Constelação Familiar de Bert Hellinger Bonecos e Ancoras

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Constelação Familiar de Bert Hellinger:

como funciona o atendimento individual


com figuras e âncoras
10 DE JANEIRO DE 2017IPÊ ROXO - INSTITUTO DE CONSTELAÇÃO FAMILIAR 4 COMENTÁRIOS

A possibilidade de trabalhar a constelação familiar


individualmente, através de âncoras e figuras é mais uma forma de
aplicação do trabalho desenvolvido por Bert Hellinger.
     A Constelação Familiar e Sistêmica tem se provado uma postura de trabalho
terapêutico capaz de trazer grandes movimentos de transformação para todos que a
procuram. O trabalho de Bert Hellinger tem sido estudado em todo o mundo e cada vez
mais seus benefícios são comprovados por milhares de pessoas que já utilizaram as
constelações familiares e organizacionais para alcançar uma vida com mais significado,
equilíbrio e êxito.

Para começar, quem é Bert Hellinger?


Bert Hellinger, nascido em 1925, estudou Filosofia, Teologia e Pedagogia. Ele trabalhou 16
anos como membro de uma ordem de missionários católicos com os Zulus na África.
Depois ele se tornou psicanalista e desenvolveu a sua própria abordagem de Constelação
Familiar à partir das experiências com dinâmica de grupos, terapia primal, análise
transacional e vários processos de hipnose terapêutica.

Hoje em dia seu trabalho é reconhecido no mundo inteiro em vários setores, na psicoterapia,
no trabalho de consultoria de organizações e empresas, na educação e na orientação de vida,
da alma e no sentido da vida. Ele desenvolveu um trabalho baseado na existência de 3 Leis
naturais que regem a vida humana ao qual ele chamou de Constelação Familiar.

Uma das consteladoras do Instituto Ipê Roxo escreveu  um artigo sobre o legado de Bert.
Ela o descreveu assim:

“Psicoterapeuta. Psicanalista. Filósofo. Teólogo. Pedagogo. Missionário. Educador.


Visionário. Corajoso. Afinal, quem é Bert Hellinger? Difícil encontrar uma palavra que
defina este homem e sua contribuição para o mundo: toda palavra que se escolhe parece
reduzi-lo. A sensação que ele causa em quem o conhece, estuda ou vivencia seus
seminários, é sempre de algo que leva para “o mais”, que conduz “para um pouco mais
além”.
Trecho do artigo escrito para a Revista Psicologia, intitulado “O Legado de Bert Hellinger
para o mundo”, escrito por Ana Garlet, da equipe do Ipê Roxo para a Editora Mythos.

Qual é a teoria básica da Constelação Familiar?


Bert Hellinger nos fala que há, além do inconsciente individual e do inconsciente coletivo,
um “inconsciente familar” que atua em cada membro da família. Para ele, existes 3 leis
básicas que atuam ao mesmo tempo: O PERTENCIMENTO, A ORDEM E O
EQUILÍBRIO.

O resultado da observação e dos experimentos com estas leis,  se transformou em um


trabalho simples, direto e profundo que o próprio Bert gosta de chamar de “Ordens do
Amor”. Segundo ele, onde houverem pessoas convivendo, estas 3 leis estarão atuando.

Hellinger reside na Alemanha, já completou 90 anos e continua seu trabalho com as


Constelações Familiares, viajando por todos os continentes do mundo. Suas obras já foram
trazidas para mais de 20 idiomas.

E o porque as Leis da Constelação Familiar de Hellinger


interferem na nossa vida?
Segundo ele,

quando se age de acordo com as leis, a vida flui e nossos objetivos se desenvolvem.
Quando as transgredimos, a consequência é perda da saúde, da vitalidade, da realização e
dos bons relacionamentos, assim como o fracasso nos objetivos de vida, mesmo que não
tenhamos consciência de que elas estão atuando, elas existem para além de nossa vontade
ou escolha.
Durante uma constelação, o objetivo é identificar quais leis podemos inconscientemente
estar transgredindo e nos recolocar na vida de uma forma que possamos respeitá-las.

A Constelação Familiar resolve tudo então?


Este trabalho impressiona por sua ação no nível anímico, isto é, na cura da alma, e por sua
dinâmica extraordinária, em que agentes “representam” personagens familiares,
“representam” profissões, “representam” empresas, “representam” imóveis, “representam”
sintomas e doenças, e assim por diante.
Porém, UM ALERTA! Para quem pensa ou espera que ela irá resolver tudo de forma
mágica ou sem esforço, indicamos que não faça uma constelação, pois isso não irá
acontecer! Isso mesmo, a constelação não é mágica e não resolve nossas dores de uma hora
para a outra: ela nos mostra o que atua, ela muitas vezes mostra onde nosso coração ficou
emaranhado, onde nosso amor nos prendeu e, em muitos casos, ela também mostra a
direção, o caminho para sairmos da dor e irmos para a solução, porém, este é um trabalho
que exige muito de nós, que exige uma mudança de postura e um crescimento pessoal e
emocional.

Ou seja,

a constelação mostra o caminho, mas ela não dá os passos por nós, o


caminho sempre caberá ao cliente trilhar, por mais difícil e doloroso que
possa ser.

Como acontece uma Constelação na prática?     


Uma Constelação funciona com o cliente trazendo uma questão que o aflige (e o cliente
pode ser uma pessoa ou uma empresa, escola, empresa ou organização), que causa algum
tipo de dor emocional, alguma dificuldade ou prejuízo bem concreto. Normalmente, este
atendimento é feito num grupo de pessoas que se reúnem para “constelar” seus temas ou
para participar e vivenciar a experiência da constelação.

