Dimensionamento de Reservatório de Amortecimento - Exemplo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO DE ÁGUAS


PLUVIAIS DA EDIFICAÇÃO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO EM
TAGUATINGA-DF.

Willian Macêdo de Souza Braga


2018
WILLIAN MACÊDO DE SOUZA BRAGA

DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO DE ÁGUAS


PLUVIAIS DA EDIFICAÇÃO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO EM
TAGUATINGA-DF.

Trabalho apresentado ao Centro Universitário


de Brasília - UniCEUB como pré-requisito para
obtenção da conclusão da graduação em
engenharia civil.

Orientador: Prof. Me. Eng° Julio Cesar


Sebastiani Kunzler

Brasília
2018
WILLIAN MACÊDO DE SOUZA BRAGA

DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO DE ÁGUAS


PLUVIAIS DA EDIFICAÇÃO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO EM
TAGUATINGA-DF.

Trabalho apresentado ao Centro Universitário


de Brasília - UniCEUB como pré-requisito para
obtenção da conclusão da graduação em
engenharia civil.

Orientador: Prof. Me. Eng° Julio Cesar


Sebastiani Kunzler

Trabalho

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Me. Eng. Julio Cesar Sebastianu Kunzler
Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicada - FATECS
Orientador

______________________________________
Engº.Civil: Bruno Collischonn

______________________________________
Eng° Civil: Wendy Fonseca Ataide
AGRADECIMENTOS

Olhando para trás, e diante de todo o trajeto, até chegar ao patamar de


apresentar um trabalho de conclusão do curso, com o qual sonhei durante toda a
vida, é algo de difícil expressão por palavras, é um sonho que realizo e um desafio
que enfrento a partir desse ponto, exercer o papel justo e ético de um engenheiro
civil, nunca teria conseguido chegar a estre ponto sem a ajuda de pessoas muito
importantes para mim, como as quais citarei no decorrer deste pequeno texto.
Agradeço de todo coração a Jesus Cristo, por me acompanhar e vigiar a todo
esse tempo longe da minha família e amigos que tanto amo, para realizar esse
sonho de ser Engenheiro Civil.
Aos meus pais, José Carlos e Joelma, e Irmã, Kalliny que sempre foram
minha base, me ensinaram o valor de lutar pelos sonhos, e conquistar cada um
deles com humildade e fé.
Aos meus amigos Igor, Lucas, Matheus, Gabriel, Pedro, Rodrigo que me
acolheram com carinho quando cheguei a Brasília, se tornaram parte da minha vida,
assim como minha família são minha maior riqueza.
Ao Gabriel dos Anjos, meu amigo, colega de trabalho e sócio, que tive o
prazer em ser padrinho do seu casamento, um verdadeiro amigo que sei que posso
sempre contar com sua amizade.
A Eduarda, minha companheira que muito contribuiu para que eu chegasse
até aqui, sempre meu deu seus ombros para que eu pudesse me apoiar, está
comigo a 4 anos, passando por momento bons e difíceis, a ela eu devo muito.
Aos meus Mestres da Faculdade Rideci, Aroldo, Luciana e Erika esses
fizeram toda e total diferença na minha formação, agradeço muito a paciência e seus
ensinamentos, em especial ao professor e orientador, Julio Kunzler, um excelente
profissional, contribuído de seu conhecimento para desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO

As mudanças nos centros urbanos vem nos trazendo muitos desafios a superar, o
crescimento de números de edificações acarreta em áreas densamente urbanizadas,
e interferem diretamente na infiltração de água nos solos daquela região, fazendo
com que a águas das chuvas não consigam infiltrar, aumentado o escoamento
superficial e gerando problemas como o convívio com eventos de cheias. Enchentes
tem se tornado comum ao longo do tempo, ocasionando riscos a saúde e prejuízos
econômicos.
A partir da necessidade do controle do escoamento superficial em áreas urbanas em
que o sistema convencional de drenagem não comporta mais o volume de água a
jusante, e sendo que ações e custos para manter as condições pré-desenvolvimento
são de responsabilidade do proprietário das construções, surgiram medidas de
controle de vazão, uma das alternativas é conhecida como reservatório de detenção.
Esse reservatório procura regularizar o escoamento de águas pluviais retendo o pico
das cheia e gradualmente é direcionado as redes de drenagem após o período
crítico.
Este trabalho apresenta levantamentos técnicos e dimensionamento do reservatório
de detenção do prédio construído em Taguatinga, Brasília-DF, com a intenção de
acomodar as instalações do Foro Trabalhista concedido pelo Tribunal Regional do
Trabalho da 10ª Região.

