Apostila MACRO-UNIRITTER
Apostila MACRO-UNIRITTER
Apostila MACRO-UNIRITTER
12 PIB – Produto Interno Bruto. PNB, PNL, RN. Mini Prova ENADE: 99
18.10.2016
1
A Macroeconomia estuda a formação dos preços nos diversos mercados a partir
da ação conjunta da demanda e da oferta. Vem da palavra grega makros, que
significa grande. Dedica-se a uma visão geral da economia, ou seja, estuda o
resultado global do comportamento dos agentes, a partir da análise de
indicadores, como inflação, desemprego, produção total, consumo, volume total de
poupanças, etc.
2
Não existe conflito entre a Micro e a Macroeconomia, dado que o conjunto da
Economia é a soma de seus mercados individuais. A diferença é uma questão de
ênfase e de enfoque.
3
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Entidades
Órgãos Normativos Operadores
Supervisoras
Instituições
Demais Outros
Banco Central do financeiras
instituições intermediários
Brasil - Bacen captadoras de
Conselho Monetário financeiras financeiros e
depósitos à vista
Nacional - CMN administradores de
Bolsas de
Comissão de Valores Bolsas de recursos de
mercadorias e
Mobiliários - CVM valores terceiros
futuros
Superintendência de
Conselho Nacional de Seguros Privados - Sociedades Entidades abertas
Susep Sociedades
Seguros Privados - de de previdência
seguradoras
CNSP capitalização complementar
Superintendência
Conselho Nacional da
Nacional de
Previdência Entidades fechadas de previdência complementar
Previdência
Complementar - (fundos de pensão)
Complementar -
CNPC
PREVIC
4
Instituições financeiras bancárias ou monetárias: São aquelas com
capacidade de criar moeda: Bancos Comerciais; Bancos Múltiplos; Caixas
Econômicas e Cooperativas de Crédito.
Um exemplo de criação de moeda ocorre quando um Banco desconta uma
duplicata. Entrega ao cliente haveres monetários (moeda) e em troca recebe
haveres não monetários (duplicata).
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AUTORIDADES MONETÁRIAS
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• Autorizar as emissões de papel-moeda pelo BACEN e as normas reguladoras
do meio circulante;
• Fixar diretrizes e normas da política cambial;
• Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações
creditícias;
• Determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras.
Banco Central do Brasil: É uma autarquia federal criada pela Lei 4.595, de
31.12.64, competindo-lhe cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são
atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho
Monetário Nacional. O BACEN é o órgão responsável pela execução das normas
que regulam o SFN.
São suas atribuições agir como banco dos bancos, gestor do SFN, executor da
política monetária, banco emissor e banqueiro do Governo.
Principais atribuições:
• Emitir moeda de acordo com condições do CMN;
• Executar os serviços do meio circulante;
• Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos;
• Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras
preservando a liquidez do sistema bancário;
• Regular a compensação de cheques e outros papéis;
• Efetuar política monetária através da compra e venda de títulos federais;
• Exercer o controle de crédito;
• Fiscalizar as instituições financeiras;
• Autorizar o funcionamento e operacionalidade das instituições;
• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros;
• Administrar as Reservas Internacionais;
• Atuar como regulador do mercado cambial.
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AUTORIDADES DE APOIO AO SFN
Atualmente atua como banco comercial múltiplo, contudo, sendo ainda a União
seu maior acionista, incumbe ao Banco, também executar a política oficial de
crédito rural e operar como agente financeiro do Governo Federal.
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): Empresa
Pública Federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. Responsável pela política de investimentos de Longo Prazo do Governo.
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INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
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Bancos de Investimentos: Seu objetivo é o financiamento a médio e longo prazo
para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas. Não podem manter
contas correntes e captam recursos pela emissão de CDB e RDB.
As operações ativas que podem ser praticadas pelos bancos de investimento são:
• Empréstimos prazo mínimo de um ano para financiamento de capital fixo e de
giro;
• Aquisição de ações ou quaisquer outros títulos e valores mobiliários para
investimento ou revenda no mercado de capitais;
• Repasses de empréstimos obtidos no País ou no exterior;
• Prestação de garantia de empréstimos.
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Sociedade de Arrendamento Mercantil: Operam com leasing, que se assemelha
a uma locação, onde o cliente tem a opção de renovação ou aquisição do bem
pelo valor residual garantido fixado em contrato, ou devolve-lo à empresa.
Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é pago
de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início
do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através
da emissão de debêntures, com características de longo prazo.
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Bancos Cooperativos: São bancos comerciais surgidos a partir de cooperativas
de crédito. Sua principal restrição é limitar suas operações em apenas uma UF, o
que garante a permanência dos recursos onde são gerados, impulsionando o
desenvolvimento local.
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COPOM – Comitê de Política Monetária
Se o viés for de baixa, significa que o Presidente do Bacen pode baixar a taxa de
juros Selic antes da data marcada para a próxima reunião. Se for de alta, o
Presidente do Bacen pode elevar a taxa Selic. E se o viés for neutro, somente
quando da realização da próxima reunião é possível alterar a taxa de juros Selic.
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No segundo dia, o diretor de Política Monetária do Bacen apresenta propostas de
diretrizes de política monetária e alternativas para a taxa de juros, baseadas na
avaliação da conjuntura econômica. Em seguida, os demais membros da Diretoria
fazem suas ponderações e apresentam suas proposições. Ao final, ocorre a
votação das propostas, buscando-se, sempre que possível, o consenso. Ao final
da reunião, em torno de 18 horas da quarta-feira, o Bacen informa a nova taxa
Selic e seu eventual viés.
Oito dias após a reunião, o Bacen divulga a Ata da Reunião, onde consta a
decisão tomada pelo Comitê, tendo como foco a transparência e o compromisso
de prestar contas à sociedade. Para reforçar o compromisso com a transparência,
se a decisão do Copom não tiver sido por consenso, as opiniões alternativas dos
membros da Diretoria são destacadas.
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As metas de inflação são definidas anualmente pelo Conselho Monetário Nacional
por proposta do Ministro da Fazenda. O índice oficial adotado pelo Brasil é o IPCA
– Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado, calculado e apurado pelo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Este índice mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas
famílias com renda entre zero e quarenta salários mínimos, apurado entre o
primeiro e o último dia de cada mês. A coleta dos dados abrange as regiões
metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo,
Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Distrito Federal, além do município de
Goiânia. A divulgação do IPCA ocorre até o dia 15 do mês seguinte.
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MERCADO FINANCEIRO
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É o local onde os agentes econômicos procuram promover o equilíbrio de caixa de
curto e curtíssimo prazo.
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importadores, devedores com compromissos externos e investidores
internacionais. No grupo de vendedores estão os exportadores, turistas,
tomadores de empréstimos, entre outros.
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SISTEMAS DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA DE TÍTULOS
Por meio da Selic, as instituições financeiras podem adquirir e vender títulos todos
os dias, criando assim, uma taxa diária conhecida por Taxa Média Selic – TMS,
que é a taxa média ponderada das operações realizadas no mercado secundário
de títulos públicos federais, ou taxa overnight, representativa das operações de
um dia útil.
Como os títulos públicos negociados no Selic são de grande liquidez e de baixo
risco, a taxa definida no âmbito desse sistema é aceita aparentemente como uma
taxa livre de risco, servindo de importante referencial para a formação das taxas
de juros no mercado financeiro.
Ao se identificar a taxa Selic, tem-se a taxa de juros por dia útil, formada pelas
negociações que envolvem os títulos públicos. A liquidação financeira ocorre no
ato da negociação, sendo conhecida como taxa D+0.
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Os vários negócios com esses títulos são acertados diretamente entre os
operadores das instituições financeiras credenciadas que operam no mercado
monetário, repassando as informações ao Selic, para que ocorra a transferência
do dinheiro, e posteriormente, dos títulos envolvidos nas operações.
Vamos analisar como funciona esse sistema: o Governo precisa de capital para
honrar suas dívidas tanto de curto como de longo prazo. Só que não é capaz de
gerar receita suficiente para honrar todos esses compromissos. Então, vai ao
mercado e faz uma oferta de títulos com taxas pós ou prefixadas.
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investimento. Com o início da venda direta de títulos públicos pela internet, o
Governo pulverizou a dívida, permitindo aos pequenos poupadores a aquisição
direta de papéis, via Tesouro-Direto.
Títulos Públicos Federais: Papéis que o Governo emite para captar dinheiro do
público, principalmente para financiar seus gastos, quando são superiores as
receitas. Os leilões de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional têm a
finalidade de rolagem do déficit público.
