Leitura Analítica - Formação de Professores Na THC - Grupo C

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

DISCIPLINA: Formação de professores de ciências e matemática e a teoria histórico-cultural

PROFESSOR: Wellington Lima Cedro

PERIODO LETIVO: 1°Semestre de 2020

CARGA HORÁRIA: 64 horas

ESTUDANTES: Danilo Caetano

Elaine Eliane Peres de Souza

Marta Cezária

Matheus

MÓDULO 8

A organização do ensino e a intencionalidade pedagógica

TAREFA: REFLEXÕES SOBRE O TEXTO


MOURA, M. et al. A atividade orientadora de ensino como unidade entre ensino e aprendizagem. MOURA, M.
(org.). A Atividade pedagógica na teoria histórico-cultural. Brasilia: liber livro, 2010

1 - Fazer uma análise temática do texto

O texto dos autores Moura et al. intitulado A atividade Orientadora de Ensino como
Unidade entre Ensino e Aprendizagem do livro A Atividade Pedagógica na Teoria Histórico-
Cultural (Moura orgs., 2010) traz como tema a Atividade Orientadora de Ensino (AOE) como
proposta de Atividade Pedagógica na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural. O problema
central abordado no texto é a interdependência entre o conteúdo de ensino, as ações educativas e
os sujeitos que fazem parte da atividade educativa, onde, a tese defendida pelos autores é que a
AOE, como proposta de organização do ensino, fundamentada em seus três componentes na
atividade de aprendizagem (tarefas de estudo, ações de estudo e ações de auto avaliação e
regulação) trabalhados de forma integrada e mediados pela ação do(a) professor(a), permitem
que o(a) estudante se aproprie de conceitos historicamente construídos, de forma sistematizada e
intencional, e se desenvolva intelectualmente. A base estrutural dessa atividade se dá pela
proposta de que a AOE é formada pela Unidade da Atividade de Aprendizagem - estudante - e a
Atividade de Ensino - professor(a).
2 - Fazer uma análise interpretativa do texto

Resposta da nº 2 aprofundei por este ângulo e fica aberto para acrescentar ou retirar ...Debate
feito no grupo B, pois estava no grupo trocado. Hoje fechamos a proposta e meu nome ficou em
dois grupos. Acrescentaria na Síntese um pouco sobre a formação tendo em mente o berço da
matemática, e outros aspectos que não estão contidos em MOURA e um olhar de gênero no
processo formativo .

A seguir, apresentaremos uma análise interpretativa do texto em seis categorias:


coerência interna dos argumentos, validade dos argumentos, originalidade do tratamento dado ao
problema, profundidade da análise do tema, alcance das conclusões e as consequências.

