Tutorial 04
Tutorial 04
Tutorial 04
Termorreceptores Detectam alterações da temperatura, podendo ser receptores que detectam o frio
e ao calor – Adaptação lenta
Receptor de frio: Fibras A – delta (mielinizadas e fina)
Receptor de calor: Fibras C (não mielinizadas)
Nociceptores (receptores da dor) Detectam danos físicos
ou químicos que ocorrem nos tecidos;
Primeira dor: Fibras A- delta (dor rápida)
Segunda dor: Fibras C (dor lenta)
Receptores eletromagnéticos detectam a luz que incide na
retina dos olhos
Quimiorreceptores Detectam o gosto na boca, o cheiro no nariz, o nível de oxigênio no sangue
arterial, a osmolalidade dos líquidos corpóreos, a concentração de dióxido de carbono e outros fatores que
compõem a química do corpo.
Outra classificação de receptores
1- Exteroceptivo: contato da pele
É composto pelos Mecanorreceptores, termorreceptores e nocirreceptores
2- Propriocepção: posição e movimento
Presente em músculos, tendões e articulações
3- Enterocepção: estado interno
Visceral ( ex: distensão intestinal)
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Pelos efeitos da radiação eletromagnética, tais como a luz no receptor visual da retina que,
direta ou indiretamente, alteram as características da membrana do receptor e permitem que os
íons fluam pelos canais da membrana.
Em todos os casos, a causa básica da alteração no potencial de membrana é a alteração da
permeabilidade da membrana do receptor que permite que os íons se difundam mais ou menos
prontamente através da membrana, alterando, desse modo, o potencial transmembrana.
Amplitude Máxima do Potencial Receptor.
A amplitude máxima da maioria dos potenciais receptores sensoriais é
cerca de 100 milivolts, porém esse nível ocorre apenas com estímulo
sensorial de intensidade extremamente elevada (permeabilidade máxima
aos íons sódio)
]Relação do Potencial Receptor com os Potenciais de Ação.
Quando o potencial receptor se eleva acima do limiar, ocorre o potencial
de ação. Quanto mais o potencial receptor se eleva acima do limiar, maior
fica a frequência dos potenciais de ação na fibra aferente.
POTENCIAL RECEPTOR DO CORPÚSCULO DE PACINI — EXEMPLO DA FUNÇÃO DO RECEPTOR
O corpúsculo de Pacini contém uma fibra nervosa que se
estende por toda a sua região central. Circundando essa fibra
nervosa central existem camadas capsulares, de modo que
qualquer pressão exercida, em qualquer região externa do
corpúsculo vai alongar, comprimir ou deformar de alguma
maneira a fibra central.
A terminação da fibra central na cápsula é amielínica, porém a
fibra fica mielinizada (a bainha azul mostrada na figura) um
pouco antes de deixar o corpúsculo e entrar em nervo
sensorial periférico.
Mecanismo pelo qual um potencial receptor é produzido no corpúsculo de Pacini:
Outra característica de todos os receptores sensoriais é que eles se adaptam, parcial ou completamente, a
qualquer estímulo constante depois de certo período. Ou seja,
quando estímulo sensorial contínuo é aplicado, o receptor
responde inicialmente com alta frequência de impulsos, seguida
por frequência progressivamente menor e, por fim, por frequência
de potenciais de ação muito baixa ou, em geral, cessam os
impulsos.
O corpúsculo de Pacini se adapta muito rapidamente, os
receptores da base dos pelos se adaptam em mais ou menos 1
segundo, e alguns receptores da cápsula articular e do fuso
muscular se adaptam lentamente.
Alguns receptores sensoriais se adaptam de modo maior que
outros -- > os corpúsculos de Pacini se adaptam até a “extinção” em alguns centésimos de segundo, e os
receptores nas bases dos pelos se adaptam até a extinção em um segundo ou mais. É provável que todos
os outros mecanorreceptores acabem, por fim, se adaptando quase que completamente, porém, alguns
necessitam de horas ou dias, sendo chamados de receptores que “não se adaptam”. O tempo mais longo
medido para a adaptação quase completa de mecanorreceptor é cerca de 2 dias, que é o tempo de
adaptação para muitos barorreceptores dos corpos carotídeos e aórticos. Alguns dos outros receptores
que não os mecanorreceptores — os quimiorreceptores e os receptores para dor, por exemplo —
provavelmente nunca se adaptam por completo
Mecanismos pelos quais os Receptores se Adaptam.
Os mecanismos de adaptação do receptor são diferentes para cada tipo de receptor. No caso dos
mecanorreceptores, o corpúsculo de Pacini possui duas formas de adaptação:
No primeiro caso, devido ao corpúsculo de Pacini apresentar uma estrutura viscoelástica, quando
uma força de compressão é aplicada rapidamente de um lado do corpúsculo, essa força gera um
potencial receptor que em alguns centésimos cessa em virtude da redistribuição do líquido no
interior do corpúsculo. Dessa forma, o potencial receptor aparece no início da compressão, porém
desaparece rapidamente, mesmo que a compressão continue.
O segundo mecanismo de adaptação do corpúsculo de Pacini muito mais lento é a acomodação,
que ocorre na própria fibra nervosa, isto é, mesmo quando a fibra nervosa central continua a ser
deformada, a terminação da fibra nervosa gradualmente passa a ser “acomodada” ao estímulo.
Isso resulta provavelmente da “inativação” progressiva dos canais de sódio
Os Receptores de Adaptação Lenta Detectam Estímulos de Intensidade Contínua — Receptores
“Tônicos”. Os receptores de adaptação lenta continuam a transmitir impulsos para o sistema nervoso
central durante todo o tempo em que o estímulo estiver presente (ou pelo menos por muitos minutos ou
horas). Assim, eles mantêm o sistema nervoso central informado constantemente sobre o estado do corpo
e sua relação com o meio ambiente. Outros receptores de adaptação lenta incluem:
(1) receptores da mácula no aparelho vestibular
(2) receptores da dor
(3) barorreceptores do leito arterial
(4) quimiorreceptores dos corpos carotídeo e aórtico.
