I Capacita Apostila

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I Capacita para Professores de EBD

I CAPACITA PARA PROFESSORES DE EBD


SE QUALIFICANDO PARA QUALIFICAR MELHOR!

Ser professor é uma das grandes oportunidades que Deus nos concede de servi-lO e servir
aos nossos irmãos. Ser professor de EBD é uma bênção e um lindo ministério para
desempenhar na igreja.
O professor tem um papel fundamental, no sentido de “estimular, dirigir e auxiliar a
aprendizagem”. O professor cristão deve ser um instrumento nas mãos do Espírito Santo,
para transmitir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 19.28).
Segundo GRIGGS (p. 18-20), o professor cristão deve ser amigo, procurando
relacionar-se bem com os alunos; deve ser intérprete, traduzindo para os alunos aquilo que
lhes é ensinado; planejador, procurando adaptar as lições, os currículos às necessidades dos
alunos; aprendiz, estando disposto a colocar-se no lugar dos que querem sempre aprender
mais para ensinar melhor.
Além disso, o professor cristão deve ser um EXEMPLO para seus alunos. "Assim
falai, assim procedei..."(Tg 2.12). Na escola secular, o professor pode ser um mero
transmissor de conhecimentos. Na Igreja, é diferente. O professor tem que ser didático e
exemplar.
Por isso, é necessário que o professor de Escola Bíblica Dominical (EBD) seja aperfeiçoado
nos diversos métodos e técnicas que o capacite a cumprir melhor sua missão.

“...Se é ensinar, que haja dedicação” (Rm 12.5)

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AUTOAVALIAÇÃO DO PROFESSOR
PERGUNTAS SIM NÃO
Ama seus alunos, demonstrando por eles interesse e dedicação?
Prepara com antecedência a lição, concentrando-se no objetivo da mesma?
Tem uma vida cristã exemplar, de modo que você gostaria que seus alunos fossem como
você?
Conhece seus alunos pelo nome?
Incentiva seus alunos a convidarem colegas para a aula?
Tem procurado levar seus alunos a conhecerem Cristo como único e suficiente Senhor e
Salvador?
Lê livros, artigos e periódicos sobre pedagogia e educação cristã e outros que venham a
enriquecer a aula?
Procura incentivar a aplicação prática dos ensinos bíblicos na vida de seus alunos?
Você procura responder a todas perguntas de seus alunos, motivando-os a refletirem sobre o
que aprenderam?
Quando não está doente, não deixa de lecionar, é pontual na EBD, para dar exemplo e poder
recepcionar os seus alunos?
Tem incentivado seus alunos para participarem nos trabalhos na igreja?
Você ora regularmente pelos alunos de sua classe?
Você utiliza recursos didáticos variados durante a lição (cartazes, dinâmicas de grupo, etc.)?
Faz análise do seu desempenho como professor, notando a reação dos alunos na classe e
procurando corrigir falhas que você porventura tenha cometido?
Aceita sugestões de outros professores sobre aperfeiçoamentos no ensino, sem ressentir-se
com eles?
Cuida de sua saúde espiritual, orando regularmente, lendo a Bíblia, buscando ser cheio do
Espírito Santo, e servindo com amor ao Senhor?
Sabe controlar um aluno agitado, sem ofendê-lo ou gritar com ele?
Cuida de sua aparência física e higiene e da sua apresentação (vestimentas), para que em
nada escandalize algum aluno ou demonstre relaxamento pessoal?
Visita seus alunos, ou procura conhecê-los pessoalmente?
Caso um dos alunos faltar por 2 aulas seguidas, lhe telefona para saber o motivo?
Tem procurado trabalhar em harmonia com os demais professores e dirigentes da Escola
Dominical?
SOME AS RESPOSTAS

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RESULTADOS:
Cada resposta “SIM”, vale 1 ponto, “NÃO”, zero ponto.
Se você conseguiu:
- 19 a 21 pontos - Parabéns! Continue esmerando-se no ensino e sendo um modelo para seus alunos e demais
colegas de ministério.
- 16 a 18 pontos - Você é um bom professor, mas precisa aperfeiçoamento. Não desanime!
- 13 a 15 pontos - Você precisa reanimar-se no ensino. Verifique os pontos falhos e decida melhorar
rapidamente!
- Menos de 13 pontos - Examine-se diante do Senhor. Você tem que aprender, não ensinar. Decida o que
você quer.

I – CONCEITOS:

1 - EDUCAÇÃO CRISTÃ
É o processo de ensino-aprendizagem proporcionado por Deus, através de sua Palavra, pelo
Poder do Espírito Santo, transmitindo valores e princípios divinos. É diferente da educação
secular, que só transmite instruções e conhecimentos, deixando de lado os valores éticos,
morais e espirituais. Por isso, a base da Educação Cristã é a Bíblia Sagrada. A Bíblia é
Palavra de Deus enviada aos homens. Nela, encontramos a Didática divina, desde o Velho
Testamento até o Novo Testamento. Com Jesus Cristo, encontramos a perfeição do ensino,
em seus discursos, nas parábolas, nas interrogações, nos diálogos e na prática de sua
doutrina.

2 – PEDAGOGIA
Originariamente, pedagogia significava "a ciência de dirigir crianças". A palavra vem de
PAIDOS (Criança), AGEIN (conduzir) e LOGIA (tratado, ciência, estudo); 1.“Teoria e
ciência da educação e do ensino; 2. conjunto de doutrinas, princípios e métodos de
educação e instrução que tendem a um objetivo prático” (Dic.). Enquanto a Didática
(prática) se volta para o ensino propriamente dito, a pedagogia volta-se para a Educação
(Ciência, doutrina).

3 - PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Como ciência que estuda o comportamento humano, a psicologia proporciona os
conhecimentos necessários sobre o aluno, o professor e o relacionamento interpessoal na
educação. A psicologia da educação aborda a aprendizagem e os aspectos intelectuais,
afetivos e sociais do processo educacional. O conhecimento desses aspectos é
imprescindível para uma educação verdadeiramente eficaz.

