Apostila CPA-10 Sicoob
Apostila CPA-10 Sicoob
Apostila CPA-10 Sicoob
PREPARATÓRIO
CPA-10
Por Eliane Jaqueline D. Metzner, CFP®
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1
SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL E
PARTICIPANTES DO
MERCADO
Proporção: De 5 a 10%
2
1.1 Funções Básicas
a. Intermediação financeira:
a. Captação de recursos
b. Crédito
b. Prestação de serviços de gerenciamento de recursos:
a. Sistema de pagamentos
b. Serviços de Custódia
c. Meios de pagamento
a. Outros serviços. Intermediação financeira:
1.2 Estrutura
É formado por três membros: ministro da Economia, que o presidirá, o presidente do Banco Central e o
secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia.
Principais Atribuições:
• Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das CMN: M de Máximo, N
instituições financeiras; de normativo.
• Estabelecer as medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios
econômicos através de diretrizes gerais das políticas monetária, cambial Memorize os verbos
e creditícia; de comando (REDD):
• Disciplinar todos os tipos de crédito; Regula, Estabelece,
• Definir a meta de inflação no País. Disciplina, Define.
1.2.1.2 Banco Central do Brasil – Bacen: Principal órgão executor do Sistema Financeiro Nacional
BACEN: Fiscaliza, Executa e Supervisiona.
O BACEN é principal órgão
Principais Atribuições:
executor. Coloca em
prática as normas • Fiscaliza as instituições financeiras, autoriza o funcionamento e
determinadas pelo CMN. liquida extrajudicialmente;
• Executa a Política Monetária, creditícia e Cambial;
• Determina a meta de taxa de juros, através do COPOM Comitê de
Política Monetária, que é constituído por seu presidente e diretores;
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• Administra o Sistema de Pagamentos Brasileiro e o meio circulante (casa da moeda);
• Banco do Governo: administra as contas do Tesouro Nacional, mediante a compra e venda de
títulos da dívida pública interna e externa, chamado de open Market, que é quando um Banco Central
negocia os títulos do governo com o mercado;
• Banco dos Bancos: recebe os recolhimentos compulsórios dos bancos (é uma parte de seus
depósitos que não pode ser emprestada) e fornece empréstimos de liquidez (Redesconto, que é uma linha
de crédito emergencial que o Banco Central oferece aos bancos).
Iniciais das atribuições: FED ABB.
As atribuições do BCB estão listadas na Lei 4595/64, atualizada pela Lei Complementar 179/21:
Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil:
a. Executar os serviços do meio-circulante;
b. Recolher o depósito compulsório.
c. Emitir moeda quando necessário (não é mais necessário a autorização do CMN);
d. Realizar operações de redesconto (socorro de liquidez às IF);
e. Exercer o controle do crédito;
f. Efetuar o controle de entrada e saída de capitais estrangeiros;
g. Ser depositário das reservas oficiais (Banco do Governo);
h. Exercer a fiscalização das instituições financeiras, conceder autorização de funcionamento e
efetuar liquidação extrajudicial;
i. Estabelecer condições para posse de diretores;
j. Efetuar a compra e venda de moeda estrangeira;
k. Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e
internacionais;
l. Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos,
podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços (negociação de títulos públicos).
1.2.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM: Órgão voltado para o desenvolvimento do mercado de
títulos e valores mobiliários (mercado de capitais).
1.2.1.4 SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) é o órgão responsável pelo controle e fiscalização
dos mercados de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao
Ministério da Economia. Subordinada ao Conselho Nacional de Seguros Privados.
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Atribuições da SUSEP
Susep: Seguros e
Previdência Privada 1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Aberta. (Lembrete: o SUS Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência
atende todo mundo, Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política
aberta) traçada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se
Previc: responsável por efetua através das operações de previdência privada aberta e de
previdência fechada e capitalização;
fundos de pensões (não 3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados
faz parte do conteúdo da supervisionados e estabilidade dos mercados sob sua jurisdição;
prova da CPA10). 6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o
mercado;
Lembrete: Pre de preso, 7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em
está fechado. especial os efetuados em bens
Susep: Supervisora
garantidores de provisões técnicas;
Seguradora: Operadora
A SUSEP supervisiona as EAPC (entidades abertas de previdência
complementar), ou seguradoras, que emitem as apólices de previdência
aberta.
1.2.1.5 ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Representa
as Instituições Financeiras que atuam no mercado financeiro e de capitais. A adesão aos códigos é
obrigatória para as Instituições filiadas. As demais entidades e Pessoas
Físicas que não são associadas podem aderir aos códigos, como por Anbima é associação,
exemplo um profissional que deseja fazer o teste de Certificação entidade de apoio à CVM.
Profissional Anbima.
As instituições participantes que descumprirem as regras dos Códigos estão sujeitas às seguintes
penalidades:
1. Advertência pública;
2. Multa;
3. Proibição temporária de uso do Selo ANBIMA;
4. Desligamento da ANBIMA.
1.2.1.5.1.1 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada
– seu principal objetivo é estabelecer princípios e regras para elevação e capacitação técnica dos
profissionais das Instituições Participantes que desempenham as atividades elegíveis (que é a distribuição
de produtos de investimento e de gestão de recursos de terceiros/Fundos de Investimento).
As certificações exigidas para o desempenho das Atividades Elegíveis são obrigatórias para todos os
profissionais que realizam a Distribuição de Produtos de Investimento e/ou a Gestão de Recursos de
Terceiros, independentemente do cargo que ocupam na Instituição Participante (art.22).
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I. Supervisão de seus profissionais. Um profissional vinculado a uma Instituição Financeira deve:
a. Ter reputação ilibada.
b. Cumprir suas obrigações.
c. Estar certificado para cumprir as atividades elegíveis (distribuição de produtos e gestão de
recursos de terceiros)
II. Estabelecer e implementar adequadamente os controles internos:
a. Identificar profissionais certificados, mantendo base de dados na Anbima atualizada;
b. Vencimento das certificações;
c. Ter assinatura dos profissionais no código de ética e assegurar que o cumpram em sua
totalidade;
d. Cuidar do aperfeiçoamento e atualização dos seus funcionários.
• Certificação Profissional Anbima série 10 - CPA 10: Destinado aos profissionais de instituições
financeiras, com exceção dos profissionais que atendem o púbico que exige CPA 20.
• Certificação Profissional Anbima série 20 - CPA 20: destinado a profissionais que atendem o varejo
alta renda (não necessariamente investidores qualificados), private, corporate e investidores
institucionais.
• Certificação Especialista em Investimentos Anbima - CEA: Profissionais que assessoram os gerentes
de contas de investidores pessoas físicas em investimentos, podendo indicar Produtos de
Investimento.
• Certificação ANBIMA de Fundamentos em Gestão – CFG: é uma certificação para a área de gestão
de recursos de terceiros. É pré-requisito para a CGA e/ou a CGE A CFG não é obrigatória para
nenhuma função e nem habilita o profissional a ser gestor.
• Certificação de Gestores ANBIMA - CGA: obrigatória para Gestores de Recursos de Terceiros (fundos
e carteiras administradas).
• Certificação de Gestores ANBIMA para Fundos Estruturados – CGE: habilita profissionais para
atuarem com gestão de recursos de terceiros em produtos estruturados.
Objetivos:
I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e práticas equitativas no mercado financeiro e de
capitais;
II. A concorrência leal;
III. A padronização de seus procedimentos;
IV. O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento;
V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado e as
características dos investimentos; e
VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de Produtos de
Investimento.
6
1.2.2 Principais Intermediários Financeiros:
1.2.2.1 Bancos Múltiplos- Realizam operações de crédito, captação e outros serviços, através das seguintes
carteiras:
• Comercial; Banco múltiplo: no mínimo
• Investimentos; 2 carteiras, sendo uma
• Crédito Imobiliário; delas ou comercial ou de
• Desenvolvimento (bancos públicos); investimento.
• Arrendamento Mercantil (Leasing);
• Crédito, financiamento e investimento.
Para que um banco seja considerado múltiplo, precisa ter no mínimo duas carteiras, sendo uma delas
Comercial ou Investimento. Podem ter 1 CNPJ por carteira, desde que façam balanço consolidado.
1.2.2.2 Bancos Comerciais - Captam Depósito a Vista e Depósito a Prazo e realizam operações de crédito,
em ambos os casos só podem atuar no Curto e Médio Prazo.
1.2.2.3 Bancos de Investimento - Captam Depósito a Prazo, operações de crédito de Médio/Longo Prazo,
operações no mercado de capitais (por exemplo Ofertas públicas de ações ou debêntures) e repasses de
recursos externos. Não possuem conta corrente (depósito à vista). Podem administrar e distribuir fundos
de investimento.
1.2.3.1 B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão é uma empresa de infraestrutura para o mercado financeiro, criada
em março de 2017, através da união da BM&FBovespa (Bolsa de Mercadorias e Futuros Bovespa) e Cetip
(Câmara de custódia de títulos privados).
A B3 possui uma ampla oferta de produtos e serviços, tais como: negociação de Ações, Títulos
de Renda Fixa, Câmbio Pronto e Contratos Derivativos referenciados em Ações, Ativos
Financeiros, Índices, Taxas, Mercadorias, Moedas, entre outros; listagem de empresas e outros
emissores de Valores Mobiliários, depositária de Ativos, empréstimo de Títulos e licença de
softwares. As negociações são realizadas exclusivamente por meio eletrônico.
1.2.3.2 Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários: é uma pessoa jurídica que intermedeia a
compra e venda de títulos financeiros para seus clientes, onde
Para negociar ações na Bolsa de
geralmente cobra taxa de corretagem ou comissões. Sua
valores, é necessário ter uma conta
constituição depende de autorização do BACEN e o exercício de sua
em uma Corretora ou Distribuidora
atividade depende de autorização do CVM.
de Títulos e Valores mobiliários.
- Operam na Bolsa de Valores com compra, venda e distribuição de
títulos e valores mobiliários;
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- Realizar operações de compra e venda de metais preciosos no mercado físico ou financeiro;
1.2.3.3 Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários: As Distribuidoras não podiam operar
diretamente em Bolsas de Valores, o que foi alterado pela Decisão Conjunta Bacen-CVM nº 17,
de 02/03/2009. A partir de então, realiza praticamente as mesmas operações da corretora de
títulos e valores mobiliários. Geralmente atuam como agentes de volumes maiores. Exemplo:
uma pessoa física negocia através de uma corretora; um fundo de investimento pode fazer suas
operações em bolsa por uma distribuidora.
1.2.4.1 Sistema especial de liquidação e de custódia – Selic: O Selic é o depositário central dos títulos da
dívida pública federal interna de emissão do Tesouro Nacional, através de um sistema eletrônico que
processa o registro e a liquidação financeira das operações realizadas com esses títulos, garantindo
segurança, agilidade e transparência aos negócios. O sistema do Selic é gerido pelo BACEN e operado em
parceria com a ANBIMA.
É responsável por processar a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia dos títulos públicos.
Os tipos de títulos serão abordados com mais profundidade no capítulo 6. Nesta parte do estudo nos
interessa o papel da instituição custodiante.
Câmara B3: Títulos Privados CDI CDB, LCI, LCA, CPR, Debêntures (Renda Fixa) e
ações e derivativos (Renda Variável)
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1.2.4.3 Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB: É o conjunto de entidades, regras, sistemas e mecanismos
utilizados para transferir recursos e liquidar operações financeiras entre empresas, órgãos
governamentais e pessoas físicas.
A função básica do SPB, de acordo com o Banco Central do Brasil, é “transferir recursos, bem como
processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições
financeiras. Ou seja, praticamente todos os agentes atuantes em nossa
Economia”.
O Pix é o pagamento instantâneo brasileiro, criado pelo Banco Central (BC) onde os recursos são
transferidos entre contas de forma instantânea, a qualquer hora ou dia. Pode ser realizado a partir de uma
conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga.
9
ÉTICA,
REGULAMENTAÇÃO
E ANÁLISE DO
PERFIL DO
INVESTIDOR
Proporção: De 15 a 20%
10
A Anbima, em sua função de autorregulação, institui os códigos, que deverão ser seguidos por todas as
Instituições Financeiras participantes e que aderirem a eles.
A adesão aos códigos é automática e obrigatória para todas as instituições filiadas à ANBIMA
(participantes), sendo que as demais Instituições podem aderir voluntariamente aos códigos (aderentes).
Os códigos destacam:
• Proteção ao investidor – equidade no atendimento deste público;
• A transparência do processo de prestação de informações aos investidores;
• A ética na condução dos negócios;
• O adequado monitoramento dos riscos a que estão sujeitas as atividades relacionadas à
indústria de Fundos de Investimento.
2.1. Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de produtos de investimento
O Código de Distribuição direciona a relação dos intermediários financeiros com os investidores na
comercialização de produtos de investimento, tendo a ética como principal pilar.
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2.1.3. Princípios Gerais de Conduta
As Instituições e seus profissionais devem cumprir todas as suas obrigações com ética e diligência, com
idoneidade moral e profissional, mantendo a confiança e o bom funcionamento do sistema.
2.1.5 Publicidade
Materiais adequados, com clareza e objetividade, minimizando incompreensões e privilegiando
informações necessárias para a tomada de decisão de investidores. É vedado a comparação com produtos
diferentes.
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V. Tributação aplicável;
VI. Classificação do Produto de Investimento;
Lavagem de dinheiro é o
VII. Descrição resumida dos principais fatores de risco,
incluindo, no mínimo, os riscos de liquidez, de mercado e de processo pelo qual o
crédito; e criminoso transforma
VIII. Informações sobre os canais de atendimento. recursos ganhos em
atividades ilegais em ativos
2.1.6.2 Conheça seu cliente com uma origem
As Instituições Financeiras devem conhecer seus investidores no início aparentemente legal.
do relacionamento e durante o processo cadastral, identificando a necessidade de visitas pessoais em suas
residências, seus locais de trabalho e em suas instalações comerciais. KYC é a sigla da expressão em inglês
Know Your Customer.
2.1.6.3 Suitability
As Instituições Participantes não podem recomendar Produtos de Investimento, realizar operações ou
prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do investidor.
A IF deve obter: coleta de informações, classificação de perfil, classificação dos produtos de investimento,
procedimento operacional e comunicação com o investidor da adequação dos investimentos a seu perfil
(suitability).
O Código impõe a obrigação de observância de Suitability para a classificação do perfil do investidor,
definição de categoria do ativo, consideração dos riscos dos produtos e definição de regras e
procedimentos para a recomendação e classificação de produtos de investimento.