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Como os receptores de adaptação lenta podem continuar a transmitir informações por muitas horas, até
mesmo dias, eles são chamados receptores tônicos
Os Receptores de Adaptação Rápida Detectam Alterações da Intensidade do Estímulo — Os
“Receptores de Taxa de Variação”, “Receptores de Movimento” ou “Receptores Fásicos”.
Os receptores que se adaptam rapidamente, não podem ser usados para transmitir sinal contínuo, porque
esses receptores são estimulados apenas quando a força do estímulo se altera. Por isso, esses receptores
são chamados receptores de transição do estímulo, receptores de movimento ou receptores
fásicos. No caso do corpúsculo de Pacini, uma pressão súbita aplicada aos tecidos excita esse receptor
por alguns milissegundos e, em seguida, essa excitação termina mesmo que a pressão continue.
Entretanto, mais tarde, ele transmite novamente um sinal quando a pressão é liberada. Logo, o corpúsculo
de Pacini é extremamente importante para informar ao sistema nervoso sobre as deformações teciduais
rápidas, porém é inútil para a transmissão de informações sobre as condições constantes do corpo.
Função Preditiva dos Receptores de Taxa de Variação.
Se a velocidade com que ocorre alguma alteração nas condições do organismo for conhecida, pode-se
prever quais serão essas condições em alguns segundos, ou, até mesmo, alguns minutos mais tarde.
Ex: receptores dos canais semicirculares no aparelho vestibular do ouvido interno detectam a velocidade
com que a cabeça começa a mudar de direção quando alguém está correndo em uma curva. Usando essa
informação, a pessoa pode predizer quanto ela terá de virar nos próximos 2 segundos e pode, assim,
ajustar o movimento das pernas, antecipadamente, para evitar a perda do equilíbrio
Classificação Geral das Fibras Nervosas.
Na classificação geral, as fibras são divididas nos tipos A e C, e as fibras tipo A são ainda subdivididas em
fibras a, b, g e d.
As fibras tipo A são fibras mielinizadas de calibres grande e médio dos nervos espinais.
As fibras tipo C são fibras nervosas finas e amielínicas, que conduzem impulsos com baixa
velocidade. Elas constituem mais da metade das fibras sensoriais na maioria dos nervos
periféricos, bem como em todas as fibras autônomas pós-ganglionares.
Velocidade de condução
As fibras mielinizadas grossas podem transmitir impulsos com velocidades tão altas quanto 120
m/s, distância que é maior que um campo de futebol que é percorrida em 1 segundo.
Já as fibras mais delgadas transmitem impulsos tão lentamente quanto 0,5 m/s, sendo necessários
cerca de 2 segundos para ir do grande artelho (hálux) do pé até a medula espinal.
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Somação Temporal.
O outro modo de transmitir sinais com intensidades crescentes é aumentando
a frequência dos impulsos nervosos em cada fibra, o que é chamado
somação temporal. A Figura 47-8 demonstra esse fenômeno, mostrando, na
parte superior, as alterações da intensidade do sinal e, na parte inferior, os
impulsos transmitidos pela fibra nervosa.
São em milhares a milhões, uns com poucos e outros com muitos neurônios, podendo ser: córtex
cerebral, núcleos de base, hipotálamo, cerebelo, mesencéfalo, ponte, bulbo.
Muitos princípios são semelhantes entre eles, outros se diferem, dando a multiplicidade de funções do
sistema nervoso.
TRANSMISSÃO DE SINAIS PELOS GRUPAMENTOS NEURONAIS
Organização dos Neurônios para a Transmissão de Sinais.
Dois tipos de circuitos inibitórios em áreas encefálicas extensas ajudam a evitar a disseminação excessiva
de sinais:
1- Circuitos inibitórios de feedback que retornam das terminações das vias de volta para os
neurônios excitatórios iniciais das mesmas vias (esses circuitos ocorrem em praticamente todas as
vias sensoriais e inibem tanto os neurônios aferentes quanto os interneurônios da via sensorial,
quando as terminações sensoriais são excessivamente excitadas);
2- Alguns grupamentos neuronais que exercem controle inibitório difuso sobre amplas áreas do
encéfalo (p. ex., muitos dos núcleos da base exercem influências inibitórias sobre os sistemas de
controle dos músculos).
FADIGA SINÁPTICA COMO MEIO DE ESTABILIZAR O SISTEMA NERVOSO
A transmissão sináptica fica progressivamente mais fraca quanto mais
prolongado e mais intenso for o período de excitação.
Ajuste Automático a Curto Prazo da Sensibilidade da Via pelo
Mecanismo de Fadiga.
sola do pé e até mesmo a sensação de equilíbrio (que é frequentemente considerada como sentido
“especial”, e não modalidade sensorial somática).
As sensações viscerais são as provenientes das vísceras; esse termo se refere usualmente às
sensações provenientes dos órgãos internos.
As sensações profundas são as provenientes dos tecidos profundos, tais como fáscias, músculos e
ossos. Essas sensações incluem, principalmente, a pressão “profunda”, a dor e a vibração.
2- O sistema anterolateral.
Após entrarem na medula pelas raízes nervosas dorsais, fazem sinapse com a substância cinzenta,
cruzando a medula e subindo pelo lado oposto, terminando em todos os níveis de tronco cerebral e
tálamo. Composto por fibras mielinizadas mais finas, com velocidade até 40 m/s. Possui organização
espacial menor, logo, informações que não precisam ser transmitidas rapidamente ou com precisão
espacial, vão por essa via. Possui alto espectro de transmissão de sensações (dor, calor, frio, tato). O
cruzamento da informação ocorre na medula
Ao entrar na medula espinal, pelas raízes dorsais dos nervos espinais, as fibras mielinizadas grossas,
trazendo informações de mecanorreceptores
especializados, se dividem para formar o ramo
medial e o ramo lateral,
1- O ramo medial se dirige, em primeiro lugar,
medialmente e, em seguida, para cima pela
coluna dorsal por todo o trajeto até o
encéfalo.