4 - SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
O estudo da educação como processo social, tanto em referência às atividades dos
indivíduos como às das instituições, constitui o objeto da sociologia da educação. A relação
entre professores e alunos e dos alunos entre si.

5 – DIDÁTICA
“A técnica de dirigir e orientar a aprendizagem; técnica de ensino”;
“O estudo desta técnica”. (Dic. Aurélio); e
“É a ciência, a arte e a técnica de ensinar”.

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Como ciência, baseia-se em princípios científicos, chamados de “leis do ensino”; como


arte, envolve a prática e a habilidade em comunicar conhecimentos; como técnica, utiliza
métodos e recursos que facilitam o processo ensino-aprendizagem.
Então a Didática é a arte e a técnica de transmitir o ensino ou os conhecimentos.

II - OS SENTIDOS E A APRENDIZAGEM
Todas as informações chegam à mente do homem através dos sentidos.

Aprendemos Retemos
1,0% pelo paladar 10% do que lemos
1,5% pelo tato 20% do que escutamos
3,5% pelo olfato 30% do que vemos
11,0% pela audição 50% do que vemos e ouvimos
83,0% pela visão 60% do que ouvimos e discutimos
70% do que vemos, ouvimos e discutimos
90% do que vemos, ouvimos, discutimos, realizamos.

III - AS TÉCNICAS DE ENSINO NA IGREJA


Em termos didáticos, podemos dizer que existem dois tipos de métodos e técnicas de
ensino: OS TRADICIONAIS e os MODERNOS.
Nas igrejas, de modo geral, os métodos de ensino da Palavra de Deus continuam sendo os
mais tradicionais, predominando o MÉTODO EXPOSITIVO. Este, com a unção de Deus,
têm efeitos extraordinários no aprendizado. Contudo, os métodos modernos de ensino
podem também ser ungidos por Deus, desde que utilizados adequadamente, de modo
equilibrado e correto.

IV – COMUNICAÇÃO
Que faz um professor quando ensina? Naturalmente ele se comunica com a classe. Sua
intenção primordial é fazer com que seus alunos entendam perfeitamente sua mensagem,
isto é, o conteúdo do ensino. Em suma, o ensino é um processo de comunicação em que o
professor, através de vários procedimentos e informações, orienta e dinamiza a
aprendizagem.
A maioria das funções do ensino é cumprida exatamente pelo comportamento verbal do
professor. São os padrões ou formas de comunicação empregados por ele que vão em
grande parte determinar os níveis de realização e o resultado final do processo de ensino-
aprendizagem. Neste processo, o que faz o professor? Que responsabilidade ele assume?
Dentre tantas operações educativas, o mestre apresenta os estímulos, dirige as atividades,
sugere, orienta o pensamento do aluno, proporciona condições para que o aluno aplique o
que aprendeu e, no final, valendo-se permanentemente dos recursos da comunicação,

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promove mais aprendizagens. Pois, da boa comunicação em sala de aula, dependem a


retenção de conteúdos, mas, de forma mais ampla, todos os processos de formação do
aluno.

O que significa comunicar?


A palavra comunicar vem do latim comunicare e significa “pôr em comum”, tornar comum.
Em sentido prático, comunicar é transmitir idéias e informações com o principal objetivo de
promover o entendimento entre os indivíduos. Para que ela se realize, é necessária a
utilização de um código comum previamente estabelecido.

O processo da comunicação
O que é comunicação? A comunicação pode ser definida como um processo de inter-relação
entre os homens. Este processo, possui cinco elementos, a saber: transmissor, receptor,
mensagem, canal ou meio e código. Faltando qualquer um desses elementos, a
comunicação não acontece.

ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS
1 – TRANSMISSOR é a pessoa que transmite uma idéia.
2 – RECEPTOR é a pessoa que recebe essa idéia.
3 – MENSAGEM Refere-se à idéia a ser transmitida.
4 – CANAL OU MEIO trata-se do processo utilizado para transmissão da mensagem.
5 - CÓDIGO é a linguagem utilizada, que deve ser comum a ambos.

COMPONENTES BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO ORAL


VOZ Emissão de fonemas.
FALA Transmissão verbal do pensamento.
LINGUAGEM Uso de palavras articuladas como meio de expressão e comunicação.

CARACTERÍSTICAS DA FALA
RITMO Refere-se à cadência da fala (velocidade).
CORREÇÃO DE LINGUAGEM Trata-se de falar corretamente.
FLUÊNCIA É a facilidade em se expressar corretamente.
ARTICULAÇÃO É a emissão completa e correta de todos os fonemas e palavras.
CONCATENAÇÃO Ordenação dos pensamentos.

FALHAS MAIS COMUNS DE ARTICULAÇÃO


CARACTERÍSTICA EXEMPLOS
POR SUPRESSÃO DE FONEMAS poblema , quinta fêra , quêjo , maoria , próprio, frustado etc.
POR ACRÉSCIMO DE FONEMAS opita , desiguina , bandeija , carangueijo , adevogado etc.
POR SUBSTITUIÇÃO DE salchicha , rezistro , previlégio , menas , seje , meretíssimo etc.
FONEMAS
POR TROCA DE POSIÇÃO DE bicabornato , largatixa , tauba , estrupo , areoporto etc.
FONEMAS
POR NASALIZAÇÃO DE VOGAIS sombrancelha , mendingo , mortandela , buginganga etc.

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TIPOS DE LINGUAGEM
CULTA Falada por pessoas de bom nível cultural.
COLOQUIAL Usada no cotidiano, com pequenos deslizes gramaticais, porém, perdoáveis.
VULGAR Muito empregada por pessoas sem instrução, infringindo totalmente as regras
gramaticais.
REGIONAL Linguagem circunscrita às regiões geográficas, com um patrimônio vocabular
próprio.
GRUPAL Utilizada por grupos fechados.

