Verminoses

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Verminoses

Grupo de patologia provocada por vermes, especialmente endoparasitas que


vivem no interior do corpo do hospedeiro.
Os vermes causadores da doença podem apresentar o corpo achatado (filo dos
platelmintos) ou corpo cilíndrico (filo dos nematelmintos).
Constitui-se uma doença frequente, de difícil controle pelos órgãos públicos,
que acomete o ser humano de forma irrestrita. É observada nas crianças e nos
adultos, em ambos os sexos, em todas as classes sociais, tanto na zona rural
como nas cidades.
As consequências decorrentes destas doenças podem representar grande
danos à saúde do indivíduo, por vezes até fatais. A prevenção constitui-se a
forma mais segura e eficaz contra estas infecções.

Verminoses causadas por Platelmintos


• Esquistossomose
• Teníase e Cisticercose
• Cisto hidático (Hidatidose)

Verminoses causadas por Nematelmintos


• Ascaridíase
• Amarelão (Ancilostomose)
• Infestação por larva migrans (Bicho geográfico)
• Triquinose
• Filaríase (Elefantíase)
• Oxiurose

Equistossomose:
A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária, causada pelo
trematódeo Schistosoma mansoni. No Brasil, a Esquistossomose é
conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” e “doença dos
caramujos”. E somente três espécies são consideradas hospedeiros
intermediários naturais da esquistossomose: B. glabrata, B. straminea e B.
tenagophila. Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do
intestino e fígado do hospedeiro definitivo. O agente etiológico da
esquistossomose é o Schistosoma mansoni.

Hospedeiros:
No ciclo da doença estão envolvidos dois hospedeiros, um definitivo e outro
intermediário.
Hospedeiro definitivo: o homem é o principal hospedeiro definitivo e, nele, o
parasita apresenta a forma adulta, reproduz-se sexuadamente. Os ovos são
eliminados por meio das fezes no ambiente, ocasionando a contaminação das
coleções hídricas naturais (córregos, riachos, lagoas) ou artificiais (valetas de
irrigação, açudes e outros). Os primatas, marsupiais (gambá), ruminantes,
roedores e lagomorfos (lebres e coelhos), são considerados hospedeiros
permissivos ou reservatórios, porém, não está clara a participação desses
animais na transmissão e epidemiologia da doença.
Hospedeiro intermediário: o ciclo biológico do S. mansoni depende da
presença do hospedeiro intermediário no ambiente. Os caramujos
gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e gênero
Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada
do helminto. No Brasil, as espécies Biomphalariaglabrata,
Biomphalariastraminea e Biomphalariatenagophila estão envolvidas na
disseminação da esquistossomose. Há registros da distribuição geográfica
das principais espécies em 24 estados, localizados, principalmente, nas
regiões Nordeste, Sudeste e Centro-oeste.

Trasmissão:
A infecção ocorre quando a pele entra em contato com a água doce
contaminada com o parasita do tipo Schistosoma.
Quando uma pessoa infectada urina ou defeca na água, ela contamina o
líquido com os ovos de Schistosoma. Esses ovos eclodem e invadem os
tecidos de caracóis que vivem naquele lago ou rio.
Os parasitas então crescem e se desenvolvem no interior dessas lesmas. Após
crescerem, os parasitas deixam o caracol e penetra na água, onde podem
sobreviver durante cerca de 48 horas.
O Schistosoma é capaz de penetrar na pele de pessoas que pisam descalças,
nadam, tomam banho ou lavam roupas e objetos na água infectada.
Dentro de algumas semanas, os vermes crescem no interior dos vasos
sanguíneos do corpo e produzem ovos. Alguns desses ovos viajam para a
bexiga ou intestinos e são passados para a urina ou fezes.Esquistossomose
urogenital é causada pelo Schistosoma haematobium e esquistossomose
intestinal por qualquer dos organismos S. guineensis, S. intercalatum, S.
mansoni, S. japonicum e S. mekongi.

Sintomas:
Dias após a infecção, a pessoa pode desenvolver uma erupção cutânea e/ou
coceira no local em que o parasita penetrou na pele. A maioria das pessoas, no
entanto, não têm sintomas nesta fase inicial da infecção.

Dentro de um a dois meses após a infecção, quando o parasita atinge o


sangue e viaja através dele, a pessoa pode sentir:

• Febre
• Calafrios
• Tosse
• Dores musculares.

O parasita então pode viajar para o fígado ou passar para o intestino ou bexiga.
A esquistossomose intestinal pode causar:

• Dor abdominal
• Diarreia
• Sangue nas fezes
• Esquistossomose urigenial.

O sinal clássico da esquistossomose urogenital é hematúria (sangue na urina).


Fibrose da bexiga e do ureter, e danos renais são, por vezes, o diagnóstico em
casos avançados. O câncer de bexiga é outra complicação possível nas fases
posteriores.

Diagnóstico:
É diagnosticada através da detecção de ovos do parasita nas fezes ou urina do
paciente, bem como a detecção do parasita no sangue. Os testes a serem
realizados incluem:

• Teste de anticorpos para verificar sinais de infecção


• Biópsia do tecido
• Hemograma completo para verificação de sinais de anemia
• Contagem de eosinófilos para medir o número de determinadas
células brancas
• Testes de função renal
• Testes de função hepática
• Exame de fezes para observar ovos de parasitas
• Urina tipo I para observar ovos do parasita

Prevenção:
A prevenção consiste em evitar o contato com águas onde existam os
caramujos hospedeiros intermediários infectados. Ainda não há vacina contra
a esquistossomose.

Tratamento:
O tratamento para os casos simples é domiciliar com antiparasitários
(praziquantel ou oxamniquina). Os medicamentos são capazes de matar o
parasita dentro de um a dois dias em média. Os casos graves geralmente
requerem internação hospitalar e tratamento cirúrgico.

