ACL Literatura Cearense 03 Neoclassicismo Os Oiteiros
ACL Literatura Cearense 03 Neoclassicismo Os Oiteiros
ACL Literatura Cearense 03 Neoclassicismo Os Oiteiros
NEOCLASSICISMO
OS OITEIROS
.
19
•
•
PACHECO ESPINOSA
Soneto
•
Já se esquece do que tem padecido.
20
•
•
21
•
O s one to inicial refere-se provavelmente ao primeiro des
terro de N�poleão, sendo ele, portan to, esse tirano, Que há de
ser odiado, visto haver ordenado a invasão de
Portugal pelas tropas de Junot, como se sabe; por isso deve
regozijar-se o port uguês, assim como o exército aliado contra
Bonaparte, e os americanos, ou seja, os brasileiros; note-se a
dicção clássica sobretudo através d·o hipérbato (A guerra afu
gentou que tudo ate"a). N o segundo soneto, a pretexto de
falar d a construção de um chafariz em Fortaleza, derrama-se
o poeta em elogios ao Governador Sampaio, que é citado no
Jninalmente; é um dos raríssimos poemas da época em que há
notas de poesia pastoril, apesar de tratar de uma fonte arti
ficial: é quando, no primeiro quarteto, fala da fonte "clara,
sussurrante", abundante de águas cristalinas, e Que o Sítio
jaz ameno e lison;eiro; há inversões igualmente nessa estro
fe. O soneto "Ao Aumento da Vila de Fortaleza", um dos
mais interessantes de Pacheco Espinosa, volta aos elogios,
exaltando o progresso da Vila, devido à "alta mente" do Go
verno Sampaio; no verso 8.� certamente quis o poeta fazer um
· · trocadilho, dizendo que a vila "já .tem o que não tinha", isto
é : fortaleza (qualidad·e de ser forte) , com o que mostra forte
acento barroco . Os sonetos todos seguem rigorosamente o es
quema rimático do Classicismo, em ABBA ABBA CDC DCD.
Pelo ·fato de serem quase todos dominados pe
. lo tom louvami
nheiro, o que, diga-se de passagem� era característica geral no
•
tempo, assim se expressou Sílvio Júlio, tratando precisamente
de Espinosa:· ''Sonetos, décimas, vários tipos de composições
que deixou referem-se a coisas do Ceará . É pena que estes
acontecimentos não fossem os da sociedade, porém os do go
verno. E� vez de cantar as praias batidas de vagalhões, o ho
mem, gelidamente, atravancava o Parnaso com décimas e so
netos sobre um chafariz!''
22
Nlemeyer (1828) , saída no Rio de Janeiro. Era Cônego, ten
do Sido Capelão do Governador Sampaio.
23
COSTA BARROS
Estrofe t.a
•
Com que de Elpino a mente estrepitosa,
Dos Heróis a favor foste inflamando,
Benigna hoje me assiste, hoje me inflama:
Com teu divino facho
Tu na minha alma ateia ardente chama:
Guia-me afoita mão, q� as Cordas fira;
E transporei às Eras
Ações, que assustam Mantuana lira.
Antfstrofe 1.a
24
•
Epodo 1.o
O monstro vê raivoso
A Lusitana glória!
Ar·ma contra a Nação, que vencedora •
25
-- -
-
- .-
--- .
- - -
� •
• • •• •. -
preparado o ambiente para se iniciar a descrição dos comba
tes: Napoleão intenta avançar contra Portugal, invejando-lhe
as glórias. Os lusitanos porém se opõem energicamente, e
forma-se inacessível barreira. Essa ode, embora sem grandeza,
representa muito bem o poeta da época, com suas freqüentes
alusões ao mundo antigo, e a pretensão de verem os poetas
·os seus cantos imortalizados tempos afora ("E transporei às
Eras 1 Ações, que assustam Mantuana lira.").
Outros Nomes
26