Resumo Criminologia

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CRIMINOLOGIA

 CONCEITO:
Para Afrânio Peixoto, a criminologia “é a ciência que estuda os crimes e os criminosos, isto é, a
criminalidade”.

 CARACTERÍSTICAS: Empírica e interdisciplinar.


A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e
controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma
ciência do “deverser”, portanto normativa e valorativa.
A interdisciplinaridade da criminologia decorre de sua própria consolidação histórica como ciência dotada
de autonomia, à vista da influência profunda de diversas outras ciências, tais como a sociologia, a
psicologia, o direito, a medicina legal etc.

 OBJETO: Delito, autor, vítima e ambiente.


Delito: para a criminologia, o crime é um fenômeno social, comunitário e que se mostra como um
“problema” maior, a exigir do pesquisa dor uma empatia para se aproximar dele e o entender em suas
múltiplas facetas. Destarte, a relatividade do conceito de delito é patente na criminologia, que o observa
como um problema social.

Autor: Para a Escola Clássica, o criminoso era um ser que pecou, que optou pelo mal, embora pudesse e
devesse escolher o bem. O apogeu do valor do estudo do criminoso ocorreu durante o período do
positivismo penal, com destaque para a antropologia criminal, a sociologia criminal, a biologia criminal etc.
A Escola Positiva entendia que o criminoso era um ser atávico, preso a sua deformação patológica (às vezes
nascia criminoso). Outra dimensão do delinquente foi confeccionada pela Escola Correcionalista (de
grande influência na América espanhola), para a qual o criminoso era um ser inferior e incapaz de se
governar por si próprio, merecendo do Estado uma atitude pedagógica e de piedade. Registre-se, por
oportuno, a visão do marxismo, que entendia o criminoso como vítima inocente das estruturas econômicas.
O estudo atual da criminologia não confere mais a extrema importância dada ao delinquente pela
criminologia tradicional, deixando-o em plano secundário de interesse.

Vítima: Nos dois últimos séculos, o direito penal praticamente desprezou a vítima, relegando-a a uma
insignificante participação na existência do delito. Verifica-se a ocorrência de três grandes instantes da
vítima nos estudos penais: a “idade do ouro”; a neutralização do poder da vítima e a revalorização de sua
importância. A idade do ouro compreende desde os primórdios da civilização até o fim da Alta Idade Média
(autotutela, lei de Talião etc.); o período de neutralização surgiu com o processo inquisitivo e pela assunção
pelo Poder Público do monopólio da jurisdição; e, por derradeiro, a revalorização da vítima ganhou destaque
no processo penal, após o pensamento da Escola Clássica, porém só recentemente houve um direcionamento
efetivo de estudos nesse sentido, com o 1º Seminário Internacional de Vitimologia (Israel, 1973). Tem-se
como fundamental o estudo do papel da vítima na estrutura do delito, principalmente em face dos problemas
de ordem moral, psicológica, jurídica etc., justamente naqueles casos em que o crime é levado a efeito por
meio de violência ou grave ameaça. Ressalte-se que a vitimologia permite estudar inclusive a criminalidade
real, efetiva, verdadeira, por intermédio da coleta de informes fornecidos pelas vítimas e não informados às
instâncias de controle (cifra negra de criminalidade).

Ambiente: Análise do ambiente em que o fato criminoso é praticado. Por que é tão propicio ocorrer crimes
naquela localidade? Quais são os fatores ambientais que influenciam.

CRIMINOLOGIA MODERNA: Desde os primórdios até os dias de hoje a criminologia sofreu mudanças
importantes em seu objeto de estudo. Houve tempo em que ela apenas se ocupava do estudo do crime
(Beccaria), passando pela verificação do delinquente (Escola Positiva). Após a década de 1950, alcançou
projeção o estudo das vítimas e também os mecanismos de controle social, havendo uma ampliação de seu
objeto, que assumiu, portanto, uma feição pluridimensional e interacionista.
*A criminologia moderna não esta preocupada somente com os atores, com as causas. Alem de tudo,
preocupada com a solução da problemática. O objetivo principal da criminologia moderna é propor soluções
para a criminalidade.
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PRINCIPAIS ESCOLAS