Teníose/Cisticercose

O complexo teníase/cisticercose constitui-se de duas entidades mórbidas


distintas, causadas pela mesma espécie de cestódeo, em fases diferentes do
seu ciclo de vida. A teníase é provocada pela presença da forma adulta da
Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino delgado do homem. A
cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos, ou seja, é uma
enfermidade somática.

A teníase é uma parasitose intestinal que pode causar: dores abdominais,


náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarréia ou constipação.
Quando o parasita permanece na luz intestinal, o parasitismo pode ser
considerado benigno e só, excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por
penetração em apêndice, colédoco, ducto pancreático, devido ao crescimento
exagerado do parasita. A infestação pode ser percebida pela eliminação
espontânea nas fezes de proglotes do verme. Em alguns casos, podem causar
retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças, e baixa
produtividade no adulto.

As manifestações clínicas da cisticercose: (larvas da Taenia solium) dependem


da localização, tipo morfológico, número de larvas que infectaram o indivíduo,
da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do
hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e
apresentam sintomas neuro-psiquiátricos (convulsões, distúrbio de
comportamento, hipertensão intracraneana) e oftálmicos. Sinonímia - Solitária,
lombriga na cabeça.

Agente etiológico - Taenia solium é a tênia da carne de porco e a Taenia


saginata é a da carne bovina. Esses dois cestódeos causam doença intestinal
(teníase) e os ovos da T. solium desenvolvem infecções somáticas
(cisticercose).

Reservatório - O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da


Taenia solium e da Taenia saginata. O suíno ou o bovino são os hospedeiros
intermediários, por apresentarem a forma larvária nos seus tecidos. Modo de
transmissão - A teníase é adquirida através da ingesta de carne de boi ou de
porco mal cozida, que contém as larvas. Quando o homem ingere,
acidentalmente, os ovos de T. solium, adquire a cisticercose.

Período de incubação - Da cisticercose humana, varia de 15 dias a anos após


a infecção. Para a teníase, em torno de 3 meses após a ingesta da larva, o
parasita adulto já é encontrado no intestino delgado humano.

Período de transmissibilidade - Os ovos das tênias permanecem viáveis por


vários meses no meio ambiente, que é contaminado pelas fezes de humanos
portadores de teníase.

Complicações - Da teníase: obstrução do apêndice, colédoco, ducto


pancreático. Da cisticercose: deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outros.

Diagnóstico - É clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos


casos de teníase é oligossintomático, o diagnóstico comumente é feito pela
observação do paciente ou, quando crianças, pelos familiares. Isso porque os
proglotes são eliminados espontaneamente e, nem sempre, são detectados
nos exames parasitológicos de fezes. Para se fazer o diagnóstico da espécie,
em geral, coleta-se material da região anal e, através do microscópio,
diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas. Os
estudos sorológicos específicos (fixação do complemento, imunofluorescência
e hemaglutinação) no soro e líquido cefalorraquiano confirmam o diagnóstico
da neurocisticercose, cuja suspeita é feita através de exames de imagem (RX,
tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética de cisticercos
calcificados). A biópsia de tecidos, quando realizada, possibilita a identificação
microscópica da larva.

Diagnóstico diferencial - Na neurocisticercose, tem-se que fazer diagnóstico


diferencial com distúrbios psiquiátricos e neurológicos (principalmente epilepsia
por outras causas).

Tratamento a) Teníase - Mebendazol - 200mg, 2 vezes ao dia, por 3 dias, VO;


niclosamida ou clorossalicilamida - adulto e criança com 8 anos ou mais, 2g e
crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO, dividido em duas tomadas; praziquantel, VO,
dose única, 5 a 10mg/kg de peso corporal; albendazol, 400mg/ dia, durante 3
dias.

b) Neurocisticercose - Praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia, durante 21 dias,


associado à dexametasona para reduzir a resposta inflamatória, conseqüente à
morte dos cisticercos. Pode-se usar também albendazol, 15 mg/dia, durante 30
dias, dividido em 3 tomadas diárias, associado a 100mg de metilpredinisolona,
no primeiro dia de tratamento, a partir do qual se mantém 20mg/dia, durante os
30 dias. O uso de anticonvulsivantes, às vezes, se impõe, pois cerca de 62%
dos pacientes são portadores de epilepsia associada.

Cisto hidático ou hidatidose


Causado pela fase larval do verme platelminte Echinococcus granulosus que
parasita o intestino do cão e outros animais.
A contaminação ocorre pela ingestão dos ovos do verme através da água,
alimentos ou pelo contato direto com os animais portadores.
No intestino, os ovos liberam as larvas que, pela circulação, atingem diversos
órgãos (pele, músculos, fígado, cérebro, ect.).
As larvas se desenvolvem em grandes esferas cheias de líquido chamada
cistos hidáticos. Alguns podem atingir o tamanho de uma bola de bilhar e, após
alguns anos, chegar ao tamanho de uma bola de futebol.
Um cisto pode formar outros que se espalham pelo organismo, com graves
conseqüências.
Profilaxia: A profilaxia consiste em hábitos de higiene pessoal e em cuidados
relacionados à alimentação e aos cães

Etiologia: Na natureza o ciclo de vida do parasita se mantém entre cães e


ruminantes. O ruminante come os ovos, desenvolvendo sua forma larvária
(cistos hidáticos teciduais).
Uma vez que o ruminante é abatido, suas vísceras são ingeridas pelos cães,
dentro dos quais se desenvolve grande quantidade de vermes, eliminando
ovos.
A infecção no homem ocorre através da ingestão de ovos a partir de alimentos
e mãos contaminados, desenvolvendo cistos hidáticos em seus tecidos.
Cosmopolita. O sul do Brasil é hiperendêmico, especialmente no Rio Grande
do Sul, acometendo gado ovino e bovino.

