Apócrifos Do Novo Testamento
Apócrifos Do Novo Testamento
Apócrifos Do Novo Testamento
Índice
Definição
Antilegomena
História
Evangelhos
Evangelhos canônicos
Evangelhos da Infância
Evangelhos Judaico-cristãos
Versões rivais dos evangelhos canônicos
Evangelhos de ditos
Evangelhos da Paixão
Evangelhos Harmônicos
Textos gnósticos
Diálogos com Jesus
Textos sobre Jesus
Textos setianos sobre Jesus
Diagramas rituais
Atos Apócrifos
Epístolas
Apocalipses Apócrifos
Destino de Maria
Miscelânea
Fragmentos
Obras perdidas
Ortodoxia
Os principais evangelhos apócrifos e a razão de sua proibição pela Igreja Católica[6]
Bibliografia
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apócrifos_do_Novo_Testamento 1/11
11/12/2021 07:42 Apócrifos do Novo Testamento – Wikipédia, a enciclopédia livre
Definição
O termo "apócrifos" vem do grego ἀπόκρυφα e significa, justamente, "coisas escondidas". O termo
é geralmente aplicado para designar livros que já foram considerados pela igreja como úteis, mas
não divinamente inspirados. Assim sendo, referir-se a escritos gnósticos como "apócrifos" pode ser
enganador, pois muitos deles não são assim classificados por fiéis mais ortodoxos do ponto de
vista doutrinário. A partir do Concílio de Trento, a palavra "apócrifo" adquiriu conotação
eminentemente negativa e se tornou sinônima de "espúrio" ou "falso" (vide Cânone de Trento)
O fato de algumas obras serem categorizadas como Apócrifas do Novo Testamento é algo
indicativo da ampla gama de interpretações que a mensagem de Jesus provocou. Durante os
primeiros séculos da transmissão desta mensagem, um considerável debate se criou para preservar
sua autenticidade. Três métodos principais de endereçar esta questão sobreviveram até os nossos
dias: ordenação, onde grupos autorizam indivíduos como professores confiáveis da mensagem;
credos, onde os grupos definem as fronteiras de interpretação da mensagem; e os cânones bíblicos,
que listam os documentos primários que cada grupo acredita conterem a mensagem originalmente
ensinada por Jesus. Muitos livros antigos sobre Jesus não foram incluídos nos cânones e hoje em
dia são chamados de "apócrifos". Alguns deles foram vigorosamente condenados e suprimidos,
sobrevivendo hoje apenas em fragmentos. As mais antigas listas de obras autênticas do Novo
Testamento não são idênticas às listas modernas. Como exemplo, o Apocalipse foi durante muito
tempo considerado como não-autêntico (veja Antilegomena), enquanto que o Pastor de Hermas
era considerado genuíno por alguns cristãos (e ainda é em alguns ramos da fé cristã), e aparece no
Codex Sinaiticus.
Da mesma forma que o Antigo Testamento, a maioria dos livros do Novo Testamento foram
aceitos pela igreja logo de início, sem objeções: os chamados homologoumena. Isso porque os pais
da igreja foram unânimes a favor de sua canonicidade. Os homologoumena aparecem em
praticamente todas as principais tradições e cânones da igreja primitiva: eles formam 20 dos 27
livros que entraram no Canon do Novo Testamento.
Antilegomena
As obras que se apresentam como "autênticas", mas que não obtiveram aceitação geral de todas as
igrejas são chamadas de "Apócrifos do Novo Testamento". Elas não são aceitas como canônicas
pela maior parte das denominações principais do cristianismo. Como exemplo, atualmente apenas
a Igreja Ortodoxa da Etiópia reconhece o Pastor de Hermas, I Clemente, Atos de Paulo e diversos
Apócrifos do Antigo Testamento, textos que as demais denominações cristãs consideram como
apócrifos.
A Peshitta siríaca, utilizada por todas as várias igrejas siríacas, originalmente não incluía 2 Pedro,
2 João, 3 João, Judas e Apocalipse (e este cânone de 22 livros é o que foi citado por São João
Crisóstomo - 347-407 d.C. - e Teodoreto - 393-466 d.C. - da Escola de Antioquia).[1] O siríacos
ocidentais adicionaram os cinco livros faltantes ao seu Novo Testamento na era moderna[1] (como
a Lee Peshitta de 1823). Atualmente, os lecionários oficiais seguidos pela Igreja Síria Ortodoxa de
Malankara e a Igreja Síria Caldéia, também conhecida como Igreja do Oriente (Nestoriana),
apresentam ainda apenas lições sobre os 22 livros da Peshitta original[1].