2- O ramo lateral entra no corno dorsal da
substância cinzenta da medula espinal e,
após, se divide muitas vezes, dando origem
aos terminais que fazem sinapse com
neurônios locais nas porções intermediária e
anterior da substância cinzenta da medula
espinal. Esses neurônios locais, por sua vez,
apresentam três funções:
1. A maior parte deles origina
fibras que penetram nas colunas
dorsais da medula espinal para
ascender até o encéfalo.
2. Muitas dessas fibras são bem
curtas e terminam localmente na
substância cinzenta da medula espinal, e são responsáveis por desencadear os reflexos
medulares locais.
3. Outras dão origem aos tratos espinocerebelares.
Via da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial.
As fibras nervosas que entram nas colunas dorsais seguem sem interrupção até a porção dorsal do bulbo,
onde fazem sinapse com os núcleos da coluna dorsal (os núcleos grácil e cuneiforme). Esses núcleos
originam os neurônios de segunda ordem, que cruzam imediatamente para o lado oposto do tronco
cerebral e ascendem pelos lemniscos mediais até o tálamo. Nesse trajeto, pelo tronco cerebral, os
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lemniscos mediais recebem fibras adicionais, provenientes dos núcleos sensoriais do nervo trigêmeo;
essas fibras conduzem as mesmas informações sensoriais que as fibras da coluna dorsal, as primeiras,
provenientes da cabeça, e as últimas, provenientes do corpo. No tálamo, as fibras do lemnisco medial
terminam na área de retransmissão sensorial talâmica, chamada complexo ventrobasal. Do complexo
ventrobasal, fibras nervosas de terceira ordem se projetam, em sua maior parte, para o giro pós-central do
córtex cerebral, que é referido como área somatossensorial primária. Essas fibras também se projetam
para uma área menor, no córtex parietal lateral, chamada área somatossensorial secundária.
Orientação Espacial das Fibras Nervosas no Sistema da Coluna
Dorsal–Lemnisco Medial
Coxa
Tórax
Pescoço
Ombro
Mão
Dedos
Língua
Intra-abdominal
A área somatossensorial II é mais pobre em localização:
Perna
Braço
Face
Muito pouco se sabe sobre a função da área somatossensorial II. Sabe-se que os sinais entram nessa
área vindos do tronco cerebral, conduzindo informações de
ambos os lados do corpo. Além disso, muitos sinais provêm
secundariamente da área somatossensorial I, como também de
outras áreas sensoriais corticais, como as áreas visuais e
auditivas. Projeções da área somatossensorial I são
necessárias para a função da área somatossensorial II.
Entretanto, a remoção de partes da área somatossensorial II
não tem efeito aparente sobre a resposta dos neurônios da
área somatossensorial I.
Orientação Espacial dos Sinais Provenientes de Diferentes
Partes do Corpo na Área Somatossensorial I.
A área somatossensorial I se situa atrás da fissura central,
localizada no giro pós-central do córtex cerebral humano (nas
áreas de Brodmann 3, 1 e 2). Cada lado do córtex recebe,
quase exclusivamente, informações sensoriais vindas do lado
oposto do corpo. Algumas áreas do corpo são representadas
por grandes áreas no córtex somático — a área dos lábios é a maior de todas, seguida pela da face e do
polegar — enquanto o tronco e a parte inferior do corpo são representados por áreas relativamente
pequenas. As dimensões dessas áreas são diretamente proporcionais ao número de receptores sensoriais
especializados, em cada área periférica respectiva do corpo.
Camadas do Córtex Somatossensorial e suas Funções
Há 6 camadas de neurônios no córtex cerebral, começando com a
camada I, próxima da superfície, e estendendo-se
progressivamente para regiões mais profundas, até a camada VI.
Os neurônios das diversas camadas realizam funções diferentes.
Algumas destas funções são:
Os sinais sensoriais aferentes excitam inicialmente os
neurônios da camada IV; em seguida, o sinal se espalha em
direção à superfície do córtex e também em direção às
camadas mais profundas.
2. As camadas I e II recebem sinais aferentes inespecíficos
e difusos, provenientes dos centros subcorticais, que
facilitam regiões específicas do córtex. Essas aferências
controlam principalmente o nível geral de excitabilidade das
respectivas regiões estimuladas.
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3. Os neurônios das camadas II e III enviam axônios para áreas relacionadas no lado oposto do
córtex cerebral, pelo corpo caloso.
4. Os neurônios das camadas V e VI enviam axônios para estruturas encefálicas profundas. Os
neurônios da camada V são geralmente maiores e se projetam para áreas mais distantes, tais
como os gânglios da base, o tronco cerebral e a medula espinal, onde controlam a transmissão de
sinais. Da camada VI, número especialmente grande de axônios se projeta para o tálamo, levando,
assim, sinais do córtex cerebral que interagem e ajudam a controlar os níveis de excitação dos
sinais sensoriais aferentes que entram no tálamo
I, camada molecular; II, camada granular externa; III, camada de células piramidais pequenas; IV, camada
granular interna; V, camada de células piramidais grandes; e VI, camada de células fusiformes ou polimórficas.
O Córtex Sensorial É Organizado em Colunas Verticais de Neurônios; cada Coluna Detecta um
Ponto Sensorial Diferente sobre o Corpo com uma Modalidade Sensorial Específica
Modalidade Sensorial Específica
Estas colunas estão dispostas nas 6 camadas do córtex.
