Lean Inception
Lean Inception
Lean Inception
Paulo Caroli
Esse livro está à venda em http://leanpub.com/leaninception
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii
Contexto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Apresentando o livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Colaboração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Colocação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
A sala de guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Post-its coloridos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Estacionamento de ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
A Agenda Burn-up . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Agenda da Semana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Descreva as Personas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Quadrantes para identificar tipos de personas . . . . . . 74
Criando Mapas de Empatia . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Atualize o entendimento sobre as personas . . . . . . . . 79
Brainstorming de Funcionalidades . . . . . . . . . . . . . . 81
Mostre-me o dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Funcionalidades, Objetivos e Personas . . . . . . . . . . . 87
Apêndices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Personas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Funcionalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Jornada do Usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
MVP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
Contexto
O contexto é formado pelos capítulos: Prefácio (do Martin Fowler),
Como ler (uma explicação sobre a estrutura do livro), Apresentação
(uma breve explicação minha sobre as influências e um histórico
da evolução deste conteúdo livro) e Elogios ao livro (pedi a alguns
amigos adeptos a Lean inception para escreverem um parágrafo
sobre o livro e o assunto nele abordado).
Apêndices
Apêndice A te traz um exemplo real do entendimento e planeja-
mento de um produto enxuto a partir do resultado de um workshop
Lean Inception realizado em um treinamento de oito horas. Alguns
leitores me relataram que primeiro leram este apêndice e depois
leram o livro a partir do início.
Os apêndices B e C te fornecem, respectivamente, o glossário dos
termos do livro e algumas atividades quebra-gelo.
Boa leitura e seja bem-vindo ao grupo dos facilitadores de Lean
inception.
Como ler este livro 6
nos ajudem a validaro que é valioso para nossos usuários. Para isso,
precisamos entender quem são nossos usuários, qual atividade eles
fazem que o produto suporta e como medir se eles acham o produto
útil.
Origem
A ideia de MVP está originalmente vinculada às ideias populariza-
das pelo estilo Toyota de manufatura enxuta ¹⁵ ¹⁶ ¹⁷. Steve Blank, um
empreendedor do Vale do Silício, criou uma metodologia ¹⁸ baseada
no desenvolvimento do cliente. Este foi o início do movimento Lean
Startup, o qual teve seu ápice com Eric Ries e o lançamento do seu
livro ¹⁹, com o mesmo nome do movimento.
Enquanto Eric Ries popularizou o MVP desde a publicação do seu
livro “Lean StartUp”, o termo estava em uso vários anos antes do
surgimento do movimento Lean Startup, especialmente entre as
startups, com seus empreendedores e investidores do Vale do Silício.
A expressão minimum viable product apareceu pela primeira vez
em 2000 em um artigo de Willian Junk ²⁰, de título “O equilíbrio
dinâmico entre Custo, Cronograma, Recursos e Qualidade em
Projetos de Desenvolvimento de Software”, em português.
¹⁵WOMACK, James P.; JONES, Daniel T., and ROOS, Daniel. The Machine That Changed
the World: The Story of Lean Production– Toyota’s Secret Weapon in the Global Car Wars That
Is Now Revolutionizing World Ind. Free Press; Reprint, 2007.
¹⁶OHNO, Taiichi. Toyota Production System. Productivity Press, 1988.
¹⁷WOMACK, James P.; JONES, Daniel T.. Lean Thinking: Banish Waste and Create Wealth
in Your Corporation, Revised and Updated. Free Press; 2nd edition, 2003.
¹⁸BLANK, Steve G. The four steps to the epiphany: successful strategies for products that
win. K & S Ranch; 5th edition, 2013.
¹⁹RIES, Eric. The Lean Startup: How Today’s Entrepreneurs Use Continuous Innovation to
Create Radically Successful Businesses. Crown Publishing, 2011.
²⁰WILLIAN, S. Junk. The Dynamic Balance Between Cost, Schedule, Features, and Quality
in Software Development Projects, Computer Science Dept., University of Idaho, SEPM-001,
2000.
Produto Mínimo Viável 18
Incrementos validados
MVP não significa que o produto não vá evoluir e incrementar suas
funcionalidades. Muito pelo contrário, a ideia por trás de MVP é o
incremento validado e guiado pelos resultados iniciais.
A correção ou a confirmação do curso é que vai guiar os incre-
mentos a seguir. Incrementos estes que são MVP: novos produtos
mínimos adicionados aos produtos mínimos já validados.
