Manual Técnico de Steel Deck - Ed. 2020. Rev.01

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Manual Técnico de Telha-fôrma

SIMBOLOGIA

Letras Romanas

a Altura da camada comprimida de concreto

Acs Área da seção transversal do conector;

Act Área efetiva da laje de concreto (produto da largura efetiva pela espessura)

Af Área da seção da forma de aço, referente à largura

Ag Área bruta da seção transversal do perfil de aço

As Área por unidade de comprimento da Telha-fôrma recortada na abertura

Asl Área da armadura longitudinal, referente à largura

Asl Área total da armadura longitudinal

Asmin Área de aço mínima da malha de aço

Ast Área da armadura transversal, referente à largura

b Largura unitária da laje

bb Largura da calha da nervura

bc A largura efetiva de concreto acima da viga de aço

be Largura efetiva máxima

bem Largura efetiva para verificação da flexão

bev Largura efetiva para verificação do cisalhamento vertical

bi Largura inferior da calha da Telha-fôrma

bl Largura da carga concentrada, paralelo ao vão da laje mista

bm Largura de aplicação das cargas concentradas ou lineares

bn Largura entre duas nervura consecutivas

bp Largura da carga concentrada perpendicular ao vão da laje

bs Largura superior da calha da Telha-fôrma

Cad Esforço de compressão máximo admissível na laje de concreto

Ccd Esforço de compressão máximo admissível na viga de aço

CPpp Carga atuante no piso oriunda do peso próprio da laje

CPrev Carga atuante no piso oriunda do revestimento da laje

d Altura total da viga de aço

d' Recobrimento da tela soldada.

dcs Diâmetro nominal do Stud Bolt

dF Distância da face superior da laje de concreto ao centro geométrico da seção da fôrma

E Módulo de elasticidade

e1 Distância entre a linha de centro da viga analisada e as vigas paralelas a esquerda

e2 Distância entre a linha de centro da viga analisada e as vigas paralelas a direita

EC Módulo de elasticidade do concreto

emh Distância da borda do fuste do conector à alma da nervura da Telha-fôrma

Es Módulo de elasticidade do aço

fa Alinhamento longitudinal da Telha-fôrma

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Manual Técnico de Telha-fôrma

fck Resistência mínima à compressão do concreto

fct,ef Resistência média à tração efetiva do concreto no instante das primeiras fissuras

fys Resistência do escoamento do aço da armadura

Fd Carga concentrada de cálculo

Fgi Valor nominal da ação permanente

FQ Valor nominal das ações variáveis devidas às cargas acidentais

FQ,exc Valor nominal das ações térmicas

fucs Resistência à ruptura do aço do conector

fy Limite de resistência ao escoamento do aço

fyb Limite de resistência ao escoamento da tela ou barra de aço

fyl Limite de escoamento do aço da armadura longitudinal

fyt Limite de escoamento do aço da tela soldada

h Altura da alma do perfil da viga de aço

hcs Comprimento nominal do Stud Bolt

hef Lâmina média de concreto

hF Altura das nervuras do modelo adotado para a Telha-fôrma METFORM.

hr Altura do revestimento da laje

ht Altura total da laje

Im Momento de inércia da seção mista

K Coeficiente que leva em conta o equilíbrio e a distribuição das tensões após as fissuras

Kc Coeficiente de correção que leva em conta os mecanismos de geração de tensões

Kp Rigidez; parâmetro em geral

Kv Rigidez; parâmetro em geral

Ky Rigidez; parâmetro em geral

L Vão teórico da laje

LA Largura da abertura, perpendicular ao vão da laje

LF Vão teórico da laje na direção das nervuras;

Lp Distância do centro da carga ao apoio mais próximo

Lt Largura total da laje

Lu Largura útil da Telha-fôrma

Ma,Rd Momento fletor resistente de cálculo da viga de aço isolada

Mar Momento resistido pela armadura adicional

Mat Momento atuante

Md Momento fletor de cálculo

Md,Rd Momento fletor de cálculo transversal

Mn Momento fletor resistente da seção

M n- Resistência a momento fletor (negativo)

M n+ Resistência a momento fletor (positivo)

Mn1 Resistência à flexão para o sistema estático somente com armadura negativa

Mn2 Resistência à flexão para o sistema estático com armadura positiva e negativa

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Mp,Sd Momento fletor solicitante de cálculo na seção da carga concentrada

MRd Momento fletor resistente da viga mista

Msd Momento fletor solicitante de cálculo máximo

n Número de conectores de cisalhamento

P1 Carga atuante na viga mista oriunda do peso próprio da laje

P2 Carga atuante na viga mista oriunda do revestimento da laje

P3 Carga atuante na viga mista oriunda da sobrecarga

Pd Carga atuante total na viga mista

Qd Carga distribuída

qG' Carregamento atuante na viga correspondente ao peso próprio da laje

qL Carregamento atuante na viga correspondente as cargas de serviço

qn Resistência do conector

QRd Resistência nominal ao cisalhamento do Stud Bolt

qtotal Carregamento atuante total na viga

Rg Coeficiente para consideração do efeito de atuação de grupos de conectores

Rp Coeficiente para consideração da posição do conector

SC Carga atuante no piso oriunda da sobrecarga

Tad Esforço de tração máximo admissível na viga de aço

tc Espessura da camada de concreto acima do flange superior da Telha-fôrma

tfls Espessura do flange superior da viga de aço

TRRF Tempo mínimo de resistência ao fogo

tw Espessura da alma do perfil da viga de aço

Vmax Limite da força cortante

Vn Esforço de cisalhamento a ser resistido pelos conectores

Vp,Rd Resistência de cálculo à punção

Vpl Força cortante correspondente a plastificação da alma por cisalhamento

VRd Força cortante resistente ao cisalhamento

Vv,C,Rd Força cortante vertical resistente de cálculo do concreto

Vv,F,Rd Força cortante vertical resistente de cálculo da fôrma

Vv,Rd Resistência ao cisalhamento vertical

Vv,Sd1 Força cortante oriunda da carga distribuída

Vv,Sd2 Força cortante oriunda da carga concentrada

W Largura onde deve ser colocada a armadura

Wk Abertura característica das fissuras em função da agressividade ambiental

Wd Carga sobreposta nominal total

Wd1 Sobrecarga oriunda da carga distribuída

Wd2 Sobrecarga oriunda da carga concentrada

Wn Carga sobreposta máxima

Wsd Carga sobreposta nominal total

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Letras Gregas

α Valor do coeficiente de ponderação para as ações variáveis

βvm Coeficiente conforme capacidade de rotação da viga de aço

γ Coeficiente de majoração de cargas

γ0 Distância entre os centros geométricos da laje de concreto e da seção mista

γa Distância do centro de gravidade do perfil à fibra inferior da viga de aço

γa1 Coeficiente de ponderação da resistência do aço

γc Coeficiente de ponderação da resistência do concreto

γc Distância do centro de gravidade da área comprimida à fibra superior da viga de aço

γcs Coeficiente de ponderação da resistência do conector

γg Valor do coeficiente de ponderação para as ações permanentes

γm Distância da linha neutra elástica à fibra inferior da viga de aço

γp Distância da linha neutra plástica à fibra superior da viga de aço

γs Coeficiente de segurança da armadura longitudinal

γt Distância do centro de gravidade da área tracionada à fibra inferior da viga de aço

Δadmissível Deslocamento máximo vertical admissível

ΔSC Deslocamento vertical devido a sobrecarga atuante

Δtotal Deslocamento vertical total

η Relação entre o módulo de elasticidade do concreto e do aço


λ Parâmetro de esbeltez

λp Parâmetro de esbeltez limite para seções compactas

λr Parâmetro de esbeltez limite para seções semicompactas

μcr Perímetro crítico da área de aplicação da carga concentrada

ρ Taxa de armadura

ρF Taxa de armadura na direção longitudinal

ρS Taxa de armadura na direção transversal

τRd Resistência básica ao cisalhamento

𝜎𝑠𝑡 Máxima tensão de tração permitida na armadura, imediatamente após a fissuração

φ Coeficiente de minoração da resistência do aço da Telha-fôrma

φa Diâmetro das barras de armadura

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Manual Técnico de Telha-fôrma

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 7
2. RESUMO .................................................................................................................................................................... 8
3. CARACTERÍSTICAS DA TELHA-FÔRMA METFORM .............................................................................................. 9
3.1. TELHA-FÔRMA METFORM .............................................................................................................................. 9
3.1.1. Dimensões - Telha-fôrma MF 50 ............................................................................................................... 9
3.1.2. Propriedades Físicas - Telha-fôrma MF 50................................................................................................ 9
3.1.3. Dimensões - Telha-fôrma MF 75 ............................................................................................................. 10
3.1.4. Propriedades Físicas - Telha-fôrma MF 75.............................................................................................. 10
3.2. VANTAGENS DA TELHA-FÔRMA METFORM ............................................................................................... 10
4. DIMENSIONAMENTO DE LAJE COM TELHA-FÔRMA EM TEMPERATURA AMBIENTE ..................................... 11
4.1. MATERIAIS ADOTADOS E CRITÉRIOS DE CÁLCULO ................................................................................. 11
4.1.1. Telha-fôrma METFORM .......................................................................................................................... 11
4.1.2. Concreto estrutural .................................................................................................................................. 11
4.1.3. Armadura de fissuração ........................................................................................................................... 11
4.1.4. Critérios e verificações (Cargas durante a construção e Cargas de serviço) .......................................... 12
4.1.5. Lançamento estrutural (Sugestões) ......................................................................................................... 13
4.1.6. Consumo estimado de concreto e armadura de fissuração em tela soldada ........................................... 14
4.1.7. Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 50 ....................... 15
4.1.8. Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 75 ....................... 16
4.1.9. Exemplo de utilização da “Tabela de cargas sobrepostas máximas” ...................................................... 17
4.2. CARGAS CONCENTRADAS OU LINEARES.................................................................................................. 18
4.2.1. Largura de aplicação ............................................................................................................................... 19
4.2.2. Largura efetiva ......................................................................................................................................... 19
4.2.3. Armadura de distribuição ......................................................................................................................... 20
4.2.4. Resistência ao cisalhamento vertical ....................................................................................................... 20
4.2.5. Resistência à punção............................................................................................................................... 23
4.2.6. Exemplo verificação de carga concentrada sobre laje com Telha-fôrma METFORM .............................. 25
4.3. LAJES MISTAS COM ARMADURA DE REFORÇO ........................................................................................ 31
4.3.1. Seção Armada: Resistência ao Momento Fletor (positivo) ...................................................................... 32
4.3.2. Seção Armada: Resistência ao Momento Fletor (negativo) ..................................................................... 32
4.3.3. Exemplo de determinação de armaduras de reforço ............................................................................... 33
4.4. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS COM TELHA-FÔRMA ................................................................. 40
4.4.1. Limitações construtivas............................................................................................................................ 40
4.4.2. Resistência dos conectores ao cisalhamento .......................................................................................... 40
4.4.3. Espaçamento entre os conectores de cisalhamento................................................................................ 42
4.4.4. Exemplo de verificação de viga mista com Telha-fôrma METFORM ....................................................... 42
4.5. ABERTURAS EM LAJES COM TELHA-FÔRMA METFORM.......................................................................... 51
4.5.1. Aberturas pequenas................................................................................................................................. 51
4.5.2. Aberturas grandes ................................................................................................................................... 51
4.6. DETALHES CONSTRUTIVOS COM TELHA-FÔRMA METFORM ................................................................. 52
4.6.1. Arremate de laje (Rufo AL) ...................................................................................................................... 53

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4.6.2. Complementos de Telha-fôrma (CD) ....................................................................................................... 54


4.6.3. Arremates de Telha-fôrma (AD) ............................................................................................................... 54
4.6.4. Recortes na Telha-fôrma ......................................................................................................................... 55
4.6.5. Largura mínima de apoio da Telha-fôrma ................................................................................................ 55
4.6.6. Controle de fissuras do concreto em vigas mistas ................................................................................... 56
4.6.7. Exemplo de determinação de armaduras sobre vigas ............................................................................. 58
5. DIMENSIONAMENTO DE LAJE COM TELHA-FÔRMA EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO ........................................ 60
5.1. RESISTÊNCIAIS NOMINAIS AO MOMENTO FLETOR .................................................................................. 61
5.1.1. Momento Fletor (Positivo) - TRRF = 60 min ............................................................................................ 61
5.1.2. Momento Fletor (Positivo) - TRRF = 90 min ............................................................................................ 62
5.1.3. Momento Fletor (Positivo) - TRRF = 120 min .......................................................................................... 63
5.1.4. Momento Fletor (Positivo/Negativo) - TRRF = 60 min ............................................................................. 64
5.1.5. Momento Fletor (Positivo/Negativo) - TRRF = 90 min ............................................................................. 65
5.1.6. Momento Fletor (Positivo/Negativo) - TRRF = 120 min ........................................................................... 66
5.1.7. Exemplo de verificação de laje com Telha-fôrma em situação de incêndio ............................................. 67
6. RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA TELHA-FÔRMA METFORM. ...................................................................... 70
6.1. TRANSPORTE ................................................................................................................................................ 70
6.2. RECEBIMENTO .............................................................................................................................................. 70
6.3. DESCARGA..................................................................................................................................................... 70
6.4. ARMAZENAMENTO ........................................................................................................................................ 72
6.5. CUIDADOS COM O PRODUTO ...................................................................................................................... 72
6.6. MONTAGEM.................................................................................................................................................... 72
6.7. CONECTORES DE CISALHAMENTO ............................................................................................................ 76
6.8. ARMADURAS ADICIONAIS E CONCRETAGEM............................................................................................ 77
7. RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA CONECTORES “STUD BOLTS” ................................................................. 79
7.1. CONDIÇÕES ADEQUADAS............................................................................................................................ 79
7.1.1. Para conectores, cerâmicas e local de soldagem .................................................................................... 79
7.1.2. Para operação do equipamento de solda ................................................................................................ 79
7.1.3. Para a superfície de soldagem: solda através da Telha-fôrma ................................................................ 79
7.2. TESTES DE APLICAÇÃO DO STUD BOLT .................................................................................................... 80
7.2.1. Testes para qualificação do equipamento e dos procedimentos de soldagem ........................................ 80
7.2.2. Testes para aferição e inspeção, antes do início da soldagem em escala .............................................. 80
7.2.3. Testes para controle e inspeção .............................................................................................................. 81
7.3. RECOMENDAÇÃO FINAL .............................................................................................................................. 81
8. REQUISITOS E ENSAIOS CONFORME NBR 16421:2015 ..................................................................................... 82
8.1. DIMENSÕES, TOLERÂNCIAS E REQUISITOS ESPECÍFICOS..................................................................... 82
8.2. DIMENSIONAMENTO ..................................................................................................................................... 82
9. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................................... 83

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Manual Técnico de Telha-fôrma

1. INTRODUÇÃO

Para atender a rígidos índices de produtividade e a necessidade de rapidez durante a execução de lajes,
vários métodos têm sido adotados para eliminar escoras e suportar o carregamento relativo ao concreto
fresco. Atualmente, o sistema de lajes com Telha-fôrma prevalece como o método mais eficiente para
atender essas exigências. Além da eliminação completa de escoramentos durante a execução da obra, as
lajes com Telha-fôrma proporcionam um sistema construtivo (misto de aço e concreto) otimizado, que
permite redução relevante no peso (e, como consequência, no custo) dos componentes estruturais.

É muito comum o uso de lajes com Telha-fôrma tanto em edificações industriais quanto em urbanas, tais
como hotéis, flats, hospitais, escritórios, shopping centers, edifícios garagens, etc. Nos países mais
industrializados (USA, Canadá, Inglaterra, Japão, etc.) esse sistema é adotado como tecnologia padrão,
onde em mais de 90% dos edifícios estruturados em aço as lajes são executadas com Telha-fôrma.
Durante a década de 1990 e início dos anos 2000, somente nos USA, registrou-se consumo anual superior
a 1.000.000 de toneladas de aço destinados apenas à produção de Telha-fôrma.

A principal característica do sistema de lajes com Telha-fôrma é a rapidez de execução da estrutura.


Devido à eliminação completa de escoras, o sistema torna possível a simultaneidade de tarefas durante a
obra. Quando a Telha-fôrma é utilizada sobre estruturas de aço, a velocidade de montagem das lajes é
praticamente igual ou superior à velocidade de montagem da estrutura. Isso permite ganhos de tempo e
eliminação de interferências entre as atividades envolvidas no caminho crítico para a construção do
empreendimento.

Os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento e crescimento da tecnologia de lajes com


Telha-fôrma são:
 Melhoria da geometria das fôrmas de aço, com seções cada vez mais resistentes e leves;
 Desenvolvimento de mossas eficientes, com melhoria na capacidade de resistência às tensões de
cisalhamento longitudinal na interface fôrma/concreto;
 Maior disponibilidade de insumos para projeto, execução e otimização de estruturas mistas aço-
concreto que permite concepções que reduzem o peso dos componentes estruturais;
 Possibilidade de consideração da Telha-fôrma como diafragma horizontal, mesmo antes da
concretagem das lajes;
 Acessibilidade a normas com aplicações de pesquisas recentes sobre o comportamento de lajes
com Telha-fôrma, em temperatura ambiente e em situação de incêndio.

No Brasil, a METFORM foi pioneira e líder na implantação e divulgação da tecnologia para projeto e
execução de lajes com Telha-fôrma. Desde 1996, quando se iniciaram os primeiros testes e pesquisas da
METFORM em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais, até o presente (Dez/2019), já
foram utilizados mais de 20 milhões de metros quadrados de Telha-fôrma METFORM para edificações
industriais e urbanas, pontes, viadutos e obras diversas no Brasil, América Latina e África.

A METFORM produz 02 modelos de Telha-fôrma: MF 50 e MF 75. Ambos são utilizados, principalmente,


para a execução de lajes sobre vigas de aço. Durante a concretagem, a Telha-fôrma METFORM suporta o
concreto fresco e elimina a necessidade de escoramentos. Após a cura do concreto, a Telha-fôrma
METFORM é incorporada como elemento estrutural da laje e substitui as armaduras positivas usualmente
utilizadas em lajes de concreto armado.

Os critérios adotados para a Telha-fôrma METFORM são baseados nas normas NBR 8800:2008,
NBR 14762:2010, CSSBI – Canadian Sheet Steel Building Institute, EUROCODE 4 – ENV-1994 e nas
especificações do SDI – Steel Deck Institute. Todos os procedimentos adotados pela METFORM estão
conforme norma NBR 14323:2013 (Anexo C) e NBR 16421:2015.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

2. RESUMO

Este Manual Técnico apresenta conceitos e critérios referentes ao comportamento/dimensionamento e


manuseio/montagem da Telha-fôrma METFORM. São fornecidas orientações sobre critérios de cálculo
para Engenheiros Estruturais, sobre detalhes construtivos para Projetistas e sobre transporte, manuseio,
montagem e concretagem para equipe de montagem de lajes com Telha-fôrma MF 50 e MF 75.

Serão abordados os seguintes tópicos:


 Tabelas e critérios de cálculo para verificações de lajes com Telha-fôrma METFORM sob cargas
uniformes e/ou concentradas;
 Tabelas e orientações específicas para utilização de armaduras adicionais para controle de
fissuração e também para aumento da capacidade de carga das lajes com Telha-fôrma
METFORM;
 Especificações e exemplo de dimensionamento de vigas aço, com comportamento misto,
suportando lajes com Telha-fôrma METFORM;
 Procedimentos recomendados para aberturas em lajes com Telha-fôrma METFORM;
 Detalhes construtivos, tipo de fixação recomendado e sugestão de peças de
acabamentos/arremates padronizados, pela METFORM, para lajes com Telha-fôrma;
 Tabelas de resistência e informações sobre o comportamento de lajes com Telha-fôrma
METFORM em situações de incêndio (tal como especificado pela NBR 14432:2001).

Figura 2.1 – Unidade Fabril METFORM

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Manual Técnico de Telha-fôrma

3. CARACTERÍSTICAS DA TELHA-FÔRMA METFORM

3.1. TELHA-FÔRMA METFORM

A Telha-fôrma METFORM é uma fôrma de aço estrutural formada a frio que tem como funções básicas:
 Atuar como fôrma autoportante para o concreto fresco, suportando todo o carregamento durante a
etapa de construção;
 Incorporar-se estruturalmente à laje, atuando como armadura positiva, para suportar as cargas
impostas à estrutura durante seu período de vida útil.

Os modelos de Telha-fôrma produzidos pela METFORM foram desenvolvidos para classificação “Wide
Rib”. As seções transversais possuem nervuras largas o suficiente para possibilitar a solda de conectores
de cisalhamento, dentro das ondas e através da Telha-fôrma, na mesa superior das vigas (por exemplo:
conector tipo Pino com cabeça “Stud Bolt”). Desta forma a Telha-fôrma METFORM permite o
dimensionamento e posterior comportamento das vigas de aço como “Vigas Mistas”.

A Telha-fôrma METFORM é usualmente disponibilizado em aço zincado, tipo ZAR 280 (ASTM A-653
Gr.40), com limite de resistência ao escoamento de 280MPa e revestimento tipo Z-275 (275g/m²). O
material é fornecido em espessuras nominais de 0,80mm, 0,95mm e 1,25mm, com larguras úteis
padronizadas (915mm para MF 50 e 820mm para MF 75) e comprimentos variados de acordo com projetos
específicos.

Seguem dimensões e propriedades físicas referentes à Telha-fôrma METFORM:

3.1.1. Dimensões - Telha-fôrma MF 50

Figura 3.1 – Dimensões da Telha-fôrma MF 50 METFORM

3.1.2. Propriedades Físicas - Telha-fôrma MF 50


Propriedades para largura de 1.000mm

Reações máximas
Esp. Esp. Altura de apoio Módulo de Inércia para Área de Centro de
Peso
Nominal Projeto total Resistência Deformação aço Gravidade
(kg/m²)
(mm) (mm) (mm) Externo Interno (mm³) (mm4) (mm²) (mm)
(kN) (kN)

0,80 0,76 52,26 8,39 4,95 14,67 14.599 449.419 997 26,13

0,95 0,91 52,41 9,97 6,51 20,89 18.778 562.372 1.193 26,21

1,25 1,21 52,71 13,11 11,41 35,43 27.791 786.502 1.587 26,36

Tabela 3.1 – Propriedades Físicas da Telha-fôrma MF 50 METFORM

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Manual Técnico de Telha-fôrma

3.1.3. Dimensões - Telha-fôrma MF 75

Figura 3.2 – Dimensões da Telha-fôrma MF 75 METFORM

3.1.4. Propriedades Físicas - Telha-fôrma MF 75


Propriedades para largura de 1.000mm

Reações máximas
Esp. Esp. Altura de apoio Módulo de Inércia para Área de Centro de
Peso
Nominal Projeto total Resistência Deformação aço Gravidade
(kg/m²)
(mm) (mm) (mm) Externo Interno (mm³) (mm4) (mm²) (mm)
(kN) (kN)

0,80 0,76 74,98 9,37 6,76 21,01 22.710 1.017.138 1.112 37,49

0,95 0,91 75,13 11,12 8,90 29,70 28.788 1.254.749 1.332 37,57

1,25 1,21 75,43 14,63 14,62 49,53 40.599 1.666.741 1.771 37,72

Tabela 3.2 – Propriedades Físicas da Telha-fôrma MF 75 METFORM

3.2. VANTAGENS DA TELHA-FÔRMA METFORM

As vantagens da Telha-fôrma METFORM em relação aos sistemas alternativos consistem, principalmente,


dos seguintes aspectos:
 Permite a utilização de vigas mistas, com consequente economia por redução de peso dos perfis de
apoio;
 É leve (8,5kg/m² a 14,5kg/m²) o que possibilita fácil manuseio e ágil instalação. Como resultado há
simplificação e redução dos trabalhos no canteiro de obras;
 Usualmente não necessita ser escorada durante a concretagem. Dessa forma são excluídos os
prazos gastos com montagem de escoramentos e desforma;
 Durante a montagem, transforma-se em plataforma de trabalho nos andares superiores e em
proteção aos operários em serviço nos andares inferiores;
 Ao ser fixada na estrutura, funciona como diafragma horizontal, travando a estrutura e
acrescentando mais segurança ao trabalho durante a construção do edifício;
 Funciona como armadura de tração para os momentos fletores positivos;
 Permite uma fácil execução dos sistemas elétrico, hidráulico e de ar condicionado, além de facilitar
a fixação de forros suspensos;
 Para lajes em situações de incêndio, não é necessário o uso de material para proteção térmica
superficial das lajes. As lajes podem ser especificadas com armaduras adicionais, dimensionadas
de acordo com tabelas disponibilizadas pela METFORM e calculadas de acordo com as exigências
da NBR 14323:2013 ou reforçadas com fibra de aço tipo DRAMIX, conforme orientação do
departamento técnico da METFORM, dispensando todas as armaduras adicionais;
 Todas as vantagens descritas podem ser traduzidas em uma grande economia na construção, com
uma redução significativa no prazo de execução, nos desperdícios de materiais e no custo com mão
de obra no canteiro. Logo, o retorno financeiro do empreendimento é aumentado em grande escala.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4. DIMENSIONAMENTO DE LAJE COM TELHA-FÔRMA EM TEMPERATURA AMBIENTE

4.1. MATERIAIS ADOTADOS E CRITÉRIOS DE CÁLCULO

Os materiais utilizados como componentes de lajes mistas são a fôrma de aço incorporada, usualmente
designada Telha-fôrma, o concreto estrutural e uma armadura de fissuração em tela soldada ou fibra de
aço (Dramix), utilizada para controle de fissuração, de retração e de temperatura (ver figura 4.1).

4.1.1. Telha-fôrma METFORM

MF 50 e/ou MF 75 formados a frio a partir de bobinas de aço zincado ZAR 280 com revestimento mínimo
Z-275 e limite de resistência ao escoamento maior ou igual a 280MPa. Durante a etapa de construção a
Telha-fôrma METFORM assume a função de fôrma (autoportante) para a concretagem. Posteriormente,
após a cura do concreto, substitui a armadura de tração para momentos fletores positivos. Usualmente, são
utilizadas espessuras nominais de 0,80mm, 0,95mm e 1,25mm.

