CRIMINOLOGIA. Escolas Criminológicas

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CRIMINOLOGIA

Escolas Criminológicas

Prof. Sávio
Escola Clássica – introdução:

• Não existiu propriamente uma Escola Clássica,


que foi assim denominada pelos positivistas
em tom pejorativa (Ferri);
• Os clássicos foram influenciados pelo
Iluminismo com seus métodos dedutivos e
lógico-formais;
Escola Clássica – introdução:

• O apogeu do Iluminismo deu-se na Revolução


Francesa (5 de mai. de 1789 – 9 de nov. de 1799)
com o pensamento liberal e humanista de seus
líderes, dentre eles: Voltaire, Montesquieu e
Rousseau que criticaram a legislação criminal que
vigorava na Europa em meados do século XVIII.
Defendiam a necessidade de individualização da
pena, da redução das penas cruéis, de
proporcionalidade etc.
Escola Clássica – introdução:
• ad

• As ideias consagradas pelo Iluminismo acabaram


por influenciar a redação do célebre livreto de
Cesare Beccaria, intitulado “Dos delitos e das
penas” (1764) com a proposta de humanização
das ciências penais.

• Cesare Beccaria era chamado de Cesare


Bonesana, o Marquês de Beccaria.
Escola Clássica – introdução:
• Os clássicos partiram de duas teorias distintas:

– Teoria do Jusnaturalismo (direito de Hugo Grócio),


que decorria da natureza eterna e imutável do ser
humano; e
– Teoria do Contratualismo (contrato social ou
utilitarismo de Rousseau), em que o Estado surge
a partir de um grande pacto entre os homens, no
qual estes cedem parcela de sua liberdade e
direitos em prol da segurança coletiva.
Escola Clássica:
• Nomes de destaque:
– Cesare Beccaria (Dos delitos e das penas);
– Francesco Carrara (Dogmática penal);
– Giovanni Carmignani.
Escola Clássica:
• Princípios fundamentais:
– O crime é um ente jurídico; não é uma ação, mas
sim uma infração (Carrara);
– A punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio;
– A pena deve ter nítido caráter de retribuição pela
culpa moral do delinquente (maldade), de modo a
prevenir o delito com certeza, rapidez e
severidade e a restaurar a ordem externa social;
– Método e raciocínio lógico-dedutivo.
Escola Clássica:
• Para a escola clássica a responsabilidade criminal
do delinquente leva em conta sua
responsabilidade moral e se sustenta pelo livre-
arbítrio, que é inerente ao ser humano.

• O pensamento da escola clássica deriva do


utilitarismo que defende a ideia de que as ações
humanas devem ser julgadas conforme tragam
mais ou menos prazer ao indivíduo e contribuam
ou não para maior satisfação do grupo social.
Escola Clássica:
Pena
Livre arbítrio
retributiva
com base na
culpa moral,
restauração da
ordem social Método lógico-
Escola dedutivo
Clássica –
princípios e
expoentes
Crime como
ente jurídico

Cesare Beccaria,
Francesco
Carrara e
Giovanni
Carmignani
Escola Positiva – Introdução:
• A escola positiva tem suas raízes no início do
século XIX na Europa, influenciada no campo das
ideias pelos princípios desenvolvidos pelos
fisiocratas [que afirmavam que toda a riqueza era
proveniente da terra, da agricultura] e iluministas
[que incluíram uma série de ideias centradas
na razão como a principal fonte de autoridade e
legitimidade e defendia ideais
como liberdade, progresso, tolerância, fraternida
de, governo constitucional e separação Igreja-
Estado] no século anterior.
Escola Positiva – Introdução:
• A escola positiva se apoia no método indutivo
experimental (empirismo) – que investigavam a
gênese delitiva por meio de técnicas fracionadas,
tais como as empregadas pelos fisionomistas,
antropólogos, biólogos etc.
• A dicotomia existente entre o que se
convencionou chamar de clássicos e positivistas,
quer com o caráter pré-científico, quer com o
apoio da cientificidade, ensejou aquilo que se
entendeu por “luta de escolas”.
Escola Positiva – Introdução:
• Antes da expressão “italiana” do positivismo
(Lombroso, Ferri e Garófalo), já se delineava
um cunho científico aos estudos
criminológicos, com a publicação, em 1827, na
França, dos primeiros dados estatísticos sobre
a criminalidade que chamou a atenção de
importantes pesquisadores, entre os quais o
belga Adolphe Quetelet, que ficou fascinado
com a sistematização de dados sobre delitos e
delinquentes.
Escola Positiva – Introdução:
• O belga Adolphe Quetelet era integrante da
Escola Cartográfica e seria um expoente da
criminologia inicial, ao publicar seu Ensaio de
física social (1835) projetando análises
estatísticas relevantes sobre criminalidade,
incluindo os primeiros estudos sobre “cifras
negras de criminalidade” (percentual de
delitos não comunicados formalmente à
Polícia e que não integram dados estatísticos
oficiais).
Escola Positiva – fases:
• Antropológica (Lombroso)

