Eletrodinâmica

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AULAS Corrente elétrica

15 e 16
Competências: 2, 5 e 6 Habilidades: 5, 17 e 21

1. Introdução a outro e, durante o movimento, forma-se uma “nuvem


eletrônica” no interior do metal.
O fluxo de elétrons que atravessa um condutor é deno- Os meios materiais denominados isolantes elétricos são, em
minado corrente elétrica. Uma lâmpada, por exemplo,
geral, os não metais, como vidro, mica, ebonite, etc. A quanti-
emite luz quando o fluxo de elétrons atravessa o filamento
dade de elétrons livres nesses materiais é bastante pequena
dentro de seu bulbo, e o chuveiro elétrico esquenta a água
e, por isso, eles não conduzem bem a corrente elétrica.
devido ao fluxo de elétrons que passa pelo seu resistor.

3. Sentido da corrente elétrica


Em geral, o fluxo de partículas eletrizadas em movimento
é ordenado.
A natureza da corrente elétrica depende do meio em que Ao se estabelecer uma diferença de potencial nas extremi-
o fluxo de cargas ocorre. Nos metais, o fluxo é constituí- dades de um condutor metálico, pode-se ordenar o movi-
do exclusivamente por elétrons; contudo, os elétrons não mento dos elétrons em seu interior. Um modo de fazer isso
compõem a corrente elétrica nos líquidos, onde o fluxo é é ligando-o entre os polos de um gerador elétrico (pilha,
formado por cátions (+) e ânions (–). bateria, etc.). Mais adiante será demonstrado que a pilha
“empurra” os elétrons, ordenando o movimento.
Na figura a seguir, um fio condutor metálico está ligado
aos polos de uma bateria elétrica. Como é possível obser-
var, o movimento dos elétrons livres no fio tem sentido an-
ti-horário: do polo negativo para o polo positivo.
Nos metais, os elétrons constituem a corrente elétrica

ELETRÓNS

3.1. O sentido convencional


Na solução água + sal, a corrente elétrica é formada de cátions
da corrente elétrica
(Na+) e ânions (CI-) que caminham em sentidos opostos O sentido real do movimentos dos elétrons não é o mes-
mo que o sentido convencional da corrente elétrica.
2. Condutores e isolantes SENTIDO CONVENCIONAL
DA CORRENTE
Um meio material capaz de conduzir corrente elétrica é i

denominado condutor elétrico. Nesse tipo de material, as


partículas eletrizadas conseguem se movimentar com fac-
ilidade. Nos metais em geral, as partículas eletrizadas que SENTIDO REAL DO
MOVIMENTO DOS ELÉTRONS
constituem a corrente elétrica são os elétrons, dado que os
metais possuem um grande número de elétrons livres, que Por motivos históricos, o sentido convencional da corrente
são os elétrons mais fracamente ligados ao núcleo atômi- elétrica foi estabelecido considerando-se que as cargas em
co. Assim, esses elétrons podem se mover de um átomo movimento fossem positivas.

110
Essa convenção não foi alterada, pois, sob o ponto de vista No SI, a unidade da intensidade de corrente elétrica é o
do eletromagnetismo, o movimento de cargas negativas ampère, de símbolo A, em homenagem ao físico francês
em determinada direção é equivalente ao movimento de André-Marie Ampère (1775-1836).
cargas positivas na direção oposta.
A unidade de carga elétrica, o Coulomb (C), é definida a
O sentido da corrente elétrica é indicado, também por con- partir da equação anterior: Q = i ⋅ Dt. Em unidades:
venção, por uma flecha com a letra i.
ampère · segundo = coulomb

4. Intensidade da corrente elétrica 4.1. Propriedade gráfica


Como na figura a seguir, um fio metálico é ligado nos polos
de um gerador. Nesse circuito, o movimento convencional Quando é plotado o gráfico da corrente pelo tempo,
da corrente elétrica é do polo positivo para o polo negati- decorre que a área que a função faz com a horizontal é
vo. Entretanto, o movimento dos elétrons livres ocorre no equivalente à quantidade de carga elétrica que passou en-
sentido oposto. tre os intervalos de tempo.
ELÉTRONS

i i

BATERIA

Durante o intervalo de tempo ∆t, uma quantidade n de


elétrons atravessa uma seção transversal S do fio.
A carga elétrica do elétron foi denominada de carga elétri-
ca elementar, e seu valor absoluto é representado pelo
símbolo e:
e = 1,6 · 10–19 C

multimídia: vídeo
Assim, o valor absoluto da quantidade de carga elétrica Q
Fonte: Youtube
que atravessou a seção S é:
Física Total - Aula 61 - eletrod-
|Q| = n ⋅ |e| inâmica - corrente elétrica

Nesse condutor, a intensidade média da corrente elétrica, no


intervalo de tempo ∆t, é definida como sendo a grandeza:
|Q|
5. Efeitos da corrente elétrica
im = ___
​   ​  § Efeito Fisiológico – quando uma corrente elétrica
Dt
atravessa um organismo vivo, ela produz contrações
musculares conhecidas como choque elétrico. O ser
Quando a corrente elétrica fornecida pelo gerador tem in-
humano, ao ser atravessado por uma corrente de in-
tensidade constante, resulta que im = i, e a equação anteri-
tensidade de 10 mA ou mais, pode sofrer efeitos fatais.
or poderá ser escrita como:
§ Efeito Químico – quando uma corrente elétrica at-
|Q|
i = ___
​   ​ ⇔ |Q| = i ⋅ ∆t ravessa uma solução iônica, ocorre a eletrólise, oca-
Dt sionando o movimento de íons negativos e positivos

111
para o ânodo e o cátodo, respectivamente. Esse efeito 2. Durante um intervalo de tempo ∆t = 16 s, uma quanti-
é aplicado na galvanização de metais (cromeação, dade de 2,0 · 1022 elétrons atravessou a seção transversal
de um condutor. Sendo e = 1,6 · 10–19 C o valor de carga
prateação, niquelação, etc.).
elétrica elementar, determine:
§ Efeito Magnético – quando um condutor é percorri- a) a carga elétrica que atravessa o condutor;
do por uma corrente elétrica e produz nas suas proxim- b) a intensidade média da corrente elétrica.
idades um campo magnético. Esse efeito é facilmente Resolução:
comprovado pela deflexão da agulha imantada de uma
a) Sendo |Q| = n ∙ e, obtém-se a carga elétrica:
bússola colocada próxima do condutor.
|Q| = (2,0 · 1022) ⋅ (1,6 · 10–19 C) ∴
§ Efeito Luminoso – quando a corrente elétrica Q = 3,2 · 103 C
atravessa um gás, sob baixa pressão, ocorre emissão de
b) A intensidade média (im) da corrente vale:
luz. Esse efeito é aplicado nas lâmpadas fluorescentes,
lâmpadas de vapor de sódio, etc. |Q| 3,2 · 10³ C _________
im = ___
​   ​ = _________
​   ​  = ​ 32 · 10² ​
  C 
=

Dt 16 s 16 s
§ Efeito Térmico ou Efeito Joule – quando os elétrons
livres colidem com os átomos, ocorre o aquecimento do ​ Cs ​ 
= 2,0 · 10² __
condutor. Esse efeito é aplicado em aparelhos que pro- = 2,0 · 10² A
duzem calor (aquecedores elétricos: chuveiros, tornei-
ras, ferros elétricos, etc.).

7. O gerador elétrico
6. O amperímetro Para se produzir uma corrente elétrica é necessário um gera-
dor elétrico. Os geradores elétricos mais comuns e conheci-
A intensidade da corrente elétrica que passa por um fio é dos são: pilha comum, bateria de automóvel, bateria de celu-
medida por um aparelho chamado amperímetro. lar, os grandes e potentes geradores das hidroelétricas, etc.
A figura a seguir mostra um amperímetro ligado a um cir-
cuito. No mostrador do aparelho é indicada a intensidade
da corrente elétrica que o atravessa.

Turbinas do gerador elétrico de uma usina de energia


hidroelétrica em Itatinga, São Paulo.

O gerador elétrico é um aparelho capaz de mover os


Circuito com um amperímetro. Há amperímetros analógicos e digitais. elétrons. É o gerador que “empurra” os elétrons em um
circuito, sendo, assim, o seu principal elemento.
Aplicação do conteúdo Neste curso, os geradores serão eletroquímicos, como as pil-
1. Uma corrente elétrica de intensidade constante ig- has e baterias, que produzem uma corrente elétrica contínua
ual a 4,0 A atravessa um condutor de eletricidade. De- e constante. Esses geradores são compostos por um polo
termine a carga elétrica transportada pelos elétrons positivo, de maior nível de energia, e um polo negativo, com
durante um intervalo de tempo de 2,0 minutos. energia menor, de modo que o potencial elétrico no polo
Resolução: positivo seja maior do que o potencial no polo negativo.

A unidade do intervalo de tempo deve ser transformada


para segundos: ∆t = 2,0 min = 120 s. Utilizando a defini-
ção de intensidade de corrente elétrica, tem-se:

|Q|
i = ___
​    ​ ⇔ |Q| = i ⋅ ∆t = 4,0 A ⋅ 120 s ⇒
Dt
⇒ |Q| = 480 C

112
É através do polo positivo que o gerador fornece corrente é uma relação entre energia elétrica e carga elétrica. Assim,
elétrica ao circuito. Depois de atravessar o circuito, a cor- a origem do termo, pensando-se que se tratava de uma
rente retorna ao gerador pelo polo negativo. Na figura aci- força aplicada às cargas elétricas, é equivocada.
ma é possível observar um circuito composto por uma ba-
As pilhas e baterias comuns indicam o valor de sua f.e.m.
teria e uma lâmpada. O sentido convencional da corrente
elétrica está indicado pelas setas.
Os polos de um gerador são, comumente, chamados de
ativos passivos. Isso significa que, mesmo em um circuito
desligado, existe potencial nos polos do gerador.

 Pilha de 1,5 V       Bateria de 12 V


Resumindo
O gerador elétrico possui dois polos ativos, um positivo, O italiano Alessandro Volta, nascido em 1745, foi o in-
de maior potencial elétrico, e um negativo, de menor ventor da pilha elétrica (em 1800) que leva o seu nome,
potencial elétrico. O gerador produz corrente elétrica a chamada pilha de Volta. Volta percebeu que discos de
em um circuito e mantém uma diferença de potencial zinco e cobre, separados por pedaços de tecido embe-
elétrico entre seus dois polos. bidos em ácido sulfúrico, eram capazes de produzir cor-
rente elétrica se um fio fosse conectado às suas extremi-
dades. Nesse caso, a produção de corrente elétrica se dá
8. Força eletromotriz (f.e.m.) em função de reações químicas.

Diferentes geradores fornecem quantidades diferentes de 8.1. A f.e.m. e a tensão elétrica


energia. Em função disso, foi definida uma grandeza car-
acterística de cada gerador, denominada força eletromotriz Ocorre perda de energia elétrica durante o funcionamen-
(f.e.m.), que se relaciona com essa quantidade de energia to de um gerador no transporte de carga elétrica de um
e com a carga elétrica. polo a outro. Inicialmente, porém, essa perda de energia
elétrica será desconsiderada e os geradores serão consid-
Os exemplos a seguir ilustram essa ideia de força eletromotriz. erados ideais. Nesse caso, a força eletromotriz do gerador
corresponde à diferença de potencial entre o polo positivo
Exemplos e o polo negativo. Essa diferença também é denominada
Uma pilha forneceu uma quantidade de energia elétrica de tensão elétrica (U).
1,5 J a um grupo de partículas que transportou uma carga
Assim, nos geradores ideais:
unitária de eletricidade de 1,0 C. Asssim, diz-se que essa
pilha tem uma força eletromotriz de 1,5 J/C ou de 1,5 volt.
f.e.m. = tensão entre os polos ⇒ U = f.e.m.
Uma bateria de carro forneceu uma quantidade de energia
elétrica Eelétr = 24 J a um grupo de partículas que trans-
portou uma quantidade de eletricidade Q = 2,0 C. Assim,
cada coulomb recebeu uma quantidade de energia elétrica
8.2. Símbolo do gerador ideal
de 12 joules, e a força eletromotriz dessa bateria é 12 J/C Nos circuitos elétricos, os geradores ideais de corrente con-
ou 12 volts. tínua (pilhas, baterias, etc.) são representados pelo símbolo
da figura a seguir.
Sintetizando: A força eletromotriz é o quociente da
quantidade de energia elétrica fornecida por um gerador
a um grupo de partículas eletrizadas transportando uma
carga elétrica Q. Por definição:

energia elétrica Eelétr


f.e.m. = ​ ____________
   ​  ⇒ f.e.m. = ___
​   ​ 
carga elétrica |Q|

No SI, a unidade de f.e.m. é o volt (V), definida pela razão


O polo positivo do gerador é indicado pelo traço maior, e
joule/coulomb.
o polo negativo pelo traço menor. O sentido convencional
Embora o termo força eletromotriz (f.e.m.) se refira a uma da corrente elétrica é indicado por uma seta ao lado do
força, não se trata de uma grandeza física de força. A f.e.m símbolo, com sentido do polo negativo para o positivo.

113
9. O Voltímetro
O aparelho utilizado para medir a diferença de poten-
cial (d.d.p.) entre os polos de um gerador é denomina-
do voltímetro. O voltímetro é comumente chamado
de medidor de voltagem.
a) Quais são os pontos de mesmo potencial elétrico?
b) Qual é a d.d.p. em cada lâmpada?
c) Quanto indicaria um voltímetro se fosse conectado
às extremidades dos fios 1 e 2?

Resolução:
a) Os pontos de um mesmo fio têm o mesmo potencial.

VA = VC = V1 e VB = VD = V2

Voltímetro
No entanto: V1 > V2
Para medir a d.d.p. de uma pilha, deve-se ligar o voltímetro
b) A ddp (tensão elétrica U) em cada lâmpada é a
em paralelo com a pilha, como ilustra a figura a seguir.
mesma, pois:

§ em L1 ⇒ U1 = VA – VB= U ∴ U1 = 6,0 V

§ em L2 ⇒ U2 = VC – VD = U ∴ U2 = 6,0 V
1,5V 1,5 volt c) O voltímetro indicaria a d.d.p. entre fios, ou seja:
d.d.p. = 6,0 V

10. Efeito Joule


Nos circuitos elétricos, o voltímetro é representado pelo Um condutor elétrico sólido esquenta ao ser percorrido por
símbolo da figura abaixo: uma corrente elétrica. Esse aumento de temperatura do
condutor devido à passagem da corrente elétrica é denom-
inado efeito Joule. Esse fenômeno ocorre pois as partícu-
las eletrizadas da corrente elétrica colidem com átomos e
Além de medir a d.d.p. dos geradores, o voltímetro pode moléculas do material condutor, transformando parte da
ser usado para medir a diferença de potencial entre dois corrente elétrica em energia térmica.
pontos quaisquer de um circuito elétrico.

Aplicação do conteúdo
1. Um gerador elétrico fornece às partículas elétricas
que o atravessam 6,0 J para cada 4,0 C de carga elétrica.
Quanto vale sua f.e.m.?

Resolução:

Eelétrica _____6,0 J
f.e.m. = ​ _____
 ​  = ​    ​ = 1,5 J/C ⇒
Q 4,0 C
⇒ f.e.m. = 1,5 V multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
2. No circuito da figura a seguir, duas lâmpadas, L1 e L2, Novo Telecurso - Ensino Médio - Física -
estão ligadas a um gerador por meio de fios ideais. O Aula 41 (1 de 2)
gerador é ideal e sua f.e.m. é de 6,0 V.

114
11. Resistor e resistência No SI, a unidade de resistência elétrica é ohm, simboliza-
do por W (letra grega ômega), em homenagem ao físico
O resistor é um elemento cuja função exclusiva em um cir- George Simon Ohm.
cuito elétrico é transformar energia elétrica em energia tér- Assim, um resistor que, submetido à d.d.p. de 1 V, deixa-se
mica. Em geral, os resistores são condutores feitos de aço, atravessar por uma corrente elétrica de intensidade 1 A,
tungstênio ou carvão. Diversos aparelhos eletrodomésticos tem resistência elétrica de 1 W.
que requerem um aquecimento elétrico possuem resis-
unidade d.d.p.
tores, como o ferro elétrico de passar roupa, o chuveiro Unidade de resistência = _____________
​    ​ = ______
   ​  volt   ​  ​  V  ​
= __
unidade corrente ampère A
elétrico, a torneira de água quente, o secador de cabelos, =Ω
os aquecedores elétricos de ambiente, as lâmpadas incan-
descentes, etc.
Aplicação do conteúdo
Embora conduza corrente elétrica, o resistor é feito de um
material que dificulta a passagem dos elétrons. A medida 1. Um resistor de resistência elétrica R = 6,0 Ω foi sub-
metido a uma d.d.p. 24,0 V. Determine a intensidade de
dessa dificuldade é denominada resistência elétrica.
corrente elétrica que atravessa o resistor.
Nos circuitos elétricos, o resistor será representado por uma
linha em ziguezague, como na figura a seguir. Resolução:

Sendo U = 24,0 V e R = 6,0 Ω,tem-se:


Nota: O resistor variável que suporta a passagem de cor- U=R⋅i
rentes intensas é denominado reostato.
24,0 V
24,0 = 6,0 ⋅ i ⇒ i = _____
​   ​ ⋅ i = 4,0 A
6,0 W

12.1. Resistor ôhmico e não ôhmico

12. Primeira lei de OHM Os resistores que obedecem à Lei de Ohm são denomina-
dos resistores ôhmicos. Entretanto, nem todos os resistores
O físico alemão George Simon Ohm (1787-1854) descobriu, são ôhmicos, e os que escapam à Lei de Ohm são denomi-
em seus experimentos de eletricidade, que a intensidade da nados resistores não ôhmicos.
corrente elétrica em um condutor estava relacionada com a
d.d.p. em seus extremos. Ele percebeu que, ao variar a d.d.p., Os resistores fabricados com metais ou carbono são exem-
a intensidade da corrente elétrica também variava. plos de resistores ôhmicos. O gráfico da d.d.p. pela corrente
elétrica em um resistor ôhmico é uma reta. A tabela e o gráfi-
Usando um resistor metálico e mantendo-o a uma tem-
co a seguir ilustram o comportamento de um resistor ôhmico.
peratura constante, verificou que a razão entre a d.d.p. e a
corrente elétrica se mantinha constante:
Comportamento de um resistor ôhmico
d.d.p.
__________________
​    ​= constante ⇒ __
   ​ U ​ = constante Diferença de Intensidade Resistência
intensidade de corrente i potencial d.d.p., de corrente do resistor
U (em V) i (em A) R (em Ω)
Essa constante é a resistência do resistor, indicada por R. 1,0 0,5 2,0
Assim, a relação entre corrente elétrica, d.d.p. e resistência 2,0 1,0 2,0
em um condutor é: 3,0 1,5 2,0
4,0 2,0 2,0
​  U ​ = R
__
5,0 2,5 2,0
i
A propriedade acima é válida para diversos tipos de metais. 12.2. Curva característica de um resistor ôhmico
Essa é a Primeira Lei de Ohm:
Considerando um resistor ôhmico, ou seja, que obedeça
a relação de Ohm R = __ ​ U ​ , em que R é constante, pode-se
Para determinados resistores, mantidos a uma tempe- i
ratura constante, a intensidade de corrente i e a d.d.p.
escrever a d.d.p. em função da corrente. Plotando o gráfico,
são diretamente proporcionais: é possível notar que se trata de uma função linear com in-
clinação crescente, afinal a resistência sempre é um núme-
U=R∙i
ro constante e positivo.

115
U(i) = R ⋅ i A resistência elétrica do filamento da lâmpada é de 100 W.
Esse valor é bastante elevado; no entanto, se a temperatu-
ra do filamento aumentar ainda mais, o filamento pode se
fundir e a lâmpada deixa de funcionar.
Popularmente se diz que a lâmpada queimou.

2. Um resistor é submetido à tensão elétrica U = 60 V,


Seja u o ângulo que o gráfico faz com a horizontal, tem-se: e a intensidade de corrente que o atravessa é de 6,0 A.
​ U ​ = R
tan u = __ a) Qual é o valor de sua resistência elétrica?
i
b) Se o mesmo resistor for submetido a uma nova
tensão elétrica U’ = 30 V, qual será a intensidade da
corrente que o atravessará? Considere que a tempera-
tura se mantém constante.

Resolução:
​ U ​ = _____
a) R = __ ​  60 V  ​ = 10 ohms ⇒ R = 10 Ω
i 6,0 A
b) Como a resistência elétrica se mantém constante:
R = 10 Ω
Aplicação do conteúdo
1. Uma lâmpada incandescente é um exemplo de resis-
tor presente no nosso cotidiano. O filamento aquecido
dessas lâmpadas atinge uma temperatura aproximada
de 1.300ºC. Submetido à tensão elétrica de 110 V, a cor-
rente elétrica no filamento tem intensidade de 1,1 A.
Determine a resistência elétrica desse filamento.

Resolução:

Pela Lei de Ohm: U = R ⋅ i


​ U’ ​ = ____
U’ = R ⋅ i’ = i = __ ​ 30 V  ​= 3,0 ampères ⇒
R 10 
Substituindo U = 110 V e i = 1,1 A, obtém-se: ⇒ i’ = 3,0 A

​ 110 V ​ ⇒ R = 100 Ω


110 = R ⋅ 1,1 ⇒ R = _____
1,1 A

VIVENCIANDO

A corrente elétrica é um fenômeno que permite o uso da energia elétrica, a principal fonte de energia
do mundo moderno. A utilização em larga escala da eletricidade se deve à multiplicidade de efeitos pro-
duzidos pela corrente. Não é possível visualizar diretamente o fluxo de elétrons; no entanto, seus efeitos
são percebidos facilmente, como ao ligar o interruptor de uma lâmpada, o computador ou o smartphone.
No Brasil, a energia elétrica é gerada em sua maior parte por hidrelétricas, mas também é gerada por
meio de termelétricas e usinas nucleares. Obtida a partir da conversão de outros tipos de energia, a
eletricidade é transportada através de um sistema composto de quatro etapas: geração, transmissão, dis-
tribuição e consumo. A eletricidade é fundamental para tornar funcional os aparelhos criados para serem
utilizados no dia a dia. Celulares, televisores, computadores, máquinas de lavar roupa e muitos objetos
comuns nos lares brasileiros são movidos à base de energia elétrica.

116
3. O gráfico a seguir foi obtido para um resistor subme- Em que:
tido a diversas tensões elétricas.
R: é a resistência elétrica do resistor;
r (lê-se “rô”): é a resistividade do material;
A: é a área da secção transversal do material;
ø: é o comprimento do material.
Essa relação expressa o fato de que, quanto maior é o con-
dutor, maior é a dificuldade que as cargas elétricas têm
para atravessá-lo. A dificuldade de circulação das cargas
a) Calcule a resistência elétrica considerando os va- é menor à medida que for maior a área da secção trans-
lores do ponto 1. versal do material. Cada tipo de material também oferece
b) Calcule novamente a resistência elétrica consid- uma dificuldade diferente à circulação das cargas, que é
erando agora os valores do ponto 2. chamada de resistividade. Dessa forma, a resistência do
c) O resistor é ôhmico? resistor é diretamente proporcional ao comprimento (ø) e
inversamente proporcional à área (A).
Resolução:
A característica de resistividade (r) de cada material no SI
​ U ​ 
a) Sendo U = R ⋅ i ⇒ R = __ tem unidade V · m.
i
No ponto 1, tem-se U1 = 10 V e i1 = 2,5 A.
Georg Simon Ohm candidatou-se a uma vaga para
​ 10 V  ​ = 4,0 ohms ⇒ R1 = 4,0 Ω
R1 = _____ professor em uma universidade; contudo, para tal, era
2,5 A necessária a produção de um trabalho de pesquisa inédi-
b) No ponto 2, tem-se U2 = 20 V e i2 = 5,0 A to. Realizando experiências com eletricidade, Ohm per-
cebeu experimentalmente relações matemáticas entre as
​ 20 V ​ A = 4,0 ohms ⇒ R2 = 4,0 Ω
R2 = ____ dimensões dos fios e as grandezas elétricas. Nascia então
5,0
seu conceito sobre resistência elétrica.
c) O resistor é ôhmico, pois R1 = R2. Esse resultado já
era esperado, uma vez que a curva características dos Em 1827, Ohm apresentou um trabalho defendendo que a
resistores ôhmicos é sempre uma reta oblíqua passando intensidade da corrente elétrica era diretamente proporcio-
pela origem. nal à diferença de potencial e inversamente proporcional a
essa nova grandeza física, a resistência elétrica. Somente
13. Segunda lei de OHM em 1849, cinco anos antes de falecer, Ohm conseguiu al-
cançar o seu tão sonhado cargo de professor universitário.

Resistor em forma de fio cilíndrico, de comprimento


L e área de secção transversal

multimídia: vídeo A resistividade do material pode variar com a temperatura.


Nessas condições, a resistividade do material é dada por:
Fonte: Youtube
Segunda Lei de Ohm r = r0 ∙ [1 + a(u – u0)]
Em que r0 é a resistividade do material à temperatura de
A segunda Lei de Ohm expressa a relação entre a resistên- u0, e o coeficiente a depende do material.
cia elétrica do resistor e suas características. Observe essa Assim, pode-se reescrever a resistência em função
relação a seguir: da temperatura.

r∙ø R = R0 ∙ [1 + a (u – u0)]
R = ____
​   ​
  
A
Em que R0 é a resistência a uma temperatura u0.

