NBR 6122 Modificações

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NBR 6122/2019 atualizada: Nova norma

de fundações
Por
 gustavocruz01
 -
 27/03/2020 
21468
 
3

A NBR 6122/2019 trata-se de uma norma regulamentadora de projetos e


execução de fundações de qualquer tipo de estrutura especificada como
convencional na Engenharia Civil.

Esta norma foi criada em 1986, passando por modificações no ano de 2010 e
recentemente foi publicada sua mais nova revisão em 2019. A nova revisão da
norma compreende alterações e incrementos importantes para o avanço e
continuidade dos projetos de fundações.

Se você quer saber quais foram às alterações dessa nova revisão, como isso irá
afetar a execução de projetos e obras de fundações e como proceder com essas
mudanças em seus projetos, leia este artigo até o final.

O que está diferente na NBR 6122?


A nova revisão da norma contempla significativas mudanças e
complementações, as principais alterações estão nos seguintes tópicos: análise
de interação fundação-estrutura; cálculo de fundações profundas através de
métodos estáticos; simplificação do texto para bloco de concreto;
excentricidades de estacas isoladas e estacas dispostas segundo um
alinhamento; efeito de vento nas fundações; estacas escavadas moldadas “in-
loco”; mudança de texto no item fundações em sapata ou tubulões e prova de
carga.

A seguir serão esclarecidas e exemplificadas as alterações de cada um dos itens


citados acima:

Análise de interação fundação-estrutura (NBR 6122)


A análise de interação fundação-estrutura ou solo-estrutura é definida como a
ponderação das deformações do solo e como tais deformações se inter-
relacionam com a superestrutura. Na nova revisão a NBR 6122/2019 cita
exatamente quais são os tipos de estruturas nas quais deve ser realizada
obrigatoriamente a analise de interação fundação-estrutura.

Versão antiga (NBR 6122/2010):

Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações pode influenciar na


distribuição de esforços, deve-se estudar a interação solo-estrutura ou
fundação-estrutura.

Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações pode influenciar na


distribuição de esforços, deve-se estudar a interação solo-estrutura ou
fundação-estrutura, sendo obrigatório nos seguintes casos:

a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total,


tais como silos e reservatórios;

b) estruturas com mais de 55 m de altura, medida do térreo até a laje de


cobertura do último piso habitável;
c) relação altura/largura (menor dimensão) superior a quatro;

d) fundações ou estruturas não convencionais.

Cálculo de fundações profundas através de métodos


estáticos (NBR 6122)
No decorrer desses nove anos desde a última atualização da norma, é notória
uma queda exponencial na qualidade da execução de fundações profundas, isso
principalmente desencadeado pela vasta concorrência comercial, além da
ausência de preparo dos operadores de equipamentos. E isso sucedeu muito
provavelmente a seguinte alteração nos textos da norma:

Versão Antiga (NBR 6122/2010):

A versão de 2010 dizia que no caso específico de estacas escavadas (Hélice


Contínua, Estaca Escavada Mecanicamente, Estacão, etc.), a carga total
admissível deve ser no máximo 1,25 vezes a resistência do atrito lateral
calculada na ruptura, ou seja, no máximo 20% da resistência total devem ser
suportadas pela ponta da estaca. Isso significa dizer que 80% da carga total
deve ser transferida pelo atrito/aderência lateral.

A versão antiga especificava ainda que quando RP > 0,20 RT, o processo
executivo de limpeza da ponta deve ser especificado pelo projetista e ratificado
pelo executor.

Radm ≤ 1,25.RT

 RP ≤ 0,20 RT ≤ 0,20 (RP + RL)

Onde:

Radm= Carga Admissível da estaca;

RL= Carga devida ao atrito lateral na ruptura;

RP= Resistência de ponta.


Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

Na nova revisão a norma admite que a resistência da ponta terá como limite
superior o valor da resistência por atrito lateral:

RP < RL e Padm = ( RP + RL ) / 2.

Caso o contato efetivo entre o concreto e o solo firme ou rocha não possa ser
assegurado pelo executor, o projeto deve ser revisto: os comprimentos das
estacas devem ser ajustados, na verificação do ELU (Estado Limite Último), à
condição de resistência nula na ponta:

Rp = 0 e Padm = RL / 2

Simplificação do texto para bloco de concreto 


A respeito do item que se refere ao dimensionamento dos blocos de concreto
(fundação rasa), o texto foi simplificado apenas para a condição do ângulo (β ≥
60º).

Versão Antiga (NBR 6122/2010):

Versão Atualizada (NBR 6122/2019):


Excentricidades de estacas isoladas e estacas
dispostas segundo um único alinhamento 
Versão Antiga (NBR 6122/2010)

Na versão de 2010 a norma proibia o uso de estacas de diâmetro ou bitolas


inferiores a 30 cm, sem travamento. Para estacas metálicas, a norma
especificava que o diâmetro a ser considerado seria aquele do círculo
circunscrito.

Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

A nova revisão eliminou a restrição do o primeiro parágrafo da NBR 6122/2010,


especificando apenas que as estacas isoladas e estacas dispostas segundo um
único alinhamento devem ser projetadas com observância ao item 8.4.2, de
modo a suportar os momentos introduzidos por excentricidades executivas
estimadas pelo projetista. Basicamente o item 8.4.2 diz que todo projeto deve
considerar o comportamento gerado por esforços horizontais ou momentos no
dimensionamento das fundações, pois os mesmos podem gerar em estacas e
tubulões a plastificação do solo ou do elemento estrutural.

Efeito de vento nas fundações (NBR 6122)


A respeito do cálculo em termos de valores característicos para o efeito do
vento em fundações, a nova revisão realizou seguinte alteração:

Versão Antiga (NBR 6122/2010):


De acordo com a norma antiga de 2010, quando a verificação das solicitações
fosse realizada considerando-se as ações nas quais o vento fosse à ação
principal, os valores de tensão admissível de sapatas e tubulões, as cargas
admissíveis em estacas poderiam ser majorados em até 30%.

Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

Segundo a nova norma, esse coeficiente de majoração cai pela metade, ou


seja, quando se tratar de solicitações obtidas de combinações de ações nas
quais o vento é a ação variável principal, os valores de tensão admissível de
sapatas e tubulões, as cargas admissíveis em estacas podem ser majoradas em
até 15%.

Estacas escavadas moldadas in-loco (NBR 6122):


Este talvez seja o item (8.6.3) que sofreu a maior alteração com a nova
revisão, ele se refere ao tipo de concreto e seus coeficientes de segurança. A
mudança mais drástica foi sem duvidas, os valores da resistência máxima
característica de projeto. Na nova versão os valores dependem estritamente da
classe de agressividade ambiental (CAA) conforme a ABNT NBR 6118, o que
justifica a elevação dos valores da resistência.

Essa alteração afeta principalmente o setor orçamentário das construções, visto


que quando se aumenta o fck (resistência característica do concreto a
compressão), o gasto para produção se torna maior, sendo assim repassado
para o valor final dos empreendimentos.

Quanto à armadura, a nova norma está diferente também, onde o modelo de


cálculo é alterado pela retirada do termo “tensão média” abaixo da qual é
necessário armar, sendo agora apenas “tensão de compressão simples atuante”
da qual não é necessário armar.

Versão Antiga (NBR 6122/2010):


Versão Atualizada (NBR 6122/2019):
Fundações em sapatas ou tubulões 
No item 9.2.1 houve uma alteração no texto, onde o novo texto aborda de
maneira diferente por quem o solo de apoio de sapatas e tubulões deve ser
aprovado, mais especificamente a palavra “engenheiro” foi substituida por
“profissional habilitado”, consequentemente deixando uma margem de
interpretação.

Versão Antiga (NBR 6122/2010):


Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

Quanto à prova de carga 


Quanto ao item que se trata das provas de carga e quando devem ser
realizadas, o texto continuou muito parecido, porém algumas condições foram
adicionadas.

Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

Na nova revisão da norma são adicionados alguns parágrafos, onde é


especificado que nas obras em que os carregamentos principais provenientes
da estrutura, nas condições de utilização mais frequentes durante a vida útil,
forem os esforços de tração ou os esforços horizontais, é obrigatória a
execução de prova de carga específica à tração ou esforço horizontal, com os
mesmos critérios citados nesta subseção.

Avaliação técnica do projeto (NBR 6122)


Na versão antiga da norma (NBR 6122/2010) não existia definição para a
avaliação técnica de projeto.

Versão Atualizada (NBR 6122/2019):

A avaliação técnica do projeto é essencial e obrigatória nos casos citados em


9.1 e deve ser conduzida antes da construção, de preferência simultaneamente
com a fase de projeto.

O item 9.1 diz que o desempenho das fundações é verificado por meio de pelo
menos o monitoramento dos recalques medidos na estrutura, sendo obrigatório
nos seguintes casos:
a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total,
tais como silos e reservatórios;

b) estruturas com mais de 55,0 m de altura do piso do térreo até a laje de


cobertura do último piso habitável;

c) relação altura/largura (menor dimensão) superior a quatro;

d) fundações ou estruturas não convencionais.

Essas foram as principais alterações na nova revisão da norma, caso ainda


tenha alguma dúvida ou queira saber mais sobre o assunto de fundações clique
aqui para acessar gratuitamente o meu minicurso.

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FUNDAÇÕES
Veja o que mudou na NBR 6122:
2019 – Norma de fundações
 APL Engenharia, 12 meses atrás  3  61 min leitura  46613
COMPARAÇÃO ENTRE AS NORMAS DE FUNDAÇÃO NBR 6122:2010 e NBR
6122:2019 Urbano Rodriguez Alonso (30/09/2019)

1 – INTRODUÇÃO
A atualização das Normas Técnicas é um processo importante e necessário
para adequar as exigências às novas práticas e inovações desenvolvidas pelo
mercado. A última revisão da Norma de Fundações havia sido realizada em
2010 (ABNT NBR 6122:2010 – Projeto e Execução de Fundações) que passou
pelo processo de atualização mobilizando a comunidade geotécnica, desde
2016, sendo submetido à consulta pública e aprovada 30/09/2019.

Apenas para restituir “o caminho” percorrido por esta Norma de Fundações


apresentamos o histórico de sua evolução. O primeiro engenheiro a fazer um
histórico desse “caminho” foi o professor Milton Vargas em artigo publicado na
revista da DIRENG de maio de 1993, sob o título “PROVAS DE CARGA EM
ESTACAS – UMA APRECIAÇÃO HISTÓRICA” disponível no site
www.portaldageotecnia.com.br .