A Igreja Apostólica Armênia por vezes já incluiu a Terceira Epístola aos Coríntios, mas não a lista
sempre com os outros 27 livros canônicos do Novo Testamento. Esta igreja não aceitava o
Apocalipse em sua bíblia até 1200 d.C..[2] O Novo Testamento da Bíblia copta, adotado pela Igreja
do Egito, inclui as duas Epístolas de Clemente.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apócrifos_do_Novo_Testamento 2/11
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História
A separação atual foi imposta pelo Concílio de Trento, convocado pelo Papa Paulo III,
representante máximo da Igreja Católica, realizado de 1545 a 1563. Mas bem antes disso, os pais
da igreja, já no século II, combateram esses textos nos seus escritos. Eusébio, por exemplo, os
denomina como "totalmente absurdos e ímpios". Desde o início do Cristianismo parece ter havido
fraudes. O apóstolo Paulo, por exemplo, começou a assinar suas cartas por causa de textos falsos
que circulavam na igreja no já no século I (II Tes 3:17 e 2:2).
Evangelhos
Evangelhos canônicos
Dos muitos evangelhos escritos na antiguidade, apenas quatro foram aceitos como parte do Novo
Testamento, ou seja, como canônicos.
Evangelhos da Infância
A escassez de informações sobre a infância de Jesus nos evangelhos canônicos provocaram uma
grande demanda entre os primeiros cristãos por mais detalhes sobre os primeiros anos da vida
Dele. Esta demanda foi logo suprida por diversos textos do século II d.C. e seguintes, conhecidos
como "Evangelhos da Infância", nenhum dos quais foi aceito no cânon bíblico, embora o grande
número de exemplares sobreviventes ateste a sua contínua popularidade.
A maior parte deles foi baseada no mais antigo dos evangelhos da infância, o Evangelho da
Infância de Tiago (também chamado de "Proto-Evangelho de Tiago"), no Evangelho da Infância de
Tomé e na combinação posterior de ambos no Evangelho de Pseudo-Mateus (também chamado de
"Evangelho da Infância de Mateus" ou "Nascimento de Maria e Infância do Salvador").
Evangelhos Judaico-cristãos
Seitas judaico-cristãs durante o cristianismo primitivo ainda mantinham uma forte relação com o
Judaísmo, mantendo a Lei mosaica e utilizavam evangelhos específicos:
Muitas versões alternativas e editadas de outros evangelhos existiram durante os primeiros anos
do Cristianismo. Na maior parte das vezes, o texto afirma ser a versão mais antiga ou a versão que
retirou todas as adições e distorções feitas por oponentes às versões mais reconhecidas do texto.
Os padres da igreja insistiram que essas eram as pessoas que estavam a fazer distorções, ainda que
nem todos os estudiosos modernos concordem. Ainda é tema de debate se existe ou não alguma
versão mais antiga ou mais acurada dos evangelhos canônicos. Detalhes de seus conteúdos só
sobreviveram na forma dos ataques feitos a eles por seus opositores e, por isso, é incerto quão
diferentes eles são entre si e mesmo se constituem obras inteiramente diferentes ou não. Entre os
textos dessa natureza estão:
1. Evangelho de Marcião
2. Evangelho de Mani, também chamado de Evangelho Vivo ou Evangelho dos Vivos
3. Evangelho de Apeles
4. Evangelho de Bardesanes
Evangelhos de ditos
Alguns evangelhos tomaram a forma de pequenas logia - ditos e parábolas de Jesus - que não
estão inseridos numa narrativa concatenada:
Evangelho de Tomé (século I) é uma visão gnóstica dos supostos milagres da infância de
Jesus.
Uma minoria dos estudiosos considera o Evangelho de Tomé como parte de uma tradição da qual
os evangelhos canônicos eventualmente emergiram. Em todo caso, ambos são importantes para
visualizarmos como seria o teórico Documento Q.
Evangelhos da Paixão
Embora três textos tomem para si o nome de Bartolomeu, é possível que ou as "Questões" ou a
"Ressurreição" sejam, na verdade, o desconhecido "Evangelho de Bartolomeu".
