MD Edumte Ii 2012 10

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 68

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de
Ensino

LIDIANE PACAGNAM

O JOGO COMO ESTIMULAÇAO PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

MEDIANEIRA
2013
LIDIANE PACAGNAM

O JOGO COMO ESTIMULAÇAO PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Monografia apresentada como requisito parcial à


obtenção do título de Especialista na Pós
Graduação em Educação: Métodos e Técnicas
de Ensino, Modalidade de Ensino a Distância, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR – Câmpus Medianeira.

Orientador(a): Prof. Me Ricardo dos Santos.

MEDIANEIRA
2013
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de
Ensino

TERMO DE APROVAÇÃO

Titulo da Monografia

Por
Lidiane Pacagnam

Esta monografia foi apresentada às 19:00h do dia 09 de Abril de 2013 como


requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso de
Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino, Modalidade de Ensino
a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Medianeira. O
candidato foi argüido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho

______________________________________
Prof. Me. Ricardo dos Santos
UTFPR – Câmpus Medianeira
(orientador)

____________________________________
Profa. M. Sc Priscila Pigatto Gasparin
UTFPR – Câmpus Medianeira

_________________________________________
Profa. M.Sc. Neuza Idick Scherpinski
UTFPR – Câmpus Medianeira
Dedico á Deus, á minha mãe, ao meu
esposo Ueliton, ao meu filho Joao Vitor,
que me apoiaram durante a realização
dessa pesquisa.
AGRADECIMENTOS

À Deus pelo dom da vida e perseverança para vencer os obstáculos


encontrados no decorrer da nossa vida.
Á minha mãe, pelo incentivo nessa fase do curso de pós-graduação e durante
toda minha vida.
Ao meu orientador professor M.Sc Ricardo dos Santos, que me orientou, pela

sua disponibilidade, interesse e receptividade com que me recebeu e pela

prestabilidade com que me ajudou.

Agradeço aos pesquisadores e professores do curso de Especialização em


Educação: Métodos e Técnicas de Ensino, professores da UTFPR, Câmpus
Medianeira.
Agradeço aos tutores presenciais e a distância que nos auxiliaram no decorrer
da pós-graduação.
Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para

realização desta monografia.


“O jogo possibilita a criação de ações e
regras que definem quem perde e
quem ganha. Ele é construtivo porque
pressupõe uma ação do individuo
sobre a realidade, estimulando a
motivação”.
(Ana Cristina Alves de Jesus)
RESUMO

PACAGNAM, Lidiane. O Jogo Como Estimulação Para o Desenvolvimento da


Criança na Educação Infantil. 2013. 68 p. Monografia (Especialização em Educação:
Métodos e Técnicas de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Medianeira, 2013.

Este trabalho teve como temática estudar o jogo como estimulação para o
desenvolvimento da criança na educação infantil. Este trabalho se justifica pela
necessidade de conhecer os benefícios e a importância que a estimulação através
dos jogos na educação infantil, tanto para o seu desenvolvimento quanto para a sua
aprendizagem nessa faixa etária. Sendo viável, portanto responder as dúvidas que
os professores da educação infantil carregam á respeito do tema. Nesse sentido
esse trabalho faz-se importante tanto para os alunos, quanto para os professores,
pois através dos jogos e das possíveis trocas de experiências realizadas em sala de
aula, terá um crescimento pessoal, cognitivo e afetivo, estimulando dessa forma o
desenvolvimento infantil. Tendo ainda como objetivo analisar os benefícios
causados através da aplicação de jogos na estimulação do desenvolvimento e da
aprendizagem das crianças. Para iniciar este trabalho será realizado um
levantamento bibliográfico a respeito desse tema, buscando assim refletir as dúvidas
existentes entre os professores da educação infantil, ampliando ainda o
conhecimento sobre os benefícios que a estimulação através dos jogos traz para o
desenvolvimento infantil e a aprendizagem das crianças. Sendo também realizada
uma pesquisa de campo de cunho qualitativo, para que se possa observar de forma
direta a prática dos jogos, analisando o desenvolvimento e a aprendizagem dos
alunos da educação infantil. A presente pesquisa se pautou também com a
aplicação de questionários.

Palavras-chave: Jogo – Estimulação - Desenvolvimento Infantil.


ABSTRACT

PACAGNAM, Lidiane. The game as stimulation for the development of the child in
early childhood education. 2013. 68 p. Monografia (Especialização em Educação:
Métodos e Técnicas de Ensino). Univerdidade Tecnologica Federal do Paraná,
Medianeira, 2013.

This work was to study the game theme as stimulation for the child´s development in
the early childhood education. This study is justified by the need to know the benefits
and the importance that the stimulation through gaming in early childhood education,
both for their development as well as for their learning in this age group. Being viable,
therefore, answers the questions that the teachers of early childhood education carry
about the theme. In this sense, this work is important both for the students, as well as
for the teachers, because through the games and the possible experiences
exchanges in the classroom, there will have a personal growth, cognitive and
affective stimulating the child development. It also has the objective to analyze the
benefits caused by the application of games in stimulating the development and
learning of children. To start up this work, it will be carried out a bibliographic survey
that portrays this regarding theme, thus seeking for reflecting the existing doubts
among teachers of early childhood education, expanding further the knowledge about
the benefits that the stimulation through the games brings to the child development
and learning of the children. It is also conducted a field survey of qualitative nature,
so that we can observe in a direct way the practice of games, analyzing the
development and learning of students of early childhood education. The present
research was also guided with the application of questionnaires.

Keywords: Game – Stimulation – Child Development.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 crianças jogando quebra-cabeça ................................................................ 43


Figura 2 crianças jogando tiro alvo............................................................................ 45
Gráfico 1 tiro alvo ...................................................................................................... 46
Figura 3 jogo da memória ......................................................................................... 47
Gráfico 2 jogo da memoria ........................................................................................ 48
Figura 4 crianças jogando Peteca ............................................................................. 49
Figura 5 crianças brincando de coelhinho sai da toca............................................... 50
Figura 6 crianças na dança da cadeira cooperativa ................................................. 51
Figura 7 brincadeira do abraço música ..................................................................... 52
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 13
2.1 BREVE HISTÓRICO E CONCEITOS DE JOGOS .............................................. 13
2.2 O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL.................................................. 17
2.2.1 O jogo sobre a concepção de Jean Piaget ....................................................... 20
2.2.2 O jogo sobre a concepção de Lev Semynovitch Vygotski ................................ 24
2.2.3 O jogo sobre a concepção de Froebel ............................................................. 26
2.2.4 O brincar, a brincadeira e o brinquedo na educação infantil ............................ 29
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ..................................... 38
3.1 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 38
3.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 38
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE DADOS ........................................ 39
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÃO.............................................................. 59
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61
APÊNDICE(S) .......................................................................................................... 64
11

INTRODUÇÃO

Atualmente na prática escolar, presenciam-se constantemente discussões e


debates, entre os professores da educação infantil, refletindo e analisando a
importância dos jogos para a estimulação do desenvolvimento dos alunos, nessa
faixa etária, pois, sabe-se que as crianças utilizam do imaginário, do faz de conta
para aprender e assimilar os novos conhecimentos.
Para Negrine (1994, p. 30) falar de jogo é falar de pulsão de prazer, uma
vez que este é uma característica definitiva do jogo. Estar capacitado para fazer a
leitura simbólica do jogo infantil pode ser um bom começo para entender o itinerário
do prazer de pensar, portanto o jogo faz com que a criança aprenda a pensar refletir
sobre os temas abordados em sala de aula.
Brougére (1998, p.126) retrata o jogo como desenvolvimento livre da
criança, sendo a excitação natural ao exercício, às combinações, é a aprendizagem
cheia de graça, de vida, portanto com significados, levando as crianças á
compreenderem, e relacionarem com a sua vida cotidiana, construindo dessa forma
a sua própria aprendizagem de maneira interdisciplinar.
Nesse sentido pode-se dizer que os jogos estimulam no desenvolvimento
dos educandos da educação infantil.
Entretanto faz se necessário questionar, será que as discussões em torno do
tema vêm respondendo as dúvidas que os professores carregam ao longo dos
tempos? Qual a importância dos jogos para a estimulação do desenvolvimento dos
alunos na educação infantil? Quais as características dos jogos e suas definições
para o desenvolvimento infantil? Como trabalhar os jogos para a estimulação do
desenvolvimento e da aprendizagem na educação infantil?
E a partir dessa problemática, que se buscaram as respostas no decorrer
deste trabalho.
Este trabalho justifica-se pela necessidade de conhecer os benefícios e a
importância da estimulação através dos jogos na educação infantil, tanto para o
desenvolvimento quanto para a aprendizagem dos alunos dessa faixa etária.
Além disso, este é importante tanto para os alunos, quanto para os
professores, pois através dos jogos e das possíveis trocas de experiências
12

realizadas em sala de aula, teremos um crescimento pessoal, cognitivo e afetivo,


estimulando dessa forma o desenvolvimento infantil.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BREVE HISTÓRICO E CONCEITOS DE JOGOS.

Atualmente sabe-se que os jogos e as brincadeiras fazem parte do cotidiano


de nossos alunos, sendo de extrema importância para o seu pleno desenvolvimento,
entretanto não foi sempre pensado dessa forma, pois há indícios que no inicio não
se tinha tanta importância o lúdico para as sociedades existentes.
Nesse sentido Rosamilha (1979, p. 10) relata que apesar da Bíblia não
relatar muitas referencias á respeito dos problemas e dos costumes da época,
existem passagens que retratam do ludismo e da infância, citando como exemplo o
“livro de Zacarias (8.5)” a seguinte passagem “as praças da cidade encher-se-ão de
jovens e de crianças que brincarão em suas praças”, pode se dizer que eles não
davam muita importância ao lúdico nessa época.
Maston (1966) apud, (Rosamilha, 1979, p.10) ilustra com alguns trechos
de educadores do século XVIII com atitude negativa do cristianismo diante da
recreação e do brinquedo, “um educador alemão do século XVII dizia “a
recreação deve ser proibida em todas as suas formas”... As crianças deverão
aprender que a recreação afastara de Deus o eterno bem, seu coração e mente, e
fará senão mal a sua vida espiritual”.
Entende se através dessa citação que para aquela época a reação era vista
como algo pecador, que as pessoas deveriam se afastar para então ter o bem
eterno ao lado de Deus.
Conforme Negrine (1994, p. 9) somente a partir dos séculos XIX e XX os
estudos científicos sobre os jogos ganham novas dimensões, surgindo assim teorias
que visam essa atividade com vários enfoques, destacando entre elas:

A teoria do recreio, de Shiller (1875) , que preconiza que o jogo serve para
recrear-se, isto é, que sua finalidade intrínseca é o recreio; a teoria do
descanso, de Lazarus (1883) , em que o jogo é visto como atividade que
serve para descansar e para restabelecer as energias consumidas em
atividades serias ou uteis; a teoria do excesso de energia, de Spencer
(1887), que observou o jogo dos animais e concluiu que o jogo tem como
função a descarga da energia excedente;
14

Ao analisarmos, portanto, esses os autores podemos compreender que


acreditavam que os jogos eram uma forma de descansar, extravasar as energias,
como uma antecipação do sujeito ainda criança para a sua vida adulta ou como uma
forma de reprodução da espécie.
Para Kishimoto (1997, p. 28), o jogo era visto como:

Recreação, desde a antiguidade greco-romana, aparece como


relaxamento necessário a atividades que exigem esforço físico, intelectual
e escolar (Aristoteles, Tomás de Aquino, Seneca, Sócrates). Por longo
tempo, o jogo infantil fica limitado á recreação.
Durante a Idade Média, o jogo foi considerado “não-sério”, por sua
associação ao jogo de azar, bastante divulgado na época.
O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de
historia e geografia e outros, a partir do renascimento, o período de
“compulsão lúdica”. O renascimento vê a brincadeira como conduta livre
que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo.

Na antiguidade os jogos eram visto, portanto como uma brincadeira, tendo


seu sentido voltado ao brincar, somente no renascimento que se tem a ideia de que
os jogos são importantes para a aprendizagem, tornando se adequado para a
aprendizagem de vários conteúdos escolares.
Nesse sentido Kishimoto (1997, p. 28), ressalta que “para se contrapor aos
processos verbalista de ensino, á palmatoria vigente, o pedagogo deveria dar forma
lúdica aos conteúdos”.
É no período do romantismo que os jogos aparecem como condutas típicas
e espontâneas das crianças. Recorrendo as metáforas do desenvolvimento infantil,
segundo Kishimoto (1997, p.30) “o romantismo, com sua consciência poética do
mundo, reconhece na criança uma natureza boa, semelhante à alma do poeta,
considerando o jogo sua forma de expressão”. A criança passa então a ser vista
como alguém que imita e brinca, cheia de espontaneidade e liberdade.
Conforme Negrine (1994, p. 12) “os estudos atuais evidenciam que o jogo,
mais que determinadas atividades ou tipos de atividades (físicas, intelectuais, de
relação etc), pode ser considerado uma atitude”.
O conceito de jogo na visão de Caillois (s/d), apud, (Negrine, 1994, p.12) é
“uma atitude livre e voluntaria, fonte de energia e diversão”, portanto, é uma
atividade com fim lúdico devendo ser realizada de forma voluntaria pela criança e
não imposta pelos professores, em sala de aula, pois dessa forma o sentido da
brincadeira, que são a espontaneidade e o lúdico que são importantes nesse
15

momento perderia seu sentido, se tornando mais uma obrigação, a qual a criança é
submetida em sala de aula.
Kishimoto (1997, p. 13) afirma que tentar definir o jogo não é fácil, pois
“Quando se pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-la de modo diferente.
Pode-se estar falando de jogos políticos, de adultos, crianças, animais ou
amarelinha, xadrez, advinha, contar estórias, brincar de mamãe e filhinha, futebol,
[...]”, ao analisarmos essa citação podemos compreender porque o autor afirma que
não é fácil definir o jogo para ele, pois há uma complexidade entre os jogos, suas
regras, formas de jogar.
Negrine (1994, p. 9) apresenta a definição para jogo conforme os
dicionários, da seguinte maneira “se origina do vocábulo latino “iocus”, que significa
diversão, brincadeira. Em alguns dicionários aparece como sendo a atividade lúdica
com um fim em si mesma, embora ocasionalmente possa se realizar por motivo
extrínseco”.
Para o autor acima, após analisar a literatura pertinente pode-se afirmar que
“o jogo apresenta significados distintos, uma vez que pode significar desde os
movimentos que a criança realiza nos primeiros anos de vida agitando os objetos
que estão ao seu alcance, até atividades mais ou menos complexas”.
Para Bonamigo e Kude (1991, p.31) o jogo tem a seguinte definição:

É uma forma de criatividade ligada ao funcionamento mesmo do


organismo (assimilação) que também tem a função de equilibrar o sujeito
frente a uma agressão do meio, ou seja, constitui um mecanismo
autoconstrutor e organizador semelhante a vida embrionária.