Mais uma vez, produtos mínimos, entretanto viáveis para fazer
novas verificações sobre o direcionamento. O produto, agora, é
mais elaborado, talvez com uma base maior de usuários, permitindo
validar novas hipóteses, ainda mais elaboradas.
É muito importante compreender que o MVP promove uma criação
evolutiva. Logo, a arquitetura, bem como o ferramental de cons-
trução do produto, deve permitir esta característica de evolução
gradual e contínua.
Jez Humble e David Farley, em 2010, publicaram o livro Continuous
Delivery ²¹. Neste livro, os autores elaboram sobre um processo de
entrega rápido e de baixo custo, permitindo a criação incremental
de produtos de software. Eles definem Continuous Delivery (em
português, Entrega Contínua) como uma disciplina de desenvolvi-
mento de software que promove entregas mais rápidas e com maior
frequência.
Apesar do livro Continuous Delivery entrar em detalhes sobre
produtos de software e o fluxo de trabalho para sua criação, a
essência da ideia de Entrega Contínua é a mesma que Eric Ries
recomenda no livro Lean StartUp: ciclos rápidos para validação das
hipóteses.
Ciclos rápidos e frequentes, permitindo tempos de liberação muito
curtos e com baixos custos de experimentação. Mas não é fácil
²¹HUMBLE, Jez and FARLEY, David. Continuous Delivery: Reliable Software Releases
through Build, Test, and Deployment Automation, Addison-Wesley, 2010.
Produto Mínimo Viável 19
O fator UAU
O fator UAU é aquilo que diferencia o seu produto no mercado,
aquilo que conquista seus usuários e os transforma em ávidos
promotores do seu produto. Aquilo que literalmente faz as pessoas
dizerem “UAU!”
Pense no iPhone quando foi lançado. Ele tinha o fator UAU. Seus
usuários falaram: “UAU! Tela cheia, touch… olha que legal!”.
app nem estava pronta). O iPhone 1 não tinha integração com GPS
e as ligações eram piores que nos aparelhos concorrentes.
Mas o iPhone 1 tinha o fator UAU. As pessoas usavam e davam
feedback. Seus usuários – os early adopters – eram os principais
promotores do produto.
As pessoas fizeram fila para o lançamento do iPhone 2, do iPhone 3,
e assim por diante ²³. Isso por causa do fator UAU, que transforma
usuários em promotores, ampliando expectativa e desejo para o
próximo incremento.
Assim deve ser com os MVPs. Cada MVP deve ter os fatores:
factível, valioso, usável e UAU.
depois elaborar outro fator, depois outro e, por fim, buscar o fator
UAU.
Construa o MVP conforme demonstrado no lado direito da imagem,
uma fatia pequena da visão do todo, que contempla os quatro
fatores: factível, valioso, usável e UAU.
no DevilsWorkshop.org em 2013²⁴.
O início do Facebook ilustra a ideia de uma fatia fina, de MVP. Veja
como era simples, inacabado, incompleto. Entretanto, era factível,
usável, tinha valor e era incrível. UAU, os usuários queriam mais!
a ponte caiu
viável, e seus usuários não deveriam ter sido expostos a isso. Você
precisa validar o seu MVP, sem deixar a ponte cair!
importantes.
Segue abaixo um exemplo de quebra-gelo bom para compartilhar
nomes. O Apêndice Quebra-gelos tem mais atividades de quebra-
gelo para você usar na sua Lean Inception.
Parking Lot
Parque em Lote
O produto é…
O produto não é…
O produto faz…
O produto não faz…
um exemplo de resultado
O Produto É - Não é - Faz - Não faz 68
Esclarecendo o Objetivo
Cada membro da equipe deve compartilhar o que entende como
objetivo para quem usa o produto, e os vários pontos de vista devem
ser discutidos para que se chegue a um consenso sobre o que é
realmente importante. Esta atividade auxilia no levantamento e
esclarecimento desses objetivos.
Passo a passo da atividade:
Entendendo os trade-offs
Trade-off é uma troca em que você desprioriza algo para conseguir
outro que deseja ainda mais. Um produto enxuto reflete decisões
da equipe em relação a trade-offs.