PRINCIPAIS BARREIRAS VERBAIS


BARREIRAS EXEMPLOS

Expressões ou palavras que se repetem Certo ? / Né / Tá / Entendeu ? / Aí /


excessivamente durante a exposição oral Evidentemente , etc.
Vícios de linguagem De modos que... / De maneiras que / Haja visto
que... ,etc.
Expressões que se referem a nacionalidades, raças Fulano fez um serviço de português. / Ele
ou apelidos regionais. cometeu uma baianada , etc.
Expressões que fazem referência a defeitos ou Gaguinho , Baixinho , Careca , Negão , etc.
características físicas, de forma depreciativa.
Expressões que demonstram dúvidas quanto à “Se Fulano entendeu, então todos entenderam”
inteligência do aluno

APRESENTAÇÃO CORPORAL
FISIONOMIA
POSTURA
GESTICULAÇÃO
APARÊNCIA
MOVIMENTAÇÃO
CONTATO VISUAL

V - FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO

1 - COMPORTAMENTO
“Conjunto de atitudes e reações da pessoa em face do meio social”.

2 - MOTIVAÇÃO
“É um processo interno que provoca certo comportamento, mantém uma atividade ou a
modifica”. O motivo interior é a razão íntima do indivíduo que o leva a agir ou a querer
aprender. A motivação é fator decisivo no processo de aprendizagem e não poderá haver,
por parte do professor, direção da aprendizagem, se o aluno não estiver motivado, se não
estiver disposto a dispender esforços.

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A motivação tem, por fim, estabelecer conexões entre o que o professor pretende que o
aluno realize e os interesses destes.
Um aluno está motivado quando sente necessidade de aprender o que está sendo tratado.

3 - INCENTIVAÇÃO
“É um processo onde um objetivo ou situação externa que vai ativar os motivos,
podendo ou não modificar a motivação”. Implica na proposição de situações de modo a
deflagrar no psiquismo do sujeito as fontes de energia interior (motivos), que o levarão a
ação com empenho e entusiasmo.
Incentivar é manipular as condições externas ao sujeito, de forma a despertar no aluno a
motivação que mantém o processo de aprendizagem.

VI - TÉCNICAS INCENTIVADORAS

Técnicas de Incentivação:
➔Correlação com o real;
➔Persuasão oral;
➔Participação ativa;
➔Insucesso inicial;
➔Êxito inicial;
➔Leitura ou comentário de texto; e
➔Competição.

➢Correlação com o real: Relacionar assuntos ou trabalhos a serem desenvolvidos com os


aspectos reais da vida.
➢Participação ativa: Visa esforço pessoal, a atividade do educando.
➢Exemplificação: Apresentação de exemplos ou modelos relacionados ao tema.
➢Êxito inicial: Apresentar os tópicos iniciais um pouco mais fáceis com vistas a garantir o
acerto.
➢Insucesso inicial: Apresentação de tarefas além do nível da turma quando os alunos
subestimam o valor do que vai ser estudado.
➢Competição: Individual ( perigosa, pode gerar sentimento de superioridade /
inferioridade); ou em grupo ( pode gerar tensões entre grupos, mas promove a coesão).
➢Tarefa interrompida: Interromper a tarefa num ponto crítico, criando clima de
expectativa para a próxima aula.

VII - ELABORAÇÃO DE PLANO DE AULA

Após a oração e o estudo da lição. A elaboração do Plano de Aula constitui-se em uma fase
importantíssima da preparação da aula. Segue-se abaixo uma sugestão para elaboração de
um plano de aula.

ETAPAS DE UMA AULA


A primeira etapa de uma aula chamamos de INTRODUÇÃO e tem por finalidade
APRESENTAR o conteúdo e DESPERTAR o interesse dos alunos.
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Uma introdução de aula deve durar aproximadamente 10% do tempo de aula, e é uma das
etapas essenciais.
Nesta etapa, o PROFESSOR deve cumprir quatro itens, sendo o primeiro a apresentação de
um RESUMO DA AULA ANTERIOR, quando deverá ser citado de modo sucinto, o
assunto, tratado na aula antecedente, a fim de reavivar a memória dos alunos e reforçar
aprendizagem.
Após fazer um resumo da aula anterior, o PROFESSOR deverá anunciar o título da aula e
os TÓPICOS que serão ensinados.
Depois do resumo da aula anterior, do título e tópicos da aula, o professor deverá cumprir o
terceiro item da introdução, que consiste em anunciar o OBJETIVO da aula.
O objetivo da aula é o resultado esperado dos alunos, após ser ensinada a lição. Consiste em
determinar os conhecimentos que o aluno deverá adquirir ou aquilo que ele será capaz de
fazer ao fim da aula.
Ao informar aos alunos que resultados de aprendizagem espera-se deles, ao final da aula,
isto é, que comportamento deverá apresentar, o professor cumpre o terceiro item da
introdução, que é o OBJETIVO.
O objetivo da aula é um item muito importante na introdução, e deve ser anunciado, se
possível, através de algum recurso didático.
Realizado o resumo da aula anterior, anunciado o título da aula, os tópicos e os objetivos, o
PROFESSOR deverá agora cumprir o item que é fundamental para uma boa introdução da
aula: INCENTIVAÇÃO, isto é, procurar despertar o interesse da turma através do
INCENTIVO. Incentivar então, consiste em mostrar ao aluno para quê servirá a lição
estudada.
Com este quarto item fica completa a introdução de uma aula, que como vimos, é composta
em:
RESUMO DA AULA ANTERIOR:
✔Depois dar o TÍTULO e TÓPICOS a serem abordados;
✔Informar os resultados que se espera dos alunos, ou seja, dar o OBJETIVO; e
✔Convencê-los da importância de aprender a referida lição, que é a INCENTIVAÇÃO.
Realizada a primeira etapa, INTRODUÇÃO, que teve a finalidade de apresentar o conteúdo
da aula, o professor agora, deverá iniciar a etapa da EXPLICAÇÃO que dura
aproximadamente 60% da aula. Nesta etapa, o professor irá, efetivamente, ensinar a matéria
prevista para aula, de modo a permitir aos alunos alcançarem os objetivos propostos.
A etapa da explicação será realizada de acordo com a técnica de aula a ser adotada, uma vez
que a comunicação PROFESSOR-ALUNO poderá variar, da própria comunicação verbal,
em aulas expositivas, apoiadas por recursos didáticos, ao estudo dirigido, como também,
outros tipos de aulas.
A condução da ETAPA DA EXPLICAÇÃO, vai depender da TÉCNICA de aula utilizada.
A EXPLICAÇÃO, deve ser CLARA, EXEMPLIFICADA, ATIVA E VISUALIZADA, isto
é, com emprego de recursos didáticos.
Assim, uma explicação de aula deve permitir que o aluno aprenda de modo mais efetivo e
em melhores condições.
Terminada a ETAPA DA EXPLICAÇÃO em que o aluno deve Ter aprendido a matéria,
através da explicação do professor, poderá haver agora, dependendo do assunto, uma etapa
de APLICAÇÃO, para que os alunos pratiquem ou exercitem o que foi aprendido a fim de
reforçar e efetivar a aprendizagem.
Deste modo, a APLICAÇÃO, se destina a praticar o conhecimento adquirido.
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Após a APLICAÇÃO, ocasião em que todos os alunos deverão praticar o conhecimento