LTN - Letras do Tesouro Nacional: Título emitido pelo valor nominal unitário
múltiplo de R$ 1.000,00. A sua rentabilidade é prefixada e definida no momento da
compra. Embora sua rentabilidade contratada não varie de acordo com a SELIC,
pois é prefixada, caso o papel seja vendido antes do vencimento, o Tesouro fará a
recompra pelo valor e pela taxa de juros que o mercado estiver praticando.
Contudo, no vencimento, os juros contratados serão garantidos. É um bom
investimento a médio e longo prazo (1 a 3 anos).
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NTN-B - Notas do Tesouro Nacional série B: Papéis pós-fixados com
rendimentos atrelados ao IPCA + taxa de juros ao ano.
BBC - Bônus do Banco Central: Títulos de curto prazo, geralmente de 28, 35, 42
e 49 dias. Seu rendimento é prefixado e são vendidos nos leilões de títulos
públicos realizados pelo Banco Central.
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TAXA SELIC – Sistema de Cálculos
A taxa SELIC é apurada diariamente após o encerramento das operações. É
determinada pela média ponderada das operações de um dia, lastreada em títulos
públicos federais.
Vamos considerar a realização de 4 operações de um dia, conforme tabela abaixo:
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A tabela abaixo mostra de forma resumida a Taxa SELIC, definida pelo Comitê de
Política Monetária do Banco Central:
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CETIP – CENTRAL DE CUSTÓDIA E LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA DE TÍTULOS
A Cetip é uma associação civil, sem fins lucrativos, criada pelas instituições
financeiras, em conjunto com o Banco Central, com a finalidade de garantir mais
segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro.
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transferências de recursos eram efetuadas por meio de cheques administrativos
das instituições operadoras ou ordens de pagamento equivalentes.
Assim, toda compra de títulos nesse mercado tinha sua liquidação financeira
efetuada no dia útil seguinte ao da operação, após a devida compensação
bancária. Por isso, a taxa de juros formada diariamente no sistema Cetip era
conhecida por Taxa Cetip ou D+1.
Os sistemas SELIC e CETIP têm como objetivo básico promover a liquidação das
operações no mercado monetário, proporcionando maior segurança e liquidez aos
negócios.
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MERCADO MONETÁRIO
Mercado Primário
Para lançar um título no mercado, ou seja, para fazer a primeira venda de um
título, o Banco Central realiza o chamado leilão primário ou leilão formal. As
instituições financeiras credenciadas junto ao Bacen enviam suas ofertas, as quais
o Bacen pode aceitar ou não. O processo todo ocorre via computadores.
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mercado brasileiro são credenciados e atuam como Dealers, como por exemplo,
Banco do Brasil, Bradesco, Itaubanco.
Mercado Secundário
Como as instituições financeiras não são obrigadas a carregar o papel comprado
em leilão primário até o seu vencimento, é prática comum a venda desses títulos a
outras instituições, seja de forma definitiva ou através de operações
compromissadas.
A venda desses títulos a outras instituições cria o mercado secundário, que tem no
mercado aberto o seu principal instrumento de operacionalização desses títulos.
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MODALIDADES OPERACIONAIS DO MERCADO MONETÁRIO
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Vejamos um exemplo: o cliente compra um título público, disponível na carteira do
Banco, com o compromisso de revendê-lo. O Banco paga uma remuneração ao
cliente com o compromisso de recomprá-lo a qualquer dia até o vencimento.
Nessa operação a instituição está recebendo um empréstimo, ou seja, dinheiro em
troca da venda temporária dos títulos.
Dessa forma, quando uma instituição necessita de recursos, inicia uma operação
de venda temporária de títulos com o compromisso de recompra: é a operação
compromissada. Inversamente, se essa mesma instituição deseja ou necessita
temporariamente carregar os títulos em sua carteira, ela compra os papéis com o
compromisso de revendê-los.
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MARCAÇÃO A MERCADO
É a avaliação diária dos ativos que compõe uma carteira de investimentos a preço
de mercado. Marcar a mercado significa dar preço diariamente aos ativos
Até 31 de maio de 2002, o Banco Central do Brasil permitia que os ativos de renda
fixa fossem contabilizados de acordo com o preço de aquisição atualizado pela
curva de rentabilidade do papel até o seu vencimento. Se o papel fosse levado até
o vencimento, a rentabilidade não seria comprometida. A partir de 31/05/2002, por
determinação do Banco Central, os títulos passaram a ser avaliados diariamente a
valor de mercado, visando manter o real valor do patrimônio do fundo.
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Em função do comportamento destas variáveis, o papel pode ser negociado com
ágio ou deságio. Trata-se de um prêmio que o investidor paga (ágio) ou exige
(deságio) no ato da aquisição de um determinado título, em função da avaliação
da capacidade do emissor honrar o compromisso de pagar este título no valor e
data combinados.
FV
PU =
(1 + i / 100) nd / nc
33
Uma vez comprado esse papel com deságio, à medida que a data de vencimento
se aproxima, o valor do papel valoriza-se até atingir o seu valor de face, na data
de vencimento final.
Vamos imaginar um papel emitido pelo prazo de 12 meses a uma taxa prefixada
de 25% ao ano e um valor de face de R$ 1.000,00. Qual seria o valor presente
deste papel?
PU = 1000 .
du/252
(1 + Taxa Efetiva)
PU = 1000 = R$ 800,00
(1 +0,25)252/252
O mercado trabalha com o conceito de dias úteis, onde um mês possui 21 dias
úteis e um ano 252 dias úteis. No exemplo acima, como o prazo do papel é de um
ano, estamos utilizando essa metodologia.
Vamos imaginar agora que já passaram 152 dias úteis desde a data de aquisição
desse título, faltando, portanto, 100 dias úteis para seu vencimento e queremos
saber o PU nesta data.
Considerando o título com as características acima, seu Preço Unitário é:
1000
PU = = R $ 915,26
(1 + 25 / 100)100 / 252
34
Veja que à medida que o prazo de vencimento vai chegando, o PU do papel se
aproxima do valor de face, no nosso exemplo R$ 1.000,00.
Voltando ao exemplo inicial, vamos imaginar que a taxa de juros não é mais 25%
ao ano e sim 40% ao ano. Qual seria o preço do papel com prazo de um ano, na
data da compra?
1000
PU = = R $ 714,29
(1 + 40 / 100) 252 / 252
1000
PU = = R $ 909,09
(1 + 10 / 100) 252 / 252
Veja a relação entre o nível de taxa de juros e o preço do papel. Existe uma
relação inversa entre o PU do papel e o nível de taxa de juros. Quanto maior for a
taxa de juros, menor será o PU do papel. Quanto menor for a taxa de juros, maior
será o preço do papel.
1000
PU = = R $ 875,01
(1 + 40 / 100)100 / 252
35
Como se observa, com o aumento da taxa de juros de 25% para 40% ao ano, o
preço unitário (PU) de uma LTN ficou reduzido de R$ 800,00 para R$ 714,29. E
com a redução da taxa de 25% ao ano para 10% ao ano, o PU passou para R$
909,09.
No mercado de títulos com taxas pós-fixadas, ocorre uma relação direta entre taxa
de juros e preço do papel, em função do ágio ou deságio existente. Ocorre ágio
quando o valor pago no momento de aquisição do título é superior ao seu valor de
face, ou seja, sempre que a rentabilidade oferecida pelo papel é maior que o preço
de mercado no momento da negociação.
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consideração a independência na coleta de dados em relação às taxas praticadas
nas mesas de operações dos Bancos.
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Exercícios
4. O Bacen está realizando leilão de Títulos Públicos (LTN) à taxa de 15% ao ano.
Considerando prazo de um ano com 252 dias úteis, calcular o PU (Preço Unitário)
de um título de R$ 1.000,00 nas seguintes datas:
a) Na data de aquisição do papel (R$ 869,57)
b) Faltando 50 dias úteis para o vencimento (R$ 972,65)
c) Faltando 10 dias úteis e a taxa alterou para 13% ao ano (R$ 995,16)
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ESTUDO DA MOEDA
A moeda possui diversos aspectos, um dos quais ser um ativo, ou seja, é uma
forma de aplicação dos recursos dos indivíduos, um bem econômico que possui
seu próprio mercado, oferta e demanda. Considerado um bem essencial para a
economia, é utilizado para transações comerciais, permitindo aos indivíduos maior
poder de decisão sobre seus recursos.