Para esse autor o jogo é de extrema importância para o desenvolvimento da


criança visto que ele acredita que através dos jogos a criança equilibra, organiza e
constrói seu conhecimento e emoções.
Conforme Bruner (1986) apud, (Bonamigo e Kude, 1991, p.33) sintetiza
dessa forma as funções fundamentais do jogo:

1°) O jogo reduz a gravidade das consequências dos erros e fracassos. O


jogo é uma atividade seria que não tem consequências frustrantes para a
criança e uma atividade que justifica por si mesma e, por conseguinte, é
um excelente meio de exploração que por si mesmo estimula.
2°) O jogo caracteriza-se por apresentar uma fraca conexão entre os
meios e os fins.
3°) O jogo, apesar de ser variado, raramente é alea tório ou casual, antes
pelo contrario, parece obedecer a um plano.
16

4°) O jogo é uma projeção da vida interior para o m undo, ao contrario da


aprendizagem, mediante a qual o mundo exterior é interiorizado e passa a
fazer parte da pessoa.
5°) O jogo diverte e diverte muito. Mesmo os obstác ulos divertem as
crianças, pois sem eles o jogo seria entediante.

Através dessa citação pode-se compreender que através dos jogos as


crianças, aprendem a lidar com os erros e fracassos visto que não carregam
nenhuma frustração à criança, podendo visar uma finalidade e que pode ser mudada
durante o processo de jogar, agindo com emoção e alegria, o jogo a deixa fantasiar,
criar, tendo ainda que obedecer a um plano para que consiga realizar com sucesso
o jogo que esta praticando, além disso, o jogo diverte bastante, sendo, portanto
agradável.
Para Grassi (2008, p. 98) “jogar se caracteriza pelo prazer e pelo esforço
espontâneo. O jogo prende a atenção do jogador, cria uma atmosfera de tensão,
desafio, entusiasmo, alegria e prazer”, portanto, o jogo se torna uma atividade
excitante, estimulante, mas requer do jogador esforço físico, mental, estimulando
dessa forma a aprendizagem infantil.
Segundo Claparède e Gross (s/d) apud, (Grassi, 2008, p. 85) os jogos
podem ser classificados em jogos de experimentação ou funções gerais nesta
classificação estão os jogos sensórias, motores, intelectuais e os jogos de funções
especiais sendo os jogos de luta, de cortesia, sociais, familiar e imitação.
Na classificação elaborada por Büher (s/d) apud, (Grassi, 2008, p. 86) são
cinco categorias de jogos sendo eles “jogos funcionais ou sensório-motores, jogos
de ficção ou ilusão, jogos receptivos, jogos de construção e jogos coletivos”.
Brougère (1996, p. 20) diz que o que caracteriza o jogo “é menos o que se
busca do que o modo como se brinca o estado de espirito com se se brinca. Isso
leva a dar muita importância à noção de interpretação, ao considerar uma atividade
como lúdica”.
Brougère (1996, p. 20), complementa que “o jogo se inscreve num sistema
de significação que nos leva, por exemplo, a interpretar como brincar, em função da
imagem que temos dessa atividade”, ou seja, através do que é visto realiza-se a
interpretação para então poder jogar.
17

2.2 O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

Froebel (s/d) apud, (Negrine, 1994, p. 18) reconheceu o valor dos jogos em
atividades espontâneas, “uma vez que favorece o desenvolvimento cerebral e
contribui para a formação do caráter”, enquanto pedagogo sua contribuição consiste
em relacionar o jogo e o desenvolvimento.
Para Vygotsky (1988, 1987, 1982) apud, (Kishimoto, 1997, p. 32) “os
processos psicológicos são construídos a partir de junções do contexto sócio-
cultural”, para esse autor, o jogo infantil é o resultado de processos histórico-sociais,
pois esses processos interferem no pensamento do ser humano, ainda Kishimoto
(1997, p. 33) afirma que “dessa forma toda a conduta do ser humano, incluindo suas
brincadeiras, é construída como resultado de processos sociais”.
Conforme Brougère (1998, p. 54) faz-se as seguintes afirmações a respeito
dos jogos:

O jogo é o relaxamento indispensável ao esforço em geral, o esforço físico


em Aristóteles, em seguida o esforço intelectual e, enfim, muito
especialmente, o esforço escolar. O jogo contribui indiretamente a
educação, permitindo ao aluno relaxado ser mais eficiente em seus
exercícios e em sua atenção. [...] o jogo permite ao pedagogo explorar a
personalidade infantil e eventualmente adaptar a esta o ensino e a
orientação do aluno.

O jogo se torna assim importante para que os alunos possam relaxar e


tornar-se mais eficiente na realização dos exercícios proposto pelo professor ou
pedagogo da instituição, trabalhando também a questão da personalidade infantil,
auxiliando e orientando dessa forma na construção da personalidade infantil.
Para Kishimoto (1997, p. 36-37) o professor ao utilizar o jogo na educação
infantil “significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem condições para
maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico,
do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora”.
Segundo Negrine (1994, p.18) a teoria do egocentrismo, de Piaget entende
que “a inteligência é uma forma de adaptação ao meio, e o jogo é basicamente uma
forma de relação da criança com o contexto no qual ela está inserida; neste sentido,
adverte que a criança elabora e desenvolve suas estruturas mentais através das
diversas atividades lúdicas”.
18

Vygotsky (s/d) apud, (Negrine, 1994, p. 18) “concorda com a tese de que o
jogo facilita o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, mas destaca que a
imaginação nasce no jogo; para ele, antes do aparecimento do jogo não há
imaginação”, portanto, é através dos jogos que a criança adquiri a imaginação,
sendo importante para o seu desenvolvimento infantil.
Nesse sentido Goraigordobil (s/d) apud, (Negrine, 1994, p. 19) destaca as
contribuições do jogo no desenvolvimento integral:

Indicando que ele contribui poderosamente no desenvolvimento global da


criança e que todas as dimensões do jogo estão intrinsecamente
vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade
são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária
para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança. Do
ponto de vista intelectual, destaca a autora, o jogo estimula o
desenvolvimento das capacidades de pensamento e a criatividade infantil;
do ponto de vista psicomotor, distingue o jogo como principal fator no
desenvolvimento da força, do controle muscular, do equilíbrio e dos
sentidos em geral; do ponto de vista da sociabilidade, o jogo é uma
atividade que implica relação e comunicação entre os iguais, e isso ajuda a
criança a conhecer as pessoas que a rodeiam e a aprender normas de
comportamento social; do ponto de vista afetivo, o jogo é uma atividade de
treinamento que permite à criança se expressar livremente.

Podemos compreender a partir das ideias de Goraigordobil () a real


importância do jogo para o desenvolvimento global da criança, isto é, o jogo é uma
atividade que a criança exerce naturalmente, sendo vital a ela, pois permite tanto
conhecer a si mesma quanto o mundo ao seu redor, desenvolvendo-se socialmente,
cognitivamente e afetivamente, de forma global e não fragmentada.
Para Chombart de Lauwe (1987) apud, (Bonamigo e Kude, 199, p. 36) relata
varias funções do jogo no processo de socialização e desenvolvimento da
personalidade da criança sendo elas:

1. O jogo é utilizado pela pedagogia, psicologia, psicoterapia e


psicanalise para compreender a criança, facilitar sua aprendizagem e
aliviar seus conflitos.
2. O jogo é, para a criança, um meio de expressão privilegiado, uma
ocasião de adquirir domínio sobre os objetos e para aprender a dominar a
si mesma, seguindo seu ritmo próprio e desenvolvendo suas capacidades
de modo progressivo;
3. O jogo é uma forma de interação especialmente fecunda: através
dele não apenas a criança integra a si a realidade exterior, como esforça -
se para modificá-la à sua conveniência, apropriando-se dela e afirmando-
se como sujeito ativo;
4. O jogo tem uma função essencial na socialização da criança, pois
permite - lhe obter os papeis de adultos que lhe são interditados na vida
real.
19

Através dos jogos as crianças se desenvolvem seguindo seu próprio ritmo,


facilitando, portanto, a sua aprendizagem, permitindo a elas realizar papeis do
mundo adulto que muitas vezes são negados a elas ou não compreendidos.
Grassi (2008, p. 98) afirma que “jogar faz parte da vida do homem e tem
como função propiciar à assimilação da realidade, expressão do pensamento, a
facilitação do desenvolvimento e da aprendizagem, a elaboração de sentimentos, a
criação de teorias”, pode-se assim compreender que através do jogo a criança
assimila sua realidade, seu pensamento, facilitando dessa forma o seu pleno
desenvolvimento e aprendizagem, pois, o aluno sente prazer nessa pratica não
havendo dessa forma uma preção sobre o mesmo, ele aprende sem menos
perceber porque faz parte do seu cotidiano e sente prazer na realização da atividade
proposta pelo professor.
A autora acima citada (2008, p. 98) destaca ainda que “jogar se caracteriza
pelo prazer e pelo esforço espontâneo. O jogo prende a atenção do jogador, cria
uma atmosfera de tensão, desafio, entusiasmo, alegria e prazer”.
Jogar proporciona prazer ao jogador, mas exige do mesmo um esforço
físico, mental e emocional, facilitando dessa forma o desenvolvimento infantil e
aprendizagem dos mesmos.
Segundo Grassi (2008, p. 124) durante o processo de jogar:

Os participantes são incentivados a jogar bem e a se aperfeiçoar; as


funções mentais superiores são colocas em movimento, são estimuladas,
exercitadas desenvolvem – se e se aperfeiçoam na busca por melhores
resultados; disciplina, a concentração, a perseverança e a flexibilidade são
valorizadas; aperfeiçoam-se esquemas de ação, criam – se e se
descobrem estratégias mais eficientes para o jogo.

Portanto durante o processo de jogar a criança esta em pleno


desenvolvendo, pois desenvolve a disciplina, a concentração, as funções mentais,
descobrindo novas estratégias para continuar jogando e ganhar o jogo.
Para Rosamilha (1979, p. 94) o jogo ou brinquedo quando bem aproveitado
“é uma das mais construtivas e úteis experiências, que a civilização de hoje esta
acabando de liquidar. Assim, na atividade lúdica, a presença da concomitante
atividade lúdica é fundamental”.
20

2.2.1 O jogo sobre a concepção de Jean Piaget.

Para Piaget (1962) o jogo traz consigo um relativo equilíbrio entre


acomodação e assimilação, sendo que uma influência sobre a outra. Portanto Piaget
(1962), apud, (Rosamilha, 1979, p.59) afirma “o jogo constitui o polo extremo da
assimilação da realidade no ego, tendo relação com a imaginação criativa que será
fonte de todo o pensamento e raciocínio posterior”, portanto através do jogo a
criança é estimulada a pensar, criando assim um raciocino para continuar o jogo,
construindo seu conhecimento perante aquela realidade.
Grassi (2008, p.75) relata que o “jogo é, para Piaget, essencialmente
assimilação, assimilação predominando sobre acomodação”, nesse sentido pode-se
compreender que o jogo é utilizado pela criança para compreender o mundo dos
adultos e a sua própria realidade.
Grassi (2008, p. 75) afirma que “para Piaget, há uma estreita relação entre
jogos e a construção da inteligência. O jogo espontâneo influência o processo de
aprendizagem, uma vez que faz a criança utilizar sua inteligência de modo
significativo e a estimula a investigar e explorar”.
Segundo Piaget (1962) apud, (Rosamilha, 1979, p. 60) pode-se classificar os
jogos em: Jogos práticos são aqueles que as crianças fazem explorações sensórias-
motores, jogos simbólicos, aos poucos as crianças vão adquirindo a imitação, o faz
de conta e os jogos de regras que são utilizados até a fase adulta, sendo necessário
que a criança aprenda o significado e a importância das regras para então poder
relacioná-las com as regras que utilizamos em nosso convívio social.
Os jogos práticos, portanto tem a função de desenvolver as habilidades
sensório - motor da criança como por exemplo segurar os objetos durante a
brincadeira, tendo a finalidade de se divertir.
Ao brincar com os jogos simbólicos, a criança terá que imaginar criar
situações que a leve a copiar o seu cotidiano, sua forma de ver vida, sem regras, já
os jogos com regras utilizamos mesmo depois de adulto para tanto é necessário
compreender-se as regras que regem esses jogos, para tanto será necessário a
utilização do raciocínio, tendo-se os sentimentos de vitorias e derrotas e ainda é lhe
permitido a escolha se quer ou não jogar naquele determinado momento.
21

Os jogos sensório-motores segundo Grassi (2008, p. 76) “são jogos em que


a criança se coloca em movimento em busca de sensações que lhe chegam através
dos órgãos sensórias”, ou seja, são aqueles que as crianças manipulam, cheiram,
levam até a boca, ouvem, reproduzem os gestos.
Piaget (1921-1932) apud, (Brougère, 1998, p.84) faz as suas analise de jogo
tendo em vista a contribuição para o desenvolvimento cognitivo da criança,
estabelecendo sua distinção em três categorias, sendo analisada de forma simples e
resumida por Brougère (1998, p.84), a primeira categoria diz respeito aos jogos de
exercícios, que estão presente no desenvolvimento sensório-motor da criança, com
a idade de 0 à 2 anos.
Os jogos simbólicos vêm a surgir ao final do segundo ano, sendo a
brincadeira de faz-de-conta, tendo a possibilidade de utilizar um objeto como
símbolo para outro significado dentro da brincadeira e por ultimo os jogos de regras.
O jogo, portanto visa desenvolver a representação, a possibilidade de
chamar e manipular os objetos, de incorporar o mundo a sua volta a seus desejos.
Piaget (1994) apud, (Neves e Santiago 2010, p. 55) afirma que “é o jogo
simbólico que assinala o inicio da representação”.
Gonçalves (2002, p. 83) salienta com a afirmação de James Baldim, tendo
como base a obra de Piaget:

A importância desse jogo simbólico é que através dele a criança pode


ultrapassar o estagio em que se encontra redimensionando
qualitativamente os objetos ao seu alcance, dando-lhes funcionalidade
diferente para gradualmente atingir a imaginação representativa que, por
sua vez, evolui para a capacidade de interiorização. Ao vivenciar tais
etapas a criança demanda novos desafios, o que não implica um processo
linear de desenvolvimento.