Cada uma possui 0,3 a 0,5 mm, possuindo cerca de 10.000 corpos celulares neuronais.
Cada coluna relaciona-se a uma modalidade sensorial específica. Algumas colunas respondem aos
receptores de estiramento em torno das articulações. Algumas respondem a estímulos táteis e
outras a pontos de pressão.
Na camada IV, aonde os sinais chegam às colunas praticamente agem independentes entre si, já
nas outras colunas há interação entre as colunas.
Na área sensorial próximo ao córtex motor, há grande número de neurônios que respondem a
estímulos de músculos, tendões e articulações, sendo importantes na resposta motora.
Quanto mais posterior, maior o número de neurônios que respondem a estímulos lentos e
cutâneos. Mais posterior ainda, a resposta é para estímulos profundos.
Na parte mais posterior, cerca de 6% das colunas verticais só respondem quando há estímulo para
sensações cutâneas de alta sensibilidade, estando próxima da área de associação
somatossensorial.
Funções da Área Somatossensorial I
Retirada de ampla área de excitação bilateral dessa área provoca a perda de:
1. Incapacidade de localizar sensações em diferentes partes do corpo, apenas grosseiramente,
relacionadas às áreas de tronco cerebral, tálamo e outras áreas do córtex.
2. Incapacidade de distinguir diferentes graus de pressões sobre o corpo.
3. Incapacidade em avaliar peso de objetos.
4. Estereognosia: incapacidade de avaliar contornos e formas de objetos.
5. Incapacidade de avaliar texturas de objetos.
As sensações de dor e térmicas ainda são preservadas, mas estas ficam mal localizadas.
ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO SOMATOSSENSORIAL
As áreas corticais 5 e 7 de Brodmann, localizadas no córtex parietal, atrás da área somatossensorial
desempenham papéis importantes na interpretação dos significados mais profundos da informação
sensorial entre as áreas somatossensoriais. Assim, essas áreas são chamadas áreas de associação
somatossensoriais. O estímulo dessa área pode dar a sensação corporal complexa, com a sensação de
determinado objeto. Assim, essa área utiliza informações de outras áreas corticais para o estímulo
sensorial.
Isso pode ser mostrado pelas regiões de onde recebe sinais:
1. Área somatossensorial I.
2. Núcleos ventrobasais do tálamo.
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3. Córtex visual.
4. Outras áreas do tálamo.
5. Córtex auditivo.
Efeito da Remoção da Área de Associação Somatossensorial — Amorfossíntese. Quando a área de
associação somatossensorial é removida de um dos lados do cérebro, a pessoa perde a capacidade de
reconhecer objetos e formas complexas, percebidos no lado oposto do corpo. Além disso, ela perde a
maioria das sensações da forma de seu próprio corpo ou de partes do corpo do lado oposto. De fato, a
pessoa não percebe o lado oposto do corpo — isto é, ela esquece que está lá. Portanto, ela também
esquece, frequentemente, de usar o outro lado para as funções motoras.
Essa deficiência sensorial complexa é chamada amorfossíntese
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA TRANSMISSÃO E DA ANÁLISE DOS
SINAIS NO SISTEMA DA COLUNA DORSAL–LEMNISCO MEDIAL
Circuito Neuronal Básico no Sistema da Coluna Dorsal– Lemnisco
Medial.
Cada estágio sináptico sofre divergência de sinal. Os neurônios corticais
descarregam com maior intensidade – parte mais central do campo cortical
para cada respectivo receptor. Estímulos fracos descarregam apenas
neurônios centrais. Com estímulos mais intensos cada vez mais neurônios
periféricos também geram sinais, porém, os neurônios centrais também
descarregam, com maior frequência.
Discriminação de Dois Pontos.
A análise de discriminação tátil é realizada pela “discriminação de dois pontos”. Duas agulhas estimulam
áreas da pele, sendo referido se o paciente percebe apenas 1 ou 2 pontos de pressão. De acordo com o
número de receptores táteis, as distâncias entre as agulhas devem ser
diferentes para perceber 2 pontos (1 a 2 mm nos dedos e 30 a 70 mm nas
costas). A emissão do sinal em dois pontos é discriminada com dois picos
separados, que é o que faz com o córtex perceba dois pontos distintos de
estímulo. A capacidade do sistema sensorial, de distinguir a estimulação de
dois pontos, é muito influenciada por outro mecanismo, a inibição lateral.
Efeito da Inibição Lateral (Também Chamada Inibição de Entorno) no
Aumento do Grau de Contraste do Padrão Espacial Percebido.
A inibição lateral, trata-se da sinapse inibitório imediatamente adjacente ao
sinal excitatório, aumentando o contraste do padrão sensorial. A
importância da inibição lateral é que ela bloqueia a disseminação lateral dos
sinais excitatórios e, portanto, aumenta o grau de contraste do padrão
sensorial percebido no córtex cerebral. No caso do sistema da coluna
dorsal, os sinais inibitórios laterais ocorrem em todos os níveis sinápticos —
por exemplo, (1) nos núcleos da coluna dorsal do bulbo; (2) nos núcleos
ventrobasais do tálamo; e (3) no próprio córtex cerebral. Em cada um
desses níveis, a inibição lateral ajuda a bloquear a propagação lateral do sinal excitatório. Como resultado,
os picos de excitação se destacam, e grande parte da estimulação difusa circundante é bloqueada.
Transmissão das Sensações com Alterações Rápidas e Repetitivas.
O sistema da coluna dorsal também é particularmente importante na transmissão de informações
sensoriais que se alteram rapidamente. Com base no registro dos potenciais de ação, esse sistema pode
reconhecer alterações dos estímulos que ocorram em período tão curto quanto 1/400 de um segundo.
Sensação Vibratória.
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Os sinais vibratórios são repetidos rapidamente e podem ser detectados como vibrações de até 700 ciclos
por segundo.