Clínica: Os cistos podem passar desapercebidos e serem descobertos


fortuitamente em exame radiológico. Acometem principalmente fígado (52-
77%) e pulmões (8,5-44%).
As principais manifestações hepáticas são a forma biliar com dispepsia pós-
prandial, dor abdominal e icterícia colestática, e a forma tumoral, com a
descoberta de massa hepática regular e pouco sensível à palpação.
A forma pulmonar, geralmente assintomática, pode se manifestar por tosse,
dor torácica, dispnéia e ocasionalmente com hemoptise. A abertura de cisto
para a árvore brônquica pode causar vômica.

Cistos em outras localizações podem causar manifestações alérgicas


pulmonares (broncoespasmo). A localização óssea, menos freqüente, costuma
ser mais invasiva e manifestar-se por fraturas patológicas ou por compressão
medular.Raro acometimento do SNC ou miocárdio. A ruptura de cisto de
qualquer localização pode causar reações anafiláticas graves.

Diagnostico: Exames de imagem: Ultra-sonografia, tomografia e a ressonância


magnética evidenciam os cistos hidáticos em abdome e tórax. Os cistos tem
aspecto circular, homogêneo e bem delimitado, fazendo diagnóstico diferencial
com outras tumorações císticas. Exames laboratoriais: sorologia (ELISA,
imunoblot, hemaglutinação, imunodifusão), PCR. Em caso de rompimento e na
aspiração do cisto e na aspiração do cisto (durante o tratamento): identificação
da parede do cisto ou dos protoescóles do verme.

Tratamento: Aspiração-reinjeção-reaspiração percutânea de cisto (PAIR) +


albendazol:

• Antes da drenagem: albendazol 15 mg/kg/dia (máx. 800 mg) VO 12/12


horas com comida, por 1 semana.
• Punção com agulha e aspiração do conteúdo do cisto. Instilação de
escolicida (salina hipertônica 15-30% ou álcool absoluto) por 20-30
minutos
• Depois da drenagem: : albendazol 15 mg/kg/dia (máx. 800 mg) VO
12/12 horas com comida, por 28 dias.
Ressecção cirúrgica do cisto intacto + escolicida (salina hipertônica, povidine,
peróxido de hidrogênio, nitrato de prata ou albendazol). Taxa de cura de 90%.

Verminoses causadas por Nematelmintos:

Ascaridíase

Vulgarmente denominado lombriga, cujo corpo é alongado e cilíndrico, com as


extremidades afiladas. O comprimento varia entre 15 e 35 centímetros. Os
machos apresentam a cauda enrolada e são menores que as fêmeas. A
dimensão do corpo destes vermes varia de acordo com o seu número e
intensidade do parasitismo. O número pode chegar a 600 exemplares num
mesmo hospedeiro. é causada pelo Ascaris lumbricoides, verme nematelminte
Sua cutícula é lisa, brilhante, de coloração branco-amarela. Na porção anterior,
fica a boca ladeada por três grandes lábios. A transmissão desta verminose dá-
se por ingestão de ovos embrionados, através de mãos sujas de terra, por
alimentos ou água contaminados. Cada fêmea põe mais de 200 mil ovos por
dia.
Portanto, se considerarmos principalmente, as condições precárias de higiene
e saneamento, é fácil perceber a facilidade de se contrair a doença. Ao evacuar
no solo e ao ingerir alimentos e água contaminados, as crianças expõem-se
com maior facilidade, desrespeitando, assim, as mais elementares regras de
higiene. São consideradas, o grupo mais parasitado por este verme.

Manifestações Clínicas: No estágio larvário, dificilmente provocam algum


sintoma relato, podendo ser comuns manifestações intestinais pois as larvas
migram para veia porta. Na sua passagem pelos pulmões, podem provocar,
infecções moderadas que por vezes podem evoluir e levam à tosse, febre,
dispnéia, dor torácica, roncos, sibilos e moderada ou intensa eosinofilia. O
diagnóstico é dado por amostragem de larvas no escarro e, na criança
pequena, pelo lavado gástrico. A cura geralmente é espontânea em até duas
semanas.
Na sua migração pelo fígado, as larvas podem provocar, embora sem
comprovação, hepatomegalia, acompanhadas de eosinofilia intensa (94%),
hiperglobulinemia, mal-estar geral e febre persistente e moderada.
No estágio adulto, a ascaridíase intestinal geralmente é bem tolerada, suas
principais manifestações são acentuação da lordose lombar e abdome
proeminente, pois podem aumentar o conteúdo abdominal e interferir na
digestão e absorção entéricas. O desconforto abdominal se manifesta por dor
em cólica podendo ocorrer náuseas. A desnutrição também está relacionada
embora ainda não comprovada, por ação de utilização do nitrogênio e gordura,
tolerância à lactose e utilização de vitamina A pelo verme.
Precedendo esse quadro, pode ocorrer também a eliminação espontânea do
verme pela boca, narinas e orifício retal. Quando o quadro de obstrução
intestinal persistir por muito tempo, pode ocorrer isquemia intestinal com
conseqüente necrose.

Diagnóstico: É feito pela presença do parasita nas fezes, ou no material


vomitado. Ao Raio-X podem ser visíveis após ingestão de contraste, os
parasitas com seu trato alimentar contrastado, ou como manchas alongadas. A
eosinofilia é achado freqüente na infecção por Ascaris.

Tratamento: inclui medicamentos que paralisam ou matar vermes parasitas


intestinais, como o albendazol ou mebendazol. Estes medicamentos não deve
ser utilizado para pacientes grávidas. Pamoato de pirantel é o medicamento
preferido para pacientes grávidas.
Se houver um bloqueio do intestino causado por um grande número de vermes,
endoscopia pode ser usado para remover os vermes. Em casos raros, a
cirurgia é necessária. Os pacientes devem ser verificados novamente em 3
meses. Trata-se de examinar as fezes para verificar se há ovos de vermes. Se
os ovos estão presentes, o tratamento deve ser administrado novamente.