adquirido na explicação, podemos dizer que o processo ENSINO-APRENDIZAGEM foi
cumprido. Resta saber se foi com resultados efetivos, para tanto, o professor agora irá
proceder a uma nova etapa, a VERIFICAÇÃO, que se destina a AVALIAR o grau de
aprendizagem dos alunos.
Uma verificação de aula pode ser realizada de várias maneiras, como através de
PERGUNTAS ORAIS, TRABALHOS DE APLICAÇÃO ou através de TESTES
ESCRITOS OBJETIVOS.
Não devemos esquecer que a verificação de uma aula será sobre a matéria ensinada na
EXPLICAÇÃO, mas sempre tendo em vista os objetivos da aula, isto é, AS PERGUNTAS
DEVEM SER PERTINENTES, e não sobre detalhes sem importância.
Também podemos realizar a VERIFICAÇÃO durante a EXPLICAÇÃO, isto é, à medida
que vamos desenvolvendo os TÓPICOS, vamos verificando se os alunos estão aprendendo.
Deste modo, vimos que a VERIFICAÇÃO deve ser coerente com os tópicos da aula, e pode
ser realizado durante a explicação, após cada tópico.
Verificado o grau de aprendizagem dos alunos na etapa da verificação, vamos agora, para
terminar a aula, proceder à última etapa, denominada SUMÁRIO.

O SUMÁRIO se destina a reforçar a aprendizagem, fixando melhor o que foi ensinado na


EXPLICAÇÃO, e consiste em repetir os pontos essenciais do conteúdo da aula.
Podemos realizar o sumário, através do comentário das respostas das perguntas na
verificação, ou utilizando recursos didáticos, ou então, uma repetição oral dos aspectos que
devem ser fixados pelos alunos.
O sumário foi então a última etapa de uma aula e se destina a reforçar a aprendizagem.
O sumário se destina a reforçar a aprendizagem, e a verificação se destina a medir a
aprendizagem.

Deste modo, as etapas da aula são:


1)INTRODUÇÃO;
2)EXPLICAÇÃO;
3)APLICAÇÃO;
4)VERIFICAÇÃO; e
5)SUMÁRIO.

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PLANO DE AULA

IGREJA:
CLASSE: PROFESSOR:
INTRODUÇÃO (10%)
RESUMO DA AULA ANTERIOR:

LIÇÃO:
TÓPICOS:

OBJETIVOS:

TÉCNICA DE ENSINO / DINÂMICA:

EXPLICAÇÃO (60%):

APLICAÇÃO (20%):

SUMÁRIO (10%)::

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VIII - OBJETIVOS

Porque devemos ter objetivos para o ensino?


Os objetivos criam a ponte entre a aprendizagem do aluno e o que é ensinado na aula.
O que é objetivo?
1. O objetivo indica em termos gerais o que o aluno deve aprender;
2. O objetivo explica o que deve acontecer no aluno; e
3. O objetivo indica que mudança deve acontecer na vida do aluno.

Deve-se ter em mente o que quero que os alunos:


- Saibam - Sintam - Façam
Conselho: É melhor ter um objetivo apenas e se for preciso ensiná-lo de dez maneiras
diferentes do que tentar estabelecer 3 ou 4 objetivos ao mesmo tempo e, no final, não ter
êxito algo.

ATINGINDO O OBJETIVO
Como posso saber se objetivo foi atingido? Podemos saber através das reações dos alunos.

FUNÇÕES DOS OBJETIVOS


Os objetivos são a base de todo o trabalho, pois são eles que permitem:
Orientar a seleção e organização dos conteúdos;
Orientar a seleção e a organização das atividades de fixação e técnicas de ensino;
Guiar a seleção de recursos instrucionais;
Permitir maior precisão na avaliação dos resultados;
Conduzir a avaliação e a recuperação;
Orientar a direção da aprendizagem uma vez que os alunos conhecem o que se espera
deles; e
Possibilitar o enfoque comum do assunto aos professores.

TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO –

– Quanto à especificação:
Geral ou Educacional; e
 Específico ou de Ensino.

O objetivo geral ou educacional indica um conjunto de ações ou resultados de


aprendizagem que o aluno deverá obter ou alcançar referente a uma disciplina, módulo ou
curso. É um resultado complexo, alcançável em período mais amplo.

O objetivo específico ou de ensino indica uma ação única ou único resultado da


aprendizagem do aluno e se refere ao assunto ou tópico de uma aula. É mais simples,
concreto e alcançável em menos tempo.

Quanto aos Domínios:

a)Cognitivo;
b)Afetivo;
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c)Psicomotor.

Os objetivos indicam modificações no comportamento do aluno. Essas modificações se


realizam, no aluno, em nível de pensamento, sentimento e ações, ocorrendo em três grandes
áreas do comportamento humano: cognitiva (pensamento), afetiva (sentimento) e
psicomotor (ações).
Os objetivos relacionam-se a uma dessas áreas:
Os objetivos da área cognitiva abrangem conhecimentos, conceitos, ideias,
princípios e habilidades mentais, enfatizando resultados intelectuais.