Sinais vibratórios de alta frequência se originam nos corpúsculos de Pacini, na pele e nos tecidos
mais profundos.
Sinais de menor frequência (abaixo de 200 por segundo) podem também se originar nos
corpúsculos de Meissner.
Esses sinais são transmitidos apenas pela via da coluna dorsal. Por essa razão, a aplicação de
vibrações (p. ex., com “diapasão”) em diferentes partes do corpo é ferramenta importante, usada
pelos neurologistas, para testar a integridade funcional das colunas dorsais.
Interpretação da Intensidade do Estímulo Sensorial
A finalidade principal da maioria das estimulações sensoriais é a de informar aos centros superiores
sobre o estado do corpo e do meio ambiente
O corpúsculo de Pacini consegue distinguir variações de intensidade quando elas são de baixa
intensidade, diminuindo gradativamente quanto maior ela for.
Outro mecanismo é por estimulação de número cada vez maior de fibras nervosas, que emitirão o sinal,
além de aumentar a quantidade de estímulos de cada fibra nervosa.
Avaliação da Intensidade do Estímulo Princípio de Weber-Fechner — Detecção da “Proporção” da
Força do Estímulo.
Em meados da década de 1800, Weber, inicialmente, e, em seguida, Fechner, propuseram o princípio de
que as graduações da força do estímulo são discriminadas, aproximadamente, na proporção do logaritmo
da força do estímulo, isto é, a pessoa que já sustente peso de 30 gramas na sua mão pode detectar no
limite aumento adicional de 1 grama no peso, e quando já sustenta 300 gramas, ela pode apenas detectar
aumento de 10 gramas no peso. Assim, nesse caso, a proporção da alteração na força do estímulo,
necessária para a detecção permanecer essencialmente constante, cerca de 1 para 30, que é o que o
princípio logarítmico significa. Para expressar esse princípio matematicamente:
Força do sinal interpretado = Log (Estímulo) + Constante
Esse princípio se aplica as intensidades mais elevadas de sensações visuais, auditivas e cutâneas.
Quanto maior a intensidade sensorial experimentada, maior deve ser sua alteração para ser percebida.
Lei da Potência.
Outra tentativa dos psicofisiologistas para encontrar boa relação matemática é a
fórmula seguinte, conhecida como a lei da potência:
Força do sinal interpretado = K × (Estímulo − k) y
Nessa fórmula, o expoente y e as constantes K e k são diferentes para cada tipo
de sensação. Quando essa relação da lei da potência é colocada em gráfico,
usando-se coordenadas logarítmicas duplas e quando os valores quantitativos
apropriados são encontrados para y, K e k, pode ser obtida relação linear entre a
força do estímulo interpretado e a força real do estímulo dentro de variedade
extensa para quase qualquer tipo de percepção sensorial
SENTIDOS DE POSIÇÃO
Os sentidos de posição são frequentemente também chamados sentidos proprioceptivos. Eles podem ser
divididos em dois subtipos:
(1) sentido de posição estática que significa a percepção consciente da orientação das diferentes partes
do corpo relacionadas entre si; e
(2) sentido de velocidade do movimento, também chamado cinestesia ou propriocepção dinâmica.
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Há diversos receptores de posição para as angulações, planos e velocidades das partes do corpo e
seu conjunto ajuda a identificar a posição delas, através de receptores cutâneos e profundos.
Na determinação de angulação, são importantes os receptores nos fusos neuromusculares,
também importantes no auxílio do controle de movimento muscular. Cada movimento gera maior e
menor estiramento em diversos grupos de músculos, sendo transmitidos ao SNC.
Os tipos de terminações sensoriais usadas para isso são os corpúsculos de Pacini, as terminações
de Ruffini e os receptores similares aos órgãos tendinosos de Golgi, encontrados nos tendões
musculares. Os corpúsculos de Pacini e os fusos musculares são especialmente adaptados para a
detecção de altas velocidades de variação. É provável que eles sejam os principais receptores
responsáveis pela detecção da velocidade do movimento.
Processamento da Informação do Sentido de Posição na Via da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial.
Os neurônios talâmicos que respondem à rotação articular pertencem a duas categorias: (1) os
maximalmente estimulados, quando a articulação está totalmente em rotação; e (2) os maximalmente
estimulados quando a articulação está em rotação mínima. Assim, os sinais dos receptores articulares
individuais são usados para informar o sistema nervoso central o quanto cada articulação está girada.
(1) as velocidades de transmissão são apenas de um terço a metade daquelas do sistema da coluna
dorsal–lemnisco medial, variando entre 8 e 40 m/s;
(2) o grau de localização espacial dos sinais é pequeno;
(3) as gradações de intensidades são também menos precisas, sendo a maioria das sensibilidades
detectada em 10 a 20 graduações de força, em vez de tantas quantas 100 graduações no sistema da
coluna dorsal; e
(4) a capacidade de transmitir sinais que se alteram e se repetem rapidamente é pequena. Assim, é
evidente que o sistema anterolateral é um tipo de sistema de transmissão mais grosseiro (bem menos
discriminativo) que o sistema da coluna dorsal–lemnisco medial.
Sensações transmitidas apenas por essa via: sensações de dor, temperatura, cócegas, coceira e
sexuais, além do tato e da pressão não discriminativos.
Função do Tálamo na Sensação Somática
Possui leve capacidade de discriminar sensações táteis, verificada quando da retirada de córtex
somatossensorial.
Além disso, a retirada do córtex somatossensorial tem pouco efeito sobre a dor e temperatura,
evidenciando papel do tálamo e outras estruturas do tronco cerebral dessas sensações.
Controle Cortical da Sensibilidade Sensorial — Sinais
“Corticífugos”
Além dos sinais de periferia para o córtex, sinal inverso é
gerado, chamado “sinal corticofugais” para tálamo, bulbo e
medula espinhal.