A atividade Entendendo os trade offs ajuda na construção e docu-
mentação de um entendimento comum sobre os trade-offs do pro-
duto enxuto. Muitas decisões e conversas são baseadas em visões
individuais e premissas entre escolhas. Alguns exemplos: o que tem
um valor maior: a segurança ou a facilidade de usar? E quanto a
O Produto É - Não é - Faz - Não faz 71
apenas uma das categorias vai ser marcada como mais im-
portante).
5. Equalize os trade-offs. Com um post-it de cor diferente (uma
tira de post-it de outra cor na foto ilustrativa), faça a marcação
devida para cada categoria, de mais a menos importante. Esta
marcação será relativamente fácil, já que considera os post-its
com os votos de todos.
³⁶COOPER, A., REIMANN, R., CRONIN, D., NOESSEL, C. About Face: The Essentials of
Interaction Design, Wiley (4th edition), 2014.
Brainstorming de
Funcionalidades
Funcionalidade é a descrição de uma ação ou interação de um
usuário com o produto. Por exemplo: imprimir nota fiscal, consultar
extrato detalhado, e convidar amigos do facebook.
A descrição de uma funcionalidade deve ser o mais simples possível.
O usuário está tentando fazer uma coisa. O produto dever ter uma
funcionalidade para isso. Que funcionalidade é essa?
Dado que já temos as personas e os principais objetivos do produto.
As seguintes perguntas ajudam com a descoberta de funcionalida-
des:
Mostre-me o dinheiro
O controle de tempo é essencial para todas as atividades, mas o
braintorming de funcionalidades requer atenção especial. No caso
de muitos objetivos e personas serem selecionados (nos passos 1
e 2 da atividade de brainstorming de funcionalidades), inúmeras
funcionalidades poderão serem levantadas pela equipe. E isso será
contraprodutivo e pode levar a equipe a gastar muito tempo falando
sobre funcionalidades que não farão parte dos primeiros MVPs.
Para evitar tal cenário, é altamente recomendável que o número
de objetivos e personas seja limitado para poucos (como os três ou
quatro principais objetivos e personas).
Brainstorming de Funcionalidades 84
Funcionalidades, Objetivos e
Personas
Embora o canvas seja semelhante a uma matriz, não necessa-
riamente haverá uma funcionalidade para cada interseção. Pode
haver múltiplas funcionalidades para uma persona alcançar um
objetivo específico, assim como é possível haver personas que não
necessitem de uma funcionalidade para determinado objetivo.
Gráfico do Semáforo
exemplo de funcionalidade
Funcionalidades no Gráfico do
Semáforo
Esta atividade tem o objetivo de discutir como a equipe se sente
em relação ao entendimento técnico, o entendimento de negócio
e o entendimento de UX para cada funcionalidade. A partir desta
atividade, novas notas são capturadas e discordâncias e dúvidas
ficam mais aparentes.
Passo a passo da atividade:
Revisão Técnica, de Negócio e de UX 99
exemplo
sample journey
another example
O Sequenciador de funcionalidades
O objetivo de um Produto Mínimo Viável é criar algo que você
possa usar para validar um pequeno conjunto de suposições sobre
um produto e sua função em um negócio. Agora que você tem
um mapeamento entre jornadas do usuário e possíveis funciona-
lidades do produto, você está em condições de elaborar o MVP e
suas iterações a seguir. Você faz isso através do Sequenciador de
Funcionalidades.
Passo a passo da atividade:
um exemplo de resultado
O Template do Sequenciador
Imagine uma sequência de ondas, uma onda depois de outra, e
as ondas são, aproximadamente, do mesmo tamanho. Essas ondas
estão numeradas: 1, 2, 3 e assim por diante. Esse é o template do
sequenciador.
As regras do Sequenciador
Essas são as seis regras para adicionar cartões às ondas. Tais regras
foram definidas depois de aplicar esta forma de organização e
priorização de funcionalidades inúmeras vezes.
buscando funcionalidades
Construa o Sequenciador 120
Detalhando a amostra de
funcionalidades em tarefas
O tamanho das ondas é parecido. Logo, escolha duas ou três ondas
e use-as para gerar informação detalhada de esforço, tempo e custo.
Calculando esforço, tempo e custo 126
Duas ou três ondas são suficientes para te dar uma boa noção de
tais parâmetros e gerar uma média efetiva.
Passo a passo da Atividade:
tões), bem como uma boa variação na soma dos níveis de esforço
(marcados com Es nas funcionalidades).
O pedaço menor (passo 3) deve ser algo que faz sentido para o time.