Os objetivos da área afetiva são associados às atitudes, valores e apreciações,


enfatizando sentimentos e emoções.

Os objetivos da área psicomotora são associados às habilidades motoras, enfatizando


resultados em atividades práticas.

CUIDADOS NA REDAÇÃO DE OBJETIVOS –

Utilizar um verbo que determine a conduta do aluno;


Começar com o verbo;
Redigir o verbo no infinito, indicando a ação do aluno e não do professor;
Indicar um comportamento observável, ou seja, uma ação que o aluno apresentará no
final da aula;
Apresentar uma única ação em cada objetivo;
Evitar o uso de palavras inúteis e verbos ambíguos, pois um objetivo deve ser claro e
preciso; e
Estar coerente com o tempo e recursos disponíveis.

A pergunta-chave que o professor deve fazer a si mesmo, ao redigir um objetivo,


é:

“O que fará o aluno para demonstrar o que aprendeu?”

VERBOS PARA ELABORAÇÃO DE OBJETIVOS


A aprendizagem está baseada em seis níveis básicos: Conhecimento, compreensão,
aplicação, análise, síntese e avaliação.
Em cada um desses níveis existem verbos apropriados para determinar o
comportamento que o professor espera que o aluno apresente. Vejamos alguns
exemplos:

1º NÍVEL : CONHECIMENTO
Baseado na memória. É o armazenamento da informação:
Definir – Identificar – Listar – Nomear – Repetir – Apontar – Marcar – Registrar- Enunciar
– Relatar – Relacionar – Reduzir – Designar – Descrever – Mencionar – Enumerar -
Distinguir – Exemplificar – Selecionar – Especificar – Detalhar – Determinar – Mostrar –
Explicitar – Explanar – etc...
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2º NÍVEL : COMPREENSÃO
Baseado no entendimento e na interpretação.
Definir – Explicitar – Estimar - Discutir - Expressar – Localizar – Revisar – Narrar –
Converter – Ilustrar – Sumariar – Deduzir – Organizar – Interpretar – Expor – Debater –
Detalhar – Descrever – Distinguir – Exemplificar – Selecionar – Relacionar – Demonstrar
– Explanar – etc.

3º NÍVEL : APLICAÇÃO
Envolve a utilização dos dois níveis anteriores. Capacita a vivência de situações novas e
concretas.
Aplicar – Resolver – Construir – Calcular – Operar – Produzir – Usar – Empregar –
Dramatizar – Praticar – Converter – Ilustrar – Esboçar – Traçar – Manipular – Manusear –
Provar – Preparar – Modificar – Descrever – Montar – Determinar – Distinguir –
discriminar – Explicar – Elaborar – Utilizar – Efetuar – Executar – Exemplificar – Escrever
– Medir – etc.

4º NÍVEL: ANÁLISE
Envolve o desdobramento em suas partes constitutivas, a percepção das interações
dessas partes e os modos de organização.
Analisar – Decompor – Discriminar – Diferenciar – Calcular – Provar – Experimentar –
Comparar – Criticar – Investigar – Debater – Examinar – Inferir – Determinar – Selecionar
– Enunciar – Fracionar – Separar – Especificar - Detalhar – Descrever – Distinguir –
Explicar – Ilustrar – Designar – Estabelecer – Posicionar – Relacionar.

5º NÍVEL : SÍNTESE
Envolve a organização dos conteúdos trabalhados nos níveis de conhecimento,
compreensão, aplicação, isto é, a capacidade de combinar as partes para formar um todo.
Sintetizar – Propor – Combinar – Compilar – Criar – Planejar – Organizar – Sumariar –
Compor – Esquematizar – Formular – Coordenar – Construir – Reunir – Dirigir – Descobrir
– Delinear – Relatar – Produzir – Narrar – Demonstrar – Gerar – Projetar – Formular –
Dimensionar – Apresentar – Representar – Provar – Descrever – Explicar – Elaborar –
etc.

6º NÍVEL : AVALIAÇÃO
Implica em julgamento particular. É o mais alto dos níveis.
Avaliar – Julgar – Comparar – Concluir – Interpretar – Relacionar – Validar – Selecionar –
Escolher – Estimar – Qualificar – Justiçar – Fundamentar – Analisar.

IX - APLICAÇÃO
“Aplique visando a uma mudança de vida!”

Ficamos tão presos ao conteúdo, que esquecemos que o propósito dele é operar mudança de
vida. A aplicação é o que ocorre como resultado da aula.

MÁXIMAS DA APLICAÇÃO
1. A aplicação é a razão central da revelação de Deus;
2. A aplicação é responsabilidade do professor;
3. A aplicação e a informação devem ser equilibradas;
4. A aplicação dirige as Escrituras para as necessidades dos alunos;
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5. A aplicação atinge a máxima influencia quando o aluno enxerga sua base bíblica;
6. Uma aplicação que causa impacto na vida dos professores tende a causar na dos alunos; e
7. A aplicação, em última análise, deve conduzir o aluno, do estudo a prática.

MAXIMIZADORES DA APLICAÇÃO
1.Peça a Deus que lhe conceda um coração de aplicador;
2.Faça aplicações que tenham a ver com a necessidade dos alunos;
3.Planeje a aula de modo que toda ela favoreça a aplicação;
4. Conduza os alunos para além das aplicações gerais;
5.Exemplifique a aplicação das Escrituras com histórias bíblicas, experiências pessoais e
imaginação;
6.Empregue um estilo apropriado quando chamar seus alunos a um compromisso; e
7.Fortaleça aplicações com a prestação de contas.

