Capítulo 7
Capítulo 7
Capítulo 7
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DEMOCRACIA,
CIDADANIA E DIREITOS
HUMANOS
Democracia
O termo democracia deriva da junção dos vocábulos gregos demos
(povo) e kratos (poder).
O conceito de democracia como “poder do povo” surgiu na Grécia antiga,
aproximadamente no século V a.C.
GUILHERME ARTIGAS/FOTOARENA
democracia passou a ser adotada
como a forma de governo que
poderia garantir a participação
da maior parte dos habitantes
do Estado.
• Atualmente, o grande desafio
das democracias é garantir
a participação dos diferentes
grupos excluídos historicamente A construção de uma sociedade democrática
do processo de tomada de depende da participação política dos indivíduos
decisão política. para que seus direitos sejam assegurados.
Democracia
Democracia direta Democracia participativa
representativa
Democracia direta
Neste modelo, os cidadãos devem se envolver diretamente nas questões
públicas.
Neste formato de democracia, o conceito de cidadão está associado ao
envolvimento na vida da sociedade, pois cada cidadão interfere diretamente
nos interesses do Estado.
Na prática, o exercício da democracia direta consiste na discussão das
questões da coletividade sem intermediários.
Democracia representativa
Este modelo de democracia caracteriza-se pela representação política.
As deliberações coletivas não são tomadas diretamente pelos cidadãos,
mas por pessoas eleitas, escolhidas ou indicadas para tal finalidade
— representantes políticos como presidente, governadores, prefeitos,
senadores, deputados federais e estaduais ou vereadores.
A participação dos cidadãos é indireta, periódica, formal.
Democracia participativa
Surgiu como forma de superar as deficiências do sistema representativo,
incapaz de garantir os interesses da maioria dos cidadãos.
Visa ampliar a participação social nos assuntos públicos e reduzir
a distância entre representantes e representados.
Baseia-se, em geral, na articulação de grupos sociais em rede, que debatem
e votam propostas que visam orientar as ações governamentais. Podem
ocorrer também sob a forma de plebiscitos ou referendos.
Os contratualistas
Os três principais teóricos na composição do debate político sobre
os ideais liberais são:
• Thomas Hobbes: a obra Leviatã, publicada em 1651, foi central para
compreender a organização política ocidental.
• John Locke: a obra Dois tratados sobre o governo, publicada em 1689,
discute o direito natural e o contrato social.
• Jean-Jacques Rousseau: a obra Do contrato social, publicada em 1762,
discute a democracia direta como único sistema legítimo de autoridade
e de ato político.
Os riscos
Como lidar com os riscos trazidos pelo estado de natureza,
segundo Hobbes:
• Para disciplinarem a si mesmos e garantirem seu bem-estar, seria
necessário firmar um contrato social, regulado por uma autoridade
soberana (monarca).
• Esse poder absoluto, no entanto, não se justifica pelas teorias do direito
divino dos reis. Justifica-se pela transferência dos direitos dos indivíduos
ao soberano.
• É em nome desse contrato social que o poder absoluto deve ser exercido,
e não para a realização da vontade pessoal do governante.
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representantes escolhidos
pelo povo, que exerceriam
o papel de legisladores
no interesse da maioria: o
regime político proposto
por Locke é, portanto, uma
democracia representativa.
Contrato social
A importância do contrato social segundo o pensamento de John Locke:
• Parte da ideia de que é preciso realizar a passagem do estado de
natureza para a sociedade civil mediante um contrato social.
• O princípio da maioria é fundamental para o funcionamento das
instituições políticas democráticas e das leis: devem valer para todos.
• Segundo o autor, cabe ao governante retribuir a delegação de poderes,
garantindo a todos os direitos individuais: segurança jurídica e
propriedade privada.
O desafio de Montesquieu
Entendendo a necessidade de haver controle externo para que os sistemas
políticos funcionassem bem, Montesquieu elaborou a teoria da separação
dos poderes, estabelecendo limites aos detentores do poder.
• Propôs a divisão entre três poderes independentes e harmônicos:
Legislativo, Executivo e Judiciário.
Caracterização dos
MARTIN BERNETTI/AFP
direitos de cidadania
Direitos civis: garantem liberdades
individuais (possibilidade de pensar
e se expressar de maneira autônoma,
liberdade de ir e vir e acesso à
propriedade privada).
Direitos políticos: viabilizam
participação dos indivíduos nas diversas
instâncias de poder, a escolha de
representantes, a candidatura a cargos
elegíveis, a criação e participação de
organizações políticas.
Direitos sociais: promovem padrões de
bem-estar coletivamente estabelecidos
por meio da dignidade pelo emprego, O movimento estudantil é um exemplo
educação, saúde, lazer e moradia. de luta pela garantia dos direitos sociais.
Direitos humanos
Os direitos humanos são valores universais e inegociáveis. Visam ao
respeito mútuo e não devem ser pensados como benefícios particulares
ou privilégios de grupos elitizados.
A ideia de direitos humanos consolidou-se após a Segunda Guerra Mundial,
diante das barbaridades e dos efeitos destrutivos produzidos pelo conflito
internacional.
Os indivíduos são beneficiários desses direitos, mas são também atores
sociais responsáveis por reivindicar sua garantia. Todas as conquistas
relacionadas aos direitos humanos
REPRODUÇÃO
são resultados de processos
históricos, fruto das mobilizações
e demandas da população.