A Lógica No Cotidiano
A Lógica No Cotidiano
A Lógica No Cotidiano
Flávia Soares1
PUC – Rio
[email protected]
Introdução
Em Matemática estamos sempre tentando descobrir coisas novas e querendo
saber se uma afirmação é verdadeira ou falsa. Em muitos casos, a intuição nos mostra a
verdade, mas em outros ela pode nos pregar um peça. Nesses momentos, somos levados
a buscar um recurso mais eficiente que nos permita afirmar com certeza o que
queremos.
A lógica formal surge com Aristóteles. Como indica o termo grego Órganon,
nome dado ao conjunto dos escritos lógicos de Aristóteles, a lógica é um instrumento do
pensamento para pensarmos corretamente. A Lógica não se refere a nenhum ser, a
nenhuma coisa, ou a algum objeto em particular, nem a nenhum conteúdo, mas à forma
do pensamento.
Ainda segundo Aristóteles a Lógica é o que devemos estudar e aprender antes de
iniciar uma investigação filosófica ou científica, pois somente ela pode indicar qual o
tipo de proposição, de raciocínio, de demonstração, de prova, e de definição que uma
determinada ciência deve usar (Chauí, 1994). A Lógica é uma disciplina que fornece as
leis ou as regras ou normas ideais de pensamento e o modo de aplicá-las para
demonstrar a verdade.
A Lógica também estabelece os fundamentos necessários para as demonstrações
pois dada uma certa hipótese, a lógica permite verificar quais são as suas conseqüências;
dada uma certa conclusão, a lógica permite verificar se é verdadeira ou falsa (Chauí,
1994).
1
Mestre em Matemática e doutoranda do Departamento de Educação da PUC – RIO.
Anais do VIII ENEM - Minicurso 2
GT 5 – História da Matemática e Cultura
BIBLIOGRAFIA
BARROS, Dimas Monteiro de. Raciocínio lógico, matemático e quantitativo. São
Paulo: Novas Conquistas São Paulo, 2001. (Série Concursos Públicos).
BARROS, Dimas Monteiro de. Enigmas, Desafios, Paradoxos e outros divertimentos
matemáticos. Araçatuba: Novas Conquistas São Paulo, 2003.
CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a
Aristóteles, volume I. São Paulo: Brasiliense, 1994.
DRUK, Iole de Freitas. A linguagem Lógica. Revista do Professor de Matemática, 17,
p. 10 – 18, 1998.
MACHADO, Nílson José. Lógica? É Lógico! São Paulo: Scipione, 2000. (Coleção
Vivendo a Matemática)
MACHADO, Nílson José. Matemática e Língua Materna. 5.ed. São Paulo, Cortez,
2001.
MALTA, Iaci; PESCO, Sinésio; LOPES, Hélio. Cálculo a uma Variável – volume 1 –
Uma Introdução ao Cálculo. Rio de Janeiro: Ed. PUC – Rio; São Paulo: Loyola,
2002.
SILVA, Josimar José da; LOPES, Luís. É divertido resolver problemas. Rio de
Janeiro: J. Silva, 2000.
Anais do VIII ENEM - Minicurso 6
GT 5 – História da Matemática e Cultura
Anais do VIII ENEM - Minicurso 7
GT 5 – História da Matemática e Cultura
ATIVIDADES
BLOCO I
1. Um vaso antigo e valioso foi roubado de um museu. O ladrão (ou os ladrões) fugiu de
carro. Três famosos delinqüentes, A, B e C, foram presos e interrogados. Os seguintes
fatos ficaram estabelecidos:
• Nenhuma outra pessoa, salvo A, B e C, estava implicado no roubo;
• C nunca pratica nenhum roubo sem usar A (e talvez outros) como cúmplice;
• B não sabe dirigir.
Pergunta-se, A é inocente ou culpado ?
4. A Sra. Macedo tem três afilhadas_ Ana, Maria e Clara_ cujos esportes favoritos são a
natação, o tênis e o golfe. Uma das moças pratica natação em Santos, a outra está em
Campinas e a última em Curitiba. Ana não se encontra em Santos; Clara não está em
Campinas e a que joga golfe não está em Curitiba. Se clara se dedica ao tênis, e não à
natação, onde estão cada uma das três afilhadas da Sra. Macedo e que esporte praticam?
Justifique a sua resposta.
BLOCO II
1. Cláudio está perdido dentro de uma assustadora caverna. Consultando um mapa, ele
encontra exatamente três passagens (I,II e III), como ilustra a figura abaixo:
I. A saída está aqui. II. A saída não está aqui. III. A saída não está na
passagem I.