Pode-se concluir que o jogo facilita o desenvolvimento da criança, que por


intermédio do mesmo evolui podendo ultrapassar o estagio em que se encontra, mas
não quer dizer que será um processo linear no seu desenvolvimento, portanto para
Piaget a criança se desenvolve com o jogo, com o objeto concreto por ela
manipulado.
Conforme Piaget (s/d) (apud Batista, Furlanetto e Vale, 2010, p. 269) “o jogo
simbólico começa por comportamentos pelos quais a criança imita objetos, pessoas
e situações. Aos poucos, a brincadeira simbólica com outras crianças (casinha,
22

escolinha, etc.) começa a ter lugar”, portanto pouco a pouco a criança vai
dramatizando seu cotidiano, ao imitar a professora em sala de aula por exemplo.
Esse tipo de jogo para Piaget surge na criança quando seu pensamento é
capaz de fazer representações sendo entre os dois e seis anos de idade.
Piaget (s/d) apud, (Wadswcrth, 1992, p. 53) “nos assegura que a natureza
livre do jogo simbólico tem um valor essencialmente funcional e não é uma simples
diversão”.
Nesse sentido Piaget e Inhelder (1969, p. 61) apud, (Wadswcrth, 1992, p.
53):
No jogo simbólico esta assimilação sistemática toma a forma de uso
particular da função semiótica (simbólica) – a saber. A criação de símbolos
livres no sentido de expressar tudo que, na experiência da vida infantil. não
pode ser formulado e assimilado por meio da linguagem apenas.

Através da citação pode-se compreender que para Piaget o jogo simbólico é


utilizado pela criança para se expressar, pois a linguagem dela ainda é insuficiente
ou inadequada, na visão da criança então esses jogos passam a ser um intermédio
para seus pensamentos e ideias.
Wadswcrth (1992, p. 102) descreve que no “estagio sensório-motor, as
crianças não têm conceito de regras. Durante o estagio pré-operacional, elas tornam
cientes das regras e exigem dos outros uma adesão rígida as regras”, jogam para
ganhar.
Para Piaget (1992, p.49), os jogos de regras seguem um padrão para a
moralidade humana, afirmando ser por causa de três razões sendo elas:

Em primeiro lugar representam uma atividade interindividual


necessariamente regulada por certas normas que, embora geralmente
herdadas das gerações antigas podem ser modificadas pelos membros de
cada grupo de jogadores, fato esse que explica a condição de legislador
de cada um deles. Em segundo lugar, embora tais normas não tenham em
si um caráter moral (e envolve questões de justiça e honestidade).
Finalmente tal respeito provém de mútuos acordos entre os jogadores e
não mera aceitação de normas impostas por autoridades estranhas à
comunidade de jogadores.

Através dos jogos de regras podem ser trabalhadas as regras da nossa


sociedade, a ética, a moral, pois, ao acertar essas normas e respeita-las as crianças
estão aprendendo a conviver com a moral, e com a ética tão presente em nossa
sociedade.
23

Piaget (s/d) apud, (Wadswcrth, 1992, p. 76) estabelece a existência dos


estágios de desenvolvimento do conhecimento infantil sobre as regras do jogo da
bola de gude, sendo eles paralelos aos estágios do desenvolvimento cognitivo,
portanto, ele procurou sintetiza-los nos seguintes estágios para o desenvolvimento
das regras através da observação realizada com crianças: o estagio motor, estagio
egocêntrico, estágio de cooperação e estágio de codificação de regras.
Encontra-se em Wadswcrth (1992, p. 76) a seguinte descrição para os
estágios motor e egocêntrico:

Estagio Motor: a criança não apresenta nenhuma noção de regras.


Durante os primeiros anos de vida, frequentemente estendendo-se até o
estágio pré-operacional do desenvolvimento cognitivo.
Estagio Egocêntrico: em geral, dos 2 aos 5 anos, as crianças adquirem
noção da existência de regras e começam a querer jogar com outras
pessoas, em geral crianças mais velhas. As crianças mais novas começam
a imitar o jogo das crianças mais velhas, mas cognitivamente egocêntricas
elas brincam com elas mesmas, sem tentar vencer.

Piaget (s/d) apud, (Taille, Oliveira e Dantas, 1992, p. 49) afirma ainda que a
evolução da pratica e da consciência de regras podem ser dividas em três etapas
sendo elas: etapa de anomia, está é a primeira compreendendo as crianças na faixa
etária de cinco a seis anos de idade, não conseguem seguir regras coletivas, a
segunda etapa é a heteronomia, nessa fase a criança tem interesse em participar de
atividade coletiva e com regras, tendo ainda duas características para essa fase, a
primeira refere-se a interpretação da origem da regra e se modem modifica-la ao
decorrer do jogo.
E a outra característica a criança ainda se mostra bastante liberal no sentido
da aplicação das regras podendo introduzir uma regra nova ao jogo a qualquer
momento, sem consultar o adversário, e ao final do jogo pode-se ainda ouvir da
criança que todo mundo ganhou.
A última fase é a autonomia tem característica oposta à fase heteronomia,
pois corresponde ao pensamento adulto de jogo.
Na primeira etapa a anomia Piaget (s/d) analisa que as crianças de cinco,
seis anos não conseguem seguir as regras coletivas, para jogarem, na segunda
etapa por ele denominada como heteronomia, aparece o interesse em jogar em
atividades com regras e coletivas, sendo crianças da fixa etária de nove, dez anos,
porém podem introduzir alguma regra que lhe beneficia durante o jogo, faz suas
próprias interpretações á respeito da origem daquele jogo, além de que no final da
24

partida podemos escutar que todos ganharam e por último a fase da autonomia, que
tem características diferentes da anterior, correspondendo à fase adulta do jogo.

2.2.2 O jogo sobre a concepção de Lev Semynovitch Vygotsky.

Para Vygotsky (s/d) apud (Picielli, 2007, p.7) através dos jogos as
crianças imitam ações reais do seu cotidiano, não realizando apenas ações sobre os
objetos, portanto ele valoriza o fator social, demonstrado durante o jogo pela criança
em uma situação imaginaria criada a partir do seu meio e das suas comunicações.
Vygotsky (1988) apud, (Picelli, 2007, p. 7) afirma que:

Nos primeiros anos de vida, a brincadeira é a atividade predominante e


constitui de desenvolvimento ao criar zonas de desenvolvimento proximal.
Ao prover uma situação imaginativa por meio da atividade livre a criança
desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras
sociais.

Portanto para Vygotsky (1988), a brincadeira é de extrema importância para


o desenvolvimento da criança, sendo realizada através das suas interações sociais,
criando assim mecanismos para o surgimento da zona proximal tão importante para
o desenvolvimento cognitivo, desenvolvendo a iniciativa, oportunizando a expressão
de seus desejos e internalizando assim as regras sociais.
Vale ressaltar que para Vygotsky (1982 e 1988) apud, (Picelli, 2007, p 7):

Há dois elementos importantes na brincadeira infantil: a situação


imaginaria e as regras. Em uma ponta encontra-se o jogo de papeis com
regras implícitas e, em outra, o jogo de regras com regras explicitas. Há
um processo que situações imaginarias explicitas, com regras implícitas,
ás situações implícitas, com regras explicitas.

Pode-se compreender através desta citação que a momentos em que a


criança brinca que tem situações imaginarias implícita como, por exemplo, dirigindo
um ônibus, que ela pode mudar o roteiro e há situações com regras explícitas como,
por exemplo, jogar handebol, as regras são explicitas mas as estratégias adotadas
podem variar conforme os participantes.
Vygotski (1984) apud, (Neves e Santiago, 2010, p. 58) defende a ideia de
que “o verdadeiro curso do processo de desenvolvimento do pensamento infantil
25

assume uma direção que vai do social para o individual, sendo desse modo,
internalizado mediante um processo em que aspectos cognitivos e afetivos
encontram-se entrelaçados”.
Portanto a criança aprende através de estímulos do meio, da sociedade que
convive para o aspecto individual, ou seja, para construção do próprio
conhecimento.
Segundo Vygotsky (1966) apud, (Rosamilha, 1979, p. 83) no estagio do
desenvolvimento infantil por volta dos três anos, “o brinquedo é essencialmente uma
expressão generalizada de afeto, uma expressão de seus desejos e necessidades
que se estruturam já nos meses anteriores, pelo contato com outras pessoas”,
podemos entender que a criança utiliza da situação imaginária para brincar com
seus brinquedos.
Para Vygotsky (s/d) apud, (Batista, Furlanetto e Vale, 2010, p. 272) “da
mesma forma que uma situação imaginaria tem que conter regras de
comportamento, todo jogo com regras contem uma situação imaginaria”. Podemos
citar como exemplo o jogo de xadrez que se baseia em uma situação imaginaria,
para mover o cavalo, o rei, só podem ser movidas de maneiras especificas, sendo
determinados por uma situação imaginaria.
Vygotsky (s/d) apud, (Negrine, 1994, p. 45) faz as seguintes considerações a
respeito dos jogos:

É de opinião de que as teorias que ignoram o fato de que o jogo completa


as necessidades da criança “desembocam em uma intelectualização
pedante do jogo”. Por outro lado, entende que todo o avanço da criança
esta relacionado com uma profunda mudança e respeito aos estímulos,
inclinações e incentivos, e que a criança satisfaz certas necessidades
através dos jogos.

Segundo Negrine (1994, p. 47) “para Vygotsky, o jogo da criança evolui, não
do jogo simbólico ao jogo de regras como pensa Piaget, mas do jogo de regras
ocultas ao jogo de regras manifestas”.
Em relação ao significado e ação no jogo Negrine (1994, p. 47) relata que
Vygotsky faz a seguinte atribuição, ele crê que a influência do jogo sobre a criança é
enorme, ao mesmo tempo em que acredita que jogar para uma criança menor de
três anos, em uma situação imaginaria seria totalmente impossível, portanto o jogo
influência no desenvolvimento das crianças, mas ao contrario de Piaget que acredita
26

no jogo simbólico que se inicia antes dos três anos, Vygotsky acredita que a criança
menor de três anos, não consegue jogar.

2.2.3 O jogo sobre a concepção de Froebel.

No Brasil os jogos froebelianos foram divulgados no jardim de infância,


envolvendo a movimentação das crianças de acordo com os versos musicais por
elas cantados.
Froebel (s/d) foi influenciado pelo movimento de seu tempo em favor dos
jogos, segundo Kishimoto (2002, p. 64) “ao elaborar sua teoria da lei da conexão
interna, percebe que o jogo resulta em benefícios intelectuais, morais e físicos e o
erige como elemento importante no desenvolvimento integral da criança”.
Froebel (s/d) apud, (Kishimoto e Pinazza, 2007, p. 44- 45) “concebe a
criança como dotada de uma auto–atividade, ou seja, pela ação expressa intenções
em contato com o mundo externo. Ao considerar o conhecimento como processo de
conexão que engloba sentimentos, percepção e pensamento”, portanto para ele a
criança, se desenvolve através de suas ações, das atividades que desenvolve
durante seu processo de desenvolvimento.
Segundo Picelli, (2007, p. 6) os jogos froebelianos utilizam a movimentação
das crianças conforme os versos cantados “o conteúdo das músicas, em
consonância com os movimentos, facilita o conhecimento espontâneo sobre os
elementos do ambiente”, sendo, portanto essa a função dos jogos, como educativo,
nesse sentido “quando desenvolvido livremente, pela criança, o jogo tem efeitos
positivos na esfera cognitiva, social e moral”.
Nesse sentido Froebel (s/d) apud (Kishimoto, 2002, p.64):

Delineia a metodologia dos dons e ocupações, dos brinquedos e jogos,


propondo: 1 dons, materiais com bolas, cubos, varetas, anéis, etc., que
permitem a realização de atividades denominadas ocupações, sob a
orientação da jardineira, e 2 brinquedos e jogos, atividades simbólicas,
livres, acompanhadas de musicas e movimentos corporais, destinadas a
liberar a criança para a expressão das relações que estabelece sobre
objetos e situações do seu cotidiano. Os brinquedos são atividades
imitativas livres, e os jogos, atividades livres com o emprego dos dons.
27

Froebel (s/d) apud (Kishimoto, 2002) retrata que a bola é o símbolo da


unidade, tendo um efeito educativo na inteligência da criança, o cubo como
representação do corpo que se desenvolve continuamente, mostrando a variedade.
Nesse sentido Froebel (s/d) apud, (Ferrari, 2011) desenhou círculos, esferas
cubos e outros objetivos para a estimulação do aprendizado infantil. Eram
confeccionados de material macio e manipulável, para que a criança possa construir
seu conhecimento, e geralmente com parte desmontáveis. Sendo desenvolvidas as
brincadeiras através da música, versos e dança.
Em Froebel (2010, p.1) encontramos que:

As suas brincadeiras eram, quase sempre, ao ar livre para que a turma


interagisse com o ambiente. Todos os jogos que envolviam os “dons”
começavam com as pessoas formando círculos, movendo-se e cantando,
pois assim conseguiam atingir a perfeita unidade, era importante acostumar
as crianças aos trabalhos manuais. A atividade dos sentidos e do corpo
despertaria o germe do trabalho, que segundo o educador alemão, seria
uma imitação da criação do universo por Deus.