X - TÉCNICA DE PERGUNTAS/ INTERROGATÓRIO DIDÁTICO


A sistematização da técnica de perguntas tem origem na expansão do ensino. Quando,
com o aumento dos alunos (composta de jovens e crianças das classes menos
privilegiadas), foi necessário aumentar o corpo docente e o número de alunos nas turmas.
Confiou-se o ensino a pessoas sem qualificação adequada, e estas tinham de transmitir a
um grupo numeroso, aquilo que sabiam de forma insipiente. Multiplicaram-se então os
livros didáticos para orientar o professor no ensino, e para fornecer ao aluno, por preço
razoável, um texto condensado, onde ele encontrasse o essencial do que devia aprender.
Os professores, com pouco domínio da matéria e sem preparação didática, escravizam-se
aquele texto, e adotavam o sistema de marcar e tomar a lição. “Para próxima aula,
estudem da pag. X à pag. Y”, era o fecho obrigatório de cada aula. Na aula seguinte, de
fato, eles controlavam o estudo dos alunos mediante interrogatórios verificadores,
inclusive atribuindo notas, na maioria dos casos.
Sendo organizada, então, como a técnica didática baseada em perguntas do professor e
correspondentes respostas dos alunos. Distinguiam-se vários tipos de interrogatórios,
cada tipo servindo a uma diferente função.
✔Função preparadora – sondagem de conhecimentos;
✔Função incentivadora – incentivação para a aprendizagem;
✔Função disciplinar – manutenção da disciplina;
✔Função retificadora – diagnósticos de deficiências e incompreensões dos alunos
com visitas à orientação do processo;
✔Função fixadora – recapitulação, integração e fixação do conteúdo; e
✔Função verificadora – verificar o rendimento da aprendizagem.

De acordo com a forma que são elaboradas e o momento em que são utilizadas, podemos
classificar as perguntas nos seguintes tipos:

1 - Pergunta Geral
É aquela em que o professor faz a turma, sem especificar quem deverá responder.
Este tipo de é usado para:
Incentivar os alunos;
Incentivar um debate;
Prolongar um debate;
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Retornar o rumo ao debate;


Manter o interesse da turma;
Aumentar a participação;
Reanimar a turma, quando perceber desinteresse em determinados momentos
da aula; e
 Verificar a aprendizagem.

2 - Perguntas dirigidas
É aquela em que o professor dirige a um determinado aluno, com os seguintes
propósitos:
a)Encorajar um tímido – neste caso, procure fazer uma pergunta fácil, de tal modo
de que ele possa responder e, como isso motivar-se a participar e se integrar ao
grupo;
b)Interromper um diálogo paralelo – neste caso, aproxima-se antes, dos alunos que
estão dialogando, procurando inibir a conversa; caso não obtenha êxito, procure
saber se o assunto é pertinente; se for, solicite que os alunos passem para o grupo
suas possíveis dúvidas ou questionamentos; se não, faça, a pergunta desejada a um
deles, sem o enfoque de repreensão;
c)Obter a atenção de um aluno – neste caso, faça a pergunta de forma sutil, de tal
modo que não o bloqueie; e
d)Verificar a aprendizagem.

3 - Pergunta Reversa
É a pergunta feita por um aluno ao professor, na qual este último devolve ao aluno,
visando:
Estimular o aluno a responder, caso ele seja tímido;
Solicitar ao aluno que aperfeiçoe a pergunta, caso a mesma não tenha sido clara; e
Ganhar tempo para pensar na resposta, caso não tenha no momento.

4 - Pergunta redistribuída
É a pergunta feita por um aluno ao professor, na qual este último repassa à turma ou a um
determinado aluno, com a finalidade de:
Aumentar a participação geral – neste caso repasse a pergunta à turma;
Buscar a participação de um determinado aluno – neste caso, procure aplicar a
técnica somente quando tiver certeza de que o aluno tem capacidade para
responder;
Solicitar a opinião de um “especialista”- neste caso, procure valorizar a resposta
para poder contar sempre com a colaboração do mesmo; e
Ganhar o tempo para pensar na resposta, caso não a tenha no momento.

XI - AS SETE LEIS DO ENSINO


Ao longo desta sessão vamos estudar algumas regras que se forem postas em prática
certamente ajudarão a melhorar o nosso ensino e com a ajuda de Deus poderemos ver
também resultados nas vidas dos nossos alunos.

1. Lei Do Professor

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I Capacita para Professores de EBD

Definição: O professor precisa conhecer aquilo que vai ensinar.


- O saber, o conhecimento ocupa o centro da Lei do Professor, é com este material que nós
professores precisamos trabalhar. Temos primeiro que compreender para que depois
possamos transmitir.
- “Conhecimento imperfeito reflete-se em ensino imperfeito”. Precisamos dominar a
matéria, estar familiarizados com ela para que depois possamos transmiti-la aos nossos
alunos.
- Alguém um dia afirmou: “O mestre que não sabe é como um cego que guia outro cego.”
- O professor precisa conhecer bem a matéria e assim estará à vontade na apresentação dela,
ajudando assim o aluno a confiar no professor e a crescer no desejo de saber mais.

As Regras do Professor:
1. Preparar cada lição com tempo e estudo renovado. (O que aprendeu há um ano já não
serve);
2. Partir do conhecido para o desconhecido;
3. Usar uma linguagem simples que os alunos entendam;
4. Relacionar a matéria com a vida dos alunos;
5. Usar todos os meios legítimos para a boa compreensão da matéria; e
6. Fazer uma avaliação da matéria. (Filtrar o que é importante).
7. Buscar informação em bons livros.

Erros a Evitar:
1. Ser tentado a não se preparar cuidadosamente, quando sabe que os alunos estão
ignorantes nesse campo;
2. Pensar que cabe ao aluno e não a si estudar a lição;
3. Na hora da aula “falar só palha”- O objetivo é esquecido. (Se alguma vez ele existiu…);
4. Ocultar a sua má preparação através de uma linguagem eloquente.

Conclusão: Se esta primeira lei fundamental do ensino, for obedecida, e praticada, então a
nossa Escola Dominical crescerá em número e utilidade.