117
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Térmico, químico, magnético e fisiológico são alguns efeitos


da corrente elétrica. Em primeiro lugar, a passagem da cor-
rente elétrica transforma energia elétrica em energia térmica
por meio do chamado efeito Joule. Isso é perceptível quan-
do aparelhos elétricos em funcionamento aumentam de
temperatura. O efeito químico, por sua vez, pode ser notado
quando uma corrente atravessa soluções eletrolíticas (hi-
drólise, por exemplo), e é comum sua utilização para o reco-
brimento de metais (galvanização). A passagem de corrente
elétrica também é capaz de gerar um campo magnético. Por
fim, a passagem de corrente elétrica pode produzir um choque elétrico. Quando uma corrente elétrica age no sistema
nervoso, ela pode contrair os músculos. Correntes menores que 1 mA não são percebidas pelo corpo humano; entre
1 mA e 10 mA, pequenos choques podem ser observados; já correntes maiores que 10 mA podem ser fatais.

Entre 0,6 s e 1,0 s, a área do fio 1 é maior; assim, a quanti-


Aplicação do conteúdo dade de carga foi maior no fio 1 nesse intervalo de tempo.
1. (Ufrgs) Selecione a alternativa que preenche correta- Entre 0 s e 1,0 calcularemos as áreas:
mente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que
elas aparecem. (A)
Fio1
As correntes elétricas em dois fios condutores variam em 0,8
função do tempo de acordo com o gráfico mostrado a seguir, Fio2
onde os fios estão identificados pelos algarismos 1 e 2.
0,3

0
0,6 1 t(s)
Área do Fio 2 > Área do Fio 1
No intervalo de tempo entre zero e 0,6 s, a quantidade
de carga elétrica que atravessa uma seção transversal do Q2 > Q1
fio é maior para o fio ...... do que para o outro fio; no
intervalo entre 0,6 s e 1,0 s, ela é maior para o fio ...... do Desse modo, nesse intervalo de tempo, passou mais carga
que para o outro fio; e no intervalo entre zero e 1,0 s, ela pelo fio 2.
é maior para o fio ...... do que para o outro fio.
a) 1 – 1 – 2 Alternativa D
b) 1 – 2 – 1 2. (Acafe) A insegurança das pessoas quanto a assaltos
c) 2 – 1 – 1 em suas residências faz com que invistam em acessóri-
d) 2 – 1 – 2 os de proteção mais eficientes. A cerca elétrica é um
e) 2 – 2 – 1 adicional de proteção residencial muito utilizado hoje
em dia, pois tem como um de seus objetivos afugentar
Resolução: o invasor dando-lhe um choque de aproximadamente
10 mil volts de forma pulsante, com 60 pulsos por se-
Entre 0 s e 0,6 s, é possível observar que a área do gráfico gundo. Dessa forma, um ladrão, com perfeita condição
do fio 2 é maior; assim, a quantidade de carga no fio 2 foi de saúde, recebe o choque e vai embora, pois não che-
maior nesse intervalo. ga a ser um choque mortal.

118
Distância do quadro
Bitola 127V 220V
2,5 mm2 até 29 m até 70 m
4,0 mm2 30 a 48 71 a 116m
6,0 mm2 49 a 70 m -
10, 0 mm2 71 a 116 m -

Baseando-se nas informações da tabela, considere o fio de


cobre de resistividade r = 1,70 ⋅ Vm de bitola 2,5 mm2 a
Considere o exposto e seus conhecimentos de eletricidade distância da tomada até o quadro de distribuição geral L =
e assinale a alternativa correta.
25 m e a rede elétrica de U = 127V para calcular o valor da
a) A corrente elétrica recebida pelo ladrão na des-
carga é alta, porém, como é pulsante, não causará
resistência elétrica desse condutor para esse comprimento.
perigo de morte. Resolução:
b) Para não causar morte, a corrente elétrica recebida
pelo ladrão por meio do choque é muito baixa, provo- Pela Segunda Lei de Ohm, tem-se que um condutor depen-
cando apenas queimaduras.
de da resistividade do material, do seu comprimento e da
c) Se o ladrão estiver calçando sapatos com solado de
borracha, não receberá o choque, pois a borracha é
sua área. Então:
um isolante elétrico. ​  L  ​
R = r ⋅ __
d) Mesmo que fosse possível o ladrão tocar em ape- A
nas um único condutor da cerca sem que seu corpo Como o condutor possui secção circular, sua área é igual a
tocasse em qualquer outro lugar, não deixaria de gan- área de um círculo:
har o choque, pois a tensão é muito alta.
​  L  ​ ⇒ R = 1,7 · 25-6 = 1,7 · 25-7 = 1,7 · 107
R = r ⋅ __
A 2,5 · 10 2,5 · 10
Resolução:
⇒ R = 17 · 106 Ω → R = 17M Ω
a) INCORRETA. O que é responsável pela morte de
uma pessoa relacionado à energia elétrica é a corrente
elétrica. Para que a descarga recebida pelo ladrão ao
tocar na cerca elétrica não seja mortal (como mencio-
nado no enunciado), ela deve ser de valor muito baixo.
b) CORRETA. Como mencionado no item [A], a cor-
rente elétrica muito baixa evita que o choque elétrico
sofrido cause a morte. Vale salientar que, devido à alta
tensão (10 mil volts), o ladrão vai sofrer queimaduras.
c) INCORRETA. O termo isolante elétrico só está rela-
cionado ao fato de ser mais difícil que esse elemento
conduza corrente elétrica; no entanto, dependendo do
estímulo (tensão elétrica aplicada ao mesmo), ele pode
conduzir corrente elétrica. Se uma pessoa calçando um
sapato de borracha encostar na cerca, e o calçado não multimídia: sites
suportar a tensão de 10 mil volts, a pessoa vai levar um
choque. educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/cor-
d) INCORRETA. Se fosse possível o ladrão tocar apenas rente-eletrica-o-movimento-ordenado-de-
um condutor da cerca sem que seu corpo tocasse em -eletrons-em-condutores.htm
qualquer outro lugar, não haveria uma diferença de po-
tencial aplicada a ele, tampouco um caminho fechado www.feiradeciencias.com.br/sala12/12_T06.
para a corrente elétrica circular. Assim, o ladrão não le- asp
varia choque. Segue o mesmo princípio de manutenção
www.audioacustica.com.br/exemplos/Lei_
de linhas de transmissão de extra-alta tensão.
de_Ohm/Lei_de_Ohm.html
Alternativa B

3. (UEMA) Em um manual de instalação de uma máqui-


na de lavar roupa de determinado fabricante, há as se-
guintes informações:

Os diâmetros dos fios da rede elétrica devem estar de acor-


do com a tabela ao lado:

119
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A habilidade 5, dentre todos os conteúdos abordados em Física 3, é a de maior frequência nas provas do Enem. Possui um
caráter muito mais concreto, pois faz com que o aluno saiba dimensionar circuitos elétricos, que naturalmente são muito mais
presentes no cotidiano da vida moderna. Saber calcular corrente, potência e resistência são os exemplos mais comuns dos
assuntos mais abordados. A leitura de tabelas, de gráficos e dos esquemas é naturalmente presente nesse tipo de exercício.

Modelo 1
(Enem) A resistência elétrica de um fio é determinada pela suas dimensões e pelas propriedades estruturais do
material. A condutividade (σ) caracteriza a estrutura do material, de tal forma que a resistência de um fio pode ser
determinada conhecendo-se L, o comprimento do fio e A, a área de seção reta. A tabela relaciona o material à sua
respectiva resistividade em temperatura ambiente.

Tabela de condutividade
Material Condutividade (S·m/mm2)
alumínio 34,2
cobre 61,7
ferro 10,2
prata 62,5
tungstênio 18,8
Mantendo-se as mesmas dimensões geométricas, o fio que apresenta menor resistência elétrica é aquele feito de:
a) tungstênio;
b) alumínio;
c) ferro;
d) cobre.
e) prata.

Análise expositiva - Habilidade 5: Além de saber diferenciar conceitualmente condutividade e resistividade


E elétrica, esse exercício cobra que aluno saiba ler os valores fornecidos na tabela e que ele faça uma escolha
de qual dos materiais mais se encaixava na situação descrita.
O fio que apresenta menor resistência é aquele que apresenta maior condutividade. Pela tabela, é possível
notrar que é o fio feito de prata.
Alternativa E

Modelo 2
Enem 2017) Dispositivos eletrônicos que utilizam materiais de baixo custo, como polímeros semicondutores, têm
sido desenvolvidos para monitorar a concentração de amônia (gás tóxico e incolor) em granjas avícolas. A polianilina
é um polímero semicondutor que tem o valor de sua resistência elétrica nominal quadruplicado quando exposta a
altas concentrações de amônia. Na ausência de amônia, a polianilina se comporta como um resistor ôhmico e a sua
resposta elétrica é mostrada no gráfico.

120
O valor da resistência elétrica da polianilina na presença de altas concentrações de amônia, em ohm, é igual a:
a) 0,5 × 100.
b) 0,2 × 100.
c) 2,5 × 105.
d) 5,0 × 105.
e) 2,0 × 106.
Análise expositiva - Habilidade 5: Trata-se de um exercício que possui uma rápida resolução e exige que o aluno
E saiba ler e interpretar o gráfico fornecido, além, é claro, de domínio do assunto.
Escolhendo o ponto (1, 2) do gráfico, tem-se:
U
r = __ ​  1  ​  
​  ​ = ______ ⇒ r = 0,5 · 106 Ω
i 2·10-6
Como a resistência quadruplica nas condições dadas, obtém-se:
R = 4r = 4 · 0,5 · 106
∴ R = 2 · 106 Ω
Alternativa E

121
DIAGRAMA DE IDEIAS

CORRENTE ELÉTRICA

CONDUTOR E
LEIS DE 0hm CORRENTE ELÉTRICA
ISOLANTE

MOVIMENTO DE
DDP
CARGAS ELÉTRICAS

RESISTOR E
TENSÃO
RESISTÊNCIA

122
AULAS ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 17 e 21

1. RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DOIS RESISTORES EM SÉRIE TRÊS RESISTORES EM SÉRIE


Anteriormente, foi estudado um circuito elétrico composto
Observe que, na figura da esquerda, a ligação entre o re-
por um gerador ligado a um resistor; também foi analisado
sistor R1 e o resistor R2 é feita unindo apenas um dos ter-
como calcular a corrente elétrica que passa por esse resis-
minais de cada resistor. Na associação em série, a corrente
tor. Entretanto, os circuitos frequentemente são compostos
elétrica que passa por um resistor é igual à corrente elétrica
por mais de um resistor, como é possível observar na figura
que passa pelos outros resistores.
a seguir. Nesse caso específico, a pilha é o gerador do cir-
cuito e fornece corrente elétrica para quatro resistores.

Nesta aula, será demonstrado como determinar a resistên-


cia elétrica equivalente do circuito. Essa resistência é deter- multimídia: vídeo
minada por todos os resistores do circuito e, por definição,
é dada por: FONTE: YOUTUBE
#2 Circuitos Elétricos em Série - IFÍSICA
tensão do gerador UŸ
Req = __________________ = __ U = Req · i
intensidade da corrente i
2.1. Propriedades da associação
Sendo que Req é a resistência equivalente, U é a tensão do
gerador (pilha) e i é a intensidade da corrente elétrica for-
de resistores em série
necida pela fonte. O fato de existir uma resistência equiva-
lente para o circuito elétrico indica que todos os resistores Em uma associação em série, a soma das tensões par-
do circuito podem ser substituídos por um único resistor de ciais de cada resistor é igual à tensão total U forneci-
resistência elétrica Req, de forma que a corrente elétrica no da pelo gerador.
circuito permanece a mesma.
Na figura a seguir, o circuito em série é composto por
A associação dos resistores no circuito pode ser realizada em
dois resistores e um gerador. O gerador fornece a corrente
série ou paralela; pode ocorrer também uma combinação
elétrica i que passa pelos dois resistores, dado que a cor-
desses dois modos, denominada associação mista.
rente elétrica é constante em um circuito em série.

2. ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES EM SÉRIE
Na associação em série, os resistores são ligados em sequ-
ência por apenas um de seus terminais. A figura a seguir
apresenta o caso da associação de dois e três resistores em
série, respectivamente.

98
A tensão em cada resistor, denominada tensão parcial, é
dada por:
U1 = R1 · i e U2 = R2 · 1

Pelo Princípio da Conservação da Energia, a tensão total


no circuito deve ser:
U = U1 + U2

Nesse caso, o circuito era composto por apenas dois resis-


tores. Contudo, para uma quantidade n de resistores, vale a
relação de que a tensão total é a soma das tensões parciais: multimídia: vídeo
U = U1 + U2 + U3 + ... + Un FONTE: YOUTUBE
Física - Circuitos - parte 2 (Khan Academy)

A soma das resistências associadas em série


em um circuito é igual à resistência equivalente
desse circuito. Aplicação do conteúdo
1. Na figura a seguir, um circuito elétrico é formado por
No caso do circuito de dois resistores da figura acima, a quatro resistores ligados em série.
tensão total é dada pela soma das tensões parciais, como
foi demonstrado. Assim, substituindo o valor de cada
tensão pelo produto da resistência elétrica de cada resistor
pela corrente elétrica, obtém-se:
a) Calcule a resistência equivalente entre os extremos
U = U1 + U2 = R1 · i + R2 · i A e B do circuito elétrico.
b) Se uma tensão U = 44 V for fornecida ao circuito
No entanto, pela definição de resistência equivalente, a elétrico através dos extremos A e B, qual será a inten-
tensão é dada por U = Req · i sidade da corrente elétrica nos resistores?
Comparando as equações, obtém-se a resistência equiva- Resolução:
lente do circuito: a) Pela expressão determinada acima, a resistência
equivalente é:
Req · i = R1 · i + R2 · i Req = R1 + R2 + R3 + R4
Req = 2,0 + 1,0 + 5,0 + 3,0 Ÿ Req = 11 :
Simplificando a expressão:
b) Como foi visto, a corrente elétrica no circuito elétri-
Req = R1 + R2 co acima é a igual à corrente elétrica em um circuito
formado por um único resistor de resistência elétrica
igual à resistência equivalente.
Da mesma maneira, vale para um número de n resistores
associados em série. Assim: Ou seja:

Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

A expressão acima adquire uma forma simplificada quan- U = _____


44 V = 4,0 ampères Ÿ
do os resistores do circuito possuem o mesmo valor de re- U = Req · i Ÿ ___
Req 11 V
sistência elétrica, ou seja, R1 = R2 = ... = Rn = R. Assim, a
Ÿi = 4,0 A
resistência do circuito é:
2. Na figura a seguir, um circuito elétrico é formado por um
Req = n · R gerador ideal de tensão U = 60 V e dois resistores. Calcule:

Nota: Na associação de resistores em série, a resistência


equivalente sempre terá um valor maior do que qualquer
resistência individual que participe da associação.

99
U o i = ___
b) iT = ___ 120 = 12 A
a) a resistência equivalente do circuito; Req T
10
b) a intensidade da corrente no circuito;
c) a d.d.p. entre os extremos de cada resistor.
Resolução:
a) A resistência equivalente do circuito (Req) é dada por:

Req = R1 + R2 = (2,0 V) + (3,0 V) = 5,0 V Ÿ


Ÿ Req = 5,0 V

Dessa forma, o circuito de dois resistores é equivalente ao


circuito representado na figura a seguir, formado por um
resistor de resistência Req.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
O que é resistor ou resistência elétrica - Lei de Ohm

2.2. Método para identificar


b) A corrente elétrica no circuto é determinada utilizando a
resistência equivalente do circuito (como na figura anterior):
a associação em série
Considere uma associação qualquer, como na figura a seguir:
U = Req · i Ÿ 60 = (5,0) · i [ i = 12 A
c) A sigla d.d.p. (diferença de potencial) é a
tensão (U) em cada resistor (tensão parcial).
Para calcular a tensão em cada resistor, aplica-se a Lei de
Ohm em cada resistor:

É possível identificar a associação em série de duas ma-


neiras: analisando a corrente elétrica ou os potenciais.
Em primeiro lugar, imagine uma corrente i que, saindo da
U1 = R1 · i = (2,0 V)(12 A) = 24 V Ÿ U1 = 24 V fonte U, não terá outro caminho a não ser passar pelos
U2 = R2 · i = (3,0 V)(12 A) = 36 V Ÿ U2 = 36 V resistores R1, R2, R3 e R4. Como a mesma corrente passa
pelos resistores, pode-se dizer que eles estão associados
Verificando a tensão total no circuito: em série.
U1 + U2 = U U = 60 V (confere com o valor inicial)
24 V + 36 V = 60V

3. Dois resistores de resistências R1 = 3 V e R2 = 7 V são


ligados em série a uma bateria de 120 V. Calcule:
a) a resistência equivalente;
b) a corrente total do circuito.

Resolução:
a) Req = R1 + R2 o Req = 3 + 7 = 10 V

100
Outro método é analisando os potenciais. O gerador é Quando submetidos a uma diferença de potencial U (nos
a fonte de tensão (d.d.p.) que, ao longo do circuito, será terminais da associação), a corrente elétrica em cada re-
“consumida” pelos resistores; assim, cada resistor produz sistor será:
uma queda de tensão entre seus terminais. Considerando o
mesmo circuito anterior, proceda da seguinte maneira: an- U
a) _________
(mR1 + nR2)
tes e depois de cada resistor, insira uma letra representado
o potencial naquele ponto. Um
b) ________
n(R1 +R2))
U(m + n)
c) _______
(R1 + R2)

mnU
d) _______
(R1 + R2)
nU(R1 + R2)
e) _________
m
Resolução:
Em uma associação em série, a resistência equivalente será
a soma de todos os resistores envolvidos. Tem-se m resisto-
res R1 e n R2; assim, a resistência equivalente será:

Req = m · R1 + n · R2
Numa associação em série, as letras não se repetem. Aplicando a 1.ª lei de Ohm, a corrente elétrica será:
U œ i = __________
i = ___ U
Aplicação do conteúdo Req (mR1 + nR2)

1. (UE-MT) A diferença de potencial entre os extremos de Alternativa A


uma associação em série de dois resistores de resistên-
cias 10 V e 100 V é 220V. Qual é a diferença de potencial 3. (UFCE) Entre os pontos 1 e 2 do circuito representado
entre os extremos do resistor de 10 V, nessas condições? na figura, é mantida uma diferença de potencial de 110
V. A intensidade de corrente, através da lâmpada L, é
0,5 A, e o cursor K do reostato está no ponto médio
entre seus terminais 3 e 4.

Resolução:
A resistência elétrica da lâmpada é:
R1 = 10 V ; R2 = 100 V; a) 200 Ω
Assim a resistência equivalente será: b) 150 Ω
c) 120 Ω
Req = R1 +R2 œ Req = 10 + 100 œ Req = 110 V
d) 80 Ω
Aplicando a 1.ª Lei do Ohm, tem-se: e) 140 Ω
Utotal = Req ∙ i œ 220 = 110 ∙ i œ i = 2 A Resolução:
Tem-se uma associação em série; portanto,
a corrente é comum para os dois resistores. Para achar a resistência do reostato, aplica-se a 2.ª Lei de Ohm.
r.ø
Assim a d.d.p. do resistor de 10 Ω será: R = ____
A
U10 = R10 · i œ U10 = 10 · 2 œ U10 = 20 V. Assim, quando metade do comprimento do reostato é “cor-
Resposta: 20 V. tada”, resta somente metade da sua resistência total.

2. (FATEC-SP) Associam-se em série m resistores de re- Rreostato = 100 Ω


sistência elétrica R1 e n resistores de resistência elétrica R2. A parte do reostato que funciona e a lâmpada estão asso-
ciados em série; dessa forma, a resistência equivalente será:
Req = Rreostato + Rlampada œ Req = 100 + R .

101
Aplicando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se: a) 6R b) 8R c) 9R d) 11R e) 12R
U œ 100 + R = ___
Req = __ 110 œ
Resolução:
i 0,5
œ100 + R = 220 œ R = 120 Ω A relação da d.d.p. do aparelho é:
Alternativa C Utotal
U aparelho = ____ .
10
4. (UFPB) Dois resistores idênticos são associados em série.
Assim, a d.d.p. da resistência x será:
Se, ao serem percorridos por uma corrente de 2 A, produzem
no total uma queda de potencial de 252 V, qual o valor, em U +U œ
Utotal = Uaparelho + Ux œ U = ___
Ohms, da resistência de cada um desses resistores? 10 x

œ Ux = U – ___ U œ U = ___ 9U.


Resolução: 10 x 10
A resistência será chamada de R; assim, a resistência equi- Sendo a associação em série, as correntes serão iguais e
valente será: assim a resistência X será:
Uaparelho U 0,1U 0,9U
Req = R + R œ Req = 2R iaparelho = ix œ _____ = __x œ ____ = ____ œRx = 9R.
R Rx R Rx
Sendo a corrente da associação em série 2 A e a d.d.p. total
Alternativa C
252 V, a resistência de cada um será:
Req = __ 252 œR = ___
U œ2R = ___ 126 œ R = 63 V
i 2 2
Resposta: A resistência de cada um será 63 V.
5. (Unesp) Um estudante adquiriu um aparelho cuja espe-
cificação para o potencial de funcionamento é pouco usu-
al. Assim, para ligar o aparelho, ele foi obrigado a cons-
truir e utilizar o circuito constituído de dois resistores,
com resistências X e R, conforme apresentado na figura.

multimídia: sites
pt.wikihow.com/Calcular-Resist%C3%AAn-
Considere que a corrente que passa pelo aparelho seja cias-em-S%C3%A9rie-e-em-Paralelo
muito pequena e possa ser descartada na solução do pro- www.physicsclassroom.com/class/circuits/
blema. Se a tensão especificada no aparelho é a décima Lesson-4/Series-Circuits
parte da tensão da rede, então a resistência X deve ser: www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-
-current/chpt-5/simple-series-circuits/

VIVENCIANDO

A associação em série é utilizada com o intuito de diminuir a corrente


em determinado trecho do circuito; uma vez que a associação em série
produz uma resistência equivalente maior, a corrente produzida pela
fonte será menor.
Um exemplo de associação em série é o pisca-pisca de Natal.
Como a associação é feita em série, caso uma lâmpada queime, o
circuito ficará aberto e todas as restantes se apagarão.

102
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
5 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.

A habilidade 5 exige do aluno conhecimento técnico em montagem de circuitos elétricos. O aluno deve ser capaz
de decidir qual circuito possui determinadas características, isto é, além da contextualização, o exercício pode exigir
que o aluno escolha qual circuito cabe para cada situação.

Modelo
(Enem) Para ligar ou desligar uma mesma lâmpada a partir de dois interruptores, conectam-se os interruptores para
que a mudança de posição de um deles faça ligar ou desligar a lâmpada, não importando qual a posição do outro.
Essa ligação é conhecida como interruptores paralelos. Esse interruptor é uma chave de duas posições constituída por
um polo e dois terminais, conforme mostrado nas figuras de um mesmo interruptor. Na posição I, a chave conecta o
polo ao terminal superior e, na posição II, a chave o conecta ao terminal inferior.

O circuito que cumpre a finalidade de funcionamento descrita no texto é:

a) b)

c) d)

e)

Análise expositiva - Habilidades 5: Rápido e prático, o exercício cobra do aluno rapidez na hora de tomar uma
E decisão. O único circuito que fecha tanto para a posição I como para a posição II é o circuito da alternativa E.
Alternativa E

103
DIAGRAMA DE IDEIAS

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

SÉRIE

TENSÃO TOTAL DIVIDIDA


MESMA CORRENTE
ENTRE OS RESISTORES

104
AULAS ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO
19 E 20
COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17

1. ASSOCIAÇÃO DE A soma das intensidades da corrente elétrica em cada

RESISTORES EM PARALELO resistor de uma associação em paralelo é igual à in-


tensidade da corrente elétrica total no extremo da li-
Na associação de resistores em paralelo, os terminais de gação dos resistores.
um dos lados de cada resistor são ligados entre si, e a
mesma ligação é realizada com os terminais do outro lado
Essa propriedade decorre do fato de que, pela conservação
do componente. Na figura a seguir, observe dois circuitos
de carga elétrica, toda corrente elétrica que atinge os resi-
elétricos formados por um gerador e, respectivamente, dois
stores deve ser a mesma ao sair dos resistores. Observe a
e três resistores ligados em paralelo.
fórmula para o caso da ligação de três resistores em paralelo:
i = i1 + i2 + i3
Entretanto, essa propriedade é válida para uma quantidade
n de resistores associados em paralelo.

A tensão elétrica nos extremos de resistores associa-


dos em paralelo é a mesma para todos os resistores
da associação.
No ponto A de cada figura, todos os resistores estão liga-
dos por um dos seus terminais. O mesmo ocorre no pon- Na ligação da figura anterior, os terminais dos resistores
to B. Assim, toda a corrente elétrica que atinge o ponto A estão ligados ao gerador por meio dos fios conectados aos
se divide entre os resistores até atingir o ponto B, onde é pontos A e B. Dessa maneira, a tensão do gerador é a mes-
restabelecida. ma entre os pontos A e B e, consequentemente, a mesma
Esses mesmos circuitos elétricos podem ser representados para cada resistor da associação em paralelo.
como na figura a seguir: No caso da ligação de três resistores da figura, sendo U a
d.d.p. do gerador, e sendo U1, U2 e U3 a d.d.p. nos resistores
R1, R2 e R3, respectivamente, segue que:
U1 = U2 = U3 = U
Assim, pode-se determinar a intensidade parcial de cor-
rente elétrica em cada resistor:
U;
i1 = __ U;
i2 = __ U
i3 = __
R1 R2 R3
Como no circuito em série, é possível encontrar a corrente

2. PROPRIEDADES DA ASSOCIAÇÃO elétrica no circuito usando uma resistência equivalente


U.
para o circuito: i = ___
Req
DE RESISTORES EM PARALELO Substituindo o valor das correntes elétricas parciais e a cor-
A ligação de resistores em paralelo possui características rente elétrica dada por uma resistência equivalente, tem-se:
próprias, como a associação em série. Essas característi- i = i1 + i2 + i3
cas serão analisadas usando como referência os circuitos U = __
___ U + __
U + __
U
mostrado nas figuras anteriores. Req R1 R2 R3

105
Dividindo todos os numeradores da equação pela d.d.p. U, 1 = __
___ 1 + __
1 + __
1 + __
1
Req R1 R2 R3 R4
obtém-se:
Substituindo os valores de cada resistência:
1 = __
___ 1 + __
1 + __
1
Req R1 R2 R3 1 = __
___ 1 + __
1 + __
1 + __
1 Ÿ ___
1 = __
1 + __ 6 + __
2 + __ 3 = ___
12
Req 6 3 1 2 Req 6 6 6 6 6
A soma do inverso das resistências de resistores as- Note que a soma foi feita depois de encontrado o m.m.c. O re-
sociados em paralelo é igual ao inverso da resistência sultado da soma é o inverso da resistência equivalente; assim,
equivalente dessa ligação em paralelo. para encontrar o valor correto, deve-se inverter o resultado:
1 = ___
___ 12 [ R = 0,5 V
Req 6 eq
Observe que:
2. (Uece)
ƒ A expressão para o cálculo da resistência equivalente
é válida para n resistores associados em paralelo.
ƒ No cálculo da resistência equivalente, deve-se encon-
trar o m.m.c. dos denominadores e realizar uma soma
de frações; o inverso do resultado obtido é a resistência
equivalente.
Note que, numa associação em paralelo, a resistência A resistência equivalente R, entre os pontos P e Q, em
equivalente sempre terá um valor menor do que qualquer ohms, da combinação de resistores mostrada na figura é:
resistência individual que componha a associação. a) 0,15.
b) 6,67.
c) 9,33.
d) 15,00.
e) 22,5.