Segundo Picelli (2007, p. 6) “é com Froebel que o jogo, entendido como


objeto e ação de brincar, caracterizado pela liberdade e espontaneidade, passa a
fazer parte da educação infantil”.
Conforme Nicolau (1986) apud, (Picelli, 2007, p.6) Froebel “comparava a
criança a uma semente que tem potencial genético, o qual sendo estimulado poderia
tornar- se como uma planta”, ou seja, através dos jogos pode-se melhorar o
desenvolvimento das crianças.
Froebel (s/d) apud, (Kishimoto, 2002) refere-se à brincadeira como uma
ação metafórica, livre e espontânea realizada pela criança, identificando no brincar,
características como representativa, prazer, autodeterminação, valorização do
processo de brincar, seriedade do brincar, pode-se compreender que para Froebel a
brincadeira é importante para o desenvolvimento infantil.
Através das brincadeiras, a criança procura compreender seu mundo,
através de reproduções de acontecimentos de sua vida, portanto, ao imitar a criança
está tentando compreender, pode-se então citar como exemplo a criança quando
“mia” esta tentando imitar o gatinho e através dessa ação ela passa a compreendê-
lo.
28

Froebel (2010, p.1) dava muita importância para as lendas, fabulas, historias
fadas, além disso:
Foi o primeiro educador a utilizar o brinquedo, como atividade, nas escolas;
as atividades e os desenhos que envolvem movimento e os ritmos eram
muito importantes. Para a criança passar a se conhecer, o primeiro passo
seria chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois
chegar aos movimentos das partes do corpo.
Os blocos de construção, chamados de materiais específicos, eram usados
pelas crianças nas suas atividades criadoras. Se trabalhava com outros
tipos de materiais, como: papel, papelão, argila e serragem.

Através dessas atividades Froebel desenvolvia suas atividades no jardim de


infância, buscando sempre o pleno desenvolvimento de seus alunos através dos
jogos e das brincadeiras ao ar livre.
Para Froebel (1896, p. 54-55) apud, (Kishimoto e Pinazza, 2007, p. 48)
“brincar é a mais alta fase do desenvolvimento infantil – do desenvolvimento humano
nesse período. É a representação auto-ativa do interno – representação do interno
da interna necessidade e impulso”, portanto, na educação infantil para que ocorra
uma aprendizagem significativa deve acontecer através das brincadeiras e jogos
infantis.
Para Souza (2008, p. 58) jogos e brincadeiras:

Seriam concretizados mediante o uso de materiais e brinquedos. Além


dessas atividades a proposta froebiliana indicava para os jardins de
infância o ensino da religião, formação de bons hábitos morais, o
desenvolvimento da linguagem, passeio, excursão, atividades de
expressão (desenho, pintura, canto) e jogos e brincadeiras.

Através dessa citação podemos ver como seria o currículo do jardim de


infância na concepção de Froebel.
Desta forma (Souza, 2008, p. 58) Froebel “propunha uma educação que
respeitasse a atividade espontânea da criança, que valorizasse os jogos e
brincadeiras como elementos essenciais da aprendizagem, que levasse em conta os
sentidos – base do ensino intuitivo”.
Froebel (s/d) apud, (Saviani, 2008, p. 42) escreve sobre o jogo da seguinte
maneira:

Nesse período o jogo é o produto mais puro e espiritual do homem ao


mesmo tempo em que é modelo e a imagem da vida humana inteira, da
intima e secreta vida natural do homem e todas as coisas. Por isso gera o
29

jubilo, liberdade e satisfação, repouso em si e fora de si paz com o


universo. Nele residem e nele brotam as fontes de todo o bem.

O jogo é para ele de extrema importância para o desenvolvimento da


criança, pois para ele gera liberdade, satisfação, sendo a própria imagem, podemos
entender que o jogo contribui para a formação do caráter da criança.

2.2.4 O brincar, a brincadeira e o brinquedo na educação infantil.

Através do ato de brincar a criança expressa seus sentimentos, sua visão de


mundo, demonstrando através do imaginário sua realidade real, pois
constantemente depara-se com o mundo social dos adultos, tendo que se adaptar a
regras e interesses por ela ainda não compreendido.
Brougère (2002, p.19) relata que o “brincar é visto como um mecanismo
psicológico, que garante ao sujeito manter uma certa distância em relação ao real,
fiel, na concepção de Freud, que vê no brincar o modelo do principio de prazer
oposto ao principio da realidade”.
Scarf (1962) apud, (Bonamigo e Kude, 1991, p. 35) afirma que:

Brincar tem todas as características de um requintado e completo


processo educacional, pois assegura a concentração por um longo período
de tempo, desenvolve a iniciativa, a imaginação e intenso interesse.
Nenhuma outra atividade aperfeiçoa a personalidade tão acentuadamente,
nenhuma outra atividade requer tão integralmente os recursos de esforço e
energia que estão latentes no ser humano. Brincar é o mais completo dos
processos educacionais porque influência o intelecto, as emoções e o
corpo da criança.

Portanto pode-se dizer que quando a criança esta brincando, ela esta se
desenvolvendo mais, do que quando nos professores utilizamos qualquer outro
recurso em sala de aula, nesse sentido é vital para o seu pleno desenvolvimento.
Segundo Maluf (2003, p.21) apud, (Picelli, 2007, p. 4) “brincar é a tarefa do
dia a dia que nem os pais nem os professores conseguem transmitir”, ou seja, é uma
atividade espontânea da criança.
Conforme Picelli (2007) brincar é uma necessidade básica das crianças,
auxiliando em seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois através
30

dessas atividades lúdicas, a criança formula conceitos, estabelece relações lógicas,


reduz a agressividade e consequentemente constrói o seu próprio conhecimento
perante a sociedade que esta inserida de forma ampla e não fragmentada.
Conforme Vygotsky (1998) apud, (Grassi, 2008,p. 99):

No brincar, a criança esta sempre acima de sua idade media, acima de


seu comportamento diário. [...] Na brincadeira de faz-de-conta, as crianças
manifestam certas habilidades que não seriam esperadas por sua idade.
[...] A aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a
aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento.

Para Grassi (2008, p. 99) “enquanto brinca e joga, a criança age, sente,
pensa, aprende, desenvolve-se, aplica esquemas mentais à realidade circundante,
aprende assimila e constrói sua realidade, reproduz vivencias, transforma o real
segundo necessidades e desejos”.
Ainda conforme a autora acima (2008, p.110) “brincar, pois, é de suma
importância para o desenvolvimento do sujeito e possibilita que este se processe de
maneira saudável e harmoniosa”, ou seja, brincando a criança esta sem perceber
criando sua aprendizagem e se desenvolvendo diante do novo.
Pode-se dizer que enquanto a criança está brincando ela esta formando o
seu próprio conhecimento de forma global, pois ela tem que imaginar, criar uma
situação para poder dar continuidade a sua brincadeira e não de forma fragmentada,
ou seja em partes separadas e impostas pelos professores, para Grassi (2008, p.
116):

Enquanto brinca, elaborando conflitos internos e sentimentos, organizando


pensamentos, estruturando-se mentalmente, vai se conhecendo e
conhecendo o outro, vai aprendendo o mundo, construindo conhecimentos
e superando dificuldades e limites.

Conforme Macedo (2007, p. 31) “brincar é mais que aprender.... é uma


experiência essencial, um modo de decidir como percorrer a própria vida com
responsabilidade”.
Donmoyer (1981) apud, (Bonamigo e Kude, 1991, p.12) retrata as cinco
experiências que o brincar proporcionam enumeradas por Garvey (s/d) a primeira
experiência seria a sensação prazerosa dos participantes em estarem jogando,
31

segunda seria a satisfação intrínseca nos participantes, por se envolverem de forma


espontânea e voluntariamente, a quarta característica é que envolve a participação
ativa dos participantes e por último são sistematicamente comparadas com
atividades de não brincar.
Ao brincar, portanto, a criança sente prazer, envolvendo suas sensações de
satisfação, praticando ações espontâneas e voluntarias, estando ativas, durante
todo esse processo, ocorrendo assim uma aprendizagem significativa, pois é ela
quem esta altamente produzindo, construindo seu conhecimento.
Grassi (2008, p. 40) retrata que é importante que “os espaços de brincar
sejam variados e adequados à faixa etária, aos instrumentos ou aos objetos de
brincar e às possibilidades motrizes, cognitivas e afetivas da criança”.
As brincadeiras são importantes para o desenvolvimento infantil, pois
através da mesma, a criança expressa seu pensamento o modo como vê as suas
relações sociais presente em seu cotidiano.
Vale ressaltar que para Batista, Furlanetto e Vale (2010, p. 268):

A brincadeira não tem finalidade adaptativa, não provoca um


aprimoramento dos esquemas mentais, ou de ação, da criança. Sua
importância para o desenvolvimento consiste no fato de possibilitar – pela
aplicação de esquemas conhecidos a objetos “inadequados” – a
transformação do significado dos objetos e a criação de símbolos lúdicos
individuais.

Pode – se dizer que através da brincadeira a criança, representa situações


do seu cotidiano, por meio de símbolos para interpretar e compreender melhor a sua
realidade, para Piaget (s/d) apud, (Batista, Furlanetto e Vale, 2010, p. 268) a função
simbólica “só progrida com o desenvolvimento da própria inteligência.
Ou seja, é à medida que o pensamento da criança se desenvolve que sua
linguagem, o desenho e o próprio jogo evoluem”.
Kishimoto (1997, p. 39) relata que a brincadeira simbólica surge:

Com o aparecimento da representação e da linguagem, em torno de 2\3


anos, quando a criança começa a alterar o significado dos objetos, dos
eventos, a expressar seus sonhos e fantasias e a assumir papeis
presentes no contexto social. O faz de conta permite não só a entrada no
imaginário, mas a expressão de regras implícitas que se materializam nos
temas das brincadeiras. É importante registrar que o conteúdo do
imaginário provém de experiências anteriores adquiridas pelas crianças,
em diferentes contextos.
32

Essas experiências estão presentes no convívio com a família, com a igreja,


com a escola, sofrendo influência ainda de seus professores.
Para Vygotsky (s/d) apud, (Batista, Furlanetto e Vale 2010, p. 271):

A situação imaginaria da brincadeira decorre da ação da criança, ou seja,


a tentativa da criança de reproduzir as ações do adulto em condições
diferentes daquelas em que elas ocorrem na realidade e que da origem a
uma situação imaginaria. Isso significa que a criança não imagina uma
situação para depois agir, brincar. Ao contrario, para imaginar, ela precisa
agir.

Para Vygotsky (s/d) a situação imaginaria que ocorre durante o processo da


brincadeira é a imitação das ações que os adultos realizam no seu grupo social,
realizadas pelas crianças, permitindo assim conhecer e compreender melhor a sua
realidade, nesse sentido pode-se dar como exemplo na brincadeira com o cabo de
vassoura, a criança utiliza-o como cavalo.
Para Vygotsky (s/d) apud, (Batista, Furlanetto e Vale 2010, p. 272):

A brincadeira é a atividade em conexão com a qual ocorrem as mais


importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança e dentro
do qual se desenvolvem os processos psíquicos que preparam o caminho
da transição da criança para um novo e mais elevado nível de
desenvolvimento.

Portanto, pode se compreender que a brincadeira é essencial para o


desenvolvimento da criança, pois através da mesma ela cria, imagina as novas
situações que vivencia no seu grupo social.
De acordo com Facci (2006, p. 15) “as brincadeiras das crianças não são
instintivas e o que determina seu conteúdo é a percepção que a criança tem do
mundo dos objetos humanos”, ou seja, brincando com os objetos que os adultos
utilizam ela cria uma consciência do que é aqueles objetos e das ações que os
adultos realizam com aqueles objetos.
Pode-se citar como exemplo quando a criança brinca de carrinho, ela não
pode dirigi-lo, mas através da brincadeira, ela cria sua consciência desse objeto
utilizado pelos adultos.
33

Facci (2006, 15) afirma que “na brincadeira, na atividade lúdica, ela pode
realizar essa ação e resolver a contradição entre a necessidade de agir, de um lado,
e a impossibilidade de executar as operações exigidas pela ação, de outro”.
Conforme Grassi (2008, p. 103):

A utilização dos jogos e brincadeira na educação, no trabalho pedagógico


e psicopedagógico, com sujeitos que apresentem ou não dificuldades de
aprendizagem apresenta-se como uma alternativa interessante, pois pode
despertar o interesse e o desejo de aprender e, ao mesmo tempo, pode
possibilitar o desenvolvimento de estrutura de pensamento mais
elaboradas, a apropriação e a construção de conhecimento, enfim a
aprendizagem.

Através desta citação pode-se entender a real importância dos jogos e da


brincadeira, para o desenvolvimento e aprendizagem infantil, pois, a criança aprende
a elaborar seu próprio pensamento, construindo dessa forma sua aprendizagem no
processo de ensino, diminuindo assim suas dificuldades de aprendizagem.
Conforme Martins (2006, p. 39):

A brincadeira de papéis influência decisivamente o desenvolvimento global


da criança. Ao brincar ela aprende a ser e agir diante das coisas e das
pessoas, pois é a partir das ações praticas realizada que os processos
internos se estruturam, orientando outras ações práticas, mais autônomas
e complexas, que enriquecerão os processos internos e assim
sucessivamente.

