11 Atividade - Nuprajur
11 Atividade - Nuprajur
11 Atividade - Nuprajur
QUESTÃO:
"Louis Gonzis", é um renomado dançarino e "cover" do cantor Wando, e adora cantar a música
"Fogo e Paixão", foi surpreendido com uma ligação exigindo o pagamento da importância de R$ 500.000,00
(quinhentos mil reais) pelo resgate de seu companheiro carinhosamente chamado pelo dançarino de
"iluminado", com quem possuía um contrato de namoro há dois anos, a ligação informava que o "iluminado"
teria sido sequestrado. Os seqüestradores, no dia 04 de maio de 2019, enviaram para residência de "Louis
Gonzis" um pedaço da orelha, acompanhada de um bilhete manuscrito pelo próprio "iluminado" afirmando
que caso não efetuasse o pagamento do seu resgate este seria morto e caso o dançarino não pagasse ele
entenderia. "Louis Gonzis", desesperado com a possibilidade do assassinato do "iluminado", e tendo
arrecadado apenas R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), no dia 05 de maio de 2019, vendeu seu
único imóvel situado em Ladário/MS, pelo valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para "Ocuz",
renomado interprete e puxador de samba da escola "Leve Samba", residente no Rio de Janeiro/RJ,
ressaltando que o pagamento foi efetuado no ato da celebração do contrato, e que "Ocuz" desde o início da
negociação estava ciente do seqüestro do "iluminado" e da necessidade de "Louis Gonzis" em arrecadar o
valor exigido como resgate. Esclarece ainda que o imóvel em questão trata-se de uma casa de 04 (quatro)
quartos, com piscina, sauna, duas salas, cozinha, dependência de empregada, em condomínio fechado, tendo
como valor venal, a importância de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais). Ocorre que no dia 12 de
maio de 2019, ou seja, 07 (sete) dias após a celebração do contrato e antes do pagamento do resgate, o
"iluminado" foi encontrado pela policia com vida. Assim, diante do acima exposto e o não pagamento do
resgate, "Louis Gonzis" entrou em contato com "Ocuz" desejando desfazer o negócio celebrado, contudo não
logrou êxito. "Louis Gonzis"lhe procura na qualidade de advogado, solicitando medida judicial para a
anulação do contrato celebrado com "Ocuz". Elabore a peça processual cabível.
(5 linhas)
Louis Gonzis, nacionalidade, estado civil, dançarino, portador do RG n° XXX, inscrito no CPF n˚
XXX endereço XXX , n˚ X°, Bairro XXX, CEP XXX-XX, vem por meio de seu advogado, que esta
subscreve, através do artigo 106, I do Novo Código de Processo Civil, propor a presente:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO,
pelo rito comum, em face de Ocuz, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG n° XXX,
inscrito no CPF n˚ XXX endereço XXX , n˚ X°, Bairro XXX, CEP XXX-XX, Rio De Janeiro, RJ, pelas
razões de fato e de direito que passa a expor:
I) DOS FATOS
II) DO MÉRITO
É certo que a existência do negócio jurídico só é possível em decorrência da vontade das partes
envolvidas, ou seja, consiste na declaração de vontade entre as partes, que pretende produzir os efeitos dentro
dos pressupostos legais. Nesse sentido, o artigo 104 do Código Civil dispõe que para um negócio jurídico ser
considerado pleno, é necessário que ele reúna três fatores: vontade, objeto lícito, determinado e possível,
agente capaz, forma prescrita e não defesa em lei. Caso contrário, a sua função social torna-se desfigurada,
tornando-o nulo ou passível de anulação.
No caso em questão, houve dolo de aproveitamento, ou seja, o Ré agiu de má-fé, uma vez que se
aproveitou do momento de necessidade do Autor para conseguir realizar um negócio não compatível com o
valor real do imóvel.
Sendo assim, através dessas considerações, observa-se que o negócio jurídico firmado entre as
partes dessa demanda, se encontra eivado pelo vício do estado de perigo, que impõe a necessidade da sua
anulação, na forma do artigo 171, II, do Código Civil. Tal anulabilidade faz-se imperiosa, sob pena de gerar
instabilidade nas relações negociais, levando uma pessoa a aceitar cláusulas altamente onerosas, dado a
existência de perigo de dano contra a pessoa, seu familiar ou terceiro.
Como se depreende, caracterizado e comprovado está o estado de perigo, vício que impõe a
necessidade da anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes, pois o Réu se aproveitou de um
momento de necessidade do Autor para se beneficiar.
III) DO PEDIDO