Criminologia Pré-científica e Científica: Desde os tempos remotos da Antiguidade já se visualizava


alguma discussão sobre crimes e criminosos, como é o caso da bruxaria que tinha como reprimenda a
fogueira.
Não existe uniformidade na doutrina quanto ao surgimento da criminologia segundo padrões científicos,
porque há diversos critérios e informes diferentes que procuram situá-la no tempo e no espaço. É bem
verdade que a criminologia como ciência autônoma existe há pouco tempo, mas também é indiscutível que
ela ostenta um grande passado, uma enorme fase pré-científica. Para que se possa delimitar esse período pré-
científico, é importante definir o momento em que a criminologia alcançou status de ciência autônoma.
Muitos doutrinadores afirmam que o fundador da criminologia moderna foi Cesare Lombroso, com a
publicação, em 1876, de seu livro O homem delinquente. Para outros, foi o antropólogo francês Paul
Topinard quem, em 1879, teria empregado pela primeira vez a palavra “criminologia”, e há os que defendem
a tese de que foi Rafael Garófalo quem, em 1885, usou o termo como nome de um livro científico. Juan
Vuncetich em 1891 que desenvolveu o “sistema datiloscópico”. Não se pode perder de vista, no entanto, que
o pensamento da Escola Clássica somente despontou na segunda metade do século XIX e que sofreu uma
forte influência das ideias liberais e humanistas de Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, com a edição
de sua obra genial, intitulada Dos delitos e das penas, em 1764.
Nessa discussão acerca de quem é o criador da moderna criminologia, uma coisa é imperiosa: houve forte
influência do Iluminismo, tanto nos clássicos quanto nos positivistas Na etapa pré-científica havia dois
enfoques muito nítidos: de um lado, os clássicos, influenciados pelo Iluminismo, com seus métodos
dedutivos e lógicoformais, e, de outro lado, os empíricos, que investigavam a gênese delitiva por meio de
técnicas fracionadas, tais como as empregadas pelos fisionomistas, antropólogos, biólogos etc., os quais
substituíram a lógica formal e a dedução pelo método indutivo experimental (empirismo).

Escola Clássica: Crime como ente jurídico, punibilidade baseada no livre arbítrio, pena retributiva com a
finalidade de prevenir e restaurar a ordem social, calculo racional do infrator.
Não existiu propriamente uma Escola Clássica, que foi assim denominada pelos positivistas em tom
pejorativo (Ferri). As ideias consagradas pelo Iluminismo acabaram por influenciar a redação do livreto de
Cesare Beccaria, intitulado Dos delitos e das penas (1764), com a proposta de humanização das ciências
penais. Além de Beccaria, despontam como grandes intelectos dessa corrente Francesco Carrara
(dogmática penal) e Giovanni Carmignani.
Os Clássicos partiram de duas teorias distintas: o jusnaturalismo (direito natural, de Grócio), que decorria
da natureza eterna e imutável do ser humano, e o contratualismo (contrato social ou utilitarismo, de
Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande pacto entre os homens, no qual estes cedem parcela
de sua liberdade e direitos em prol da segurança coletiva. Ambas as teorias buscavam limitar o arbítrio
estatal da época.
Positiva – Crime como fenômeno social e natural, pena como instrumento de controle social e estabelecido
por esta. Obs: o crime deixa de ser um ente juridico para ser social.
1) Antropologica (Lombroso) – Crime como um fenômeno biologico
2) Sociologica (Ferri) – Criminalidade derivada de fenômenos antropologicos, fisicos e culturais
3) Juridica (Garofalo) – Crime representa a degeneracao do homem e isso é natural. Crime inerente ao
ser humano. Cada um se identifica com um tipo de transgressao. Recomendacao do livro “somos
todos criminosos”. Quem nunca cometeu um crime? Crime hoje não é mais amanha e vice versa.

*Escola Moderna Alemã: Esta corrente foi também denominada Escola Sociológica Alemã, e teve como
principais expoentes Franz von Lizst, Adolphe Prins e Von Hammel, criadores, aliás, da União Internacional
de Direito Penal, em 1888. Von Lizst ampliou na conceituação das ciências penais a criminologia (com a
explicação das causas do delito) e a penologia (causas e efeitos da pena). Os postulados da Escola de
Política Criminal foram: a) o método indutivoexperimental para a criminologia; b) a distinção entre
imputáveis e inimputáveis (pena para os normais e medida de segurança para os perigosos); c) o crime como
fenômeno humano-social e como fato jurídico; d) a função finalística da pena – prevenção especial; e) a
eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração.
 MÉTODO: O método de trabalho utilizado pela criminologia é o empírico. Basicamente, segue um
processo indutivo.

 TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO: A realização de uma pesquisa empírica em criminologia implica


sempre o uso de procedimentos teórico-metodológicos de observação do real por meio da
estruturação de uma estratégia de investigação. Desse modo, as estratégias de investigação sociológica
podem designar-se como extensiva, intensiva e investigação-ação.

 A investigação extensiva é caracterizada pelo uso dominante de técnicas quantitativas. Sua principal
vantagem é o fato de permitir o conhecimento em extensão de fenômenos ou acontecimentos criminais.
 A intensiva, analisa em profundidade as características, opiniões, uma problemática relativa a uma
população determinada, segundo vários ângulos e pontos de vista. Nessa segunda estratégia, privilegia-se a
abordagem direta das pessoas em seus próprios contextos de interação. A pesquisa tende a usar não apenas
técnicas qualitativas, mas também quantitativas ou extensivas. Porém, a visão multilateral e intensiva do
objeto de pesquisa definido é sempre dominante.
 A investigação-ação e consiste na intervenção direta dos cientistas, que são chamados a participar em
projetos de intervenção. Os objetivos de aplicação mais direta dos conhecimentos produzidos tornam essa
lógica específica (criminólogos, estatísticos, policiais, promotores, juízes etc.).

 TESTES: Os testes em criminologia são técnicas de investigação que, por meio de padrões ou tipos
preestabelecidos, destacam as características pessoais e da constituição do indivíduo, mediante respostas
a estímulos previamente planejados, visando traçar o perfil psicológico e a capacitação pessoal de
cometimento ou recidiva no crime.

 Testes projetivos são aqueles que procuram medir a personalidade através do uso de quadros, figuras,
jogos, relatos etc., que imprimem estímulos no examinado, que provocam, consequentemente, reações das
quais resultam as respostas que servirão de base para a interpretação dos resultados desejados.
 Testes prospectivos compreendem o emprego de técnica voltada a explorar, com minúcias, as intenções
presentes e futuras, retirando do paciente as suas crenças e potencialidades lesivas ou não. Trata-se de teste
muito mais profundo, que depende bastante da habilidade do responsável e da sinceridade do examinando.
Deve-se revelar ao paciente que o fim do teste é traçar sua personalidade, em caráter sigiloso, e que os
eventuais benefícios dependerão da honestidade das respostas.
 Teste de inteligência numa análise amplíssima, pode-se dizer que inteligência é raciocínio,
capacidade de entendimento, poder de abstração, julgamento, percepção exterior, memorização, iniciativa
e bom senso. Em psicologia e, mais de perto, na criminologia se procura medir a inteligência por meio do
denominado quociente de inteligência – Q I.
Denomina-se Q I a divisão da idade mental (IM) pela idade cronológica (IC), multiplicada
por 100.

O estudo do QI é muito importante para a determinação dos estados doentios ou anormais do


desenvolvimento mental, refletindo na consciência ou não do injusto e se relacionando diretamente com a
culpabilidade ou não do agente. Considera-se o homem, portanto, em razão de sua inteligência, hipofrênico
(oligofrenias), normal ou hiperfrênico (superior ou genial).

 ESTATÍSTICA CRIMINAL: Os criminólogos sustentam que, por intermédio das estatísticas


criminais, pode-se conhecer o liame causal entre os fatores de criminalidade e os ilícitos criminais
praticados. Destarte, as estatísticas criminais servem para fundamentar a política criminal e a doutrina de
segurança pública quanto à prevenção e à repressão criminais.