Através da brincadeira infantil, as crianças desenvolvem todos os atributos


necessários para sua vida adulta, pois através dessas ações praticas vão se
estruturando seus processos internos tornando–as mais autônomas nas realizações
de suas atividades.
Segundo Martins (2006, p. 48) “a brincadeira de papéis não é uma atividade
natural e espontânea, mas profundamente marcada pelas condições objetivas da
vida da criança”.
Segundo Leontiev (s/d) apud, (Rossler, 2006, p. 56) “a brincadeira é a
principal atividade geradora do desenvolvimento psíquico do homem na idade pré-
escolar, ou seja, da criança”, portanto, para ele a brincadeira é a atividade principal
para o desenvolvimento psíquico da criança.
Nesse sentido Rossler (206, p. 57) afirma que:

Ao brincar a criança nunca esta, portanto, inteiramente sozinha, num


mundo a parte do mundo dos adultos ou mesmo tentando dele fugir. A
34

brincadeira não é uma atividade alucinatória. Ao contrario, brinca para


poder dominar e penetrar nesse mundo, que é um mundo social. Brinca
para ser adulto. Direta ou indiretamente, o universo dos adultos sempre
estará presente nas atividades lúdicas das crianças, determinando sua
forma e seu conteúdo, interferimos nela ou não. O papel do adulto nessa
atividade é, nesse sentido, muito mais significativo e central do que
supõem nas abordagens psicológicas e pedagógicas no momento.

Assim, a brincadeira faz-se importante para o desenvolvimento infantil, pois,


através da mesma a criança começa a entender o mundo dos adultos ao qual um dia
fara parte.
Conforme o Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998, p.25) “as
brincadeiras que compõem o repertório infantil e que variam conforme a cultura
regional apresenta-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver
habilidades no plano motor”.
Segundo Kishimoto (1997, p. 37) o brinquedo educativo:

Data dos tempos do Renascimento, mas ganha força com a expansão da


educação infantil, especialmente a partir deste século. Entendido como
recurso que ensina desenvolve e educa de forma prazerosa, o brinquedo
educativo materializa-se no quebra cabeça, destinado a ensinar formas e
cores, nos brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão do numero
e das operações matemáticas, nos brinquedos de encaixe, que trabalham
noções de sequência, de tamanho e de forma, nos múltiplos brinquedos e
brincadeiras, cuja concepção exigiu um olhar para o desenvolvimento
infantil e a materialização da função pedagógica: mobiles destinados à
percepção visual, sonora ou motora; carrinhos munidos de pinos que se
encaixam para desenvolver a coordenação motora, parlendas para a
expressão da linguagem, brincadeiras envolvendo musicas, danças
expressão motora, gráfica e simbólica.

O brinquedo ganha força com a expansão da educação infantil, pois se


tornou um recurso necessário para o desenvolvimento da criança porque ela
aprende de forma prazerosa, sem perceber, portanto aprende espontaneamente
sem a pressão que carrega a aprendizagem, pois atraves do quebra – cabeça pode-
se ensinar cores, formas, através dos brinquedos de encaixe trabalhar noções de
espaço, de tamanho, se é grande ou pequeno para colocar naquele encaixe do
brinquedo.
Oliveira (1984, p. 44) define o brinquedo da seguinte maneira:

O brinquedo educativo se auto-define como agente de transmissão


metódica de conhecimentos e habilidades que, antes de seu surgimento,
não eram veiculadas às crianças pelos brinquedos. Simboliza, portanto,
uma intervenção deliberada no lazer infantil no sentido de oferecer
conteúdo pedagógico ao entretenimento da criança.
35

Pode - se compreender através desta citação que o brinquedo educativo,


vem para intervir no processo de ensino aprendizagem, facilitando dessa forma a
aprendizagem e possibilitando que a criança construa seu próprio conhecimento.
Em conformidade Kishimoto (1997, p. 36) afirma que “o uso do
brinquedo/jogo educativo com fins pedagógico remete-nos para a relevância desse
instrumento para situações de ensino – aprendizagem e de desenvolvimento
infantil”, portanto se considerarmos que a criança aprende de forma intuitiva e
espontânea pode-se afirmar que o brinquedo exerce uma função fundamental nesse
processo.
Através dos brinquedos, dos jogos e da brincadeira o professor da educação
infantil potencializa a aprendizagem e o desenvolvimento de novas habilidades.
Para Batista, Furlanetto e Vale (2010, p. 264) o brinquedo é entendido como
“objeto que dá suporte a brincadeira, supõe relação intima com a criança, um nível
de desenvolvimento e indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um
sistema de regras que organize sua utilização”, nesse sentido podemos citar como
exemplo a boneca, a criança pode utiliza-la desde sua manipulação até a
brincadeira de mamãe e filhinha, estimulando a representação e a expressão de
aspectos de sua realidade.
Nesse sentido Rossler (2006, p. 59) afirma “no brinquedo, os objetos que a
criança utiliza perdem seu significado real e sua força dominante, motivadora de um
comportamento padrão. Uma vassoura deixa de ser um objeto para varrer, limpar e
passa a ser um cavalo”.
Ao brincar a criança imagina além do seu campo visual, no exemplo anterior
a vassoura deixa de ser um objeto utilizado pelos adultos para limpar e passar a ser
um cavalo para aquela brincadeira, naquele momento assim utilizado por ela.
Ao assumir uma função lúdica e educativa, o brinquedo conforme Kishimoto
(1997, p. 37) merece as seguintes considerações, primeira a função lúdica, no
sentido do brinquedo proporcionar diversão, prazer, e uma segunda característica
sua função educativa, pois através do brinquedo pode-se ensinar qualquer conteúdo
que compete ao individuo aprender tanto em seus conhecimentos acadêmicos
quanto na sua apreensão do mundo.
Através dessas ideias de Kishimoto (1997) pode se compreender que
quando o professor deseja trabalhar um determinado conteúdo pode se e deve
36

recorrer ao lúdico, pois através do brinquedo podemos ensinar vários conteúdos do


currículo básico, nesse sentido Kishimoto (1997) relata que a utilização do jogo
potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por a criança agir
através de motivações internas, que é uma característica do lúdico.
Maluf (2003) apud, (Grassi, 2008, p. 41-42) menciona que:

A necessidade de os brinquedos serem resistentes para que não


desapontem a criança se quebrando quando ela vai brincar pela primeira
vez. Brinquedos que se quebram com facilidade podem gerar frustrações e
decepções na criança, sentimentos de insegurança, medo de manipulá-los
e destruí-los, comportamentos de evitação, sentimentos de rejeição e
culpa, reprimindo o impulso de exploração e experimentação naturais na
criança.

Portanto cabe a nos adultos a escolha de brinquedos mais resistente, para


que não quebre logo na primeira vez em que a criança vai brincar, dessa forma
pode-se evitar que surgi todos esses problemas na criança e também por motivo de
segurança.
Nesse sentido Cunha (1988) apud, (Grassi, 2008, p. 42) indica critérios para
melhor selecionar os brinquedos, deve ser do interesse da criança, devendo levar
em conta a idade, os aspectos afetivos, psicomotores, portanto deve estar de acordo
com a faixa etária da criança, ser versátil, com cores e formas que a atraem, o
tamanho do brinquedo, sua durabilidade para não quebrar logo na primeira vez que
ela estiver manipulando e por ultimo ser seguro para a criança.
Portanto através destes critérios selecionados por Cunha (1988) pode-se
entender qual o tipo, como deve ser o brinquedo para melhor desenvolver a criança,
ou seja, o adulto deve optar por brinquedos que a motive, adequado a sua faixa
etária, versátil no sentido de poder manusear de diferentes maneiras, com cores e
formas atrativas, com tamanhos adequados às possibilidades de manipulação,
duráveis e com segurança, no sentido das pontas, das arestas enfim para que as
mesmas não se machuquem.
Para Grassi (2008, p. 45) “o brinquedo pode ser desde um sofisticado
produto industrial até uma simples caixa de fosforo, funciona como suporte para o
brincar, para a brincadeira”, ou seja a criança utiliza da sua imaginação para brincar.
Ainda Grassi (2008, p. 45) o brinquedo é:

Um meio pelo qual a criança demonstra suas emoções, cria e imagina,


desenvolve-se, aprende e apreende. Cada brinquedo apresentado a
37

criança desperta nela uma infinidade de possibilidades. Desperta seu


interesse, sua curiosidade, possibilita momentos de prazer, realização e
felicidade, bem como permite a vivência de sentimentos de angustia,
desprazer, frustração, medo, tristeza que poderão ser simbolizados e
elaborados.

Portanto através do brinquedo elas elaboram seus sentimentos, sua


realidade, através do imaginário que o brinquedo lhe possibilita.
38

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3.1 LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação Infantil Menino


Jesus Goioerê – Paraná. A estrutura do prédio é antiga, precária, devendo mudar de
instalação para outro local, para proporcionar um melhor atendimento para as
crianças, pois a Secretaria de Educação esta procurando um outro local adequado
para instalar o Centro de Educação Infantil e transferir o atendimento, melhorando
assim as condições físicas para o atendimento dos alunos.
O centro de educação infantil é composto por: uma cozinha, um refeitório,
um pátio, um banheiro para todos os funcionários, um banheiro infantil para todos os
meninos e meninas do Centro Municipal Educação Infantil, uma sala de direção,
havendo quatro salas de aulas: uma maternal I, uma maternal II, um berçário e uma
sala para o pré-escolar e um parque de brinquedos com: 3 balanços, 2
escorregadores e 1 balanço que gira.
No parque chamado pelas crianças como “parquinho” é utilizado somente
uma vez por semana por cada sala do Centro Educacional, pode perceber que os
educandos adoram ir ao parquinho, onde brincam, jogam, dão risadas, sentem se
motivados naquele ambiente.

3.2 TIPO DE PESQUISA

Para iniciar este trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico em


livros, artigos científicos, revista especializadas, site da internet, com os autores
Batista e Vale (2010), Brougère (1998), Caillois (1994), Negrine (1994), Grassi
(2008) entre outros autores. A Grande maioria destes estudiosos retrata
basicamente discussões acerca deste tema, e busca refletir a respeito dos
benefícios que a estimulação através dos jogos traz para o desenvolvimento infantil
e a aprendizagem dos mesmos.
39

Realizou-se uma pesquisa de campo de cunho qualitativo, para que se


possa observar de forma direta a prática dos jogos, analisando o desenvolvimento e
a aprendizagem dos alunos da educação infantil.
Foi elaborado um questionário com a coordenadora municipal da
educação infantil e com as educadoras do Centro de Educação Infantil Menino
Jesus

3.3 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados através de uma pesquisa bibliográfica que retrate


sobre o tema abordado, com autores que estudam a respeito, analisando os jogos
como estimulação para o desenvolvimento infantil.
Far-se-á também uma observação de forma direta e assistemática com os
alunos do Centro de Educação Infantil Menino Jesus, realizando jogos e
brincadeiras.
Segundo Santos, Molina e Dias (2007, p.143) “a observação direta trata do
registro de uma dada situação, acontecimento ou ocorrência”, portanto serão
registrados os sentimentos, os desenvolvimentos dos alunos durante a realização
dos jogos.
Em um sentido mais simples Rampazzo (2005, p. 106) esclarece que a
“observação é aplicar os sentidos a fim de obter uma determinada informação sobre
algum aspecto da realidade”.
Ainda Rampazzo (2005, p.106) define a observação assistemática poderá
ocorrer de duas maneiras sendo elas:

Na primeira, o observador não - participante: aparece como um elemento


que vê de fora.
[...] Na outra situação, observador participante , faz parte da situação e
nela desempenha uma função, um papel [...].
O observador pode começar como não – participante e depois tornar – se
participante, e vice – versa.

Para o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 40)


“a observação cuidadosa sobre cada criança e sobre o grupo fornece elementos que
40

podem auxiliar na construção de uma prática que considere o corpo e o movimento


das crianças”.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 40)
ainda esclarece que “é recomendável que o professor atualize sistematicamente
suas observações, documentando mudanças e conquistas”.
A presente pesquisa se pautou também com a aplicação de questionários
(APÊNDICES A-B).
Para Rampazzo (2005, p. 112) o questionário “é um instrumento de coleta
de dados constituído por uma serie ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistado”.
Rampazzo (2005, p. 112) esclarece ainda que junto ao questionário “deve se
enviar uma carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a
necessidade de se obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor,
para que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável”.
Nesse sentido será realizado um paragrafo explicativo aos entrevistados,
buscando incentivá-los a responder dentro de um prazo de quinze dias.
Para a aplicação do questionário foram utilizados dois tipos de questões
sendo elas: abertas, que segundo Santos, Molina e Dias (2007, p. 144) “são aquelas
que permitem ao pesquisado discorrer, dissertar sobre o que está sendo
perguntado”
Questões fechadas também foram elaboradas, as quais conforme Santos,
Molina e Dias (2007, p. 145) “são objetivas, digo, o pesquisado escolhe suas
respostas em um conjunto de elementos a serem assinalados”.
Em relação às questões fechadas Rampazzo (2005, p. 115) afirma que “a
técnica de múltipla escolha é facilmente tabulada e proporciona uma exploração em
profundidade quase tão boa quanto a das questões abertas”.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados através da observação direta e do questionário


realizados na pesquisa de campo, procurando por meio da observação direta,
verificar e identificar as estratégias utilizadas pelos alunos para conseguirem concluir
os jogos e as brincadeiras propostos.
41

Sendo também analisadas as respostas da coordenadora municipal da


educação infantil e das educadoras do centro de educação Menino Jesus, com a
prática exercida em sala de aula.
42

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.