Prognóstico: A maioria das pessoas se recuperam dos sintomas da infecção,


mesmo sem tratamento. Mas eles podem continuar a realizar os vermes em
seu corpo. Complicações podem ser causadas por vermes adultos que se
movem para certos órgãos como o ducto biliar, pâncreas, ou apêndice. Se os
vermes multiplicar, eles podem obstruir o intestino.

Ancilostomose

Apenas duas espécies são parasitas específicos do homem, sendo cada uma
delas pertencente aos gêneros Necator e Ancylostoma – e são Necator
amerícanus e Ancylostoma duodenale.

Ciclo Evolutivo :Os ovos, eliminados nas fezes, precisam atingir o solo para
favorecer o desenvolvimento larvário e outras infecções humanas.

As condições físicas mais propícias para a eclosão dos ovos são: solo
úmido, oxigênio em abundância onde estão os ovos e temperatura entre 23oC
e 33oC. Em meio propício, os ovos, já no solo segmentam-se e desenvolvem-
se em larvas dentro de 24 horas. Agora na forma larvar (Li) consegue
alimentar-se do solo; e no terceiro dia a larva rabditóide passa para o segundo
estágio (L2).
Somente dentro de três ou quatro dias, a larva sofre modificações
morfológicas, já na fase L3, com capacidade infectiva— designada larva
filarióide (penetra ativamente através da pele do hospedeiro). Depois de atingir
a circulação sangüínea a larva filarióide chega aos pulmões, onde sofre nova
muda; e depois via traquéia e laringe chega ao esôfago, depois duodeno e
porções iniciais ao jejuno. No intestino delgado ocorre a última muda (de L4
para L5), tornam-se vermes adultos, e após um período médio de trinta dias
começam a oviposição.

Patogenia:

A patogenia da ancilostomíase deve ser subdividida em três etapas:

• Fase de penetração da pele – ao atingir os capilares, a larva filarióide


pode provocar reação textrina com morte de elevados números delas.
Se ocorre penetração de bactérias piogênicas, pode ocorrer uma lesão
aberta e designa-se coceira da terra.
• Fase pulmonar – as larvas, ao atingirem os capilares pulmonares,
forçam sua passagem para os alvéolos, cursando com lesões
microscópicas e hemorragia local. Diferente do que se observa na
estrongiloidíase e ascaridíase, raros são os casos de pneumonite.
• Fase dos vermes adultos no intestino delgado – através de suas
placas cortantes (N. americanus) ou de seus dentes (A. duodenale) ,
estes vermes sugam a porção distal da vilosidade, determinando erosão
e ulceração, havendo novas lesões para abocanhadura de novos sítios.

Quadro Clínico :O quadro clínico pode variar desde forma assintomática até
situações extremas, podendo chegar ao óbito.

Tal variedade depende da combinação dos seguintes fatores: espécie do


agente etiológico e carga parasitária; intensidade da anemia; idade do
paciente; e estado nutricional do hospedeiro. Em nosso meio, e em quase toda
América Latina, o Necator americanus constitui o agente de maior prevalência.
As crianças mais freqüentemente evoluem com formas mais graves, mesmo
com cargas parasitárias leves.

Manifestações cutâneas: nos sítios de penetração das larvas filarióides


podem ocorrer reações imediatas (a pele fica eritematosa e salpicada de
pequenas pápulas pruriginosas, durando poucos dias, sem deixar seqUelas) ou
tardias. Já nos pacientes reinfectados, as reações são mais intensas, exibindo
lesões urticariformes e infiltração dérmica. O quadro de larva migrans cutânea
pode ser decorrente de infecções maciças de A. duodenale e N. americanus,
bem como de larvas específicas de cão, gato e bovinos. As larvas produzem
reação local imediata (pontos avermelhados), que evoluem para vesículas e,
em geral, observa-se infecção secundária pelo prurido; estes sinais são
observados, sobretudo, nos membros inferiores, também com a configuração
de lesões serpiginosas, com duração até de três meses.
Manifestações pulmonares: em geral são discretas, do tipo irritativo, sendo
mais observadas febrícula, tosse seca e rouquidão. Não se detectando
transtornos ao exame clínico ou radiológico.

Manifestações digestivas: depois de três a quatro semanas da infecção


inicial, surgem dores abdominais em epigástrio, náuseas, vômitos e diarréia
intensa. Tais sintomas podem persistir por quase dois meses, quando as larvas
atingem maturidade e seu habitat.

Diagnóstico: O exame laboratorial é indispensável para a confirmação


diagnóstica, devendo o exame parasitológico das fezes ser rotineiro em
qualquer paciente com anemia de longa duração, desnutrição, queixas
gástricas e residentes de áreas endêmicas.

Tratamento: deve basear-se na terapêutica anti-hemíntica e controle da


anemia. O mebendazol deve ser administrado na dose de 100 mg, duas vezes
ao dia, durante três dias consecutivos, independente do peso do paciente, e
fora dos horários das refeições.

Larva migrans (Bicho Geográfico)


É uma doença de pele causada pela migração subcutânea de diferentes
espécies de nematóides parasitas, alimentando-se de substâncias encontradas
apenas em uma das camadas inferiores a pele.
Não é contagiosa, e é adquirida pelo contato direto com o solo contaminado ou
areia com fezes de cães ou gatos parasitados. A infecção não requer a
presença de feridas da pele antes.

Sintomas:

• Aparecimento de uma pápula pruriginosa no local de entrada larva;


• Alguns dias aparecem caminhos com origem na ou perto da pápula
inicial, o caminho tortuoso aleatório e avançando alguns milímetros por
dia;
• Prurido intenso.
Esta é uma doença comum em áreas tropicais e subtropicais que atendam aos
requisitos do parasita.

Tratamento:

Agentes sistêmicos (oral) são anti-helmínticos:


–Albendazol
–Ivermectina
– Tiabendazol: por via oral, este medicamento pode causar náuseas.
Aplicação de compressa fria no local.