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2.2 Prevenção Contra a Lavagem de Dinheiro
Em 1988, a Organização das Nações Unidas aprovou a Convenção de Viena, onde os
participantes se comprometeram a se esforçar para penalizar a conversão, transferência,
ocultação ou encobrimento de bens provenientes de atividades ilícitas relacionadas a crimes,
inicialmente tráfico de drogas, terrorismo e corrupção e depois ampliado para qualquer crime
antecedente que levasse a uma vantagem financeira ilícita.
“As mesmas penas são aplicáveis também aos agentes que possibilitaram a ocorrência da lavagem de
dinheiro em todo o seu ciclo”.
Por isso incorre na mesma pena quem:
• Ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal, os
converte em ativos lícitos, comercializa ou os guarda.
• Utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal
ou for sócio de empresa que o faz.
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços, ou ser aplicada pena administrativa se o autor, coautor
ou participante colaborar espontaneamente com as autoridades (delação premiada).
A pena poderá ser aumentada de um a dois terços se praticada de forma reiterada ou por organização
criminosa.
As instituições devem indicar formalmente ao Banco Central do Brasil um diretor responsável pela PLD/FT.
Os registros devem ser mantidos pelo prazo de dez anos, dependendo das características da operação.
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Pessoas Expostas Politicamente (PEPs)
As Instituições devem manter registro de seus clientes que forem pessoas politicamente expostas.
Consideram-se pessoas expostas politicamente os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo
e Legislativo da União, Estados e Municípios, ministros, assessores, membros de tribunais, procuradores-
gerais, presidentes e tesoureiros de partidos políticos, presidentes de entidades da administração pública
indireta estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Militares, de Contas ou equivalente de
Estado e do Distrito Federal.
Além das PPEs, também devem ser monitorados os seus familiares (parentes, na linha direta, até o segundo
grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada), colaboradores diretos e pessoas
jurídicas de que façam parte.
Estão sujeitas ao controle da lavagem de dinheiro: Pessoas Físicas e Jurídicas que exercem a
gestão de recursos de terceiros, sendo entidades reguladas e supervisionadas pelo Sistema
Financeiro Nacional e entidades não pertencentes ao SFN, mas que respondem ao COAF por
movimentarem recursos de terceiros:
II. Entidades não pertencentes ao SFN, mas regulados pelo COAF: Também possuem a obrigatoriedade de
manter registro das operações e comunicar ocorrências suspeitas: corretoras de imóveis, pessoas físicas e
jurídicas que comercializam bens de alto valor, transporte altos valores, cartórios, representantes de
atletas e artistas, feiras, ou seja, gestão ou intermediação de recursos de terceiros.
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d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos
fiduciários ou estruturas análogas
e) financeiras, societárias ou imobiliárias.
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas
ou artísticas profissionais.
IX. Pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização,
agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras,
exposições ou eventos similares;
X. Empresas de transporte e guarda de valores.
XI. Pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou animal ou
intermedeiem a sua comercialização;
XII. Dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no
Brasil, relativamente a residentes no País.
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praticadas por pessoas físicas e jurídicas supervisionadas pelo COAF. São asseguradas às partes o direito
à ampla defesa e ao contraditório.
O processo é julgado, na forma do Regimento Interno. Contra as decisões, pode ser apresentado recurso
ao Coaf e endereçada ao presidente do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN),
órgão de segunda e última instância administrativa.
As autoridades policiais, Receita Federal e Ministério Público atuam conjuntamente ao COAF no combate
ao crime e recuperação do patrimônio, e podem compartilhar dados sigilosos entre si. Terão acesso aos
dados cadastrais do investigado, como qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de
autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, Instituições Financeiras,
provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Listas restritivas
Para facilitar a identificação de operações suspeitas, há listas restritivas, com a relação de pessoas e
entidades que tiveram alguma ligação ou suspeita de atos terroristas. Visam proibir, restringir ou
constranger transações financeiras, comerciais, de serviço ou de tecnologia envolvendo os setores ou
pessoas das relações, podendo inclusive haver o congelamento de bens e ativos de um indivíduo ou
entidade.
Há diversas listas restritivas, nacionais e internacionais. As listas restritivas podem conter nomes de
pessoas e entidades que supostamente tenham ligação com o terrorismo, setores, atividades e tipos de
transação proibidos, e até listar países que se encontram sob sanções.
2.3. Ética na Venda - Um vendedor ou consultor ético tem foco no relacionamento com o cliente bancário
ou associado de cooperativa de crédito e não apenas no produto que vende. Seu foco é relacionamento
de longo prazo, para vender no presente e continuar vendendo ao longo do tempo. Isso só será possível
se fortalecer a confiança entre ambos, através de orientações éticas e comprometidas.
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2.3.1. Venda Casada: É proibido condicionar/obrigar a contratação de quaisquer operações à realização
de outras operações, ou à aquisição de outros bens e serviços. É considerada prática abusiva pelo Código
de Defesa do Consumidor.
A venda casada é uma infração à ordem econômica, porque permite ao vendedor abusar da
fragilidade do comprador. Exemplo: só vender um cartão de crédito se o cliente também
adquirir um seguro de vida.
É importante separar o que é um condicionamento ou obrigação de outras situações, que não configuram
venda casada:
a. Promoções, combos ou vantagens na precificação: não é venda casada porque dá a liberdade de
adquirir separadamente ou simplesmente não adquirir. Neste caso seria uma venda promocional,
também chamada de venda cruzada ou “cross selling”, o que não constitui irregularidade.
b. Condições de garantia: Um financiamento com garantia do bem pode exigir o seguro, pois se
houver perda do mesmo (exemplo: incêndio) não haverá mais o bem para garantir a devolução do
recurso.
2.3.2. Restrições do investidor: Todo profissional que vende produtos de investimento deve procurar seguir
um Processo de Avaliação do cliente visando adequar melhor os objetivos e as necessidades dos clientes
aos produtos:
a. Conhecimento do produto: entender o produto evita frustrações.
b. Tolerância a Risco: há pessoas que ficam angustiadas com oscilações e incertezas, ou que não
aceitam possíveis perdas, onde preferem ganhar menos e não arriscar.
c. Idade: caso algo dê errado, deve-se ter tempo para recuperar o prejuízo. Por isso, um idoso deve
ter uma boa parte de seus investimentos em ativos conservadores.
d. Horizonte de Tempo: Independentemente de perfil do investidor, há investimentos com objetivos
de curto prazo, não sendo recomendado assumir riscos. Exemplo: se alguém vai utilizar um recurso
no prazo de 1 ano para viajar, deverá deixar o recurso aplicado em investimentos atrelados ao CDI.
2.4.1. Metodologia
A metodologia de captação de informações, Análise do Perfil de Investidor, deve considerar três itens:
I – o cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto,
serviço ou operação.
• Os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o cliente tem familiaridade;
• A natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no mercado
de
• Valores mobiliários, bem como o período em que tais operações foram realizadas; e
• A formação acadêmica e a experiência profissional do cliente (não se aplica à pessoa
jurídica).
II - o produto, serviço ou operação é adequado aos objetivos de investimento do cliente;
• O período em que o cliente deseja manter o investimento;
• As preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos;
• As finalidades do investimento.
O questionário do API
III – a situação financeira do cliente é compatível com o produto,
analisa COS:
serviço ou operação;
1. Conhecimento • O valor das receitas regulares declaradas pelo cliente;
2. Objetivo • O valor e os ativos que compõem o patrimônio do cliente; e
3. Situação • A necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.
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2.4.2. Perfis:
a) Conservador: Não aceita assumir riscos no principal, prefere ganhar pouco mas sem oscilações
significativas;
b) Moderado: Aceita assumir médios riscos no curto prazo para ganhar um pouco mais;
c) Arrojado ou agressivo: Disposto a correr grandes riscos para obter ganhos maiores.
2.4.4. Vedações
É vedado recomendar produtos ou serviços ao cliente quando:
I – O perfil do cliente não seja adequado ao produto ou serviço;
II – Não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do cliente;
III – As informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas.
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2.5. Conceitos de ASG (Ambiental, Social e Governança)
ASG é a sigla para empresas que seguem padrões de sustentabilidade, respeitando aspectos ambientais,
de responsabilidade social e de boas práticas de governança corporativa. São conhecidos mundialmente
pela sigla em inglês ESG: Environmental, Social e Governance. Na prática, as empresas se guiam por esses
direcionadores na tomada de decisões e nas políticas da empresa, para que sejam ambientalmente
sustentáveis, socialmente responsáveis e administradas com base em critérios de transparência e proteção
ao investidor, o que impacta em reputação e credibilidade.
Os investidores estão cada vez mais atentos a esses critérios, e podem escolher, para seus investimentos,
emissores que utilizam esses critérios e são classificados como ASG.
Para facilitar a análise dos investidores, existem selos de sustentabilidade, nacionais e internacionais, não
obrigatórios, mas que facilitam a tomada de decisão. Os critérios de avaliação são públicos, transparentes
e atualizados constantemente, considerando boas práticas ASG adotadas pela empresa.
Filtro negativo: Ocorre quando alguém deixa de investir em uma empresa porque ela adota alguma
política que não reflete os valores éticos do investidor, como armamento, tabaco, poluentes e outros.
Filtro positivo: Ocorre quando um investidor inclui em seu portfólio investimentos cujo emissor adota
critérios ASG, como por exemplo: repovoamento de rios, igualdade de remuneração entre gêneros e
diversidade de composição de conselho.
As empresas que adotam padrões de atenção à causa ambiental tomam medidas para reduzir impactos
ambientais no planeta, como, por exemplo, medidas para redução de emissão de gases e aquecimento
global, projetos para evitar o esgotamento dos recursos naturais, armazenamento e descarte de resíduos
que podem ser poluentes.
Nos aspectos de responsabilidade social, as empresas buscam aplicar ações voltadas a melhorar a
qualidade de vida dos funcionários e condições justas de trabalho.
A empresa também pode promover, criar ou financiar projetos para amparo de pessoas necessitadas e
direitos de minorias, direcionadas para a inclusão social e melhoria da diversidade.
21
2.5.4 Conceitos de Investimentos ASG
Os investimentos ASG são investimentos que visam estimular negócios que consideram resultados
financeiros aliados a um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente. Além do interesse dos
investidores por incentivar empresas que investem em sustentabilidade, estudos mostram que as práticas
de ASG interferem diretamente no desempenho, na confiança do mercado e na reputação das
Companhias.
1. Ações: são partes do capital de empresas classificadas como ASG. O investidor avalia esses critérios
na sua decisão de compra. As empresas que adotam critérios ASG adotam procedimentos que
podem impactar na valorização e rentabilidade de suas ações.
3. Títulos verdes: são alternativas de investimento sustentável focadas nas práticas ASG. São títulos
de renda fixa com os quais empresas captam recursos para o financiamento de projetos
sustentáveis, como investimento em reflorestamento, energia solar, aperfeiçoamento de processos
produtivos industriais com menos poluentes, uso de tecnologias verdes. São emitidos por empresas
públicas e privadas, como Letras Financeiras e Certificados de Recebíveis, com a obrigatoriedade
de destinar os recursos para temas ligados ao desenvolvimento sustentável.
4. Debêntures: títulos de crédito para captação de recursos das companhias que seguem as práticas
recomendadas. Podem ser utilizados nos projetos de desenvolvimento da empresa ou direcionados
para ações específicas de sustentabilidade.
22
NOÇÕES DE
ECONOMIA E
FINANÇAS
Proporção: De 5 a 10%
23
3.1 Conceitos Básicos de Economia
3.1.1 PIB – Produto Interno Bruto: É o conjunto da produção final de bens e serviços realizada em
território nacional, independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos, num
determinado período de tempo. O índice considera o valor dos bens e serviços adicionados, de
modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. Com isso, a matéria-prima usada na fabricação
é descontada do valor final.
A expressão X-M (exportações menos importações) pode ser substituída por NX:
Y= C + I + G + NX (todos somam)
3.1.2 Inflação: É uma elevação do nível geral de preços. Os índices de inflação demonstram o
comportamento da variação dos preços dos bens e serviços.
3.1.2.1. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo:
IPCA: índice oficial da inflação no Seu cálculo considera os produtos e serviços consumidos pelas
Brasil. Mede o CONSUMO de famílias com rendas de 1 a 40 salários mínimos, nas principais
determinada faixa de renda nas regiões metropolitanas do Brasil. É calculado e divulgado pelo
principais cidades do país. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e é utilizado
como referência para acompanhar a meta da inflação, definida
IGPM: média ponderada de três
índices, IPA, IPC e INCC, onde o
pelo CMN, para que o Copom (Comitê de política monetária)
principal peso é ATACADO. implemente a política monetária com a definição da taxa básica
de juros Selic Meta.
PTAX: é a taxa média das taxas de câmbio em relação ao Real, onde o Banco Central consulta
os dealers (instituições autorizadas a operar em câmbio, segundo critérios de volume de
negócios e qualidade na prestação de informações), em quatro janelas de consulta ao longo de
cada dia, e divulga a média ao final da 4ª. consulta. As moedas mais conhecidas e cotadas são
dólar e euro.
24
A taxa de câmbio rege contratos de importação e exportação, derivativos e outros. Com isso, impacta
diretamente no custo de mercadorias, o que prejudica o controle da inflação, porque os produtos possuem
referência em dólar (custo da matéria prima, componentes, combustível, ou mesmo exportação, onde o
valor internacional é referência para venda interna).
Regimes cambiais:
Arranjos sem moeda distinta: onde um país abre mão de sua própria moeda. Exemplo: zona do Euro.
Controlado ou fixo: o governo define a cotação da moeda, também chamado de âncora cambial. Ex.: China.
Flutuante: o mercado livremente define a cotação das moedas, pela lei da oferta e demanda. Exemplo:
Estados Unidos.
Flutuante administrado: No passado era chamado de regime flutuante sujo. O mercado livremente define
a cotação das moedas, pela lei da oferta e demanda. No entanto, em caso de desiquilíbrio, o governo
intervém comprando ou vendendo a moeda para reestabelecer o equilíbrio entre elas. Ex. Brasil.
Taxa cambial desvalorizada: Quando é necessário maior quantidade da moeda local para comprar a
moeda estrangeira. O dólar sobe, o real se desvaloriza, sempre na perspectiva da moeda local. É bom para
o exportador, porque haverá mais reais pela sua venda, e ruim para o importador, que pagará mais pela
sua aquisição. Também dificulta o controle da inflação, pois há uma alta de preços em geral por causa do
aumento da moeda estrangeira (em especial o dólar, por ser moeda de referência nacional).