Dito de outra forma, moeda pode ser definido como um ativo financeiro de
aceitação geral utilizado na troca de bens e serviços com poder liberatório
(capacidade de pagamento) instantâneo.
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Origem e Evolução da Moeda
Nas economias primitivas, o sistema de vida da humanidade não lhes oferecia um
instrumento de troca que possibilitasse a transformação dos produtos disponíveis,
restringindo suas atividades à caça, à pesca e a coleta de frutos.
As trocas evoluíram em duas etapas: trocas diretas, produto por produto e trocas
indiretas, por intermédio da moeda. Um exemplo de trocas diretas pode estar
relacionado com duas comunidades: uma localizada às margens de um rio
abundante em peixes, mas com poucos frutos naturais. Essa comunidade poderia
se especializar na captura de peixes e trocar com outra comunidade com
abundância e especialidade na coleta de frutos.
40
Ao se estabelecer um produto ou mercadoria como base de troca, nasceu o
conceito básico de moeda: um instrumento facilitador das trocas que permite a
medida ou a comparação de valores. No passado, foi utilizado como moeda o
trigo, o sal, o gado e os metais.
Portanto, a qualidade mais importante que uma moeda deve ter é que possua
aceitação entre os agentes econômicos como instrumento facilitador de
pagamentos ao longo do tempo.
41
50 sacas de trigo e todo ele se deteriorasse. Esse indivíduo teria zerado seu
estoque de moeda.
42
Conquistando a confiança do público, iniciaram uma transformação no sistema. Ao
verificarem que os metais preciosos ficavam guardados em seus cofres por longo
período sem qualquer utilização por parte de seus legítimos possuidores,
passaram a emitir os chamados bilhetes de banco negociáveis.
43
As funções da Moeda
A moeda serve como meio de pagamento de aceitação geral, onde reside a razão
principal e determinante do aparecimento da moeda: a de facilitar o processo de
produção e distribuição de bens, ampliando as possibilidades de especialização e
divisão social do trabalho. A divisão do trabalho permite a especialização e resulta
em aumento da produção e da produtividade.
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Com a utilização da moeda como meio de troca, eliminam-se os inconvenientes
decorrentes da dupla coincidência de desejos exigidas na economia de escambo.
Com a separação da compra e da venda, aumenta a liberdade de escolha dos
agentes econômicos, criando-se condições para a competitividade e promovendo-
se a racionalidade do sistema econômico.
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• Permite a contabilização dos valores agregados da produção, como
investimento, consumo, poupança e outros fluxos macroeconômicos, muito
importantes no planejamento e na administração da economia.
A moeda serve como reserva de valor desde o momento em que é recebida até o
momento em que é gasta por seu possuidor. A retenção de moeda como reserva
de valor é uma forma alternativa de acumulação de riqueza. Diante das incertezas
da economia quanto as possibilidades futuras de conversão de outras formas de
ativos em moeda, ela é um reservatório de poder de compra.
46
Além disso, ocorrendo inflação no período de retenção da moeda, indicando
elevação no nível geral dos preços dos bens e serviços disponíveis no mercado, a
retenção de moeda implicará num custo adicional, representado pela perda do
pode real de compra.
A moeda detém o poder de saldar dívidas, liquidar débitos e livrar seu possuidor
de qualquer situação passiva. Esta particularidade da moeda é denominada de
poder liberatório, ou função liberatória.
Esse poder é garantido pelo Estado, que pode forçar o curso da moeda, impondo
sua aceitação como forma de pagamento de qualquer dívida. Entretanto,
precisamos saber que a aceitação geral da moeda não é unicamente atribuível ao
Estado. A aceitação generalizada decorre muito mais da própria sociedade onde a
moeda circula do que de imposições legais.
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A Moeda como Padrão de Pagamentos Diferidos
Esta função existe à medida que se admite a moeda como um título de crédito.
Quem a detêm possui o direito de adquirir os bens e serviços disponíveis no
mercado, tanto maiores e mais amplos quanto maior for o montante de moeda
disponível.
Esses direitos representam uma espécie de poder de decisão que conduz a uma
forma de poder econômico, que pode inclusive ser utilizada como instrumento de
48
pressão política, tendo como consequência a utilização do poder de forma nociva
à sociedade.
49
utilização, nos primórdios, do arroz como moeda. No caso de uma transação
envolvendo dois indivíduos, o comprador poderia querer pagar a dívida com arroz
de grãos miúdos e quebrados, enquanto o vendedor espera receber arroz de
grãos graúdos e inteiros.
Após determinado número de transações, não restariam mais espaços para novas
marcas. O mesmo aconteceria se a transferência de cédulas se processasse
através de endosso de um possuidor para o outro.
50
Como ponto negativo, é preciso registrar que esta característica reduz a
segurança de quem possui a moeda em uso, mas facilita o processo de troca.
Cabe ao possuidor zelar pela guarda para evitar prejuízos pela transferibilidade
indesejada por perda ou até mesmo roubo.
Os primeiros metais não preciosos utilizados como moeda foram aos poucos
sendo descartados à medida que novas minas eram descobertas e a tecnologia
para fundição evoluía, fazendo com que seu valor por unidade se reduzia.
Oferta Limitada: Qualquer mercadoria que não tiver uma oferta limitada, não terá
valor econômico significativo.
51
A Moeda-Papel
Com a multiplicação das trocas entre regiões e até países diferentes, ocorriam
alguns inconvenientes da moeda metálica como instrumento de pagamento. O
transporte de metais a longas distâncias tornou-se relativamente difícil em função
do peso e de risco elevado, sujeito ao roubo.
Pela precariedade das estradas e pelos riscos envolvidos no transporte dos metais
preciosos, foram criados instrumentos monetários mais flexíveis, já com a visão de
efetivação de operações de crédito.
Essa garantia, lastreada pelo nome e honra das casas de custódia de maior
tradição, transformou essa nova moeda no instrumento preferencial de troca e de
reserva de valor, ampliando seu uso ao longo do tempo.
52
A Moeda Fiduciária
O Papel-Moeda (Dinheiro)
53
possuidores. Para render juros, é preciso depositá-lo em instituições financeiras
com concomitante aplicação em ativos que remuneram esse dinheiro.
54
A Moeda Bancária
A moeda é um papel que não rende juros a seu possuidor. Então, que razões
levam as pessoas a reter moeda, se podem ganhar juros aplicando seus recursos
nos bancos?
55
que vai do momento em que recebem até o momento em que necessitam saldar
seus compromissos.
As pessoas não recebem sua renda diariamente. O salário é pago uma vez por
mês e os gastos são efetuados diariamente, de acordo com as necessidades.
Para fazer frente a esta defasagem de tempo entre recebimentos e pagamentos,
guarda-se moeda para realização das transações necessárias.
56
comportamento do mercado, entrando numa nova aplicação no momento julgado
apropriado. Isso acontece com investidores do mercado acionário.
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Histórico da Moeda no Brasil
Unidades Monetárias Símbolo Paridade Vigência
Real (conhecido como Réis) R 01.09.1808 a
07.10.1833
Mil Réis Rs 08.10.1833 a
31.10.1942
Cruzeiro Cr$ Corte três zeros 01.11.1942 a
28.02.1967
Cruzeiro Novo NCr$ Corte três zeros 01.03.1967 a
14.05.1970
Cruzeiro Cr$ Sem alteração 15.05.1970 a
26.02.1986
Cruzado Cz$ Corte três zeros 27.02.1986 a
14.01.1989
Cruzado Novo NCz$ Corte três Zeros 15.01.1989 a
15.03.1990
58
TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA
O economista que tratou com muita propriedade a teoria quantitativa da moeda foi
Milton Friedman, Prêmio Nobel de economia em 1976, que nos anos 1960 deu
grande contribuição científica ao tratar o fenômeno da inflação.
A Teoria Quantitativa da moeda afirma que o nível de preços é determinado pela
quantidade de moeda em circulação. Esta relação é representada pela fórmula:
MV = P.Q
Sendo:
M = volume de moeda (meios de pagamento) existentes na economia
V = velocidade de circulação da moeda, ou seja, número de vezes que a moeda
troca de mãos em determinada unidade de tempo
P = nível de preços da economia
Q = quantidade produzida pela economia.
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Quando o Governo coloca em circulação uma quantidade de moeda superior às
necessidades da produção, o efeito é o aumento no nível de preços, ou seja, a
Teoria Quantitativa da Moeda mostra que existe uma relação direta entre a
quantidade de moeda e a inflação.