Criminalidade real: quantidade efetiva de crimes perpetrados pelos delinquentes;


Criminalidade revelada: é o percentual que chega ao conhecimento do Estado;
*Cifra negra: a porcentagem não comunicada ou elucidada, seja por inércia ou desinteresse das vítimas,
quer por outras causas, dentre as quais os erros de coleta e a manipulação de dados pelo Estado;
Cifra dourada: é um subtipo de cifra negra, isto é, as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas
ou apuradas, por exemplo, os crimes de sonegação fiscal, as falências fraudulentas, a lavagem de dinheiro,
os crimes eleitorais etc.
Cifras cinzas: São aquelas ocorrências solucionadas no local pela própria altoridade, não chegam a
convolar em processo;
Cifras amarelas: São aquelas em que as vítimas são pessoas que sofreram alguma forma de violência
cometida por um funcionário público e deixam de denunciar o fato aos Órgãos responsáveis por receio e
medo de represália.
Manipulação de dados estatísticos – números não se discutem, mas se argumentam. Estamos bem no rj
com os índices? Os crimes diminuíram, mas as autoridades não falam da pandemia e do investimento em
RAS e projetos presentes. Nunca se pagou tanto. Policia ostensiva provando que funciona.
ISP – Dado, informação, estatística é fundamental, mas é o ponto de partida. Nao se controla o que não se
mede. O ISP foi um dos maiores avanços de seg pub e é exemplo para o brasil todo. Tem maior lisura
porque é fora da corporação. Se fosse dentro da PM, soltaria o dado? Ex do tropa de elite, morto na praia é
afogamento. Seg pub hoje é o carro chefe de qlq política. Eu não posso camuflar números. Qual governador
ou cmt tá disposto a falar que os índices subiram? Os números tem que ser o que são, expor a verdade.
Eu tenho que analisar os dados e USAR. A ponta da linha não tá usando. O que fazemos hoje?O cara que é
um bom P3 pelo menos faz a mancha criminal e joga o policiamento em cima. É bom? Até é, mas não basta.
A PMERJ usa o sistema de POLICIAMENTO SEMI ALEATORIO . Tenho um numero, jogo a policia
em cima. Nao tenho efetivo pra cobrir todo o numero. A mancha que tem policiamento em cima migra para
outro lugar.
POLICIAMENTO SEMI ALEATÓRIO – modalidade que a PMERJ utiliza hoje. Diante de um a PM
desloca a viatura para essa localidade, porém não é possível cobrir todos os pontos por carência do efetivo.
Com a disposição do policiamento em cima da macha acaba por ocorrer migração do crime porque o crime é
mais dinâmico que a polícia. Porque a polícia é um espantalho (livro indicado pelo major). O Serviço
baseado de 12h, por exemplo, não resolve nada. O crime migra para outra rua (efeito espantalho).
POSP – policiamento orientado para a solução do problema. Prepara o policial e oferece os meios para que
ele mesmo possa fazer uma avaliação criminológica. Ex. Roubo na avenida brasil ocorre muito por causa
dos acessos às favelas, iluminação precária e etc.... dessa forma deve tomar medidas para mudar esse
cenário. Ex. Diadema, maior índice de homicídio em razão do consumo de bebida alcoólica, medida: lei
seca, resultado redução de 90 para 12. Se é no RJ cria o programa “bar legal”.
 SOCIOLOGIA CRIMINAL. MODELOS: (consenso e conflito)
Teorias do Consenso: ou de integração, funcionalistas, funcionamento perfeito das instituições com
colaboração dos indivíduos, gerando estabilidade social.
Entendem que os objetivos da sociedade são atingidos quando há o funcionamento perfeito de suas
instituições, com os indivíduos convivendo e compartilhando as metas sociais comuns, concordando com as
regras de convívio. Aqui os sistemas sociais dependem da voluntariedade de pessoas e instituições, que
dividem os mesmos valores. As teorias consensuais partem dos seguintes postulados: toda sociedade é
composta de elementos perenes, integrados, funcionais, estáveis, que se baseiam no consenso entre seus
integrantes.