ELEFANTIASE

Parasitose endêmica das regiões tropicais e subtropicais do planeta atingindo


as regiões mais pobres. Nessas regiões, é um problema de saúde pública, com
um número estimado de 120 milhões de portadores. O vetor é um mosquito do
gênero Culex e o homem é o único reservatório. Existem três agentes
etiológicos: Wuchereria bancrofti, Brugia nalayi e B. timori. Nas Américas, a
doença é causada somente pela Wuchereria bancrofti, nematodeo que vive nos
vasos linfáticos dos indivíduos infectados. É conhecida também como filariose
de Bancrofti ou elefantíase, devido a uma das manifestações na fase crônica,
que ocasiona o aumento excessivo do órgão afetado, similar a uma pata de
elefante. O parasito possui quatro formas diferentes: verme adulto macho,
verme adulto fêmea, microfilárias (que circulam no sangue periférico no
homem) e larvas (encontradas no inseto vetor). É uma parasitose que não se
transmite de pessoa a pessoa.

Transmissão: Pela picada dos mosquitos transmissores com larvas


infectantes. No Brasil, o Culex quinquefasciatuse o principal transmissor. Em
geral, as microfilárias tem periodicidade para circular no sangue periférico,
sendo mais detectada a noite, entre as 23h e 1h. Não é uma doença
transmitida de pessoa a pessoa. O ciclo biológico ocorre assim: um inseto
transmissor pica um homem infectado com microfilaremia e a transmite a outro
indivíduo, após a maturação das microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a
14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia pode durar de 5 a 10 anos.

Sintomas: Podem existir indivíduos assintomáticos. Os casos sintomáticos


apresentam os seguintes sintomas: febre recorrente aguda, astenia, dores
musculares, fotofobia, urticárias, pericardite, cefaleia, infecção dos gânglios
linfáticos. Em casos mais graves os indivíduos apresentam hidrocele (acúmulo
de água nos testículos), quiluria (aparecimento de gordura na urina), aumento
exagerado de membros (daí o nome elefantíase), mamas, órgãos genitais e
asma.

Diagnóstico: Como rotina de diagnóstico, é realizada a pesquisa de


microfilária no sangue circulante (método de gota espessa). Em casos
específicos, pode ser feita pesquisa no líquido ascítico (líquido no abdômen),
pleural, sinovial, cefalorraquidiano (LCR ou líquor), urina, gânglios. Fora da
rotina, pode ser peito pesquisa do verme adulto no sistema linfático, genitália
ou outras lesões. Para pesquisa de antígenoscirculantes, pode-se realizar teste
de ELISA ou imunocromatográficos. Pode ser indicada nos homens a
ultrassonografia da bolsa escrotal e nas mulheres a ultrassonografia da mama
ou região inguinal e axilar.

Tratamento: As drogas mais utilizadas são: Dietilcarbamazina (DEC) e


Ivermectina (IVM), ou uma associação de ambas.
Prevenção: Uma das medidas de controle adotadas é a redução do mosquito
vetor, através de biocidas, instalação de mosquiteiros ou cortinas impregnadas
com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; utilização
de inseticidas no interior das residências; informar às comunidades das áreas
afetadas, sobre a doença e as medidas que podem ser adotadas para sua
redução/eliminação; identificação dos criadouros potenciais; e tratamento em
massa para as populações humanas que residem nos focos.

Enterobíase (Oxiuriase)

Doença causada pelo nematódeo Enterobius vermiculares ou Oxyurus


vermiculares. Possui distribuição geográfica mundial, mas tem incidência maior
nas regiões de clima temperado. Acredita-se que esta verminose tenha sido
originada no continente africano, dispersando-se com as migrações ocorridas
no passado para outros continentes. Essa helmintose tem alta prevalência nas
crianças em idade escolar e é de transmissão eminentemente doméstica ou de
ambientes coletivos fechados.

Os fatores responsáveis por essa situação é que as fêmeas do verme eliminam


grande quantidade de ovos na região perianal. Os ovos em poucas horas se
tornam infestantes, podendo atingir os hospedeiros por vários mecanismos
(direto, indireto, retro infestação, etc.). Os ovos são muito resistentes e
conseguem resistir até três semanas em ambientes domésticos. Somente a
espécie humana alberga o Enterobius vermiculares.

Os ovos deste parasita são incolores, transparentes e possuem aspecto


assimétrico, um dos lados é achatado e o outro é convexo, com as
extremidades arredondadas. Possuem membrana dupla, lisa e transparente.
Quando encontrados nas fezes, o ovo já encerra um embrião, que em poucas
horas se transforma em larva (é infestante). A larva ocupa a cavidade interior e
é móvel, podendo adotar diversas posições.

Os vermes adultos caracterizam-se por serem pequenos, cilíndricos, afilado, de


cor esbranquiçada. Apresentam duas expansões vesiculosas lateralmente à
boca, denominadas aletas cervicais ou asas cefálicas. Apresentam dimorfismo
sexual, onde a fêmea é maior, medindo cerca de 1 cm, com cauda longa e
pontiaguda. Já o macho é menor, medindo cerca de 3 a 5 mm, e apresenta
cauda recurvada ventralmente e com uma espícula copuladora.

Transmissão: da doença é variada. Pode ser de forma direta, onde a criança


ao coçar a região anal, coloca a mão infectada pelo verme na boca. Também
pode acontecer indiretamente pela contaminação da água ou alimento, ao
cumprimentar uma pessoa que esteja com a mão suja contendo ovos do
verme. É muito comum, em ambientes que possuam pessoas que tenha a
doença encontrar ovos do verme em roupas de cama, nas toalhas, no chão e
nos objetos da casa, sendo frequentes as pequenas epidemias entre aqueles
que habitam a mesma residência.
Sintomas: diarréias contendo muco, cólicas abdominais, náuseas, vômitos,
prurido anal intenso (sintoma mais marcante), inflamação da região anal.
Devido às proximidades dos órgãos genitais, o prurido pode levar o indivíduo à
masturbação e erotismo, principalmente em meninas. Existem ainda a
possibilidade de migrar para a vagina, alcançando o útero e determinando
inflamações. Alteração do humor e perturbação do sono, também são sintomas
comuns.