Para esta quantidade de moeda, o nível de preços tem que necessariamente ser
igual a 2. O que aconteceria se o Governo emitisse mais moeda aumentando o
volume existente no mercado para M = 400 ?
MV = P.Q
400 x 1 = P x 100
P=4
60
processo. A título ilustrativo, em 2010 a velocidade renda da moeda foi 13,12
vezes no Brasil.
61
INFLAÇÃO
62
O processo inflacionário pode resultar de outros tipos de conflito. Um
extremamente importante está relacionado às relações entre salários e preços,
onde ocorre uma disputa entre trabalhadores e empresários, tornando instável a
relação entre salários e preços.
Outra variável a ser considerada refere-se ao fator tempo. Talvez uma elevação
de preços durante um curto período de tempo está muito mais relacionada a uma
oscilação pontual do mercado do que a inflação. Podemos aqui citar o caso da
economia dos Estados Unidos, no período de 1957 a 1967, quando os índices
acumularam 14,8% nos onze anos, ou 1,26% ao ano, ou ainda 0,104% ao mês.
Neste caso, é possível concluir que houve apenas uma insignificante variação de
preços atribuível a fatores não inflacionários.
Mais uma vez é possível verificar que fica difícil determinar a magnitude mínima
da taxa de elevação dos preços, a partir da qual estará caracterizado o processo
inflacionário. Os 25 países integrantes da OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico) conseguiram manter o nível de aumento dos preços
no intervalo entre 1,81% e 2,43% ao ano nos últimos 50 anos, o que pode ser
considerado razoável.
No Brasil, a meta de inflação nos últimos anos estabelecida pelo CMN é de 4,50%
ao ano.
63
A tabela abaixo mostra a série histórica de nossa inflação, a partir de 1986. Vale
relembrar que o índice oficial adotado pelo Brasil para medição da inflação é o IPCA –
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado.
ANO IPCA IGP-M INPC IPC-FIPE
1986 79,65 59,22 68,08
1987 363,41 394,62 367,12
1988 980,22 993,29 891,67
1989 1.972,91 805,76 1.863,56 1.635,85
1990 1620,96 1.699,87 1.585,18 1.639,08
1991 472,69 458,38 475,11 458,61
1992 1.119,09 1.174,67 1.149,05 1.129,45
1993 2.477,15 2.567,34 2.489,11 2.490,99
1994 916,40 869,74 929,32 941,25
1995 22,41 15,23 21,98 23,17
1996 9,56 9,18 9,12 10,04
1997 5,22 7,73 4,34 4,83
1998 1,65 1,78 2,49 -1,79
1999 8,94 20,10 8,43 8,64
2000 5,97 9,95 5,27 4,38
2001 7,67 10,37 9,44 7,12
2002 12,53 25,31 14,74 9,92
2003 9,30 8,71 10,38 8,17
2004 7,60 12,41 6,13 6,56
2005 5,69 1,21 5,05 4,53
2006 3,14 3,83 2,81 2,54
2007 4,46 7,75 5,16 4,38
2008 5,90 9,81 6,48 6,16
2009 4,31 -1,72 4,11 3,65
2010 5,91 11,32 6,47 6,40
2011 6,50 5,10 6,08 5,81
2012 5,84 7,82 6,20 5,10
2013 5,91 5,51 5,56 8,56
2014 6,41 3,69 6,23 6,91
2015 10,67 10,54 11,28 12,58
2016
OBS.: No período de julho a dezembro/1994, quando iniciou o Plano Real, a inflação medida pelo
IPCA foi de 18,57%.
O IGP-M começou a ser calculado a partir de junho/1989.
64
O quadro abaixo mostra a composição dos principais índices de medição da
inflação brasileira.
65
Peso % do Gasto
Tipo de Gasto
(a partir de 01.01.2012)
Mês Inflação %
Janeiro 1,27
Fevereiro 0,90
Março 0,43
Abril 0,61
Maio 0,78
Junho 0,35
66
A Inflação de Demanda
O Governo pode agir tanto direta como indiretamente para reduzir o processo de
inflação de demanda. A atuação direta acontece pela redução dos próprios gastos,
com efeito imediato e eficaz sobre a demanda agregada. Já a atuação indireta
ocorre por meio de políticas que desencorajam o consumo e o investimento
privado. Como exemplo, podemos citar uma política monetária que restrinja o
crédito, ou então uma política fiscal que aumenta a carga tributária das famílias e
das empresas.
A inflação de demanda tem origem basicamente em três fatores:
• Aumento no nível de Renda dos trabalhadores originária de reajustes
salariais;
• Redução da carga tributária, aumentando o poder aquisitivo dos
trabalhadores, o que pressiona o consumo em níveis superiores à
capacidade produtiva, induzindo a uma elevação dos preços;
• Redução das taxas de juros, que incentivam as compras parceladas e
acabam estimulando a inflação.
67
A Inflação de Custos
O preço dos bens e serviços estão relacionados com seu custo de produção. Se
os custos de produção aumentam, mais cedo ou mais tarde o preço de venda do
bem tende também a aumentar.
Uma das razões mais frequente para o aumento dos custos são os reajustes
salariais. Se o aumento salarial for maior que o nível de produtividade, os custos
de produção vão aumentar, resultando em inflação de custos.
Algumas razões que contribuem para o aumento dos custos e podem elevar o
nível de preços, gerando inflação:
• Desvalorização cambial: muitos processos produtivos utilizam matéria-
prima importada. O aumento da taxa de câmbio torna estes produtos mais
caros dentro do território nacional e com isso os custos aumentam e
tendem a ser repassados;
• Aumento do custo da mão-de-obra: quando ocorre aumentos salariais, os
custos se elevam;
• Aumento de impostos: o aumento das alíquotas dos impostos provoca
aumento dos custos de produção, tendendo a serem repassados;
• Aumento da taxa de juros: dado que a maioria das empresas são
tomadoras de crédito, o aumento dos juros resulta em aumento de custos;
• Preços externos: os produtos importados podem subir de preços em
dólares, ampliando os gastos com os insumos necessários para a
produção.
68
Por outro lado, a inflação de custos pode ocorrer pela formação de monopólio, ou
oligopólio. Essas empresas têm condições de elevar seus preços acima do
aumento dos custos de produção e com isso elevar suas margens de lucro. Nesse
caso, a inflação de custos também é conhecida como inflação de lucros.
Deflação
Conceituada como a queda persistente do nível geral de preços, ou seja, é o
oposto da inflação.
Caracteriza-se pela baixa oferta de moeda em relação à oferta de bens e serviços
ou pela queda na demanda agregada, que pode ser associada, por exemplo, a um
maior índice de poupança por parte dos consumidores.
69
Estagflação
A inflação Inercial
Os Monetaristas e os Estruturalistas
70
impostos, quer do setor público, através da queda nos gastos. Com isso, o
combate da inflação é conseguido através de uma política recessiva.
71
• Estrutura do comércio internacional: rigidez das importações associada ao
pouco dinamismo das exportações. A estrutura dominante no comércio
internacional, onde os países subdesenvolvidos exportam produtos primários
tradicionais e os desenvolvidos exportam produtos industrializados e
tecnologia, deteriora a relação de trocas entre esses países,
desfavoravelmente aos subdesenvolvidos. Os países subdesenvolvidos não
podem prescindir de importações que visem o desenvolvimento econômico. A
tendência é enfrentar um déficit nas contas externas. A política adotada é a
desvalorização cambial, favorecendo as exportações e diminuindo as
importações. Como as importações são de produtos indispensáveis, a
desvalorização cambial elevará o custo das importações, resultando no
aumento do custo de produção, que são repassados aos preços dos produtos
finais, gerando um processo inflacionário.
HIPERINFLAÇÃO
72
Alemanha nos anos 20, o garçom tinha que ir à mesa a cada 30 minutos para
anunciar os novos preços.
Numa economia onde os preços mudam muito rapidamente, fica muito difícil para
os consumidores pesquisar melhores preços e perde-se o referencial. Outro
episódio ocorrido durante a hiperinflação alemã relata que quando os clientes
entravam no bar, costumavam pedir duas cervejas, pagando imediatamente.
Assim, ainda que a segunda cerveja perdesse um pouco de valor por esquentar
na mesa, esta perda era menor do que a do dinheiro da carteira deste cliente.
73
As Causas da Hiperinflação
Entretanto, esta resposta é incompleta, pois não explica o motivo que leva o
Banco Central a emitir tanta moeda. A maior parte dos casos de hiperinflação
começa quando o Governo precisa emitir moeda para cobrir seus gastos, o
chamado déficit público.