Escola de Chicago – Ecologia criminal ou desorganização social, similaridade com o Rio de Janeiro,
mobilidade social e fluidez, crescimento das cidades dificulta o controle informal, com ausência e escassez
do estado, o ambiente se torna propício ao crime.
A escola de Chicago começa a dizer que tem ambientes mais propícios que outros para a delinquência. O
ambiente é fator determinante ou inibidor. Questão de mobilidade social, o camarada que é pobre quer
crescer, ele vê a oportunidade. Alguns estudam e buscam, outros querem usar a ilegalidade. Outro conceito
da escola é a fluidez, a transição do indivíduo dentro da cidade. Mora na periferia e vai aos grandes centros.
Comete crime para alcançar aquilo. Crescimento da cidade, quando cresce muito você não conhece seu
vizinho, não há o controle informal social. Pobreza é fator criminal? Isoladamente NÃO. Vc visita cidades
miseráveis no interior, com mt menos condições que rocinha por ex, sendo que lá os índices são mt menores.
Fatores mesológicos, do meio social. La é mt pobre, mas tem estrutura familiar, sentimento de
pertencimento, controle social informal eficaz.
Há dois conceitos básicos para que se possa entender a ecologia criminal e seu efeito criminógeno: a ideia de
“desorganização social” e a identifi cação de “áreas de criminalidade”. O crescimento desordenado das
cidades faz desaparecer o controle social informal; as pessoas vão se tornando anônimas, de modo que a
família, a igreja, o trabalho, os clubes de serviço social etc. não dão mais conta de impedir os atos
antissociais. Destarte, a ruptura no grupo primário enfraquece o sistema, causando aumento da criminalidade
nas grandes cidades. No mesmo sentido, a ausência completa do Estado (não há delegacias, escolas,
hospitais, creches etc.) cria uma sensação de anomia e insegurança, potencializando o surgimento de bandos
armados, matadores de aluguel que se intitulam mantenedores da ordem. O segundo dado característico é a
existência de áreas de criminalidade, segundo círculos concêntricos, por meio de um conjunto de zonas ou
anéis a partir de uma área central. Assim, a 2ª zona favorece a criação de guetos, a 3ª zona mostra-se como
lugar de moradia de trabalhadores pobres e imigrantes, a 4ª zona destina-se aos conjuntos
habitacionais da classe média e a 5ª zona compõe-se da mais alta camada social.
O que essa escola mais agregou a criminologia? A importância do ambiente como fator criminologico.
Associação diferencial – Comportamento delitivo se aprende com seus pares, “bandidolatria”.
Anomia – atos em contrariedade as normas e convenções sociais, falta de ordem.
Merton explica que o comportamento desviado pode ser considerado, no plano sociológico, um sintoma de
dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançar tais aspirações. Assim,
o fracasso no atingimento das aspirações ou metas culturais em razão da impropriedade dos meios
institucionalizados pode levar à anomia, isto é, a manifestações comportamentais em que as normas sociais
são ignoradas ou contornadas.
A anomia é uma situação de fato em que faltam coesão e ordem, sobretudo no que diz respeito a normas e
valores.
O RJ em 2013 chegou à beira da anomia. Um nível tão critico de desordem que mesmo você que é ordeiro,
anda na desordem e comete um ato delitivo. Ex: andando da central e joga uma pedra porque todos estão
jogando. Justiçamento, briga de torcida.

Subcultura delinquente - Não utilitarismo da ação, malícia e negativismo.


O não utilitarismo da ação se revela no fato de que muitos delitos não possuem motivação racional (ex.:
alguns jovens furtam roupas que não vão usar).
A malícia da conduta é o prazer em desconcertar, em prejudicar o outro (ex.: atemorização que gangues
fazem em jovens que não as integram).
O negativismo da conduta mostra-se como um polo oposto aos padrões da sociedade. Identificam-se como
exemplos as facções criminosas, em que o garoto passa a aceitar os valores daquele grupo, admitindo-os
para si mesmo, mais que os valores sociais dominantes.

Teorias do Conflito: argumentam que a harmonia social decorre da força e da coerção, em que há uma
relação entre dominantes e dominados. Nesse caso, não existe voluntariedade entre os personagens para a
pacificação social, mas esta é decorrente da imposição ou coerção.
Labelling approach – “Entiquetamento”, rotulação e reação social, reincidência, defesa da politica dos 4
Ds “descriminalização, diversão, devido processo legal e desinstitucionalização”, praticas como: direito
penal mínimo, desencarceramento, progressão de regime e abolitio criminis.
Por meio dessa teoria, a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um
processo em que se atribui tal “qualidade” (estigmatização). Destarte, condutas desviantes são aquelas que
as pessoas de uma sociedade rotulam às outras que as praticam. A teoria da rotulação de criminosos cria um
processo de estigma para os condenados, funcionando a pena como geradora de desigualdades.