2. A Lei Do Aluno:
Há características que diferenciam o aluno das outras pessoas, os elementos essenciais que
fazem dele o aluno.
Atenção e interesse caracterizam o estado mental do verdadeiro aluno, e constituem a base
essencial sobre a qual descansa o processo da aprendizagem.
Definição: O aluno deve dedicar-se com interesse à matéria a ser aprendida.
Isto requer do aluno atenção.
1. Descrição de Atenção:
Atenção significa a direção ou a concentração da mente num objeto. O objeto pode ser
externo ou mental.
Objeto externo é aquilo que pode ser observado pelos nossos cinco sentidos. Ex: Um
filme, observar o funcionamento de um carro, uma peça, musical.
Objeto Mental está ligado à mente. É por ex: Quando alguém relembra uma experiência
passada, ou quando se medita no significado de uma ideia.
Filosofia da Lei:
1. Sem atenção o aluno não pode aprender.
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I Capacita para Professores de EBD

2. Não podemos passar, duma mente para a outra, o conhecimento como se fosse uma
substância material.
3. O aluno precisa ter interesse no que se está a passar. O interesse aumenta a atenção.

Empecilhos à atenção
1. Apatia 2. Distração

Regras Para Os Professores


1. Nunca comece a dar a lição sem ter captado a atenção da classe;
2. Desperte e mantenha o mais vivo interesse sobre o assunto;
3. Adapte a duração da lição à idade dos alunos;
4. Tome cuidado com as fontes de distração;
5. Prepare antecipadamente as perguntas que provoquem o pensamento;
6. Torne a apresentação da lição o mais atrativo possível; e
7. Procure ilustrações que estejam de acordo com o gosto dos alunos.

Dois Grandes Erros:


1. Começar a falar antes de ter captado a atenção dos alunos e continuar depois de a ter
perdido; e
2. Não fazer nenhum esforço para descobrir os gostos dos alunos, nem para criar neles vivo
interesse pelo assunto.
Conclusão: O professor que não quer desobedecer a esta lei, deve aprender a arte de
chamar e captar a atenção e provocar interesse no aluno.

3. A Lei da Linguagem
Definição: A linguagem usada no ensino deve ser comum ao professor e ao aluno.

Regras Para Os Professores:


1. Expressar-se quanto possível na linguagem do aluno;
2. Se o aluno não entende, repita o pensamento, com outras palavras, e com simplicidade;
3. Ajude o significado das palavras com ilustrações; e
4. Teste frequentemente o entendimento dos alunos.

Alguns Enganos:
1. O olhar aparentemente interessado do aluno muitas vezes engana o mestre; e
2. Muitas vezes os alunos apenas estão olhando os olhos, lábios ou dizem ter entendido
para agradar o professor.

4. A Lei Da Lição
Definição: A verdade a ser ensinada deve ser aprendida através de alguma verdade já
conhecida.
A Filosofia Da Lei:
1. A preocupação deve ser começar o ensino num ponto da lição que já seja conhecido, pelo
menos familiar.
2. Todo o ensino deve avançar numa direção. Esta direção deve ser para a aquisição de algo
novo. Ensinar de novo o que os alunos já sabem é matar o poder da atenção deles, caindo
numa rotina.
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I Capacita para Professores de EBD

3. É necessário que o professor saiba o grau de conhecimento dos alunos para poder ter um
ponto de partida.

Regras Para Os Professores:


1. Descobrir o que os alunos sabem do assunto que se lhes vai ensinar;
2. Tirar o melhor partido possível do conhecimento e experiência dos alunos;
3. Relacionar, tanto quanto possível, cada lição com as anteriores;
4. Começar com ideias ou factos que sejam familiares ao aluno; e
5. Manter o nível da lição em relação à idade do aluno.

Alguns Erros:
1. Professores mandam os alunos estudar lições novas quando estes ainda estão mal
preparados;
2. Não se preocupar com as bases que os alunos têm;
3. Não dar ligação às lições; e
4. Avançar para outro ponto sem os alunos terem compreendido o ponto que foi dado.

Conclusão: Partindo do conhecido para o desconhecido o professor tem mais


probabilidades de ser compreendido pelos alunos e despertar neles o interesse necessário
para que possa haver atenção e, consequentemente, mais aprendizagem.

5. A Lei Do Processo Do Ensino


Definição: Fazer do aluno um descobridor da verdade, deixando que ele a encontre por si.
Filosofia Da Lei:
1. Podemos aprender sem professor. Ex: Pais, estudos individuais, a escola da vida, etc
2. O verdadeiro ensino estimula os alunos a ganhar conhecimento; e
3. O professor é um guia.

Regras Para os Professores:


1. Ter em mente o alvo: despertar as mentes dos alunos; e
2. Estimular o interesse.

Alguns Erros:
1. Dar lições apenas prelecionando;
2. O professor exigir pronta e rápida recitação nas mesmas palavras; e
3. Não dar tempo aos alunos para pensarem quando é feita uma pergunta.

6. A Lei da Aprendizagem
Definição: O aluno deve reproduzir em sua própria mente a verdade a ser aprendida.

Etapas da Aprendizagem:
1. Decorar apenas;
2. Decorar e compreender também;
3. Traduzir o ensino por palavras suas;
4. Procurar provas das afirmações que estuda; e
5. Encontrar a parte prática da matéria.

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I Capacita para Professores de EBD

Regras Práticas Para Professores e Alunos:


1. Ajudar o aluno a ter uma ideia clara do trabalho a ser feito;
2. Fazer o aluno expressar por palavras suas o assunto da lição;
3. Fazer perguntas para atingir o objetivo; e
4. Testar o conhecimento dos alunos.

Erros a Evitar:
1. Deixar o aluno confuso e avançar sempre na matéria;
2. Dar mais valor às palavras do que ao seu significado; e
3. Negligenciar as aplicações.

Conclusão: Sem aprendizagem não há ensino eficiente!

7. Lei da Revisão e da aplicação


Definição: O acabamento, a prova e a confirmação do ensino, devem processar-se através
da recapitulação e aplicação.

Principais alvos da recapitulação:


1. Aperfeiçoar o conhecimento; 2. Confirmar o conhecimento; e
3. Aplicar o conhecimento.

Regras Para o Professor:


1. Separar tempo para a recapitulação;
2. No final da lição, recordar o que se falou;
3. Procurar o máximo de aplicações; e
4. Animar e encorajar os alunos a perguntar sobre a matéria anterior.

Erros a Evitar:
1. Esquecer a importância da recapitulação; e
2. Guardar a revisão só para o fim dum período longo.