O primeiro esboço de anteprojeto da Norma de Fundações (que tomaria o no


NB-51) foi elaborado pela ABMS em 29/03/1959 quando esta Associação era
presidida pelo engo Samuel Chamecki (1958 – 1960) tendo como vice-
presidente o engo Antônio Dias Ferraz Napoles Neto, secretário o engo José
Machado e tesoureiro o engo Euler Rocha. Participaram desse esboço os
engos A. J. da Costa Nunes, A.D. Ferraz Napoles Neto e José Machado. O
Conselho Diretor da ABMS, aprovando e dando curso à iniciativa, nomeou a
Comissão constituída pelos engos Odair Grillo, Milton Vargas, A.J. da Costa
Nunes, Lauro Rios e A.D. Ferraz Napoles Neto que, em 31/03/1959, concluiu
um anteprojeto de Norma, distribuído aos associados para receber emendas e
sugestões, até 15/01/1960.

A comissão para apreciar as sugestões e elaborar o projeto final foi a mesma já


mencionada acrescida dos engos Mário Brandi Pereira e Othelo Machado. Esse
texto foi encaminhado à ABNT e resultou na norma NB-51/1960.

Esta norma NB-51/1960 foi cancelada e substituída pela NB-51/1978 e


posteriormente pela NBR 6122:1996 que foi novamente cancelada e substituída
pela NBR 6122:2010 e, finalmente, por esta que se comenta a seguir, a NBR
6122:2019.

2 – COMPARAÇÃO ENTRE OS ITENS RELEVANTES


DAS DUAS NORMAS E COMENTÁRIOS
Na sequência apresentam-se as principais diferenças entre as norma NBR
6122:2010 e NBR 6122:2019 comparando-se os itens comuns às duas normas
e apresentando os itens novos que não constavam da Norma anterior. Os itens
em que apenas houve ajuste de redação deixam de ser comparados.

Por exemplo: todas denominações de tensão ou carga de projeto foram


substituídas por …de cálculo. O termo coeficiente de segurança foi substituído
por fator de segurança. Para melhor entendimento complementa-se, quando
importante, com os comentários que levaram a essas diferenças e inclusão de
novos itens.

Como a numeração dos itens mudou de uma Norma para a outra, a


comparação será feita citando-se o item do tema e a seguir como se encontra
na NBR 6122:2010 e na NBR 6122:2019 seguido pelos comentários, quando
pertinentes.

Somente serão apresentados aqueles itens onde houve mudança significativa


ou quando não constavam da NBR 6122:2010. Os itens serão apresentados na
sequência que constam na atual NBR 6122:2019.

3 – TERMOS E DEFINIÇÕES
3.1) ações variáveis efêmeras (ou transitórias, ou de curta duração)

NBR 6122:2010 – não constava esta definição.

NBR 6122:2019 – ações variáveis especiais que atuam por curtos intervalos de
tempo (duração máxima de um dia) e com baixa frequência de ocorrência
(menos de três dias por semana).

Comentário: É o caso típico da ação do vento que teve sua consideração de


ação nas fundações modificada para estruturas “altas” conforme se expõe no
item 6.3.2. Ver nosso comentário no item 6.3.2 à frente.

3.2) atrito negativo

NBR 6122:2010 – o atrito lateral é considerado negativo quando o recalque do


solo é maior que o recalque da estaca ou tubulão. Esse fenômeno ocorre no
caso do solo estar em processo de adensamento, provocado pelo seu próprio
peso, por sobrecargas lançadas na superfície, por rebaixamento do lençol
freático, pelo amolgamento da camada mole compressível decorrente da
execução do estaqueamento, etc.

NBR 6122:2019 – atrito lateral que solicita estacas ou tubulões quando o


recalque do solo adjacente é maior do que o recalque dos elementos de
fundação. Esse fenômeno ocorre no caso do solo estar em processo de
adensamento, provocado pelo seu próprio peso, por sobrecargas lançadas na
superfície, por rebaixamento do lençol freático, pelo amolgamento da camada
mole compressível decorrente da execução do estaqueamento, etc.

3.3) bloco

NBR 6122:2010 – elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado


de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo
concreto, sem necessidade de armadura.

NBR 6122:2019 – elemento de fundação rasa de concreto ou outros materiais


tais como alvenaria ou pedras, dimensionado de modo que as tensões de
tração nele resultantes sejam resistidas pelo material, sem necessidade de
armadura.

3.4) bloco de coroamento

NBR 6122:2010 – não constava esta definição

NBR 6122:2019 – bloco estrutural que transfere a carga dos pilares para os
elementos de fundação profunda.

3.5) broca

NBR 6122:2010 – existia como caso particular de estaca escavada


mecanicamente.

NBR 6122:2019 – fundação profunda perfurada com trado manual, preenchida


com concreto, com comprimento mínimo de 3,0 m, utilizada para pequenas
construções, com carga limitada a 100 kN.

3.6) carga admissível de uma estaca ou tubulão

NBR 6122:2010 – força adotada em projeto que, aplicada sobre a estaca ou


sobre o tubulão isolados atende, com coeficientes de segurança
predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques,
vibrações etc.). Esta grandeza é utilizada quando se trabalha com ações em
valores característicos.
NBR 6122:2019 – máxima carga que, aplicada sobre a estaca ou sobre o
tubulão isolados atende, com fatores de segurança predeterminados, aos
estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações etc.). Esta
grandeza é utilizada no projeto quando se trabalha com valores característicos
das ações.

Nota: Esta grandeza é utilizada no projeto quando se trabalha com ações em


valores característicos.

3.7) carga de ruptura de uma fundação

NBR 6122:2010 – carga aplicada à fundação que provoca deslocamentos que


comprometem sua segurança ou desempenho.

NBR 6122:2019 – carga que, se aplicada à fundação, provoca perda do


equilíbrio estático ou deslocamentos que comprometem sua segurança ou
desempenho; corresponde à força resistente última (geotécnica) da fundação.

3.8) carga de trabalho de estacas

NBR 6122:2010 – carga efetivamente atuante na estaca em valores


característicos.

NBR 6122:2019 – carga efetivamente atuante na estaca em valores


característicos; a tensão de trabalho da estaca corresponde à carga de trabalho
dividida pela área da seção transversal.

3.9) cota de arrasamento

NBR 6122:2010 – nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou do


tubulão, de modo a possibilitar que o elemento de fundação e sua armadura
penetrem no bloco de coroamento.

NBR 6122:2019 – nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou do


tubulão, de modo a possibilitar a integração estrutural entre o elemento de
fundação (e a sua armadura) e o bloco de coroamento.

3.10) efeito de grupo de estacas ou tubulões

NBR 6122:2010 – processo de interação entre as diversas estacas ou tubulões


constituintes de uma fundação quando transmite ao solo as cargas que lhes
são aplicadas.

NBR 6122:2019 – interação entre as diversas estacas ou tubulões constituintes


de uma fundação, no processo de transmissão ao terreno das cargas que lhes
são aplicadas.

3.11) estaca
NBR 6122:2010 – elemento de fundação profunda executado inteiramente por
equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução,
haja descida de pessoas. Os materiais empregados podem ser: madeira, aço,
concreto prémoldado, concreto moldado in loco ou pela combinação dos
anteriores.

NBR 6122:2019 – elemento de fundação profunda executado inteiramente por


equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução,
haja trabalho manual em profundidade. Os materiais empregados podem ser:
madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco, argamassa,
calda de cimento ou qualquer combinação dos anteriores.

3.12) estaca de concreto moldada in loco

NBR 6122:2010 – estaca executada preenchendo-se, com concreto ou


argamassa, perfurações previamente executadas no terreno.

NBR 6122:2019 – estaca executada preenchendo-se, com concreto, argamassa


ou calda de cimento, perfurações previamente executadas no terreno, podendo
ser total ou parcialmente armada.

3.14) estaca escavada com uso de fluido estabilizante Praticamente não


houve modificação do texto. Apenas se criou o termo “estacão”.

3.15) estaca hélice monitorada com trado segmentado

NBR 6122:2010 – não constava esta definição

NBR 6122:2019 – estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a


introdução no terreno, por rotação, de segmentos de trado helicoidal de
diâmetro constante. A injeção do concreto é feita pela haste central do trado,
simultaneamente à sua retirada. A armadura é sempre colocada após a
concretagem da estaca.

3.18) força resistente de cálculo

NBR 6122:2010 – estava sob a denominação de carga resistente de projeto.

NBR 6122:2019 – valor de força resultante da divisão do valor característico da


força de ruptura geotécnica pelo coeficiente de ponderação (redução, no caso)
da resistência última.

Nota: Esta grandeza é utilizada no projeto quando se trabalha com valores de


cálculo das ações.

3.27) fundação profunda


NBR 6122:2010 – elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou
pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de
fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar
assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta,
e no mínimo 3,0 m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os
tubulões.

NBR 6122:2019 – …..a 8 vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo


3,0 m; quando não for atingido o limite de 8 vezes a denominação deve ser
justificada. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.

Comentário: A resistência de ponta de uma fundação profunda (em particular


as estacas, já que os tubulões são tratados no terceiro parágrafo do item
8.2.1.2), ao contrário da aderência lateral (resistência de fuste), depende da
tensão vertical do solo na cota da sua ponta, ou seja, da parcela γ.h, sendo γ o
peso específico do solo e h o comprimento da estaca.

Entendeu-se que o valor máximo (quando se usam os métodos semi-empíricos


para estimar a capacidade de carga de ponta) ocorre da profundidade h = 8D
para baixo. Entre a cota de arrasamento e a profundidade 8D essa resistência
de ponta deve ser reduzida, em princípio, na proporção da profundidade/8D.

Para melhor entender este aspecto da questão lembra-se que no passado as


estacas com comprimento inferior a 8D eram denominadas “estacas
intermediárias” (Figuras abaixo) por se situarem entre as fundações rasas (L/D
≤2) e as profundas (2 <L/D ≤ 8). Mas o mais importante é que a carga de ponta
dessas estacas se situava entre o valor adotado para fundações rasas e para
fundações profundas.
Fundação rasa (L/D < 2) e fundação intermediária (2 < L/D < 8)
Profundidade crítica proposta por De Beer (1972) para definir fundação
profunda
3.29) interação solo-estrutura

NBR 6122:2010 – mecanismos de análise estrutural que consideram a


deformabilidade das fundações juntamente com a super estrutura.

NBR 6122:2019 – processos de análise estrutural que consideram


conjuntamente as deformabilidades das fundações e da superestrutura.

3.30) método de valores admissíveis

NBR 6122:2010 – método em que as cargas ou tensões de ruptura são


divididos por um fator de segurança global.

Nota: As expressões constantes na NBR 6122:2010 deixam de ser aqui


expostas já que foram substituídas pelas que constam na

NBR 6122:2019 abaixo.


NBR 6122:2019 – método em que as forças ou tensões de ruptura são
divididos por um fator de segurança global e a condição de verificação da
segurança e:

Pressão admissível normativa


3.31) método de valores de cálculo

NBR 6122:2010 – estava sob a denominação método de valores de projeto

NBR 6122:2019 – método em que as forças ou tensões características de


ruptura são divididas pelo coeficiente de ponderação das resistências, as
solicitações características são multiplicadas pelos coeficientes de
ponderação, e a condição de verificação da segurança é:
Tensão resistente de cálculo
3.32) microestaca ou estaca injetada

NBR 6122:2010 – não constava esta definição

NBR 6122:2019 – estaca moldada in loco, armada, executada por perfuração


rotativa ou rotopercussiva e injetada com calda de cimento por meio de um
tubo com válvulas (manchete).