Ainda que o setor público possa financiar seu déficit orçamentário via colocação
de títulos públicos no mercado, isto talvez possa se tornar inviável, pois os
credores observam neste endividamento um risco de crédito crescente.
O fim da hiperinflação quase sempre coincide com uma reforma fiscal de cunho
recessivo, onde o Governo consegue apoio político necessário para reduzir gastos
e aumentar os impostos. Essa reforma fiscal reduz a necessidade de
senhoriagem, permitindo diminuir a emissão monetária. Portanto, mesmo que a
inflação sempre seja um fenômeno monetário, o fim da hiperinflação acaba sendo
também um fenômeno fiscal.
74
Principais taxas de juros do Mercado Financeiro Brasileiro
TMS - Taxa Média Selic: Taxa média praticada nas operações diárias com títulos
públicos federais, registrados no Selic. A sua finalidade é definir a remuneração
dos títulos públicos. A apuração é pela taxa média de todas as operações
efetuadas com títulos públicos federais em um dia, registradas no Selic.
75
OS MEIOS DE PAGAMENTO
A Política Monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das
taxas de juros de curto prazo, que garantem a liquidez de cada momento da
economia. Envolve um conjunto de medidas com o objetivo de controlar o volume
da liquidez global à disposição dos agentes econômicos.
76
M4: M3 + os títulos públicos federais, estaduais e municipais em poder do público.
77
A BASE MONETÁRIA E O MULTIPLICADOR BANCÁRIO
78
Para evitar que esse processo se repita infinitamente, o Banco Central criou um
mecanismo de controle dessa multiplicação da moeda, conhecido como depósito
compulsório.
Podemos resolver também esse problema através da soma dos termos de uma
progressão geométrica infinita, cujo valor da razão está entre 0 e 1, usando a
fórmula abaixo:
S = a1/1-r
79
Onde: S = soma dos termos da progressão geométrica
a1 = primeiro termo da progressão
r = razão da progressão
Então: S = 1/ 1 – 0,8
S = 1/0,2
S=5
80
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA
O Banco Central muitas vezes se encontra em situações nas quais necessita por
determinadas razões expandir ou contrair a base monetária, entendida como a
quantidade de moeda que circula na economia. Muitas vezes, o Governo tem o
interesse de fomentar a atividade econômica interna e, para isso, pode utilizar
uma política monetária expansionista, que estimule o crescimento econômico. Da
mesma maneira, quando o interesse do Governo é frear a atividade econômica, o
Banco Central pode, através de determinados instrumentos de política monetária,
contrair a base monetária.
81
Operações de Mercado Aberto, ou Open Market
O Banco Central muitas vezes entra no mercado para comprar ou vender títulos.
Este instrumento de política monetária é conhecido por open market, ou operação
de mercado aberto. Quando o Banco Central tem o objetivo de expandir a base
monetária, entra no mercado comprando títulos.
Os empresários irão contratar mais pessoas para realizar a produção e por sua
vez encomendar mais matéria prima. Isto contribui de forma significativa para o
crescimento do nível de empregos.
82
O esquema abaixo ilustra de forma simplificada a situação onde o Bacen vende
títulos ao mercado:
Com uma quantidade maior de títulos em circulação, o Governo terá que pagar os
juros referentes a estes papéis e com isso a dívida pública é afetada diretamente.
As operações de Open Market constitui-se no mecanismo mais utilizado pelo
BACEN para fazer frente ao controle diário de oferta de moeda.
Depósito Compulsório
Percentual sobre os depósitos recolhido pelos Bancos ao Bacen. Poderoso
instrumento de controle do efeito multiplicador da moeda.
O depósito compulsório é uma taxa fixada pelo Banco Central, que determina que
uma parte dos depósitos à vista feita pela população nos bancos comerciais vai
para o caixa do Banco Central. O Bacen pode aumentar ou diminuir a taxa do
depósito compulsório, de acordo com seus interesses.
83
Quando o Banco Central aumenta a taxa do compulsório, ocorre a situação
inversa. Os bancos comerciais vão dispor de menos recursos para emprestar. O
crédito disponível para a população diminui e a base monetária se contrai,
desacelerando a economia. A elevação do compulsório também eleva a taxa de
juros dos empréstimos, em função da escassez de recursos disponíveis para
empréstimos.
Uma taxa de redesconto menor que a taxa Selic, por exemplo, permitiria aos
Bancos captar esses recursos para financiar suas operações e com isso
aumentaria a liquidez do sistema.
84
Entretanto, normalmente a taxa de redesconto é superior à taxa de juros praticada
pelo mercado, razão pela qual os bancos só recorrem ao redesconto em última
instância.
85
Por outro lado, quando o Governo aumenta o volume de crédito no mercado, está
incentivando a demanda por bens e serviços. Esse mecanismo gera uma maior
oferta de bens e serviços na economia, podendo resultar em aumento dos preços
e consequentemente pode gerar um aumento da inflação. Portanto, este
instrumento pode ser utilizado com a finalidade de inibir os efeitos inflacionários na
economia.
86
O MODELO “IS-LM” NA POLÍTICA MONETÁRIA
O modelo IS-LM foi desenvolvido por John Hicks em 1937. Este modelo se
fundamenta num conjunto de equações através do qual se estabelecem as
condições necessárias para o equilíbrio no mercado de bens e serviços e no
mercado monetário, visando o equilíbrio geral da economia. Posteriormente, a
análise de John Hicks foi ampliada por Alvin Hansen.
87
A Política Monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e
do nível de taxas de juros, visando garantir a liquidez para cada momento da
economia.
Para melhor entendimento do mercado de moeda, vamos analisar a curva LM, que
representa a relação existente entre a taxa de juros e o nível de renda que se
estabelece no mercado monetário.
A teoria da preferência pela liquidez indica que uma redução na oferta de moeda
resulta no aumento da taxa de juros. Por outro lado, um aumento na oferta de
moeda provoca uma redução na taxa de juros.
88
A curva LM mostra a relação existente entre a taxa de juros e o nível de
renda que ocorre no mercado monetário.
A renda aumenta de “Y” para “Y1” e a taxa de juros reduz de “i” para “i1”.
É importante notar que a colocação de maior volume de moeda na economia
provoca um crescimento dos meios de pagamentos e consequentemente da
liquidez da economia.
89
Vamos agora analisar um exemplo de Política Monetária Recessiva. Uma política
monetária restritiva por parte do Governo afeta negativamente a atividade
econômica. Supondo que o Governo resolva reduzir a oferta de moeda na
economia, essa medida acarreta numa política monetária recessiva, ou restritiva.
A redução da oferta de moeda provoca o aumento da taxa de juros e a redução do
nível de renda.
90
O MODELO “IS-LM” NA POLÍTICA FISCAL
Quando o Governo tem por objetivo o controle da inflação, as medidas fiscais vão
no sentido inverso: é adotada uma política fiscal contracionista, recessiva ou
restritiva, com a ampliação da carga tributária, inibindo o consumo das famílias e o
investimento das empresas e/ou a redução dos gastos públicos.
91
A curva IS está diretamente ligada à política fiscal utilizada pelo Governo.
Representa o mercado de bens e serviços.
É importante lembrar que a curva IS não determina nem a renda, nem a taxa de
juros. A curva IS apenas apresenta a relação existente entre a renda e o nível de
taxa de juros no mercado de bens e serviços.
92
O aumento nas despesas do Governo desloca a curva IS para a direita, ou para
cima. O novo ponto de equilíbrio passa do ponto “A” para o ponto “B”. A renda
aumenta de “Y” para “Y1”. Entretanto, observe que a taxa de juros aumenta de “i”
para “i1 “.
93
Vamos analisar agora um exemplo de aumento da carga tributária:
94
POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL: O MODELO “IS-LM”
Por exemplo, se o Governo lançar um pacote fiscal, para reduzir o déficit público
via aumento de impostos. Qual seria o impacto dessa medida sobre a economia?
A resposta depende muito da reação do Banco Central a esse aumento de
impostos.
95
No gráfico acima, o Banco Central manteve constante a oferta de moeda, ou seja,
não modificou a política monetária. O aumento dos impostos desloca a curva IS
para a esquerda, ou para baixo, reduzindo a renda e a taxa de juros.
O exemplo acima pode ser considerado uma combinação de uma política fiscal
recessiva com uma política monetária também recessiva, ou restritiva.
96
Enquanto o aumento dos impostos reduz o consumo, a queda das taxas de juros
estimulam novos investimentos, gerando novas oportunidades de emprego.