Palavras-chave: Edificações, Chuvas, Enchentes, Reservatório.


ABSTRACT

The changes in urban centers have brought us many challenges to overcome, the
growth of numbers of buildings entails in densely urbanized areas, and directly
interfere in the infiltration of water in the soils of that region, causing that the waters
of the rains can not infiltrate, increased surface runoff and generating problems such
as conviviality with flood events. Flooding has become common over time, leading to
health risks and economic losses.
From the need to control the runoff in urban areas where the conventional drainage
system no longer contains the volume of water downstream, and actions and costs to
maintain the pre-development conditions are the responsibility of the owner of the
buildings, flow control measures have emerged, one of the alternatives is known as
the holding reservoir.
This reservoir seeks to regulate the flow of rainwater retaining the peak of the flood
and gradually the drainage networks are directed after the critical period.
This work presents technical surveys and design of the reservoir of detention of the
building constructed in Taguatinga, Brasília-DF, with the intention of accommodating
the facilities of the Labor Forum granted by the Regional Labor Court of the 10th
Region.

Key word: Buildings, Rain, Floods, Reservoir.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10

2. OBJETIVOS ................................................................................................... 11

2.1. Objetivo Geral................................................................................................ 11

2.2. Objetivos Específicos .................................................................................... 11

3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 12

3.1. Ciclo hidrológico ............................................................................................ 12

3.2. Inundações em centros urbanos ................................................................... 13

3.3. Métodos de Estimativa do escoamento Superficial ....................................... 14

3.4. Caracterização do Método Racional.............................................................. 14

3.5. Coeficiente (C) da Fórmula Racional ............................................................. 15

3.6. Intensidade da chuva .................................................................................... 16

3.7. Redução da Área Impermeabilizada ............................................................. 16

3.8. Reservatório Pluvial de Retardo .................................................................... 17

3.9. Volume de Reservatório de Retardo ............................................................. 17

3.10. Vazão de Pré-Desenvolvimento .................................................................. 18

4. METODOLOGIA ............................................................................................ 18

4.1. Escolha do Empreendimento......................................................................... 19

4.2. Característica do empreendimento................................................................ 20


4.3. Obtenção de Dados....................................................................................... 21

4.4. Caracterização do sistema de drenagem ...................................................... 21

4.5. Etapas do dimensionamento ......................................................................... 22

4.6. Levantamento de Áreas ................................................................................ 22

5. RESULTADOS ............................................................................................... 23

5.1. I = intensidade da chuva em [mm/h]. ............................................................. 23

5.2. Vazão Pluvial Máxima do Empreendimento .................................................. 24

5.3. Vazão de Pré-Desenvolvimento .................................................................... 24

5.4. Volume do reservatório de detenção (Eq.03) ................................................ 25

5.5. Dimensões do Reservatório de águas pluviais .............................................. 26

5.6. Locação do Reservatório ............................................................................... 27

5.7. Esvaziamento do Reservatório ...................................................................... 28

5.8. Esquema Vertical .......................................................................................... 29

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 30

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 31


LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

NBR – Norma Brasileira Regulamentador

ADASA Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

l/(s×ha) Litros por segundo hectare

m³ Metros cúbicos

mm/h Milímetros por hora

l/s Litro por segundo

m³/h metro cubico por hora


1. INTRODUÇÃO

As atividades antrópicas como a impermeabilização do solo causaram


alterações nas rotas das águas precipitadas, as águas que eram direcionadas à
vegetação e áreas permeáveis para recarga de aquíferos, começaram a escoar,
subindo amplamente o nível do volume natural de escoamento, resultando em
consequências desastrosas para as pessoas e o meio ambiente.
A urbanização causa vários efeitos aos ciclos naturais, um deles são as
enchentes, lentas ou rápidas, que se avolumam no decorrer dos dias, podendo
causar prejuízos materiais e provocar mortes, (TUCCI, 2002).
Observando o crescimento demográfico desordenado nas cidades e em efeito