Prevenção: é extremamente importante o hábito de lavar as mãos após usar o


sanitário e principalmente antes de comer ou preparar alimentos. Manter o
corpo asseado, mediante o banho frequente e o uso de roupas limpas, tanto as
do corpo quanto as da cama.

Diagnóstico: é necessário coletar material do ânus, pois o exame de fezes


comum não é útil para detectar o verme. A coleta de material, geralmente, é
feita com a colagem de fita celofane adesiva, método conhecido como fita
gomada.

Tratamento: medicamentos vermífugos como o Pamoato de Pirantel,


Albendazol ou Mebendazol, usados em dose única para eliminar os vermes e
os ovos que infectam o organismo. Ainda é possível de passar uma pomada
anti-helmíntica no ânus, como tiabendazol por 5 dias, o que ajuda a
potencializar o efeito do remédio.

Outra opção é a Nitazoxanida, que atinge ainda outra grande quantidade de


parasitas intestinais, e é usado por 3 dias. Seja qual for o medicamento
utilizado, é recomendado fazer a repetição do tratamento após 2 semanas,
para a eliminação total dos ovos dos vermes.

Pediculose (piolho)

A pediculose, popularmente conhecida como infestações de piolhos, é uma


doença parasitária contagiosa que pode surgir na cabeça, corpo, cílios,
sobrancelhas ou na região dos pêlos pubianos. Como ectoparasitas, os piolhos
vivem no exterior do hospedeiro, utilizando do sangue humano como sua fonte
de nutrição, o que pode causar sensação de coceira e formigamento na região
afetada.
O piolho é pequeno e sem asas, pode ser visto a olho nu e a sua infestação
ocorre do contato direto com o cabelo de uma pessoa infectada ou através de
objetos compartilhados. Nos últimos trinta anos observou-se um aumento
significativo na incidência de casos devido a multiplicação rápida do parasita,
que, ao longo de sua curta vida de trinta a quarenta dias, é capaz de depositar
mais de duzentos ovos.
Crianças em idade escolar são as mais atingidas pelo tipo capilar, com maior
incidência em meninas, mas podem abranger qualquer sexo e idade, inclusive
os adultos.
Tipos de piolhos: Parasitando os seres humanos, existem basicamente três
tipos de piolhos:
Piolhos pubianos: Popularmente conhecidos como “chatos”, os piolhos
pubianos são causados pelos Pthirus pubis e atingem tanto homens quanto
mulheres a partir da puberdade, agarrando-se aos pêlos da região genital o que
faz com que a doença seja considerada uma DST. O parasita pode viver
também nos pelos das coxas, nádegas e parte inferior do abdômen.
Piolhos corporais: Piolhos corporais são causados pelos Pediculus humanus
humanus e frequentes em casos que os hábitos de higiene são precários, onde
se agarram nas roupas do corpo e de cama, infectando o hospedeiro a partir do
tecido.

Piolhos capilares: Causados pelos Pediculus humanus capitis, os piolhos


capilares são os mais comum entre os tipos de piolho e vivem agarrados aos
cabelos e atacam o couro cabeludo, especialmente atrás das orelhas. Em
crianças pequenas podem, às vezes, se desenvolver nas sobrancelhas e cílios.

Causas: Os piolhos são parasitas adquiridos através do contato próximo de


objetos ou pessoas contaminadas, independente de sexo, idade, raça ou classe
social. Em casos de piolhos corporais, a higiene precária é uma causa
essencial.

Lêndea: As lêndeas consistem nos ovos do piolho depositados pelas fêmeas


próximo ao couro cabeludo. Sua cor é semelhante a minúsculos pontos
amarelos e brancos, visualmente parecida com caspa capilar, porém mais
agregadas aos cabelos. São depositadas cerca de dez por dia, com o tempo
médio de oito dias para o nascimento de um novo piolho. Após a eclosão, a
casca permanece presa ao couro cabeludo.

Piolhos adultos e ninfas: Os piolhos adultos vivem cerca de três a quatro semanas,
enquanto as ninfas se tornam adultas em cerca de uma a duas semanas após saírem
do ovo. Os piolhos são pequenos, do tamanho de uma semente de gergelim, possuem
a cor acastanhada ou preta e gostam de se reproduzir em áreas quentes, podendo
sobreviver em até dois dias fora do cabelo até mover-se a um novo hospedeiro.

Transmissão: Os piolhos são mais comuns em ambientes aglomerados e se


espalham facilmente. A transmissão ocorre de maneira semelhante às causas,
como:

• Contato com uma pessoa que possua piolhos, como colegas de


trabalho, colegas escolares ou que dividem a mesma casa;
• Partilha de objetos de uso capilar, como chapéus, escovas, tiaras,
entre outros;
• Partilha de roupas e roupas de cama infestadas. Se guardá-las
antes de exterminar os piolhos a propagação do parasita será
auxiliada;
• No caso de piolhos pubianos, contato íntimo entre as regiões
pubianas durante o ato sexual.

Quanto a transmissão de piolhos, é importante salientar:

• Piolhos de humanos são incapazes de infectar animais de


estimação ou serem transmitidos por eles;
• Piolhos capilares não são sinais de falta de higiene, pois estes são
contraídos a partir do contato próximo independente dos cuidados
com os cabelos;
• Piolho não é transmitido sem contato, pois este não voa ou pula.

Grupos de risco: As crianças entre 3 a 12 anos que vão para creche, pré-
escola e escola primária são as principais preocupações, principalmente por
parte de seus pais. Crianças desta idade costumam brincar muito perto e ter
mais contatos capilares, como através da divisão de objetos entre os amigos.
Em geral, os piolhos causam cócegas, pela sensação de algo se movendo
acima da pele, e coceiras intensas, reação da saliva liberada quando o parasita
se alimenta do hospedeiro. Casos intensos geram dificuldade para dormir e
manchas vermelhas provenientes dessas coceiras. É possível a contaminação
de piolhos não acompanhada de sintomas, como em crianças que não reportam
queixas de coceira.