Resolução:

A resistência equivalente será:


1 = ___
___ 1 + ___
1 œ ___
1 = ___
1 + ___
1 ___
1 = 0,1 + 0,05
Req R1 R2 Req 10 20Req
œ 1 = 0,15Req œ
multimídia: vídeo
20 œ R ≈ 6,67 :
œReq = ___
FONTE: YOUTUBE 3 eq

Resistores - Associação em Paralelo - Alternativa B


Eletrodinâmica - Física

Aplicação do conteúdo
1. Determine a resistência equivalente do circuito for-
mado pela associação em paralelo de quatro resistores,
ilustrados na figura a seguir.


multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Resolução: Vídeo 27 Experiência com Física Leis de OHM
e Resistores Parte 2 2
A resistência equivalente é dada pela equação:

106
3. CASOS PARTICULARES Aplicação do conteúdo
ƒ Quando o circuito for formado por apenas dois resis- 1. Considere o circuito elétrico da figura, formado por
tores associados em paralelo, a expressão para calcular um gerador e dois resistores em paralelo.
a resistência equivalente poderá ser simplificada: a) Determine a resistência equiva-
lente entre os pontos A e B.
b) Calcule a intensidade da corren-
te em cada resistor e a intensidade total
da corrente fornecida pelo gerador.

1 = __
___ 1 + __ R2
1 = _____ R1 R2 + R1
1 = ______
+ _____ = ___
Req R1 R2 R1 · R2 R1 · R2 Req R1 · R2

R1 · R2
Req = ______
R1 + R2
Resolução:
produto a) Aplicando a equação para calcular a resistência
Req = ______
soma equivalente, tem-se:
1 = __
___ 1 + __
1 = ___
1 + ___
1 =
É importante destacar que essa regra é válida apenas para Req R1 R2 3,0 6,0
dois resistores em paralelo. Essa regra não é valida para 2,0 + 1,0 3,0 1
uma quantidade maior de resistores. = ________ = ___ = ___ ŸReq = 2,0 V
6,0 6,0 2,0
ƒ Quando o circuito for formado por n resistores idênti- Nesse caso, existem apenas dois resistores em paralelo, o
cos, isto é, de mesma resistência R, então a resistência que permite o uso da regra prática:
equivalente será dada por: produto ______R1 . R2 __________
(3,0) . (6,0)
Req = ______
soma = = =
R R1 + R2 (3,0) + (6,0)
Req = __
n 18 = 2,0 Ÿ Req = 2,0 V
= ___
9,0
As figuras a seguir ilustram circuitos de resistores idênticos b) Para cada um dos resistores, a d.d.p. é
associados em paralelo: igual a 12 V, igual à f.e.m. do gerador; assim,
a corrente elétrica em cada resistor vale:
12 [
U = R1 · i1 Ÿ 12 = 3,0 · i1 Ÿ i1 = ___
3,0
i1 = 4,0 A
12 [ i = 2,0 A
U = R2 · i2 Ÿ 12 = 6,0 · i2 Ÿ i2 = ___
6,0 2
A intensidade total i da corrente fornecida pelo
1 = __1 + __1 = __2 [ R = __R
___
Req R R R eq 2 gerador é igual à soma das correntes elétricas
DOIS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO em cada resistor. Dessa forma:

i = i1 + i2 Ÿ i = 4,0 + 2,0 [ i = 6,0 A

2. O circuito elétrico abaixo é formado por dois resistores


em paralelo. Calcule as intensidades da corrente i1 e i2.

1 = __1 + __1 + __1 = __3 [ R = __R


___
Req R R R R eq 3
TRÊS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO Resolução:
Nesse caso, a corrente elétrica será dividida igualmente Em primeiro lugar, é preciso determinar a resistência equi-
entre os resistores. valente entre os pontos A e B.

107
R1 · R2 __________
(3,0) · (6,0) ___
Req = ______ = = 18
R1 + R2 (3,0) + (6,0) 9,0
[ Req = 2,0 V b)

Assim, é utilizada a definição de resistência equivalente


para encontrar a d.d.p. entre os terminais A e B: c)

UAB = Req · i = 2,0 · 9,0 Ÿ UAB = 18 V d)

Essa tensão é igual para cada um dos resistores. Assim, a e)


corrente elétrica em cada um deles vale: Resolução:
UAB = R1 · i1 Ÿ R
a) Req = __
5
18 [ i = 6,0 A
Ÿ 18 = 3,0 · i1 = ___ b) Tem-se uma associação em paralelo com 3 resis-
3,0 1
tores idênticos; assim, a resistência equivalente será:
UAB = R2 · i2 Ÿ
R
Req = __ __R
18 [ i = 3,0 A n œ Req = 3
Ÿ 18 = 6,0 · i2 Ÿ i2 = ___
6,0 2 c) Tem-se uma associação em série com 4 resistores
Observe que: idênticos; assim, a resistência equivalente será:

i1 + i2 = 6,0 A + 3,0 A [ i = 9,0 A Req = R + R + R + œ Req = 4R


Como esperado, esse valor é igual à corrente elétrica antes d) Tem-se uma associação em série com 3 resistores
de atingir os resistores. idênticos; assim, a resistência equivalente será:

3. (UFRJ) A menor resistência equivalente dos circuitos a Req = R + R + R + œ Req = 3R


seguir é (considere que as resistências são todas iguais): e) Req = R

a) Alternativa A

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O resistor, da forma encontrada hoje nos circuitos e processadores, foi patenteado pelo engenheiro e inventor amer-
icano Otis Bobby Boykin em 16 de junho de 1959. Os resistores inventados por Boykin, mais baratos e duráveis do
que os que existiam até então, foram inicialmente usados na fabricação de televisores e rádios. A criação de Otis foi
amplamente utilizada pelo exército dos Estados Unidos para o controle de mísseis guiados. Mais tarde, a patente foi
comprada pela empresa IBM, que usou os resistores para criar os processadores utilizados em seus computadores.
Otis também é famoso por outras invenções, como uma unidade de controle para marca-passos.

O INVENTOR E ENGENHEIRO OTIS BOYKIN

108
4. MÉTODO PARA IDENTIFICAR Numa associação em série, as letras se repetem. Na ima-
gem anterior, R1, R2 e R3 estão em associados em paralelo.
A ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Considere a associação da figura a seguir.

multimídia: vídeo
É posssível identificar a associação em paralelo de duas
maneiras: analisando a corrente elétrica ou analisando FONTE: YOUTUBE
os potenciais. Associação de Resistores - Agora eu aprendo!
Imagine uma corrente i que, saindo da fonte U, encontra
uma bifurcação onde se divide. Isso ocorre porque, natu-
ralmente, a resistência equivalente num circuito é sempre o 5. ASSOCIAÇÃO MISTA
menor valor possível. Assim, pode-se dizer que os resistores
Até aqui foram estudados dois casos distintos de ligação de
que são percorridos por correntes oriundas dessa divisão
resistores: em série e em paralelo. De um modo geral, porém,
estão associados em paralelo.
os circuitos elétricos são compostos por ambos os modos de
ligação de resistores. Esse tipo de associação é denominado
associação mista. Observe na figura a seguir um exemplo
simples de associação mista, em que dois resistores em para-
lelo são associados em série com outro resistor.

EXEMPLO DE ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES.


Outro método é analisando os potenciais. O gerador é
a fonte de tensão (d.d.p.) que, ao longo do circuito, será Para analisar esse tipo de circuito, são divididas as partes
“consumida” pelos resistores. Assim, cada resistor produz em série e em paralelo do circuito, cada uma sendo resolvi-
uma queda de potencial entre seus terminais. Utilizando o da individualmente. Esse processo deve ser repetido até
mesmo circuito anterior, é possível proceder da seguinte que seja determinada a resistência equivalente do circuito.
maneira: antes e depois de cada resistor, colocar uma letra Nos exemplos a seguir, a resistência equivalente para parte
representado o potencial naquele ponto. Quando resis- do circuito em paralelo será denominada de RP,e a resistên-
tores possuem os mesmos potenciais em seus terminais, cia equivalente da parte em série será denominada RS.
eles estão associados em paralelo.
Aplicação do conteúdo
1. Sejam os resistores R1 = 2 V e R2 = R3 = R4 = 12 V
associados como na figura a seguir. Calcule a resistência
equivalente entre os pontos A e B.

109
Resolução: Observe que foram considerados “dois” resistores,
mas, na verdade, um deles é fictício, pois se trata da
Em primeiro lugar, deve ser identificada a associação em resistência equivalente RS. Por fim, pode-se calcular a
paralelo dos resistores R2, R3 e R4. Como esses resistores resistência equivalente de toda a associação. O equi-
possuem o mesmo valor de resistência, a resistência equi- valente em paralelo, RP, está associado em série ao
valente é dada por: resistor de 5 V.
12 = 4 V
RP = ___
3 Req = RP + 5 = 5 + 10 V
Assim, os três resistores do circuito são substituídos por um
único resistor de resistência RP: Assim, a resistência equivalente dessa associação mista é
de 10 V.

3. (ITA-SP) No circuito elétrico da figura, os vários ele-


mentos têm resistências R1, R2 e R3 conforme indicado.

O circuito resultante é uma associação em série entre os


resistores R1 e RP. Novamente, determina-se a resistência
equivalente do circuito, considerando agora a associação
em série:

Req = R1 + RP = 2 + 4 = 6 V

Assim, a resistência equivalente do circuito é de 6 ohm. Sabendo que R3 = R1/2, para que a resistência equivalente
entre os pontos A e B da associação da figura seja igual a
2. Calcule a resistência equivalente do circuito a seguir: 2R2, a razão r = R2/R1 deve ser:
a) 3/8.
b) 8/3.
c) 5/8.
d) 8/5.
e) 1.

Resolução:

Resolução:
Na parte mais superior do paralelo, há 2 resistores R3 em
série; assim, a resistência equivalente deles será:
O circuito é uma associação mista de resistores. Os resisto-
res de 4 V e de 6 V estão conectados em série, e ambos Req1 = R3 + R3 œ Req1 = 2R3 œ
estão associados em paralelo ao resistor de 10 V. Por fim,
essa associação em paralelo está associada em série com œReq1 = 2(R1/2) œ Req1 = R1.
o resistor de 5 V.
Essa resistência equivalente 1 está em paralelo com uma
Para encontrar a resistência equivalente da parte paralela
resistência R1.
do circuito, é preciso encontrar a resistência equivalente da
associação em série dos resistores 4 V e 6 V: 1/ Req2 = 1/ Req1 + 1/R1 œ
œ1/ Req2 = 1/R1 + 1/R1 œReq2 = R1/2 .
RS = 4 + 6 = 10 V
Essa resistência equivalente 2 está em série com uma re-
Dessa maneira, pode-se determinar a resistência equivalen- sistência R1.
te da associação em paralelo entre RS e o resistor de 10 V. Req3 = Req2 + R1 œ
Como a resistência dos dois resistores têm o mesmo valor: œReq3 = R1/2 + R1 œ Req3 = 3R1/2.
10 = 5 V Essa resistência equivalente 3 está em paralelo com outras
RP = ___
2 duas resistências R1,

110
1/ Req4 = 1/ Req14+ 1/R1 + 1/R1 œ 1/ Req4

= 1/(3R1/2) + 2/R1 œ 1/ Req4 = (2/3R1) + 2/R1

œ 1/ Req4 = (2 + 6)/3R1 œ Req4 = 3R1/8.

A resistência equivalente total é 2R2; assim, tem-se:

Reqtotal = 3R1/8 + R2 œ
multimídia: sites
œ 2R2 = 3R1/8 + R2 œ R2 = 3R1/8 .
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/
A razão r será: eletromagnetismo/associacao-de-resistores.html
www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/
r = R2/R1 œ r = (3R1/8)/R1 œ r = 3/8 . gerador/assoc_geradores/
Alternativa A www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/
fisica/associacao-resistores-paralelo.htm

VIVENCIANDO

Equipamentos eletrônicos são utilizados em diferentes aplicações, como comunicação, transporte, entretenimento,
etc. Os conversores analógico-digital (ADC) e os conversores digital-analógico (DAC) são componentes que utilizam
as associações de resistores em paralelo e mistas para gerar uma representação digital a partir de uma grandeza
analógica ou vice-versa. Esse sinal digital é representado por um nível de tensão ou intensidade de corrente elétrica.

EXEMPLO DE UM CONVERSOR ADC DE 8 CANAIS.

Os conversores ADC e DAC são amplamente utilizados em dispositivos de medição, controle e digitalização de áu-
dio e vídeo. Como a maioria dos sinais captados, como temperatura ou som, é analógica, essas duas interfaces de
conversão são necessárias para permitir que equipamentos eletrônicos digitais processem os sinais analógicos. Nos
laboratórios e indústrias, esses conversores são utilizados para passar as indicações de um termômetro para a forma
digital; isso possibilita que o computador processe os dados e execute as ações necessárias.

111
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 exige do aluno a capacidade de dimensionar circuitos elétricos ou o uso cotidiano de dispositivos
elétricos. No caso específico dos temas tratados, o aluno será capaz de analisar a associação em paralelo e a asso-
ciação mista a fim de identificar, partindo de suas propriedades, quando cada uma deve ser utilizada.

Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

A Habilidade 7 requer do estudante a capacidade de selecionar parâmetros, a partir de testes de controle, e fazer a
comparação entre materiais. No caso específico dos temas tratados, a comparação se faz necessária para a escolha
correta do tipo de associação entre os resistores.

Modelo
(Enem) Fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Quando a corrente que passa por esse
componente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o fusível queima. Dessa forma, evita que a corrente
elevada danifique os aparelhos do circuito. Suponha que o circuito elétrico mostrado seja alimentado por uma fonte
de tensão U e que o fusível suporte uma corrente nominal de 500 mA.

Qual é o máximo valor da tensão U para que o fusível não queime?


a) 20 V
b) 40 V
c) 60 V
d) 120 V
e) 185 V

112
Análise expositiva - Habilidades 5 e 7: Para resolver a questão, o estudante deve saber reconhecer cada
D componente do circuito e como eles se relacionam. Apesar de serem realizados pequenos cálculos, sua
complexidade do exercício se dá pela sequência de procedimentos necessários.
Para a resolução, é preciso começar redesenhando o circuito:
60  60 

30 

i F = 0,5 A
120  40 
A C
F
60 
i = 1,5 A

i’ = 1 A

Como uma corrente de 0,5 A deve passar pelo fusível, a corrente i’, que deve passar pelo resistor de 60 W em paralelo
com ele, deve ser de:
120 · 0,5 = 60 · i’ Ÿ i’ = 1 A
Assim, por BC deve passar uma corrente de:
i = iF = i’ = 0,5 + 1 Ÿ i = 1,5 A
Resistência equivalente no ramo AC:
120 · 60 + Ÿ 40 R = 80 :
RAC = ________
120 + 60 AC

Como os ramos estão em paralelo, pode-se calcular U como:


U = RAC · i = 80 · 1,5
? U = 120 V
Alternativa D

113
DIAGRAMA DE IDEIAS

ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES

RESISTOR
PARALELO
EQUIVALENTE

RESISTORES MESMA
DOIS RESISTORES TENSÃO
IGUAIS

R Req= PRODUTO CORRENTE


Req= n SOMA TOTAL

SOMATÓRIA DAS
CORRENTES

114
AULAS POTÊNCIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE
21 E 22
COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17

1. REOSTATO 2. CURTO-CIRCUITO
O reostato é um dispositivo que permite controlar o val- A figura a seguir representa um circuito formado por uma
or da resistência de um resistor, isto é, são resistores cuja lâmpada ligada a uma pilha. No caso da figura da esquer-
resistência é variável. Observe no diagrama a seguir a rep- da, a ligação está correta e o circuito funciona, acendendo
resentação do funcionamento de um reostato. A corrente a lâmpada. No caso da figura da direita, uma ligação extra
elétrica percorre o circuito e atinge o resistor no ponto C foi feita, por meio dos pontos A e B. Nesse caso, a lâmpada
(ponto médio do resistor ligado entre A e B). Se o ponto C, deixa de acender. Mas atenção! Não realize esse experi-
chamado de cursor, for colocado próximo do ponto B, prati- mento na prática, pois os fios e a pilha se aquecerão, e a
camente não haverá nenhuma resistência; por outro lado, pilha poderá explodir, causando um acidente. Nesse caso,
se o cursor for colocado próximo do ponto A, a corrente o motivo para a lâmpada não acender é a ligação extra
elétrica percorrerá todo o resistor. entre A e B, permitindo que a corrente elétrica circule pelo
circuito através desse caminho (praticamente sem resistên-
cia), deixando de percorrer o caminho da lâmpada.

Por meio desse mecanismo, é possível controlar a tem-


peratura da água em um chuveiro elétrico, por exemplo.
Quanto menor a resistência elétrica do chuveiro, maior a
potência dissipada, e, consequentemente, maior a tem-
Observe que o circuito elétrico da direita percorrido pela
peratura da água.
corrente elétrica é mais curto; por isso, afirma-se que houve
O esquema a seguir representa o reostato e a chave (Ch) um curto-circuito.
de um chuveiro. Entretanto, em vez de ser constituída por
Usando a lei de Ohm no condutor, tem-se:
um único resistor e um cursor, a resistência do chuveiro
é formada por uma ligação de resistores em série. Nesse VA – VB = Ri Ÿ VA – VB = 0 Ÿ VA = VB
caso, o chuveiro tem apenas dois resistores. Quando a
chave Ch do chuveiro se encontra na posição A, o chuveiro Como os pontos A e B possuem o mesmo potencial, é
está desligado; na posição B, apenas uma resistência é possível tomá-los como eletricamente coincidentes em
ligada, e o chuveiro se encontra na posição inverno (menor um novo esquema do circuito; por esse motivo, a lâmpada
resistência). Na posição C, duas resistências são ligadas, e (resistor) pode ser removida do circuito, pois não haverá
o chuveiro está na posição verão. corrente elétrica através da lâmpada. O diagrama a seguir
ilustra o circuito inicial, a ligação feita entre a A e B, e o
Como a tensão (d.d.p.) nos terminais do chuveiro é con-
curto-circuito final.
stante (por exemplo, 220 V), a variação da potência obtida
U2 .
pela variação da resistência é P = __
R

Às vezes ocorrem curtos-circuitos nos eletrodomésticos. Em


geral, eles ocorrem devido ao desgaste dos fios, que prej-

115
udica seu isolamento. Quando os fios entram em contato Um fusível é um dispositivo utilizado para a proteção,
entre si, ocorre o curto-circuito. evitando que uma corrente maior do que a suportada pelo
circuito danifique-o. Um fusível é formado por um filamen-
to de uma liga metálica com baixo ponto de fusão. Quan-
do a corrente ultrapassa um determinado valor, devido ao
efeito Joule, o filamento acaba fundindo, e o circuito abre.
Em geral, num esquema de um circuito, um fusível é repre-
sentado por um dos seguintes símbolos:

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Experiência do curto circuito
O disjuntor é outro aparelho utilizado para a proteção de
circuitos elétricos. A sua principal diferença em relação ao
fusível é sua capacidade manual de desligamento do cir-
Aplicação do conteúdo cuito. Além disso, depois do desligamento do circuito dev-
ido a uma corrente alta, o disjuntor é passível de rearma-
1. (Uespi) A resistência equivalente entre os terminais A
e B da bateria ideal no circuito elétrico a seguir é igual a: mento, pois ele não é danificado no processo.

a) R d) 4R
b) 2R e) 5R
c) 3R
Resolução:
multimídia: vídeo
As resistências mais externas da figura aos pontos A e B
entram em curto-circuito devido ao fio elétrico que une os FONTE: YOUTUBE
nós do circuito. Assim, a única resistência que funcionará O que é potência elétrica?
é a de 2R.

4. POTÊNCIA ELÉTRICA
No diagrama a seguir, um resistor, de resistência R, é sub-
Alternativa B metido a uma d.d.p. U. A corrente elétrica nesse circuito é
i. Durante um intervalo de tempo Dt, uma quantidade de
carga igual a DQ passa pelo circuito.
3. FUSÍVEL

Nesse intervalo de tempo, as cargas elétricas se movimen-


taram pelo circuito impulsionadas por uma força elétrica,

116
isto é, o deslocamento das cargas entre os pontos A e B bateria de 12 V, será preciso colocar uma resistência elétri-
ocorreu devido à ação de uma força sobre as cargas. En- ca, em série, de aproximadamente:
tretanto, quando uma força age causando deslocamento, a) 0,5 Ω
existe a realização de trabalho, e, como já foi visto em b) 4,5 Ω
eletrostática, esse trabalho é dado por: c) 9,0 Ω
d) 12 Ω
t = DQ · U e) 15 Ω

A potência P é o trabalho realizado para movimentar as Resolução:


cargas durante um intervalo de tempo. Dessa forma, para A corrente elétrica que passará pela lâmpada será:
o intervalo 't do deslocamento das cargas DQ entre os
pontos A e B do diagrama acima: P = U ∙ i œ 2,25 = 4,5 i œ i = 0,5 A
A associação esta em série, logo a corrente da resistência será
DQ
t = ___
___ ·U de 0,5A. É possível também encontrar a ddp da resistência.
Dt Dt
DQ
t equivale à potência P, e a razão ___ Utotal = Uresis + Ulampada œ 12 = Uresis + 4,5 œ
A razão ___ é igual à
Dt Dt œ Uresis = 7,5V.
intensidade de corrente i no circuito, então:
Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
P = Ui R = Uresis/i œ R = 7,5/0,5 œ R = 15Ω.

Assim, obtém-se a potência do resistor, que é o produto da cor- Alternativa E


rente que o atravessa e a d.d.p. a que está submetido. 2. (PUC-MG) Uma lâmpada incandescente tem as se-
No caso do diagrama anterior, foi utilizado um resistor no guintes especificações: 100W e 120V.
circuito; contudo, esse componente poderia ser uma lâm-
pada incandescente, um ferro de passar roupa, uma tor-
radeira, etc. A fórmula acima permite calcular a potência
elétrica consumida (ou dissipada) por qualquer um desses
componentes.
Pela 1.ª lei de Ohm, é possível substituir U = Ri ou i = U/R
na expressão acima da potência e obter duas expressões
equivalentes para calcular a potência: Para que essa lâmpada tenha o mesmo desempenho quan-
do for ligada em 240V, é necessário usá-la associada em
2
U
P = Ri2 e P = __ série com um resistor. Considerando-se essa montagem, a
R
potência dissipada nesse resistor adicional será de:
a) 50W
No S.I., a unidade de potência é o watt (W). b) 100W
c) 120W
Aplicação do conteúdo d) 127W
e) 200W
1. (Fuvest) Uma estudante quer utilizar uma lâmpada
(dessas de lanterna de pilhas) e dispõe de uma bateria Resolução:
de 12 V.
A corrente elétrica da lâmpada e do resistor será:
i = P/U œ i = 100/120 œ i = 5/6A.

A ddp do resistor associado em série será:


Utotal = Ulampada + Uresis œ 240 = 120 + Uresis œ

œUresis = 120 V.
Utilizando a equação da potência, tem-se:
A especificação da lâmpada indica que a tensão de opera-
P = Uresis ∙ i œ P = 120 ∙ (5/6) œ P= 100W.
ção é 4,5 V e a potência elétrica utilizada durante a ope-
ração é de 2,25 W. Para que a lâmpada possa ser ligada à Alternativa B

117
3. (UFMA) A figura abaixo representa um circuito elétri-
E = P · Dt
co formado por associação de resistores, alimentados
através de uma bateria de 12 V. Determine a potência
dissipada pelo resistor de 9Ω. Observe que E é energia, P é potência e Dt é o tempo.
Substituindo a potência, pode-se então calcular a energia
dissipada por efeito Joule:
E = R · i2 · Dt
2
U · ∆t
E = R · i2 · ∆t ou E = i · U · ∆t ou E = __
R

Obs.: E = Q (calor sensível ou calor latente)


Q = m · c · ∆T

Resolução: Em que:

A resistência equivalente do paralelo será: Q.....quantidade de calor sensível ou calor sensível

Req1 = (18.9)/(18+9) œ Req = 6 Ω. m.......massa do corpo

A resistência equivalente total será: ∆T......variação de temperatura (∆T= T – T0)

Req,total = 1,9 + 6 + 2 + 0,1 œ Req,total = 10Ω. c........calor específico (é uma característica do material que
constitui o corpo)
Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
Q=m.L
itotal = Utotal/Req,total œ i = 12/10 œ i = 1,2A.
Em que:
A ddp do paralelo será:
Uparalelo = itotal . Req1 œ Uparalelo = 1,2 ∙ 6 œ Q.....quantidade de calor latente ou calor latente

œ Uparalelo = 7,2V m.......massa do corpo


L........calor latente específico
Assim a potência do resistor de 9Ω será:
Essa energia térmica dissipada por efeito Joule é a finalida-
P = U²/R œ P = (7,2)²/9 œ P = 5,76W.
de de alguns aparelhos, como o ferro de passar roupas e o
Resposta: A potência será de 5,76W. chuveiro elétrico. No entanto, em outros aparelhos, como
um computador, esse efeito não é desejado.
5. ENERGIA DISSIPADA No Sistema Internacional, a unidade de medida para ener-
POR EFEITO JOULE gia é Joule, porém é muito comum o uso de kWh.