4.1.2. Concreto estrutural

Deverá sempre ser adotado concreto estrutural convencional (densidade 24kN/m³), com resistência
característica à compressão, fck maior ou igual a 20MPa. Mediante aprovação do Departamento Técnico
da METFORM poderá ser utilizado concreto leve de densidade mínima 18kN/m³. Em qualquer caso,
aditivos à base de cloretos não devem ser utilizados por agredirem o revestimento (revestimento Z-275) da
Telha-fôrma METFORM.

4.1.3. Armadura de fissuração

São utilizadas Telas Soldadas, ou malhas de


barras trefiladas, em aço com limite de
escoamento 500MPa ou 600MPa.

Figura 4.1 – Materiais utilizados

Essa armadura tem a função de evitar fissuras oriundas da retração e variação térmica do concreto e
deverá estar localizada sempre no topo da laje, com recobrimento mínimo 20mm.

De acordo com especificações da NBR 14323:2013 a armadura de fissuração deverá possuir área de
seção, em ambas as direções, superior a 0,10% da área de capeamento de concreto acima da Telha-fôrma
METFORM (em situações em que a abertura das fissuras deva ter um controle mais rigoroso, em
função das características do ambiente em que as lajes estejam inseridas, a área de capeamento
citada acima deve ser aumentada).

Conforme tabelas e orientação deste Manual é permitida considerar a armadura de fissuração para:
 Verificações de balanços, cargas concentradas e/ou aumento da capacidade de carga das lajes, em
temperatura ambiente, desde que a armadura adotada atenda às verificações e especificações da
NBR 6118:2014;
 Suportar todo o carregamento de serviço em eventual situação de incêndio, desde que atendam aos
critérios da NBR 14323:2013.

Além da armadura de fissuração, deverão sempre ser adotadas “armaduras adicionais” em junção de
vigas e contorno de pilares para evitar possíveis fissuras por rotação das vigas de aço e tendência de

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Manual Técnico de Telha-fôrma

continuidade da laje sobre os apoios. No item 4.6.6 - Armaduras adicionais sobre vigas principais (página
56) são definidas as armaduras mínimas a serem adotadas para as lajes com Telha-fôrma METFORM.
As armaduras adicionais em telas soldadas e barras trefiladas podem ser substituídas por fibras de
aço (Dramix), para controle de fissuração e armadura adicional em situação de incêndio. Para tal, o
departamento técnico da METFORM deverá ser consultado.

4.1.4. Critérios e verificações (Cargas durante a construção e Cargas de serviço)

O dimensionamento da Telha-fôrma METFORM deverá ser sempre realizado em duas fases,


correspondentes às funções de fôrma para a concretagem (durante a construção) e de armadura positiva
das lajes (após a cura do concreto).

A primeira fase corresponde à verificação do vão máximo sem escoramento, que poderá ser adotado para a
Telha-fôrma METFORM durante a etapa de construção da laje (montagem e concretagem). A METFORM
disponibiliza Tabela de Cargas com “Vãos Máximos Sem Escoramentos” para Telha-fôrma MF 50 e
MF 75 (ver tabelas 4.3 e 4.4 – páginas 15 e 16). Essas tabelas foram elaboradas conforme os seguintes
critérios de carregamento de construção:
 Carregamento 1: Peso próprio da Telha-fôrma METFORM;
 Carregamento 2: Peso próprio do concreto fresco antes da cura, com densidade 2.400kg/m³;
 Carregamento 3: Sobrecarga de construção, considerada como o mais nocivo dos seguintes casos:
a) Carga uniformemente distribuída de 1kN/m²;
b) Somente para verificação do efeito de flexão, carga linear de 2,2kN/m perpendicular às
nervuras da Telha-fôrma, posicionada sempre na posição mais desfavorável.

Os “Vãos Máximos Sem Escoramentos” para as Telhas-fôrma MF 50 e MF 75 encontram-se listados nas


tabelas de cargas correspondentes (ver tabelas 4.3 e 4.4 – páginas 15 e 16). Esses valores foram obtidos
considerando-se a atuação dos carregamentos anteriormente descritos bem como a possibilidade de
continuidade da Telha-fôrma METFORM sobre as vigas de apoio, formando vãos duplos ou triplos (ver
figura 4.2).

Vão Simples

Vão Duplo

Vão Triplo

Figura 4.2 – Vãos simples ou contínuos

A segunda fase envolve a verificação do sistema “Telha-fôrma / concreto após a cura” para suportar as
cargas da edificação. Nessa etapa, admite-se que o concreto já tenha atingido uma resistência à
compressão maior ou igual a 75% do fck de projeto (fck ≥ 20MPa). Devido à existência das “mossas”
(saliências) na superfície da Telha-fôrma METFORM, após a cura, o comportamento misto aço-concreto
passa a ocorrer e a fôrma de aço e o concreto formam um único elemento estrutural. As “mossas”
(saliências) na superfície da Telha-fôrma METFORM garantem a integridade do sistema e proporcionam
travamento mecânico entre a fôrma de aço e o concreto, sendo capaz de transmitir tensões de
cisalhamento entre um elemento e outro. Dessa forma, sob cargas de serviço, não há escorregamento por
cisalhamento longitudinal entre a Telha-fôrma e o concreto. O piso comporta-se como uma peça de

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Manual Técnico de Telha-fôrma

estrutura mista, com o aço da Telha-fôrma METFORM resistindo às tensões de tração e a parte superior,
do concreto, resistindo às tensões de compressão.
Para verificação das lajes às cargas de serviço, deverão ser comparados os valores de “Carga Sobreposta
Máxima” (ver tabelas 4.3 e 4.4 – páginas 15 e 16) com a soma das cargas sobrepostas a atuarem após a
cura do concreto. Para a soma das cargas sobrepostas (revestimentos e sobrecargas) deverão ser
consideradas todas as cargas, exceto o peso próprio da laje. Não é necessária a utilização dos coeficientes
de majoração, devendo-se, portanto, trabalhar com valores de cargas nominais.

As Tabelas 4.3 e 4.4 (páginas 15 e 16) elaboradas pela METFORM para MF 50 e MF 75 consideram, após
a cura, lajes mistas isostáticas, sem continuidade estrutural na região dos apoios. No entanto, existem
casos em que é necessário o dimensionamento das lajes mistas com continuidade estrutural sobre os
apoios. Ocorrem obrigatoriamente em balanços, para os quais deverão sempre ser previstas armaduras
negativas, e nos casos em que é necessário o aumento da capacidade de carga das lajes mistas. Este
aumento poderá ser considerado por meio de armaduras positivas (dentro das ondas baixas) ou armaduras
negativas (no capeamento de concreto), já que a armadura de controle de fissuração usada neste caso não
possui área suficiente para resistir às tensões oriundas da continuidade das lajes.

Para os casos de continuidade estrutural das lajes mistas são apresentadas Tabelas no item 4.3 (páginas
32 e 33), elaboradas conforme NBR 6118:2014, que indicam a resistência à flexão de seções transversais,
armadas, sob a geometria da Telha-fôrma MF 50 e MF 75. São indicadas armaduras de reforço positivas
(dentro das nervuras da Telha-fôrma METFORM) ou negativas (no capeamento de concreto).

No dimensionamento de lajes mistas com continuidade estrutural, a capacidade de cargas devido à


resistência a flexão das seções armadas (ver tabelas 4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 - páginas 32 e 33) poderá ser
somada à ”Carga Sobreposta Máxima” (ver tabelas 4.3 e 4.4 – páginas 15 e 16) para lajes mistas dos
modelos MF 50 e MF 75. Esse procedimento foi aferido por ensaios e pesquisas realizados pela
METFORM, em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais.

Em qualquer caso de aplicação, após a cura do concreto, toda Telha-fôrma disponibilizada pela METFORM
deverá ser dimensionada para trabalhar como armadura positiva e resistir apenas às tensões de tração nas
regiões de momentos positivos.

4.1.5. Lançamento estrutural (Sugestões)

De posse do carregamento atuante o Engenheiro Estrutural deverá posicionar as vigas de sustentação da


laje. Os vãos cobertos pela Telha-fôrma METFORM deverão proporcionar aproveitamento adequado dos
materiais utilizados.

Na definição da posição das vigas deverá ser priorizado o dimensionamento da Telha-fôrma METFORM
durante a fase de construção. As vigas de apoio da laje deverão ser locadas preferencialmente, de forma a
evitar escoramentos durante a etapa de concretagem.
No dimensionamento para as cargas que atuarão após a cura do concreto, caso a capacidade resistente da
laje mista (ver tabelas 4.3 e 4.4 – páginas 15 e 16) sejam inferiores ao carregamento atuante, pode-se optar
entre o aumento da espessura da Telha-fôrma ou o uso de armaduras adicionais de reforço (ver tabelas
4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 - páginas 32 e 33).

Durante o detalhamento do material a ser fornecido é importante observar que o comprimento final das
peças da Telha-fôrma METFORM deverá ser tal que o transporte e o manuseio não fiquem comprometidos.
Peças de até 8m poderão ser transportadas em caminhões convencionais. O transporte de peças de
comprimento entre 8m e 12m deverá ser realizado por carretas. Peças acima de 12m deverão ser evitadas
devido a dificuldades no transporte (carretas especiais), na descarga e no manuseio no canteiro de obras.

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4.1.6. Consumo estimado de concreto e armadura de fissuração em tela soldada

As Tabelas 4.1 e 4.2 indicam o consumo estimado teórico de concreto (em m³/m² e sem considerar
acréscimos devido às perdas durante a concretagem e aos deslocamentos verticais da estrutura de apoio) e
o tipo de armadura mínima de fissuração (em tela soldada) que deverá ser especificada com Telha-fôrma
METFORM. As armaduras de controle de fissuração atendem ao critério de 0,10% da área de capeamento
de concreto, definida na NBR 14323:2013 (em situações em que o controle da abertura das fissuras
seja mais rigoroso, em função das características do ambiente em que as lajes estejam inseridas, a
área de capeamento citada acima deve ser aumentada). A denominação das telas soldadas segue a
padronização do Instituto Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS), onde o prefixo “Q” indica que a tela é
simétrica nas duas direções e o número seguinte indica a área de aço da tela, em mm² para uma faixa de
1m de largura.

 Telha-fôrma MF 50

Consumo de Tipo de armadura para retração, em tela soldada


Altura de laje
Concreto
(mm) Denominação Composição Peso (kg/m²)
(m³/m²)
100 0,0750 Q-75 Ø3,8 x Ø3,8 – 150 x 150 1,21
110 0,0850 Q-75 Ø3,8 x Ø3,8 – 150 x 150 1,21
120 0,0950 Q-75 Ø3,8 x Ø3,8 – 150 x 150 1,21
130 0,1050 Q-92 Ø4,2 x Ø4,2 – 150 x 150 1,48
140 0,1150 Q-92 Ø4,2 x Ø4,2 – 150 x 150 1,48
150 0,1250 Q-113 Ø3,8 x Ø3,8 – 100 x 100 1,80
160 0,1350 Q-113 Ø3,8 x Ø3,8 – 100 x 100 1,80
170 0,1450 Q-138 Ø4,2 x Ø4,2 – 100 x 100 2,20

Tabela 4.1 - Consumo de concreto e Tipo de armadura para retração – Telha-fôrma MF 50 METFORM

 Telha-fôrma MF 75

Consumo de Tipo de armadura para retração, em tela soldada


Altura de laje
Concreto
(mm) Denominação Composição Peso (kg/m²)
(m³/m²)
130 0,0925 Q-75 Ø3,8 x Ø3,8 – 150 x 150 1,21
140 0,1025 Q-75 Ø3,8 x Ø3,8 – 150 x 150 1,21
150 0,1125 Q-75 Ø3,8 x Ø3,8 – 150 x 150 1,21
160 0,1225 Q-92 Ø4,2 x Ø4,2 – 150 x 150 1,48
170 0,1325 Q-113 Ø3,8 x Ø3,8 – 100 x 100 1,80
180 0,1425 Q-113 Ø3,8 x Ø3,8 – 100 x 100 1,80
190 0,1525 Q-138 Ø4,2 x Ø4,2 – 100 x 100 2,20
200 0,1625 Q-138 Ø4,2 x Ø4,2 – 100 x 100 2,20

Tabela 4.2 - Consumo de concreto e Tipo de armadura para retração – Telha-fôrma MF 75 METFORM

Conforme o item 4.6.6 - Armaduras adicionais sobre vigas principais (página 56), além da Armadura de
Controle de Fissuração (tabelas 4.1 e 4.2) é necessário que sempre seja utilizada Armadura Adicional,
nas regiões de junção de vigas de sustentação do piso e no contorno de pilares. Utilizada nessas situações
particulares a Armadura Adicional evita trincas e fissuras devido a tendência de continuidade da laje sobre
os apoios e devido a rotação e deslocamento vertical das vigas de aço.
Estas armaduras podem ser substituídas por fibras de aço – DRAMIX. Para tal, o departamento técnico da
METFORM deverá ser consultado.

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4.1.8. Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 50
Manual Técnico de Telha-fôrma

4.1.7. Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 50

Tabela 4.3 - Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 50

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4.1.8. Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 75
Manual Técnico de Telha-fôrma

4.1.8. Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 75

Tabela 4.4 - Vãos máximos sem escoramento e cargas sobrepostas máximas – Telha-fôrma MF 75

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4.1.9. Exemplo de utilização da “Tabela de cargas sobrepostas máximas”

Suponha que seja necessário projetar uma laje com Telha-fôrma METFORM, modelo MF 75, para piso de
uma edificação, cuja modulação dos pilares seja de 9,00m x 9,00m. A disposição das vigas do piso
submete a Telha-fôrma a vãos múltiplos de 3,00m (ver figura 4.3). A laje de piso terá um revestimento cujo
peso é de 1,50kN/m² e será submetida à uma sobrecarga de 4,00kN/m².

Figura 4.3 – Exemplo de laje com modulação 9,00 x 9,00m


Solução:
Será adotada uma laje de espessura total de concreto de 140mm (75mm da Telha-fôrma + 65mm de
cobrimento acima da Telha-fôrma) e espessura da Telha-fôrma de 0,95mm. O limite de resistência ao
escoamento do aço da Telha-fôrma MF 75 será (𝒇𝒚 = 280MPa). A resistência mínima à compressão do
concreto deve ser (𝒇𝒄𝒌 ≥ 20MPa).

a) Cargas de Construção:
De acordo com a Tabela 4.4 (página 16), para a laje em análise, o máximo vão triplo admissível é de
3.600mm. Logo, o vão de 3.000mm utilizado suporta satisfatoriamente as cargas de construção da
estrutura, sem que se faça necessário o uso de escoramentos.

b) Cargas de Serviço:
As cargas nominais de serviço para a laje mista (após a cura do concreto) são:
Peso próprio (Telha-fôrma MF 75 + Concreto): .......................... 2,52kN/m²
Revestimento: ............................................................................... 1,50kN/m²
Sobrecarga: .................................................................................. 4,00kN/m²

A carga sobreposta nominal total (excluindo-se o peso próprio da laje) será:

𝑊𝑑 = 1,50 + 4,00 = 5,50𝑘𝑁/𝑚²

Para a laje mista em análise, em um vão de 3.000mm a carga sobreposta máxima (já descontado o peso
próprio) fornecida pela Tabela 4.4 (página 16) é:

𝑊𝑛 = 5,76𝑘𝑁/𝑚²

Como a resistência da laje mista é superior às cargas atuantes ( 𝑾𝒏 > 𝑾𝒅 ), a escolha da Telha-fôrma a
ser utilizada está correta.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

c) Armadura anti-fissuração:
Para o combate às fissuras de retração do concreto, será adotada uma malha de barras trefiladas soldadas.
A área de aço mínima 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 , desta malha (nas duas direções) deve ser 0,10% da área do concreto acima
da Telha-fôrma. Logo, em uma faixa de um metro de largura, deve-se ter:

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 ≥ 0,10% × (6,5 × 100) = 0,65𝑐𝑚2 /𝑐𝑚

Uma malha simétrica, constituída por barras de 3,8mm de diâmetro e com espaçamento entre os fios de
150mm possui uma área de 0,75 cm²/m. Conforme a especificação do catálogo do Instituto Brasileiro de
Telas Soldadas (IBTS), esta malha é designada por Tela Tipo Q-75. Possuindo uma área de aço maior que
a requerida, a Tela Tipo Q-75 está adequada à laje especificada.

4.2. CARGAS CONCENTRADAS OU LINEARES

As Tabelas 4.3 e 4.4 (páginas 15 e 16) apresentadas para dimensionamento das lajes mistas com
Telha-fôrma METFORM são baseadas em cargas uniformemente distribuídas na área da laje. Porém, não
é rara a ocorrência de cargas concentradas ou lineares na superfície da laje mista. Essas cargas (ver figura
4.4) podem ser concentradas (bases de equipamentos ou veículos e pilares cuja base é sustentada
diretamente pelo piso) ou lineares (representadas por paredes em alvenaria que não estão situadas acima
do eixo das vigas de sustentação do piso).

Figura 4.4 – Distribuição de cargas concentradas ou lineares e perímetro crítico para punção

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4.2.1. Largura de aplicação

As cargas concentradas ou lineares são aplicadas na laje mista através de uma largura de cálculo 𝑏𝑚 ,
(ver figura 4.4 – página 18). A distribuição das cargas concentradas ao longo da faixa 𝑏𝑚 é garantida
mediante a utilização de uma armadura de distribuição na região, colocada acima do topo da Telha-fôrma
METFORM.

A largura de aplicação das cargas concentradas ou lineares 𝑏𝑚 deverá ser tomada como:

𝑏𝑚 = 𝑏𝑝 + 2 × (𝑡𝑐 + ℎ𝑟 )

Onde:
𝑏𝑝 = Largura da carga concentrada perpendicular ao vão da laje;
ℎ𝑟 = Espessura da camada de revestimento da laje, caso a carga seja aplicada acima desta;
𝑡𝑐 = Espessura da camada de concreto acima do flange superior da Telha-fôrma METFORM.

Para cargas lineares perpendiculares às nervuras, 𝑏𝑝 deverá ser tomado como o comprimento da carga
linear. Em nenhum caso 𝑏𝑚 deverá ser superior à largura total 𝐿𝑡 da laje.

4.2.2. Largura efetiva

No cálculo da resistência da laje mista às cargas concentradas ou lineares deverão ser consideradas
larguras efetivas correspondentes à solicitação de flexão e de cisalhamento vertical.

 Para a verificação da flexão, a largura efetiva 𝒃𝒆𝒎 deve ser obtida da seguinte forma:

a) Em lajes mistas biapoiadas ou tramos extremos de lajes mistas contínuas:

𝐿𝑃
𝑏𝑒𝑚 = 𝑏𝑚 + 2𝐿𝑃 × (1 − )
𝐿𝐹
b) Em tramos internos de lajes mistas contínuas:

𝐿𝑃
𝑏𝑒𝑚 = 𝑏𝑚 + 1,33𝐿𝑃 × (1 − )
𝐿𝐹
 Para a verificação do cisalhamento vertical, a largura efetiva 𝒃𝒆𝒗 deverá ser dada por:
𝐿𝑃
𝑏𝑒𝑣 = 𝑏𝑚 + 𝐿𝑃 × (1 − )
𝐿𝐹
 Para cargas concentradas ou lineares paralelas às nervuras, a largura efetiva 𝒃𝒆𝒎 ou 𝒃𝒆𝒗 deverá
ser no máximo igual a:
𝑡𝑐
𝑏𝑒𝑚 𝑜𝑢 𝑏𝑒𝑣 = 2700 × [ ]
(ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 )

Esse limite não se aplica para cargas lineares perpendiculares às nervuras ou para qualquer situação
quando a armadura de distribuição for igual ou superior a 0,20% da área de concreto acima da fôrma de
aço. Em nenhum caso a largura efetiva 𝑏𝑒𝑚 ou 𝑏𝑒𝑣 deverá ser superior à largura total 𝐿𝑡 da laje.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Para as situações em que atuam cargas lineares paralelas ao vão da laje, sendo que estas cargas se
prolongam em toda a extensão do vão, deverá ser adotado:

𝐿𝑃 = 𝐿𝐹 /4
Onde:
𝐿𝑃 = Distância do centro da carga ao apoio mais próximo;
𝐿𝐹 = Vão teórico da laje na direção das nervuras;
ℎ𝐹 = Altura das nervuras do modelo adotado para a Telha-fôrma METFORM.

4.2.3. Armadura de distribuição

A armadura de distribuição, posicionada acima da Telha-fôrma METFORM, garante que a carga


concentrada ou linear seja aplicada ao longo da largura de cálculo 𝑏𝑒𝑚 ou 𝑏𝑒𝑣 . Conforme especificado na
NBR 8800:2008, em qualquer caso de carregamento, esta armadura deverá ser superior a 0,10% da área
de concreto acima da Telha-fôrma METFORM.

Para cargas concentradas ou lineares paralelas às nervuras, esta armadura deverá prolongar-se além da
maior largura efetiva (bem ou bev), sendo ancorada conforme a NBR 6118:2014. Esta armadura deverá ser
suficiente para resistir ao momento fletor de cálculo transversal dado por:

𝐹𝑑 + 𝑏𝑒
𝑀𝑑,𝑅𝑑 = 𝛾 ×
15𝑤

Onde:
𝛾 = Coeficiente de majoração de cargas (conforme a NBR 6118:2014 o valor de 𝛾 =1,40);
𝐹𝑑 = É a carga concentrada de cálculo. Para carga linear paralela ao vão da laje, 𝐹𝑑 corresponde ao valor
da carga nominal, ao longo do comprimento 𝑏𝑙 ou 𝐿 , o que for menor;
𝑏𝑒 = Máximo valor entre 𝑏𝑒𝑚 ou 𝑏𝑒𝑣 ;
𝑤 = 𝐿𝐹 ⁄2 + 𝑏𝑙 ≤ 𝐿𝐹 ;
𝐿𝐹 = Vão teórico da laje na direção das nervuras;
𝑏𝑙 = Largura da carga concentrada, paralelo ao vão da laje mista.

Para cargas lineares perpendiculares às nervuras poderá ser adotada a armadura nominal de 0,10% não
sendo necessárias verificações adicionais.

Na ausência da armadura de distribuição, a resistência da laje mista a cargas concentradas ou lineares


paralelas às nervuras deverá ser obtida considerando-se a largura efetiva (𝑏𝑒𝑚 ou 𝑏𝑒𝑣 ) igual a 𝑏𝑚 .

4.2.4. Resistência ao cisalhamento vertical

Conforme especificações da NBR 8800:2008, a resistência de cálculo ao cisalhamento vertical 𝑉𝑣,𝑅𝑑 em


(kN/m) de uma laje mista executada com Telha-fôrma METFORM, poderá ser obtida através da seguinte
equação:
𝑉𝑣,𝑅𝑑 = 𝑉𝑣,𝐹,𝑅𝑑 + 𝑉𝑣,𝐶,𝑅𝑑 ≤ 𝑉𝑚𝑎𝑥

𝑉𝑣,𝐹,𝑅𝑑 é a força cortante vertical resistente de cálculo da fôrma, expressa em newton (N), relativa a
1.000mm de largura, determinada conforme a NBR 8800:2008.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Os valores devem ser tomados conforme Tabela 4.5.

Telha-fôrma MF 50 Telha-fôrma MF 75
Espessura
𝑉𝑣,𝐹,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝐹,𝑅𝑑
(mm) (kN/m) (kN/m)
0,80 35,40 35,40
0,95 42,30 42,30
1,25 55,90 55,90

Tabela 4.5 - Força cortante vertical resistente de cálculo da fôrma

𝑉𝑣,𝐶,𝑅𝑑 é a força cortante vertical resistente de cálculo do concreto, expressa em newton (N), relativa a
1.000mm de largura. Os valores devem ser tomados conforme Tabela 4.6.

Altura Total da Telha-fôrma MF 50 Telha-fôrma MF 75


Laje Mista
𝑉𝑣,𝐶,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝐶,𝑅𝑑
(mm) (kN/m) (kN/m)
100 19,02 -
110 21,46 -
120 24,00 -
130 26,64 23,63
140 29,37 25,85
150 32,21 28,13
160 35,13 30,47
170 38,16 32,87
180 - 35,33
190 - 37,84
200 - 40,42

Tabela 4.6 - Força cortante vertical resistente de cálculo do concreto

𝑉𝑚𝑎𝑥 é o limite da força cortante, expresso em newton (N), relativo a 1.000mm de largura. Os valores
devem ser tomados conforme Tabela 4.7.

Altura Total da Telha-fôrma MF 50 Telha-fôrma MF 75


Laje Mista
𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑉𝑚𝑎𝑥
(mm) (kN/m) (kN/m)
100 90,23 -
110 102,12 -
120 114,51 -
130 127,40 119,41
140 140,80 131,54
150 154,71 144,08
160 169,12 157,04
170 184,05 170,41
180 - 184,19
190 - 198,39
200 - 213,00

Tabela 4.7 - Força cortante limite

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Manual Técnico de Telha-fôrma

São apresentados a seguir os valores da resistência nominal ao cisalhamento vertical 𝑉𝑣,𝑅𝑑 das lajes
mistas com as Telhas-fôrma MF 50 e MF 75 da METFORM.

Na elaboração das tabelas, adotou-se:


 𝑓𝑦 = 280MPa;
 𝑓𝑐𝑘 = 20MPa;
 𝛾 =1,40;
 𝑘𝑦 = 1,0 (sem a existência de armadura longitudinal de tração).

A resistência ao cisalhamento vertical 𝑉𝑣,𝑅𝑑 (Tabela 4.8), pode ser consideravelmente aumentada com a
adição de armadura longitudinal de tração devidamente ancorada.