Comentário: Este tipo de estaca foi desenvolvido, no passado, pela


TECNOSOLO (prof. Antônio José da Costa Nunes) com a denominação
comercial de “presso-ancoragem”. É um tipo de fundação que tem uma
aceitação grande no mercado, porém não se poderia usar essa denominação
em uma Norma por se tratar de um nome comercial, daí se usar, atualmente,
microestaca ou estaca injetada.

3.31) movimentos verticais da fundação

Praticamente não houve mudança no conceito em relação á NBR 6122:2010.

NBR 6122:2019 – deslocamentos verticais descendentes (recalques), ou


ascendentes (levantamentos), absolutos ou relativos, conforme Figura 1.
Movimento das fundações das fundações e medidas angulares
3.25) radier

NBR 6122:2010 – elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos


os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos.

NBR 6122:2019 – elemento de fundação rasa dotado de rigidez para receber


mais do que 70% das cargas da estrutura.

3.37) rotações, deflexões e distorções decorrentes de movimentos verticais


da fundação

NBR 6122:2010 – não constava esta denominação.

NBR 6122:2019 – medidas angulares definidas na Figura 1.

3.39) sapata associada

NBR 6122:2010 – sapata comum a mais de um pilar


NBR 6122:2019 – sapata comum a dois pilares; a denominação se aplica
também a sapata comum a mais de dois pilares, quando não alinhados e desde
que representem menos de 70% das cargas da estrutura.

Comentário: A NBR 6122:2019 eliminou o termo “radier parcial” amplamente


divulgado na engenharia de fundações e que servia para definir uma fundação
rasa que abrangesse parte dos pilares da estrutura, não alinhados.
Diferenciava-se do “radier total” quando o mesmo abrangesse todos os pilares
da obra. Agora o dito “radier parcial” passa a ser denominado “sapata
associada” e “radier total” passa a ser denominado “radier” não abrangendo
necessariamente todos os pilares da obra como no passado, mas 70% das
cargas da estrutura ou mais.

3.40) sapata corrida

NBR 6122:2010 – sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente


ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento.

NBR 6122:2019 – sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente


ou de três ou mais pilares ao longo de um mesmo alinhamento, desde que
represente menos de 70% das cargas da estrutura.

3.45) tensão admissível

NBR 6122:2010 – tensão adota em projeto que, aplicada ao terreno pela


fundação superficial ou pela base de tubulão, atende com coeficientes de
segurança predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço
(recalques, vibrações etc.). Esta grandeza é utilizada quando se trabalha com
ações em valores característicos.

NBR 6122:2019 – máxima tensão que, aplicada ao terreno pela fundação rasa
ou pela base de tubulão, atende com fatoresde segurança predeterminados,
aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações etc.).
Nota: Esta grandeza é utilizada no projeto quando se trabalha com valores
característicos das ações.

3.46) tensão de ruptura de uma fundação

NBR 6122:2010 – tensão aplicada pela fundação ao solo que provoca


deslocamentos que comprometem sua segurança ou desempenho.

NBR 6122:2019 – tensão que, se aplicada pela fundação ao terreno, provoca


perda do equilíbrio estático ou deslocamentos que comprometem sua
segurança ou desempenho; corresponde à tensão resistente última
(geotécnica) da fundação.

3.47) tensão de trabalho de sapatas ou bases de tubulões


NBR 6122:2010 – não constava esta definição.

NBR 6122:2019 – tensões efetivamente atuante no terreno sob essas


fundações, em valores característicos.

3.48) tensão resistente de cálculo

NBR 6122:2010 – estava sob a denominação de tensão resistente de projeto.

NBR 6122:2019 – valor de tensão resultante da divisão do valor característico


da tensão de ruptura geotécnica pelo coeficiente de ponderação (redução, no
caso) da resistência última. Nota: Esta grandeza é utilizada no projeto quando
se trabalha com valores de cálculo das ações.

3.49) tubulão

NBR 6122:2010 – elemento de fundação profunda, escavado no terreno em


que, pelo menos na sua etapa final, há descida de pessoas, que se faz
necessária para executar o alargamento de base ou pelo menos a limpeza de
fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são
transmitidas preponderantemente pela ponta.

NBR 6122:2019 – elemento de fundação profunda em que, pelo menos na


etapa final da escavação faz-se necessário o trabalho manual em profundidade
para executar o alargamento de base ou pelo menos a limpeza de fundo da
escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são resistidas
preponderantemente pela ponta.

3.50) valores característicos das ações

NBR 6122:2010 – estava sob a denominação valores representativos das


ações.

NBR 6122:2019 – valores que equivalem, no escopo desta norma aos valores
representativos das ações definidos na ABNT NBR 8681.

3.52)valores característicos de resistências e outro parâmetro geomecânicos

NBR 6122:2010 – estava sob a denominação valores característicos de


parâmetros geomecânicos.

NBR 6122:2019 – estimativa conservadora dos valores dos parâmetro


geomecânicos que influem na ocorrência de um estado limite.

4 – INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICAS E GEOTÉCNICAS


Investigação geotécnica preliminar (NBR 6122:2010) e complementar (NBR
6122:2019)

Comentário: O segundo e terceiro parágrafos do item 4.3 da NBR 6122:2010


foram deslocados para o item 4.4 da NBR 6122:2019 que ficou assim:

Em função dos resultados obtidos na investigação geotécnica preliminar,


devido a peculiaridades do subsolo ou do projeto, ou ambas, ou ainda, no caso
de dúvida quanto à natureza do material impenetrável a percussão, pode ser
necessária uma investigação complementar, através da realização de
sondagens adicionais, instalação de indicadores de nível d´´agua, piezômetros,
ou outros ensaio de campo (sondagens rotativas, CPT, CPTU, DMT, geofísicas e
outros) e de laboratório.

Independentemente da extensão da investigação geotécnica preliminar


realizada, devem ser feitas investigações adicionais sempre que, em qualquer
etapa da execução da fundação, forem constatadas diferenças entre as
condições locais e as indicações fornecidas pela investigação preliminar, de tal
forma que as divergências fiquem completamente esclarecidas.

5 – AÇÕES NAS FUNDAÇÕES


5.3) Ações decorrentes da água superficial e subterrânea

Comentário: Neste item só houve ”ajuste de texto” do último parágrafo que


ficou assim: O efeito favorável da subpressão no alívio de cargas nas
fundações não pode ser considerado, exceto quando o projetista demonstrar
que a variabilidade foi considerada. É importante lembrar que esta
recomendação da Norma se refere a obras com subsolos em áreas urbanas,
pois se for levado em conta o efeito favorável da subpressão e, no futuro, um
novo empreendimento adjacente, com subsolo e com rebaixamento do nível de
água for executado irá prejudicar (eliminar o efeito da subpressão ) na obra.
Entretanto em obras portuárias, por exemplo, diques secos esta ação benéfica
da subpressão pode ser levada em conta. Daí porque a Norma exige que o
projetista demonstre esse efeito favorável.

5.4) Ações variáveis especiais

NBR 6122:2010 – inclui-se a palavra “variáveis” e ajustou-se o item d que ficou:

NBR 6122:2019 – d) ações variáveis efêmeras definidas nesta Norma.

Ações excepcionais (explosão, incêndio, colisão de veículos, enchentes,


sismos, etc.) devem ser consideradas de acordo com o prescrito na ABNT NBR
8681.
5.5) Análise de interação fundação-estrutura

NBR 6122:2010 – Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações


pode influenciar na distribuição de esforços, deve-se estudar a interação solo-
estrutura ou fundaçãoestrutura.

NBR 6122:2019 – Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações


pode influenciar na distribuição de esforços, deve-se estudar a interação solo-
estrutura ou fundaçãoestrutura, sendo obrigatório nos seguintes casos:

a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total,


tais como silos e reservatórios;

b) estruturas com mais de 55 m de altura, medida do térreo até a laje de


cobertura do último piso habitável;

c) relação altura/largura (menor dimensão) superior a quatro;

d) fundações ou estruturas não convencionais.

5.8) Atrito negativo

NBR 6122:2010 – A ação do atrito negativo, quando atuante deve ser


considerada no dimensionamento geotécnico e estrutural do elemento da
fundação. A ação do atrito negativo também pode ocorrer em blocos de
coroamento, vigas enterradas, reservatórios enterrados, etc.

Quando o atrito negativo for uma solicitação de valor significativo, é


recomendável que sua determinação seja muito bem avaliada através da
realização de provas de carga em estacas de comprimento tal que o atrito
positivo possa ser considerado igual ao atrito negativo nas estacas da obra.
Nestes casos as provas de carga podem ser feitas à tração, desde que a estaca
tenha armadura suficiente para suportar os esforços. Podem ser utilizados
recursos (como, por exemplo, pintura betuminosa), visando minimizar os
efeitos do atrito negativo.

NBR 6122:2019 – Sempre que houver a possibilidade de desenvolvimento de


atrito negativo, a sua ação deve ser considerada no dimensionamento
geotécnico e estrutural dos elementos de fundação, blocos de coroamento,
vigas enterradas, reservatórios e outras estruturas enterradas.

Admite-se a utilização de recurso (como, por exemplo, pintura betuminosa


(como, por exemplo, pintura betuminosa), visando minimizar os efeitos do
atrito negativo, bem como a realização de ensaios ou provas de carga para sua
melhor avaliação.
Para as verificações da segurança de estacas e tubulões em que se prevê a
ação do atrito negativo, define-se:

Pan-: a carga característica de atrito lateral negativo, na ruptura; a profundidade


da fundação onde ocorre a mudança de atrito negativo para positivo é
chamada de ponto neutro;

Rllp: a parcela de força resistente característica de atrito lateral positivo, na


ruptura;

Rp: a parcela de força resistente característica de ponta, na ruptura.

Nessas verificações as cargas provenientes de ações variáveis efêmeras não


podem ser incluídas.

Comentário: Conceitualmente nada mudou em relação à NBR 6122:2010.


Continua-se utilizando fator de segurança FS = 2 também para o atrito negativo,
como se mostra nos itens 5.8.1 e 5.8.2 a seguir. Ocorreram discussões de se
voltar ao que se expunha na NBR 6122:1996 em que o FS devido ao atrito
negativo era 1,5, mas ao final das discussões ficou prevalecendo o FS da NBR
6122:2010.

O que não ficou claro na Norma é qual o valor de atrito negativo a considerar:
se o máximo (que ocorre caso as estacas sejam instaladas imediatamente à
conclusão do aterro) ou aquele, menor, quando as estacas são instaladas após
decorrido um certo tempo após a conclusão do aterro, quando parte do
recalque por adensamento já terá ocorrido.

