-se súbdita de Luís XII de
França até 1652. Portugal tornou-se independente e foi reconhecido como tal em 1668.
No tempo de Filipe IV, rebelou-se contra o domínio espanhol a Itália espanhola. Apesar
da Inquisição, a cultura e as artes desenvolveram-se dando nomes como Cervantes, na
literatura, Velásquez e Greco, na pintura.
França:
• A França viveu entre 1598 e 1661, um período de guerra civil, crises económicas e
sociais. Henrique de Navarra abjurou o calvinismo para se tornar rei de França e
afirmou-se como um rei católico. Governou como um rei absoluto, sem convocar os
Estados Gerais. Alterou a concepção da administração ao leiloar os cargos que se
tornavam propriedade de quem mais desse por eles, deu origem a um quarto estado que
veria os mais altos titulares nobilitados, originando uma nobreza de toga.
• O Édito de Nantes, que permitia o culto reformado, foi aplicado com muitas
dificuldades em todo o reino. A guerra religiosa tinha deixado o reino desgastado
economicamente. Os camponeses viviam na miséria e nas cidades crescia a
mendicidade. O banditismo proliferava.
33
• Henrique IV tomou as seguintes medidas: promulgou o édito sobre os ofícios de 1581;
encorajou a agricultura, protegendo os camponeses e reduzindo-lhes os impostos, assim
como incentivava a nobreza rural a gerir os seus domínios; secou pântanos; restaurou as
vias; incentivou a uma indústria nacional de produtos de luxo de modo a evitar a
importação, como a da seda. A criação de uma Companhia das Índias Orientais falhou.
Henrique IV teve como conselheiros Sully, que sanearia a moeda, e Laffemas que
defendia as teorias mercantilistas.
• As reformas não agradaram e a instabilidade social cresceu, agravada com a
insatisfação religiosa. Henrique IV foi assassinado, em 1610, quando se preparava para
apoiar os protestantes contra a Espanha, deixando o filho menor, o futuro Luís XIII.
Sucedeu-se um período de regência encabeçado pela rainha viúva Maria de Médicis,
italiana, que ensaiou a paz com a Espanha, casando Luís XIII com Ana de Áustria.
Vários partidos se digladiaram até à subida ao trono do rei que, em 1624, chamaria
Richelieu para o Conselho e faria dele ministro.
• Richelieu desenvolveu a política de Henrique IV contra a Espanha, apoiando os Países
Baixos e as revoltas que, na Península, procuravam a autonomia da coroa espanhola,
como Portugal ou a Catalunha. Aproximando-se da Inglaterra, casando a irmã do rei
com Carlos I de Inglaterra. Lutou contra os protestantes franceses, dominando-os e
permitindo que o Édito de Nantes pudesse ser executado com moderação. Com mão
férrea disciplinou a nobreza francesa, centralizou a administração e controlou a opinião
pública. Reestruturou o exército (código Michau) e a marinha. Investiu nas teorias
mercantilistas, seguindo o pensamento de Laffemas. Os franceses ensaiaram a sua
colonização americana povoando o Quebec. Richelieu aplicou o Concílio de Trento em
França. No seu testamento político dissertou sobre as ideias absolutistas, sendo o rei
considerado a imagem viva de Deus, prestando apenas perante Este contas dos seus
actos de governante.
• As revoltas populares foram constantes perante o aumento sucessivo de impostos, a
carestia, as fomes, as epidemias, ao mesmo tempo que as intrigas da corte, instigadas
pela rainha, apoiada pela Espanha rebentavam continuamente. Sucedeu-lhe como
ministro de França o cardeal Mazarino.
• À morte de Luís XIII e na menoridade do futuro Luís XIV, criou-se um conselho de
regência em que tomavam parte, entre outros, Mazarino e a rainha viúva. Ana de
Áustria fez o Parlamento anular o testamento de Luís XIII e o conselho de regência,
ficando a governar com Mazarino.
• Entre 1648 e 1652, a França mergulhava de novo na guerra civil, agravada por uma
crise económica, onde os camponeses, artesãos e pequena burguesia se revoltavam
contra os impostos, contra a fome e o desemprego. A Fronda tal como outros
movimentos similares manifestou-se contra o poder real e integrou nesta revolta a
nobreza togada, os parlamentos. A Fronda exigiu a abolição dos impostos criados a
partir de 1635, afastamento dos oficiais colectores dos mesmos, mas mantinha-se leal ao
rei e aos parlamentos.