Telha-fôrma MF 50 Telha-fôrma MF 75
Altura Total da
Laje Mista
Espessura 𝑉𝑣,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝑅𝑑
𝛾 𝛾
(mm) (mm) (kN/m) (kN/m)
0,80 38,87 -
100 0,95 43,80 -
1,25 53,51 -
0,80 40,61 -
110 0,95 45,54 -
1,25 55,26 -
0,80 42,43 -
120 0,95 47,36 -
1,25 57,07 -
0,80 44,31 45,59
130 0,95 49,24 58,95
1,25 58,96 84,09
0,80 46,26 47,18
140 0,95 51,19 60,54
1,25 60,91 85,68
0,80 48,29 48,81
150 0,95 53,22 62,16
1,25 62,94 87,31
0,80 50,38 50,48
160 0,95 55,31 63,84
1,25 65,02 88,98
0,80 52,54 52,19
170 0,95 57,47 65,55
1,25 67,19 90,69
0,80 - 53,95
180 0,95 - 67,31
1,25 - 92,45
0,80 - 55,74
190 0,95 - 69,10
1,25 - 94,24
0,80 - 57,59
200 0,95 - 70,94
1,25 - 96,09

Tabela 4.8 - Resistência nominal ao cisalhamento vertical

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4.2.5. Resistência à punção

De acordo com a NBR 8800:2008 a resistência de cálculo à punção 𝑉𝑝,𝑅𝑑 das lajes mistas com
Telha-fôrma METFORM poderá ser obtida de maneira análoga à resistência ao cisalhamento vertical. A
equação seguinte fornece os valores de 𝑉𝑝,𝑅𝑑 , em newton (N):

𝑉𝑝,𝑅𝑑 = 𝜇𝑐𝑟 × 𝑑𝑙 × 𝜏𝑅𝑑

Onde:
𝜇𝑐𝑟 = Perímetro crítico da área de aplicação da carga concentrada, em (mm).

𝜇𝑐𝑟 = 2[(𝑏𝑝 + 𝑏𝑙 ) + 2𝑑𝐹 + (𝜋 − 2)𝑡𝑐 ]

𝑑𝐹 + 𝑡𝑐
𝑑𝑙 =
2
Onde:
𝑑𝐹 = Distância do topo da camada de concreto ao centro da gravidade da Telha-fôrma, em (mm);
𝑏𝑝 = Dimensão da base da carga concentrada perpendicular às nervuras da Telha-fôrma, em (mm);
𝑏𝑙 = Dimensão da base da carga concentrada paralela às nervuras da Telha-fôrma, em (mm);
𝑡𝑐 = Espessura da camada de concreto acima do flange superior da Telha-fôrma, em (mm);

𝜏𝑅𝑑 = 0,13𝐾𝑝 × (100. 𝜌. 𝑓𝑐𝑘 )1/3 ≥ 0,30𝑓𝑐𝑡𝑑 (𝜏𝑅𝑑 𝑒 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑀𝑃𝑎 )

200
𝐾𝑝 = 1 + √ ≤ 2,0
𝑑𝑙

𝜌 = √𝜌𝐹. 𝜌𝑆 ≤ 0,02

(𝜌𝐹 ) 𝑒 (𝜌𝑠 ) São as taxas de armadura nas direções longitudinal e transversal à forma, dadas por:

𝐴𝑓 + 𝐴𝑠𝑙
𝜌𝐹 =
𝑑𝑝 (𝑏𝑝 + 2ℎ𝑟 + 3𝑑𝑝 )

𝐴𝑠𝑡
𝜌𝑆 =
ℎ𝑐 (𝑏𝑙 + 2ℎ𝑟 + 3𝑑𝑝 )

𝐴𝑓 = 𝑏𝑝 + 2ℎ𝑟 + 3𝑑𝑝

𝐴𝑠𝑙 = 𝑏𝑝 + 2ℎ𝑟 + 3𝑑𝑝

Página 23
Manual Técnico de Telha-fôrma

𝐴𝑠𝑡 = 𝑏𝑙 + 2ℎ𝑟 + 3𝑑𝑝

Onde:
𝐴𝑓 = Área da seção da forma de aço, referente à largura, em (mm²);
𝐴𝑠𝑙 = Área da armadura longitudinal, referente à largura, em (mm²);
𝐴𝑠𝑡 = Área da armadura transversal, referente à largura, em (mm²);
ℎ𝑟 = Altura do revestimento da laje (se houver), em (mm);

A seguir são apresentados os valores de 𝑉𝑝,𝑅𝑑 para as Telhas-fôrma MF 50 e MF 75, considerando-se


várias dimensões usuais para a base de aplicação da carga concentrada e (𝛾 = 1,40). Na determinação
destes valores, 𝜇𝑐𝑟 foi obtido a partir da equação anterior e 𝜏𝑅𝑑 calculado para 𝑓𝑐𝑘 igual a 20MPa.

 Tabela de resistência à punção para Telha-fôrma MF 50

𝑉𝑝,𝑅𝑑
Telha-fôrma
MF 50 𝛾
(kN)

Altura Dimensão da Base de Carga (mm)


Esp.
Laje 100x100 100x200 200x200 200x300 200x400 300x400 400x400 400x500 400x600
(mm) (mm) 50x150 150x150 150x250 250x250 300x300 350x350 350x450 450x450 500x500
0,80 22,18 27,62 33,07 38,52 43,97 49,41 54,86 60,31 65,76
100 0,95 22,77 28,37 33,96 39,55 45,15 50,74 56,34 61,93 67,53
1,25 23,78 29,62 35,46 41,30 47,14 52,98 58,82 64,67 70,51
0,80 26,33 32,33 38,33 44,34 50,34 56,34 62,35 68,35 74,35
110 0,95 27,03 33,20 39,36 45,53 51,69 57,86 64,02 70,19 76,35
1,25 28,23 34,66 41,10 47,54 53,98 60,41 66,85 73,29 79,73
0,80 30,71 37,25 43,79 50,32 56,86 63,39 69,93 76,47 83,00
120 0,95 31,54 38,25 44,96 51,68 58,39 65,10 71,81 78,52 85,23
1,25 32,93 39,94 46,95 53,96 60,97 67,97 74,98 81,99 89,00
0,80 35,34 42,38 49,43 56,48 63,53 70,58 77,63 84,68 91,72
130 0,95 36,29 43,52 50,76 58,00 65,24 72,48 79,72 86,95 94,19
1,25 37,89 45,45 53,00 60,56 68,12 75,68 83,24 90,79 98,35
0,80 40,19 47,73 55,27 62,82 70,36 77,90 85,45 92,99 100,53
140 0,95 41,27 49,01 56,76 64,51 72,25 80,00 87,75 95,49 103,24
1,25 43,09 51,18 59,27 67,36 75,44 83,53 91,62 99,71 107,80
0,80 45,26 53,29 61,31 69,33 77,35 85,38 93,40 101,42 109,45
150 0,95 46,48 54,72 62,96 71,20 79,44 87,67 95,91 104,15 112,39
1,25 48,53 57,14 65,74 74,34 82,94 91,55 100,15 108,75 117,35
0,80 50,56 59,05 67,54 76,02 84,51 93,00 101,49 109,98 118,47
160 0,95 51,92 60,64 69,35 78,07 86,79 95,50 104,22 112,94 121,66
1,25 54,21 63,31 72,42 81,52 90,62 99,72 108,82 117,93 127,03
0,80 56,07 65,01 73,95 82,90 91,84 100,78 109,72 118,67 127,61
170 0,95 57,58 66,76 75,94 85,13 94,31 103,49 112,68 121,86 131,04
1,25 60,12 69,71 79,30 88,89 98,47 108,06 117,65 127,24 136,83

Tabela 4.9 - Resistência de cálculo à punção para Telha-fôrma MF 50 METFORM

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Manual Técnico de Telha-fôrma

 Tabela de resistência à punção para Telha-fôrma MF 75

𝑉𝑝,𝑅𝑑
Telha-fôrma
MF 75 𝛾
(kN)

Altura Dimensão da Base de Carga (mm)


Esp.
Laje 100x100 100x200 200x200 200x300 200x400 300x400 400x400 400x500 400x600
(mm) (mm) 50x150 150x150 150x250 250x250 300x300 350x350 350x450 450x450 500x500
0,80 27,80 34,01 40,22 46,43 52,64 58,84 65,05 71,26 77,47
130 0,95 28,56 34,94 41,32 47,70 54,08 60,46 66,83 73,21 79,59
1,25 29,83 36,50 43,16 49,82 56,48 63,15 69,81 76,47 83,13
0,80 32,30 39,04 45,78 52,52 59,26 66,00 72,74 79,48 86,23
140 0,95 33,19 40,11 47,04 53,96 60,89 67,81 74,74 81,66 88,59
1,25 34,66 41,90 49,13 56,36 63,60 70,83 78,06 85,30 92,53
0,80 37,04 44,30 51,55 58,80 66,06 73,31 80,57 87,82 95,07
150 0,95 38,06 45,51 52,96 60,41 67,87 75,32 82,77 90,23 97,68
1,25 39,75 47,53 55,32 63,10 70,89 78,67 86,46 94,24 102,03
0,80 42,02 49,77 57,52 65,27 73,02 80,77 88,52 96,28 104,03
160 0,95 43,17 51,13 59,09 67,06 75,02 82,98 90,95 98,91 106,88
1,25 45,09 53,41 61,72 70,04 78,36 86,68 95,00 103,31 111,63
0,80 47,22 55,45 63,69 71,92 80,15 88,39 96,62 104,86 113,09
170 0,95 48,51 56,97 65,43 73,89 82,35 90,81 99,27 107,73 116,19
1,25 50,67 59,51 68,34 77,18 86,02 94,85 103,69 112,52 121,36
0,80 52,65 61,35 70,05 78,76 87,46 96,16 104,87 113,57 122,27
180 0,95 54,09 63,03 71,97 80,91 89,86 98,80 107,74 116,68 125,62
1,25 56,49 65,83 75,17 84,51 93,85 103,19 112,53 121,87 131,21
0,80 58,29 67,45 76,61 85,78 94,94 104,10 113,26 122,42 131,58
190 0,95 59,89 69,30 78,71 88,12 97,54 106,95 116,36 125,77 135,19
1,25 62,55 72,38 82,22 92,05 101,88 111,71 121,54 131,37 141,20
0,80 64,15 73,76 83,37 92,98 102,59 112,19 121,80 131,41 141,02
200 0,95 65,91 75,78 85,65 95,52 105,40 115,27 125,14 135,01 144,88
1,25 68,84 79,15 89,47 99,78 110,09 120,40 130,71 141,02 151,33

Tabela 4.10 - Resistência de cálculo à punção para Telha-fôrma MF 75 METFORM

4.2.6. Exemplo verificação de carga concentrada sobre laje com Telha-fôrma METFORM

Suponha que uma laje mista de altura total de 140mm, com Telha-fôrma MF 75 da METFORM, cobrindo
um vão de 2,70m seja adotada na execução do piso de uma garagem de automóveis. O peso de camada
de revestimento a ser utilizado é 0,50kN/m².

Será verificada a resistência da laje, utilizando-se uma Telha-fôrma MF 75 de espessura de 0,80mm, em


aço zincado ZAR 280, de limite de resistência ao escoamento igual a 280MPa. O concreto a ser utilizado
possui 𝑓𝑐𝑘 igual a 20MPa. Será dimensionada a armadura de distribuição a ser posicionada no capeamento
de concreto, acima das nervuras da Telha-fôrma METFORM.

Solução:
Para a execução de piso de garagens, uma laje mista com Telha-fôrma MF 75 deverá ser verificada para o
caso mais crítico entre uma sobrecarga uniformemente distribuída e uma carga concentrada (por eixo
do veículo).

Página 25
Manual Técnico de Telha-fôrma

Inicialmente, será realizada uma verificação das cargas de serviço atuantes, considerando-se uma
sobrecarga uniformemente distribuída de 3,00kN/m².
Posteriormente, será realizada uma segunda verificação, considerando-se a ação de uma carga
concentrada de 9,00kN em uma área de 150mm x 150mm, atuando em qualquer região da laje.

a) Verificação para sobrecarga uniforme

As cargas distribuídas nominais atuantes na laje mista são:


Peso próprio (Telha-fôrma MF 75 + Concreto): .......................... 2,50kN/m²
Revestimento: ............................................................................... 0,50kN/m²
Sobrecarga: .................................................................................. 3,00kN/m²

A carga sobreposta nominal total (excluindo-se o peso próprio da laje) será:

𝑊𝑆𝑑 = 0,50 + 3,00 = 3,50𝑘𝑁/𝑚²

Para a laje mista em questão (ht = 140mm, espessura = 0,80mm, ZAR 280MPa), a resistência nominal
fornecida pela Tabela 4.4 (página 16) é:

𝑊𝑛 = 6,11𝑘𝑁/𝑚² 𝑊𝑛 > 𝑊𝑆𝑑 → 𝑶𝑲

b) Verificação para carga concentrada nominal

A verificação para a carga concentrada será realizada em três etapas, correspondentes às solicitações de
flexão, cisalhamento e punção. Posteriormente será dimensionada a armadura de distribuição.

A carga distribuída nominal sobreposta será (𝑊𝑑1 ): .................. 0,50kN/m² (sem peso próprio)
A carga concentrada nominal será (𝐹𝑑 ): ..................................... 9,00kN

𝐹𝑑 = 9,0kN 𝑡𝑐 = 65mm ℎ𝑡 = 140mm


bp = 150mm ℎ𝐹 = 75mm 𝐿𝐹 = 2.700mm
d𝐹 = 102,5mm 𝐿𝑃 = 1.350mm (P/ Flexão) 𝐿𝑃 = 140mm (P/ Cisalhamento Vertical)

A largura de aplicação da carga concentrada é dada por:

𝑏𝑚 = 𝑏𝑝 + 2 × (𝑡𝑐 + ℎ𝑟 ) = 150 + 2 × (65 + 0) = 280𝑚𝑚

c) Verificação a flexão

Na verificação ao momento fletor deve-se considerar a carga concentrada 𝐹𝑑 aplicada no meio do vão, por
se tratar da situação mais desfavorável em termos do diagrama do momento fletor atuante e,
consequentemente, da carga distribuída equivalente. Vejamos a situação a seguir:

Para uma situação em que a carga concentrada esteja a uma distância (𝑎 ) do apoio, tem-se:
𝐹𝑑 × 𝑎𝑏
𝑀𝑎𝑡 =
𝐿𝐹

Página 26
Manual Técnico de Telha-fôrma

Igualando este momento ao de uma carga distribuída equivalente:

𝑄𝑑 × 𝐿𝐹 2
𝑀𝑎𝑡 =
8

Temos:
8 × 𝐹𝑑 × 𝑎𝑏
𝑄𝑑 =
𝐿𝐹 3

Considerando-se:
𝐿𝐹
𝑎=𝑏=
2
Temos:
2𝐹𝑑
𝑄𝑑 =
𝐿𝐹

Agora, considerando-se:
𝐿𝐹 3𝐿𝐹
𝑎= 𝑒 𝑏=
4 4
Temos:
1,5𝐹𝑑
𝑄𝑑 =
𝐿𝐹

Ou seja, aplicando-se a carga a 1/4 do vão, tem-se uma redução de 33% na carga distribuída equivalente.

Considerando-se ainda:
𝐿𝐹 9𝐿𝐹
𝑎= 𝑒 𝑏=
10 10

Temos:
0,72𝐹𝑑
𝑄𝑑 =
𝐿
Uma redução de 64% na carga distribuída equivalente para uma carga aplicada a 1/10 do vão.

Portanto deve-se considerar sempre a carga concentrada aplicada no meio do vão. Neste caso:

𝐿𝑃 = 𝐿𝐹 ⁄2 = 1.350𝑚𝑚

A parcela de carga distribuída equivalente relativa à carga concentrada nominal 𝐹𝑑 é, portanto, dada pela
carga 𝐹𝑑 que atua ao longo da largura efetiva 𝑏𝑒𝑚 .

F𝑑 × 𝐿𝐹 1 Q d × L𝐹 2 2𝐹𝑑 1
4
×(
bem
)=
8
∴ 𝑄𝑑 =
𝐿𝐹
×(
𝑏𝑒𝑚
)

Página 27
Manual Técnico de Telha-fôrma

A largura efetiva 𝑏𝑒𝑚 para a resistência à flexão é dada por:

𝐿𝑃 1.350
𝑏𝑚 + 2𝐿𝑃 × (1 − ) = 280 + 2 × 1.350 × (1 − ) = 1.630𝑚𝑚
𝐿𝐹 2.700
𝑏𝑒𝑚 ≤
𝑡𝑐 65
2.700 × = 2700 × = 1.254𝑚𝑚
{ ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 75 + 65

𝑏𝑒𝑚 = 1.254𝑚𝑚

Logo:
2 × 9,00 1
𝑊𝑑2 = 𝑄𝑑 = ×( ) = 5,32𝑘𝑁/𝑚²
2,70 1,254

A parcela de carga nominal de serviço relativa à carga distribuída atuante (revestimento) é:

𝑊𝑑1 = 0,50𝑘𝑁/𝑚²

Somando-se as parcelas de carga distribuída e carga concentrada, têm-se:

𝑊𝑑 = 𝑊𝑑1 + 𝑊𝑑2 = 0,50 + 5,32 = 5,82𝑘𝑁/𝑚²

A resistência da laje mista é dada pela Tabela 4.4 (página 16):

𝑊𝑛 = 6,11𝑘𝑁/𝑚² ∴ 𝑊𝑛 > 𝑊𝑑 → 𝑶𝑲

d) Verificação ao cisalhamento vertical

Na verificação ao cisalhamento vertical, será admitido que a carga concentrada 𝐹𝑑 encontra-se próxima a
um dos apoios, com afastamento igual à altura total da laje ℎ𝑡 . Logo o vão de cisalhamento será:

𝐿𝑃 = 140𝑚𝑚

Conforme comentários anteriores, a resistência da laje mista ao cisalhamento vertical 𝑉𝑣,𝑅𝑑 /𝛾 deve ser
dada pela Tabela 4.8 (página 22). O valor dessa resistência deverá ser comparado com a soma das cargas
nominais atuantes na laje, incluindo-se o peso próprio da mesma.

Nos apoios, a força cortante oriunda das cargas nominais distribuídas (excluindo-se a sobrecarga) é:

𝑊𝑠𝑑 𝐿𝐹 (2,50 + 0,50) × 2,70


𝑉𝑣,𝑆𝑑1 = = = 4,05𝑘𝑁/𝑚
2 2

No apoio mais solicitado, a força cortante relativa à carga concentrada 𝐹𝑑 , ao longo da largura efetiva 𝑏𝑒𝑣 ,
é dada por:
(𝐿𝐹 − 𝐿𝑃 ) 1
𝑉𝑣,𝑆𝑑2 = 𝐹𝑑 × ×
𝐿𝐹 𝑏𝑒𝑣

Página 28
Manual Técnico de Telha-fôrma

𝐿𝑃 140
𝑏𝑚 + 𝐿𝑃 × (1 − ) = 280 + 140 × (1 − ) = 413𝑚𝑚
𝐿𝐹 2.700
𝑏𝑒𝑣 ≤
𝑡𝑐 65
2.700 × = 2700 × = 1.254𝑚𝑚
{ ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 75 + 65

𝑏𝑒𝑣 = 413𝑚𝑚

Logo:
(2,70 − 0,140) 1
𝑉𝑣,𝑆𝑑2 = 9,00 × × = 20,66𝑘𝑁/𝑚
2,70 0,413

Somando-se as parcelas de carga distribuída e carga concentrada, têm-se:

𝑉𝑣,𝑆𝑑 = 𝑉𝑣,𝑆𝑑1 + 𝑉𝑣,𝑆𝑑2 = 4,05 + 20,66 = 24,71𝑘𝑁/𝑚

A resistência da laje mista é dada pela Tabela 4.8 (página 22):

𝑉𝑣,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝑅𝑑
= 47,18𝑘𝑁/𝑚 ∴ > 𝑉𝑣,𝑆𝑑 → 𝑶𝑲
𝛾 𝛾

e) Verificação à punção

A carga nominal para verificação à punção é ( 𝐹𝑑 = 9,0kN), atuando em uma área de (150 x 150)mm². A
resistência nominal da laje mista à punção é diretamente proporcional ao valor do perímetro da base de
aplicação da carga, e pode ser considerada como:

𝑉𝑝,𝑅𝑑 = 𝜇𝑐𝑟 × 𝑑𝑙 × 𝜏𝑅𝑑

Para a laje mista em questão (𝒉𝒕 = 140 mm, espessura = 0,80mm, ZAR 280MPa), a resistência nominal à
punção pode ser dada pela Tabela 4.10 (página 25):

𝑉𝑝,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝑅𝑑
= 39,04𝑘𝑁/𝑚 ∴ > 𝐹𝑑 → 𝑶𝑲
𝛾 𝛾

f) Armadura de distribuição

A armadura de distribuição posicionada transversalmente às nervuras da Telha-fôrma deve prolongar-se ao


longo da maior largura efetiva (𝑏𝑒 ), na situação em questão (𝑏𝑒𝑚 = 1.254mm). Esta armadura deve resistir
ao momento fletor de cálculo transversal dado por:

𝐹𝑑 + 𝑏𝑒
𝑀𝑑,𝑅𝑑 = 𝛾 ×
15𝑤

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Onde:
𝛾= 1,40 (coeficiente de majoração de cargas, conforme a NBR 6118:2014).
𝐹𝑑 = 9,0kN
𝑏𝑒 = 𝑚á𝑥(𝑏𝑒𝑚 , 𝑏𝑒𝑣 ) = 1.254𝑚𝑚
𝑤 = 𝐿𝐹 ⁄2 + 𝑏𝑙 ≤ 𝐿𝐹 ∴ 𝑤 = 2.700⁄2 + 150 ≤ 2.700 ∴ 𝑤 = 1.500𝑚𝑚 ≤ 2.700𝑚𝑚

Logo:
𝐹𝑑 + 𝑏𝑒 9,00 + 1,254
𝑀𝑑,𝑅𝑑 = 𝛾 × = 1,40 × = 0,75𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
15𝑤 15 × 1,500

Este esforço deve ser analisado na seção retangular de altura (𝒕𝒄 = 65mm) e largura correspondente à faixa
de 1.000mm. Nesta seção, será verificado se a armadura nominal mínima (0,10% da área da seção),
colocada a 25mm abaixo do topo do concreto é suficiente para resistir a 𝑀𝑑,𝑅𝑑 .

A área da armadura mínima é dada por: 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 ≥ 0,10% × (6,5 × 100) = 0,65𝑐𝑚2 /𝑚

Conforme a especificação do catálogo do Instituto Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS), a malha


imediatamente superior a 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 é a designada por Tela Tipo Q-75 (𝐴𝑠 = 0,75cm²/m). Essa malha é
simétrica nas duas direções e é constituída por barras de 3,8mm de diâmetro com espaçamento entre os
fios de 150mm. O aço das barras possui limite de resistência ao escoamento (𝑓𝑦 = 600MPa). A altura da
camada de concreto 𝒂 (ver figura 4.5) que é comprimida durante a atuação de 𝑀𝑑,𝑅𝑑 é dada por:

𝐴𝑠 + 𝑓𝑦 0,75 × 60
𝑎= = = 0,27𝑐𝑚
0,85 × 𝑓𝑐𝑘 × 𝑏 0,85 × 2 × 100

Figura 4.5 – Altura da camada de concreto

Onde:
0,85 refere-se ao Efeito Rüsch no concreto;
𝑓𝑐𝑘 = 20MPa;
𝑏 = Largura unitária da laje, tomada como 1.000mm (100cm).
𝑑′ = Recobrimento da tela soldada.

O momento fletor resistente da seção é dado por:

𝑀𝑛 = 0,85 × 𝐴𝑠 × 𝑓𝑦 × (𝑑 ′ − 𝑎⁄2)

𝑀𝑛 = 0,85 × 0,75 × 60 × (2,5 − 0,27⁄2) = 90,4𝑘𝑁𝑐𝑚⁄𝑚 = 0,904𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

𝑀𝑛 > 𝑀𝑑,𝑅𝑑 → 𝑶𝑲

Observação: No exemplo acima, a tela deverá ser colocada 25mm abaixo do topo do concreto.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4.3. LAJES MISTAS COM ARMADURA DE REFORÇO

Conforme descrito nas Tabelas 4.3 e 4.4 (páginas 15 e 16), “Tabela de cargas sobrepostas máximas”
para dimensionamento das lajes mistas com Telha-fôrma METFORM apresenta valores de “Cargas
Sobrepostas” admissíveis, considerando lajes mistas isostáticas, sem continuidade estrutural após a cura
do concreto. Em regiões em que o carregamento atuante (distribuído ou concentrado) ultrapasse os valores
apresentados nas Tabelas 4.3 e 4.4 (páginas 15 e 16), a laje mista deverá ser dimensionada com
continuidade estrutural, com armaduras adicionais de reforço para garantir que a laje atinja a capacidade de
carga necessária.

As Tabelas 4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 (páginas 32 e 33) indicam valores de resistência à flexão (para
momentos positivos e/ou negativos) de seções armadas, com armaduras adicionais de reforço e geometria
dos modelos de Telha-fôrma METFORM. São indicadas seções com armaduras positivas, dentro das
ondas baixas (geralmente adotadas em Tramos Externos) e com armaduras negativas, no capeamento de
concreto (adotada em Tramos internos).

Para as armaduras positivas foram consideradas barras trefiladas em aço CA-50 (limite de resistência ao
escoamento 500MPa), posicionadas no centro das nervuras da Telha-fôrma. Para as armaduras negativas
foram consideradas telas soldadas em aço CA-60 (limite de resistência ao escoamento 600MPa),
posicionadas a 20mm do topo de concreto. Em todas as tabelas foi considerado concreto estrutural com
resistência a compressão 𝑓𝑐𝑘 igual a 20MPa.

As Tabelas 4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 (páginas 32 e 33 indicam as resistências a flexão em (kN.m) para faixas
de um metro de largura de laje. Todos os valores foram obtidos de acordo com as especificações da NBR
6118:2014. Os valores tabelados correspondem às resistências nominais 𝑀𝑛 (ver figura 4.6), já divididas
pelo coeficiente de majoração (𝛾 = 1,40), portanto poderão ser utilizadas cargas nominais para determinar
os esforços solicitantes que serão comparados com os valores de resistência tabelados.

Figura 4.6 – Distribuição dos momentos fletores

Nas situações em que a armadura adicional de reforço for a única armadura da seção (por exemplo,
armadura negativa sobre apoios em Tramos internos), recomenda-se que os critérios de armadura mínima
da NBR 6118:2014 sejam atendidas.

Os critérios de armadura mínima não precisam ser verificados caso a armadura complementar não seja a
única armadura responsável pela seção. Esta situação é usual em Tramos Externos, quando a capacidade
total da seção para momentos positivos é obtida pela soma entre a seção armada das Tabelas 4.11, 4.12,
4.13 e 4.14 (páginas 32 e 33) com as Tabelas 4.3 e 4.4 (páginas 15 e 16). Caso as Tabelas 4.3 e 4.4
(páginas 15 e 16) sejam desprezadas na capacidade da seção, os critérios de armadura mínima da
NBR 6118:2014 necessitam serem atendidos.