Ao utilizar algum equipamento elétrico, é possível perceber A energia de 1kWh equivale à energia dissipada por um
um aquecimento do aparelho depois de certo tempo de aparelho de mil watts de potência ligado durante uma
uso (no ferro de passar roupas o aquecimento é bastante hora, ou seja, equivale a 3,6 . 106 J.
rápido). Esse aquecimento é causado por um efeito que
ocorre nos resistores do circuito elétrico do equipamento. Aplicação do conteúdo
Quando uma corrente elétrica atravessa um resistor, parte
da energia elétrica é transferida para os átomos do resistor; 1. Um ferro elétrico consome uma potência de 1.100 W
em consequência, esses átomos ficam com uma energia quando ligado em 110 V. Calcule:
maior de oscilação (comumente afirma-se que esses áto- Dados: P = 1100 W; U = 110 V;
mos ficam “mais agitados”), e essa agitação aumenta a
energia térmica. Dessa forma, ao passar por um resistor, Dt = __1 h = 1 800 s.
2
a energia elétrica é transformada em energia térmica, e o a) a intensidade da corrente utilizada pelo ferro elétrico;
resultado é o aumento de temperatura. Esse efeito é deno- b) a resistência elétrica do ferro;
minado efeito Joule. c) a energia elétrica consumida pelo ferro elétrico em
0,5 hora de uso, em quilowatts-hora, e o gasto em
Como a potência é dada pela razão entre energia e tempo, reais sabendo que o preço do quilowatt-hora é de
pode-se escrever, de forma equivalente: R$ 0,40.

118
Resolução: 3. (Fuvest) Um chuveiro elétrico, ligado em média uma
hora por dia, gasta R$ 10,80 de energia elétrica por mês.
a) Utilizando a fórmula da potência, tem-se: Se a tarifa cobrada é de R$ 0,12 por quilowatt-hora, en-
tão a potência desse aparelho elétrico é:
P = Ui Ÿ 1 100 = 110 Ÿ i = 10 A
a) 90W d) 3000W
b) Pela 1.ª lei de Ohm, obtém-se a resistência elétrica:
b) 360W e) 10.800W
U = Ri Ÿ 110 = R · 10 Ÿ R = 11 V c) 700W
c) A energia elétrica consumida é medida pelo tra- Resolução:
balho realizado. Assim:
1 · 3 600 Ÿ A energia gasta por mês desse chuveiro será:
W = P Dt Ÿ W = 1 100 · __
2 1kWh ∙ R$10,80 œ E = 90 kWh
E = ____
Ÿ W = 1,98 · 10 J 6 R$0,12
Em um dia, o chuveiro é ligado por uma hora; então, con-
Em kWh: siderando um mês com 30 dias, tem-se 30 horas de gasto
de energia. Aplicando a equação da potência, segue que:
1 kWh 3,6 . 106 J 90 œ P = 3 kW œ P = 3000 W
E œ P = ___
P = ___
x 1,98 . 106 J Ÿ x = 0,55 kWh Dt 30
Alternativa D
Portanto, o gasto é de 0,55 · 0,40 = 0,22 reais. 4. (Fuvest) Um fogão elétrico, contendo três resistências
iguais associadas em paralelo, ferve uma certa quanti-
2. Uma resistência de imersão de 4 V, colocada dentro dade de água em 5 minutos. Qual o tempo que levaria
de um recipiente com água, foi ligada a uma fonte de se as resistências fossem associadas em série?
tensão de 110 V. Considerando que o recipiente tenha a) 3 min d) 30 min
80 kg de água, qual o tempo necessário para aumentar
b) 5 min e) 45 min
a temperatura da água de 20º C para 70º C? (Use: calor
específico da água = 1 cal/gº C; 1 cal = 4,2 J.) c) 15 min
Resolução:
Dados: R = 4 V; U = 110 V; m = 80 kg = 80 000 g;
c = 1 cal/gºC; uf = 70 ºC; Ti = 20º C. Em primeiro lugar, é preciso calcular as resistências equiva-
lentes em série e em paralelo, e, depois, as suas respectivas
Resolução:
potências.
É preciso saber quanto de energia será necessária para au- Req,s = R + R + R œ Req,s = 3R.
mentar a temperatura da água. Assim, calcula-se a quan- Req,p = R/n œ Req,s = R/3.
tidade de calor:
Ps=U²/Req,s œ Ps = U²/3R.
Q = mc (uf – ui) Ÿ Q = 80 000 . 1 (70 – 20) Ÿ
Pp=U²/Req,p œ Pp=U²/(R/3) œ Pp=3U²/R.
Ÿ Q = 4 · 106 cal
Outra noção muito importante é a de que nos dois aqueci-
Transformando para Joule: mentos a mesma energia é gasta; assim, tem-se:
Q = 4 · 106 · 4,2 = 16,8 · 106 J Esérie = Eparalelo œ Ps · Dts = Pp ∙ Dtp œ
Assim, a resistência deve fornecer essa mesma quantidade œ (U²/3R) ∙ Dts
de calor (considerando que toda energia elétrica consumi- = (3U²/R) ∙ 5 œ Dts /3 =15
da pelo resistor é transformada em calor):
œ Dts = 45 min.
(110)2
U2 · Dt = Q Ÿ_____
Q Ÿ PDt = Q Ÿ __ · Dt = 16,8 · 106 Ÿ
R 4 Alternativa E
Ÿ Dt ù 5,55 · 103 s ou Dt ù 1h32min

6. LÂMPADA INCANDESCENTE
Thomas Edison (1847-1931) foi um dos inventores mais
famosos de todos os tempos. Ele registrou “apenas” 2.332
patentes em seu nome. Entre elas é possível citar: estra-
das de ferro eletromagnéticas (todas as grandes cidades

119
utilizam trem e metrô para a mobilidade urbana), câmera
cinematográfica, bateria de carro elétrico, fonógrafo, em- Aplicação do conteúdo
balagem à vácuo, máquina para voto eletrônico, rodas de 1. A seguir está ilustrado um chuveiro elétrico, com suas
borracha e aquela pela qual ele é famoso mundialmente, a especificações impressas e o esquema do circuito elétri-
lâmpada incandescente com filamento de carbono (atual- co da parte interna, destacando-se o resistor, a chave e
mente utiliza-se filamento de tungstênio), que foi inventa- os pontos onde ela se conecta para regular a tempera-
da em 1879. tura desejada da água, ou seja, inverno (água quente) e
verão (água morna).
A lâmpada incandescente é formada por um fio de tungstê-
nio em forma de espiral, denominado filamento, colocado
dentro de um bulbo de vidro para evitar a oxidação. O bul-
bo é preenchido por um gás inerte, como o nitrogênio ou
argônio, para evitar a sublimação do filamento. Ao ser per-
corrido por uma corrente elétrica, o filamento se aquece,
tornando-se incandescente e emitindo luz.

Qual é o valor da resistência:


a) Na posição “verão”?
b) Na posição “inverno”?

Resolução:
a) Na posição verão, o chuveiro opera com menor
potência (4.400 W), pois não se deseja água muito
quente.
A menor potência é obtida com uma maior resistência do
chuveiro (sendo que a tensão tem valor constante). Assim, a
chave deve ser conectada em B, e o valor da resistência será:
2 2
U Ÿ 4 400 = ____
P = __ 220 Ÿ R = 11 V.
R R
b) No inverno, o chuveiro opera com maior potência
(6.600 W), pois se deseja água muito quente.
A maior potência é obtida com uma resistência menor.
Desse modo, a chave deve ser conectada em A, e o valor
da resistência será:
2 2
U Ÿ 6 600 = ____
P = __ 220 Ÿ R = 7,3 V
R R

2. Considere duas lâmpadas, A e B, idênticas, a não ser


pelo fato de que o filamento de B é mais grosso que
o filamento de A. Quando ligadas a uma d.d.p. de 110
multimídia: vídeo volts, qual das lâmpadas será mais brilhante?

FONTE: YOUTUBE Resolução:


Como fazer uma lâmpada caseira
(experiência de elétrica) A lâmpada mais brilhante será a que produzir maior po-
tência para essa d.d.p. A partir da potência em função da

120
tensão e da resistência, deve-se substituir o valor da resis-
tência em função da área da seção transversal do filamen-
to (A), do comprimento (ℓ) e da resistividade (r):
2 2
U = _____
P = __ U ·A
R r·ℓ
Como r e ℓ são iguais para as duas lâmpadas A e B, a po-
tência será diferente devido à área A da seção transversal
dos filamentos. Devido ao filamento de B ser mais grosso,
a lâmpada B brilhará mais do que a lâmpada A.

multimídia: sites
www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html
www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromag-
netismo/Eletrodinamica/potencia.php
www.mundoestranho.abril.com.br/tecnolo-
gia/como-funciona-o-chuveiro-eletrico/

VIVENCIANDO

Hoje em dia, a energia dissipada por efeito Joule é facilmente identificável. Estamos cercados por aparelhos eletrôni-
cos: smartphones, televisores, computadores, liquidificadores, geladeiras, lâmpadas, fogões elétricos, batedeiras,
chuveiros, etc. Todos acabam se aquecendo durante o funcionamento. Às vezes o seu aquecimento é utilizado de
maneira proveitosa: o chuveiro esquenta a água para o banho. Outro exemplo cotidiano da ação do efeito Joule é a
torradeira, esquematizada na imagem a seguir:

121
Entretanto, nem sempre esse aquecimento é benéfico, como no caso de smartphones e computadores. O supera-
quecimento pode fazer o computador começar a funcionar de uma forma não esperada. Com exceção da placa de
vídeo, os componentes de um computador ou smartphone devem funcionar a temperaturas menores que 55 ºC. Por
isso, é necessário estar atendo ao efeito Joule nos equipamentos.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Em relação à Habilidade 5, caberá ao aluno dimensionar a potência elétrica nos diferentes circuitos elétricos ana-
lisando as diferentes associações e suas implicações com a potência empregada em cada resistor, assim como a
potência total fornecida.

Relacionar informações para compreender manuais de instalação, utilização de aparelhos ou sistemas tecnológicos
6 de uso comum.

É muito frequente a leitura de informações técnicas de manuais elétricos a respeito da potência elétrica, e a Habili-
dade 6 cobra justamente isso, a capacidade de interpretação de manuais de instalação de aparelhos de uso comum.

Modelo 1
(Enem) As células fotovoltaicas transformam luz em energia elétrica. Um modelo simples dessas células apresenta
uma eficiência de 10%. Uma placa fotovoltaica quadrada com 5 cm de lado, quando exposta ao sol do meio-dia, faz
funcionar uma pequena lâmpada, produzindo uma tensão de 5,0 V e uma corrente de 100 mA. Essa placa encontra-se
na horizontal em uma região onde os raios solares, ao meio dia, incidem perpendicularmente à superfície da Terra,
durante certo período do ano.
A intensidade da luz solar, em W/m2, ao meio-dia, nessa região é igual a:
a) 1 u 102.
b) 2 u 102.
c) 2 u 103.
d) 1 u 106.
e) 2 u 106.

Análise expositiva 1 - Habilidades 5 e 6: No Enem não basta apenas interpretar o exercício. Apesar de mais
C carregado em passagens matemáticas, faz-se necessário um profundo conhecimento do assunto.
Para a sua resolução, separando o que é fornecido, tem-se:
Dados: U = 5 V; i = 100 mA = 0,1 A; L = 5 cm; K = 10% = 0,1.

122
A potência elétrica (útil) para acender a lâmpada é:
PU = Ui = 5 u 0,1 Ÿ PU = 0,5 W.
Essa potência é 10% da potência (total) incidente na placa fotovoltaica.
P PU ___
0,5
K = ___U Ÿ PT = ___
K = 0,1 Ÿ PT = 5 W
PT
A área de captação de energia da placa é:
A = L2 = 5 u 5 = 25 cm2 Ÿ A = 25 u 10-4 m2.
A intensidade da radiação incidente é:
P 5 = 0,2 u 104 W/m2 Ÿ I = 2 u 103 W/m2.
I = __T = ________
A 25 u 10-4
Alternativa C

Modelo 2
(Enem) O manual de utilização de um computador portátil informa que a fonte de alimentação utilizada para carregar
a bateria do aparelho apresenta as seguintes características:

Qual é a quantidade de energia fornecida por unidade de carga, em J/C, disponibilizada à bateria?
a) 6
b) 19
c) 60
d) 100
e) 240

Análise expositiva 2 - Habilidades 5 e 6: Apesar de ser um exercício de rápida resolução matemática, cobra-
B -se que o estudante saiba ler e reconhecer o manual de um aparelho (uma fonte de alimentação, no caso),
fato muito comum em questões do Enem, sempre bem contextualizadas.
Para resolver, é preciso utilizar duas expressões para a potência:

W = U___
Ÿ ___
q
Ÿ = U Ÿ = 19 J/C
∆t ∆t

Alternativa B

123
DIAGRAMA DE IDEIAS

POTÊNCIA

POTÊNCIA
REOSTATO ENERGIA RENDIMENTO
ELÉTRICA

U2 PU
P= E = P ∙ ∆t ‫=ؠ‬
R PT

U2
P=U∙i P= P = R ∙ i2
R

124
AULAS AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO
23 E 24 E PONTE DE WHEATSTONE

COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17

1. INTRODUÇÃO deve ser ligado em série com esse elemento. Idealmente,


o amperímetro não deveria alterar a resistência elétrica do
Dois equipamentos de medida são fundamentais nos la- trecho do circuito ao qual é conectado, de modo a não
boratórios de eletricidade: o amperímetro e o voltímetro. alterar a corrente elétrica nesse trecho. Entretanto, isso se
O amperímetro é o medidor da intensidade de corrente limita à teoria, pois sempre haverá uma pequena resistên-
elétrica (em ampères), e o voltímetro faz a medida da ten- cia elétrica dos componentes eletrônicos do amperímetro.
são elétrica (voltagem ou d.d.p.) entre dois pontos de um Então, define-se:
circuito elétrico.
É comum o uso do multímetro, como o da imagem a Amperímetro ideal é um medidor de intensidade de
seguir, que têm as funções desses dois medidores em um corrente cuja resistência elétrica é nula (RA = 0).
único equipamento.

Tratando-se de um amperímetro ideal, a d.d.p. entre seus


terminais é nula, e sua ligação em série com qualquer ou-
tro elemento do circuito pode ser feita sem alterar a corren-
te elétrica do circuito.
Na figura da esquerda, a seguir, uma corrente i atravessava
os dois resitores do circuito. Na figura da direita, um ampe-
rímetro ideal foi ligado em série entre os dois resistores e,
por ser ideal, não modificou a corrente elétrica do circuito.

(ESQUERDA) RESISTORES EM SÉRIE ANTES DE SE INSERIR O AMPERÍMETRO.


MULTÍMETRO
(DIREITA) DEPOIS DA INSERÇÃO DO AMPERÍMETRO, A
INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA NÃO FOI ALTERADA.
Quando um amperímetro ou um voltímetro é colocado em
circuito elétrico, sua representação será feita a partir dos

3. VOLTÍMETRO IDEAL
símbolos representados a seguir.

O voltímetro é um aparelho capaz de medir a d.d.p. entre


os dois terminais de um dos elementos do circuito elétrico.
Assim, sua ligação deve ser em paralelo com esse elemento.
SÍMBOLOS DO AMPERÍMETRO
De modo semelhante ao amperímetro, o voltímetro não
deve alterar a d.d.p. do componente que está medindo a
tensão. Dessa forma, o voltímetro não pode permitir que a
SÍMBOLOS DO VOLTÍMETRO
corrente elétrica desse elemento seja parcialmente desvia-
da e, portanto, deve possuir uma resistência elétrica muito
2. AMPERÍMETRO IDEAL maior que a daquele elemento. Não obstante, isso acon-
tece apenas na teoria, pois, devido aos seus componentes
O amperímetro é um aparelho capaz de medir a corrente metálicos, sempre haverá uma pequena fuga de corrente
elétrica por meio de um componente do circuito. Assim, para o voltímetro.

125
Então, define-se: Símbolos:

Voltímetro ideal é um medidor de tensão com re-


G G
sistência elétrica infinitamente grande (RV o `).
Nota: o galvanômetro interfere no funcionamento de um
circuito elétrico. Como um aparelho de medida não deve
Não há circulação de corrente elétrica em um voltímetro afetar o circuito, corrige-se o inconveniente associando ao
ideal, e então o voltímetro pode ser ligado em paralelo com galvanômetro um resistor apropriado para funcionar como
qualquer elemento do circuito. voltímetro ou como amperímetro.
Observe, na figura da esquerda, que uma corrente elétrica
i percorre o circuito de três resistores. A d.d.p. em cada
um deles é obtida pela Lei de Ohm (U = R · i). Na figura
da direita, um voltímetro ideal foi corretamente ligado em
paralelo com o resistor R2, e nada se modificou: mesma
intensidade de corrente nos resistores e a mesma d.d.p. em
cada um. O voltímetro ideal não modificou a corrente elé-
trica do resistor R2. Nesse caso, o voltímetro mede apenas
a d.d.p. entre os terminais de R2: U = R2 · i.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE

Voltímetros e amperímetros

Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra um trecho de um circuito
(ESQUERDA) RESISTORES EM SÉRIE ANTES DE SE INSERIR O VOLTÍMETRO. elétrico composto por três resistores em série. Uma am-
(DIREITA) DEPOIS DA LIGAÇÃO EM PARALELO DO VOLTÍMETRO COM perímetro ideal foi ligado em série entre os resistores
R2, NÃO HÁ ALTERAÇÃO DA D.D.P. E DA CORRENTE ELÉTRICA. R1 e R2, e um voltímetro ideal foi ligado em paralelo
com o resistor R2. Os valores das resistências elétricas
Galvanômetro – Trata-se de um componente básico do são: R1 = 2,0 V, R2= 2,5 V e R3 = 3,0 V. Sabendo que a
circuito de amperímetros e voltímetros capaz de detectar leitura no amperímetro foi de 4,0 A, determine a leitura
correntes elétricas por meio de dispositivos mecânicos que no voltímetro.
se movem pela ação da força eletromagnética produzida
pela corrente. É composto por uma agulha fixa a uma bo-
bina móvel entre os polos de um imã, estando a bobina
acoplada a uma mola espiralada. Quando uma corrente
atravessa a bobina, é estabelecido um torque que a faz
girar. A posição da agulha numa escala graduada, segundo
uma calibração, fornece a medição. Resolução:

Como o voltímetro é ideal, a corrente elétrica em R2 não é


alterada e, portanto, a intensidade de corrente elétrica que
passa pelos três resistores, e também no amperímetro, é a
mesma, isto é, igual 4,0 A (leitura do amperímetro).
O voltímetro lê a d.d.p. nos terminais de R2 que se calcula por:
U = R2 · i = 2,5 · 4,0 Ÿ U = 10,0 V

Assim, o voltímetro lê o valor de 10 V.

126
2. Considere o mesmo trecho do circuito anterior. A fi- não existissem. Como os resistores estão em paralelo, em
gura a seguir mostra a nova posição dos medidores no ambos os resistores a d.d.p. vale 12,0 v. A corrente elétrica
circuito. O voltímetro foi conectado em paralelo com é dada por:
os resistores R1 e R2, e o amperímetro foi colocado em
série com R3. Sabendo que amperímetro acusou uma U
U = R · i Ÿ i = __
corrente elétrica de intensidade 4,0 A, determine: R
Em R1, tem-se:
12 v = 6,0 A
i1 = _____
2,0 V
Em R2, tem-se:
12 v = 4,8 A
i2 = _____
2,5 V

a) A leitura no voltímetro.
A intensidade de corrente será i, dada por:
b) A resistência equivalente entre os pontos A e B. i = i1 + i2 Ÿ i = 6,0 + 4,8 Ÿ i = 10,8 A
Resolução:
No circuito elétrico dado na figura:
a) A intensidade de corrente que passa nos
três resistores é a mesma e é igual ao valor ƒ O amperímetro 1 indica a intensidade total da corrente
dado pelo amperímetro, valendo 4,0 A. elétrica: 10,8 A;
Como o voltímetro está ligado entre os pontos M e N, sua ƒ O amperímetro 2 indica apenas a intensidade da cor-
medida é a soma das tensões elétricas de R1 com R2. Sendo rente elétrica que passa por R2, ou seja, 4,8 A.
Uv essa soma de tensões:
4. (Fuvest) Considere a montagem abaixo, composta por
Uv = U1 + U2 Ÿ Uv = R1 · i + R2 · i quatro resistores iguais R, uma fonte de tensão F, um
medidor de corrente A, um medidor de tensão V e fios
de ligação. O medidor de corrente indica 8,0 A e o de
Uv = 2,0 · 4,0 + 2,5 · 4,0 Ÿ Uv = 18,0 V tensão 2,0 V. Pode-se afirmar que a potência total dissi-
b) O amperímetro é ideal e sua resistência elétrica é pada nos quatro resistores é, aproximadamente, de:
nula (RA = 0). Assim, o voltímetro não altera a resistên-
cia entre os extremos A e B. Assim, pode-se escrever:

Req = R1 + R2 + R3 Ÿ Req = 2,0 + 2,5 + 3,0 Ÿ R

Ÿ Req = 7,5 V R R
R

3. No circuito da figura, dois resistores estão ligados em


a) 8W
paralelo. Um voltímetro ideal está indicando uma d.d.p.
de 12,0 V. As duas resistências têm valores R1 = 2,0 V e b) 16W
R2 = 2,5 V. Determine a leitura nos amperímetros ideais c) 32W
1 e 2 inseridos no circuito. d) 48W
e) 64W
Resolução:

Tem-se uma associação mista com um paralelo de resis-


tência R e a outra parte com 3 resistências R em série. Na
segunda parte, o voltímetro indica 2V, portanto, os outros
resistores também têm uma ddp de 2V. Logo, a ddp da
bateria será 6V.
Resolução: A resistência equivalente será:
Em primeiro lugar, devem ser calculadas as intensidades 1/Req = (R ∙ 3R)/(R + 3R) œ Req = 3R²/4R œ
das correntes elétricas que passam por R1 e por R2 usan- œ Req = 3R/4.
do a Lei de Ohm. Como os amperímetros são ideais (RA
Aplicando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
= 0), a d.d.p. de cada resistor não é afetada. Para efeito
de cálculo, é como se esses aparelhos de medida, ideais, Req = Utotal/itotal œ 3R/4 = 6/8 œ R = 1Ω.

127
A potência total será: ligado um amperímetro muito sensível, capaz de detectar
a passagem de corrente elétrica de baixíssima intensidade;
P = U²/Req œ P = U²/(3R/4) œ P = 36/(3/4) œ
em série com ele é ligado ainda uma resistência r. Nos vér-
œP = (36 ∙ 4)/3 œ P= 48W
tices A e D é ligado um gerador elétrico, responsável pela
Alternativa D corrente elétrica no circuito.
5. (Mackenzie) No laboratório de Física, monta-se o cir-
cuito elétrico a seguir, com um gerador ideal e os inter-
ruptores (chaves) K1, K2 e K3.

História
Estando somente o interruptor K1 fechado, o amperímetro
O circuito descrito foi inventado em 1833 pelo físico
ideal acusa a passagem de corrente elétrica de intensidade
inglês Samuel Hunter Chritie (1784-1865), com a fi-
5 A. Fechando todos os interruptores, a potência gerada
nalidade de medir resistências elétricas. Contudo, foi
pelo gerador é
sir Charles Wheatstone (1802-1875) que ficou famoso
a) 300 W
com o invento, pois foi o responsável por sua divulga-
b) 350 W
ção, 10 anos mais tarde. Por esse motivo, o circuito
c) 400 W
leva hoje o nome de ponte de Wheatstone.
d) 450 W
e) 500 W

Resolução:

Na condição inicial, somente a chave K1 está fechada; as-


sim, somente o resistor de 6Ω irá funcionar. Aplicando a 1.ª
Lei de Ohm, tem-se:
U = R · i œ U = 6.5 œ U = 30V.
Depois de fechar todas as chaves, os 3 resistores funciona-
rão em paralelo. A resistência equivalente será:
1/Req = 1/6 + 1/4 + 1/12 œ 1/Req = (2 + 3 + 1)/12
œ 6Req = 12 œ Req =2Ω. multimídia: vídeo
Assim, a indicação do amperímetro na condição final será:
FONTE: YOUTUBE
i = U/R œ i = 30/2 œ i = 15A.
Ponte de wheatstone -
A potência gerada será: Medidor elétrico ohmímetro
P = U · i œ P = 30 · 15 œ P= 450W.

Alternativa D
5. EQUILÍBRIO DA PONTE
4. PONTE DE WHEATSTONE DE WHEATSTONE
A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico bastan- Um caso particularmente interessante da ponte de Whe-
te específico, formado por resistores. O diagrama a seguir atstone é aquele em que o amperímetro não acusa passa-
ilustra o circuito elétrico da ponte de Wheatstone. Quatro gem de corrente elétrica. Nesse caso, o circuito se encontra
resistores são ligados como um losango. Na diagonal BC é em equilíbrio ou balanceado.

