Aula 5 - Conceito e Regime Jurídico Administrativo
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ATENÇÃO
Para fins de prova de concurso, é importante lembrar qual é o objeto de estudo do Direito
Administrativo. No Direito Administrativo, estuda-se os órgãos e as entidades, bem como
os agentes públicos e as atividades administrativas praticadas pelo Estado, abordando
também a prática de serviço público, polícia administrativa, fomento e intervenção.
É importante ainda salientar que o Direito Administrativo, por vezes, perpassa o meio em
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que é desenvolvido e pode estar presente em outros ramos do direito, trabalhado por outros
ANOTAÇÕES
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poderes, tratando-se de atos atípicos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciá-
rio, tomando como exemplo a ação do Poder Judiciário quanto à contratação de servidor ou
quando o Poder Legislativo faz licitação para contratar.
Já na visão da professora Di Pietro, tem-se por conceito:
O ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administra-
tivas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os
bens e meios de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. (Di Pietro)
Lembrando que, quando se fala em Direito Público, deve-se lembrar das prerrogativas da
Administração Pública em relação ao particular, que é uma relação vertical. Percebe-se que
as normas de Direito Público geram um certo privilégio para a Administração Pública.
Quanto ao objeto de estudo, vale lembrar que são:
• órgãos públicos;
• agentes públicos;
• pessoas jurídicas administrativas – temos como exemplos de pessoas jurídicas admi-
nistrativas: a autarquia (INSS, IBAMA), fundação pública (CESPE), empresa pública
(CEF) e sociedade de economia mista (BANCO DO BRASIL, PETROBRAS).
É o conjunto das normas jurídicas que disciplinam a função administrativa do Estado e a organiza-
ção e o funcionamento dos sujeitos e órgãos encarregados de seu desempenho. (Marçal Justen
Filho)
Vale lembrar que, quando se fala em normas, pode-se também entender princípios.
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) Conceitualmente, é correto considerar que o
Direito Administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de Direito Público que dis-
ciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais
da coletividade.
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
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relação contratual – como é regida pelo Direito Público –, o Estado vai ter certa supremacia
em relação àquele particular que assinou o contrato administrativo. Dessa forma, o regime
jurídico representa um conjunto de normas, um conjunto de princípios que colocam a Admi-
nistração Pública numa posição de supremacia.
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, muito importante para o Direito Administra-
tivo, discorre sobre os Princípios Pedras de Toque, que são os princípios quiçá mais impor-
tantes que formam este regime jurídico administrativo. Para o autor, todos os demais princí-
pios decorrem destes.
Para o autor, estes são considerados super ou supraprincípios.
São princípios Pedras de Toque:
• Princípio da Supremacia do Interesse Público: são prerrogativas, direitos da Admi-
nistração Pública. O administrador, quando for julgar ou decidir, deverá sempre aten-
der ao interesse público, sem atender a interesses pessoais ou então beneficiar ou
prejudicar alguém de maneira indevida.
O Princípio da Supremacia gera direitos à Administração Pública, como, por exemplo,
a possibilidade de interditar estabelecimento comercial, aplicar uma multa, derrubar
uma obra que está sendo construída de maneira irregular, entre outros.
• Princípio da indisponibilidade do interesse público: representa sujeições, obriga-
ções ou mesmo restrições para Administração Pública.
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A coisa pública não está disponível, o agente público não pode dispor de direitos da cole-
tividade nem de bens. O recurso público não é particular, sendo indisponível na supremacia
das prerrogativas.
O Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público trata de sujeições, obrigações, res-
trições para Administração Pública. Tomando o exemplo de quando Administração Pública
for contratar pessoal, havendo sempre a necessidade de concurso público: o administrador
fica sujeito à realização de concurso para contratar uma obra, um objeto, um serviço, tendo
que licitar sempre.
Também a fiscalização do Tribunal de Contas representa uma sujeição da Administra-
ção Pública.
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DIRETO DO CONCURSO
2. (IBFC/EMDEC/ADVOGADO/2019) Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2018), “a ex-
pressão regime jurídico administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto
de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administra-
ção Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico administrativa.” Sobre
o assunto, analise as afirmativas abaixo e dê valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à consecu-
ção de seus fins, são outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem asse-
gurar a supremacia do interesse público sobre o particular.