a isso a impermeabilização de áreas de recarga, inviabilizando uma apropriada
infiltração das águas de precipitação no solo, a importância desse estudo se dá pelo
fato de que essa ineficiência do sistema de drenagem ocasiona numerosos
transtornos e com isso há uma questão por soluções no que se trata do escoamento
das águas pluviais.
O manejo da água pluvial no meio urbano deve ser capaz de proporcionar
qualidade de vida a população, reduzindo os riscos oriundos à impermeabilização
causada pelo processo de urbanização e consequentemente promovendo o bem-
estar (Righetto, 2009).
Os eventos chuvosos no Distrito Federal têm apontado à influência do
Sistema de drenagem presente; sendo que o atual sistema não oferece capacidade
de apoio suficiente para receber a vazão gerada pelas águas de precipitação. O
custo das adequações dos sistemas convencionais de drenagem publica, e a
inviabilidade técnica são barreiras que nos fazer ir em busca de soluções
competentes.
Neste trabalho, busca-se realizar o dimensionamento de um reservatório de
detenção para controle de fluxo de água abundante providas de escoamento
superficial de áreas impermeáveis sob eventos chuvosos, sendo considerado o
conceito de retardamento. São reservatórios que recebem o escoamento da área
impermeável e dele é direcionada a rede de águas pluviais com uma vazão de pré-
desenvolvimento, para que a rede não sobrecarregue e não gere inundações.
10
Será utilizado o Método Racional para o cálculo da vazão total gerada pelo
empreendimento do Foro Trabalhista de Taguatinga-DF, Sendo que a intensidade da
chuva utilizada no Método Racional será calculada a partir da Equação da Chuva
Intensa que consiste das relações intensidade-duração - frequência – IDF das
chuvas, desenvolvida em função de eventos chuvosos intensos no Distrito Federal.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo do trabalho é dimensionar um reservatório de detenção de águas


pluviais que pertencerá ao prédio que atenderá as novas instalações do Foro
Trabalhista de Taguatinga concedido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª
Região, localizado no endereço: Quadra C12, Bloco O, Lotes 1 a 5 e 8 a 12, Setor
Central – Taguatinga – DF. Área Total: 8.954,79 m², para que atenda as normas de
aprovação pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP).

2.2. Objetivos Específicos

 Levantar toda a área impermeável do lote.

 Especificar o molde de reservatório de detenção apropriado.

 Dimensionamento do volume do reservatório de acordo com a RESOLUÇÃO


N°. 09, DE 08 DE ABRIL DE 2011 da ADASA.

 Elaboração do projeto do reservatório de detenção.

11
3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Ciclo hidrológico

O ciclo hidrológico é modificado de diferentes maneiras, uma delas são os


problemas gerados a partir de inundações proporcionado pela urbanização sem
controle, provocando a ampliação das vazões máximas. Minimizando a infiltração
das águas pluviais no solo resulta no aumento do escoamento superficial como
podemos analisar na figura 1.

Figura 1. Balanço hídrico. Fonte: SCHUELER, 1987.

O escoamento das águas de precipitação ocasionada pela impermeabilização


do solo pode provocar, localmente, aumento no pico da vazão de escoamento
superficial. A percentagem sobre a vazão pluvial é diretamente proporcional ao
aumento da urbanização em que a bacia está inclusa.

A Figura 1 ilustra esse efeito:

Figura 1 - Mudança no Ciclo Hidrológico pela Urbanização Fonte: ReCESA, 2007.


12
3.2. Inundações em centros urbanos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), 84%


da população brasileira está concentrada em áreas urbanas. O imenso crescimento
populacional e as dificuldades de drenagem urbana ganham destaque no período
chuvoso, com suas causas desastrosas. No início do século XX o conceito de
drenagem natural da Europa ainda prevalecia, as águas de chuvas e esgoto
sanitários deveriam ser distantes, diminuindo assim a probabilidade de contágio, sob
esse julgamento foram formados as galerias e canais de drenagem, as obras foram
o recurso encontrada pelo governo da segunda metade do século XX, pois estas
ofereciam uma repercussão política expressiva, abrigando as pretensões de
desenvolvimento da cidade. Entretanto a partir da década de 70 trocou-se o conceito
de drenagem urbana pelo conceito de hidrologia urbana, onde se descuidar-se da
água para jusante parou de ser a singular preocupação, com a conscientização do
meio ambiente e espaço urbano passou a ser observada após grandes problemas
ocasionados pela ampliação urbana caótica, em que as instalações de saneamento
básico eram efetivadas somente após a concretização dos riscos à saúde das
pessoas (Righetto, 2009).
O crescimento urbano desordenado nas cidades brasileiras tem causado
vários impactos sobre a população e o meio ambiente. Esses impactos podem se
verificar de diversas formas, entre elas as inundações, e a degradação da qualidade
das águas pluviais. Esses problemas são consequência de como se dá o
desenvolvimento das cidades: falta de planejamento, pouco controle sobre o uso do
solo, ocupação de áreas de risco e sistemas de drenagem inadequados.
Os sistemas de drenagem podem ser classificados quanto a sua zona de
aplicação em drenagem na fonte, macrodrenagem microdrenagem. A drenagem na
fonte é aquela que coleta o escoamento que ocorre no terreno, ou empreendimento
particularizado, como estacionamentos e parques. A microdrenagem é definida pelo
sistema de condutos ou canais que atua em nível de loteamento ou de rede primária
urbana. A macrodrenagem são os sistemas coletores de diferentes sistemas de
microdrenagem. (Tucci, 2003).

