A Psicologia Como Ciência
A Psicologia Como Ciência
A Psicologia Como Ciência
como uma ciência biológica, uma ciência interessada em Unidade: Psicologia como
Ciência: Evolução Histórica 18 Notas analisar os processos mentais, interessava-se
pelo funcionamento, pela função da mente e não por sua estrutura, por suas
propriedades. Mas, essas escolas serviram como base para a formulação das três
principais teorias dos dois últimos séculos: o Behaviorismo (ou Unidade: Psicologia
como Ciência: Evolução Histórica 19 Notas Psicologia Experimental ou Psicologia
Comportamental); a Psicanálise; e a Gestalt (ou Psicologia da Forma). Para ele a
descrição introspectiva tendia a ser mais uma análise do que uma descrição, em
função disso, defende o uso da experimentação e da descoberta sobre “o que”, “como”
e “por que” dos processos mentais. A Psicologia que nasce a partir dos estudos da
alma realizados pelos grandes filósofos passa a ser uma ciência “sem alma” (BOCK,
FURTADO e TEIXEIRA, 2005, p. 43), no sentido de que tem seu conhecimento produzido
em laboratórios por meio de experimentos de observação e medição. Para o
Estruturalismo a psicologia é a ciência que estuda a consciência ou a mente, sendo
que a mente é compreendida para esses pensadores como a soma de todos os processos
mentais. Watson, a partir dos estudos de Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936) acerca
de estímulo-reflexo, estabelece o objeto de estudo da Psicologia enquanto ciência:
o comportamento (behavior em inglês), um objeto de estudo mais concreto,
mensurável. Como afirmou Aristóteles “nada melhor para compreender um tema em sua
extensão do que historicizá-lo”, assim ao tentar compreender a psicologia como
ciência independente vale, sem dúvida, a análise histórica desta. Wilhelm Wundt
(1832-1920), fisiólogo alemão da Universidade de Leipzig e pioneiro da Psicologia
Experimental, cria o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de
Psicofisiologia, fato que pode ser considerado o início da psicologia como ciência
independente. Em suma, ao descrever a história da psicologia, fica evidente a
contribuição dos diversos pensadores acerca do assunto e essa evolução gradual
mostra a Psicologia como uma ciência em desenvolvimento. Wundt acreditava que cada
processo da mente envolvia simultaneamente um processo físico, daí a análise dos
estímulos físicos, e um processo mental, ou seja, as sensações mentais
correspondentes. Para Piaget o eixo central da análise é essa interação, que
resulta em dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao
Unidade: Psicologia como Ciência: Evolução Histórica 21 Notas meio. por Watson, e o
estudo do comportamento observado; por Skinner e as investigações sobre
condicionamento operante; por Piaget e seu incremento da investigação experimental
do desenvolvimento da criança e do adolescente; pelos alemães com a psicologia da
forma, visando à compreensão de relações de sentido e a percepção de formas, dentre
outros estudiosos. A influência de Wundt marcou a constituição da psicologia
enquanto ciência, fazendo com que ele fosse considerado pai da Psicologia Moderna
ou Científica. Conhecer o processo de formação da psicologia enquanto ciência
permite-nos uma visão mais ampla para compreensão do homem, de suas ações e
questionamentos. Assim, ao buscar compreender a psicologia enquanto ciência, torna-
se fundamental a análise dessas diferenças de concepções entre seus pesquisadores.
A função da Psicologia era então compreender esses processos e o modo como a mente
é estruturada, como funcionam os sistemas nervosos centrais. A Gestalt, Psicologia
da Forma, como é chamada por alguns ou simplesmente Gestalt, como é mais conhecida,
é a escola mais ligada à filosofia, uma vez, que tem como objeto de estudo os
processos perceptivos, envolvendo sensação e percepção. Os experimentos de Wundt
envolviam as sensações, percepções, sentimentos e emoções e se davam por meio do
método de “introspecção”, método e termo criado por ele próprio. Evidencia também
que a ciência, e aqui nos referimos a todas as ciências e não só a Psicologia, não
nasce pronta, mas está sempre em transformação, influenciada por novas pesquisas,
novas descobertas. A Psicanálise nasce com Sigmund Freud (1856- 1939), o qual a
partir de sua prática médica postula o inconsciente como objeto de estudo da
ciência. Wundt era considerado um paralelista psicofísico, ou seja, acreditava que
havia fenômenos do mundo físico, constituídos pelo corpo, e fenômenos do mundo
mental, constituídos pela mente. Para os gestaltistas o comportamento humano deve
ser estudado considerando os aspectos globais que cercam o homem, pois suas ações,
mediante aos estímulos do ambiente, são influenciadas pela forma como o
comportamento percebe esses estímulos. A mente passa a ser analisada em função das
interações com o ambiente e o estudo da vida psíquica é considerado a partir de sua
adaptação ao meio. Edward L. Thorndike (1874-1949), o principal pensador do
Associacionismo, formulou a Lei do Efeito, contribuindo para a primeira teoria de
aprendizagem em Psicologia.
A Psicologia e a Ciência
Os Funcionalistas assim como os Estruturalistas elegem a consciência como foco
para análise, mas os Funcionalistas estavam interessados na função da mente e não
em sua estrutura. Os Associacionistas não aceitavam o método introspectivo e
lançaram as bases da psicologia comportamentalista, utilizando para tanto pesquisas
com animais. Unidade: Psicologia como Ciência: Evolução Histórica 20 Notas Um
exemplo: o experimentador estimulava o sujeito com uma picada de agulha e esse
fazia o relato introspectivo sobre tamanho, intensidade e duração do estímulo,
descrevendo o caminho percorrido no seu interior, como que descrevendo o processo
mental. O método instituído por Wundt se baseava no sujeito da experiência,
previamente treinado para autoobservação, descrever ao experimentador suas
sensações, percepções e sentimentos. Iniciado com Watson, o Behaviorismo tem como
principal teórico Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), o qual formula a
compreensão do Comportamento Operante, das noções de reforçamento e do controle dos
estímulos.