Taxa cambial valorizada: Acontece quando é necessária uma quantidade menor de moeda local para
adquirir uma moeda estrangeira. O dólar cai, o real se valoriza, pois é necessário menos reais para adquirir
um dólar. Esse cenário é ruim para o exportador, que receberá menos pela sua venda, e bom para o
importador, que pagará mais barato pelos bens adquiridos. Facilita o controle da inflação, pois não há
reflexos externos na formação de preço.
Ex.: Ontem precisava-se de R$ 6,00 para comprar um dólar. Hoje precisa-se de R$ 5,50. O Real VALORIZOU-
SE frente ao Dólar. É preciso uma menor quantidade de reais para comprar 1 dólar.
Exportador
Taxa cambial: DESVALORIZA VALORIZA
REAL Cai Sobe
DÓLAR Sobe Cai
Taxa de juros: Quando os juros de um país, principalmente se for emergente como o Brasil, estão baixos e
pouco atrativos, os investidores (que possuem capital especulativo) levam o dinheiro para outros países,
que possuem menos riscos. Com muitas pessoas comprando dólar, aumenta a demanda pela moeda e seu
preço sobe. Dólar sobe, taxa cambial brasileira desvaloriza.
Inflação: quando a inflação aumenta, desvaloriza a taxa cambial. Imagine uma caneta sendo vendida por
U$$ 1. Quando o dólar vale R$ 5,00, significa que a caneta custa R$ 5,00, mas se a taxa cambial desvalorizar,
25
fazendo o dólar subir para R$ 8,00 por exemplo, o preço da caneta no Brasil vai subir, aumentando a
inflação.
Balança de pagamentos: a balança de pagamentos é a relação de capital de um país com outros. Envolve
exportação e importações, serviços (como turismo), aquisição de bens e investimentos. Quando a balança
de pagamentos está positiva, ou seja, o país está vendendo mais do que comprando, são mais dólares
entrando no país. Muita oferta de uma moeda pressiona seu preço para baixo, valorizando a taxa cambial
local. E se a balança de pagamentos está negativa, o país está comprando mais do que vendendo, aumenta
a demanda por dólar, o que sobe o seu preço e desvaloriza a taxa cambial no Brasil.
Transações de investimentos especulativos: operações estruturadas com moedas podem aumentar a
oferta ou demanda de moeda estrangeira, impactando no preço.
Situações políticas: reformas fiscais, tendências de governo e outros fatores podem melhorar ou piorar um
cenário econômico. Por exemplo, se a situação estiver ruim, aumenta o risco e há fuga de capital, para
isso, as pessoas compram dólares (aumenta a demanda) causando aumento da moeda estrangeira,
ocorrendo o inverso se a situação for boa.
3.1.4 COPOM: O COPOM – Comitê de Política Monetária, é composto pelo Presidente do Banco Central e
seus diretores, e tem o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa
de juros básica da economia. Reúne-se periodicamente para definir a meta para a taxa básica
de juros.
Os objetivos do COPOM são:
• Analisar o Relatório de Inflação (IPCA);
• Definir a meta da taxa SELIC;
• Implementar diretrizes de política monetária.
O COPOM analisa o IPCA para definir a SELIC Meta. Definindo a meta da taxa de juros, implementa um
perfil de utilização de crédito (se estiver caro, usam pouco, se estiver barato
CMN: meta da inflação. usam mais) ou investimentos (se a taxa está alta, deixam de consumir para
investir, se a taxa está baixa, preferem consumir a investir) e
COPOM: Meta da taxa de
juros (Selic Meta).
consequentemente de consumo, impactando a inflação e complementando
o ciclo contínuo.
A taxa básica de juros é uma forma do governo regular a liquidez do mercado através da oferta e demanda
de liquidez. O grande desafio de um país é crescer com a menor taxa de juros e inflação possível.
Com taxas altas, os consumidores compram menos (pelo custo do crédito ou
Meta Selic:
porque preferem aplicar), fazem menos empréstimos, reduzindo a inflação e instrumento de
impactando negativamente o crescimento do país. controle da
Com taxas mais baixas, os consumidores aquecem a economia, buscam mais inflação.
empréstimos e compram mais, aumentando o crescimento do país e também a inflação.
3.1.5.2. Taxa SELIC – Over ou diária - É a taxa média ponderada pelo volume das operações de
financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e registradas no sistema
SELIC. Expressa na forma anual para 252 dias úteis, é a taxa efetivamente praticada no mercado,
que irá remunerar os títulos indexados à taxa SELIC, como por exemplo o Tesouro Selic.
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia, administrado pelo BCB, possui a custódia de praticamente
todos os títulos públicos do país, registrado em nome das Instituições Financeiras que os detêm. Essas
Instituições Financeiras, emprestam e captam recursos ao longo do dia, e quem tiver falta de liquidez
deverá fazer uma operação para suprir, enquanto que as IF que possuem dinheiro de sobra podem ser a
26
contraparte. Essas operações, quando tiverem o lastro em títulos públicos, são registradas no Selic e dão
origem à taxa SELIC Over ou diária.
Exemplo: Banco A precisa de recursos e faz uma operação de financiamento (empréstimo) com lastro em
títulos públicos hoje (D+0) com o compromisso de liquidá-lo amanhã (D+1). A outra parte, que cede o
recurso, pode ser o Banco Central, ou outra Instituição Financeira ou até um Fundo de Investimento. As
operações são registradas no SELIC, que divulga diariamente as taxas praticadas nesses contratos.
TAXA DI – É a taxa média do CDI, divulgada diariamente pela B3, que faz a custódia dos contratos privados.
Tem como base as operações de Depósitos Interfinanceiros, pactuadas por um dia útil. Sua taxa é expressa
ao ano, considerando 252 dias úteis.
Proporcional: Duas taxas são proporcionais quando é utilizado o regime de capitalização simples. Basta
multiplicar ou dividir a taxa entre os períodos para chegar ao resultado.
27
Exemplo: 2% ao mês é proporcional a 24% ao ano.
Preste atenção na orientação ao investidor. Se fosse possível escolher, qual taxa traria maior retorno em
um determinado cenário:
a. Juro simples é maior: quando a unidade de tempo requerida é menor que a unidade de
tempo em que a taxa está expressa. Exemplo: O problema apresenta uma taxa ao mês e a
aplicação é para um dia (veja no quadro acima, a uma taxa de 6% ao mês, a taxa ao dia nos juros
simples é 0,20%, maior que no cálculo de juros compostos).
b. Juro composto é maior: quando a unidade de tempo requerida é maior que a unidade de tempo
em que a taxa está expressa. Exemplo: A questão apresenta uma taxa ao mês e a aplicação é para
um ano (veja no quadro acima, a uma taxa de 6% ao mês, a taxa ao ano nos juros compostos é
101,22%, maior que no cálculo de juros simples).
3.2.4 Índice de referência (benchmark) aplicado a produtos de investimento: este termo é utilizado quando
um índice de mercado conhecido é escolhido como objetivo ou parâmetro de avaliação da gestão dos
fundos de investimento ou mesmo outros investimentos, permitindo a comparação entre os mesmos.
Exemplo:
Fundos de renda fixa: CDI, Selic, IGP-M.
Fundos de renda variável: Ibovespa, IBR-X.
3.2.5 Volatilidade: é uma medida de risco que indica a intensidade da oscilação de preços de um ativo ou
carteira de ativos. Quanto mais volátil, mais oscila, dessa forma o risco de um ativo ou carteira será maior.
A expectativa de rendimento será proporcionalmente maior.
: O investidor só aceita correr um risco maior (volatilidade) se tiver uma probabilidade de
rendimento que compense o risco.
3.2.6 Prazo médio ponderado de uma carteira de títulos - É o prazo médio ponderado do valor presente
dos títulos de uma carteira de renda fixa, descontados pela taxa de juros vigente, pelos seus respectivos
prazos a decorrer até o vencimento.
Porque é importante conhecer o prazo médio de uma carteira?
• Ele determinará maior ou menor grau de exposição ao risco de mercado.
• Uma carteira de títulos de taxa prefixada está exposta ao risco da elevação da taxa de juros.
A carteira estará tanto mais exposta a esse risco quanto maior for o prazo médio de seus ativos.
28
• As carteiras de prazo mais longo se caracterizam por apresentarem maiores oscilações de preço.
Por serem mais arriscadas, no longo prazo tendem a apresentar maior rentabilidade.
3.2.7 Marcação a Mercado como valor presente de um fluxo de pagamentos (apreçamento de ativos)
As Instituições Participantes devem utilizar a marcação a mercado (MaM), também chamada de
apreçamento de ativos, no registro de todos os papéis que compõem os fundos de investimento que
administram.
Também é possível perceber a marcação a mercado no extrato de um título público, onde é
registrado quanto um título vale se fosse vendido no momento, antes de seu vencimento.
Para o cálculo do valor de um ativo marcado a mercado, não importa o valor da aquisição
(compra) ou mesmo o valor no vencimento, mas sim qual a cotação daquele ativo no mercado
no momento da consulta. Considerando que em um fundo de investimento todos os dias pode haver
cotistas realizando aplicações ou resgates, ocorre que o fundo nem sempre leva os papéis até seu
vencimento, e ao vender, se não fizesse essa cotação diária, poderia ter um preço diferente do que estava
registrado, o que acarretaria em desigualdade entre os cotistas. Dessa forma, esse procedimento é
obrigatório, para dar maior transparência aos riscos e evitar a transferência de riquezas entre os cotistas
do fundo.
Apreçamento de ativos ou marcação a mercado: consiste em registrar todos os ativos, para efeito de
valorização e cálculo de cotas dos fundos de investimento, pelos preços negociados diariamente no
mercado.
Marcação a Mercado é reconhecer o valor do ativo no momento
Marcação a mercado: valor presente, independentemente de seu valor de aquisição ou de
do título negociado no vencimento.
mercado,
independentemente do Exemplo simplificado:
preço de aquisição ou Joao tem um cheque pré-datado para 30 dias de R$ 1.000,00 e pede para
vencimento. seu amigo Pedro lhe emprestar o valor e ficar com o cheque como
pagamento. Pedro cobra 3%, e lhe dá R$ 970,80. Mais tarde, se arrepende,
e resolve passar o cheque adiante para recuperar o seu dinheiro. Encontra Maria, que analisando o
emissor, diz que só aceita se receber 5%. Pedro aceita e recebe R$ 952,38 pelo cheque. Mais tarde Maria
encontra Sebastião, que tem bastante dinheiro aplicado a juros baixos, e compra o cheque cobrando 2%
do valor. Então Maria vende o cheque por R$ 980,40.
Valor de face Juros Valor a mercado Quem investiu
R$ 1.000,00 3% R$ 970,80 Pedro
R$ 1.000,00 5% R$ 952,38 Maria
R$ 1.000,000 2% R$ 980,40 Sebastião
*Obs.: o cálculo da marcação a mercado é mais complexo, considerando a taxa de emissão, o prazo em
dias úteis e as perspectivas de mercado. O exemplo se destina somente a fixar o conceito.
Como podemos perceber no exemplo, à medida que a taxa de juros sobe, o valor de mercado do título cai,
porque não haverá investidores dispostos a aceitar a remuneração original do título, se no mercado há
títulos mais rentáveis, ou porque se exige mais por haver aumento de risco, nesse caso o título é
contabilizado com deságio, por um preço menor. O raciocínio é o mesmo para quando a taxa de juros de
mercado cair. O preço do título se elevará, será contabilizado com ágio, por um preço maior, com ágio.
Por isso, uma das formas de memorizar é imaginar uma gangorra, onde em uma parte está o preço do
ativo e na outra a taxa de juros, quando uma sobe, a outra cai.
Para que um Tesouro IPCA+ com o rendimento menor que o mercado atual se torne atrativo, terá que ser
vendido com deságio. Digamos que o título tenha valor de face de R$ 1.000,00, e for vendido por R$ 900,00,
os R$ 100,00 de deságio mais os 6% empataria com os 8% que o mercado está exigindo (exemplo
hipotético).
29
Não se pode modificar o cupom original do ativo, ou seja, a taxa de juros que foi combinada na emissão.
Para que tenha atratividade resta vendê-lo por um preço menor, que garanta ao seu novo titular a
remuneração vigente de mercado.
Mercado secundário: quando um investidor vende a outro investidor os papéis, não altera o fluxo de caixa
do emissor, não há entrada ou saída de recursos, o emissor não se MERCADO
envolve.PRIMÁRIO
Exemplo: Um título público
E SECUNDÁRIO
possui vencimento em 2055 (o resgate só pode ocorrer nessa data, acessando o mercado primário, quando
o Tesouro Nacional pagará o valor e taxa
combinados ao detentor do título). No entanto,
Mercado
como não consegue resgatar porque não é a data do Pri rio Emissor Investidor
30
PRINCÍPIOS DE
INVESTIMENTO
31
4.1 Principais Fatores de Análise de Investimentos
4.1.1 Rentabilidade
Ao analisar um investimento, é preciso verificar o valor de resgate e o valor da aplicação, sendo que a
diferença é o rendimento do período.
4.1.1.1 Rentabilidade Absoluta: é medida em valores ou percentual, mas não demonstra um
critério de avaliação, pois não há parâmetros de comparação. Uma taxa nominal é considerada
absoluta, pois não está sendo comparada com outro indicador. Exemplo: 10%.
4.1.1.2 Rentabilidade Relativa: é a rentabilidade comparada a um benchmark de mercado, é
avaliada em percentual sobre um indicador de referência. Exemplo: 98% do CDI, 110% do Ibovespa.
4.1.1.3 Rentabilidade Bruta: não está descontado os impostos. Os juros descritos no contrato são
rentabilidade bruta, e incidirão sobre o capital. Os impostos são obrigações do investidor sobre seus
ganhos de capital, e podem modificar ao longo do tempo de acordo com a tabela de aplicação.
4.1.1.4 Rentabilidade Líquida: é quando os impostos são descontados do valor divulgado. A rentabilidade
líquida exige alguns cuidados na divulgação, pois em alguns produtos há alíquota única de imposto de
renda, mas em outros, há redução de alíquotas de acordo com o tempo, o que poderia causar confusão em
comparações, por isso não costuma ser utilizada como parâmetro de referência. Quando for utilizado para
comparação de produtos diferentes, onde um deles tenha isenção de IR (Ex.: CDB com LCA), é obrigatório
conter os avisos das diferenças dos produtos.
4.1.2 Liquidez
Liquidez é a capacidade de transformar um investimento em dinheiro, a qualquer momento,
por um preço justo. A falta de liquidez faz com que seja difícil vender um ativo, ou porque há
pouco dinheiro no mercado, ou porque há poucos compradores interessados. Já um mercado
líquido significa que há abundância de recursos e as pessoas estão comprando mais. Com mais liquidez,
aumenta-se o fluxo de recursos na economia, o que pode trazer aumento de inflação, pois com mais
dinheiro circulando, há maior demanda por produtos e serviços.
