Pelin 2013 TEA
Pelin 2013 TEA
Pelin 2013 TEA
LEONICE PELIN
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
MEDIANEIRA
2013
LEONICE PELIN
MEDIANEIRA
2013
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de
Ensino
TERMO DE APROVAÇÃO
Por
Leonice Pelin
______________________________________
Profº. Rogério Eduardo Cunha de Oliveira
UTFPR – Câmpus Medianeira
(orientador)
____________________________________
Profª. Janete Santa Maria Ribeiro
UTFPR – Câmpus Medianeira
_________________________________________
Profa. Nelci Aparecida Zanette Rovaris
UTFPR – Câmpus Medianeira
DEDICATÓRIA
Este trabalho teve como temática estratégia para a inclusão de alunos com
Transtornos do espectro Autista. A revisão da literatura utilizou-se as noções do
autismo, transtornos funcionais específicos, inclusão na escola, crianças com
necessidades especiais na escola e o papel da escola inclusiva, estratégias de
inclusão para alunos com Transtorno Espectro do Autismo. Este trabalho final de
curso mostra uma visão ampla sobre a inclusão de pessoas com necessidades
especiais, na sociedade como um todo, principalmente no ambiente escolar. E para
que essa inclusão seja possível, é necessário que toda a comunidade escolar tenha
conhecimento sobre a natureza das necessidades especiais, a fim de que o espaço
escolar seja um lugar onde possa oferecer as possibilidades do desenvolvimento
pleno do aluno. A partir das fontes pesquisadas, de autores como Medeiros (2010),
foi possível identificar estratégias pedagógicas que favorecem a inclusão de alunos
com Transtorno Espectro do Autismo. Também foram selecionadas algumas
atividades para trabalhar a socialização e a interação social. A partir dos resultados
obtidos, conclui-se que existem estratégias de inclusão escolar para alunos com
Transtorno Espectro do Autismo e que são possíveis as práticas pedagógicas
mediante a um atendimento individualizado, com recursos pedagógicos mediante a
proposta elaborada por Medeiros (2010).
This work was thematic strategy for the inclusion of students with autism spectrum
disorders. The literature review was used notions of autism, specific functional
disorders, inclusion in school, children with special needs in the school and the role
of inclusive school, inclusion strategies for students with Autism Spectrum Disorder.
This final course work shows a wide view on the inclusion of people with special
needs in society as a whole, especially at school. And that such inclusion is possible,
it is necessary that the whole school community is aware of the nature of special
needs, so that the school environment is a place where I can offer the possibilities of
full development of the student. From researched sources, authors like Medeiros
(2010), it was possible to identify teaching strategies that promote the inclusion of
students with Autism Spectrum Disorder. Were also selected some activities to work
socialization and partner interaction. From the results obtained, it is concluded that
there are strategies for school inclusion for students with Autism Spectrum Disorder
and that are possible through individualized care with educational resources through
the proposal prepared by Medeiros (2010), pedagogical practices.
RESUMO............................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 10
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA................................ 13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 14
3.1 AUTISMO........................................................................................................ 14
3.1.2 Transtornos Funcionais Específicos............................................................. 18
3.2 INCLUSÃO NA ESCOLA................................................................................. 23
3.3 CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA E O PAPEL
DA ESCOLA INCLUSIVA........................................................................................27
3.4 ESTRATÉGIAS DE SOCIALIZAÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL DE ALUNOS
COM TRASNTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA................................................30
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 39
REFERÊNCIAS................................................................................................... 41
10
1 INTRODUÇÃO
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 AUTISMO
Com isso, uma vez feito o diagnóstico de autismo, tem-se que preocupar em
identificar eventuais prejuízos associados. Entre os mais frequentes estão, o retardo
mental, crises convulsivas, prejuízos de atenção/concentração, com hiperatividade e
desordens psiquiátricas (LUDCKE, 2011).