Também nada se fala sobre o adensamento secundário: ocorre ou não atrito


negativo devido a esse adensamento? Alguns geotécnicos desconsideram o
atrito negativo devido ao adensamento secundário, porém outros não. É um
assunto que ficará para a próxima revisão da Norma.

O mesmo ocorre sobre as características técnicas que deve ter a pintura


betuminosa para reduzir a ação do atrito negativo. É uma lacuna perigosa, pois
não se estabelecendo características dessa pintura, corre-se o risco de alguém
usar uma pintura que não se “deforme” independentemente da deformação da
estaca e sua ação na redução do atrito negativo seja ineficiente. É mais um
assunto que ficará para a próxima revisão da Norma. Já tivemos oportunidade
de usar pintura asfáltica em recente obra portuária seguindo recomendações
(ditas adequadas pelo fabricante) de que haveria redução do atrito negativo e
tal fato não ocorreu, tendo-se que readequar o projeto de estaqueamento.

Item 5.8.1 Verificação da segurança em valores característicos (fator de


segurança global)

NBR 6122:2019 – Padm = (Rp + Rlp)/FSg


onde

Padm é a carga admissível

FSg é o fator de segurança global

O critério de segurança será então expresso por:

Pútil ≤ Padm – Pan

onde

Pútil é a carga útil admissível sobre o elemento de fundação, excluídas, para


esta verificação, as cargas variáveis efêmeras (e a carga provenientes do atrito
negativo).

Item 5.8.2 Verificação da segurança em valores de cálculo (coeficientes de


ponderação)

NBR 6122:2019 – Rd = (Rp + RlP)/γm

onde

Rd é a força resistente de cálculo;

γm é o coeficiente de ponderação do atrito negativo, entendido como


solicitação de compressão.

O critério de segurança será então expresso por:

Pd + Pan x γf ≤ Rd

onde

Pd é a carga de cálculo do elemento de fundação, excluídas , para est


verificação, as cargas variáveis efêmeras (e a carga proveniente do atrito
negativo);

γf é o coeficiente de ponderação do atrito negativo.

6 – Segurança nas fundações


Segurança de fundação rasa (direta ou superficial)

6.2.1.1.1 Segurança na compressão

Praticamente não houve modificação do texto. Apenas adaptação do mesmo,


como se segue:
NBR 6122:2019 – A verificação da segurança pode ser feita com valores
característicos e fator de segurança global ou com valores de cálculo, obtidos
pela aplicação de coeficientes de ponderação aos valores característicos,
devendo ser obedecidos os valores da Tabela 1.

Fundações rasas – Fatores de segurança e coeficientes de ponderação para


solicitações de compressão
6.2.1.1.2 Coeficientes de ponderação para verificação de tração e
deslizamento

Devem ser adotados os seguintes coeficientes de ponderação

γm = 1,2 (minoração) para a parcela favorável do peso

γm = 1,4 (minoração) para a resistência do solo

γf = 1,4 (majoração) para o esforço atuante, se disponível apenas o seu valor


característico; se já fornecido o valor de cálculo, nenhum coeficiente de
ponderação deve ser aplicado a ele.

Segurança de fundações profundas


Praticamente não houve modificação do texto. Apenas adaptação do mesmo,
como se segue:

6.2.1.2.1 Resistência determinada por método semiempírico

NBR 6122:2019 – O fator de segurança global a ser utilizado para a


determinação da carga admissível é 2,0. Para se chegar à força resistente de
cálculo o ponderador deve ser 1,4.

Quando se reconhecerem regiões representativas e se utilizarem resultados de


campo nessas regiões, a determinação da resitência característica das estacas
(Rk) por métodos semiempíricos pode basear-se na expressão:

resitência característica das estacas (Rk) por métodos semiempíricos


6.2.1.2.2 Resistência determinada por provas de carga estáticas executadas
na fase de elaboração ou adequação do projeto.

Praticamente não houve modificação do texto. Apenas adaptação do mesmo,


como se segue:
NBR 6122:2019 – itens (a) a (c) iguais à NBR 6122:2010

O fator de segurança global a ser utilizado para a determinação da carga


admissível é 1,6. Para se chegar à força resistente de cálculo o ponderador
deve ser 1,14.

Quando em uma mesma região representativa for realizado um número maior


de provas de carga, a carga característica das estacas (Rk) pode ser
determinada pela relação:

Carga característica das estacas (Rk)


6.3 Efeito do vento
6.3.1 Solicitações e combinações para o dimensionamento com efeito de
vento

NBR 6122:2010 – Quando a verificação das solicitações for feita considerando-


se as ações nas quais o vento é a variável principal, os valores de tensão
admissível de sapatas e tubulões e cargas admissíveis em estacas podem ser
majoradas em até 30%. Neste caso deve ser feita a verificação estrutural do
elemento de fundação.

NBR 6122:2019 -O dimensionamento dos elementos de fundação deve ser feito


com base nas solicitações obtidas a partir das combinações de ações
atendendo os requisitos da ABNT NBR 8681, já contemplando todos os seus
efeitos de primeira e segunda ordens globais.

6.3.2 Métodos de valores admissíveis (com valores característicos)

NBR 6122:2010 – não constava esta definição.

NBR 6122:2019 – Quando se tratar de solicitações obtidas de combinações de


ações nas quais o vento é a ação variável principal, os valores de tensão
admissível de sapatas e tubulões e cargas admissíveis em estacas podem ser
majoradas em até 15%. Quando esta majoração for utilizada, o fator de
segurança global não poderá ser inferior a 1,6. Caso a majoração não seja
utilizada, podem ser aplicados todos os requisitos desta Norma relativos ao
valor do fator de segurança global.

Quando se tratar de solicitações obtidas de combinações de ações nas quais o


vento não é a ação variável principal, não é permitida a majoração dos valores
de tensão admissível de sapatas e tubulões, nem de cargas admissíveis em
estacas. Neste caso, podem ser aplicados todos os requisitos desta Norma
relativos ao valor do fator de segurança global.

Em qualquer caso deve ser feita a verificação estrutural do elemento de


fundação.

No caso de galpões industriais, torres de linhas de transmissão, reservatório


elevados, silos graneleiros, torres eólicas, torres de telecomunicações, tanques
de produtos químicos, nos quais o vento é a ação variável principal, os valores
de tensão admissível de sapatas e tubulões e de carga admissíveis em estacas
podem ser majorados em até 30%. Quando a majoração for utilizada, o fator de
segurança global não poderá ser inferior a 1,6. Caso a majoração não seja
utilizada, podem ser aplicados todos os requisitos desta Norma relativos ao
valor do fator de segurança global.

Comentário: A redução de 30% para 15% em edifícios “altos” decorreu do fato


de que a maioria dos programas computacionais ora disponíveis e amplamente
divulgaos não separa a ação do vento da ação correspondente às cargas
verticais decorrentes da deformada de segunda ordem da estrutura. Lembra-se
que os prédios são estruturas
em balanço, onde a deformada cresce com a quarta potência da altura ( f =
q*l^4 / 8*E*I)
Já para as estruturas “rígidas” onde esse efeito de segunda ordem é
desprezível, manteve-se os 30% que constava da NBR 6122:2010. Tentou-se
incluir nessas estruturas (galpões industriais, etc.,) os prédios com relação
altura/menor dimensão em planta ≤ 4, mas não houve consenso, ou seja, em
prédios a majoração ficou em 15%.

7 – Fundação rasa (direta ou superficial)


Não ocorreram mudanças significativas neste item. Simplificou-se apenas
redação da NBR 6122:2010 fixando-se o ângulo β ≥ 60º.

8 – Fundações profundas
8.2.1.2 Métodos estáticos

NBR 6122:2010 – …Padm ≤ 1,25 x Pat-lat….

NBR 6122:2019 – Em tubulões, quando o atrito lateral for considerado, deve ser
desprezado um comprimento de fuste igual ao diâmetro da base,
imediatamente acima do início do alargamento.

O projeto de estacas escavadas com estabilização das paredes auxiliada por


fluido estabilizante, bem como de estacas hélice contínua, deve, sempre que
considerar a contribuição da resistência de ponta, fazer menção explícita a
esse critério. O executor deve, antes da execução, assegurar que são
cumpridos os procedimentos executivos mínimos, especificados nos anexos J
e N, de forma a obter o contato efetivo entre a ponta da estaca e o solo
competente ou rocha.

Nessas condições, na verificação do ELU a resistência da ponta terá como


limite superior o valor da resitência de atrito lateral: RP < Rl e Padm= (RP +
Rl)/2.

Caso o contato efetivo entre o concreto e o solo firme ou rocha não possa ser
assegurado pelo executor, o projeto deve ser revisto: os comprimentos das
estacas devem ser ajustados, na verificação do ELU, à condição de resistência
nula de ponta: RP = 0 e Padm = Rl /2.

Comentário: Esta nova redação deve-se ao fato de ter-se observado, ao longo


destes 9 anos que separam os dois textos da Norma, uma “queda” na
qualidade executiva agravada pela “feroz concorrência comercial” e, em função
dessa “falta de preparo dos operadores dos equipamentos” muitas obras onde
se executaram estacas escavadas com auxílio de fluido e estacas hélice
contínua, as mesma tinham deficiência na carga de ponta ao serem realizadas
provas de carga. Aqui cabe relembrar as palavras do prof. Dirceu de Alencar
Velloso (Encarte Técnico no 5 – Boletim Nacional n0 68 da ABMS – maio/junho
1988) “Para adquirir um equipamento basta ter o dinheiro; para formar uma
equipe capaz de fazê-lo trabalhar eficientemente, há necessidade de tempo
para treinamento”.

Concluindo o exposto na NBR 6122:2019: No caso específico de estacas


escavadas com estabilização das paredes auxiliada por fluido estabilizante há,
no Anexo J, recomendações de procedimentos executivos especiais (além dos
mínimos) para garantir o contato entre a estaca e o solo ou rocha. Se o
executor assegurar a observância estrita desses procedimentos especiais, a
verificação do ELU será: Padm = (Rl + RP)/2, RP = valor calculado da resistência
de ponta.

No caso de estacas com ponta embutida em rocha por um comprimento


superior a um diâmetro, a carga de ponta e o atrito lateral nessa região são
condicionados pela resistência do concreto e pela resistência e grau de
faturamento da rocha.

Em qualquer caso, a determinação da carga admissível ou força resistente de


cálculo deve ser feita de acordo com 6.2.1.2 e considerar a diferença de rigidez
dos solos atravessados e a diferença de comportamento tensão-deformação
de atrito e ponta.

8.2.2 Estacas: determinação da carga admissível ou da força resistente de


cálculo a partir do estado limite de serviço

NBR 6122:2010 – Aplicam-se considerações idênticas às descritas em 7.4.

