do RG de nº XXXX, inscrito no CPF de XXXXX, residente e domiciliado à Rua XXXXXXXX, através da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, por seu órgão de execução em atuação perante esta Comarca, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C
NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO E PEDIDO INDENIZATÓRIO
em face de GERUSA DE TAL, residente e domiciliada à
Avenida XXXX, e do BANCO PAN S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 59.285.411/0001-13, com sede localizada na XXXXX, pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA E DA PRIORIDADE NO TRÂMITE
Inicialmente, requer a concessão dos benefícios da justiça
gratuita por ser pessoa hipossuficiente economicamente, sem meios de custear as despesas processuais, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, nos termos dos Artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil e da Lei Complementar Estadual nº 55/94 (declaração em anexo).
Requer, também, a prioridade no trâmite, com base no
Estatuo do Idoso, tendo em vista a idade avançada do Requerente.
II – DO PRAZO EM DOBRO E DA INTIMAÇÃO PESSOAL
Por estar o Requerente assistido pela Defensoria Pública do
Estado do Espírito Santo, é de direito a observância das prerrogativas funcionais desta Instituição, tais como a contagem em dobro dos prazos processuais e a intimação pessoal do Defensor Público, sob pena de nulidade dos atos praticados, em consonância com o artigo 5º, § 5º, da Lei 1.060/50, artigo 44 da Lei Complementar Federal 80/94, bem como do artigo 55, incisos X e XI, da Lei Complementar Estadual 55/94 e art. 186, caput e §1º do Código de Processo Civil.
III – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO – ART. 319, VII,
CPC.
O novo caderno processual traz como requisito da petição
inicial, a indicação pelo Autor da realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação.
Pois bem, no caso dos autos, o Autor é favorável à
realização da referida audiência, vez que se deve primar pela solução célere e eficaz do litígio.
IV – HISTÓRICO DOS FATOS
Preambularmente, informa que o Autor, no ano de 2019,
vide a situação financeira a qual se encontrava, diligenciou a uma agência do BMG, localizada próxima ao antigo supermercado “Central de Compras”, no bairro Barra de Itapemirim, nesta comarca, pretendendo tomar um empréstimo consignado aproximadamente no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Na agência supra, o Requerente foi atendido por Gerusa, ora
requerida na presente demanda, e supostamente preposta do Banco BMG, ocasião na qual lhe informou que para a liberação do valor pleiteado, o Autor deveria se dirigir a comarca de Cachoeiro de Itapemirim. Ato contínuo, no dia seguinte, em transporte obtido pela dita preposta, o Sr. Romildo, acompanhado de outras três pessoas, sendo um motorista, uma mulher de nome Roberta da Silva Cláudio e um terceiro desconhecido, embarcou com destino à comarca de Cachoeiro.
Chegando à suposta agência, o Autor foi informado de que
ali estava sendo realizado tão somente uma simulação de empréstimo, sendo orientado a assinar alguns documentos e se submeter a registros fotográficos. Ventila-se que, por não ter familiaridade com a cidade, não foi capaz de identificar com exatidão o local ao qual foi levado.
Ao término da dita simulação, todos os que acompanharam
o Autor retornaram no mesmo veículo à agência do BMG nesta comarca, sendo devolvido o carro à Gerusa. Na oportunidade, a Sr.ª Roberta aduziu ainda estar “tudo certo” e que seria realizado contato telefônico com as partes quando ocorresse a liberação dos valores.
Passados alguns meses do ocorrido acima exposto, o Autor,
considerando que não houve qualquer retorno, diligenciou-se por diversas vezes à agência do BMG objetivando conversar com a Sr.ª Gerusa, todavia, esta sempre se dizia ocupada e que não poderia atendê-lo naquele momento. Em dado momento, o Autor, sem que lhe tivesse sido dada qualquer resposta concreta quanto à simulação anteriormente feita, em análise ao seu contracheque, descobriu que estava sendo descontada a quantia de R$ 299,30 (duzentos e noventa e nove reais e trinta centavos), decorrente de um suposto contrato de empréstimo consignado pactuado, em outubro de 2019, com o Banco Pan (constante no polo passivo da presente demanda), no valor de R$ 10.557,32 (dez mil quinhentos e cinquenta e sete reais e trinta e dois centavos)
Ciente desses descontos, o Autor procurou, novamente, a
Sr.ª Gerusa, que na oportunidade, aduziu não ter qualquer ligação com a contratação mencionada, sendo impossível realizar seu cancelamento. Por conseguinte, após contato com o serviço de atendimento ao consumidor do Banco PAN, o Autor obteve acesso ao suposto contrato de empréstimo, estando em anexo à presente exordial.