Desse modo, a importância de fatores genéticos como determinantes do
autismo infantil também tem sido amplamente investigada. Dentro desta vertente de
estudo, três aspectos têm sido estudados sendo eles:
A concentração familiar de casos de autismo (autismo é mais comum entre
irmãos de crianças afetadas);
A concentração familiar de outras condições e/ou características famílias de
autistas (a presença de uma série de alterações discretas, porém
possivelmente relacionadas com o Autismo, em parentes próximos de
indivíduos afetados);
E a conhecida associação entre Autismo e várias condições de origem
genética (LUDCKE, 2011).
Mas os mecanismos genéticos não são muito bem compreendidos ainda. Nos
indivíduos autistas que não apresentam evidências de desordens genéticas, uma
variedade de mecanismos poderia estar em jogo, tais como autossômico recessivo,
herança ligada ao cromossomo X, modelos multifatoriais e poligênicos (BELISÁRIO
FILHO; FERREIRA, 2010).
Mas Damásio e Maurer apud Kliemann (2013) propuseram um modelo
neurológico pra o quadro do autismo e enfatiza-se possível papel desempenhado
pelo córtex mesolímbico, área dos lobos frontal e temporal no seu aspecto mesial.
Portanto, no que se refere à investigação clínica e laboratorial com crianças
com quadro de autismo é de fundamental importância à realização de exames e
podem ser identificados na anamnese, que é a entrevista. Apesar da necessidade
dos exames, para o diagnóstico de autismo, este primordialmente está ligado aos
aspectos das áreas da relação interpessoal, de comunicação e comportamento
(KLIEMANN, 2013).
Os responsáveis pela criança têm que entender que os exames solicitados
não se propõem a decidir ou confirmar o diagnóstico, mas para aproximar várias
condições clínicas ou mesmo alterações nos exames que pode estar presente em
um número dado de crianças autistas. Outros exames podem auxiliar na utilização
de alguma forma de tratamento, como o uso de agentes hiposserotoninérgicos em
17
A criança com Autismo muitas vezes é considerada surda por não atender ao
estímulo auditivo e não há medicação para o transtorno autista, busca-se monitorar
as reações exacerbadas quando estas não são determinadas por outros métodos
alternativos.
As crianças com autismo sempre apresentam avanços com ou sem
tratamentos, mas tratar o autismo é ter como meta principal minimizar sua
dependência, garantindo assim sua autonomia, e isso ela não consegue sozinha
(FACION, 2005).
O Transtorno de Rett é uma doença que aparece unicamente em meninas, e
essas são consideradas normais até o final do 6º ao 18º mês de vida, quando
acontece um recuo psicomotor e no convívio social. O desenvolvimento da cabeça é
lento e a criança apresenta procedimentos característicos de Transtorno Autista,
agitação estereotipada das mãos além de “disfunção respiratória, escoliose,
distúrbios tróficos das extremidades entre outros” (FACION, 2005 p.66).
O distúrbio é vitalício, sendo a perda das capacidades em geral constante e
gradativa. O tratamento para esse transtorno requer áreas diferenciadas, já que
“envolve um trabalho interdisciplinar, com o objetivo de procurar diminuir os
prejuízos, fazer a prevenção e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”
(FACION, 2005, p.70). Faz parte do tratamento, fisioterapia, fonoaudiologia,
nutricionista, musicoterapia, ortopedia e psicólogos.
O Transtorno de Asperger é o mais leve dos Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento, é uma síndrome que manifesta elevadas funções
comportamentais, com maior relevância na área da relação social e da convivência.
As particularidades do Transtorno de Asperger podem ser percebidas em
idades iniciais, mas se manifestam como psicopatológicas ao ingressarem na
escola, na adolescência ou mesmo na juventude, onde ocorre a manifestação de
alguma alteração psiquiátrica ou problemas de convivências. “Partindo do
diagnóstico, a preocupação deverá ser focada no aperfeiçoamento das capacidades,
pois os comprometimentos são de natureza biológica” (Facion, 2005, p76).
No Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI), há um desenvolvimento
supostamente comum da criança nos dois primeiros anos de vida. Depois desse
tempo de desenvolvimento considerado normal inicia a perda das capacidades
aprendidas na criança, pelo menos em duas dessas áreas “linguagem expressiva ou
receptiva; habilidades sociais ou comportamentais adaptativo; controle intestinal ou
21
sinais; como não prestar atenção em detalhes, erros nas tarefas escolares,
facilmente se distrai esquece-se de atividades entre outras. As crianças com TDAH
do tipo hiperativo e impulsivo também podem apresentar seis ou mais sinais,
persistentes por mais de seis meses em proporção prejudicial para a criança (COLL;
MARCHESI; PALACIOS & COLS, 2004).