4.1.3 Risco
Risco é a possibilidade de obter perda parcial ou total do capital investido por fatores adversos aos
inicialmente previstos.
4.1.3.3 Risco de Mercado: são oscilações das taxas de juros ou preço de um ativo (volatilidade); ocorre em
ativos com juros prefixados, devido a duas situações:
1. A taxa prefixada trava uma rentabilidade. Se os juros no mercado subirem, o investidor recebe
menos que o mercado;
32
2. Se o investidor precisar vender o ativo antes do vencimento, e as condições de mercado forem
diferentes, terá o valor do ativo impactado pela marcação a mercado (veja o conceito no capítulo
3).
Risco de mercado externo: O mercado externo interfere diretamente no comportamento dos ativos.
Eventos como alteração na taxa de juros de outros países, taxa de câmbio, questões internacionais
tributárias, regulatórias e legais, assim como questões políticas internacionais podem acarretar em
valorização ou desvalorização dos ativos nacionais.
A inclusão de fatores ASG na análise da empresa ajuda a obter melhores avaliações de risco e a perceber
ameaças e oportunidades de crescimento da empresa. A implementação de critérios de avaliação ASG na
política de investimento complementa as avaliações convencionais ao destacar os riscos que não são
percebidos pela análise tradicional, principalmente os riscos de longo prazo. Dessa forma, a análise fica
mais completa e eficaz.
Para as empresas, cuidados com mudanças climáticas, relações trabalhistas inapropriadas ou a falta de
transparência em práticas contábeis podem causar perdas e ineficiências, pressões regulatórias e
impactos reputacionais.
Para o governo, na emissão de títulos públicos, os riscos relacionados com a gestão dos recursos naturais,
às normas de saúde pública, corrupção e outros, podem afetar as receitas fiscais, exportações e
importações e até os investimentos estrangeiros no país.
33
revisão de um orçamento, e leva em consideração estratégias de investimento que impactam em
receitas, custos, fluxo de caixa e outros indicadores.
c. Análise de sensibilidade: desenvolver simulações de cenários complexos para identificar quais
critérios e políticas ASG serão mais efetivas na gestão de riscos.
Reservas Bai o risco e alta liquidez Produtos inde ados ao CDI ou Selic.
Alavancagem Alto risco e bai a liquidez Ações, fundo de ações, multimercados, derivativos.
4.2.2 Horizonte de tempo: O investidor, ao definir sua carteira de acordo com os seus objetivos, possui
horizontes de tempo para cada um deles, ou seja, um prazo adequado para a utilização do recurso.
Exemplos:
• Reservas para emergência precisam ter liquidez diária, ou horizonte de tempo curto, porque
podem ser utilizados a qualquer momento.
• Aposentadoria: o horizonte deve ser superior a 10 anos, para ter tempo de juntar o montante e
buscar rentabilidade compatível aos objetivos.
• Ações: horizonte de tempo superior a 2 anos, pois pode haver períodos de oscilações e é preciso
ter tempo para escolher o melhor momento de comprar ou vender.
34
b. Disposição de tomar risco: é o perfil do investidor, que engloba questões pessoais e subjetivas. É o
quanto o investidor se sente confortável com o risco de um
+ risco = + retorno investimento para o retorno que pretende alcançar.
Quanto maior o risco, maior a probabilidade de rentabilidade
- liquidez = + retorno
(retorno).
- liquidez = + risco Quanto menor a liquidez, maior a probabilidade de rentabilidade.
Quanto menor a liquidez, maior o risco assumido, pois pode precisar
+ liquidez = - risco - retorno
do dinheiro e não conseguir sacar.
Quanto mais liquidez, menos risco e menos retorno.
Modelos matemáticos e estatísticos comprovam que carteiras diversificadas possuem risco menor do que
se cada ativo fosse analisado separadamente, em virtude das combinações dos riscos e retornos de ambos.
35
• Investimentos: é indicado que o orçamento familiar preveja uma parcela para os investimentos, não
inferior a 10%, para a formação de reservas para emergências, aposentadoria e projetos;
• Dívidas: se houver, especificar o valor comprometido com todas as dívidas, como empréstimos,
financiamentos, parcelamentos no cartão de crédito ou outros meios. As parcelas das dívidas não
devem ultrapassar 30% da renda.
Além do orçamento, é importante fazer o acompanhamento das receitas e despesas mensais, ou seja, do
fluxo de caixa, as reais entradas e saídas, para as devidas adequações e ajustes ao que foi planejado, ou
em frente a eventuais modificações de cenários.
O descuido com o fluxo de caixa pode acarretar em problemas financeiros, com o não recebimento de
receitas por trabalhos já realizados ou pelo acúmulo de despesas realizadas a prazo. Imagine um
consumidor que parcela a conta do supermercado em 3 vezes. No mês seguinte, terá a nova compra mais
a parcela do mês anterior, e essa atitude pode virar uma bola de neve, com impactos significativos na
construção do patrimônio e gestão das finanças pessoais.
Por isso é importante ter um valor de reserva, que possa ser utilizado em eventuais
desencaixes, sazonalidades ou mesmo em emergências, lembrando que os recursos em
reserva de emergência devem ser aplicados em investimentos com liquidez e baixo risco,
como, por exemplo, investimentos atrelados à taxa DI.
Passivos: o passivo é composto por capital de terceiros (dívidas) e capital próprio. Na contabilidade, o valor
dos ativos é igual ao valor dos passivos, isso porque o passivo, considerado
obrigações, é subdividido entre obrigações com terceiros e patrimônio
próprio, aquilo que pertence de fato ao proprietário. Se
fosse uma empresa, seria o capital que a empresa deve
para o dono. O saldo de todas as dívidas, formais e
informais é o passivo exigível, a origem de recursos que
pertence a terceiros.
36
1. Some todas as suas dívidas (parcelas mensais);
2. Calcule o seu salário mensal; O índice de endividamento
mensal, para ser
3. Divida o total das dívidas pelo salário;
considerado administrável,
4. O resultado, multiplicado por 100 (para ser apresentado de não pode ser superior a 30%
forma percentual), é o índice de endividamento mensal. da renda.
37
FUNDOS DE
INVESTIMENTO
38
5.1 Definições Legais
Um Fundo de Investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores, com o
objetivo de realizar investimentos financeiros dos recursos de seus participantes.
Os cotistas são os titulares (proprietários) das cotas dos Fundos de Investimento. Um fundo pode ter um
único investidor, quando então é chamado de fundo exclusivo, ou vários investidores, onde o número de
participantes é ilimitado.
Caracteriza-se por ser uma prestação de serviços sob regime de melhores esforços, ou seja, a instituição
financeira, que administra o fundo, cobra uma taxa de administração dos recursos dos investidores, de
acordo com a política de investimentos de cada fundo.
Não conta com nenhuma garantia do Fundo Garantidor de Créditos- FGC, da Anbima ou do administrador.
Se ocorrer de o administrador entrar em liquidação financeira (como se fosse uma falência), os cotistas
farão assembleia trocando o administrador, por isso não há necessidade da garantia do FGC.
Eventuais perdas que o fundo possa ter são de responsabilidade do cotista (investidor), porque o fundo
tem uma personalidade jurídica, e o cotista, ao aplicar, se torna “sócio do negócio”. O que o investidor deve
observar é o regulamento do fundo, em especial a sua classificação de risco e política de investimentos.
Caso o fundo tenha perdas em virtude de explorar mercados e riscos não autorizados, o investidor arcará
com o prejuízo, mas poderá executar judicialmente o administrador pela perda.
A Anbima, entidade de apoio e autorregulação, possui
a função de receber os documentos (regulamento,
formulário), analisar e certificar se está de acordo com
Fundos de
In esti ento
as regras. Isso não representa uma garantia do
investimento.
O investimento através de fundos dilui os custos de
administração da carteira entre os participantes, o que
é um benefício importante.
Debêntures ítulos
Públicos
CDB Ações Patrimônio Líquido de um fundo: é o recurso total
investido. Esse recurso tem origem na soma dos saldos
individuais dos investidores, que se torna um único
montante para investir no mercado de acordo com os objetivos constantes em cada regulamento.
Riscos dos ativos individuais versus riscos da carteira: se considerarmos os valores individualmente de
ativos no investimento eles possuem riscos maiores do que se forem correlacionados em uma carteira.
Exemplo: Imagine um investimento único de R$ 100.000,00. Se, por exemplo, houver inadimplência do
emissor, a perda é total. Agora considere esse título dentro de um fundo, com patrimônio líquido de R$
100.000.000,00, havendo a inadimplência, representará 0,1% de perda.
39
5.1.1.2 Fundos de investimento em Cotas: Os FICs possuem em sua política de investimento a
obrigatoriedade de comprar no mínimo 95% de seu Patrimônio Líquido, em cotas de outros
Fundos de Investimento. Os outros 5% são de livre administração. Ao invés de escolher
diretamente os papéis no mercado para a composição de sua carteira, o fundo adquire cotas de
fundos, sendo permitido comprar cotas de um único FI ou de vários FIs. Nesse formato, a taxa de
administração do fundo não é fixa. Ela pode ser prevista com uma banda (Exemplo: taxa de administração
de 1,2% a 2,2%), porque em sua cobrança irá considerar a taxa de administração dos fundos onde irá
comprar as cotas, mais a taxa de administração do próprio fundo (exemplificando: poderia ser a taxa de
administração dos fundos que adquire as cotas entre 1% e 2% mais 0,2% de sua taxa).
5.1.2.2 Fundo Fechado: Nesse tipo de fundo, aquisição de cotas é limitada por um prazo, na
abertura do fundo, para o início de suas atividades. Depois disso, os fundos começam a operar
e não recebem novos aportes. Alguns fundos fechados não possuem período de resgate
(Exemplo: fundo imobiliário) e outros possuem a possibilidade de vencimento para retirada do recurso
(Exemplo: fundo de direitos creditórios). Se o investidor quiser o seu dinheiro, poderá vender suas cotas no
mercado secundário, para outro investidor.
Imagine o seguinte cenário: para construir uma casa, é preciso recurso para adquirir os materiais de
construção e construir o imóvel. Se após o bem ficar pronto, o investidor quiser seu dinheiro de volta, não
poderá destruir a casa e vender o material utilizado. Para reaver seu dinheiro, poderá vender o imóvel
para outra pessoa (o que é chamado de mercado secundário, onde o dinheiro não voltou à origem, mas o
bem trocou de mãos).
Os fundos fechados podem vender suas cotas na Bolsa de valores, como se fossem ações. Por exemplo, em
um fundo imobiliário, onde, mesmo com valores pequenos, um investidor pode ter uma fração de um
imóvel e receber os aluguéis e valorização proporcionais ao valor investido.
40
diariamente, terá impacto da valorização ou desvalorização dos ativos que o compõe, junto com as
despesas do fundo que são debitadas (deduzidas) do Patrimônio Líquido do mesmo.
O valor da cota é calculado dividindo o
Valor dos ativos – despesas do fundo valor do patrimônio líquido (que é
Valor diário da cota = composto do valor dos ativos marcados a
mercado menos as despesas do fundo)
Número de cotas
pela quantidade de cotas. Dessa forma,
diariamente, o valor da cota é impactado
pelas despesas e rendimentos.
Transferência de titularidade:
a. Fundos fechados: as cotas de fundos fechados podem ser vendidas para terceiros (mercado
secundário), havendo a troca da titularidade. A formalização implica em assinatura de termo de
cessão e transferência ou em bolsa, quando já é previamente autorizado.
b. Fundos abertos: normalmente há aplicação e resgate. No entanto, a transferência de cotas é
permitida nos seguintes casos: decisão judicial ou arbitral, operações de cessão fiduciária,
execução de garantia, sucessão universal, dissolução de sociedade conjugal ou união estável por
via judicial ou escritura pública que disponha sobre a partilha de bens e transferência de
administração dos bens.
5.1.6 Propriedade dos ativos dos fundos de investimento – excluindo fundos imobiliários
Os ativos que compõem um fundo de investimento são de propriedade dos cotistas, onde o administrador
recebe uma taxa pela administração dos recursos. Para caracterizar a propriedade dos ativos, cada fundo
tem um CNPJ, com exceção dos fundos imobiliários.
*FII - Fundos de Investimento Imobiliário: possuem características diferentes dos demais fundos,
onde a propriedade fiduciária dos ativos é do administrador. Ou seja, os recursos captados são
reunidos e investidos em imóveis ou títulos, não há segregação de recursos, ou seja, há risco de
crédito se o administrador for liquidado.
Por exemplo, o dinheiro que uma Instituição Financeira capta em CDB, que veremos no capítulo 6, ou RDC
na Cooperativa, pode ser emprestado a outros clientes/associados, onde a Instituição Financeira ganha
um spread (ganho financeiro entre custo de captação de recursos e rendimento no empréstimo do mesmo).
Já o dinheiro captado para um fundo de investimento deverá comprar papéis de acordo com a política de
investimento. Já imaginou se os valores ficassem misturados, como faria para verificar qual rentabilidade
é de que fonte, se é da instituição ou do fundo? Por isso a barreira de informação é obrigatória, para
segregar e evitar conflitos.
41
Segregação de funções e responsabilidades
Assim como os recursos devem ser segregados, há a exigência de segregação de funções. A Pessoa Jurídica
pode ser a mesma nas diversas funções, mas na organização interna, pessoas distintas devem
desempenhar os diferentes papéis. São eles:
Administrador – Responde por toda a parte administrativa do fundo. É o representante legal dos
investidores. Responde civil e criminalmente pela gestão, supervisão, acompanhamento e
informações do fundo. Responde à CVM e ao mercado. Faz a marcação a mercado a partir das
informações enviadas pelo custodiante, somando o valor dos ativos e deduzindo as despesas a
provisionar. Divulga a rentabilidade dos fundos e dá publicidade às informações.
Gestor – É o responsável pela escolha e negociação dos ativos que compõem a carteira, de
acordo com a política de investimento. Quando um investidor adquire cotas, o gestor compra
papeis no mercado para valorizar o PL. Quando um investidor resgata do fundo, o gestor deverá
vender ativos para pagar o resgate.
Custodiante: É o responsável pela "guarda" dos ativos do fundo, nas respectivas câmaras de
liquidação e custódia. Responde pelos dados e envio de informações dos fundos para os gestores
e administradores.