128
Essa expressão indica que, quando a ponte de Wheatstone
5.1. Propriedades da ponte de está em equilíbrio, o produto das resistências dos resistores
Wheatstone em equilíbrio opostos é constante. Esse produto é denominado produto
ƒ A intensidade de corrente elétrica em R1 é igual à de cruzado entre as resistências.
R4, e a intensidade de corrente elétrica em R2 é igual A ponte de Wheatstone pode ser utilizada para medir o
à de R3: valor de uma resistência elétrica, pois, conhecendo os va-
i4 = i1 e i3 = i2 lores de R1, R2 e R3, é possível calcular o valor da quarta
resistência R4.
ƒ Por não haver corrente elétrica entre B e C, a d.d.p. nos De modo equivalente, se o produto cruzado dos resisto-
terminais do resistor r é nula, isto é, a d.d.p. entre B e res R1, R2, R3 e R4 de uma ponte de Wheatstone é igual,
C é nula. Assim, o potencial elétrico em B e C é igual: pode-se afirmar que a ponte está em equilíbrio. Em conse-
VB = VC quência, a corrente elétrica é nula no elemento ligado na
diagonal BC. Esse elemento poderá ser um amperímetro,
um resistor, uma lâmpada, etc.

NA PONTE DE WHEATSTONE EM EQUILÍBRIO, O NA PONTE EM EQUILÍBRIO NÃO PASSA


AMPERÍMETRO NÃO ACUSA CORRENTE ELÉTRICA. CORRENTE ELÉTRICA PELO RESISTOR
CENTRAL, NA DIAGONAL BC.
Por causa dessa segunda propriedade, a d.d.p. entre os
pontos A e B e A e C é igual, ou seja:
VA – VB = VA – VC Ÿ UAB = UAC

Do mesmo modo, conclui-se que:

(VB – VD) = (VC – VD) Ÿ UBD = UCD

Por causa das propriedades anteriores e da Lei de Ohm,


encontra-se a relação entre as resistências para que ocorra
o equilíbrio: NA PONTE EM EQUILÍBRIO, A LÂMPADA
NÃO ACENDE, POIS A D.D.P. ENTRE B
UAB = UAC Ÿ R1 · i1 = R2 · i2 E C É NULA. NÃO HÁ CORRENTE.

UBD = UCD Ÿ R4 · i4 = R3 · i3
Nota: Na prática, a ponte de Wheatstone é conhecida
Sendo i4 = i1 e ainda i3 = i2, resulta: como ponte de fio, em que os resistores de resistências
elétricas R3 e R4 são substituídos por um fio homogêneo de
R1 · i1 = R2 · i2 seção transversal constante.
R4 · i1 = R3 · i2 O cursor, que está ligado ao galvanômetro, desliza sobre
o fio homogêneo até encontrar uma posição de equilíbrio
Dividindo-se as duas expressões acima membro a membro, da ponte.
obtém-se:
R1 __
__ R
= 2
R4 R3

R1 · R3= R2 · R4
R1 · L3 = R2 · L4

129
3. (Unicamp) No circuito a seguir a corrente na resistên-
Aplicação do conteúdo cia de 5Ω é nula.

1. Na ponte de Wheatstone da figura, os terminais A e


D são ligados ao gerador, e a lâmpada L não se acende.
São conhecidas as resistências: R1 = 3,0 V; R2 = 6,0 V;
R3 = 5,0 V.

a) Determine o valor da resistência X.


b) Qual a corrente fornecida pela bateria?
a) Determine o valor de R4.
b) Se os três resistores anteriores forem trocados por Resolução:
três resistores idênticos de resistência R, qual será
a) A corrente no resistor de 5Ω é nula, caracte-
o valor de R4 para que a lâmpada não se acenda?
rizando uma Ponte de Wheatstone. Aplicando
Resolução: a equação do produto cruzado das resistên-
cias em uma ponte equilibrada, tem-se:
a) A ponte de Wheatstone está em equilíbrio,
pois a lâmpada não se acendeu (não há corrente 1 · x = 3 · 2 œ x = 6Ω.
elétrica entre B e C). Vale, portanto, o produto
b) Como não há passagem de corrente no resistor
cruzado entre as resistências dos quatro re-
de 5Ω, pode-se simplesmente “tirá-lo” do circui-
sistores. Assim, determina-se o valor de R4:
to e fazer a resistência equivalente do mesmo.
R1 · R3 = R2 · R4 Ÿ 3,0 · 5,0 = 6,0 · R4 Ÿ
1/Req = 1/(1+3) + 1/(2+6) œ 1/Req= 1/4 + 1/8
œ 1/Req= (2+1)/8 œ Req= 8/3 Ω.
Ÿ R4 = 2,5 V
b) Do mesmo modo, aplica-se a re-
gra do produto cruzado: 8/3Ω

R1 · R3 = R2 · R4 Ÿ R · R = R · R4 Ÿ R4 = R

2. Na figura a seguir está representada uma ponte de


Wheatstone um pouco diferente. O formato geométrico Assim a corrente total será:
não é um losango, mas um retângulo. Determine o valor
i = U/Req œ i = 12/(8/3) œ i = 36/8 œ i = 4,5A .
de R para que a lâmpada (L) não se acenda. São dados:
R1 = 9,0 V; R2 = 16,0 V. 4. (Mackenzie) No circuito abaixo, para que ambos os
amperímetros ideais, A1 e A2, indiquem zero, é necessá-
rio que as resistências R1 e R2 valham, respectivamente,
em ohms:

Resolução:

Para que a lâmpada não se acenda, a ponte deve estar


em equilíbrio. Assim, pelo produto cruzado, a resistência
R deve valer: a) 10 e 120
b) 40 e 90
R1 · R2 = R · R Ÿ R2 = R1 · R2 Ÿ R2 = 9,0 · 16,0 c) 90 e 40
d) 40 e 10
9,0 · 16,0 = 3,0 · 4,0 Ÿ R = 12,0 V
R = dXXXXXXXX e) 10 e 40

130
Resolução: Resolução:
No circuito, as correntes dos amperímetros ideais são nu-
las; assim, tem-se duas pontes de Wheatstone. Se o galvanômetro indica zero nas duas ocasiões, a relação
cruzada das resistências na ponte de Wheatstone continua
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências válida independente da tensão. Assim, tem-se:
na ponte equilibrada do amperímetro A1, tem-se:
(10 + 5) · 15 = 5 · (20 + R) œ 20 + R = 225/5 œ
10 · R1 = 20 · 20 œ R1 = 40Ω.
Agora, deve-se fazer a resistência equivalente da ponte do R = 45 – 20 œ R = 25Ω.
amperímetro A1.
1/Req = 1/(10+20) + 1/(20+40) œ 1/Req Alternativa A
= 1/30 + 1/60 œ 1/Req = (2+1)/60
œ Req = 20Ω.
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências
na ponte equilibrada do amperímetro A2, tem-se:
20 · R2 = 30 · 60 œ R2 = 90Ω.
Alternativa B
5. (Mackenzie) No circuito a seguir, a d.d.p. entre os ter-
minais A e B é de 60V e o galvanômetro G acusa uma
intensidade de corrente elétrica zero. Se a d.d.p. entre
os terminais A e B for duplicada e o galvanômetro con-
tinuar acusando zero, poderemos afirmar que:
multimídia: sites
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/ele-
tromagnetismo/medidores-em-circuitos.html
www.fisicaevestibular.com.br/novo/eletrici-
dade/eletrodinamica/aparelhos-de-medicao-
-eletrica-amperimetros-e-voltimetros/
a) a resistência R permanecerá constante e igual a 25 Ω;
b) a resistência R permanecerá constante e igual a 15 Ω; www.newtoncbraga.com.br/index.php/co-
c) a resistência R permanecerá constante e igual a 10 Ω; mo-funciona/8858-como-funciona-a-ponte-
d) a resistência R, que era de 25 Ω, será alterada para 50 Ω; -de-wheatstone-ins529
e) a resistência R, que era de 50 Ω, será alterada para 12,5 Ω.

131
VIVENCIANDO

Os amperímetros possuem diversos usos na indústria. Amperímetros com zero central, ou analógicos, são mais
utilizados, pois possuem alta durabilidade e medições precisas. Eles são usados em quadro de distribuição de baixa
tensão, monitorando toda a instalação elétrica. Um tipo especial de amperímetro analógico, que é utilizado para
medir altas correntes em carros e caminhões, possui um ímã de barra articulada que move o ponteiro e um ímã.

PONTE DE WHEATSTONE USADA EM UM SENSOR DE LUZ

A capacidade de fornecer medições extremamente precisas é o principal benefício de uma ponte de Wheatstone.
Variações nas configurações da ponte de Wheatstone podem ser usadas para medir capacitância, indutância, im-
pedância e outras características físicas, como a quantidade de gases combustíveis em uma amostra. Existem algumas
variações famosas, como as chamadas ponte de Kelvin e ponte Carey Foster, desenvolvidas para medir resistências
muito baixas. Em muitos casos, o significado de medir a resistência desconhecida está relacionado com a avaliação
do impacto de algum fenômeno físico (como força, temperatura, pressão, etc.), o que permite a utilização da ponte
de Wheatstone na medição indireta desses fenômenos.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Nessa aula, o aluno deverá empregar a Habilidade 5 a fim de saber dimensionar os circuitos e dispositivos elétricos,
utilizando os aparelhos de medidas, como amperímetro, voltímetro, galvanômetro ou multímetro.

132
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

Caberá ao aluno a capacidade de saber escolher qual tipo de associação é necessária para realizar as medições que
se fazem necessárias. Além disso, partindo das medidas, caberá ao aluno a tomada de decisão de qual circuito é
ideal para a utilização.

Modelo 1
(Enem) Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar medições de tensão e
corrente em uma cozinha. Nesse ambiente, existem uma geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpada (L), conforme
a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica aplicada à geladeira, a corrente total e a corrente na lâmpada.
Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e dois amperímetros (A).

Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses instrumentos está representado em:
a) d)

b) e)

c)

Análise expositiva 1 - Habilidades 5 e 7: Para a resolução desse exercício, o estudante deve saber como
E funciona os instrumentos de medidas, tanto o amperímetro quanto o voltímetro, e saber que tipo de asso-
ciação deve ser feita a fim de se ter a medição desejada.
Desse modo, o voltímetro deve ser ligado em paralelo com o trecho de circuito onde se quer medir a tensão
elétrica, isto é, entre os terminais fase e neutro.
Para medir a corrente total, o amperímetro deve ser instalado no terminal fase ou no terminal neutro.
Para medir a corrente na lâmpada, o outro amperímetro deve ser ligado em série com ela.
Alternativa E

133
Modelo 2
(Enem) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma pilha, de uma lâmpada
(L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a diferença de potencial entre dois pontos, e um
amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.

O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir essa resistência é:


a) d)

b) e)

c)

Análise expositiva 2 - Habilidade 5 e 7: Trata-se de um exercício de rápida resolução, mas que necessita de
C conhecimento técnico prévio do assunto, característica das questões do Enem desde 2009.

Nesse exercício, é importante saber que o amperímetro deve ser ligado em série com a lâmpada, e o voltí-
metro, em paralelo.
Alternativa C

134
DIAGRAMA DE IDEIAS

MEDIDORES

PONTE DE
VOLTÍMETRO AMPERÍMETRO
WHEATSTONE

LIGADO EM ASSOCIAÇÃO
EQUILÍBRIO
PARALELO EM SÉRIE

IA = 0 RV = ∞ RA = 0

135
AULAS ESTUDO DO GERADOR
25 E 26
COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17

1. INTRODUÇÃO ƒ Em uma usina termoelétrica, uma turbina também é


acionada para produzir energia mecânica em um ge-
O equipamento capaz de converter alguma forma de ener- rador. Entretanto, o movimento de rotação da turbina
gia em energia elétrica é denominado gerador elétrico. é causado pela passagem de vapor de água. Para a
Apesar de o nome passar a impressão de que a energia é produção do vapor de água, um reservatório de água
gerada, o que ocorre é apenas a transformação de uma é aquecido, provocando a ebulição da água. Dessa for-
forma de energia em outra. ma, a energia térmica é convertida em energia elétrica.
A imagem a seguir mostra um esquema simplificado de
A seguir estão listados alguns exemplos de geradores elétricos:
uma usina termoelétrica:
ƒ A pilha é um gerador eletroquímico. Nesse tipo de ge-
rador, a energia química armazenada na pilha é con-
vertida em energia elétrica. A figura a seguir ilustra
esquematicamente o interior de uma pilha:
contato metálico +
ligado ao bastão
de carbono

isolante
bastão de
carbono Esses três exemplos ilustram a conversão de diferentes ti-
pasta pos de energia em energia elétrica. O gerador elétrico é
capa de zinco
utilizado basicamente para produzir a corrente elétrica em
um circuito elétrico.
isolante
proteção externa

contato metálico
com a capa -
2. GERADOR IDEAL
de zinco Um gerador é ideal quando é capaz de transferir para
as cargas elétricas toda a energia elétrica produzida. A
ƒ Em uma usina hidroelétrica, o movimento da água cau- tensão elétrica medida entre os polos de um gerador
sa a rotação de uma turbina. O movimento mecânico recebe o nome de força eletromotriz (f.e.m.) e é repre-
de rotação é transferido para um gerador, que transfor- sentada pelo símbolo H.
ma a energia mecânica em energia elétrica. A figura a
seguir ilustra esquematicamente os principais compo- A principal característica de um gerador ideal é manter
nentes em uma usina hidroelétrica: constante a d.d.p. (U) fornecida ao circuito, independente-
mente da intensidade da corrente.
gerador

turbina

GERADOR IDEAL (U = E)

136
(
No S.I., a unidade de medida de f.e.m. é volt lembre-se de
)
que V = __J .
C
Diferentemente dos geradores ideais, ocorre perda de
energia elétrica nos geradores reais. Essa perda deve-se
à resistência interna do gerador. Geradores elétricos reais
são representados pelo símbolo a seguir:

multimídia: vídeo
O simbolo r representa a resistência interna do gerador.
FONTE: YOUTUBE

Como fazer um gerador de energia com imã A figura a seguir é o gráfico da variação do potencial das
em casa cargas em um gerador real, desde o polo negativo até o
polo positivo. A diferença de potencial VB para VA corres-
ponde à f.e.m. « do gerador, levando em conta a queda de

3. CARACTERÍSTICAS potencial ri devido à resistência interna. A d.d.p. útil do ge-


rador, isto é, a d.d.p. que pode ser utilizada por um circuito
DOS GERADORES externo, é VA – VB = U.

3.1. Força eletromotriz (f.e.m.)


A força eletromotriz do gerador (f.e.m.), represen-
tada por « (épsilon), é responsável pela d.d.p. fornecida
pelo gerador. Por exemplo, existem pilhas com diferentes
tensões, como 1,5 V e 12 V. Essa diferença está relacionada
ao trabalho da força elétrica no interior da pilha para mo-
ver as cargas do terminal negativo ao positivo (do menor
potencial para o maior). Por definição, a f.e.m. e o trabalho
estão relacionados por:

t
« = ___
DQ

Em que t é o trabalho realizado e DQ é a quantidade de


A d.d.p. U, disponível ao circuito externo, é igual à diferen-
carga levada do polo negativo ao positivo.
ça entre a f.e.m. e a queda de potencial interna correspon-
Observe que o termo f.e.m., apesar de ser referido como dente ao produto ri. Matematicamente, esses termos se
uma força, não é precisamente uma força, ou seja, trata-se relacionam pela expressão:
de um nome inadequado. A f.e.m. representa a quantidade
de energia total transferida à unidade de carga dentro U = « – ri
do gerador durante o processo de transformação de deter-
minada energia em energia elétrica. Os valores de « e r são constantes.
Sempre ocorrem “perdas” energéticas nos processos fí-
sicos, ou seja, os dispositivos não transferem totalmente
a energia para os sistemas que alimentam. Essas perdas Nota
ocorrem devido à transformação de parte da energia em Essa equação representa um gerador elétrico real.
energia térmica (calor). Para um gerador ideal, não ocorre dissipação interna
A f.e.m correspondente à d.d.p. seria o caso ideal se entre de energia, e, portanto, r = 0. Para o gerador ideal, a
os polos de um gerador não ocorresse perda de energia d.d.p. e a f.e.m. são iguais ( U = «).
elétrica. A d.d.p. é constante para cada gerador.

137
gia elétrica dissipada, maior será o rendimento do gerador.
Em geral, o rendimento é representado pela letra grega h
(eta). Assim, o rendimento h de um gerador elétrico real
é dado pelo quociente:

P U
h = __u = __
Pt «

Considere o seguinte exemplo de uma aplicação da ener-


gia potencial elétrica em um farol de automóvel (lâmpada)
multimídia: vídeo ligado a uma bateria.

FONTE: YOUTUBE

Geradores e receptores de energia elétrica

4. POTÊNCIA NO
GERADOR ELÉTRICO A BATERIA É A FONTE DE F.E.M. «, E R É SUA RESISTÊNCIA INTERNA.
O FAROL FAZ PARTE DO CIRCUITO EXTERNO (RESISTÊNCIA R).
Foi visto anteriormente que a potência elétrica em um tre-
cho de circuito é o produto da d.d.p. (U) entre as extremi-
dades desse trecho pela intensidade de corrente no mesmo Quando as cargas elétricas passam pelo farol, a energia po-
trecho do circuito. Assim, a potência de um gerador elétrico tencial das cargas é transformada em energia térmica (ca-
é obtida multiplicando-se a d.d.p. do gerador pela corrente lor), fazendo o filamento do farol se aquecer e emitir luz. A
elétrica no gerador: bateria fornece energia potencial às cargas no polo negati-
vo (menor potencial), enviando-as para o terminal positivo
U = « – ri Ÿ Ui = ei – ri2 (potencial maior). Esse ciclo é repetido enquanto a bateria
conseguir transformar energia química em energia elétrica,
O primeiro termo, Ui, é a potência que o gerador fornece isto é, enquanto houver energia química disponível.
ao circuito externo, ou seja, a potência útil Pu. Essa é a
potência disponível para um circuito elétrico externo. Observe que a corrente elétrica no circuito é constante. Mes-
mo se os fios que ligam o farol à bateria fossem trocados
Pu = Ui por fios mais espessos, o funcionamento do circuito seria o
mesmo e a corrente se manteria constante. Isso ocorre por
No segundo termo da equação, o valor Hi corresponde à causa da conservação das cargas elétricas. Não pode haver
potência total do gerador Pt: acúmulo de cargas nos dispositivos do circuito. Se houvesse
acúmulo, a diferença de potencial seria variável com o tempo.
Pt = «i
Aplicação do conteúdo
Essa potência é o valor que seria fornecido ao circuito ex- 1. O gerador representado na figura a seguir é percorri-
terno caso não houvesse perda de energia elétrica. do por uma corrente de intensidade 1 A. Calcule:
O valor ri2 é a potência dissipada internamente Pd,
ou seja, é a perda de energia elétrica que ocorre e que não
pode ser utilizada pelo circuito externo:

Pd = ri2 Dados: « = 3 V; r = 0,5 V; i = 1 A; Dt = 20 s.


a) A d.d.p. entre os terminais A e B.
Essa potência é dissipada pelo gerador em forma de calor. b) A potência dissipada no gerador.
c) O rendimento do gerador.
O rendimento do gerador é a relação entre a potência útil d) A energia disponível ao circuito externo se o
e a potência total. Quanto menor for a parcela de ener-

138
gerador permanecer ligado por 20 s. UAB = « – ri e UAB = Ri
Resolução: Igualando as equações, segue que:
a) Pela equação do gerador, tem-se:
« – ri = Ri

U = « – ri Ÿ U = 3 – 0,5 · 1 Ÿ U = 2,5 V Assim, o valor de « é dado por:


b) A potência dissipada é: « = (R + r)i
Pd = ri2 Ÿ Pd = 0,5 W
Essa expressão ficou conhecida como Lei de Pouillet.
c) O rendimento é:
2,5
U Ÿ h = ___
h = __ Ÿ
Aplicação do conteúdo
« 3
1. A f.e.m. e a resistência interna de um gerador são,
Ÿ h = 0,83 ou n = 83% respectivamente, 20 V e 1 V. Esse gerador é ligado dire-
tamente a um resistor de 4 V, como na figura. Calcule a
d) A energia útil (Eútil) entregue ao circuito externo é: intensidade da corrente elétrica no circuito.
Eútil = Pu · 't Ÿ Eútil = U i Dt Ÿ
Ÿ Eútil = 2,5 · 1 · 20 Ÿ Eútil = 50 J

2. A d.d.p. entre os terminais de uma bateria, em um cir-


cuito aberto, é de 12 V. Se houver uma corrente elétrica
de 2 A no gerador, a potência fornecida a um circuito Resolução:
externo será de 20 W. Calcule a f.e.m. e a resistência in-
terna da bateria. Sendo « = 20 V, r = 1 V, Req = 4 V, pode-se aplicar a Lei
de Pouillet:
Resolução:
« = (Req + r) i
Em circuito aberto, não existe corrente elétrica na bateria: 20 = (4 + 1) i
i = 0 Ÿ U = « Ÿ « = 12 V
i=4A
A potência fornecida ao circuito externo é a potência útil:
Pu = Ui Ÿ 20 = U · 2 Ÿ U = 10 V 2. A figura ilustra um circuito formado por um gerador
elétrico que pode ser ligado a um ou dois resistores
Pela equação do gerador, tem-se: dependendo da ligação de uma chave Ch. Se a chave
Ch estiver aberta, a corrente elétrica terá intensidade
U = « – ri Ÿ 10 = 12 – r · 2 Ÿ r = 1 V de 10 A; se a chave Ch estiver fechada, a intensidade
da corrente elétrica será de 16 A. Calcule a resistência

5. LEI DE POUILLET interna r e a f.e.m. « do gerador.

Considere novamente o circuito que representava de ma-


neira simples o circuito elétrico do farol de um automóvel.
Nesse circuito, a bateria é o gerador elétrico, e o farol é um
resistor externo de resistência elétrica R.

Resolução:

Para a situação da chave aberta, obtém-se o seguinte circuito.

O físico francês Claude Pouillet (1790-1868) verificou que


a diferença de potencial entre os polos do gerador é a mes-
ma que nos terminais do resistor. Portanto:

139
Aplicando a Lei de Pouillet, tem-se: Substituindo r = 1 V na primeira equação, determina-se
o valor de «:
« = (3 + r) · 10
« = (3 + 1) · 10 Ÿ « = 40 V
Para a situação com a chave fechada, deve-se determinar
a resistência equivalente das duas resistências do circuito:
3 Ÿ R = 1,5 V
Req = __
2 eq

Aplicando a Lei de Pouillet para o circuito com essa resis-


tência equivalente, tem-se:
multimídia: sites
« = (1,5 + r) · 16
www.coladaweb.com/fisica/eletricidade/
O valor de « é o mesmo para ambas as equações. Assim, geradores-eletricos
igualando as equações, determina-se a resistência interna www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/gerador/
do gerador: forca_eletromotriz_gerador/
(3 + r) · 10 = (1,5 + r) · 16 Ÿ r = 1 V

VIVENCIANDO

Os exemplos de geradores no cotidiano são diversos. Os geradores são a forma majoritária de proporcionar energia
elétrica para as redes urbanas. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, teve a sua
maior produção anual estabelecida em 2016, com a geração de 103.068.366 MWh de energia.
Os geradores tambem são utilizados em automóveis e
em outras formas de transporte. Geradores de pequena
escala também fornecem um bom suporte para as
necessidades emergenciais de energia em hospitais,
prédios residenciais, estádios de futebol, shopping cen-
ters e pavilhões de exposições.
Na construção civil, principalmente em obras de grande
magnitude, a falta de energia elétrica causa a paral-
isações das obras, o que gera atrasos e prejuízos finan-
ceiros. Nesses casos, os geradores elétricos se apresentam
USINA DE ITAIPU, LOCALIZADA NO RIO PARANÁ
como uma solução para obtenção de energia temporária.
Em diversas indústrias são comuns as “paradas programadas”, que acontecem para que ocorra a manutenção da
rede elétrica. Assim, o suprimento de energia no decorrer desses processos acontece por meio de geradores elétricos.

140
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Nessa aula, o aluno empregará a Habilidade 5 na montagem de circuitos com geradores, desde a utilização de um
gerador ideal até um gerador real, aprendendo a identificar suas diferenças e implicações.

Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.

Faz-se necessária a interpretação correta de manuais de instalação de aparelhos elétricos. Além disso, o aludo deve
saber reconhecer a força eletromotriz fornecida e a resistência interna do gerador.

Modelo
(Enem) Em algumas residências, cercas eletrificadas são utilizadas com o objetivo de afastar possíveis invasores. Uma
cerca eletrificada funciona com uma diferença de potencial elétrico de aproximadamente 10.000 V. Para que não seja
letal, a corrente que pode ser transmitida através de uma pessoa não deve ser maior do que 0,01 A. Já a resistência
elétrica corporal entre as mãos e os pés de uma pessoa é da ordem de 1.000 :.
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca a cerca eletrificada, o gerador de tensão deve possuir uma
resistência interna que, em relação a do corpo humano, é:
a) praticamente nula;
b) aproximadamente igual;
c) milhares de vezes maior;
d) da ordem de 10 vezes maior;
e) da ordem de 10 vezes menor.
Análise expositiva - Habilidades 5 e 6: Ótimo exercício que apresenta características de interdisciplinaridade,
C condizente com a prova de Ciências da Natureza, mostrando que Física, Química e Biologia se relacionam
normalmente. Além do excelente diálogo com diferentes ramos da ciência, o conhecimento matemático e
físico do problema é de alto nível, exigindo do aluno o conhecimento da estrutura de um gerador elétrico.
Sendo r o valor da resistência interna do gerador, pela primeira Lei de Ohm segue que:
V = (r + R)i
10000 = (r + 1000)0,01
r = 99900 : ≈ 106 :
Em relação à resistência elétrica do corpo humano:
106 = 103
__r = ___
R 103

Ou seja, o valor da resistência deve ser cerca de 1.000 vezes maior.