Ao chegar à respectiva instituição de ensino, apresentei-me aos alunos, que


naquele momento estavam brincando no pátio, com os brinquedos do Centro
Municipal de Educação Infantil e a educadora apenas os olhavam, cuidando, para
que não se machucassem ou brigassem uns com os outros por causa de algum
brinquedo que estavam utilizando na brincadeira, pode ser observado e analisado
que não havia nenhum objetivo prévio na realização daquela atividade, ou seja,
meramente para passar o tempo.
Após a minha apresentação foi desenvolvido com os alunos o jogo de
quebra-cabeça, por estar em um período de férias havia apenas quinze crianças, as
demais estavam viajando ou em casa de férias com seus pais.
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, p.35), afirma
que:

As instituições devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos


motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos
movimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras
trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois ao jogar, as
crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a
combinar e a respeitar regras.

Através do jogo de quebra – cabeça, procurou – se desenvolver a


aprendizagem social, com as crianças. Ao verem o jogo observou-se que
demonstraram motivação para iniciar, portanto, através dessa prática pode ser
analisado que estava ocorrendo um trabalho em conjunto para conseguirem
desenvolver a atividade.
Apesar de saber que o jogo de quebra - cabeça deveria ser praticado
individualmente, foi decidido aplicar em grupo para que pudesse e ocorresse a
aprendizagem social das crianças envolvidas nessa atividade, e em alguns
momentos pude perceber que um falava para o outro essa peça encaixa aqui,
vamos colocar, porque a cor é igual.
Kishimoto (1997, p. 37) afirma que “se a criança esta diferenciando cores, ao
manipular livre e poderosamente um quebra-cabeça disponível em sala de aula, a
função educativa e lúdica está presentes”.
43

Pode-se analisar também através do jogo de quebra-cabeça que os alunos


começaram a aprender a colaborar uns com os outros, para assim alcançarem um
objetivo em comum, respeitando ainda as regras preestabelecidas pela educadora
que estava desenvolvendo a atividade com eles naquele momento, desenvolvendo
também o espirito de competição entre os mesmos.
Ao debater com a educadora a respeito do desempenho dos alunos naquele
jogo, pode-se compreender o quanto foi importante, pois alguns alunos que ainda
não discriminavam todas as corem começaram a identificá-las, nomeá-las com mais
facilidade, e aqueles que não gostavam de compartilhar seus brinquedos estavam ali
brincando, compartilhando do mesmo brinquedo e se divertindo em grupo, ou seja,
estavam adquirindo conhecimento social, melhorando o relacionamento entre os
educando.

Figura 1: dos alunos jogando quebra cabeça.

.
Podendo ainda ser observado que alguns grupos apresentavam uma
dificuldade maior, demorando um pouco mais para desenvolver a atividade e foi no
grupo de menor idade que pode ser analisado que para desenvolverem a mesma
atividade dos maiores, necessitavam de auxilio da educadora presente, para
conseguirem realizar a atividade proposta, sendo assim a mesma auxiliou falando
44

para eles qual a cor é igual para encaixar aqui, quando a criança pegava uma peça
errada ela perguntava será que é essa?
Tem a cor igual, é a continuidade do desenho, desenvolvendo dessa forma
seu conhecimento a respeito das cores, formas, que naquele momento não estavam
conseguindo analisar, mas após algum tempo pode ser observado que eles já
estavam procurando encaixar as peças com a cor igual e com a continuidade do
desenho, mas também pode se perceber que esse tipo de jogo quase não é
trabalhado com os alunos menores desse Centro Municipal de Educação Infantil.
Em conformidade com que foi descrito acima através dessa atividade pode
ser observado às crianças menores que tinham dificuldades em nomear as cores,
estavam aprendendo sem ao menos perceber, falavam esse é verde é igual esse
outro verde, estavam nesse momento construindo o seu próprio conhecimento
pedagógico em relação às cores que antes apresentavam dificuldades.
Ao conseguirem realizar o jogo de quebra – cabeça todos os educandos
ficavam alegres e se cumprimentavam, se abraçando e chamando a educadora para
ver que conseguiram realizar a atividade, desenvolvendo dessa forma além do
social, a afetividade entre os alunos, os jogos também foram trocados entre os
grupos, em todos os momentos pode ser observado que os educandos estavam
motivados e se socializavam melhor através do jogo.
Outro jogo desenvolvido foi o jogo de tira alvo pode ser observado que as
crianças lançavam de varias formas diferentes, umas por cima, outras por baixo e
rasteiro, tentando acertar de qualquer maneira o alvo, após varias tentativas
conseguiram acertar o alvo, podendo perceber nesse momento o desenvolvimento
de a sua coordenação motora em conformidade Santomauro (2013) afirma “Uma
opção interessante são os jogos de alvo, como boliche, bilhar, bola de gude e
argola. Eles favorecem a estruturação do espaço, já que exigem conseguir acertar a
mira ajustando a força à distância”.
Nesse jogo de tira alvo teve algumas crianças que tiveram a idéia de se
aproximar mais do alvo para jogar a bolinha, desrespeitando a regra, neste sentido
faz se importante ressaltar, que conforme Grassi (2008, p. 74) os “valores, normas,
regras e noções de ética estão presentes no ato de jogar e o educador pode
aproveitar as situações que vão surgindo para discutir com os jogadores tais
elementos”.
45

Figura 2: mais próximo do alvo para jogar.

Portanto ao aluno fazer esse movimento, a educadora poderia ter trabalhado


as regras e a ética, perguntando a eles se estava certo o que ele havia feito, indo
mais próximo do alvo, do que os outros se fosse ao contrario se ele iria gostar, mas
infelizmente passou despercebido, naquele momento do jogo.
Em relação ao comportamento deles pode ser analisado e verificado que
melhorou bastante, pois cada um aprendeu a esperar a sua vez sentados, torcendo
pelo amigo, para que ele acertasse e chegasse novamente sua vez.
Em conformidade Grassi (2008, p. 124) afirma que o educador deve:

Observar atentamente as situações de jogo para levantar informações


sobre o estilo de jogo e as características de cada participante, como
jogam e como tiram proveito de regras e situações que acontecem ao
longo das partidas. Deve promover conservações e analises com os
participantes sobre suas ações e estratégias, dúvidas, dificuldades,
modificações nas estratégias e nas regras, criação de alternativas para
jogar o jogo e sobre o resultado das partidas. Pode propor regras novas ou
desafios que tornem os jogos mais interessantes ou mais difíceis.

Pode-se compreender através desta citação, que a educadora pode e deve


levantar algumas observações através do jogo, como por exemplo, se eles
arremessam a bola com a mesma mão que pinta em sala de aula, se lançam muito
forte ou muito fraco, se tem noção de espaço, da localização do alvo ou se
simplesmente arremessa.
46

Gráfico 1 jogo tiro alvo.

Através desse gráfico pode-se verificar que a maioria dos alunos optou na
realização da atividade em jogar rasteiro, quatro alunos optou em jogar por cima,
quatro alunos por baixo e dois alunos se aproximaram do alvo para jogar.
No jogo da memória estava todos ansiosos, para começar e assim descobrir
quem iria ganhar, podendo observar durante a realização do jogo que algumas
crianças contavam onde estava à peça igual para o coleguinha, através desses
jogos eles começaram a compreender regras, melhorando ainda mais o seu
comportamento em sala de aula, pois estavam vivenciando na prática o que é regra,
pois, no seu dia a dia aparecem sem sentido algum, agora no jogo ela tem a
oportunidade de aprender o que é regra e porque são importantes para o nosso
convívio social.
47

Figura 3: jogo da memoria.

Segundo o Bibiano (2013) pode encontrar à seguinte característica para o


jogo da memória “Como o próprio nome indica, ele requer boas estratégias de
memorização dos integrantes para acumular pontos”, em conformidade com esta
citação pode ser observado que as crianças aos poucos perceberam que deveriam
memorizar onde estava cada desenho para assim ganhar o jogo, desenvolvendo
dessa forma a sua memória.
Sendo interessante registrar como sugestão para trabalhar com os alunos,
nos jogos de memória segundo Bibiano (2013) as relações entre as imagens e a
posição no tabuleiro para, assim, desenvolver neles as estratégias de memorização.
Durante a realização do jogo da memória a professora perguntava qual a
forma que você esta utilizando para conseguir jogar, para atingir o seu objetivo, ou
seja, para achar a outra peça igual, nesse sentido além de desenvolver a
capacidade de memorização, a educadora estava desenvolvendo o dialogo, a
socialização entre seus pequenos.
Eles respondiam da seguinte maneira à educadora: tia quando ele vira à
laranja (fruta) eu sei que ali está à laranja, e depois, quando for eu se eu tirar outra
laranja que não seja onde ele tirou, eu vou naquele lugar, que eu vi e acerto, pois sei
que estava ali a fruta igual a que eu tirei.
48

alunos

rasteiro

por cima

por baixo

Gráfico 2 do jogo da memória

Este gráfico demonstra como foi desempenho dos alunos na realização do


jogo da memória, a grande maioria dos alunos aprendeu a jogar naquele momento,
sendo que a minoria dos alunos que não sabiam, e aprendeu a jogar contava onde
estava a figura igual aos outros colegas, às vezes ate indicando com os dedinhos.
Em relação às regras encontra-se no Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil (1998, p. 37) a seguinte orientação:

os primeiros jogos de regras são valiosos para o desenvolvimento de


capacidades corporais de equilíbrio e coordenação, mas trazem também a
oportunidade, para as crianças, das primeiras situações competitivas, em
que suas habilidades poderão ser valorizadas de acordo com os objetivos
do jogo. É muito importante que o professor esteja atento aos conflitos que
possam surgir nessas situações, ajudando as crianças a desenvolver uma
atitude de competição saudável.

Mas no jogo de peteca que também desenvolve coordenação motora,


espacial, percepção de espaço, pode ser analisado que é uma atividade pouca
utilizado no Centro Municipal de Educação Infantil, pois as crianças não
conseguiram jogar corretamente, encontrando assim, uma outra forma para brincar
49

naquele momento, mas para elas havia um significado e um objetivo que era
conseguir alcançar a peteca primeiro para então joga-la para cima de novo, nesse
sentido ganhava quem pegasse mais a peteca, aqui pode ser analisado a questão
de competividade, pois todos queriam pegar para ganhar o jogo.

Figura 4: jogo da peteca.

Foi sugerida então a brincadeira do coelho sai da toca, utilizando para


confecção das tocas bambolês, cada duas crianças em um, sempre sobrando uma
para tentar entrar no lugar da outra, nessa brincadeira tiveram um ótimo
desempenho em sua realização, ninguém queria ficar fora do bambolê, mas
entenderam que tinha que sair e entrar em outro.
50

Figura 5: brincadeira coelhinho sai da toca

Nessa atividade foi trabalhado noção de espaço, de tempo, de socialização


visto que tinham sempre dois educandos dentro dos bambolês, de competição, pois
ganhava quem conseguia ficar dentro do bambolê e a criança que perdia não ficava
frustrada pelo contrario tentava na próxima entra no bambolê para ganhar do colega.
Nesse sentido Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(1998, p. 39) ressalta que “os conteúdos relacionados ao movimento deverão ser
trabalhados inseridos na rotina”, podendo ser planejados ou não pelo professor.
Para Grassi (2008, p. 46) através da ”brincadeira, diversas funções são
mobilizadas: as psicomotoras, as neuropsicológicas, as cognitivas, além de
sentimentos e afetos. Brincando a criança se desenvolve e aprende”.
Outra brincadeira utilizada para observação e analise foi à brincadeira da
cadeira cooperativa, podendo assim ser trabalhado com os alunos a percepção de si
e do outro, em relação a comportamentos cooperativos e competitivos, exercitando
ainda a criatividade, o respeito mútuo, aprendendo ainda que para conviver com as
outras pessoas ao seu redor é fundamental a cooperação entre todos os envolvidos.
Através dessa brincadeira pode se observar que no primeiro momento todos
tinham como objetivo ganhar, visto que já haviam brincado da brincadeira dança da
cadeira, e nessa brincadeira ganha quem fica sentado, quem não consegue sentar
perde e tem que ficar de fora esperando acabar, portanto ao parar a música todos
competiram para sentar e não ficar em pé.
Ao explicar que todos deveriam sentar e quem sairia só eram as cadeiras,
pode ser observado que eles ficaram surpresos e nesse sentido questionaram, mas
51

não há lugar para ele? Então surgiu a seguinte questão, como fazer para ele sentar
e continuarmos a brincadeira? Pensaram e então um respondeu pode sentar no meu
colo, resolvendo dessa forma o problema.
Após foi retirado outra cadeira ficando dois, sem sentar, desta vez um
sentou no colo como foi sugerido pelo amigo e o outro usou de sua criatividade para
sentar ao lado na mesma cadeira, foi sendo retiradas as cadeiras até sobrar
somente uma cadeira.

Figura 6: brincadeira da cadeira cooperativa.

Ao término da brincadeira fiz alguns questionamentos, sendo eles: como foi


para vocês participarem dessa brincadeira? Responderam legal, divertido.
Como se sentiram, do que mais gostaram? Feliz, gostamos de brincar com
as cadeiras. Quando expliquei que todos deveriam ficar sentados nas cadeiras,
deixou vocês mais livres, para brincar? Ou ficaram ainda competitivos querendo
ganhar?
Alguns responderam que queriam ganhar, teve uma criança que parou de
brincar quando ela percebeu que todos estavam brincando e que ninguém sairia da
brincadeira, todos ganhariam, ela queria ganhar sozinha, dessa forma podemos
perceber que essa criança esta bem egocêntrica e competitiva em relação aos seus
amigos.
Então perguntei foi legal todos ganharem? Responderam sim, queremos
brincar de novo.
52

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.