Diagnóstico: Com o uso de um pente fino e boa iluminação é possível detectar


a existência de piolhos, devendo estar alerta mesmo com uma única lêndea
encontrada. O diagnóstico de uma infestação de piolhos deverá ser confirmado
após encontrar uma ninfa ou piolho adulto vivo, caso contrário, provavelmente a
infestação não está mais ativa e não precisará ser tratada. Se você não tem
certeza quanto a infestação de piolhos, deverá efetuar o diagnóstico com o
médico especializado, que recolherá informações dos sintomas e do ambiente
de convivência que o paciente está incluído.

Tratamento: O tratamento para piolho pode ser feito a partir de shampoos,


cremes e loções inseticidas, em maioria adquiridos direto na farmácia. Métodos
caseiros também são indicados, principalmente a crianças, por não serem
tóxicos. Independente do método de tratamento escolhido, deve-se seguir as
seguintes orientações:

• A remoção das lêndeas e piolhos pode ser realizada com uma


pinça ou pente fino;
• Piolhos ou lêndeas nunca devem ser estourados com a unha, pois
caso tenha alguma ferida nos dedos você pode contrair algum tipo
de infecção;
• Os cuidados do tratamento devem ser seguidos até ter certeza
que não há mais a presença de nenhum piolho ou lêndea.

Remédios para piolhos: Algumas substâncias usadas incluem:


• Deltametrina;
• Permetrina;
• Piretrina;
• Malathion;
• Lindano.

Os medicamentos mais usados para tratar piolhos são:

• Ivermectina: medicamento antiparasitário de via oral, para casos


graves;
• Dimeticona: silicone que imobiliza o piolho provocando asfixia
e desidratação. Obstrui os orifícios respiratórios combatendo e
prevenindo seu aparecimento. Não é eficaz para lêndeas. Pode
ser utilizado por crianças, grávidas e lactantes;
• Octano-1,2-diol: álcool que ataca e envolve os piolhos, que secam
por dentro e morrem;
• Óleo de coco: bloqueia a respiração dos piolhos, os levando à
morte.

Shampoos medicinais para piolho:

• Deltacid: shampoo medicinal;


• Escabin: shampoo, loção ou sabonete medicinal.

Para usar o shampoo medicinal, enxague e seque o cabelo antes de aplicar o


medicamento no couro cabeludo. Deixe o produto em torno de 10 minutos
agindo e, em seguida, enxágue-o.

Deve-se verificar se há piolhos ou lêndeas em torno de 8 a 12 horas. Se


encontrar piolhos vivos, deve repetir a aplicação após uma semana de uso. Se
o problema ainda persistir, converse com seu médico para indicar outro
tratamento.

Remédios caseiros para piolho

Vinagre e azeite

Em grávidas, lactantes e crianças com menos de dois anos não é indicado o


uso de substâncias com inseticida. Nestes casos, indica-se extrair os piolhos
com um pente fino molhado. O processo é demorado e o vinagre ou azeite
podem ser utilizados para ajudar na remoção.

Aqueça o vinagre ou azeite até ficar morno e misture-o com o condicionador ou


água, aplique e abafe com uma touca de plástico. O processo irá dissolver a
camada que envolve as lêndeas, impedindo a fixação no fio do cabelo. Este
método não matará os parasitas, somente irá facilitar a retirada deles com o
pente fino.
Chá de Arruda

O chá de arruda elimina os piolhos e ajuda acalmar a coceira no couro


cabeludo.

• 40 g de folhas de arruda;
• 1 litro de água fervente.

Modo de preparo e uso:

1. Colocar as folhas de arruda na água fervente e deixar em infusão


por 10 minutos;
2. Aplicar o chá ainda morno nos cabelos e deixar agir por 30
minutos;
3. Lavar com shampoo neutro;
4. Com os fios ainda molhados, passar o pente fino para remover os
piolhos mortos e as lêndeas.

Citronela

O aroma intenso do spray de citronela afasta os insetos, incluindo os piolhos.

• 150 ml de glicerina líquida;


• 150 ml de tintura de citronela;
• 350 ml de álcool;
• 350 ml de água.

Modo de preparo e uso:

1. Misturar os ingredientes e fechar bem o recipiente;


2. Aplicar no couro cabeludo e deixar agir por alguns minutos.

Óleos

Aplique um dos seguintes óleos em proporções iguais em todo o couro


cabeludo e deixe-o agir durante a noite:

• Óleo de lavanda;
• Óleo de hortelã-pimenta;
• Óleo de eucalipto.

Pela manhã, lave o cabelo com um shampoo para cabelos oleosos.

Álcool canforado

Borrife o álcool canforado em todo o cabelo para evitar infestações de piolhos.


Escabiose:

A Sarna ou escabiose, é uma doença de pele contagiosa causada por um


parasita, o ácaro Sarcoptes scabiei, que se aloja no hospedeiro e ali se
reproduz. Estes ácaros não vivem mais de três dias longe da pele humana, isso
porque se alimentam das proteínas da pele, principalmente da queratina. Mas,
uma vez alojados na pele, podem viver até dois meses. Ela pode afetar
indivíduos de qualquer sexo e faixa etária, porém é mais comum em crianças. É
uma das três doenças de pele mais comuns nessa faixa etária, juntamente com
a micose e infecções bacterianas. Também pode se localizar em qualquer parte
do corpo, mas as áreas mais comuns são entre os dedos das mãos e pés, ao
redor dos pulsos e cotovelos, nas axilas, na dobra dos joelhos e ao redor da
cintura. Nas crianças pequenas e bebês é mais comum que a doença se
prolifere nas regiões da cabeça, pescoço e palmas das mãos. A doença nada
tem a ver com limpeza, pois ela se prolifera principalmente nas zonas sem
acesso a água, em climas tropicais e em áreas de grande multidão. Desde
2010, a escabiose vem afetando aproximadamente 100 milhões de pessoas
(1,5% da população mundial).
A sarna que se desenvolve em animais, conhecida como sarna sarcóptica, é
diferente da desenvolvida nos seres humanos pois os ácaros de ambas são
ligeiramente diferentes. Portanto, um animal não pode transmitir sarna para um
ser humano, e vice e versa.