13
3.3. Métodos de Estimativa do escoamento Superficial

Os métodos de estimativa do escoamento superficial podem ser divididos em


quatro grupos conforme a seguir:
a) Medição do Nível de Água - É o mais preciso; - Requer vários postos
fluviométricos;
b) Modelo Chuva-Vazão Calibrados - Boa precisão - Métodos baseados na
hidrógrafa (Hidrograma Unitário);
c) Modelo Chuva-Vazão Não Calibrado - Média precisão - Métodos baseados
no método racional;
d) Fórmulas Empíricas - Baixa precisão - Meyer, Gregory.

3.4. Caracterização do Método Racional

É usado para calcular a vazão de pico de uma determinada bacia,


considerando uma seção de estudo (Tomaz, 2002).
Segundo Plínio o método racional é um método indireto e foi apresentado pela
primeira vez em 1851 por Mulvaney e usado nos Estados unidos por Emil Kuichling
em 1889 e estabelece uma relação entre a chuva e o escoamento superficial
(deflúvio), para diferenciar de métodos antigos que eram empíricos e não racionais,
assim foi batizado de método Racional. O método racional só deverá ser usado
somente em bacias pequenas ou com áreas de drenagem inferior a 3km² (300 ha)
segundo ou quando o tempo de concentração não ultrapasse uma hora.
O Método racional é dado pela equação:
(Eq. 01)
𝑄 = 𝐶 ∙ 𝐼 ∙ 𝐴/3600
Sendo:
Q = vazão da chuva em [l/s].
C = relação entre o volume de escoamento livre superficial e o total
precipitado.
I = intensidade da chuva em [mm/h].
A = área de contribuição em [m²].

Para se aplicar o método racional, segundo Plínio é necessário analisar em

14
que este método é baseado. As hipóteses para aplicação do mesmo é:
a) toda a área contribui com o escoamento superficial e é por isso que o
tempo de duração da tormenta deve ser igual ou exceder ao tempo de concentração
da bacia;
b) a chuva é distribuída uniformemente sobre toda a área da bacia;
c) todas as perdas estão incorporadas ao coeficiente de escoamento
superficial. A intensidade da chuva associada com o tempo de concentração e a
frequência da ocorrência podem ser obtidas das curvas de intensidade-duração-
frequência (IDF).

3.5. Coeficiente (C) da Fórmula Racional

O coeficiente “C” de escoamento superficial é também conhecido como


coeficiente de runoff ou coeficiente de deflúvio (Tomaz, 2002).
Por definição coeficiente de runoff é a razão entre o volume total de
escoamento superficial no evento e o volume total precipitado (Tucci,2003).
A escolha do coeficiente de escoamento varia de acordo os fatores, que são:
espécie de ocupação do solo, material da cobertura.

Tabela 1 - coeficiente de runoff Fonte: vilela e Mattos (1980).

15
3.6. Intensidade da chuva

A intensidade máxima pontual pode ser determinada através das relações


intensidade-duração - frequência – IDF das chuvas. Essas relações são obtidas
através de uma série de dados de chuvas intensas, suficientemente longas e
representativas do local do projeto. (Tomaz, 2002).
A equação para cálculo da Intensidade de precipitação (I) é disposta pelo, do
Manual Técnico de Projetos de Drenagens Urbanos da NOVACAP:

21,7∙𝑡 0,16
𝐼 = (𝑡+11)𝑟0,815 (Eq.02)

Tr = é o tempo de recorrência do evento chuvoso.


O Art. 4° - I- DA RESOLUÇÃO N° 09, DE 08 DE ABRIL DE 2011 estabelece
que a vazão máxima gerada pelo empreendimento, considerando-se as chuvas com
tempo de recorrência de 10 (dez) anos.
T= para a NBR 10844 referente a instalações prediais de águas pluviais a
duração de precipitação deve ser fixada em t = 5min.