NBR 6122:2019 – Neste caso a determinação pode ser feita por prova de carga
ou cálculo por método teórico ou semiempírico, sendo as propriedades do solo
obtidas em ensaios de laboratório, in loco ou por meio de correlações, levando-
se em consideração as modificações nessas propriedades causada pela
instalação do elemento de fundação.

8.4.3 Atrito negativo

NBR 6122:2010 – Deve ser considerado em projeto quando houver a


possibilidade de sua ocorrência.

NBR 6122:2019 – O atrito negativo deve ser considerado em projeto, de acordo


com 5.8, sempre que houver a possibilidade de sua ocorrência.

8.4.4 Carregamentos transversais aplicado pelo terreno ao fuste

NBR 6122:2010 – estacas ou tubulões (isolados ou em grupo) implantados


através de camada de argila mole, submetidos a carregamento de aterro
assimétrico, ficam sujeitos a esforços horizontais que devem ser considerados
no dimensionamento das fundações.

NBR 6122:2019 – Esforços transversais atuantes no fuste da estacas ou


tubulões (isolados ou em grupo), decorrentes de assimetria topográfica, aterro,
ou qualquer carregamento assimétrico do terreno, devem ser considerados na
verificação da segurança contra estados limites últimos e contra estados
limites de serviço do projeto. Em particular devem ser considerados os
empuxos laterais sobre estacas ou tubulões cujos fustes atravessem solos
moles.

8.5.6.1 Excentricidades de estacas isoladas e estacas dispostas segundo um


único alinhamento

NBR 6122:2010 – Não é permitido o emprego de estacas de diâmetro ou


bitolas inferiores a 0,30 m, sem travamento. Para estacas metálicas, o diâmetro
a ser considerado é aquele do círculo circunscrito.

Para estacas de qualquer ……..

NBR 6122:2019 – Eliminou-se o primeiro parágrafo da NBR 6122:2010 ficando


assim o texto.

Estacas isoladas e estacas dispostas segundo um único alinhamento devem


ser projetadas com observância ao item 8.4.2, de modo a suportar os
momentos introduzidos por excentricidades executivas.

As excentricidades executivas observadas na obra só ensejarão reavaliação da


estabilidade dos elementos estruturais envolvidos se forem superiores a 10%
da menor dimensão da estaca.

Comentário: houve questionamento ao termo reavaliação que alguns membros


da Comissão entendiam que deveria ser substituído por validação ou avalizar,
já que, no entendimento desses membros validar alguma coisa significa “dar
nota”, o que não é o caso. Mas ao final ficou constando da Norma o termo
reavaliação.

8.5.6.2 Excentricidades de conjunto de estacas não alinhadas

Na NBR 6122:2010 aceitava-se um acréscimo de carga na estaca mais


carregada de 15% da carga axial de cálculo da estaca. Este valor foi reduzido
para 10% na NBR 6122:2019.

8.6.3 Estacas de concreto moldado in loco e tubulões

Comentário: Este item foi muito alterado em relação ao constante na NBR


6122:2010. Eliminou-se a escolha do concreto pelo fck substituindo-o pela
classe de concreto, exceto para as estacas Strauss, Franki, raiz, microestacas e
estacas de trado vazado, cujo concreto/argamassa é confeccionado na obra.
Face a essas muitas mudanças do texto da NBR 6122:2010 deixaremos de
transcrevê-lo nos restringindo a exposto na NBR 6122:2019.

NBR 6122:2019 – As estacas ou tubulões podem, quando solicitados a cargas


de compressão e tensões limitadas aos valores da Tabela 4, ser executados
em concreto não armado, exceto quanto à armadura de ligação com o bloco.
Estacas ou tubulões com solicitações que resultem em tensões superiores ás
indicadas na Tabela 4 devem ser dotadas de armadura, a qual deve ser
dimensionada de acordo com a ABNT NBR 6118 sem considerar a
excentricidade de carga. A armadura mínima de cisalhamento também deve
atender a ABNT NBR 6118 e observados os limites da Tabela 4.

A resistência de cálculo, fcd, deve ser calculada, deve ser calculada, conforme
previsto na ABNT NBR 6118, pela seguinte expressão:

fcd = fck / γ c

A especificação dos traços apresentados nos Anexos B, C, G, H, I, J, N, O e P


visa obter concreto que garanta qualidade e propriedades
como trabalhabilidade, resistência, durabilidade (baixas permeabilidade,
porosidade , segregação), levando em consideração as condições particulares
de concretagem, como por exemplo, o lançamento de grande altura. Após a
execução, a critério do projetista pode ser aceito concreto com resistência
característica inferior à classe indicada, limitando a 10% do total de estacas da
obra, porém não inferior em qualquer caso à classe C20 (ver comentário).

O coeficiente de ponderação das ações, adotado como referência por esta


Norma para todos tipos de estacas moldadas in loco, é:

γc = 1,6 a 5,0, conforme Tabela 4

γs = 1,15

sendo:

γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto

γs coeficiente de ponderação da resistência do aço

Comentário: este parágrafo refere-se ao caso de verificação do projeto, quando


se detecta, em algumas estacas (no máximo 10% do total do estaqueamento)
concreto com resistência inferior à do projeto.
P
arâmetros de dimensionamento de estacas
8.6.4.2 Camisa de aço

Comentário: Este item permaneceu praticamente sem alteração na revisão da


Norma. Percebi durante as discussões que alguns colegas (principalmente os
mais jovens) não tinham conhecimento do porquê deste critério de
dimensionamento estrutural dos tubulões com camisa de ação. Aqueles que
quiserem saber do histórico do mesmo (de trabalho original do prof. Fernando
Luiz Lobo B. Carneiro em relatório da COPPE, à pedido da empresa Estacas
Franki, de no COPPETEC Projeto ET-537/75) encontrarão um resumo do
mesmo disponível no site www.portaldageotecnia.com.br sob o título: “COMO
SE ESTABELECEU O CRITÉRIO PARA O DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DOS
TUBULÕES COM CAMISA DE AÇO APRESENTADO NA NORMA DE
FUNDAÇÕES”.

8.6.5.1 Efeito de camada espessa de argila mole – estacas pré-moldadas

NBR 6122:2010 – este item constava como 8.4.5


NBR 6122:2019 – No caso de ocorrência de espessa camada de argila mole,
devem ser utilizadas estacas com características estruturais mínimas em
função dos comprimentos cravados, considerados a espessura da camada de
argila mole, o processo de cravação, a inércia do elemento, o número de
emendas, a linearidade do eixo e os momentos de segunda ordem, obedecendo
a:

a) menor momento resistente de sua seção transversal Wmín ≥ 930 cm3

b) estacas com comprimentos entre 20 m e 30 m – raio de giração (i) ≥ 5,4 cm

c) estacas com comprimentos acima de 30 m – raio de giração (i) ≥ 6,4 cm

Os menores momentos resistentes para as seções transversais das estacas,


citadas neste item, pretendem reduzir a possibilidade de ocorrência de
instabilidade dinâmica direcional (drapejamento) durante a cravação dessas
estacas através de camadas de argila mole.

8.6.7.2 Peças reutilizada

Pouca alteração houve no texto da NBR 6122:2010. A redação ficou conforme


abaixo NBR 6122:2019 – Deve ser verificada a seção real mínima da peça. A
redução de área da seção transversal, em qualquer ponto da estaca, deve ser
de no máximo 20% do valor nominal da peça nova. A carga admissível ou a
força resistente de cálculo deve ser fixada após análise dos aspectos
geotécnicos de transferência de carga para o solo.

Para verificação de segurança pelo método de valores admissíveis deve-se


utilizar:

Esforços exclusivamente axiais FSg = 3,3

Flexo-compressão e flexo-tração: FSg = 2,8

Para verificação da segurança pelo método de valores de cálculo deve-se


utilizar:

Esforços exclusivamente axiais: γs = 2,35 e γf = 1,4

Flexo-compressão e flexo-tração: γs = 2,0 e γf = 1,4

No caso de trilhos, devem ser empregados elementos cuja composição


química seja de aço-carbono comum, devendo ser evitados aços especiais,
duros, face à dificuldade de emendas. Se este tipo de trilho for empregado, o
projeto deve especificar os procedimentos de soldagem.

8.6.9 Outros tipos de estacas


NBR 6122:2010 – não constava esta definição.

NBR 6122:2019 – Esta Norma apresenta nos Anexos B a Q os procedimentos


de projeto e de execução dos tipos correntes de estacas disponíveis no
mercado.

Outros tipos de estacas podem ser empregados desde que sejam projetadas e
executadas respeitando as diretrizes e conceitos expressos nesta Norma,
acrescidos dos requisitos a seguir indicados.

Nos projetos de fundações elaborados com estacas que tenham


características diferentes das que constam dos Anexos B a Q e visando atestar
as cargas admissíveis, deverão ser feitas pelo menos três provas de carga
estáticas, a partir de projeto específico e executadas antes do início da obra,
obedecendo a todos os critérios citados no item 9.2.2.1, com as seguintes
ressalva:

a) apresentação de procedimento executivo detalhado da estaca de acordo


com os demais anexos desta Norma;

b) devem ser executadas provas de carga estática no dobro das quantidades


estabelecidas na coluna B da Tabela 6, respeitando o mínimo de três;

c) a carga máxima de ensaio será sempre de duas vezes a carga admissível; e

d) são aceitos outros ensaios (ensaio de carregamento dinâmico, teste


bidirecional, etc.) como complemento ao mínimo recomendado na alínea b.

9 Desempenho das fundações


9.1 Requisitos

Neste item apenas se mudou a altura das estruturas citadas no item (b) de 60
m para 55 m.

9.2.2.1 Quantidade de provas de carga

Houve pequenas alteração em relação ao texto da NBR 6122:2010 conforme se


segue:

NBR 6122:2019 – É obrigatória a execução de provas de carga estáticas de


desempenho, no decorrer do estaqueamento, em obras que tiverem um número
de estacas superior ao valor especificado na coluna (B) da Tabela 6.

Quando atingido o limite de exigibilidade de provas de carga de desempenho


(ver Tabela 6), o número de provas de carga deve ser estabelecido da seguinte
forma: calcular 1% do número total de estacas da obra, arredondando-se para
uma casa decimal, e em seguida arredondar o número obtido, com uma casa
decimal, para o número inteiro próximo, considerando que o digito 5 sempre é
arredondado para cima.

Incluem-se nesse 1% as provas de carga executadas conforme 6.2.1.2.2. A


quantidade de estacas a ser considerada é a soma das estacas de todas as
edificações da obra, mesmo que de diferentes tipos. Incluem-se as estacas da
periferia e das demais construções da obra, não consideradas as estacas
exclusivamente de contenção e de muros de fechamento.

Quando atingido o limite de exigibilidade de provas de carga de desempenho


(ver Tabela 6), pelo menos uma prova de carga estática ou ensaios de
carregamento dinâmico devem ser feitos nas estacas da edificação principal
da obra.