Para determinação da resistência da laje mista recomenda-se utilizar 90% do vão livre para Tramos
Externos e 80% para Tramos internos.

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4.3.1. Seção Armada: Resistência ao Momento Fletor (positivo)


𝑓𝑐𝑘 = 20𝑀𝑃𝑎 𝑓𝑦𝑏 = 500𝑀𝑃𝑎
 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
100 Mn (kN.m/m) 1,45 2,81 2,26 4,30 3,54 6,47 5,26 -
110 Mn+ (kN.m/m) 1,65 3,21 2,58 4,93 4,05 7,49 6,06 -
120 Mn+ (kN.m/m) 1,85 3,61 2,90 5,57 4,56 8,52 6,86 -
130 Mn+ (kN.m/m) 2,05 4,01 3,22 6,20 5,07 9,54 7,66 11,32
140 Mn+ (kN.m/m) 2,25 4,41 3,53 6,84 5,58 10,56 8,46 12,57
150 Mn+ (kN.m/m) 2,45 4,81 3,85 7,47 6,10 11,59 9,26 13,82
160 Mn+ (kN.m/m) 2,65 5,21 4,17 8,11 6,61 12,61 10,06 15,07
170 Mn+ (kN.m/m) 2,85 5,61 4,49 8,74 7,12 13,63 10,86 16,32

Tabela 4.11 – Resistência ao momento fletor (positivo) para Telha-fôrma MF 50 METFORM

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
130 Mn (kN.m/m) 2,00 3,89 3,12 5,96 4,90 9,04 7,32 10,64
140 Mn+ (kN.m/m) 2,22 4,33 3,48 6,67 5,47 10,18 8,21 12,03
150 Mn+ (kN.m/m) 2,45 4,78 3,83 7,37 6,04 11,32 9,10 13,42
160 Mn+ (kN.m/m) 2,67 5,22 4,18 8,08 6,60 12,46 9,99 14,81
170 Mn+ (kN.m/m) 2,89 5,67 4,54 8,79 7,17 13,60 10,88 16,20
180 Mn+ (kN.m/m) 3,11 6,11 4,89 9,49 7,74 14,74 11,77 17,59
190 Mn+ (kN.m/m) 3,34 6,56 5,24 10,20 8,31 15,88 12,66 18,98
200 Mn+ (kN.m/m) 3,56 7,00 5,60 10,91 8,88 17,02 13,55 20,37

Tabela 4.12 – Resistência ao momento fletor (positivo) para Telha-fôrma MF 75 METFORM

4.3.2. Seção Armada: Resistência ao Momento Fletor (negativo)


𝑓𝑐𝑘 = 20𝑀𝑃𝑎 𝑓𝑦𝑏 = 600𝑀𝑃𝑎
 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
100 Mn- (kN.m/m) 2,15 2,61 3,16 3,81 4,34 5,23 6,37 7,15
110 Mn- (kN.m/m) - 2,95 3,59 4,32 4,93 5,96 7,28 8,21
120 Mn- (kN.m/m) - - 4,01 4,84 5,52 6,69 8,20 9,26
130 Mn- (kN.m/m) - - - 5,35 6,11 7,42 9,12 10,32
140 Mn- (kN.m/m) - - - 5,87 6,71 8,15 10,03 11,37
150 Mn- (kN.m/m) - - - - 7,30 8,88 10,95 12,43
160 Mn- (kN.m/m) - - - - - 9,61 11,87 13,48
170 Mn- (kN.m/m) - - - - - 10,34 12,78 14,54

Tabela 4.13 – Resistência ao momento fletor (negativo) para Telha-fôrma MF 50 METFORM

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Manual Técnico de Telha-fôrma

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
130 Mn- (kN.m/m) - 3,64 4,43 5,35 6,11 7,42 9,12 10,32
140 Mn- (kN.m/m) - - 4,85 5,87 6,71 8,15 10,03 11,37
150 Mn- (kN.m/m) - - 5,27 6,38 7,30 8,88 10,95 12,43
160 Mn- (kN.m/m) - - - 6,90 7,89 9,61 11,87 13,48
170 Mn- (kN.m/m) - - - - 8,48 10,34 12,78 14,54
180 Mn- (kN.m/m) - - - - 9,08 11,07 13,70 15,59
190 Mn- (kN.m/m) - - - - - 11,80 14,62 16,65
200 Mn- (kN.m/m) - - - - - 12,53 15,53 17,70

Tabela 4.14 – Resistência ao momento fletor (negativo) para Telha-fôrma MF 75 METFORM

A indicação “X” da tabela corresponde à armadura em Tela Soldada, não necessariamente simétrica (Tela
tipo “Q”). No sentido das nervuras da Telha-fôrma a armadura deverá possuir a área mínima indicada.

4.3.3. Exemplo de determinação de armaduras de reforço

Suponha a mesma laje do item anterior, porém cobrindo agora vãos adjacentes iguais a 3,20m. A laje será
executada para utilização de garagem de automóveis. O peso de camada de revestimento que será
utilizado será 0,50kN/m².

Será verificada a resistência da laje mista com Telha-fôrma MF 75 de espessura de 0,80mm, fabricado em
aço zincado cujo limite de resistência ao escoamento é igual a 280MPa. O concreto utilizado possui
𝒇𝒄𝒌 = 20MPa. Será dimensionada a armadura adicional necessária para garantir que a laje suporte as
considerações das cargas de serviço.

Solução:
Para a execução de piso de garagens, uma laje mista com Telha-fôrma deverá ser verificada para o caso
mais crítico entre uma sobrecarga uniformemente distribuída e uma carga pontual (por eixo do veículo).
Inicialmente, será realizada uma verificação das cargas de serviço atuantes, considerando-se uma
sobrecarga uniformemente distribuída de 3,00kN/m². Posteriormente, será feita uma segunda verificação,
considerando-se a ação de uma carga de 12,00kN concentrada em uma área de (150 x 150)mm², atuando
em qualquer região da laje.

a) Verificação para sobrecarga uniforme

As cargas distribuídas nominais atuantes na laje mista são:


Peso próprio (Telha-fôrma MF 75 + Concreto): .......................... 2,50kN/m²
Revestimento: ............................................................................... 0,50kN/m²
Sobrecarga: .................................................................................. 3,00kN/m²

A carga sobreposta nominal total (excluindo-se o peso próprio da laje) será:

𝑊𝑆𝑑 = 0,50 + 3,00 = 3,50𝑘𝑁/𝑚²

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Para a laje mista em questão (𝒉𝒕 = 140mm, espessura = 0,80mm, ZAR 280MPa), a resistência nominal
fornecida pela Tabela 4.4 (página 16) é:

𝑊𝑛 = 3,64𝑘𝑁/𝑚² 𝑊𝑛 > 𝑊𝑆𝑑 → 𝑶𝑲

b) Verificação para carga concentrada nominal

A verificação para a carga concentrada será realizada em três etapas, correspondentes às solicitações de
flexão, cisalhamento e punção. Posteriormente será dimensionada a armadura de reforço.

A carga distribuída nominal sobreposta será (𝑊𝑑1 ): .................. 0,50kN/m² (sem peso próprio)
A carga concentrada nominal será (𝐹𝑑 ): ..................................... 12,00kN

𝐹𝑑 = 12,00kN 𝑡𝑐 = 65mm ℎ𝑡 = 140mm


bp = 150mm ℎ𝐹 = 75mm 𝐿𝐹 = 3.200mm
bl = 150mm 𝐿𝑃 = 1.600mm (P/ Flexão) 𝐿𝑃 = 140mm (P/ Cisalhamento Vertical)
d𝐹 = 102,5mm

A largura de aplicação da carga concentrada é dada por:

𝑏𝑚 = 𝑏𝑝 + 2 × (𝑡𝑐 + ℎ𝑟 ) = 150 + 2 × (65 + 0) = 280𝑚𝑚

c) Verificação a flexão

Na verificação ao momento fletor deve-se considerar a carga concentrada 𝐹𝑑 aplicada no meio do vão, por
se tratar da situação mais desfavorável em termos do diagrama do momento fletor atuante e,
consequentemente, da carga distribuída equivalente. Vejamos a situação a seguir:

Para uma situação em que a carga concentrada esteja a uma distância (𝑎 ) do apoio, tem-se:
𝐹𝑑 × 𝑎𝑏
𝑀𝑎𝑡 =
𝐿𝐹

Igualando este momento ao de uma carga distribuída equivalente:

𝑄𝑑 × 𝐿𝐹 2
𝑀𝑎𝑡 =
8
Temos:
8 × 𝐹𝑑 × 𝑎𝑏
𝑄𝑑 =
𝐿𝐹 3

Considerando-se:
𝐿𝐹
𝑎=𝑏=
2

Temos:
2𝐹𝑑
𝑄𝑑 =
𝐿𝐹

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Agora, considerando-se:
𝐿𝐹 3𝐿𝐹
𝑎= 𝑒 𝑏=
4 4
Temos:
1,5𝐹𝑑
𝑄𝑑 =
𝐿𝐹

Ou seja, aplicando-se a carga a 1/4 do vão, tem-se uma redução de 33% na carga distribuída equivalente.

Considerando-se ainda:
𝐿𝐹 9𝐿𝐹
𝑎= 𝑒 𝑏=
10 10
Temos:
0,72𝐹𝑑
𝑄𝑑 =
𝐿
Uma redução de 64% na carga distribuída equivalente para uma carga aplicada a 1/10 do vão.

Portanto deve-se considerar sempre a carga concentrada aplicada no meio do vão. Neste caso:

𝐿𝑃 = 𝐿𝐹 ⁄2 = 1.600𝑚𝑚

A parcela de carga distribuída equivalente relativa à carga concentrada nominal 𝐹𝑑 é, portanto, dada pela
carga 𝐹𝑑 que atua ao longo da largura efetiva 𝑏𝑒𝑚 .

F𝑑 × 𝐿𝐹 1 Q d × L𝐹 2 2𝐹𝑑 1
4
×(
bem
)=
8
∴ 𝑄𝑑 =
𝐿𝐹
×(
𝑏𝑒𝑚
)

A largura efetiva 𝑏𝑒𝑚 para a resistência à flexão é dada por:

𝐿𝑃 1.600
𝑏𝑚 + 2𝐿𝑃 × (1 − ) = 280 + 2 × 1.600 × (1 − ) = 1.880𝑚𝑚
𝐿𝐹 3.200
𝑏𝑒𝑚 ≤
𝑡𝑐 65
2.700 × = 2700 × = 1.254𝑚𝑚
{ ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 75 + 65

𝑏𝑒𝑚 = 1.254𝑚𝑚

Logo:
2 × 12,00 1
𝑊𝑑2 = 𝑄𝑑 = ×( ) = 5,98𝑘𝑁/𝑚²
3,20 1,254

A parcela de carga nominal de serviço relativa à carga distribuída atuante (revestimento) é:

𝑊𝑑1 = 0,50𝑘𝑁/𝑚²

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Somando-se as parcelas de carga distribuída e carga concentrada, têm-se:

𝑊𝑑 = 𝑊𝑑1 + 𝑊𝑑2 = 0,50 + 5,98 = 6,48𝑘𝑁/𝑚²

A resistência da laje mista é dada pela Tabela 4.4 (página 16):

𝑊𝑛 = 3,64𝑘𝑁/𝑚² ∴ 𝑊𝑛 < 𝑊𝑑 → 𝑵Ã𝑶 𝑶𝑲 (A laje necessita de armadura)

d) Verificação ao cisalhamento vertical

Na verificação ao cisalhamento vertical, será admitido que a carga concentrada 𝐹𝑑 encontra-se próxima a
um dos apoios, com um afastamento igual à altura total da laje. Logo o vão de cisalhamento será:

𝐿𝑃 = 140𝑚𝑚

Conforme comentários anteriores, a resistência da laje mista ao cisalhamento vertical deve ser dada por
𝑉𝑝,𝑅𝑑 /𝛾 . O valor desta resistência deverá ser comparado com a soma das cargas nominais atuantes na
laje, incluindo-se o peso próprio da mesma.

Nos apoios, a força cortante oriunda das cargas nominais distribuídas (excluindo-se a sobrecarga) é:

𝑊𝑆𝑑 𝐿𝐹 (2,50 + 0,50) × 3,20


𝑉𝑣,𝑆𝑑1 = = = 4,80𝑘𝑁/𝑚
2 2

No apoio mais solicitado, a força cortante relativa à carga concentrada 𝐹𝑑 , ao longo da largura efetiva 𝑏𝑒𝑣 ,
é dada por:
(𝐿𝐹 − 𝐿𝑃 ) 1
𝑉𝑣,𝑆𝑑2 = 𝐹𝑑 × ×
𝐿𝐹 𝑏𝑒𝑣

𝐿𝑃 140
𝑏𝑚 + 𝐿𝑃 × (1 − ) = 280 + 140 × (1 − ) = 414𝑚𝑚
𝐿𝐹 3.200
𝑏𝑒𝑣 ≤
𝑡𝑐 65
2.700 × = 2700 × = 1.254𝑚𝑚
{ ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 75 + 65

𝑏𝑒𝑣 = 414𝑚𝑚

Logo:
(3,20 − 0,140) 1
𝑉𝑣,𝑆𝑑2 = 12,00 × × = 27,72𝑘𝑁/𝑚
3,20 0,414

Somando-se as parcelas de carga distribuída e carga concentrada, têm-se:

𝑉𝑣,𝑆𝑑 = 𝑉𝑣,𝑆𝑑1 + 𝑉𝑣,𝑆𝑑2 = 4,80 + 27,72 = 32,52𝑘𝑁/𝑚

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Manual Técnico de Telha-fôrma

A resistência da laje mista é dada pela Tabela 4.8 (página 22):

𝑉𝑣,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝑅𝑑
= 47,18𝑘𝑁/𝑚 ∴ > 𝑉𝑣,𝑆𝑑 → 𝑶𝑲
𝛾 𝛾

e) Verificação à punção

A carga nominal para verificação à punção é ( 𝐹𝑑 = 12,00kN), atuando em uma área de (150 x 150)mm². A
resistência nominal da laje mista à punção é diretamente proporcional ao valor do perímetro da base de
aplicação da carga, e pode ser considerada como:

𝑉𝑝,𝑅𝑑 = 𝜇𝑐𝑟 × 𝑑𝑙 × 𝜏𝑅𝑑

Para a laje mista em questão (𝒉𝒕 = 140 mm, espessura = 0,80mm, ZAR 280MPa), a resistência nominal à
punção pode ser dada pela Tabela 4.10 (página 25):

𝑉𝑝,𝑅𝑑 𝑉𝑣,𝑅𝑑
= 39,04𝑘𝑁/𝑚 ∴ > 𝐹𝑑 → 𝑶𝑲
𝛾 𝛾

f) Armaduras de reforço (Armaduras adicionais)

Para a determinação das armaduras adicionais serão consideradas 02 situações. Análise dos Tramos
Externos (primeiro e último vão, com momento resistente obtido considerando-se 90% do vão livre) e
análise dos Tramos internos (segundo ao penúltimo vão, com momento resistente obtido considerando-se
80% do vão livre).

 Análise dos Tramos Externos (primeiro e último vão):

Carga atuante: 𝑊𝑑 = 6,48𝑘𝑁/𝑚²

Capacidade resistente da laje:

Tabela 4.4 (página 16) para um vão igual a 90% do vão livre:

𝐿 = 0,9 × 3.200 = 2.880𝑚𝑚 ∴ 𝑊𝑛 = 5,07𝑘𝑁/𝑚² ∴ 𝑊𝑛 < 𝑊𝑑 → 𝑵Ã𝑶 𝑶𝑲

Momento a ser resistido pela armadura adicional:

∆𝑞 × (0,9𝐿)2 (6,48 − 5,07) × (0,9 × 3,20)2


𝑀𝑎𝑟 = = = 1,47𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
8 8
De acordo com a Tabela 4.12 (página 32) de resistências a momentos positivos para Telha-fôrma MF 75,
para uma laje com altura total ℎ𝑡 igual a 140mm, o momento nominal resistente da laje reforçada por uma
barra de diâmetro Ø 5,0mm no interior da nervura da Telha-fôrma é:

𝑀𝑛+ = 2,22𝑘𝑁. 𝑚/𝑚 ∴ 𝑀𝑛+ > 𝑀𝑎𝑟 → 𝑶𝑲

Portanto, a laje será reforçada com 1 Ø 5,0mm/nervura.

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 Análise dos Tramos internos (segundo ao penúltimo vão):

- Verificação de necessidade de Armadura Positiva:

Carga atuante: 𝑊𝑑 = 6,48𝑘𝑁/𝑚²

Capacidade resistente da laje:

Tabela 4.4 (página 16) para um vão igual a 80% do vão livre:

𝐿 = 0,8 × 3.200 = 2.560𝑚𝑚 ∴ 𝑊𝑛 = 7,07𝑘𝑁/𝑚² ∴ 𝑊𝑛 > 𝑊𝑑 → 𝑶𝑲

Obs.: Não há necessidade de armadura positiva nos Tramos internos.

- Verificação de necessidade de Armadura Negativa:

Momento negativo atuante:

𝑞 × 𝐿2 (6,48 + 2,50) × 3,202


𝑀𝑎𝑡 = 50% × = 50% × = 5,75 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
8 8

Onde:
𝑞 = Somatório da carga atuante 𝑊𝑑 e peso próprio (Telha-fôrma + Concreto).

Momento a ser resistido pela armadura adicional:

𝑀𝑎𝑟 = 𝑀𝑎𝑡 = 5,75𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

De acordo com a Tabela 4.14 (página 33) de resistências a momentos negativos para Telha-fôrma MF 75,
para uma laje com altura total ℎ𝑡 igual a 140mm, o momento nominal resistente da laje reforçada por um
Tela Soldada X 138 é:

𝑀𝑛− = 5,87𝑘𝑁. 𝑚/𝑚 𝑀𝑛− > 𝑀𝑎𝑟 → 𝑶𝑲

Portanto, a laje será reforçada por uma tela com área mínima de 1,38cm²/m no sentido perpendicular as
nervuras.

Para definição do tipo de tela a ser usada basta verificar a área mínima de aço necessária no sentido
paralelo às nervuras:

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 ≥ 0,10% × (6,5 × 100) = 0,65𝑐𝑚2 /𝑐𝑚

Para atender ao critério de armadura mínima deverá ser adotada a Tela Tipo Q 138; (1,38cm²/m de área
de aço no sentido paralelo às nervuras e 1,38cm²/m no sentido perpendicular às nervuras).

g) Armadura de distribuição:

A armadura de distribuição posicionada transversalmente às nervuras da Telha-fôrma deve prolongar-se ao


longo da maior largura efetiva, na situação em questão (𝑏𝑒𝑚 = 1.254mm). Esta armadura deve resistir ao
momento fletor de cálculo transversal dado por:

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𝐹𝑑 + 𝑏𝑒
𝑀𝑑,𝑅𝑑 = 𝛾 ×
15𝑤
Onde:
𝛾 = 1,40 (coeficiente de majoração de cargas, conforme a NBR 6118:2014);
𝐹𝑑 = 12,00kN;
𝑏𝑒 = 𝑚á𝑥. (𝑏𝑒𝑚 , 𝑏𝑒𝑣 ) = 1.254𝑚𝑚;
𝑤 = 𝐿𝐹 ⁄2 + 𝑏𝑙 ≤ 𝐿𝐹 ∴ 𝑤 = 3.200⁄2 + 150 ≤ 3.200 ∴ 𝑤 = 1.750𝑚𝑚 ≤ 3.200𝑚𝑚

Logo:
𝐹𝑑 + 𝑏𝑒 12,00 + 1,254
𝑀𝑑,𝑅𝑑 = 𝛾 × = 1,40 × = 0,71𝑘𝑁𝑚/𝑚
15𝑤 15 × 1,750

Este esforço deve ser analisado na seção retangular de altura (𝒕𝒄 = 65mm) e largura correspondente à faixa
de 1.000mm. Nesta seção, será verificada a armadura especificada no item anterior (Tela Tipo Q 138),
posicionada a 20mm abaixo do topo do concreto é suficiente para resistir a 𝑀𝑑,𝑅𝑑 .

Esta malha é simétrica nas duas direções e é constituída por barras de 4,5mm de diâmetro com
espaçamento entre os fios de 100mm. O aço das barras possui limite de resistência ao de escoamento
𝑓𝑦 = 600MPa. A altura da camada de concreto 𝒂 (ver figura 4.7) que é comprimida durante a atuação de
𝑀𝑑,𝑅𝑑 é dada por:

𝐴𝑠 + 𝑓𝑦 1,38 × 60
𝑎= = = 0,49𝑐𝑚
0,85 × 𝑓𝑐𝑘 × 𝑏 0,85 × 2 × 100

Figura 4.7 – Altura da camada de concreto

Onde:
0,85 refere-se ao Efeito Rüsch no concreto;
𝑓𝑐𝑘 = 20MPa;
𝑏 = Largura unitária da laje, tomada como 1.000mm (100cm);
𝑑′ = Recobrimento da tela soldada.

O momento fletor resistente da seção é dado por:

𝑀𝑛 = 0,85 × 𝐴𝑠 × 𝑓𝑦 × (𝑑 ′ − 𝑎⁄2)

𝑀𝑛 = 0,85 × 1,38 × 60 × (2,0 − 0,49⁄2) = 123,6𝑘𝑁𝑐𝑚⁄𝑚 = 1,236𝑘𝑁𝑚/𝑚

𝑀𝑛 > 𝑀𝑑,𝑅𝑑 → 𝑶𝑲

Observação: No exemplo acima, a tela deverá ser colocada 20mm abaixo do topo do concreto.

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4.4. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS COM TELHA-FÔRMA

O dimensionamento de vigas mistas cuja laje é executada com o sistema Telha-fôrma deve ser realizado
obedecendo-se todas as limitações e recomendações prescritas na NBR 8800:2008. Tais recomendações
abordam as situações em que o eixo da viga é paralelo ou perpendicular às nervuras da Telha-fôrma
(ver figura 4.8).

Figura 4.8 – Conectores tipo pino com cabeça (“Stud Bolts”).

4.4.1. Limitações construtivas

a) Para que as vigas de aço sejam consideradas no sistema misto, a altura máxima das nervuras da
Telha-fôrma ℎ𝐹 deverá ser 75mm. A largura média das nervuras 𝑏𝑓 não deve ser inferior a 50mm. Os
modelos de Telhas-fôrma MF 50 e MF 75 da METFORM atendem a estas prescrições.

b) A ligação do concreto da laje com a viga de aço deve ser executada mediante conector tipo “Stud
Bolt”, com diâmetro igual a 19mm (3/4”). Após a instalação, os conectores devem ter comprimento
maior ou igual a 4 vezes o diâmetro dos mesmos. Caso o conector seja soldado à viga através da
Telha-fôrma, as seguintes observações devem ser atendidas:
- A espessura da chapa da Telha-fôrma deve ser inferior a 1,5mm para chapa simples. Para
trespasse de duas chapas, a espessura máxima de cada chapa deve ser 1,2mm;
- A soma das camadas de zinco da Telha-fôrma deve ser inferior a 385g/m².
Caso uma das condições acima não seja satisfeita, deve-se perfurar a Telha-fôrma, antes da
execução da solda do conector.

c) Após a instalação dos conectores, a projeção dos mesmos acima do flange superior da Telha-fôrma
não deverá ser inferior a 40mm.

d) A camada de cobrimento de concreto acima do flange superior da Telha-fôrma deve ter no mínimo
50mm de espessura. Recomenda-se que o cobrimento de concreto acima dos conectores seja de pelo
menos 10mm (ver figura 4.8). Lateralmente (exceto no interior das nervuras) o cobrimento de concreto
para os conectores deve ser 25mm.

e) A METFORM disponibiliza conectores de cisalhamento “Stud Bolt” com diâmetro nominal 19mm com
02 alternativas de comprimento nominal antes da fusão: 110mm para utilização com Telha-fôrma MF
50 e 135mm para utilização com Telha-fôrma MF 75.

4.4.2. Resistência dos conectores ao cisalhamento

A resistência nominal ao cisalhamento 𝑄𝑅𝑑 de um conector “Stud Bolt” totalmente embutido em uma laje
de concreto é dada pelo menor dos valores representados na equação abaixo:

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Manual Técnico de Telha-fôrma

1 𝐴𝑐𝑠 × √𝑓𝑐𝑘 × 𝐸𝑐 𝑅𝑔 × 𝑅𝑝 × 𝐴𝑐𝑠 × 𝑓𝑢𝑐𝑠


𝑄𝑅𝑑 = × 𝑄𝑅𝑑 =
2 𝛾𝑐𝑠 𝛾𝑐𝑠

Tais valores correspondem respectivamente aos estados limites de esmagamento do concreto ou ruptura
da seção dos conectores. Os termos componentes da equação anterior indicam:

𝑓𝑐𝑘 = Resistência à compressão do concreto das lajes (20MPa ≤ 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50MPa);


𝐴𝑐𝑠 = Área da seção transversal do conector;
𝑓𝑢𝑐𝑠 = Resistência à ruptura do aço do conector (𝑓𝑢𝑐𝑠 = 415MPa);
𝐸𝑐 = Módulo de elasticidade secante do concreto: 𝐸𝑐 = 4760√𝑓𝑐𝑘 . (𝐸𝑐 e 𝑓𝑐𝑘 em MPa);
𝛾𝑐𝑠 = Coeficiente de ponderação da resistência do conector:
𝛾𝑐𝑠 = 1,25 para combinações últimas de ações normais, especiais ou de construção;
𝛾𝑐𝑠 = 1,10 para ações excepcionais.

𝑅𝑔 = Coeficiente para consideração do efeito de atuação de grupos de conectores:


a) 𝑅𝑔 = 1,00, para (a1) conector soldado em uma nervura da Telha-fôrma perpendicular ao perfil de
aço; (a2) qualquer número de conectores em uma linha soldados diretamente no perfil de aço; (a3)
qualquer número de conectores em uma linha soldados através da Telha-fôrma em uma nervura
paralela ao perfil de aço.

b) 𝑅𝑔 = 0,85, para (b1) dois conectores soldados em uma nervura da Telha-fôrma perpendicular ao
perfil de aço; (b2) um conector soldado através da Telha-fôrma em uma nervura paralela ao perfil
de aço.

c) 𝑅𝑔 = 0,70, para três ou mais conectores soldados em uma nervura da Telha-fôrma perpendicular
ao perfil de aço.