O exemplo acima pode ser considerado uma combinação de uma política fiscal
recessiva com uma política monetária expansionista. A combinação de uma
política monetária expansionista com uma política fiscal recessiva provoca uma
redução na taxa de juros e mantém a renda constante.
97
Portanto, vários fatores podem provocar flutuações econômicas, deslocando tanto
a curva IS como a curva LM. Entretanto, se as alterações nas políticas forem
tempestivas, os choques nas curvas IS e LM podem inibir flutuações na renda ou
no emprego.
98
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
Valor monetário: Os bens e serviços que integram o PIB não são medidos em
quantidades produzidas e sim no valor em moeda corrente do País. Isso se
justifica porque como existem muitos tipos diferentes de bens e serviços e cada
um é mensurado por uma unidade diferente (metros, toneladas, unidades, litros),
seria difícil encontrar uma unidade comum para somá-los. Porém, ao utilizar o
valor monetário é possível combinar todos os produtos e serviços em um único
valor.
Bens e Serviços Finais: a medição do PIB é limitada aos bens e serviços finais,
ou seja, os bens e serviços disponíveis ao consumidor final. Essa limitação existe
para evitar o problema da dupla contagem.
Desse modo, no cálculo do PIB considera-se o valor agregado em cada estágio de
produção. Entende-se por valor agregado, a diferença entre o valor da produção e
o valor dos bens intermediários utilizados nesta produção.
99
Produzidos para o mercado: No PIB são computados apenas os bens e serviços
produzidos. Assim, compras de terrenos e de ativos financeiros como ações e
títulos não são incluídos, pois são um direito de propriedade e de recebimento
futuro, mas não representam bens e serviços.
Também não entram no cálculo do PIB compras de segunda mão, como por
exemplo, automóveis usados, uma vez que já foram produzidos em períodos
anteriores e computados no cálculo quando da primeira venda.
O PIB ainda inclui apenas os bens e serviços que serão destinados à venda, ou
seja, que são produzidos para o mercado. Se você mesmo limpa sua própria casa,
está produzindo um serviço final: a faxina, mas você está produzindo este serviço
para si e não para vendê-lo no mercado, por isso não entra no cálculo do PIB.
Agora se você contratar uma faxineira para executar o serviço, então o serviço
deve ser incluído, pois passa a representar uma transação de mercado.
Dentro das fronteiras de um País: O PIB mede o que foi produzido dentro das
fronteiras de um País, independentemente da nacionalidade dos proprietários das
unidades produtoras destes bens e serviços.
Um exemplo é o que acontece com os jogadores de futebol brasileiros: muitos vão
jogar em times fora do Brasil. Os serviços destes jogadores brasileiros em um time
da Espanha, por exemplo, formam parte do PIB espanhol e não do Brasil, pois o
serviço foi gerado dentro do território espanhol.
100
A dupla contagem:
Na economia existem os bens finais, que chegam ao consumidor final, e os bens
intermediários, que são utilizados no processo de produção de outros bens. O
valor dos bens intermediários já está incluído no preço dos bens finais.
Por exemplo, se uma fábrica produz papel que a outra usará para fazer um
caderno, o papel é chamado de bem intermediário, e o caderno é o bem final.
Se considerarmos toda a produção de cadernos e de papel no cálculo do PIB,
estaremos contando duplamente a produção de papel, já que seu valor está
embutido na produção de cadernos.
PIB x PNB:
É importante distinguir a diferença entre PIB e PNB (Produto Nacional Bruto). O
PIB representa a produção interna do País, enquanto o PNB representa a
produção realizada apenas por nacionais. A diferença entre eles é denominada de
Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLE), a qual se divide em Renda enviada ao
exterior e renda recebida do exterior.
101
Como o PIB é medido?
O PIB mede três coisas ao mesmo tempo: o total produzido, a renda total de todas
as pessoas da economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos na
economia, uma vez que a renda total e a despesa total têm na verdade o mesmo
valor. Com base nisso, existem três formas de medir a atividade econômica de um
País, dentre elas podemos destacar:
Ótica da Produção:
Pela ótica da produção, é possível chegar ao PIB somando os valores monetários
de todos os bens e serviços finais produzidos pela economia em determinado
período de tempo. Assim,
PIB = QaPa + QbPb + QcPc +... QnPn
Exemplo: Numa economia que produz somente cinco tipos de produtos, o PIB
pode ser calculado de acordo com a fórmula acima:
102
Ótica das Despesas
O PIB pode ser medido como sendo a despesa total com a produção final da
economia, ou seja, é possível considerar todas as despesas de cada setor para
adquirir e produzir os bens e serviços. O valor monetário total das despesas é
igual ao valor monetário total da produção.
A Despesa pode ser dividida em: gastos pessoais em consumo; gastos com
investimentos efetuados pelas empresas; gastos do Governo e exportações
líquidas.
103
• Despesas do Governo (G)
As despesas do Governo em bens e serviços também se constituem em um
componente da demanda agregada da economia. Neste item entram despesas
com educação, segurança, infraestrutura (estradas, hospitais, aeroportos, etc.)
Ótica da Renda
A ótica da renda consiste na análise dos fatores que recebem para produzir o
produto total. O total do produto pode ser calculado computando-se as despesas
de cada setor e, como as despesas de um setor constituem renda para outro, o
valor total do produto pode ser analisado computando-se a renda de todos os
setores da economia.
104
Dessa forma o PN Líquido considera o efeito da depreciação do capital.
105
Renda Nacional (RN)
Para chegarmos à renda nacional, partindo do PNL, é preciso diminuir os impostos
indiretos e somar os subsídios.
106
PIB per capita:
Quando se divide o PIB pelo número de pessoas na economia teremos o
resultado do PIB per capita, indicando a proporção de riqueza gerada
correspondente a cada habitante do País.
Para que estes dois efeitos sejam separados, os economistas devem isolar o
efeito das variações de preços desses bens e serviços. Por isso os economistas
utilizam a medida do PIB Real.
O PIB Real apresenta o valor dos bens e serviços produzidos este ano caso
fossem avaliados aos preços vigentes em algum outro ano específico do passado.
Para obter uma medida do montante produzido que não seja afetada pelas
variações dos preços, é usado o PIB Real, que é a produção dos bens e serviços
avaliada a preços constantes. Para calcular o PIB Real, é preciso primeiro
selecionar um ano como ano-base.
Utiliza-se então os preços de um bem no ano-base para calcular o valor dos bens
e serviços em todos os anos. Em outras palavras, os preços do ano-base
fornecem a base para comparar quantidades em diferentes anos.
107
RN a Preço de Mercado e RN a Custo de Fatores (RNpm x RNcf)
108
Exercícios
109
A RELAÇÃO DÍVIDA / PRODUTO INTERNO BRUTO
110
PRIMÁRIO: (Receitas – Despesas)
Déficit Primário:
Inclui as receitas e despesas do exercício, excluindo as despesas com juros e
correções das dívidas passadas. É o total das Receitas menos o total das
Despesas, sem considerar juros e correção monetária. Dito de outra forma, é a
diferença entre os gastos públicos e a arrecadação tributária no exercício.
Déficit Operacional:
É medido pelo déficit primário acrescido dos juros reais da dívida passada. É
considerada a medida mais adequada para refletir as necessidades reais de
financiamento do setor público.
111
do Governo, ao relacionar o volume do endividamento com sua geração de
riqueza.
112
POLÍTICA CAMBIAL e BALANÇO DE PAGAMENTOS
113
transações com bens e serviços bem como transações com capitais físicos e
financeiros. A Estrutura do Balanço de Pagamentos está abaixo:
BALANÇO DE PAGAMENTOS
A – BALANÇA COMERCIAL
Exportações
Importações
C – TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
Donativos enviados e/ou recebidos
F – ERROS E OMISSÕES
H – VARIAÇÃO DE RESERVAS
Balança de Capitais Compensatórios, que corresponde a ( - G)
114
Vamos analisar as principais contas do Balanço de Pagamentos, para melhor
entendimento do assunto, conhecido como Transações Correntes. Nesta primeira
parte do Balanço de Pagamentos, a Conta de Transações Correntes envolve a
Balança Comercial, a Balança de Serviços e as Transferências Unilaterais.
115
• Juros: Representa os juros devidos por empréstimos realizados no exterior.
O Brasil é tomador de empréstimos no exterior e com base nisso esta conta
apresenta saldo negativo, representando saída de divisas da nação.