( ) São exemplos de restrições aplicáveis à Administração Pública a imunidade tribu-
tária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo, processo especial de execução,
presunção de veracidade de seus atos.
( ) São exemplos de prerrogativas ou privilégios da Administração Pública a autoexe-
cutoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços,
o de ocupar temporariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão, o de aplicar
sanções administrativas.
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COMENTÁRIO
A primeira afirmativa trata sobre a supremacia do interesse público sobre o particular, em
que a Administração Pública tem essa prerrogativa.
A segunda afirmativa versa sobre restrições, o que remete ao Princípio da Indisponibilidade
do interesse público.
Não são exemplos de restrições aplicáveis à Administração Pública a imunidade tributária,
pois isso se trata de um privilégio, o que representa o princípio da supremacia da
Administração Pública. Também é tratado na afirmativa que haverá prazo processual em
dobro para o Estado e a Fazenda Pública, quando estas praticarem ato processual. Será
sempre prazo em dobro para recorrer e prazo em dobro para contestar.
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3. (QUADRIX/CRO-AM/ADMINISTRADOR/2019) É inaceitável que o Estado possua poderes
administrativos como prerrogativas de direito público, sendo correto que as prerrogativas
do Estado sejam de direito privado para que não ocorra desigualdade entre os cidadãos
e o Poder Estatal.
COMENTÁRIO
O Estado pode possuir poderes administrativos como prerrogativas de Direito Público.
As prerrogativas do Estado são baseadas no Direito Público e não no Direito Privado.
Além disso, não pode haver igualdade no Direito Público, pois, para a Administração
desempenhar suas funções, há de ter essas desigualdades. Se a Administração fosse
igual ao particular, não seria possível vários trabalhos, como, por exemplo, interditar um
estabelecimento por falta de higiene. O Estado deve ficar na posição de supremacia.
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COMENTÁRIO
Aqui se fala do princípio trabalhado anteriormente, porém a norma versa que a Administração
tem um privilégio, um direito que não é concedido ao particular. Trata-se de um direito
público, que justamente concede direitos a mais ao Poder Público, à Administração. Se
não houvesse esses privilégios, não haveria como a Administração defender o interesse
público.
COMENTÁRIO
A alternativa A apresenta os princípios de Pedra de toque, que são respeitados até hoje.
Não há um princípio mais importante que outro, porém fundamentam, dão origem aos
demais princípios, sendo considerados super ou supra princípios.
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Na alternativa B, os princípios expressos na Constituição Federal são os seguintes:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. São eles que constam
no artigo 37.
Já a alternativa C apresenta uma assertiva, pois é exatamente o que se tem sobre os
princípios de Pedras de Toque, porém, ainda são alvos de críticas.
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COMENTÁRIO
Esta questão tem um texto introdutório extenso, o que não significa que se trata de uma
questão difícil, pois quem planeja questão quer valorizar o trabalho e, por vezes, cansar o
candidato.
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COMENTÁRIO
A questão fala do interesse público, que este pode ser classificado em primário e secundário.
Há uma distinção que deve ser feita. O princípio da supremacia do interesse público é
classificado como interesse primário e interesse secundário.
O interesse primário representa as necessidades da sociedade, e o interesse secundário
é a vontade da Administração como pessoa jurídica. Aqui devemos lembrar de "interesse
patrimonial do Estado", ou seja, um benefício para o Estado.
Há o princípio da supremacia do interesse público: parte da doutrina trata do interesse
primário do Estado e o interesse secundário. Há de considerar-se que o interesse primário
se sobrepõe ao secundário, pois são mais importantes as necessidades da coletividade.
Quando o Estado pratica uma ação para proteger a coletividade, pratica-se o interesse
primário, porém, por vezes, o Estado pratica atos para proteger o seu próprio interesse,
sendo aí um interesse secundário, pois há o interesse do Estado como uma máquina
estatal, como uma pessoa jurídica.
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COMENTÁRIO
Aqui se fala da supremacia da Administração, pois a servidão é obrigatória, e o particular
tem que aceitar para atender à coletividade. Trata-se do interesse primário, pois, pelas
prerrogativas, a Administração pode agir em prol da coletividade, ainda que contra os
direitos individuais.
GABARITO
1. C
2. b
3. E
4. E
5. d
6. b
7. e
8. C
��������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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