Esses sinais são inibitórios, diminuindo a transmissão de
sinais sensoriais quando muito grandes, fazendo duas
coisas:
1. Aumenta a precisão de sensação, por sinais inibitórios
adjacentes.
2. Mantem os sinais em níveis bons de sensibilidade, nem
tão baixa a ponto de ser ineficiente, nem tão alta a ponto de
não diferenciar os padrões sensoriais.
Campos Segmentares de Sensação — Dermátomos
Cada nervo espinhal inerva um “campo segmentar” da pele,
chamado dermátomo.
A dor rápida é sentida, dentro de 0,1 segundo, após a aplicação de estímulo doloroso. A dor rápida
também chamada de dor pontual, dor em agulhada, dor aguda e dor elétrica. A dor pontual rápida não é
sentida nos tecidos mais profundos do corpo
Dor lenta começa somente após 1 segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários segundos
e, algumas vezes, durante minutos. A dor lenta também tem vários nomes, como dor em queimação, dor
persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor crônica. Esse tipo de dor geralmente está associado à
destruição tecidual. A dor lenta pode levar ao sofrimento prolongado e quase insuportável e pode ocorrer
na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos profundos.
RECEPTORES PARA A DOR E SUA ESTIMULAÇÃO
Quando há fluxo sanguíneo bloqueado para determinado tecido, logo surge o estímulo da dor, sendo mais
rápido se o tecido tiver alto metabolismo. Esse estímulo está relacionado ao acúmulo de ácido lático –
metabolismo anaeróbico, além de bradicinina e enzimas proteolíticas.
Espasmo muscular como Causa da Dor.
Essa dor provavelmente resulta, em parte, do efeito direto do espasmo muscular na estimulação de
receptores para dor mecanossensíveis, mas também pode resultar de efeito indireto do espasmo muscular
comprimindo vasos sanguíneos e levando à isquemia. Além disso, o espasmo aumenta a intensidade do
metabolismo do tecido muscular, tornando a isquemia relativa ainda maior e criando condições ideais para
a liberação de substâncias químicas indutoras da dor.
VIAS DUPLAS PARA A TRANSMISSÃO DOS SINAIS DOLOROSOS AO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
Correspondem aos dois tipos de dor, sendo uma via para a dor rápida (pontual) e outra via para a dor lenta
(crônica)
FIBRAS DOLOROSAS PERIFÉRICAS — FIBRAS “RÁPIDAS” E “LENTAS”
Os sinais dolorosos pontuais rápidos são desencadeados por
estímulos mecânicos ou térmicos. Eles são transmitidos pelos nervos
periféricos para a medula espinal por meio de fibras A (delta) do tipo
pequeno, com velocidade entre 6 e 30 m/s. A dor pontual avisa a
pessoa rapidamente sobre o perigo e, portanto, desempenha papel
importante na reação imediata do indivíduo para se afastar do
estímulo doloroso
Dor lenta crônica é desencadeada
principalmente por estímulos
dolorosos do tipo químico, mas,
algumas vezes, por estímulos mecânicos ou térmicos persistentes. Essa
dor lenta crônica é transmitida para a medula espinal por fibras tipo C,
com velocidades entre0,5 e 2 m/s. A dor lenta tende a aumentar com o
passar do tempo. Essa sensação, por fim, produz dor intolerável e faz
com que a pessoa continue tentando aliviar a causa da dor
Devido a este sistema duplo de inervação para a dor, o estímulo doloroso
súbito, em geral, causa sensação dolorosa “dupla”: dor pontual rápida que
é transmitida para o cérebro pela via de fibras A-delta, seguida, em 1
segundo ou mais, por uma dor lenta transmitida pela via das fibras C. Ao
entrarem na medula espinal, vindas pelas raízes espinais dorsais, as
fibras da dor terminam em neurônios-relé nos cornos dorsais.
VIAS DUPLAS PARA DOR NA MEDULA ESPINAL E NO TRONCO
CEREBRAL — O TRATO NEOESPINOTALÂMICO E O TRATO
PALEOESPINOTALÂMICO
Ao entrar na medula espinal, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo, pelo (1) trato
neoespinotalâmico; e (2) o trato paleoespinotalâmico.
Trato Neoespinotalâmico para Dor Rápida.
As fibras dolorosas A (delta) do tipo rápido transmitem principalmente as dores mecânica e térmica
agudas. Elas terminam, em sua maioria, na lâmina I (lâmina marginal) dos cornos dorsais e excitam os
neurônios de segunda ordem do trato neoespinotalâmico. Esses neurônios de segunda ordem dão origem
às fibras longas que cruzam imediatamente para o lado oposto da medula espinal pela comissura anterior
e depois ascendem para o encéfalo nas colunas anterolaterais.
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Capacidade Fraca do Sistema Nervoso de Localizar Precisamente a Fonte de Dor Transmitida pela
Via Crônica Lenta.
A localização da dor transmitida pela via paleoespinotalâmica é imprecisa. Por exemplo, a dor crônica
lenta em geral só pode ser localizada em uma parte principal do corpo, como no braço ou na perna, mas
não em ponto específico do braço ou da perna. Isso se deve à conectividade multissináptica difusa dessa
via. Esse fenômeno explica porque os pacientes, em geral, têm sérias dificuldades em localizar a fonte de
alguns tipos de dor crônica
Função da Formação Reticular, Tálamo e Córtex Cerebral na Avaliação da Dor.
A remoção completa das áreas somatossensoriais do córtex cerebral não evita a percepção da dor.
Portanto, é provável que os impulsos dolorosos que cheguem à formação reticular do tronco cerebral, do
tálamo e outras regiões inferiores do encéfalo causem percepção consciente de dor. Isso não significa que
o córtex cerebral não tenha relação com a avaliação normal da dor; o estímulo elétrico das áreas
somatossensoriais corticais faz com que o ser humano perceba dor leve em cerca de 3% dos pontos
estimulados. Entretanto, acredita-se que o córtex desempenhe papel especialmente importante na
interpretação da qualidade da dor, mesmo que a percepção da dor seja função principalmente dos centros
inferiores.