É necessária a execução de prova de carga, qualquer que seja o número de


estacas da obra, se elas forem empregadas para tensões de trabalho
superiores aos valores indicados na coluna (A) da Tabela 6.

Nas obras em que os carregamentos principais provenientes da estrutura, nas


condições de utilização mais frequente durante a vida útil, forem os esforços
de tração ou os esforços horizontais, é obrigatória a execução de prova de
carga específica à tração ou esforço horizontal, com os mesmos critérios
citados nesta subseção.

Em obras de arte especiais (pontes e viadutos), com vão superior a 30,0 m ou


com mais de três vãos (quatro linhas de apoio), é obrigatória a realização de
ensaio de carga (prova de carga estática ou ensaio de carregamento dinâmico).
Tabela 6 –
Quantidade de provas de carga
9.2.2.2 Interpretação da prova de carga

Houve pequenas alteração em relação ao texto da NBR 6122:2010 conforme se


segue:

NBR 6122:2019 – O desempenho é considerado satisfatório quando forem


simultaneamente verificadas as seguintes condições:

a) fator de segurança mínimo deve atender às condições especificadas no item


d da Tabela 6, com relação à carga de ruptura obtida na prova de carga ou por
sua extrapolação. Se esse valor não for obtido, a interpretação dos resultados
da(s) prova(s) de carga deve ser feita pelo projetista, de acordo com o
especificado em 8.2.1.1;

b) recalque na carga de trabalho deve ser admissível pela estrutura. Caso uma
prova de carga tenha apresentado resultado insatisfatório, deve-se elaborar um
programa de provas de carga adicionais que permita o reexame dos valores de
cargas admissíveis ou forças resistentes de cálculo, visando a aceitação dos
serviços sob condições especiais previamente definidas, ou readequação da
fundação e seu eventual reforço.

9.2.2.3 Quantidade de ensaios dinâmicos

Houve pequenas alteração em relação ao texto da NBR 6122:2010 conforme se


segue:

NBR 6122:2019 – Para comprovação de desempenho, as provas de carga


estáticas à compressão podem ser substituídas por ensaios de carregamento
dinâmico, conforme ABNT NBR 13208, na proporção de cinco ensaios de
carregamento dinâmico para cada prova de carga estática, conforme ABNT
NBR 12131.

Em obras que tenham um número de estacas entre os valores da coluna B da


Tabela 6 e duas vezes esse valor, a substituição poderá ser total; acima desse
número de estacas, conforme ABNT NBR 12131 é obrigatória pelo menos uma
prova de carga estática.

10 Avaliação técnica do projeto


NBR 6122:2010 – não constava esta definição.

NBR 6122:2019 – A avaliação técnica do projeto é essencial e obrigatória nos


casos citados em 9.1 e deve ser conduzida antes da construção, de preferência
simultaneamente com a fase de projeto.

A avaliação técnica do projeto de fundações é constituída pela verificação e


análise crítica do projeto, realizadas com o objetivo de avaliar (ver nosso
comentário no item 8.5.6.1 sobre o termo avaliar que alguns colegas entendiam
que deveria ser usado “validar” ou “avalizar”) se este projeto atende aos
requisitos das normas técnicas vigentes aplicáveis.

A avaliação técnica do projeto de fundações deve contemplar, entre outras, as


seguintes atividades, de forma integral ou parcial:

a) verificar se as premissas adotadas para o projeto estão de acordo com o


previsto nesta Norma e se todos os seus requisitos foram considerados;

b) analisar as considerações de cálculo e verificar os resultados dos cálculos;

c) analisar os desenhos que compõe o projeto, inclusive os detalhes


construtivos.
A avaliação técnica do projeto deve ser realizada por profissional habilitado e
independente em relação ao projetista da fundação.

É recomendável que o profissional escolhido para realizar a avaliação técnica


possua experiência em fundações. Este profissional deve emitir um parecer de
avaliação técnica do projeto, que se torna parte integrantes do projeto.

O autor desse parecer responde solidariamente com o projetista pelos


aspectos técnicos do projeto.

Os aspectos econômicos da solução adotada não fazem parte do escopo da


avaliação técnica do projeto.

A responsabilidade pela escolha do profissional que realiza a avaliação técnica


do projeto cabe ao contratante do projeto de fundação. Esta responsabilidade
pode ser do proprietário da obra , que, no caso de não ter os conhecimentos
técnicos necessários para a escolha do profissional responsável pela avaliação
técnica do projeto, pode designar um representante ou preposto para
substituílo nesta atribuição (por exemplo, incorporador, construtor,
gerenciador).

Eventuais ajustes decorrentes da avaliação são decididos em comum acordo


entre o contratante do projeto de fundações, o projetista e o avaliador,
respeitando todos os requisitos desta Norma. Como boa parte dos
contratantes de projeto de fundações não tem a obrigação de conhecer esta
Norma, cabe ao projetista contratado alertar o seu contratante sobre a
necessidade de se realizar a avaliação técnica do seu projeto por um
profissional independente.

ANEXOS DA NORMA
Houve um rearranjo na numeração doa anexos conforme será seguido. Iremos
apresentá-los na ordem em que estão na Norma, mas só comentaremos
aqueles que sofreram modificações.

ANEXO A: Fundação rasa (direta ou superficial)


Manteve-se o texto da NBR 6122:2010

ANEXO B: Tubulões a céu aberto


No item B.6 acrescentou-se o parágrafo: A integridade dos tubulões deve ser
verificada em, no mínimo, um por obra, por meio da escavação de um trecho do
seu fuste.
O 2º e 3º parágrafo do item B.8 nada tem a ver com o método executivo do
tubulão, pois normalmente a concretagem do mesmo é deixada na cota de
arrasamento não se concretando acima dessa cota.

Além disso no texto fala “erroneamente” em estaca no lugar de “tubulão” e cita


o uso de martelos leves para seções de até 900 cm2 . Mas essa seção
corresponde a um diâmetro da ordem de 35 cm incompatível com este tipo de
fundação. Provavelmente esse texto foi trazido, erroneamente, do texto de
estacas, pois está igual ao item E-9.

Por isso transcrevo o que consta nas minha anotações durante as reuniões da
Comissão Técnica, que provavelmente serão incluídas na próxima revisão da
Norma.

Os tubulões devem ser concretados até a cota de arrasamento. No caso de


tubulões com concreto inadequado abaixo da cota de arrasamento deve-se
fazer a demolição do comprimento e recompô-lo até a cota de arrasamento.

O material a ser utilizado na recomposição dos tubulões deve apresentar


resistência não inferior à do concreto do tubulão. Caso o topo do tubulão se
situar acima da cota de arrasamento o mesmo deve ser demolido. Nesta
operação pode-se empregar marteletes de potência superior a 1.000 w.

Entretanto o acerto final do topo deve ser sempre efetuado com uso de
ponteiros ou ferramenta de corte apropriada de modo a não causar danos.

Nessa demolição deve resultar uma seção plana e perpendicular ao eixo do


tubulão.

O item B.9 ficou confuso pois os itens B.9.1 está “embolado” ao item B.9.2 Em
minhas anotações por ocasião da discussão desse item me parecem que estão
mais claras, conforme transcrevo abaixo:

O concreto deve atender ao disposto na tabela 4 quanto à classe de


agressividade I, II, II e IV e observar as seguintes características:

a) para o C25 consumo mínimo de cimento de 280 kg/m3 , abatimento entre


100 e 160 mm, fator a/c ≤ 0,6, diâmetro do agregado de 9,5 mm a 25 mm e teor
de exsudação inferior a 4%;

b) para o C40 consumo mínimo de cimento de 360 kg/m3 , abatimento entre


100 e 160 mm, fator a/c ≤ 0,45, diâmetro do agregado de 9,5 mm a 25 mm e
teor de exsudação inferior a 4%;

B.10 Controle do concreto Os concretos destinados à fundação devem seguir a


condição A de preparo estabelecida na ABNT NBR 12655. A mistura realizada
em central de concreto ou em caminhão-betoneira deve seguir o disposto na
ABNT NBR 7212. Os materiais utilizados na fabricação do concreto, como
cimento Portland, agregados, água (gelo) e aditivos, devem obedecer às
respectivas Normas Brasileiras específicas.

B.10.1 Controle de recebimento Conforme a ABNT NBR NM 67. B.10.2 Controle


de aceitação Resistência à compressão em corpos de prova moldados
conforme a ABNT NBR 5738 e ensaiados conforme a ABNT NBR 5739. A
amostragem e o controle estatístico para aceitação do concreto deve ser
realizado de acordo com a ABNT NBR 12655.

ANEXO C: Tubulões a ar comprimido


O item C.9 contém os mesmos problemas de redação citados nos 2º e 3º
parágrafos do item B.8 acima relatados O item C.10 está confuso conforme já
relatamos no item B.9 acima. Propomos a redação ali exposta extraída de
nossas anotações.

C.11 Controle do concreto Os concretos destinados à fundação devem seguir a


condição A de preparo estabelecida na ABNT NBR 12655. A mistura realizada
em central de concreto ou em caminhão-betoneira deve seguir o disposto na
ABNT NBR 7212. Os materiais utilizados na fabricação do concreto, como
cimento Portland, agregados, água (gelo) e aditivos, devem obedecer às
respectivas Normas Brasileiras específicas.

C.11.1 Controle de recebimento Conforme a ABNT NBR NM 67. C.11.2 Controle


de aceitação Resistência à compressão em corpos de prova moldados
conforme a ABNT NBR 5738 e ensaiados conforme a ABNT NBR 5739. A
amostragem e o controle estatístico para aceitação do concreto deve ser
realizado de acordo com a ABNT NBR 12655

ANEXO D: Estacas de madeira


Manteve-se o texto da NBR 6122:2010

ANEXO E: Estacas pré-moldadas de concreto


E.8 A nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas. Exceções
devem ser justificadas. Deve-se elaborar o diagrama de cravação em 100% das
estacas.

Comentário: Não há uma explicação na Norma do porquê para o gráfico de


cravação não se colocou a mesma nota quanto às exceções que constam para
a nega e o repique.
E.9 Preparo de cabeça de ligação com o bloco de coroamento Para a ligação
da estaca com o bloco de coroamento devem ser observadas a cota de
arrasamento e o comprimento das esperas (arranques definidos em projeto).
No mais vale o que está na NBR 6122:2010.

ANEXO F: Estacas metálicas de aço


Neste anexo houve várias alterações em relação ao texto da NBR 6122:2010,
conforme se segue:

F.5 Requisitos para aceitação

O projeto deve especificar o tipo de aço. As tolerâncias dimensionais e os


requisitos para a aceitação de estacas em perfis metálicos estão descritos a
seguir:

F) massa linear e comprimento (mm): a massa linear dos perfis podem variar
de +3 a -2,5% e o comprimento de 0 a + 100 mm;

b) com relação às dimensões: a tolerância da altura varia de +8 a -5 mm e a


largura da mesa (bf) de + 6 a – 5 mm;

c) a flecha máxima é de 0,2% de comprimento de qualquer elemento;

d) centralização de alma com tolerância de 5 mm, conforme Figura F.1

E = (Bf1 – Bf2) / 2
Perfil metálico
e) soldabilidade: os materiais devem ser soldáveis a fim de evitar problemas
decorrentes das operações de solda comumente realizados em elementos de
fundações.