Alternativa C

141
DIAGRAMA DE IDEIAS

GERADOR

NÃO IDEAL FONTE DE TENSÃO

r≠0 IDEAL

LEI DE POUILLET r=0

U=
POTÊNCIA POTÊNCIA
TOTAL ÚTIL

POTÊNCIA
DISSIPADA

142
AULAS ESTUDO E ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
27 E 28
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22

1. CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO U x i, é representada por um segmento de reta decrescen-


te, como mostra a figura a seguir (observe que a equação
EM UM GERADOR do gerador é uma função do 1.º grau de U em relação a i).

Caso um fio de resistência elétrica muito baixa (desprezível)


seja ligado entre os terminais de um gerador elétrico, ocorre-
rá um curto-circuito. As figuras a seguir ilustram essa ligação.

O ponto em que o gráfico intercepta o eixo das ordenadas é


justamente o valor da f.e.m., pois, nesse caso, o circuito está
aberto, isto é, i = 0 e, portanto, U = «. Por outro lado, o ponto
em que o gráfico corta o eixo das abscissas é o valor da corren-
te de curto-circuito. Nesse caso, U = 0; então i = icc.
A inclinação da reta (ou a declividade) é numericamente
Se o gerador for ligado em curto-circuito, a potência elétri- igual à resistência interna r do gerador:
ca total será integralmente dissipada na resistência interna,
causando superaquecimento e danos ao gerador. «
u tg a u =N __ Ÿ u tg a u =N r
icc
A diferença de potencial entre os terminais do gerador em
curto-circuito torna-se nula, ou seja, UAB = 0. A corrente elé-
trica no circuito é denominada corrente de curto-circuito icc.
Essa intensidade máxima de corrente elétrica que pode atra-
vessar o gerador pode ser calculada pela equação do gerador:
U = « – ri
Fazendo UAB = 0, e i = icc , obtém-se:

U = « – ri Ÿ 0 = « – ricc Ÿ icc = __«r

2. CURVA CARACTERÍSTICA multimídia: vídeo


DE UM GERADOR Aula 06 - Física II - Geradores,
FONTE: YOUTUBE

A f.e.m. e a resistência interna r são constantes em um receptores e potência


gerador elétrico. Assim, a equação do gerador, no plano

72
3. POTÊNCIA ÚTIL FORNECIDA Aplicação do conteúdo
É possível obter a potência elétrica fornecida ao circuito a par- 1. Para uma bateria de resistência interna 2 V e força
tir do gráfico da curva característica de um gerador elétrico. eletromotriz 10 V:
a) Calcule a diferença de potencial, entre os terminais
da bateria, para as diferentes intensidades de corren-
te elétrica indicadas na tabela.

i(A) 0 1 2 3 4 5

b) Construa a curva característica da bateria para os


valores da tabela.
Resolução:
a) Usando a equação do gerador, tem-se:

A = Pu U = « – ri Ÿ u = 10 – 2i
A área destacada no gráfico, terminada por um valor de i, é
Substituindo i pelos valores da tabela, obtém-se:
igual à potência útil Pu fornecida ao circuito externo.
A potência também pode ser obtida a partir da equação do i (A) 0 1 2 3 4 5
gerador. Lembre-se de que a potência é o produto da d.d.p.
pela corrente elétrica: U (V) 10 8 6 4 2 0

Pu = Ui = «i – ri2 b) Construindo a curva característica, tem-se:


Considerando a potência útil como uma função da corren-
te, encontra-se a expressão:
Pu (i) = «i – ri2
Essa equação é uma função do 2.º grau na variável i. O
gráfico dessa função é uma parábola, e, devido ao sinal
negativo no termo de segunda ordem, a concavidade da
parábola é “para baixo”.
As soluções dessa equação (ou raízes) são i’ = 0 e i’’ = __«r
(observe que esse valor é justamente o valor da corrente
de curto-circuito).
A potência máxima fornecida é obtida pelo vértice dessa
parábola. O valor da corrente que fornece a potência máxi- 2. O gráfico representa a curva característica de um ge-
H (metade rador. Calcule:
ma é o ponto médio entre as raízes, ou seja, i = __
2r
H2
do valor de icc). A potência máxima é Pmax = ___.
4r

Pu

Pu max

a) a f.e.m.;
b) a resistência interna;
c) a d.d.p. entre seus terminais para i = 3 A;
i
d) a intensidade da corrente de curto-circuito;
e) a potência elétrica fornecida para i = 2 A.

73
Resolução:
4.1. Associação em série
a) Sendo U = « – ri, para i = 0, obtém-se: A associação em série permite aumentar a potência útil
fornecida ao circuito, pois aumenta a diferença de poten-
35 = « – r · 0 cial entre os extremos da associação de geradores. Esse
« = 35 V tipo de ligação é comum em lanternas, rádios e diversos
aparelhos alimentados por pilhas. A ligação em série de
b) Para U = 0, tem-se:
geradores é realizada de modo que o polo positivo de um
0 = 35 – r · 5 gerador se conecte ao polo negativo de outro gerador..
r=7V + - + - + - + -
c) Para i = 3 A, calcula-se:

U = 35 – 7 · 3
U = 14 V A B

d) Para U = 0, a corrente de curto-circuito é:


A FIGURA REPRESENTA QUATRO PILHAS ASSOCIADAS EM SÉRIE.
0 = 35 – 7 · icc
A figura a seguir ilustra a representação simbólica de n ge-
icc = 5 A
radores associados em série:
e) Para i = 2 A, segue:

Pu = U · i
Pu = (« – ri) i
Pu = (35 – 7 · 2) · 2
Pu = 42 W

4. ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
Assim como os resistores, os geradores podem ser asso-
ciados em série, em paralelo ou em uma combinação de
ambas as ligações. Cada associação pode ser representada
por um gerador equivalente. O efeito desse gerador equi- Essa combinação de geradores pode ser simplificada e re-
valente no circuito é como a associação real do conjunto presentada por apenas um gerador equivalente:
de geradores.

As características da associação em série são:


ƒ a intensidade da corrente é a mesma em todos os geradores;
ƒ a f.e.m. da associação é a soma das f.e.m. dos gerado-
res associados:
«s = «1 + «2 + ... + «n
multimídia: vídeo
A d.d.p. nos terminais extremos da associação é dada
FONTE: YOUTUBE pela soma das diferenças de potencial de cada um dos
Geradores - Associação em série geradores associados:

74
Us = U1 + U2 + ... + Un A figura a seguir ilustra a ligação em paralelo de gera-
dos elétricos:
A soma das potências fornecidas por cada um dos gerado-
+ -
res associados é a potência fornecida ao circuito externo.
Essa é a vantagem da associação de geradores em série:
Ps = P1 + P2 + ... + Pn
+ -
Da mesma maneira, a soma das resistências internas dos A B
geradores associados é igual à resistência interna do gera-
dor equivalente:
+ -
rs = r1 + r2 + ... + rn

Nesse caso, a resistência interna aumenta, sendo uma des-


A FIGURA REPRESENTA TRÊS PILHAS ASSOCIADAS EM PARALELO.
vantagem desse tipo de associação. Contudo, a vantagem
oferecida pela potência supera a desvantagem do aumen-
to da resistência interna.

As características da associação em paralelo são:


ƒ a corrente elétrica é dividida entre os geradores;
ƒ a f.e.m. do gerador equivalente é igual àquela de cada
um dos associados: «p = «.
A resistência equivalente do conjunto de geradores é dada
pela soma dos inversos das resistências de cada um dos
multimídia: sites geradores do conjunto (resistência equivalente de resisto-
res em paralelo):
www.colegioweb.com.br/geradores-eletri-
cos/associacao-de-geradores.html 1 __
__ 1 __ 1 1
__
rp = r1 + r2 + ... + rn
w w w. i f. u f r g s. b r / c r e f / ? a r e a = q u e s -
tions&id=1046
Todavia, se a resistência interna de cada gerador for igual a
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/
r, a resistência equivalente de n geradores será:
associacao-geradores-eletricos-paralelo.htm
1 __1 __1
__ __1 1 __n
__ __r
rp = r + r + ... + r Ÿ rp = r Ÿ rp = n
4.2. Associação em paralelo
Na associação em paralelo de geradores elétricos, os polos Aplicação do conteúdo
positivos dos geradores são ligados no mesmo ponto do
1. A figura representa o esquema de um circuito com
circuito; o mesmo procedimento é realizado com os polos
uma lanterna de três pilhas idênticas associadas em sé-
negativos (obviamente em um ponto diferente, senão ocor- rie, com polos A e B, uma lâmpada L cujo filamento tem
rerá um curto-circuito). resistência 10 V e uma chave interruptora Ch.
Esse tipo de associação só é conveniente quando os ge-
  
radores têm forças eletromotrizes iguais. Caso contrário, B r r r A
haverá desperdício de energia.
A associação em paralelo de geradores também aumen-
ta a potência elétrica fornecida ao circuito. Entretanto, o
aumento é causado pela diminuição da resistência interna
equivalente da associação. L Ch

75
A d.d.p. entre A e B é 4,5 V e 4,0 V quando a chave Ch está Resolução:
aberta e fechada, respectivamente. Calcule:
a) A f.e.m. e a resistência equivalente da associação
a) a f.e.m. de cada pilha;
em série são:
b) a intensidade de corrente no circuito com a chave fechada;
c) a resistência interna de cada pilha. «s = 1,5 + 1,5 Ÿ «s = 3 V
Resolução:
rs = 0,5 + 0,5 = 1 V
a) Com a chave Ch aberta, tem-se:
i = 0 e UAB = «S = 3.«. Aplicando a Lei de Pouillet, calcula-se a intensidade da cor-
Assim: UAB = 3« Ÿ 4,5 V = 3 « Ÿ « = 1,5 V rente i1:
b) Com a chave Ch fechada, tem-se:
UAB = RLi Ÿ 4 = 10i Ÿ i = 0,40 A «s = (R + rs)i Ÿ 3 = (2 + 1)i, Ÿ i1 = 1 A
c) A partir da equação do gerador, para o circuito com
b) A f.e.m. e a resistência equivalente da associação
a chave fechada, tem-se:
em paralelo são, respectivamente:
UAB = «S – rSi Ÿ UAB = 3 « – 3 ri
0,5
4 = 3 · 1,5 – 3r · 0,4 Ÿ «p = 1,5V e rp = __r = ___ = 0,25 V
2 2
Ÿ 4 = 4,5 – 1,2r Ÿ
5 V Aplicando a Lei de Pouillet, obtém-se:
Ÿ r = ___
12
«p = (R + rs) i2 Ÿ 1,5 = (2 + 0,25)i Ÿ
2. Duas pilhas iguais de f.e.m. « = 1,5 V e resistência
interna r = 0,5 V são associadas de modos diferentes e Ÿ i = 0,67 A
ligadas a um resistor de 2 V, conforme as figuras. Cal-
cule a intensidade da corrente no resistor em cada uma
das associações.
a)

b)

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
G1 - Confira dica de física sobre
geradores elétricos

76
VIVENCIANDO

As associações de geradores são muito utilizadas no cotidiano, seja em brinquedos, seja em controles remotos de
televisores. Dependendo do aparelho, esses equipamentos utilizarão pilhas ou baterias associadas em série ou em
paralelo, de acordo com a necessidade.
Para aumentar a tensão, são utilizadas pilhas em série. É possível até mesmo ligar um aparelho que funciona com
tensão de 110 V; para isso, devem ser conectadas em série 73 pilhas de 1,5 V cada uma.
Para aumentar a corrente elétrica, as pilhas devem ser associadas em paralelo; desse modo, no entanto, não ocorre
aumento da tensão. Na associação em paralelo, a resistência interna do gerador equivalente é menor do que quando
os mesmos geradores são associados em série.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.

A Habilidade 6 exige que o estudante compreenda manuais de instalação de aparelhos elétricos de uso comum.
A partir disso, ele deve saber relacionar circuito e fonte de tensão, sabendo reconhecer as diferentes associações
possíveis e suas consequências. Assim, é dever do estudante compreender como ocorre a associação de geradores
e suas particularidades.

77
Modelo
(Enem) Em um laboratório, são apresentados aos alunos uma lâmpada, com especificações técnicas de 6 V e 12 W e
um conjunto de 4 pilhas de 1,5 V cada.

Qual associação de geradores faz com que a lâmpada produza maior brilho?
a) d)

b) e)

c)

Análise expositiva - Habilidade 6: A lâmpada produzirá maior brilho para a associação que produzir a maior
C potência; como a potência é proporcional à tensão, o circuito com maior tensão elétrica equivalente pro-
verá o maior brilho.
Tensão equivalente para os circuitos:
[A]: VA = (1,5//1,5//1,5) + 1,5 Ÿ VA = 3 V
[B]: VB = (1,5 + 1,5)//(1,5 + 1,5) Ÿ VB = 3 V
[C]: VC = 1,5 + 1,5 + 1,5 + 1,5 Ÿ VC = 6 V
[D]: VD = (1,5//1,5) + (1,5//1,5) Ÿ VD = 3 V
[E]: VE = 1,5//1,5//1,5 Ÿ VE = 1,5 V
Alternativa C

78
DIAGRAMA DE IDEIAS

GERADORES

FORÇA
FONTES DE TENSÃO ASSOCIAÇÃO
ELETROMOTRIZ

SÉRIE PARALELO

IDEAL r=0

NÃO IDEAL r≠0

CORRENTE DE
POTÊNCIA
CURTO-CIRCUITO

TOTAL ÚTIL DISSIPADA

RENDIMENTO

79
AULAS RECEPTORES
29 E 30
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22

1. INTRODUÇÃO sistência interna e a força contraeletromotriz (f.c.e.m.), que


será indicada por «’. A força contraeletromotriz é a d.d.p.
A energia elétrica oriunda de um gerador é totalmente útil do aparelho. Assim, a f.c.e.m. corresponde à energia útil
convertida em energia térmica, por exemplo, pelos resis- de cada unidade de carga elétrica que atravessou o resistor
tores (já estudados). Entretanto, determinados dispositivos e que é usada exclusivamente para finalidades específicas
elétricos transformam a energia elétrica que recebem do do receptor, como girar o eixo de um motor, recarregar uma
gerador em outras formas de energia: são os receptores bateria, etc.
elétricos. No entanto, devido ao efeito Joule, parte dessa
f.c.e.m. = «’
energia elétrica recebida sempre será convertida em ener-
gia térmica. O símbolo utilizado para o receptor é idêntico ao do gera-
dor; no entanto, o sentido da corrente elétrica é o inverso
do sentido da corrente do gerador. A orientação da corren-
te elétrica no gerador é do polo negativo para o positivo
(figura da direita). No receptor, o sentido é oposto: a cor-
rente é orientada do polo positivo para o negativo (figura
da esquerda).

O motor elétrico é um exemplo de receptor. O motor elé-


trico converte a maior parte da energia elétrica em energia
mecânica. Alguns tipos de baterias elétricas são recarre-
gáveis, como as atuais baterias de telefones celulares e as
baterias de automóveis. Ao serem recarregadas, a energia
elétrica recebida por essas baterias é convertida em uma
forma de energia armazenável, geralmente em energia
química. É importante observar que ainda não é possível Como foi visto, a diferença de potencial (d.d.p.) total U for-
armazenar grandes quantidades de energia elétrica. necida ao receptor tem duas componentes: a f.c.e.m. («’)
e a queda de tensão interna (r’ . i). Assim, U é dado por:

2. UM MODELO PARA O RECEPTOR U = «’ + r’ · i


Essa equação é uma função do 1.º grau, pois «’ e r’ são
Um receptor pode ser considerado o oposto de um gera-
constantes. Assim, o gráfico de U em função da corrente i
dor: em vez de fornecer corrente elétrica através do polo
é uma reta inclinada.
positivo, a corrente elétrica será recebida nesse polo.
U(tensão total)
Os condutores elétricos do receptor também possuem uma
determinada resistência elétrica denominada resistência U
interna r’. Assim, também ocorre a dissipação de energia
elétrica pelo efeito Joule. A queda de potencial associada é r '. i
dada pelo produto r’ · i.

HE' U
Queda de potencial devido à resistência interna = r’ · i
EH'
A queda de potencial entre os terminais do receptor pode O
ser dividida em duas partes: a queda de tensão devido à re- i i

80
O ponto de interseção da reta com o eixo da tensão total U A tensão de 127 V é a tensão total que o liquidificador rece-
(eixo das ordenadas) é a f.c.e.m. («). A inclinação da reta é re- be da rede elétrica. Entretanto, para girar o eixo do motor, fo-
lacionada com a resistência interna r’. Essa relação é dada por. ram utilizados apenas 100 V, pois 27 V foram dissipados nos
N seus condutores internos (em razão da resistência interna).
r’ = tg a
Ou seja, a resistência interna é numericamente igual à tan-
gente do ângulo de inclinação da reta. 3. CIRCUITOS ELÉTRICOS
A variação do potencial elétrico no receptor é representada COM RECEPTOR
pela figura a seguir.
O circuito elétrico da figura a seguir é formado apenas por
gerador e um receptor. O gerador deverá ter uma f.e.m.
suficiente para compensar as perdas de tensão dissipadas
nas duas resistências internas, r e r’.

Aplicação do conteúdo
1. Um liquidificador é ligado a uma tomada de tensão
127 V. O motor do liquidificador puxou da rede uma cor-
rente elétrica de intensidade 2,0 A. Sendo de 13,5 V a
resistência do motor, qual o valor da f.c.e.m. («’)?
ƒ parâmetros do gerador: « e r;
Resolução:
ƒ parâmetros do receptor: «’ e r’.
Os dados fornecidos são U = 127 V (dado pela rede elétri-
São válidas as equações vistas para o gerador e para o
ca; é a d.d.p. total), i = 2,0 A e r = 13,5 V.
receptor:
A equação do receptor se aplica aos motores elétricos: Gerador: U = « – r . i
U = «’ + r’ · i
Receptor: U = «’ + r’ . i
127 = «’ + 13,5 · 2,0 Ÿ
Ÿ127 = «’ + 27 Ÿ Nesse circuito, a d.d.p. U fornecida pelo gerador é a mesma
d.d.p no receptor, e a corrente elétrica no circuito, i, é cons-
Ÿ«’ = 127 – 27
tante. Dessa forma, as equações acima podem ser igualadas:
Ÿ «’ = 100 V
« – r · i = «’ + r’ · i Ÿ
Ÿ« – «’ = r · i + r’ · i Ÿ
Ÿ« – «’ = (r + r’) · i
Ou ainda:
« = «’ + (r + r’) · i

Essa equação fornece a tensão total do gerador, isto é, sua


f.e.m. compensa as perdas causadas pelas duas resistên-
cias internas.
Caso o circuito tenha alguma resistência, a equação de
multimídia: vídeo Pouillet na forma completa, em que R representa a resis-
FONTE: YOUTUBE tência equivalente do circuito, leva em conta essa perda
Receptores Elétricos - Eletrodinâmica adicional:
- Física | Euduca
« – «’ = (R + r + r’) · i

81
b) Nos terminais do gerador, a d.d.p. é dada por:
U = « – r · i Ÿ U = 44 – 1,5 · 2,0 Ÿ U = 41 V
c) Nos terminais do receptor, a d.d.p. é dada por:
U = «’ + r’ · i Ÿ U = 28 + 1,5 · 2,0 Ÿ U’ = 31 V

Observe que a d.d.p. nos terminais do gerador e do recep-


tor não é igual. Isso acontece porque existem potência e
resistências adicionais no circuito.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Como fazer um gerador de energia
com imã em casa

Aplicação do conteúdo
1. O gerador do circuito elétrico da figura a seguir tem os
seguintes parâmetros: « = 44 V e r = 1,5 V. Os parâmetros multimídia: vídeo
do receptor, nesse circuito, são: «’ = 28 V e r’ = 1,5 V. As
resistências dos resistores são: R1 = 2,0 V e R2 = 3,0 V. FONTE: YOUTUBE
Determine: Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 42

« «´ 4. POTÊNCIA
Observe na figura a seguir o balanço energético do receptor,
tanto em termos de energia quanto em termos de potência:

a) a intensidade da corrente elétrica no circuito;


b) a d.d.p. nos terminais do gerador;
c) a d.d.p. nos terminais do receptor. Para obter a relação para a potência, lembre-se de que a
potência é dada pelo produto da tensão pela corrente elé-
Resolução:
trica através dos terminais de um dispositivo. Multiplicando
a) A resistência equivalente do circuito, juntamente ambos os membros da equação do receptor pela intensi-
com as duas resistências internas, é dada por: dade de corrente elétrica i, obtém-se:
Req = R1 + R2 + r + r’ U’ = «’ + r’i Ÿ U’i = «’i + r’i2 Ÿ Pt = Pu + Pd
Req = 2,0 V + 3,0 V + 1,5 V + 1,5 V = 8,0 V Ÿ
Req = 8,0 V Em que:
ƒ U’i representa a potência elétrica total Pt fornecida ao
Lembrando que a d.d.p. total fornecida pelo gerador vale « = 44 V,
receptor ou potência recebida;
pode-se escrever:
« = «’ + R · i ƒ «’i representa a potência elétrica útil Pu fornecida pelo
receptor;
Observe que as resistências internas já foram consideradas
no valor de Req. Assim, a corrente elétrica é: ƒ r’i2 representa a potência dissipada Pd no receptor.

44 = 28 + 8,0 · i Ÿ 44 – 28 = 8,0 · i O rendimento elétrico de um receptor é o quociente entre a


potência elétrica fornecida pelo receptor (potência útil Pu) e a
16 Ÿ i = 2,0 A
Ÿ 16 = 8,0 · i Ÿ i = ___
8,0 potência elétrica recebida (potência total Pt). Assim:

82
P «‘i Ÿ h = __
«‘ c) A d.d.p. é obtida pela equação do receptor:
h = __u Ÿ h = ___
Pt U’i U’ U’ = «’ + r’i Ÿ U’ = 50 + 5i Ÿ U’ = 50 + 5 · 3
Se não houver resistência interna, ou seja, se r’ = 0 (recep- Ÿ U’ = 65 V
tor ideal), o rendimento será máximo: h = 1 ou h = 100%. No caso em que «’ = 0 V, por exemplo, se as hélices de um
Na prática, sempre existe uma resistência interna; assim, é ventilador forem travadas, a potência total será integralmen-
impossível atingir o rendimento de 100%. te transformada em potência dissipada, e o receptor vai se
comportar como um resistor de resistência r’. Em tal situa-
Aplicação do conteúdo ção, a corrente elétrica tende a subir, e, consequentemente,
o valor da potência dissipada também subirá, o que pode
1. A curva característica de um receptor é mostrada na causar a queima do aparelho e a ocorrência de incêndios.
figura a seguir. A partir dos dados da figura, calcule:

a) a f.c.e.m. do receptor;
b) a resistência interna do receptor;
multimídia: sites
c) a d.d.p. entre seus terminais para i = 3 A. www.coladaweb.com/fisica/eletricidade/
Resolução: receptores-eletricos
a) Para i = 0 Ÿ U’ = «’ Ÿ «’ = 50 V www.educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/
b) A resistência interna é dada por tg a = r’. Assim: receptores-eletricos-ventiladores-liquidificadores-
60 – 50 Ÿ r’ = 5V
r’ = ______ e-batedeiras.htm
2–0

VIVENCIANDO

Aparelhos eletrônicos que são receptores elétricos estão por toda parte: smartphones, geladeiras, ventiladores, televi-
sores, etc. A vida moderna foi drasticamente alterada e moldada por esses aparelhos. Os indivíduos são iniciados cada
vez mais cedo no uso desses aparelhos. É mais provável uma criança de 3 anos ter mais intimidade com smartphones
do que adultos com mais de 40 anos.

83
Como no caso da revolução feminina, em que uma simples máquina de lavar roupa foi capaz de mudar a percepção
que as mulheres tinham sobre si mesmas, libertando-as de trabalhos que eram relacionados com o gênero feminino.

DIAGRAMA DE IDEIAS

RECEPTORES

FORÇA CONTRA- CONVERSOR


RECEBE TENSÃO
ELETROMOTRIZ DE ENERGIA

CIRCUITOS
POTÊNCIA
ELÉTRICOS

LEI DE
TOTAL ÚTIL DISSIPADA
POUILLET

RENDIMENTO

84
AULAS CAPACITORES
31 E 32
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22

1. INTRODUÇÃO Independentemente do tipo, os capacitores serão repre-


sentados nos circuitos por dois traços grossos em paralelo,
O capacitor (ou condensador) é um componente eletrôni- que representam as placas, e dois traços finos, que repre-
co que armazena pequenas quantidades de carga elétrica, sentam os terminais que saem de cada placa, como na
ou seja, armazena energia elétrica. É importante destacar figura a seguir.
que a quantidade de energia armazenada pelo capacitor é
suficiente apenas para pequenas intervenções nos circuitos
elétricos. Um capacitor não armazena energia suficiente
O SÍMBOLO DO CAPACITOR
para substituir uma bateria.
O princípio de funcionamento de um capacitor é simples.
Cada placa é carregada eletricamente com cargas elétricas
opostas (+Q e –Q), estabelecendo um campo elétrico no
interior do capacitor. Na figura a seguir, está representada
a seção transversal de um capacitor plano e as linhas de
força geradas por seu campo elétrico.
Depois de carregado, um capacitor mantém as cargas elétri-
cas em suas placas, uma vez que elas estão isoladas uma da
outra. É possível observar na figura que não há como um elé-
CAPACITOR
tron sair da placa negativa e chegar à positiva, pois o meio
Os capacitores merecem ser estudados com atenção, pois é isolante. Além disso, pode-se concluir que o campo elétri-
possuem uma ampla aplicação tecnológica. co gerado no interior do capacitor é uniforme, uma vez que
É possível encontrar capacitores em diversos equipamentos suas linhas de força são retilíneas. Na realidade, porém, o
eletrônicos, como nos circuitos eletrônicos de aparelhos de que de fato acontece é que, nas bordas das placas, as linhas
televisão, no flash de máquinas fotográficas, em circuitos de forças não são retilíneas como é mostrado na figura. Elas
de ignição e em motores de corrente alternada, em que os são ligeiramente curvas, o que constitui o chamado efeito
capacitores “despejam” sua carga elétrica no circuito em de borda. Entretanto, nos estudos a seguir, esse efeito será
um curto intervalo de tempo. desprezado e o capacitor plano será considerado como um
Existem três tipos básicos de capacitores, representados a capacitor ideal. Assim, o campo elétrico no interior do capa-
seguir: o plano, o cilíndrico e o esférico. Dos três tipos, o citor será considerado uniforme.
mais utilizado é o capacitor plano.