3.7. Redução da Área Impermeabilizada

Conforme o capítulo V da Resolução N°. 09, de 08 de Abril de 2011 da


ADASA existem forma para que possa reduzir o percentual de áreas
impermeabilizada na edificação, essas são ações que favorecem a infiltração de
água no solo e diminui de forma bastante significante a vazão encaminhada ao
reservatório de detenção de águas pluviais, estas são:

Aplicação de pavimentos permeáveis (blocos vazados com preenchimento de areia ou


grama, asfalto poroso, concreto poroso) – reduzir em até 60% (sessenta por cento) a
área que utiliza estes pavimentos;
Desconexão das calhas de telhado de forma a direcionar a água para superfícies
permeáveis com drenagem – reduzir em até 40% (quarenta por cento) a área de
telhado drenada;
Desconexão das calhas de telhado de forma a direcionar a água para superfícies
16
permeáveis sem drenagem – reduzir em até 80% (oitenta por cento) a área de telhado
drenada;
Aplicação de trincheiras de infiltração – reduzir em até 80% (oitenta por cento) as áreas
drenadas para as trincheiras;
Direcionamento da água proveniente de superfície impermeável para dispositivos de
infiltração sem saída – percentual de redução a ser estimado pela ADASA;
Aplicação de outras medidas a serem avaliadas pela ADASA.

3.8. Reservatório Pluvial de Retardo

O crescimento acelerado da construção civil nos últimos anos, e


consequentemente o aumento das áreas impermeabilizadas pela urbanização têm
levado o meio técnico à procura de soluções que possibilitem maior qualidade,
eficácia e produtividade no processo construtivo de estruturas para armazenamento
de cheias ou, como são mais conhecidos, reservatórios de retenção e detenção de
águas pluviais.
De acordo com o § 3° do artigo 5° da resolução no 009 da ADASA, as águas
precipitadas sobre terrenos não deverão ser drenadas diretamente para a rua,
sarjetas e ou redes de drenagem sem a devida contenção e retardamento do
lançamento.

3.9. Volume de Reservatório de Retardo

Para determinação de volume que um reservatório de qualidade o mesmo


deverá atender as exigências da resolução N°. 09, de 08 de Abril de 2011 da ADASA
e ter aval da NOVACAP para lançamento em corpos hídricos do escoamento de
águas pluviais do terreno. O capitulo IV da Resolução Art. 8º da resolução, trata-se
do dimensionamento do reservatório, em que para determinação do seu volume,
serão analisados o tamanho do terreno, o percentual de áreas impermeabilizadas e
as características da bacia, frisando que para áreas de lote menor que 600 m² e
destinado à habitação unifamiliar não será necessário à regularização de vazão.
Partindo de terreno maior que 600 m² não serão permitidos que a vazão de
lançamento nos corpos hídricos seja maior que 24,4 L/(s.ha) (vinte e quatro inteiros
e quatro décimos de litro por segundo por hectare), quando a escolha do controle de
17
escoamento superficial for por meio reservatório de detenção e área do lote for
menor que 200 ha (duzentos hectares), o volume do mesmo será determinado pela
equação:

𝑉 = 4,705 ∗ 𝐴𝑖 ∗ 𝐴 (Eq.03)

Temos:
• V = volume dado em m³ (metro cúbico).
• Ai = o percentual de área impermeável, calculada pelo somatório das áreas
impermeáveis com reduções pelo coeficiente de deflúvio.
• Ac = área total do terreno, expressa em hectares.

3.10. Vazão de Pré-Desenvolvimento

De acordo com o § 2° do artigo 5° da Resolução no 009 da ADASA, Agência


Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal, responsável pela
outorga do direcionamento de águas pluviais pra corpos hídricos de propriedade do
distrito federal, determina quais os valores de vazão máxima são autorizados
introduzir nas redes de drenagens pluviais após a detenção da água no reservatório,
para que o empreendimento não cause danos ou ultrapasse o limite que o sistema
de drenagem pluvial comporta. A Agência limita uma vazão de pré-desenvolvimento,
que consiste no escoamento superficial considerando a situação natural de
cobertura do solo, definida pela equação:

𝐿
𝑄 = 24,4 𝑠 ∗ ℎ𝑎 (Eq.04)