𝑅𝑝 = Coeficiente para consideração da posição do conector:


a) 𝑅𝑝 = 1,00, para conectores soldados diretamente no perfil de aço e, no caso de haver uma nervura
paralela a esse perfil, a mesma deve possuir base com largura mínima de 50% da largura da mesa
superior do perfil de aço.

b) 𝑅𝑝 = 0,75, para (b1) conectores soldados em uma nervura da Telha-fôrma perpendicular ao perfil
de aço e igual ou superior a 50mm (ver figura 4.9); (b2) um conector soldado através da Telha-
fôrma em uma nervura paralela ao perfil de aço.

c) 𝑅𝑝 = 0,60, para conectores soldados em uma nervura da Telha-fôrma perpendicular ao perfil de


aço e inferior a 50mm (ver figura 4.9).

Figura 4.9 – Ilustração do valor a ser tomado para emh

Página 41
Manual Técnico de Telha-fôrma

4.4.3. Espaçamento entre os conectores de cisalhamento

No sentido longitudinal, a partir da seção de momento fletor máximo, os conectores de cisalhamento


deverão ser uniformemente espaçados entre essa seção e as seções adjacentes de momento nulo, exceto
que, nas regiões de momento fletor positivo, o número de conectores necessários entre qualquer seção
com carga concentrada e a seção adjacente de momento nulo (ambas situadas do mesmo lado,
relativamente à seção de momento máximo), não pode ser inferior a (𝑛𝑝 ) dado por:

𝑀𝑃,𝑆𝑑 − 𝑀𝑎,𝑅𝑑
𝑛𝑝 = 𝑛 ( )
𝑀𝑆𝑑 − 𝑀𝑎,𝑅𝑑

Onde:
𝑀𝑃,𝑆𝑑 = Momento fletor solicitante de cálculo na seção da carga concentrada (inferior ao momento
resistente de cálculo máximo);
𝑀𝑎,𝑅𝑑 = Momento fletor resistente de cálculo da viga de aço isolada, baseada no estado limite FLA;
𝑀𝑆𝑑 = Momento fletor solicitante de cálculo máximo;
𝑛 = Número de conectores de cisalhamento a serem colocados entre a seção de momento fletor positivo
solicitante de cálculo máximo e a seção adjacente de momento nulo.
A expressão acima deve ser ajustada adequadamente quando a resistência dos conectores não for
constante.
Longitudinalmente à seção considerada, o espaçamento entre as linhas de centro dos conectores deverá
ser menor ou igual a 8 vezes a espessura total da laje. Para o caso em que a nervura da Telha-fôrma é
perpendicular ao eixo da viga este espaçamento também deverá ser inferior a 915mm.

Ainda no sentido longitudinal, o espaçamento mínimo entre as linhas de centro dos conectores deverá ser
igual a 6 vezes o diâmetro dos mesmos, exceto no interior das nervuras da Telha-fôrma, onde este limite
poderá ser reduzido para 4 vezes o diâmetro dos conectores.

Caso o diâmetro dos conectores seja superior a 2,5 vezes a espessura da mesa à qual serão instalados,
estes devem ser soldados diretamente sobre a alma da viga de aço. Caso seja possível a instalação de
mais de um conector transversalmente à viga de aço, o espaçamento entre suas linhas de centro neste
sentido deverá ser maior ou igual a 4 vezes o diâmetro dos mesmos.

4.4.4. Exemplo de verificação de viga mista com Telha-fôrma METFORM

Será verificado o dimensionamento da viga mista V2 (ver figura 4.10 – página 43). As cargas atuantes no
piso, além do peso próprio, correspondem a 2,0kN/m² de revestimento impermeabilizante e 5,0kN/m² de
sobrecarga de utilização. A laje deverá ser executada com Telha-fôrma MF 75 da METFORM, com altura
total de concreto ℎ𝑡 igual a 150mm. A chapa da Telha-fôrma possui 0,80mm de espessura e limite de
resistência (𝑓𝑦 = 280MPa). O concreto possui (𝑓𝑐𝑘 = 20MPa) e o aço estrutural das vigas é o ASTM A36
“Multigrade” (𝑓𝑦 = 30MPa e 𝑓𝑢 = 410MPa).

Ressalta-se que o procedimento de cálculo para vigas suportando lajes com Telha-fôrma MF 50 é análogo
ao abordado neste exemplo.

Serão verificadas, também, a quantidade e a distribuição dos conectores de cisalhamento do tipo pino com
cabeça (“Stud Bolt”).

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Figura 4.10 – Sistema contínuo de laje mista e cargas atuantes na viga V2

Laje adotada (ver figura 4.11):

Figura 4.11 – Laje mista

Solução:
A Viga V2 é do tipo paralela ao eixo das nervuras da Telha-fôrma. Será verificada a resistência do perfil
PS 500x52, cujas dimensões e propriedades geométricas encontram-se abaixo (ver figura 4.12):

𝐴𝑔 = 65,99𝑐𝑚²
𝐼𝑥 = 25.855𝑐𝑚4
𝑊𝑥,𝑠𝑢𝑝 = 878𝑐𝑚3
𝑊𝑥,𝑖𝑛𝑓 = 1.240𝑐𝑚3
𝑍𝑥 = 1.181𝑐𝑚³

Figura 4.12 – Viga mista

a) Cargas atuantes no piso:

Cargas Permanentes:
Peso Próprio da Laje (𝐶𝑃𝑝𝑝 ): ...................................................... 2,74kN/m²
Revestimento (𝐶𝑃𝑟𝑒𝑣 ): ................................................................. 2,00kN/m²
Sobrecarga (𝑆𝐶): ......................................................................... 5,00kN/m²

b) Cargas e esforços atuantes na viga mista:

As somas das reações verticais das vigas secundárias (V5) que se apoiam em (V2) são:
Devido ao peso próprio (𝑃1 ): ....................................................... 50,9kN
Devido ao revestimento (𝑃2 ): ....................................................... 37,1kN
Devido à sobrecarga (𝑃3 ): ........................................................... 92,8kN

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Manual Técnico de Telha-fôrma

As reações totais de cálculo (ver figura 4.13) atuando em (V2) são:

𝑃𝑑 = 1,4 × (𝑃1 + 𝑃2 ) + 1,5 × 𝑃3 = 262,4𝑘𝑁

Figura 4.13 – Reações atuantes em V2

O momento fletor de cálculo é:

𝑀𝑑 = 𝑃𝑑 × 2,5 = 656𝑘𝑁. 𝑚

O esforço cortante de cálculo é:

𝑉𝑑 = 𝑃𝑑 = 262,4𝑘𝑁

c) Determinação da largura efetiva 𝒃𝒄

A largura efetiva de concreto acima da viga de aço é dada por:

𝐿⁄4 = 7.500/4 = 1.875𝑚𝑚


𝑏𝑐 ≤ {
(𝑒1 + 𝑒2 )⁄2 = (7.350 + 7.500)⁄2 = 7.425𝑚𝑚

𝑏𝑐 = 1.875𝑚𝑚

Onde:
𝑒1 ou 𝑒2 = Distância entre a linha de centro da viga V2 e alinha de centro da viga V1 ou V3;
𝐿 = Vão da viga entre linhas de centro.

d) Verificação da esbeltez da alma da viga de aço

ℎ⁄𝑡𝑤 = (500 − 16 − 8)/6,3 = 75,6

𝜆𝑝 = 3,76√𝐸 ⁄𝑓𝑦 = 3,76√205.000⁄300 = 98,3

Onde:
ℎ = Altura da alma do perfil de aço;
𝑡𝑤 = Espessura da alma do perfil de aço;
𝐸 = Módulo de elasticidade do aço;
𝑓𝑦 = Limite de escoamento do aço.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Como (ℎ⁄𝑡𝑤 ≤ 𝜆𝑝 ), a viga mista poderá ser calculada no limite plástico da seção.

Todas as verificações subsequentes serão realizadas supondo interação total entre a viga de aço e a laje.

e) Posição da linha neutra plástica (LNP):

O esforço de tração máximo admissível na viga de aço pode ser considerado como:

(𝐴𝑔 × 𝑓𝑦 )𝑎 65,99 × 30
𝑇𝑎𝑑 = = = 1.799,7𝑘𝑁
𝛾𝑎1 1,1

O esforço de compressão máximo admissível na laje (por simplificação) desprezando-se o concreto


existente no interior das nervuras da Telha-fôrma pode ser considerado como:

(0,85 × 𝑓𝑐𝑘 × 𝑏𝑐 × 𝑡𝑐 )𝑐 0,85 × 2 × 187,5 × 7,5


𝐶𝑐𝑑 = = = 1.707,6𝑘𝑁
𝛾𝑐 1,4

Sendo (𝛾𝑎1 = 1,10) o coeficiente de ponderação da resistência do aço e ( 𝛾𝑐 = 1,40) o coeficiente de


ponderação da resistência do concreto (dados em 4.8.2 na NBR 8800:2008). O termo 0,85 relaciona-se
com a minoração da resistência do concreto, devido ao Efeito Rüsch.

O máximo esforço de tração que pode atuar na viga de aço é superior ao máximo esforço de compressão
que pode atuar na laje de concreto, logo a LNP da seção está localizada na viga de aço.

Ao realizar o equilíbrio das forças atuantes em relação à LNP, a parcela de esforço de compressão
resistida pela laje de concreto 𝐶𝑐𝑑 deve ser dada por:

(0,85 × 𝑓𝑐𝑘 × 𝑏𝑐 × 𝑡𝑐 )𝑐 0,85 × 2 × 187,5 × 7,5


𝐶𝑐𝑑 = = = 1.707,6𝑘𝑁
𝛾𝑐 1,4

O esforço de compressão resistida pela viga de aço 𝐶𝑎𝑑 deve ser dado por:

1 (𝐴𝑔 × 𝑓𝑦 )𝑎 1
𝐶𝑎𝑑 = ×[ − 𝐶𝑐𝑑 ] = × [1.799,7 − 1.707,6] = 46𝑘𝑁
2 𝛾𝑎1 2

O esforço de tração resistida pela viga de aço 𝑇𝑎𝑑 deve ser dado por:

𝑇𝑎𝑑 = 𝐶𝑐𝑑 + 𝐶𝑎𝑑 = 1.707,6 + 46 = 1.753,6𝑘𝑁

(𝐴𝑔 × 𝑓𝑦 )𝑓𝑙𝑠 (15 × 0,8) × 30


O esforço 𝐶𝑎𝑑 é inferior a: = = 327,3𝑘𝑁
𝛾𝑎1 1,1

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Logo, a LNP da seção mista está localizada no flange superior da viga de aço (ver figura 4.14), distante 𝛾𝑝
de sua fibra superior. A figura seguinte exibe a distribuição de tensões bem como os esforços
𝑇𝑎𝑑 , 𝐶𝑎𝑑 , 𝐶𝑐𝑑 , atuantes na seção mista.

O valor de 𝛾𝑝 é dado por:

𝐶𝑎𝑑 46
𝛾𝑝 = × 𝑡𝑓𝑙𝑠 = × 8 = 1,13𝑚𝑚
(𝐴𝑔 × 𝑓𝑦 )𝑓𝑙𝑠 (15 × 0,8) × 30
𝛾𝑎1 1,1
Onde:
𝑡𝑓𝑙𝑠 = Espessura do flange superior da viga.

Figura 4.14 – Distribuição de tensões em vigas mistas sob momento fletor positivo

O termo 𝛾𝑐 representa a distância do centro de gravidade da área comprimida à fibra superior do perfil:

𝛾𝑐 = 𝛾𝑝 ⁄2 = 0,56𝑚𝑚

O termo 𝛾𝑡 representa a distância do centro de gravidade da área tracionada à fibra inferior do perfil:

𝛾𝑡 = 199,4𝑚𝑚

f) Resistência ao momento fletor da viga mista

O momento fletor resistente da seção mista deve ser dado por:


𝑡𝑐
𝑀𝑅𝑑 = 𝛽𝑣𝑚 [𝐶𝑎𝑑 × (𝑑 − 𝛾𝑡 − 𝛾𝑐 ) + 𝐶𝑐𝑑 × ( + ℎ𝐹 + 𝑑 − 𝛾𝑡 )]
2

𝑀𝑅𝑑 = 1,00 [46 × (0,500 − 0,1994 − 0,00056) + 1.707,6


0,075
×( + 0,075 + 0,500 − 0,1994)]
2

𝑀𝑅𝑑 = 719,3𝑘𝑁. 𝑚 ∴ 𝑀𝑅𝑑 ≥ 𝑀𝑑 → 𝑶𝑲


Onde:
𝑑 = Altura total da viga de aço (𝑑 = 500mm);
𝛽𝑣𝑚 = 1,00 (Para vigas biapoiadas ou contínuas).
𝛽𝑣𝑚 = 0,80 ou 0,90 ou 0,95 (Para vigas semicontínuas, conforme capacidade de rotação necessária para a
ligação – Ver Anexo R da NBR 8800:2008).

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Manual Técnico de Telha-fôrma

g) Resistência ao cisalhamento da viga mista

O cisalhamento atuante nas vigas mistas de alma cheia deve ser resistido apenas pela viga de aço
determinada pelo item 5.4.3 da NBR 8800:2008:

𝜆 = ℎ⁄𝑡𝑤 = 476⁄6,3 = 75,6

𝜆𝑝 = 1,1 × √𝐾𝑣 × 𝐸 ⁄𝑓𝑦 = 1,1 × √5 × 205000⁄300 = 64,3 (𝐾𝑣 = 5)

𝜆𝑟 = 1,37 × √𝐾𝑣 × 𝐸 ⁄𝑓𝑦 = 1,37 × √5 × 205000⁄300 = 80,1 (𝐾𝑣 = 5)

A força cortante correspondente a plastificação da alma por cisalhamento é dada por:

𝑉𝑝𝑙 = 0,6 × (ℎ × 𝑡𝑤 ) × 𝑓𝑦

𝑉𝑝𝑙 = 0,6 × (47,6 × 0,63) × 30 = 539,8𝑘𝑁

- Para 𝜆𝑝 < 𝜆 < 𝜆𝑟 , temos:


𝜆𝑝 𝑉𝑝𝑙
𝑉𝑅𝑑 = ×
𝜆 𝛾𝑎1

64,3 539,8
𝑉𝑅𝑑 = × = 417,4𝑘𝑁 ∴ 𝑉𝑅𝑑 ≥ 𝑉𝑑 → 𝑶𝑲
75,6 1,1

h) Verificação dos deslocamentos verticais

O deslocamento vertical total (flecha) da viga mista é dividido em duas parcelas. A primeira parcela
corresponde ao deslocamento vertical da viga de aço isolada que ocorre antes da cura do concreto, caso
não existam escoramentos. Para esta parcela, o carregamento atuante na viga de aço 𝑞𝐺 ′ corresponde ao
peso próprio da laje após a concretagem (2,74kN/m² para MF 75, espessura=0,80mm, 𝒉𝒕 =150mm). A
segunda parcela corresponde aos deslocamentos da viga mista devidos a todas as cargas de serviço da
estrutura, subtraídas as cargas consideradas em 𝑞𝐺 ′ . Para a verificação da segunda parcela, o
carregamento utilizado é denominado 𝑞𝐿 . O valor máximo admissível ∆𝒂𝒅𝒎𝒊𝒔𝒔𝒊𝒗𝒆𝒍 para o deslocamento
vertical total é L/250.

𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑞𝐿 + 𝑞𝐺′ = 2 + 5 + 2,74 = 9,74𝑘𝑁/𝑚²

𝑞𝐺′ = 2,74𝑘𝑁/𝑚² ∴ 𝑃𝐺′ = 50,9𝑘𝑁

𝑞𝐿 = 𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑞𝐺′ = 7,00𝑘𝑁/𝑚² ∴ 𝑃𝐿 = 129,9𝑘𝑁

Para a determinação do momento de inércia da seção mista 𝐼𝑚 , deve-se determinar a posição da linha
neutra elástica da seção mista (LNE), isto porque as deformações estão limitadas ao regime elástico da
peça (ver figura 4.15 – página 49).

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Manual Técnico de Telha-fôrma

𝐴𝑔 × 𝛾𝑎 + 𝐴′𝑐 × (𝑑 + ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 ⁄2)
𝛾𝑚 =
𝐴𝑔 + 𝐴′𝑐

Onde:
𝐴′𝑐 = 1⁄3 × (𝑏𝑐 ⁄𝜂 ) × 𝑡𝑐
𝜂 = 𝐸𝑠 ⁄𝐸𝑐
𝐸𝑠 = 205.000MPa
𝐸𝑐 = 4760√𝑓𝑐𝑘

Utilizando-se:
𝑓𝑐𝑘 = 20MPa
𝐸𝑐 = 21.287MPa

O coeficiente 1/3 foi utilizado na equação de 𝑨′𝒄 para que a influência da retração e da deformação lenta do
concreto seja levada em consideração no cálculo da flecha da viga mista.

Logo:
𝜂 = 205.000⁄21.287 = 9,63

𝐴′𝑐 = 1⁄3 × (187,5⁄9,63) × 7,5 = 48,68𝑐𝑚²

65,99 × 20,05 + 48,68 × (50 + 7,5 + 7,5⁄2)


𝛾𝑚 = = 37,54𝑐𝑚
65,99 + 48,68

O momento de inércia da viga mista para a análise das deformações será:

𝐼𝑚 = 𝐼𝑥 + 𝐴𝑔 × (𝛾𝑚 − 𝛾𝑎 )2 + (𝑏𝑐 ⁄(2 × 𝜂 )) × 𝑡𝑐 3 ⁄12 + 𝐴′𝑐 × (𝑑 + ℎ𝐹 + 𝑡𝑐 ⁄2 − 𝛾𝑚 )2

𝐼𝑚 = 25.855 + 65,99 × (37,54 − 20,05)2 + (187,5⁄(2 × 9,63)) × 7,53 ⁄12 + 48,68


× (50 + 7,5 + 7,5⁄2 − 37,54)2

𝐼𝑚 = 73,751𝑐𝑚4

Para a viga em questão, a flecha total é dada por:

23𝑃𝐺′ × 𝐿3 23𝑃𝐿 × 𝐿3
∆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = + = 27,2𝑚𝑚
648𝐸𝐼𝑥 648𝐸𝐼𝑚

∆𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 = 𝐿⁄250 = 30𝑚𝑚

∆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 < ∆𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 → 𝑶𝑲

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Figura 4.15 – Posição da linha neutra elástica da seção mista (LNE)

Deve-se também verificar a flecha da viga mista devido às sobrecargas atuantes. Pela NBR 8800:2008, o
valor máximo admissível ∆𝒂𝒅𝒎𝒊𝒔𝒔𝒊𝒗𝒆𝒍 para o deslocamento vertical devido às sobrecargas é L/350.

𝑞𝑠𝑐 = 5,0𝑘𝑁⁄𝑚² ∴ 𝑃𝑠𝑐 = 92,8𝑘𝑁

23 × 𝑃𝑠𝑐 × 𝐿3
∆𝑠𝑐 = = 9,19𝑚𝑚
648𝐸𝐼𝑚

∆𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 = 𝐿⁄350 = 21,4𝑚𝑚

∆𝑠𝑐 < ∆𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 → 𝑶𝑲

i) Limitação das tensões de tração

De acordo com a NBR 8800:2008, a limitação da tensão de tração atuante na fibra inferior da viga de aço é
exigida apenas para o caso em que:

3,76√𝐸 ⁄𝑓𝑦 < ℎ⁄𝑡𝑤 < 5,7√𝐸 ⁄𝑓𝑦


O que não ocorre neste exemplo. No entanto, para fins didáticos faremos a verificação a seguir:
A tensão total atuante, assim como ∆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é dividida em duas parcelas. A primeira parcela corresponde à
tensão atuante na viga de aço isolada (carregamento 𝑞𝐺′ ). A segunda parcela corresponde à tensão
atuante na viga mista (carregamento 𝑞𝐿 ). Para o cálculo desta parcela, o momento de inércia da viga mista
𝐼𝑚 deve ser obtido considerando-se:

𝑞𝐺′ = 2,74𝑘𝑁⁄𝑚² ∴ 𝑀𝐺′ = 127,25𝑘𝑁. 𝑚

𝑞𝐿 = 7,00𝑘𝑁⁄𝑚² ∴ 𝑀𝐿 = 324,75𝑘𝑁. 𝑚

𝑊𝑥𝑖𝑛𝑓 = 1.240𝑐𝑚³

𝐼𝑚 = 103.335𝑐𝑚4 ∴ 𝛾𝑚 = 48,43𝑐𝑚 ∴ 𝑊𝑚𝑖𝑛𝑓 = 2.134𝑐𝑚3

𝑀𝐺 ′ 𝑀𝐿 𝑓𝑦 300
+ = 255𝑀𝑃𝑎 < = = 270𝑀𝑃𝑎 → 𝑶𝑲
𝑊𝑥𝑖𝑛𝑓 𝑊𝑚𝑖𝑛𝑓 𝛾𝑎1 1,1

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Manual Técnico de Telha-fôrma

j) Quantidade e distribuição dos conectores de cisalhamento

Todas as verificações realizadas somente têm validade se o número e a distribuição dos conectores
“Stud bolts”, sejam tais que a interação total da laje com a viga de aço seja garantida.

Como a Linha Neutra Plástica (LNP) da seção mista situa-se na viga de aço, o esforço de cisalhamento a
ser resistido pelos conectores deve ser dado por:

𝑉𝑛 = 0,85 × 𝑓𝑐𝑘 × (𝑏𝑐 × 𝑡𝑐 )

Ao utilizar-se a Telha-fôrma MF 75 da METFORM para as vigas mistas paralelas ao vão da laje, há


minoração de 24% da resistência nominal ao cisalhamento dos conectores “Stud bolt”, assim (𝐶𝑟𝑒𝑑 = 0,76).
Logo, a resistência de um conector “Stud bolt” deve ser dada por:

0,76 × 0,5𝐴𝑐𝑠 × √𝑓𝑐𝑘 × 𝐸𝑐


𝑞𝑛 ≤ {
0,76 × 𝐴𝑐𝑠 × 𝑓𝑢

Será utilizado um conector 𝜙 3/4" × 5 3⁄8" (𝐴𝑐𝑠


= 283𝑚𝑚²; 𝑓𝑢 = 415𝑀𝑃𝑎). Conforme o
cálculo anterior, o módulo de elasticidade do concreto com 𝑓𝑐𝑘 = 20𝑀𝑃𝑎 é 𝐸𝑐 = 22.085𝑀𝑃𝑎 . Assim,
tem-se:
𝑞𝑛 = 0,76 × 94 = 71,4𝑘𝑁

Logo, o número de conectores entre o ponto de momento fletor máximo e o apoio deve ser:

𝑉𝑛 2.391
𝑛= = = 32 𝑐𝑜𝑛𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑞𝑛 71,4

A espessura do flange superior da viga de aço ( 𝑡𝑓𝑙𝑠 = 8mm) é superior a dcs ⁄2,5. Logo os conectores
podem ser soldados diretamente no flange superior da viga de aço, em uma fila dupla. O espaçamento
entre os conectores (2500⁄(32⁄2) ≅ 156mm), é superior ao espaçamento mínimo admissível para
conectores, que é 6𝑑𝑐𝑠 .

Figura 4.16 – Quantidade e distribuição dos conectores de cisalhamento

Na região de momento fletor constante devem ser colocados 4 conectores construtivos (em uma fila
única), de forma a satisfazer o espaçamento máximo admissível entre os mesmos, que é 800mm (ver figura
4.16).

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Manual Técnico de Telha-fôrma

4.5. ABERTURAS EM LAJES COM TELHA-FÔRMA METFORM

Geralmente, as aberturas em lajes são realizadas após a concretagem. Durante a concretagem, deverão
ser feitos nichos (utilizando-se madeira, chapas de aço de pequena espessura ou isopor) que isolem o
concreto da Telha-fôrma (ver figura 4.17). A Telha-fôrma deverá ser cortada somente depois que a
resistência à compressão do concreto atinja 75% do 𝑓𝑐𝑘 de projeto. Após a concretagem, deverão ser
evitadas aberturas de furos cujo processo provoque uma vibração excessiva que venha a prejudicar a
superfície de contato Concreto/Telha-fôrma.

Figura 4.17 – Aberturas em lajes com Telha-fôrma METFORM

4.5.1. Aberturas pequenas

São as aberturas cuja maior dimensão não ultrapasse 200mm. Para estas aberturas não é necessário a
consideração de algum reforço para a laje mista. Estas aberturas podem ser realizadas após a concretagem
do piso, através de máquinas perfuradoras com coroas diamantadas. A distância mínima entre os centros
dos furos deverá ser de duas vezes o diâmetro perfurado. Nas regiões em que o concreto perfurado
participe da largura efetiva de vigas mistas, esta distância mínima deverá ser aumentada para cinco vezes o
diâmetro da abertura.

4.5.2. Aberturas grandes


São as aberturas em que uma das dimensões ultrapasse o valor de 200mm. Nestes casos, armaduras de
reforço Longitudinais e Transversais deverão ser colocadas na região. Esta armadura consiste em:

 Armadura longitudinal

Deve ser posicionada dentro dos canais da Telha-fôrma na região adjacente ao furo. A resistência desta
armadura deve corresponder à resistência de área de aço da chapa da Telha-fôrma que foi retirada na
execução da abertura. O comprimento de ancoragem desta armadura deve ser determinado conforme a
NBR 6118:2014. A área total da armadura longitudinal 𝑨𝒔𝒍 poderá ser considerada como:

𝐴𝑠𝑙 = 𝐴𝑠 × 𝐿𝐴 × 𝜙𝑓𝑦 ⁄(𝑓𝑦𝑙 ⁄𝛾𝑠 )


Onde:
𝐿𝐴 = Largura da abertura, perpendicular ao vão da laje;
𝜙= Coeficiente de minoração da resistência do aço da Telha-fôrma (em analogia à NBR-8800:2008 pode-
se adotar 𝜙 = 0,9);
𝑓𝑦 = Limite de escoamento do aço da Telha-fôrma;
𝛾𝑠 = Coeficiente de segurança da armadura longitudinal (seguindo a NBR-6118:2014);
𝑓𝑦𝑙 = Limite de escoamento do aço da armadura longitudinal;
𝐴𝑠 = Área por unidade de comprimento da Telha-fôrma recortada na abertura. Estas áreas estão
representadas na Tabela 4.15 (página 52).