A composição química dos aços utilizados não deve apresentar carbono


equivalente superior a 0,55%, atestado pelo fornecedor.

F.8 Controle para verificação e avaliação dos serviços

A nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas. Exceções devem


ser justificadas. Deve-se elaborar o diagrama de cravação em 100% das
estacas.

Comentário: Não há uma explicação na Norma do porquê para o gráfico de


cravação não se colocou a mesma nota quanto às exceções que constam para
a nega e o repique.

ANEXO G: Estacas Strauss


Manteve-se o texto da NBR 6122:2010

ANEXO H: Estacas Franki


Manteve-se o texto da NBR 6122:2010
ANEXO I: Estacas escavadas com trado mecânico,
sem fluido estabilizante
I.8 ficou confuso conforme já relatamos no item B.9 acima. Propomos a
redação ali exposta extraída de nossas anotações.

I.9 Controle do concreto

Os concretos destinados à fundação devem seguir a condição A de preparo


estabelecida na ABNT NBR 12655. A mistura realizada em central de concreto
ou em caminhão-betoneira deve seguir o disposto na ABNT NBR 7212. Os
materiais utilizados na fabricação do concreto, como cimento Portland,
agregados, água (gelo) e aditivos, devem obedecer às respectivas Normas
Brasileiras específicas.

I.9.1 Controle de recebimento

Conforme a ABNT NBR NM 67.

I.9.2 Controle de aceitação

Resistência à compressão em corpos de prova moldados conforme a ABNT


NBR 5738 e ensaiados conforme a ABNT NBR 5739.

A amostragem e o controle estatístico para aceitação do concreto deve ser


realizado de acordo com a ABNT NBR 12655.

ANEXO J: estacas escavadas com uso de fluido


estabilizante
No 2º parágrafo do item J.3 aumentou-se o desnível entre o fluido de 1,5 m
para 2,0 m.

Acrescentaram-se os itens J.3.1 a j.3.3

J.3.1 Procedimento de limpeza para estacas escavadas com ponta em solo


sem consideração de carga na ponta (ver item 8.2.1.2 (RP + Rl)/2 com RP = 0)

Deve-se utilizar caçamba com flap ou com fundo duplo rotativo a fim de extrair
material solto ou lama com percentual de areia superior à especificação aos
limites estabelecidos nesta Norma.

No caso da lama bentonita, em função da percentagem de areia em suspensão,


faz-se a desarenação (1 ciclone – vazão mínima de 80 m3/h para altura
manométrica de 30 mca) da lama ou sua troca para garantir suas
características e qualidade durante toda a concretagem.

No caso do polímero, como a areia está em suspensão na lama, existem dois


procedimentos:

a) adicionar material floculante à lama para que a areia decante e seja


depositada no fundo da escavação para posterior remoção por meio da
caçamba com flap ou com fundo duplo rotativo;

b) utilizar polímero que a areia não decante, permanecendo em suspensão até


o final do processo de concretagem.

J.3.2 Procedimento de limpeza para estacas escavadas com ponta em solo e


consideração de carga na ponta (ver item 8.2.1.2 (RP + Rl)/2 com RP ≤ Rl

Deve-se utilizar caçamba com flap ou com fundo duplo rotativo a fim de extrair
material solto ou lama com percentual de areia superior à especificação aos
limites estabelecidos nesta Norma.

No caso da lama bentonita, a desarenação da lama deve com seu lançamento


em um reciclador (1 ou 2 ciclones – vazão mínima de 120 m3/h do conjunto
para altura manométrica de 30 mca). A bomba remove todo o material do
fundo da estaca, pelo interior do tubo tremonha, encaminhandoo junto com a
lama para o reciclador, o qual remove todo o material suspenso. Dentro do
reciclador, a lama passa por duas peneiras (primeira de 5 mm e segunda de 0,4
mm). Após esse processo, retorna à escavação com características dentro dos
limites estabelecidos nesta Norma. Outra possibilidade é a troca da lama.

J.3.3 Procedimento de limpeza para estacas escavadas com ponta em solo e


consideração de carga na ponta (ver item 8.2.1.2 (RP + Rl)/2 sem limitação de
RP

Para os casos de ponta em rocha, a remoção do material de ponta das estacas


pode ser executada com ponta helicoidal dotada de bits de tungstênio e/o vídia,
desde que a ferramenta permita a remoção completa do material.

Utilizando-se lama bentonita, a desarenação da lama deve com seu lançamento


em um reciclador (1 ou 2 ciclones – vazão mínima de 120 m3/h do conjunto
para altura manométrica de 30 mca) ou por sistema de injeção de ar
comprimido ao fundo da escavação (air lift) com pressão de 1,3 vezes a coluna
de lama. O equipamento remove todo o material do fundo da estaca
encaminhando-o com a lama para o reciclador, o qual excluiu todo o material
suspenso. Dentro do reciclador, a lama passa por duas peneiras (primeira de 5
mm e segunda de 0,4 mm). Após esse processo, retorna à escavação com
características dentro dos limites estabelecidos nesta Norma. Outra
possibilidade é a troca da lama.

No caso do polímero, como a areia está em suspensão na lama, existem dois


procedimentos:

a) adicionar material floculante à lama para que a areia decante e seja


depositada no fundo da escavação para posterior remoção por meio da
caçamba com flap ou com fundo duplo rotativo;

b) utilizar polímero que a areia não decante, permanecendo em suspensão até


o final do processo de concretagem.

J.7.2 Características do fluido estabilizante

Para estabilização da escavação, pode-se utilizar lama bentonítica ou fluido


polimérico com função de densidade, viscosidade e reboco (cake).

O fluido estabilizantes é uma mistura formada pela adição de bentonita de


perfuração (padrão API 13A) ou aditivos poliméricos, misturados em água com
baixo teor de dureza e pH neutro em equipamentos de alta turbulência,
utilizando concentrações variáveis em função da necessidade da viscosidade,
densidade e reboco (cake) que se pretende obter.

J.7.2.1 Recomendação do fluido estabilizante

A lama bentonita possui três propriedades físico-químicas para estabilização


das paredes e limpeza da estaca: densidade, viscosidade e reboco (cake).

A lama bentonítica, depois de misturada, deve ficar em repouso por 12 h para


sua plena hidratação e deve possuir as características indicadas na Tabela J.1.

Ao contrário da bentonita, cada polímero tem uma função específica, portanto a


indicação do fluido polimérico deverá observar o tipo de solo escavado. O
fluido deverá conter um ou mais polímeros para densidade, viscosidade e
reboco (cake), em proporções e tipos (por exemplo: PHPA – poliacrilamida –
Goma Xantana, PAC – celulose polianiônica – CMC – carboximetilcelulose) que
dependerão do tipo de solo perfurado e deve possuir as características
indicadas na tabela J.2

J.7.2.2 Qualidade da água de preparo

Para a mistura do fluido estabilizante, a água de preparação deverá ter as


seguintes características recomendadas:

a) o pH deverá estar entre 7 a 11 e poderá ser medido in situ com fitas


medidoras ou pHmetros portáteis;
b) a dureza da água (exceto Ca+/Mg+) entre 0 -120 ppm. Caso contrário, a água
deverá receber tratamento com barrilha leve (carbonato de sódio) antes de
iniciar a confecção do fluido.

lama bentonítica
Comentário: Houve apenas mudança no teor de areia da Tabela J.2 que passou
de até 3% para até 4,5%. Os demais índices não se alteraram em relação á NBR
6122:2010.

J.9 Concreto

O item J.9 contém os mesmos problemas de redação citados nos 2º e 3º


parágrafos do item B.8 acima relatados

O item J.10 está confuso conforme já relatamos no item B.9 acima. Propomos
a redação ali exposta extraída de nossas anotações.

J.11 Controle do concreto

Os concretos destinados à fundação devem seguir a condição A de preparo


estabelecida na ABNT NBR 12655. A mistura realizada em central de concreto
ou em caminhão-betoneira deve seguir o disposto na ABNT NBR 7212. Os
materiais utilizados na fabricação do concreto, como cimento Portland,
agregados, água (gelo) e aditivos, devem obedecer às respectivas Normas
Brasileiras específicas.

J.11.1 Controle de recebimento

Conforme a ABNT NBR NM 67.

J.11.2 Controle de aceitação

Resistência à compressão em corpos de prova moldados conforme a ABNT


NBR 5738 e ensaiados conforme a ABNT NBR 5739.

A amostragem e o controle estatístico para aceitação do concreto deve ser


realizado de acordo com a ABNT NBR 12655.

ANEXO K: Estacas raiz


O texto sobre Perfuração em solo (K.3.1) foi ampliado ficando: A perfuração do
solo é executada por meio da rotação imposta por uma perfuratriz rotativa ou
rotopercussiva ao revestimento, que desce com uso de circulação direta de
água injetada com pressão pelo seu interior.

Pode-se adicionar polímero, sendo vetado o uso de lama bentonita. A água


usada na perfuração deve ser limpa, podendo ser utilizada água de reuso,
inclusive água reciclada proveniente da perfuração, desde que obedeça aos
seguintes parâmetros:

a) pH da água entre 7 e 11 – aparelho: medidor de pH;

b) densidade menor que 1,05 g/cm3 – aparelho: densímetro;

c) teor de areia menor que 3% – aparelho: baroid sand contente ou similar.

Para estacas de diâmetro acabado iguais ou inferiores a 250 mm a bomba


deverá ter em sua curva características mínimas de vazão de 15 m3/h a
pressão de 120mca.

Para diâmetros acabados iguais ou superiores a 310 mm a bomba tenha em


sua curva características de vazão de 25 m3/h a pressão de 150 mca.

Quando ocorrerem solos muito duros ou muito compactos, pode-se executar


pré-perfuração avançada por dentro do revestimento.

Diâmetro nominal é o diâmetro acabado que serve como designação para


projeto de fundação. Os diâmetros externos, em milímetros, dos tubos de
revestimento utilizados na perfuração para obtenção dos diâmetros nominais
constam da Tabela K.1. (esta Tabela é a mesma da NBR 6122:2010).

Analogamente o texto K.6 (Retirada do revestimento) foi ampliado ficando:

Após o preenchimento do furo, inicia-se a extração do revestimento. A cada


trecho de no máximo 1,50 m de tubo de revestimento retirado, o nível de
argamassa deve ser verificado e completado.