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Evangelhos Harmônicos
Uma quantidade dos textos tenta apresentar uma única harmonização dos evangelhos canônicos
que elimine as discordâncias entre eles e apresente um texto unificado derivado da união de todos.
A mais famosa dessas versões é o Diatessarão. De todos os textos sobreviventes, a maioria parece
ser uma variação do suprimido Diatessarão.
Textos gnósticos
Na era moderna, muitos textos gnósticos foram recuperados, especialmente após a descoberta da
Biblioteca de Nag Hammadi em 1945. Alguns textos expõem a cosmologia esotérica e a ética
defendida pelos gnósticos. Muitas vezes, isso ocorre na forma de diálogos em que Jesus expõe seu
conhecimento esotérico enquanto seus discípulos fazem perguntas. Há também um texto,
conhecido como Epistula Apostolorum, que é uma polémica contra o esoterismo gnóstico, mas
escrito de maneira similar aos textos gnósticos.[3]
Os setianos eram um grupo que originalmente adoravam o bíblico Sete como uma figura
Messiânica, tratando depois Jesus como uma reencarnação de Sete. Eles produziram numerosos
textos expondo a sua cosmologia esotérica, geralmente na forma de visões:
Diagramas rituais
Alguns dos textos gnósticos parecem consistir de diagramas e instruções para uso em rituais
religiosos:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apócrifos_do_Novo_Testamento 5/11
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Diagramas ofitas
Livros de Jeu
Evangelho dos oráculos de Maria
Atos Apócrifos
Os "Atos de Apóstolos" eram um gênero literário durante o cristianismo primitivo, que contava a
história do movimento cristão após a Ascensão de Jesus através das vidas e obras de seus
apóstolos, principalmente São Pedro, João e Paulo, um convertido. O texto chamado Atos dos
Apóstolos atualmente foi incluído no cânon bíblico e é a segunda parte de uma obra cuja primeira
é o Evangelho segundo Lucas, com ambas dedicadas à Teófilo e com estilo similar.[4]
Entre os apócrifos, diversos textos tratam da vida subsequente dos apóstolos, usualmente
pontuadas com eventos fortemente sobrenaturais. Existe uma tradição de que uma parte deles
tenha sido escrito por Leucius Charinus (conhecidos como Atos Leucianos), um companheiro de
João apóstolo. Os "Atos de Tomé" e os "Atos de Pedro e os doze" são considerados também textos
gnósticos. Ainda que a maioria dos textos tenha sido escrita no século II d.C., pelo menos dois, os
"Atos de Barnabé" e os "Atos de Pedro e Paulo" podem ter sido escritos tão tarde quanto o século V
d.C..
Atos de André
Atos de André e Matias
Atos de Barnabé
Atos de João (150 - 160 d.C.) descreve milagres, cita sermões e é bastante ascético.
Atos de João o Teólogo
Atos dos mártires
Atos de Paulo (c.e 160 d.C.) contém a estória de uma jovem em Icônio que teria se convertido
por Paulo e teria deixado o seu noivado.
Atos de Paulo e Tecla
Atos de Pedro (século II) queda da igreja de Roma devido às vilezas de Simão Mago, fuga de
Pedro de Roma, sua volta e crucificação de cabeça para baixo.
Atos de Pedro e André
Atos de Pedro e Paulo
Atos de Pedro e os doze, gnóstico
Atos de Filipe
Atos de Pilatos
Atos de Tadeu
Atos de Tomé, gnóstico, (final do século II) descreve Tomé como um missionário na Índia.
Atos de Xântipe, Polixena e Rebeca
Relatos de martírios:
Martírio de André
Martírio de Bartolomeu
Martírio de Mateus
Epístolas
Há também diversas epístolas não canônicas (ou "cartas") entre os indivíduos ou para os cristãos
em geral. Algumas delas foram consideradas muito importantes pela igreja antiga:
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Epístola de Barnabé
Epístolas de Clemente:
I Clemente
II Clemente
Epístola dos Coríntios a Paulo
Epístola de Inácio aos Esmirniotas
Epístola de Inácio aos Trálios
Epístola de Policarpo aos Filipenses
Epístola dos Apóstolos
Epístola a Diogneto
Epístola aos Laodicenses, que está em nome de Paulo, escrita para materializar a epístola
mencionada em Colossenses 4:16.