Teoria crítica ou radical – inspirada pelo marxismo, capitalismo egoísta leva ao crime, estigmatização da
população marginalizada, compreensão pelo criminoso, propostas de reformas sociais.
a) a concepção conflitual da sociedade e do direito (o direito penal se ocupa de proteger os interesses do
grupo social dominante);
b) reclama compreensão e até apreço pelo criminoso;
c) critica severamente a criminologia tradicional;
d) o capitalismo é a base da criminalidade;
e) propõe reformas estruturais na sociedade para redução das desigualdades e consequentemente da
criminalidade.

Neorretribucionismo (lei e ordem, tolerância zero e broken windons theory) – Realismo de direito
Influência da escola de Chicago, espaço público como algo “sagrado”, inibição de pequenos delitos como
prevenção dos mais graves, relação de causalidade entre desordem e criminalidade mais do que outros
fatores, encarceramento em massa de “menos favorecidos”, redução de 57% de criminalidade geral e 65%
de homicídios em NY.

 BIOANTROPOLOGIA CRIMINAL: Características genéticas e de interação social somatizadas


formam a personalidade do indivíduo.

 VITIMOLOGIA:
Discussão recente: O ser humano tem mais ódio do autor que piedade da vítima.
Classificação de Mendelson - Vitima pode ser:
a) vítima inocente, que não concorre de forma alguma para o injusto típico;
b) vítima provocadora, que, voluntária ou imprudentemente, colabora com o ânimo
criminoso do agente;
c) vítima agressora, simuladora ou imaginária, suposta ou pseudovítima, que acaba justificando a
legítima defesa de seu agressor.

 A ocorrência da chamada “síndrome de Estocolmo”, na qual a vítima se afeiçoa ao criminoso e interage


com ele pelo próprio instinto de sobrevivência.

 .Ações de tutela das vítimas no Brasil (Ex.: lei Maria da Penha, crimes Hediondos contra Policiais).
 Vítima (crime contra a vida)/ ofendido (contra honra)/ lesado (contra patrimônio)
 Vitimização primária (aquela causada pelo crime em si), secundária (causada pelas instâncias formais de
controle social) e terciária (falta de apoio/amparo de órgãos públicos ou da própria sociedade).
 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS:
Odon RamosMaranhão ensina que “o ato criminoso é a soma de tendências criminais de um indivíduo com
sua situação global, dividida pelo acervo de suas resistências”. Esquematicamente:

Equação:
C = ato criminoso;
T = tendências criminais;
S = situação global;
R = resistências.

Na sistemática proposta, Odon adotou uma classificação natural de criminosos, a


saber:
 Criminoso ocasional: personalidade normal, poderoso fator desencadeante, e ato
consequente do rompimento transitório dos meios contensores dos impulsos.
 Criminoso sintomático: personalidade com perturbação transitória ou permanente; mínimo ou nulo
fator desencadeante; ato vinculado à sintomatologia da doença.
 Criminoso caracterológico: personalidade com defeito constitucional ou formativo do caráter; mínimo
ou eventual fator desencadeante e ato ligado à natureza do caráter do agente.

 PREVENÇÃO:

 Primária: Ataca a raiz do conflito (educação, emprego, moradia, segurança etc.); aqui
desponta a inelutável necessidade de o Estado, de forma célere, implantar os direitos sociais progressiva
e universalmente, atribuindo a fatores exógenos a etiologia delitiva; a prevenção primária liga-se à
garantia de educação, saúde, trabalho, segurança e qualidade de vida do povo, instrumentos preventivos
de médio e longo prazo.
 Secundária: Destina-se a setores da sociedade que podem vir a padecer do problema criminal
e não ao indivíduo, manifestando-se a curto e médio prazo de maneira seletiva, ligando-se à ação
policial, programas de apoio, controle das comunicações etc.
 Terciária: Voltada ao recluso, visando sua recuperação e evitando a reincidência (sistema
prisional); realiza-se por meio de medidas socioeducativas, como a laborterapia, a liberdade assistida, a
prestação de serviços comunitários etc.