116
Se o saldo da conta Transações Correntes for negativo, indica que o País
comprou do exterior mais do que vendeu em bens e serviços, aumentando suas
obrigações com o resto do mundo.
Por outro lado, se o saldo da conta Transações Correntes for positivo, indica que o
País vendeu mais bens e serviços do que comprou, resultando em ingresso
líquido de reservas.
117
• Amortizações: Pagamento do principal referente aos empréstimos e
financiamentos obtidos no exterior ou ainda, recebimentos do principal feito por
não residentes referentes aos empréstimos concedidos pelo País ao exterior.
Erros e Omissões:
Surge em função de equívocos existentes no registro das operações do País com
o exterior. Na verdade, algumas contas são registradas com valores estimados.
Este item entra no balanço para corrigir os erros estatísticos e as transações não
registradas.
118
Exercício:
119
RESERVAS CAMBIAIS
120
Mercado de Câmbio e Taxas de Câmbio
121
Por raciocínio análogo, uma desvalorização cambial ocorre quando há perda do
poder de compra da moeda nacional (quando um real compra menos dólares).
Cabe distinguir variações nominais e variações reais na taxa de câmbio. Taxa de
câmbio Real é a taxa de câmbio nominal (a divulgada pelo mercado), deflacionada
pela razão entre a taxa de inflação doméstica e externa.
A taxa de câmbio nominal reflete o valor de uma moeda em relação a outra. Já a
taxa de câmbio real oportuniza a comparação de preços em uma única moeda, ou
seja, permite saber a quantidade de produtos estrangeiros que se pode adquirir
em troca de uma unidade do produto similar nacional.
Exemplo 1: Um produto no Brasil custa R$ 90,00 e que nos EUA é vendido por
US$ 45,00. Se a taxa de câmbio estiver em US$ 1,00 = R$ 2,40, a taxa de câmbio
real entre os dois países será 1,20. Isso significa que nos EUA o produto está 20%
mais caro que no Brasil (US$ 45 x 2,40 = R$ 108,00) e R$ 90 + 20% resulta em
R$ 108,00. No nosso exemplo, para o preço se igualar, a cotação do dólar deveria
estar em R$ 2,00. Com a cotação de R$ 2,40/US$ 1,00 nossa moeda está
desvalorizada perante o dólar, tornando os produtos estrangeiros mais caros que
os brasileiros. Por outro lado, isso estimula as exportações brasileiras.
Exemplo 2: Um produto no Brasil custa R$ 100,00 e nos EUA é vendido por US$
40,00. Se a taxa de câmbio estiver em US$ 1,00 = R$ 2,00, a taxa de câmbio real
entre os dois países será 0,80. Isso significa que nos EUA o produto está 20%
mais barato que no Brasil (US$ 40 x 2,00 = R$ 80,00) e R$ 100 - 20% resultam em
R$ 80,00. Neste exemplo, para o preço se igualar, a cotação do dólar deveria
estar em R$ 2,50. Com a cotação de R$ 2,00/US$ 1,00 nossa moeda está
122
valorizada perante o dólar, tornando os produtos estrangeiros mais baratos para
os brasileiros e isso estimula as importações brasileiras.
A taxa de câmbio é uma variável muito importante dentro de uma economia, pois
pode influenciar o nível de produção e de inflação, além do próprio comércio
internacional e dos movimentos de capitais entre os países.
Ocorrendo uma desvalorização cambial (aumento na taxa de câmbio), os efeitos
serão os seguintes:
Exportadores Importadores
Aumenta a produção de bens Reduz a importação de produtos para
consumo
Aumenta o nível de empregos Aumenta o custo de produção dos
produtos para produção de outros bens
Desestimula as importações
Pressiona os juros para cima Pressiona a inflação
123
Uma forma de reduzir a taxa de câmbio é aumentar a taxa de juros da economia.
Juros mais altos atraem capital estrangeiro para investir no Brasil, aumenta a
oferta de dólares e com isso pressiona o câmbio para baixo.
Atualmente, a taxa de câmbio tem sido usada pelos países como forma de
controlar a inflação, chamamos isso de âncora cambial. Uma valorização cambial
torna a moeda nacional mais forte, estimula a compra de produtos importados,
aumentando a concorrência com os nacionais, o que provoca uma pressão pela
queda dos preços domésticos, controlando a inflação.
124
REGIMES CAMBIAIS
Como a taxa de câmbio não se altera, este sistema permite um maior controle da
inflação, mas possui como desvantagem a vulnerabilidade das reservas
internacionais, já que para manter a taxa cambial fixa ocorrem oscilações sobre o
volume de reservas internacionais do País e sobre a quantidade de moeda
nacional. No Brasil este sistema vigorou nos Planos Cruzados (1986) e Verão
(1989).
125
A vantagem deste sistema é que a política monetária fica mais independente do
câmbio e as reservas internacionais são mais protegidas de ataques
especulativos.
Esta volatilidade faz com que alguns países adotem a chamada flutuação suja (ou
flutuação dirigida ou dirty floating). Neste sistema o câmbio flutua livremente, mas
dentro de certos limites que o Banco Central não comunica ao mercado. Se o
mercado estiver muito oscilante ou em um patamar que está afetando
negativamente a economia, O Banco Central intervém para estabilizar ou para
direcionar a taxa para o patamar desejável.
126
Atualmente, o mercado de câmbio no Brasil é de taxas livres e taxas flutuantes.
Neste tipo de mercado, as taxas de câmbio não devem sofrer interferência por
parte do Governo. Entretanto, as autoridades monetárias interferem neste
mercado, visando conter e regular as forças de mercado para garantir uma política
cambial que esteja de acordo com as condições de mercado desejadas para o
Governo naquele momento.
Toda vez que o Banco Central resolve realizar uma operação de compra ou de
venda de moeda, utiliza os passos a seguir:
• Aciona todos os dealers e informa que haverá um leilão informal,
também conhecido como go around de câmbio e fixa o lote mínimo,
geralmente de US$ 500 mil.
• O segundo contato do Banco Central é para informar se o leilão será de
compra ou de venda de moeda estrangeira e para fixar as taxas. Nesse
contato, é fixado o prazo para os dealers apresentarem a quantidade de
moeda que está disposto a negociar no nível de taxas dado.
• O Banco Central recebe as propostas e divulga o resultado do leilão. O
127
Banco Central tem interesse na realização dessas operações
diariamente.
Este mecanismo foi extinto em janeiro de 1999, quando houve uma grande
desvalorização do real frente ao dólar. Passou-se a adotar o mecanismo de
câmbio livre, onde a cotação do dólar é formulada pelo mercado. Entretanto, é
uma utopia dizer que nosso mercado é de taxas livres, pois sempre existe a
intervenção das autoridades governamentais, quando julgam necessário para
conter a variação do preço da moeda.
Operações de Hedge
Os Contratos a Termo podem ser utilizados para hedge, que significa proteção.
Suponhamos que uma empresa brasileira tenha uma dívida de US$ 100.000,00
para pagar em 90 dias e que a taxa de câmbio para 90 dias seja de R$ 2,50. A
empresa pode realizar um contrato a termo para comprar US$ 100.000,00 para 90
dias por R$ 250.000,00, protegendo seu risco de câmbio, travando a taxa do dólar
em R$ 2,50.
Do mesmo modo, outra empresa brasileira tem créditos a receber no valor de US$
100.000,00 em 90 dias. Sem nenhum custo, pode realizar um contrato a termo
128
para vender US$ 100.000,00 em 90 dias por R$ 250.000,00. Assim, ela protege
seu risco de câmbio, travando a taxa do dólar em R$ 2,50.
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diários e as operações mais comuns são aquelas que envolvem a negociação com
moedas estrangeiras.
Tributação
As operações de Termo de Moeda estão sujeitas à incidência de Imposto de
Renda na fonte, à alíquota de 0,005% sobre o valor de liquidação financeira
previsto no contrato, sem prejuízo da responsabilidade do cliente no recolhimento
do Imposto de Renda à alíquota vigente, atualmente de 15%.
Fica dispensada a retenção do imposto de 0,005% sobre o valor da liquidação
financeira previsto no contrato, cujo valor seja igual ou inferior a R$ 1,00 (um real).
Ocorrendo mais de uma operação no mesmo mês, realizada por uma mesma
pessoa, física ou jurídica, deverá ser efetuada a soma dos valores de imposto
incidente sobre todas as operações realizadas no mês, para efeito de cálculo
deste limite de retenção previsto.