Página 51
Manual Técnico de Telha-fôrma

Telha-fôrma MF 50 Telha-fôrma MF 75
Espessura
As As
(mm) (cm²/m) (cm²/m)
0,80 9,97 11,12
0,95 11,93 13,32
1,25 15,87 17,71

Tabela 4.15 – Área por unidade de comprimento da Telha-fôrma METFORM

 Armadura transversal

Corresponde à armadura de distribuição de lajes convencionais armadas em uma só direção. Deve ser
posicionada perpendicularmente aos canais da Telha-fôrma, podendo apoiar-se diretamente sobre o flange
superior do mesmo (ver figura 4.18). Esta armadura deve prolongar-se por no mínimo dois canais da
Telha-fôrma, além da largura da abertura.
A armadura transversal pode ser considerada como no mínimo 20% da armadura longitudinal, distribuída
em no mínimo três barras, cujo espaçamento seja inferior a 300mm.

Figura 4.18 – Armadura de distribuição em lajes com aberturas grandes

Opcionalmente a armadura de distribuição poderá ser substituída por perfis U, laminados ou formados a
frio, em chapas de pequena espessura. Embutidos no concreto, os perfis U trabalharão à flexão e deverão
absorver as cargas atuantes na região da abertura, transmitindo-as para as regiões adjacentes.
Deverão sempre ser previstas vigas no contorno de aberturas cuja dimensão perpendicular ao sentido das
nervuras da Telha-fôrma maior que 600mm.

4.6. DETALHES CONSTRUTIVOS COM TELHA-FÔRMA METFORM

Para a correta instalação da Telha-fôrma METFORM sobre a estrutura de aço deverão ser utilizados
acessórios tais como arremates de laje (AL), suportes de arremates (SD), complementos da Telha-fôrma
(CD) ou arremates de Telha-fôrma (AD). As peças da Telha-fôrma bem como todos os acessórios
requeridos na montagem da laje deverão ser detalhadas em um desenho denominado “Diagrama de
Forma”. Cada pavimento tipo de uma edificação em projeto deve possuir o “Diagrama de Paginação”
correspondente, o qual deverá retratar o posicionamento das peças da Telha-fôrma bem como as
situações particulares existentes. Algumas destas situações serão ilustradas a seguir:

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4.6.1. Arremate de laje (Rufo AL)

Figura 4.19 – Arremate de laje (Rufo AL) com seção transversal L

Os arremates de laje deverão ser soldados nas vigas de aço, apoiando-se sobre um comprimento de no
mínimo 50mm (ver figura 4.19). As soldas deverão ser de filete com comprimento de 25mm e espaçamento
não superior a 300mm. A espessura da chapa de arremate é determinada em função do balanço b ao qual
a mesma fica submetida. A Tabela 4.16 indica as espessuras mínimas dos arremates de laje, baseadas nas
recomendações do Steel Deck Institute (SDI), para os modelos de Telhas-fôrma MF 50 e MF 75:

Altura Espessura Mínima da Chapa (mm)


da Laje Balanço do Arremate de Laje (b) (mm)
(mm) 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300
100 0,95 0,95 0,95 0,95 1,25 1,25 1,55 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35
110 0,95 0,95 0,95 1,25 1,25 1,55 1,55 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35
120 0,95 0,95 1,25 1,25 1,55 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 3,35 3,35 3,35
130 0,95 1,25 1,25 1,55 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 -
140 0,95 1,25 1,25 1,55 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 -
150 1,25 1,25 1,55 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 3,35 -
160 1,25 1,55 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 - -
170 1,25 1,55 1,95 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 3,35 - -
180 1,55 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 3,35 - - -
190 1,55 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 3,35 - - -
200 1,95 1,95 2,70 2,70 2,70 2,70 3,35 3,35 3,35 - - - -

Tabela 4.16 – Espessuras mínimas dos arremates de laje, conforme recomendações do Steel Deck Institute (SDI)

As chapas podem ser de qualidade comercial, não necessitando ser de qualidade estrutural. Portanto as
espessuras de 0,95, 1,25, 1,95 e 2,70mm são galvanizadas e a de 3,35mm é sem revestimento.

Nas situações em que o balanço da Telha-fôrma em relação à extremidade do flange da viga de apoio for
muito grande, o arremate de laje deverá ser fabricado em de aço zincado, apresentando uma seção
transversal em U. A aba inferior do Perfil U deverá ser fixada com rebites nas ondas baixas da Telha-
fôrma. A aba superior do Perfil U deverá ser fixada (também por rebites) ao suporte de arremate (SD), o
qual deverá ser rebitado nas ondas altas da Telha-fôrma (ver figura 4.20). Nas ondas altas ou baixas, o
espaçamento entre os pontos de rebites não deverá ser superior a 500mm.

Figura 4.20 – Arremate de laje (Rufo AL) com seção transversal U

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4.6.2. Complementos de Telha-fôrma (CD)

Em situação de projeto, ao distribuir-se os painéis da Telha-fôrma para fôrma de uma laje, deverá ser
levado em conta a largura útil de cada modelo (915mm para a Telha-fôrma MF 50 e 820mm para a Telha-
fôrma MF 75) e a largura total disponível da laje a ser coberta. Para completar a largura total da laje na
região próxima as vigas principais paralelas à Telha-fôrma, poderão ser utilizados um complemento de
Telha-fôrma (CD). A principal função desta peça é de evitar recortes e perdas na Telha-fôrma. O
Complemento da Telha-fôrma deverá ser executado em aço zincado, com limite de escoamento igual ao
da Telha-fôrma utilizado. Baseado nas prescrições do Steel Deck Institute (SDI) recomenda-se a
utilização de chapas zincadas com espessura nominal 1,55mm. A largura máxima admissível para os
Complementos de Telha-fôrma (L) deverá ser de até 250mm (ver figura 4.21).

Figura 4.21 – Complemento de Telha-fôrma METFORM (Rufo CD)

Da mesma forma que as peças da Telha-fôrma, os Complementos de Telha-fôrma (CD) deverão ser
fixados às vigas de aço da estrutura através de soldas tipo “bujão” (tampões) com 16mm de diâmetro. No
sentido longitudinal (paralelo as vigas) o espaçamento máximo entre as linhas de centro dos pontos de
soldas deverá ser inferior a 800mm. A largura mínima recomendada para apoio dos Complementos de
Telha-fôrma sobre o flange superior das vigas de aço é igual a 25mm.

4.6.3. Arremates de Telha-fôrma (AD)

O Arremate de Telha-fôrma é utilizado para complementar a vedação da fôrma e evitar que o concreto
“molhado” passe por entre as ondas da Telha-fôrma. Este acessório poderá ser utilizado nas regiões de
mudança de direção do vão da laje, e nas extremidades das lajes (acima das vigas). O Arremate de Telha-
fôrma é fornecido em aço zincado (espessura nominal 0,95mm) e deverá ser rebitado nas ondas altas da
Telha-fôrma (ver figura 4.22).
Caso as vigas de sustentação da laje sejam analisadas como vigas mistas, deverão ser aplicados
conectores de cisalhamento (Stud Bolt) sobre o flange superior. Devido à presença do conector, o
comprimento (L) das peças da Telha-fôrma deverá ser tal que na região de posicionamento do Arremate
de Telha-fôrma não haja uma superposição entre os elementos envolvidos no detalhe (Arremates de
Telha-fôrma e conectores Stud Bolt).

Figura 4.22 – Arremate de Telha-fôrma METFORM (Rufo AD)

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4.6.4. Recortes na Telha-fôrma

Caso as vigas paralelas aos canais da Telha-fôrma sejam mistas, o posicionamento das peças da
Telha-fôrma deve ser tal que seja formada uma mísula de concreto na região imediatamente acima da viga
de aço. Desta forma, a Telha-fôrma deverá encontrar-se com o flange superior da viga em uma onda baixa,
de modo que, após a concretagem da laje, os conectores de cisalhamento fiquem completamente
envolvidos pelo concreto.
De acordo com a relação entre a largura total da laje a ser coberta e a largura útil da Telha-fôrma
(915mm para o MF 50 e 820mm para o MF 75), muitas vezes torna-se necessário a execução de recortes
longitudinais na fôrma, durante seu processo de instalação. Assim sendo, permite-se a formação da mísula
de concreto sobre a viga de aço (ver figura 4.23).
Após a execução dos recortes, as peças das Telhas-fôrma serão soldadas diretamente na viga de aço
(através de soldas tipo bujão 𝝓= 16mm). Os recortes permitirão que a solda dos conectores de
cisalhamento “Stud Bolt” sejam instalados diretamente sobre a viga de aço.

Figura 4.23 – Recorte na Telha-fôrma METFORM formando uma mísula de concreto.

4.6.5. Largura mínima de apoio da Telha-fôrma

Os valores para “vãos máximos sem escoramento” anotados na Tabela 4.4 (página 16) da
Telha-fôrma MF 75 foram obtidos adotando-se 75mm para largura de apoio externo e 150mm para largura
de apoio interno da Telha-fôrma (ver figura 4.24). Estas larguras mínimas de apoio determinam o valor da
resistência ao esmagamento da alma da fôrma (Telha-fôrma solicitada durante a fase de construção).
Para a Telha-fôrma MF 50 os valores de “vãos máximos sem escoramento” foram obtidos adotando-se
50mm para largura de apoios externos e 100mm para largura de apoios internos (ver figura 4.24).
Ao se executar uma laje com a Telha-fôrma MF 50 ou MF 75 da METFORM, não deverão ser usadas
larguras de apoio inferiores aos valores adotados. Entretanto, caso o flange superior da viga de aço não
permita a utilização das larguras mínimas consideradas para apoio, o Departamento Técnico da METFORM
deverá ser consultado, para uma análise da situação.

Figura 4.24 – Largura mínima de apoio da Telha-fôrma METFORM

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4.6.6. Controle de fissuras do concreto em vigas mistas

Quando houver prejuízo à durabilidade ou à aparência da estrutura, os estados-limites de serviço


relacionados à fissuração do concreto devem ser verificados. Nas vigas mistas, isso ocorre nas regiões de
momento negativo ou com tendência de continuidade como, por exemplo, junto aos apoios de vigas
biapoiadas.
Na falta de um método mais rigoroso de avaliação dos esforços gerados pela restrição das deformações
impostas nas regiões de momento negativo ou com tendência de continuidade das vigas, a área mínima da
armadura longitudinal de tração para controle de fissuração pode ser calculada pela relação:

𝑘 𝑘𝑐 𝜂 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓 𝐴𝑐𝑡
𝐴𝑠 =
𝜎𝑠𝑡

Define-se 𝑘𝑐 como um coeficiente que leva em conta o equilíbrio e a distribuição das tensões na laje de
concreto imediatamente antes da ocorrência das fissuras. Esse coeficiente pode, de forma conservadora,
ser tomado como 1,0 ou ser obtido de forma mais precisa usando-se a seguinte expressão:

1
𝑘𝐶 = 𝑡𝐶 + 0,3 ≤ 1,0
1+
2𝛾0

Onde:
𝐴𝑐𝑡 = Área efetiva da laje de concreto (produto da largura efetiva pela espessura);
𝑘 = Coeficiente de correção que leva em conta os mecanismos de geração de tensões de tração podendo,
no caso das vigas mistas, ser tomado como 0,8;
𝑔
𝜂 = 0,3 + 0,7 ( 𝑐⁄24) (sendo 𝑔𝑐 o peso específico do concreto, em kN/m³ , não podendo ser tomado
valor superior a 24 kN/m³);
𝑡𝑐 = Altura de concreto acima da Telha-fôrma.
𝛾0 = é a distância entre os centros geométricos da laje de concreto e da seção mista homogeneizada na
região de momentos negativos, porém considerando o concreto não fissurado, sem armadura, e sem levar
em conta os efeitos de longa duração.

Figura 4.25 – Definição dos termos para cálculo do coeficiente 𝑘𝑐

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A largura efetiva da mesa de concreto (b), de cada lado da linha de centro da viga, deve ser igual ao menor
dos seguintes valores:
a) 1/8 do vão da viga mista, considerado entre linhas de centro dos apoios;
b) metade da distância entre a linha de centro da viga analisada e a linha de centro da viga adjacente;
c) distância da linha de centro da viga à borda de uma laje em balanço.

A grandeza 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓 é a resistência média à tração efetiva do concreto no instante em que se formam as
primeiras fissuras, dependente das condições ambientais, da natureza das fôrmas e do cimento utilizado,
entre outros fatores. Valores de 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓 para concreto de densidade normal podem ser obtidos com auxílio
das equações de 8.2.5 da ABNT NBR 6118:2003, adotando a resistência do concreto à compressão na
idade em que se supõe a ocorrência da fissuração. Quando essa idade não puder ser definida com valor
confiável, recomenda-se adotar, para efeito de cálculo, um valor mínimo de 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓 igual a 3 MPa. Para
concreto de baixa densidade, na ausência de Norma Brasileira aplicável, deve ser usado o Eurocode 2 Part
1-1, podendo-se também adotar 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓 igual a 3 MPa.

A grandeza 𝜎𝑠𝑡 é a máxima tensão de tração permitida na armadura, imediatamente após a ocorrência da
fissuração. Seu valor não pode exceder a:

0,5 𝑓𝑐𝑘 2/3


𝜎𝑠𝑡 = 810 𝑊𝑘 √ ≤ 𝑓𝑦𝑠
𝜙𝑎

Onde:
𝑊𝑘 = é a abertura característica das fissuras dada pela tabela 4.17, em função da agressividade ambiental,
expressa em milímetros (mm);
𝑓𝑐𝑘 = é a resistência característica do concreto à compressão, expressa em megapascal (MPa);
𝜙 𝑎 = é o diâmetro das barras de armadura, em milímetros, que não pode ser superior a 20 mm;
𝑓𝑦𝑠 = é a resistência do escoamento do aço da armadura, expressa em megapascal (MPa).

a
Agressividade Ambiental Ambiente 𝑊𝑘 (mm)

I (Fraca) Rural ou Submersa 0,4

II (Moderada) Urbano 0,3

III (Forte) Marinho e Industrial 0,3

Industrial químico agressivo e


IV (Muito Forte) 0,2
respingos de maré

a
Pode-se admitir uma agressividade ambiental um nível mais brando em ambiente
interno seco ou se o concreto for revestido com argamassa e pintura.

Tabela 4.17 – Valores Limites de 𝑊𝑘

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4.6.7. Exemplo de determinação de armaduras sobre vigas

Suponha que a modulação entre pilares seja igual 8m x 8m (tanto o vão da viga principal quanto o da viga
secundária seriam igual a 8m). A altura total ℎ𝑡 das lajes com Telha-fôrma MF 75 seria igual a 140mm.
Considerando 𝜸𝟎 = 200mm, determinar a armadura longitudinal de tração para controle de fissuração
sobre as vigas mistas.

A área mínima da armadura longitudinal de tração é dada pela formula:

𝑘 𝑘𝑐 𝜂 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓 𝐴𝑐𝑡
𝐴𝑠 =
𝜎𝑠𝑡

Onde:

𝒌 = 𝟎, 𝟖

𝒇𝒄𝒕,𝒆𝒇 = 𝟑, 𝟎𝑴𝑷𝒂

1 1
𝑘𝐶 = + 0,3 ≤ 1,0 ∴ 𝑘𝐶 = + 0,3 ≤ 1,0 ∴ 𝒌𝑪 = 𝟏, 𝟎
𝑡𝐶 (140 − 75)
1+ 1+
2𝛾0 2𝛾0

𝑔
𝜂 = 0,3 + 0,7 ( 𝑐⁄24) ∴ 𝜂 = 0,3 + 0,7 (24⁄24) ∴ 𝜼 = 𝟏, 𝟎

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800
𝐴𝑐𝑡 = 𝑏 × 𝑡𝑐 ∴ 𝐴𝑐𝑡 = × 6,5 ∴ 𝑨𝒄𝒕 = 𝟔𝟓𝟎𝒄𝒎²
8

2/3
0,5 √𝑓𝑐𝑘
𝜎𝑠𝑡 = 810 𝑊𝑘 ≤ 𝑓𝑦𝑠
𝜙

𝑾𝒌 = 𝟎, 𝟑𝒎𝒎 (Conforme tabela 4.17 para ambiente urbano)

𝒇𝒄𝒌 = 𝟐𝟎𝑴𝑷𝒂

𝒇𝒚𝒔 = 𝟓𝟎𝟎𝑴𝑷𝒂 (Considerado aço CA-50)

∅ = 𝟏𝟐, 𝟓𝒎𝒎 (Diâmetro adotado para a armadura)

202/3
𝜎𝑠𝑡 = 810 × 0,30,5 √ ≤ 500 ∴ 𝝈𝒔𝒕 = 𝟑𝟒𝟎, 𝟔𝟐 𝑴𝑷𝒂
12,5

0,8 × 1,0 × 1,0 × 3,0 × 650


𝐴𝑠 = ∴ 𝑨𝒔 = 𝟒, 𝟓𝟖𝒄𝒎² (4 Ø 12,5mm)
340,62

Portanto, além da tela de combate à fissuração devida à retração, em cada encontro de viga secundária
com viga principal seriam posicionadas 4 barras com diâmetro de 12,5mm a 20mm do topo da laje.
Analogamente, em cada encontro da viga principal com a coluna seriam posicionadas 4 barras com
diâmetro de 12,5mm a 20mm do topo da laje.

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5. DIMENSIONAMENTO DE LAJE COM TELHA-FÔRMA EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO

A verificação das lajes com Telha-fôrma METFORM em situação de incêndio segue as prescrições do item
C.3 – Anexo C – da NBR 14323:2013.

Para TRRF (Tempo Mínimo de Resistência ao Fogo) de até 30 minutos, seguindo as especificações da
NBR 14323:2013, todas as lajes com Telha-fôrma METFORM atendem aos requisitos exigidos e não são
necessárias verificações adicionais.

Para TRRF superiores a 30 minutos (60, 90 ou 120 minutos) deverão ser realizadas verificações
adicionais em situação de incêndio. Nessas verificações todo o carregamento aplicado (durante o incêndio)
deverá ser suportado por armaduras adicionais (positivas e/ou negativas) com os elementos (concreto e aço
de armaduras) com resistência minorada devido ao efeito da temperatura.

A consideração de resistência da laje em incêndio garantida exclusivamente pelo concreto e armaduras


utilizadas é econômica, pois dispensa o gasto com material para proteção e isolamento térmico da Telha-
fôrma.

Para possibilitar a verificação especial em situação de incêndio, conforme o TRRF necessário, será exigido
que as lajes com Telha-fôrma atendam aos critérios de isolamento térmico (lâmina média de concreto-ℎ𝑒𝑓 )
tal como descrito na Tabela 5.1.

TRRF 𝒉𝒆𝒇
(mm) (mm)
30 60
60 80
90 100
120 120

Tabela 5.1 – Tempo mínimo de resistência ao fogo e lâmina média de concreto

Para a verificação de lajes em situação de incêndio (sem aplicação de materiais para proteção passiva),
além do critério de isolamento térmico acima descrito, também deverão ser atendidos os critérios de
resistência da seção aos carregamentos. Deverá ser verificada a resistência das lajes com Telha-fôrma ao
momento positivo e/ou negativo de acordo com o modelo estático (simplesmente apoiado ou contínuo)
adotado no TRAMO analisado (de maneira similar a verificação realizada em temperatura ambiente para
lajes com armadura de reforço item 4.3 - página 31). Toda seção analisada (momentos positivos e/ou
negativos) deverá ter resistência garantida exclusivamente pelas armaduras adicionais e pelo concreto (com
resistências minoradas devido ao efeito de temperatura elevada).

De acordo com a NBR 14323:2013 as combinações para cargas de cálculo em situação de incêndio
deverão atender a seguinte formulação:

𝑄𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝑔𝑖 + 𝐹𝑄,𝑒𝑥𝑐 + 𝛼𝐹𝑄


𝑖=1

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Onde:
𝐹𝑔𝑖 é o valor nominal da ação permanente;
𝐹𝑄,𝑒𝑥𝑐 é o valor nominal das ações térmicas;
𝐹𝑄 é o valor nominal das ações variáveis devidas às cargas acidentais;
𝛾𝑔 é o valor do coeficiente de ponderação para as ações permanentes, igual a:
1,1, para ação permanente desfavorável de pequena variabilidade;
1,2, para ação permanente desfavorável de grande variabilidade;
1,0, para ação permanente favorável de pequena variabilidade;
0,9, para ação permanente favorável de grande variabilidade.
𝛼 é o valor do coeficiente de ponderação para as ações variáveis, igual a:
0,2, para locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que permaneçam fixos por
longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas;
0,4, para locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permaneçam fixos por
longos períodos de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas;
0,6, para bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens.

O momento fletor total atuante (𝑀𝑑 ) em um TRAMO poderá ser fornecido por:

𝑄𝑑 × 𝐿2
𝑀𝑑 =
8
Onde:
𝐿 = Vão da laje (distância entre apoios) com Telha-fôrma.

A seguir são apresentadas tabelas com as resistências nominais das lajes com Telhas-fôrma MF 50 e
MF 75. A resistência momento fletor positivo deverá ser considerada em TRAMOS EXTERNOS de lajes
contínuas e, também, em lajes BIAPOIADAS. Para a elaboração das Tabelas de Capacidade em
Situação de Incêndio foram considerados aços com tensão de escoamento 𝑓𝑦𝑏 igual a 500MPa e concreto
com resistência característica a compressão 𝑓𝑐𝑘 igual a 20MPa.

5.1. RESISTÊNCIAIS NOMINAIS AO MOMENTO FLETOR

5.1.1. Momento Fletor (Positivo) - TRRF = 60 min

 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
100 Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
110 Mn+ (kN.m/m) 2,71 5,35 4,27 8,38 6,80 13,21 10,46 15,91
120 Mn+ (kN.m/m) 3,03 5,99 4,78 9,40 7,63 14,86 11,74 17,92
130 Mn+ (kN.m/m) 3,35 6,64 5,29 10,42 8,45 16,51 13,03 19,93
140 Mn+ (kN.m/m) 3,67 7,28 5,80 11,45 9,28 18,15 14,32 21,95
150 Mn+ (kN.m/m) 3,99 7,93 6,31 12,47 10,10 19,80 15,61 23,96
160 Mn+ (kN.m/m) 4,31 8,57 6,82 13,49 10,92 21,45 16,89 25,97
170 Mn+ (kN.m/m) 4,64 9,21 7,33 14,51 11,75 23,10 18,18 27,98

Tabela 5.2 - Momento Fletor Positivo para Telha-fôrma MF 50 METFORM (TRRF = 60 min)

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Manual Técnico de Telha-fôrma

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
130 Mn (kN.m/m) 3,28 6,48 5,17 10,14 8,24 15,98 12,65 19,24
140 Mn+ (kN.m/m) 3,63 7,19 5,74 11,28 9,15 17,81 14,09 21,48
150 Mn+ (kN.m/m) 3,99 7,91 6,30 12,42 10,07 19,65 15,52 23,72
160 Mn+ (kN.m/m) 4,35 8,63 6,87 13,56 10,99 21,48 16,95 25,96
170 Mn+ (kN.m/m) 4,71 9,34 7,44 14,69 11,91 23,32 18,39 28,20
180 Mn+ (kN.m/m) 5,07 10,06 8,01 15,83 12,82 25,15 19,82 30,44
190 Mn+ (kN.m/m) 5,43 10,78 8,58 16,97 13,74 26,99 21,25 32,68
200 Mn+ (kN.m/m) 5,78 11,49 9,15 18,11 14,66 28,82 22,69 34,92

Tabela 5.3 - Momento Fletor Positivo para Telha-fôrma MF 75 METFORM (TRRF = 60 min)

5.1.2. Momento Fletor (Positivo) - TRRF = 90 min

 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
100 Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
110 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
120 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
130 Mn+ (kN.m/m) 3,20 6,34 5,05 9,97 8,08 15,80 12,47 19,09
140 Mn+ (kN.m/m) 3,51 6,96 5,54 10,94 8,87 17,37 13,70 21,01
150 Mn+ (kN.m/m) 3,81 7,57 6,03 11,92 9,65 18,95 14,93 22,93
160 Mn+ (kN.m/m) 4,12 8,19 6,52 12,90 10,44 20,52 16,15 24,85
170 Mn+ (kN.m/m) 4,43 8,80 7,01 13,87 11,23 22,09 17,38 26,77

Tabela 5.4 - Momento Fletor Positivo para Telha-fôrma MF 50 METFORM (TRRF = 90 min)

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
130 Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
140 Mn+ (kN.m/m) 3,47 6,88 5,48 10,79 8,75 17,05 13,48 20,58
150 Mn+ (kN.m/m) 3,82 7,56 6,02 11,88 9,63 18,81 14,85 22,71
160 Mn+ (kN.m/m) 4,16 8,25 6,57 12,96 10,51 20,56 16,22 24,85
170 Mn+ (kN.m/m) 4,50 8,93 7,11 14,05 11,38 22,31 17,58 26,99
180 Mn+ (kN.m/m) 4,84 9,61 7,65 15,14 12,26 24,06 18,95 29,13
190 Mn+ (kN.m/m) 5,18 10,30 8,20 16,22 13,13 25,81 20,32 31,27
200 Mn+ (kN.m/m) 5,53 10,98 8,74 17,31 14,01 27,57 21,69 33,41

Tabela 5.5 - Momento Fletor Positivo para Telha-fôrma MF 75 METFORM (TRRF = 90 min)

Página 62
Manual Técnico de Telha-fôrma

5.1.3. Momento Fletor (Positivo) - TRRF = 120 min

 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
100 Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
110 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
120 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
130 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
140 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
150 Mn+ (kN.m/m) 3,05 6,07 4,83 9,57 7,74 15,25 12,00 18,49
160 Mn+ (kN.m/m) 3,30 6,56 5,22 10,35 8,37 16,51 12,98 20,03
170 Mn+ (kN.m/m) 3,54 7,05 5,61 11,13 9,00 17,77 13,96 21,56

Tabela 5.6 - Momento Fletor Positivo para Telha-fôrma MF 50 METFORM (TRRF = 120 min)

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras de Barra @ onda baixa
da Laje
(mm) 1 Ø 5,0 2 Ø 5,0 1 Ø 6,3 2 Ø 6,3 1 Ø 8,0 2 Ø 8,0 1 Ø 10,0 1 Ø 12,5
+
130 Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
140 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
150 Mn+ (kN.m/m) - - - - - - - -
160 Mn+ (kN.m/m) 3,33 6,61 5,26 10,41 8,43 16,57 13,04 20,07
170 Mn+ (kN.m/m) 3,60 7,16 5,70 11,28 9,13 17,97 14,14 21,78
180 Mn+ (kN.m/m) 3,87 7,70 6,13 12,15 9,83 19,37 15,23 23,49
190 Mn+ (kN.m/m) 4,15 8,25 6,56 13,02 10,53 20,77 16,32 25,20
200 Mn+ (kN.m/m) 4,42 8,80 7,00 13,88 11,23 22,17 17,42 26,91

Tabela 5.7 - Momento Fletor Positivo para Telha-fôrma MF 75 METFORM (TRRF = 120 min)

A resistência a momentos negativos deverá ser considerada em tramos internos, sobre os apoios. Para o
cálculo da resistência a momento nos tramos internos de lajes contínuas, dois sistemas estáticos podem
ser considerados no dimensionamento. O primeiro sistema (mais econômico) considera a participação de
armadura positiva e negativa para a determinação do momento total resistente, como por exemplo, através
do uso de tela soldada em forma de uma catenária (ver figura 5.1). O segundo sistema admite a formação
de rótulas no centro do vão e considera a participação apenas de armadura negativa na resistência a
flexão, como por exemplo, através do uso de tela soldada posicionada a uma espessura constante do topo
da laje (ver figura 5.2 – página 62). Nas duas situações, procura-se utilizar como armadura em verificação
de incêndio a tela soldada (com ou sem reforços) que foi adotada, em temperatura ambiente, para controle
da fissuração devida à retração do concreto.