30) as “brincadeiras que envolvam o canto e o movimento, simultaneamente,
possibilitam a percepção rítmica, a identificação de segmentos do corpo e o contato
físico”.
Portanto através da brincadeira da cadeira cooperativa, além de trabalhar a
cooperação, competição, e o respeito mútuo, pode se analisar que desenvolve
também a percepção rítmica e o contato físico uns com os outros visto que no dia a
dia não se tem muito contato entre eles, a não ser quando estão brigando.
Vale ressaltar ainda que para Grassi (2008, p. 48), “a brincadeira
cooperativa vai se tornando mais efetiva à medida que cada componente do grupo
assume um papel. Cada elemento coopera no sentido de o grupo atingir um objetivo
em comum, aprendem a esperar sua vez, respeitar os colegas e as regras da
atividade”.
Em conformidade outra brincadeira utilizada foi do abraço Musical, tendo por
objetivo trabalhar a integração da criança ao meio social em que vive e adquirir
hábitos saudáveis de relações interpessoais.

Figura 7: brincadeira do abraço musical.

Neste momento pode se perceber que havia crianças que não se


aproximava de algumas, por timidez, conforme parava a música aumentava o
número de criança que deveriam se abraçar, então pode se analisar que o objetivo
de integra-los e da relação interpessoais foram alcançados, pois a criança que não
interagia com todos, passou a interagir, abraçando quem ela nem chegava perto.
53

Sendo também realizado um questionário com as educadoras do maternal I,


Maternal II, e do pré-escolar do Centro Municipal de Educação Infantil, Menino Jesus
de Goioerê, e com coordenadora da educação infantil que atende a todos os CMEIS
e pré-escolas do município, a sua aplicação ocorreu do dia 29 de janeiro a 31 de
Janeiro de 2013.
Após a aplicação do questionário obtemos as seguintes respostas e analises
dos mesmos.
Primeiro será analisado o questionário da coordenadora municipal de
Goioerê, ela possui graduação em Pedagogia e especialização, esta atuando na
educação infantil de 4 a 6 anos, sendo que há dois anos e meio vem atuando como
coordenadora pedagógica da educação infantil do município de Goioerê.
Ao questionar a coordenadora em uma questão fechada a respeito de sua
visão como coordenadora de educação infantil dos Centros de Educação Infantil e
Pré-Escola de Goioerê, que importância tem as brincadeiras, jogos e brinquedos no
aprendizado das crianças, respondeu ser extremamente importante, nesse sentido
temos a mesma opinião, pois através dos jogos pode ser percebido que melhorou
bastante a aprendizagem dos educando da educação infantil.
Então foi questionado para haver a construção, ou seja, aprendizagem deve
existir envolvimento/comprometimento das crianças em relação aos jogos e
brincadeiras? Por quê? Obtive – se a seguinte resposta, se não for interessante
desafiador a criança não irá participar ou participará de forma mecânica, não
desenvolvendo a sua criatividade e as ações mentais a qual é necessária para
realmente construir o aprendizado.
Concordamos que para que haja aprendizagem será necessário o
comprometimento e o envolvimento dos educando na participação dos jogos e das
brincadeiras, no entanto acredito que para as crianças os jogos e as brincadeiras
são interessantes, mas o professor devera ter um objetivo a alcançar para então
desenvolver a aprendizagem de seus alunos.
Em relação à definição do tema jogos e a sua importância para o
desenvolvimento infantil, a coordenadora definiu da seguinte maneira “jogos –
brincadeiras desafiadoras com ou sem regras que os alunos participam de forma
prazerosa”, para nós os jogos são de extrema importância para o desenvolvimento
infantil, pois sabemos que ele desenvolve o cognitivo, afetivo, a psicomotricidade, o
54

social enfim através dos jogos e das brincadeiras podemos obter o pleno
desenvolvimento infantil.
E em relação às propostas pedagógicas que os centros de educação
oferecem, a coordenadora respondeu que na proposta pedagógica a interação e a
brincadeira perpassam todos os eixos.
Macedo (2007, 31) afirma que “para as crianças, o brincar e o jogar são
modos de aprender e se desenvolver”.
No Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998, p. 19) encontra-se
a seguinte definição “jogos, as brincadeiras, a dança e a práticas esportivas revelam,
por seu lado a cultura corporal de cada grupo social, constituindo – se em atividades
privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado”, portanto, através do
trabalho com jogos e brincadeiras o professor conseguira um melhor desempenho
de seus alunos na educação infantil.
A coordenadora acredita sim que o ato de brincar influência na
aprendizagem da criança, estando desta forma em conformidade com os autores
estudados nesse projeto de pesquisa, e segundo a coordenadora os conteúdos da
educação infantis são elaborados de acordo com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil em consonância com o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil.
Encontra – se ainda no Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil (1998, p. 29) que os conteúdos deverão:

Priorizar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais


do movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças de
forma que possam agir com cada vez mais intencionalidade. Devem ser
organizados num processo continuo e integrado que envolve múltiplas
experiências corporais, possíveis de serem realizadas pela criança sozinha
ou em situações de interação. Os diferentes espaços e materiais, os
diversos repertórios de cultura corporal expressos em brincadeiras, jogos,
danças, atividades esportivas e outras práticas sociais são algumas das
condições necessárias para que esse processo ocorra.
Os conteúdos estão organizados em dois blocos. O primeiro refere-se às
possibilidades expressivas do movimento e o segundo ao seu caráter
instrumental.

A coordenadora tem como opinião que o brinquedo lúdico é imprescindível


para consolidar a aprendizagem, através destes as crianças desenvolve e manifesta
desejos, angustia e criatividade. Sendo importante ressaltar que para a criança
55

qualquer objeto pode ser transformado em um brinquedo, conforme sua imaginação


e a situação lúdica que estão naquele momento.
Conforme Grassi (2008) as crianças podem utilizar de utensílios domésticos,
sucatas, elementos da natureza, que não tem como função lúdica, seus brinquedos,
nesse sentido ela afirma que “utilizando desses objetos ou brinquedos produzidos
para brincar, a criança desenvolve sua imaginação e criatividade, se socializa,
experimenta e arrisca, satisfaz suas necessidades, interesses e desejos, constrói o
conhecimento”.
E por último questionamos como você vê o uso desses componentes no
processo de desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e social das crianças,
obtive-se como resposta que, por meio do simbólico jogo, brincadeira é que a
criança desenvolve todos os sentidos, durante o brincar é desenvolvida a linguagem,
afetividade e a motricidade.
Nesse sentido Grassi (2008, p. 38) ressalta que:

Brincar é, sem duvida, um importante recurso pedagógico que estimula e


desenvolve as funções mentais superiores e as psicomotoras e participa
da construção do conhecimento. A criança se desenvolve e aprende
brincando, adquire experiência e conhecimentos, pensa e raciocina,
descobre e apreende o mundo e a si própria, constrói-se física, social,
cultural e psicologicamente.

Pode-se dizer que através das brincadeiras, jogos, e brinquedos as crianças


se desenvolvem, de forma global e não fragmentada, sendo importante ressaltar que
muitas vezes nem percebem que estão aprendendo, construindo seu conhecimento
de forma prazerosa e que levará para toda a sua vida.
Ao se referir ao professor da educação infantil o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 31) relatam que o mesmo deve ter
cuidado com seus gestos, movimentos, expressões, pois é modelo para as crianças
nesse sentido o professor deve “conhecer jogos e brincadeiras e refletir sobre os
tipos de movimentos que envolvem é condição importante para ajudar as crianças a
desenvolverem uma motricidade harmoniosa”.
A partir desta citação passamos então á analisar os questionários
respondidos pelas educadoras do centro de educação infantil, apenas uma das
educadoras que atua no maternal não tem formação superior completo, as demais
56

são formadas em Pedagogia e não tem especialização, duas pretende fazer nesse
ano sua especialização.
Quanto ao tempo de serviço todas estão de 2 a 3 anos trabalhando com a
educação infantil sempre em centro de educação infantil.
Ao analisarmos as respostas a respeito da importância dos jogos e das
brincadeiras na educação infantil, temos as seguintes respostas, são à base da
construção de hipóteses, problemas, soluções e a concepção do lúdico-fantasia
diferenciando do real, ou seja, o faz de conta.
Através das brincadeiras que a criança se relaciona com o mundo e também
com as pessoas, com isso ela expõe o que sabe e aprende coisas novas.
Para Grassi (2008, p. 46):

Na brincadeira, a atenção da criança se prende ao brinquedo e ao ato de


brincar. Ela explora integralmente os atributos do objeto da brincadeira,
como por exemplo, sua cor, sua forma, sua textura, sua espessura, sua
consistência, seu odor, seu sabor, suas possibilidades. Para isso, utiliza-se
dos sentidos e do corpo como um todo.

Portanto ao brincar a criança esta em pleno desenvolvimento, tanto físico,


cognitivo, afetivo, psicomotor enfim se desenvolve de forma global e não
fragmentada como em algumas práticas pedagógicas com elas realizadas no dia a
dia dentro dos centros de educação.
Ao questionar se as educadoras têm utilizados jogos e brincadeiras em sala
de aula, todas foram unânimes em responder que sim, sendo que uma educadora
procurou argumentar que os jogos, brinquedos e as brincadeiras são divididos para
uma melhor interação, sendo utilizado sempre no período da tarde, mas para o
desenvolvimento infantil seria interessante direcionar os conteúdos trabalhados em
sala de aula, com jogos e brincadeiras, não isolando dessa forma somente ao
período da tarde, que não ocorre atividades pedagógicas.
Nesse sentido Ide (1997, p.96) ressalta que em relação aos jogos “as
crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo
assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivo, quanto afetivo. Estando
mais motivadas durante o jogo, ficam mais ativas mentalmente”.
Os jogos mais utilizados pelos educando no centro de educação conforme
as educadoras responderam são: peças de montar, faz-de-conta, bonecas,
57

carrinhos, quebra-cabeça, jogo da memória e em relação às brincadeiras, são o


coelhinho sai da toca e o vivo morto.
Sabemos que esses jogos e brincadeiras quando bem trabalhados são de
extrema importância para o desenvolvimento infantil e aprendizagem dos mesmos.
Conforme o Referencial Curricular da educação infantil (1998, p. 22-23) “no
faz-de-conta pode-se observar situações que as crianças revivem uma cena
recorrendo somente aos gestos”, por exemplo, quando a criança brinca de ser a
educadora, falando da mesma forma com os colegas, ela esta imitando uma
situação que vivenciou, no seu cotidiano.
Ao perguntar como você define o tema brincar jogar e brinquedo na
educação infantil obteve-se as seguintes respostas: é o conteúdo principal nessa
faixa etária, já que não é cobrado e exigido o pedagógico/atividades, brincando eles
aprendem muito.
O jogo com regras é uma forma didática onde as crianças devem cumprir
regras, o brincar é fazer com que usem a imaginação e criem ambientes e formas de
brincar e o brinquedo é algo pronto.
Concordamos que seja o conteúdo principal da educação infantil, mas o
professor devera direcionar seus alunos para que construam seu próprio
conhecimento, e não deixá-los à vontade sem um objetivo a alcançar.
Silva e Haetinger (2007, p. 114) definem o brincar da seguinte forma:

É a essência do pensamento lúdico e caracteriza as atividades executadas


na infância. As brincadeiras são uma forma de expressão cultural e um
modo de interagir com diferentes objetos do conhecimento, implicando o
processo de aprendizagem. Tendo em vista esse conceito, percebemos
que o ato de brincar acompanha o desenvolvimento da inteligência, do ser
humano, das sociedades e da cultura.

Segundo Silva e Haetinger (2007, p. 114) “as experiências do brincar na


escola auxiliam a formação de vínculos entre alunos e professores e certamente
facilitam a aprendizagem. Brincar faz parte do desenvolvimento sadio e pleno dos
indivíduos”.
Sendo também questionado qual o seu objetivo ao propor jogos e
brincadeiras nessa faixa etária, as respostas foram: através dos jogos e brincadeiras
eles constroem grande parte de seu conhecimento e conseguem compreender
melhor o mundo que os cercam.
58

Aprender a respeitar o próximo, saber esperar sua vez, aprender a perder e


a reconhecer o erro, dividir o brinquedo, compartilhar e ser amigo, mas para que
esses objetivos sejam alcançados, não se pode deixar apenas que os alunos
joguem por jogar, pois os jogos não tem em si um valor pedagógico, mas pode ser
criado esse valor através do trabalho pedagógico realizado pelas educadoras com
seus educando em sala de aula.
Nesse sentido Brougère (1998, p. 57) ressalta que:

De Erasmo a Basedow, trata-se, para o educador, de controlar o conteúdo


do jogo de modo que permita à criança adquirir conhecimentos relevantes
neste ou naquele momento. O jogo não é senão uma forma, um continente
necessário tendo em vista os interesses espontâneos da criança; porém
não tem valor pedagógico em si mesmo. Tal valor está estritamente ligado
ao que passa ou não no jogo. Ao pedagogo cabe fornecer um conteúdo,
dando – lhe a forma de um jogo, ou selecionar entre os jogos disponíveis
na cultura lúdica infantil aqueles cujo conteúdo corresponde a objetivos
pedagógicos identificáveis.