Exercícios
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3. Operação de NDF com Importador que compra dólares a R$ 1,6550. Valor da
operação: US$ 500.000,00. No vencimento, o dólar estava cotado em R$ 1,7330.
Efetue o ajuste da operação. (R$ 38.998,05)
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CRESCIMENTO x DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
O PIB é utilizado como um indicador da economia que revela quanto o uso dos
recursos produtivos gera de valor na transformação das matérias primas em
mercadorias, destacando quanto a economia produziu de renda e riqueza no ano.
O crescimento do PIB em termos globais e per capita ao longo do tempo é
denominado de Crescimento Econômico.
A simples mensuração do PIB não basta para explicar o fenômeno do crescimento
econômico. O produto pode aumentar em decorrência de fatores quantitativos,
como a utilização de quantidades maiores de recursos produtivos, e de fatores
qualitativos, como o aumento da produtividade.
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No Brasil há ainda uma parcela muito grande de adultos quase analfabetos, e de
outro lado cidadãos instruídos por cursos universitários e de pós-graduação. Isso
acarreta uma diferença educacional que é refletida nos níveis salariais, o que
acentua a desigualdade social do País.
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Índice de Desenvolvimento Humano - IDH
Existem vários indicadores sobre saúde, educação, emprego, etc. A Organização
das Nações Unidas (ONU) desenvolveu um indicador para monitorar o
desenvolvimento humano, aumentando as opções das pessoas para que possam
ter uma vida mais longa e saudável, se educar, ter acesso aos recursos
necessários para um padrão de vida melhor, defendendo a redução das
desigualdades.
• Indicador de renda, que é a renda per capita, ajustada para refletir a paridade
do poder de compra (PPP) entre os países;
A combinação destas três variáveis de cada País prevê que o aumento do produto
da economia deve também contemplar a melhora da qualidade de vida da
população, refletidas no aumento da expectativa de vida, da melhora da
educação, tornando o crescimento econômico efetivamente universal e benéfico à
população.
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O IDH varia entre zero e um e classifica os países quanto ao grau de
desenvolvimento a partir dos seguintes critérios:
O IDH do Brasil
Desde que o IDH passou a ser divulgado, o Brasil apresenta um índice crescente,
mas como seus valores estavam abaixo de 0,8 e eram superiores a 0,5, era classi-
ficado entre os países de médio desenvolvimento humano.
Em 2012, a colocação do Brasil ficou em 85º entre os 186 países analisados, com
indicador de 0,730.
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POLÍTICA FISCAL E DÉFICIT PÚBLICO
O Estado tem muita interferência na economia, uma vez que ele tem o papel de
apontar como a sociedade deve estar organizada para interagir no mercado que
produz e comercializa os bens e serviços.
Ao longo da história, a interferência do Estado na Economia é crescente, já que
com o crescimento da população, aumenta a necessidade de gastos com saúde,
educação, moradia, transporte, dentre outros.
De modo geral, podemos identificar três funções básicas para o setor público:
136
Exemplos: Novo restaurante onde já existem outros; Avenida cuidada por
moradores; Casas dos vizinhos pintadas.
As externalidades negativas, por sua vez, surgem quando uma atividade impõe
custos não indenizados às pessoas. O Governo pode intervir para minimizar a
geração das externalidades, tributando o causador do problema e recompensar os
agentes afetados.
Exemplos: Poluição que a produção industrial causa aos rios; Fumar em sala de
aula; Vizinho com som alto no prédio.
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POLÍTICA TRIBUTÁRIA: AS RECEITAS PÚBLICAS
Princípio da neutralidade:
As decisões sobre alocação de recursos se baseiam nos preços relativos
determinados pelo mercado. A neutralidade dos impostos seria obtida quando eles
não alterassem os preços relativos, minimizando sua interferência nas decisões
econômicas dos agentes de mercado. Assim, um dos objetivos do sistema
tributário é não ter impactos negativos sobre a eficiência econômica.
Princípio do benefício:
As pessoas devem pagar impostos em proporção aos benefícios que recebem do
Governo. A lógica deste princípio é que, com exceção dos mais pobres, não é
certo beneficiar um grupo de pessoas a custo de outros - os que obtêm o benefício
de um programa governamental devem pagar por ele. Uma aplicação deste
princípio são os serviços públicos que utilizam taxas específicas. Exemplo: energia
elétrica, abastecimento de água, transporte, etc.). Um problema de implementação
deste princípio é a dificuldade de identificar em alguns casos a demanda individual
pelo bem público.
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Princípio da capacidade de pagamento:
As pessoas devem contribuir com impostos de acordo com a sua capacidade de
pagamento. O Imposto de Renda (IR) é um exemplo da aplicação deste princípio.
As medidas utilizadas para auferir a capacidade de pagamento são: renda,
consumo e patrimônio.
TIPOS DE IMPOSTOS
A arrecadação ocorre através da cobrança de Impostos. Existem vários tipos de
impostos que podem variar pela forma de incidência, pela base de incidência e
pelo impacto sobre a renda.
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Imposto Regressivo: A participação dos impostos na renda do indivíduo diminui
conforme a renda aumenta, ou seja, as classes de menor poder aquisitivo pagam
proporcionalmente mais.
GASTOS do GOVERNO
Os gastos do governo podem ser divididos em gois grandes grupos:
140
• Despesas de Investimentos:
Despesas efetuadas para aumentar a capacidade de produção de bens e serviços
no País (construção de hidrelétricas, rodovias, hospitais, escolas etc). O Governo
dispõe de uma parcela muito pequena da receita para operar livremente, visto que
a maior parte dos recursos arrecadados é destinada a gastos já comprometidos e
que não podem ser cortados, seja por sua essencialidade, seja por medidas
legais.
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Déficit e Dívida Pública
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colocar estes papéis à disposição do público precisa oferecer taxas de juros
atraentes, o que pressiona os déficits futuros.
POLÍTICA DE RENDAS
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trata de monopólio ou oligopólio, como também de produtos essenciais, como por
exemplo, os remédios. É bom lembrar que a utilização dessa política tem se
mostrado ineficiente por períodos prolongados, porque as empresas conseguem
fugir dos controles impostos pelo Governo.
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custo/benefício e os resultados favoráveis em termos de melhoria do nível de
educação das crianças carentes têm impulsionado o Governo a incrementar os
programas de renda mínima.
145
INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA
Além disso, cada País possui recursos distintos em decorrência das condições
climáticas, geográficas, riqueza mineral, tecnologia e quantidade disponível de
mão-de-obra, capital e terra cultivável.
Este fenômeno permite que cada País se especialize naquilo que faz melhor e
ganhe o suficiente para poder comprar os bens e serviços que não produz,
alimentando o comércio internacional.
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Teorias das Vantagens Absolutas
Adam Smith, considerado o pai da Economia, escreveu em 1776 o livro ‘A
Riqueza das Nações’, no qual defendeu o livre comércio como a melhor alternativa
para todas as nações. A sua teoria destaca a importância da especialização, já
que afirma que um País deveria se especializar na produção da mercadoria que
produzisse com mais eficiência que as outras nações, ou seja, que tivesse
Vantagem Absoluta, e deveria importar as mercadorias que tivesse desvantagem
absoluta, ou produzisse de modo menos eficiente que os demais países.
Esta situação permitiria que mesmo que um País tivesse desvantagem absoluta
na produção das mercadorias, tenha ganhos com o comércio internacional, desde
que ele se especializasse na produção e exportação do bem em que sua
vantagem absoluta fosse menor. Além disso, deveria importar a mercadoria cuja
vantagem absoluta fosse menor.
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Atuação do Governo no Comércio Internacional: Políticas Protecionistas
Apesar das vantagens do livre comércio internacional, especialmente nos ganho
de eficiência, existem casos em que o Governo intervém, limitando as práticas de
comércio. Chamamos esta intervenção de políticas protecionistas.
Os instrumentos de proteção são formados por um conjunto de políticas, medidas
e procedimentos que os governos adotam com a finalidade de criar obstáculos às
transações econômicas com o exterior.
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proteger os produtos nacionais. Por exemplo, uma tarifa de importação de 25%
sobre um veículo de R$ 50.000,00 torna seu preço final dentro do território
nacional R$ 62.500,00, o que faz com que o consumidor analise a opção de
adquirir os veículos nacionais, com preços mais baixos.
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BIBLIOGRAFIA
PASSOS, Carlos Roberto M.; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. São Paulo.
Pioneira Thomson Learning, 2001.
Sites pesquisados:
www.bacen.gov.br
www.ibge.gov.br
www.ipeadata.gov.br
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