4. METODOLOGIA

Para construção do presente trabalho foram feitos estudos Técnicos para


implantação do Reservatório de detenção de águas pluviais em um empreendimento
público. Os dados foram coletados perante projeto arquitetônico (planta baixa) e in
loco, diante de visita técnica. Os dados serão utilizados para cálculos referentes ao
volume do reservatório para deter a vazão escoamento das chuvas.
18
A ADASA exige da NOVACAP certas condicionantes para outorga dos
lançamentos nos corpos hídricos do DF e esta, por sua vez, repassa para os novos
edifícios o cumprimento de tais condicionantes e dentre elas, está a retenção na
fonte geradora, por meio de reservatório de detenção do deflúvio gerado no
empreendimento, evitando assim a ampliação da capacidade de escoamento da
rede pluvial pública, uma vez que a impermeabilização do solo pelo
empreendimento, aumenta o volume pluvial escoado.
Assim, para que a NOVACAP dê o aval à Administração de Taguatinga, e
então forneça o “Habite-se” ao empreendimento, é necessário que o empreendedor
implante o reservatório pluvial de detenção.

4.1. Escolha do Empreendimento

Foi selecionada uma edificação localizada na quadra C12 Bloco O Lotes 1 a 5


e 8 a 12, Taguatinga Centro, Brasília-DF, com finalidade de dimensionar o
reservatório de detenção de águas pluviais que atenderá as instalações do
empreendimento do Foro Trabalhista de Taguatinga concedido pelo Tribunal
Regional do Trabalho da 10ª Região.
Localização do imóvel figura 3:

Figura 1 – Marcação do imóvel de Estudo


Fonte: Google Earth (Acesso em 16 de junho de 2018)

19
4.2. Característica do empreendimento

O empreendimento é um imóvel recém-construído e ainda não inaugurado


com área de lote de 1200 m², formado por uma estrutura com: primeiro e segundo
subsolos, térreo, mezanino e mais 10 pavimentos acima, totalizando uma altura de
49,18 metros.

Figura 2: prédio estudado Fonte: o autor

20
4.3. Obtenção de Dados

Para obtenção de parte dos dados para a realização dos cálculos foi
consultada a Conbral S/A Construtora, que disponibilizou do projeto de arquitetura e
de liberações de visitas para levantamentos técnicos necessários para a elaboração
do estudo e a NOVACAP que disponibilizou da carta de redes de drenagem que
atendem a localização do imóvel selecionado pra estudo nesse trabalho.

4.4. Caracterização do sistema de drenagem

O sistema de drenagem de águas pluviais de Taguatinga - Brasília onde está


localizado o prédio estudado compõe-se num sistema de galerias com diâmetro
mínimo de 400 mm que descarregam em galerias principais com diâmetros
superiores de 600 mm.
O sistema de drenagem das águas pluviais é combinado por:
• Guia ou meio-fio: faixas contínuas que separam os passeios das vias
públicas;
• Sarjeta: propostas a recolher e conduzir as águas geradas a partir do
escoamento superficial para as bocas de lobo.
• Bocas-de-lobo ou bueiros: Consiste na infraestrutura com aberturas,
que no sistema de drenagem resumem-se a coleta de águas de escoamento
transportadas pelas sarjetas;
• Galerias: responde pelo transporte das águas captadas pelas bocas-
lobo até seu destino final;
• Caixas de passagem: pontos de manutenção entre trechos de
galerias;
• Poço de visita: são poços situados em lugares estabelecidos,
responsáveis pela inspeção e manutenção do sistema de drenagem.

21
4.5. Etapas do dimensionamento

As etapas de dimensionamento seguiram o seguinte cronograma:


1. Levantamento da área total do terreno e dividi-la em relação
impermeabilização do lote.
2. Intensidade da chuva em [mm/h].
3. Vazão Pluvial Máxima do Empreendimento
4. Volume do reservatório
5. Vazão de Pré-Desenvolvimento

4.6. Levantamento de Áreas

Para se iniciar o dimensionamento do reservatório de detenção de águas


pluviais a partir de condicionantes da resolução da ADASA, foram levantadas as
áreas totais do empreendimento, utilizando o projeto arquitetônico com o uso do
software AUTOCAD uma plataforma de desenho técnico, feito uso da versão
estudante gratuita, e classificando as áreas impermeabilizadas da edificação a partir
do coeficiente de runoff ou coeficiente de deflúvio presente na tabela-1.
A vazão pluvial afluente ao reservatório de retardo será a proveniente da
chuva precipitada nos cobertura da edificação, nos terraços descobertos, e rampa de
acesso, captadas pelo sistema de drenagem predial.