Times de desenvolvimento de software que seguem a metodologia
Scrum ³⁷ ³⁸ costumam usar histórias do usuário ³⁹ ⁴⁰ como tais
pedaços menores. Outros times preferem chamar os pedaços meno-
res de tarefas e descrevê-las sem um formato predefinido. O mais
importante é que o time esteja confortável com o detalhamento
desses pedaços menores e, logo, consiga estimar seu tamanho e
esforço.
Segue o exemplo de uma Lean Inception, de uma funcionalidade
detalhada em tarefas. No primeiro
Dimensionamento de tarefas
Essa atividade é muito simples, mas essencial para entender o
esforço relativo das tarefas.
Passo a passo da atividade:
Calculando esforço, tempo e custo 129
Nele, as tarefas (em cartões de índice brancas) são colocadas sob sua
respectiva funcionalidade de amostra, e próximo a tarefas de tama-
nhos similares (post-it com as marcas S, M e L, respectivamente
para Pequeno, Médio e Grande).
resultado da amostra
exemplo de resultado
Tirando a média
A partir do entendimento de esforço da atividade anterior, soma-
mos o tempo estimado para cada tarefa de cada funcionalidade, e
com isso somamos a duração prevista por funcionalidades de cada
onda escolhida do sequenciador. Dessa forma, chegamos a uma
Calculando esforço, tempo e custo 134
média de esforço para cada onda, definido por pessoa e por unidade
de tempo.
As duas fotos a seguir demonstram como o cálculo foi realizado
para um time. As fotos mostram respectivamente as ondas escolhi-
das para amostragem e o cálculo realizado para obter a média do
tempo estimado por onda.
tirando a média
exemplo de resultado
o canvas MVP
O Sequenciador de Funcionalidades
e o Canvas MVP
O sequenciador de funcionalidades auxilia na organização e na
visualização das funcionalidades e da sequência de liberação de
entrega incremental do produto mínimo e viável, o MVP. O sequen-
ciador organiza e planeja entregas do produto, deixando claro as
funcionalidades do MVP e os incrementos subsequentes.
Além de mostrar os cartões de funcionalidades ordenados, o se-
quenciador mostra claramente o agrupamento de funcionalidades
para cada MVP. Isso é representado por post-its colados no sequen-
ciador, delimitando o MVP1, o MVP2 e assim por diante.
Foco na proposta
Quanto mais focado um MVP, melhor. Um MVP deve validar
uma necessidade para um segmento de personas e uma hipótese
Preencha o Canvas MVP 142
Para quem é este MVP? Qual jornada será melhorada neste MVP?
Que ação será simplificada ou melhorada neste MVP? A resposta
dessas três perguntas fecha o loop usuário-jornada-ação.
Kick-Off
O dia começou com um quebra-gelo. Utilizei o quebra-gelo zip zap
zoom. Isso durou menos de dez minutos, e foi bastante útil para
compartilhar os nomes, e começar o dia com bastante energia e
dando boas risadas.
Em seguida fiz uma breve apresentação sobre Lean Inception (a
mesma apresentação que utilizo em kick-off nas Lean Inceptiosn
em empresas). Isso ajuda para alinhar sobre o conceito de MVP e
para explicar a sequência de atividades a serem executadas.
Na sequencia, ao invés do kick off típico, geralmente realizado
por stakeholders falando sobre o produto ou ideia a ser concebida
durante a Lean Inception, o kick off do treinamento Lean Inception
teve um outro estilo. Perguntei aos participantes quem tinha ideia
de produto e queria explorá-lo durante o dia. Três ideias de produto
foram apresentadas, e em seguida todos participantes votaram em
qual ideia queriam utilizar como exemplo de produto para a Lean
Inception.
Para os peladeiros
Que tem dificuldade de encontrar partidas de futebol
O easy-bola
É um app mobile
Que facilita encontrar jogos
Diferentemente de um boca-a-boca
O nosso produto maximiza as chances do acontecimento das
peladas
O produto é…
• app
• app mobile
• multiplataforma
• facilitador para organizar peladas
• gratuito
• gratuito
O produto não é…
• site
• site
• não é chat
• messenger (chat)
O produto faz…
• organiza jogos
• define times por ordem de pedido
• organiza jogos e times
• cria times
• gerencia pagamentos
• pagamento online da pelada
• não faz jogos privados
• não organiza campeonatos
• campeonatos
Esclarecendo o Objetivo
• encontrar peladas
• divulgação
• opções de partidas
Descreva as personas
Após um bom entendimento do produto, foi a hora de mudar o foco
e buscar um bom entendimento em relação as personas, os usuários
do sistema. Para isso, utilizamos o template dos quadrantes para
identificar os tipos de personas. Com tal template, criamos apelidos
para cada tipo de persona, descrevemos seus respectivos perfis, suas
características comportamentais e suas necessidades específicas.