CORTE A-A

Figura 5.1 - Sistema estático sem armadura positiva

Página 63
Manual Técnico de Telha-fôrma

Para o sistema estático sem armadura positiva a resistência à flexão é garantida apenas pelas armaduras
negativas sobre os apoios:
𝑀𝑛2 = 𝑀𝑛−

CORTE A-A

Figura 5.2 - Sistema estático com armadura positiva e negativa

Para o sistema estático que considera a participação de armadura positiva e negativa são determinados
dois valores de resistência ao momento fletor: um positivo 𝑀𝑛+ e um negativo 𝑀𝑛− . O momento final é
obtido a partir da soma dos dois valores:

𝑀𝑛1 = 𝑀𝑛+ + 𝑀𝑛−


As resistências nominais ao momento fletor de lajes contínuas podem ser resumidas pelas tabelas abaixo
(para a elaboração das tabelas foram considerados concreto com resistência característica a compressão
𝑓𝑐𝑘 igual a 20MPa e Tela Soldada fabricada a partir de aço com tensão de escoamento 𝑓𝑦𝑡 igual a
600MPa):

5.1.4. Momento Fletor (Positivo/Negativo) - TRRF = 60 min

 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
100
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) 1,27 1,55 1,89 2,28 2,60 3,15 3,87 4,37
110
Mn- (kN.m/m) 2,73 3,30 3,99 4,78 5,43 6,52 7,91 8,89
+
Mn (kN.m/m) 1,65 2,01 2,45 2,97 3,40 4,14 5,10 5,79
120
Mn- (kN.m/m) 3,18 3,86 4,67 5,61 6,38 7,70 9,39 10,58
+
Mn (kN.m/m) 2,03 2,47 3,02 3,66 4,19 5,12 6,33 7,21
130
Mn- (kN.m/m) 3,63 4,41 5,35 6,44 7,34 8,87 10,86 12,28
+
Mn (kN.m/m) 2,40 2,93 3,59 4,35 4,99 6,10 7,56 8,62
140
Mn- (kN.m/m) 4,08 4,96 6,03 7,27 8,29 10,05 12,34 13,98
+
Mn (kN.m/m) 2,78 3,39 4,15 5,04 5,79 7,08 8,80 10,04
150
Mn- (kN.m/m) 4,53 5,51 6,70 8,10 9,24 11,22 13,82 15,68
+
Mn (kN.m/m) 3,15 3,86 4,72 5,74 6,58 8,06 10,03 11,46
160
Mn- (kN.m/m) 4,98 6,06 7,38 8,92 10,20 12,40 15,29 17,38
+
Mn (kN.m/m) 3,53 4,32 5,28 6,43 7,38 9,05 11,26 12,88
170
Mn- (kN.m/m) 5,43 6,62 8,06 9,75 11,15 13,58 16,77 19,07

Tabela 5.8 - Momento Fletor Positivo/Negativo para Telha-fôrma MF 50 METFORM (TRRF = 60 min)

Página 64
Manual Técnico de Telha-fôrma

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
+
Mn (kN.m/m) 1,09 1,32 1,60 1,93 2,20 2,66 3,25 3,66
130
Mn- (kN.m/m) 3,07 3,72 4,50 5,41 6,14 7,40 9,02 10,16
+
Mn (kN.m/m) 1,46 1,78 2,17 2,62 3,00 3,64 4,48 5,08
140
Mn- (kN.m/m) 3,52 4,27 5,18 6,23 7,10 8,58 10,50 11,86
+
Mn (kN.m/m) 1,84 2,24 2,74 3,32 3,80 4,63 5,72 6,50
150
Mn- (kN.m/m) 3,97 4,82 5,86 7,06 8,05 9,75 11,97 13,56
+
Mn (kN.m/m) 2,21 2,70 3,30 4,01 4,59 5,61 6,95 7,92
160
Mn- (kN.m/m) 4,42 5,37 6,53 7,89 9,01 10,93 13,45 15,25
+
Mn (kN.m/m) 2,59 3,16 3,87 4,70 5,39 6,59 8,18 9,33
170
Mn- (kN.m/m) 4,87 5,93 7,21 8,72 9,96 12,11 14,92 16,95
+
Mn (kN.m/m) 2,96 3,62 4,43 5,39 6,19 7,57 9,41 10,75
180
Mn- (kN.m/m) 5,32 6,48 7,89 9,55 10,91 13,28 16,40 18,65
+
Mn (kN.m/m) 3,34 4,09 5,00 6,08 6,98 8,55 10,65 12,17
190
Mn- (kN.m/m) 5,77 7,03 8,57 10,37 11,87 14,46 17,88 20,35
+
Mn (kN.m/m) 3,72 4,55 5,57 6,77 7,78 9,54 11,88 13,59
200
Mn- (kN.m/m) 6,22 7,58 9,25 11,20 12,82 15,63 19,35 22,05

Tabela 5.9 - Momento Fletor Positivo/Negativo para Telha-fôrma MF 75 METFORM (TRRF = 60 min)

5.1.5. Momento Fletor (Positivo/Negativo) - TRRF = 90 min

 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
100
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
110
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
120
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) 1,58 1,94 2,37 2,87 3,30 4,03 5,01 5,71
130
Mn- (kN.m/m) 3,56 4,31 5,20 6,24 7,08 8,51 10,35 11,65
+
Mn (kN.m/m) 1,88 2,29 2,81 3,41 3,92 4,80 5,97 6,82
140
Mn- (kN.m/m) 4,01 4,86 5,88 7,06 8,03 9,69 11,83 13,35
+
Mn (kN.m/m) 2,17 2,65 3,25 3,95 4,54 5,56 6,92 7,92
150
Mn- (kN.m/m) 4,46 5,41 6,56 7,89 8,99 10,86 13,30 15,04
+
Mn (kN.m/m) 2,46 3,01 3,69 4,49 5,16 6,33 7,88 9,02
160
Mn- (kN.m/m) 4,91 5,96 7,24 8,72 9,94 12,04 14,78 16,74
+
Mn (kN.m/m) 2,75 3,37 4,13 5,03 5,78 7,09 8,84 10,13
170
Mn- (kN.m/m) 5,36 6,52 7,92 9,55 10,89 13,21 16,25 18,44

Tabela 5.10 - Momento Fletor Positivo/Negativo para Telha-fôrma MF 50 METFORM (TRRF = 90 min)

Página 65
Manual Técnico de Telha-fôrma

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
130
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) 1,14 1,40 1,71 2,07 2,37 2,89 3,57 4,06
140
Mn- (kN.m/m) 3,45 4,17 5,03 6,03 6,84 8,22 9,98 11,22
+
Mn (kN.m/m) 1,44 1,76 2,15 2,61 2,99 3,65 4,53 5,16
150
Mn- (kN.m/m) 3,90 4,72 5,71 6,86 7,79 9,39 11,46 12,92
+
Mn (kN.m/m) 1,73 2,11 2,59 3,14 3,61 4,41 5,49 6,26
160
Mn- (kN.m/m) 4,35 5,27 6,39 7,68 8,75 10,57 12,93 14,62
+
Mn (kN.m/m) 2,02 2,47 3,03 3,68 4,23 5,18 6,45 7,37
170
Mn- (kN.m/m) 4,80 5,83 7,07 8,51 9,70 11,74 14,41 16,32
+
Mn (kN.m/m) 2,31 2,83 3,47 4,22 4,85 5,94 7,40 8,47
180
Mn- (kN.m/m) 5,25 6,38 7,75 9,34 10,66 12,92 15,89 18,02
+
Mn (kN.m/m) 2,61 3,19 3,91 4,76 5,47 6,71 8,36 9,58
190
Mn- (kN.m/m) 5,70 6,93 8,42 10,17 11,61 14,10 17,36 19,71
+
Mn (kN.m/m) 2,90 3,55 4,35 5,30 6,09 7,47 9,32 10,68
200
Mn- (kN.m/m) 6,15 7,48 9,10 11,00 12,56 15,27 18,84 21,41

Tabela 5.11 - Momento Fletor Positivo/Negativo para Telha-fôrma MF 75 METFORM (TRRF = 90 min)

5.1.6. Momento Fletor (Positivo/Negativo) - TRRF = 120 min

 Telha-fôrma MF 50

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
100
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
110
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
120
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
130
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
140
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) 1,74 2,12 2,60 3,17 3,64 4,47 5,57 6,38
150
Mn- (kN.m/m) 4,45 5,39 6,51 7,80 8,86 10,66 12,99 14,65
+
Mn (kN.m/m) 1,97 2,41 2,95 3,60 4,14 5,08 6,34 7,26
160
Mn- (kN.m/m) 4,90 5,94 7,19 8,63 9,81 11,84 14,47 16,34
+
Mn (kN.m/m) 2,20 2,70 3,31 4,03 4,63 5,69 7,10 8,14
170
Mn- (kN.m/m) 5,35 6,49 7,86 9,46 10,77 13,01 15,94 18,04

Tabela 5.12 - Momento Fletor Positivo/Negativo para Telha-fôrma MF 50 METFORM (TRRF = 120 min)

Página 66
Manual Técnico de Telha-fôrma

 Telha-fôrma MF 75

Altura
Armaduras em Tela Soldada
da Laje
(mm) X 75 X 92 X 113 X 138 X 159 X 196 X 246 X 283
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
130
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
140
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) - - - - - - - -
150
Mn- (kN.m/m) - - - - - - - -
+
Mn (kN.m/m) 1,39 1,69 2,07 2,52 2,90 3,55 4,42 5,06
160
Mn- (kN.m/m) 4,34 5,25 6,34 7,59 8,62 10,37 12,62 14,22
+
Mn (kN.m/m) 1,62 1,98 2,43 2,95 3,39 4,16 5,19 5,94
170
Mn- (kN.m/m) 4,79 5,80 7,02 8,42 9,57 11,54 14,10 15,92
+
Mn (kN.m/m) 1,85 2,27 2,78 3,38 3,89 4,77 5,96 6,82
180
Mn- (kN.m/m) 5,24 6,35 7,69 9,25 10,53 12,72 15,58 17,62
+
Mn (kN.m/m) 2,09 2,55 3,13 3,81 4,38 5,38 6,72 7,70
190
Mn- (kN.m/m) 5,69 6,90 8,37 10,08 11,48 13,90 17,05 19,32
+
Mn (kN.m/m) 2,32 2,84 3,48 4,24 4,88 5,99 7,49 8,58
200
Mn- (kN.m/m) 6,14 7,46 9,05 10,91 12,44 15,07 18,53 21,01

Tabela 5.13 - Momento Fletor Positivo/Negativo para Telha-fôrma MF 75 METFORM (TRRF = 120 min)

5.1.7. Exemplo de verificação de laje com Telha-fôrma em situação de incêndio

Está sendo especificada a Telha-fôrma MF 75 para um edifício residencial de apartamentos, localizado em


Porto Alegre/RS. A proteção será definida para o módulo típico da estrutura (ver figura 5.3). Após a análise
pela NBR 14432:2001 das características da edificação, definiu-se um TRRF (Tempo Requerido de
Resistência ao Fogo) igual a 120 minutos para a superestrutura, incluindo as lajes.

Figura 5.3 – Exemplo de laje com proteção a incêndio (modulação típica 8,00 x 8,00 metros)

Página 67
Manual Técnico de Telha-fôrma

A verificação das lajes mistas para situação de incêndio inicia-se pelo critério de isolamento térmico. De
acordo com a NBR 14323:2013, para o tempo de proteção definido, a altura efetiva ℎ𝑒𝑓 da laje deverá ser
superior a 120mm. Assim, para que se atinja a altura efetiva requerida deverá ser utilizada uma laje com
Telha-fôrma MF 75 com altura total 160mm (lâmina média de concreto igual a 122,5mm).
A verificação pelo critério de resistência ao carregamento começa pela definição para os tramos externos do
carregamento atuante em situação de incêndio, onde as lajes são consideradas como isostáticas:

a) Verificação dos tramos externos (Lajes Isostáticas)

As cargas distribuídas nominais atuantes na laje mista são:

Peso própria Telha-fôrma MF 75 + Concreto: ............................. 2,97kN/m²


Revestimento: ............................................................................... 1,00kN/m²
Sobrecarga: .................................................................................. 3,00kN/m²

O carregamento majorado 𝑄𝑑 é dado por:

𝑄𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝑔𝑖 + 𝐹𝑄,𝑒𝑥𝑐 + 𝛼𝐹𝑄 = 1,2 × (2,97 + 1) + 0,2 × 3 = 5,40𝑘𝑁/𝑚²


𝑖=1

O momento fletor atuante (𝑀𝑑 ) é dado por:

𝑄𝑑 × 𝐿2 5,40 × 2,672
𝑀𝑑 = = = 4,81𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
8 8

Para a determinação da armadura recorre-se aos valores da Tabela 5.7 (página 61).
(TRRF = 120 min, ℎ𝑡 = 160mm)

𝑀𝑛+ = 6,61𝑘𝑁. 𝑚/𝑚 (2 𝜙 5,0𝑚𝑚)

Portanto, deverão ser posicionadas 2 barras com diâmetro igual a 5,0mm no interior das nervuras da
Telha-fôrma, a cerca de 37mm da face inferior da fôrma.

b) Verificação dos tramos internos (Lajes Contínuas)

No caso dos tramos internos das lajes podem ser considerados dois sistemas estáticos: o primeiro que
considera a participação apenas de armadura negativa e uma segunda opção (mais econômica), que
admite também, a contribuição de armadura positiva na resistência a flexão.

No primeiro sistema o valor do momento negativo dado pela Tabela 5.13 (página 65), deverá ser superior
ao momento de solicitação 𝑀𝑑 calculado anteriormente.
(TRRF = 120min, h = 160mm)

𝑀𝑛− = 5,25𝑘𝑁. 𝑚/𝑚 (𝑇𝑒𝑙𝑎 𝑋92)

𝑀𝑛− > 𝑀𝑑 → 𝑶𝑲

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Manual Técnico de Telha-fôrma

No segundo sistema, a soma dos valores de momento positivo e negativo dados pela Tabela 5.13 (página
65), deverá ser superior ao momento de solicitação 𝑀𝑑 .
(TRRF = 120min, h = 160mm)

𝑀𝑛+ = 1,39𝑘𝑁. 𝑚/𝑚 (𝑇𝑒𝑙𝑎 𝑋75)

𝑀𝑛− = 4,34𝑘𝑁. 𝑚/𝑚 (𝑇𝑒𝑙𝑎 𝑋75)

𝑀𝑛 = 𝑀𝑛+ + 𝑀𝑛− = 5,73𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

𝑀𝑛 > 𝑀𝑑 → 𝑶𝑲

Portanto, a simples opção pelo uso da tela em forma de uma catenária (sistema estático com armadura
positiva e negativa) poderia resultar em uma redução de 18% na taxa de armadura da laje (substituição de
uma Tela Tipo Q-92, 0,92cm²/m de aço, 1,48 kg/m², por uma Tela Tipo Q-75, 0,75cm²/m, 1,21kg/m²).

Entretanto, com relação à escolha da armadura a ser adotada para as lajes com Telha-fôrma METFORM,
sempre deverá ser consultada a tabela de armadura para de controle de fissuração (0,10%) requerida. Para
lajes com Telha-fôrma MF 75 e altura total de concreto igual a 160mm, a armadura de controle de
fissuração recomendada é a Tela Tipo Q-92. Desta forma deverá ser adotada nos tramos internos uma
armadura em tela soldada com pelo menos 0,92cm²/m de aço Tela Tipo Q-92.

O detalhamento final das armaduras das lajes poderá ser representado pelo Engenheiro Calculista de
concreto da armadura tal como representado na Figura 5.4.

CORTE A-A

CORTE B-B

Figura 5.4 – Detalhamento final das armaduras da laje

Página 69
Manual Técnico de Telha-fôrma

6. RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA TELHA-FÔRMA METFORM.

Para um perfeito desempenho da Telha-fôrma, durante a instalação algumas precauções deverão ser
tomadas, dando atenção especial às etapas de transporte, recebimento, descarga, armazenamento,
manuseio e montagem dos materiais na obra.

A Telha-fôrma e seus acessórios são produzidos em aço zincado. Portanto, todas as precauções a serem
tomadas pela obra deverão sempre evitar o aparecimento de um tipo de corrosão causada pela penetração
e retenção de água entre as peças zincadas. Este tipo de corrosão é popularmente conhecido como
“ferrugem branca”.

6.1. TRANSPORTE

 Transportar os produtos em veículos adequados com a carroceria em perfeito estado de


conservação, livre de contaminantes, em fardos firmemente cintados para evitar deslocamentos que
possam danificá-los.
 Protegê-los com material impermeável em perfeito estado de conservação, mantendo a ventilação
natural, impedindo que qualquer umidade penetre entre os produtos provocando o surgimento de
mancha devido à presença de umidade e falta de aeração.
 Nunca colocar cargas sobre as Telhas-fôrma.

6.2. RECEBIMENTO

 Verificar as etiquetas de identificações dos fardos, conferindo conforme a nota fiscal.


 Certificar que as Telhas-fôrma não estejam danificadas e/ou molhadas. Se estiverem molhadas,
enxugá-las uma a uma.
 Caso as Telhas-fôrma estejam danificadas comunicar imediatamente a METFORM, se possível
enviando fotos.

6.3. DESCARGA

 Seguir os seguintes procedimentos para realizar a descarga:


 Disposição dos fardos na carreta / caminhão conforme carregamento METFORM (ver figura 6.1).
 Levantar o lado com a “pega” com o auxílio de uma cinta (ver figura 6.2 – página 69). Posicionar
peças de madeira embaixo do fardo, possibilitando assim a colocação das cintas para sua retirada
(ver figura 6.3 – página 69).
 Utilizar proteção de borracha para evitar que as cintas fiquem diretamente em contato com as
bordas das Telhas-fôrma, causando danos ao Produto.
 No caso de fardos com produtos de comprimento pequeno e o último fardo (ver figura 6.4 – página
69) que não possuam a “pega”, retirar as Telhas-fôrma manualmente e colocar duas peças de
madeira embaixo dos fardos (ver figura 6.5 – página 69).

Figura 6.1 – Posicionamento dos fardos na carreta / caminhão

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Figura 6.2 – Descarga do produto (1ª Etapa)

Figura 6.3 – Descarga do produto (2ª Etapa)

Figura 6.4 – Carga com fardos de comprimento pequeno

Figura 6.5 – Descarga com fardos de comprimento pequeno

OBSERVAÇÃO: A madeira para calçar os fardos durante a descarga deverá ser providenciada pelo cliente.

 Içar os fardos com comprimento inferior à 3 metros, utilizando-se de duas cintas (ver figura 6.6).
(Utilizar-se das proteções conforme orientações anteriores).

Figura 6.6 - Içamento de fardos inferiores a 3 metros

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Manual Técnico de Telha-fôrma

 Para os fardos com comprimento superior à 3 metros, içar utilizando-se da viga balança onde serão
engatadas as cintas. Encontrar o ponto de equilíbrio e iniciar a movimentação (ver figura 6.7).
(Utilizar-se das proteções conforme orientações anteriores).

Figura 6.7 - Içamento de fardos superiores a 3 metros

6.4. ARMAZENAMENTO

 Instalar as Telhas-fôrma imediatamente após o recebimento.


 Havendo a necessidade de armazenamento, fazê-lo por período curto de tempo em local seco,
coberto, ventilado e sem contato direto com pisos e/ou paredes.
 Evitar armazenamento sobre piso não pavimentado.
 Nunca colocar cargas sobre as Telhas-fôrma.
 Incliná-las para possibilitar o escoamento de eventual umidade, mantendo espaços entre os fardos
para aeração.
 Inspecionar com frequência as Telhas-fôrma armazenadas e no caso de umidade, secar
imediatamente.

6.5. CUIDADOS COM O PRODUTO

 Manter as Telhas-fôrma limpas e livres de contaminantes. Não utilizar produtos abrasivos na


limpeza.
 Não permitir contato direto com materiais porosos úmidos (madeira, tecidos, papelão, etc.).
 Não permitir contato direto com metais desprotegidos na presença de umidade e/ou eletrólitos.

-
Evitar atmosferas excessivamente agressivas contendo óxidos (SO x,NOx), íons cloretos (Cl ).
 Evitar contato com produtos corrosivos (ácidos e/ou alcalinos), solventes (alifáticos e/ou
aromáticos), produtos fortemente oxidantes, produtos abrasivos, etc.
 Antes da concretagem, evitar acúmulo de materiais que retêm umidade, tais como, folhas, sujeiras,
poeiras e etc.
 Evitar contato com madeira verde ou tratada, suporte de aço não revestido e metais catódicos
(cobre, estanho, chumbo e etc.).
 Evitar contato com água oriunda de componentes que contenham cobre ou chumbo
 Nas garagens, estacionamentos e demais áreas fechadas manter a concentração de gases
poluentes e material particulados dentro dos limites indicados na norma NBR 16401-3:2008.

6.6. MONTAGEM

Em função dos riscos envolvidos no processo de instalação das Telhas-fôrma, nestas operações deverão
ser utilizados os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados e observada a Norma
Regulamentadora NR 18 - item 18.18 “Serviços em Telhados”.
Todos os produtos a serem utilizados na montagem da Telha-fôrma deverão estar representados em um
desenho detalhado, representando a geometria, a paginação e os detalhes de fixação das peças
(ver figura 6.8 – página 71).

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Figura 6.8 - Exemplo de desenho de paginação da Telha-fôrma e acessórios,


com lista de materiais e indicação de detalhes de fixação.

Portanto, antes do início da instalação dos materiais a equipe de montagem deverá estar munida destes
desenhos e bem informada sobre os detalhes de fixação indicados. Durante a montagem, as informações
descritas nos desenhos de paginação deverão ser rigorosamente seguidas.

Após a conclusão da montagem das vigas da estrutura, a instalação da Telha-fôrma e de seus acessórios
poderá ser iniciada. Entretanto, é importante lembrar que o topo das vigas de aço deverá estar nivelado,
seco e livre de sujeiras ou ferrugem. Inclusive, caso as vigas venham a requerer a posterior solda de
conectores de cisalhamento do tipo “Stud Bolt”, é fundamental que a face superior destas esteja sem
pintura, para que o processo de solda não seja prejudicado. Após a conferência de que as vigas da
estrutura estejam atendendo às condições de nivelamento e de limpeza, os fardos da Telha-fôrma poderão
ser içados, dando início aos serviços de montagem.

Após o içamento dos fardos, os painéis individuais deverão ser retirados manualmente (ver figura 6.9) e
posicionados sobre o vigamento (ver figura 6.10), seguindo as cotas e medidas indicadas no desenho de
paginação. É importante estar atento para o fato de que as peças não sejam montadas invertidas, “de
cabeça para baixo”. Eventualmente, nos cantos, ou no contorno dos pilares, podem ser necessários
recortes nas extremidades dos painéis, para possibilitar o ajuste final na geometria da estrutura da
edificação (ver figura 6.11 – página 72). Caso necessário, estes recortes poderão ser facilmente realizados
mediante o uso de máquinas com discos para corte de metal (ver figura 6.12 – página 72).

Figura 6.9 – Retirada manual dos painéis Figura 6.10 – Posicionamento manual dos painéis

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Figura 6.11 – Recorte na extremidade dos painéis Figura 6.12 – Recorte dos painéis no contorno dos pilares

Após o ajuste e alinhamento, os painéis deverão ser fixados à estrutura. Recomenda-se que, inicialmente,
seja executada uma fixação preliminar com rebites. Posteriormente, para que seja garantido o travamento
das vigas de suporte, deverá ser executada a fixação definitiva dos painéis, através de solda bujão ou pino
ponta balística.