22
5. RESULTADOS

Levantamento da área total do terreno e dividi-la em relação ao


coeficiente impermeabilização do lote:

Figura 3: Planta de áreas impermeáveis Fonte: construtora combral – 2018

5.1. I = intensidade da chuva em [mm/h].

21,7∙100,16 𝑚𝑚
𝐼 = (5+11)0,815 = 3,274 𝑚𝑖𝑛 = 196,44 𝑚𝑚/ℎ (Eq.02)

Tempo de recorrência do evento chuvoso (10 anos) e t=5 minutos, chegando


a um valor de I= 3,274 mm/min = 196,44 mm/h.

23
5.2. Vazão Pluvial Máxima do Empreendimento

Considerando uma chuva precipitada na área do empreendimento, com


recorrência de 10 anos, resulta pelo Método Racional (Eq. 01) uma vazão pluvial
máxima a ser escoada da edificação (Q em l/s) é calculada conforme abaixo:

Intensidade Vazão
Área Total
Descrição Tipo Coeficiente C Precipitação Máxima
(m²)
(mm/h) (l/s)
Laje / Cobertura Impermeável 1152,120 0,9 196,440 56,581
Piso externo / Térreo Impermeável 23,300 0,9 196,440 1,144
Rampa conc. / Térreo Impermeável 24,580 0,9 196,440 1,207
Total 1200,000 0,9 196,440 58,932
Tabela 2 – Cálculo de Vazão Máxima e Indicação dos Coeficientes de Escoamento Adotados

Vazão pluvial máxima total = 58,932 l/s ou 212,1552 m³/h

5.3. Vazão de Pré-Desenvolvimento

Para o caso em análise usando a (Eq.04), calcula-se que a vazão máxima


para ser lançada aos corpos hídricos do distrito federal é de:

𝐿
𝑄 = 24,4 𝑠 ∗ 0,120ℎ𝑎 = 2,928 𝑙/𝑠 = 10,54𝑚3 /ℎ

Pelo fato da vazão pluvial máxima do empreendimento, que irá escoar para a
rede pluvial pública (58,932 l/s – vide tabela 2), ser superior a máxima permitida para
lançamento em rede (2,928 l/s) conforme demonstrado em cálculo acima deste
trabalho, será necessária a implantação de um sistema para promover a detenção
do deflúvio.

24
5.4. Volume do reservatório de detenção (Eq.03)

𝑉 = 4,705 ∗ 𝐴𝑖 ∗ 𝐴

(Ai) é o percentual de área impermeável, calculada pelo somatório das áreas


impermeáveis com reduções (vide fatores e coeficientes adotados na tabela-1)
divididos por (A) Área Total de Contribuição.

ÁREAS DIVIDIDAS

DESCRIÇÃO ÁREA (m²) ÁREA COMPUTADA COEFICIENTE ( C ) ÁREA IMPERMEÁVEL (m²)

Laje / Cobertura 1152,120 1152,12 0,90 1036,91


Piso externo / Térreo 23,300 23,30 0,90 20,97
Rampa concreto / Térreo 24,580 24,58 0,90 22,12
SOMA 1.080,00 m²
Tabela 3 – Cálculo Áreas Impermeáveis e apresentação de fatores de redução e coeficientes de escamento adotados.
Assim, calcula-se o percentual de área impermeável, conforme abaixo:
((1152,12)∗0,90)+((23,30)∗0,90)+((24,58)∗0,90)
𝐴𝑖 = (1152,12+23,3+24,58)
1080
𝐴𝑖 = = 90%
1200
Resulta para o reservatório o volume de:
𝑉 = 4,705 ∗ 90 ∗ 0,120 ℎ𝑎 = 50,81 𝑚³
RESULTADOS
ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO (m²) (Ac) 1200,00
ÁREA IMPERMEÁVEL (m²) 1080,00
PERCENTUAL DE ÁREA IMPERMEÁVEL (Ai) 90,00%
VOLUME (M³) (Vqa) 50,81

Tabela 4 – Cálculo do volume do reservatório.

25
5.5. Dimensões do Reservatório de águas pluviais

Sendo adotado um reservatório com as seguintes dimensões 3,20x8,20x2,00


(Largura x Comprimento x altura útil).
Para facilitar na execução, o volume do reservatório foi arredondado para
52,48m³.