● COERÊNCIA INTERNA DOS ARGUMENTOS: os argumentos utilizados para discutir


a atividade pedagógica se revelam interdependentes conduzindo o leitor à compressão do
conceito de atividade de aprendizagem que é mediada pelo professor em atividade de
ensino. Os elementos discutidos fundamentam com solidez um modo de organização do
ensino que desenvolva o pensamento teórico dos sujeitos envolvidos no processo.
Discute a relação entre atividade de ensino desenvolvida pelo professor e atividade de
aprendizagem pelo estudante, realizando apontamentos para a atividade de estudo, a qual
de acordo com o contexto educacional brasileiro, será adotada como sinônimo de
atividade de aprendizagem;
● VALIDADE DOS ARGUMENTOS: os argumentos se revelam válidos quando explicita
a inter-relação existente entre a atividade de ensino e de aprendizagem, sendo o professor
o organizador e mediador na relação dos estudantes com o objeto do conhecimento, em
prol do desenvolvimento do pensamento teórico. Neste processo, tanto a atividade do
professor quanto a atividade do estudante desencadeia nos sujeitos sua formação e
desenvolvimento. A validade da proposta abordada vai além da análise teórica do
problema tratado, pois, vai de encontro com a prática social histórica da construção do
processo de ensino-aprendizagem que tem como gênese a formação social humana por
meio do trabalho na coletividade;
● ORIGINALIDADE DO TRATAMENTO DADO AO PROBLEMA: a originalidade do
texto emerge ao mostrar que a atividade que surge de uma necessidade humana e
desenvolvida com uma finalidade que desencadeia no sujeito o motivo em relação ao
objeto (conhecimento), propicia a este sujeito a apropriação de bens culturais produzidos
pela humanidade, promovendo o seu desenvolvimento. Essa originalidade se concretiza
em uma proposta de atividade pedagógica (a AOE) em todas as suas nuances e
consequências, conceituando um novo modelo de prática pedagógica e, também, de
pesquisa na área de ensino ;
● PROFUNDIDADE DA ANÁLISE DO TEMA : o tema discutido aponta profundidade ao
trazer elementos da teoria histórico-cultural que possibilitam assumir os processos
humanos em movimento e que a apropriação do conhecimento pelo sujeito (processo
intrapsíquico) ocorre pelas trocas de conhecimentos em um contexto interpsíquico
(atividade coletiva). Esse referencial teórico, em que sua filosofia traz a visão
materialista dialética da realidade concreta, remonta à gênese da construção social e
história do ser humano;
● ALCANCE DAS CONCLUSÕES: demonstram a importância da atividade do professor
e a necessidade de conhecimentos para organizar o ensino que promova o
desenvolvimento dos sujeitos;
● CONSEQUÊNCIAS: a possibilidade de promover situações de ensino que desenvolvam
o pensamento teórico dos estudantes; possibilitar que o professor encontre o sentido do
seu objeto (o ensino).

3 - Fazer uma problematização do texto

Segundo Moura et al (2010) a teoria orienta as ações pedagógicas e o conceito de


atividade pode fundamentar o trabalho do professor na sistematização e na organização do
ensino. A teoria histórico-cultural tem princípios norteadores para pensar a problemática da ação
pedagógica e a atividade educativa, sendo a premissa basilar a de identificar o modo como o
sujeito se apropria da cultura, dos conceitos e das significações do mundo.

A compreensão sobre o desenvolvimento do psiquismo é a de que ele ocorre por um


processo de internalização, em um movimento histórico e dialético que ocorre em dois
momentos. Primeiro pelo processo interpsíquico, que se constitui nas relações e interações do
sujeito com os outros indivíduos e com os objetos da cultura, segundo pelo processo chamado
intrapsíquico, em que o sujeito se apropria das significações e incorpora a experiência social.
Nesta perspectiva tudo o que o ser humano já produziu, todo o objeto da cultura, sejam
ideais ou materiais, representam um movimento de produção de conhecimento, um processo de
significação que foi resultado da ação que teve como objetivo inicial buscar respostas para a
satisfação das necessidades humanas. Esta compreensão recupera a gênese do ser social e a
atividade do trabalho em seu sentido ontológico que possibilitou o processo de constituição da
espécie humana.

A base marxista e ontológica da atividade é a essência para compreender o trabalho do


professor como uma singularidade do trabalho em sua totalidade e a atividade de ensino como
necessária para a apropriação pelas novas gerações do legado da humanidade.

Pensar a lógica e as categorias da atividade nos permitem entender que é pela atividade
que os sujeitos aprendem, que toda atividade gera aprendizagem que pressupõe desenvolvimento
humano, inclusive a atividade de ensino. Contudo, a atividade de ensino, por sua vez, tem o
professor como responsável a criar as condições para a apropriação de conceitos, por meio de
uma atividade cuja finalidade seja a aprendizagem e o desenvolvimento psíquico dos escolares.

Ainda que na atividade do professor o objetivo seja prover os sujeitos em


desenvolvimento de formas de apropriação e criação de ferramentas simbólicas, na própria
atividade de ensino está também um processo de apropriação semelhante ao processo de
formação das funções psíquicas superiores que ocorre na relação mediada entre o sujeito e o
objeto.

Deste modo o processo de internalização permite que o homem, enquanto ser genérico,
em sua atividade forme-se humanamente e continue formando-se e constituindo também sua
individualidade, isto é, em sua relação com o meio físico e social, mediado por instrumentos
ocorre o processo de apropriação de conceitos e significações.