Para estacas de diâmetros menores ou iguais a 200 mm, periodicamente,


coloca-se a cabeça de injeção no topo do revestimento e aplica-se pressão que
pode ser de ar comprimido ou através da bomba de injeção de argamassa.
Após a aplicação da pressão e retirada dos tubos de revestimento, o nível de
argamassa é completado.

No item K.9 (Argamassa) eliminou-se o uso de pedrisco ficando apenas areia.

Foram acrescentados os itens K.10 e K10.1, como se segue:

K.10 Controle da argamassa

A argamassa utilizada para a moldagem de corpos de prova deve ser coletada


a partir da mangueira de injeção de argamassa, na boca da estaca em
execução. Não se recomenda a retirada de argamassa de misturadores, nem
argamassas de início de injeção da mangueira de injeção, nem argamassas
retiradas do transbordamento da argamassa utilizada.

Retirar quatro corpos de prova a cada cinco estacas, sendo ensaiados à


compressão simples aos 7 e 28 dias.

K.10.1 Controle de aceitação

Resistência à compressão em corpos de prova segundo o item 7.3 Moldagem


dos corpos de prova da ABNT NBR 5738, considerando-se para fins de
adensamento a maior classe de consistência. Os ensaios de compressão dos
corpos de prova devem ser realizados conforme a ABNT NBR 5739.

Podem ser utilizados aditivos plastificante, superplastificantes, incorporadores


de ar, aceleradores e retardadores, desde que atendam às ABNT NBR 10908 e
ABNT NBR 11768.

É permitido o uso de agregados miúdos artificiais de acordo com a ABNT NBR


7211.

ANEXO L: Estacas trado vazado segmentado


L.2 Características gerais
A estaca trado vazado segmentado é uma estaca moldada in loco, executada
mediante a introdução no terreno, por rotação, de segmentos de tubos
metálicos rosqueáveis, recuperáveis, dotados de hélice dupla nas laterais com
comprimento de 1,0 a 1,5 m e injeção de calda de cimento ou argamassa pela
própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada.

L.4 Colocação da armadura

Após o término da perfuração, atingida a cota de apoio e antes ……

L.5 Injeção de preenchimento

Após a colocação da armadura é introduzido pelo interior da tubulação um tubo


de PVC, de material vigem não reciclado ou metálico, que segue até o final da
perfuração, iniciando-se o preenchimento de argamassa de baixo para cima até
completar todo o fuste.

Uma vez que todo o fuste da estaca esteja completo, o conjunto de tubos é
levantado cerca de 15 cm e com auxílio de haste metálica se procede a
abertura da tampa da tubulação.

L.6 retirada do trado

Após o preenchimento integral da haste central, inicia-se a extração do primeiro


segmento do trado com emprego de perfuratriz, aplicando-se pressão de
100kPa a partir do segundo tubo e a cada dois tubos, completando-se o volume
de argamassa por gravidade, sempre que houver necessidade, repetindo-se a
operação até a retirada completa da tubulação.

No item L.9 (Argamassa) eliminou-se o uso de pedrisco ficando apenas areia.

Controle da argamassa (L.10) e Controle de aceitação (l.10.1) o texto é igual ao


de estacas raiz acima descrito.

ANEXO M: Microestacas ou estacas injetadas


Comentário: No texto da NBR 6122:2010 as “estacas injetadas” estavam com a
denominação de “estacas escavadas com injeção”. Cabe lembrar que a
primeira empresa a executar este tipo de estacas foi a Tecnosolo sob a
denominação “pressoancoragens” que por ser uma denominação comercial foi
substituída inicialmente por estacas escavadas com injeção e agora estacas
injetadas.

No item M.9 eliminou-se o termo argamassa ficando apenas calda de cimento.

Controle da calda de cimento (M.9), água a utilizar e Controle de aceitação


(M.9.1) o texto é igual ao de estacas raiz acima descrito.
ANEXO N: Estacas hélice contínua monitorada
Comentário: No item N.3 (Equipamento) eliminou-se a Tabela com torque e
arranque, ficando assim o texto:

O equipamento deve apresentar características mínimas estabelecidas pelo


projetista e pelo executor de modo a assegurar que seja atingida a
profundidade especificada no projeto, com torque e força de arranque
compatíveis com o diâmetro da estaca e a resistência do solo a ser perfurado.
O objetivo primordial dessa especificação consensual de equipamento é
minimizar o desconfinamento do solo durantes a perfuração, assegurando
assim a resistência geotécnica prevista em projeto para a estaca.

N.4 Perfuração

A perfuração se dá pela introdução do trado, de forma contínua por rotação, até


a cota prevista em projeto, com mínimo desconfinamento do solo.

A perfuratriz deve ser posicionada e nivelada para assegurar a centralização e


verticalidade da estaca. O diâmetro do trado deve ser verificado para assegurar
as premissas de projeto. A haste é dotada de ponta fechada por uma tampa
metálica recuperável.

Antes da execução da primeira estaca de cada dia de trabalho (ou sempre que
houver necessidade de limpeza da tubulação) deve-se garantir que a tubulação
da concretagem, entre o cocho e o trado da hélice contínua, esteja totalmente
cheia de concreto. Para tanto, com a tampa metálica da haste interna do trado
removida, deve-se expurgar toda a calada de lubrificação que é lançada antes
do concreto. Após se constatar que toda essa calda foi expurgada e que a
tubulação está cheia de concreto, tampa-se a ponta da haste interna do trado e
se inicia a perfuração com a introdução do trado contínuo até se atingir a cota
de projeto. Nesta etapa a monitoração eletrônica, que é parte inerente ao
processo e indispensável, deve registrar ao menos a profundidade, a velocidade
de rotação do trado, a velocidade de avanço e a pressão do torque.

Comentário: Na realidade não ocorre uma “perfuração”, mas sim uma


“introdução do trado” com o mínimo de extração de solo para evitar
desconfinamento como ocorre em uma “escavação”

O uso de prolonga de até 6,0 m é aceitável para estacas com comprimento


superior a 18,0 m, executada com trado mínimo de 18,0 m. Com trado inferior a
18,0 m, a prolonga fica limitada a 10% do comprimento da estaca.

N.5 Concretagem
Atingida a cota de ponta prevista no projeto e com toda a tubulação cheia de
concreto, conforme acima, inicia-se a fase de concretagem da estaca. Nesta
operação deve existir perfeita coordenação entre os operadores do
equipamento da hélice contínua e o responsável pela bomba do concreto que
opera no cocho. O operador do equipamento avisa por sinal sonoro o operador
do cocho para que este comece o lançamento do concreto e
concomitantemente se inicie o levantamento do trado da hélice contínua para a
expulsão da tampa e início da concretagem. Desta forma, procura-se garantir o
contato efetivo do concreto da ponta da estaca com o solos competente. Não
se permite subir o trado da hélice contínua, para possibilitar a expulsão da
tampa antes do início do lançamento do concreto. A pressão do concreto deve
sempre ser positiva para evitar a interrupção do fuste e é controlada pelo
operador durante toda a concretagem.

Na etapa de concretagem a monitoração eletrônica deve registrar ao menos a


velocidade de subida do trado, a pressão de injeção do concreto e o volume
bombeado. a concretagem é executada até a superfície do terreno.

Comentário: No item N.6 acrescentou-se ao final do texto constante na NBR


6122:2010 o seguinte: Os centralizadores, caso utilizados, devem ser
colocados aproximadamente 1,0 m do topo e 1,0 m da ponta da armação.

N.9 Concreto

O concreto deve atender ao disposto na tabela 4 quanto à classe de


agressividade I, II, II e IV e observar as seguintes características:

a) para o C30 consumo mínimo de cimento de 400 kg/m3, abatimento entre


220 e 260 mm S 220, fator a/c ≤ 0,6, diâmetro do agregado de 4,75 mm a 12,5
mm e teor de exsudação inferior a 4%;

b) para o C40 consumo mínimo de cimento de 400 kg/m3, abatimento entre


220 e 260 mm S 220, fator a/c ≤ 0,45, diâmetro do agregado de 4,75 mm a 125
mm e teor de exsudação inferior a 4%;

N.10, N.10.1 e N.10.2 igual ao escrito em B.10, B.10.1 e B.10.2

ANEXO O: Estacas hélice de deslocamento


monitorada
Comentário: Este tipo de estaca também é conhecido pela denominação
comercial “estaca ômega”. O que mudou em relação apo texto da NBR
6122:2010 é que foram introduzidos os itens O.9, O.10, O.10.1 e O.10.2.
O item O.9 ficou igual ao item N.9 acima, para hélice contínua e os itens O.10,
O.10.1 e O.10.2 igual ao escrito em B.10, B.10.1 e B.10.2, conforme já se
mostrou acima no caso das estacas hélice contínua monitorada.

ANEXO P: Estacas hélice monitorada com trado


segmentado
Comentário: Este tipo de estaca estava denominado na NBR 6122:2010 como
“estacas trado vazado segmentado”. O texto deste tipo de estaca é muito
similar ao que se expôs para as estacas trado vazado segmentado exposto no
Anexo L acima. A diferença é só no concreto (P.9) que é igual ao exposto no
item (N.9) para hélice contínua.

ANEXO Q: Estacas cravadas a reação (estacas


prensadas ou mega)
Q.3 Cravação

Deve ser realizada através de macaco hidráulico acionado por bomba elétrica
ou manual dotada de manômetro. Esse conjunto macaco hidráulico-bomba-
manômetro deve estar aferido com data inferior a um ano, contado do início da
obra. A escolha do macaco hidráulico e da escala do manômetro deve ser feia
de acordo com a carga de cravação especificada no projeto e peculiaridades do
local. O macaco hidráulico deve ter capacidade ao menos 20% maior que a
carga prevista de cravação.

Durante a cravação deve ser realizado o “gráfico de cravação” anotando-se a


carga aplicada à estaca à cada metro de cravação.

Para a estaca ser aceita a mesma deverá ser submetida a dois tipos de carga:
uma até a carga máxima (uma e meia vez a carga de trabalho) mantida durante
5 minutos. Os recalques elástico e residual são medidos nesse estágio. A
estaca e, então, submetida ao segundo carregamento, igual à carga de trabalho,
mantida durante 10 minutos e o recalque residual é medido. A estaca é aceita
se os recalques residuais nestes carregamentos atendem o critério do
projetista.

A cravação pode ser auxiliada com processo executivos especiais, tais como:
inundação do solo, jatos de água pelo interior dos segmentos, retirada de solo
embuchado nas estacas metálicas tubulares, vibrações e outros. Quando os
segmentos forem de concreto, a emenda será feita por simples superposição
ou através de solidarização especificada em projeto. As emendas de
segmentos metálicos serão feitas por solda ou rosca.
Finalizada a cravação, é feito o encunhamento definitivo. Frequentemente com
colocação de cabeçote de concreto armado, tijolinhos e cunhas, coerente com
as cargas impostas. Com menor frequência o encunhamento pode ser feito
diretamente na estrutura por outros métodos que garantam a solidariedade
estrutural do sistema.
#6122  

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