Causas: é causada por um ácaro, Sarcoptes scabiei, que se aloja sob a pele do
hospedeiro e ali se reproduz. Os ovos demoram entre 3 a 4 dias para eclodir e
as larvas recém-nascidas fazem seu caminho da epiderme até a superfície da
pele, onde amadurecem e se espalham para outras áreas do corpo. Conforme
eles se movem, vão deixando para trás as suas fezes, que criam lesões lineares
na pele. A doença é resultado de uma reação alérgica contra o ácaro, seus ovos
e as fezes, e ela causa coceiras intensas e borbulhas, como erupções cutâneas.

Transmissão: a sarna é altamente contagiosa e é transmitida através do


contato físico entre pessoas. Os casos mais comuns são de familiares que
vivem na mesma casa ou durante a atividade sexual. Também pode ser
transmitida facilmente em lugares de grande multidão, os exemplos mais
comuns são: exército, lares para idosos, creches, presídios e instituições de
acolhimento para crianças. O contato que crianças e adolescentes têm na
escola não costuma ser suficiente para transmitir a sarna, mas ainda assim
podem haver riscos.
É chamado de escabiose crostosa quando os ácaros se proliferam em grande
quantidade pelo corpo, e essa é a forma mais crítica da doença e geralmente
está relacionada com a imunossupressão. Nesse caso, a transmissão fica ainda
mais provável, podendo ocorrer em contatos breves, como apertos de mão ou
até através de vestimentas, objetos e roupas de cama.

A sarna também pode ser transmitida de um indivíduo para outro mesmo que o
hospedeiro ainda não tenha desenvolvido nenhum sintoma da doença.
Sintomas: Após entrar em contato com a sarna, caso nunca tenha passado
pela doença antes, os sintomas podem demorar até 6 semanas para
aparecerem. Caso o indivíduo já tenha tido a doença antes, os sintomas podem
surgir em até 4 dias.

• Coceira, geralmente intensa e que piora no período noturno;


• Presença de pápulas e lesões, como pontinhos ou bolinhas com
relevo, que surgem principalmente nas dobras da pele.

As áreas mais comuns para surgir as pápulas são:

• Cintura;
• Cotovelos;
• Dedos das mãos e pés;
• Punhos;
• Axilas;
• Parte inferior das nádegas;
• Em homens, podem surgir na região genital;
• Em mulheres, podem aparecer também nos seios.

Escabiose crostosa (ou sarna norueguesa): Forma mais grave da sarna, se


desenvolve quando o organismo do hospedeiro tem um sistema imunológico
fraco, geralmente devido a alguma condição médica ou a alta idade.
Nesse caso, os sintomas mais comuns são crostas espalhadas pela pele, que
tendem a ser duras, com aparência acinzentada e quebra facilmente quando
tocada. Elas nem sempre causam coceira e podem surgir em mais de uma
região do corpo, como couro cabeludo, costas e pés.
Por se desenvolver em indivíduos com baixo sistema imunológico, a escabiose
crostosa se multiplica com maior facilidade e em uma velocidade maior.

Escabiose em bebês e crianças: Quando ocorre em crianças, os sintomas


são os mesmo, coceiras e lesões na pele como pontinhos ou bolinhas. Mas as
áreas mais comuns de surgimento dessas lesões são:

• Cabeça;
• Rosto;
• Pescoço;
• Mãos;
• Sola dos pés.

Bebês quando desenvolvem a doença são geralmente muito irritáveis, insones e


apresentam falta de apetite. Crianças também ficam irritáveis e a coceira pode
mantê-los acordados a noite.

Diagnóstico: O diagnóstico da sarna pode ser feito através de um exame físico,


onde ele irá inspecionar as áreas afetadas. Caso ainda não haja sinais da
doença, o médico pode colher uma pequena amostra de pele, a qual será
examinada para confirmar a presença da bactéria ou seus ovos.
Tratamento: é simples e feito basicamente através de medicamentos, alguns
cremes e loções dermatologicamente testadas que tem como objetivo acabar
com a infestação pelo parasita. Geralmente, o paciente aplica o medicamento
sobre o corpo após o banho, por alguns dias, deixando agir naturalmente
durante a noite e retirando-o no dia seguinte. É importante que a aplicação seja
repetida após 7 dias, para combater os ácaros provenientes dos ovos que ainda
não haviam eclodido durante a primeira aplicação.

Os medicamentos são:

• Benzoato de benzila;
• Ivermectina;
• Permetrina;
• Lindano;
• Crotamiton (Eurax);
• Malathion.

A permetrina geralmente é recomendada como tratamento inicial contra a sarna,


porém pode lhe causar alguns efeitos colaterais, alguns deles são:

• -Irritação na pele;
• Dormência;
• Sensação de formigamento;
• Ardência durante a aplicação.

Para tratar a sarna em gestantes, deve-se utilizar enxofre diluído em petrolatum.

Remédio caseiro

Realizar banhos quentes de 2 a 3 vezes por dia, com shampoo e sabonete


neutro, pode evitar o crescimento dos ácaros.

Também existem formas de auxiliar no alívio da coceira, como:

• Fazer massagens com azeite de oliva para acalmar a pele;


• Fazer compressas de chá de fumária: 2 colheres de chá de folhas
secas fervidas em água, após 10 minutos de repouso, mergulhar o
pano no chá e aplicar sobre as áreas afetadas.

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