• O não cumprimento do acordado por parte da rainha regente e a fuga de Paris com o
rei, a população e o Parlamento de Paris revoltavam-se contra Mazarino. A paz foi feita
entre ambos, ao mesmo tempo que a nobreza chefiada por Conde se revoltava. A paz
voltaria à França com a maioridade de Luís XIV.
34
CAPÍTULO XIV
A EUROPA DILACERADA (1609-1661)
35
gerais de miséria, quer nos campos, quer nas cidades, com consequências na diminuição
de natalidade, na propagação da fome e das epidemias.
36
CAPÍTULO XV
O DIFÍCIL NASCIMENTO DA EUROPA CLÁSSICA
37
38
PARTE III
O MUNDO EXTRA-EUROPEU NOS SÉCULOS XVI E
XVII
Capitulo XVI
O Velho Mundo: Islã e África
39
escravos – em que sabemos intervirem poderosos capitalistas nacionais e
estrangeiros, e círculos amplos de mercadores, altos dignatários do Estado e
escalões médios da hierarquia administrativa e, ainda, colectiva ou individualmente,
membros da Igreja – transformou o continente africano num vasto e inesgotável
reservatório de mão-de-obra que foi utilizada nos campos portugueses e nas
colónias ibéricas, das fazendas mexicanas ao Peru e ao Brasil (calcula-se que aqui
terão chegado a uma média de 4000 por ano durante o século XVII) com graves
consequências socio-económicas e culturais para a África.
Capitulo XVII
O Mundo Hindu e o Extremo Oriente
As três principais companhias são: a Companhia Inglesa das Índias Orientais (East
India Company),criada em 1600; a Companhia Holandesa das Índias Orientais,
estabelecida pelas Províncias Unidas em 1602 e a Companhia Francesa das Índias
Orientais (Compagnie Française des Indes Orientales), instituída em 1664.
O regime dos shoguns Tokugawa reproduzia nos séculos XVII e XVIII as dicotomias
sociais de uma sociedade tripartida típicas da sociedade medieval.
40
Capitulo XVIII
O Novo Mundo
De destacar que a população ameríndia, apesar dos esforços de Las Casas e outros
no combate pela justiça na conquista da América, diminuiu de forma acentuada
devido à violência dos conquistadores, ao trabalho forçado e às doenças levadas
pelos colonizadores.
FIM
41
42
PARTE IV
DA EUROPA CLÁSSICA À EUROPA DAS LUZES
Capitulo XIX
A França de Luís XIV
Deveria referir, do topo (Rei) para a base (Povo): o alto clero e o baixo clero, a par,
respectivamente da nobreza de espada e da nobreza de toga; a seguir a burguesia
(homens de leis, comerciantes, etc.), depois os lavradores, os artífices e, finalmente,
os trabalhadores braçais.
Deveria mostrar que Colbert, para concretizar a sua política mercantilista, para
além de criar manufacturas propriedade do Estado (como os Gobelins, a
Savonnerie, os arsenais militares, como o de Saint-Etienne) favoreceu as
manufacturas privadas concedendo-lhes subsídios, adquirindo acções ou
outorgando-lhes o monopólio de fabrico e venda de certos produtos; também a
isenção de impostos. A sua acção passou ainda pela contratação de reputados
técnicos e artífices estrangeiros (como os Van Robais); tabelou os salários e
aumentou as taxas alfandegárias sobre a importação de produtos estrangeiros
concorrentes e criou uma regulamentação minuciosa e um corpo de inspectores
visando manter a qualidade dos produtos.
43
4. Identifique, esquematicamente, as condições (materiais, políticas, sociais,
culturais e psicológicas) que permitiram a D. João V a importação desta atitude de
Luís XIV.
Capitulo XX
As Guerras na Europa de 1661 a 1715
44
Portugal e a Inglaterra assinam o Tratado de Methuen.
1704 – Portugal envolve-se na Guerra de Sucessão de Espanha.
Batalha de Blenheim.
1706 – Grande ofensiva contra Espanha por um exército misto de Portugal,
Inglaterra e Holanda sob comando do Marquês de Minas.
Rendição da Fortaleza de Âlcantara.