A partir daí, junto com os participantes do grupo, que servirão como representantes, a
questões são colocadas no campo em busca da observação dos emaranhados que atuam na
questão trazida. Escrevemos um artigo sobre a constelação em grupo, que você pode ler
aqui.
Mas às vezes, o cliente se encontra impossibilitado de participar de um grupo ou não se
sente a vontade para expor a sua questão. Em outros casos, o atendimento acontece no
consultório do psicólogo, do médico, terapeuta, onde não há outras pessoas para participar
da constelação e, neste momento, o trabalho com as figuras ou âncoras é fundamental para
levar o cliente a encontrar a solução, mesmo no atendimento individual: são estes os casos
mais beneficiados pelo trabalho com a Constelação com figuras.
 O que é a constelação com figuras?
A Constelação com figuras tem grande validade quando se faz uma constelação individual.
Às vezes pela sensibilidade da questão ou pela falta de representantes para a formação de
um grupo, é uma boa forma de atender o cliente que no momento não pode ou não está
preparado para o atendimento em grupo.

Também tem sido de grande utilidade para terapeutas e psicólogos que buscam integrar o
conhecimento de Bert Hellinger em seus atendimentos individuais ou de pequenos grupos.

     Nessa modalidade, as figuras são utilizadas como representantes. Podem ser usados
bonecos, desenhos e objetos que marquem a posição dentro do campo sistêmico.

     É interessante que as figuras tenham o mínimo de “personalidade própria”. É


importante que a composição das peças permita algumas diferenciações básicas, como se
representam um homem ou mulher, que seja possível perceber a direção do “olhar” da
figura, distinções uma da outra (através de cores) e tamanhos diferenciados para guiar a
percepção temporal (pais e filhos, por exemplo), mas que não sejam muito específicas em
sua representação. Esse espaço subjetivo é interessante para que peça ofereça a
possibilidade de aceitar as projeções do cliente.

Como é o andamento de um atendimento com figuras?


     Assim como numa constelação em grupo, é essencial em uma sessão individual que a
constelação seja realizada com uma questão concreta. O facilitador pergunta algumas
questões sobre o que o cliente traz para a consulta, no intuito de entrar no campo  familiar.
Essa força é essencial para o bom andamento da constelação individual.

Jakob Schneider escreveu sobre isso:


     O terapeuta é dependente desta energia que leva em direção à solução e o “peso da
alma” da questão do cliente. Como ponto inicial, perguntas sobre a natureza da questão
em tela e então sobre qual seria uma boa resolução trazem clareza e força que são críticas
ao sucesso de uma constelação familiar. O terapeuta e o cliente precisam saber desde o
início para onde devem dirigir sua energia. Ambos precisam ter algum sentido da “alma
grupal” que conduz seus esforços na busca de uma boa solução. 
     Após estabelecido este contato, a constelação com figuras segue similarmente a uma
constelação familiar em grupo. Pede-se ao cliente que posicione as figuras essenciais
relacionadas a questão trazida, segundo uma imagem interna. Não é necessário que o cliente
justifique as escolhas das posições das figuras, somente posicionar as peças conforme ele
sinta que é apropriado.

 O papel do facilitador no processo da constelação individual é muito importante, uma vez


que as figuras utilizadas para representar não podem falar ou mover-se por conta própria. E
também o cliente nem sempre está preparado para separar suas próprias percepções dos
movimentos que surgem na constelação. Dessa forma, se necessário, pode caber ao
facilitador a movimentação das peças, a sugestão de frases e o caminho para uma solução
final, onde cada integrante daquela alma familiar encontre seu lugar correto.

Esse caminho pode ser feito com o constelador sentindo os movimentos necessários
(quando bem conectado ao cliente) ou fazendo questionamentos com o paciente e
percebendo suas reações no sentido de validar as suas observações.

O mais importante, assim como numa constelação em grupo, é o cliente ser tocado pelas
frases e movimentos que revelam vínculos profundos, o alívio e liberação de energias
represadas em movimentos interrompidos ou dos integrantes fora de seu lugar.
O objetivo também é o mesmo: permitir ao cliente perceber as dinâmicas que atuam,
liberando-se das amarras inconscientes e tomando o seu lugar e a força de seu campo
familiar para seguir com sua própria vida.

A postura do constelador durante a constelação


Hellinger nos fala da necessidade do não-julgamento e de sermos capazes de nos afastarmos
das opiniões e mesmo dos nossos valores pessoas para sermos capazes de realizar este
trabalho.

Para ele, só desta forma poderemos conduzir o cliente a ver o que precisa ser visto. Ele fala
aos terapeutas, desta forma:

“O ouvido escuta os sons exteriores. A alma escuta o que vem de dentro. Mais
precisamente, ela escuta em sintonia com algo maior. Ela percebe quem ouve, quem fala e
o que se diz, como conectados e unidos em algo comum. Isso significa ouvir a partir do
centro – tanto do próprio centro, quanto do centro do interlocutor e também do centro do
ser.
Essa escuta não tem opinião, pois a opinião se localiza fora do centro, na superfície mais
exterior, no ponto mais afastado do centro. Por isso, ela não tem consistência. É apenas
pensada e buscada, não é sentida em profundidade. A opinião separa, em lugar de unir.
Por esta razão, quem ouve a partir do centro permanece sem opinião. Quando o
interlocutor lhe comunica a sua, ele ouve algo diferente por trás e para além do que foi
dito. Por esta razão, ao dizer algo depois dessa escuta, ele pode deixar que a opinião do
outro fique onde está. Essa maneira de escutar lhe permite voltar ao centro, levando
também, talvez, a outra pessoa a esse centro, que finalmente os une.”

Bert Hellinger na obra Pensamentos a Caminh

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