Capacidade Especial dos Sinais Dolorosos em Desencadear uma Excitabilidade Geral do Cérebro.
Estímulos das áreas reticulares do tronco cerebral e núcleos intralaminares do tálamo, onde terminam
fibras de dor lenta, causam efeito de alerta no ser, explicando a impossibilidade de dormir quando de dor
grave.
Interrupção Cirúrgica das Vias Dolorosas.
Quando a pessoa apresenta dor grave e intratável (algumas vezes, resultante de câncer de disseminação
rápida), é necessário aliviar a dor. Para proporcionar alívio da dor, as vias neurais da dor podem ser
cortadas em um entre vários pontos.
Com dor na parte inferior do corpo, usa-se a cordotomia, em região torácica da medula espinhal,
com a fibra sendo cortada parcialmente em sua porção anterolateral. Cordotomia é nem sempre é
bem-sucedida, pois muitas fibras de dor oriundas da parte superior não se cruzam para o lado
oposto da medula espinhal. A dor volta vários meses depois como resultado da sensibilização de
outras vias da dor.
Outro procedimento cirúrgico experimental para aliviar a dor é a cauterização de áreas dolorosas
específicas nos núcleos intralaminares no tálamo, o que geralmente alivia os tipos de dor crônica,
mantendo intacta a avaliação da dor “aguda”, importante mecanismo protetor.
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dinorfina A dinorfina se encontra principalmente nas mesmas regiões em que ocorrem as encefalinas,
mas em quantidades muito menores
Inibição da Transmissão da Dor por Sinais Sensoriais Táteis Simultâneos
A estimulação das grandes fibras sensoriais do tipo Ab originada nos receptores táteis periféricos pode
reduzir a transmissão dos sinais da dor originados da mesma área corporal. Esse efeito, resulta da inibição
lateral local na medula espinal. Isso explica o alívio de dor com massagem local e acupuntura. O alívio da
dor também pode ser feito por estímulo elétrico.
DOR REFERIDA
Frequentemente, a pessoa sente dor em uma parte do corpo que fica distante do tecido causador da dor.
Essa é a chamada dor referida. Por exemplo, a dor em órgãos
viscerais geralmente é referida à área na superfície do corpo.
Mecanismo da Dor Referida.
Trata-se de haver sinapse em neurônios relacionados a dor visceral
no mesmo local de dor da pele. Isso causa a sensação de que a dor
é proveniente da parte exterior de determinado local, não dá víscera
acometida.
DOR VISCERAL
Geralmente, as vísceras têm receptores sensoriais exclusivos para
a dor. Além disso, a dor visceral difere da dor superficial em vários
aspectos importantes. Uma das diferenças mais importantes entre a dor superficial e a dor visceral é que
os danos viscerais muito localizados raramente causam dor grave. Isquemia, provocada pela oclusão do
suprimento sanguíneo para grande área dos intestinos, estimula várias fibras dolorosas difusas ao mesmo
tempo, podendo resultar em dor extrema.
Causas da Dor Visceral Verdadeira
Qualquer estímulo que excite as terminações nervosas para a dor, em áreas difusas das vísceras, pode
causar dor visceral. Qualquer dor que se origine nas cavidades torácica ou abdominal é transmitida pelas
fibras delgadas do tipo C e, portanto, só podem transmitir o tipo crônico-persistente de dor.
Isquemia. Causa dor devido à formação de produtos finais metabólicos ácidos ou produtos degenerativos
dos tecidos, como a bradicinina, enzimas proteolíticas ou outras que estimulem as terminações nervosas
para dor.
Estímulos Químicos. Relacionado a vazamento do TGI para a cavidade abdominal, afetando o peritônio,
através da digestão, sendo excruciante e grave.
Espasmo de Víscera Oca. O espasmo de porção da alça intestinal, da vesícula biliar, do ducto biliar, do
ureter ou de qualquer outra víscera oca pode causar dor, possivelmente, pela estimulação mecânica das
terminações nervosas da dor. Outra possibilidade é a de que o espasmo pode acarretar diminuição do
fluxo sanguíneo para o músculo, o que combinado com o aumento das necessidades metabólicas do
músculo para nutrientes, causa dor grave. Em geral, a dor de víscera espástica ocorre na forma de cólicas,
com a dor chegando a alto grau de gravidade e depois diminuindo.
Distensão Excessiva de Víscera Oca. O preenchimento excessivo de víscera oca também pode resultar
em dor, devido à distensão excessiva dos tecidos propriamente ditos. A distensão excessiva também pode
interromper os vasos sanguíneos que circundam a víscera ou que passam por sua parede, talvez
promovendo dor isquêmica.
Vísceras Insensíveis. Poucas áreas viscerais são quase completamente insensíveis à dor de qualquer
tipo. Elas incluem o parênquima do fígado e os alvéolos pulmonares. Por sua vez, a cápsula hepática é
extremamente sensível tanto ao trauma direto quanto à sua distensão, e os ductos biliares também são
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sensíveis à dor. Nos pulmões, embora os alvéolos sejam insensíveis, tanto os brônquios quanto a pleura
parietal são bastante sensíveis à dor.
“DOR PARIETAL” CAUSADA POR DOENÇA VISCERAL
Geralmente há disseminação para peritônio, pleura ou pericárdio, que possuem extensa inervação
dolorosa, sendo frequentemente aguda.