1707 – A coligação sofre uma derrota em Espanha, um recuo no Midi da França e
decepções no Reno.
1709 – Batalha de Malplaquet, nos Países Baixos do Sul.
1710 – Filipe V, derrotado na Catalunha, abandona Madrid.
Combate entre tropas espanholas e a guarnição de Castelo de Vide.
1711 – Luís XIV dá a conhecer ao primeiro-ministro inglês, Harley, as condições da
França para pôr fim aos combates.
Assinado em Londres um acordo preliminar que concedia à Inglaterra, não
apenas Gibraltar e um porto na Minorca, mas também a Terra Nova e o
monopólio do comércio dos escravos na América espanhola.
1712 – Em Janeiro começam em Utreque as negociações de paz.
Portugal assina, no Congresso de Utreque, um armistício com a França e a
Espanha.
1713 – Assinatura, no Congresso de Utreque, do Tratado de Paz e Amizade, entre D.
João V e Luís XIV (ratificado em 18/04 e 09/05).
1714 – Reatam-se as relações diplomáticas com a França.
1715 – Tratado de Paz e Amizade entre D. João V e Filipe V de Espanha, assinado
em Utreque, garantido por Jorge I de Inglaterra.
45
antes correlacionado com a chegada em 1699 – isto é, quatro anos antes do Tratado
– do primeiro ouro brasileiro enviado directamente do Rio.
Capitulo XXI
Monarquia Temperada e Estatismo na Europa de 1660 a 1715
Capitulo XXII
Os Estudos Europeus de 1715 a 1740
46
2. Esquematize os grandes marcos que constituíram o célebre Sistema de John
Law.
47
verdadeira e sincera amizade, esquecer-se-iam as hostilidades passadas, trocar-se-
iam os prisioneiros, restituição mútua de todas as praças e terras conquistadas
durante a guerra, recebendo Portugal imediatamente o castelo de Noudar com o seu
termo, a ínsula de Verdoejo e o território da Colónia do Sacramento.
Capitulo XXIII
As Transformações Económicas de 1660 a 1740
48
primitivamente utilizada em moinhos de roda horizontal e vertical – que vai ser
usada para várias funções industriais: pisões, trituração de minério, fabricação de
papel, fundição, forjas, etc. A energia a vapor teve num primeiro momento o
objectivo de elevar a água dos poços das minas de carvão, como foi o caso da
máquina de Thomas Savery (1650-1717) – o título da brochura onde este descreve a
sua máquina singular: O Amigo do Mineiro (The Miner’s Friend) – ou do
serralheiro Thomas Newcomen (1698) que depois de 15 anos de experiências, aplica
a sua primeira máquina a vapor em 1712 numa mina de carvão perto de Dudley
Castle, Worcestershire.
Capitulo XXIV
Civilização e Sociedades Europeias de 1660 a 1740
49
3. Identifique as principais academias e organizações científicas dos séculos
XVII e XVIII.
FIM
50
PARTE V
EM DIRECÇÃO À ÉPOCA CONTEMPORÂNEA
Capitulo XXV
Transformações da Sociedade Europeia: Os Movimentos de
Fundo
51
4. Tendo em conta a lista dos inventos mais significativos do século XVIII,
identifique os ligados ao ramo têxtil da indústria.
Lançadeira volante de tear (John Kay, 1733); cilindro de máquina de fiar (Wyat e
Lewis Paul, 1733), máquina automática de fiar (James Hargreaves, 1767), máquina
de fiar em fino (Crompton, 1784), primeira fiação a vapor (Papplewick, 1785), tear
a vapor (Cartwright, 1785).
52
Capitulo XXVI
Inglaterra e França de 1740 a 1789
53
Capitulo XXVII
Os Outros Estados Europeus no Tempo do “Despotismo
Esclarecido”
Capitulo XXVIII
O Mundo e as Relações Internacionais
54
1776 (04 de Julho) Proclamação da Independência dos EU.
1777 Capitulação da tropa inglesa em Saratoga.
1778 Aliança franco-americana.
1781 Ratificação dos artigos da Confederação.
Reconhecimento da independência dos EU pela Inglaterra.
1785 Divisão do país em townships.
1787 Votação da Constituição dos EU.
1789 George Washington, 1º presidente dos Estados Unidos.
FIM
55