Mesmo com o tempo curto, todos participantes participaram de
grupos que criaram personas enquanto se divertiam com suas
descrições, apelidos e desenhos.
Abaixo uma foto de um grupo de participantes descrevendo uma
persona.
Exemplo de Lean Inception 159
Apelido
Perfil
• 28 anos
• casado
• jogador frustrado
• bancário
Exemplo de Lean Inception 160
• formado
Comportamento
• reclamão
• competitivo
• assíduo
• exigente com a quadra
• passa horas nas redes sociais
Necessidade
Brainstorming de funcionalidades
Após termos evoluído no produto, objetivos e personas, foi chegada
a hora de pensar e deixar surgir as funcionalidades (funcionalidades
previstas para o produto enxuto). Para isso utilizamos a atividade *
Brainstorming de funcionalidades*.
A foto abaixo demonstra a atividade em execução.
Exemplo de Lean Inception 161
descobrindo as funcionalidades
Cada funcionalidade passa pelo gráfico, e com isso recebe uma cor
d representado o nível de confiança. Na Tabela, a funcionalidade
recebe marcações de esforço, valor de Negócio e valor de UX. Além
dessas marcações, todas e quaisquer informações extras sobre a
funcionalidade são escritas em post-it e colocadas na parte de trás
do cartão da funcionalidade. Alguns exemplos dessas anotações
são: usar lib da google para geolocation, assumir que somente vai
Exemplo de Lean Inception 164
Funcionalidade
N. de Esforço Valor Valor
confi- UX Neg
ança
consulta média médio alto altíssimo
de
peladas
com
geoloca-
tion
consulta baixa baixo médio muito
de alto
peladas
sem geo-
location
classificaçãobaixa baixo alto alto
de
quadras
rankear alta médio médio alto
um
jogador
detalhamento baixa baixo alto muito
da alto
pelada
(local,
horário
e data)
ranking média médio médio alto
dos jo-
gadores
(visuali-
zação)
detalhes baixa baixo baixo muito
financei- alto
ros da
pelada
cadastro baixa baixo baixo alto
do pela-
deiro
Exemplo de Lean Inception 166
Funcionalidade
N. de Esforço Valor Valor
confi- UX Neg
ança
cadastro baixa baixo alto altíssimo
da
pelada
convidar média médio alto muito
amigo alto
para
pelada
filtro de- baixa médio baixa muito
talhado alto
módulo alta alto médio alto
de noti-
ficação
confirmaçãobaixa baixo médio altíssimo
de
presença
notificação baixa médio médio altíssimo
de
pelada
confir-
mada
notificação baixa médio baixa altíssimo
de
pelada
cance-
lada
cancelar baixa baixo médio altíssimo
presença
cancelar baixa médio médio altíssimo
pelada
Passo Funcionalidade
acorda atrasado para o -
trabalho
come uma barra de cereal -
no metro
chega no trabalho as -
9:30am
vai para a academia na -
hora do almoço
durante uma reunião, módulo de notificação
recebe uma notificação do
easy-bola
verifica as informações da detalhamento da pelada
pelada (local, horário e data)
verifica a classificação da classificação de quadras
quadra
confirma sua presença na confirmação de presença
pelada
Exemplo de Lean Inception 171
Passo Funcionalidade
sai da reunião para outra -
reunião
as 5:14 pm recebe a notificação de pelada
confirmação da pelada confirmada
Construa o Sequenciador
Enfim, chegamos ao momento de decidir MVPs. Este é o momento
em que toda a análise até o momento (produto, personas, funciona-
lidades e jornadas) é colocada a prova perante um canvas de regras
simples, e essenciais para organizar e visualizar as funcionalidades
e sua relação com os MVPs.
