Atividade 01 de Língua Portuguesa

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Atividade 01 de Língua Portuguesa – 3.

º Bimestre
Professor: Paulo
Aluno: Turmas: 2.ª Séries A e B

Atenção! Essa atividade deverá ser executada individualmente!


Leia e responda:
Segr
edos

Casimiro de abreu

Eu tenho uns amores - quem é que os não tinha Então nesse instante nas águas do rio
Nos tempos antigos? - Amar não faz mal; Passava uma barca, e o bom remador
As almas que sentem paixão como a minha Cantava na flauta: - "Nas noites d'estio
Que digam, que falem em regra geral. O céu tem estrelas, o mar tem amor!" -
- A flor dos meus sonhos é moça e bonita - E a voz maviosa do bom gondoleiro
Qual flor entreaberta do dia ao raiar, Repete cantando: - "viver é amar!" -
Mas onde ela mora, que casa ela habita, Se os peitos respondem à voz do barqueiro...
Não quero, não posso, não devo contar! Não quero, não posso, não devo contar!

............................................................................. Trememos de medo... a boca emudece


Mas sentem-se os pulos do meu coração!
Oh! ontem no baile com ela valsando Seu seio nevado de amor se intumesce...
Senti as delícias dos anjos do céu! E os lábios se tocam no ardor da paixão!
Na dança ligeira qual silfo voando - Depois... mas já vejo que vós, meus senhores,
Caiu-lhe do rosto seu cândido véu! Com fina malícia quereis me enganar.
- Que noite e que baile ! - Seu hálito virgem Aqui faço ponto; - segredos de amores
Queimava-me as faces no louco valsar, Não quero, não posso, não devo contar!
As falas sentidas que os olhos falavam
Não posso, não quero, não devo contar! Rio – 1857

Depois indolente firmou-se em meu braço, Silfo: gênio do ar, na mitologia céltica.
Fugimos das salas, do mundo talvez! Cândido: imaculado,
Inda era mais bela rendida ao cansaço puro
Morrendo de amores em tal languidez! Indolente: preguiçosa.
- Que noite e que festa! e que lânguido rosto Lânguido: abatido,
Banhado ao reflexo do branco luar! sensual
A neve do colo e as ondas dos seios Colo: parte do corpo
.......................................................................... formada pelo pescoço
e pelos ombros.
Maviosa: suave,
harmoniosa
Intumesce: incha,
torna-se túmido.

- Agora eu vos juro... Palavra! - não minto


Ouvi-a formosa também suspirar;
Os doces suspiros que os ecos ouviram
Não quero, não posso, não devo contar!

1.O escritor José de Alencar, em sua obra Senhora, também descreve um


baile em que se dança a valsa. Afirma o escritor:

“Há uma delícia, uma voluptuosidade pura e inocente nesta embriaguez da velocidade. Aos volteios rápidos, a mulher sente
nascer-lhe as asas e pensa que voa; rompe-se o casulo da seda, esfralda-se a borboleta.”
a) Destaque do poema de Casimiro de Abreu um trecho que confirma a sensação de vôo provocada pela
valsa, nos dizeres de Alencar.

b) Na 3ª estrofe, a virgem deixa cair o véu de seu rosto durante a dança. Interprete esse fato,
considerando os diversos significados culturais relacionados ao véu.

c) Que imagem do texto de Alencar confirma a resposta dada à pergunta do item anterior?

2. Isolados os enamorados, a sensualidade entre eles aumenta gradativamente. Na 10ª estrofe, o erotismo
chega ao seu limite, uma vez que é revelado o desejo da virgem. Destaque dessa estrofe a imagem que
traduz esse desejo.

3. Segundo o escritor e linguista Roland Barthes, o erotismo é mais intenso não quando é direto e explícito,
mas quando nasce do jogo de ocultar e desvendar. Esse procedimento pode ser constatado no poema em
estudo. Identifique-o e explique de que modo o poeta constrói esse jogo. Justifique sua respota com
palavras ou expressões do texto.
4. De acordo com a concepção amorosa dos poetas da segunda geração romântica, explique a afirmação do eu
lírico na 10ª estrofe: “Tremendo de medo”.

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