Conclusão: A lei da recapitulação quer e requer a presença de renovada visão, e novo uso
de material já aprendido.

Tendo isto em mente o professor deve:


1. Encorajar o aluno a compreender a si mesmo. Entender qual o seu estilo de
aprendizagem, como prefere aprender;
2. Usar uma variedade de métodos. Temos alunos diferentes; e
3. Criar um ambiente em que há colaboração. Incentivar a participação sem perder o
controle do tema que está a ser apresentado.

XII- DOCÊNCIA CRISTÃ

1 - OS OBJETIVOS DO ENSINO NA IGREJA


De acordo com GILBERTO (P. 153-4), os objetivos do ensino bíblico são:

1) O aluno e suas relações com Deus (Is 64.8);


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2) O aluno e suas relações com o Salvador Jesus (Jo 14.6);


3) O aluno e suas relações com o Espírito Santo (Ef 5.18);
4) O aluno e suas relações com a Bíblia (Sl 119.105);
5) O aluno e suas relações com a Igreja (At 2.44; Ef 4.16);
6) O aluno e suas relações consigo mesmo (Fp 1.21; 3.13,14); e
7) O aluno e suas relações com os demais alunos e com as demais pessoas (Mc 12.31).

2 - JESUS COMO PROFESSOR

O Mestre dos Mestres deixou-nos os seguintes exemplos em seu ensino (GILBERTO, p.


165-6)

1.Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);


2.Conhecia seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21).
3.Reconhecia o que havia de bom em seus alunos (Jo 1.47);
4.Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17-26; Jo 14.6)
5.Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes (Parábolas,
perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração, etc).

3 - RECURSOS FUNDAMENTAIS PARA UM ENSINO CRISTÃO ESMERADO

Para um ensino bíblico eficiente o professor precisa:

Orar pedindo a Deus compreensão e iluminação no preparo da lição;


Estudar a lição na revista do professor e aluno;
Estudar o texto básico da lição. Consultar várias traduções da Bíblia;
Meditar no texto, deixando que Deus fale ao coração;
Consultar todas as fontes possíveis: comentários, dicionários, mapas, revistas;
Determinar a aplicação da lição para a vida prática do aluno;
Escolher a estratégia pedagógica mais conveniente: método, técnica e recursos;
Fazer um esboço da lição (plano de aula);
Orar pedindo a unção de Deus na apresentação da lição;
Apresentar a lição com toda segurança, entusiasmo e convicção;
Avaliar a aprendizagem; e
Providenciar uma aplicação prática da aprendizagem.

4 - ASPECTO ESPIRITUAL DA DOCÊNCIA CRISTÃ


Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15.5). Com essa afirmação, o Senhor quer
dizer-nos que, sem seu poder, sua direção, sua unção, nada podemos fazer de real, efetivo e
eficaz. O apóstolo Paulo, um excelente mestre nas Escrituras, tinha a convicção disso,
quando afirmou: “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
O professor, na igreja, pode ser formado, com curso de graduação, especialização, mestrado
e até doutorado em Educação. Entretanto, se não tiver a unção do Espírito Santo, seu ensino
não atingirá os objetivos espirituais. O Espírito Santo é o Professor invisível da igreja. Jesus
disse: “Mas aquele Consolador…esse vos ensinará todas as coisas...” (Jo 24.26).
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I Capacita para Professores de EBD

5 - COLABORANDO COM O ESPÍRITO SANTO EM TRANSFORMAR O ALUNO


Porque é que o Espírito Santo é necessário no ensino?

- O Espírito Santo é necessário porque o professor cristão precisa de capacitação


divina. “Uma tarefa espiritual, envolvendo verdades espirituais para satisfazer necessidades
espirituais, requer poder espiritual. ICoríntios 3:6. Procurar servir a Deus na sua própria
força, sem a dependência do Espírito Santo não tem valor algum nem alcançará resultados
duradouros.

- O Espírito Santo torna a Palavra de Deus eficaz na vida dos alunos.


João 14:26; 16:13. Somente o Espírito Santo pode convencer os nossos alunos a
transformarem as suas vidas.
No ensino cristão há uma colaboração entre o professor cristão e o Espírito Santo. Há uma
parceria. Embora sabendo que é o Espírito que vai fazer a obra na vida dos nossos alunos
isto não invalida que o professor não precisa de uma preparação adequada. Depender do
Espírito Santo no ensino cristão não quer dizer que não preciso estar preparado.
- Os professores têm a responsabilidade de comunicar a verdade; o Espírito Santo procura
dar direção, poder e discernimento aos professores.
- Os professores têm de depender do Espírito Santo para que Ele atue por meio deles e
possa usá-los a alcançar os alunos com a verdade. O Espírito Santo trabalha na vida dos
alunos convencendo-os da verdade.
- Os professores devem encorajar os alunos a entender a Palavra de Deus. O Espírito Santo
incentiva os alunos a apropriarem-se da Palavra.
Nunca devemos tentar fazer a obra sozinhos, pois só quando o Espírito Santo está presente
no processo do ensino é que alcançaremos resultados duradouros.

O professor da EBD, além de ser uma pessoa dedicada ao ensino, ser cheio do Espírito
Santo, precisa ter uma formação mais ampla, para que possa atender às demandas, na
igreja, por parte de um alunado cada vez mais exigente, em termos de conhecimento e
cultura, sem perder a visão de que é um servo de Deus, que necessita dramaticamente da
graça de Deus e da unção do Espírito Santo, para cumprir bem sua tarefa.

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BIBLIOGRAFIA

- BÍBLIA SAGRADA, Ed. Revista e Corrigida. Editora VIDA, S. Paulo, 1982.


- EETAD, A Educação Cristã. Campinas, SP.
- GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. CPAD, Rio, 17a. Ed, 1997.
- GREGORY, John Milton. As sete leis do ensino. JUERP, Rio , 1977.
- GRIGGS, Donald L. Ensinando professores a ensinar. Ed. Presbiteriana, S. Paulo, 1987.
- DORNAS, Lécio. Socorro sou Professor da Escola Dominical. 9ª ed. São Paulo: Hagnos,
2002.

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