Alguns sinais de hiperatividade; agitar mãos e pés, não ficar sentada, sair do
lugar, correr em excesso, ter dificuldade para brincar entre outros. E de
impulsividade; responde com antecipação ás perguntas, tem dificuldade para
esperar a vez em jogos ou outras circunstâncias, interrompe ou entra nas atividades
dos outros.
O TDAH é frequentemente diagnosticado quando a criança passa a
frequentar a escola, e na atualidade o tratamento que mostram melhores resultados
são as terapias “alternativas farmacológicas, a dieta livre de fosfato, a psicoterapia, a
medicina comportamental, os treinos e a orientação para pais e professores”
(Facion, 2005, p.109). Outro desafio para a família é escolher uma escola que tenha
uma ideologia de inclusão que aceite a diversidade, que tenha capacidade de
organizar e elaborar modificações indispensáveis para melhor acolher o aluno, o
professor deve expressar para criança que entende suas dificuldades e que pode
colaborar com ela. “Como a tarefa do professor que vai trabalhar com TDAH é muito
complexa, o seu perfil deve ser de uma pessoa empática, disposta, criativa e
tolerante. Com isso, poderá ser criativo e flexível ás adaptações necessárias”
(FACION, 2005, p.120).
O Transtorno de Conduta é identificado por sua particularidade repetitiva e
constante de mau comportamento, desafiador e, muitas vezes oposto as normas de
convívio social, mentir, não cumprir com as obrigações, roubar objetos valiosos ou
adulterar documentos, fazem parte da conduta constante do comportamento, como
também faltar à escola constantemente sem justificar. E estão habitualmente
relacionados ao início precoce da prática sexual, a ingestão de álcool e outras
drogas ilícitas. Surgem frequentemente no final da segunda infância, ou início da
adolescência. Os sinais podem manifestar uma inatividade na fase adulta,
entretanto, quando isso não ocorre, essas pessoas têm uma definição de transtorno
da personalidade antissocial. É mais comum em meninos, e o tratamento que
mostrou melhor efeito foi usando recursos familiares e comunitários, do mesmo
modo uma importância interdisciplinar. Todavia nenhum desses pode ser declarado
23
de uma metodologia que lhe seja capaz de transmitir conhecimentos, pois, como
estão em um ambiente diverso, cabe ao professor ser o mediador de um conteúdo
propício a todos.
Segundo Oliveira (2011), na educação inclusiva todos tem direito a educação
de qualidade, ingresso regular ao espaço comum de vida em sociedade e sendo
aceito em suas diferenças individuais, como também aqueles que não apresentam
nenhum tipo de necessidades especiais, mas têm dificuldades no desenvolvimento
de aprendizagem escolar, nesse sentido a escola deve incluir mudanças em suas
concepções pedagógicas e repensar as práticas de ensino visando entender as
dificuldades do aluno em sua especificidade e que estas sejam atendidas.
Ainda salienta que as dificuldades de aprendizagem muitas vezes estão
relacionadas com seus ambientes de origem, situação socioeconômica, estrutura
familiar como também as condições ruins da escola, excesso de alunos por sala,
falta de apoio especializado.
Stainback (1999) cita que a partir dos estudos surgiram três componentes
práticos interdependentes no ensino inclusivo que são eles:
O primeiro é a rede de apoio que é um componente organizacional, que se
compõem na coordenação de equipe e de indivíduos que apoiam uns aos outros por
meio de conexões formais e informais. Baseia-se na escola, nos grupos de serviço
nas parcerias com as agências comunitárias e ou demais profissionais da saúde.
O segundo componente organizacional, é onde que se desenvolve toda a
coordenação de equipes e de indivíduos que apoiam uns aos outros através das
conexões formais e informais com grupos que se colocam em funcionamento em
base de apoio mútuo para capacitar o pessoal e os alunos, envolvendo muitos
indivíduos com várias especialidades que trabalharam e seguiram junto um
planejamento de programas implantados com os programas para os diferentes
alunos em ambientes integrados.