42
5.1.9 Direitos e obrigações dos cotistas
Direitos do cotista:
Ao investir em um fundo, o cotista adquire cotas, se tornando uma espécie de “sócio” do fundo, assina o
termo de adesão, ou seja, adere às regras, concordando com o regulamento e adquire os mesmos direitos
e deveres dos demais cotistas, independentemente da quantidade de cotas que possui.
Deveres do cotista:
- Atestar que tem ciência dos riscos e termos do regulamento;
- Aportar recursos em caso de PL negativo do fundo;
- Pagar taxa de administração e outras despesas do fundo;
- Observar as recomendações de prazo mínimo e riscos;
- Comparecer nas Assembleias;
- Fornecer dados cadastrais e documentações atualizados.
5.1.11 Administração
5.1.11.1 Direitos, obrigações e vedações do administrador
O administrador tem poderes para praticar os atos necessários ao funcionamento do fundo, sendo
responsável pela constituição do fundo, pela prestação de informações à CVM e contratação de terceiros,
sendo responsável por seus atos.
Obrigações do administrador:
• Fornecer o regulamento e a lâmina, quando houver, a todos os cotistas.
• Diligenciar para que toda a documentação e registros do fundo sejam mantidos atualizados e em
perfeita ordem.
• Manter serviço de atendimento ao cotista.
• Fiscalizar os serviços dos prestadores de serviços.
• Observar as disposições dos normativos que regulamentam o mercado.
• Adotar políticas e procedimentos para que a composição da carteira e liquidez estejam de acordo com
o previsto no regulamento.
43
Vedações do administrador: realizar atos de liberalidade que prejudiquem o fundo ou que contrariem seu
regulamento.
O administrador e gestor devem zelar pela integridade do fundo, assegurar que as ações tomadas estejam
de acordo com a política de investimento e proteger os interesses dos cotistas.
Prazo de cotização: É o prazo a partir da aplicação ou pedido do resgate para conversão do valor investido
em quantidade de cotas ou das cotas em dinheiro.
Na aplicação, o prazo e cotização poderá ser:
a. D+0 (valor da cota do dia da aplicação); ou
b. D+1 (valor da cota do dia seguinte à aplicação).
No resgate, o prazo para a conversão de cotas será de acordo com o regulamento do fundo, não há
delimitador na legislação. Por isso, a cotização ocorrerá conforme a previsão do regulamento.
Importante lembrar que dentro do prazo de cotização, todas as oscilações, sejam positivas ou negativas,
incidem sobre o valor da cota.
Exemplo: no exemplo acima, da compra do leite, o armazém diz que você poderá comprar o produto, mas
que a cotação da caixa será o valor do final do dia seguinte, equivale a dizer: D1 cota de fechamento. Se
no final do dia seguinte, a caixa de leite estiver R$ 5,56, você só conseguirá 18 caixas de leite (no dia da
ordem de compra custava 5,00, e dava 20 litros). Se o valor da cota tivesse caído, a lógica seria a mesma,
poderia comprar mais litros de leite.
Agora digamos que você vai revender este leite, transformando o produto em dinheiro novamente. Aí pede
o “resgate”, e vamos considerar que o “regulamento do e emplo”, prevê a cotização no resgate de D5 cota
de fechamento. Você só saberá o valor do resgate no final do quinto dia. O regulamento também deve
deixar claro se são dias úteis ou corridos.
44
Prazo de liquidação financeira -É o tempo que demora para o dinheiro (do resgate) ser creditado na conta
do investidor. O mais comum é o pagamento das cotas em D0 (mesmo dia do pedido) ou D+1
(dia seguinte à conversão das cotas). Entretanto, A CVM admite que o prazo de pagamento do
resgate seja processado em até 5 dias úteis, ou seja, após converter as cotas tem até 5 dias para
pagar ao investidor (lembrando deve constar no regulamento).
Fechamento dos fundos para resgates e aplicações: o administrador de um fundo pode, para proteger seus
interesses ou de seus cotistas, fechar o fundo para novas aplicações ou resgates.
• O fundo fecha para novas aplicações: quando por exemplo, o aumento do patrimônio inviabiliza
alguma estratégia de gestão, quando houver previsão de liquidação do fundo ou quando não houver
mais interesse na captação de novos investimentos. Também pode ocorrer em fundos fechados que
possuem um período estipulado para aquisição de cotas.
• O fundo fecha para resgates: é uma possibilidade que deve estar prevista no regulamento, para casos
de extrema instabilidade do mercado e calamidades. Outra possibilidade é a previsão no regulamento
de fundos fechados, onde o cotista poderá vender suas cotas no mercado secundário.
5.4.2 Diversificação
O investimento em condomínio permite diversificar. Por exemplo, se um investidor tem R$ 1.000,00,
conseguirá investir em um ou poucos investimentos. Se juntar com outros investidores, via
fundos, poderá ter diversos papéis na sua carteira. Considere um fundo de renda fixa, que pode
investir em títulos públicos e privados, atrelados a juros ou inflação. Cada título poderá ter
características diferentes de risco, liquidez e rentabilidade. Investindo no fundo, terá cotas do todo, ou
seja, uma fatia de cada um dos ativos do fundo.
5.4.3. Profissionalização
Ao investir em um fundo de investimento, o cotista adere ao regulamento e à política de
investimentos, com isso tem acesso à gestão especializada dos fundos.
45
5.4.2.2 Limites de alocação por emissor e por tipo de ativo: é uma forma de reduzir o risco de concentração
por mercado e por emissor.
5.4.2.2.1 Limite de alocação por emissor: A concentração de ativos em um mesmo emissor
aumenta o risco da carteira, pois se houver inadimplência (se o emissor falir) haverá perdas
para o fundo. Para administrar este risco, há um limite máximo de ativos por emissor, de
acordo com a sua característica:
a. União Federal: máximo de 100% do PL do fundo pode estar aplicado em títulos públicos, porque a
União é considerada zero risco de crédito. Quando um país não paga suas dívidas, entra em
moratória, o país todo sofre, pois ficando inadimplente dá calote a todos os detentores de seus
papéis, como por exemplo investidores individuais, fundos de investimento ou bancos, que
compram estes títulos para rentabilizar suas carteiras.
b. Instituições financeiras: máximo de 20% do PL pode ser aplicado em títulos de emissão de
instituições financeiras, inclusive do próprio administrador, gestor ou empresas a ele coligadas,
como por exemplo CDB, LCA, LCI.
c. Instituições não financeiras de capital aberto: o fundo pode comprar até 10% do PL do fundo em
papéis de emissão de empresas não financeiras de capital aberto, como por exemplo debêntures
e notas promissórias.
d. Instituições não financeiras de capital fechado ou pessoa física: um fundo pode investir até 5% do
PL em um emissor que seja PJ de capital fechado ou pessoa física. Por exemplo, os fundos compram
no mercado secundário CPR Cédula de Produtor Rural, CCB Cédula de Créditos Bancários de PJ ou
PF e outros papéis, possibilitando aos mesmos aumentarem sua rentabilidade.
Emissor % Máximo do PL
União Federal (Tesouro Nacional) 100%
Ações de uma única empresa 100%
Instituições Financeiras (inclusive o
20%
próprio administrador) - LCA, LCI, CDB
Instituições não financeiras de capital
10%
aberto – debêntures, notas promissórias
Instituições não financeiras de capital
5%
fechado e pessoa física – CCB, CCI, CPR
5.4.2.2.2 Limites por modalidade de ativos: Além da concentração de ativos por emissor, há a limitação por
tipo de ativos. Praticamente não há limitações, por exemplo, um fundo pode comprar todo o
PL em ações, ou em títulos públicos ou privados.
a. Cotas de fundos, se o fundo não for um FIC. Lembre-se que um FIC deve comprar no mínimo 95%
de cotas de um ou vários FIs, é sua essência. Se um fundo não é um FIC Fundo de Investimento em
Cotas (é FI Fundo de Investimento), poderá adquirir apenas 20% de cotas de outros FI. Incluem-se
na limitação todos os demais fundos, como Fundos de índices, Fundos de Direitos Creditórios e
outros fundos estruturados.
b. Certificados de Recebíveis Imobiliários, que são certificados emitidos por empresas
securitizadoras, lastreadas em crédito imobiliário.
Nos demais mercados, não há limitação por modalidade de ativo, ou tipo de papel.
46
Quadro limites por modalidades de ativos:
Exemplo: um fundo pode comprar até 100% de seu PL em CDBs, porém não pode ultrapassar o limite de
20% de cada banco emissor (deve comprar CDB de diversos bancos).
Fundos de investimento no exterior ou FIEX Fundos de Investimento da Dívida Externa: podem investir até
100% de seu patrimônio líquido em ativos no exterior.
Demais fundos: podem adquirir até 20% de seu PL em ativos no exterior, desde que previsto em
regulamento e os mesmos sejam negociados em bolsa.
Investidor qualificado: o limite para fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados é de
40% do PL.
47
papéis e mercados em que o fundo pode aplicar, os percentuais mínimos e máximos em cada papel e quais
os riscos a que o fundo está exposto.
5.5.2.2 Fundos com gestão passiva: também são chamados fundos indexados. O gestor tem menos
liberdade na escolha de ativos, pois o objetivo é acompanhar o benchmark. Desta forma, escolherá apenas
os ativos que fazem parte da carteira do indexador. Exemplo:
• Renda Fixa: acompanham o CDI, Selic, IGPM, etc.
• Renda variável: acompanham o IBOVESPA, IBRX, etc.
5.5.4.1 Regulamento
É o documento completo, registrado em cartório, que dá vida jurídica ao fundo. Cada fundo tem um CNPJ,
tecnicamente é uma empresa, onde seus cotistas (sócios) possuem direitos e obrigações. Só pode ser
alterado com assembleia de cotista, com exceção da redução da taxa de administração, alterações
cadastrais ou exigências legais, onde o administrador pode fazê-lo sem assembleia, mas comunicando
imediatamente a CVM e cotistas.
48
5.5.4.2. Formulário de informações complementares
É o documento que contém as informações relevantes do fundo. É um resumo do regulamento, contendo
a política de investimento e principais regras do fundo.
5.5.4.4. Termos
O ingresso ao fundo se dá mediante a assinatura do termo de adesão e ciência de riscos: O investidor atesta
que está ciente da política de investimentos e riscos do fundo. O termo de adesão é obrigatório em todos
os fundos de investimento, com exceção do fundo simples. Se o fundo for de crédito privado (possuir mais
de 50% de seu patrimônio líquido em crédito privado), deve incluir destaques do maior risco assumido.
Obs.: Os limites devem ser respeitados para enquadramento legal: modalidade de ativos, diversificação de
carteira e concentração de risco definidos nas diferentes classes de fundos de investimento.
49
Câmbio: o risco cambial está presente na oscilação dos preços de uma moeda, e também no cupom de
juros dos ativos. Imagine um caso hipotético onde o dólar é cotado a R$ 3,00, e um ano após seu valor está
R$ 6,00. Neste caso, investimentos atrelados à moeda subiram 100% no período.
Inflação: alguns títulos podem estar atrelados aos indicadores de inflação (IPCA e IGP-M).
Geralmente, pagam uma taxa adicional, um ganho real, como vimos no capítulo 3, sendo uma
taxa prefixada adicional, garantindo uma remuneração acima da inflação. Esses títulos, por
serem mistos, possuem dois riscos: risco da taxa de juros prefixada que compõe a remuneração e risco de
oscilações do indexador de inflação.
Ações: são participações na sociedade de uma empresa, que podem valorizar ou desvalorizar.
Além disso, podem distribuir lucros e proporcionar direitos, como por exemplo subscrições de
novas emissões como vantagens adicionais. O risco da desvalorização ou resultado negativo
deve ser avaliado de acordo com a análise da empresa e condições de mercado.
5.6.2 Apreçamento de ativos ou marcação a mercado: É o ato de atualizar o valor dos ativos dos fundos
para o valor que esses ativos seriam negociados em determinado dia. É a cotação diária de todos os títulos
que compõem a carteira, e é obrigatório para todos os fundos de investimento.
A exceção da obrigatoriedade da marcação a mercado é o fundo exclusivo, pois possui apenas um cotista.
O objetivo da marcação a mercado é evitar a transferência de ativos entre os cotistas, registrando o preço
diário. Se houver apenas um cotista, não é necessário realizar o procedimento. No entanto, poderá ser
realizado para ter mais clareza dos riscos da carteira.
5.6.3.2 Posicionamento: é uma estratégia que permite aumentar os investimentos de risco até um
percentual do PL de um fundo, buscando aumentar a rentabilidade. Exemplo: usar uma parte do
saldo com ativos de maior risco de crédito, ou seja, uma debênture
de uma empresa com classificação de risco elevado. Isto aumenta Os tipos de derivativos
a rentabilidade, mas também pode não receber o principal no caso não fazem parte do
de inadimplência do emissor. conteúdo da CPA10.
Basta saber que são
instrumentos de
5.6.3.3 Hedge: são estratégias utilizadas para proteção
proteção,
de um investimento. Por exemplo, se a taxa de juros posicionamento ou
tende a subir e a carteira possui muitos títulos alavancagem de uma
prefixados, o gestor pode trocar esses títulos por outros, carteira.
pós-fixados, que acompanharão o mercado. Outro exemplo
poderia ser um agricultor que tem uma dívida de custeio agrícola, por segurança, pode vender uma
parte da produção para garantir o preço, com isso ele fez um hedge. Ou seja, protegeu-se de
cenários adversos.
50
5.7 Taxas: de Administração e Outras
5.7.2 Taxa de performance: Incide sobre a rentabilidade que exceder a meta, que será um benchmark
definido na política de investimentos do fundo. A meta deve ser no mínimo 100% do benchmark. Este
conceito é chamado de “linha d´água”, onde se os rendimentos forem abai o da meta, a ta a de
performance não é cobrada. Caso ultrapasse a meta, a base de cálculo é a rentabilidade que exceder esse
objetivo. A taxa de performance tem periodicidade no mínimo semestral, mas é provisionada ou revertida
diariamente. Como é cobrada sobre o que ultrapassar a meta, quando a ultrapassar, provisiona, e se ficar
abaixo da meta é revertida. No fim do semestre é recolhida e o cálculo inicia novamente. Só pode ser
cobrada em fundos ativos, que visam superar seu benchmark, pois os fundos passivos dificilmente terão
base de cálculo para a mesma, pois possuem por objetivo acompanhar o indicador.
5.7.3 Taxa de carregamento: incide sobre o valor de cada contribuição, é a importância destinada a atender
às despesas administrativas e de comercialização do plano.
Taxa de entrada: é um percentual cobrado sobre cada depósito;
Taxa de saída: pode incidir em alguns planos, incide sobre o valor do resgate, descontados os
rendimentos.