CAPACITOR PLANO CAPACITOR CILÍNDRO CAPACITOR ESFÉRICO

Um capacitor é formado por duas partes metálicas sepa-


radas uma da outra, denominadas armaduras ou placas.
Entre as placas existe um meio isolante, que pode ser ar, SEÇÃO TRANSVERSAL DO CAPACITOR PLANO. A É A PLACA
vácuo ou outro material. PLANA POSITIVA, E B, A PLACA PLANA NEGATIVA.

85
GRÁFICO DA CARGA EM FUNÇÃO DA D.D.P.

É possível observar no gráfico de carga em função da d.d.p.


multimídia: vídeo que a quantidade de carga elétrica armazenada nas placas
do capacitor é diretamente proporcional à d.d.p. (U) entre
FONTE: YOUTUBE
suas placas. Pode-se, então, definir uma constante C:
Capacitores e capacitância
Q=C·U

2. CARGA ELÉTRICA ou
Q
C = __
E CAPACITÂNCIA U
Como foi visto, as placas de um capacitor carregado apre- Na equação:
sentam valores opostos: +Q e –Q. Por definição, a carga ƒ C é aconstante de proporcionalidade denominada ca-
elétrica do capacitor é o módulo Q da carga de uma das pacitância ou capacidade do capacitor;
placas; assim:
ƒ Q é carga elétrica do capacitor;
u +Q u = u –Q u = Q (carga do capacitor)
ƒ U é d.d.p. ou tensão elétrica da bateria.
Para que as placas de um capacitor sejam eletrizadas, é A unidade de capacitância no SI é o farad (F), em home-
preciso ligá-lo a um gerador de corrente contínua (como nagem ao físico Michael Faraday. Assim:
uma bateria, por exemplo). Dessa maneira, uma das pla-
[unidade de carga] _______
unidade de _______________
cas é ligada ao polo positivo da bateria e recebe cargas : = coulomb = farad
capacitância [unidade de tensão] volt
positivas; a outra placa é ligada ao polo negativo e recebe
cargas negativas. À medida que o capacitor é carregado, a C=F
__
V
d.d.p. entre as placas vai aumentando, e, em determinado
momento, a d.d.p. do capacitor e do gerador tornam-se A capacitância de um capacitor depende da sua forma
iguais. Assim, atinge-se o equilíbrio eletrostático entre am- geométrica e do seu tamanho. Dessa maneira, para um
bos, e então o carregamento de cargas no capacitor cessa, capacitor de placas paralelas de área A separadas por
uma vez que o capacitor está completamente carregado. uma distância d, a capacitância é dada por:

A
C = k · «0 · __
d
Em que:
«0: é a permissividade do espaço;
A: é a área das placas;
GRÁFICO DA TENSÃO DURANTE O CARREGAMENTO DO CAPACITOR d: é a distância entre as placas;
k: é a constante dielétrica (se for vácuo k = 1).
De modo geral, os capacitores são peças muito pequenas
que resultam pequenos valores para a capacitância; por
outro lado, a unidade farad é muito grande. Para se ter
uma ideia dessa discrepância, considere como seria medir
o tamanho de uma caneta usando o quilômetro como uni-
GRÁFICO DA TENSÃO DURANTE O DESCARREGAMENTO DO CAPACITOR dade de comprimento. Assim, é muito comum aparecerem

86
nas medidas de capacitância os submúltiplos do farad: mi-
crofarad (mF) = 10–6 F; nanofarad (nF) = 10–9 F; picofarad
(pF) = 10–12 F.

Aplicação do conteúdo
1. Um capacitor de capacitância 2,0 nF foi conectado a
uma bateria de 12 V até ser carregado completamente.
Determine:
a) a carga elétrica adquirida;
b) a d.d.p. necessária para o capacitor ser carregado
com 60 nC. multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Resolução: Para que serve 03: Capacitores
a) Sendo C = 2,0 nF e U= 12 V:

Q = C · U Ÿ Q = 2,0(nF) · 12(V) Ÿ Q = 24 nC

b) A capacitância não varia; portanto, para ter uma


4. O CAPACITOR NO
nova carga, a d.d.p deve se alterar: CIRCUITO ELÉTRICO
Q 60 nC ________ –9
Q = C · U o U = __ = _____ = 60 · 10 o U = 30V Uma vez que o capacitor é formado por duas placas me-
C 2,0 nF 2,0 · 10 –9
tálicas com material isolante entre elas, se o capacitor for
inserido em um ramo de um circuito elétrico, não haverá
3. ENERGIA DE UM CAPACITOR passagem de corrente contínua nesse ramo. Na figura a
seguir, é possível observar que um capacitor foi inserido no
Sabe-se que o capacitor acumula energia elétrica ao estar ramo AB, o que fez com que a corrente elétrica se desviasse
carregado. Assim, para calcular a energia de um capacitor, pelo ramo CD.
utiliza-se seu gráfico de carga (Q) · d.d.p.(U), uma vez que
a área abaixo da curva é numericamente igual à energia i
C D
elétrica, representada por W.
R
carga i i

Q
C
A B
A
Ainda que não haja passagem de corrente elétrica pelo
capacitor, ele fica polarizado, isto é, uma de suas placas
O U ddp
metálicas fica carregada positivamente, e a outra, nega-
Assim, tem-se que a energia W é dada pela área do triân- tivamente. Pode-se afirmar que o capacitor adquiriu certa
gulo hachurado, ou seja: quantidade de carga elétrica Q.

Q·U Há uma d.d.p. entre as duas placas do capacitor que será


b · h Ÿ W = ____
W =N A = ____
2 2 chamada de U e que está relacionada com a sua capaci-
tância C e com a carga Q. Como foi visto, elas se relacio-
Ou, ainda, como Q = C · U nam pela equação:
U
W = C · U · __ Q=C·U
2
Observe no circuito da figura que o capacitor e o resistor
Assim:
estão sob a mesma d.d.p., uma vez que estão ligados em
C · U²
W = _____ paralelo. Assim:
2
d.d.p. no capacitor = d.d.p. no resistor = R · i

87
Desse modo, para a resolução de um circuito elétrico que b) Recolocando o ramo do capacitor novamente:
contenha um capacitor inserido em um de seus ramos, de-
M A
ve-se: = 12 V
ƒ retirar o ramo do capacitor; r = 1,0  R = 3,0  C = 5,0 nF

ƒ resolver o circuito, calculando as intensidades de corrente;


N B
ƒ calcular a d.d.p. entre os dois pontos, onde estava o
ramo do capacitor; A d.d.p. no ramo AB do capacitor é a mesma do ramo MN do
resistor, pois eles estão em paralelo. Para o resistor, tem-se:
ƒ recolocar o ramo retirado e calcular a carga elétrica
do capacitor. U = R · i Ÿ U = 3,0 · 3,0 Ÿ U = 9,0 V

A carga elétrica Q adquirida pelo capacitor é dada por:


Aplicação do conteúdo Q = C · U Ÿ Q = 5 nF · 9 V Ÿ Q = 45 nC
1. Para o circuito da figura, tem-se os seguintes valores:
2. (Esc. Naval) Observe a figura a seguir.
ƒ força eletromotriz do gerador: E = 12 V;
ƒ resistência interna do gerador: r = 1,0 V;
ƒ resistência: R = 3,0 V;
ƒ capacitância: C = 5,0 nF.

M A
 Até o instante da abertura da chave CH, o circuito repre-
sentado na figura anterior se encontrava em regime per-
r C
i manente. Desde o instante da abertura da chave até a lâm-
pada se apagar completamente, observa-se que a energia
N B armazenada no capacitor de capacitância 2,0 F sofre uma
Determine: variação de 0,25 J. Considerando a lâmpada como uma
a) a intensidade de corrente elétrica que percorre resistência R, qual é o valor de R, em ohms?
o circuito; a) 1/2
b) a d.d.p. no capacitor e a carga elétrica nele acumulada. b) 1/3
Resolução: c) 1/4
d) 1/5
a) No capacitor não passa corrente elétrica devido
ao material isolante existente entre as placas. Assim, e) 1/6
pode-se retirá-lo temporariamente do circuito com a
finalidade de calcular a intensidade da corrente elé-
Resolução:
trica no circuito.
Se houve uma variação de energia de 0,25 J na descarga
i do capacitor, então:
U2
E = C ∙ __
2
= 12 V
0,25 ∙ 2
i R = 3,0  U2 = ______
r = 1,0  i 2
U = 0,5 V
i
Como o capacitor está em paralelo com a lâmpada (ou a
resistência R), sabe-se que a tensão em cima da lâmpada é
A intensidade da corrente pode ser calculada pela Lei de a mesma que a tensão em cima do capacitor.
Pouillet:
V0,5 + VR = 2
H= r · i + R · i Ÿ H = (r + R) · i
V0,5 = 2 – 0,5
H Ÿ i = ________
i = ____ 12 = ___
12 Ÿ i = 3,0A
r+R 1,0 + 3,0 4,0 V0,5 = 1,5 V

88
Em regime permanente, não existe corrente circulando a) 100 J
pelo capacitor; assim: b) 150 J
i0,5 = iR c) 200 J

V0,5 __ V d) 300 J
___ = R
0,5 R e) 400 J
1,5 ___
___ 0,5 Resolução:
=
0,5 R
0,5 ∙ 0,5 A energia em um capacitor é dada por:
R = _______ Q∙U
1,5 E = ____
2
R = __1 Ω Analisando o ponto em que a tensão é 4 kV, a carga Q = 0,10 C.
6
Alternativa E Substituindo os valores na equação, segue que:
0,10 ∙ 4 ∙ 103
E = __________ Ÿ E = 200J
2
Alternativa C

4. (Ifsul) Analise as seguintes afirmativas, referentes a


um capacitor de placas planas e paralelas:
I. A capacitância do capacitor depende da carga ar-
mazenada em cada uma de suas placas em determi-
nado instante.
II. A diferença de potencial elétrico entre as placas
do capacitor depende da capacitância e da carga de
cada placa.
multimídia: vídeo III. Quando as placas do capacitor se aproximam, sem que
outros fatores sejam alterados, a sua capacitância aumenta.
FONTE: YOUTUBE
Capacitores | Capacitância e aplicações | Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
Mãozinha 112 a) I e III apenas.
b) III apenas.
3. (PUC-PR) Fibrilação ventricular é um processo de c) II e III apenas.
contração desordenada do coração que leva à falta de d) I, II e III.
circulação sanguínea no corpo, chamada parada cardior-
respiratória. O desfibrilador cardíaco é um equipamento Resolução:
que aplica um pulso de corrente elétrica através do co- I. INCORRETA. Conforme a expressão: C = ___ HA , a ca-
ração para restabelecer o ritmo cardíaco. O equipamento d
é basicamente um circuito de carga e descarga de um pacitância depende: da área das placas, da distância en-
capacitor (ou banco de capacitores). Dependendo das ca- tre elas e do dielétrico que preenche o espaço entre elas.
Q
racterísticas da emergência, o médico controla a energia II. CORRETA. A ddp no capacitor é U = __ .
elétrica armazenada no capacitor dentro de uma faixa C
III. CORRETA. Conforme a expressão: C = ___ HA , a ca-
de 5 a 360 J. Suponha que o gráfico dado mostra a curva d
de carga de um capacitor de um desfibrilador. O equi- pacitância é inversamente proporcional à distância
pamento é ajustado para carregar o capacitor através entre as placas. Logo, diminuindo a distância entre
de uma diferença de potencial de 4 kV. Qual o nível de elas, a capacitância aumenta.
energia acumulada no capacitor que o médico ajustou?
Alternativa C

5. (EPCAR-AFA) Duas grandes placas metálicas idênti-


cas, P1 e P2, são fixadas na face dianteira de dois carri-
nhos, de mesma massa, A e B.

Essas duas placas são carregadas eletricamente, consti-


tuindo, assim, um capacitor plano de placas paralelas.
Lançam-se, simultaneamente, em sentidos opostos, os car-
rinhos A e B conforme indicado na figura abaixo.

89
Em que:
C é a capacitância;
U é a diferença de potencial;
Q é a intensidade da carga elétrica (constante);
d é a distância entre as placas;
H0 é a permissibilidade absoluta no vácuo;
Desprezadas quaisquer resistências ao movimento do siste- A é a área da placas.
ma e considerando que as placas estão eletricamente isola-
das, o gráfico que melhor representa a ddp, U, no capacitor, Igualando as duas equações e explicitando U, tem-se:
Q
em função do tempo t contado a partir do lançamento é: U = ___ d
H0A
a)
Para o movimento uniformemente variado (MUV): d = v 0t = __a t2
2
Aplicando na equação anterior, fica-se com uma função qua-
drática entre U e t obtendo-se uma parábola com a concavi-
dade voltada para baixo, devido à aceleração negativa.
Q
b) U = ___ v0t + __a t2
( )
H0A 2
Alternativa A

c)

d)

multimídia: sites
www.mundodaeletrica.com.br/como-
funcionam-os-capacitores/
Resolução:
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/
As duas placas carregadas com cargas contrárias consti- capacitores.htm
tuem um capacitor. Nele, existe uma força de atração entre
www.aulasdefisica.com.br/wp-content/uplo-
as placas que são lançadas em sentido contrário, consti-
ads/2011/09/Resumo-de-Capacitores.pdf
tuindo um movimento uniformemente variado. Essa força
será responsável por desacelerar cada placa até que elas
parem na máxima distância entre elas tendo a máxima di-
ferença de potencial. Em seguida, iniciam o movimento de
aproximação, diminuindo a diferença de potencial à medi-
da que se aproximam, de acordo com as equações:
Q H0 ∙ A
C = __ e C = _____
U d

90
VIVENCIANDO

Capacitores podem ser empregados em diversos circuitos. Os capacitores são encontrados em circuitos retificadores
e circuitos ressonantes, como no caso de um rádio, em que a antena capta ondas que são emitidas pelas estações
de transmissão com frequências diferentes. Como os capacitores são capazes de bloquear correntes contínuas e
alternadas de baixa frequência, eles são utilizados em alto-falantes para separar os sons agudos.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 se refere a circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano, dentre eles os capacitores. Nesta aula,
foi definido o que é um capacitor e qual é a sua utilidade em circuitos. A Habilidade 5 cobra justamente que o aluno
conheça os diferentes dispositivos e suas funcionalidades.

91
Modelo
(Enem) Atualmente, existem inúmeras opções de celulares com telas sensíveis ao toque (touchscreen). Para decidir
qual escolher, é bom conhecer as diferenças entre os principais tipos de telas sensíveis ao toque existentes no merca-
do. Existem dois sistemas básicos usados para reconhecer o toque de uma pessoa:
• O primeiro sistema consiste de um painel de vidro normal, recoberto por duas camadas afastadas por es-
paçadores. Uma camada resistente a riscos é colocada por cima de todo o conjunto. Uma corrente elétrica passa
através das duas camadas enquanto a tela está operacional. Quando um usuário toca a tela, as duas camadas
fazem contato exatamente naquele ponto. A mudança no campo elétrico é percebida, e as coordenadas do ponto
de contato são calculadas pelo computador.
• No segundo sistema, uma camada que armazena carga elétrica é colocada no painel de vidro do monitor. Quan-
do um usuário toca o monitor com seu dedo, parte da carga elétrica é transferida para o usuário, de modo que
a carga na camada que a armazena diminui. Esta redução é medida nos circuitos localizados em cada canto do
monitor. Considerando as diferenças relativas de carga em cada canto, o computador calcula exatamente onde
ocorreu o toque.
ADAPTADO DE: HTTP://ELETRONICOS.HSW.UOL.COM.BR. ACESSO EM: 18 SET. 2010.
O elemento de armazenamento de carga análogo ao exposto no segundo sistema e a aplicação cotidiana correspon-
dente são, respectivamente:
a) receptores e televisor; d) fusíveis e caixa de força residencial;
b) resistores e chuveiro elétrico; e) capacitores e flash de máquina fotográfica.
c) geradores e telefone celular;

Análise expositiva - Habilidade 5: Dispositivos que armazenam carga elétrica são denominados capacitores
E ou condensadores. A carga armazenada é descarregada num momento oportuno, como por meio do fila-
mento de uma lâmpada de máquina fotográfica, emitindo um flash.
Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

• PLANO
ARMAZENA
• CILÍNDRICO CAPACITORES
CARGA ELÉTRICA
• ESFÉRICO

• ÁREAS DAS PLACAS


CAPACITÂNCIA • DISTÂNCIA DAS PLACAS
• PERMISSIVIDADE DE MEIO

ENERGIA
ARMAZENADA

92
AULAS ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
33 E 34
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22

1. INTRODUÇÃO A

A associação de capacitores é realizada a partir da conexão


entre dois ou mais capacitores. A figura a seguir ilustra dois
modos diferentes de ligação entre os capacitores. U
Ceq (Q)

B
CAPACITOR EQUIVALENTE

ƒ A d.d.p. da associação de capacitores e a d.d.p. do ca-


pacitor equivalente devem ser iguais:
B
Ueq = U
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM PARALELO
ƒ A carga elétrica armazenada pelo capacitor equivalen-
A te deve ser igual à carga da associação:
Qeq = Qassoc = Q

Em consequência, a capacitância equivalente é dada por:


Q
C = Qeq · U ou Ceq = __
U
A seguir, serão estudadas as associações em série e em
B paralelo. Será analisada qual deve ser a relação entre a ca-
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM SÉRIE pacitância equivalente e a capacitância de cada um dos
capacitores associados.
A associação em paralelo é feita conectando ambos os
terminais dos capacitores. A associação em série é feita co-
nectando apenas um terminal de cada capacitor.
Para simplificar, o capacitor será nomeado por sua capa-
citância. Desse modo, ao fazer referência ao capacitor de
capacitância C1, será mencionado apenas capacitor C1.

2. CAPACITOR EQUIVALENTE
Uma associação de capacitores pode ser representada por
apenas um capacitor equivalente que se comporte com as
mesmas propriedades da associação. A capacitância do capa- multimídia: vídeo
citor equivalente é denominada capacitância equivalente.
FONTE: YOUTUBE
Para que haja equivalência entre o capacitor equivalente e a Capacitores em paralelo
associação, as seguintes propriedades devem ser satisfeitas:

93
3. ASSOCIAÇÃO DE Cada capacitor terá a sua própria carga elétrica. Assim:
Q1 = carga elétrica do capacitor C1
CAPACITORES EM PARALELO Q2 = carga elétrica do capacitor C2
As figuras a seguir ilustram a associação de dois ou
Q3 = carga elétrica do capacitor C3
mais capacitores.
Nesse tipo de associação, as placas de mesma polaridade
A
são ligadas entre si, isto é, as placas positivas são ligadas a
placas positivas, e as placas negativas são ligadas a placas
negativas . Assim, a carga elétrica da associação é igual à
soma das cargas elétricas parciais de cada capacitor:
C1 C2
Qeq = Q1 + Q2 + Q3 = Q

Assim, encontra-se a seguinte relação:


Q1 = C1 · U Q2 = C2 · U Q3 = C3 . U

B Q1 + Q2 + Q3 = C1 · U + C2 . U + C3 · U
DOIS CAPACITORES EM PARALELO Q = (C1 + C2 + C3) · U
A
Pela definição de capacitância equivalente, tem-se:
Q = Ceq · U
C1 C2 C3
Ceq = C1 + C2 + C3
B Essa equação pode ser generalizada para n capacitores em
paralelo, e, assim:
TRÊS CAPACITORES EM PARALELO

Os capacitores associados em série podem ser carregados a apar- Ceq = C1 + C2 + ... + Cn


tir da ligação de uma bateria nos terminais A e B da associação.
A capacitância equivalente de uma associação em pa-
A ralelo é igual à soma das capacitâncias parciais.
+

+ + +
C1
-
C2
- -
Aplicação do conteúdo
1. Calcule a capacitância equivalente da associação de
-
3 capacitores ligados em paralelo.
B
A
CAPACITORES EM PARALELO LIGADOS AOS TERMINAIS DE UMA BATERIA
2,0 μF 5,0 μF 6,0 μF
A polaridade adquirida pelos capacitores é determinada
pela polaridade de ligação da bateria. As placas dos ca-
B
pacitores ligadas ao polo positivo da bateria adquirem
polaridade positiva (carga positiva). As placas conectadas Resolução:
ao lado negativo da bateria adquirem polaridade negativa
Nesse caso, a capacitância equivalente é dada pela soma
(carga negativa).
das capacitâncias de cada um dos capacitores:
A d.d.p. em cada capacitor é igual à d.d.p. da bateria:
Ceq = C1 + C2 + C3 Ÿ Ceq = 2,0 mF + 5,0 mF + 6,0 mF
U = VA – VB Ÿ Ceq = 13,0 mF

Na associação em paralelo, a d.d.p de todos os capa-


citores são iguais.

94
2. Calcule a carga elétrica acumulada por uma associa- C1
ção em paralelo, conhecidas as capacitâncias e a tensão A C2
C3
elétrica fornecida pela bateria. B
Dados: C1 = 2,0 mF e C2 = 3,0 mF. ASSOCIAÇÃO AB DE TRÊS CAPACITORES EM SÉRIE

A Para os capacitores serem carregados, a associação em


série deve ser ligada a uma bateria pelos terminais A e B,
C1 C2
9.0 V como na figura.

Resolução:

Em primeiro lugar, calcule a capacitância equivalente da


associação:
Ceq = C1 + C2 = 2,0 mF + 3,0 mF Ÿ Ceq = 5,0mF
Em razão da ocorrência de indução total entre as duas pla-
A A cas, na associação em série todos os capacitores adquirem
a mesma carga elétrica Q.
9.0 V C1 C2 Ceq
Q1 = Q2 = Q3 = Q
B
B
Entretanto, as cargas não se somam e a carga da associa-
ção é apenas Q.
A seguir, aplique a definição de capacitância equivalente:
Q = Ceq · U Ÿ Q = 5,0 mF · 9,0 Ÿ Q = 45,0mC A carga elétrica de uma associação de capacitores em
série é igual à carga Q de cada um dos capacitores.

4.1. Outras propriedades


da associação em série
Em uma associação em série, a tensão em cada um dos capaci-
tores é determinada pela capacitância individual dos capacitores:
Q
Q = C · U ou U = __
C
Assim:
Q Q Q
multimídia: vídeo U1 = __1 U2 = __2 U3 = __3
C1 C2 C3
FONTE: YOUTUBE A tensão entre os terminais da associação é a soma das
Associação de capacitores em série tensões parciais de cada um dos capacitores:

4. ASSOCIAÇÃO DE
UAB = U1 + U2 + U3

O capacitor equivalente deverá ter d.d.p. igual à d.d.p total


CAPACITORES EM SÉRIE da associação e carga igual a Q. Assim:
Na associação em série, o terminal de um capacitor é li- A
gado a outro de forma sequencial. Observe, nas figuras a
seguir, a ligação em série de capacitores:
+
Ceq (Q) U
-
C1 C2
A B
B
ASSOCIAÇÃO AB DE DOIS CAPACITORES EM SÉRIE CAPACITOR EQUIVALENTE

95
Q
UAB = ___
Ceq 5. ASSOCIAÇÃO MISTA
Utilizando as equações de cada um dos capacitores, ob- A associação mista é a ligação de capacitores, tanto em
tém-se: série como em paralelo, em um mesmo circuito elétrico.
Por exemplo, um capacitor pode ser ligado em paralelo em
Q
___ Q Q Q 1 = __ 1 + __
1 + __ 1 uma associação em série incial. A figura a seguir ilustra
= __ + __ + __ Ÿ ___
Ceq C1 C2 C3 Ceq C1 C2 C3 exemplos de associações mistas.
Generalizando essa equação para n capacitores associados
em série, encontra-se: A B A B

___ 1 = __
1 = __ 1 + __
1 + ... + __
1
Ceq C1 C2 C3 Cn EXEMPLOS DE ASSOCIAÇÃO MISTA DE CAPACITORES

Em uma associação de capacitores em série, o inverso Para determinar a capacitância equivalente de um circuito
da capacitância equivalente é igual à soma dos inversos de associação mista de capacitores, deve-se reduzir pro-
das capacitâncias parciais. gressivamente o circuito em combinações simplificadas de
associações em série ou em paralelo. Esse procedimento
varia de caso para caso.

A seguir, serão analisados alguns exemplos de como deter-


minar a capacitância equivalente. Observe que:
Cs = capacitância equivalente de uma associação de capa-
citores em série.
Cp = capacitância equivalente de uma associação de capa-
citores em paralelo.