O terceiro componente trata-se da aprendizagem cooperativa que coloca em
pauta a participação, o trabalho em equipe, a valorização dos interesses e
pressupostos da aprendizagem e do ensino em sala de aula, onde os alunos com
diversos interesses e habilidades desenvolvem suas potencialidades.
Com uma abordagem inclusiva, [...] passa a ser aceitável o que antes
era tabu – todos os educandos (portanto todas as pessoas...) têm
diferenças, talentos particulares e necessidades específicas que
devem ser considerados e atendidos. Se levarmos esta afirmação às
suas últimas consequências - os mais ousados o afirmamos – chega-
se a uma visão da pessoa humana onde, com suas diferenças,
todos, sem exceção, são únicos, insubstituíveis, trazendo suas
deficiências e seus dons que apontam necessidades que, embora
sejam variadas em tipo, número e grau, requerem reconhecimento e
algum tipo de ação por parte da comunidade (CARDOSO-BUCKLEI,
2011, p. 19).
E crianças mais velhas podem aprender através do toque, pode ser ensinado
o significado das letras, com material de plástico para tal técnica.
Alguns autistas apresentam processamento visual deficitário, e acha mais
fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido, o que diminui o
contraste.
Segundo Coll; Marchesi; Palacios & Cols (2004), as escolas para crianças
autistas só se justificam se cumprirem três condições básicas: a) se for composta de
um colegiado de especialista ou pelo menos um especialista em autismo, com altos
níveis de destrezas na educação e tratamento de crianças que apresentam esses
quadros, b) pequeno número de alunos por professor (normalmente de três a cinco),
e c) especialistas em audição e linguagem, eventualmente em psicomotricidade ou
fisioterapia, e pessoal complementar de apoio.
Isso destaca os autores, vai determinar a diferença, porque é preciso
assegurar um tratamento individualizado durante períodos longos de tempo. Além
disso, é fundamental a tarefa de apoio e estruturação adequada, de coordenação
dos sistemas de ajuda e educação por parte de um assessor específico para este
atendimento e ensino são essenciais e primordiais para promover ensino e
qualidade no atendimento a estes alunos.
Portanto, as atividades de sensibilização dos professores, relação estreita
com as famílias, formação e sensibilização dos próprios colegas das crianças
autistas exige acompanhamento longo, por parte da pessoa que é encarregada da
orientação psicopedagógico das crianças com espectro autista.
Assim segundo Medeiros (2010), em sua prática pedagógica expõe seu
trabalho e propõe ilustrativamente as sugestões para professores nos seguintes
aspectos:
33
Para trabalhar o nome dos colegas da sala, pode-se utilizar esse tipo de
chamada. O aluno autista coloca a foto dos colegas que estão presentes, nomeia–os
e realiza a contagem dos presentes.
A atividade citada acima será realizada depois de tirar fotos dos familiares,
dos professores, dos colegas da sala onde o aluno estuda, pois assim facilitará para
o aluno identificar as pessoas próximas e depois relacionar com outras pessoas. O
aluno conseguirá identificar quem mora com ele e com quem convive na escola.
Figura 2: Nome
Fonte: Medeiros (2010).
34
As regras são muito importantes para que os alunos com autismo se adaptem
nos lugares de convivência, tanto os pais quanto os professores precisam saber a
hora de dizer sim e a hora de falar não, assim a criança desenvolverá com confiança
sua aprendizagem e saberá lidar com os desafios presentes no seu cotidiano.
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4 - TRABALHANDO A ROTINA
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BERK, L.; BERK, M.; CASTLE, D. LAUDER, S. Vivendo com Transtorno Bipolar.
Prática Psiquiátrica no Hospital Geral - 3ª Edição. Artmed, 2011.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. – 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2002.
ROSA, C.C. Os limites da Inclusão. Revista Pátio. Porto Alegre, ano III, n. 32, p. 08-
12, nov. 2004/ jan. 2005.