 Para a fixação preliminar, na extremidade de cada painel deverão ser utilizados pelo menos dois
rebites, prendendo a Telha-fôrma no flange superior das vigas que a suportam (ver figura 6.13).
Esta fixação preliminar tem como objetivo garantir que os painéis não saiam da posição correta até
que a fixação definitiva seja concluída. Com isto é evitado o desalinhamento e também que possam
ocorrer acidentes, pela perda de apoio dos painéis, devido à movimentação das peças ou devido ao
vento.
 É importante lembrar que, ao final de um dia de trabalho, nenhuma Telha-fôrma deverá ser deixada
sobre a estrutura sem a fixação preliminar e que todos os fardos abertos deverão ser novamente
amarrados.
 A fixação definitiva da Telha-fôrma à estrutura de aço deverá ser executada por meio de pontos de
solda bujão ou através de pinos ponta balística (ver figura 6.14). Primeiramente, para a execução
de cada um destes pontos de solda, deve-se fazer uma abertura com diâmetro de
aproximadamente 16mm na chapa zincada da Telha-fôrma, podendo-se utilizar para isto o próprio
eletrodo de solda. Em seguida, o interior da abertura deverá ser preenchido com a deposição do
material de solda. Para a execução das soldas bujão é recomendável o uso de eletrodos do tipo
E70XX (limite de resistência igual a 70ksi), entretanto a especificação adequada sobre o tipo de
eletrodo a ser utilizado deverá estar registrada no desenho de paginação da Telha-fôrma.
 As vigas de suporte dos painéis são aquelas perpendiculares ao sentido das nervuras. Sobre estas
vigas é recomendável que se faça um ponto de solda bujão em todas as ondas baixas da Telha-
fôrma.
 Para as vigas paralelas às nervuras é recomendável que os pontos de solda bujão ou pino ponta
balística sejam executados ao longo do comprimento (L) dos painéis, com um espaçamento entre si
de até 800mm.

Figura 6.13 - Fixação preliminar Figura 6.14 - Fixação definitiva com solda bujão
com rebites ou pino ponta balística

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Para proporcionar um bom acabamento à laje, além dos painéis da Telha-fôrma, são utilizados acessórios
em aço zincado, que também deverão estar previamente marcados e detalhados nos desenhos de
paginação. Geralmente estes acessórios são designados por Complementos da Telha-fôrma (Rufo CD) e
por Arremates da Telha-fôrma (Rufo AD).
 Os Complementos da Telha-fôrma (Rufo CD) têm a função de completar a área de projeção
horizontal da fôrma da laje, eliminando a necessidade de recortes nos painéis da Telha-fôrma (ver
figura 6.15). Da mesma forma que a Telha-fôrma, os Complementos da Telha-fôrma (Rufo CD)
deverão ser fixados nas vigas de aço através de pontos de solda bujão com diâmetro igual a 16mm
e espaçados entre si de até 800mm.
 Os Arremates da Telha-fôrma (Rufo AD) ou “fechamentos de onda” têm a função de impedir que o
concreto molhado escorra pelas ondas altas da Telha-fôrma durante a concretagem. Este
acessório deverá ser fixado nas ondas altas da Telha-fôrma por meio de rebites (ver figura 6.16).

Figura 6.15 – Montagem de Rufo CD Figura 6.16 – Montagem de Rufo AD e AL

Após execução da fixação definitiva da Telha-fôrma e dos acessórios, a junção longitudinal dos painéis
deverá ser realizada através de rebites ou parafusos autobrocantes. Para as “junções longitudinais” é
recomendável que a fixação seja executada ao longo do comprimento (L) dos painéis, com um
espaçamento entre si de até 500mm. Geralmente, ao longo do perímetro externo das lajes e do contorno
das aberturas, são utilizadas cantoneiras em aço, denominadas Arremates de Laje (Rufo AL). Basicamente
os Arremates de Laje (Rufo AL) trabalham como uma contenção lateral para o concreto a ser moldado,
além de possibilitar um bom acabamento para as lajes. A fixação dos arremates às vigas da estrutura
deverá ser realizada por meio de soldas de filete, com comprimento igual a 25mm e espaçadas entre si de
até 300mm. Durante a montagem dos Arremates de Laje (Rufo AL), deve-se cuidar para que a aba
horizontal das peças permaneça apoiada sobre o flange superior das vigas, em uma largura de pelo menos
50mm.

Durante e após a montagem dos painéis, não é recomendável o armazenamento de materiais sobre a
plataforma. Equipamentos necessários à montagem, como por exemplo, máquinas de soda ou tambores de
eletrodos, deverão ser posicionados sobre a plataforma acima do eixo das vigas suporte. Recomenda-se o
uso de placas em madeira para distribuir o peso dos equipamentos sobre a Telha-fôrma, evitando danos
localizados (ver figura 6.17).

Figura 6.17 – Carga concentrada, apoiada na direção do eixo da viga suporte, sobre uma proteção de madeira

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Manual Técnico de Telha-fôrma

6.7. CONECTORES DE CISALHAMENTO

Após o término da montagem da Telha-fôrma, dos acessórios e dos Arremates de Laje (AL) a obra tem
concluída uma plataforma de trabalho, o que poderia permitir ao construtor o início da instalação das
armaduras adicionais da laje. Entretanto, geralmente as vigas que sustentam a laje são projetadas no
sistema de vigas mistas, no qual o concreto, após o “endurecimento”, deverá estar conectado ao perfil de
aço. Esta conexão é realizada por meio de conectores de cisalhamento aplicados nas vigas. Portanto, caso
as vigas de suporte sejam mistas estes conectores deverão ser necessários e, somente após o término de
sua aplicação é que o construtor poderá iniciar instalação das armaduras adicionais da laje.

Conforme acertos contratuais já realizados, a aplicação dos conectores de cisalhamento deverá ser
executada ou pela equipe de montagem da estrutura metálica ou pela equipe de montagem da Telha-
fôrma. Estes conectores somente deverão ser aplicados após o término da montagem da Telha-fôrma,
sendo fixados às vigas através das ondas baixas dos painéis.
Para executar seu trabalho, o aplicador deverá estar munido de um diagrama de locação dos conectores,
com a correta indicação da quantidade e da distribuição destes ao longo do comprimento das vigas. Este
diagrama deverá ser fornecido ao aplicador pelo engenheiro calculista da estrutura metálica da edificação.
Em estruturas cujas lajes são executadas com Telha-fôrma, o conector de cisalhamento mais utilizado para
as vigas é o pino do tipo Stud Bolt. Estes conectores deverão ser soldados nas vigas, através da Telha-
fôrma, mediante uma solda por eletrofusão. Conforme já dito antes, para que esta solda seja executada
corretamente, é fundamental que as faces superiores das vigas estejam limpas e principalmente sem
pintura e secas. A umidade é um fator que exerce uma influência desfavorável na solda dos Stud Bolts.
Portanto, para que a qualidade da solda não seja comprometida é recomendável que a aplicação dos
conectores ocorra logo após a montagem da Telha-fôrma, impedindo a possibilidade de acúmulo de água
entre os painéis e a face superior das vigas de aço. Para evitar esta umidade é recomendável que, ao final
de um dia de trabalho, sejam aplicados todos os conectores correspondentes às regiões com Telha-fôrma
já montado.
É importante lembrar que, para instalação dos
conectores, deverá ser providenciado, se
necessário, um gerador ou transformador que
atenda as especificações do equipamento de
aplicação dos conectores “Stud Bolts” (ver figura
6.18).

Para que não exista queda de tensão durante o


processo de solda, a distância do local de
aplicação dos conectores ao ponto de energia
elétrica deverá ser inferior à 30m. Ainda, o
equipamento de solda deverá estar localizado a
no máximo 5,00m de seu aterramento.

Para as vigas perpendiculares às nervuras da


Telha-fôrma, os conectores são instalados
através dos painéis. Após a soldagem dos
conectores é formado um cordão de solda na
base destes. Este cordão de solda, indiretamente,
faz a fixação da Telha-fôrma nas vigas. Portanto,
nestes casos, nas ondas baixas onde ocorrer à
instalação de conectores através da Telha-fôrma,
Figura 6.18 – Esquema típico do aparato necessário para a a solda bujão para a fixação dos painéis poderá
solda dos conectores de cisalhamento “Stud Bolt”
ser dispensada, podendo ser substituída pela
solda dos conectores.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

6.8. ARMADURAS ADICIONAIS E CONCRETAGEM

Após a conclusão da montagem da Telha-fôrma e da instalação dos conectores de cisalhamento, o


construtor poderá dar início às atividades relacionadas com o fornecimento e a instalação das armaduras
adicionais das lajes. Estas armaduras deverão estar representadas e detalhadas em um desenho de
armação, geralmente fornecido pelo calculista de concreto armado da obra. Somente após o recebimento
deste desenho de armação é que a equipe de trabalho do construtor deverá iniciar suas atividades sobre a
plataforma de trabalho.

As armaduras adicionais são constituídas em grande parte por telas soldadas, que deverão ser
posicionadas próximo ao topo do concreto, com recobrimentos da ordem de 2,00cm. Para que sejam
evitadas futuras fissuras na superfície do concreto, é muito importante que seja obedecido o
posicionamento correto das armaduras em tela.

As regiões de balanço da Telha-fôrma e as regiões


de aberturas sem vigas de contorno deverão estar
previamente locadas no desenho de armação, o
qual deverá indicar as armaduras de reforço
adequadas (ver figura 6.19).

Figura 6.19 – Armadura de reforço em abertura sem


vigas de contorno

Ao colocar as armaduras de reforço nas aberturas sem vigas de contorno, o construtor deverá também
prever o uso de uma fôrma lateral, em isopor ou madeira, para que o concreto seja isolado da região do
vazio (ver figura 6.20). É importante lembrar que a Telha-fôrma somente deverá ser recortada após a cura
do concreto.

Figura 6.20 - Fôrma de isopor ou madeira em aberturas pequenas

A junção das peças da Telha-fôrma (na região das


vigas de suporte) é realizada de topo, geralmente
sem trespasse entre os painéis. Na junção entre
os painéis, a critério da fiscalização da obra, o
construtor poderá utilizar uma fita adesiva (tipo fita
crepe), evitando possíveis vazamentos de nata de
cimento durante a concretagem e proporcionando
um melhor acabamento na parte inferior da laje
(ver figura 6.21). Figura 6.21 - Fita para vedação dos painéis

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Manual Técnico de Telha-fôrma

Antes de executar a concretagem das lajes, o


construtor deverá realizar uma limpeza geral na
superfície da Telha-fôrma utilizando jato de água.
Uma fina camada de óleo na superfície dos painéis
é aceitável, porém todas as sujeiras e impurezas
que possam afetar a resistência do concreto
deverão ser eliminadas.
Figura 6.22 - Concretagem de laje com Telha-fôrma

A concretagem das lajes deverá ser realizada com cautela, de forma a evitar o acúmulo de materiais e de
pessoal sobre a plataforma. Em hipótese alguma deverá ser permitida a formação de “bolos” de concreto
durante o lançamento (ver figuras 6.22, 6.23 e 6.24).

Figura 6.23 – Concretagem incorreta - Acúmulo de Figura 6.24 - Concretagem Correta – Sem acúmulo de
materiais e de pessoas sobre a plataforma materiais e de pessoas sobre a plataforma

Caso o lançamento do concreto tenha que ser interrompido sem que toda a superfície da laje tenha sido
concretada, recomenda-se que as interrupções sejam executadas fora dos eixos das vigas de suporte, da
seguinte forma:

 Na região sobre vigas perpendiculares às nervuras: deve-se executar a interrupção a uma distância
equivalente à 1/3 do vão dos painéis;
 Na região sobre vigas paralelas às nervuras: recomenda-se que a interrupção ocorra antes do eixo
da viga, a cerca de 1,00m de seu eixo.

É importante lembrar que o construtor deverá sempre consultar o calculista de concreto, para sejam
definidos os detalhes sobre as juntas de concretagem ao longo da superfície da laje.

Caso necessário, pode-se executar a concretagem e o polimento da superfície de concreto através de


equipamento automatizado. Entretanto, antes da operação, é recomendável que o construtor consulte
Departamento Técnico da METFORM, fornecendo aos técnicos dados referentes às características
geométricas e ao peso dos equipamentos utilizados.
Após o término da concretagem, deve-se executar a cura do concreto das lajes, de maneira similar ao
processo usual das lajes maciças em concreto armado. O calculista de concreto sempre deverá ser
consultado, para que seja especificado o tipo de cura a ser adotada bem como seu tempo de duração.
Após a cura do concreto, deve-se zelar para que sejam aplicadas sobre a laje apenas as sobrecargas
previstas nos projetos. Deve-se evitar o armazenamento, mesmo que provisório, de materiais sobre a
superfície das lajes. Caso sejam aplicadas cargas elevadas, estas deverão ser posicionadas próximo ou
sobre as vigas de suporte, distribuídas por meio de peças de madeira.

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Manual Técnico de Telha-fôrma

7. RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA CONECTORES “STUD BOLTS”

Os conectores de cisalhamento, pino com cabeça, comercializados pela METFORM têm certificação para
solda thru deck conforme AWS D1.1-92 e apresentam diâmetro igual a 19mm. Para as Telhas-fôrma
MF 50 recomenda-se uma altura nominal do conector de 110mm e para o MF 75 uma altura nominal de
135mm. Para atingir o máximo desempenho dos Studs Bolts deverão ser seguidos os seguintes
procedimentos:

7.1. CONDIÇÕES ADEQUADAS

7.1.1. Para conectores, cerâmicas e local de soldagem

No ato da soldagem os conectores deverão estar isentos de ferrugem, carepa de laminação, óleo, graxas,
umidade ou de outra substância que possa afetar adversamente a operação de soldagem.
Os conectores não deverão ser pintados, zincados, cadmiados ou receberem nenhum outro tipo de
revestimento que prejudique o sistema de soldagem antes de serem soldados.
Os locais onde os conectores serão soldados deverão estar livres de ferrugem, carepa de laminação,
umidade, pintura, etc. Poderão ser limpos com escova de aço, descamador, lixadeira, etc.
As cerâmicas deverão ser mantidas secas, limpas, em embalagens à prova de umidade. Quaisquer
cerâmicas que mostrarem sinais de umidade na superfície deverão ser secas em estufa a 120ºC por duas
horas antes de serem usadas. Após a soldagem todas as cerâmicas deverão ser quebradas e o local
devidamente limpo.

7.1.2. Para operação do equipamento de solda

Os conectores do tipo Stud Bolt deverão ser soldados com equipamento adequado para aplicação por
eletrofusão. A voltagem, a amperagem de trabalho, o tempo de operação e a regulagem da pistola deverão
seguir as orientações das tabelas fornecidas pelo fabricante do equipamento.
A regulagem da pistola, a voltagem, a amperagem de trabalho e o tempo de operação para a soldagem
através das Telhas-fôrma são completamente diferentes daquelas de soldagem diretamente sobre as vigas
de aço. Para soldagem através das Telhas-fôrma ou diretamente sobre as vigas de aço, as orientações do
fabricante do equipamento deverão ser seguidas.
Para uma instalação adequada recomendamos que a obra ofereça energia elétrica trifásica com potência
igual a 250kVA com voltagem igual a 220V, 380V ou 440V.
Para a ligação do equipamento de solda à fonte de energia elétrica, recomenda-se o uso de cabos rígidos
de diâmetro acima de 4/0AWG, com o menor comprimento possível, a fim de se evitar perdas de potência
no sistema. O comprimento máximo do cabo de alimentação até a fonte de ligação não deverá ultrapassar
30m e o cabo terra 5m. A distância do equipamento ao ponto de aplicação do pino deverá ser inferior a 60m
do conector. Caso não se obtenha amperagem adequada para a soldagem, recomenda-se o encurtamento
do cabo de ligação e/ou a utilização de dois cabos 4/0AWG em paralelo.
Quando em operação, a pistola de soldagem deverá estar posicionada na posição adequada e mantida
imóvel até que a fusão e a solidificação dos materiais sejam completadas.
Se mais de uma pistola for operada através de um mesmo equipamento de solda, deverão existir
dispositivos de bloqueio de forma que somente uma pistola esteja funcionando de cada vez. A segunda
pistola somente deverá entrar em operação após o término da soldagem da primeira pistola e assim
sucessivamente.

7.1.3. Para a superfície de soldagem: solda através da Telha-fôrma

Cuidados extremos deverão ser tomados ao se fazer à soldagem dos conectores através das Telhas-fôrma:
 As Telhas-fôrma deverão estar firmemente em contato com a viga de aço;

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Manual Técnico de Telha-fôrma

 A presença de pintura no flange superior das vigas e/ou na face inferior das Telhas-fôrma, sujeiras,
óleos, graxas, ferrugem, umidade e principalmente lâminas d’água são extremamente danosos à
soldagem, comprometendo a fusão dos materiais e causando porosidade nas soldas;
 Toda a tinta na região de instalação dos conectores deverá ser retirada. Para o caso de Telhas-
fôrma previamente pintadas deverão ser realizadas aberturas com serra copo antes da instalação
dos conectores. Deverão ser utilizadas brocas com diâmetro igual a 24mm para conectores com
diâmetro igual a 19mm. Os conectores deverão ser soldados diretamente nas vigas de aço dentro
das aberturas previamente executadas;
 Toda umidade existente sobre as Telhas-fôrma ou lâmina d’água existente entre as Telhas-fôrma
e as vigas de aço deverá ser completamente eliminada antes da solda dos conectores.

A colocação de Telhas-fôrma sobre as vigas deverá ser realizada somente em tempo seco e deverá ser
imediatamente seguida pela colocação dos conectores. Ao final de um dia de trabalho todos os conectores
Stud Bolt relativos aos painéis de Telhas-fôrma já montadas deverão estar soldados. Nenhum painel de
Telhas-fôrma deverá ser deixado sobre a estrutura sem a execução da solda dos conectores.

A soldagem não deverá ser executada através de duas espessuras de painéis de Telhas-fôrma. Nas
emendas transversais não deverão existir trespasses entre os painéis de Telhas-fôrma.

A corrente e o tempo de aquecimento para soldagem do conector Stud Bolt, deverão seguir as
recomendações do fabricante do conector.

7.2. TESTES DE APLICAÇÃO DO STUD BOLT

7.2.1. Testes para qualificação do equipamento e dos procedimentos de soldagem


Início da obra

Devido a variações encontradas (voltagem, amperagem, condições climáticas, etc.), faz-se necessário a
aplicação de testes de qualificação no procedimento de soldagem. Os testes deverão ser aplicados em todo
o início de operação de soldagem de conectores. Estes testes de qualificação deverão ser executados no
campo, utilizando-se materiais representativos das condições normais de uso, tais como, conectores,
equipamentos, etc.

Após estarem estabelecidas as regulagens do equipamento e os parâmetros de soldagem, a operação


deverá ser iniciada, seguindo-se de uma inspeção visual do contorno da solda. Na região de fusão deverá
haver filete de solda em todo o perímetro da base dos conectores.

Conectores soldados diretamente sobre a viga de aço deverão ser dobrados em um ângulo de 30º com a
vertical. O procedimento de soldagem diretamente sobre a viga estará qualificado se pelo menos dois
conectores consecutivamente instalados não apresentarem sinais de fratura ou rompimento na solda.

Conectores soldados sobre as Telhas-fôrma deverão ser dobrados em um ângulo de 90º com a vertical. O
procedimento de soldagem através das Telhas-fôrma estará qualificado se pelo menos dez conectores
consecutivamente instalados não apresentarem sinais de fratura ou rompimento na solda.

Para o dobramento dos conectores deverá ser utilizado um tubo ou um martelo.

7.2.2. Testes para aferição e inspeção, antes do início da soldagem em escala


Início de turno de trabalho

Tanto para soldas diretamente sobre a viga ou através das Telhas-fôrma podem ser necessárias,
diariamente, alterações na regulagem do equipamento. Neste caso, no início da operação, antes da

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soldagem em escala, deverão ser testados pelo menos dois conectores, soldados consecutivamente. Para
este teste a seguinte sequência deverá ser obedecida:
 Os cordões de solda dos conectores deverão ser examinados visualmente. Deverá haver filete de
solda em todo o contorno da região de fusão;
 Os conectores deverão ser dobrados em um ângulo de 30º com a vertical e não deverão apresentar
sinais de fratura ou rompimento na solda. A operação em escala somente deverá ser iniciada após
a soldagem e aprovação do ensaio de dobramento de dois conectores consecutivos.
 O dobramento dos conectores deverá ser realizado utilizando-se um tubo ou um martelo;
É considerada alteração de regulagem qualquer uma entre as seguintes situações:
 Troca de pistola e/ou mudanças no ajuste lift e plunge;
 Alteração no tempo de soldagem;
 Troca de fonte de energia;
 Mudança no comprimento total ou na bitola dos cabos de soldagem;
 Variações maiores que 5% no ajuste de amperagem.

7.2.3. Testes para controle e inspeção


(Soldagem em escala)

Durante a operação em escala, se alguma solda não apresentar filete em todo o seu contorno, o respectivo
conector deverá ser testado. Este deverá ser dobrado a um ângulo de 15º com a vertical, no sentido
contrário à região com falta de filete. Se não houver sinais de fratura ou rompimento na solda, a soldagem
poderá ser considerada satisfatória. A critério da fiscalização da obra, o conector poderá ou não ser
retornado à posição original. O procedimento descrito neste item deverá ser adotado sempre que for
colocada em dúvida a fusão de algum conector.

Após a realização do teste, caso a soldagem não seja considerada satisfatória, o conector deverá ser
retirado e o local da soldagem deverá ser lixado. Caso o material base da viga tenha sido arrancado
juntamente com o conector, a região de soldagem deverá ser preenchida com solda manual de filete antes
da aplicação do novo conector.

A critério do responsável técnico pela instalação dos conectores e com a aprovação da fiscalização da obra,
o conector com filete incompleto poderá ser recuperado utilizando-se solda manual com eletrodo E-70XX
em todo o seu contorno. Deverão ser utilizadas soldas manuais com dimensões iguais a: 5mm para
conector com diâmetro 10mm e 10mm para conector com diâmetro 19mm.

O conector cujo cordão foi recuperado com solda manual deverá ser testado conforme procedimento acima.

Caso ocorra, durante a aplicação dos conectores, um índice igual ou maior a 7% de pinos sem filetes em
todo o contorno ou com a soldagem colocada em dúvida, a regulagem do equipamento deverá ser refeita
conforme os testes para calibração e inspeção e o teste de controle e inspeção. Caso necessário os
procedimentos de soldagem em escala deverão ser repetidos.

7.3. RECOMENDAÇÃO FINAL

No caso de quaisquer dúvidas relativas à operação e/ou aos procedimentos indicados nessas
recomendações, deverão ser consultados os responsáveis técnicos pela instalação, pela fiscalização da
obra, pelo cálculo e projeto da estrutura de aço.

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8. REQUISITOS E ENSAIOS CONFORME NBR 16421:2015

Em outubro de 2015 a ABNT publicou a norma NBR 16421:2015, elaborada pelo Comitê Brasileiro de
Siderurgia (ABNT/CB-028) e pela Comissão de Estudo de produtos planos (CE-028:000.003)
estabelecendo requisitos e ensaios aos quais devem atender a Telha-fôrma para ser considerada como
colaborante para laje mista aço-concreto.

8.1. DIMENSÕES, TOLERÂNCIAS E REQUISITOS ESPECÍFICOS

Os aços aprovados para o uso na fabricação das Telhas-fôrma são aqueles com qualificação estrutural
conforme as normas NBR 7008-3:2012 e NBR 7013:2013, desde que possuam relação entre a resistência
a ruptura e a resistência ao escoamento não inferior a 1,08 e resistência ao escoamento mínima de
280MPa.

O fabricante da Telha-fôrma deve garantir que a espessura mínima das chapas seja igual ou superior a
95% da espessura nominal especificada de projeto, exceto nas regiões de dobra, que podem sofrer redução
de espessura em virtude do processo de conformação a frio.

A profundidade mínima das mossas deve ser de 90% da profundidade nominal especificada. A
profundidade nominal é a mesma do protótipo enviado para o laboratório para ensaio específico para
obtenção das Tabelas 4.3 e 4.4 (páginas 15 e 16).

Dimensão Faixa de Altura Tolerância


Símbolo
Nominal (mm) (mm)
hF ≤ 50 ±2
hF
Altura 50 ≤ hF ≤ 150 ±4
hF ≥ 50 ±6
Lu ≤ 50 ±5
Largura Útil Lu 50 ≤ Lu ≤ 150 ± 10
Lu ≥ 50 ± 15

Comprimento L - ± 10

Alinhamento 0,3% Lu
Longitudinal fa - <8

Tabela 8.1 - Tolerância em relação às dimensões nominais

8.2. DIMENSIONAMENTO

A verificação da laje mista de aço e concreto, incluindo a Telha-fôrma colaborante de aço deve ser feita
com base na NBR 8800:2008. Deve ser adotado os requisitos previstos no Eurocode 4 Part 1-1 ou CSSBI
S2 ou ANSI/ASCE 3, para assegurar o nível de segurança previstos na NBR 8800:2008.

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9. BIBLIOGRAFIA

NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios.

NBR 14762:2010 - Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio.

NBR 14323:2013 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios em
situação de incêndio.

NBR 16421:2015 - Telha-fôrma de aço colaborante para laje mista de aço e concreto - Requisitos e
ensaios.

NBR 14432:2001 - Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações -


Procedimento.

NBR 6118:2014 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento.

NBR 7008-3:2012 - Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zinco-ferro pelo processo
contínuo de imersão a quente Parte 3: Aços estruturais.

NBR 7013:2013 - Chapas e bobinas de aço revestidas pelo processo contínuo de imersão a quente -
Requisitos gerais.

Eurocode 4:1994: Design of composite steel and concrete structures - Part 1-1: General rules and rules for
buildings.

CSSBI – Canadian Sheet Steel Building Institute.

CSSBI S2:2008 - Criteria for the Testing of Composite Slabs.

SDI – Steel Deck Institute, Inc. Design Manual for Composite Decks, Form Decks, and Roof Decks (2011)

ANSI/ASCE 3 - Standard For The Structural Design Of Composite Slabs (ANSI/ASCE 3-91) And Standard
Practice For Construction And Inspection Of Composite Slabs (ANSI /ASCE 9-91).

ABNT/CB-028 - Comitê Brasileiro de Siderurgia.

ANSI/AWS D1.1-92 - AMERICAN WELDING SOCIETY - “Structural Welding Code – Steel - American
Welding Society, Miami, Florida – 1991.

Norma Regulamentadora NR 18 - item 18.18 - “Serviços em Telhados”.

NBR 16401-3:2008 - Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários - Parte 3: Qualidade do


ar interior.

IBTS (Prefixo “Q”) - Instituto Brasileiro de Telas Soldadas.

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