TAXAS DOS FUNDOS
TAXA
ADMINISTRAÇÃO TAXA PERFORMANCE TAXA DE ENTRADA TAXA DE SAÍDA
Provisão Diária Diária
Recolhimento Mensal Semestral Por evento Por evento
Base de cálculo PL (saldo) O que excede o benchmark Depósitos Capital
Expressa em: Ao ano Percentual Percentual Percentual
Em 01/10/2015 entrou em vigor a Instrução CVM nº 555, que dispõe sobre a constituição, a administração,
o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento, com as alterações inseridas
pelas Instruções CVM nº 563 e 564. A Instrução normativa classifica os fundos quatro grandes classes, com
o objetivo de facilitar o entendimento dos mercados, riscos e estratégias e auxiliar a escolha do investidor.
1. Renda Fixa - Fundos que buscam retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa,
no mínimo 80% dos papéis da carteira devem estar atrelados à taxa de juros (prefixada ou pós-
fixada) ou índice de preços (IPCA, IGP-M, etc.).
51
2. Fundo de ações - Fundos que possuem, no mínimo, 67% de sua carteira em ações negociadas
em bolsa de valores, bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações.
3. Fundos Multimercados - Fundos com políticas de investimento que envolvam vários fatores
de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial (muitos mercados).
Possuem flexibilidade de gestão para escolher o melhor momento de alocar os ativos.
4. Fundos cambiais- A classificação agrega os fundos que aplicam pelo menos 80% da carteira
em ativos - de qualquer risco de crédito - relacionados diretamente ou sintetizados, via deri-
vativos, à moeda estrangeira. Seu risco está relacionado tanto à variação da moeda quanto ao
cupom cambial, que é a taxa de juros agregada dos títulos. Exemplo: na carteira de um fundo
cambial há títulos que pagam variação cambial + 2% ao ano. O risco está na variação cambial e
também na marcação a mercado da taxa prefixada que compõe o rendimento.
Primeiro nível: de acordo com o tipo de fundo: Renda Fixa, Cambial, Ações e Multimercado.
Segundo nível: de acordo com o risco: ativo, indexado, investimentos no exterior.
Terceiro nível: de acordo com a estratégia para alcançar os objetivos do fundo.
As demais subclassificações não fazem parte do conteúdo programático da prova de Certificação CPA-10.
5.9 Tributação
Obs.: São dois tipos de fundo curto prazo: os fundos classificados na CVM como curto prazo possuem prazo
médio de 60 dias e estão relacionados ao risco da carteira. Os fundos classificados na receita federal como
curto prazo devem ter prazo médio igual ou inferior a 365 dias e estão relacionados ao pagamento de
imposto de renda.
Tributação no resgate: Por
ocasião do resgate, o IR será
calculado desde o início da
aplicação até o dia do saque,
considerando o prazo de
permanência do recurso. No
entanto, os valores recolhidos
no come-cotas, a título de
antecipação, deverão ser
descontados do imposto
devido.
O Fundo curto prazo possui 2
faixas de percentuais de
imposto de renda sobre o rendimento, enquanto o fundo longo prazo possui 4 faixas de percentuais
(idênticas à tabela de IR de renda fixa).
Exemplo 2: Um investidor aplica em um fundo longo prazo, e resgata 3 anos após, no dia 15 de julho. Qual
a tributação devida?
Lembre-se que no último dia útil de maio e novembro há a retenção do IR na fonte, através do come-cotas,
na menor alíquota possível. No caso do fundo longo prazo, foi retido 15%. Como o investimento ficou
aplicado 3 anos, o investidor não tem diferença a pagar pelo período retido, no entanto, ainda precisa
pagar o IR da última retenção (último dia útil de maio) até a data do resgate (15 de julho).
54
5.9.3.3 Compensação de perdas
As perdas apuradas no resgate de quotas de fundos de investimento poderão ser compensadas com
rendimentos auferidos em resgates ou incidências posteriores:
1. No mesmo ou em outro fundo de investimento;
2. Desde que administrado pela mesma pessoa jurídica (há um entendimento da Receita
Federal que é possível compensar produtos de diferentes administradores comercializados
em uma única intermediadora ou corretora);
3. Desde que sujeitos à mesma classificação de perfil de prazo da carteira do fundo, ou seja,
curto prazo e longo prazo:
i. Fundos de curto prazo compensam com fundos de curto prazo;
ii. Fundos de longo prazo compensam com fundos de longo prazo;
iii. Fundos de Ações compensam com fundos
de ações. Quando houver resgate total de cotas
com perda, o valor dessa perda deve
A instituição administradora deve manter sistema de controle e permanecer registrado e passível de
registro em meio magnético que permita a identificação, em compensação até o final do ano-
relação a cada quotista, dos valores compensáveis. calendário seguinte ao do resgate.
E se um fundo teve retenção semestral de come-cotas, e quando for resgatar, o saldo estiver menor que o
capital investido? O investidor poderá compensar a perda em ganhos futuros.
5.10 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros
Princípios gerais: as Instituições e seus profissionais devem cumprir todas as suas obrigações
com ética e diligência, com idoneidade moral e profissional, mantendo a confiança e o bom
funcionamento do sistema. Se a instituição participante ou aderente tiver inexistência de regras e
procedimentos ou a sua não implementação, ou implementação inadequada estará em descumprimento
do código.
Controles internos: controles efetivos e consistentes, acessíveis a todos os seus profissionais, evitando
conflitos de interesses, com vistas ao gerenciamento do risco.
Estrutura de compliance: adequada ao porte de cada instituição, com qualificação técnica e experiência e
autonomia e autoridade para questionar os riscos.
55
c) Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros: o gestor é responsável pelas decisões de
investimento, manutenção e desinvestimento de acordo com a política de investimento de cada
fundo.
Fundos de Investimento 555: Os fundos devem ser classificados de acordo com a Instrução Normativa n.
555, nos três níveis, de acordo com a classe, tipo de gestão e estratégia. Para o registro na Anbima e
autorização de funcionamento da CVM, o administrador deverá apresentar:
I. Regulamento do Fundo 555; e
II. Comprovante de pagamento da taxa de registro.
Material Técnico: o material técnico do fundo deve possuir: I. Descrição do objetivo e/ou estratégia; II.
Público-alvo, quando destinado a investidores específicos; III. Carência para resgate e prazo de operação;
IV. Tributação aplicável; e V. Informações sobre os canais de atendimento.
Histórico da Rentabilidade: a rentabilidade deve ser divulgada com as seguintes informações: mês atual,
mês anterior, ano atual, 12 meses e anos anteriores. Também deve ser divulgado o benchmark do fundo.
Avisos Obrigatórios:
Caso o fundo faça referência a histórico de rentabilidade e tenha outras taxas, deverá avisar o investidor:
I. Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros;
II. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos;
III. O investimento em Fundo não é garantido pelo FGC;
IV. Não é líquida das taxas de entrada e saída;
V. Riscos do Fundo;
VI. As informações do material técnico são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser
significativamente diferentes.
VII. Datas de alterações na classificação do fundo;
VIII. Leia a lâmina de informações essenciais, se houver, e o regulamento antes de investir.
Apreçamento dos Ativos ou Marcação a Mercado: consiste em precificar os ativos dos Fundos
de Investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado (marcação a mercado). O
Apreçamento tem como principal objetivo evitar a transferência de riquezas entre os
investidores dos Fundos e dar transparência aos riscos.
56
INSTRUMENTOS
DE RENDA FIXA
E RENDA
VARIÁVEL
Proporção: De 15 a 25%
Objetivo: conhecer os produtos de renda fixa e renda variável, para uma melhor orientação ao investidor.
57
Instrumentos de renda fixa e renda variável
Os investimentos se dividem em dois grandes grupos:
Renda fixa: são promessas de pagamento, o investidor empresta o seu dinheiro para o
emissor de um título representativo da dívida. O emissor pode ser o governo (emite títulos
públicos), bancos (emitem Certificado de Depósito Bancário - CDB, poupança, LCI/LCA),
empresas (emitem debêntures), pessoas físicas e jurídicas (podem emitir Cédula de Crédito Bancário - CCB,
Cédula de Crédito Imobiliário - CCI). Podem ser negociados no mercado primário ou no mercado
secundário, quando são vendidos para outros investidores antes de seu vencimento.
Exemplo: Um título público com vencimento em 20 anos pode ser vendido a qualquer momento a outro
investidor, através do tesouro direto.
Nos títulos de renda fixa há uma remuneração determinada, que pode ser taxa de juros (prefixada ou pós-
fixada) ou inflação (IPCA, IGP-M, etc.).
Renda variável: são ativos que não possuem uma remuneração determinada, mas uma
expectativa de valorização, também chamados de valores mobiliários. Desta forma,
valorizam ou desvalorizam e distribuem seus resultados e outros benefícios aos acionistas.
Como exemplo, temos as ações, que oferecem a seus detentores a participação societária
das empresas que as emitem. Quando um investidor adquire ações, está se tornando sócio da empresa. As
ações formam o capital social da companhia, que junto com as demais contas (resultado, reservas) formam
o patrimônio líquido da mesma.
6.1 Ações
6.1.1 Conceito
São títulos emitidos por sociedades anônimas que representam a propriedade de uma fração do capital
social da companhia. Quem investe em ações é proprietário de uma parte da sociedade anônima,
tornando-se acionista e participando de seus resultados. Para a negociação pública no mercado
de valores mobiliários, é necessário o registro na CVM.
Negociação pública: é quando a negociação dos ativos aos investidores ocorre através de
mercados organizados, como a Bolsa de Valores. Outra forma, negociação privada, ocorreria diretamente
entre o interessado e o acionista da empresa, sem passar pelo ambiente de bolsa.
58
6.1.2.2 Preferenciais Nominativas PN – garantem a preferência no recebimento de dividendos em relação
às ordinárias. Recebem um percentual de no mínimo 10% a mais de
remuneração em relação às ordinárias, mas não dão direito a voto. Ações ordinárias: dá ordens,
Caso não haja distribuição de resultados por 3 anos consecutivos, as direito a voto.
ações preferenciais adquirem o direito a voto até a regularização da
Ações preferenciais: preferência
situação.
nos dividendos.
Diz-se nominativas porque estão em nome do acionista.
6.1.3 Canais de distribuição. Tipos e principais características. CTVM, DTVM, agências bancárias e internet
A negociação de ações na Bolsa de valores necessita de canais de distribuição específicos. São eles:
CTVM – Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e DTVM – Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários
– Como vimos no capítulo 1, as corretoras e distribuidoras realizam a compra e venda de valores
mobiliários para o investidor, sendo que operam com exclusividade no sistema eletrônico da B3.
Agências Bancárias: orientam o cliente interessado em investir do mercado de ações a contatar a equipe
da Corretora de Valores, ou a utilizar o home broker para transmitir suas ordens de compra e venda de
ações.
Home broker – são sistemas eletrônicos oferecidos pelas corretoras, que permitem ao investidor enviar
diretamente, através da Internet, ordens de compra e venda de ações à B3. Deve-se fazer o cadastramento
em uma Corretora de Valores e conhecer suas condições de custos e eventuais restrições de execução de
ordens.
Ordens à corretora: também podem ser efetuadas por telefone ou e-mail, quando então o consultor
cadastra a ordem em nome do investidor. Geralmente é utilizada em operações estruturadas, que
precisam do apoio do assessor para montar a operação e criar a oferta (exemplo: opções de venda de um
ativo de menor liquidez).
6.1.4 Oferta Pública Inicial de Ações (IPO) – definição e entendimento dos conceitos: período de reserva,
possibilidade de ocorrência de rateio, ordem limitada e a mercado
IPO -Initial Public Offering: é quando uma empresa decide negociar suas ações na Bolsa de Valores. Para
isso, primeiramente precisa avaliar quanto vale. Para isso,
O termo “inicial” vem de “primeira contrata uma empresa de “due diligence”, que faz uma diligência
vez na Bolsa”, não necessariamente para essa avaliação criteriosa, divide o seu valor total em frações
mercado primário. (que serão as ações) e as oferece na bolsa de valores.
A IPO pode ocorrer no mercado primário, quando a empresa
decide aumentar o seu capital e emitir novas ações, ou no mercado secundário, quando um ou mais
acionistas cedem suas ações para a negociação pública, vendendo a outros investidores.
As corretoras enviam e-mail a seus clientes, avisando do evento, e quem tem interesse responde com o
valor e quantidade que está disposto a comprar.
As reservas de ações possuem um período, definido na escritura de lançamento das ações (exemplo: para
efetuar sua reserva, responda o e-mail até xx/xx/xx).
Caso a demanda por ações seja superior à quantidade ofertada pela empresa, pode ocorrer um aumento
exagerado de preços. Para a estabilidade da oferta, a empresa poderá ser emitido um lote suplementar
de até 15%, nas mesmas condições originais. Se a demanda ainda for maior, será feito rateio, ou seja,
limitações aos pedidos de compra.
A taxa de corretagem da operação, por ocasião da IPO, é paga pela empresa que está abrindo o seu capital.
O investidor, ao dar a ordem de compra, poderá fixar ou não limites de preços a ela:
Ordem limitada: o investidor define um preço máximo a que está disposto a comprar o ativo, caso o preço
de mercado fique acima do preço definido pelo investidor, ela não será executada.
Ordem a mercado: o investidor envia a reserva de ações onde aceita pagar o preço definido pelo mercado,
qualquer que seja.
59
6.1.5. Remuneração dos acionistas: ganhos de capital; dividendos; juros sobre capital próprio; bonificação;
subscrição; desdobramento e grupamento.
6.1.5.2 Ganhos de capital: é a diferença positiva entre o preço de venda e o preço de compra de uma ação.
Um acionista tem ganho de capital quando efetivamente vende o ativo por um valor superior ao que pagou
na compra, pois enquanto não o vender, poderá sofrer oscilações.
c. Juros sobre Capital Próprio: é uma forma de distribuição facultativa de lucros. Incide 15%
de imposto de renda na fonte, ou seja, o valor creditado em conta corrente é líquido de IR. No
entanto, a empresa, ao pagar juros sobre o capital próprio, poderá contabilizar este valor como
despesa, o que reduzirá a sua própria base de cálculo para tributação. Enquanto que em
dividendos e bonificações não há o IR para o investidor, porque a empresa já tributou este valor,
nos juros ao capital quem paga o imposto é o investidor.
6.1.5.4 Subscrição
É uma operação para o aumento do capital de uma empresa que já possui as ações à venda na Bolsa.
Ocorre quando a empresa necessita de recursos para financiar investimentos ou modificar sua estrutura
de capital e decide lançar novas ações no mercado.