Aplicação do conteúdo
1. Determine a capacitância equivalente da associação
multimídia: vídeo AB indicada na figura, adotando os seguintes valores
FONTE: YOUTUBE de capacitância: C1 = 5,5 mF; C2 = 6,5 mF; C3 = 4,0 mF:
Capacitores em série
C1
Aplicação do conteúdo
1. Calcule a capacitância da seguinte associação de ca- A B
pacitores em série:
C3

C2
6,0 μF 12 μF 4,0 μF
Resolução:
Resolução:
Como C1 e C2 estão em paralelo, as suas capacitâncias de-
Utilizando a expressão para a capacitância equivalente:
vem ser somadas para se obter Cp. Os capacitores Cp e C3
1 = __
___ 1 + __
1 + __
1 Ÿ ___
1 = ______
1 + ______
1 + ______
1 compõem, então, uma associação em série:
Ceq C1 C2 C3 Ceq 6,0 mF 12 mF 4,0 mF
C1
2,0 1,0 3,0 6,0
= _____ + _____ + _____ = _____
12 mF 12 mF 12 mF 12 mF A B A
Cp C3
B
Ceq

C3 (3,0 μF)
12 mF Ÿ C = 2,0 mF
Ceq = ___
(12,0 μF) (4,0 μF)
C2
6,0 eq

96
Cp = C1 + C2 = 5,5 mF + 6,5 mF Ÿ Cp = 12,0 mF a) a capacitância equivalente;
1 = __
1 + __
1 = _______ 1 = _______
1 + ______ 4 Ÿ b) a carga de cada capacitor;
___
Ceq C1 C2 12,0 mF 4,0 mF 12,0 mF c) a d.d.p. em cada capacitor.
12 mF
Ceq = _____ Ÿ Ceq = 3 mF Resolução:
4
a) A capacitância equivalente pode ser obtida pela
2. Considere a associação mista de capacitores mostrada associação de dois capacitores em série:
na figura a seguir, em que C1 = 3,0 mF está em série com
C2 = 6,0 mF. Essa associação, por sua vez, está em parale- C1 · C2 60 · 30 mF Ÿ
Ceq = ______ Ÿ Ceq = _______
lo com C3 = 7,5 mF. Determine a capacitância equivalente C1 + C2 60 + 30
entre os terminais A e B da associação mista.
Ÿ Ceq = 20 mF
A
b) A carga da associação é calculada pela capacitân-
cia equivalente:
C1
Q = Ceq · U Ÿ Q = 20 mF · 45 V Ÿ
C3
C2
Ÿ Q = 900 mC
B
Desse modo, o capacitor equivalente terá carga de 900 mC,
Resolução: assim como cada um dos capacitores associados em série:

Como C1 e C2 estão em série, deve-se calcular sua capaci- Q1 = Q2 = Q = 900 mC


tância equivalente Cs; assim:
C1 + C2 C1 · C2 c) A d.d.p. em cada um dos capacitores é individual,
1 = __
__ 1 + __1 Ÿ __ 1 = ______ Ÿ Cs = ______ Ÿ
Cs C1 C2 Cs C1 · C2 C1 + C2 ou seja, cada capacitor terá sua própria d.d.p., e o
somatório delas será igual aos 45 V da associação.
3,0 · 6,0 18,0
Cs= ________ mF = ____ mF Ÿ Cs = 2,0 mF Q1 = C1 · U Ÿ 900 mC = 60 mF · U1 Ÿ
3,0 + 6,0 9,0
Um novo circuito paralelo é obtido. Desse modo, a capaci- Ÿ U1 = 15 V
tância equivalente é:
Q2 = C2 · U Ÿ 900 mC = 30 mF · U2 Ÿ
A
Ÿ U2 = 30 V
Observe que 15 V + 30 V = 45 V (d.d.p. da associação).
Cs C3

Ceq = Cs + C3 Ÿ Ceq = (2,0 + 7,5) mF Ÿ Ceq = 9,5 mF

No caso da associação de apenas dois capacitores em sé-


rie, a capacitância equivalente também pode ser calculada
pela expressão:
C1 · C2
Ceq = ______
C1 + C2
multimídia: sites
3. A figura mostra uma associação de capacitores C1 = 60 mF
e C2 = 30 mF. A associação é submetida a uma d.d.p. de 45 V www.colegioweb.com.br/capacitores/
entre terminais A e B. Determine:
associacao-de-capacitores.html
www.infoescola.com/eletricidade/associacao-
A B de-capacitores/
C1 C2

97
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 se refere a circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano, dentre eles os capacitores. Nesta aula,
caberá ao aluno saber reconhecer e aplicar as diferentes associações entre os capacitores.

Modelo
(Enem) Um cosmonauta russo estava a bordo da estação espacial MIR quando um de seus rádios de comunicação que-
brou. Ele constatou que dois capacitores do rádio de 3 μF e 7 μF ligados em série estavam queimados. Em função da
disponibilidade, foi preciso substituir os capacitores defeituosos por um único capacitor que cumpria a mesma função.

Qual foi a capacitância, medida em μF, do capacitor utilizado pelo cosmonauta?


a) 0,10
b) 0,50
c) 2,1
d) 10
e) 21

Análise expositiva - Habilidade 5: Como os capacitores estavam ligados em série, a capacitância do capa-
C citor equivalente é dada por:
C1C2 3 ∙ 7 Ÿ C = 2,1 μF
Ceq = _______ = _____ eq
C1 + C2 3 + 7
Alternativa C

98
DIAGRAMA DE IDEIAS

CAPACITORES

ASSOCIAÇÃO

SÉRIE PARALELO

CAPACITOR
EQUIVALENTE

CARGAS TENSÕES
IGUAIS IGUAIS

TENSÃO NOS SOMATÓRIA CARGA SOMATÓRIA


TERMINAIS
= DAS TENSÕES EQUIVALENTE
= DAS CARGAS

99
AULAS Leis de Kirchhoff
35 e 36
Competências: 2e6 Habilidades: 5, 6, 7 e 17

1. Lei de Ohm generalizada


A lei de Ohm generalizada permite o estudo de apenas uma parte de um circuito elétrico. Assim, não há necessidade de
estudar o circuito completo.
Considere o exemplo a seguir, do trecho AB de um circuito composto por geradores e resistores. O sentido da corrente elé-
trica é de A para B (VA > VB).

A d.d.p entre A e B é determinada adicionando as variações de potencial de cada um dos elementos. Esse trecho do circuito
será percorrido, no sentido da corrente, adicionando algebricamente todas as variações de potencial que ocorrem em cada
um dos seus elementos. Lembre-se de que os receptores e resistores retiram energia das cargas elétricas, provocando a
queda do potencial, enquanto os geradores aumentam o potencial.
A partir do ponto A, de potencial elétrico VA, até o ponto B, de potencial elétrico VB,
VA – «1 + r1i – «2 + r2i + «‘1 + r’1i + «‘2 + r’2i + R1 · i + R2 · i = VB
Assim, a d.d.p. entre os pontos A e B é igual a:
VA – VB = + «1 + «2 – «‘1 – «‘2 – r1i – r2i – r’1i – r’2i – R1i – R2i
De forma geral, a d.d.p em um trecho AB de circuito contendo vários geradores, receptores e resistores é dada por:
VA – VB = S« – S«‘ - Reqi
Essa expressão corresponde à lei de Ohm generalizada.
Se o trecho do círculo for percorrido em sentido contrário ao da corrente, invertem-se os sinais da expressão acima.

VA – VB = 17, 35 V
Aplicação do conteúdo
2. Considere o circuito representado e calcule:
1. Calcule a d.d.p. entre os pontos A e B do circuto, sa-
bendo-se que a intensidade da corrente é 0,1 A.

Resolução:
Partindo do ponto A, de potencial VB e caminhado no sen-
tido da corrente, tem-se:
a) a intensidade da corrente no circuito;
VA – VB = S« – S«‘ – R i
b) a diferença de potencial entre os pontos X e Y.
VA – VB = 5 + 4 + 10 – 10 · 0,1 – 0,5 · 0,1 – 5 · 0,1 – 1 · 0,1
Dados: «1 = 30 V; «2 = 50 V; r1 = 1 V; r2 = 2 V; R3 = 3
VA – VB = 19 – 1,65 V; R4 = 4 V.

124
Resolução: os pontos X e Y:
a) Em primeiro lugar, deve-se adotar o sentido horário VX – «2 + r2i + R4i = Vy ⇒ Vx – 50 + 2(+
de percurso para a corrente elétrica (esse sentido é 8) + 4 (+ 8) = Vy ⇒ Vx – Vy = 2 V
arbitrário). A partir da lei de Ohm generalizada, de-
ve-se percorrer todo o circuito, adicionando algebri-
camente as diferenças de potencial que ocorrem em
cada um dos seus elementos. Assim, deve-se partir
do ponto x de potência V1 e percorrer o circuito no
sentido horário. Ao percorrer todo o circuito, deve-se
retornar ao mesmo ponto x de potencial V1. Assim:

multimídia: livros
Análise de circuitos em corrente contínua, de
Rômulo Oliveira Albuquerque
Apresenta os princípios e componentes
básicos usados em circuitos. Os principais
assuntos tratados são: bipolos, lei de Ohm,
V1 – «2 + r2i + R4i + R3i – «1 + r1i = V1 associação de resistores e geradores, resis-
–50 + 10i – 30 = 0 tividade, galvanômetros, medidas, ponte de
i=8A Wheatstone, Kirchhoff, Thévenin, Norton,
Como o ponto inicial e final é o mesmo, a soma dos Maxwell e superposição de efeitos. Além dos
potenciais é nula. tópicos teóricos, contém exercícios resolvidos
b) Mantendo o sentido de circulação da corrente indi- e propostos.
cado no início e percorrendo o trecho de circuito entre

2. Variação de potencial entre os terminais


de elementos de um circuito
Quando um circuito é percorrido por uma corrente elétrica, cada elemento tem um efeito diferente sobre o potencial. A ta-
bela a seguir mostra os principais dispositivos encontrados nos circuitos elétricos, como geradores, receptores e capacitores,
e as relações com o potencial.

Elemento Potencial VA VB UAB

Diminui VA VA – R · i R·i

Resistor

Aumenta VA VA + « – r · i –«+r·i

Gerador

Diminui VA VA – «' – r' · i «' + r'.i

Receptor

Quedas de tensão em diferentes elementos do circuito

Ao atravessar um resistor R no sentido da corrente elétrica, ocorre uma queda de potencial igual a R.i. Em um gerador, ocorre
um aumento de potencial igual a (« – r · i), e, em um receptor, uma queda de potencial igual a (« + r · i).

125
3. As Leis de Kirchhoff
As Leis de Kirchhoff são importantes ferramentas para
calcular as correntes e tensões em circuitos elétricos mais
complexos, nos quais apenas a Lei de Pouillet não é sufi-
ciente. Essas leis se devem ao físico alemão Gustav Robert
Kirchhoff (1824-1887).
Observe o circuito a seguir:

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Leis de Kirchhoff

4. Resolução de
circuitos elétricos
Circuito elétrico em duas malhas

Nesse circuito, existem dois geradores («1, r1) e («2, r2),


4.1. Circuitos com uma única malha
um receptor («3, r3) e três resistores R1, R2 e R3. Antes da
aplicação das Leis de Kirchhoff, deve-se identificar alguns 4.1.1. Primeiro método
elementos do circuito: Os circuitos formados por uma única malha são simples de
§ Nós são os pontos do circuito nos quais a corrente se serem resolvidos a partir da Lei de Pouillet, no caso mais
divide ou se une. Um nó é formado pela união de três geral, ou princípio do cabo de guerra.
fios. No circuito de exemplo, existem dois nós, os pon- Observe o circuito da figura a seguir:
tos B e E.
§ Ramos são trechos do circuito entre os nós. A iden-
tificação de um ramo pode ser feita percorrendo o
caminho que liga um nó a outro nó. É importante
perceber que cada ramo possui uma corrente própria.
Nesse caso, é possível identificar três ramos: EFAB, EB
e BCDE.
§ Malha é a união de dois ramos, formando-se um ca-
minho fechado. No circuito representado, existem três
malhas possíveis: EFABE, EBCDE e ABCDEFA.
Levando em consideração a definição desses termos, as Circuito de uma única malha
duas Leis de Kirchhoff são enunciadas como: De início, os elementos de tensão que funcionarão como
geradores e que funcionarão como receptores são inde-
Lei de Kirchhoff das correntes (LKC) ou lei dos nós terminados. Em primeiro lugar, deve-se analisar que as
– o somatório das correntes que chegam a um nó é forças eletromotrizes dos elementos de tensão de 3 V e
igual ao somatório das correntes que saem desse nó. 6 V se somam, ao passo que o elemento de tensão de 1 V
se opõe aos dois primeiros. Assim, os elementos de tensão
de 3 V e 6 V funcionam como geradores e o elemento de
tensão de 1 V funciona como receptor. A resistência equi-
Lei de Kirchhoff das tensões (LKT) ou lei das ma-
valente do circuito é a soma de todas as resistências, pois
lhas – ao se percorrer uma malha segundo alguma
estão em uma associação em série.
orientação, o somatório algébrico das tensões é nulo.
Pela Lei de Pouillet, segue que:

126
​  6 + 3 – 1 
i = ___________  ​ 
= 1 A, sentido horário. O sinal negativo para a corrente indica que o sentido esco-
1+2+3+2
lhido para a corrente não é correto. Nesse caso, o sentido
da corrente elétrica é o sentido horário. Observe que o re-
sultado coincide com o resultado encontrado no primeiro
método, em que foi utilizada a Lei de Pouillet. Se o sentido
horário tivesse sido o escolhido, a corrente positiva teria
sido obtida diretamente.

Representação da corrente no circuito

Os elementos de tensão de 3 V e 6 V são percorridos por


corrente do polo negativo para o positivo, o que caracteriza
geradores elétricos, ao passo que o elemento de tensão
de 1 V e os resistores são percorridos por corrente do polo
positivo para o negativo, que caracteriza os receptores elé-
tricos e os resistores. multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
4.1.2. Segundo método Leis de Kirchhoff – Eletrodinâmica
O problema pode ser resolvido pela Lei de Kirchhoff de
tensões (LKT).
4.2. Circuitos com mais
Para que as Leis de Kirchhoff possam ser aplicadas, de-
ve-se supor arbitrariamente um sentido de percurso para de uma malha
a corrente elétrica, por exemplo, o sentido anti-horário, A utilidade das Leis de Kirchhoff ficam claras quando se
uma vez que o sentido real não é conhecido. Assim, con- trata de circuitos com mais de uma malha, como o do
siderando a corrente nesse sentido, o circuito pode ser exemplo a seguir.
visto na figura a seguir:

Circuitos com duas malhas

Em primeiro lugar, é preciso identificar os nós, os ramos e


Representação da corrente no circuito
as malhas. No circuito, existem:
Depois de escolhido um sentido para a corrente, pode-se § dois nós: representados pelas letras B e E;
aplicar a lei de malhas. Partindo do ponto O, indicado como
tensão nula (terra), e percorrendo o circuito no sentido da § três ramos: EFAB, EB e BCDE.
corrente, obedecendo à tabela da variação do potencial, É importante lembrar que cada ramo possui uma corrente.
tem-se que: A corrente do ramo EFAB será chamada de i1; a corrente
–1 + 3i + 2i + 6 + 1i + 2i + 3 = 0 do ramo EB, de i2; e a corrente do ramo BCDE, de i3. Essa
escolha é totalmente arbitrária. Os sinais das correntes ao
Resolvendo a equação acima, obtém-se:
final da resolução do circuito indicarão se os sentidos fo-
i = –1 A ram escolhidos corretamente ou não. Se o sinal obtido for

127
negativo, o sentido escolhido estará incorreto e o sentido
real será oposto ao escolhido.
Essas correntes foram escolhidas de acordo com a figura
a seguir:

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Leis de Kirchhoff – Eletrodinâmica
Representação das correntes nos circuitos

A Lei de Kirchhoff dos nós, aplicada ao nó B, resulta na


seguinte relação: Para a malha EFABE, partindo do nó E e percorrendo a ma-
i1 + i2 = i3. lha no sentido horário, tem-se:

O somatório das correntes que chegam ao nó B (i1 e i2) i1 – 26 + 0,5 · i1 + 0,5 · i1 – 0,5 · i2 + 20 – 0,5 i2 = 0
deve ser igual ao somatório das correntes que saem desse 2 · i1 – 1 · i2 = 6
nó (i3).
Para a malha EBCDE, partindo do nó E, no sentido horário:
0,5 · i2 – 20 + 0,5 · i2 + 3 · i3 + 6 + 1 · i3 = 0
4 · i3 + i2 = 14
Assim, é obtido um sistema com três equações e três in-
cógnitas:
i1 + i2 = i3
2 · i1 – 1 · i2 = 6
4 · i3 + 1 · i2 = 14
Resolvendo esse sistema por substituição, segue que:
multimídia: vídeo
​ 22 ​ A; i2 = __
i1 = ___ ​ 2 ​ A e i3 = ___
​ 24 ​ A
Fonte: Youtube 7 7 7
Ou seja, os sentidos das correntes foram adequadamen-
Leis de Kirchhoff – Lei das tensões de
te escolhidos devido ao fato de que os sinais foram todos
Kirchhoff
positivos.

A Lei de Kirchhoff das malhas é aplicada em ambas as Aplicação do conteúdo


malhas: EFABE e EBCDE.
1. (Udesc) De acordo com a figura, os valores das cor-
A convenção é a seguinte: rentes elétricas i1, i2 e i3 são, respectivamente, iguais a:
§ se a corrente entra no polo positivo e sai no polo ne-
gativo de um elemento coincidindo com o sentido da
corrente adotado, o sinal atribuído é positivo; se for
contrária ao sentido adotado, o sinal atribuído será
negativo;
§ se a corrente entra no polo negativo e sai no polo po-
sitivo coincidindo com o sentido da corrente adotado,
o sinal atribuído é negativo; se for contrária ao sentido
adotado, o sinal atribuído será positivo.

128
a) 2,0 A, 3,0 A, 5,0 A. A figura anterior apresenta um circuito composto por
b) –2,0 A, 3,0 A, 5,0 A. quatro baterias e três resistores. Sabendo-se que I1 é
c) 3,0 A, 2,0 A, 5,0 A. igual a 10 ​ U
__  ​ determine, em função de U e R:
R
d) 5,0 A, 3,0 A, 8,0 A. a) a resistência r;
e) 2,0 A, –3,0 A, –5,0 A. b) o somatório de I1,I2 e I3;
Resolução: c) a potência total dissipada pelos resistores;
d) a energia consumida pelo resistor 3R em 30 minutos.
Pela lei das malhas de Kirchoff:
Resolução:
Identificando os nós com as letras A, B, C e D na figura 1,
pode-se redesenhar um circuito de uma forma mais sim-
ples, como mostra a figura 2.

6 + 4 – 5 ∙ i1 = 0 ∴ i1 = 2A
8 + 4 – 4 ∙ i2 = 0 ∴ i2 = 3A
Pela lei dos nós de Kirchoff no ponto B, tem-se:
i1 + i2 = i3 ∴ i3 = 2 + 3 = 5A
Alternativa A

multimídia: vídeo U ​ 


a) Dado: I1 = 10 ​ __
R
Fonte: Youtube
Aplicando a lei das malhas, calcula-se a intensidade da cor-
Me Salva! CRC14 – Leis de Kirchhoff rente em cada resistor.
Malha DBAD:
2. (IME)
​ 4U
rIDB – 3U – U = 0 ⇒ IDB = ___r ​  
§ Malha CDAC:
3RICD + U + 2U – 4U = 0 ⇒ ICD = ___ ​ U  ​ 
3R
§ Malha CBAC:
RICB – 3U + 2U – 4U = 0 ⇒ ICB = ___ ​ 5U ​  
R
Aplicando a lei dos nós no ponto:
​ 10U
I1 + ICD = IDB ⇒ ____ ​  U  ​ = ___
 ​  + ___ ​ 4U ​  ⇒ __ ​ 30 + ​1  
​ 4r ​ = ______ ⇒r
R 3R r 3R
​ 12R ​  
= ____
31

129
b) Aplicando a lei dos nós no ponto A. c) 80 ≤ R ≤ 100.
d) 55 ≤ R ≤ 65.
I1 + I2 + I3 = 0. Isso indica que ao menos uma das correntes
e) R ≤ 45.
tem sentido oposto ao indicado na figura dada. Esse fato
pode ser constatado ao se calcular a intensidade de cada Resolução:
uma dessas correntes. Novamente pela lei dos nós.
Dados: I = 20 A; iF = 1,5 A
§ Nó B:
No instante em que a chave é ligada, a ddp no capacitor
I2 + IDB + ICB = 0 ⇒ I2 + ___ ​ 4U 5U
___ ​ – 4U ​  – ___
____
r ​  + ​  r ​  ⇒ I2 = ____ ​  5U ​  é nula. Então ele pode ser ignorado e trocado por um fio.
12R
​   ​   3R
31 O resistor de 5 Ω fica em curto-circuito. A figura 1 ilustra a
(–31 – 15)U – 46U situação.
⇒__________
​   ​   ⇒ I2 = _____
​   ​  
3R 3R
§ Nó C:
(U + 15U
I3 = ICD + ICB ⇒ I3 + ___​ U  ​ + ___
​ 5U ​  ⇒ __________
​   ​   ⇒ I3 = _____
  ​ 16U ​ 
3R R 3R 3R
Então:
(30 – 46 + 16)U
​ 10U
I1 + I2 + I3 ⇒ ____ ​ –46U
 ​  + _____ ​ 16U ​   ⇒​  _____________
+ ____
 ​       ​  
R 3R 3R 3R
0U ​  ⇒ I + I + I = 0
⇒​  ___
3R 1 2 3

c) A potência total dissipada pelos resistores é igual à


potência líquida fornecida pelas baterias.
Pdissip = Plíq ⇒ UI1 – 3UI2 + (4 – 2)UI3 ⇒
10U
U​ ____ ​ – 46U
 ​  – 3U _____ 16U ​   ⇒
+ 2U​ ____
 ​  
R 3R 3R Aplicando a lei das malhas para os percursos ACDA e
(30 + 138 + 32)U2 CBDC:
​  10U ​ 46U ​ 32U ​   = ______________
2 2 2
____  ​  + ____  ​  + ____   
​   ​   ⇒
R R 3R 3R
ACDA: 4 i1 – 12i2 = 0 ⇒ i1 = 3 i2 (I)
200 U ​
Pdissip =​  ______
2


3R CBDC: 3(i1 – 1,5) – 6 (i2 + 1,5) = 0 ⇒ 3 i1 – 6 i2 = 13,5 (II)
d) Dados: ∆t = 30 min = 1.800 s

(  )
Substituindo (I) em (II):
​  U  ​   ​
 2​  ∆t ⇒ ∆E = 3R ​___
∆ECD = PCD ∆t = 3RI​ CD
3R 3 (3 i2) – 6i2 = 13,5 ⇒ 3 i2 = 13,5 ⇒ i2 = 4,5 A
​  U   ​  1800 ⇒
2
1800 ⇒ 3R ____
2

9 R2 Voltando em (I):
​ 600U
2
∆ECD = _____  ​   i1 = 3(4,5) ⇒ i2 = 13,5 A.
R
3. (IME) Calculando as demais correntes pela lei do nós:
i’ = i1 + i2 = 13,5 + 4,5 ⇒ i’ = 18 A
i + i’ = I ⇒ i + 18 = 20 ⇒ i = 2 A
A figura 2 mostra os valores das correntes.

No circuito apresentado na figura anterior, a chave S é fe-


chada e a corrente fornecida pela bateria é 20 A. Para que
o fusível F, de 1,5 A, não abra durante o funcionamento
do circuito, o valor da resistência variável R, em ohms, é:
Consideração: o capacitor está descarregado antes do
fechamento da chave S.
a) R ≥ 120.
b) 95 ≤ R ≤ 115.

130
Calculando a ddp entre os pontos A e B: (I) em (II):
UAB = UAC + UCB ⇒ UAB = 4(3,5) + 3(12) = 90 V (i2 + i3) + i2 = 3 ⇒ 2 i2 + i3 = –1 (III)
Aplicando essa ddp no resistor R: Malha ABCDA:
UAB = Ri ⇒ 90 = R(2) ⇒ R = 45 Ω –10 i2 + 10 i3 – 10 = 0 ⇒ i2 – i3 = –1 (IV)
Esse é o máximo valor de R, pois se ultrapassar esse valor, a Somando (III) e (IV):
corrente i diminui aumentando a corrente i’ e, consequen-
2 i2 + i3 = 3 (III)
temente, a corrente iF no fusível, abrindo-o. Portanto:
i2 – i3 = –1 (IV)
R ≤ 45Ω
⇒ 3 i2 = 2 ⇒ i2 = __ ​ 2 ​ A
Alternativa E 3
Substituindo em (IV):
4. (ITA) Considere o circuito elétrico mostrado na figura
formado por quatro resistores de mesma resistência R i2 + 1 = i3 ⇒ __ ​ 5 ​ 
​ 2 ​ + 1 = i3 ⇒ i3 = __
3 3
= 10 Ω e dois geradores ideais, cujas respectivas forças
Malha CABC:
eletromotrizes são ε1 = 30V e ε2 = 10V. Pode-se afirmar
que as correntes i1, i2, i3 e i4 nos trechos indicados na 10 i4 – 10 – 30 = 0 ⇒ 10 i4 = 40 ⇒ i4 = 4 A
figura, em ampères, são, respectivamente, de:
Voltando em (I):
i1 + i2 + i3 ⇒ i1 = __ ​ 5 ​ ⇒ i1 = __
​ 2 ​ + __ ​ 7 ​  A
3 3 3
Alternativa B

a) 2, 2/3, 5/3 e 4.
b) 7/3, 2/3, 5/3 e 4.
c) 4, 4/3, 2/3 e 2.
d) 2, 4/3, 7/3 e 5/3.
e) 2, 2/3, 4/3 e 4.
Resolução:
Redesenhando o circuito, já com os dados. multimídia: sites
www.infoescola.com/eletricidade/leis-de-
kirchhoff/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/re-
gras-kirchhoff.htm
www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/
cap_04/leiskirc.htm
e-lee.ist.utl.pt/realisations/CircuitsElec-
triques/ApprocheCircuits/LoisKirchhoff/3_
cours.htm

Aplicando as Leis de Kircchoff:


Nó D:
i1 = i2 + i3 (I)
Malha CDBC:
10 i1 + 10 i2 – 30 = 0 ⇒ i1 + i2 = 3 (II)

131
DIAGRAMA DE IDEIAS

LEIS DE KIRCHHOFF

LEI DE Ohm GENERALIZADA DDP PARA UM TRECHO

LEI DAS CORRENTES


OU LEI DOS NÓS

SOMATÓRIA DAS SOMATÓRIA DAS


CORRENTES QUE CHEGAM CORRENTES QUE SAEM

LEI DAS TENSÕES OU


LEI DAS MALHAS

SOMATÓRIA DAS
TENSÕES É NULO

132

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