Em atendimentos junto à Defensoria e, seguindo as
orientações do Defensor, o Autor descobriu que, os valores referentes ao suposto empréstimo foram transferidos para sua conta junto ao banco Sicoob, sendo seguido por saques e inúmeras transferências (ambos não reconhecidos pelo titular da conta), onde consta como favorecida a Sr.ª Roberta da Silva Claudio, a mesma que outrora, o acompanhou na simulação realizada na comarca de Cachoeiro de Itapemirim.
Por derradeiro, o Autor informa que não teve acesso a
qualquer quantia advinda deste pacto, ou seja, o crédito liberado por ocasião do contrato de empréstimo não foi convertido em benefício deste, vez que este afirma, categoricamente, que não recebeu a quantia em questão.
Assim, diante da constatação de que o Contrato de
Empréstimo Pessoal de Consignação em Folha de Pagamento não fora celebrado com a anuência e consentimento do Requerente, a fim de que seja declarada a inexistência do negócio jurídico e, por via de consequência do débito que não fora contraído, haja vista o não reconhecimento da obrigação supostamente contraída. V – DOS FUNDAMENTOS V.I - Da Aplicação Do Código De Defesa Do Consumidor
Os fatos emergem, como já mencionado antes, de um de
contrato de empréstimo bancário firmado com uma Instituição Financeira. Portanto, a relação jurídica entre o Requerente e a Requerida é uma relação de consumo, caracterizando-se os mesmos pelas definições contidas, respectivamente, nos arts. 2º e 3º da Lei 8.078 - Código de Defesa do Consumidor (CDC), razão pela qual o referido diploma legal deve ser aplicado ao caso concreto vertido na presente demanda, invertendo-se, inclusive, o ônus da prova, conforme disposto no Art. 6º, VIII do mesmo diploma legal.
V.II - Da Inexistência De Relação Jurídica
Inicialmente, Excelência, necessário se faz ressaltar que o
ato jurídico, em sua essência, é a manifestação de vontade que, exercida na sua autonomia, consolida relações de ordem jurídica e produz efeitos conforme norma legal atinente à espécie.
Ademais, conforme esboçado alhures, não se pode olvidar
a inexistência da relação jurídica supostamente controvertida entre as partes litigantes, haja vista a ausência dos requisitos mínimos que conferem a constituição do negócio jurídico celebrado, quais sejam, sujeito e manifestação de vontade.
Importa frisar que, no aspecto subjetivo da relação jurídica,
compreendem-se em lados antagônicos os sujeitos, os quais deverão ser capazes de praticar os atos da vida civil, devendo, concomitantemente, manifestarem sua vontade na constituição do liame obrigacional entre ambos.
Pois bem, in casu, considerando que inexiste assinatura na
cédula de crédito bancário em anexo, bem como foi dito ao Autor que apenas fora realizada “simulação de empréstimo”, a manifestação de vontade não é reconhecida, uma vez que nunca celebrou com a Requerida contrato de empréstimo pessoal consignado em folha de pagamento, inexistindo, assim, vínculo obrigacional entre o Requerente e a Instituição Financeira Ré.
Veja, Excelência, que na medida em que se averigue
ausente o liame obrigacional entre o Autor e a Requerida, mister o reconhecimento da inexistência do negócio jurídico, eis que ausente o requisito subjetivo para constituição da relação jurídica em todos os seus moldes.
Como consequência lógica e necessária da ausência do
requisito subjetivo para constituição do negócio jurídico, indubitável a inexistência de manifestação de vontade, eis que não há exteriorização do elemento intra-psicológico se não houver sujeito plenamente capaz para formular tal declaração volitiva.
E, uma vez reconhecida a inexistência do negócio jurídico,
através do qual se originaram as cobranças indevidas em nome do Requerente, deverão ser declarados inexistentes os débitos irregularmente cobrados, tendo em vista a ausência do objeto da relação negocial.