Para então finalizarmos o questionário foi realizada a seguinte pergunta: em


sua opinião, as crianças se sentem motivadas quando estão brincando? Por quê?
As respostas foram unânimes em responder que sim, porque é um espaço de
realização e de autoconhecimento deles, eles contam, imitam, dançam e realizam
suas fantasias no ato de brincar e faz de conta.
Porque proporciona muita integração, algo que dá prazer e as fazem felizes
e é sem duvida algo desafiador e agradável, as respostas estão em conformidades
com os autores aqui estudados em dizer que as crianças se sentem motivadas
através das brincadeiras e dos jogos.
Para Silva e Haetinger (2007, p. 114), “a brincadeira possibilita a livre
associação de idéias, pensamentos, impulsos e sensações. Brincar também tem a
ver com prazer. Uma brincadeira, sendo ou não criativa, deve sempre proporcionar
prazer ao participante”, dessa forma podemos compreender que através dos jogos
as crianças sentem prazer e logo estão motivadas a brincar e conseqüentemente a
construir seu próprio conhecimento, de forma harmoniosa levando para toda a sua
vida.
59

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa pode se concluir que os jogos são de extrema


importância para o desenvolvimento infantil tanto cognitivo, quanto afetivo, social,
pois eles adquirem um conhecimento global e não fragmentado.
Ao utilizar o faz de conta a criança expõe toda a sua emoção, expressando
seus sentimentos e sua realidade, porque ela pode através da sua imaginação expor
tudo o que esta acontecendo ao seu redor, imitando as pessoas de seu convívio que
são importantes em sua formação, e proporcionando a construção do próprio
conhecimento.
Havia crianças com dificuldades em nomear e diferenciar as cores após o
trabalho com o jogo de quebra cabeça, ela adquiriu esse conhecimento, de forma
espontânea e harmoniosa, hoje esta diferenciando e nomeando corretamente as
cores.
Houve também um melhoramento em relação à sociabilidade das crianças,
pois, aprenderam a brincar juntas com o mesmo brinquedo, a esperar a sua vez para
jogar, ficando mais social em suas relações.
Pode se também analisar as teorias que retratam a respeito dos jogos no
desenvolvimento infantil, conceituando a importância do jogo na estimulação, no
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos da educação infantil, compreendendo
também através da concepção de Vygotsky, Froebel e Piaget.
Pode se concluir que os jogos na educação infantil é a melhor forma de
desenvolver as crianças, pois aprendem brincando, de forma prazerosa,
harmoniosa.
Desenvolve a psicomotricidade, o social, o afetivo, o cognitivo de forma
significativa para a criança, evitando futuros problemas de aprendizagem, e levando
esses conhecimentos para toda a sua vida.
Os autores aqui estudados apesar de não terem a mesma concepção em
relação aos jogos no desenvolvimento infantil, todos concordam que o jogar e o
brincar são essenciais para o pleno desenvolvimento infantil.
Em relação ao questionário pode se analisar e concluir que tanto a
coordenadora da educação infantil quanto as educadoras, reconhecem que o lúdico
é importante para o desenvolvimento infantil, entretanto para que o lúdico seja
60

realmente significativo na aprendizagem e desenvolvimento da criança o professor


deve ter um direcionamento, um objetivo a atingir e muitas vezes como pode ser
observado às crianças brincam no centro de educação infantil por brincar sem um
planejamento, sem um objetivo a alcançar, estão soltas na atividade, para passar o
tempo.
Nesse sentido Grassi (2008, p. 46) afirma que “na brincadeira, diversas
funções são mobilizadas: as psicomotoras, as neuropsicológicas, as cognitivas, além
de sentimentos e afetos. Brincando a criança se desenvolve e aprende”.
Portanto cabem aos educadores utilizar os jogos, os brinquedos e as
brincadeiras com o objetivo de desenvolver os alunos e não para passar o tempo e
ficar com conversas paralelas com outras educadoras.
Todo o conteúdo para educação infantil pode e deve ser trabalhado por meio
dos jogos e das brincadeiras, para que através do concreto da manipulação dos
objetos a criança possa criar sua consciência, seu conceito em relação aquele
conteúdo e somente após o professor poderá ir para a folha de sulfite tão utilizadas
em nossas praticas pedagógicas.
Conforme Silva e Haetinger (2007, p. 114) “na educação, a brincadeira
funciona como uma vivência ou uma simulação de experiências e conteúdos,
aproximando-se do universo dos alunos”, portanto a brincadeira é importante no
processo educacional independente da idade, pois através do lúdico, os estudantes
adquirem o conhecimento de forma prazerosa, com alegria, contextualizando
tornando assim mais significativa a sua aprendizagem e os conteúdos pedagógicos
trabalhados em sala de aula.
61

REFERÊNCIAS

BATISTA, Cleide Vitor Mussini, Vale Maria Cristina Carreira. O Ludico nos Processos
Psicopedagógicos. Apostila esap – Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação e
FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ, PSICOPEDAGOGIA , abrangência
Institucional e Clinica, 2010.

BIBIANO, Bianca. Jogos na educação infantil. Disponível in:


revistaescola.abril.com.br/educação –infantil/jogos-brin. Acesso in 02 de jan de 2013.

BONAMIGO, Euza Maria de Rezende. KUDE, Maria Moreira. Brincar: Brincadeira ou


Coisa Séria. Porto Alegre: Educação e Realidade Ediçoes: 1991.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministerio da Educação e


do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

BROUGÈRE, Gilles. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Medicas, 1998.

BRUNER, in BONAMIGO, Euza Maria de Rezende. KUDE, Maria Moreira. Brincar:


Brincadeira ou Coisa Séria. Porto Alegre: Educação e Realidade Ediçoes: 1991.

Caillois, apud Negrine, Airton. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil: Simbolismo e


Jogos. Porto Alegre: Prodil, 1994.

Claparède e Gross in, GRASSI, Tania Mara. Oficinas Psicopedagógicas. 2° ed.


Curitiba: Ibpex, 2008.

CHOMBART, de Lauwe in: BONAMIGO, Euza Maria de Rezende. KUDE, Maria Moreira.
Brincar: Brincadeira ou Coisa Séria. Porto Alegre: Educação e Realidade Ediçoes: 1991.

FACCI, Marilda G. D.. Brincadeira de Papéis Sociais na Educação Infantil: as


contribuições de Vygotski, Leontiev e Elkonim. Org. Arce Alessandra e Duarte Newton. São
Paulo: Xamã, 2006.

FROEBEL, apud Negriene, Airton. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil: Simbolismo


e Jogos. Porto Alegre: Prodil, 1994.

FROEBEL. Froebel e a Educação Infantil: Froebel e o surgimento do primeiro


jardim de Infância. Disponível in: froebeleaeducao.blogspot.com/2010_07_01.
Acesso in 20 de jan de 2013.

FORMOSINHO, Julia Oliveira, KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Pedagogia(s) da infância:


dialogando com o passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.
GONÇALVES, Zenilda. Nos bastidores do teatro infantil. Belo Horizonte: Armazém de
Ideias, 2002.

Goraigordobil, apud Negrine, Airton. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil:


Simbolismo e Jogos. Porto Alegre: Prodil, 1994.

GRASSI, Tania Mara. Oficinas Psicopedagógicas. 2° ed. Curitiba: Ibpex, 2008.


62

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (ORG). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 2° ed.


São Paulo: Cortez, 1997.

_______________. (Org.). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.

MACEDO, Lino De. Artigo Brincar é mais que aprender. In: revista nova escola, educação
infantil pré-escola 4 e 5 anos, desenho: a turma vai se expressar com liberdade. Ed.
Especial n°15. Editora: Abril, agosto, 2007.

MARTINS, Ligia Márcia. Brincadeira de Papéis Sociais na Educação Infantil: as


contribuições de Vygotski, Leontiev e Elkonim. Org. Arce Alessandra e Duarte Newton. São
Paulo: Xamã, 2006.

MASTON, in ROSAMILHA, Nelson. Psicologia do Jogo e Aprendizagem Infantil. São


Paulo: Pioneira, 1979.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil: Simbolismo e Jogos. Porto


Alegre: Prodil, 1994.

_______________. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil: Perspectivas


Psicopedagógicas. Porto Alegre: Prodil, 1994.

NEVES, Libéria Rodrigues e SANTIAGO, Ana Lydia B. O Uso dos Jogos Teatrais na
Educação. Possibilidade diante do fracasso escolar. 2 ed. Campinas S.P: Papirus, 2010.

OLIVEIRA, Paulo Sales. O que é brinquedo. São Paulo: Brasiliense, 1984.

PICELI, Lucyelena Amaral. Coletânea de texto n° 1: Dinâmica Lúdica. Apostila Universidade


Paranaense- UNIPAR, 2007.

PORTAL, do Professor. Na dança da Vida, o Lugar da... Disponível in:


http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15672. Acesso in 02 de jan
de 2013.

RAMPAZZO, Lino. Metodologia Cientifica: para alunos do curso de graduação e pós-


graduação. 3°ed. São Paulo: Loyola, 2005.

ROSAMILHA, Nelson. Psicologia do Jogo e Aprendizagem Infantil. São Paulo: Pioneira,


1979.

ROSSLER, João Henrique. Brincadeira de Papéis Sociais na Educação Infantil: as


contribuições de Vygotski, Leontiev e Elkonim. Org. Arce Alessandra e Duarte Newton. São
Paulo: Xamã, 2006.

SANTOMAURO, Beatriz. Jogos na educação infantil. Disponível in:


revistaescola.abril.com.br/educação –infantil/jogos-brin. Acesso in 02 de jan de 2013.

SANTOS, Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol, Molina, Nilcemara Leal e Dias Vanda Fattori.
Orientações e dicas práticas para: TRABALHOS ACADEMICOS. Curitiba: Ibpex, 2007.

SAVIANI, Dermival. Educação Brasileira: estrutura e sistema. 10°ed. Campinas: Autores


Associados, 2008.
63

SILVA, Daniel Vieira DA. HAETINGER, Max Gunther. Ludicidade e


Psicomotricidade. Curitiba: IESDE, Brasil S.A., 2007.

SOUZA, Rosa Fatima de. Escola e Curriculo. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2008.

TAILLE, Yves de. Oliveira, Marta Koul. Dantas, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon.
Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus Editorial, 1992.

Vygotsky, Lev 1988, 1987, 1982, apud, KISHIMOTO, Tizuko Morchiba (ORG.). Jogo,
Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997.

WADSWORTH, Barry J.. Inteligência e Afetividade da criança: na teoria de Piaget. São


Paulo: Pioneira: 1992.
64

APÊNDICE(S)
65

APÊNDICE A

INFORMAÇÕES DO QUESTIONÁRIO
NOME:---------------------------------------------------------------------------------------
ESCOLA:------------------------------------------------------------------------------------
FORMAÇÃO:----------------------------------CARGO:--------------------------------

Este instrumento será aplicado pela a aluna Lidiane Pacagnam, visando


analisar as opiniões a respeito do tema: O JOGO COMO ESTIMULAÇAO PARA
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL, é parte do
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO
promovido e realizado pela UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO
PARANÁ – PÓLO de Goioerê.
Estando sob a SUPERVISÃO e ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR RICARDO DOS
SANTOS.
A APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO obedecerá aos princípios da ética
onde a identidade do entrevistado e as informações obtidas estarão em sigilo
bem como só SERÁ UTILIZADO APENAS PARA ESTE FIM.

Questionário para a Coordenadora Municipal da Educação Infantil de Goioerê.

1. Qual sua formação profissional?

( ) superior incompleto
( ) superior completo
( ) superior completo com especialização
( ) superior completo com mestrado.

2. Há quanto tempo trabalha com este nível de ensino?

( ) 2 á 3 anos
( ) 4 à 6 anos
( ) 6 à 9 anos
( ) 10 à 15 anos.

3. Na sua visão como coordenadora da educação infantil dos CMEIS de


Goieorê, que importância tem as brincadeiras, jogos e brinquedos no aprendizado
das crianças?

( ) nenhuma importância
( ) pouca
( ) regular
( ) muito
( ) extremamente importante.
66

4. Para haver a construção, ou seja, aprendizagem deve existir


envolvimento/comprometimento das crianças em relação aos jogos e
brincadeiras? Por quê?

5. Como você define o tema jogos e a sua importância para o desenvolvimento


infantil, e qual é o tipo de propostas curricular apresentadas pelos CMEIS nesse
sentido?

6. você acredita que o ato de brincar influência na aprendizagem da criança e


como são elaborados os conteúdos programáticos da educação infantil, das
crianças de 03 a 05 anos de idade?

7. Em sua opinião, os brinquedos lúdicos podem contribuir para construção do


conhecimento da criança?

8. Como você vê o uso desses componentes no processo de desenvolvimento


cognitivo, afetivo, emocional e social das crianças?
67

APÊNDICE B

INFORMAÇÕES DO QUESTIONÁRIO
NOME:---------------------------------------------------------------------------------------
ESCOLA:------------------------------------------------------------------------------------
FORMAÇÃO:----------------------------------CARGO:--------------------------------

QUESTIONÁRIO
Este instrumento será aplicado pela a aluna Lidiane Pacagnam, visando
analisar as opiniões a respeito do tema: O JOGO COMO ESTIMULAÇAO
PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL, é
parte do CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÉTODOS E TÉCNICAS DE
ENSINO promovido e realizado pela UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA
FEDERAL DO PARANÁ – PÓLO de Goioerê.
Estando sob a SUPERVISÃO e ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR RICARDO
DOS SANTOS.
A APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO obedecerá aos princípios da ética onde a
identidade do entrevistado e as informações obtidas estarão em sigilo bem
como só SERÁ UTILIZADO APENAS PARA ESTE FIM.

1. Qual sua formação profissional? Especifique graduação e pós-graduação se


houver.

( ) superior incompleto
( ) superior completo
( ) superior completo com especialização
( ) superior completo com mestrado.

2. Há quanto tempo trabalha com este nível de ensino?

( ) 2 á 3 anos
( ) 4 à 6 anos
( ) 6 à 9 anos
( ) 10 à 15 anos.

3. Em sua visão, qual a importância dos jogos e das brincadeiras na educação


infantil das crianças?

4. Você tem utilizado jogos, brinquedos e brincadeiras em sala de aula e qual é o


tempo disponível para os alunos brincarem?
68

5. Quando as crianças estão brincando quais são as brincadeiras ou jogos mais


utilizados por elas ou que elas gostam mais de brincar em sala de aula?

6. Como é que você define o tema brincar, jogar e brinquedo na educação infantil?

7. Qual é o seu objetivo ao propor jogos e brincadeiras nessa faixa etária?

8 Em sua opinião, as crianças se sentem motivadas quando estão brincando? Por


quê?

Você também pode gostar