Figura 4: Planta baixa: reservatório de águas pluviais

Figura 5: Corte BB: reservatório de águas pluviais

26
5.6. Locação do Reservatório

O reservatório pluvial de retardo será localizado enterrado no piso do 2º


subsolo na área de circulação de veículos do estacionamento.
Com base nos resultados do estudo ora apresentado, verifica-se que para
amortecer as vazões pluviais afluentes, o reservatório de retardo, para
esvaziamento por recalque, irá requerer uma área interna útil da ordem de 26,24 m²
e altura do reservatório útil sob a tubulação de chegada de 2,00m. Com dimensões:
3,20x8,20x2,0m (largura x comprimento x altura útil), totalizando os 52,48m³
calculados.
Sendo assim o esvaziamento será lançado na sarjeta com a necessidade de
uma bomba centrífuga para recalque da água, pois o desnível de 8,92 não é
favorável para realizar o escoamento por gravidade.

Figura 6: Planta baixa do segundo subsolo onde foi locado o reservatório de águas pluviais.

27
5.7. Esvaziamento do Reservatório

Sabendo-se a vazão máxima que pode ser lançada na sarjeta, que é de


2,928 L/s, será utilizada uma bomba centrífuga trabalhando na vazão de 10,54 m³/h
(2,928 L/s) o tempo de esvaziamento será de aproximadamente 5 horas. A
tubulação de recalque do reservatório será orientada para desaguar em uma caixa
de passagem localizada na calçada, para daí sair o ramal de ligação com a rede
pluvial pública.

Figura 7: Esquema vertical do recalque.

Rede pública de Drenagem de águas pluviais onde o imóvel estudado


interligará entre a Caixa 5/20 e o Poço de Visita 6/20.

Figura 8: Mapa da rede pública pluvial


28
5.8. Esquema Vertical

Para explicar como funciona a captação das águas pluviais do


empreendimento, e como as mesmas são direcionadas ao reservatório, foi
necessário a criação de um Esquema Vertical que facilita a visão geral da
instalações prediais.

Figura 9: Esquema vertical

29
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Levando em conta a importância do controle do escoamento das águas


pluviais, devido a prejuízos a saúde humana e perda de bens ocasionados por
enchentes, esse trabalho buscou fazer o estudo e dimensionamento de um
reservatório de detenção de águas de precipitações, de um prédio que acomodará
as instalações do Foro Trabalhista concedido pelo Tribunal Regional do Trabalho da
10ª Região. Todo o dimensionamento foi de acordo com a Agência
Regulamentadora de Águas, Energia e Saneamento básico do distrito federal
(ADASA).
A partir dos cálculos, verificou-se que, a rede de 600 mm presente na rua
QSB 1 que atenderá o prédio em estudo nesse trabalho, sem a implantação do
reservatório de retardo, receberia uma vazão derivada do escoamento das águas
pluviais geradas a parti da impermeabilização do terreno de 212,1552 m³/h. Com a
implantação do reservatório de retardo com o intuito de reduzir a vazão destinada a
rede de drenagem a vazão passou a ser de 10,54 m³/h. Observando esses dados
chegamos a conclusão que, sem a presença de um reservatório essa edificação
enviaria uma vazão cerca de 20 vezes maior a rede de drenagem urbana. Nota-se
uma redução muito significante, que obviamente contribuirá para evitar que o
sistema de drenagem publica sobrecarregue e cause inundações.

Como sugestões de trabalhos futuros:

 Desenvolver um estudo em relação ao aproveitamento das


águas pluviais, a relação de custo beneficio da instalação de um
reservatório destinado a aproveitamento dessas águas.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. DEZ 1989 NBR 10844


Instalações prediais de águas pluviais

ADASA. Governo do Distrito Federal. Resolução 9 de 08 de abril de 2011.


Estabelece os procedimentos gerais para requerimento e obtenção de outorga de
lançamento de águas pluviais em corpos hídricos de domínio do Distrito Federal e
naqueles delegados pela União e Estados. ADASA, Brasília, 2011.

RIGHETTO, A. M. Manual de Águas Pluviais Urbanas. ABES. Rio de Janeiro, 2009.

TUCCI, C. E. M.; BERTONI, J.C. Inundações na América do Sul. Associação


Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, 2003.

SCHUELLER, T. Controlling Urban Runoff : A Practical Manual for Planning and


Designing Urban BMPs. 1987.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Características da População.


Disponível em <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-
novoportal/sociais/populacao.html>. Acesso em 10 de junho de 2018.

ReCESA - COSTA, A. R.; SIQUEIRA, E. Q.; MENEZES FILHO, F.C. M. Curso


Básico de Hi-drologia Urbana: nível 3 ReCESA. Brasília, 2007.

TOMAZ, PLINIO. Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais. Ano


2002, São Paulo, Editora Navegar.

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