Para não haver prejuízo em seu percentual total sobre o capital da sociedade, o acionista tem
o direito de adquirir ações em quantidade proporcional a que possui. Para incentivar o
investimento adicional nas novas ações a empresa procura estabelecer um preço de aquisição
para os acionistas inferior à cotação em bolsa de valores.
Caso o investidor não queira adquirir as novas ações, poderá vender o seu direito, que é formalizado como
“direito de subscrição”. E se não exercer e não vender seu direito, o perderá.
60
6.1.5.5 Processos de desdobramento e grupamento de ações
As negociações em bolsa ocorrem, na sua maioria, em lotes. No Brasil, o lote padrão é 100 ações. Existe o
mercado fracionado, onde inclui-se a letra “F” no código do ativo, para negociar quantidades inferiores a
um lote (de 1 a 99 ações). No entanto, o mercado fracionário, por ter um volume menor, tem menos
liquidez.
Se uma ação tem um valor muito alto, pode dificultar a negociação. Por outro lado, ações com valores
muito baixos podem trazer um efeito psicológico negativo, de ações que não têm valor. Para evitar sansões
e restrições, há dois eventos que têm como objetivo aumentar a liquidez de suas ações no mercado:
a. Split: É o desdobramento de ações que possuem cotação em valores elevados, Com esse
procedimento, há um aumento da quantidade de ações, sem alterar o valor do patrimônio
líquido. É como se trocasse uma nota de R$ 100,00 por 10 notas de R$ 10,00, o valor total
continua o mesmo.
Exemplo: as ações da empresa XXX são negociadas a 300,00. Como o lote padrão é de 100 ações,
é preciso R$ 30.000,00 para adquirir um lote de ações. Para melhorar a negociação, a empresa
resolve fazer um Split, onde uma ação de R$ 300,00 será desdobrada
Split: DeSdobramento
em 12 ações de R$ 25,00 cada, preservando o valor total e com isso
melhorando sua liquidez. Inplit: Grupamento
O risco de liquidez refere-se à dificuldade de vender o ativo. Na bolsa há ações mais negociadas, presentes
em praticamente todos os pregões (assim são chamados os dias de negociações) e outras menos
negociadas. As empresas com mais liquidez fazem parte da composição dos índices de renda variável
Ibovespa e IBRx.
O risco de mercado refere-se às oscilações de preço, onde suas origens podem estar ligadas ao risco
sistemático, que é macroeconômico, atinge todo o mercado e não há como diversificar, e o risco não-
sistemático, específico de uma empresa ou setor, que pode ser diversificado.
61
6.1.7 Despesas em negociação de ações
Ao negociar ações na bolsa de valores, o investidor terá as seguintes taxas:
Corretagem - Cobrada pela Corretora de valores sobre as ordens de compra e de venda. Pode ser
um valor fixo ou percentual, sendo que o mais habitual é a cobrança de um valor fixo por ordem.
Se o investidor comprar ações de 3 empresas, pagará 3 ordens de corretagem; ao vender, pagará
novamente.
Emolumento - É a taxa cobrada pela Bolsa de Valores na negociação de ações, tanto na compra
como na venda, em percentual, sobre o valor financeiro da operação.
Custódia – é a taxa cobrada pelo serviço de guarda e manutenção das ações e outros ativos e do
exercício de direitos (bonificações, dividendos, juros ao capital, direitos de subscrição) junto à
Câmara de compensação e liquidação (B3). É pago para a Instituição Financeira Custodiante que
se encarrega da abertura e manutenção da conta de custódia. Alguns custodiantes não cobram a taxa de
custódia, por reciprocidade, volume ou política de captação.
Quadro tributação de IR
62
6.1.8.3 Compensação de perdas e despesas
Prejuízos acumulados nas operações realizadas em bolsa de valores podem ser deduzidos dos lucros
auferidos em operações de mesma natureza, ou seja, operações à vista com operações à vista, day trade
com day trade e fundos imobiliários negociados em bolsa com fundos imobiliários negociados
em bolsa.
Não há prazo para a compensação das operações realizadas em bolsa, desde que haja o
registro das mesmas. Para que a compensação seja feita em anos seguintes, o prejuízo deve ser informado
na declaração anual de IR.
Também poderá ser deduzido da base de cálculo do IR as despesas de corretagem, emolumentos e
custódia.
Composição carteira: Mínimo de 67% em ações. O restante pode estar em outros ativos, ou a totalidade
em ações.
Imposto de renda: 15% no resgate, retido na fonte. Não há isenção de IR para pessoa física. Não incide
IOF.
Os clubes de investimentos são alternativas para pequenos investidores que querem debater ideias para
investir em ações, ou então soluções para grupos familiares que movimentam grandes fortunas, pois
enquanto que, ao comprar diretamente ações, em cada operação de troca de ativo (vender um para
comprar outro) haverá incidência de imposto de renda, em um clube de investimentos as trocas de ativos
não são tributadas, sendo que o IR só será devido se houver resgate.
63
Exemplos de emissores de títulos de crédito:
1. Governo Federal: Títulos Públicos do Tesouro Nacional.
2. Instituições Financeiras: CDB, RDB, LCA, LCI, Poupança.
3. Instituições não-financeiras: Debêntures, Notas Comerciais.
Objetivos:
• Proteger o pequeno poupador;
• Promover a estabilidade do sistema financeiro;
• Evitar crise bancária sistêmica.
Valores cobertos:
• Depósitos a prazo, (CDB, LCI, LCA, LC, Poupança);
• Depósitos à vista (conta corrente e conta salário).
O FGC não cobre títulos públicos (emitidos pelo governo), debentures, notas promissõrias e ações (emitidos
por empresas), fundos de investimento (o administrador apenas administra os recursos, os ativos são de
propriedade dos cotistas).
64
6.2.2.2 LCI - Letra de Crédito Imobiliária: é um título de renda fixa, similar ao LCA, mas com lastro em
créditos imobiliários, garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de bem imóvel. Possuem
emissão exclusiva de instituições financeiras públicas ou privadas autorizadas pelo Banco
Central, são garantidas pelo FGC. Há isenção de Imposto de Renda para pessoa física. Se for
pessoa jurídica, o IR será cobrado de acordo com a tabela decrescente de impostos de renda para renda
fixa. Como a carência mínima é 90 dias, não há IOF.
Risco de crédito: No caso de inadimplência, as LCA/LCI contam com a garantia do FGC, pois são emitidas
por bancos. Possuem, também, a garantia dos lastros, registrados na B3.
Risco de liquidez: as LCA/LCI são emitidas com um prazo de carência de no mínimo 90 dias. Após a
carência, possuem liquidez diária. No entanto, mesmo durante a carência, podem ser comercializadas no
mercado secundário, onde não há resgate, mas troca de titularidade do investidor.
Risco de mercado: as LCA/LCI possuem remuneração determinada na emissão, podendo ser prefixada ou
pós-fixada. Os papéis com remuneração pós-fixada acompanham o mercado. Os papéis com remuneração
prefi ada possuem risco de mercado quando as ta as de juros no mercado subirem, pois está “travada” na
remuneração pactuada.
São títulos emitidos por bancos para captação de recursos (Depósitos a prazo). A remuneração
pode ser pós-fixada (TR, CDI ou Selic) ou prefixada.
Podem ser emitidos com período de carência ou com Vencimento: prazo do título.
liquidez diária.
Carência: período em que, se
Os CDBs possuem data de vencimento. No entanto, podem ser houver resgate antecipado, não
resgatados antes, quando tiverem a cláusula de resgate haverá rendimentos.
antecipado, o que ocorre na maioria das situações. Se houver
resgate durante o período de carência, haverá perda dos rendimentos. No vencimento, o valor corrigido
tem a retenção do imposto de renda e é creditado na conta corrente do investidor. Caso deseje
permanecer com o valor aplicado, precisa fazer um novo CDB.
O Imposto de renda será de acordo com o prazo, tabela decrescente de renda fixa, e haverá IOF no caso
de resgate até 29 dias.
Uma de suas vantagens é que, como após a carência poderá ser realizado o resgate com rendimentos, o
investidor não tem marcação a mercado. Como o resgate é no mercado primário, o valor do saque é o
saldo, descontando os impostos. Se o título fosse negociado no mercado secundário, para outro investidor,
teria que verificar quanto o outro investidor estaria disposto a pagar, havendo a possibilidade de ser
negociado com ágio ou deságio. Em épocas de instabilidade econômica é um dos produtos mais utilizados,
justamente por fornecer essa segurança ao investidor.
Risco de crédito: possuem cobertura do FGC até o limite de R$ 250.000,00 por CPF/CNPJ de acordo com as
regras.
Risco de liquidez: após a carência possuem liquidez diária.
Risco de mercado: risco de oscilação de taxas de juros.
65
Características:
1. Investimento acessível, que admite depósitos de pequenas quantias.
2. Rendimento padronizado, definido por lei ou decreto do governo federal (é igual em todas as
instituições financeiras).
3. O rendimento é creditado na data de aniversário da conta:
a. Mensalmente para Pessoas Físicas e Pessoas jurídicas isentas ou imunes (As pessoas
jurídicas sem fins lucrativos podem ser imunes ou isentas. A imunidade é concedida pela
Constituição Federal, enquanto a isenção é concedida pelas leis ordinárias. Exemplo:
organizações religiosas, partidos políticos, ONGs, etc.);
b. Trimestral para as demais Pessoas Jurídicas.
4. Se resgatar antes do aniversário, há perda de rendimentos. Com isso, temos que a base de cálculo
é o menor saldo do período, porque o valor que resgatar antes do aniversário não será considerado
no cálculo.
5. Se for Pessoa Física, não terá Imposto de Renda. Para pessoas jurídicas, o cálculo do imposto segue
a tabela decrescente de IR para Renda Fixa. Como não há rendimentos antes de 30 dias, não há
IOF.
Remuneração da poupança:
Em 2012, com a queda da taxa básica de juros da economia, a poupança começou a se destacar em
rentabilidade, pelo fato de ter sua maior parcela de remuneração prefixada. Com isso,
aumentou o risco de investimentos migrarem para a poupança de forma desproporcional e
atingir outros emissores, como o Tesouro Nacional com os títulos públicos. Para atender o
mercado, mantendo a relação entre baixos risco e retorno, houve a alteração da regra de
rentabilidade, sendo que:
a. Para os saldos anteriores, cujos depósitos foram efetuados até 3 de maio de 2012:
• Pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos: TR + 0,5% ao mês.
• Pessoas jurídicas com fins lucrativos: TR + 1,5% ao trimestre.
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Classificação:
Debêntures: Haverá Imposto de Renda para todas as classes de investidores.
Debêntures incentivadas: são debêntures emitidas por empresas de infraestrutura, isentas de
Imposto de Renda para Pessoa Física. O produto foi instituído pelo governo em 2011, definindo
os setores que podem emitir: logística e transporte, mobilidade urbana, energia,
telecomunicações, radiodifusão, saneamento básico e irrigação.
Imposto de renda: O imposto de renda em debêntures segue a tabela decrescente de renda fixa, que
veremos no final desse capítulo, com exceção da debênture incentivada para investidor Pessoa Física, o
qual tem isenção de IR.
O vencimento das debêntures está descrito em suas escrituras, sendo que normalmente são de longo
prazo. Também há as chamadas debêntures perpétuas, ou seja, sem data de vencimento, que, após seu
lançamento, poderão ser negociadas apenas no mercado secundário.
Poderá haver pagamento periódico de juros (também chamado de cupom), em intervalos de no mínimo
180 dias.
Garantias:
a. Real: O contrato deve ser registrado no órgão competente. Exemplo: Contrato com garantia
real de imóveis deve ser registrado no cartório de registro de imóveis.
b. Flutuante: Representada por bens e direitos do ativo líquido da sociedade emitente, sem
identificação específica dos mesmos. No caso de inadimplência do emissor, o debenturista irá
buscar as garantias dentre os bens do emissor.
c. Quirografária: Sem as vantagens dos dois tipos anteriores, sendo que nenhum ativo da
empresa é reservado para ser penhorado. Equivale a um credor por duplicata.
67
Riscos em debêntures:
Risco de crédito: as debêntures são emitidas por empresas sociedades anônimas, não possuem garantia
de FGC. O risco de crédito está relacionado à solvência dos emissores.
Risco de liquidez: Se não houver cláusula que preveja, a debenture não poderá ser resgatada antes do
vencimento. No entanto, o debenturista poderá vender seus títulos no mercado secundário, o que melhora
a liquidez, mas somente se o emissor for Companhia de capital aberto, para colocação pública.
Risco de mercado: poderá ter oscilação nas taxas de juros, além da marcação a mercado caso sejam
vendidas no mercado secundário, antes de seu vencimento.
6.2.6.2 Tesouro prefixado: são títulos públicos com remuneração prefixada. Por travarem a
rentabilidade do papel, são indicados em cenários de queda de taxa de juros. Se subdividem com
relação ao tempo de pagamento de juros:
1. Tesouro prefixado (antiga Letra do Tesouro Nacional – LTN): a remuneração é prefixada,
porém o título é vendido com desconto, como se fosse uma antecipação de recebível.
2. Tesouro prefixado com pagamentos semestrais (antiga Nota do Tesouro Nacional série F -
NTN-F): a remuneração é prefixada, porém os pagamentos dos juros são semestrais
(também chamado de cupom semestral de juros) e o principal será pago no vencimento.
6.2.6.3 Tesouro IPCA+: são títulos públicos com taxa mista, sendo corrigidos pelo IPCA mais uma
taxa de juros prefixada, o que garante um ganho real, acima da inflação, preservando o poder
de compra. Há duas modalidades:
1. Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B Principal): corrigida por um cupom de juros e o IPCA, nessa
modalidade, a remuneração total é paga no vencimento (principal: juros no final).
2. Tesouro IPCA+ com juros semestrais (antiga Nota do Tesouro Nacional série B - NTN-B):
Será corrigido pelo IPCA mais uma taxa de juros. Nesta modalidade, paga os juros
semestralmente (cupom de juros).
Os títulos com cupom semestral, que são os pagamentos periódicos de juros, possuem risco de
reinvestimento, pois como os rendimentos são pagos em conta, deverão ser reinvestidos pelas novas
condições de mercado.
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Quadro resumo de títulos públicos:
Tesouro Tesouro
Tesouro Tesouro prefixado Tesouro IPCA+ com
Título Público:
Selic prefixado com juros IPCA+ juros
semestrais semestrais
Denominação NTN-B
LFT LTN NTN-F NTN-B
antiga: Principal
Prefixada,
Prefixada, IPCA + juros
Selic vendida IPCA + Juros
Rentabilidade: com juros semestrais
diária. com prefixados.
semestrais. prefixados.
desconto.