Como facilitador, descrevi as regras do sequenciador de funciona-
lidades, e deixei os participantes a vontade para organizar as fun-
cionalidades no mesmo. A foto abaixo mostra todos participantes
envolvidos buscando funcionalidades nas jornadas e colocando-as
no sequenciador.
it: MVP. Daí pedi que eles verificassem quando uma composição
de funcionalidades alcançava uma versão simples do produto que
poderia ser disponibilizada para validar uma hipótese do negócio.
Os participantes colaram o post-it ao lado direito do flipchart iden-
tificando as funcionalidades doe um MVP. Eles também colaram
outros post-its MVP 2, MVP3 e MVP4 indicando incrementos do
produto.
Segue abaixo a foto com o resultado do sequenciador de funciona-
lidades.
Proposta do MVP
Personas segmentadas
Jornadas
Funcionalidades
Resultado Esperado
Personas
Uma persona representa um usuário do produto, descrevendo não
só o seu papel, mas também suas características e necessidades
específicas. Isto cria uma representação realística de usuários, au-
xiliando o time a descrever funcionalidades do ponto de vista de
quem interagirá com o produto final.
Funcionalidade
Funcionalidade é a descrição de uma ação ou interação de um
usuário com o produto. Por exemplo: imprimir nota fiscal, consultar
extrato detalhado, e convidar amigos do facebook.
Esforço da Funcionalidade
O nível do trabalho que precisa ser feito para a Funcionalidade. O
entendimento da equipe de acordo com a dificuldade e o trabalho
que vai ser necessário para completar a Funcionalidade. Tipica-
mente representado por um, dois ou três E anotados no cartão de
índice, indicando baixo, médio ou alto.
Valor de UX da Funcionalidade
Uma medida de quanto acreditamos que os usuários vão amar
essa Funcionalidade. Tipicamente representado por um, dois ou três
corações anotados no cartão de índice, indicando baixo, médio ou
alto.
Jornada do Usuário
A jornada do usuário descreve o percurso de um usuário por uma
sequência de passos dados para alcançar um objetivo. Alguns desses
Glossário 177
MVP
O produto viável mínimo, em Inglês Minimum Viable Product
(MVP), é a versão mais simples de um produto que pode ser
disponibilizada para o negócio. O MVP determina quais são as
funcionalidades mais essenciais para que se tenha o mínimo de
produto funcional que possa agregar valor para o negócio (produto
mínimo) e que possa ser efetivamente utilizado e validado pelo
usuário final (produto viável).
Atividades Quebra-gelo
Quebra-gelo são atividades que servem para aquecer e promover a
interação do grupo. São um ótimo começo para qualquer reunião
de equipe, e muito valiosos para fases iniciais de formação de times
e Lean Inceptions. Uma atividade, chamada Paulo Pontual, já foi
demonstrada na seção Preparando-se para o workshop.
Este apêndice traz mais nove atividades, completando uma dezena
de atividades quebra-gelo para sua Lean Inception. Tais atividades
foram cedidas do site e livro Fun Retrospectives ⁴⁶.
Confira mais atividaes neste estilo em www.funretrospectives.com/category/energize
Localização geográfica
Esta atividade é ótima para quebrar o gelo e também ajuda os
membros da equipe a saberem um pouco sobre cada um.
Como funciona
Telefone visual
Telefone visual é um ótimo energizer para deixar todos engajados e
promover uma discussão sobre comunicação e suas interpretações.
Como funciona
Participants drawing
1 2 Ping 4 Pong
Formando triângulos
Esta atividade é um ótimo energizer com uma mensagem valiosa,
sendo muito útil para começar uma conversa sobre equipes auto-
organizadas.
Como funciona
Esta atividade é divida em duas partes.
Primeira parte
Atividades Quebra-gelo 183
Forming Triangles
Segunda parte
Os comandos:
Cada participante deve, na sua vez, dar um comando verbalmente,
apontando para um receptor. O comando verbal deve ser um dos
seguintes:
Desembaracem-se
Desembaracem-se é um ótimo energizer para movimentar as pes-
soas. Passa uma mensagem muito interessante sobre achar uma
solução em uma situação complicada.
Atividades Quebra-gelo 186
Como funciona
desembaracem-se
Peças Complexas
Peças Complexas é um ótimo energizer para fazer as pessoas
interagirem enquanto conversam sobre sistemas complexos e peças
interconectadas.
Atividades Quebra-gelo 187
Passo a passo
Passo a passo
Paulo Caroli
⁴⁹www.caroli.org/comunidade-lean-inception/
⁵⁰www.caroli.org/treinamento-lean-inception/