Correspondência entre Paulo e Sêneca
Terceira Epístola aos Coríntios, aceita no passado por algumas Igrejas Ortodoxas Armênias
Correspondência entre Jesus e o rei de Edessa, Abgar. Eusébio traduziu para o siríaco.
Ditos de Jesus ao rei Abgar
Epístola de Jesus ao rei Abgar (2 versões)
Epístola do rei Abgar a Jesus
Correspondências de Pôncio Pilatos:
Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes
Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador
Apocalipses Apócrifos
Diversas obras estão estruturadas na forma de visões escatológicas, discutindo o futuro, a vida
após a morte ou ambos:
Apocalipse da Virgem
Apocalipse de Paulo, que é diferente do Apocalipse Copta de Paulo
Apocalipse de Pedro, que é diferente do Apocalipse Gnóstico de Pedro, (c.e 150 d.C.) contém
visões do Senhor transfigurado.
Apocalipse de Pseudo-Metódio
Apocalipse de Tomé, também chamado de "Revelação de Tomé"
Apocalipse de Estevão, também chamado de "Revelação de Estevão"
Consumação de Tomé
Primeiro Apocalipse de Tiago
Segundo Apocalipse de Tiago
Vingança do Salvador
Visão de Paulo
Destino de Maria
Muitos textos (mais de cinquenta) são descrições dos eventos que circundaram o destino variado
de Maria ( a mãe de Jesus):
A Descida de Maria
Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria
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Passagem da Bem Aventurada Virgem Maria
Julgamento de Pôncio Pilatos - Livro de João, o Teólogo sobre a Assunção da Virgem Maria
Miscelânea
Estes textos, por seu conteúdo ou forma, não se encaixam em nenhuma das categorias:
Fragmentos
Além das obras apócrifas conhecidas, há também diversos pequenos fragmentos de textos, partes
de obras desconhecidas e de existência incerta. Alguns dos mais importantes são:
Obras perdidas
Existem diversos textos mencionados em muitas fontes antigas e que seriam certamente
considerados parte dos apócrifos, mas nada sobreviveu deles:
Evangelho de Eva, citado por Epifânio (Haer. xxvi. 2, 3). É possível que este Evangelho seja o
"Evangelho da Perfeição" ao qual ele alude em xxvi. 2. A citação mostra que este evangelho
era a expressão completa do panteísmo
Evangelho dos quatro reinos celestes
Evangelho de Matias, provavelmente diferente do Evangelho de Mateus
Evangelho da Perfeição, utilizado pelos seguidores de Basilides e outros gnósticos. Em
Epifânio, Haer. xxvi. 2.
Evangelho dos Setenta
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Evangelho de Tadeu, que pode ser o mesmo que o Evangelho de Judas, numa confusão
entre Judas Iscariotes e Judas Tadeu.
Evangelho dos Doze
Memoria Apostolorum
Ortodoxia
Ainda que muitos livros citados aqui sejam considerados heréticos (especialmente os que
pertencem às tradições gnósticas), outras não são consideradas particularmente heréticas no
conteúdo e são na realidade aceitos como livros de importante valor espiritual. Não são, porém,
considerados canônicos.
Entre os historiados do Cristianismo primitivo, estes livros tem valor incalculável, especialmente
os que quase entraram no cânon final, como o Pastor de Hermas. Bart Ehrman, por exemplo, diz:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apócrifos_do_Novo_Testamento 9/11
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Bibliografia
QUÉRÉ, France (introdução). Evangelhos apócrifos. Lisboa: Editorial Estampa, 1991. ISBN
972-33-0780-4
Referências
1. «Peshitta» (http://www.ntcanon.org/Peshitta.shtml) (em inglês)
2. «Confiabilidade» (http://www.theologicalperspectives.com/RELIABILITY4.html) (em inglês)
3. James M. Robinson (1990). (em inglês). [S.l.]: HarperOne Parâmetro desconhecido |livro=
ignorado (ajuda); Em falta ou vazio |título= (ajuda)
4. Hans-Josef Klauck (2008). The Apocryphal Acts of the Apostles: An Introduction (em inglês).
Baylor UP: [s.n.]
5. Bart D. Ehrman (2003). Lost Christianities (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press
6. Tabela baseada de informações obtidas da matéria "Um outro Jesus" da Revista
Superinteressante (Edição 207 - dezembro/2004): http://super.abril.com.br/historia/outro-jesus-
444985.shtml
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