O Tesouro Nacional é o órgão central responsável pela administração financeira do país. O órgão
responsável pela emissão e controle dos títulos, e pela administração da dívida mobiliária federal, é a
Secretaria do Tesouro Nacional. O Banco Central, como banco do governo, faz as negociações dos títulos
através de leilões.
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de
títulos públicos federais para pessoas físicas, por meio da internet. O valor mínimo para as negociações é
de 0,01 título, respeitado um mínimo de R$ 30,00.
Custos para o investidor: São 2 as taxas cobradas ao investir em títulos públicos:
a. Taxa de custódia cobrada pela Instituição Financeira, de livre negociação. Várias corretoras
isentam o investidor dessa taxa.
b. Taxa de custódia cobrada pela B3 em função do uso do sistema, de 0,20% ao ano, calculada
diariamente sobre o saldo.
É importante o investidor conhecer o seu perfil, riscos de mercado e características de cada título, assim
como a adequação a seus objetivos antes de investir.
Riscos de oscilação
Os títulos públicos prefixados ou que possuem uma parte da remuneração prefixada possuem risco de
mercado, com a oscilação de seus preços. Isto porque uma taxa prefixada trava a rentabilidade até seu
vencimento. Caso os juros subam no mercado, o rendimento do título está travado na taxa pactuada, não
acompanha a alta. E, principalmente, os títulos são marcados a mercado. A marcação a mercado impacta
a remuneração dos títulos e é informada no extrato do investidor (veja marcação a mercado capítulo 3).
Possuem risco de oscilação:
• Tesouro prefixado.
• Tesouro IPCA +.
Os títulos pós-fixados não têm risco de oscilação, pois acompanham o mercado. Se o mercado subir, o
rendimento desses títulos acompanha, se cair, ocorre da mesma forma.
O prazo de uma operação compromissada deve ser igual ou inferior ao prazo do título utilizado para
lastro. Se o lastro for título público, a operação compromissada será registrada no SELIC, dando origem à
taxa Selic Diária. Nos demais casos, o registro ocorre na B3, por se tratar de contratos privados com lastro
privado.
5.2.8.1 IOF: Segue a tabela decrescente de 1 até 29 dias. A partir de 30 dias, o IOF é zero.
70
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
ABERTA
71
7.1 Conceitos
7.1.1 Previdência Social x Previdência Privada: Avaliação da Necessidade do Cliente
O cidadão, ao longo de sua vida, objetiva construir um futuro com segurança financeira, para
após um período de trabalho viver de renda ou então de benefícios conquistados ao longo do
tempo. Para isso, ele pode participar de um ou mais regimes previdenciários, de acordo com sua
opção.
São eles:
a. Previdência oficial, que abrange dois grandes grupos:
a. RPPS Regimes Próprios de Previdência Social, destinado a servidores públicos municipais,
estaduais ou da União, segregados por ente administrativo, onde a Instituição pode optar
em destinar os recolhimentos próprios e de seus participantes para um regime próprio, com
gestão específica, para que os servidores vinculados possam usufruir das coberturas de
forma segregada dos demais;
b. RGPS Regime Geral de Previdência Social, destinado ao público em geral, administrada
pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, tem o objetivo de proporcionar meios de
subsistência aos trabalhadores e suas famílias após determinada idade ou tempo de
contribuição, ou em caso de morte ou invalidez. A partir dos 16 anos é possível contribuir
para o INSS, para proteção previdenciária.
Fontes de recursos do RGPS: recolhimentos do empregado e empregador ao Regime Geral
de Previdência Social (RGPS) e demais contribuintes (autônomos, estudantes, pessoas do
lar, etc.), Cofins, Contribuição Social sobre o lucro líquido das empresas - CSLL, percentual
de loterias, apostas e outros valores.
Todos os trabalhadores que fazem parte do sistema formal de empregos no país contribuem para o INSS.
Os profissionais liberais, estudantes, donas de casa e outros também podem contribuir, para que possam
ter os benefícios. No caso de empregados pelo regime de CLT, o recolhimento é obrigatório e realizado
pelo empregador, que retém uma parte do empregado e a complementa.
O valor do benefício pago pelo INSS é limitado, e pode ser menor do que a renda por ocasião da
aposentadoria, pois a fórmula de cálculo utiliza um fator previdenciário, que dificulta receber o teto
máximo, e as regras mudam constantemente. Deve-se então perguntar ao investidor se esse recurso será
suficiente para arcar com os custos da sua aposentadoria.
O sistema previdenciário brasileiro adota o regime de caixa ou repartição simples, ou seja, os ativos
contribuem para pagar os inativos. Os cálculos possuem uma fórmula complexa e com alterações
periódicas, o que aumenta a necessidade de ter outras formas de renda para o período da aposentadoria.
Só poderá utilizar o PGBL como benefício fiscal (dedução) na declaração de IR o indivíduo que também
contribui para os regimes oficiais de previdência social (RGPS/INSS ou RPPS).
Pelo modelo de cálculo do benefício no Brasil e o aumento da longevidade, aliados à redução da taxa de
natalidade do país, a previdência social nem sempre atende as necessidades dos cidadãos, principalmente
da parcela que se apresenta com renda acima de um salário mínimo. Com isso, faz-se necessário planejar
e executar alternativas complementares de renda.
72
• Não existência ou insuficiência de outros rendimentos, como aluguéis, royalties, lucros de
empresas.
• Gastos adicionais com saúde, viagens e outros.
Idade de início de contribuição: Não há uma idade limite para o início das contribuições, os produtos de
previdência são utilizados para juntar recursos, inclusive para crianças recém-nascidas. Caso o menor,
titular de uma previdência privada, seja dependente na declaração de IR, os recursos aportados em PGBL
em seu nome poderão ser deduzidos da base de cálculo do declarante.
Idade de aposentadoria: o contribuinte fará a opção para o início do recebimento do benefício, de acordo
com seus objetivos e montante acumulado, não há uma idade mínima ou limite.
7.1.4.1 PGBL
Plano Gerador de Benefício Livre. É a modalidade ideal para quem declara o Imposto de Renda pelo
formulário completo, pois as contribuições ou aportes do ano poderão ser abatidos da base de cálculo da
declaração anual de IR, até o limite máximo de 12% da renda bruta anual tributável, desde que o
participante também seja contribuinte da previdência social (INSS). Quando houver o resgate do recurso,
será tributado o valor total do resgate (capital + rendimentos).
73
Exemplo de vantagem do PGBL em uma declaração pelo formulário completo de IR:
Item Sem PGBL Com PGBL
Renda Bruta anual R$100.000,00 R$100.000,00
INSS R$8.556,96 R$8.556,96
Dependentes (2) R$4.550,16 R$4.550,16
Despesas médicas R$7.300,00 R$7.300,00
Educação (2) R$7.123,00 R$7.123,00
Previdência privada R$0,00 R$12.000,00
Total deduções de despesas R$27.530,12 R$39.530,12
Base de cálculo para o IR R$72.469,88 R$60.469,88
IR (27,5%) R$19.929,22 R$16.629,22
Valor a deduzir* R$10.432,32 R$10.432,32
IR final: R$9.496,90 R$6.196,90
VANTAGEM DO PGBL: - R$3.300,00
*Curiosidade: O valor a deduzir significa que a renda é “fatiada”. Até um limite de renda, a alíquota é zero
e nas fatias seguintes a alíquota aumenta a cada faixa. Como o cálculo “fatiado” dá muito trabalho, a forma
mais prática é calcular a alíquota da última faixa sobre toda a renda e depois deduzir o valor constante
na tabela, o resultado é o mesmo.
Então, como exemplo, vamos “fatiar” a renda da tabela acima (renda sem PGBL) para validar o cálculo:
Percebeu? Calcular sobre cada faixa de renda ou usar a alíquota do valor total sobre o montante,
diminuindo o valor correspondente à parcela a deduzir traz o mesmo resultado!
Os dados da tabela acima foram extraídos da tabela de IR da Declaração de IR referente à renda recebida
em 2021:
*Fonte: https://impostoderenda2022.com.br/tabela-do-imposto-de-renda-2022/
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Curiosidade sobre declaração completa e declaração simplificada: O modelo de declaração completa é
vantajoso quando o indivíduo possui deduções legais (despesas médicas, dependentes, educação, etc.)
maiores do que o desconto da declaração simplificada. A declaração simplificada pressupõe uma dedução
sem comprovação de 20% da renda bruta, limitando a um valor (como referência, R$ 16.754,34 em 2021)
que pode ser atualizado anualmente. Se as despesas dedutíveis forem menores do que os 20% da renda
bruta ou limite de dedução, deve-se fazer a declaração simplificada. Se as despesas dedutíveis forem
maiores que este valor, deve-se fazer a declaração completa, onde o planejamento financeiro e fiscal,
realizado antes ou durante o exercício, é essencial para realizar os aportes de PGBL e aumentar os valores
dedutíveis.
7.1.4.2 VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre: É indicado para quem declara o IR pelo formulário
simplificado, é isento ou já atingiu o limite máximo de
Curiosidade: O VGBL é uma espécie de seguro benefício fiscal. Os depósitos em VGBL não podem ser
de sobrevivência, que foi adaptado para fins
utilizados como benefício fiscal para deduções na
de planejamento de aposentadoria.
declaração do imposto de renda. Ao resgatar, o imposto de
renda incidirá somente sobre os rendimentos.
75
7.2.1.3 Taxa de performance: pode ser cobrada em fundos de previdência ativos, sobre a rentabilidade que
exceder a meta de remuneração.
7.2.2 Portabilidade
Na fase de acumulação, é possível mudar de instituição ou de tipo de fundo de previdência,
evento chamado de portabilidade. Quando os recursos são transferidos por portabilidade, não
incide imposto de renda, pois não há resgate.
7.2.2.1 Portabilidade externa: é a possibilidade de transferir o saldo para outro administrador. Ocorre
quando o investidor encontra uma solução mais adequada aos seus objetivos, por preço, condições ou
relacionamento.
7.2.2.2 Portabilidade interna: é a possibilidade de trocar o tipo de risco de investimento (Fundo
Especialmente Constituído – FIE) em virtude das características da política de investimento. Cada fundo
de previdência possui características próprias de mercado de acesso, com risco e retorno de acordo com
a política de investimento, assim como podem ter diferença de custos, como as taxas de administração e
carregamento.
E emplo: Um investidor possui um PGBL cujos recursos estão aplicados no fundo “A”, que tem por custo
uma ta a de administração de 1%. Na mesma instituição, há um fundo de previdência “B” com a ta a de
administração de 0,50%, mas com um valor inicial maior de aporte. Ao completar o montante de recursos
necessários para o aporte inicial do produto com menor custo, o investidor solicita a portabilidade interna,
com isso terá menos impacto em sua rentabilidade, melhorando seus resultados.
A portabilidade, interna ou externa, poderá ser realizada, mantendo uma carência mínima de 60 dias. O
regime tributário e as datas dos depósitos são mantidos.
A troca de titularidade também não é permitida, exceto em casos específicos onde o beneficiário era
dependente na declaração de IR por ocasião da aderência ao plano e também da transferência.
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c. Se a sua alíquota devida ficar acima de 15%, terá que pagar a diferença através de DARF.
Desta forma:
Tabela Progressiva
Imposto de Renda na
15%
fonte:
Ajuste na declaração de
De 0 a 27,50%
IR:
A tabela progressiva é indicada para quem planeja ter renda equivalente ao que seria tributado
em alíquota inferior a 10% (considerando as faixas de renda para alíquota zero ou 7,50%), ou se
for resgatar no curto prazo.
7.2.4.2 Tabela regressiva: a alíquota do imposto será calculada de acordo com o prazo de permanência do
recurso. Quanto maior o tempo de investimento, menor a alíquota do IR. Começa em 35% se o
resgate ocorrer em até 2 anos, e vai reduzindo 5% a cada 2 anos, até chegar a uma alíquota
mínima de 10%, no prazo superior a 10 anos.
É definitiva, ou seja, não haverá ajuste na declaração de imposto de renda, o resgate deve ser
informado no item: renda de tributação exclusiva.
Lembrete: Em ambos os
regimes:
A tabela regressiva é indicada para os investidores que desejam ter renda anual equivalente a
valores que na declaração anual tenham tributação acima de 10% e para saques no longo
prazo, onde ambas as condições devem ser concomitantes.
7.2.4.3 Troca de regime tributário: Se a escolha do regime tributário na adesão ao plano foi a tabela
regressiva, será definitiva, não há a possibilidade de trocar de tabela.
Já se a opção inicial foi pela tabela progressiva, é possível a troca para a tabela regressiva, no entanto, a
contagem do prazo para redução de alíquota passa a contar a partir da data da nova opção.
7.3 Valor das contribuições e o valor do benefício: o investidor define os valores das contribuições, pois
está constituindo uma reserva. Quando for utilizar o benefício, a seguradora irá compor o valor do
benefício, de acordo com o montante, tábua atuarial (expectativa de vida) e garantias contratadas.
b) Período de cobertura ou recebimento do benefício: ocorre quando o contribuinte opta por começar
a receber seu benefício sob forma de renda, após atingir o montante desejado.
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7.5 Resgates:
É possível realizar resgates durante o período de acumulação, respeitando eventuais regras de carência
de resgate dos planos.
c) Resgate total: o saldo total do plano é resgatado.
d) Resgate parcial: apenas uma parte dos recursos são resgatados. Deve-se observar a carência
mínima de 60 dias entre os resgates.
e) Resgate programado: os resgates podem ser programados para serem resgatados, com carência
de 60 dias entre cada resgate, que é a carência mínima entre movimentações em planos de
previdência.
Referências Bibliográficas
www.anbima.com.br
www.bcb.gov.br
www.b3.com.br
www.comoinvestir.anbima.com.br
https://www.gov.br/cvm/pt-br
www.ibge.gov.br
www.susep.gov.br
https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br
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Dica final:
Estude a matéria com atenção, concentração e disciplina, em caso de dúvidas, busque as palavras-chave
na internet, sempre preferindo a busca na legislação e em fontes oficiais.
Faça os simulados, buscando compreender os conceitos, com atenção para expressões que podem alterar
o significado da frase, como “e ceto”, “não é”, “apenas” e “outras”.
Marque a sua prova em um espaço de tempo não superior a 45 dias após o início dos estudos, utilize o guia
de estudos para monitorar seu tempo diário de foco e conclua todas as atividades.
Ao fazer a sua prova de certificação, leia todo o enunciado das perguntas com atenção e até o final, mesmo
que já tenha visto questão parecida em simulados, pois pode ter informação ou palavra que inverta a
resposta.
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