LOCALIZAÇÃO DA DOR VISCERAL — VIAS DE TRANSMISSÃO DA DOR “VISCERAL” E DA DOR
“PARIETAL”
Pelo fato do SN não ter conhecimento prévio das vísceras existentes no corpo, há dificuldade em referir
onde é a dor. Outro motivo são as duas vias de transmissão: a via visceral verdadeira e a via parietal. A
dor visceral verdadeira é transmitida pelas fibras sensoriais para dor, nos feixes nervosos autônomos, e as
sensações são referidas para as áreas da superfície do corpo, geralmente longe do órgão doloroso. Já as
sensações parietais são conduzidas diretamente para os nervos espinais locais do peritônio parietal, da
pleura ou do pericárdio, e essas sensações geralmente se localizam diretamente sobre a área dolorosa.
Localização da Dor Referida Transmitida Através de Vias Viscerais.
Relaciona-se, na pele, ao dermátomo de origem do órgão visceral no embrião..
Por exemplo, o coração se origina do dermátomo do pescoço e
da região superior do tórax, assim as fibras para a dor visceral
do coração cursam de forma ascendente ao longo dos nervos
simpáticos sensoriais e entram na medula espinal entre os
segmentos C-3 e T-5. Portanto, a dor cardíaca é referida ao
lado do pescoço, sobre o ombro, sobre os músculos peitorais,
ao longo do braço e na área subesternal da região superior do
tórax. Essas são as áreas da superfície corporal que enviam
suas próprias fibras nervosas somatossensoriais para os
segmentos C-3 a T-5 da medula espinal.
Em geral, a dor se localiza no lado esquerdo, porque o lado
esquerdo do coração está envolvido, com maior frequência, na
doença coronariana.
O estômago se origina, aproximadamente, entre o sétimo e o
nono segmento torácico do embrião. Portanto, a dor do
estômago é referida ao epigástrioanterior acima do umbigo, que
é a área de superfície do corpo suprida pelos segmentos torácicos de sete a nove.
Via Parietal para a Transmissão da Dor Abdominal e Torácica.
A dor oriunda de vísceras frequentemente se localiza em duas áreas
na superfície do corpo ao mesmo tempo, por causa da dupla
transmissão da dor pela via visceral referida e a via parietal direta.
Os impulsos dolorosos passam inicialmente do apêndice por fibras
dolorosas viscerais, localizadas nos fascículos nervosos simpáticos,
seguindo para a medula espinal no nível de T-10 ou T-11; essa dor é
referida para área ao redor do umbigo e é do tipo persistente e
espasmódica. Os impulsos dolorosos, geralmente, se originam no
peritônio parietal, onde o apêndice inflamado toca ou está aderido à
parede abdominal. Esses impulsos causam dor do tipo pontual
diretamente sobre o peritônio irritado, no quadrante inferior direito do
abdome.
Algumas Anormalidades Clínicas da Dor e Outras Sensações
Somáticas
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O ser humano pode perceber diferentes graduações de frio e calor: frio congelante, gelado, frio,
indiferente, morno, quente e muito quente. As graduações térmicas são discriminadas por pelo menos três
tipos de receptores sensoriais:
Receptores para frio Ele é tipo especial de terminação nervosa mielinizada fina do tipo Ad que
se ramifica diversas vezes, com suas pontas fazendo protrusão para as superfícies inferiores das
células epidérmicas basais. Os sinais são transmitidos desses receptores por meio de fibras
nervosas do tipo Ad com velocidades de aproximadamente 20 m/s. Acredita-se que algumas
sensações de frio sejam também transmitidas por fibras nervosas do tipo C, o que sugere que
algumas terminações nervosas livres também possam funcionar como receptores para o frio.
Receptores para calor transmitidos por fibras nervosas do tipo C com velocidades de
transmissão de somente 0,4 a 2 m/s.
Receptores para dor Os receptores para dor só são estimulados pelos graus extremos de calor
ou de frio e, portanto, são responsáveis, junto com os receptores para frio e calor, pelas sensações
de “frio congelante” e “calor extremo”.
Os receptores para frio e para calor se localizam
imediatamente abaixo da pele em pontos separados
discretos. Na maioria das áreas do corpo, existem entre 3 e
10 vezes mais pontos para frio que pontos para calor.
Estimulação dos Receptores Térmicos — Sensações de
Gelado, Frio, Indiferente, Morno e Quente. A Figura 49-10
mostra os efeitos de diferentes temperaturas sobre as
respostas dos quatro tipos de fibras nervosas:
1. Fibra da dor (frio): abaixo de 15 °C
2. Fibra de frio: entre 7 e 42 °C
3. Fibra de calor: entre 30 e 50 °C.
4. Fibra da dor (calor): acima de 45 °C
Existem poucas terminações para frio e calor, logo, estimulação de área maior, a facilidade é maior de
avaliar a mudança. Detecções de 0,01°C pode ser feitas, se no corpo todo, não podendo serem feitas com
variação de 1°C de forma pontual (1cm2).
TRANSMISSÃO DOS SINAIS TÉRMICOS NO SISTEMA NERVOSO
Em geral, os sinais térmicos são transmitidos por vias paralelas às vias da dor. Ao entrar na medula
espinal, os sinais cursam por alguns segmentos de modo ascendente ou descendente no trato de
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Lissauer, terminando, principalmente, nas lâminas I, II e III dos cornos dorsais — como para a dor. Após
certo processamento por um ou mais neurônios da medula espinal, os sinais cursam por longas fibras
térmicas ascendentes que cruzam para o trato sensorial anterolateral oposto e terminam (1) em áreas
reticulares do tronco cerebral; e (2) no complexo ventrobasal do tálamo. Alguns sinais térmicos são
também retransmitidos para o córtex somatossensorial do complexo ventrobasal. Ocasionalmente,
verifica-se, em estudos utilizando microeletródios, que um neurônio da área somatossensorial primária é
diretamente responsivo a estímulo de frio ou de calor, em área específica da pele. Entretanto, a remoção
de todo o giro cortical pós-central, no ser humano reduz, mas não abole a capacidade de distinguir as
graduações da temperatura.