Neste âmbito, a atividade orientadora de ensino (AOE) é uma proposta de organização da


atividade de ensino e de aprendizagem nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural. Nesta
atividade o ensino cria uma situação desencadeadora de aprendizagem e é organizado de modo a
realizar atividades adequadas para a formação do pensamento teórico, considerando que o
sujeito em aprendizagem deve estar em atividade para se apropriar do conceito e buscar resolver
um problema
Para a aprendizagem de conceitos e o desenvolvimento do pensamento teórico é preciso
criar objetivamente uma necessidade para que a tarefa de estudo desencadeie ações de estudo e
autoavaliação e regulação.

Como o conceito representa um caminho e a síntese de uma elaboração humana que


partiu de uma necessidade e foi concretizada na atividade, a ideia é que o professor busque a
gênese e a essência do conceito na interlocução com os processos de apropriação e
transformação do pensamento abstrato ao pensamento concreto. Segundo Moura et. Al (p.88), os
elementos que compõem a internalização dos sujeitos de aprendizagem em um meio social e
coletivo são indicadores para a organização do trabalho pedagógico: repartição de ações e
operações; troca de modos de ação; compreensão mútua; comunicação; planejamento das ações;
e reflexão.

Nesta dimensão, o professor em sua atividade, tem consciência de seu papel e está
envolvido também com sua atividade de aprendizagem e ao mesmo tempo propicia a atividade
do estudante, busca se adiantar ao desenvolvimento do estudante, atuar na zona de
desenvolvimento proximal e intervir no desenvolvimento intelectual do sujeito.

A ideia central na teoria da atividade é a historicidade, a compreensão de que no


desenvolvimento humano são as necessidades básicas que geram a produção de instrumentos
(materiais e simbólicos), desencadeando aprendizagem e desenvolvimento. Cabe ao professor a
tarefa e a responsabilidade de mediar a relação dos estudantes com o objeto do conhecimento,
orientar e organizar o ensino.

Portanto, a estrutura da atividade humana (e suas categorias como necessidade, motivos,


ações e operações) permanece como indispensável para a apropriação do conhecimento e está
presente tanto na atividade de ensino, quanto na atividade de aprendizagem, duas atividades
distintas, mas que têm em comum o mesmo objeto do conhecimento, cujo resultado da atividade
é a materialização desse objeto (abstração, generalização, formação de conceitos), produto de
ações e operações com signos geradas por necessidades e motivos (que coincidem com o objeto)
em uma relação mediada por signos e instrumentos.

Assim, os elementos da AOE são “ o conteúdo de aprendizagem, o sujeito que aprende, o


professor que ensina e, o mais, importante, a constituição de um modo geral de apropriação da
cultura e do desenvolvimento do humano genérico” (MOURA et al, 2010, p.94).
Todas estas compreensões provocam implicações na prática pedagógica porque afasta as
concepções idealistas e naturalistas do desenvolvimento humano. Não basta as técnicas de
repetição ou de memorização por si só para promover a aprendizagem, pois por um lado, não é o
professor que faz o sujeito aprender e por outro lado, sem as mediações necessárias o
conhecimento não nascerá no estudante como um processo natural.

A AOE expressa no método histórico e dialético uma concepção de homem, criança,


aprendiz, desenvolvimento humano, conhecimento e mundo, que provocam ao professor
motivos para realizar escolhas e desnaturalizar ideias consensuais como a de que é preciso
silêncio e um conjunto de técnicas específicas e descoladas do contexto social para possibilitar a
aprendizagem.

O professor tende a perceber suas limitações, pois também está se transformando na


atividade de ensino, entende o sentido e a importância da sua atividade ao mesmo tempo em que
não detém de todo o conhecimento. A atividade de ensino também não é espontaneísta ou
mecânica, ela pressupõe interação com o outro, o professor constrói ações e usa os instrumentos
com base em seu objetivo. Tanto o professor quanto o estudante são sujeitos que reagem àquilo
que lhes afetam e lhe impactam e movimentam-se para provocar um resultado que não se sabe
ao certo o fim, mas que existe idealmente no início da atividade.

4 - Fazer a síntese final

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