• Sociológica (Ferri)

• Jurídica (Garófalo)
Cesare Lombroso (1835 – 1909)
• Não se dizia criminólogo e sustentava ser adepto
da escola antropológica italiana.
• Muitos doutrinadores afirmam que ele foi o
fundador da criminologia moderna com a
publicação, em 1876, de seu livro O homem
delinquente. Para outros, teria sido o
antropólogo francês Paul Topinard que, em 1879,
teria empregado, pela primeira vez, a palavra
“criminologia”. Há outros, no entanto, que
apontam que Rafael Garófalo foi quem, em 1885,
usou o termo como nome de um livro científico.
Lombroso: conclusão sobre o
criminoso
• O criminoso é um ser atávico, que regride ao
primitivismo, um verdadeiro selvagem (ser
bestial), que nasce criminoso [delinquente
nato], cuja degeneração é causada pela
epilepsia, que ataca seus centros nervosos.
Lombroso: características do
criminoso
• Fronte fugida;
• Crânio assimétrico;
• Cara Larga e chata;
• Grandes maçãs no rosto;
• Lábios finos;
• Canhotismo (na maioria dos casos);
• Barba rala;
• Olhar errante ou duro etc.
Lombroso
• Para ele, o clima, a vida social etc. apenas
desencadeariam a propulsão interna para o
delito, pois o criminoso nasce criminoso
(determinismo biológico).
Lombroso
• Classificou os criminosos em natos, loucos,
por paixão e de ocasião.
Enrico Ferri (1856 - 1929)
• Genro e discípulo de Lombroso.
• Foi o criador da chamada sociologia criminal.
• Classificou os criminosos em natos, loucos,
habituais, de ocasião e por paixão.
Rafael Garófalo (1851 – 1934)
• Afirmou que o crime estava no homem e que se
revelava como degeneração deste;
• Criou o conceito de temibilidade ou
periculosidade, que seria o propulsor do
delinquente e a porção de maldade que deve se
temer em face deste;
• Idealizou uma outra forma de intervenção penal:
a medida de segurança;
• Seu grande trabalho foi conceber a noção de
delito natural.
Rafael Garófalo (1851 – 1934)
• Classificou os criminosos em:

– Natos (instintivos);
– Fortuitos (de ocasião);
– Pelo defeito moral especial (assassinos, violentos,
ímprobos e cínicos);
Escola Positiva – Principais postulados:
• O direito penal é obra humana;
• A responsabilidade social decorre do
determinismo social;
• O delito é um fenômeno natural e social (fatores
biológicos, físicos e sociais);
• A pena é um instrumento de defesa social
(prevenção geral);
• Método indutivo-experimental;
• Os objetos de estudo da ciência penal são o
crime, o criminoso, a pena e o processo.
• Alphonse Bertillon (1853 a 1914)

• Juan Vucetich (1858 a 1925): criou o sistema


datiloscópico
Escola de Política Criminal ou Moderna
Alemã ou Escola Sociológica Alemã
• Nomes de destaque:

– Franz Von Lizst;


– Adolphe Prins;
– Von Hammel;

• Obs: criaram a União Internacional de Direito Penal em


1888.
Escola de Política Criminal ou Moderna
Alemã ou Escola Sociológica Alemã

• Franz Von Lizst ampliou na conceituação das


ciências penais a criminologia (com a
explicação das causas do delito) e a penologia
(causas e efeitos da pena).
Escola de Política Criminal ou Moderna
Alemã ou Escola Sociológica Alemã
• Postulados:
– O método indutivo-experimental para a criminologia;
– A distinção entre imputáveis e inimputáveis (pena
para os normais e medida de segurança para os
perigosos);
– O crime como fenômeno humano-social e como fato
jurídico;
– A função finalística da pena – prevenção especial;
– A eliminação ou substituição das penas privativas de
liberdade de curta duração;
Terza Scuola
• Nomes de destaque:

– Manuel Carnevale;
– Bernardino Alimena;
– João Impallomeni.
Terza Scuola
• Postulados:

– Distinção entre imputáveis e inimputáveis;


– Responsabilidade moral baseada no determinismo
(quem não tiver a capacidade de se levar pelos
motivos deverá receber uma medida de
segurança);
– Crime como fenômeno social e individual;
– Pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a
defesa social.
Lições extraídas da obra do professor
Nestor Sampaio Penteado Filho
intitulada de Manual Esquemático de
Criminologia, 8 ed., editora Saraiva,
São Paulo, 2018.

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