Nesse sentido, a Jurisprudência é assente no
reconhecimento da consequência jurídica pertinente ao caso concreto vertido na presente demanda, senão vejamos: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. Irresignação da ré. Agravo retido. Discussão acerca do valor dos honorários periciais, fixados em R$ 4.000,00 (quatro mil reais), o que deve ser mantido. Ausência de relação jurídica. Relação de consumo por equiparação. Art. 17 e 29 do CDC. Responsabilidade objetiva. Art. 14 do CDC. Réu que não desconstituiu as alegações autorais, ônus conferido pelo artigo 333, II, do código de processo civil de 1973, então vigente, já que à autora seria impossível a produção de prova negativa da não realização do contrato de empréstimo. Perícia grafotécnica que atesta a falsidade da assinatura no instrumento contratual. Inaplicabilidade da excludente prevista no art. 14 § 3º, II, do CDC. Fato de terceiro fraudador que é considerado fortuito interno, decorrente da própria atividade empresarial do réu. Teoria do risco do empreendimento. Súmula nº 94 deste TJERJ. Devolução simples do numerário descontado indevidamente que se impõe, eis que na hipótese de fraude o engano é justificável, não incidindo o art. 42, parágrafo único, do CDC. Dano moral configurado. Montante de R$ 3.000,00 (três mil reais) que não comporta redução, eis que a autora, em razão dos descontos efetuados em sua conta corrente, teve seu orçamento comprometido. Critérios da razoabilidade e proporcionalidade atendidos. Pequeno reparo, de ofício, quanto ao termo inicial do cômputo dos juros referentes ao dano material, que devem ser contabilizados a partir do primeiro desconto indevido. Recurso a que se nega provimento. (TJRJ; APL 0003102-76.2013.8.19.0064; Valença; Vigésima Sétima Câmara Cível Consumidor; Relª Desª Mônica Feldman de Mattos; DORJ 11/12/2017; Pág. 702)
Assim, demonstrada a ausência dos requisitos mínimos
para constituição de negócio jurídico válido, mister a prolação de preceito declaratório consubstanciado na declaração de inexistência de qualquer vínculo jurídico entre o Autor e a Requerida, bem como do débito irregular e reiteradamente cobrado.
V.III – Da Repetição do Indébito
Considerando a inexistência do negócio jurídico, o réu
realizou indevidamente descontos na conta sobre o benefício auferido mensalmente do Autor. Desta forma, o réu deverá pagar ao autor os valores descontados em dobro e eventuais descontos futuros, nos termos do parágrafo único do artigo 42 da Lei 8078/90, verbis: Art. 42. (...) Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição de indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
A empresa ré agiu de forma negligente e imprudente,
portanto, inequívoca a responsabilidade e dever do réu no pagamento em dobro dos valores indevidamente descontados junto ao INSS, órgão pagador do Autor. V.IV- Do Dano Moral
Diante do acima delineado, a empresa ré ao descontar
indevidamente parcelas da remuneração do Autor, deixou de cumprir com sua obrigação primária de zelo e cuidado com as informações que gere, expondo o Autor a um constrangimento ilegítimo, gerando o dever de indenizar. Nesse sentido, exsurge a Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça:
"O dano moral alcança prevalentemente valores ideais,
não goza apenas a dor física que geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência de sorte que as duas modalidades se acumulam e tem incidências autônomas. ”
Com fulcro no exposto, uma vez verificada a nulidade do
contrato de mútuo bancário por inobservância aos requisitos necessários para considerar válido o ato praticado, constata-se a falha na prestação dos serviços ofertado pela Instituição Financeira, o que, por si só, de acordo com a teoria da responsabilidade objetiva decorrente do risco do empreendimento, reputa-se suficiente para caracterização do dano moral, eis que presentes a conduta ilícita da Requerida e o dano moral in re ipsa, restando indubitável o nexo de causalidade entre ambos. Corrobora-se a argumentação despendida as seguintes Jurisprudências pátrias, as quais se colaciona, como se infere:
APELAÇÃO CÍVEL. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. OCORRÊNCIA. [...] Na hipótese, é defeituosa a conduta do banco. A parte autora nega que tenha efetuado a contratação dos três empréstimos posteriores ao firmado com a ré, tanto é que aponta a devolução do primeiro e segundo valor depositado em sua conta bancária e postula a devolução do terceiro valor lhe depositado. [...] Logo, não sendo demonstrada a regular origem das posteriores contratações, é cabível a declaração de nulidade dos contratos de nº 50-1435528/12 e 50- 1587214/13, pois temerária a atuação das rés ao realizar novas contratações com o crescente aumento de dívida em nome da autora e descontos nos proventos de natureza alimentar, sem seu expresso consentimento. VALOR DA INDENIZAÇÃO. REDUÇÃO. DESCABIMENTO. A indenização pelo dano moral possui dupla finalidade: compensatória e pedagógica. O valor, portanto, deve ser suficiente a desestimular tais condutas lesivas. Na hipótese, a autora suportou diversos incômodos e stress tendo que cada vez que o dinheiro não solicitado caia em sua conta, tentar explicar a não contratação e devolução da quantia. Decisão enfrentada por mais de uma vez. Mantida o quantum fixado na sentença. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70077116382, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alex Gonzalez Custodio, Julgado em: 26-06-2018)
APELAÇÃO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO
ANULATÓRIA C/C PEDIDO INDENIZATÓRIO. Falha na prestação dos serviços configurada. Comprovada a ausência de contratação do empréstimo apontado junto ao órgão previdenciário. Danos Morais. Trata-se de dano moral puro, também chamado in re ipsa, o qual independe de comprovação. A falha na prestação de serviços é evidente, em face da ausência de comprovação da contratação, a qual gerou descontos no benefício previdenciário do autor de forma indevida. Quantum fixado de acordo com os parâmetros desta Câmara. Sentença reformada. APELO PROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70075862078, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Bayard Ney de Freitas Barcellos, Julgado em: 07-03-2018)
Assim, esta parte autora requer seja julgada procedente a
presente demanda, em provimento final, com emissão de preceito condenatório a fim de condenar a Ré ao pagamento no importe não inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) referentes aos danos morais experimentado pelo Autor, mas, caso Vossa Excelência entenda ser devido um valor inferior, que este não seja irrisório e cumpra o seu caráter pedagógico e corretivo.
VI – DOS PEDIDOS Ex positis, a parte autora requer:
a) A concessão de gratuidade de justiça;
b) A prioridade no trâmite processual, com base no Art.
71 do Estatuto do Idoso;
c) A aplicação do Código de Defesa do Consumidor, com
a consequente inversão do ônus da prova, a teor do disposto no Art. 6º, VIII do CDC;
d) A citação dos Requeridos para comparecerem à
audiência de mediação/conciliação e, sendo esta infrutífera, apresentar contestação, sob pena de se sujeitarem aos efeitos da revelia;
e) Seja julgada procedente a presente demanda em
provimento final, com a emissão de preceito declaratório, no sentido de declarar a inexistência de qualquer vínculo jurídico-obrigacional das partes litigantes, bem como a inexistência do débito irregularmente cobrado decorrente cédula de crédito bancário registrado sob o nº 330616113-8, objeto da presente;
f) Seja julgada procedente a presente demanda, em
provimento final, com emissão de preceito condenatório a fim de condenar a Ré ao pagamento no importe não inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) referentes aos danos morais experimentado pelo Autor, mas, caso Vossa Excelência entenda ser devido um valor inferior, que este não seja irrisório e cumpra o seu caráter pedagógico e corretivo;
g) Seja julgada procedente a presente demanda, em
provimento final, para condenar a instituição financeira Ré a restituir o dobro dos valores descontados indevidamente do Autor desde o início da cobrança indevida, incidindo juros e correção monetária na forma da lei. Protesta por provar o alegado mediante todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pela produção de prova documental, testemunhal, pericial, depoimento pessoal, sob pena de confissão, caso a Ré não compareça, ou comparecendo, se negue a depor, além da juntada de novos documentos e demais provas que se fizerem necessárias.
Por oportuno, o órgão de execução da Defensoria Pública
que esta subscreve, declara, com fundamento no art. 108, parágrafo único, inciso III, da Lei Complementar nº 80/1994, que todos os documentos acostados a esta inicial conferem com os documentos originais apresentados pelo assistido.
Dá à causa o valor de R$ 15.557,32 (quinze mil quinhentos e cinquenta