Para desespero de Cláudio, o mapa diz que quem entrar numa passagem onde não esteja
a saída não conseguirá voltar, e que cada uma das três passagens possui, além da
Anais do VIII ENEM - Minicurso 8
GT 5 – História da Matemática e Cultura
A B 2 3
Alguém afirmou que “Todos os cartões que têm uma vogal numa face têm um número
par na outra”. Para verificar se tal afirmação é verdadeira:
a) é suficiente virar o primeiro e o último cartão.
b) é suficiente virar os dois últimos cartões.
c) é necessário virar todos os cartões.
d) é suficiente virar os dois primeiros cartões.
e) é suficiente virar os dois cartões do meio.
3. Três irmãos, João, Eduardo e Ricardo, jogavam futebol quando, em dado momento,
quebraram a vidraça da sala de sua mãe.
– Foi Ricardo, disse João.
– Fui eu, disse Eduardo.
– Foi Eduardo, disse Ricardo.
Somente um dos três garotos dizia a verdade, e a mãe sabia que Eduardo estava
mentindo.
Então:
a) Ricardo, além de mentir, quebrou a vidraça.
b) João mentiu, mas não quebrou a vidraça.
c) Ricardo disse a verdade.
d) Não foi Ricardo que quebrou a vidraça.
e) Quem quebrou a vidraça foi Eduardo ou João.
BLOCO III
1. (AFC/ 96) Se Beto briga com Glória, então Glória vai ao cinema. Se Glória vai ao
cinema, então Carla fica em casa. Se Carla fica em casa, então Raul briga com Carla.
Ora, Raul não briga com Carla. Logo:
a) Carla não fica em casa e Beto não briga com Glória.
b) Carla fica em casa e Glória vai ao cinema.
c) Carla não fica em casa e Glória vai ao cinema.
d) Glória vai ao cinema e Beto briga com Glória.
e) Glória não vai ao cinema e Beto briga com Glória.
4. (AFC/ 96) Se Carlos é mais velho do que Pedro, então Maria e Júlia têm a mesma
idade. Se Maria e Júlia têm a mesma idade, então João é mais moço que Pedro. Se João
é mais moço que Pedro, então Carlos é mais velho que Maria. Ora, Carlos não é mais
velho que Maria. Então:
a) Carlos não é mais velho que Júlia e João é mais moço que Pedro.
b) Carlos é mais velho do que Pedro, e Maria e Júlia têm a mesma idade.
c) Carlos e João são mais moços do que Pedro.
d) Carlos é mais velho do que Pedro, e João é mais moço do que Pedro.
e) Carlos não é mais velho do que Pedro, e Maria e Júlia não têm a mesma idade.
BLOCO IV
hipotenusa.”
a) Escreva a proposição acima na forma “ Se ... então...”
b) Escreva a recíproca do item (a)
c) Escreva a contra positiva do item (a)
BLOCO V
5. Todos os primogênitos da família Almeida Braga têm olhos azuis. Emiliano tem
olhos castanhos. Então, NÃO se pode afirmar que:
a) se Emiliano é primogênito, então certamente não pertence à família Almeida Braga.
b) se Emiliano pertence à família Almeida Braga, então certamente não é primogênito.
c) é possível que Emiliano pertença à família Almeida Braga e seja primogênito.
d) é possível que Emiliano não pertença à família Almeida Braga nem seja
primogênito.
e) Emiliano pertence à família Almeida Braga se e somente se não for primogênito.
6. Sabe-se que:
I- Quando Ricardo fica gripado, ele falta ao trabalho.
II- Emília só falta ao trabalho quando está gripada.
III- Ivete jamais falta ao trabalho quando está gripada.
10. (UERJ-2002) Rafael comprou quatro passagens aéreas para dar uma de presente
para cada um de seus quatro netos. Para definir a época em que irão viajar, Rafael pediu
para cada um dizer uma frase. Se a frase fosse verdadeira, o neto viajaria
imediatamente; se fosse falsa, o neto só viajaria no final do ano. O quadro abaixo
apresenta as frases que cada neto falou:
NETO FRASE
I Viajarei para a Europa
II Meu vôo será noturno
III Viajarei no final do ano
IV O Flamengo é o melhor time do
Brasil
A partir das frases ditas, Rafael não pôde definir a época da viagem do neto
representado pelo seguinte número:
(A) I
(B) II
(C) III
(D) IV
BLOCO VI
2. Num conjunto de 30 pessoas, 5 são altas e gordas, 11 são baixas e 13 são gordas.
Quantas são altas e magras? Quantas são baixas e magras?