 TEORIAS DA PREVENÇÃO CRIMINAL:


Teoria da reação social: A ocorrência de ação criminosa gera uma reação social (estatal) em sentido
contrário, no mínimo proporcional àquela. Da evolução das reações sociais ao crime prevalecem
hodiernamente três modelos:
Modelo dissuasório (direito penal clássico): repressão por meio da punição ao agente criminoso, mostrando
a todos que o crime não compensa e gera castigo. Aplica-se a pena castigo. Aplica-se a pena somente aos
imputáveis e semi-imputáveis, pois aos inimputáveis se dispensa tratamento psiquiátrico.
Modelo ressocializador: intervém na vida e na pessoa do infrator, não apenas lhe aplicando uma punição,
mas também lhe possibilitando a reinserção social. Aqui a participação da sociedade é relevante para a
ressocialização do infrator, prevenindo a ocorrência de estigmas.
Modelo restaurador (integrador): recebe também a denominação de “justiça restaurativa” e procura
restabelecer, da melhor maneira possível, o status quo ante, visando a reeducação do infrator, a assistência à
vítima e o controle social afetado pelo crime. Gera sua restauração, mediante a reparação do dano causado.
Teoria da Pena: A pena é uma espécie de retribuição, de privação de bens jurídicos, imposta ao
delinquente em razão do ilícito cometido. O estudo da pena constata a existência de três grandes correntes
sobre o tema:
Teorias absolutas (Kant, Hegel) entendem que a pena é um imperativo de justiça, negando fins utilitários;
pune-se porque se cometeu o delito (punitur quia peccatum est).
Teorias relativas ensejam um fim utilitário para a punição, sustentando que o crime não é causa da pena, mas
ocasião para que seja aplicada; baseia-se na necessidade social (punitur ne peccetur). Seus fins são duplos:
prevenção geral (intimidação de todos) e prevenção particular (impedir o réu de praticar novos crimes;
intimidá-lo e corrigi-lo).
Teorias mistas conjugam as duas primeiras, sustentando o caráter retributivo da pena, mas acrescentam a
este os fins de reeducação do criminoso e intimidação.
A penologia é a disciplina integrante da criminologia que cuida do conhecimento geral das penas (sanções) e
castigos impostos pelo Estado aos violadores da lei.

 PREVENÇÃO GERAL X ESPECIAL:


Por meio da prevenção geral, a pena se dirige à sociedade, intimidando os propensos a delinquir A
prevenção especial atenta para o fato de que o delito é instado por fatores endógenos e exógenos, de modo
que busca alcançar a reeducação do indivíduo e sua recuperação. Por esse motivo, sua individualização se
trata de preceito constitucional

PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA E POSITIVA:


Pela prevenção geral negativa (prevenção por intimidação), a pena aplicada ao autor do delito reflete na
comunidade, levando os demais membros do grupo social, ao observar a condenação, a repensar antes da
prática delituosa. A prevenção geral positiva ou integradora direciona-se a atingir a consciência geral,
incutindo a necessidade de respeito aos valores mais importantes da
comunidade e, por conseguinte, à ordem jurídica.

PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA E POSITIVA:


Na prevenção especial negativa existe uma espécie de neutralização do autor do delito, que se materializa
com a segregação no cárcere. Essa retirada provisória do autor do fato do convívio social impede que ele
cometa novos delitos, pelo menos no ambiente social do qual foi privado.
Por meio da prevenção especial positiva, a finalidade da pena consiste em fazer com que o autor desista de
cometer novas infrações, assumindo caráter ressocializador e pedagógico.

 FATORES SOCIAIS DA CRIMINALIDADE: Fatores mesológicos


 infância abandonada
 pobreza
 emprego, desemprego e subemprego
 migração interna e externa
 infraestrutura urbana
 meios de comunicação
 crescimento populacional
 educação
 parasitismo

 INSTÂNCIAS DE CONTROLE:
Toda sociedade politicamente organizada utiliza o monopólio do uso da força para manutenção da ordem,
da paz social e da harmonia entre seus cidadãos. Trata-se de um corolário da teoria do contrato social de
Rousseau. Estabelece-se, por conseguinte, o controle social como o conjunto de mecanismos e sanções
sociais que visam a submissão do homem aos modelos e normas de convívio comunitário (Shecaira, 2008).
Destarte, para que os fins de interesse público possam ser alcançados, as instituições sociais utilizam dois
sistemas que interagem reciprocamente:
Controle social informal, que se reflete nos órgãos da sociedade civil: família, escola, ciclo profissional,
opinião pública, clubes de serviço, igrejas etc;
Controle social formal, representado pelas instâncias políticas do Estado, isto é, a Polícia (1ª seleção), o
Ministério Público (2ª seleção), a Justiça (3ª seleção), as Forças Armadas, a Administração Penitenciária etc.

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